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Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”
Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação
Avaliação Pós-Ocupação ambiental de escolas da cidade de
Bauru (SP) e Lençóis Paulista (SP): um estudo ergonômico
visto pela metodologia EWA
Mariana Falcão Bormio
Bauru, 2007.
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Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”
Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação
Avaliação Pós-Ocupação ambiental de escolas da cidade de
Bauru (SP) e Lençóis Paulista (SP): um estudo ergonômico
visto pela metodologia EWA
Mariana Falcão Bormio
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-graduação em Desenho Industrial, na
linha de pesquisa em “Ergonomia”, da
Faculdade de Arquitetura, Artes e
Comunicação da Universidade Estadual
Paulista “Julio de Mesquita Filho”, como
requisito para obtenção do título de Mestre
em Desenho Industrial.
Orientador: Prof. Dr. José Carlos Plácido
da Silva (Professor Titular do
Departamento de Desenho Industrial).
Bauru, 2007.
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DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO
UNESP – BAURU
Bormio, Mariana Falcão.
Avaliação pós-ocupação ambiental de escolas
da cidade de Bauru (SP) e Lençóis Paulista (SP):
um estudo ergonômico visto pela metodologia EWA/
Mariana Falcão Bormio, 2007.
163 f. il.
Orientador: José Carlos Plácido da Silva.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Esta-
dual Paulista. Faculdade de Arquitetura, Artes
e Comunicação, Bauru, 2007.
1. Design ergonômico. 2. Ambiente escolar. 3.
APO (Avaliação Pós-Ocupação). I – Universidade
Estadual Paulista. Faculdade de Arquitetura,
Artes e Comunicação. II – Título.
Ficha catalográfica elaborada por Maricy Fávaro Braga – CRB-8 1.622
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha filha Bruna, pela compreensão que teve nos
momentos que não pude lhe dar toda a atenção que precisava, mas mesmo
assim, estava sempre pronta a me demonstrar seu amor com atos e palavras.
Aos meus pais Marcos e Cássia, que são exemplos para mim, pessoas
maravilhosas e únicas, que ao longo de minha vida me ensinaram o verdadeiro
significado das palavras família, amor e respeito.
Ao meu irmão Alex, amigo incondicional.
Enfim, dedico e agradeço a estas pessoas, que estiveram ao meu lado
durante mais esta etapa, me dando força, não me deixando abater e tornando
assim possível a realização deste projeto.
AGRADECIMENTOS
À Deus por me conceder graças diariamente.
Ao Prof. Dr. Jo Carlos Plácido da Silva pela dedicação extremada na
orientação e por compartilhar comigo suas vivencias e conhecimentos, tornando
simples até as fases mais difíceis do trabalho.
À Sileide Aparecida de Oliveira Paccola, amiga querida, que por meio
de uma aliança de trabalho, tornou-se possível a concretização deste projeto.
Aos alunos, diretores (a) e coordenadores das Escolas onde foram
desenvolvidas as pesquisas, por terem participado e recebido com plena
disposição nosso trabalho. Em especial à Reinaldo Teixeira Munhoz Diretor
das Unidades do SENAI de Bauru e Lençóis Paulista; Thaís Jacon Diretora da
EE. Prof. “Rubens Pietraróia”; Tatiana Maria Nege Diretora da EE Dr. “Paulo
Zillo”; Selma Pereira De Freitas Spunar Diretora do Colégio São José; Sônia
Regina Vilela Nhan Diretora da EE Prof. “Morais Pacheco”; Suely Montila
Diretora substituta da EE Prof. “Ernesto Monte”; Sandra Cristina de Araújo
Palmeira – Coordenadora Pedagógica do Cursos e Colégio Fênix.
Aos professores: Prof. Dr. Abílio Garcia dos Santos Filho, Prof. Dr. Ivan
De Domenico Valarelli, Prof. Dr. João Cândido Fernandes, Dr. João Eduardo
Guarnetti dos Santos, Prof. Dr. Luis Carlos Paschoarelli, por terem
contribuído com esta pesquisa, sempre dispostos a dividir seus conhecimentos.
À CAPES pelo apoio dado para a realização desta pesquisa.
Ao departamento de Desenho Industrial e Seção de Pós-Graduação,
professores e funcionários, em especial Silvio e Helder.
À todos os colegas do curso de mestrado em especial Jarryer, Franciane,
Daniela, Eunice, Bruno, Cristina e Marta.
À Denise Garrido Machado Cotta por ter ajudado com as correções deste
trabalho.
À Luiz Carlos Camara Bassotto, que se faz presente em minha vida
dividindo todos os momentos.
À Marcella Prado Felício, amiga querida, sempre presente.
À minhas tias, Prof. Drª Ana Maria Bormio De Rosis e Prof. Ms. Silvana
Nunes Garcia Bormio que sempre estiveram ao meu lado e são exemplos para
mim.
À Aloísio Paccola por estar sempre pronto a ajudar.
À toda minha família.
Por fim, agradeço a todos que de alguma forma estiveram relacionados à
esta pesquisa e me ajudaram.
Resumo
BORMIO, Mariana Falcão. Avaliação Pós-Ocupação ambiental de escolas da
cidade de Bauru (SP) e Lençóis Paulista (SP): um estudo ergonômico visto
pela metodologia EWA. Dissertação (Mestre em Desenho Industrial) Faculdade
de Arquitetura, Artes e Comunicação – UNESP, Bauru, 2007.
Considerando que toda composição ambiental é constituída por um conjunto de
fatores, que de acordo com a maneira como apresentam-se relacionados, são
capazes, ou não, de estabelecer harmonia e atender as necessidades e
características particulares de seus usuários, para o desenvolvimento de
atividades, com segurança, bem-estar e satisfação. O presente trabalho
desenvolveu uma APO - Avaliação Pós-Ocupação, que caracterizou a maneira
como os fatores físico ambientais - lumínicos, térmicos e acústicos, apresentam-se
nas salas de aula, de escolas estaduais e particulares das cidades de Bauru/SP e
Lençóis Paulista/SP. Para tanto, utilizou-se a metodologia EWA - Ergonomic
Workplace Analysis - Análise Ergonômica do Local de trabalho; por entendê-la
como um método ergonômico de avaliação, que possibilita por meio de uma
abordagem ampla, estabelecer diversos enfoques para um mesmo objeto de
estudo; além do fato dessa ser desenvolvida sob dois enfoques: o técnico do
avaliador; e o subjetivo do trabalhador/usuário, no que diz respeito às percepções
que lhe são despertadas pelo ambiente ao desenvolver suas atividades. A partir
dos resultados obtidos tornou-se possível confrontar as condições gerais
encontradas nos dois tipos de instituições, que classificou pelo enfoque do
avaliador as instituições estaduais como possuindo predominantemente condições
físico-ambientais ideais e boas, e as particulares como ideais (quando ao analisar
as condições térmicas considerou-se a presença de sistema de ar condicionado) e
boas (quando adotou-se as condições naturais do ambiente); enquanto que as
análises desenvolvidas pelos alunos classificaram tais condições nas escolas
estaduais como ruins e nas particulares como ideais.
Palavras chave: Design Ergonômico; Ambiente escolar; APO – Avaliação Pós-
Ocupação.
Abstract
BORMIO, Mariana Falcão. Evaluation environmental after-occupation of
schools of the city of Bauru (SP) and Lençóis Paulista from São Paulo
(SP): a ergonomic study seen by the methodology EWA. Paper (Master in
Industrial Design) - University of Architecture, Arts and Communication - São
Paulo State University - UNESP, Bauru, 2007.
Considering that every environmental composition is constituted by a group of
factors, that in agreement with the way as they come related, they are capable, or
not, of to establish harmony and to assist the needs and characteristics peculiar of
your users, for the development of activities, with safety, well-being and
satisfaction. The present work developed an POE Post Occupancy Evaluation,
that characterized the way as the factors physicist environmental - lighten,
thermal and acoustic come in the class rooms, of state and private schools of the
cities of Bauru/SP and Lençóis Paulista/SP. For this, the methodology EWA was
used - Ergonomic Workplace Analysis; for understanding it as an ergonomic
method of evaluation, that makes possible through a wide approach, to establish
several focuses for a same study object; besides the fact of that to be developed
under two focuses: the appraiser's technician; and the subjective of the
worker/user, in what tells respect the perceptions that it is wakened up by the
environment when developing your activities. Starting from the obtained results
became possible to confront the general conditions found in the two types of
institutions, that it classified for the appraiser's focus the state institutions as
possessing conditions physical-environmental ideals predominantly and good, and
the ideals (when analyzing the thermal conditions it was considered the presence
of system of conditioned air) and good (when it was adopted the natural
conditions of the atmosphere). While the analyses developed by the students they
classified such conditions in the state schools as bad and the ideals.
Words key: Ergonomic Design; School environment; POE Post Occupancy
Evaluation.
Lista de
figuras
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 - Casa da cascata................................................................ 20
Figura 02 - Ópera de arame................................................................ 20
Figura 03 - Praça Salgado Filho no Aterro do Flamengo...........................
20
Figura 04 - Implantação Parque do Ibirapuera....................................... 20
Figura 05 - Jardins do Cassino da Pampulha.......................................... 20
Figura 06- Plano Diretor Brasília......................................................... 20
Figura 07 – O espaço arquitetônico...................................................... 21
Figura 08 - Fatores que conferem a qualidade do ambiente construído......
22
Figura 09 - Desempenho Técnico......................................................... 22
Figura 10 - O comportamento humano afetando o ambiente....................
24
Figura 11 – O ambiente afetando o comportamento humano................... 24
Figura 12 – Esquema do processamento da informação.......................... 25
Figura 13 - Instituto Caetano de Campus ............................................. 33
Figura 14 – Escola Normal Caetano de Campus .................................... 33
Figura 15 - Grupo Escolar de Botucatu................................................. 33
Figura 16 - Grupo Escolar de Botucatu atual EE Dr. Cardoso de Almeida... 33
Figura 17 – Grupo Escolar de Itapira.................................................... 33
Figura 18 – Detalhe da construção ...................................................... 33
Figura 19 - EE Silva Jardim................................................................. 34
Figura 20 - Detalhe da entrada ........................................................... 34
Figura 21 - EE Padre Manoel da Nóbrega ............................................. 35
Figura 22 - Detalhe planta lateral........................................................ 35
Figura 23 - EE Godofredo Furtado ....................................................... 35
Figura 24 - EE Fernão Dias .................................................................
35
Figura 25 - EE Pandiá Calógeras.......................................................... 36
Figura 26 - EE Pandiá Calógeras.......................................................... 36
Figura 27 - EE Profª Suely A. de Mello.................................................. 36
Figura 28 - EE Profª Suely A. de Mello.................................................. 36
Figura 29 - EE Prof. Jon Teodoresco..................................................... 36
Figura 30 - EE Prof. Jon Teodoresco..................................................... 36
Figura 31 - EE Nossa Sra da Penha ..................................................... 37
Figura 32 - EE Nossa Sra da Penha ..................................................... 37
Figura 33 - EE Conselheiro Crispiano.................................................... 37
Figura 34 - EE Conselheiro Crispiano.................................................... 37
Figura 35 – Creche Bom Juá............................................................... 38
Lista de
figuras
Figura 36 – FAEC Salvador..................................................................
38
Figura 37 – CIAC Brasília.................................................................... 38
Figura 38 - Escola do FDE em Campinas /Projeto MMBB Arquitetos...........
40
Figura 39 - Escola do FDE em Campinas /Proj. UNA Arquitetos Associados 40
Figura 40 - Escola do FDE em Campinas /Projeto Andrade Morettin
Arquitetos Associados........................................................................
41
Figura 41 - Escola do FDE em Campinas /Projeto André Vainer e
Guilherme Paoliello............................................................................
41
Figura 42 - Escola Nossa Senhora das Graças........................................ 42
Figura 43 - Colégio Imperatriz Leopoldina............................................. 43
Figura 44 - Instituto de Educação de Pernambuco.................................. 44
Figura 45 – Unidade Juliana................................................................ 45
Figura 46 – Unidade Castelo............................................................... 45
Figura 47 – Unidade França................................................................ 45
Figura 48 - Unidade Oswaldo.............................................................. 46
Figura 49 - Unidade Escola Maria Salles Ferreira.................................... 46
Figura 50 - Perfil de propagação da luz natural que penetra pelas janelas. 51
Figura 51 - Posição das luminárias....................................................... 51
Figura 52 - Iluminação local................................................................ 51
Figura 53 - Ouvido............................................................................
58
Figura 54 – Relação atividades / nível de dB correspondente................... 58
Figura 55 - Câmera digital.................................................................. 82
Figura 56 – Decibelímetro...................................................................
82
Figura 57 – Luxímetro........................................................................ 82
Figura 58 – Termo-higrômetro............................................................ 82
Figura 59 – Cursos e Colégio Fênix...................................................... 83
Figura 60 – Sala de aula A.................................................................. 84
Figura 61 – Planta sistema de iluminação..............................................
84
Figura 62 – Análises Avaliador: fatores lumínicos................................... 85
Figura 63 – Avaliações trabalhadores: fatores lumínicos..........................
85
Figura 64 – Planta sistema de ventilação.............................................. 85
Figura 65 Análises avaliador: fatores térmicos
/ sistema de ar
condicionado.....................................................................................
86
Figura 66 - Análises avaliador: fatores térmicos / condições ambientais
naturais...........................................................................................
86
Figura 67 – Avaliações trabalhadores: fatores térmicos...........................
86
Figura 68 – Implantação da sala de aula A no contexto da Escola.............
87
Figura 69 – Vista do acesso térreo para janela sala de aula..................... 87
Lista de
figuras
Figura 70 – Análises avaliador: fatores acústicos................................... 87
Figura 71– Avaliações trabalhadores: fatores acústicos........................... 87
Figura 72 – Análises Avaliador: quadro geral dos fatores físico-ambientais 88
Figura 73 Avaliações trabalhadores: quadro geral dos fatores sico-
ambientais.......................................................................................
88
Figura 74 – EE Ernesto Monte............................................................. 88
Figura 75 – Sala de aula B.................................................................. 89
Figura 76 – Planta sistema de iluminação..............................................
89
Figura 77 – Análises avaliador: fatores lumínicos................................... 90
Figura 78 – Avaliações trabalhadores fatores lumínicos........................... 90
Figura 79 – Planta sistema de ventilação.............................................. 90
Figura 80 – Análises avaliador: fatores térmicos.................................... 91
Figura 81 – Avaliações trabalhadores: fatores térmicos...........................
91
Figura 82 – Implantação da sala de aula B no contexto da Escola.............
91
Figura 83 – Análises avaliador: acústica................................................
91
Figura 84 – Avaliações trabalhadores: acústica...................................... 91
Figura 85 - Análises Avaliador: quadro geral dos fatores físicos ambientais
92
Figura 86 - Avaliações trabalhadores: quadro geral dos fatores físico-
ambientais.......................................................................................
92
Figura 87 – EE Morais Pacheco............................................................ 92
Figura 88 – Sala de aula C.................................................................. 92
Figura 89 – Planta sistema de iluminação..............................................
93
Figura 90 – Análises avaliador: fatores lumínicos................................... 93
Figura 91 – Avaliações trabalhadores fatores lumínicos........................... 93
Figura 92 – Planta sistema de ventilação.............................................. 94
Figura 93 – Análises avaliador: fatores térmicos.................................... 94
Figura 94 – Avaliações trabalhadores: fatores térmicos...........................
94
Figura 95 – Implantação da sala de aula C no contexto da Escola.............
95
Figura 96 – Análises avaliador: fatores acústicos................................... 95
Figura 97 – Avaliações trabalhadores: fatores acústicos.......................... 95
Figura 98 - Análises do Avaliador: quadro geral dos fatores físico-
ambientais.......................................................................................
95
Figura 99 - Avaliações trabalhadores: quadro geral dos fatores físico-
ambientais.......................................................................................
95
Figura 100 – SENAI “João Martins Coube”............................................. 96
Figura 101 – Sala de aula D................................................................ 96
Figura 102 – Planta do sistema de iluminação....................................... 97
Figura 103 – Análises avaliador: fatores lumínicos................................. 97
Lista de
figuras
Figura 104– Avaliações trabalhadores: fatores lumínicos......................... 97
Figura 105 – Planta sistema de ventilação.............................................
98
Figura 106 Análises avaliador: fatores rmicos
/ sistema de ar
condicionado.....................................................................................
98
Figura 107 Análises avaliador: fatores térmicos / condições ambientais
naturais...........................................................................................
98
Figura 108 - Avaliações trabalhadores: fatores térmicos......................... 99
Figura 109 – Implantação da sala de aula D no contexto da escola........... 99
Figura 110 - Análises avaliador: fatores acústicos.................................. 100
Figura 111 – Avaliações trabalhadores: fatores acústicos........................ 100
Figura 112 Análises Avaliador: quadro geral dos fatores físico-
ambientais.......................................................................................
100
Figura 113 Avaliações trabalhadores: quadro geral dos fatores físico-
ambientais.......................................................................................
100
Figura 114 – Colégio São José............................................................. 101
Figura 115 – Sala de aula E................................................................ 101
Figura 116 – Planta do sistema de iluminação....................................... 101
Figura 117 – Análises avaliador: fatores lumínicos.................................
102
Figura 118 – Avaliação trabalhadores: fatores lumínicos......................... 102
Figura 119 – Planta sistema de ventilação.............................................
102
Figura 120 Análises avaliador: fatores térmicos.................................... 103
Figura 121 – Avaliações trabalhadores: fatores térmicos......................... 103
Figura 122 – Implantação da sala de aula no E contexto da Escola........... 103
Figura 123 – Análises avaliador: fatores acústicos.................................. 104
Figura 124– Avaliações trabalhadores: fatores acústicos......................... 104
Figura 125 - Análises Avaliador: quadro geral dos fatores físico ambientas 104
Figura 126- Avaliação do trabalhador: quadro geral dos fatores físico-
ambientais.......................................................................................
104
Figura 127 – EE Dr “Paulo Zillo”...........................................................
104
Figura 128 – Sala de aula F................................................................ 105
Figura 129 – Planta sistema de iluminação............................................ 105
Figura 130 – Análises avaliador: fatores lumínicos................................. 106
Figura 131 – Avaliações trabalhadores: fatores lumínicos........................ 106
Figura 132 – Planta sistema de ventilação.............................................
106
Figura 133 – Análises avaliador: fatores térmicos...................................
107
Figura 134– Avaliações trabalhadores: fatores térmicos.......................... 107
Figura 135 – Implantação da sala de aula F no contexto da Escola........... 107
Figura 136 – Análises avaliador: ruído.................................................. 108
Lista de
figuras
Figura 137 – Avaliações trabalhadores: ruído........................................ 108
Figura 138- Análises Avaliador: quadro geral dos fatores físico ambientais 108
Figura 139 - Avaliações trabalhadores: quadro geral dos fatores físico-
ambientais.......................................................................................
108
Figura 140 – EE Prof. “Rubens Pietraróia”............................................. 108
Figura 141 – Sala de aula G................................................................ 109
Figura 142 – Planta sistema de iluminação............................................ 109
Figura 143 - Análises Avaliador: fatores lumínicos..................................
110
Figura 144 - Avaliações trabalhadores: fatores lumínicos....................... 110
Figura 145 – Planta sistema de ventilação.............................................
110
Figura 146 – Análises avaliador: fatores térmicos...................................
111
Figura 147 – Avaliações trabalhadores: fatores térmicos......................... 111
Figura 148 – Implantação da sala de aula G no contexto da Escola...........
111
Figura 149 – Análises avaliador: fatores acústicos.................................. 112
Figura 150 – Avaliações trabalhadores: fatores acústicos........................ 112
Figura 151- Análises Avaliador: quadro geral dos fatores físico-ambientais 112
Figura 152 - Avaliações trabalhadores: quadro geral dos fatores físico-
ambientais.......................................................................................
112
Figura 153 – SENAI Lençóis Paulista.................................................... 112
Figura 154 – Sala de aula H................................................................ 113
Figura 155 – Planta sistema de iluminação............................................ 113
Figura 156 – Análises avaliador: fatores lumínicos................................. 114
Figura 157 – Avaliações trabalhadores: fatores lumínicos........................ 114
Figura 158 – Planta sistema de ventilação.............................................
114
Figura 159 Análises avaliador: fatores rmicos
/ sistema de ar
condicionado.....................................................................................
115
Figura 160 - Análises avaliador: fatores térmicos / condições ambientais
naturais...........................................................................................
115
Figura 161– Avaliações trabalhadores: fatores térmicos.......................... 115
Figura 162 – Implantação da sala de aula H no contexto da escola........... 116
Figura 163 – Análises avaliador: fatores acústicos.................................. 116
Figura 164 – Avaliações trabalhadores: fatores acústicos........................ 116
Figura 165 Análises Avaliador: quadro geral dos fatores físico-
ambientais.......................................................................................
116
Figura 166 Avaliações trabalhadores: quadro geral dos fatores físico-
ambientais.......................................................................................
117
Figura 167 - Análises do avaliador condições dos fatores físico-
ambientais Escolas Estaduais..............................................................
118
Lista de
figuras
Figura 168: Análises do avaliador condições dos fatores físico-
ambientais Escolas Particulares (considerando uso de sistema ar
condicionado)...................................................................................
118
Figura 169: Análise do avaliador – condições dos fatores físico-ambientais
Escolas Particulares (considerando as condições ambientais naturais).......
119
Figura 170 - Análises dos trabalhadores condições dos fatores físico-
ambientais Escolas Estaduais..............................................................
119
Figura 171 - Análises dos trabalhadores condições dos fatores físico-
ambientais Escolas Particulares...........................................................
120
Lista de
tabelas
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Descrição dos conceitos de qualidade de vida e bem-estar...... 26
Tabela 02 - Definições das principais variáveis usadas na iluminação......... 50
Tabela 03 - Iluminâncias por classe de tarefas visuais.............................. 52
Tabela 04 - Níveis de iluminâncias – sala de aula.................................... 53
Tabela 05 – Fatores determinantes da iluminância adequada.................... 53
Tabela 06 - Limites toleráveis a ruídos em diversos tipos de atividades...... 59
Tabela 07 - Limites encontrados na relação local/ nível de exposição......... 59
Tabela 08 - Relação qualidade do som / dB / Tipo de ruído....................... 59
Tabela 09 - Classificação das Perdas Auditivas de Davis - para crianças...... 59
Tabela 10 - Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente........ 60
Tabela 11 - APO: tipo de avaliação, objetivo e possíveis variáveis a serem
trabalhadas........................................................................................
63
Tabela 12 – Enfoques de avaliação: Carvalho (2005)............................... 67
Tabela 13 – Enfoques de avaliação: Graça (2002)................................... 68
Tabela 14 – Enfoques de avaliação: Cruz (2006)..................................... 69
Tabela 15 – Enfoques de avaliação: Durante (2000)................................ 70
Tabela 16 – Enfoques de avaliação: Kowaltowski e Pina (2001)................. 71
Tabela 17 – Enfoques de avaliação: Elali (2002)...................................... 72
Tabela 18 – Enfoques de avaliação: Bernardi (2001)................................
73
Tabela 19 - Protocolo de análise do posto de trabalho: variáveis
ergonômicas, fatores de avaliação e indicadores......................................
75
Tabela 20 – Fatores determinantes da iluminância adequada.................... 79
Tabela 21- Iluminação - % do valor indicado 79
Tabela 22 Relação tipo de trabalho, velocidade do ar, umidade relativa e
faixa recomendável de temperatura.......................................................
80
Tabela 23 – Relação classificação / temperatura...................................... 80
Sumário
SUMÁRIO
Introdução......................................................................................... 17
1. Revisão bibliográfica........................................................................ 19
1.1. A interface do ambiente construído e o usuário.................................
19
1.2. Ambiente escolar e o aluno........................................................... 28
1.3. Arquitetura escolar: configurações e história................................... 31
1.3.1. Primeiros anos da República........................................................ 31
1.3.2. Início da modernidade................................................................
34
1.3.3. Consolidação do Modernismo.......................................................
33
1.3.4. Início da Racionalização Construtiva............................................. 37
1.3.5. Consolidação da Racionalização................................................... 37
1.3.6. Fase atual.................................................................................
39
1.4. Sala de aula.................................................................................
46
1.4.1. Conforto lumínico.......................................................................
49
1.4.2. Conforto térmico........................................................................
54
1.4.3. Conforto acústico....................................................................... 57
1.5. Revisão de métodos para Avaliação do Ambiente Construído.............. 61
1.6. A relação ambiente, arquitetura e design ergonômico........................
71
2. Métodos e materiais........................................................................ 73
2.1. Método........................................................................................
73
2.2. Ambiente e sujeitos...................................................................... 75
2.3. Procedimentos para aplicação da pesquisa....................................... 76
2.4. Materiais.................................................................................. 82
3. Resultados..................................................................................... 83
3.1. Caracterização e análises por escola................................................
83
3.1.1. Cursos e Colégio Fênix................................................................
83
3.1.2. Escola Estadual Professor “Ernesto Monte”.................................... 88
3.1.3. Escola Estadual Professor “Morais Pacheco”................................... 92
3.1.4. SENAI – “João Martins Coube”..................................................... 96
3.1.5. Colégio São José........................................................................
100
3.1.6. Escola Estadual Dr. “Paulo Zillo”.................................................. 104
3.1.7. Escola Estadual Professor “Rubens Pietraróia”................................ 108
3.1.8. SENAI Lençóis Paulista............................................................... 112
3.2. Análise comparativa das condições encontradas nas escolas
particulares e estaduais.......................................................................
117
Sumário
4. Considerações.................................................................................
121
Bibliografia.........................................................................................
125
ANEXO 01 – NR 9 – Programa de prevenção de riscos ambientais..............
131
ANEXO 02 - NR 17 – Ergonomia............................................................ 137
ANEXO 03 - EWA - Ergonomic Workplace Analysis- Análise Ergonômica
do Local de trabalho............................................................................
143
ANEXO 04 - Termo de consentimento....................................................
161
ANEXO 05 – Protocolo.........................................................................
162
17
Introdução
INTRODUÇÃO
Por toda história ao compor ambientes o homem desenvolveu projetos que
preocupavam-se com formas, beleza, estética, dimensões, materiais de
construção, usos e significados. Entretanto, atualmente, sabe-se que uma
configuração ambiental deve ser estabelecida visando o atendimento das
necessidades e características apresentadas pelo tipo de atividade e do
trabalhador que a desenvolverá. A importância dessa relação deve-se ao fato, de
que, todos os componentes desse sistema influenciam-se mutuamente, resultando
no condicionamento sico-psicológico do usuário, seja positivamente, despertando
sensações de conforto, segurança e bem estar, que favorecem um bom
desempenho e o aumento de produtividade; ou negativamente, gerando
constrangimentos e insatisfações.
Nesse contexto, o presente trabalho desenvolveu uma APO - Avaliação Pós-
Ocupação de instituições de ensino públicas e particulares das cidades de
Bauru/SP e Lençóis Paulista/SP, tendo por objetivo identificar a maneira como os
fatores sico-ambientais lumínicos, térmicos e acústicos apresentam-se nesses
ambientes, especificamente nas salas de aula, onde é desenvolvida a atividade de
aprendizado; seguido da comparação entre os resultados das condições
encontradas nos dois tipo de instituição.
A metodologia utilizada foi a EWA - Ergonomic Workplace Analysis -
Análise Ergonômica do Local de trabalho; pois, entende-se que esta ferramenta
possibilita uma abordagem ampla, capaz de captar sob diferentes aspectos do
local de trabalho, informações que auxiliem profissionais como arquitetos,
designers, entre outros que preocupam-se com o caráter ergonômico, em ões
como concepção e correções de postos de trabalho. Um outro aspecto de destaque
é que as avaliações desenvolvessem sob dois enfoques: o técnico do avaliador e
subjetivo, a partir das percepções despertadas pelo ambiente no usuário, ao
desenvolver suas atividades.
O trabalho desenvolveu-se inicialmente por meio de uma revisão
bibliográfica, que apresentou conceitos que definem e explicam a relação existente
entre ambiente construído, usuário e atividade, feito de uma maneira geral até se
restringir ao ambiente escolar; além de definir um quadro histórico da arquitetura
escolar brasileira, num período que compreendeu os primeiros anos da República
aos dias atuais; especificar os aspectos mais relevantes que devem ser
considerados ao configurar um ambiente que vise conforto lumínico, térmico e
acústico; e citar metodologias de avaliação ergonômica.
18
Introdução
Na seqüência estabeleceu-se os materiais e o método utilizado - EWA,
apresentando informações relevantes e os resultados obtidos a partir das análises
desenvolvidas pelo avaliador e pelos alunos, assim como os do confronto entre os
dois tipos de instituições. Finalizando o trabalho foram tecidas considerações a
respeito dos resultados obtidos.
19
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
CAPÍTULO 01
O capítulo apresenta uma revisão bibliográfica sobre os conceitos de
ambiente construído, iniciando com uma abordagem ampla, até se restringir ao
ambiente de estudo em questão – escola/sala de aula. O objetivo foi obter
conhecimentos a respeito da forma como ocorre a relação ambiente
construído/sala de aula e seu usuário/aluno ao desenvolver a atividade de
aprendizado.
1.1. A interface: ambiente construído e o homem
Um dos marcos da evolução humana foi o momento em que o homem
aprende a plantar e a colher, pois, não dependendo mais do ciclo natural de
provisão de alimentos, tornou-se possível optar por deixar de ser nômade e fixar-
se em um único lugar.
Iniciou-se a partir de então, a construção de locais que lhe servissem de
abrigo e proteção contra perigos e intempéries, que ao longo da história,
acabaram por refletir épocas, pensamentos, estilos, marcar conquistas,
soberanias, revoluções e ideais políticos e sociais. Entretanto, nota-se que esses
ambientes foram, ou em muitos casos ainda são, pensados enfocando seus usos,
aspectos e materiais construtivos, dimensões e significados estéticos, o
direcionando as devidas preocupações com o homem/usuário, que, por não ser
entendido como componente do projeto, acabava sofrendo ao utilizá-los as
conseqüências de problemas humano-ambientais, com freqüentes ocorrências de
constrangimentos e insatisfações.
“Nem toda construção tem um intuito
representativo, pretendendo impressionar com as
suas dimensões, volumes, estilo e decoração. No
entanto, todas as construções representam o espírito
de sua época ou, pelo menos, o dono da obra e o do
arquiteto. Representam ainda, mais do que qualquer
outra criação humana, as relações sociais. Construir
é, portanto, um ato social, quase sempre executado
em público e implicando custos elevados, ou seja,
depende das relações de poder políticas e
20
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
econômicas. Deste modo, as obras dispendiosas são
reflexos das pessoas ou dos objetivos que em
determinada altura são importantes para os grupos
dominantes” (BREITLING et al, 2000, p.6).
A respeito do que constituem esses ambientes, Rapoport (1978) os
considera como extensões tridimensionais do mundo que rodeia o ser (intervalos,
relações e distância entre pessoas, entre pessoas e coisas, e entre coisas),
organizados espacialmente de maneira a expressar significados ao utilizar
símbolos, materiais, cores e formas. E Santos (2001) complementa atribuindo-os
além do caráter físico, o estético, o informativo e o psicológico, que dentro do
contexto de projeto deve direcionar-se à agradar, servir, proteger e unir as
pessoas no exercício de suas atividades.
Lembra-se, que é um equivoco pensar em ambientes restringindo-se
apenas ao edifício em si (figura 01 - Casa Kaufmann e figura 02 - Ópera de
Arame), pois, esses abrangem todo espaço intencionalmente projetado para servir
de suporte para o desenvolvimento de qualquer atividade humana, como é o caso
do entorno que o completa - o paisagismo (figura 03 - Praça Salgado Filho no
Aterro do Flamengo e figura 05 - Jardins do Cassino da Pampulha) e do contexto
onde está inserido implantação/urbanismo (figura 04 - Implantação Parque do
Ibirapuera e figura 06- Plano Diretor Brasília).
