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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS
PROGRAMA DE PÓS
-
GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS
ANÁLISE CLIMÁTICA DA BASE DE EXPLORAÇÃO GEÓLOGO
PEDRO DE MOURA
URUCU (COARI
-
AM) E HIDRELÉTRICA
DE BALBINA (PRESIDENTE FIGUEIREDO
-
AM)
MARCELA VIE
IRA PEREIRA
MANAUS
-
2006
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2
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS
PROGRAMA DE PÓS
-
GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS
MARCELA VIEIRA PEREIRA
ANÁLISE CLIMÁTICA DA BASE DE EXPLORAÇÃO GEÓLOGO
PEDRO DE MOURA
URUCU (COARI-AM) E HID
RELÉTRICA
DE BALBINA (PRESIDENTE FIGUEIREDO
-
AM)
Dissertação apresentada ao Programa de Pós
-
Graduação
em Geociências do Instituto de Ciências Exatas da
Universidade Federal do Amazonas, como parte dos
requisitos para obtenção do grau de Mestre em
Geociênc
ias, área de concentração Geologia Ambiental.
Orientador: Prof.º Dr. José Duarte Alecrim
MANAUS
2006
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3
MARCELA VIEIRA PEREIRA
ANÁLISE CLIMÁTICA DA BASE DE EXPLORAÇÃO GEÓLOGO PEDRO DE MOURA
URUCU (COARI) E HIDRELÉTRICA DE BALBINA (PRESIDENTE FIGUEIREDO)
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Geociências do Instituto de
Ciências Exatas da Universidade Federal do
Amazonas, como parte dos requisitos para
obtenção do grau de Mestre em Geociências, área
de concentração
Geologia Ambiental.
Aprovado em 02 de outubro de 2006.
Banca Examinadora:
Dr. José Duarte Alecrim
Orientador
Dept. Geologia da UFAM
Dr. Francisco Evandro Oliveira Aguiar
Examinador
-
Dept. de Geografia da UFAM
Dra. Jaci Maria Bilhalva Saraiva
Examinadora Dept. de Geografia da FURGS
Chefe do Setor de Meteorologia do SIPAM
4
Ficha catalográfica
P436a
Pereira, Marcela Vieira
Análise climática da base de exploração geólogo
Pedro de Moura
Urucu (Coari-AM) e Hidrelétrica de
Balbina (Presidente Figueiredo-
AM)
/ Marcela Vieira
Pereira.
-
Manaus: UFAM, 2006.
34
7 f.; il. color.
Dissertação (Mestrado em Geociências)
Universidade Federal do Amazonas, 2006.
Orientador: Dr. José Duarte Alecrim
1. Clima
Análise 2. Hidrelétrica de Balbina 3.Província
petrolíf
era do Rio Urucu I.Título
CDU 551.588(811.3)(043.3)
5
6
AGRADECIMENTOS
A DEUS, ser supremo, criador de
todas as coisas, que rege nossas vidas e nos ampara
nos momentos de dificuldade, que é meu refúgio e minha fortaleza.
Aos meus pais pelo amor e apoio incondicional em todos os momentos de minha vida.
A minhas irmãs: Roberta, Fabiana e Rosalina pelo incentivo e a todos os demais
familiares.
Ao Profº Dr. José Duarte Alecrim pela orientação e auxilio dado durante a elaboração
dessa pesquisa.
Ao Profº. Dr. Francisco Evandro Oliveira Aguiar pela sua orientação desde os trabalhos
de Iniciação Cientifica, pelo seu apoio, dedicação e estímulo em todas as fases dessa
pesquisa, externo a minha gratidão.
Aos colegas do Mestrado em Geociências Mirtes Cortinhas, Aroldo Aragão, Sanclever
Peixoto, Marcelo Motta e Mireide Queiroz pelo auxilio e incentivo.
A Manaus Energia representada pelo Eng. Msc. José Raimundo Pereira e o Sr.
Idelfonso Ferreira Canto que possibilitaram o acesso aos dados climatológicos da Usina
Hidrelétrica de Balbina e pela forma atenciosa que sempre me receberam.
Aos professores do Departamento de Geografia da UFAM pela maneira atenciosa que
sempre dedicaram a mim e pelo incentivo no decorrer da elaboração dessa dissertação,
em especial, a Mírcia Fortes e José Alberto Lima de Carvalho.
Ao estatístico Francisco Alves dos Santos por sua primordial ajuda na análise
estatística.
À Helena Mourão pela digitação, de parte, dos dados climatológicos da Hidrelétrica de
Balbina e a Evandro Rodrigues por ceder seu acervo sobre Balbina.
A Universidade Federal do Amazonas, pública e de qualidade, por manter este
Programa de Pós Graduação em Geociências.
E por último, e não menos importante, ao meu marido, Jander, pelo companheirismo,
amor, cumplicidade, amizade e incentivo, externo o meu amor e minha gratidão.
7
PEGADAS NA AREIA
Um dia, eu tive um
sonho, sonhei que estava andando na praia com o Senhor,
e no céu passavam cenas de minha vida
Para cada cena que passavam, percebi que eram deixadas dois pares de pegadas na areia:
um era meu e outro do Senhor.
Quando a última cena da minha vida passou
diante de nós, olhei para trás,
para as pegadas na areia, e notei que muitas vezes, no caminho da minha vida,
havia apenas um par de pegadas na areia.
Notei, também, que isso aconteceu nos momentos mais difíceis e
mais angustiantes da minha vida.
Is
so me aborreceu, deverás então perguntei ao Senhor:
-
Senhor, tu não me dissestes, que tendo eu resolvido te seguir,
tu andarias sempre comigo, em todo caminho?
Contudo, notei que durante as maiores atribulações do meu viver,
havia apenas um par de peg
adas na areia.
Não compreendo porque nas horas que eu mais precisei de ti,
tu me deixastes sozinho.
O Senhor respondeu:
-
Meu querido filho jamais eu te deixaria sozinho
nas horas de prova e de sofrimento.
Quando viste, na areia, apenas um par de peg
adas, eram as minhas.
Foi exatamente aí que te carreguei nos braços.
8
RESUMO
Na Amazônia, a descoberta de fontes naturais de energia, provenientes do petróleo e da
hidroeletricidade, favoreceram o desenvolvimento econômico da região, no entanto, geraram
impactos, por mais que tenham sido realizadas medidas mitigadoras. A área de estudo
corresponde a Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura localizada na Província Petrolífera
do Rio Urucu no município de Coari e a Hidrelétrica de Balbina no município de Presidente
Figueiredo, ambas no estado do Amazonas. O objetivo desse estudo foi realizar uma análise
climática com o intuito de avaliar os possíveis efeitos sobre o clima em conseqüência desses
processos de intervenção antrópica comparando os dados anuais dos parâmetros climáticos:
temperatura, precipitação, umidade e pressão atmosférica. Para isso foram utilizadas uma
estação climatológica automática e uma estação convencional padrão. Os dados utilizados
correspondem ao período de 1997 a 2004 por possuírem séries homogêneas. Para o
tratamento estatístico, foi utilizado a Análise de Variância e o Teste de Tukey com nível de
significância de 5%, essa análise foi realizada através do software Minitab, pelo fato dos
cálculos exigidos pela análise de variância serem complexos. Os dois pontos de estudo, Urucu
e Balbina, apresentam altos índices pluviométricos, no entanto, a Base de Exploração Geólogo
Pedro de Moura (Urucu), mostra uma maior regularidade das chuvas quando comparada a
Hidrelétrica de Ba
lbina.
A umidade média é de 93% para os dois pontos estudados. De acordo
com o observado no teste estatístico, os valores registrados dos elementos climáticos,
temperatura e umidade indicaram uma variabilidade bem expressiva, os maiores desvios
positivos ou negativos, estão relacionados com a circulação em mesoescala, principalmente o
El Niño. Apesar das alterações ambientais significativas tanto em Urucu como em Balbina, as
variações encontradas, não oferecem, aparentemente, riscos ambientais. E isso se deve ao
ecossistema amazônico, que devido a sua homogeneidade e auto-regulação é capaz de resistir
dentro de certos limites, as modificações do meio.
Palavras chave:
Clima, Hidrelétrica de Balbina, Província Petrolífera do Rio Urucu
9
ABST
RACT
Discovering natural power sources from petroleum and hydro-electricity in the Amazon has
favoured the region s economical development, nevertheless, it generated impacts, no matter
what mitigating measures had been taken. The study area correspon
ds to the Geólogo Pedro de
Moura Prospecting Base located on the Urucu River Oil Prospecting Territory in Coari County,
and the Balbina Hydroelectric Power-Plant in Presidente Figueiredo County, both in the State of
Amazonas. The purpose of the present study is to carry out a climatic analysis aimed to assess
the possible effects on the local climate, brought about through those anthropic intervention
processes, by comparing the annual data of climatic parameters, such as: temperature, rainfall,
humidity and atmospheric pressure. An automated climatic and a standard conventional station
were used for undertaking this assay. The utilised data correspond to the period from 1997 to
2004 on account of the homogeneous series they presented. Variance Analysis and
Turkey Test
with a 5% significance level were used for the statistical treatment, which was performed through
the Minitab software, due to former one requiring rather complex calculation. The two study
sites, Urucu and Balbina, presented high rainfall indices, however, Geólogo Pedro de Moura
Prospecting Base (Urucu), showed a greater rainfall regularity when compared to that at Balbina
hydroelectric power
-
plant. The average humidity was 93% for the two studied sites. According to
the statistical test findings, the recorded climatic element values, temperature and humidity,
indicate rather expressive variability, higher positive or negative deviations, being related to
circulation in mesoscale, mainly El Niño. Despite significant environmental alterations, both in
Urucu and Balbina, these variations apparently offer no environmental risks. This being due to
the high Amazonian ecosystem s resilience, on account of its homogeneity and self-
regulation
being able to withstand landscape modifications, up to a
certain extent.
Keys
-
words: Climate,
Balbina Hydroelectric, Urucu River Oil Prospecting Territory
10
LISTA DE FIGURAS
Fig. 01
Localização da Vila de Balbina e da Província petrolífera do Rio Urucu, onde está a
Base de Exploração Geólog
o Pedro de Moura...............................................................
22
Fig. 02
Componentes do Balanço de Radiação da superfície terrestre.......................................
33
Fig. 03
Gradiente de Pressão, isóbaras e deslocamento dos
ventos..........................................
42
Fig. 04
Zonas Climáticas..............................................................................................................
44
Fig. 05
Brisas Fluviais.....................................
..............................................................................
46
Fig. 06
Linhas de função de corrente representando o escoamento troposférico médio 850mb
nos meses respectivos de janeiro (verão) e julho ( inverno) .....................
.....................
49
Fig .07
Célula de Hadley..............................................................................................................
50
Fig. 08
Ventos no globo terrestre......................................................
...........................................
51
Fig. 09
Evolução da anomalia da Temperatura da Superfície do Mar em anos de El Niño.........
56
Fig. 10
Padrão de circulação observada em anos normais e anos de El Niño............................
56
Fi
g. 11
-
Influências do El Niño na América do Sul........................................................................
57
Fig. 12
Diagrama da célula de circulação direta resultante do aquecimento diferencial entre o
continente e o oceano.............
........................................................................................
59
Fig. 13
-
Representação esquemática da circulação do ar no Hemisfério Sul. A ascensão das
massas de ar ocorre nas regiões próximas do Equador......................
...........................
60
Fig. 14
-
Anomalias da circulação troposférica relacionada à célula de Hadley observada em
Agosto/2005....................................................................................................................
63
F
ig. 15
-
Série Temporal do nível do Rio Negro..............................................................................
64
Fig. 16
-
Anomalias na temperatura da superfície do mar, observadas de janeiro a dezembro de 2005.......
65
Fig. 17
-
Base de Ex
ploração Geólogo Pedro de Moura
Planta Industrial da Província
Petrolífera do Rio Urucu..................................................................................................
73
Fig. 18
Vista Aérea da Usina Hidrelétrica de Balbina..........
.........................................................
80
Fig. 19
Carta Estratigráfica da Bacia do Solimões.......................................................................
84
Fig. 20
Carta Estratigráfica da Bacia do Amazonas................
.....................................................
85
Fig. 21
Estação Climatológica automática na Base e Exploração Geólogo Pedro de Moura......
91
Fig. 22
Esquema da Estação Automática..............................................................
.......................
91
Fig. 23
Caixa Ambientalmente selada..........................................................................................
92
Fig. 24
Equipamentos da Estação Convencional de Balbina.......................................
...............
93
Fig. 25
Média Móvel das Precipitações em Urucu.......................................................................
96
Fig. 26
Março mês representativo do período chuvoso...........................................................
.....
97
Fig. 27
Agosto mês representativo do período de estiagem........................................................
98
Fig. 28
Total acumulado de chuva por mês no período de 1997 a 2004.....................................
98
Fig. 29
Tempera
tura Média Anual do período de 1997
-
2004.......................................................
100
Fig. 30
Variabilidade das temperaturas médias mensais do período de 1997
-
2000 e 2001
-
2004................................................................
.................................................................
100
Fig. 31 Variação das temperaturas médias, médias das máximas e média das mínimas
registradas na Base Petrolífera de Urucu..............................................................
.........
101
Fig. 32
Umidade Média e Umidade Média das Mínimas em Urucu.............................................
104
Fig. 33
Correlação da Umidade Média com a temperatura e precipitação em Urucu.................
104
Fig. 34
Umidade média de
Urucu do Período de 1997
-
2000 e 2001
-
2004..................................
105
Fig. 35
Umidade Média das Mínimas na Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura............
105
Fig. 36
Quantidade de dias com chuva em maio e abril.......................
........................................
107
Fig. 37
Chuva acumulada durante o período de 1997
-
2004 nos 12 meses do ano.....................
108
Fig. 38
Médias Móvel das Precipitações em Balbina........................................................
...........
109
Fig; 39
Variabilidade da Precipitação em abril na estação da hidrelétrica de Balbina.................
110
Fig. 40
Variabilidade da precipitação em agosto na estação da hidrelétrica de Balbina..............
110
Fig. 41
Totais precip
itados anuais do período de 1980 a 2004....................................................
111
Fig. 42
Média dos totais precipitados no período de 1989
-
2004..................................................
112
Fig. 43
Temperatura Máxima, Média e Mí
nima em balbina.........................................................
113
Fig. 44
Correlação entre a umidade, temperatura e precipitação em Balbina.............................
114
11
LISTA DE TABELAS
Tab. 01
Composição Média da Atmosfera Seca ab
aixo de 25 quilômetros...........................
31
Tab. 02
-
Média das Variáveis Meteorológicas para dias de Friagem e Normais.....................
54
Tab. 03
Área alagada e produção de energia nas hidrelétricas......................................
......
78
Tab. 04
Quantidade Mensais e anuais de precipitação em milímetros.................................
96
Tab. 05
Temperaturas Médias Mensais.................................................................................
99
Tab. 06
Quanti
dade Mensal e anual de precipitação em milímetros em BALBINA...............
108
Tab. 07
Temperatura Média do Ar na Hidrelétrica de Balbina
113
Tab. 08
Análise de Variância para a temperatura de janeiro usando a soma de quadrados
ajustados para teste.
................................................................................................
115
Tab. 09 - Análise de Variância para a temperatura de fevereiro usando a soma de
quadrados ajustados para teste............................................
....................................
117
Tab. 10 - Análise de Variância para a temperatura de março usando a soma de quadrados
ajustados para teste..................................................................................................
118
Tab.
11 - Análise de Variância para a temperatura de abril usando a soma de quadrados
ajustados para teste..................................................................................................
120
Tab. 12 - Análise de Variância para a temperatura de maio usando a soma de quadrados
ajustados para teste..................................................................................................
120
Tab. 13 - Análise de Variância para a temperatura de junho usando a soma de quadrados
ajustados p
ara teste..................................................................................................
121
Tab. 14 - Análise de Variância para a temperatura de julho usando a soma de quadrados
ajustados para teste.....................................
.............................................................
123
Tab. 15 - Análise de Variância para a temperatura de agosto usando a soma de quadrados
ajustados para teste..................................................................................
................
124
Tab. 16 - Análise de Variância para a temperatura de setembro usando a soma de
quadrados ajustados para teste................................................................................
125
Tab. 17
-
Análise de Variância para a t
emperatura de outubro usando a soma de quadrados
ajustados para teste..................................................................................................
126
Tab. 18 - Análise de Variância para a temperatura de novembro usando a soma de
quad
rados ajustados para teste................................................................................
126
Tab. 19 - Análise de Variância para a temperatura de dezembro usando a soma de
quadrados ajustados para teste...................................
.............................................
127
Tab. 20 - Análise de Variância para a umidade de janeiro usando a soma de quadrados
ajustados para teste..................................................................................................
12
8
Tab. 21 - Análise de Variância para a umidade de fevereiro usando a soma de quadrados
ajustados para teste..................................................................................................
128
Tab. 22 - Análise de Variância para a umidade de março usando a soma de quadrados
ajustados para teste..................................................................................................
129
Tab. 23 - Análise de Variância para a umidade de abril usando a soma de quadrados
ajustados p
ara teste..................................................................................................
130
Tab. 24 - Análise de Variância para a umidade de maio usando a soma de quadrados
ajustados para teste..........................................
........................................................
131
Tab. 25 - Análise de Variância para a umidade de junho usando a soma de quadrados
ajustados para teste............................................................................................
......
131
Tab. 26 - Análise de Variância para a umidade de julho usando a soma de quadrados
ajustados para teste..................................................................................................
132
Tab. 27 - Análise de Variância para a umidade de agosto usando a soma de quadrados
ajustados para teste..................................................................................................
133
Tab. 28 - Análise de Variância para a umidade de setembro usando a soma de quadrados
aj
ustados para teste.................................................................................................
134
Tab. 29 - Análise de Variância para a umidade de outubro usando a soma de quadrados
ajustados para teste...............................
...................................................................
135
Tab. 30 - Análise de Variância para a umidade de novembro usando a soma de quadrados
136
12
ajustados para teste.............................................................................
.....................
Tab. 31 - Análise de Variância para a umidade de dezembro usando a soma de quadrados
ajustados para teste..................................................................................................
137
Tab. 32 - Análise de Variância para a temperatura de janeiro usando a soma de quadrados
ajustados para teste..................................................................................................
138
Tab. 33 - Análise de Variância para a temperatura de fevereiro usando a soma de
quadrados ajustados para teste................................................................................
139
Tab. 34 - Análise de Variância para a temperatura de março usando a soma de quadrados
ajustados para teste..................
................................................................................
140
Tab. 35 - Análise de Variância para a temperatura de abril usando a soma de quadrados
ajustados para teste................................................................
..................................
141
Tab. 36 - Análise de Variância para a temperatura de maio usando a soma de quadrados
ajustados para teste.................................................................................................
142
Tab. 37 - Análise de Variância para a temperatura de junho usando a soma de quadrados
ajustados para teste..................................................................................................
143
Tab. 38 - Análise de Variância para a temperatura de julho usando a soma de quadrados
ajustados para teste..................................................................................................
143
Tab. 39 - Análise de Variância para a temperatura de agosto usando a soma de quadrados
ajustados par
a teste..................................................................................................
144
Tab. 40 - Análise de Variância para a temperatura de setembro usando a soma de
quadrados ajustados para teste....................................
............................................
145
Tab. 41
-
Análise de Variância para a temperatura de outubro usando a soma de quadrados
ajustados para teste..................................................................................................
146
Tab. 42 - Análise de Variância para a temperatura de novembro usando a soma de
quadrados ajustados para teste................................................................................
147
Tab. 43 - Análise de Variância para a temperatura de dezembro usando a soma de
quadrados ajustados para teste................................................................................
148
Tab. 44 - Análise de Variância para a umidade média de janeiro usando a soma de
quadrados ajustados para teste......
..........................................................................
149
Tab. 45 - Análise de Variância para a umidade média de fevereiro usando a soma de
quadrados ajustados para teste................................................................
................
150
Tab. 46 - Análise de Variância para a umidade média de março usando a soma de
quadrados ajustados para teste................................................................................
151
Tab. 47
-
Análise de Variância para a um
idade média de abril usando a soma de quadrados
ajustados para teste..................................................................................................
151
Tab. 48 - Análise de Variância para a umidade média de maio usando a soma de
quadrad
os ajustados para teste................................................................................
152
Tab. 49 - Análise de Variância para a umidade média de junho usando a soma de
quadrados ajustados para teste.......................................
.........................................
152
Tab. 50 - Análise de Variância para a umidade média de julho usando a soma de
quadrados ajustados para teste................................................................................
153
Tab. 51 - Análise de Variância para a umidade média de agosto usando a soma de
quadrados ajustados para teste................................................................................
154
Tab. 52 - Análise de Variância para a umidade média de setembro usando a soma de
quadrados ajustados para teste................................................................................
154
Tab. 53 - Análise de Variância para a umidade média de outubro usando a soma de
quadrados ajustados para teste.........................
.......................................................
155
Tab. 54 - Análise de Variância para a umidade média de novembro usando a soma de
quadrados ajustados para teste................................................................................
156
Tab. 55 - Análise de Variância para a umidade média de dezembro usando a soma de
quadrados ajustados para teste................................................................................
157
13
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
...............................
................................................................................
15
Problemática..................................................................................................................
16
Objetivos...............................
.........................................................................................
19
Área de Estudo..............................................................................................................
20
1. Clima: Elementos Constit
uintes e Fatores Influenciadores
1.1 Clima............................................................................................................
23
1.2 Atmosfera....................................................................................
.................
29
1.3 Fatores Controladores do Clima..................................................................
31
1.4 Elementos Climáticos...................................................................................
36
1.4.1 Tempera
tura..................................................................................
36
1.4.2 Umidade........................................................................................
39
1.4.3 Ventos...........................................
.................................................
40
1.4.4 Pressão Atmosférica......................................................................
41
1.4.5 Precipitação................................................................................
...
42
1.5 Fatores Influenciadores no Clima da Amazônia..........................................
43
1.5.1 Latitude..........................................................................................
43
1.5.2 Ecossistema Amazônico............
....................................................
44
1.5.4 Brisas Fluviais................................................................................
45
1.5.5 Anticiclones Subtropicais..........................................................
.....
46
1.5.6 Zona de Convergência Intertropical...............................................
47
1.5.7 Massas de Ar.................................................................................
50
1.5.8 Friagem...............................
...........................................................
53
1.5.9 El Niño...........................................................................................
54
1.6 Importância do Estudo Climatológico na Amazônia.............................
........
57
1.7 Clima de Balbina
-
Levantamento Histórico.................................................
60
1.8 Clima da Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura............................
61
1.9 A seca na Amazônia: episódio de 2005.............
.......................................
62
2. Área de estudo: Aspectos Geoecológicos e sócio
-
ambientais
2.1 Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura (Urucu) .........................................
66
2.1.1 Histórico da Ocupação.....................
.........................................................
66
2.1.2 Geomorfologia...........................................................................................
66
2.2.3 Geologia Local.........................................................
.................................
67
2.2.4 Hidrografia.................................................................................................
68
2.2.5 Solos......................................................................................
...................
69
2.2.6 Cobertura Vegetal.....................................................................................
70
2.2.7 Divisão da Província Petrolífera do Rio Urucu onde está localizada a
Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura..
.......................................
71
1.2.8 Base de Exploração geólogo Pedro de Moura
Pólo Arara....................
71
2.2 Usina Hidrelétrica de Balbina..................................................................................
74
2.2.1
Contexto Histórico da Implantação da Usina Hidrelétrica de Balbina.......
74
2.2.2 Localização e Acesso...............................................................................
80
2.2.3 Geomorfologia..............................................
.............................................
82
2.2.4 Hidrografia.................................................................................................
82
2.2.5 Solos..........................................................................
...............................
82
2.2.6 Cobertura Vegetal.....................................................................................
14
2.2.7 Geologia Local da Hidrelétrica de Balbina................................................
82
3. Materiais e Métodos
3.1 Levantamento Bibliográfico..........................................................................
86
3.2 Organização e coleta de dados climatológicos...........................................
86
3.2.1 Base de Exploraç
ão Geólogo Pedro de Moura.............................
3.2.2 Hidrelétrica de Balbina...................................................................
88
3.3 Análise Estatística........................................................................
................
88
3.4 Analise Descritiva.........................................................................................
89
3.5 Materiais Utilizados......................................................................................
90
3.
5.1 Equipamentos Climatológicos da Base de Exploração geólogo
Pedro de Moura
Urucu...............................................................
90
3.5.2 Equipamentos Climatológicos da Hidrelétrica de Balbina.............
93
4. Análise Descritiva
do Clima
4.1 Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura
Urucu..............................
94
4.1.1 Precipitação...................................................................................
94
4.1.2 Temperatura..................................................................................
99
4.1.3 Umidade .......................................................................................
103
4.2 Hidrelétrica de Balbina............................................................
.....................
106
4.2.1 Precipitação...................................................................................
106
4.2.2 Temperatura .................................................................................
112
4.2.3 Umid
ade Relativa do Ar.................................................................
114
5. Analise Estatística
5.1 Análise de Variância e Teste de Tukey para a TEMPERATURA MÉDIA
da Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura
Urucu...................
........................
115
5.2 Análise de Variância e Teste de Tukey para a UMIDADE MÉDIA da Base
de Exploração Geólogo Pedro de Moura
Urucu.........................................................
128
5.3 Análise de Variância e Teste de Tukey para
a TEMPERATURA MÉDIA
da Hidrelétrica de Balbina..............................................................................................
138
5.4 Análise de Variância e Teste de Tukey para a UMIDADE MÉDIA da Base
da Hidrelétrica de Balbina...........
..................................................................................
149
Considerações Finais
..................................................................................................
158
Referências Bibliográficas
.........
.................................................................................
163
15
INTRODUÇÃO
O homem, ao se apropriar da natureza e modificar o meio natural começou a construir o
seu espaço, mas, não tinha idéia do reflexo que suas ações trariam para a sociedade no
transcorrer de sua história. As preocupações com a problemática ambiental começam a emergir
de maneira expressiva na sociedade, por volta dos anos sessenta em decorrência da unicidade
da técnica e da informação que permitiram que os grandes desastres ambientais passassem a
ser observados em lugares longínquos de onde aconteceram e geraram aversão na sociedade.
Esse fato influenciou diretamente no estudo cientifico que passou a direcionar-se mais para a
problemática a
mbiental.
No quadro atual do desenvolvimento da sociedade, o estudo do tempo e do clima é
essencial como um parâmetro indicador das conseqüentes mudanças no meio ambiente
resultantes das ações humanas.
Na Amazônia, a descoberta de fontes naturais de energ
ia, provenientes do petróleo e da
hidroeletricidade, favoreceram o desenvolvimento econômico da região, no entanto, geraram
impactos, por mais que tenham sido realizadas medidas mitigadoras. Essas alterações no
ambiente natural, por meio do uso e ocupação do solo, para o aproveitamento energético da
região, refletem-se na atmosfera e podem ser identificadas, talvez, por meio das possíveis
mudanças no clima local.
Portanto, o objetivo desse estudo foi realizar uma análise climática com o intuito de
avaliar
os possíveis efeitos sobre o clima em conseqüência do processo de intervenção
antrópica comparando os dados anuais dos parâmetros climáticos: temperatura, precipitação,
umidade e pressão atmosférica.
16
PROBLEMÁTICA
A Amazônia é uma área
com
cerca de 7,5 m
ilhões de km², localizada na América do Sul,
cortada pelo Equador terrestre, coberta pela uma densa floresta tropical úmida que mantêm
com o clima uma relação de interdependência. Essa área é banhada por uma extensa bacia
hidrográfica que tem o Rio Amazonas como o eixo principal, abriga uma diversidade de
ecossistemas e inúmeras espécies exóticas faunísticas e florísticas, algumas endêmicas dessa
região.
No entanto, em relação à climatologia existe uma carência de dados dessa extensa
região, apesar de todos os esforços para suprir essa lacuna do conhecimento como os projetos
ABRACOS (Anglo Brazilian Amazônia Climate Observation Study), LBA (Experimento de
Grande escala da Biosfera
-
Atmosfera da Amazônia), e outras pesquisas independentes.
Mas, no quadro atual, do desenvolvimento acelerado que passa a sociedade, o estudo
do tempo e do clima es em evidência devido ao desequilíbrio climático de diferentes
grandezas que está assolando o mundo. E que repercute nas outras partes do ambiente e nas
diversas atividades desenvolvidas pelo homem, colocando em risco a própria sobrevivência
humana.
A instalação de complexos industriais no interior da Amazônia tendo como objetivo a
geração de energia, favorece o desenvolvimento econômico por meio do aproveitamento dos
r
ecursos naturais, mas ocasiona uma cadeia de impactos ambientais, principalmente em função
da relevância ambiental da área, não somente no aspecto ecológico mas também no aspecto
econômico e cultural.
Portanto, se faz necessário avaliar essas políticas de desenvolvimento para a Amazônia
e analisar as intervenções oriundas das atividades de geração de energia, no clima, tanto na
Vila de Balbina no município de Presidente Figueiredo como na Base de Exploração Geólogo
Pedro de Moura em Coari, ambos no estado do Amazonas. Com o intuito de comparar para
analisar essas possíveis alterações, visando compreender o sistema climático dessas áreas
17
projetadas de forma diferenciadas, expressando distintas necessidades da sociedade atual na
geração de energia.
Anterior à implantação da atividade industrial, as áreas pesquisadas eram desprovidas
de qualquer tipo de edificação, podendo-se afirmar que as alterações antrópicas na superfície
eram inexistentes e o lugar mostrava-se incólume nesses dois pontos. Com o estabelecim
ento
das atividades industriais, as áreas passaram por intenso processo de transformação em um
breve espaço de tempo e ao longo dos últimos anos apresentaram ampliação em termos de
estrutura física, com a construção de novas unidades visando dar suporte ao crescimento de
suas atividades.
Dessa forma, o propósito dessa pesquisa, é contribuir na compreensão da dinâmica
climatológica na Amazônia, analisando os tempos atmosféricos em duas áreas com uso da
terra distinto, no sentido de avaliar o papel das alterações significativas do ambiente natural na
atmosfera, o que altera o albedo da superfície, podendo gerar uma célula de circulação local e
fazer com que estas áreas constituam-se, talvez, ambientes climáticos diferentes dos
predominantes na área do entorno. Analisando a inter-relação existente entre as possíveis
alterações do clima e as transformações ocorridas na superfície no período de 1997 a 2004. A
escolha de tais anos está relacionada à indisponibilidade de dados em Urucu anteriores a série
citada.
