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ADRIANA BARBOSA COSTA
Estrutura da comunidade fitoplanctônica em sistema de áreas alagáveis, na
planície de inundação do rio Jacupiranguinha, Vale do Ribeira de Iguape – SP.
Dissertação apresentada à Escola de Engenharia
de São Carlos (EESC-USP) como parte dos
requisitos para obtenção do título de Mestre em
Hidráulica e Saneamento.
Orientador: Professora Titular Maria do Carmo Calijuri
São Carlos
2007
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Dedico
Aos meus “heróis”
José Nilton e Adir
E ...
Aos amores da minha vida
Jessé e Laura
Por sempre acreditarem na concretização deste sonho...
Agradecimentos
A Deus, pelo milagre da vida; por realizar o “impossível” e por conceder vitória diante
de tantas lutas neste período.
Á professora Maria do Carmo Calijuri, pelo apoio, orientação e paciência nestes anos.
Ao professor AndCordeiro Santos pelas contribuições valiosas na elaboração desta
dissertação.
À doutora e amiga Patrícia Bortoletto de Falco, pelas contribuições neste trabalho e
também pela orientação e auxílio nos gráficos e planilhas e em especial, com a comunidade
fitoplanctônica. Não poderia deixar de agradecê-la pela amizade genuína de anos e pelos
conselhos e apoio em momentos tão difíceis, os quais me revigoraram a continuar.
À Roseli Frederigi Benassi por sempre me ajudar a compreender melhor as áreas
alagáveis.
À Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo FAPESP, pela bolsa e
auxílios recebidos: 02/13449-1 (projeto temático); 04/02274-1 (auxílio pesquisa); 03/03859-0
(bolsa de Doutorado – Roseli Frederigi Benassi).
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES pela bolsa
concedida nos anos de pesquisa.
Aos funcionários do departamento de Hidráulica e Saneamento SHS, em especial
Pavi, Sá, Flávia, Fernanda e Rose.
À técnica Luci pela amizade e colaboração nos trabalhos de campo e laboratório.
Aos técnicos Betão e Miro e ao Seu Benê, pelo comprometimento com o trabalho de
campo e por tornarem as coletas mais animadas.
As meninas do laboratório: Adriana Miwa, Ana Flávia, Roseli, Simone, Juliana e Ive,
pelo constante companheirismo e disposição em ajudar.
Ao Samuel Santana Paes Loures do laboratório de Sistemas de Informações
Geográficas SIG, da Universidade Federal de Viçosa, por sempre prontamente dar suporte
nos mapas.
Ao Aloísio Pogliano Junior, pela amizade e ensinamentos na parte estatística do
trabalho.
À Claudia e Juliana pela preciosa ajuda na elaboração do abstract.
Ao Eraldo pela paciência em me fazer entender as ciências exatas.
Aos queridos amigos Beatriz e Cássio, tia e Enéas, Deusuíta e Galber, Cleber e
Vanessa, João e Roberta, por sempre me ouvirem e serem tão presentes na minha vida.
A Bia, Deusuíta e Galber por cuidarem da Laurinha como se fosse um dos seus, neste
período tão difícil ... Nunca esquecerei do cuidado e carinho que tiveram com a minha
princesa.
Ao amigo Luiz Cláudio que mesmo do outro lado da linha do Equador, sempre esteve
disposto a ouvir meus desabafos.
Aos meus pais por me ensinarem a valorizar o que de mais precioso uma pessoa pode
possuir: o conhecimento e pelo apoio incondicional em todas as fases desta dissertação. Aos
meus queridos e inestimáveis irmãos Nilton, Luciana e Juliana e irmãos de coração Olívia e
Milton, pelo incentivo, torcida e orações.
A Jessé e Laura que mais intensamente acompanharam toda a batalha para conclusão
desta dissertação e sempre me fizeram acreditar que iria conseguir. Sei que não foi
fácil...Obrigada pela companhia, compreensão, amor e carinho. Eu amo vocês.
“... àquele que é Poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo
quanto pedimos ou pensamos... (Efésios 3:20).”
RESUMO - COSTA, A. B. Estrutura da Comunidade Fitoplanctônica em Sistema de Áreas
Alagáveis, na Planície de Inundação do Rio Jacupiranguinha, Vale do Ribeira de Iguape
SP. (2007). 227f. Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade
de São Paulo, São Carlos, 2007.
Esta pesquisa teve o objetivo principal de caracterizar a estrutura da comunidade
fitoplanctônica, no espaço e no tempo e relacioná-la às variações climatológicas e
hidrológicas, em sistema de áreas alagáveis, da planície de inundação do rio Jacupiranguinha.
As coletas foram realizadas durante quatro épocas do ano, em 3 dias alternados e 11 estações
de amostragem (estações 1 e 2, no rio Jacupiranguinha; estação 3, no córrego Serrana e
estações 4 a 11, no sistema de áreas alagáveis). Esta pesquisa contemplou a análise de
variáveis climatológicas (precipitação e radiação solar fotossinteticamente ativa, por exemplo)
e hidrológicas como, formas de carbono, sólidos em suspensão, nutrientes, biovolume,
freqüência específica, dominância e diversidade específicas da comunidade fitoplanctônica.O
sistema de áreas alagáveis estudado foi regulado pelo regime hidrológico anual do rio
Jacupiranguinha. Em período chuvoso, os pulsos de inundação foram responsáveis por
intensas modificações nestes ambientes. A entrada de sedimento e o aumento dos níveis
hidrométricos estão entre os distúrbios ocasionados pela entrada de água lateral. A
comunidade fitoplanctônica respondeu a estas variações com suas estratégias de
sobrevivência. Uma das características importantes observadas neste estudo foi que nas
estações próximas ao rio, as maiores concentrações de sólidos suspensos coincidiram com o
período chuvoso. Na estação 4, próxima à estação 2 (rio Jacupiranguinha), as maiores
concentrações de sólidos suspensos inorgânicos (168,0 mg.L
-1
) e orgânicos (150,0 mg.L
-1
)
foram verificadas neste período. O mesmo pode ser observado na estação 11, próxima a outro
acesso ao rio Jacupiranguinha (68,0 mg.L
-1
, sólidos suspensos inorgânicos e 22,0 mg.L
-1
,
sólidos suspensos orgânicos). O índice de dominância atingiu o valor máximo (1,0) em várias
estações e houve semelhança entre as comunidades fitoplanctônicas do rio Jacupiranguinha e
das estações próximas ao rio, quando as concentrações de sólidos suspensos foram maiores.
As espécies dominantes, em época de cheia, no sistema de áreas alagáveis foram Cyanobium
parvum (cianobactéria) e Trachelomonas volvocina (euglenofícea). A comunidade
fitoplanctônica também apresentou variação espacial e temporal, com predomínio de
Cyanobacteria em três das quatro épocas do ano, principalmente, nas estações localizadas
dentro do sistema de áreas alagáveis. A classe Euglenophyceae se destacou, assim como as
Cyanobacteria, por serem adaptadas a sobreviverem em ambientes com baixa penetração de
luz. Bacillariophyceae estiveram presentes, principalmente, nas estações com maior mistura
(rio Jacupiranguinha estações 1 e 2). Os resultados sugerem que as alterações hidrológicas
provocadas pelos pulsos de inundação, como o aumento na concentração de sólidos
suspensos, diminuição da zona eufótica, diluição da água, entre outros; e a densa cobertura de
macrófitas aquáticas sobre algumas estações, tendo como conseqüência a redução da
penetração de radiação solar fotossinteticamente ativa na água, foram os principais fatores
determinantes da estrutura da comunidade fitoplanctônica deste sistema.
Palavras-chave: fitoplâncton, áreas alagáveis, estrutura da comunidade, pulso de inundação,
rio Jacupiranguinha.
ABSTRACT - COSTA, A.B. Structure of a phytoplanktonic community in the floodplain of
the river Jacupiranguinha in the region of Vale do Ribeira de Iguape in the State of Sao
Paulo.(2007). 228f. Master Dissertation Engineering School of Sao Carlos, University of
the State of Sao Paulo (USP – Universidade de São Paulo), 2007
This study aimed at characterizing the spatial and temporal structure of the phytoplanktonic
community and relating them to climatological and hydrological variations in the floodplain
of Jacupiranguinha River. The samples were taken four times in the year, once in each season,
on 3 alternating days at 11 sample stations, two of which are positioned in the river itself
(stations 1 and 2), one in the stream Serrana (station 3) and eight distributed in the mentioned
wetland (stations 4 to 11). This research considered the analysis of the climatological
variables, e.g., photosynthetically active solar radiation and rain, as well as the hydrological
ones, as there are types of carbon, suspended particles, nutrients, biovolume, specific
frequency, dominance and specific diversity of phytoplanktonic community. The respective
wetland was controlled by the yearly hydrological cycle of Jacupiranguinha River. In rainy
season, this environment suffered intensive modifications caused by frequent flooding.
Lateral water currents are responsible for incoming sediments and the increase of water
levels. The response of the phytoplanktonic community to these changes was found in its
survival strategies, i.e. flagellum and reduction of cellular density. The fact that the sample
stations close to the river showed the highest concentrations of suspended solids in the rainy
season was one of the most important points observed in this study. The highest
concentrations of inorganic suspended solids (168,0 mg.L
-1
) and organic suspended solids
(150 mg.L
-1
) were found in this period at station 4, close to station 2. The same phenomenon
could be seen at station 11, close to the other access to the Jacupiranguinha River (68 mg.L
-
1
of inorganic suspended solids and 22 mg.L
-1
of organic suspended solids). The dominance
index reached its highest value (1,0) at different stations. In general, there has been a
similarity between the phytoplanktonic communities of Jacupiranguinha River and the
stations close to it at the periods which concentrations of suspended solids were the highest.
In the studied wetland, predominant species, during rainy season, were Cyanobium parvum
(Cyanobacteria) and Trachelomonas volvocina (Euglenophyceae). The phytoplanktonic
community also presented spatial and temporal variation, with predominance of
Cyanobacteria in three of the four seasons and mainly at the stations inside the wetland
system. Euglenophyceae stood out as well as the one of Cyanobateria due to their adaptation
and survival in low-light environments. Bacillariophyceae were present mainly at the stations
1 and 2 which showed a higher stir of water. The results suggest that the hydrological
alterations provoked by the flooding were the principal determining factors of the
phytoplanktonic community of the system. These factors were e.g. an increase in suspended
solids concentrations, decrease of euphotic zone and dilution of water. Other effects could be
found in the dense cover of aquatic macrophytes on some stations, resulting in reduction of
photosynthesis caused by less penetration of solar radiation.
Key-words: phytoplankton, wetlands, community structure, flooding, Jacupiranguinha River.
Lista de Figuras
FIGURA 1: LOCALIZAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO JACUPIRANGA E DO
MUNICÍPIO DE CAJATI: A) BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO JACUPIRANGA –
ESTADO DE SÃO PAULO; B) MUNICÍPIO DE CAJATI E ARREDORES. 35
FIGURA 2: VISTA AÉREA DO RIO JACUPIRANGUINHA E DE ALGUMAS LAGOAS
MARGINAIS (ÁREAS ALAGÁVEIS). 36
FIGURA 3: HIDROGRAFIA DA BACIA DO RIO JACUPIRANGA. 37
FIGURA 4: LOCALIZAÇÃO DAS ESTAÇÕES DE COLETA. FONTE: LABORATÓRIO DE
SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG). DEPARTAMENTO DE
ENGENHARIA CIVIL, UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA – PARTICIPANTE DO
PROJETO TEMÁTICO (PROCESSO Nº 02/13449-1). 41
FIGURA 5: REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DAS ESTAÇÕES DE COLETA NO RIO
JACUPIRANGUINHA (ESTAÇÕES 1 E 2), NO ´CÓRREGO SERRANA (ESTAÇÃO 3),
DENTRO DO SISTEMA DE ÁREAS ALAGÁVEIS (ESTAÇÕES 4 A 10) E NO CANAL
DE SAÍDA (ESTAÇÃO 11). 42
FIGURA 6: RÉGUA HIDROMÉTRICA INSTALADA NA ESTAÇÃO AMOSTRAL 3
(CÓRREGO SERRANA). 45
FIGURA 7: RÉGUAS HIDROMÉTRICAS INSTALADAS NO SISTEMA DE ÁREAS
ALAGÁVEIS, ENTRE AS ESTAÇÕES AMOSTRAIS 7, 8 E 9. 45
FIGURA 8: RÉGUA HIDROMÉTRICA INSTALADA NA ESTAÇÃO AMOSTRAL 11 (CANAL
DE SAÍDA DO SISTEMA DE ÁREAS ALAGÁVEIS), PRÓXIMO AO RIO
JACUPIRANGUINHA. 45
FIGURA 9: PRECIPITAÇÃO ACUMULADA (MM/MÊS) NO MUNICÍPIO DE JACUPIRANGA
ENTRE OUTUBRO/2004 E JULHO/2005. FONTE: DAAE. 60
FIGURA 10: PRECIPITAÇÃO DIÁRIA NO MUNICÍPIO DE JACUPIRANGA NO PERÍODO
DE ESTUDO. FONTE: DAAE. 61
FIGURA 11: INTENSIDADE DOS VENTOS (M.S
-1
) E TEMPERATURA DO AR (ºC) NO
MUNICÍPIO DE JACUPIRANGA, NOS DIAS DE COLETA. FONTE: DAAE. 62
FIGURA 12: NÍVEIS HIDROMÉTRICOS DA RÉGUA 2 INSTALADA NA ESTAÇÃO
AMOSTRAL 2. 66
FIGURA 13: NÍVEIS HIDROMÉTRICOS DA RÉGUA 3 INSTALADA ENTRE AS ESTAÇÕES
AMOSTRAIS 7, 8 E 9. 66
FIGURA 14: ANÁLISE DE CLUSTER PARA AS VARIÁVEIS FÍSICAS E QUÍMICAS. 67
FIGURA 15: ANÁLISE DE CLUSTER – ALCALINIDADE, NO PERÍODO DE ESTUDO: A)
OUTUBRO, B) JANEIRO, C) ABRIL E D) JULHO. 69
FIGURA 16: ALCALINIDADE (MG.L
-1
), EM OUTUBRO. 70
FIGURA 17: ALCALINIDADE (MG.L
-1
), EM JANEIRO. 71
FIGURA 18: ALCALINIDADE (MG.L
-1
), EM ABRIL. 71
FIGURA 19: ALCALINIDADE (MG.L
-1
), EM JULHO. 72
FIGURA 20: ANÁLISE DE CLUSTER – CO
2
TOTAL, NO PERÍODO DE ESTUDO: A)
OUTUBRO, B) JANEIRO, C) ABRIL E D) JULHO. 73
FIGURA 21: ANÁLISE DE CLUSTER – CO
2
LIVRE, NO PERÍODO DE ESTUDO: A)
OUTUBRO, B) JANEIRO, C) ABRIL E D) JULHO. 74
FIGURA 22: ANÁLISE DE CLUSTER – HCO
3
, NO PERÍODO DE ESTUDO: A) OUTUBRO,
B) JANEIRO, C) ABRIL E D) JULHO. 75
FIGURA 23: ANÁLISE DE CLUSTER – CO
3
, NO PERÍODO DE ESTUDO: A) OUTUBRO, B)
JANEIRO, C) ABRIL E D) JULHO. 76
FIGURA 24: ANÁLISE DE CLUSTER – CARBONO INORGÂNICO, NO PERÍODO DE
ESTUDO: A) OUTUBRO, B) JANEIRO, C) ABRIL E D) JULHO. 77
FIGURA 25: ANÁLISE DE CLUSTER – OXIGÊNIO DISSOLVIDO, NO PERÍODO DE
ESTUDO: A) OUTUBRO, B) JANEIRO, C) ABRIL E D) JULHO. 85
FIGURA 26: CONCENTRAÇÕES DE OXIGÊNIO DISSOLVIDO (MG.L
-1
), EM OUTUBRO. 86
FIGURA 27: CONCENTRAÇÕES DE OXIGÊNIO DISSOLVIDO (MG.L
-1
), EM JANEIRO. 87
FIGURA 28: CONCENTRAÇÕES DE OXIGÊNIO DISSOLVIDO (MG.L
-1
), EM ABRIL. 87
FIGURA 29: CONCENTRAÇÕES DE OXIGÊNIO DISSOLVIDO (MG.L
-1
), EM JULHO. 88
FIGURA 30: PORCENTAGEM DE SATURAÇÃO DE OXIGÊNIO DISSOLVIDO NO
PERÍODO DE ESTUDO. 89
FIGURA 31: ANÁLISE DE CLUSTER – TEMPERATURA DA ÁGUA, NO PERÍODO DE
ESTUDO: A) OUTUBRO, B) JANEIRO, C) ABRIL E D) JULHO. 90
FIGURA 32: VALORES MÉDIOS DE TEMPERATURA (
O
C) NO PERÍODO DE ESTUDO (N
= 3). 91
FIGURA 33: ANÁLISE DE CLUSTER – CONDUTIVIDADE ELÉTRICA, NO PERÍODO DE
ESTUDO: A) OUTUBRO, B) JANEIRO, C) ABRIL E D) JULHO. 92
FIGURA 34: VALORES MÉDIOS DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA (µS.CM
-1
) NO
PERÍODO DE ESTUDO. 93
FIGURA 35: ANÁLISE DE CLUSTER – PH, NO PERÍODO DE ESTUDO: A) OUTUBRO, B)
JANEIRO, C) ABRIL E D) JULHO. 94
FIGURA 36: VALORES MÉDIOS DE PH, NO PERÍODO ESTUDADO. 95
FIGURA 37: ANÁLISE DE CLUSTER – PROFUNDIDADE DA COLUNA DE ÁGUA, NO
PERÍODO DE ESTUDO: A) OUTUBRO, B) JANEIRO, C) ABRIL E D) JULHO. 96
FIGURA 38: ANÁLISE DE CLUSTER – TRANSPARÊNCIA DA ÁGUA (SECCHI), NO
PERÍODO DE ESTUDO: A) OUTUBRO, B) JANEIRO, C) ABRIL E D) JULHO. 98
FIGURA 39: ANÁLISE DE CLUSTER – COEFICIENTE DE ATENUAÇÃO VERTICAL DA
LUZNO PERÍODO DE ESTUDO: A) OUTUBRO, B) JANEIRO, C) ABRIL E D) JULHO.
99
FIGURA 40: ANÁLISE DE CLUSTER – SÓLIDOS SUSPENSOS ORGÂNICOS, NO
PERÍODO DE ESTUDO: A) OUTUBRO, B) JANEIRO, C) ABRIL E D) JULHO. 103
FIGURA 41: ANÁLISE DE CLUSTER – SÓLIDOS SUSPENSOS INORGÂNICOS, NO
PERÍODO DE ESTUDO: A) OUTUBRO, B) JANEIRO, C) ABRIL E D) JULHO. 104
FIGURA 42: ANÁLISE DE CLUSTER – NITRITO, NO PERÍODO DE ESTUDO: A)
OUTUBRO, B) JANEIRO, C) ABRIL E D) JULHO. 108
FIGURA 43: ANÁLISE DE CLUSTER – NITRATO, NO PERÍODO DE ESTUDO: A)
OUTUBRO, B) JANEIRO, C) ABRIL E D) JULHO. 110
FIGURA 44: CONCENTRAÇÕES DE NITRATO (µG.L
-1
), EM OUTUBRO. 111
FIGURA 45: CONCENTRAÇÕES DE NITRATO (MG.L
-1
) , EM JANEIRO. 111
FIGURA 46: CONCENTRAÇÕES DE NITRATO (MG.L
-1
) NA ÁREA DE ESTUDO, EM
ABRIL. 112
FIGURA 47: CONCENTRAÇÕES DE NITRATO (MG.L
-1
) NA ÁREA DE ESTUDO, EM
JULHO. 113
FIGURA 48: ANÁLISE DE CLUSTER – NITROGÊNIO AMONIACAL, NO PERÍODO DE
ESTUDO: A) OUTUBRO, B) JANEIRO, C) ABRIL E D) JULHO. 114
FIGURA 49: CONCENTRAÇÕES DE NITROGÊNIO AMONIACAL (MG.L
-1
), EM OUTUBRO.
(ESTAÇÃO 1, 1º E 3º DIAS E ESTAÇÃO 3, NOS TRÊS DIAS, NÃO FORAM
AMOSTRADAS NESTE PERÍODO. NA ESTAÇÃO 2, 1º DIA E NAS ESTAÇÕES 4, 5,
8, 9 E 10, NO 3º DIA FORAM VERIFICADAS CONCENTRAÇÕES ABAIXO DO LIMITE
DE DETECÇÃO) 115
FIGURA 50: CONCENTRAÇÕES DE NITROGÊNIO AMONIACAL (MG.L
-1
), EM JANEIRO.
115
FIGURA 51: CONCENTRAÇÕES DE NITROGÊNIO AMONIACAL (MG.L
-1
), EM ABRIL. 116
FIGURA 52: CONCENTRAÇÕES DE NITROGÊNIO AMONIACAL (MG.L
-1
), EM JULHO. 116
FIGURA 53: ANÁLISE DE CLUSTER – FOSFATO INORGÂNICO, NO PERÍODO DE
ESTUDO: A) OUTUBRO, B) JANEIRO, C) ABRIL E D) JULHO. 117
FIGURA 54: ANÁLISE DE CLUSTER – SILICATO REATIVO, NO PERÍODO DE ESTUDO:
A) OUTUBRO, B) JANEIRO, C) ABRIL E D) JULHO. 120
FIGURA 55: CONCENTRAÇÕES DE SILICATO REATIVO (MG.L
-1
), EM OUTUBRO. (A
ESTAÇÃO 1, 1º DIA E ESTAÇÃO 3, NOS TRÊS DIAS, NÃO FORAM AMOSTRADAS
NESTE PERÍODO). 121
FIGURA 56: CONCENTRAÇÕES DE SILICATO REATIVO (MG.L
-1
), EM JANEIRO. 121
FIGURA 57: CONCENTRAÇÕES DE SILICATO REATIVO (MG.L
-1
), EM ABRIL. 122
FIGURA 58: CONCENTRAÇÕES DE SILICATO REATIVO (MG.L
-1
), EM JULHO. 123
FIGURA 59: ANÁLISE DE CLUSTER – NITROGÊNIO TOTAL, NO PERÍODO DE ESTUDO:
A) OUTUBRO, B) JANEIRO, C) ABRIL E D) JULHO. 124
FIGURA 60: CONCENTRAÇÕES DE NITROGÊNIO TOTAL (MG.L
-1
), EM OUTUBRO. (AS
ESTAÇÕES 1, 1º E 3º DIAS E 3 NÃO FORAM AMOSTRADAS. A AMOSTRA DA
ESTAÇÃO 10, 2º DIA FOI PERDIDA). 125
FIGURA 61: CONCENTRAÇÕES DE NITROGÊNIO TOTAL (MG.L
-1
), EM JANEIRO. 125
FIGURA 62: CONCENTRAÇÕES DE NITROGÊNIO TOTAL (MG.L
-1
), EM ABRIL. 126
FIGURA 63: CONCENTRAÇÕES DE NITROGÊNIO TOTAL (MG.L
-1
), EM JULHO. 127
FIGURA 64: PORCENTAGEM DE CONTRIBUIÇÃO DAS CLASSES FITOPLANCTÔNICAS,
NA ESTAÇÃO 1, NO PERÍODO DE ESTUDO (B: JANEIRO; C: ABRIL; D: JULHO). EM
OUTUBRO ESTA ESTAÇÃO NÃO FOI AMOSTRADA 141
FIGURA 65: PORCENTAGEM DE CONTRIBUIÇÃO DAS CLASSES FITOPLANCTÔNICAS,
NA ESTAÇÃO 2, NO PERÍODO DE ESTUDO (A: OUTUBRO; B: JANEIRO; C: ABRIL;
D: JULHO). 141
FIGURA 66: PORCENTAGEM DE CONTRIBUIÇÃO DAS CLASSES FITOPLANCTÔNICAS,
NA ESTAÇÃO 3, NO PERÍODO DE ESTUDO (B: JANEIRO; C: ABRIL; D: JULHO).
ESTA ESTAÇÃO NÃO FOI AMOSTRADA EM OUTUBRO. 142
FIGURA 67: PORCENTAGEM DE CONTRIBUIÇÃO DAS CLASSES FITOPLANCTÔNICAS,
NA ESTAÇÃO 4, NO PERÍODO DE ESTUDO (A: OUTUBRO; B: JANEIRO; C: ABRIL;
D: JULHO). 143
FIGURA 68: PORCENTAGEM DE CONTRIBUIÇÃO DAS CLASSES FITOPLANCTÔNICAS,
NA ESTAÇÃO 5, NO PERÍODO DE ESTUDO (A: OUTUBRO; B: JANEIRO; C: ABRIL;
D: JULHO). 144
FIGURA 69: PORCENTAGEM DE CONTRIBUIÇÃO DAS CLASSES FITOPLANCTÔNICAS,
NA ESTAÇÃO 6, NO PERÍODO DE ESTUDO (A: OUTUBRO; B: JANEIRO; C: ABRIL;
D: JULHO). 144
FIGURA 70: PORCENTAGEM DE CONTRIBUIÇÃO DAS CLASSES FITOPLANCTÔNICAS,
NA ESTAÇÃO 7, NO PERÍODO DE ESTUDO (A: OUTUBRO; B: JANEIRO; C: ABRIL;
D: JULHO). 145
FIGURA 71: PORCENTAGEM DE CONTRIBUIÇÃO DAS CLASSES FITOPLANCTÔNICAS,
NA ESTAÇÃO 8, NO PERÍODO DE ESTUDO (A: OUTUBRO; B: JANEIRO; C: ABRIL;
D: JULHO). 146
FIGURA 72: PORCENTAGEM DE CONTRIBUIÇÃO DAS CLASSES FITOPLANCTÔNICAS,
NA ESTAÇÃO 9, NO PERÍODO DE ESTUDO (A: OUTUBRO; B: JANEIRO; C: ABRIL;
D: JULHO). 146
FIGURA 73: PORCENTAGEM DE CONTRIBUIÇÃO DAS CLASSES FITOPLANCTÔNICAS,
NA ESTAÇÃO 10, NO PERÍODO DE ESTUDO (A: OUTUBRO; B: JANEIRO; C: ABRIL;
D: JULHO). 147
FIGURA 74: PORCENTAGEM DE CONTRIBUIÇÃO DAS CLASSES FITOPLANCTÔNICAS,
NA ESTAÇÃO 11, NO PERÍODO DE ESTUDO (A: OUTUBRO; B: JANEIRO; C: ABRIL;
D: JULHO). 148
FIGURA 75: DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA BIOMASSA DE NAVICULA LYRA
(BACILLARIOPHYCEAE), NO PERÍODO DE ESTUDO. 176
FIGURA 76: DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA BIOMASSA DE KIRCHNERIELLA
IRREGULARIS, NO PERÍODO DE ESTUDO. 177
FIGURA 77:DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA BIOMASSA DE SCHOEDERIA SPIRALIS, NO
PERÍODO DE ESTUDO. 178
FIGURA 78: DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA BIOMASSA DE CYANOBIUM PARVUM, NO
PERÍODO DE ESTUDO. 180
FIGURA 79: DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA BIOMASSA DE MERISMOPEDIA
TENUISSIMA, NO PERÍODO DE ESTUDO. 181
FIGURA 80: DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA BIOMASSA DE EUGLENA HEMICHROMATA,
NO PERÍODO DE ESTUDO. 182
FIGURA 81: DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA BIOMASSA DE TRACHELOMONAS
VOLVOCINA, NO PERÍODO DE ESTUDO. 183
FIGURA 82: CONCENTRAÇÕES DE CLOROFILA A (µG.L
-1
), EM JANEIRO. 184
FIGURA 83: CONCENTRAÇÕES DE FEOFITINA (µG.L
-1
), EM JANEIRO. 185
FIGURA 84: CONCENTRAÇÕES DE CLOROFILA A (µG.L
-1
), EM ABRIL. 186
FIGURA 85: CONCENTRAÇÕES DE FEOFITINA (µG.L
-1
), EM ABRIL. 186
FIGURA 86: CONCENTRAÇÕES DE CLOROFILA A (µG.L
-1
), EM JULHO. 187
FIGURA 87: CONCENTRAÇÕES DE FEOFITINA (µG.L
-1
), EM JULHO. 187
Lista de Tabelas
TABELA 1: LOCALIZAÇÃO DAS ESTAÇÕES DE COLETA NO SISTEMA DE ÁREAS
ALAGÁVEIS DE CAJATI, SP. ...................................................................................... 39
TABELA 2: DIAS DE AMOSTRAGEM DE CADA PERÍODO................................................40
TABELA 3: PERÍODO DE COLETA, LOCALIZAÇÃO, Nº DE CAMPOS CONTADOS E Nº
MÉDIO DE CÉLULAS POR CAMPO DAS AMOSTRAS DILUÍDAS PARA
DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE CELULAR............................................................ 54
TABELA 4: RADIAÇÃO SOLAR FOTOSSINTETICAMENTE ATIVA (RFA, µE.M
-2
.S
-1
)
INCIDENTE NO SISTEMA DE ÁREAS ALAGÁVEIS, NO PERÍODO DE ESTUDO. ....63
TABELA 5: VALORES MÉDIOS E DESVIOS-PADRÃO DE VAZÃO (M
3
.S
-1
), VELOCIDADE
MÉDIA (M.S
-1
), LARGURA (M) E ÁREA (M
2
), NO PERÍODO DE JANEIRO, ABRIL E
JULHO DE 2005. ......................................................................................................... 65
TABELA 6: CONCENTRAÇÕES DE DIÓXIDO DE CARBONO TOTAL E LIVRE,
BICARBONATO, CARBONATO E CARBONO INORGÂNICO, NAS ESTAÇÕES 1, 2
(RIO JACUPIRANGUINHA) E 3, (CÓRREGO SERRANA) NO PERÍODO DE ESTUDO.
..................................................................................................................................... 80
TABELA 7: CONCENTRAÇÕES DE DIÓXIDO DE CARBONO TOTAL E LIVRE,
BICARBONATO, CARBONATO E CARBONO INORGÂNICO, NAS ESTAÇÕES 4, 5 E
6 (LAGOA 1), NO PERÍODO DE ESTUDO. ................................................................. 81
TABELA 8:CONCENTRAÇÕES DE DIÓXIDO DE CARBONO TOTAL E LIVRE,
BICARBONATO, CARBONATO E CARBONO INORGÂNICO, NAS ESTAÇÕES 7, 8 E
9 (LAGOA 2), NO PERÍODO DE ESTUDO. ................................................................. 83
TABELA 9:CONCENTRAÇÕES DE DIÓXIDO DE CARBONO TOTAL E LIVRE,
BICARBONATO, CARBONATO E CARBONO INORGÂNICO, NAS ESTAÇÕES 10 E
11 (SAÍDA), NO PERÍODO DE ESTUDO..................................................................... 84
TABELA 10 – DESVIOS-PADRÃO (N=3) DAS VARIÁVEIS TEMPERATURA DA ÁGUA,
CONDUTIVIDADE ELÉTRICA E PH, NAS ESTAÇÕES E NO PERÍODO ESTUDADO.
..................................................................................................................................... 95
TABELA 11: PROFUNDIDADE (M) DO SISTEMA DE ÁREAS ALAGÁVEIS, NO PERÍODO
DE ESTUDO. ...............................................................................................................97
TABELA 12: RADIAÇÃO SOLAR FOTOSSINTETICAMENTE ATIVA (RFA) A ZERO
METROS; ZONA EUFÓTICA (Z
EUF
); ZONA AFÓTICA (Z
AFO
); PROFUNDIDADE
MÁXIMA (Z
MÁX
); PROFUNDIDADE EM QUE O DISCO DE SECCHI DESAPARECEU
(Z
DS
); Z
EUF
/Z
MÁX
; Z
EUF
/Z
AFO
E COEFICIENTE DE ATENUAÇÃO VERTICAL DA LUZ (K)
NO PERÍODO DE ESTUDO....................................................................................... 101
TABELA 13: CONCENTRAÇÕES DE SÓLIDOS SUSPENSOS ORGÂNICOS (SSO), EM
MG.L
-1
, NO PERÍODO DE ESTUDO. ........................................................................ 106
TABELA 14: CONCENTRAÇÕES DE SÓLIDOS SUSPENSOS INORGÂNICOS (SSI), EM
MG.L
-1
, NO PERÍODO DE ESTUDO.......................................................................... 106
TABELA 15: CONCENTRAÇÕES DE NITRITO (µG.L
-1
) NO PERÍODO ESTUDADO. AS
ESTAÇÕES 1 E 2 NÃO FORAM AMOSTRADAS NO 1º DIA..................................... 109
TABELA 16: CONCENTRAÇÕES DE FOSFATO INORGÂNICO (µG.L
-1
) NO PERÍODO DE
ESTUDO.................................................................................................................... 119
TABELA 17: CORRELAÇÕES LINEARES, EM OUTUBRO............................................... 128
TABELA 18: CORRELAÇÕES LINEARES, EM JANEIRO................................................. 128
TABELA 19: CORRELAÇÕES LINEARES, EM ABRIL...................................................... 129
TABELA 20: CORRELAÇÕES LINEARES, EM JULHO..................................................... 130
TABELA 21: DENSIDADE FITOPLANCTÔNICA TOTAL (IND.ML
-1
), NO PERÍODO DE
ESTUDO.................................................................................................................... 139
TABELA 22: ABUNDÂNCIA RELATIVA DAS ESPÉCIES E GÊNEROS
FITOPLANCTÔNICOS, EM OUTUBRO..................................................................... 150
TABELA 23: ABUNDÂNCIA RELATIVA DAS ESPÉCIES E GÊNEROS
FITOPLANCTÔNICOS, EM JANEIRO. ...................................................................... 155
TABELA 24: ABUNDÂNCIA RELATIVA DAS ESPÉCIES E GÊNEROS
FITOPLANCTÔNICOS, EM ABRIL. ........................................................................... 159
TABELA 25: ABUNDÂNCIA RELATIVA DAS ESPÉCIES FITOPLANCTÔNICAS, EM
JULHO....................................................................................................................... 162
TABELA 26: FREQÜÊNCIA ESPECÍFICA DAS ESPÉCIES FITOPLANCTÔNICAS, NAS 11
ESTAÇÕES DE COLETA. ......................................................................................... 168
TABELA 27: ÍNDICES DE RIQUEZA (D), DIVERSIDADE DE SHANNON (H’), EQÜIDADE
(E) E DOMINÂNCIA (C) PARA CADA ESTAÇÃO DE COLETA, NO PERÍODO DE
ESTUDO.................................................................................................................... 174
TABELA 28: DIMENSÃO (µM – DIÂMETRO E LARGURA X COMPRIMENTO), FORMA
GEOMÉTRICA APROXIMADA E VOLUME CELULAR MÉDIO (µM
3
) DOS
ORGANISMOS FREQÜENTES NA ÁREA DE ESTUDO. .......................................... 175
Sumário
Resumo
7
Abstract
8
Lista de Figuras
9
Lista de Tabelas
12
1. INTRODUÇÃO
16
1.1 OBJETIVO GERAL
19
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
20
2.1 SISTEMA DE ÁREAS ALAGÁVEIS
20
2.2 COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA
22
3. MATERIAL E MÉTODOS
34
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
34
3.2 LOCALIZAÇÃO DAS ESTAÇÕES AMOSTRAIS
38
3.3 AMOSTRAGEM
40
3.4 VARIÁVEIS CLIMATOLÓGICAS
43
3.4.1 Precipitação, Temperatura do ar e Vento
43
3.4.2 Radiação Solar
43
3.5 VARIÁVEIS HIDROLÓGICAS
44
3.5.1 Variáveis Abióticas
44
3.5.1.1 Velocidade de Escoamento e Vazão
44
3.5.1.2 Variáveis Físicas e Químicas da Água
44
3.5.2 Variáveis Bióticas
52
3.5.2.1 Identificação e Contagem da Comunidade
Fitoplanctônica
52
3.5.2.2 Biovolume
57
3.5.2.3 Clorofila a e Feofitina
58
3.6 ANÁLISE DOS RESULTADOS
59
4. RESULTADOS
59
4.1 VARIÁVEIS CLIMATOLÓGICAS
59
4.1.1 Precipitação, Temperatura do ar e Vento
59
4.1.2 Radiação Solar Fotossinteticamente Ativa
62
4.2 VARIÁVEIS HIDROLÓGICAS
64
4.2.1 Variáveis Abióticas
64
4.2.1.1 Velocidade de escoamento e vazão
64
4.2.1.2 Níveis Hidrométricos
65
4.2.1.3 Variáveis Químicas e Físicas da água
66
4.2.2 Variáveis Bióticas
130
4.2.2.1 Análises qualitativa e quantitativa
130
5. DISCUSSÃO
188
6. CONCLUSÕES
208
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
211
8. ANEXOS
221
16
1 INTRODUÇÃO
Entre a comunidade fitoplanctônica de água doce inclui representantes de vários
grupos de organismos fotossintetizantes. A organização estrutural é simples, quando
comparada a de outros seres vivos, e apresenta células com plasticidade morfológica, como
esfera, em Anabaena sp (Cyanobacteria); prisma, em Nitzschia sp (Bacillariophyceae); elipse,
em Trachelomonas sp (Euglenophyceae); cones, em Lepocincles sp (Euglenophyceae); cubo,
em Crucigenia sp (Chlorophyceae); cilindro, em Spirogyra sp (Chlorophyceae), entre outras
formas.
Os sistemas aquáticos não são estáticos e a comunidade fitoplanctônica adapta-se em
resposta a esta instabilidade. Os movimentos da água são gerados por variedade de forças
externas, como vento, convecção, turbulência, gradiente de densidade, fluxo gravitacional e
rotação da Terra. Desta forma, estratégias específicas são necessárias para estas modificações
do ambiente.
Na comunidade fitoplanctônica diversidade de formas e funções dos grupos que a
compõem. Além disso, as espécies da comunidade fitoplanctônica desenvolveram
mecanismos estratégicos particulares, envolvendo adaptações da morfologia e fisiologia
celular, para sobreviverem em condições de estresse nutricional ou forte distúrbio físico.
Alguns organismos são providos de flagelos, o que lhes conferem movimento próprio;
outros, para se manterem suspensos, possuem forma, tamanho e densidade celular adequados
ao ambiente em que vivem. A secreção de mucilagem, vacúolos de gás, regulação iônica e a
formação de colônia, estão entre as aptidões de certos organismos fitoplanctônicos, para o
controle da flutuabilidade.
17
Estas aptidões contribuem na sobrevivência do fitoplâncton, pois estes organismos
dependem de habilidades que os façam permanecerem na superfície da coluna de água, o
maior tempo possível, para absorção da energia luminosa.
Alguns trabalhos têm enfatizado estas adaptações morfológicas e fisiológicas, como
uma das principais características do fitoplâncton para o seu sucesso em sistemas aquáticos.
Entretanto, muitos organismos fitoplanctônicos possuem controle comportamental ou
fisiológico de sua sedimentação. Quando as condições ambientais não são favoráveis, por
causa, por exemplo, de insolação excessiva ou depleção de nutrientes na superfície, afundar
pode ser vantagem na contribuição para a sobrevivência.
Cada espécie constituinte da comunidade fitoplanctônica requer diferentes
características estruturais, físicas e químicas intrínsecas em seu habitat. Quando essas
características variam, a composição do ambiente é afetada e os organismos ficam suscetíveis
às mudanças. Aqueles mais resistentes às variações causadas no ambiente são favorecidos por
seleção natural.
Variações de espécies fitoplanctônicas são observadas na distribuição ao longo do eixo
longitudinal dos sistemas aquáticos. Em áreas alagáveis, tais alterações espaciais estão mais
freqüentemente relacionadas à entrada de sedimento no sistema e à velocidade e direção do
vento
Assim, o intuito desta pesquisa foi identificar os fatores influentes nas possíveis
mudanças na estrutura da comunidade fitoplanctônica em decorrência de alterações no
ambiente, em um sistema de áreas alagáveis.
O sistema de áreas alagáveis escolhido para esta pesquisa localiza-se no município de
Cajati e está inserido na bacia hidrográfica do rio Jacupiranguinha. Este município compõe a
região do Baixo Ribeira do Iguape, no estado de São Paulo, a qual é carente e pouco
18
desenvolvida, com freqüentes problemas de saúde pública associados à moléstia de
transmissão e veiculação hídrica.
A planície de inundação do
rio Jacupiranguinha é bastante suscetível a enchentes,
quando é possível notar a formação de inúmeras áreas alagáveis.
As áreas alagáveis, também denominadas planícies de inundação ou wetlands, são
sistemas com alta diversidade ecológica e desempenham inúmeras funções no ambiente,
como redução da erosão e do assoreamento, atenuação de cheias, recarga de aqüíferos,
proteção costeira, entre outras.
Esses sistemas aquáticos são lênticos, de ocorrência mais comum nos trópicos, e nas
latitudes temperadas. Apesar de as áreas alagáveis serem numerosas e vulneráveis à
degradação, pesquisas desses ambientes são recentes comparadas àquelas realizadas em lagos
tropicais grandes e profundos.
As planícies de inundação tropicais são tipicamente rasas, com grande diversidade de
formas. Uma característica de destaque é sua sazonalidade e, geralmente, previsível ciclo
hidrológico, influenciado pela inundação anual.
Durante a inundação, a dimensão dos sistemas de áreas alagáveis pode aumentar
ordens de magnitude em volume e área de superfície, que torna indistinguível os seus limites
e os dos rios que as circundam.
Em comparação com outros fatores, o pulso de inundação é o parâmetro ambiental
mais importante na ecologia de planícies de inundação de rios. Esse fenômeno natural impõe
variações das condições hidráulicas sobre as áreas alagáveis, o que confere pronunciada
resposta sazonal à composição do fitoplâncton.
Assim, a determinação das variáveis que regem as mudanças ocorridas no espaço e no
tempo, são indispensáveis para a compreensão da estrutura da comunidade fitoplanctônica,
bem como ao funcionamento das áreas alagáveis.
19
Pretende-se com esta pesquisa, contribuir para o conhecimento da abundância e
diversidade do fitoplâncton em áreas alagáveis brasileiras, como também, determinar a
influência das variações espaciais e sazonais dos fatores climatológicos e hidrológicos na
estrutura desta comunidade.
1.1 OBJETIVO GERAL
Caracterizar a estrutura da comunidade fitoplanctônica, em quatro épocas do ano e
relacioná-la às variações climatológicas e hidrológicas, em um sistema de áreas alagáveis,
localizado na bacia hidrográfica do rio Jacupiranguinha, sub-bacia do rio Ribeira de Iguape,
Cajati, São Paulo.
Para atingir esse objetivo foi necessário:
1 - Identificar as espécies fitoplanctônicas que compõem a microflora do sistema de
áreas alagáveis;
2 - Analisar a estrutura desta comunidade, no espaço e no tempo, através da
determinação da densidade, abundância relativa, freqüência específica, eqüidade, riqueza,
dominância e diversidade específica, relacionando-a as variáveis climatológicas e
hidrológicas;
3 - Determinar a contribuição da biomassa fitoplanctônica no sistema através da
concentração de clorofila a e do biovolume.
20
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 SISTEMA DE ÁREAS ALAGÁVEIS
O termo wetlands ou áreas alagáveis é utilizado para caracterizar vários ecossistemas
naturais que ficam parcial ou totalmente inundados durante o ano, através de enchente lateral
de rios e lagos, pela precipitação direta ou por águas subterrâneas, onde pulsos de inundação
mudam o ambiente físico-químico de tal forma que a biota responde através de adaptações
morfológicas, fisiológicas, fenológicas e etológicas (JUNK et al., 1989; SALATI, 2000).
Segundo Patrick (1994), esses alagados são, ainda, habitats de transição, também
chamados de ecótonos, entre ambientes aquáticos e terrestres, que combinam atributos de
ambos os ecossistemas.
