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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
CURSO DE DOUTORADO EM ENFERMAGEM
ELIZABETH MESQUITA MELO
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Fortaleza-Ce
2007
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ELIZABETH MESQUITA MELO
AVALIAÇÃO DE ORIENTAÇÕES SISTEMATIZADAS DE ENFERMAGEM
NO PÓS-OPERATÓRIO DE MULHERES SUBMETIDAS À
MASTECTOMIA
Tese apresentada como requisito para a obtenção do Título de
Doutor em Enfermagem, à Faculdade de Farmácia,
Odontologia e Enfermagem, da Universidade Federal do
Ceará, inserida na Linha de Pesquisa Assistência Participativa
de Enfermagem em Situação de Saúde-Doença.
Orientadora: Prof
a
. Dr
a
. Ana Fátima Carvalho Fernandes
Fortaleza-Ceará
2007
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M485a Melo, Elizabeth Mesquita
Avaliação de orientações sistematizadas de enfermagem no
pós-operatório de mulheres submetidas à mastectomia/
Elizabeth Mesquita Melo. Fortaleza, 2007.
111 f. : il.
Orientadora: Profa. Dra. Ana Fátima Carvalho Fernandes
Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Ceará.
Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem,
Fortaleza, 2007.
1. Mastectomia. 2. Orientação. 3. Enfermagem. 4. Cuidados
Pós-operatórios. I. Fernandes, Ana Fátima Carvalho (orient.).
II. Título.
CDD 616.99449
ELIZABETH MESQUITA MELO
AVALIAÇÃO DE ORIENTAÇÕES SISTEMATIZADAS DE ENFERMAGEM NO PÓS-
OPERATÓRIO DE MULHERES SUBMETIDAS À MASTECTOMIA
Tese apresentada como requisito para a obtenção do Título de Doutor
em Enfermagem, à Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem,
da Universidade Federal do Ceará, inserida na Linha de Pesquisa
Assistência Participativa de Enfermagem em Situação de Saúde-
Doença.
Data da aprovação: 20 / 03 / 2007
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________
Profª. Drª. Ana Fátima Carvalho Fernandes (Orientadora)
Universidade Federal do Ceará
__________________________________________________
Profª. Drª. Raimunda Magalhães da Silva (1º membro)
Universidade de Fortaleza
___________________________________________________
Profª Drª. Marli Vilella Mamede (2º Membro)
Escola de enfermagem de Ribeirão Preto
___________________________________________________
Profª. Drª. Marli Teresinha Gimeniz Galvão (3º membro)
Universidade Federal do Ceará
___________________________________________________
Profª. Drª. Dafne Paiva Rodrigues (4º membro)
Universidade Estadual do Cea
___________________________________________________
Profª. Drª. Andréa Gomes Linard (1º Membro suplente)
Universidade de Fortaleza
___________________________________________________
Profª. Drª. Almerinda Holanda Gurgel (2º Membro suplente)
DEDICATÓRIA
A todos os enfermeiros que buscam cada vez mais o
crescimento da enfermagem, seja por meio do
desenvolvimento de pesquisas, ou por um esmero e
dedicação no desenvolvimento das atividades assistenciais.
Aos enfermeiros que trabalham na área de Oncologia, em
especial com mulheres mastectomizadas, na esperança de
que os resultados do estudo contribuam de forma positiva
para o aprimoramento de sua prática profissional.
A todas as mulheres mastectomizadas que representaram
fonte de inspiração para o desenvolvimento deste e de
outros estudos.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
à Ao meu marido, Berni, pelo apoio durante todo o curso de doutorado e
desenvolvimento do estudo, assim como pela forte presença em minha vida.
à A minha mãe, pelo seu esforço e valorização de minha qualificação profissional.
à A toda minha família, que, mesmo indiretamente, contribuiu em mais essa vitória.
à A professora Raimunda Magalhães da Silva, eterna “madrinha”, presença constante
em toda trajetória na enfermagem, principal responsável pela inserção no caminho da
pesquisa e incentivo para ingressar no doutorado.
AGRADECIMENTOS
à A minha orientadora, Ana Fátima Carvalho Fernandes, pela contribuição na
construção do estudo, com sua valiosa orientação e disponibilidade constante.
à À Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(FUNCAP), pelo apoio financeiro no desenvolvimento do estudo.
à Ao Projeto Saúde da Mulher no Cotidiano, fonte de apoio e aprendizagem.
à A Prof
a.
Marli Vilella Mamede, por suas sugestões, contribuindo, de forma
significativa no enriquecimento do estudo.
ÃAs Prof
as.
Dafne Paiva Rodrigues e Andréa Gomes Linard, antes de tudo grandes
amigas, pela participação nesse momento tão especial e que, com certeza, somarão
esforços para a qualidade do estudo.
à A Prof
a
Almerinda Holanda Gurgel e Marli Terezinha Gimeniz Galvão, pela
cordialidade e disposição, frente ao convite para participar da Banca Examinadora.
à A Prof
a
Rosa, pela contribuição significativa na organização e análise dos resultados.
à A grande amiga Elisângela, fiel companheira durante toda a trajetória do curso de
doutorado e amiga de todas as horas, dividindo dificuldades, angústias, alegrias e
conquistas.
à A todas as colegas do curso, pela convivência inesquecível, trocando conhecimentos
e construindo alicerces para a vida profissional e pessoal.
à A Dr
a
. Josmara, médica residente da instituição que funcionou como campo de
coleta, pelos conhecimentos oferecidos e pela disposição em ajudar durante a coleta
dos dados.
à Ao Dr. Ércio, chefe do setor de mastologia da referida instituição, pois despertou
questionamentos essenciais ao enriquecimento do estudo.
à A Direção da instituição, bem como à equipe de enfermagem, em especial à
enfermeira Jaqueline, pelo apoio na concretização do estudo.
à A bibliotecária Norma Linhares, da Biblioteca de Ciências da Saúde da UFC,
exemplo de profissionalismo, pela disponibilidade e atenção dispensada.
à A todos que, direta, ou indiretamente, colaboraram no desenvolvimento desta
pesquisa e em mais essa caminhada para a qualidade profissional.
“Certamente o ciclo nunca se fecha, pois toda
pesquisa produz conhecimentos afirmativos e provoca
mais questões para o aprofundamento posterior”.
Minayo
RESUMO
Enfatiza-se a importância do acompanhamento de enfermagem no pós-operatório de
mastectomia, visando à identificação de problemas na busca da qualidade de vida da
mulher e minimização de alterações físicas e psicológicas, para sua melhor
readaptação ao ambiente social. O estudo teve como objetivo geral: avaliar a
contribuição da assistência de enfermagem desenvolvida no pós-operatório, para a
readaptação física, emocional e social da mulher mastectomizada e específicos:
identificar diferenças nas respostas físicas, emocionais e sociais entre as mulheres que
foram ou não submetidas à orientação sistematizada de enfermagem; conhecer as
complicações pós-operatórias presentes nos dois grupos de mulheres; e detectar as
dúvidas entre os grupos em relação aos cuidados necessários para a prevenção de
complicações após a mastectomia. Estudo experimental, do tipo ensaio clínico
randomizado controlado. Aplicou-se uma intervenção a um grupo de mulheres (grupo
intervenção), no pós-operatório imediato de mastectomia, para a observação de seus
efeitos, em relação a outro grupo em que não foi realizada (grupo controle). Dados
coletados entre novembro de 2005 e março de 2006, em uma instituição especializada
em oncologia, Fortaleza-Ceará. A populão constou de portadoras de doenças da
mama que realizaram cirurgia nesse período, sendo composta por 80 mulheres, 40 em
cada grupo, selecionadas aleatoriamente. Dados organizados e analisados
quantitativamente, submetidos à análise estatística. Utilizou-se o Programa Microsoft
Office Excel 2003, para o banco de dados. Considerou-se o nível de significância dos
testes igual a 5%. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética da instituição. A faixa
etária predominante foi 36 a 68 anos (87,5%); 60% procediam do interior do estado;
57,5% eram casadas. A mastectomia radical modificada com esvaziamento axilar foi o
procedimento mais realizado (56%) e o diagnóstico mais comum carcinoma ductal
infiltrante (58,8%). Identificou-se diferença estatisticamente significativa quanto à
manifestação de desamparo, falta de forças, sensação de cansaço e tensão, com um
índice de alteração emocional menor no grupo-intervenção. 57,5% do grupo
intervenção, após a cirurgia, retomaram atividades que beneficiavam a recuperação,
observado em 7,5% do grupo controle. Foram manifestadas dúvidas sobre as
atividades por 57,5% das mulheres do grupo controle e 37,5% do grupo intervenção.
Houve mais complicações cirúrgicas no grupo controle (92,5%) em relação ao grupo
intervenção (57,5%). Este grupo apresentou menos dificuldades para manusear o dreno
de sucção (7,5%), sendo 31,6% no grupo controle. O acompanhamento direcionado ao
grupo intervenção contribuiu para a adoção de atitudes positivas relacionadas aos
cuidados com o braço do lado operado. A orientação sistematizada de enfermagem no
pós-operatório de mastectomia possui valor inestimável, visto que proporciona o
esclarecimento de dúvidas a respeito da doença e da cirurgia, e possibilita a adoção de
cuidados favoráveis à recuperação mais rápida da mulher e a sua readaptação.
Palavras-chaves: Mastectomia. Orientação. Enfermagem. Cuidados Pós-operatórios.
ABSTRACT
It is emphasized the importance of nursing attendance in the post-operatory of
mastectomy aiming the identification of problems for women’s life quality and
minimization of physical and psychological alterations, so that they have a better
readaptation to social environment. The study had as its general objective to evaluate
the contribution of nursing assistance developed in the post-operatory for physical,
emotional and social readaptation of mastectomized women. The specific objectives
were: to identify differences in physical, social and emotional responses among women
who were submitted or not to nursing systematized orientation; to know the post-
operatory complications present in the two groups of women; and to identify in the
groups doubts related to necessary care to prevent complications after the mastectomy.
It is an experimental study, a randomized controlled clinical essay. An intervention was
applied in a group of women (group intervention) in the immediate post-operatory of
mastectomy to observe its effects, in relation to the other group in which the intervention
was not carried out (group control). The data was collected between November, 2005
and March, 2006 in an institution which is specialized in oncology, Fortaleza-Ceará. The
population was composed of holders of breast diseases who were submitted to
surgeries during this period, and was composed of 80 women, 40 in each group,
selected at random. The data was organized and analyzed quantitatively and submitted
to statistical analysis. The Program Microsoft Office Excel 2003 was used for the data
bank. The significance level of the tests was considered equal to 5%. The Project was
approved by the ethical committee of the institution. The predominant age group was 36
to 68 years old (87,5%); 60% came from the state countryside. 57,5% were married. The
modified radical mastectomy with axillary dissection was the most common procedure
(56%) and the most common diagnosis was infiltrating ductal carcinoma (58,8%). It was
identified significative statistical difference concerning manifestation of abandonment,
lack of vigor, feeling of tiredness and tension, with an indicator of emotional alteration
lower in the group intervention. 57,5% of the group intervention, after the surgery,
restarted activities which helped in the recuperation, what was observed in only 7,5% of
the group control. Doubts about the activities were manifested by 57,5% of women from
the group control and 37,5% from the group intervention. There were more surgery
complications in the group control (92,5%) in relation to the group intervention (57,5%).
This group presented less difficulty to use the suction drain (7,5%), being 31,6% in the
group control. The attendance directed to the group intervention contributed to the
adoption of positive attitudes towards the care with the arm from the operated side. The
nursing systematized orientation in the post-operatory of mastectomy has inestimable
value, considering it provides elucidation of doubts about the disease and the surgery,
and makes possible the adoption of care which is favorable to women’s faster
recuperation and to their readaptation.
Key-words: Mastectomy. Orientation. Nursing. Postoperative care.
RESUMEN
Se enfatiza la importancia del seguimiento de enfermería en el post-operatorio de
mastectomía, buscando la identificación de problemas en la procura de mejor calidad
de vida para la mujer y minimización de las alteraciones físicas y psicológicas, para su
mejor readaptación al ambiente social. El estudio tuvo como objetivo general: evaluar la
contribución de la asistencia de enfermería desarrollada en el post-operatorio, para la
readaptación física, emocional y social de la mujer mastectomizada y específicos:
identificar diferencias en las respuestas físicas, emocionales y sociales entre las
mujeres que fueron, o no, sometidas a la orientación sistematizada de enfermería;
conocer las complicaciones post-operatorias presentes en los dos grupos de mujeres y
detectar las dudas en relación a los cuidados necesarios para la prevención de
complicaciones después de la mastectomia. Se trata de un estudio experimental, del
tipo ensayo clínico randomizado controlado. Se aplicó una intervención a un grupo de
mujeres (grupo-intervención), en el post-operatorio inmediato de mastectomia, para una
posterior observación de sus efectos en relación a otro grupo, en que no fue realizada
la intervención (grupo-control). Datos colectados entre noviembre de 2005 y marzo de
2006, en una Institución especializada en oncología, Fortaleza-Ceará. La población
constó de portadoras de enfermedades de mama que realizaron cirugía en este
periodo, estando compuesta por 80 mujeres, 40 en cada grupo, seleccionadas al azar.
Datos organizados y analizados cuantitativamente, sometidos a análisis estadístico. Sé
utilizó el Programa Microsoft Office Excel 2003, para crear el banco de datos. Se
consideró el nivel de significancia de los test igual a 5%. El proyecto fue aprobado por el
Comité de Ética de la Institución. La franja de edad predominante fue de 36 a 68 años
(87,5%); 60% procedían del interior del Estado; 57,5% eran casadas; La mastectomia
radical modificada con vaciamiento axilar fue el procedimiento más realizado (56%) y el
diagnóstico más común carcinoma ductal infiltrante (58,8%). Se identificó una diferencia
estadísticamente significativa en cuanto a la manifestación de desamparo, falta de
fuerzas, sensación de cansancio y tensión, con un índice de alteración emocional
menor en el grupo-intervención. El 57,5% del grupo-intervención después de la cirugía,
retomaron actividades que beneficiaban la recuperación, lo que fue observado en el
7,5% del grupo-control. Manifestaron dudas sobre las actividades el 57,5% de las
mujeres del grupo-control y el 37,5% de las del grupo-intervención. Hubo más
complicaciones quirúrgicas en el grupo-control (92,5%) en comparación al grupo-
intervención (57,5%). Este grupo presentó menos dificultades para manipular el dreno
de succión (7,5%), siendo 31,6% en el grupo-control. El seguimiento dirigido al grupo-
intervención contribuyó a la adopción de actitudes positivas relacionadas a los
cuidados con el brazo del lado operado. La orientación sistematizada de enfermería en
el post-operatorio de mastectomia posee un valor inestimable, ya que proporciona el
esclarecimiento de dudas sobre la enfermedad y la cirugía, y posibilita la adopción de
cuidados favorables para una recuperación más rápida de la mujer y su mejor
readaptación.
Palabras-clave: Mastectomía. Orientación. Enfermería. Cuidados post-operatorios.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Distribuição da freqüência das mulheres segundo a lateralidade
do tumor. Fortaleza, 2006 --------------------------------------------------------------------
FIGURA 2 - Distribuição das mulheres segundo a ocorrência de
complicações. Fortaleza, 2006 --------------------------------------------------------------
43
69
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Distribuição das mulheres segundo a faixa etária. Fortaleza,
2006-------------------------------------------------------------------------------------------------
TABELA 2 - Distribuição das mulheres segundo a procedência. Fortaleza,
2006 ------------------------------------------------------------------------------------------------
TABELA 3 - Distribuição das mulheres segundo o estado civil. Fortaleza,
2006-------------------------------------------------------------------------------------------------
TABELA 4 - Distribuição das mulheres segundo a situação de estar ou não
com um companheiro. Fortaleza, 2006 ---------------------------------------------------
TABELA 5 - Distribuição das mulheres segundo a escolaridade Fortaleza,
2006-------------------------------------------------------------------------------------------------
TABELA 6 - Distribuição das mulheres segundo a ocupação. Fortaleza, 2006
TABELA 7 - Distribuição das mulheres por tipo de cirurgia. Fortaleza, 2006 --
TABELA 8 - Distribuição das mulheres segundo a localização do tumor.
Fortaleza, 2006 ----------------------------------------------------------------------------------
TABELA 9 - Distribuição das mulheres segundo o diagnóstico. Fortaleza,
2006 ------------------------------------------------------------------------------------------------
TABELA 10 - Distribuição das mulheres segundo o nível de intranqüilidade
relacionado à mastectomia. Fortaleza, 2006 --------------------------------------------
TABELA 11 - Distribuição das mulheres segundo a sensação de desamparo
relacionada à mastectomia. Fortaleza, 2006 --------------------------------------------
TABELA 12 - Distribuição das mulheres segundo a falta de forças
relacionada à mastectomia. Fortaleza, 2006 --------------------------------------------
TABELA 13 - Distribuição das mulheres segundo a demonstração de energia
relacionada à mastectomia. Fortaleza, 2006 --------------------------------------------
TABELA 14 - Distribuição das mulheres segundo a demonstração de
chateação relacionada à mastectomia. Fortaleza, 2006 -----------------------------
TABELA 15 - Distribuição das mulheres segundo a demonstração de
agitação relacionada à mastectomia. Fortaleza, 2006 --------------------------------
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39
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41
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45
46
47
48
49
50
51
TABELA 16 - Distribuição das mulheres segundo a demonstração de
infelicidade relacionada à mastectomia. Fortaleza, 2006 ----------------------------
TABELA 17 - Distribuição das mulheres segundo a sensação de cansaço
relacionada à mastectomia. Fortaleza, 2006 --------------------------------------------
TABELA 18 - Distribuição das mulheres segundo a presença de animação
relacionada à mastectomia. Fortaleza, 2006 --------------------------------------------
TABELA 19 - Distribuição das mulheres segundo a sensação de incômodo
após a mastectomia. Fortaleza, 2006 -----------------------------------------------------
TABELA 20 - Distribuição das mulheres segundo a sensação de tensão após
a mastectomia. Fortaleza, 2006 ------------------------------------------------------------
TABELA 21 - Distribuição das mulheres segundo a demonstração de tristeza
após a mastectomia. Fortaleza, 2006 -----------------------------------------------------
TABELA 22 - Distribuição das mulheres segundo a presença de fadiga após
a mastectomia. Fortaleza, 2006 ------------------------------------------------------------
TABELA 23 - Distribuição das mulheres segundo o fato de se sentir ou não
ativa, após a mastectomia. Fortaleza, 2006 ---------------------------------------------
TABELA 24 - Distribuição das mulheres em relação ao humor após a
mastectomia. Fortaleza, 2006 ---------------------------------------------------------------
Tabela 25 - Distribuição das mulheres segundo o relacionamento com a
família, após a cirurgia. Fortaleza, 2006 --------------------------------------------------
TABELA 26 - Distribuição das mulheres segundo o relacionamento com os
amigos, após a cirurgia. Fortaleza, 2006 -------------------------------------------------
TABELA 27 - Distribuição das mulheres segundo as mudanças ocorridas nos
hábitos alimentares após a cirurgia. Fortaleza, 2006 ---------------------------------
TABELA 28 - Distribuição das mulheres segundo a retomada de atividades
físicas após a cirurgia. Fortaleza, 2006 ---------------------------------------------------
TABELA 29 - Distribuição das mulheres segundo o tempo dedicado ao sono
e repouso, após a mastectomia. Fortaleza, 2006 --------------------------------------
TABELA 30 - Distribuição das mulheres segundo a presença de dificuldades
com o manuseio do dreno de portovac após a mastectomia. Fortaleza, 2006 -
52
53
54
55
56
57
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59
60
64
65
66
67
68
70
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 - Valores descritivos da idade das pacientes, por grupo.
Fortaleza, 2006----------------------------------------------------------------------------------
QUADRO - Valores Descritivos da escala de POMS ---------------------------------
QUADRO 3 - Teste de Mann-Whitney. Comparação dos grupos em relação
aos escores médios das escalas do POMS ---------------------------------------------
QUADRO 4 - Distribuição das mulheres segundo as complicações cirúrgicas.
