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ESTELA BEATRIZ BEHLING
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS ANTES, DURANTE E
APÓS O TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO
Araraquara
2008
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ESTELA BEATRIZ BEHLING
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS ANTES, DURANTE E
APÓS O TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO
Tese apresentada à Faculdade de Ciências
Farmacêuticas de Araraquara da Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” para a
obtenção do título de Doutor em Alimentos e
Nutrição, área de concentração Ciências
Nutricionais.
Orientadora: Profª Drª Jacqueline Pontes Monteiro
Araraquara
2008
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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA
FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Ficha Catalográfica
Elaborada Pelo Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação
Faculdade de Ciências Farmacêuticas
UNESP – Campus de Araraquara
Behling, Estela Beatriz
B419a Avaliação do estado nutricional de crianças antes, durante e após o
tratamento quimioterápico. / Estela Beatriz Behling. – Araraquara, 2008.
121 f.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual Paulista. “Júlio de Mesquita
Filho”. Faculdade de Ciências Farmacêuticas. Programa de Pós Graduação em Alimentos e Nutrição
Orientador: Jacqueline Pontes Monteiro
. 1.Crianças- Câncer. 2.Quimioterapia. 3.Avaliação nutricional.
I.Monteiro, Jacqueline Pontes, orient. II. Título.
CAPES: 50700006
FOLHA DE APROVAÇÃO
Estela Beatriz Behling
Avaliação do estado nutricional de crianças antes, durante e após o tratamento
quimioterápico.
Tese de Doutorado apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Alimentos e Nutrição como
requisito para obtenção do título de Doutor em
Alimentos e Nutrição
Banca Examinadora
________________________________________
Profª Drª Jacqueline Pontes Monteiro
FMRP/ USP. Departamento de Pediatria e Puericultura
________________________________________
Profª Drª Daniela Saes Sartorelli
FMRP/ USP. Departamento de Medicina Social
________________________________________
Prof Dr Carlos Alberto Scridelli
FMRP/ USP. Departamento de Pediatria e Puericultura
________________________________________
Profª Drª Maria Rita Marques de Oliveira
UNESP, Instituto de Biociências – Botucatu
________________________________________
Profª Drª Maria Jacira Simões
UNESP/ Araraquara. Departamento de Alimentos e Nutrição
Defendida e aprovada pela comissão julgadora em 13/08/2008.
Agradeço
AgradeçoAgradeço
Agradeço especialmente,
especialmente, especialmente,
especialmente,
À Deus, que na sua graça infinita ilumina meu caminhar e me dá o privilégio de aprender
coisas tão belas, na ciência e no amor, revelando assim Sua generosidade e perfeição
Dedico,
Dedico,Dedico,
Dedico,
...especialmente aos meus queridos e amados pais Aureo e Clarice,
Aureo e Clarice, Aureo e Clarice,
Aureo e Clarice, por toda confiança
depositada em mim e por tudo que representam na minha vida, incentivo, apoio e
entusiasmo. Sem seu carinho, dedicação e amor incondicional nada disso seria possível.
Ao meu irmão Estevan,
Estevan, Estevan,
Estevan, pelo apoio, carinho e incentivo. Ao meu namorado Junior,
Junior,Junior,
Junior, por seu
amor, carinho, companheirismo e incentivo. A todos vocês eu dedico esta realização.
À minha orientadora
a
Profa Dra Jacqueline Pontes Monteiro
Profa Dra Jacqueline Pontes MonteiroProfa Dra Jacqueline Pontes Monteiro
Profa Dra Jacqueline Pontes Monteiro por ter aceitado o desafio de
me orientar no Doutorado, com todos os desafios que poderiam vir e que vieram, por ter
trilhado os caminhos e me indicado as melhores direções, estando sempre prontamente
disponível para ouvir e auxiliar quando as dificuldades apareciam, por todo seu empenho e
árduo trabalho nas tarefas que lhe eram cabíveis, por todos os inestimáveis ensinamentos
proferidos ao longo dos anos de convivência, e ultrapassando os meios acadêmicos, pela
ótima convivência e agradáveis momentos de descontração.
Agradecimento Especial
Agradecimento EspecialAgradecimento Especial
Agradecimento Especial
À todos os pacientes envolvidos neste estudo e suas famílias.
Agradecimentos
AgradecimentosAgradecimentos
Agradecimentos
À Profa Dra Jacqueline Pontes Monteiro
Profa Dra Jacqueline Pontes MonteiroProfa Dra Jacqueline Pontes Monteiro
Profa Dra Jacqueline Pontes Monteiro,
, ,
, minha orientadora e amiga, pela amizade sincera,
incentivo, competência e seriedade com que auxiliou na condução deste trabalho.
À Profa Dra Maria de Lourdes Pi
Profa Dra Maria de Lourdes Pi Profa Dra Maria de Lourdes Pi
Profa Dra Maria de Lourdes Pires Bianchi
res Bianchires Bianchi
res Bianchi,
, ,
, minha orientadora do Mestrado e de parte do
Doutorado, pelo apoio, incentivo, carinho e por toda estrutura disponibilizada no Laboratório de
Bromatologia e Nutrigenômica, do Departamento de Análises Clínicas, Toxicológicas e Bromatológicas da
FCFRP – USP fruto de seus anos de empenho como pesquisadora.
À Profa Dra Lusânia Maria Greggi Antunes
Profa Dra Lusânia Maria Greggi AntunesProfa Dra Lusânia Maria Greggi Antunes
Profa Dra Lusânia Maria Greggi Antunes,
, ,
, pela sua amizade, carinho e suas sugestões e aulio
tão necessários neste trabalho.
Ao Prof Dr Simon Camello Júnior
Prof Dr Simon Camello Júnior Prof Dr Simon Camello Júnior
Prof Dr Simon Camello Júnior,
, ,
, por seus ensinamentos e opiniões sempre coerentes.
Aos Membros da Banca Examinadora
Membros da Banca ExaminadoraMembros da Banca Examinadora
Membros da Banca Examinadora, por sua disposição e paciência em analisar esse trabalho e
trazer contribuições preciosas para a sua finalização.
A todo o Corpo Docente
Corpo DocenteCorpo Docente
Corpo Docente do Programa de Pós Graduação em Alimentos e Nutrição da Faculdade de
Ciências Farmacêuticas, Campus de Araraquara – UNESP.
À toda equipe do Ambulatório e da Enfermaria de Onco-Pediatria do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto USP, especialmente à Nutricionista Úrsula, Assistente Social
Nutricionista Úrsula, Assistente Social Nutricionista Úrsula, Assistente Social
Nutricionista Úrsula, Assistente Social
Tânia,
Tânia,Tânia,
Tânia, D
DD
Dra Bianca,
ra Bianca, ra Bianca,
ra Bianca, Dr Carlos,
Dr Carlos, Dr Carlos,
Dr Carlos, Dr Elvis, Dr Ricardo
Dr Elvis, Dr RicardoDr Elvis, Dr Ricardo
Dr Elvis, Dr Ricardo, pela ajuda preciosa na coleta das amostras.
Aos residentes do Ambulatório de Onco-Pediatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto USP, Audir, Bruno, Cecília, Fabíola e Kelli
Audir, Bruno, Cecília, Fabíola e KelliAudir, Bruno, Cecília, Fabíola e Kelli
Audir, Bruno, Cecília, Fabíola e Kelli, por toda ajuda imprescindível,
atenção, mas principalmente pelo carinho e amizade que construímos durante o tempo das coletas.
Ao Laboratório de Bromatologia e Nutrigenômica
Laboratório de Bromatologia e NutrigenômicaLaboratório de Bromatologia e Nutrigenômica
Laboratório de Bromatologia e Nutrigenômica, do Departamento de Análises Clínicas,
Toxicológicas e Bromatológicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto – USP, onde foi
desenvolvida parte deste trabalho.
Às amigas Joana D’arc Castania Darin
Joana D’arc Castania DarinJoana D’arc Castania Darin
Joana D’arc Castania Darin e Regislaine Valéria
Regislaine ValériaRegislaine Valéria
Regislaine Valéria Burin
BurinBurin
Burin, técnicas do Laboratório de
Bromatologia e Nutrigenômica, pela amizade e pelo apoio técnico-científico prestado.
Aos amigos e colegas de Laboratório Alexandre
AlexandreAlexandre
Alexandre Ferro Aissa
Ferro Aissa Ferro Aissa
Ferro Aissa, Cátia
, Cátia, Cátia
, Cátia Lira do Amaral
Lira do Amaral Lira do Amaral
Lira do Amaral,
, ,
, Eliziani
ElizianiEliziani
Eliziani Mieko
Mieko Mieko
Mieko
Konta
KontaKonta
Konta, Graciela
, Graciela, Graciela
, Graciela Cristina dos Santos
Cristina dos Santos Cristina dos Santos
Cristina dos Santos, Juliana
, Juliana, Juliana
, Juliana Carvalho Ribeiro
Carvalho Ribeiro Carvalho Ribeiro
Carvalho Ribeiro, Leonardo
, Leonardo, Leonardo
, Leonardo Meneghin Mendonça e
Meneghin Mendonça e Meneghin Mendonça e
Meneghin Mendonça e Rafaela
Rafaela Rafaela
Rafaela
de Barros e Lima Bueno
de Barros e Lima Buenode Barros e Lima Bueno
de Barros e Lima Bueno, por toda alegria de convívio diário, pela amizade e pelas gargalhadas que me
fazem tão bem. Sinto-me privelegiada por ter vocês como companheiros de trabalho.
Ao meu namorado, Luiz Aleixo Da Silva Passos Junior
Luiz Aleixo Da Silva Passos JuniorLuiz Aleixo Da Silva Passos Junior
Luiz Aleixo Da Silva Passos Junior, por ser alguém tão importante na minha
vida, por me amar o suficiente para tolerar minhas ausências e se submeter à distância.
À minha amiga Larissa
LarissaLarissa
Larissa, por ter sido alegria, conforto e apoio nos bons e nem tão bons momentos
desse período, obrigada pelo apoio e pela amizade tão sincera a mim dispensada.
À minha amiga Milena,
Milena,Milena,
Milena, por todos os momentos compartilhados. Sempre guardarei boas lembranças
desse tempo de convívio.
