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LUCAS NOGUEIRA
AVALIAÇÃO DA GERMINAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E ESTRUTURA
MORFOANATÔMICA DAS PLÂNTULAS DE Allophylus edulis (Saint-
Hilaire) Radlkofer (SAPINDACEAE) EM SOLO CONTAMINADO COM
PETRÓLEO E SOLO BIORREMEDIADO
Dissertação apresentada como requisito
parcial à obtenção do grau de Mestre em
Botânica, Curso de Pós-Graduação em
Botânica, Setor de Ciências Biológicas,
Universidade Federal do Paraná.
Orientadora: Prof
a
. Dr
a
. Cleusa Bona
Co-orientadores:
Prof. Dr. Luiz Antonio de Souza
Prof. Dr. Gedir de Oliveira Santos
CURITIBA
2008
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Livros Grátis
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Milhares de livros grátis para download.
Aos meus pais Antonio Carlos
Nogueira e Maria da Graça Pires
Nogueira, merecedores de todo meu
res
p
eito e amor
,
dedico este trabalho.
ii
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço a Deus por Sua presença, proteção e ajuda
em todos os momentos da minha vida e em especial nestes dois anos de
mestrado.
Aos meus pais Antonio Carlos Nogueira (pelo apoio, conselhos e
exemplo irrepreensível de vida familiar e profissional) e Maria da Graça Pires
Nogueira (pelas inúmeras palavras de incentivo, orações e pelo amor
incondicional prestado em todas as ocasiões). À minha irmã Fernanda Maria
Nogueira pela grande amizade, paciência e fidelidade em inúmeras situações.
À minha noiva, amiga, colega de profissão e companheira fiel Elaine
Luiza Köb por estar ao meu lado me incentivando, apoiando e ajudando com
paciência, dedicação e organização.
À Profª. Drª Cleusa Bona pela confiança prestada, paciência, dedicação,
profissionalismo e acima de tudo pelo imenso conhecimento que adquiri sob
sua orientação.
Ao Prof. Dr. Luiz Antonio de Souza pelas preciosas sugestões e
correções e por sua disposição em compartilhar seu vasto conhecimento.
Ao Prof. Dr. Gedir de Oliveira Santos pela co-orientação, esclarecimento
de dúvidas e grande colaboração na correção deste trabalho.
Ao biólogo Nilson Belém Filho não só pelas inúmeras ajudas na parte
laboratorial deste trabalho, mas principalmente pela amizade, incentivo e apoio
prestados.
Ao ex-funcionário José Carlos que, apesar do pouco tempo de convívio,
foi uma das pessoas que grandemente me incentivou nos momentos difíceis.
A funcionária Vera Regina do Centro de Microscopia Eletrônica da
Universidade Federal do Paraná na preparação do material para microscopia
eletrônica de varredura.
Ao estagiário do Laboratório de Botânica Estrutural Lucas Peixoto pela
imensa colaboração nas secções das amostras e confecção das lâminas.
Ao colega de mestrado Marcelo Reginato pelo compromisso e coragem
em assumir a representação discente juntamente comigo.
iii
Aos grandes amigos do mestrado Katiane Paula Bagatini, Renata
Charvet Inckot, Giovanna dos Santos e Julio César Costin pelo
companheirismo, cumplicidade, incentivo e ajuda em vários momentos.
Aos demais colegas de mestrado pela convivência e troca de
experiências e conhecimentos.
À minha família, aos meus amigos e irmãos da Comunidade Cristã
Salém que me apoiaram e me incentivaram nesta jornada.
E finalmente, a Repar – Petrobrás pelo financiamento deste trabalho e
fornecimento dos solos para montagem do experimento e à Fundação
Araucária pela concessão da bolsa de estudo durante um ano.
iv
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS................................................................................................... vi
LISTA DE FIGURAS.................................................................................................... vii
RESUMO...................................................................................................................... xi
ABSTRACT.................................................................................................................. xii
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 01
2 OBJETIVO................................................................................................................ 05
3 MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................... 06
3.1 COLETA DOS FRUTOS........................................................................................ 06
3.2 OBTENÇÃO DO SOLO.......................................................................................... 06
3.3 MONTAGEM DO EXPERIMENTO......................................................................... 07
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................ 10
CAPÍTULO I - Avaliação da germinação e desenvolvimento das plântulas de
Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. (Sapindaceae) em solo contaminado com petróleo
e solo biorremediado....................................................................................................
11
RESUMO...................................................................................................................... 12
ABSTRACT.................................................................................................................. 12
INTRODUÇÃO............................................................................................................. 13
MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................. 16
RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................... 19
CAPÍTULO II - Avaliação da estrutura morfoanatômica das plântulas de Allophylus
edulis (St. Hil.) Radlk. (Sapindaceae) em solo contaminado com petróleo e solo
biorremediado..............................................................................................................
30
RESUMO...................................................................................................................... 31
ABSTRACT.................................................................................................................. 31
INTRODUÇÃO............................................................................................................. 32
MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................. 34
RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................... 37
5 CONCLUSÃO........................................................................................................... 51
6 REFERÊNCIAS......................................................................................................... 51
ANEXO I....................................................................................................................... 57
ANEXO II...................................................................................................................... 62
ANEXO III..................................................................................................................... 68
v
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO I - Avaliação da germinação e desenvolvimento das plântulas de
Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. (Sapindaceae) em solo contaminado com
petróleo e solo biorremediado
Tabela 1 – Atributos físico-químicos e teor de hidrocarbonetos totais do
petróleo (TPH) do solo não contaminado (NC), solo biorremediado (BR) e
solo contaminado com petróleo (C)..............................................................
17
CAPÍTULO II - Avaliação da estrutura morfoanatômica das plântulas de
Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. (Sapindaceae) em solo contaminado com
petróleo e solo biorremediado
Tabela 1 – Atributos físico-químicos e teor de hidrocarbonetos totais do
petróleo (TPH) do solo não contaminado (NC), solo biorremediado (BR) e
solo contaminado com petróleo (C)..............................................................
35
vi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Detalhe das folhas compostas de Allophylus edulis....................
05
Figura 2 – Plântula fanerocotiledonar de Allophylus edulis.......................... 05
Figura 3 – Mapa referente à localização da sub-área de coleta dos solos
não contaminado, biorremediado e contaminado por petróleo na Refinaria
Presidente Getúlio Vargas (Fonte: Furtado, 2002).......................................
08
Figuras 4 a 9 – Coleta dos solos e montagem do experimento; 4. Detalhe
do solo contaminado por petróleo; 5. Área biorremediada; 6. Área do solo
não contaminado; 7. Coleta e armazenamento do solo em bandejas
recobertas com papel filme; 8. Interior da casa de vegetação; 9.
Identificação e disposição aleatória das bandejas.......................................
09
CAPÍTULO I - Avaliação da germinação e desenvolvimento das plântulas de
Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. (Sapindaceae) em solo contaminado com
petróleo e solo biorremediado
Figura 1 - Porcentagem de germinação e índice de velocidade de
germinação das sementes de Allophylus edulis submetidas aos
tratamentos solo não contaminado (NC), solo biorremediado (BR) e solo
contaminado (C) com petróleo. Valores representam a média e barras
indicam o desvio padrão (ns – não significativo)..........................................
19
Figura 2 - Biomassa da raiz, da parte aérea e total das plântulas de
Allophylus edulis em solo não contaminado (NC), solo biorremediado
(BR) e solo contaminado (C) com petróleo após 30 e 60 dias da
semeadura. Valores representam a média e barras indicam o desvio
padrão. Colunas com a mesma letra não diferem estatisticamente pelo
teste de Tukey a 5% de probabilidade (ns – não significativo)....................
22
Figura 3 – Plântulas e sistema radicial das plântulas de Allophylus edulis
após 30 e 60 dias da semeadura respectivamente. A e D. solo não
contaminado; B e E. solo biorremediado; C e F. solo contaminado com
petróleo.........................................................................................................
23
Figura 4 – Comprimento da raiz principal das plântulas de Allophylus
edulis em solo não contaminado (NC), solo biorremediado (BR) e solo
contaminado (C) com petróleo após 30 e 60 dias da semeadura. Valores
representam a média e barras indicam o desvio padrão. Colunas com a
mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade................................................................................................
25
vii
Figura 5 – Comprimento da parte aérea das plântulas de Allophylus
edulis em solo não contaminado (NC), solo biorremediado (BR) e solo
contaminado (C) com petróleo após 30 e 60 dias da semeadura. Valores
representam a média e barras indicam o desvio padrão. Colunas com a
mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade................................................................................................
26
Figura 6 – Área foliar das plântulas de Allophylus edulis em solo não
contaminado (NC), solo biorremediado (BR) e solo contaminado (C) com
petróleo após 30 e 60 dias da semeadura. Valores representam a média
e barras indicam o desvio padrão. Colunas com a mesma letra não
diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (ns –
não significativo)..........................................................................................
28
CAPÍTULO II - Avaliação da estrutura morfoanatômica das plântulas de
Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. (Sapindaceae) em solo contaminado com
petróleo e solo biorremediado
Figuras 1 a 6. Secções longitudinais do ápice da raiz principal e raízes
laterais das plântulas de Allophylus edulis após 30 dias da semeadura; 1,
2 e 3. Ápice da raiz em solo não contaminado, solo biorremediado e solo
contaminado por petróleo, respectivamente; 4. Raiz lateral em solo não
contaminado; 5 e 6. Raiz lateral com pêlos absorventes em solo
biorremediado e solo contaminado por petróleo, respectivamente. Coifa
(Cf), Meristema fundamental (Mf), Procâmbio (Pc), Protoderme (Pd) e
Promeristema (Pm). Barras 1 a 6 = 200μm..................................................
38
Figuras 7 a 12. Secções transversais da raiz a um centímetro do ápice
das plântulas de Allophylus edulis após 30 dias da semeadura; 7, 8 e 9.
Epiderme e região cortical da raiz em solo não contaminado, solo
biorremediado e solo contaminado por petróleo, respectivamente; 10, 11
e 12. Região do cilindro vascular da raiz em solo não contaminado, solo
biorremediado e solo contaminado por petróleo, respectivamente.
Endoderme (En), Epiderme (Ep), Exoderme (Ex), Metaxilema (Mx),
Periciclo (P) e Protoxilema (Px). Barras 7 a 12 = 50µm...............................
41
Figuras 13 a 20. Secções transversais do hipocótilo das plântulas de
Allophylus edulis após 30 dias da semeadura; 13, 14 e 15. Detalhes da
epiderme e células corticais das plântulas em solo não contaminado, solo
biorremediado e solo contaminado por petróleo, respectivamente; 16.
Detalhe de tricoma tector de plântula em solo biorremediado; 17, 18 e 19.
Detalhes de parte do córtex e cilindro central das plântulas em solo não
contaminado, solo biorremediado e solo contaminado por petróleo,
respectivamente; 20. Periderme com felogênio de origem subepidérmica
(seta) em plântula de solo biorremediado. Célula com substância
mucilaginosa (), Epiderme (Ep), Floema (F), Fibras (Fi), Medula (Me),
Tricoma (Tr) e Xilema secundário (Xs). Barras 13, 14, 15, 17, 18 e 19 =
100µm. Barras 16 e 20 = 50µm....................................................................
42
viii
Figura 21 – Diâmetro total da raiz e do hipocótilo das plântulas de
Allophylus edulis em solo não contaminado (NC), solo biorremediado
(BR) e solo contaminado (C) com petróleo após 30 dias da semeadura.
Valores representam a média e barras indicam o desvio-padrão (ns – não
significativo)..................................................................................................
43
Figuras 22 a 30. Secções transversais da lâmina cotiledonar das
plântulas de Allophylus edulis após 30 dias da semeadura; 22. Região
adaxial e central de plântula em solo contaminado por petróleo; 23.
Região abaxial e central de plântula em solo biorremediado; 24. Feixe
colateral central de plântula em solo biorremediado); 25, 26 e 27.
Epiderme e mesofilo da face adaxial das plântulas em solo não
contaminado, solo biorremediado e solo contaminado por petróleo,
respectivamente; 28, 29 e 30. Epiderme e mesofilo da face abaxial das
plântulas em solo não contaminado, solo biorremediado e solo
contaminado por petróleo, respectivamente. Células mucilaginosas (),
Epiderme (Ep), Floema (F) e Xilema (X). Barras 22 e 23 = 200µm. Barras
24 a 30 = 100µm...........................................................................................
45
Figura 31 – Espessura do cotilédone das plântulas de Allophylus edulis
em solo não contaminado (NC), solo biorremediado (BR) e solo
contaminado (C) com petróleo após 30 dias da semeadura. Valores
representam a média e barras indicam o desvio-padrão. Colunas com a
mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade................................................................................................
45
Figuras 32 a 40. Superfícies adaxial e abaxial dos eofilos das plântulas de
Allophylus edulis em microscopia eletrônica de varredura; 32, 33 e 34.
Epiderme da face adaxial das plântulas em solo não contaminado, solo
biorremediado e solo contaminado por petróleo, respectivamente; 35, 36
e 37. Epiderme da face abaxial das plântulas em solo não contaminado,
solo biorremediado e solo contaminado por petróleo, respectivamente;
38. Tricoma glandular na epiderme da face abaxial de plântula em solo
não contaminado; 39. Tricoma glandular na epiderme da face abaxial de
plântula em solo contaminado por petróleo; 40. Tricomas glandulares e
tector na epiderme da face adaxial de plântula em solo biorremediado.
Barras 32 a 37 = 10µm. Barras 38 a 40 = 50µm..........................................
47
Figura 41 – Índice estomático do eofilo das plântulas de Allophylus edulis
em solo não contaminado (NC), solo biorremediado (BR) e solo
contaminado (C) com petróleo após 30 dias da semeadura. Valores
representam a média e barras indicam o desvio-padrão (ns – não
significativo)..................................................................................................
48
ix
Figuras 42 a 46. Secções transversais do eofilo das plântulas de
Allophylus edulis após 30 dias da semeadura; 42, 43 e 44. Detalhes
anatômicos do limbo dos eofilos das plântulas em solo não contaminado,
solo biorremediado e solo contaminado por petróleo, respectivamente;
45. Parênquima paliçádico com monocristais (setas) em plântula de solo
não contaminado; 46. Região da nervura central de plântula em solo não
contaminado. Epiderme face abaxial (Ab), Epiderme face adaxial (Ad),
Estômato (Et), Floema (F), Parênquima lacunoso (PL), Parênquima
paliçádico (PP) e Xilema (X). Barras 42, 43, 44 e 46 = 100μm. Barra 45 =
50μm.............................................................................................................
49
Figura 47 – Espessura do eofilo das plântulas de Allophylus edulis em
solo não contaminado (NC), solo biorremediado (BR) e solo contaminado
(C) com petróleo após 30 dias da semeadura. Valores representam a
média e barras indicam o desvio-padrão. Colunas com a mesma letra não
diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (ns –
não significativo)...........................................................................................
50
x
RESUMO
A contaminação do solo por petróleo prejudica suas condições hidrológicas e
propriedades físicas, além de ocasionar um efeito tóxico na vegetação.
Geralmente, a presença de hidrocarbonetos do petróleo no solo é um obstáculo
para o desenvolvimento de algumas espécies. A fitorremediação compreende o
uso da vegetação no processo de descontaminação ambiental. Desta forma, a
tolerância das plantas ao petróleo e a habilidade de sobreviverem em solo
contaminado com este poluente são condições necessárias para o sucesso
desta técnica. Allophylus edulis (vacum) ocorre na área da Refinaria Presidente
Getúlio Vargas (Repar/Petrobrás), localizada no município de Araucária-PR,
onde ocorreu um grande vazamento de petróleo no ano de 2000. Esta espécie
apresenta boa capacidade de regeneração e crescimento rápido, sendo
recomendada na recuperação de ecossistemas degradados. Existem poucas
informações quando se trata de espécies nativas em solo contaminado e solo
biorremediado. Portanto, este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos do
solo contaminado por petróleo e solo biorremediado, provenientes da área da
Repar, na germinação, desenvolvimento e estrutura morfoanatômica de A.
edulis. O experimento, montado em casa de vegetação, consistiu em três
tratamentos com cinco repetições: solo contaminado por petróleo (C), solo
biorremediado (BR) e solo não contaminado (NC). Após 30 dias da semeadura,
foram coletadas amostras da raiz, hipocótilo, cotilédone e eofilo para análise
anatômica. A porcentagem de germinação e o índice de velocidade de
germinação (IVG) foram registrados durante 30 dias, enquanto que a análise
do desenvolvimento foi realizada após 30 e 60 dias da semeadura. As médias
referentes à porcentagem de germinação, IVG, biomassa da parte aérea e área
foliar não diferiram estatisticamente entre os tratamentos após 30 dias. Por
outro lado, a biomassa da raiz e o comprimento da parte aérea das plântulas
do tratamento NC apresentaram as menores médias tanto em 30 quanto 60
dias. A estrutura interna do hipocótilo e cotilédone não apresentou
modificações anatômicas. Entretanto, foram verificadas algumas alterações nas
epidermes da raiz e do eofilo bem como na região meristemática da raiz nas
plântulas do tratamento C. Através dos dados obtidos, pode-se concluir que A.
edulis foi capaz de germinar e se desenvolver no solo contaminado por
petróleo e solo biorremediado da área da Repar, demonstrando ser uma
espécie tolerante à contaminação dos solos com hidrocarbonetos e
possivelmente fitorremediadora.
Palavras-chave: Hidrocarbonetos; Fitorremediação; Plântula; Desenvolvimento.
xi
ABSTRACT
The soil contamination by crude oil harms their physical properties and moisture
conditions, besides causing a toxic effect in vegetation. Usually, the presence of
crude oil in soil is an obstacle for the development of some species. The
phytoremediation uses the vegetation in the process of environmental cleaning.