Fortaleza, 2006 ----------------------------------------------------------------------------------
QUADRO 5 - Valores descritivos das complicações pós-cirúrgicas Fortaleza,
2006 ------------------------------------------------------------------------------------------------
QUADRO 6 - Teste de Mann-Whitney, Comparação dos grupos -----------------
QUADRO 7 - Desenvolvimento de atitudes negativas no cuidado com o
braço, após a mastectomia. Fortaleza, 2006 --------------------------------------------
QUADRO 8 - Dúvidas quanto ao cuidado com o braço ------------------------------
QUADRO 9 - Valores Descritivos por grupo ---------------------------------------------
QUADRO 10 - Teste de Mann-Whitney. Comparação dos grupos ----------------
38
61
62
70
71
71
72
74
75
75
LISTA DE ABREVIATURAS
BLNS - Biópsia de Linfonodo Sentinela
EA - Esvaziamento axilar
GC - Grupo controle
GI - Grupo intervenção
IC - Intervalo de confiança
INCA - Instituto Nacional do Câncer
MRM - Mastectomia radical modificada
MS - Mastectomia simples
POMS - Profile of Mood States (Perfil de Estados de Humor)
QII - Quadrante inferior interno
QS - Quadrante superior
QSE - Quadrante superior externo
QSI - Quadrante superior interno
QSI - Quadrante superior interno
QUADRANT - Quadrantectomia
ROOL - Radioguided Occult Lesion Localization (Localização radioguiada das lesão
oculta)
RR - Risco relativo
RTA - Retro-aureolar
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------------------------
2 OBJETIVOS -----------------------------------------------------------------------------------
2.1 Geral ------------------------------------------------------------------------------------------
2.2 Específicos ----------------------------------------------------------------------------------
3 METODOLOGIA ------------------------------------------------------------------------------
3.1 Tipo de estudo ------------------------------------------------------------------------------
3.2 Local do estudo ----------------------------------------------------------------------------
3.3 População -----------------------------------------------------------------------------------
3.4 Coleta dos dados --------------------------------------------------------------------------
3.5 Organização e análise dos dados -----------------------------------------------------
3.6 Aspectos éticos do estudo --------------------------------------------------------------
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS------------------------------------------------
4.1 Dados sócio-demográficos -------------------------------------------------------------
4.2 Aspectos emocionais ---------------------------------------------------------------------
4.3 Aspectos sociais ---------------------------------------------------------------------------
4.4 Aspectos fisiológicos ----------------------------------------------------------------------
5 DISCUSSÃO ----------------------------------------------------------------------------------
6 CONCLUSÕES -------------------------------------------------------------------------------
7 REFERÊNCIAS -------------------------------------------------------------------------------
APÊNDICES-----------------------------------------------------------------------------------
ANEXOS ---------------------------------------------------------------------------------------
16
26
26
26
27
27
27
28
30
35
35
37
37
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64
66
76
91
94
100
110
1 INTRODUÇÃO
A partir de estudos desenvolvidos anteriormente, foram identificadas diversas
dificuldades da mulher mastectomizada no que se refere aos cuidados no pós-
operatório, bem como o déficit de conhecimento a respeito das possíveis mudanças
físicas após a retirada total ou parcial da mama, como também das conseqüências
advindas dos tratamentos, como a radioterapia e a quimioterapia, os quais costumam
ser agressivos (MELO, 1999, 2001; MELO; SILVA; RODRIGUES, 2000).
Essas dificuldades podem ocasionar mudanças comportamentais, que afetam a
convivência da mulher em seu ambiente social e familiar, o que, seguramente, implicará
uma readaptação negativa, sendo fundamental o apoio da família, dos amigos e dos
profissionais de saúde (RODRIGUES et al., 1998).
Em um estudo, Melo, Rodrigues e Silva (2000) evidenciaram situações desde a
descoberta da doença até a mastectomia e tratamentos adjuvantes, com destaque para
a deficiência de orientações da mulher relativas à doença e aos tratamentos
estabelecidos, demonstrando, ainda, o seu desconhecimento em relação aos fatores de
risco, tratamento da patologia e complicações pós-operatórias.
Em outro momento, foi enfocada a reação da mulher mastectomizada ao
tratamento quimioterápico, destacando-se, mais uma vez, a deficiência de informações
referentes à doença e aos tratamentos (Melo, Silva e Lopes, 2000), bem como a
importância do acompanhamento da família durante a quimioterapia (SILVA; MELO;
RODRIGUES, 1999; MELO et al., 2002).
Melo (2001) explorou a reação da família da mulher ante a confirmação da
doença e da cirurgia, objetivando conhecer os estímulos presentes quando da
descoberta da enfermidade e durante a trajetória do tratamento, estando presente
escassez de informações, também da família, no que se refere ao câncer de mama e
aos tratamentos mais comuns.
Dessa forma, a prática vivenciada com o tema mastectomia, acompanhando a
mulher nas diferentes fases da doença e recuperação cirúrgica, evidenciou a deficiência
de maiores esclarecimentos da cliente a respeito da doença e dos tratamentos
associados, o que influencia de forma negativa seu processo de readaptação, afetando
também a família.
Pesquisas apontam a presença de sentimentos negativos por parte da mulher,
após o câncer de mama. O diagnóstico da doença representa uma ameaça, sendo
fundamental, além do apoio da família, a relação que a mulher desenvolverá com o
profissional de saúde, que deverá ser baseada na confiança, favorecendo a adaptação
e formulação de idéias (FERNANDES, 1997; FERNANDES; ARAÚJO, 2005).
Suominen (1999) constatou que a negação e a depressão constituem as defesas
psicológicas mais comumente utilizadas pelas pessoas quando acometidas por
patologias graves, como o câncer de mama. Logo, torna-se fundamental a informação
adequada sobre a doença e suas conseqüências, possibilitando à mulher o melhor
enfrentamento da situação e a adaptação mais rápida.
Fernandes, Santos e Silva (2005) abordaram aspectos relativos ao câncer de
mama, assim como os cuidados necessários em cada etapa do tratamento, relatando
de forma objetiva os aspectos importantes que a mulher deve conhecer quando se
descobrir portadora da doença.
Considerando os inúmeros estudos desenvolvidos na área de câncer de mama,
percebe-se, ainda, a importância de se explorar mais profundamente os aspectos
referentes à orientação da mulher sobre a doença e os tratamentos, bem como seu
conhecimento acerca dos cuidados exigidos para uma recuperação mais rápida. O seu
acompanhamento, na fase de pós-operatório, possibilita a melhor readaptação e a
convivência com esse estado de modo menos traumático.
Há necessidade de uma assistência mais contínua, em especial na área de
enfermagem, a essa clientela, iniciando com a confirmação do diagnóstico e passando
pela indicação e realização dos tratamentos, haja vista todas as repercussões que uma
enfermidade potencialmente letal como o câncer pode trazer.
Para o estabelecimento dessa assistência, é imprescindível o conhecimento
aprofundado dos sentimentos vivenciados pela mulher diante da mastectomia,
englobando toda a trajetória da doença, incluindo os tratamentos associados, tais como
a quimioterapia e a radioterapia, a fim de perceber o seu conhecimento relativo a tais
aspectos, bem como identificar a deficiência nas orientações realizadas pela equipe
multiprofissional, possibilitando a melhoria na qualidade da assistência prestada a essa
clientela.
Partindo do princípio de que o câncer de mama afeta o dia-a-dia das mulheres e
de seus familiares, há necessidade de se obter um conhecimento sobre a experiência
dessas mulheres, possibilitando o oferecimento de uma atenção voltada para a
assistência integral (FERNANDES; MAMEDE, 2003).
Arantes (2002) evidencia a noção de que a mulher, ao se descobrir portadora de
câncer de mama, depara-se com a própria limitação e finitude e a vivência de tais
sentimentos é significativa, pois é uma experiência nova, em que questionamentos,
conflitos e reflexões sobre si mesma, bem como sobre sua interação com os outros,
estão presentes.
Logo, enfatiza-se a importância do acompanhamento de enfermagem no pós-
operatório de mastectomia, visando à identificação de problemas na busca da
qualidade de vida da mulher após a cirurgia e minimização de alterações físicas e
psicológicas, para sua melhor readaptação ao ambiente social.
Convém destacar que o câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais
freqüente no mundo e o primeiro entre as mulheres. Mais da metade dos casos novos
ocorre em países desenvolvidos. A incidência desse mal apresentou um crescimento
contínuo na última década, talvez pelas mudanças sóciodemográficas e acessibilidade
aos serviços de saúde. Conforme estimou o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o
número de casos novos esperados para o Brasil em 2006 foi de 48.930, com um risco
estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres (BRASIL, 2006).
O INCA refere que, embora o câncer de mama possua relativamente bom
prognóstico, se diagnosticado e tratado oportunamente, as taxas de mortalidade
continuam elevadas no Brasil, muito provavelmente porque a moléstia ainda é
diagnosticada em estádios avançados (BRASIL, 2002).
O nível socioeconômico é um fator importante no prognóstico da doença
mamária, em virtude da dificuldade de acesso aos programas de prevenção secundária
e aos cuidados médicos que as classes sociais menos favorecidas encontram, mesmo
nos países mais desenvolvidos, sendo o diagnóstico estabelecido numa fase avançada
da patologia (ABREU; KOIFMAN, 2002).
O diagnóstico de câncer de mama costuma originar sentimentos de ansiedade,
tristeza e medo, estando presentes, também, conforme evidenciam Ferreira e Mamede
(2003), sentimentos de dúvidas e questionamentos, em razão do estigma de patologia
terminal e que leva a muito sofrimento e morte.
Bergamasco e Ângelo (2001) evidenciam que, apesar de o prognóstico ser
otimista para a maioria das mulheres diagnosticadas em estádios iniciais, o diagnóstico
de câncer de mama ocasiona um profundo impacto psicossocial nas pacientes e seus
familiares.
O câncer de mama afeta o equilíbrio emocional, em virtude de a mama possuir
intenso significado, representando um símbolo da beleza feminina. Ao se deparar com
a idéia de ver sua mama amputada, a mulher comumente passa por distúrbios que
abalam o seu cotidiano, valendo ressaltar que tais desordens podem ser de natureza
física ou emocional (MELO, 2001).
A doença traz em si um caráter agressivo e traumatizante, ocasionando
alterações na imagem corporal da mulher e podendo afetá-la em todas as dimensões
da vida, acarretando mudanças no desempenho de seus papéis e na percepção de sua
imagem corporal (FERNANDES; ARAÚJO, 2005; CARLSON; HAMRIN, 1994).
Ao ser confirmado o câncer de mama, um dos tratamentos a que a maioria das
mulheres é submetida é a mastectomia, cujos resultados poderão comprometê-las
física, emocional e socialmente. A mutilação decorrente da cirurgia favorece o
surgimento de muitas questões na vida das mulheres, especialmente aquelas
relacionadas à imagem corporal, representando inquietação para os profissionais que
se propõem a prestar uma assistência integral (FERREIRA; MAMEDE, 2003).
A cirurgia é um método de grande relevância no tratamento da portadora de
câncer de mama, apresentando papel importante no controle locorregional da patologia
e na indicação de tratamentos adjuvantes (Barbosa et al., 2004). A mastectomia é uma
cirurgia para retirada total ou parcial da mama, associada ou não ao esvaziamento
axilar (retirada de nódulos linfáticos da axila). Esses nódulos são estudados para
pesquisar a invasão ou não pelo tumor, para posterior orientação sobre o tratamento
complementar.
Santos (2006) destaca como o fator prognóstico mais importante no câncer de
mama localizado a presença ou ausência de metástase linfonodal. Na maioria dos
casos, o câncer de mama é disseminado inicialmente para linfonodos regionais.
A biopsia de linfonodo sentinela (BLNS) é uma técnica nova que permite um
estadiamento linfonodal mais acurado, sem a morbidade de uma linfadenectomia
completa, requerendo a colaboração da equipe cirúrgica, medicina nuclear e patologia.
A linfadenectomia seletiva proporcionada pela BLNS possui a vantagem de reduzir a
morbidade sem comprometer a cura da paciente (SANTOS, 2006).
Além das complicações associadas a qualquer procedimento cirúrgico, a
morbidade relacionada à dissecção do linfonodo sentinela é mínima, principalmente se
comparada à tradicional linfadenectomia axilar. A dissecção axilar por vezes é realizada
desnecessariamente, estando ligada a morbidades significativas. Nessa perspectiva, a
BLNS proporciona melhora importante na qualidade de vida das pacientes com tumor
de mama (BOFF et al., 2006).
Fernandes, Santos e Silva (2005) assinalam que os procedimentos cirúrgicos
mais comuns ante a detecção de um tumor maligno na mama englobam a
tumorectomia, quandrantectomia e mastectomia radical modificada, estando a escolha
do método relacionada principalmente ao estadiamento.
Diversos fatores contribuem para a segurança dos procedimentos cirúrgicos na
atualidade, dentre os quais estão o aprimoramento da anestesia e a utilização da
antibioticoprofilaxia. A cirurgia para tratamento do câncer de mama, no entanto, ainda
pode ser acompanhada de complicações, ocasionando impacto na qualidade do
tratamento e nos custos associados (BARBOSA et al., 2004).
Nesse contexto, o pós-operatório de mastectomia requer alguns cuidados,
especialmente com o braço do mesmo lado da mama operada. Melo (2001) exprime
que, após uma cirurgia para retirada da mama, a mulher passa a enfrentar situações
difíceis tanto no pós-operatório imediato, como no pós-operatório tardio, pois vivencia
momentos de desequilíbrio. As repercussões físicas podem ser evidenciadas em dores
na região cirúrgica, limitação dos movimentos do membro homolateral à cirurgia,
edema, seroma, necrose, linfedema, hemorragia, deiscência de sutura, lesão nervosa,
granuloma e queimadura, dentre outras.
Após a mastectomia, alguns cuidados devem ser considerados, tais como: o
exame mensal do local operado, assim como da outra mama, buscando alterações na
temperatura ou na coloração da pele, bem como o aparecimento de outros nódulos. A
presença de alterações deve ser comunicada imediatamente ao profissional
responsável pelo acompanhamento da cliente. Além do mais, são muito importantes o
exercício e a realização de atividades diárias, associadas ao lazer (SEGAL, 1995;
FERNANDES; SANTOS; SILVA, 2005).
No que se refere ao pós-operatório imediato, a mulher vivencia momentos de
estresse, em razão da retirada total ou parcial da mama, que lhe altera a imagem
corporal. Dessa forma, são necessários vários cuidados para que a recuperação seja
alcançada satisfatoriamente, como manipulação adequada do dreno, movimentação e
cuidados com o braço (GOZZO, 2005).
Em virtude de a mulher, atualmente, receber alta precoce, é necessário que tais
cuidados sejam orientados de forma adequada e efetiva, ainda durante a
hospitalização, estendendo-se ao período pós-operatório mediato e tardio, reduzindo,
conseqüentemente, o risco de complicações.
Destaca-se o fato de que as repercussões psicológicas após a mastectomia se
apresentam, em geral, de forma também bastante significativa, uma vez que, além de
afetarem o âmbito social da mulher, podem contribuir para reforçar o surgimento de
sintomas físicos, dificultando o autocuidado. É essencial que a mulher esteja ciente
sobre as possíveis complicações que possam vir a surgir após a cirurgia, a fim de que
passe a se comportar de forma a não ampliá-las ou acentuá-las, buscando, ainda,
ajuda especializada, quando necessário.
A mastectomia produz alterações consideráveis no dia-a-dia da mulher, pois
requer certo tempo para o retorno às suas atividades normais, além do que influencia
fortemente o seu equilíbrio emocional, podendo incorrer em sentimentos negativos
como depressão, tristeza e isolamento social, dentre outros. Essas conseqüências
refletem-se no seu ambiente familiar, uma vez que ela necessitará modificar seus
papéis dentro da família, exigindo uma reorientação nos papéis dos familiares (MELO et
al., 2005).
O impacto afeta não apenas a mastectomizada, pois se estende ao seu âmbito
familiar, contexto social e grupo de amigos, potencializando-se com a indicação dos
tratamentos associados à cirurgia, principalmente a radioterapia e a quimioterapia
(MELO, SILVA e FERNANDES, 2005).
Dessa forma, há necessidade de um acompanhamento mais intensivo à mulher,
no pós-operatório de mastectomia, em virtude de esta cirurgia ser um procedimento
traumatizante, capaz de originar repercussões físicas, representadas por complicações
e intercorrências cirúrgicas, aliadas às repercussões psicológicas, as quais poderão
provocar mudanças no seu cotidiano. O conhecimento acerca dos sentimentos
vivenciados durante toda a trajetória da doença, englobando suas dúvidas e
questionamentos, pode possibilitar a melhoria da assistência de enfermagem à mulher,
em virtude de favorecer o direcionamento da assistência para tais aspectos.
Para desempenhar o papel de educador, proporcionando orientações à
mastectomizada, o enfermeiro deve direcionar seus conhecimentos e habilidades para
a promoção de uma assistência humanizada e sistematizada, sendo essencial a
percepção dos sentimentos de medo, angústia e insatisfação por parte dela, buscando
caminhos para o desenvolvimento de estratégias e atividades que minimizem os
sentimentos negativos e as atitudes inadequadas, visando à recuperação mais rápida
da cliente (OLIVEIRA et al., 2005).
Panobianco e Mamede (2002) destacam, em meio à experiência no atendimento
a mulheres mastectomizadas e baseadas nos resultados de um estudo, a importância e
a necessidade de um acompanhamento de enfermagem a essas mulheres,
principalmente no período pós-operatório.
O que geralmente se observa, na prática, entretanto, é a dificuldade de um
acompanhamento de enfermagem mais efetivo à portadora de câncer de mama durante
toda a trajetória da enfermidade, o que incluiria orientações sobre a cirurgia,
complicações, mudanças na vida pessoal e familiar, contribuindo para a readaptação
mais rápida. Logo, percebe-se a relevância da temática, pois poderá promover a
melhoria na assistência direcionada à mulher, com o objetivo principal de favorecer sua
recuperação e reabilitação.
Sob essa óptica, é importante destacar a enfermagem como participante dessa
orientação, considerando que o enfermeiro desempenha significativo papel como
educador em saúde, pois trabalha continuamente junto ao cliente, seja aquele em
caráter de internação ou assistência ambulatorial, identificando problemas e buscando
soluções.
Este fato pode ser traduzido pela aplicação da sistematização da assistência de
enfermagem, na qual o enfermeiro realiza o levantamento dos dados (anamnese),
identifica as necessidades básicas afetadas, com a posterior formulação de
diagnósticos de enfermagem e, então, implementa ações com vistas à resolução dos
problemas, sendo importante a evolução contínua das condições de saúde do cliente,
para a avaliação das ações de enfermagem.
Esse mecanismo básico de trabalho reforça a importância do cuidado de
enfermagem ao cliente, valorizando-o como participante ativo na manutenção e/ou
recuperação da saúde e tornando-o um colaborador na multiplicação dos
conhecimentos à população, em se tratando da atenção à saúde.
Faz-se necessário, todavia, um melhor preparo dos profissionais de
enfermagem, a fim de que possam orientar adequadamente as mulheres quanto aos
cuidados com o membro superior homolateral à cirurgia, com o local cirúrgico e com o
dreno aspirativo, assim como proceder à avaliação e ao diagnóstico de sinais de
edema, além de oferecer apoio emocional. Torna-se, também, fundamental a
conscientização desses profissionais quanto à necessidade de aprimoramento para
atender essa população (PANOBIANCO; MAMEDE, 2002).
Por outro lado, é importante reforçar a idéia de que o enfermeiro exerce
importante papel, não só na orientação e execução dos cuidados pós-operatórios, em
curto e em longo prazo, mas também na articulação entre os diversos serviços
destinados ao atendimento a essa clientela, especialmente aqueles que se destinam à
reabilitação, como os grupos de apoio social (PANOBIANCO; MAMEDE, 2002).
A execução da assistência integral não pode ser vista apenas como acesso às
tecnologias. Deve haver a conscientização dos profissionais para os aspectos
biológicos, físicos e sociais do adoecer, que também traduzem a integralidade. É
fundamental o trabalho de uma equipe multidisciplinar na orientação e apoio psicológico
a clientes oncológicos, em que a enfermagem tem importante papel como facilitadora
da reabilitação (PRADO et al., 2004).
Em sua experiência com clientes portadoras de câncer de mama, Amorim (1999)
revela que estas tencionam compartilhar com o enfermeiro suas dúvidas, tristezas,
desesperanças e também suas angústias, esperando receber o suporte necessário
para enfrentar a patologia e o tratamento.
A assistência de enfermagem em Oncologia evoluiu bastante, desde seu
surgimento como especialidade. A literatura aponta e preconiza o importante papel do
enfermeiro no apoio ao cliente oncológico nas várias fases de sua moléstia. Pensar
hoje em Oncologia é pensar em sobrevida com qualidade e não se fixar apenas na cura
da doença (CAMARGO; SOUZA, 2003).
Destaca-se a idéia de que essa assistência deve abranger os diversos estádios
do continuum saúde-doença, uma vez que assistir o outro que tem câncer possibilita a
intervenção de enfermagem nos vários níveis: na prevenção primária e secundária, no
tratamento, na reabilitação e na enfermidade avançada, traduzindo-se por uma
assistência sistematizada (CAMARGO; SOUZA, 2003).
O enfermeiro representa uma peça fundamental na readaptação da mulher, ao
desenvolver orientações e cuidados, visando à sua reabilitação física e social, além da
retomada das atividades diárias, considerando que o suporte informativo se torna
essencial para a recuperação após a descoberta e tratamento do câncer mamário,
funcionando como ponto de apoio para a reflexão sobre as possibilidades nessa nova
fase da vida.
Para que as informações e cuidados sejam compreendidos adequadamente, é
indispensável a participação da família na forma de oferecimento de suporte emocional
à mulher, haja vista a possibilidade de que esta manifeste reações negativas diante do
diagnóstico do câncer (FERNANDES; SANTOS; SILVA, 2005).