A Convenção de Ramsar é um tratado intergovernamental, assinado em 1971, na
cidade de Ramsar (Irã), com o intuito de promover e estimular a conservação e uso racional
de zonas úmidas em todo mundo. O Brasil ratificou a convenção em 1993 e é considerado o
quarto país do mundo em superfície de áreas úmidas conforme a Lista de Ramsar. Nesse
período, o Ministério do Meio Ambiente estabeleceu o termo “zonas úmidas” como o
equivalente na língua portuguesa para definições de grandes ecossistemas naturais úmidos.
De acordo com a Convenção de Ramsar, são consideradas zonas úmidas toda a
extensão de pântanos, charcos e turfas ou superfícies cobertas de água, de regime natural ou
artificial, permanentes ou temporárias, com água parada ou corrente, doce, salobra ou
salgadas.
Em 1998, na Convenção Internacional de Ramsar, pesquisadores interessados na
conservação de zonas úmidas estabeleceram ampla definição denominada Ramsar wetland
definition. Nessa reunião foi criada uma rede internacional de zonas úmidas, a qual enfatiza a
21
importância das áreas alagáveis para a diversidade biológica mundial e para o sustento da vida
humana devido às funções ecológicas e hidrológicas realizadas por estas áreas (RAMSAR
CONVENTION ON WETLANDS, 2007).
As áreas alagáveis são facilmente reconhecidas como as várzeas dos rios, os igapós na
Amazônia, os banhados, os pântanos e os manguezais (SALATI, 2000).
Neiff (2001) afirma que um dos principais tipos de áreas alagáveis é aquele formado
pelos rios de planície de inundação. Essas planícies são reconhecidas como ecossistemas
altamente dinâmicos, com a hidrologia e o fluxo de materiais controlando sua estabilidade e a
diversidade.
Os sistemas rios-planícies de inundação, estabelecidos em regiões tropicais,
apresentam marcante variabilidade temporal das condições físicas, químicas e bióticas.
Segundo Junk et al. (1989), essas variações estão associadas, principalmente, às alterações
dos níveis hidrométricos, aos quais tem sido atribuído o conceito de “pulsos de inundação”,
havendo uma fase de cheia e outra de seca.
De acordo com Nabout et al. (2006), a entrada de água do rio para a planície de
inundação é a principal força controladora dos padrões de existência, produtividade e
interações da biota, sendo que, as comunidades presentes são capazes de se adaptarem às
oscilações no nível da água. Segundo os mesmos autores, a compreensão das relações entre as
comunidades e os processos hidrológicos que ocorrem nas planícies de inundação é
significante para o manejo racional desses ecossistemas.
As áreas alagáveis estão entre os ecossistemas mais produtivos existentes na Terra e
são de vital importância para a conservação da biodiversidade do planeta (KADLEC e
KNIGHT, 1996; GOPAL, 1999).
Esses sistemas são, também, capazes de reter e remover as cargas poluidoras de
diversas origens (orgânica e inorgânica), as quais ficam retidas nas raízes das macrófitas ou
22
podem ser assimiladas pelos microrganismos e utilizadas na produtividade biológica, sendo
assim, consideradas por alguns autores, como filtros transformadores ou reguladores
(HILLBRICHT-ILKWSKA, 1995; KADLEC e KNIGHT, op. cit.).
Segundo Hammer (1993), os alagados naturais fornecem muitos benefícios para a
sociedade, que podem ser agrupados em três amplas categorias:
1ª) habitat para diversos seres vivos;
2ª) recarga de aqüíferos em períodos de estiagem;
3ª) melhoria da qualidade de água (filtros naturais).
Ainda conforme Hammer (op. cit.), estas áreas também reduzem enchentes junto aos
rios e riachos, por diminuírem o volume do escoamento que chega nesses sistemas aquáticos.
2.2 COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA
A densidade e a riqueza do fitoplâncton estão relacionadas à variedade de fatores
ambientais, como a temperatura da água, radiação solar, nutrientes e predadores (zooplâncton
e peixes).
Desta forma, cada ambiente aquático terá, em particular, uma comunidade
fitoplanctônica característica (REYNOLDS, 1984).
De maneira geral, a estrutura da comunidade é modificada, em resposta às alterações
hidrológicas e químicas ocorridas na água em diferentes escalas espaciais e temporais
(CALIJURI, 1988; JUNK et al., 1989; OLIVEIRA e CALHEIROS, 2000; KASTEN, 2003;
SCHEMEL et al., 2004; TOWNSEND, 2006). Nas planícies de inundação, a composição e
abundância da comunidade fitoplanctônica é determinada, principalmente, pelos pulsos de
inundação.
23
Os pulsos de inundação ou inundações periódicas condicionam o funcionamento e
estrutura de rios de planícies de inundação (JUNK, et al., op. cit.). Neiff (1990) reformulou o
conceito de pulso de inundação por “pulsos de energia e matéria ou pulso
hidrosedimentológico”.
A dinâmica do fitoplâncton está sujeita às interações complexas bi-direcionais entre
rio e suas planícies de inundação marginais, provocando, assim, modificações no ambiente, e,
em conseqüência, imediatas respostas, sazonais e temporais, na composição do fitoplâncton
(GARCÍA DE EMILIANI, 1997; HUSZAR e REYNOLDS, 1997; TRAIN e RODRIGUES,
1998; IZAGUIRRE et al., 2004).
A comunidade fitoplanctônica, que é constituída por grande número de espécies,
possui estratégias de sobrevivência distintas, através das quais, estes organismos são capazes
de adaptar suas funções metabólicas às diferentes mudanças ambientais (CALIJURI, 1988;
REYNOLDS, 1988a).
O conceito de estratégia de sobrevivência foi primeiramente introduzido por Mac
Arthur e Wilson (1967), quando estes definiram organismos estrategistas “k” e “r” para
diversos ambientes.
Anos mais tarde, Kilham e Kilham (1980) e Sommer (1981) aplicaram este conceito
para o fitoplâncton. Reynolds (1988a) atualizou o que Grime (1979) havia proposto e
estabeleceu três classes (C-estrategista, R-estrategista e S-estrategista) para o fitoplâncton,
relacionando-as às condições ambientais. A morfologia e a fisiologia destes organismos foram
tidas como mecanismos de adaptação. Segundo Reynolds (1988b, 1997), as classes podem ser
definidas da seguinte forma:
24
C-estrategista (Competidores): são organismos pequenos e apresentam altas
taxas de área superficial por volume (AS/V). Crescem rapidamente e são,
também, competidores em ambientes saturados em luz e nutrientes;
R-estrategista (Ruderal): são organismos com alta taxa de crescimento em
ambientes com disponibilidade de recursos, porém possuem habilidade em
tolerar períodos de “stress” nutricional. As células são, geralmente grandes e
alongadas ou, ainda, formando colônias ou filamentos, com morfologias que
preservam altas taxas AS/V. São encontrados em ambientes de mistura
verticais duradouras. São conhecidos como colonizadores oportunísticos.
S-estrategista (“Stress”): são organismos com baixa taxa de crescimento,
células com dimensões elevadas ou formando colônias, com baixas taxas
AS/V. São identificados em ambientes com baixa disponibilidade de nutrientes
e estabilidade física da coluna de água.
No caso das áreas alagáveis, alguns autores verificaram que no início do período de
cheia, quando há disponibilidade de nutrientes e os distúrbios hidráulicos são pequenos,
espécies C-estrategistas são favorecidas. Esta comunidade, geralmente, é substituída por
espécies R-estrategistas quando o sistema é totalmente inundado e em seguida, por espécies
S-estrategistas, quando as concentrações de nutrientes diminuem (GARCÍA DE EMILIANI,
1997; MELO e HUSZAR, 2000).
A maioria das espécies fitoplanctônicas tem distribuição cosmopolita ou até mesmo
pode ser ubíqua, entretanto, a relativa sensibilidade para certas condições ambientais diminui
o seu sucesso, em comparação com àquelas espécies que são menos sensíveis ou
positivamente tolerantes a tal condição (REYNOLDS, 1997; REYNOLDS et al., 2002).
Sendo assim, autores propuseram um sistema de classificação para o fitoplâncton,
separando as espécies em grupos funcionais, que potencialmente podem dominar ou co-
25
dominar em lagos. Estes grupos são polifiléticos e baseados na fisiologia, morfologia e
atributos ecológicos, relacionados com ambientes multidimensionais. As espécies foram
associadas de acordo com as características adaptativas similares para determinado ambiente.
Esta classificação estabelece 31 grupos de fitoplâncton divididos por características
adaptativas, em condições ecológicas similares, em lagos temperados (REYNOLDS et al., op.
cit.). A separação das espécies em grupos também considerou as principais estratégias de
sobrevivência adaptada por Reynolds: estrategistas C (competidores), S (“stress”) e R
(ruderais) (REYNOLDS, 1997). Ainda segundo Reynolds et al. (op. cit.), múltiplas variáveis
são requeridas para explanar ou predizer a variação da composição do fitoplâncton em
ambientes complexos.
A utilização destes grupos funcionais pode indicar as condições ambientais em que
estes organismos vivem, de forma complementar a filogenia (MELO e HUSZAR, 2000).
Mudanças causadas no ambiente por flutuações naturais, como é o caso do pulso de
inundação, ou mesmo, por atividades antrópicas, modificam o habitat e alteram a composição
de espécies do ecossistema (MATSUZAKI et al., 2004). Aquelas espécies mais resistentes
podem ser favorecidas por seleção e serem utilizadas como indicadoras.
Desta forma, os padrões obtidos de diversidade são resultados das formas com que os
organismos respondem às pressões ambientais (ROCHA, 1992). Melo e Huszar (op. cit.)
afirmam que as propriedades físicas do ambiente são, freqüentemente, as mais fortes
determinantes das estratégias de sobrevivência do fitoplâncton.
Ortega-Mayagoitia et al. (2003), em estudo da comunidade fitoplanctônica de área
alagável hipertrófica, no centro da Espanha, observaram que a sua dinâmica é freqüentemente
alterada por meio de agentes externos, os quais são regidos por processos químicos, físicos e
biológicos. Ainda segundo os autores, as alterações na comunidade ocorreram,
principalmente, devido à entrada de sedimento na área alagável.
26
A composição de espécies e a abundância relativa das populações fitoplanctônicas
sofrem alterações que acompanham os ciclos sazonal, diário e nictemeral (ciclo de 24 horas).
Alguns autores destacam que essas mudanças são dependentes mais especificamente
da concentração de nutrientes na água e da instabilidade física da coluna de água e, pelos
efeitos de predação (REYNOLDS, 1984; CALIJURI, 1999).
García de Emiliani (1993), ao estudar a sucessão sazonal do fitoplâncton no lago El
Tigre (Argentina), afirmou que a comunidade fitoplanctônica é fortemente influenciada pelo
regime hidrológico.
A autora verificou que no final da fase de inundação, a dinâmica hidrológica do lago
era mais estável e apresentava alta carga de nutrientes. Este quadro favoreceu as mudanças
autogênicas sucessionais que alteraram a composição da comunidade fitoplanctônica, da
primavera ao início do verão. Organismos R-estrategistas, característicos de estágios iniciais
de sucessão, foram substituídos por organismos S-estrategistas, característicos de estágios
mais tardios. Simultaneamente, a produtividade diminuiu e a biomassa total aumentou,
enquanto os nutrientes sofreram depleção.
Ainda segundo García de Emiliani (op. cit.), a diluição, ocasionada pela entrada de
água lateral durante o período de cheia, provocou a substituição da comunidade
fitoplanctônica lêntica por populações de flagelados lóticos e o decréscimo na produtividade e
biomassa para o menor nível anual.
Em outra pesquisa realizada por García de Emiliani (1997) sobre os efeitos das
flutuações do nível da água no fitoplâncton em um sistema rio-planície de inundação
(Argentina), a pesquisadora confirmou a influência do regime hidrológico na comunidade
fitoplanctônica. Em período de cheia, quando houve conexão entre o rio e área alagável, mais
de 80% dos grupos de fitoplâncton encontrados no rio também estavam presentes no lago.
Entre eles, Chlorophyceae, Euglenophyceae e Bacillariophyceae.
27
O fitoplâncton desse rio foi dominado por espécies tipicamente fluviais,
principalmente Bacillariophyceae, como Aulacoseira granulata, Aulacoseira distans,
Cyclotella meneghiniana e Cyclotella glomerata, as quais são morfologica e fisiologicamente
adaptadas para crescerem em ambientes com correnteza e turbidez (R-estrategistas).
García de Emiliani (1997.) afirmou que a contribuição de outras classes
fitoplanctônicas aumentou quando o rio estava conectado com a planície de inundação, sendo
que, as Bacillariophyceae sempre dominaram a biomassa fitoplanctônica.
A autora constatou que a comunidade fitoplanctônica da planície de inundação
apresentou mudanças pronunciadas na contribuição das diferentes classes fitoplanctônicas e
na biomassa total. Durante o início da fase de cheia, espécies nanoplanctônicas foram
favorecidas, principalmente Chlorophyceae (C-estrategistas), tais como Scenedesmus sp.,
Monoraphidium sp., Schoederia sp., Crucigenia sp. e Actinastrum sp., devido à
disponibilidade de nutrientes e distúrbios hidráulicos reduzidos.
Nesse ambiente, estas espécies foram substituídas por R-estrategistas, principalmente
Cryptophyceae nanoplanctônicas, como Cryptomonas erosa e Cryptomonas ovata, quando os
distúrbios físicos aumentaram (fase de inundação), e por S-estrategistas, principalmente,
Euglenophyceae, Dinophyceae (Peridinium cf. wisconsinense) e Cyanobacteria (Anabaena
planctonica) microplanctônicas (>37 a 250µm), quando os nutrientes foram reduzidos (final
da fase de isolamento), segundo García de Emiliani (op cit.).
A autora relatou que na planície de inundação, a diversidade de espécies aumentou
durante a fase de isolamento, enquanto que, marcante redução foi observada quando o nível
da água aumentou .
A biomassa fitoplanctônica também foi fortemente influenciada pelo regime
hidrológico nas planícies de inundação da Amazônia (HUSZAR e REYNOLDS, 1997; PUTZ
e JUNK, 1997; IBAÑEZ, 1998; MELO e HUSZAR, 2000).
28
A densidade e produtividade primária fitoplanctônica reduzem quando o rio invade a
planície, devido à diluição na comunidade existente e à pequena zona eufótica. Porém,
quando os níveis de água diminuem e sedimentação do material suspenso, aumenta a
transparência da água, o que acarreta a elevação dos níveis de produtividade e densidade
(PUTZ e JUNK, 1997).
Ainda segundo Putz e Junk (op. cit..), taxa pertencentes à classe Desmidiaceae são
muito freqüentes, devido às águas da região ser, usualmente, ácidas, com baixas
concentrações de minerais dissolvidos e oligotróficas. A alta riqueza de desmídias não é
correspondida com a abundância desses indivíduos. Foi observada elevada densidade para
gêneros de diatomáceas (por exemplo, Aulacoseira granulata var. angustissima), que são
favorecidos em ambientes com essas características.
Ibañez (1998), em pesquisa no Lago Camaleão, localizado na região central do
Amazonas, constatou a predominância de espécies da classe Euglenophyceae. O gênero
Trachelomonas spp. destacou-se, principalmente no período seco, com 71 espécies. Nos
meses de menor precipitação, em especial outubro de 1988, observou-se “bloom” de
diatomáceas, com elevada biomassa de Nitzchia palea.
Melo e Huszar (2000) observaram que o nível hidrométrico da planície de inundação
do Lago Batata, no Amazonas (Brasil) influenciou a distribuição da comunidade
fitoplanctônica. Os autores encontraram, na área alagável, média de 26 (período de cheia) a 56
taxa (período de níveis baixos) ocorrendo por amostra.
Durante períodos de níveis baixos de água, Mougeotia delicata, Mesotaenium
chlamydosporum e Mesotaenium sp. (R-estrategistas) foram dominantes, segundo Melo e
Huszar, op. cit.. Estes organismos compõem a assembléia T proposta por Reynolds (1997) e
estão aptas para sobreviverem em ambientes de mistura. Quando o nível da água se elevou,
houve destaque para as espécies de Chlorella homosphaera, Synechoccocus elongatus e
29
Choricystis cylindracea (C-estrategistas, assembléia X
1
), as quais resistiram à diluição
provocada pela entrada de água.
No estudo sobre as variações da comunidade fitoplanctônica em uma planície de
inundação no Mato Grosso do Sul, no Brasil, Train e Rodrigues (1998) também confirmaram
a acentuada participação do regime hidrológico. Os pesquisadores constataram reduzida
biomassa e alta diversidade de espécies no período de cheia. Em contrapartida, em períodos
de redução do nível de água na planície (seca), houve aumento na biomassa.
Bacillariophyceae e Cyanobacteria foram os grupos abundantes no período de nível
baixo de água. Cianobactérias com heterocitos constituíram mais de 90% da biomassa
fitoplanctônica entre julho e setembro, sendo que Anabaena spiroides, Anabaena circinales e
Anabaena solitaria, compuseram 96,3% do biovolume total e foram classificadas como S-
estrategistas, segundo Train e Rodrigues (op. cit.).
Os autores afirmaram que o desenvolvimento destes organismos, no período de nível
reduzido de água, indica estágio sucessional maduro da comunidade. No final do período de
estabilidade hidrológica (outubro), diatomáceas cêntricas tornaram a dominar, sendo
representadas, principalmente, por Urosolenia eriensis var. morsa e Aulacoseira granulata
var. granulata. Durante o período de cheia dominaram espécies nanoplanctônicas, C-
estrategistas, como Monoraphidium tortile e Cryptomonas brasiliensis,.
Na pesquisa da influência dos pulsos de inundação sobre as comunidades de
fitoplâncton, de planícies de inundação do sul do Pantanal (Brasil), realizada por Oliveira e
Calheiros (2000), Chlorophyceae foi destacada com maior riqueza de espécies. As
Cryptophyceae prevaleceram, nas planícies de inundação e no rio Paraguai, na maior parte do
ano, principalmente Cryptomonas brasiliensis.
Os autores verificaram que no período de cheia, Euglenophyceae (Trachelomonas
volvocina e Trachelomonas volvocinopsis) apresentou a segunda maior contribuição, seguida
30
por Chlorophyceae e Cyanobacteria. Quando o nível da água diminuiu novamente, o
fitoplâncton foi representado pelas Bacillariophyceae (Aulacoseira granulata e Aulacoseira
distans) e Cyanobacteria (Gleocapsa sp. e Oscillatoria sp.), provavelmente associado com o
aumento da mistura na coluna de água.
Kasten (2003), em estudo da dinâmica da comunidade fitoplanctônica em resposta aos
fenômenos de inundação e isolamento, em área alagável inundada sazonalmente, no nordeste
da Alemanha, verificou a dominância de diatomáceas cêntricas, como Stephanodiscus
hantzschii, Cyclotella meneghiniana, Stephanodiscus neoastraea, Stephanodiscus minutulus,
Stephanodiscus alpinus e Cyclostephanos dubius (espécies R-estrategistas), na maioria do
período estudado. Esta dominância resultou da ocorrência de pulso de inundação durante o
período de inverno. Entretanto, esse grupo também dominou a comunidade fitoplanctônica
dessas planícies por dois ou três meses durante a fase de isolamento.
O “estado de equilíbrio” é identificado de acordo com Sommer e Padisák (1993),
quando: a) 1, 2 ou 3 espécies de algas contribuíram com mais do que 80% da biomassa total,
b) sua existência ou coexistência persistiu por tempo determinado (mais do que 1-2 semanas)
e c) durante o período em que a biomassa total não aumentou significantemente.
O “estado de equilíbrio detectado por Stoyneva (2003), em comunidades do
fitoplâncton presentes em duas áreas alagáveis na Bulgária, foi fortemente influenciado por
mudanças no regime hidrológico (diminuição rápida e significante do nível da água no
alagado de Srebarna e entrada lateral de água no alagado de Vaya) associado a temperaturas
extremamente altas em ambos alagados.
Stoyneva (op. cit.) observou que do total de taxa encontrados, mais de 75% deles
pertenciam as Cyanobacteria e Chlorophyceae. As cianobactérias compreenderam 99% da
biomassa fitoplanctônica durante o período de verão. Todos os casos de “estado de
31
equilíbrio”, registrados nos locais estudados, ocorreram após as mudanças drásticas causadas
pelo regime hidrológico.
A autora detectou 7 taxa de Cyanobacteria nas comunidades que alcançaram o “estado
de equilíbrio”, sendo elas Aphanizomenon gracile, Anabaena spiroides, Anabaenopsis
arnoldii, Cylindrospermopsis raciborskii, Microcystis aeruginosa, Microcystis wesenbergii e
Aphanizomenon flos-aquae. Os gêneros formadores de colônias (Microcystis sp.) foram
agrupados como S-estrategistas e os filamentosos (Aphanizomenon sp.), como R-estrategistas.
Zalocar de Domitrovic (2003), em estudo de planícies de inundação na região do rio
Paraná (Argentina), confirmou que o regime hidrológico exerceu forte impacto sobre a
composição da comunidade fitoplanctônica.
A autora observou que Chlorophyceae foi dominante em densidade e em ambas as
estações, seca e chuvosa. Durante a fase de cheia, houve destaque para as espécies
Chlamydomonas leptobasis, Chlamydomonas microsphaera, Chlorella vulgaris, Choricystis
cylindracea, Monoraphidium minutum, Monoraphidium contortum e Schroederia antillarum.
Cryptophyceae foi o segundo grupo mais abundante, particularmente, durante a fase de seca.
Cryptomonas sp., Chroomonas sp. e Rhodomonas sp. foram as espécies mais abundantes
deste grupo. Houve baixa densidade de Euglenophyceae nesta área alagável.
As Cyanobacteria tiveram pouca representação na fase seca, mas contribuíram de
forma acentuada na fase de cheia. As espécies mais importantes foram as de formas coloniais
como Merismopedia tenuissima, Aphanocapsa elachista, Microcystis pulverea e Microcystis
aeruginosa. Bacillariophyceae, Chrysophyceae, Dinophyceae e Xanthophyceae ocorreram
durante a fase seca. Bacillariophyceae foi caracterizada por formas penadas (Synedra sp.),
Chrysophyceae, com o gênero Synura sp. e Dinophyceae, Peridinium sp., segundo Zalocar de
Domitrovic (op. cit.).
32
Nabout et al. (2006) também atribuíram as diferenças encontradas na comunidade
fitoplanctônica, em planícies de inundação do rio Araguaia no Brasil, às variações no regime
hidrológico nos períodos seco e chuvoso. O biovolume, durante a fase de nível baixo de água,
foi significantemente maior do que na fase de cheia. No período chuvoso, as planícies
apresentaram menor biovolume.
Os autores afirmam que o efeito da diluição, pelo pulso de inundação, foi responsável
pela redução do biovolume. No período de cheia, diferentes grupos funcionais foram
observados nas planícies, sendo que, na estação seca, o grupo funcional Y predominou e
Cryptophyceae foi dominante, seguida pela Bacillariophyceae, com destaque para Tabellaria
sp..
Em todas as áreas alagáveis estudadas por Nabout et al. (2006), Cryptomonas erosa
apresentou maior biovolume, no período de seca. No período de cheia, foram obtidos maiores
biovolumes para espécies filamentosas, como Aulacoseira italica e Aulacoseira herzogii, R-
estrategistas, capazes de explorar ambientes turbulentos e turvos. Em termos de densidade,
espécies nanoplanctônicas predominaram durante todo o período estudado.
Tell et al. (2005), no estudo de planície de inundação, na região do Baixo rio Paraná
(Argentina), registraram 88 taxa, sendo 15% do fitoplâncton total pertencente ao grupo dos
euglenóides. Os autores afirmaram que houve diferenças entre as espécies de euglenóides
encontradas no rio e na planície de inundação. Essas diferenças foram atribuídas às condições
hidráulicas de cada sistema.
No estudo sobre a influência das condições físicas e químicas de um lago sobre a
comunidade de fitoplâncton, entre abril e dezembro de 2000, no norte da Austrália, Townsend
(2006) também constatou que o fitoplâncton da área alagável foi afetado pelo regime
hidráulico. Em abril de 2000, quando o rio fluiu para dentro do lago, o biovolume de
Anabaena sp. diminuiu e dos gêneros Euglena sp. e Navicula sp. aumentaram. Já na estação
33
seca (julho), muitos taxa estiveram presentes, usualmente em baixas concentrações, entre eles:
Euglena spp., Trachelomonas spp., Strombomonas spp., Peridinium spp., Chroomonas acuta,
Rhodomonas sp. e Cryptomonas sp..
Além da influência dos fatores físicos e químicos, a cobertura de macrófitas aquáticas
também altera a dinâmica da comunidade fitoplanctônica. rios autores (KOLASA e
WEBER, 1995; O’FARREL et al., 2003; IZAGUIRRE et al., 2004; e SINISTRO et al., 2006)
ressaltaram a importância das macrófitas nas mudanças da composição, riqueza, abundância e
dinâmica da comunidade fitoplanctônica, visto que, a persistência de densa cobertura de
macrófitas determina a adaptação da comunidade de fitoplâncton às condições ambientais
adversas, tais como variação espacial pronunciada da luz, temperatura, corrente de água e
nutrientes.
Com esta pesquisa pretende-se auxiliar na compreensão da distribuição espaço-
temporal dos organismos fitoplanctônicos e a relação desta com suas estratégias de
sobrevivência, em sistema de áreas alagáveis, do rio Jacupiranguinha, Cajati - SP.
34
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
Esta pesquisa foi realizada em um sistema de áreas alagáveis natural localizada na
planície de inundação do rio Jacupiranguinha, o qual é um dos afluentes do rio Jacupiranga,
localizado na bacia do Baixo Ribeira de Iguape.
O rio Jacupiranga é um dos principais tributários do rio Ribeira de Iguape nesta região,
juntamente com os rios Juquiá, Ribeira, São Lourenço, Pardo, Una da Aldeia e Itariri.
A bacia do rio Jacupiranga possui área de drenagem de 1469,93 km
2
(CETEC, 2000) e
está situada entre as regiões metropolitanas de São Paulo e Curitiba. Na maior parte, abriga
cidades de pequeno porte como Registro, Iguape, Apiaí, Juquitiba, Cajati, Jacupiranga e
Pariquera-Açu; na parte paulista, e Rio Branco do Sul, na paranaense. Os municípios que
possuem suas sedes próximas a essa bacia são Cajati, Jacupiranga e Pariquera-Açu (Figura
1).
O rio Jacupiranguinha tem conformação meândrica, caracterizado por zona de baixa
declividade, vasta planície de inundação, onde estão localizadas diversas lagoas marginais
(áreas alagáveis), muitas das quais não possuem conexão com o rio adjacente (Figura 2), mas
em períodos de grandes cheias pode comunicar-se com o mesmo (BENASSI, 2006).
O rio Jacupiranguinha nasce fazendo divisa dos municípios de Barra do Turvo e
Cananéia na localização geográfica 24º 52’ 46’’ Sul e 48º 17’ 26’’ Oeste, próximo ao estado
do Paraná. Da nascente segue em direção nordeste do estado de São Paulo e depois se junta ao
rio Guaraú para formar o rio Jacupiranga, na cidade de mesmo nome (Figura 3) e torna-se
afluente do rio Ribeira de Iguape. Este deságua no Oceano Atlântico em Iguape. Neste trajeto,
o rio Jacupiranguinha percorre distância de aproximadamente 40 quilômetros. (DER, 2007)
35
Figura 1: Localização da bacia hidrográfica do rio Jacupiranga e do município de Cajati: a) Bacia hidrográfica do rio Jacupiranga – estado de
São Paulo; b) Município de Cajati e arredores.
Fonte: Laboratório de Sistema de Informação Geográfica (SIG). Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal de Viçosa
participante do Projeto Temático (Processo nº 02/13449-1).
a)
b)
36
Poucos quilômetros antes da formação do rio Jacupiranga, o rio Jacupiranguinha
atravessa a cidade de Cajati, onde está localizado o sistema de áreas alagáveis de estudo. O
município de Cajati tem área correspondente a 455 km
2
e está a 75 m de altitude. A sede do
município está localizada nas coordenadas 24°43’39” Sul e 48°07’30” Oeste. Segundo o
IBGE (2006), a população de Cajati está estimada em 33.353 habitantes, com 72,14% desse
total na área urbana.
A principal atividade econômica deste município está voltada para produção de
cimento e concentrados fosfáticos para fertilizantes, para uso na alimentação humana e na
produção de ração animal em um complexo químico industrial, o qual lança seu efluente no
rio Jacupiranguinha.
Além disso, outra atividade de destaque nessa região é a agricultura, em especial a
bananicultura.
Figura 2: Vista aérea do rio Jacupiranguinha e de algumas lagoas marginais (áreas alagáveis).
Foto: Mário D. Donizete, 2004)
rio Jacupiranguinha
Lagoas marginais
(áreas alagáveis)
37
Figura 3: Hidrografia da bacia do rio Jacupiranga.
Fonte: Laboratório de Sistema de Informação Geográfica (SIG). Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal de Viçosa
participante do Projeto Temático (Processo nº 02/13449-1). Org.: COSTA, A.B.
38
O índice de abastecimento de água da região é de 100%, sendo 67% do esgoto
doméstico coletado, destes, 90% são tratados por sistema lagoas de estabilização, o qual lança
seu efluente no rio Jacupiranguinha (SABESP, 2006). O sistema de áreas alagáveis estudado
localiza-se adjacente ao canal principal do rio Jacupiranguinha (margem esquerda do rio de
montante à jusante) e está situado à aproximadamente 2500 m do perímetro urbano do
município de Cajati e à 1500 m da estação de tratamento de esgoto (ETE).
A 100 m, a jusante da ETE e a menos de 200 m do rio Jacupiranguinha, o lixão do
município. A forma de disposição de resíduos sólidos no município é a céu aberto, sem
nenhum tipo de tratamento. Este sistema de áreas alagáveis foi selecionado depois de
sobrevôo local, realizado em agosto/2004.
Segundo Benassi (2006), este sistema possui área de superfície total de 15.528 m
2
,
volume de 17.292 m
3
e perímetro de 899 m. Seu comprimento máximo atinge 360 m e,
conforme a localização, a largura máxima pode variar de 45 a 85 m e a profundidade média
de 0,8 a 2,0 m.A área de estudo não apresenta em seu entorno vegetação nativa. Há a
associação de áreas agrícolas e pequena porção de vegetação natural.
A paisagem próxima ao sistema de áreas alagáveis é dominada por pastagens,
bananiculturas, gramíneas e árvores de pequeno e médio porte. O clima da região segundo
classificação de Köppen, é do tipo Cfa, subtropical úmido com verão quente.
3.2 – LOCALIZAÇÃO DAS ESTAÇÕES AMOSTRAIS
Foram estabelecidas 11 estações de amostragem: Estações 1 e 2 no rio
Jacupiranguinha, sendo que a primeira está localizada próxima ao lançamento do efluente da
estação de tratamento de esgoto (ETE) do município de Cajati e a segunda, próxima à entrada
do sistema de áreas alagáveis; Estação 3 – córrego Serrana: entrada permanente para o
39
sistema de áreas alagáveis; Estações 4 a 10 sistema de áreas alagáveis e Estação 11 - saída
do sistema (Figura 4 e Figura 5). As localizações geográficas das estações amostrais foram
feita através do Global Position System (GPS) e estão detalhadas na Tabela 1.
Tabela 1: Localização das estações de coleta no sistema de áreas alagáveis de Cajati, SP
.
Localização
geográfica
Profundidade
Média (DS)
Observações
Rio Jacupiranguinha
e Córrego Serrana
Estação 1
S 24° 43’ 22”
WO 48° 05’37”
*
30 m a jusante da saída de esgoto da ETE; próxima
à margem esquerda do rio.
Estação 2
S 24° 43’ 35”
WO 48° 04’ 54”
*
1330 m da ETE; próxima ao lançamento do
efluente de uma empresa de fertilizantes; à
margem esquerda do rio.
Estação 3
S 24° 42’ 43”
WO 48° 05’06”
*
400 m do sistema de áreas alagáveis; área de
pastagem; desemboca no sistema de áreas
alagáveis (2,40m de largura).
Dentro do sistema
Estação 4
S 24° 42’55”
WO 48° 04’59”
1,6 m (± 0,2)
Presença das macrófitas aquáticas: Pistia stratiotes,
Azolla spp. e Brachiaria spp.
Estação 5
S 24° 42’ 53”
WO 48° 04’59”
1,6 m (± 0,2)
Presença das macrófitas aquáticas: P. stratiotes,
Azolla spp. e Brachiaria spp.
Estação 6
S 24° 42’ 55”
WO 48° 04’59”
0,9 m (± 0,1)
Presença das macrófitas aquáticas: P. stratiotes,
Azolla spp. e Eichhornia crassipes.
Estação 7
S 24° 42’47”
WO 48° 04’ 53”
0,8 m (± 0,1)
Presença das macrófitas aquáticas: P. stratiotes, E.
crassipes, E. azurea e Nymphaea spp.
Estação 8
S 24° 42’ 47”
WO 48° 04’ 53”
0,8 m (± 0,2)
Presença das macrófitas aquáticas: P. stratiotes, E.
crassipes, E. azurea e Nymphaea spp
Estação 9
S 24° 42’ 48’
WO 48° 04’ 52”
0,5 m (± 0,1)
Presença das macrófitas aquáticas: P. stratiotes, E.
crassipes, E. azurea e Nymphaea spp
Saída do Sistema
Estação 10
S 24° 42’ 50”
WO 48° 04’ 52”
0,7 m (± 0,1)
405 m do rio Jacupiranguinha. Canal coberto por
macrófitas aquáticas, principalmente Pistia
stratiotes.
Estação 11
S 24° 42’ 59”
WO 48° 04’ 41”
0,5 m (± 0,1)
Próxima ao rio Jacupiranguinha; 1450 m da
estação 1.
* Não foram realizadas medidas de profundidade nas estações amostrais 1, 2 e 3, por se localizarem próximas à margem.
Fonte: modificado de Benassi (2006).
40
3.3 AMOSTRAGEM
A presente pesquisa está inserida no Projeto Temático Fapesp “Estudo dos Sistemas
Naturais e Artificiais Redutores de Cargas Poluidoras para a Sustentabilidade dos Recursos
Hídricos do Baixo Ribeira de Iguape”, tendo, por esse motivo, seu planejamento, coletas e
atividades laboratoriais sido realizados entre setembro de 2004 e setembro de 2005.
As coletas foram realizadas em quatro períodos, distribuídos sazonalmente
(outubro/2004: primavera; janeiro/2005: verão; abril/2005: outono; julho/2005: inverno).
Além da escala sazonal, também foram amostrados três dias alternados em cada um dos
períodos (Tabela 2).
Tabela 2: Dias de amostragem de cada período.
Outubro
Janeiro Abril Julho
1º dia
14 19 07 16
2º dia
16 21 09 18
3º dia
18 23 11 20
Na primeira coleta (outubro/2004), nove estações de coleta foram estabelecidas com o
intuito de acompanhar o fluxo da água no sistema. Na segunda coleta (janeiro/2005), duas
estações foram adicionadas as nove existentes, totalizando, assim, onze estações, visando
melhor caracterização espacial da comunidade fitoplanctônica.
41
Figura 4: Localização das estações de coleta. Fonte: Laboratório de Sistema de Informação Geográfica (SIG). Departamento
de
Engenharia Civil, Universidade Federal de Viçosa – participante do Projeto Temático (Processo nº 02/13449-1).
42
Fluxo do rio
ETE
Lixão
Figura 5
: Representação esquemática das estações de coleta no rio Jacupiranguinha (Estações 1 e 2), no ´córrego Serrana (Estação 3), dentro
do sistema de áreas alagáveis (Estações 4 a 10) e no canal de saída (Estação 11).
Foto: Mario D. Donizete, 2004.
11
5
Rio Jacupiranguinha
1
2
4
6
7
8
9
10
3
43
As amostras do fitoplâncton foram coletadas na subsuperfície (15 centímetros iniciais
da coluna de água, aproximadamente) da água, em geral, no período da manhã, com frascos
âmbar de vidro e preservadas em formol 4 %. Feito isso, as amostras foram acondicionadas
em caixas de isopor com tampa até a chegada ao laboratório onde se realizou a identificação e
contagem dos organismos.
3.4 VARIÁVEIS CLIMATOLÓGICAS
3.4.1 Precipitação, Temperatura do ar, e Vento
Os dados pluviométricos, de temperatura do ar e de vento entre outubro/2004 e
julho/2005 foram obtidos da Plataforma de Coleta de Dados (PCD) localizada no município
de Jacupiranga e monitorada pelo Departamento Autônomo de Água e Esgoto (DAAE) do
mesmo município
(Prefixo F4 – 017, altitude 90m. Latitude: 24°43’; Longitude: 48°01’).
3.4.2 Radiação solar
As medidas da radiação solar fotossinteticamente ativa (RFA) E.m
-2
s
-1
) foram realizadas
uma vez ao dia, no período da manhã. Para isso, radiômetro “Quanta-Meter” Ly-Cor foi
utilizado, com sensibilidade entre 400-700 nm.
44
3.5 VARIÁVEIS HIDROLÓGICAS
3.5.1 Variáveis Abióticas
3.5.1.1 Velocidade de escoamento e vazão
As velocidades de escoamento (m.s
-1
) foram medidas em três estações amostrais (2, 3
e 11), sendo que a vazão foi calculada segundo a equação de Righetto (1998). Na primeira
coleta não foi possível medir as velocidades de escoamento nas estações amostrais.
Para medir os níveis hidrométricos foram instaladas três réguas: 1 córrego Serrana –
uma das entradas da área alagável (estação 3); 2 entre as estações 7, 8 e 9 e 3 - na saída do
sistema de áreas alagáveis (estação 11), conforme apresentado nas Figura 6, Figura 7 e Figura
8.
3.5.1.2 Variáveis físicas e químicas da água
Nas diferentes estações de coleta, foram analisados: alcalinidade, formas de carbono,
oxigênio dissolvido, temperatura da água, condutividade elétrica, potencial hidrogeniônico
(pH), sólidos suspensos, transparência da água, coeficiente de atenuação, radiação solar
subaquática, nutrientes dissolvidos e totais.
45
Alcalinidade e Formas de Carbono
As medidas de alcalinidade foram determinadas em mg.L
-1
, com auxílio de pHmetro,
conforme técnica de titulação potenciométrica (APHA, 1999). Para esta análise, 100 mL da
amostra foram colocados em béquer em contato com os eletrodos do pHmetro. Após a
estabilização do aparelho fez-se a leitura da temperatura e do pH inicial da amostra. Feito
Figura 7: Régua hidrométrica instala
da na
estação amostral 3 (córrego Serrana).
Foto: Benassi (2006)
Figura 6:
Réguas hidrométricas instaladas
no sistema de áreas alagáveis, entre as
estações amostrais 7, 8 e 9.
Foto: Benassi (2006)
Figura 8
: Régua hidrométrica instalada na estação amostral
11 (canal de
saída do sistema de áreas alagáveis), próximo ao
rio Jacupiranguinha.
Foto: Benassi (2006)
46
isso, iniciou-se a titulação com ácido sulfúrico 0,02 N até ser atingido o pH de 4,35;
anotando-se o volume de ácido sulfúrico utilizado. A partir dos dados obtidos, foram
calculados as concentrações de CO
2
total, HCO
3
-
, CO
2
livre e CO
3
-2
, segundo a metodologia
descrita por Mackereth (1978).
Oxigênio Dissolvido, Temperatura da água, Condutividade Elétrica e pH
As leituras de oxigênio dissolvido, temperatura, condutividade elétrica e pH foram
realizados diretamente na subsuperfície do corpo de água, com o equipamento Multisonda
Yellow-Springer 556MPS, com os resultados apresentados em mg.L
-1
, °C e µS.cm
-1
,
respectivamente .
Sólidos Suspensos
As concentrações de sólidos suspensos (total, orgânico e inorgânico) foram obtidas
através da técnica gravimétrica (APHA, 1999). Para esta determinação, foram utilizadas
membranas de fibra de vidro Millipore, AP 40, sem porosidade definida e 47 mm de
diâmetro. Previamente, as membranas foram calcinadas em mufla a 480 °C durante 1 hora e,
colocadas em dessecador por 40 minutos. Após este tempo, as membranas foram pesadas,
obtendo-se assim o peso inicial (P
o
).
As amostras foram filtradas em campo nas membranas previamente calcinadas e
pesadas, sempre com réplicas e colocadas em envelopes no dessecador, após estarem secas.
Feito isso, as membranas foram deixadas na estufa durante 24 horas a 60 °C e, posteriormente
no dessecador por 40 minutos e em seguida, pesadas (P
1
).
47
A diferença entre P
1
e P
o
resultou na concentração de sólidos suspensos totais (SST).
Em seguida, as membranas foram colocadas na mufla a 480 °C por 1 hora e no dessecador por
40 minutos e novamente pesadas (P
2
), obtendo-se agora a concentração de sólidos suspensos
inorgânicos (SSI). Para obtenção das formas de sólidos suspensos, foram utilizadas as
seguintes equações:
(
)
a
Lmg
VPPSST 1000
01
).(
1
×=
(
)
a
Lmg
VPPSSI 1000
02
).(
1
×=
SSISSTSSO
Lmg
=
).(
1
Onde: SST = sólidos suspensos totais; SSO = sólidos suspensos orgânicos; SSI = sólidos
suspensos inorgânicos; V
a
= volume da amostra filtrada (L); P
0
= peso da membrana
previamente calcinada (g); P
1
= peso da membrana seca em estufa, a 60 °C por 24 h após a
filtragem (g); e P
2
= peso da membrana após mufla durante uma hora a 480 °C (g).
Transparência da água e Coeficiente de atenuação vertical
A transparência da água foi medida com disco de Secchi, em metros. Essa técnica foi
descoberta pelo padre italiano Pietro Ângelo Secchi e foi usada pela primeira vez em 1865,
para medir a transparência da água do Mar Mediterrâneo. Na época e até os dias de hoje, o
disco de Secchi é constituído por um pesado disco de metal (POMPEO, 2007).
O disco de Secchi consiste num disco metálico, com 2 quadrantes alternados pintados
de preto e suspenso por uma corda graduada. Neste estudo, foi utilizado disco de Secchi de 30
centímetros de diâmetro e as leituras foram realizadas no período da manhã, na parte
sombreada do barco.
48
. O disco de Secchi foi imerso lentamente na água, até o ponto em que não fosse mais
possível enxergá-lo. A profundidade em que ele desapareceu foi anotada (profundidade 1)
com leitura na corda graduada. Depois de feito isso, o disco foi mergulhado mais alguns
centímetros na água e a corda foi erguida devagar, até que o disco reaparecesse
completamente. Anotou-se essa nova profundidade (profundidade 2). A transparência da água
foi igual ao valor médio das profundidades 1 e 2.
O coeficiente de atenuação vertical (k) da luz foi calculado através das medidas da
profundidade do disco de Secchi. A transparência do disco de Secchi (d) é basicamente
função da reflexão da luz na superfície do disco (POOLE e ATKINS, 1929). De acordo com
estes autores, o cálculo do k através da profundidade do disco de Secchi pode ser realizado
através da seguinte equação:
dk 7,1=
Onde: d = profundidade do disco de Secchi; 1,7 = constante calculada para a relação
IdsIo
(Io = intensidade luminosa subsuperficial e Ids = intensidade luminosa na
profundidade do desaparecimento visual do disco de Secchi).
Radiação Solar Subaquática, Zona Eufótica (Zeuf) e Zona Afótica (Zafo).