Para Ornestein e Romero (1995) e Löbach (2001), a importância dos
ambientes deve-se ao fato de que, a partir das condições que neles são geradas
(resultantes de múltiplos fatores estabelecidos por meio de processos de
21
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
planejamento), pode-se alterar o modo de vida das pessoas. Pois, segundo
Gifford [1976 apud Kowaltowski et. al. 2001 (A)], esses possuem atrativos e
configurações próprias que podem ser manipuladas, visando a percepção do
usuário para seu funcionamento.
Não deve-se, portanto, segundo Pigossi (2004), ignorar ou desprezar a
força de atuação que o ambiente exerce sobre as pessoas, mas sim reconhecê-la e
utilizá-la como um recurso a mais, pois, “nós modelamos a arquitetura e por ela
somos modelados” (HALL, 1981 p.99).
Para uma melhor compreensão da maneira como se organiza uma
composição ambiental, Almeida (2001) a divide em três níveis: o nível simbólico,
relativo ao universo das percepções, emoções e desejos, sentimentos que
impulsionam o homem a agir e criar locais para suas ações dando significância aos
espaços; o funcional, referindo-se à ordenação das coisas no espaço para o
desenvolvimento de atividades na vida diária; e o tecnológico, que abarca o
conhecimento técnico e o saber fazer para criar lugares funcionais e significativos.
Este autor considera também, que o o balanceamento entre esses níveis, pode
gerar conflitos entre os objetos arquiteturais e seus usuários.
“Construímos o meio ambiente utilizando
valores objetivos como forma, função, cor,
textura, aeração, temperatura ambiental,
iluminação, sonoridade, o significante e sua
simbologia. Cada um desses valores objetivos
resulta no espaço dimensionado, funcional,
sonoro, colorido, significante, e a somatória
destes resulta no espaço da Comunicação e da
Arquitetura” (OKAMOTO, 1999 - p. 79). (Figura
07 – O Espaço Arquitetônico)
Figura 07 – Espaço Arquitetônico
Fonte: Okamoto, 1999.
Direcionando-se à satisfação que o usuário possui em relação aos espaços,
Atlas e Özsoy (1998) consideram que tal sentimento resulta de um processo de
cognições, percepções e reações, que se tem do conjunto de condições e do
relacionamento dos elementos que o constituem, ou seja, das características do
usuário, dos atributos físicos dos espaços e das crenças do usuário sobre a
vivência ou uso desses espaços. Verdussen (1978), classifica estes fatores em dois
grupos considerando o imediatismo de sua influência: primários (temperatura,
22
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
iluminação, ruído, vibrações, odores, cores) e secundários (arquitetura, relações
humanas, remuneração, estabilidade, apoio social).
Uma outra maneira de entender a satisfação do usuário em relação ao
ambiente é apresentada por Monteiro e Oliveira (2004), que atribuem a qualidade
do ambiente como sendo resultante das percepções obtidas do tipo de dimensão
que a habitação assume associada aos desempenhos - técnico, humano,
ambiental e econômico, figura 08.
Figura 08 – Fatores que conferem a qualidade do ambiente construído
Fonte: Monteiro e Oliveira (2004).
Abordando especificamente os aspectos físicos que compõem o ambiente
construído, Monteiro e Oliveira (2004), destacam dois grupos que condicionam sua
relação com o usuário: aspectos construtivos - os atributos de resistência, rigidez,
durabilidade e eficiência, dados à estrutura, materiais, sistemas mecânicos e
demais elementos da construção; e os aspectos ambientais que resultam da
forma ou maneira como o ambiente reage aos efeitos externos e internos de
temperatura, umidade, iluminação, brilho e sombra, ventos e ondas sonoras.
Figura 09.
Figura 09 – Desempenho técnico
Fonte: Monteiro e Oliveira, 2004.
23
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
No Brasil a NR - Norma Regulamentadora 9 - Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais, do Ministério do Trabalho, anexo 01, determina os agentes que
constituem o ambiente, e relaciona as conseqüências e os danos que estes podem
causar á saúde do trabalhador, de acordo com sua natureza, concentração ou
intensidade e tempo de exposição, dependendo do tipo de atividade desenvolvida.
Pode-se citar como sendo os agentes ambientais apontados pela NR 9:
sicos: “diversas formas de energia a que possam estar expostos os
trabalhadores tais como ruídos, vibrações, pressões anormais,
temperaturas extremas, radiações ionizantes e radiações não ionizantes,
bem como o infra-som e o ultra-som”.
Químicos: “substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no
organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas,
neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de
exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da
pele ou por ingestão”.
Biológicos: “bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoário, vírus, entre
outros”.
Ergonômicos: “conjunto de parâmetros que permitem a adaptação das
condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores,
de modo a proporcionar um ximo de conforto, segurança e desempenho
eficiente”.
Mecânicos: são agentes que se originam das atividades que envolvem
máquinas e equipamentos”.
Considera-se, portanto, que para que se possa projetar ambientes
eficientes e eficazes, que satisfaçam seus usuários, enquanto qualidade de vida,
estética, funcionalidade, conforto, salubridade e segurança, arquitetos e designers
devem entender a maneira como ocorre a relação ambiente construído / homem /
atividade, considerando a importância de cada uma das componentes e a maneira
como ela se apresenta no sistema ao estabelecer influências diretas umas sobre as
outras, devendo ser respeitadas as características, necessidades e restrições
particulares de cada uma.
Esse fato é corroborado por Bormio (2007), ao entender que, situações
onde são identificados altos índices de concentração ou longos períodos de
exposição a um ou mais fatores ambientais, métodos inseguros de trabalho - falta
de controle e proteção; desorganização do trabalho; e ambiente hostil, com
configuração, sinalização e presença de barreiras arquitetônicas; podem
causar desarmonia no sistema, propiciando condições inadequadas para a
realização de atividades, podendo vir a acarretar riscos e/ou perigos ao usuário;
24
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
assim como despertar sensações de desconforto físico ou psíquico, sentimentos de
estress, monotonia, fadiga, e problemas de saúde.
No que diz respeito ao papel do homem na relação que estabelece com o
ambiente e o trabalho, destaca-se primeiramente, que esse é um ser vivo, que
nasce e adquire e/ou modifica necessidades e características físicas, emocionais,
culturais e sociais, particulares, pelo processo contínuo de aprendizado e
experiências que ocorrem por toda vida. E que o ambiente constitui um dos
elementos necessários para sua existência, pois, é responsável por dar suporte
para o desenvolvimento de suas atividades, sejam elas cotidianas, de lazer ou
laborais.
Entretanto, muitas vezes para o homem não basta ocupar este espaço,
existindo a necessidade de marcá-lo, personalizá-lo. Fato este, que para Trevizan
(2004) seria a busca do usuário pelo “seu lugar”, de imprimir uma identidade
própria por meio de um conjunto de símbolos e signos.
Esta apropriação, para Almeida (2001), envolve a interação entre usuário e
o espaço, onde o usuário atua moldando o espaço que, em contrapartida, torna-se
receptivo, ou seja, proporciona às pessoas a sensação de perfeita harmonia,
encontrando identidade individual e coletiva.
Essa relação ocorre por meio de uma relação mútua, onde o homem afeta o
ambiente - figura 10, que em contrapartida afeta o homem - figura 11,
estabelecendo assim, uma unidade indivisível, um todo integrado, tornando-se,
segundo Capra (1990), difícil a determinação de suas fronteiras.
A relação entre o homem e espaço, no contexto do ambiente, tem sido
objeto de questionamento para a formação do comportamento, pois considera-se
a existência de dois universos: um exterior, em constante processo de adaptação
ao meio, e outro interior, exteriorizando em ações como resposta à interpretação
dessa realidade (OKAMOTO, 1999).
Figura 10 - O comportamento humano afetando
o ambiente
Fonte: Ornstein e Romério, 1995.
Figura 11 - O ambiente afetando o
comportamento humano
Fonte: Ornstein e Romério, 1995.
Para Buti (1998), o mundo que nos circunda é um fornecedor de estímulos,
25
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
que são percebidos pelos sentidos humanos, principalmente a vista, o ouvido, o
tato e a cognição do nosso corpo no espaço - sentido cinestésico, além também do
olfato e do paladar. Esta percepção, para Okamoto (1999), ocorre de forma
consciente quando selecionamos o ambiente, os fatos e os eventos que nos
chamam a atenção; entretanto, a maioria dos estímulos que formam o contexto
ambiental, é percebida de forma inconsciente.
Estas relações segundo Rapoport (1978), estão organizadas em “padrões”
relacionados por meio de uma separação dos elementos físicos, pessoas, objetos e
habitantes. E para Kurt Lewin (1965, apud Pinheiro, 1997), podem ser entendidas
por meio de sua equação C= f (P x A), onde a interdependência pessoa /
ambiente, na visão psicológica tradicional de ambiente (A) determina o
comportamento (C) confrontado pela constante interação, (a multiplicação) entre
pessoa (P) e ambiente, que se influenciam mutuamente, por serem variáveis
interdependentes.
A reação despertada no indivíduo frente à percepção do espaço ocupado,
representada na figura 12, segundo Santos (2002), influencia sua conduta,
podendo ocorrer de forma positiva ou negativa.
Figura 12 - Esquema do processamento da informação
Fonte: Ely, 2000 apud Moraes 2004.
As percepções decorrentes das sensações, para Okamoto (1999), o além
das simples reações aos estímulos externos, pois são acrescidas de outros
estímulos internos que intervem e conduzem o comportamento. Pela mente
seletiva, diante de bombardeio de estímulos, são selecionados os aspectos de
interesse ou que tenham chamado a atenção, e que ocorre a percepção -
imagem, e a consciência - pensamento, sentimento, resultando em uma resposta
que conduz a um comportamento. Portanto, a “percepção é tanto a resposta dos
sentimentos aos estímulos externos, quanto atividade proposital, que alguns
fenômenos são claramente registrados, enquanto outros projetam para a sombra
ou são bloqueados” (OKAMOTO, 1999 p. 24).
Esta percepção é, para Bueno (1986), o ato, o efeito ou a faculdade de
perceber conhecimentos por meio dos sentidos, de estímulos exteriores que
determinaram sensações e que resultam da construção de um conjunto de
26
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
informações selecionadas e estruturadas, em função da experiência anterior, das
necessidades e das intenções do organismo, implicando ativamente numa
determinada situação. Ojeda (1995), considera essa como sendo o mecanismo
mais importante na relação homem/ambiente, pois, as pessoas observam e
percebem o meio ambiente por meio dos sentidos, e qualquer informação vem a
nós pela percepção, ou da percepção de alguma pessoa. Para que se possa
entender os indícios, esses devem ser notados antes que o significado social se
afirme, serem percebidos antes que as mensagens ou sinais possam ser avaliados
e serem diferenciados.
Para Ely et.al.(2000) a percepção enquanto ato consciente, pela busca de
informações do meio ambiente - ato inconsciente, são atividades permanentes e
complexas asseguradas pelos seguintes sistemas sensoriais: audição, visão,
paladar, olfato, háptico e equilíbrio. Quando essa ocorre de forma positiva
desperta qualidade de vida, bem-estar e conforto, sendo a definição destes
sentimentos algo subjetivo, pois depende da pessoa que está experienciando a
situação. Estes fatores estão relacionados entre si, sendo um conseqüência do
outro.
Entende-se por qualidade de vida, a conjugação de vários aspectos como
bem estar físico, mental e social, conforto, e segurança. Para a Organização
Mundial da Saúde (1998), é definida como sendo “a percepção do indivíduo de sua
posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e
em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.
Moreno e Pol (1999), apresentam na tabela 01, definições para os
conceitos de qualidade de vida e bem-estar.
Tabela 01 – Descrição dos conceitos de qualidade de vida e bem-estar
Conceito Definição
Qualidade
de vida
- atitudes, aspirações, expectativas, necessidades expressadas,
satisfação e outros aspectos psicossociais;
- “satisfação” como uma dimensão geral de qualidade de vida;
- recursos e percepção dos recursos;
- expectativas e aspirações;
- envolve nível de vida (que pode ser quantificado economicamente);
- medida composta de: bem-
estar físico, mental e social;
como percebe o individuo e cada grupo;
- felicidade, satisfação global assim como seus componentes: saúde,
casamento, família, sentido de permanecer a certas organizações ou
instituições e confiança nos demais;
- incorpora a subjetividade.
Fatores subjetivos: pessoas valorizam suas melhoras individuais; nível
de satisfação tem dimensão relativa; expectativas se ajustam às
circunstâncias.
Bem-
estar
- bem-estar social: igualdade, justiça distributiva (ressaltando que não
se pode medir o estado das riquezas);
- welfare: estado de bem-estar” envolve estruturas sociais:
econômicas, políticas, assistenciais;
- well-being: estar bem - caráter mais individual e psicológico.
Fonte: Moreno e Pol, 1999.
27
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
Para Elali (1997), a qualidade de vida da população no edifício, deve ser
encarada o apenas a partir das suas características físicas e construtivas, mas
também enquanto espaço vivencial, sujeito à ocupação, leitura, reinterpretação
e/ou modificação pelos usuários, ou seja, ao estudo de aspectos construtivos e
funcionais do espaço construído acrescentado à análise comportamental e social.
Esse processo implica, necessariamente, na análise do uso - enquanto fator que
possibilita a transformação de espaços em lugares - e na valorização do ponto de
vista do usuário, destinatário final do espaço construído, e, portanto,
imprescindível à compreensão da realidade.
Quando a percepção do ambiente ocorre de forma negativa, pode gerar:
1. Fadiga: estado que todos conhecem na rotina diária em regra geral.
Relaciona-se esta palavra com uma capacidade da produção diminuída
e uma perda de motivação para qualquer atividade (Grandjean, 1998).
Para Iida (2005 p.388), a “fadiga é o efeito de um trabalho continuado,
que provoca uma redução reversível da capacidade do organismo e uma
degradação qualitativa desse trabalho. A fadiga é causada por um
conjunto complexo de fatores, cujos efeitos são acumulativos. Em
primeiro lugar, estão os fatores fisiológicos, relacionados com a
intensidade e duração do trabalho físico e mental. Depois, há uma série
de fatores psicológicos, como a monotonia, a falta de motivação e, por
fim, os fatores ambientais e sociais, como a iluminação, ruídos,
temperaturas e os relacionamentos sociais com a chefia e os colegas de
trabalho”;
2. Monotonia: reação do organismo a um ambiente uniforme, pobre em
estímulos ou pouco excitante. Os sintomas mais indicativos da
monotonia são uma sensação de fadiga, sonolência, morosidade e uma
diminuição da vigilância. Pode ser provocado por operações repetitivas
na indústria e no tráfego rotineiro, por um longo período de exposição a
um tom de voz e intensidade constante (Iida, 2005);
3. Estresse: reação do organismo a uma situação ameaçadora. Os
estressores (ou agentes estressantes) são as causas externas,
enquanto que o estresse é a resposta do corpo humano aos estressores.
Um exemplo é o estresse gerado no trabalho, que resulta do estado
emocional causado por uma discrepância entre o grau de exigência do
trabalho e os recursos disponíveis para gerenciá-lo. Portanto, é
essencialmente, um fenômeno subjetivo e dependente da compreensão
individual da incapacidade de gerenciar as exigências do trabalho
(GRANDJEAN, 1998). Para Iida (2005), as causas de estresse são muito
28
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
variadas e possuem um efeito cumulativo, como as exigências físicas ou
mentais exageradas; conteúdo do trabalho; sentimentos de
incapacidade; condições de trabalho as condições sicas
desfavoráveis (como excesso de calor, ruídos exagerados, ventilação
deficiente, luzes inadequadas, ofuscamentos, gases tóxicos ou uso de
cores irritantes no ambiente de trabalho); fatores organizacionais;
pressões econômicas – sociais.
Depois de ter sido exposto conceitos que buscaram definir e explicar a
relação ambiente construído, homem/usuário e atividade/trabalho, o presente
estudo direcionou-se especificamente ao seu objeto de enfoque, ou seja, a
abordagem dessa relação onde se estipula o ambiente construído – sala de aula, o
homem/usuário – aluno, e a atividade/trabalho – aprendizagem. O objetivo
principal foi entender e caracterizar, a forma como ocorre a relação entre essas
componentes, destacando principalmente o papel do ambiente construído dentro
desse contexto.
1.2. Ambiente escolar / aluno
Conforme observado anteriormente, todo ambiente exerce influências
sobre o indivíduo que o ocupa, condicionando seu comportamento no desempenho
de suas atividades, podendo ou não gerar qualidade de vida, bem estar, satisfação
e segurança, e conseqüentemente aumentar sua produtividade. Tal fato é
ressaltado ao se falar em ambiente escolar, pois, considera-se que os primeiros
anos de vida de uma pessoa são decisivos, sendo neste período que ocorre um
processo intenso do desenvolvimento natural da criança (maturação e
crescimento) em seus aspectos físicos, afetivos, cognitivos e sociais. Além de que,
cada vez mais cedo as crianças estão indo para escola, devido ao contexto vivido
pela sociedade atual, regido por um ritmo intenso de trabalho, que não deixa
alternativa às mães (ELALI, 2002).
Esta ida precoce à escola é relatada por Elali (2002), como sendo o fator de
constituição de um quadro nacional, onde o indivíduo ingressa aos três anos de
idade (em média) em um estabelecimento de educação infantil, no qual
permanece por cerca de 5 horas por dia, e ao final da evolução do sistema
educacional conforme o esperado para sua faixa etária, aos 23 anos, completará
um curso superior e terá permanecido entre 20 e 25 % das suas horas de vida em
ambientes escolares.
29
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
Sodré (2005) destaca que é nesse espaço, que a criança vivencia suas
primeiras relações sociais e experiências coletivas fora do contexto familiar, por
meio de diálogos, debates, jogos, interações, construções de idéias,
desenvolvimento e organização de seus pensamentos, tendo como conseqüência
de tais experiências e vivências o início da definição de limites e territórios, que
são de vitais importâncias para o desenvolvimento de suas habilidades. Lima
(1989) destaca, que nesse ambiente onde a criança se desenvolve, estabelecendo
sua relação com o mundo e com as pessoas a partir de um relacionamento, onde
seus esquemas de aquisição de conhecimento são construídos, num processo
permanente, em que novos veis de conhecimentos são indefinidamente
elaborados a partir das interações com o meio; acabando estes por transcenderem
suas dimensões físicas e transformando nos entes e locais de alegria, de medo, de
segurança, de curiosidade, de descoberta.
Neste contexto, o ambiente escolar, segundo Leucz (2001), pode ser um
facilitador do processo de ensino-aprendizagem, ou fornecer obstáculos para a
ocorrência normal deste processo, interferindo na produtividade e no rendimento
do aluno.
“Quanto menor a criança, maior sua
sensibilidade para a organização do espaço a sua volta:
bebês e crianças pequenas respondem prontamente a
referenciais físicos do ambiente texturas, cores,
vibrações, formas, barreiras, sons, vozes, presença de
marcos físicos, etc. – para se orientarem no espaço
(para irem de um local a outro e voltarem), para
compreenderem o que é socialmente apropriado em
diferentes espaços e para determinarem que lugares são
seguros ou não” (OLDS, 1987 apud CAMPOS-DE-
CARVALHO, 2004 p.62).
Para Sod(2005), tanto na perspectiva dos teóricos e legisladores, quanto
na prática, a escola se afirma cada vez mais como um ambiente físico e social que
proporciona conhecimento, participação e interação com seus usuários, num
processo permanente na relação sujeito-objeto-ambiente. Pois, considera-se que
ao organizar o espaço destinado à criança, de acordo com suas necessidades,
haverá uma maior interação dessas com o ambiente, proporcionando liberdade,
experimentação e favorecendo o "brincar" coletivo e as interações interpessoais.
Segundo Pol e Morales (1991) as necessidades infantis em termos
ambientais podem ser divididas em cinco categorias:
Físico-motoras: envolvem a movimentação (psicomotricidade fina e
30
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
ampla) e o reconhecimento corporal, exigindo espaços interiores e
exteriores adequados a cada tipo de atividades (correr, pular, virar
cambalhota, brincar com bola, vestir-se, calçar sapatos, alimentar-
se sozinha, usar lápis, etc.);
Psico-afetivas: relacionam-se a criação de pontos de referência
tanto físicos quanto humanos (segurança e estabilidade);
independência (autonomia e sentido de pertinência ao grupo);
ordem (reconhecimento da própria idade, atuação de acordo com a
mesma, e criação de atmosfera agradável e acolhedora no local
onde se encontram), sendo este responsável por formar conceitos
como responsabilidade, senso crítico e sensibilidade, inclusive
estética;
Psicossociais: incorporam imagem e identidade social, comunicação
com crianças e adultos, consolidação dos sentimentos de
territorialidade, privacidade, pertinência (ao grupo e ao ambiente), e
atitudes de participação/cooperação, fatores relacionados à
apropriação do espaço pela criança, refletindo-se na plasticidade do
entorno;
Intelectuais: somatória do raciocínio lógico-matemático, simbólico-
afetivo e da linguagem, exigindo para seu desenvolvimento, um
ambiente estimulante e motivador;
Físico-biológicas: aspectos práticos da alimentação, serviços
sanitários locais de descanso e repouso, e condições de conforto
(iluminação, ventilação, temperatura, visibilidade, acústica e
higiene).
Para Azevedo (2002), prover as edificações escolares como ambientes que
não comprometam o desempenho dessas tarefas, é condição essencial para o
estabelecimento de uma edificação com alta qualidade ambiental. A seguir
apresenta-se um panorama histórico das instituições escolares.
31
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
1.3. Arquitetura escolar: configurações e história
O programa escolar foi um tema permanente na pauta da arquitetura
brasileira do século 20, servindo em algumas ocasiões como suporte de debates
estéticos e funcionais (Segawa, 1999). Tal fato pode ser explicado pelo enorme
número de escolas que foram construídas no Brasil desde o início da República,
sendo essas, algumas vezes, pensadas por grandes nomes da arquitetura
nacional, “quer de modo eventual (um projeto pontual) quer de forma contínua
(pelo vínculo com órgãos públicos)” (ELALI, 2002 p.117).
Bernardi (2001) considera que a arquitetura escolar, em particular, é
representada por uma evolução arquitetônica especifica, sendo a configuração
deste espaço e o seu detalhamento, estabelecido de acordo com os métodos de
ensino e a importância dada em cada época histórica. Elali (2002) traça em seu
trabalho, um quadro geral da evolução da arquitetura escolar brasileira,
identificando seis períodos: Primeiros anos da República; Início da modernidade;
Consolidação do Modernismo; Início da Racionalização Construtiva; Consolidação
da Racionalização e Fase atual, que serão apresentados a seguir.
“Em cada fase da luta pela educação nacional,
constroem-se escolas cuja arquitetura reflete, talvez
melhor do que qualquer outra categoria de edifícios,
as passagens mais empolgantes da nossa cultura
artística; os recursos técnicos que tivemos à
disposição; as idéias e estéticas dominantes”
(Artigas, 1986 p.108).
1.3.1. Primeiros anos da República
(...) a Escola e o Relógio como que se
transformaram em símbolos do ardoroso ideário
republicano, aparecendo nas praças mais novas em
substituição da Igreja e do Cruzeiro (Artigas, 1986).
Com a república o interesse do Estado pela educação acentuou-se,
surgiram assim os grupos escolares de ensino primário, normal - 1890, 1892,
1893, e complementares, expressos com a criação da primeira escola oficial de
educação infantil - o Jardim de Infância anexo à Escola Normal; escolas superiores
- a Politécnica - 1895, a Escola de Agricultura em Piracicaba - 1901 e a primeira
Faculdade de Medicina e Farmácia - 1911; e escolas profissionais oficiais
32
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
(www.crmariocovas.sp.gov.br). Estas instituições eram vistas como novos palácios
da educação, emergindo como monumentos na paisagem urbana.
Neste período, final do século 19 e início do 20, principalmente os anos de
1894 e 1910, a educação primária democratiza-se, tornando-se obrigatória e
gratuita a todos, surgindo a necessidade da construção de edificações escolares
para atender a crescente demanda de vagas. No entanto, Elali (2002 p.117)
destaca que “as escolas edificadas entre fins do século 19 e começo do século 20
são exemplos de uma arquitetura voltada para as elites do país, projetadas por
arquitetos europeus ou por brasileiros com formação européia, incorporando
materiais importados e a mão de obra de imigrantes”.
Essa arquitetura escolar acaba por desempenhar o importante papel de
difundir técnicas construtivas, com novos espaços e uma rede de edifícios que
tornaram referências não arquitetônicas e culturais, como também
representando elos afetivos, arraigados à população local e, principalmente, aos
ex-alunos [FDE, 2006 (A)].
Os edifícios deste período são compostos por um programa simples,
basicamente por um reduzido mero de salas de aula, ambientes
administrativos, nos fundos ou na lateral, galpões para ginástica e o recreio
coberto, com sanitários em anexo.
“Eram escolas humildes (...): quatro salas e um
corredor de entrada. Mas, do ponto de vista expressivo,
depois do halzinho de entrada, que tinha 1,20 ou 1,50
m de largura e fazia a distribuição das quatro salinhas,
havia um pórtico grego na frente. Humilde, com quatro
colunas. É como se o homem brasileiro, que tinha saído
da escravatura, fosse penetrar, pelas mãos da ideologia
republicana positivista, nos degraus da eternidade. Ir
buscar de volta, na Grécia, o saber absoluto” (Artigas,
1986 p. 109).
No que diz respeito aos aspectos construtivos, apresentavam-se com alto
índice de qualidade, com paredes de tijolos autoportantes, porões altos, grandes
pés-direitos, coberturas em telhas de barros guarnecidas por platibandas, forro e
piso de madeira nas áreas secas, janelas estreitas, piso em ladrilho hidráulico nas
áreas molhadas [FDE, 2006 (A)].
Segawa (1999) destaca, que embora as salas de aula fossem amplas e
contivessem grandes janelas colocadas à esquerda dos alunos, os prédios não
eram bem orientados quanto á insolação e ventilação, o que prejudicava o
conforto ambiental interno. Como exemplos de Edifícios Escolares deste período
33
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
pode-se citar:
Escola Normal Caetano de Campos, figuras 13 e 14, projetada por
Ramos de Azevedo e inaugurada em 1894. Posteriormente recebeu o nome
de Instituto de Educação Caetano de Campos, e hoje é sede da Secretaria
de Estado da Educação. O governo estadual atual tem um projeto de
retornar o uso escolar deste edifício.
Figura 13 - Instituto Caetano de Campus
Fonte: Corrêa et.al. 1991.
Figura 14 – Escola Normal Caetano de Campus
Fonte: www.vejasaopaulo.abril.com.br
Grupo Escolar de Botucatu atual Escola Estadual Dr. Cardoso de
Almeida, figuras 15 e 16, localizada na cidade de Botucatu – SP, projetada
por Victor Dubugras em 1895
;
Figura 15 - Grupo Escolar de Botucatu
Fonte: Corrêa et.al. 1991.
Figura 16 - Grupo Escolar de Botucatu atual
EE Dr. Cardoso de Almeida
Fonte: Corrêa et.al. 1991.
Grupo Escolar de Itapira, figuras 17 e 18, localizada na cidade de Itapira
– SP, projetada por Victor Dubugras em 1896
;
Figura 17 – Grupo Escolar de Itapira
Fonte: Corrêa et.al. 1991.
Figura 18 – Detalhe da construção
Fonte: Corrêa et.al. 1991.
34
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
1.3.2. Início da modernidade
Os anos de 30 atravessaram grandes acontecimentos que marcaram a
história brasileira, gerando profundas mudanças – principalmente na área da
educação, que tornaram-se especialmente evidentes nos grandes centros. Entre
estes acontecimentos identificam-se as revoltas armadas do início do culo, a
Semana de Arte Moderna – 1922, e o início da difusão das idéias modernistas.
Para Elali (2002), tais mudanças refletiram especialmente na estética do
projeto escolar, que passou a ter plantas e fachadas com desenhos simétricos e
mais geométricos; abolindo ornamentos e tornando a estrutura mais marcada.
Os edifícios com feições pré-modernas apresentam um programa
enriquecido - com ambientes vinculados à higiene, salas de leitura, auditórios,
ginásios e recreio coberto incorporado ao ambiente da escola; preocupações com
a orientação dos prédios enquanto à insolação; e início do uso de estruturas de
concreto armado, que proporcionam alterações na configuração do edifício de uma
forma geral, liberando o pavimento térreo através dos pilotis, e alterando as
fachadas que se ampliam e se tornam horizontais devido à possibilidade de vencer
grandes vãos por meio de vergas [FDE, 2006 (A)].
Graça (2002) destaca também, que as escolas executadas entre os anos de
1934-1937, durante a administração de Armando Sales, apresentam preocupações
com os materiais de acabamentos e as cores. A partir desta época, a educação
infantil começa a ganhar atenção, tornando-se obrigatória, com a regularização da
primeira lei paulista de ensino público, de 1846. Como exemplos de edifícios deste
período identificam-se:
Escola Estadual Silva Jardim, figuras 19 e 20, localizada no bairro
Tucuruvi - São Paulo, sendo o projeto de José Maria da Silva Neves, datado
do final da década de 1930;
Figura 19 - EE Silva Jardim
Fonte: www.crmariocovas.sp.gov.br
Figura 20 - Detalhe da entrada
Fonte: www.crmariocovas.sp.gov.br
Escola Estadual Padre Manoel da Nóbrega, figuras 21 e 22, localizada
no bairro da Freguesia do Ó - o Paulo, projeto Hernani do Val Penteado,
final da década de 1930;
35
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
Figura 21 - EE Padre Manoel da Nóbrega
Fonte: www.crmariocovas.sp.gov.br
Figura 22 - Detalhe planta lateral,
Fonte: www.crmariocovas.sp.gov.br
Escola Estadual Godofredo Furtado, figura 23, localizada no bairro de
Pinheiros - São Paulo, projetada no final da década de 1930;
Escola Estadual Fernão Dias, figura 24, localizada no bairro de Pinheiros
- São Paulo, projeto datado de 1936.
Figura 23 - EE Godofredo Furtado
Fonte: www.crmariocovas.sp.gov.br
Figura 24 - EE Fernão Dias
Fonte: www.crmariocovas.sp.gov.br
1.3.3. Consolidação do Modernismo
Neste período as edificações escolares encorparam a essência da
arquitetura modernista, expressos pelo caráter funcional e flexível; e pela
utilização de elementos como linhas geométricas, panos de vidro, pilotis, brise-
soleil e estruturas construtivas aparentes.
Aos arquitetos era desprendida grande liberdade projetual, permitindo a
expressão de seus conhecimentos e emprego das novas técnicas estruturais.
Entretanto, nota-se a falta de articulação entre os espaços físicos e as questões da
pedagogia, pois as escolas, enquanto prédios, precisariam responder corretamente
às necessidades do programa - salas de aula e ambiente, espaços coletivos, áreas
de recreação, esporte e lazer, bibliotecas, refeitórios, sanitários e ambientes para
a administração; sem perder de vista a estética, o conforto ambiental, a
segurança e a adequação ao próprio meio (OLIVEIRA, 1998).
Entre os edifícios escolares mais expressivos desta época, destacam-se os
que tiveram projetos concebidos por grandes nomes da arquitetura moderna
nacional, como Paulo Mendes da Rocha, João Eduardo de Gennaro, Vilanova
36
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
Artigas e Carlos Cascaldi, conforme pode-se observar nos exemplos a seguir.
Escola Estadual PandCalógeras, figuras 25 e 26, projetada por Hélio
de Queiroz Duarte, em 1949 na cidade de São Paulo – Alto da Mooca;
Figura 25 - EE Pandiá Calógeras
Fonte: FDE, 2006 (A).
Figura 26 - EE Pandiá Calógeras
Fonte: FDE, 2006 (A).
Escola Estadual Suely Antunes de Mello, figuras 27 e 28, projeto
executado em 1961, na cidade de São José dos Campos – Vila Maria;
Figura 27 - EE Profª Suely A. de Mello
Fonte: FDE, 2006 (A).
Figura 28 - EE Profª Suely A. de Mello
Fonte: FDE, 2006 (A).
