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Louise Guimarães de Araújo
ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E ANÁLISE DAS PROPRIEDADES
PSICOMÉTRICAS DA FORMA C DA ESCALA MULTIDIMENSIONAL
HEALTH LOCUS OF CONTROL (PAIN LOCUS OF CONTROL) PARA
IDOSOS COMUNITÁRIOS COM DOR CRÔNICA.
Belo Horizonte
2008
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Louise Guimarães de Araújo
ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E ANÁLISE DAS PROPRIEDADES
PSICOMÉTRICAS DA FORMA C DA ESCALA MULTIDIMENSIONAL
HEALTH LOCUS OF CONTROL (PAIN LOCUS OF CONTROL) PARA
IDOSOS COMUNITÁRIOS COM DOR CRÔNICA.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós
Graduação em Ciências da Reabilitação, da Escola
de Educação Física, Fisioterapia e Terapia
Ocupacional da Universidade Federal de Minas
Gerais, como requisito parcial à obtenção do título
de Mestre em Ciências da Reabilitação.
Linha de pesquisa:
Inflamação e Dor em Reabilitação
Orientadora:
Profa. Dra. Leani Souza Máximo Pereira
Co-Orientadora:
Profa. Dra. Rosana Ferreira Sampaio
Belo Horizonte
2008
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A663a
2008
Araujo, Louise Guimarães
Adaptação transcultural e análise das propriedades psicométricas da forma C da
Escala Multidimensional Health Locus of Control (Pain Locus of Control) para
idosos comunitários com dor crônica. [manuscrito] / Louise Guimarães de Araújo.
2007.
147f., enc.
Orientadora: Profa. Dra. Leani Souza Máximo Pereira
Co-orientadora: Profa. Dra. Rosana Ferreira Sampaio
Dissertação (mestrado) Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de
Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional.
Bibliografia: f. 39-46
1. Psicometria. 2. Instrumentos de medição. 3. Dor intratável. 4. Idosos. I.
Pereira, Leani Souza Maximo. II Sampaio, Rosana Ferreira. III. Universidade
Federal de Minas Gerais. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia
Ocupacional. III. Título.
CDU: 159.938
Ficha catalográfica elaborada por Valdir José Firmo. Bibliotecário CRB6 – 1923
Ao Helbert, por aceitar a minha ausência,
concedendo-me a oportunidade de me realizar ainda mais,
por me ensinar a sonhar como se fosse viver para sempre
e viver e ousar como se fosse o último dia.
AGRADECIMENTOS
A Deus pela oportunidade de crescimento e por me escutar.
Ao Helbert pelo amor e pela paciência incessantes, pelo apoio e incentivo incondicionais, por
compreender as minhas ausências e por tornar mais leves os momentos pesados.
Aos meus preciosos pais, Elce e Magali, e ao Rico pelos ensinamentos de luta, pela ajuda,
pelas vibrações, pela torcida e por formarem uma base sólida para a minha vida.
À vovó Nina por me despertar desde cedo o interesse por esta área do conhecimento.
Obrigada pelos exemplos de simplicidade, humildade, idoneidade, luta e equilíbrio.
Às minhas grandes amigas gerontomaníacas, Bárbara, Dri, Ju, Lu, Taís, Paula e Rita, pelos
exemplos de profissionalismo, amizade, companheirismo, cumplicidade, auxílio, respeito,
força e compreensão. Este trabalho tem um pouco de cada uma.
À Dani Gomes, por ser amiga, por lutar, sofrer, torcer e vencer todas as etapas ao meu lado.
À Ingrid Bolina e Daniela dos Anjos, por entenderem e respeitarem meus momentos de
ausência.
À coordenadora do curso de Fisioterapia do Centro Universitário de Belo Horizonte UNI-BH,
Lívia Ribeiro Borges Lazzarotto. Obrigada pela amizade, pelo incentivo, pelas vibrações
positivas, pela compreensão e pelo reconhecimento de cada etapa vencida.
Ao coordenador do curso de Fisioterapia da Faculdade Pitágoras, Márcio Meira Brandão.
Obrigada pela sensibilidade e pela positividade perenes, pelo apoio e pelo reconhecimento.
