Download PDF
ads:
MARIA ANILDA DOS SANTOS ARAÚJO
CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE ESPÉCIES DE
CANDIDA ISOLADAS DE PORTADORES DE AIDS E DE
PORTADORES DE CÂNCER ATENDIDOS EM
HOSPITAIS-ESCOLA DE MACEIÓ-ALAGOAS, BRASIL
RECIFE – PE
2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
MARIA ANILDA DOS SANTOS ARAÚJO
CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE ESPÉCIES DE CANDIDA
ISOLADAS DE PORTADORES DE AIDS E DE PORTADORES DE
CÂNCER ATENDIDOS EM HOSPITAIS-ESCOLA DE MACEIÓ-
ALAGOAS, BRASIL
Tese de doutorado apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Biologia de Fungos do
Departamento de Micologia da Universidade
Federal de Pernambuco, como parte dos
requisitos para obtenção do título de Doutor.
ORIENTADORA:
Profª. Dra. Lusinete Aciole de Queiroz
Departamento de Micologia – CCB/UFPE
CO-ORIENTADOR:
Profº. Dr. Eurípedes Alves da Silva Filho
Setor de Genética, Biologia Celular e
Molecular do Instituto de Ciência Biológicas e
da Saúde – ICBS/UFAL
RECIFE – PE
2006
ads:
Araújo, Maria Anilda dos Santos
Caracterização molecular de espécies de Candida isoladas
de portadores de AIDS e de portadores de Câncer atendidos
em Hospitais-Escola de Maceió, Alagoas / Maria Anilda dos
Santos Araújo. – Recife: O Autor, 2006.
115folhas: il., fig., tab.
Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Pernambuco. CCB.
Pós-Graduação em Biologia de Fungos, 2006.
Inclui Bibliografia e anexos
1. Biologia de fungos – Micologia médica. 2. Leveduras -
Candida spp. – Isolamento e identificação. 3. Caracterização
molecular – Marcadores moleculares, ITS (Internal Space
Transcribe), Calb 1 e Calb 2, (GTG)
5
. 4. Pacientes portadores
de AIDS e de Câncer – Investigação de Candida spp. –
Secreção de orofaringe, sangue e urina. I. Título.
582.282. CDU (2.ed.) UFPE
579.562 CDD (22.ed.) BC2006-467
“Tudo que você pensa e acredita é realizável. Tudo o que uma pessoa pode
desejar, pode conseguir. Os seus pensamentos, portanto, fazem a sua vida”.
Lauro Trevisan
OFEREÇO
A Deus por ter me dado força e
coragem para não desanimar
diante dos obstáculos.
Aos meus pais, Conceição e
Anísio, por me incentivarem, por me
ajudarem nos momentos mais
difíceis, por serem exemplos na minha
vida, pela força, coragem e apoio
constantes.
O meu muito obrigada!
Amo vocês
DEDICO
Ao meu filho Maharishy, por não ter me esquecido quando precisei me
ausentar, pois a cada retorno demonstrava através de um sorriso, beijo e
abraço que estávamos cada dia mais juntinhos. Também ao meu esposo
Samarone por ter assumido as responsabilidades durante minha ausência,
por ter sido pai e mãe para nosso filho, por estarmos juntos em mais uma
caminhada, fortalecendo ainda mais nossa união.
AMO demais VOCÊS
AGRADECIMENTOS
À Universidade Federal de Pernambuco, através de Centro
Ciências Biológicas-CCB pela oportunidade de cursar esta Pós-Graduação e
aumentar meus conhecimentos;
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), pela concessão de bolsa de estudo durante a realização
do Doutorado em Biologia de Fungos;
À Profª. Dra. Leonor Costa Maia por seu grande desempenho na
Coordenação da Pós-graduação em Biologia de Fungos e por seu apoio
durante todo o curso;
À Profª. Dra. Luzinete Aciole de Queiroz pela orientação,
ensinamentos e por ter acreditado em mim, pela amizade e carinho
demonstrados nos momentos mais difíceis;
Ao Prof. Dr. Euripedes Alves da Silva Filho pela co-orientação,
pela ajuda e incentivo de mudança do projeto, dando o suporte necessário para
concluir o trabalho e por ser um amigo imprescindível durante este percurso;
Ao Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes e Hospital Escola
Dr. Hélvio Auto pelo acesso e colaboração de pessoal qualificado para
realização das coletas de amostras clínicas nos pacientes, como também a
todos os funcionários que auxiliaram de forma direta ou indireta para realização
deste trabalho;
Aos pacientes portadores de AIDS e portadores de Câncer que se
dispuseram em colaborar com esta pesquisa, permitindo que fossem coletadas
as amostras clinicas;
À Profª. Dra. Norma Suely Sobral da Silveira pela amizade,
incentivo constante, exemplo de profissionalismo e pela transmissão de
conhecimentos;
A professora Élica Amara Cecília Guedes por ter sido a pessoa
certa encontrada na hora certa, pela amizade desde quando eu era aluna de
Graduação do Curso de Biologia da UFAL e pela ajuda constante durante toda
a realização deste curso;
À Universidade Federal de Alagoas, Instituto de Ciências
Biológicas e da Saúde e Departamento de Botânica por ter cedido espaço
físico e alguns materiais para desenvolvimento deste trabalho de tese;
Às estagiarias Kátia Simone dos Santos, Geone Pimentel, Leide
Daiana P. Paiva, Paola Zucoli e Aryanna Kelly P. Souza pela ajuda durante a
realização das coletas;
À minha amiga Elvira Maria Bezerra de Alencar por sua sincera
amizade, garra, força, companheirismo e por seus conselhos valiosos;
À Bereneuza Valente Brasileiro pela grande ajuda durante a
realização deste trabalho, pela força e incentivo constantes;
Às Professoras Rejane Pereira Neves e Oliane Magalhães por
seu incentivo e ensinamentos;
Ao Prof. Dr. Marcos Morais pela permissão ao acesso no
Laboratório de Genética para realização de algumas atividades relacionadas a
tese;
Aos estagiários do Laboratório de genética: Alecsandra, Meiriana
e Rafael pela amizade, apoio e ajuda durante a realização das atividades de
biologia molecular;
Aos meus irmãos Anilson, Adjane e Adenilson pelo carinho e
sincera amizade;
A todos os professores do Departamento de Micologia pelos
ensinamentos;
E a todos que direta e indiretamente contribuíram para realização
deste trabalho o meu muito obrigado.
RESUMO
Foi realizada a caracterização molecular de espécies de Candida
isoladas de espécimens clínicos de pacientes portadores de AIDS e de
portadores de Câncer atendidos em Hospitais-Escola de Maceió-Alagoas;
também foi verificada a diversidade genética em níveis específicos e
intraespecífico das leveduras isoladas. Foram coletadas amostras de sangue,
secreção da orofaringe e urina de pacientes portadores de AIDS atendidos no
setor de Infectologia do Hospital Dia – HUPAA/UFAL e no Hospital Escola Dr.
Hélvio Auto, como também de pacientes portadores de câncer atendidos no
Setor de Oncologia do Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes/UFAL,
sendo analisado 405 amostras clínicas. Após isolamento, as leveduras foram
purificadas e identificadas. Entre 135 pacientes analisados foi observada uma
ocorrência de 35% de isolados de leveduras, sendo a secreção de orofaringe o
espécimen clínico do qual houve prevalência (78%), seguido de urina (22%).
Entre as espécies de maior ocorrência está Candida albicans (63%), seguida
de C. glabrata (22%), C. guilliermondii (18%), C. parapsilosis (14%) e C.
tropicalis (8%). Posteriormente, foi realizada a caracterização molecular das
espécies de leveduras, pela análise dos produtos de PCR amplificados com
iniciador para a região ITS do rDNA, de ISSR (GTG)
5
e com iniciadores
espécie-espécificos CALB1 e CALB2 para C. albicans. Os marcadores
moleculares utilizados mostraram-se eficientes, reprodutíveis e auxiliaram na
identificação convencional constituindo-se em ferramentas apropriadas para
caracterização genética entre espécies de Candida.
Palavras chave: Candida spp, AIDS, Câncer, Caracterização molecular.
ABSTRACT
It was accomplished the molecular characterization of species of
Candida isolated from clinical specimens of patients bearers of AIDS and
Cancer assisted in School Hospitals of Maceió-Alagoas, It was also verified the
genetic diversity in specific and intraspecific levels of the isolated yeasts. It was
collected samples of blood, oropharygeal secretion and urine from patients
bearers of AIDS assisted in the infectology section of the Hospital Dia -
HUPAA/UFAL and in the Hospital Escola Dr. Hélvio Auto, as well as from
patients bearers of cancer assisted in the section of oncology of the Hospital
Universitário Dr. Alberto Antunes/UFAL, being analyzed 405 clinical samples.
After isolation, the yeasts were purified and identified. Among 135 patients
analyzed, it was observed an occurrence of 35% of isolated of yeasts, being the
oropharygeal secretion the clinical specimen which presented prevalence
(78%), followed by urine (22%). The Candida albicans is among the species of
larger occurrence (63%), followed by C. glabrata (22%), C. guilliermondii (18%),
C. parapsilosis (14%) and C. tropicalis (8%). Later, it was accomplished the
molecular characterization of the species, by the analysis of the products of
PCR amplified with initiator for the ITS area of the rDNA, of ISSR (GTG)5 and
with specific-species initiator CALB1 and CALB2 for C. albicans. The used
molecular markers were efficient, reproductive and they helped in the
conventional identification being constituted in appropriate tools for genetic
characterization among species of Candida.
Key Words: Candida spp, AIDS, Cancer, Molecular Characterization
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
PÁGINAS
1. INTRODUÇÃO GERAL....................................................................... 13
1.1 Pacientes Imunocomprometidos........................................................
13
1.2 AIDS...................................................................................................
14
1.3 Câncer……………………………………………………………………..
15
1.4 Leveduras..........................................................................................
16
1.5 Identificação de Leveduras................................................................
20
1.6 Caracterização molecular..................................................................
21
2. MATERIAL E MÉTODOS.................................................................... 26
2.1. Pacientes..........................................................................................
26
2.2. Coleta de Espécimens Clínicos........................................................
26
2.3. Processamento das Amostras Clínicas............................................
26
2.3.1. Exame Direto.................................................................................
26
2.3.2. Obtenção de Cultura......................................................................
27
2.3.3. Purificação e Identificação.............................................................
27
2.4. Análise Molecular das Amostras de Leveduras................................
27
2.4.1. Obtenção de Massa Celular...........................................................
27
2.4.2. Extração do DNA Nuclear..............................................................
28
2.4.3. Quantificação do DNA....................................................................
28
2.4.4. Amplificação do DNA ....................................................................
28
2.4.5. Região ITS do DNA Ribossomal....................................................
29
2.4.6. ISSR - Inter Simple Sequence Repeats.........................................
29
2.4.7. Amplificação com Iniciadores CALB 1 e CALB 2...........................
31
2.4.8. Análise Estatística..........................................................................
31
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................... 32
4. ARTIGO............................................................................................... 41
4.1 CANDIDA SPP ISOLADAS DE SECREÇÃO DA OROFARINGE
DE PACIENTES PORTADORES DE AIDS ANTENDIDOS EM
HOSPITAIS-ESCOLA DE MACEIÓ, ALAGOAS, BRASIL.....................
41
4.2 ESPÉCIES DE CANDIDA ISOLADAS DE PACIENTES
PORTADORES DE CÂNCER ATENDIDOS NO HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO DE MACEIÓ, ALAGOAS, BRASIL............................
61
4.3 IDENTIFICAÇÃO POR PCR DE ESPÉCIES DE CANDIDA
ISOLADAS DE PORTADORES DE AIDS E DE PORTADORES DE
CÂNCER ATENDIDOS EM HOSPITAIS-ESCOLA DE MACEIÓ,
ALAGOAS, BRASIL................................................................................
75
5. CONCLUSÕES GERAIS..................................................................... 105
6. ANEXOS.............................................................................................. 106
6.1. Ficha do Paciente.............................................................................
106
6.2. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido..................................
108
6.3. Registro no Comitê de Ética.............................................................
110
6.4. Instruções para Redação de Artigos.................................................
111
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
13
1. INTRODUÇÃO GERAL
1.1 Pacientes Imunocomprometidos
Pacientes imunocomprometidos são susceptíveis a diversas
infecções; entretanto, os fungos causadores de micoses, raramente provocam
infecções sistêmicas em indivíduos imunocompetentes. A detecção de
estruturas fúngicas em qualquer parte do organismo revela grande potencial
patológico, uma vez que a colonização pode preceder à micose invasiva
(LACAZ; MACHADO, 2000).
As infecções fúngicas tornam-se cada vez mais freqüentes e
surgem como um problema particularmente significativo em pacientes
imunocomprometidos. Diversos fungos, presentes no meio ambiente ou
integrante da microbiota própria do homem, podem em determinadas
oportunidades passar de sapróbios a patogênicos, provocando quadros clínicos
variáveis, desde processos febris benignos, a fungemias, algumas vezes fatais,
se não forem diagnosticadas e tratadas precocemente (LACAZ et al., 2002).
Entre as principais infecções fúngicas oportunistas que ocorrem
em pacientes imunocomprometidos estão incluídas candidíase, criptococose,
histoplasmose, aspergilose, paracoccidioimicose, entre outras (LACAZ;
MACHADO, 2000; PORRO; YOSHIOKA, 2000). O principal motivo pelo qual os
fungos invadem os tecidos humanos está na incapacidade imunológica do
hospedeiro em vencer a invasão do fungo (BRANCHINI, 2002; AZULAY et al.,
1989).
Na determinação de fatores predisponentes que indiquem a
instalação de doenças fúngicas em pacientes imunocomprometidos, são
considerados fatores importantes à terapia das doenças adjacentes resultando
na disfunção do sistema imunológico desses indivíduos (RAJENDRAN et al.,
1992; SIDRIM; ROCHA, 2004). A administração de antibióticos de amplo
espectro, a utilização de cateteres intravenosos, o uso de nutrição parenteral, a
neutropenia, a permanência em unidades de terapia intensiva e as
intervenções cirúrgicas são outros fatores predisponentes que freqüentemente
se associam a um processo infeccioso (OLIVEIRA, 1997; HOOVER et al.,
1997).
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
14
1.2 AIDS
O Vírus da Imunodeficiência Adquirida - HIV é um retrovírus com
genoma de RNA, da família Retroviridae (retrovírus) e subfamília Lentivirinae.
Pertence ao grupo dos vírus citopáticos e não-oncogênicos que se
caracterizam por possuir uma enzima denominada transcriptase reversa,
responsável pela transcrição do RNA viral para uma cópia de DNA, que
poderá, então integrar-se ao genoma do hospedeiro (TORTORA et al., 2005).
Este vírus é caracterizado por produzir alterações nos
mecanismos de defesa da imunidade (DOLANDE et al., 2002), que no estágio
avançado da infecção leva a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS);
porém o paciente HIV-positivo só é considerado acometido por AIDS quando
apresenta contagem CD4+ abaixo de 350céls/mm
3
(EYESSON et al., 2002),
quando a carga viral apresenta-se acima de 10.000 cópias de RNA viral/mL
(MATTOS et al. 2004) e se estiverem classificados no grupo IV, segundo a
classificação do Center Disease Control – CDC, ou se somarem 10 pontos no
critério de pontuação da Organização Panamericana de Saúde – OPAS e da
Organização Mundial de Saúde (BRASIL, 2004).
A AIDS no Brasil foi identificada em 1980, a qual se manteve
restrita em São Paulo e Rio de Janeiro. Em 1985, observaram-se casos por
todo país, sendo que até junho de 2005 foram notificados 371.827 casos de
AIDS, destes 251.851 homens e 118.842 mulheres. Na região Nordeste foi
registrado 38.837 casos para o total de casos de AIDS no Brasil desde o início
da epidemia; no estado de Alagoas em 2005 foram notificados 64 novos casos,
totalizando 1.968 casos no Estado (BRASIL, 2005).
A síndrome da imunodeficiência adquirida - AIDS apresenta-se
como uma das principais causas de morte prematura, constituindo desta forma
um importante problema de saúde pública. A mortalidade de pacientes com
AIDS está em grande parte relacionada a infecções oportunistas graves
(SANTO et al., 2000).
Em relação às doenças associadas a AIDS que demonstram
condições marcadoras da progressão clínica, podemos destacar: 1. Sarcoma
de Kaposi; 2. Tuberculose; 3. Candidíase; 4. Herpes zoster ou simples; 5.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
15
Criptococose extra-pulmonar; 6. Pneumonia por Pneumocystis carinii; 7.
Toxoplasmose cerebral; 8. Infecções por Criptosporidium (GUIMARÃES, 2000).
Associação entre candidíase bucal e AIDS tem sido considerada
como um dos sinais iniciais da infecção pelo vírus HIV. Na infecção por este
vírus ocorrem alterações em glândulas salivares, no número de proteínas
antimicrobianas e de determinados eletrólitos na saliva. Infecções severas por
Candida foram correlacionadas com deficiências do sistema imune,
particularmente das células T, observadas na infecção pelo HIV (WRAY et al.,
1990; PHILIP et al., 1991).
A terapia de doenças causadas pelo vírus da imunodeficiência
adquirida é principalmente direcionada para a inibição específica da replicação
desses microorganismos retardando a progressão da imunodeficiência e/ou
restaurando a imunidade, melhorando a qualidade e aumentando o tempo de
vida dos infectados. A introdução da terapia anti-retoviral potente, é composta
por três ou mais drogas combinadas, em substituição à monoterapia, constitui
um grande avanço na luta contra a infecção pelo HIV (MATTOS et al., 2004).
1.3 Câncer
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças
que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que
invadem os tecidos e órgãos, podendo causar metástase para outras regiões
do corpo. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito
agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de
células cancerosas) ou neoplasias malignas (BRASIL, 2005).
Indubitavelmente o câncer é um problema de saúde pública no
Brasil, constituindo a segunda causa de morte por doença no país. Nas últimas
décadas, o registro de câncer no Brasil, tem mostrado crescentes os casos
desta patologia, ressaltando a importância da doença e seu impacto social e
econômico (BITTENCOURT et al., 2004).
Em relação a ocorrência de infecções fúngicas em portadores de
câncer, podemos destacar os pacientes que apresentam leucemia, linfomas e
tumores sólidos, sendo a candidíase e aspergilose as micoses mais
comumente diagnosticadas (BODEY et al., 1992). Outro fator importante em
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
16
pacientes leucêmicos, é a deficiência na integridade de barreira anatômica da
pele e de membranas mucosas, na imunidade celular específica dos linfócitos
T e inespecífica dos fagócitos que predispõem de maneira significante estes
pacientes (LACAZ; MACHADO, 2000).
A granulocitopenia severa e prolongada é o fator mais importante
para o desenvolvimento de infecção fúngica disseminada em pacientes com
neoplasias malignas. Adicionalmente, a emergência dessas infecções tem sido
associada à utilização de novos regimes de antibióticos empíricos, durante
episódio de prolongada granulocitopenia, secundariamente ao tratamento
quimioterápico mais intensivo (NUCCI et al., 1995; NUCCI et al., 1998). Os
fungos mais comumente relacionados com infecção em pacientes com câncer
pertencem aos gêneros Candida, Aspergillus, Mucor, Cryptococcus e,
ocasionalmente, Histoplasma, Trichosporon, Fusarium e Pneumocystis
(OLIVEIRA, 1997).
Alterações como líquen plano, leucoplasias e hiperqueratoses
podem favorecer o estabelecimento de Candida. Isto se dá principalmente pela
retenção prolongada de células epiteliais, alterações moleculares e aumento da
quantidade de queratina (KROGH, 1987; OKSALA, 1990; FOTOS et al., 1992).
As infecções por Candida estão associadas a displasias epiteliais moderadas,
glossite romboidal mediana e papilomas. Espécies do gênero Candida parecem
ter a capacidade de induzir displasias em hiperplasias benignas, de agravar a
severidade de displasias epiteliais, e mesmo promover alterações malignas em
casos de displasias epiteliais (BARRET et al., 1998). Existem relatos do
desenvolvimento de carcinomas “in situ” e carcinomas invasivos em sítios de
infecção crônica por Candida (PEDERSEN et al., 1989).
1.4 Leveduras
Cerca de 56 gêneros e de 500 espécies de Candida já foram
isoladas e um crescente número vem sendo relatado. Na cavidade bucal já
foram isolados 25 gêneros e 167 espécies, no entanto são considerados
patogênicos ao homem 10 gêneros e 40 espécies (STENDERUP, 1990;
LYNCH, 1994). As leveduras mais comuns na cavidade bucal e em outras
superfícies mucosas são espécies do gênero Candida, que compreende cerca
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
17
de 200 espécies distribuídas na natureza, todas assexuadas e dimórficas, das
quais algumas espécies podem viver como sapróbios comensais ou parasitas
no homem (KREGER-van RIJ, 1984; FOTOS et al., 1991; BARNETT et al.,
2002).
A candidíase é a mais freqüente infecção fúngica oportunista.
Durante muito tempo, acreditava-se que apenas a Candida albicans era capaz
de causar doença no homem. Atualmente, sabe-se que, diferentes espécies
de Candida são capazes em condições especiais do hospedeiro, de causar
diversos tipos de quadro clínicos (SIDRIM; ROCHA, 2004; VIDOTTO, 2004).
Diversas são as espécies de Candida que podem viver como
sapróbias comensais ou parasitas patogênicos nos seres humanos. Entre elas
podemos destacar C. albicans, C. catenulada, C. dattila, C. famata, C. glabrata,
C. guilliermondii, C. inconspicua, C. kefyr, C. krusei, C. lusitanae, C.
parapsilosis, C. pulcherrima, C. stelatoidea, C. viswanathii, C. tropicalis e C.
zeylanoides (LACAZ et al. 2002; HOOG et al. 2000; VIDOTO, 2004).
