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OTÁVIO RODRIGUES MACHADO NETO
CONSUMO, DESEMPENHO E CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA DE
NOVILHOS NELORE E RED NORTE TERMINADOS EM
CONFINAMENTO E AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE EXIGÊNCIAS
NUTRICIONAIS.
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Lavras como parte das
exigências do curso de Mestrado em
Zootecnia, área de concentração em
Produção Animal, para obtenção do título
de “Mestre”.
Orientador
Prof. Dr. Márcio Machado Ladeira
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
2008
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Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca Central da UFLA
Machado Neto, Otávio Rodrigues.
Consumo, desempenho e características de carcaça de novilhos Nelore
e Red Norte terminados em confinamento e avaliação de sistemas de
exigências nutricionais / Otávio Rodrigues Machado Neto. -- Lavras :
UFLA, 2008.
76 p.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Lavras, 2008.
Orientador: Márcio Machado Ladeira.
Bibliografia.
1. Bovinocultura de corte. 2. Indicadores. 3. Exigências nutricionais. 4.
Carcaça. I. Universidade Federal de Lavras. II. Título.
CDD – 636.213
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OTÁVIO RODRIGUES MACHADO NETO
CONSUMO, DESEMPENHO E CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA DE
NOVILHOS NELORE E RED NORTE TERMINADOS EM
CONFINAMENTO E AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE EXIGÊNCIAS
NUTRICIONAIS.
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Lavras como parte das
exigências do curso de Mestrado em
Zootecnia, área de concentração em
Produção Animal, para obtenção do título
de “Mestre”.
APROVADA em 1º de agosto de 2008.
Prof. Dr. Raimundo Vicente de Sousa DMV-UFLA
Prof. Dr. José Cleto da Silva Filho DZO-UFLA
Prof. Dr. Joel Augusto Muniz DEX-UFLA
Prof. Dr. Márcio Machado Ladeira
UFLA
(Orientador)
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
2008
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Antonio Carlos e Rosa, que jamais mediram esforços
para que eu pudesse chegar até aqui, minha eterna gratidão, admiração e amor.
A minha irmã Fernanda, pelo incentivo, amizade e alegria, fundamentais
para essa conquista.
BIOGRAFIA
Otávio Rodrigues Machado Neto, filho de Antonio Carlos Machado e Rosa de
Oliveira Machado, nasceu em 24 de janeiro de 1983, no município de
Aparecida-SP. Iniciou o curso de graduação em Zootecnia na Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) em março de 2002, concluindo-o em
março de 2007. Em março de 2007 iniciou o curso de pós-graduação em
Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), em nível de mestrado, na
área de Produção e Nutrição de Ruminantes, submetendo-se à defesa de
dissertação em 1
o
de agosto de 2008.
AGRADECIMENTOS
À Deus, pelo dom da vida.
Aos meus pais e a minha irmã, pelo apoio incondicional e incentivo,
imprescindíveis para a conclusão de mais esta etapa.
Ao professor Márcio Machado Ladeira, pela orientação, amizade, apoio
e conhecimentos transmitidos.
Ao professor Tarcísio de Moraes Gonçalves, pela co-orientação,
amizade, auxílio nas análises estatísticas e conhecimentos transmitidos.
Aos professores Raimundo Vicente de Sousa, Joel Augusto Muniz e
José Cleto da Silva Filho, pelas sugestões para a melhoria deste trabalho.
À PCS-Fosfatos pela doação do núcleo mineral.
Ao pecuarista Fabrício Vilela Vilas Boas, pelo fornecimento dos animais
utilizados no experimento.
Ao médico veterinário Eduardo Ramos de Oliveira, pela realização do
ultra-som nos animais.
Ao frigorífico Frigominas, por ter possibilitado a realização deste
trabalho.
Aos professores Marcos Neves Pereira e Nadja Gomes Alves, pelos
conhecimentos transmitidos em suas disciplinas.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
(Fapemig), pela concessão da bolsa de estudos.
À Universidade Federal de Lavras, sobretudo ao Departamento de
Zootecnia, por ter possibilitado a realização deste curso.
Aos amigos e companheiros de república: Fabrício Rodrigues Campos,
Fabiano Luís Simioni e André Paravizo, pela amizade, agradável convívio e
compartilhamento de conhecimentos.
Ao Leandro Sâmia, pela amizade e por todo o auxílio durante a
condução do experimento.
Aos estagiários Antonio Rogério Mendes Carli da Silveira, Alan
Andrade Mesquita, Dalton Mendes de Oliveira, Fábio Pimenta, Marcelo Bassi,
Marcelo Whately e Roberta Campos da Cunha, pela imprescindível ajuda
durante a execução do experimento.
Aos amigos do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia: Aníbal
Coutinho, Gabriela Saunders, João Irineu da Mata Júnior, Leandra Leal Costa,
Julimar do Sacramento Ribeiro, Gustavo Vaz, Moacir Rodrigues Filho, Júnio
Fabiano dos Santos, Marcelo Vallone, Gustavo Souza Couto, Adimar Cardoso
Júnior, Lécio Queiroz Soares, Eric van Cleef, João Fernando Carvalho e Flávio
Faria de Souza.
À Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia e ao
Carlos e a Kátia, pela disponibilidade em ajudar sempre que necessário.
Aos funcionários do Laboratório de Pesquisa Animal, Márcio e José
Virgílio, pelo auxílio durante a realização das análises bromatológicas.
Aos funcionários do Departamento de Zootecnia, que me auxiliaram
durante toda a execução do experimento.
Aos professores do Instituto de Zootecnia da UFRRJ, Pedro Antonio
Muniz Malafaia, José Bonifácio Menezes, Victor Cruz Rodrigues, João Batista
Rodrigues de Abreu e Edinaldo da Silva Bezerra, pelos conhecimentos
transmitidos e incentivos para cursar a pós-graduação
Aos amigos de Guaratinguetá, Ricardo Patrício Silva, Mariana de Souza
Macedo, Felipe Coelho, Pedro Zangrandi, Camila Castro e Pedro Matiello, por
todo apoio e incentivo.
Aos amigos da UFRRJ, João Paulo Franco da Silveira, Adenilson José
Paiva, Thiago Gomes dos Santos Braz e Vivian Lo Tierzo, por todo apoio e
importante troca de idéias.
Aos integrantes do Núcleo de Estudos em Pecuária de Corte (NEPEC),
pela oportunidade de participar deste grupo.
SUMÁRIO
RESUMO..............................................................................................................i
ABSTRACT........................................................................................................iii
CAPÍTULO I.......................................................................................................1
1 INTRODUÇÃO................................................................................................2
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..........................................................................5
2.1 Raças zebuínas e cruzamentos ................................................................5
2.2 Consumo alimentar..................................................................................8
2.3 Indicadores de consumo.........................................................................11
2.4 Sistemas de exigências nutricionais.......................................................14
2.5 Ultra-som para predição de características da carcaça......................19
3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................22
CAPITULO II: CONSUMO ALIMENTAR E AVALIAÇÕES DAS
PREDIÇÕES PELOS SISTEMAS NRC (2000), CNCPS 5.0 E BR-CORTE
EM NOVILHOS NELORE E RED NORTE TERMINADOS EM
CONFINAMENTO...........................................................................................34
RESUMO...........................................................................................................35
ABSTRACT.......................................................................................................37
1 INTRODUÇÃO..............................................................................................38
2 MATERIAL E MÉTODOS ..........................................................................40
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................43
4 CONCLUSÕES..............................................................................................50
5 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................51
CAPÍTULO III: DESEMPENHO E CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA
DE NOVILHOS NELORE E RED NORTE TERMINADOS EM
CONFINAMENTO E AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE EXIGÊNCIAS
NUTRICIONAIS ..............................................................................................55
RESUMO...........................................................................................................56
ABSTRACT.......................................................................................................58
1 INTRODUÇÃO..............................................................................................60
2 MATERIAL E MÉTODOS ..........................................................................61
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................66
4 CONCLUSÕES..............................................................................................72
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
....................................................73
i
RESUMO
MACHADO NETO, Otávio Rodrigues. Consumo, desempenho,
características de carcaça de novilhos Nelore e Red Norte terminados em
confinamento e avaliação de sistemas de exigências nutricionais. 2008. 76p.
Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Universidade Federal de Lavras, Lavras.
1
Este trabalho foi realizado com o objetivo de determinar o consumo alimentar e
o desempenho de animais Nelore e Red Norte terminados em confinamento e
avaliar os sistemas BR-CORTE, CNCPS 5.0 e NRC (2000), na predição destas
variáveis. O experimento foi conduzido no Setor de Bovinocultura de Corte, do
Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras. Utilizaram-se
41 novilhos de dois grupos genéticos, sendo 19 Nelore com peso vivo inicial
médio de 361±31 kg e 22 Red Norte com peso vivo inicial médio de 367±30 kg.
A duração do experimento foi de 112 dias, com 28 dias de adaptação e 84 dias
experimentais, divididos em três períodos de 28 dias. Os animais receberam
ração ad libitum, com relação volumoso:concentrado 50:50. As pesagens foram
realizadas ao final de cada período, após jejum alimentar de 16 horas. Ao final
dos 84 dias foram tomadas as medidas de área de olho de lombo (AOL),
espessura de gordura subcutânea (EGS) e espessura de gordura na garupa (P8)
por meio da ultra-sonografia.O consumo de matéria seca (CMS) foi estimado
por meio dos indicadores LIPE, óxido crômico, e matéria seca indigestível
(MSi).As raças Nelore e Red Norte não apresentaram diferença (P>0,05) quanto
ao consumo de matéria seca (CMS) que foi de 10,66 e 10,44 kg/dia,
1
Comitê Orientador: Márcio Machado Ladeira – UFLA (Orientador),
Tarcísio de Moraes Gonçalves – UFLA e Ivo Francisco de Andrade –
UFLA.
ii
respectivamente. Entretanto houve diferença (P<0,10) quando o CMS foi
comparado em outras unidades, %PV e g/kg PV
0,75
. Os valores de ganho médio
diário (GMD) foram diferentes (P<0,05) entre os grupos genéticos com 1,81
kg/dia para Red Norte e 1,43 kg/dia para Nelore. Para as características de
carcaça foram encontradas diferenças (P<0,05) para área de olho de lombo, que
foi de 75,41 cm
2
na raça Red Norte e 68,67 cm
2
em Nelore. O rendimento de
carcaça foi superior para a raça Nelore (P<0,05). Para espessura de gordura
subcutânea (EGS) e espessura de gordura na garupa (P8) não foram encontradas
diferenças entre os grupos genéticos (P>0,05). As estimativas de CMS pelos
sistemas NRC (2000), CNCPS 5.0 e BR-CORTE foram diferentes do observado
(P<0,05) para ambos os grupos genéticos estudados. Em relação à estimativa do
GMD, os sistemas CNCPS 5.0 e NRC (2000) apresentaram predição desta
característica semelhante ao observado para o grupo genético Nelore (P>0,05),
entretanto, não houve boa predição do GMD para o grupo genético Red Norte. O
sistema BR-CORTE apresentou subestimativa desta característica para os
animais Red Norte e superestimativa para a raça Nelore.
iii
ABSTRACT
MACHADO NETO, Otávio Rodrigues. Intake, performance and carcass
traits of Nellore and Red Norte bulls finished in feedlot and evaluation of
nutritional requirements systems. 2008. 76.p. Dissertation (Master Program in
Animal Science) – Federal University of Lavras, Lavras.
1
This research had objectives to determine the food intake and performance of
Nellore and Red Norte bulls, finished in feedlot, and to evaluate the BR-
CORTE, CNCPS 5.0 and NRC (2000) systems for prediction of these variables.
The trial was carried out in the Beef Cattle Facilities at Animal Science
Departament of Lavras Federal University. Forty one steers: 19 Nellore and 22
Red Norte, with initial live weight of 361±31 kg and 367±30 kg, respectively,
were used. The duration of experiment was of 112 days, with 28 days of
adaptation and 84 experimental days. Forage:concentrate, with relationship of
50:50, was offered ad libitum. The animals were weighed in the end of each
period after 16 hours fasting. At the end of 84 days, ribe eye area (REA), back
fat thickness (BFT), and the fat thickness over Biceps femoris muscle (FTBF)
were determined through ultrasonography. The dry matter intake (DMI) was
estimated trough the LIPE, oxide chromic and dry matter indigestible (DMi)
indicators. There was not difference (P>0,05) between Nellore and Red Norte in
the DMI when expressed in kg/day (10.66 vs 10.44). There was variation in the
results when DMI were compared in other units, percentage of live weight
1
Guindance Comittee: Márcio Machado Ladeira – UFLA (Advisor),
Tarcísio de Moraes Gonçalves-UFLA, and Ivo Francisco de Andrade –
UFLA.
iv
(%LW) and in g/kg LW
0,75
. The average daily gain was different (P<0,05)
between Nellore and Red Norte bulls (1.43 vs 1.81 kg/day). For the carcass
traits, Red Norte showed high ribe eye area than Nellore (75,41 vs 68,67 cm
2
)
and the carcass yield was high in Nellore (57,0 vs. 53,8%) (P<0,05). There were
not differences between genetic group for back fat thickness and fat thickness
over Biceps femoris (P>0,05). The systems avaliabled were not efficient
(P<0,05) in DMI. However, the average daily gain by CNCPS 5.0 and NRC
(2000) for Nellore breed were not different (P<0,05) of actual values.