Grupo Escolar de Itanhaém atual Escola Estadual Jon Teodoresco,
figuras 29 e 30, projetado por Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi;
executado em 1959 na cidade de Itanhaém SP. Sua principal
característica é que o tipo da estrutura utilizada define a forma da
edificação, que dá ritmo ao volume e define grandes vãos internos;
Figura 29 - EE Prof. Jon Teodoresco
Fonte:
FDE, 2006 (A).
Figura 30 - EE Prof. Jon Teodoresco
Fonte:
FDE, 2006 (A).
Escola Estadual Nossa Senhora da Penha, figuras 31 e 32, projetada
por Eduardo Corona no ano de 1951, localizada em São Paulo – Penha;
37
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
Figura 31 - EE Nossa Sra da Penha
Fonte:
FDE, 2006 (A).
Figura 32 - EE Nossa Sra da Penha
Fonte:
FDE, 2006 (A).
Escola Estadual Conselheiro Crispiniano, figuras 33 e 34, projetada por
Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi, executado em Guarulhos Vila
Progresso em 1960.
Figura 33 - EE Conselheiro Crispiano
Fonte:
FDE, 2006 (A).
Figura 34 - EE Conselheiro Crispiano
Fonte:
FDE, 2006 (A).
1.3.4. Início da Racionalização Construtiva
Com a massificação do ensino público, ocorrido entre 1960 e 1970, buscou-
se alternativas para atender a demanda de alunos, sendo que, entre as soluções
encontradas identificam-se o aumento dos turnos das escolas e a procura de uma
padronização ou modulação dos componentes projetuais da construção, definindo-
se assim os custos a serem gastos com as edificações.
Oliveira (1998) considera que o resultado destas medidas, foi a alteração
da composição plástica dos edifícios e da organização dos espaços; por meio do
emprego de novos materiais e técnicas construtivas.
1.3.5. Consolidação da Racionalização
A consolidação deste processo de racionalismo, por meio do
estabelecimento de uma normatização de materiais e componentes a serem
utilizados pelos projetistas, ocorre quando a CONESP - Companhia de Construções
Escolares de São Paulo, em 1976, passa a administrar a construção dos projetos
de edifícios escolares. A partir de então, os projetos passam a seguir normas
estabelecidas para cada etapa, baseados nos catálogos de componentes, serviços,
38
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
conjuntos funcionais e seus ambientes. “Os projetos passaram a se converter
numa espécie de jogo de armar (...) o ideal não estaria na rigidez das normas
nem na liberdade total. Os dois extremos acabam produzindo, no caso específico
da arquitetura escolar, resultados insatisfatórios” (FDE,1998 p.16).
Entre os trabalhos realizados neste contexto, destacam-se os do arquiteto
Luís Filgueira Lima Lelé, que mesmo diante das restrições econômicas e da
rapidez na execução dos projetos exigidos, não limitou seu trabalho, executando-
os de forma extremamente criativa (ELALI, 2002).
Exemplificando tal afirmação, pode-se citar os CIACs - Centros Integrados
de Ação Comunitária, que consistiam em edificações com um sistema construtivo
racional em argamassa, de cil montagem e adaptação das peças às diversas
condições de terrenos; e evidente preocupação com a promoção do conforto
ambiental natural, através de elementos que forçam a ventilação cruzada.
Inicialmente foram implantados em Goiás e na Bahia, e depois disseminado por
todo o país (LIMA, 1999).
Creche Bom J, figura 35, projetada por João Filgueira Lima Lelé,
localizada na cidade de Salvador– BA, em 1987;
Creche do Bonocô, figura 36, projetada por Lelé, na cidade de Salvador –
BA, em 1988;
Figura 35 – Creche Bom Juá
Fonte: Lima, 1999.
Figura 36 – Creche do Bonocô
Fonte: Lima, 1999.
CIACs - Centros Integrados de Ação Comunitária, figura 37, projetada
por Lelé e equipe, localizada na cidade de Brasília - DF, em 1990.
Figura 37 – CIAC Brasília
Fonte: Lima, 1999.
39
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
1.3.6. Fase atual
A partir dos anos 90 foram retomadas as tendências regionalistas, onde a
arquitetura mescla racionalização construtiva com o uso de materiais locais,
usando-se de uma linguagem diversificada e contemporânea, com formas
diferenciadas e cores fortes. Estes projetos preocupavam-se o com os
aspectos construtivos, mas também com as condições de conforto ambiental
interno e com o programa a ser implantado, que podiam sofrer alterações,
exigindo assim flexibilidade dos espaços (ELALI, 2002).
Atualmente, os projetos arquitetônicos das escolas para ensino da rede
estadual são padronizados pela FDE - Fundação para o Desenvolvimento da
Educação, a qual foi criada em 1987, tendo como ideal em sua concepção, a
atuação na área pedagógica e na de recursos sicos escolares. Refletindo um
momento, onde se fazia necessário, o atendimento da demanda por novas vagas –
em áreas pontuais; e a melhora da qualidade do ensino - diante de índices
expressivos de analfabetismo e evasão [FDE, 2006 (B)].
O programa arquitetônico é estipulado pela modulação em função de salas
de aula, sendo os ambientes padronizados considerando-se as dimensões nimas
de exigências ambientais, instalações, equipamentos e componentes sicos,
como janelas, luminárias, portas, etc. Outro fator a ser considerado pelo projetista
ao organizar o espaço dentro de um determinado terreno, é a legislação local
vigente (FDE, 1997). Para Elali (2002) além das questões funcionais e formais, a
segurança é uma preocupação que tem cada vez mais destaque, de forma que a
expansão escolar é obrigada a unir, cada vez mais, ao espaço sico e pedagógico
grades e muros altos, tentando conter a violência urbana.
“O olhar sobre essa historia mostra a preocupação
constante de suprir vagas no ensino público para uma
demanda sempre crescente. A qualidade de escolas
construídas no decorrer dos últimos cem anos é
grande cerca de 7 mil prédios, entretanto apenas
em alguns períodos destacam-se preocupações que
atrelam qualidade arquitetônica a essa grandeza de
números, isto é, que apresentam melhor resultado do
ponto de vista construtivo, funcional, econômico,
espacial e plástico. Apesar dos conceitos de
quantidade e qualidade não serem excludentes, a
história demonstra que nem sempre isso ocorre.
Normalmente, quando se aumenta a quantidade,
redução da qualidade produzida. (...) Os projetos
40
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
devem considerar não aspectos relativos ao bem-
estar dos usuários, como também aqueles que
envolvem o edifício como bem público, isto é,
soluções e materiais de maior durabilidade que
resistam ao longo do tempo, ao uso intenso e ao
vandalismo. Devem, também, ser de baixo custo e
fácil manutenção”
[FDE, 2006 (B) p.10].
Alguns exemplos de escolas nos moldes atuais:
Quatro escolas do FDE em Campinas: Gimenez (2005) cita em seu
trabalho, quatro projetos de escolas, que foram submetidos à mesma série
de condições, onde buscou-se processos construtivos simples e eficientes,
adotando-se para tanto um sistema construtivo principal e isostático, com
pré-moldados de concreto combinado com estrutura secundária de perfis
metálicos; partidos compactos e fechados, protegidos e adequados ao
clima de Campinas – SP; além do estipulado programa comum. Os projetos
foram desenvolvidos por escritórios de arquitetura diferentes: Escola 01
projeto de MMBB Arquitetos, figura 38; Escola 02 projeto do UMA
Arquitetos Associados, figura 39; Escola 03 projeto de Andrade Morettin
Arquitetos Associados, figura 40 e; Escola 04 projeto de And Vainer e
Guilherme Paoliello, figura 41.
Figura 38 - Escola do FDE em Campinas /Projeto MMBB Arquitetos
Fonte: Gimenez, 2005.
Figura 39 - Escola do FDE em Campinas /Projeto UNA Arquitetos Associados
Fonte: Gimenez, 2005.
41
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
Figura 40 - Escola do FDE em Campinas /Projeto Andrade Morettin Arquitetos Associados
Fonte: Gimenez, 2005.
Figura 41 - Escola do FDE em Campinas /Projeto André Vainer e Guilherme Paoliello
Fonte: Gimenez, 2005.
Escola Nossa Senhora das Graças, figura 42, localizada no bairro do
ItaimBibi, zona sul de São Paulo; projeto BlochSó Arquitetura. O projeto
consistiu na reformulação e ampliação do edifício existente e a agregação
de um novo edifício vertical, como extensão. O desafio foi manter a relação
custo/qualidade/técnicas construtivas; além de comportar o programa, que
previa salas de aulas, de artes, laboratórios e ambientes funcionais,
melhoria de áreas existentes, como a biblioteca e a cantina; criando uma
relação direta entre estudo e prazer (MELENDEZ, 2005).
Esse novo edifício não se faz notar pelo porte, mas sim pelo desenho e
pelas cores empregadas. Foi estabelecido um sistema de setorização por
faixas etárias e por temas de ensino, os quais foram distribuídos nos seis
pavimentos do edifício (marcados por cores, texturas e quebra-soís),
preocupando-se com espaços de circulação, de forma a configurá-los com
segurança, eficiência, não esquecendo, no entanto, o aspecto de
acessibilidades para os portadores de necessidades especiais. O projeto
ainda atenta aos aspectos relativos ao conforto térmico, acústico e
cromático, que coloriu a escola com composições nem sempre familiares,
buscando inquietar seus usuários (MELENDEZ, 2005).
42
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
Vista ampliação da escola, em
bloco vertical, com seis
pavimentos; marcada por
cores, texturas e quebra-soís.
Detalhe da fachada posterior,
com pavimentos escalonados.
Terraço para o qual se abre o
laboratório de artes.
O laboratório de química, no
terceiro pavimento, divide
metade do andar com o
laboratório de biologia.
No laboratório de artes, o piso
em resina assemelha-se ao
utilizado pelos arquitetos em
unidades da Internet Livre/Sesc
Áreas de circulação têm pisos
e paredes de cores distintas
nos vários pavimentos,
estabelecendo setorização.
Proposta cromática foi feita com o
objetivo de inquietar.
O laboratório de química, no terceiro pavimento,
divide metade do andar com o de biologia.
Figura 42 - Escola Nossa Senhora das Graças
Fonte: Melendez, 2005.
Colégio Imperatriz Leopoldina, figura 43, localizado no bairro de
Santana, projetado pelo escritório Graziosi Arquitetura, em 1999. O projeto
consistiu na expansão e redefinição de uso dos espaços existentes e criação
de dois novos prédios com a linguagem formal dos pré-fabricados de
concreto, caracterizados internamente por revestimentos nobres e
coloridos. O uso da linguagem austera dos pré-fabricados de concreto
escolhido deveu-se ao fato de permitir rapidez de execução e riqueza
arquitetônica (CORBIOLI, 2005).
43
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
Vista da face lateral: o acesso
de veículos tem a mesma
cobertura metálica do volume
principal. À direita, o bloco da
educação infantil.
Face principal do novo prédio,
com quadra e auditório. As
esquadrias externas são de
alumínio com pintura
eletrostática branca e os
vidros são do tipo espelhado.
Bloco da educação infantil,
visto a partir da esquina entre
as ruas lateral e posterior.
Muros com revestimento
cerâmico repetem o colorido
adotado nas áreas internas.
Praça de alimentação e quadra ficam no último
pavimento do prédio, que esem pequeno desnível
em relação à circulação externa que leva ao bloco da
educação infantil.
A quadra recebe iluminação e
ventilação naturais. Os espaços sob a
arquibancada foram aproveitados para
acomodar equipamentos esportivos.
Nas áreas de circulação, piso e paredes
receberam forros acústicos e
acabamentos multicoloridos.
O auditório com 150 lugares possui
palco e piso em madeira. O espaço é
usado para aulas, palestras e eventos.
Figura 43 -
Colégio Imperatriz Leopoldina
Fonte: Corbioli, 2005.
- Educação Infantil
A preocupação no Brasil com projetos de edifícios escolares, direcionados
exclusivamente ao ensino infantil, é muito recente, o que acarreta em uma
escassa literatura que a aborde. Elali (2002 p.127) cita como estando entre as
principais tendências nesta área “a utilização de cores, a composição de volumes
subdivididos dispostos de modo a definir pátios centrais e, em algumas ocasiões, à
procura de um partido estético claramente apoiado/inspirado na escala
residencial”. Como exemplos de projetos deste contexto identificam-se:
Instituto de Educação de Pernambuco, figura 44, projeto dos
arquitetos Marcos Domingues da Silva e Carlos Falcão Correia Lima,
ganhadores de concurso público nacional, realizado em 1956. O projeto é
44
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
composto por um conjunto de quatro edificações, cada uma delas
destinada a um nível de atenção. O Jardim de Infância Ana Rosa Falcão é
abrigado em um edifício térreo, as demais edificações - a Escola Primária
Cônego Rochael de Medeiros, o Colégio Estadual do Recife e o IEP, foram
organizadas em blocos sobre pilotis, de dois pavimentos, articulados por
rampas. Um quinto volume, infelizmente nunca construído, abrigaria um
auditório.
O arranjo do conjunto favorece claramente a melhor orientação para as
salas de aula, que recebem iluminação natural através de grandes planos
de vidro, devidamente protegidos por quebra-soís, ora horizontais, ora
verticais. Os longos blocos sobre pilotis são interconectados por um edifício
térreo, abrigo das atividades administrativas e de espaços de uso comum,
como biblioteca, laboratórios e vestiários. O principal destaque deste
projeto é o bloco destinado ao jardim de infância, o qual apresenta a
introdução pioneira de salas de aula que se prolongam para um pátio
exterior, através de portas pivotantes que se abrem horizontalmente
(LOUREIRO e AMORIM, 2002).
Maquete do projeto vencedor do concurso
público de projeto para o Instituto de Educação
de Pernambuco. Arquitetos: Marcos Domingues
da Silva e Carlos Falcão Correia Lima.
Plano do Jardim de Infância Ana Rosa
Falcão, Recife. Arquitetos: Marcos
Domingues da Silva e Carlos Falcão
Correia Lima.
Figura 44 - Instituto de Educação de Pernambuco
Fonte: Loureiro e Amorim, 2002.
Unidades municipais de pré-escola, projeto de Marcelo Amorim e
Silvana Lamas da Matta, localizada em Belo Horizonte – MG, 2004.
Segundo Corbioli (2005) este projeto consistiu no desenvolvimento de
três tipologias básicas para unidades de educação infantil da prefeitura de
Belo Horizonte, tendo por objetivo a criação de equipamentos
economicamente viáveis e apropriados às atividades educacionais e
recreativas para crianças com até seis anos; com a condição de projetos
padronizados, entretanto que pudessem ser implantados em diversos tipos
de terreno. Além da busca por projetos com predomínio da escala infantil,
de modo que as crianças possam transitar livremente e se sentir seguras
para utilizar os espaços sem a dependência constante de adultos.
As salas de aulas o o ponto central da estrutura do projeto, podendo
45
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
aparecer dispostas em pavilhões cobertos com uma água de telhas de
barro, sem beirais; e agrupadas em dois pavilhões, com circulação central
iluminada por lanternim, em edificação com duas águas. Este mesmo
padrão é utilizado nos outros blocos ocupados pelo recreio coberto,
refeitório e serviços; sendo estes blocos diferenciados pelo uso de cores.
Todas as escolas receberam em seu acabamento externo pintura em
cores alegres e variadas, o que proporciona um aspecto lúdico à construção
e um volume cônico sobre a caixa-d’água que estabelece uma identidade
única para as unidades de educação infantil e que também funciona como
marco de referência na comunidade. As três tipologias possuem algumas
características em comum, entre elas: espaços internos que privilegiam a
ventilação cruzada e a iluminação natural; otimização espacial pautada no
posicionamento do pátio de recreio coberto, junto ao refeitório;
possibilidade de integração entre os ambientes.
o Tipologia 1 - Escola Juliana, figuras 45: blocos dispostos linearmente;
Disposição linear dos blocos. Área de recreação externa
ocupa a cota inferior do lote.
Vista da circulação interna
Figura 45 – Unidade Juliana
Fonte: Corbioli, 2005.
o Tipologia 2 – Escola Castelo e Escola Oswaldo França Júnior, figuras 46,
47 e 48: apresenta a justaposição de dois volumes interligados por uma
passagem coberta; sendo que o bloco das salas de aulas independente
possui uma única água e sua circulação assemelha-se a uma varanda;
Escola Unidade Castelo -
varandas com acabamento em
pintura vermelha.
O volume com pintura
vermelha abriga os sanitários
da unidade Castelo. A
cobertura de policarbonato
interliga os dois blocos.
Na unidade Oswaldo França
Júnior,os espaços privilegiam
a ventilação cruzada e a luz
natural.
Figura 46 – Unidade Castelo
Fonte: Corbioli, 2005.
Figura 47 – Unidade França
Fonte: Corbioli, 2005.
46
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
o Tipologia 3 - Maria Salles Ferreira: para terrenos mais amplos. Ela
apresenta três volumes independentes interligados por passagens
cobertas; têm mais salas de aulas e área de recreio, refeitório e
administração com maiores dimensões. Figura 49.
O cone na cobertura e o
contraste de cores identificam
as edificações.
Variedade de formas e acabamento em cores vivas determinam
o aspecto lúdico das unidades.
Figura 48 – Unidade Oswaldo
França Júnior
Fonte: Corbioli, 2005.
Figura 49 – Unidade Escola Maria Salles Ferreira
Fonte: Corbioli, 2005.
1.4. Sala de aula
Entre os diversos espaços que compõem o ambiente escolar, a sala de aula
apresenta um papel de destaque, pois, é onde o aluno permanece a maior parte
do tempo em que se encontra nesta instituição, por essa configurar-se como seu
posto de trabalho. Para Kuenzer (1992), a sala de aula é um dos espaços físicos
em que o saber é produzido no interior das relações sociais, como uma produção
coletiva dos homens em sua atividade real, enquanto produzem as condições
necessárias às relações que estabelecem com a natureza, com outros homens e
consigo mesmo. Desta maneira, assim como qualquer outro ambiente construído,
essa necessita da harmonia e o devido controle entre as variáveis que a
compõem, ou seja, seus agentes ambientais, os mobiliários, o layout, os aspectos
arquitetônicos, os usuários, os métodos pedagógicos e metodológicos, de maneira
a se tornar funcional e atender as necessidades das atividades que ali serão
desenvolvidas.
Segundo Azevedo (2002), o projeto arquitetônico do ambiente escolar deve
oferecer boas condições construtivas, que sejam capazes de fortalecer as relações
existentes entre pessoas e ambientes, além de que para Sodré (2005), devem ser
planejados de maneira a atender às necessidades e experiências particulares de
cada turma, em função dos interesses manifestados pelas crianças; sendo feita de
forma inclusiva, facilitando o agrupamento dos alunos, a dinamização das ações
pedagógicas, o convívio com a comunidade e a reflexão dos professores; e
proporcionando interações, desenvolvimento da autonomia condições de
47
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
afetividade entre adultos e crianças realização de atividades e disponibilidade
para interagir e brincar, tornando o ambiente educativo e construtivo.
Elali (2002) lembra que cada teoria pedagógica possui, de forma implícita
ou explicita, a necessidade de determinados aspectos físicos e qualidades
ambientais; e que existe ainda, a possibilidade de se misturar métodos e técnicas
de ensino; portanto, ambientes amplos e flexíveis, aptos à adequar-se a qualquer
tipo de exigência pedagógica e/ou do grupo são altamente recomendados.
Bernardi (2001) cita que na literatura técnica, os fatores ambientais
apresentam-se divididos relacionando-se ao conforto ambiental térmico, lumínico,
acústico e funcional, e que conhecer o ambiente e suas influências, possibilita ao
professor predizer o comportamento em certas circunstâncias e transformá-lo
harmonicamente aos propósitos e expectativas comportamentais esperados,
visando o aumento da eficiência, e conseqüentemente elevando o vel de
aprendizagem dos alunos.
Conforme exposto por Barros et.al. (2005), as sensações de conforto dos
usuários no ambiente construído o mais do que reações fisiológicas, visto que
desempenham também papel cultural, simbólico e sensorial. Azevedo (2002)
complementa tal pensamento, explicando que as sensações de conforto traduzidas
pelas reações fisiológicas do corpo humano associam-se às sensações de conforto
psicológico, traduzindo em reações de apego ou de desprezo ao lugar. Portanto, a
adequada configuração ambiental deve contemplar o projeto do edifício de
maneira a buscar conforto dos seus usuários enquanto: adequações térmicas
influenciadas pelos materiais que compõem paredes e tetos, a quantidade e a
tipologia das aberturas e o padrão construtivo adotado; e visuais resulta do
projeto de iluminação, devendo-se configurá-lo de forma a harmonizar o sistema
natural e o artificial (AZEVEDO, 2002). Evitando assim, conseqüências como: calor
em excesso que afeta o desempenho das pessoas, causa inquietação, perda de
concentração; umidade em excesso - desconforto, sonolência, aumento de suor,
falta de ar; vento em excesso - afeta o metabolismo das pessoas, aumenta a
impaciência, a ansiedade; ruído em excesso - causa inquietação, perda do sossego
e da concentração.
“(...) Integrado às primeiras sensações do ser
humano, o espaço é o elemento material através do
qual a criança experimenta o calor, o frio, a luz, a
cor, o som, e em certa medida, a segurança que nele
se sente (...) para a criança existe o espaço-alegria, o
espaço-medo, o espaço-proteção, o espaço-mistério,
o espaço-descoberta, enfim os espaços da liberdade
ou dão pressão” (LIMA, 1989 p.13).
48
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
Iida (2005), complementa citando que sob uma visão ergonômica, essa
configuração deve buscar a saúde, segurança e a satisfação do usuário,
considerando:
Saúde: a saúde do trabalhador é mantida quando as exigências do trabalho
e do ambiente não ultrapassam as suas limitações energéticas e cognitivas,
de modo a evitar as situações de estresse, riscos de acidentes e doenças
ocupacionais;
Segurança: conseguida com os projetos do posto de trabalho, ambiente e
organização do trabalho, que estejam dentro das capacidades e limitações
do trabalhador, de modo a reduzir os erros, acidentes, estresse e fadiga;
Satisfação: satisfação é o resultado do entendimento das necessidades e
expectativas do trabalhador. Contudo, muitas diferenças individuais e
culturais. Uma mesma situação pode ser considerada satisfatória para uns
e insatisfatória para outros, dependendo das necessidades e expectativas
de cada um. Os trabalhadores satisfeitos tendem a adotar comportamentos
mais seguros e são mais produtivos que aqueles insatisfeitos;
Eficiência: eficiência é a conseqüência de um bom planejamento e
organização do trabalho, que proporcione saúde, segurança e satisfação ao
trabalhador. Ela deve ser colocada dentro de certos limites, pois o aumento
indiscriminado de eficiência pode implicar em prejuízos à saúde e
segurança.
“Tudo é importante na sala de aula. Tudo,
inclusive seu aspecto sua cor, seu cheiro, seus sons,
o chão, as paredes, o teto, natureza circundante.
Todos esses aspectos marcam fortemente a formação
do educando. Quanto maior o conforto estabelecido
no ambiente físico escolar, e quanto melhores
forem às condições, maiores são as possibilidades de
fortalecimento das relações entre as pessoas que nela
trabalham e vivem. É uma questão de acréscimo da
qualidade de vida dos educadores e educandos”
(LEUCZ, 2001).
Atentando-se a todos os fatos apresentados, mas principalmente levando
em consideração que o ambiente, é responsável por fornecer estímulos sensoriais,
que de acordo com a maneira como apresenta-se configurado, despertam
determinadas percepções nos indivíduos que o ocupa, influenciando, condicionam
e determinando o grau de conforto, satisfação e produção do usuário, assim como
seu comportamento e conduta, seja de maneira positiva ou negativa. O presente
49
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
trabalho avalia a relação aluno, ambiente escolar/sala de aula e o processo de
aprendizagem, enfocando especificamente os aspectos físico-ambientais lumínicos,
térmicos e acústicos.
1.4.1. Conforto lumínico
A visão é o sentido mais desenvolvido do ser humano, sendo responsável
por cerca de 80% das percepções (Porto, 2005). Quando estas percepções
ocorrem da melhor forma possível, seja instintivamente ou conscientemente,
torna-se possível o exercício de atividades, com precisão e segurança, e
conseqüentemente existe o conforto visual (SCARAZZATO, 1989).
Sabe-se, que a ocorrência da visão é condicionada à existência da luz, seja
natural ou artificial, e que sem ela, o olho humano não pode observar formas,
cores, espaços ou movimentos.
Arnheim (1997 apud Brondani, 2006) atribui à luz um significado maior do
que apenas a causa sica do que se vê, pois, considera que psicologicamente ela
continua sendo uma das experiências humanas mais fundamentais e poderosas,
uma aparição compreensivelmente venerada, celebrada e solicitada.
Os efeitos da iluminação são capazes de imprimir o caráter da edificação,
que segundo Costi (2002), podem, ou o, valorizar um espaço, porque os
ambientes são percebidos e compreendidos por meio da luz que os modela. A
iluminação adequada tem a propriedade de determinar distâncias, criar espaços,
tornando-os fechados ou abertos, simulando pé-direito maior, ampliando ou
reduzindo; assim como a aparência dos objetos ali contidos, as formas e as
variações de cores das superfícies em seu entorno. Entretanto, se houver
luminância em demasia, o ofuscamento impedirá que as distâncias sejam
julgadas, as silhuetas parecerão flutuar, os detalhes ficarão perdidos e as cores
sofrerão radicais transformações; e se for insuficiente, os usuários podem
acentuar seu desânimo e se for excessiva sentirão fadiga (COSTI, 2002).
Para Iida (2005), um bom sistema de iluminação, com o uso adequado de
cores e criação dos contrastes, pode produzir um ambiente agradável, onde as
pessoas sintam-se confortáveis, sem ocorrência de fadiga, monotonia e acidentes,
e, que possam desempenhar suas atividades, produzindo com maior eficiência.
Para a determinação da iluminação necessária a um ambiente, deve-se
estabelecer a intensidade e distribuição da radiação visível, adequadas aos tipos
de atividades e às características do local. Graça (2002) menciona que, esta
distribuição da luz está relacionada a um conjunto de variáveis, tais como:
50
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
disponibilidade da luz natural; iluminação da abóbada celeste; ângulo de
incidência da luz; obstruções externas; tamanho, orientação, posição e detalhes
das aberturas; características dos envidraçados; tamanho e geometria do
ambiente; refletividade das superfícies internas; cor empregada no ambiente e cor
e natureza dos vidros por onde penetra a luz, além das distâncias das fontes e
índices de reflexão das paredes, tetos, pisos, máquinas e mobiliário.
Grandjean (1998) considera que para trabalhos delicados e muito
delicados, como é o caso da escrita, é necessária uma iluminação especial além da
iluminação geral, estabelecendo, portanto, como condições decisivas para os locais
de trabalho: a distribuição dos brilhos no campo visual; o tamanho dos objetos a
serem reconhecidos; as luminâncias, que por sua vez, o determinadas pelos
graus de reflexão dos objetos - cor, material e a intensidade de iluminação do
local de trabalho; o contraste entre objetos e sua periferia, formação de sombras;
o tempo disponível para a percepção e a idade das pessoas que estão trabalhando.
Iida (2005) elenca na tabela 02, definições e unidades das principais
variáveis usadas na iluminação.
Tabela 02 - Definições das principais variáveis usadas na iluminação
Variável Unidade Definição
(l) Intensidade
luminosa
Candela (cd) Luz emitida por uma fonte ou refletida
em uma superfície iluminada
(F) Fluxo luminoso Lúmen (lm) Energia luminosa que flui a partir de
uma fonte
(E) Iluminamento Lux (lx)
Lúmen/m²
Quantidade de luz que incide sobre uma
superfície
(L) Luminância Candela por m² Quantidade de luz emitida por uma
superfície e percebida pelo olho humano
(R) Refletância (%) Proporção da luz incidente refletida pela
superfície
Fonte: Iida (2005).
Verdussen (1978) refere-se à iluminação, proporcionada pela luz natural,
como sendo a ideal, mas lembra que por razões de ordem prática, o seu uso
exclusivo torna-se restrito, o que acarreta na procura da compensação do déficit
gerado por meio de luzes artificiais. Para Brondani (2006), diferente da luz solar
natural, que proporciona a noção de tempo, a luz elétrica artificial, torna-nos
independentes, isto é, oferece autonomia para realizações de tarefas a qualquer
momento. Portanto, considerar as características das lâmpadas e luminárias é um
importante requisito para obter-se uma boa iluminação artificial.
Desta maneira, a iluminação dos ambientes de trabalho, devem atentar-se
às seguintes recomendações (IIDA, 2005):
Sempre que possível, aproveitar a iluminação natural evitando-se a
incidência direta da luz solar sobre superfícies envidraçadas;
As janelas devem ficar na altura das mesas e as de formatos mais altos
51
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
na vertical são mais eficazes para permitir uma penetração mais profunda
da luz;
A distância da janela ao posto de trabalho não deve ser superior ao dobro
da altura da janela para o aproveitamento da luz natural. Figura 50;
O alcance horizontal é o dobro da altura das janelas, acima da superfície de trabalho
Figura 50- Perfil de propagação da luz natural que penetra pelas janelas
Fonte: Hopkinson e Collins (1970 apud Iida 2005).
Para reduzir ofuscamento deve-se:
Usar vários focos de luz, ao invés de um único;
Proteger os focos com luminárias ou anteparos colocando um
obstáculo entre a fonte e os olhos;
Aumentar o nível de iluminação ambiental em torno da fonte de
ofuscamento, para diminuir o brilho relativo;
Colocar as fontes de luz o mais longe possível da linha de visão;
Evitar superfícies refletoras substituindo-as pelas superfícies
difusoras. Figuras 51 e 52;
A posição das luminárias devem ficar posicionadas 30
graus acima da linha de visão e atrás do trabalhador,
para evitar ofuscamentos e reflexos.
Iluminação local, a luminária deve ser
protegida por um anteparo, para
evitar ofuscamentos.
Figura 51 - Posição das luminárias
Fonte: Iida, 2005.
Figura 52 –Iluminação local
Fonte: Grandjean, 1998.
Para postos de trabalho que exigem maiores precisões, providenciar um
foco de luz adicional, que pode ter um iluminamento de 3 a 10 vezes
superior ao do ambiente geral;
Usar cores claras nas paredes, tetos e outras superfícies, para reduzir a
52
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
absorção da luz;
A luz da lâmpada fluorescente é intermitente e pode causar efeito
estroboscópico em motores ou peças em movimentos - se houver
coincidência com a ciclagem de 60 hertz podem produzir uma imagem
estática; havendo riscos de provocar acidentes;
A intermitência da lâmpada fluorescente pode tornar-se incomoda para
as pessoas sensíveis. Elas podem ser substituídas por lâmpadas
eletrônicas com freqüências e oscilações mais altas.
Dentre as normas existentes no Brasil que indicam os valores de
iluminâncias médias e mínimas para iluminação artificial em interiores de
ambiente, identificam-se:
NR 15 – Atividades e operações insalubres;
NR 17 – Ergonomia (determina o uso da NBR 5413);
NBR 5413 - Iluminância de Interiores.
A NBR 5413, é uma norma estipulada pela ABNT Associação Brasileira de
Normas Técnicas, que estabelece os valores de iluminâncias médias mínimas, para
diferentes classes de tarefas visuais, tabela 03, que variam de acordo com
características da tarefa e dos usuários.
