ANEXO A - Critérios diagnósticos do CID-10 para o transtorno hipercinético
F 90 - TRANSTORNOS HIPERCINÉTICOS (OMS, 1993)
Nota: O diagnóstico para pesquisa de transtorno hipercinético exige a presença inquestionável de níveis
anormais de desatenção, hiperatividade e inquietação, que são invasivas nas situações, persistentes ao longo do
tempo e não causadas por outros transtornos, como autismo e transtornos afetivos.
G1. Desatenção. Pelo menos seis dos seguintes sintomas de desatenção têm persistido por pelo menos
seis meses, em um grau que é mal- adaptativo e inconsistente com o nível evolutivo da criança:
(1) com freqüência falha em prestar atenção em detalhes ou comete erros por descuido em trabalhos escolares,
atividades laborais ou outras;
(2) com freqüência falha em manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas
(3) com freqüência parece não ouvir o que lhe está sendo dito;
(4) com freqüência falha em seguir instruções a termo ou em concluir trabalhos escolares, afazeres ou
obrigações no local de trabalho (não decorrente de oposição nem de falha em entender instruções);
(5) tem, com freqüência, comprometimento na organização de tarefas e atividades;
(6) com freqüência evita ou desgosta intensamente de tarefas tais como deveres escolares, que exigem
manutenção de esforço mental;
(7) com freqüência perde coisas necessárias para certas tarefas ou atividades, tais como anotações escolares,
lápis, livros, brinquedos ou ferramentas;
(8) é, com freqüência, facilmente distraído por estímulos externos; com freqüência se esquece de coisas no
curso das atividades diárias.
G2. Hiperatividade. Pelo menos três dos seguintes sintomas de hiperatividade têm persistido por pelo menos
seis meses, em um grau que é mal-adaptativo e inconsistente como nível evolutivo da criança:
(1) com freqüência mexe desassossegadamente as mãos ou os pés ou se contorce no assento;
(2) levanta do lugar na sala de aula ou em outras situações nas quais é esperado que permaneça sentado;
(3) com freqüência corre excessivamente de lá para cá ou sobe nos objetos em situações nas quais isso é
inapropriado (em adolescentes ou adultos, apenas sentimentos de inquietação podem estar presentes);
(4) é com freqüência indevidamente barulhento em brincadeiras ou tem dificuldade de se ocupar tranqüilamente
em atividades de lazer;
(5) exibe um padrão persistente de atividade motora excessiva que não é substancialmente modificado por
contexto ou demandas sociais.
G3. Impulsividade. Pelo menos um dos seguintes sintomas de impulsividade tem persistido por pelo menos seis
meses, em um grau que é mal-adaptativo e inconsistente com o nível evolutivo da criança:
(1) com freqüência responde sem pensar, antes que as questões tenham sido completadas;
(2) com freqüência falha em esperar em ordem ou aguardar sua vez em jogos ou situações de grupo;
(3) com freqüência interrompe ou se impõe aos outros (por ex., intromete-se nas conversas ou jogos alheios);
(4) com freqüência fala excessivamente sem o devido respeito às restrições sociais.
G4. O início do transtorno não ultrapassa a idade de 7 anos.
G5. Invasividade. Os critérios devem ser satisfeitos para mais do que uma situação isolada. Por exemplo, a
combinação de desatenção e hiperatividade devem estar presentes tanto em casa quanto na escola quanto em
um outro ambiente onde a criança seja observada, tal como uma clínica. Evidências de comprometimento de
várias situações exigirão normalmente informações de mais de uma fonte; relatos dos pais a respeito do
comportamento na sala de aula, por exemplo, provavelmente não serão suficientes.
G6. Os sintomas de G1-G3 causam angústia clinicamente significativa ou comprometimento no funcionamento
social, escolar ou ocupacional.
G7. O transtorno não satisfaz os critérios para transtornos invasivos do desenvolvimento
(F84.-), episódio maníaco (F30.-), episódio depressivo (F32.-) ou transtornos ansiosos (F41.-).