As medidas da radiação solar subaquática (RSS) E.m
-2
s
-1
) foram realizadas uma vez
ao dia, no período da manhã, na coluna de água de 0,25 m em 0,25 m. Para isso, foi utilizado
radiômetro “Quanta-Meter” Ly-Cor entre 400-700 nm de sensibilidade.
49
A partir dos resultados de radiação solar subaquática foi obtida a equação da reta, de
cada estação e dias amostrados para cálculo da zona eufótica (Z
euf
) (m). A zona afótica (Z
afo
)
(m) foi o resultado da subtração entre zona eufótica e profundidade máxima (Z
máx
) (m)
Nutrientes Dissolvidos
Para determinação das formas dissolvidas de N e P, as amostras foram filtradas em
campo com auxílio de membranas de fibra de vidro AP 20 Millipore, de 47mm de diâmetro e
porosidade entre 0,8 e 8µm. A metodologia seguida foi a descrita no APHA (1999). As
concentrações foram obtidas diretamente das leituras feitas em espectrofotômetro Hach,
(modelo DR/4000U). As amostras foram preparadas em réplica, exceto nitrato e silicato
reativo.
a) Nitrito
O método para a determinação do nitrito baseia-se na reação do nitrito, em meio ácido,
com sulfalamina, formando composto que reage com o bicloridrato de N-1-naftil
etilenodiamina, resultando em composto róseo (método colorimétrico: 4500 B).
Para isso, foram colocados em tubo de ensaio 5,0 mL da amostra e 0,1 mL de solução
de sulfanilamida. Agitou-se a mistura no agitador e, logo após, deixou-se repousar por 5 min.
Após este tempo, foi acrescentado 0,1 mL de solução de N-1-naftil etilenodiamina e a amostra
foi agitada no agitador novamente. Fez-se, então, a leitura a 543 nm
50
b) Nitrato
Para a determinação de nitrato utilizou-se o método 4500 B, que se baseia na leitura
direta em espectrofotômetro. Para isso, a curva padrão foi preparada e 5,0 mL da amostra
filtrada foi colocada em tubo de ensaio. A leitura foi feita a 220 nm.
c) Nitrogênio amoniacal
Para a determinação do nitrogênio amoniacal, 100 mL de amostra, 100 mL de água
destilada, 2,5 mL de borato (solução tampão) e 1 gota de NaOH 5N foram colocados em tubo
de digestão. Iniciou-se a destilação. O destilado foi recebido, em erlenmeyer, contendo 50 mL
de ácido bórico e 4 gotas de indicador (rosa), até atingir a marca de 100 mL do erlenmeyer.
Feito isso, realizou-se titulação, anotando o volume gasto de ácido sulfúrico 0,02 N para
atingir a cor rosa (do indicador) novamente (método titulométrico: 4500 NH
3
C). Para a
quantificação desta variável, utilizou-se a seguinte equação:
(
)
a
amostr
mLBALNmgNH 280/
3
×=
Onde: mL
amostra
= 100, A = volume de H
2
SO
4
titulado para a amostra (mL); B = volume de
H
2
SO
4
titulado para o branco (mL); e 280 = ajuste para o nitrogênio (0,02 N; 1,0 mL = 280 µg
N)
51
d) Fosfato Inorgânico
Para a determinação do fosfato inorgânico, ou ortofosfato 5,0 mL de amostra e 0,5 mL
de reagente misto foram colocados em tubo de ensaio. As amostras foram agitadas e em
seguida fez-se a leitura a 882 nm.
Para a preparação do reagente misto, adicionou-se em béquer 12,5 mL de tartarato
antimônio de potássio; 25,0 mL de molibdato de amônio; 62,5 mL de ácido sulfúrico 5,0 N e
25,0 mL de solução de ácido ascórbico.
e) Silicato Reativo
O silicato reativo foi determinado a partir do método descrito em Golterman (1978). O
princípio da reação é a formação de um complexo sílico-molibdato (coloração amarela) pela
adição de molibdato de sódio, em meio ácido. Para isso, em tubo de ensaio foi colocado 5,0
mL de amostra e 0,5 mL de solução de molibdato de sódio. Agitou-se a mistura e deixou-se
em repouso por 15 min. Feito isso, acrescentou-se 1,25 mL de solução de H
2
SO
4
1:1 e agitou-
se novamente. Em seguida, fez-se a leitura em espectrofotômetro a 365 nm.
Nutriente Total
a) Nitrogênio Total Kjeldahl
A forma total de nitrogênio foi determinada de acordo com APHA (1999) e as
amostras permaneceram congeladas até o momento da análise.
52
Para determinação de NTK, 30 mL de amostra, 1 mL de sulfato de cobre, 2,5 mL de
ácido sulfúrico concentrado e 1,5 g de sulfato de potássio foram colocados em tubos de
digestão. Os tubos foram levados ao Scrubber, onde permaneceram por 40 min a 300 °C, para
que ocorresse a digestão.
Após o resfriamento dos tubos, as amostras foram destiladas, seguindo o seguinte
procedimento: 50 mL de água destilada e 20 mL de NaOH (10%) foram adicionados a cada
amostra. Esta quantidade de NaOH foi juntada à mistura no início da destilação. Procedeu-se
à destilação seguida da titulação, como descrito anteriormente para o nitrogênio amoniacal
(4500 – N
org
B). A quantificação do nitrogênio total foi fornecida através da seguinte equação:
(
)
amostra
NTK
mLBALmgTOTAL 280).(
1
×=
Onde: mL
amostra
= 30, A = volume de H
2
SO
4
titulado para a amostra (mL); B = volume de
H
2
SO
4
titulado para o branco (mL) e 280 = ajuste para o nitrogênio (0,02 N; 1,0 mL = 280 µg
N).
3.5.2 Variáveis Bióticas
3.5.2.1 Identificação e Contagem da Comunidade Fitoplanctônica
O fitoplâncton foi identificado através de chaves de identificação e bibliografias específicas
(ANAGNOSTIDIS e KOMARÉK, 1988, 1990; BICUDO e AZEVEDO, 1977; BICUDO e
SORMUS, 1982; BICUDO e SAMANEZ, 1984; BICUDO e CASTRO, 1994; BICUDO e
MENEZES, 2005; BOURRELY, 1972, 1981, 2002; GERLOFF e CHOLNOKY, 1970;
KOMARÉK e ANAGNOSTIDIS, 1989, 1998; KOMARÉK e FOTT, 1983; PATRICK e
53
REIMER, 1966; SANTANNA et al., 2006; PARRA et al., 1980, 1983; PARRA et al. 1982) e
consultas a sites com imagens e descrições de espécies fitoplanctônicas (PROTIST
INFORMATION SERVIER; BRETAGNE ENVIRONNEMENT; OYADOMARI, J.K.;
CYANOSITE, entre outros).
Os exames microscópios foram realizados com auxílio de microscópio invertido marca
Leica, modelo DMIL.
A análise quantitativa do fitoplâncton foi feita segundo o método de sedimentação de
Uthermöhl (1958), conforme descrito em Wetzel e Likens (1991), utilizando câmaras de 2
mL, 5 mL, 10 mL e 20 mL, para a sedimentação das amostras.
Em algumas amostras foram necessárias diluições, principalmente nos meses de
janeiro e abril (Tabela 3). Em janeiro, as amostras continham grande quantidade de material
em suspensão, quando comparadas aos outros meses.
O número de indivíduos por unidade de volume foi calculado segundo Wetzel e
Likens (op cit.), sendo a unidade fundamental de contagem, o campo do microscópio.
O número de campos contados por amostra foi estabelecido através da curva de
estabilização, sendo, a contagem interrompida, depois de contados 20 campos e nenhuma
nova espécie era encontrada ou, quando se atingia a quantidade de 100 ou mais indivíduos da
espécie abundante. O número de campos contados foram 34 em média e o número de células
por campo variou entre 1 e 118 dependendo da amostra analisada.
Os indivíduos foram considerados de acordo com sua organização: espécies
unicelulares, toda célula individual e também célula com processo reprodutivo ainda não
concluído e espécies que formam colônias ou agregações, com agrupamento mínimo de
quatro células.
54
Tabela 3: Período de coleta, localização, de campos contados e médio de células por campo das
amostras diluídas para determinação da densidade celular.
Período de
coleta
Localização Diluição
N
o
campos
(contados)
N
o
células
(média)
Outubro Estação 10; 1ºdia 1:100 30 5
Janeiro Estações 1 e 2; 2ºdia 1:10
48 e 37,
respectivamente
2
Estação 6; 2º dia 1:2 28 2
Estação 8; 3º dia 1:2 37 4
Estação 9; 2º dia 1:10 61 3
Estação 10; nos três dias
1:5; 1:50 e 1:10,
respectivamente
61;36 e 24,
respectivamente
2; 2 e 4,
respectivamente
Estação 11; 2º e 3ºdias
1:5 e1:2,
respectivamente
30 e 17,
respectivamente
2 e 7,
respectivamente
Abril
Estações 3, 5, 8, 9 e 10;
1º dia
1:2
25; 48; 11; 6 e 11,
respectivamente
4; 5; 10; 17 e 9,
respectivamente
Julho Estação 10; 2ºdia 1:2 17 6
Com a identificação e contagem dos organismos foram obtidos densidade, abundância
relativa e porcentagem de contribuição das classes taxonômicas. A freqüência específica e os
índices de diversidade, eqüidade e dominância de espécies também foram calculados.
Densidade
A densidade dos organismos fitoplanctônicos foi calculada utilizando-se a seguinte
equação (APHA, 1999):
55
V
F
AF
ATC
D
mLorg
××
×
=
).(
1
Onde: D = densidade (organismos.mL
-1
); C = número de indivíduos contados; AT (mm
2
) =
área total da câmara de sedimentação; AF (mm
3
) = área do campo de contagem; F = número
de campos contados e V (mL) = volume da amostra sedimentada.
Abundância Relativa
A abundância relativa foi calculada a partir do número de indivíduos encontrado para
cada espécie em relação ao número total de indivíduos de cada amostra. Os organismos foram
classificados de acordo com McCullough e Jackson (1985) em:
dominantes
, para os que
obtiverem de 50 a 100% de abundância relativa;
abundantes
, para os que apresentarem de 30
a 49%;
comuns
, para os que tiverem 10 a 29%;
ocasionais
, para aquelas com 1 a 9%; e,
raros
,
para os que apresentarem menos de 1%.
Porcentagem de Contribuição das Classes (PCC)
A porcentagem de contribuição das classes foi calculada em relação à densidade total
encontrada em cada estação e períodos amostrados, pela equação:
100×
=
t
c
D
D
PCC
Onde: PCC = porcentagem de contribuição da classe; D
c
= densidade de cada classe e D
t
=
densidade total.
56
Freqüência Específica
A freqüência específica foi calculada em relação à presença das espécies nas estações
amostradas, segundo Lobo e Leighton (1986), utilizando-se a equação:
100×
=
P
P
F
a
Onde: F = freqüência específica; P
a
= número de amostras em que a espécie foi encontrada e
P = número total de amostras analisadas.
Índices de Diversidade de Espécies, Dominância e Eqüidade
A diversidade de espécies (H’) foi calculada segundo Odum (1988):
(
)
×= pipiH log'
Onde: H’ = índice de Shannon-Weaver;
Nnipi =
; ni = número de indivíduos da espécie i e
N = número total de indivíduos.
O índice de eqüidade foi calculado com base nos valores de H’ de Shannon:
SHE log'=
Onde: E = eqüidade; H’ = índice de Shannon-Weaver e S = número total de espécies.
57
O índice de dominância foi calculado conforme Odum (1988):
(
)
=
2
Nnic
Onde: c = índice de dominância; ni = número de importância de cada espécie; N = número
total de indivíduos.
3.5.2.2 Biovolume
A biomassa também foi quantificada por biovolume. O tamanho e volume das células
fitoplanctônicas foram determinados através da forma geométrica aproximada das espécies
dominantes e abundantes. Fez-se necessário à medição de 10 a 25 indivíduos de cada espécie
encontrada. A medição foi feita com o auxílio de microscópio invertido marca Leica, modelo
DMIL.
A biomassa média da espécie foi multiplicada por sua densidade para se obter
biomassa total fitoplanctônica (mm
3
), segundo descrito em Wetzel e Likens (1991) e em
Hillebrand et al. (1999):
(
)
×= nViVC
médio
Onde: VC = volume celular médio m
3
); Vi = volume celular individual m
3
) e n = número
de espécies medidas.
espéciedaobtidosorganimostotalnVCBiovolume
o
médio
m
×=
)(
3
µ
58
3.5.2.3 Clorofila a e Feofitina
A quantificação da biomassa fitoplanctônica também foi realizada, de forma indireta,
através da determinação da concentração de clorofila
a
e a sua forma degradada foi obtida
através da concentração de feofitina.
No campo, aproximadamente 200 mL de cada amostra foram filtrados em membranas
de fibra de vidro Millipore, AP 20, com porosidade de 0,8-8 µm e 47 mm de diâmetro;
posteriormente, os filtros foram colocados em envelopes de papel e em frascos âmbar
contendo sílica gel e guardou-se em local protegido da luminosidade e baixa temperatura.
No laboratório, a extração foi realizada com etanol 80% a quente (NUSCH, 1980).
Para isso, cada membrana contendo material filtrado foi colocada em tubo de ensaio
juntamente com 10 mL de etanol 80%. Tampou-se cada tubo e encapou-se com papel
alumínio. Em seguida, as amostras passaram por choque térmico, permanecendo por cinco
minutos em banho-maria a 75 °C e por mais 5 minutos em água gelada. Depois disto, as
amostras foram deixadas na geladeira por aproximadamente 12 horas, no escuro.
Então, retiraram-se as membranas dos tubos e fez-se a leitura em espectrofotômetro
(Hach, modelo DR/4000U) em dois comprimentos de onda, 750 e 650 nm. O primeiro é
necessário para eliminar a influência da turbidez da amostra. Feito isso, quatro gotas de ácido
clorídrico 0,4 N, foram adicionadas às amostras para redução do pH entre 2,6 e 2,8. Esperou-
se 5 minutos e foram realizadas novas leituras nos mesmos comprimentos de onda.
Para a determinação da clorofila
a
e feofitina foram utilizadas as equações descritas
em Nush (op cit):
(
)
(
)
19,27
).(
1
×××=
VvEAEBaClorofila
Lg
µ
(
)
[
]
(
)
17,19,27
).(
1
××××=
VvEBEAFeofitina
Lg
µ
59
Onde: EB = diferença de leitura (absorbância) da amostra não acidificada (665 nm – 750 nm);
EA = diferença da amostra acidificada (665 nm 750 nm); v = volume do solvente (10 mL);
V = volume filtrado (L) e 1 = diâmetro da cubeta.
3.6 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Com os resultados obtidos foram feitas correlações lineares e Análises de Cluster e de
Componentes Principais (PCA), com o intuito de analisar a influência sazonal das variáveis
climatológicas e hidrológicas sobre a distribuição espacial e temporal do fitoplâncton, no
sistema de áreas alagáveis.
A utilização destas ferramentas em pesquisas relacionando os fatores hidrológicos e
climatológicos com a estrutura da comunidade fitoplanctônica têm sido eficiente de acordo
com Ibañez (1998); Zalocar de Domitrovic (2003).
4. RESULTADOS
4.1 VARIÁVEIS CLIMATOLÓGICAS
4.1.1 Precipitação, Temperatura do ar e Vento
Devido à inexistência de estação climatológica na região do sistema de áreas
alagáveis, no período de estudo, foram usados os dados de precipitação, temperatura do ar e
vento, do município de Jacupiranga. Este município fica a aproximadamente 15 km do
município de Cajati, o qual dista 4,5 km do sistema de áreas alagáveis.
60
Os valores de precipitação mensal acumulada entre outubro de 2004 e agosto de 2005
estão representados na Figura 9. A maior precipitação mensal acumulada foi constatada no
mês de janeiro (377,0 mm), quando se observou conectividade do rio com o sistema de áreas
alagáveis.
Nos meses de dezembro/04 e março/05 também foram obtidos valores altos de
precipitação mensal acumulada (373,7 mm e 348,7 mm, respectivamente), se comparados aos
demais meses. Os menores resultados de acúmulo da precipitação mensal foram verificados
em junho e fevereiro (65,5 mm e 89,3 mm, respectivamente).
0
50
100
150
200
250
300
350
400
out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05 jun/05 jul/05
mêses
Precipitação acumulada (mm/mês)
Figura 9: Precipitação acumulada (mm/mês) no município de Jacupiranga entre outubro/2004 e
julho/2005. Fonte: DAAE.
Em relação à precipitação diária, no mês de outubro precipitou durante o período de
coleta (dias 14, 16 e 18), porém pouco (3,2 mm, dia 13; 14,5 mm, dia 14; 8,0 mm, dia 15; 2,4
mm, dia 16; 28,2 mm dia 17 e 6,0 mm, dia 18), conforme Figura 10. Em janeiro, a
precipitação foi de 12,6 mm, dia 18; 8,1 mm, dia 19; 15,4 mm, dia 20; 43,8 mm, dia 21; 32,1
mm, dia 22 e 3,4 mm, dia 23.
Nos meses de abril e julho, não houve precipitação entre os dias de coleta. Entretanto,
dia 04 de abril, três dias antes do início da 3ª coleta, houve registro de 40,9 mm.
61
outubro/04
0
5
10
15
20
25
30
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31
dias
Precipitação diária (mm/dia)
janeiro/05
0
20
40
60
80
100
120
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31
dias
Precipitação diária (mm/dia)
abril/05
0
10
20
30
40
50
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31
dias
Precipitação diária (mm/dia)
julho/05
0
20
40
60
80
100
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31
dias
Precipitação diária (mm/dia)
dias de coleta em abril e julho/05 não houve precipitação nos dias de coleta,exceto no dia 6/4/05
Figura 10
:
Precipitação diária no município de Jacupiranga no período de estudo. Fonte: DAAE.
Na Figura 11 está representada a intensidade dos ventos e a temperatura do ar, no
município de Jacupiranga, durante os dias de coleta.
Houve variação da intensidade dos ventos entre os períodos de amostragem. O menor
valor foi registrado em 17 de julho (0,4 m.s
-1
) e o maior, em 14 de outubro (2,0 m.s
-1
).
Os valores de temperatura nos dias amostrados variaram de 13,1 °C (19/07) a 28,0 °C
(11/04). Entre os meses de outubro e janeiro esta variação foi menor, entre 20,7 °C (18/10) e
25,8 °C (23/1).
62
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
13/ou
t
15/out
1
7
/o
u
t
19/
j
an
21
/j
an
2
3/j
a
n
6
/ab
r
8/abr
1
0/abr
1
6/j
u
l
18/jul
20
/j
ul
Temperatura (ºC)
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
Vento (m.s
-1
)
Temp. Vento
Figura 11: Intensidade dos ventos (m.s
-1
) e Temperatura do ar (ºC) no município de Jacupiranga, nos dias
de coleta. Fonte: DAAE.
4.1.2 Radiação Solar Fotossinteticamente Ativa
Como está representado na Tabela 4, entre os valores de radiação solar
fotossinteticamente ativa (µE.m
-2
.s
-1
) incidente sobre o sistema de áreas alagáveis houve
variabilidade temporal e heterogeneidade espacial, no período de estudo A medida foi feita
apenas nas estações 4, 5, 6, 7, 8 e 9.
No mês de outubro, houve grande variação entre os três dias de coleta na estação 7,
enquanto que na estação 9, a variação foi menor, por exemplo. A maior RFA incidente foi
detectada na estação 8 (2.185,0 µE.m
-2
s
-1
, no dia), e, a menor, na estação 7 (9,1 µE.m
-2
s
-1
,
no dia). De maneira geral, os maiores valores obtidos de RFA entre as estações amostrais
ocorreram no dia 2º dia, com exceção da estação amostral 7.
Em janeiro, com exceção do dia, os menores valores de RFA foram obtidos nas
estações 7, 8 e 9 se comparados aos valores das estações 4, 5 e 6. Na estação 6, foi obtido o
maior valor de RFA incidente (1.254,0 µE.m
-2
s
-1
, no dia); e nas estações 5 e 7, os menores
(125,0 µE.m
-2
s
-1
, no 2º dia e 108,0 µE.m
-2
s
-1
, no 1º dia, respectivamente).
63
No mês de abril, valores mais altos de RFA foram verificados nas estações, na maioria
dos três dias amostrados, quando comparadas aos outros períodos (1.566,0 µE.m
-2
s
-1
, na
estação 4, dia, por exemplo). Os menores valores de RFA deste período foram obtidos, em
todas as estações, no dia (variando de 89,8 µE.m
-2
s
-1
, na estação 8 a 393,7 µE.m
-2
s
-1
, na
estação 6).
No período de julho, nas estações 4, 7, 8 e 9, os valores desta variável foram os
menores entre os períodos de estudo e variou entre 66,8 µE.m
-2
s
-1
(estação 9) a 337,0 µE.m
-2
s
-
1
(estação 4). Nas estações analisadas foram verificados valores superiores de RFA no dia,
quando comparadas aos outros dois dias amostrados em julho.
Tabela 4: Radiação solar fotossinteticamente ativa (RFA, µ
µµ
µE.m
-2
.s
-1
) incidente no sistema de áreas
alagáveis, no período de estudo.
Dias
de coleta
Estação
4
Estação
5
Estação
6
Estação
7
E
stação
8
Estação
9
163,7 154,0 274,7 1.232,0 1.545,0 812,7
1.174,0 855,0 1.055,0 755,0 2.185,0 1.062,0
Outubro
427,0 356,0 534,0 9,1 328,0 533,0
Média
588,2 455,0 621,2 665,4 1.352,7 802,6
(desvio-padrão)
524,1 360,8 397,4 616,4 943,3 264,6
190,0 222,0 297,0 108,0 127,0 182,0
181,0 125,0 142,0 493,0 374,0 320,0
Janeiro
525,7 531,0 1.254,0 194,0 199,0 363,0
Média
298,9 292,7 564,3 265,0 233,3 288,3
(desvio-padrão)
196,5 212,0 602,3 202,1 127,0 94,6
1.471,0 1.118,0 1.041,0 135,0 149,8 242,3
207,4 299,2 393,7 123,3 89,8 97,2
Abril
1.566,0 643,0 696,9 370,1 362,2 400,8
Média
1.081,5 686,7 710,5 209,5 200,6 246,8
(desvio-padrão)
758,5 411,1 323,9 139,2 143,1 151,8
1.431,0 1.459,0 1.382,0 1.096,0 1.002,0 941,9
337,0 909,0 917,3 145,9 111,0 66,8
Julho
378,1 321,6 307,0 147,1 122,6 82,0
Média
715,4 896,5 868,8 463,0 411,9 363,6
(desvio-padrão)
620,1 568,8 539,1 548,2 511,1 500,9
64
4.2 VARIÁVEIS HIDROLÓGICAS
4.2.1 Variáveis Abióticas
4.2.1.1 Velocidade de escoamento e vazão
Os valores médios de vazão, velocidade média, largura e área do rio Jacupiranguinha
(estação 2), do córrego Serrana (estação 3) e da saída do sistema de áreas alagáveis (estação
11) estão representados na Tabela 5.
Em janeiro, os valores médios de vazões foram observados apenas nas estações 3 e 11.
Não foi medida a vazão da estação 2, em janeiro, devido ao aparelho estar quebrado. Os
menores valores médios de vazões foram registrados no mês de julho, como era esperado para
um período caracterizado como seco. Na estação 2 , foram verificados valores médios de
vazões superiores aos encontrados para as estações 3 e 11, em abril e julho.
Os maiores valores médios de vazão foram observados na Estação 2, no rio
Jacupiranguinha, quando comparadas às demais estações e estiveram entre 4,597 m
3
.s
-1
e
3,449 m
3
.s
-1
, em abril e julho, respectivamente.
A estação 3 (córrego Serrana) foi caracterizada por menores vazões, nos três períodos
analisados. Os valores médios foram 0,178 m
3
.s
-1
, 0,032 m
3
.s
-1
e 0,018 m
3
.s
-1
, para janeiro,
abril e julho, respectivamente.
65
Tabela 5: Valores médios e desvios-padrão de vazão (m
3
.s
-1
), velocidade média (m.s
-1
), largura (m) e área
(m
2
), no período de janeiro, abril e julho de 2005.
Dias
Vazão
(m
3
.s
-1
)
V Média
(m.s
-1
)
Largura
(m)
Área
(m
2
)
Média
7,597 0,785 16,150 9,695
Abril
dp
0,245 0,044 0,100 0,749
Média
3,449 0,792 10,400 4,360
Estação 2
Julho
dp
0,022 0,013 0,000 0,058
Média
0,178 0,137 2,433 1,210
Janeiro
dp
0,079 0,006 0,058 0,493
Média
0,032 0,382 1,020 0,084
Abril
dp
0,007 0,037 0,045 0,011
Média
0,018 0,328 0,800 0,058
Estação 3
Julho
dp
0,002 0,019 0,000 0,004
Média
0,287 0,540 1,400 0,450
Janeiro
dp
0,281 0,198 0,141 0,325
Média
0,052 0,203 1,400 0,288
Abril
dp
0,004 0,059 0,000 0,005
Média
0,021 0,238 1,200 0,088
Estação 11
Julho
dp
0,002 0,011 0,000 0,004
dp: desvio-padrão; n = 2, estação 11 (janeiro); n = 3, estação 3 (janeiro); n = 4, estações 2 e 11 (abril); n =
5, estação 3 (abril e julho) e estações 2 e 11 (julho).
4.2.1.2 Níveis Hidrométricos
Os níveis hidrométricos das réguas instaladas na estação 2 (Régua 2) e entre as
estações 7, 8 e 9 (Régua 3) estão representados na Figura 12 e Figura 13 , respectivamente.
Em ambas as Figuras, observa-se que os períodos de pico, ou seja, quando o nível da água
estava alto, são coincidentes entre os dias. Esses períodos de águas mais altas ocorreram nos
meses de janeiro e final de março e maio.
66
gua 2
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
23/
12
31/
12
8/1
16/1
24/
1
1/
2
9/
2
17
/2
25/2
5/
3
13/
3
21/
3
29/
3
6/4
14/4
22/
4
30/
4
8/5
16
/5
24/5
1/
6
9/
6
Nível hidrométrico (m)
Figura 12: Níveis hidrométricos da régua 2 instalada na estação amostral 2.
Régua 3
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
24/12
1/1
9/1
1
7
/1
2
5
/1
2/2
1
0
/2
18
/2
26
/2
6
/3
14
/
3
22
/
3
30
/
3
7
/4
15/4
23/4
1
/5
9
/5
17/5
25/5
2
/
6
10/6
Nível hidrométrico (m)
Figura 13: Níveis hidrométricos da régua 3 instalada entre as estações amostrais 7, 8 e 9.
4.2.1.3 Variáveis Químicas e Físicas da água
Análise de
Cluster
Nesta pesquisa, a Análise de Cluster foi realizada com o objetivo de agrupar as
estações de coleta.
67
A análise de Cluster foi aplicada, primeiramente, de forma geral, ou seja, usando a
média das variáveis físicas e químicas, entre os 4 períodos. A formação de 7 grupos foi
observada, com similaridade próxima de 85,0 % (Figura 14). São eles: Grupo 1: estação 1,
Grupo 2: estação 2, Grupo 3: estação 11, Grupo 4: estação 10, Grupo 5: estação 3, Grupo 6:
estações 4, 5 e 6 e Grupo 7: estações 7, 8 e 9.
As variáveis profundidade do sistema de áreas alagáveis, transparência (disco de
Secchi) e coeficiente de atenuação, não foram incluídas na análise de Cluster geral, pois estas
não apresentaram medições em todas as estações.
Figura 14: Análise de Cluster para as variáveis físicas e químicas.
Esta análise foi aplicada também para cada variável física e química. Os valores
médios mensais das variáveis físicas e químicas, por estação de coleta, foram usados neste
caso, pois, o uso dos valores brutos (diários) compôs dendograma com muitas observações, as
quais tornam a interpretação duvidosa, devido à dificuldade de se determinar com exatidão os
grupos formados. Todos os grupos constituídos tiveram similaridade superior a 85 %
68
Em comparação à análise geral, na análise de Cluster feita para cada variável, os
grupos formados foram, muitas vezes, alterados. No entanto, percebeu-se que, dois conjuntos,
as estações 4, 5 e 6 e as estações 7, 8 e 9, comumente, foram estabelecidos.
Não raro, em algumas variáveis observou-se formação de um único grupo com estas
seis estações de coleta, com a adição de outras variáveis ou não. Em outras, verificou-se uma
das estações do primeiro conjunto unida ao segundo conjunto ou vice-versa, e ainda, uma ou
mais estações não formaram grupo e permaneceram sozinhas.
Assim, para melhor apresentação dos resultados de cada variável, sempre que possível,
as estações de coleta foram agrupadas, fundamentadas nos grupos obtidos a partir da análise
de Cluster, os quais foram denominados: rio Jacupiranguinha, córrego Serrana, lagoa 1, lagoa
2 e saída, identificadas no quadro abaixo.
Alcalinidade e Formas de Carbono
Conforme Figura 15, as estações do rio Jacupiranguinha (estações 1 e 2) foram
semelhantes nos quatro períodos. A estação do córrego Serrana (estação 3) assemelhou-se às
estações do rio Jacupiranguinha, em outubro e às lagoas 1 e 2, em janeiro. Nos meses de abril
e julho a estação do córrego Serrana não foi agrupada com as demais estações.
Rio Jacupiranguinha
– Estações 1 e 2
Córrego Serrana – Estação 3
Lagoa 1 – Estações 4, 5 e 6
Lagoa 2 – Estações 7, 8 e 9
Saída – Estações 10 e 11
69
As estações da lagoa 1 foram similares em todos os períodos. Entretanto,no mês de
janeiro foram agrupadas também às estações da lagoa 2 (estações 7, 8 e 9) e do córrego
Serrana e em julho, às estações da lagoa 2 e da saída do sistema (estações 10 e 11).
As estações da saída (estações 10 e 11) foram semelhantes em todos os períodos,
sendo agrupadas à lagoa 2, em abril.
Figura 15: Análise de Cluster Alcalinidade, no período de estudo: a) outubro, b) janeiro, c) abril e d)
julho.
Na Figura 16 está representada a alcalinidade, em mg.L
-1
, em outubro. Nas estações do
rio Jacupiranguinha (estações 1 e 2) e córrego Serrana (estação 3) as concentrações foram
inferiores às estações das lagoas 1 (estações 4, 5 e 6) e 2 (estações 7, 8 e 9) e saída (estações
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
81,99
88,00
94,00
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
85,35
90,23
95,12
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
85,35
90,23
95,12
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
3111098765421
75,22
83,48
91,74
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
3111098765421
75,22
83,48
91,74
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
85,96
90,64
95,32
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
85,96
90,64
95,32
100,00
a)
b
)
c)
d)
70
10 e 11), variando de 27,1 mg.L
-1
(no dia) a 33,6 mg.L
-1
(no dia), na estação 2. nas
estações da saída, foram obtidas concentrações elevadas (1º dia, 80,8 mg.L
-1
e 79,6 mg.L
-1
;
estações 10 e 11, respectivamente).
Nota-se que as estações amostrais 2, 5 e 6 apresentaram pequena variação entre os dias
amostrados, enquanto que nas estações da lagoa 2 (7, 8 e 9) e saída (10 e 11), a variação foi
maior. A estação 1 não foi amostrada noe 2º dia, a estação 3, no 1º e 3º e a estação 4, no 2º
dia.
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
Alcalinidade (mg.L
-1
)
dia dia dia
Figura 16: Alcalinidade (mg.L
-1
), em outubro.
Na Figura 17 está representada a alcalinidade relativa a janeiro. As concentrações de
alcalinidade na lagoa 1 apresentaram o mesmo padrão entre os três dias, ou seja, maiores
concentrações foram encontradas no dia e as menores, no dia. Padrão semelhante foi
observado para a lagoa 2, com diferença que as menores concentrações foram constatadas no
2º dia.
Nas estações do córrego Serrana, da lagoa 2 e da saída, foram obtidas maiores
concentrações, estando entre 88,9 mg.L
-1
(na estação 8, dia) e 96,5 mg.L
-1
(na estação 11,
dia). Observou-se, também, amplitude de variação entre os dias alternados. Por exemplo,
na estação 11 foi observada variação entre 23,4 mg.L
-1
, 2º dia e 96,5 mg.L
-1
, 1º dia.
71
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
Alcalinidade (mg.L
-1
)
dia dia dia
Figura 17: Alcalinidade (mg.L
-1
), em janeiro.
As concentrações das estações da lagoa 1 (estações 4, 5 e 6) foram semelhantes nos
três dias analisados, em abril. Na estação do córrego Serrana, as maiores concentrações de
alcalinidade foram verificadas entre os três dias amostrados, atingindo o máximo de 118,8
mg.L
-1
, no dia. As menores concentrações do período foram registradas no rio
Jacupiranguinha, que variaram de 32,8 mg.L
-1
, no dia a 38,6 mg.L
-1
, no 3º dia, na estação 1
(Figura 18).
Figura 18: Alcalinidade (mg.L
-1
), em abril.
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
Estações amostrais
Alcalinidade (m.gL
-
1
)
1º dia
2º dia
3º dia
72
A variação, entre os dias amostrados em julho, foi menor que nos períodos anteriores.
A maior concentração de alcalinidade no período também foi observada na estação do córrego
Serrana (71,5 mg.L
-1
, no 2º dia). Obteve-se a menor concentração, no rio Jacupiranguinha
(estação 1, no 2º dia, 42 mg.L
-1
) (Figura 19).
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
Alcalinidade (mg.L
-1
)
dia dia dia
Figura 19: Alcalinidade (mg.L
-1
), em julho.
Nas estações do rio Jacupiranguinha (estações 1 e 2), o dióxido de carbono total foi
agrupado em todos os períodos. A estação do córrego Serrana (estação 3) manteve-se isolada
em três dos quatro períodos (janeiro, abril e julho) e foi agrupada no mês de outubro com duas
das estações da lagoa 1 (estações 4 e 5). As estações das lagoas 1 (estações 4, 5 e 6), 2
(estações 7, 8 e 9) e saída (estações 10 e 11) foram agrupadas em janeiro e julho. Já em abril,
as estações da lagoa 2 foram agrupadas apenas às estações da saída, conforme análise de
Cluster (Figura 20).
73
Figura 20
:
Análise de Cluster – CO
2
total, no período de estudo: a) outubro, b) janeiro, c) abril e d) julho.
Com relação ao dióxido de carbono livre, as estações de saída (estações 10 e 11) não
foram agrupadas em nenhum dos períodos. A estação 2 (rio Jacupiranguinha) foi agrupada às
estações do córrego Serrana (estação 3) e lagoa 1 (estação 4, apenas), em janeiro e somente à
estação do córrego Serrana, em abril. Esta última foi agrupada às estações da lagoa 1
(estações 4 e 5), em outubro e as estações das lagoas 1, 2 e saída (estação 10) , em julho.
As estações da lagoa 1 (estações 4, 5 e 6) foram agrupadas juntamente às estações da
lagoa 2 (estações 7 e 8), em abril. Apenas as estações 5 e 6 estiveram agrupadas na lagoa 1,
em janeiro. Em outubro, a estação 6 não foi similar à outra estação. Em outubro e janeiro as
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
75,92
83,95
91,97
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
75,92
83,95
91,97
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
75,92
83,95
91,97
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
79,77
86,51
93,26
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
79,77
86,51
93,26
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
79,24
86,16
93,08
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
79,24
86,16
93,08
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
88,35
92,23
96,12
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
88,35
92,23
96,12
100,00
a)
d)
b)
c)
74
estações da lagoa 2 foram agrupadas, sendo que em janeiro, a estação 10 também fez parte
deste grupo (Figura 21).
Figura 21: Análise de Cluster – CO
2
livre, no período de estudo: a) outubro, b) janeiro, c) abril e d) julho.
Segundo a Figura 22, as estações do rio Jacupiranguinha (estações 1 e 2) foram
agrupadas em todos os períodos. A estação do córrego Serrana (estação 3) permaneceu
isolada nos meses de janeiro, abril e julho. Porém em outubro, as estações da lagoa 1
(estações 4 e 5) agruparam-se a estação 3. As lagoas 1 (estações 4, 5 e 6) e 2 (estações 7, 8 e
9) foram agrupadas nos meses de janeiro e julho, sendo que, no último período citado, as
estações de saída também compuseram este grupo.
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
72,76
81,84
90,92
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
72,76
81,84
90,92
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
85,47
90,32
95,16
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
85,47
90,32
95,16
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
82,34
88,23
94,11
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
82,34
88,23
94,11
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
75,73
83,82
91,91
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
75,73
83,82
91,91
100,00
a)
b
)
c
)
d
)
75
Em abril, as lagoas 1 e 2 formaram grupos distintos, com a adição das estações de
saída (estações 10 e 11) no grupo da lagoa 2. A estação 6 compôs grupo com as estações 7 e 8
(lagoa 2), em outubro e no mesmo período, a estação 9 foi similar à estação 10. As estações
de saída foram agrupadas separadamente das demais estações, no mês de janeiro.
Figura 22: Análise de Cluster – HCO
3
, no período de estudo: a) outubro, b) janeiro, c) abril e d) julho.
Os grupos formados na análise de Cluster para o carbonato, nos meses de janeiro e
abril, foram iguais. As estações do rio Jacupiranguinha (estações 1 e 2) e córrego Serrana
(estação 3) permaneceram isoladas. As estações da lagoa 1 (estações 4, 5 e 6) constituíram um
grupo e as estações da lagoa 2 (estações 7, 8 e 9) e da saída (estações 10 e 11) constituíram
outro grupo.
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
75,93
83,95
91,98
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
75,93
83,95
91,98
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
79,78
86,52
93,26
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
79,78
86,52
93,26
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
79,25
86,16
93,08
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
79,25
86,16
93,08
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
88,35
92,23
96,12
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
88,35
92,23
96,12
100,00
a)
b
)
c
)
d
)
76
Em outubro, a estação do córrego Serrana (estação 3) e as estações da lagoa 1
(estações 4 e 5) formaram um grupo e a estação 6 e as estações da lagoa 2 (estações 7, 8 e 9)
constituíram outro grupo. As estações do rio Jacupiranguinha (estações 1 e 2) e estação 10
não constituíram grupos, permaneceram separadas.
Em julho, com as estações do rio Jacupiranguinha (estações 1 e 2) não foi formado
grupo, como nos meses anteriores. as estações do córrego Serrana , das lagoas 1 e 2 e da
saída foram agrupadas (
Figura
23
).
Figura 23: Análise de Cluster – CO
3
, no período de estudo: a) outubro, b) janeiro, c) abril e d) julho.
Estações de Coleta
Similaridade
21098765431
73,68
82,45
91,23
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
21098765431
73,68
82,45
91,23
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
83,06
88,71
94,35
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
83,06
88,71
94,35
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
78,73
85,82
92,91
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
78,73
85,82
92,91
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
83,44
88,96
94,48
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
83,44
88,96
94,48
100,00
a)
b
)
c
)
d)
77
As estações do rio Jacupiranguinha (estações 1 e 2) permaneceram agrupadas em
todos os períodos na análise de Cluster feita para o carbono inorgânico (Figura 24). A estação
do córrego Serrana (estação 3) não foi agrupada com outras estações em janeiro e abril. Já em
outubro, esta estação foi agrupada às estações 4 e 5 (lagoa 1) e em julho, às estações das
lagoas 1 (estações 4, 5 e 6) e 2 (estações 7, 8 e 9) e saída.
As estações da lagoa 1 e 2 foram agrupadas em janeiro, mas constituíram grupos
distintos em outubro e abril. Ainda em janeiro, as estações da lagoa 2 foram agrupadas às
estações de saída. As estações de saída (estações 10 e 11) foram semelhantes em janeiro,
porém a estação 10 foi semelhante à estação 9 em outubro.
Figura 24: Análise de Cluster Carbono inorgânico, no período de estudo: a) outubro, b) janeiro, c) abril
e d) julho.
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
75,91
83,94
91,97
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
75,91
83,94
91,97
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
79,77
86,51
93,26
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
79,77
86,51
93,26
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
79,24
86,16
93,08
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
79,24
86,16
93,08
100,00
Observations
Similaridade
1110987654321
88,35
92,23
96,12
100,00
Observations
Similaridade
1110987654321
88,35
92,23
96,12
100,00
a)
b
)
c
)
d
)
78
Na Tabela 6 está representada as concentrações de dióxido de carbono total e livre,
bicarbonato, carbonato e carbono inorgânico, nas estações 1, 2 (rio Jacupiranguinha) e 3
(córrego Serrana).
Com relação à distribuição das concentrações das formas de carbono inorgânico,
houve heterogeneidade espacial nas estações classificadas como rio Jacupiranguinha (estações
1 e 2) e córrego Serrana (estação 3).
Com exceção do dióxido de carbono livre e o carbonato, as maiores concentrações
foram obtidas no córrego Serrana (estação 3), em janeiro, no dia (82,67 mg. L
-1
de dióxido
de carbono total; 114,57 mg. L
-1
de bicarbonato e 22,55 mg. L
-1
de carbono inorgânico). As
maiores concentrações de dióxido de carbono livre e carbonato foram obtidas nas estações do
rio Jacupiranguinha (8,63.10
-9
mg. L
-1
, na estação 1, em janeiro, no dia e 0,10 mg. L
-1
, na
estação 2, em julho, no 1º dia).
Pode ser observada também, a variação sazonal das formas de carbono inorgânico, em
cada estação. Na estação 1, por exemplo, as concentrações de dióxido de carbono total e livre
foram maiores nos meses de outubro e janeiro (40,28 mg. L
-1
, no 2º dia, em outubro; 8,63.10
-9
mg. L
-1
, no 2º dia, em janeiro; respectivamente).
Entre as estações 1, 2 e 3, as concentrações de dióxido de carbono total variaram de
19,62 mg.L
-1
, no rio Jacupiranguinha (estação 1, em abril, no dia) a 82,67 mg.L
-1
, no
córrego Serrana (em janeiro, no 1º dia).
As concentrações de dióxido de carbono livre variaram de 1,51. 10
-9
mg.L
-1
, na
estação 1 (em abril, no dia) a 6,04. 10
-8
mg.L
-1
, na estação 2 (em outubro, no dia). As
concentrações de bicarbonato variaram de 27,15 mg.L
-1
, no rio Jacupiranguinha (estação 1,
em abril, no 1º dia) a 114,57 mg.L
-1
, no córrego Serrana (em janeiro, no 1º dia).
As concentrações de carbonato atingiram o máximo de 0,09 mg.L
-1
, na estação 1 (em
julho, no 1º dia) e foi ausente na estação 2 (outubro, no 2º dia; abril, no 3º dia e julho, nos e
79
dias). As concentrações de carbono inorgânico variaram de 5,35 mg.L
-1
, no rio
Jacupiranguinha (estação 1, em abril, no dia) a 22,55 mg.L
-1
, no córrego Serrana (janeiro,
no 1º dia).
Na Tabela 7 está representada as concentrações de dióxido de carbono total e livre,
bicarbonato, carbonato e carbono inorgânico, na lagoa 1 (estações 4, 5 e 6).
Na lagoa 1, as maiores concentrações das formas de carbono inorgânico foram
observadas entre os meses de outubro e janeiro e as menores, entre os meses de abril e julho.
Em algumas estações, houve variação entre os dias consecutivos das diferentes formas de
carbono (por exemplo, na estação 5, dióxido de carbono total, janeiro: 68,15 mg. L
-1
, no 1º dia
a 39,52 mg. L
-1
, no 3º dia).
Na maioria das estações, a variação foi pequena entre os dias (por exemplo, na estação
6, carbono inorgânico, em julho: 10,40 mg. L
-1
, no dia; 9,93 mg. L
-1
, no dia e 9,81 mg.
L
-1
, no 3º dia).
