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No meu trabalho, comecei com o desenho, o mais simples, o primeiro meio de
manifestação dos elementos plásticos.
Posteriormente, enveredei por várias técnicas como o uso de: guache, colagem,
bico-de-pena, aquarela; tateando, procurando qual seria a técnica que mais se adequava
– não que outras sejam inadequadas – aos meus desejos de expressão plástica, impulsos,
sonhos e formas, que faziam dança nos pensamentos, à procura de expressão e
representação.
Detive-me e detenho-me nas formas. São livres, não se remetem a nenhuma
figuração prévia, e, sim, associam-se a fragmentos/pedaços. Cheguei à gravura em
metal,o que me satisfez plenamente, ao ver impressas as imagens.
A gravura pode ser feita nos suportes de matriz de cobre, latão, zinco, alumínio;
a xilogravura, na matriz de madeira, a litografia, na matriz de pedra , a linoleogravura
na matriz de linóleo, a serigrafia na tela de silk–screen.
Para cada uma dessas técnicas exige-se uma disciplina ímpar, inerente ao
processo da “gravura”. Todas as técnicas que um artista usa exigem disciplina, uma
forma específica para colocar sua expressão na tela, na escultura ou no papel.
A gravura para mim é mais crítica e exigente em relação aos procedimentos,
pois um mínimo de deslize reduz a obra ao nada , pois no processo da gravura é
característica intrínseca – do desenho até a impressão – um planejamento que não nos
dá total certeza do que vá aparecer na “impressão”; não há controle “absoluto” do que
foi previamente gravado, existe aí uma porção de “acaso”, que o artista decide, ou não,
se incorpora em seu trabalho.
Um olhar mais acurado, mais próximo do suporte que eu estava usando, levou-
me a mudar e continuar o trabalho que, desde 2001, até este momento (2008), venho
desenvolvendo (incluindo esta Dissertação de Mestrado): utilizar o “suporte” sem
“imprimir” as matrizes.
Inicialmente, trabalhou-se com placas de poliestireno, que é um plástico duro,
mas flexível que permite que seja desenhado nele, com ponta-seca , buril, berceau, e não
aceita o trabalho com ácido.
Os trabalhos para esta exposição, foram feitos em tamanhos iguais, assim
definidos: 30 cm (alt) por 23 cm (larg). A montagem final, feita para a exposição em
2001, na Galeria Gravura Brasileira, resultou num painel de imagens, com 8 placas na
altura e 5 na largura, ou seja, aspecto final de 2,40 m (alt) por 1,08 m (larg).