HANSEN, “Introduction to Adorno”, New German Critique, n. 24/25, 1982; “Benjamin, cinema and
experience”, New German Critique, n. 40, 1987; “Of mice and ducks”, The South Atlantic Quarterly,
vol. 92, n. 1, 1993. Cf. também: ROSEN, “Adorno and film music”, Yale French Studies, n. 60, 1980;
ALLEN, “The aesthetic experience of modernity”, New German Critique, n. 40, 1987; SILVA, “Adorno
e o cinema”, Novos Estudos CEBRAP, n. 54, 1999; STAM, Film theory, Blackwell, 2000, p. 64-72;
SEEL, “Unkontrolliert dabeisitzen”, in SCHAFHAUSEN et al. (Orgs.), Adorno, p. 25-31; e LOUREIRO,
“Considerações sobre o cinema na teoria crítica”, Impulso, vol. 16, n. 39, 2005.
A segunda dessas ramificações também procura fazer uma revisão, no caso, ao diagnóstico de
Adorno sobre o Jazz (Subtipo 3.2). Ao contrário do que ocorre com o cinema, o Jazz recebe de
Adorno uma avaliação negativa inequívoca (cf. esp. “Über Jazz”, GS 17, p. 74-108; “Zeitlose Mode”,
GS 10.1, p. 123-138; trad. “Moda intemporal”, Prismas, p. 117-130; e “Replik zu einer Kritik der
‘Zeitlosen Mode’”, GS 10.2, p. 805-809; trad. “Réplica a uma crítica à ‘Moda intemporal’”, Prismas, p.
281-285). A razão desse diagnóstico pode ser lida no brilhante livro de STEINERT, Die Entdeckung
der Kulturindustrie, VG, 1992, que não exatamente revê a posição de Adorno, embora procure
avançar em uma “teoria do Jazz como arte irônica” (cf. ibid., p. 137-158), o que reabilitaria algumas
de suas potencialidades estéticas. Alguns outros esforços nesse sentido, mesmo que marcados pela
explícita “tomada de posição” contrária a Adorno, produziram um resultado filosoficamente atraente.
Destacam-se o artigo de SCHÖNHERR, “Adorno and Jazz”, Telos, n. 87, 1991; e o festejado livro de
BÉTHUNE, Adorno et le Jazz, Klincksieck,
2003. No entanto, parece-nos que o artigo que trata do
problema de modo mais fecundo é o de WILCOCK, “Adorno, Jazz and racism”, Telos, n. 107, 1996.
Finalmente, a terceira ramificação, provavelmente a que mais distante está da letra da obra de
Adorno, porém talvez a mais próxima do motivo inicial que a gerou, é a que procura situá-lo em
relação ao debate sobre a modernidade, ou antes, sobre o pós-moderno. Nessa, a partir do
diagnóstico que aponta uma transformação historicamente determinada das formas de produção da
cultura, o problema da indústria cultural é reconstruído como o problema da cultura Pop (Subtipo 3.3).
Por um lado, essa tendência reporta-se ao ambiente intelectual norte-americano, principalmente aos
estudos culturais e sua revisão dos critérios históricos de valor cultural. Sob esse aspecto, as
referências mais próximas da tradição adorniana nos parecem ser o artigo de JAMESON que dá
visibilidade ao problema, “Postmodernism, or the cultural logic of late capitalism”, New Left Review, n.
146, 1984, retomado, em 1990, em seu volume sobre Adorno, O marxismo tardio, Unesp, 1997; além
dos dois livros de CONNOR, Cultura pós-moderna, Loyola, 2000, publicado em 1989, e Teoria e valor
cultural, Loyola, 1994, publicado em 1992, que replicam no ambiente europeu um problema que
nasceu com o ensaio de LYOTARD, A condição pós-moderna, José Olympio, 1998, publicado em
1979. Por outro lado, é no ambiente intelectual alemão que o debate sobre o pós-moderno se fez
notar como índice de um novo diagnóstico do tempo, o que exigiria uma revisão da teoria clássica da
indústria cultural e sua apropriação a contrapelo. Para isso, contribuíram, fundamentalmente, dois
movimentos intelectuais. O primeiro deles se viu articulado por um grupo de germanistas em
instituições fora da Alemanha, principalmente nos Estados Unidos. Cf. os textos de HUYSSEN,
“Postmoderne – eine amerikanische Internationale?”, e RAULET, “Zur Dialektik der Postmoderne”,
ambos no volume organizado por HUYSSEN e SCHERPE, Postmoderne, Rowohlts, 1997, p. 13-44 e
128-150. O segundo movimento se articula a partir de autores com imensa veiculação na imprensa,
como Diederichsen e Büsser, e da revista alemã Testcard, que se propõe a escrever a história e
teoria do Pop sobre as bases dos estudos culturais e da teoria crítica. Cf. DIEDERICHSEN,
“Zeichenangemessenheit ”, in SCHAFHAUSEN et al. (Orgs.), Adorno, p. 33-46; e BEHRENS, Krise
und Illusion, Lit, 2003.
Evidentemente, as três ramificações da leitura mediativa (Subtipos 3.1, 3.2 e 3.3) guardam uma
proximidade entre si e, no nosso entender, procuram realizar, cada qual a seu modo, uma tarefa
enunciada por Paetzold: “uma teoria estética que se estenda para uma teoria da cultura tem tanta
necessidade hoje de uma teoria da indústria cultural, quanto tem de uma teoria da arte” (PAETZOLD,
“Kultur und Gesellschaft bei Adorno”, in SCHWEPPENHÄUSER (Org.), Soziologie im
Spätkapitalismus, p. 129). Note-se que essa também poderia ser uma tarefa enunciada pela