Espécies do gênero Candida têm sido isoladas de vários sítios do
corpo humano, como boca, pele, vagina e ânus (VIDOTTO, 2004). Podendo
ser encontradas em todos os tecidos, à exceção dos cabelos, e especialmente
no trato gastrointestinal, e são eliminadas através das fezes, urina e secreções
brônquicas (BERGENDAL et al., 1979; LYNCH, 1994). Na cavidade bucal são
encontradas principalmente no dorso da língua, onde as papilas filiformes e
reentrâncias, como o forame cego e fissura mediana, servem de sítios que
fornecem proteção e meio ambiente favorável para o desenvolvimento de
infecção. Além do dorso da língua, Candida pode ser encontrada em outros
sítios da cavidade bucal, como palato duro e mucosa jugal (ARENDORF;
WALKER, 1980).
C. albicans é a espécie mais comum constituindo 60 a 90% dos
isolados da cavidade bucal, sendo isolada de crianças e adultos saudáveis e
dos portadores de candidíase, incluindo usuários de próteses dentárias,
indivíduos HIV positivos, pacientes submetidos a radioterapia e portadores de
doenças que afetam as glândulas salivares, como a síndrome de Sjögren
(KOGA-ITO, 1997; KINDELAN et al., 1998).
A virulência da C. albicans está associada principalmente com
sua capacidade de aderência às células epiteliais. Isto se dá principalmente
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
18
pela interação das adesinas dos microrganismos e receptores das células
epiteliais. A aderência é necessária para a colonização inicial e contribui para a
persistência da levedura no hospedeiro. Sem adesão, a taxa de crescimento do
fungo é insuficiente para mantê-lo na boca ou trato gastrointestinal. Esta
aderência pode ser mediada e facilitada por xerostomia, carboidratos,
receptores epiteliais, fibronectinas, tipos específicos de queratina ou mesmo
bactérias (FOTOS et al., 1991; JORGE et al., 1993).
C. albicans possui maior capacidade de aderência às células
epiteliais e a outras superfícies, o que pode estar relacionado com sua maior
patogenicidade, quando comparada as outras espécies de Candida (PIRES et
al. 2001). Outro fator associado a maior capacidade de causar infecção pode
ser sua alta diversidade genética (SANGEORZAN et al., 1994). Esta espécie
pode formar tubo germinativo o que lhe propicia o aumento da capacidade
invasiva as células do hospedeiro (KIMURA; PEARSAL, 1980). Esta espécie é
produtora de numerosas enzimas, entre elas fosfolipase, lipase,
fosfomonoesterase, hexosaminidases e pelo menos três proteinases aspárticas
(KWON-CHUNG; BENNETT, 1992). Estas enzimas favorecem sua implantação
no tecido e amostras com atividade fosfolipásica aumentada aderem-se mais
fortemente às células epiteliais bucais, aumentando sua patogenicidade
(BARRET-BEE et al., 1985).
A espécie C. tropicalis possui considerável potencial biológico
como agente oportunista principalmente quando o hospedeiro encontra-se
neutropênico, diante da supressão da microbiota bacteriana pelo uso de
antibióticos ou quando ocorrem danos na mucosa gastrointestinal. Esta espécie
tem sido relatada como o segundo ou terceiro agente etiológico mais comum
de candidíase em pacientes com neoplasias, sendo sua freqüência maior em
pacientes com leucemias e menor em pacientes com tumores sólidos. As
espécies C. glabrata e C. parapsilosis surgem como importantes patógenos
hospitalares constituem-se na segunda ou terceira espécie mais comum na
maioria das candidíases relatadas. Maior ocorrência de C. glabrata tem sido
observada em pacientes idosos, enquanto C. parapsilosis é mais freqüente em
crianças e recém nascidos prematuros. As infecções invasivas por C.
guilliermondii são raras; esta espécie é considerada agente emergente e as
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
19
infecções, na maioria dos casos, são descritas em pacientes com câncer
(COLOMBO; GUIMARÃES, 2003).
A imunidade contra Candida é dada pela imunidade secretora nas
mucosas caracterizada pelas imunoglobulinas secretadas na saliva, associada
a imunidade celular quando o microrganismo invade o tecido, através da
possível ação das células de Langerhans, células T supressoras, macrófagos e
neutrófilos (CHALLACOMBE, 1994).
A transformação de espécies de Candida do estado comensal
para o estado parasitário deve-se a fatores microbianos, ambientais e
individuais. Algumas condições e fatores têm sido relacionados à passagem da
forma comensal para quadros de candidíase, no entanto mesmo altas
contagens de Candida não indicam necessariamente sinais clínicos de
candidíase (STENDERUP, 1990).
Quanto aos fatores relacionados ao hospedeiro que predispõem o
desenvolvimento de candidíases, podemos destacar quadros de
imunossupressão, desordens endócrinas, períodos de convalescência e
hospitalização, deficiências nutricionais de ferro e vitaminas, terapia com
drogas imunossupressoras, doenças malignas, caquexia, alterações hormonais
como gravidez e menopausa, uso de anticoncepcionais, disfunções
leucocitárias e doenças mieloproliferativas (SARAMANAYAKE et al., 1986;
HEIMDAHL; NORD, 1990; OKSALA, 1990; WAHLIN, 1991; UMAZUME et al.,
1995; WILSON, 1998). Desordens endócrinas como diabetes mellitus,
hipoadrenalismo, hiperparatireoidismo, hipotireoidismo e hipoadrenocorticismo
parecem estar associadas com o aumento da candidíase (DOROCKA-
BOBKOWSKA et al., 1996; SPOLIDORIO et al., 2001).
Quadros de imunossupressão quer sejam relacionados a
desordens sistêmicas como AIDS e doenças mieloproliferativas, ou em
respostas à quimioterapia, têm sido relacionadas a maior susceptibilidade à
candidíase e infecções por espécies usualmente não encontradas em
pacientes saudáveis (FRANKER et al., 1990; BUNETEL; BONNAURE-
MALLET, 1996; TEANPAISAN; NITTAYANANTA, 1998). A prevalência de
lesões por leveduras em pacientes HIV-positivos varia de 50 a 90% e o número
de portadores de Candida chega a 94% (GREENSPAN, 1994; TEANPAISAN;
NITTAYANANTA, 1998). O diagnóstico da candidíase bucal depende das
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
20
características clínicas e da evolução, associados à evidenciação das
leveduras ou pseudohifas em esfregaços, citologia e cortes histológicos
corados com ácido periódico-Schiff (PAS), Grocott, Gram, imunofluorescência,
cultura de Candida a partir de amostras de saliva, impressão da mucosa,
titulação de anticorpos anti-Candida salivares, hibridização “in situ” e sondas de
DNA (BUDTZ-JÖRGENSEN, 1990; OLSEN; STENDERUP, 1990; REICHL,
1990; AGUIRRE et al., 1996).
O tratamento da candidíase depende de fatores como: tipo de
candidíase, condições gerais do paciente, fatores predisponentes envolvidos e
severidade das manifestações clínicas, sendo escolhido de acordo com o
agente, forma de administração e a duração da terapia (EPSTEIN, 1990;
ZEGARELLI, 1993; GREENSPAN, 1994).
1.5 Identificação de Leveduras
Leveduras são fungos unicelulares usualmente arredondados que
se reproduzem por brotamento, originando blastosporos. Algumas leveduras
transformam-se em um estágio micelial sob certas condições ambientais,
enquanto outras permanecem sempre unicelulares. As leveduras perfeitas são
incluídas na classe Hemiascomycetes, ordem Endomycetales, e as leveduras
imperfeitas na classe Blastomycetes, família Cryptococcaceae, sendo algumas
destas patogênicas ao homem (LODDER, 1970; LACAZ et al. 2002).
A propriedade de assimilar vários açúcares tem sido usada para
diferenciar espécies. Essa característica está estreitamente relacionada com a
fermentação de açúcares, tendo em vista que todos os açúcares fermentáveis
são também assimilados, porém, o inverso não ocorre (KREGER-van RIJ,
1984).
As leveduras podem utilizar vários carboidratos nas provas de
fermentação. Os compostos mais comumente usados são: glicose, galactose,
sacarose, maltose, lactose, rafinose, trealose, melicitose, arabinose, frutose,
xilose, melibiose, amido, inulina, dextrina e glicogênio (HOOG et al, 2000;
LACAZ et al., 2002).
A formação de clamidosporo, usualmente é uma das
características utilizadas na identificação de espécie, sendo o primeiro relato
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
21
desta estrutura realizado por Benham (1931) utilizando ágar “corn meal”. A
distribuição das espécies de Candida é muito ampla, tanto no meio ambiente,
quanto fazendo parte da microbiota normal do homem (VIDOTTO, 2004). O
gênero Candida apresenta células variando quanto a forma, em globosa,
ovóide, cilíndrica a alongada; reproduzem-se por brotamento multilateral, o
pseudomicélio pode ser bem desenvolvido, rudimentar ou ausente; o micélio
verdadeiro e os clamidosporos podem estar presentes em algumas espécies
(LODDER, 1970; KREGER-van RIJ, 1984; BARNETT et al., 1990).
NAZZAL et al. (2005) destacam a importância da PCR como uma
ferramenta para identificação de espécies de Candida direto da amostra clínica,
por se tratar de um método rápido usando seqüências de oligonucleotideos
espécie-específicos.
1.6 Caracterização molecular
Os métodos tradicionalmente utilizados na identificação de
leveduras baseiam-se em critérios morfológicos, reprodutivos, fisiológicos e
bioquímicos adequados à identificação em nível de espécie, entretanto estão
sendo utilizadas técnicas moleculares para auxiliar à identificação tradicional e
para estudar a filogenia de muitos fungos. Entre essas técnicas, a de
amplificação das regiões ITS (Espaço Interno Transcrito) do rDNA, permite a
análise de variação de diferentes níveis taxonômicos, possibilitando discriminar
espécies ou variedades de uma mesma espécie. O polimorfismo destas
regiões mostrou ser uma excelente ferramenta de discriminação intraespecífica
para leveduras (FUNGARO, 1995; GRATTAPAGLIA; FERREIRA, 1995;
BRASILEIRO, 2003; SILVA-FILHO, 2003; SILVEIRA, 2004).
A reação em cadeia da DNA polimerase (PCR) é uma técnica que
resulta na amplificação seletiva in vitro de uma determinada seqüência da
molécula de DNA, a partir da utilização da enzima DNA polimerase termo
resistente e componentes como desoxirribonucleotídeos trifosfatados (dNTPs)
e oligonucleotídeos iniciadores. Estes iniciadores hibridizam com a região
complementar do DNA alvo para produzir bilhões de cópias dessa seqüência
em poucas horas. A desnaturação da dupla hélice do DNA, o emparelhamento
dos iniciadores com a seqüência alvo pela redução da temperatura da mistura,
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
22
e a extensão dos iniciadores pela DNA polimerase, se processam
automaticamente em um equipamento chamado termociclador (NEWTON;
GRAHAN, 1997).
A técnica de PCR pode ser aplicada a qualquer situação que
necessite da amplificação de regiões de DNA, e tem sido largamente
empregada no melhoramento vegetal e animal, tipagens de microrganismos de
interesse médico e industrial, diagnóstico de vários tipos de cânceres, e em
estudos de genética forense (SAIKI et al.,1998).
Devido à sua especificidade e sensibilidade, a PCR é um método
importante para a identificação de fungos. Existem vários exemplos de testes
baseados em PCR desenvolvidos para a detecção de fungos em patologia
médica, em plantas e em alimentos. A PCR pode ser utilizada para detectar
grupos de linhagens, patótipos, espécies ou taxa superiores. Esta técnica
fornece uma rápida, simples e confiável alternativa aos métodos de
identificação convencional de fungos isolados da amostra clínica, o que
permitirá o diagnóstico das infecções micóticas (GOTTFREDSSON et al, 1998;
MITCHELL et al, 1994; REISS et al, 1998; SULLIVAN et al, 1996; WALSH;
CLANOCK, 1998).
Na espécie C. albicans, como na maioria dos eucariontes, três
diferentes genes do rDNA (5.8S, 18S e 26S) aparecem agrupados em blocos
repetidos em dezenas de cópias do genoma. Estes genes são separados por
regiões não codificantes denominadas ITS1 e ITS2, as quais são transcritas e
removidas após o processamento do transcrito primário para dar origem ao
RNA ribossômico maduro. O fato de este agrupamento gênico apresentar
algumas regiões altamente conservadas e outras variáveis tem permitido a
análise de variação de diferentes níveis taxonômicos (Figura 1) (WHITE et al.,
1990).
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
23
18S 5.8S 26S 5S 18S
ITS1 ITS2 IGS1 IGS2
ITS5
ITS4
JV52
JV51
18S
5.8S
26S
5S
18S
ITS1 ITS2 IGS1 IGS2
VARIAÇÃO INTERESPECÍFICA VARIAÇÃO INTRAESPECÍFICA
DNA RIBOSSOMALDNA RIBOSSOMAL
ITS4
JV52
JV51
FIGURA 1. Agrupamento gênico do DNA ribossomal com a representação da
região ITS (ITS1-5.8S-ITS2) flanqueada pelos iniciadores universais ITS4 e
ITS5 (FUNGARO, 2000).
A região 18S, por exemplo, é a mais conservada e por isso é
utilizada apenas para comparação de organismos distantemente relacionados.
Porções do gene 26S são bastante variáveis e, portanto, apropriadas para
comparação de diferentes gêneros ou, em alguns casos de diferentes
espécies. Já as regiões ITS evoluem rapidamente e, então, são apropriadas
para discriminar espécies relacionadas ou até mesmo variedades de uma
mesma espécie. O fato das regiões ITS serem flanqueadas por segmentos
conservados e relativamente curtos entre 400 à 1000pb, e ainda por
aparecerem em grande número de cópias no genoma, permitem que sejam
amplificadas e seqüenciadas com facilidade. Como conseqüência, é grande o
número de seqüências ITS de diferentes fungos que estão atualmente
disponíveis nos bancos de dados de seqüência de nucleotídeos (ESTEVE –
ZARZOSO et al., 1999).
As seqüências de DNA que são polimórficas, ou seja,
freqüentemente variáveis entre espécies de fungos, tais como as seqüências
ITS, são selecionadas para detecção de uma espécie e exclusão de todas as
demais. Por exemplo, diferenças na região ITS têm sido usadas para
desenvolver testes baseados em PCR, para a identificação de fungos
causadores de micoses na espécie humana, toxinas em amostras de
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
24
alimentos, bem como patógenos de plantas, sem o prévio isolamento do fungo.
Devido as seqüências de rDNA estarem presentes em grande número de
cópias no genoma, pode-se obter uma alta sensibilidade no diagnóstico via
PCR (CHEN et al., 2001).
Baseando–se no princípio da PCR, WILLIAMS et al. (1990) e
WELSH e MC CLELLAND (1990) descreveram uma classe de marcadores
moleculares, que amplificam regiões anônimas dispersas pelo genoma. Esta
variação da técnica da PCR foi chamada de análise do Polimorfismo de DNA
amplificado ao acaso (Random Amplified Polymorphic - RAPD). Nesta técnica,
não se escolhe a priori a região a ser amplificada. Ao contrário disso, utilizam-
se iniciadores de seqüências arbitrárias de bases e analisam-se os produtos
amplificados. A amplificação ocorrerá quando a seqüência do iniciador
reconhecer um sítio de homologia em uma das fitas e também reconhecer o
mesmo sítio, porém com orientação invertida, na outra fita da molécula de
DNA, dentro do intervalo limite da PCR. Os iniciadores são utilizados, um a um,
para detectar diferenças entre os genótipos. A concentração de DNA genômico
é a variável mais importante a ser padronizada, pois o excesso de DNA pode
reduzir ou inibir significativamente a atividade de polimerização da enzima taq
DNA polimerase devido a altas concentrações de impurezas, resultando na
ausência de amplificações. Por outro lado, o DNA em concentração muito baixa
pode dar origem a padrões de amplificação não reprodutíveis, podendo ocorrer
acréscimo ou diminuição de fragmentos amplificados, mesmo entre repetições.
Em fungos, cada iniciador de RAPD gera em média 10 segmentos amplificados
com peso molecular variando de 300 a 2500 pb. Ao serem totalizados os
fragmentos obtidos com os diferentes iniciadores, tem-se desta forma um
grande número de locos a serem analisados. A presença de um fragmento
amplificado em alguns dos genótipos comparando com a ausência desse
mesmo fragmento em outros genótipos caracteriza o que se denomina de
polimorfismo de RAPD (FUNGARO, 2000).
Microssatélites são seqüências curtas de até seis nucleotídeos
repetidas em bloco encontradas no genoma de vários organismos. Estudos têm
demonstrado que estas seqüências são relativamente instáveis, sofrendo
deleções e adições de unidade de repetição em Saccharomyces cerevisiae,
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
25
Escherichia coli e em mamíferos (FIELD; WILLS, 1998). Este marcador
molecular pode ser utilizado na própria seqüência microssatélite como iniciador
de amplificação do DNA, sendo este método denominado de amplificação de
seqüências simples entre repetições de DNA (Inter Simple Sequence Repeats -
ISSR). O polimorfismo destas regiões entre repetições mostrou ser uma
excelente ferramenta de discriminação intraespecífica, tanto para isolados de
Cryptococcus neoformans (MEYER; MITCHELL, 1995), como para isolados de
S. cerevisiae industriais usando o trinucleotiídeo (GTG)
5
(SILVA-FILHO et al.
2005).
A utilização de microssatélites em espécies de Candida para
estudos epidemiológicos, tem demonstrado que estes marcadores funcionam
como excelentes ferramentas para determinação intraespecífica e
interespecífica, principalmente permitindo identificar diferentes padrões dentro
da mesma espécie (FIELD et al. 1996; DALLE et al. 2000; BOTTEREL et al.
2001; SHEMER et al. 2001).
As leveduras constituem um grupo numeroso, diversificado de
grande importância econômica. A identificação destes microrganismos é
baseada em características fenotípicas, incluindo morfologia de células e
provas bioquímicas. Entretanto, a reprodutividade dessas técnicas são
afetadas por fatores ambientais que influenciam nas características fisiológicas
destes organismos impossibilitando a discriminação intraespecifica. Diversas
técnicas moleculares baseadas na análise dos fragmentos das moléculas dos
ácidos nucléicos estão sendo cada vez mais utilizadas, como método
alternativo para auxiliar e resolver problemas de identificação destes
microrganismos. Estas técnicas moleculares têm proporcionado para a
micologia um grande potencial de riqueza de caracteres, pois elas analisam o
genoma independentemente do estado fisiológico da célula e são sensíveis
para distinguir espécies estritamente relacionadas, além de possibilitar uma
análise da variabilidade individual e/ou populacional destes fungos,
contribuindo desta forma no estudo sistemático e epidemiológico de
distribuição de variantes em diferentes regiões geográficas (FUNGARO, 2000;
BRASILEIRO et al., 2004).
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
26
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1 PACIENTES
Foram analisados espécimens clínicos de 135 pacientes
atendidos em ambulatório. Entre 100 pacientes portadores de AIDS, 50 foram
atendidos no Setor de Infectologia do Hospital Dia – Hospital Universitário Prof.
Alberto Antunes - HUPAA/UFAL e 50 no ambulatório de Hospital-Escola Dr.
Hélvio Auto/UNCISAL; 35 pacientes portadores de Câncer foram atendidos no
Setor de Oncologia do Hospital Universitário Dr. Alberto Antunes - HUPAA
/UFAL, entre estes pacientes haviam portadores de câncer de mama,
melanoma e útero, ambos em Maceió, Alagoas.
2.2 COLETA DE ESPÉCIMENS CLÍNICOS
De cada paciente foi coletada uma amostra de secreção da
orofaringe, sangue e urina, totalizando 405 amostras clínicas. Para a coleta de
secreção de orofaringe foram utilizados swabs esterilizados, os quais foram
umedecidos em água destilada esterilizada adicionada de cloranfenicol na
concentração de 50mg/L e em seguida acondicionados no mesmo tubo
contendo água mais antibiótico. Com o auxílio de seringa descartável foram
coletados 5mL de sangue e transferidos para tubos tipo Vacuntanier contendo
EDTA como anticoagulante. Após as instruções devidas a urina foi coletada
pelo próprio paciente. Os recipientes contendo as amostras clínicas foram
encaminhados ao Laboratório de Micologia do Instituto de Ciências Biológicas
e da Saúde-ICBS/UFAL para realização de exame direto e cultura.
2.3 PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS CLÍNICAS
2.3.1 Exame Direto
Para detecção de estruturas fúngicas através do exame direto as
amostras dos diferentes espécimens clínicos foram processadas a fresco e
clarificadas com solução aquosa a 30% de hidróxido de potássio.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
27
2.3.2 Obtenção de Cultura
Para isolamento de leveduras foi utilizado o meio infusão de
cérebro-coração (BHI) adicionado de 0,5% de extrato de levedura (YE) contido
em tubos e ágar BHI adicionado de 50mg/L de cloranfenicol contido em placas.
Para enriquecimento, 1mL de sangue foi semeado em BHI-YE e mantido a
37ºC durante 72 horas. Decorrido o período de incubação, 0,5mL da cultura foi
semeado no sentido radial na superfície de ágar BHI com antibiótico. Do
precipitado da urina foi retirado 0,5mL e semeado por espalhamento radial na
superfície de ágar BHI com antibiótico. A secreção de orofaringe foi semeada
com o auxílio de swab por meio de espalhamento radial na superfície do ágar
BHI com antibiótico. Todos os espécimens clínicos foram semeados em
duplicata para manutenção à temperatura ambiente (28°C ± 1°C) e a 37°C, por
um período de 48 horas até 30 dias.
2.3.3 Purificação e Identificação
Para purificação das leveduras foram preparadas suspensões em
água destilada esterilizada com cloranfenicol (50mg/L). Com alça em anel uma
alíquota da suspensão foi semeada por esgotamento na superfície do meio
ágar Sabouraud adicionado de 50mg/L de cloranfenicol contido em placa. As
colônias OBTIDAS foram repicadas para ágar Sabouraud com extrato de
levedura contido em tubos, que foram mantidas à temperatura ambiente (28°C
± 1°C). Para identificação das leveduras foram adotados os critérios contidos
em Barnett et al.
1
, Hoog et al.