Às minhas amigas Aline,
Aline,Aline,
Aline, Fabiane
FabianeFabiane
Fabiane, Francine,
Francine, Francine,
Francine, Grasiéle,
Grasiéle, Grasiéle,
Grasiéle, Letiére, Liandra e
Letiére, Liandra eLetiére, Liandra e
Letiére, Liandra e Tatiana
TatianaTatiana
Tatiana, confidentes
durante os momentos tão raros que voltamos ao lar, pela paciência em me ouvir sempre, pelo carinho, apoio e
amizade tão carinhosamente dispensados a mim.
Às secretárias Cláudia
CláudiaCláudia
Cláudia, Laura
Laura Laura
Laura e Sônia
SôniaSônia
Sônia, da Pós Graduação, os meus mais sinceros agradecimentos
pelo prestativo atendimento, pela ajuda, atenção, por toda paciência que tem comigo, mas principalmente
pela amizade tão preciosa que desenvolvemos ao longo destes anos de convívio.
Às todas amigas e amigos que conviveram comigo nesse período, em especial aos meus amigos Júnior
Júnior Júnior
Júnior
e Luciana
e Lucianae Luciana
e Luciana, por toda amizade sincera, carinho e apoio.
À todos os meus familiares
todos os meus familiarestodos os meus familiares
todos os meus familiares que me apoiaram e que sempre proporcionam a mim momentos tão
alegres.
Agradeço a todas as pessoas que direta ou indiretamente ajudaram-me a escrever parte desta
história, trouxeram alegria a minha vida, que me ajudaram e que permitiram ser ajudadas por mim e àquelas
que, mesmo tendo ido embora de minha vida jamais deixarão de ter um lugar especial em meu coração.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes
CapesCapes
Capes) pelo suporte financeiro
concedido, viabilizando a realização deste trabalho.
SUMÁRIO
RESUMO.................................................................................................................. i
ABSTRACT .............................................................................................................iii
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1
1.1 Relação entre o Câncer e a Nutrição................................................................ 1
1.2 Inquéritos Alimentares ...................................................................................... 7
1.3 Métodos de avaliação da composição corporal ................................................ 9
1.3.1 Antropometria............................................................................................12
1.3.2 Impedância Bioelétrica ..............................................................................15
1.3.3 Diluição isotópica.......................................................................................17
2. OBJETIVOS: ..................................................................................................... 22
3. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................. 23
3.1. Avaliação do estado nutricional ......................................................................24
3.1.1. Avaliação da ingestão alimentar...............................................................24
3.1.2. Antropometria...........................................................................................25
3.1.3. Avaliação da composição corporal por meio de impedância bioelétrica...28
3.1.4. Avaliação da composição corporal por meio da diluição isotópica...........29
3.3 Análise Estatística............................................................................................34
4. RESULTADOS .................................................................................................. 36
4.1 Caracterização da Amostra..............................................................................36
4.2 Avaliação do estado nutricional dos pacientes oncológicos através da
antropometria.........................................................................................................40
4.3 Avaliação do estado nutricional do pacientes oncológicos através do percentil
de IMC ...................................................................................................................44
4.4 Avaliação do estado nutricional do pacientes oncológicos através das técnicas
de impedância bioelétrica e diluição isotópica com deutério..................................46
4.5 Ajuste do modelo de regressão linear MM
DI
(kg) = MM
BIA
(kg).........................62
4.6 Ajuste do modelo de regressão linear MG
DI
(kg) = MG
BIA
(kg).........................65
4.7 Ajuste do modelo de regressão linear ACT
DI
(%) = ACT
BIA
(%) .......................67
4.8 Avaliação da ingestão alimentar dos pacientes oncológicos ...........................69
5. DISCUSSÃO ..................................................................................................... 74
6. CONCLUSÕES ................................................................................................. 92
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS .................................................................. 93
ANEXOS.............................................................................................................. 111
Anexo A. Protocolo do Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição (HCRP
nº15411/2005) .....................................................................................................111
Anexo B. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido......................................112
Anexo C. Questionário sócio-econômico .............................................................114
Anexo D. Questionário de freqüência de consumo alimentar ..............................115
LISTA DE ABREVIATURAS
ACT água corporal total
BIA – bioimpedância elétrica
CB – circunferência do braço
CC – circunferência da cintura
CMB – circunferência muscular do braço
CQ – circunferência do quadril
DI – diluição isotópica
IMC – índice de massa corporal
LLA – leucemia linfóide aguda
LMA – leucemia mielóide aguda
Mg - massa gorda
Mm - massa magra
PCB – prega cutânea do bíceps
PCSB – prega cutânea subescapular
PCT – prega cutânea do tríceps
SNC – sistema nervoso central
TNF – fator de necrose tumoral
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Descrição do delineamento do estudo.......................................................24
Figura 2. Distribuição dos pacientes segundo o gênero ...........................................39
Figura 3. Correlação da massa corporal magra (kg) obtida pelo método da Diluição
Isotópica de deutério, com a massa corporal magra (kg) obtida pela Impedância
Bioelétrica dos pacientes oncológicos nos três momentos da pesquisa, M0, M1 e
M2. ............................................................................................................................50
Figura 4. Correlação da massa corporal magra (kg) obtida pelo método da Diluição
Isotópica de deutério, com a massa corporal magra (kg) obtida pela Impedância
Bioelétrica dos pacientes oncológicos no M0............................................................51
Figura 5. Correlação da massa corporal magra (kg) obtida pelo método da Diluição
Isotópica de deutério, com a massa corporal magra (kg) obtida pela Impedância
Bioelétrica dos pacientes oncológicos no M1............................................................52
Figura 6. Correlação da massa corporal magra (kg) obtida pelo método da Diluição
Isotópica de deutério, com a massa corporal magra (kg) obtida pela Impedância
Bioelétrica dos pacientes oncológicos no M2............................................................53
Figura 7. Correlação da massa corporal gorda (kg) obtida pelo método da Diluição
Isotópica de deutério, com a massa corporal gorda (kg) obtida pela Impedância
Bioelétrica dos pacientes oncológicos nos três momentos da pesquisa, M0, M1 e
M2. ............................................................................................................................54
Figura 8. Correlação da massa corporal gorda (kg) obtida pelo método da Diluição
Isotópica de deutério, com a massa corporal gorda (kg) obtida pela Impedância
Bioelétrica dos pacientes oncológicos no M0............................................................55
Figura 9. Correlação da massa corporal gorda (kg) obtida pelo método da Diluição
Isotópica de deutério, com a massa corporal gorda (kg) obtida pela Impedância
Bioelétrica dos pacientes oncológicos no M1............................................................56
Figura 10. Correlação da massa corporal gorda (kg) obtida pelo método da Diluição
Isotópica de deutério, com a massa corporal gorda (kg) obtida pela Impedância
Bioelétrica dos pacientes oncológicos no M2............................................................57
Figura 11. Correlação do percentual de água corporal total (ACT) obtida pelo
método da Diluição Isotópica de deutério, com o percentual de água corporal total
(ACT) obtida pela Impedância Bioelétrica dos pacientes oncológicos nos três
momentos da pesquisa, M0, M1 e M2.......................................................................58
Figura 12. Correlação do percentual de água corporal total (ACT) obtida pelo
método da Diluição Isotópica de deutério, com o percentual de água corporal total
(ACT) obtida pela Impedância Bioelétrica dos pacientes oncológicos no M0. ..........59
Figura 13. Correlação do percentual de água corporal total (ACT) obtida pelo
método da Diluição Isotópica de deutério, com o percentual de água corporal total
(ACT) obtida pela Impedância Bioelétrica dos pacientes oncológicos no M1. ..........60
Figura 14. Correlação do percentual de água corporal total (ACT) obtida pelo
método da Diluição Isotópica de deutério, com o percentual de água corporal total
(ACT) obtida pela Impedância Bioelétrica dos pacientes oncológicos no M2. ..........61
Figura 15. Box Plots da massa magra (kg) obtida pelo método da Diluição Isotópica
com deutério, massa magra (kg) obtida pela Impedância Bioelétrica e massa magra
(kg) predita pelo modelo ajustado dos pacientes oncológicos, nos três momentos da
pesquisa, M0, M1 e M2. ............................................................................................64
Figura 16. Box Plots da massa gorda (kg) obtida pelo método da Diluição Isotópica
com deutério, massa gorda (kg) obtida pela Impedância Bioelétrica e massa gorda
(kg) predita pelo modelo ajustado dos pacientes oncológicos, nos três momentos da
pesquisa, M0, M1 e M2. ............................................................................................66
Figura 17. Box Plots da água corporal total (%) obtida pelo método da Diluição
Isotópica com deutério, água corporal total (%) obtida pela Impedância Bioelétrica e
água corporal total (%) predita pelo modelo ajustado dos pacientes oncológicos, nos
três momentos da pesquisa, M0, M1 e M2................................................................68
LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS
Tabela 1. Caracterização da amostra segundo gênero, idade e diagnóstico............37
Tabela 2. Características demográficas e socioeconômicas das crianças incluídas
no estudo...................................................................................................................38
Tabela 3. Características antropométricas dos pacientes oncológicos nos três
momentos da pesquisa, M0, M1 e M2.......................................................................41
Tabela 4. Características antropométricas dos pacientes oncológicos, grupo Grupo
