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ESTRATÉGIAS PARA O CULTIVO DE Litopenaeus
vannamei (Boone, 1931) NO EXTREMO SUL DO
BRASIL
DARIANO KRUMMENAUER
FURG
RIO GRANDE, RS.
2008
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ii
Fundação Universidade Federal do Rio Grande
Programa de Pós Graduação em Aqüicultura
Dissertação de Mestrado
ESTRATÉGIAS PARA O CULTIVO DE Litopenaeus
vannamei (Boone, 1931) NO EXTREMO SUL DO
BRASIL
Dariano Krummenauer
Orientador: Prof. Dr. Wilson Wasielesky Jr. (FURG)
Co-orientador: Prof. Dr. Ronaldo O. Cavalli (UFRPE)
Rio Grande RS - Brasil
Fevereiro, 2008
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Aqüicultura como parte dos
requisitos para obtenção do titulo
de Mestre em Aqüicultura
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iii
Páginas
DEDICATÓRIA............................................................................
iv
AGRADECIMENTOS..................................................................
v
RESUMO.......................................................................................
vi
ABSTRACT...................................................................................
vii
INTRODUÇÃO GERAL..............................................................
8
OBJETIVOS..................................................................................
11
Referências Bibliográficas...............................................................
12
CAPITULO I.................................................................................
15
Titulo autores e contatos.................................................................
16
Resumo...........................................................................................
17
Abstract...........................................................................................
18
Introdução.......................................................................................
19
Material e Métodos.........................................................................
20
Resultados.......................................................................................
23
Discussão.........................................................................................
28
Agradecimentos...............................................................................
31
Referências Bibliográficas...............................................................
32
Anexos............................................................................................
39
CAPITULO II................................................................................
40
Titulo autores e contatos.................................................................
41
Resumo...........................................................................................
42
Abstract...........................................................................................
43
Introdução.......................................................................................
44
Material e Métodos..........................................................................
45
Resultados e Discussão....................................................................
47
Agradecimentos...............................................................................
54
Referências Bibliográficas...............................................................
55
CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................
60
iv
AOS MEUS FILHOS (Pedro e Val)
Apenas nesta manhã, eu vou sorrir quando vir o seu rosto, e rir mesmo
sentindo vontade de chorar.
Apenas nesta manhã, eu vou deixar você escolher o que vai vestir, e sorrir e
dizer o quanto você esta ótimo.
Apenas nesta manhã, eu vou deixar a roupa para lavar de lado, pegar você e
levá-lo ao parque para brincar.
Apenas nesta manhã, eu vou deixar a louça na pia e deixar você me ensinar a
montar seu quebra-cabeça.
Apenas nesta tarde, eu vou desligar o telefone, manter o computador fora
do ar e sentar-me com você no quintal e soltar bolhas de sabão.
Apenas nesta tarde, eu não vou me preocupar com o que você vai ser quando
crescer.
Apenas nesta noite, vou segurá-lo em meus braços e contar-lhe uma história
sobre como você nasceu e como eu amo você.
Apenas nesta noite, eu vou deixar você espirrar a água do banho e não ficar
nervoso.
Apenas nesta noite, vou deixar você ficar acordado até tarde, enquanto
ficamos sentados na soleira, contando todas as estrelas.
Apenas nesta noite eu vou me aconchegar ao seu lado por horas e perder
meus shows favoritos na TV.
Apenas nesta noite, enquanto eu passar meus dedos entre seus cabelos
enquanto você reza, eu vou simplesmente ser grato a Deus;
Por ter me dado o maior presente do mundo.
E, quando eu te dar um beijo de boa noite, eu vou te segurar um pouquinho
mais forte.
Por um pouquinho mais de tempo.
E aí então eu vou agradecer a Deus por você.
E não pedir nada a Ele.
Exceto mais um dia.
v
AGRADECIMENTOS
A minha mãe Ana, pelo incansável esforço e apoio nesses longos anos;
Agradeço a meu orientador “Mano”, por todos esses anos de amizade,
orientação e principalmente por acreditar no meu trabalho;
Ao meu co-orientador Ronaldo Cavalli, pelas sugestões e amizade
nesses meus longos anos na EMA;
Aos membros da banca Dr. Silvio Peixoto e Dr. Luis Poersch pelas
sugestões e criticas que aprimoraram o presente trabalho;
Ao Eduardo e Geraldo pelo companheirismo no dia a dia do
laboratório;
Aos companheiros do Projeto Camarão, Charles, Tati, Diana, Cintia,
Maude, Marcio (Xicretinho), Gabi, Adriana, Talibã, Paula, Gustavo, Sabrina,
que transformaram os dias de trabalho em um ambiente de trabalho
extremamente agradável;
Aos colorados, Sr. Hermes Terra pela ajuda e sua alegria contagiante
e ao motorista Gilnei (Santa Casa, Bagual ou corno véio), pelas piadas e
barbeiragens;
Aos funcionários da EMA, Dona Enilda, Linamara, Sandrinho, Getulio e
Marcelo pelo apoio dado no dia a dia do laboratório;
A Simone por ter me dado a maior alegria de minha vida;
A Andrea pela segunda alegria de minha vida;
Aos meus irmãos Neve, Marcelo (Dona Zica), Marquito e Naoto pela
amizade que ficará pelo resto de nossas vidas;
A Carol e Janaína, grandes amigas de dentro e fora da EMA;
A Ana e Beronha, irmão e “médicos de plantão” pela amizade de
sempre e pela hospedagem do verão. Ahh!! E a Vera também pela ótima
recpção e os almoços inesquecíveis;
Ao Renato e Cris (Larus), pela amizade e por ter me suportado com
funcionário por alguns anos;
A Fê (Cassino), e a Fê (Santos) lindas amigas já fazem parte da minha
vida;
Não podia deixar de agradecer ao Cassino, por ser o lugar em que
passei ótimos e não tão ótimos momentos de minha vida, obrigado;
vi
RESUMO
Nos últimos anos a indústria do camarão cultivado vem passando por sérios
problemas econômicos. O surgimento de enfermidades associados com um manejo
inadequado dos produtores geraram uma redução da produtividade média brasileira.
Entretanto, alguns investidores ainda vêem nesta atividade uma alternativa rentável e
têm mantido contato com a Fundação Universidade Federal do Rio Grande - FURG
com a finalidade de obter informações sobre a viabilidade técnica e econômica da
atividade para a região Sul do Brasil. As baixas temperaturas que ocorrem durante o
outono e inverno no Rio Grande do Sul limitam os cultivos de camarões aos meses mais
quentes. Os produtores devem saber claramente qual a estratégia a ser adotada para que
o cultivo atinja rentabilidade. A oferta camarões em rias épocas do ano,
principalmente quando se obtenha melhores preços de mercado é uma estratégia
interessante do ponto de vista do produtor. Por outro lado os cultivos devem estar de
acordo com os novos conceitos de uma aqüicultura responsável e ambientalmente
correta. O presente estudo tem como objetivos, gerar subsídios para produzir camarão
no extremo sul do Brasil, dentro dos novos conceitos de uma aqüicultura sustentável e
ambientalmente correta. Contribuindo assim, para o desenvolvimento do cultivo de
Litopenaeus vannamei no extremo sul do Brasil.
vii
ABSTRACT
In the last few years commercial shrimp industry has been dealing with serious
economical problems brought by inadequate management practices and the spread of
viral diseases. These problems had great impact on the productivity of Brazilian shrimp
farms. Albeit, some farmers still found shrimp culture as a profitable activity and have
contacted researchers from Fundação Universidade Federal do Rio Grande FURG in
order to search for solutions to improve the technical and economical viability for
shrimp culture in Southern Brazil.
At Rio Grande do Sul, considerable low temperatures during winter and autumn
restrict shrimp culture to the warmer months of the year. In order to increase
profitability, shrimp farmers must determine the best strategy to utilize the warmer
season. This must consider shrimp market price fluctuations throughout the year, which
are close related with shrimp landings from artisanal fisheries in Patos Lagoon.
Another important aspect for the development of shrimp culture in our region is the
appliance of environmental sound aquaculture practices. Therefore, this study aimed to
produce basic information to develop shrimp culture industry in Southern Brazil
considering the modern concepts of environmental friendly aquaculture.
8
INTRODUÇÃO GERAL
A aqüicultura é possivelmente o setor de produção de alimentos que apresenta o
crescimento mais acelerado entre os outros setores de produção de alimentos de origem
animal, sendo responsável por 43% da produção mundial de pescado para consumo
humano (FAO, 2007). Mundialmente a taxa média de crescimento deste setor tem sido
de 8,8% ao ano desde 1970, enquanto que no mesmo período a pesca apresentou um
crescimento de 1,2%. Entre os grandes grupos de espécies cultivadas, o que mais
cresceu foi o dos crustáceos, com uma taxa de 19,2% entre 2000-2004 (FAO 2007). No
Brasil, não tem sido diferente. A partir da década de 90 a produção total da aqüicultura
deu um salto de 30.000 toneladas para 246.183 toneladas em 2002 (Figura 1, FAO
2006).
Figura 1. Produção total da aqüicultura no Brasil entre 1980 e 2004 (FAO, 2006).
As fazendas de camarão começaram a operar no Brasil durante a década de 80.