8
, Kreger-van Rij
10
e Loder
15
.
REGISTRO NO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA – CEP – Nº 007471/2003-41
2.4 ANÁLISE MOLECULAR DAS AMOSTRAS DE LEVEDURAS
2.4.1 Obtenção de Massa Celular
Foram obtidos 50 isolados de espécies de Candida de pacientes
portadores de AIDS e de portadores Câncer; também foram analisadas 9
amostras de leveduras cedidas pela Coleção de Culturas – URM/UFPE: C.
albicans URM – 4126, URM– 4968, URM – 4385; C. guilliermondii URM –
4975, URM – 4819; C. parapsilosis URM – 4261, URM – 4984; C. tropicalis
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
28
URM – 4977, URM – 4262. As amostras de levedura foram inoculadas em meio
liquido YPD (extrato de levedura, peptona e dextrose) e incubadas a 30°C por
16 horas a 150rpm, em mesa agitadora termostatizada.
2.4.2 Extração do DNA Nuclear
Após o período de incubação foi retirado 1,0mL da amostra e
transferido para microtubos esterilizados de 1,5mL e centrifugado por três
minutos a 5.900g. O sobrenadante foi descartado e ao sedimento foram
adicionados 600μL de solução de lise, mantidos a 65°C em banho-maria por 30
minutos com agitação por inversão a cada cinco minutos. Posteriormente
foram adicionados fenol/clorofórmio (1:1) e após breve agitação as suspensões
foram centrifugadas a 15.400g por 10 minutos. Foram transferidos 500μL da
fase superior para novos microtubos 1,5mL esterilizados e adicionados 500μL
de clorofórmio/álcool isoamílico (24:1). As amostras foram centrifugadas mais
uma vez por igual período e rotação, e 400μL da fase superior foram
transferidos para novos microtubos de 1,5mL esterilizados. A estes tubos foram
adicionados 800μL de etanol absoluto gelado, permanecendo por duas horas a
-20°C para precipitação do DNA. Após a precipitação, por centrifugação a
15.400g por 10 minutos o DNA foi retirado, o sobrenadante foi descartado e o
DNA lavado em etanol a 70% por duas vezes, secado em estufa a 37°C por 30
minutos e em seguida ressuspenso em tampão TE pH 8,0 (TRIS 10mM/EDTA
1mM) e mantido a -20°C.
2.4.3 Quantificação de DNA
Após descongelamento, as amostra de DNA forma diluídas com
água miliq a 1:200μL; em seguida a quantificação foi realizada por
espectrofotometria utilizando-se comprimento de onda de 260nm. Para o
cálculo da concentração de DNA foi utilizada a relação 1 DO = 50μg/mL
(SAMBROOK et al., 1989).
2.4.4 Amplificação do DNA Nuclear
As amostras de DNA foram amplificadas por PCR utilizando os
iniciadores descritos na Tabela 1.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
29
TABELA 1. Iniciadores usados para amplificar segmentos de DNA de espécies
de Candida.
INICIADOR
SEQUÊNCIA
MARCADOR
MOLECULAR
REFERÊNCIA
(GTG)
5
GTGGTGGTGGTGGTG ISSR Lieckfeldt et al. 1970
ITS4 TCCTCCGCTTATTGATATGC rDNA White et al. 1990
ITS5 GGAAGTAAAAGTCGTAACAA rDNA White et al. 1990
CALB 1 TTTATCAACTTGTCACACCA rDNA Luo & Mitchell 2002
CALB 2 ATCCCGCCTTACCACTACCG rDNA Luo & Mitchell 2002
2.4.5 Região ITS do DNA Ribossomal
A reação de amplificação da região ITS do DNA ribossomal por
PCR foi realizada em 25μL de volume final utilizando os iniciadores ITS4 e
ITS5, em termociclador HIBAID de acordo com o protocolo da Tabela 2. A
amplificação foi programada para um ciclo de desnaturação inicial de seis
minutos a 94°C, seguido de 35 ciclos para desnaturação a 94°C por 20
segundos, anelamento a 55°C por 20 segundos, extensão a 72°C por 60
segundos, com extensão final a 72°C por cinco minutos. Os produtos de
amplificação foram separados por eletroforese e fotografados nas mesmas
condições do item anterior.
2.4.6 ISSR (Inter Simple Sequence Repeats)
A reação de amplificação de seqüências simples entre repetições
(ISSR) por PCR com o iniciador (GTG)
5
foi realizada em 25µL de volume final
utilizando-se um termociclador HIBAID, de acordo com protocolo da Tabela 3.
A amplificação com o iniciador (GTG)
5
foi programada para um ciclo de
desnaturação de cinco minutos a 94°C seguido de 40 ciclos de desnaturação a
94°C por 15 segundos, anelamento a 55°C por 45 segundos, extensão a 72°C
por 90 segundos, e extensão final a 72°C por seis minutos. Os produtos de
amplificação foram separados por eletroforese em gel de agarose 1,3%
submetidos a 7,5 volts/cm entre os eletrodos por 150 minutos em tampão TBE
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
30
0,5X, corados em brometo de etídeo, visualizados em transiluminador de luz
ultravioleta e fotografados em sistema de fotodocumentação (DOC Print Vilber
Loumart).
TABELA 2. Protocolo de reação para amplificação da região ITS do rDNA com
os iniciadores ITS4 e ITS5.
COPONENTES CONCENTRAÇÃO
ESTOQUE
VOLUME NA
REAÇÃO (μL)
CONCENTRAÇÃO
FINAL
Água destilada esterilizada 13,35
Tampão PCR 10X 2,5 1X
BSA (soro albumina bovina)
0,25μg/μL
2,5
0,025μg/μL
Mistura de dNTPs 2,0mM 2,5 0,2mM
Iniciador ITS4
12,5pmoles/μL
1,0
0,5pmoles/μL
Iniciador ITS5
12,5pmoles/μL
1,0
0,5pmoles/μL
MgCl
2
50mM 1,50
3,0mmoles/μL
Taq Polimerase
5U/μL
0,40
0,05U/μL
DNA
50,0ng/μL
1,0
2,0ng/μL
TABELA 3. Protocolo de reação para amplificação de ISSR por PCR com o
iniciador (GTG)5.
COPONENTES
CONCENTRAÇÃO
ESTOQUE
VOLUME NA
REAÇÃO (μL)
CONCENTRAÇÃO
FINAL
Água destilada esterilizada 9,75
Tampão PCR 10X 2,50 1X
BSA (soro albumina bovina)
0,25μg/μL
2,50
0,025μg/μL
Mistura de dNTP 2,0mM 2,50 0,2mM
Iniciador
1,0pmol/μL
5,00
0,2pmoles/μL
MgCl
2
50mM 1,50 3,0mM
Taq Polimerase
5U/μL
0,25
0,05U/μL
DNA
50,0ng/μL
1,00
2,0ng/μL
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
31
2.4.7 Amplificação com iniciadores CALB1 e CALB2
A reação de amplificação por PCR com os iniciadores espécie-
específicos CALB1 e CALB2 foi realizada em 20μL de volume final utilizando-
se um termociclador HIBAID de acordo com o protocolo da Tabela 4. A
amplificação foi programada para um ciclo de desnaturação inicial de cinco
minutos a 96ºC, seguido de 40 ciclos para desnaturação a 94ºC por 30
segundos, pareamento a 58ºC por 30 segundos, extensão a 72ºC por 30
segundos, com extensão final a 72ºC por 15 minutos. Os produtos de
amplificação foram separados por eletroforese visualizados em condições
iguais às descritas para o iniciador ITS.
TABELA 4. Protocolo de reação para amplificação com iniciadores espécie-
específicos CALB1 e CALB2.
2.4.8 Análise Estatística
Os dados obtidos das amplificações com marcadores (GTG)
5
foram analisadas pelo programa Numerical Taxonomy System of Multivariate
Programs – NTSYS – PC 2.1 (BUSSAD et al., 1990; CRUZ; REGAZZI, 1994;
ROHLF, 2002). Os dados foram introduzidos na forma de variáveis binárias,
COMPONENTES CONCENTRAÇÃO
ESTOQUE
VOLUME NA
REAÇÃO (μL)
CONCENTRAÇÃO
FINAL
Água destilada esterilizada 8,15
Tampão PCR 10X 2,50 1X
BSA (Albumina de soro Bovino) 0,25μg/μL 2,50
0,025μg/μL
Mistura de dNTPs* 2.0mM 2,50 0,2mM
Iniciador CALB1 12,5pmol 1,25
0,5pmoles/μL
Iniciador CALB2 12,5pmol 1,25
0,5pmoles/μL
MgCl2 50mM 1,50
3,0mmoles/μL
Taq polimerase 5U/μL 0,10
0,05U/μL
DNA 50,0ng/μL 1,00
2,0ng/μL
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
32
nas quais o número 1 (um) significa a presença da banda e o número 0 (zero) a
ausência da banda. A partir das bandas no gel, o programa constrói uma matriz
de similaridade utilizando o coeficiente similaridade Simple Matching (SM)
calculado de acordo com a fórmula:
SM = (a + d)
(a+b+c+d)
Onde: SM = coeficiente de similaridade Simple Matching
a = número coincidências positivas
b e c = número de não-coincidências
d = número coincidências negativas
A partir da matriz de similaridade foi gerado um dendrograma pelo
método de agrupamento UPGMA (Unweighted Pair Group Method With
Arithmetical Average).
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Aguirre, J. M.; Verdugo, F.; Zamacoma, J. M.; et al. Cytological changes in
oral mucosa in denture stomatitis. Gerondontology, 13: 63-67, 1996.
2. Arendorf, T.; Walker, D. M. The prevalence and intra-oral distribution of
Candida albicans in man. Arch. Oral Biol., 25: 1-10, 1980.
3. Azulay, M.M.; Oliveira, M.A.L.S.; Assis, T.L.; et al. Micoses oportunísticas na
síndrome de imunodeficiência adquirida. An. Bras. Dermatol., 64: 253-255,
1989.
4. Barnett, J.A.; Payne, R.W.; Yarrow, D. Yeasts: characteristic and
identification. 3ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2002, 1002p.
5. Barret, A. W.; Kingsmill, V., J.; Speight, P. M. The frequency of fungal
infection in biopsies of oral mucosal lesions. Oral Dis., 4: 26-31, 1998.
6. Barret-Bee, K.; Hayes, Y.; Wieson, R. O. et al. A comparison of
phospholipase activity, cellular adherence and pathogenicity of yeasts. J. Gen.
Microbiol., 131: 1217-1221, 1985.
7. Benham, R.W. Certain monilias parasitic on man. Their identification by
morphology and by agglutination. J. infect. Dis., 49: 183-215, 1931.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
33
8. Bergendal, T.; Holberg, K.; Nord, C. E. Yeast colonization in the oral cavity
and feces in patients with denture stomatitis. Acta Odontol. Scand., 37: 37-45,
1979.
9. Bittencourt, R.; Scaletzky, A.; Boehl, J. A. R. Perfil epidemiológico do câncer
na rede pública em Porto Alegre – RS. Rev. Bras. Cancerol. 50: 95-101. 2004.
10. Bodey, G. P.; Bueltmann, B.; Duguid, W.; et al. Fungal infections in cancer
patients: An international autopsy survey. Eur. J. Clin. Microbiol. Infect. Dis.,
11:99-109. 1992.
11. Botterel, F.; Desterke, C.; Costa, C.; et al. Analysis of microsatellite markers
of Candida albicans used for rapid typing. J. Clin. Microbiol. 39: 4076-4081,
2001.
12. Branchini, M.L. Principais infecções fúngicas no paciente com infecção pelo
HIV. Paciente em foco, 2002.
13. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa
Nacional de DST e Aids. Critérios de definição de casos de aids em adultos e
crianças./ Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa
Nacional de DST e Aids. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. 56p.
14. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de política de Saúde. Coordenação
Nacional DST e AIDS. Boletim epidemiológico AIDS [on line]. Brasília:
dezembro 2005. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/udtv/boletim.html>
Acesso em 28 de agosto de 2006.
15. Brasileiro, B. T. R. V. Variabilidade genética em isolados de Fusarium
solani detectada com a utilização de marcadores moleculares. Tese (Doutorado
em Biologia de Fungos) - Universidade Federal de Pernambuco. 91p. 2003.
16. Brasileiro, B. T. R. V.; Coimbra, M. R. M.; Morais Junior, M.; Oliveira, N. T.
Genetic variability within fusarium solani specie as revealed by dna
fingerprinting based on pcr markers. Bras. J. Microbiol., 35: 205-210, 2004.
17. Bunetel, L.; Bonnaure-Mallet, M. Oral pathoses caused by Candida albicans
during chemotherapy: update on development mechanisms. Oral Surg. Oral
Med. Oral Pathol. Oral Radiol. Endod., St. Louis, 82: 161-165, 1996.
18. Budtz-Jörgensen, E. Histopathotology, immunology, and sorology of oral
yeast infections. Diagnosis of oral candidiasis. Acta. Odontol. Scand.,48: 37-43,
1990.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
34
19. Bussad, W. O.; Miazaki, E. S.; Andrade, D. F. Introdução à análise de
agrupamentos. Associação Brasileira de Estatística. 105p. 1990.
20. Challacombe, S. J. Immunologic aspects of oral candidiasis. Oral Surg. Oral
Med. Oral Pathol., 78: 202-210, 1994.
21. Chen, Y. C.; Eisner, J. D.; Kattan, M.M.; et al. Identification of medically
important yests using PCR-based detection of DNA sequence polymorphisms in
the internal transcribed spacer 2 region of the rRNA genes. J. clin. microbiol.
38: 2302-2310, 2001.
22. Colombo, A. L.; Guimarães, T. Epidemiologia das infecções hematogênicas
por Candida spp. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 36:599-607, 2003.
23. Cruz, C. D.; Regazzi, A. J. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento
genético. Viçosa: Imprensa Universitária, 1994. 390 p.
24.Dalle, F.; Franco, N.; Lopez, J.; et al . Comparative genotyping of Candida
albicans bloodstream and nonbloodstream isalates at a polymorphic
microsatellite locus. J. Clin. Microbiol. 38:4554-4559, 2000.
25. Dolande, M.; Reviákina, V.; Panizo, M. et al. Diagnóstico inmunológico de
las micosis sistémicas en pacientes con SIDA (1997-2001). Rev. Soc. Ven.
Microbiol. 22: 51-56, 2002.
26. Dorocka-Bobkowska, B.; Budtz-Jörgensen, E.; Wloch, S. Noninsulin-
dependent diabetes mellitus as a risk factor for denture stomatitis. J. Oral
Pathol. Med., 25: 411-415, 1996.
27. Eyesson, J.D.; Tenant-Flowers, M. T.; Cooper, D. J. et al. Oral
manifestations of an HIV positive cohort in the era of highly anti-retroviral
therapy (HAART) in South London. J. Oral Pathol. Med., 31:169-174, 2002.
28. Epstein, J. B., Antifungal therapy in oropharyngeal mycotic infections. Oral
Surg. Oral Med. Oral Pathol., 69: 32-41, 1990.
29. Esteve- Zarzoso, B.; Bellhoch, C.; Uruburu, F.; et al. Identification of yests
by RFLP analysis of the 5.8S r RNA gene and two ribosomal interna transcribed
spacers. Inter. J. System. Bacteriol. 49:392-337, 1999.
30. Field, D; Wills, C. Abundant microsatellite polymorphism in Saccharomyces
cerevisiae, and the different distributions of microsatellites in eight prokaryotes
and S. cerevisiae, result from strong mutation pressures and a variety of
selective forces. Proc. Natl. Acad. Sci. 95:1647-1652, 1998.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
35
31.________; Eggert, L.; Metzgar, D.; et al. Use of microsatellite polymorphism
short and clustered coding-region microsatellites to distinguish strains of
Candida albicans. FEMS Immunol. Med. Microbiol. 15:73-79, 1996.
32. Fotos, P. G.; Hellstein, J. W.; Vincent, S. D. Oral candidosis revisited. Gen.
Dent., 39: 422-430, 1991.
33._______________; ______________; _____________. Oral candidosis:
clinical, historical and therapeutic features of 100 cases. Oral Surg. Oral Med.
Oral Pathol., 74: 41-49, 1992.
34. Franker, C. K.; Lucartorto, F. M.; Jonson, B. S.; et al. Characterization of the
microflora from oral mucosal surfaces of some HIV-infected patients. Oral Surg.
Oral Med. Oral Pathol., 69: 683-687, 1990.
35. Fungaro, M. H. P.; Uso do RAPD na taxonomia. Anais do IX Encontro de
Geneticistas do Rio Grande do Sul. Caxias do Sul. 74p. 1995.
36_______________. PCR na micologia: Diagnóstico e análise de
variabilidade. Biotecnologia Ciências e desenvolvimento. ano III, nº 14. 2000.
37. Gottfredsson, M.; Cox, G. M.; Perfect, J. R. Molecular methods for
epidemiological and diagnostic studies of fungal infections. Pathol. 30: 405-418,
1998.
38. Grattapaglia, D.; Ferreira, M. E. Introdução ao uso de marcadores
moleculares em análise genética. 2ª edição. Brasileira: EMBRAPA-
CENARGEN. 1995. 220p.
39. Greenspan, D. Treatment of oral candidiasis in HIV infection. Oral Surg.
Oral Med. Oral Pathol., 78: 211-215, 1994.
40. Guimarães, M. D. C. Temporal trends in AIDS-associated opportunistic
infections in Brazil, 1980-1999. Cad. Saúde Pública, 16: 21-36, 2000.
41. Heimdahl, A.; Nord, C. E. Oral yeasts infections in immunocompromised
and seriously diseased patients. Acta Odontol. Scand., 48: 77-84, 1990.
42. Hoog, G. S.; Guarro, J.; Gené, J.; et al. J. Atlas of clinical fungi.CBS: Spain.
2000. 1126p.
43. Jorge, A. O. C.; Totti, M. A. G.; Almeida, O. P.; et al. Effects of
sialoadenectomy on the carriage of Candida albicans in the mouth of rates. J.
Oral Pathol. Med., Copenhagen, 22: 138-140,1993.
44. Kindelan, S. A.; Yeoman, C. M.; Douglas, C. W. I.; et al. A comparison of
intraoral Candida carriage in Sjögren’s syndrome patients with healthy
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
36
xerostomic controls. Oral Surg. Oral Med. Oral Pathol. Oral Radiol. Endod., 85:
162-167, 1998.
45. Kimura, L. H.; Pearsal, N. N. Relationship between germination of Candida
albicans and increased adherence to human buccal epithelial cells. Infect.
Immunol., 28: 464-468, 1980.
46. Kreger-van Rij, N. J. W. The Yeasts: a toxanomic study. 3rd ed.,
Amsterdan: Elsevier Science Publishers, 1984. Pp: 585-844.
47. Koga-Ito, C. Y. Correlação entre presença de estreptococos do grupo
mutans e grupo Candida com níveis de IgA na saliva humana. Piracicaba,
1997. 154p. Tese (Doutorado em Biologia e Patologia Buço-Dental) –
Faculdade de Odontologia de Piracicaba, Universidade Estadual de Campinas.
48. Kwon-Chung, K. J.; Bennett, J. E. Medical Mycology. Part IV. Subcutaneous
and Deep Mycoses. Chapter 13. Candidiasis. Lea & Febiger: Philadelphia, p.
280-336. 1992.
49. Krogh, P. Yeast species and biotypes associated with oral leukoplakia and
lichen planus. Oral Surg. Oral Med. Oral Pathol., 63: 48-54, 1987.
50. Lacaz, C. S.; Porto, E.; Martins, J. E.; Heins-Vaccari, E. M. et al. Tratado de
Micologia Médica. 9ª edição. São Paulo: Sarvier. 2002. 1104p.
51.___________; Machado, C. M. Oportunismo microbiano e de neoplasias na
medicina contemporânea. São Paulo: BYK. 2000. 272p.
52. Lickfeldt, E.; Meyer, W.; Borner, T. Rapid identification and differentiation of
yeasts by DNA and PVR fingerprinting. J. Basic Microbiol., 33:413-426, 1993.
53. Lodder, J. The Yest: a taxonomic study. Oxford: North Holand Publishing,
1970.
54. Luo, G.; Mithell, T. G. Rapid identification of pathogenic fungi directly from
cultures by using multiplex PCR. J. Clin. Microbiol., 40:2860-2865, 2002.
55. Lynch, D. P. Oral candidiasis. History, classification and clinical
presentation. Oral Surg. Oral Med. Oral Pathol., 78: 189-193, 1994.
56. Mattos, S. L.; Santos, V. R.; Ferreira, E. F. Prevalência de lesões de
mucosa bucal em pacientes HIV-positivos da unidade de referência
especializada em doenças infecciosas e parasitárias especiais-URE-DIPE
(Belém-Pará). Ver. Bras. Patol. Oral. 3:7-16, 2004.
57. Meyer, W.; Mitchell T. G. Polymerase chain reaction fingerprinting in fungi
using sigle primers specific to minisatellites and simple repetitive DNA
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
37
sequences: strain variation in Cryptococcus neoformans. Electrophoresis 16:
1648-1656, 1995.
58. Mitchell, T. G.; Sandin, R. L.; Bowman, B.H.; et al. Molecular micology. DNA
probes and applications of PCR technology. J. Med. Vet. Micol. 32:351-366,
1994.
59. Nazzal, D.; Yasin, S.; Abu-Elteen, K. A rapid PCR-based method for
identification of four important Candida species. New Microbiol. 28: 245-250,
2005.
60. Newton, C.R.; Grahan, A. Polymerase Chain reaction. 2. ed. 1997.192p.
61. Nucci, M.; Silveira, M. I.; Spector, N. et al. Fungemia in cancer patients in
Brazil: predominance of non-albicans species. Mycopathol., 141:65-68 , 1998.
62._________; Schechter, M.; Spector, N.; et al. Antibiotic regimen as an
independent risk factor for disseminated fungal infections in neutropenic
patients in Brazil. Trans. R. Soc. Trop. Med. Hyg., 89: 107-110, 1995.