This way, the tolerance of plants to the crude oil and the ability of they survive in
polluted soil with this pollutant are necessary conditions for the success of this
technique. However, the information on the toxicity of this pollutant to the plants
are limited. Allophylus edulis (vacum) occurs in the area of the Repar/Petrobrás,
in Araucária-PR, contaminated in 2000 by crude oil. This species presents good
regeneration capacity and fast growth, being recommended in the recovery of
degraded ecosystems. There are few information when it is treated of native
species in polluted soil and bioremediated soil. Therefore, the objective of this
work was to evaluate the effects of the polluted soil by crude oil and
bioremediated soil, coming of the area of Repar, on germination, development
and anatomical structure of A. edulis. The experiment consisted of three
treatments with five repetitions: polluted soil by crude oil (C), bioremediated soil
(BR) and uncontaminated soil (NC). After 30 days of sowing, samples of the
root, hipocotyl, cotyledon and eophyll were collected for anatomical analysis.
The percentage and index of germination speed (IVG) were registered for 30
days, while the analysis of the development was accomplished after 30 and 60
days of sowing. The averages regarding the percentage of germination, IVG, biomass
of the aerial part and foliate area did not differ significantly among the treatments after
30 days. On the other hand, the biomass of the root and the length of the aerial part of
the plants of the treatment NC presented the smallest averages in 30 and 60 days.
The internal structure of the hipocotyl and cotyledon did not present anatomical
modifications. However, some alterations were verified in the epidermal region
of the root and of the eophyll as well as in the meristematic region of the root in
the plants of the treatment C. It can be concluded that A. edulis was capable to
germinate and to develop either in the polluted soil by crude oil and
bioremediated soil of the area of Repar, demonstrating to be a tolerant species
to the contamination of soils with hydrocarbons.
Key-words: Hydrocarbons; Phytoremediation; Seedling; Development.
xii
1. INTRODUÇÃO
Na tarde do dia 16 de julho de 2000, quatro milhões de litros de óleo cru
vazaram, durante duas horas, de um duto da Refinaria Presidente Getúlio
Vargas (Repar - Petrobrás), localizada no município de Araucária – PR. O
acidente foi provocado pela ruptura de uma junta de expansão que faz a
ligação entre os tubos e o tanque de refino. Cerca de 2,7 milhões de litros de
óleo que vazaram ficou retida numa área dentro da refinaria, enquanto que
aproximadamente 1,3 milhões de litros escoaram para o Rio Barigüi, a dez
quilômetros de encontro com o Rio Iguaçu. Portanto, além de contaminar as
águas destes dois importantes rios, o vazamento de óleo contaminou também
o solo, afetando a flora e fauna da região (FREITAS, 2000).
O acidente na Repar foi considerado o segundo maior derramamento de
petróleo no Brasil. Após o acidente, grande parte do óleo derramado foi
removida fisicamente em três meses. Dos quatro milhões de litros, cerca de
20% (570 mil) evaporou nos primeiros dias. Nos três meses seguintes,
aproximadamente 1,3 milhões de litros foram retirados dos rios Barigüi e
Iguaçu e em suas margens, ao longo de 65km, com mantas absorventes e
barreiras flutuantes para conter o avanço da mancha. Dos 2,7 milhões de litros
de óleo retidos na área interna da Petrobrás, a maior parte foi recuperada de
imediato por bombas a vácuo e manualmente. Restaram 132 mil litros de
petróleo no solo, dos quais 36 mil foram removidos por meio de um sistema de
canalização que arrasta o óleo do fluxo subterrâneo para separadores.
Portanto, os 96 mil litros restantes desse óleo, agregados no solo da floresta
nativa, inspiraram o emprego da biorremediação com bactérias heterotróficas e
fungos hidrocarbonoclásticos (FURTADO, 2002). Porém, existem algumas
áreas na região do acidente em que o solo ainda não foi biorremediado.
O derramamento de petróleo no meio ambiente representa um fator de
risco aos ecossistemas e à saúde humana, além de ser um dos maiores
contaminantes de solos em todo o mundo (BANKS e SCHULTZ, 2005). O
efeito de um derramamento depende da interação de vários fatores, como a
quantidade de óleo liberada no ambiente, fatores geográficos e biota da área
afetada, entre outros (KINAKO, 1981). O petróleo é uma complexa mistura de
hidrocarbonetos, metais pesados, enxofre, nitrogênio e oxigênio (BAKER,
1970). Alguns compostos presentes no petróleo são conhecidos por sua ação
mutagênica e carcinogênica (BANKS e SCHULTZ, 2005).
A necessidade de proteger ambientes de vários tipos de poluição é uma
questão muito importante e urgente. Atualmente, como conseqüência da
atividade antropogênica, as plantas estão cada vez mais suscetíveis a
substâncias potencialmente danosas. LARCHER (2000) ressalta que o
excessivo consumo de combustíveis fósseis é um dos principais fatores que
contribuem na disseminação de sustâncias tóxicas para a atmosfera, água e
solo. De acordo com TISCHER e HUBNER (2002), o uso de combustíveis
fósseis por muitos anos tem conduzido a sérios problemas ambientais, pois
grande quantidade das substâncias tóxicas são frequentemente lançadas no
ambiente durante a extração, transporte e utilização destes produtos.
A partir dos anos 80, a contaminação dos solos com hidrocarbonetos se
agravou mundialmente, gerando diversos efeitos negativos no ambiente (XU e
JOHNSON, 1997). Segundo KECHAVARZI et al. (2007), a contaminação do
solo devido a vazamentos acidentais ou não de hidrocarbonetos tem sido
freqüente. De acordo com XU e JOHNSON (1997), os hidrocarbonetos do
petróleo podem ocasionar alterações nas propriedades físicas, químicas e
biológicas do solo. Um dos efeitos mais importantes do petróleo no solo é a
redução na capacidade de retenção de água, tornando-o hidrofóbico e
hidrorepelente (ROY et al., 2003). Desta forma, a hidrofobicidade dos solos
contaminados com petróleo pode induzir um estresse hídrico (LI et al., 1997) e
de oxigênio (RENTZ et al., 2003) nas plantas.
A presença de hidrocarbonetos de petróleo no solo é um obstáculo para
o crescimento e desenvolvimento das plantas (LI et al., 1997), ocasionando
inibição na germinação de sementes (ADAM e DUNCAN, 2002; AGBOGIDI et
al., 2006), redução da biomassa (MERKL et al., 2004; ZHANG et al., 2007) e
inibição da divisão celular (ACHUBA, 2006; BARDELI-DA-SILVA, 2006). De
acordo com ACHUBA (2006), as plantas apresentam várias mudanças
bioquímicas associadas à contaminação do solo com óleo cru, dentre elas:
inibição da atividade de algumas enzimas (amilase e fosforilase), redução no
conteúdo de clorofila, além do aumento na quantidade de aminoácidos e
açúcares. CHUPAKHINA e MASLENNIKOV (2004) verificaram alterações nos
2
conteúdos de antocianina, ácido ascórbico e riboflavina em plantas crescendo
sob condições de poluição com produtos do petróleo.
Atualmente, existem métodos para minimizar os impactos negativos da
contaminação do solo. Entre eles, destaca-se a biorremediação, ou seja, o uso
de organismos vivos a fim de remover os poluentes do solo, da água e da
atmosfera (PANDEY et al., 2000; COLLIN, 2001). Alguns trabalhos têm
confirmado a diminuição da toxicidade dos solos contaminados por petróleo
depois que foram submetidos à biorremediação (DORN e SALANITRO, 2000;
OGBONNA et al., 2007). Segundo ODOKUMA e DICKSON (2003), o uso de
equipamentos de baixo custo e que não ocasionam impactos no meio ambiente
são algumas das vantagens da biorremediação. A utilização combinada de
microrganismos, fertilizantes e vegetação torna o processo de biorremediação
de solos contaminados mais eficiente (HUTCHINSON et al., 2001; OGBONNA
et al., 2007).
A fitorremediação compreende o uso da vegetação e de microrganismos
associados às raízes no processo de limpeza ou descontaminação ambiental.
O estudo da toxicidade do petróleo nas plantas tem contribuído para o
desenvolvimento de tecnologias na fitorremediação, pois uma das principais
condições para o sucesso desta técnica é o conhecimento da habilidade de
algumas plantas em tolerar e se desenvolver no solo contaminado com
petróleo (PILON-SMITS, 2005). De acordo com SUNG et al. (2001), a
fitorremediação depende da constituição do solo, das propriedades físico-
químicas do contaminante e das características da planta, tais como: rápida
germinação (ADAM e DUNCAN, 2002); rápido e vigoroso crescimento
(TISCHER e HUBNER, 2002); aumento na biomassa da raiz e da parte aérea
(HUTCHINSON et al., 2001); distribuição ampla das raízes (HUTCHINSON et
al., 2001; MERKL et al., 2005; KECHAVARZI et al., 2007); alta competitividade
e taxa reprodutiva, além da tolerância ao contaminante (TISCHER e HUBNER,
2002). Segundo ADAM e DUNCAN (1999), a fitorremediação é uma área
relativamente nova do interesse científico e também aplicável em casos de
contaminação do solo com outros poluentes orgânicos derivados do petróleo,
como por exemplo, óleo diesel (ADAM e DUNCAN, 2002; KECHAVARZI et al.,
2007), fenantreno (ALKIO et al., 2005), benzeno, tolueno e xileno (SUOMINEN
et al., 2000).
3
MERKL et al. (2004), avaliando o efeito tóxico do óleo cru no
crescimento de gramíneas e leguminosas, identificaram algumas espécies com
potencial para serem usadas na fitorremediação. Segundo estes autores, as
gramíneas são usualmente utilizadas por causa de seu crescimento rápido e
ampla capacidade para formar raízes ramificadas. De acordo com MERKL et
al. (2005), o óleo cru pode alterar a biomassa e também a morfologia das
raízes, influenciando diretamente na aquisição de água e nutrientes bem como
no crescimento da planta e o seu uso na fitorremediação.
Outro aspecto importante é a utilização de plantas no processo de
revegetação de áreas contaminadas com resíduos oleosos. Segundo MAYER
et al. (2005), Campomanesia xanthocarpa O. Berg é uma espécie apta para
recompor áreas contaminadas por petróleo devido a sua tolerância a este tipo
de contaminação. Além disso, algumas espécies podem ser utilizadas no
monitoramento do solo contaminado com óleo. MALALLAH et al. (1996)
afirmam que Vicia faba pode ser usada como bioindicadora da poluição de
solos com óleo. GILL et al. (1992) sugerem que Chromolaena odorata (L.)
K.&R. também pode ser utilizada como bioindicadora de áreas poluídas com
óleo. No entanto, existem poucas citações de espécies nativas que possam ser
utilizadas para esse fim.
Allophylus edulis (Saint-Hilaire) Radlkofer, objeto de estudo do presente
trabalho, ocorre na área da Repar onde aconteceu o acidente. Em estudo
fitossociológico realizado em um trecho de Floresta Ombrófila Mista Aluvial
situado no terreno da Repar, BARDDAL (2002) afirma que A. edulis é a maior
caracterizadora do sub-bosque da floresta estudada, apresentando abundante
número de indivíduos jovens. Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. (Sapindaceae),
conhecida popularmente como vacum, possui hábito arbustivo ou arbóreo e
folhas compostas trifolioladas (Figura 1). É uma espécie ciófita e seletiva
higrófita que ocorre em matas primárias, capoeiras, capoeirões e beira de rios
(REITZ, 1980). A germinação das sementes de A. edulis é do tipo
fanerocotiledonar (Figura 2), tem início ao oitavo dia e pode ser encerrada no
décimo quinto dia após a semeadura (ABREU et al., 2005). Segundo LORENZI
(1992), A. edulis se desenvolve tanto em solos úmidos quanto rochosos,
apresentando boa capacidade de regeneração natural e crescimento rápido,
sendo recomendada na recuperação de ecossistemas degradados.
4
2
1
Figura 1 - Detalhe das folhas compostas de Allophylus edulis.
Figura 2 - Plântula fanerocotiledonar de Allophylus edulis.
No Brasil, ainda são escassos os trabalhos a respeito da germinação,
desenvolvimento e estrutura morfoanatômica de espécies nativas cultivadas
em solo contaminado com petróleo e solo biorremediado. Desta forma, há uma
crescente necessidade de estudos que avaliem os efeitos do solo contaminado
com petróleo e solo biorremediado e que forneçam informações sobre espécies
potencialmente fitorremediadoras.
2. OBJETIVO
O objetivo geral do presente trabalho é analisar a germinação de
sementes, o desenvolvimento e a estrutura das plântulas de Allophylus edulis
(St. Hil.) Radlk. em solo contaminado por petróleo, solo biorremediado e solo
não contaminado, a fim de verificar se os solos contaminado e biorremediado
causam alterações estruturais e no desenvolvimento de A. edulis.
5
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. COLETA DOS FRUTOS
Os frutos de Allophylus edulis foram coletados aleatoriamente de 12
indivíduos, com uma distância mínima de 100m um do outro, em duas épocas:
primeiramente em dezembro de 2005, para montagem do experimento
relacionado à anatomia, e em novembro de 2006 para montagem do
experimento referente à análise da germinação e desenvolvimento. As coletas
foram realizadas no município de Colombo, região metropolitana de Curitiba,
próxima a área da Embrapa Florestas. Posteriormente, os frutos foram
transportados ao Laboratório de Sementes do Departamento de Engenharia
Florestal da Universidade Federal do Paraná para serem macerados e
despolpados em água corrente para obtenção das sementes. No mesmo
laboratório, foi realizado um teste de germinação a fim de verificar a viabilidade
das sementes. O teste consistiu em quatro repetições de 25 sementes, a
temperatura constante de 25ºC, com substrato contendo 20g de vermiculita e
60ml de água.
3.2. OBTENÇÃO DO SOLO
Após o acidente na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar-
Petrobrás) que ocorreu no ano de 2000, o petróleo superficial e a vegetação
morta foram removidos mecanicamente para que fosse feita a biorremediação
do solo com bactérias heterotróficas e fungos hidrocarbonoclásticos. A
Petrobrás conseguiu criar uma técnica própria de descontaminação de
hidrocarbonetos baseada na fomentação de microrganismos degradadores
presentes no próprio solo. Esta técnica surgiu com a finalidade de remover 96
mil litros de petróleo retidos no solo em um perímetro de aproximadamente 15
hectares, entre o local do vazamento e o Rio Barigüi. Esta região contaminada
foi dividida em 12 sub-áreas (Figura 3) destinadas à biorremediação do solo.
No entanto, algumas regiões dentro destas sub-áreas permaneceram isoladas
sem nenhum tipo de intervenção no solo.
6
As sub-áreas que permaneceram sob biorremediação passaram por
procedimentos comuns entre elas. A população microbiana se desenvolveu
pela chamada bioaumentação. Isso é feito pela inoculação de fungos e
bactérias autóctones (do solo local) desenvolvidos nas áreas de
biorremediação dos resíduos. O solo, contendo esses organismos devidamente
preparados por meio de controle nutritivo, foi peneirado em malha de 10mm e
armazenado em big-bags. Depois do preparo, o inóculo foi espalhado nas
áreas contaminadas pelo óleo por um trator agrícola de grade aradora.
O solo utilizado na montagem do experimento foi obtido na sub-área três
(Figura 3) localizada no próprio terreno da Repar, município de Araucária/PR.
Foram coletados solo contaminado, solo biorremediado e solo não
contaminado em áreas próximas a cerca de 5m umas das outras. A coleta do
solo contaminado (Figura 4) foi realizada na área em que não sofreu
intervenção, enquanto que o solo biorremediado (Figura 5) foi coletado no local
onde a vegetação foi retirada para a biorremediação do solo e, finalmente, o
solo não contaminado (Figura 6) foi obtido em uma área recoberta pela
vegetação nativa. Posteriormente, o solo foi peneirado, homogeneizado e
distribuído em bandejas plásticas (Figura 7).
3.3. MONTAGEM DO EXPERIMENTO
O experimento, montado em casa de vegetação (Figura 8) no
Departamento de Botânica da Universidade Federal do Paraná, foi composto
por três tratamentos: solo contaminado por petróleo (C), solo biorremediado
(BR) e solo não contaminado (NC). Em cada tratamento foram realizadas cinco
repetições com 50 sementes cada. As bandejas (29cm de coprimento x 22cm
de largura x 6cm de altura) foram dispostas aleatoriamente (Figura 9) e
permaneceram sob nebulização de 20 segundos a cada 30 minutos. Adotou-se
ao experimento o delineamento inteiramente casualizado, pois suas unidades
experimentais permaneceram sob condições homogêneas.
7
Figura 3 – Mapa referente à localização da sub-área de coleta dos solos não
contaminado, biorremediado e contaminado por petróleo na Refinaria Presidente
Getúlio Vargas (Fonte: Furtado, 2002).
8
4
5
6 7
8 9
Figuras 4 a 9 – Coleta dos solos e montagem do experimento; 4. Detalhe do solo
contaminado por petróleo; 5. Área biorremediada; 6. Área do solo não contaminado; 7.
Coleta e armazenamento do solo em bandejas recobertas com papel filme; 8. Interior
da casa de vegetação; 9. Identificação e disposição aleatória das bandejas.
9
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados, bem como a discussão dos mesmos, foram apresentados
sob a forma de capítulos, sendo que cada capítulo corresponde a um artigo,
que foi organizado de acordo com as normas da revista na qual será
submetido. O capítulo I, intitulado “Avaliação da germinação e desenvolvimento
das plântulas de Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. (Sapindaceae) em solo
contaminado com petróleo e solo biorremediado”, está de acordo com as
normas da revista Rodriguésia (Anexo I), ISSN 0370-6583. A revista é
brasileira e está classificada como Qualis A. O capítulo II, referente à
“Avaliação da estrutura morfoanatômica das plântulas de Allophylus edulis (St.
Hil.) Radlk. (Sapindaceae) em solo contaminado com petróleo e solo
biorremediado”, está de acordo com as normas da revista nacional Acta
Botanica Brasílica (Anexo II), ISSN 0102-3306 e classificada como Qualis A.
10
CAPÍTULO I - AVALIAÇÃO DA GERMINAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS
PLÂNTULAS DE Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. (SAPINDACEAE) EM
SOLO CONTAMINADO COM PETRÓLEO E SOLO BIORREMEDIADO
11
RESUMO
(Avaliação da germinação e desenvolvimento das plântulas de Allophylus edulis (St.
Hil.) Radlk. (Sapindaceae) em solo contaminado com petróleo e solo biorremediado).
A presença de petróleo no solo é um obstáculo para o desenvolvimento de algumas
espécies, podendo inibir a germinação de sementes. A tolerância das plantas e a
habilidade de germinarem em solo contaminado são condições necessárias para a
fitorremediação. Este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos do solo
contaminado por petróleo e solo biorremediado na germinação e desenvolvimento de
Allophylus edulis. O experimento consistiu em três tratamentos: solo contaminado por
petróleo (C), solo biorremediado (BR) e solo não contaminado (NC). A porcentagem de
germinação e o índice de velocidade de germinação (IVG) foram registrados durante 30
dias, enquanto que a análise do desenvolvimento foi realizada após 30 e 60 dias. A
porcentagem de germinação, IVG, biomassa da parte aérea e área foliar não diferiram
estatisticamente entre os tratamentos após 30 dias, enquanto que a biomassa da raiz e o
comprimento da parte aérea nas plântulas do tratamento NC foram significativamente
menores. Após 60 dias, a biomassa da raiz e área foliar foram estatisticamente
diferentes entre os tratamentos. Pode-se concluir que A. edulis foi capaz de germinar e
se desenvolver em solo contaminado por petróleo e solo biorremediado, apresentando
potencial para fitorremediação.
Palavras-chave: hidrocarbonetos, fitorremediação, plântula, crescimento, biomassa.
ABSTRACT
(Evaluation of the germination and development of Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk.
(Sapindaceae) seedlings in polluted soil by crude oil and bioremediated soil).
The presence of crude oil in soil is an obstacle for the development of some species,
causing inhibition on seeds germination. The tolerance of plants and the ability for
germinate in polluted soil are necessary conditions in the phytoremediation. The
objective of this work was to evaluate the effects of the polluted soil by crude oil and
bioremediated soil on germination and development of Allophylus edulis. The
experiment consisted of three treatments: polluted soil by crude oil (C), bioremediated
soil (BR) and uncontaminated soil (NC). The percentage and index of germination
speed (IVG) were registered for 30 days, while the analysis of the development was
accomplished after 30 and 60 days. The percentage of germination, IVG, biomass of the
aerial part and foliate area didn’t differ significantly among the treatments after 30 days,
while the biomass of the root and length of the aerial part of the plants of the treatment
NC were significantly lower. After 60 days, the biomass of the root and foliate area
were statistically different among the treatments. It can be concluded that A. edulis was
capable to germinate and to develop in polluted soil by crude oil and bioremediated soil,
presenting potential for phytoremediation.
Key words: hydrocarbons, phytoremediation, seedling, growing, biomass.
12
Introdução
As plantas podem ser divididas em dois grupos distintos: espécies sensíveis, com
sensibilidade variada aos efeitos de um contaminante e que podem morrer devido à
poluição, e espécies tolerantes, as quais sobrevivem mesmo expostas a um poluente
(Malallah et al. 1996). A tolerância das plantas ao petróleo e a habilidade de
germinarem em solo contaminado com este poluente varia grandemente entre as
espécies, assim como dentro da mesma espécie (Adam & Duncan 1999). Segundo
Banks & Schultz (2005), as sementes de diversas espécies respondem de forma variável
quando submetidas à germinação em solo contaminado por petróleo.
Adam & Duncan (1999) verificaram uma ampla diferença na geminação em
gramíneas submetidas ao óleo diesel, observando certas espécies com sucesso em
germinarem em baixos níveis de contaminação e outras intolerantes ao óleo diesel.
Banks & Schultz (2005) constaram sensibilidade significativa em Lactuca sativa L.
submetida a testes de germinação com solo contaminado por petróleo, indicando o uso
desta espécie como bioindicadora de contaminação ambiental.
A germinação e o estabelecimento de plantas são amplamente afetados em
ambientes estressados, com diminuição do vigor e, consequentemente, redução nas
expectativas para o estabelecimento da cobertura vegetal (Willian et al. 1982). Altas
concentrações de petróleo no solo podem impedir a germinação de sementes
(Chupakhina & Maslennikov 2004) e desta forma, o contaminante pode penetrar na
semente e, consequentemente, ocasionar a morte do embrião, ou ainda pode formar uma
película sobre a semente, agindo como uma barreira física e impedindo a entrada de
oxigênio e água, elementos essenciais no processo germinativo (Baker 1970; Adam &
Duncan 2002).
13
A contaminação por hidrocarbonetos de petróleo frequentemente gera uma
condição de hidrorepelência no solo (Morley et al. 2005), dificultando a retenção de
água e desencadeando efeitos adversos no desenvolvimento das plantas (Li et al. 1997),
tais como: inibição na germinação de sementes (Adam & Duncan 2002; Agbogidi et al.
2006), menor crescimento (Adam & Duncan 1999; Merkl et al. 2004) e redução da
biomassa (Malallah et al. 1996; Zhang et al. 2007).
Em 16 de julho de 2000, quatro milhões de litros de óleo vazaram na Refinaria
Presidente Getúlio Vargas (Repar - Petrobrás) localizada no município de Araucária -
PR. Este episódio, além de contaminar as águas do rio Barigüi e Iguaçu, contaminou
também o solo, afetando a flora e fauna da região (Freitas 2000). Após o acidente, na
área onde ocorreu o vazamento foi feita a remoção mecânica do petróleo superficial e da
vegetação morta e posterior biorremediação do solo com bactérias heterotróficas e
fungos hidrocarbonoclásticos (Furtado 2002). Porém, existem algumas áreas na região
do acidente em que o solo ainda não foi biorremediado.
Allophylus edulis (Saint-Hilaire) Radlkofer, objeto de estudo do presente
trabalho, ocorre na área da Repar onde aconteceu o acidente. Pertencente a família
Sapindaceae e conhecida popularmente como vacum, A. edulis possui hábito arbustivo
ou arbóreo, é uma espécie ciófita e seletiva higrófita que ocorre em matas primárias,
capoeiras, capoeirões e beira de rios (Reitz 1980). Segundo Lorenzi (1992), A. edulis se
desenvolve tanto em solos úmidos quanto rochosos e apresenta boa capacidade de
regeneração natural e crescimento rápido, sendo recomendada na recuperação de
ecossistemas degradados.
A biorremediação é uma técnica que utiliza organismos vivos para remover
contaminantes do solo, da água e da atmosfera (Pandey et al. 2000; Collin 2001).
Segundo Dorn & Salanitro (2000), a biorremediação de solo contaminado por óleo cru
14
pode reduzir sua toxicidade, facilitando a restauração da vegetação em ambientes
contaminados. Alguns trabalhos têm mostrado aumento na germinação de sementes em
solos biorremediados (Dorn & Salanitro 2000; Ogbonna et al. 2007), porém ainda são
escassos os estudos sobre o desenvolvimento de espécies nativas do Brasil nestes solos.
Como uma alternativa da biorremediação, a técnica denominada fitorremediação utiliza
a vegetação para remover, degradar ou inativar contaminantes do solo, os quais podem
ser absorvidos pelas raízes e subsequentemente armazenados ou metabolizados pelas
plantas (Merkl et al. 2005). De acordo com Sung et al. (2001), a fitorremediação
depende da constituição do solo, das propriedades físico-químicas do contaminante e
das características da planta.
O estudo dos efeitos do petróleo e seus derivados, no crescimento e
desenvolvimento de espécies vegetais, teve grande impulso a partir dos anos 90 devido
a constatação de que as plantas, e os microrganismos associados a elas, contribuem
grandemente na descontaminação de solos contaminados com petróleo (Cunningham et
al. 1996). A análise da germinação é considerada um estudo de curto prazo capaz de
avaliar os efeitos da toxicidade gerada pela contaminação do solo. Nos estudos de
germinação, sementes são plantadas em uma pequena quantidade de solo contaminado.
Após um período pré-determinado, as sementes que germinaram são contabilizadas e os
resultados comparados com os dados da germinação de sementes em solo não
contaminado (Banks & Schultz 2005). No entanto, existem poucas informações quando
se trata de espécies nativas se desenvolvendo em solo contaminado com petróleo.
Portanto, este trabalho tem como objetivo avaliar os efeitos do solo contaminado por
petróleo e solo biorremediado na germinação e no desenvolvimento das plântulas de
Allophylus edulis.
15
Material e Métodos
Os frutos de Allophylus edulis foram coletados, em novembro de 2006,
aleatoriamente de 12 indivíduos com uma distância mínima de 100 m um do outro. A
coleta foi realizada no município de Colombo/PR, região metropolitana de Curitiba,
próxima a área da Embrapa Florestas. Posteriormente, os frutos foram transportados ao
Laboratório de Sementes do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade
Federal do Paraná para serem macerados e despolpados em água corrente para obtenção
das sementes.
O solo utilizado na montagem do experimento foi obtido na área da Refinaria
Presidente Getúlio Vargas (Repar-Petrobrás), município de Araucária/PR, onde ocorreu
o vazamento de petróleo no ano de 2000. Após o acidente na Repar, o petróleo
superficial e a vegetação morta foram removidos mecanicamente para que fosse feita a
biorremediação do solo com microrganismos. No entanto, algumas áreas permaneceram
isoladas sem nenhum tipo de intervenção no solo. Foram coletados solo contaminado,
solo biorremediado e solo não contaminado em áreas próximas a cerca de 5 m umas das
outras. A coleta do solo contaminado foi realizada na área em que não sofreu
intervenção, enquanto que o solo biorremediado foi coletado no local onde a vegetação
foi retirada para a biorremediação do solo e, finalmente, o solo não contaminado foi
obtido em uma área recoberta pela vegetação nativa.
A determinação do teor de hidrocarbonetos totais do petróleo (TPH) foi
realizada através da metodologia ASTM D5765 pelo Instituto de Tecnologia para o
Desenvolvimento (LACTEC), enquanto que a caracterização dos atributos físico-
químicos dos solos foi realizada pelo Laboratório de Fertilidade do Solo da
Universidade Federal do Paraná (Tab. 1).
16
Tabela 1 – Atributos físico-químicos e teor de hidrocarbonetos totais do petróleo (TPH)
do solo não contaminado (NC), solo biorremediado (BR) e solo contaminado com
petróleo (C).
NC BR C
Areia (%) 26,1 19,7 24,8
Silte (%) 21,3 35,2 25,2
Argila (%) 52,5 45,0 50,0
pH (CaCl
2
) 3,70 5,80 4,20
Alumínio (cmol
c
dm
-3
) 6,00 0,00 4,10
Carbono (g dm
-3
) 23,8 19,6 26,9
Nitrogênio (g kg
-1
) 2,4 1,7 2,2
Fósforo (mg dm
-3
) 3,50 1,20 1,60
Potássio (cmol
c
dm
-3
) 0,10 0,21 0,24
Cálcio (cmol
c
dm
-3
) 0,40 16,80 2,00
Magnésio (cmol
c
dm
-3
) 0,20 1,80 1,50
TPH (mg kg
-1
) 243 2713 5809
O experimento, montado em casa de vegetação no Departamento de Botânica da
Universidade Federal do Paraná, foi composto por três tratamentos: solo contaminado
(C), solo biorremediado (BR) e solo não contaminado (NC). Em cada tratamento foram
realizadas cinco repetições de 50 sementes cada, totalizando 250 sementes por
tratamento. O solo referente a cada tratamento foi peneirado, homogeneizado e
distribuído em bandejas plásticas (29cm de coprimento x 22cm de largura x 6cm de
altura). Estas foram dispostas aleatoriamente e permaneceram sob nebulização de 20s a
cada 30min. Adotou-se o delineamento inteiramente casualizado, pois suas unidades
experimentais permaneceram sob condições homogêneas.
A germinação foi acompanhada durante 30 dias a fim de se obter dados para
análise da porcentagem de germinação e índice de velocidade de germinação (IVG), os
quais foram registrados diariamente no período avaliado. As temperaturas mínima e
17
máxima também foram registradas diariamente durante todo o período de avaliação
(mín. = 17,5ºC e máx. = 37,5ºC). No cálculo do IVG, foi empregada a fórmula sugerida
por Maguire (1962): IVG = G
1
/N
1
+ G
2
/N
2
+.....+ Gn/Nn, sendo:
IVG = índice de velocidade de germinação;
G
1
, G
2
e Gn = número de sementes germinadas na primeira, segunda e última
contagem;
N
1
, N
2
e Nn = número de dias após o plantio das sementes.
A análise do desenvolvimento foi realizada após 30 e 60 dias da semeadura,
utilizando-se três plântulas por bandeja, totalizando 15 por tratamento. Desta forma,
foram mensurados o comprimento e a biomassa da raiz e da parte aérea da plântula, bem
como a área dos eofilos (primeiras folhas). A mensuração da parte aérea foi feita da
região do colo até o ápice caulinar, enquanto que o comprimento da raiz foi mensurado
a partir da região do colo até o ápice da raiz principal. Estas duas variáveis foram
estimadas com auxílio de uma régua milimetrada. Para determinação da biomassa seca,
as plântulas foram prensadas, desidratadas em estufa à 70ºC
durante 48 horas e
posteriormente pesadas em balança digital. A partir das plântulas prensadas e
desidratadas foram separados os eofilos e esses digitalizados em scanner e suas
respectivas áreas estimadas pelo programa Sigma Scan Pro (Version 5.0, SPSS Inc.,
Chicago IL, USA).
Os dados obtidos foram analisados estatisticamente através do programa
MSTATC
®
. Primeiramente, foram calculados as médias e desvio padrão de todas as
variáveis. Em seguida, os dados foram submetidos à análise de variância e as médias
comparadas pelo teste de Tukey a um nível de significância de 5%.
18
Resultados e Discussão
A germinação de A. edulis ocorreu após 10 dias da semeadura e encerrou-se no
décimo nono dia. As sementes germinaram igualmente tanto em solo contaminado por
petróleo e biorremediado quanto em solo não contaminado. As médias referentes à
porcentagem de germinação e IVG não diferiram estatisticamente (p>0,05) entre os
tratamentos (Fig. 1).
Índice de velocidade de germinação
2,47ns
2,34ns
2,29ns
0
1
2
3
4
5
NC BR C
Porcentagem de germinação
54,8ns
56,8ns
58,4ns
0
19
20
40
60
80
100
NC BR C
Figura 1 - Porcentagem de germinação e índice de velocidade de germinação das sementes de
Allophylus edulis submetidas aos tratamentos solo não contaminado (NC), solo biorremediado
(BR) e solo contaminado (C) com petróleo. Valores representam a média e barras indicam o
desvio padrão (ns – não significativo).
Li et al. (1997) verificaram que a porcentagem de germinação de Hordeum
vulgare L. crescendo em solo contaminado por hidrocarbonetos (40000 mg kg
-1
TEH),
solo biorremediado (20000 mg kg
-1
TEH) e não contaminado também não diferiu
estatisticamente. Merkl et al. (2004), analisando a germinação de oito espécies (duas
gramíneas e seis leguminosas) em solo contaminado por óleo cru, não observaram
alterações significativas na germinação de sete espécies quando comparadas ao solo
controle.
Diferentemente dos resultados encontrados na germinação de A. edulis, grande
parte da literatura relata uma redução na germinação de sementes em solo contaminado
por petróleo e derivados. Dorn & Salanitro (2000) constataram que a germinação de Zea
mays L., Triticum aestivum L. e Avena sativa L. foi significativamente afetada em solo
contaminado por óleo cru leve, porém melhorou com a biorremediação do solo. Gill et
al. (1992) observaram uma redução no número de sementes germinadas de
Chromolaena odorata (L.) K.&R. em solo contaminado com petróleo. Agbogidi et al.
(2006) verificaram um declínio na porcentagem de germinação das sementes de
Dennettia tripetala (Bak.) submetidas a diferentes níveis de concentração de óleo cru.
Estes autores atribuem esta redução à tensão gerada na disponibilidade de oxigênio em
solos contaminados. Desta forma, esta tensão pode afetar o sistema respiratório do
embrião e conseqüentemente sua viabilidade. Adam & Duncan (1999) observaram um
decréscimo na germinação da maioria das 22 espécies analisadas após 14 dias em solo
contaminado com óleo diesel.
Segundo Baker (1970), o efeito inibitório do óleo na germinação pode ser
atribuído à barreira física formada pelo contaminante ao redor das sementes, impedindo
assim a passagem de oxigênio e água ao embrião. De acordo com Adam & Duncan
(2002), a baixa germinação de sementes em solos contaminados com óleo diesel se deve
principalmente à fração volátil e à impermeabilidade do óleo, bem como ao tempo após
a contaminação. Estes autores observaram um declínio na porcentagem de germinação
de sementes em solo contaminado por óleo diesel no dia do plantio em comparação ao
solo contaminado três semanas antes da semeadura.
Bardelli da Silva (2006) constatou que a porcentagem e o índice de velocidade
de germinação em Sebastiania commersoniana (Baill.) L. B. Sm. & Downs foram
menores no tratamento com solo contaminado com óleo diesel há 60 dias e maiores no
solo contaminado há 120 e 210 dias antes do plantio. Rezende (2006) observou que a
porcentagem e velocidade de germinação em Schinus terebinthifolius Raddi foram
afetadas significativamente no tratamento com solo contaminado com óleo diesel há 30
20
dias, enquanto que no solo contaminado há 90 e 180 dias antes do plantio a germinação
não foi afetada. De acordo com Bardelli da Silva (2006) e Rezende (2006), quanto
maior foi o tempo após a contaminação, menores foram os efeitos danosos sobre a
germinação das espécies por eles estudadas.
Inckot (2007) constatou que a porcentagem e a velocidade de germinação de
Mimosa pilulifera Bentham não foram afetadas significativamente pelo solo
contaminado e solo biorremediado procedentes da mesma área na Repar, atribuindo este
fato ao teor não fitotóxico de hidrocarbonetos, à ausência de compostos voláteis no solo
e ao tempo após a contaminação. Portanto, estes fatores citados por Inckot (2007)
também podem explicar a similaridade na germinação de A. edulis entre os tratamentos
analisados neste trabalho. Além disso, sugere-se que, tanto tempo após a contaminação
do solo (mais de seis anos), provavelmente as moléculas de hidrocarbonetos estão
adsorvidas às partículas do solo e, dificilmente, penetrariam nas sementes ou formariam
uma película sobre as mesmas.
De acordo com a Figura 2, a biomassa da raiz das plântulas do tratamento solo
não contaminado apresentou a menor média e diferiu estatisticamente (p<0,05) dos
demais tratamentos tanto em 30 quanto 60 dias. Por outro lado, a biomassa da parte
aérea não diferiu estatisticamente (p>0,05) entre os tratamentos após 30 dias da
semeadura, porém aos 60 dias, houve diferença estatística (p<0,05) entre os tratamentos
solo biorremediado e não contaminado. Semelhantemente à biomassa da parte aérea
após 30 dias do plantio, a biomassa total das plântulas não diferiu significativamente
(p>0,05) entre os tratamentos. No entanto, aos 60 dias após a semeadura, foram
observadas diferenças significativas (p<0,05).
21
Biomassa Raiz
3,71b
10,0c
6,18a
28,0a
6,25a
22,5b
0
5
10
15
20
25
30
35
30 dias 60 dias
biomassa (mg)
NC BR C
Biomassa Total
30,0ns
54,1c
32,7ns
88,5a
32,0ns
74,9b
0
20
40
60
80
100
120
30 dias 60 dias
biomassa (mg)
NC BR C
Biomassa Parterea
26,3ns
44,1b
26,5ns
60,5a
25,7ns
52,4ab
0
20
40
60
80
30 dias 60 dias
biomassa (mg)
NC BR C
Figura 2 - Biomassa da raiz, da parte aérea e total das plântulas de Allophylus edulis em solo
não contaminado (NC), solo biorremediado (BR) e solo contaminado (C) com petróleo após 30
e 60 dias da semeadura. Valores representam a média e barras indicam o desvio padrão.
Colunas com a mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade (ns – não significativo).
A biomassa das raízes de H. vulgare no solo contaminado por hidrocarbonetos e
solo biorremediado foi estatisticamente similar à biomassa das plantas do solo controle
(Li et al. 1997). Inckot (2007) verificou que a biomassa radicial de M. pilulifera foi
22
estatisticamente semelhante entre os solos contaminado por petróleo, biorremediado e
não contaminado, provenientes da Repar, após 30, 60 e 90 dias da semeadura.
Adam & Duncan (1999), por sua vez, observaram redução da biomassa da raiz
de gramíneas submetidas ao óleo diesel. Além disso, grande parte das plantas analisadas
por estes autores desenvolveu raízes adventícias e exibiu um incremento de raízes
laterais no solo contaminado. Plantas de Campomanesia xanthocarpa O. Berg. com um
ano de desenvolvimento em solo contaminado por petróleo apresentaram maior
biomassa da raiz quando comparadas às plantas do solo não contaminado (Mayer et al.
2005). De acordo com estes autores, provavelmente esta diferença se deve a grande
ramificação de raízes laterais nas plantas do solo contaminado. Nas condições
analisadas para A. edulis, também foi possível constatar um aumento na biomassa e na
ramificação lateral das raízes das plântulas em solo contaminado por petróleo e no solo
biorremediado (Fig. 3).
Figura 3 – Plântulas e sistema radicial das plântulas de Allophylus edulis após 30 e 60 dias da
semeadura respectivamente. A e D. solo não contaminado; B e E. solo biorremediado; C e F.
solo contaminado com petróleo.
23
De acordo com Tischer & Hübner (2002), a presença de grande quantidade de
raízes aumenta a população microbiana, melhora a estrutura física do solo e auxilia na
degradação de hidrocarbonetos. Segundo Hutchinson et al. (2001), um amplo sistema
radicial é capaz de obter maior quantidade de água através da rizosfera, transportar mais
nutrientes através do solo e aumentar a área de superfície para a atividade microbiana.
Mayer et al. (2005) sugerem a maior ramificação das raízes com a falta de oxigênio e
Larcher (2000) com a redução da disponibilidade de nutrientes.
Segundo Hutchinson et al. (2001), os nutrientes inorgânicos que se encontram
mais limitados na biorremediação de poluentes orgânicos são o nitrogênio e o fósforo.
De acordo com a Tabela 1, verifica-se que os solos biorremediado e contaminado
apresentam uma baixa concentração de fósforo em comparação ao solo não
contaminado. Portanto, o desenvolvimento acentuado de raízes laterais com
conseqüente aumento na biomassa da raiz das plântulas submetidas aos solos
biorremediado e contaminado provavelmente se devem à baixa disponibilidade de
fósforo nestes solos.
Santos (2006) observou que a biomassa da raiz e da parte aérea nas mudas de A.
edulis não foram significativamente diferentes após 58 semanas em solo contaminado
com petróleo (12559 mg kg
-1
TPH) e não contaminado. Por outro lado, Kechavarzi et
al. (2007) constataram que a biomassa da raiz e da parte aérea das plantas de L. perenne
expostas ao solo contaminado com óleo diesel foram significativamente inferiores em
relação ao solo não contaminado.
Malallah et al. (1996) observaram um significativo decréscimo na biomassa das
plantas de Vicia faba L. submetidas ao solo contaminado com óleo quando comparadas
às plantas do solo controle. Ogbonna et al. (2007) verificaram uma redução significativa
na biomassa das plantas de Abelmoshus esculentus (L.) Moench. em solo contaminado
24
por petróleo e posterior aumento da mesma através da biorremediação do solo com
microrganismos e fertilizantes.
Após 30 dias da semeadura, o comprimento da raiz em solo contaminado foi
significativamente maior (p<0,05) em comparação aos demais tratamentos. Após 60
dias, o comprimento da raiz foi estatisticamente semelhante (p>0,05) nas plântulas dos
solos biorremediado e contaminado e significativamente menor (p<0,05) nas plântulas
do solo não contaminado. Além disso, observa-se que as raízes das plântulas, do
tratamento com solo não contaminado, não tiveram um desenvolvimento significativo
entre 30 e 60 dias (Fig. 4).
5,6b
5,2b
7,5a
5,5b
7,3a
6,6a
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
30 dias 60 dias
comprimento (cm)
NC BR C
Figura 4 – Comprimento da raiz principal das plântulas de Allophylus edulis em solo não
contaminado (NC), solo biorremediado (BR) e solo contaminado (C) com petróleo após 30 e 60
dias da semeadura. Valores representam a média e barras indicam o desvio padrão. Colunas
com a mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
O comprimento da raiz de M. pilulifera, após 30 dias da semeadura, foi
significativamente maior no solo biorremediado, enquanto que após 60 dias, o
comprimento foi significativamente menor no solo contaminado por petróleo (Inckot
2007). Merkl et al. (2004) constataram uma redução significativa no comprimento da
raiz de Centrosema brasilianum (L.) Benth., Calopogonium mucunoides Desv. e
Stylosanthes capitata Vogel submetidas ao solo contaminado com óleo cru. Kechavarzi
et al. (2007) também observaram uma significativa redução no comprimento da raiz de
L. perenne em solo contaminado com óleo diesel. Estes resultados indicam que o
25
comprimento da raiz tende a diminuir em solo contaminado e diferem dos registrados
para A. edulis, evidenciando que a presença de hidrocarbonetos do petróleo no solo não
prejudicou o desenvolvimento das raízes da espécie em estudo.
Os valores médios referentes ao comprimento da parte aérea das plântulas se
encontram na Figura 5. Nas plântulas do tratamento solo não contaminado, o
comprimento da parte aérea foi significativamente inferior (p<0,05) aos demais
tratamentos após 30 dias da semeadura. Já aos 60 dias, o comprimento da parte aérea
das plântulas do tratamento solo não contaminado foi estatisticamente semelhante
(p>0,05) às plântulas do tratamento solo contaminado, porém foi significativamente
menor (p<0,05) quando comparado às plântulas do solo biorremediado.
4,49b
3,68b
5,34a
4,92a
5,02ab
4,50a
0
1
2
3
4
5
6
7
30 dias 60 dias
comprimento (cm)
NC BR C
Figura 5 – Comprimento da parte aérea das plântulas de Allophylus edulis em solo não
contaminado (NC), solo biorremediado (BR) e solo contaminado (C) com petróleo após 30 e 60
dias da semeadura. Valores representam a média e barras indicam o desvio padrão. Colunas
com a mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Adam & Duncan (1999) observaram uma redução na altura da maioria das
plantas expostas ao óleo diesel quando comparadas às plantas em solo não contaminado.
Rezende (2006) verificou que a altura das plântulas de S. terebinthifolius foi maior no
tratamento controle e menor no solo com contaminação mais recente (após 30 dias).
Bardelli da Silva (2006) também observou que a altura da parte aérea de S.
26
commersoniana foi significativamente menor no solo mais recentemente contaminado
com óleo diesel.
Segundo Inckot (2007), M. pilulifera apresentou menor comprimento da parte
aérea em solo contaminado por petróleo, quando comparada às plantas do solo não
contaminado, após 30 e 60 dias da semeadura. Proffitt et al. (1995) verificaram que o
crescimento da parte aérea de Rhizophora mangle L. reduziu no solo contaminado com
óleo em comparação ao controle. Santos (2006) constatou uma redução na altura das
plantas de A. edulis em solo contaminado com petróleo durante 58 semanas.
De acordo Merkl et al. (2004), os hidrocarbonetos do petróleo, em certas
concentrações, podem estimular o crescimento das plantas. Este efeito positivo no
crescimento pode ser devido à resposta da planta ao estresse do solo, sintetizando
substâncias reguladoras do crescimento (Baker, 1970) com conseqüente aumento na
divisão celular (Bamidele & Agbogidi, 2000). Semelhantemente ao observado nas
raízes de A. edulis, os hidrocarbonetos do petróleo não retardaram o crescimento da
espécie dentro das condições analisadas neste trabalho, ou seja, após seis anos da
contaminação do solo na Repar.
A área foliar foi estatisticamente semelhante (p>0,05) entre os tratamentos após
30 dias da semeadura. No entanto, foi estatisticamente diferente (p<0,05) e distinta nos
três tratamentos após 60 dias. A maior área foliar foi registrada no tratamento com solo
biorremediado e a menor no tratamento com solo não contaminado (Fig. 6).
27
1,20ns
1,74c
1,52ns
2,90a
1,54ns
2,34b
0
1
2
3
4
30 dias 60 dias
área foliar (cm
2
)
NC BR C
Figura 6 – Área foliar das plântulas de Allophylus edulis em solo não contaminado (NC), solo
biorremediado (BR) e solo contaminado (C) com petróleo após 30 e 60 dias da semeadura.
Valores representam a média e barras indicam o desvio padrão. Colunas com a mesma letra não
diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (ns – não significativo).
Mayer et al. (2005) não observaram diferenças estatísticas na área foliar das
mudas de C. xanthocarpa em solo contaminado com petróleo após um ano de
desenvolvimento. Ao contrário dos resultados encontrados neste trabalho, Inckot (2007)
observou que a área foliar de M. pilulifera em solo contaminado por petróleo e solo
biorremediado, após 30 dias da semeadura, foi significativamente menor em
comparação às plântulas do solo não contaminado. Bardelli da Silva (2006) verificou
que a área foliar das plântulas de S. commersoniana, no solo não contaminado, foi
superior e estatisticamente diferente em relação ao solo contaminado com óleo diesel,
como também foi observado por Rezende (2006) em S. terebinthifolius.
Maranho et al. (2006) constataram que indivíduos de Podocarpus lambertii
Klotzsch ex Endl. expostos à poluição por petróleo apresentaram uma redução
significativa na área foliar. A área foliar das plantas de Rhynchospora corymbosa (L.)
Britt. em solo contaminado com petróleo foi significativamente menor quando
comparada ao solo não contaminado (Farias, 2005). Para A. edulis, o teor de
hidrocarbonetos, após seis anos da contaminação, pode ter estimulado o crescimento
desta espécie nos solos contaminado e biorremediado, após 60 dias da semeadura, e
consequentemente gerado um aumento na área foliar.
28
Portanto, Allophylus edulis foi capaz de germinar e se desenvolver no solo
contaminado por petróleo e solo biorremediado provenientes da área da Repar. A
biorremediação do solo aumentou o crescimento de A. edulis e o solo contaminado não
prejudicou o desenvolvimento das plântulas nas condições analisadas. Desta forma, A.
edulis demonstrou ser uma espécie tolerante a contaminação do solo com
hidrocarbonetos, apresentando potencial para estudos de fitorremediação.
29
CAPÍTULO II - AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA MORFOANATÔMICA DAS
PLÂNTULAS DE Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. (SAPINDACEAE) EM
SOLO CONTAMINADO COM PETRÓLEO E SOLO BIORREMEDIADO
30
RESUMO
(Avaliação da estrutura morfoanatômica das plântulas de Allophylus edulis (St. Hil.)
Radlk. (Sapindaceae) em solo contaminado com petróleo e solo biorremediado).
Os hidrocarbonetos do petróleo podem ocasionar drásticos efeitos nas plantas. Porém,
as informações sobre a toxicidade destes poluentes na estrutura interna da planta são
limitadas. Portanto, este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos do solo
contaminado por petróleo e solo biorremediado na estrutura morfoanatômica de
Allophylus edulis. O experimento consistiu em três tratamentos: solo contaminado por
petróleo (C), solo biorremediado (BR) e solo não contaminado (NC). Após 30 dias da
semeadura, foram coletadas amostras da raiz, hipocótilo, cotilédone e eofilo, as quais
foram fixadas e processadas para análise anatômica. Além disso, foram realizadas
mensurações do diâmetro da raiz e hipocótilo e da espessura do cotilédone e eofilo. Não
foram observadas modificações na estrutura anatômica do hipocótilo e do cotilédone,
nem diferenças significativas no diâmetro da raiz e do hipocótilo e na espessura do
eofilo entre os tratamentos. Por outro lado, a espessura do cotilédone nas plântulas do
tratamento BR foi significativamente maior aos demais tratamentos. A estrutura da raiz
e do eofilo apresentou algumas alterações anatômicas em solo contaminado por
petróleo, as quais não interferiram na sobrevivência de A. edulis.
Palavras-chave: hidrocarbonetos, raiz, hipocótilo, cotilédone, eofilo.
ABSTRACT
(Evaluation of the anatomical structure of Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk.
(Sapindaceae) seedlings in polluted soil by crude oil and bioremediated soil).
The crude oil hydrocarbons cause drastic effects in the plants. However, the information
on the toxicity of these pollutants in the internal structure of the plant are limited.
Therefore, the objective of this work was to evaluate the effects of the polluted soil by
crude oil and bioremediated soil in the anatomical structure of Allophylus edulis. The
experiment consisted of three treatments: polluted soil by crude oil (C), bioremediated
soil (BR) and uncontaminated soil (NC). After 30 days of sowing, samples of the root,
hipocotyl, cotyledon and eophyll were collected, fixed and processed for anatomical
analysis. Besides, measurements of the diameter of the root and hipocotyl and the
thickness of the cotyledon and eophyll were taken. Modifications in the anatomical
structure of the hipocotyl and of the cotyledon and significant differences in the
diameter of the root and of the hipocotyl and in the thickness of the eophyll were not
observed among the treatments. On the other hand, the thickness of the cotyledon in the
plants of the treatment BR was significantly larger to the other treatments. The structure
of the root and eophyll presented some anatomical alterations in polluted soil by crude
oil, which did not interfered in the survival of A. edulis.
Key words: hydrocarbons, root, hipocotyl, cotyledon, eophyll.
31
Introdução
Em 16 de julho de 2000, quatro milhões de litros de óleo vazaram na Refinaria
Presidente Getúlio Vargas (Repar - Petrobrás) localizada no município de Araucária -
PR. Este episódio, além de contaminar as águas do rio Barigüi e Iguaçu, contaminou
também o solo, afetando a flora e fauna da região (Freitas 2000). Após o acidente, na
área onde ocorreu o vazamento foi feita a remoção mecânica do petróleo superficial e da
vegetação morta e posterior biorremediação do solo com bactérias heterotróficas e
fungos hidrocarbonoclásticos (Furtado 2002). Porém, existem algumas áreas na região
do acidente em que o solo ainda não foi biorremediado.
Allophylus edulis (Saint-Hilaire) Radlkofer, objeto de estudo do presente
trabalho, ocorre na área da Repar onde aconteceu o acidente. Pertencente a família
Sapindaceae e conhecida popularmente como vacum, A. edulis possui hábito arbustivo
ou arbóreo, é uma espécie ciófita e seletiva higrófita que ocorre em matas primárias,
capoeiras, capoeirões e beira de rios (Reitz 1980). Segundo Lorenzi (1992), A. edulis se
desenvolve tanto em solos úmidos quanto rochosos e apresenta boa capacidade de
regeneração natural e crescimento rápido, sendo recomendada na recuperação de
ecossistemas degradados.
A biorremediação consiste no uso de organismos vivos a fim de remover
poluentes do solo, da água e da atmosfera (Pandey et al. 2000; Collin 2001). Segundo
Dorn & Salanitro (2000), a biorremediação de solo contaminado por petróleo pode
reduzir sua toxicidade, facilitando a restauração da vegetação em ambientes
contaminados. Como uma alternativa da biorremediação, a técnica denominada
fitorremediação utiliza a vegetação para remover, degradar ou inativar contaminantes do
solo, os quais podem ser absorvidos pelas raízes e subsequentemente armazenados ou
metabolizados pelas plantas (Merkl et al. 2005).
O petróleo e seus derivados podem ocasionar efeitos tóxicos nas plantas, como
por exemplo: redução no conteúdo de clorofilas (Achuba 2006), clorose nas folhas
(Peña-Castro et al. 2006) e desestruturação da arquitetura radicial (Kechavarzi et al.
2007). Os hidrocarbonetos que compõem o petróleo podem alterar a biomassa da raiz
como também toda sua estrutura interna (Merkl et al. 2005). Além disso, a presença de
hidrocarbonetos no solo pode reduzir as divisões celulares da raiz (Merkl et al. 2004;
Achuba 2006).
Quando o óleo penetra na planta, ele atinge os espaços intercelulares e
possivelmente o sistema vascular. As membranas das células são afetadas pela
32
penetração das moléculas de hidrocarbonetos, ocorrendo o extravasamento do conteúdo
celular e, conseqüentemente, a entrada do óleo nas células. Além disso, o óleo reduz a
taxa de transpiração e a fotossíntese provavelmente bloqueando os espaços estomáticos
e intercelulares. Os efeitos do óleo na respiração da planta são variáveis, mas um
aumento na taxa respiratória freqüentemente ocorre devido aos danos ocasionados nas
mitocôndrias. Além disso, constata-se que o óleo inibe a translocação de solutos
provavelmente por interferência física. Portanto, os efeitos da poluição variam de
acordo com o tipo e a quantidade de óleo, das condições ambientais, sazonalidade, das
espécies e idade das plantas consideradas (Baker 1970).
As plantas podem ser divididas em dois grupos: espécies sensíveis, com
sensibilidade variada aos efeitos de um contaminante, que podem morrer devido à
poluição, e espécies tolerantes que sobrevivem mesmo expostas a um poluente
(Malallah et al. 1996). Certas plantas são capazes de absorver hidrocarbonetos,
causando redução no crescimento da raiz e diminuição no tamanho e número de folhas
(Alkio et al. 2005). Estes autores observaram em Arabidopsis thaliana (L.) Heynh.
submetida ao fenantreno, um composto de hidrocarboneto, a presença deste
contaminante no interior das raízes e folhas, sugerindo que a absorção do fenantreno
ocasionou alterações estruturais nestes órgãos.
Maranho (2004), avaliando os efeitos diretos do derramamento de petróleo na
estrutura da folha e do lenho de Podocarpus lambertii Klotzsch ex Endl., constatou que
esta espécie mostrou diferenças significativas quando exposta ao petróleo. Rodrigues
(2005), analisando os efeitos do solo contaminado com petróleo em Campomanesia
xanthocarpa O. Berg. e Sebastiania commersoniana (Baill.) L. B. Sm. & Downs,
registrou alterações significativas na estrutura anatômica do lenho de ambas as espécies.
Por outro lado, Santos (2006) não observou nenhuma alteração significativa quanto à
estrutura anatômica do lenho de Allophylus edulis (St. Hill) Radlk. em solo
contaminado por petróleo.
Embora os hidrocarbonetos do petróleo sejam poluentes ambientais difundidos e
a sua biodegradação seja assunto central de numerosas investigações, as informações
sobre a sua toxicidade às plantas presentes em solo contaminado são limitadas. Os
trabalhos relacionados ao efeito do solo contaminado por petróleo nas plantas avaliam,
principalmente, parâmetros como a germinação e crescimento vegetal. Desta forma, o
que se observa é a escassez de estudos sobre os efeitos deste poluente sobre a estrutura
33
interna (Maranho et al. 2006). Mayer et al. (2005) consideram escassos os estudos do
impacto do óleo em regiões continentais, bem como seus efeitos a médio e longo prazo.
Considerando, portanto, a escassez de informações a respeito de alterações
morfoanatômicas de espécies cultivadas em solo biorremediado e contaminado por
petróleo, este trabalho tem como objetivo avaliar os efeitos do solo contaminado por
petróleo e solo biorremediado na estrutura morfoanatômica das plântulas de Allophylus
edulis.
Material e Métodos
Os frutos de Allophylus edulis foram coletados, em dezembro de 2005,
aleatoriamente de 12 indivíduos com uma distância mínima de 100 m um do outro. A
coleta foi realizada no município de Colombo/PR, região metropolitana de Curitiba,
próxima a área da Embrapa Florestas. Posteriormente, os frutos foram transportados ao
Laboratório de Sementes do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade
Federal do Paraná para serem macerados e despolpados em água corrente para obtenção
das sementes.
O solo utilizado na montagem do experimento foi obtido na área da Refinaria
Presidente Getúlio Vargas (Repar-Petrobrás), município de Araucária/PR, onde ocorreu
o vazamento de petróleo no ano de 2000. Após o acidente na Repar, o petróleo
superficial e a vegetação morta foram removidos mecanicamente para que fosse feita a
biorremediação do solo com microrganismos. No entanto, algumas áreas permaneceram
isoladas sem nenhum tipo de intervenção no solo. Foram coletados solo contaminado,
solo biorremediado e solo não contaminado em áreas próximas a cerca de 5 m umas das
outras. A coleta do solo contaminado foi realizada na área em que não sofreu
intervenção, enquanto que o solo biorremediado foi coletado no local onde a vegetação
foi retirada para a biorremediação do solo e, finalmente, o solo não contaminado foi
obtido em uma área recoberta pela vegetação nativa.
A determinação do teor de hidrocarbonetos totais do petróleo (TPH) foi
realizada através da metodologia ASTM D5765 pelo Instituto de Tecnologia para o
Desenvolvimento (LACTEC), enquanto que a caracterização dos atributos físico-
químicos dos solos foi realizada pelo Laboratório de Fertilidade do Solo da
Universidade Federal do Paraná (Tab. 1).
34
Tabela 1 – Atributos físico-químicos e teor de hidrocarbonetos totais do petróleo (TPH)
do solo não contaminado (NC), solo biorremediado (BR) e solo contaminado com
petróleo (C).
NC BR C
Areia (%) 26,1 19,7 24,8
Silte (%) 21,3 35,2 25,2
Argila (%) 52,5 45,0 50,0
pH (CaCl
2
) 3,70 5,80 4,20
Alumínio (cmol
c
dm
-3
) 6,00 0,00 4,10
Carbono (g dm
-3
) 23,8 19,6 26,9
Nitrogênio (g kg
-1
) 2,4 1,7 2,2
Fósforo (mg dm
-3
) 3,50 1,20 1,60
Potássio (cmol
c
dm
-3
) 0,10 0,21 0,24
Cálcio (cmol
c
dm
-3
) 0,40 16,80 2,00
Magnésio (cmol
c
dm
-3
) 0,20 1,80 1,50
TPH (mg kg
-1
) 1354 2004 13651
O experimento, montado em casa de vegetação no Departamento de Botânica da
Universidade Federal do Paraná, foi composto por três tratamentos: solo contaminado
(C), solo biorremediado (BR) e solo não contaminado (NC). Em cada tratamento foram
realizadas cinco repetições de 50 sementes cada, totalizando 250 sementes por
tratamento. O solo referente a cada tratamento foi peneirado, homogeneizado e
distribuído em bandejas plásticas (29 cm de coprimento x 22 cm de largura x 6 cm de
altura). Estas foram dispostas aleatoriamente e permaneceram sob nebulização de 20
segundos a cada 30 minutos. Além disso, as temperaturas mínima e máxima foram
registradas diariamente (mín. = 19,0ºC e máx. = 38,0ºC). Adotou-se o delineamento
inteiramente casualizado, pois suas unidades experimentais permaneceram sob
condições homogêneas.
Após 30 dias da semeadura, realizou-se a coleta das plântulas para efetuar a
análise anatômica. Foram utilizadas duas plântulas por repetição, totalizando dez por
tratamento. Primeiramente, foram retiradas amostras do ápice e a um centímetro do
ápice da raiz, região mediana do hipocótilo, do cotilédone e do eofilo. Em seguida, parte
das amostras foi fixada em glutaraldeído 1% e formaldeído 4% (McDowell & Trump
35
1976) e outras em FAA 50 (Johansen 1940), armazenadas em álcool etílico 70% e
processadas segundo indicações do fabricante para inclusão em historresina Leica
®
(2-
hidroxietilmeta-acrilato). Além disso, para observação de pêlos radiciais, raízes laterais
foram clarificadas em solução de hipoclorito, coradas com azul de astra (Bukatsch 1972
apud Kraus & Arduin 1997) e montadas entre lâmina e lamínula com gelatina
glicerinada.
As secções foram realizadas em micrótomo de rotação, distendidas em lâminas,
coradas com azul de toluidina (O´Brien et al. 1965) e montadas em resina Permount
®
.
Além disso, foram feitos testes microquímicos, dentre eles: lugol (Johansen 1940) para
identificar amido, cloreto férrico (Johansen 1940) para detectar compostos fenólicos,
sudam III (Sass 1951) para detectar a presença de substâncias graxas e azul de astra
(Bukatsch 1972 apud Kraus & Arduin 1997) para identificar mucilagem. Finalmente, as
análises microscópicas e registros fotográficos foram realizados em microscópio
fotônico da marca Zeiss
®
com câmera fotográfica digital (Sony Cyber-Shot P200
®
)
acoplada.
Para a análise do eofilo (primeira folha) em microscopia eletrônica de varredura,
foram utilizadas quatro plântulas por tratamento. Amostras fixadas em FAA 50 foram
desidratadas em série alcoólica, submetidas ao ponto crítico com CO
2
no aparelho Bal-
Tec CPD-030
®
e posteriormente metalizadas com ouro no equipamento Balzers Union
FL 9496 SCK 030
®
. As observações foram realizadas no Centro de Microscopia
Eletrônica da Universidade Federal do Paraná em microscópio eletrônico de varredura
Jeol
®
(JSM-6360 LV).
Para a mensuração anatômica, secções transversais da raiz, hipocótilo,
cotilédone e eofilo de cada tratamento foram analisadas em microscópio fotônico com
ocular micrometrada. O valor obtido foi multiplicado pelo fator de correção respectivo à
objetiva utilizada, obtendo-se assim o valor real (em micrômetros) do diâmetro da raiz e
hipocótilo e da espessura do eofilo e cotilédone. Para contagem estomática, amostras do
eofilo foram colocadas em solução de peróxido de hidrogênio e ácido acético (Franklin
1945 apud Kraus & Arduin 1997) durante 24 horas, coradas com azul de astra e
montadas entre lâmina e lamínula com gelatina glicerinada. Posteriormente, estas
amostras foram observadas em microscópio fotônico com câmara clara acoplada,
projetando-se a epiderme de cada eofilo sobre uma área conhecida a fim de estimar o
número de estômatos por milímetro quadrado.
36
Os dados morfométricos obtidos foram analisados estatisticamente mediante o
programa Mstatc
®
. Primeiramente, foram calculadas as médias e o desvio padrão das
variáveis. Em seguida, os dados foram submetidos à análise de variância e as médias
comparadas pelo teste de Tukey a um nível de significância de 5%.
Resultados e Discussão
Em secção longitudinal, observa-se que há diferenças estruturais entre os ápices
das raízes de Allophylus edulis (St. Hil.) Radlk. A região apical das raízes das plântulas
do solo não contaminado apresentou coifa e cilindro procambial mais desenvolvidos
que as plântulas de solo biorremediado e solo contaminado (Fig. 1 a 3). Além disso,
observa-se na coifa das plântulas de solo não contaminado columela bem diferenciada
(Fig. 1), não verificada nas plântulas dos demais tratamentos.
Resultados semelhantes quanto ao desenvolvimento da região meristemática
também foram observados no ápice das raízes de Sebastiania commersoniana (Baill.) L.
B. Sm. & Downs, que se desenvolveram em solo contaminado por óleo diesel (Bardelli
da Silva 2006), e no ápice radicial de Mimosa pilulifera Bentham em solo contaminado
por petróleo e solo biorremediado (Inckot 2007). Por outro lado, Rezende (2006) não
encontrou diferenças na estrutura do ápice das raízes de Schinus terebinthifolius Raddi
em solo contaminado com óleo diesel e solo não contaminado. Achuba (2006) constatou
uma redução no tamanho das células e na atividade mitótica no meristema apical das
raízes de Vigna unguiculata (L.) Walp. crescendo em solo contaminado com petróleo.
Com referência ao desenvolvimento de pêlos absorventes nas raízes de A. edulis,
nota-se que as raízes laterais das plântulas de solo contaminado e solo biorremediado
são providas desses apêndices epidérmicos. Por outro lado, não foram observados pêlos
nas raízes laterais das plântulas que cresceram em solo não contaminado (Fig. 4 a 6). A
presença de pêlos nas raízes de A. edulis pode ser uma característica importante na sua
sobrevivência em solo contaminado e biorremediado, pois com isso deve superar a
baixa concentração de fósforo observada nestes solos (Tab. 1).
Segundo Ma et al. (2001), a grande densidade de pêlos radiciais verificada em
Aradopsis thaliana (L.) Heynh. está relacionada à baixa disponibilidade de fósforo.
Semelhantemente às raízes de A. edulis, Bardelli da Silva (2006) também não detectou a
presença de pêlos radiciais em Sebastiania commersoniana no solo não contaminado,
mas somente nas plantas que cresceram em solo contaminado por óleo diesel. Inckot
(2007) observou que as raízes de Mimosa pilulifera, desenvolvidas em solo
37
contaminado por petróleo, apresentaram maior densidade de pêlos em relação às raízes
das plantas do solo biorremediado e solo não contaminado. Alkio et al. (2005)
constataram que o desenvolvimento de pêlos radiciais em Arabidopsis thaliana foi
drasticamente inibido na presença de fenantreno (composto de hidrocarboneto).
Figuras 1 a 6. Secções longitudinais do ápice da raiz principal e raízes laterais das plântulas de
Allophylus edulis após 30 dias da semeadura; 1, 2 e 3. Ápice da raiz em solo não contaminado,
solo biorremediado e solo contaminado por petróleo, respectivamente; 4. Raiz lateral em solo
não contaminado; 5 e 6. Raiz lateral com pêlos absorventes em solo biorremediado e solo
contaminado por petróleo, respectivamente. Coifa (Cf), Meristema fundamental (Mf),
Procâmbio (Pc), Protoderme (Pd) e Promeristema (Pm). Barras 1 a 6 = 200μm.
A um centímetro do ápice, em secção transversal da raiz, observa-se que a
epiderme, nas plântulas cultivadas em solo não contaminado e biorremediado, é
38
unisseriada e constituída por células de formato arredondado com paredes delgadas
(Fig. 7 e 8). Nas raízes das plântulas cultivadas em solo contaminado, as células
epidérmicas podem se apresentar comprimidas ou deformadas (Fig. 9). Alterações no
formato de células epidérmicas também foram constatadas por Gill et al. (1992), em
raízes de Chromolaena odorata (L.) K.&R., devido à presença de petróleo no solo que
ocasiona, provavelmente, condições de seca e indisponibilidade de nutrientes para as
plantas.
Por outro lado, há registros na literatura que as células epidérmicas de plantas
submetidas à ação do petróleo podem não sofrer modificações estruturais significativas.
Bardelli da Silva (2006) verificou que a epiderme da raiz das plântulas de Sebastiania
commersoniana, em estrutura primária, não apresentou alterações em solo contaminado
com óleo diesel. Farias (2005), por sua vez, também não observou diferenças na
disposição da epiderme das raízes de Rhynchospora corymbosa (L.) Britt. nem
tampouco danos celulares causados pelo petróleo presente no solo. Finalmente, Inckot
(2007), analisando a raiz de Mimosa pilulifera a um centímetro do ápice, em solo
contaminado por petróleo e em solo biorremediado, não constatou alterações na
disposição, conteúdo e formato das células epidérmicas.
O córtex da raiz da espécie em estudo é composto por exoderme unisseriada,
células parenquimáticas que formam entre si pequenos espaços intercelulares,
predominantemente triangulares (Fig. 7 a 9), e mais internamente pela endoderme, que é
constituída por uma camada de células de paredes delgadas (Fig. 10 a 12). O
parênquima cortical não apresenta diferenças significativas entre as plântulas do solo
não contaminado e aquelas sob tratamento.
Os estudos com outras espécies cultivadas em solo contaminado por petróleo
mostraram que este pode ou não provocar alterações corticais em raízes,
independentemente da espécie ou do tipo de experimento realizado. Assim, Bardelli da
Silva (2006) verificou em Sebastiania commersoniana que, na maioria das plântulas
submetidas ao solo contaminado com óleo diesel, o córtex apresentou células rompidas,
indicando princípio de formação de aerênquima lisígeno. Rezende (2006) registrou até
45% a mais de área lacunar nas raízes das plantas de Schinus terebinthifolius
submetidas à contaminação por óleo diesel. Farias (2005) não observou diferença na
disposição das células do córtex e nem danos celulares causados pela contaminação do
solo por petróleo nas raízes de Rhynchospora corymbosa, ao contrário de Gill et al.
39
(1992), os quais constataram que o petróleo provocou distorção das células corticais da
raiz de Chromolaena odorata.