Tumores Hematológicos, nos três momentos da pesquisa, M0, M1 e M2 ................42
Tabela 5. Características antropométricas dos pacientes oncológicos, Grupo
Tumores Sólidos, nos três momentos da pesquisa, M0, M1 e M2 ............................43
Tabela 6. Distribuição conforme percentil de IMC nos três momentos da pesquisa,
M0, M1 e M2..............................................................................................................45
Tabela 7. Dados da composição corporal dos pacientes oncológicos obtidos através
das técnicas de impedância bioelétrica e diluição isotópica nos três momentos da
pesquisa, M0, M1 e M2 .............................................................................................47
Tabela 8. Dados da composição corporal dos pacientes oncológicos, Grupo
Tumores Hematológicos obtidos através das técnicas de impedância bioelétrica e
diluição isotópica nos três momentos da pesquisa, M0, M1 e M2.............................48
Tabela 9. Dados da composição corporal dos pacientes oncológicos, Grupo
Tumores Sólidos obtidos através das técnicas de impedância bioelétrica e diluição
isotópica nos três momentos da pesquisa, M0, M1 e M2..........................................49
Tabela 10. Dados de ingestão alimentar energética e de macronutrientes fornecidos
pelo questionário de freqüência semiquantitativo em pacientes oncológicos nos três
momentos da pesquisa, M0, M1 e M2.......................................................................70
Tabela 11. Dados de ingestão alimentar de macro e micronutrientes fornecidos pelo
questionário de freqüência semiquantitativo em pacientes oncológicos nos três
momentos da pesquisa, M0, M1 e M2.......................................................................71
Tabela 12. Dados de ingestão alimentar fornecidos pelo questionário de freqüência
semiquantitativo em pacientes oncológicos, Grupo Tumores Hematológicos, nos três
momentos da pesquisa, M0, M1 e M2.......................................................................72
Tabela 13. Dados de ingestão alimentar fornecidos pelo questionário de freqüência
semiquantitativo em pacientes oncológicos, Grupo Tumores Sólidos, nos três
momentos da pesquisa, M0, M1 e M2.......................................................................73
Tabela 14. Dados da correlação da ingestão energética, de macro e micronutrientes
fornecidos pelo questionário de freqüência semiquantitativo com a massa gora e
com a massa magra através das técnicas de BIA e DI, em pacientes oncológicos,
nos três momentos da pesquisa, M0, M1 e M2.......................................................120
i
RESUMO
As crianças com câncer necessitam manter o crescimento linear e o ganho de
peso para uma melhor evolução clínica. Assim, o tratamento da criança com ncer
deve garantir não sua sobrevivência, mas proporcionar crescimento e
desenvolvimento adequados. A avaliação nutricional é utilizada para reconhecer o
paciente com maior facilidade de desenvolver a nutrição garantindo assim um
planejamento nutricional adequado. O objetivo do presente estudo foi avaliar o estado
nutricional de crianças antes, durante e após o tratamento quimioterápico. Foram
avaliadas 14 crianças com câncer, com idade entre 5 a 15 anos, divididas em dois
grupos: Grupo Tumores Sólidos e Grupo Tumores Hematológicos. Estas foram
avaliadas através dos dados de ingestão alimentar, antropometria, análise por
Impedância Bioelétrica (BIA) e por Diluição Isotópica. Os resultados encontrados
demonstram que os pacientes apresentaram um aumento de peso, estatura, índice
de massa corporal, circunferência do quadril, da cintura e do braço, da prega cutânea
subescapular, assim como o aumento da massa gorda pela técnica de diluição
isotópica durante o tratamento quimioterápico, no Grupo Tumores Hematológicos. No
Grupo Tumores Sólidos as crianças apresentaram uma diminuição da massa magra,
quando analisado pela impedância bioelétrica. Houve uma correlação positiva entre a
prega cutânea tricipital e a massa gorda obtida através da BIA e pela Diluição
Isotópica. A circunferência muscular do braço também se correlacionou com a massa
magra estimada pela BIA e pela Diluição Isotópica. Não houve mudança na ingestão
energética e de macronutrientes nos três momentos da pesquisa. Esses resultados
demonstram que os pacientes com tumores hematológicos apresentaram aumento de
peso, estatura e de massa gorda, fato este não ocorrido no Grupo Tumores Sólidos.
ii
A boa correlação entre a antropometria e as técnicas de diluição isotópica e BIA
demonstram sua aplicabilidade na prática clínica.
Palavras-chave: crianças, quimioterapia, avaliação nutricional, impedância
bioelétrica (BIA), diluição isotópica (DI).
iii
ABSTRACT
Children with cancer need to maintain growth and weight gain to a better clinic
evolution. So, the treatment of children with cancer must not only guarantee the
survival but also adequate growth and development. The nutritional assessment is
useful to recognize the patient who is more accessible to develop malnutrition leading
to an adequate nutritional plan. The aim of this study was to assess the nutritional
status in children before, during and after chemotherapy treatment. In this study, 14
children with cancer were evaluated ranging from 5-15 years old devided into two
groups: Hematologic Tumor Group and Solid Tumor Group. They were evaluated
through dietary intake, anthropometry, bioimpedance analysis (BIA) and isotopic
dilution. The results show that the patients increase weight, stature, body mass index,
hip, waist and arm circumferences, subscapular skinfold thickness, as well as an
increase in fat-mass with isotopic dilution technique during the chemotherapy
treatment, in the Hematologic Tumors Group. In the Solid Tumor Group the children
showed a reduction in fat free mass when assessed by bioelectric impedance. There
was a positive correlation between triceps skinfold thickness and fat-mass with BIA
and Isotopic Dilution technique. The arm muscle circumference correlated with the fat-
free-mass estimated by the BIA and Isotopic Dilution. There was no change in
energetic intake and macronutrients at the three moments of the research. These
results demonstrate that patients with hematologic tumors had an increase in body
weight, stature and fat-mass, which was not observed in Solid Tumors Group. The
good correlation between anthropometry and isotopic dilution technique and BIA show
its applicability in clinical practice.
Key words: children, chemotherapy, nutritional assessement, bioimpedance analysis
(BIA), isotopic diluition (DI).
Introdução
1
1. INTRODUÇÃO
1.1 Relação entre o Câncer e a Nutrição
O câncer pode ser considerado uma doença genética causada pela aquisição
seqüencial de mutações em genes implicados na proliferação e morte celular,
aumentando o dano do DNA. Esse dano pode resultar em processos endógenos,
como erros na duplicação do DNA, instabilidade química intrínseca de certas bases
do DNA ou pelo ataque de radicais livres gerados durante o metabolismo. O dano no
DNA pode resultar de interações com agentes exógenos como radiação ionizante,
radiação ultravioleta, carcinogênese química ou agentes biológicos tais como vírus
(LÓPEZ-LÁZARO, 2002).
O processo de carcinogênese envolve várias etapas, em geral alinhadas em
três estágios definidos como iniciação, promoção e progressão (ALMEIDA, 2005).
Diversos trabalhos procuram estabelecer uma associação entre a ingestão e/ou
níveis séricos de nutrientes específicos e o risco de ncer. Contudo, é difícil
determinar até que ponto o consumo de um único nutriente pode interferir na
quimioprevenção do câncer, pois o efeito observado pode ser resultante da ação ou
interação de outros componentes dos alimentos (WEIJ, CLETON, OSANTO, 1998;
AGGARWAL, SHISHODIA, 2006).
A terapia convencional do ncer é baseada na cirurgia, radioterapia,
quimioterapia ou na combinação delas. Geralmente, as duas primeiras são
recomendadas para o tratamento de tumores localizados, enquanto a quimioterapia é
utilizada em células cancerígenas espalhadas pelo corpo. A quimioterapia pode matar
células cancerosas, bloqueando a ntese de DNA por meio da sua ligação com o
Introdução
2
DNA, ou inibindo a ntese de RNA, síntese de proteínas ou formação microtubular.
Como os fármacos antineoplásicos não poupam as células normais de sua ação
devastadora, diversos efeitos tóxicos importantes podem acometer os pacientes
(LÓPEZ-LÁZARO, 2002).
O câncer infantil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em
comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em
qualquer local do organismo. As neoplasias mais freqüentes na infância são as
leucemias (glóbulos brancos), tumores do sistema nervoso central e linfomas
(sistema linfático). Tamm acometem crianças o neuroblastoma (tumor de gânglios
simpáticos), tumor de Wilms (tumor renal), retinoblastoma (tumor da retina do olho),
tumor germinativo (tumor das células que vão dar origem às gônadas),
osteossarcoma (tumor ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles) (CARTER et al.,
1983).
Diferentemente do câncer de adulto, o câncer da criança geralmente afeta as
células do sistema sangüíneo e os tecidos de sustentação, enquanto que o do adulto
afeta as células do epitélio, que recobre os diferentes órgãos (câncer de mama,
câncer de pulmão). Doenças malignas da infância, por serem predominantemente de
natureza embrionária, são constituídas de células indiferenciadas, porém respondem
melhor, em geral, aos métodos terapêuticos atuais (HAN-MARREY, 2000).
A relação entre o câncer e a nutrição tem sido objeto de diversos estudos.
Ao contrário do paciente adulto submetido à quimioterapia, cujo principal objetivo
nutricional é a manutenção do peso, as crianças com câncer necessitam manter o
crescimento linear e o ganho de peso para uma melhor evolução. Neste caso, o
tratamento deve proporcionar crescimento e desenvolvimento adequados (NORD,
FOSSA, EGELAND, 2003; FREEDMAN et al., 2004).
Introdução
3
O tratamento quimioterápico deve-se basear no principio básico de devolver ou
oferecer à criança adequada qualidade de vida, com aumento da perspectiva ou
sobrevida em longo prazo (HYLTANDER et al., 2005). As dificuldades alimentares e o
déficit de crescimento e desenvolvimento são comuns em tratamentos
quimioterápicos longos, estando freqüentemente associadas à nutrição
(GREENWALD, CLIFFORD, MILNER, 2001).
O câncer ocasiona uma série de alterações fisiológicas como a inadequada
ingestão alimentar, aumento do consumo de oxigênio, infecções respiratórias de
repetição, e hipermetabolismo (NG, LEUNG, JOHNSON, WOO, 2004). Essas
alterações influenciam diretamente o estado nutricional da criança, contribuindo para
a má nutrição e o retardo do crescimento (HALTON, ATKINSON, BARR, 1998).
A criança está em constante crescimento e desenvolvimento e possui
características bioquímicas, imunológicas, psicológicas e nutricionais únicas que
devem ser respeitadas. Sua reserva energética e protéica é menor do que a de um
adulto, e em contrapartida, seu gasto energético e sua necessidade protéica são
maiores (FORCHIELLI, AZZI, CADRANEL, PAOLUCCI, 2003). As necessidades
protéico-energéticas para crianças com câncer o determinadas pelo estado
nutricional (VIANA et al., 1994).