De forma geral, as concentrações das formas de carbono analisadas decresceram da
estação 4 até a estação 6, ou seja, as maiores concentrações foram encontradas na estação 4,
as menores, na estação 6 e concentrações intermediárias, na estação 5 (por exemplo,
bicarbonato, em outubro,102,22 mg. L
-1
, na estação 4; 99,82 mg. L
-1
, na estação 5 e 85,96 mg.
L
-1
, na estação 6; no 1º dia).
Na lagoa 1, as concentrações de dióxido de carbono total variaram de 31,67 mg.L
-1
(abril, no dia) a 77,33 mg.L
-1
(outubro, no dia) na estação 6. As concentrações de
dióxido de carbono livre variaram de 1,11. 10
-8
mg.L
-1
(estação 5, em julho, no dia) a 4,90.
10
-8
mg.L
-1
(estação 6, em outubro, no dia). As concentrações de bicarbonato variaram de
43,89 mg.L
-1
(abril, 1º dia) a 107,17 mg.L
-1
(outubro, 2º dia), ambos na estação 6.
80
Tabela 6: Concentrações de dióxido de carbono total e livre, bicarbonato, carbonato e carbono inorgânico,
nas estações 1, 2 (rio Jacupiranguinha) e 3, (córrego Serrana) no período de estudo.
CO
2
total
(m g/L)
CO
2
livre
(m g/L)
HCO
3
¯
(m g/L)
CO
3
¯
2
(m g/L)
Carbono
inorgânico
(m g/L)
1º dia
- - - - -
Outubro
2º dia
40,28 5,70E-09 55,79 0,05 10,99
3º dia
35,19
4,00E-09
48,73
0,06
9,60
1º dia
34,28 4,41E-09 47,47 0,05 9,35
Janeiro
2º dia
30,94 8,63E-09 42,87 0,02 8,44
Estação 1
3º dia
23,67
4,53E-09
32,79
0,02
6,46
1º dia
19,62 1,51E-09 27,15 0,05 5,35
Abril
2º dia
22,33 2,01E-09 30,91 0,05 6,09
3º dia
23,10
1,62E-09
31,97
0,06
6,30
1º dia
29,62 1,78E-09 40,98 0,09 8,08
Julho
2º dia
25,18 2,76E-09 34,86 0,04 6,87
3º dia
25,31 3,01E-09 35,05 0,04 6,90
1º dia
32,53 3,57E-08 45,10 0,01 8,87
Outubro
2º dia
37,88 6,04E-08 52,51 0,00 10,33
3º dia
35,44
3,18E-08
49,12
0,01
9,66
1º dia 35,63 2,94E-08 49,39 0,01 9,72
Janeiro
2º dia
23,42 1,64E-08 32,47 0,01 6,39
Estação 2
3º dia
27,31
1,25E-08
37,86
0,01
7,45
1º dia 24,41 1,44E-08 33,84 0,01 6,66
Abril
2º dia
21,77 1,58E-08 30,18 0,01 5,94
3º dia
27,98
3,10E-08
38,78
0,00
7,63
1º dia 26,84 1,26E-09 37,10 0,10 7,32
Julho
2º dia
34,84 5,28E-08 48,30 0,00 9,50
3º dia
27,78 5,21E-08 38,52 0,00 7,58
1º dia
74,48 2,82E-08 103,23 0,04 20,31
Outubro
2º dia
74,94 2,47E-08 103,85 0,04 20,44
3º dia
73,88
2,02E-08
102,37
0,05
20,15
1º dia
82,67 3,49E-08 114,57 0,04 22,55
Janeiro
2º dia
56,14 1,86E-08 77,80 0,03 15,31
Estação 3
3º dia
50,79
1,38E-08
70,38
0,03
13,85
1º dia 56,20 1,64E-08 77,88 0,04 15,33
Abril
2º dia
65,51 2,10E-08 90,78 0,04 17,87
3º dia
71,25
2,57E-08
98,74
0,04
19,43
1º dia 42,89 1,93E-08 59,44 0,02 11,70
Julho
2º dia
41,24 2,28E-08 57,16 0,01 11,25
3º dia
40,38
1,85E-08
55,97
0,02
11,01
(-): amostras não coletadas.
As concentrações de carbonato e carbono inorgânico variaram de 0,01 mg.L
-1
, na
estação 4 (janeiro, no dia; abril, no dia e julho, nos e 3º dias), estação 5 (janeiro, no
dia; abril, no dia e julho, nos e dias) e estação 6 (outubro, no dia; janeiro, nos e
3º dias; abril, nos três dias e julho, nos 2º e 3º dias) a 0,06 mg.L
-1
, na estação 5 (outubro, no 2º
dia) e 8,64 mg.L
-1
, na estação 6 (abril, no 1º dia) a 21,09 mg.L
-1
, estação 6 (outubro, no
dia), respectivamente.
81
Tabela 7: Concentrações de dióxido de carbono total e livre, bicarbonato, carbonato e carbono inorgânico,
nas estações 4, 5 e 6 (lagoa 1), no período de estudo.
CO
2
total
(m g/L)
CO
2
livre
(m g/L)
HCO
3
¯
(m g/L)
CO
3
¯
2
(m g/L)
Carb on o
inorgânico
(m g/L)
1º dia 73,76 2,78E-08 102,22 0,04 20,12
O utub ro
2º dia
74,09 2,62E -08 102,67 0,04 20,21
3º dia
75,02
4,59E-08
103,99
0,02
20,46
1º dia
68,15 2,54E -08 94,45 0,03 18,59
Janeiro
2º dia
48,63 2,22E -08 67,39 0,02 13,26
Estação 4
3º dia
37,87
2,24E-08
52,49
0,01
10,33
1º dia 33,39 2,20E-08 46,28 0,01 9,11
Abril
2º dia
38,26 1,62E -08 53,03 0,02 10,44
3º dia
39,12
1,47E-08
54,21
0,02
10,67
1º dia
37,67 1,47E -08 52,21 0,02 10,27
Julho
2º dia
37,22 2,37E -08 51,58 0,01 10,15
3º dia
36,16 2,18E -08 50,12 0,01 9,86
1º dia
72,04 2,18E -08 99,82 0,04 19,65
Outubro
2º dia
75,00 1,87E -08 103,92 0,06 20,45
3º dia
72,91
3,97E-08
101,05
0,03
19,88
1º dia 68,15 2,84E-08 94,45 0,03 18,59
Janeiro
2º dia
66,38 4,19E -08 92,01 0,02 18,10
Estação 5
3º dia
39,52
2,29E-08
54,78
0,01
10,78
1º dia
34,97 1,95E -08 48,47 0,01 9,54
Abril
2º dia
36,75 1,64E -08 50,93 0,02 10,02
3º dia
39,78
1,68E-08
55,13
0,02
10,85
1º dia 37,93 1,11E-08 52,56 0,02 10,34
Julho
2º dia
37,15 2,47E -08 51,49 0,01 10,13
3º dia
36,09 2,55E -08 50,03 0,01 9,84
1º dia
62,02 2,99E -08 85,96 0,02 16,91
O utub ro
2º dia
77,33 3,61E -08 107,17 0,03 21,09
3º dia
59,46
4,90E-08
82,41
0,01
16,22
1º dia
58,73 3,62E -08 81,40 0,02 16,02
Janeiro
2º dia
54,17 3,82E -08 75,09 0,01 14,77
Estação 6
3º dia
51,27
3,33E-08
71,06
0,01
13,98
1º dia 31,67 1,66E-08 43,89 0,01 8,64
Abril
2º dia
34,51 1,68E -08 47,82 0,01 9,41
3º dia
37,15
1,91E-08
51,48
0,01
10,13
1º dia
38,13 1,27E -08 52,84 0,02 10,40
Julho
2º dia
36,42 2,21E -08 50,48 0,01 9,93
3º dia
35,96
2,44E-08
49,85
0,01
9,81
Na Tabela 8 está representada as concentrações de dióxido de carbono total e livre,
bicarbonato, carbonato e carbono inorgânico, na lagoa 2 (estações 7, 8 e 9).
Houve heterogeneidade espacial, entretanto, não foi observado um padrão de
distribuição destas variáveis, na lagoa 2, como verificado na lagoa 1 (decréscimo das
concentrações – estação 4 para a estação 6).
82
As concentrações das formas de carbono inorgânico apresentaram variação entre os
três dias consecutivos. Novamente as maiores concentrações foram observadas nos meses de
outubro e janeiro e as menores, nos meses de abril e julho.
As concentrações de dióxido de carbono total variaram de 36,66 mg.L
-1
(estação 7, em
janeiro, no dia) a 97,00 mg.L
-1
(estação 9, em outubro, no dia). As concentrações de
dióxido de carbono livre variaram de 1,30.10
-8
mg.L
-1
(estação 7, em julho, no dia) a
5,93.10
-8
mg.L
-1
(estação 7, em outubro, no 3º dia). As concentrações de bicarbonato variaram
de 50,75 mg.L
-1
(estação 7, em janeiro, no 3º dia) a 134,44 mg.L
-1
(estação 9, em outubro, no
1º dia).
As concentrações de carbonato e carbono inorgânico variaram de 0,01 mg.L
-1
, na
estação 7 (no dia, em outubro, janeiro e julho), estação 8 (3º dia, em outubro, janeiro e
julho) e estação 9 (no 3º dia, em janeiro e no dia, em julho) a 0,05 mg.L
-1
, estação 7
(janeiro, no dia e abril, no dia) e 9,99 mg.L
-1
, na estação 7 (janeiro, no dia) a 26,45
mg.L
-1
, na estação 9 (outubro, no 1º dia), respectivamente.
Na Tabela 9 está representada as concentrações de dióxido de carbono total e livre,
bicarbonato, carbonato e carbono inorgânico, na saída do sistema (estações 10 e 11).
Nas estações da saída foram obtidas concentrações semelhantes, com pequena
variação, entre os dias consecutivos, na maioria dos períodos de coleta.
As concentrações de dióxido de carbono total variaram de 21,58 mg.L
-1
(estação 11,
em janeiro, no 2º dia) a 95,44 mg.L
-1
(estação 10, em outubro, no 1º dia). As concentrações de
dióxido de carbono livre variaram de 1,15. 10
-8
mg.L
-1
(estação 11, em julho, no dia) a
3,90.10
-8
mg.L
-1
(estação 10, em outubro, no dia). As concentrações de bicarbonato
variaram de 29,90 mg.L
-1
(estação 11, em janeiro, no dia) a 132,25 mg.L
-1
(estação 10, em
outubro, no 1º dia).
83
As concentrações de carbonato e carbono inorgânico variaram de 0,01 mg.L
-1
, nas
estações 10 (janeiro, no dia e julho, nos e dias) e 11 (janeiro, no 2º dia) a 0,07 mg.L
-1
(estação 10, em outubro, no dia) e 5,88 mg.L
-1
(estação 11, em janeiro, no dia) a 26,03
mg.L
-1
(estação 10, em outubro, no 1º dia), respectivamente.
Tabela 8:Concentrações de dióxido de carbono total e livre, bicarbonato, carbonato e carbono inorgânico,
nas estações 7, 8 e 9 (lagoa 2), no período de estudo.
CO
2
total
(mg/L)
CO
2
livre
(mg/L)
HCO
3
¯
(mg/L)
CO
3
¯
2
(mg/L)
Carbono
inorgânico
(mg/L)
1º dia
79,64 4,21E-08 110,38 0,03 21,72
Outubro
2º dia
81,42 4,69E-08 112,86 0,03 22,21
3º dia
58,47
5,93E-08
81,05
0,01
15,95
1º dia 86,42 2,84E-08 119,76 0,05 23,57
Janeiro
2º dia
52,45 2,66E-08 72,70 0,02 14,31
Estação 7
3º dia
36,62
2,04E-08
50,75
0,01
9,99
1º dia 49,81 1,70E-08 69,02 0,03 13,58
Abril
2º dia
58,70 1,38E-08 81,33 0,05 16,01
3º dia
65,24
1,87E-08
90,40
0,04
17,79
1º dia 37,34 1,30E-08 51,75 0,02 10,18
Julho
2º dia
42,03 1,89E-08 58,25 0,02 11,46
3º dia
38,93 1,88E-08 53,95 0,01 10,62
1º dia
85,65 4,83E-08 118,71 0,03 23,36
Outubro
2º dia
78,85 3,68E-08 109,28 0,03 21,50
3º dia
59,39
5,72E-08
82,33
0,01
16,20
1º dia 82,00 2,95E-08 113,64 0,04 22,36
Janeiro
2º dia
57,40 2,82E-08 79,56 0,02 15,66
Estação 8
3º dia
37,74
2,64E-08
52,32
0,01
10,29
1º dia 48,82 1,77E-08 67,65 0,03 13,31
Abril
2º dia
57,72 1,76E-08 79,99 0,04 15,74
3º dia
58,19
2,01E-08
80,63
0,03
15,87
1º dia 39,59 1,53E-08 54,86 0,02 10,80
Julho
2º dia
41,83 1,98E-08 57,98 0,02 11,41
3º dia
37,61 1,82E-08 52,13 0,01 10,26
1º dia
97,00 5,57E-08 134,44 0,03 26,45
Outubro
2º dia
93,56 4,93E-08 129,68 0,03 25,52
3º dia
71,79
4,18E-08
99,50
0,02
19,58
1º dia
83,59 3,22E-08 115,84 0,04 22,80
Janeiro
2º dia
56,21 2,51E-08 77,91 0,02 15,33
Estação 9
3º dia
40,58
2,36E-08
56,24
0,01
11,07
1º dia 44,80 2,26E-08 62,09 0,02 12,22
Abril
2º dia
51,00 2,40E-08 70,68 0,02 13,91
3º dia
59,31
2,00E-08
82,19
0,03
16,17
1º dia 39,19 1,46E-08 54,31 0,02 10,69
Julho
2º dia
38,53 2,15E-08 53,41 0,01 10,51
3º dia
39,06
1,37E-08
54,13
0,02
10,65
84
Tabela 9:Concentrações de dióxido de carbono total e livre, bicarbonato, carbonato e carbono inorgânico,
nas estações 10 e 11 (saída), no período de estudo.
CO
2
total
(mg/L)
CO
2
livre
(mg/L)
HCO
3
¯
(mg/L)
CO
3
¯
2
(mg/L)
Carbono
inorgânico
(mg/L)
dia 95,44 2,32E-08 132,25 0,07 26,03
Outubro
dia
91,51 3,41E-08 126,82 0,05 24,96
dia
74,95
3,90E-08
103,89
0,03
20,44
dia 87,48 3,68E-08 121,25 0,04 23,86
Janeiro
dia
22,96 1,37E-08 31,82 0,01 6,26
Estação 10
dia
50,14
2,55E-08
69,50
0,02
13,68
dia 53,11 2,03E-08 73,60 0,03 14,48
Abril
dia
51,39 2,15E-08 71,23 0,02 14,02
dia
56,48
2,70E-08
78,28
0,02
15,40
dia 38,20 1,64E-08 52,94 0,02 10,42
Julho
dia
38,53 2,15E-08 53,41 0,01 10,51
dia
40,97 2,11E-08 56,79 0,01 11,17
dia
- - - - -
Outubro
dia
- - - - -
dia
-
-
-
-
-
dia 89,06 2,85E-08 123,41 0,05 24,29
Janeiro
dia
21,58 1,30E-08 29,90 0,01 5,88
Estação 11
dia
48,36
2,05E-08
67,02
0,02
13,19
dia 47,96 1,84E-08 66,47 0,02 13,08
Abril
dia
50,00 1,23E-08 69,27 0,04 13,64
dia
50,33
1,63E-08
69,75
0,03
13,73
dia 39,91 1,34E-08 55,31 0,02 10,89
Julho
dia
38,66 1,42E-08 53,58 0,02 10,54
dia
38,26
1,15E-08
53,02
0,02
10,44
(-): amostras não coletadas.
Concentração e Porcentagem de Saturação de Oxigênio Dissolvido
Segundo análise de Cluster para o oxigênio dissolvido, as estações do rio
Jacupiranguinha (estações 1 e 2) formaram um único grupo, em todos os períodos. A estação
do córrego Serrana (estação 3) foi agrupada às estações da lagoa 1 (estações 4, 5 e 6), com
exceção do mês de janeiro, em que permaneceu separada. As lagoas 1 e 2 constituíram dois
grupos distintos, nos quatro meses (Figura 25).
As estações da saída (estações 10 e 11) foram agrupadas, em janeiro e julho, sendo
que, no último mês estas estiveram unidas às estações da lagoa 2. Em abril, a estação 10 foi
agrupada às estações da lagoa 2 e a estação 11 permaneceu isolada.
85
Figura 25: Análise de Cluster – Oxigênio dissolvido, no período de estudo: a) outubro, b) janeiro, c) abril e
d) julho.
Relativo às concentrações de oxigênio dissolvido (mg.L
-1
) em outubro, nas estações do
rio Jacupiranguinha (estações 1 e 2) foram verificadas maiores concentrações, quando
comparadas às estações localizadas no sistema de áreas alagáveis. Observa-se que a maior
concentração esteve presente na estação 2 (6,8 mg.L
-1
, no 2º dia), conforme Figura 26 .
Nas lagoas 1 e 2 (estações 4, 5, 6, 7, 8 e 9) e saída (apenas na estação 10), as
concentrações de oxigênio dissolvido foram baixas, chegando a concentrações próximas de
anoxia (estação 10 , 0,1 mg.L
-1
, no 3º dia).
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
70,04
80,02
90,01
100,00
Estações de Coleta
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10987654321
70,04
80,02
90,01
100,00
Estações de Coleta
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1110987654321
77,42
84,95
92,47
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
77,42
84,95
92,47
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
88,97
92,65
96,32
100,00
Estações de Coleta
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1110987654321
88,97
92,65
96,32
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
80,12
86,74
93,37
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
80,12
86,74
93,37
100,00
a)
b
)
c
d
)
86
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
Oxigênio dissolvido (mg.L
-1
)
dia dia dia
Figura 26: Concentrações de oxigênio dissolvido (mg.L
-1
), em outubro.
As concentrações de oxigênio dissolvido, em janeiro, variaram entre os três dias, na
maioria das estações (Figura 27). As maiores concentrações foram obtidas, novamente, nas
estações que se localizavam fora do sistema de áreas alagáveis (rio Jacupiranguinha e córrego
Serrana), atingindo 6,5 mg.L
-1
, no 1º dia, na estação 2.
Por outro lado, nas estações contidas nas lagoas 1 e 2 (estações 4 a 9), foram
encontradas as menores concentrações variando de 0,3 mg.L
-1
(na maioria das estações, em
pelo menos um dos dias amostrados) a 1,4 mg.L
-1
(na estação 5, no dia). nas estações
localizadas na saída do sistema (estações 10 e 11), as concentrações de oxigênio dissolvido
aumentaram, principalmente no dia (5,0 mg.L
-1
e 5,4 mg.L
-1
, estação 10 e 11,
respectivamente).
87
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
Oxigênio dissolvido (mg.L
-1
)
dia dia dia
Figura 27: Concentrações de oxigênio dissolvido (mg.L
-1
), em janeiro.
Nas estações localizadas fora do sistema de áreas alagáveis, como nos meses
anteriores, foram observadas concentrações mais elevadas do que nas demais, em abril (por
exemplo: 5,4 mg.L
-1
na estação 1, no dia), segundo a Figura 28. As menores concentrações
foram obtidas dentro do sistema de áreas alagáveis, em especial, na lagoa 2 (estações 7, 8 e 9).
No córrego Serrana (estação 3) foram observadas concentrações bastante inferiores às
registradas no período anterior (janeiro). Isto também ocorreu com as estações do rio
Jacupiranguinha e da saída do sistema.
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
Oxigênio dissolvido (mg.L
-1
)
dia dia dia
Figura 28: Concentrações de oxigênio dissolvido (mg.L
-1
), em abril.
88
As concentrações de oxigênio dissolvido, em julho, estão representadas na Figura 29.
De forma geral, as menores concentrações foram observadas neste período. A maior
concentração foi verificada no rio Jacupiranguinha (na estação 2, 3,8 mg.L
-1
, no dia). As
menores concentrações foram observadas na lagoa 2 (estações 7, 8 e 9), com as concentrações
variando de 0,7 mg.L
-1
(1º dia, nas estações 7 e 9) a 1,1 mg.L
-1
(3º dia, na estação 9).
As porcentagens de saturação de oxigênio dissolvido, no período de estudo, estão
representadas na Figura 30. Assim como já descrito para as concentrações de oxigênio
dissolvido, as maiores porcentagens de saturação de oxigênio dissolvido também foram
obtidas nas estações localizadas fora do sistema de áreas alagáveis, principalmente nas
estações do rio Jacupiranguinha e as menores porcentagens, nas lagoas 1 (estações 4, 5 e 6) e
2 (estações 7, 8 e 9) e às vezes, nas estações da saída (estação 10, em outubro, por exemplo).
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
Oxigênio dissolvido (mg.L
-1
)
dia dia dia
Figura 29: Concentrações de oxigênio dissolvido (mg.L
-1
), em julho.
89
Outubro
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
1º dia 2º dia 3º dia
Janeiro
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
1º dia 2º dia 3º dia
Abril
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
1º dia 2º dia 3º dia
Julho
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
1º dia 2º dia 3º dia
Estações amostrais
% de saturação de oxigênio dissolvido
Figura 30: Porcentagem de saturação de oxigênio dissolvido no período de estudo.
Temperatura da água
Para a temperatura da água, três grupos foram formados nos meses de outubro, janeiro
e julho e apenas um, no mês de abril, através da análise de Cluster. As estações do rio
Jacupiranguinha (estações 1 e 2) foram unidas em todos os períodos. Entretanto, no mês de
janeiro a estação do córrego Serrana somou-se a este grupo e em abril, todas as estações
formaram um único grupo.
As estações da lagoa 2 (estações 7, 8 e 9) e da saída (estações 10 e 11) foram
agrupadas nos meses de outubro, janeiro e julho (Figura 31).
90
Figura 31: Análise de Cluster Temperatura da água, no período de estudo: a) outubro, b) janeiro, c)
abril e d) julho.
Na Figura 32 está representada valores médios de temperatura da água, nas estações,
em outubro, janeiro, abril e julho. Optou-se por apresentar a média entre os dias consecutivos,
pois os valores de temperatura tiveram pouca variação, nos quatro períodos estudados (Tabela
10).
Entretanto, variação entre as épocas do ano foi observada, principalmente entre abril e
julho, períodos de valores máximos e mínimos, respectivamente. Em outubro, a temperatura
média da água variou de 21,8 °C (estações 8 e 11) a 23,7 °C (estação 6), em janeiro foi de
22,7 °C (estação 1) a 24,5 °C (estação 5), abril foi de 24,5 °C (estações 8 e 11) a 25,5 °C
(estações 3, 4 e 5) e julho, de 16,2 °C (estação 10) a 18,3 °C (estação 2).
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
80,02
86,68
93,34
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
80,02
86,68
93,34
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
89,75
93,17
96,58
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
89,75
93,17
96,58
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
89,90
93,27
96,63
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
89,90
93,27
96,63
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
89,11
92,74
96,37
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
89,11
92,74
96,37
100,00
a)
b)
c)
d)
91
14,0
16,0
18,0
20,0
22,0
24,0
26,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
TemperaturaC)
out/04 jan/05 abr/05 jul/05
Figura 32: Valores médios de temperatura (
o
C) no período de estudo (n = 3).
Condutividade Elétrica
SegundoFigura 33, as estações do rio Jacupiranguinha (estações 1 e 2) foram unidas
apenas em outubro, segundo a análise de Cluster para condutividade elétrica. Nos demais
meses, as duas estações não foram agrupadas entre si nem com outras estações.
As estações do córrego Serrana (estação 3), das lagoas 1 (estações 4, 5 e 6) e 2
(estações 7, 8 e 9) e da saída (estações 10 e 11) constituíram um único grupo, em todos os
períodos.
Os valores médios de condutividade elétrica da água nas estações e período de estudo,
estão representados na Figura 34. Entre as estações do córrego Serrana, lagoas 1 e 2 e saída
foi observada homogeneidade espacial, porém com variação sazonal.
Os valores de condutividade elétrica por período foram semelhantes entre as estações.
Em todas as estações foi verificado o mesmo padrão de distribuição nos quatro meses
amostrados (maiores valores no mês de julho e os menores, no mês de janeiro).
92
O maior e o menor valor médio foram encontrados no rio Jacupiranguinha (922,0
µS.cm
-1
, na estação 2, em julho e 72,0 µS.cm
-1
, na estação 1, em janeiro, respectivamente). Os
desvios-padrão estão representados na Tabela 10.
Figura 33: Análise de Cluster Condutividade elétrica, no período de estudo: a) outubro, b) janeiro, c)
abril e d) julho.
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
75,20
83,47
91,73
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
75,20
83,47
91,73
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
87,14
91,43
95,71
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
87,14
91,43
95,71
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
81,16
87,44
93,72
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
81,16
87,44
93,72
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
2111098765431
73,57
82,38
91,19
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
2111098765431
73,57
82,38
91,19
100,00
a)
b)
c)
d)
93
0,0
200,0
400,0
600,0
800,0
1.000,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
Condutividade etrica
S.cm
-1
)
out/04 jan/05 abr/05 jul/05
Figura 34: Valores médios de condutividade elétrica (µS.cm
-1
) no período de estudo.
Potencial hidrogeniônico (pH)
Com exceção do mês de abril, as estações do rio Jacupiranguinha (estações 1 e 2)
foram agrupadas nos demais períodos, segundo a análise de Cluster para o pH (Figura 35). A
estação do córrego Serrana (estação 3) foi agrupada às estações da lagoa 1 (estações 4, 5 e 6)
nos meses de outubro, janeiro e abril. Em abril, esta permaneceu separada.
As estações da lagoa 2 (estações 7, 8 e 9) e as estações da saída (estações 10 e 11)
foram unidas em abril e julho. A estação 6 esteve agrupada às estações da lagoa 2 em outubro
e julho. Em outubro, a estação 9 foi semelhante à estação 10 (saída).
94
Figura 35: Análise de Cluster – pH, no período de estudo: a) outubro, b) janeiro, c) abril e d) julho.
Houve pequena variação dos valores de pH entre os dias amostrados de cada período
(Tabela 10). Entretanto, observaram-se diferenças entre as épocas do ano (Figura 36).
De forma geral, o pH manteve-se na faixa alcalina, nos meses de outubro, janeiro e
julho, com valores maiores no mês de julho (8,8, na estação 10, por exemplo).
Valores abaixo de 7,0 foram verificados em abril, na maioria das estações, exceto na 1.
Neste período, os valores estiveram entre, 6,5 (estação 2) e 7,5 na (estação 1).
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
78,50
85,67
92,83
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
78,50
85,67
92,83
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
87,04
91,36
95,68
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
87,04
91,36
95,68
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
82,63
88,42
94,21
100,00
Dendrogram with Single Linkage and Euclidean Distance
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
82,63
88,42
94,21
100,00
Dendrogram with Single Linkage and Euclidean Distance
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
87,18
91,46
95,73
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
87,18
91,46
95,73
100,00
a)
b
)
c
)
d
)
95
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Est ações amo s trais
pH
out/04 jan/05 abr/05 jul/05
Figura 36: Valores médios de pH, no período estudado
.
Tabela 10 Desvios-padrão (n=3) das variáveis temperatura da água, condutividade elétrica e pH, nas
estações e no período estudado.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Temperatura
da água (°C)
Outubro
1,24 0,68 0,00 0,64 0,68 0,50 0,50 0,59 0,62 0,84 0,43
Janeiro
0,35 0,37 0,29 0,59 0,44 0,39 0,11 0,13 0,15 0,32 1,43
Abril
0,70 0,58 1,42 0,42 0,37 1,10 0,41 0,47 0,36 0,38 0,24
Julho
1,47 1,05 1,87 0,56 0,74 0,67 0,74 0,74 0,77 1,14 1,05
Condutividade
elétrica
(
µ
µµ
µ
S.cm
-1
)
Outubro
5,66 87,54 0,0 2,52 2,00 2,52 9,54 17,10 11,53 2,52 10,82
Janeiro
13,11 107,04 23,64 7,81 5,03 10,97 38,69 37,63 39,17 40,15 25,42
Abril
22,72 22,30 19,52 14,15 10,41 27,54 23,64 16,01 15,50 11,50 8,54
Julho
100,79 81,41 96,50 90,61 92,97 90,29 90,67 86,56 91,88 89,47 86,03
pH
Outubro
0,19 0,44 0,00 0,33 0,35 0,33 0,48 0,12 0,10 0,48 0,58
Janeiro
0,07 0,06 0,06 0,17 0,15 0,15 0,34 0,23 0,20 0,61 0,23
Abril
0,05 0,14 0,04 0,13 0,06 0,02 0,08 0,04 0,09 0,05 0,10
Julho
0,12 0,05 0,09 0,46 0,47 0,18 0,26 0,12 0,40 0,25 0,21
Profundidade da coluna de água
As estações 4 e 5 (lagoa 1) mantiveram-se unidas em todos os períodos de estudo e
nos meses de abril e julho, a estação 6 também fez parte deste grupo, conforme Análise de
Cluster para profundidade da coluna de água. Já em outubro e abril, a estação 6 foi agrupada
às estações da lagoa 2 (estações 7 e 8, em outubro e estações 7, 8 e 9, em janeiro). A estação 9
96
foi unida às estações de saída em outubro. As estações da lagoa 2 foram agrupadas as estações
da saída, em abril (Figura 37).
A ausência de algumas estações nesta análise deve-se a inexistência de dados para esta
variável, como está descrito na legenda da Tabela 11.
Figura 37: Análise de Cluster Profundidade da coluna de água, no período de estudo: a) outubro, b)
janeiro, c) abril e d) julho.
Relativo à profundidade, notou-se que a lagoa 1 (estações 4, 5 e 6) foi a região mais
profunda do sistema de áreas alagáveis, com valores médios de 0,93 m (estação 6, em
outubro) a 2,36 m (estação 5, em janeiro). Já na lagoa 2 (estações 7, 8 e 9), valores menores
de profundidade foram detectados, caracterizando uma região mais rasa, com valores médios
a)
b)
c)
d)
97
de 0,47 m (estação 9, em outubro) a 1,49 m (estação 8, em janeiro). A menor profundidade
média foi verificada em abril, na saída do sistema (estação 11), 0,38 m (
Tabela 11).
Tabela 11: Profundidade (m) do sistema de áreas alagáveis, no período de estudo.
4
5
6
7
8
9
10
11
1º
1,50 1,40 0,80 0,80 0,50 0,30 0,60 0,45
2º
1,70 1,50 1,00 0,90 0,90 0,50 0,70 0,50
3º
1,80 1,70 1,00 0,90 1,00 0,60 0,80 0,55
1,67 1,53 0,93 0,87 0,80 0,47 0,70 0,50
0,15 0,15 0,12 0,06 0,26 0,15 0,10 0,05
1º
1,70 1,68 1,00 0,80 0,95 0,70 0,40 *
2º
2,63 2,90 2,30 2,01 2,22 1,99 0,97 *
3º
2,20 2,50 1,31 1,20 1,30 1,00 0,75 *
2,18 2,36 1,54 1,34 1,49 1,23 0,71 *
0,47 0,62 0,68 0,62 0,66 0,68 0,29 *
1º
1,70 1,60 1,45 0,73 0,82 0,55 0,40 0,43
2º
1,65 1,70 1,32 0,65 0,82 0,56 0,45 0,41
3º
1,73 1,60 1,10 0,75 0,90 0,52 0,30 0,34
1,69 1,63 1,29 0,71 0,85 0,54 0,38 0,39
0,04 0,06 0,18 0,05 0,05 0,02 0,08 0,05
1º
1,70 1,40 1,60 0,80 0,87 0,55 * *
2º
1,60 1,40 1,70 0,80 0,85 0,65 * *
3º
1,55 1,38 1,60 0,80 0,86 0,65 * *
1,62 1,39 1,63 0,80 0,86 0,62 * *
0,08 0,01 0,06 0,00 0,01 0,06 * *
média
dp
Outubro
Janeiro
Abril
Julho
média
dp
média
dp
média
dp
dp: desvio padrão; n = 3. A estação 11 não foi amostrada em janeiro, devido à conectividade com o rio,
dificultar o acesso aela. As estações 10 e 11 não foram amostradas em julho, devido à densa cobertura
de macrófitas presente nesse período nessas estações. As estações 1, 2 e 3 não foram amostradas por se
localizarem muito próximas à margem.
Transparência da água e Coeficiente de atenuação vertical da luz
Como já explicado anteriormente, apenas para as estações das lagoas1 e 2 foi possível
obter todos os dados para transparência da água e coeficiente de atenuação vertical da luz.
Segundo a análise de Cluster para a transparência da água (Figura 38), as estações 4 e
5 (lagoa 1) foram agrupadas em outubro e janeiro, mas em abril e julho permaneceram
98
separadas. A estação 6 (lagoa 1) foi unida as estações 7 e 8 (lagoa 2) nos meses de outubro e
julho e, nos meses de janeiro e abril, a estação 9 (lagoa 2) foi somada a este grupo.
Figura 38: Análise de Cluster Transparência da água (Secchi), no período de estudo: a) outubro, b)
janeiro, c) abril e d) julho.
Na Figura 39 está representada a análise de Cluster para o coeficiente de atenuação
vertical da luz.
As estações da lagoa 1 (estações 4, 5 e 6) foram agrupadas em outubro, porém em
janeiro e julho somente as estações 4 e 5 permaneceram unidas e em abril, estas estações não
constituíram grupo.
Na lagoa 2, as estações foram agrupadas em janeiro e abril, juntamente com a estação
6 (lagoa 1). Já em outubro e julho, apenas as estações 7 e 8 foram agrupadas.
a)
b)
c)
d)
99
Figura 39: Análise de Cluster Coeficiente de atenuação vertical da luzno período de estudo: a) outubro,
b) janeiro, c) abril e d) julho.
Para melhor compreensão do comportamento da luz no sistema de áreas alagáveis,os
limites da zona eufótica e afótica, a profundidade máxima, além da profundidade em que o
disco de Secchi desapareceu e o coeficiente de atenuação vertical da luz, no período de
estudo. Algumas estações não foram amostradas no mês de julho, devido à presença de alta
biomassa de macrófitas aquáticas, o que dificultou as medições (estação 6, no dia, em
janeiro) (Tabela 12).
a) b)
c)
d)
100
Em geral, a relação
Z
euf
/Z
máx
foi menor nas estações da lagoa 1 (estações 4, 5 e 6)
quando comparada às estações da lagoa 2 (estações 7, 8 e 9); por exemplo, 0,5; 0,5 e 0,7
lagoa 1 (estações 4, 5 e 6, respectivamente) e 0,6; 0,7 e 0,9 lagoa 2 (estações 7, 8 e 9,
respectivamente); em abril, no dia. Houve também variação entre os três dias consecutivos
(por exemplo, na estação 4, em janeiro, 0,3; 0,4 e 0,5, no 1º, 2º e 3º dia, respectivamente).
Esta relação entre zona eufótica e zona máxima variou entre os períodos de 0,3,em
algumas estações nos meses de outubro e janeiro (estações 4 e 5, no dia, em outubro, por
exemplo) a 1,1 (estação 9, no 3º dia, em abril).
Na relação Z
euf
/Z
afo
também foi observada amplitude entre os dias e períodos
estudados. Em outubro, por exemplo, na estação 6, foi observado relações de 2,1; 0,7 e 0,2; no
1º, 2º e dia, respectivamente. Entre os períodos, a variação foi de 0,2 (estação 6, no dia,
em outubro) a 9,8 (estação 7, no 3º dia , em abril).
As profundidades nas quais o disco de Secchi desapareceu mudaram entre os três dias
consecutivos (0,6 m; 0,7 m; e 0,8 m; no 1º, e dia, respectivamente, em julho, na estação
5, por exemplo). A profundidade variou entre os períodos de 0,2 m em algumas estações
(estações 4 e 6, no 2º dia, em janeiro, por exemplo) a 0,9 m (estação 4, no 2º dia, em outubro).
O coeficiente de atenuação vertical da luz apresentou amplitude entre os três dias
consecutivos e também, entre os períodos. Na estação 4, por exemplo, variou de 3,4 m (1º dia)
a 8,5 m (2º dia). Entre os períodos, foi observada variação de 1,3 m (estação 8, no 1º e 2º dias,
outubro) a 9,4 m (estação 6, no 2º dia, em janeiro).
101
Tabela 12: Radiação solar fotossinteticamente ativa (RFA) a zero metros; zona eufótica (Z
euf
); zona afótica
(Z
afo
); profundidade máxima (Z
máx
); profundidade em que o disco de Secchi desapareceu (Z
ds
); Z
euf
/Z
máx
;
Z
euf
/Z
afo
e coeficiente de atenuação vertical da luz (K) no período de estudo.
Dias
Est.
RFA - 0 m
(µE.m
-2
s
-1
)
Z
euf
(m)
Z
afo
(m)
Z
máx
(m)
Z
ds
(m)
Z
euf
/Z
máx
Z
euf
/Z
afo
K
(m
-1
)
4 62,8 0,6 0,9 1,5 0,5 0,4 0,6 3,4
5 45,8 0,6 0,8 1,4 0,5 0,5 0,9 3,4
6 93,7 0,5 0,3 0,8 0,6 0,7 2,1 2,8
7 463,9 0,3 0,5 0,8 0,3 0,4 0,7 5,7
8 545,8 0,4 0,1 0,5 0,4 0,8 3,2 4,3
9 227,5 0,2 0,1 0,3 0,2 0,8 3,9 8,5
4 508,4 0,6 1,1 1,7 0,9 0,3 0,5 1,9
5 501,0 0,5 1,0 1,5 0,6 0,3 0,5 2,8
6 444,0 0,4 0,6 1,0 0,6 0,4 0,7 2,8
7 361,6 0,2 0,7 0,9 0,6 0,3 0,3 2,8
8 995,0 0,3 0,6 0,9 0,4 0,3 0,4 4,3
9 382,3 0,2 0,3 0,5 0,3 0,5 0,8 5,7
4 182,0 0,6 1,2 1,8 0,7 0,3 0,5 2,4
5 157,0 0,6 1,1 1,7 0,8 0,3 0,5 2,1
6 186,0 0,4 1,6 1,0 0,5 0,4 0,2 3,4
7 390,0 0,3 0,6 0,9 0,7 0,4 0,5 2,4
8 113,0 0,3 0,7 1,0 0,7 0,3 0,5 2,4
Outubro
9 204,0 0,3 0,3 0,6 0,4 0,5 0,9 4,3
4 65,2 0,6 1,1 1,7 0,5 0,3 0,5 3,4
5 85,0 0,5 1,2 1,7 0,6 0,3 0,5 2,8
6 85,0 0,3 0,7 1,0 0,4 0,3 0,4 4,3
7 40,0 0,3 0,5 0,8 0,3 0,4 0,6 5,7
8 47,0 0,3 0,7 1,0 0,3 0,3 0,4 5,7
9 74,0 0,2 0,5 0,7 0,3 0,3 0,5 5,7
4 79,0 1,0 1,6 2,6 0,2 0,4 0,6 8,5
5 62,0 0,9 2,0 2,9 0,4 0,3 0,5 4,9
6 47,0 1,0 1,3 2,3 0,2 0,4 0,7 9,4
7 204,0 1,1 0,9 2,0 0,4 0,6 1,3 4,1
8 177,0 1,3 0,9 2,2 0,4 0,6 1,5 4,6
9 147,0 1,4 0,6 2,0 0,4 0,7 2,3 4,6
4 212,6 1,1 1,1 2,2 0,3 0,5 1,0 6,8
5 211,2 1,2 1,3 2,5 0,4 0,5 0,9 4,3
6 425,0 0,9 0,4 1,3 0,3 0,7 2,4 5,2
7 72,6 0,7 0,5 1,2 0,4 0,6 1,6 4,3
8 82,9 1,0 0,3 1,3 0,3 0,7 3,0 6,3
Janeiro
9 158,1 0,9 0,1 1,0 0,3 0,9 6,1 5,7
4 839,0 0,9 0,8 1,7 0,2 0,5 1,2 3,4
5 442,3 0,9 0,7 1,6 0,5 0,5 1,2 8,5
6 405,5 0,6 0,9 1,5 0,5 0,4 0,8 3,4
7 47,6 0,5 0,2 0,7 0,5 0,7 2,3 3,4
8 51,1 0,5 0,3 0,8 0,5 0,7 2,2 3,4
9 90,3 0,5 0,1 0,6 0,5 0,9 8,7 3,4
4 92,5 1,1 0,6 1,7 0,5 0,7 2,1 2,8
5 143,0 1,1 0,6 1,7 0,7 0,7 2,1 3,4
6 116,0 0,7 0,6 1,3 0,5 0,6 1,2 2,4
7 44,3 0,6 0,1 0,7 0,5 0,9 6,9 3,4
8 34,1 0,6 0,2 0,8 0,4 0,8 3,6 3,4
9 39,2 0,4 0,2 0,6 0,2 0,7 2,5 4,3
4 612,0 0,6 1,1 1,7 0,3 0,4 0,6 2,9
5 183,0 1,1 0,5 1,6 0,5 0,7 2,1 5,7
6 227,0 0,8 0,3 1,1 0,4 0,7 2,1 3,4
7 133,3 0,7 0,1 0,8 0,5 0,9 9,8 4,3
8 291,0 0,6 0,3 0,9 0,4 0,6 1,6 3,4
Abril
9 137,0 0,6 0,0 0,5 0,3 1,1 - 4,9
102
Dias
Est.
RFA - 0 m
(µE.m
-2
s
-1
)
Z
euf
(m)
Z
afo
(m)
Z
máx
(m)
Z
ds
(m)
Z
euf
/Z
máx
Z
euf
/Z
afo
K
(m
-1
)
4 57,6 1,0 0,7 1,7 0,5 0,6 1,3 3,4
5 661,1 1,2 0,2 1,4 0,6 0,9 8,0 2,8
6 430,1 0,8 0,8 1,6 0,5 0,5 0,9 3,4
7 256,7 0,8 0,0 0,8 0,7 1,0 - 2,4
8 207,8 0,7 0,2 0,9 0,7 0,8 4,8 2,4
9 187,0 0,6 0,0 0,6 0,4 0,9 18,3 4,3
4 * *
*
*
0,7 *
*
2,4
5 * *
*
*
0,7 *
*
2,4
6 384,0 1,2 0,5 1,7 0,7 0,7 2,2 2,4
7 64,0 0,7 0,1 0,8 0,5 0,8 5,2 3,4
8 42,6 0,8 0,1 0,9 0,5 0,9 6,4 3,4
9 29,8 0,4 0,3 0,7 0,5 0,6 1,5 3,4
4 *
*
*
*
0,5 *
*
3,4
5 *
*
*
*
0,8 *
*
2,1
6 *
*
*
*
0,4 *
*
4,3
7 *
*
*
*
0,5 *
*
3,4
8 *
*
*
*
0,5 *
*
3,4
Julho
9 *
*
*
*
0,5 *
*
3,4
* estações não amostradas.
Sólidos Suspensos
As análises de Cluster realizadas para os lidos suspensos orgânicos e inorgânicos
estão representadas na Figura 40 e Figura 41, respectivamente.
No caso dos sólidos suspensos orgânicos, as estações do rio Jacupiranguinha (estações
1 e 2) foram agrupadas em outubro. No mesmo período, as estações do córrego Serrana
(estação 3), lagoa 1 (estações 4, 5 e 6) e lagoa 2 (estações 7 e 8, neste caso) foram agrupadas.
As estações 9 e 10 (saída) não formaram grupo.
Em janeiro, as estações do rio Jacupiranguinha, córrego Serrana e lagoa 1 (exceção da
estação 6) constituíram um único grupo. As estações da lagoa 2 (estações 7, 8 e 9) foram
unidas e a estação 6 e as da saída (estações 10 e 11), não formaram grupo, permanecendo
isoladas.