Silva e Mamede (1998) assinalam que, com o decorrer do tempo, os sentimentos
negativos vivenciados pelas mulheres, em relação ao processo cirúrgico, tendem a
diminuir, abrindo espaço para a reflexão sobre outras possibilidades, e, então, organizá-
las, buscando melhor condição de sobreviver, mesmo com a mastectomia.
Os profissionais de saúde, em particular o enfermeiro, desempenham papel
fundamental no alcance da qualidade de vida pela mulher mastectomizada, no
momento em que esta busca novos caminhos após a cirurgia, no sentido de orientá-la
acerca de todas as mudanças nessa nova fase da vida e encaminhá-la à reabilitação, o
que necessariamente envolve, também, o seu círculo familiar.
Considerando a inter-relação da atenção secundária com a primária, ao ser dada
a alta da cliente mastectomizada, o enfermeiro deve intervir diretamente no seu
acompanhamento, promovendo orientações que favoreçam sua autonomia. Tais
orientações devem se projetar aos familiares por serem estes responsáveis pelo apoio
à mulher, considerando que esta se encontra afetada também na esfera psicológica
(PADRÓN et al., 2002).
Levando em conta o fato de que, ao descobrir-se portadora de câncer de mama,
com posterior realização da mastectomia, a mulher sofre um desequilíbrio emocional,
em decorrência das repercussões físicas e psicológicas causadas pelo câncer de mama
e pela cirurgia, questiona-se: quais as deficiências relacionadas à orientação recebida
pela mulher no pós-operatório de mastectomia? O que necessita melhorar em relação à
assistência de enfermagem prestada a essa cliente?
Buscando responder a tais questionamentos, defende-se a seguinte tese: A
assistência sistematizada de enfermagem no pós-operatório de mastectomia contribui
para a readaptação física, emocional e social da mulher.
Assim, colocam-se as seguintes hipóteses: 1. As mulheres mastectomizadas que
recebem orientações sistematizadas de enfermagem, no pós-operatório, apresentam
melhores respostas físicas, emocionais e sociais; 2. Ocorrem menos complicações pós-
operatórias ou em menor intensidade nas mulheres mastectomizadas que recebem tais
orientações; e 3. Essas mulheres apresentam duvidas em proporção menor do que as
que não recebem a orientação sistematizada de enfermagem no pós-operatório.
2 OBJETIVOS
2.1 Geral
Avaliar a contribuição da assistência de enfermagem desenvolvida no pós-operatório,
para a readaptação física, emocional e social da mulher mastectomizada.
2.2 Específicos
Identificar diferenças nas respostas físicas, emocionais e sociais entre as mulheres
que foram ou não submetidas à orientação sistematizada de enfermagem.
Conhecer as complicações pós-operatórias presentes nos dois grupos de mulheres.
Detectar as dúvidas entre os grupos em relação aos cuidados necessários para a
prevenção de complicações após a realização da mastectomia.
3 METODOLOGIA
3.1 Tipo de estudo
Estudo experimental, do tipo ensaio clínico randomizado controlado, em que foi
aplicado um tratamento, denominado intervenção, para a observação dos seus efeitos
sobre um desfecho. Esse tipo de estudo possui como principal vantagem, em relação a
um estudo observacional, a capacidade de demonstrar causalidade (HULLEY et al.,
2003).
A pesquisa experimental difere da pesquisa não experimental pelo fato de o
pesquisador ser um agente ativo, mais do que um observador passivo (POLIT; BECK;
HUNGLER, 2004).
Assim, foi aplicada uma intervenção a um grupo de mulheres, no caso uma
proposta de orientação sistematizada de enfermagem, no pós-operatório imediato de
mastectomia. Posteriormente observou-se seus efeitos nesse grupo, em relação a outro
grupo no qual não foi realizada a intervenção. Dessa forma, denominou-se Grupo-
Intervenção (GI) para as mulheres que receberam as orientações sistematizadas de
enfermagem Grupo-Controle (GC) para as que não receberam.
Busca-se, também, o conhecimento do universo da mastectomizada em se
tratando de esclarecimentos a respeito do câncer de mama, bem como sobre a
mastectomia e as possíveis complicações do pós-operatório, além da identificação de
suas necessidades relativas à orientação de enfermagem. A partir daí, propõe-se uma
assistência mais qualificada e direcionada que auxilie a mulher na busca pela qualidade
de vida após a doença.
3.2 Local do estudo
Para o desenvolvimento do estudo, optou-se por uma instituição de caráter
filantrópico, localizada em Fortaleza-CE, que oferece atendimento especializado em
Oncologia, envolvendo tratamento cirúrgico (mastectomia) e tratamentos adjuvantes,
como quimioterapia, radioterapia e imunoterapia.
A referida instituição atende a uma clientela de nível socioeconômico, grau de
instrução e procedência variados, prestando assistência durante o pré, trans e pós-
operatório, além de acompanhamento no pós-operatório tardio, a fim de prevenir as
complicações ou diagnosticar possíveis recidivas, precocemente. Para tanto, conta com
uma equipe multiprofissional, composta por médicos, enfermeiros, psicólogos,
nutricionistas, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, psicólogos e assistentes
sociais, para o acompanhamento da cliente de forma holística, de modo a minimizar os
desconfortos decorrentes da doença.
Ressalta-se que, em momento anterior à elaboração do projeto, o pesquisador
esteve na Instituição, com o intuito de estabelecer familiaridade com os diferentes
aspectos que envolvem as portadoras de câncer de mama.
Nessa etapa do estudo, foi possível observar intervenções cirúrgicas, para a
elaboração dos possíveis problemas associados e dos cuidados de enfermagem
específicos para a prevenção das complicações.
O acompanhamento no pré e pós-operatório também foi realizado, também
ocorreu o contato com a equipe multiprofissional, com a finalidade de conhecer a
percepção dos diferentes membros sobre a vivência da mulher, bem como colher
informações relativas à rotina da Instituição.
Esse contato prévio com o local da coleta de dados possibilitou maior
aproximação com o objeto de estudo, confirmando a importância do aprofundamento
sobre a temática, uma vez que se percebeu a manifestação de sentimentos negativos
pelas mulheres, além da deficiência no conhecimento relacionado à doença e à cirurgia,
denotando a necessidade de um acompanhamento de enfermagem sistematizado,
possibilitando uma readaptação mais rápida das clientes.
3.3 População
A população foi representada por portadoras de doenças da mama, que
realizaram cirurgia de mama na referida instituição durante o período de novembro de
2005 a fevereiro de 2006.
Como critérios de inclusão, foram empregados os seguintes parâmetros: ter
realizado mastectomia radical, radical modificada ou quadrantectomia; estar em
acompanhamento médico; demonstrar interesse e consentir em participar do estudo.
Foram estabelecidos como critérios de exclusão: ter realizado apenas a excisão
do nódulo (tumorectomia); possuir tumores em outros locais, além do sítio primário, que
também necessitem de cirurgia no momento; não possuir condições de responder às
questões expressas pela pesquisa, em razão da idade, nível de consciência, patologias
associadas, gravidade do quadro ou deficiência na comunicação; possuir algum tipo de
alteração psicológica que interfira nas orientações ou que dificultem a observação do
impacto da assistência de enfermagem, por parte da pesquisadora.
Dessa forma, do total de 123 mulheres, após serem aplicados os critérios de
exclusão, foram eliminadas 43 (34,96%). Destas, 42 realizaram apenas tumorectomia,
retirada apenas do tumor ou Radioguided Occult Lesion Localization (ROOL), técnica
que utiliza substância radioativa para localizar com precisão os nódulos durante a
cirurgia; e uma realizou mastectomia radical modificada (MRM), com biopsia de
linfonodo sentinela (BLNS) e reconstrução mamária. Esta, porém, se apresentava
bastante abalada emocionalmente, não sendo incluída no estudo.
Assim, a população final foi de 80 mulheres (80). Considerando o processo
utilizado para a divisão e classificação nos grupos, 40 (50%) foram incluídas no GI e 40
(50%) no GC.
As mulheres de ambos os grupos (intervenção e controle) foram eleitas de forma
aleatória. As cirurgias são realizadas quatro dias por semana, sendo três dias no
período da manhã e um dia à tarde. Considerando o princípio da aleatoriedade, os
dados foram coletados em semanas alternadas, ou seja, uma semana era destinada ao
grupo-intervenção e a semana seguinte ao grupo-controle e assim sucessivamente,
dando oportunidade a todas as mulheres de participarem do estudo.
No processo de seleção aleatória, cada elemento da população tem uma chance
igual, independentemente de ser ou não escolhida. As amostras probabilísticas utilizam
um processo aleatório para assegurar que cada unidade da população tenha uma
chance especificada de seleção (HULLEY et al., 2003; POLIT; BECK; HUNGLER,
2004).
O número de mulheres inseridas no GI foi determinado pelo total de cirurgias
realizadas nos meses de novembro de 2005 a fevereiro de 2006, considerando a
alternância das semanas. O GC foi representado pelas mulheres que realizaram
cirurgias no mesmo período, porém nas semanas não enfocadas na coleta do grupo-
intervenção. A identificação dessas participantes ocorreu na Instituição, consultando-se
o mapa de cirurgias no período, o livro de ocorrência de enfermagem e buscando o
número do prontuário para posterior identificação da data dos retornos, para consultas
de rotina ou tratamentos complementares.
Assim, a amostra foi constituída por dois grupos de mulheres, no pós-operatório
de mastectomia (incluindo cirurgia radical, radical modificada e conservadora). O
primeiro grupo, denominado GI, recebeu um acompanhamento de enfermagem no pós-
operatório imediato (quando ainda se encontrava na enfermaria); posteriormente, no
retorno da primeira semana de pós-operatório, foi realizado o segundo contato; e, após
média de 30 dias, quando a mulher retornava à Instituição para consultas de rotina ou
para sessões de fisioterapia. Nesse último momento, foi realizada a avaliação da
intervenção e da importância do acompanhamento de enfermagem na readaptação
física, emocional e social, em que foi feito o contato também com o segundo grupo
(GC), para a análise comparativa. Este grupo recebeu somente as orientações de rotina
da Instituição.
3.4 Coleta dos dados
Os dados foram coletados nos meses de novembro de 2005 a março de 2006.
Antes do início da coleta dos dados, propriamente dita, objetivando a adequação das
orientações sistematizadas de enfermagem a serem aplicadas ao GI, realizou-se um
teste-piloto com 11 mulheres submetidas à cirurgia no mês de outubro, a fim de que
contemplasse, da melhor maneira possível, os objetivos do estudo, assim como
atendesse às necessidades das mastectomizadas.
Foram colhidas informações daquelas incluídas nos dois grupos, a partir do
prontuário, tais como: dados sociodemográficos, patologias associadas, diagnóstico
médico, data do diagnóstico, tipo de cirurgia realizada, dentre outros aspectos
considerados fundamentais para o desenvolvimento do estudo (Apêndice A).
A coleta de dados foi realizada em três etapas, sendo que a primeira e a
segunda enfocaram apenas o GI e a terceira enfocou ambos os GI e GC, conforme
diagrama a seguir. Foram utilizados três instrumentos, elaborados com base na
literatura, o primeiro e o segundo para a realização das orientações sistematizadas de
enfermagem e o terceiro para a avaliação da contribuição das orientações na
readaptação das mulheres, sendo comparado os dois grupos.
D
D
I
I
A
A
G
G
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A
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A
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D
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O
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S
PROCEDIMENTOS DE COLETA DOS DADOS
GRUPO-INTERVENÇÃO
Levantamento de dados do
prontuário
GRUPO-CONTROLE
Pós-operatório imediato*
(enfermaria)
Retorno -1ª. Semana de PO
(Ambulatório de Mastologia)
Retorno - 30 a 40 dias
(Ambulatório de Mastologia)
Ficha de levantamento
de dados
* Foi entregue à mulher um folheto
informativo, com informações sobre
cuidados com a ferida, dreno de
portovac e membro homolateral à
cirurgia.
Observações e Reorientações
(Instrumento de
acompanhamento)
Intercorrências/Adaptação
(Avaliação da Assistência
de Enfermagem
Levantamento de dados do
prontuário
Ficha de levantamento
de dados
Retorno - 30 a 40 dias
(Ambulatório de Mastologia)
Intercorrências/Adaptação
(Avaliação da AE)
Modelo de Assistência
(Orientações e cuidados)
A primeira fase da coleta incluiu a aplicação de um roteiro de orientações de
enfermagem (Apêndice B), a mulheres no pós-operatório imediato de mastectomia (GI),
enquanto estas ainda se encontravam na enfermaria, o qual englobou aspectos
referentes à doença e à cirurgia, visando à orientação da mulher sobre a doença e tipos
de cirurgia, com o intuito de possibilitar maior tranqüilidade. Em relação aos aspectos
emocionais e sociais, foi observada a presença de mudanças no contexto familiar após
a mastectomia, incluindo atitudes, comunicação e participação em reuniões familiares e
com amigos. Outro ponto abordado no roteiro refere-se aos cuidados exigidos no pós-
operatório, para a prevenção de complicações, tais como: cuidados com a ferida
cirúrgica, com o dreno aspirativo e com o membro homolateral à cirurgia.
Foram realizadas orientações sobre o procedimento cirúrgico e as possíveis
complicações, para a promoção de respostas adaptativas pela mulher, sendo entregue
um folheto informativo sobre os cuidados (Apêndice C), constando também o número
de telefone da pesquisadora, caso ocorressem dúvidas por parte das mulheres em
relação à orientação, como também ao estudo.
A segunda fase da coleta envolveu também o GI, sendo representada pelo
reforço das orientações conferidas no primeiro contato, no momento em que esta
retornava ao ambulatório da mama (cinco a dez dias após o procedimento cirúrgico),
para retirada do dreno aspirativo ou para realização de curativo. Para isso foi utilizado
um instrumento de acompanhamento (Apêndice D), em que foram contempladas as
questões abordadas no roteiro de orientações. A partir das respostas das mulheres, as
orientações eram reforçadas e, caso surgissem mais dúvidas, estas eram esclarecidas.
A terceira fase da coleta contemplou ambos os grupos (GI e GC), possuindo
como finalidade a avaliação da readaptação, levando em conta o fato de que o GI
recebeu a assistência sistematizada no pós-operatório imediato e o GC não recebeu,
limitando-se às orientações de rotina realizadas na Instituição. Aqui, pretendeu-se
investigar o impacto desse acompanhamento sistematizado na readaptação e
recuperação da mulher, englobando aspectos físicos, emocionais e sociais. É
importante destacar que, nesse momento, foi entregue o folheto informativo abordando
os cuidados após a mastectomia também ao GC.
Para essa fase foi utilizado um instrumento de avaliação das orientações de
enfermagem (Apêndice E) elaborado com base nos dados da proposta de orientação
no pós-operatório imediato, enfocando os aspectos sociais e emocionais, em que se
procurou identificar mudanças no relacionamento familiar e relacionamento com os
amigos, além da participação em grupos. Nesse instrumento, também foram avaliados
os aspectos fisiológicos, cuidados com a ferida e com o dreno, presença de
complicações e cuidados com o membro homolateral à cirurgia. Todos os dados foram
comparados entre os dois grupos, a fim de identificar a influência das orientações
realizadas no pós-operatório imediato ao GI.
Para a avaliação dos aspectos emocionais, foi utilizada a Escala de POMS -
Profile of Mood States (LORR; McNAIR, 1984), em que se buscou identificar a presença
de sentimentos diversos, os quais poderiam traduzir a adaptação ou não da mulher à
mastectomia, assim como a sua recuperação (Anexo A).
A opção pela Escala de POMS, decorre do fato de esta ter sido utilizada em
estudo anterior sobre câncer de mama e mastectomia (BÁREZ, 2002). Convém
ressaltar que essa escala foi traduzida e validada para a língua portuguesa (VIANA et
al., 2001;
ANDRADE; PELUSO, 2003; ROLFS et al., 2004).
A escala de Perfil de Estados de Humor tem sido um dos instrumentos mais
utilizados em psicologia para avaliar os estados emocionais e os estados de humor,
assim como a variação que lhes está associada. Foi originalmente construído para
avaliar as variações dos estados de humor em populações psiquiátricas, porém,
rapidamente, a sua utilização foi direcionada para outras populações, inclusive não
clínicas, tanto em investigações como intervenções (VIANA et al., 2001).
A forma original da escala de POMS é composta por 65 adjetivos, os quais
resultaram de estudos repetidos de análise fatorial tendo como ponto de partida um
total de 100 dimensões comportamentais, tendo emergido 6 fatores de estados de
humor (VIANA et al., 2001).
No estudo, utilizou-se a escala adaptada por Baréz (2002), que analisa cinco
fatores: depressão, vigor, cólera, tensão e fadiga, por meio da observação de 15
aspectos relacionados a estados de humor da paciente, sendo abordadas três questões
para cada um dos fatores referidos. Para mensurar a incidência, a resposta da mulher
era medida em uma escala de valores (0,1,2, 3 e 4), sendo:
- Nada=0
- Um pouco=1
- Moderadamente=2
- Muito=3
- Excessivamente=4
Para analisar o fator depressão, os sentimentos associados eram: desamparo,
infelicidade e tristeza. Para o fator vigor: estar cheia de energia, animada e ativa. Para o
fator cólera: estar chateada, incomodada e mal-humorada. Para o fator tensão:
intranqüilidade, agitação e tensão. E para o fator fadiga: estar sem forças, cansada e
fadigada (BAREZ, 2002; BÁREZ; BLASCO; FERNANDÉZ, 2003).
Spielberger (1991) define o fator raiva como estado emocional que varia desde
sentimentos de leve irritação até a cólera associada com estímulos do sistema nervoso
autônomo; Beck e Clark (1988) interpretam a depressão como depreciação ou auto-
imagem negativa. Para o fator fadiga, Terry et al (1999) elucidam o significado de
cansaço físico e mental; por tensão, sentimentos vivenciados de apreensões e
ansiedades; e vigor, sentimentos de excitação, disposição e energia física.
Para a avaliação dos aspectos sociais, foram considerados o relacionamento
com os familiares e com os amigos, após a mastectomia, visando a identificação de
mudanças positivas ou negativas, uma vez que a mastectomia é uma doença grave,
que pode ocasionar mudanças significativas na vida social da mulher.
Os aspectos fisiológicos foram mensurados a partir da observação das respostas
das mulheres em relação aos seguintes pontos:
- Hábitos alimentares após a cirurgia: se verificou a ocorrência de mudanças que
contribuíssem para a recuperação mais rápida.
- Retomada de atividades físicas após a cirurgia: sendo verificada a importância
da orientação realizada no pós-operatório imediato ao grupo intervenção, uma vez que
se constatava a retomada de atividades de contribuíssem para a melhora.
- Tempo dedicado ao sono e repouso após a mastectomia: procurou-se conhecer
o tempo que a mulher dedicava ao descanso, a fim de contribuir para a recuperação.
- Ocorrência de complicações cirúrgicas: foram identificadas as complicações
mais comuns nos dois grupos, fazendo uma associação da importância da orientação
de enfermagem direcionada ao grupo intervenção.
- Presença de dificuldades ao manusear o dreno de sucção: a fim de conhecer
as dificuldades do grupo que não recebeu orientação, o qual se limitou a rotina da
instituição, em comparação ao grupo que recebeu a orientação teórica e prática.
- Cuidados com o braço: foram realizadas orientações ao grupo intervenção em
relação aos cuidados com o braço do lado da mama operada, sendo dado ênfase a
restrição de algumas atividades e realização de outras que seriam benéficas.
3.5 Organização e análise dos dados
Os dados foram organizados e analisados de forma quantitativa, sendo
submetidos à análise estatística. Para tanto, utiliza-se o Programa Microsoft Office
Excel 2003, para a criação de um banco de dados. Contou-se com um especialista em
Estatística, para a melhor apresentação e fidedignidade dos dados.
Foi considerado o nível de significância dos testes igual a 5%. Para a
comparação das incidências dos desfechos entre os grupos foi utilizado o Teste exato
de Fisher.
Quando se verificou diferença significativa (p0,05) entre as incidências, foram
também estimados o Risco Relativo (RR) e seus respectivos intervalos de confiança
(IC), com 95% de confiança.
Para verificar a normalidade na distribuição das variáveis quantitativas
empregou-se o teste de Shapiro-Wilk e para verificar a igualdade das variâncias, o teste
de Levene. Para comparar os grupos em relação à média das variáveis quantitativas,
utilizou-se o teste T_Student no caso de a variável ter distribuição normal, e o teste de
Mann-Whitney, no caso de a variável não ter distribuição normal.
3.6 Aspectos éticos do estudo
A coleta de dados somente foi iniciada mediante aprovação do projeto de
pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição (Anexo B).
A proposta do estudo foi apresentada na reunião científica semanal que ocorre
entre os médicos da área de Mastologia, no ambulatório do hospital, tendo sido
elaborado um folder informativo para a discussão da proposta junto a esses
profissionais, com esclarecimentos referentes ao objeto do estudo e à metodologia.
Posteriormente a chefia de enfermagem foi informada sobre o estudo, sendo
apresentada a proposta também a equipe de enfermeiras do setor onde seria realizada
a coleta dos dados.