Ne
sta pesquisa, concebe-se o clima numa visão dinâmica de acordo com o conceito
proposto por MAX SORRE in MONTEIRO (1972) que afirma: clima é a série de estados
atmosféricos numa sucessão habitual , isso mostra que no estudo do clima é imprescindível
levar
em consideração o ritmo dos tempos atmosféricos, que de acordo com MONTEIRO (1976)
refere
-se ao retorno regular dos mesmos estados atmosféricos. Não somente quantificando os
dados e identificando diferenças numéricas, mas, simultaneamente diagnosticando as ações
antrópica e naturais que estão contribuindo para essas alterações em escala local, avaliando os
efeitos que a nova estrutura operacional produz na atmosfera, considerando o fator tempo
18
(duração), variabilidades diárias, mensais e anuais. Dar-
se
ênfase no parâmetro precipitação,
por ele ser um elemento do clima extremamente relevante a ser analisado numa região tropical
como sustenta MOLION E DALLAROSA (1990:40). Pois, o aquecimento global, tem
como
conseqüências diretas à alteração na freqüência e distribuição das chuvas, aumentando as
ocorrências de secas e de cheias (KARL et al., 1996 in Á. J. BACK, 2001:725), principalmente,
na Amazônia, onde as chuvas são geradas em função direta da convecção de calor.
Conseqüentemente, a análise da pluviometria, como total acumulado anual, precipitação
máxima e mínima e distribuição temporal das chuvas, revelam informações importantes como
período de maior potencial erosivo da pluviosidade.
Portanto, traçar um diagnóstico sobre os impactos climáticos da região, é de
fundamental importância, pois o crescimento econômico e o desenvolvimento urbano e
industrial geram alterações no meio. Em razão disso, deve-se buscar o equilíbrio entre
progresso e responsabilidade ambiental, porque conservar a atmosfera não é incompatível com
o desenvolvimento contemporâneo, mas, esse deve ser realizado em bases ambientalmente
sustentáveis.
Este trabalho está estruturado da seguinte forma: no capitulo I - Clima Elementos
Constituintes e Fatores Influenciadores, trata-se de uma revisão conceitual abordando desde o
conceito do Clima e sua evolução, os fatores controladores do clima, astronômicos,
meteorológicos e geográficos e em específico os fatores que controlam o clima da região
Amazônica, área que concentra os lugares objeto de es
tudo dessa dissertação.
No capitulo II
se faz uma descrição das áreas de estudo, retratando seus aspectos
geográficos, ecológicos e sócio
-
econômicos.
No capitulo III
Materiais e Métodos
são retratados os procedimentos indispensáveis
para o desenvolvi
mento desta pesquisa e todos os materiais utilizados.
O capitulo IV
Análise Descritiva
é realizada uma comparação mês a mês de cada
elemento climático estudado, a distribuição das precipitações em termos quantitativos e
19
qualitativos e a variabilidade da temperatura e umidade do ar, procurando identificar diferenças
significativas de um ano para outro no período analisado.
No capitulo V
Análise estatística
foi realizado tratamento estatístico por meio da
análise de variância, comparando os valores diários dos elementos climáticos analisados, com
a finalidade de identificar se ocorreu diferença significativa entre os anos analisados. Em
seguida, foi realizado o Teste de Tukey que é a resposta à variação dos elementos climáticos
apontados pelo teste
de variância. Por meio do teste de Tukey, foi possível comparar os valores
de temperatura, umidade e precipitação entre os anos analisados dentro de cada mês, ou seja,
foi possível identificar onde ocorre a diferença.
Por último no capitulo VI
Resultados e Considerações Finais
foi realizado uma
síntese a respeito da variabilidade climática identificada na Base de Exploração Geólogo Pedro
de Moura e Hidrelétrica de Balbina
OBJETIVOS
Objetivo Geral
Avaliar as possíveis alterações do clima em função das atividades de geração de
energia na Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura
Urucu (Coari
-
AM) e Hidroelétrica de
Balbina (Presidente Figueiredo
-
AM).
Objetivos específicos.
- Analisar os dados da temperatura em cada estação climatológica, a fim de verificar se
variações significativas e identificar as possíveis tendências ao aumento ou diminuição da
temperatura em cada um dos ambientes estudados;
20
- Identificar diferenças nos valores pluviométricos acumulados durante o ano nas
estações climato
lógicas, analisando a freqüência das chuvas mensais e anuais, assim como, os
eventos extremos verificando tendências anuais da precipitação;
- Avaliar os valores de umidade relativa do ar e associá-los às especificidades de cada
local de estudo.
ÁREA DE
ESTUDO
A área de estudo compreende dois locais distintos: a Base de Exploração Geólogo
Pedro de Moura localizada no Município de Coari e a Vila de Balbina no Município de
Presidente Figueiredo, distantes um do outro cerca de 800km.
Base de Exploração G
eólogo Pedro de Moura (Urucu
-
Coari
-
AM)
A Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura ou Pólo Arara, como é conhecida pelos
funcionários da Petrobrás, é uma das clareiras da Província Petrolífera do Rio Urucu está
localizada no alto curso do rio Urucu, no interflúvio dos rios Tefé e Coari, na Bacia do Rio
Solimões, município de Coari (Amazonas), na meso região centro-amazonense, está situada
nas coordenadas 64º-66º W e 4º-6º S, a 600 km, em linha reta de Manaus, na margem direita
do rio Solimões, conforme mostra a figura 1. O acesso a região é possível por via aérea e
fluvial.
V
V
i
i
l
l
a
a
d
d
e
e
B
B
a
a
l
l
b
b
i
i
n
n
a
a
A Vila de Balbina, localizada no Estado do Amazonas, município de Presidente
Figueiredo entre as coordenas 01º55 S e 59º28 W, está aproximadamente a 186 quilômetros
ao
21
norte de Manaus, sua via de acesso é a BR-
174
(Manaus
-Boa Vista) e a AM-240 (Presidente
Figueiredo
-
Balbina).
A vila foi criada, para abrigar os operários em função da construção da hidrelétrica, com
o objetivo de oferecer infra-estrutura básica. A Usina Hidrelétrica de Balbina, construída no Rio
Uatumã, teve suas obras iniciadas na década de 70 entrando efetivamente em funcionamento
em 1989.
22
FIG. 01
Localização da Vila de Balbina e da Província Petrolífera do Rio Urucu, onde está a Base de exploração Geólogo Pedro de Moura.
Fonte: IBGE (2004)
23
1.CLIMA: ELEMENTOS CONSTITUINTES E FATORES INFLUENCIADORES
1.1 Clima
Tempo e Clima são termos usados no senso comum, freqüentemente, como sinônimos,
no entanto, no campo da meteorologia e climatologia, possuem sentidos distintos, apesar disso
interdependentes.
Na definição climatológica, tempo está relacionado às características momentâneas da
atmosfera, expressadas por meio da temperatura, umidade, precipitação, ventos e chuvas,
apresentando variação em um bre
ve intervalo de tempo (cronológico) diário e até horários.
O termo clima recebe várias conceituações de acordo com o método de abordagem. O
desenvolvimento desse conceito, foi um tópico de destaque na tese de JESÚS (1995), que
realizou uma revisão conceitual fazendo uma análise temporal do uso dessa terminologia.
Baseado nesse estudo, e com o intuito de comparar conceitos do clima, destacam-se alguns a
seguir.
JULIUS HANN, em 1883, definiu clima, como o conjunto de fenômenos meteorológicos
que caracterizam o estado médio da atmosfera sobre um ponto da superfície. (JESÚS
1995:126)
Essa tradicional e clássica definição de clima, formulada por JULIS HANN (1839-
1921),
que pretende a síntese pelo estado médio , corresponde ao sistema de classificação,
desenvolvi
do pelo meteorologista WLADIMIR KÖPPEN (1846
-
1940). Iniciado desde 1918, e por
ele aprimorado ao longo dos anos subseqüentes, que é a base dos demais sistemas
indicimétricos dela direta ou indiretamente derivada (MONTEIRO, 1991).
WLADIMIR KÖPPEN (1948)
apu
d JESÚS (1995:128), conceitua o clima, como o conjunto
das condições atmosféricas, que tornam um lugar da superfície terrestre mais ou menos
habitável pelos homens, pelos animais e pelas plantas.
24
Esta classificação esta baseada na média dos elementos climáticos principalmente, nos
parâmetros precipitação pluvial e temperatura relacionados com a cobertura vegetal. É a mais
popular de todas as classificações, e apresenta cinco principais tipos de climas (A - clima
tropical chuvoso; B
climas secos; C
climas temperados chuvosos e moderadamente
quentes; D
climas frios com neve-floresta e E
climas polares), dos quais derivam os
subtipos climáticos, que associam características complementares, relacionados às variações
de precipitação e temperatura, representadas por letras minúsculas. Por exemplo, clima
Af
,
onde o A significa que o mês mais frio tem temperatura superior à 18ºC e o f que não
nenhuma estação seca, úmido o ano todo.
MAX SORRE (1954), afirmou com relação a essas classificações climáticas,
f
undamentadas no comportamento estático dos elementos do clima, que:
As definições clássicas dão importância exagerada à noção de temperatura média e
propõe substituí-la por uma fórmula mais diretamente utilizável pelos biólogos: o clima,
num determinado local é a série de estados atmosféricos numa sucessão habitual. E o
tempo que faz nada mais é que cada um desses estados considerados isoladamente .
Por sua vez, SANT ANNA NETO (2001:52) afirma que SORRE ao definir o conceito de
clima, pretendia demonstrar que somente nessa perspectiva poderia sustentar uma análise
geográfica do clima, interpretando sua dinamicidade na dimensão da organização do espaço e
no cotidiano da sociedade.
E assegura que,
a partir da contribuição de Max Sorre, [há] uma mudança de paradigma que culminaria
com a revisão conceitual em que se substituíram as antigas concepções de tempo e clima
preconizadas por Julius Hann pelas noções de ritmo e sucessão, dotando o clima de um
atributo pulsante e dinâmico .
A partir da leitura de SORRE, os trabalhos que surgem ganham uma nova abordagem,
valorizando para além das médias estatísticas, a inter
-
relação dos elementos climáticos.
Essa nova tendência pode ser identificada em PEDELABORDE (1951)
apud
JESUS
(1995:127), o qual considera o clima, a combinação dos elementos de tendências estáveis
25
permanentes da atmosfera acima de um determinado lugar. A palavra combinação sugere
uma oposição à análise separatista dos elementos do clima.
Mas somente em 1965, STRANLLER
apud
JESUS (1995:138), em detrimento do
comportamento médio ou estático, caracteriza o clima, como uma condição característica da
atmosfera, deduzida de largos períodos de repetidas observações, sendo, portanto, uma
conseqüência do conhecimento do tempo meteorológico. A classificação de ARTHUR
STRANLLER (1965), está alicerçada na dinâmica das massas de ar como controladoras do
clima nas diferentes latitudes.
Outras conceituações de clima são propostas e evidenciam a complexidade desse
conceito, como a do geógrafo LESLIE CURRY cita
do por MONTEIRO:
Clima não é um fato, mas uma teoria, dela tirando proveito cada investigador para
implementar uma dada experiência de tempo (meteorológico: Weather) adequada a seus
próprios propósitos. Tal função hipotetizada dita os critérios a serem adotados tanto na
seleção de dados quanto na ilustração que se configurará em clima. A noção de que o
clima existe per se e que a descrição de seu caráter deve preceder a avaliação de seu
significado funcional é viável para as grandes correlações, num nível de análise aquém
das aspirações da geografia econômica.
(CURRY 1963
apud
MONTEIRO 1991:16)
Essa proposição sobre a não existência do clima per se é aceita e ao mesmo tempo
confrontada por MONTEIRO, como podemos perceber através do fragmento a seg
uir:
Concordo com ele [CURRY] na medida em que o fato concreto, observável no domínio
atmosférico terrestre é o tempo (meteorológico) extremamente variável
(cronologicamente): estado momentâneo da atmosfera sobre dado lugar. A medida dos
diferentes elementos, separativamente, no posto meteorológico, ou a descrição global de
suas propriedades, no boletim sinótico, concretizam o fato naquele momento especial e
breve em que a interação dos elementos o definem. Concordo com que, sob, este
aspecto, o que se pr
etende atingir, e quase tudo o que se tem atingido até agora, incide na
categoria de abstração teórica.
(MONTEIRO 1991 P. 17)
Apesar disso, MONTEIRO (1991:26), afirma que, a existência de um clima, capaz de
expressão concretamente demonstrável via matematização jamais foi conseguida . Porém,
utiliza um trecho citado da obra Crítica da Razão Pura de KANT, para advertir que, a essência
26
dos fenômenos muitas vezes o é mostrada por ele próprio, mas através da inferência por
meio das mudanças e
m outros elementos que sofrem a ação do fenômeno.
A utilização de conceituações climáticas que levam em consideração a média dos
elementos durante uma série longa de estudo, cerca de 30 anos como é sugerido pela
Organização Mundial de Meteorologia (OMM), ainda, é a mais difundida e de fácil acesso,
mesmo depois, dessas tentativas citadas de uma conceituação e estudo do clima por meio de
sua dinâmica atmosférica, como demonstrado por meio dos conceitos de clima de STRINGER e
AYOADE:
Clima, é uma generaliza
ção, ou uma integração das condições de tempo para um dado
período de tempo cronológico, dentro de uma determinada área
(STRINGER,1972
apud
JESÚS,1995: 39)
Clima são as características da atmosfera inferidas de observações contínuas durante um
longo período, abrangendo os desvios em relação às médias (variabilidades) condições
extremas e as probabilidades de ocorrência de determinadas condições de tempo
(AYOADE, 1983:)
Apesar de toda a dificuldade técnica e financeira para estudo climatológico no Brasil, o
conceito proposto por SORRE (1954), obteve adeptos como MONTEIRO, que foi o pioneiro na
climatologia brasileira a adotar a definição sorreana de clima, série de estados atmosféricos
numa sucessão habitual . De acordo com esse autor, para avaliar a dinâmica climática em uma
região, é necessário analisar o ritmo atmosférico que é o retorno regular dos tempos
atmosféricos
(MONTEIRO, 1972)
Essa proposta de MONTEIRO (1972), da análise rítmica, consiste na montagem de um
gráfico de representação simultânea dos elementos do clima em sua variação diária ,
acoplando a representação gráfica da seqüência de alternância dos diferentes sistemas
meteorológicos envolvidos na circulação secundária. (MONTEIRO, 1991
:39)
27
A estratégia de projeção temporal foi feita a base da escolha de anos padrão , que
representam os diferentes graus de proximidade do ritmo habitual , ao lado daqueles afetados,
por irregularidades na circulação a modo de promover acidentes e impactos nas atividades
humanas. (MONTEIRO, 1991: 39)
MONTEIRO (1972; 1976), propõe uma análise climatológica, baseada na teoria geral
dos sistemas e na sucessão dos tipos de tempo de SORRE (1954), tendo como enfoque
principal nos seus estudos, os centros urbanos e os climas gerados pela urbanização. O autor
busca a interação entre os elementos constitutivos do sistema, como pode ser observado na
critica a CHANDLER (1965), que estudou os elementos atmosféricos por meio da análise
separativa, Monteiro ao se referir a esta obra, afirma que ela não se configuraria como um
modelo a seguir, pois o a necessária orientação lógica entre causalidade atmosférica
circulatória, transformações locais e as resultantes por efeito da urbanização (MONTEIRO
2003:13).
Apesar
de MONTEIRO utilizar o conceito de clima formulado por SORRE, é importante
ressalvar que MAX SORRE não elaborou e nem publicou nenhum trabalho de cunho
climatológico, sendo MONTEIRO pioneiro na utilização e criação de tal método singular e
próprio de um b
rasileiro.
MONTEIRO (1976), analisa o clima como um sistema, baseado no conceito de
geossistema de BERTRAND (1968), que estabelece um paralelo entre essa unidade de análise
geográfica e o ecossistema.
Com o intuito de realizar uma abordagem sistêmica do clima, inicia seu trabalho por
meio de dez enunciados básicos, que orientarão a montagem do sistema Clima Urbano,
fornecendo o alicerce da pesquisa climatológica. Através destes, esclarece conceitos e enfatiza
a necessidade de compreender a organização climática de um ambiente, para poder planejar
pesquisas climáticas que visem resolver problemas reais.
28
O Sistema Clima Urbano sugerido por MONTEIRO abrange um clima local (fato natural)
e a cidade (fato social) [...] sem precisar a partir de que grau de urbanização e de que
característica geoecológica local se poderia usar o termo clima urbano (2003:19). Pois, o
sistema clima urbano é um sistema singular, aberto, evolutivo, adaptativo e passível de auto-
regulação, estando ligado à percepção humana.
Basead
o nas características gerais do Sistema Clima Urbano, MONTEIRO (1976),
elabora três canais de percepção ou subsistemas: 1.Subsistema Termodinâmico (Conforto
Térmico), baseado no conforto térmico e na co-participação natureza-homem. 2.Subsistema
Físico
Químico (A qualidade do Ar), 3.Subsistema Hidrodinâmico (Impacto Meteórico), por
meio deles é possível evidenciar a entrada de energia no ambiente e a transformação desta no
núcleo urbano, de acordo com suas características geoecológicas produzindo como
cons
eqüências alterações atmosféricas nos três níveis citados.
Assim sendo, o estudo da Climatologia passa pela abordagem dinâmica em oposição às
abordagens restringidas a observações meteorológicas.
Os parâmetros climáticos que expressam as condições físicas da atmosfera são dados
mensuráveis, tratados estatisticamente, que ajudam a identificar o tipo de clima de um lugar,
mas quando tratamos isoladamente, sem analisar as condições geoecológicas de uma área e a
influência do homem na mesma tornam-se sem valor. Desse modo, o estudo climatológico é
complexo, exige um olhar multidisciplinar sobre o mesmo, deve-se avaliar a influência do
comportamento atmosférico sobre os demais fatores geográficos e o cotidiano do homem
enquanto ser vivente e atuante sobre o meio
.
A climatologia geográfica de acordo com SANT ANNA NETO (2001:58), encontrou sua
identidade própria e por isso,
passou pelo processo de evolução do pensamento geográfico por meio da incorporação
da noção de ritmo (MONTEIRO 1971) como um novo paradigma para a análise geográfica
do clima, busca-se agora um novo conhecimento do fenômeno climático numa perspectiva
social e da valoração dos recursos naturais .
29
Portanto, o termo clima é difícil de definir ou explicar, pois às vezes é concebido
estaticamente
por meio das médias estatísticas, não levando em consideração a cadeia de
interdependência com outros elementos ambientais, e outras vezes, concebido de modo
dinâmico considerando-se os elementos constitutivos do sistema (social, econômico e natural),
e sua influência no tocante aos elementos climatológicos que por atuarem numa cadeia de
interelações provocam oscilações ou modificações no clima de determinado lugar.
Atualmente, o estudo climatológico torna-se imprescindível, pois o homem a cada dia
modif
ica o clima inadvertidamente em função de suas várias atividades, principalmente após a
Revolução Industrial e com a disseminação do American Way of Life , que consolidaram a
necessidade de buscar novas matérias-primas e fontes de energia para dar sustentabilidade às
novas necessidades e atividades industriais.
Essas alterações no espaço geográfico se refletiram na atmosfera contribuindo para
modificações climáticas que se tornam cada vez mais manifestas.
1.2 Atmosfera
É na atmosfera, camada gasosa presa à Terra pela força da gravidade que ocorre a
observação dos elementos climatológicos, principalmente na troposfera inferior, camada que
recebe de forma direta a influência da superfície.
A atmosfera é composta por gases, sendo os gases mais importantes: o nitrogênio,
oxigênio, o argônio, bióxido de carbônico, o ozônio e o vapor d água. Está estruturada em
camadas, tendo por parâmetros básicos para essa divisão a diferença de temperatura,
composição química e altitude.
A Troposfera é a região mais próxima da superfície do planeta, onde ocorre a maioria
dos fenômenos meteorológicos que caracterizam o clima, a temperatura varia de 15 graus
Celsius, na superfície, a 60 graus negativos, a 11 quilômetros de altitudes. (TOLENTINO
30
2004:12). Contém cerca de 75% da massa total da atmosfera e virtualmente a totalidade do
vapor d água e de aerossóis. A troposfera pode ser dividida em três camadas, tendo por base o
mecanismo dominante para as trocas de energia. Estas são: a camada laminar que é a
interface solo-
atmosfe
ra; a camada friccional que corresponde a área de atrito onde a
transferência vertical de calor ocorre por meio de turbulência ou redemoinhos; e a atmosfera
livre onde os ventos são mais fortes devido a ausência de resistência friccional, é a camada
onde a transferência de energia ocorre principalmente através da liberação do calor latente no
momento de formação das nuvens.
A camada seguinte é a Estratosfera onde a temperatura aumenta com o incremento da
altitude. Essa camada concentra quase a totalidade do ozônio atmosférico, que absorve grande
parte dos raios ultravioletas e contribui para o aumento da temperatura nessa camada da
atmosfera. Em seguida a mesosfera, onde ocorre a redução da temperatura com o aumento
da altura até alcançar um mínimo de cerca de -90º aos 80km, situando-se na parte superior da
estratosfera. A pressão é muito baixa chegando até 0,01mb na proximidade de 90km acima da
superfície. (AYOADE, 2001:21)
Na Termosfera, a temperatura aumenta com a altitude devido à absorção da radiação
ultravioleta pelo oxigênio atômico. Nessa camada a atmosfera é muito rarefeita, uma vez que as
densidades são muito baixas. Acima de 100km a atmosfera é grandemente afetada pelos raios
-
X e pela radiação ultravioleta, o que provoca a ionização. (AYOADE, 200
1:22)
Estruturada a atmosfera, a Terra estava propícia à vida e á manutenção desta, pois existiam
condições de pleno equilíbrio térmico. Entretanto, o desenvolvimento da atividade humana em
um rítmo acelerado, está alterando as características químico-
físi
cas dessa camada e
conseqüentemente, o clima, que é resultado da interação dos processos na superfície e na
atmosfera, especificamente na troposfera. A tabela 01 evidencia a composição da atmosfera e o
volume em percentual dos constituintes.
31
Tab 01
Comp
osição Média da Atmosfera Seca abaixo de 25 quilômetros.
Gás
Volume % (Ar Seco)
Nitrogênio
(N
2
)
78,08
Oxigênio
(O
2
)
20,94
Argônio
(Ar)
0,93
Bióxido de Carbono (CO
2
) 0,03
Neônio
(Ne)
0,0018
Hélio
(He)
0,0005
Ozônio
(O
3
)
0,00006
Hidrogênio
(H)
0,00005
Criptônio
(Kr)
Indícios
Xenônio
(Xe)
Indícios
Metano
(Me)
Indícios
Fonte: Barry e Chorley 1976 in Ayoade 2001
A importância da atmosfera pode ser melhor explicitada por meio do trecho em que
TOLENTINO
et. al
. (20
04:17) descrevem,
A atmosfera é suficientemente transparente para permitir a passagem de grande parte da
radiação solar que banha a superfície terrestre, iluminando-a e provocando reações físico-
químicas essenciais. Por outro lado, alguns de seus componentes funcionam, devido a
sua natureza química, como um filtro eficiente: eles vedam a passagem de uma parcela da
radiação solar (radiação ultravioleta) nociva à vida, interceptam as partículas ionizantes
presentes na radiação cósmica (que poderiam provocar efeitos indesejáveis em animais e
vegetais) e bloqueiam pequenos meteoritos (estrelas cadentes), que são queimados antes
de atingirem a superfície da Terra. Outra ação é a de impedir, parcialmente, o retorno ao
espaço da radiação infravermelha que aquece a superfície da Terra, funcionando como
uma cúpula protetora, espécie de manto térmico isolante que garante ao nosso planeta
uma temperatura bem acima da que ela teria se não houvesse a atmosfera.
1.3 Fatores Controladores do Clima
O clima de um lugar resulta da inter-relação de diferentes fatores, chamados de
controladores climáticos que são: fatores astronômicos, como o fluxo de energia proveniente do
Sol; características geoecológicas; e a dinâmica dos elementos meteorológicos ou circulação
atmo
sférica.
a) Fatores Astronômicos
-
Energia Solar
A constante solar, isto é, a energia radiante proveniente do Sol que incide no topo da
atmosfera terrestre. Sua distribuição sobre a superfície do planeta depende de fatores orbitais,
tais como, a velocidade angular e a inclinação do eixo de rotação, e da composição química da
atmosfera. (MOLION 1988:43)
32
A radiação solar é a energia absorvida pela Terra, na forma de ondas eletromagnéticas,
provenientes do Sol. Ela é a fonte primária de energia que o globo terrestre dispõe, e sua
distribuição variável é a geriatriz de todos os processos atmosféricos. (TUBELIS &
NASCIMENTO, 1937)
Para o Sol, o comprimento de onda de máxima emissão é aproximadamente 0,5 mícron
(0,5
). Quase 99% da radiação solar é de curto comprimento de onda, de 0,15 a 4,0
m.
Segundo SELLERS (1965)
in
AYOADE (2001:25) uma classificação da composição espectral
indica que,
9%
ultravioleta
0,4
45%
visível
0,4
0,74
m
46%
infravermelhos
>0,74
m
A radiação do Sol, ao cruzar a atmosfera é atenuada por três processos. A radiação
difusa, espalhamento por partículas existentes na atmosfera, como moléculas dos gases e
material particulado em geral. Outro processo é a absorção seletiva que TUBELIS &
NASCIMENTO (1937), conceituam como a absorção de certos constituintes atmosféricos para
certos comprimentos de onda. Oxigênio, ozônio, gás carbônico e vapor d água são os principais
absorvedores. A radiação ultravioleta é absorvida pelo O
3
e O
2
, evitando os efeitos prejudic
iais.
O último processo é a reflexão e absorção pelas nuvens. Em média, aproximadamente 25% da
radiação solar que atinge a Terra é refletida de volta ao espaço pelas nuvens (AYOADE,
2001:27).
Outras duas partes da radiação solar atingem a superfície da Terra, uma diretamente e
outra depois de sofrer o processo de difusão. Esses dois fluxos de radiação atingem a
superfície juntas e correspondem ao total da radiação solar que atinge a superfície. Dessa
energia que atinge a superfície, parte é absorvida e o remanescente é refletido. Esse processo
é chamado Balanço de Radiação de ondas curtas.
33
Concomitante a Radiação de ondas curtas, existe a radiação de ondas longas que
TUBELIS & NASCIMENTO (1937:33); AYOADE (2001:32), fazem referência. A Terra ao ser
aqueci
da, passa a ser uma fonte de radiação na forma de ondas longas eletromagnéticas não
visíveis, que é denominada de Radiação Terrestre. (Figura
2
)
A grande parte da energia emitida pela Terra está n
a faixa espectral do infravermelho de
4 a 100 , com um máximo em torno de 10 . (AYOADE, 2001:33). Essa energia procedente da
Terra é chamada de energia de ondas longas.
FIGURA 2
Componentes do Balanço de radiação da superfície terrestre
FONTE:
Tubelis & Nascimento (1937:33)
ADAPTADO: Marcela Vieira Pereira
Noventa por cento da energia emitida é absorvida pelo vapor d água, gás carbônico,
ozônio e nuvens na atmosfera. A radiação emitida na faixa de 8,5 a 11,0 microns, totalizando
10% da energia, atravessa a atmosfera sem ser absorvida, perdendo-se para o espaço sideral.
(TUBELIS & NASCIMENTO, 1937:34). A liberação dessa energia ocorre por meio da janela
atmosférica.
O restante da energia é absorvido pela atmosfera, pois não consegue dissipar-
se
para o
espaço, sendo reirradiados para a superfície que absorve essa contrarradiação totalmente.
Essa propriedade da atmosfera em deixar entrar a energia em ondas curtas e não permitir a
RADIAÇÃO DE ONDAS CURTAS
RA
DIAÇÃO DE ONDAS LONGAS
R
R
a
a
d
d
i
i
a
a
ç
ç
ã
ã
o
o
s
s
o
o
l
l
a
a
r
r
S
S
O
O
L
L
O
O
ATMOSFERA
RADIAÇÃO RECEBIDA
REFLEXÃO
D
IFUSÃO
ABSORÇÃO
RADIAÇÃO
SOLAR
DIFUSA
RADIAÇÃO
DIRETA
RADIAÇÃO GLOBAL
RADIAÇÃO
REFLETIDA
RADIAÇÃO
TERRESTRE
CONTRARRADIAÇÃO
34
saída da energia em ondas longas, é conhecida como efeito estufa. Se esse efeito estufa não
ocorresse a temperatura média da Terra segundo AYOADE (2001:36), seria de 30 - 40ºC mais
fria que é agora.
A latitude também influência na temperatura em função da posição da Terra em relação
ao Sol. As latitudes próximas ao Equador recebem os raios solares perpendicularmente
durante todo o ano. Com o progressivo distanciamento do Equador, a temperatura tende a
diminuir porque os raios solares passam a atingir a Terra mais obliquamente.
Por isso quando um lugar tem suas características originais alteradas, como a retirada
da cobertura vegetal primária, edificações de prédios e instalação de complexos industriais,
dentre outros fatores, ocorrem mudanças no balanço de energia nesse ambiente e esta refletir-
se
-
á na atmosfera, uma vez q
ue, superfície e atmosfera possuem uma relação estreita.
b) Fatores Geoecológicos
A distribuição das superfícies continentais e terrestres é um dos fatores geográficos que
influenciam o clima, pois se aquecem e resfriam de maneiras diferentes em função de suas
propriedades distintas.
Superfícies continentais (sólidas) absorvem a radiação oriunda do Sol. A quantidade da
energia absorvida pelo solo depende das características físico-químicas das superfícies. Solos
escuros tendem a absorver mais energia, enquanto que solos claros são mais reflectivos. A
terra se aquece e se resfria rapidamente, porque o calor não penetra profundamente no solo,
aquece apenas uma camada superficial. Isto se deve, por ser a Terra um condutor pobre de
calor. O calor é conduzido para baixo tão lentamente, que a variação diurna da temperatura
normalmente penetra apenas 60 a 90cm no solo. Antes que atinja tal profundidade, desce a
noite e a superfície passa a se resfriar .