103
A estação 4 (lagoa 1) o foi agrupada a nenhuma outra estação em abril. As estações
do rio Jacupiranguinha e córrego Serrana foram agrupadas e as estações 5 e 6 (lagoa 1)
constituíram outro grupo. Um único grupo foi constituído pelas estações da lagoa 2 e saída
neste mesmo período.
Em julho, as estações do rio Jacupiranguinha, córrego Serrana, lagoas 1 e 2 formaram
um grupo e nas estações de saída (10 e 11) não houve formação de grupo.
Figura 40: Análise de Cluster Sólidos suspensos orgânicos, no período de estudo: a) outubro, b) janeiro,
c) abril e d) julho.
Os grupos constituídos em outubro para sólidos suspensos inorgânicos foram iguais
aos formados para sólidos suspensos orgânicos no mesmo período.
Estações de Coleta
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80,01
86,67
93,34
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72,87
81,91
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72,87
81,91
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78,25
85,50
92,75
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91,30
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Estações de Coleta
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1110987654321
86,95
91,30
95,65
100,00
a)
b)
c)
d)
104
As estações do córrego Serrana (estação 3), lagoas 1 (estações 4, 5 e 6) e 2 (estações 7,
8 e 9) foram agrupadas em janeiro. No mesmo mês, as estações do rio Jacupiranguinha
(estações 1 e 2) foram unidas e as estações de saída (estações 10 e 11) não constituíram grupo.
Em abril, com exceção da estação 4 (lagoa 1), as estações localizadas no sistema de
áreas alagáveis foram agrupadas (lagoas 1 e 2 e saída). As estações do rio Jacupiranguinha e
córrego Serrana formaram outro grupo e na estação 4 não foi verificada semelhança com as
demais estações.
Em julho foi observada a formação de dois grupos. O primeiro foi constituído das
estações do rio Jacupiranguinha, córrego Serrana, lagoas 1 e 2 e o segundo, das estações de
saída.
Estações de Coleta
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72,22
81,48
90,74
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77,87
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89,63
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100,00
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84,45
89,63
94,82
100,00
a)
b)
c)
d)
105
Figura 41: Análise de Cluster – Sólidos suspensos inorgânicos, no período de estudo: a) outubro, b)
janeiro, c) abril e d) julho.
Conforme Tabela 13 e Tabela 14, em outubro, na estação 10 (saída) foram verificadas
as maiores concentrações de SSO e SSI (63,0 mg.L
-1
e 557,0 mg.L
-1
, respectivamente, ambas
no 1º dia). Nas demais estações, as concentrações de SSI variaram de 1,7 mg.L
-1
(estação 11,
no 1º dia) a 46,8 mg.L
-1
(estação 8, no 2º dia); e os de SSO variaram de 0,8 mg.L
-1
(1º dia, nas
estações 6, 8 e 11) a 15,0 mg.L
-1
(estação 8, no 2º dia).
No mês de janeiro, novamente na estação 10 (saída) foram observadas concentrações
elevadas de SSI e SSO (757,0 mg.L
-1
e 114,0 mg.L
-1
, respectivamente, ambas no dia). As
menores concentrações foram obtidas na estação do córrego Serrana (estação 3) (2,0 mg.L
-1
,
no 2º dia) de SSI e na estação 4 (lagoa 1) (2,0 mg.L
-1
, no 1º dia) de SSO.
Notou-se que no mês de abril, as estações 2, 3, 4, 7, e 11 apresentaram suas maiores
concentrações de SSO comparado aos outros períodos estudados, variando de 6,0 mg.L
-1
a
150,0 mg.L
-1
(estações 7, no dia e 4, no dia, respectivamente). Na estação 4 (lagoa 1),
obteve-se a maior concentração de SSI (168,0 mg.L
-1
, 1º dia), enquanto as estações do rio
Jacupiranguinha (estação 1, neste caso), córrego Serrana e lagoa 2 apresentaram, em pelo
menos um dos dias, concentrações próximas a zero.
Em julho, nas estações do rio Jacupiranguinha (estações 1 e 2) e 5 (lagoa 1) foram
verificadas as menores concentrações de SSI (1,7 mg.L
-1
, no 2º dia; 1,5 mg.L
-1
, no 2º dia e 0,6
mg.L
-1
, no 3º dia, respectivamente). Na estação 10 foram registradas as maiores concentrações
de SSI e SSO (205,8 mg.L
-1
e 28,0 mg.L
-1
, respectivamente, ambas no 2º dia).
106
Tabela 13: Concentrações de sólidos suspensos orgânicos (SSO), em mg.L
-1
, no período de estudo.
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
1º dia
- 1,8 - 1,0 1,7 0,8 1,3 0,8 1,8 31,0 0,8
Outubro
2º dia
5,8 4,5 - 5,3 5,0 12,2 8,7 15,0 13,2 63,0 2,2
3º dia
8,7 5,2 - 3,5 3,5 4,2 3,0 4,3 8,7 4,5 1,3
1º dia
5,0 6,3 2,8 2,0 4,5 20,5 7,3 7,4 10,8 114,0 5,0
Janeiro
2º dia
21,0 14,5 9,5 11,3 40,0 129,0 7,8 6,5 7,3 15,0 8,5
3º dia
6,5 9,5 2,7 * * * 8,8 10,7 7,2 24,8 6,0
1º dia
7,5 10,0 12,0 150,0 26,0 24,5 6,5 13,0 14,0 10,5 10,5
Abril
2º dia
18,0 10,5 16,0 15,5 25,0 16,0 14,5 12,0 12,0 19,5 22,0
3º dia
3,0 36,0 10,0 20,5 14,5 21,0 6,0 11,5 11,5 16,0 14,0
1º dia
3,3 1,8 7,8 13,9 4,5 7,3 7,8 7,5 12,0 27,5 5,7
Julho
2º dia
2,6 2,2 10,0 9,8 3,1 3,1 6,0 5,3 5,0 28,0 5,2
3º dia
2,3 2,0 0,5 2,0 1,6 1,0 2,7 5,8 20,3 12,0 4,3
* amostras perdidas; - amostras não coletadas.
Tabela 14: Concentrações de sólidos suspensos inorgânicos (SSI), em mg.L
-1
, no período de estudo.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
1º dia
- 21,3 - 5,2 9,2 4,2 2,7 5,2 6,7 557,0 1,7
Outubro
2º dia
16,0 8,7 - 5,8 5,5 13,3 15,8 46,8 35,8 171,5 4,5
3º dia
23,3 24,3 - 11,2 10,3 10,5 8,5 16,0 28,0 33,0 4,5
1º dia
19,0 17,3 5,5 10,3 7,5 45,5 9,5 9,4 11,0 757,0 12,8
Janeiro
2º dia
143,5 145,0 2,0 40,0 20,0 56,0 12,0 10,5 15,3 72,5 68,0
3º dia
75,8 82,8 3,0 * * * 15,5 19,3 14,0 120,8 24,8
1º dia
3,0 1,0 2,5 168,0 13,0 18,5 2,5 7,5 4,5 12,0 4,5
Abril
2º dia
1,0
5,0
5,0
1,0
27,5
7,5
0,5
0,8
0,9
4,0
9,5
3º dia
5,5 39,5 2,0 9,0 1,0 7,5 0,5 2,0 5,5 4,5 6,5
1º dia
2,1 2,5 4,2 10,1 3,6 27,0 3,8 9,0 6,0 87,5 11,0
Julho
2º dia
1,7 1,5 13,2 9,5 2,5 2,9 4,3 6,5 6,2 205,8 11,3
3º dia
2,3 3,7 8,0 3,3 0,6 2,9 4,8 3,5 2,7 38,8 9,5
* amostras perdidas; - amostras não coletadas.
Nutrientes Dissolvidos
a) Nitrito
107
Na análise de Cluster para o nitrito, as estações do rio Jacupiranguinha (estações 1 e 2)
foram agrupadas em janeiro e abril e distintas, em outubro e julho, não formando grupo. Em
janeiro, a estação do córrego Serrana (estação 3) somou-se ao grupo das estações do rio
Jacupiranguinha.
Em outubro, as estações do córrego Serrana e lagoa 1 (estações 4, 5 e 6) foram
agrupadas. As estações 7 e 8 (lagoa 2) constituíram um grupo e as estações 9 (lagoa 2) e 10
(saída), outro. Já em janeiro, as estações da lagoa 2 e saída formaram um grupo apenas e nas
estações da lagoa 1 (apenas estações 4 e 5) foi formado outro.
As lagoas 1 e 2 formaram um grupo único, em abril e as estações de saída, outro
(Figura 42). Em julho, as estações das lagoas 1 e 2 e da saída constituíram um grupo. Nas
estações do rio Jacupiranguinha e córrego Serrana não foram verificadas semelhanças.
Houve heterogeneidade espacial nas concentrações de nitrito, em outubro. A maior
concentração foi obtida no rio Jacupiranguinha (estação 1, 9,0µg.L
-1
, no dia) e as menores,
nas estações 4 e 8 (0,3 µg.L
-1
, no 1º dia, em ambas as estações).
De forma geral, em janeiro, foram observadas as maiores concentrações de nitrito na
maioria das estações, em relação aos demais períodos amostrados, com exceção das estações
1 (rio Jacupiranguinha) e 3 (córrego Serrana). A maior concentração foi observada na estação
4, (8,4 µg.L
-1
, no 2º dia), e a menor, na estação 2 (1,1µg.L
-1
, 1º dia).
108
Figura 42: Análise de Cluster – Nitrito, no período de estudo: a) outubro, b) janeiro, c) abril e d) julho.
Nas estações 3 (córrego Serrana), 4, 5 e 6 (lagoa 1), 8 (lagoa 2), e 10 (saída) houve
semelhança no padrão de suas variações diárias, no mês de abril, com aumento gradual na
concentração de nitrito, entre os três dias de amostragem.
As maiores concentrações ocorreram no córrego Serrana, nos três dias amostrados (4,4
µg.L
-1
, 6,0 µg.L
-1
e 8,6µg.L
-1
, nos 1º, e dia, respectivamente). Enquanto que, as menores
concentrações foram observadas no rio Jacupiranguinha, na estação 2 (0,8 µg.L
-1
, 1º dia).
Em julho, as concentrações desta variável foram inferiores a 2,0 µg.L
-1
no rio
Jacupiranguinha (estação 2), lagoa 1 (estações 4, 5 e 6), lagoa 2 (estações 7 e 9) e saída
(estação 11), nos três dias amostrados. As maiores concentrações de nitrito foram detectadas
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
59,46
72,97
86,49
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
59,46
72,97
86,49
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
85,73
90,49
95,24
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
85,73
90,49
95,24
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
3111098765421
73,34
82,23
91,11
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
3111098765421
73,34
82,23
91,11
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
74,67
83,11
91,56
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
74,67
83,11
91,56
100,00
a)
b)
c) d)
109
na estação 1 (rio Jacupiranguinha), nos três dias coletados (6,8 µg.L
-1
, dia; 6,6µg.L
-1
,
dia; e 4,6µg.L
-1
, 3º dia) (Tabela 15).
Tabela 15: Concentrações de nitrito (µg.L
-1
) no período estudado. As estações 1 e 2 não foram amostradas
no 1º dia.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Outubro dia
- - - 0,3 1,2 * * 0,3 * 2,7 1,3
2°dia
8,9 1,2 - 0,6 * 1,3 1,7 4,1 1,7 2,4 2,0
3°dia
9,0 * - 1,2 0,6 1,2 * 1,5 1,0 1,9 3,7
Janeiro dia
4,3 1,1 2,6 3,2 3,4 2,7 5,4 3,8 4,4 5,8 5,2
2°dia
4,6 3,7 3,8 8,4 4,6 2,6 3,9 4,5 7,0 6,3 4,2
3°dia
4,2 3,8 3,8 4,5 5,1 1,8 3,1 3,2 3,3 4,4 3,0
Abril dia
2,1 0,8 4,4 0,8 1,2 1,2 1,2 1,1 1,5 1,9 2,4
2°dia
1,8 1,0 6,0 1,2 1,9 1,7 5,1 1,4 1,5 3,3 3,2
3°dia
3,6 1,0 8,6 2,1 2,1 2,7 1,4 2,7 2,2 5,4 2,5
Julho dia
6,8 0,5 3,0 0,6 0,6 1,2 1,2 0,5 1,3 1,5 0,6
2°dia
6,6 0,8 3,4 0,8 0,8 1,0 2,0 1,1 1,1 1,1 0,8
3°dia
4,6 0,7 1,5 1,0 0,8 1,0 1,3 2,1 0,9 3,3 1,3
*abaixo do limite de detecção; - amostra perdida
b) Nitrato
Através da análise de Cluster realizada para o nitrato foi verificado que as estações do
rio Jacupiranguinha (estações 1 e 2) foram agrupadas em todos os períodos de estudo e a
estação do córrego Serrana (estação 3), adicionada a este grupo em julho (Figura 43).
A estação do córrego Serrana foi agrupada as estações da lagoa 1 (estações 4 e 5, neste
caso), nos meses de outubro e abril e em janeiro, este grupo foi unido a estação 6 e as estações
da lagoa 2 (somente estações 7 e 8).
As estações da lagoa 2 foram agrupadas as estações da saída (estações 10 e 11), em
outubro, abril e julho. Em janeiro, as estações da lagoa 2 e saída constituíram grupos distintos.
A estação 9 não foi semelhante às outras estações. As estações da saída formaram um grupo e
110
as estações da lagoa 2 (estações 7 e 8, neste caso), outro grupo juntamente com as estações do
córrego Serrana e lagoa 1.
Figura 43: Análise de Cluster – Nitrato, no período de estudo: a) outubro, b) janeiro, c) abril e d) julho.
Na Figura 44 está representada as concentrações de nitrato, em outubro. As estações
da lagoa 1 (estações 4, 5 e 6) e também, 8 (lagoa 2) e saída (estações 10 e 11) tiveram
pequena variação entre os dias consecutivos, quando comparadas às demais estações. Nestas
estações, as concentrações estiveram entre 0,6 µg.L
-1
(estações 4 e 5, no dia) e 1,1 µg.L
-1
(estações 7, no e dias e 11, no dia). A maior concentração desta variável ocorreu no
rio Jacupiranguinha, na estação 1 (1,7 µg.L
-1
, no 3º dia).
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
78,85
85,90
92,95
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
78,85
85,90
92,95
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
75,67
83,78
91,89
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
75,67
83,78
91,89
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
80,23
86,82
93,41
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
80,23
86,82
93,41
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
83,91
89,27
94,64
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
83,91
89,27
94,64
100,00
a)
b)
c)
d)
111
Em janeiro, as maiores concentrações de nitrato foram verificadas, quando
comparados aos outros períodos estudados (Figura 45). Variação temporal foi notada nas
estações, principalmente nas estações do córrego Serrana (1,6 mg.L
-1
, no dia a 2,5 mg.L
-1
,
no 3º dia) e lagoa 2, na estação 9 ( 0,7 mg.L
-1
, no 1º dia a 1,5 mg.L
-1
, no 3º dia).
0,0
0,3
0,6
0,9
1,2
1,5
1,8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
Nitrato (mg.L
-1
)
dia dia dia
Figura 44: Concentrações de nitrato (µg.L
-1
), em outubro.
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
Nitrato (mg.L
-1
)
dia 2º dia dia
Figura 45: Concentrações de nitrato (mg.L
-1
) , em janeiro.
Na Figura 46, observa-se as concentrações de nitrato nas estações, em abril. Nas
estações do córrego Serrana (estação 3), lagoas 1 (estações 4, 5 e 6) e 2 (estações 7, 8 e 9) e
saída (estações 10 e 11) foram verificadas as maiores concentrações, todas com ocorrência no
112
dia (1,7 mg.L
-1
, nas estações 5 e 8, por exemplo), enquanto que as menores foram
encontradas nas estações do rio Jacupiranguinha (0,4 mg.L
-1
, na estação 2, no 2º dia).
0,0
0,3
0,6
0,9
1,2
1,5
1,8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
Nitrato (mg.L
-1
)
dia dia dia
Figura 46: Concentrações de nitrato (mg.L
-1
) na área de estudo, em abril.
No mês de julho, as maiores concentrações de nitrato ocorreram nas estações da lagoa
1 (1,4 mg.L
-1
, no dia, em todas) e as menores, nas estações do rio Jacupiranguinha (0,4
mg.L
-1
, na estação 1, no dia). Nas estações foi observada menor variação entre os dias de
amostragem, se comparado aos demais períodos (Figura 47).
Em julho, assim como em janeiro e abril, as menores concentrações foram obtidas nas
estações do rio Jacupiranguinha. Já em outubro, observou-se o contrário (Figura 44), as
maiores concentrações foram observadas nas estações do rio Jacupiranguinha e as menores,
no sistema de áreas alagáveis.
113
0,0
0,3
0,6
0,9
1,2
1,5
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
Nitrato (mg.L
-1
)
dia dia dia
Figura 47: Concentrações de nitrato (mg.L
-1
) na área de estudo, em julho.
c) Nitrogênio amoniacal
Todas as estações constituíram um único grupo, nos meses de abril e julho, segundo
análise de Cluster para o nitrogênio amoniacal (Figura 48). Em outubro, as estações do rio
Jacupiranguinha (estações 1 e 2) formaram um grupo. As estações da lagoa 1 não foram
semelhantes neste mesmo período. A estação 4 (lagoa 1) foi agrupada à estação do córrego
Serrana (estação 3); a estação 5 permaneceu isolada e a estação 6 foi agrupada às estações da
lagoa 2 (estações 7, 8 e 9) e saída (estação 10).
Em janeiro, a formação de três grupos foi verificada: estações do rio Jacupiranguinha,
do córrego Serrana e lagoa 1 (estações 4 e 5, apenas), primeiro grupo; estações da lagoa 1
(estação 6, somente), lagoa 2 e saída (estação 10, no caso), segundo grupo e por último,
estação 11.
114
Figura 48: Análise de Cluster Nitrogênio amoniacal, no período de estudo: a) outubro, b) janeiro, c)
abril e d) julho.
Pela Figura 49 observa-se variação espacial e temporal da concentração do nitrogênio
amoniacal, em outubro. A maior concentração foi obtida na lagoa 1, estação 6 (8,1 mg.L
-1
, no
1º dia) e a menor, na saída, estação 11 (0,4 mg.L
-1
, no 3º dia).
As maiores concentrações do nitrogênio amoniacal foram obtidas nesta época, se
comparada aos outros meses amostrados. Neste período, foi possível observar variação entre
os dias consecutivos: estação 6, entre 0,9 mg.L
-1
e 8,1 mg.L
-1
, por exemplo.
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
79,03
86,02
93,01
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
79,03
86,02
93,01
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
88,92
92,62
96,31
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
88,92
92,62
96,31
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
89,88
93,25
96,63
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
89,88
93,25
96,63
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
89,84
93,22
96,61
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
89,84
93,22
96,61
100,00
a) b)
d) c)
115
0,0
1,5
3,0
4,5
6,0
7,5
9,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
N-NH
4
(mg.L
-1
)
dia dia dia
Figura 49: Concentrações de Nitrogênio Amoniacal (mg.L
-1
), em outubro. (estação 1, e dias e estação
3, nos três dias, não foram amostradas neste período. Na estação 2, dia e nas estações 4, 5, 8, 9 e 10, no
3º dia foram verificadas concentrações abaixo do limite de detecção)
No mês de janeiro, notou-se, novamente, variação espacial e temporal (Figura 50), as
concentrações variaram de 0,1 mg.L
-1
(estação 6, no 1º dia) a 1,5 mg.L
-1
(estação 8, no 1º dia).
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
N-NH
4
(mg.L
-1
)
dia dia dia
Figura 50: Concentrações de Nitrogênio Amoniacal (mg.L
-1
), em janeiro.
As estações apresentaram, em abril, concentrações de nitrogênio amoniacal inferiores
a 1,0 mg.L
-1
, em todas as estações de amostragem (Figura 51). A maior concentração foi
encontrada na estação 10, saída (0,7 mg.L
-1
, no dia) e a menor, nas estações 8 e 9 (lagoa 2),
ambas no primeiro dia de coleta, com 0,1 mg.L
-1
.
116
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
N-NH
4
(mg.L
-1
)
dia dia dia
Figura 51: Concentrações de Nitrogênio Amoniacal (mg.L
-1
), em abril.
Em julho, observou-se padrão semelhante ao encontrado no mês anterior (abril), e as
concentrações foram reduzidas de nitrogênio amoniacal. Nas estações também foram
verificadas concentrações de nitrogênio amoniacal inferiores a 1,0 mg.L
-1
(Figura 52). Neste
período, a maior concentração foi verificada na estação 1, no 2º dia (0,7 mg.L
-1
) e a menor, na
estação 8, no 3º dia (0,1 mg.L
-1
).
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
N-NH
4
(mg.L
-1
)
dia dia dia
Figura 52: Concentrações de Nitrogênio Amoniacal (mg.L
-1
), em julho.
117
d)
Fosfato Inorgânico
A análise de Cluster realizada para o fosfato inorgânico está representada na Figura
53. Todas as estações constituíram um único grupo nos meses de outubro e abril. Em janeiro,
as estações do rio Jacupiranguinha (estações 1 e 2) foram semelhantes à estação do rrego
Serrana (estação 3) e às estações da lagoa 1 (estação 4 apenas). As estações da lagoa 2
(estações 7, 8 e 9), saída (estações 10 e 11) e lagoa 1 (somente estação 6) constituíram grupo.
Em julho, as estações 1 e 8 não formaram grupos. As estações 2 (rio Jacupiranguinha),
3 (córrego Serrana) e 4 (lagoa 1) formaram um grupo e as estações 9 (lagoa 2), 10 e 11
(saída), outro grupo.
Figura 53: Análise de Cluster Fosfato inorgânico, no período de estudo: a) outubro, b) janeiro, c) abril e
d) julho.
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
88,89
92,59
96,30
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
88,89
92,59
96,30
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
88,75
92,50
96,25
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
88,75
92,50
96,25
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
89,57
93,05
96,52
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
89,57
93,05
96,52
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
8111097654321
76,39
84,26
92,13
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
8111097654321
76,39
84,26
92,13
100,00
a)
b)
c)
d)
118
Na Tabela 16 está representada as concentrações de fosfato inorgânico g.L
-1
), no
período de estudo. Nas estações foi verificada variação espacial e temporal. Em outubro, na
estação 4 (lagoa 1) foi observada a maior concentração desta variável (114,0 µg.L
-1
), no
dia. Nas demais estações, as concentrações de fosfato inorgânico foram inferiores à estação 4,
variando de 2,0 µg.L
-1
, na estação 7 (lagoa 2, no 2º dia) a 69,0 µg.L
-1
, na estação 1 (no 3º dia).
Em janeiro, as concentrações de fosfato inorgânico aumentaram em quase todas as
estações, quando comparadas ao mês anterior. Na estação 2 (rio Jacupiranguinha) foi
observada, a maior concentração (10671,0 µg.L
-1
, no 2º dia) e a menor foi registrada no rio
Jacupiranguinha (estação 1, 17,0 µg.L
-1
, no dia). Nas estações 3 a 11 foram observadas
concentrações variando de 38,0 µg.L
-1
, na estação 7 (lagoa 2) (no dia) a 4760,0 µg.L
-1
, na
estação 4 (lagoa 1) (no 3º dia).
No mês de abril, nas estações 5 e 6 (lagoa 1) foram verificadas as maiores
concentrações, variando entre 3040,0 µg.L
-1
(no dia) e 4234,0 µg.L
-1
(no dia), estação 5
e entre 638,0 µg.L
-1
(no dia) e 3756,0 µg.L
-1
(no 1º dia), estação 6. A menor concentração
foi obtida na estação 1 (rio Jacupiranguinha) (33,0 µg.L
-1
, no 2º dia).
em julho, na estação 2 (rio Jacupiranguinha) foram constatadas as maiores
concentrações de todo período estudado (67198,0 µg.L
-1
e 64.363,0 µg.L
-1
, no e dia,
respectivamente). Nas estações 1 (rio Jacupiranguinha), 7, 8 e 9 (lagoa 2), 10 e 11 (saída), as
concentrações de fosfato inorgânico variaram entre 24,0 µg.L
-1
(estação 8, no dia) e 138,0
µg.L
-1
(estação 1, no dia). Nas estações da lagoa 1 (estações 4, 5 e 6) foram registradas
concentrações de 1353,0 µg.L
-1
(estação 4, no 3º dia) a 3252,0 µg.L
-1
(estação 4, no 2º dia).
119
Tabela 16: Concentrações de fosfato inorgânico (µg.L
-1
) no período de estudo.
Dias
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
* * * 114,0 63,5 26,0 44,5 5,5 13,0 ** 36,0
43,0 * * 102,0 6,5 25,0 2,0 3,5 4,0 24,0 8,5
Outubro
69,0 ** * 6,5 40,0 33,0 31,0 4,0 7,5 7,0 17,0
17,0 243,0 76,0 374,0 261,0 178,0 38,0 44,0 153,0
51,0 91,0
162,5
10.671,0
82,0 3.562,0
506,0 178,0 126,0
668,0
435,0
** 3.560,0
Janeiro
115,0
** 132,0
4.760,0
889,0 275,0 67,0 62,0 75,0 261,0
1.820,0
39,0 243,0 142,0
466,0 4.234,0
3.756,0
136,0
103,0
200,0
105,0
195,0
33,0 306,0 372,0
628,0 3.083,0
2.729,0
950,0
95,5 118,0
207,0
124,0
Abril
99,0 195,0 199,0
1.548,0
3.040,0
638,0 226,0
77,0 73,0 257,0
381,0
138,0
67.198,0
38,0 3.164,0
2.823,0
2.643,0
50,0 24,0 39,0 33,0 34,0
45,0 38.202,0
246,0
3.252,0
2.904,0
2.638,0
51,0 24,5 27,0 27,0 40,0
Julho
31,0 64.363,0
282,0
1.353,0
2.649,0
2.000,0
29,0 42,0 29,0 81,0 52,0
* amostras não coletadas; ** amostras perdidas
e)
Silicato Reativo
Na análise de Cluster feita para o Silicato reativo, as estações do rio Jacupiranguinha
(estações 1 e 2) foram agrupadas em todos os períodos de estudo. A estação do rrego
Serrana (estação 3) somente foi agrupada em abril, com as estações da lagoa 1 (estações 4, 5 e
6) e lagoa 2 (estações 7, 8 e 9).
Em outubro, as estações da lagoa 1 foram agrupadas a estação 7 (lagoa 2) e as estações
8 e 9 (lagoa 2), às estações da saída (estações 10 e 11). As estações das lagoas 1 e 2 e da saída
foram agrupadas em janeiro (Figura 54). em julho, as estações da lagoa 1 constituíram um
grupo e as estações da lagoa 2 e da saída, outro grupo. As estações da saída do sistema
formaram um grupo à parte, em abril.
120
Figura 54: Análise de Cluster Silicato reativo, no período de estudo: a) outubro, b) janeiro, c) abril e d)
julho.
Na Figura 55 está representada a distribuição espacial e temporal (três dias) da
concentração de silicato reativo (mg.L
-1
), em outubro. Nas estações 1 (rio Jacupiranguinha), 6
(lagoa 1), 7, 8, 9 (lagoa 2) e 11 (saída) foram verificadas, em pelo menos um dos dias
amostrados, concentrações superiores a 5,0 mg.L
-1
.
A maior concentração foi observada na estação 11, no dia (7,1 mg.L
-1
) e a menor,
na estação 8, no dia (0,2 mg.L
-1
). Houve variação entre os três dias consecutivos, como
observado na estação 8 (0,2 mg.L
-1
; no 3º dia a 5,2 mg.L
-1
; no 2º dia).
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
79,78
86,52
93,26
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
79,78
86,52
93,26
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
87,96
91,98
95,99
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
87,96
91,98
95,99
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
88,96
92,64
96,32
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
88,96
92,64
96,32
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
88,99
92,66
96,33
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
88,99
92,66
96,33
100,00
a)
b)
c)
d)
121
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
Silicato reativo (mg.L
-1
)
dia 2º dia dia
Figura 55: Concentrações de silicato reativo (mg.L
-1
), em outubro. (A estação 1, 1º dia e estação 3, nos três
dias, não foram amostradas neste período).
Através da Figura 56 é possível notar que em todas as estações, a concentração de
silicato reativo não ultrapassou 3,0 mg.L
-1
no dia de coleta, enquanto que nos e dias,
as concentrações foram superiores a 5,0 mg.L
-1
, atingindo 8,6 mg.L
-1
na estação 3 (córrego
Serrana), no 2º dia de coleta e 8,3 mg.L
-1
, no 3º dia, na mesma estação.
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
Silicato reativo (mg.L
-1
)
dia 2º dia 3º dia
Figura 56: Concentrações de silicato reativo (mg.L
-1
), em janeiro.
Por outro lado, em abril, houve redução desta variável no dia de coleta, em todas as
estações (Figura 57). Neste dia, a concentração máxima foi de 1,7 mg.L
-1
, na estação 7 (lagoa
1). Este padrão foi oposto ao mês anterior (Figura 56).
122
Nos dias anteriores, as concentrações foram superiores às do 3º dia, variando de 3,3
mg.L
-1
(estação 9, no 1º dia) a 6,3 mg.L
-1
(estação 1, no 2º dia). Entre os dias consecutivos foi
verificada variação nas estações, por exemplo, estação 5 (lagoa 1), com concentrações de 0,4
mg.L
-1
, no 3º dia; 3,7 mg.L
-1
, no 2º dia e 5,9 mg.L
-1
, no 1º dia.
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
Silicato reativo (mg.L
-1
)
dia dia dia
Figura 57: Concentrações de silicato reativo (mg.L
-1
), em abril.
Em julho, as menores concentrações de silicato reativo foram verificadas se
comparados aos demais períodos (Figura 58). Além disso, pequena variação foi observada
entre os dias consecutivos, quando comparado aos outros meses.
As maiores concentrações foram verificadas no dia, nas estações 3 (córrego
Serrana) (1,6 mg.L
-1
), 7 (lagoa 2) e 10 (saída) (1,5 mg.L
-1
), enquanto que as menores foram
observadas na estação 2 (rio Jacupiranguinha) (0,1 mg.L
-1
, no e no dia e 0,2 mg.L
-1
, no
2º dia).
Dentro do sistema de áreas alagáveis, na lagoa 1 (estações 4, 5 e 6) foram observadas
menores concentrações do que na lagoa 2 (estações 7, 8 e 9) e nas estações da saída (estações
10 e 11). As concentrações das estações 1 (rio Jacupiranguinha) e 3 (córrego Serrana) foram
superiores, nos três dias, às concentrações encontradas na estação 2 (rio Jacupiranguinha).
123
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
Silicato reativo (mg.L
-1
)
dia dia dia
Figura 58: Concentrações de silicato reativo (mg.L
-1
), em julho
.
Nutriente Total
Nitrogênio Total Kjedahl
Nos meses de outubro e abril, as estações do rio Jacupiranguinha (estações 1 e 2)
foram agrupadas, segundo a análise de Cluster para o nitrogênio total (Figura 59). Já em
janeiro e julho, estas também estiveram agrupadas, juntamente com as estações do córrego
Serrana (estação 3) e lagoa 1 (apenas estação 4).
As estações da lagoa 1, lagoa 2 e saída foram agrupadas em abril e julho, com exceção
da estação 11, nos dois meses e da estação 4, em julho. Em janeiro, as estações da lagoa 2
(estações 7, 8 e 9) estiveram agrupadas as estações da saída.
124
Figura 59: Análise de Cluster Nitrogênio total, no período de estudo: a) outubro, b) janeiro, c) abril e d)
julho.
Na Figura 60 está representada as concentrações de NTK nas estações, em outubro.
Houve variação entre os dias consecutivos e entre as estações. Nas estações 6 (lagoa 1), 7, 8 e
9 (lagoa 2) foram verificadas concentrações elevadas no 2º dia (3,0 mg.L
-1
; 3,3 mg.L
-1
; 3,5
mg.L
-1
e 3,6 mg.L
-1
), respectivamente. No 3º dia, as concentrações de NTK diminuíram
gradativamente nestas estações até a estação 10 (saída).
A maior concentração desta variável foi observada na estação 11 (saída), no 3º dia (6,2
mg.L
-1
) e a menor na 10 (saída), no mesmo dia (0,2 mg.L
-1
). Com exceção da estação 11, as
maiores concentrações de NTK foram detectadas no 2º dia.
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
78,52
85,68
92,84
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
10987654321
78,52
85,68
92,84
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
80,01
86,67
93,34
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
80,01
86,67
93,34
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
88,51
92,34
96,17
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
88,51
92,34
96,17
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
86,11
90,74
95,37
100,00
Estações de Coleta
Similaridade
1110987654321
86,11
90,74
95,37
100,00
a)
b)
c)
d)
125
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
Nitrogênio total (mg.L
-1
)
dia dia dia
Figura 60: Concentrações de Nitrogênio Total (mg.L
-1
), em outubro. (As estações 1, e dias e 3 não
foram amostradas. A amostra da estação 10, 2º dia foi perdida).
Em janeiro, foi notada variação espacial superior ao período anterior, principalmente
no dia de coleta, nas estações fora do sistema (estações 2, e 3) e em algumas dentro do
sistema (estações 8 – lagoa 2, 10 e 11 - saída).
A maior concentração foi verificada na estação 5 (lagoa 1) (6,8 mg.L
-1
, 3º dia) e a
menor, nas estações 2 (rio Jacupiranguinha) e 3 (córrego Serrana) (0,6 mg.L
-1
, dia), de
acordo com a Figura 61.
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
Nitrogênio total (mg.L
-1
)
dia dia dia
Figura 61: Concentrações de Nitrogênio Total (mg.L
-1
), em janeiro.
126
As menores concentrações de NTK foram verificadas em abril (Figura 62), bem como
as menores amplitudes espaciais e temporais. As maiores concentrações deste nutriente foram
verificadas nas estações 1 e 2 (rio Jacupiranguinha) (2,0 mg.L
-1
, e dia, respectivamente)
e 4 (lagoa 1) (2,1 mg.L
-1
, dia), e a menor, na estação 3 (córrego Serrana) (0,4 mg.L
-1
,3º
dia).
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
Nitrogênio total (mg.L
-1
)
dia dia dia
Figura 62: Concentrações de Nitrogênio Total (mg.L
-1
), em abril.
As concentrações de NTK , em julho foram ligeiramente superiores às obtidas no
período anterior, porém menores que as de outubro e janeiro (Figura 63). Variabilidade
temporal foi verificada nas estações 1, 2 (rio Jacupiranguinha), 4, 6 (lagoa 1), 10 e 11 (saída).
A variação espacial foi observada no e
dia
de coleta. No dia, a concentração
variou de 0,5 mg.L
-1
, na estação 10 (saída) a 3,5 mg.L
-1
, nas estações 4 (lagoa 1) e 11 (saída).
No dia, esta variação foi de 0,7 mg.L
-1
, na estação 7 (lagoa 2), a 2,4, mg.L
-1
, na estação 6
(lagoa 1).
127
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
Nitrogênio total (mg.L-
1
)
dia dia dia
Figura 63: Concentrações de Nitrogênio Total (mg.L
-1
), em julho.
Correlação linear – coeficiente de correlação de
Pearson
O coeficiente de correlação de Pearson foi aplicado entre duas variáveis contínuas a
fim de determinar a existência de relação linear.
linear correlação existe Não 0
perfeita negativa Correlação -1
perfeita positiva Correlação 1
=
=
=
ρ
ρ
ρ
Usualmente:
linear correlação 0,16,0
fracalinear correlação 6,03,0
linear correlação Não 3,0
<
<
ρ
ρ
ρ
As correlações lineares para 0,6 < ρ 1,0 (positivas ou negativas), encontradas entre
as variáveis no período de outubro, estão representadas na Tabela 17 . Para esta pesquisa, não
foram aceitas como correlacionadas, variáveis com resultados entre 0,3 e 0,6 (correlação
linear fraca).
128
Em outubro, as formas de carbono (carbono inorgânico, dióxido de carbono total e
bicarbonato, neste caso) e coeficiente de atenuação foram correlacionadas positivamente (ρ =
0,71) e coeficiente de atenuação e profundidade foram correlacionadas negativamente(ρ = -
0,71).
Tabela 17: Correlações lineares, em outubro.
Outubro
Variáveis Correlação
Secchi vs Profundidade 0,748
Carb Inorg vs Coef Aten 0,710
CO
2
Total vs Coef Aten 0,710
HCO
3
vs Coef Aten 0,710
Coef Aten vs Profundidade -0,709
Carb Inorg vs OD% -0,795
CO2 Total vs OD% -0,795
HCO
3
vs OD% -0,795
Na Tabela 18 estão representadas as correlações obtidas em janeiro. O silicato e o
nitrato foram correlacionados positivamente neste período (ρ = 0,69).
Correlações negativas foram observadas entre porcentagem de oxigênio dissolvido e
temperatura da água (ρ = - 0,74) e entre porcentagem de oxigênio dissolvido e dióxido de
carbono livre (ρ = - 0,68).
Tabela 18: Correlações lineares, em janeiro.
Janeiro
Variáveis Correlação
CO
2
Livre vs
Temp Água 0,767
Silicato vs
NNO
3
0,683
CO
2
Livre vs
OD% -0,683
OD% vs
Temp Água -0,739
Em abril o número de correlações aumentou quando comparadas aos meses anteriores
(Tabela 19). Para profundidade da coluna de água foi observada correlação positiva com
diversidade do (
ρ = 0,75), eqüidade (ρ = 0,72) e riqueza (ρ = 0,70) fitoplanctônica.
129
Correlações negativas foram verificadas em abril entre riqueza e alcalinidade (ρ =
0,70); riqueza e formas de carbono (dióxido de carbono total, bicarbonato e carbono
inorgânico, no caso), ρ = 0,70. Diversidade e eqüidade também foram correlacionadas
negativamente com as formas de carbono citadas para riqueza
Tabela 19: Correlações lineares, em abril.
Abril
Variáveis Correlação
Diversidade vs
Profundidade 0,745
Eqüidade vs
Profundidade 0,720
P-PO
4
vs
Profundidade 0,699
Riqueza vs
Profundidade 0,695
Riqueza vs
Alcalinidade -0,698
Riqueza vs
CO
2
Total -0,698
Riqueza vs
HCO
3
-0,698
Riqueza vs
Carb Inorg -0,698
Alcalinidade vs
OD% -0,729
Cab Inorg vs
OD% -0,730
CO
2
Total vs
OD% -0,730
HCO
3
vs
OD% -0,730
Diversidade vs
Alcalinidade -0,757
Diversidade vs
CO
2
Total -0,757
Diversidade vs
HCO
3
-0,757
Diversidade vs
Carb Inorg -0,757
NNO
3
vs
OD% -0,761
Eqüidade vs
HCO
3
-0,768
Eqüidade vs
Carb Inorg -0,768
Eqüidade vs
Alcalinidade -0,769
Eqüidade vs
CO
2
Total -0,769
Os valores de correlações lineares obtidos para as variáveis, no mês de julho, estão
representados na Tabela 20. Houve correlação positiva entre o nitrato e a profundidade (ρ =
0,95) e entre ortofosfato e profundidade (ρ = 0,92). A profundidade também foi
correlacionada a diversidade do fitoplâncton (ρ = 0,71).
A dominância do fitoplâncton foi correlacionada positivamente a alcalinidade (ρ =
0,70), ao dióxido de carbono total , bicarbonato e carbono inorgânico (
ρ = 0,69, nos três
130
casos). Por sua vez, riqueza, diversidade e eqüidade fitoplanctônica foram correlacionadas
negativamente as 4 últimas variáveis citadas.
Tabela 20: Correlações lineares, em julho.
Julho
Variáveis Correlação
N-NO
3
vs Profundidade 0,954
P-PO
4
vs Profundidade 0,920
P-PO
4
vs Condutividade 0,833
Equidade vs Profundidade 0,787
Profundidade vs Temp da Água 0,735
Diversidade vs Profundidade 0,714
Dominância vs Alcalinidade 0,695
Dominância vs CO
2
Total 0,690
Dominância vs HCO
3
0,690
Dominância vs Carb Inorg 0,691
Equidade vs HCO
3
-0,711
Equidade vs Carb Inorg -0,712
Equidade vs CO
2
Total -0,712
Equidade vs Alcalinidade -0,716
Riqueza vs CO
2
Total -0,718
Riqueza vs HCO
3
-0,718
Riqueza vs Carb Inorg -0,718
Riqueza vs Alcalinidade -0,720
Diversidade vs CO
2
Total -0,792
Diversidade vs HCO
3
-0,792
Diversidade vs Carb Inorg -0,793
Diversidade vs Alcalinidade -0,796
Silicato vs Profundidade -0,909
4.2.2 Variáveis Bióticas
4.2.2.1 Análises qualitativa e quantitativa
Nesta pesquisa foram identificados 163 táxons nas 11 estações estudadas, sendo que
destes, 62 pertenceram a Bacillariophyceae, 56 a Chlorophyceae, 23 a Cyanobacteria, 16 a
Euglenophyceae, 2 a Cryptophyceae, 1 a Dinophyceae, 1 a Chrysophyceae, 2 a
Xantophyceae. As espécies e gêneros identificados estão listados a seguir em classes:
131
BACILLARIOPHYCEAE
Achnanthes inflata
Achnanthes lanceolata
Achnanthes linearis
Amphora bioculata
Amphora communata
Amphora
ovalis
Anomoeoneis exilis
Aulacoseira granulata
Aulacoseira islandica
Aulacoseira italica
Caloneis
sp. 1
Caloneis
sp. 2
Cyclotella bodanica
var.
lemanensis
Cymbella minuta
Cymbella minuta
var
. silesiaca
Cymbella prostata
Cymbella
sp.
Cymbella theronii
Diatoma vulgare
Eunotia
sp.
Fallacia insociabilis
Gomphonema simus
Gomphonema subtile
Hantzschia amphioxys
Hantzschia
sp. 1
Hantzschia
sp. 2
Mastogloia crucicula
Mastogloia erythraea
Navicula americana
Navicula confervacea
Navicula cryptocephala
Navicula gibbula
132
Navicula lyra
Navicula minuscula
Navicula radiosa
Navicula rotesta
Navicula secreta
var
. apiculata
Navicula
sp. 1
Navicula
sp. 2
Navicula sp. 3
Navicula subdigna
Neidium
sp. 1
Neidium
sp. 2
Nitzschia
pseudofonticola
Nitzschia scalaris
Nitzschia
sp. 1
Nitzschia
sp. 2
Nitzschia
sp. 3
Nitzschia
sp. 4
Nitzschia
sp. 5
Nitzschia
sp. 6
Pinnularia lata
Pinnularia
sp. 1
Pinnularia
sp. 2
Pinnularia
sp. 3
Pinnularia
sp. 4
Pinnularia
sp. 5
Pinnularia
sp. 6
Pinnularia stomatophora
Pinnularia viridis
Surirella
sp.
Tabellaria fenestrata
*
24 organismos foram identificados apenas até gênero, devido à dificuldade encontrada nas
chaves de identificação específicas para esse grupo, baseadas, principalmente, na disposição
133
das estrias na célula, as quais são de difícil visualização, em microscópio óptico, sem a
utilização de lâminas preparadas.
CHLOROPHYCEAE
Ankistrodesmus falcatus
Arthrodesmus curvatus
Arthrodesmus extensus
Chlorella fusca
Closterium acutum
var.
variabile
Closterium ehrenbergii
Closterium gracile
Closterium incurvum
Closterium praelongum
Closterium
sp.
Coenocystis planctonica
Cosmarium bioculatum
Crucigenia saguei
Crucigenia tetrapedia
Dispora globosa
Elakatothrix
sp.