Após essa etapa, foi realizado o contato com a mulher que se encontrava no
pós-operatório imediato de mastectomia (GI), no momento que ainda estava na
enfermaria, sendo explicados os objetivos do estudo e oferecida liberdade de adesão,
confirmada pela assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice
F), obedecendo as diretrizes da Resolução nº 196/96 do CNS-MS, que preconiza que
as pesquisas envolvendo seres humanos atendam às exigências éticas e científicas
fundamentais (BRASIL, 1996). Após o consentimento, foi aplicada a proposta de
orientações.
As mulheres do GC também assinaram um Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (Apêndice G), no momento em que foram convidadas a participarem do
estudo, sendo-lhes explicitados objetivos e finalidades do estudo.
Ressalta-se que as mulheres tiveram garantia de anonimato em relação à
identidade, bem como liberdade de desistência do estudo em qualquer momento, sem
nenhum prejuízo no que se refere ao atendimento recebido na Instituição.
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
4.1 Dados sócio-demográficos
Na busca de explorar e compreender a importância da orientação de
enfermagem na readaptação da mulher mastectomizada, assim como responder aos
objetivos propostos no estudo, serão expostos a seguir os resultados encontrados. Vale
ressaltar que se denominará Grupo-Controle o das pacientes sem acompanhamento e
Grupo-Intervenção aquele que recebeu acompanhamento.
As mulheres participantes do estudo encontravam-se em faixas etárias
diversificadas, conforme demonstra a tabela 1.
TABELA 1 - Distribuição das mulheres, segundo a faixa etária. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Total
Idade (anos)
N % N % N %
25 – 35 2 5,0 1 2,5 3 3,8
36 – 46 11 27,5 15 37,5 26 32,5
47 – 57 8 20,0 7 17,5 15 18,8
58 – 68 15 37,5 14 35,0 29 36,3
69 – 79 3 7,5 1 2,5 4 5,0
80 – 89 1 2,5 2 5,0 3 3,8
Total 40 100,0 40 100,0 80 100,0
A faixa etária predominante entre as mulheres do grupo-controle esteve entre as
idades de 36 anos e 68 anos, com 34 mulheres (85%).No grupo-intervenção, 36
mulheres (90%) encontravam-se na faixa etária de 36 a 68 anos.
O quadro 1 estabelece os valores descritivos relativos à idade das pacientes por
grupo, especificando a média das idades, o desvio padrão e a mediana.
QUADRO 1 - Valores descritivos da idade das pacientes, por grupo. Fortaleza,
2006.
Idade (anos)
Grupo
N Média Dp Mínimo Mediana Máximo
Controle 40 54,45
(1)
12,63 24 56,5 82
Intervenção 40 52,88
(1)
13,62 30 50,0 89
Total 80 53,66 13,08 24 54,5 89
(1) teste T_Student; p=0,593
A idade média das pacientes no grupo-controle foi 54,5 (±12,6) anos e no grupo-
intervenção 52,9 (±13,6) anos. Estatisticamente, segundo os dados observados, nada
leva a acreditar-se que esses dois grupos, em média, possuam diferença em relação à
idade (p=0,593).
TABELA 2 - Distribuição das mulheres, segundo a procedência. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Total
Procedência
N % N % N %
Fortaleza 15 37,5 17 42,5 32 40,0
Interior 25 62,5 23 57,5 48 60,0
Total 40 100,0 40 100,0 80 100,0
Teste Exato de Fisher; p=0,820
Observa-se que, no grupo-controle, 62,5% (25) das pacientes era procedente do
interior do Estado, enquanto no grupo-intervenção esse percentual foi de 57,5% (23).
Segundo os dados observados, não existe diferença significativa (p=0,820) entre os
grupos intervenção e controle na distribuição da procedência das pacientes.
Em relação ao estado civil, pode-se observar a distribuição das mulheres na
tabela que segue.
TABELA 3 - Distribuição das mulheres, segundo o estado civil. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Total
Estado Civil
N % N % N %
Casada 25 62,5 21 52,5 46 57,5
Separada 5 12,5 3 7,5 8 10,0
Solteira 8 20,0 12 30,0 20 25,0
Viúva 2 5,0 4 10,0 6 7,5
Total 40 100,0 40 100,0 80 100,0
A maioria das mulheres do grupo-controle (62,5%) era de casadas; 12,5%
estavam separadas do companheiro; 20% eram solteiras e apenas 5% eram viúvas. No
grupo-intervenção, foram encontrados dados similares, sendo 52,5% casadas, 7,5%
separadas, 30% solteiras e 10% viúvas.
Considerando a condição de a paciente viver ou não com um companheiro,
encontra-se:
TABELA 4 - Distribuição das mulheres, segundo a situação de estar ou não com um
companheiro. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Total
Vive com o Companheiro
N % N % N %
Sim 25 62,5 21 52,5 46 57,5
Não 15 37,5 19 47,5 34 42,5
Total 40 100,0 40 100,0 80 100,0
Teste Exato de Fisher; p=0,498
No grupo-controle, 62,5% (25) das pacientes vivem com o companheiro e no
grupo-intervenção esse percentual é de 52,5% (21). Assim, observamos que não existe
diferença significativa (p=0,498) entre o grupo-intervenção e o grupo-controle em
relação à variável viver ou não com um companheiro.
As pacientes de ambos os grupos foram distribuídas segundo a escolaridade,
conforme demonstra a tabela 5.
TABELA 5 - Distribuição das mulheres, segundo a escolaridade Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Total
Escolaridade
N % N % N %
Analfabeto 8 20,0 3 7,5 11 13,8
Alfabetizado 7 17,5 9 22,5 16 20,0
Fundamental
Incompleto 17 42,5 13 32,5 30 37,5
Fundamental
Completo 25,0 12,5 3 3,8
Médio Incompleto 0 0,0 2 5,0 2 2,5
Médio Completo 4 10,0 7 17,5 11 13,8
Superior 2 5,0 5 12,5 7 8,8
Total 40 100,0 40 100,0 80 100,0
A tabela aponta para um grande número de mulheres, tanto no grupo-controle
como no grupo-intervenção, com pouca ou nenhuma escolaridade, uma vez que oito
mulheres (20%) do grupo-controle e três (7,5%) no grupo-intervenção eram analfabetas
e sete (17,5%) do grupo-controle e nove do grupo-intervenção (22,5%) eram apenas
alfabetizadas.
A tabela 6 demonstra a distribuição das mulheres de acordo com a ocupação.
TABELA 6 - Distribuição das mulheres, segundo a ocupação. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Total
Ocupação
N % N % N %
Agricultora 5 12,5 3 7,5 8 10,0
Sem ocupação atual 8 20,0 8 20,0 16 20,0
Costureira 1 2,5 3 7,5 4 5,0
Dona de Casa 20 50 16 40 36 45,0
Professora 0 0,0 3 7,5 3 4,0
Vendedora 2 5,0 4 10,0 6 6,0
Outras 4 12,5 3 7,5 8 10,0
Total 40 100,0 40 100,0 80 100,0
Um número significativo de mulheres, tanto do grupo-controle (20) como do
grupo-intervenção (16), compreendendo, respectivamente, 50% e 40%, era de dona de
casa, o que pode estar associado à pouca escolaridade das participantes do estudo.
Em segundo lugar, têm-se as mulheres aposentadas, ou seja, que não desenvolviam
nenhuma ocupação atualmente, com oito (20%) nos dois grupos. As seguintes
ocupações também estiveram presentes: agricultora, costureira, doméstica, professora
e vendedora. O item outras engloba as ocupações de faxineira, garçonete, agente
administrativa, cobradora de ônibus, corretora de imóveis e auxiliar de enfermagem.
A cirurgia realizada foi um ponto observado entre as mulheres, visto que,
atualmente, há várias modalidades de cirurgia, dependendo do diagnóstico
estabelecido e do estádio da doença. A tabela 9 distribui as mulheres pelo tipo de
procedimento cirúrgico realizado.
TABELA 7 - Distribuição das mulheres, por tipo de cirurgia. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Total
Tipo de Cirurgia
N % N % N %
MRM+EA 20 50,0 25 62,5 45 56,2
MRM + BLNS 9 22,5 3 7,5 12 15,0
MS 12,5 00,0 1 1,3
MS+BLNS 2 5,0 6 15,0 8 10,0
QUADRANT+BLNS 3 7,5 0 0,0 3 3,8
QUADRANT+EA 5 12,5 6 15,0 11 13,7
Total 40 100,0 40 100,0 80 100,0
O tipo de cirurgia que predominou entre as mulheres foi a mastectomia radical
modificada (MRM), com o esvaziamento axilar (EA), sendo 20 (50%) no grupo-controle
e 25 (62%) no grupo-intervenção. A segunda opção de cirurgia no grupo-controle foi a
MRM associada à biopsia de linfonodo sentinela (BLNS), ao passo que no grupo-
intervenção foram a mastectomia simples com BLNS e a quandrantectomia com
esvaziamento axilar, 15% cada uma. Esta última ficou como terceira opção cirúrgica
mais realizada no grupo-controle.
Considerou-se importante observar a lateralidade do tumor entre as mulheres
dos grupos controle e intervenção, como ilustra o gráfico a seguir.
FIGURA 1- Distribuição da freqüência das mulheres, segundo a lateralidade
do tumor. Fortaleza, 2006.
No grupo-controle, a maioria teve como lado afetado o esquerdo, com 26
mulheres (65%). Já no grupo-intervenção, a lateralidade mais predominante foi a
direita, com 21 mulheres (52,5%). Considerando, entretanto, o número total, o lado
esquerdo foi o mais afetado, com 56,2%. O número de casos bilateral foi pequeno, com
duas mulheres (2,5%) no grupo-controle e nenhuma no grupo-intervenção.
5
0
30
52,5
65
47,5
0
10
20
30
40
50
60
70
Bilateral Direita Esquerda
Controle
Intervenção
A localização do tumor foi outro ponto de destaque, nos dados colhidos do
prontuário, ilustrado na tabela 8.
TABELA 8 - Distribuição das mulheres, segundo a localização do tumor. Fortaleza,
2006.
Grupo
Controle Intervenção
Total
Localização
N % N % N %
Periareolar 4 10,0 0 0,0 4 5,0
QSE 17 42,5 15 37,5 32 40,0
QSI 7 17,5 6 15,0 13 16,2
QIE 25,0 25,0 4 5,0
QII 1 2,5 5 12,5 6 7,5
QS 25,0 37,5 5 6,3
RTA 4 10,0 5 12,5 9 11,2
TODA 3 7,5 4 10,0 7 8,8
Total 40 100,0 40 100,0 80 100,0
Observa-se, pela tabela que os tumores estiveram mais frequentemente
localizados no quadrante superior externo (QSE), com um percentual de 42,5% (17) e
37,5% (15) nos grupos controle e intervenção, respectivamente. O quadrante superior
interno (QSI) ocupou o segundo lugar entre as localizações dos tumores, com 17,5%
(7), no grupo-controle e 15,0% (6) no grupo-intervenção. Dessa forma, pode-se afirmar
que o quadrante superior foi o mais afetado entre as mulheres do estudo, seja de um
grupo ou de outro.
O tipo de neoplasia mais freqüente foi abordado, como se pode observar na
tabela abaixo.
TABELA 9 - Distribuição das mulheres, segundo o diagnóstico. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Total
Diagnóstico médico
N % N % N %
CARCINOMA DUCTAL IN SITU 2 5,0 2 5,0 4 5,0
CARCINOMA DUCTAL
INFILTRANTE 24 60,0 23 57,5 47 58,8
CARCINOMA LOBULAR
INFILTRANTE 1 2,5 1 2,5 2 2,5
CARCINOMA POUCO
DIFERENCIADO 11 27,5 12 30,0 23 28,7
OUTROS 2 5,0 2 5,0 4 5,0
Total 40 100,0 40 100,0 80 100,0
O diagnóstico predominante entre as mulheres do grupo-controle foi o carcinoma
ductal infiltrante, com 24 mulheres afetadas (60%), o que se pode constatar, também,
no grupo-intervenção, com 23 mulheres (57,5%). Houve grande número, também, de
neoplasias do tipo carcinoma pouco diferenciado, 11 (27%) e 12 (30%),
respectivamente, grupos controle e intervenção.
4.2 Aspectos emocionais
Para a avaliação dos aspectos emocionais em ambos os grupos, foi utilizada a
Escala de POMS - Profile of Mood States (LORR; McNAIR, 1984), em que foram
observados diversos aspectos, buscando-se conhecer sua intensidade de ocorrência.
TABELA 10 - Distribuição das mulheres segundo o nível de intranqüilidade relacionado
à mastectomia. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle
Intervençã
o
Intranqüilidade
N % N %
P
RR
contro/
Interv
IC para o RR com
95% de Confiança
Nada 9 22,5 18 45,0 0,058 0,500 [ 0,256 ; 1,00 ]
Um pouco 27 67,5 22 55,0 0,359
Moderadamente 3 7,5 0 0,0 0,241
Bastante 1 2,5 0 0,0 1,000
Excessivamente 0 0 0 0,0 0,0
Total 40 100,0 40 100,0
Observa-se que no grupo-controle, 10,0% (4) das pacientes declara estar
moderadamente ou bastante intranqüila, enquanto no grupo-intervenção nenhuma
mulher demonstrou intranqüilidade.
Considerando cada uma das possíveis respostas, nota-se que existe indício
(significância marginal) de diferença significativa (p=0,058) entre os grupos na
incidência de pacientes que dizem estar nada intranqüilas, sensação manifesta por
45,0% das pacientes do grupo-intervenção e 22,5% do grupo-controle, sendo o RR =
0,500 (IC = [0,256 ; 1,000]).
TABELA 11 - Distribuição das mulheres segundo a sensação de desamparo
relacionada à mastectomia. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Desamparada
N % N %
P
RR
contro/
Interv
IC para o RR com 95%
de Confiança
Nada 22 55,0 35 87,5 0,003 0,629 [0,464 ; 0,852]
Um pouco 16 40,0 5 12,5 0,010 3,200 [1,296 ; 7, 898]
Moderadamente 2 5,0 0 0,0 0,494
Bastante 0 0,0 0 0,0
Excessivamente 0 0,0 0 0,0
Total 40 100,0 40 100,0
Em ambos os grupos, nenhuma das pacientes referiu estar se sentindo bastante
ou excessivamente desamparada. No grupo-controle, duas pacientes (5,0%)
declararam estar moderadamente desamparadas, enquanto no grupo-intervenção não
houve nenhum caso. Segundo os dados observados, nada leva a crer-se que exista
diferença significativa (p=0,494) entre esses valores.
Existe diferença significativa (p=0,003) entre os grupos na incidência de
pacientes que dizem estar nada desamparadas, pois, no grupo-intervenção, 35
pacientes (87,5%) referiram tal sensação. Por outro lado, no grupo-controle esse valor
foi 21 (55,0%), sendo o RR do grupo-controle comparado com o grupo-intervenção
igual a 0,629 (IC = [0,464 ; 0,852]).
Existe diferença significativa (p=0,010) entre os grupos na incidência de
pacientes que dizem estar um pouco desamparadas.
TABELA 12 - Distribuição das mulheres, segundo a falta de forças relacionada à
mastectomia. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Sem forças
N % N %
P
RR
contr/
Interv
IC para o RR com
95% de Confiança
Nada 24 60,0 35 87,5 0,010 0,629 [0,686 ; 0,519]
Um pouco 15 37,5 5 12,5 0,019 3,200 [3,000 ; 1, 205]
Moderadamente 1 2,5 0 0,0 1,000
Bastante 0 0,0 0 0,0
Excessivamente 0 0,0 0 0,0
Total 40 100,0 40 100,0
Não foram identificadas, em nenhum dos grupos (controle ou intervenção),
respostas que demonstrassem excessivamente ou bastante falta de força. Uma
paciente do grupo-controle (2,5%) referiu estar moderadamente sem forças, o que não
foi observado no grupo-intervenção. Dessa forma, nota-se que não há diferença
significativa nas incidências dos desfechos nos dois grupos (p=1,000).
Em se tratando da manifestação, por parte das mulheres, de se encontrarem um
pouco sem forças, observa-se diferença significativa (p=0,019), com os valores de
37,5% (15) e 12,5% (5), respectivamente, grupo-controle e intervenção, sendo o RR
igual a 3,200 (IC = [3,000 ; 1,205]).
Percebe-se, também, diferença significativa (p=0,010) entre os grupos na
incidência de pacientes que referiram estar nada sem forças. No grupo-intervenção 35
mulheres (87,5%) afirmaram tal fato e no grupo-controle 24 (60%), sendo o RR do
grupo-controle comparado com o grupo-intervenção igual a 0,629 (IC = [0,686 ; 0,519]).
TABELA 13 - Distribuição das mulheres, segundo a demonstração de energia
relacionada à mastectomia. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Cheia de energia
N % N %
P
RR
contr/
Interv
IC para o RR
com 95% de
Confiança
Nada 0 0,0 0 0,0
Um pouco 13 32,5 2 5,0 0,003 6,500 [1,567 ; 26,165]
Moderadamente 27 67,5 29 72,5 0,808 0,931 [0,698 ; 1, 241]
Bastante 0 0,0 9 22,5 0,002 Não possível de calcular
Excessivamente 0 0,0 0 0,0
Total 40 100,0 40 100,0
Não foram identificadas, em nenhum dos dois grupos, mulheres que se
apresentassem nada cheias de energia, ou seja, que se sentissem totalmente sem
energia. Por outro lado, tanto no grupo-controle como no grupo-intervenção, foram
identificadas pacientes que disseram se sentir moderadamente cheia de energia,
respectivamente 27 mulheres (67,5%) e 29 mulheres (72,5%); no entanto, não há
diferença estatisticamente significativa (p=0,808) entre esses valores.
Existe diferença significativa (p=0,003) entre os grupos na incidência de
pacientes que dizem se sentir um pouco cheias de energia, com os valores de 32,5%
(13 mulheres) para o grupo-controle e 5,0% (duas) para o grupo-intervenção, sendo o
RR igual a 6,500 (IC = [1,567 ; 26,165]).
Vale destacar que no grupo intervenção nove mulheres (22,5%) disseram estar
se sentindo bastante cheias de energia, não tendo sido observado nenhuma colocação
desse aspecto por parte das mulheres do grupo-controle, observando-se, assim,
diferença significativa (p=0,002) entre os valores.
TABELA 14 - Distribuição das mulheres, segundo a demonstração de chateação
relacionada à mastectomia. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Chateada
N % N %
P
Nada 18 45,0 23 57,5 0,371
Um pouco 20 50,0 16 40,0 0,500
Moderadamente 2 5,0 1 2,5 1,000
Bastante 0 0,0 0 0,0
Excessivamente 0 0,0 0 0,0
Total 40 100,0 40 100,0
No que concerne à presença de chateação, após a realização da mastectomia,
observou-se que 18 mulheres (45%) do grupo-controle não demonstraram esse
sentimento, confrontando com 23 mulheres (57,5%) do grupo-intervenção, não sendo
identificada diferença significativa (p=0,371).
Da mesma forma, não há diferença significativa, também, em relação aos dois
grupos, quanto à manifestação das mulheres de se sentirem um pouco chateadas
(p=0,500), com 50% no grupo-controle e 40% no grupo-intervenção.
Apenas três mulheres (duas no grupo-controle e uma no grupo-intervenção)
afirmaram estar moderadamente chateadas, não existindo, também, diferença
significativa (p=1,000), enquanto não houve demonstração por nenhuma mulher de se
sentir bastante chateada.
TABELA 15 - Distribuição das mulheres, segundo a demonstração de agitação
relacionada à mastectomia. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Agitada
N % N %
P
Nada 37 92,5 40 100,0 0,241
Um pouco 3 7,5 0 0,0 0,241
Moderadamente 0 0,0 0 0,0
Bastante 0 0,0 0 0,0
Excessivamente
Total 40 100,0 40 100,0
De acordo com a tabela, observa-se que 37 (92,5%) das mulheres do grupo-
controle não se sentiam agitadas, enquanto no grupo-intervenção esse fato foi expresso
por 100% das mulheres. Ainda assim, não há diferença significativa (p=0,241) na
incidência entre os dois grupos.
As demais mulheres integrantes do grupo-controle, correspondendo a 7,5%,
ressaltaram que se sentiam um pouco agitadas. Nenhuma mulher referiu se sentir
moderadamente, bastante ou excessivamente agitada.
TABELA 16 - Distribuição das mulheres, segundo a demonstração de infelicidade
relacionada à mastectomia. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Infeliz
N % N %
P
Nada 35 87,5 36 90,0 1,000
Um pouco 5 12,5 4 10,0 1,000
Moderadamente 0 0,0 0 0,0
Bastante 0 0,0 0 0,0
Excessivamente 0 0,0 0 0,0
Total 40 100,0 40 100,0
A maioria das mulheres dos dois grupos apresentava-se nada infeliz, sendo 35
mulheres (87,5%) no grupo-controle e 36 (90%), no grupo-intervenção, não havendo
diferença significativa entre os valores (p=1,000).