(BLAIR, 1964:97)
As superfícies líquidas demoram mais para se aquecer e conseqüentemente para
irradiar energia. Isso ocorre porque:
35
a radiação penetra mais na água no do que na terra, mais de um terço dela atinge uma
profundidade de 0,90m, e cerca de um décimo alcança 9m; pequenas quantidades de luz
solar tem sido observadas a profundidades de 520-580m no oceano, de muito maior
importância na distribuição do calor, através de uma profundidade bem considerável, são o
movimento ondulatório e a turbulência geral da superfície do mar. Como uma
conseqüência dessa mistura de águas e devido ao fato de 90 por cento da absorção
ocorrer nos 9 metros. Assim sendo, há um grande volume de água a ser aquecido, em
comparação com a camada de 0,10m da superfície do solo
.
(BLAIR, 1964:95)
Assim, os oceanos possuem maior capacidade calorífica, isto é, maior capacidade de
armazenar calor; transportam o calor absorvido, através das correntes marítimas, enquanto nos
continentes o saldo entre o calor que penetra no solo e o que sai dele é praticamente nulo na
médi
a anual. (MOLION, 1988:44)
As diferentes altitudes existentes na superfície da Terra contribuem juntamente com
outros elementos para a diferenciação climática existente, pois, nas altas altitudes a radiação
solar (ondas curtas) atinge a superfície elevada, a seguir é refletida de volta para o espaço
(ondas longas), não sendo absorvida pela atmosfera porque a quantidade de poeira e umidade
é pequena, logo a radiação absorvida pela atmosfera é insuficiente para o seu aquecimento,
por isso quando a altitude aumenta a temperatura tende a diminuir, porque a maior parte da
absorção atmosférica é realizada pelo vapor d água que absorve a radiação de ondas longas,
inexistente em elevadas altitudes.
c) Circulação Atmosférica
Os fatores meteorológicos são determinados pela circulação geral da atmosfera, que se
subdivide em circulação primária, secundária e terciária.
A circulação primária é definida por BARRY e CHORLEY (1976)
apud
AYOADE
(2001:72), como sendo os padrões em larga escala, ou globais, de ventos e pressão que se
mantém ao longo do ano ou se repetem sazonalmente. É a circulação geral que realmente
determina o padrão dos climas do mundo.
36
A circulação secundária são as depressões e os anticiclones das latitudes médias e as
perturbações das regiões tropicais.
E por fim, a circulação terciária que corresponde ao sistema de ventos locais tais como,
as brisas terrestres e marítimas, as ondas de sotavento, os ventos catabáticos e anabáticos.
Estes sistemas circulatórios são precisamente localizados, sendo amplamente controlados por
fatores locais, e seus períodos de existência são considerados mais curtos do que os dos
sistemas secundários de circulação.
1.4 Elementos Climáticos
O estudo do clima sugere o conhecimento de inúmeros elementos e fatores climático
s
que expressam as condições atmosféricas em um determinado local. Os principais elementos
climáticos são: Temperatura, Umidade, Pressão Atmosférica, Ventos e Precipitação.
1.4.1 Temperatura
É o principal elemento no estudo do clima devido a fragilidade humana, a uma variação
extrema, positiva ou negativa, nesse parâmetro climatológico.
A temperatura pode ser definida de acordo com AYOADE (2001:50), como o movimento
de moléculas, de modo que, quanto mais rápido o deslocamento mais elevado será a
temperatur
a. Pois, quando a velocidade do movimento intermolecular de um corpo aumenta, a
temperatura desse corpo se eleva. A matéria em movimento possui energia; é capaz de exercer
força e realizar trabalho; a energia que se origina do movimento molecular, é chamada calor. O
calor, é portanto, uma força de energia e uma quantidade mensurável, ainda que não seja uma
substância (BLAIR, 1964).
Portanto, a temperatura é o grau de calor que um corpo possui e pode ser medida por
meio de um termômetro.
37
Para realizar as medições os termômetros devem estar localizados em locais protegidos
da radiação solar direta, precipitação e forte ventilação, precisam ficar na sombra, normalmente,
quando a estação é convencional, os termômetros ficam localizados dentro de um abrigo,
de
nominado de abrigo de Stevenson, que é mantido a aproximadamente 1,5 acima do solo,
fabricado em madeira, pintado de branco e possuindo na frente, nos lados e atrás aberturas,
tipo janelas venezianas, permitindo assim, uma ventilação apropriada.
Os valores extremos da temperatura do ar são medidos por meio dos termômetros de
mercúrio e de álcool, respectivamente utilizados para a medição da temperatura máxima e
mínima.
O termômetro de máxima consiste de um vidro contendo mercúrio, este é empurrado
quando a temperatura do ar se eleva e se retrai quando a temperatura diminui. A temperatura
máxima é mostrada pela extremidade do índice mais próximo do mercúrio.
O termômetro de mínima é de vidro contendo álcool. Nele é mergulhado uma pequena
barra. Quando o aumento temperatura, o álcool se expande e passa pelo índice quando a
temperatura diminui, o álcool se contrai e arrasta consigo o índice por causa de sua tensão de
superfície.
Um dos fatores que geram a variação da temperatura é a altitude. Quanto maior a
altitude, menor é a temperatura e vice-versa, isso acontece pelo fato de ocorrer uma
descompressão adiabática à medida que o ar se eleva na atmosfera, que lhe causa um
resfriamento de 0,6ºC por 100m (TUBELIS & NASCIMENTO, 1937; 81). Assim, dois locais
p
róximos, contudo, em altitudes diferentes apresentam temperaturas distintas.
TUBELIS & NASCIMENTO (1937), esclarecem a citação anterior afirmando que toda
massa de ar que se eleva na atmosfera expande-se porque a pressão atmosférica exercida
sobre ela diminui com a altura. O trabalho realizado na expansão provém do decrescimento de
energia interno da parcela do ar, de modo que a sua temperatura diminui. Por outro lado, uma
parcela descendente comprime-se, sendo que a atmosfera realiza trabalho mecânico sobre ela,
38
aumentando a sua energia interna e sua temperatura. Tais movimentos verticais são
suficientemente pidos para que as mudanças de temperatura não tenham nenhuma troca de
calor com o ambiente. Tais variações de temperatura da parcela de ar são chamadas de
adiabáticas sem transferência de calor .
Outro fator que gera a variação da temperatura é a latitude porque a radiação global
depende do ângulo zenital. Como o valor médio anual do co-seno zenital diminui com o
aumento da latitude, a temperatura média anual também diminui com o aumento da latitude
(TUBELIS & NASCIMENTO 1937:78).
Isto ocorre porque a Terra está naturalmente divida em zonas climáticas, em função da
distribuição desigual dos raios solares e, por conseguinte calor sobre a superfície.
Essa
desigualdade de iluminação solar é a relação direta da posição da Terra em relação ao Sol e
dos movimentos de rotação e translação, que faz com que a região equatorial ou zona tropical
tórrida receba os raios solares perpendicularmente, tornando
-
se ma
is aquecida, com o aumento
da latitude, os raios solares incidem de tal forma, fazendo com que essa região receba menor
aquecimento e luminosidade. As zonas glaciais, de latitudes mais altas, recebem os raios
solares com grande inclinação, fazendo com que essa região se caracterize por baixas
temperaturas.
Aliado a diferenças de altitudes e latitudes, o grau de continentalidade e as
características da superfície do solo como albedo, tipo de vegetação, rugosidade e cor do solo,
dentre outros também contribue
m para a variação da temperatura.
Na floresta amazônica, o aquecimento do ar é atenuado pela intensa evaporação, no
entanto, devido a alta umidade, o calor sensível faz parecer que estamos sob temperaturas bem
mais elevadas, disfarçando os números reais.
39
1.4.2 Umidade
Corresponde à água no estado de vapor existente na atmosfera. A concentração do
vapor d água na atmosfera é pequena, podendo chegar no máximo a 4% em volume, mas esse
valor é variável de acordo com as especificidades locais.
O vapor d ág
ua contribui tanto para o aquecimento quanto para o resfriamento da Terra,
porque ele absorve tanto a radiação solar (ondas curtas) como também a radiação terrestre
(ondas longas), ajudando a manter o equilíbrio térmico da Terra.
Para que haja vapor d água da atmosfera deve existir água disponível para evaporação
e temperaturas elevadas para que esse processo aconteça.
Os valores máximos de evaporação sobre os continentes ocorrem, entretanto, em torno
do Equador, devido aos valores relativamente elevados de insolação e por causa das grandes
perdas de água, por transpiração da luxuriante vegetação. (AYOADE 2001:138). Outros índices
de umidades utilizados são:
Umidade Absoluta: corresponde a massa total do vapor d água contida em um dado
volume de ar e é expr
essa em gramas por metro cúbico de ar.
Umidade Relativa: é a razão entre a quantidade de vapor d água no ar e a quantidade de
umidade que o mesmo volume de ar pode conservar na mesma pressão e temperatura quando
saturados. A umidade relativa é expressa em
porcentagem.
Temperatura do Ponto de Orvalho: é a temperatura na qual ocorrerá saturação se o ar
se esfriar a uma pressão constante, sem aumento ou diminuição do vapor d água.
Pressão vaporífica: é a pressão exercida pelo vapor contido na atmosfera em mili
bares.
A umidade do ar pode ser medida através dos psicômetros, que consiste de dois
termômetros de mercúrio com bulbos cilíndricos, montados na vertical e posicionados dentro do
abrigo meteorológico. Os termômetros são semelhantes, sendo um de bulbo seco e outro de
bulbo úmido. A leitura do termômetro de bulbo seco é a temperatura do ar, e a leitura do bulbo
úmido deve ser sempre mais baixa. A diferença entre as leituras dos dois termômetros é a
40
medida da superfície do ar, também, chamada de depressão do bulbo úmido, com esse valor
recorre
-
se às tabelas psicométricas e é possível ler a umidade relativa.
1.4.3 Vento
É definido como o ar em movimento e seu deslocamento ocorre em função da diferença
de temperatura e pressão atmosférica, ao se deslocar transporta umidade e calor. Os fatores
que influenciam no seu deslocamento são: movimento de rotação da Terra (Efeito de Coriolis),
força centrífuga e centrípeta e a força de fricção, que é o atrito do ar com a superfície terrestre.
O aquecimento desigual na superfície terrestre, gera áreas com temperaturas distintas
causando pressões atmosféricas desiguais, esse é o principal mecanismo para a movimentação
do ar, pois este se desloca de áreas de alta pressão (frias) para áreas de baixa pressão
(quentes) no intuit
o de compensar essa diferença.
A partir do início da movimentação do ar, sua velocidade e direção são influenciadas
pelo movimento de rotação da Terra, ou força de Coriólis.
A Força de Coriólis é um aparente desvio dos objetos que se movem, inclusive do
ar,
para a direita de sua trajetória de movimentação, no hemisfério Norte, e para a esquerda, no
Hemisfério Sul . (AYOADE, 2001:75) Isso ocorre porque a
Terra executa o seu movimento de rotação girando de oeste pata leste, com uma
velocidade angular c
onstante
de 2 radianos por dia. Embora a velocidade angular de
todos os pontos sobre a superfície terrestre seja constante, a velocidade linear desses
pontos diminui do Equador para os Pólos .
A variação da velocidade linear da superfície terrestre faz com que todos os corpos, que
se movem em relação a ela, tenham continuamente modificada a direção de seu
movimento sem alteração de sua velocidade. Esse efeito é sentido como se o movimento
recebesse continuamente a ação de uma força perpendicular a direção do mov
imento .
(TUBELIS & NASCIMENTO 1937:147) .
O vento é deslocado na direção do gradiente de pressão que corresponde ao acréscimo
da pressão na direção das isóbaras que são linhas traçadas sobre pontos com igual pressão
atmosférica. Se durante o movimento do ar, este tem sua direção alterada para direita ou
41
esquerda, dependendo do hemisfério, ganhando uma trajetória curva, pelo efeito de Coriólis,
automaticamente, o vento sofre a ação da força centrípeta que é a aceleração em direção ao
centro da rotação, essa aceleração também pode se afastar do centro atuando para fora , daí
passa a chamar-se centrífuga. Quando esse vento está próximo à superfície terrestre, ele sofre
a ação direta da Força de Fricção, que é o atrito do ar com a superfície, com os obstácu
los, que
ajudam a reduzir a velocidade do vento, age na direção contrária da velocidade.
1.4.4 Pressão Atmosférica
A Pressão Atmosférica corresponde ao peso da coluna de ar posicionada verticalmente
sobre um ponto. As diferenças existentes na pressão atmosférica de um lugar para outro
resultam nos movimentos do ar atmosférico, que se origina da diferença de densidade do ar,
causadas pela diferença de temperatura. Os ventos e as massas de ar deslocam-se das áreas
de altas pressões para as áreas com menor pr
essão atmosférica.
As faixas de pressões baixas próximas à zona equatorial, são originadas em resposta a
circulação convectiva que é ocasionada pelos altos índices de temperatura que fazem com que
o ar torne-se leve e ascenda tornando-se rarefeito. Esse ar quente se desloca na alta
troposfera em direção as áreas de alta pressão, onde o ar é resfriado tornando-se denso sendo
em seguida deslocado para as zonas de baixa pressão de temperaturas elevadas.
A distribuição da pressão atmosférica em uma área pode ser representada por meio das
isóbaras, que são linhas traçadas sobre pontos de igual pressão. Linhas traçadas, lado a lado,
apresentando uma variação de pressão em decorrência da distância horizontal é chamada
gradiente de pressão e determina o deslocamento do ar atmosférico como uma tentativa de
equilibrar essas diferenças simultâneas de pressão.
42
Deste modo, a pressão atmosférica tem relação estrita
com a temperatura, a altitude e o deslocamento do ar
atmosférico. É medida por meio da unidade milibar (mb) que
de acordo com AYOADE (2001:18) corresponde a 1.000 dinas
por centímetro quadrado, onde cada dina equivale à força
necessária para produzir uma aceleração de 1cm/s2 em uma
massa de 1 grama.
A pressão atmosférica é medida por meio do barômetro de mercúrio, barômetro
aneróide e barógrafo aneróide.
A diferença de pressão desloca o ar, como é mostrada na figura 3, mas, quando esse
movimento é iniciado, automaticamente agem sobre ele as forças de fricção, força centrípeta e
centrifuga e a força de cori
ólis.
1.4.5 Precipitação
É o processo pelo qual a água condensada na atmosfera é depositada na superfície na
forma líquida ou sólida. As precipitações são originadas de nuvens e podem ser classificadas
em: precipitação convectiva, precipitação orográfica
e precipitação frontal.
A precipitação convectiva está associada a nuvens cumulus e cumulonimbus. É gerada
pela ascensão de correntes verticais de ar devido às temperaturas elevadas, provoca chuvas
intensas, acompanhadas por trovões e é de pouca duração. Esse tipo de precipitação é
predominante na região amazônica.
Precipitação orográfica é gerada pela elevação do ar úmido em função de uma altitude
elevada. Ocorre mais freqüentemente quando as montanhas estão dispostas próximas umas
das outras.
1025 1020 1015 1010
Figura 3: Gradiente de
Pressão e isóbaras e
deslocamento dos ventos
43
As precipitações frontais ocorrem quando há o encontro de massas de ar com
características distintas. A precipitação é moderadamente intensa, contínua e afeta as áreas por
onde se desloca a depressão.
As precipitações são medidas por meio de instrumentos como os pluviômetros e
pluviográfos auto
-registradores. A medida da chuva consiste na determinação da espessura da
camada de água líquida que se depositaria sobre a superfície horizontal, em decorrência da
precipitação, se não ocorresse evaporação, escorrimento superficial e infiltração . É
determinada pela seguinte fórmula: h = 10. V/A ; onde:
H
é a altura da precipitação (mm);
V
é o volume de água captada (ml);
A
é a área da superfície coletora (cm
2
).
1.5 Fatores Influenciadores no Clima da Amazônia
Os
principais fatores influenciadores no clima da Amazônia são:
1.5.1 Latitude
A região Amazônica está localizada na Zona Equatorial, o que favorece a incidência dos
raios solares perpendicularmente, diferentes das outras regiões do globo, isso propicia e
levada
temperatura e precipitação pluvial fazendo com que o clima da região seja caracterizado com
tropical quente e úmido numa classificação geral. Figura 4
44
Figura 4
Zonas Climáticas
Fonte: Nicholson (2001)
Nota: As áreas mais escuras são onde oc
orre a maior incidência dos raios solares
1.5.2
Ecossistema Amazônico
O ecossistema amazônico, nos seus elementos floresta e rios, mantém com o clima uma
relação de interdependência e de auto-regulação. A quantidade de chuva anual da bacia do rio
Amazon
as ultrapassa os 2000mm de acordo SALATI, MARQUES & MOLION (1978:205), sendo
a fonte primária de vapor d água para a Bacia Amazônia o oceano Atlântico. Este vapor é
levado à região através dos ventos alísios de nordeste. SALATI (1983), sustenta a afirmação
que o Clima Atual Depende da Floresta , e explica que a origem primária do vapor d água para
a Amazônia é o Oceano Atlântico. No entanto, a divergência do fluxo do vapor d água indica
que somente 50% da precipitação atual é proveniente dessa fonte primária de vapor [...]
fornecendo a floresta, por meio da transpiração, os outros 50% de vapor d água necessários
para gerar o atual nível de precipitação. SALATI (1983:31), ainda afirma que, aproximadamente
50% das chuvas que se precipitam no centro-oeste na bacia de drenagem é resultado da
evapotranspiração da floresta e que um desmatamento em larga escala acarretará mudanças
45
no ciclo da água na região amazônica e refletir-
se
no clima do globo em decorrência da
circulação atmosférica.
1.5.3 Relevo
O fato da Amazônia ser localizada em um relevo predominantemente de baixas
altitudes, e estar circundada a norte pelo Planalto Residual Norte Amazônico, a oeste pelas
Cordilheiras dos Andes e a sul pelo Planalto Residual Sul Amazônico a entrada dos ventos
alísios e das massas de ar é favorecida na porção leste. O relevo da área, então contribui para
o aprisionamento dessa umidade na região, favorecendo a precipitação.
1.5.4 B
risas fluviais
A precipitação é um dos elementos climáticos mais importantes a ser analisado na
região tropical, pois induz as características e comportamento dos outros, tais como:
temperatura, umidade relativa, ventos, etc. Entretanto, a despeito da simplicidade de sua
medida, é uma das variáveis meteorológicas mais difícieis de ser medida, uma vez que possui
erros instrumental, de exposição e mesmo de localização (MOLION e DALLAROSA, 1990:16).
Em razão da imensidade da região Amazônica, que possui a maior área de floresta
tropical do mundo e rios extremamente volumosos, que são verdadeiros mares de água doce,
ocorrem diferenças de temperatura e pressão atmosférica que originam ventos locais,
conhecidos como brisas fluviais, gerados pela absorção térmica das diferentes superfícies,
água e solo.
Esse termo brisas fluviais , foi proposto por MOLION e DALLAROSA (1990:17), em
analogia às Brisas Marítimas. Os autores chamam a atenção para uma circulação atmosférica
local, que pode influenciar nos totais de precipitação coletados nas estações que ficam nas
margens de grandes corpos de rios, em função do aquecimento diferencial que existe entre a
terra e a água.
46
Na Amazônia grande parte da precipitação é resultante da convecção local, gerada
pelas temperaturas elevadas que favorecem a liberação de vapor d água para a atmosfera
acarretando chuvas convectivas, porém, o contraste térmico faz com que as nuvens formadas
pela evapotranspiração do rio sejam deslocadas para a terra em função do aquecimento
diferencial, pois o rio se aquece menos do que o continente e o ar desloca-se de áreas mais
frias
(maior pressão) para áreas mais quentes (menor pressão) gerando esse movimento que
desloca as nuvens preferencialmente para o interior da bacia durante o dia e ocorra o inverso
durante a noite. Logo, a precipitação coletada na margem dos rios pode ser menor do que as
precipitações coletadas em locais mais distantes desses corpos d água. pois que,
durante as primeiras horas da manhã, o aquecimento da superfície vegetada, ou não, é
mais rápido que o de corpos d água devido às diferenças de condutividade e
capacidade
térmica dos submeios. Esse aquecimento diferencial provoca movimentos ascendentes e
formação de nuvens sobre a terra, e o ar próximo à superfície do corpo d água se desloca
horizontalmente para a região de movimento ascendente; por questão de continuidade de
massa, forma
-
se, então, uma célula de circulação com o ar retornando dos níveis acima da
superfície e descendo sobre o corpo d água. Tal movimento subsidente provoca a redução
de nuvens e precipitação sobre o rio, como mostra a figura 05) (MOLION e DALLAROSA
1990:41
)
Fig. 05 Brisas Fluviais
Fonte: MOLION (1990)
1.5.5
Anticlones Subtropicais
Os anticiclones subtropicais ou anticiclones quentes são caracterizados como uma série
de células de alta pressão, alinhadas aproximadamente ao longo de uma linha de latitude,
RIO
T
T
E
E
R
R
R
R
A
A
47
podendo ocorrer em ambos os hemisférios. O eixo do cinturão se localiza nos níveis baixos de
latitude entre 20º e 35º, e tem um pequeno deslocamento meridional anual.
KOUSKY (1983), usando um conjunto de dados do centro Meteorológico Espacial dos
EEUU (NMC/NOAA) para o período de 1970
-
1975 combinou dados convencionais e de satélites
e revisou cartas médias de função de correntes para dois níveis 850 e 250mb e para dois
meses típicos Janeiro (verão) e Julho (inverno)
(MOLION & KOUSKY, 1985:02).
Esse estudo de Kousky demonstrou que:
Ao nível de 850mb os anticlones do Atlântico e Pacífico subtropicais estão presentes
nas duas estações (inverno e verão), apenas o anticiclone do Pacífico deslocou-se levemente
em direção ao Equador de sua posição no verão.
Ao nível de 250mb houve uma variação significativa:
1. O mês de janeiro evidencia um escoamento com movimentos meridionais em função
do intenso aquecimento da superfície com a liberação de calor latente e calor sensível. O calor
latente é devido à condensação de umidade através de toda coluna troposférica. Este
aquecimento produz uma célula de circulação direta com o ar quente e úmido elevando-
se
sobre o continente e o ar seco descendo sobre o oceano.
2. O mês de Julho
tem o escoamento por meio de movimento zonal e faz com que essa
circulação se enfraqueça, deslocando-se para mais para o norte do Equador, tendo como
implicação a redução da pluviosidade na maior parte da Amazônia (Fig. 06 (a) e (b)).
1.5.6 Zona de Conv
ergência Intertropical
A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) não é considerado um sistema
meteorológico de acordo com AYOADE (2001:124), apesar disso não como negar que é um
elemento importante a ser destacado na região intertropical.
A referida zona é formada pela confluência dos ventos alísios de NE (do Hemisfério
Norte) e de SE (do Hemisfério Sul), formando uma faixa de circulação no sentido Este-Oeste a
48
altura da linha do Equador, embora oscilando para o hemisfério Norte ou para o hemisfério
Sul,
a depender da estação do ano, mais ou menos a até 5ºS e 10ºN, com estreita correspondência
ao equador térmico . Constitui-se em um sistema muito estudado nos últimos anos,
notadamente pela influência no volume pluviométrico nos dois hemisférios (AGUIAR, 2001).
Recebe várias denominações como Frente Intertropical, Confluência Intertropical, Frente
Equatorial e Descontinuidade Intertropical.
O regime pluviométrico da Região Amazônica demonstra uma relação com a ZCIT. Pois, se
desloca para o Hemisfério Norte durante em junho (verão), alcançando sua posição limite em
agosto, retornando progressivamente para o Hemisfério Meridional, alcançando sua posição
limite em março.
Esse deslocamento, tanto para o Norte quanto para o Sul, está relacionado com
a
temperatura e pressão atmosférica que fazem com que o hemisfério, que se encontra na
estação do verão, receba os raios solares mais intensamente, configurando-se uma área de
baixa pressão para onde os ventos se dirigem.
Logo, quando acontece o deslocamento da ZCIT para o Hemisfério sul, a Amazônia
sofre a influência dos ventos que convergem para essa faixa, dentre esses, os ventos alísios
de nordeste que são deslocados dos seus locais de origem carregados de umidade e
contribuem para aumentar os índices de chuva na região. Tanto que o período em que a ZCIT
encontra
-se no hemisfério meridional coincide com período de maior precipitação na região
Amazônica.
Com o progressivo deslocamento da ZCIT para o Hemisfério norte, atingindo este em
junho, inicio do verão, a precipitação na Amazônia tem seus valores atenuados em razão direta
da redução de umidade, pois os ventos alísios responsáveis por trazer o vapor d água do
oceano para a Amazônia restringir
-
se
-
ão mais ao hemisfério setentrional onde estará a ZCIT
.
49
Fig. 06 (a)
Linhas de função de corrente representando o escoamento troposférico médio a 850mb nos meses respectivos de janeiro (verão)
e julho (inverno).
Fonte: MOLION (1987)
Fig. 06 (b)
Linhas de função de corrente representando o escoamento troposférico médio a 250mb nos meses respectivos de janeiro
(verão) e julho (inverno).
Fonte: MOLION (1987)
50
1.5.7 Massas de Ar
As diferenças no balanço de radiação associadas à distribuição das superfícies
continentais e marítimas ocasionam pressões atmosféricas distintas, permitindo a circulação
atmosférica e as trocas térmicas entre diversas regiões do
globo.
A atmosfera se aquece de maneira desigual, o balanço de radiação é negativo para altas
latitudes e positivo para baixas latitudes, isso se reflete nas características das massas de ar
que se originam nessas diferentes áreas. Massas de ar que têm sua
gênese em baixas latitudes
recebem maior radiação e são, portanto, mais quentes, sofrem o processo de dilatação
(expansão), tornando-as menos densas (menos pesadas), ocasionando sua ascensão na alta
troposfera. Já as massas formadas em altas latitudes, sã
o frias, tornando
-
se mais densas o que
gera sua posterior subsidência.
Como as massas de ar deslocam-se de áreas de alta pressão para áreas de baixa
pressão, ocorre uma circulação dos Pólos para o Equador e do Equador para os Pólos,
circulação está que é chamada por alguns autores de Circulação de Hadley, similar a mostrada
na figura 07.
Fig. 07
Célula de Hadley
Fonte: Tolentino et. al. 2004:121
51
No entanto, essas massas de ar ao se deslocarem sofrem a ação do movimento de
rotação da Terra
(oeste
-leste) pelo efeito de Coriólis, e faz com que os ventos sejam desviados
para a direita de sua trajetória no hemisfério Norte e para a esquerda no hemisfério sul, gerando
diferentes sistemas de ventos como o mostrado na figura 08.
Fig. 08
Ventos no globo terrestre
Fonte: Ayoade ( 2001:82)
Desses os que influenciam mais diretamente a região Amazônica, são os ventos alísios.
Os Alísios são ventos que sopram das áreas de altas pressões em direção a área equatorial. À
medida que se movem para o Equador são desviados para oeste e se tornam alísios de
nordeste, no Hemisfério Norte, e alíseos de sudeste, no Hemisfério Sul, em razão do
movimento de rotação da Terra. Suas áreas de origem são os oceanos, por isso são ventos
52
transportado
res de umidade, para as regiões por onde passam. Os ventos alíseos de nordeste
e sudeste ao se deslocarem em direção ao Equador, formam a Zona de Convergência
Intertropical.
Associados aos sistemas de ventos e a ZCIT estão as massas de ar que como o própri
o
nome define são porções do ar atmosférico com características químico-físicas homogêneas e
espessura bem desenvolvida, carregam consigo as características do local de origem.
Omite
-se, aqui, a influência nas outras regiões do país das massas de ar que
o
citadas, descrevendo apenas a influência dessas na região Amazônica, onde está inserida a
área em estudo.
NIMER (1989:9), afirma que a Massa de Ar Equatorial Norte (mEn) tem origem na Zona
dos Alísios de NE do anticiclone do Atlântico Norte, próximo ao A
rquipélago dos Açores.
Essa massa de ar tem origem sobre o oceano Atlântico possuindo características
úmidas, desloca-se para a Amazônia por meio do quadrante leste, que sopram de sudeste, no
Hemisfério Sul, e de nordeste, no Hemisfério Norte devido à força de Coriólis e contribui
consideravelmente com os elevados índices umidade na Amazônia. Essa massa de ar resulta
da convergência dos alísios. A CIT desloca-se no decurso do ano. Em janeiro atinge o norte do
Amapá (4ºN), desloca-se para o hemisfério sul atingindo o estado de Pernambuco (8ºS) em
março; em seguida retorna, ocorrendo novamente no extremo norte do país (4ºN) em junho .
(TUBELIS & NASCIMENTO, 1937:232)
Por sua vez, a Massa Equatorial Continental (mEc), segundo NIMER (1989:9), se forma
sobre
o continente aquecido onde dominam as calmas e os ventos fracos do regime
depressionário, sobretudo no verão. Nesta época o continente é um centro quente para o qual
afluem de norte e leste os ventos oceânicos oriundos da mEn mais fria, vindo constituir e
m
terra a massa mEc.
53
Na depressão térmica, produz-se acentuada ascensão, que dada à falta de subsidência,
empresta
-lhe um caráter de instabilidade convectiva. Isto permite que a umidade específica se
distribua mais uniformemente com a altura (NIMER, 1989:1
0).
Essa massa de ar é constituída pelos ventos alísios que se deslocaram para a Amazônia
por meio da mEn e portanto, são ventos que transportam umidade para a região. Tal massa de
ar se dispõe na parte noroeste da Amazônia, porque encontra com barreira natural os Andes,
essa área também possui de forma mais expressiva a densa e luxuriante cobertura vegetal e os
caudalosos cursos d água contribuindo consideravelmente com a liberação de vapor d água
para a atmosfera por meio do processo de evapotranspiração, resultando numa umidade
relativa elevada, determinando grande nebulosidade e por conseguinte abundantes
precipitações.