Eutetramorus fottii
Hormidium flaccidum
Kirchneriella arcuata
Kirchneriella contorta
Kirchneriella irregularis
Kirchneriella lunaris
Kirchneriella pseudoaperta
Lagerheimia wratislaviensis
Monoraphidium arcuatum
Monoraphidium circinale
Monoraphidium contortum
Monoraphidium dybowskii
Monoraphidium flexuosum
134
Monoraphidium griffithii
Monoraphidium setiforme
Mougeotia floridana
Mougeotia
sp.
Netrium interruptus
Pediastrum tetras
Phacomyxa sphagnicola
Quadrigula korsikovii
Radiococcus bavaricus
Radiococcus planktonicus
Roya obtusa
Scenedesmus acuminatus
Scenedesmus bicaudatus
Schoederia spiralis
Selenastrum gracile
Spirogyra setiformis
Spirogyra
sp
. 1
Spirogyra
sp.
2
Spirogyra
sp.
3
Spirotaenia condensata
Staurodesmus cuspidatus
Tetramorus
sp.
Tetrastrum staurogeniforme
Trachiscia prescottii
Ulothrix tenuissima
2 Clorofíceas não identificadas
*Os três gêneros de
Spirogyra
não tiveram as espécies identificadas devido à dificuldade de
encontrar chaves específicas.
CYANOBACTERIA
Anabaena catenula
Anabaena constricta
135
Anabaena flos-aquae
Anabaena poulseniana
Aphanothece conglomerata
Aphanothece
sp.
Arthrospira
sp.
Borzia hollerbachii
Chroococcus globosus
Cyanobium parvum
Cyanogranis ferruginea
Merismopedia tenuissima
Microcystis
sp.
(célula livre)
Microcystis
sp. (colônia)
Nodularia spumigena
Oscillatoria amoena
Spirulina meneghiniana
Synechococcus elongatus
Synechococcus sigmoideus
Synechococcus
sp.
Synechocystis minuscula
Synechocystis septentrionalis
Grupo LPP (
Lyngbya
,
Planctonema
e
Planktothrix
)
EUGLENOPHYCEAE
Euglena acus
Euglena hemichromata
Lepocincles ovum
Lepocincles wangi
Petalomonas
sp.
Phacus pleuronectes
Phacus triqueter
Phacus undulatus
Trachelomonas armata
136
Trachelomonas caudata
Trachelomonas cylindrica
Trachelomonas intermedia
Trachelomonas pulcherrima
Trachelomonas superba
Trachelomonas volvocina
Euglena
sp.
DINOPHYCEAE
Peridinium
sp.
CRYPTOPHYCEAE
Cryptomonas lobata
criptofícea não identificada
CHRYSOPHYCEAE
Dynobrium
sp.
XANTHOPHYCEAE
Endochloridion polychlorum
xantofícea não identificada
Densidade fitoplanctônica total
Em outubro, entre os três dias consecutivos foi observada variação na densidade
fitoplanctônica (Tabela 21). Nas estações 4 e 6 (lagoa 1) as densidades diminuíram
137
gradativamente entre os dias, variando de 1.803 ind.mL
-1
, no 1º dia a 1.267 ind.mL
-1
, no 3º
dia, estação 4; 1.658 ind.mL
-1
, no 1º dia a 475 ind.mL
-1
, no 3º dia, estação 6.
Nas estações 7, 8 e 9 (lagoa 2) foram observadas variações entre os dias consecutivos
e as densidades estiveram entre 133 ind.mL
-1
, no dia e 16.007 ind.mL
-1
, no dia, estação
7; entre 622 ind.mL
-1
, no 3º dia e 40.229 ind.mL
-1
, no 2º dia, estação 8; e entre 629 ind.mL
-1
,
no dia e 15.141 ind.mL
-1
, no dia, estação 9, em outubro. A maior densidade total de
organismos foi constatada na estação 10 (saída), no dia (1.225.309
ind.mL
-1
) e a menor,
também no 1º dia, na estação 11 (saída) (84 ind.mL
-1
), neste mesmo período.
De forma geral, a densidade fitoplanctônica aumentou em todas as estações no mês de
janeiro, quando comparada ao mês de outubro, principalmente, na estação 11 em que foi
obtido 37.068 ind.mL
-1
, no 3º dia contra 277 ind.mL
-1
, no 2º dia, em outubro.
No mês de abril, foram verificadas as maiores densidades na maioria das estações. As
densidades variaram neste período entre 1.122 ind.mL
-1
,no dia, na estação 4 e 63.435
ind.mL
-1
, no 1º dia, na estação 9. Cabe aqui ressaltar, que na estação 10 (saída) foram
verificadas as maiores densidades em todos os períodos de estudo, excluindo-se, apenas, o
mês de abril, quando a densidade foi de 35.266 ind.mL
-1
(1º dia).
No mês de julho, as densidades fitoplanctônicas reduziram em quase todas as estações
amostradas, quando comparadas ao mês de abril, exceto para o córrego Serrana estação 3,
córrego Serrana (11.653 ind.mL
-1
, no dia), estação 5, lagoa 1 (13.607 ind.mL
-1
, no dia) e
estação 10, saída (22.389 ind.mL
-1
, no dia). Em julho, a menor densidade foi identificada
na estação 4, lagoa 1 (142 ind.mL
-1
), no dia; e a maior, na estação 10 (22.389 ind.mL
-1
), no
2º dia.
Houve variabilidade temporal da densidade fitoplanctônica, nos três dias consecutivos
e quatro períodos analisados. Na saída (estação 11), por exemplo, foram constatados 84
ind.mL
-1
, no 1º dia (outubro); 10.064 ind.mL
-1
, no dia (janeiro), 37.928 ind.mL
-1
, no 1º dia
138
(abril) e 2.226 ind.mL
-1
, no dia (julho). Na estação 5, no mês de julho, foi observada
variação entre os dias consecutivos e entre os períodos: 13.607 ind.mL
-1
, no dia (julho);
500 ind.mL
-1
, no dia (julho) e 782 ind.mL
-1
, no dia (julho), como também, na estação 8
em outubro 1.632 ind.mL
-1
, no dia (outubro); 40.229 ind.mL
-1
, no dia e 622 ind.mL
-1
, no
3º dia.
Assim como houve variabilidade temporal, a heterogeneidade espacial também foi
verificada. Em outubro, percebeu-se gradativo aumento da densidade fitoplanctônica, na
seguinte ordem: rio Jacupiranguinha (estação 1), lagoa 1 (estações 4, 5 e 6), lagoa 2 (estações
7, 8 e 9) e saída do sistema (somente estação 10).
Em janeiro, no rio Jacupiranguinha, maior densidade de organismos foi observada na
estação 1 (30.116 ind.mL
-1
, no dia) se comparada à estação 2 (1.929 ind.mL
-1
, no dia) e
também a estação 3, córrego Serrana (6.449 ind.mL
-1
, no dia). Na lagoa 1, maiores
densidades foram detectadas na estação 5 (5.261 ind.mL
-1
), no dia, e a menor, na estação 6
(246 ind.mL
-1
), no dia. Na lagoa 2, foi encontrada a maior densidade na estação 7 e 8, no
dia (19.163 ind.mL
-1
e 29.850 ind.mL
-1
, respectivamente). na saída do sistema, maiores
densidades foram observadas no dia (97.887 ind.mL
-1
, na estação 10 e 37.068 ind.mL
-1
, na
estação 11).
No córrego Serrana (estação 3), maiores densidades foram verificadas no mês de abril,
quando comparadas às estações 1 e 2 (rio Jacupiranguinha). Na lagoa 1, a menor densidade
foi constatada na estação 4 (1.122 ind.mL
-1
), no 2ª dia (abril) e a maior na estação 5 (24.520
ind.mL
-1
), no dia (abril). Densidades superiores foram observadas na estação 9, se
comparada às outras estações da lagoa 2, nos três dias consecutivos.
Na saída do sistema, verificou-se semelhança entre as densidades das estações 10 e 11,
dia (abril) (35.266 ind.mL
-1
e 37.928 ind.mL
-1
, respectivamente). Entretanto, o mesmo não
139
ocorreu nos outros dois dias de coleta, com diferenças nas densidades destas estações (14.357
ind.mL
-1
, na estação 10 e 6.405 ind.mL
-1
, na estação 11, ambas no 2º dia - abril).
Em julho, no córrego Serrana (estação 3), novamente foram observadas densidades
mais elevadas (11.653 ind.mL
-1
, no dia) do que nas estações 1 e 2 (rio Jacupiranguinha)
(212 ind.mL
-1
e 347 ind.mL
-1
, respectivamente, ambas no dia). Na lagoa 1, diferenças
foram verificadas, principalmente no dia, entre as estações de coleta (142 ind.mL
-1
, estação
4, 13.607 ind.mL
-1
, estação 5 e 581 ind.mL
-1
, estação 6). Na lagoa 2, nas estações 8 e 9,
verificou-se semelhança entre as densidades, no dia dia (7.215 ind.mL
-1
e 7.319 ind.mL
-1
,
respectivamente). O mesmo padrão não se repetiu nos outros dias. Densidades distintas foram
identificadas nas estações da saída do sistema (10 e 11), nos três dias (20.494 ind.mL
-1
e
2.226 ind.mL
-1
, ambas no 1º dia, respectivamente).
Tabela 21: Densidade fitoplanctônica total (ind.mL
-1
), no período de estudo
.
Dias
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
- 1.421
- 1.803 2.033 1.658 732 1.632 629 1.225.309
84
- 2.855
- 1.301 * 631 16.007
40.229
2.627 616 277
Outubro
- 314 - 1.267 334 475 133 622 15.141
23.401 *
470 1.061
866 1.428 3.477 246 19.163
29.850
20.628
8.684 15.565
30.116
1.929
6.449 1.568 5.261 2.091 1.250 1.187 36.597
54.896 10.064
Janeiro
24.906
307 402 2.800 1.362 1.813 3.660 10.089
7.516 97.887 37.068
3.493 1.887
15.478
2.307 13.267
2.990 10.764
33.603
63.435
35.266 37.928
937 512 8.616 1.122 16.062
12.718
27.219
24.932
50.321
14.357 6.405
Abril
307 516 15.078
13.449
24.520
13.659
7.701 19.763
23.585
17.467 33.473
191 312 10.872
142 13.607
581 8.626 * 18.631
20.494 2.226
212 347 11.653
407 500 2.423 7.189 2.493 9.149 22.389 2.026
Julho
201 209 7.953 472 782 1.728 4.666 7.215 7.319 4.029 732
* amostras perdidas; - amostras não coletadas.
140
Porcentagem de Contribuição das Classes (PCC)
Nas Figuras 68 a 78 estão representadas as contribuições das classes fitoplanctônicas,
no período e nas estações estudadas. De forma geral, o grupo das Cyanobacteria contribuiu
com valores superiores a 50% da biomassa da comunidade fitoplanctônica, em pelo menos
um dos períodos, em cada estação.
No rio Jacupiranguinha (estações 1 e 2), contribuições de outros grupos
fitoplanctônicos foram observadas, além de Cyanobacteria (Figura 64 e Figura 65).
Bacillariophyceae se destacou no mês de julho, na estação 1 e, na estação 2, nos meses de
outubro, janeiro e julho, com contribuição superior a 40%. As Euglenophyceae também
estiveram presentes nestas estações, em quase todos os períodos, destacando-se em janeiro e
julho, na estação 1, com contribuição em torno de 30%.
Na estação 2, contribuição acima de 20% foi obtida para Chlorophyceae, nos meses de
outubro e abril, e acima de 40%, em julho.
No córrego Serrana, estação 3 (Figura 66), a contribuição de Bacillariophyceae,
Chlorophyceae e Euglenophyceae foram baixas (próximo de 10%), enquanto que o
predomínio foi de Cyanobacteria (100%, em abril e julho).
141
B
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
C
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
D
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria
Euglenophyceae
Contribuão das classes (%)
dias de coleta
Figura 64: Porcentagem de contribuição das classes fitoplanctônicas, na Estação 1, no período de estudo
(B: janeiro; C: abril; D: julho). Em outubro esta estação não foi amostrada
B
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
C
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
D
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria
Euglenophyceae
Contribuição das classes (%)
dias de coleta
A
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
Figura 65: Porcentagem de contribuição das classes fitoplanctônicas, na Estação 2, no período de estudo
(A: outubro; B: janeiro; C: abril; D: julho).
142
B
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
C
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
D
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria
Euglenophyceae
Contribuição das classes (%)
dias de coleta
Figura 66: Porcentagem de contribuição das classes fitoplanctônicas, na Estação 3, no período de estudo
(B: janeiro; C: abril; D: julho). Esta estação não foi amostrada em outubro.
Na lagoa 1 (estações 4, 5 e 6), a contribuição de espécies de Euglenophyceae e
Chlorophyceae foi superior à encontrada nas estações do rio Jacupiranguinha e córrego
Serrana. Na estação 4, as Cyanobacteria foram dominantes em janeiro (1º e dias), em abril
e julho (no dia). As Euglenophyceae foram encontradas em todos os períodos, contribuindo
com valores próximos de 70% nos meses de outubro e janeiro e acima de 30%, nos meses de
abril e julho.
Entre as Chlorophyceae foi verificada contribuição de 24% a 43%, em outubro. No
mês de abril, a contribuição deste grupo não ultrapassou 2%. As Bacillariophyceae tiveram
sua maior contribuição em outubro (2º dia) e julho (2º dia), com valores próximos a 20%.
Na estação 5, as Chlorophyceae também se destacaram em outubro (aproximadamente
100%, no dia). Em todos os períodos foi observado o predomínio de Cyanobacteria, com
143
valores próximos a 80%, com exceção de outubro, quando a contribuição deste grupo foi
baixa (próximo de 10%).
Chlorophyceae teve sua maior contribuição, na estação 6, em outubro (próximo de
60%, no dia). Nos demais períodos (janeiro, abril e julho), novamente o grupo das
Cyanobacteria e Euglenophyceae tiveram maior contribuição.
Relativo às Bacillariophyceae, contribuições menores foram verificadas nas três
estações, (4, 5 e 6) quando comparadas às estações 1 e 2 (rio Jacupiranguinha). A maior
contribuição foi verificada na estação 5 (1º dia, em julho) não excedendo 50% (Figura 67,
Figura 68 e Figura 69).
B
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
C
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
D
0
20
40
60
80
100
dia 2°dia dia
Bacillariophyceae Chlorophyceae Cyanobacteria
Euglenophyceae
Contribuição das classes (%)
dias de coleta
A
0
20
40
60
80
100
dia dia 3°dia
Figura 67: Porcentagem de contribuição das classes fitoplanctônicas, na Estação 4, no período de estudo
(A: outubro; B: janeiro; C: abril; D: julho).
144
B
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
C
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
D
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
Bacillariophyceae Chlorophyceae Cyanobacteria
Euglenophyceae
Contribuição das classes (%)
dias de coleta
A
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
Figura 68: Porcentagem de contribuição das classes fitoplanctônicas, na Estação 5, no período de estudo
(A: outubro; B: janeiro; C: abril; D: julho).
B
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
C
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
D
0
20
40
60
80
100
dia dia 3°dia
Bacillariophyceae
Chlorophyceae Cyanobacteria
Euglenophyceae
Contribuição das classes (%)
dias de coleta
A
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
Figura 69: Porcentagem de contribuição das classes fitoplanctônicas, na Estação 6, no período de estudo
(A: outubro; B: janeiro; C: abril; D: julho).
145
Na lagoa 2 (estações 7, 8 e 9), nas três estações de coleta, elevada contribuição de
Euglenophyceae foi observada (Figura 70, Figura 71 e Figura 72), principalmente nos meses
de outubro e abril, nas estações 7 e 8 e nos meses de outubro e janeiro, na estação 9.
Na estação 7 (no dia, em outubro e dia, em abril) e estação 8 (1º e dias, em
abril), a contribuição de Euglenophyceae atingiu 100%. Na estação 9 foram verificados
valores próximos a 80% de contribuição (outubro, 1º e 2º dias e janeiro, no 1º dia).
As Cyanobacteria tiveram alta contribuição nesta área. Nas três estações, em todos os
períodos, em pelo menos, um dos dias de coleta foram constatados valores de, pelo menos,
95%.
As Chlorophyceae tiveram contribuição menor do que os dois grupos citados
anteriormente. Baixas contribuições (inferiores a 20%) foram observadas nos meses de
outubro e janeiro, na estação 7 e somente em outubro nas estações 8 e 9. Apenas na estação 7
houve contribuição de 40% de Bacillariophyceae, em janeiro.
B
0
20
40
60
80
100
dia dia 3°dia
C
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
D
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
Bacillariophyceae Chlorophyceae Cyanobacteria
Euglenophyceae
Contribuição das classes (%)
dias de coleta
A
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
Figura 70: Porcentagem de contribuição das classes fitoplanctônicas, na Estação 7, no período de estudo
(A: outubro; B: janeiro; C: abril; D: julho).
146
B
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
C
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
D
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
Bacillariophyceae Chlorophyceae Cyanobacteria
Euglenophyceae
Contribuição das classes (%)
dias de coleta
A
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
Figura 71: Porcentagem de Contribuição das classes fitoplanctônicas, na Estação 8, no período de estudo
(A: outubro; B: janeiro; C: abril; D: julho).
B
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
C
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
D
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
Bacillariophyceae Chlorophyceae Cyanobacteria
Euglenophyceae
Contribuição das classes (%)
dias de coleta
A
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
Figura 72: Porcentagem de contribuição das classes fitoplanctônicas, na Estação 9, no período de estudo
(A: outubro; B: janeiro; C: abril; D: julho).
147
Cyanobacteria e Euglenophyceae foram os grupos que se destacaram nas estações de
saída do sistema (estações 10 e 11). Em alguns dias analisados (3º dias, janeiro e abril, estação
10 e 1º e 3º dias de janeiro e 3ºdia de julho, estação 11) observou-se a totalidade de
organismos pertencentes ao grupo das Cyanobacteria.
Também, no dia de coleta de abril, na estação 11, as Euglenophyceae
predominaram com 100%. Conseqüentemente, baixas contribuições de organismos
pertencentes ao grupo das Bacillariophyceae e Chlorophyceae foram verificadas nos quatro
períodos (Figura 73 e Figura 74).
B
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
C
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
D
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
Bacillariophyceae Chlorophyceae Cyanobacteria
Euglenophyceae
Contribuição das classes (%)
dias de coleta
A
0
20
40
60
80
100
dia dia 3°dia
Figura 73: Porcentagem de Contribuição das classes fitoplanctônicas, na Estação 10, no período de estudo
(A: outubro; B: janeiro; C: abril; D: julho).
148
B
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
C
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
D
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
Bacillariophyceae Chlorophyceae Cyanobacteria
Euglenophyceae
Contribuição das classes (%)
dias de coleta
A
0
20
40
60
80
100
dia dia dia
Figura 74: Porcentagem de contribuição das classes fitoplanctônicas, na Estação 11, no período de estudo
(A: outubro; B: janeiro; C: abril; D: julho).
Abundância relativa dos organismos fitoplanctônicos
De acordo com a classificação proposta por McCullough e Jackson (1985), para
abundância relativa, os organismos foram classificados em: dominantes (50 a 100%);
abundantes (30 a 49%); comuns (10 a 29%); ocasionais (1 a 9%) e raros (menor que 1%).
Nesta pesquisa, os organismos ocasionais e raros foram agrupados em uma mesma classe.
Na Tabela 22 estão representadas as abundâncias relativas das espécies e gêneros
fitoplanctônicos, em outubro. Neste período, as Bacillariophyceae foram ocasionais ou raras,
com exceção das espécies
Nitzschia pseudofonticola
e
Navicula lyra
que foram comuns
(estação 4, dia e estação 9, dia, respectivamente). Dentre as Chlorophyceae, espécies
ocasionais e raras e, com menor, freqüência, espécies comuns ocorreram também.
No grupo das Cyanobacteria, puderam ser observadas espécies dominantes,
abundantes, comuns, ocasionais e raras. A espécie
Cyanobium parvum
foi dominante na lagoa
2, nas estações 7 (2º dia), estação 8 (2º e dia), estação 9 (3º dia) e na saída do sistema, na
149
estação 10 (3º dia). A espécie
Oscillatoria amoena
dominou na estação 2 , rio
Jacupiranguinha (2º dia). A euglenoficea dominante no mês de outubro foi
Trachelomonas
volvocina
, nas estações da lagoa 1 (estação 4, no dia e estação 5, no dia), da lagoa 2
(estação 7, no 3º dia, estação 8, no 1º dia e estação 9, 1º e 2º dias) e da saída (estação 10, no 2º
dia e estação 11, no 1º dia).
150
Tabela 22: Abundância relativa das espécies e gêneros fitoplanctônicos, em outubro.
Bacillariophyceae
3º
Achnanthes inflata
Achnanthes linearis
Amphora bioculata
Amphora ovalis
Anomoeoneis exilis
Aulacoseira granulata
Caloneis
sp 1
Cyclotella bodanica
var.
lemanensis
Cymbella prostata
Diatoma vulgare
Fallacia insociabilis
Gomphonema simus
Gomphonema subtile
Hantzschia amphioxys
Hantzschia
sp 2
Mastogloia crucicula
Mastogloia erythraea
Navicula lyra ■■
Navicula minuscula
Navicula radiosa
Navicula rotesta
Nitzschia pseudofonticola ■■
Nitzschia scalaris
Nitzschia
sp 1
Pinnularia
sp 1
Pinnularia
sp 2
Pinnularia
sp 3
Pinnularia
sp 4
Pinnularia
sp 5
Pinnularia
sp 6
Pinnularia viridis
Tabellaria fenestrata
Espécies
1 2 3 4 9 10 115 6 7 8
: ocasionais e raros; ■■: comuns; ■■■: abundantes e ■■■: dominantes
.
151
Chlorophyceae
Arthrodesmus extensus
Closterium incurvum
■■
Closterium praelongum
Coenocystis planctonica
Crucigenia tetrapedia
Dispora globosa
Elakatothrix
sp
Hormidium flaccidum
Kirchneriella arcuata
Kirchneriella contorta
Kirchneriella irregularis
Kirchneriella lunaris
■■
Kirchneriella pseudoaperta
Lagerheimia wratislaviensis
Monoraphidium arcuatum
■■ ■■ ■■
Monoraphidium flexuosum
Monoraphidium griffithii
Monoraphidium setiforme
■■ ■■ ■■ ■■
Mougeotia floridana
Netrium interruptus
Pediastrum tetras
Phacomyxa sphagnicola
■■
Quadrigula korsikovii
Radiococcus bavaricus
Radiococcus planktonicus
■■ ■■
Schoederia spiralis
■■ ■■ ■■ ■■ ■■
Spirogyra
sp 3
Staurodesmus cuspidatus
Tetramorus
sp ■■
clorofícea não identificada
Espécies
9 10 115 6 7 81 2 3 4
: ocasionais e raros; ■■: comuns; ■■■: abundantes e ■■■: dominantes
.
152
Cyanobacteria
Anabaena catenula
Anabaena constricta
Anabaena flos-aquae
Anabaena poulseniana ■■■
Aphanothece conglomerata
Arthrospira
sp
Borzia hollerbachii
Chrocooccus globosus
Cyanobium parvum ■■■■
■■■■
■■■
■■■■
■■ ■■■■
Cyanogranis ferruginea
Grupo LPP ■■■ ■■
Merismopedia tenuissima ■■ ■■■ ■■■ ■■ ■■ ■■
Microcystis
sp (células livres) ■■ ■■■ ■■■
Microcystis
sp (colônia) ■■
Nodularia spumigena
Oscillatoria amoena ■■■■ ■■
Spirulina meneghiniana
Synechococcus elongatus
Synechococcus sigmoideus
Synechococcus
sp
Synechocystis minuscula
Synechocystis septentrionalis
Espécies
8 9 10 111 2 3 4 5 6 7
: ocasionais e raros; ■■: comuns; ■■■: abundantes e ■■■: dominantes
.
153
Euglenophyceae
1º
Euglena acus
Euglena hemichromata
Lepocincles ovum
Lepocincles wangi
Phacus pleuronectes
Phacus undulatus
Trachelomonas armata
Trachelomonas caudata
Trachelomonas intermedia ■■
Trachelomonas pulcherrima
Trachelomonas superba
Trachelomonas volvocina ■■■■ ■■■■ ■■ ■■ ■■■ ■■ ■■■
■■■■
■■■■
■■■
■■■■
■■■■
■■
■■■■
■■■■
■■■
9 10 11
Espécies
5 6 7 81 2 3 4
: ocasionais e
raros;
■■: comuns; ■■■: abundantes e ■■■■: dominantes
.
154
Em janeiro, no rio Jacupiranguinha,
Achnanthes linearis
foi abundante (estação 2, no
dia e estação 7, no dia) e
Navicula lyra
, comum (estação 2, no dia), ambas
pertencentes às Bacillariophyceae.
Closterium incurvum
e
Schoederia spiralis
foram
clorofíceas comuns, na estação 2 (3º dia) e estação 2 (1º dia), respectivamente (Tabela 23)
Grande contribuição das cianobactérias foi verificada neste período, quando
comparadas aos outros grupos. Em especial,
Cyanobium parvum
foi dominante no rio
Jacupiranguinha (na estação 1, no 3º dia), córrego Serrana (estação 3, nos 3 dias), lagoa 1
(estação 4, no dia e estação 5, no dia), lagoa 2 (estação 7, e dias; estação 8, nos 3
dias e estação 9, e 3º dias) e saída (estação 10, nos 3 dias e estação 11, e dia).
Anabaena flos-aquae
dominou na saída (estação 11, no dia);
Merismopedia tenuissima
, no
rio Jacupiranguinhana (estação 1, no dia e estação 2, e dias) e
Microcystis
sp (células
livres), na lagoa 1 (estação 6, no 3º dia).
Chrysophyceae e Cryptophyceae contribuíram com espécies raras. A euglenofícea
dominante foi
Trachelomonas volvocina
na lagoa 1 (estação 4, no dia; estação 5, e
dias e estação 6, no 2º dia) e lagoa 2 (estação 9, no 1º dia).
155
Tabela 23: Abundância relativa das espécies e gêneros fitoplanctônicos, em janeiro.
Bacillariophyceae
Achnanthes lanceolata
Achnanthes linearis
■■■ ■■■
Amphora communata
Cymbella theronii
Eunotia sp
Navicula lyra
■■
Navicula radiosa
Navicula sp 3
Navicula subdigna
Neidium sp 1
Nitzschia scalaris
Nitzschia sp 1
Nitzschia sp 3
Pinnularia stomatophora
Pinnularia viridis
Surirella sp
Tabellaria fenestrata
3 4 9 10 115 6 7 8
Espécies
1 2
: ocasionais e raros; ■■: comuns; ■■■: abundantes e ■■■: dominantes
.
156
Chlorophyceae
3º
Arthrodesmus curvatus
Closterium incurvum
■■
Kirchneriella contorta
Kirchneriella irregularis
Monoraphidium arcuatum
Monoraphidium setiforme
Radiococcus planktonicus
Roya obtusa
Scenedesmus acuminatus
Schoederia spiralis
■■
Selenastrum gracile
Spirogyra
sp 3
Trachiscia prescottii
Cyanobacteria
3º
Anabaena constricta
■■
Anabaena flos-aquae
■■■ ■■ ■■■■
Borzia hollerbachii
Chrocooccus globosus
■■
Cyanobium parvum
■■ ■■■■ ■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■ ■■ ■■■■ ■■ ■■■■ ■■■■ ■■■ ■■■■ ■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■
Grupo LPP ■■
Merismopedia tenuissima
■■ ■■■■ ■■■ ■■■■ ■■
Microcystis
sp (céls) ■■■ ■■ ■■ ■■■■
Microcystis
sp (col.)
Oscillatoria amoena
■■■ ■■ ■■
Spirulina meneghiniana
Synechococcus sigmoideus
Synechococcus
sp
Espécies
1 2 3 4 5 6 7 8 11
4 5 6
9 10
Espécies
1 2 3 117 8 9 10
: ocasionais e raros; ■■: comuns; ■■■: abundantes e ■■■: dominantes
.
157
1º 1º
Chrisophyceae
Dynobrium
sp
Cryptophyceae
criptofíceao identificada
Euglenophyceae
Euglena hemichromata
Lepocincles ovum
Petalomonas
sp
Phacus pleuronectes
Trachelomonas cylindrica ■■
Trachelomonas intermedia
Trachelomonas volvocina ■■■ ■■ ■■■■ ■■■■ ■■ ■■■■ ■■■■ ■■ ■■ ■■ ■■■■ ■■ ■■ ■■■ ■■■
Espécies
1 2 3 4 5 6 117 8 9 10
: ocasionais e raros; ■■: comuns; ■■■: abundantes e ■■■: dominantes
.
158
A Tabela 24 representa a abundância relativa das espécies fitoplanctônicas, em abril.
As espécies de Bacillariophyceae foram ocasionais ou raras no mês de abril, sendo
encontradas principalmente no rio Jacupiranguinha (estação 2). Assim como o grupo anterior,
as Chlorophyceae não tiveram grande contribuição neste período. Suas espécies foram
ocasionais ou raras e encontradas apenas nas estações 1, 2 (rio Jacupiranguinha) e 5 (lagoa 1).
Cyanobium parvum
, uma cianobactéria, foi comum em algumas estações (estação 2,
no dia e estação 6, no dia) e nas demais, dominante. Somente na estação 7 (2º dia), esta
espécie foi ocasional.
Peridinium
sp (Dinophyceae) foi rara e foi encontrada apenas na lagoa
1 (estação 4, no 3º dia).
Dentre as Euglenophyceae,
Trachelomonas volvocina
, novamente se destacou e foi
dominante na lagoa 2 (estação 7, no dia) e abundante na lagoa 1 (estação 6, no 3º dia e
estação 4, no 2º dia).
159
Tabela 24: Abundância relativa das espécies e gêneros fitoplanctônicos, em abril.
Bacillariophyceae
Achnanthes linearis
Amphora ovalis
Eunotia
sp
Fallacia insociabilis
Mastogloia erythraea
Navicula confervacea
Navicula cryptocephala
Navicula gibbula
Navicula lyra
Navicula rotesta
Navicula secreta
var.
apiculata
Navicula
sp 4
Nitzschia scalaris
Pinnularia lata
Pinnularia
sp 1
Pinnularia
sp 2
Pinnularia stomatophora
Pinnularia viridis
Tabellaria fenestrata
115 6 7 83 4 9 10
Espécies
1 2
: ocasionais e raros; ■■: comuns; ■■■: abundantes e ■■■
: dominantes
.
160
Chlorophyceae
Closterium acutum
var.
variabile
Closterium incurvum
Crucigenia saguei
Kirchneriella irregularis
Monoraphidium griffithii
Quadrigula korsikovii
Scenedesmus bicaudatus
Schoederia spiralis
Selenastrum gracile
Cyanophyceae
Anabaena constricta
Anabaena flos-aquae
Arthrospira
sp
Cyanobium parvum ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■
Grupo LPP
Merismopedia tenuissima
Microcystis
sp (céls) ■■
Nodularia spumigena
Spirulina meneghiniana
Dinophyceae
Peridinium
sp
Euglenophyceae
Euglena acus
Euglena hemichromata
Lepocincles wangi
Phacus pleuronectes
Phacus undulatus
Trachelomonas armata
Trachelomonas cylindrica
Trachelomonas intermedia
Trachelomonas superba
Trachelomonas volvocina ■■ ■■ ■■■ ■■ ■■ ■■ ■■ ■■■ ■■■■
Espécies
1 2 3 4 5 6
8
7 8 9
4 5 6 7
Espécies
1 2 3 9 10 11
1110
: ocasionais e raros; ■■: comuns; ■■■: abundantes e ■■■: dominantes
.
161
Em julho, as Bacillariophyceae tiveram contribuição maior na comunidade, se
comparada aos períodos anteriores.
Aulacoseira italica
foi dominante na lagoa 1 (estação 5,
no dia).
Navicula lyra
foi comum no rio Jacupiranguinha (estação 1, nos 3 dias e estação 2,
no dia), assim como o gênero
Nitzschia
sp 1, na lagoa 1 (estação 4, no dia) e
Tabellaria
fenestrata
na lagoa 2 (estação 7, no 1º dia e estação 8, no 3º dia) e na saída (estação 11, 1º e
dias), conforme Tabela 25.
As Chlorophyceae também tiveram contribuição mais significativa para a comunidade
neste período, do que nos anteriores.
Closterium acutum
var.
variabile
(rio Jacupiranguinha,
estação 2, e dias; lagoa 1, estação 4, no dia),
Closterium
sp (lagoa 1, estação 4, no
dia),
Kirchneriella irregularis
(lagoa 1, estação 4, no dia),
Monoraphidium contortum
(rio
Jacupiranguinha, estação 2, no dia),
Monoraphidium setiforme
(rio Jacupiranguinha,
estação 2, no 2º dia) e
Ulothrix tenuissima
(lagoa 1, estação 5, no 1º dia) foram comuns.
Cyanobium parvum
(Cyanobacteria) foi abundante no rio Jacupiranguinha (estação 1,
no 3º dia e estação 2, no dia). Esta espécie foi comum no rio Jacupiranguinha (estação 1,
e dias e estação 2, no dia) e lagoa 1 (estação 4, e dias). A mesma espécie foi
ocasional no rio Jacupiranguinha (estação 2, nodia) e lagoa 1 (estação 5, no dia). Na
estação 8 (lagoa 2), no 1º dia, não houve registro dessa espécie. Nas demais estações e dias,
Cyanobium parvum
foi dominante. Entre outras cianobactérias, houve também a contribuição
da espécie
Anabaena flos-aquae
, a qual foi abundante na lagoa 1 (estação 5, no 1º dia).
As crisofíceas, criptofíceas e dinoflagelados foram raras e somente foram encontradas
na lagoa 1 (na estação 6, no 2º dia). Xantofíceas foram raras (lagoa 1, estação 5, no 1º dia).
Trachelomonas volvocina
(euglenofícea) foi dominante na lagoa 1 (estação 4, no
dia), abundante, na lagoa 1 (estação 4, no dia e estação 5, no dia) e comum na lagoa 1
(estação 4, no 3º dia, estação 5, no 2º dia e estação 6, no1º dia).
162
Tabela 25: Abundância relativa das espécies fitoplanctônicas, em julho.
Bacillariophyceae
2º 3º 1º 2º
Amphora ovalis
Aulacoseira granulata
Aulacoseira islandica
Aulacoseira italica ■■■
Caloneis
sp 2
Cymbella minuta
Cymbella minuta
var.
silesiaca
Fallacia insociabilis
Hantzschia
sp 1
Mastogloia crucicula
Mastogloia erythraea
Navicula americana
Navicula gibbula
Navicula lyra ■■ ■■ ■■ ■■
Navicula rotesta
Navicula
sp 5
Neidium
sp 2
Nitzschia scalaris
Nitzschia
sp 1 ■■
Nitzschia
sp 2
Nitzschia
sp 3
Nitzschia
sp 6
Pinnularia
sp 1
Pinnularia
sp 2
Pinnularia
sp 6
Pinnularia viridis
Tabellaria fenestrata ■■ ■■ ■■ ■■
3 4
Espécies
91 2 10 115 6 7 8
: ocasionais e raros; ■■: comuns; ■■■: abundantes e ■■■: dominantes
.
163
Chlorophyceae
2º 3º 1º
Ankistrodesmus falcatus
Arthrodesmus curvatus
Closterium acutum
var.
variabile
■■ ■■ ■■
Closterium gracile
Closterium incurvum
Closterium
sp ■■
Cosmarium bioculatum
Kirchneriella irregularis ■■
Monoraphidium arcuatum
Monoraphidium circinale
Monoraphidium contortum ■■
Monoraphidium dybowskii
Monoraphidium flexuosum
Monoraphidium setiforme ■■
Mougeotia floridana
Mougeotia
sp
Spirogyra setiformis
Spirotaenia condensata
Trachiscia prescottii
Ulothrix tenuissima ■■
clorofíceao identificada
Espécies
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
: ocasionais e raros; ■■: comuns; ■■■: abundantes e ■■■: dominantes
.
164
Cyanophyceae
Anabaena constricta
Anabaena flos-aquae ■■ ■■■
Arthrospira
sp ■■
Chrocooccus globosus
Cyanobium parvum ■■ ■■ ■■■ ■■■ ■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■ ■■■■
Grupo LPP
Merismopedia tenuissima
Oscillatoria amoena
Spirulina meneghiniana ■■
Chrisophyceae
Dynobrium
sp
Cryptophyceae
Cryptomonas lobata
Dinophyceae
Peridinium
sp
Euglenophyceae
Euglena hemichromata
Lepocincles wangi
Phacus pleuronectes
Trachelomonas armata
Trachelomonas cylindrica
Trachelomonas volvocina ■■ ■■ ■■ ■■■ ■■■ ■■ ■■■ ■■ ■■■
Xantophyceae
xantofíceao identificada
Espécies
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
: ocasionais e raros;
: comuns; ■■: abundantes e ■■■■: dominantes
.
165
Freqüência específica
Através da Tabela 26 pode-se observar a distribuição da freqüência específica nas 11
estações de coleta.
Na estação 1 (rio Jacupiranguinha), as cianobactérias
Cyanobium parvum
e
Merismopedia tenuissima
foram freqüentes (75,0% e 50,0%, respectivamente), juntamente
com a euglenofícea
Trachelomonas volvocina
(58,0%). Treze organismos foram considerados
comuns, sendo 4 Bacillariophyceae (
Navicula americana
,
Navicula lyra
,
Pinnularia
sp 2 e
Tabellaria fenestrata
), 4 Chlorophyceae (
Arthrodesmus curvatus
,
Kirchneriella irregularis
,
K
.
lunaris
e
Schoederia spiralis
), 4 Cyanobacteria (
Anabaena constricta
,
Arthrospira
sp,
Grupo LPP
e Oscillatoria amoena
) e 1 Euglenophyceae (
Euglena hemichromata
) e 27
espécies foram raras.
Ainda no rio Jacupiranguinha, na estação 2, as cianobactérias e euglenofícea
freqüentes, coincidem com às observadas na estação 1, as quais foram
Cyanobium parvum
;
Merismopedia tenuissima
e
Trachelomonas volvocina
, respectivamente. Vinte e seis espécies
foram comuns, o que foi bastante superior à quantidade observada na estação 1. Dentre elas,
16 Bacillariophyceae (
Navicula rotesta
,
Amphora ovalis
,
Fallacia insociabilis
,
Mastogloia
erythraea
,
Navicula rotesta
e
Nitzschia scalaris
, entre outras), 6 Chlorophyceae (
Closterium
acutum
var.
variabile
,
Closterium incurvum
,
Monoraphidium arcuatum
,
Monoraphidium
circinale
,
Monoraphidium contortum
e
Monoraphidium setiforme
), 3 Cyanobacteria (Grupo
LPP,
Oscillatoria amoena
e
Spirulina meneghiniana
) e 1 Euglenophyceae (
Euglena
hemichromata
).
Várias espécies comuns na estação 2 foram coincidentes com a estação 1. A estação 2,
ainda apresentou 29 espécies raras.
166
Apenas
Cyanobium parvum
(cianobactéria) foi freqüente no córrego Serrana (estação
3), com 75%. Nesta estação, 4 espécies foram comuns (
Tabellaria fenestrata
, bacilariofícea;
Monoraphidium arcuatum
, clorofícea;
Spirulina meneghiniana
, cianobactéria e
Trachelomonas volvocina
, euglenofícea). Foram encontradas 7 espécies raras.
Dentre as estações do rio Jacupiranguinha e córrego Serrana, a do córrego Serrana
(estação 3) foi a que apresentou o menor número de espécies freqüentes, comuns e raras.
Na lagoa 1 (estações 4, 5 e 6), algumas espécies foram reincidentes entre as estações.
As espécies
Cyanobium parvum
(cianobactéria) e
Trachelomonas volvocina
(euglenofícea)
foram consideradas freqüentes nas três estações de coleta.
Closterium incurvum
e
Schoederia
spiralis
(clorofíceas) foram comuns, também nas três estações.
Kirchneriella irregularis
(clorofícea) foi freqüente na estação 4 e comum, nas
estações 5 e 6.
Euglena hemichromata
(euglenofícea) foi freqüente nas estações 4 e 5 e
comum, na estação 6, algumas espécies apareceram em apenas duas das três estações ou,
simplesmente, em uma estação. Nas estações 4 e 6,
Merismopedia tenuissima
(cianofícea) foi
comum. Entretanto, na estação 5, não houve registro desta espécie.
Apenas na estação 5 foram observadas espécies de Bacillariophyceae freqüentes
(
Achnanthes linearis
,
Navicula
sp 5 e
Nitzschia scalaris
). Nas estações 4 e 6 os representantes
deste grupo foram todos classificados como raros.
Monoraphidium flexuosum
e
Mougeotia
sp
(clorofíceas) foram comuns somente na estação 5. Nas outras estações, não houve registro
destes organismos.
Tanto na lagoa 1 (estações 4, 5 e 6), como na lagoa 2 (estações 7, 8 e 9), as maiores
contribuições para freqüência específica foram obtidas para os grupos das Cyanobacteria e
Euglenophyceae. Como ocorrido na lagoa 1, as espécies freqüentes, na lagoa 2 e saída do
sistema, foram
Cyanobium parvum
(cianobactéria) e
Trachelomonas volvocina
(euglenofícea).
167
Tabellaria fenestrata
(bacilariofícea) foi comum nas três estações da lagoa 2 e,
também nas estações da saída. As demais Bacillariophyceae identificadas nessas regiões
foram raras.
Monoraphidium contortum
(clorofícea), Grupo LPP,
Merismopedia tenuissima
e
Synechococcus sigmoideus
(cianobactérias) foram comuns na lagoa 2. A freqüência da
Anabaena flos-aquae
(cianobactéria) aumentou gradativamente entre as três estações da lagoa
2 (8,0%, estação 7; 17,0%, estação 8 e 42,0%, estação 9).
Chroococcus globosus
e
Microcystis
sp (células livres), cianobactérias, foram comuns
nas estações 10 e 11 (saída). As espécies
Closterium incurvum
e
Monoraphidium arcuatum
(clorofíceas),
Merismopedia tenuissima
(cianobacteria) e
Euglena
hemichromata
foram
comuns somente na estação 10.
168
Tabela 26: Freqüência específica das espécies fitoplanctônicas, nas 11 estações de coleta.