Entretanto, somente a partir de 1995, após a introdução de Litopenaeus vannamei, a
indústria apresentou um período de rápido desenvolvimento. Em 2003, o total da
produção brasileira de camarão alcançou 90.190 toneladas, atingindo produtividades de
até 8700 kg/ha/ano. Tornando-se um dos setores mais organizados da aqüicultura
brasileira, quase que exclusivamente responsável pelo giro da balança comercial da
pesca brasileira nos últimos cinco anos (FAO 2008).
Dentro deste novo contexto, a partir do sucesso do cultivo de L. vannamei no
Nordeste, produtores da região Sul, principalmente de Santa Catarina, decidiram
9
introduzi-la no estado. A espécie foi introduzida na Região Sul do país em dezembro de
1997 (Ostrensky et al. 2000). Novamente, o L. vannamei obteve êxito e a área de cultivo
naquele estado chegou a 800 ha, sendo a maioria dos produtores encontrada no
município de Laguna (Roubach et al. 2003). O interesse pela atividade de cultivo de
camarões em viveiros vem atingindo também o Rio Grande do Sul. Vários empresários
têm mantido contato com a Fundação Universidade Federal do Rio Grande - FURG
com a finalidade de obter informações sobre a viabilidade técnica e econômica da
atividade para a região (Peixoto et al. 2005).
Após alguns anos de acelerado crescimento, registrou-se no ano de 2004, pela
primeira vez desde 1996, uma queda na produção brasileira de camarão: a produção
caiu para 75.904 toneladas, o que representou uma diminuição de 15,84%. A
produtividade também decresceu 24,83%, caindo de 6.084 kg/ha/ano para 4.573
kg/ha/ano. As exportações também foram reduzidas em 12,4%, caindo de US$ 226
milhões para US$ 198 milhões (ABCC 2005). Madrid (2005) relaciona essa
desaceleração à redução de preços internacionais, pela dificuldade de licenciamento
ambiental, redução das densidades de cultivo provocada pela descapitalização dos
produtores, valorização do real a partir de outubro de 2002, pelas perdas de produção
em função de fenômenos climáticos e por enfermidades como a NIM (Mionecrose
Muscular) e por medidas comerciais protecionistas, tais como a ação antidumping dos
Estados Unidos.
Em vista desta nova realidade, os carcinocultures brasileiros devem buscar
alternativas que reduzam custos e, ao mesmo tempo, estejam de acordo com as novas
demandas de uma aqüicultura responsável e ambientalmente correta. Desta forma, uma
das novas estratégias de cultivo que vêm sendo desenvolvida é a redução de efluentes e
o desenvolvimento de sistemas sem renovação de água ou com renovação limitada. Este
sistema teve inicio nos anos 90 no Waddel Mariculture Center, Estados Unidos
(Hopkins et al., 1993; Sandifer e Hopkins, 1996). Neste mesmo centro também foram
desenvolvidas importantes pesquisas para o desenvolvimento dos cultivos em meio
heterotróficos (Browdy et al., 2001). Alguns anos mais tarde estas tecnologias foram
modificadas e adaptadas para produções comerciais em Belize, América Central (Boyd
& Clay, 2002; Burford et al. 2003). Logo após foi aprimorada nos Estados Unidos uma
nova geração de cultivos super-intensivos em escala comercial (Ogle et al. 2006).
10
Apesar destes estudos serem recentes, a utilização deste sistema de cultivo na região sul
do Brasil apresenta um grande potencial (Wasielesky et al. 2007).
Para sua implementação tendo em vista algumas similaridades geográficas com
a região do estado da Carolina do Sul nos Estados Unidos, O estado do Rio Grande do
Sul está geograficamente entre as latitude 30 e 34
o
S, mesma latitude porém em
hemisfério diferente. As duas regiões possuem características climáticas semelhantes e,
portanto, limitações para os cultivos de camarões. Devido as temperaturas baixas
durante o inverno. Tanto no sul do Brasil como em outros países que possuem clima
subtropical/temperado é imprescindível o desenvolvimento de técnicas de cultivo que
viabilizem o crescimento de espécies exóticas ou nativas ao longo do ano (Wasielesky
et al. 2007). Em regiões como o sudoeste dos Estados Unidos, norte do México e da
China, os cultivos de camarões se restringem aos meses mais quentes (FAO, 2006). No
Rio Grande do Sul, as temperaturas reduzem o período de cultivo aos meses mais
quentes (novembro a abril) (Peixoto et al. 2003). Com isso, os produtores devem saber
claramente qual a estratégia a ser adotada para que o cultivo seja viável
economicamente. O sucesso de um cultivo de camarão depende principalmente, se não
exclusivamente, da sua rentabilidade. Uma estratégia interessante é a disponibilidade de
camarões em várias épocas do ano, principalmente em meses do ano que se observam
os maiores preços no mercado devido a pouca oferta do produto.
Sendo assim, a realização de berçários e engorda em ambientes fechados do tipo
estufas (“greenhouses”) poderia favorecer o cultivo nas regiões sub-tropicais e/ou
temperadas. Neste sistema, espera-se obter um resultado em indivíduos com maior
media de peso ou até mês mo viabilizando a elaboração de duas safras anuais de
camarões (Wasielesky et al. 2007)
11
OBJETIVOS
O presente estudo tem como objetivo gerar subsídios para produzir camarão no
extremo sul do Brasil. Contribuindo assim, para o desenvolvimento do cultivo de L.
vannamei no extremo sul do Brasil.
Objetivos específicos
Avaliar a viabilidade econômica e o desempenho de L. vannamei cultivado em
viveiros, em diferentes densidades e em dois sistemas de cultivo, dois ciclos de engorda
consecutivos ou um ciclo prolongado.
Avaliar a possibilidade do cultivo superintensivo do camarão branco L.
vannamei em meio heterotrófico no sul do Brasil.
12
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABCC. 2005. Associação Brasileira de Criadores de Camarão. Disponível em
http://www.abccam.com.br.
BOYD, C. E. and J.W. CLAY. 2002. “Evaluation of Belize Aquaculture, Ltd: A
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Consortium. 17 p.
BROWDY, C. L., BRATVOLD, D., STOKES, A. D., MCINTOSH, R. P., 2001.
Perspectives on the application of closed shrimp culture systems. In: Browdy,
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BURFORD, M. A., THOMPSON, P. J., MCINTOSH, R. P., BAUMAN, R. H.,
PEARSON, D. C., 2003. Nutrient and microbial dynamics in high-intensity,
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Disponível em: http://www.fao.org/fishery/countrysector/naso_brazil
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Rome 198p.
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State of world aquaculture 2006. FAO Fisheries Department, Rome 147p.
13
HOPKINS J. S., HAMILTON II R., D., SANDIFER P. A., BROWDY C. L., STOKES
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Journal of the World Aquaculture Society 24: 304 320.
MADRID, R. M. 2005. “Análise das exportações da carcinicultura brasileira de 1999 a
2003: cinco anos de sucesso e, 2004, o início de uma nova fase. Que fazer?”
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1.
OGLE, J. T., FLOSENZIER, A. V, LOTZ, J. M.. 2006. USM-GCRL Large Scale
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bases para um desenvolvimento sustentável. CNPq/Ministério da Ciência e da
Tecnologia. Brasília, 399 p.
PEIXOTO, S., WASIELESKY, W., CAVALLI, R. O., SANTOS, M. H. S.,
POERSCH, L. H.. 2005. Diretrizes para o desenvolvimento responsável da
carcinicultura na região do estuário da Lagoa dos Patos, Rio Grande do Sul,
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PEIXOTO S., WASIELESKY, W. J., LOUZADA, L. J. 2003. Comparative Analysis of
Pink Shrimp, Farfantepenaeus paulensis, and Pacific White Shrimp,
Litopenaeus vannamei, Culture in Extreme Southern Brazil. J. Applied Aquac.
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ROUBACH, R. E. S., CORREIA, S., ZAIDEN, R., MARTINO, C., CAVALLI, R.
2003. Aquaculture in Brazil. World Aquaculture. 34: 28-35.
14
SANDIFER, P., A., HOPKINS, S. 1996. Conceptual Design of a Sustainable Pond-
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WASIELESKY, W. Jr., POERSCH, L. H., PEIXOTO, S. SOARES, R. B.,
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dos cultivos marinhos no estuário da lagoa dos patos, RS. In: Sistemas de
cultivos aqüículas na zona costeira do Brasil: recursos, tecnologias, aspectos
ambientais e sócio-econômicos. Organizadores Gilberto F. Barroso, Luís H.
Poersch, Ronaldo Cavalli. Rio de Janeiro: Museu Nacional, (série livros; 26)
316p.
15
CAPÍTULO I
ANALISE DA VIABILIDADE DE DUAS SAFRAS NO
CULTIVO DO CAMARÃO-BRANCO Litopenaeus vannamei
EM VIVEIROS NO SUL DO BRASIL
O Presente capítulo segue as normas para publicação da revista Aquaculture.
Co-autores: Wilson Wasielesky Junior, Eduardo Ballester e Ronaldo O. Cavalli.
16
ANALISE DA VIABILIDADE DE DUAS SAFRAS NO CULTIVO DO
CAMARÃO-BRANCO Litopenaeus vannamei EM VIVEIROS NO SUL DO
BRASIL
Krummenauer, D., Wasielesky, W.Jr., Ballester, E. L. C., Cavalli, R. O.
Fundação Universidade Federal do Rio Grande Programa de Pós-graduação em
Aqüicultura. C.P. 474, Cep: 96201-900, Rio Grande, RS, Brasil.