1.5.8 Friagem
A massa de ar polar penetra no continente sul-americano no inverno, quando encontra
condições favoráveis, invade a região amazônica, provocando chuvas frontais e quedas
bruscas na temperatura por 2 ou 3 dias, causando o fenômeno conhecido como friagem .
A Friagem ocasiona uma brusca alteração nas condições meteorológicas, causando
uma diminuição da temperatura e umidade do ar e modificando as características ambientais.
Trabalhos anteriores descreveram a friagem como sendo uma forte entrada de ar frio vindo do
sul o qual penetra dentro dos trópicos e afeta a Amazônia (SERRA & RATISBONA, 1942
apud
OLIVEIRA et. al., 2004:614). A geomorfologia da região Amazônica limitada à oeste pela
Cordilheira dos Andes (com elevações de até 6000 m), a norte pelo Planalto Residual Norte
Amazônico (com picos montanhosos de até 3000 m), ao sul pelo Planalto Residual Sul
Amazônico (altitudes típicas de 1200 m) e a leste pelo Oceano Atlântico, contribui para a
penetração da Massa Polar.
54
Estudos de OLIVEIRA et. al. (2004: 615), realizados numa área de floresta próxima à
região de Ji-Paraná (RO), durante o mês de junho de 2001, demonstram que a friagem altera a
partição de energia, causando uma redução de 7,03 MJ.dia
-
1 no saldo de radiação 1,73 MJ.dia
-
1 no Fluxo de calor Sensível e 4,17 MJ.dia-1, no Fluxo de calor Latente. O fenômeno da
friagem, também modifica o balanço de carbono na floresta, o qual apresentou fluxos médios
diários de
1,48 mmolCO2 m-2 s-1 durante o evento de friagem, e
0,33 mmolCO2 m-2 s-
1
em dias normais, sendo esta intensificação no fluxo um resultado da maior eficiência nas trocas
turbulentas em dias de friagem. Estas variações reduzem os valores dos elementos climáticos
(principalmente dos valores de temperatura do ar), que podem impactar as atividades
metabólicas das plantas.
A diferença nos valores médios dos parâmetros climáticos em dias com e sem friagem
podem ser
observados na tabela 02 abaixo:
Tabela 0
2 -
Média das Variáveis Meteorológicas para dias de Friagem e Normais.
Tar(ºC)
Tmax(ºC)
T.min(ºC)
Dia Normal
24,6(±0,3)
29,7(±0,3)
20,1(±0,3)
Dia de friagem
15,6(±1,0)
19,0(±1,9)
13,0(±0,4)
Diferença
-
9,0
-10,7 -
7,1
% -
36
-
36
-
35
FONTE: OLIVEIRA (2004)
e) El Niño
É o aquecimento anormal das águas superficiais e subsuperficias do oceano Pacífico
equatorial leste, cuja causa é desconhecida, porém, há hipótese que sugere que esse
aquecimento possa estar relacionado com a energia liberada dos processos tectônicos,
resultantes do encontro de duas placas. Durante a permanência do El Nino, as características
do padrão atmosférico sofrem mudanças significativas, em especial, no regime pluviométrico
em diversos locais da Terra, inclusive na vasta região Amazônica. A duração média do El Niño
é de 12 a 18 meses com intervalos periódicos de 2 a 7 anos. O ano inicial da ocorrência do EL
55
Niño é comumente denominado de Niño e o ano seguinte é chamado de Niño+1. Figura 09. E
m
anos de El Niño observa-se concomitantemente a diminuição da pressão atmosférica e o
aumento na temperatura do ar sobre o Pacifico Oriental.
Para entender o comportamento do El Niño, é preciso analisar os mecanismos dos
ventos em anos normais, e isto pode ser descrito na Figura 10 (a), onde notamos os
movimentos ascendentes na porção ocidental do oceano Pacífico, resultado do aquecimento
normal das águas oceânicas que provoca intensa evaporação. Isso gera uma célula de
convecção, que desce na porção oriental do Pacífico (Oeste da América do Sul), tomando a
direção dos ventos alísios próximos à superfície e de oeste para leste em altos níveis da
troposfera, é a configuração da célula de Walker.
Em anos sobre a influência do El Niño, devido ao aquecimento anormal das águas do
Pacífico, os movimentos ascendentes gerados pela evaporação passam a ocorrer no centro do
oceano como mostra a figura 10(b), com duas ramificações, leste e oeste, o ramo descente
leste se estende sobre toda a Amazônia, alcançando a costa oeste da África e causando a
redução da precipitação devido ao ar seco dessa corrente, pois o ar vindo da alta troposfera
dirigindo
-se para a superfície não favorece a formação de nuvens e conseqüentes chuvas,
chama
-
se atenção, ainda, que aliado a esse p
rocesso há o enfraquecimento dos ventos alíseos.
Isso foi comprovado por meio dos
estudos observacionais realizados por Marengo e Hastenrath (1993), e que foram
comprovados por estudos de modelagem do clima de Marengo et al. (1993), mostram que,
durante
anos de grande aquecimento das águas do Pacifico equatorial central (fenômeno
do El-Niño), a ZCIT situa-se anômalamente mais ao norte do que sua posição normal
sobre o Atlântico tropical. Conseqüentemente os ventos alíseos de NE são mais fracos,
reduzindo
a umidade que penetra no interior da região Amazônica. Sobre o lado oeste dos
Andes, a convecção que produz chuvas abundantes ao norte do Peru, provoca, por sua
vez, movimentos de ar de subsidência compensatória no lado este, contribuindo para uma
menor qu
antidade de chuva na parte oeste da Amazônia. (FISCH 2004)
56
Os efeitos causados pelo fenômeno El Niño, são observados em todo o mundo em
função do oceano Pacífico ser o mais extenso dos oceanos, abrangendo uma área de
aproxima
damente 165 milhões de quilômetros quadrados. As conseqüências desse fenômeno
na América do Sul e em especial no Brasil são descritos na Figura 11.
FIGURA 09
- Evolução da anomalia da Temperatura da Superfície do Mar em anos de El N
iño.
FONTE: CPTEC/INPE
FIGURA 10
Padrão de circulação observada em anos normais e em anos de El Niño
FONTE: SITE DO CPTEC/INPE
10A
10B
57
FIGURA 11 Influências do El Niño na América do Sul
FONTE: SITE DO CPTEC/INPE
Jan/2005
1.6 Importância do Es
tudo Climatológico na Amazônia
O clima é um dos elementos mais relevantes no estudo ambiental, é indiscutível sua
importância como um fator modelador da paisagem e influenciador das atividades
socioeconômicas.
As mudanças climáticas podem ser antrópicas e antropogênicas, a primeira oriunda de
mudanças naturais e as demais resultantes da ação humana, sendo intensificadas pelos
processos de desflorestamento e do aquecimento global gerado pelo aumento do efeito estufa.
58
O estudo da variação climática na Amazônia é de extrema importância em função da
sua diversidade biológica.
A Amazônia abriga cerca de 2000 espécies de peixes, entre elas o maior peixe
de escama de água doce: o pirarucu (Arapaima gigas). Existem cerca de 300
espécies de répteis em toda a bacia Amazônica. As cobras, com 175 espécies
são o grupo com maior diversidade, seguido por lagartos. Fazem parte deste
grupo, os chamados bicho-
de
-casco (quelônios[...]Das 9040 espécies de
pássaros conhecidas em todo o mundo, 30% (2.600) são encontradas por toda a
Bacia Amazônica. Das cerca de 4.620 espécies de mamíferos conhecidos
mundialmente, 500 são encontrados na região
.
(SALATI & SANTOS 1998
apud
PEREIRA 2002:25)
Caso as condições ambientais mudem, especialmente, o clima, isso afetaria diretamente
a diversidade biológica da área, seja por meio da especiação e/ou da extinção de espécies.
É provável que a mudanças climáticas tenham seus maiores impactos em florestas
amazônicas por meio das suas interações com a variabilidade natural de clima (como o
El
Nino), exploração madeireira, fragmentação e incêndios. (Fearnside 2003:25)
Outro fator de destaque no que se refere as mudanças climáticas na Amazônia, diz
respeito ao desflorestamento ou a substituição de floresta por pastagens.
O estudo climático
da Amazônia é importante por essa região ser um centro dispersor de
calor e precipitação para outras regiões, conforme MOLION (1988; 1991).
MOLION (1991), analisando a importância da floresta para o clima global afirma, que a
Amazônia é uma fonte de calor para atmosfera. Segundo o autor, cerca de 80% da energia
disponível é usada em evapotranspiração, o resto aquece o ar, e quando o vapor d água se
condensa formando nuvens e chuvas ele libera calor latente que foi usado na
evapotranspiração. Esse calor disponível na zona tropical é transferido por meio de um fluxo
térmico para latitudes mais frias mantendo o equilíbrio térmico da Terra.
Ainda de acordo com o autor,
59
à medida que uma nuvem se desenvolve verticalmente (cúmulo-nimbo), vai
convertendo mais vapor em água líquida, liberando calor latente e aquecendo a
coluna atmosférica em toda a sua extensão. O aquecimento através de liberação
de calor latente é muito mais eficiente que por calor sensível, que, além de ser
uma terça parte do latente, é liberado a superfície e necessita ser transportado
para cima por turbulência atmosférica. O ar úmido que sobe é reposto pelo ar
proveniente dos oceanos nos níveis próximos a superfície (convergência) e, após
perder umidade, é transportado para fora da região (divergência) nos níveis altos
da troposfera, a cerca de 10km de altitude, descendo posteriormente sobre os
oceanos adjacentes.
(MOLION 1998:48)
Essa circulação é ramificada em dois componentes: o componente oeste-
leste
conhecido como circulação de Walker mostrada na figura 12 e o componente equatorial tropical
conhecido com circulação de Hadley ilustrada na figura 13.
O calor latente liberado por essa fonte é transportado para fora dos trópicos pela
circulação geral da atmosfera, para regiões temperadas e polares que apresentam uma
deficiência de calor, porque elas recebem menos radiação e logo perdem para o espaço. A
Amazônia é, portanto, uma importante fonte de calor para a circulação atmosférica geral, e uma
significativa alteração climática nessa região pode alterar a quantidade de calor latente liberado
para outras zonas climáticas da Terra.
Fig. 12 - Diagrama de uma célula de circulação direta resultante do aquecimento diferencial entre o continente e o
oceano.
Fonte: Molion (1988:48)
60
Fig. 13
Representação esquemática da circulação do ar no Hemisfério Sul. A ascensão das massas de ar ocorre
nas regiões próximas do Equador.
Fonte: MOLION (1988:48)
1.7 Clima de Balbina
-
Levantamento Histórico
O tamanh
o do reservatório como o da UHE
-
Balbina e sua influência sobre o regime das
chuvas da região são insignificantes, na presença da dimensão dos fenômenos naturais que
atuam na Amazônia essa foi a afirmação de Luiz Carlos Molion (1989:3), na época chefe do
Departamento de Meteorologia do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e
coordenador nacional de Suprimentos de Micrometeorologia da Amazônia, em colaboração com
o Instituto de Meteorologia da Inglaterra publicada pelo jornal mensal das Centrais Elétricas do
Brasil
Corrente Contínua.
Ainda, segundo a fonte supracitada, de acordo com MOLION, as chuvas são produzidas
pelas circulações de Walker/Hadley
de caráter continental e envolvendo milhões de
quilômetros quadrados de superfície do globo
ou por fenômenos como os sistemas frontais,
que são externos a região e tem origem na zona polar. A dimensão destes fenômenos naturais
61
na Amazônia, portanto, tornaria insignificante o impacto de um lago artificial como o de Balbina
no clima da região.
De
acordo com Januário (1985:15)
apud
Fearnside (1990:19), chove em Balbina
2.229mm/ano, valor muito próximo ao divulgado pelo informativo da ELETRONORTE (s/d)
Balbina: Ambiente e Desenvolvimento, que afirma, que a precipitação pluviométrica média
anual é da ordem de 2.262mm, concentrando-se cerca de 67% das chuvas nos meses de
dezembro a maio e 30% no período de junho a novembro. De acordo com registros, abril é o
mês mais chuvoso, com cerca de 352mm e agosto o mês mais seco, com aproximadamente
107mm.
A temperatura média anual oscila entre 26ºC e 28ºC, sendo a média das máximas de
36ºC e das mínimas de 22ºC. A umidade média anual de aproximadamente 82%.
1.8 Clima de Urucu
Levantamento Histórico
Não existem registros climáticos da área onde hoje está instalada a Província Petrolífera
do Rio Urucu, anterior as ações da Petrobrás naquela região, os dados referentes aos
elementos do clima dessa área, contidos nos relatórios de impactos ambientais, o
reproduções dos dados coletados na cidade de Coari.
Somente em 1997, através de Convênio assinado entre a Universidade Federal do
Amazonas e a Petrobras, por meio do Projeto Uruclima, quatro estações climatológicas foram
adquiridas e implantadas dentro da Província Petrolífera do Rio Urucu, sob a coordenação do
Professor Francisco Evandro Aguiar.
A partir desse monitoramento, AGUIAR (2001), realiza um estudo microclimático para
identificação dos efeitos provocados pelos diversos processos introduzidos em cada local, e os
reflexos da instalação desse complexo industrial no interior da floresta em meso e macroescala
climática.
62
Na temperatura, nesse estudo comparativo, constatam-se valores muito próximos entre
Urucu e as cidades do entorno e um certo paralelismo entre as máximas, médias e mínimas.
Existe de certa forma, uma tendência a registros de menores valores em Urucu (AGUIAR,
2001:133).
O autor afirma com propriedade que,
no clima, apesar de serem verificadas pequenas alterações em nível
microclimático, pode-se afirmar a improvável influência em escala local
e em meso escala, pelo domínio florestal absoluto em volta. Em escala
macro regional não há certamente nenhuma interferência já que a
extensão continental da Amazônia
mais de 4 milhões de quilômetros
quadrados, com relativa uniformidade ecossistêmica, anularia qualquer
interferência nesse sentido (2001:134).
1.9 A seca na Amazônia: episódio de 2005
A região amazônica é uma área conhecida mundialmente por ter a maior bacia
hidrográfica do mundo, sendo seu rio principal, o Rio Amazonas. A população dessa região
vastíssima com abundancia hídrica, sempre se preocupou com as enchentes, no entanto, no
ano passado (2005), parte dessa população foi surpreendida por um episódio atípico na região,
uma estiagem severa que modificou temporariamente a paisagem amazônica, dificultando o
transporte e reduzindo o estoque de alimentos em algumas áreas da região.
Esse episódio climatológico foi associado ao aumento da temperatura na superfície do
oceano Atlântico Norte, esse aquecimento anômalo gerou maior convecção no local,
favorecendo a condensação na atmosfera, o que ocasionou chuvas copiosas naquela região.
Conseqüentemente, em função da atmosfera ser dinâmica e possuir um fluxo contínuo, se
houve a ascensão do ar, de ocorrer à subsidência e esta se fez sobre a região amazônica.
Ademais, ressalta-se que o ar descendente tende a ter características térmicas frias inibindo o
desenvolvimento de nuvens e precipitação, contribuindo para vazante expressiva. A Figura 14
63
ilustra bem esse processo, mostra o corte vertical médio entre 65ºW-45ºW. A área de
subsidência coincide com as regiões que apresentaram déficit pluviométrico significativo.
O comportamento médio da superfície da temperatura do mar por mês na bacia do
atlântico norte, pode ser observado na figura 16, constatando as anomalias positivas que
cobriram uma área expressiva dessa bacia atingindo a costa norte da América do Sul, nordeste
do Brasil e as proximidades da costa africana. Concomitante a identificação da anomalia
positiva no Atlântico norte foi identificado a neutralidade na bacia do oceano Pacifico tropical, o
que descarta a possibilidade da seca na Amazônia estar relacionada com o fenômeno El Niño.
De acordo com RODARTE (2005:142) o fenômeno da seca tem caráter cíclico havendo
not
icias de secas nos anos 20 e 60, caracterizando uma periodicidade de 40 anos. Portanto, o
aquecimento global e as queimadas não seriam suas causas principais, mas poderiam reforçar
seu efeito . Outro aspecto analisado e que corrobora para afirmar que a seca de 2005 não foi
a maior dos últimos cem anos é a análise do nível do rio Negro que evidencia alguns anos com
vazante expressiva com valores próximos a seca de 2005 e até superiores. (Fig. 15)
FIG 14 - Anomalias da circulação troposférica relacionada à célula de Hadley observada em Agosto/2005. Dados do
CPC/NCEP processados na DMET, CTO
-
MN.
FONTE: SIPAM
Boletim Climático da Amazônia -
Ano 2 . No. 12 . Setembro de 2005
64
12
14
16
18
20
22
24
26
28
30
1903
1906
1909
1912
1915
1918
1921
1924
1927
1930
1933
1936
1939
1942
1945
1948
1951
1954
1957
1960
1963
1966
1969
1972
1975
1978
1981
1984
1987
1990
1993
1996
1999
2002
2005
( Anos )
( metros )
Cheia Vazante
FIG 15
Série Temporal do nível do Rio Negro
65
Fig 16
Anomalias na temperatura da superfície do mar, observadas de janeiro a dezembro de 2005
Fo
nte: Dados do CPC/NCEP processados na DMET, CTO
-
MN
SIPAM
-
Boletim Climático da Amazônia, 2005
Anomalia TSM Mensal JUL 2005
Anomalia TSM Mensal MAI 2005
Anomalia TSM Mensa
l AGO 2005
Anomalia TSM Mensal SET 2005
Anomalia TSM Mensal OUT 2005
65
66
2. ÁREA DE ESTUDO: ASPECTOS GEOECOLÓGICOS E SÓ
CIO
-
AMBIENTAIS
2.1 Base de Exploração Geólogo Pedro De Moura (Urucu)
2.1.1 Histórico da ocupação
A PETROBRAS no Amazonas explora o petróleo e gás, na Bacia do Solimões,
especificamente na Província Petrolífera do Rio Urucu, situada no Município de Coari. A
Província de Urucu é composta por várias clareiras, onde extração de petróleo, sendo uma
delas, uma planta industrial que constitui a base petrolífera da Província do Rio Urucu,
chamada de Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura, recebeu esse nome em
homenagem ao geólogo Pedro de Moura, pioneiro no mapeamento geológico de petróleo na
Amazônia.
As pesquisas em busca de carvão e outros combustíveis na Amazônia começaram em
1917, realizadas pelo Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil. Nas décadas seguintes, o
potencial de reservas energéticas da região foi se delineando, até que a Petrobrás em 1954
encontrou óleo em Nova Olinda do Norte, às margens do Rio Madeira. As pesquisas
continuaram e em 1986 foram descobertos petróleo e gás guardados pela natureza nas
profundezas da mata próximo ao Rio Urucu. E, dessa vez, com reservas comercialmente
viáveis. (PETROBRAS, 2005)
2.1.2 Geomorfologia
Segundo RADAMBRASIL (1978), a região de Urucu está localizada no Planalto
Rebaixado da Amazônia Ocidental, que foi dividido em três subunidades, devido ao
posicionamento do Rio Purus e Madeira, ficando a área da Província Petrolífera de Urucu na
subunidade Norte do Rio Purus.
67
Suas principais características são: áreas conservadas e relevos dissecados em
interflú
vios tabulares de intensidades de aprofundamento de drenagem muito fraca e índices de
ordem de grandezas variáveis.
2.1.3 Geologia Local de Urucu
A extensa área sedimentar da região norte do Brasil, foi inicialmente designada de
Bacia do Amazonas, distri
buindo
-se do estado do Acre ao Pará. Posteriormente, essa bacia foi
dividida em quatro partes, ou sub-bacias separadas por alto do embasamento. São elas: Acre,
Alto Amazonas, Médio Amazonas e Baixo Amazonas. (PETRI, 1971).
No entanto, CAPUTO (1984) sugeriu a designação de bacia do Solimões em
substituição a do Alto Amazonas em face da evolução geológica diferenciada em relação às
bacias do Médio e Baixo Amazonas, hoje referidas simplesmente como Bacia Amazonas.
(EIRAS, 1994)
A província Petrolífera do Rio Urucu está inserida na Bacia Sedimentar do Solimões, no
interior da sub-bacia do Juruá, no Estado do Amazonas. Esta última, limitada ao sul pelo
Escudo Brasileiro e ao norte pelo Escudo das Guianas, a oeste pelo Arco Carauari que a
separa da sub-bacia do Jandiatuba e a leste pelo Arco do Purus que a separa da bacia do
Amazonas.
Essa bacia sedimentar, tem uma área de aproximadamente 45.000km
2
, orientada
grosseiramente na direção E
-
O, localizada inteiramente dentro do Estado do Amazonas, situada
entre as área
s cratônicas do escudo das Guianas e Brasileiro. (EIRAS, 1999)
A oeste, esta bacia sedimentar é limitada pelo Arco de Iquitos que a separa da Bacia do
Acre, e a leste, pelo Arco do Purus que a separa da Bacia do Amazonas, o Arco de Carauari,
separa a bacia do Solimões em duas sub-bacias, a do Juruá, na porção leste e Jandiatuba, na
parte oeste.
68
A bacia do Solimões é a mais prolífera bacia intracratônica brasileira, e contém o
segundo maior volume de óleo
-
equivalente recuperável no Brasil. (EIRAS, 1999)
A
estruturação da Bacia do Solimões é dada por falhas normais de direções NE-SW e
ENE
-WSW e por falhas de transferências/compartimentais de direção NW-SE, com história de
movimentação semelhante à Bacia do Amazonas. (COSTA & HASUI, 1997)
No que diz respeito, à litologia aflorante na área, destaca-se expressivamente o Grupo
Javari que congrega os sedimentos da cobertura neocretácea e cenozóica da formação Alter do
Chão e Solimões (Figura 19). Dessas, a litologia mais aflorante, principalmente, na Base de
Exp
loração Geólogo Pedro de Moura e em toda a área do Rio Urucu é a Formação Solimões.
Esta formação é constituída por sedimentos arenosos e síltico-argilosos depositados em lentes
e camadas horizontais e suborizontais durante o Plioceno-Médio ao Pleistoceno
Superior.
(RADAMBRASIL 1978:60)
De acordo com CAPUTO
et. al. (1971) in EIRAS et al (1994:20), essa unidade, também
é composta por argilitos vermelho e cinza, com camadas de conchas e de linhitos. Na área do
rio Urucu, a parte superior da unidade apresenta arenito grosso variegado. Essa formação é
rica em fósseis e animais, com troncos, folhas, carófitas, ostracodes, escamas dentes e ossos.
Com relação a possança da Formação Solimões pode
-
se verificar em superfície que as maiores
espessuras chegam a atingir
até 40m (RADAMBRASIL, 1978:61)
2.1.4 Hidrografia
A área da Província possui o padrão de drenagem do tipo drendrítico, e os afluentes do
Rio Solimões nessa área são: Rio Tefé, Rio Coari, Rio Urucu e Arauã
mostram cursos
meândricos com seções retinilizada
s (CAUPER 2000).
O rio Urucu é o principal acesso à região da Província Petrolífera. Tem suas nascentes
no divisor de águas do sistema Tefé, Coari, Urucu e Juruá, onde inicia seu percurso de 430 km
em direção sudoeste/nordeste, desaguando no lago de Coar
i. Este, por sua vez, deságua no rio
69
Solimões. No seu trecho superior e médio, sua vazão depende do regime de seus afluentes,
enquanto a sua parte mais baixa recebe influência do nível das águas do lago de Coari, e este
do nível do rio Solimões.
O lago de Coari constitui um lago de barragem que corresponde à foz afogada dos Rios
Coari, Urucu e Arauã.(RADAMBRASIL 1978)
Segundo SIOLI (1990) as águas do Rio Urucu, como os rios de águas pretas, são
escuras pela presença de materiais em decomposição de origem
vegetal e animal.
2.1.5 Solos
As principais classes de solos da área são os
Podzólicos
nas cotas mais elevadas, e os
Glei Pouco micos, as margens do rio Urucu. Os
Cambissolos
e os
Plintossolos
são também
comuns, muito embora pouco representativos. (
UFAM 1996)
No entanto, as principais associações de solo que ocorrem nessa região, são de
podzólicos vermelho. (RADAMBRASIL 1978). Esses solos pertencem à Formação Solimões e
se caracterizam por uma seqüência de sedimentos compostos por argilitos e siltitos finamente
laminados ou maciços, de coloração castanho-avermelhada a amarelada (UFAM 1996). o
solos profundos e medianamente profundos, bem drenados, localizados sob floresta e se
subdividem nos horizontes A,B e C.
O horizonte A possui comumente espessura superior a 40cm, coloração brunada nos
matizes 10YR e 7,5YR, estrutura fraca a moderada, muito pequena a pequena-granular, ou em
blocos, e textura variando de franco
-
argilo
-
arenosa a franco
-
arenosa.
O Horizonte B apresenta cores brunadas e amareladas ou avermelhadas nos matizes
10YR, 5YR e 2,5YR, quase sempre com mosqueado, a partir de 1,20m, a estrutura é fraca a
moderada do tipo granular ou em blocos angulares.
70
2.1.6 Cobertura Vegetal
De acordo com o RADAMBRASIL (1978), a cobertura vegetal predomina
nte é de Floreta
Aberta e Floresta Densa, ou seja, a vegetação da região de Urucu é a típica floresta equatorial
amazônica, composta de árvores com características perenes e latifoliadas, contendo uma
grande diversidade de espécies, o que pode acarretar uma certa fragilidade devido a existência
de poucas espécies com uma grande quantidade de indivíduos por unidade de área. Tendo por
base, as informações contidas no Relatório de Impactos Ambientais, realizado pela UFAM
(1996), a vegetação da área da Província Petrolífera do rio Urucu possui a seguinte
classificação:
- Floresta densa de terra firme sobre relevo plano: caracteriza-se por ser sempre verde,
com dossel contínuo e fechado. É o tipo predominante em torno de 50% na área.
- Floresta densa de terra firme sobre relevo ondulado: ocorre sobre terreno acidentado.
O dossel é aberto, em muitos casos deixando algumas clareiras, onde o sub-bosque é mais
denso devido a maior intensidade dos processos de sucessão.
- Floresta do tipo mista, ciliar de água preta, sazonalmente inundável (igapós): ocorre
nas áreas planas da bacia do rio Urucu e que estão expostas a inundações estacionais.
- Floresta aberta sobre relevo baixo mal drenado (mata de baixio): ocorre em áreas
planas e terras baixas, com drenagem deficiente em algumas áreas onde podem existir poças
d água formadas pelas chuvas constantes, e onde se encontra abundante matéria orgânica,
apresenta um grande número de clareiras e seus troncos são finos e compridos.
- Floresta mista, ciliar de água barrenta (mata de várzea) periodicamente alagada:
floresta características de áreas que sofrem inundações anuais decorrentes da enchente e
vazante do rio Solimões.
-
Vegetação secundária de terra firme (pastos, culturas e capoeiras) e;
-
Pequenos mosaicos vegetais sem de
finição precisa.
71
2.1.7 Divisão da Província Petrolífera do Rio Urucu onde está localizada a Base de
Exploração Geólogo Pedro de Moura.
A Província Petrolífera do Rio Urucu é uma área dotada de infra-estrutura que
corresponde a 10 mil hectares e conta com 110 quilômetros de vias asfaltadas. Ela possui 66
poços produtores de petróleo e gás e é formada por vários campos produtores como exemplo:
Rio Urucu
RUC (1986); Leste de Urucu
LUC ( 1987) ; Sudoeste de Urucu
SUC (1988);
Carapanaúba, Cupiúba (1989) e a extensão do Igarapé Marta (1990), que totalizam juntos hoje
66 poços de petróleo.
A Província Petrolífera ainda conta com mais duas unidades que são: A Base de Apoio,
que é a sede administrativa onde se realizam partes da atividade de controle de toda a
Província e a Base de Exploração Pedro de Moura conhecida também como Pólo Arara que é
uma área industrial com Unidade de Processamento de Gás GLP e Óleo Diesel, este último
produzido para consumo interno. Esta área foi selecionada por possuir base automática de
monitoramento de dados climatológicos e reunir características peculiares dentro da província.
(Fig 17)
2.1.8 Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura (Pólo Arara)
Constitui
-se uma planta caracteristicamente industrial, no meio de uma imensa cl
areira
com aproximadamente 50.000m
2
, um complexo industrial que ocupa a maior parte da área da
Província Petrolífera do Rio Urucu.
Uma cidade que não dorme. Assim é o complexo industrial de Urucu. A
produção diária
de Urucu é de 60 mil barris de petróleo, 10 milhões de metros bicos de gás natural (GN) e
1500 toneladas de GLP (gás de cozinha) requer infra-estrutura para garantir condições de
trabalho, segurança, saúde, habitação, alimentação, lazer e esporte para os seus 2.168
habitantes
281 empregados próprios e 1.887 de empresas contratadas (PETROBRÁS 2005).
Sendo esse numero variável, dependendo da demanda de serviços.
72
Nessa planta industrial vários prédios de escritórios, oficinas e dois queimadores de
gás (flair), funcionando sem interrupção, 2
4 horas por dia.
Esse volume de produção faz do Amazonas o terceiro maior produtor nacional, sendo o
maior produtor terrestre. A produção de petróleo em Urucu abastece os estados do Pará,
Amazonas, Rondônia, Roraima, Tocantins, Acre, Amapá e parte do Nord
este.
O processamento do petróleo bruto oriundo de sessenta poços de exploração é feito
nessa unidade industrial onde o óleo, gás e água são separados. A água passa por um
tratamento para que todos os resíduos de óleo sejam retirados e ela possa ser reinjetada nos
poços por causa de sua alta salinidade. O óleo mesmo depois do processo de separação da
água e do gás, ainda contém cristais de sais, e em função disso passa por uma fase de retirada
do restante do sal por meio da injeção de água doce e sofre aquecimento para que os gases
sejam retirados com o intuito de evitar acidentes no transporte do produto. O gás ao passar
pela Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) é separado dos hidrocarbonetos
líquidos e o chamado gás residual, que é comprimido e reinjetado nas estações de
processamento. O propano, o butano (gás de cozinha ou GLP) e o pentano (C5+) são retirados
para comercialização, o restante é reinjetado nos poços. Essa situação será alterada quando
entrar em operação o Gasoduto Coari-Manaus, que escoará toda a produção. (PETROBRAS
2005). Depois o óleo e o GLP são bombeados por 287km de dutos até o terminal de embarque
na margem do rio Solimões, a montante da cidade de Coari. Daí, o produto é estocado e
transportado para a refinaria de Manaus I
saac Sabbá e outras refinarias do país.