1
CAPÍTULO I
2
1 INTRODUÇÃO
No Brasil, a bovinocultura de corte é baseada no uso de pastagens, o que
resulta na produção de carne de menor custo. Entretanto, devido à sazonalidade
na produção de forragem ao longo do ano, os índices zootécnicos da atividade
no país ainda estão aquém aos de países de clima temperado. Segundo dados do
IBGE (2007) e ABIEC (2008), os Estados Unidos, por exemplo, têm um
rebanho de 103 milhões de cabeças e produzem cerca de 12 milhões de
toneladas de carne bovina (equivalente carcaça) já o Brasil, com cerca de 205
milhões de cabeças, produz cerca de 10 milhões de toneladas.
Os baixos índices de produtividade podem, em parte, ser explicados pela
pequena parcela de produtores que utilizam qualquer tipo de suplementação
durante todo o processo produtivo e, segundo Lana (2005), no máximo 1,3% da
carne bovina brasileira é produzida pelo uso de ração ou suplemento
concentrado durante a fase de terminação.
Diante disso, o confinamento é uma estratégia de alimentação do
rebanho que traz os seguintes benefícios: promove o aumento no número de
bovinos terminados anualmente, pois libera pastagens para outras categorias
animais, reduz a idade de abate, permite a obtenção de carcaças de maior
qualidade e aumenta o giro de capital na propriedade.
No passado, a utilização do confinamento tinha como objetivo explorar
o acentuado diferencial de preços da entressafra, que atingia em valores reais um
acréscimo de 30%, e devido a abundancia de bois magros no inicio da seca
(Haddad, 2007).
O confinamento deve ser entendido como ferramenta para o manejo da
propriedade e de suas pastagens, pois sua utilização como atividade exclusiva
pode apresentar baixa rentabilidade, o que pode ser confirmado pelo fato de que
3
terminadores exclusivos representam apenas 12% dos confinamentos (Siqueira
et al., 2007). Para os frigoríficos do Brasil central, onde a seca prolongada
acarreta grandes dificuldades para a obtenção de animais com grau de
acabamento adequado, o confinamento como atividade exclusiva pode ser
vantajoso.
Outro importante beneficio do confinamento para o Brasil seria o
aumento do peso de abate que, segundo Lanna & Almeida (2005), encontra-se
entre os mais baixos do mundo e impede o país de fornecer carne a mercados
como: Japão, Coréia do Sul, Estados Unidos, Canadá e México, que chegam a
pagar por novilhos com alto grau de acabamento valores bastante superiores aos
recebidos pelos produtores brasileiros.
Entretanto, devido à existência de nichos de mercado para carne magra,
produzida exclusivamente a pasto, e a baixa bonificação por qualidade repassada
pelos frigoríficos, muitos produtores preferem produzir carne de bovinos inteiros
e com baixo grau de acabamento.
O fornecimento de alimentos é um dos fatores de maior importância em
sistemas de produção de bovinos, principalmente em situações onde os animais
se encontram confinados, pois a alimentação representa o principal custo. Para o
balanceamento de dietas e o estabelecimento do manejo da alimentação é
fundamental ter conhecimento sobre o consumo voluntário médio dos animais
(Domingues, 2006). Estimando o consumo, consegue-se aplicar as exigências
nutricionais das várias categorias animais a um desempenho diário esperado e
podem-se fazer inferências para avaliar até que ponto os diferentes alimentos
utilizados são capazes de suprir essas necessidades, permitindo uma alimentação
econômica e nutricionalmente correta (Oliveira, 2003).
Além da importância de ter informações sobre o consumo de alimentos
pelos animais, é imprescindível conhecer a eficiência de utilização dos
alimentos, que pode ser alcançada por diferentes estratégias nutricionais,
4
utilização de raças mais adaptadas e produtivas e, ainda, com processos de
melhoramento que permitam selecionar animais de mesma raça mais eficientes
no aproveitamento dos alimentos.
Além de trabalhar com a eficiência de produção, a Zootecnia moderna
tem como função produzir alimentos de qualidade para o consumidor, pois este
se tornou um agente com grande influência em todas as cadeias produtivas e,
como a cadeia da carne é altamente competitiva, a manutenção e conquista por
novos mercados (consumidores) é de suma importância.
Em relação ao confinamento no Brasil, a raça Nelore representou cerca
de 69,17% do total de animais confinados no ano de 2006 (Siqueira et al, 2007).
De acordo com Magnabosco et al (2006) historicamente a carne de zebuínos era
identificada como dura apenas porque esses animais eram criados a pasto e
abatidos mais velhos, se comparados com as raças precoces de taurinos.
Entretanto, zebuínos, mesmo quando abatidos mais cedo e com boa cobertura de
gordura, não produziram carne com maciez aceitável, que pode ser definida
como aquela que apresenta força de cisalhamento inferior a 4,5 Kgf (Oliveira,
2000). Johnson et al (2000), ao trabalharem com bovinos Angus e Brahman,
abatidos em estágios similares de deposição de gordura subcutânea também
observaram diminuição da maciez e aumento da força de cisalhamento na carne
de animais com maior composição genética zebuína. Segundo Alves et al
(2005) a perda econômica anual associada à dureza da carne é equivalente a US$
7,64 por animal ou US$ 217 milhões para a indústria da carne bovina norte
americana.
O aumento da produtividade da bovinocultura de corte e a concomitante
produção de carne com maior qualidade, com ênfase para a maciez, poderia ser
atingida por meio da utilização de raças de origem européia. Entretanto, estes
animais encontram restrições de criação em regiões de clima tropical, o que
limita sua capacidade máxima de produção. Dessa forma, o cruzamento é prática
5
que permite a utilização dos animais de clima temperado, o que pode conduzir a
ganhos em produtividade, devido à heterose e complementaridade existente
entre as raças. Segundo Alencar & Packer (2005), não existe raça que atenda de
modo uniforme a todas as necessidades da pecuária de corte. Desse modo, o
cruzamento entre raças constitui alternativa importante para atender a grande
parte dessas necessidades, pois além de proporcionar maior flexibilidade aos
sistemas de produção permite explorar de maneira rápida as diferenças genéticas
existentes entre raças (Carpenter, 1973; Alencar 2004).
A raça Red Norte é oriunda de um cruzamento envolvendo 4 raças;
Nelore, Red Angus, Caracu e Senepol. A utilização de animais oriundo desses
cruzamentos tem a vantagem de proporcionar retenção da heterose nas
sucessivas gerações.
O objetivo deste trabalho foi avaliar o consumo, desempenho e
características da carcaça dos grupos genéticos Nelore e Red Norte, terminados
em confinamento, e analisar as predições de consumo e ganho de peso
preconizadas pelos sistemas NRC (2000), CNCPS 5.0 (Fox et al., 2000) e as
Tabelas de Exigências Nutricionais (BR-CORTE) publicada pela Universidade
Federal de Viçosa (Valadares Filho et al., 2006b).
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Raças zebuínas e cruzamentos
A maior parte dos bovinos criados no Brasil é composta por animais
zebuínos e, dentre os zebuínos, a raça Nelore representa cerca de 80%.
Entretanto, a predominância do Nelore na pecuária de corte nacional não é um
fato que ocorre desde o inicio da introdução da raça, pois as importações que
6
determinaram sua disseminação pelo território brasileiro ocorreram nos anos de
1960 e 1972 (ABCZ, 2006).
O conhecimento sobre a eficiência nutritiva e o desempenho em
confinamento de animais das diferentes raças zebuínas é importante para
determinar a melhoria da produção e produtividade, buscando a criação de
planos nutricionais compatíveis com o potencial genético desses animais, bem
como para estabelecer pontos de abate que proporcionem maiores eficiências de
ganho e características desejáveis de carcaça (Jorge et al., 1998).
Razook et al (2001), em experimento comparando os rebanhos Gir
seleção, Guzerá seleção, Nelore controle, Nelore seleção e Caracu, obtiveram os
melhores desempenhos para estes dois últimos rebanhos, que não diferiram
estatisticamente entre si, tendo apresentado média de ganho de peso diário de
1,002 kg e 1,061 kg, respectivamente, em 114 dias de confinamento.
Ao avaliarem o desempenho de novilhos Nelore alimentados com dietas
contendo como fontes de lipídeos caroço de algodão ou gordura protegida,
Aferri et al (2005) encontraram ganhos médios diários de 1,16 kg e 1,20 kg,
respectivamente.
Segundo Barbosa (1999), desde 1930, vários experimentos de
cruzamentos entre raças européias de bovinos de corte (Bos taurus) e raças
zebuínas (Bos indicus) têm sido realizados no Brasil com o objetivo de avaliar
características de crescimento, ganho de peso em confinamento e eficiência
alimentar. Mesmo havendo grande número de trabalhos sobre o assunto, de
acordo com Alencar (2004), existe a necessidade da reavaliação da
superioridade dos animais cruzados europeu x zebu em relação aos zebuínos nas
várias situações de manejo, pois nos últimos anos verificou-se importante
melhoria genética das raças zebuínas no país.
Goulart (2006) avaliando o desempenho e as características de carcaça
de bovinos castrados Nelore e cruzados Bos taurus X Nelore, com 22 meses de
7
idade e em sistema de confinamento terminal concluiu que os animais Aberdeen
Angus X Nelore apresentaram melhor desempenho e acabamento de carcaça em
relação a outros grupos genéticos, que não diferiram entre si (Nelore X
Canchim, Nelore X Simental, e Nelore puro), tendo apresentado ganho médio
diário de 1,7 kg, tendo sido submetidos a dieta com 40% de concentrado.
Leme et al. (2003), trabalhando com bovinos Nelore de peso vivo médio
inicial de 279 kg aos 24 meses, confinados por 98 dias, submetidos a dietas com
15, 21 ou 27% de volumoso, obtiveram ganho médio diário de 1,46 kg, peso
médio de carcaça quente de 243 kg e espessura média de gordura subcutânea de
8,3 mm. Embora as características de qualidade da carne não tenham sido
avaliadas pelos autores, é possível observar que animais zebuínos submetidos a
dietas com alto nível de concentrado podem responder de forma positiva a este
manejo alimentar. Portanto o tipo de animal a ser produzido depende do nicho
de mercado a ser explorado.
No Brasil cresce em algumas regiões a utilização das chamadas raças
compostas, que são formadas pelos cruzamentos de várias raças tendo como
objetivo a manutenção de níveis heteróticos elevados e corroborando com essa
idéia, Arrigoni et al (2007) afirmam que a expectativa de heterose retida em
raças compostas assim como nos outros sistemas de cruzamento, está
diretamente relacionada ao número de raças envolvidas, ou seja, quanto mais
raças participam da formação do composto, maior a retenção esperada. Para a
formação dos compostos, o conceito de raça nem sempre é importante, pois
várias raças podem ser interessantes na formação do mesmo, podendo haver
variações nas raças envolvidas, como por exemplo, no composto Red Norte,
onde o cruzamento terminal tem sido realizado com Santa Gertrudis, Caracu ou
Senepol.
8
2.2 Consumo alimentar
O consumo alimentar em ruminantes é controlado por vários fatores,
havendo diferentes teorias que tentam explicar sua regulação. Conhecer os
mecanismos que regulam a ingestão de alimentos se torna mais importante
quando se trata de bovinos confinados, onde o custo de alimentação representa
cerca de 70% do custo total da atividade (Martins et al., 2000). O consumo de
matéria seca é controlado por fatores fisiológicos, físicos e psicogênicos (Van
Soest, 1994); e se correlaciona altamente com o desempenho animal. De acordo
com Mertens (1994), os moduladores psicogênicos referem-se à resposta do
animal a fatores estimuladores ou inibidores do alimento, ou do ambiente de
alimentação, os quais não estão relacionados à concentração de energia do
alimento ou à repleção ruminal.
Ruminantes que recebem dietas com alta densidade calórica e de
nutrientes, como as ricas em concentrados, têm o consumo determinado pela
demanda energética, uma vez que a elevação na concentração de metabólitos no
rúmen ou na corrente sangüínea atuarão no centro da saciedade do sistema
nervoso central (Thiago & Gill, 1990).
O desenvolvimento de técnicas que possam mensurar o consumo animal
com acurácia é busca constante pelos nutricionistas, uma vez que, mensurado o
consumo, estimativas de lucratividade da exploração e predição do ganho de
peso se tornarão mais confiáveis, além do atendimento das exigências
nutricionais desses animais.