63. Oksala, E. Factors predisposing to oral yeast infections. Acta Odontol.
Scand., 48: 71-74, 1990.
64. Oliveira, N. M. C. Vigilância de colonização por fungos filamentosos em
cavidade nasal de pacientes oncológicos pediátricos durante episódios de
neutropenia. Piracicaba, 1997. 95p. Dissertação (Mestrado em Ciências
Básicas em Doenças Infecciosas e Parasitárias) – Universidade Federal de
São Paulo – Escola Paulista de Medicina.
65. Olsen, I.; Stenderup, A. Clinical-mycologic diagnosis of oral yeast infections.
Acta Odontol. Scand., 48:11-18, 1990.
66. Pedersen, A.; Rindun, J. L.; Reibel, J.; et al. Carcinoma in situ and
carcinoma in patients with chronic oral candidiasis. Tandlaegebladet, 93:509-
513, 1989.
67. Pires, F. R. características clínicas de pacientes edêntulos e presença de
candidíase na saliva antes e seis meses a confecção de novas próteses totais.
Piracicaba, 1999. p.139. Dissertação (Mestrado em Biologia e Patologia Buço-
Dental) – Faculdade de Odontologia de Piracicaba, Universidade Estadual de
Campinas.
68. Philip, C. F. Saliva and salivary gland alterations in HIV infections. J. Am.
Dent. Assoc., 122: 122-146, 1991.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
38
69. Porro, A.M.; Yoshioka, M.C.N. Manifestações dermatológicas da infecção
pelo HIV. An. Bras. Dermatol., 75: 655-697, 2000.
70. Ranjedran, C.; Basu, T. K.; Baby, A.; et al. Incidence and significance of
opportunistic fungi in leukemia patients in India. Mycopathologia. 119: 83-87.
1992.
71. Reichl, R. B. Oral candidiasis: an old disease of growing concern. Gen.
Dent., 38: 114-120, 1990.
72. Reiss, E., K.; Tanaka, G.; Bruker, V.; et al. Molecular diagnosis and
epidemiology of fungal infections. Med. Mycol., 36: 249–257, 1998.
73. Rohlf, F. J. NTSYS-PC: numerical taxonomy and multivariate analysis
system: version 2.0. Nova York: Exeter Software, 2002.
74. Sambrook, J.; Fristsch, E. F.; Maniats, T. Molecular cloning a laboratory
manual. 2ª Edição. Cold Spring Harbor Laboratory. Cold Spring Harbor: Neww
York. 1989.
75. Saiki, R. K.; Gelfand, D. H.; Stoffel, S.; et al. Primer – directed enzymatic
amplification of DNA with a termostable DNA polymerase. Science. 239: 487-
491, 1998.
76. Sangeorzan, J. A.; Bradley, S. F.; He, X.; et al. Epidemiology of oral
candidiasis in HIV-infected patients: colonization, infection, treatment, and
emergency of fluconazole resístanse. Am. J. Med., 97: 339-346, 1994.
77. Santo, A. H.; Pinheiro, C. E.; Jordani, M. S. Causas básicas e associadas
de morte por Aids, Estado de São Paulo, Brasil. Rev. S. Pub., 34: 581-588,
2000.
78. Saramanayake, L. P.; Hughes, A.; Weetman, D. A.; et al. Growth and acid
production of Candida species in human saliva supplemented with glucose. J.
Oral Pathol., 15: 251-254, 1986.
79. Shemer, R.; Weissman, Z.; Hashman, N.; et al. A highly polymorphic
degenerate microsatellite for molecular strain typing of Candida krusei.
Microbiol. 147: 2021-2028, 2001.
80. Silva-Filho, E. A. Caracterização genética de populações de leveduras de
destilarias de álcool combustível para otimização do processo de fermentação.
Tese (Doutorado em Biologia de Fungos) - Universidade Federal de
Pernambuco. 2003. 108p.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
39
81. Silva-Filho, E. A.; Santos, S. K. B.; Resende, A. M.; et al. D. A. Yeast
population dynamics of industrial fuel-ethanol fermantation process assessed
by PCR-fingerprinting. Antonie van Leeuwenhock ., 88: 13-23, 2005.
82. Silveira, A. C. B. Taxonomia, características de patogenicidade e
variabilidade genética de espécies de Malassezia. Tese (Doutorado em
Biologia de Fungos) - Universidade Federal de Pernambuco. 2004. 112p.
83. Sidrim, J. J. C.; Rocha, M. F. G. Micologia médica: À luz de autores
contemporâneos. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro. 2004. 388p.
84. Spolidorio, D. M. P.; Spolidorio, L. C.; Barbeiro, R. H.; et al. Avaliação
quantitativa de Streptococcus do grupo mutans e Candida sp e fatores
salivares na cavidade bucal de pacientes submetidos à radioterapia. Pesqui
Odontol Bras, 15: 354-358, 2001.
85. Stenderup, A. Oral mycology. Acta Odontol. Scand., 48: 3-10, 1990.
86. Sulivan, D. J.; Henman, M. C.; Moran, G. P.; et al. Molecular genetic
approaches to identification, epidemiology and taxonomy of non-albicans
Candida species. J. Med. Microbiol., 44: 399-408, 1996.
87. Teanpaisan, R.; Nittayananta, W. Prevalence of Candida species in AIDS
patients and HIV-free subjects in Thailand. J. Oral Pathol. Med., 27: 4-7, 1998.
88. Tortora, J. T.; Funke, B. R.; Case, C. L. Microbiologia. 8ª ed. Porto Alegre:
Artmed. 2005. 920p.
89. Umazume, M.; Ueta, E.; Osaki, T. Reduced inhibition of Candida albicans
adhesion by saliva from patients receiving oral cancer therapy. J. Clin.
Microbiol., 33: 432-439, 1995.
90. Vidotto, V. Manual de micologia médica. Tecmedd: São Paulo. 204p. 2004.
91. Wahlin, Y. B. Salivary secretion rate, yeast cells, and oral candidiasis in
patients with acute leukemia. Oral Surg. Oral Med. Oral Pathol., 71: 689-695,
1991.
92. Walsh T. J.; S. J. Chanock. Diagnosis of invasive fungal infections:
advances in nonculture systems. Curr. Clin. Top. Infect. Dis. 18:101–153, 1998.
93. Welsh, J.; McCleland, M. Fingerprinting genomes using PCR with arbitary
primers. Nuc. Ac. Res., 18: 7213-7218, 1990.
94. White, T. J.; Bruns, T.; Lee, S.; Taylor, J. Amplification and direct
sequencing of fungal ribosomal RNA genes for phylogenetics. In: Inns, M. A.;
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
40
Gelfand, D. H.; Sninsk, J. J.; White, T. J. (ED), PCR Protocols, a guide to
methods and applications. New York. Academic Press. 1990. p. 315-322.
95.Williams, J. G. K.; Kubelik, A. R.; Livak, K. J.; DNA polymorphisms amplified
by arbitrary primers are useful as genetic markers. Nuc. Ac. Res., 18: 6531-
6535, 1990.
96. Wilson, J. The aetiology, diagnosis and management of denture stomatitis.
Br. Dent. J., 185: 380-384, 1998.
97. Wray, D.; Felix, D. H.; Cumming, C. G. Alteration of humoral responses to
Candida in HIV infection. Br. Dent. J., 168: 326-329, 1990.
98. Zegarelli, D. J. Fungal infections of the oral cavity. Otolaryngol. Clin. North.
Am., 26: 1069-1089, 1993.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
41
4. ARTIGOS
4.1 CANDIDA SPP ISOLADAS DE SECREÇÃO DE OROFARINGE
DE PACIENTES PORTADORES DE AIDS ATENDIDOS EM
HOSPITAIS-ESCOLA DE MACEIÓ, ALAGOAS, BRASIL
ARTIGO SUBMETIDO A:
BRAZILIAN JOURNAL OF MICROBIOLOGY
SÃO PAULO/BRASIL
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
42
CANDIDA SPP ISOLADAS DE SECREÇÃO DE OROFARINGE DE
PACIENTES PORTADORES DE AIDS ATENDIDOS EM
HOSPITAIS-ESCOLA DE MACEIÓ, ALAGOAS, BRASIL
*Maria Anilda dos Santos Araújo
1, 2
; Elvira Maria Bezerra de
Alencar
1
; Kátia Simone dos Santos
2
; Aryanna Kelly Pinheiro Souza
2
;
Euripedes Alves da Silva Filho
3
; Lusinete Aciole de Queiroz
1
1. Pós-Graduação em Biologia de Fungos, Universidade Federal de Pernambuco,
Centro de Ciências Biológicas, Departamento de Micologia
2. Universidade Federal de Alagoas, Instituto de Centro de Ciências Biológicas e da
Saúde, Setor de Botânica
3. Universidade Federal de Alagoas, Instituto de Centro de Ciências Biológicas e da
Saúde, Setor de Biologia
*Autor para correspondência: Rua: Conselheiro Francisco Vieira, 23, Prado, Maceió-
AL, CEP 57010-230. Fone: (82) 3376-9236. Email: [email protected]
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
43
CANDIDA SPP ISOLADAS DA SECREÇÃO DE OROFARINGE
DE PACIENTES PORTADORES DE AIDS ATENDIDOS EM
HOSPITAIS-ESCOLA DE MACEIÓ, ALAGOAS, BRASIL
RESUMO
Foi realizada a detecção de espécies de Candida na secreção de
orofaringe de pacientes portadores de AIDS atendidos em Hospitais-Escola de
Maceió-Alagoas, Brasil. De pacientes atendidos no Hospital Universitário Prof.
Alberto Antunes/HUPAAUFAL e Hospital-Escola Dr. Hélvio Auto, foram
coletadas amostras de secreção da orofaringe, as quais foram processadas
para exame direto e cultura. Após isolamento, as leveduras foram purificadas e
identificadas. Entre 100 pacientes analisados, foram isolados leveduras de
29%, dos quais 16 (55%) foram de pacientes atendidos no Setor de Infectologia
do Hospital Dia-HUPAA/UFAL e 13 (45%) de pacientes atendidos no Hospital-
Escola Dr. Hélvio Auto/UNCISAL. Em relação à ocorrência de espécies de
Candida, verificou-se maior expressão de C. albicans, representando 31% dos
casos, seguida de C. guilliermondii (27,5%), C. glabrata e C. parapsilosis
(17,3%), e C. tropicalis (6,9%).
Palavras chave: Candida spp, secreção de orofaringe e AIDS.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
44
CANDIDA SPP ISOLATED FROM THE OROPHARYGEAL
SECRETION OF PATIENT BEARERS OF AIDS ASSISTED IN
SCHOOL HOSPITALS OF MACEIÓ, ALAGOAS, BRAZIL.
ABSTRACT
It was accomplished the detection of species of Candida in the
oropharygeal secretion of patient bearers of AIDS assisted in school hospitals
of Maceió-Alagoas, Brazil. From patients assisted in the Hospital Universitário
Prof. Dr. Alberto Antunes/HUPAAUFAL and Hospital-Escola Dr. Hélvio Auto,
samples of secretion from the oropharygeal were collected which were
processed for direct exam and culture. After isolation, the yeasts were purified
and identified. Among 100 analyzed patients, yeasts were isolated of 29%, of
which 16 (55%) were obtained from patients assisted in the infectology section
of the Hospital DIA-HUPAA/UFAL and 13 (45%) from patients assisted in the
Hospital-Escola Dr. Hélvio Auto/UNCISAL. Related to the occurrence of isolated
Candida's species, it was verified larger expression of Candida albicans,
representing 31% of the cases, followed by C. guilliermondii (27,5%), C.
glabrata and C. parapsilosis (17,3%), and C. tropicalis (6,9%).
key words: Candida spp, Oropharygeal Secretion, AIDS.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
45
INTRODUÇÃO
Entre as infecções oportunistas, as causadas por fungos, estão
entre as principais doenças observadas em pacientes com AIDS, as mais
comuns são candidíase, criptococose, histoplasmose, aspergilose,
paracoccidioimicose, entre outras
14, 23, 25, 29
.
Candidíases são as infecções micóticas mais freqüentes e podem
acometer qualquer tecido, órgão ou sistema. Esta infecção pode ser
considerada como um indicador da AIDS, e como um importante componente
para o diagnóstico precoce e análise da progressão da infecção pelo HIV
1, 3, 4,
8, 17, 18
.
De acordo com Fridkin e Jarvis
7
, Jarvis
9
, Wingard
31
o registro de
infecções causadas por Candida albicans tem diminuído relativamente devido a
incidência de infecções causadas por outras espécies incluindo C. glabrata,
C.parapsilosis, C. tropicalis, C. Krusei, C. lusitaneae, C. dublinienis, C. famata.
C. guilliermondii, C. kefyr, C. inconspicua, C. novergensis, C. rugosa, C.utilis e
C. zelanoides também tem sido mencionadas
5, 28
.
A recorrência de candidíase oral está relacionada ao tratamento
periódico que se faz necessário nos pacientes imunocomprometidos, porém o
uso prolongado de antibióticos e drogas antifúngicas tanto no tratamento
quanto na profilaxia tem resultado na resistência de C. albicans, assim como no
surgimento de outras espécies de Candida
6, 21
.
Este estudo teve como objetivo detectar a ocorrência de espécies
de Candida da secreção de orofaringe de pacientes portadores de AIDS
atendidos em Hospitais-Escola de Maceió, Alagoas, Brasil.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
46
MATERIAL E MÉTODOS
PACIENTES
Foram analisados espécimens clínicos de 100 pacientes
atendidos em ambulatório, sendo 50 atendidos no Setor de Infectologia do
Hospital Dia – Hospital Universitário Prof. Dr. Alberto Antunes - HUPAA/UFAL e
50 no ambulatório de Hospital-Escola Dr. Hélvio Auto/UNCISAL, Maceió,
Alagoas, Brasil.
COLETA DE ESPÉCIMENS CLÍNICOS
De cada paciente foi coletada uma amostra de secreção da
orofaringe, com o auxilio de swabs esterilizados umedecidos em 2mL de água
destilada esterilizada adicionada de 50mg/L de cloranfenicol contida em tubo.
Os recipientes com as amostras clínicas foram encaminhados ao Laboratório
de Micologia do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde-ICBS/UFAL para
realização de exame direto e cultura.
PROCESSAMENTO DA AMOSTRA
Exame Direto
Para detecção de estruturas fúngicas através do exame direto as
amostras dos diferentes espécimens clínicos foram processadas a fresco e
clarificadas com solução aquosa a 30% de hidróxido de potássio.
Obtenção de Cultura
As amostras de secreção da orofaringe foram semeadas com o
auxílio de swab por espalhamento radial na superfície do meio ágar infusão de
cérebro-coração (BHI) contido em placa, adicionado de 50mg/L de
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
47
cloranfenicol. Foram semeadas em duplicata e mantidas a temperatura
ambiente (28°C ± 1°C) e a 37°C, por um período de 48 horas até 7 dias.
Purificação e Identificação
Para purificação das leveduras foram preparadas suspensões em
água destilada esterilizada com cloranfenicol (50mg/L). Com alça em anel uma
alíquota da suspensão foi semeada por esgotamento na superfície do meio
ágar Sabouraud adicionado de 50mg/L de cloranfenicol contido em placa. As
colônias isoladas foram repicadas para ágar Sabouraud com extrato de
levedura contido em tubos e foram mantidas à temperatura ambiente (28°C ±
1°C). Para identificação das leveduras foram adotados os critérios de Barnett et
al.
2
, Hoog et al.
11
, Kreger-van Rij
12
e Lodder
16
.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Entre os 100 pacientes portadores de AIDS analisados, em 29%
foi observada a ocorrência de leveduras. Os pacientes apresentavam carga
viral e nível de CD4 controlados, por estarem sendo submetidos a tratamentos
com antiretrovirais e drogas antifúngicas Segundo Mattos et al.
18
que
verificaram a prevalência de lesões de mucosa bucal em 22% dos pacientes
HIV-positivos e associaram essas lesões a candidíase pseudomembranosa,
sendo a mais freqüente acometendo 6,3% dos pacientes. Os autores ressaltam
que no curso da infecção pelo HIV, a imunossupressão resultante da infecção
crônica pelo vírus, culmina com o surgimento de infecções oportunistas e
algumas neoplasias.
Em relação aos pacientes atendidos nos dois hospitais, verificou-
se a presença de espécies de Candida na secreção de orofaringe de 16 (55%)
dos pacientes atendidos no Setor de Infectologia do Hospital Dia-HUPAA/UFAL
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
48
e de 13 (45%) dos pacientes atendidos no Hospital-Escola Dr. Hélvio
Auto/UNCISAL. Foi positivo o exame direto da secreção de orofaringe de todos
os pacientes com manifestações clínicas características de candidíase. Neves
et al.
20
observaram a ocorrência de 95,8% das amostras de secreção de
orofaringe de pacientes com AIDS. Lima et al.
15
destacam a secreção de
orofaringe como o espécimen clínico que se detecta o isolamento de leveduras,
principalmente espécies de Candida.
Em relação a prevalência de espécies de Candida nos portadores
de AIDS nos dois hospitais, verificou-se que nos pacientes atendidos do
Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes as espécies de maior ocorrência
foram C. albicans e C. parapsilosis com 5 isolados de cada espécie, seguida de
3 amostras C. guilliermondii, 2 de C. glabrata e 1 de C. tropicalis. Nos
pacientes do Hospital-Escola Dr. Hélvio Auto, C. albicans também foi a espécie
de maior ocorrência com 4 isolados, seguida de 5 amostras deC. guilliermondii,
3 de C. glabrata e 1 C. tropicalis. C. parapsilosis não foi isolada de pacientes
deste hospital (Tabela 1). Segundo Gomides et al.
8
, Hernández-Hernández et
al.
10
, Lacaz et al.
13
, Saballs et al.
24
, Sidrim e Rocha
26
, Vidotto
30
estas espécies
são as mais encontradas na secreção de orofaringe de pacientes
imunocomprometidos.
Candida albicans foi a espécie de maior ocorrência na secreção
de orofaringe, representando 31% dos casos positivos, seguida de 27,5% de C.
guilliermondii, 17,3% de C. glabrata e C. parapsilosis, e C. tropicalis com 6,9%
(Figura 1). Resultados semelhantes foram encontrados por Lacaz et al.
13
,
Sidrim e Rocha
26
, Silva et al.
27
, Vidotto
30
, com relação a maior ocorrência de C.
albicans da secreção de orofaringe. C. tropicalis, C. parapsilosis e C. glabrata
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
49
também foram assinaladas pelos autores causando infecções fúngicas em
pacientes com AIDS.
O surgimento de outras leveduras em espécimens clínicos
diferentes, bem como de espécies Candida tem sido demonstrados por alguns
autores. Neves et al.
20
na secreção de orofaringe isolaram C. albicans (86,1%),
seguida de C. tropicalis (5,5%), C. glabrata e C. parapsilosis (2,7%), C. krusei e
Trichosporon pupullans (1,4%). Matsumoto et al.
19
isolaram em sangue e
cateter, as espécies C. parapsilosis (35%), seguido de C. albicans (20%), C.
tropicalis e C. guilliermondii (8,75%) e Oliveira et al.
22
isolaram da urina, as
espécies C. tropicalis (53%), seguida de C. albicans (36%)
22
.
Considerando a literatura especializada de identificação de
leveduras, foram observadas variações nas características macro e
microscópicas de alguns isolados de C. albicans, C. parapsilosis, C. glabrata,
C. guilliermondii e C. tropicalis (Figura 2, 3, 4, 5, 6)
2, 11, 12, 16
.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
50
TABELA 1. Espécies de Candida isoladas de secreção da orofaringe de
pacientes portadores de AIDS atendidos em dois Hospitais-Escola de Maceió,
Alagoas, Brasil.
SECREÇÃO DE OROFARINGE/ PACIENTES COM AIDS
ESPÉCIES
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Prof. ALBERTO ANTUNES
HOSPITAL-ESCOLA Dr.
HÉLVIO AUTO
TOTAL
C. albicans
5 4
09
C. guilhermondii
3 5
08
C. glabrata
2 3
05
C. parapsilosis
5 0
05
C. tropicalis
1 1
02
TOTAL
16 13 29
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
51
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
C. albicans C. guilliermondii C. glabrata C.parapsilosis C.tropicalis
FIGURA 1. Ocorrência de espécies de Candida isoladas da secreção de
orofaringe de pacientes portadores de AIDS atendidos em Hospitais-Escola de
Maceió, Alagoas.
Ocorrência (%)
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
52
FIGURA 2. Candida albicans: A, aspectos macroscópicos; B, aspectos
microscópicos (400X).
A
B
Clamidósporo
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
53
FIGURA 3. Candida glabrata: A, aspectos macroscópicos; B, aspectos
microscópicos (400X).
B
A
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
54
FIGURA 4. Candida guilliermondii: A, aspectos macroscópicos; B, aspectos
microscópicos (400X).
A
A
B
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
55
FIGURA 5. Candida parapsilosis: A, aspectos macroscópicos; B, aspectos
microscópicos (400X).
B
A
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
56
FIGURA 6. Candida tropicalis: A, aspectos macroscópicos; B, aspectos
microscópicos (400X).
B
A
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Azulay, M.M.; Oliveira, M.A.L.S.; Assis, T.L.; Pereira-Júnior, A.C.J. Micoses
oportunísticas na síndrome de imunodeficiência adquirida. An. Bras. Dermatol.,
64:253-255, 1989.
2. Barnett, J.A.; Payne, R.W.; Yarrow, D. Yeasts: characteristic and
identification. 3ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2002, 1002p.
3. Bosco, V.L. & Birman, E.G. Oral manifestations in children with AIDS and
controls. Pesqui. Odontol. Bras, 16: 07-11. 2002.
4. Branchini, M.L. Principais infecções fúngicas no paciente com infecção pelo
HIV. Paciente em foco, 2002.
5. Coleman, D.C.; Rinaldi, M.G.; Haynes, K.A.; Rex, J.H.; Summerbell, R.C.;
Anaisse, E.J.; LI, A.; Sullivan, D.J. Importance of Candida species other than
Candida albicans as opportunistic pathogens. Med. Mycol. 36:156-165, 1998.