73
Fig. 17 - Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura
Planta Industrial da Província Petrolífera do Rio Urucu
Fonte: Petrobrás (2005)
Nota: o círculo indica a Estação Climatológica Automática da Base de Exploração petrolífera
74
2. 2.Usina Hidrelétrica de Balbina
2.2.1 contexto histórico da implantação da Usina Hidrelétrica de Balbina
Na antiguidade o homem se servia da energia oriunda apenas dos próprios músculos
para realizar suas atividades rotineiras. Com o decorrer do processo civilizatório, outras fontes
de energia se tornaram essenciais, e a partir da Revolução Industrial buscou-se meios de obter
energia de maneira mais eficaz e com rentabilidade elevado, assim começa a ser utilizado, o
carvão mineral, o petróleo, o gás natural e a hidroeletricidade, de modo mais expressivo, em
função da exigência que o desenvolvimento sócio
-
econômico da sociedade ocasionou.
Na Amazônia, essa busca por fontes de energias mais baratas e renováveis como a
hidroeletricidade para suprir a carência energética da região, nasce no contexto histórico do
regime militar brasileiro. Nessa conjuntura, aparece a Usina Hidrelétrica de Balbina que surge
para suprir o abastecimento de energia elétrica da região, em especial, a Zona Franca de
Manaus e também como parte dos planos para integrar e desenvolver a região.
Esses planos foram iniciados anterior ao período militar, ainda na década de 50 quando
o Governo Federal elaborou um plano de desenvolvimento regional e de uma agência de
desenvolvimento sob a forma de Superintendência de Valorização Econômica da Amazônia
SPVEA [...] cujos recursos maiores foram alocadas à construção da rodovia Belém-Brasília .
(THOMÉ 1999:40)
Ainda, segundo THOMÉ (1999:41), em 1966 a SPVEA foi extinta e criada a
Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) [...] Nesse mesmo ano através
do decreto presidencial foi criado o plano denominado de Operação Amazônia com o objetivo
de criar pólos de desenvolvimento estimulando a imigração e a formação de grupos auto-
suficientes proporcionando incentivos a investimentos privados.
Dentro da dimensão de modernizar a economia (inserção do capitalismo
internacional), integrar o território nacional e desenvolver a Região Norte, os
grandes projetos podem ser caracterizados em três dimensões: os que procuram
abrir a fronteira agrícola amazônica, os que se direcionam para a pesquisa e
75
exploração dos recursos naturais e os que procuram dar um destino aos novos
recur
sos minerais e energéticos do país.
(Thomé 1999:43)
A proposta de instalação da Hidrelétrica de Balbina surgiu da necessidade de dar
suporte a recém instalada Zona Franca
de Manaus caracterizada como
uma área de livre comércio de importações e de incentivos fiscais especiais,
estabelecida com a finalidade de criar no interior da Amazônia um centro
industrial, comercial e agropecuário dotado de condições econômicas que
per
mitam seu desenvolvimento, em face de fatores locais e da grande distância,
a que se encontram os centros consumidores de seus produtos.
(RIBEIRO FILHO 1998:312)
A Zona Franca de Manaus se inicia com a criação da Superintendência da Zona Franca
de Manaus (SUFRAMA), em 1967. No entanto, sua efetivação acontece apenas no inicio dos
anos 70, com a instalação do Distrito Industrial na Zona Leste da cidade. (RIBEIRO FILHO
1998:312)
Com a Zona Franca, sobretudo através do Distrito Industrial, demandas por infra-
estrutura de grande vulto são direcionadas ao Estado, entre as quais a energia elétrica, fator
essencial para a dinâmica e proliferação das produções planejadas. (THOMÉ 199:50)
É nesse contexto desenvolvimentista brasileiro dos grandes projetos, que a Usi
na
Hidrelétrica de Balbina, tem origem.
O primeiro estudo visando o suprimento de energia para o pólo de desenvolvimento
centrado em Manaus, foi realizado pelo comitê Coordenador Estudos Energéticos da Amazônia
ENERAM, em 1970/71 (ELETRONORTE.s/d)
Em 1972 foi criada a Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A.
ELETRONORTE, com
a origem na Lei 5824 de 14 de novembro de 1972. Sua área de atuação definida pela Lei nº
5899 de 05 de julho de 1973 e corresponde a área da Amazônia Legal. (ELETRONORTE,
1987:
01)
76
Após ter sido constituída a ELETRONORTE, a ELETROBRÁS, transferiu a esta, todos
os estudo de aproveitamento hidrelétrico, assim como os projetos, construção e operação de
usinas térmicas e hidrelétricas e transmissão de energia elétrica para suprimento às
concessionárias estaduais.
Aqui cabe ressaltar, que em 1973, a crise mundial do petróleo era uma realidade
alarmante, e faz surgir à necessidade urgente de encontrar uma alternativa que reduzisse as
despesas com a geração de energia e o consumo de combustíveis fósseis, numa época, em
que o parque gerador de energia elétrica da região operava exclusivamente à base de
derivados do petróleo.
Para equacionar essa deficiência no suprimento energético da região, em especial
Manaus, a ELETRONORTE, realiza o reconhecimento aéreo dos rios Uatumã e Jatapu, e
demonstra que o suprimento hidrelétrico de Manaus poderia ser efetuado por um
aproveitamento do rio Jatapu ou, possivelmente, por um aproveitamento no trecho do rio
Uatumã entre as cachoeiras Balbina e Moren
a . (ELETRONORTE, 1987:03)
A escolha do local de implantação da usina de acordo com uma entrevista feita por
THOMÉ (1999 p. 100) a um técnico da UHE
-
Balbina, ocorreu no Rio Uatumã, pois na época,
predominava a prática de fundamentar as obras sobre rochas duras, que é o
caso da bacia do Uatumã, que são rochas de dois bilhões de anos. Essa
condição permitiu dar uma segurança muito grande para a construção da
hidrelétrica nessa região. A escolha do local, no rio Uatumã, onde seria
construída a barragem,
foi puramente geológica .
A viabilidade da Usina Hidrelétrica de Balbina foi divulgada pela ELETRONORTE em
1975. (THOMÉ 199:55) Planejada para entrar em funcionamento em 1982 atendendo
plenamente o consumo energético de Manaus por alguns anos. Entretanto, dificuldades da
conjuntura econômica brasileira retardaram as obras e adiaram sucessivamente a geração de
energia que, de fato, teve inicio em fevereiro de 1989, quando a evolução do mercado não
mais permitia a Balbina o atendimento pleno de Manaus, inicialmente previsto.
(ELETRONORTE, Ambiente e Planejamento, s/d)
77
Esse fato, associado aos impactos ambientais da implantação da usina repercutiu no
mundo todo. Por isso, a referida hidrelétrica, de acordo com VEJA (20/05/1987) apud
FEARNSIDE (1990:11) é um dos projetos conhecidos no Brasil como obras faraônicas . Assim
com as pirâmides do antigo Egito, essas maciças obras públicas exigem os esforços de uma
sociedade inteira para se completar, apesar de não trazer praticamente nenhum retorno
econômico.
Baseado nesses argumentos, FEARNSIDE (1990) considera a construção de Balbina,
uma loucura tecnológica, ambiental e econômica e POOLE (1990) citado por THOMÉ (1999)
endossa a afirmação do pesquisador do INPA ao afirmar que:
Apesar de a Amazônia ser considerada a região com maior potencial hidrelétrico,
apresenta também problemas que lhes são característicos neste setor, como, por
exemplo, a forte flutuação sazonal dos rios. Além disso, a sua topografia tende a
atingir enormes áreas inundadas e grandes quantidades de biomassa nestas
áreas. Essas características exigem grandes reservatórios e necessidade de
armazenamento resultando em custos crescentes com o agravamento de
impactos ambientais e sociais de dimensão extraordinária.
SALATI (1990), também chama atenção em relação a altimetria da região Amazônica,
descrevendo
-a como uma grande planície com altitudes abaixo de 200m, com cerca de
4000km de comprimento na direção L
-
W e largura máxima de 2000km na direção N
-S .
O autor ainda afirma, que em sua maior extensão, a declividade média da planície
amazônica é muito baixa: a queda vertical entre Iquitos, no Peru, e a foz, 2375 km abaixo, são
de apenas 107 metros.
Esse fato demonstra a grande potencialidade dos recursos hídricos, porém, no tocante
ao potencial hidrelétrico, uma baixa capacidade de produzir energia em função dos baixos
desníveis ao longo dos cursos d água.
A instalação da hidrelétrica de Balbina acarretou grandes impactos ambientais à área,
principalmente, decorrentes da baixa vazão da água do Rio Uatumã e sua capacidade de
geração e a extensão da área ocupada pelo reservatório. A energia gerada não chega a suprir
78
25% das necessidades da capital do Amazonas, apesar disso, inundou uma área da floresta
maior do que a alagada para a construção da Usina de Tucuruí que produz muito mais energia,
isso pode ser comprovado de acordo com a tabela 3, abaixo:
Tab. 03
Área alagada e produção de energia nas hidrelétricas
Hidrelétrica
Dimensão do reservatório
Produção de energia
Itaipu
135,000ha
12,600
a 14,000M
Tucuruí
215,000 a 300,000 há
4,000 a 8,000MW
Balbina
400,000 a 540,000ha
240 a 250MW
Fonte: Ribeiro (1990)
Constata
-se que, Balbina produz energia insuficiente quando comparada a área do lago
com a quantidade de energia gerada.
Os
dados mostram os erros de planejamento, o que fez com que Balbina no contexto
das hidrelétricas brasileiras tivesse a pior situação juntamente com a hidrelétrica de Babaquara,
considerando a área do reservatório e a energia gerada.
O superintende da Eletronorte citado por THOMÉ, afirma que o único ponto negativo
que vejo até hoje é que é um lago muito grande, é o único ponto negativo, o resto foi tudo
benefício para Manaus . (1999:73)
Outro dado explorado para legitimar a hidrelétrica foi o de que a região onde se formou
o lago ter sido praticamente desabitada, a não ser por uns poucos índios perambulantes
.
(THOMÉ 1999:80).
Esquece
-se que a criação da Usina Hidrelétrica de Balbina no Rio Uatumã
acarretou impactos irreversíveis, pois, as perdas do patrimônio cultural dos Waimi-Atroari são
incalculáveis, que a Usina de Balbina de acordo com RIBEIRO (1990:237) alagou cerca de
75% do território tribal dessa etnia.
RIBEIRO (1990) cita os erros cometidos com a construção da Usina Hidrelétrica de Balbina,
qu
e foram sumariados num artigo do físico José Goldenberg ao Jornal do Brasil de 10
-8-
1988.
Nele destacam
-
se os seguintes argumentos:
79
A água do rio Uatumã não consegue encher , na velocidade prevista, o lago cuja forma
e tamanho nunca foram bem definidos;
O surgimento de fugas imprevistas (devido a erros de topografia) faz com que a água
se espraie além do esperado, sem falar nas cavernas não conhecidas, que absorvem
quantidades imprevisíveis de água
Com a finalidade de mitigar os efeitos decorrentes da implantação da usina, foi
realizado o Diagnóstico Preliminar dos Efeitos Ambientais do Projeto Hidrelétrico de Balbina ,
datado de 1979, elaborado pelo Consórcio Monasa/Enge
-
Rio, com assistência do Dr. A. V. Bell,
chefe do Environmental Division of Montreal Engineering Companhy Lmited. (ELETRONORTE,
Meio Ambiente e Desenvolvimento,s/d). Baseado nesse relatório foi realizado as primeiras
pesquisas objetivando fazer levantamentos do potencial ambiental da área e prognósticos
acerca dos impactos, assim como medi
das mitigadoras ou compensatórias.
No entanto, não nos compete aqui, tecer análises conclusivas a favor ou contra a
criação de Balbina, este não é o objetivo, cabe aqui, apenas, uma breve descrição para
contextualizar o processo histórico da instalação desse empreendimento e os impactos
resultantes dele, com o intuito de expor que nos estudos sobre a construção da hidrelétrica,
vários elementos do meio que sofreriam alteração em virtude das modificações do espaço
natural são analisados, e o clima é pouco considerado nesse processo, apesar de ser um
elemento essencial para o desempenho eficaz da usina, principalmente, no que se refere à
distribuição da precipitação. Apesar disso, o conteúdo abordado sobre essa temática é limitado,
e num levantamento bibliográfico da área destaca-se apenas o trabalho apresentado pelo
pesquisador do Inpe, Carlos MOLION, onde este afirma que a usina não modificaria o clima da
área.
80
2.2.2 Localização e Acesso
A Vila de Balbina, lugar onde está instalada a UHE-Balbina, localiza-se no Estado do
Amazonas, município de Presidente Figueiredo entre as coordenadas 01º55 S e 59º28 W de
Greenwich, está aproximadamente a 186 quilômetros ao norte de Manaus, sua via de acesso é
a BR
-
174
(Manaus
-
Boa Vista) e a AM
-
240 (Presidente Figueiredo
-
Balbina).
A vila foi criada para abrigar os trabalhadores operários e engenheiros, em função da
construção da Hidrelétrica, com o objetivo de oferecer
lhe infra
-
estrutura básica.
A Usina Hidrelétrica de Balbina, construída no Rio Uatumã, teve suas obras iniciadas na
década de 70, entrando efetivamente em funcionamento em 1989 (Fig. 18).
Fig 18
Vista aérea da Usina Hidrelétrica de Balbina
Fonte: ELETRONORTE (s/d)
81
2.2.3 Relevo
De acordo com os estudo do RADAMBRASIL (1976), a área da Vila de Balbina, está
inserida no Planalto Dissecado Rio Trombetas-Rio Negro, com áreas de planaltos dissecados,
limitando
-
se ao norte com os relevos residuais da borda norte da sinéclise do Amazonas. Ao sul
os
vales afogados dos Rios Nhamundá, Uatumã, Anebá e Urubu situam
-
se em seu limite com a
planície amazônica, nas proximidades da AM-010. Este planalto é tipo de feição que não se
estende predominantemente por todo a área do interflúvio Rio Trombetas-Rio Negro, mas, foi
delimitado pelo baixo curso desses dois rios. Possui áreas aplainadas conservadas
extremamente reduzidas e, quando ocorrem, localiza-se nos interflúvios, evidenciando intensa
atuação de processos erosivos, resultando em uma grande faixa de diss
ecação.
No entanto, segundo um novo levantamento feito por CARREIRA et.al. (1998), através
da CPRM por meio do Programa de Integração Mineral para municípios da Amazônia
(PRIMAZ), a região onde a vila de Balbina está localizada, está dividida em três
comp
artimentos geomorfológicos principais: Planalto Dissecado ao Norte da Amazônia,
Depressão Periférica e o Planalto da Bacia Sedimentar do Rio Amazonas.
Os planaltos dissecados do Norte da Amazônia, caracterizam-se por apresentarem
altitudes de 200 a 500m e estão divididos em dois conjuntos principais: os planaltos isolados
divisor do Uatumã-Negro e os da Alta e Média Bacia do Rio Pitinga. Estas unidades são mais
resistentes com relação a processos erosivos, com relevos mais elevados com encostas de
maior de
clividade.
O planalto da Bacia Sedimentar do Amazonas, corresponde ao relevo desenvolvido
sobre as rochas areníticas. Apresenta superfícies tabulares de distintos estágios de dissecação.
Em alguns locais, o relevo é amorreados. São locais com tendências a formar solos arenosos
muito propensos aos processos erosivos.
82
2.2.4 Hidrografia
Os principais rios dessa unidade de relevo são: Nhamundá, Jatapu, Urubu, Preto da Eva
e Uatumã, alinhados na direção NW-SE, possuindo foz afogada e submetidas a controles de
ordem estrutural. A rede de drenagem apresenta padrão dentrítico com capturas fluviais.
(RADAMBRASIL 1976)
2.2.5 Solos
Duas unidades de solos são predominantes na região da Hidrelétrica de Balbina. São
eles:
Podzólicos vermelho amarelo álico ou distró
fico;
Latossolo vermelho amarelo álico.
2.2.6 Cobertura Vegetal
A região caracteriza
-
se pela exuberância da Floresta Tropical Densa, ocorrendo em dois
sistemas distintos segundo CARREIRA (1998):
As florestas das Baixas Altitudes: ocupando terraços quat
ernários e platôs terciários;
Floresta sub
-
montana: ocupando as áreas do paleozóico e do pré
-
cambriano;
Floresta de Igapó: ocupando as margens dos lagos e igarapés.
2.2.7 Geologia Local da Hidrelétrica de Balbina.
A área onde está situada a Hidrelétrica de Balbina, pertence à Bacia Sedimentar do
Amazonas, que é uma bacia intracratônica com cerca de 500.000km
2
, abrangendo os estados
do Amazonas e Pará, reúne as antigas bacias do Médio e Baixo Amazonas, limitando-se ao
norte com o escudo das Guianas, a Sul com o escudo brasileiro, a leste com o Arco de Gurupá
e a oeste com a Bacia do Solimões.
83
As principais estruturas da Bacia do Amazonas, são falhas normais de direção ENE-
WSW e falhas de transferência/compartimentais de direção NW-SE. (COSTA & HASUI 1997).
As rochas sedimentares, depositadas sobre o substrato da Bacia do Amazonas, são de acordo
com CUNHA
et. al.
(1994) pertencentes ao Grupo Purus, Urupadi, Curuá, Tapajós e Javari.
A litologia sedimentar aflorante nas proximidades da Hidrelétrica de Balbina, é a
formação Nhamundá, que antes de subir no posto hierárquico, a Formação Nhamundá, era
classificada em membro Nhamundá, nomenclatura concebida por BREITBACH (1957
apud
CAPUTO, 1971), que foi definida a partir da descrição do litotipo que aflora no rio de mesmo
nome, próximo da divisa do estado do Amazonas com o estado do Pará. Este mesmo autor
observou que litologicamente, a formação homônima é constituída de arenitos com granulação
fina a média, com pouca ou sem nenhuma intercalação com folhelhos (CAPUTO, 1971) (Figura
20).
A Formação Nhamundá é representada por camadas métricas a decimétricas, de
quartzo
-arenito finos a grossos, com esporádicas intercalações de folhelhos verdes ou cinza-
escuros, que representam no mínimo três episódios glaciais, caracterizados por tilitos,
alcançando espessura aflorante de até 7 metros. Quanto a sua idade, ecologicamente
destacam
-se os Tigilitos e Chitinozoa, os quais, são fósseis guias que caracterizam o Intervalo
Bioestratiáfico do Eo-Siluriano (Landoveriano). Segundo DAEMON & CONTREIRAS (1971).
Quanto ao seu ambiente sedimentar esta unidade foi depositada em ambientes fluviais,
litorâneos, glaciais e "
Shoreface
".
84
Figura 19
Carta estratigráfica da Bacia do S
olimões
Fonte: EIRAS,
et. al
. (1994)
A. do Chão
Fonte Boa
Carauari
Jur
Jandiatuba
Uerê
Uerê
Jutaí
JavariMarimari Tefé
Solimões
B. Constant
Purus
Neo
Eo
Meso
Permiano
Carbofero
DevonianoSilurianoOrdoviciano
Mississippiano
Penns.
Triás.
Jurássico Creceo
Tert.
Quat.
250
200
450
500
150
100
350
400
300
D - C
Sinéclise
Seqüência
Depositional
Marinho
Normal a
Hipersalino
Fluvio-
Lacustre
Tecnica
Jur
Magm.
K-TC - P
S - D
O
Rift
Evolução
Tectônica
Litologia
Arco de
Purus
Arco de
Iquitos
Arco de
Carauari
Litoestratigrafia
Unidade
Gr.
Fm.
W E
Época
Período
Geocrono.
CARTA ESTRATIGRÁFICA DA BACIA DO SOLIMÕES
Ambiente
Tempo
Geológico
(Ma)
Fluvio-
Lacustre
Neo
Neo
Neo
Meso
Eo
Eo
Eo
Eo
Neo
Meso
Eo
Neo
Neo
Eo
Neo
Eo
Pré-
Cambriano
Fluv.,Eolico,
Shoreface
a Offshore
Shoreface
Fluvial a
Aluvial
Fluvial, Deltaico
Glacial, Marinho
Raso a
Offshore
Deltaico,
Marinho Raso
a
Offshore
ALT
SOL
JAN
JAN
JAN
UER
UER
JUT
BCO
PUR
JUR
FTB
V
FTB
V
CAR
V
85
Figura 20
Carta Estratigráfica da Bacia do Amazonas
Fonte: CUNHA
et. al.
(1994)
Alter
do
Chão
Javari
Sol.
Andirá
Tapajós
N. Olinda
Itaituba
M. Alegre
Curuá
Urupadi
Faro
Oriximi
Curiri
Barreirinha
Ererê
Maecuru
Manacapuru
Pitinga
Nhamundá
Autás-Mirim
Acari
Purus
Prosperança
Trombetas
Eo
Eo
Eo
Eo
Eo
Eo
Eo
Eo
Eo
Neo
Neo
Neo
Neo
Neo
Neo
Neo
Neo
Neo
Meso
Meso
Meso
Meso
Meso
P
r
e
c
a
m
b
r
i
a
n
o
Permiano
Carbonífero
Devoniano
Siluriano
Ordovic.
Mississippiano Pensilvani.
Triássico Jurássico Crec.
Terci.
250
200
450
500
150
100
350
400
300
D - C
Deltaico, Marinho
Raso a Profundo
Sinéclise
Seqüências
Deposicionais
Marinho
Restrito
Fluvial/
Lacustre
M
a
g
m
.
K-T
C - P
O - D
Rift
Evolução
Tectônica
Litologia
Litoestratigrafia
Unidades
Gr.
Fm.
Época
Período
Geocron.
CARTA ESTRATIGRÁFICA DA BACIA DO AMAZONAS
Ambiente
Tempo Geol.
M. a.
Fluv.
Lacust.
Fluv./
Aluv.
Fluv.Eólico,
Marinho Raso
Fluvial, Deltaico,
Glacial, Marinho Raso
a Profundo
MAL
ORI
CUR
BAR
ERE
MAE
ITA
SOL
NOL
V
NOL
V
V
AND
V
FAR
V
V
V
MAN
PIT
NHA
V
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+ +
+
+
+
+ +
+
+
+
+
86
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Os procedimentos imprescindíveis para o desenvolvimento desta pesquisa,
obedeceram a uma sistematização de atividades, compreendendo os métodos descritos
abaixo. A análise consistiu na utilização de dados comparativos, compreendendo os anos de
1997 a 2004.
3.1 Levantamento Bibliográfico
A fundamentação teórica essencial para explicar os resultados obtidos foi realizada
inicialmente com pesquisa da literatura geral sobre o assunto abordado, e em seguida deu-
se continuidade com a literatura específica da região e do local de estudo conforme o
capítulo quatro dessa disse
rtação.
3.2 Organização e Coleta dos Dados Climatológicos
3.2.1 Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura
-
Urucu
O presente estudo tem como base planilhas de dados climatológicos
secundários e primários, coletados desde o ano de 1997 até 2004 e armazenados no
computador das estações climatológicas do Projeto Urucllima (UFAM/PETROBRAS). O
período selecionado corresponde aos anos existentes de operação das estações
climatológicos em Urucu, não existindo dados do clima anterior ao ano de 1997 na Pro
víncia.
A mesma série temporal foi escolhida em Balbina para permitir uma comparação.
87
O Projeto objetivou identificar possíveis alterações nos parâmetros climáticos,
a partir da comparação desses dados, entre duas estações instaladas em duas áreas que
po
ssuem aspectos distintos.
Em Urucu esta instalada uma estação climatológica automática do
Projeto
Uruclima
, que funciona com energia solar, e faz o monitoramento de dados de precipitação,
umidade, temperatura, pressão atmosférica e ventos. A programação desses equipamentos
tem como finalidade fazer leitura a cada minuto e emitir relatórios com médias horárias e
outro relatório completo no final do dia com a média diária das estações, tendo ao final do
dia com 24 relatórios horários de temperatura média, umidade média, pressão atmosférica
média, média vetorial do vento, média da velocidade do vento e somatório de chuva.
Esse monitoramento ininterrupto, acontece desde 1997, um ano após a
Universidade Federal do Amazonas assinar o convênio com a Petrobrás., sob a
coordenação do professor Evandro Aguiar.
O relatório diário emitido após os 24 relatórios horários, possui: temperatura
média das 24 horas; temperatura máxima absoluta do dia e hora de sua ocorrência;
temperatura mínima do período e a hora em que aconteceu; umidade média; umidade
máxima e o respectivo horário; umidade mínima e o horário; pressão máxima e mínima, com
os horários; e somatório diário de chuva.
Por meio desses dados gerados pelas estações climatológicas automáticas,
foram elaboradas planilhas com as médias mensais e anuais dos parâmetros climáticos
mencionados, exceto o de chuva que tem seus valores tomados cumulativamente.
88
3.2.2 Hidrelétrica de Balbina
Os dados fornecidos pela Eletronorte por meio do setor de Engenharia
Civil da
Hidrelétrica de Balbina correspondem aos dados climatológicos de uma estação
convencional, situada nas proximidades da barragem.
A leitura dos equipamentos é realizada uma vez ao dia, entre sete e oito horas
da manhã, não há uma precisão de horário, pois o funcionário depende do ônibus da
empresa para deslocar-se da Vila de Balbina à Hidrelétrica cuja distância é de oito
quilômetros.
3.3 Análise estatística
Para o tratamento estatístico, foi utilizado a Análise de Variância e o Teste de Tukey
com o auxilio do software Minitab, pelo fato dos cálculos exigidos pela análise de variância
serem extremamente complexos.
A análise de variância (ANOVA), é um método para testar a igualdade de três ou
mais médias populacionais, baseado na análise de variâncias amostrais (TRIOLA,
1999:282).
Para efetuá-las fez-se necessário, inicialmente a elaboração das hipóteses e
afirmações sobre uma propriedade de uma população. Neste trabalho as hipóteses são:
Ho: As médias dos elementos climáticos são iguais;
H1
: As médias dos elementos climáticos são diferentes.
Para rejeitar ou não a hipótese nula, identificou-se o valor P que dá o grau de
confiabilidade ao rejeitarmos uma hipótese nula.
O valor P ou valor de probabilidade, corresponde à probabilidade de obter um valor
da estatística amostral de teste no mínimo tão extremo como o que resulta dos dados
amostrais, na suposição da hipótese nula ser verdadeira.
89
Logo, dado o nível de significância do teste de 5%, um valor de P muito pequeno
(como 0,05 ou menor), sugere que os resultados amostrais o muito improváveis sob a
hipótese nula e constitui, pois, evidência contra a hipótese nula.
Assim, rejeita-se Ho (a
igualdade de médias), se o valor P é no máximo igual ao nível de significância de 0,05. Não
rejeitar
se o valor de P é superior a 00,5.
A análise de variância permite estabelecer se as médias dos valores em estudo são,
ou não são, estatisticamente iguais. No entanto, esse tipo de análise não permite detectar
quais são as médias estatisticamente diferentes das demais. (VIEIRA, 1980:142). Por isso,
procedeu
-se a realização do Teste de Tukey que permite estabelecer a diferença mínima
significante, ou seja, a menor diferença de médias de amostras que deve ser tomada como
estatisticamente significante em dete
rminado nível.
3.4 Análise Descritiva
O
Tratamento descritivo de dados foi realizado por meio da utilização do software
Excel, que permitiu a realização dos cálculos das médias mensais, sazonais e anuais, desvio
padrão e da média móvel. Posteriormente, foram construído gráficos e tabelas dos
parâmetros climáticos analisados que serviram de auxílio para a análise da dinâmica do
clima local. Nesta análise, o critério utilizado foi o comparativo descritivo, a fim de identificar
diferenças de acréscimo ou decréscimo nos valores dos elementos climáticos no decurso da
série analisada, correlacionando com a circulação atmosférica predominante.
90
3.5 Materiais Utilizados
3.5.1 Equipamentos Climatológicos da Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura
Urucu
No que se refere às análises climatológicas, utilizou-se estação climatológica
automática instalada em Urucu do Projeto Uruclima (Petrobras/UFAM), da marca
Campbell Scientific (Figura 21/22), estando equipada com os seguintes componentes,
descritos no manual d
a estação e em AGUIAR (2001):
Sensores
Sensor de Temperatura (
-
35ºC a +50ºC);
Sensor de Precipitação do tipo báscula com incremento de 0,1mm;
Sensor de Umidade Relativa do Ar de 0 a 100%;
Sensor de Pressão Barométrica de 600mb a 1060mb;
Sensor de velocidade e direção do vento. De 0 a 60m/s e direção de vento de 0 a
360º.
Torre Metereológica
Torre com 03 m de altura em alumínio, com sistema de aterramento para a
instalação dos equipamentos;
Painel Solar fotovoltaico e;;
Barra lateral em alumínio para a
instalação dos sensores;
Caixa ambientalmente selada, em fibra de vidro, para a instalação do datalogger (Hd
com o programa da estação), bateria, módulo de memória, sensor de pressão atmosférica e
acessórios. Figura 23.
Transmissão de Dados
Módulo externo de memória RAM com 192 Kb, para descarregar os dados no
microcomputador e suporte para o módulo externo de memória ao computador
Interface de comunicação direta com o computador
91
Fig. 22
Esquema Estação Automática
Fonte: Campbell Cientific (Manual d
a Estação)
Fig 21
Estação Climatológica
automática na Base de
Exploração Geólogo Pedro de
Moura
Foto: PEREIRA, Marcela
Data: 03/04/03
92
Coletor de dados
Coletor de dados estacionários CR10 para controle e monitoramento de
parâmetros meteorológicos, com terminal para conexão de 12 sensores
analógicos, duas entradas para sensores contadores de pulsos, uma porta de
comunicação RS E 64 Kb de memória RAM interna. (29.000 datapoints) e
terminal portátil de comunicação e programação, com teclado, display de cristal
líquido.