BACILLARIOPHYCEAE
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Achnanthes inflata
- - - 8,0 - - - - - - -
Achnanthes lanceolata
- - - 8,0 - - - - - - -
Achnanthes linearis
8,0 17,0 - - 17,0 - 8,0 - - - -
Amphora bioculata
- 8,0 - - - - - - - - -
Amphora communata
- - - - 8,0 - - - - - -
Amphora ovalis
- 33,0 - 8,0 - - - - - - -
Anomoeoneis exilis
- 8,0 - - - - - - - - -
Aulacoseira granulata
- 8,0 - - 8,0 - - - - - -
Aulacoseira italica
- - - 8,0 8,0 - - - - - -
Aulacoseira slandica
- - - 8,0 8,0 - - 8,0 - - -
Caloneis
sp 1 - - - - - - - - - - -
Caloneis
sp 2 8,0 - - - - - - - - - -
Cyclotella bodanica
var.
lemanensis
- - - - - - - - - - 8,0
Cymbella theronii
- - - - - 8,0 - - 8,0 - -
Cymbella minuta
8,0 8,0 - - - - - - - - -
Cymbella minuta
var.
silesiaca
8,0 - - 8,0 8,0 - - - 8,0 - -
Cymbella prostata
- 8,0 - - - - - - 8,0 - -
Cymbella
sp - - - - 8,0 - - - - - -
Diatoma vulgare
- 17,0 - - 8,0 - - - - - -
Eunotia
sp 8,0 - - 8,0 - - - - - - -
Fallacia insociabilis
8,0 33,0 - - - - - - - - -
Gomphonema simus
- 8,0 - - - - - - - - -
Gomphonema subtile
- 8,0 - - - - - - - - -
Hantzschia amphioxys
- 8,0 - - - - - - - - -
Hantzschia
sp 1 - 17,0 - - - - - - - - -
Hantzschia
sp 2 - - - - - - 8,0 - - - -
Mastogloia crucicula
- 17,0 - - - - - - - - -
Mastogloia erythraea
8,0 33,0 - - - - - - - - -
Navicula americana
25,0 17,0 - - - - - - - - -
Navicula confervacea
- 8,0 - - - - - - - - -
Navicula cryptocephala
- 8,0 - - - - - - - - -
Navicula gibbula
8,0 - 8,0 - - - - - - 8,0 -
Navicula lyra
33,0 50,0 - 8,0 - 8,0 - - 8,0 - -
Navicula minuscula
- - - - - - - - - - -
Navicula radiosa
- - - 8,0 - - - - - - 8,0
Navicula rotesta
8,0 42,0 - - - - - - - - -
Navicula secreta
var.
apiculata
8,0 - - - - - - - - - -
Navicula
sp 3 - 8,0 - - - - - - - - -
Navicula
sp 4 8,0 - - - - - - - - - -
Navicula
sp 5 - - - - 17,0 - - - - - -
Navicula subdigna
- - - - - - - - 8,0 - -
Neidium
sp 1 - 8,0 - - - - - - - - -
Neidium
sp 2 - 8,0 - - - - - - - - -
Nitzschia pseudofonticola
- 17,0 - 8,0 - - - - - - -
Nitzschia scalaris
8,0 25,0 - 8,0 25,0 8,0 - - 8,0 - -
Nitzschia
sp 1 - 25,0 - - - - - - - - -
Nitzschia
sp 2 - 8,0 - - - - - - - - -
Nitzschia
sp 3 - 8,0 - - - - - - - - -
Nitzschia
sp 4 - - - - 8,0 - - - - - -
Nitzschia
sp 5 - - - - 8,0 - - - - - -
Nitzschia
sp 6 8,0 8,0 - - - - - - - - -
Pinnularia lata
8,0 - - - - - - - - - -
Pinnularia
sp 1 8,0 25,0 - - - - - - - - -
Pinnularia
sp 2 17,0 17,0 - - - - - - - - -
Pinnularia
sp 3 - - - - - - 8,0 - - - -
Pinnularia
sp 4 - - - - - - 8,0 - - - -
Pinnularia
sp 5 - - - - - - - - 8,0 - -
Pinnularia
sp 6 8,0 25,0 - 8,0 - - - - 8,0 - -
Pinnularia stomatophora
- - 8,0 8,0 - 8,0 - - - - -
Pinnularia viridis
- 17,0 - 8,0 - - - - 8,0 - -
Surirella
sp - - - - 8,0 - - - - - -
Tabellaria fenestrata
17,0 - 17,0 - 8,0 - 17,0 25,0 25,0 17,0 25,0
169
CHLOROPHYCEAE 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Ankistrodesmus falcatus
8,0 - - - - - - - - - -
Arthrodesmus curvatus
17,0 - - - - - - - - - -
Arthrodesmus extensus
- - - 8,0 - - - - - - -
Chlorella fusca
- 8,0 - - - - - - - - -
clorofícea não identificada - 8,0 - - - - - - - - -
clorofícea não identificada - - - 8,0 8,0 8,0 - - - - -
Closterium acutum
var.
variabile
8,0 33,0 - 8,0 8,0 - - - - - -
Closterium ehrenbergii
- - - - 8,0 - - - - - -
Closterium gracile
- - - 17,0 - 8,0 - - - 8,0 -
Closterium incurvum
8,0 17,0 - 17,0 25,0 17,0 - - - 17,0 -
Closterium praelongum
- - - - - 8,0 - - - - -
Closterium
sp - - - 8,0 - - - - 8,0 - -
Coenocystis planctonica
- - - - - - - 8,0 - - -
Cosmarium bioculatum
8,0 - - - - - - - - - -
Crucigenia saguei
8,0 - - - - - - - - - -
Crucigenia tetrapedia
- - - - 8,0 8,0 - 8,0 - - -
Dispora globosa
- - - - 8,0 - 8,0 - 8,0 - -
Elakatothrix
sp - - - - - - - 8,0 - - -
Eutetramorus fottii
- - - - - - - - - - -
Hormidium flaccidum
- - - - - - 8,0 - - - -
Kirchneriella arcuata
- - - - - 8,0 - - - - -
Kirchneriella contorta
- - - 8,0 - - - - - - -
Kirchneriella irregularis
17,0 - - 50,0 25,0 25,0 - - 8,0 - -
Kirchneriella lunaris
25,0 8,0 - 8,0 - 17,0 - 8,0 8,0 - 8,0
Kirchneriella pseudoaperta
- - - - 8,0 - - - - - -
Lagerheimia wratislaviensis
- - - - 8,0 8,0 - - - 8,0 -
Monoraphidium arcuatum
- 25,0 17,0 8,0 33,0 25,0 - 8,0 - 17,0 -
Monoraphidium circinale
8,0 17,0 - - - - - - - - -
Monoraphidium contortum
8,0 17,0 - 8,0 - - 17,0 - 8,0 - 8,0
Monoraphidium dybowskii
- - 8,0 - - - - - - - 8,0
Monoraphidium flexuosum
- - - - 17,0 - - - - - -
Monoraphidium griffithii
- 8,0 - 17,0 8,0 - - - - - -
Monoraphidium setiforme
- 17,0 - 17,0 25,0 8,0 - - - - -
Mougeotia floridana
- - - - 8,0 - - - - - -
Mougeotia
sp - - - - 17,0 - - - - - -
Netrium interruptus
- - - - - - - - - 8,0 -
Pediastrum tetras
- - - 8,0 - - - - - - -
Phacomyxa sphagnicola
- - - 8,0 8,0 - - - - - -
Quadrigula korsikovii
8,0 - - 8,0 - - - - - - -
Radiococcus bavaricus
- - - - - 8,0 - - - - -
Radiococcus planktonicus
- - - 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 - - -
Roya obtusa
- - 8,0 - 8,0 - 8,0 - - - -
Scenedesmus acuminatus
- - - - - - 8,0 - - - -
Scenedesmus bicaudatus
- 8,0 - - - - - - - - -
Schoederia spiralis
17,0 58,0 - 42,0 25,0 17,0 - 8,0 - 8,0 -
Selenastrum gracile
- 8,0 - 8,0 - - - - - - -
Spirogyra
sp 1 - - - - 8,0 - - - - - -
Spirogyra setiformis
- - - - - 8,0 - - - - -
Spirogyra
sp 2 - - - - 8,0 - - - - - -
Spirogyra
sp 3 8,0 - - - - - 8,0 - - - -
Spirotaenia condensata
- - - - 8,0 8,0 - - - - -
Staurodesmus cuspidatus
- - - - 8,0 - - - - 8,0 -
Tetramorus
sp - - - - - 8,0 - - 8,0 8,0 -
Tetrastrum staurogeniforme
- - - - - - - - - - -
Trachiscia prescottii
- - - - - 8,0 - - - - -
Ulothrix tenuissima
- - - - 8,0 - - - - - -
CHRYSOPHYCEAE
Dynobrium
sp - - - 8,0 - 17,0 - - - - -
CRYPTOPHYCEAE
Cryptomonas lobata
- - - - - 8,0 - - - - -
criptofícea nãp identificada - - - - - 8,0 - - - - -
170
CYANOBACTERIA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Anabaena catenula - - - - - - 8,0 - - - -
Anabaena constricta 17,0 - - 17,0 - 17,0 - - - 8,0 -
Anabaena flos-aquae 8,0 8,0 8,0 25,0 42,0 8,0 8,0 17,0 42,0 8,0 -
Anabaena poulseniana - - - 8,0 - - - - - - -
Aphanothece conglomerata - 8,0 - - - 8,0 8,0 - - - -
Aphanothece sp - - - - - - - - - - -
Arthrospira sp 17,0 - - - 8,0 - - - - - -
Borzia hollerbachii - - - 8,0 8,0 - - - 8,0 - -
Chroococcus globosus - 8,0 - - - 8,0 - - - 17,0 17,0
Cyanobium parvum 75,0 67,0 75,0 67,0 67,0 58,0 83,0 83,0 83,0 75,0 67,0
Cyanogranis ferruginea - - - - 8,0 - - - - 8,0 8,0
Grupo LPP 17,0 17,0 - 17,0 25,0 8,0 - 25,0 8,0 8,0 -
Merismopedia tenuissima 50,0 58,0 8,0 33,0 - 25,0 8,0 - 25,0 25,0 8,0
Microcystis sp (células livres) - 8,0 - 17,0 17,0 - 8,0 8,0 - 17,0 17,0
Microcystis sp (colônia) - - - 8,0 - - - - - 8,0 8,0
Nodularia spumigena - - - - 8,0 - 8,0 - 8,0 - -
Oscillatoria amoena 25,0 33,0 - 17,0 - - 8,0 - 8,0 - -
Spirulina meneghiniana 8,0 17,0 17,0 - - - - 8,0 - - -
Synechococcus elongatus - - - - - - 8,0 - - - -
Synechococcus sigmoideus - - - - 8,0 - - - 17,0 - -
Synechococcus sp - - - - 8,0 - - 8,0 - 8,0 -
Synechocystis minuscula - - - - 8,0 - - - - - -
Synechocystis septentrionalis - - - - - 8,0 - - - - -
EUGLENOPHYCEAE
Euglena acus - - - - 8,0 25,0 - - - - -
Euglena hemichromata 25,0 42,0 - 50,0 50,0 33,0 17,0 8,0 17,0 42,0 8,0
Euglena sp - - - - 8,0 - - - - - -
Lepocincles ovum - - - - - 8,0 - 8,0 8,0 8,0 -
Lepocincles wangi - 8,0 - 25,0 8,0 8,0 8,0 - 25,0 8,0 8,0
Petalomonas sp - - - - - - - - 8,0 - -
Phacus pleuronectes - 8,0 - 8,0 17,0 8,0 8,0 17,0 17,0 - -
Phacus triqueter - - - - 8,0 - - - - - -
Phacus undulatus - - - - 8,0 8,0 - 8,0 - - -
Trachelomonas armata - - - 8,0 - - 25,0 8,0 25,0 - -
Trachelomonas caudata - - - - - 17,0 - - - 8,0 -
Trachelomonas cylindrica - 8,0 - 17,0 8,0 8,0 - - - - -
Trachelomonas intermedia - - 8,0 - 17,0 - - - 8,0 - -
Trachelomonas pulcherrima - - - - - - 8,0 - - 8,0 -
Trachelomonas superba - - - 17,0 8,0 - - 8,0 - - -
Trachelomonas volvocina 58,0 50,0 25,0 75,0 92,0 92,0 50,0 50,0 67,0 58,0 50,0
DINOPHYCEAE
Peridinium sp - - - 8,0 - 8,0 - - - - -
XANTHOPHYCEAE
Endochloridion polychlorum - - - - 8,0 - - - - - -
xantofícea não identificada - - - - 8,0 - - - - - -
(-): ausência do gênero ou espécie.
Índices de riqueza, diversidade, eqüidade e dominância
Os índices de riqueza, diversidade, eqüidade e dominância estão representados na
Tabela 27 .Com relação ao índice de riqueza, na estação 2 (rio Jacupiranguinha), este foi
171
maior em outubro do que nos outros meses. Esse índice variou de 2,8, em abril (1º dia) a 9,7,
em outubro (1º dia). Já nas estações 1 (rio Jacupiranguinha) e 3 (córrego Serrana), os maiores
valores foram obtidos em julho (8,5 , no 1º dia e 2,4, no 3º dia, respectivamente).
Nas estações da lagoa 1 (estações 4, 5 e 6), o índice de riqueza variou de 0,5, estação 6
(abril, no dia) a 9,4, estação 5 (outubro, no dia) e na lagoa 2 (estações 7, 8 e 9), de 0,0
(outubro, dia, por exemplo) a 7,5 (outubro, dia). Os valores deste índice para as estações
10 e 11 (saída) foram bem menores, quando comparados as demais estações e variaram de 0,0
(estação 10, no 3º dia, abril) a 4,5 (estação 10, no 2º dia, outubro).
O índice de diversidade de Shannon da estação 3 (córrego Serrana) foi sempre baixo,
se comparado às estações 1 e 2 (rio Jacupiranguinha). Nestas estações, o índice variou de 0,0
bits.ind
-1
(estação 3, julho, no dia, por exemplo) a 3,6 bits.ind
-1
(estação 2, outubro, no
dia).
Na lagoa 1, o índice de diversidade de Shannon variou de 0,1 bits.ind
-1
(estação 6, em
abril, no dia) a 3,2 bits.ind
-1
(estação 6, em janeiro, no dia). Na lagoa 2, a variação foi de
0,0 bits.ind
-1
na estação 7 (outubro, no 3º dia) a 2,1 bits.ind
-1
, na estação 9 (outubro, no dia)
e na saída de 0,0 bits.ind
-1
, na estação 11 (julho, no 3º dia) a 2,2 bits.ind
-1
, estação 10
(outubro, no 1º dia).
De forma geral, nas estações 1 e 2 (rio Jacupiranguinha) foram verificados valores
altos de índice de eqüidade (0,8, no dia, em outubro, na estação 2; em janeiro, 0,7, no
dia, na estação 1 e 0,8, no 3º dia, estação 2; em abril, 0,6, no dia, na estação 1 e 0,8, no
dia, na estação 2; em julho, 0,8, no 2º dia, na estação 1 e 0,9, no 1º dia, na estação 2).
Na estação 3 (córrego Serrana) a variação foi de 0,2, no 1º dia a 0,4, no dia, em
janeiro; 0,0, no 3º dia a 0,4, no2º dia, em abril e 0,0, no 1º dia a 0,4, no 2º dia, em julho.
Entre as estações da lagoa 1 (estações 4, 5 e 6), houve variação do índice de eqüidade.
Por exemplo, em janeiro, no dia, os valores entre as estações 4, 5 e 6 foram 0,7, 0,6 e 0,9,
172
respectivamente e em julho, no dia, 0,8 (estação 4), 0,4 (estação 5) e 0,3 (estação 6). O
menor índice de eqüidade foi verificado na estação 6, no dia, em abril (0,1) e o maior, na
mesma estação, em janeiro, no 1º dia (0,9).
As estações da lagoa 2 (estações 7, 8 e 9) tiveram os menores índices de eqüidade no
mês de abril, atingindo o máximo de 0,1, na estação 7, no dia. A estação 7 obteve 0,0 em
outubro, no dia; abril, no dia e julho, no dia. Para esta mesma estação, os maiores
valores foram obtidos em janeiro (0,8, no 2º dia, por exemplo).
A estação 8 apresentou 0,0 para o índice de eqüidade, em abril, e dias e julho, no
dia. O maior valor foi obtido em janeiro (0,8, no dia). Na estação 9 foi observado 0,0
para o índice de eqüidade, apenas em abril, no dia. O maior valor observado na estação 9
(0,6, no 1º dia, outubro) foi inferior aos maiores registrados nas outras estações da lagoa 2.
As estações 10 e 11 (saída) apresentaram baixos valores de índice de eqüidade, se
comparadas às estações do rio Jacupiranguinha, córrego Serrana e lagoa 1, principalmente. Na
estação 10, o maior valor foi obtido em janeiro, no dia (0,7) e na estação 11, em julho, no
dia (0,8). Foi encontrado 0,0 para esse índice nas estações 10 e 11, no mês de abril, no
dia e julho, no 3º dia, respectivamente.
O índice de dominância variou entre as estações de coleta no período de estudo. No rio
Jacupiranguinha, as estações 1 e 2 apresentaram valores inferiores, quando comparadas à
estação 3, no córrego Serrana. Na estação 1, o índice de dominância variou de 0,1, em julho,
no dia a 0,8, em abril, no dia; na estação 2, de 0,1, em julho, e dias, por exemplo a
0,6, em abril, no dia e na estação 3, de 0,8, em julho, e 3º dias a 1,0, em abril, 1 e 3º dias
e no 1º dia, em julho.
Na lagoa 1 (estações 4, 5 e 6), o índice de dominância variou de 0,1 (3º dia), nas três
estações a 0,6 (1º dia), na estação 4, em janeiro. Valores superiores ao período anterior foram
173
encontrados em janeiro (0,7, estação 5, no dia e 0,9, estação 6, no dia). Nos meses de
abril, verificou-se o valor máximo (1,0), na estação 6, no 1º dia.
A freqüência de elevados índices de dominância foi encontrada na lagoa 2 (estações 7,
8 e 9) e na saída (estações 10 e 11) do sistema. Na estação 7, o índice de dominância foi igual
a 1,0, no dia, em outubro; no dia, em janeiro; no e dias, em abril e no 3º dia, em
julho; na estação 8, no 3º dia, em janeiro e nos três dias em abril e na estação 9, os três dias
em abril e no 2º dia, em julho.
Na saída, esse valor (igual a 1,0) foi observado nos meses de abril e julho (estação 10,
no dia, em janeiro e no dia, em julho e estação 11, no1º e dias, em abril e no dia,
julho).
174
Tabela 27: Índices de riqueza (d), diversidade de Shannon (H’), eqüidade (E) e dominância (c) para cada estação de coleta, no período de estudo.
Outubro Janeiro Abril Julho
dias
d H' E c
d H' E c
d H' E c
d H' E c
- - - 5,2 2,6 0,7 0,2 1,0 0,6 0,4 0,8 8,5 3,2 0,8 0,1
1
- - - 3,2 1,6 0,6 0,5 4,5 1,7 0,5 0,5 4,5 2,6 0,8 0,2
- - - 1,8 1,2 0,6 0,5 3,8 1,7 0,6 0,5 6,3 2,8 0,8 0,2
9,7 3,6 0,8 0,1 5,2 2,1 0,6 0,4 2,8 1,3 0,5 0,6 8,8 3,4 0,9 0,1
2
4,4 2,0 0,6 0,4 5,0 2,4 0,7 0,3 8,6 2,9 0,7 0,3 6,3 2,9 0,8 0,2
6,3 2,7 0,8 0,2 3,0 1,6 0,8 0,4 4,5 1,9 0,6 0,5 8,1 3,4 0,9 0,1
- - - 1,8 0,4 0,2 0,9 0,5 0,1 0,1 1,0 0,0 0,0 0,0 1,0
3
- - - 1,4 0,4 0,3 0,9 0,5 0,4 0,4 0,9 1,4 0,7 0,4 0,8
- - - 0,9 0,4 0,4 0,9 0,0 0,0 0,0 1,0 2,4 0,4 0,1 0,8
3,7 1,4 0,5 0,6 3,4 1,9 0,7 0,3 3,0 1,3 0,5 0,6 4,1 2,1 0,8 0,3
4
4,7 2,5 0,8 0,2 3,6 1,7 0,6 0,5 3,8 1,7 0,5 0,4 6,9 3,0 0,8 0,2
5,7 2,9 0,8 0,1 4,0 1,3 0,4 0,6 3,3 1,2 0,4 0,6 4,2 1,6 0,5 0,3
9,4 2,4 0,6 0,4 4,4 2,0 0,6 0,4 4,5 1,6 0,5 0,5 8,9 2,7 0,6 0,2
5
- - - 1,1 0,7 0,4 0,7 2,3 1,1 0,4 0,6 3,0 1,2 0,4 0,6
7,1 2,7 0,7 0,1 3,4 1,3 0,5 0,6 1,4 0,7 0,3 0,8 1,7 1,3 0,7 0,4
4,9 2,9 0,8 0,2 7,0 3,2 0,9 0,1 0,5 0,1 0,1 1,0 1,7 0,9 0,5 0,6
6
5,2 2,5 0,7 0,3 1,7 1,1 0,7 0,5 0,9 0,7 0,5 0,7 3,0 0,9 0,4 0,7
6,7 3,1 0,8 0,1 1,0 0,3 0,2 0,9 3,4 1,6 0,5 0,4 2,1 1,3 0,6 0,5
7,5 2,7 0,7 0,3 0,5 0,1 0,1 1,0 0,0 0,0 0,0 1,0 2,4 1,0 0,4 0,6
7
0,9 0,8 0,5 0,6 4,1 2,3 0,8 0,3 1,0 0,2 0,1 0,9 1,0 0,3 0,2 0,9
0,0 0,0 0,0 1,0 0,6 0,8 0,8 0,7 0,5 0,1 0,1 1,0 0,0 0,0 0,0 1,0
5,6 2,0 0,5 0,4 1,0 0,3 0,2 0,9 0,5 0,1 0,1 1,0 1,0 0,9 0,0 0,0
8
1,9 0,5 0,2 0,9 0,7 0,8 0,8 0,6 0,0 0,0 0,0 1,0 1,0 0,4 0,2 0,9
3,5 1,9 0,7 0,3 0,5 0,1 0,1 1,0 0,0 0,0 0,0 1,0 1,4 0,9 0,4 0,7
5,9 2,1 0,6 0,4 2,9 0,8 0,3 0,7 0,0 0,0 0,0 1,0 2,0 0,4 0,2 0,9
9
4,6 1,7 0,5 0,5 4,8 1,6 0,5 0,4 0,5 0,1 0,1 1,0 0,5 0,1 0,1 1,0
2,4 1,1 0,4 0,7 1,5 0,4 0,2 0,9 1,0 0,1 0,1 1,0 0,5 0,2 0,2 0,9
4,2 2,2 0,7 0,3 2,3 1,4 0,6 0,5 1,0 0,2 0,1 0,9 1,0 0,3 0,2 0,9
10
4,5 1,7 0,5 0,5 1,5 0,7 0,5 0,7 1,0 0,3 0,2 0,8 0,5 0,2 0,2 0,9
3,8 0,9 0,3 0,8 0,5 0,4 0,4 0,9 0,0 0,0 0,0 1,0 1,0 0,1 0,1 1,0
0,8 0,5 0,5 0,8 0,5 0,2 0,2 0,9 0,5 0,1 0,1 1,0 1,1 1,0 0,6 0,6
11
3,4 1,9 0,6 0,3 1,3 1,1 0,7 0,5 0,5 0,1 0,1 1,0 0,7 0,8 0,8 0,7
- - - - 1,0 0,4 0,3 0,9 1,0 0,5 0,3 0,8 0,0 0,0 0,0 1,0
(-): amostras não coletadas
175
Biovolume
O biovolume foi calculado para as espécies consideradas freqüentes, em pelo menos,
uma das 11 estações de coleta. As espécies que contribuíram com 50% ou mais da
comunidade fitoplanctônica, no período de estudo foram
Navicula lyra
(Bacillariophyceae),
Kirchneriella irregularis
e
Schoederia spiralis
(Chlorophyceae),
Cyanobium parvum
e
Merismopedia tenuissima
(Cyanobacteria),
Euglena hemichromata
e
Trachelomonas
volvocina
(Euglenophyceae).
Para estas espécies foram realizadas as medidas de tamanho médio e calculou-se o
volume médio a partir da forma geométrica aproximada, que foi paralelogramo para
N. lyra
,
cone duplo para
K. irregularis
e
S. spiralis
, elipsóide para
C. parvum
, cubo para
M.
tenuissima
, e esfera para
T. volvocina
(Tabela 28). A partir do volume celular médio e da
respectiva densidade, quantificou-se a biomassa destas espécies, em termos de biovolume, no
sistema estudado
Tabela 28: Dimensão m diâmetro e largura x comprimento), forma geométrica aproximada e
volume celular médio (µm
3
) dos organismos freqüentes na área de estudo.
Organismos
Tamanho Médio
m)
Forma
Geométrica
Volume Celular
Médio (µm
3
)
Navicula lyra
21,2 x 26,8 Paralelogramo 284,5
Kirchneriella irregularis
5,0 x 7,0 Cone duplo 91,6
Schoederia spiralis
2,5 x 7,0 Cone duplo 22,9
Cyanobium parvum
5,0 x 8,3 Elipsóide 454,0
Merismopedia tenuissima
7,5 (lado) Cubo 421,8
Euglena hemichromata
12,9 x 29,6
2,55 x 3,3 x 5,15
Elipsóide +
cone
2584,6
Trachelomonas volvocina
12,0 (célula) Esfera 8278,0
176
Na Figura 75 está representado a contribuição, em biovolume, de
Navicula lyra
(Bacillariophyceae). A maior contribuição desta espécie ocorreu em outubro, na estação 9
(lagoa 2), no dia (80,2 x 10
3
µm
3
.mL
-1
). Em janeiro e abril, apenas no rio Jacupiranguinha
(estação 2, no dia), houve contribuição desta espécie, com concentrações semelhantes (8,8
x 10
3
µm
3
.mL
-1
e 9,4 x 10
3
µm
3
.mL
-1
, respectivamente). Em julho, houve contribuição da
espécie nos três dias, nas estações 1 e 2, rio Jacupiranguinha (10,8 x 10
3
µm
3
.mL
-1
, no 1º dia,
11,4 x 10
3
µm
3
.mL
-1
, no 2º dia e 12,2 x 10
3
µm
3
.mL
-1
, no 3º dia, na estação 1 e 15,9 x 10
3
µm
3
.mL
-1
, no dia, 5,4 x 10
3
µm
3
.mL
-1
, no dia e 5,1 x 10
3
µm
3
.mL
-1
, no dia, na estação
2).
Outubro
-
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
E4 - 16/10 E9 -16/10 E6 - 18/10
Janeiro
-
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
E2 - 23/1
Abril
-
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
E2 - 11/4
Julho
-
5,0
10,0
15,0
20,0
E1 -
16/7
E2 -
16/7
E1 -
18/7
E2 -
18/7
E1 -
20/7
E2 -
20/7
Estões de co leta
Navicula lyra
Figura 75: Distribuição espacial da biomassa de Navicula lyra (Bacillariophyceae), no período de estudo.
A estação 10 (saída), em outubro, teve alta concentração (3375,5 x 10
3
µm
3
.mL
-1
) de
Kirchneriella irregularis
, quando comparada às outras estações de coleta (Figura 76). Em
177
janeiro, as maiores contribuições desta espécie foram verificadas na estação 1, e dias
(34,9 x 10
3
µm
3
.mL
-1
e 46,5 x 10
3
µm
3
.mL
-1
, respectivamente).
As biomassas encontradas em abril e julho foram menores do que as registradas em
janeiro e, principalmente, outubro. No mês de julho,
K.
irregularis
foi encontrada apenas na
lagoa 1 (estações 4, 5 e 6)e suas concentrações aumentaram do 1º ao 3º dia
Outubro
-
1.000,0
2.000,0
3.000,0
4.000,0
E10 - 14/10
Janeiro
-
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
E1 -
19/1
E5 -
19/1
E1 -
21/1
E2 -
21/1
E4 -
21/1
E9 -
21/1
E1 -
23/1
E4 -
23/1
Abril
-
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
E1 - 9/4 E4 - 9/4 E1 - 11/4 E6 - 11/4
Julho
-
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
E4 -
16/7
E6 -
16/7
E4 -
18/7
E5 -
18/7
E4 -
20/7
E5 -
20/7
E6 -
20/7
Estões de coleta
Kirchneriella irregularis
Figura 76: Distribuição espacial da biomassa de Kirchneriella irregularis, no período de estudo.
Não houve contribuição de
Schoederia spiralis
em julho. Entretanto, em outubro, esta
espécie contribuiu para a estrutura da comunidade, nos três dias de coleta, mais
acentuadamente, nas estações 2 (rio Jacupiranguinha) e 4 (lagoa 1), no 2º dia (67,1 x 10
2
µm
3
.mL
-1
e 83,8 x 10
2
µm
3
.mL
-1
, respectivamente). Em janeiro, a maior biomassa foi
178
verificada na estação 2 (rio Jacupiranguinha), no dia (25,2 x 10
2
µm
3
.mL
-1
) e em abril, na
estação 5, no 1º dia (17,4 x 10
2
µm
3
.mL
-1
)(Figura 77).
Outubro
-
15,0
30,0
45,0
60,0
75,0
90,0
E2 -
14/10
E4 -
14/10
E5 -
14/10
E8 -
14/10
E2 -
16/10
E4 -
16/10
E6 -
16/10
E10 -
16/10
E2 -
18/10
E4 -
18/10
E5 -
18/10
E6 -
18/10
Janeiro
-
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
E1 -
19/1
E2 -
19/1
E4 -
19/1
E2 -
21/1
E4 -
23/1
Abril
-
5,0
10,0
15,0
20,0
E2 - 7/4 E5 - 7/4 E1 - 9/4 E2 - 9/4
Estões de co leta
Schoederia spiralis
Figura 77:Distribuição espacial da biomassa de Schoederia spiralis, no período de estudo.
Na (Figura 78) está representada a contribuição, em biovolume, de
Cyanobium
parvum
. De forma geral, outubro foi o mês em que se obteve a menor contribuição da espécie,
concernente ao número de estações da região de estudo, em que a espécie apareceu. Notou-se
que, em outubro esta espécie foi encontrada na lagoa 2 (rio Jacupiranguinha) e na saída do
sistema de áreas alagáveis (estação 10, no 3º dia, por exemplo).
179
Nos meses de janeiro, abril e julho,
C. parvum
foi encontrado em quase todas as
estações de coleta, com exceção das estações 1 (rio Jacupiranguinha) e 6 (lagoa 1), em
janeiro; 2 (rio Jacupiranguinha) e 6, em abril e 1 e 2, em julho.
A maior densidade de
C. parvum
, foi verificada na estação 9 (lagoa 2), em abril, no
dia (288,0 x 10
5
µm
3
.mL
-1
). Em todas as demais estações,
C. parvum
esteve presente, mas
com densidades inferiores. No mês de julho, as maiores contribuições de
C. parvum
foram
identificadas na estação 10 (saída), nos e 2º dias (89,7 x 10
5
µm
3
.mL
-1
e 98,7 x 10
5
µm
3
.mL
-
1
, respectivamente).
180
Outubro
-
30,0
60,0
90,0
120,0
150,0
180,0
E7-16/10 E8-16/10 E8-18/10 E9-18/10 E10-18/10
Janeiro
-
70,0
140,0
210,0
280,0
350,0
420,0
E3-
19/1
E7-
19/1
E8-
19/1
E10-
19/1
E11-
19/1
E4-
21/1
E5-
21/1
E8-
21/1
E9-
21/1
E10-
21/1
E11-
21/1
E2-
23/1
E3-
23/1
E7-
23/1
E8-
23/1
E9-
23/1
E10-
23/1
E11-
23/1
Abril
-
30,0
60,0
90,0
120,0
150,0
180,0
210,0
240,0
270,0
300,0
E1-7/4
E2
-7/
4
E3-7/4
E4
-7
/4
E5
-
7/
4
E6-7/4
E7
-7
/4
E8-7/4
E9
-7
/4
E10-7/4
E1
1-
7/4
E1
-9
/4
E3
-9/4
E4-
9
/4
E5
-9/4
E6-9/4
E8
-9/4
E9
-9/4
E1
0-9
/4
E1
1-9/4
E1-11/4
E2
-
1
1/
4
E3-
1
1/4
E4
-
1
1
/4
E5
-
1
1/4
E7
-
1
1
/4
E8
-
1
1/
4
E9-
1
1/4
E10-
11/
4
E1
1-
11/4
Julho
-
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
E3
-16
/7
E6
-1
6/7
E7
-1
6/7
E9-16/7
E10-16/7
E1
1-1
6/7
E3
-18
/7
E5-
1
8/7
E6-18/7
E7
-18
/7
E8
-18
/7
E9
-18
/7
E1
0-
18/7
E1
1-
18/7
E3
-20/7
E4
-20
/7
E5
-2
0/7
E6
-2
0/7
E7-
2
0/7
E8
-20/7
E9
-20
/7
E1
0-20/
7
E1
1-2
0/7
Estações de coleta
Biovolume (10
5
µm
3
.mL
-1
)
Cyanobium parvum
Figura 78: Distribuição espacial da biomassa de Cyanobium parvum, no período de estudo.
181
A biomassa de
Merismopedia tenuissima
apresentou variação no mês de janeiro
(Figura 79). No 1º dia, a biomassa foi de 24,7 x 10
4
µm
3
.mL
-1
, estação 2 (rio Jacupiranguinha)
e 7,8 x 10
4
µm
3
.mL
-1
, no 3º dia, na mesma estação. Por sua vez, a estação 1 (rio
Jacupiranguinha), no 2º dia, apresentou biomassa de 820,0 x 10
4
µm
3
.mL
-1
.
Janeiro
-
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
E2- 19/1 E2-23/1
-
150,0
300,0
450,0
600,0
750,0
E1-21/1
Estações de coleta
Biovolume (10
4
µm
3
.mL
-1
)
Merismopedia tenuissima
Figura 79: Distribuição espacial da biomassa de Merismopedia tenuissima, no período de estudo.
A euglenofícea
Euglena hemichromata
foi identificada, em especial, na lagoa 2 e na
estação 10 (saída). Nas demais estações, também foram encontradas, porém com contribuição
reduzida, conforme Figura 80. Exceção deve ser feita à estação 3 (córrego Serrana), a qual
não apresentou registro de
E. hemichromata
no período de estudo.
Nos meses de outubro e janeiro, biomassas elevadas foram encontradas para
E.
hemichromata
(2381,2 x 10
4
µm
3
.mL
-1
, na estação 10, em outubro, no dia e 4857,5 x 10
4
µm
3
.mL
-1
, na estação 7, em janeiro, no dia). As menores biomassas foram verificadas no
mês de julho (por exemplo, 1,0 x 10
4
µm
3
.mL
-1
, na estação 1, em julho, no 3º dia).
182
-
15,0
30,0
45,0
60,0
75,0
90,0
E4 -
14/10
E5 -
14/10
E6 -
14/10
E8 -
14/10
E9 -
14/10
E11 -
16/10
-
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
E2 -
19/1
E5 -
19/1
E6 -
19/1
E9 -
19/1
E10 -
19/1
E2 -
21/1
E5 -
23/1
Abril
-
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
E5 -
7/4
E2 -
9/4
E4 -
9/4
E5 -
9/4
E6 -
9/4
E7 -
9/4
E10
- 9/4
E1 -
11/4
E2 -
11/4
E4 -
11/4
E5 -
11/4
E6 -
11/4
Julho
-
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
E4 -
16/7
E7 -
16/7
E10 -
16/7
E1 -
18/7
E4 -
18/7
E1 -
20/7
E2 -
20/7
E4 -
20/7
E10 -
20/7
Estações de coleta
Biovolume (10
4
µm
3
.mL
-1
)
Euglena hemichromata
Outubro
-
600,0
1.200,0
1.800,0
2.400,0
E10 - 14/10
Janeiro
-
1.000,0
2.000,0
3.000,0
4.000,0
5.000,0
E7 - 19/1
Figura 80: Distribuição espacial da biomassa de Euglena hemichromata, no período de estudo.
183
Na Figura 81 está representada a contribuição, de
Trachelomonas. volvocina
. Notou-se
que, em outubro, a distribuição espacial desta espécie foi mais homogênea do que nos outros
períodos. Houve contribuição acentuada de
T. volvocina
nas estações localizada na lagoa 2 e
saída do sistema.
As maiores densidades foram identificadas na estação 9 (14,4 x 10
6
µm
3
.mL
-1
, em
outubro, no dia e 143,2 x 10
6
µm
3
.mL
-1
, em janeiro, no dia) e estação 7 (215,9 x 10
6
µm
3
.mL
-1
, em abril, no 2º dia).
Outubro
-
3,0
6,0
9,0
12,0
15,0
E4-
14/10
E7-
14/10
E8-
14/10
E9-
14/10
E11-
14/10
E6-
16/10
E9-
16/10
E10-
16/10
E11-
16/10
E7-
18/10
E8-
18/10
Janeiro
-
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
E5-19/1 E9-19/1 E6-21/1 E4-23/1 E5-23/1
Abril
-
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
E7-9/4
Estões de coleta
Biovolume (10
6
µm
3
.mL
-1
)
Trachelomonas volvocina
Figura 81: Distribuição espacial da biomassa de Trachelomonas volvocina, no período de estudo.
184
Clorofila a e Feofitina
Os resultados das concentrações de clorofila
a
e feofitina, referentes à primeira coleta
(outubro de 2004) foram perdidos. Na Figura 82 está representada as concentrações de
clorofila
a
, em janeiro. Neste período, nas estações 1, no rio Jacupiranguinha (2º dia), 4 (3º
dia) e 6, na lagoa 1 (2º dia) foram observadas as maiores concentrações desta variável, com
87,3 µg.L
-1
, 75,0 µg.L
-1
e 68,1 µg.L
-1
, respectivamente. A menor concentração foi detectada
na estação 3, córrego Serrana (0,7 µg.L
-1
, no 2º dia).
As concentrações de feofitina das estações 1, 2, 3, 7, 8, 9 e 11 se mantiveram abaixo
de 15 µg.L
-1
neste período (Figura 83). A maior concentração foi observada na estação 6
(lagoa 1), no dia (93,1 µg.L
-1
). Na estação 10 (saída) foi verificada, no dia, concentração
de feofitina maior que de clorofila (50,4 µg.L
-1
e 47,4 µg.L
-1
, respectivamente).
0,0
15,0
30,0
45,0
60,0
75,0
90,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
Clorofila g.L
-1
)
1º dia" 2º dia 3º dia
Figura 82: Concentrações de clorofila a g.L
-1
), em janeiro.
185
0,0
15,0
30,0
45,0
60,0
75,0
90,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
Feofitina (µg.L
-1
)
1º dia 2º dia 3º dia
Figura 83: Concentrações de feofitina (µg.L
-1
), em janeiro.
Na Figura 84 e Figura 85 estão representadas as concentrações de clorofila
a
e
feofitina, respectivamente, no mês de abril. Na estação 5 (lagoa 1), as maiores concentrações
de clorofila
a
foram verificadas nos e dias de abril (79,9 µg.L
-1
e 82,9 µg.L
-1
,
respectivamente). Nas estações da lagoa 1 (estações 4, 5 e 6) e 9 (lagoa 2), foram obtidas
concentrações superiores a 50µg.L
-1
, em pelo menos um dos dias amostrados, com variação
entre os três dias consecutivos. Nas estações do rio Jacupiranguinha (1 e 2), rrego Serrana
(estação 3), lagoa 2 (estações 7 e 8) e saída (estação 11) foi detectada concentração inferior a
9,0 µg.L
-1
, em todos os dias amostrados.
Na estação 4 (lagoa 1), a concentração de feofitina foi maior, em abril (141,1 µg.L
-1
),
se comparada com as demais estações. Amplitude temporal foi observada nas estações 4 e 6,
na lagoa 1 e 7 e 9, na lagoa 2. As menores concentrações de feofitina foram verificadas nas
estações 1, rio Jacupiranguinha (1,4 µg.L
-1
), 9, lagoa 2 (2,6 µg.L
-1
) e 10, saída (2,1µg.L
-1
), no
2º dia.
186
-
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
Clorofilag.L
-1
)
dia dia dia
Figura 84: Concentrações de clorofila a g.L
-1
), em abril.
-
15,0
30,0
45,0
60,0
75,0
90,0
105,0
120,0
135,0
150,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
Feofitina (µg.L-
1
)
dia" dia dia
Figura 85: Concentrações de feofitina (µg.L
-1
), em abril.
Através da Figura 86, observam-se as concentrações de clorofila
a
, em julho. Neste
período as menores concentrações foram encontradas quando comparado aos outros meses
amostrados. A estação 10 (saída) teve a maior concentração, no e dia (14,8 µg.L
-1
, em
ambos os dias). As menores concentrações foram obtidas nas estações 6 (0,6µg.L
-1
, 1º dia), 8
(1,0µg.L
-1
, 3º dia) e nas estações 3 e 11 (1,5µg.L
-1
, 3º dia).
187
Também no mês de julho, as menores concentrações de feofitina foram registradas
(Figura 87). As estações 1, 2 (rio Jacupiranguinha), 3 (córrego Serrana), 5, 6 (lagoa 1), 7, 8 e
9 (lagoa 2) tiveram o mesmo padrão de variação nos dias amostrados, ou seja, concentrações
mais elevadas no dia. Neste dia, concentrações superiores a 10 µg.L
-1
foram obtidas nas
estações 5, 6, 7, 8 e 9, sendo que a máxima foi encontrada na estação 8 (19,4 µg.L
-1
). As
estações 7 e 9 apresentaram as menores concentrações do período, no 3º dia (0,7µg.L
-1
).
-
1,5
3,0
4,5
6,0
7,5
9,0
10,5
12,0
13,5
15,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
Clorofila (µg.L
-1
)
dia dia dia
Figura 86: Concentrações de clorofila a g.L
-1
), em julho.
-
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
18,0
20,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Estações amostrais
Feofitina (µg.L
-1
)
dia dia dia
Figura 87: Concentrações de feofitina (µg.L
-1
), em julho.
188
5. DISCUSSÃO
O rio Jacupiranguinha é suscetível a enchentes, quando é possível notar a formação de
inúmeras áreas alagadas (MOCCELLIN, 2006; BENASSI, 2006). Provavelmente, este
fenômeno ocorra devido a planície de inundação desenvolvida deste rio (MOCCELLIN, op
cit), o que possibilita o acúmulo de água e conseqüentemente, formação das áreas alagáveis.
Benassi (op cit.), em pesquisa da dinâmica espaço-temporal do sistema de áreas
alagáveis, desta mesma planície de inundação, constatou que o período chuvoso prolongou-se
de setembro a abril e o período seco, de maio a agosto. Assim, pode-se afirmar que houve
influência do ciclo hidrológico sobre o rio Jacupiranguinha e sua planície de inundação,
segundo o conceito de pulso de inundação
proposto por Junk et al. (1989).
Ainda segundo Junk et al. (op cit), os pulsos periódicos de inundação em planícies
conferem características especiais às comunidades biológicas, diferentes das características de
ambientes lóticos ou lênticos, pois interações entre estes sistemas (rio-planície). Henry
(2003) afirmou que estas interações podem ser de dois tipos: a subterrânea, por infiltração e a
superficial pelo transbordamento do rio adjacente nos períodos de intensa precipitação.
Na coleta de janeiro foi observada a conectividade entre os sistemas rio-planície,
devido aos altos índices pluviométricos registrados no período (377,0 mm/mês). Esta situação
não ocorreu durante as outras coletas, ou seja, nos demais períodos estudados não foram
observadas conexões do sistema de áreas alagáveis com o rio.
Entretanto, Benassi (op cit.), ao aplicar o software PULSO para esta planície de
inundação, no mesmo período (outubro/2004 a julho/2005), constatou que o rio esteve
conectado a planície com freqüência de 5 vezes, isto é, foram observados 5 pulsos completos,
para o mesmo nível de transbordamento visto em janeiro, no período de coleta. Em janeiro,
as alterações sicas e químicas na região de estudo foram evidentes, principalmente, no que
189
diz respeito às delimitações do sistema de áreas alagáveis e o rio Jacupiranguinha, as quais
eram impossíveis de serem distinguidas. Na realidade um único sistema foi observado, com
características hidrológicas mescladas entre o rio e as lagoas. Após o período de drenagem da
água, o sistema rio-planície foi desfeito e cada parte levou consigo, fragmentos desta união
(nutrientes e sólidos em suspensão, por exemplo)
A profundidade máxima do sistema variou no período de estudo. Em janeiro, quando
ocorreu conectividade do rio com a planície de inundação, os valores médios de profundidade
aumentaram quando comparadas às profundidades médias obtidas em outubro. A precipitação
média nesta época foi 12,2 mm/dia e houve variação no vel da água de 0,47 m a 0,83 m,
entre as estações observadas (estações 4 a 9)
A variação sazonal no vel hidrométrico do rio Jacupiranguinha determinou a entrada
de água para o sistema de áreas alagáveis, em épocas de cheia (janeiro, por exemplo) e a saída
de água, em épocas de estiagem (julho, por exemplo). Como resultado, as características
físicas do ambiente e a composição química da água foram submetidas a mudanças. Essas
alterações puderam ser comprovadas, principalmente pela análise da estrutura da comunidade
fitoplanctônica.