Tabela 03 - Iluminâncias por classe de tarefas visuais
Classe Iluminância (lux)
mínima/média/máxima
Tipo de atividades
20 -30 -50 Áreas públicas com arredores escuros
50 -75 -100 Orientação simples para permanência curta
100 – 150 - 200 Recintos não usados para trabalho contínuo,
depósitos
A - Iluminação
geral para
áreas usadas
interruptament
e ou com
tarefas visuais
simples
200 – 300 - 500 Tarefas com requisitos visuais limitados,
trabalho bruto de maquinaria, auditórios
500 – 750 - 1000 Tarefas com requisitos visuais normais,
trabalho médio de maquinaria, escritórios
B - Iluminação
geral para
área de
trabalho
1000 – 1500 -2000 Tarefas com requisitos especiais, gravação
manual, inspeção, indústria de roupas
2000 – 3000 - 5000 Tarefas visuais exatas e prolongadas,
eletrônica de tamanho pequeno
5000 – 7500 - 10000 Tarefas visuais muito exatas, montagem de
microeletrônica
C - Iluminação
adicional para
tarefas visuais
difíceis
10000 – 15000 - 20000 Tarefas visuais muito especiais, cirurgia
Nota: As classes, bem como os tipos de atividades não são rígidos quanto às iluminâncias
limites recomendadas, ficando a critério do projetista avançar ou não nos valores das
classes/tipos de atividades adjacentes, dependendo das características do local/tarefa.
Fonte: NBR 5413
No caso das salas de aula, a iluminação deve ser de excelente qualidade
favorecendo tanto a visão distante, como a próxima e evitando reflexos
prejudiciais à leitura. Pode ser feita de maneira geral ou suplementar. Os níveis
recomendados para iluminação de interiores escolares pela NBR 5413, são
apresentados na tabela 04.
53
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
Tabela 04 – Níveis de iluminâncias – sala de aula
Local Valores
Salas de aulas 200 - 300 - 500
Quadros negros 300 - 500 - 750
Salas de trabalhos manuais 200 - 300 - 500
Geral 150 - 200 - 300 Laboratórios
Local 300 - 500 - 750
Platéia 150 - 200 - 300 Anfiteatros
e auditórios
Tribuna 300 - 500 - 750
Sala de desenho 300 - 500 - 750
Sala de reuniões 150 - 200 - 300
Salas de educação física 100 - 150 - 200
Costuras e atividades semelhantes 300 - 500 - 750
Artes culinárias 150 - 200 - 300
Fonte: ABNT / NBR 5413
Para determinar a iluminância a ser utilizada, esta norma define os
seguintes procedimentos especificados nos itens 5.2.1 a 5.2.4.
5.2.1 Da Tabela 1 constam os valores de iluminâncias por classe de tarefas
visuais. O uso adequado de iluminância específica é determinado por três fatores,
de acordo com a Tabela 05.
Tabela 05 – Fatores determinantes da iluminância adequada
Peso Características da tarefa e do
observador
-1 0 +1
Idade Inferior a 40 anos 40 a 55 anos Superior a 55 anos
Velocidade e precisão Sem importância importante Crítica
Refletância do fundo da tarefa Superior a 70% 30 a 70% Inferior a 30%
5.2.2 O procedimento é o seguinte:
a) analisar cada característica para determinar o seu peso (-1, 0 ou +1);
b) somar os três valores encontrados, algebricamente, considerando o sinal;
c) usar a iluminância inferior do grupo, quando o valor total for igual a -2 ou -3; a
iluminância superior, quando a soma for +2 ou +3; e a iluminância média, nos
outros casos.
5.2.3 A maioria das tarefas visuais apresenta pelo menos média precisão.
5.2.4 Em 5.3, para cada tipo de local ou atividade, três iluminâncias são
indicadas, sendo a seleção do valor recomendado feita da seguinte maneira:
5.2.4.1 Das três iluminâncias, considerar o valor do meio, devendo este
ser utilizado em todos os casos.
5.2.4.2 O valor mais alto, das três iluminâncias, deve ser utilizado quando:
a) A tarefa se apresenta com refletâncias e contrastes bastante baixos;
b) Erros são de difícil correção;
c) O trabalho visual é crítico;
d) Alta produtividade, ou precisão, são de grande importância;
e) A capacidade visual do observador está abaixo da média.
54
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
Nota: Como exemplo de precisão, pode-se mencionar a leitura simples de
um jornal versus a leitura de uma receita médica, sendo a primeira sem
importância e a segunda crítica.
5.2.4.3 O valor mais baixo, das três iluminâncias, pode ser usado quando:
a) refletâncias ou contrastes são relativamente altos;
b) a velocidade e/ou precisão não são importantes;
c) a tarefa é executada ocasionalmente.
Segundo Godoy (2000), o papel desempenhado pela iluminação artificial na
composição arquitetônica pode ser obtido de duas maneiras: iluminação cênica e
iluminação de efeitos. Para o desenvolvimento de projetos cênicos, é necessário
um conhecimento completo do ambiente a ser trabalhado, características dos
acabamentos, layout definido, decoração e detalhes dos processos de
funcionamento e operação, pois deve prever, desde o início, as necessidades
visuais, efeitos e possibilidades físicas; lembrando que um bom projeto deve
aproveitar as oportunidades da arquitetura e decoração para potencializá-las e
valorizá-las visualmente, prevendo pontos, cargas, circuitos e controles dedicados
a cada solução.
Portanto, considera-se que a principal função desse tipo de iluminação
aplicada à arquitetura, é criar um clima visual para determinados espaços, que
devem ser absolutamente afim com as intenções do contexto de decoração e
soluções arquitetônicas.
1.4.2. Conforto térmico
A busca pelo bem estar sico, fisiológico e psicológico humano, vem de
longa data, porém apenas nas últimas décadas têm se intensificado os estudos de
conforto térmico de pessoas em espaços internos.
O conforto térmico pode ser analisado sob dois aspectos distintos: do ponto
de vista pessoal, determinado pela pessoa que se encontra em um determinado
ambiente, de maneira que esta esteja em estado confortável com relação à sua
sensação térmica; e do ponto de vista ambiental, que resulta da combinação das
variáveis físicas inerentes a esse ambiente, que criam condições termo-ambientais
para que um menor número de pessoas esteja insatisfeita com esse ambiente
(XAVIER, 2000).
O fato dessas condições envolverem aspectos pessoais e ambientais, acaba
tornando impossível que um grupo de pessoas sujeitas a um mesmo ambiente, ao
mesmo tempo, estejam todo ele satisfeito com as condições rmicas do mesmo.
55
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
Assim sendo, diz-se que um ambiente é aceitável termicamente, quando o mesmo
apresenta combinações das variáveis físicas que o tornem desconfortável para o
menor número de pessoas possível (ISO 7730, 1994).
O conforto térmico é um estado particular do indivíduo, pois, está
relacionado com o estado de espírito que reflete a satisfação com o ambiente
térmico que o envolve, assim como ao metabolismo de cada um. Essa sensação
para uma pessoa, segundo Grandjean (1998), depende dos fatores climáticos que
influenciam decisivamente as trocas de calor, sendo os que interferem no clima
ambiental do local de trabalho: a temperatura do ar; a temperatura das
superfícies limitantes; a umidade do ar; as movimentações do ar. Ruas (1999)
complementa citando que o conforto térmico depende também das condições
ocasionais e preferenciais individuais, as quais são influenciadas por fatores como:
vestimenta - isolamento térmico; e intensidade do esforço físico - metabolismo.
Iida (2005) lembra que os seres humanos têm uma grande capacidade de
tolerar diferenças climáticas em comparação a outros primatas, devido ao seu
corpo sem pelo e a alta capacidade de suas glândulas sudoríparas, contudo, nem
todas as condições climáticas são consideradas confortáveis ou adequadas a um
trabalho eficiente.
A temperatura corporal do homem é mantida constante em torno de
aproximadamente 37°C, podendo oscilar ± C, ou seja, entre 35 e 39°C. Fora
desta faixa indica anormalidade. Desta maneira, para Ruas (1999) a primeira
condição para a existência de conforto é o equilíbrio térmico, ou seja, a
quantidade de calor ganho pelo organismo deve ser igual à quantidade de calor
cedido para o ambiente, não sendo, no entanto este, suficiente para se garantir o
conforto térmico.
Conforto térmico é definido pela Norma ISO-7730 (1994) como sendo o
estado de espírito que exprime satisfação com o ambiente térmico; considerando-
se que a insatisfação pode ocorrer em razão do aquecimento ou resfriamento do
corpo como um todo ou de partes determinadas, que recebe a designação de
desconforto localizado. Os limites de conforto especificados nessa norma, foram
baseados na premissa que um ambiente é confortável se pelo menos 80% dos
ocupantes estão satisfeitos.
O desconforto localizado pode ser causado por altas velocidades do ar, por
grandes diferenças entre as temperaturas nas alturas da cabeça e do tornozelo,
por grande assimetria de temperatura radiante ou pelo contato com superfícies
frias ou quentes. Para o desenvolvimento da avaliação do desempenho térmico de
uma edificação, Siqueira et.al. (2005) explica que é necessário saber como variam
a temperatura do ar, a umidade relativa do ar, a direção e a velocidade do vento e
56
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
a radiação solar, o ao longo das estações do ano, mas também, seus valores
horários.
O conforto térmico é responsável por uma grande parcela do conforto
ambiental, pois a temperatura sob a qual um indivíduo é submetido, em
determinado ambiente, influencia seu estado sico e psíquico, comportamento e
reações; podendo-se dizer que o calor cada vez mais intenso afeta o conforto e a
eficiência dos ocupantes de um determinado ambiente (GRZYBOWSKI, 2004).
O metabolismo está relacionado ao trabalho que um organismo deve
desenvolver para produzir calor, em função da assimilação do alimento e do tipo
de atividade física desenvolvida, além do peso, pressão arterial, e fatores próprios
de cada indivíduo.
Para a concepção de um ambiente adequado, em termos de conforto
térmico, deve-se ter a clara noção e conhecimento do local onde o mesmo será
edificado, em termos de clima e estratégias que possam ser utilizadas. Esse
conhecimento é obtido por meio de estudos de bioclimatologia, inseridos por sua
vez na arquitetura.
O Brasil não dispõe de normas que especifiquem métodos para a avaliação
das sensações térmicas das pessoas, adotando-se para tal tarefa normas
elaboradas pela ISO - International Organization for Standardization, e pela
ASHRAE - American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning
Engineers. Dentre estas normas identificam-se:
ISO 7730/94 Voto Médio Estimado e Porcentagem de Pessoas
Insatisfeitas;
ISO 7726/96 - Ambientes térmicos; Instrumentos e métodos para a
medição dos parâmetros físicos;
ISO 8996/90 Ergonomia - Determinação da produção do calor
metabólico;
ISO 10551/95 Ergonomia de ambientes térmicos - Verificação da
influência do ambiente térmico usando escalas subjetivas de julgamento;
ISO 9920/95 Ergonomia de ambientes térmicos - Estimativa do
isolamento térmico e resistência evaporativa de um traje de roupas;
ASHRAE Standard 55-92 Ambientes térmicos - Condições para
ocupação humana.
Entretanto, as Normas Regulamentadoras, do Ministério do Trabalho e do
Emprego Brasileiro, NR 15 e NR 17 (ANEXO 02), estabelecem padrões mínimos
para atender as exigências de conforto e segurança. A NR-15 avalia a exposição
ao calor através do IBUTG - Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo,
utilizando termômetros de bulbo úmido natural, termômetro de globo e
57
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
termômetro de mercúrio comum, no local de permanência do trabalhador, à altura
da região do corpo mais atingida; estabelecendo limites de tolerância para
exposição ao calor de acordo com a taxa de metabolismo e o tipo de atividade de
cada indivíduo. E a NR 17 trata de atividades que exijam solicitação intelectual e
atenção constantes em locais como sala de controle, laboratórios, escritórios,
salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, recomendando o
índice IBTUG entre 20°C e 23°C.
Em uma sala de aula, considera-se o fator ambiental temperatura relevante
para a avaliação do conforto térmico; entretanto analisado em conjunto com o
clima e a arquitetura, torna-se determinante.
1.4.3. Conforto acústico
A primeira definição que nos vêem a mente quando pensamos em ruído é a
de um som indesejável. Na literatura encontramos algumas definições, entre elas
a de Iida (2005), como sendo um “estimulo auditivo que não contém informações
úteis para a tarefa em execução”, e a de Fernandes (2005) que considera o
conceito de ruído como ambíguo, apresentando duas definições:
Definição Subjetiva: Ruído é toda sensação auditiva desagradável ou
insalubre;
Definição Física: Ruído é todo fenômeno acústico não periódico, sem
componentes harmônicos definidos.
Iida (2005) lembra que o conceito de ruído é subjetivo e pessoal, uma vez
que, o som desejável para uns, pode ser indesejável para outros, ou mesmo para
uma mesma pessoa em ocasiões diferentes.
Atualmente, o ruído aparece como sendo a principal causa de reclamações
sobre as condições ambientais, sendo considerado a partir de 1989 (desde o
congresso mundial sobre poluição sonora na Suécia) como questão de saúde
pública pela Organização Mundial da Saúde.
Para Dul e Weerdmeester (2004), a presença de ruído no ambiente de
trabalho pode atrapalhar a audição e com o decorrer do tempo prejudicá-la;
considerando o primeiro sintoma das conseqüências provocadas por este no ser
humano, a dificuldade cada vez maior para entender a fala em ambientes
barulhentos - festas, bares; a redução da concentração, alterações no humor, nas
ações. Grandjean (1998), complementa considerando que os ruídos prejudicam o
58
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
desenvolvimento de trabalhos mentais complexos, bem como determinadas
produções que exigem grande destreza e a análise de informações.
Este contexto pode ser explicado pelo fato do ouvido estar
permanentemente aberto, que para Okamoto (1999), faz com que este acabe por
assumir um significado inconsciente muito profundo e relacionado à segurança em
primeiro lugar, e, em seguida, à audição, no caso da comunicação oral. Desta
maneira, portanto, estamos sempre ouvindo o fundo sonoro ambiental, com o qual
estamos sintonizados, e qualquer som diferente, destoante, principalmente se este
provém de trás ou do lado, torna-nos tensos e inseguros.
Okamoto (1999) considera que o
ouvido, figura 53, está estreitamente
relacionado ao sentido espacial, formando
o sentido do equilíbrio, pelo fato de estar
junto da cóclea - canal em forma de
círculos concêntricos que o som percorre,
permitindo que se distingam desde os sons
graves até os agudos.
Quando falamos nos danos que o
ruído causa a saúde, temos que levar em conta alguns fatores, tais como: o nível
que este se apresenta, o período de duração e freqüência. O valor que relaciona
essas duas grandezas, vel e o tempo, é a dose que é expressa em percentagem,
possibilitando a adição direta com outros valores. Esse valor é obtido por meio de
um aparelho chamado decibelímetro, sendo a unidade obtida o dB – Decibel.
Os índices de decibéls atribuídos às atividades desenvolvidas são
estipulados pela NR 17, e são apresentados na figura 54.
Figura 54 Relação atividades
/ nível de dB correspondente
Fonte: Brasil, 1997.
Os limites toleráveis de ruídos sem provocar danos aos órgãos auditivos,
variam entre 70 e 90 dB, conforme relacionados na tabela 06.
Figura 53 – Ouvido
Fonte: http://br.geocites.com
59
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
Tabela 06 - Limites toleráveis a ruídos em diversos tipos de atividades
Nível de
Ruído (A)
Atividade
50 dB A maioria considera como um ambiente silencioso, mas cerca de
20,5% das pessoas terão dificuldade para dormir.
55 dB Máximo aceitável para ambientes de trabalho que exigem silêncio
60 dB Aceitável em ambientes de trabalho durante o dia
65 dB Limite máximo aceitável para ambientes ruidosos
70 dB Inadequado para trabalho em escritórios. Conversação difícil
75 dB É necessário aumentar a voz para conversação
80 dB Conversação muito difícil
85 dB Limite máximo tolerável para a jornada de trabalho
Fonte: NBR 10152
Os valores limites encontrados na relação local/ nível de exposição estão
apresentados na tabela 07, pela NBR 10152:
Tabela 07 - Limites encontrados na relação local/ nível de exposição
Locais dB(A)
Hospital: Apartamentos, Enfermarias, Berçários, Centros Cirúrgicos 35-45
Escolas: Salas de Aula, Laboratórios 40-50
Residências: Dormitórios e Salas de Estar 35-45 /40-50
Escritórios: Salas de Projeto e de Administração, Salas de computadores 35-40 /45-65
Fonte: NBR 10152
Brasil (1997) classifica a competência auditiva em: normal, leve,
moderada, severa e profunda; conforme tabela 08, além relacionar enquanto a
Classificação das Perdas Auditivas de Davis - para crianças, tabela 09.
Tabela 08 - Relação qualidade do som / dB / Tipo de ruído
Qualidade
do Som
Decibel Tipo de Ruído
Muito baixo 0-20 Farfalhar das folhas
Baixo 20-40 Conversação silenciosa
Moderado 40-60 Conversação normal
Alto 60-80 Ruído médio de fábrica ou trânsito
Muito alto 80-100 Apito de guarda e ruído de caminhão
Ensurdecedor 100-120 Ruído de discoteca e de avião decolando
Fonte: Brasil, 1997.
Tabela 09 - Classificação das Perdas Auditivas de Davis - para crianças
Grau de Deficiência Perda em dB
Normal 0 a 15
Leve 16 a 40
Moderada 41 a 55
Moderada Severa 56 a 70
Severa 71 a 90
Profunda + de 90
Fonte: Brasil, 1997
.
No Brasil, os critérios para medição e avaliação do ruído em ambientes são
fixados pelas Normas Brasileiras da Associação Brasileira de Normas Técnicas,
além das NRs, sendo as principais:
60
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
NBR 7731 - Guia para execução de serviços de medição de ruído aéreo e
avaliação dos seus efeitos sobre o homem;
NBR 10151 - Avaliação do ruído em áreas habitadas visando o conforto
da comunidade;
NBR 10152 (NB-95) – Níveis de ruído para conforto acústico;
NR 15 – Atividades e operações insalubres.
Os limites de tolerância ao ruído contínuo ou intermitente, tabela 10,
podem ser encontrados no anexo 1 da NR-15.
Tabela 10 – Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente
“A” Nível de
ruído (dB)
Máxima exposição
diária permissível
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
Fonte: NR – 15 ANEXO Nº 1
61
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
1.5. Revisão de métodos para Avaliação do Ambiente Construído
Todo trabalho científico deve ser desenvolvido por meio de métodos
adequados que facilitem a execução de seus objetivos e sua devida comprovação.
A utilização de um método, segundo Gil (1999), tem por objetivo
proporcionar ao investigador os meios técnicos para garantir a objetividade e a
precisão no estudo dos fatos, mais especificamente, visam fornecer a orientação
necessária à realização da pesquisa social, sobretudo no referente à obtenção,
processamento e validação dos dados pertinentes à problemática que está sendo
investigada.
Quando um estudo se restringe à determinada situação, utilizando-se de
uma investigação empírica, para analisar um fenômeno contemporâneo dentro de
seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre eles o estão
claramente definidos, Yin (2001) determina-o como sendo um estudo de caso.
Este tipo de estudo, para Lüdke e André (1986), é definido por alguns aspectos,
entre os quais se identificam: a delimitação do objeto de estudo, determinando-se
claramente o foco; a especificação dos principais aspectos que serão abordados,
do espaço e tempo em que se realizada a amostra; e a definição do grau de
participação do observador.
Ao se abordar o homem e a relação que este estabelece com seu trabalho e
o ambiente que ocupa, destaca-se a importância dos estudos desenvolvidos pela
ergonomia. Tal afirmação pode ser explicada por esta área de conhecimento
possuir um caráter interdisciplinar, que utiliza métodos com enfoques e pontos de
vista distintos sobre um mesmo assunto, englobando análises técnicas, cognitivas,
questionários e experimentos, avaliações, observações, entre outros, para
focalizar situações reais encontradas, de maneira a tornar possível suprir
eventuais desarmonias identificadas no sistema.
Entende-se por sistema, segundo Schoderbek (1990 apud Moraes e
Mont’Alvão, 2000, p. 22), o “conjunto de objetos junto com as relações entre os
objetos e entre seus atributos, relacionados uns com os outros e com o ambiente
deles de modo a formar um todo”.
“O objeto da Ergonomia, seja qual for a sua
linha de atuação, ou as estratégias e os métodos que
utiliza, é o homem no seu trabalho trabalhando,
realizando a sua tarefa cotidiana, executando as suas
atividades do dia-a-dia. Esse trabalho real e concreto
compreende o trabalhador, o operador, o
mantenedor, o instrutor ou o usuário no seu local de
62
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
trabalho, enquanto executa sua tarefa, com
máquinas, ferramentas, equipamentos e meios de
trabalho. Num determinado ambiente físico e
arquitetural, com seus chefes, e superiores, colegas
de trabalho e companheiros de equipe, e mais as
interações e comunicações forais e informais, num
determinado quadro econômico-social, ideológico e
político. A Ergonomia partilha o seu objetivo geral
melhorar as condições especificas do trabalho
humano com a higiene e a segurança do trabalho
(MORAES e MONT’ALVÃO, 2000 p. 15).
Uma das maneira de se estudar o processo de trabalho é por meio da AET -
Análise Ergonômica do Trabalho, que segundo Santos e Fialho (1997) é composta
por três fases: análise da demanda, da tarefa e das atividades.
A partir desse aspecto - análise ergonômico do trabalho, pode-se realizar
uma APO Avaliação Pós Ocupação, que segundo Ornstein e Romero (1992), diz
respeito a uma série de métodos e técnicas que diagnosticam fatores positivos e
negativos do ambiente no decorrer do uso, a partir da análise de fatores sócio-
econômicos, de infra-estrutura e superestruturas urbanas dos sistemas
construtivos, conforto ambiental, conservação de energia, fatores estéticos,
funcionas e comportamentais.
Os estudos referentes à APO, para Ornstein et al. (1995), tiveram suas
origens nas décadas de 40 e 50 nos Estados Unidos, com as pesquisas
relacionadas às Relações Ambiente-Comportamento, tendo como pioneiros os
psicólogos Roger Barker e Herbert Wright. Durante (2000), cita que neste período,
os pesquisadores estudavam a influência da sociedade no desenvolvimento do
indivíduo, tornando-se fundadores da Psicologia Ambiental, que procura
estabelecer relações teóricas e empíricas entre o comportamento e a experiência
das pessoas em seu ambiente construído. Esses pioneiros ganharam colaboração
de Edward Hall –antropólogo, Kevin Lynch e Chistopher Alexander arquitetos; e
os enfoques concentraram-se nos cenários comportamentais e na proxêmica
(ORNSTEIN e ROMERO, 1992).
Na década de 60, à Psicologia Ambiental integraram-se profissionais de
outras áreas, como sociólogos, antropólogos, geógrafos, ambientalistas, entre
outros, cujos estudos eram movidos pelos crescentes problemas ambientais,
sociais, urbanos e demográficos oriundos do comportamento humano. E na década
de 70, a Avaliação Pós-Ocupação consolidou as áreas das Relações Ambiente-
Comportamento na arquitetura (ORNSTEIN et al., 1995).
63
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
Uma APO compreende várias etapas: coleta ou levantamento de dados,
diagnóstico, recomendações para o ambiente - estudo de caso e insumos para os
novos projetos (ORNSTEIN, 1991 apud ORNSTEIN e ROMERO, 1992).
Para Elali (2002, p.137), entre os principais métodos/técnicas atualmente
utilizados nessa área, destacam-se: vistorias técnicas, levantamentos dos
aspectos arquiteturais e mobiliários; medições do dimensionamento e dos fatores
físico-ambientais como temperatura, luminosidade, ruído; questionários e
formulários; check-lists, entrevistas; observação de comportamento e usos;
documentação através de imagens fotográficas e vídeos; documentação gráfica -
projeto arquitetônico, croquis e simulações. As avaliações técnicas podem ser
realizadas utilizando-se métodos de observações - vistorias "in loco" e por meio de
medidas dos parâmetros físicos; enquanto que, a opinião dos usuários pode ser
coletada através de entrevistas e questionários (DURANTE, 2000).
De acordo com esta metodologia, o ambiente construído pode ser
trabalhado a partir de algumas variáveis que irão gerar tipos diferenciados de
avaliações, conforme relacionado na tabela 11.
Tabela 11 – APO: tipo de avaliação, objetivo e possíveis variáveis
Tipo de
avaliação
Objetivo Possíveis variáveis a serem trabalhadas
Materiais e técnicas construtivas que abrange:
solos e fundações, alvenarias, revestimentos,
pinturas e paisagismo, dentre outros;
Técnico-
construtiva e
conforto
ambiental
Reconhecimento
especializado do
ambiente/estudo de caso
Conforto ambiental que abrange: conforto
térmico, iluminação natural e artificial,
conforto acústico, dentre outros;
Planejamento/programa do projeto
Áreas e dimensionamentos mínimos
Adequação do mobiliário fixo, móveis e
equipamentos especiais
Flexibilização dos espaços
Técnico
funcional
Avaliação feita pelos
pesquisadores no que diz
respeito ao desempenho
funcional dos espaços
resultantes
Adequação externa e interna a deficientes
físicos e visuais, dentre outros aspectos
Relação custo/benefício
Variação por metro quadrado de área
construída
Técnico-
econômica
Diz respeito aos índices
econômicos extraídos da
produção e uso do ambiente
construído
Variação dos custos de manutenção do edifício
em uso
Técnico
-estética
Diz respeito ao estilo e da
percepção ambiental,
levando-se em consideração
tanto a opinião do avaliador-
arquiteto quanto do usuário
Cores/pigmentação; texturas; volumetria;
efeitos lumínicos, dentre outros
Comportamental Refere-se ao ponto de vista
do usuário, podendo-se
utilizar várias técnicas para
tais fins. Como variáveis
tem-se adequação ao uso e
escala humana, privacidade,
território, proximidade,
dentre outros.
Estrutura
organizacional
Identifica problemas de
organização funcional ou
gerencial
Fonte: Ornstein & Romero (1992)
64
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
“A valorização da percepção dos usuários, da sua
satisfação com a realidade existente, e de suas
aspirações para o futuro, tende a realimentar a
relação sociedade-edifício-projetista (profissional de
arquitetura ou outra área), possibilitando a obtenção
de uma perspectiva avaliativa mais ampla. De fato, a
participação dos usuários na avaliação de quaisquer
produtos (inclusive o espaço edificado) é essencial,
pois o seu contato direto e cotidiano com o objeto e
transforma em um critico abalizado, principio que
respalda os crescentes movimentos de defesa aos
direito do consumidor” (ELALI, 2002, p.136).
Para Moser (apud Almeida, 2001), analisar ambientes durante o uso tem se
mostrado uma forma muito eficiente de investigar como as pessoas movimentam-
se nele, e buscar compreender como são construídos os referenciais em relação ao
espaço, pode tornar explícito o conhecimento sobre o papel dos elementos
arquitetônicos na composição do espaço vivencial. Em outras palavras, Ribeiro
(2003) coloca que, a ergonomia surge então na arquitetura como o meio de
conhecer o usuário.
A abrangência dos estudos ergonômicos e seu enfoque no usuário fazem
deles um dos mais completos para abordar as conseqüências do espaço sobre o
homem, quais constrangimentos os usuários sofrem e quais os custos humanos
resultantes destes constrangimentos; em relação aos métodos e técnicas
utilizados no estudo do trabalho assim como este acontece no cotidiano das
pessoas e onde estão situados todos os aspectos da natureza do trabalho.
Como exemplos de trabalhos desenvolvidos sob o conceito de APO onde o
enfoque foi ambiente escolar, pode-se citar:
- Carvalho (2005): Estudo ergonômico do posto de atividade discente em
instituição e ensino superior
Esta pesquisa foi desenvolvida em uma Instituição de ensino superior, da
rede privada, localizada na cidade de Natal RN, buscando-se por meio de um
estudo ergonômico do ambiente físico das salas de aula, a averiguação da
importância das condicionantes ergonômicas de conforto do posto de atividade
discente e sua influência na percepção de conforto percebido pelos seus usuários.
Pode-se atribuir duas naturezas a esta pesquisa: aplicada - aplicação
prática dos conhecimentos ergonômicos por meio de um estudo do posto de
atividade discente, para avaliar questões dos aspectos físico-ambientais que
65
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
influenciam a percepção de conforto e desempenho, aplicados a um grupo de
indivíduos, objetivando gerar conhecimento à solução de problemas específicos,
envolvendo verdades e interesses locais; e técnica - estudo descritivo, focado na
instituição de ensino superior em questão, onde foi realizada uma averiguação da
importância do ambiente físico da sala de aula no processo de ensino e
aprendizagem, em função das seguintes variáveis: equipamentos auxiliares e
recursos didáticos; iluminação; cor; temperatura ambiente; acústica; layout;
mobiliário e postura adotada por alunos em função desse ambiente. Os pontos que
foram abordados são apresentados na tabela 12.
Tabela 12 – Enfoques de avaliação: Carvalho (2005)
Variáveis Indicadores Observações
Alunos que mudam de ambiente de sala de aula durante a
mesma jornada de atividades
Alunos que mudam de lugar que sentam na sala durante
uma mesma aula
Localização da porta de entrada das salas de aula
Layout
Quantidade de alunos por turma
Utilização de cores para a transmissão da informação com
recursos didáticos
Reflexo das cores na superfície da mesa de tarefa
Cor do lápis usado pelo professor para escrever no quadro
Cores
Interpretação da escrita do professor no quadro
Acústica das salas de aula
Ruídos dos equipamentos de ar condicionado
Acústica
Comunicação da informação professor/aluno
Incidência de luz direta nos olhos
Reflexos luminosos, ofuscamentos
Posição das lâmpadas em ralação a tarefa
Iluminação
Distribuição das lâmpadas pela sala
Localização dos equipamentos de ar condicionado
Troca de ar nas salas de aulas
Ventilação (Circulação do ar na sala de aula)
Temperatura
Quantidade e Posição das janelas
Acomodação postural em função do mobiliário Postura dos
alunos
Acomodação postural em função dos recursos didáticos,
conforto do assento das carteiras
Conforto do apoio das costas nas carteiras
Altura do assento
Ergonômicas
de conforto
físico
ambiental
Mobiliário e
Equipamentos
didáticos
Nitidez da leitura nos equipamentos didáticos
Dores no corpo e a postura sentada em sala de aula
Perfil dos alunos pesquisados (pessoais: sexo, faixa etária, ano do curso e faixa de renda
salarial)
As investigações, que foram estabelecidas sob o enfoque da percepção
subjetiva de conforto dos alunos e das medições registradas por aparelhos e os
padrões de intervalo de conforto recomendados pelas Normas Regulamentadoras
Brasileiras, tiveram seus resultados confrontados, apontando como sendo os
aspectos que mais se destacaram negativamente quanto à percepção de conforto
do usuário, o layout das salas, conforto acústico, a postura dos alunos e o
mobiliário das salas de aula; sugerindo uma relação entre dores no corpo a
posturas dos alunos e o mobiliário das salas de aula.
66
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
- Graça (2002): Otimização de projetos arquitetônicos considerando
parâmetros de conforto ambiental: o caso das escolas da rede Estadual de
São Paulo
Este trabalho consistiu na avaliação/otimização de projetos de escolas da
rede estadual de São Paulo, ensino médio e fundamental, totalizando uma
amostra de trinta e nove projetos, sendo vinte e cinco representados no livro
Arquitetura Escolar e Política Educacional: Os Programas na Atual Administração
(FDE, 1998); e catorze do relatório final da avaliação pós-ocupação realizada pela
UNICAMP à escolas de Campinas (KOWALTOWSKI et. al., 2001)].
Estes projetos foram analisados quanto a influência do terreno em relação
à síntese da forma, delimitando o tamanho mínimo da largura, do comprimento e
da relação dessas duas medidas do terreno da amostra, de modo a permitir uma
certa flexibilidade de decisões em projeto. A partir dessas, foi avaliado o conjunto
de parâmetros de conforto ambiental na fase de anteprojeto, projeto e na
avaliação pós-ocupação, enquanto a qualificação das variáveis sico-ambientais e
funcionais, tabela 13.