Existem as teorias termostática e quimiostática de regulação do
consumo. A teoria termostática foi baseada na idéia de que os animais
consomem alimento para manter o calor corporal e interrompem a ingestão para
prevenir a hipertermia. A hipótese quimiostática determina que a absorção dos
produtos finais da digestão microbiana e intestinal causa a redução do consumo
9
de matéria seca. Segundo Illius & Jessop (1996) as concentrações e o fluxo de
nutrientes e energia, inclusive ácidos graxos voláteis, produzidos pela
fermentação ruminal estão envolvidos na regulação do consumo. Corroborando
com essa idéia, o NRC (1987) afirma que a infusão intraruminal de acetato ou
propionato, deprimem a ingestão de alimentos em bovinos, ovinos e caprinos.
Segundo Coelho da Silva (2006) existem semelhanças no modo de ação do
acetato e propionato sobre a redução no consumo, mas existem receptores
diferentes para cada um deles atuar no controle do consumo.
A repleção ruminal também exerce efeito sobre o consumo de matéria
seca de animais alimentados com dietas à base de forrageiras e, segundo Coelho
da Silva (2006), a limitação na ingestão de matéria seca é o resultado da taxa de
remoção da digesta do rúmen-retículo por digestão, absorção e passagem. Os
receptores de tensão e mecanorreceptores no rúmen-retículo estão concentrados
no retículo e parte cranial do rúmen (Leek & Harding, 1975). Mecanorreceptores
epiteliais são estimulados por suaves estímulos mecânicos e químicos; e
receptores de tensão são estimulados por distensão no rúmen-retículo, que
fornecem informações para os centros gástricos do bulbo (Leek, 1986).
Segundo Cabral et al. (2006), a saciedade seria um fator fisiológico
limitante do consumo para dietas com elevada densidade calórica. Neste caso, as
exigências do animal controlariam o consumo, como em condições de
confinamento. Contudo, em dietas de baixa qualidade, os fatores físicos
predominariam e o consumo seria limitado pelo volume ocupado pela dieta e
pela capacidade anatômica do rúmen-retículo. Desse modo, raramente os
animais consumiriam energia suficiente para atender as exigências, o que
geralmente ocorre com animais em pastejo.
Oliveira et al. (1991) relataram que a existência de diferenças sobre o
consumo alimentar e a habilidade de digerir alimentos entre Bos taurus taurus,
Bos taurus indicus e seus mestiços, tem sido motivos de controvérsias. Alguns
10
estudos revelam que a concentração energética da ração exerce influência
diferente nos animais das duas espécies. Ledger et al. (1970) encontraram maior
consumo por unidade de peso vivo para taurinos, quando comparado com
zebuínos, e comportamento intermediário para os animais mestiços. Dados
semelhantes foram encontrados por Gonçalves et al. (1991), trabalhando com
animais Nelore, Holandês e seus cruzamentos e búfalos.
Entretanto Gomes et al. (1982) em experimento com animais Zebu,
Holandeses, e F1 Holandês Zebu, ao estudarem o consumo voluntário de rações
contendo 40 e 60% de concentrado, não observaram diferenças entre os grupos
genéticos ou influencia do nível de concentrado sobre o consumo. Resultados
semelhantes foram obtidos por Goulart (2006) que não observou diferenças no
consumo de matéria seca de bovinos Nelore, ½ Canchim-Nelore e ½ Simental-
Nelore, terminados em confinamento, submetidos a dieta com 40% de
concentrado.
Segundo Forbes (1995), a porcentagem de gordura corporal, que
geralmente é maior em pesos maiores, afeta a ingestão de alimentos, pois quanto
mais gordo o animal, menor é o seu consumo, já que o maior acúmulo de tecido
adiposo na região abdominal limita fisicamente a capacidade de acomodar o
trato digestivo, minimizando desta forma, o consumo. Outra razão para a
depressão no consumo de matéria seca em função do acúmulo de gordura
corporal é devido à ação da leptina, que é um hormônio protéico, secretada pelos
adipócitos, que age sobre o núcleo ventro medial do hipotálamo causando a
sensação de saciedade. A expressão e secreção da leptina está altamente
correlacionada com a massa de gordura corpórea e tamanho de adipócitos. De
acordo com essas afirmações, o NRC (1987) considera que o consumo por
unidade de peso metabólico começa a declinar por volta de 350 kg de peso vivo,
para um novilho de porte médio, momento em que a deposição de gordura se
torna mais pronunciada. Fox et al (1988) sugeriram que o consumo de matéria
11
seca diminui 2,7% para cada aumento na gordura corporal acima da variação de
21,3 a 31,5%.
2.3 Indicadores de consumo
Há necessidade de se mensurar o consumo individual dos animais, para
desta forma ter conhecimento de quais seriam os animais mais eficientes dentro
de um grupo, uma vez que a literatura indica que animais com mesmo ganho de
peso podem ter consumos consideravelmente diferentes. Sainz & Paulino (2004)
verificaram que animais com ganho médio diário semelhante (1,5 kg)
apresentaram considerável variação no consumo de matéria seca (7,43 vs 9,22
kg/dia). Dessa forma, animais que consomem menos alimento para um dado
ganho de peso, podem ser considerados mais eficientes.
Existem sistemas eletrônicos que permitem mensurar o consumo de
alimento pelos animais, como o Calan Gates, um sistema onde os animais
possuem colares magnetizados que abrem cochos exclusivos, para que os
eventos de alimentação sejam iniciados. Neste sistema há a necessidade de
pesagem das sobras e do alimento fornecido (Valadares Filho et al., 2006b).
O Grow Safe é outro sistema eletrônico que mede continuamente o
consumo de alimento, com os dados sendo armazenados em computadores.
Outra vantagem deste sistema é o fornecimento de informações da freqüência de
ida dos animais ao comedouro, além de tamanho e número de bocados
(Valadares Filho et al., 2006b).
Ambos os sistemas supracitados são eficientes, mas apresentam custo
bastante elevado, sendo seu uso dificultado, principalmente no Brasil, onde os
recursos para a pesquisa são escassos, se comparados aos países desenvolvidos.
Portanto, a utilização de indicadores ou marcadores de consumo pode ser
considerada uma opção com custo compatível à realidade brasileira.
12
A determinação do consumo individual por animais alimentados em
grupo pelo método dos indicadores baseia-se no emprego de uma substância de
referência (indicador), a qual, sendo ingerida na dieta, deve ser recuperada
totalmente nas fezes. Entre os indicadores existentes, o óxido crômico tem sido o
mais amplamente empregado na determinação da excreção fecal (Prigge et al.,
1981; Astigarraga, 1997), apresentando as vantagens de ser barato, facilmente
incorporado à dieta e analisado com relativa facilidade (Merchen, 1988). Há
necessidade de um período de adaptação de cinco a sete dias, anterior ao início
das coletas fecais, a fim de se alcançar uma estabilização de concentração nas
fezes (Owens & Hanson, 1992).
As características desejadas em um indicador são de que este seja inerte
para os animais e microbiota ruminal; que não sejam absorvidos no trato
digestivo ou se absorvido, que tenha absorção constante; deve ter facilidade de
mistura ao alimento; não interferir no metabolismo animal e ser
economicamente viável (Valadares Filho et al., 2006b).
De acordo com Kotb & Luckey (1972) os indicadores podem ser
classificados em minerais raros (Lantânio, Samarium, Itérbio, Césio, Rutênio,
Disprósio) e minerais “mordantes” em fibra (Cromo e Césio). Existem também
os indicadores compostos inorgânicos (óxidos de metais, sais e silica) e o
compostos orgânicos, que podem ser naturais (Lignina, FDAi, FDNi) ou
sintéticos (Ácido etileno diamino-tetra acético e Polietileno glicol).
No Brasil, em experimentação com ruminantes o indicador mais
utilizado atualmente é o oxido crômico, devido ao fato de que seu custo é
relativamente baixo, é de fácil analise laboratorial e fácil incorporação à dieta. O
oxido crômico pode ser utilizado para estimar o consumo individual ou a
produção de matéria seca fecal.
A Universidade Federal de Minas Gerais desenvolveu a LIPE® (lignina
de madeira moída extraída de Eucaliptus grandis), que pode ser utilizado como
13
indicador de digestibilidade e consumo (Saliba, 2005). A degradação da lignina
é um processo oxigênio-dependente, o que impossibilita sua ocorrência no
rúmen, tornando-a capaz de ser utilizada com sucesso como indicador (Saliba et
al 2003).
Para a determinação do consumo de volumoso Valadares Filho et al.,
(2006b) descreveu que os indicadores mais utilizados são a fibra em detergente
ácido indigestível (FDAi) e a fibra em detergente neutro indigestível (FDNi),
obtidos após incubação ruminal por 144 horas e subsequente análise com
detergente ácido/neutro. Estes dois são considerados indicadores internos, pois,
diferente do óxido crômico e da LIPE, são encontrados naturalmente nos
alimentos e têm apresentado alta correlação com o método de coleta total de
fezes, indicando dessa forma sua eficiência em estimar o consumo de matéria
seca. Segundo Detmann (1999) a utilização da matéria seca indigestível (MSi)
como indicador de consumo tem a vantagem de não necessitar de análises no
sistema detergente, o que pode levar à redução de custos e queda na
possibilidade de aumento no erro aleatório acumulativo pelo emprego extra de
procedimentos laboratoriais. Este autor, trabalhando com MSi, FDAi e FDNi,
para estimar consumo de matéria seca observou que o primeiro apresentou
menor erro padrão da média.
Casali et al (2008) avaliando a influencia do tempo de incubação in situ
sobre as estimativas das frações indigestíveis da matéria seca (MSi), da fibra em
detergente neutro (FDNi), e da fibra em detergente ácido (FDAi) em alimentos e
fezes bovinas, concluíram que tempos de incubação de 240 horas para MSi e
FDNi e de 264 horas para FDAi são recomendados para obtenção de estimativas
exatas das frações indigestíveis.
Marcondes et al. (2006) avaliaram o uso de dois indicadores para
estimar o consumo de concentrado (Cr
2
O
3
e TiO
2
) e dois indicadores para
estimar o consumo de volumoso (FDNi e FDAi) em animais Nelore. Foram
14
utilizados 36 bovinos Nelore, de três classes sexuais, sendo 12 machos
castrados, 12 machos inteiros e 12 fêmeas, que foram distribuídos em dois
esquemas de alimentação (individual ou em grupo), alimentados com dois níveis
de concentrado (1,0 ou 1,25% do PV), perfazendo um esquema fatorial 3 x 2 x
2. Para a estimativa da produção fecal (CMS) foi utilizada a LIPE®.Os autores
concluíram que o Cr
2
O
3
e o TiO
2
são eficientes para estimar o consumo de
concentrado, assim como a FDNi e a FDAi para se estimar o consumo de
volumoso, de animais alimentados em grupo.
2.4 Sistemas de exigências nutricionais
Segundo Silva (2002), o Brasil ainda não possui normas nacionais de
exigências nutricionais de bovinos de corte. Entretanto, um volume crescente de
pesquisas vem sendo desenvolvido no intuito de estabelecer essas exigências,
adaptadas aos animais aqui criados (Fontes et al., 2005).
O NRC (1996) estima que animais zebuínos em crescimento têm
exigências de energia de mantença, por unidade de tamanho metabólico,
aproximadamente 10% menores que o dos taurinos de raças de corte, os quais
por sua vez têm exigências cerca de 20% menores que taurinos de raças leiteiras.
Segundo o NRC (1996), as exigências de energia podem ser influenciadas pelo
peso corporal, genótipo, sexo, idade, estação do ano, temperatura, estadio
fisiológico e histórico nutricional.
Frisch & Vercoe (1977), Pires et al. (1993) e Boin (1995) verificaram
que animais da raça Nelore apresentavam exigência de energia para mantença,
aproximadamente 10% inferior (69 kcal/kg PV
0,75
), em relação aos bovinos
europeus, corroborando com os dados do NRC (1996).
A determinação das exigências de energia para mantença é de suma
importância, pois a maior parte da energia metabolizável fornecida ao animal,
15
com o objetivo de produzir carne é utilizada em função de mantença:
manutenção dos gradientes das membranas, síntese de macromoléculas,
manutenção da homotermia, movimentação e atividade física (NRC, 1996). Para
o CNCPS (Fox et al., 1992), as exigências de mantença de animais zebuínos
correspondem a 89% do valor básico (77 kcal/PV
0
,
75
) recomendado pelo NRC
(1996).
O rebanho de cria consome por volta de 65 a 75% da energia total
requerida pelo sistema de produção de carne como um todo (Valadares Filho et
al., 2006a). Dessa forma, mais de 50% da energia utilizada para a produção de
carne é utilizada somente para a mantença das vacas (Caton et al., 2000). Nesse
sentido, as exigências de energia para mantença representam uma variável de
extrema importância dentro dos sistemas produtivos de carne bovina (Valadares
Filho et al., 2006a).
Segundo Berndt (2002), a eficiência de crescimento de animais de corte
é dependente, principalmente, de duas características básicas: taxa de ganho e
composição química dos tecidos depositados. Quanto maior a taxa de ganho,
maior a eficiência de conversão, em função da diluição das exigências de
mantença (NRC, 1996).