A Arielinha e Carolzinha que com alegria e criatividade tornaram mais fáceis alguns
momentos difíceis.
À minha querida irmãzinha Neca por estar sempre ao meu lado trazendo apenas coisas boas
para a minha vida.
Aos meus sempre amigos e Paulinho, que me escutaram, ajudaram e apoiaram no
vencimento desta etapa de vida. Obrigada por estarem ao meu lado nos momentos difíceis.
À querida Débora Mara Ferreira Lima pelo desprendimento, pela humildade e pelo
profissionalismo, sem os quais não seria possível a realização deste trabalho.
À minha família-fisioterapia Ana, Cris, Dalila, Lu, Maira e Ricardo, pela amizade sem
limites, pelo apoio sempre que precisei e pelo exemplo de profissionalismo, de ética e de
competência.
À família Lopes pelas inúmeras demonstrações de carinho, apoio, torcida e consideração.
À professora Leani Souza Máximo Pereira, por acreditar desde cedo na minha vontade de
crescer. Você será sempre o meu maior exemplo de gerontologia, de profissionalismo e de
competência. Obrigada por entender e me ajudar a superar as minhas limitações.
À professora Rosana Ferreira Sampaio pelas contribuições insubstituíveis para a
concretização deste trabalho.
Aos professores Paulo Henrique Ferreira, Rosângela Corrêa Dias e João Marcos Domingues
Dias pelo auxílio na elaboração deste trabalho.
Às equipes do Centro Mineiro de Tratamento para Dor e Clínica de Dor do Hospital das
Clínicas da UFMG pela colaboração e pela disponibilidade na fase de coleta de dados.
A todos os idosos que contribuíram para este sonho. Obrigada por me ensinar os verdadeiros
valores da vida.
Ao comitê de especialistas pelas contribuições preciosas para este processo de aprendizagem.
A todos meus familiares e amigos que torceram por este momento.
RESUMO
Trata-se de um estudo observacional de corte transversal. Foram realizados o processo
de tradução e adaptação transcultural, e a análise das propriedades psicométricas da forma C
do instrumento Multidimesional Health Locus of Control Scale (MHLC) para idosos
brasileiros. Participaram do estudo 211 idosos (71,3 ± 6,6 anos) da comunidade com dor
crônica não-oncológica, sem alterações cognitivas identificadas pelo Mini Exame do Estado
Mental. A seleção da amostra foi feita por conveniência, e os dados foram coletados em
serviços ambulatoriais para o tratamento da dor e grupos de convivência para idosos. Para
verificar a percepção do locus de controle (LC) da dor pelos idosos, foi aplicada a forma C da
escala MHLC, traduzida e adaptada seguindo as recomendações de Beaton et al. (2000). A
partir desse procedimento, foi denominada como Pain Locus of Control Scale ou Escala de
Locus de Controle da Dor - Forma C (PLOC-C). Após a versão final do instrumento, foram
testadas as confiabilidades intra e interexaminadores (coeficiente de correlação de Pearson e
intraclasse) e analisadas as características referentes à validade de construto da escala através
de uma análise fatorial exploratória de componentes principais e análise de consistência
interna (coeficiente Alfa de Cronbach). Os participantes responderam também a um
questionário clínico-sociodemográfico, a avaliação da autopercepção de saúde, a escala visual
análoga para intensidade da dor (EVA), e o número de sintomas depressivos foi verificado
pela escala de depressão geriátrica (GDS). A mobilidade funcional dos idosos foi avaliada
pelo Timed Up and Go (TUG). Foram verificadas a percepção de LC da dor dos idosos (testes
de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney) e as associações entre o LC da dor e as variáveis clínicas,
demográficas e sociais, a mobilidade e os sintomas depressivos (análise de regressão linear
multivariada). Em todas as análises considerou-se um nível de significância de 5%. A análise
fatorial exploratória da escala original mostrou a necessidade de redução nas subescalas de
locus de controle interno e ao acaso. A versão reduzida das subescalas de locus de controle
interno e ao acaso apresentaram níveis maiores de consistência interna quando comparados às
subescalas completas originais (α de Cronbach = 0,836 e 0,669 na versão reduzida; 0,759 e
0,665 na versão completa). As confiabilidades da escala reduzida também foram maiores
quando comparados às completas (intra-examinadores r = 0,65 e 0,93 nas reduzidas; r = 0,72
e 0,90 nas completas; interexaminadores r = 0,82 e 0,92 nas reduzidas; r = 0,79 e 0,90 nas
completas). Os idosos mostraram uma percepção de LC da dor preferencialmente em