6. Colombo, A.L.; Barchiesi, F.; Mcgough, D.A. Rinaldi, M.G. Comparison of
Etest and National Committee for Clinical Laboratory Standards broth
macrodilution method for azole antifungal susceptibility testing. J. Clin.
Microbiol., 33: 535-540, 1995.
7. Fridkin, S. L.; Jarvis, W.R. Epidemiology of nosocomial fungal infestions.
Clin. Microbiol. Rev., 9:499-511, 1996.
8. Gomides, M.D.A.; Berbert, A.L.C.V.; Mantese, S.A.O.; Rocha, A.; Ferreira,
M.S.; Borges, A.S. Dermatoses em pacientes com AIDS: estudo de 55 casos.
Uberlândia, MG, Brasil. Rev. Ass. Med Bras, 48: 36-41, 2002.
9. Jarvis, R. W. Epidemiology of nosocomial fungal infections, with emphasis on
Candida species. Clin. Infect. Dis., 20: 1526-1530, 1995.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
58
10. Hernandez-Hernandez, F.; Córdova-Martinez, E.; Manzano-Gayosso, P.;
López-Alvarez, R.; Bazan-Mora, E.; López-Martinez, R. Frecuencia de micosis
en pacientes inmunosuprimidos de un hospital regional de la Ciudad de México.
45: 455-460, 2003.
11. Hoog, G. S.; Guarro, J.; Gené, J. Figueras, M. J. Atlas of clinical fungi.CBS:
Spain. 2000. 1126p.
12. Kreger-van Rij, N. J. W. The yeasts: a taxonomic study. 2
nd
. Amsterdam:
Elsevier. 1984.
13. Lacaz, C. S.; Porto, E.; Martins, J. E.; Heins-Vaccari, E. M.; Melo, N. T.
Tratado de Micologia Médica. 9ª edição. São Paulo: Sarvier. 2002. 1104p.
14. ___________; Machado, C.M. Oportunismo microbiano e de neoplasias na
medicina contemporânea. Editora BYK, São Paulo. 272p., 2000.
15. Lima, O.C.C.; Silveira, F.R.X.; Birman, E.G. Manifestações bucais de
origem infecciosa em pacientes HIV positivos ou com AIDS/I – doenças
fúngicas. Rev. Ass. Brás. Odontol,, 2: 28-32, 1994.
16. Lodder, J. The Yest: a taxonomic study. Oxford: North Holand Publishing,
1970.
17. Marques, S.A.; Porro, A.M.; Mendonça, I.R.S.; Hans-Filho, G. Micoses
oportunísticas e de comportamento oportunista no Brasil. An. Bras. Dermatol.
71: 25-29, 1996.
18. Mattos, S.L.; Santos, V.R.; Ferreira, E.F. Prevalência de lesões de mucosa
bucal em paciente HIV-positivos na unidade de referência especializada em
doenças infecciosas e parasitárias especiais-URE-DIPE (Belém-Pará). Rev.
Bras. Patol. Oral, 3: 7-16. 2004.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
59
19. Matsumoto, F. E.; Gandra, R. F.; Ruiz, L. S.; Auler, M. E.; Marques, S. A.
V.; Pires, M. F. C.; Gambale, W.; Paula, C. R. Yeast isolated from blood and
catheter in children from a Public Hospital of São Paulo, Brazil. Mycopathol.,
154: 63-69, 2001.
20. Neves, R. P.; Cavalcanti, M. A. Q.; Chaves, G. M.; Magalhães, O. M. C.
Yeast isolated from clinical samples of AIDS patients. Braz. J. Microbiol. 33:
363-364. 2002.
21. Nucci, M.; Colombo, A. L. Emergente of resistant Candida in neutropenic
patients. Braz. J. Infect. Dis., 6: 124-128, 2002.
22. Oliveira, R. D. R.; Maffei, C. M. L; Martinez, R. Infecção urinária hospitalar
por leveduras do gênero Candida. Ver. Assoc. Med. Bras., 47: 231-235, 2001.
23. Porro, A.M.; Yoshioka, M.C.N. Manifestações dermatológicas da infecção
pelo HIV. An. Bras. Dermatol., 75: 655-697, 2000.
24. Saballs, P.; Torres-Rodriguez, J. M.; Salvadó, M.; Sales, P.; Gimeno-Bayón,
J. L.; Knobel, H.; Colomés, J. L.; Serrano, C.; Drobnic, L. La candidemia en el
syndrome de inmunodeficiencia adquirida. Estudio retrospectivo de nueve
casos. Rev. Iberoam. Micol., 17: 2-5, 2000.
25. Saramanayake, L. P.; Holmstrup, P. Oral candidiasis and human
immunodeficiency virus infection. J. Oral Pathol. Med., 18: 554-564,1989.
26. Sidrim, J. J. C.; Rocha, M. F. G. Micologia médica: À luz de autores
contemporâneos. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro. 2004. 388p.
27. Silva, M.R.R.; Paula, C. R. de, Silva, S. C.; Costa, T. R.; Costa, M. R.
Resistência à drogas de leveduras isoladas de candidíase orofaríngea em
pacientes com Aids. Rev. Microbiol., 29: 271-275, 1998.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
60
28. Sota, M.; Ezpeleta, C.; Cisterna, R. Descrición de 165 episodios de
fungemia de un estudio multicentrico. Rev. Iberoam. Micol., 16: 30-35, 1999.
29. Stenderup, A. Oral mycology. Acta Odontol. Scand., 48: 3-10, 1990.
30. Vidotto, V. Manual de micologia médica. Tecmedd: São Paulo. 204p. 2004.
31. Wingard, J. R. Importance of Candida species other than C. albicans as
pathogens in oncology patients. Clin. Infect. Dis., 20: 115-125, 1995.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
61
3.2 ESPÉCIES DE CANDIDA ISOLADAS DE PACIENTES
PORTADORES DE CÂNCER ATENDIDOS NO HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO DE MACEIÓ, ALAGOAS, BRASIL
ARTIGO SUBMETIDO A:
BRAZILIAN JOURNAL OF MICROBIOLOGY
SÃO PAULO/BRASIL
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
62
ESPÉCIES DE CANDIDA ISOLADAS DE PACIENTES
PORTADORES DE CÂNCER ATENDIDOS NO HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO DE MACEIÓ, ALAGOAS, BRASIL
*Maria Anilda dos Santos Araújo
1, 2
; Elvira Maria Bezerra de
Alencar
1
; Kátia Simone dos Santos
2
; Aryanna Kelly Pinheiro Souza
2
;
Euripedes Alves da Silva Filho
3
; Lusinete Aciole de Queiroz
1
1. Pós-Graduação em Biologia de Fungos, Universidade Federal de Pernambuco,
Centro de Ciências Biológicas, Departamento de Micologia
2. Universidade Federal de Alagoas, Instituto de Centro de Ciências Biológicas e da
Saúde, Setor de Botânica
3. Universidade Federal de Alagoas, Instituto de Centro de Ciências Biológicas e da
Saúde, Setor de Biologia
*Autor para correspondência: Rua: Conselheiro Francisco Vieira, 23, Prado, Maceió-
AL, CEP 57010-230. Fone: (82) 3376-9236. Email: [email protected]
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
63
ESPÉCIES DE CANDIDA ISOLADAS DE PACIENTES
PORTADORES DE CÂNCER ATENDIDOS NO HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO DE MACEIÓ, ALAGOAS, BRASIL
RESUMO
O presente trabalho teve como objetivo detectar a ocorrência de
leveduras nos espécimens clínicos sangue, secreção da orofaringe e urina de
pacientes portadores de câncer atendidos no Hospital Universitário Prof.
Alberto Antunes - HUPAA de Maceió-Alagoas. Haviam entre os pacientes,
portadores de câncer de mama, melanoma e útero. Depois de coletadas,
amostras dos espécimens clínicos foram processadas para exame direto e
cultura. Após purificação as leveduras foram identificadas. Dos 35 pacientes
analisados, 12 (34,3%) apresentaram infecções por leveduras, sendo
observada uma ocorrência de 84,6% na secreção da orofaringe e de 15,4% na
urina; no sangue não foram detectadas leveduras. As espécies isoladas foram
C. albicans (53,8%), C. glabrata (38,5%) e C. tropicalis (7,7%). Os pacientes
analisados pertenciam ao sexo feminino, sendo predominante o câncer de
mama.
Palavras chave: Candida spp, Câncer, Espécimens clínicos.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
64
SPECIES OF ISOLATED CANDIDA OF PATIENTS BEARERS OF
CANCER ASSISTED IN THE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE
MACEIÓ, ALAGOAS, BRAZIL
ABSTRACT
The objective of the present work was to detect the occurrence of
yeasts in the clinical specimen blood, secretion oropharygeal and urine of
patient bearers of cancer assisted in the Hospital Universitário Prof. Dr. Alberto
Antunes - HUPAA of Maceió-Alagoas. There were among the patients, bearers
of breast cancer, melanoma and uterine cancer. After they were collected,
samples of the clinic specimens were processed for direct exam and culture.
After purification, the yeasts were identified. From the 35 analyzed patients, 12
(34,3%) presented fungic by yeasts, being observed an occurrence of 84,6% in
the oropharygeal secretion and 15,4% in the urine; it wasn´t identified yeasts in
the blood. The isolated species were C. albicans (53,8%), C. glabrata (38,5%)
and C. tropicalis (7,7%). The analyzed patients were of the feminine sex and
the breast cancer was predominant.
key words: Candida spp, Cancer, Clinic Specimens.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
65
INTRODUÇÃO
Câncer é o nome dado a um conjunto doenças que têm como
característica o crescimento desordenado e maligno de células que invadem
tecidos e órgãos, podendo causar metástase em diferentes regiões do corpo
5
.
Em relação a ocorrência de infecções fúngicas em pacientes com
câncer, como os portadores de leucemia, linfomas e tumores sólidos,
candidíases e aspergiloses está entre as micoses mais comumente
diagnosticadas
4, 11
.
A granulocitopenia severa e prolongada é o fator mais importante
para o desenvolvimento de infecção fúngica disseminada em pacientes com
neoplasias malignas. Adicionalmente, a emergência dessas infecções tem sido
associada à utilização de novos regimes de antibióticos, durante episódio de
prolongada granulocitopenia, secundariamente ao tratamento quimioterápico
mais intensivo
16, 17
. As espécies mais comumente relacionados com infecção
em pacientes com câncer, pertencem aos gêneros Candida, Aspergillus,
Mucor, Cryptococcus e, ocasionalmente, Histoplasma, Trichosporon, Fusarium
e também a Pneumocystis carrini
18
.
O presente trabalho teve como objetivo detectar a ocorrência de
leveduras em espécimens clínicos de pacientes portadores de Câncer
atendidos no Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
66
MATERIAL E MÉTODOS
PACIENTES
Foram analisadas amostras clínicas de 35 pacientes portadores
de Câncer, sendo 9 com câncer de mama, 2 com câncer de útero e 2 com
melanoma. Os pacientes foram atendidos previamente no ambulatório do Setor
de Oncologia do Hospital Universitário Dr. Alberto Antunes - HUPAA /UFAL e
encaminhados ao laboratório do referido hospital, onde foi procedida a coleta
dos espécimens clínicos.
REGISTRO NO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA – CEP – Nº 007471/2003-41
COLETA DE ESPÉCIMENS CLÍNICOS
De cada paciente foi coletada uma amostra de secreção da
orofaringe, sangue e urina, totalizando 105 amostras clínicas. Para coleta de
secreção da orofaringe foram utilizados swabs esterilizados, os quais foram
umedecidos em água destilada esterilizada adicionada de cloranfenicol na
concentração de 50mg/L contida em tubos; em seguida os swabs foram
colocados no mesmo tubo. Com o auxílio de seringa descartável foram
coletados 5mL de sangue e transferidos para tubos tipo Vacuntanier contendo
EDTA como anticoagulante. Após as instruções devidas a urina foi coletada
pelo próprio paciente. Os recipientes contendo as amostras clínicas foram
encaminhados ao Laboratório de Micologia do Instituto de Ciências Biológicas
e da Saúde-ICBS/UFAL para realização de exame direto e cultura.
PROCESSAMENTO DOS ESPÉCIMENS CLÍNICOS
Exame Direto
Para detecção de estruturas fúngicas através do exame direto as
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
67
amostras dos diferentes espécimens clínicos foram processadas a fresco e
clarificadas com solução aquosa a 20% de hidróxido de potássio.
Obtenção de Cultura
Para isolamento de leveduras foram utilizados os meios infusão
de cérebro-coração (BHI) adicionado de 0,5% de extrato de levedura (YE)
contidos em tubo e ágar BHI adicionados de 50mg/L de cloranfenicol contido
em placa. Para enriquecimento 1mL do sangue foi semeado em BHI-YE e
mantido a 37ºC durante 72 horas. Decorrido o período de incubação, 0,5mL da
cultura foi semeada no sentido radial na superfície de ágar BHI. Do precipitado
da urina foi retirado 0,5mL e semeado por espalhamento radial na superfície de
ágar BHI contendo 50mg/L de cloranfenicol. A secreção de orofaringe foi
semeada com o auxílio de swab por meio de espalhamento radial na superfície
do meio. Todos os espécimens clínicos foram semeados em duplicata para
manutenção a temperatura ambiente (28°C ± 1°C) e 37°C, por um período de
48 horas até 30 dias.
Purificação e Identificação
Para purificação das leveduras foram preparadas suspensões em
água destilada esterilizada com 50mg/L cloranfenicol. Com alça em anel uma
alíquota da suspensão foi semeada por esgotamento na superfície do meio
ágar Sabouraud adicionado de 50mg/L de cloranfenicol contido em placa. As
colônias isoladas foram repicadas para meio ágar Sabouraud mais extrato de
levedura contido em tubos e foram mantidas à temperatura ambiente (28°C ±
1°C). Para identificação das leveduras foram adotados os critérios de Barnett et
al.
1
, Hoog et al.
8
, Kreger-van Rij
9
e Lodder
13
.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
68
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nos 35 pacientes portadores de câncer, observou-se uma
ocorrência de 12 (34,3%) de casos positivos para o isolamento de leveduras.
Segundo Lacaz e Machado
11
as infecções fúngicas causam uma diversidade
enorme de síndromes clínicas, tornando-se a hipótese de etiologia micótica
suspeita em qualquer quadro infeccioso relacionado a pacientes
imunocomprometidos e que se tratam de infecções que quando são
diagnosticadas tardiamente estão associadas a alta letalidade. O índice de
infecções fúngicas tem aumentado em pacientes imunocomprometidos,
principalmente quando são isolados fungos não considerados patógenos
primários a partir de espécimens que contêm uma microbiota diversa e
abundante, representando um problema na interpretação do papel patogênico,
devido a necessidade de se estabelecer e reunir parâmetros para definir sua
participação na enfermidade.
A Tabela 1 mostra a ocorrência dos tipos de câncer em relação
aos espécimens clínicos e espécies de Candida isoladas de pacientes
portadores de câncer atendidos no Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes.
Entre os pacientes analisados o câncer de mama foi o de maior ocorrência,
sendo observado em 9 (75%) pacientes, seguido de câncer de útero com 2
(16,7%) casos e melanoma apenas 1 (8,3%) caso. Bittencourt et al.
3
observaram que o câncer de mama é o mais freqüente atingindo o percentual
de 24% de todos os tumores em tratamento oncológico, com maior incidência
na vida adulta e no sexo feminino, seguido pelo câncer de colo uterino. De
acordo com os dados do Ministério da saúde a taxa de mortalidade por câncer
de mama tem aumentado, passando de 5,7/100.000 para 9,7/100.000
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
69
mulheres nos últimos 20 anos, continuando a ser a primeira causa de morte
nas mulheres brasileiras
5
. Vale salientar, que as pacientes portadoras de
câncer de útero tinham sido esterectomizadas.
A secreção da orofaringe foi o espécimen clínico de maior
ocorrência, sendo observado 11 (84,6%) casos de leveduras, seguida da urina
com 2 (15,4%) casos; do sangue não foi isolada levedura (Tabela 1). Segundo
Neves et al.
14
a secreção da orofaringe é o espécimen clínico onde mais
ocorrem isolamento de leveduras, principalmente espécies de Candida.
Entretanto, Barret et al.
2
e Spolidorio et al.
21
também citam a presença deste
gênero em biópsias de lesões da mucosa bucal. A microbiota oral é
representada por vários tipos de microrganismos, porém em pacientes
imunocomprometidos, tanto a microbiota normal como a oportunista pode
causar infecções severas, inclusive, atingindo a corrente sanguínea causando
infecções generalizadas
7
.
As espécies isoladas foram C. albicans com 7 (53,8%) casos,
sendo 6 isolados obtidos da secreção da orofaringe e 1 da urina, dos quais 5
foram isolados de câncer de mama, 1 de melanoma e 1 de câncer de útero;
seguida de C. glabrata com 5 (38,5%), sendo 4 isolados obtidos da secreção
da orofaringe de pacientes portadores de câncer de mama e 1 da urina de
portador de câncer de útero; C. tropicalis 1 (7,7%) obtido da secreção da
orofaringe de paciente portador de câncer de mama (Tabela 1). Estes dados
estão de acordo com os observados por Lacaz et al.
10
, Sidrim e Rocha
19
, Silva
et al
20
, onde C. albicans é a espécie mais isolada da secreção da orofaringe e
nos pacientes portadores de câncer de mama segundo Lacaz e Machado
11
.
Colombo et al.
6
e Nucci e Colombo
16
destacaram o surgimento de outras
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
70
espécies causando infecções está relacionado ao tratamento periódico que se
faz necessário e também ao uso prolongado de medicamentos utilizados na
profilaxia da candidíase oral, resultando na resistência da levedura.
Nos espécimens clínicos urina e secreção da orofaringe de um
mesmo paciente portador de câncer de mama, foi obtido isolamento apenas de
C. albicans. Por se tratarem de leveduras que são encontradas no trato
gastrointestinal em 20 a 80% da população adulta saudável, podem se tornar
patogênicas caso ocorram alterações nos mecanismos de defesa do
hospedeiro, tais como neoplasias
12
.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
71
TABELA 1. Ocorrência dos tipos de câncer em relação aos espécimens
clínicos e espécies de Candida isoladas de pacientes portadores de câncer
atendidos no Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes.
ESPÉCIMEN CLÍNICO
PACIENTE
TIPO DE
CÂNCER
SANGUE URINA SECREÇÃO DE
OROFARINGE
ESPÉCIE
1 Mama +
C. albicans
2 Mama + +
C. albicans
C. albicans
3 Mama +
C. glabrata
4 Útero +
C. albicans
5 Mama +
C. glabrata
6 Mama +
C. albicans
7 Útero +
C. glabrata
8 Mama +
C. glabrata
9 Mama +
C. tropicalis
10 Mama +
C. albicans
11 Mama +
C. glabrata
12 Melanoma +
C. albicans
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
72
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Barnett, J.A.; Payne, R.W.; Yarrow, D. Yeasts: characteristic and
identification. 3ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2002, 1002p.
2. Barret, A. W.; Kingsmill, V., J.; Speight, P. M. The frequency of fungal
infection in biopsies of oral mucosal lesions. Oral Dis., 4: 26-31, 1998.
3. Bittencourt, R.; Scaletzky, A.; Boehl, J. A. R. Perfil epidemiológico do câncer
na rede pública em Porto Alegre – RS. Rev. Bras. Cancerol. 50: 95-101. 2004.
4. Bodey, G. P.; Bueltmann, B.; Duguid, W.; et al. Fungal infections in cancer
patients: An international autopsy survey. Eur. J. Clin. Microbiol. Infect. Dis.,
11:99-109. 1992.
5. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa
Nacional de Câncer. Critérios de definição de casos de aids em adultos e
crianças./ Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Brasília:
Ministério da Saúde, 2004. 56p.
6. Colombo, A.L.; Barchiesi, F.; Mcgough, D.A. Rinaldi, M.G. Comparison of
Etest and National Committee for Clinical Laboratory Standards broth
macrodilution method for azole antifungal susceptibility testing. J. Clin.
Microbiol., 33: 535-540, 1995.
7. Gordon-Nunez, M. A.; Pinto, L. P. Candidíase e sua relação com a mucosite
oral em pacientes oncológicos pediátricos. Rev. Bras. Patol. 2: 4-9, 2003.
8. Hoog, G. S.; Guarro, J.; Gené, J. Figueras, M. J. Atlas of clinical fungi.CBS:
Spain. 2000. 1126p.
9. Kreger-van Rij, N. J. W. The yeasts: a taxonomic study. 2
nd
. Amsterdam:
lsevier. 1984.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
73
10. Lacaz, C. S.; porto, E.; Martins, J. E.; Heins-Vaccari, E. M.; Melo, N. T.
Tratado de Micologia Médica. 9ª edição. São Paulo: Sarvier. 2002. 1104p.
11. __________; Machado, C. M. Oportunismo microbiano e de neoplasias na
medicina contemporânea. Editora BYK: São Paulo. 2000. 272p.
12. Lima, O.C.C.; Silveira, F.R.X.; Birman, E.G. Manifestações bucais de
origem infecciosa em pacientes HIV positivos ou com AIDS/I – doenças
fúngicas. Rev. Ass. Bras. Odontol. 2:28-32, 1994.
13. Lodder, J. The Yest: a taxonomic study. Oxford: North Holand Publishing,
1970.
14. Neves, R. P.; Cavalcanti, M. A. Q.; Chaves, G. M.; Magalhães, O. M. C.
Yeast isolated from clinical samples of AIDS patients. Braz. J. Microbiol. 33:
363-364, 2002.
15. Nucci, M.; Colombo, A. L. Emergente of resistant Candida in neutropenic
patients. Braz. J. Infect. Dis., 6: 124-128, 2002.
16. Nucci, M; Schechter, M.; Spector, N.; et al. Antibiotic regimen as an
independent risk factor for disseminated fungal infections in neutropenic
patients in Brazil. Trans. R. Soc. Trop. Med. Hyg., 89: 107-110, 1995.