Segundo Putrino (2002), uma das principais metas da pesquisa para a
produção de carne em bovinos em crescimento é buscar o aumento da deposição
de proteína muscular e da eficiência de utilização de aminoácidos da dieta, ao
longo do aumento da eficiência de utilização de energia. Entretanto um mínimo
de deposição de gordura associado com a síntese de proteína é necessário para
assegurar textura e suculência agradáveis à carne (Geay, 1984).
Segundo o NRC (1996), as exigências de proteína metabolizável
consistem na soma da proteína não degradada no rúmen digestivel (PNDRd) e a
proteína microbiana verdadeira digestível (PMICVd). Com isto, as exigências de
16
proteína bruta são obtidas pelo somatório da proteína degradada no rúmen
(PDR) e da proteína não degradada no rúmen (PNDR).
O sistema de proteínas e carboidratos “líquidos” ou CNCPS - The
Cornell Net Carbohydrate and Protein System” (Fox et al., 1992; Russell et al.,
1992; Sniffen et al., 1992; O’Connor et al., 1993) foi desenvolvido com o
objetivo de avaliar a qualidade da dieta e o desempenho do rebanho bovino. O
modelo utiliza os princípios básicos da função ruminal, crescimento microbiano,
cinética digestiva da dieta e estádio fisiológico do animal, assim como variáveis
ambientais e de manejo, o que permite estimativas com maior acurácia do
desempenho dos rebanhos e da excreção de nutrientes, em diferentes situações
(Fox et al., 2003; 2004).
O CNCPS utiliza relações mecanicistas e empíricas no diagnóstico
nutricional e para formulação e avaliação de dietas para bovinos (Fox et al.,
1995). A partir das características nutricionais dos alimentos e de suas interações
com as exigências dos animais e práticas de manejo, permite, sob diferentes
condições de produção, uma predição confiável do desempenho de bovinos
(Morenz, 2004).
Lanna et al. (1994a), comparando a predição do CNCPS e do NRC
(1984) referente ao desempenho animal com o ganho observado de 218
zebuínos, recebendo 28 dietas diferentes, concluíram que os consumos de
matéria seca (CMS) observados foram 21,8 e 26,7% maiores que os consumos
preditos pelo CNCPS e NRC (1984), respectivamente. O ganho de peso foi
subestimado em 7 e 14%, respectivamente. Em outro trabalho de validação de
desempenho de zebuínos em crescimento pelos mesmos autores (Lanna et al.,
1994b) o CNCPS 3.0 e o NRC (1984) subestimaram o ganho de peso em 1 e
21%, respectivamente.
17
Por outro lado, em validação do CNCPS 3.0, Lanna et al. (1996)
verificaram que o mesmo foi eficiente na estimativa do desempenho de 943
animais Nelore confinados, com ganho de peso de 0,92 kg/animal/dia.
Os sistemas CNCPS e NRC, foram desenvolvidos em países de clima
temperado, com animais de raças taurinas e alimentos com características
diferentes das encontradas no Brasil, explorados em diferentes sistemas de
produção e condições de manejo. A utilização de parâmetros preditos por esses
sistemas deve ser vista com cautela devido a esses fatores, e de acordo com a
literatura, os resultados preditos pelos sistemas são inconsistentes, necessitando
de maior número de pesquisas para validá-los.
Recentemente foi publicado o CNCPS 6.0, que representa uma evolução
do modelo que foi primeiramente proposto, e nesta nova versão, as frações
protéicas propostas foram mantidas em relação ao modelo anterior e as frações
de carboidratos foram expandidas das quatro frações da publicação anterior, para
oito frações: A1 (acetato, propionato, butirato), A2 (lactato), A3 (outros ácidos
orgânicos), A4 (açúcares), B1 (amido), B2 (fibra solúvel), B3 (FDN disponível)
e C (FDN indisponível). A expansão do número de frações do CNCPS pode
permitir aumentar a eficiência das dietas formuladas, pois animais que são
alimentados com dietas com alto teor de amido, que possuem maior nível de
energia metabolizável, tendem a ter melhor suprimento de aminoácidos
microbianos para o intestino delgado. Contudo, estes estão mais predispostos a
sofrer desordens digestivas. Dessa forma, a separação de pectina e amido em
diferentes frações permitirá o balanceamento de dietas mais eficientes e assim
otimizar a utilização de nutrientes no rúmen, pois de acordo com Coelho da
Silva & Leão (1979) o fracionamento de carboidratos e proteínas é a melhor
ferramenta para maximizar a síntese microbiana.
No Brasil, foram publicadas as Tabelas de Exigências Nutricionais de
Zebuínos, BR-CORTE (Valadares Filho et al., 2006a), a qual possui equações
18
para a predição do consumo de matéria seca de zebuínos que é oriunda de um
conjunto de dados de diferentes experimentos, totalizando 221 unidades
experimentais. Enquanto que para animais mestiços, as equações foram
desenvolvidas a partir de dados obtidos de 273 unidades experimentais. O
sistema propõe duas equações para predizer o consumo de matéria seca de
bovinos de corte, uma que possui como variáveis peso vivo e ganho médio
diário e outra peso metabólico médio e ganho médio diário. Entretanto, devido
ao fato de que do ponto de vista biológico o consumo de matéria seca pode
diferir entre animais Nelore e mestiços, foram desenvolvidas equações
especificas para Nelore e para mestiços.
Em relação às exigências de energia, o sistema BR-CORTE considera
que animais zebuínos não castrados têm exigências para mantença 20%
inferiores aos taurinos de mesma classe sexual. Corroborando com esta idéia,
Chizzotti (2008) conduziu uma meta-análise para determinar as exigências
líquidas de energia e proteína de machos inteiros, Nelore e cruzados, utilizando
um banco de dados oriundo de 16 estudos de abate comparativo, totalizando 389
unidades experimentais, e concluiu que não há diferenças com relação as
exigências de energia líquida para mantença entre zebuínos puros e cruzados.
Com relação às exigências de proteína, segundo Valadares Filho et al., (2006a)
ainda há poucos trabalhos envolvendo a mensuração das exigências de mantença
deste nutriente. Veras et al., (2006) em experimento para determinação desta
exigência com animais Nelore inteiros, castrados e fêmeas obtiveram valor
único para todas classes sexuais. O sistema recomenda o valor de 4 g/kg
0,75
para
as exigências de mantença de proteína metabolizável para mantença de animais
zebuínos dos diferentes sexos. Chizzotti (2008) similarmente, não observou
diferenças quanto à exigência de proteína liquída para mantença entre grupos
genéticos (animais puros e mestiços). As exigências de proteína para ganho de
peso, assim como as exigências de energia, são dependentes da composição
19
corporal dos animais, que segundo Fox & Black (1984) variam com o peso, taxa
de ganho de peso, raça, sexo, efeitos dietéticos e manejo nutricional.
Ribeiro (2008) trabalhando com animais Nelore, Tabapuã e Guzerá em
validação das equações de consumo e ganho de peso do sistema BR-CORTE
observou que o sistema foi eficiente para a predição de consumo de matéria seca
por zebuínos, entretanto não houve predição adequada do desempenho animal.
2.5 Ultra-som para predição de características da carcaça
O conhecimento das características quantitativas e qualitativas da
carcaça é de fundamental importância na cadeia produtiva da carne, pois pode
auxiliar na melhoria do produto final. A vantagem da utilização ultra-sonografia
é a ausência da necessidade de abate dos animais para que a mensuração seja
realizada, o que torna possível a inclusão das características de carcaça em
programas de melhoramento genético. Além disso permite também monitorar a
taxa de acúmulo de gordura subcutânea na carcaça, até que um ponto
considerado satisfatório para o abate dos animais seja atingido, o que é
importante em sistemas de produção de carcaças com padrões específicos de
qualidade. Joandeth & Cartwright (1975) já indicavam que as perdas
econômicas provenientes do abate de animais fora do peso ideal poderiam
equivaler a quedas da ordem de 10% na taxa de fertilidade.
A utilização do ultra-som para mensurar as características de carcaça em
bovinos não é uma tecnologia recente. Temple et al (1956); Stouffer et al (1961);
Hedrick et al (1962); Alsmeyer et al (1963) e Davis et al (1964) já relatavam a
utilidade da técnica para a avaliação da carcaça de bovinos. Muitos estudos
foram focados sobre os efeitos do animal, técnico, e aparelho, sobre a acurácia
da mensuração (McLaren et al., 1991; Perkins et al., 1992ª; Herring et al., 1994),
20
pois a imprecisão da técnica poderia ter impactos mediante sua utilização como
critério de seleção de animais para reprodução.
Hedrick (1983) afirmou que a relação entre a espessura da gordura
subcutânea, a área do músculo Longissimus dorsi e a composição da carcaça,
medida por ultra-som no animal vivo, tem sido similar às relações entre as
mesmas medidas na carcaça. Rouse et al. (1992) também encontraram boas
correlações entre as medidas feitas por ultra-som e as feitas posteriormente na
carcaça. Entretanto, alguns trabalhos relataram correlações mais baixas entre
essas medidas (Ribeiro et al., 1999a, 1999b).
Tarouco et al., (2005) utilizaram 162 animais para determinar a exatidão
do ultrassom em estimar a espessura de gordura subcutânea e a área do músculo
Longissimus dorsi. Os coeficientes de correlação simples entre as características
medidas por ultra-som e da carcaça foram de 0,95 e 0,97, respectivamente.
Dados de vários autores indicam correlação superior a 0,90 para ambas
características (Perry et al., 1990; Bullock et al., 1991; Brethour 1992; Bergen
et al., 1996; Greiner et al., 2003).
Aferri et al (2005) trabalhando com novilho mestiços filhos de vacas
Simental X Nelore e touros Brangus, submetidos a dietas com 81% de
concentrado e cana-de-açúcar como volumoso exclusivo, observaram que os
animais apresentaram, em média 5,4 mm de gordura subcutânea e 68,4 cm
2
de
área de olho de lombo.
Suguisawa (2002) em experimento com mestiços Nelore X Angus,
Nelore X Canchim, Nelore X Simental, e Nelore puro, não observaram efeito do
grupo genético sobre a área de olho de lombo (71,97 cm
2
), enquanto que para a
espessura de gordura subcutânea, não foi observada diferença entre os animais
Nelore X Canchim, Nelore X Simental, e Nelore puro (4,42 mm), entretanto, os
animais Nelore X Angus, apresentaram valor superior para esta característica,
6,19 mm.
21
Segundo Wilson et al. (1999), em animais gordos (espessura de gordura
subcutânea superior a 12 mm), há maior dificuldade na obtenção de uma
imagem clara e de alta qualidade, diminuindo a precisão das medidas. Em
relação à área de olho de lombo, inúmeros trabalhos relatam que há uma
tendência de áreas musculares menores serem superestimadas e as maiores
serem subestimadas pela técnica da ultra-sonografia.
Dentre os vários fatores apontados como causas das diferenças entre as
medidas ultra-sonográficas e aquelas obtidas na carcaça, pode-se citar o método
de remoção do couro, que retira camada variável da camada de gordura da
carcaça, o método de suspensão da carcaça que provoca mudanças na sua
conformação, o desenvolvimento do rigor-mortis, mensuração inadequada da
área de olho de lombo, corte incorreto na secção da 12
a
-13
a
costelas e o
revestimento da camada de gordura da carcaça (Brethour et al., 1992, Perkins et
al., 1992; Robinson et al., 1992; Bergen et al., 1996, citados por Suguisawa
2002).
22
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34
CAPITULO II: CONSUMO ALIMENTAR E AVALIAÇÕES DAS
PREDIÇÕES PELOS SISTEMAS NRC (2000), CNCPS 5.0 E BR-CORTE
EM NOVILHOS NELORE E RED NORTE TERMINADOS EM
CONFINAMENTO
35
RESUMO
MACHADO NETO, Otávio Rodrigues. Consumo alimentar e avaliações das
predições pelos sistemas NRC, CNCPS e BR-CORTE, em novilhos Nelore e
Red Norte terminados em confinamento. In: ___ Consumo, desempenho e
características de carcaça de novilhos Nelore e Red Norte terminados em
confinamento e avaliação de sistemas de exigências nutricionais. 2008. Cap.
2, p. 34- 54. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Universidade Federal de
Lavras, Lavras.
Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar o consumo de matéria seca
(CMS) e dos nutrientes da dieta em novilhos Nelore e Red Norte terminados em
confinamento e comparar os valores observados com os preditos por meio dos
sistemas NRC (2000), CNCPS 5.0 e BR-CORTE. Utilizaram-se 41 novilhos de
dois grupos genéticos, sendo 19 Nelore com peso vivo inicial médio de 361±31
kg e 22 Red Norte com peso vivo inicial médio de 367±30 kg. No ínicio do
período de adaptação com duração de 28 dias, os animais foram pesados após
jejum alimentar de 16 horas e tratados contra endo e ecto parasitas. O período
experimental teve duração de 56 dias e além das pesagens, nestes períodos
foram realizadas as mensurações do consumo individual, por meio do uso dos
indicadores LIPE, óxido crômico e matéria seca indigestível (MSi). A
comparação entre os dados de consumo observados com aqueles preditos pelos
sistemas NRC (2000), CNCPS 5.0 e BR-CORTE foi feita por meio do teste t de
Student. Não houve diferença no CMS entre os grupos genéticos quando o
mesmo foi expresso em kg/dia. Quando o consumo foi expresso em
porcentagem do peso vivo (%PV) foi observado maior consumo (P<0,05) para a
raça Nelore (2,55 vs 2,39%, respectivamente) e quando expresso em g/kg PV
0,75
36
houve tendência (P=0,09) de maior consumo para a raça Nelore (115,05 vs 109
g/kg PV
0,75
). Em relação à avaliação das predições de consumo de matéria seca,
todos os sistemas avaliados apresentaram subpredições dessa característica.
37
ABSTRACT
MACHADO NETO, Otávio Rodrigues. Feed intake and evaluations of the
predictions of this characteristic for the systems NRC, CNCPS 5.0 and BR-
CORTE, in Nellore and Red Norte bulls finished in feedlot. In___ Intake,
performance and carcass traits of Nellore and Red Norte bulls finished in
feedlot and evaluation of nutritional requirements systems. 2008. Chap. 34-
54. Dissertation (Master in Zootecnia) – Federal University of Lavras, Lavras.
This research had a the objective to evaluate the dry matter intake (DMI)
and the nutrients consuption in Nellore and Red Norte steers finished in feedlot,
and to compare the actual and predicted values by NRC (2000), CNCPS 5.0 and
BR-CORTE. The trial was carried out in the Beef Cattle Facilities of Animal
Science Departament of the Lavras Federal University. Forty one steers, 19
Nellore and 22 Red Norte, with initial live weight of 361±31 kg and 367±30 kg,
respectively were used. The duration of experiment was of 112 days, with 28
days of adaptation and 84 experimental days. The animals were weighed in the
end of each period after 16 hours fasting. The dry matter intake was estimated
trough the LIPE, oxide chromic and indigestible dry matter (DMi) indicators.
The were not differences (P>0,05) for the Nellore and Red Norte DMI when it
was expressed in kg/day (10.66 vs 10.44).The systems avaliabled were not
efficient in the prediction of DMI by Nelore and Red Norte steers, where the
DMI actual was different of the predicted by NRC (2000), CNCPS 5.0 and BR-
CORTE.
38
1 INTRODUÇÃO
A resposta produtiva dos animais está em função do consumo,
digestibilidade e metabolismo dos nutrientes dietéticos. O entendimento dos
fatores que regulam a ingestão de matéria seca por ruminantes é uma busca
constante por parte dos nutricionistas, havendo várias teorias envolvidas na
explicação desta regulação. O consumo de matéria seca é de fundamental
importância na alimentação animal, porque dele vai depender a quantidade total
de nutrientes que o animal recebe para produção, saúde e reprodução (Coelho da
Silva, 2006). Em condições de confinamento, onde as dietas apresentam elevada
densidade calórica, a energia seria o fator limitante do consumo. Neste caso, as
exigências dos animais controlariam o consumo (Cabral et al., 2006).
Com estimativas precisas do consumo de matéria seca é possível
formular dietas mais eficientes e que atendam plenamente às exigências
nutricionais dos animais, evitando excesso ou falta de determinado nutriente,
que podem resultar em aumento dos custos de alimentação e da excreção de
nutrientes no ambiente, ou redução da produtividade do sistema de produção,
respectivamente.
Vários modelos para a predição do consumo de matéria seca por bovinos
têm sido desenvolvidos, sendo o NRC (2000) e o CNCPS 5.0 os mais utilizados
atualmente. Entretanto, estes modelos foram desenvolvidos em condições
diferentes das encontradas no Brasil, principalmente no que se refere às raças
utilizadas para a obtenção das equações de predição, além das características
climáticas.
Valadares Filho et al (2006a) afirmaram que as equações do NRC
(2000) são inadequadas para predizer o consumo de matéria seca de bovinos de
corte em confinamento quando alimentados em condições tropicais,
independentemente do grupo racial, taxa de ganho de peso e sexo.
39
Recentemente foi lançado o sistema BR-CORTE (Valadares Filho et al.,
2006a) que utilizou banco de dados e material genético representativo das
condições brasileiras, visando predizer com maior acurácia o consumo de
matéria seca para zebuínos e mestiços. Todavia, ainda há a necessidade de
validação das equações propostas por este sistema.
Para a validação das equações existe a necessidade de mensurar o
consumo individual dos animais. A mensuração do consumo individual de
matéria seca pode ser obtida de três formas: por meio do uso de sistemas
eletrônicos (Calan Gates ou Grow-Safe), que apresentam custo elevado de
implantação; uso de baias individuais, que apesar de ser eficaz, é alternativa
experimental que se mostra prejudicial às variáveis de desempenho animal e
alteração do padrão natural de consumo em grupo pelos bovinos (Valadares
Filho et a., 2006b); e o emprego de indicadores de consumo, que apresenta custo
compatível com a realidade brasileira e, além disso, simula as condições de
campo.
Os sistemas NRC (2000) e CNCPS 5.0 utilizam as mesmas equações
para predizer o consumo de matéria seca, sendo que estas equações apresentam
como variáveis o peso vivo médio metabólico e a concentração de energia
líquida de mantença da dieta. Entretanto, estes sistemas apresentam diferentes
fatores de ajuste para a predição do consumo, que levam em consideração a
temperatura, altura de lama, umidade relativa do ar, uso de ionóforos, implantes,
entre outros. As equações para predição do consumo do sistema BR-CORTE são
baseadas no ganho médio diário e no peso vivo médio, variáveis estas mais
fáceis de serem obtidas em condições práticas. Além disso, as equações
utilizadas para zebuínos e mestiços são diferentes.
Diante disso, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o consumo de
matéria seca e dos nutrientes por novilhos Nelore e Red Norte terminados em
40
confinamento, e avaliar as equações de predição do consumo dos sistemas NRC
(2000), CNCPS 5.0 e BR-CORTE.
2 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no Setor de Bovinocultura de Corte do
Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras. Foram
utilizados 41 novilhos de dois grupos genéticos, sendo: 19 Nelore, com peso
vivo inicial médio de 361±31 kg e 22 Red Norte, com peso vivo inicial médio de
367±30 kg. A idade inicial média de ambos grupos genéticos era de 20 meses.
Os animais foram confinados em baias coletivas com área de 30 m
2
por animal,
separados de acordo com o grupo genético. A instalação de confinamento
apresenta piso de terra compactado, área próxima ao comedouro em concreto e
divisórias feitas de arame liso. Os bebedouros coletivos localizam-se na
divisória de duas baias e o comedouro utilizado é do tipo vinilona, disposto
transversalmente na parte superior do curralete, com 70 cm para cada animal.
No início do período de adaptação, com duração de 28 dias, os animais
foram pesados após jejum de 16 horas e tratados contra ecto e endoparasitos.
Durante a adaptação foram alimentados à vontade com a mesma dieta do
período experimental.
O período experimental foi composto por dois períodos de 28 dias, onde
ao final de cada período foram realizadas as coletas de fezes, para posterior
análise dos indicadores e determinação da estimativa do consumo de matéria
seca.
A dieta foi balanceada para atender as exigências de acordo com o NRC
(2000) (Tabela 1) e foi fornecida ad libitum em forma de ração completa às 8h00
e 15h00, sendo as sobras coletadas na manhã seguinte e a quantidade ajustada a
cada dia para permitir sobras de 5%.
41
A cada 14 dias foram coletadas amostras dos ingredientes do
concentrado, do concentrado e da silagem. Estas amostras originaram uma
amostra composta que, após sofrerem pré-secagem em estufa de ventilação
forçada a 65°C por 72 horas, foram moídas em moinho com peneira de malha de
1 mm. Determinações de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína
bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra em detergente neutro corrigida para cinzas
e proteína (FDNcp) e fibra em detergente ácido (FDA) foram realizadas segundo
Silva & Queiroz (2002).
Tabela 1. Composição percentual de ingredientes e bromatológica da dieta
experimental.
Ingredientes Composição (%MS)
Silagem de milho 50,0
Milho integral moído 23,0
Polpa cítrica 11,5
Farelo de soja 10,0
Farelo de algodão 3,4
Uréia 0,5
Núcleo Mineral* 1,6
Nutrientes
Matéria Seca
1
47,7
Proteína Bruta
2
14,3
Fibra em Detergente Neutro (FDNcp)
2
30,1
Carboidratos não Fibrosos
2
47,9
Extrato Étereo
2
3,0
Nutrientes Digestíveis Totais
2,3
70,3
**Níveis de garantia por quilo do produto: Ca: 235g; P 45g; S 23g; Na: 80,18g; Zn: 2,38 mg;
Cu: 625 mg; Fe: 1,18 mg; Mn: 312 mg: Co: 32 mg; I: 41,6 mg; Se: 11,25mg; Vit.A: 70.000
UI;Vit. D3: 5.000 UI; Vit. E: 15 UI; Niacina: 3,33 mg. 1 - base da matéria natural; 2 - base da
matéria seca; 3 – calculado segundo o NRC (2001)
Os carboidratos não fibrosos (CNF) foram obtidos segundo Sniffen et al.
(1992). Como no presente experimento não foi realizado ensaio de
digestibilidade, o NDT foi calculado segundo o NRC (2001).
42
Para estimação da produção fecal utilizou-se o indicador LIPE®, numa
posologia de uma cápsula de 0,5 g/animal/dia (Saliba, 2005), durante os dias 24,
25 e 26 de cada período experimental.
As coletas de fezes foram feitas de acordo com o seguinte procedimento:
às 10h00 e 18h00 do dia 25, às 08h00 e 16h00 do dia 26 e às 06h00 e 14h00 do
dia 27. Estas amostras foram pré-secas em estufa com ventilação forçada a 65°C
por 72 horas e moídas em moinho com peneira de malha de 1 mm, sendo então
elaborada uma amostra composta por animal, em cada período, com base no
peso seco de cada coleta.
Para determinação do consumo de concentrado foi utilizado o óxido
crômico misturado ao concentrado na proporção de 10 g/animal/dia e fornecido
aos animais entre o 19
º
e 27
º
dia dos dois primeiros períodos experimentais. Para
o consumo do volumoso utilizou-se a MSi, obtida após 240 horas de incubação
ruminal, de acordo com a técnica descrita por Casali et al. (2008). Durante todos
os dias de fornecimento do óxido crômico foram coletadas amostras do
volumoso e concentrado.
Parte das amostras de fezes foi enviada à Escola de Veterinária da
Universidade Federal de Minas Gerais para a realização das análises do LIPE®
pelo método de Sarkanen & Ludwing (1971). As análises do cromo foram
realizadas de acordo como a técnica descrita por Savastano (1993).
As análises estatísticas para as variáveis de consumo foram realizadas
utilizando-se o teste F do procedimento GLM do software estatístico SAS
(1999).
Para avaliação dos sistemas NRC (2000), CNCPS 5.0 e BR-CORTE
todos os dados observados foram comparados com os dados preditos por meio
do teste t de student (SAS, 1999).
43
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Não houve diferença (P>0,05) no consumo de matéria seca (CMS) entre
os animais Nelore e Red Norte quando este foi expresso em kg/dia (Tabela 2).
Resultados semelhantes foram obtidos por Goulart (2006) que não observou
diferenças no consumo de matéria seca (10,74 kg/dia) de bovinos Nelore, ½
Canchim-Nelore e ½ Simental-Nelore. Experimentos realizados havia muitos
anos: Horrocks & Philips (1961) e Hunter & Siebert (1985) concluíram que não
existe diferença na ingestão de matéria seca entre zebuínos, taurinos e seus
mestiços.
Entretanto, outros experimentos têm verificado diferença quanto ao
CMS entre zebuínos, taurinos e mestiços. Frisch & Vercoe (1969) e Ledger et al.
(1970) mostraram que animais da raça Brahman e cruzados Brahman X raças
britânicas apresentam menor CMS que animais de raças britânicas puras.
Oliveira et al. (1994) observaram menor consumo para animais Nelore, em
relação à animais mestiços, quando alimentados com 30 ou 50% de concentrado.
Quando o consumo foi expresso em gramas por quilo de peso vivo
metabólico (g/kg PV
0,75
) foi observada tendência de maior consumo para os
animais da raça Nelore (P=0,09). Já, levando em consideração a porcentagem do
peso vivo (%PV), foi observada diferença entre os grupos genéticos (P<0,05),
com os animais da raça Nelore apresentando maior consumo que os animais da
raça Red Norte. O maior consumo em % PV para animais Nelore ocorreu porque
esses animais apresentavam menor peso vivo que aqueles da raça Red Norte no
período de obtenção do consumo, já que o ganho de peso diário dos mesmos foi
diferente (1,53 vs. 1,88 kg/dia, respectivamente). Segundo Forbes (1995), a
porcentagem de gordura corporal, que geralmente é maior em pesos maiores,
afeta a ingestão de alimentos, pois quanto mais gordura no animal, menor é o
seu consumo, já que o maior acúmulo de tecido adiposo na região abdominal
44
limita fisicamente a capacidade de acomodar o trato digestivo, minimizando
desta forma, o consumo. Além disso, possivelmente a leptina, produzida no
tecido adiposo está envolvida no controle do consumo.
Em relação ao consumo de volumoso e concentrado, para ambas as raças
foi observado que este se situou em torno da relação volumoso:concentrado da
dieta, evidenciando que não ocorreu seleção da ração pelos animais, o que era de
se esperar quando se trabalha com sobras de 5%.
O consumo de PB em kg/dia não foi diferente entre os grupos genéticos
estudados (P>0,05) (Tabela 3). O consumo de PB observado, de acordo com
Valadares Filho et al (2006) é suficiente para permitir ganhos de peso superiores
a 1,5 kg/dia.
Considerando a recomendação do NRC (2000) para animais com
aproximadamente 419 kg de peso vivo, o consumo de PB observado foi
suficiente para atender as exigências de proteína dos novilhos Nelore, uma vez
que o sistema preconiza para um ganho médio diário de 1,5 kg/dia um consumo
de 1,11 kg de PB/dia
45
TABELA 2. Média dos mínimos quadrados e respectivos erros padrões do
consumo de matéria seca (CMS) apresentados por novilhos Nelore e Red Norte
terminados em confinamento.
Item Raças
Nelore EP Red Norte EP P
CMS (kg/dia)
10,66 0,22 10,44 0,20 0,46
CMS (% PV)
2,55a 0,05 2,39b 0,05 0,05
CMS g/kg PV
0,75
115,05 2,36 109,40 2,19 0,09
CMS concentrado (kg/dia)
5,62 0,13 5,52 0,12 0,58
CMS forragem (kg/dia)
5,04 0,10 4,89 0,09 0,30
CMS concentrado (%MS)
52,71 0,50 52,78 0,47 0,92
CMS forragem (%MS)
47,32 0,54 46,97 0,50 0,64
Os valores nas linhas, seguidos de letra diferente, apresentam diferença significativa, pelo teste F
(P<0,05).
Para os animais Red Norte, com peso vivo médio de 436 kg, o NRC
(2000) preconiza, para um ganho de peso de 1,8 kg/dia, um consumo de PB
próximo a 1,15 kg/dia. Portanto os consumo observados foram suficientes para
atender as exigências protéicas de ganho de peso. De acordo com os resultados
obtidos é possível afirmar que o teor de PB da dieta utilizada no presente
experimento estava acima das exigências dos animais. De acordo o sistema BR-
CORTE, para animais com aproximadamente 400 kg de peso vivo, o teor
dietético de PB deveria ser de 13,7%. Já o sistema NRC (2000) preconiza para
animais com peso vivo em torno de 400 kg, um teor dietético de PB de
aproximadamente 10,7%. Os animais Nelore e Red Norte apresentaram um
consumo de NDT de 7,5 e 7,3 kg/dia, respectivamente. De acordo com o sistema
BR-CORTE, para animais de aproximadamente 400 kg as exigências totais
(mantença + ganho de peso) de NDT para permitir um ganho médio diário de
46
1,50 kg são de 6,18 kg de NDT para machos inteiros. Desta maneira o consumo
de NDT observado foi acima do preconizado pelo sistema.
O consumo de FDN em kg/dia não diferiu entre os grupos genéticos
(P>0,05), entretanto, quando o consumo foi expresso em porcentagem do peso
vivo houve diferença (P<0,05), assim como no CMS. De acordo com a equação
proposta por Detmann et al. (2003) para estimar o consumo de FDN por bovinos
em confinamento, em função da proporção de volumoso na dieta, o consumo
estimado de FDN seria de 3,78 kg e 3,93 kg/dia para novilhos Nelore e Red
Norte, respectivamente. O consumo de FDN de 0,73 e 0,68% do peso vivo para
Novilhos Nelore e Red Norte, sugere que o consumo de matéria seca foi
controlado pela demanda de energia, porque os níveis de consumo de FDN
foram inferiores ao valor de 1,2% do PV sugerido por Mertens (1992). Ribeiro
(2008), trabalhando com diferentes grupos genéticos zebuínos submetidos à
dieta com 70% de concentrado, observou consumo médio de FDN de 0,64% do
PV. O valor ligeiramente superior observado neste experimento pode ser
justificado pela menor proporção de concentrado utilizada neste experimento e
conseqüentemente, maior teor de FDN na dieta total.
47
TABELA 3.Médias dos mínimos quadrados e respectivos erros padrões
do consumo, em kg/dia, %PV, e g/kg PV
0,75
de proteína bruta (PB), fibra
em detergente neutro (FDNcp), e extrato etéreo (EE), apresentadas por
novilhos Nelore e Red Norte terminados em confinamento
Item Nelore EP Red Norte EP P
CPB (kg/dia)
1,36 0,03 1,34 0,03 0,46
CPB (%PV)
0,32a 0,01 0,31b 0,01 0,05
CPB (g/kg PV
0,75
)
14,68 0,33 14,04 0,31 0,09
CFDN(kg/dia)
3,06 0,06 2,98 0,06 0,46
CFDN(%PV)
0,73a 0,02 0,68b 0,01 0,05
CFDN(g/kg PV
0,75
)
33,04 0,71 31,23 0,66 0,09
CEE (kg/dia)
0,33 0,01 0,32 0,01 0,46
CEE (%PV)
0,08a 0,02 0,07b 0,01 0,05
CEE (g/kg PV
0,75
)
3,57 0,07 3,38 0,06 0,09
Os valores nas linhas, seguidos de mesma letra, não apresentam diferença significativa
pelo teste F (P>0,05). Kg/dia consumo em quilos por dia. %PV: consumo, em
porcentagem do peso vivo. g/kgPV
0,75
: consumo, em gramas por quilo de peso vivo
metabólico
O sistema NRC (2000) predisse o CMS por novilhos Nelore 17% menor
(Tabela 4). Gesualdi Júnior et al. (2001), trabalhando com novilhos Nelore
selecionados, observaram que este sistema predisse um consumo de matéria seca
10,8% menor. Para os animais da raça Red Norte, o NRC predisse um CMS
11,3% menor, valor este semelhante ao encontrado por Gesualdi Júnior et al.
(2001) para a raça Caracu, onde a predição do sistema foi 13,6% menor. Ribeiro
(2008), trabalhando com animais Nelore, Tabapuã e Guzerá, observou que o
sistema NRC (2000) foi adequado para predizer o consumo para novilhos Nelore
e Guzerá.
48
Tabela 4. Avaliação do consumo de matéria seca (CMS) observados e preditos
pelos sistemas NRC, CNCPS e BR-CORTE.
NRC (2000)
Grupo
genético
CMS observado
(kg/dia)
CMS predito
(kg/dia)
Menor Média Maior N Menor Média Maior
Nelore 9,10 10,66 12,40 19 7,65 8,85 9,61
Red Norte 8,50 10,44 12,40 22 7,98 9,26 9,87
CNCPS 5.0
Grupo
genético
CMS observado
(kg/dia)
CMS predito
(kg/dia)
Menor Média Maior N Menor Média Maior
Nelore 9,10 10,66 12,40 19 8,3 9,50 10,30
Red Norte 8,50 10,44 12,40 22 8,5 9,89 10,50
BR-CORTE
Grupo
genético
CMS observado
(kg/dia)
CMS predito
(kg/dia)
Menor Média Maior N Menor Média Maior
Nelore 9,10 10,66 12,40 19 7,83 9,66 11,02
Red Norte 8,50 10,44 12,40 22 8,20 9,54 10,63
*Valores não diferem estatisticamente dos valores preditos, pelo teste t-student (P>0,05).
Na avaliação do sistema CNCPS 5.0, a predição do CMS para a raça
Nelore foi 10,9% menor. Para a raça Red Norte, o CMS predito foi 5,30%
menor. Cappelle et al., (2001) observou predição do consumo de matéria seca
para bovinos mestiços, onde para animais ½ Nelore x Marchigiana, o consumo
predito foi 23% menor e para animais ½ Nelore x Limousin, 30% menor. Jorge
et al. (1993) trabalhando com bovinos Nelore, ½ Holandês x Nelore, observaram
49
que o sistema CNCPS predisse um consumo em 21% e 17% menor
respectivamente.
O sistema BR-CORTE apresentou predição do consumo para a raça
Nelore 9,4% menor. Estes valores diferem do relatado por Ribeiro (2008) que
observou adequada predição do CMS para novilhos Nelore e Guzerá. Para os
animais da raça Red Norte se observou uma predição do CMS 8,6% menor neste
sistema.
Todos os sistemas avaliados apresentaram menores diferenças entre
consumo observado e o predito para animais cruzados, o que sugere uma
tendência dos animais cruzados a apresentarem consumos mais próximos dos
preditos pelos sistemas.
O sistema BR-CORTE, dentre os sistemas avaliados, foi o que
apresentou a melhor predição de consumo para a raça Nelore, o que pode ser
justificado pelo fato de que foi desenvolvido em condições tropicais, com a
maioria dos animais utilizados sendo desta raça. As menores predições de
consumo pelos sistemas NRC (2000) e CNCPS 5.0 para a raça Nelore, podem
ter ocorrido porque estes sistemas foram baseados em experimentos com raças
britânicas, sendo os demais grupos genéticos avaliados por intermédio de fatores
de correção para exigências nutricionais em relação ao padrão pré-definido.
Além disso, segundo Gesualdi Júnior et al (2005), o ganho compensatório,
fenômeno muito comum em rebanhos de países de clima tropical e mais raro em
países de clima temperado, também pode contribuir para a ocorrência de
subpredições do ganho e do consumo médio esperado. Entretanto, a extensão do
ganho compensatório, se nulo, parcial ou completo é de difícil predição.
Os resultados deste experimento apresentaram respostas semelhantes ao
observado por outros autores (Souza, 1987; Galvão, 1991; Jorge, 1993; Jorge,
1997; Ferreira, 1997) que avaliaram os principais sistemas de exigências
nutricionais utilizados no Brasil e observaram que o consumo predito pelos
50
sistemas tendeu a ser inferior ao consumo observado. Segundo o NRC (2000) os
métodos descritos para predizer o CMS são planejados para fornecer uma
orientação geral, não existindo uma equação capaz de ser aplicada em todas as
situações de produção. De acordo com Valadares Filho et al. (2006a) o correto
seria desenvolver equações de predição de CMS específicas para determinada
situação de produção.
4 CONCLUSÕES
Os animais da raça Nelore apresentam consumo de matéria seca superior
aos da raça Red Norte. Os sistemas de exigências nutricionais NRC (2000),
CNCPS 5.0, BR-CORTE apresentaram sub predição do consumo de matéria
seca para os grupos genéticos Nelore e Red Norte.
51
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55
CAPÍTULO III: DESEMPENHO E CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA
DE NOVILHOS NELORE E RED NORTE TERMINADOS EM
CONFINAMENTO E AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE EXIGÊNCIAS
NUTRICIONAIS
56
RESUMO
MACHADO NETO, Otávio Rodrigues. Desempenho e características da carcaça
de novilhos Nelore e Red Norte terminados em confinamento e avaliação de
sistemas de exigências nutricionais. In:______. Consumo, desempenho,
características de carcaça de novilhos Nelore e Red Norte terminados em
confinamento e avaliação de sistemas de exigências nutricionais. 2008. Cap.
55- 76. Dissertação ( Mestrado em Zootecnia) – Universidade Federal de Lavras,
Lavras.
Objetivou-se com a realização deste trabalho, avaliar o ganho médio
diário (GMD) e as características de carcaça em novilhos Nelore e Red Norte,
terminados em confinamento e avaliar as predições do desempenho pelos
sistemas CNCPS 5.0, NRC (2000) e BR-CORTE. Utilizaram-se 41 novilhos de
dois grupos genéticos, sendo 19 da raça Nelore com peso vivo inicial médio de
361±31 kg e 22 Red Norte com peso vivo inicial médio de 367±30 kg. No ínicio
do período de adaptação com duração de 28 dias, os animais foram pesados após
jejum de 16 horas. O período experimental para avaliação do desempenho
animal foi composto por três períodos de 28 dias totalizando 84 dias destinados
ao cálculo das variáveis. Ao final de cada período, realizou-se a pesagem dos
animais também após jejum alimentar de 16 horas. O período experimental para
a avaliação dos sistemas teve duração de 56 dias, o que correspondeu aos dois
primeiros períodos experimentais. Além das pesagens, nestes períodos foram
obtidos os dados de consumo individual por meio do uso dos indicadores LIPE,
óxido crômico e MSi (matéria seca indigestível). As informações de área de olho
de lombo (AOL), espessura de gordura subcutânea (EGS) e espessura de gordura
na garupa (P8) foram determinadas in vivo através da técnica de ultra-
57
sonografia. Para a comparação dos valores preditos por meio dos sistemas NRC,
CNCPS 5.0 e BR-CORTE com os observados foi utilizado o teste t de Student.
A raça Red Norte apresentou ganho médio diário superior a raça Nelore (1,81 vs
1,43 kg/dia) durante os 84 dias do experimento (P<0,05). Os animais da raça
Red Norte apresentaram maior (P<0,05) AOL (75,41 cm
2
vs. 68,67 cm
2
) e
menor (P<0,05) rendimento de carcaça em relação aos da raça Nelore (53,8 vs.
57%). Não foi observada diferença entre os grupos genéticos (P>0,05) para
espessura de gordura subcutânea (EGS) e espessura de gordura na garupa (P8).
Ao utilizar os sistemas CNCPS 5.0 e NRC (2000) os menores valores de ganho
médio diário preditos foram com base na disponibilidade de energia. Utilizando-
se o sistema BR-CORTE os menores ganhos preditos foram baseados na
disponibilidade de proteína. Os sistemas NRC e CNCPS 5.0 foram eficientes
para a predição do GMD para a raça Nelore, entretanto não predisseram com
acurácia o GMD observado pelos animais da raça Red Norte. O Sistema BR-
CORTE não foi eficiente na predição do GMD para todos grupos genéticos
estudados.
58
ABSTRACT
MACHADO NETO, Otávio Rodrigues. Performance, carcass traits and
evaluation of systems of nutritional requirements, in Nellore and Red Norte bulls
finished in feedlot. In: ______. Intake, performance, carcass traits of Nellore
and Red Norte bulls finished in feedlot and evaluation of nutritional
requirements systems. 2008. Chap. 55-76. Dissertation (Master in Zootecnia) –
Universidade Federal de Lavras, Lavras.
This research has objective to determine the performance of Nellore and
Red Norte steers finished in feedlot and to evaluate the BR-CORTE, CNCPS 5.0
and NRC (2000) systems for prediction of these variable. The trial was carried
out in the Beef Cattle Facilities at Animal Science Departament of the Lavras
Federal University. Forty one steers: 19 Nellore and 22 Red Norte, with initial
weight of 361±31 kg and 367±30 kg, respectively were used. Forage:concentrate
diet, with relationship of 50:50, was offered ad libitum. The duration of
experiment was of 112 days, with 28 days of adaptation and 84 experimental
days, divided in three periods of 28 days. The animals were weighed in the end
of each period after 16 hours fasting. At the end of 84 days, ribe eye area (REA),
back fat thickness (BFT), and the fat thickness over Biceps femoris muscle
(FTBF) were determined through ultrasonography. The average daily gain was
different (P<0,05) between Nellore and Red Norte steers (1.43 vs 1.81 kg/day,
respectively). For the carcass traits, Red Norte steers showed high ribe eye area
that Nellore steers (75.41 cm
2
vs 68.67 cm
2
) and the carcass yield was high in
Nellore steers (57 vs. 53.8%). There were not differences (P>0,05) between
genetic group´s for back fat thickness and fat thickness over Biceps femoris. The
NRC (2000) and CNCPS 5.0 systems were efficient in the prediction of average
59
daily gain (ADG) by Nellore steers. However, the values predicts by BR-
CORTE for Nellore and Red Norte breeds, and by NRC (2000) and CNCPS 5.0
for Red Norte steers were different to actual values.
60
1 INTRODUÇÃO
Atualmente cresce no Brasil a necessidade de intensificação dos
sistemas de produção de bovinos de corte, uma vez que a concorrência com
outros produtos agropecuários e o aumento dos custos de produção, tem tornado
cada vez menores as margens de lucro. Diante disso, a otimização do
desempenho animal, por meio de genética e nutrição adequada e a interação
destes fatores, é necessária para que a atividade seja viável economicamente.
A prática do confinamento deve ser entendida como uma ferramenta de
manejo, auxiliando todos os sistemas de criação (cria, recria e engorda) e manejo
das pastagens, superando parte das dificuldades associadas à estacionalidade da
produção forrageira (Lanna & Almeida, 2005). Corroborando com essa idéia, de
acordo com Siqueira et al. (2007), para manter o mesmo número de animais
durante o período da seca em pastagens, seria necessário pelo menos o dobro da
área utilizada durante o período das águas.
Um dos fatores importantes a ser considerado no confinamento, é o
grupo genético a ser utilizado, visto que existem diferenças acentuadas no
desempenho entre raças, bem como na qualidade de carcaça e da carne (Restle et
al., 2000). Até o início dos anos 90, o grupo genético utilizado na produção
pecuária era altamente dependente da preferência do pecuarista (Restle et al.,
2005). No entanto, com a redução da lucratividade e a concorrência com outros
países produtores de carne bovina, o produtor passou a buscar animais mais
adequados ao seu sistema produtivo, que fossem mais eficientes em converter
alimento consumido em ganho de peso e que atendessem a demanda do mercado
(Barbosa, 2005). Segundo Alves et al (2005) a perda econômica anual associada
com a dureza da carne é equivalente a US$ 7,64 por animal ou US$ 217 milhões
para a indústria da carne bovina norte americana. Diante disso, a utilização do
61
cruzamento como componente do sistema de produção poderá levar a uma
melhoria na eficiência de produção e na da qualidade da carne bovina produzida
no Brasil.
A raça Nelore, entre todas as criadas pela pecuária de corte nacional, é a
que apresenta maior rebanho, sendo bastante utilizada também em diferentes
sistemas de cruzamento industrial. A raça Red Norte é oriunda de cruzamento
envolvendo quatro raças; Nelore ou Tabapuã, Red Angus e os dois cruzamentos
finais realizados com Santa Gertrudes, Senepol ou Caracu, em diferentes ordens.
A utilização deste esquema de cruzamento tem como objetivo manter altos
níveis de heterose nas sucessivas gerações, além da complementaridade, quando
raças geneticamente distantes são cruzadas.
Segundo Alencar (2004) existe a necessidade da reavaliação da
superioridade dos animais cruzados Europeu x Zebu em relação aos zebuínos
nas várias situações de manejo, pois nos últimos anos, verificou-se importante
melhoria genética do gado bovino de corte no Brasil, especialmente das raças
zebuínas.
Diante do exposto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o
desempenho e as características da carcaça de novilhos Nelore e Red Norte
terminados em confinamento. Além disso avaliaram-se as predições de
desempenho dos sistemas NRC (2000), CNCPS 5.0 e BR-CORTE.
2 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no Setor de Bovinocultura de Corte do
Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras. Foram
utilizados 41 novilhos com idade inicial média de 20 meses, de dois grupos
genéticos, sendo: 19 Nelore com peso vivo inicial médio de 361±31 kg e 22 Red
Norte com peso vivo inicial médio de 367±30 kg. Os animais foram confinados
62
em baias coletivas com área de 30 m
2
por animal, separados de acordo com o
grupo genético. A instalação de confinamento apresenta piso de terra
compactado, área próxima ao comedouro em concreto e divisórias feitas de
arame liso. Os bebedouros coletivos localizam-se na divisória de duas baias e o
comedouro utilizado é do tipo vinilona, disposto transversalmente na parte
superior do curralete, com 70 cm para cada animal.
No início do período de adaptação, com duração de 28 dias, os animais
foram pesados após jejum de 16 horas e tratados contra ecto e endoparasitos.
Durante a adaptação foram alimentados à vontade com a mesma dieta do
período experimental.
A cada 14 dias foram coletadas amostras dos ingredientes do
concentrado, do concentrado e da silagem. Estas amostras originaram uma
amostra composta que, após sofrerem pré-secagem em estufa de ventilação
forçada a 65°C por 72 horas, foram moídas em moinho com peneira de malha de
1 mm. Análises de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína bruta
(PB), extrato etéreo (EE), fibra em detergente neutro corrigida para cinzas e
proteína (FDNcp) e fibra em detergente ácido (FDA) foram realizadas segundo
Silva & Queiroz (2002).
O período experimental foi composto por três períodos de 28 dias,
totalizando 84 dias, onde ao final de cada período foi realizada a pesagem dos
animais, também após jejum de 16 horas.
A dieta foi balanceada para atender as exigências de acordo com o NRC
(2000), (Tabela 5) e foi fornecida ad libitum em forma de dieta completa às
8h00 e 15h00, sendo as sobras coletadas na manhã seguinte. A quantidade de
ração fornecida foi ajustada a cada dia para permitir sobras de 5%.
A composição bromatológica dos ingredientes da dieta se encontra na
Tabela 2. As frações de proteína e carboidratos utilizadas pelo sistema CNCPS
63
5.0 foram obtidas do banco de dados da Tabela Brasileira de Composição de
Alimentos para Bovinos (Valadares Filho et al., 2006a).
Os carboidratos não fibrosos (CNF) foram calculados por diferença,
conforme preconizado por Sniffen et al., (1992).
Tabela 5. Composição percentual de ingredientes e bromatológica da dieta
experimental
Ingredientes Composição (%MS)
Silagem de milho 50,0
Milho integral moído 23,0
Polpa cítrica 11,5
Farelo de soja 10,0
Farelo de algodão 3,4
Uréia 0,5
Núcleo Mineral * 1,6
Nutrientes
Matéria Seca
1
47,7
Proteína Bruta
2
14,3
Fibra em Detergente Neutro (FDNcp)
2
30,1
Carboidratos Não Fibrosos
2
47,9
Extrato Etéreo
2
3,0
Nutrientes Digestíveis Totais
2,3
70,3
*Ca: 235g; P 45g; S 23g; Na: 80,18g; Zn: 2,38 mg; Cu: 625 mg; Fe: 1,18 mg; Mn: 312 mg: Co: 32
mg; I: 41,6 mg; Se: 11,25mg; Vit.A: 70.000 UI;Vit. D3: 5.000 UI; Vit. E: 15 UI; Niacina: 3,33 mg
1 – base da matéria natural
2 - base da matéria seca
3 – calculado segundo o NRC (2001)
64
Tabela 6. Teores de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína bruta
(PB), fibra em detergente neutro corrigido para proteína e cinzas e proteína
(FDNcp), carboidratos não fibrosos (CNF) e extrato etéreo (EE) dos ingredientes
da dieta experimental
Nutrientes Silagem de
Milho
Milho
Moído
Polpa
Cítrica
Farelo de
Soja
Farelo de
Algodão
MS
1
34,46 88,66 90,05 87,26 87,84
MO
2
31,01 87,57 84,29 80,87 83,18
PB
2
7,88 8,31 7,53 46,20 28,73
FDNcp
2
46,8 10,29 18,26 12,11 31,13
CNF
2
38,32 77,50 64,77 32,60 34,21
EE
2
3,55 2,81 3,68 2,70 1,27
1-base da matéria natural
2-base da matéria seca
As informações referentes às características da carcaça foram obtidas
por meio de equipamento de ultra-som Aloka 500V (Corometrics Medical
System, Wallingford, CT), com um transdutor linear de 3,5 MHz. As medidas
para área de olho de lombo (Longissimus dorsi) e espessura de gordura foram
realizadas entre a 12
a
e 13
a
costelas. A espessura de gordura na garupa (P8) foi
mensurada na junção dos músculos Bíceps femoris e Gluteus médium.
As imagens foram digitalizadas e armazenadas por meio de um sistema
de captura de imagem (Blackbos, Biotronics, Ames, IA, USA). A digitalização
foi feita pelo software Image-J (National Institutes of Health, USA).
O abate dos animais foi realizado utilizando a técnica de concussão
cerebral e secção da veia jugular, realizando em seguida remoção do couro e
evisceração. As carcaças serão identificadas, lavadas, divididas em duas
65
metades, sendo estas pesadas individualmente e levadas à câmara fria, por
aproximadamente 24 horas, à temperatura de 1ºC. O rendimento de carcaça foi
obtido através da relação entre peso da carcaça quente e peso de abate.
O período para avaliação dos sistemas NRC (2000), CNCPS 5.0 e BR-
CORTE teve duração de 56 dias, que correspondeu aos dois primeiros períodos
experimentais. Isto ocorreu porque foram os períodos de mensuração do
consumo individual, por meio do uso de indicadores, variável necessária para
determinação das predições pelos sistemas.
Para estimação da produção fecal foi utilizado o indicador LIPE®, numa
posologia de uma cápsula de 0,5 g/animal/dia (Saliba, 2005), durante os dias 24,
25 e 26 do primeiro e segundo período experimental.
Para determinação do consumo de concentrado foi utilizado o óxido
crômico misturado ao concentrado, na proporção de 10 g/animal/dia e fornecido
aos animais entre o 19º e 27º dia dos dois primeiros períodos experimentais. Já
para o consumo do volumoso utilizou-se a MSi, obtida após 240 horas de
incubação ruminal, de acordo com a técnica descrita por Casali et al (2008). Os
cálculos dos consumos foram realizados segundo Valadares Filho et al (2006b).