A subnutrição na criança com câncer tem sido registrada em 8 a 32% dos
pacientes (HAN-MARREY, 2000), e quando associada ao tratamento do câncer, pode
aumentar a morbidade, diminuir a função imunológica e a resposta ao tratamento,
reduzindo a qualidade de vida. Quando comparadas às dos adultos, as necessidades
nutricionais das crianças são maiores em virtude do gasto envolvendo o crescimento
e desenvolvimento, adicionando-se a isso o gasto para suporte da criança durante o
tratamento. Em virtude da composição corporal ser diferente do adulto, com maior
Introdução
4
quantidade de água e menor quantidade de gordura, elas possuem uma reserva de
energia menor, tornando-as mais susceptíveis à subnutrição (MAUER et al, 1990;
ELHASID et al., 1999)
A nutrição é uma condição freqüente nos pacientes com câncer e está
associada a maiores índices de morbidade e mortalidade. A má nutrição é
caracterizada por alterações na integridade da membrana celular e alterações no
balanço de fluídos (BARBOSA-SILVA, BARROS, POST, 2003). Como resultado, a
medição da composição corporal é um importante componente da avaliação
nutricional em pacientes oncológicos (COX-REIJEVEN et al., 2003).
Além da diminuição da ingestão energético-protéica, por diminuição do apetite,
alterações do paladar ou comprometimento funcional, diversas alterações
metabólicas contribuem para o desenvolvimento da acentuada subnutrição observada
nestes pacientes (VAN BOKHORST et al., 1999).
As alterações metabólicas que ocorrem nos pacientes oncológicos envolvem
mecanismos complexos e interligados, fatores locais e sistêmicos, condições do
indivíduo, fatores comuns à maioria dos tumores e características específicas a cada
tipo e localização do tumor (SOUBA, 1994).
Os mecanismos gerais envolvem a secreção de citocinas, hormônios
reguladores (pró-inflamatórios) e contra-reguladores. O papel das citocinas é
fundamental na resposta do paciente ao crescimento tumoral e à agressão cirúrgica.
Citocinas são polipeptídeos produzidas pelas células endoteliais e por células do
sistema imune em resposta a um estímulo; elas exercem sua atividade localmente ou
à distância e podem regular sua própria secreção (ESPART, MOLDAWER,
COPELAND, 1995).
Introdução
5
As principais citocinas secretadas pelas células do sistema imune são o fator
de necrose tumoral (TNF), interleucina 1, interleucina 2, interleucina 6 e interferon
gama. As citocinas podem interagir no metabolismo de carboidratos, proteínas e
lipídeos, e também no sistema nervoso central, interferindo no apetite (ESPART,
MOLDAWER, COPELAND, 1995; SHILLS, SHIKE, 2002; AGGARWAL, SHISHODIA,
2006).
Quanto aos fatores locais, os tumores do trato gastrointestinal podem causar
obstrução, náuseas e vômitos, absorção e alterações no trânsito intestinal. A
presença de ascite volumosa pode levar a saciedade precoce, subnutrição protéica
progressiva pela perda de albumina nas paracenteses e distúrbios hidro-eletrolíticos.
Os tumores do sistema nervoso central podem causar rebaixamento do nível de
consciência e decréscimo na ingestão alimentar. Outro aspecto importante a ser
salientado é a dor, a qual pode causar depressão e anorexia nestes pacientes
(DEMPSEY et al., 1984; 1986; SIMONS, et al., 1999).
Nestes pacientes tamm ocorrem algumas alterações no metabolismo dos
carboidratos, entre as quais cabe enfatizar a intolerância a glicose, que varia de
acordo com o estadio, o tipo histológico e a localização do tumor. Isso ocorre devido
ao aumento na resistência à insulina, tanto endógena como exógena, e pela secreção
inadequada de insulina. O turnover e a taxa de oxidação da glicose aumentam
proporcionalmente ao crescimento do tumor, podendo haver normalização após sua
ressecção completa. Isso ocorre, pois as células tumorais utilizam glicose como sua
principal fonte de energia (CROWN et al., 2002).
Um aumento no turnover de proteínas também pode ser observado e
freqüentemente encontra-se associado a um aumento na taxa catabólica de proteínas
musculares. Isso ocorre devido ao aumento da atividade das enzimas envolvidas na
Introdução
6
degradação protéica associada à diminuição na atividade das enzimas envolvidas na
síntese, levando a um balanço nitrogenado negativo (DODESINI, et al., 2007).
Um aumento na taxa de lipólise pode ser observado em pacientes oncológicos
e entre os principais mecanismos supostamente envolvidos no aumento da taxa
lipolítica, estão: a diminuição da ingestão calórico-protéica, a perda de peso, a
resposta de estresse à doença, resistência à insulina e a liberação de fatores
lipolíticos pelo tumor (ZUIJDGEEST-VAN LEEUWEN et al., 2000).
A adequação nutricional favorece uma recuperação mais rápida e efetiva,
sempre visando o melhor prognóstico. Outro fator importante é manter a recuperação
dessas crianças com orientação dos pais quanto aos aspectos nutricionais e de
alimentos a serem oferecidos (FOULADIUN et al., 2005).
A avaliação nutricional permite reconhecer o paciente com maior facilidade de
desenvolver a nutrição garantindo assim um planejamento nutricional adequado,
porém é difícil uma avaliação precisa do estado nutricional em pacientes submetidos
à quimioterapia, devido às diversas alterações orgânicas, especialmente em faixas
etárias menores. Assim, não uma avaliação nutricional recomendada e cabe ao
profissional que acompanha o caso, avaliar qual o método mais adequado a cada
situação (DRISKO, CHAPMAN, HUNTER, 2003).
A detecção precoce e o tratamento da má nutrição podem acarretar na
melhora da manutenção do estado funcional e da qualidade de vida destes pacientes
(ISENRING, BAUER, CAPRA, DAVIES, 2004).
Apesar de inúmeras técnicas que apontam de maneira direta ou indireta o
estado nutricional de crianças, um pequeno número de estudos que determinam a
reserva da massa corporal magra, metabolicamente ativa, de crianças com câncer e
correlacionam com a ingestão de macro e de micronutrientes.
Introdução
7
1.2 Inquéritos Alimentares
Os inquéritos dietéticos são utilizados para avaliar os hábitos e as intolerâncias
alimentares do paciente, analisar qualitativa e quantitativamente a dieta, identificar a
diminuição da ingestão alimentar, bem como modificações das preferências
alimentares.
A história alimentar é um indicador indireto do estado nutricional, e consiste na
obtenção de informações sobre o consumo e hábitos alimentares da criança
(WILLET, 1990).
O papel dos nutrientes na manutenção e na prevenção da saúde está bem
esclarecido na literatura (FLAGG, COATES, GREENBERG, 1995; DOLL, 1996;
ZIEGLER, MAYNE, SWANSON, 1996; WEIJ; CLETON, OSANTO, 1998;
AGGARWAL, SHISHODIA, 2006), porém, muitos aspectos devem ser considerados,
incluindo a adequação da ingestão de alimentos; o monitoramento das tendências de
ingestão alimentar; o planejamento de políticas públicas de intervenção, produção e
distribuição de alimentos; o estabelecimento de regulamentações sobre os alimentos,
a avaliação do custo-benefício de programas de alimentação e a investigação da
maneira que os nutrientes atuam na expressão de genes envolvidos com doenças
crônicas, como o câncer.
O estado nutricional reflete o grau no qual as necessidades fisiológicas dos
nutrientes estão sendo alcançadas, ou seja, a relação entre consumo de alimentos e
necessidades nutricionais do indivíduo. A adequação da ingestão de alimentos
associada à história clínica e social, aos dados antropométricos, aos dados
bioquímicos e à interação entre drogas e nutrientes é utilizada para estabelecer o
diagnóstico nutricional que serve de base para o planejamento e a orientação
Introdução
8
dietética. Por todas essas razões é necessário medirmos a ingestão de alimentos, de
suplementos e de água de forma acurada.
O consumo dietético pode ser determinado utilizando-se uma variedade de
métodos, incluindo o recordatório de 24 horas, registros alimentares, história
alimentar, questionário de freqüência alimentar, entre outros. Em geral, são coletadas
informações sobre os tipos e as quantidades de alimentos, bebidas e suplementos
consumidos, que posteriormente serão analisados em programas específicos onde
constam tabelas de composição de alimentos, para a determinação da ingestão de
nutrientes (MONTEIRO et al., 2007).
O questionário de freqüência alimentar (QFA) é um método amplamente
utilizado em estudos epidemiológicos por ser considerado o mais prático e informativo
método de avaliação da ingestão dietética e fundamentalmente importante em
estudos que relacionam a dieta com a ocorrência de doenças crônicas não-
transmissíveis. É uma ferramenta simples, econômica e capaz de distinguir os
diferentes padrões de consumo entre os indivíduos (MONTEIRO et al., 2007).
O QFA foi construído com o intuito de obter informações qualitativa, semi-
quantitativa ou quantitativa sobre o padrão alimentar e a ingestão de alimentos ou
nutrientes específicos. Ele possui basicamente dois componentes: uma lista de
alimentos e um espaço, no qual o indivíduo responde com que freqüência consome
cada alimento, podendo esta ser diária, semanal ou mensal (MONTEIRO et al.,
2007).
O QFA substitui a medição da ingestão alimentar de um ou vários dias pela
informação global da ingestão de um período amplo de tempo, além de ser um
método de fácil aplicação e eficiente na identificação do consumo habitual de
Introdução
9
alimento. Muitos cientistas demonstraram que o QFA é o mais adequado método de
avaliação da ingestão alimentar (FUMAGALLI et al., 2008).
1.3 Métodos de avaliação da composição corporal
Atualmente, existem vários métodos para a avaliação da composição corporal
e conseqüentemente para a avaliação do estado nutricional. As medidas
antropométricas são importantes indicadores do estado nutricional e investigam as
variações nas dimensões físicas e na composição geral do corpo humano a partir de
exames ou medições individuais (DEHOOG, 1998).