As medidas de área e largura das estações 2, 3 e 11, realizadas entre janeiro e julho,
confirmaram as alterações causadas pelo ciclo hidrológico em época de cheia (janeiro e abril)
e estiagem (outubro e julho). Os valores obtidos foram sempre maiores na época de cheia,
devido à invasão da água nestas estações. O mesmo foi observado com relação à vazão da
água nesses locais (Tabela 5), isto é, maiores no período chuvoso. A vazão, em janeiro, teve
variação de 7,597 m
3
.s
-1
, na estação 2, em abril a 0,002 m
3
.s
-1
nas estações 3 e 11, em julho.
Os movimentos da água provocados pela transferência de energia do vento originam
um conjunto de movimentos rítmicos (oscilações), tanto à superfície como internamente, nas
camadas inferiores, em sistemas aquáticos. Estes movimentos exercem influência, não
190
somente sobre a distribuição e disponibilização dos nutrientes, mas também sobre o plâncton
(WETZEL, 1993).
Benassi (2006) afirmou que para as estações 4, 5 (lagoa 1), 7 e 8 (lagoa 2) não foram
observadas tendência de termoclina no período de estudo. A ação do vento sobre a superfície
da água provavelmente colaborou para este resultado, visto a capacidade deste em deslocar a
água e conseqüentemente, impossibilitar a formação de estrato térmico, devido a constate
mistura
O vento atingiu velocidade de 1,5 m.s
-1
, em abril. Wetzel (op cit.) afirmou que as
trocas de CO
2
entre o ar e a água aumentam, especialmente a partir desta velocidade do vento.
Além disso, ambientes rasos facilitam a mistura na coluna de água e ressuspensão do
sedimento, conseqüentemente, libera nutrientes para o sistema, o que provoca o aumento da
biomassa fitoplanctônica; característica comum em ambientes lênticos (THOMAZ et al.,
1997). A combinação destes processos pode ter contribuído para obtenção de elevadas
biomassas totais (63435, na estação 9, por exemplo) em abril (Tabela 21).
A zona eufótica reduziu com o aporte de água (janeiro e abril), via precipitação direta
ou conectividade com o rio, no sistema e aumentou no período de estiagem (outubro e julho),
o que pode ser comprovado com os resultados obtidos na relação zona eufótica (Z
euf
) e zona
máxima (Z
máx
) (
Tabela 11).
De modo geral, as maiores relações Z
euf
/Z
máx
foram observadas nos meses de abril e
julho e as menores, em outubro e janeiro. Nos dois primeiros meses, não houve precipitação
durante o período de coleta (julho) ou ocorreu nos cinco dias antes (abril). Já no mês de
outubro, um dia antes da coleta ocorreu precipitação (13 e 17/10) ou em um dos dias da coleta
(18/10) e em janeiro, houve precipitação nos três dias de coleta.
191
A diminuição da zona eufótica também pode estar associada às altas concentrações de
sólidos suspensos. Nas estações situadas no sistema de áreas alagáveis (4 a 9), as maiores
concentrações de sólidos suspensos foram obtidas nas estações localizadas na lagoa 1, as
quais tiveram valores reduzidos de zona eufótica.
As maiores concentrações de sólidos suspensos inorgânicos foram observados nos
meses de outubro (estações 8 e 9) e janeiro (estações 4, 5, 6 e 7). Os maiores valores de
transparência da água foram registrados no mês de julho (período de águas baixas) e em
algumas estações (4 e 6), em outubro; não ultrapassando 0,9 m.
Train e Rodrigues (1998), em pesquisa realizada em área alagável no Mato Grosso do
Sul, observaram menor transparência da água e máxima profundidade do rio Baía (4,40 m),
em fevereiro. Neste mês, o registro de precipitação foi de aproximadamente, 120 mm.
Os componentes moleculares da água, as substâncias nela dissolvidas e, em grande
parte, as partículas em suspensão, provocam dispersão da luz, como resultado da absorção dos
raios incidentes quando atingem essas partículas. A dispersão da luz pela água tem como
conseqüência a perda, pelo sistema aquático, de grandes quantidades de energia luminosa.
Desta forma, os organismos aquáticos que utilizam a luz diretamente na fotossíntese, ou de
modo indireto, serão afetados pelas diferentes concentrações de sólidos suspensos no
ambiente (WETZEL, 1993).
Ao confrontar os resultados de precipitação, sólidos em suspensão com os de
transparência (extensão da zona eufótica) e nível da água, observou-se que o aumento de
precipitações conduziu a elevação do nível da água, que por sua vez, tornou o sistema mais
profundo. A transparência diminuiu com a entrada de água no sistema, devido ao aporte de
sedimentos carreado pela chuva (escoamento superficial) ou transbordamento do rio para o
sistema aquático. Desse modo, alguns autores estabeleceram correspondência entre
192
transparência da água, nível da coluna de água e concentração de sólidos em suspensão
(HUSZAR e REYNOLDS, 1997; TRAIN e RODRIGUES, 1998; TELL, 2005).
No mês de julho, quando várias estações (lagoas 1 e 2 e estação 10) apresentaram
densa cobertura de macrófitas (BENASI, 2006), densidades fitoplanctônicas totais menores
foram constatadas, apesar da maior velocidade do vento ter sido obtida neste período. Ainda
neste mês, observou-se o predomínio de
Cyanobium parvum
(Cyanobacteria), nas lagoas 1 e 2
e na estação 10 e
Trachelomonas volvocina
(Euglenophyceae), apenas na lagoa 1 (Tabela 25).
Segundo Benassi (op cit), a biomassa média de macrófitas aquáticas, na lagoa 2, no período
de abril e julho foi semelhante (368, 8 gPS.m
-2
e 344,6 gPS.m
-2
, respectivamente). Já na lagoa
1 foram verificadas diferenças desta variável entre esses meses (545,7 gPS.m
-2
, em abril e
632,6 gPS.m
-2
, em julho), o que pode ter possibilitado maior resistência contra o vento, na
lagoa 1 do que na lagoa 2, no mês de julho. Esta possível resistência ao vento reduziu a
mistura na coluna de água e liberação de nutrientes e com conseqüente diminuição da
biomassa fitoplanctônica total neste período
A temperatura da água é de vital importância para as comunidades aquáticas, pois
exerce grande influência sobre o seu metabolismo, fisiologia e comportamento (WETZEL e
LIKENS, 1979), como por exemplo, a produtividade primária e respiração. Temperaturas
elevadas estão, em geral, associadas às maiores densidades fitoplanctônicas (ZALOCAR DE
DOMITROVIC, 2003).
A média anual da temperatura da água esteve ao redor de 22,1°C e apresentou
alterações sazonais, com valores altos registrados nos meses de outubro, janeiro e abril (entre
23 a 25 °C) e valores reduzidos, no mês de julho (entre 16 a 18 °C). Padrão semelhante, ao da
temperatura da água, foi observado para a temperatura do ar.
A medida de oxigênio dissolvido é freqüentemente usada e é um dos mais importantes
métodos químicos disponíveis para investigação do ambiente aquático. Esta variável
193
constitui-se em ferramenta importante na análise de impactos antrópicos ou naturais nos
corpos de água.
O conhecimento da concentração de oxigênio dissolvido provaliosas informações
relacionadas às reações bioquímicas e biológicas nos corpos de água. Sua concentração está
diretamente relacionada com a estabilização da matéria orgânica. É também item importante
na análise da capacidade da água em receber matéria orgânica sem causar danos à biota
(WETZEL e LIKENS, 1979).
As porcentagens de saturação de oxigênio dissolvido foram maiores nas estações
localizadas fora do sistema de áreas alagáveis (entrada e estação 11), do que nas lagoas 1 e 2 e
estação 10. Isto foi verificado, principalmente, porque o primeiro grupo citado se localiza em
regiões de mistura (rio Jacupiranguinha e córrego Serrana), o que possibilitou a oxigenação da
água.
Outro fator, possivelmente, seja o fato, de que as lagoas 1 e 2 e a estação 10 se
localizam em regiões com macrófitas aquáticas, as quais são responsáveis por grande
produção de matéria orgânica autóctone. Este material orgânico é decomposto por
microrganismos heterótrofos que utilizam parte do oxigênio dissolvido na água em seu
metabolismo.
É fundamental para ocorrência desta decomposição, a produção de oxigênio dissolvido
no sistema, sendo que a comunidade fitoplanctônica, como organismos autótrofos, possue
papel importante neste processo.
Efeito importante causado pela cobertura de macrófitas aquáticas sobre a coluna de
água é a diminuição na penetração de luz e concomitante redução das atividades
fotossintéticas (IZAGUIRRE et al., 2004), que em resposta, provoca a diminuição na
concentração de oxigênio dissolvido das estações da lagoa 1 e 2 e saída (estação 10).
194
Izaguirre et al. (op cit) observaram que áreas com densa cobertura de macrófitas
aquáticas, na região do rio Paraná, permaneceram anaeróbias quase durante todo o seu
período de estudo e, em contrapartida, áreas livres desses vegetais excederam concentração
média de 4,9 mg.L
-1
de oxigênio dissolvido.
Sinistro et al. (2006), em estudo na região da bacia do Baixo rio Paraná, afirmaram
que a densa cobertura de macrófitas diminui a entrada de luz, e conseqüentemente, as
atividades fotossintéticas. Os autores ainda associaram as alterações neste processo biológico
à redução na concentração de oxigênio dissolvido. O mesmo pode ser observado no sistema
de estudo, principalmente nas estações das lagoas 1 e 2 e saída.
O pH se manteve alcalino em quase todos os períodos analisados, com exceção do mês
de abril, o qual apresentou tênues valores de acidez nas estações amostradas. Apesar da
variabilidade temporal entre as épocas do ano, foi observada uniformidade espacial desta
variável no sistema, ao se levar em conta, que os resultados de pH são apresentados em escala
logarítmica. Cabe ressaltar que estes valores alcalinos podem ter origem na formação
geológica da região (área cárstica) (DOMINGOS, 2002).
As águas naturais apresentam quantidades diferentes de materiais dissolvidos. Estas
diferenças produzem variações na acidez e alcalinidade do sistema aquático.
Wetzel (op cit.) define alcalinidade total como a quantidade de ácido necessária para
neutralizar os íons hidroxilas, carbonato e bicarbonato num litro de água. Nessa pesquisa, as
maiores concentrações de alcalinidade foram obtidas no período chuvoso (janeiro e abril). Por
outro lado, Ibañez (1998) obteve as maiores concentrações de alcalinidade no período de
águas baixas e as menores, no período de cheia. Neste mesmo estudo, a autora constatou forte
predominância de euglenofíceas (81% dos 262 táxons identificados).
O dióxido de carbono é, aproximadamente, 200 vezes mais solúvel em água que o
oxigênio. A hidratação do CO
2
dissolvido acontece por meio de reação lenta, a qual produz
195
ácido carbônico. Esta reação é predominante em pH 8. Entretanto, este ácido é bastante
fraco e se dissocia rapidamente, em comparação à reação de hidratação, tendo como produto
os íons bicarbonato e carbonato. O CO
2
livre domina nas águas de pH 5; CO
3
-2
, em pH
9,5 e entre os valores de pH 7 e 9, há predominância de HCO
3
-
. (WETZEL, 1993).
Em outubro e janeiro, o pH próximo a 8 pode ter favorecido maiores concentrações de
íons bicarbonato, como resultado da dissociação do ácido carbônico. O íon bicarbonato foi
correlacionado positivamente (ρ = 1,0) com o dióxido de carbono no mês de outubro, o que
comprova sua origem.
Alguns organismos fitoplanctônicos são adaptados para assimilar íon bicarbonato,
além de dióxido de carbono. Isto, em geral, se quando a concentração de bicarbonato é
superior à do dióxido de carbono, em mais do que 10 vezes. Possuir afinidade pelo
bicarbonato constitui-se vantagem adaptativa na água doce.
A condutividade elétrica da água reflete a medida da resistência da água ao fluxo
elétrico. Essa resistência diminui quando aumenta o estado de ionização. Portanto, quanto
mais baixa for a salinidade da solução, maior será a sua resistência ao fluxo elétrico
(WETZEL, 1993).
A condutividade elétrica foi maior em julho e menor, em janeiro (Figura 34), que
coincide com os períodos de estiagem e precipitação (entrada de íons), respectivamente.
Assim como para outras variáveis, a diluição deve ter contribuído de forma significativa para
este resultado, comprovando a ação do ciclo hidrológico sobre o sistema
Nabout et al. (2006), em pesquisa de planícies de inundação do rio Araguaia, na região
central do Brasil, também detectaram essa relação. Os valores da condutividade elétrica e da
biomassa foram mais elevados na estação seca, quando não houve conectividade com o rio
adjacente. No sistema de estudo, as maiores concentrações de biomassa foram detectadas em
196
abril, quando foram verificados valores altos de condutividade elétrica, quando comparados a
outubro e janeiro.
Schemel et al. (2004) afirmaram, em estudo de planície de inundação nos Estados
Unidos, que a diminuição dos valores de condutividade específica coincidiu com o aumento
dos níveis da água oriundos do rio. Contudo, quando o influxo do rio para a planície cessou,
houve rápido aumento nos valores de condutividade específica que perseverou por rias
semanas. A biomassa fitoplanctônica e as concentrações dos constituintes químicos
dissolvidos também foram menores durante os eventos de inundação.
Nesta pesquisa, observou-se que em época de cheia (janeiro) as concentrações de
alguns nutrientes, como nitrito e nitrato, foram maiores, assim como a biomassa
fitoplanctônica nas estações do rio Jacupiranguinha (estações 1 e 2). Neste mesmo período,
nas estações 7 e 9 (lagoa 2) e saída (estações 10 e 11), concentrações mais altas de
organismos foram observadas, sendo menores apenas das obtidas em abril.
Os nutrientes são constituintes vitais das células fitoplanctônicas. O fósforo é essencial
para o funcionamento e crescimento de todas as células vivas. Entretanto, a maior fonte de
fósforo para o fitoplâncton es na forma de ortofosfato dissolvido (REYNOLDS, 1997).
Ainda segundo o mesmo autor, o nitrogênio, outro nutriente essencial para o fitoplâncton, es
disponível em diversas fontes, como nitrato, nitrito, íon amônio, bem como, em compostos
nitrogenados orgânicos dissolvidos, como a uréia e aminoácidos e peptídeos livres.
O nitrogênio, juntamente com carbono, hidrogênio e fósforo, são uns dos principais
nutrientes que influenciam a produtividade na água doce. O nitrato é a forma mais comum em
que o nitrogênio inorgânico penetra nas águas doces vindo da bacia de drenagem nas águas de
superfície. O nitrito é oxidado rapidamente e por isso, raramente se acumula. A assimilação
de nitrogênio, na forma de nitrogênio amoniacal, exige menor gasto de energia, quando
comparado ao nitrato, e este, menos do que o nitrito (WETZEL, 1993).
197
As concentrações dos nutrientes variaram sazonalmente. No mês de janeiro, algumas
formas dissolvidas de nitrogênio (nitrato e nitrito) aumentaram com a entrada de água, no
período de cheia. Como conseqüência, as concentrações de nitrogênio total também
aumentaram. Entretanto, esse período foi caracterizado por baixa biomassa fitoplanctônica.
Esse fato se deve à diluição ocasionada pela conectividade do rio com a planície (GARCÍA
DE EMILIANI, 1993).
Zalocar de Domitrovic (2003) observou correlação positiva, porém baixa (0,24) entre
as formas de nitrato e nitrito e a biomassa. A riqueza foi correlacionada negativamente com
estes nutrientes no mesmo estudo. Estas correlações não foram constatadas no sistema de
áreas alagáveis estudado.
O fósforo é necessário para a síntese de nucleotídeos, fosfolipídeos, açúcares
fosfatados, entre outros. É, entre todos os elementos principais para o desenvolvimento do
fitoplâncton, o menos abundante.
A concentração de fósforo foi muito elevada nos meses de janeiro, abril e julho, que
culminou com as maiores densidades fitoplanctônicas (mês de abril).
Principalmente, na estação 2 (rio Jacupiranguinha) foram registradas maiores
concentrações de fósforo inorgânico. Isto, provavelmente, pode ser resultante do lançamento
de efluente rico em compostos fosforados, a montante desta estação, proveniente de um
complexo industrial químico produtor de fertilizantes (BUNGE, 2006). Esse quadro não era o
esperado, visto que esse complexo situa-se próximo à estação 1 e esta apresentou
concentrações inferiores deste nutriente, das encontradas na estação 2. Devido ao processo
natural de sedimentação que ocorre nos corpos aquáticos, esperavam-se concentrações de
fósforo, menores na estação 2 do que na 1.
198
Rejmánková e Komárková (2005), em estudo realizado com o grupo Cyanobacteria
em diferentes gradientes de nutrientes, confirmaram que o fósforo é fator de extrema
importância para o crescimento e composição de espécies deste grupo.
Nas estações localizadas mais no interior do sistema de áreas alagáveis (lagoa 2) e no
córrego Serrana (estação 3), onde há região de pastagem em seu entorno, concentrações
inferiores de fósforo inorgânico foram verificadas e contribuições maiores de Cyanobacteria.
O inverso foi observado nas estações do rio Jacupiranguinha (estações 1 e 2) e lagoa 1
(mais próximas do rio), em que maiores concentrações deste nutriente coincidiram com
densidades menores destes organismos. Esta situação provavelmente esteja relacionada a uma
faixa limite de fósforo inorgânico para o desenvolvimento das Cyanobacteria
As concentrações de sílica apresentam freqüentemente variações sazonais e espaciais
acentuadas dentro dos lagos. De acordo com Wetzel (op cit), a distribuição da sílica nos
corpos de água está relacionada com a assimilação intensiva de sílica pelas bacilariofíceas. Os
outros depósitos deste nutriente são de menor importância, quando comparados às
quantidades transportadas pelas diatomáceas. Estas algas estão contidas no interior de uma
parede siliciosa, ou frústula, em que o ácido silicílico foi desidratado e polimerizado para
formar partículas de sílica.
Nos meses de outubro, janeiro e abril foram obtidas concentrações maiores de silicato
e menores contribuições de Bacillariophyceae, em cada estação. no mês de julho, foram
observadas concentrações reduzidas deste nutriente, que coincide com as maiores
contribuições de Bacillariophyceae, principalmente, nas estações 1 e 2 (rio Jacupiranguinha) e
4, 5 (lagoa 1), 7, 8 (lagoa 2) e 11 (saída). A variação das concentrações de silicato associada à
da densidade de bacilariofíceas confirma a necessidade do nutriente para o desenvolvimento
destes organismos fitoplanctônicos.
199
Nas demais estações, foram constatadas contribuições baixas de Bacillariophyceae
(9,9%, na estação 3; 5,4%, na estação 9 e 2,9%, na estação 10, por exemplo). É importante
destacar que estes organismos são capazes de explorar ambientes com mistura e turbidez
(NABOUT et al., 2006), como é o caso das estações 1, 2 e 11 (rio Jacupiranguinha) e 4, 5, 7 e
8 (decomposição de macrófitas aquáticas), respectivamente.
Por outro lado, Schemel et al. (2004) destacaram a importância do tempo de residência
da água proveniente do rio dentro da planície de inundação. Os autores afirmaram que, os
eventos de inundação são seguidos por pido aumento na produção e biomassa
fitoplanctônica, quando o tempo de residência da água na planície e as concentrações de
nutrientes aumentam. Este fato pode ser constatado no mês de abril, na planície de inundação
de estudo, quando os nutrientes aportados para o sistema, provavelmente, no início do mês
(dia 02), puderam ser utilizados para o aumento de densidade da comunidade fitoplanctônica,
que atingiu 63435 ind. mL
-1
, na estação 9.
A composição das comunidades fitoplanctônicas é muito variada e tem como
característica refletir toda e qualquer alteração ambiental (MARGALEF, 1983). A
comunidade fitoplanctônica da área em estudo apresentou variabilidade temporal (entre os
três dias alternados e os meses) e heterogeneidade espacial, principalmente devido às
mudanças nas características limnológicas, provocadas por pulsos de inundação, oriundos do
transbordamento do rio Jacupiranguinha em dias de precipitação.
De acordo com Henry (2003), as características estruturais e funcionais das áreas
alagáveis são afetadas primeiramente pelo regime hidrológico. É importante destacar, que as
estações de coleta mais próximas do rio, são atingidas por este e apresentam, em geral,
semelhanças limnológicas e biológicas com o rio.
200
Quanto mais distante estava a estação da entrada da água do rio, menor foi o distúrbio
provocado pelo pulso de inundação, pois este foi atenuado à medida que atravessou as
estações antecedentes.
A densidade fitoplanctônica total foi maior no mês de abril, quando comparada àquela
verificada no mês de janeiro (cheia) (Tabela 21). Este resultado coincide com concentrações
elevadas de fosfato inorgânico, na maioria das estações.
As concentrações de clorofila
a
e feofitina foram maiores nos meses de janeiro e abril.
Em julho, baixas concentrações do pigmento foram detectadas em todas as estações (Figura
86), na mesma época em que quase todas as estações do sistema de áreas alagáveis estiveram
cobertas por macrófitas aquáticas flutuantes, levando a supor que a cobertura da coluna de
água por macrófitas interferiu no crescimento da comunidade fitoplanctônica do sistema,
devido ao sombreamento causado por esses vegetais.
Nesta situação, os organismos fitoplanctônicos competem com as macrófitas
aquáticas, pela assimilação da luz solar, como comprovado por Sinistro et al. (2006).
Nestes locais, com baixa penetração de luz, Cyanobacteria e Euglenophyceae foram as
classes dominantes. Isto se deve às estratégias desenvolvidas por estes organismos para
sobreviverem em ambientes nestas condições. As Cyanobacteria são capazes de controlarem
sua densidade celular e as Euglenophyceae o capazes de se locomoverem através de
flagelos, com o objetivo de atingirem regiões propícias aos seus desenvolvimentos.
Benassi (2006) afirmou que em abril, a cobertura da superfície da água por macrófitas
aquáticas foi menor, quando comparada ao mês posterior de coleta (julho) (Tabela 12). A
densa cobertura destes vegetais bloqueou parte da entrada de luz no sistema, principalmente
na lagoa 1. Entretanto, as maiores relações Z
eu
/Z
afo
foram observadas nos meses de abril e
julho.
201
A biomassa fitoplanctônica total é menor quando o rio flui para a planície. Entretanto,
a biomassa aumenta rapidamente quando o fluxo diminui e a planície de inundação é drenada
(SCHEMEL et al, 2004). Este fenômeno pode ser constatado entre os meses de janeiro e abril
no sistema estudado. Em abril, quando não havia conexão da planície com o rio
Jacupiranguinha (período de drenagem), a densidade total fitoplanctônica foi maior quase em
todas as estações, quando comparada ao período anterior (janeiro).
As condições limnológicas nos lagos durante períodos de águas rasas favorecem o
aumento do biovolume. Em contrapartida, períodos de águas altas são influenciados pelo
efeito de diluição do pulso de inundação que reduz o biovolume (NABOUT et al., 2006).
Apesar disso, em análise do biovolume para as espécies freqüentes (Tabela 26) na área
de estudo, as maiores contribuições de
Navicula lyra
(bacilariofícea),
Schoederia spiralis
,
Kirchneriella irregularis
(clorofíceas),
Cyanobium parvum
(cianobactéria),
Euglena
hemichromata
e
Trachelomonas volvocina
(euglenofíceas), ocorreram justamente nos meses
de janeiro e abril (cheia). Com exceção de
Schoederia spiralis
que apresentou sua maior
contribuição no mês de outubro (seca).
As baixas contribuições observadas em julho (seca) podem ter dado a falsa idéia de
que as maiores contribuições ocorreram na potamofase, uma vez que a densa cobertura de
macrófitas selecionou os organismos aptos a viverem em tais condições. Neste sentido,
propõem-se mais investigações sobre a comunidade fitoplanctônica nestas condições.
Essa alta contribuição dessas espécies, principalmente em abril e janeiro, reflete a
adaptação desses organismos, para sobreviverem em ambientes com baixa transparência, visto
que esses meses foram caracterizados por período chuvoso (BENASSI, 2006).
Abril e janeiro foram marcados pelo maior aporte de material em suspensão nas
estações de coleta. A conectividade do rio em períodos de precipitações carreou sólidos
orgânicos e inorgânicos, para a planície de inundação.
202
no segundo período (julho), a densa cobertura de macrófitas foi responsável por
elevada quantidade de material em decomposição. Estes vegetais são responsáveis por grande
produção de matéria orgânica autóctone, comprovada com as altas concentrações de sólidos
suspensos orgânicos e inorgânicos obtidos na estação 10, em três dos quatro períodos
estudados.
A maior densidade total (1.225.309 indivíduos.mL
-1
) foi obtida em outubro, na estação
10, a qual apresentou profundidade média de 0,7 m. Importante ressaltar, que esta estação
localizava-se em local com densa cobertura de macrófitas aquáticas, o que inclusive,
impossibilitou a medida de transparência da água (disco de Secchi).
Entretanto, na estação 11 foi observada densidade total muito menor de organismos
(84 indivíduos.mL
-1
), no mesmo período.
O que, provavelmente justifica a grande diferença de densidade entre essas duas
estações é a amostragem. No caso da estação 10, grande quantidade de matéria orgânica
em decomposição, o que aumenta a concentração de nutrientes disponíveis e acelera o
desenvolvimento do fitoplâncton. Uma vez que, a amostra foi coletada bem próxima a esses
vegetais, a probabilidade dela ter sido retirada de uma região com densidade fitoplanctônica
elevada, foi alta. No caso da estação 11, a diluição ocasionada pela mistura da água do rio
com a do canal, pode ter contribuído para a densidade menor.
No sistema de áreas alagáveis estudado foram encontrados 163 táxons
fitoplanctônicos, o que retrata um número considerável de espécies quando comparado a
outros trabalhos. Zalocar de Domitrovic (2003) e Nabout et al. (2006) encontraram 258 e 292
táxons, respectivamente, porém Devercelli (2006) constatou 111 táxons em sua pesquisa e
Oliveira e Calheiros (2000), apenas 82.
A classe Cyanobacteria predominou em quase todos os períodos investigados, com
exceção ao mês de outubro, que teve o domínio das classes Euglenophyceae e Chlorophyceae.
203
Oliveira e Calheiros (op cit.) verificaram a predominância de Cyanobacteria e
Bacillariophyceae em época de drenagem na planície. As Chlorophyceae foram dominantes
em áreas alagáveis na região do rio Araguaia (NABOUT et al., op cit.). Zalocar de
Domitrovic (op cit.) observou dominância de Chlorophyceae e Cryptophyceae, em ambos os
períodos, seco e chuvoso. Durante a potamofase, com a entrada de nutrientes oriundos da
inundação do rio, o mesmo autor verificou que a composição da comunidade fitoplanctônica
foi alterada de Chlorophyceae para Cyanobacteria e Euglenophyceae.
O sistema de áreas alagáveis também apresentou heterogeneidade espacial na
composição da comunidade fitoplanctônica. Nas estações do rio Jacupiranguinha (estações 1 e
2) os valores do índice de diversidade de
Shannon
foram sempre maiores do que os
registrados para as demais estações e os de dominância, menor. Estas estações encontram-se
em região de mistura constante, favorecendo organismos adaptados a viverem nestes
ambientes, como é o caso das bacilariofíceas que tiveram contribuição em torno de 50 %, em
julho.
A estação 3 (córrego Serrana), a qual é fonte permanente de água para o sistema,
contribuiu com altas densidades de cianobactérias, nos três dias observados de cada mês. O
índice de dominância resultou em valores sempre próximos do máximo (1,0), em todos os
períodos Nesta estação raramente foi observada biomassa predominante de outras classes. No
entorno desta estação tem-se região de pastagem, a qual deve ser responsável pelo aporte de
material alóctone, contribuindo para o aumento da concentração de nutrientes e,
conseqüentemente, de organismos.
Nas estações da lagoa 1 (estações 4, 5 e 6), maiores índices de diversidade foram
verificados quando comparados às estações da lagoa 2 (estações 7, 8 e 9). Em contrapartida,
nas estações da lagoa 2, os índices de dominância foram maiores, se comparados às estações
da lagoa 1, muitas vezes atingindo valores próximos a 1,0. Na lagoa 1 foram observados
204
organismos pertencentes ao grupo das clorofíceas, bacilariofíceas, euglenofíceas e
cianobactérias, enquanto que na lagoa 2, euglenofíceas e cianobactérias teve contribuição
maior e clorofíceas e bacilariofíceas, contribuição menor.
As estações de saída (estações 10 e 11) tiveram sua diversidade e dominância
semelhante às estações da lagoa 2. Houve o predomínio das Cyanobacteria e Euglenophyceae
nestas estações, as quais são adaptadas a viverem em locais com baixa incidência de luz e alta
concentração de material em suspensão, como é o caso das estações de saída, bem como das
lagoas 1 e 2, devido à densa cobertura de macrófitas.
As estações de coleta apresentaram índices de riqueza e diversidade maiores nos
períodos caracterizados como seco (outubro e julho). No rio Jacupiranguinha, o índice de
diversidade de
Shannon
atingiu 3,6 bits.ind
-1
, em outubro, quando na lagoa 1 o maior valor
encontrado foi 3,1 bits.ind
-1
, na lagoa 2 , 2,7 bits.ind
-1
e na saída, 2,2 bits.ind
-1
. Por sua vez,
os mais altos índices de dominância foram observados em abril (período chuvoso), em todas
as estações de coleta (Tabela 27), em muitos casos atingindo o valor máximo (1,0).
Os resultados observados para riqueza e diversidade estiveram relacionados à
temperatura da água, profundidade da coluna de água, transparência da água e pH, em
outubro. Em julho, além das variáveis citadas, as concentrações de dióxido de carbono livre,
nitrogênio amoniacal, fosfato inorgânico, nitrato e nitrogênio total, também foram
relacionadas aos resultados obtidos para a comunidade fitoplanctônica.
A dominância verificada no mês de abril foi relacionada às concentrações de dióxido
de carbono total, alcalinidade, carbono inorgânico, bicarbonato carbonato e aos valores de pH.
A dominância constatada no período chuvoso coincidiu com a entrada de sedimentos
no sistema, como resultado do influxo do rio no sistema de áreas alagáveis. Organismos com
adaptações, para sobreviverem às novas características do ambiente aquático, como
205
locomoção através de flagelos ou controle da densidade celular, estarão em vantagem diante
dos que não as possuem
Sinistro et al. (2006.) afirmaram que muitas Cyanobacteria pequenas estão adaptadas a
ambientes com pouca incidência de luz, como é o caso da espécie
Cyanobium parvum
que
dominou em estações com esta característica (lagoas 1 e 2 e saída).
As cianobactérias são eficientes no deslocamento da coluna de água por possuírem
vacúolos gasosos ou pseudovacúolos que permitem a otimização da absorção da
luminosidade, à medida que estas estruturas enchem e esvaziam. Estes vacúolos gasosos,
quando cheios, diminuem a densidade das cianobactérias para valor inferior ao da água.
Assim, são impelidas para a superfície, não dependendo apenas da turbulência para se
manterem na zona fótica (REYNOLDS, op cit.).
O grupo das euglenofíceas é favorecido em ambientes com menor transparência, pois
possuem flagelos e, dessa forma, se locomovem para locais com maiores intensidades
luminosas na coluna de água. Este grupo predominou nas estações situadas dentro do sistema
de áreas alagáveis, nas quais também foram verificadas reduzidas concentrações de oxigênio
dissolvido. A espécie
Trachelomonas volvocina
foi dominante em todos os períodos, na
maioria das estações do sistema de áreas alagáveis.
Tell et al. (2005) afirmaram que a possibilidade desses organismos permanecerem
suspensos na coluna de água em ambientes calmos é muito maior do que para organismos não
flagelados. Neste mesmo estudo, os autores, ainda constataram que a disponibilidade de
nutrientes não foi fator chave para o desenvolvimento deste grupo, mas sim, a influência do
nível da água sobre a transparência da coluna de água.
Deste modo, a condição hidráulica de cada ambiente á a responsável pela distribuição
das euglenofíceas em planícies de inundação (TELL et al, op cit).
206
Zalocar de Domitrovic (2003) encontrou maior contribuição de euglenofíceas para a
biomassa total de fitoplâncton, após a ocorrência de pulsos de inundação, em três áreas
alagáveis próximas ao rio Paraná.
Oliveira e Calheiros (2000) observaram alta biomassa de euglenofíceas coincidindo
com reduzidas concentrações de oxigênio dissolvido e altas quantidades de materiais
inorgânicos e nutrientes, em planície de inundação do rio Paraguai (Pantanal). Os autores
afirmaram ainda, que esse grupo é considerado oportunista, vivendo em ambientes
heterotróficos com baixos níveis de oxigênio dissolvido.
Em geral, nas estações 1 e 2 (rio Jacupiranguinha) foi observada comunidade
fitoplanctônica característica e diferente das estações do interior do sistema de áreas
alagáveis. Por outro lado, algumas espécies foram semelhantes entre os ambientes lótico e
lêntico, principalmente entre a estação 2 e a lagoa 1.
Navicula lyra
foi freqüente na estação 2,
enquanto
Kirchneriella irregularis
, na lagoa 1.
Trachelomonas volvocina
ocorreu em todas as
estações, entretanto, foi predominante apenas nas lagoas 1 e 2
. Schoederia spiralis
foi
dominante na estação 2 mas, também, na lagoa 1
. Nitzschia scalaris
foi comum na estação 2 e
estação 5 (lagoa 1).
Closterium incurvum
foi comum na estação 2 e em todas as estações da
lagoa 1.
García de Emiliani (1993) observou em seu estudo que espécies do ambiente lótico
também eram encontradas na planície de inundação.
A espécie
Trachelomonas volvocina
foi dominante nas lagoas 1 e 2, no período de
cheia, principalmente em local com menor incidência de luz (densa cobertura de macrófitas
aquáticas). Oliveira e Calheiros (2000) constataram elevada contribuição desta espécie em
período semelhante, no sul do Pantanal.
As maiores contribuições de
Schoederia spiralis
foram identificadas na limnofase
(outubro). Zalocar de Domitrovic (2003) observou organismos deste gênero, na potamofase.
207
O mesmo autor verificou, ainda, acentuada contribuição de
Merismopedia tenuissima
, na
potamofase, que coincide com o resultado obtido nessa pesquisa.
M. tenuissima
foi dominante
nas estações 1, 2 e 3 (entrada).
Bacilariofíceas como
Amphora ovalis
,
Fallacia insociabilis
,
Mastogloia erythraea
e
Navicula rotesta
foram espécies características do ambiente lótico, raramente sendo
encontradas no ambiente lêntico. Exceção feita a
Tabellaria fenestrata
que apresentou ampla
distribuição entre as estações de coleta. A diversidade das bacilariofíceas foi relativamente
alta, porém não correspondida com a abundância, a qual para a maioria dos organismos, foi
baixa.
As espécies
C. parvum
e
T. volvocina
foram predominantes em todos os períodos (R-
estrategistas). A primeira predominou em todas as estações, com exceção de outubro, quando
dominou apenas entre as estações da lagoa 2 e saída. Já a segunda espécie, foi predominante,
principalmente na lagoa 1, em todos os períodos. A permanência destas espécies por todo o
período de estudo foi favorecida pela disponibilidade de nutrientes e adaptações a distúrbios
hidráulicos.
Estes resultados suportam a hipótese de que a hidrologia exerceu impacto sobre a
composição da comunidade fitoplanctônica do sistema de áreas alagáveis, no rio
Jacupiranguinha, através de seus efeitos sobre as características químicas e físicas da água do
sistema, associados aos períodos de estiagem e inundação.
Cabe aqui ressaltar que, a cobertura de macrófitas aquáticas, pode ter sido
determinante na densidade da comunidade fitoplanctônica, de algumas estações, através da
redução da entrada de radiação solar fotossinteticamente ativa dentro do sistema aquático,
bem como, na abundância de algumas espécies adaptadas a esta realidade e à grande
quantidade de material em suspensão.
208
6. CONCLUSÕES
De acordo com a escala de amostragem adotada e com as análises dos resultados
obtidos, as seguintes conclusões puderam ser elaboradas:
1. As variáveis hidrológicas variaram espacialmente, entre as 11 estações de
coleta. As estações localizadas no rio Jacupiranguinha (1 e 2) apresentaram diferenças
na distribuição, quando comparadas àquelas situadas nas áreas alagáveis (4 a 11),
inclusive entre as variáveis bióticas. Isto se deveu, principalmente, ao fato destas
estações estarem localizadas em região de maior mistura (rio) e relativamente
próximas do lançamento de efluente rico em compostos fosforados proveniente de um
complexo industrial químico produtor de fertilizantes. Estes compostos aumentaram as
concentrações das formas de fosfato dissolvido e total no sistema de áreas alagáveis,
seguido pelo aumento de biomassa fitoplanctônica e diminuição de diversidade e
riqueza.
2. Houve mudança na comunidade fitoplanctônica entre os três dias alternados,
como resposta às alterações hidrológicas no sistema.
3. A estrutura da comunidade fitoplanctônica no sistema estudado de áreas
alagáveis do rio Jacupiranguinha esteve associada ao ciclo hidrológico, diretamente, e
também, indiretamente, pelo seu efeito na composição física e química da água.
4. A precipitação na área de estudo influenciou a hidrodinâmica do rio
Jacupiranguinha e conseqüentemente, de sua planície de inundação, com ênfase aos
209
níveis hidrométricos e as vazões, que aumentaram no período de cheia (janeiro e
abril). A conectividade do sistema de áreas alagáveis com o rio ocorreu em janeiro.
5. A densidade total maior no período de cheia (abril), assim como, a dominância,
em todas as estações, no mesmo período; a diversidade dos organismos, no período de
seca, principalmente em outubro estiveram associadas às alterações físicas e químicas
no sistema decorrentes da oscilação no nível da água.
6. O aumento da concentração do material em suspensão oriundo do sistema
lótico (rio Jacupiranguinha) e da região de entorno (pastagem e bananicultura),
principalmente no período de cheia, selecionou espécies fitoplanctônicas com
adaptações para sobreviverem em ambientes com estas condições, em especial
Cyanobium parvum
(Cyanobacteria), controle da densidade celular e
Trachelomonas
volvocina
(Euglenophyta), presença de flagelos. Estas adaptações conferem ao
organismo possibilidade de movimento na coluna de água, independente da
turbulência.
7. A cobertura de macrófitas aquáticas também desempenhou importante papel na
composição da comunidade fitoplanctônica localizada no interior do sistema de áreas
alagáveis, principalmente, devido à redução da entrada de radiação fotossinteticamente
ativa nos meses de abril e julho. Nas estações com estes vegetais, houve predomínio
de espécies pertencentes ao grupo das Cyanobacteria e das Euglenophyceae, as quais
possuem adaptações para sobreviverem em ambientes com pouca incidência de luz.
Por outro lado, nas estações localizadas fora do sistema de áreas alagáveis, em região
de mistura (estações 1 e 2), ocorreu contribuição de outros grupos fitoplanctônicos,
como é o caso das Bacillariophyceae e Chlorophyceae, além dos grupos citados acima.
210
8. O aporte de nutrientes para a planície de inundação, através do
transbordamento do rio Jacupiranguinha, das precipitações ou por infiltração, garantiu
o aumento da biomassa fitoplanctônica em abril.
9. As espécies
Cyanobium parvum
(Cyanobacteria) e
Trachelomonas volvocina
(Euglenophyceae) foram dominantes nas estações localizadas no sistema de áreas
alagáveis. Em especial,
Cyanobium parvum
, foi dominante nas estações cobertas por
densa camada de macrófitas aquáticas. Estas espécies também se mostraram
freqüentes nos períodos investigados. Conclui-se, a partir disso, que esses organismos
apresentam estruturas adaptativas específicas para sobreviverem em regiões com baixa
incidência de luz e, provavelmente, grande quantidade de material em suspensão
orgânico, oriundos da decomposição dos vegetais.
10. Nas estações 1 e 2, a maioria dos organismos foi ocasional e rara e
pertencentes ao grupo das Bacillariophyceae. Estes organismos são em geral, grandes
e constituídos de carapaças de sílica, o que lhes conferem maior resistência em
ambiente com correnteza (rio Jacupiranguinha).
211
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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221
8. ANEXOS
222
Análise dos Componentes Principais (ACP ou Principal Component
Analyze – PCA)
Análise dos Componentes Principais – Outubro
223
Análise dos Componentes Principais - Janeiro
Análise dos Componentes Principais - Abril
Análise dos Componentes Principais – Julho
224
Correlação linear – coeficiente de correlação de Pearson
Correlações lineares, em outubro.
Outubro
Variáveis Correlação
Carb Inorg vs CO
2
Total 1,000
Carb Inorg vs HCO
3
1,000
HCO
3
vs CO
2
Total 1,000
Diversidade vs Equidade 0,909
Riqueza vs Diversidade 0,869
Carb Inorg vs Alcalinidade 0,853
CO
2
Total vs Alcalinidade 0,853
Secchi vs Profundidade 0,748
Riqueza vs Dominância -0,744
CO
3
vs CO
2
Livre -0,758
Coef Aten vs Secchi -0,906
Equidade vs Dominância -0,951
Diversidade vs Dominância -0,957
Correlações lineares, em janeiro.
Janeiro
Variáveis Correlação
Carb Inorg vs
CO
2
Total 1,000
Carb Inorg vs
HCO
3
1,000
HCO
3
vs
CO
2
Total 1,000
Riqueza vs
Diversidade 0,926
Diversidade vs
Equidade 0,815
Carb Inorg vs
Alcalinidade 0,777
CO
2
Total vs
Alcalinidade 0,777
HCO
3
vs
Alcalinidade 0,777
Carb Inorg vs
HCO
3
0,743
CO
3
vs
CO
2
Total 0,743
CO
3
vs
HCO
3
0,743
CO
3
vs
pH 0,710
HCO
3
vs
CO
2
Livre 0,704
Carb Inorg vs
CO
2
Livre 0,703
CO
2
Livre vs
CO
2
Total 0,703
Riqueza vs
Dominância -0,844
Equidade vs
Dominância -0,887
225
Coef Aten vs
Secchi -0,928
Diversidade vs
Dominância -0,964
Correlações lineares, em abril.
Abril
Variáveis Correlação
Carb Inorg vs
Alcalinidade 1,000
Carb Inorg vs
CO
2
Total 1,000
Carb Inorg vs
HCO
3
1,000
CO
2
Total vs
Alcalinidade 1,000
HCO
3
vs
Alcalinidade 1,000
HCO
3
vs
CO
2
Total 1,000
SSO vs
SSI 0,982
Riqueza vs
Diversidade 0,973
Diversidade vs
Eqüidade 0,934
CO
3
vs
pH 0,892
Riqueza vs
Eqüidade 0,853
Riqueza vs
Dominância -0,914
EqüidadeC vs
Dominância -0,940
Diversidade vs
Dominância -0,971
Correlações lineares, em julho.
Julho
Variáveis Correlação
Carb Inorg vs Alcalinidade 1,000
Carb Inorg vs CO
2
Total 1,000
Carb Inorg vs HCO
3
1,000
CO
2
Total vs Alcalinidade 1,000
HCO
3
vs Alcalinidade 1,000
HCO
3
vs CO
2
Total 1,000
Riqueza vs Diversidade 0,950
Diversidade vs Equidade 0,890
Riqueza vs Equidade 0,771
SSO vs SSI 0,751
Equidade vs Dominância -0,778
Riqueza vs Dominância -0,811
Diversidade vs Dominância -0,905
Coef Aten vs Secchi -0,980
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