17. Nucci, M.; Silveira, M. I.; Spector, N. et al. Fungemia in cancer patients in
Brazil: predominance of non-albicans species. Mycopathol., 141:65-68 , 1998.
18. Oliveira, N. M. C. Vigilância de colonização por fungos filamentosos em
cavidade nasal de pacientes oncológicos pediátricos durante episódios de
neutropenia. Piracicaba, 1997. 95p. Dissertação (Mestrado em Ciências
Básicas em Doenças Infecciosas e Parasitárias) – Universidade Federal de
São Paulo – Escola Paulista de Medicina.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
74
19. Sidrim, J. J. C.; Rocha, M. F. G. Micologia médica: À luz de autores
contemporâneos. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro. 2004. 388p.
20. Silva, M.R.R.; Paula, C. R. de, Silva, S. C.; Costa, T. R.; Costa, M. R.
Resistência à drogas de leveduras isoladas de candidíase orofaríngea em
pacientes com Aids. Rev. Microbiol., 29: 271-275, 1998.
21. Spolidorio, L. C.; Martins, V. R. G.; Nogueira, R. D.; Spolidorio, D. M. P.
Freqüência de Candida sp. Em biópsias de lesões da mucosa bucal. Pesqui.
Odontol. Bras. 17:89-93, 2003.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
75
4.3 IDENTIFICAÇÃO POR PCR DE ESPÉCIES DE CANDIDA
ISOLADAS DE PACIENTES PORTADORES DE AIDS E DE
PORTADORES DE CÂNCER ATENDIDOS EM HOSPITAIS-
ESCOLA DE MACEIÓ, ALAGOAS, BRASIL
ARTIGO SUBMETIDO A:
BRAZILIAN JOURNAL OF MICROBIOLOGY
SÃO PAULO/BRASIL
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
76
IDENTIFICAÇÃO POR PCR DE ESPÉCIES DE CANDIDA
ISOLADAS DE PACIENTES PORTADORES DE AIDS E DE
PORTADORES DECÂNCER ANTENDIDOS EM HOSPITAIS-
ESCOLA DE MACEIÓ, ALAGOAS, BRASIL
*Maria Anilda dos Santos Araújo
1
; Euripedes Alves da Silva
Filho
2
; Bereneuza T. R. V. Brasileiro
3
; Kátia Simone dos Santos
4
;
Lusinete Aciole de Queiroz
1
; Elvira Maria Bezerra de Alencar
1
1. Pós-Graduação em Biologia de Fungos, Universidade Federal de Pernambuco,
Centro de Ciências Biológicas, Departamento de Micologia; 2. Universidade Federal
de Alagoas, Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Setor de Biologia; 3.
Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de Genética; 4. Universidade
Federal de Alagoas, Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Setor de Botânica.
*Autor para correspondência: Rua: Conselheiro Francisco Vieira, 23, Prado, Maceió-
AL, CEP 57010-230. Fone: (82) 3376-9236. E-mail: [email protected]
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
77
IDENTIFICAÇÃO POR PCR DE ESPÉCIES DE CANDIDA
ISOLADAS DE PACIENTES PORTADORES DE AIDS E DE
PORTADORES DE CÂNCER ANTENDIDOS EM HOSPITAIS-
ESCOLA DE MACEIÓ, ALAGOAS, BRASIL
RESUMO
O presente trabalho teve como objetivo verificar a diversidade
genética em nível específico e intraespecífico os isolados de Candida obtidos
de pacientes portadores de AIDS e de portadores de Câncer, utilizando como
marcadores moleculares o DNA ribossomal, ISSR (GTG)
5
e os iniciadores
espécie-específicos CALB1 e CALB2. Entre os 50 isolados obtidos 19 foram
identificadas pelo método convencional como Candida albicans, 11 C. glabrata,
9 C. guilliermondii, 7 C. parapsilosis e 4 C. tropicalis. Em relação ao fragmento
da região ITS (ITS1-5.8S-ITS2) do rDNA verificou-se que os isolados das
espécies C. albicans, C. glabrata, C. guilliermondii e C. tropicalis amplificaram
um fragmento de 550pb, enquanto C. parapsilosis amplificou um fragmento de
520pb. Os resultados obtidos com a utilização do iniciador para ISSR (GTG)
5
demonstraram grande variabilidade intraespecífica, permitindo detectar
linhagens dentro da mesma espécie. Com a utilização dos iniciadores espécie-
específicos CALB1 e 2, verificou-se que os isolados identificados como C.
albicans, amplificaram um fragmento de 273pb confirmando a espécie. Todos
os marcadores moleculares mostraram-se eficientes, reprodutíveis e auxiliam
na identificação convencional, constituindo-se em ferramentas apropriadas
para caracterização genética entre espécies de Candida.
Palavras chave: Candida spp, PCR, AIDS, Câncer.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
78
IDENTIFICATION BY PCR OF SPECIES OF ISOLATED CANDIDA
OF PATIENTS BEARERS OF AIDS AND CANCER ASSISTED IN
SCHOOL HOSPITALS OF MACEIÓ, ALAGOAS
ABSTRACT
The objective of the present work was to verify the genetic
diversity to the specific and intraspecific levels of the isolated of Candida
obtained from patients bearers of AIDS and Cancer assisted in the School
Hospitals of Maceió-Alagoas, using as molecular markers the DNA ribossomal,
ISSR (GTG)
5
and the specific-species initiator CALB1 and CALB2. From the 50
isolateds identified by the conventional method, 19 were Candida albicans, 11
C. glabrata, 9 C. guilliermondii, 7 C. parapsilosis and 4 C. tropicalis. In relation
to the fragment of the area ITS (ITS1-5.8S-ITS2) of the rDNA, it was verified
that the isolated of the species C. albicans, C. glabrata, C. guilliermondii and C.
tropicalis amplified a fragment of 550pb, while C. parapsilosis amplified a
fragment of 520pb. The results obtained with the use of the initiator for ISSR
(GTG)
5
demonstrated great intraspecific variability, allowing the detection of
lineages in the same species. By the use of the specific-species initiator
CALB1 and 2, it was verified that the isolated identified as C. albicans amplified
a fragment of 273pb confirming the species. All of the molecular markers were
efficient, reproductive and they helped in the conventional identification, being
appropriate tools for genetic characterization among species of Candida.
key words: Candida spp, PCR, AIDS, Câncer.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
79
INTRODUÇÃO
A candidíase é a mais freqüente infecção fúngica oportunista em
humanos
28
. Os aspectos clínicos da candidíase variam desde manifestações
da colonização de mucosas, até quadros sistêmicos com a invasão de vários
órgãos
18
. As espécies C. albicans, C. tropicalis, C. parapsilosis, C. glabrata e C.
krusei são mais comumente implicadas em quadros clínicos e C. lusitaniae, C.
rugosa, C. pseudotropicalis, C. guillermondii são leveduras menos
freqüentemente isoladas
19, 30
.
Os métodos tradicionalmente utilizados na identificação de
leveduras baseiam-se em critérios morfológicos e fisiológicos para nível de
espécie
14, 16, 21
, entretanto estão sendo utilizadas técnicas moleculares as
quais visam a análise de DNA e auxiliam na taxonomia dos microrganismos
possibilitando um estudo da variabilidade individual e/ou populacional
10, 11
.
A técnica de reação em cadeia de DNA polimerase (PCR –
Polymerase Chain Reaction) com os iniciadores espécie-específicos é
atualmente a mais utilizada para amplificação de fragmentos de interesse e
destaca-se na identificação de fungos patogênicos ao homem a partir do
espécimen clínico ou de culturas, uma vez que o diagnóstico através de testes
convencionais podem ser concluídos em apenas em quinze dias, dificultando o
tratamento e melhor resposta terapêutica
9, 12, 15
.
O presente trabalho teve como objetivo verificar a diversidade
genética em níveis específico e intraespecífico dos isolados de Candida obtidos
de pacientes portadores de AIDS e de portadores de Câncer atendidos em
Hospitais Escola de Maceió, Alagoas, utilizando como marcadores moleculares
o rDNA, o ISSR (GTG)
5
e iniciadores espécie-específicos CALB 1 e 2.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
80
MATERIAL E MÉTODOS
Amostras
Os isolados de leveduras foram obtidos de pacientes portadores
de AIDS e de portadores de Câncer atendidos no Setor de Infectologia do
Hospital Dia e Setor de Oncologia do Hospital Universitário Profº. Alberto
Antunes-HUPAA/UFAL e do Hospital-Escola Dr. Hélvio Auto; as leveduras de
referência foram obtidas Coleção de Culturas da Micoteca URM-UFPE (Tabela
1).
Obtenção de Massa Celular e Extração do DNA Nuclear
Os isolados foram inoculados em meio líquido extrato de levedura
peptona e dextrose-YPD e incubados a 30°C por 16 horas a 150rpm, em mesa
agitadora termostatizada. Após período de incubação foi retirado 1,0mL da
amostra e transferidos para microtubos esterilizados de 1,5mL e centrifugado
por três minutos a 5.900g. O sobrenadante foi descartado e adicionados 600μL
de solução de lise, mantidos a 65°C em banho-maria por 30 minutos com
agitação por inversão a cada cinco minutos. Posteriormente, foram
adicionados fenol/clorofórmio (1:1) e após breve agitação as suspensões foram
centrifugadas a 15.400g por 10 minutos. Foram transferidos 500μL da fase
superior para novos microtubos esterilizados de 1,5mL e adicionados 500μL de
clorofórmio/álcool isoamílico (24:1). As amostras foram centrifugadas mais uma
vez por igual período e rotações, e 400μL da fase superior foram transferidos
para microtubos de 1,5mL novos e esterilizados. A estes tubos foram
adicionados 800μL de etanol absoluto gelado, permanecendo por duas horas a
-20°C para precipitação do DNA. Após a precipitação, o DNA foi coletado por
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
81
centrifugação a 15.400g por 10 minutos, lavado com etanol a 70% por duas
vezes, secado em estufa a 37°C por 30 minutos e em seguida ressuspendido
com tampão TE pH 8,0 (TRIS 10mM/EDTA 1mM) e mantido a -20°C. A
quantificação foi realizada por espectrofotometria utilizando-se comprimento de
onda de 260nm após diluição das amostras de 1:200. Para o cálculo da
concentração de DNA foi utilizada a relação 1 DO = 50μg/mL
25
.
Amplificação do DNA Nuclear
As amostras de DNA foram amplificadas por PCR utilizando os
iniciadores descritos na Tabela 2, em termociclador HIBAID. A reação das
ISSR (Inter Simple Sequence Repeats) por PCR com o iniciador (GTG)
5
foi
realizada no volume final 25µL nas seguintes condições: tampão (Tris-HCl
20mM pH 8,4; KCl 50mM), BSA (soro albumina bovina) 0,025μg/μL, dNTP
0,2mM, iniciador (GTG)
5
0,2pmoles/μL, MgCl
2
3,0mM, Taq polimerase
0,05U/μL e 2,0ng/μL de DNA. Os ciclos de amplificação foram programados
para um ciclo de desnaturação de 5 minutos a 94°C seguido de 40 ciclos de
desnaturação a 94°C por 15 segundos, anelamento a 55°C por 45 segundos,
extensão a 72°C por 90 segundos, e extensão final a 72°C por seis minutos. Os
produtos de amplificação do lócus ITS1-5.8S-ITS2 dor rDNA foram separados
por eletroforese em gel de agarose 1,3% submetidos a 7,5 volts/cm entre os
eletrodos por 150 minutos em tampão TBE 0,5X, utilizando-se o marcador de
peso molecular de 100pb (Invitrogen Life Technologies) corados em brometo
de etídeo, visualizados em transiluminador de luz ultravioleta e fotografados
com sistema de fotodocumentação (DOC Print Vilber Loumart, França).
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
82
TABELA 1. Espécies de Candida obtidas de pacientes portadores de AIDS e Câncer
atendidos em Hospitais-Escola de Maceió, Alagoas e da Micoteca URM/UFPE.
ESPÉCIE ISOLADO SUBSTRATO GRUPO DE PACIENTE PROCEDÊNCIA
CALB – 5
ORO AIDS HUPAA
CALB – 6
URINA AIDS HUPAA
CALB – 7
URINA AIDS HUPAA
CALB – 10
ORO AIDS HUPAA
CALB – 11
ORO AIDS HUPAA
CALB – 12
ORO AIDS HUPAA
CALB – 13
ORO AIDS HUPAA
CALB – 22
ORO CÂNCER HUPAA
CALB – 26
ORO CÂNCER HUPAA
CALB – 27
ORO CÂNCER HUPAA
CALB – 28
ORO CÂNCER HUPAA
CALB – 29
ORO CÂNCER HUPAA
CALB – 33
URINA CÂNCER HUPAA
CALB – 36
URINA CÂNCER HUPAA
CALB – 38
URINA CÂNCER UNCISAL
CALB – 55
ORO AIDS UNCISAL
CALB – 57
ORO AIDS UNCISAL
CALB – 58
ORO AIDS UNCISAL
CALB – 60
ORO AIDS UNCISAL
URM - 4126
- - MICOTECA -UFPE
URM - 4126
- - MICOTECA -UFPE
C. albicans
URM - 4126
- - MICOTECA -UFPE
CGLA – 20
URINA AIDS HUPAA
CGLA – 21
URINA AIDS HUPAA
CGLA – 23
URINA CÂNCER HUPAA
CGLA – 32
ORO AIDS HUPAA
CGLA – 34
URINA AIDS HUPAA
CGLA – 35
URINA AIDS HUPAA
CGLA – 37
ORO CÂNCER HUPAA
CGLA – 41
ORO CÂNCER HUPAA
CGLA – 54
ORO AIDS UNCISAL
CGLA – 56
ORO AIDS UNCISAL
C. glabrata
CGLA – 59
ORO AIDS UNCISAL
CGUI – 02
ORO AIDS HUPAA
CGUI – 03
ORO AIDS HUPAA
CGUI – 04
ORO AIDS HUPAA
CGUI – 17
ORO AIDS HUPAA
CGUI – 30
ORO AIDS UNCISAL
CGUI – 31
ORO AIDS UNCISAL
CGUI – 39
ORO AIDS UNCISAL
CGUI – 40
ORO AIDS UNCISAL
CGUI – 42
ORO AIDS UNCISAL
URM - 4975
- - MICOTECA -UFPE
C. guilliermondii
URM - 4819
- - MICOTECA -UFPE
CPAR – 08
ORO AIDS HUPAA
CPAR – 09
ORO AIDS HUPAA
CPAR – 14
ORO AIDS HUPAA
CPAR – 15
ORO AIDS HUPAA
CPAR – 16
ORO AIDS HUPAA
CPAR – 18
URINA AIDS HUPAA
CPAR – 19
URINA AIDS UNCISAL
URM - 4261
- - MICOTECA -UFPE
C. parapsilosis
URM - 4984
- - MICOTECA -UFPE
CTRO – 01
ORO AIDS HUPAA
CTRO – 24
ORO AIDS UNCISAL
CTRO – 25
URINA AIDS UNCISAL
CTRO – 53
ORO CÂNCER HUPAA
URM - 4977
- - MICOTECA -UFPE
C. tropicalis
URM - 4262
- - MICOTECA -UFPE
CALB – C. albicans; CGLA – C. glabrata; CGUI – C. guilliermondii; CPAR – C. parapsilosis;
CTRO – C. tropicalis; HU – Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes-HUPAA; UNCISAL -
Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas; ORO – Secreção de orofaringe.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
83
TABELA 2. Iniciadores usados para amplificar segmentos de DNA de espécies
de Candida.
INICIADOR
SEQUÊNCIA
MARCADOR
MOLECULAR
REFERÊNCIA
(GTG)
5
GTGGTGGTGGTGGTG ISSR Lieckfeldt et al.
20
ITS4 TCCTCCGCTTATTGATATGC rDNA White et al.
31
ITS5 GGAAGTAAAAGTCGTAACAA rDNA White et al.
31
CALB 1 TTTATCAACTTGTCACACCA rDNA Luo & Mitchell
22
CALB 2 ATCCCGCCTTACCACTACCG rDNA Luo & Mitchell
22
A reação de amplificação da região ITS do DNA ribossomal por
PCR foi realizada em 25µL de volume final utilizando os iniciadores ITS4 e
ITS5, em termociclador HIBAID, nas seguintes condições: tampão (Tris-HCl
20mM pH 8,4; KCl 50mM), BSA (soro albumina bovina) 0,025μg/μL, dNTP
0,2mM, iniciador ITS
4
0,5pmoles/μL, iniciador ITS
5
0,5pmoles/μL, MgCl
2
3,0mM, Taq polimerase 0,05U/μL e 2,0ng/μL de DNA. Os ciclos de
amplificação foram programados para um ciclo de desnaturação inicial de 6
minutos a 94°C, seguido de 35 ciclos para desnaturação a 94°C por 20
segundos, anelamento a 55°C por 20 segundos, extensão a 72°C por 60
segundos, com extensão final a 72°C por cinco minutos. Os produtos de
amplificação foram separados por eletroforese e fotografados, nas mesmas
condições do item anterior.
Amplificação com Iniciadores CALB1 e CALB2
A reação de amplificação por PCR com os iniciadores espécie-
específicos CALB1 e CALB2
23
foi realizada em 20μL de volume final em
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
84
termociclador HIBAID, nas seguintes condições: tampão (Tris-HCl 20mM pH
8,4; KCl 50mM), BSA (soro albumina bovina) 0,025μg/μL, dNTP 0,2mM,
iniciador CALB1 0,5pmoles/μL, iniciador CALB 2 0,5pmoles/μL, MgCl
2
3,0mM,
Taq polimerase 0,05U/μL e 2,0ng/μL de DNA. Os ciclos de amplificação foram
programados para um ciclo de desnaturação inicial de 5 minutos a 96ºC,
seguidos de 40 ciclos para desnaturação a 94ºC por 30 segundos, pareamento
a 58ºC por 30 segundos, extensão a 72ºC por 30 segundos, com extensão final
a 72ºC por 15 minutos. Os produtos de amplificação foram separados por
eletroforese e fotografados em condições iguais às descritas para o iniciador
(GTG)
5
.
Análises Estatísticas
Os dados obtidos com as amplificações com o marcador (GTG)
5
foram analisadas pelo programa Numerical Taxonomy System of Multivariate
Programs – NTSYS – PC 2.1
3, 8, 24
. Os dados foram introduzidos na forma de
variáveis binárias, nas quais o número 1 (um) significa a presença do
fragmento e o número 0 (zero) a ausência. A partir desta análise, o programa
constrói uma matriz de similaridade utilizando o coeficiente similaridade Simple
Matching (SM). A partir da matriz de similaridade foi gerado um dendrograma
pelo método de agrupamento UPGMA (Unweighted Pair Group Method With
Arithmetical Average).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A amplificação do locus ITS1-5.8S-ITS2 do DNA ribossomal
utilizando os iniciadores ITS4 e ITS5 gerou um fragmento de 550pb para todos
isolados de C. albicans, C. glabrata, C. guilliermondii e C. tropicalis. Enquanto a
espécie C. parapsilosis amplificou um fragmento de aproximadamente 520pb,
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
85
como mostra a Figura 1. Estes dados são semelhantes aos observados por
Guillamón et al.
13
e Chen et al.
4
que identificaram espécies de leveduras
baseadas na análise de RFLP da região ITS do DNA ribossomal, sendo
observado que os produtos obtidos através da PCR desta região
demonstraram grande variação específica.
A espécie C. glabrata amplificou um fragmento de 550pb da
região ITS do rDNA, sendo que o tamanho do fragmento amplificado foi
diferente do observado por Cirak et al.
6
quando utilizaram métodos
moleculares na identificação de espécies de Candida obtendo um fragmento de
800pb para esta espécie.
As espécies C. albicans e C. tropicalis apresentaram o mesmo
tamanho de fragmento para a região ITS do DNA ribossomal. Guillamón et al.
13
e Chen et al.
4
comprovaram que estas espécies apresentam o mesmo tamanho
do fragmento ITS, mas são espécies diferentes, através da utilização de
enzimas de restrição, que funcionam como uma ferramenta para diferenciar
espécies com mesmo tamanho de fragmento ITS, uma vez que apresentam
sítios diferentes para as mesmas enzimas de restrição (CfoI, HaeIII, HinfI,
BsaHI, HineII) resultando em padrões específicos.
O tamanho do fragmento de C. guilliermondii para região ITS do
rDNA foi de aproximadamente 550pb, sendo que para esta espécie Williams et
al
32
obteve um fragmento amplificado de 600pb quando identificaram espécies
de Candida através de PCR e análises de polimorfismo de fragmentos de
restrição da região ITS do DNA ribossomal. HSU et al.
15
identificaram fungos
de interresse médico através de iniciadores para seqüências específicas de C.
albicans (CALB1 e CALB2), C. glabrata (CGL1 e CGL2), C. guilliermondii
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
86
(CGU1 e CGU2), C. parapsilosis (CPA1 e CPA2), C. tropicalis (CTR1 e
CTRO2), C. krusei (CKRU1 e CKRU2) e Cryptococcus neorformans (CN5 e
CN4) e obtiveram apenas produtos de PCR amplificados de suas respectivas
espécies.
Das leveduras de referência provenientes da Coleção de Culturas
Micoteca-URM foram obtidos produtos de PCR da região ITS do DNA
ribossomal, sendo amplificado um fragmento de aproximadamente 550bp para
as espécies: C. albicans (URM-4986 e URM-4385), C. tropicalis (URM-4262 e
URM-4817), C. guilliermondii (URM-4819), C. parapsilosis (URM-4261 e URM-
4984) e de 450bp para o isolado URM-4975 de C. guilliermondii (Figura 2). Os
resultados obtidos são semelhantes aos observados por Guillamón et al.
13
e
Chen et al.