Entre as técnicas mais utilizadas na determinação dos componentes da
composição corporal destacam-se as dobras cutâneas e a utilização de índices
relacionando a massa corporal à estatura, cada uma com suas vantagens e
limitações. Como métodos menos utilizados, podem-se mencionar a pesagem
hidrostática e a tomografia computadorizada, cujas medidas investem-se de grande
precisão. No entanto, são de difícil execução e custo elevado, sendo utilizadas
normalmente em ambiente laboratorial (HEYMSFIELD, TIGHE, WANG, 1994). Com o
avanço da tecnologia, observa-se tendência para o desenvolvimento de técnicas de
estimativa da composição corporal mais sofisticadas para o uso fora do ambiente
laboratorial. Uma delas, objeto de crescente número de estudos, é a técnica da
bioimpedância. Sua utilização, com finalidade de determinar o fracionamento da
composição corporal vem-se popularizando nas últimas décadas. Contudo, os
resultados obtidos em muitos trabalhos revelam-se, freqüentemente, discrepantes
(LUKASKI, BOLONCHUK, HALL, SIDERS, 1986; KUSHNER, SCHOELLER, 1986;
PECORARO et al., 2003).
Introdução
10
Observando-se a relação entre quantidade de gordura corporal e estado de
saúde, verifica-se a necessidade de utilização de métodos que possam avaliar com
precisão a quantidade deste componente em relação à massa corporal total. Nesse
sentido, a importância da avaliação da composição corporal deve-se ao fato de a
massa corporal isoladamente não poder ser considerada um bom parâmetro para a
identificação do excesso ou da carência dos diferentes componentes corporais
(massa gorda, massa muscular, massa óssea e massa residual), ou ainda das
alterações nas quantidades proporcionais desses componentes em decorrência da
dieta alimentar (LUKASKI, 1987).
A composição corporal é a proporção entre os diferentes componentes
corporais e a massa corporal total, sendo, normalmente expressa pelas porcentagens
de gordura e de massa magra (HEYMSFIELD, et al., 1996).
Através da avaliação da composição corporal pode-se, além de determinar os
componentes do corpo humano de forma quantitativa, utilizar-se dos dados dessa
análise para detectar o grau de desenvolvimento e crescimento de crianças e jovens
(FOMON, HASCHKE, ZIEGLER, NELSON, 1982; LUKASKI, 1987).
O meio mais adequado de avaliação da composição corporal é o
fracionamento da massa corporal total em seus diversos componentes: massa gorda,
massa muscular, massa óssea e massa residual, que compreende órgãos, pele,
sangue, tecido epitelial, sistema nervoso, entre outros (LUKASKI, 1987).
De acordo com Martin, Drinkwater (1991), existem várias técnicas para a
determinação da composição corporal, podendo-se classificar estes procedimentos
de determinação em métodos direto, indiretos e duplamente indiretos.
O método direto aplica-se somente a pesquisa, pois é aquele onde
separação e a pesagem de cada um dos componentes corporais isoladamente, o que
Introdução
11
só é possível através de dissecação de cadáveres. Os métodos indiretos são aqueles
onde não há a manipulação dos componentes separadamente, mas a partir de
princípios químicos e físicos visam à extrapolação das quantidades de gordura e de
massa magra. Os métodos duplamente indiretos são aqueles validados a partir de um
método indireto, como por exemplo, a densitometria. Entre os métodos indiretos
podemos citar a contagem de potássio radioativo, diluição de óxido de deutério,
excreção de creatinina urinária, ultra-som, raio X, ressonância nuclear e
densitometria. Os procedimentos duplamente indiretos são validados através de um
método indireto, mais frequentemente a pesagem hidrostática, sendo que os mais
utilizados em estudo de campo são a impedância bioelétrica e a antropometria. Neste
sentido, embora apresentando uma margem de erro maior, os métodos duplamente
indiretos têm mostrado-se como uma alternativa de grande aplicabilidade para a
mensuração da composição corporal, sobretudo a utilização da medida da espessura
de dobras cutâneas. Tal fato é evidenciado pela utilização desta técnica em grandes
estudos epidemiológicos, como o National Health and Nutrition Examination Survey
(NHANES III) (KUCZMARSKI, FLEGAL, CAMPBELL, JOHNSON, 1994).
Em razão do baixo custo operacional e da relativa simplicidade de utilização os
métodos antropométricos são aplicáveis para grandes amostras e podem
proporcionar estimativas nacionais e dados para a análise de mudanças da
composição corporal (FOMON, HASCHKE, ZIEGLER, NELSON, 1982; PECORARO
et al., 2003).
Devido à necessidade de técnicos altamente treinados e equipamentos
laboratoriais caros, a determinação da composição corporal por pesagem hidrostática
é raramente utilizada em situações de campo. A alternativa mais comum é o uso de
algumas técnicas baseadas na utilização de medidas antropométricas. Estas técnicas
Introdução
12
incluem proporções peso/estatura, circunferências corporais e medidas de dobras
cutâneas (EISENMANN, HELAN, WELK, 2004).
A massa magra em crianças não é igual à de adultos. Em crianças, a massa
magra possui uma baixa densidade devido à sua grande hidratação (WELLS et al.,
1999). Outros fatores, como a obesidade, podem afetar a composição da massa livre
de gordura (HAROUN et al., 2005).
1.3.1 Antropometria
Historicamente, o estado nutricional tem sido avaliado por vários métodos
objetivos, incluindo a antropometria (peso, estatura, circunferência muscular do braço,
pregas cutâneas tricipital, biciptal, supraescapular e supra-ilíaca) e laboratorial
(albumina sérica, transferrina e balando nitrogenado) (GRUPTA et al., 2004).
A avaliação nutricional é um dos instrumentos para prevenir e diagnosticar a
subnutrição, promover o crescimento das crianças e determinar a estratégia do
manejo nutricional (MALINA, KATZMARZYK, 1999; ETO, KOMIYA, NAKAO,
KIKKAWA, 2004).
Carter et al. (1983) observaram que o melhor parâmetro para avaliação do
estado nutricional de crianças oncológicas é o índice peso/estatura, e este, associado
à história dietética do paciente pode identificar um possível risco nutricional.
A antropometria é uma técnica de expressão quantitativa da forma corporal.
Caracteriza-se por um método simples, de baixo custo, não invasivo e de alta
confiabilidade. É uma ferramenta útil para que o diagnóstico nutricional seja
estabelecido de forma mais específica (PECORARO et al., 2003).
Introdução
13
O peso corporal é um componente fundamental da avaliação nutricional por ser
um marcador indireto da massa protéica e reservas de energia. É o parâmetro que
tem maior velocidade de mudança, variando mais em função da idade do que em
relação ao estado nutricional da criança, o que o torna mais sensível aos agravos
nutricionais, sendo o primeiro a modificar-se (CARTER et al., 1983).
O peso não é acurado quando edema, infusão excessiva de líquidos ou na
presença de tumores sólidos grandes (NYSOM et al., 1998; WARNER, EVANS,
WEBB, GREGORY, 2004).
A estatura representa o principal indicador do tamanho corporal e do tamanho
dos ossos, caracterizando o processo de crescimento (PECORARO et al., 2003).
Mediante a obtenção do peso e da estatura do paciente, é possível calcular o
índice de massa corporal (IMC) ou índice de Quetelet. O IMC é muito utilizado e
difundido como método de avaliação do estado nutricional e leva em consideração o
peso em quilos, dividido pela estatura em metros ao quadrado, classificando o
paciente de desnutrido até obesidade grau III. Trata-se de um método fácil e rápido
para diagnosticar o estado nutricional do paciente (EISEMANN, HEELAN, WELK,
2004).
Para os adolescentes (11 a 17 anos e 11 meses), a Organização Mundial da
Saúde (OMS) recomenda que sejam usados valores de IMC de acordo com a idade,
segundo percentis definidos com base nos dados do National Center for Health
Statistics-World Health Organization data (NCHS, 2000) (MUST, DALLAL, DIETZ,
1991).
O peso corporal é a soma de todos os componentes da composição corporal,
não demonstrando de forma específica qual o compartimento corporal pode estar
alterado. Assim, dados mais específicos como quantidade de reservas muscular e
Introdução
14
adiposa são importantes na avaliação antropométrica e podem ser obtidos por meio
das medidas de circunferência de cintura e quadril e das dobras cutâneas de bíceps,
tríceps, subescapular (BROUWER et al., 2007).
A circunferência do braço (CB) representa o somatório dos tecidos ósseo,
muscular e gorduroso do braço; a prega cutânea tricipital (PCT) serve para estimar a
reserva e/ou depleção do tecido adiposo; a circunferência muscular do braço (CMB)
avalia a quantidade e/ou o grau de depleção da reserva muscular. A CMB é obtida
por meio dos valores da CB e da PCT, utilizando a seguinte fórmula: CMB= CB-
(0,314 x PCT) (LOHMAN, 1981).
Segundo Siguelem, Devincenzi, Lessa, (2000) a medida das dobras cutâneas
é útil, devido ao fato de que aproximadamente metade do conteúdo corporal total da
gordura fica localizada nos depósitos existentes diretamente debaixo da pele e essa
está diretamente relacionada com a gordura total.
A medida da espessura de dobras cutâneas pode ser utilizada em valores
absolutos ou através de equações de regressão para a predição da densidade
corporal ou da porcentagem de gordura corporal.
Utilizando-se a medida da espessura das dobras cutâneas em valores
absolutos, é possível estudar o comportamento de cada dobra individualmente ou a
somatória de conjuntos de dobras cutâneas. O valor individual das dobras cutâneas
permite perceber em que locais o indivíduo apresenta maior acúmulo de gordura
(LOHMAN, 1981).
A prega cutânea triciptal (PCT) é a medida que informa as alterações na
reserva adiposa do organismo. Este valor pode ser representativo de alterações que
ocorrem globalmente no organismo (SARDINHA, GOING, TEIXEIRA, LOHMAN,
1999; PECORARO et al., 2003). A gordura subcutânea constitui grande parte da
Introdução
15
gordura corporal total e apresenta mudanças em sua proporção em função da idade,
gênero e grau de adiposidade do indivíduo (SIGUELEM, DEVINCENZI, LESSA,
2000).
O diagnóstico do estado nutricional se dá de acordo com a classificação dos
percentis de IMC, CB, CMB e PCT, em que valores abaixo do percentil 5 são
classificados como subnutrição; entre 5 e 10, como risco de subnutrição, entre 10 e
90, eutrofia; entre 90 e 95, como risco de obesidade e valores acima do percentil 95,
como obesidade (MUST, DALLAL, DIETZ, 1991).