profissionais de saúde e interno. A análise de regressão multivariada mostrou associação entre
a baixa escolaridade e maior número de sintomas depressivos avaliados pela GDS com maior
LC da dor ao acaso (R
2
ajustado = 0,13). Ser separado, utilizar apenas tratamento
medicamentoso para o controle da dor e pior desempenho no TUG associaram-se à menor
percepção do LC interno da dor (R
2
ajustado = 0,10). A avaliação em locais de atendimento
associou-se à maior percepção de LC da dor em profissionais de saúde quando ajustado para a
pontuação na EVA (R
2
ajustado = 0,04). Não morar sozinho e maior número de sintomas
depressivos (GDS) associaram-se à percepção do LC da dor em outras pessoas (R
2
ajustado =
0,10). Os resultados mostraram à aplicabilidade da escala reduzida em uma amostra de idosos
comunitários e fortalecem as evidências de influências dos fatores clínicos e
sociodemográficos na percepção da dor crônica em idosos da comunidade. A nova versão da
escala poderá contribuir para um maior conhecimento e abordagem da dor crônica em idosos.
Palavras-chave: Adaptação transcultural, Brasil, dor crônica, locus de controle da
dor, idosos.
ABSTRACT
A cross-sectional observation study was carried out for the translation and cross-
cultural adaptation of Form C of the Multidimensional Health Locus of Control Scale
(MHLC) for use on the Brazilian elderly and analysis of its psychometric properties. Two
hundred eleven elderly individuals (71.3 ± 6.6 years) from the community, with non-
oncological chronic pain and no cognitive difficulties identified by the Mini Mental State
Exam participated in the study. Sample selection was performed by convenience and data
were collected at out-patient services for pain treatment as well as in senior citizens groups.
To determine the perception of the pain locus of control (LC) on the part of the elderly, Form
C was applied from the MHLC scale, which was translated and adapted following
recommendations by Beaton et al. (2000). From this procedure, the Pain Locus of Control
Scale (PLOC-C) was denominated. After the final version of the instrument, intra-examiner
and inter-examiner reliability were tested (Pearson’s correlation coefficient and Intra-Class
correlation coefficient) and characteristics regarding the construct validity of the scale were
analyzed through exploratory factor analysis of principal components and internal consistency
analysis (Cronbach’s alpha coefficient). The participants also responded to a clinical-socio-
demographic questionnaire, a self-perceived health assessment and a visual analogue scale
(VAS) for pain intensity. The number of symptoms of depression was determined using the
Geriatric Depression Scale (GDS). Functional mobility was assessed using the Timed Up and
Go (TUG) test. The perception of pain LC among the elderly individuals was assessed
(Kruskal-Wallis and Mann-Whitney tests) and associations determined between pain LC and
clinical, demographic and social variables as well as mobility and symptoms of depression
(multivariate linear regression analysis). The significance level was set at 5% for all analyses.
Exploratory factor analysis of the original scale revealed the need for a reduction in the
internal and chance locus of control subscales. The reduced version of the internal and chance
locus of control subscales had higher levels of internal consistency when compared to the
original complete subscales (Cronbach’s α = 0.836 and 0.669 in the reduced version; 0.759
and 0.665 in the complete version). Reliability of the reduced subscales was also greater in
comparison to the complete subscales (intra-examiner r = 0.65 and 0.93 in the reduced
subscales; r = 0.72 and 0.90 in the complete subscales; inter-examiner r = 0.82 and 0.92 in the
reduced subscales; r = 0.79 and 0.90 in the complete subscales). The elderly individuals
demonstrated a perception of pain LC preferentially in healthcare professionals and internal
LC. Multivariate regression analysis revealed an association between low schooling and a
higher number of symptoms of depression, as assessed by the GDS, with a higher chance pain
LC (adjusted R
2
= 0.13). Being separated, using only medication to control pain and a worse
performance on the TUG were associated to a lower perception of internal pain LC (adjusted
R
2
= 0.10). Being evaluated in healthcare services was associated to a higher perception of
pain LC in healthcare professionals, when adjusted for the VAS score (adjusted R
2
= 0.04).