17
RESUMO
O sul do Brasil se caracteriza por apresentar temperaturas baixas durante o
inverno, restringindo os cultivos de camarão aos meses mais quentes, que normalmente
se estende de novembro a abril. Como qualquer outra atividade produtiva, o sucesso da
carcinocultura depende principalmente, se não exclusivamente, da sua rentabilidade.
Uma das estratégias para se aumentar a rentabilidade está na produção de pescado em
épocas que o mesmo não esteja disponível no mercado, o que seria possível através da
produção de duas safras anuais. A primeira despesca seria realizada no início do verão,
época que coincide com o período de defeso da pesca comercial no RS, e uma segunda
despesca durante o outono. Este trabalho teve por objetivo avaliar a viabilidade
econômica e a performance de Litopenaeus vannamei cultivado em diferentes
densidades e em dois sistemas de cultivo (dois ciclos de engorda consecutivos ou um
ciclo prolongado). O experimento foi realizado em uma fazenda localizada no estuário
da Lagoa dos Patos, RS. O delineamento experimental foi constituído por dois blocos de
9 cercados com 3 tratamentos (10, 25 e 40 camarões/m
2
) com 3 repetições cada. O
primeiro bloco de gaiolas foi despescado após 75 dias e reestocados por mais 75 dias
para simular o segundo ciclo de cultivo, no outro bloco de cercados foi simulado um
ciclo longo de cultivo (150 dias). Ao final do experimento, a sobrevivência e o peso
final variou de 79 a 91% e 6,67 a 14,53g respectivamente. A biomassa estimada por
hectare variou de 742 a 4.227kg/há e peso final dos camarões (13.05 to 13.21g)
resultando em altas produtividades (R$ 12.915,00 a 20.599,00). A análise econômica
indica de que a melhor estratégia de cultivo para a região sul do Brasil seja um ciclo
longo de cultivo. No entanto, esta alternativa limita ao produtor oferecer o camarão
somente uma vez por ano. Sendo assim, o presente estudo sugere a realização de
estudos que considerem a disponibilidade de camarão em diferentes épocas do ano.
18
ABSTRACT
Considerable low temperatures naturally occur during winter and autumn at
Southern Brazil, restricting marine shrimp culture to the warmer season (November to
April). In order to better utilize this period shrimp farmers must consider the culture
strategy regarding stocking densities and extent of culture cycles. Other important
aspect associated with shrimp culture feasibility is shrimp farm price fluctuations. At
Rio Grande do Sul Brazil, shrimp market price is primarily regulated by native shrimp
landings from Patos Lagoon estuary. This landings are restricted, by regulation, to
shrimp fishing season which starts in February 1
st
. In order to avoid market competition
with captured shrimp, farmers may consider the culture in two crops, harvesting the first
crop before the start of the landing season and the second crop after the end of the
landings, therefore achieving better marketable prices. Hence, the aim of this study was
to evaluate shrimp performance and feasibility of Litopenaeus vannamei cultured at
different densities in two management approaches: culture in two consecutive short
cycles or culture in one longer cycle. The study was performed in a commercial shrimp
farm located in the vicinity of Patos Lagoon estuarine area. The experimental design
consisted of two sets of nine pens installed in an earthen pond. Each set was used for
three treatments (10, 25 and 40 shrimp/m
2
) with three replicate pens. In one set of pens
shrimp were harvested after 75 days and pens were restocked for another 75 days
culture cycle to simulate a two crop culture system, in the other set of pens shrimp were
cultured in one longer cycle (150 days). At the end of the trial shrimp survival and final
weight ranged from 79 to 91% and 6.67 to 14.53g, respectively. Produced biomass per
hectare and profitability were estimated from the results of each set of pens and shrimp
price at harvest time. Feasibility analysis pointed towards the culture at higher densities
(25 and 40 shrimp/m
2
) in one longer cycle, because produced biomass (2,274 to 4,227
kg/ha) and shrimp final weight (13.05 to 13.21g) resulted in higher profitability (US$
7,761.00 to 12,379.00). This result may vary according to catches of native shrimp and
market situation at time of harvest, therefore farmers must consider these variables to
define the production strategy.
19
1- INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, a indústria do camarão cultivado vem passando por sérios
problemas econômicos, o surgimento de enfermidades associados com um manejo
inadequado dos produtores geraram uma redução da produtividade média brasileira
(Madrid, 2005). Entretanto o camarão é uma das commodities mais importantes entre os
frutos do mar (FAO, 2003). Pesquisadores da Fundação Universidade Federal do Rio
Grande FURG, Rio Grande, Brasil com a finalidade de obter informações sobre a
viabilidade técnica e econômica da atividade para o estado do Rio Grande do Sul.
Os primeiros experimentos com Litopenaeus vannamei em viveiros de terra
foram realizados na Estação Marinha de Aquacultura da FURG, foram testadas as
densidades de estocagem entre 10 e 20 camarões/m
2
. Após 120 dias de cultivo os
camarões apresentaram peso médio final acima de 12g e sobrevivências superiores a
85% (Peixoto et al. 2003). Os resultados são comparáveis com os obtidos em outros
estados brasileiros, o que capacita a região sul do Rio Grande do Sul a ser um
importante centro no cultivo de camarão marinho.
No sul do Brasil a temperatura da água pode apresentar valores de 9ºC durante o
inverno (Baumgarten & Niencheski, 1990), restringindo os cultivos de camarão as
estações mais quentes (novembro a abril). Além da temperatura, a densidade de
estocagem é outro parâmetro que está associado ao desempenho dos camarões.
(Naranjo-Paramo et al. 2004 & Li et al. 2007). Demonstrando que a densidade de
estocagem é um dos mais importantes parâmetros que afeta a sobrevivência e o
crescimento dos crustáceos, apresentando influência direta na biomassa final e na
produtividade. (Wyban & Sweeney 1991). A relação inversa entre a densidade de
estocagem e o crescimento e também entre a sobrevivência de peneídeos foi
demonstrada em várias espécies e diferentes fases por diversos estudos anteriores
(Sandifer et al. 1993; Rodriguez et al. 1993; Wasielesky et al. 2001). Sabe-se então, que
a densidade de estocagem afeta negativamente a sobrevivência e o crescimento de
organismos cultivados. No entanto, menores densidades de estocagem resultam em
menores produtividades. Portanto, é necessário que se faça a redução dos custos através
da produção de biomassas maiores, dentro dos limites máximos de densidade de
estocagem suportados pelos organismos e pelo ambiente (Allan & Maguire 1992).
20
Segundo Shang (1992), três fatores afetam esta rentabilidade: níveis de
produção, custos de produção e preços de mercado. No extremo sul do Brasil, uma das
estratégias para se aumentar os ganhos está na possibilidade de se colocar o pescado no
mercado em uma época que o mesmo não está normalmente disponível. Isto seria
possível através da produção de duas safras anuais de camarão, sendo a primeira
despesca realizada no início do verão, época que coincide com o período de defeso da
pesca comercial na Lagoa dos Patos, RS, e a segunda despeca durante o outono.
Estratégia semelhante foi avaliada por Stokes et al. (2002) com L. vannamei sob duas
densidades de estocagem na Carolina do Sul (EUA). Esta região localiza-se
geograficamente a 32
0
N, enquanto o sul estado do Rio Grande do Sul localiza-se a 32
0
S,
e apresentam condições climáticas semelhantes.
Portanto, este trabalho teve por objetivo avaliar a viabilidade econômica e a
performance de L. vannamei cultivado em diferentes densidades e em dois sistemas de
cultivo, dois ciclos de engorda consecutivos ou um ciclo prolongado.
2-MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Unidades Experimentais e Delineamento
O experimento foi realizado durante dezembro de 2003 a abril de 2004 na
fazenda de cultivo de camarão Carcibrás, localizada no estuário da Lagoa dos Patos
(São José do Norte, Rio Grande do Sul, Brasil) 31
o
56’23S 52
o
00’92W.
Dezoito cercados, (20 m
2
e altura de 1,5 m) confeccionados com malha de
poliéster revestidas de PVC (SANSUY
®
) com abertura de 1,5 mm. Instaladas em um
viveiro com área de dois hectares.
O delineamento experimental foi constituído por dois blocos de nove cercados
com três tratamentos (10, 25 e 40 camarões/m
2
) e três repetições cada. Na primeira
estocagem, em dezembro de 2003, foram estocados camarões em todas as unidades
experimentais, sendo que, após 75 dias, nove cercados foram despescados para análise
do crescimento e sobrevivência (ciclo curto 1 CC1). Novos camarões foram estocados a
fim de simular uma segunda safra anual (ciclo curto 2 CC2). As nove unidades
experimentais remanescentes permaneceram com camarões durante cerca de 150 dias
até o outono, quando também foram despescados (ciclo longo CL) (Figura 1).
21
Figura 1. Modelo do delineamento experimental.
2.2 Aclimatação e alimentação dos camarões.
Pós- larvas de L. vannamei adquiridas do laborario AQUATEC, Rio Grande do
Norte, foram mantidas no laborario de Maricultura da FURG (EMA) durante 15 dias
para aclimatação. Nos tanques de pré-berçário, as pós-larvas (PL
10
) foram alimentadas
com ração específica para camarões marinhos na fase de berçário (CR40 - Purina )
durante 15 dias. Quando os camarões atingiram um peso médio 0,11 gramas, foram
aclimatados de acordo com as condições de salinidade, temperatura, e alimentação
encontradas no ambiente de cultivo, e transferidas para as unidades experimentais. As
PLs estocadas no segundo ciclo foram adquiridas no mesmo laboratório e foram
mantidas nas mesmas estruturas do primeiro ciclo até atingirem 0,17 gramas e serem
transferidas para as unidades experimentais.