Tabela 13 – Enfoques de avaliação: Graça (2002)
Variáveis Indicadores Observações
Acústica
Proximidade entre ambientes ruidosos (pátio
e área recreativa) e sala de aula
Iluminação Orientação, disposição das aberturas e o
formato da sala de aula
Conforto
físico
ambiental
Térmico Orientação dos ambientes e sua ventilação
Locomoção entre ambientes Conforto
funcional
Proximidade entre ambientes que afetam diretamente a rotina da escola
como sala de aula, banheiro e pátio
Os resultados demonstraram a existência de conflito entre os diferentes
parâmetros de conforto ambiental e a importância do uso da otimização para a
avaliação de projetos. Observou-se a impossibilidade de maximizar todos os
confortos ao mesmo tempo, devendo-se, portanto, encontrar um conjunto de
soluções de compromisso. A aplicação mostrou, também, a relevância do método
de otimização como um importante instrumento de avaliação e ferramenta de
projeto.
O uso da metodologia de avaliação de projeto com o conceito de otimização
ao indicar os pontos positivos e negativos do ambiente construído, pode contribuir
para a estruturação da avaliação pós-ocupação, direcionando-a à três aspectos:
implementação de solução dos aspectos negativos, verificação dos pontos
positivos, ratificando ou retificando a qualificação das variáveis de projeto, através
de medições ou verificação e avaliação de novas variáveis de projeto, fornecendo
assim, novos insumos para os mesmos. O autor conclui que o projetista que utiliza
67
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
o conceito de otimização em sua metodologia de projeto, soluciona os problemas
de forma mais racional, pois, tende a selecionar as variáveis de projeto que
passaram por um processo de qualificação.
- Cruz (2006): Avaliação s-ocupação e apreciação ergonômica do
ambiente construído: um estudo de caso
A abordagem da arquitetura escolar, nesta pesquisa, teve como objeto de
estudo a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, localizada na Região
Metropolitana do Recife - PE; por meio de um enfoque ergonômico do ambiente
construído.
O procedimento metodológico adotado foi desenvolvido a partir da APO e
da sistematização do SHTMA (Sistema-Humano-Tarefa-Máquina), que foram
correlacionadas, aliando-se o uso da Constelação de Atributos (aspecto cognitivo-
perceptual), enfocando o aspecto físico da edificação, a análise da tarefa e o grau
de satisfação do usuário, tabela 14.
Tabela 14 – Enfoques de avaliação: Cruz (2006)
Variáveis Indicadores Observações
Técnico-construtivas e de
Conforto físico ambiental
Iluminação Natural e artificial
Áreas e dimensionamentos mínimos Aspectos
antropométricos
Adequação do mobiliário
Arranjo físico Acessos e circulações
Técnico-funcionais
Adequação interna a deficientes físicos e visuais
Técnico-estéticas Cores/pigmentação
Avaliação comportamental
Os estudos foram direcionados às análise dos ambientes de ensino (salas
de aula - uso das pranchetas, cadeiras universitárias com pranchetas acopladas,
mesas para mais de um usuário e para computadores), além dos banheiros,
acessos e circulações.
A pesquisa evidenciou os aspectos da ergonomia ao focar seu
posicionamento na adaptabilidade e conformidade do espaço às tarefas e
atividades que nele são desenvolvidas. Para tanto, foi necessário um maior
conhecimento do que vem a ser uma análise ergonômica do ambiente construído,
preocupando-se com a identificação da adequação dos espaços e equipamentos
aos usuários, direcionando-se aos aspectos antropométricos, de acessibilidade, de
arranjo sico, iluminação e cor. De forma conjunta foi trabalhada uma outra
ferramenta designada Constelação de Atributos, voltada às preocupações nos
campos da percepção e cognição. Observou-se, no decorrer da pesquisa, falhas
que comprometem a usabilidade dos espaços, constatadas pelos próprios usuários
a partir do cruzamento das informações. Buscou-se, então, categorizar os
68
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
problemas para futuras soluções projetuais.
- Durante (2000): Conforto Ambiental nas Escolas Estaduais de Cuiabá -
Mato Grosso
Este trabalho teve por objetivo a avaliação das condições de conforto
ambiental das escolas estaduais João Brine de Camargo, Antônio Cesário Neto e
Liceu Cuiabano, que foram selecionadas em função se suas localizações nas ilhas
de calor definidas por Maitelli para a região de Cuiabá - MT. As salas de aula
dessas escolas foram estudadas sob os aspectos térmico, acústico, lumínico
ergonômico, através de avaliação técnica, cujos parâmetros relativos a esses
aspectos foram medidos por meio de instrumentos adequados e, de avaliação
perceptual dos alunos, por meio de questionários, tabela 15.
Tabela 15 – Enfoques de avaliação: Durante (2000)
Variáveis Indicadores Observações
Temperatura do ar
Umidade do ar
Velocidade relativa do ar
Temperatura radiante média do ambiente
Térmica
Vestimenta e metabolismo dos indivíduos
Acústica
Iluminação Natural e artificial
Cores
Tamanho das salas de aula
Técnicas
Ergonômicas
Segurança da escola
Aspectos pessoais Sexo, idade, porte de deficiência física e
uso de aparelhos de correção (óculos,
lentes de contato e aparelhos auditivos)
Aspectos sociais Nível de instrução e profissão dos pais
Caracterização
da população
Aspectos econômicos Rendimento familiar
Cores do acabamento interno
Tamanho das salas de aula
Ambiente físico da
escola
Espaço físico da escola
Percepção dos
alunos
Ambiente social da
escola
Aspectos de segurança com relação a
marginais, assaltos, roubos, acidentes
e aspectos de relacionamento
com professores e colegas
Os resultados dessa avaliação pós-ocupação mostraram que existe relação
entre o conforto ambiental das aulas e a ocorrência de alguns comportamentos de
interesse no processo educacional, bem como, o rendimento escolar do aluno, o
que pode ser identificado pelos índices de aprovação, reprovação e evasão das
escolas. Apresentaram-se, também, recomendações para melhoria das condições
de conforto das escolas, em busca de uma melhor adaptação do meio construído
ao clima.
- Kowaltowski e Pina (2001): Avaliação da funcionalidade de prédio escolar
da rede publica: o caso de campinas
Este trabalho consistiu em uma APO realizada em 15 escolas da rede
69
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
pública estadual na região de Campinas - SP, cujo enfoque principal foi o estudo
dos aspectos nimos de funcionalidade a serem considerados no programa
arquitetônico de uma escola que conduza ao conforto dos usuários juntamente
com o bom desempenho das atividades, que estão relacionados na tabela 16.
Tabela 16 – Enfoques de avaliação: Kowaltowski e Pina (2001)
Variáveis
Indicadores
Temperatura
Visual
Ambientais
Acústico
Tamanho
Arranjo de mobiliário
Lotação e uso do espaço analisado
Densidade populacional
Disponibilidade de ambientes para atividades variadas
e específicas para o nível de ensino em questão
Existência de locais de armazenamento e exposição de
Materiais didáticos
Relacionamento otimizado entre ambientes
Adequação do projeto ao usuário com dificuldade de locomoção
Adequação do mobiliário e equipamentos às características
do usuário e às atividades desenvolvidas
Aspectos do dimensionamento dos ambientes, do equipamento
e mobiliário e a sua adequação às atividades desenvolvidas
Circulação lógica dos fluxos de usuários na edificação
Funcionais
Projeto arquitetônico como um todo e a sua adequação ao
local e à população escolar atendida
As autoras consideraram que a funcionalidade depende, em grande parte,
do uso adequado dos espaços existentes. Modificações simples podem, de um
lado, trazer melhorias significativas para um aspecto, mas, se mal planejadas,
prejuízos para muitos outros aspectos. O bom funcionamento de um ambiente de
estudo ou trabalho depende da qualidade da construção, da disposição dos seus
equipamentos e da cooperação e conscientização do público que freqüenta,
trabalha e estuda nas edificações escolares.
- Elali (2002): Ambientes para educação infantil: um quebra-cabeça?
Contribuição metodológica na avaliação s-ocupação de edificações e na
elaboração de diretrizes para projetos arquitetônicos na área
Essa tese centrou-se no problema representado pela intervenção entre a
criança e os ambientes para educação infantil, estando especialmente atenta aos
elementos que, traduzidos em linguagem arquitetônica, possam representar
qualidade de vida aos seus usuários.
O objetivo foi analisar ambientes de estabelecimentos para educação
infantil, localizados em Natal – RN: Acalanto, Bambolê, Ciranda, Fandango e
Pastoril; sob o ponto de vista de seus usuários (crianças, pais, professores e
funcionários), com ênfase para as relações entre as necessidades infantis e as
características sócio-ambientais dos empreendimentos; além de traçar diretrizes
70
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
básicas na área de projetos de arquitetura que possam servir de apoio às
discussões de grupos envolvidos com a elaboração de normas para o setor no
município de Natal RN. Os fatores analisados apresentam-se especificados na
tabela 17.
Tabela 17 – Enfoques de avaliação: Elali (2002)
Variáveis Indicadores / Observações
Localização da escola
Tamanho e escala da intervenção
Densidades do empreendimento
Ocupação do lote
Contato com a natureza
Playground, nichos e esconderijos
Áreas livre
Pátio coberto
Planta baixa
Programa
Salas de aula e/ou atividades
Caracterização da
Instituição
Área
construída
Cômodos em uso comum
Temperatura
Insolação
Ventilação
Umidade
Ruído
Janelas e aberturas
Condições de conforto
ambiental e segurança
Segurança
Cores e elementos decorativos
Marcação da entrada e sinalização interna
Aspectos estéticos
Materiais de acabamento
Mobiliário e equipamentos infantis
Acessibilidade aos portadores de
necessidades especiais
Utilização pelo adulto
Adequação aos usuários
Participação infantil
Por meio dos resultados, obtidos pela utilização da metodologia de APO,
subsidiou uma discussão sobre espaços educativos que, partindo do
reconhecimento da realidade local, possa confrontá-la com a literatura a fim de
chegar às recomendações almejadas.
- Bernardi (2001): Avaliação da interferência comportamental do usuário
para a melhoria do conforto ambiental em espaços escolares: Estudo de
caso em Campinas – SP
O objeto desta pesquisa recaiu sobre o comportamento de indivíduos no
ambiente escolar, detectando as suas reações e participações em relação ao
conforto ambiental, tabela 18, por meio da metodologia de avaliação pós-
ocupação. Para tanto foram realizadas medições técnicas e aplicado questionários
que visaram respostas sob o ponto de vista do aluno, do professor e do diretor.
71
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
Tabela 18 – Enfoques de avaliação: Bernardi (2001)
Variáveis Indicadores Observações
Configuração da sala
de aula/ambiente
layout
Lotação -
Avaliação física Projeto e construção: espessura,
material e cor
Vista da janela Tipo de paisagem
Materiais
Avaliação da
sala de aula
Mobiliário
Elementos móveis / manipuláveis
Térmico -
Condições das aberturas
Ventiladores
Ventilação
Velocidade do ar
Condição do céu
Sistema de iluminação
Ofuscamento
Luminoso
Níveis de iluminação
Intensidade sonora
Avaliação do
Conforto
Acústico
Ruídos internos - intensidade
Foram usadas, como base de caracterização, escolas blicas da região de
Campinas SP, cujos dados foram obtidos da pesquisa: “Melhorias do conforto
ambiental em edificações escolares municipais de Campinas SP”, realizada por
Kowaltowski et.al. no ano de 1997.
Como conclusão a autora destaca a necessidade de conscientização do
usuário no controle do ambiente e conforto.
1.6. A relação ambiente, arquitetura e design ergonômico
Como pôde ser observado, o ambiente escolar sala de aula ao assumir o
papel de posto de trabalho do aluno, exerce influências determinantes no
desenvolvimento de suas atividades durante o processo de aprendizado, que
resultam da maneira como esse ambiente apresenta configurado o conjunto de
fatores que o compõem, pois, interferirá e condicionará a conduta do usuário de
acordo com suas necessidades e características. Löbach (2001) destaca que essa
conduta nem sempre apresentam lógica para ocorrer, estando geralmente
relacionada a alguma carência, acabando por ditar o comportamento humano
visando à eliminação dos estados não desejados, o restabelecimento de
tranqüilidade, de distensão e equilíbrio que sofreu uma interrupção momentânea.
Reis e Moraes (apud Mores 2004, p.136) citam que os espaços de trabalho
vem sendo amplamente abordados por projetista arquitetos e designers, pois, o
planejamento do projeto, é um processo de criação desenvolvido a partir das
necessidades básicas estabelecidas por meio de levantamentos, que traçam as
72
Cap. 01
Revisão
Bibliográfica
diretrizes para os partidos desse objeto enquanto forma e função. Considera-se,
portanto, que no projeto de qualquer ambiente é evidente a necessidade de
equipes de profissionais cada vez mais complexas, que atendam as exigências
impostas pelos novos tipos de uso e usuário, principalmente na abordagem dos
conteúdos das necessidades globais.
Destaca-se assim, os bons resultados obtidos ao adotar-se conhecimentos
interdisciplinaridades, utilizando-se da macroergonomia, das APOs e outros
recursos de igual importância, que consideram a demanda ergonômica,
compreendendo as manifestações do trabalhador, quanto ao posto de trabalho e
execução das tarefas, para o desenvolvimento do ato de projetar ou adequar
ambientes e seus componentes.
Neste contexto, o designer desempenha um papel preponderante, pois,
utilizando-se sua criatividade e conhecimentos ergonômicos, atua no sentido de
oferecer ao usuário conforto e integridade física que lhe o indispensáveis, além
de conteúdos estéticos que visem uma integração maior entre usuários e
ambiente, de maneira agradável e atrativa (PEREIRA e SILVA, apud SILVA e
SANTOS 2006). Que para LÖBACH (2001) seria o papel especifico do design
ambiental, que trabalha com o ambiente em seus vários tipos de configurações.
Niemeyer (1997) conclui considerando que “o designer terá que ser assim,
um arquiteto polivalente capaz de projetar todos os tipos de projetos que a
sociedade fabricar em série”.
73
Cap. 02
Método e
materiais
CAPÍTULO 02
No capítulo dois é apresentada a metodologia, os materiais e os
procedimentos utilizados no desenvolvimento do estudo de caso, assim como o
ambiente e os sujeitos participantes da pesquisa.
2.1. Método
O presente trabalho adota a metodologia EWA Ergonomic Workplace
Analysis- Análise Ergonômica do Local de trabalho, ANEXO 03, desenvolvida por
Ahonem et.al. (1989); que se destaca pela importância histórica, no contexto de
análise ergonômica do local de trabalho, caracterizada por abordagens subjetivas
e objetivas.
Esta metodologia consiste em uma APO, desenvolvida por meio da
aplicação de um protocolo que avalia o local de trabalho, com uma abordagem
ampla, que possibilita diferentes enfoques, seja de forma geral, abordando o
ambiente como um todo, ou mesmo pontual, enfocando por exemplo o mobiliário,
de maneira a não somente caracterizar fisicamente o local de trabalho, mas
também a percepção do usuário e do avaliador em relação ao processo de
trabalho.
Tal fato direcionou a aplicação do protocolo de forma conjunta, resultando
em dois trabalhos distintos. No que se refere à análise do ambiente, foi
desenvolvido por Bormio (2007), na presente dissertação intitulada “Avaliação
Pós-Ocupação ambiental de escolas da cidade de Bauru (SP) e
Lençóis Paulista (SP): um estudo ergonômico visto pela metodologia
EWA
; e do mobiliário, por Paccola (2007), em “Revisão de Metodologias de
Avaliação Ergonômica Aplicadas a Carteira Escolar Uma abordagem
analítica e comparativa”. Estes trabalhos foram desenvolvidos no Programa de
Pós-graduação em Desenho Industrial da FAAC - Faculdade de Arquitetura, Artes e
Comunicação da UNESP – Bauru / SP.
Convém lembrar, que antes de definir o uso de tal metodologia, teve-se a
preocupação de comunicar e solicitar autorização a um dos autores - Martti
Launis; e somente após resposta positiva, prosseguiu-se o desenvolvimento da
pesquisa.
O EWA foi criado em 1984 pelo FIOH - Finnish Institute of Occupational
74
Cap. 02
Método e
materiais
Health (Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional), em Helsink, tendo como
autores Mauno Ahonen, Martti Launis e Tuulikki Kuorinka, e em 1989 teve sua
publicação adaptada para uma versão em inglês.
Sua criação atribuiu-se a busca pela superação de um contexto crescente
de incidência de doenças ocupacionais, por parte do governo finlandês, que
colocou em vigor a lei de higiene ocupacional, que exigia unidades de cuidado
higiênico dos empreendimentos; inspeção de funcionamento, condicionado ao
empreendimento; e avaliação dos seus possíveis efeitos na saúde dos
trabalhadores.
Considera-se, portanto, que a criação deste método foi pensada buscando
uma ferramenta de análise ergonômica, capaz de captar sob diferentes aspectos
do local de trabalho, material informativo que transmitisse, ao ser utilizado,
informações aos profissionais (projetistas - arquitetos e designers, e especialistas
da saúde) de maneira a facilitar ações como: a contratação de pessoal; realização
de correções checando a qualidade das melhorias feitas, tanto em um posto de
trabalho, como nas tarefas, seja de um único posto de trabalho ou fazendo
comparação de diferentes postos com o mesmo tipo de atividade; e/ou
desenvolvimento de novos projetos com configurações seguras, saudáveis e
produtivas para os trabalhadores.
A aplicação do EWA é utilizada para a realização de análise ergonômica
detalhada do local de trabalho, por meio de itens que enfocam aspectos da
fisiologia do trabalho, biomecânica ocupacional, psicológicos, higiene ocupacional,
em um modelo participativo com a organização do trabalho.
O primeiro passo, para aplicação deste protocolo, é a definição e
delimitação da tarefa a ser analisada, assim como o local do trabalho, pois diante
desses dados a análise é desenvolvida, tendo inicialmente quatorze questões pré-
estabelecidas. Observa-se que este método possui um caráter flexível, que torna
possível, caso se faça necessário, a inclusão e/ou exclusão de elementos na
relação dos itens avaliados, pois estes, devem corresponder aos fatores relevantes
e importantes ao local em questão.
Essas questões são formuladas sob dois critérios:
- Cada item deve ser avaliado de acordo com fatores cuja saúde, segurança
e produtividade do posto de trabalho possam ser projetadas e realizadas;
- Os itens devem ser quantificáveis.
Esses itens apresentam-se relacionadas na tabela 19.
75
Cap. 02
Método e
materiais
Tabela 19 – Protocolo de análise do posto de trabalho: variáveis ergonômicas,
fatores de avaliação e indicadores
Variáveis Fator de avaliação Indicadores
Atividade física em geral -
Altura do levantamento
Distância das mãos
Número de cargas
levantadas
Levantamento de cargas
Condições de levantamento
Pescoço - ombros
Cotovelo - pulso
Costas
Posturas de trabalho
e movimentos
Quadril - pernas
Biomecânicas
Repetitividade do trabalho -
Intensidade Segurança Risco de acidentes
Gravidade
Satisfação com o trabalho - Psicológicas
Atenção -
Restrições no trabalho -
Comunicação entre
trabalhadores e contatos pessoais
-
Organizacionais
Tomada de decisões -
Mobiliário /
Espaço de
trabalho
Características físicas Área de trabalho horizontal
Altura de trabalho
Visão
Espaço para as pernas
Assento
Ferramentas manuais
Outros equipamentos
Iluminação -
Temperatura -
Físico
ambientais
Ruído ambiental -
2.2. Ambiente e sujeitos
Neste estudo de caso, a análise foi desenvolvida no ambiente escolar,
especificamente nas salas de aula, pois, entende-se que é neste local, onde
desenvolve-se predominantemente o trabalho de aprendizado pelos usuários-
alunos. A amostragem de escolas foi definida objetivando diversidade de
realidades sociais dos alunos e de configuração ambiental e aspectos construtivos
dos edifícios, optando-se, portanto, pelo trabalho em instituições particulares e
públicas das cidades de Bauru - SP e Lençóis Paulista - SP, por apresentarem
investimentos financeiros que variam consideravelmente, e conseqüentemente o
contexto em questão.
As instituições escolhidas para o estudo foram:
- Particulares:
Fênix – Cursos e Colégio - Rua Anhanguera 9-19, Bauru – SP;
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI “João Martins
Coube” - Rua Virgilio Malta 11-22, Bauru -SP;
76
Cap. 02
Método e
materiais
Colégio São José, Rua João Carneiro Geraldes 600, Jardim Ubirama,
Lençóis Paulista – SP;
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI Lençóis
Paulista, Rua Aristeu Rodrigues Sampaio 271, Lençóis Paulista – SP.
- Estaduais:
Escola Estadual Professor “Ernesto Monte” - Praça das Cerejeiras 4-
44, Bauru – SP;
Escola Estadual Professor “Morais Pacheco” - Rua Primeiro De Maio,
16-10, Bauru –SP;
Escola Estadual Dr. “Paulo Zillo”, Rua Treze de Maio 509, Lençóis
Paulista – SP;
Escola Estadual Prof. “Rubens Pietraróia”, Rua da Imprensa 431,
Lençóis Paulista – SP.
Este estudo foi direcionado a uma população de 213 alunos do ensino
médio, com idade entre 15 e 17 anos, sendo os participantes escolhidos entre os
presentes no momento da realização da coleta dos dados, dispostos a participar
da pesquisa, tendo em vista a capacidade de compreensão e inquirição
satisfatórias.
2.3. Procedimentos para aplicação da pesquisa
O primeiro passo para a aplicação da pesquisa, consistiu-se na realização
de uma visita a cada instituição, sendo explicado nesse momento o conteúdo e a
forma como essa se desenvolveria, os objetivos esperados e solicitada autorização
da direção para a aplicação do trabalho com os alunos. Nessa oportunidade
também foram registradas as primeiras impressões locais das instituições, com
relação às características físico-ambientais, mobiliários e usuários.
A definição da sala de aula a ser trabalhada foi feita pelo diretor ou
responsável pela instituição, mediante os critérios estabelecidos e solicitados pelos
avaliadores, ou seja, alunos capazes de compreender e responder as questões e
que possuíssem idade entre 15 e 17 anos.
Tendo em vista o grande número de alunos e o pouco tempo para a
aplicação do protocolo, optou-se por uma entrevista coletiva, com preenchimento
individual e simultâneo. Desta maneira, cada voluntário-aluno recebeu um termo
de consentimento, ANEXO 04, que esclarecia o objetivo da pesquisa, assim como
77
Cap. 02
Método e
materiais
a forma como esta seria desenvolvida. Esse termo foi devidamente assinado pelo
aluno e por seu responsável legal e arquivado pelos avaliadores.
A seguir foi entregue a cada aluno, um protocolo, impresso em papel
formato A4 (21 X 29,7 cm), com 14 questões objetivas e campos para respostas
diretas e possíveis observações, ANEXO 05. Lembra-se que por tratar-se de um
ambiente escolar, os avaliadores optaram por excluir a questão de número três,
pois, refere-se à levantamento de cargas. O preenchimento do protocolo ocorreu
em três etapas, que serão descritas a seguir:
Avaliações dos alunos
Desenvolveu-se por meio de entrevista coletiva, sendo o preenchimento
individual e simultâneo. Nesta fase, um dos avaliadores conduzia a entrevista,
lendo cada item em voz alta, mostrando as alternativas de respostas e
esclarecendo possíveis dúvidas. As perguntas enfocavam as percepções que o
usuário tinha em relação ao local de trabalho, devendo essas, serem respondidas
mediante uma análise subjetiva, expressas por uma classificação variável de bom
++; regular +; ruim -; a muito ruim --.
Medições técnicas e registros fotográficos:
As medições referentes aos fatores físico-ambientais - ruído, iluminação e
temperatura, foram realizadas pelo outro avaliador, Arquiteto e especialista em
Engenharia de Segurança do Trabalho, apto a tal tarefa. Estas medições foram
realizadas utilizando-se aparelhos adequados, que apresentavam-se devidamente
calibrados e certificados por órgão responsável. Os valores obtidos foram
devidamente anotados no campo pré-estabelecido no protocolo.
Durante esta etapa registrou-se por meio fotografias digitais o usuário
utilizando o local, no contexto geral da sala de aula e pontual carteira escolar.
identificado por numeração.
Análises do Avaliador:
A partir desse ponto, cada avaliador direcionou suas abordagens para o
foco de seu trabalho. Essas análises foram desenvolvidas de maneira objetiva e
consistiram nas percepções do avaliador em relação aos usuários desenvolvendo
suas atividades, confrontando os valores resultantes das medições cnicas com
os valores indicados pelas normas brasileiras, objetivando assim, determinar o
desvio entre as condições de trabalho constatadas no ambiente em relação às
recomendações da literatura.
Para tanto, obedeceu-se a uma escala onde os índices de classificação
variam de 1 à 5, sendo 1 – ideal, 2 – bom, 3 – regular, 4 – ruim, e 5 – péssimo.
Destacou-se que as escalas dos itens não são comparativas, por exemplo, o
valor 5 para o item “contatos pessoais” não deve ter o mesmo peso em relação ao
78
Cap. 02
Método e
materiais
valor 5 para o item “ruído”. Entretanto, no perfil final, o valor 5 deve chamar
atenção especial para o ambiente de trabalho.
Lembra-se, que conforme citado ao longo do presente trabalho, uma
configuração ambiental possui vários aspectos de conforto que devem ser
avaliados, de forma a atingir o objetivo de bem estar, produtividade e segurança
de seus usuários, entretanto, o presente trabalho optou por analisar
especificamente os itens de avaliação que dizem respeito aos aspectos sicos
ambientais pré-estabelecidos por esta metodologia, ou seja, iluminação,
temperatura e ruído. Desta maneira, esta análise seguiu os seguintes critérios:
a) Iluminação:
No que diz respeito às recomendações feitas pela metodologia EWA, as
condições de iluminação de um local de trabalho devem ser avaliadas de acordo
com o tipo de trabalho. Para tarefas que requerem acuidade visual normal, o
iluminamento é medido e o grau de ofuscamento é avaliado por observação,
enquanto que, para tarefas que requerem alta acuidade visual, se possível, mede-
se as diferenças de iluminamento.
Considerando que a atividade analisada aprendizagem, necessita de uma
demanda de acuidade visual normal, esta metodologia recomenda que:
Seja medido o iluminamento do local de trabalho com um luxímetro;
A partir dos valores obtidos com as medições, calcula-se a
porcentagem de iluminamento, comparando com o que é recomendado
para o local de trabalho: 100 x valor medido / valor recomendado;
Determine a quantidade de ofuscamento observando, se há ou não luz
clara/radiante, superfícies refletoras ou escuras e também áreas
brilhantes, que forneçam grande quantidade de iluminamento por todos
os lados na área de visão;
Compare as taxas determinadas para iluminamento e ofuscamento. A
taxa insatisfatória reflete as condições de iluminamento para todo o
local de trabalho.
Para a realização do cálculo da porcentagem de iluminamento seguiram-se
as indicações estabelecidas na NR 17, item 17.5.3.3, que determina que seja
considerado o nível mínimo de iluminamento a serem observados nos locais de
trabalho, sendo os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413.
Segundo a NBR 5413, item 5.2, os valores estabelecidos para a
constituição lumínica do ambiente escolar, variam de 200, 300 a 500 lux, e devem
ser definidos, de maneira que haja a melhor adequação específica entre as
características do local e os usuários que o ocupam para o desenvolvimento da
tarefa analisada, conforme exposto na tabela 20.
79
Cap. 02
Método e
materiais
Tabela 20 – Fatores determinantes da iluminância adequada
Peso Características da tarefa e do
observador
-1 0 +1
Idade Inferior a 40 anos 40 a 55 anos Superior a 55 anos
Velocidade e precisão Sem importância importante Crítica
Refletância do fundo da tarefa Superior a 70% 30 a 70% Inferior a 30%
Fonte: NBR 5413
O procedimento deve considerar os seguintes critérios:
a) Analisa-se cada característica determinando seu peso: -1, 0 ou +1;
b) Soma-se os três valores encontrados, algebricamente, considerando o
sinal;
c) Utiliza-se a iluminância inferior do grupo, quando o valor total for
igual a -2 ou -3; a iluminância superior, quando a soma for +2 ou +3;
e a iluminância média, nos outros casos.
Desta maneira, obteve-se o seguinte contexto: os sujeitos avaliados
apresentavam idade entre 15 e 17 anos, encontrando-se assim o índice -1;
considera-se que a atividade de aprendizagem apresenta certo grau de precisão,
portanto índice 0; e a refletância do fundo da tarefa é inferior a 30%, ou seja,
índice +1; totalizando assim um valor de peso 0, devendo, portanto, ser adotado
a iluminância média, ou seja, o valor de 300 lux.
As classificações para tal análise encontram-se especificadas na tabela 21.
Tabela 21- Iluminação - % do valor indicado
1
100
2
50 – 100
3
10 – 50
4
Abaixo de 10
b) Temperatura:
Segundo a metodologia EWA, os efeitos térmicos no ambiente de trabalho
são distribuídos por todos os postos de trabalho, sendo que a carga de calor e os
riscos causados pelas condições térmicas, dependem do efeito combinado de
fatores ambientais, tais como: temperatura do ar, umidade do ar, velocidade do
ar, radiação térmica; do tipo de atividade, carga de trabalho e do tipo de
vestimenta usado. Neste contexto a avaliação deve seguir o seguinte roteiro:
Medição da temperatura do ambiente na altura da cabeça e do tornozelo do
operador;
Comparação entre a temperatura do ambiente com os valores da tabela, de
acordo com o tipo de trabalho;
Realização de estimativa no que se refere ao efeito da vestimenta usada
pelo trabalhador. Os valores na tabela são para pessoas trabalhando em
80
Cap. 02
Método e
materiais
ambientes internos utilizando roupas leves. A classificação dos valores pode
aumentar ou diminuir em relação aos valores de referência, dependendo do
tipo de roupa usada;
Medição ou estimativa da velocidade do ar e a umidade relativa. Em
situações de temperaturas elevadas com alta umidade ou situações de
baixas temperaturas com alta velocidade do ar, a classificação a partir dos
valores da tabela, deve ser acrescida de um nível.
Para estabelecer a velocidade do ar e umidade relativa de condições
térmicas semelhantes, deve-se considerar os seguintes critérios, tabela 22.
Tabela 22 – Relação tipo de trabalho, velocidade do ar, umidade relativa e
faixa recomendável de temperatura
Tipo de trabalho Velocidade do
ar m/s
Umidade
relativa
Faixa recomendável
de temperatura °C
Trabalho leve (digitação, dirigir, escritório) Menor que 0,5 20 a 50 % 21 a 25
Trabalho moderado (pouca movimentação) 0,2 a 0,5 20 a 50 % 19 a 23
Trabalho pesado (em pé, com movimentação) 0,3 a 0,7 20 a 50 % 17 a 21
Trabalho muito pesado (levantamento de
peso, condições adversas de ambiente)
0,4 a 1,0 20 a 50 % 12 a 17
A análise desse aspecto físico-ambiental deve obedecer a classificação
apresentada na tabela 23 a seguir.
Tabela 23 – Relação classificação / temperatura
1 Temperatura do ar ajustável pelo trabalhador
Tipo de atividade
º C º C
28
Trabalho
leve
Trabalho
médio
Trabalho
pesado
Trabalho
muito
pesado
28
4 27-28 5 27-28
26
26
3
25-27
4
25-27
5 25-28
24
24
3
23-25
4
23-25
22
22
2
24-22
3
21-23
5 21-28
20
20
2
19-23
4
19-21
18
3 20-18
18
2 17-21
3
17-19
16
3
16-19
16
14
4 16-14
3 14-17
14
12
4 12-16
2 12-17
12
10
4 10-14
10
08
5
12-10
5 <12
5 <10
3
<12
08
81
Cap. 02
Método e
materiais
Observa-se que tais valores estão adequados à norma brasileira NR 17, que
estabelece parâmetros que permitem a adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos trabalhadores, proporcionando o máximo de
conforto, segurança e desempenho eficiente. O item 17.5.2. estipula que nos
locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação
intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios,
escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são
recomendadas as seguintes condições de conforto relacionados à temperatura:
17.5.2. b) Índice de temperatura efetiva entre 20ºC e 23ºC;
c) Velocidade do ar não superior a 0,75m/s;
d) Umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento.
c) Ruído:
A classificação do ruído é obtida em função do tipo de trabalho executado.