4
para espécies C. albicans, C. tropicalis e C. parapsilosis, mas
diferem para C. guilliermondii, que segundo os autores apresenta um
fragmento de 600pb. Vale salientar que não foi obtida amostra de referência de
C. glabrata.
As espécies identificadas pelo método convencional como C.
albicans, C. glabrata, C. guilliermondii, C. parapsilosis e C. tropicalis foram
identificadas através da biologia molecular utilizando-se os iniciadores espécie-
específico CALB1 e CALB2, sendo incluídas as amostras de referencia (Tabela
1). Com a utilização destes marcadores, verificou-se que todos os isolados
identificados como C. albicans, amplificaram um fragmento de 273pb com os
iniciadores específicos para C. albicans confirmando a espécie. Entre os
isolados desta espécie verificou-se grande variação morfológica em relação
aos aspectos macroscópicos, no entanto com relação aos aspectos
microscópicos observou-se características marcantes, como a formação de
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
87
pseudomicélio e de clamidósporos formados em microcultivos utilizando-se os
meios agar-fubá, agar-arroz e bile de boi, que características da espécie
segundo Barnett et al.
1
e Kreger-van Rij
17
. Os resultados obtidos são
semelhantes aos descritos por Luo e Mitchell
22
que identificaram fungos
patogênicos de culturas utilizando reações de PCR em multiplex e obtiveram
100% de sensibilidade e especificidade para iniciadores espécie-específico da
região ITS do rDNA.
Os resultados obtidos com as espécies de C. glabrata e C.
guilliermondii são diferentes dos encontrados na literatura com a utilização dos
iniciadores CALB e ITS. HSU et al.
15
e Chavasco et al.
5
utilizaram iniciadores
espécie-específicos para confirmação dessas espécies e demonstraram que a
técnica de PCR é útil, prática e mais precisa.
Em relação a C. parapsilosis todos os isolados identificados pelo
método convencional coincidiram com a identificação molecular utilizando-se
os iniciadores ITS sendo observado um fragmento de 520pb e com os
iniciadores CALB1 e CALB2, verificando-se que os isolados identificados como
C. glabrata não amplificaram, sendo considerados espécies diferentes de
C.albicans. Hsu et al.
15
, Luo e Mitchell
22
e Nazzal et al.
23
utilizaram
iniciadores específicos para identificação de diferentes espécies de leveduras e
obtiveram produtos de PCR apenas para as espécies que apresentam
seqüências homólogas aos iniciadores mencionados.
Nos isolados de C.albicans foram encontrados perfis que
variaram entre 3 a 20 fragmentos, em C. glabrata entre 1 a 19 fragmentos, em
C. guilliermondii entre 2 a 21 fragmentos, em C. parapsilosis entre 9 a 22
fragmentos e em C. tropicalis entre 1 a 18 fragmentos (Figura 3).
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
88
Os perfis gerados pela amplificação com o iniciador (GTG)
5
para
C. albicans, C. glabrata, C. guilliermondii, C. parapsilosis e C. tropicalis (Figura
4, 5, 6, 7, 8). Os isolados de C. albicans geraram perfis que foram reunidos em
três grupos, um com 73% de similaridade (A e C) e outro com 65% de
similaridade (B). Os isolados URM-4126 e CALB-12, URM-4385 e CALB-55,
CALB-57 e CALB-60, CALB-28 e CALB-29 apresentaram 100% de
similaridade. Dos 6 isolados do grupo A, 5 foram obtidos de pacientes
portadores de AIDS e 1 de portador de câncer, sendo observado 4 padrões
diferentes. No grupo B observou-se que dos 4 isolados, 3 foram obtidos de
pacientes com câncer apresentando 3 padrões distintos e 1isolado de paciente
com AIDS. O grupo C apresentou 8 isolados, sendo 5 isolados obtidos de
pacientes portadores de AIDS todos com padrões distintos e 3 isolados de
portadores de câncer com 2 padrões diferentes. Entre os 18 isolados de
C.albicans obtidas de pacientes portadores de AIDS e de portadores de câncer,
foram discriminados 17 padrões. Os resultados obtidos mostram que houve
grande variabilidade intraespecífica entre os isolados de C. albicans,
demonstrando que a utilização deste marcador pode ser uma importante
ferramenta para distinguir linhagens dentro da mesma espécie. Estes dados
são semelhantes ao observados por Thanos et al.
29
que identificaram espécies
de Candida com ISSR, sendo que os produtos amplificados de 26 espécies de
Candida apresentaram maior variabilidade interespecifica do que
intraespecifica.
O dendrograma gerado para C. glabrata apresentou 5 grupos,
sendo que os isolados do grupo A apresentaram 80% de similaridade, mas os
isolados CGLA – 20 e CGLA – 21 apresentaram 100% de similaridade. O grupo
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
89
B apresentou 4 isolados com 90% de similaridade. O grupo C está formado
pelos isolados CGLA – 34 e CGLA – 35 e apresentaram 100% de similaridade
entre eles e com cerca de 62% de fragmentos comuns com os grupos A e B.
Os isolados CGLA – 37 contidos no grupo D e CGLA – 23 no grupo E, foram os
mais distintos, com 59 e 53%, respectivamente, em relação aos demais grupos
através da análise da distância genética. Em relação ao grupo de pacientes
observou-se que dos 11 isolados 8 foram obtidos de pacientes portadores de
AIDS e 3 de pacientes de portadores de câncer, sendo observados 9 padrões
distintos. No grupo A foram discriminados 2 padrões, no grupo B 3 padrões dos
quais os isolados CGLA – 41 de paciente com câncer e CGLA – 54 de paciente
com AIDS apresentaram o mesmo padrão, no grupo C 2 isolados com 1
padrão, o grupo D e E com os isolados CGLA – 37 e CGLA – 23,
respectivamente com padrões diferentes. Os resultados obtidos com este
marcador molecular demonstram que a presença ou ausência de um fragmento
detecta polimorfismo entre os isolados caracterizando linhagens. Silva-Filho et
al.
26
determinaram o padrão de Saccharomyces cerevisiae após análise
molecular baseada em PCR através do iniciador (GTG)
5
, fragmentos
polimórficos identificados entre as linhagens de S. cerevisiae, permitindo a
discriminação de 17 linhagens nativas desta espécie, as quais foram
confirmadas pelo método convencional de identificação. Brasileiro
2
também fez
uso deste marcador molecular em isolados de Fusarium solani e verificou que
esta ferramenta foi mais eficiente para caracterizar a variabilidade genética
intraespecífica.
Os isolados de C. guilliermondii geraram 4 perfis, sendo que o
grupo A apresentou 75% de similaridade de tamanho de fragmento, o grupo B
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
90
com 83%, o grupo C com 72% e o grupo D com 95%. Os isolados CGUI – 03,
CGUI - 30 e CGUI – 31, pertencentes ao grupo B apresentaram 100% de
similaridade. Os nove isolados foram obtidos de pacientes portadores de
AIDS, sendo observados 5 isolados no grupo B com 3 padrões diferentes dos
quais os isolados CGUI – 03, CGUI – 30 e CGUI – 31 apresentaram o mesmo
padrão. O grupo C e D com 2 isolados cada um apresentando um padrão
distinto.
Dos 9 isolados de C. parapsilosis 8 foram discriminados com
84%, sendo os perfis gerados agrupados em três grupos, o grupo A com 73%
de similaridade, o grupo B com 55% e o grupo C com 49% de similaridade,
sendo que os isolados deste grupo, CPAR – 18 e CPAR – 19 apresentaram
100% de similaridade. Os grupos A e B de C. parapsilosis se relacionam a
aproximadamente 55% de similaridade. Entre os isolados desta espécie 7
foram obtidos de pacientes portadores de AIDS, sendo observado 5 isolados
no grupo B com 3 padrões distintos e 2 isolados no grupo C com um padrão.
Os perfis gerados pelos isolados de C. tropicalis foram agrupados
em 3 grupos, sendo que os isolados do grupo A apresentaram 73% de
similaridade. Os isolados CTRO – 53 e CTRO – 51 se relacionam com 82% de
similaridade, o grupo B com apenas um isolado apresentou 62% de
similaridade com o grupo A. O grupo C se relaciona com o grupo A com 55%
de similaridade. Dos 5 isolados desta espécie foram obtidos 4 padrões
distintos, sendo o grupo A com 3 isolados e 2 padrões diferentes, o grupo B e
C com 1 isolado cada um apresentando padrões distintos.
Em relação ao grau de similaridade, observou-se que as
diferentes espécies apresentam percentuais bem diversificados, verificando-se
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
91
que a PCR utilizando-se o iniciador (GTG)
5
funciona como uma importante
ferramenta para detectar a diversidade genética de leveduras. Segundo Couto
et al.
7
que realizaram acompanhamento de leveduras presentes na cadeia
produtiva da indústria de maionese e saladas, verificaram que das 127
leveduras isoladas foram identificadas espécies de Zygosaccharomyces,
Candida, Pichia e Cryptococcus pelo “kit” API ID 32. Os autores utilizaram
também o marcador molecular (GTG)
5
e obtiveram 28 perfis para as espécies
identificadas pelo “kit” API, sendo que o iniciador (GTG)
5
foi capaz de
discriminar seis isolados que não foram identificados pelo sistema API.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
92
TABELA 1. Comparação entre a identificação convencional e a identificação
molecular utilizando os iniciadores espécie-específicos CALB1 e CALB2.
ISOLADO INICIADORES CALB1 E 2 IDENTIFICAÇÃO PELO MÉTODO
CONVENCIONAL
IDENTIFICAÇÃO POR PCR
CALB – 5
+
C. albicans C. albicans
CALB – 6
+
C. albicans C. albicans
CALB – 7
+
C. albicans C. albicans
CALB – 10
+
C. albicans C. albicans
CALB – 11
+
C. albicans C. albicans
CALB – 12
+
C. albicans C. albicans
CALB – 13
+
C. albicans C. albicans
CALB – 22
+
C. albicans C. albicans
CALB – 26
+
C. albicans C. albicans
CALB – 27
+
C. albicans C. albicans
CALB – 28
+
C. albicans C. albicans
CALB – 29
+
C. albicans C. albicans
CALB – 33
+
C. albicans C. albicans
CALB – 36
+
C. albicans C. albicans
CALB – 38
+
C. albicans C. albicans
CALB – 55
+
C. albicans C. albicans
CALB – 57
+
C. albicans C. albicans
CALB – 58
+
C. albicans C. albicans
CALB – 60
+
C. albicans C. albicans
URM - 4126
+
C. albicans C. albicans
URM - 4126
+
C. albicans C. albicans
URM - 4126
+
C. albicans C. albicans
CGLA – 20
-
C. glabrata
Não albicans
CGLA – 21
-
C. glabrata
Não albicans
CGLA – 23
-
C. glabrata
Não albicans
CGLA – 32
+
C. glabrata C. albicans
CGLA – 34
+
C. glabrata C. albicans
CGLA – 35
+
C. glabrata C. albicans
CGLA – 37
+
C. glabrata C. albicans
CGLA – 41
+
C. glabrata C. albicans
CGLA – 54
-
C. glabrata
Não albicans
CGLA – 56
-
C. glabrata
Não albicans
CGLA – 59
-
C. glabrata
Não albicans
CGUI – 02
-
C. guilliermondii
Não albicans
CGUI – 03
-
C. guilliermondii
Não albicans
CGUI – 04
-
C. guilliermondii
Não albicans
CGUI – 17
-
C. guilliermondii
Não albicans
CGUI – 30
-
C. guilliermondii
Não albicans
CGUI – 31
+
C. guilliermondii C. albicans
CGUI – 39
+
C. guilliermondii C. albicans
CGUI – 40
+
C. guilliermondii C. albicans
CGUI – 42
-
C. guilliermondii
Não albicans
URM - 4975
+
C. guilliermondii C. albicans
URM - 4819
-
C. guilliermondii
Não albicans
CPAR – 08
-
C. parapsilosis
Não albicans
CPAR – 09
-
C. parapsilosis
Não albicans
CPAR – 14
-
C. parapsilosis
Não albicans
CPAR – 15
-
C. parapsilosis
Não albicans
CPAR – 16
-
C. parapsilosis
Não albicans
CPAR – 18
-
C. parapsilosis
Não albicans
CPAR – 19
-
C. parapsilosis
Não albicans
URM - 4261
-
C. parapsilosis
Não albicans
URM - 4984
-
C. parapsilosis
Não albicans
CTRO – 01
-
C. tropicalis
Não albicans
CTRO – 24
-
C. tropicalis
Não albicans
CTRO – 25
-
C. tropicalis
Não albicans
CTRO – 53
-
C. tropicalis
Não albicans
URM - 4977
-
C. tropicalis
Não albicans
URM - 4262
+
C. tropicalis C. albicans
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
93
FIGURA 1. Amplificação da região ITS do rDNA de isolados de C. albicans
(A), C. glabrata (B), C. tropicalis (C) obtidas de pacientes portadores de
AIDS e de portadores de Câncer; C. guilliermondii (D) e C. parapsilosis (E)
obtidas de portadores de AIDS atendidos em Hospitais-Escola de Maceió,
Alagoas; URM – amostras da coleção de cultura micoteca; M - marcador
molecular de 100 pb.
A
A
URM
4986 05 07 10 11 M 12 13 22 26 27
Pb
2072
1500
600
100
550
Pb
2072
1500
600
100
550
URM
4986 06 28 29 33 36 M 38 55 57 58 60
20 21 23 32 34 35 M 37 41 54 56 59
URM
M 4975 02 03 04 17 30 31 39 40 42
URM
M 4984 08 09 14 15 16 18 19
URM
M 01 24 25 4977 53
Pb
2072
1500
600
100
550
Pb
2072
1500
600
100
550
Pb
2072
1500
600
100
550
Pb
2072
1500
600
100
550
B
C
D
E
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
94
FIGURA 2. Amplificação da região ITS do rDNA de espécies de
Candida obtidas da Micoteca URM-UFPE. C. albicans (4986 e 4385); C.
tropicalis (4262 e 4817); C. guilliermondii (4975 e 4819); C. parapsilosis
(4261 e 4984); M – marcador molecular de 100 pb.
Pb
2072
1500
600
100
550
400
4986
4
262
4
817
49
75
4
819
4
261
4984
4
385
M
URM
4126
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
95
FIGURA 3. Perfis de amplificação ISSR com o iniciador (GTG)
5
de isolados de
C. albicans (A), C. glabrata (B), C. tropicalis (C) obtidas de pacientes
portadores de AIDS e de portadores de Câncer; C. guilliermondii (D) e C.
parapsilosis (E) obtidas de portadores de AIDS atendidos em Hospitais-Escola
de Maceió, Alagoas; URM – amostras da coleção de cultura micoteca; M –
Saccharomyces cerevisiae utilizada como marcador de peso molecular.
P
b
3100
2500
2200
650
750
B
URM URM
4986 28 29 33 36 38 M 55 57 58 60 4385
20 21 23 32 34 35 M 37 41 54 56 59
URM
4984 08 09 14 M 15 16 18 19
URM URM
4977 01 24 M 25 53 4262
URM URM
4975 02 03 04 17 M 30 31 39 40 42 4819
URM
4986 05 06 07 M 10 11 12 13 22 26
P
b
3100
2500
2200
650
750
P
b
3100
2500
2200
650
750
Pb
3100
2500
2200
650
750
P
b
3100
2500
2200
650
750
P
b
3100
2500
2200
650
750
A A
B C
D E
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
96
FIGURA 4. Dendrograma dos perfis obtidos da amplificação de ISSR com o
iniciador (GTG)
5
de isolados de C. albicans obtidas de pacientes portadores
de AIDS(*) e de portadores de Câncer (**) atendidos em Hospitais-Escola de
Maceió, Alagoas, através do método de agrupamento UPGMA, utilizando o
coeficiente de similaridade Simple Matching (SM).
A
B
C
*
*
*
*
**
*
*
*
*
*
**
*
**
*
**
**
*
*
*
**
**
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
97
FIGURA 5. Dendrograma dos perfis obtidos da amplificação de ISSR com o
iniciador (GTG)
5
de isolados de C. glabrata obtidas de pacientes portadores de
AIDS (*) e de portadores de Câncer (**) atendidos em Hospitais-Escola de
Maceió, Alagoas, através do método de agrupamento UPGMA, utilizando o
coeficiente de similaridade Simple Matching (SM).
A
B
C
D
E
*
**
*
*
*
*
*
*
*
*
*
**
**
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
98
FIGURA 6. Dendrograma dos perfis obtidos da amplificação de ISSR com o
iniciador (GTG)
5
de isolados de C. guilliermondii obtidas de pacientes
portadores de AIDS atendidos em Hospitais-Escola de Maceió, Alagoas,
através do método de agrupamento UPGMA, utilizando o coeficiente de
similaridade Simple Matching (SM).
A
B
C
D
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
99
FIGURA 7. Dendrograma dos perfis obtidos da amplificação de ISSR com o
iniciador (GTG)
5
de isolados de C. parapsilosis obtidas de pacientes
portadores de AIDS atendidos em Hospitais-Escola de Maceió, Alagoas,
através do método de agrupamento UPGMA, utilizando o coeficiente de
similaridade Simple Matching (SM).
*
*
*
*
*
*
*
*
*
A
B
C
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
100
*
FIGURA 8. Dendrograma dos perfis obtidos da amplificação de ISSR com o
iniciador (GTG)
5
de isolados de C. tropicalis obtidas de pacientes portadores
de AIDS (*) e de portadores de Câncer (* *) atendidos em Hospitais-Escola de
Maceió, Alagoas, através do método de agrupamento UPGMA, utilizando o
coeficiente de similaridade Simple Matching (SM).
A
B
C
*
*
**
*
*
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
101
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Barnett, J.A.; Payne, R.W.; Yarrow, D. Yeasts: characteristic and
identification. 3ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2002, 1002p.
2. Brasileiro, B. T. R. V. Variabilidade genética em isolados de Fusarium solani
detectada com a utilização de marcadores moleculares. Tese (Doutorado em
Biologia de Fungos) - Universidade Federal de Pernambuco. 91p. 2003.
3. Bussad, W. O.; Miazaki, E. S.; Andrade, D. F. Introdução à análise de
agrupamentos. Associação Brasileira de Estatística. 105p. 1990.
4. Chen, Y. C.; Eisner, J. D.; Kattan, M.M.; Rassoulian- Barret, S. L.; Lafe, K.;
Yarfitz, S. L.; Limaye, A.P.; Cookson, B.T. Identification of medically important
yests using PCR-based detection of DNA sequence polymorphisms in the
internal transcribed spacer 2 region of the rRNA genes. J. Clin. Microbiol., 38:
2302-2310, 2001.
5.Chavasco, J. K.; Paula, C. R.; Hirata, M. H.; Aleva, N. A.; Melo, C. E.;
Gambale, W.; Ruiz, L. S.; Franco, M. C. Molecular identification of Candida
dubliniensis isolated from oral lesions of HIV-posisitve an HIV-negative patients
in São Paulo, Brazil. Rev. Inst. Med. Trop. 48:21-26. 2006.
6. Cirak, M. Y.; Kalkanci, A.; Kustimur, S. Use of molecular methods in
identification of Candida species and evaluation of fluconazole resistance.
Mem. Inst. Oswaldo Cruz. 98:1027-1032, 2003.
7. Couto, M. M. B.; Hartog, B. J.; Huis In’t Veld, J. H. J.; Hofstra, H.; Van Der
Vossen, J. M. B. M. Identification of spoilage yeasts in a food-production chain
by microsatellite polymerase chain reaction fingerprinting. Food Microbiol., 13:
59-67, 1996.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
102
8. Cruz, C. D.; Regazzi, A. J. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento
genético. Viçosa: Imprensa Universitária, 1994. 390 p.
9. Elie, C. M.; Lott, T. J.; Reiss, E.; Morrison, C. J. Rapid identification of
Candida species with species-specific DNA probes. J. Clin. Mycrobiol. 36:
3260-3265, 1998.
10. Fungaro, M. H. P. Uso do RAPD na taxonomia. Anais do IX Encontro de
Geneticistas do Rio Grande do Sul. Caxias do Sul. 74p. 1995.
11. ______________. PCR na micologia: Diagnóstico e análise de
variabilidade. Biotecnologia Ciências e desenvolvimento. ano III, nº 14. 2000.
12. Frutos, R. L.; Fernandez-Espinar, M. T.; Querol, A. Identification of species
of the genus Candida by analysis of the 5.8S rRNA gene and the two ribosomal
internal transcribed spacers. Antonie van Leeuwenhock, 85: 175-185, 2004.
13. Guillamon, J. M.; Sabaté, J.; Barrio, E.; Cano, J. Querol, A. Rapid
identification of wine yeast species base don RFLP analysis of the ribosomal
internal transcribed spacer (ITS) region. Arch Microbiol. 169: 387-392, 1998.
14. Hoog, G. S.; Guarro, J.; Gené, J. Figueras, M. J. Atlas of clinical fungi.CBS:
Spain. 2000. 1126p.
15. Hsu, Min-Chih; Chen, Kuo-Wei; Lo, Hsiu-Jung Lo; Chen, Yee-Chun; Liao,
Mei-Hui; Lin, Yu-Hui; Shu-Ying Li. Species identification of medically important
fungi by use of real-time lgthtcycler PCR. J. Med. Microbiol., 52: 1071-1076,
2003.
16. Koneman, E.; Allen, S.; Janda, S.; Schereckenberger, P.; Winn, W.
Diagnóstico Microbiológico – Texto e Atlas colorido, 5º ed., Rio de Janeiro:
Medsi, 2001.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
103
17. Kreger-van Rij, N. J. W. The Yeasts: a toxanomic study. 3ª ed., Amsterdan:
Elsevier Science Publishers, 1984. Pp: 585-844.
18. Lacaz, C. S.; Porto, E.; Martins, J. E.; Heins-Vaccari, E. M.; Melo, N. T.
Tratado de Micologia Médica. 9ª edição. São Paulo: Sarvier. 2002. 1104p.
19. ___________; Machado, C.M. Oportunismo microbiano e de neoplasias na
medicina contemporânea. Editora BYK, São Paulo. 272p., 2000.
20. Lickfeldt, E.; Meyer, W.; Borner, T. Rapid identification and differentiation of
yeasts by DNA and PVR fingerprinting. J. Basic Microbiol., 33:413-426, 1993.
21. Lodder, J. The Yest: a taxonomic study. Oxford: North Holand Publishing,
1970.