O cilindro vascular da raiz das plântulas possui periciclo parenquimático
unisseriado, xilema e floema primários alternados, com quatro pólos de protoxilema
(Fig. 10 a 12), caracterizando a raiz como tetrarca. As raízes das plântulas em solo
biorremediado e solo contaminado se encontram em início de crescimento secundário,
com câmbio ativo (Fig. 11 e 12). A ativação antecipada do câmbio e conseqüente
formação de tecidos vasculares secundários podem ocorrer em outras plantas que se
desenvolvem em solos contaminados por petróleo e derivados. Bardelli da Silva (2006)
também observou que o cilindro vascular da raiz de Sebastiania commersoniana, nos
tratamentos com contaminação por óleo diesel, se encontrava em estádio mais
desenvolvido, com o câmbio instalado e início de crescimento secundário na região a
um centímetro do ápice. Da mesma forma, Inckot (2007) verificou que, após 30 dias da
semeadura, as plântulas de Mimosa pilulifera nos solos contaminado por petróleo e
biorremediado já apresentavam início de instalação do câmbio na raiz principal.
Assim como verificado para o córtex de raízes, também há plantas que
apresentam cilindro central aparentemente inalterado quando comparado com o de
plantas submetidas à ação do petróleo. Isso pode ser verificado em Rhynchospora
corymbosa que não mostrou diferenças na disposição das células do cilindro vascular
das raízes nem tampouco danos celulares causados pela contaminação do solo por
petróleo (Farias, 2005). Rezende (2006) também não encontrou alterações anatômicas
visíveis no cilindro vascular das raízes de Schinus terebinthifolius submetidas ao solo
contaminado por óleo diesel.
40
Figuras 7 a 12. Secções transversais da raiz a um centímetro do ápice das plântulas de
Allophylus edulis após 30 dias da semeadura; 7, 8 e 9. Epiderme e região cortical da raiz em
solo não contaminado, solo biorremediado e solo contaminado por petróleo, respectivamente;
10, 11 e 12. Região do cilindro vascular da raiz em solo não contaminado, solo biorremediado e
solo contaminado por petróleo, respectivamente. Endoderme (En), Epiderme (Ep), Exoderme
(Ex), Metaxilema (Mx), Periciclo (P) e Protoxilema (Px). Barras 7 a 12 = 50µm.
O hipocótilo das plântulas se encontra em início de crescimento secundário (Fig.
17 a 20). A epiderme é uniestratificada e apresenta tricomas tectores pluricelulares
unisseriados (Fig. 13 a 16). O córtex é parenquimático (Fig. 13 a 20), com
cloroplastídios principalmente nos estratos celulares localizados mais próximos da
epiderme. Além disso, há célula mucilaginosa no córtex (Fig. 20). Não foi evidenciada
endoderme com estrias de Caspary. Nas plântulas de solo não contaminado e naquelas
sob tratamento, desenvolve-se periderme (Fig. 13 e 15), cujo felogênio tem origem
subepidérmica (Fig. 20). Na periferia do cilindro central, na face floemática, ocorrem
grupos de fibras (Figura 19). O hipocótilo apresenta tecidos vasculares primários e
secundários (Fig. 17 a 19) que envolvem medula parenquimática. Além disso, as células
parenquimáticas medulares apresentam grande quantidade de amido, sendo semelhante
em todos os tratamentos.
Não há diferenças evidentes na estrutura anatômica do hipocótilo das plântulas
de A. edulis entre os solos não contaminado, biorremediado e contaminado. Inckot
(2007), em estudo do hipocótilo de Mimosa pilulifera, também não constatou alteração
na estrutura do hipocótilo das plântulas de solo contaminado por petróleo e no solo
biorremediado.
41
Figuras 13 a 20. Secções transversais do hipocótilo das plântulas de Allophylus edulis após 30
dias da semeadura; 13, 14 e 15. Detalhes da epiderme e células corticais das plântulas em solo
não contaminado, solo biorremediado e solo contaminado por petróleo, respectivamente; 16.
Detalhe de tricoma tector de plântula em solo biorremediado; 17, 18 e 19. Detalhes de parte do
córtex e cilindro central das plântulas em solo não contaminado, solo biorremediado e solo
contaminado por petróleo, respectivamente; 20. Periderme com felogênio de origem
subepidérmica (seta) em plântula de solo biorremediado. Célula com substância mucilaginosa
(), Epiderme (Ep), Floema (F), Fibras (Fi), Medula (Me), Tricoma (Tr) e Xilema secundário
(Xs). Barras 13, 14, 15, 17, 18 e 19 = 100µm. Barras 16 e 20 = 50µm.
42
O diâmetro total da raiz a um centímetro do ápice não diferiu estatisticamente
(p>0,05) entre as plântulas do solo não contaminado e as plântulas sob tratamento (Fig.
21). Bardelli da Silva (2006), por outro lado, registrou diâmetro total da raiz, em
Sebastiania commersoniana, significativamente maior nas plantas submetidas ao solo
contaminado com óleo diesel. Farias (2005), à semelhança do verificado em A. edulis,
não encontrou diferença significativa no diâmetro total das raízes de Rhynchospora
corymbosa crescendo em solo contaminado com petróleo.
Quanto ao diâmetro total do hipocótilo de A. edulis, também não houve
diferenças estatísticas (p>0,05) entre as plântulas de solo contaminado, solo
biorremediado e solo contaminado por petróleo (Fig. 21). Resultado semelhante ao do
hipocótilo de A. edulis foi registrado por Inckot (2007) para Mimosa pilulifera.
1236,0 ns
728,0 ns
1259,0 ns
706,7 ns
1157,0 ns
732,0 ns
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
Raiz Hipocótilo
diâmetro (μm)
NC BR C
Figura 21 – Diâmetro total da raiz e do hipocótilo das plântulas de Allophylus edulis em solo
não contaminado (NC), solo biorremediado (BR) e solo contaminado (C) com petróleo após 30
dias da semeadura. Valores representam a média e barras indicam o desvio-padrão (ns – não
significativo).
Em secção transversal do cotilédone, nota-se que a superfície adaxial é plana,
enquanto que a superfície abaxial é convexa (Fig. 22 e 23). Em ambas as faces, a
epiderme é simples e composta por células de formato irregular, as quais apresentam
paredes delgadas (Fig. 25 a 30). Não foram encontradas diferenças anatômicas na
epiderme entre as plântulas do solo não contaminado e as plântulas de solos
biorremediado e contaminado.
O mesofilo cotiledonar é homogêneo, embora a camada parenquimática
localizada sob a epiderme da face adaxial mostre células ligeiramente alongadas (Fig.
25 a 27). No mesofilo, verifica-se a presença de células mucilaginosas logo abaixo da
43
epiderme de ambas as faces (Fig. 25 a 30). Salienta-se, aliás, que folhas com mesofilo
homogêneo e células contendo tanino e mucilagem ocorrem comumente em
Sapindaceae (Solereder 1908).
Com referência às nervuras, nota-se que a nervura central do cotilédone de A.
edulis não apresenta proeminência em ambas as faces. As nervuras, constituídas por
feixes vasculares colaterais, estão imersas no mesofilo e alinham-se na região média do
mesofilo (Fig. 22 a 24). Assim como na espécie em estudo, Inckot (2007) tamm não
registrou alterações significativas na estrutura dos cotilédones de Mimosa pilulifera em
solo contaminado por petróleo, solo biorremediado e solo não contaminado.
A espessura dos cotilédones das plântulas cultivadas em solo biorremediado foi
maior e estatisticamente diferente (p<0,05) em relação às plântulas em solo não
contaminado e solo contaminado (Fig. 31). Provavelmente, pode ter havido maior
utilização das reservas do cotilédone das plântulas nos solos não contaminado e
contaminado, diminuindo assim a espessura do cotilédone. Diferente de A. edulis,
Mimosa pilulifera não apresentou alteração da espessura dos cotilédones quando
cultivada em solo contaminado com petróleo e também em solo biorremediado (Inckot
2007).
44
Figuras 22 a 30. Secções transversais da lâmina cotiledonar das plântulas de Allophylus edulis
após 30 dias da semeadura; 22. Região adaxial e central de plântula em solo contaminado por
petróleo; 23. Região abaxial e central de plântula em solo biorremediado; 24. Feixe colateral
central de plântula em solo biorremediado); 25, 26 e 27. Epiderme e mesofilo da face adaxial
das plântulas em solo não contaminado, solo biorremediado e solo contaminado por petróleo,
respectivamente; 28, 29 e 30. Epiderme e mesofilo da face abaxial das plântulas em solo não
contaminado, solo biorremediado e solo contaminado por petróleo, respectivamente. Células
mucilaginosas (), Epiderme (Ep), Floema (F) e Xilema (X). Barras 22 e 23 = 200µm. Barras 24
a 30 = 100µm.
972,0 b
1391,0 a
1067,0 b
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
NC BR C
espessura (µm)
Figura 31 – Espessura do cotilédone das plântulas de Allophylus edulis em solo não
contaminado (NC), solo biorremediado (BR) e solo contaminado (C) com petróleo após 30 dias
da semeadura. Valores representam a média e barras indicam o desvio-padrão. Colunas com a
mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
45
A epiderme da face adaxial do eofilo, em vista frontal, possui estrias
epicuticulares com mesma morfologia em todas as plântulas analisadas (Fig. 32 a 34).
Observação semelhante fez Bardelli da Silva (2006) para o eofilo de Sebastiania
commersoniana, que também não registrou diferenças morfológicas nas estrias
epicuticulares das plântulas desenvolvidas em solo contaminado por óleo diesel e solo
não contaminado.
Os estômatos estão presentes somente na face abaxial do eofilo (Fig. 35 a 37).
Na epiderme do eofilo também ocorrem tricomas glandulares na face adaxial e abaxial
(Fig. 38 a 40) e tricomas tectores simples sobre as nervuras da face adaxial (Fig. 40) e
abaxial. Com referência aos estômatos e tricomas, não foram registradas diferenças
entre as plântulas do solo não contaminado e aquelas submetidas aos solos
biorremediado e contaminado. Diferentemente de A. edulis, Alkio et al. (2005)
observaram deformações nos tricomas e redução no tamanho e número dos mesmos nas
folhas de Arabidopsis thaliana submetidas ao fenantreno (composto de hidrocarboneto).
Rezende (2006) observou que os eofilos das plantas de Schinus terebinthifolius,
em solo contaminado com óleo diesel, possuíam áreas com alterações celulares, em que
as células se encontravam deformadas e com cutícula alterada, o que não ocorreu com
os eofilos das plantas em solo não contaminado. Bardelli da Silva (2006) verificou no
eofilo de Sebastiania commersoniana alterações na forma das células nas plantas do
solo contaminado por óleo diesel 60 dias antes do plantio. Além disso, nas plantas em
solo contaminado mais recentemente, esta autora registrou ausência de ceras
epicuticulares na maior parte da superfície do eofilo.
Entretanto, a superfície foliar dos eofilos também pode não ser afetada pela ação
do petróleo. Inckot (2007) não constatou nenhuma alteração nas células epidérmicas,
nos tricomas e nas ceras epicuticulares do eofilo de Mimosa pilulifera em solos
contaminado por petróleo, biorremediado e não contaminado. Segundo a autora, isto se
deve à provável ausência de compostos voláteis e ao baixo nível de toxicidade do solo
contaminado. A ausência de alterações na superfície epidérmica do eofilo de A. edulis
provavelmente se deve ao tempo de contaminação do solo (mais de seis anos), pois é
possível que não haja mais compostos voláteis e que o teor de TPH (13651 mg kg
-1
) no
solo contaminado não seja fitotóxico para A. edulis.
46
Figuras 32 a 40. Superfícies adaxial e abaxial dos eofilos das plântulas de Allophylus edulis em
microscopia eletrônica de varredura; 32, 33 e 34. Epiderme da face adaxial das plântulas em
solo não contaminado, solo biorremediado e solo contaminado por petróleo, respectivamente;
35, 36 e 37. Epiderme da face abaxial das plântulas em solo não contaminado, solo
biorremediado e solo contaminado por petróleo, respectivamente; 38. Tricoma glandular na
epiderme da face abaxial de plântula em solo não contaminado; 39. Tricoma glandular na
epiderme da face abaxial de plântula em solo contaminado por petróleo; 40. Tricomas
glandulares e tector na epiderme da face adaxial de plântula em solo biorremediado. Barras 32 a
37 = 10µm. Barras 38 a 40 = 50µm.
O índice estomático do eofilo de A. edulis não diferiu estatisticamente (p>0,05)
entre as plântulas de solo não contaminado, biorremediado e contaminado por petróleo
(Fig. 41). Outras espécies, em estudos com plantas jovens em solo contaminado com
petróleo há bastante, também não mostraram diferenças neste índice. São os casos de
Mimosa pilulifera (Inckot 2007) e de Rhynchospora corymbosa (Farias 2005). De outra
forma, plantas adultas que sofreram o impacto direto do petróleo, como em Sebastiania
commersoniana (Silva et al. 2004) e Podocarpus lambertii (Maranho et al. 2006),
apresentaram um aumento significativo na densidade estomática em solo contaminado.
47
358,3 ns
331,7 ns338,3 ns
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
NC BR C
índice estomático (mm
2
)
Figura 41 – Índice estomático do eofilo das plântulas de Allophylus edulis em solo não
contaminado (NC), solo biorremediado (BR) e solo contaminado (C) com petróleo após 30 dias
da semeadura. Valores representam a média e barras indicam o desvio-padrão (ns – não
significativo).
A epiderme do eofilo de A. edulis, em seção transversal, é unisseriada e
apresenta células de paredes periclinais externas espessadas. As células epidérmicas da
face adaxial são maiores quando comparadas às células da face abaxial (Fig. 42 a 44).
Os estômatos ocorrem somente na face abaxial da folha (Fig. 42 e 43), ou seja, a folha é
hipoestomática. A epiderme da face adaxial possui células mucilaginosas, ocorrendo
estas em maior quantidade nas plântulas de solo contaminado (Fig. 44).
Outras plantas podem ter a diferenciação da epiderme influenciada pela ação do
petróleo. Gill et al. (1992), por exemplo, verificaram que o petróleo pode ocasionar
pronunciada distorção de células na epiderme da face abaxial das folhas de
Chromolaena odorata. Por outro lado, Farias (2005) e Inckot (2007) não observaram
alterações entre as células epidérmicas das folhas de Rhynchospora corymbosa e
Mimosa pilulifera, respectivamente, crescendo em solo contaminado e não contaminado
por petróleo.
O mesofilo é dorsiventral composto por uma camada de parênquima paliçádico e
três a quatro camadas de parênquima lacunoso (Fig. 42 a 44). Monocristais em forma de
drusa ocorrem nas células do parênquima paliçádico (Fig. 45) nos eofilos das plântulas
sob tratamento ou não. O mesofilo parece ser mais delgado nos eofilos das plântulas em
solo contaminado, devido à presença de células menores e de espaços intercelulares
mais evidentes (Fig. 44). Ao contrário de A. edulis, o eofilo das plantas de Sebastiania
commersoniana em solo não contaminado apresentou maior freqüência de espaços
intercelulares quando comparado aos tratamentos com contaminação por óleo diesel
(Bardelli da Silva 2006).
48
O sistema vascular do eofilo é composto por feixes colaterais de pequeno calibre
ao longo do mesofilo e por um feixe colateral grande na nervura central (Fig. 46). Esta,
por sua vez, é convexa em ambas as faces, com proeminência maior na superfície
abaxial. O sistema vascular dos eofilos das plântulas de A. edulis em solo não
contaminado, biorremediado e contaminado possui estrutura semelhante, parecendo não
ser afetado pela presença de petróleo. De modo semelhante, Rezende (2006) não
observou diferenças estruturais em células e tecidos na nervura central das folhas de
Schinus terebinthifolius crescendo em solo contaminado por óleo diesel. Já as plantas de
Sebastiania commersoniana, desenvolvidas em solo contaminado por óleo diesel,
mostraram tecidos da nervura central menos diferenciados em comparação às plantas do
solo não contaminado (Bardelli da Silva 2006).
Figuras 42 a 46. Secções transversais do eofilo das plântulas de Allophylus edulis após 30 dias
da semeadura; 42, 43 e 44. Detalhes anatômicos do limbo dos eofilos das plântulas em solo não
contaminado, solo biorremediado e solo contaminado por petróleo, respectivamente; 45.
Parênquima paliçádico com monocristais (setas) em plântula de solo não contaminado; 46.
Região da nervura central de plântula em solo não contaminado. Epiderme face abaxial (Ab),
Epiderme face adaxial (Ad), Estômato (Et), Floema (F), Parênquima lacunoso (PL), Parênquima
paliçádico (PP) e Xilema (X). Barras 42, 43, 44 e 46 = 100μm. Barra 45 = 50μm.
Quanto à espessura do limbo do eofilo de A. edulis, não foram observadas
diferenças significativas (p>0,05) entre as plântulas (Fig. 47), como foi verificado em
Rhynchospora corymbosa, em estudo semelhante realizado por Farias (2005). Ao
49
contrário, em Sebastiania commersoniana, a espessura do limbo foi menor e
significativamente diferente nas plantas que se desenvolveram em solo contaminado por
óleo diesel (Bardelli da Silva 2006). Outras plantas, como Mimosa pilulifera (Inckot
2007) e Podocarpus lambertii (Maranho et al. 2006), também apresentaram alteração da
espessura da lâmina foliar do eofilo por influência do petróleo.
96,1 ns
121,2 ns
107,1 ns
0
20
40
60
80
100
120
140
160
NC BR C
espessura (µm)
Figura 47 – Espessura do eofilo das plântulas de Allophylus edulis em solo não contaminado
(NC), solo biorremediado (BR) e solo contaminado (C) com petróleo após 30 dias da
semeadura. Valores representam a média e barras indicam o desvio-padrão. Colunas com a
mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (ns – não
significativo).
A diferenciação estrutural das raízes da plântula de Allophylus edulis foi afetada
significativamente pela contaminação do solo com petróleo, nas regiões apical, de
revestimento, cortical e do cilindro central. O processo de biorremediação do solo
diminuiu a ação tóxica do petróleo, mas não impediu a ocorrência de alterações
estruturais de tecidos importantes da raiz, como os meristemas, a epiderme, endoderme
e tecidos vasculares.