Not living alone and a higher number of symptoms of depression (GDS) were associated to
the perception of pain LC in other people (adjusted R
2
= 0.10). The results demonstrate the
applicability of the reduced scale on a sample of elderly individuals and strengthen the
evidence of the influence of clinical and sociodemographic factors on the perception of
chronic pain in elderly individuals living in the community. The new version of the scale can
contribute toward greater knowledge and a better addressing of chronic pain in the elderly.
Key words: Cross-cultural adaptation, Brazil, chronic pain, pain locus of control,
elderly.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
EVA Escala Visual Análoga
GDS Escala de Depressão Geriátrica
IASP International Association for Study of Pain (Associação Internacional para o
Estudo da Dor)
LC Locus de controle
MEEM Mini Exame do Estado Mental
MHLC Multidimesional Health Locus of Control Scale
OMS Organização Mundial de Saúde
PLOC-C Pain Locus of Control Scale - Forma C
TUG Timed Up and Go
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 13
1.1 O envelhecimento populacional brasileiro............................................................ 13
1.2 Conceito, classificação, prevalência e fatores associados à presença de dor
crônica no idoso..................................................................................................... 13
1.3 Perspectivas de avaliação da dor crônica.............................................................. 16
1.4 Aspectos psicossociais e demográficos relacionados à presença de dor crônica.. 17
1.5 Locus de controle................................................................................................... 19
1.6 Escalas de locus de controle da saúde e da dor...................................................... 20
1.7 Evidências relacionadas ao locus de controle da dor............................................. 21
2 OBJETIVOS................................................................................................................. 23
2.1 Geral....................................................................................................................... 23
2.2 Específicos.............................................................................................................. 23
3 MÉTODOS.................................................................................................................... 24
3.1 Delineamento.......................................................................................................... 24
3.2 Amostra................................................................................................................... 24
3.3 Instrumentação....................................................................................................... 25
3.3.1 Escala de locus de controle da dor (Multidimensional Locus of Control
Scale - Forma C)......................................................................................... 25
3.3.2 Instrumentação para caracterização da amostra......................................... 27
3.3.2.1 Questionário clínico-sociodemográfico...................................... 27
3.3.2.2 Escala análoga visual de dor....................................................... 28
3.3.2.3 Escala de depressão geriátrica..................................................... 28
3.3.2.4 Avaliação do desempenho funcional............................................ 28
3.4 Procedimentos........................................................................................................ 29
3.5 Métodos estatísticos............................................................................................... 31
3.5.1 Cálculo amostral......................................................................................... 31
3.5.2 Análise estatística....................................................................................... 32
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................... 37
REFERÊNCIAS........................................................................................................... 39
ANEXOS
ANEXO A - Mini Exame do Estado Mental
ANEXO B - Parecer de Aprovação do Estudo do Comitê de Ética em Pesquisa
da Universidade Federal de Minas Gerais
ANEXO C - Autorização do autor e recomendação para utilização da forma C
da Escala de Locus de Controle
ANEXO D - Multidimensional Health Locus of control Scale - Forma C
ANEXO E - Escala visual com as opções de resposta para cada item da Escala
de Locus de Controle da Dor
ANEXO F - Questionário Clínico e Sociodemográfico
ANEXO G - Escala Visual Análoga de Dor
ANEXO H - Escala de Depressão Geriátrica
ANEXO I - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para a Participação
no Estudo
ANEXO J - Versão final da escala de locus de controle da dor para a análise da
confiabilidade e validade de construto
ANEXO K - Artigo: Pain Locus of Control Scale: adaptação e confiabilidade
para idosos
ANEXO L - Artigo: Análise Fatorial da Escala de Locus de Controle da Dor
para Idosos
ANEXO M - Artigo: Fatores clínicos, sociais e demográficos associados ao
locus de controle da dor em idosos que vivem na comunidade
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