22. Luo, G.; Mitchell, T. G. Rapid identification of pathogenic fungi directly from
cultures by using multiplex PCR. J. Clin. Microbiol., 40:2860-2865, 2002.
23. Nazzal, D.; Yasin, S.; Abu-Elteen, K. A rapid PCR-based method for
identification of four important Candida species. New Microbiol. 28: 245-250,
2005.
24. Rohlf, F. J. NTSYS-PC: numerical taxonomy and multivariate analysis
system: version 2.0. Nova York: Exeter Software, 2002.
25. Sambrook, J.; Fristsch, E. F.; Maniats, T. Molecular cloning a laboratory
manual. 2ª Edição. Cold Spring Harbor Laboratory. Cold Spring Harbor: Neww
York. 1989.
26. Silva-Filho, E. A. Caracterização genética de populações de leveduras de
destilarias de álcool combustível para otimização do processo de fermentação.
Tese (Doutorado em Biologia de Fungos) - Universidade Federal de
Pernambuco. 2003. 108p.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
104
27. Silva-Filho, E. A.; Santos, S. K. B.; Resende, A. M.; Morais, J. O. F.; Morais
Jr., M. A.; Simões, D. A. Yeast population dynamics of industrial fuel-ethanol
fermantation process assessed by PCR-fingerprinting. Antonie van
Leeuwenhock ., 88: 13-23, 2005.
28. Sidrim, J. J. C.; Rocha, M. F. G. Micologia médica: À luz de autores
contemporâneos. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro. 2004. 388p.
29. Thanos, M.; Schonian, G.; Meyer, W. Schweynoch, C.; Graser, Y.; Mitchell,
T. G.; Presber, W.; Tietz, H. J. Rapid identification of Candida species by DNA
fingerprinting with PCR. J. Clin. Microbiol. 34:615-621, 1996.
30. Vidotto, V. Manual de micologia médica. Tecmedd: São Paulo. 204p. 2004.
31. White, T. J.; Bruns, T.; Lee, S.; Taylor, J. Amplification and direct
sequencing of fungal ribosomal RNA genes for phylogenetics. In: INNS, M. A.;
GELFAND, D. H.; SNINSK, J. J. & WHITE, T. J. (ED), PCR Protocols, a guide
to methods and applications. New York. Academic Press. 1990. p. 315-322.
32. Williams, J. G. K.; Kubelik, A. R.; Livak, K. J.; Rafalski, J. A.; Tingey, S. V.
DNA polymorphisms amplified by arbitrary primers ara useful as genetic
markers. J. Clin. Microbiol., 33: 2476-2479. 1995.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
105
5. CONCLUSÕES GERAIS
Com base nos resultados obtidos podemos concluir que:
1. Pacientes portadores de AIDS e Câncer apresentam grande
predisposição ao isolamento de leveduras por se tratar de um grupo
imunodeprimido e que a presença de qualquer microrganismo pode
causar infecções graves se não forem diagnósticas precocemente;
2. O espécimen clínico de maior ocorrência para isolamento de leveduras
foi a secreção de orofaringe tanto nos pacientes portadores de AIDS
como de Câncer;
3. A Candida albicans foi a espécie de maior ocorrência nos dois grupos de
pacientes seguida de C. glabrata, C. guilhermondii, C. parapsilosis, C.
tropicalis;
4. Em pacientes portadores de Câncer não foram isoladas C. guilhermondii
e C. parapsilosis;
5. Todos os marcadores moleculares mostraram-se eficientes,
reprodutíveis e auxiliam na identificação convencional, constituindo-se
em ferramentas apropriadas para caracterização genética entre
espécies de Candida.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
106
6. ANEXOS
6. 1 FICHA DO PACIENTE
FICHA DO PACIENTE
N.° do Prontuário N.° Pesquisa
DADOS PESSOAIS
Endereço
DADOS RELACIONADOS COM A DOENÇA
Lesões preexistentes Sim Não N.º de lesões
Protocolo
DIAGNÓSTICO MICOLÓGICO SANGUE
Nome
Sexo
Masculino Feminino
Ocupação
Idade
Estado Civil
Doença de
b
AIDS CÂNCER
Tipo de
Início da
d
Tratamento
Qual?
Local
Sintomas
Grupo de
Ri
Teste de Elisa
Exame Direto
Cultura
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
107
DIAGNÓSTICO MICOLÓGICO URINA
DIAGNÓSTICO MICOLÓGICO OROFARINGE
Agente Etiológico
Conclusão
Exame Direto
Cultura
Conclusão
Agente Etiológico
Exame Direto
Cultura
Conclusão
Agente Etiológico
CONCLUSÃO GERAL
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
108
6.2 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu, _________________________________________, paciente matriculado
no __________________________________ com registro _______________, tendo
sido convidado(a) a participar como voluntário(a) do estudo intitulado “Fungos em
pacientes portadores de HIV/AIDS atendidos no Hospital escola Dr. Helvio
Auto/ECMAL de Maceió-Alagoas, Brasil”, recebi da estudante de doutorado da Pós-
Graduação em Biologia de Fungos da Universidade Federal de Pernambuco Maria
Anilda dos Santos Araújo professora substituta da Universidade Federal de Alagoas,
responsável pela execução da mesma os seguintes esclarecimentos que me
permitiram compreender sem dificuldade e perfeitamente os seguintes aspectos:
1. Que o estudo se propõe a coletar amostras clínicas de secreção da orofaringe,
sangue e urina, como também se necessário realizar a raspagem da pele;
2. Que a importância deste estudo é a de diagnosticar doenças causadas por fungos
nas diferentes amostras clínicas coletadas;
3. Que os resultados que se desejam alcançar são os seguintes: identificar as
espécies de fungos isoladas
4. Que esse estudo começará em janeiro de 2005 e terminará em dezembro de 2005;
5. Que o estudo será realizado da seguinte maneira: coleta de amostras clínicas,
identificação das espécies, emissão dos resultados dos exames, encaminhamentos
dos resultados aos hospitais e analisar geneticamente as diferentes espécies isoladas
e identificadas;
6. Que eu participarei das seguintes etapas: coleta de amostras clínicas e recebimento
do resultado do exame;
7. Que as alternativas conhecidas para se obter os mesmos resultados são as
seguintes: não existe outro método para o isolamento e identificação de fungos
causadores de micoses;
8. Que os desconfortos que poderei sentir durante a minha participação são os
seguintes: não haverá desconforto para a coleta de amostras clínicas;
9. Que não existe riscos à minha saúde física e mental, pois todo material utilizado na
coleta de amostras estão esterilizados e que será realizado por profissionais
qualificados;
10. Que continuarei sendo atendido no referido hospital e dispondo de toda a atenção,
independente de minha participação na pesquisa;
11. Que os benefícios que deverei esperar com minha participação, são: a detecção
da doença causada por fungos e um tratamento especifico para determinada micose
que deverá ser efetuado pela equipe de médicos do hospital.
12. Que a minha participação na pesquisa será acompanhada pelos médicos dos
hospitais, desde a coleta de amostras clínicas, encaminhamento dos resultados dos
exames e tratamento;
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
109
13. Que, sempre que desejar, me foram dados esclarecimentos sobre cada uma das
etapas do estudo;
14. Que eu poderei, a qualquer momento, recusar-me a continuar participando do
estudo e também a retirar este meu consentimento, sem que isso me traga qualquer
penalidade ou prejuízo;
15. Que as informações conseguidas através da minha participação no estudo não
permitirão a identificação da minha pessoa, exceto pelos responsáveis, e que a
divulgação das mencionadas informações ficará restrita ao âmbito técnico ou
científico;
16. Que eu deverei ser indenizado por qualquer despesa que venha a sofrer pela
minha participação nesse estudo e, também, por quaisquer danos que venha a sofrer
pela mesma razão, sendo que, para essas despesas, foi-me assegurada à existência
de recursos específicos;
Finalmente, tendo eu compreendido perfeitamente tudo o que me foi
informado sobre a minha participação no mencionado estudo e estando consciente
dos meus direitos, das minhas responsabilidades, dos riscos e dos benefícios que
minha participação implicarão, concordo em dele participar e para isso eu DOU O
MEU CONSENTIMENTO SEM QUE QUALQUER CONSTRANGIMENTOS OU
IMPOSIÇÃO me obriguem a isso.
Endereço do participante-voluntário(a):
Domicílio:_____________________________________________________Nº______
Complemento:___________________________________ Bairro:________________
CEP:_______________ Cidade:________________________ UF:________________
Telefone:___________________ Ponto de referência:__________________________
Contato de Urgência:____________________________________________________
Endereço dos responsáveis pela pesquisa:
Instituição: Universidade Federal de Alagoas - Centro
de Ciências Biológicas
Endereço: Praça Afrânio Jorge s/n, Prado
CEP:57010-000
Cidade:Maceió UF:Alagoas
Telefones para contato: (82) 223-5613/376-
9236/9341-7177
Endereço do Comitê de Ética em Pesquisa:
Instituição: Universidade Federal de Alagoas
Reitoria, 1º Andar, sala do COC
Endereço: Campus A. C. Simões, BR 104 – Norte, Km
97, Tabuleiro dos Martins
CEP: 57072-970 Cidade: Maceió UF:Alagoas
Telefones para contato: (82) 214-1053
FAX (82) 214-1600
Maceió, _____ de _________________ de _______
Assinatura ou impressão datiloscópica do voluntário
ou responsável legal
Assinatura do responsável pelo estudo
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
110
6. 3 REGISTRO NO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
111
6.4. NORMAS PARA ELABORAÇÃO DOS ARTIGOS
INSTRUÇÕES AOS AUTORES
ISSN 1517-8382 versão
impressa
ISSN 1678-4405 versão online
Objetivo e política editorial
Preparação de originais
Objetivo e política editorial
A Brazilian Journal of Microbiology destina-se à publicação de trabalhos de
pesquisa originais, notas breves e, ocasionalmente, revisões, envolvendo todos os
aspectos da microbiologia. Os textos submetidos à publicação devem ser redigidos
em inglês, e conter Título, Resumo e Palavras-chave também em português. A
Brazilian Journal of Microbiology tem uma política muito severa de avaliação
dos trabalhos submetidos à publicação, sendo cada manuscrito avaliado por pelo
menos dois revisores criteriosamente selecionados.
Enviando originais para publicação
Ser membro da Sociedade Brasileira de Microbiologia não é um pré-requisito para
a aceitação de um manuscrito para publicação. Trabalhos de pesquisadores do
Brasil e de outros países, não membros da SBM, são igualmente considerados
para publicação.
Quando um manuscrito é submetido à publicação, entende-se que todos os
autores e suas instituições estão de acordo com a publicação. Manuscritos
submetidos à publicação na Brazilian Journal of Microbiology não podem ter
sido publicados anteriormente (exceto na forma de resumo), nem ter sido
sumbetidos à publicação em outro periódico.
Brazilian Journal of Microbiology não assume qualquer responsabilidade por
erros cometidos pelos autores. Além disso, a Brazilian Journal of Microbiology
não assume qualquer responsabilidade pelas conclusões dos autores.
Todos os manuscritos devem ser submetidos em triplicata aos Editores
, e
enviados ao endereço abaixo (por e-mail ou por fax não são aceitos).
Publicação de um manuscrito
Manuscritos são aceitos para publicação somente após criticamente revisados. Os
trabalhos são avaliados por revisores indicados pelo Editores. Após a revisão, os
manuscritos são devolvidos para o autor indicado, para as correções sugeridas
pelos revisores, quando necessárias. Os autores devem retornar o novo texto
para os Editores. O autor indicado recebe uma notificação sobre o recebimento, a
aceitação ou a recusa de um trabalho submetido à publicação.
Quando um manuscrito é aceito, o autor indicado é avisado sobre a necessidade
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
112
de envio de um disquete de computador contendo o texto. O autor indicado
receberá provas tipográficas para correção, que deverão ser cuidadosamente
revisadas de acordo com as instruções enviadas e devolvidas no prazo de 5 dias.
Preparação de originais
Tipos de trabalhos
Os seguintes tipos de trabalho podem ser publicados na Brazilian Journal of
Microbiology:
Trabalho de pesquisa relata os resultados de pesquisa original ainda não
publicada. O texto deve ter de 12 a 15 páginas impressas, em espaço duplo,
além das referências bibliográficas, tabelas e figuras pertinentes. Um Resumo
com Título e Palavras-chave em português também devem ser incluídos.
Nota breve é um relato conciso de novas e importantes descobertas. A Nota
Breve deve ser redigida de acordo com as instruções para a preparação de
Trabalho de Pesquisa, mas sem as divisões em tópicos. Os Resumos em
português e em inglês devem conter no máximo 50 palavras. Tabelas e Figuras
devem limitar-se a duas tabelas ou duas figuras, ou uma tabela e uma figura. A
designação short communication aparecerá no topo do trabalho. O autor deve
indicar que o manuscrito é uma nota breve, permitindo que o texto seja avaliado
de maneira apropriada.
Mini-revisão - Artigos de revisão serão sobre temas de interesse geral na área
de microbiologia, escritos por especialistas convidados. Além dos resumos em
inglês e em português, o texto poderá ter também um índice.
Preparação do texto
Geral
1. Todos os manuscritos devem ser datilografados em espaço duplo, com amplas
margens, com as páginas numeradas em seqüência. Trabalhos de pesquisa
devem ter no máximo 15 páginas impressas, incluindo figuras e tabelas. Notas
breves devem ter no máximo 6 páginas.
2. Todos os manuscritos devem ser redigidos em inglês. Os Editores
recomendam que, antes de ser submetido, o texto seja cuidadosamente revisado
por alguém fluente em inglês. Manuscritos em inglês precário não serão aceitos.
3. O texto deve ser organizado em tópicos, conforme descrito no próximo
parágrafo. O nome dos tópicos deve ser digitado em letras maiúsculas
(ABSTRACT, INTRODUCTION etc.). A citação de tabelas e de figuras deve iniciar
com maiúsculas (as shown in Table 1..., as presented in Fig. 2..., etc.).
4. A abreviação de palavras e de símbolos deve seguir as recomendações da
IUPAC-IUB Commission. O Sistema Métrico deve ser adotado em todo o texto.
5. Como regra, as referências devem ser citadas por seus números.
Excepcionalmente, quando autores são mencionados no texto, a menção deve
ser feita de acordo com os seguintes exemplos: Bergdoll (número) reported
that..., Bailey and Cox (número) observed that..., ou Smith et al. (número)
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
113
mentioned that... Não utilizar letras maiúsculas.
6. Aos autores dos trabalhos aceitos para publicação será solicitado o envio de
um disquete de 3 1/2" contendo o trabalho digitado em um processador de texto
adequado para PC. Esse material pode ser enviado também por correio
eletrônico.
Organização
Página de título: Uma página separada deve conter o título do trabalho, o
nome completo (inclusive o primeiro nome e as iniciais intermediárias) e a
afiliação de cada autor. Um asterisco deve indicar o autor para correspondência.
Os números de telefone e fax e o endereço eletrônico, quando disponível, devem
ser assinalados no pé da página. A página de título não deve ter nenhum texto.
O título deve ser o mais conciso possível e indicar claramente o objetivo do
trabalho, não devendo conter abreviações. Expressões do tipo "Effects of...",
"Influence of...", "Study on..." etc. devem ser evitadas. O título deve ser
preparado com muito cuidado pois ele é utilizado nos sistemas de busca.
Abstract: Deve ser apresentado em uma página separada, limitando-se a no
máximo 250 palavras. Ele deve resumir o conteúdo básico do trabalho, devendo
ser compreensível mesmo sem a consulta do texto completo. Um abstract não
deve conter referências, tabelas ou abreviações incomuns. Abstracts devem ser
preparados com muito cuidado pois são publicados em textos de referência e
lidos por pessoas que não têm acesso ao trabalho completo. Três a cinco
keywords também devem ser apresentados.
Resumo: Resumo é o abstract redigido em português. Sua preparação deve
seguir as recomendações para a preparação do abstract em inglês. O resumo
deve ter também um título em português. As regras para o título em português
são as mesmas para o título em inglês (ver acima). Três a cinco palavras-chave
também devem ser apresentadas. O resumo e o título em português também
devem ser apresentados em página separada.
Introdução: Deve iniciar em página nova e fornecer ao leitor informações
suficientes para que os resultados relatados no trabalho possam ser avaliados
sem consulta à literatura. Entretanto, a introduction não deve ser uma extensa
revisão de literatura. Deve também dar subsídios para a compreensão dos
objetivos do trabalho que está sendo apresentado.
Materiais e Métodos: Esse tópico deve fornecer informações suficientes para a
repetição do trabalho. Descrição repetida de detalhes de técnicas anteriormente
publicadas deve ser evitada. Quando um método publicado é modificado pelos
autores, essas modificações devem constar do texto. A origem de reagentes,
meios de cultura e equipamentos (companhia, cidade, estado, país) deve ser
mencionada. Nomes comerciais e marcas registradas também devem ser
indicados. A utilização de subtópicos geralmente facilita a leitura e a
compreensão desse item.
Resultados: Esse tópico deve, através de texto, tabelas ou figuras, fornecer os
resultados experimentais. Caso um tópico relativo à Discussion
seja incluído,
evitar a excessiva interpretação dos resultados, que deverá ser feita na
Discussion. Caso Results e Discussion sejam combinados em um único tópico, os
resultados devem ser discutidos no texto quando adequado. Tabelas devem ser
numeradas independentemente das figuras, devendo-se utilizar números
arábicos. Todas as tabelas e figuras devem ser mencionadas no texto. A
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
114
localização mais adequada das tabelas e figuras deve ser assinalada.
Discussão: Deve fornecer a interpretação dos resultados em função das
informações disponíveis.
Agradecimentos: Esse tópico é opcional e deve vir após a discussão. Destina-
se a agradecimentos por apoio financeiro e pessoal.
Referências: A lista de referências bibliográficas deve ser apresentada em
ordem alfabética, de acordo com o sobrenome do primeiro autor. Todos os
autores devem ser mencionados. As referências devem ser numeradas em
ordem crescente. Cada referência deve ser citada no texto por seu número. Os
nomes das revistas devem ser abreviados de acordo com o sistema utilizado
pelo Biological Abstracts ou Chemical Abstracts. Todas as referências
mencionadas na lista devem ser citadas no texto, assim como todas as
referências citadas no texto devem constar da lista. Seguir os seguintes
exemplos:
a. Artigo em revista
Campos, L.C.; Whittam, T.S.; Gomes, T.A.T.; Andrade, J.R.C.; Trabulsi,
L.R. Escherichia coli serogroup 0111 includes several clones of
diarrhaegenic strains with different virulence properties. Infect. Immun. ,
62:3282-3288, 1994.
b. Trabalho ou capítulo em livro
Nelson, E.B. Current limits to biological control of fungal phytopathogens.
In: Arora, D.K.; Rai, B.; Mukerji, K.G.; Knudsen, G. (eds). Handbook of
applied mycology: soils and plants. Marcel Dekker, New York, 1991,
p.327-355.
c. Livro pelos autores
Salyers, A.A.; Whitt, D.D. Bacterial pathogenesis. A molecular approach.
ASM, Washington, 1994, 418p.
d. Patente
Hussong, R.V.; Marth, E.H.; Vakaleris, D.G. Manufacture of cottage
cheese. U.S. Pat. 3,117,870. Jan.14, 1964.
e. Tese
Calzada, C.T. Campylobacter jejuni e Campylobacter coli – caracterização
em sorogrupos e biotipos das cepas isoladas no município de São Paulo
no período de 1983-1989. São Paulo, 1991, 131p. (Ph.D. Thesis. Instituto
de Ciências Biomédicas. USP).
f. Publicação com autor ou editor desconhecido
Anonymous. The economy of by-products. Álcool Alcoolquim., 2: 33-40,
1985.
ARAÚJO, M. A. S. Caracterização molecular de espécies de Candida... 2006
115
g. Communicações em eventos (Simpósios, Conferências etc.)
Simões, G.S.; Silva, J.; Toledo, A.S.; Gontijo Filho, P.P. Micobactérias não
tuberculosas isoladas de pacientes com sindrome da imunodeficiência adquirida.
XVII Congresso Brasileiro de Microbiologia, Santos, 1993, p.41.
Referências como personal communication ou unpublished data devem ser
evitadas, embora algumas vezes elas sejam necessárias. Nesses casos, elas
devem ser citadas no texto e não na lista de referências bibliográficas.
Referências a respeito de trabalhos accepted for publication ou in press podem
ser utilizadas. No entanto, referências de trabalhos submitted ou in preparation
não devem ser utilizadas.
Tabelas
As tabelas não devem estar no meio do texto. Cada tabela deve ser apresentada
em uma página separada e numerada em seqüência empregando números
arábicos. O título da tabela deve aparecer no topo, e descrever de maneira clara
as informações apresentadas. Títulos e subtítulos devem ser concisos,
apresentando os dados em colunas e linhas, cuidadosamente arranjadas.
Figuras
As figuras devem ser identificadas com números arábicos. Dados apresentados
em tabelas não devem ser repetidos nas figuras. A legenda deve vir no pé da
figura.
Fotografias e desenhos
Apenas fotografias extremamente necessárias para a compreensão do trabalho
devem ser apresentadas. Sua qualidade deve ser suficiente para garantir boa
reprodução. As fotografias devem ser numeradas no verso e identificadas com o
nome do autor. No caso de desenhos, os detalhes devem ter qualidade suficiente
para permitir redução. Desenhos e figuras devem ser desenhados ou impressos
em preto e devem ser preparados como indicado para as fotografias. Ilustrações
coloridas não são aceitas.
Cópias
O autor indicado receberá gratuitamente quinze cópias do trabalho. Cópias
adicionais, pagas, devem ser requisitadas no retorno da prova gráfica corrigida.
[Home
] [Sobre a revista] [Corpo editorial] [Assinaturas]
Departamento de Microbiologia - ICB II - USP
Av. Prof. Lineu Prestes, 1374 - Sala 214
Cidade Universitária
05508-900 São Paulo SP - Brasil
Tel. / Fax: +55 11 3813-9647
bjm@sbmicrobiologia.org.br
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo