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matemáticos e nos movimentos seguintes voltados à pesquisa, ao aprender e à
aplicação em outras situações. Os avanços em termos de conhecimentos e atitudes,
nos processos de comunicação e na capacidade de argumentação, bem como nas
relações socioculturais consistem em aprendizagens significativas.
O ambiente escolar onde se desenrola a integração social entre professor-
aluno e aluno-aluno, por meio da linguagem, incentiva e motiva as relações
interpessoais, buscando o equilíbrio entre a utilização adequada de linguagens e as
aprendizagens significativas no contexto escolar. Libâneo (2003) sustenta que os
valores éticos e o envolvimento em questões solidárias são fundamentais no
ambiente e no currículo escolar: “a escola precisa ajudar os alunos a pensar
metodicamente sobre valores, os alunos podem aprender e vivenciar conteúdos
morais e modos de agir” (LIBÂNEO, 2003, p. 26).
Para que haja mudanças significativas em termos de aprendizagem, é
necessário que o aluno se sinta respeitado no seu ritmo, com vontade e desejo de
aprender, pois a aprendizagem só ocorre se o aluno também estiver envolvido com o
conhecimento e valorizado em sua atuação.
Oferecer um ambiente com boa iluminação, acomodações e boa ventilação
podem também contribuir para uma boa aprendizagem. É importante que os
aspectos físico, psíquico, ambiental e social também estejam em equilíbrio para que
ocorram aprendizagens significativas, o que, em geral, não se evidencia.
A linguagem, tanto falada quanto escrita, é uma ferramenta imprescindível na
relação entre professor e aluno, nas mediações na sala de aula. Vygotsky e
colaboradores esclarecem a importância da linguagem como meio de interação:
Inicialmente, os aspectos motores e verbais do comportamento são
misturados. A fala envolve os elementos referenciais, a conversação
orientada pelo objeto, as expressões emocionais e outros tipos de fala
social. Em virtude de a criança estar cercada de membros mais velhos da
família, a fala começa, cada vez mais, a adquirir traços demonstrativos, o
que permite que a criança indique o que está fazendo e quais são suas
necessidades. Após algum tempo, a criança, fazendo distinções para os
outros com auxilio da fala, começa, internamente, a fazer distinções para si
mesma. Desta forma, a fala deixa de ser apenas um meio para dirigir o
comportamento dos outros e começa a desempenhar a função de
autodireção. (VYGOTSKY; LURIA; LEONTIEV, 1988, p. 30)
Há evidências, no modelo metodológico investigativo, segundo Porlán (1996),
de que aspectos afetivos permeiam a linguagem, sejam eles positivos ou negativos.