1.3.2 Impedância Bioelétrica
mais de um século os conceitos de impedância são descritos na literatura
médica. Segundo Picollino em 1997, Luigi Galvani em 1797 foi o primeiro a publicar
os conceitos de eletrofisiologia, sendo considerado o pai do método. Em 1888,
Vigorous fez a primeira referência sobre impedância na literatura dica. O autor
identificou doenças com baixa impedância como: febre, astenia, epilepsia e outras
como o bócio que é uma das poucas doenças com alta impedância (PICCOLINO,
1997).
Na década de 40 foram feitos os primeiros estudos para correlacionar as
medidas de impedância e a composição dos compartimentos hídricos do ser humano.
Atualmente, as principais aplicações dos métodos de impedância na área médica
são: a determinação de composição corporal por bioimpedância e a determinação do
débito cardíaco, tanto na população adulta como na pediátrica (SCHOELLER, 1996).
A impedância corporal total é um método utilizado como técnica de medidas de
massa corporal, medida de volume líquido e medida de volume de gordura corporal,
Introdução
16
sendo reconhecida pelo Ministério da Saúde Brasileiro e pelo Food and Drug
Administration (FDA) como valiosa técnica para tal finalidade (LAFORTUNA,
AGOSTI, MARIONE et al., 2004; ACUNA, CRUZ, 2004).
A análise feita através da Impedância Bioelétrica (BIA) é um método usado
para estimar a composição corporal, cuja tecnologia determina a impedância elétrica
de tecidos corporais, permitindo estimar a água corporal total. Utilizando-se esses
valores derivados da BIA, a massa livre de gordura e a gordura corporal total podem
ser estimadas (MARTINS et al., 2004; PHILLIPI, ALVARENGA, 2004). O método da
BIA apresenta várias vantagens sobre outras técnicas. É um método simples, seguro,
de baixo custo, baixa manutenção, portátil, rápido, não invasivo, sensível e de fácil
realização e requer um treinador com mínimo de treinamento (LUKASKI, 1987;
KUSHNER, 1992; SCHAEFER, GEORGI, ZIEGER, SCHARER, 1994;). Os resultados
são avaliados imediatamente e a medida pode ser repetida quantas vezes forem
necessárias (BUCHHOLZ, BARTOK, SCHOELLER, 2004). É uma técnica que não
expõe à radiação ionizante, e pode ser realizada em todos os sujeitos por ser portátil.
A BIA funciona bem para sujeitos saudáveis e que apresentam doenças
crônicas, desde que utilizado com uma equação de validade de acordo com a idade,
sexo e raça. Entretanto, o uso clínico da BIA não é recomendado como rotina para
pacientes crônicos antes de validar a equação para as mesmas condições.
A avaliação da composição corporal pela bioimpedância baseia-se na
passagem de uma corrente elétrica de baixa densidade (800mA) e freqüência fixa
(50KHz) pelo corpo do indivíduo, determinando-se a resistência (impedância)
oferecida pelos diversos tecidos orgânicos, os quais são diferentes em função do seu
conteúdo hídrico e eletrolítico. A massa magra, por apresentar maior conteúdo de
água e eletrólitos, apresenta-se como melhor condutor que a massa óssea e de
Introdução
17
gordura, sendo assim, as equações preditivas são geradas a partir da água corporal
total (ACT), fornecendo o total de água e massa magra. Com a realização da BIA é
possível obter os valores de massa gorda, gordura percentual, massa magra e água
corporal total (BEERTEMA et al., 2000).
Catalano et al. (1993) ao utilizarem a BIA para avaliar o estado nutricional de
pacientes com câncer, demonstraram que por meio desse método foi possível
verificar a subnutrição latente nestes pacientes, identificando uma alteração da razão
da massa extracelular e intracelular, mesmo quando os índices antropométricos ainda
se apresentavam dentro do padrão da normalidade.
Em crianças, a BIA tem sido amplamente utilizada para estimar a distribuição
da gordura corporal (LEWY, DANADIAN, ARSLANIAN, 1999) e avaliar o estado
nutricional em certas doenças, como a leucemia (WARNER et al., 2004), sempre em
conjunto com outras técnicas como aferição de dobras cutâneas, DEXA (dual-energy
x-ray absorptiometry) e/ou a diluição isotópica.
É importante, entretanto, que as equações preditivas da BIA sejam validadas
para a população em estudo (HEYMSFIELD et al, 1996; BUCHHOLZ, BARTOK,
SCHOELLER, 2004). Estudos examinando a validação da BIA como método para
medir a ACT em pacientes oncológicos ainda são limitados (SIMONS et al., 1995;
1999; ISENRING, BAUER, CAPRA, DAVIES, 2004; BAUER, CAPRA, DAVIES, 2005).
1.3.3 Diluição isotópica
A matéria é constituída por átomos dos elementos químicos, arranjados de
diferentes maneiras e proporções, formando os compostos ou substâncias. O átomo
tem uma estrutura onde, no centro, localiza-se o núcleo, carregado positivamente e,
Introdução
18
em torno dele, giram partículas de carga negativa (elétrons). O próton é a partícula
constituinte do núcleo de todos os átomos e possui carga positiva. O mero de
elétrons nos átomos é igual ao número de prótons do núcleo. Fazem parte ainda do
núcleo, partículas sem carga elétrica, chamados utrons. O número de prótons e
nêutrons no núcleo define a massa dos átomos.
Os átomos dos elementos são caracterizados pela constituição de seu núcleo,
ou seja, pelo número de prótons e nêutrons. Átomos que possuem diferentes
números de nêutrons no núcleo, mas contém mesmo número de prótons, tratam-se
do mesmo elemento e são chamados de isótopos.
Os isótopos podem ser estáveis e como tais não emitem radiações, ocorrendo
na natureza em proporção quase constante. Naturalmente, também podem ocorrer
radioisótopos em quantidades muito pequenas, que assim existem por possuir meia-
vida longa, ou por serem produtos de cadeias radioativas naturais, com meia-vida de
média a curta, ou ainda por serem produzidos na atmosfera por ação dos raios
cósmicos. A meia-vida de uma espécie radioativa é definida como o tempo para que
metade dos átomos radioativos se desintegre, ou seja, emitam radiações.
Além dos isótopos estáveis e radioativos naturais podem ser obtidos os
radioisótopos artificiais, que são assim chamados por serem produzidos pelo homem
em aparelhos especiais, onde a constituição dos núcleos dos átomos é modificada,
tornado-os instáveis (JONES, STANLEY, 1991; KOLETKZO, SAVERWALD,
DEMMELMARZ, 1997).
Os isótopos estáveis de elementos de baixo número atômico ocorrem na
natureza em proporções quase constantes. Os isótopos
2
H (deutério),
13
C,
15
N,
18O
e
34
S apresentam concentrações mais baixas que seus homólogos (
1
H ,
12
C,
14
N,
16
O e
Introdução
19
34
S) e, por possuírem maior massa são denominados de isótopos pesados (JONES,
STANLEY, 1991; KOLETKZO, SAVERWALD, DEMMELMARZ, 1997).
Os isótopos pesados são usados como traçadores em pesquisas, tanto com o
uso de compostos contendo o elemento de interesse, com proporção de isótopos
diferentes daquela de ocorrência natural (compostos marcados normalmente no
isótopo pesado), como por meio das variações na abundância isotópica natural
(WONG et al., 1988; KOLETKZO et al., 1997; MIRANDA DA CRUZ et al., 2003).
A Diluição Isotópica é reconhecida como um método de referência atual para
medida da água corporal total (ACT), a partir da qual a massa livre de gordura pode
ser calculada. É um método baseado na medida da água corporal total admitindo-se
que o tecido corporal magro é constituído por 73,2% de água. O princípio básico das
técnicas de diluição é que o volume de um compartimento pode ser definido como a
razão da dose de um marcador, administrado por via oral ou endovenosa, para a sua
concentração em dado compartimento corporal, dentro de um curto espaço de tempo
após a sua administração (FJELD, BROWN, SCHOELLER, 1988; BUTTE, WONG,
KLEIN, GARZA, 1991; LAFORGIA, WITHERS, 2002).
Quatro requisitos básicos são necessários para a utilização de qualquer
técnica de diluição com um marcador: 1) O marcador deve ser distribuído em
compartimentos sujeitos a trocas; 2) Deve ser igualitariamente distribuído dentro
desse pool; 3) Não pode ser metabolizado durante o período de equilíbrio; 4) O
equilíbrio deste marcador deve ser atingido relativamente rápido. Se uma dessas
exigências for violada, então a razão da dose administrada para a concentração no
fluido necessita ser ajustada.
Os isótopos estáveis são utilizados em estudos em seres humanos,
especialmente crianças e gestantes, por não apresentarem risco à saúde. A técnica
Introdução
20
de diluição de marcador usando água marcada com deutério (
2
H
2
0) é uma técnica de
referência para avaliar o estado nutricional de uma determinada população (FJELD,
BROWN, SCHOELLER, 1988; BUTTE WONG, KLEIN, GARZA, 1991; LAFORGIA,
WITHERS, 2002).
Tipicamente, duas amostras de fluídos (sangue, saliva ou urina) são coletadas,
uma imediatamente antes da administração da dose, para determinar os níveis basais
prévios e a segunda amostra após o tempo de equilíbrio para a penetração do
marcador no compartimento de interrese (FJELD, BROWN, SCHOELLER, 1988;
BUTTE, WONG, KLEIN, GARZA, 1991; LAFORGIA, WITHERS, 2002; DIOUM et al.,
2005; BAUER, CAPRA, DAVIES, 2005; MURPHY et al., 2006; BARBOZA-CORTÉS
et al., 2007).
O deutério é um isótopo de hidrogênio, com grande facilidade de distribuição
nos espaços corporais que tem sido utilizado como marcador biológico do estado
nutricional, por mostrar-se seguro e isento de efeitos prejudiciais relevantes
(SCHOELLER et al., 1986; DIOUM et al., 2005; BAUER, CAPRA, DAVIES, 2005;
MURPHY et al., 2006; BARBOZA-CORTÉS et al., 2007).