Apenas cinco mulheres (12,5%) do grupo-controle e quatro mulheres (10%) do
grupo-intervenção afirmaram se sentir um pouco infelizes, não sendo percebida,
também, diferença significativa (p=1,000).
TABELA 17 - Distribuição das mulheres, segundo a sensação de cansaço relacionada à
mastectomia. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Cansada
N % N %
P
RR
contro/
Interv
IC para o RR
com 95% de
Confiança
Nada 18 45,0 34 85,0 <0,001 0,529 [0,367 ; 0,764]
Um pouco 22 55,0 6 15,0 <0,001 3,667 [1,665 ; 8,072]
Moderadamente 0 0,0 0 0,0
Bastante 0 0,0 0 0,0
Excessivamente 0 0,0 0 0,0
Total 40 100,0 40 100,0
A maioria das mulheres do grupo-controle (22), correspondendo a 55%, se sentia
um pouco cansada, comparada com apenas seis (15%) do grupo-intervenção, o que
pode indicar a importância do acompanhamento de enfermagem no pós-operatório
imediato, quando foram realizadas orientações acerca da importância de retomar às
atividades do cotidiano de maneira gradual. Assim, nota-se a existência de diferença
significativa entre os dois grupos nesse aspecto (p<0,001), com um RR igual 0,529.
Por outro lado, as mulheres do grupo-intervenção (34), com um percentual de
85%, não referiram cansaço, contra 18 mulheres do grupo-controle (45%), o que leva a
crer-se que existe diferença significativa entre os grupos (p<0,001) e um RR=3,667.
TABELA 18 - Distribuição das mulheres, segundo a presença de animação relacionada
à mastectomia. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Animada
N % N %
P
RR
contro/
Interv
IC para o RR
com 95% de
Confiança
Nada 0 0,0 0 0,0
Um pouco 5 12,5 1 2,5 0,201
Moderadamente
31 77,5 13 32,5
<0,00
1 2,385
[1,480 ; 3,841]
Bastante
4 10,0 26 65,0
<0,00
1 0,154
[0,059 ; 0,401]
Excessivamente 0 0,0 0 0,0
Total 40 100,0 40 100,0
Pode-se inferir que a maioria das mulheres do grupo-intervenção (65%) se
encontrava bastante animada, no momento em que foram abordadas,
aproximadamente 40 dias após a cirurgia. O percentual referente a esse aspecto no
grupo-controle foi de apenas 10%, o que indica a existência de diferença significativa
entre as respostas (p<0,001), com um RR=2,385.
As mulheres do grupo-controle, em sua maioria (77,5%), porém, referiram que se
encontravam moderadamente animadas, sendo citada essa resposta por 32,5% das
mulheres do grupo-intervenção. Foi encontrado um percentual pequeno de mulheres
que estavam apenas um pouco animadas, com os valores de 12,5% e 2,5%,
respectivamente, para os grupos controle e intervenção.
TABELA 19 - Distribuição das mulheres, segundo a sensação de incômodo após
a mastectomia. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Incomodada
N % N %
p
Nada 4 10,0 11 27,5 0,083
Um pouco 32 80,0 29 72,5 0,600
Moderadamente 4 10,0 0 0,0 0,116
Bastante 0 0,0 0 0,0
Excessivamente 0 0,0 0 0,0
Total 40 100,0 40 100,0
Os dados da tabela demonstram que nenhuma mulher referiu se sentir bastante
ou excessivamente incomodada. Quatro mulheres do grupo-controle afirmaram que se
sentiam moderadamente incomodadas, não sendo identificado tal fato no grupo-
intervenção.
A maioria das mulheres, tanto do grupo-controle (80%), como do grupo-
intervenção (72,5%), demonstraram que estavam um pouco incomodadas após a
realização da mastectomia, não sendo observada, dessa forma, diferença significativa
entre os dois grupos.
TABELA 20 - Distribuição das mulheres, segundo a sensação de tensão após a
mastectomia. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Tensa
N % N %
P
RR
contro/
Interv
IC para o RR
com 95% de
Confiança
Nada 17 42,5 28 70,0 0,024 0,607 [0,401 ; 0,918]
Um pouco 22 55,0 12 30,0 0,041 1,833 [1,058 ; 3,178]
Moderadamente 1 2,5 0 0,0 1,000
Bastante 0 0,0 0 0,0
Excessivamente 0 0,0 0 0,0
Total 40 100,0 40 100,0
A maioria das mulheres do grupo intervenção (28), correspondendo ao
percentual de 70%, apresentavam-se nada tensas, enquanto no grupo-controle esse
percentual foi de 42,5%, ou seja, 17 mulheres. Observou-se diferença significativa entre
os grupos (p=0,024) e um RR igual a 0,607 (IC = [
0,401; 0,918]).
Por outro lado, a maioria das mulheres do grupo-controle (55%) se encontrava
um pouco tensa, quando comparada ao grupo-intervenção (30%). Existe diferença
significativa entre os grupos (p=0,041), com um RR do grupo-controle comparado ao
grupo-intervenção igual a 1,8333 (IC = [1
,058; 3,178]).
TABELA 21 - Distribuição das mulheres, segundo a demonstração de tristeza após a
mastectomia. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle
Intervençã
o
Triste
N % N %
P
RR
contro/
Interv
IC para o RR
com 95% de
Confiança
Nada 17 42,5 27 67,5 0,042 0,630 [0,414 ; 0,958]
Um pouco 20 50,0 13 32,5 0,173
Moderadamente 3 7,5 0 0,0 0,241
Bastante 0 0,0 0 0,0
Excessivamente 0 0,0 0 0,0
Total 40 100,0 40 100,0
Analisando a tabela acima, observa-se que a maioria das mulheres do grupo
intervenção (27), correspondendo a 67,5%, se encontrava nada triste. Esse fato foi
mencionado por 17 mulheres do grupo-controle (42,5%). Há, assim, uma diferença
significativa entre os grupos (p=0,042), com um RR=0,630.
Destaca-se o fato de que 50% das mulheres do grupo-controle referiu se sentir
um pouco triste, sensação demonstrada por 13 mulheres do grupo-intervenção (32,5%),
não sendo observada diferença significativa entre os valores citados.
TABELA 22 - Distribuição das mulheres, segundo a presença de fadiga após a
mastectomia. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Fadigada
N % N %
P
RR
contro/
interv
IC para o RR
com 95% de
Confiança
Nada 30 75,0 38 95,0 0,025 0,789 [0,651 ; 0,957]
Um pouco 10 25,0 2 5,0 0,025 5,000 [1,169 ; 21,391]
Moderadamente 0 0,0 0 0,0
Bastante 0 0,0 0 0,0
Excessivamente 0 0,0 0 0,0
Total 40 100,0 40 100,0
No grupo-intervenção, 38 mulheres (95%) demonstraram se sentir nada
fadigadas, enquanto no grupo-controle essa sensação foi referida por 30 mulheres
(75%), o que leva a crer-se que há diferença significativa (p=0,025) entre os valores,
sendo o RR do grupo-controle comparado com o grupo-intervenção igual a 0,789 (IC =
[0,651; 0,957]).
Enfatiza-se o fato de que dez mulheres do grupo-controle (25%) referiram que se
sentiam um pouco fadigadas, contra apenas duas mulheres do grupo-intervenção (5%).
Percebe-se uma diferença significativa entre os grupos nesse aspecto (p=0,025), com
um RR=5,000 (IC = [1,169; 21,391]).
Vale ressaltar que não foram encontradas respostas que comprovassem a
existência de fadiga de intensidade bastante, moderada ou excessiva.
TABELA 23 - Distribuição das mulheres, segundo o fato de se sentir ou não ativa, após
a mastectomia. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Ativa
N % N %
P
RR
contro/
Interv
IC para o RR
com 95% de
Confiança
Nada 0 0,0 0 0,0
Um pouco 13 32,5 3 7,5 0,010 4,333 [1,336 ; 14,052]
Moderadamente 27 67,5 26 65,0 1,000
Bastante 0 0,0 11 27,5 <0,001 Não possível calcular
Excessivamente 0 0,0 0 0,0
Total 40 100,0 40 100,0
Não foi identificada diferença significativa entre o número de mulheres de ambos
os grupos que referiram se sentirem moderadamente ativas, sendo representadas por
27 mulheres do grupo-controle (67,5%) e 26 mulheres (65%) do grupo-intervenção.
Em relação a sentir-se um pouco ativa, encontraram-se 13 mulheres no grupo-
controle (32,5%) e apenas três mulheres (7,5%) no grupo-intervenção, sendo
observada diferença significativa (p=0,010), com um RR=4,333.
Não foi identificada, todavia, resposta por parte de nenhuma mulher do grupo
controle que indicasse estar bastante ativa, sendo no grupo-intervenção mencionada tal
sensação por 11 mulheres (27,5%), o que leva a crer-se que há diferença significativa
entre os grupos (p<0,001).
TABELA 24 - Distribuição das mulheres em relação ao humor após a
mastectomia. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Mal-humorada
N % N %
Nada 40 100,0 40 100,0
Um pouco 0 0,0 0 0,0
Moderadamente 0 0,0 0 0,0
Bastante 0 0,0 0 0,0
Excessivamente 0 0,0 0 0,0
Total 40 100,0 40 100,0
Não foram, encontradas respostas, por parte das mulheres, que indicassem a
presença de mau-humor. Todas as mulheres, incluindo grupo-controle e grupo-
intervenção, referiram que não se achavam nada mal-humoradas.
Abaixo, no quadro 2, pode-se visualizar os valores descritivos da escala de
POOMS, de ambos os grupos.
QUADRO 2 - Valores Descritivos da escala de POMS.
Grupo N Média Dp Mínimo Mediana Máximo
DEPRESSÃO
Controle 40 1,28 1,037 0 1 4
Intervenção 40 0,55 0,846 0 0 3
VIGOR
Controle 40 5,33 1,095 3 6 7
Intervenção 40 7,00 1,359 3 7 9
RAIVA
Controle 40 1,60 0,709 0 2 3
Intervenção 40 1,18 0,781 0 1 3
TENSÃO
Controle 40 1,58 1,01 0 2 4
Intervenção 40 0,85 0,77 0 1 2
FADIGA
Controle 40 1,23 1,121 0 1 3
Intervenção 40 0,33 0,694 0 0 2
Índice Geral de Alteração Emocional
Controle 40 9,35 3,175 4 9 20
Intervenção 40 4,90 2,827 0 4 11
O grupo-intervenção apresenta um índice de alteração emocional menor em
relação ao grupo-controle, o que pode comprovar a importância da orientação de
enfermagem no pós-operatório imediato de mastectomia.
Quando se verifica se, em média, os grupos diferem em relação à escala de
POMS, encontra-se o seguinte:
QUADRO 3 - Teste de Mann-Whitney. Comparação dos grupos em relação aos escores
médios das escalas do POMS.
Grupo N media Dp P
DEPRESSÃO
Controle 40 1,28 0,164
Intervenção 40 0,55 0,134
0,001
VIGOR
Controle 40 5,33 0,173
Intervenção 40 7,00 0,215
< 0,001
RAIVA
Controle 40 1,60 0,112
Intervenção 40 1,18 0,123
0,022
TENSÃO
Controle 40 1,58 0,160
Intervenção 40 0,85 0,122
0,001
FADIGA
Controle 40 1,23 0,177
Intervenção 40 0,33 0,110
< 0,001
Índice Geral de Alteração
Emocional
Controle 40 9,35 0,502
Intervenção 40 4,90 0,447
< 0,001
Pelo quadro 3, existe diferença significativa entre os grupos em relação a:
escore médio da depressão, p=0,001, onde, segundo os dados observados, em
média, o grupo-controle possui um escore médio da depressão
superior ao do grupo-
intervenção.
Escore médio do vigor, p<0,001, onde, segundo os dados observados, em média o
grupo-controle possui um escore médio do vigor
inferior ao do grupo-intervenção.
Escore médio da cólera, p=0,022, onde, segundo os dados observados, em média o
grupo-controle possui um escore médio da cólera
superior ao do grupo-intervenção.
Escore médio da tensão, p=0,001, onde,segundo os dados observados, em média o
grupo-controle possui um escore médio da tensão
superior ao do grupo-intervenção.
Escore médio da fadiga, p<0,001, onde, segundo os dados observados, em média o
grupo-controle possui um escore médio da fadiga
superior ao do grupo-intervenção.
Escore médio da alteração do emocional geral, p<0,001, onde, segundo os dados
observados, em média, o grupo-controle possui um escore médio da alteração do
emocional geral superior ao do grupo-intervenção.
4.3 Aspectos sociais
No que se refere aos aspectos sociais, foi observado o relacionamento da mulher
tanto com a família como com os amigos, após a cirurgia, a fim de verificar alterações
positivas ou negativas. A tabela 28 ilustra as alterações relativas ao relacionamento da
mulher com a família.
TABELA 25 - Distribuição das mulheres, segundo o relacionamento com a família, após
a cirurgia. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Relacionamento com a
família
N % N %
P
RR
cont/
Interv
IC para o RR
com 95% de
Confiança
Melhorou depois da
cirurgia
10 25,0 19 47,5
0,062
Não mudou em nada 29 72,5 19 47,5 0,039 1,526 [1,046 ; 2,227]
Isolei-me para não
preocupar a família
00,00 0,0
Piorou 1 2,5 2 5,0 1,000
Total 40 100,0 40 100,0
No grupo-intervenção, 19 mulheres (47,5%) mencionaram que o relacionamento
com a família melhorou após a cirurgia, o que foi relatado no grupo-controle por dez
mulheres (25%).
Não ocorreram mudanças no relacionamento familiar, segundo 29 mulheres
(72,5%) do grupo-controle, fato relatado por 19 mulheres (47,5%) do grupo-intervenção,
o que demonstra uma diferença significativa entre os grupos (p=0,039) nesse aspecto.
Como referido anteriormente, porém, as mudanças positivas no relacionamento
ocorreram em menor proporção no grupo-controle.
É importante frisar que uma pequena proporção de mulheres, uma no grupo-
controle (2,5%) e duas no grupo-intervenção (5%) afirmaram que ocorreram mudanças
negativas no relacionamento familiar, ou seja, o relacionamento piorou, entretanto não
há diferença significativa entre os grupos.
Em se tratando do relacionamento da mulher com os amigos, os dados estão
demonstrados na tabela a seguir.
TABELA 26 - Distribuição das mulheres, segundo o relacionamento com os amigos,
após a cirurgia. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Relacionamento com os amigos
N % N %
p
Melhorou depois da cirurgia 5 12,5 8 20,0 0,546
Não mudou em nada 32 80,0 30 75,0 0,790
Isolei-me para não preocupar 1 2,5 1 2,5 1,000
Piorou 2 5,0 1 2,5 1,000
Total 40 100,0 40 100,0
Observa-se que não há diferença estatisticamente significativa entre os grupos.
As mulheres, em sua maioria, referiram que o relacionamento não mudou em nada,
com os percentuais de 80% no grupo-controle e 75% no grupo-intervenção. Relataram
mudanças positivas no relacionamento cinco mulheres do grupo-controle (12,5%) e oito
mulheres do grupo-intervenção (20%). Mudanças negativas ocorreram em menor
proporção, pois uma mulher de cada grupo referiu que se isolou para não preocupar os
amigos; duas do grupo-controle e uma do grupo-intervenção expressaram que o
relacionamento com os amigos piorou.
4.4 Aspectos físiológicos
Uma questão abordada no estudo diz respeito aos aspectos fisiológicos das
mulheres de ambos os grupos, após uma média de 40 dias da cirurgia. Com o intuito de
comparar os grupos, foram observados os hábitos alimentares, o desenvolvimento de
atividades físicas e o tempo dedicado ao sono e repouso.
TABELA 27 - Distribuição das mulheres, segundo as mudanças ocorridas nos hábitos
alimentares após a cirurgia. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Hábitos Alimentares
N % N %
P
RR
contr/
Interv
IC para o RR
com 95% de
Confiança
Não se preocupou com a
alimentação
00,00 0,0
Diminuiu o consumo de
alimentos que podem não ser
bons
38 95,0 21 52,5
<0,001 1,810 [1,336 ; 2,450]
Deixou de consumir alimentos
que podem não ser bons
2 5,0 19 47,5
<0,001 0,105 [0,026 ; 0,422]
Total 40 100,0 40 100,0
Pode-se observar, pelos dados da tabela, que não houve, por parte das
mulheres de nenhum dos grupos, falta de preocupação em relação aos hábitos
alimentares, sendo manifestados cuidados com a ingestão de determinados alimentos,
que, conforme a cultura popular, podem ser prejudiciais.
Dessa forma, 38 mulheres do grupo-controle (95%) mencionaram que
diminuíram o consumo de alimentos que podiam não ser bons, enquanto no grupo-
intervenção foram 21 mulheres (52,5%), o que leva a crer-se que há diferença
significativa entre os grupos (p<0,001), com um RR=1,810 (IC = [1,336; 2,450]).
Por outro lado, dezenove mulheres do grupo-intervenção (47,5%) referiram que
deixaram de consumir alimentos que podiam não ser bons, contra apenas duas
mulheres do grupo-controle (5%), havendo diferença significativa (p<0,001).
TABELA 28 - Distribuição das mulheres, segundo a retomada de atividades físicas após
a cirurgia. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Atividade Física
N % N %
P
RR
contr/
Interv
IC para o RR
com 95% de
Confiança
Evita realizar por medo 14 35,0 2 5,0 0,001 7,000 [1,700 ; 28,824]
Retomou algumas, mas com dúvidas 23 57,5 15 37,5 0,117
Realiza as que beneficiam a recuperação
segundo orientações
3 7,5 23 57,5 <0,001 0,130 [0,043 ; 0,400]
Total 40 100,0 40 100,0
A maioria das mulheres do grupo-intervenção (57,5%) relatou que realizavam
atividades que beneficiassem sua recuperação, conforme orientado, sendo citado por
apenas três mulheres do grupo-controle (7,5%). Nota-se, aqui, diferença significativa
entre as respostas dos grupos (p<0,001), com um RR do grupo-controle em relação ao
grupo-intervenção igual a 0,130 (IC = [0,043; 0,400]).
A maioria das mulheres do grupo-controle (23), correspondendo a 57,5%,
evidenciou a retomada de algumas atividades, mas elas manifestaram dúvidas. Em
relação ao grupo-intervenção, 15 mulheres (37,5%) ainda apresentavam dúvidas nesse
aspecto.
É comum a limitação de atividades físicas por algumas mulheres, após a
mastectomia, o que pode estar associado ao medo. Foram identificadas 14 mulheres do
grupo-controle (35%) e apenas duas do grupo-intervenção (5%) que evitavam realizar
atividades físicas por medo, havendo diferença significativa entre os grupos (p=0,001),
com um RR= 7,000 (IC = [1,700; 28,824]).
TABELA 29 - Distribuição das mulheres, segundo o tempo dedicado ao sono e
repouso, após a mastectomia. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Dedica tempo suficiente
ao sono e repouso
N % N %
P
Não 8 20,0 10 25,0 0,790
Sim 32 80,0 30 75,0
Total 40 100,0 40 100,0
Não foi observada diferença estatisticamente significativa entre os grupos no que
se refere ao tempo dedicado ao sono e ao repouso. A maioria das mulheres ressaltou
que dedicava tempo suficiente ao sono e repouso, com os percentuais de 80% e 75%,
respectivamente, grupo-controle e grupo-intervenção.
Oito mulheres (20%) do grupo-controle e dez mulheres (25%) do grupo-
intervenção, entretanto, disseram que não dedicavam tempo suficiente ao sono e ao
repouso.
Outro parâmetro utilizado para observar a recuperação das mulheres
mastectomizadas refere-se às complicações após a cirurgia, conforme demonstrado no
gráfico a seguir.
37
23
3
17
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Controle Intervenção
Sim
Não
FIGURA 2 - Distribuição das mulheres, segundo a ocorrência de
complicações. Fortaleza, 2006.
De acordo com o gráfico, vê-se que em sua maioria as mulheres, 37 (92,5%) do
grupo-controle e 23 (57,5%) do grupo-intervenção, apresentaram complicações após a
realização do procedimento cirúrgico. Nota-se uma proporção bem maior de
complicações cirúrgicas entre as pacientes do grupo-controle.
As complicações, segundo a ordem de ocorrência, estão listadas a seguir.
QUADRO 4 - Distribuição das mulheres, segundo as complicações cirúrgicas.
Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Complicações Pós – Cirúrgicas
N % N %
P
Sinais de infecção na ferida cirúrgica 10 25,0 4 10,0 0,139
Deiscência 5 12,5 2 5,0 0,432
Seroma 22 55,0 17 42,5 0,371
O seroma foi a complicação cirúrgica mais freqüente entre as mulheres, tendo
afetado 55% do grupo-controle e 42,5% do grupo-intervenção, seguido de sinais de
infecção na ferida cirúrgica, com o percentual de 25% no grupo-controle e 10% no
grupo-intervenção. Não houve diferença significativa entre os grupos.
As dificuldades das mulheres em relação ao manuseio do dreno de portovac
foram analisadas, sendo expostas na tabela a seguir.
TABELA 30 - Distribuição das mulheres, segundo a presença das dificuldades com o
manuseio do dreno de portovac após a mastectomia. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Dificuldade
com o Dreno
N % N %
P
RR
contro/
Interv
IC para o RR
com 95% de
Confiança
Não 26 68,4 37 92,5 0,009 0,740 [0,586 ; 0,934]
Sim
12 31,6 3 7,5 4,211
[1,288 ;
13,767]
Total 38 100,0 40 100,0
Observou-se que o grupo-intervenção apresentou menos dificuldade para
manusear o dreno de portovac (7,5%), quando comparado ao grupo-controle (31,6%), o
que leva a crer-se que há diferença significativa (p=0,009) entre os grupos, com um
RR=0,740 (IC = [0,586; 0,934]).
Foram verificadas as complicações cirúrgicas, em valores descritivos,
comparando os dois grupos, controle e intervenção.
QUADRO 5 - Valores descritivos das complicações pós-cirúrgicas Fortaleza, 2006.
Grupo N Média Dp Mínimo Mediana Máximo
Nº de Complicações Pós – Cirúrgica
Controle 40 0,930 0,888 0 1 3
Intervenção 40 0,580 0,712 0 0 3
Tempo (dias) de Permanência com o Dreno
Controle 38 6,890 3,203 3 6,0 17
Intervenção 40 7,380 2,415 3 7,5 13
QUADRO 6 - Teste de Mann-Whitney, Comparação dos grupos.
Grupo N media ep P
Nº de Complicações Pós – Cirúrgica
Controle 40 0,93 0,140
Intervenção 40 0,58 0,113
0,071
Tempo (dias) de Permanência com o Dreno
Controle 38 6,89 0,520
Intervenção 40 7,38 0,382
0,138
Pelo quadro 6, existe indício, p=0,071, de diferença significativa no número
médio de complicações pós - cirúrgica entre os grupos, sendo que, em média, o grupo-
controle possui um valor superior ao do grupo-intervenção no número de complicações.
Vale destacar que o tempo médio de permanência do dreno no grupo-
intervenção foi de 6,89 dias e no grupo-controle foi de 7,38 dias.
O quadro 7 enumera as atitudes negativas em relação aos cuidados com o
braço, comparando os grupos.
QUADRO 7 - Desenvolvimento de atitudes negativas no cuidado com o braço, após a
mastectomia. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle
Intervenção
Atitudes negativas
N % N %
P
RR
contro/
interv
IC para o RR
com 95% de
Confiança
Não realiza atividades rotineiras
(pentear-se, escovar dentes)
2 5,0 0 0,0 0,494
Necessita de ajuda p/ tais atividades 6 15,0 2 5,0 0,263
Realiza atividades de risco 2 5,0 4 10,0 0,675
Não utiliza proteção p/ tais atividades 0 0,0 0 0,0
Usa roupas apertadas 0 0,0 0 0,0
Não evita exposição do braço ao sol 1 2,5 1 2,5 1,000
Mede a PA ou toma injeções no braço 0 0,0 0 0,0
Tira a cutícula das unhas 7 17,5 3 7,5 0,311
Carrega peso 2 5,0 0 0,0 0,494
Não protege a pele contra ressecamento 20 50,0 8 20,0 0,009 2,500 [1,250 ; 4,999]
Depila a axila com “gilete” 7 17,5 6 15,0 1,000
Não se previne contra picadas de
insetos
14 35,0 4 10,0
0,014 3,500 [1,261 ; 9,717]
Todas as mulheres do grupo-intervenção afirmaram que realizavam atividades
rotineiras, enquanto duas do grupo-controle (5%) evitavam realizá-las.
Quanto à realização de atividades de risco (jardinagem, cozinha e costura), duas
mulheres do grupo-controle (5,0%) e quatro do grupo-intervenção (10%) disseram que
realizavam estas atividades, sendo, porém, salientado o uso de proteção para tais
atividades.
Destaca-se o fato de que sete mulheres do grupo-controle (17,5%) e três do
grupo-intervenção (7,5%) expressaram que tiravam a cutícula das unhas do braço do
lado da cirurgia. Quanto à depilação da axila com “gilete”, sete mulheres do grupo-
controle (17,5%) e seis do grupo-intervenção (15%) realizavam tal ação. Não existe
diferença significativa entre os grupos.
No grupo-controle, 20 mulheres (50%) referiram que não protegiam a pele,
enquanto no grupo-intervenção foram oito mulheres (20%). Existe diferença significativa
entre os valores nos dois grupos (p=0,009), com um RR do grupo-controle em relação
ao grupo-intervenção igual a 2,5000 (IC = [1,250; 4,999]).
No que se refere à prevenção contra picadas de insetos no braço do lado
operado, no grupo-controle foram encontradas 14 pacientes (35%) que não se
precaviam, quando comparado a quatro (10%) no grupo-intervenção. Percebeu-se,
aqui, diferença significativa (p=0,014), com um RR=3,500 (IC = [1,261; 9,717]).
As mulheres de ambos os grupos apresentaram dúvidas relacionadas a
determinados cuidados, conforme observado no quadro a seguir.
QUADRO 8 - Dúvidas quanto ao cuidado com o braço. Fortaleza, 2006.
Grupo
Controle Intervenção
Dúvidas
N % N %
P
RR
contro/
interv
IC para o RR
com 95% de
Confiança
Realização de atividades rotineiras 7 17,5 0 0,0 0,012 Impossível de calcular
Realização de atividades de risco 7 17,5 0 0,0 0,012 Impossível de calcular
Uso de roupas apertadas 9 22,5 0 0,0 0,002 Impossível de calcular
Exposição do braço ao sol 14 35,0 1 2,5 <0,001 14,000 [ 1,931 ;
1
01,48
5
]
Aferição de PA/Administração de
injeções no braço
28 70,0 6 15,0
<0,001
4,667
[
2,171
;
10,030
]
Retirada de cutícula das unhas 25 62,5 4 10,0 <0,001 6,250 [ 2,393 ; 16,326 ]
Carregar peso 2 5,0 1 2,5 1,000
Proteção da pele contra ressecamento 29 72,5 7 17,5 <0,001 4,143 [ 2,059 ; 8,338 ]
Depilação da axila com “gilete” 22 55,0 3 7,5 <0,001 7,333 [ 2,384 ;
2
2,562 ]
Prevenção de picadas de insetos 22 55,0 5 12,5 <0,001 4,400 [ 1,850 ; 10,466 ]
As mulheres do grupo-controle apresentaram dúvidas relativas a todos os
aspectos em proporção maior do que as do grupo-intervenção, conforme observado no
quadro.
As diferenças mais significativas referem-se a proteção da pele contra
ressecamento, com 29 mulheres do grupo-controle (72%) e sete (17,5%) do grupo-
intervenção; aferição de PA e administração de injeções no braço do lado da mama
operada, com 28 pacientes do grupo-controle (70%) e apenas seis do grupo-
intervenção (15%); retirada de cutícula, citadas por 25 mulheres (62,5%) do grupo
controle e quatro (10%) do grupo intervenção; depilação da axila com “gilete” e
prevenção contra picadas de insetos despertaram dúvidas em 22 (55%) das mulheres
do grupo-controle cada e, respectivamente, três (7,5%) e cinco (12,5%) do grupo-
intervenção.
Os quadros que seguem apresentam, de forma comparativa, os aspectos
negativos relacionados aos cuidados com o braço, bem como as dúvidas quanto a tais
cuidados.
QUADRO 9 - Valores descritivos por grupo. Fortaleza 2006.
Grupo n Media dp Mínimo mediana máximo
Total de aspectos negativos no cuidado com o braço
Controle 40 1,53 1,20 0 1,0 4
Casos 40 0,70 0,82 0 0,5 3
Total de dúvidas no cuidado com o braço
Controle 40 4,13 2,07 0 4,0 8
Casos 40 0,68 1,05 0 0,0 3
QUADRO 10 - Teste de Mann-Whitney. Comparação dos grupos.
Fortaleza 2006.
Grupo N Media ep P
Total de aspectos negativos no cuidado com o braço
Controle 40 1,53 0,19
Casos 40 0,70 0,13
0,001
Total de dúvidas no cuidado com o braço
Controle 40 4,13 0,33
Casos 40 0,68 0,17
<0,001
Destaca-se, mais uma vez, o fato de que o grupo-intervenção adotou de modo
mais intenso atitudes positivas quanto aos cuidados com o braço após a mastectomia,
bem como apresentou dúvidas em relação a tais cuidados em menor intensidade do
que o grupo controle.
5 DISCUSSÃO
A faixa etária das mulheres participantes do estudo foi observada, a fim de
mensurar a predominância do câncer de mama entre as diversas faixas etárias.
Em virtude da sua alta freqüência e, principalmente, pelos efeitos psicológicos
que costuma ocasionar, afetando a auto-imagem, o câncer de mama é provavelmente o
mais temido pelas mulheres, sendo raro antes dos 35 anos de idade, mas com sua
incidência crescendo rápida e progressivamente acima dessa idade (BRASIL, 2006).
Boff et al. (2006) acentuam que o câncer de mama é a neoplasia mais freqüente
na população feminina, atingindo, principalmente, mulheres com idade acima de 40
anos.
No estudo a faixa etária predominante entre as mulheres dos dois grupos foi a de
36 a 68 anos, não havendo diferença significativa em relação a essa variável. Foram
identificadas, ainda, mulheres que se encontravam com idade inferior a 40 anos e, com
menor freqüência, com menos de 35 anos.
A maioria das mulheres participantes do estudo, seja do grupo-intervenção ou do
grupo-controle, era procedente do interior, o que pode indicar que a deficiência de
exames mais especializados, como, por exemplo, a mamografia, na maioria das
cidades do interior do Estado, dificulta o diagnóstico mais precoce da doença mamária.
Em relação ao estado civil, a maioria das mulheres era de casadas, não sendo
identificada diferença significativa entre os dois grupos nesse aspecto.
Quanto a escolaridade, não foi observada diferença significativa entre os grupos.
Percebe-se grande número de mulheres com pouca ou nenhuma escolaridade, uma
vez que havia nos dois grupos mulheres analfabetas ou apenas alfabetizadas. Vale
destacar que a maioria das mulheres de ambos os grupos não possuía o ensino
fundamental completo. Os dados corroboram o estudo de Gozzo (2005), em que a
maioria das mulheres, também, não havia concluído o ensino fundamental.
No que concerne à ocupação, um percentual significativo se concentrava entre
as donas de casa. Outras ocupações estiveram presentes, entre as quais se
mencionam: agricultora, costureira, doméstica, professora e vendedora.
A mastectomia radical modificada, associada ao esvaziamento axilar foi o
procedimento mais freqüente entre as mulheres de ambos os grupos. Destaca-se que a
implementação de procedimentos cirúrgicos mais radicais está associada ao estádio em
que a doença se encontra no momento do diagnóstico. De acordo com Abreu e
Koifman (2002), na maioria das instituições de câncer, a doença é diagnosticada em
estádios avançados, sendo que os estadiamentos III e IV chegam a corresponder a
cerca de 60% dos diagnósticos iniciais.
O número de casos de câncer de mama identificados nos estádios iniciais da
doença é muito reduzido, tornando a mastectomia com linfadenectomia axilar uma
intervenção freqüente (MEDEIROS; NUNES, 2001).
No que se refere à lateralidade do tumor, no grupo-controle o lado mais afetado
foi o esquerdo, enquanto no grupo-intervenção o lado predominante foi o direito.
Considerando-se, porém, o número total de mulheres, o lado esquerdo foi o mais
afetado.
Em estudo realizado por Panobianco e Mamede (2002), em que buscaram
conhecer aspectos relacionados ao câncer de mama, as autoras verificaram uma
freqüência maior de neoplasia na mama esquerda. Por outro lado, Padrón et al. (2002),
em uma pesquisa com mulheres com câncer de mama, observaram que o lado direito
foi o mais afetado.
É importante enfatizar que os tumores estiveram mais freqüentemente
localizados no quadrante superior externo, seguido do quadrante superior interno. Tal
fato demonstra a prevalência de localização no quadrante superior, coincidindo com o
estudo de Padrón et al. (2002), que apontaram uma freqüência maior de localização
dos tumores no quadrante superior externo, com 28% dos casos.
No que diz respeito ao diagnóstico, o mais comum entre as mulheres do estudo,
envolvendo grupo-controle e grupo-intervenção, foi o carcinoma ductal infiltrante. O
carcinoma pouco diferenciado ocupou o segundo lugar.
As formas mais comuns de carcinoma de mama incluem o carcinoma ductal
infiltrante e o carcinoma lobular infiltrante, na sua apresentação pura ou em combinação
com outros tipos de tumores (ABREU; KOIFMAN, 2002).
Em relação ao carcinoma ductal infiltrante, os dados corroboram o estudo de
Abreu e Koifman (2002). Em segundo lugar, porém, o principal diagnóstico foi
representado pelo carcinoma pouco diferenciado. O carcinoma lobular infiltrante ficou
em quarto lugar dos diagnósticos entre as pacientes do estudo.
No que tange aos aspectos emocionais relacionados à mastectomia, foi aplicada
aos dois grupos de mulheres uma escala denominada Escala de POMS – Profile of
Mood States (Lorr e Macnair, 1984), para a avaliação de aspectos emocionais e sua
intensidade de ocorrência.
Nenhuma das mulheres do grupo-intervenção demonstrou estar moderadamente
ou bastante intranqüila em relação à mastectomia, o que foi observado em algumas
mulheres do grupo-controle. Foi observada diferença significativa quando as mulheres
declararam estar nada intranqüilas, com um percentual significativo de mulheres do
grupo-intervenção e um número bem menor no grupo-controle.
Compreende-se que a orientação de enfermagem direcionada às mulheres do
grupo, no pós-operatório, contribuiu para melhor resposta, ou seja, elas apresentaram-
se mais tranqüilas, apesar de ainda haver um número considerável de pacientes desse
grupo que se encontrava um pouco intranqüila (55%), o que pode ser atribuído ao fato
do medo do câncer, doença considerada fatal e quase sempre associada à morte.
É importante destacar o fato de que, por ser o câncer de mama uma doença que
abala a estrutura emocional da mulher, em virtude de a mama ser valorizada como um
dos atributos de maior importância para a beleza feminina, ela geralmente se apresenta
com medo do desconhecido, receio da reação das pessoas e do companheiro e,
principalmente, com medo de não ficar curada.
As mulheres com câncer de mama enfrentam momentos e períodos difíceis: a
descoberta do nódulo, muitas vezes feita por ela própria; a dúvida em relatar ou não à
família o que está acontecendo; o momento em que fazem tal relato; a procura pelo
serviço médico; a realização dos exames diagnósticos; a espera pelos resultados dos
exames; a confirmação do diagnóstico de câncer; o período pré-operatório; os
tratamentos neo-adjuvantes e adjuvantes (quimioterapia e radioterapia); a cirurgia; a
possibilidade de complicações; e a incerteza da recorrência da doença (PANOBIANCO,
2002).
Nesse sentido, não raramente, as portadoras de neoplasias apresentam-se
bastante abaladas emocionalmente, manifestando reações diversas, entre as quais
estão: a raiva, a intranqüilidade, o medo e a ansiedade.
Observa-se que, em geral, o grupo-intervenção, quando comparado ao grupo-
controle, apresenta melhor resposta, quando considerada a sensação de desamparo.
Durante a orientação de enfermagem realizada às mulheres do grupo-intervenção,
buscou-se valorizar as relações familiares e com os amigos, para o melhor
enfrentamento do problema.
O apoio oferecido pela família funciona como propulsor de forças para a mulher
retomar sua vida. Dessa forma, a integridade do relacionamento familiar é essencial na
recuperação e readaptação física, emocional e social da pessoa que está vivenciando
uma situação de agravos à saúde, como é o caso do câncer de mama (MELO; SILVA;
FERNANDES, 2005).
É válido destacar o fato de que as mulheres do grupo-intervenção apresentaram
uma resposta mais eficaz no que se refere à presença de forças para enfrentar a
situação de ser mastectomizada, fato que pode estar intimamente relacionado à
orientação de enfermagem realizada a esse grupo, enquanto o grupo-controle recebeu
apenas a orientação de rotina.
Duarte e Andrade (2003) identificaram em um estudo que as mulheres
mastectomizadas valorizam bastante as informações e orientações acerca do câncer de
mama, seja por parte de profissionais de saúde ou por pessoas que já vivenciaram a
doença, sendo consideradas fundamentais para diminuir a ansiedade e o medo ante o
diagnóstico e os tratamentos.
Observou-se que as mulheres inseridas no grupo-intervenção apresentaram-se
com mais energia após a mastectomia, quando comparadas às mulheres do grupo-
controle.
É importante ressaltar que, durante a orientação realizada às mulheres do grupo-
intervenção, buscou-se valorizar a importância de retomar as atividades rotineiras, de
maneira gradual, respeitando os limites impostos pela cirurgia, ou seja, a mulher era
estimulada a realizar atividades que lhe causassem satisfação, a fim de contribuir para
a recuperação e despertar energia, vontade de “ficar boa”.
De um modo geral, as mulheres de ambos os grupos apresentavam-se um
chateadas, o que é justificável, em virtude do impacto que o câncer de mama costuma
causar. Não foram observadas, porém, diferenças estatisticamente significativas entre
os dois grupos em relação aos sentimentos manifestados nesse aspecto.
Considerando o caso concreto de ter um câncer, a pessoa deve fazer frente a
uma situação estressante que pode se desenvolver pelos efeitos físicos e psicológicos,
associados ao diagnóstico e aos tratamentos. O câncer de mama significa uma ameaça
ao bem-estar e uma considerável fonte de dano pessoal no plano da auto-imagem, do
rendimento, desenvolvimento de tarefas, relação interpessoal e sexualidade (BARÉZ,
2002).
Apesar do fato de a mastectomia representar uma cirurgia que abala
emocionalmente a mulher, geralmente lhe afetando a sua auto-estima, não foram
demonstrados sentimentos de infelicidade de intensidade moderada, bastante ou
excessiva.
Em linhas gerais, nota-se que a infelicidade não foi um sentimento que esteve
presente de forma marcante entre as mulheres enfocadas no estudo, talvez porque
muitas preferiam se apegar à força de vontade para ficar curadas, sendo fundamental,
dessa forma, buscar a esperança e a confiança como fatores fundamentais nesse
momento.
Quando questionadas em relação à sensação de cansaço, nenhuma das
mulheres, seja do grupo-controle ou intervenção, referiu que se sentia moderadamente,
bastante ou excessivamente cansada.
Foi observada diferença estatisticamente significativa associada à demonstração
de cansaço relacionado à mastectomia, visto que um percentual bem maior de
mulheres do grupo-intervenção não referiu cansaço.
Notou-se, pelos resultados, que as mulheres que receberam a orientação de
enfermagem diferenciada apresentaram uma resposta no aspecto presença de
desânimo, traduzido por maior demonstração de animação, de vontade de continuar
vivendo.
Bárez (2002) argumenta que, ante o diagnóstico de uma doença grave, que
ameaça a vida da pessoa ou compromete sua autonomia, são manifestadas reações
psicológicas baseadas na ansiedade e na depressão. Nesses casos, rompe-se um
curso de ação estável entre o indivíduo e o meio, criando-se comportamentos levados
pela emoção, ocasionando um processo de vulnerabilidade e sensação de vítima.
Quando isso ocorre, é necessária uma mudança ou nova adaptação que permita voltar
a estabelecer uma relação instrumental efetiva com o meio. Voltar à normalidade
implica adaptar-se ao sentimento de vulnerabilidade e ter sensação de controle sobre o
evento negativo.
Nesse sentido, vale destacar a importância da orientação de enfermagem às
pacientes mastectomizadas, pois elas se encontram, em geral, emocionalmente
abaladas, sendo necessário, então, que sejam preparadas para melhor adaptação.
Gutiérrez et al. (2004) referem que a mastectomia é um tipo de cirurgia que
demanda uma série de cuidados, os quais devem estar voltados para a recuperação
física, emocional e social das mulheres que realizaram o procedimento cirúrgico.
Entende-se que a mastectomia é uma cirurgia complexa, capaz de abalar a
estrutura física e emocional da mulher. Dessa forma, em sua maioria as mulheres de
ambos os grupos se apresentavam um pouco incomodadas. Um percentual pequeno
referiu não se sentir nem um pouco incomodada, ou seja, se sentiam totalmente bem,
sem nenhum incomodo relacionado ao procedimento cirúrgico. Chama-se a atenção
para o fato de o grupo-intervenção apresentar um número maior de mulheres que não
se sentiam incomodadas, o que pode estar ligado à intervenção inicial, realizada no
pós-operatório imediato a esse grupo.
Quando avaliadas em relação à presença de tensão, a maioria das mulheres do
grupo-intervenção apresentava tensão em proporção significativamente menor do que
as mulheres do grupo-controle.
Dessa forma, pode-se deduzir que o acompanhamento de enfermagem no pós-
operatório contribui para a minimização dos sentimentos negativos. Medeiros e Nunes
(2001) pesquisaram a influência de um vídeo de informação adicional a pacientes
mastectomizadas, buscando conhecer o nível de ansiedade das pacientes, sendo
trabalhados dois grupos (intervenção e controle). Segundo as autoras, os níveis de
ansiedade mostraram-se mais elevados no grupo-controle, que não recebeu a
orientação diferenciada.
Assim, Medeiros e Nunes (2001) assinalam que o procedimento de informação
pode se tornar elemento valioso na melhora da condição de aspectos que influem
diretamente no bem-estar das pacientes mastectomizadas.
Foi observada diferença significativa concernente à demonstração de tristeza,
uma vez que, no grupo-controle, esse sentimento esteve presente com maior
intensidade, quando comparado com o grupo-intervenção.
Para o ser humano, deparar-se com uma doença grave, que põe em risco sua
vida, é um acontecimento estressante e difícil de enfrentar. As reações emocionais que
freqüentemente aparecem e, em algumas ocasiões de maneira intensa, são a
depressão e a ansiedade, as quais podem interferir no modo de enfrentamento e na
recuperação (BÁREZ, 2002).
Nessa perspectiva, segundo Bárez (2002), pode-se afirmar que o câncer de
mama representa uma situação em que está envolvida a tensão, em que a paciente
deve enfrentar diferentes tipos de agentes estressores, tais como o diagnóstico, a
intervenção cirúrgica mutilante e os tratamentos associados, cujos efeitos secundários
costumam ser incapacitantes, alterando consideravelmente o bem-estar e a qualidade
de vida.
Camargo e Souza (2003) ressaltam que a atenção à mulher mastectomizada tem
como objetivo final capacitá-la para o autocuidado. Ordinariamente, no sistema de
saúde do Brasil, que segue o modelo biomédico, envolver a paciente no autocuidado é
compreendido apenas como o ato de dar-lhe informação e orientação acerca de sua
patologia e seu tratamento, a respeito do que a equipe de saúde considera que ela
deve cumprir para ajudar no tratamento e na recuperação.
A cliente deve ser vista como uma pessoa com questões e preocupações
singulares. Portanto, a atuação das enfermeiras não se reduz a orientação e
informação sobre sua doença e seus direitos à saúde, mas envolve também atuação no
plano existencial (CAMARGO; SOUZA, 2003).
Foi identificada diferença estatisticamente significativa em relação à
demonstração de fadiga, quando comparados os dois grupos, sendo que a maioria das
mulheres, tanto do grupo-controle, quanto do grupo-intervenção, referiram não
sentirem-se nem um pouco fadigadas.
As mulheres que receberam acompanhamento no pós-operatório imediato
apresentavam-se mais ativas, após a cirurgia, quando comparadas àquela que
receberam apenas o acompanhamento de rotina da Instituição. Elas demonstravam
mais vontade de recuperação, para a retomada das atividades do cotidiano.
No que concerne ao humor, não foram observadas respostas, em nenhum dos
grupos, que indicassem a existência de mau humor, ou seja, todas as mulheres
mencionaram que se sentiam de bem com a vida, que não tinham percebido, até o
momento, mudança significativa no seu humor.
Uma das maneiras encontradas pela portadora de câncer de mama que realiza a
mastectomia para enfrentar melhor a situação é o bom humor. Não se pode negar que,
na maioria das vezes, ela se encontra triste, chateada, tensa e, assim, utiliza como
mecanismo de enfrentamento os relacionamentos interpessoais, valorizando as
reuniões com amigos e familiares, dentre outros fatores, os quais contribuem para uma
melhor readaptação.
Receber um diagnóstico de câncer e passar por um tratamento para este
significa um evento estressante que afeta em diversas ocasiões as pessoas que
padecem da doença, assim como à família. Assim, é fundamental o apoio emocional, o
qual se refere às demonstrações de amor, carinho e de pertencer a um grupo. Implica o
fato de poder falar com alguém sobre as preocupações e sentimentos negativos
ocasionados pela doença. Envolve também o ato de ser ouvido, entendido, animado e
cuidado. O suporte emocional pode ser dado pela família, amigos profissionais de
saúde ou por outras pessoas que tenham passado pela mesma experiência.
Teoricamente esse tipo de suporte é o que mais ajuda (BÁREZ; BLASCO;
FERNANDÉZ, 2003).
É coerente expressar que as mudanças positivas no relacionamento familiar das
mulheres após a mastectomia foram comprovadas com maior intensidade no grupo-
intervenção. Esse resultado pode estar associado ao enfoque dado a este grupo no
pós-operatório imediato, em que foram realizadas orientações às mulheres e,
geralmente, estas se encontravam acompanhadas por algum familiar.
No momento da alta da paciente mastectomizada, o enfermeiro deve intervir
diretamente no seu acompanhamento, orientando-a a respeito de manutenção de sua
autonomia, sendo fundamental envolver a família nessa orientação, uma vez que esta
representa um apoio para a mulher, pois ela está afetada em sua esfera psicológica
(PADRÓN et al. 2002).
Assim, convém enfatizar a importância da conscientização dos membros
familiares mais próximos, objetivando o oferecimento de suporte por parte deles à
mulher com câncer de mama, contribuindo para a minimização de comprometimentos
futuros, ou amenizando os existentes, seja na esfera física e/ou emocional
(PANOBIANCO, 2001).
Reforçando tal afirmação, Bergamasco e Ângelo (2001), baseados em um
estudo, destacam que a família é vista pelas mulheres como apoio para não desistir, ao
receberem palavras de encorajamento, ajuda física e emocional, principalmente quando
os membros participam efetivamente das decisões e questões relacionadas ao
tratamento.
Não foi detectada diferença estatisticamente significativa entre os grupos,
quando analisada a presença de mudanças no relacionamento com os amigos após a
mastectomia. Segundo a maioria das mulheres, não ocorreram mudanças na relação
com os amigos, sendo citada, também, por parte de algumas de ambos os grupos, a
presença de mudanças positivas.
A mastectomia afeta não apenas a mulher, estendendo-se ao âmbito familiar, ao
contexto social, inclusive ao seu grupo de amigos. Por ser uma cirurgia que produz
alterações consideráveis no cotidiano da mulher, costuma influenciar o seu equilíbrio
emocional, podendo incorrer em sentimentos negativos, como depressão, tristeza e
isolamento social (MELO, 2001).
Bergamasco e Ângelo (2001) destacam que a experiência de passar por um
câncer de mama é ampla e envolve diferentes momentos, com significados distintos, os
quais envolvem implicações na vida diária e nas relações entre a mulher e as pessoas
do seu contexto social.
É fundamental que a assistência de enfermagem inclua medidas para prevenir
ou minimizar a angústia referida pela mulher diante do diagnóstico de câncer de mama.
Tais medidas devem incluir a mobilização de suporte social após a cirurgia, a ênfase
nas questões psicossociais após a alta hospitalar, assim como levantar as
necessidades de suporte informativo, a fim de facilitar o enfrentamento efetivo da
doença (BERGAMASCO; ÂNGELO, 2001).
Para a avaliação dos aspectos fisiológicos, um ponto observado refere-se às
mudanças nos hábitos alimentares, sendo percebido que, enquanto a maioria das
mulheres do grupo-controle apenas diminuiu o consumo de alimentos provavelmente
prejudiciais à sua recuperação, no grupo-intervenção o comportamento adotado pela
maioria foi deixar de consumir tais alimentos, o que pode estar relacionado às
orientações dirigidas às mulheres desse grupo.
As mulheres do grupo-intervenção foram orientadas acerca da importância da
realização de atividades cotidianas, de forma gradual, a fim de promover melhor
recuperação e de maneira mais rápida. A maioria as mulheres do grupo-intervenção
relataram que realizavam atividades que beneficiassem sua recuperação, conforme
orientado, sendo citado por poucas mulheres do grupo-controle.
A maioria das mulheres do grupo-controle referiu que estava retomando algumas
atividades, porém ainda manifestaram dúvidas. Em relação ao grupo-intervenção,
houve também manifestação de dúvidas nesse aspecto, embora em proporção menor,
o que leva a se enfatizar a importância de um acompanhamento mais intensivo às
mulheres mastectomizadas, incluindo-as em grupos de apoio, consultas ambulatoriais
e, principalmente, a necessidade de estímulo à retomada das atividades anteriores à
cirurgia, com algumas restrições, para melhor readaptação.
Segundo Fernandes, Santos e Silva (2005), a doença expõe as mulheres a uma
série de dificuldades, como as mudanças físicas, por exemplo, a limitação dos
movimentos do membro superior correspondente à mama afetada, chegando a
impossibilitar-las de realizar atividades domésticas e profissionais, anteriormente
desenvolvidas.
Assim, o retorno às atividades cotidianas deve ser uma meta na reabilitação,
embora se tenha consciência de que deve haver certa moderação. O limite deve ser
identificado pela própria mulher. É importante o papel da equipe de saúde na
prevenção, tratamento e profilaxia das complicações associadas à mastectomia. A
prática de atividades físicas de mulheres pós-cirurgia por câncer de mama, no entanto,
ainda representa um desafio (PANOBIANCO, 2002).
As orientações a respeito da doença e dos tratamentos estabelecidos contribuem
de forma significativa na readaptação física e social da mulher, além de deixá-las mais
tranqüilas quanto à possibilidade de realização de determinadas atividades
(FERNANDES; SANTOS; SILVA, 2005).
Nessa perspectiva, a enfermagem assume papel fundamental no
desenvolvimento de ações educativas que auxiliem as pacientes e seus cuidadores a
adquirirem conhecimento e habilidades sobre os vários aspectos do autocuidado,
contribuindo para a reabilitação (GUTIÉRREZ et al., 2004).
Quanto ao tempo dedicado ao sono e ao repouso, a maioria das mulheres, de
ambos os grupos, referiu que procurava dedicar tempo suficiente ao descanso, a fim de
contribuir para a recuperação. Por outro lado, ainda foram identificados em ambos os
grupos mulheres que afirmaram não dedicar tempo suficiente ao sono e ao repouso,
apresentando-se, por vezes, cansadas e sem vontade de realizar atividades físicas,
buscando medicamentos que auxiliassem a conciliar o sono.
Em se tratando das complicações cirúrgicas após a mastectomia, estas foram
mais freqüentes no grupo-controle, o que pode estar associado às orientações
realizadas no pós-operatório imediato às pacientes do grupo-intervenção, em que foram
abordados os principais cuidados com a ferida operatória e com o dreno de sucção.
Após a cirurgia, e nesse momento em especial, a mulher tem necessidade de
obter informações sobre os cuidados com o dreno e cicatrização da cirurgia, cuidados
com o braço e ombro homolaterais à cirurgia, bem como a respeito do tratamento que
será realizado após a cirurgia (GOZZO, 2005).
Tal fato poderá contribuir para a minimização das complicações associadas à
cirurgia, assim como para melhor recuperação e readaptação física, social e emocional
da mulher.
A complicação cirúrgica mais freqüente entre as mulheres foi o seroma, seuida
por ordem de ocorrência de sinais de infecção na ferida operatória e deiscência
cirúrgica. O seroma é a complicação mais comum da mastectomia. Essa patogênese
ainda não está suficientemente elucidada, estando freqüentemente associada a outras
complicações (STEHBENS, 2003).
Panobianco e Mamede (2002) identificaram a ocorrência de complicações e
intercorrências associadas ou não umas às outras, em todas as mulheres participantes
de um estudo, sendo citadas as seguintes complicações: limitação de amplitude de
movimento (64,7%), deiscência (47%), seroma (41,1%), dor (41,1%), aderência
(41,1%), infecção (23,5%), inflamação no local de inserção do dreno (11,8%) e celulite
(5,9%). Vale destacar, porém, que essas acompanharam as mulheres por um período
de três meses, o que possibilitou a observação mais fidedigna de complicações, visto
que algumas complicações ocorrem mais tardiamente.
Em um estudo com pacientes mastectomizadas, foram verificadas as
complicações freqüentes entre elas, sendo que o seroma (acúmulo anormal de líquido
após a retirada do dreno de sucção) foi a complicação pós-operatória de maior
prevalência (54,3%), sendo maior do que a relatada na literatura. A infecção no membro
superior foi uma complicação pouco freqüente, sendo ainda menor na cicatriz cirúrgica.
O relato de hematoma com necessidade de intervenção médica foi raro (BERGMANN,
2000).
Barbosa et al. (2004) citam que os cuidados com a ferida cirúrgica, a prevenção
das complicações infecciosas e o diagnóstico precoce, quando estas ocorrem,
constituem fatores fundamentais no sucesso do tratamento do câncer de mama e na
recuperação pós-cirurgia.
Em relação aos cuidados com o dreno de portovac, o grupo-intervenção
apresentou menos dificuldade no manuseio, quando comparado com o grupo-controle.
Pode-se inferir que a orientação realizada junto ao grupo-intervenção, associada à
demonstração prática, contribuiu para o aprendizado relativo à manipulação do dreno.
Gutiérrez et al. (2004) atestam a importância da orientação aos cuidadores das
mastectomizadas sobre o sistema de drenagem fechado utilizado na mastectomia para
a redução das complicações associadas, como a ocorrência de obstrução do dreno.
Barbosa et al. (2004) evidenciam que alguns cuidados são essenciais para a
utilização ótima de dreno no tratamento cirúrgico do câncer de mama, entre os quais
podem ser destacados a utilização de drenagem a vácuo eficiente, drenos com
diâmetro adequado para que haja um perfeito escoamento da secreção e vigilância
constante para a prevenção de obstruções.
A manipulação adequada do dreno é um dos aspectos importantes que devem
ser observados, juntamente com a movimentação e cuidados com o braço. Atualmente
as altas hospitalares são precoces, geralmente no primeiro ou segundo dia de pós-
operatório, período que se mostra curto para que a mulher e sua família adquiram
segurança na manipulação do dreno e cuidados com o local cirúrgico (GOZZO, 2005).
O manuseio correto do dreno inclui cuidados com a preservação do vácuo para a
contínua drenagem da secreção, a fim de evitar a obstrução do sistema de drenagem
com coágulos de sangue. Dessa forma, são necessários cuidados relacionados à
medição do conteúdo drenado, o qual deve ser anotado, acrescidos, ainda, de cuidados
de higiene no local de inserção do dreno e da ferida cirúrgica. Tais cuidados
contribuirão para a prevenção de complicações, que podem produzir ansiedade à
mulher e aos seus familiares (GOZZO, 2005).
Na prática clínica, observa-se que as mulheres submetidas a mastectomia
demonstram necessidade de informações relativas aos cuidados indispensáveis no
pós-operatório. As informações devem ser claras e objetivas, sem muidos dados
técnicos, englobando as diferentes etapas da recuperação, tais como: a retirada do
dreno, o processo de cicatrização, além de orientações sobre outros cuidados
específicos (OLIVEIRA et al, 2005).
Quanto ao uso do dreno de portovac após a cirurgia, na populção estudada, a
média de permanência foi 6,89 dias no grupo-intervenção e 7,38 dias no grupo-controle.
O tempo ideal de permanência do dreno varia segundo diversos estudos. Purushotham
et al. (2002) evidenciam a importância de o dreno de sucção ser removido em até 48
horas após a cirurgia para a redução significativa de complicações pós-operatórias,
como, por exemplo, a formação de seroma.
Barwell et al. (1997) exprimem que o sistema de drenagem fechado, utilizado no
pós-operatório de mastectomia, é uma prática comum adotada pelos cirurgiões que
demonstra reduzir, porém não prevenir, a ocorrência de seroma.
Nas mulheres nas quais é realizada linfadenectomia axilar associada com a
mastectomia, via de regra, é colocado um dreno de sucção no local da cirurgia por um
período maior do que dez dias. Geralmente, contudo, a maioria das pacientes
apresenta uma recuperação rápida da cirurgia e o dreno é retirado no segundo ou
terceiro dia de pós-operatório (DAVIS; WILLIAMS; REDMAN, 2000).
Alguns autores ressaltam, todavia, que a permanência do dreno de portovac está
ligada às práticas individuais do especialista responsável pelo procedimento cirúrgico,
variando de três a 14 dias ou até quando o volume drenado for menos do que 30 ml
durante 24 horas (BARWELL et al., 1997).
Com a valorização da alta precoce, atualmente, observa-se é que mulheres
submetidas a mastectomia recebem alta antes de retirarem o sistema de drenagem
contínuo. Assim, é fundamental que recebam orientações referentes aos cuidados no
pós-operatório, enfatizando os cuidados com o dreno, para que possam assumir a
responsabilidade do autocuidado (GUTIÉRREZ et al., 2004).
É importante que a mulher mastectomizada adote determinados
comportamentos, com o intuito de prevenir a ocorrência de complicações no braço do
lado da mama operada. Assim, foram realizadas orientações ao grupo-intervenção,
acerca de alguns cuidados necessários. O grupo-controle ficou limitado às orientações
de rotina da Instituição.
A mulher deve procurar retomar, de forma gradual, as atividades cotidianas, tais
como pentear o cabelo, tomar banho, escovar os dentes, dentre outras, buscando
realizá-las sem a ajuda de outras pessoas, respeitando os limites e resistência. As
mulheres inseridas no grupo-intervenção referiram a realização dessas atividades, o
que também foi citado pela maioria das mulheres do grupo-controle.
A respeito das atividades de risco (jardinagem, cozinha e costura), um percentual
pequeno de mulheres relatou que as realizavam, entretanto ressaltaram que utilizavam
equipamentos de proteção.
Outro cuidado enfatizado às mulheres do grupo-intervenção refere-se a
precauções associadas às unhas, evitando tirar a cutícula e tendo atenção especial ao
cortar as unhas, evitando assim o risco de cortes, principalmente se foi realizado o
esvaziamento axilar juntamente com a mastectomia, dada a maior exposição da
paciente a infecções. Apesar da orientação realizada, observou-se, ainda, a realização
de tal atividade no grupo intervenção, sendo, porém, mais presente no grupo controle.
As mulheres de ambos os grupos referiram que depilavam a axila com “gilete”, tomando
a precaução de não ocasionar cortes.
É importante o uso de cremes hidratantes para a proteção da pele do braço
homolateral à cirurgia contra ressecamento, fato observado de forma mais freqüente
entre as mulheres do grupo intervenção.
Outro ponto enfatizado no estudo diz respeito aos cuidados relativos às picadas
de insetos, com o intuito de reduzir riscos de infecção no membro. No grupo-controle
encontrou-se uma proporção maior de mulheres que não tomavam essa precaução,
tendo sido detectado no grupo-intervenção um número pequeno.
O acompanhamento direcionado às pacientes do grupo-intervenção contribuiu
para a adoção de atitudes positivas em relação aos cuidados com o braço,
possibilitando a redução de complicações.
As mulheres dos dois grupos apresentaram dúvidas relacionadas a determinados
cuidados, sendo que, no grupo-controle, houve dúvidas em proporção maior que no
grupo-intervenção. As diferenças mais significativas entre os grupos, em relação às
dúvidas, por ordem de ocorrência, foram: proteção da pele contra ressecamento;
aferição de PA/administração de injeções no braço homolateral à cirurgia; retirada de
cutícula; depilação da axila com “gilete”, e prevenção contra picadas de insetos.
A importância da retomada de atividades rotineiras, cuidado quanto às atividades
de risco e uso de roupas apertadas despertaram dúvidas somente no grupo-controle,
não tendo sido citada por nenhuma paciente do grupo-intervenção.
A orientação fornecida às pacientes do grupo-intervenção facilitou sua
compreensão no tocante à importância da retomada de atividades após a cirurgia,
entretanto chamando a atenção para os cuidados relativos a determinadas atividades
que poderiam prejudicar a recuperação.
Fernandes, Santos e Silva (2005) enfatizam a importância de o enfermeiro
identificar as necessidades que uma paciente mastectomizada apresenta, para então
estabelecer cuidados mais efetivos no programa de assistência, respeitando sua
integralidade e individualidade, facilitando, dessa forma, uma completa reabilitação,
tanto física quanto emocional, o que contribuirá para a promoção de melhor qualidade
de vida e de saúde.
6 CONCLUSÕES
A orientação realizada no pré-operatório imediato ao grupo-intervenção
contribuiu de forma positiva para a readaptação física, emocional e social da mulher
mastectomizada, visto que, quando comparado ao grupo-controle, as mulheres do
grupo intervenção apresentaram reações menos negativas, favorecendo a recuperação.
Em se tratando dos aspectos emocionais, segundo o que avalia a escala de
POOMS, as mulheres do grupo-intervenção apresentaram em menor intensidade
intranqüilidade, embora ainda tenha existido um percentual de mulheres desse grupo
que demonstraram estar intranqüilas, o que pode ser justificado pela mastectomia ser
vista como uma cirurgia marcante que afeta a auto-estima feminina.
Durante o acompanhamento ao grupo intervenção, o relacionamento familiar era
discutido com as mulheres, bem como com o acompanhante. Desse modo, percebeu-
se menor sensação de desamparo e melhor enfrentamento da situação por essas
mulheres, quando comparadas às mulheres do grupo-controle.
Não foi identificada diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos
em relação à presença de chateação e infelicidade. É importante destacar que as
mulheres de ambos os grupos demonstraram que se sentiam um pouco chateadas, fato
associado provavelmente ao impacto ocasionado pelo câncer de mama.