Durante o experimento os camarões foram alimentados quatro vezes por dia com
uma ração comercial (35 % PB), em bandejas. A taxa inicial de arraçoamento foi de 10
% da biomassa total, sendo corrigida em função do consumo alimentar observado nas
bandejas. Para a obtenção dos valores de conversão alimentar aparente foi considerado
os dados de alimento total ofertado, subtraindo-se os restos das bandejas e os dados de
incremento da biomassa.
A cada 15 dias, 50 camarões de cada cercado foram capturados, pesados em uma
balança (precisão de 0,01g) e retornados aos respectivos cercados. No final de cada
ciclo de cultivo, foi realizada a pesagem e contagem de todos os camarões em cada
cercado para a determinação das taxas de sobrevivência. As taxas de crescimento
semanal foram calculadas para cada período.
22
2.3 Monitoramento dos Parâmetros Ambientais.
O monitoramento da salinidade, temperatura e oxigênio dissolvido foram
realizados diariamente com termômetro de mercúrio, refratômetro manual e oxímetro
digital (Handylab OX1 SCHOTT), respectivamente. Em intervalos de dois dias, foram
determinados o pH e as concentrações de amônia. O pH foi determinado com pHmetro
(Handylab 2 BNC SCHOTT), enquanto a amônia foi determinada por UNESCO (1983).
2.4 Análise Estatistica.
Os dados de sobrevivência e peso final dos camarões em cada tratamento foram
submetidos à análise de variância (ANOVA), levando-se em consideração as premissas
necessárias. Sendo detectadas diferenças significativas (P<0,05), foi aplicado o teste de
Tukey. Baseadas nestes resultados foram calculadas as biomassas finais obtidas em
cada densidade de estocagem. Para satisfazer os pressupostos da ANOVA, os resultados
de sobrevivência foram transformados pelo arco-seno da raiz quadrada.
2.5 Análise econômica
Os lucros alcançados em cada uma das diferentes densidades nos dois
tratamentos foram submetidos à análise econômica. Para esta análise, utilizaram-se
valores reais fornecidos pela administração da fazenda Carcibrás na época em que foi
realizado o experimento, sendo considerado o preço de venda dos camarões nas
diferentes classes de tamanhos, enquanto o rendimento bruto (valor de venda do
camarão) foi calculado a partir da multiplicação da biomassa estimada por tratamento
nas diferentes densidades pelo valor do quilo do camarão nas diferentes classes de
tamanho (conforme o peso final médio alcançado em cada densidade).
Para o calculo dos custos fixos (depreciação), foram considerados as seguintes
taxas anuais: aeradores, 10%; comportas, 5%; taludes, 5%; rede elétrica, 10%; demais
equipamentos (oxímetros, ph metro, salinômetro, bandejas, tarrafas, redes, estacas,
caixas, etc.), 20%.
Posteriormente aos cálculos dos custos do cultivo, estes valores foram
descontados do rendimento bruto, chegando a uma estimativa do rendimento liquido por
hectare nas diferentes densidades de estocagem. Todos os valores são expressos em
23
Real (R$) e a cotação oficial do Dólar americano (US$) na época da realização do
experimento era de US$ 1 = R$ 2,94.
A metodologia para o cálculo do rendimento foi baseada nos trabalhos
realizados por Shang (1992) e Finco et al. (2004).
3. RESULTADOS
As temperaturas registradas ao longo do experimento podem ser visualizadas na
figura 2.
1 12 23 34 45 56 67 78 89 100 111 122 133 144
Tempo (dias)
16
18
20
22
24
26
28
30
32
Temperatura
o
C
Figura 2. Variação da temperatura ao longo do experimento.
A temperatura média da água superficial no viveiro durante o período do
experimento foi de 24,5 °C. A salinidade média foi de 9,9. Os valores médios, máximos
e mínimos dos parâmetros ambientais medidos no decorrer do experimento estão
representadas na tabela 1.
Tabela 1. Valores médios, máximos e mínimos dos parâmetros físico-químicos da água
durante os 150 dias de experimento.
Média (dp)
Máxima
Mínima
Temperatura (°C)
24,5 (±2,2)
30,7
18,5
Oxigênio (ppm)
3,48 (±1,32)
6,7
1,1
Salinidade
9,9 (±4,3)
16
4
pH
7,47 (±0,42)
8,7
6,7
Amônia (mg/L)
0,59 (±0,31)
1,00
0,02
Secchi (cm)
49,82 (±22,67)
100
16
24
Os valores de oxigênio decresceram no decorrer do experimento, esta variação
pode ser observada na figura 3.
1 11 21 31 41 51 61 71 81 91 101 111 121 131 141
Tempo (dias)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Oxigênio (mg/l)
Figura3. Variação do oxigênio ao longo do experimento.
As médias de sobrevivência nos diferentes tratamentos variam entre 79 e 94%,
mas não apresentam diferenças significativas entre si (p>0,05). Os pesos médios finais
registrados no final do experimento variaram entre 6,67 e 14,53g entre as diferentes
densidades. Foram detectadas diferenças significativas (p<0,05) entre os pesos finais
nas diferentes densidades (Tabela 2).
25
Tabela 2. Média desvio padrão) do peso inicial, peso final, taxa de crescimento semanal (TCS), sobrevivência (%), biomassa final por cercado,
produtividade final por hectare e taxa de conversão alimentar aparente (TCA) no cultivo de Litopenaeus vannamei durante150 dias.
Ciclos curtos
Ciclo longo
Primeiro ciclo
Segundo Ciclo
Densidade
10
25
40
10
25
40
10
25
40
Sobrevivência
93
a
± 3.0
86
a
± 5.5
82
b
± 4.5
94
a
± 4.2
91
a
± 2.0
79
b
± 6.0
91
a
± 3.0
84
a
± 3.6
80
b
± 5.5
Peso inicial
0,12 ± 0,05
0,12 ± 0.05
0,12 ± 0.05
0,17 ± 0.16
0,17 ± 0,16
0,17 ± 0,16
0,12 ± 0,05
0,12 ± 0,05
0,12 ± 0,05
Peso final
7,98
a
± 1,14
7,67
a
± 1,05
6,67
a
± 0,82
12,94
b
± 1,77
10,88
c
± 1,62
9,34
d
± 1,61
14,53
e
± 1,85
13,05
f
± 1,86
13,21
f
± 1,78
TCS
0,73
a
±0,06
0,70
a
±0,06
0,61
a
±0,05
1,19
b
± 0,10
0,99
c
± 0,09
0,85
d
± 0,53
0,67
e
± 0,04
0,60
f
± 0,02
0,61
f
± 0,02
Biomassa final
1,4
a
±0,21
3,2
b
±0,28
4,3
c
±0,21
2,4
d
±0,16
4,9
e
±0,26
5,9
e
±0,26
2,6
f
±0,17
5,4
g
±0,26
8,4
h
±0,34
Produtividade
742
1.649
2.187
1.220
2.475
2.951
1.322
2.740
4.227
TCA
2,03
2,27
2,43
1,72
1,86
1,92
1,94
2,03
2,12
* Letras iguais numa mesma linha indicam que não foram verificadas diferenças significativas (p>0,05).
26
De acordo com os resultados de sobrevivência e crescimento foram estimadas as
biomassas por cercado e, posteriormente, transformadas em produtividade, as quais
variaram de 742 a 4.227 kg/ha. As taxas de conversão alimentar aparente nas diferentes
densidades de estocagem variaram de 1,72 a 2,27. Estes resultados estão detalhados na
tabela 2.
As médias dos pesos dos camarões nos diferentes tratamentos nas diferentes
densidades de estocagem ao longo do experimento são apresentadas na figura 4.
0 15 30 45 60 75
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Peso (gramas)
10 camaes/m
2
25 camaes/m
2
40 camaes/m
2
0 15 30 45 60 75
-2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Peso (gramas)
10 camaes/m
2
25 camaes/m
2
40 camaes/m
2
1
0
ciclo
a)
2
0
ciclo
b)
27
0 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150
Tempo (dias)
-2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Peso (gramas)
10 camarões/m
2
25 camarões/m
2
40 camarões/m
2
Figura 4. Crescimento dos camarões nas diferentes densidades de estocagem ao longo
do experimento. a) crescimento no tratamento do primeiro ciclo ao longo de 75 dias de
cultivo (tratamento 1). b) crescimento no segundo ciclo ao longo de 75 dias de
experimento (tratamento 2). c) crescimento em um único ciclo ao longo de 150 dias de
experimento (tratamento 3).
Os valores de mercado do camarão variam de acordo com a oferta do mercado,
na tabela 3 observamos os valores no período de dezembro de 2004 e de abril de 2005.
Tabela 3. Classificação por peso (g) e preços do camarão no período de realização do
experimento (dezembro de 2004 - abril de 2005).
Tamanho (gramas)
Dezembro 2004
R$
Abril 2005
R$
6-7
7,83
5,80
7-8
8,77
6,50
8-9
9,12
6,61
9-10
10,34
7,39
10-11
11,48
8,17
11-12
12,53
8,95
12-13
14,59
9,73
13-14
15,75
10,51
14-15
16,93
11,29
Fonte: Fazenda Carcibrás.
Os rendimentos líquidos estimados para as diferentes densidades nos tratamentos
de um ou dois ciclos são apresentados na tabela 4.
Ciclo longo
c)
28
Tabela 4. Densidade de estocagem (camarões/m
2
), produtividade (kg/ha), lucro bruto
por hectare (R$), custos variáveis (R$), custos fixos (R$) e lucro liquido estimado por
hectare.
Densidade
Safra
Produtividade
Lucro bruto/ ha
Custos
variáveis
Custos
fixos
Lucro
líquido
10
CC
1.962
17.626,00
9.926,99
1.364,00
6.335,01
25
CC
4.124
31.120,64
21.345,09
1.964,00
7.811,55
40
CC
5.138
36.263,90
29.690,49
2.364,00
4.209,41
10
CL
1.322
14.925,38
7.067,02
1.364,00
6.494,36
25
CL
2.740
28.797,40
13.918,30
1.964,00
12.915,10
40
CL
4.227
44.425,77
21.461,86
2.364,00
20.599,91
Fonte: Fazenda Carcibrás, Associação Gaucha de Criadores de Camarão, Companhia
Estadual de Energia Elétrica e Purina.
1 US$ = 2.94 (Fonte: Banco Central do Brasil)
4. DISCUSSÃO
A temperatura afeta diretamente o metabolismo, consumo de oxigênio,
crescimento e sobrevivência dos crustáceos (Lowery, 1988; Lester & Pante, 1992;
Coman et al, 2002; Quing-Lu et al., 2007). O camarão branco L. vannamei pode
sobreviver a uma ampla faixa de temperatura (15-35ºC), embora sua faixa de crescimento
se situe entre 24- 35°C e a faixa ideal, em 28-32°C (Van Wyk & Scarpa, 1999). Ponce-
Palafox et al. (1997), analisando o efeito de diferentes temperaturas no crescimento de
L. vannamei. observaram que os camarões apresentaram relativa imobilidade e
diminuíram o consumo alimentar com temperaturas a 20°C. Peixoto et al. (2003)
reportam uma redução no crescimento de L. vannamei quando a temperatura ficou
abaixo de 19ºC. Durante as primeiras semanas do presente trabalho a temperatura
decresceu até 18°C, certamente afetando o crescimento dos camarões, o que pode ter
refletido nas taxas de crescimento semanal dos camarões, entretanto os valores
registrados permaneceram dentro da faixa de tolerância da espécie, não afetando assim a
sobrevivência dos camarões.
Segundo Zhang (2006), o oxigênio dissolvido é o fator determinante para o
sucesso de um cultivo de camarão e são recomendadas concentrações de oxigênio
dissolvido acima de 5mg/l (Boyd, 1989; Van Wyk & Scarpa, 1999; McGraw et al. 2000;
Cheng et al. 2003; Zhang et al. 2006). Por outro lado, concentrações abaixo de 2,8mg/l
podem causar hipoxia nos crustáceos, afetando o crescimento, sobrevivência,
alimentação e a capacidade de osmorregulação (Allan & Maguire, 1991; Wannamaker
29
& Rice, 2000; Mugnier & Soyez, 2005). Hopkins et al. (1991) relatam que o nível letal
para L. vannamei seria de 1mg/l. Desta forma, os valores registrados neste trabalho
ficaram próximo do nível letal da espécie e podem ter afetado o crescimento e
sobrevivência dos camarões. Outros parâmetros de qualidade de água monitorados
durante o experimento (pH, salinidade e amônia) permaneceram dentro dos limites
satisfatórios para o cultivo de L. vannamei (Van Wyk & Scarpa, 1999; Lin & Chen,
2001).
O presente trabalho demonstrou a correlação negativa do crescimento com a
densidade de estocagem observados em outros estudos com L. vannamei (Sandifer et al.
1993; Moss & Moss, 2004) e também para outras espécies (Martin et al. 1998;
Wasielesky et al. 2001; Coman et al. 2004). Os pesos médios finais diferiram
significativamente entre si, com exceção no primeiro ciclo (CC1), possivelmente pelas
baixas temperaturas registradas no inicio do experimento. Assim como o crescimento, a
sobrevivência também foi inversamente proporcional à densidade de estocagem no
presente trabalho, embora não tenham diferido significativamente entre as densidades
de 10 e 25 camarões/m
2
.
Além disso, a sobrevivência ficou acima de 79% em todos os tratamentos.
Sandifer et al. (1987) registraram taxas de sobrevivência de 66, 68 e 63% nas
densidades de 10, 20 e 40 /m
2
. Altas taxas de sobrevivência registradas no presente
trabalho podem ser decorrentes do emprego de tecnologias mais avançadas que as
empregadas na época em que foram realizados os trabalhos citados. Alem disso, a
malha dos cercados permite o desenvolvimento de biofilme, podendo ter contribuído
para o desempenho do camarão. Este efeito dos substratos foi observado em outros
estudos com camarões peneídeos (Bratvold & Browdy, 2001; Moss & Moss, 2004;
Ballester et al, 2007) e sugerem que a utilização de substratos podem ser uma
ferramenta interessante que pode ser aplicado no sistema de cultivo proposto.
As taxas de conversão alimentar (TCA) registrados neste trabalho variaram entre
1,72 e 2,43 e são similares as registradas para o cultivo de L. vannamei. Valderrama &
Engle (2002) encontraram taxas que variaram de 1,42 a 4,07 no cultivo de L. vannamei
em sistemas semi-intensivos. Garza de Yta et al. (2004) registraram TCA de 1,97 a
2,12 com camarões cultivados nas densidades de 10,20 e 30 camarões/m
2
. Mais uma
30
vez, a presença de substratos e biofilme pode ter contribuído para o baixo TCA
registrado neste estudo.
Tanto a biomassa final como a produtividade (kg/ha) são fatores de extrema
importância para os produtores, pois, de forma geral, tem uma relação direta com os
lucros alcançados pelo cultivo. Em 2006, a produtividade da carcinicultura brasileira foi
de 4.276 kg/ha/ano (ABCC, 2007). Estes valores são semelhantes aos reportados para
cultivos semi-intensivos por outros autores, como, por exemplo, Samocha et al. (2004)
em estudo realizado no Estado do Texas (EUA) que possui clima tropical, com estações
bem definidas, como a região que foi realizado o presente estudo, observaram valores
que variaram entre 1.777 e 3.540 kg/ha/ciclo para cultivos de L. vannamei nos Estados
Unidos. Garza de Yta et al. (2004) analisaram a influência do berçário no período de
produção de L. vannamei em sistemas semi-intensivos e relataram produtividades acima
de 3.500 kg/ha/ciclo. Para outras espécies, como P. monodon os valores não são
diferentes. Mohanty (2001) registrou 3.120 kg/ha/ciclo. Enquanto Kasai et al. (2005)
registraram produtividades de 4.300 kg/ha/ciclo.
A baixa produtividade registrada no CC1 pode ser atribuída às baixas
temperaturas que comumente são registradas nos meses de primavera no sul do Brasil.
As baixas temperaturas podem ter sido responsáveis pelos baixos lucros estimados para
este tratamento. Contudo, acredita-se que a utilização de berçários intensivos em estufas
seja uma estratégia que possa viabilizar uma segunda safra. Esta estratégia pode ampliar
o período de cultivo. Segundo Kumlu & Klr, (2005) O uso de berçários em estufa
possibilita produzir duas safras anuais em regiões de clima temperados e subtropicais.
Zelaia et al. (2007) observaram que a utilização de berçários em ambientes fechados
(“indoor”) resultou em produtividades maiores do que com a estocagem direta. Mishra
et al. (2008) demonstraram a viabilidade de berçários intensivos em estufas com baixa
renovação de água. Estes autores observaram boas taxas crescimento, sobrevivência e
alta produtividade. Portanto, acredita-se que esta estratégia posa reduzir o período de
engorda dos camarões cultivados aumentando assim o tempo de cultivo na região.
Em termos de viabilidade, a intensificação dos cultivos aumenta não o
rendimento total, mas também os riscos e os custos de produção total por unidade de
área. Por outro lado, os custos de produção por unidade (kg) de camarão podem
diminuir em um primeiro estágio e depois de certo nível de rendimento aumentar
31
(Hirasawa, 1988). Estes custos variam de acordo com as técnicas de produção
utilizadas, níveis de aeração, número de safras por ano, utilização ou não de berçário,
densidades de estocagem utilizadas, etc. (Lambregts, 1993). Segundo Ahmed et al.
(2008) os dados de produção podem auxiliar os produtores a tomar decisões e ajustar os
sistemas de produção determinando o melhor preço para o produto final. A última
medida de variabilidade econômica de uma operação comercial é o seu lucro. A
rentabilidade é parte da produtividade, mas também está sujeito a fatores econômicos,
como custo de produção e preços de mercado (Yu et al. 2006).
No presente trabalho a análise econômica indícios de que a melhor estratégia
de cultivo para a região sul do Brasil seja a utilização de densidades mais altas (25 e 40
camarões/m
2
) em um ciclo longo de cultivo, onde o produtor possa obter camarões de
maior peso e com melhores preços de mercado. No entanto, esta alternativa limita ao
produtor oferecer o camarão somente uma vez por ano, geralmente as colheitas
coincidem com a safra local de camarão, quando os preços de mercado são menores. A
produção de camarões na área em estudo é grandemente influenciada pela extrema
variabilidade das safras anuais de camarão-rosa (Farfantepenaeus paulensis) juvenil do
estuário da Lagoa dos Patos. Sendo realizada durante o verão e inicio do outono
(D’Incao et al. 2002). Por outro lado, em anos em que a captura de camarão pela frota
artesanal seja alta, os preços de mercado podem ser baixos e afetar a viabilidade do
cultivo. Desta forma, os produtores devem considerar a situação da pesca artesanal
todos os anos, para assim definir a estratégia ideal de cultivo. Embora os resultados do
presente trabalho sugiram o ciclo longo de cultivo, sugerimos aos produtores considerar
a utilização de sistemas de berçários em estufa como uma ferramenta para ciclos de
cultivos relativamente curtos.
AGRADECIMENTOS
Ao CNPq pelo auxilio financeiro durante o mestrado, ao proprierio da fazenda
Carcibrás Danilo Faria e aos funcionários Toninho, Seu Zé e Seu Nilton. Angela Milach,
Gustavo Martinez, Ester, Victor, Tito Pisseti, Leonardo e Artur Preto pela ajuda nos 150
dias de experimento.
32
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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39
ANEXOS
Tabela 5. Relação dos custos variáveis da fazenda carcibrás no período de realização do
experimento (dezembro de 2004 - abril de 2005).
Densidade de
estocagem
Safra
Pós
Larva
Ração
Salários
Energía
elétrica
Total
10
Primeira
1.300,00
2.259,39
840,00
120,00
4.519,39
25
Primeira
3.250,00
5.614,84
840,00
322.50
10.027,34
40
Primeira
5.200,00
7.971,61
840,00
570,00
14.581,61
10
Segunda
1.300,00
3.147,60
840,00
120,00
5.407,60
25
Segunda
3.250,00
6.905,25
840,00
322,50
11.317,75
40
Segunda
5.200,00
8.498,88
840,00
570,00
15.108,88
10
Safrão
1.300,00
3.847,02
1.680,00
240,00
7.067,02
25
Safrão
3.250,00
8.343,30
1.680,00
645,00
13.918,30
40
Safrão
5.200,00
13.441,86
1.680,00
1.140,00
21.461,86
Fonte: Fazenda Carcibrás, Associação Gaucha de Criadores de Camarão, Compania Estadual de Energia Elétrica e
Purina.
Tabela 6. Relação dos bens utilizados para o cálculo de depreciação onde estão
relacionados o valor e a taxa (%) utilizada para a análise, extrapolada por hectare.
Item
Valor pago
%
Total
Aeradores
2.000,00
10
200,00
Comportas
10.000,00
5
250,00
Taludes
15.000,00
5
375,00
Rede elétrica
40.000,00
10
408,00
Galpões e casa
25.000,00
5
127,00
Sistema de
bombeamento
20.000,00
10
204,00
Demais
equipamentos
5.000,00
20
102,00
Total
1.564,00
Fonte: Fazenda Carcibrás, Associação Gaucha de Criadores de Camarão, Compania Estadual de Energia Elétrica e
Purina.
40
CAPITULO II
CULTIVO DE CAMARÕES EM MEIO HETEROTRÓFICO
EM SISTEMAS DE RACEWAY NO SUL DO BRASIL
O presente capítulo segue as normas para publicação da revista Aquaculture.
Co-autores: Silvio Peixoto, Ronaldo O. Cavalli; Geraldo K. Foes; & Wilson Wasielesky Jr.
41
CULTIVO DE CAMARÕES EM MEIO HETEROTRÓFICO EM SISTEMAS DE
RACEWAY NO SUL DO BRASIL
Krummenauer D., Peixoto S., Cavalli, R. O., Foes, G. K., Wasielesky, W. Jr.
Fundação Universidade Federal do Rio Grande Programa de Pós-graduação em
Aqüicultura. C.P. 474, Cep: 96201-900, Rio Grande, RS, Brasil.
42
RESUMO
Nos últimos anos os cultivos de camarões têm se direcionado para sistemas onde a
emissão de efluentes para o meio ambiente seja reduzida. O sistema fechado de cultivos
em estufas é baseado em baixa ou nenhuma renovação de água, alta aeração,
alimentação de boa qualidade e estímulo à produtividade natural. Além disso, no
extremo sul do Brasil nos meses de inverno as baixas temperaturas registradas
inviabilizam os cultivos de camarões. O presente trabalho teve como objetivo
determinar a densidade ótima de estocagem durante o cultivo superintensivo do
camarão-branco Litopenaeus vannamei em meio heterotrófico no sul do Brasil. Em uma
estufa retangular de 450m
2
com 3 tanques de 70m
2
cada, foram testadas 3 densidades de
estocagem (300, 400 e 500 camarões/m
2
) Os camarões apresentaram um peso inicial de
0,97g (±0,12) e foram alimentados com ração comercial de 38% de proteína bruta. Para
a formação dos agregados microbianos, houve inoculação inicial com diatomáceas
Thalassiosira weissflogii e fertilização orgânica diária respeitando a relação nominal em
peso de C/N de 20:1. Após 128 dias de cultivo os valores de crescimento, sobrevivência
e biomassa final foram considerados satisfatórios, resultando em uma produtividade de
até 3,5 Kg/m
2
.
A viabilidade do cultivode L. vannamei em meio heterotrófico em
sistemas superintensivos foi confirmada no sul do Brasil. O uso de tanques instalados
no interior de estufas possibilitam ainda o cultivo durante os meses de inverno, quando
ocorrem temperaturas consideradas abaixo da faixa ideal para o crescimento desta
espécie.
43
ABSTRACT
In the last decades marine shrimp culture has been directed towards reduced wastewater
discharge systems. The greenhouse enclosed zero exchange culture system is based on
little or no water exchange, high aeration, high quality artificial diet and development of
natural productivity within the culture tanks (microbial flocs). The present work aimed
to determine the optimal stocking density during the super-intensive culture of the white
shrimp Litopenaeus vannamei in a greenhouse enclosed raceway heterotrophic culture
system at Southern Brazil, where winter months temperatures are below the ideal levels
for the shrimp culture. The experiment was conducted in three 70m
2
tanks installed in a
450 m
2
greenhouse, each tank was stocked with L. vannamei juveniles (0.97 0.12g) at
densities of 300, 400 or 500 shrimp/m
2
. Shrimp were fed a 38% CP artificial diet twice
a day, feeding trays were use to help monitoring feed consumption. To promote
microbial flocs development all tanks received a initial inoculums of the diatom
Thalassiossira weissflogii furthermore, according to the daily quantity of diet provided,
molasses and wheat bran were added to raise to C:N nominal relation to 20:1. After 128
days of culture. the results of survival, growth and biomass achieved were considered
reasonable, generating productivities up to 3.5Kg/m
2
. These results showed the
feasibility of producing L. vannamei in a super-intensive heterotrophic system at
Southern Brazil. Furthermore, the use of greenhouse enclosed raceways allows for the
culture during winter months when the outside temperature restricts shrimp culture at
these latitudes.
44
1. INTRODUÇÃO
Recentemente os cultivos de camarão em sistemas sem renovação de água
“ZEAH” (Zero Exchange, Aerobic, Heterotrophic Culture Systems) surgiram como um
novo conceito para o desenvolvimento de uma aqüicultura responsável. Esta forma de
cultivo se caracteriza por utilizar um sistema fechado, com pouca ou nenhuma
renovação de água, o que o torna ambientalmente amigável e biosseguro. Em virtude da
diminuição na emissão de efluentes e no risco de introdução ou disseminação de
patógenos (Emerenciano et al. 2007; Boyd & Clay, 2002).
Este sistema de cultivo pode se produzir 1 kg de camarão utilizando 160 litros de
água (Otoshi et al, 2006) enquanto nos sistemas convencionais são utilizados até 64000
litros de água para produzir 1 kg de camarão (Hopkins et al, 1993). Além disso, é
possível alcançar maiores índices de produtividades, se comparado com os sistemas
tradicionais de cultivo, causando um aumento da produção para mais de 5.000 kg/ha
(Browdy et al. 2001; Hopkins et al. 1995)..
O cultivo em meio heterotrófico é baseado na formação de flocos microbianos
que são constituídos principalmente de microalgas, fezes, exoesqueletos, restos de
organismos mortos, bactérias, protozoários, invertebrados, entre outros. Estes agregados
auxiliam na assimilação dos compostos nitrogenados presentes na água de cultivo,
possibilitando que a mesma seja reutilizada por diversos ciclos (Wasielesky et al
2006a). Um aspecto importante que deve ser considerado é que a formação dos flocos
microbianos permite um melhor aproveitamento dos nutrientes originados da ração não
consumida pelos camarões (Browdy et al 2001; Burford 2003; Avnimelech 2007). Além
disso, possibilitam a utilização de ração com menores teores de proteína bruta (Moss et
al 2001; Moss, 2002; Samocha et al. 2004; Ballester et al., 2006). Burford et al. 2004,
relataram que a utilização dos flocos como alimento contribuiu significativamente no
crescimento de L. vannamei e que mais de 29% do alimento consumido pelos camarões
podem ser provenientes dos flocos bacterianos presentes no meio heterotrófico.
A tecnologia dos sistemas sem renovação de água ou com renovação limitada
teve inicio nos anos 90 na Waddel Mariculture Center, Estados Unidos (Hopkins et. al.,
1993; Sandifer e Hopkins, 1996) Neste mesmo centro de pesquisa, também foram
desenvolvidas importantes pesquisas para o desenvolvimento dos cultivos em meio
hetretrófico (Browdy et al. 2001). Alguns anos mais tarde esta tecnologia foi
45
modificada e adaptada para produções comerciais em Belize, América Central
(Mcintosh et al. 2000; Boyd & Clay, 2002; Burford et al. 2003), após este período, foi
desenvolvida nos Estados Unidos a nova geração dos cultivos super-intensivos em
escala comercial (Ogle et al. 2006).
Portanto, pode se dizer que atualmente existem dois sistemas de cultivos
intensivos, o sistema Belize e o sistema super-intensivo realizado nos Estados Unidos.
O primeiro é realizado em viveiros relativamente pequenos que utilizam densidades de
estocagem que variam de 80 a 160 camarões/m² alcançando produtividades acima de
1kg/m² (Boyd & Clay, 2002; Burford et al. 2003). O segundo é o sistema americano que
utiliza densidades de estocagens entre 300 e 900 camarões/m² com produtividades de
até 10.3kg/m² (McAbee et al. 2003; Ogle et al. 2006; Otoshi et al. 2007a). Este último
sistema exige altos investimentos tecnológicos como bomba de injeção de oxigênio
puro, injetores de ar atmosférico, sistema de filtração externo, etc. (Otoshi et al. 2007b).
Dentro deste contexto, pesquisadores da Fundação Universidade Federal do Rio Grande
(FURG) vem realizando estudos para viabilizar esta modalidade de cultivo no Brasil
(Wasielesky et al. 2006a).
Baseados nestes conceitos de uma nova aqüicultura que não agride o meio
ambiente, o presente trabalho teve como objetivo determinar a densidade de estocagem
mais adequada para o desenvolvimento do cultivo superintensivo do camarão branco L.
vannamei em meio heterotrófico no sul do Brasil.
2. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado na Estão Marinha de Aquacultura (EMA) da
Fundação Universidade do Rio Grande (FURG), Rio Grande, RS.
2.1 Delineamento experimental
O experimento foi conduzido em uma estufa retangular de 400m
2
com
três tanques de 70m
2
cada, revestidos com geomembrana
®
. A aeração dos tanques foi
realizada através de um blower de 7 hp. Os tanques foram cheios com água do mar
filtrada e tratada com uma solução de 10 ppm de cloro. Estruturas revestidas com
substratos verticais foram utilizadas para aumentar a área de superfície interna, bem
como servir de substrato para fixação de bactérias nitrificantes (Figuras 1 e 2). O
46
experimento não teve renovação de água, entretanto a água perdida pela evaporação
exigiu uma reposição de 0,35% ao dia.
Figura 1. Modelo dos tanques utilizados para o experimento.
Figura 2. Estufa utilizada para o experimento.
Pós-larvas de L. vannamei adquiridas de um laboratório comercial de camarões marinho,
localizado na rego nordeste do Brasil foram estocadas em um tanque de beário onde
permaneceram até atingir um peso médio de 0,97 (±0,28) g. As este período os
camarões foram estocados nas densidades de 300, 400 e 500 juvenis/m
2
. O experimento
foi realizado no período de 08 de dezembro de 2006 a 15 de abril de 2007, totalizando
129 dias.
47
2.2 Fertilização Orgânica
Para a formação dos agregados microbianos os tanques foram inicialmente
inoculados com diatomáceas Thalassiosira weissflogii, e após três dias iniciou-se a
fertilização orgânica que foi baseada na metodologia descrita por Avnimelech, (1999) e
Ebeling et al. (2006). Como fontes de carbono foram utilizados melaço de cana de
açúcar e farelo de trigo, este ultimo para servir como substrato para fixação de bactérias.
A ração fornecida aos camarões foi utilizada como fonte de nitrogênio. Esta fertilização
orgânica resultou em uma relação carbono-nitrogênio (C/N) de aproximadamente 20:1,
o que favorece o crescimento de bactérias heterotróficas as quais convertem o
nitrogênio inorgânico em proteína bacteriana (Avnimelech, 1999). Os camarões foram
alimentados duas vezes ao dia com ração comercial de 38% de proteína bruta, sendo
aproximadamente 10% do total de ração oferecido em bandejas para controlar o de
controlar o consumo aparente.
2.3 Variáveis Ambientais
As variáveis ambientais foram monitoradas diariamente. A temperatura, pH,
salinidade e oxigênio dissolvido registradas através de um aparelho multiparâmetros da
marca YS Modelo 556. A transparência da água através de um disco de secchi.
Amostras de água foram coletadas para análise de amônia, nitrito, nitrato e fosfato
utilizando metodologia adaptada de Strickland e Parsons (1972).
2.4 Análise do crescimento dos camarões
A cada quinze dias foram realizadas biometrias para analisar o crescimento dos
camarões. No final do experimento, foi feita a pesagem e a contagem de todos os
indivíduos para a determinação da taxa de crescimento semanal, taxa de sobrevivência,
biomassa final e produtividade média. . A taxa de conversão alimentar aparente (TCA)
foi calculada considerando os dados de ração total ofertada e os dados de incremento de
biomassa,. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA uma via)
levando-se em consideração as premissas e, quando detectadas diferenças significativas
(P<0,05), foi aplicado o teste de Tukey.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Parâmetros físico-químicos
Nos cultivos em meio heterotrófico, existe uma tendência natural de diminuição
do pH e alcalinidade dos meios, e aumento dos produtos nitrogenados (Wasielesky,
48
2006 a). No presente trabalho, os valores médios dos parâmetros físico-químicos estão
apresentados na tabela 1. Estes se mantiveram dentro das faixas recomendados para o
cultivo da espécie por Van Wyk & Scarpa (1999).
Tabela 1 Parâmetros físicos e químicos registrados ao longo do experimento.
300 camarões/m
2
400 camarões/m
2
500 camarões/m
2
Amônia (mg/l)
0,41
a
±0,70
0,40
a
±0,79
0,19
b
±0,29
Nitrito (mg/l)
1,33
a
±2,80
0,72
b
±1,92
0,45
b
±1,64
Nitrato (mg/l)
18,17
a
±29,99
13,72
a
±20,74
26,01
a
±43,26
Fosfato (mg/l)
1,66
ac
±1,49
0,87
b
±1,11
1,77
ac
±1,50
Oxigênio (mg/l)
6,02
a
±1,70
6,75
a
±1,70
5,62
a
±1,72
pH
7,45
a
±0,41
7,50
a
±0,55
7,35
a
±0,43
Salinidade
25,1
a
±3,63
21,6
a
±6,64
24,1
a
±2,63
Temperaturas (
o
C)
29,0
a
±2,14
30,2
a
±2,38
29,5
a
±2,24
* Letras iguais numa mesma coluna indicam que não foram verificadas diferenças significativas (p>0,05).
Em sistemas fechados, um dos maiores problemas é a rápida eutrofização dos
tanques, resultado das crescentes concentrações de nutrientes e matéria orgânica durante
o período de cultivo (Takur & Lin, 2003). Cohen et al. (2005) comentam que o fluxo de
amônia tem sido associado ao atraso no desenvolvimento das bactérias nitrificantes ou
ao fluxo geral das concentrações de fitoplâncton. Em sistemas fechados de produção de
camarão em altas densidades a variação da amônia parece ser um fenômeno natural com
limitado impacto no crescimento e sobrevivência dos camarões (Burford et al. 2003).
Avnimelech (1999) cita que, a acumulação de compostos nitrogenados na água é um
dos principais problemas dos sistemas intensivos. O mesmo autor relata que a forma
mais eficiente de se imobilizar a amônia é a adição de uma fonte de carbono na água.
Esta técnica tem sido eficiente para a imobilização destes compostos e também
possibilita um aumento da quantidade de agregados microbianos no cultivo (Samocha,
et al. 2007). No presente trabalho os valores registrados permaneceram dentro dos
níveis recomendados para o cultivo, entretanto foram registrados picos elevados de
amônia que foram provavelmente imobilizados pela fertilização orgânica,
aparentemente a fertilização orgânica se mostrou eficiente para imobilizar este
49
composto nitrogenado (figura 3). Grandes flutuações de amônia têm sido observadas em
sistemas fechados, entretanto aparentemente neste sistema, os camarões toleram
concentrações maiores que nos cultivos convencionais (Takur & Lin, 2003). Buford et
al. 2003 trabalhando com altas densidades de L. vannamei demonstra que uma
concentração de 0,56mg/l de N-AT não afetou o crescimento e sobrevivência dos
camarões.
Altas concentrações de nitrito e nitrato foram eventualmente registradas ao
longo do experimento (figura 4), este processo pode ter sido causado pelos baixos
valores de oxigênio registrados nos tratamentos. Segundo Komaros & Lyberatos (1998)
as bactérias químio-autotróficas responsáveis pela nitrificação são sensíveis a baixas
concentrações de oxigênio assim condições sub-ótimas de dióxido de carbono ocorre
um aumento de nitrito que posteriormente é revertido para nitrato. Os altos valores
registrados ao longo do presente trabalho podem ter afetado o crescimento dos
camarões, pois ficaram acima dos valores considerados ideais para o cultivo da espécie
(Van Wyk & Scarpa 1999). Entretanto, McIntosh (2000) observou um bom desempenho
no crescimento e sobrevivência de L. vannamei, mesmo com altas concentrações destes
compostos.