Fig. 23
-
Caixa ambientalmente selada
Foto: PEREIRA, Marcela (2003)
93
3.5.2 Equipamentos Climatológicos da Hidrelétrica de Balbina
Por meio dos dados fornecidos pelo Departamento de Projeto Civil da Hidrelétrica de
Balbina, foi possível realizar uma análise climatológica da referida área.
A planilha de dados climatológicos de Balbina é resultante da leitura diária dos
equipamentos da estação Evapoclimatológica pertencente à Eletronorte, sendo uma estação
convencional cujos dados são anotados em planilhas manuais.
Os seguintes instrumentos climatológicos são usados na estação climatológica da
Usina Hidroelétrica
de Balbina (fig. 24):
Um abrigo de Stevenson, contendo um termômetro de bulbo seco e outro de bulbo
úmido, termômetro de máxima e de mínima;
Pluviômetro autográfico;
Pluviômetro comum;
Tanque de evaporação e Tubo de Piche;
Psicrômetro;
Tanque de Evaporaçã
o.
Fig. 24 Equipamentos da Estação Convencional de Balbina
Foto: PEREIRA, Marcela (2005)
94
4. RESULTADOS
4.1 Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura
-
Urucu
4.1.1 Precipitação
O estudo da distribuição das precipitações anuais foi realizado em term
os
quantitativos e qualitativos, tentando identificar a relação existente entre o total precipitado e
a quantidade de dias com chuvas, com a finalidade de examinar se está ocorrendo uma
concentração maior dos episódios chuvosos e quais são os meses extremos de máximos e
mínimos. Pois, tomando por base somente o total precipitado mensal e anual não é possível
chegar a resultados conclusivos.
A precipitação na região Amazônica, possui dois períodos distintos, um período de
estiagem e outro de chuvas abundantes. No período de 1997 a 2004, os totais anuais de
precipitação foram superiores a 2000mm, constatando dessa forma à alta pluviosidade da
região, mesmo se tratando de um ambiente totalmente antropizado, encravado no meio da
selva Amazônica.
Embora agosto seja o mês representativo de maior estiagem apontado pelo total
acumulado, os dados da precipitação evidenciam uma oscilação que varia de junho a
outubro. Esse período de estiagem coincide com o momento em que a Zona de
Convergência Intertropical enco
ntra
-se mais ao norte do Equador, em virtude deste
hemisfério constituir-se uma área de baixa pressão, para onde os ventos convergem,
contribuindo dessa forma para que a mEn não exerça grande influência na região e os
ventos alísios transportadores de umidade não alcancem a Amazônia, fazendo com que a
quantidade de umidade disponível não seja suficiente para gerar chuvas contínuas e
abundantes.
95
Com relação aos totais acumulados mensais e anuais pode
-
se afirmar que:
A média anual das chuvas na Base de explo
ração geólogo Pedro de Moura (Urucu) é
2458mm, sendo a média anual do número de dias com chuva de 232.
No período estudado, os anos extremos foram, 1999 (2869mm), máximo e 1998
(2122mm), mínimo. Ressalta
-
se que o ano de 1997 e 1998 foi ano EL Niño+1, o qu
e pode ter
gerado a redução considerável da quantidade de água precipitada, principalmente no
primeiro semestre do ano, tendo como conseqüência o total acumulado anual baixo quando
comparado aos demais anos da série analisada. Favorecendo para que no ano s
eguinte,
com a circulação atmosférica em condições estáveis, os índices de precipitação sofressem
um acréscimo considerável, estabilizando-se nos anos posteriores como mostra a tabela 04.
A redução das chuvas sobre o estado do Amazonas em anos de El Niño
depende da sua
intensidade.
A distribuição mensal das chuvas mostra o período com maior quantidade de água
precipitada (mais chuvoso) março e menos chuvoso em agosto. No entanto, quando
analisado os meses com maior quantidade de dias com ocorrência de precipitação pluvial, o
mês de janeiro mostrou-se o mês de maior dias com precipitação, enquanto que o menor foi
agosto.
Por meio da média móvel, observada na figura 25, pode-se observar claramente, a
mudança abrupta do período chuvoso para o período de estiagem, pois um decréscimo
significativo da média dos totais precipitados anuais. A redução do total precipitado inicia em
maio, tendo o máximo de estiagem em julho e agosto, a partir de setembro os índices
começam a ter seus valores acrescidos.
A quantidade de dias com chuva no mês representativo do período chuvoso, março,
varia entre 22 e 28 com extremo de 30 dias (1997) e dia em torno de 25 dias, conforme
mostra a figura 26. Com relação ao mês representativo do período de estiagem, agosto, a
96
média de dias com chuva é de 16, variando de 14 a 17, com o ano extremo de 21 dias
(2001), de acordo com a representação da figura 27.
Destaca
-se março como o mês mais chuvoso e agosto como o mês seco (mês com
menor quantidade de chuvas e não com ausência), ainda que de acordo com a figura 28,
possa ser averiguado que não existe uma diferença expressiva entre os meses de março e
abril.
Figura 25
-
Média Móvel das Precipitações em Urucu
Tabela 04
Quantidade Mensais e anuais de precipitação em milímetros
s
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
Jan
359,9
207,6
330,5
279,4
274,8
245,0
235,9
275,7
Fev
323,7
186,2
342,4
301,2
290,0
318,8
288,7
268,0
Mar
363,0
313,9
193,4
412,3
260,4
260,4
353,1
605,0
Abr
312,2
227,7
286,7
267,2
344,4
315,6
404,3
338,6
M
ai
78,1
167,8
347,9
272,8
162,9
236,2
335,0
147,8
Jun
35,2
103,5
147,9
104,8
178,4
81,0
155,1
116,2
Jul
97,8
62,4
99,8
180,8
118,5
195,3
87,8
125,6
Ago
90,9
59,2
104,3
20,8
37,4
92,4
139,0
83,0
Set
172,4
129,0
201,7
62,7
77,8
104,3
103,8
112,6
Out
193,4
256,0
221,2
119,9
263,6
283,9
154,8
88,5
Nov
193,4
147,6
251,5
183,5
194,5
192,9
110,7
234,0
Dez
164,1
261,8
342,3
276,9
266,2
170,9
81,8
261,4
Tot. Anual
2384,1
2122,7
2869,6
2482,3
2468,9
2496,7
2450
2656,4
Fonte: Projeto Uruclima
60
100
140
180
220
260
300
340
380
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
1997 1998 1999 2000
2001 2002 2003 2004
(mm)
97
Fig. 26
Março mês representativo do período chuvoso
Ressalta
-se que o uso dos termos meses secos e período de estiagem , diz
respeito ao período de menor quantidade de água precipitada em meses concentrados,
tendo como parâmetro de comparação os totais precipitados nos demais meses do ano na
região Amazônica, tendo então um sentido meteorológico.
A ênfase neste aspecto, se faz necessário porque de acordo com as correlações
bioclimáticas, o critério para definir meses secos de MOHR & BAREN (1954) a
pud
RIZZINI
(1979:316) consiste em considerar como mês seco (do ponto de vista ecológico) o mês que
apresenta menos de 60mm de chuva, porém, se um mês dado como mês seco for precedido
de outro com precipitação acima de 100mm
será contado como úmido, a fim de
contrabalançar o efeito da água armazenada no solo.
Logo do ponto de vista ecológico climático, a região de Urucu é uma área
permanentemente úmida
possui 0-1 mês seco ao ano, de acordo com a classificação de
RIZZINI (op. cit.), e isto pode ser verificado na tabela 05, a mesma comprova que a Base de
Exploração Geólogo Pedro de Moura (Urucu) apresenta apenas quatro meses
biologicamente secos durante o período estudado, 1997 (mês de Junho), 1998 (Agosto),
0
100
200
300
400
500
600
700
1
4
7
10
13
16
19
22
25
28
31
Total Precipitado
Dias com chuvas
98
0
100
200
300
400
500
600
700
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
(mm)
1
4
7
10
13
16
19
22
25
28
31
(nº dias)
Total Precipitado
Núm ero de dias sem chuvas
0,0
500,0
1000,0
1500,0
2000,0
2500,0
3000,0
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
2000 (Setembro) e 2001(setembro). Isto evidencia que apesar das modificações ambientais
em Urucu, no que concerne à precipitação, as alterações são pouco significativas, contudo
não insignificantes.
Isso ocorre, porque apesar da Província Petrolífera do Rio Urucu ser uma área
extensa com pontos esparsos (inclusive uma planta industrial) quando comparada à floresta
circundante é apenas um ponto no tapete verde da Amazônia, e isso faz com que a própria
floresta crie um sistema de equilíbrio anulando os possíveis efeitos introduzidos
.
Fig 27
Ag
osto mês representativo do período de estiagem
FIG. 28
Total acumulado de chuva por mês no período de 1997 a 2004
(mm)
99
4.1.2 Temperatura
No que referi
-
se à análise descritiva da temperatura média em Urucu, observa
-
se que
os meses compreendidos entre agosto e novembro são os que concentram os dados de
temperatura média mais elevados, especialmente entre os anos de 1997 a 2002, pois, nos
anos posteriores 2003 e 2004, as temperaturas médias mais elevadas estão concentradas
nos meses iniciais, janeiro a maio. Outro fator relevante, é que o ano de 2004 pode ser
considerado o ano com temperaturas médias mais altas, sendo o mês de Janeiro de 2004 o
mês mais quente de toda a série analisada. Ressalta-se que a menor temperatura média de
toda a série estu
dada é de 24,6º no mês de janeiro de 2001. (Tabela 05)
A menor temperatura média anual é de 25,4º C (2000) e a maior temperatura foi de
26,7ºC (2004), sendo a amplitude da série analisada de 1,3 ºC, contudo esses valores
extremos estão relativamente próximos da média anual do período analisado que é de
25,9ºC (Figura 29). Os dados mensais de todos os anos analisados indicam poucas
variações das temperaturas médias mensais. Os valores de temperatura foram agrupados
em dois blocos de quatro anos e calculado as médias. Quando realizada a comparação
desses dois períodos (1997-2000 e 2001-2004) a temperatura nos últimos quatro anos
apresentou um pequeno acréscimo (figura 30).
Tabela 05
-
Temperatura Média Mensais
Mês
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
Ja
n
25,7 26,6 25,1 25,0 24,6 25,7 25,4
27,
8
Fev
25,1 27,2 25,2 25,2 25,3 25,6 26,3 25,8
Mar
25,9 26,5 25,7 25,4 25,6 25,6 26,2 26,1
Abr
26,0 26,7 25,0 25,2 25,7 25,6 26,2
27,2
Mai
25,6 26,1 25,0 25,5 25,7 25,6 26,0
27,0
Jun
26,4 25,4 25,3 25,2 25,0 25,3 25,6
26,9
Jul
26,0 26,0 25,0 24,7 24,4 25,4 26,2
26,9
Ago
26,0 27,1 25,4 25,8 26,4 25,8 25,5
27,2
Set
26,9 26,9 26,3 25,6 26,8 26,1 26,1 26,7
Out
26,9 26,4 26,4 25,9 26,3 25,8 25,9 25,7
Nov
25,9 26,1 26,1 26,0 26,0 25,7 25,8 25,9
Dez
26,3 26,3 25,8 25,6 25,9 26,0 25,6 27,5
Fonte: Projeto Uruclima
100
FIG. 29 Temperatura Média anual do período 1997
-
2004
FIG 30
Variabilidade das temperaturas médias mensais do período de 1997-2000 e 2001-
2004
24,6
24,8
25,0
25,2
25,4
25,6
25,8
26,0
26,2
26,4
26,6
J F M A M J J A S O N D
(ºC )
1997-2000 2001-2004
25,2
25,4
25,6
25,8
26,0
26,2
26,4
26,6
26,8
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Média
(ºC)
101
FIG. 31
Variação das temperaturas médias, médias das máximas e média das mínimas
registradas na Base Petrolífera de Urucu
È possível identificar nos valores das temperaturas médias, médias das máximas e
médias das mínimas um paralelismo evidente (Figura 31).
A temperatura média das máximas apresentou uma redução do ano de 1997 para o
ano de 1999 de 1ºC, seguida de um aumento contínuo. Do ano de 2000 para 2004
registrou
-se um pequeno acréscimo de 0,4ºC na temperatura média das máximas. Sendo a
média das máximas anual da série analisada de 31,7 C variando entre 30,9ºC (2000) a
32,5ºC (2004).
A temperatura média das médias indicou uma redução de 0,9ºC do ano de 1998 para
o ano de 1999, e nos anos posteriores aumento pouco expressivo, sendo o mais
significativo, o de 2003/2004 que teve uma amplitude de 0,6ºC. Considerando a média dos
acréscimos de temperatura média dos últimos quatro anos pode-se dizer que, se registrou
um pequeno aumento de 0,3ºC na temperatura média.
22,0
25,0
28,0
31,0
34,0
1997 1998 1999 2000 2001
2002
2003 2004
(ºC)
Temp. Mínima
Temp. Média
Temp. Máxima
102
A temperatura média das mínimas
1
, similar as demais, mostra um aumen
to do ano de
1997 para o ano de 1998, que registrou a temperatura de 23,2ºC, a mais alta de toda a série,
seguido por uma diminuição da temperatura mínima em 1999, 2000 e 2001, a partir desse
ano um incremento sutil de 0,2ºC, no entanto, a temperatura, varia entre 22,2ºC a 22,7ºC
e tem como média das mínimas a temperatura de 22,5ºC.
Portanto, faz-se uma ressalva que a menor média da mínima mensal registrada no
período 1997-2003, foi de 19,4ºC no mês de julho de 2001, reflexo da penetração da massa
pola
r que encontrando condições favoráveis entrou no continente sul-americano atingindo a
Amazônia, ocasionando expressiva diminuição nos valores da temperatura.
Destaca
-
se que os valores mais baixos da temperatura média mínima são registrados
nos meses de julho, agosto e junho respectivamente. Esses meses são regionalmente
conhecidos como meses secos apresentando temperaturas elevadas com pouca
nebulosidade o que favorece a radiação terrestre que é quando a Terra aquecida pela
absorção da radiação solar, torna
-
se uma fonte de radiação de ondas longas.
Os dados apresentados mostram a enorme variabilidade térmica da Província
Petrolífera de Urucu e isto é observável na figura 31 por meio da variabilidade mensal em
cada ano.
Os dados diários da temperatura de julho de 2000 registraram temperaturas médias
nos dias 13, 14 e 15 respectivamente de 19,9ºC, 20,9ºC e 23,2º o que pode ter refletido na
redução da temperatura média do mês.
O mês de julho de 2001 é o que têm temperatura média mais baixa, apesar de
o
ter registro de quedas bruscas na temperatura como em 2001, as menores temperaturas
estão na casa dos 23ºC, no entanto, estas estão bem distribuídas durante todo o mês o que
resultou na média mensal de 24,4ºC.
1
Não há dados da temperatura média mínima para o ano de 2004 em decorrência de problemas com o sensor
que faz a leitura desse parâmetro na estação climatológica.
103
4.1.3 Umidade
A umidade média na Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura manteve-
se
elevada durante o período de pesquisa, tendo os anos de 1998, 1999, 2000, 2001, 2002 e
2003 umidade relativa média superior a 90%, não alcançando esse limite apenas o ano de
1997, ano de El Niño, contudo sua umidade foi de 89%. Isso comprova que a umidade
relativa do ar pouco diminui com a influência do El Niño, diferentemente do que ocorre com
os totais de precipitação que sofrem significativo decréscimo nos seus valores, ou seja, em
anos com aumento na temperatura do mar no Pacífico, há uma redução das chuvas,
aumento da temperatura que favorece a convecção, e por conseguinte mantém alto os
índices de umidade média relativa do ar como pode ser conferido na figura 32.
Correlacionando a umidade com a temperatura, observa-se que estão dispostas
inversamente, mas é perceptível que a influência da temperatura sobre a umidade não é tão
proeminente, caso o fosse, essa inversão proporcional estaria bem delineada.
Adicionalmente, pode-se observar uma certa linearidade dos dados de umidade e
precipitação até o ano de 2001 seguido por uma estabilização dos valores de chuva em
torno de 2500mm e um acréscimo nos valores de umidade (Figura 33).
Nos últimos quatro anos a umidade média da base de exploração apresentou valores
mais elevados do que os apresentados no período de 1997 a 2004 conforme apresentado na
figura 34.
A umidade média mínima da Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura que
corresponde à área industrial em Urucu variou de 60% a 70% no período de 1997 a 2003
,
sendo a média mínima do período analisado de 65%. A figura 35, indica um pequeno
acréscimo nos valores desse parâmetro climático como indicado pela linha de tendência.
A umidade Média das Máximas durante a série de oito anos (1997-2004), atingiu
valor
es de 100%.
104
FIG. 32
Umidade Média e Umidade Média das Mínimas em Urucu
FIG. 33
Correlação da Umidade Média com a temperatura e precipitação em Urucu
50
70
90
1997 1998 1999 2000 2001
2002
2003
(%)
Umidade Média
Umidade Minima
84
86
88
90
92
94
96
98
1997 1998 1999
2000
2001 2002 2003
(% )
0,0
500,0
1000,0
1500,0
2000,0
2500,0
3000,0
3500,0
(m m)
Umidade Média Precipitação
84
86
88
90
92
94
96
98
1997 1998
1999
2000 2001 2002 2003 2004
(% )
24,5
25,0
25,5
26,0
26,5
27,0
(ºC)
Umidade Média Temperatura Média
105
80
82
84
86
88
90
92
94
96
98
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
(% )
1997-2000 2001-2004
Fig. 34
Umidade média de Urucu do período de 1997
-
2000 e 2001
-
2004.
FIG. 35
Umidade Média das Mínimas na Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura
54
56
58
60
62
64
66
68
70
72
1997 1998
1999 2000
2001
2002
2003
(%)
106
4.2. Hidrelétrica de Balbina
4.2.1 Precipitação
No período analisado, os totais anuais de precipitação foram superiores a 2000mm
em Balbina, somente o ano 2001 não conseguiu ultrapassar os 2000mm, ficando o referido
ano com o total anual de 1434,6mm, constatando dessa forma, a alta pluviosidade da região,
o que é esperado em função do represamento do lago.
Algumas considerações sicas são imprescindíveis para a geral do microclima
dessa região e são assinaladas a seguir:
A distribuição mensal das chuvas na área da Hidrelétrica de Balbina revela abril como
mês representativo do período chuvoso, entretanto, o mês com maior quantidade de dias
com pr
ecipitação é maio, mas existe uma proximidade muito grande com abril. (Figura 36). O
mês com menor índice de chuva em quantidade e freqüência de precipitação é agosto
durante a série estudada. A precipitação possui uma distribuição típica da Amazônia
Cen
tral no decorrer do ano, com intensa concentração de chuvas no período de dezembro a
maio, seguida por uma diminuição expressiva a partir de junho, alcançado maior redução em
agosto, aumentando gradualmente nos meses subseqüentes os totais precipitados (Fi
gura
37).
A média anual das chuvas nas proximidades da Hidrelétrica de Balbina, distrito do
município de Presidente Figueiredo é 2505,3mm, sendo a média anual do número de dias
com chuva de 207, destaca-se que não está inserido nessa média o dado do ano de 2001,
quando não houve a contabilização da água precipitada nos três primeiros meses por
problemas técnicos.
Na série climatológica analisada, os anos extremos foram, 1999 com 2918mm de
água precipitada e 1997 com 2089,4mm de chuvas anuais. Torna-se a destacar que o ano
107
de 1997 foi ano de El Niño, o que gerou a redução considerável da quantidade de água
precipitada, principalmente no segundo semestre que contribuiu com apenas 28,5% do total
precipitado anual como é identificado na tabela 06.
Mais um ponto a destacar é o mês de setembro de 1997 que teve a menor
quantidade de chuva acumulada de toda a série de apenas 17,4mm.
A influência do fenômeno El Niño na redução das chuvas na Amazônia está
relacionado com a intensidade do mesmo, pois no ano de 2002, também foi constatado uma
anomalia na temperatura da superficie do mar, o total precipitado desse referido ano, no
entanto, ultrapassa a média do período estudado (1997/2004). Torna-se importante então
diferenciar esses dois episódios, no El Niño 1997/
1998 o aumento da temperatura no oceano
Pacífico foi expressivo alcançado o pico máximo em torno de +3,8ºC, enquanto que o El
Niño 2002/2003 não teve um acréscimo siginifcativo da temperatura do mar, aumentando-
a
em apenas cerca de +1,5ºC.
0
5
10
15
20
25
30
1997 1998 1999
2000
2001
2002
2003
2004
Abr
Mai
Figura 36
Quantidade de dias com chuva em maio e abril
Nota
-se uma diferença expressiva da quantidade de água precipitada do primeiro
semestre para o segundo. Apesar disso não um paralelismo sincrônico entre os anos.
Destacam
-
se 1997 e 1999 como os anos com os desvios mais acentuados pela figura 38.
A quantidade de dias com chuva no mês representativo do período chuvoso, abril,
varia entre 19 e 28 (1997) e média em torno de 23 dias, com relação ao mês representativo
108
0,0
500,0
1000,0
1500,0
2000,0
2500,0
3000,0
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
(mm)
do período de estiagem, agosto, a média de dias com chuva é de 12, variando de 09 a 18
dias. (Figuras 39 e 40).
FIG. 37
Chuva acumulada durante o período 1997
-
2004 nos 12 meses do ano
Embora o período de analise desse trabalho seja de 1997
a 2004, teve
-
se acesso aos
dados de precipitação anuais de 1980 a 2004 cuja representação gráfica encontra-se na
figura 41.
Os dados indicam que antes do enchimento total do lago de Balbina a variabilidade
pluviométrica era pequena, com o completo fechamento das comportas em 1988 é
Tab. 06
-
Quantidade Mensal e anual de precipitação em milímetros em BALBINA
Mês
1997
1998
1999
2000
2
001
2002
2003
2004
Jan
273,5
285,5
430,0
296,8
-
185,5
56,0
165,9
Fev
126,6
254,2
301,0
347,7
-
287,4
148,8
268,2
Mar
449,3
286,3
312,6
339,2
-
268,0
251,0
456,9
Abr
315,2
284,1
428,0
383,8
288,0
471,0
347,9
272,4
Mai
218,2
277,4
476,8
316,0
253,0
298
,6
373,2
385,9
Jun
110,5
325,2
-
141,5
319,8
197,2
89,4
138,5
Jul
64,4
140,4
104,5
211,4
157,6
55,0
180,8
97,6
Ago
68,8
130,3
123,6
98,8 23,6 70,4
147,2
117,0
Set
17,4
152,0
127,0
228,4
87,5
125,2
143,4
130,1
Out
48,0
109,9
165,1
248,0
85,0
235,6
104,3
130,1
Nov
275,5
117,2
162,4
119,0
72,2
148,2
152,4
45,2
Dez
122,0
121,8
287,7
172,4
147,9
193,0
114,8
289,3
Média
2089,4
2484,3
2918,7
2903,0
1434,6
2535,1
2109,2
2497,1
Fonte: Projeto Uruclima
109
identificado um aumento expressivo dos totais precipitados anuais, exceto nos anos de 1992,
1997 e 2003 sob influência do El Niño em diferentes intensidades. O aumento da
precipitação é favorecido pelo processo de evaporação do lago. Não registros da
freqüência das precipitações, o que poderia fornecer informações como o aumento de dias
com chuvas ou concentrações dos episódios chuvosos após o enchimento do lago.
Verifica
-se também, que no período de 1980/2004 somente os anos de 1981 e 1992
têm precipitações inferiores à 2000mm anuais. A maior amplitude anual foi de 1372,4mm
(1981=1716,9mm; 1987=3089,9mm).
Os dados relacionados à precipitação do período de 1980 a 2004 foram agrupados
em três blocos: 1980-1998, 1989-1995, 1996-2004. Através da representação dos totais de
chuvas pode-se constatar que os efeitos introduzidos com a implantação da hidrelétrica não
geraram mudanças significativas com relação aos totais pluviométricos. Ocorreu um relativo
paralelismo entre as três séries . A partir de 1988 há um acréscimo nos totais anuais
precipitados, principalmente entre os meses de janeiro a maio (figura 42).
FIG. 38
Médias Móvel das Precipitações em Balbina
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov Dez
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Média
(mm)
110
FIG. 39
-
Variabilidade da Precipitação em abril na estação da hidr
elétrica de Balbina
FIG. 40
Variabilidade da Precipitação em agosto na estação da hidrelétrica de Balbina
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
350,0
400,0
450,0
500,0
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
0
5
10
15
20
25
30
Total Precipitado
Nº de dias com precipitação
(mm)
Quantidade de dias
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
140,0
160,0
1997
1998 1999
2000 2001 2002
2003
2004
0
5
10
15
20
Total Precipitado
N.º de dias com chuva
Quantidade de dias
(mm)
111
Figura 41
Totais precipitados anuais do período de 1980 a 2004
1000
1500
2000
2500
3000
3500
1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004
Média
112
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
350,0
400,0
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
(mm)
1980-1987 1988-1995 1996-2004
Fig. 42
Média dos totais precipitados no período de 1989
-
2004
4.2.2 Temperatura
Na tabela 07 onde se encontram os dados da Temperatura Média do ar em Balbina,
nota
-se variações muito baixas, compreendidas entre 27ºC e 30ºC sendo a média da
temperatura de 28,6ºC. O mês de outubro constitui-se o mais quente (29,3ºC) ao passo que
julho é tipicamente o mais fresco (28,1ºC), sendo a ampl
itude de 1,2ºC.
Os meses compreendidos entre janeiro e junho tendem a ter temperaturas mais
próximas com amplitude de apenas 0,3ºC e nos meses de setembro, outubro, novembro e
dezembro as temperaturas também apresentam uma tendência a se homogeneizar, como
uma pequena amplitude de 0,2ºC.
Constata
-se que as amplitudes térmicas anuais (diferença entre a maior e menor
temperatura), são pequenas e as variações positivas ou negativas estão bem próximas à
média.
113
21,5
23,5
25,5
27,5
29,5
31,5
33,5
35,5
1997 1998
1999
2000 2001 2002 2003 2004
(ºC)
Temperatura Máxima
Temperatura Média
Temperatura ínima
As temperaturas médias das máximas estão compreendidas entre 32ºC e 34ºC,
sendo a média das máximas cerca de 34,1ºC. Enquanto que as temperaturas médias das
minímas estão entre 22ºC e 24ºC tendo como média a temperatura de 23,2ºC.
ocorrência de um paralelismo entre as temperaturas média das médias,
média
das máximas e médias das mínimas (Figura 43).
FIG. 43
Temperatura Máxima, Média e Mínima em Balbina
Tabela 07
Temperatura Média do Ar na Hidrelétrica de Balbina
MESES
ANOS
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Média
1997
27,5
29,0
27,7
28,0
28,2
28,7
28,7
29,0
30,4
30,7
29,2
29,9
28,
9
1998
29,5
30,0
29,4
29,9
29,6
28,9
29,1
29,6
27,7
29,9
29,8
29,3
29,4
1999
27,2
28,1
27,9
28,5
27,8
28,8
27,3
27,2
28,2
27,4
27,8
27,7
27,8
2000
27,1
26,8
27,2
27,1
27,5
27,8
26,9
27,6
28,4
27,9
28,8
29,1
27,7
2001
27,8
28,5
28,1
28,1
27,9
26,6
27,8
28,1
29,0
30,1
29,5
29,0
28,4
2002
28,9
28,9
28,8
29,0
28,9
29,0
29,5
29,8
30,5
30,0
29,6
29,4
29,4
2003
30,0
29,3
29,3
29,2
28,9
28,9
28,8
29,5
28,9
29,6
28,9
29,0
29,2
2004
28,5
28,3
27,9
28,1
28,2
28,0
26,9
28,3
28,7
28,6
28,9
28,3
28,2
Média
28,3
2
8,6
28,3
28,5
28,4
28,3
28,1
28,6
29,0
29,3
29,1
29,0
28,6
Fonte: Projeto Uruclima
114
89
90
91
92
93
94
95
1997 1998 1999 2000
2001
2002 2003 2004
(%)
0,0
500,0
1000,0
1500,0
2000,0
2500,0
3000,0
3500,0
(mm)
UMIDADE
PRECIPITAÇÃO
89
90
91
92
93
94
95
1997 1998
1999
2000 2001 2002
2003
2004
(%)
26,5
27,0
27,5
28,0
28,5
29,0
29,5
30,0
(ºC)
UMIDADE
TEMPERATURA
4.2.3 Umidade Relativa do Ar
A umidade relativa média na Hidrelétrica de Balbina é superior a 90% sendo a média
do período analisado de 93% com pouca variabilidade anual, o que é comprovado por meio
da amplitude de apenas 3%. Os valores mais baixos da umidade média anual são
encontrados nos anos de 2001 e 2002 e ambos são de 91%.
Quando correlacionada à umidade média e outros parâmetros como precipitação e
temperatura, temos: a precipitação mostra um paralelismo nítido com a umidade durante
todo o período, exceto, no ano de 2002, quando tem uma baixa redução da umidade e um
aumento da precipitação.
Com relação à umidade
versus
precipitação constata-se que a umidade varia
inversamente com a temperatura numa espécie de gangorra , quando a umidade diminui
ocorre o aumento da temperatura e quando a umidade aumenta dar-se uma diminuição da
temperatura (Fi
gura 44).
Isso ocorre porque a umidade relativa, que é a razão entre o conteúdo real de
umidade de uma amostra de ar e a quantidade de umidade que o mesmo volume de ar pode
conservar na mesma temperatura e pressão do ar quando saturado, é amplamente
infl
uenciado pela temperatura do ar. A umidade relativa do ar pode mudar se houver uma
mudança de temperatura mesmo que não tenha ocorrido uma alteração nos valores de
umidade.
Figura 44
-
Correlação entre umidade, temperatura e precipitação em Balbina
115
5.