As doses de deutério consideradas seguras para consumo humano variam
entre 20 e 200 mg/ Kg de peso corpóreo. O deutério pode ser oferecido por via oral
ou intravenosa, desde que observadas as técnicas corretas de fabricação para que o
mesmo seja estéril e isento de efeitos colaterais (DIOUM et al., 2005; BAUER,
CAPRA, DAVIES, 2005; MURPHY et al., 2006; BARBOZA-CORTÉS et al., 2007).
A grande importância do método do traçador isotópico é que os isótopos de um
dado elemento, radioativos ou estáveis, podem ser identificados numa mistura normal
dos isótopos deste elemento, conforme o mesmo é encontrado na natureza,
Introdução
21
possibilitando o acompanhamento do elemento nos diferentes compartimentos do
sistema em estudo (qualitativa e quantitativa) (WOLF, 1969).
O método do traçador isotópico é usado de três maneiras: (1) para obter
evidências da síntese (incorporação) e relações precursoras - produto entre
compostos conhecidos; (2) no isolamento, purificação e identificação de
intermediários desconhecidos numa cadeia de reações; (3) como uma ferramenta
analítica no acompanhamento do curso de uma reação, de compostos conhecidos.
Nessa classificação tem-se que (1) e (2) referem-se ao uso da técnica, mais sob o
aspecto qualitativo e (3) refere-se à técnica analítica por diluição isotópica, ou seja, de
caráter quantitativo (WOLF, 1969).
O método do traçador isotópico tem sido empregado associado a técnicas
químicas e bioquímicas. Em estudos em que quantificações são necessárias, o
princípio da diluição isotópica torna-se importante.
Possíveis alterações na massa magra e gorda de crianças com câncer podem
ter implicações clínicas favoráveis ou não conforme sua intensidade. Dessa forma,
descrever as alterações bem como validar técnicas de avaliação nutricional são
condutas imprescindíveis no tratamento dessas crianças. É possível que crianças
com câncer apresentem alteração da composição corporal durante 6 meses de
tratamento quimioterápico.
Objetivos
22
2. OBJETIVOS:
Objetivo Geral
Avaliar a evolução do estado nutricional em crianças antes, durante e após o
tratamento quimioterápico, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto, SP, no período entre agosto de 2006 a maio de 2008.
Objetivos específicos
Validar a técnica da impedância bioelétrica através da análise de isótopos
estáveis diluídos em crianças submetidas a tratamento quimioterápico.
Avaliar a ingestão de energia, macro e micronutrientes através do questionário
de freqüência semiquantitativo.
Avaliar a composição corporal (massa magra e gordura corporal) através da
impedância bioelétrica e da técnica de diluição isotópica.
Correlacionar medidas antropométricas (dobra cutânea triciptal e circunferência
muscular do braço) com gordura corporal e massa magra determinados pela
impedância bioelétrica e pela técnica de diluição isotópica.
Correlacionar dados de ingestão alimentar (calorias, proteínas, carboidratos e
lipídeos) com a composição corporal (massa magra e gorda).
Material e Métodos
23
3. MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto - USP, SP. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
da Instituição (HCRP nº15411/2005) (Anexo A) e os pacientes e/ou seus
responsáveis diretos concordam em participar do mesmo, preenchendo o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo B). No período entre agosto de 2006 a
maio de 2008 foram acompanhadas 21 crianças, com idade entre 5 e 15 anos,
inicialmente internadas para diagnóstico e tratamento quimioterápico. Foram
excluídas as crianças impossibilitadas para a realização de antropometria, com
paralisia, expostas anteriormente ao tratamento quimioterápico ou que não realizaram
tratamento quimioterápico, totalizando 7 crianças. Dessa forma, foi possível o
acompanhamento de 14 crianças com diversos tipos de câncer.
Os pacientes e seus responsáveis foram informados previamente sobre os
possíveis riscos e benefícios decorrentes do estudo. Os pacientes e/ou seus pais ou
responsáveis, responderam a um questionário onde constaram dados demográficos,
informações pessoais, hábitos alimentares da criança e avaliação do estado
nutricional (Anexo C).
Os pacientes foram divididos em dois grupos: Grupo Tumores Hematológicos,
englobando os diagnósticos de leucemia mielóide aguda, leucemia linfóide aguda,
linfoma Hodking e linfoma não-Hodking; e Grupo Tumores Sólidos, todos os demais
tumores diagnosticados.
Material e Métodos
24
Figura 1. Descrição do delineamento do estudo
3.1. Avaliação do estado nutricional
A avaliação do estado nutricional foi baseada em dados de ingestão alimentar,
antropometria, análise por impedância bioelétrica (BIA) e análise por diluição
isotópica.
3.1.1. Avaliação da ingestão alimentar
A ingestão alimentar dos últimos três meses foi avaliada pelo questionário
semiquantitativo de freqüência de consumo de alimentos aplicado na presença do
Avaliação Nutricional
Impedância biolétrica
Diluição Isotópica
M0
M2
M1
0 meses 3 meses 6 meses
Material e Métodos
25
responsável legal pela criança (Anexo D) (RIBEIRO, CARDOSO, 2002; FUMAGALLI
et al. 2008). Foi utilizado um álbum fotográfico com o tamanho da porção de cada
item alimentar (MONTEIRO et al., 2007) para determinar as ingestões de macro e
micronutrientes.
Neste método, o paciente ou o responsável descreveu a ingestão habitual de
alimentos apresentados numa lista que incluiu alimentos típicos na dieta da região
(arroz, feijão, carnes, leite de vaca e derivados) e de suplementos alimentares. A
freqüência de ingestão habitual desses nutrientes foi classificada como sendo diária,
semanal ou mensal.
A quantificação diária da ingestão de energia e nutrientes foi determinada
utilizando-se programa de computador Dietsys, versão 4.0 que contém as
quantidades dos nutrientes na maioria dos alimentos consumidos pela população
brasileira e em preparações e suplementos alimentares acrescentados. Todos os
dados ficaram registrados em um banco eletrônico que permite análise imediata da
adequação de energia e nutrientes.
3.1.2. Antropometria
As medidas antropométricas foram realizadas em todos os pacientes e
constaram de peso e estatura, circunferência do braço, da cintura e do quadril, dobras
cutâneas do bíceps, tríceps e subscapular, conforme técnicas descritas por
Heymsfield, Tighe, Wang (1994). O índice de massa corporal (IMC) foi calculando,
utilizando-se, quando requerido, o National Center for Health Statistics-World Health
Organization data (NCHS, 2000). Todas as medidas antropométricas foram efetuadas
pelo mesmo examinador.
Material e Métodos
26
3.1.2.1 Peso
Os pacientes foram pesados descalços, em balança da marca Filizola
®
,
sendo descontadas as gramas correspondentes às roupas padronizadas para
pesagem do hospital. Antes da aferição do peso de cada paciente, a balança foi
previamente tarada e sua precisão verificada por meio da pesagem de um peso
padronizado
3.1.2.2 Estatura
A estatura foi medida por meio de haste graduada fixada em superfície plana,
tendo em sua extremidade um marcador adaptável ao alto da cabeça ou por meio de
estadiômetro, conforme técnicas descritas por Heymsfield, Tighe e Wang (1994).
3.1.2.3 Índice de Massa Corporal (IMC)
A partir das medidas de peso e estatura, foi calculado o índice de massa
corporal (IMC) ou de Quetelet (peso/ estatura
2
(kg/m
2
)). Para determinação do
estado nutricional de acordo com o IMC, foi utilizada a distribuição em percentis (p),
empregando-se como referência a curva americana do Center for Disease Control
and Prevention – CDC de 2000 (CDC, 2002).
Para definição dos percentis que caracterizam o estado nutricional foram
adotados os seguintes intervalos: IMC p5 - p85 (eutrofia), IMC p 85 (sobrepeso) e
IMC p 95 (obesidade), conforme preconizado pelo. National Center for Health
Statistics-World Health Organization data (NCHS, 2000).
Material e Métodos
27
3.1.2.4 Circunferência da cintura, quadril e braço
As medidas das circunferências do braço (CB), da cintura (CC) e do quadril
(CQ) foram realizadas com o paciente em pé, utilizando uma fita métrica inextensível
com graduação até 150 cm e mínima de 0,1 cm. A circunferência da cintura foi
aferida aplicando a fita firmemente ao redor da cintura, ao nível da parte mais
estreita do tronco, ou seja, na menor curvatura localizada entre a crista ilíaca e a
última costela, a leitura foi feita no momento da expiração. A circunferência do
quadril foi obtida no ponto de maior circunferência sobre a região glútea, com a fita
mantida na posição horizontal, sem pressionar os tecidos moles. A circunferência do
braço foi aferida no ponto médio entre o acromono e o olécrono do braço não-
dominante, estendido (HEYARD; STOLARCZYK, 1996).
3.1.2.5 Pregas cutâneas biciptal, triciptal e subescapular
As pregas cutâneas foram aferidas com a utilização de um adipômetro marca
Cescorf
®
. A prega cutânea biciptal foi obtida na parte média do braço, sobre o
bíceps. A prega cutânea triciptal foi obtida no ponto médio do braço, sobre o tríceps.
E a prega cutânea subescapular foi medida 1cm abaixo do ângulo inferior da
escápula, com o braço em extensão.
3.1.1.6 Circunferência Muscular do Braço (CMB)
A CMB foi obtida por meio dos valores da CB e da PCT, utilizando a seguinte
fórmula: CMB= CB-(0,314 x PCT) (LOHMAN, 1981).
Material e Métodos
28
3.1.3. Avaliação da composição corporal por meio de impedância
bioelétrica
A determinação da impedância bioelétrica foi efetuada em todos os voluntários
utilizando-se o aparelho Biodynamics BIA 450 (Biodynamics Corp, USA).
O paciente assumiu o decúbito dorsal, sua pele foi limpa com álcool e foram
colocados quatro eletrodos de superfície. Dois no dorso da mão, o eletrodo distal
colado na base do dedo médio e o eletrodo proximal colado coincidindo com o
processo estilóide. Dois eletrodos foram colocados no dorso do pé, o eletrodo distal
foi colado na base do dedo médio e o eletrodo proximal entre os maléolos medial e
lateral. Foi observada a distância entre os eletrodos de 5 cm. A estimativa da
composição corporal foi feita através da aplicação de uma corrente elétrica de baixa
densidade (80 mA) e freqüência fixa de 50kHz (SCHAEFER, GEORGI, ZIEGER,
SCHARER, 1994).