Existe um potencial de risco de dano à audição, quando o ruído for maior que 80
dB(A), sendo portanto, o uso de protetor auricular recomendado.
Nas situações de trabalho onde necessidade de comunicação verbal, as
pessoas precisam estar aptas para conversar entre si, para gerenciar ou executar
o trabalho. E nas que requerem concentração, o trabalhador deve raciocinar,
tomar decisões, usar continuamente sua memória e estar concentrado; as
avaliações devem ser realizadas medindo-se ou estimando-se o nível de ruído nas
condições normais de ruído do ambiente. A tabela 24 os níveis de ruído, a serem
considerados:
Tabela 24 – Relação – classificação / ruído ambiental
Trabalho que não requer
comunicação verbal
Trabalho que requer
comunicação verbal
Trabalho que
requer concentração
1 Abaixo de 60dB (A) Abaixo de 50 dB (A) Abaixo de 45 dB (A)
2 20 – 70 dB (A) 50 -60 dB (A)
45 – 55 dB (A)
3 70 – 80 dB (A) 60 -70 dB (A)
55 -65 dB (A)
4 80 – 90 dB (A) 70 - 80 dB (A)
65 – 75 dB (A)
5 Acima de 90 dB (A) Acima de 80 dB (A)
Acima de 75 dB (A)
No caso da avaliação dos índices de ruído em sala de aula, trabalho que
requer comunicação verbal, a NBR 10152 estipula que os valores devem ficar
entre 40 e 50 dB.
82
Cap. 02
Método e
materiais
2.4. Materiais
Os materiais utilizados para preenchimento do protocolo foram:
Câmera Digital – figura 55
Modelo: CyberShot DSC W55 – 7,2 megapixels
Marca: Sony
Decibelímetro - Medidor de Nível de Pressão Sonora Digital –
Datalogger – figura 56
Modelo DEC-5010 - Cód.03051
Marca: Instrutherm Instrumentos de Medição
Ltda.
Calibração:06/2005
Certificação: 11706-A-06.05
Luxímetro - Medidor de Intensidade de Lux Digital – figura 57
Modelo Ld-209 - Cód. 02034
Marca: Instrutherm Instrumentos de Medição
Ltda.
Calibração: 06/2005
Certificação: 11724-V-06.05
Termo-higrômetro Digital – figura 58
Modelo MTH-1360
Marca: Minipa Indústria Eletrônica LTDA
Figura 55 – Câmera digital
Figura 56 - Decibelímetro
Figura 57 - Luxímetro
Figura 58 – Termo-higrômetro
83
Cap. 03
Resultados
CAPÍTULO 03
O capítulo apresenta os resultados obtidos com as análises realizadas nas
escolas das redes de ensino estadual e particular, das cidades de Bauru/SP e
Lençóis Paulista/SP, utilizando-se da metodologia EWA, que desenvolveram-se em
duas etapas: a primeira que analisou individualmente cada escola, apresentando a
maneira como o avaliador e os alunos percebem os fatores físico-ambientais
lumínicos, térmicos e acústicos; enquanto que a segunda desenvolveu-se a partir
da classificação geral atribuída às escolas, comparando-as enquanto instituições
particulares e estaduais.
3.1. Caracterização e análises por Escola
3.1.1. Colégio Fênix
O Colégio Fênix foi fundado em 1998 e transferido em 2000 para o atual
edifício, localizado na Rua Anhanguera n° 9-19, do Bairro Higienópolis, região
central da cidade de Bauru-SP. Trata-se de uma instituição particular, que oferece
cursos de ensino para educação infantil, fundamental, médio e pré-vestibular, nos
períodos matutino e vespertino.
Seu edifício possui traços da arquitetura contemporânea, que mistura
elementos aparentes da estrutura de concreto armado, com acabamentos em
metal, figura 59. Planejado especificamente
para atender da melhor maneira seus alunos,
possui um programa distribuído em três
pavimentos, com salas de aulas, pátios,
anfiteatros, biblioteca, laboratórios para
matérias especificas e parque.
O local avaliado nessa escola,
corresponde à sala de aula A, figura 60, que possui capacidade para acomodar
até 50 alunos, dos quais 20 são utilizados pela turma analisada.
No que se refere aos aspectos construtivos, essa sala de aula acompanha o
padrão utilizado em todo o restante da edificação, ou seja, estrutura erguida em
concreto armado, fechamento em paredes de alvenaria bloco de cimento, piso
em ladrilho cerâmico, forro em laje de concreto armado e grandes aberturas de
vidro.
Figura 59 – Colégio Fênix
84
Cap. 03
Resultados
Figura 60 –
Sala de aula A
Caracterização e análises dos fatores físico-ambientais:
1. Lumínicos
A sala de aula A, apresenta um sistema de iluminação natural, realizado
por janelas do tipo basculante (7,20m X 1,50m) com vidros transparentes,
localizadas na parede do fundo; e um sistema de iluminação artificial, contendo
oito pontos com duas lâmpadas fluorescentes cada, figura 61.
s/ esc.
Figura 61 – Planta sistema de iluminação
Devido à orientação do prédio, identificou-se grande incidência de raios
solares, que são controlados por meio de brises soleil, fixos na fachada externa e
por persianas móveis no interior da sala de aula.
As medições referentes à iluminação, realizadas nesse local, oscilaram
entre os valores de 171 lux e 250 lux, resultando num valor médio de 210,5 lux.
Seguindo as indicações da metodologia EWA, para desenvolver a
classificação da qualidade lumínica do local, calculou-se a porcentagem de
iluminamento, por meio da comparação dos valores medidos in loco com o valor
recomendado pela NBR 5413. Lembra-se que para o tipo de atividade
desenvolvida no local - aprendizagem, esta norma recomenda o valor de 300 lux.
85
Cap. 03
Resultados
7% 7%
0%
86%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
I++ I+ I- I--
0%
100%
0% 0% 0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
1 2 3 4 5
Desenvolvendo os cálculos dessa relação (100 x valor medido / valor
recomendado), obtiveram-se valores que indicaram a ocorrência de iluminamento
no ambiente em porcentagens que variaram entre 57% e 83,3% do valor
indicado. Pode-se concluir, portanto, que segundo as análises realizadas pelo
avaliador, a classificação identificada para o local foi boa – 100%, figura 62.
As análises desenvolvidas pelos trabalhadores com caráter subjetivo,
considerando as percepções que os usuários tem do ambiente ao desenvolver suas
atividades, mostraram a predominância do índice I - bom em 86% das
considerações, figura 63.
1 Ideal I ++ Bom
2 Bom I + Regular
3 Regular I – Ruim
4 Ruim I – Mto Ruim
5 Péssimo
Figura 62 – Análises avaliador: fatores
lumínicos
Figura 63 – Avaliações trabalhadores: fatores
lumínicos
Destaca-se ainda, que não foram identificados problemas com superfícies
refletoras ou escuras dentro da sala de aula.
2. Térmicos
Entre os vários elementos que configuram uma situação de conforto
térmico, a metodologia EWA considera ao desenvolver sua análise: a velocidade
do ar, a temperatura, a umidade relativa e o tipo de vestimenta usada pelo
usuário. No que se refere à ventilação, identificou-se que o local apresenta um
sistema que atende as necessidades dos usuários, podendo ocorrer de maneira
natural quando proveniente do conjunto de janelas basculantes (7,20m X 1,50m),
localizado na parede do fundo da sala de aula, ou artificialmente por quatro
ventiladores, distribuídos no teto, figura 64.
s/ esc.
Figura 64 – Planta sistema de ventilação
Não foram identificados problemas com a umidade do ar, que conforme
observado, adequou-se aos valores indicados, nem com a vestimenta utilizada
86
Cap. 03
Resultados
100%
0% 0% 0% 0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
1 2 3 4 5
0%
100%
0% 0% 0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
1 2 3 4 5
17%
59%
10%
14%
0%
20%
40%
60%
80%
I++
I+
I-
I--
pelos alunos, pois, a escola permite que cada um se vista da maneira que desejar,
dentro de um padrão recomendado para uma instituição de ensino.
Em relação à temperatura identificou-se a presença de sistema de ar-
condicionado, fato esse que associado aos demais fatores térmicos observados,
classificou-se o ambiente como possuindo condições térmicas 100% ideais,
seguindo as instruções da metodologia EWA, que entende que a utilização desse
recurso permite aos usuários o controle sobre a temperatura ambiental de acordo
com suas preferências, figura 65. Entretanto, destaca-se que em muitos casos
esse sistema permanece desligado em determinados períodos ou o tempo todo,
optando-se assim, pela realização da análise das condições naturais do ambiente,
sem que houvesse interferência de sistemas artificiais - ventiladores e aparelho
de ar-condicionado.
Desta maneira, o que pode ser observado pelo avaliador, foi que os valores
de temperatura encontrados variaram de 21,6º C a 22,8º C, com uma média de
22,2º, estando, portanto, entre os valores estipulados pela NR 17 que determina
uma possível variação entre 20º C a 23º C. Tais resultados classificaram o
ambiente como possuindo condições térmicas predominantemente boas 100%.
Figura 66.
1 Ideal
2 Bom
3 Regular
4 Ruim
5Mto ruim
Figura 65 – Análises avaliador: fatores
térmicos / sistema de ar condicionado
Figura 66 - Análises avaliador: fatores
térmicos / condições ambientais naturais
Enquanto que, as análises desenvolvidas pelos trabalhadores, consideraram
que essa sala de aula possui condições predominantemente - 59% regulares,
figura 67.
I ++ Bom
I + Regular
I – Ruim
I – Mto Ruim
Figura 67 – Avaliações trabalhadores: fatores térmicos
3. Acústicos
O fato da sala de aula A localizar-se no primeiro pavimento do edifício e ter
suas janelas voltadas para uma das entradas de acesso do pavimento térreo,
87
Cap. 03
Resultados
0%
37%
60%
3%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
1
2
3
4
5
28%
59%
14%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
I++ I+ I- I--
configura um contexto onde ocorre a presença constante de ruído de fundo. Essa
situação agrava-se em horários de intervalos de aula e recreio. Figuras 68 e 69.
s/
esc.
Figura 68 – Implantação da sala de aula A
no contexto da escola
Figura 69 vista do acesso
térreo para janela sala de aula
A análise foi realizada pelo avaliador enfocando o conforto acústico que o
ambiente proporciona ao seu usuário, de acordo com os valores estipulados pela
metodologia EWA, que considera a atividade desenvolvida em sala de aula
aprendizado, requer comunicação verbal, corroborados com os valores estipulados
pela NBR 10152, que podem variar de 40 e 50 dB (A). Neste contexto, os valores
identificados, que apresentaram-se em média de 63,5 dB(A), ao oscilaram de 56
dB (A) à 71 dB (A), classificaram o ambiente como tendo condições acústicas
predominantemente regulares 60%, figura 70. Nas avaliações dos alunos
predominou em 59% a consideração das condições acústicas do ambiente como
sendo regulares, figuras 71.
1 Ideal I ++ Bom
2 Bom I + Regular
3 Regular I – Ruim
4 Ruim I-–Mto Ruim
5 Péssimo
Figura 70 – Análises avaliador: fatores
acústicos
Figura 71 – Avaliações trabalhadores: fatores
acústicos
Ao desenvolver uma análise geral das condições dos fatores sico-
ambientais dessa sala de aula, os resultados obtidos pelas análises do avaliador
constataram duas situações: uma primeira que totalizou os resultados
considerando enquanto às condições térmicas o sistema de ar-condicionado, de
maneira que configurou como sendo predominantemente boas 46%, e a segunda
com as condições naturais do ambiente, obtendo-se o resultado dessas como
sendo boas – 79%, figura 72.
88
Cap. 03
Resultados
10%
41%
44%
5%
1%
33%
46%
20%
1%
20%
79%
1
Ideal
2
Bom
3 Regular
4
Ruim
5
Péssimo
* Análise considerando sistema de
ar condicionado
**Análise considerando condições
ambientais naturais
Figura 72 – Análises Avaliador: quadro geral dos fatores físico-ambientais
Observou-se segundo as análises desenvolvidas pelos alunos, o predomínio
da classificação das condições dos fatores sico-ambientais como sendo boas
44%, figura 73.
++ Bom
+ Regular
- Ruim
-- Mto Ruim
Figura 73 – Avaliações trabalhadores: quadro
geral dos fatores físico-ambientais
3.1.2. Escola Estadual Professor “Ernesto Monte”
A Escola Estadual Professor Ernesto Monte, figura 74, localiza-se na Praça
das Cerejeiras 4-44, Bairro Vila Universitária, na cidade de Bauru SP, e atende
atualmente alunos do ensino fundamental do
ao ano e ensino médio do ao ano, nos
períodos matutino, vespertino e noturno.
Fundada em 1930, é considerada uma das
escolas estaduais mais tradicionais do município.
Seu prédio que é tombado pelo patrimônio
histórico municipal, apresenta características que
revelam marcas da transição dos primeiros anos da república, para o início do
modernismo na arquitetura escolar brasileira. Possui um programa com salas de
aula com capacidades variadas, anfiteatro, pátio e biblioteca.
No que se refere aos aspectos construtivos, observa-se que esta escola foi
edificada em alvenaria – com espessas paredes de tijolos de barro, piso cimentado
e teto em laje de concreto armado.
A sala de aula B, onde foram realizadas as análises, figura 75, possui
uma capacidade xima de acomodação para 41 alunos, dos quais 29 são
utilizados.
Figura 74 – EE Ernesto Monte
89
Cap. 03
Resultados
Figura 75 – Sala de aula B
Caracterização e análises dos fatores físico-ambientais
1. Lumínicos
Ao caracterizar a sala de aula, observou-se a presença de um sistema de
iluminação natural, proveniente das quatro janelas, do tipo basculante (1,33m X
2,45m), localizadas em uma das laterais. Entretanto, o fato destas apresentarem
pintura bege em seus vidros, prejudica a eficiência da passagem de raios solares,
atrapalhando assim esse processo. Dessa maneira, considera-se somente a
iluminação artificial do local, que é feita por quatro pontos com duas lâmpadas
fluorescentes cada, figura 76.
s/esc
Figura 76– Planta sistema de iluminação
Ao desenvolver as medições cnicas estabelecidas pelo EWA, para a
realização das análises da iluminação, o avaliador identificou os valores: máximo
de 920 lux e mínimo de 997 lux, numa média de 958,5 lux. Ao serem aplicados
nos cálculos da porcentagem de iluminamento do local, por meio da comparando
os valores medidos in loco com o recomendado pela NBR 5413 - 300 lux,
identificou que esta ocorre em 319%, ou seja, ultrapassa a porcentagem
recomendada. Tais resultados classificaram o ambiente, como sendo ideal 100%
enquanto iluminação, figura 77. As análises realizadas subjetivamente pelos
alunos, a partir das percepções que esses possuem do ambiente, apresentaram
como resultados a classificação regular em 55% para o local, figura 78. Destaca-
se ainda, que não foram identificados problemas com superfícies refletoras ou
escuras dentro da sala de aula.
90
Cap. 03
Resultados
41%
55%
0%
3%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
I++ I+ I- I--
100%
0% 0% 0% 0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
1 2 3 4 5
1 Ideal I ++ Bom
2 Bom I + Regular
3 Regular I – Ruim
4 Ruim I – Mto Ruim
5 Péssimo
Figura 77 – Análises avaliador: fatores
lumínicos
Figura 78 – Avaliações trabalhadores: fatores
lumínicos
2. Térmicos
No que se refere aos aspectos que configuram situação de conforto
térmico, as análises desenvolvidas pelo avaliador seguindo a metodologia EWA,
identificaram um quadro onde a ventilação desenvolve-se de maneira natural
pelas quatro janelas do tipo basculante (1,33m X 2,45m), localizadas em uma das
laterais da sala de aula e complementada artificialmente por um ventilador fixo
sobre a lousa, figura 79.
s/ esc.
Figura 79 – Planta sistema de ventilação
As medições da temperatura resultaram em valores que variaram de
28,2ºC a 28,5ºC, com média de 28,35ºC, portanto, acima dos valores estipulados
pela NR 17, que determina uma possível variação entre 20º C a 23º C.
No que se refere à umidade do ar, o ambiente estava dentro dos valores
indicados. E em relação às vestimentas utilizadas pelos alunos, pode-se constatar
que não interferem no sistema, pois, conforme padronizado pela escola, os alunos
utilizam uniformes adequados.
Confrontando o quadro caracterizado no ambiente, com os valores
indicados pela metodologia e pela NR 17, considerando a atividade desenvolvida
como sendo um tipo de trabalho leve, a análise analise do avaliador pode concluir
que as condições térmicas nesse ambiente foram 100% ruins, figura 80.
Enquanto que as análises desenvolvidas pelos trabalhadores, consideraram tais
condições como sendo predominantemente regulares - 52%, figura 81.
91
Cap. 03
Resultados
0%
52%
28%
21%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
I++
I+
I-
I--
0% 0% 0%
100%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
1
2
3
4
5
3%
7%
45%
45%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
I++
I+
I-
I--
0%
33%
67%
0% 0%
0%
20%
40%
60%
80%
1
2
3
4
5
1 Ideal I ++ Bom
2 Bom I + Regular
3 Regular I – Ruim
4 Ruim I – Mto Ruim
5
Péssimo
Figura 80 – Análises avaliador: fatores
térmicos
Figura 81 – Avaliações trabalhadores: fatores
térmicos
3. Acústicos
A sala de aula encontra-se implantada, no contexto da escola, rodeada pelo
corredor de acesso e a escada, tendo suas janelas voltadas para rua, figura 82.
Entretanto, este quadro não é a principal causa da grande incidência de ruídos,
pois, possui um sistema de construção bastante eficaz, onde a alvenaria espessa
funciona como isolante acústico, permitindo a mínima passagem de ruídos
externos para o seu interior. Considera-se, portanto, que os próprios ocupantes da
sala de aula são os responsáveis pela geração da maior parte desses ruídos.
s/ esc.
Figura 82 Implantação da sala de aula B no
contexto da Escola
Em relação ao aspecto de conforto acústico ambiental, os valores obtidos
com as medições estabelecidas pelo EWA, mostraram segundo as análises do
avaliador, valores que variaram de 69 dB (A) a 50 dB (A), em média 60 dB (A).
Lembra-se que de acordo com a atividade desenvolvida em sala de aula que
requer comunicação verbal aprendizado, corroborados com os valores
estipulados pela NBR 10152, esse podem variar de 40 e 50 dB (A). Portanto,
classificou-se essas condições como predominantemente regulares 67%, figura
83. As avaliações dos alunos classificaram como 45% ruins e 45% muito ruins,
figura 84.
1 Ideal I ++ Bom
2 Bom I + Regular
3 Regular I – Ruim
4 Ruim I – Mto Ruim
5 Péssimo
Figura 83 – Análises avaliador: fatores
acústicos
Figura 84– Avaliações trabalhadores: fatores
acústicos
92
Cap. 03
Resultados
24% 38%
15%
23%
34%
11%
22%
33%
Ao totalizar de uma maneira geral a análise das condições dos fatores
físico-ambientais dessa sala de aula, observou-se a classificação segundo o
avaliador como sendo idéias 34%, figura 85. Enquanto que nas análises
desenvolvidas pelos alunos, predominou a classificação regular - 38%, figura 86.
1 Ideal ++ Bom
2 Bom + Regular
3 Regula - Ruim
4 Ruim -- Mto Ruim
5 Péssimo
Figura 85 - Análises Avaliador: quadro
geral dos fatores físico-ambientais
Figura 86 - Avaliações trabalhadores:
quadro geral dos fatores físico-ambientais
3.1.3. Escola Estadual Professor “Morais Pacheco”
A Escola Estadual Professor “Morais
Pacheco”, figura 87, localiza-se na Rua Primeiro de
Maio 16-10, do Bairro Parque Bela Vista, na
periferia da cidade de Bauru-SP, e atende alunos
do ensino fundamental do ao ano, e médio
do ao ano, nos períodos matutino,
vespertino e noturno. Fundada em 1959, seu
edifício é marcado por traços modernistas, com amplas aberturas, áreas livre e pé
direito alto, sendo a construção executada em alvenaria – tijolo cerâmico, piso em
granilite e forro em laje de concreto armado. O local de estudo desta escola
corresponde à sala de aula – C, figura 88, com capacidade de acomodação para 38
alunos, dos quais 30 são utilizados atualmente.
Figura 88 –
Sala de aula C
Figura 87 – EE Morais Pacheco
93
Cap. 03
Resultados
30%
63%
7%
0%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
I++
I+
I-
I--
100%
0% 0% 0% 0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
1
2
3
4
5
Caracterização e análises dos fatores físico-ambientais:
1. Lumínicos
O partido arquitetônico da edificação apresenta grandes aberturas, que
permitem a ocorrência de grande incidência de raios solares, favorecendo a
iluminação do local. Nessa sala de aula especificamente, as janelas são do tipo
basculante (6,90m X 4,00m) com caixilhos de ferro e vidros transparentes,
localizadas em uma parede lateral. Para que se possa ter controle da entrada de
luz, existem cortinas móveis instaladas internamente.
Quando necessário, pode-se recorrer ao sistema de iluminação artificial,
que consta de seis pontos com duas lâmpadas fluorescentes cada, figura 89.
s/ esc.
Figura 89 – Planta sistema de iluminação
As medições cnicas realizadas pelo avaliador identificaram valores de
iluminação que variaram entre 1300 lux e 500 lux, com média de 600 lux.
Relacionando esses valores com os recomendado pela NBR 5413 - 300 lux, por
meio da equação (100 x valor medido / valor recomendado), concluiu-se que o
índice de porcentagem de iluminamento médio é de 200% do valor recomendado,
e que, portanto, o local apresentou condições de iluminação predominantemente
ideais - 100%, figura 90. Enquanto que as análises subjetivas das percepções
ambientais, desenvolvidas pelos trabalhadores, classificou o ambiente como
regular - 63%, figura 91.
1 Ideal I ++ Bom
2 Bom I + Regular
3 Regular I – Ruim
4 Ruim I – Mto Ruim
5 Péssimo
Figura 90 – Análises avaliador: fatores
lumínicos
Figura 91 – Avaliações trabalhadores: fatores
lumínicos
2. Térmicos:
Ao abordar o aspecto de conforto térmico da sala de aula, enfocou-se a
velocidade do ar, a temperatura, a umidade relativa e o tipo de vestimenta usada
pelo usuário. Identificou-se que a ventilação ocorre de forma natural pelas janelas
94
Cap. 03
Resultados
3%
57%
40%
0%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
I++
I+
I-
I--
0% 0%
100%
0% 0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
1
2
3
4
5
do tipo basculante (6,90m X 4,00m) localizadas em uma das laterais, sendo
complementada artificial quando necessário, por três ventiladores de teto, figuras
92.
s/ esc.
Figura 92 – Planta sistema de ventilação
As medições referentes à temperatura, realizadas pelo avaliador,
resultaram em valores que variaram de 25,7ºC a 26,1ºC, com média de 26,5ºC.
Lembra-se que de acordo com a NR 17, recomenda-se uma variação de
temperatura ambiental entre 20º C a 23º C para trabalhos leve. O fator umidade
do ar, o apresentou problemas, assim como as vestimentas utilizadas pelos
alunos, que conforme pode ser constatada, não interferem no sistema, por
tratarem de uniformes estipulado, devidamente, ao tipo de atividade.
Configurou-se segundo as análises do avaliador, um quadro de conforto
térmico ambiental predominantemente regular 100%, assim como nas análises
subjetivas dos trabalhadores regulares - 57%, figuras 93 e 94.
1 Ideal I ++ Bom
2 Bom I + Regular
3 Regular I – Ruim
4 Ruim I – Mto Ruim
5 Péssimo
Figura 93 – Análises avaliador: fatores
térmicos
Figura 94 – Avaliações trabalhadores: fatores
térmicos
3. Acústicos:
No contexto da escola, essa sala de aula encontra-se implantada em local
que não apresenta grandes incidências de ruídos externos, sendo que os poucos e
casuais, são provenientes de outras salas de aula e corredor de acesso. Portanto,
as maiores fontes geradoras de ruído são os próprios alunos, figura 95.
95
Cap. 03
Resultados
20% 20%
60%
0%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
I++
I+
I-
I--
63%
33%
3%
0% 0%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
1
2
3
4
5
46%
18%
36%
34%
55%
11%
s/ esc.
Figura 95 – Implantação da sala de aula C no
contexto da Escola
Para o desenvolvimento das análises pelo avaliador, considerou-se os
valores estipulados pela metodologia EWA corroborados com os valores
estipulados pela NBR 10152, que consideram que para a atividade desenvolvida
em sala de aula – aprendizado, que requer comunicação verbal, valores que
podem variar de 40 a 50 dB (A). As medições técnicas realizadas pelo avaliador
resultaram em valores de 55 dB (A), por oscilarem de 45 dB (A) a 65 dB (A).
Dessa maneira, classificou-se o ambiente como sendo acusticamente ideal 63%,
figura 96. Enquanto que as avaliações dos alunos consideraram tais condições
como sendo ruins - 60%, figura 97.
1 Ideal I ++ Bom
2 Bom I + Regular
3 Regular I – Ruim
4 Ruim I – Mto Ruim
5 Péssimo
Figura 96 – Análises avaliador: fatores
acústicos
Figura 97 – Avaliações trabalhadores: fatores
acústicos
Concluiu-se, portanto, que as condições dos fatores físico-ambientais dessa
sala de aula, segundo as análises técnicas do avaliador, apresentaram-se
predominantemente como sendo ideais 55%, figura 98, enquanto que o enfoque
subjetivo das análises desenvolvidas pelos alunos as consideraram como regulares
- 46%, figura 99.
I1
Ideal I++ Bom
I2
Bom I+ Regular
I3 Regula I- Ruim
I4
Ruim I-- Mto Ruim
I5
Péssimo
Figura 98 - Análises do Avaliador: quadro
geral dos fatores físico-ambientais
Figura 99 - Avaliações trabalhadores: quadro
geral dos fatores físico-ambientais
96
Cap. 03
Resultados
3.1.4. Escola SENAI "João Martins Coube"
A Rede SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, possui
unidades distribuídas por todo o país. Em Bauru / SP, seus trabalhos se iniciaram
no ano de 1950, com a implantação da escola SENAI “João Martins Coube”, na
Rua Virgilio Malta 11-22, Centro. Trata-se de uma instituição particular, que
oferece ensino técnico profissionalizante em diversos cursos; nos períodos
matutino, vespertino e noturno, para alunos pagantes e bolsistas.
Sua edificação segue traços modernistas, com alto padrão de construção,
que passa regularmente por reformas, para estar
sempre adequada a proporcionar condições
plenas de trabalho à seus alunos e funcionários,
figura 100, seja nas salas de aulas, como nos
pátios, anfiteatro, biblioteca, laboratórios e
oficinas específicas para cada tipo de disciplina.
O local analisado nessa escola,
corresponde à sala de aula – D, figura 101, que possui capacidade de acomodação
para 32 alunos, dos quais 27 são utilizados pela turma participante da pesquisa.
Toda a edificação foi construída em alvenaria. O piso e o forro são definidos
de acordo com a necessidade das tarefas a serem realizadas no local, nesse caso
especificamente, o piso é em taco de madeira e o teto em forro de PVC, pois,
trata-se de uma sala de aula de uso exclusivo para aulas expositivas.
Figura 101– Sala de aula D
Caracterização e análise das condições dos fatores ambientais:
1. Lumínicos
Essa sala de aula apresenta um sistema de iluminação natural, realizado
por janelas do tipo basculante (7,26m X 2,00m), compostas por caixilhos de ferro
e vidros transparentes, localizadas em uma das laterais e janelas duas folhas de
correr (1,53m X 1,50m), na outra lateral. Conta também, com um sistema
artificial composto por nove pontos com quatro lâmpadas fluorescentes cada,
figura 102.
Figura 100 – Prédio SENAI Bauru
97
Cap. 03
Resultados
44%
0% 0%
56%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
I++ I+ I- I--
100%
0% 0% 0% 0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
1 2 3 4 5
s/ esc.
Figura 102 – Planta do sistema de iluminação
Conforme pode ser observado e confirmado pelos alunos, a grande
incidência de raios solares provenientes das janelas basculantes causava
ofuscamento, portanto, foram instaladas persianas que permanecem abaixadas o
tempo todo, para desempenhar o papel de barreira.
As medições técnicas referentes à iluminação, realizadas nesse local,
apresentaram um valor médio de 660 lux, pois, oscilaram entre os valores de 982
lux e 998 lux. Seguindo as indicações da metodologia EWA, para desenvolver a
classificação da qualidade lumínica do local, calculou-se a porcentagem de
iluminamento por meio da comparação dos valores medidos in loco com o valor
recomendado pela NBR 5413 - 300 lux. Ao desenvolver esse cálculo, utilizando-se
para tanto 100 x valor medido / valor recomendado, obteve-se um valor médio
de 220% da porcentagem da ocorrência de iluminamento indicada para o
ambiente.
A partir do resultado obtido concluiu-se, segundo as análises realizadas
pelo avaliador, que o ambiente apresenta predominantemente boas condições
lumínicas 100%, figura 103. Entretanto, as análises desenvolvidas pelos
trabalhadores de acordo com as percepções subjetivas que possuem do ambiente
ao desenvolver suas atividades, mostraram a predominância da classificação boa
em 86%, figura 104.
1 Ideal I ++ Bom
2 Bom I + Regular
3 Regular I – Ruim
4 Ruim I – Mto Ruim
5 Péssimo
Figura 103 – Análises avaliador: fatores
lumínicos
Figura 104 – Avaliações trabalhadores: fatores
lumínicos
2. Térmicos
De acordo com os critérios estipulados pela metodologia EWA para o
desenvolvimento de análises, foram considerados como sendo elementos que
98
Cap. 03
Resultados
100%
0% 0% 0% 0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
1 2 3 4 5
0% 0% 0%
100%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
1 2 3 4 5
configuram uma situação de conforto térmico, a velocidade do ar, a temperatura,
a umidade relativa e o tipo de vestimenta usada pelo usuário.
No que se refere à ventilação, identificou-se que o local apresenta um
sistema que atende as necessidades dos usuários, podendo se desenvolver de
maneira natural, quando proveniente do conjunto de janelas, figura 105.
s/ esc.
Figura 105 – Planta sistema de ventilação
Em relação à vestimenta utilizada pelos alunos, constatou-se que esta não
interfere no sistema, pois, a escola estipula uniforme adequado às atividades
desenvolvidas na instituição. Outro fator considerado para análise térmica
ambiental, é a umidade do ar, que conforme observado estava de acordo com os
valores recomendados.
Ao enfocar a temperatura para finalizar as análises, notou-se que o fato
dessa sala de aula possuir um sistema de condicionamento de ar, que permite o
controle da temperatura ambiental de acordo com as preferências dos usuários, a
classificaria de acordo com a metodologia EWA como possuindo condições
térmicas 100% ideais, figura 106. Entretanto, conforme estabelecido previamente
pelo avaliador, foi considerada as condições encontradas no local sem a
interferência de sistemas artificiais, ou seja, as análises foram realizadas
seguindo-se as condições naturais do ambiente, com o sistema artificial desligado
(aparelho de ar-condicionado). Desta maneira, o que pode ser observado pelo
avaliador, foi que os valores de temperatura encontrados variaram de 28,5º C a
29,2º C, com uma média de 28,85º, estando acima dos valores estipulados pela
NR 17 que determina uma possível variação entre 20º C a 23º C; classificando-o,
portanto, como possuindo predominantemente ruins – 81%, figura 107.
1 Ideal
2 Bom
3 Regular
4 Ruim
5Mto ruim
Figura 106 – Análises avaliador: fatores
térmicos / sistema de ar condicionado
Figura 107 - Análises avaliador: fatores
térmicos / condições ambientais naturais
99
Cap. 03
Resultados
81%
15%
4%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
I++ I+ I- I--
Ao observar as análises desenvolvidas pelos trabalhadores, que foram
desenvolvidas de acordo com as percepções que esses captam do local ao
realizarem a atividade de aprendizado, notou o predomínio da classificação das
condições térmicas ambientais como sendo boas – 81%, figura 108.