ANÁLISE DE VARIÂNCIA E TESTE DE TUKEY
A análise estatística foi realizada com os valores diários de temperatura e umidade
dos anos de 1997 e 2004, através da análise de variância que permite estabelecer se as
médias dos elementos climáticos em estudo, são estatisticamente igual ou não. Quando o
resultado da variância indica que as médias são diferentes entre si, fez-se a aplicação do
teste de Tukey, ao nível de significância de 5%. Assim, é pouco identificar a variabilidade dos
elementos climáticos d
entro de cada mês, durante o período pesquisado.
Para essa análise, a variável precipitação não teve tratamento estatístico por ser
valores acumulados diários e mensais e não médios. Ademais, as temperaturas mínimas e
máximas e a umidade mínima e máxima, também não tiveram tratamento estatístico, por
julgar, que a temperatura e umidade média são representativas das variações locais.
5.1 Análise de Variância e Teste de Tukey para a TEMPERATURA MÉDIA da Base
de Exploração Geólogo Pedro de Moura
-
Urucu
a) Temperatura de janeiro
Tab 08 - Análise de Variância para a Temperatura de janeiro usando a soma de
q
uadrados ajustados para teste
Variação
Graus de
Liberdade
Soma dos
quadrados
Soma dos
quadrados
ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do t
este
P-
valor
Anosjan
7
230,468
230,468
32,924
43,52
0
Erro
240
181,567
181,567
0,757
Total
247
412,035
Se P
-
valor > 0,05 não há diferenças significativas
A tabela 08 da análise de variância para a Temperatura de janeiro, indica que
diferenças significativas entre os meses de janeiro do período de 1997 a 2004. Por isso, em
seguida, foi realizado o Teste Simultâneo de Tukey, cujo objetivo foi fazer comparações
116
entre todos os pares de janeiro, indicando onde ocorre a variação dessas temperaturas. De
acordo com o citado teste:
A temperatura média de janeiro de 1997 apresenta diferença significativa entre
janeiro de 1998, 2001 e 2004;
A temperatura média de janeiro de 1998 apresenta diferença significativa entre
janeiro dos anos de 1999, 20
00, 2001, 2002, 2003 e 2004;
A temperatura média de janeiro de 1999 apresenta diferença significativa entre
janeiro de 2004;
A temperatura média de janeiro de 2000 apresenta diferença significativa entre
janeiro de 2002 e 2004;
A temperatura média de janeiro de 2001 apresenta diferença significativa entre
janeiro de 2002, 2003 e 2004;
A temperatura média de janeiro de 2002 apresenta diferença significativa entre
janeiro de 2004;
A temperatura média de janeiro de 2003 apresenta diferença significativa entre
janeiro de 2004;
É importante frisar que o ano de 1998 foi ano de El Niño +1, logo, o primeiro
semestre, tende a ter temperaturas mais elevadas, e como conseqüência, apresentar
diferença significativa com todos os outros anos, inclusive, aqueles cuja existência do
fenômeno El Niño, foi comprovada mas em intensidades menores que 1998, ano em que o
fenômeno ocorreu de modo bem expressivo.
O ano de 2004 tem a temperatura média de janeiro diferente de todos os demais
anos, inclusive 1998, que apresenta te
mperatura média menor que a de 2004.
A temperatura média do mês de janeiro em Urucu é de 25,7ºC, mas os dados
coletados do ano de 2004 revelaram uma temperatura de 27.8ºC.
117
b)
Temperatura de fevereiro
Tab 09 -Análise de Variância para temperatura de fevereiro, usando a soma de
quadrados ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anofev
7
102,684
102,684
14,669
16,87
0
Erro
216
187,843
187,843
0,87
Total
223
290,527
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
A tabela 09 da análise de variância para a Temperatura de fevereiro, mostra que
existem diferenças significativas entre os meses de fevereiro do período de 1997 a 2004. Por
isso, em seguida, foi realizado o Teste Simultâneo de Tukey, cujo objetivo foi fazer
comparações entre todos os pares de fevereiro, indicando onde ocorre a variação dessas
temperaturas. De acordo com o referido teste:
A temperatura média de fevereiro de 1997 apresenta di
ferença significativa entre os
anos de 1998 e 2003;
A temperatura média de fevereiro de 1998 apresenta diferença significativa entre os
anos de 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004;
A temperatura média de fevereiro de 1999 apresenta diferença significativa entre o
ano de 2003;
A temperatura média de fevereiro de 2000 apresenta diferença significativa entre o
ano de 2003;
A temperatura média de fevereiro de 2001 apresenta diferença significativa entre os
anos de 2003;
A temperatura média de fevereiro de 2002 não apresentou diferença com os anos
subseqüente;
118
A temperatura média de fevereiro de 2003 não apresentou diferença com o ano
anterior;
O mês de fevereiro de 1998 registrou a temperatura de 27,2 ºC. Foi diferente de
todos os outros anos e apresentou uma amplitude em relação a média do referido mês de
1,9 ºC. A temperatura de fevereiro de 2003 (26,3ºC) apresentou diferença entre todos os
anos, exceto com fevereiro de 2002 e 2004.
c) Temperatura de março
Tab 10
-
Análise de Variância para temperatura
de março, usando a soma de quadrados
ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anomar
7
41,287
41,287
5,8981
6,77
0
Erro
240
209,1889
209,1889
0,8716
Total
247
250,476
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
A tabela 10 da análise de variância para a Temperatura de março, indica que existi
diferenças significativas entre os meses de março do período de 1997 a 2004. Por isso, em
seguida, foi realizado o Teste Simultâneo de Tukey, cujo objetivo foi fazer comparações
entre todos os pares de março, indicando onde ocorre a variação dessas temperaturas. O
teste indicou que:
A temperatura média de março de 1997 não apresentou diferença com os demais
anos da série analisada;
A temperatura média de março de 1998 apresenta diferença significativa entre os
anos de 1999, 2000, 2001 e 2002;
A temperatura média de março de 1999 apresenta diferença significativa en
tre
2004;
119
A temperatura média de março de 2000 apresenta diferença significativa entre os
anos de 2003 e 2004;
A temperatura média de março de 2001 apresenta diferença significativa entre o
ano de 2004;
A temperatura média de março de 2002 apresenta diferença significativa entre o
ano de 2004;
No mês de março
no período analisado
a variabilidade da temperatura média foi
pequena, apenas março de 1998 e 2004, apresentaram diferença significativa com o mês de
março de 2000, 2001 e 2002.
d) Tempera
tura de abril
A análise de variância para a Temperatura de abril, indica diferenças significativas
entre os meses de abril do período de 1997 a 2004. Por isso, em seguida, foi realizado o
Teste Simultâneo de Tukey, cujo objetivo foi fazer comparações entre todos os pares de
abril, indicando onde ocorre a variação dessas temperaturas. O teste indicou que:
A temperatura média de abril de 1997 apresenta diferença significativa entre os anos
de 1999 e 2004;
A temperatura média de abril de 1998 apresenta diferença significativa entre os
anos de 1999, 2000, 2001 e 2002;
A temperatura média de abril de 1999 apresenta diferença significativa entre os
anos de 2001, 2002, 2003 e 2004;
A temperatura média de abril de 2000 apresenta diferença significativa entre o
s
anos de 2003 e 2004;
120
A temperatura média de abril de 2001 apresenta diferença significativa entre o ano
de 2004;
A temperatura média de abril de 2002 apresenta diferença significativa entre o ano
de 2004;
A temperatura média de abril de 2003 apresenta diferença significativa entre o ano
de 2004.
Tab 11
-
Análise de Variância para a Temperatura de abril, usando a soma de quadrados
ajustados para o teste.
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajust
ados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anoabr
7
109,903
109,903
15,7
18,72
0
Erro
232
194,606
194,606
0,839
Total
239
304,509
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
e) Temperatura de maio
A tabela 12 da análise de variância para a Temperatura de maio, diferenças
significativas entre os meses de maio do período de 1997 a 2004. Em seguida, foi realizado
o Teste Simultâneo de Tukey, cujo objetivo foi fazer comparações entre todos os pares de
maio, indicando onde ocorre a variação dessas temperaturas.
Tab 12
-
Análise de Variância para temperatura de maio, usando a soma de quadrados
ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anomai
7
75,215
75,215
10,745
13,8
0
Erro
240
186,881
186,881
0,779
Total
247
262,095
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
De acordo com o citado teste:
121
A temperatura média de maio de 1997 apresenta diferença significativa entre o ano
de 2004;
A temperatura média de maio de 1998 apresenta diferença significativa entre os
anos de 1999 e 2004;
A temperatura média de maio de 1999 apresenta diferença significativa entre os
anos de 2001, 2003 e 2004;
A temperatura média de maio de 2000 apresenta diferença significativa entre o ano
de 2004;
A temperatura média d
e maio de 2001 apresenta diferença significativa entre o ano
de 2004;
A temperatura média de maio de 2002 apresenta diferença significativa entre o ano
de 2004;
A temperatura média de maio de 2003 apresenta diferença significativa entre o ano
de 2004.
Constata
-se, que o mês de maio de 2004, apresentou diferença significativa com todos
os outros anos do período analisado. Isso se deve, ao fato que a temperatura registrada de
maio de 2004 foi de 27,2ºC, excedendo a média histórica desse referido mês em mais de
1,4ºC. A amplitude foi de aproximadamente 2,2ºC.
f) Temperatura de junho
Tab 13
-
Análise de Variância para a temperatura de junho, usando a soma de quadrados
ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadra
dos
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosjun
7
87,912
87,912
12,559
14,11
0
Erro
232
206,531
206,531
0,89
Total
239
294,443
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
122
A tabela 13 da
análise de variância para a Temperatura de junho, mostra que existem
diferenças significativas entre os meses de junho de 1997 a 2004. Em seguida, foi realizado
o Teste Simultâneo de Tukey, cujo objetivo foi fazer comparações entre todos os pares de
junho
, indicando onde ocorre a variação dessas temperaturas.
De acordo com o citado teste:
A temperatura média de junho de 1997 apresenta diferença significativa entre os
anos de 1998, 1999, 2000, 2001, 2002 e 2003;
A temperatura média de junho de 1998 apresenta diferença significativa entre o
ano de 2004;
A temperatura média de junho de 1999 apresenta diferença significativa entre o
ano de 2004;
A temperatura média de junho de 2000 apresenta diferença significativa entre o
ano de 2004;
A temperatura média de junho de 2001 apresenta diferença significativa entre o
ano de 2004;
A temperatura média de junho de 2002 apresenta diferença significativa entre o
ano de 2004;
A temperatura média de junho de 2003 apresenta diferença significativa entre o
ano de 200
4.
O mês de junho do ano de 1997 revelou diferença significativa da temperatura
média com os demais anos, isso pode estar relacionado ao fenômeno climático El Niño que
começa a se manifestar no meio do ano, atingindo seu máximo em torno de dezembro.
De acordo com as observações apresentadas, junho de 2004, revela-se um ano
atípico por apresentar diferenças com todos os anos analisados, sua temperatura é de 26,9.
Com cerca de 1,3º acima da média.
123
g) Temperatura de julho
Tab 14
-
Análise de Variânci
a para temperatura de julho, usando a soma dos quadrados
ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anojul
7
109,621
109,621
15,66
12,9
0
Err
o
240
291,289
291,289
1,214
Total
247
400,91
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
A tabela 14 da análise de variância para a Temperatura de julho, mostra que foi
identificado diferenças significativas entre os meses de julho do período de 1997 a 2004.
Em seguida, foi realizado o Teste Simultâneo de Tukey, para fazer comparações entre todos
os pares de julho, indicando onde ocorre a variação dessas temperaturas. Este teste indicou
que:
A temperatura média de julho de 1997 apresenta diferença significativa entre os
anos de 1999,
2000 e 2004;
A temperatura média de julho de 1998 apresenta diferença significativa entre os
anos de 1999, 2000 e 2004;
A temperatura média de julho de 1999 apresenta diferença significativa entre os
anos de 2003 e 2004;
A temperatura média de julho de 2000 apresenta diferença significativa entre os
anos de 2003 e 2004;
A temperatura média de julho de 2001 apresenta diferença significativa entre o ano
de 2004;
124
A temperatura média de julho de 2002 apresenta diferença significativa entre o ano
de 2004.
h) Temperatura de agosto
Tab 15
-
Análise de Variância para temperatura de agosto, usando a soma de quadrados
ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do T
este
P-
valor
Anoago
7
103,57
103,57
14,796
9,8
0
Erro
240
362,472
362,472
1,51
Total
247
466,042
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
A tabela 15 da análise de variância para a Temperatura de agosto indica
diferenças
significativas entre os meses de julho do período analisado. E o teste de Tukey apontou as
seguintes diferenças:
A temperatura média de agosto de 1997 apresenta diferença significativa entre os
anos de 1998 e 2004;
A temperatura média de agosto de 1998 apresenta diferença significativa entre os
anos de 1999, 2000, 2002 e 2003;
A temperatura média de agosto de 1999 apresenta diferença significativa entre os
anos de 2001 e 2004;
A temperatura média de agosto de 2000 apresenta diferença significativa entre o
ano de 2004;
A temperatura média de agosto de 2002 apresenta diferença significativa entre o
ano de 2004;
A temperatura média de agosto de 2003 apresenta diferença significativa com 2004;
125
O destaque no período de agosto analisado é para 2004 que apresenta diferenças
com os meses de agosto de todos os demais anos, exceto 1998. Este último por sua vez,
apresenta diferenças significativas para o teste com os anos de 1999, 2000, 2002 e 2003.
i) Temperatura de Setembro
Tab 16 - Análise de Variância para temperatura de setembro, usando a soma de
quadrados ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosset
7
71,67
71,67
10,239
7,32
0
Erro
232
324,455
324,455
1,399
Total
239
396,125
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
A análise de variância para a Temperatura de setembro (Tab 16), indica diferenças
significativas entre os meses de setembro. Em seguida, foi realizado o Teste Simultâneo de
Tukey, para fazer comparações entre todos os pares de julho, indicando onde ocorre a
variação dessas temperaturas. Este teste indicou que:
A temperatura média de setembro de 1997 apresenta diferença significativa entre o
ano de 2000, 2001 e 2003;
A temperatura média de setembro de 1998 apresenta diferença significativa entre o
ano de 2000, 2001 e 2003;
A temperatura média de setembro de 1999 não apresenta diferença significativa
com os anos que o sucederam;
A temperatura média de setembro de 2000 apresenta diferença significativa entre o
ano de 2004;
A temperatura média de setembro de 2001 apresenta diferença significativa entre
os anos de 2002 e 2004;
126
A temperatura média de setembro de 2002 não apresenta diferenças significativas
entre os anos posteriores;
A temperatura média de setembro de 2003 apresenta diferença significativa entre
setembro de 2004.
l) Temperatura de outubro
Tab 17
-
Análise de Variância para temperatura de outubro, usando a soma de quadrados
ajustados para teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Qu
adrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosout
7
40,03
40,03
5,719
3,87
0,001
Erro
240
354,19
354,19
1,476
Total
247
394,219
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significati
vas
A tabela 17 da análise de variância para a Temperatura de outubro, diferenças
significativas entre os meses de outubro do período de 1997 a 2004. Por isso, em seguida,
foi realizado o Teste Simultâneo de Tukey, cujo objetivo foi fazer comparações entre todos
os pares de outubro, indicando onde ocorre a variação dessas temperaturas. De acordo com
o citado teste:
A temperatura média de outubro de 1997 apresenta diferença significativa entre os
anos de 2000, 2002, 2003 e 2004. Isso se deve ao fato de que outubro de 1997, foi o ano
que registrou a maior temperatura em torno de 26,9ºC. Os outros anos não revelaram
diferenças entre as temperaturas de outubro.
m) Temperatura de novembro
Tab 18
--
Análise de Variância para temperatura de novembro, usando a soma de
quadrados ajustados para teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
*P
-
valor
Anosnov
7
12,649
12,649
1,807
1,21
0,297
Erro
232
346,124
346,124
1,492
Total
239
358,773
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
127
Não se rejeita a hipótese nula, da igualdade dos valores dos meses de novembro,
pois o valor de P é maior do que o nível de significância.
A maior amplitude entre os valores médios mensais é de 0,3ºC, o que confirma o
resultado do teste
n) Temperatura de dezembro
A tabela 19 da análise de variância para a Temperatura de dezembro, diferenças
significativas entre os meses de dezembro do período de 1997
a 2004. Por isso, em seguida,
foi realizado o Teste Simultâneo de Tukey, cujo objetivo foi fazer comparações entre todos
os pares de dezembro, indicando onde ocorre a variação dessas temperaturas.
De acordo com o citado teste:
A temperatura média de deze
mbro de 1997 apresenta diferenças significativas
entre os meses de dezembro de 2000, 2003 e 2004.
A temperatura média de dezembro de 1998 apresenta diferenças significativas
entre os meses de dezembro de 2000, 2003 e 2004.
A temperatura média de dezembro d
e 2004 apresenta diferença significativa entre
os anos de 1999, 2000, 2001, 2002 e 2003.
Tab 19 - Análise de Variância para temperatura de dezembro, usando a soma de
quadrados ajustado para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma
de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosdez
7
85,373
85,373
12,196
14,5
0
Erro
240
201,855
201,855
0,841
Total
247
287,228
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
128
5
.2 Análise de Variância e Teste de Tukey para a UMIDADE MÉDIA da Base de
Exploração Geólogo Pedro de Moura
-
Urucu
a) Umidade de janeiro
Tab 20
-
Análise de Variância para Umidade de janeiro usando a soma dos quadrados
ajustados para o teste
Variáve
is
Graus de
Liberdade
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosjan
6
1314,18
1314,18
219,03
16,86
0
Erro
210
2727,68
2727,68
12,99
Total
216
4041,85
Se P
-
va
lor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
A análise de variância da tabela 20 indica diferenças significativas entre as umidades
de janeiro, logo em seguida, foi realizado então o Teste de Tukey para identificar onde essas
diferenças o
correm. O teste indicou que:
A umidade de janeiro de 1997 e 1998 apresenta diferença significativa entre janeiro
de 1999, 2000, 2001,2002, e 2003.
A umidade de janeiro de 1997 e 1998 não diferem entre si, no entanto, apresentam
diferenças significativas com os demais anos. Isso porque 97/98 são anos que apresentam
os menores índices de umidade, 88% e 91% respectivamente.
b) Umidade de fevereiro
Tab 21
-
Análise de Variância para Umidade de fevereiro usando a soma dos quadrados
ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosfev
6
1558,61
1558,61
259,77
11,21
0
Erro
188
4355,77
4355,77
23,17
Total
194
5914,38
Se P
-
valor
0,05 há di
ferenças estatisticamente significativas
129
O valor de P da tabela 21 indica elevada significância estatística entre os pares de
valores de umidade de fevereiro. Essas diferenças foram identificadas pelo Teste de Tukey
entre:
A umidade de fevereiro de 1997 apresenta diferença significativa entre janeiro de
2000, 2001 e 2002;
A umidade de fevereiro de 1998 apresenta diferença significativa entre janeiro de
1999, 2000, 2001 e 2002;
A umidade de fevereiro de 1999 apresenta diferença significativa entre janeiro de
2003;
A umidade de fevereiro de 2000 apresenta diferença significativa entre janeiro de
2003;
A umidade de fevereiro de 2001 apresenta diferença significativa entre janeiro de
2003;
A umidade de fevereiro de 2002 apresenta diferença significativa entre janeiro de
2003.
A umidade de fevereiro dos anos 1998 e 2003, destacam-se das demais, por
apresentarem índices de umidade relativa de 89%, o que faz com que esses dois anos
apresentem diferenças significativas com os demais anos da série analisada, cuja média de
umidade é de 93%.
c) Umidade de março
Tab 22 - Análise de Variância para Umidade de março usando a soma dos quadrados
ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustado
s
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosmar
6
1193,47
1193,47
198,91
7,36
0
Erro
210
5675,35
5675,35
27,03
Total
216
6868,82
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
130
O teste de análise de variância da tabela 22 mostra uma evidência muito forte
contra a hipótese nula. Logo, seguiu-se identificando os anos que diferiam entre si, pelo
método de Tukey:
A umidade de março de 1997 apresenta diferença significativa entre março de
2002;
A umidade de março de 1998 apresenta diferença significativa entre março de 2002
e 2003;
A umidade de março de 1999 apresenta diferença significativa entre os anos 2002 e
2003;
A umidade de março de 2000 apresenta diferença significativa entre março de
2003;
A umidade de março de 2001 apresenta diferença significativa entre março de
2003;
A umidade de março de 2002 apresenta diferença significativa entre março de
2003.
A umidade relativa de março de 2003 ficou em torno de 89% apresentando
diferença significativa com março dos demais anos da série cuja média é de 93%.
d) Umidade de abril
Tab 23
-
Análise de Variância para Umidade de abril usando a soma dos quadrados
ajustado
s para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosabr
6
178,93
178,93
29,82
2,34
0,033
Erro
203
2587,83
2587,83
12,75
Total
209
2766,77
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
131
O valor de P da análise de variância da tabela 23 indica que diferença
significante estatisticamente entre os meses de abril dos oito anos analisados, e, por meio do
Teste de Tukey foi po
ssível identificar que essa diferença ocorre apenas na umidade de abril
de 1998 que apresenta diferença expressiva entre abril de 2002
e) Umidade de maio
Tab 24 - Análise de Variância para Umidade de maio usando a soma dos quadrados
ajustados para o te
ste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosmai
6
1198,37
1198,37
199,73
9,31
0
Erro
210
4504,65
4504,65
21,45
Total
216
5703,01
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
O resultado da análise de variância indica que existe diferença significativa entre os
meses de maio do período estudado. Essa diferença foi identificada pelo teste de Tukey na
umidade
de maio de 1997 que têm diferença significativa entre maio de 1999, 2000, 2001,
2002 e 2003. E no mês de maio de 2002 que apresenta diferença significativa com maio de
1998 e 2000.
f) Umidade de junho
Tab 25 - Análise de Variância para Umidade de junho usando a soma dos quadrados
ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosjun
6
2066,36
2066,36
344,39
17,63
0
Erro
203
3965,33
3965,33
19,53
Total
209
6031,7
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
132
A umidade de junho de 1997 apresenta diferença significativa entre junho de 1998,
1999, 2000, 2001, 2002 e 2003;
A umidade de junho de 1998 apresenta diferença significativa entre junho de 2001,
2002 e 2003.
A umidade de junho de 1997 foi de aproximadamente de 87%, é a menor da série
de junho dos anos pesquisados. A média da série de junho é de cerca de 93%. Esses
valores refletiram
-
se na diferença apontad
a pelo teste.
g) Umidade de julho
Tab 26 - Análise de Variância para Umidade de julho usando a soma dos quadrados
ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosjul
6
2151,89
2151,89
358,65
16,44
0
Erro
210
4580,13
4580,13
21,81
Total
216
6732,02
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
A tabela 26 da análise de variância para a umidade de julho, indica diferenças
significativas descritas pelo teste de tukey como:
A umidade de julho de 1997 apresenta diferença significativa entre julho de 1999,
2000, 2001, 2002 e 2003;
A umidade de julho de 1998 apresenta diferença significativa entre julho de 2002;
A umidade de julho de 1999 apresenta diferença significativa entre julho de 2002;
A umidade de julho de 2000 apresenta diferença significativa entre julho de 2002;
A umidade de julho de 2001 apresenta diferença significativa entre julho de 2002;
A umida
de de julho de 2002 apresenta diferença significativa entre julho de 2003.
133
O teste de Tukey que é a resposta a variação indicada pela análise de variância,
mostra que o ano com umidade anômala no mês de julho foi 2002 cujo índice ficou em torno
de 97%.
h) Umidade de agosto
Tab 27 - Análise de Variância para Umidade de agosto usando a soma dos quadrados
ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
va
lor
Anosago
6
3709,85
3709,85
618,31
24,77
0
Erro
210
5242,77
5242,77
24,97
Total
216
8952,63
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
A análise de variância
tabela 27
indica uma variação significativa entre os
meses de agosto, apontada a seguir:
A umidade de agosto de 1997 apresenta diferença significativa entre agosto de
2000, 2002 e 2003;
A umidade de agosto de 1998 apresenta diferença significativa entre agosto de
2000, 2002 e 2003;
A umidade de agosto de 1999 apresenta diferença significativa entre agosto de
2000, 2002 e 2003;
A umidade de agosto de 2000 apresenta diferença significativa entre agosto de
2002;
A umidade de agosto de 2001 apresenta diferença significativa entre agosto de
2002, 2003.
134
Os meses de agosto de 2002 e 2003 são os que apresentam maior diferença
significativa com os demais por apresentarem umidade relativas altas, respectivamente de
96% e 93%, sendo a média desta série de 89%.
i) Umidade de setembro
Tab 28 - Análise de Variância para Umidade de setembro usando a soma dos
quadrados ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosset
6
3476,51
3476,51
579,42
33,38
0
Err
o
203
3523,87
3523,87
17,36
Total
209
7000,38
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
A umidade de setembro apresenta diferença significativa entre os anos de 1997-
2003, é o que mostra a análise de variância da tabela 28. O Teste de Tukey realizado em
seguida indicou que:
A umidade de setembro de 1997 apresenta diferença significativa entre setembro
de 1999, 2000, 2001, 2002 e 2003;
A umidade de setembro de 1998 apresenta diferença significativa entre setembro
de
1999, 2000, 2001, 2002 e 2003;
A umidade de setembro de 1999 apresenta diferença significativa entre setembro
de 2002 e 2003;
As umidades de setembro de 2000, 2001 e 2002 não apresentam diferenças
significativas entre setembro dos demais anos.
Os meses de setembro de 1997 e 1998 apresentaram diferenças significativas com
os demais anos, por terem registrado umidades muito baixas de 85%, isso ocorreu em
135
decorrência, talvez, do fenômeno El Niño. Ademais, setembro de 1999 registrou umidade de
99%, tendo dif
erença significativa com os demais anos.
j) Umidade de outubro
Tab 29 - Análise de Variância para Umidade de outubro usando a soma dos quadrados
ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadra
dos
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosout
6
4132,51
4132,51
688,75
30,83
0
Erro
210
4691,48
4691,48
22,34
Total
216
8823,99
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
A análise de variância indicada pela tabela 29 mostra que diferenças
significativas entre os meses de outubro para a umidade e essas diferenças foram indicas
pelo teste de Tukey e são:
A umidade de outubro de 1997 apresenta diferença significativa entre outubro de
2000, 2001, 200
2 e 2003;
A umidade de outubro de 1998 apresenta diferença significativa entre outubro de
2002 e 2003;
A umidade de outubro de 1999 apresenta diferença significativa entre outubro de
2000, 2001, 2002 e 2003;
A umidade de outubro de 2000 apresenta diferença significativa entre outubro de
2002 e 2003;
A umidade de outubro de 2001 apresenta diferença significativa entre outubro de
2002 e 2003.
136
O mês de outubro de 1997 apresenta diferença significativa com os demais
anos. Os meses de outubro dos anos de 2002
e 2003, tem as umidades mais elevadas de
98% e 99% o que reflete em diferenças expressivas com os outros anos.
l) Umidade de novembro
Tab 30 - Análise de Variância para Umidade de novembro usando a soma dos
quadrados ajustados para o teste
Variáveis
G
raus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosnov
6
2069,58
2069,58
344,93
17,84
0
Erro
203
3924,63
3924,63
19,33
Total
209
5994,21
Se P
-
valor
0,05 há diferenç
as estatisticamente significativas
A tabela 30 indica diferenças significativas entre os meses de novembro apontados
pela análise de variância e identificados pelo teste de Tukey.
A umidade de novembro de 1997 apresenta diferença significativa entre
novembro
de 2002 e 2003;
A umidade de novembro de 1998 apresenta diferença significativa entre novembro
de 2003;
A umidade de novembro de 1999 apresenta diferença significativa entre novembro
de 2002 e 2003;
A umidade de novembro de 2000 apresenta diferença significativa entre novembro
de 2003;
A umidade de novembro de 2001 apresenta diferença significativa entre novembro
de 2002 e 2003;
A umidade de novembro de 2002 apresenta diferença significativa entre novembro
de 2003.
137
Novembro de 2003 apresenta diferenças significativas com todos os anos, isso
ocorre porque o referido ano teve umidade relativa média em torno dos 100%, enquanto a
média da série de novembro foi de 93%.
m) Umidade de dezembro
Tab 31 - Análise de Variância para Umidade de dezembro usando a soma dos
quadrados ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosdez
6
1109,06
1109,06
184,84
14,2
0
Erro
210
2732,71
2732,71
13,0
1
Total
216
3841,77
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
O p-valor da análise de variância da tabela 31 indica que diferenças
significativas entre os meses de dezembro. As diferenças foram identificadas por meio do
teste de Tukey e são:
A umidade de dezembro de 1997 apresenta diferença significativa entre dezembro
de 1999, 2000, 2001, 2002 e 2003;
A umidade de dezembro de 1998 apresenta diferença significativa entre dezembro
de 1999, 2000, 2001 e 2003;
A umidade de dezembro de 2002 aprese
nta diferença significativa entre dezembro de
2003.
Os meses de dezembro de 1997/1998 evidenciam umidades baixas de
aproximadamente 90%, em contraposição com a umidade média de dezembro de 2004 que
permaneceu alta, em torno de 97%, portanto, esses anos apresentarem diferenças
significativas para com os demais.
138
5.4 Análise de Variância e Teste de Tukey para a TEMPERATURA MÉDIA da
Hidrelétrica de Balbina.
a) Temperatura de janeiro
Tab 32 -Análise de Variância para Temperatura usando a soma dos quadrados ajustados
para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosjan
7
257.442
257.442
36.777
22.93
0,0000
Erro
240
384.854
384.854
1.604
Total
24
7
642.296
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
Por meio da análise de variação, contida na tabela 32, foi possível fazer comparações
entre as médias dos oitos anos (1997-2004) e identificar diferenças significativas através do
teste de Tukey.
A temperatura média de janeiro de 1997 apresenta diferença significativa entre
janeiro de 1998, 2002 e 2003;
A temperatura média de janeiro de 1998 apresenta diferença significativa entre
janeiro de 1999, 2000 e 2001;
A temperatura média de janeiro de 1999 apresenta diferença significativa entre
janeiro de 2002, 2003 e 2004;
A temperatura média de janeiro de 2000 apresenta diferença significativa entre
janeiro de 2002, 2003 e 2004;
A temperatura média de janeiro de 2001 apresenta diferença significativa entre
janeiro de 2003;
A temperatura média de janeiro de 2003 apresenta diferença significativa entre
janeiro de 2004.