As mulheres de ambos os grupos apresentavam-se um pouco incomodadas
após o procedimento cirúrgico, sendo observado em menor proporção no grupo-
intervenção, o que pode estar relacionado à intervenção de enfermagem, realizada no
pós-operatório imediato a esse grupo.
As mulheres do grupo-controle apresentaram sentimentos de tensão e tristeza
em proporção maior do que as mulheres do grupo-intervenção. Da mesma forma, foi
demonstrado pelas mulheres inseridas no grupo-controle, de modo mais marcante, a
presença de fadiga.
No que concerne aos aspectos sociais, constatou-se que ocorreram mudanças
positivas no relacionamento familiar em ambos os grupos, todavia com maior destaque
no grupo-intervenção. É importante salientar que, durante o acompanhamento
direcionado a esse grupo, geralmente havia a presença de algum familiar que
participava das orientações.
Quanto às mudanças no relacionamento com os amigos, após a mastectomia,
não foi detectada diferença estatisticamente significativa entre os grupos. Conforme
expresso pela maioria das mulheres, de forma geral, não ocorreram mudanças
negativas nesse aspecto e algumas vezes o relacionamento até melhorou.
Em relação às mudanças nos hábitos alimentares, as que receberam apenas a
orientação de rotina da Instituição diminuíram o consumo de alimentos que pudessem
ser prejudiciais à recuperação cirúrgica. Por outro lado, o grupo-intervenção deixou de
consumir tais alimentos.
Houve diferença significativa no que se refere ao retorno às atividades cotidianas
gradualmente, buscando a melhor recuperação. A maioria das mulheres do grupo-
intervenção retomou essas atividades, ao passo que apenas um pequeno número de
mulheres do grupo-controle realizava atividades. Destaca-se, ainda, a presença de
dúvidas em relação à retomada de atividades cotidianas pela maioria das mulheres do
grupo-controle.
As complicações cirúrgicas ocorreram de maneira mais significativa no grupo-
controle, apesar de ainda ser notada em um número notável de mulheres no grupo-
intervenção. Entre as complicações, a mais freqüente foi o seroma, seguido, por ordem
de ocorrência, de infecção na ferida operatória e deiscência cirúrgica.
A orientação realizada ao grupo-intervenção contribuiu para a minimização das
dúvidas relativas ao manuseio do dreno de portovac, visto que valorizou a importância
dos cuidados com o dreno. Dessa forma, o grupo-controle apresentou dificuldade
significativamente maior em relação a esses cuidados.
Durante a recuperação da mastectomia, é importante a retomada de
determinadas atividades rotineiras, que possam contribuir para a recuperação. As
mulheres, entretanto, devem evitar atividades de risco que possam representar uma
complicação para o braço do lado da mama operada.
Levando em conta o fato de que o grupo-intervenção recebeu orientação a
respeito de tais aspectos, observa-se que a adoção de atitudes positivas por parte das
mulheres inseridas nesse grupo -tais como, pentear o cabelo, tomar banho sem a ajuda
de outras pessoas, uso de cremes hidratantes, uso de protetor solar, dentre outros- foi
uma constante.
O grupo-controle, apesar de ter se limitado às orientações de rotina da
Instituição, em geral, também demonstrou um comportamento favorável, o que pode
estar associado à troca de informações constantes entre as mulheres dos dois grupos,
no momento do retorno ao ambulatório ou às sessões de fisioterapia. É fundamental
exprimir, porém, que esse grupo apresentou mais freqüentemente dúvidas em relação a
determinados aspectos, quando comparado ao grupo-intervenção.
Considerando o exposto, destaca-se que a mulher submetida a uma cirurgia para
retirada da mama geralmente apresenta reações negativas, associadas à retirada de
um órgão bastante valorizado pela sociedade, bem como pelo medo da própria doença.
Essa situação pode se agravar quando há deficiência nas orientações direcionadas às
pacientes, o que geralmente é observado no cotidiano da prática profissional. É
fundamental que tais orientações sejam detalhadas e claras, objetivando esclarecer as
dúvidas da paciente e principalmente propiciar um menor risco de complicações.
Assim, confirma-se a tese anteriormente proposta, concluindo que a orientação
sistematizada de enfermagem no pós-operatório de mastectomia possui valor
inestimável, visto que proporciona à mulher o esclarecimento de dúvidas a respeito da
doença e da própria cirurgia, bem como possibilita a adoção de cuidados favoráveis à
recuperação mais rápida, bem como sua readaptação.
Sugere-se que esse cuidado não se limite ao pós-operatório imediato, devendo
ser realizado desde a admissão da mulher à Instituição (pré-operatório imediato),
estendendo-se até o pós-operatório tardio, sendo fundamental, todavia, a atuação da
equipe multiprofissional de forma integrada.
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VIANA, M. F.; ALMEIDA, P. L.; SANTOS, R. C. Adaptação portuguesa da versão
reduzida do Perfil de Estados de Humor – POMS. Análise Psicológica, v. 19, n. 1, p.
77 - 92. 2001.
APÊNDICES
APÊNDICE A - Ficha de levantamento de dados do prontuário
Data da coleta ___________
Classificação do grupo
No. de ordem ______
( ) Intervenção
( ) Controle
No. De registro do prontuário: ______________
Data da internação: ______________
Data da cirurgia: ________________
1. DADOS SÓCIO-DEMOGRÁFICOS
Nome _________________________________________
Idade ________ Estado civil ______________________
Escolaridade ___________________________________
Ocupação _____________________________________
Procedência____________________________________
Nº de filhos ____________________________________
Com quem mora ________________________________
2. HISTÓRICO CLÍNICO DA MULHER
Tabagismo _____________________________________
Etilismo ________________________________________
Outros casos na família _____ Parentesco ____________
Patologias associadas ____________________________
Medicamentos em uso ____________________________
Peso ________ (Kg) Estatura ____________
Índice de massa corporal _________________
Lado dominante ________________________
3. DADOS RELACIONADOS À DOENÇA E À CIRURGIA
Data de diagnóstico do tumor ________________________
Lateralidade do tumor ______________________________
Local do tumor ___________________________________
Diagnóstico médico _______________________________
Tipo de cirurgia realizada ___________________________
Duração da cirurgia ________________________________
Tratamentos realizados (pré-cirurgia) __________________
APÊNDICE B - Orientações sistematizadas de enfermagem
(Grupo intervenção)
Data ___________
No. de ordem ______
1. CONHECIMENTO DA MULHER SOBRE A DOENÇA E A CIRURGIA
1.1. O que sabe sobre a doença? *
1.2. O que sabe sobre a cirurgia? *
* A partir das respostas das mulheres, serão realizadas orientações baseadas em
literaturas sobre a temática (referências bibliográficas) e experiência da autora.
2. ASPECTOS EMOCIONAIS E SOCIAIS*
2.1. Mudanças/Atitudes/Expectativas
2.2. Comunicação/Apoio da família e dos amigos
2.3. Participação em reuniões familiares e com amigos
* Serão identificadas mudanças e as necessidades emocionais, sendo realizadas
orientações, a fim de promover tranqüilização e conforto, para sua melhor readaptação:
Explicar que após o término do tratamento, as atividades profissionais podem ser
retomadas, caso tenham sido interrompidas, assim como as atividades do
cotidiano;
Incentivar a participação em atividades sociais e em grupos de apoio;
Encorajar a expressão dos sentimentos aos entes mais próximos;
Encorajar o contato com amigos e família;
Auxiliar no enfrentamento de alterações provocadas no corpo;
Encorajar a cliente a partilhar as preocupações e os medos;
Discutir as dificuldades que o cônjuge/amigos podem ter com as mudanças
visíveis;
Possibilitar contato via telefone com a pesquisadora, para exposição de
problemas e ansiedades pela mulher.
2. ORIENTAÇÕES PARA O AUTOCUIDADO
2.1. CUIDADOS COM A FERIDA CIRÚRGICA
Para maior tranqüilidade da mulher, explicar que o processo de cicatrização
demorará mais ou menos 30 dias;
Observar alterações relacionadas à incisão, as quais deverão ser comunicadas
imediatamente ao profissional de saúde responsável;
Tomar banho mantendo o jato de água longe da incisão e secá-la bem, para
evitar macerações.
2.2. CUIDADOS COM O DRENO ASPIRATIVO*
Observar o aspecto da secreção;
Medir o conteúdo drenado três vezes ao dia, sempre lavando as mãos antes e
após o procedimento;
Anotar a data, hora e volume drenado;
Observar o aparecimento de alterações no local de inserção do dreno
(vermelhidão, secreção e/ou dor).
* Será realizada uma demonstração prática à mulher.
2.3. CUIDADOS COM O MEMBRO HOMOLATERAL À CIRURGIA
Evitar atividades de risco (jardinagem, cozinha e limpeza) e, caso, tenha que
realizar, utilizar luvas protetoras;
Uso de dedal para costurar;
Evitar compressão no braço (uso de roupas apertadas, jóias e relógios);
Não expor o braço ao sol sem utilizar filtro solar com FPS alto (30);
Evitar medir PA, tomar injeções e vacinas no braço do lado operado;
Evitar tirar as cutículas das unhas;
Prevenir excesso de peso;
Manter o braço elevado, o maior tempo possível, especialmente durante a noite
(uso de almofada);
Aplicar creme nas mãos para evitar o ressecamento da pele;
Evitar depilar a axila com gilete, pelo risco de cortes e irritação;
Prevenir-se contra picadas de insetos;
Evitar queimaduras no braço (ferro de passar, cigarros e cozinhando). Caso
ocorra comunicar ao médico responsável;
Frente a qualquer ferimento no braço, higienizar com água e sabão e procurar a
unidade de atendimento, assim como caso observe vermelhidão, dor ou inchaço
no braço;
Recomendar a realização de atividades rotineiras leves (pentear o cabelo, escovar os
dentes, etc.), respeitando os limites de dor e resistência.
APÊNDICE C - Folheto informativo: orientações e cuidados
(Grupo intervenção)
CUIDADOS COM A FERIDA CIRÚRGICA
O processo de cicatrização da ferida demorará mais ou menos 30 dias;
Observar alterações na ferida, comunicando ao médico responsável;
Tomar banho mantendo o jato de água longe da incisão e secá-la bem, para
evitar macerações.
CUIDADOS COM O DRENO ASPIRATIVO
Observar o aspecto da secreção;
Fechar trava azul;
Medir o conteúdo drenado três vezes ao dia, sempre lavando as mãos antes e
após o procedimento;
Anotar a data, hora e volume drenado;
Apertar o dreno (parte sanfonada) e fechar a tampa vermelha com o dreno
apertado;
Abrir trava azul;
Observar alterações no local do dreno (vermelhidão, secreção e/ou dor).
CUIDADOS COM O MEMBRO HOMOLATERAL À CIRURGIA
Evitar atividades de risco (jardinagem, cozinha e limpeza) e, caso, tenha que
realizar, utilizar luvas protetoras;
Uso de dedal para costurar;
Evitar compressão no braço (uso de roupas apertadas, jóias e relógios);
Não expor o braço ao sol sem utilizar filtro solar com FPS alto (30);
Evitar medir PA, tomar injeções e vacinas no braço do lado operado;
Evitar tirar as cutículas das unhas;
Prevenir excesso de peso;
Manter o braço elevado, o maior tempo possível, especialmente durante a noite
(uso de almofada);
Aplicar creme nas mãos para evitar o ressecamento da pele;
Evitar depilar a axila com gilete, pelo risco de cortes e irritação;
Prevenir-se contra picadas de insetos;
Evitar queimaduras no braço (ferro de passar, cigarros e cozinhando). Caso
ocorra comunicar ao médico responsável;
Frente a qualquer ferimento no braço, higienizar com água e sabão e procurar a
unidade de atendimento, assim como caso observe vermelhidão, dor ou inchaço
no braço;
Recomendar a realização de atividades rotineiras leves (pentear o cabelo,
escovar os dentes, etc.), respeitando os limites de dor e resistência.
APÊNDICE D - Instrumento de acompanhamento
Grupo intervenção: 1ª. semana de pós-operatório
Data: __________________ No. de ordem: ___________
1. ASPECTOS EMOCIONAIS E SOCIAIS*
11. Mudanças desde a realização da cirurgia: Sim ( ) Não ( )
Tipo: ________________________________________________________________
1.2. Atitudes em relação às mudanças: ______________________________________
1.3. Se sente apoiada pela família? Sim ( ) Não ( )
1.4. Se sente apoiada pelos amigos? Sim ( ) Não ( )
1.5. Participa de reuniões familiares e/ou com amigos? Sim ( ) Não ( )
1.6. Mudanças nas relações familiares e/ou com amigos? Sim ( ) Não ( )
* Serão identificadas mudanças/necessidades emocionais, com posterior reforço das
orientações já realizadas, para a melhor readaptação da mulher.
2. ASPECTOS FISIOLÓGICOS
2.1. Tipo de atividade física que realiza: ______________________________________
2.2. Tempo dedicado ao sono e repouso: _____________________________________
2.3. Se sente descansada com o tempo dedicado ao sono? Sim ( ) Não ( )
2.4. Utiliza artifícios para dormir: Sim ( ) Não ( ) Tipo: ___________________
2.5. Mudança na dieta? Sim ( ) Não ( ) Tipo: __________________________
* A partir da identificação de problemas, serão realizadas orientações:
Encorajar a mulher a realizar atividades físicas leves (caminhada, tarefas
domésticas);
Limitar a ingestão de bebidas com cafeína (café, refrigerantes de cola);
Planejar com a cliente métodos que a ajudem a conciliar o sono, como: banho,
ouvir músicas, leituras, assistir televisão, massagens;
Explicar a importância da nutrição adequada;
Orientar quanto à realização de pequenas refeições freqüentes para reduzir a
sensação de estômago distendido.
3. ORIENTAÇÕES PARA O AUTOCUIDADO
3.1. CUIDADOS COM A FERIDA CIRÚRGICA
* Reforçar as orientações já realizadas no primeiro contato e observar a presença de
alterações relacionadas à ferida cirúrgica.
Sinais de infecção: edema ( ) calor ( ) rubor ( ) dor ( )
Secreção: Sim ( ) Não ( ) Aspecto: ____________________
Febre: Sim ( ) Não ( ) Freqüência: __________________
Deiscência: Sim ( ) Não ( )
Aderência: Sim ( ) Não ( )
Presença de alterações relacionadas ao dreno? Sim ( ) Não ( ) Tipo _________
3.2. CUIDADOS COM O MEMBRO HOMOLATERAL À CIRURGIA*
* Serão reforçadas as orientações já realizadas e, se identificadas outras alterações de
importância, a mulher será encorajada a adotar medidas de prevenção mais eficazes,
maior observação e cuidados complementares, mantendo contato com a pesquisadora.
Caso persista a alteração, a mulher será orientada a procurar a Unidade de Saúde.
APÊNDICE E - Avaliação das orientações sistematizadas de enfermagem
Data ___________
Classificação do grupo:
No. de ordem ______
( ) Intervenção
( ) Controle
1 ASPECTOS SOCIAIS
1.1 Relações com a família
A- O relacionamento melhorou depois da cirurgia
B- O relacionamento não mudou em nada
C- Eu me isolei para não preocupar minha família
D- O relacionamento piorou
1.2 Relações com os amigos
A- O relacionamento melhorou depois da cirurgia
B- O relacionamento não mudou em nada
C- Eu me isolei para não preocupar meus amigos
D- O relacionamento piorou
2 ASPECTOS FISIOLÓGICOS
2.1 Hábitos alimentares
A – Não mudou sua alimentação
B – Diminuiu o consumo de alimentos que podem não ser bons
C – Deixou de consumir produtos que prejudicam, conforme orientado.
2.2 Atividades físicas
A – Evita realizar atividades físicas por medo
B – Retomou algumas atividades, mas tem dúvidas.
C – Realiza atividades que podem beneficiar sua recuperação, conforme orientado.
2.3 Sono e repouso
Está dedicando tempo suficiente ao sono e ao repouso?
3. COMPLICAÇÕES PÓS-CIRURGIA
Pontos observados Sim Não
Sinais de infecção na ferida cirúrgica
Deiscência
Infecção na inserção do dreno
Seroma
Aderência
Tempo de permanência do dreno: _____________________
Ações realizadas frente às complicações com o dreno: __________________________
Teve dificuldades com o manuseio do dreno: __________________________________
Outras complicações: ____________________________________________________
4. CUIDADOS COM O MEMBRO HOMOLATERAL À CIRURGIA
Pontos observados
Sim Não Duvida
Realiza atividades rotineiras? (pentear cabelo, escovar os dentes)
Necessita de ajuda para realizar tais atividades
Realiza atividades de risco (jardinagem, cozinha, limpeza e/ou
costura)
Utiliza proteção para realizar atividades de risco
Usa roupas apertadas
Evita expor do braço ao sol
Mede a PA ou tomar injeções no braço
Tira a cutícula das unhas
Carrega peso
Protege a pele contra ressecamento
Depila a axila com gilete
Previne-se contra picadas de insetos
Outros problemas relatados pela mulher: _____________________________________
______________________________________________________________________
Retomou as atividades habituais ou cotidianas?
A - Quase nada
B – Algumas
C – Muitas
D - Totalmente
APÊNDICE F - Termo de consentimento livre e esclarecido
(Grupo-intervenção)
Prezada senhora,
Eu, Elizabeth Mesquita Melo, enfermeira, aluna do Doutorado em Enfermagem,
da Universidade Federal do Ceará, estou desenvolvendo um estudo sobre a
importância da assistência de enfermagem na readaptação da mulher mastectomizada,
com a finalidade de melhorar a assistência oferecida.
Nesse sentido, gostaria de solicitar a sua colaboração, participando do estudo,
que se desenvolverá em três etapas (pós-operatório imediato, primeira semana de pós-
operatório e retorno a partir de um mês). Vale destacar, que no primeiro momento, a
entrevista será gravada, segundo sua autorização.
Ressalto que será mantido sigilo quanto à sua identificação, como também é de
livre escolha sua participação, havendo a possibilidade de desistência a qualquer
momento do estudo, sem prejuízo no seu atendimento.
Os dados serão apresentados ao Curso de Doutorado e divulgados junto à
comunidade acadêmica, estando garantido o anonimato. Sua participação é de extrema
importância para melhorar a assistência às clientes mastectomizadas.
Em caso de dúvidas, em relação ao estudo, pode contatar o Comitê de Ética em
Pesquisa do Hospital do Câncer do Ceará. Para maiores esclarecimentos, estou à sua
disposição no seguinte endereço: Rua Ageu Romero, 100, apto. 02, São Gerardo, ou
nos telefones: 3214 5618 / 9997 8435.
______________________________________
Pesquisadora responsável
Eu, _________________________________, ciente da finalidade e importância
do estudo, concordo em participar do mesmo, desde que sejam considerados meus
direitos acima mencionados.
Fortaleza, _____ / ____ / ______
______________________________________
Assinatura
APÊNDICE G - Termo de consentimento livre e esclarecido
(Grupo-controle)
Prezada senhora,
Eu, Elizabeth Mesquita Melo, enfermeira, aluna do Doutorado em Enfermagem,
da Universidade Federal do Ceará, estou desenvolvendo um estudo sobre a
importância da assistência de enfermagem na readaptação da mulher mastectomizada,
com a finalidade de melhorar a assistência oferecida.
Nesse sentido, gostaria de solicitar a sua colaboração, respondendo a alguns
questionamentos, os quais serão anotados.
Ressalto que será mantido sigilo quanto à sua identificação, como também é de
livre escolha sua participação, havendo a possibilidade de desistência, sem prejuízo no
seu atendimento.
Os dados serão apresentados ao Curso de Doutorado e divulgados junto à
comunidade acadêmica, estando garantido o anonimato. Sua participação é de extrema
importância para melhorar a assistência às clientes mastectomizadas.
Em caso de dúvidas, em relação ao estudo, pode contatar o Comitê de Ética em
Pesquisa do Hospital do Câncer do Ceará. Para maiores esclarecimentos, estou à sua
disposição no seguinte endereço: Rua Ageu Romero, 100, apto. 02, São Gerardo, ou
nos telefones: 3214 5618 / 9997 8435.
______________________________________
Pesquisadora responsável
Eu, _________________________________, ciente da finalidade e importância
do estudo, concordo em participar do mesmo, desde que sejam considerados meus
direitos acima mencionados.
Fortaleza, _____ / ____ / ______
______________________________________
Assinatura
ANEXOS
ANEXO A - Avaliação da assistência de enfermagem
Aspectos emocionais
Data ___________
Classificação do grupo:
No. De ordem ______
( ) Intervenção
( ) Controle
ESCALA DE POOMS - Profile of Mood States (Lorr e McNair, 1984).
Nada Um
pouco
Moderadamente Bastante Excessivamente
Intranqüila
Desamparada
Sem forças
Cheia de
energia
Chateada
Agitada
Infeliz
Cansada
Animada
Incomodada
Tensa
Fadigada
Ativa
Mal
humorada
ANEXO B - Parecer do comitê de ética em pesquisa do Hospital do Câncer
Livros Grátis
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