I ++ Bom
I + Regular
I – Ruim
I – Mto Ruim
Figura 108 – Avaliações trabalhadores: térmica
3. Acústicos
A situação que se encontra implantada a sala de aula em questão, entre
corredor de acesso voltado para pátio interno e rua, configura um quadro onde o
ruído externo recebido é bastante elevado, figura 109.
s/esc.
Figura 109 Implantação da sala de aula
D no contexto da escola
Esses fatores somados aos ruídos produzidos pelos próprios alunos
usuários do ambiente configuraram um quadro acústico ambiental, que segundo
as medições técnicas realizadas pelo avaliador, apresentaram um valor médio de
43 dB (A), por oscilarem de 57 dB (A) à 71 dB (A). Classificando, portanto, o
ambiente como possuindo condições acústicas regulares 74%, pelas análises
desenvolvidas de acordo com os valores recomendados pela metodologia EWA,
que considera a atividade desenvolvida em sala de aula aprendizado, requer
comunicação verbal, corroborados com os valores estipulados pela NBR 10152,
que podem variar de 40 e 50 dB (A), figura 110. A passo que nas avaliações dos
alunos, predominou em 59% a consideração das condições acústicas do ambiente
como sendo regulares, figura 111.
100
Cap. 03
Resultados
44%
56%
0% 0%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
I++ I+ I- I--
0%
19%
74%
7%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
1
2
3
4
5
25%
6%
67%
2%
36%
33%
6%
25%
1%
61%
38%
1 Ideal I ++ Bom
2 Bom I + Regular
3 Regular I – Ruim
4 Ruim I – Mto Ruim
5 Péssimo
Figura 110 - Análises avaliador: fatores
acústicos
Figura 111 – Avaliações trabalhadores: fatores
acústicos
Diante do contexto apresentado pelas análises desenvolvidas, observou-se
duas classificações para as condições físico-ambientais dessa sala de aula segundo
as análises desenvolvidas pelo avaliador, a primeira obtida a partir dos resultados
da avaliação térmica considerando a presença de sistema de ar-condicionado, de
67% ideal, e a segunda das condições naturais do ambiente 33% ideal, figura
1125.
1
Ideal
2
Bom
3 Regular
4
Ruim
5
Péssimo
* Análise considerando sistema de
ar condicionado
**Análise considerando condições
ambientais naturais
Figura 112 – Análises Avaliador: quadro geral dos fatores físico-ambientais
As análises desenvolvidas pelos alunos classificaram o ambiente como
possuindo condições predominantemente boas - 61%, figura 113.
++ Bom
+ Regular
- Ruim
-- Mto Ruim
Figura 113 Avaliações trabalhadores: quadro
geral dos fatores físico-ambientais
3.1.5. Colégio São José
O Colégio São José tem como endereço a Rua João Carneiro Geraldes 600,
do Jardim Ubirama, em Lençóis Paulista – SP, figura 114. Trata-se de uma
instituição particular, que oferece ensino para educação infantil, fundamental e
médio, nos períodos matutino e vespertino.
101
Cap. 03
Resultados
Fundado em 1997, o edifício do
Colégio é uma construção recente executada
em alvenaria tijolos cerâmicos, com
estrutura de concreto armado, piso em
ladrilho cerâmico, apresentando um
programa que contém salas de aula, pátios,
biblioteca e parques.
O local de estudo desta escola corresponde à sala de aula E, figura 115,
que possui capacidade para acomodar 30 alunos, dos quais 29 são utilizados pela
turma analisada.
Figura 115 – Sala de aula
Caracterização e análise das condições dos fatores ambientais:
1. Lumínicos
A sala de aula apresenta um sistema de iluminação natural realizado por
três janelas do tipo basculante (1,70m X 1,50m) composta por caixilhos de ferro e
vidros transparentes, localizadas em uma das paredes laterais; e um sistema de
iluminação artificial, contendo quatro pontos com três lâmpadas fluorescentes
cada, figura 116.
s/esc.
Figura 116 – Planta do sistema de iluminação
As medições realizadas pelo avaliador mostraram que a iluminação nesse
local ocorre com um valor médio de 368 lux, pois, variaram de 226 lux e 510 lux.
Tais valores ao serem utilizados para o cálculo da porcentagem de iluminamento
do local, por meio da relação 100 x valor medido / valor recomendado (300 lux -
Figura 114– Colégio São José
102
Cap. 03
Resultados
52%
44%
4%
0%
0%
20%
40%
60%
I++ I+ I- I--
41%
59%
0% 0% 0%
0%
20%
40%
60%
80%
1 2 3 4 5
valor recomendado pela NBR 5413 e pela metodologia EWA para locais salas de
aula) resultaram em uma porcentagem média de 122% do valor indicado.
Dessa maneira pode-se concluir, segundo as análises técnicas realizadas
pelo avaliador, que o ambiente possui predominantemente boas condições
lumínicas 59%, figura 117, assim como pelas análises desenvolvidas
subjetivamente pelos trabalhadores, considerando as percepções este obtém do
ambiente ao desenvolver suas atividades, 52%, figura 118.
1 Ideal I ++ Bom
2 Bom I + Regular
3 Regular I – Ruim
4 Ruim I – Mto Ruim
5 Péssimo
Figura 117 – Análises avaliador: fatores
lumínicos
Figura 118 – Avaliação trabalhadores: fatores
lumínicos
2. Térmicos
Segundo a metodologia EWA, a velocidade do ar, a temperatura, a umidade
relativa e o tipo de vestimenta usada pelo usuário, são elementos que devem ser
considerados ao serem desenvolvidas análises do conforto térmico ambiental.
No que se refere à ventilação, identificou-se que o local apresenta um
sistema que atende as necessidades dos usuários, podendo se desenvolver de
maneira natural, quando proveniente das três janelas do tipo basculante (1,70m X
1,50m), localizadas em uma das paredes laterais, e completada artificialmente por
um ventilador localizado na parede do fundo da sala de aula, figura 119.
s/esc.
Figura 119 – Planta sistema de ventilação
Em relação à vestimenta utilizada pelos alunos, pode-se constatar que não
interfere no sistema, pois, a escola permite que cada um se vista da forma que
desejar, dentro de um padrão recomendado para uma instituição de ensino. Outro
fator que atende á essa norma é a umidade do ar, que conforme observado está
dentro dos valores indicados.
Finalizando essa análise, foram realizadas medições da temperatura
ambiental pelo avaliador, onde foram encontrados valores que variaram de 16,1ºC
103
Cap. 03
Resultados
0% 0%
89%
11%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1
2
3
4
5
32%
41%
20%
7%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
I++ I+ I- I--
a 17,8º C, com uma média de 16,95º, que quando confrontados com os
estipulados pela NR 17, que determina uma possível variação entre 20º C a 23º C,
classificaram o ambiente como apresentando condições 89% regulares, figura
120.
As análises desenvolvidas pelos trabalhadores, considerando as percepções
que estes obtém do ambiente ao desenvolver a atividade de aprendizado,
configuraram um quadro onde houve o predomínio da classificação térmica
ambiental como sendo regular – 41%. Figura 121.
1 Ideal I ++ Bom
2 Bom I + Regular
3 Regular I – Ruim
4 Ruim I – Mto Ruim
5 Péssimo
Figura 120 – Análises avaliador: fatores
térmicos
Figura 121 – Avaliações trabalhadores: fatores
térmicos
3. Acústicos
A sala de aula encontra-se situada em meio a corredores, pátio e sala de
aula, fato esse que pode prejudicar o desenvolvimento das aulas pela circulação
externa de alunos, que conseqüentemente geram ruídos, figuras 122. Tal contexto
acaba por configurar um quadro onde a presença de ruído de fundo torna-se
constante, sendo agravada em horários de intervalos de aula e recreio.
s/esc.
Figura 122 Implantação da sala de aula
no E contexto da Escola
Para o desenvolvimento das análises da acústica ambiental, o avaliador
comparou os valores obtidos com as medições técnicas, com os valores
estipulados pela metodologia EWA e corroborados pela NBR 10152, que considera
que para que a atividade de aprendizado, que requer comunicação verbal, seja
desenvolvida adequadamente, os valores devem apresentar-se entre 40 e 50 dB
(A). Nesse ambiente foi encontrado um valor médio de 45 dB (A), que oscilou de
104
Cap. 03
Resultados
10%
40%
30%
20%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
I++ I+ I- I--
c
17%
83%
0% 0% 0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1 2 3 4 5
19%
9%
31%
41%
30%
46%
20%
4%
30 dB (A) a 60 dB (A), classificando assim o ambiente como possuindo condições
acústicas boas – 83%, figura 123.
A avaliação subjetiva dos alunos, das percepções que esses obtém do
ambiente, estabeleceu o predomínio de 40% da consideração das condições
acústicas do ambiente como sendo regulares, figura 124.
1 Ideal I ++ Bom
2 Bom I + Regular
3 Regular I – Ruim
4 Ruim I – Mto Ruim
5 Péssimo
Figura 123 – Análises avaliador: fatores
acústicos
Figura 124 – Avaliações trabalhadores: fatores
acústicos
Diante das análises desenvolvidas, pode-se concluir que as condições dos
fatores físico-ambientais dessa sala de aula, segundo as análises o avaliador foram
predominantemente boas - 46%, figura 125. Enquanto que nas análises
desenvolvidas pelos alunos, predominou a classificação regular – 41%, figura 126.
I1
Ideal I++ Bom
I2
Bom I+ Regular
I3 Regula I- Ruim
I4
Ruim I-- Mto uim
I5
Péssimo
Figura 125 - Análises Avaliador: quadro geral
dos fatores físico-ambientais
Figura 126 - Avaliação do trabalhador: quadro
geral dos fatores físico-ambientais
3.1.6. Escola Estadual Dr. “Paulo Zillo”
A Escola Estadual Dr. “Paulo Zillo”, localiza-se na Rua Treze de Maio 509,
Centro, Lençóis Paulista SP. Atende alunos do ensino fundamental e médio do
ao ano, nos períodos matutino, vespertino
e noturno. Fundada em 1951, seu edifício
apresenta traços clássicos das edificações dos
primeiros anos da República, com planta
simétrica, construída em alvenaria - tijolo
cerâmico, pé-direito alto, forro e piso de madeira,
figura 127.
O local de estudo desta escola corresponde à sala de aula F, figura 128,
com capacidade para acomodar 30 alunos.
Figura 127 – EE Paulo Zillo
105
Cap. 03
Resultados
Figura 128 – Sala de aula F
Caracterização e análise das condições dos fatores ambientais
1. Lumínicos
Nesse local a iluminação é feita de duas maneiras: naturalmente pelas três
janelas, do tipo basculante (1,60m X 2,00m), com caixilhos de ferro e vidros
transparentes; localizadas em uma das laterais da sala; e artificialmente, por um
sistema contendo seis pontos com duas lâmpadas fluorescentes cada. Figura 129.
As medições referentes à iluminação, realizadas nesse local, oscilaram
entre os valores de 415 lux e 958 lux, resultando num valor médio de 686,5 lux.
Seguindo as indicações da metodologia EWA, para desenvolver a classificação da
qualidade lumínica do local, calculou-se a porcentagem de iluminamento, por meio
da comparação dos valores medidos in loco com o valor recomendado pela NBR
5413 - 300 lux, pois, trata da atividade de aprendizagem. Por meio dos cálculos
dessa relação (100 x valor medido / valor recomendado), obteve-se que o
iluminamento no ambiente ocorre em um valor médio de 229% da porcentagem
indicada.
s/ esc.
Figura 129 – Planta sistema de iluminação
106
Cap. 03
Resultados
10%
67%
20%
3%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
I++ I+ I- I--
100%
0% 0% 0% 0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
1 2 3 4 5
Classificando, portanto, segundo as análises realizadas pelo avaliador, o
ambiente como apresentando boa iluminação 100%, figura 130. Enquanto que
nas análises subjetivas desenvolvidas pelos trabalhadores, considerando as
percepções que esses tem do ambiente, predominou a classificação regular - 67%,
figura 131.
1 Ideal I ++ Bom
2 Bom I + Regular
3 Regular I – Ruim
4 Ruim I – Mto Ruim
5 Péssimo
Figura 130 – Análises avaliador: fatores
lumínicos
Figura 131 – Avaliações trabalhadores: fatores
lumínicos
2. Térmicos
A caracterização do conforto térmico da sala de aula foi realizada seguindo
as indicações da metodologia EWA. No que se refere à ventilação, identificou-se
que o local apresenta um sistema que ocorre de maneira natural, proveniente do
conjunto de janelas, sendo complementado artificialmente por um ventilador,
localizado na parede do fundo da sala de aula, figura 132.
s/ esc.
Figura 132 – Planta sistema de ventilação
Constatou-se também, que a umidade do ar apresenta-se de acordo com
os valores indicados, não interferindo no sistema, assim com a vestimenta
utilizada pelos alunos, que, conforme pôde ser constado, é padronizada pela
direção da instituição de ensino, de maneira adequada às atividades
desenvolvidas.
Finalizando a análise, foram desenvolvidas medições técnicas pelo
avaliador, que identificaram valores que oscilaram entre 18,7º C e 20,C, numa
média de 17,8º C. Lembra-se que as medições foram feitas, diante das condições
de uso pelos alunos encontradas no dia, ou seja, janelas abertas, porta fechada e
ventiladores desligados.
107
Cap. 03
Resultados
3%
17%
63%
17%
0%
20%
40%
60%
80%
I++ I+ I- I--
0%
76%
24%
0% 0%
0%
20%
40%
60%
80%
1 2 3 4 5
Confrontando o contexto identificado, com os valores estabelecidos pela
norma NR 17, que determina uma possível variação entre 20º C a 23º C para
ambientes onde é desenvolvida atividades de trabalho leve neste caso
representado pelo aprendizado, as análises do avaliador concluíram que as
condições ambientais nesse local são 76% boas, figura 133. Enquanto que as
análises desenvolvidas pelos trabalhadores, de caráter subjetivo, consideraram
que as percepções que os usuários em relação às condições térmicas desse
ambiente foram predominantemente ruins - 63%, figura 134.
1 Ideal I ++ Bom
2 Bom I + Regular
3 Regular I – Ruim
4 Ruim I – Mto Ruim
5 Péssimo
Figura 133 – Análises avaliador: fatores
térmicos
Figura 134 – Avaliações trabalhadores: fatores
térmicos
3. Acústicos
A escola encontra-se implantada ao lado de uma rua movimentada da
cidade de Lençóis Paulista, fato este que contribui com a geração de ruídos de
fundo constantes, além dos provenientes dos próprios alunos que ocupam a sala,
figura 135.
s/ esc.
Figura 135 – Implantação da sala de aula
F no contexto da Escola
As análises realizadas pelo avaliador classificaram o ambiente enquanto
conforto acústico para seu usuário, de acordo com os valores estipulados pela
metodologia EWA, que considera a atividade desenvolvida em sala de aula
aprendizado, requer comunicação verbal, corroborados com os valores estipulados
pela NBR 10152, que podem variar de 40 e 50 dB (A). Neste contexto, os valores
identificados, se apresentaram em média de 58 dB(A), ao oscilaram de 51 dB (A)
à 65 dB (A), classificando assim o ambiente como possuindo predominantemente
condições acústicas boas 86%. Figura 136. Nas avaliações dos alunos
108
Cap. 03
Resultados
0%
30%
53%
17%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
I++ I+ I- I--
0%
86%
14%
0% 0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1 2 3 4 5
46%
12% 4%
38%
13%
54%
33%
predominou em 53% a consideração das condições acústicas do ambiente como
ruins, figura 137.
1 Ideal I ++ Bom
2 Bom I + Regular
3 Regular I – Ruim
4 Ruim I – Mto Ruim
5 Péssimo
Figura 136 – Análises avaliador: fatores
acústicos
Figura 137 – Avaliações trabalhadores: fatores
acústicos
O que pode-se concluir após a realização das análises, foi que de uma
maneira geral, as condições dos fatores físico-ambientais dessa sala de aula foram
predominantemente boas segundo o avaliador - 54%, figura 138. Entretanto, as
análises desenvolvidas pelos alunos as classificaram como sendo regulares - 46%,
figura 139.
I1
Ideal I++ Bom
I2
Bom I+ Regular
I3 Regular I- Ruim
I4
Ruim I-- Mto Ruim
I5
Péssimo
Figura 138 - Análises Avaliador: quadro geral
dos fatores físico-ambientais
Figura 139 - Avaliações trabalhadores: quadro
geral dos fatores físico-ambientais
3.1.7. Escola Estadual Professor “Rubens Pietraróia”
A Escola Estadual Professor “Rubens Pietraróia” localiza-se na Rua da
Imprensa 431, na cidade de Lençóis Paulista SP, e atende alunos do ensino
fundamental - 6º ao ano, e médio, nos períodos matutino, vespertino e
noturno, figura 140. Seu edifício é um exemplo clássico da racionalização
construtiva enfrentada pelas instituições públicas a
partir de 1960, com o predomínio de técnicas
simples, nesse caso paredes executadas em
alvenaria, piso em cimentado e forro em placas de
madeira compensada.
O local estudado nessa escola, corresponde
à sala de aula G, figura 141, que possui capacidade de acomodação para 38
alunos, dos quais 36 são utilizados atualmente.
Figura 140– EE “Rubens Pietraróia”
109
Cap. 03
Resultados
Figura 141 –
Sala de aula G
Caracterização e análise das condições dos fatores ambientais
1. Lumínicos
A sala de aula apresenta um sistema de iluminação natural, proveniente
das janelas do tipo basculante (9,95m X 1,25m), compostas por caixilhos de ferro
e vidros transparentes, que ocupam a parede toda de uma das laterais; e artificial,
dos seis pontos com quatro lâmpadas fluorescentes cada, figura 145.
s/ esc.
Figura 142 – Planta sistema de iluminação
Ao desenvolver as medições técnicas das condições lumínicas do local, o
avaliador identificou valores que oscilaram entre 197 lux e 332 lux, com um valor
médio de 264,5 lux. Diante de tais resultados, e seguindo as indicações de
procedimentos da metodologia EWA para desenvolver tal avaliação, calculou-se a
porcentagem de iluminamento, por meio da comparação dos valores medidos in
loco com o valor recomendado pela NBR 5413 - 300 lux, utilizando-se para tanto a
relação 100 x valor medido / valor recomendado. Obtiveram-se então, valores que
indicaram que porcentagem de iluminamento desse ambiente apresenta-se em
média de 88%, podendo variar de valores que foram de 65,6% a 110,6%.
110
Cap. 03
Resultados
3%
31%
53%
14%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
I++
I+
I-
I--
25%
75%
0% 0% 0%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
1 2 3 4 5
Classificou-se, portanto, por meio dessas análises, a iluminação ambiental como
predominantemente boas – 75%, figura 143.
Entretanto, as análises desenvolvidas pelos trabalhadores, que
apresentaram caráter subjetivo considerando as percepções que os usuários
obtém do ambiente ao executar suas atividades, classificaram o ambiente como
apresentando condições ruins 53%, figura 144.
1 Ideal I++ Bom
2 Bom I+ Regular
3 Regular I- Ruim
4 Ruim I-- Mto Ruim
5 Péssimo
Figura 143 - Análises Avaliador: fatores
lumínicos
Figura 144 - Avaliações trabalhadores: fatores
lumínicos
2. Térmicos:
A metodologia EWA estipulada que ao desenvolver a análise das condições
térmicas de um ambiente, é importante considerar elementos como a velocidade
do ar, a temperatura, a umidade relativa e o tipo de vestimenta usada pelo
usuário. Desta maneira, o que se pode constatar foi que a ventilação dessa sala de
aula ocorre somente de forma natural, proveniente das janelas, figura 145, não
havendo qualquer tipo de complemento artificial.
s/ esc.
Figura 145 – Planta sistema de ventilação
Em relação à umidade do ar, apresenta-se de acordo com os valores
indicados, ou seja, atende as necessidades dos alunos, assim como a vestimenta
utilizada pelos mesmos, uniforme padronizado pela instituição de ensino de acordo
com as atividades desenvolvidas.
As medições técnicas da temperatura ambiental, realizadas pelo avaliador,
identificaram um valor médio de 17,8º C, variando de 17,4º C a 18,2º C. Lembra-
se que segundo a NR 17, para ambientes - salas de aula, onde desenvolve-se a
atividade de aprendizado, é indicado que a temperatura apresente valores entre
20º C a 23º C. Portanto, esse ambiente classificou-se como possuindo condições
111
Cap. 03
Resultados
3%
36%
50%
11%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
I++
I+
I-
I--
0% 0%
100%
0% 0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
1
2
3
4
5
térmicas predominantemente regulares 100%, figura 146. Enquanto que as
análises subjetivas desenvolvidas pelos trabalhadores, consideraram tais
condições como sendo predominantemente ruins 59%, figura 147.
1 Ideal I ++ Bom
2 Bom I + Regular
3 Regular I – Ruim
4 Ruim I – Mto Ruim
5 Péssimo
Figura 146 – Análises avaliador: fatores
térmicos
Figura 147 – Avaliações trabalhadores: fatores
térmicos
3. Acústicos:
Conforme pode ser observado, a implantação da sala de aula no contexto
da escola apresenta-se meio à área de circulação dos alunos, tornando freqüente a
incidência de ruídos. Fato esse agravado pelo aspecto construtivo da edificação,
que por possuir paredes finas e forro em compensado de madeira fina, que não
desempenha um adequado papel como isolante acústico, pois, permite que ruídos
externos provenientes das outras salas de aula cheguem até o local, tornando
constante a presença de ruídos de fundo, figura 148.
s/ esc.
Figura 148 – Implantação
da sala de aula G no contexto da Escola
Segundo as orientações da metodologia EAW e da NBR 10152, para que o
usuário tenha conforto acústico adequado em salas de aula que possibilite o
desenvolvimento de suas atividades - aprendizado, os ruídos devem apresentar-
se entre os valores de 40 e 50 dB (A). Dessa maneira, as medições técnicas
desenvolvidas pelo avaliador, classificaram esse ambiente como possuindo
condições predominantemente boas 75%, pois, identificou-se valores que
variaram de 62 dB(A) a 59 dB(A), com valor médio de 60 dB(A), figura 149.
Enquanto que a avaliação subjetiva desenvolvida pelos alunos, caracterizou tais
condições como sendo predominantemente ruins – 42%, figura 150.
112
Cap. 03
Resultados
0%
19%
42%
39%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
I++
I+
I-
I--
0%
75%
25%
0% 0%
0%
20%
40%
60%
80%
1 2 3 4 5
c
29%
2%
21%
48%
42%
8%
50%
1 Ideal I ++ Bom
2 Bom I + Regular
3 Regular I – Ruim
4 Ruim I – Mto Ruim
5 Péssimo
Figura 149 – Análises avaliador: fatores
térmicos
Figura 150 – Avaliações trabalhadores: fatores
térmicos
Por meio das análises das condições gerais dos fatores físico-ambientais
pode-se concluir que nessa sala de aula, segundo o avaliador, essas condições
foram predominantemente boas 50 %, enquanto que para os alunos foram ruins
48%, figuras 151 e 152.
I1
Ideal I++ Bom
I2
Bom I+ Regular
I3 Regula I- Ruim
I4
Ruim I-- Mto Ruim
I5
Péssimo
Figura 151 - Análises Avaliador: quadro
geral dos fatores
físico-ambientais
Figura 152 - Avaliações trabalhadores:
quadro geral dos fatores
físico-ambientais
3.1.8. Escola SENAI Lençóis Paulista
Na cidade Lençóis Paulista / SP, o SENAI - Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial, encontra-se localizado na Rua Aristeu Rodrigues
Sampaio 271, figura 153. Inaugurada em 1987, esta instituição oferece formação
profissionalizante em diversos cursos; nos períodos matutino, vespertino e
noturno.
Sua edificação segue traços modernos,
com construção que passa regularmente por
reformas de maneira a estar sempre adequada a
proporcionar, aos seus alunos e funcionários,
condições plenas de trabalho, seja em salas de
aulas, pátios, anfiteatro, biblioteca, laboratórios
ou nas oficinas específicas para cada tipo de disciplina.
O local de estudo desta escola corresponde à sala de aula G, figura 154,
com capacidade de acomodação para 30 alunos, dos quais 12 são utilizados pela
turma analisada.
Figura 153 – SENAI Lençóis Paulista
113
Cap. 03
Resultados
Assim como as outras salas de aula da edificação, esta é construída em
alvenaria, o piso com revestimento em paviflex e laje em estrutura de concreto
armado.
Figura 154– Sala de aula G
Caracterização e análise das condições dos fatores ambientais
1. Lumínicos
A iluminação desta sala de aula é feita naturalmente por janelas do tipo
basculante 2,00m X 2,00m lateral e 2,70m X 2,00 fundo; e artificialmente por
oito pontos com duas lâmpadas fluorescentes cada, figura 155.
s/ esc.
Figura 155 – Planta sistema de iluminação
O posicionamento das janelas em relação à incidência de luz solar torna
necessária a presença de persianas, que são utilizadas abertas de maneira a evitar
ofuscamento interno.
Ao realizar as medições dos índices de iluminação, obtiveram-se resultados
que apresentaram valores que oscilaram entre 363 lux e 501 lux num valor médio
de 432 lux. Em seguida foi efetuado o cálculo da porcentagem de iluminamento,
114
Cap. 03
Resultados
83%
17%
0% 0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
I++
I+
I-
I--
100%
0% 0% 0% 0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
1
2
3
4
5
utilizando-se da equação 100 x valor medido / valor recomendado, que consiste
na comparação dos valores medidos in loco com o valor recomendado pela NBR
5413 - cujo valor estipulado para e atividade de aprendizagem é de 300 lux. Ao
desenvolver essa relação, observou-se que a ocorrência de iluminamento nesse
ambiente foi de 144% do valor indicado.
Dessa maneira, pode-se concluir que segundo as análises realizadas pelo
avaliador, o ambiente apresentou condições de iluminação predominantemente
ideais 100%, figura 156. Enquanto que as análises subjetivas desenvolvidas
pelos trabalhadores, que demonstram as percepções que esses possuem do
ambiente ao desenvolver suas atividades, mostraram a predominância de boas
condições - 83%, figura 157.
1 Ideal I ++ Bom
2 Bom I + Regular
3 Regular I – Ruim
4 Ruim I – Mto Ruim
5 Péssimo
Figura 156 – Análises avaliador: fatores
lumínicos
Figura 157 – Avaliações trabalhadores: fatores
lumínicos
2. Térmicos
A metodologia EWA estipula que para o desenvolvimento de análises
relativas às condições térmicas ambientais, sejam considerados a velocidade do
ar, a temperatura, a umidade relativa e o tipo de vestimenta usada pelo usuário.
Conforme constatado in loco, o ambiente possui janelas que estabelecem
um sistema de ventilação natural, figura 158, e umidade do ar, de acordo com os
valores recomendados.
s/ esc.
Figura 158 – Planta sistema de ventilação
Em relação à vestimenta, os alunos o obrigados a usarem o uniforme da
instituição, que é adequado às desenvolvidas na instituição.
115
Cap. 03
Resultados
100%
0% 0% 0% 0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
1 2 3 4 5
0%
100%
0% 0% 0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
1 2 3 4 5
75%
17%
8%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
I++
I+
I-
I--
Associando todos os itens avaliados à temperatura, que nessa sala de aula
é controlada por um sistema de condicionamento de ar, regulado de acordo com
as preferências dos usuários, o avaliador classificou as condições térmicas
ambientais como sendo 100% ideais, figura 159. Entretanto, optou-se pela
avaliação das condições térmicas naturais do ambiente, ou seja, com os aparelhos
de ar-condicionado desligados, pois, em muitos casos esse sistema permanece
desligado em determinados períodos ou o tempo todo.
Desta maneira, o que pode ser observado pelo avaliador, foi que os valores
de temperatura encontrados variaram de 19,3º C a 20,9º C, com uma média de
20,1º, estando acima dos valores estipulados pela NR 17 e pela metodologia EWA,
que determinam uma possível variação entre 20º C a 23º C. Confrontando os
valores encontrados com os indicados pela metodologia e pela NR 17, para
trabalhos leves, concluiu-se que as condições ambientais nesse local foram
predominantemente 100% boas. Figura 160.
1 Ideal
2 Bom
3 Regular
4 Ruim
5Mto ruim
Figura 159 – Análises avaliador: fatores
térmicos / sistema de ar condicionado
Figura 160 - Análises avaliador: fatores
térmicos / condições ambientais naturais
Os resultados obtidos enfocando os resultados das análises desenvolvidas
pelos trabalhadores, classificaram as condições térmicas desse ambiente
predominantemente como boas – 75%, figura 161.
I ++ Bom
I + Regular
I – Ruim
I – Mto Ruim
Figura 161 – Avaliações trabalhadores: fatores térmicos
3. Acústicos
A unidade do SENAI de Lençóis Paulista apresenta-se implantada em um
terreno muito amplo, cercada por grandes jardins, estabelecendo assim uma
distribuição das edificações com bons espaçamentos entre elas, configurando uma
situação onde o ruído externo recebido é baixo e raro, figura 162.
116
Cap. 03
Resultados
33%
25%25%
17%
0%
10%
20%
30%
40%
I++
I+
I-
I--
75%
25%
0% 0% 0%
0%
20%
40%
60%
80%
1
2
3
4
5
92%
8%
58%
42%
s/ esc.
Figura 162 - Implantação da sala de aula H no contexto da escola
Os valores obtidos com as medições do avaliador apresentou um valor
médio de 50 dB (A), por oscilar de 52 dB (A) à 55 dB (A). Classificando, portanto,
o ambiente acusticamente como possuindo condições ideais 75%, quando
analisada de acordo com os valores recomendados pela metodologia EWA, que
considera a atividade desenvolvida em sala de aula aprendizado, requer
comunicação verbal, corroborados com os valores estipulados pela NBR 10152,
que podem variar de 40 e 50 dB (A), figura 163.
Nas avaliações dos alunos predominou em 33% a consideração das
condições acústicas do ambiente como boas, figura 164.
1 Ideal I ++ Bom
2 Bom I + Regular
3 Regular I – Ruim
4 Ruim I – Mto Ruim
5 Péssimo
Figura 163 – Análises avaliador: fatores
acústicos
Figura 164 - Avaliações trabalhadores:
fatores acústicos
Ao fazer a análise geral das condições dos fatores sico-ambientais da sala
de aula, observou-se segundo as análises desenvolvidas pelo avaliador, duas
classificações, a primeira considerando a presença de sistema de ar-condicionado,
fato esse que associado aos demais fatores observados classificaram o ambiente
como possuindo condições térmicas 100% ideais, e a segunda diante das
condições térmicas naturais, que resultou na classificação do ambiente como
sendo predominantemente ideal 58%, figura 165.
1
Ideal
2
Bom
3 Regular
4
Ruim
5
Péssimo
* Análise considerando sistema de
ar condicionado
**Análise considerando condições
naturais do ambiente
Figura 165 – Análises Avaliador: quadro geral dos fatores físico-ambientais
117
Cap. 03
Resultados
11%
6%
64%
19%
O que foi observado a partir das análises desenvolvidas pelos alunos, foi o
predomínio da classificação das condições ambientais como sendo boas 64%,
figura 166.
++ Bom
+ Regular
- Ruim
-- Mto Ruim
Figura 166 Avaliações trabalhadores: quadro
geral dos fatores físico-ambientais
3.2. Análise comparativa ente as condições encontradas nas escolas
estaduais e particulares
A partir dos resultados obtidos com as análises individuais das condições
dos fatores físico-ambientais das salas de aula, pode-se constituir um quadro
comparativo, entre as instituições estaduais (E.E. Prof. “Ernesto Monte”, E.E.
Professor “Morais Pacheco”, E.E. Dr. “Paulo Zillo” e E.E. Prof. “Rubens Pietraróia”)
e as particulares (Cursos e Colégio Fênix, SENAI “João Martins Coube”, Colégio
São José e SENAI Lençóis Paulista). Conseqüentemente pode-se identificar e
assim destacar, possíveis diferenças em relação aos aspectos avaliados, tanto pela
abordagem do avaliador, como pela dos alunos.