As coletas de fezes foram feitas de acordo com o seguinte procedimento:
às 10h00 e 18h00 horas do dia 25, às 08h00 e 16h00 do dia 26 e às 06h00 e
14h00 do dia 27. Estas amostras foram pré-secas em estufa com ventilação
forcada a 65°C por 72 horas e moídas em moinho com peneira de malha de 1
mm, sendo então elaborada uma amostra composta por animal, em cada período.
Para a entrada dos dados referentes a cada animal nos sistemas NRC
(2000) e CNCPS 5.0, foi adotado o peso a maturidade de 540 kg para os animais
da raça Nelore, e 600 kg para os animais Red Norte. Para ambos, a condição
corporal estipulada foi cinco, com temperatura ambiente de 25º C e umidade
relativa do ar de 50%. Como as raças Senepol e Caracu não fazem parte dos
sistemas supracitados, as raças utilizadas como componentes do composto Red
66
Norte foram: Santa Gertrudis, Red Angus e Nelore. Apesar do Red Norte ser
formado a partir de quatro raças, os sistemas NRC (2000) e CNCPS 5.0 aceitam
apenas três raças para que as predições possam ser realizadas.
De acordo com os dados fornecidos aos sistemas referente à dieta e aos
animais, foi realizada a predição de ganho de peso em função da Energia
Metabolizável e da Proteína Metabolizável disponível, por meio de softwares
específicos. Para o sistema BR-CORTE foram utilizadas as equações
preconizadas na publicação, que foram inseridas em software de planilha
eletrônica, uma vez que não há software disponível para este sistema.
As análises estatísticas para a variável desempenho e as características
de carcaça foram realizadas utilizando-se o teste F do procedimento GLM do
pacote estatístico SAS (1999).
Para a avaliação dos valores preditos pelos sistemas NRC, CNCPS 5.0 e
BR-CORTE, com os observados, foi utilizado o teste t-student, utilizando o
software estatístico SAS (1999).
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os animais da raça Red Norte e Nelore apresentaram um GPD de 1,81
kg/dia e 1,43 kg/dia, respectivamente, durante os 84 dias de duração do
experimento (Tabela 3). A superioridade da raça Red Norte pode ser justificada
pela heterose decorrente dos cruzamentos que originaram a raça, e pela presença
de raças continentais, que apresentam elevada taxa de ganho de peso, na
composição desta raça. A teoria que suporta a existência do efeito heterótico
define que só haverá heterose quando houver diferença em freqüência gênica
entre as raças envolvidas no cruzamento e o efeito de dominância entre alelos
não for zero (Euclides Filho et al., 2002). Os mesmos autores também
67
observaram maiores GPD para animais cruzados ½ Caracu ¼ Angus ¼ Nelore
(1,25 kg/dia) e ½ Caracu ¼ Simental ¼ Nelore (1,15 kg/dia), em relação a
animais Nelore (1,00 kg/dia), submetidos a uma dieta de relação
volumoso:concentrado de 70:30. Igarasi et al. (2008), em experimento com
novilhos Nelore x Angus, observaram GPD de 1,58 kg/dia trabalhando com uma
dieta de relação volumoso:concentrado de 30:70. Goulart (2006), em
experimento com quatro grupos genéticos (Aberdeen Angus x Nelore, Simental
x Nelore, Canchim x Nelore e Nelore puro) observou ganho de peso superior
apenas para o grupamento Aberdeen Angus x Nelore, que submetido a uma dieta
com 40% de concentrado apresentaram GPD de 1,70 kg/dia, não tendo sido
observada diferença entre os demais grupos genéticos (1,50 kg/dia).
Em relação à eficiência alimentar houve diferença entre os grupos
genéticos (P<0,05) com os animais Red Norte tendo apresentado eficiência
alimentar de 0,180 e os da raça Nelore 0,143. Esta eficiência alimentar foi
calculada considerando o consumo de matéria seca mensurado com o uso de
indicadores nos dois primeiros períodos experimentais, e o GPD neste período.
Os animais da raça Red Norte apresentam maior peso à maturidade em relação
ao Nelore, dessa forma, a desaceleração do crescimento ocorre com maior peso.
A raça Red Norte apresenta maior peso a maturidade, pois em sua
composição existem raças de elevado peso adulto como Senepol e Caracu (lenta
taxa de maturação). Segundo vários autores existe uma correlação negativa entre
peso adulto e taxa de maturação (Taylor & Young, 1968; Taylor, 1989;
Tedeschi, 2000). A taxa de maturação descreve a velocidade com que o animal
atinge o seu peso adulto.
68
Tabela 7. Média dos mínimos quadrados e respectivos erros padrões do
ganho de peso médio diário (PGD) de novilhos Nelore e Red Norte
terminados em confinamento
Variáveis
Raças
Nelore EP Red Norte EP P
GPD (0-28 dias)
1,39a 0,102 1,85b 0,095 <0,01
GPD (0-56 dias)
1,55a 0,068 1,88b 0,071 <0,01
GPD (0-84 dias)
1,43a 0,050 1,81b 0,060 <0,01
Peso inicial
361a 6,53 367a 6,28 0,76
Peso final
482a 8,66 519b 8,11 <0,01
*Média seguidas de letras diferentes, nas linhas, são diferentes pelo teste F (P<0,05).
O rendimento de carcaça (RC) foi maior para a raça Nelore (P<0,01),
(Tabela 4) o que ocorre devido ao baixo peso relativo de patas, cabeça, couro e
menor tamanho de trato digestivo. Estes resultados estão de acordo com o
encontrado na literatura (Lorenzoni et al.,1986; Perón et al., 1993; Jorge, 1993).
Observou-se diferença significativa na área de olho de lombo (AOL)
(P<0,05) mensurada nos animais Red Norte (75,41 cm
2
),
em relação aos Nelore
(68,67 cm
2
). Os resultados obtidos neste experimento estão de acordo com
Alencar & Packer (2003), os quais afirmaram que novilhos cruzados tendem a
apresentar maior AOL que zebuínos puros. A literatura indica que quanto maior
a AOL, maior será o rendimento da carcaça em cortes de maior valor comercial.
Para a raça Red Norte, os resultados obtidos para a AOL, associado ao elevado
GPD, sugere que estes animais ainda se encontravam em fase de deposição de
tecido muscular e que, conseqüentemente, ainda não havia iniciado a fase de
maior deposição de gordura, uma vez que, segundo a literatura, são
características antagônicas. Segundo Owens (1995) ganhos mais rápidos de peso
69
estão relacionados a altas taxas de ganho em proteína para animais em
confinamento.
Tabela 8. Média dos mínimos quadrados e respectivos erros padrões
da média para características de carcaça de novilhos Nelore e Red
Norte terminados em confinamento.
Variáveis Raças EP EP P
Nelore Red Norte
RC (%)
57a 53,8b 0,40 0,40 0,01
AOL (cm
2
)
68,67a 75,41b 2,11 2,11 0,03
P8 (mm)
5,73 5,88 0,46 0,46 0,82
EGS
4,01 4,14 0,27 0,27 0,73
*Médias seguidas de letras diferentes, na linha, são diferentes pelo teste F(P<0,05).
Ambos os grupos genéticos apresentaram teor de gordura mínimo para
que não ocorressem efeitos prejudicais durante o resfriamento da carcaça.
Segundo Muller (1980) e Lucchiari Filho (2000) a espessura de gordura
subcutânea desejável para uma boa conservação da carcaça deve ser de no
mínimo 3 mm. A falta de gordura de cobertura faz com que a carcaça dos
bovinos, durante o resfriamento, desenvolva escurecimento da parte externa dos
músculos, prejudicando o seu aspecto, além de encurtamento das fibras, que
prejudica a maciez, depreciando o valor comercial.
Resultados semelhantes ao deste experimento foram obtidos por Goulart
(2006), que não observou diferenças no teor de gordura subcutânea nos grupos
genéticos Nelore, Simental x Nelore e Canchim x Nelore, tendo obtido também
valores próximos a 4 mm. Putrino et al (2002), em experimento onde os animais
foram submetidos a dieta com 60% de concentrado, chegaram a observar teor de
gordura subcutânea de 7,58 mm.
Não foi observada diferença significativa (P>0,05) para a espessura de
gordura na garupa (P8) entre os grupos genéticos estudados. A deposição de
70
gordura ocorre primeiramente nessa região, e avança em direção à coluna
vertebral (Silva, 2002). De acordo com Sainz et al (2003) a deposição de
gordura nessa região é menos sensível às características da dieta quando
comparada à espessura de gordura subcutânea mensurada entre a 12ª e 1
costelas. Os animais da raça Red Norte no momento da mensuração por ultra-
som, apresentavam um peso vivo superior (P<0,01) aos animais Nelore (519 e
482 kg, respectivamente) e espessura de gordura semelhante, o que sugere que
estes animais se encontravam na fase ascendente da curva de crescimento,
caracterizada por maiores acréscimos de tecido muscular em detrimento ao
tecido adiposo. Este resultado também justifica o maior ganho de peso dos
animais da raça Red Norte, uma vez que segundo Lanna et al., (2004) a
deposição de tecido muscular é mais eficiente que a deposição de tecido
adiposo, principalmente devido à deposição de água associada ao músculo. O
tecido adiposo por sua característica hidrofóbica, não apresenta esta deposição
associada.
Os sistemas NRC (2000) e CNCPS 5.0 foram eficientes na predição do
desempenho animal (Tabela 5). Entretanto o sistema BR-CORTE apesar de ter
sido desenvolvido em condições nacionais, apresentou predição elevada para o
GPD para bovinos Nelore e subestimou o ganho para a raça Red Norte. Gesualdi
Júnior et al. (2005), trabalhando com a validação dos sistemas NRC (2000) e
CNCPS 5.0, observaram que o sistema NRC não foi eficiente para predizer o
desempenho, enquanto observaram boa predição do GPD com a utilização do
CNCPS 5.0. Lanna et al., (1994) comparando a predição do CNCPS 3.0 e do
NRC (1984), para animais zebuínos observaram que o GPD foi subestimado em
7 e 14%, respectivamente. Ribeiro (2008), trabalhando com diferentes grupos
genéticos zebuínos observou que o sistema NRC (2000) foi eficiente em
predizer o desempenho da raça Nelore, assim como o sistema CNCPS 5.0 e o
BR-CORTE.
71
Tabela 9. Valores de GMD observados nos dois primeiros períodos
experimentais e os preditos pelas equações do NRC (2000), CNCPS 5.0 e BR-
CORTE para novilhos Nelore e Red Norte
NRC (2000)
Grupo
genético
GPD observado
(kg/dia)
GPD predito (kg/dia)
E
disponível
LI Média LS N LI Média LS
Nelore 1,05 1,53* 2,25 19 1,01 1,53* 2,10
Red Norte 0,96 1,88 2,38 22 1,08 1,50 1,87
CNCPS 5.0
Grupo
genético
GPD observado
(kg/dia)
GPD predito (kg/dia)
E
disponível
LI Média LS N LI Média LS
Nelore 1,05 1,53* 2,25 19 1,19 1,69* 2,22
Red Norte 0,96 1,88 2,38 22 1,27 1,67 2,01
BR-CORTE
Grupo
genético
GPD observado
(kg/dia)
GPD predito (kg/dia)
P
disponível
LI Média LS N LI Média LS
Nelore 1,05 1,53 2,25 19 1,42 1,82 2,35
Red Norte 1,22 1,88 2,38 22 1,22 1,72 2,16
*Valores não diferem estatisticamente entre si (P>0,05) pelo teste t-student.
A alta predição do GPD para a raça Nelore pelo sistema BR-CORTE
pode ser resultado do fato de que este sistema considera que zebuínos
apresentam exigências de energia para mantença 20% inferior aos animais
taurinos. Dessa forma, haveria maior disponibilidade de energia para as funções
produtivas, resultando em maior GPD quando este sistema é utilizado. O sistema
BR-CORTE predisse um GPD dos animais da raça Nelore 18,95% maior.
72
Nenhum sistema foi capaz de predizer com acurácia o desempenho de
novilhos Red Norte. O sistema CNCPS apresentou a predição para o GPD dessa
raça 12,2% menor, o sistema NRC 21% menor e o BR-CORTE 8,52% menor.
Observa-se que os sistemas NRC (2000) e CNCPS 5.0 predizem valores
de GPD para os animais cruzados (Red Norte) pouco inferiores aos valores
preditos para os animais da raça Nelore. A menor predição para o Red Norte no
sistema BR-CORTE ocorreu porque estes animais apresentaram menor consumo
de matéria seca.
4 CONCLUSÕES
Animais da raça Red Norte apresentam GPD superior aos da raça Nelore,
quando submetidos ao confinamento. A raça Red Norte apresenta carcaça com
área de olho de lombo superior à raça Nelore. Entretanto, esta última apresenta
maior rendimento de carcaça.
Os sistemas NRC (2000) e CNCPS 5.0 foram eficientes em predizer o
desempenho dos animais da raça Nelore, enquanto que o sistema BR-CORTE
não o foi. Nenhum sistema foi capaz de predizer com acurácia o desempenho
dos animais Red Norte.
73
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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