O acumulo do fosfato registrado ao longo deste estudo foi possivelmente
resultado da constante entrada de nutrientes. Segundo Buford et al. (2003) o aumento
das concentrações de fósforo pode estimular o crescimento do fitoplâncton. Wasielesky
(2006b) argumenta que caso haja um acúmulo de fósforo haverá favorecimento de
cianobactérias, que, dependendo da espécie e concentração, podem ser maléficas aos
organismos cultivados.
50
1 15 29 43 57 70 84 98 112
Tempo (dias)
-01
00
01
02
03
04
05
TAN (mg/l)
300 camarões/m²
400 camarões/m²
500 camarões/m²
Figura 3. Concentração de amônia total nitrogenada (N- AT) nas três densidades de
estocagem.
1 15 29 43 57 70 84 98 112
Tempo (dias)
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
NO
2
-N (mg/l)
300 camarões/m²
400 camarões/m²
500 camarões/m²
Figura 4. Concentração de Nitrito (NO
2
-N) nas três densidades de estocagem.
51
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Tempo (dias)
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
PO
4
(mg/l)
300 camarões/m²
400 camarões/m²
500 camarões/m²
Figura 5. Concentração de Fosfato (PO
4
) nas três densidades de estocagem.
A temperatura média superficial da água foi de aproximadamente 30°C nas
diferentes densidades. Os valores observados foram próximos daqueles considerados
ideais para o crescimento de L. vannamei. (Samocha et al. 2007, Ponce-Palafox et al
1997). A salinidade média foi de 25,1, 21,6 e 24,6 respectivamente nas diferentes
densidades. Os resultados estão de acordo com Bray et al. (1994), Que considera as
salinidades entre 15 e 25 como sendo as ideais para o cultivo de L. vannamei. Estes dois
parâmetros não apresentaram diferenças significativas (p<0,05) entre as diferentes
densidades, além disso, os valores registrados permaneceram dentro da faixa
considerada ideal para o cultivo da espécie, portanto, acredita-se que estes parâmetros
não tenham afetado negativamente o crescimento e a sobrevivência dos camarões,
que estiveram perto do ideal.
Para os peneídeos, o baixo pH pode retardar o crescimento e reduzir a
sobrevivência, isto foi determinado para Penaeus monodon e Farfantepenaeus
chinenses e no camarão de água doce Macrobrachiun rosenbergii (Allan and Maguire,
1991; Wang et al., 2002; Chen & Chen, 2003). De acordo com Wasielesky et al.
(2006b), trabalhando com L. vannamei em cultivos em meio heterotrófico, quando o pH
está abaixo de 7,0 ocorre diminuição nas taxas de crescimento e conversão alimentar.
No presente trabalho, os valores permaneceram dentro dos considerados ideais para a
52
espécie, entretanto, os valores mínimos registrados podem ter influenciado
negativamente o crescimento dos camarões.
Com relação ao oxigênio, a aeração constante manteve os valores acima de
2,7mg/l, entretanto foram registrados níveis abaixo da faixa recomendada para o
crescimento da espécie que são concentrações acima de de 5mg/l, isto possivelmente
afetou as taxas de crescimento nas diferentes densidades (Van Wyk & Scarpa, 1999).
Entretanto, a sobrevivência dos camarões no presente estudo provavelmente não foi
afetada, pois Segundo Hopkins et al. (1991) o nível letal para L. vannamei é de 1mg/l.
3.2. Crescimento e Produtividade
A sobrevivência pode ter sido afetada pelo efeito da densidade de estocagem,
apresentando diferenças marcantes entre os tratamentos, ficando abaixo de 80% nas
densidades de 400 e 500 camarões/m² (Tabela1). Resultados semelhantes foram
encontrados por Otoshi et al. (2007b) que trabalhando L. vannamei nas densidades de
200 e 400 camarões/m² observou sobrevivências de 80.9 e 73.3% respectivamente.
Tabela 1: Peso médio, inicial e final, sobrevivência (%), biomassa final (kg), taxa de
conversão alimentar (TCA), taxa de crescimento semanal (TCS) e produtividade média
(kg/ha) de L. vannamei cultivado por 129 dias em diferentes densidades.
Densidade
Peso
inicial
±DP
Peso
final
±DP
Sobrevivência
(%)
Biomassa
final (kg)
TCA
TSS
Produtividade
kg/m
2
300/m
2
0,97
±0,28
13,11
a
±1,70
84,8
233,46
1,27
0,65
3,33
400/m
2
0,97
±0,28
8,36
b
±0,93
77,7
181,88
1,35
0,45
2,59
500/ m
2
0,97
±0,28
9,68
b
±1,20
72,4
245,29
1,43
0,47
3,50
* Letras iguais numa mesma coluna indicam que não foram verificadas diferenças significativas (p>0,05).
As taxas de crescimento foram variáveis ao longo do experimento, ficando
acima de 0,45 g/semana nas densidades de 400 e 500 camarões/m² e de 0,65 g/semana
na densidade de 300 camarões/m². Cultivos de L. vannamei com 300 camarões/m²
resultaram em um crescimento semanal de 1,44 gramas, (McAbee et al. 2003, Otoshi et
53
al. 2006). Assim como a taxa de crescimento semanal, as taxas de conversão alimentar
(TCA) foram semelhantes as registradas por McAbee et al. (2003) e Otoshi et al.
(2007b) que observaram 1,54 e 1,49 respectivamente. A eficiente taxa de conversão
alimentar registrada no presente estudo está provavelmente associada com a
disponibilidade de produtividade natural na coluna d’água (Wasielesky et al. 2006a).
Burford et al. (2004) demonstra a capacidade de L. vannamei em ingerir e reter o
nitrogênio derivado da produção natural, sugerindo que grande parte desta produção
seja oriunda dos flocos microbianos.
As baixas concentrações de oxigênio dissolvido na água podem ter afetado as
taxas de crescimento dos camarões, indicando a necessidade de injeção de oxigênio
suplementar em alguns momentos do cultivo (figura 6). Esta estratégia vem sendo
utilizada em sistemas de cultivos super-intensivos (Otoshi et al 2006, Otoshi et al.
2007), McAbee et al. (2003) sugerem a necessidade de oxigênio suplementar com
níveis de oxigênio dissolvido abaixo de 4,5mg/l. Por outro lado, os resultados de
crescimento da densidade de 300 camarões/m² foram satisfatórios, mesmo sem utilizar
oxigênio suplementar, sugerindo que o cultivo nesta densidade permita uma redução
dos custos com energia e equipamentos de aeração, sendo mais adequado a realidade
brasileira.
1 15 30 45 60 75 90 105 120
Tempo (dias)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Peso (gramas)
300 camarões/m
2
400 camarões/m
2
500 camarões/m
2
Figura 6. Crescimento de. L. vannamei cultivado por 129 dias em diferentes densidades.
54
Os resultados de produtividade observados foram acima de 2,5kg/m² nas
diferentes densidades utilizadas no presente estudo. Estudos recentes de cultivos de L.
vannamei com densidades semelhantes registram produtividades acima da observada no
presente estudo, com valores que variaram de 4,5 -10 kg/m². (McAbee et al. 2003,
Otoshi et al 2006 e Otoshi et al. 2007a). Entretanto, estes cultivos empregaram altos
recursos tecnológicos, como oxigênio suplementar, filtros externos, camarões SPF (livre
de vírus) e rações que possuem formulações específicas para o cultivo em meio
heterotrófico.
Este é o primeiro cultivo em escala comercial realizado no Brasil, os resultados
demonstraram que é possível produzir mais de 3kg de L. vannamei por m², em sistemas
super-intensivos sem renovação de água o que equivale à 30 toneladas por hectare em
viveiros tradicionais.
Os resultados obtidos no presente trabalho demonstram a viabilidade de cultivar
o camarão-branco L. vannamei em meio heterotrófico utilizando sistemas
superintensivos no sul do Brasil. A densidade de 300 camarões/m² apresenta os
melhores resultados de crescimento, sobrevivência e biomassa final, sendo assim,
recomendada para os cultivos em meio heterotróficos no sul do Brasil.
AGRADECIMENTOS
Ao CNPq pelo auxilio financeiro durante o mestrado, a empresa SulQuímica por
acreditar e financiar novas tecnologias, ao laboratorista Sandro Martins pelas análises
químicas, a Gabriela Lara, Eduardo Izzeppi, Eduardo Pahor Filho, Adriana Ferreira da
Silva, Guilherme Accorsi e Bruno Scopel pelo auxilio na rotina diária da Greenhouse.
55
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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60
CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
As baixas temperaturas registradas nos meses de outubro e novembro limitaram
os cultivos aos meses da primavera e inicio do verão. Os resultados do capitulo I
sugerem que a melhor estratégia a ser utilizada seja o cultivo em uma única safra.
Entretanto, acredita-se que no extremo sul do Brasil, a utilização de berçários em
sistemas de estufas possa reduzir o período de engorda e desta forma viabilize uma
segunda safra.
Os resultados do capitulo II demonstram a viabilidade de cultivar o camarão-
branco L. vannamei em meio heterotrófico utilizando sistemas superintensivos no sul do
Brasil. A produtividade alcançou valores próximos aos sistemas semelhantes de cultivo
utilizados nos Estados Unidos, entretanto empregando menos recursos tecnológicos do
que os empregados naquele país.
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