Primeiramente observando os resultados das análises técnicas
desenvolvidas pelo avaliador, caracterizou-se as condições encontradas nas
escolas estaduais, onde houve a predominância iguais dos percentuais ideais e
boas 32%. Os maiores problemas identificados nesse tipo de instituição dizem
respeito aos aspectos térmicos, que foi classificado como possuindo
predominantemente condições regulares 56%, seguido de boas - 19%, além de
aparecer nesse item também, a classificação ruim – 25%.
A acústica ambiental apresentou-se em 57% como sendo boa, 27% regular
e 16% ideal. Enquanto que a iluminação classificou-se em 81% como sendo ideal
e 19% boa.
As análises o identificaram nessas instituições em nenhum momento
condições muito ruins. Figura 167.
118
Cap. 03
Resultados
27%
16%
57%
19%
81%
56%
19%
25%
28%
8%
32%
32%
2%
27%
19%
52%
60%
40%
z
22%
75%
3%
34%
3%
40%
23%
Lumínicos
Térmicos
Acústico Ambiental
Condições gerais
I1 Ideal I2 Bom I3 Regular I4 Ruim I5 Muito Ruim
Figura 167: Análise do avaliador – condições dos fatores físico-ambientais Escolas Estaduais
O quadro encontrado nas instituições particulares apresentou dois enfoques
de classificação das condições sico-ambientais, o primeiro desenvolvido
considerando nas análises as condições térmicas com a presença do sistema de ar
condicionado, que mostrou o predomínio de condições ideais 52%. O item que
apresentou as piores classificações foi a acústica ambiental, com predomínio de
condições boas 40%, seguido de regulares 34%, ideais 23% e ruins 3%. O
aspecto térmico do ambiente foi classificado como possuindo condições ideais
75%, regulares 22% e ruins 3%, enquanto que o lumínico apresentou as melhores
classificações, ideais - 60% e boas – 40%. Nessas instituições também não
apareceram as classificações e muito ruim em nenhum item. Figura 168.
Lumínicos
Térmicos
Acústicos Ambientais
Condições gerais
I1 Ideal I2 Bom I3 Regular I4 Ruim I5 Muito Ruim
Figura 168: Análises do avaliador condições dos fatores físico-ambientais Escolas Particulares
(considerando uso de sistema ar condicionado)
O segundo enfoque foi desenvolvido considerando em relação aos fatores
térmicos, as condições naturais do ambiente. Dessa maneira a classificação das
condições gerais dos fatores sico-ambientais das escolas particulares foi
predominantemente boa - 43% boas. O item que apresentou as piores
classificações foi a acústica ambiental, com predomínio de condições boas 40%,
seguido de regulares 34%, ideais 23% e ruins 3%.
O aspecto térmico foi classificado como possuindo condições boas 50%,
regulares 22% e ruins 28%, enquanto que a iluminação apresentou as melhores
classificações, ideal - 60% e boa 40%. Nessas instituições também não houve a
classificação de muito ruim em nenhum item. Figura 169.
119
Cap. 03
Resultados
36%
7%
42%
15%
c
25%
50%
19%
6%
40%
2%
12%
46%
47%
12%
8%
33%
60%
40%
z
34%
3%
40%
23%
19%
10%
28%
43%
28%
22%
50%
Lumínicos
Térmicos
Acústicos Ambientais
Condições gerais
I1 Ideal I2 Bom I3 Regular I4 Ruim I5 Muito Ruim
Figura 169: Análise do avaliador condições dos fatores físico-ambientais Escolas Particulares
(considerando as condições ambientais naturais)
A partir dos resultados obtidos com as análises técnicas do avaliador, nos
dois tipos de instituições, constatou-se que as condições dos fatores físico-
ambientais apresentaram-se em melhores condições nas escolas particulares, em
ambos os casos, ou seja, com uso de sistema de ar-condicionado, ou não, do que
nas estaduais. Destaca-se, no entanto, que não houve grandes diferenças nas
classificações, e que as condições encontradas nas escolas estaduais foram
melhores do que o esperado.
Ao enfocar as análises dos trabalhadores, que corresponderam às
percepções que estes obtém do ambiente ao ocupá-lo para desenvolver suas
atividades, caracterizou-se um quadro onde as escolas estaduais foram
classificadas como apresentando a predominância de condições físico-ambientais
ruins - 42%, regulares 36%, muito ruins 15% e boas 7%.
Nessa avaliação o item que apresentou as piores classificações foi a
acústica ambiental 50% ruim, 25% muito ruim, 19% regulares e 6% boas. O
aspecto térmico classificou-se predominantemente como sendo ruim 46%, além
de regular 40%, muito ruim 12% e boas 2%; e o lumínico regular 47%, ruim
33%, bom 12% e muito ruim 8%.
Destaca-se a alta classificação desses ambientes como possuindo condições
muito ruins. Figura 170.
Lumínicos
Térmicos Acústicos Ambientais
Condições gerais
++ Bom + Regular - Ruim -- Mto Ruim
Figura 170: Análise do trabalhador – condições dos fatores físico-ambientais Escolas Estaduais
Entretanto, as instituições particulares foram classificadas como possuindo
condições predominantemente boas 50%, regulares 35%, ruim 10% e muito ruim
5%.
120
Cap. 03
Resultados
5%
50%
35%
10%
9%
29%
45%
17%
69%
28%
3%
51%
5%
11%
33%
As condições acústicas foi o item que apresentou as piores classificações,
regulares - 45%, boas – 29%, ruins 17% e muito ruins – 9%; seguido das
térmicas 51% boas, regulares 33%, ruins 11% e muito ruins 5%.
A classificação das condições lumínicas foi definida como sendo
predominantemente boas - 69%, seguida de regulares 28% e ruins 3%. Figura
171.
Lumínicos
Térmicos
Acústicos ambientais
Condições gerais
++ Bom + Regular - Ruim -- Mto Ruim
Figura 171: Análise do trabalhador – condições físico-ambientais Escolas Particulares
Concluiu-se por meio da observação dos resultados das análises dos
trabalhadores/alunos, que a insatisfação dos alunos da rede pública em relação ao
local onde desenvolvem o trabalho de aprendizagem foi clara e grande. Talvez
podendo-se explicar esse fato pela falta de opções em mudanças ou cobrança por
condições melhores, que não se repete nas instituições particulares, que foram
classificadas em 50% como possuindo condições boas.
121
Cap. 04
Considerações
finais
CAPÍTULO 04
O capítulo apresenta as considerações finais referentes ao presente
trabalho.
4.1. Considerações finais
Como pode ser constatado no decorrer desse trabalho, as sensações
despertadas no usuário frente ao ambiente ocupado, constituem-se em mais do
que reações fisiológicas, visto que, também o influenciam psicologicamente, e
condicionam seu comportamento e desempenho de suas atividades. No caso do
ambiente escolar, atribui-se que a configuração física que esse assume, exerce
influência direta na adaptação do estudante ao meio, e conseqüentemente, na
evolução do processo de aprendizado. A complexidade desse ambiente, muitas
vezes ultrapassa os aspectos estipulados por normas e indicações propostas, uma
vez que, segurança, acessibilidade, qualidade de vida, bem-estar e conforto, são
obtidos a partir de uma adequada conjugação de conhecimentos interdisciplinares.
A busca por configurações ambientais que atendam as características e
particularidades de cada usuário evidencia-se cada vez mais, seja no
desenvolvimento de novos projetos ou nas adequações dos existentes, pois,
observa-se a existência de uma grande distância entre o projeto concebido e o
desempenho que este apresenta no decorrer do uso.
Uma abordagem que vem sendo bastante utilizada para obtenção de tal
contexto, é o desenvolvimento de avaliação pós-ocupação, que auxilia na busca
por soluções de problemas, de maneira bastante eficaz, a passo que, por meio de
ações ergonômicas, tece recomendações que visam implementar melhorias na
qualidade ambiental, ao corrigir aspectos que se mostram deficientes.
Foi considerando tais informações, que o presente trabalho desenvolveu
um estudo ergonômico, tendo como objetivo a avaliação de ambientes escolares,
mais precisamente as salas de aula, de instituições da rede de ensino estadual e
particular das cidades de Bauru/SP e Lençóis Paulista/SP, enquanto as condições
de seus aspectos físico-ambientais lumínicos, térmicos e acústicos; ao
desempenharem o papel de suporte para o desenvolvimento da atividade de
aprendizagem pelos alunos.
122
Cap. 04
Considerações
finais
Utilizou-se para tanto o EWA, método escolhido por ser considerado um
instrumento que possibilita avaliação ergonômica, por meio de uma abordagem
ampla, capaz de estabelecer diversos enfoques para um mesmo objeto de estudo.
Além do fato desse ser desenvolvido sob dois enfoques: o técnico, importante para
averiguar se as condições físico-ambientais estão de acordo ou atendem as
normas específicas existentes; e o subjetivo, que permite precisão acerca da
percepção do usuário, pois, resulta das percepções reais que esse obtém ao fazer
uso do local. Portanto, a soma dos dois enfoques, são úteis para obtenção de
resultados confiáveis.
O trabalho desenvolveu-se em etapas, em um primeiro momento
aplicando-se os protocolos com os alunos, para obtenção de suas percepções
relativas ao ambiente, além da realização das medições técnicas, gerando assim,
material suficiente para caracterização do local enquanto os aspectos definidos
para análise (lumínicos, térmicos e acústicos); seguido das análises dos
resultados, de maneira individual por escola e depois por tipo de instituição:
estadual e particular.
Os resultados obtidos a partir das análises desenvolvidas pelo avaliador,
apontaram que as condições ambientais das instituições estaduais foram
caracterizadas predominantemente, com percentuais iguais, como sendo ideais e
boas, enquanto que as particulares apresentaram duas classificações: ideais,
quando ao enfocar as condições térmicas ambientais considerou-se a presença do
sistema de ar condicionado; e boas, diante das condições naturais do ambiente,
ou seja, sem utilização de sistemas artificiais. Cabe ressaltar, que as duas
abordagens foram estipuladas diante do fato de que, embora a metodologia
utilizada ao enfocar as condições térmicas ambientais, determine que a presença
de sistema de ar condicionado classifica as condições do ambiente como ideais,
não pode-se afirmar que esse sistema estará sempre ligado, sendo coerente
portanto, a análise das condições naturais.
Uma possível explicação para os resultados, é que, as construções e
manutenção dos edifícios são feitas de acordo com os investimentos financeiros
que esses recebem, que são maiores e constantes nas escolas particulares ao
contrario do que acontece nas estaduais. Entretanto, pode-se observar que as
diferenças nos aspectos enfocados não foram muito discrepantes.
As análises desenvolvidas pelos alunos, a partir de suas percepções,
configuraram um quadro que mostrou maior satisfação por parte dos alunos das
escolas particulares, que as classificaram predominantemente como idéias,
enquanto que, os das escolas estaduais como ruins. Entre as explicações cabíveis,
pode-se atribuir a maior satisfação dos alunos das escolas particulares, ao fato
123
Cap. 04
Considerações
finais
desses possuírem a opção de escolha de onde estudar, não estando essa
diretamente ligada à necessidade.
O inverso ocorre com os alunos das escolas estaduais, que configuraram
um quadro com predominante insatisfação, que vem em contramão dos resultados
obtidos a partir das medições técnicas desenvolvidas pelo avaliador, que
classificaram as condições físico-ambientais dessas instituições como ideais e
boas, portanto, a classificação ruim por parte dos alunos, conduzem ao
entendimento de que esse sentimento não refere-se somente aos fatores
analisados em si, mas ao contexto total da configuração desses ambientes e
dessas instituições, enquanto aspectos emocionais e sociais.
Os fatos e resultados apresentados no decorrer do trabalho demonstraram
de maneira clara e objetiva, que a influência exercida pelo ambiente sobre seu
usuário afeta suas percepções, os sentimentos e a satisfação. No caso da escola,
tendo a função de garantir o bem estar do educando, de maneira que este esteja
apto à assimilação e aplicação dos conhecimentos e técnicas oferecidas. Portanto,
a organização, instalações, equipamentos e mobiliários são fatores importantes
para o desempenho educacional com eficiência, criatividade e competência.
Com o objetivo alcançado, espera-se ter deixado contribuições que possam
auxiliar no processo de composições ambientais, visto que, um bom e adequado
design não é fácil, entretanto cabe aos profissionais - arquitetos e designers,
buscarem em seus conhecimentos, calçados na interdisciplinaridade e artifícios da
ergonomia, alternativas que viabilizem seus produtos, de maneira que esses
atendam ao máximo as necessidades dos usuários.
124
125
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131
ANEXO 01
NR 9
NR 9 – PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS
9.1. Do objeto e campo de aplicação.
9.1.1. Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a obrigatoriedade da
elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições
que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos
trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente
controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no
ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos
recursos naturais.
9.1.2. As ações do PPRA devem ser desenvolvidas no âmbito de cada
estabelecimento da empresa, sob a responsabilidade do empregador, com a
participação dos trabalhadores, sendo sua abrangência e profundidade
dependentes das características dos riscos e das necessidades de controle.
9.1.2.1. Quando não forem identificados riscos ambientais nas fases de
antecipação ou reconhecimento, descritas nos itens 9.3.2 e 9.3.3, o PPRA poderá
resumir-se às etapas previstas nas alíneas "a" e "f" do subitem 9.3.1.
9.1.3. O PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas da
empresa no campo da preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores,
devendo estar articulado com o disposto nas demais NR, em especial com o
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO previsto na NR 7.
9.1.4. Esta NR estabelece os parâmetros mínimos e diretrizes gerais a serem
observados na execução do PPRA, podendo os mesmos ser ampliados mediante
negociação coletiva de trabalho.
9.1.5. Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambientais os agentes sicos,
químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua
natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de
causar danos à saúde do trabalhador.
9.1.5.1. Consideram-se agentessicos as diversas formas de energia a que
possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões
anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações ionizantes, bem
como o infra -som e o ultra-som.
9.1.5.2. Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos
que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras,
fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de
exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou
por ingestão.
132
ANEXO 01
NR 9
9.1.5.3. Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas,
protozoários, vírus, entre outros.
9.2. Da estrutura do PPRA.
9.2.1. O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá conter, no nimo,
a seguinte estrutura:
a) planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma;
b) estratégia e metodologia de ação;
c) forma do registro, manutenção e divulgação dos dados;
d) periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA.
a) 9.2.1.1. Deverá ser efetuada, sempre que necessário e pelo menos uma vez ao
ano, uma análise global do PPRA para avaliação do seu desenvolvimento e
realização dos ajustes necessários e estabelecimento de novas metas e
prioridades. 9.2.2. O PPRA deverá estar descrito num documento-base contendo
todos os aspectos estruturais constantes do item 9.2.1.
9.2.2.1. O documento-base e suas alterações e complementações deverão ser
apresentados e discutidos na CIPA, quando existente na empresa, de acordo com
a NR 5, sendo sua cópia anexada ao livro de atas desta Comissão.
9.2.2.2. O documento-base e suas alterações deverão estar disponíveis de modo a
proporcionar o imediato acesso às autoridades competentes.
9.2.3. O cronograma previsto no item 9.2.1 deverá indicar claramente os prazos
para o desenvolvimento das etapas e cumprimento das metas do PPRA.
9.3. Do desenvolvimento do PPRA.
9.3.1. O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá incluir as seguintes
etapas:
a) antecipação e reconhecimento dos riscos;
b) estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;
c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;
d) implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;
e) monitoramento da exposição aos riscos;
f) registro e divulgação dos dados.
9.3.1.1. A elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação do PPRA
poderão ser feitas pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho - SESMT ou por pessoa ou equipe de pessoas que, a critério
do empregador, sejam capazes de desenvolver o disposto nesta NR.
9.3.2. A antecipação deverá envolver a análise de projetos de novas instalações,
métodos ou processos de trabalho, ou de modificação dos já existentes, visando a
identificar os riscos potenciais e introduzir medidas de proteção para sua redução
ou eliminação.
133
ANEXO 01
NR 9
9.3.3. O reconhecimento dos riscos ambientais deverá conter os seguintes itens,
quando aplicáveis:
a) a sua identificação;
b) a determinação e localização das possíveis fontes geradoras;
c) a identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos agentes
no ambiente de trabalho;
d) a identificação das funções e determinação do número de trabalhadores
expostos;
e) a caracterização das atividades e do tipo da exposição;
f) a obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível
comprometimento da saúde decorrente do trabalho;
g) os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identificados, disponíveis na
literatura técnica;
h) a descrição das medidas de controle já existentes.
9.3.4. A avaliação quantitativa deverá ser realizada sempre que necessária para:
a) comprovar o controle da exposição ou a inexistência riscos identificados na
etapa de reconhecimento;
b) dimensionar a exposição dos trabalhadores;
c) subsidiar o equacionamento das medidas de controle.
9.3.5. Das medidas de controle.
9.3.5.1. Deverão ser adotadas as medidas necessárias suficientes para a
eliminação, a minimização ou o controle dos riscos ambientais sempre que forem
verificadas uma ou mais das seguintes situações:
a) identificação, na fase de antecipação, de risco potencial à saúde;
b) constatação, na fase de reconhecimento de risco evidente à saúde;
c) quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos
trabalhadores excederem os valores dos limites previstos na NR 15 ou, na
ausência destes os valores limites de exposição ocupacional adotados pela
American Conference of Governmental Industrial Higyenists-ACGIH, ou aqueles
que venham a ser estabelecidos em negociação coletiva de trabalho, desde que
mais rigorosos do que os critérios técnico-legais estabelecidos;
d) quando, através do controle médico da saúde, ficar caracterizado o nexo causal
entre danos observados na saúde os trabalhadores e a situação de trabalho a que
eles ficam expostos.
9.3.5.2. O estudo desenvolvimento e implantação de medidas de proteção coletiva
deverão obedecer à seguinte hierarquia:
a) medidas que eliminam ou reduzam a utilização ou a formação de agentes
prejudiciais à saúde;
134
ANEXO 01
NR 9
b) medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no
ambiente de trabalho;
a) medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no ambiente
de trabalho.
9.3.5.3. A implantação de medidas de caráter coletivo deverá ser acompanhada de
treinamento dos trabalhadores quanto os procedimentos que assegurem a sua
eficiência e de informação sobre as eventuais limitações de proteção que
ofereçam; 9.3.5.4. Quando comprovado pelo empregador ou instituição, a
inviabilidade técnica da adoção de medidas de proteção coletiva ou quando estas
não forem suficientes ou encontrarem-se em fase de estudo, planejamento ou
implantação ou
ainda em caráter complementar ou emergencial, deverão ser adotadas outras
medidas obedecendo-se à seguinte hierarquia:
a) medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;
b) utilização de Equipamento de Proteção Individual - EPI.
9.3.5.5. A utilização de EPI no âmbito do programa deverá considerar as Normas
Legais e Administrativas em vigor e envolver no mínimo:
a) seleção do EPI adequado tecnicamente ao risco a que o trabalhador está
exposto e à atividade exercida, considerando-se a eficiência necessária para o
controle da exposição ao risco e o conforto oferecido segundo avaliação do
trabalhador usuário;
b) programa de treinamento dos trabalhadores quanto à sua correta utilização e
orientação sobre as limitações de proteção que o EPI oferece;
c) estabelecimento de normas ou procedimento para promover o fornecimento, o
uso, a guarda, a higienização, a conservação, a manutenção e a reposição do EPI,
visando a garantir a condições de proteção originalmente estabelecidas;
d) caracterização das funções ou atividades dos trabalhadores, com a respectiva
identificação dos EPI utilizado para os riscos ambientais.
9.3.5.6. O PPRA deve estabelecer critérios e mecanismos de avaliação da eficácia
das medidas de proteção implantadas considerando os dados obtidos nas
avaliações realizadas e no controle médico da saúde previsto na NR 7.
9.3.6. Do nível de ação.
9.3.6.1. Para os fins desta NR, considera-se nível de ação o valor acima do qual
devem ser iniciadas ações preventivas de forma a minimizar a probabilidade de
que as exposições a agentes ambientais ultrapassem os limites de exposição. As
ações devem incluir o monitoramento periódico da exposição, a informação aos
trabalhadores e o controle médico.
135
ANEXO 01
NR 9
9.3.6.2. Deverão ser objeto de controle sistemático as situações que apresentem
exposição ocupacional acima dos veis de ação, conforme indicado nas alíneas
que seguem:
a) para agentes químicos, a metade dos limites de exposição ocupacional
considerados de acordo com a alínea "c" do subitem 9.3.5.1;
b) para o ruído, a dose de 0,5 (dose superior a 50%), conforme critério
estabelecido na NR 15, Anexo I, item 6.
9.3.7. Do monitoramento.
9.3.7.1. Para o monitoramento da exposição dos trabalhadores e das medidas de
controle deve ser realizada uma avaliação sistemática e repetitiva da exposição a
um dado risco, visando à introdução ou modificação das medidas de controle,
sempre que necessário.
9.3.8. Do registro de dados.
9.3.8.1. Deverá ser mantido pelo empregador ou instituição um registro de dados,
estruturado de forma a constituir um histórico técnico e administrativo do
desenvolvimento do PPRA.
9.3.8.2. Os dados deverão ser mantidos por um período mínimo de 20 (vinte)
anos.
9.3.8.3. O registro de dados deverá estar sempre disponível aos trabalhadores
interessados ou seus representantes e para as autoridades competentes.
9.4. Das responsabilidades.
9.4.1. Do empregador:
I. estabelecer, implementar e assegurar o cumprimento do PPRA como atividade
permanente da empresa ou instituição.
9.4.2. Dos trabalhadores:
I. colaborar e participar na implantação e execução do PPRA;
II. seguir as orientações recebidas nos treinamentos oferecidos dentro do PPRA;
III. informar ao seu superior hierárquico direto ocorrências que, a seu julgamento,
possam implicar risco à saúde dos trabalhadores.
9.5. Da informação.
9.5.1. Os trabalhadores interessados terão o direito de apresentar propostas e
receber informações e orientações a fim de assegurar a proteção aos riscos
ambientais identificados na execução do PPRA.
9.5.2. Os empregadores deverão informar os trabalhadores de maneira apropriada
e suficiente sobre os riscos ambientais que possam originar-se nos locais de
trabalho e sobre os meios disponíveis para prevenir ou limitar tais riscos e para
proteger-se dos mesmos.
9.6. Das disposições finais.
136
ANEXO 01
NR 9
9.6.1. Sempre que vários empregadores realizem, simultaneamente, atividades no
mesmo local de trabalho terão o dever de executar ações integradas para aplicar
as medidas previstas no PPRA visando à proteção de todos os trabalhadores
expostos aos riscos ambientais gerados.
9.6.2. O conhecimento e a percepção que os trabalhadores têm do processo de
trabalho e dos riscos ambientais presentes, incluindo os dados consignados no
Mapa de Riscos, previsto na NR 5, deverão ser considerados para fins de
planejamento e execução do PPRA em todas as suas fases.
9.6.3. O empregador deverá garantir que, na ocorrência de riscos ambientais nos
locais de trabalho que coloquem em situação de grave e iminente risco um ou
mais trabalhadores, os mesmos possam interromper de imediato as suas
atividades, comunicando o fato ao superior hierárquico direto para as devidas
providências.
137
ANEXO 02
NR 17
NR 17 - Ergonomia
17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam a
adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente.
17.1.1. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao
levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos
equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho, e à própria
organização do trabalho.
17.1.2. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador
realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no
mínimo, as condições de trabalho, conforme estabelecido nesta Norma
Regulamentadora.
17.2. Levantamento, transporte e descarga individual de materiais.
17.2.1. Para efeito desta Norma Regulamentadora:
17.2.1.1. Transporte manual de cargas designa todo transporte no
qual o peso da carga é suportado inteiramente por um
trabalhador, compreendendo o levantamento e a deposição da
carga.
17.2.1.2. Transporte manual regular de cargas designa toda
atividade realizada de maneira contínua ou que inclua, mesmo de
forma descontínua, o transporte manual de cargas.
17.2.1.3. Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade
inferior a 18 (dezoito) anos e maior de 14 (quatorze) anos.
17.2.2. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de
cargas, por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua
saúde ou sua segurança.
17.2.3. Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de
cargas, que não as leves, deve receber treinamento ou instruções
satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverá utilizar, com
vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes.
17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas,
deverão ser usados meios técnicos apropriados.
17.2.5. Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o
transporte manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser
138
ANEXO 02
NR 17
nitidamente inferior àquele admitido para os homens, para não
comprometer a sua saúde ou a sua segurança.
17.2.6. O transporte e a descarga de materiais feitos por impulsão ou
tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou qualquer outro
aparelho mecânico deverão ser executados de forma que o esforço sico
realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e
não comprometa a sua saúde ou a sua segurança.
17.2.7. O trabalho de levantamento de material feito com equipamento
mecânico de ação manual deverá ser executado de forma que o esforço
físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de
força e não comprometa a sua saúde ou a sua segurança.
17.3. Mobiliário dos postos de trabalho.
17.3.1. Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o
posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição.
17.3.2. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as
bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao
trabalhador condições de boa postura, visualização e operação e devem
atender aos seguintes requisitos mínimos:
a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis
com o tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao
campo de trabalho e com a altura do assento;
b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo
trabalhador;
c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e
movimentação adequados dos segmentos corporais.
17.3.2.1. Para trabalho que necessite também da utilização dos pés,
além dos requisitos estabelecidos no subitem 17.3.2, os pedais e
demais comandos para acionamento pelos pés devem ter
posicionamento e dimensões que possibilitem fácil alcance, bem
como ângulos adequados entre as diversas partes do corpo do
trabalhador, em função das características e peculiaridades do
trabalho a ser executado.
17.3.3. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos
seguintes requisitos mínimos de conforto:
a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função
exercida;
b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do
assento;
139
ANEXO 02
NR 17
c) borda frontal arredondada;
d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção
da região lombar.
17.3.4. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados
sentados, a partir da análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido
suporte para os pés, que se adapte ao comprimento da perna do
trabalhador.
17.3.5. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé,
devem ser colocados assentos para descanso em locais em que possam ser
utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas.
17.4. Equipamentos dos postos de trabalho.
17.4.1. Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem
estar adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à
natureza do trabalho a ser executado.
17.4.2. Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação,
datilografia ou mecanografia deve:
a) ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser
ajustado proporcionando boa postura, visualização e operação,
evitando movimentação freqüente do pescoço e fadiga visual;
b) ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível,
sendo vedada a utilização do papel brilhante, ou de qualquer outro
tipo que provoque ofuscamento.
17.4.3. Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados
com terminais de vídeo devem observar o seguinte:
a) condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela
do equipamento à iluminação do ambiente, protegendo-a contra
reflexos, e proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao
trabalhador;
b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao
trabalhador ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas;
c) a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser
colocados de maneira que as distâncias olho-tela, olho-teclado e
olho-documento sejam aproximadamente iguais;
d) serem posicionados em superfícies de trabalho com altura
ajustável.
17.4.3.1. Quando os equipamentos de processamento eletrônico de
dados com terminais de vídeo forem utilizados eventualmente
poderão ser dispensadas as exigências previstas no subitem 17.4.3,
140
ANEXO 02
NR 17
observada a natureza das tarefas executadas e levando-se em conta
a análise ergonômica do trabalho.
17.5. Condições ambientais de trabalho.
17.5.1. As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às
características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho
a ser executado.
17.5.2. Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam
solicitação intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle,
laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos,
dentre outros, são recomendadas as seguintes condições de conforto:
a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152,
norma brasileira registrada no INMETRO;
b) índice de temperatura efetiva entre 20oC (vinte) e 23oC (vinte e
três graus centígrados);
c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s;
d) umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento.
17.5.2.1. Para as atividades que possuam as características
definidas no subitem 17.5.2, mas o apresentam equivalência ou
correlação com aquelas relacionadas na NBR 10152, o nível de ruído
aceitável para efeito de conforto será de até 65 dB (A) e a curva de
avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 dB.
17.5.2.2. Os parâmetros previstos no subitem 17.5.2 devem ser
medidos nos postos de trabalho, sendo os veis de ruído
determinados próximos à zona auditiva e as demais variáveis na
altura do tórax do trabalhador.
17.5.3. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada,
natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da
atividade.
17.5.3.1. A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e
difusa.
17.5.3.2. A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e
instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos,
sombras e contrastes excessivos.
17.5.3.3. Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados
nos locais de trabalho são os valores de iluminâncias estabelecidos
na NBR 5413, norma brasileira registrada no INMETRO.
17.5.3.4. A medição dos níveis de iluminamento previstos no
subitem 17.5.3.3 deve ser feita no campo de trabalho onde se
141
ANEXO 02
NR 17
realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxímetro com fotocélula
corrigida para a sensibilidade do olho humano e em função do
ângulo de incidência. 17.5.3.5. Quando o puder ser definido o
campo de trabalho previsto no subitem 17.5.3.4, este será um plano
horizontal a 0,75m (setenta e cinco centímetros) do piso.
17.6. Organização do trabalho.
17.6.1. A organização do trabalho deve ser adequada às características
psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser
executado.
17.6.2. A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em
consideração, no mínimo:
a) as normas de produção;
b) o modo operatório;
c) a exigência de tempo;
d) a determinação do conteúdo de tempo;
e) o ritmo de trabalho;
f) o conteúdo das tarefas.
17.6.3. Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou
dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a
partir da análise ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte:
a) para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie
deve levar em consideração as repercussões sobre a saúde dos
trabalhadores;
b) devem ser incluídas pausas para descanso;
c) quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de
afastamento igual ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de
produção deverá permitir um retorno gradativo aos níveis de
produção vigentes na época anterior ao afastamento.
17.6.4. Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se,
salvo o disposto em convenções e acordos coletivos de trabalho, observar o
seguinte:
a) o empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação
dos trabalhadores envolvidos nas atividades de digitação, baseado
no número individual de toques sobre o teclado, inclusive o
automatizado, para efeito de remuneração e vantagens de qualquer
espécie;
b) o número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não
deve ser superior a 8 (oito) mil por hora trabalhada, sendo
142
ANEXO 02
NR 17
considerado toque real, para efeito desta NR, cada movimento de
pressão sobre o teclado;
c) o tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve
exceder o limite máximo de 5 (cinco) horas, sendo que, no período
de tempo restante da jornada, o trabalhador poderá exercer outras
atividades, observado o disposto no art. 468 da Consolidação das
Leis do Trabalho, desde que não exijam movimentos repetitivos,
nem esforço visual;
d) nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma
pausa de 10 (dez) minutos para cada 50 (cinqüenta) minutos
trabalhados, não deduzidos da jornada normal de trabalho;
e) quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de
afastamento igual ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de
produção em relação ao número de toques deverá ser iniciado em
níveis inferiores do máximo estabelecido na alínea "b" e ser
ampliada progressivamente.
143
ANEXO 03
Metodologia
EWA
144
ANEXO 03
Metodologia
EWA
145
ANEXO 03
Metodologia
EWA
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ANEXO 03
Metodologia
EWA
147
ANEXO 03
Metodologia
EWA
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ANEXO 03
Metodologia
EWA
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ANEXO 03
Metodologia
EWA
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ANEXO 03
Metodologia
EWA
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ANEXO 03
Metodologia
EWA
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ANEXO 03
Metodologia
EWA
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ANEXO 03
Metodologia
EWA
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ANEXO 03
Metodologia
EWA
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ANEXO 03
Metodologia
EWA
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ANEXO 03
Metodologia
EWA
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ANEXO 03
Metodologia
EWA
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ANEXO 03
Metodologia
EWA
159
ANEXO 03
Metodologia
EWA
160
ANEXO 03
Metodologia
EWA
161
ANEXO 04
Termo de
consentimento
162
ANEXO 05
Protocolo
EWA
163
ANEXO 05
Protocolo
EWA
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