A porção aérea da plântula dessa espécie foi afetada minimamente pela ação do
petróleo, ocorrendo modificação estrutural significativa apenas na espessura da lâmina
cotiledonar e na epiderme do eofilo.
As alterações estruturais, verificadas nas plântulas de Allophylus edulis, por ação
do petróleo, não afetaram a resistência da espécie durante o desenvolvimento em solo
contaminado por este poluente no período de realização do experimento.
50
5. CONCLUSÃO
A contaminação do solo não interferiu na germinação das sementes de
Allophylus edulis nos tratamentos analisados, porém afetou a estrutura interna
das raízes. A biorremediação do solo favoreceu o crescimento das plântulas e
minimizou a ação tóxica do petróleo, porém não impediu a alteração de alguns
tecidos da raiz nas plântulas submetidas ao solo contaminado com petróleo. De
acordo com as condições de experimento deste trabalho, os indivíduos de A.
edulis demonstraram ser tolerantes a contaminação do solo com
hidrocarbonetos, apresentando grande potencial para estudos relacionados à
fitorremediação.
6. REFERÊNCIAS
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56
ANEXO I – Normas para submissão de artigos na Revista Rodriguésia
57
INSTRUÇÕES AOS AUTORES
Escopo
A Rodriguésia é uma publicação trimestral do Instituto de Pesquisas Jardim
Botânico do Rio de Janeiro, que publica artigos e notas científicas, em
Português, Espanhol ou Inglês em todas as áreas da Biologia Vegetal, bem
como em História da Botânica e atividades ligadas a Jardins Botânicos.
Encaminhamento dos manuscritos
Os manuscritos devem ser enviados em 3 vias impressas e em CD-ROM à:
Revista Rodriguésia
Rua Pacheco Leão 915
Rio de Janeiro - RJ
CEP: 22460-030
Brasil
Os artigos devem ter no máximo 30 páginas digitadas, aqueles que
ultrapassem este limite poderão ser publicados após avaliação do Corpo
Editorial. O aceite dos trabalhos depende da decisão do Corpo Editorial.
Todos os artigos serão submetidos a 2 consultores ad hoc.
Aos autores será solicitado, quando necessário, modificações de forma a
adequar o trabalho às sugestões dos revisores e editores. Artigos que não
estiverem nas normas descritas serão devolvidos.
Serão enviadas aos autores as provas de página, que deverão ser devolvidas
ao Corpo Editorial em no máximo 5 dias úteis a partir da data do recebimento.
Os trabalhos, após a publicação, ficarão disponíveis em formato digital (PDF,
AdobeAcrobat) no site do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de
Janeiro (http://rodriguesia.jbrj.gov.br).
Formato dos manuscritos
Os autores devem utilizar o editor do texto Microsoft Word, versão 6.0 ou
superior, fonte Times New Roman, corpo 12, em espaço duplo.
O manuscrito deve ser formatado em tamanho A4, com margens de 2,5 cm e
alinhamento justificado, exceto nos casos indicados abaixo, e impresso em
apenas um lado do papel. Todas as páginas, exceto a do título, devem ser
numeradas, consecutivamente, no canto superior direito. Letras maiúsculas
58
devem ser utilizadas apenas se as palavras exigem iniciais maiúsculas, de
acordo com a respectiva língua do manuscrito. Não serão considerados
manuscritos escritos inteiramente em maiúsculas.
Palavras em latim devem estar em itálico, bem como os nomes científicos
genéricos e infragenéricos.
Utilizar nomes científicos completos (gênero, espécie e autor) na primeira
menção, abreviando o nome genérico subseqüentemente, exceto onde
referência a outros gêneros cause confusão. Os nomes dos autores de táxons
devem ser citados segundo Brummitt & Powell (1992), na obra “Authors of
Plant Names”.
Primeira página - deve incluir o título, autores, instituições, apoio financeiro,
autor e endereço para correspondência e título abreviado. O título deverá ser
conciso e objetivo, expressando a idéia geral do conteúdo do trabalho. Deve
ser escrito em negrito com letras maiúsculas utilizadas apenas onde as letras e
as palavras devam ser publicadas em maiúsculas.
Segunda página - deve conter Resumo (incluindo título em português ou
espanhol), Abstract (incluindo título em inglês) e palavras-chave (até 5, em
português ou espanhol e inglês). Resumos e abstracts devem conter até 200
palavras cada. O
Corpo Editorial pode redigir o Resumo a partir da tradução do Abstract em
trabalhos de autores não fluentes em português.
Texto – Iniciar em nova página de acordo com seqüência apresentada a
seguir: Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão,
Agradecimentos e Referências Bibliográficas. Estes itens podem ser omitidos
em trabalhos sobre a descrição de novos táxons, mudanças nomenclaturais ou
similares. O item Resultados pode ser agrupado com Discussão quando mais
adequado. Os títulos (Introdução, Material e Métodos etc.) e subtítulos deverão
ser em negrito. Enumere as figuras e tabelas em arábico de acordo com a
seqüência em que as mesmas aparecem no texto. As citações de referências
no texto devem seguir os seguintes exemplos: Miller (1993), Miller & Maier
(1994), Baker et al. (1996) para três ou mais autores ou (Miller 1993), (Miller &
Maier 1994), (Baker et al. 1996).
Referência a dados ainda não publicados ou trabalhos submetidos deve ser
citada conforme o exemplo: (R.C. Vieira, dados não publicados). Cite resumos
59
de trabalhos apresentados em Congressos, Encontros e Simpósios se
estritamente necessário.
O material examinado nos trabalhos taxonômicos deve ser citado obedecendo
a seguinte ordem: local e data de coleta, fl., fr., bot. (para as fases fenológicas),
nome e número do coletor (utilizando et al. quando houver mais de dois) e
sigla(s) do(s) herbário(s) entre parêntesis, segundo o Index Herbariorum.
Quando não houver número de coletor, o número de registro do espécime,
juntamente com a sigla do herbário,deverá ser citado. Os nomes dos países e
dos estados/províncias deverão ser citados por extenso, em letras maiúsculas
e em ordem alfabética, seguidos dos respectivos materiais estudados.
Exemplo:
BRASIL. BAHIA: Ilhéus, Reserva da CEPEC, 15.XII.1996, fl. e fr., R. C. Vieira
et al. 10987 (MBM, RB, SP).
Para números decimais, use vírgula nos artigos em Português e Espanhol
(exemplo: 10,5 m) e ponto em artigos em Inglês (exemplo: 10.5 m). Separe as
unidades dos valores por um espaço (exceto em porcentagens, graus, minutos
e segundos).
Use abreviações para unidades métricas do Systeme Internacional d´Unités
(SI) e símbolos químicos amplamente aceitos. Demais abreviações podem ser
utilizadas, devendo ser precedidas de seu significado por extenso na primeira
menção.
Referências Bibliográficas - Todas as referências citadas no texto devem
estar listadas neste item. As referências bibliográficas devem ser relacionadas
em ordem alfabética, pelo sobrenome do primeiro autor, com apenas a primeira
letra em caixa alta, seguido de todos os demais autores. Quando houver
repetição do(s) mesmo(s) autor(es), o nome do mesmo deverá ser substituído
por um travessão; quando o mesmo autor publicar vários trabalhos num
mesmo ano, deverão ser acrescentadas letras alfabéticas após a data. Os
títulos de periódicos não devem ser abreviados.
Exemplos:
Tolbert, R. J. & Johnson, M. A. 1966. A survey of the vegetative shoot apices in
the family Malvaceae. American Journal of Botany 53(10): 961-970.
Engler, H. G. A. 1878. Araceae.
In: Martius, C. F. P. von; Eichler, A. W. &
Urban, I. Flora brasiliensis. Munchen, Wien, Leipzig, 3(2): 26-223.
60
_____. 1930. Liliaceae. In: Engler, H. G. A. & Plantl, K. A. E. Die Naturlichen
Pflanzenfamilien. 2. Aufl. Leipzig (Wilhelm Engelmann). 15: 227-386.
Sass, J. E. 1951. Botanical microtechnique. 2ed. Iowa State College Press,
Iowa, 228p.
Cite teses e dissertações se estritamente necessário, isto é, quando as
informações requeridas para o bom entendimento do texto ainda não foram
publicadas em artigos científicos.
Tabelas - devem ser apresentadas em preto e branco, no formato Word for
Windows. No texto as tabelas devem ser sempre citadas de acordo com os
exemplos abaixo:
“Apenas algumas espécies apresentam indumento (Tab. 1)...”
“Os resultados das análises fitoquímicas são apresentados na Tabela 2...”
Figuras - não devem ser inseridas no arquivo de texto. Submeter originais em
preto e branco e três cópias de alta resolução para fotos e ilustrações, que
também podem ser enviadas em formato eletrônico, com alta resolução, desde
que estejam em formato TIF ou compatível com CorelDraw, versão 10 ou
superior. Ilustrações de baixa qualidade resultarão na devolução do
manuscrito.
No caso do envio das cópias impressas a numeração das figuras, bem como
textos nelas inseridos, devem ser assinalados com Letraset ou similar em papel
transparente (tipo manteiga), colado na parte superior da prancha, de maneira
a sobrepor o papel transparente à prancha, permitindo que os detalhes
apareçam nos locais desejados pelo autor. Os gráficos devem ser em preto e
branco, possuir bom contraste e estar gravados em arquivos separados em
disquete (formato TIF ou outro compatível com CorelDraw 10). As pranchas
devem possuir no máximo 15 cm larg. x 22 cm comp. (também serão aceitas
figuras que caibam em uma coluna, ou seja, 7,2 cm larg.x 22 cm comp.). As
figuras que excederem mais de duas vezes estas medidas serão recusadas.
As imagens digitalizadas devem ter pelo menos 600 dpi de resolução.
No texto as figuras devem ser sempre citadas de acordo com os exemplos
abaixo:
“Evidencia-se pela análise das Figuras 25 e 26....”
“Lindman (Fig. 3) destacou as seguintes características para as espécies...”
61
ANEXO II - Normas para submissão de artigos na Acta Botanica Brasilica
62
INSTRUÇÕES AOS AUTORES
Objetivo
A Acta Botanica Brasilica, publica artigos originais em todas as áreas da
Botânica, básica ou aplicada, em Português, Inglês ou Espanhol. Os trabalhos
deverão ser motivados por uma pergunta central que denote a originalidade e o
potencial interesse da pesquisa, de acordo com o amplo espectro de leitores
nacionais e internacionais da Revista, inserindo-se no debate teórico de sua
área.
Normas gerais para publicação de artigos na Acta Botanica
1. A Acta Botanica Brasilica publica artigos originais em todas as áreas da
Botânica, básica ou aplicada, em Português, Espanhol ou Inglês. Os trabalhos
deverão ser motivados por uma pergunta central que denote a originalidade e o
potencial interesse da pesquisa, de acordo com o amplo espectro de leitores
nacionais e internacionais da Revista, inserindo-se no debate teórico de sua
área.
2. Os artigos devem ser concisos, em quatro vias, com até 25 laudas,
seqüencialmente numeradas, incluindo ilustrações e tabelas (usar fonte Times
New Roman, tamanho 12, espaço entre linhas 1,5; imprimir em papel tamanho
A4, margens ajustadas em 1,5 cm). A critério da Corpo Editorial, mediante
entendimentos prévios, artigos mais extensos poderão ser aceitos, sendo o
excedente custeado pelo(s) autor(es).
3. Palavras em latim no título ou no texto, como por exemplo: in vivo, in vitro, in
loco, et al. devem estar em itálico.
4. O título deve ser escrito em caixa alta e baixa, centralizado, e deve ser
citado da mesma maneira no Resumo e Abstract da mesma maneira que o
título do trabalho. Se no título houver nome específico, este deve vir
acompanhado dos nomes dos autores do táxon, assim como do grupo
taxonômico do material tratado (ex.: Gesneriaceae, Hepaticae, etc.).
5. O(s) nome(s) do(s) autor(es) deve(m) ser escrito(s) em caixa alta e baixa,
todos em seguida, com números sobrescritos que indicarão, em rodapé, a
filiação Institucional e/ou fonte financiadora do trabalho (bolsas, auxílios etc.).
Créditos de financiamentos devem vir em Agradecimentos, assim como
vinculações do artigo a programas de pesquisa mais amplos, e não no rodapé.
63
Autores devem fornecer os endereços completos, evitando abreviações,
elegendo apenas um deles como Autor para correspondência. Se desejarem,
todos os autores poderão fornecer e-mail.
6. A estrutura do trabalho deve, sempre que possível, obedecer à seguinte
seqüência:
- RESUMO e ABSTRACT (em caixa alta e negrito) - texto corrido, sem
referências bibliográficas, em um único parágrafo e com cerca de 200 palavras.
Deve ser precedido pelo título do artigo em Português, entre parênteses. Ao
final do resumo, citar até cinco palavras-chave à escolha do autor, em ordem
de importância. A mesma regra se aplica ao Abstract em Inglês ou Resumen
em Espanhol.
- Introdução (em caixa alta e baixa, negrito, deslocado para a esquerda): deve
conter uma visão clara e concisa de: a) conhecimentos atuais no campo
específico do assunto tratado; b) problemas científicos que levou(aram) o(s)
autor(es) a desenvolver o trabalho; c) objetivos.
- Material e métodos (em caixa alta e baixa, negrito, deslocado para a
esquerda): deve conter descrições breves, suficientes à repetição do trabalho;
técnicas já publicadas devem ser apenas citadas e não descritas. Indicar o
nome da(s) espécie(s) completo, inclusive com o autor. Mapas - podem ser
incluídos se forem de extrema relevância e devem apresentar qualidade
adequada para impressão. Todo e qualquer comentário de um procedimento
utilizado para a análise de dados em Resultados deve, obrigatoriamente, estar
descrito no item Material e métodos.
- Resultados e discussão (em caixa alta e baixa, negrito, deslocado para a
esquerda): podem conter tabelas e figuras (gráficos, fotografias, desenhos,
mapas e pranchas) estritamente necessárias à compreensão do texto.
Dependendo da estrutura do trabalho, resultados e discussão poderão ser
apresentados em um mesmo item ou em itens separados.
As figuras devem ser todas numeradas seqüencialmente, com algarismos
arábicos, colocados no lado inferior direito; as escalas, sempre que possível,
devem se situar à esquerda da figura. As tabelas devem ser seqüencialmente
numeradas, em arábico com numeração independente das figuras.
Tanto as figuras como as tabelas devem ser apresentadas em folhas
separadas (uma para cada figura e/ou tabela) ao final do texto (originais e 3
64
cópias). Para garantir a boa qualidade de impressão, as figuras não devem
ultrapassar duas vezes a área útil da revista que é de 17,5?23,5 cm. Tabelas -
Nomes das espécies dos táxons devem ser mencionados acompanhados dos
respectivos autores. Devem constar na legenda informações da área de estudo
ou do grupo taxonômico. Itens da tabela, que estejam abreviados, devem ter
suas explicações na legenda.
As ilustrações devem respeitar a área útil da revista, devendo ser inseridas em
coluna simples ou dupla, sem prejuízo da qualidade gráfica. Devem ser
apresentadas em tinta nanquim, sobre papel vegetal ou cartolina ou em versão
eletrônica, gravadas em .TIF, com resolução de pelo menos 300 dpi (ideal em
600 dpi). Para pranchas ou fotografias - usar números arábicos, do lado direito
das figuras ou fotos. Para gráficos - usar letras maiúsculas do lado direito.
As fotografias devem estar em papel brilhante e em branco e preto. Fotografias
coloridas poderão ser aceitas a critério da Corpo Editorial, que deverá ser
previamente consultada, e se o(s) autor(es) arcar(em) com os custos de
impressão.
As figuras e as tabelas devem ser referidas no texto em caixa alta e baixa, de
forma abreviada e sem plural (Fig. e Tab.). Todas as figuras e tabelas
apresentadas devem, obrigatoriamente, ter chamada no texto.
Legendas de pranchas necessitam conter nomes dos táxons com respectivos
autores. Todos os nomes dos gêneros precisam estar por extenso nas figuras e
tabelas. Gráficos - enviar os arquivos em Excel. Se não estiverem em Excel,
enviar cópia em papel, com boa qualidade, para reprodução.
As siglas e abreviaturas, quando utilizadas pela primeira vez, devem ser
precedidas do seu significado por extenso. Ex.: Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE); Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV).
Usar unidades de medida de modo abreviado (Ex.: 11 cm; 2,4 µm), o número
separado da unidade, com exceção de percentagem (Ex.: 90%).
Escrever por extenso os números de um a dez (não os maiores), a menos que
seja medida. Ex.: quatro árvores; 6,0 mm; 1,0 4,0 mm;125 exsicatas.
Em trabalhos taxonômicos o material botânico examinado deve ser selecionado
de maneira a citarem-se apenas aqueles representativos do táxon em questão
e na seguinte ordem: PAÍS. Estado: Município, data, fenologia, coletor(es)
número do(s) coletor(es) (sigla do Herbário).
65
Ex.: BRASIL. São Paulo: Santo André, 3/XI/1997, fl. fr., Milanez 435 (SP).
No caso de mais de três coletores, citar o primeiro seguido de et al. Ex.: Silva
et al. (atentar para o que deve ser grafado em CAIXA ALTA, Caixa Alta e
Baixa, caixa baixa, negrito, itálico).
Chaves de identificação devem ser, preferencialmente, indentadas. Nomes de
autores de táxons não devem aparecer. Os táxons da chave, se tratados no
texto, devem ser numerados seguindo a ordem alfabética. Ex.:
1. Plantas terrestres
2. Folhas orbiculares, mais de 10 cm diâm.
................................................ 2. S. orbicularis
2. Folhas sagitadas, menos de 8 cm compr.
.................................................. 4. S. sagittalis
1. Plantas aquáticas
3. Flores brancas .............................. 1. S. albicans
3. Flores vermelhas ......................... 3. S. purpurea
O tratamento taxonômico no texto deve reservar o itálico e o negrito
simultâneos apenas para os nomes de táxons válidos. Basiônimo e sinonímia
aparecem apenas em itálico. Autores de nomes científicos devem ser citados
de forma abreviada, de acordo com índice taxonômico do grupo em pauta
(Brummit & Powell 1992 para Fanerógamas). Ex.:
1. Sepulveda albicans L., Sp. pl. 2: 25. 1753.
Pertencia albicans Sw., Fl. bras. 4: 37, t. 23, f. 5. 1870.
Fig. 1-12
Subdivisões dentro de Material e métodos ou de Resultados e/ou discussão
devem ser escritas em caixa alta e baixa, seguida de um traço e o texto segue
a mesma linha. Ex.: Área de estudo - localiza se ...
Resultados e discussão devem estar incluídos em conclusões.
- Agradecimentos (em caixa alta e baixa, negrito, deslocado para a esquerda):
devem ser sucintos; nomes de pessoas e Instituições devem ser por extenso,
explicitando o porquê dos agradecimentos.
- Referências bibliográficas
- Ao longo do texto: seguir esquema autor, data. Ex.:
Silva (1997), Silva & Santos (1997), Silva et al. (1997) ou Silva (1993; 1995),
Santos (1995; 1997) ou (Silva 1975; Santos 1996; Oliveira 1997).
66
- Ao final do artigo: em caixa alta e baixa, deslocado para a esquerda; seguir
ordem alfabética e cronológica de autor(es); nomes dos periódicos e títulos de
livros devem ser grafados por extenso e em negrito. Exemplos:
Santos, J. 1995. Estudos anatômicos em Juncaceae. Pp. 5-22. In: Anais do
XXVIII Congresso Nacional de Botânica. Aracaju 1992. São Paulo, HUCITEC
Ed. v.I.
Santos, J.; Silva, A. & Oliveira, B. 1995. Notas palinológicas. Amaranthaceae.
Hoehnea 33(2): 38-45.
Silva, A. & Santos, J. 1997. Rubiaceae. Pp. 27-55. In: F.C. Hoehne (ed.). Flora
Brasilica. São Paulo, Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo.
Para maiores detalhes consulte os últimos fascículos recentes da Revista, ou
os links da mesma na internet: www.botanica.org.br. ou ainda artigos on line
por intermédio de www.scielo.br/abb.
Não serão aceitas Referências bibliográficas de monografias de conclusão de
curso de graduação, de citações resumos simples de Congressos, Simpósios,
Workshops e assemelhados. Citações de Dissertações e Teses devem ser
evitadas ao máximo; se necessário, citar no corpo do texto. Ex.: J. Santos,
dados não publicados ou J. Santos, comunicação pessoal.
67
ANEXO III – Análise estatística dos dados
68
69
Tabela AIII. 1: Número de sementes germinadas por dia e o total de sementes
germinadas por repetição de Allophylus edulis em solo não contaminado, solo
biorremediado e solo contaminado com petróleo.
Solo não contaminado Solo biorremediado Solo contaminado
1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5
1
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
3
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
4
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
5
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
6
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
7
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
8
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
9
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
10
5 0 10 7 6 3 0 10 5 0 5 2 9 5 5
11
7 6 5 7 7 6 5 7 5 5 5 5 4 6 3
12
7 7 6 5 7 9 10 9 8 7 6 11 9 6 7
13
7 6 7 9 6 9 5 5 4 8 7 9 4 5 5
14
5 0 2 1 3 0 1 4 0 0 1 0 0 1 0
15
0 0 1 2 1 0 0 1 2 4 0 1 1 5 2
16
0 0 0 1 0 0 2 0 0 0 2 1 0 1 1
17
0 1 0 0 0 0 2 0 0 1 0 0 1 0 0
18
0 1 0 0 1 0 1 0 0 1 0 1 0 0 1
19
0 0 0 0 0 0 2 0 0 1 0 0 0 0 0
Total
31 21 31 32 31 27 28 36 24 27 26 30 28 29 24
Tabela AIII. 2: Porcentagem de germinação (%) e índice de velocidade de germinação
(IVG) de Allophylus edulis em solo não contaminado, solo biorremediado e solo
contaminado com petróleo.
Solo não contaminado Solo biorremediado Solo contaminado
Repetição % IVG % IVG % IVG
1
62 2,61 54 2,29 52 2,19
2
42 1,70 56 2,15 60 2,45
3
62 2,70 72 3,12 56 2,45
4
64 2,71 48 2,06 58 2,40
5
62 2,62 54 2,09 48 1,99
Média
58,4 2,47 52,8 2,34 54,8 2,29
DP
9,21 0,43 9,01 0,45 4,82 0,20
EP
3,55 0,17 3,55 0,17 3,55 0,17
Tabela AIII. 3: Análise de variância dos dados referentes às variáveis porcentagem de
germinação (%) e índice de velocidade de germinação (IVG) de Allophylus edulis.
Quadrado médio
Fonte de
variação
Graus de liberdade
% IVG
Tratamento 2 16,267 0,041
Erro 12 63,067 0,141
Total 14 ---------- -----------
Coeficiente de variação (%)
14,01 15,87
Qui-quadrado (χ
2
)
1,624 2,345
Tabela AIII. 4: Biomassa da raiz, da parte aérea e total de Allophylus edulis em solo não contaminado, solo biorremediado e solo contaminado
com petróleo após 30 e 60 dias da semeadura.
SOLO NÃO CONTAMINADO SOLO BIORREMEDIADO SOLO CONTAMINADO
Biomassa
raiz (mg)
Biomassa
parte aérea
(mg)
Biomassa
total (mg)
Biomassa
raiz (mg)
Biomassa
parte aérea
(mg)
Biomassa
total (mg)
Biomassa
raiz (mg)
Biomassa
parte aérea
(mg)
Biomassa
total (mg)
30 60 30 60 30 60 30 60 30 60 30 60 30 60 30 60 30 60
1
1,7 11,5 11,8 40,5 13,5 52,0 5,1 29,3 24,3 66,8 29,4 96,1 8,2 34,8 32,5 55,7 40,7 90,5
2
2,5 10,7 14,7 45,5 17,2 56,2 5,6 37,3 28,3 79,3 33,9 116,6 5,8 27,6 23,4 58,6 29,2 86,2
3
3,2 5,5 30,6 47,0 33,8 52,5 7,1 34,8 29,2 68,2 36,3 103,0 5,1 27,9 24,7 58,6 29,8 86,5
4
3,7 13,0 33,9 37,9 37,6 50,9 5,6 31,0 22,6 65,8 28,2 96,8 5,7 13,4 23,9 37,6 29,6 51,0
5
2,8 9,5 25,6 38,1 28,4 47,6 5,3 22,1 22,1 49,0 27,4 71,1 6,6 20,8 31,7 47,8 38,3 68,6
6
3,1 10,4 26,0 46,5 29,1 56,9 5,3 18,2 24,2 38,9 29,5 57,1 7,4 19,1 32,0 57,8 39,4 76,9
7
3,8 7,7 21,7 45,2 25,5 52,9 6,5 33,7 25,3 65,4 31,8 99,1 7,4 14,2 23,3 30,3 30,7 44,5
8
3,9 9,5 26,7 34,8 30,6 44,3 7,6 28,7 30,9 58,1 38,5 86,8 7,3 17,9 26,3 42,3 33,6 60,2
9
3,9 6,9 30,7 48,2 34,6 55,1 7,7 29,9 29,0 49,7 36,7 79,6 5,0 18,6 21,2 48,4 26,2 67,0
10
4,5 8,2 26,1 23,5 30,6 31,7 5,0 24,3 22,3 43,3 27,3 67,6 5,4 26,8 22,0 58,7 27,4 85,5
11
3,4 13,7 27,8 43,5 31,2 57,2 4,9 19,4 19,7 48,2 24,6 67,6 8,6 30,5 31,1 61,9 39,7 92,4
12
5,7 12,2 27,6 57,1 33,3 69,3 9,1 30,5 39,1 80,6 48,2 111,1 6,3 19,3 25,6 64,1 31,9 83,4
13
5,2 12,7 30,8 57,9 36,0 70,6 9,0 26,7 37,0 73,6 46,0 100,3 6,5 22,7 24,3 40,0 30,8 62,7
14
5,0 9,9 34,3 56,8 39,3 66,7 5,6 25,5 26,9 51,0 32,5 76,5 5,7 17,8 21,4 61,8 27,1 79,6
15
3,3 8,6 26,1 39,4 29,4 48,0 3,3 28,4 17,0 70,4 20,3 98,8 2,8 25,5 22,9 62,4 25,7 87,9
Média
3,71 10,0 26,3 44,1 30,0 54,1 6,18 28,0 26,5 60,5 32,7 88,5 6,25 22,5 25,7 52,4 32,0 74,9
DP
1,06 2,37 6,27 9,16 7,02 9,93 1,62 2,51 6,01 13,19 7,56 17,69 1,45 3,78 4,04 10,60 5,16 15,01
EP
0,36 0,76 1,43 2,87 1,72 3,76 0,36 0,76 1,43 2,87 1,72 3,76 0,36 0,76 1,43 2,87 1,72 3,76
70
71
Tabela AIII. 5: Comprimento da raiz, altura da parte aérea e área foliar de Allophylus edulis em solo não contaminado, solo biorremediado e
solo contaminado com petróleo após 30 e 60 dias da semeadura.
SOLO NÃO CONTAMINADO SOLO BIORREMEDIADO SOLO CONTAMINADO
Comprimento
raiz (cm)
Altura parte
aérea (cm)
Área foliar
(cm
2
)
Comprimento
raiz (cm)
Altura parte
aérea (cm)
Área foliar
(cm
2
)
Comprimento
raiz (cm)
Altura parte
aérea (cm)
Área foliar
(cm
2
)
30 60 30 60 30 60 30 60 30 60 30 60 30 60 30 60 30 60
1
2,9 6,5 3,4 4,5 0,37 1,50 4,2 6,2 3,8 5,6 0,37 3,30 7,5 9,0 4,2 4,7 1,95 1,85
2
4,6 4,6 2,8 4,6 0,38 1,25 4,6 8,3 4,3 5,7 1,36 3,12 6,5 6,9 4,9 5,1 1,62 2,12
3
5,4 5,3 3,5 4,4 1,38 1,92 6,2 5,9 3,9 6,0 1,53 3,22 6,2 9,0 4,0 5,2 1,99 2,77
4
5,8 5,3 3,0 4,3 1,76 1,85 5,0 8,2 6,2 4,9 1,31 3,22 5,3 6,5 5,5 4,1 1,13 1,41
5
5,6 5,8 3,4 4,5 1,40 1,52 6,6 6,7 5,5 5,4 1,13 2,80 6,8 6,7 3,7 6,0 1,48 2,49
6
4,4 5,3 4,1 4,1 1,25 1,82 5,0 5,2 6,0 4,2 1,24 2,47 6,5 7,0 5,0 5,2 2,28 2,02
7
5,5 5,7 3,6 4,8 1,06 1,34 5,5 10,0 4,0 5,8 1,48 2,90 8,2 8,0 4,0 4,0 1,83 1,37
8
5,2 6,0 4,1 4,0 1,58 1,69 5,0 7,5 4,8 5,0 1,68 2,31 5,9 7,0 4,2 4,3 1,74 2,08
9
6,1 5,5 3,7 4,5 1,04 1,95 6,5 9,0 4,0 4,1 2,51 2,98 6,3 8,7 4,5 4,8 1,19 1,85
10
4,8 6,2 4,0 3,2 1,35 2,12 6,3 10,0 4,6 4,0 1,69 2,50 5,3 7,4 4,3 5,6 1,44 2,39
11
5,2 5,7 3,9 4,3 1,51 2,84 5,6 7,5 4,3 5,3 1,11 2,36 6,6 6,5 5,1 5,2 1,99 3,49
12
6,4 5,8 3,9 4,2 1,33 0,65 5,9 7,0 5,0 6,4 2,80 4,39 7,0 6,4 4,3 5,7 1,39 3,15
13
5,2 4,6 3,7 4,7 1,21 2,26 6,3 7,1 6,3 5,8 2,28 2,83 5,5 7,0 3,7 4,7 1,65 2,40
14
6,0 5,8 4,1 6,0 1,06 1,33 5,1 7,0 6,0 5,3 1,20 2,30 9,0 5,8 5,0 5,6 0,97 2,44
15
4,8 5,9 4,1 5,3 1,33 2,03 5,2 6,5 5,1 6,6 1,19 2,77 6,9 8,4 5,0 5,1 0,47 3,31
Média
5,19 5,60 3,69 4,49 1,20 1,74 5,53 7,47 4,92 5,34 1,53 2,90 6,63 7,35 4,49 5,02 1,54 2,34
DP
0,85 0,25 0,18 0,62 0,39 0,51 0,74 0,32 0,38 0,79 0,61 0,53 1,03 0,45 0,40 0,59 0,47 0,63
EP
0,23 0,09 0,15 0,17 0,13 0,15 0,23 0,09 0,15 0,17 0,13 0,15 0,23 0,09 0,15 0,17 0,13 0,15
72
Tabela AIII. 6: Análise de variância dos dados referentes às variáveis biomassa da raiz, biomassa da
parte aérea e biomassa total de Allophylus edulis.
Quadrado médio
Biomassa raiz Biomassa parte aérea Biomassa total
Fonte de
variação
Graus de
liberdade
30 dias 60 dias 30 dias 60 dias 30 dias 60 dias
Tratamento 2 31,354 1273,2 2,360 1011,9 29,450 4503,2
Erro 42 1,956 8,716 30,598 123,44 44,311 212,33
Total 44 ----------- ----------- ------------- --------------- ----------- ------------
Coeficiente de
variação (%)
25,99 14,65 21,12 21,22 21,08 20,10
Qui-quadrado
(χ
2
)
2,428 3,749 2,847 1,849 2,062 4,332
Tabela AIII. 7: Análise de variância dos dados referentes às variáveis comprimento da raiz, altura da
parte aérea e área foliar de Allophylus edulis.
Quadrado médio
Comprimento raiz Altura parte aérea Área foliar
Fonte de
variação
Graus de
liberdade
30 dias 60 dias 30 dias 60 dias 30 dias 60 dias
Tratamento 2 8,498 16,495 1,989 2,742 0,551 5,034
Erro 42 0,775 0,120 0,113 0,450 0,248 0,317
Total 44 ----------- ----------- ------------- --------------- ----------- ------------
Coeficiente de
variação (%)
15,21 5,09 7,70 13,55 34,97 24,19
Qui-quadrado
(χ
2
)
1,490 4,585 2,343 1,404 2,849 0,719
Tabela AIII. 8: Diâmetro da raiz e do hipocótilo de Allophylus edulis em solo não
contaminado, solo biorremediado e solo contaminado com petróleo após 30 dias da
semeadura.
Solo não contaminado Solo biorremediado Solo contaminado
Diâmetro
raiz (μm)
Diâmetro
hipocótilo
(μm)
Diâmetro
raiz (μm)
Diâmetro
hipocótilo
(μm)
Diâmetro
raiz (μm)
Diâmetro
hipocótilo
(μm)
1
726,7 1240,0 700,0 1260,0 726,7 1153,3
2
706,7 1240,0 713,3 1246,7 740,0 1133,3
3
720,0 1220,0 706,7 1253,3 746,7 1166,7
4
740,0 1246,7 720,0 1253,3 720,0 1166,7
5
746,7 1233,3 693,3 1280,0 726,7 1180,0
Média
728,0 1236,0 706,7 1258,7 732,0 1160,0
DP
101,43 120,47 68,16 132,02 115,31 104,41
EP
56,01 68,99 56,01 68,99 56,01 68,99
Tabela AIII. 9: Espessura do cotilédone, do eofilo e índice estomático de Allophylus edulis em solo não contaminado, solo
biorremediado e solo contaminado com petróleo após 30 dias da semeadura.
SOLO NÃO CONTAMINADO SOLO BIORREMEDIADO SOLO CONTAMINADO
Espessura
cotilédone
(μm)
Espessura
eofilo
(μm)
Índice
estomático
(mm
2
)
Espessura
cotilédone
(μm)
Espessura
eofilo
(μm)
Índice
estomático
(mm
2
)
Espessura
cotilédone
(μm)
Espessura
eofilo
(μm)
Índice
estomático
(mm
2
)
1
1066,7 111,5 341,7 1386,7 121,2 366,7 986,7 94,4 366,7
2
1073,3 105,6 358,3 1400,0 121,9 341,7 973,3 95,1 325,0
3
1060,0 106,3 383,3 1373,3 121,2 275,0 966,7 98,1 275,0
4
1053,3 107,0 300,0 1393,3 118.2 300,0 953,3 98,9 375,0
5
1080,0 104,8 308,3 1400,0 123,4 375,0 980,0 93,7 450,0
Média
1066,7 107,0 338,3 1390,7 121,2 331,7 972,0 96,0 358,3
DP
149,68 8,15 34,65 78,62 23,67 43,07 138,79 4,35 64,82
EP
72,92 8,47 22,0 72,92 8,47 22,0 72,92 8,47 22,0
Tabela AIII. 10: Análise de variância dos dados referentes às variáveis diâmetro da raiz e do hipocótilo, espessura do cotilédone e do
eofilo e índice estomático de Allophylus edulis.
Quadrado médio
Fonte de
variação
Graus de
liberdade
Diâmetro raiz Diâmetro
hipocótilo
Espessura
cotilédone
Espessura eofilo Índice estomático
Tratamento 2 556,44 8485,33 144609,7 474,808 963,038
Erro 12 9409,77 14280,8 15950,22 215,162 2419,10
Total 14 --------------------- ------------------- ------------------- ------------------------ --------------------------
Coeficiente de
variação (%)
13,43 9,82 11,05 13,57 14,35
Qui-quadrado (χ
2
)
0,443 0,090 0,686 4,338 1,490
73
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