139
O mês de janeiro de 1998 e 2003 possui as temperaturas mais altas da série, sendo
respectivamente de 29,5ºC e
30ºC, e correspondem a anos de El Niño +1. Pois, sabe
-
se que
o El Niño começa no segundo semestre de um ano e termina no primeiro semestre do ano
subseqüente, e isso é refletido para as temperaturas das áreas sob influência desse
fenômeno. A temperatura do mês de janeiro de 2003 é a mais elevada e difere de todos os
demais anos.
uma diferença de 2ºC de janeiro de 1997 para janeiro de 1998. Os anos de 1997,
1999, 2000 e 2001 têm temperaturas médias do mês de janeiro muito próximas, em torno de
27,4ºC,
logo, não diferem entre si, diferindo dos anos de 1998, 2002 e 2003 anos de El Niño
e 2004.
b) Temperatura de Fevereiro
Tab 33
-
Análise de Variância para a temperatura de fevereiro usando a soma dos quadrados
ajustados para o teste
Variáveis
Graus
de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anofev
7
160.885
160.885
22.984
12.37 0.
0
Erro
216
401.462
401.462
1.859
Total
223
562.347
Se P
-
valor
0,05 há diferen
ças estatisticamente significativas
Como a análise de variância (tabela 33), indicou a existência de diferenças entre os
valores de temperatura, foi realizado o teste de Tukey para identificar os anos cujos meses
têm valores distintos para a estatístic
a.
A temperatura média de fevereiro de 1997 apresenta diferença significativa entre
fevereiro de 2000;
A temperatura média de fevereiro de 1998 apresenta diferença significativa entre
fevereiro de 1999, 2000, 2001e 20004;
140
A temperatura média de fevereiro de 2000 apresenta diferença significativa entre
fevereiro de 2001, 2002, 2003 e 2004.
A temperatura média de fevereiro de 2000 foi de 26,8ºC a mais baixa de toda a série
do mesmo, o que fez com que o referido ano apresentasse diferença de todos os demais. O
ano de 1999 não apresentou diferença dos anos de 1997, 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004,
pois estes estiveram muito próximos à média da série que é de 28,6º
c) Temperatura de março
A tabela 34 indica que há diferenças significativas entre os meses de março na
Hidrelétrica de Balbina que puderam ser identificados através do teste de Tukey.
Tab 34
-
Análise de Variância para temperatura março usando a soma dos quadrados
ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anomar
7
139.904
139.904
19.986
11.42 0.
0
Erro
240
419.939
419.939
1.750
Total
247
559.844
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
A temperatura média de março de 1997 apresenta diferença significativa entre
março de 1998 e 2003;
A temperatura média de março de 1998 apresenta diferença significativa entre
março de 1999
, 2000, 2001 e 2004;
A temperatura média de março de 1999 apresenta diferença significativa entre
março de 2003;
141
A temperatura média de março de 2000 apresenta diferença significativa entre
março de 2002 e 2003;
A temperatura média de março de 2003 apresenta diferença significativa entre
março de 2004.
Os meses de março de 1998 e 2003 apresentam as respectivas temperaturas, 29,4ºC
e 29,3ºC, esses valores fazem com que esses anos apresentem diferenças significativas em
relação aos demais anos.
d) Temp
eratura de abril
Tab 35 - Análise de Variância para temperatura de abril, usando a soma dos quadrados
ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
va
lor
Anoabr
7
152.970
152.970
21.853
11.47
0
Erro
22
441.915
441.915
1.905
Total
232
594.885
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
O resultado da análise de variância para a temperatura de abril, mostrou que
diferenças significativas entre os anos analisados, conforme mostra a tabela 35. E em
seguida, foi realizad
o o teste de Tukey, e de acordo com este, pode
-
se afirmar que:
A temperatura média de abril de 1997 apresenta diferença significativa entre abril
de 1998;
A temperatura média de abril de 1999 apresenta diferença significativa entre abril
de 2000;
A temperatura média de abril de 2000 apresenta diferença significativa entre abril
de 2002 e 2003.
142
O mês de abril foi o que apontou menor variabilidade térmica, tendo a média 28,5ºC.
A maior amplitude foi de 2,8ºC entre os anos de 1998 (29,9ºC) e 2000 (27,1º). O ano de
2000 teve a menor temperatura da série de abril, logo, apresentou diferença entre os anos
de 1999, 2002 e 2003.
e) Temperatura de maio
O p-valor da tabela 36 indica diferenças entre os valores de temperaturas, essas
diferenças ocorrem com:
A
temperatura média de maio de 1997 apresenta diferença significativa entre maio
de 1998;
A temperatura média de maio de 1998 apresenta diferença significativa entre maio
de 1999, 2000, 2001 e 2004;
A temperatura média de maio de 1999 apresenta diferença significativa entre maio
de 2002 e 2003;
A temperatura média de maio de 2000 apresenta diferença significativa entre maio
de 2002 e 2003.
A temperatura de maio de 1998 é diferente da temperatura de maio de todos os
demais anos, exceto 2003, pelo fato deste ú
ltimo, ainda estar sob a influência do aumento da
temperatura no oceano pacifico.
Tab 36 - Análise de Variância para temperatura de maio usando a soma dos quadrados
ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anomai
7
105.453
105.453
15.065
10.63 0.
0
Erro
240
340.254
340.254
1.418
Total
247
445.707
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
f) Temperatu
ra de junho
143
Existem diferenças significativas entre as temperaturas dos meses de junho, é o que
mostra a tabela 37. Essas diferenças são apontadas abaixo:
A temperatura média de junho de 1997 apresenta diferença significativa entre junho
de 2001;
A tempe
ratura média de junho de 1998 apresenta diferença significativa entre junho
de 2000, 2001 e 2004;
A temperatura média de junho de 2000 apresenta diferença significativa entre junho
de 2001, 2002 e 2003;
A temperatura média de junho de 2001 apresenta difere
nça significativa entre junho
de 2002, 2003 e 2004;
A temperatura média de junho de 2002 apresenta diferença significativa entre junho
de 2004;
A temperatura média de junho de 2003 apresenta diferença entre junho de 2004.
Tab 37 - Análise de Variância para temperatura de junho usando o quadrado a soma de
quadrados ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosjun
7
138.046
138.046
19.721
24.14
0
Erro
232
189.542
189.542
0.817
Total
239
327.588
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
g) Temperatura de julho
Tab 38
-
Análise de Variância para temperatura de julho usando a soma dos quadrados
ajustado
s para o teste.
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anojul
7
226.216
226.216
32.317
20.72
0
Erro
240
374.291
374.291
1.560
Total
247
600.506
S
e P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
144
A análise de Variância para temperatura de julho usando a soma dos quadrados
ajustados para o teste aponta que existem diferenças entre os meses de julho (tabela 38).
Essas diferenças são de
scritas a seguir:
A temperatura média de julho de 1997 apresenta diferença significativa entre julho
de 1999, 2000 e 2004;
A temperatura média de julho de 1998 apresenta diferença significativa entre julho
de 1999, 2000 e 2004;
A temperatura média de julho de 1999 apresenta diferença significativa entre julho
de 2002 e 2003;
A temperatura média de julho de 2000 apresenta diferença significativa entre julho
de 2002 e 2003;
A temperatura média de julho de 2001 apresenta diferença significativa entre julho
de 2002;
A temperatura média de julho de 2002 apresenta diferença significativa entre julho
de 2004;
A temperatura média de julho de 2003 apresenta diferença significativa entre julho
de 2004.
h) Temperatura de agosto
Tab 39 - Análise de Variância para temperatura de agosto usando a soma dos
quadrados ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosago
7
215.914
215.914
30.845
19.30
0
Erro
240
3
83.638
383.638
1.598
Total
247
599.552
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
145
A análise de variância (tabela 39) e o teste de Tukey da temperatura de agosto
indicam que:
A temperatura média de agosto de 1997 apresenta diferença significativa entre
agosto de 1999, 2000 e 2001;
A temperatura média de agosto de 1998 apresenta diferença significativa entre
agosto de 1999, 2000 e 2001;
A temperatura média de agosto de 1999 apresenta diferença significativa entre
agosto
de 2002, 2003 e 2004;
A temperatura média de agosto de 2000 apresenta diferença significativa entre
agosto de 2002 e 2003;
A temperatura média de agosto de 2001 apresenta diferença significativa entre
agosto de 2002 e 2003.
O mês de agosto de 1999 registrou temperatura média de 27,2ºC, a menor de toda
a série, conseqüentemente apresentou diferença com todos os anos, exceto 2000 (27,6ºC).
A média do mês de agosto no período estudado foi de 28,6ºC.
I ) Temperatura de setembro
Tab 40
Análise de Variância para temperatura de setembro usando a soma de
quadrados ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosset
7
162.293
162.293
23.185
19.25
0
E
rro
232
279.480
279.480
1.205
Total
239
441.773
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
A análise de variância da tabela 40 aponta a existência de diferenças entre os meses
de setembro, são elas:
146
A temperatura média de setembro de 1997 apresenta diferença significativa entre
setembro de 1999, 2000, 2001, 2003 e 2004;
A temperatura média de setembro de 1998 apresenta diferença significativa entre
setembro de 1999, 2000 e 2004;
A temperatura média de setembro de 1999 apresenta diferença significativa entre
setembro de 2002;
A temperatura média de setembro de 2000 apresenta diferença significativa entre
setembro de 2002;
A temperatura média de setembro de 2001 apresenta diferença significativa entre
setembro de 2002;
A temperatura média de setembro de 2002 apresenta diferença significativa entre
setembro de 2003 e 2004.
Os meses de setembro de 1997 e 2002 obtiveram as temperaturas mais altas, 30,4ºC
e 30,5º C, logo, apresentaram diferenças com todos os demais anos. Exceto 1998 que
registrou temperatura média bastante elevada, ficando em torno de 29,0ºC.
j) Temperatura de outubro
Tab 41
-
Análise de Variância para temperatura de outubro usando a soma de
quadrados ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosout
7
295.276
295.276
42.182
26.21
0
Erro
240
386.308
386.308
1.610
Total
247
681.584
Se P
-
valor
0,05 há diferenças est
atisticamente significativas
A análise estatística de variância (tabela 41) indica variações significativas entre os
valores de temperatura de outubro do período estudado. Essas variações ocorrem entre:
147
A temperatura média de outubro de 1997 apresenta diferença significativa entre
outubro de 1999, 2000 e 2004;
A temperatura média de outubro de 1998 apresenta diferença significativa entre
outubro de 1999, 2000 e 2004;
A temperatura média de outubro de 1999 apresenta diferença significativa entre
outubro d
e 2001, 2002 e 2003;
A temperatura média de outubro de 2000 apresenta diferença significativa entre
outubro de 2001, 2002 e 2003;
A temperatura média de outubro de 2001 apresenta diferença significativa entre
outubro de 2004;
A temperatura média de outubro de 2002 apresenta diferença significativa entre
outubro de 2004.
Assim como na análise de temperatura do mês passado, os anos de 1997/1998/2001
e 2002 no mês de setembro registraram as temperaturas mais altas, isso fez com que tais
anos, apresentassem dif
erenças significativas com os demais anos da série analisada.
l) Temperatura de novembro
Tab 42 - Análise de Variância para a temperatura de novembro, usando a soma dos
quadrados ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Som
a de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosnov
7
80.887
80.887
11.555
5.93 0.
0
Erro
232
451.831
451.831
1.948
Total
239
532.718
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
Através da tabela 42, é sabido que existem diferenças entre os valores de
temperatura de novembro. Essas diferenças foram identificadas por meio do teste de Tukey
e ocorrem com:
148
A
temperatura média de novembro de 1997 apresenta diferença significativa entre
novembro de 1999;
A temperatura média de novembro de 1998 apresenta diferença significativa entre
novembro de 1999;
A temperatura média de novembro de 1999 apresenta diferença significativa entre
novembro de 2001 e 2002.
No mês de novembro de 1999 a temperatura foi de 27,6ºC, a mais baixa, quando
comparada à média dos meses de novembro que equivale a 29,1ºC. Isso faz com que
novembro de 1999 seja diferente de todos os demais anos
, exceto 2000.
m) Temperatura de Dezembro
A tabela 43, da análise de variância, indica a existência de diferenças significativas
entre as temperaturas de dezembro. Essas diferenças foram identificadas através do teste
de Tukey e estão descritas abaixo:
A temperatura média de dezembro de 1997 apresenta diferença significativa entre
dezembro de
1999 e 2004;
Tab 43 - Análise de Variância para a temperatura de dezembro usando a soma dos
quadrados ajustados para teste.
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosdez
7
94.139
94.139
13.448
9.23 0.
0
Erro
240
349.674
349.674
1.457
TotaL
247
443.813
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
149
A temperatura média de dezembro de 1998 apresenta diferença significativa entre
dezembro de 1999 ;
A temperatura média de dezembro de 1999 apresenta diferença significativa entre
dezembro de 2000, 2001, 2002 e 2003;
A temperatura média de dezembro de 2002 apresenta diferença significativa entre
dezembro de 2004.
Dezembro de 1999 registrou temperatura média de 27,8ºC, a menor da série, o que
refletiu em mudanças significativas apontadas pelo teste, com todos os demais anos, com
exceção de 2004, que também registrou temperatura baixa (28,3ºC), quando comparada as
demais cuja média foi de 29ºC.
5.5 Análise de Variância e Teste de Tukey para a UMIDADE MÈDIA da Hidrelétrica
de Balbina
a)
Umidade de janeiro
Tab 44 - Análise de Variância para Umidade de janeiro usando a soma dos quadrados
ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosjan
7
2966,35
2966,35
423,76
20,52
0
Erro
240
4956,9
7
4956,97
20,65
Total
247
7923,32
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
Análise de Variância para umidade de janeiro usando a soma dos quadrados
ajustados para o teste (tabela 44) indicou diferenças entre as umidades de janeiro,
diferenças essa abaixo identificadas.
150
A umidade média de janeiro de 1997 apresenta diferença significativa entre janeiro
de 1999, 2002 e 2003;
A umidade média de janeiro de 1998 apresenta diferença significativa entre janeiro
de 2003;
A umidade média de janeiro de 1999 apresenta diferença significativa entre janeiro
de 2003;
A umidade média de janeiro de 2000 apresenta diferença significativa entre janeiro
de 2002 e 2003;
A umidade média de janeiro de 2001 apresenta diferença significativa entre janeiro
de 2003;
A umidade média de janeiro de 2002 apresenta diferença significativa entre janeiro
de 2003;
A umidade média de janeiro de 2003 apresenta diferença significativa entre janeiro
de 2004.
O mês de janeiro de 2003 caracterizou-se pelo déficit de umidade, registrado em
85%, com uma amplitude de 9% em relação à média de janeiro do período de 1997-2004. O
valor registrado de janeiro de 2003 faz com que se estabeleça diferenças significativas entre
este ano e os demais, como indicado no teste de Tukey que consta em anexo neste
trabalho.
b) Umidade de fevereiro
Tab 45
-
Análise de Variância para Umidade de fevereiro usando a soma dos quadrados
ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosfev
7
751,77
751,77
107,4
4,35
0
Erro
216
5338,07
5338,07
24,71
Total
223
6089,84
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
151
A umidade média de fevereiro de 1998 apresenta diferença significativa entre os
meses de fevereiro de 2002 e 2003;
A umidade média de fevereiro de 2000 apresenta diferença significativa entre os
meses de fevereiro de 2000, 2003 e 2004.
c) Umidade de março
Tab 46
-
Análise de Variância para Umidade de março usando a soma dos quadrados
ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadra
dos
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosmar
7
485,4
485,4
69,34
4,79
0
Erro
240
3472,52
3472,52
14,47
Total
247
3957,92
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
A tabela 46 indica que há diferenças significativas entre os meses de março. Essas
diferenças foram apontadas pelo teste de Tukey como sendo entre:
A umidade média de março de 1998 apresenta diferença significativa entre março
de 2002, 2003 e 2004;
A umidade média de março de 2000 apresenta diferença significativa com o mês
de março de 2002;
A umidade média de março de 2001 apresenta diferença significativa com o mês
de março de 2002.
d) Umida
de de abril
Tab 47
-
Análise de Variância para Umidade de abril usando a soma dos quadrados
ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosabr
7
269,8
269,8
38,54
1,75
0,097
Erro
232
5095,8
5095,8
21,96
Total
239
5365,6
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
152
O valor de P da tabela 47 indica que há evidências adequadas contra a hipótese nula
das igualdade
s entre os valores.
e) Umidade de maio
Tab 48
-
Análise de Variância para Umidade de maio usando a soma dos quadrados
ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatís
tica
do Teste
P-
valor
Anosmai
7
243,15
243,15
34,74
1,29
0,255
Erro
240
6453,35
6453,35
26,89
Total
247
6696,5
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
O valor de P da tabela 48 comprova com 25,5% de significância estatística que não
existem diferenças significativas entre os meses de maio dos anos avaliados.
f) Umidade de junho
Tab 49
-
Análise de Variância para Umidade de junho usando a soma dos quadrados
ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
-
Anosjun
7
271,9
2
71,9
38,84
0,88
0,524
Erro
232
10262,9
10262,9
44,24
Total
239
10534,8
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
A análise de variância efetuada para o mês de junho com nível de significância de
5%, indicou que não há diferenças significativas para este teste entre os meses de junho
(tabela 49).
153
g) Umidade de julho
Tab 50 - Análise de Variância para Umidade de julho usando a soma dos quadrados
ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosjul
7
1305,66
1305,66
186,52
13,69
0
Erro
240
3270,71
3270,71
13,63
Total
247
4576,37
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
A tabela 50 indica diferenças significativas entre as umidades do mês de julho,
descritas a seguir:
A umidade média de julho de 1997 apresenta diferença significativa entre julho de
1998
e 2002;
A umidade média de julho de 1998 apresenta diferença significativa entre julho de
1999, 2001, 2002 e 2003, 2004;
A umidade média de julho de 1999 apresenta diferença significativa entre julho de
2002;
A umidade média de julho de 2000 apresenta diferença significativa entre julho de
2001, 2002 e 2003;
A umidade media de julho de 2001 apresenta diferença significativa entre julho de
2004;
A umidade média de julho de 2002 apresenta diferença significativa entre julho de
2004.
O mês de julho de 1998 registrou umidade relativa média de 99%, a mais elevada,
refletindo em diferenças significativas apontadas pelo teste.
154
h) Umidade de agosto
Tab 51
-
Análise de Variância para Umidade de agosto usando a soma dos quadrados
ajustados para o teste
Variáve
is
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
-
value
Anosago
7
942,84
942,84
134,69
3,3
0,002
Erro
240
9795,03
9795,03
40,81
Total
247
10737,87
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
O valor de P apresenta uma evidência adequada a favor da hipótese da igualdade
dos valores.
O teste de Tukey indicou que apenas o mês de agosto de 2001 apresentou diferença
significativ
a para a estatística com o mês de agosto de 2004.
Em agosto de 2004 registrou umidade em torno de 95%, bem distribuída durante o
mês, enquanto que agosto de 2001, teve sua umidade média mensal por volta de 90%, com
amplitudes expressivas no decorrer do mê
s.
i) Umidade de setembro
Tab 52
-
Análise de Variância para Umidade de setembro usando a soma dos quadrados
ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Te
ste
P-
valor
Anosset
7
2239,63
2239,63
319,95
10,29
0
Erro
232
7216,77
7216,77
31,11
Total
239
9456,4
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
A umidade de setembro apresenta elevada significância estatística, indica que
diferenças entre os meses de setembro do período estudado.
155
A umidade média de setembro de 1997 apresenta diferença significativa entre
setembro de 1998, 1999, 2000, 2003 e 2004;
A umidade média de setembro de 1999 apresenta diferença significativa entre
setembro de 2002;
A umidade média de setembro de 2000 apresenta diferença significativa entre
setembro de 2001 e 2002;
A umidade média de setembro de 2001 apresenta diferença significativa entre
setembro de 2004;
A umidade média de setembro de 2002 apresenta diferença significativa entre
setembro de 2003 e 2004.
Os anos de 1997 e 2002 destacam-se por apresentarem diferenças com todos os
demais anos. Isso ocorre talvez, pelo fato desses referidos anos terem registrado as
menores umidades. Por outro lado, 2004 registrou a maior umidade o que fez com que,
também fosse registrada diferença com diversos anos.
j) Umidade de outubro
Tab 53
-
Análise de Variância para Umidade de outubro usando a soma dos quadrados
ajustados para o teste
Variáveis
Gr
aus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do Teste
P-
valor
Anosout
7
6382,58
6382,58
911,8
10,21
0
Erro
240
21435,35
21435,35
89,31
Total
247
27817,94
Se P
-
valor
0,05 há diferenças es
tatisticamente significativas
A análise de variância para a umidade de outubro evidência diferenças significativas
entre os anos (tabela 53). Essas diferenças são:
156
A umidade média de outubro de 1997 apresenta diferença significativa entre
outubro de 1
999, 2000 e 2004;
A umidade média de outubro de 1998 apresenta diferença significativa entre
outubro de 1999, 2000 e 2004;
A umidade média de outubro de 1999 apresenta diferença significativa entre
outubro de 2001, 2002 e 2003;
A umidade média de outubro de 2000 apresenta diferença significativa entre
outubro de 2001 e 2003;
A umidade média de outubro de 2001 apresenta diferença significativa com outubro
de 2004;
A umidade média de outubro de 2002 apresenta diferença significativa entre
outubro de 2004;
A umidade média de outubro de 2003 apresenta diferença significativa entre
outubro de 2004.
Nos meses de outubro de 1999, 2000 e 2004 as umidades foram mais elevadas do
que no restante da série, o que gerou diferenças significativas de acordo com teste aplic
ado.
l) Umidade de novembro
Tab 54 -Análise de Variância para Umidade de novembro usando a soma dos
quadrados ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Ajustados
Quadrados
Médios
Ajustados
Estatística
do
Teste
P-
valor
-
value
Anosnov
7
2429,2
2429,2
347,03
8,51
0
Erro
232
9457,4
9457,4
40,76
Total
239
11886,6
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
A umidade média de novembro de 1997 apresenta diferença significativa entre
novembro de 2001;
157
A umidade média de novembro de 1998 apresenta diferença significativa entre
novembro de 2000;
A umidade média de novembro de 1999 apresenta diferença significativa entre
novembro de 2001 e 2002;
A umidade média de novembro de 2000 apresenta diferença significativa entre
novembro de 2001 e 2002;
A umidade média de novembro de 2001 apresenta diferença significativa entre
novembro de 2003 e 2004;
A umidade média de novembro de 2002 apresenta diferença significativa entre
novembro de 2004.
O mês de novembro dos anos de 2000, 2001 e 2003 registraram as menores
umidades médias mensais, o que refletiu nas
diferenças apontadas pelo teste.
m) Umidade de dezembro
Tab 55
Análise de Variância para Umidade de dezembro usando a soma dos
quadrados ajustados para o teste
Variáveis
Graus de
Liberdade
Soma de
Quadrados
Soma de
Quadrados
Quadrados
Médios
Es
tatística
do Teste
P-
valor
Anosdez
7
1241,38
1241,38
177,34
3,55
0,001
Erro
240
11988,45
11988,45
49,95
Total
247
13229,83
Se P
-
valor
0,05 há diferenças estatisticamente significativas
A tabela 55 indica que existem diferenças entre os valores de umidade de dezembro
para a Hidrelétrica de Balbina .
A umidade média de dezembro de 1999 apresenta diferença significativa e
ntre
dezembro de 2000 e 2002;
A umidade média de dezembro de 2002 apresenta diferença significativa com
dezembro de 2004.
Dezembro de 2002 tem a menor umidade registrada, com amplitudes significativas
dentro do referido mês o que ocasiona significativas
diferenças com os demais anos.
158
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Se não é possível controlar o clima, o homem busca pelo menos saber com
antecedência os eventos abruptos, para tentar evitar grandes catástrofes, daí a necessidade
de fazer estudos contínuos sobre os elementos climáticos em diversas partes do mundo,
principalmente na Amazônia, que tem papel de destaque, por ser a maior área com floresta
tropical úmida e ter a função de regular o clima da Terra. Essa região, até pouco tempo tinha
povoamento escasso, nos últimos anos, apresentando um aumento populacional expressivo,
o que gerou a necessidade de criar projetos na Amazônia que ajudassem a área a integrar-
se ao resto do país e ao mesmo tempo desenvolvê-la sócio-economicamente. Com esse
argumento, foram implantados a Província Petrolífera do Rio Urucu e a Hidrelétrica de
Balbina. Esses projetos acarretaram mudanças no uso e ocupação do solo. Essas
mudanças, por sua vez, interferem nos valores do albedo, e podem gerar um ambiente
climático diferente do predominante na região. Com o passar do tempo essas alterações em
espaços restritos, podem significar uma mudança no clima amazônico e por conseguinte,
provocar alteração na vegetação que tem relação direta com o clima e a perda da qualidade
de vida da população local.
O clima da Terra está passando por mudanças, percebidas em todos os biociclos e
nas áreas mais longínqüas dos centros urbanos/industriais, onde essas alterações são bem
perceptíveis, logo, as pequenas variações nos elementos climáticos identificadas em Urucu e
Balbina, fazem parte dessa conjuntura global, contudo, reforçadas pelos efeitos locais.
Esta pesquisa comparou as temperaturas médias, umidade média e precipitação total
dos doze meses dos anos de 1997 a 2004, assim foi possível identificar os anos cujo meses
159
diferiam entre si, em seguida, avaliou-se os fatores que estariam causando essa diferença,
pois, a principio, cada mês independente do ano, é regido pelas mesmas condições
atmosféricas, com mudanças discretas a cada ano. De acordo com as observações feitas,
ficou perceptível que na Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura (Urucu) e na
Hidrelétrica de Balbina, os totais anuais de chuva mantiveram-se superiores a 2.000mm, o
que reflete a alta pluviosidade da região. Os fatores que podem estar contribuindo para a
manut
enção dessa quantidade elevada de chuva, apesar da mudança no uso do solo pelo
processo de industrialização, são: o sistema compensatório da atmosfera, pois nesses
pontos alterados, a grande concentração de calor tende a aquecer o ar sobre a superfície,
fa
zendo com que este tenha o movimento ascendente expressivo e como a atmosfera é um
meio contínuo, conseqüentemente ocorre à subsidência nas áreas do entorno, que tendem a
ter temperaturas mais baixas em função da cobertura vegetal, que utiliza a energia in
cidente
para os processos de evaporação, transpiração e fotossíntese. Em seguida, esta área com
menor temperatura e maior pressão atmosférica, conduz a camada de ar úmida da floresta
em direção ao ponto quente, que sofre ascensão, precipita e retorna em direção a baixa
atmosfera repetindo o ciclo, mantendo estáveis os valores de precipitação.
Aliado ao processo citado, a grande concentração de material particulado e pólen,
constituem
-se núcleos higroscópicos, que também, contribuem para as chuvas copiosas
nas
áreas pesquisadas.
Com relação à temperatura, os maiores desvios em Urucu e Balbina, estão
relacionados com os anos 1998, 2003 e 2004, que estiveram sob a influência do aumento da
temperatura na superfície do mar no Pacífico equatorial.
Na Base de exploração Geólogo Pedro de Moura (Urucu), identificou-se que a
umidade máxima anual, mantém-se durante todo o período analisado em 100%, a umidade
mínima anual ficou em torno de 65% e a umidade média anual é de 93%.
160
A área de Urucu é extremamente úmida, o que reflete em elevado índice
pluviométrico. As chuvas são bem distribuídas durante todo o ano tendo-se registrado a
média de 234 dias por ano com chuva de diferentes magnitudes. O período de dezembro a
maio concentra aproximadamente 66,5% das chuvas anu
ais.
Na Hidrelétrica de Balbina, a umidade média é de 93%, não registros da umidade
mínima e máxima. A chuvas o abundantes na área, tendo sido registrado a média de dias
com chuva é de 207 dias.
Os dois pontos de estudo, Urucu e Balbina, apresentam altos índices pluviométricos,
no entanto, a Base de Exploração Geólogo Pedro de Moura (Urucu), mostra uma maior
regularidade das chuvas quando comparada a Hidrelétrica de Balbina.
A umidade em Balbina é mais regular, talvez, porque a medição seja realizada no
horário da manhã e acaba registrando a elevada evaporação noturna, resultante da radiação
terrestre, quando a água fica mais quente que as terras do entorno, ao contrário, do que
ocorre em Urucu, onde as medições são feitas a cada minuto e tem
-
se ent
ão, a partir desses
registros a média diária.
De acordo com os dados das revistas informativos da ELETRONORTE e desta
dissertação, a temperatura média de Balbina, oscilava entre 26º e 28º. Hoje, a oscilação está
entre 27º e 30ºC.
A temperatura em Balbina é mais elevada que em Urucu, isso é resultante do
aquecimento diferencial entre a terra e a água (o lago de Balbina tem aproximadamente
2360km
2
). Pois a água proporciona a possibilidade da radiação penetrar profundamente no
lago, e permite que o calor seja transmitindo por condução, ao mesmo tempo, que a menor
rugosidade da superfície aquática, também contribui para que o vento favoreça a mistura das
águas superiores do lago. Ou seja, o aquecimento da lâmina d água é lento e a liberação do
calor, também, e esta se faz à noite o que por conseguinte faz com que o termômetro
161
registre elevadas temperaturas. Pois como GEIGER (1961: 202) afirmou: se a água está
mais quente do que o ar, o ar junto da água comporta-se da mesma maneira . Isso se
devido às in
terações entre a água, terra e o ar.
De acordo com o observado no teste estatístico, os valores registrados dos
elementos climáticos, temperatura e umidade estiveram sempre oscilando, os maiores
desvios positivos ou negativos, estão relacionados com a circulação em grande escala,
principalmente o El Niño.
Apesar das alterações ambientais expressivas tanto em Urucu como em Balbina, as
variações encontradas, não oferecem, aparentemente, riscos ambientais. E aqui, faz-se a
ressalva que isso é reflexo do ecossistema amazônico, que devido à sua homogeneidade e
auto
-
regulação é capaz de resistir dentro de certos limites, as modificações do meio.
162
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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