O peso e a estatura corporais foram digitados num software fornecido pelo
fabricante. O programa forneceu os valores de resistência, reactância, massa
corporal magra (MCM), massa corporal gorda (MCG), massa celular corporal (MCC) e
água corporal total (ACT), todos expressos em quilogramas e percentual.
Alguns cuidados devem ser considerados para a utilização da BIA. São eles:
cuidados fisiológicos, pois por se basear em um princípio elétrico, devem ser evitadas
situações que provoquem variações no estado hídrico do indivíduo, como edema,
menstruação, desidratação, ingestão de cafeína e álcool, prática de atividade física; e
cuidados operacionais, como lado do hemicorpo utilizado, correta colocação e
espaçamento dos eletrodos nos pontos anatômicos (CORNISH, JACOBS, THOMAS,
WARD, 1999), posicionamento do avaliado, que, entre outros fatores podem evitar a
Material e Métodos
29
obtenção de resultados pouco confiáveis (LUKASKI, 1999). A fim de minimizar estes
erros foi padronizado a utilização da BIA sempre após um jejum prévio mínimo de 8
horas, utilização do lado hemicorpo direito, no horário matutino, espaçamento mínimo
entre os eletrodos de 5 cm, e repouso em decúbito dorsal por no mínimo 10 minutos.
3.1.4. Avaliação da composição corporal por meio da diluição isotópica
3.1.4.1 Preparo, administração, coleta e armazenamento
A medida da água corporal total foi realizada pela diluição da água deuterada
ou água marcada com deutério (
2
H
2
0) (FJELD, BROWN, SHOELLER, 1988; BUTTE,
WONG, KLEIN, GARZA, 1991; LAFORGIA, WITHERS, 2002). Este método foi
validado em dois estudos de 1977 realizados por Culebras et al. e Halliday et al. O
método baseia-se na ingestão de uma dose conhecida de óxido de deutério pelo
voluntário (70 mg/ kg de peso corpóreo) e a determinação, por espectrometria de
massa, do enriquecimento por deutério de uma amostra de água corpórea (saliva),
antes – amostra basal – e 2 e 3 horas após a ingestão – amostra de equilíbrio.
O deutério utilizado é proveniente do Cambridge Isotopes Laboratories,
Andover, MA, USA, sendo processado na Farmácia Industrial do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/ USP (HCFMRP/USP), através
da preparação do isótopo em água destilada com formação de uma solução estéril de
água deuterada na concentração de 7 átomos %, onde cada mililitro dessa solução
contém 70 mg de óxido de deutério, sendo que a mesma foi conservada sob
refrigeração (máximo 10º C), respeitando-se o prazo de validade.
Material e Métodos
30
A escolha da saliva para realização da pesquisa justifica-se pela sua fácil
acessibilidade, por sua coleta ser indolor e não trazer prejuízos para o paciente, além
de serem suficientes pequenos volumes ( 2 mL) para as análises necessárias. Outra
vantagem consiste no fato de que o fracionamento do deutério nesse fluido corporal é
praticamente desprezível, além de sua distribuição e equilíbrio serem bastante
concordantes com o que ocorre no plasma.
As amostras de saliva foram coletadas sempre pelo pesquisador responsável.
Uma amostra de saliva foi colhida de cada criança antes da administração oral de
deutério, considerando-se este momento como tempo zero (T
0
). Foi administrado 70
mg
2
H
2
0 / kg de peso por via oral para cada criança, em um copo coletor estéril. As
doses foram calculadas e preparadas sempre pelo pesquisador responsável, usando
uma balança analítica com graduação de 0,0001 de precisão. Amostras de saliva
pós-dose foram coletadas 2 e 3 horas após (amostras de equilíbrio - T
equ
), em copos
coletores estéreis e transferidas com o auxílio de uma seringa descartável para
criotubos PP com tampa de rosca envolvidos com parafilme e mantidos congelados a
–20ºC em freezer apropriado (VIO, INFANTE, LARA, MARDONES-SANTANDER,
1986; ALBERNAZ, 2003). Os criotubos formam devidamente etiquetados com o
registro do paciente, data e horário da coleta (SALAZAR; INFANTE; VIO, 1994). Para
cada amostra coletada foi usado um novo material (copo descartável e seringa) afim
de não provocar contaminação das amostras subseqüentes pelo deutério.
Antes de receber o isótopo, cada paciente foi pesado conforme descrito
anteriormente. As doses administradas foram calculadas utilizando-se a razão de um
grama de deutério para um quilo de peso corporal, usando-se uma balança analítica
com graduação de 0,0001 de precisão. Antes de iniciar a pesagem do deutério
propriamente dita, teve-se o cuidado de tarar a balança ao colocar o copo
Material e Métodos
31
descartável, este procedimento permite que a quantidade de isótopo ingerida seja
determinada com maior exatidão (SLATER; PRESTON, 2005; FERRIOLI; CRUZ;
PFRIMER, 2008). As doses de deutério foram mantidas em copos descartáveis
tampados até a administração. Para evitar perdas após o paciente ter ingerido todo o
conteúdo do copo, foi acrescentada mais água filtrada, tendo o cuidado de misturar
todos os resíduos que ficaram neste recipiente. Esse processo foi repetido duas
vezes e o paciente era solicitado a bocejar para ingerir os resíduos da dose que por
ventura ficassem na boca.
Foi armazenada uma pequena quantidade extra de amostra de saliva para
eventuais confirmações de resultados (WONG; LEE; KLEIN ,1987).
3.1.4.2 Diluição da dose para análise
A espectrometria de massa de razão isotópica é um método altamente preciso,
mas de acurácia variável. A determinação do enriquecimento da amostra repete-se,
com boa precisão, em várias medições, porém a comparação com o valor real e
conhecido de um padrão pode apresentar diferenças, pela compressão de escalas no
processo de equilíbrio das amostras e por particularidades de cada espectrômetro.
Como o objetivo, em pesquisa clínica, é medir variações do enriquecimento antes a
após o emprego de um traçador, a acurácia o é crítica. No entanto, se o
enriquecimento proporcionado pela quantidade de deutério ingerida fosse estipulado
simplesmente pela medida do peso do paciente ou volume oferecido, diferenças de
acurácia seriam críticas para a precisão do método, pois o resultado obtido poderia
diferir do esperado pela quantidade de deutério ingerida. Por esta razão, é separada
uma alíquota da dose oferecida ao voluntário, que é diluída em uma quantidade
Material e Métodos
32
conhecida de água em proporção a que se espera ocorrer in vivo (dose diluída). A
dose diluída é analisada no mesmo momento que as amostras de fluido corpóreo, e
seu enriquecimento é empregado para o cálculo da água corpórea total, o que anula
qualquer problema de acurácia do equipamento, e mesmo variações da análise entre
diferentes ensaios (FERRIOLI; CRUZ; PFRIMER, 2008).
Visando garantir a acurácia, para cada dose de deutério fornecida ao paciente,
foram armazenados dois mililitros em tubos para congelamento (criotubo PP) com
tampa de rosca e envolvidos com parafilme, devidamente etiquetados contendo o
registro do paciente e data da coleta. Teve-se o cuidado de armazenar esta dose
separadamente das amostras de saliva, evitando possíveis contaminações. Estas
amostras foram utilizadas nos processamentos necessários. (WONG; LEE;
KLEIN,1987).
A amostra da dose de deutério foi diluída em balão volumétrico. No cálculo
para diluição considerou-se o percentual de água corporal fornecido pela Impedância
Bioelétrica. Embora não haja um valor do volume de água em que a dose necessite
ser diluída, 100 mL é um volume que garante segurança quanto à precisão. Dessa
forma, foi realizada uma dose diluída para cada paciente, utilizando o percentual de
água corporal do mesmo. Este dado foi obtido através da Impedância Bioelétrica. A
água empregada para diluição foi a de torneira (filtrada e estocada como padrão, mas
não submetida à destilação ou deionização), cujo enriquecimento é conhecido.
Neste caso, o cálculo da dose a ser diluída foi realizado em três etapas:
1º) [Peso do paciente (kg) × água corporal total (%)] ÷ 100 = A (kg)
2º) [Dose oferecida ao paciente (g) × 1 Litro] ÷ A (kg) = B (g)
Material e Métodos
33
Observação: O valor da dose oferecida ao paciente em gramas é aproximadamente o
valor do peso do paciente em quilos, conforme mencionado acima.
3º) [B (g) × 100 mL] ÷ 1000mL = C (g)
C = quantidade da dose de deutério que foi diluída em 100 mL de água de torneira no
balão volumétrico.
3.1.4.3 Pipetagem das amostras para análise em espectrômetro de massa
Antes de iniciar a pipetagem das amostras teve-se o cuidado de misturá–las
antes de abrir o tubo. Para a análise das amostras em espectrômetro de massa,
estas foram pipetadas com variação máxima de 5%. O volume da amostra foi de
400µL (0,4 mL) e as amostras foram analisadas em triplicata.
3.4.1.4.4 Espectrometria de massa e Método de equilíbrio da amostra
Os níveis de enriquecimento do deutério foram determinados no Laboratório de
Espectrometria de Massa do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Utilizou-se o aparelho
modelo ANCA 20-20, Europe Cientific, Cheshire, England, seguindo-se rigorosamente
as recomendações propostas pela Agência Internacional de Energia Atômica, com
sede em Vienna (GONFIANTINI, 1984).
O espectrômetro de massa analisa amostras gasosas. Por esta razão, foi
necessário que o hidrogênio contido na amostra fosse equilibrado com s hidrogênio
(em concentração de 30 a 100%), que depois foi injetado no tubo para o qual a
amostra foi pipetada. Para o equilíbrio, foi empregado um catalizador de platina, que
Material e Métodos
34
promove a liberação do hidrogênio da amostra até o equilíbrio com o gás injetado,
respeitando a temperatura ambiente de 25°C.
Após o tempo de equilíbrio, a amostra foi injetada no espectrômetro de massa,
por método automatizado e a leitura, em delta-SMOW (ou parte por milhão) obtida.
Alguns ajustes matemáticos para os valores obtidos foram realizados, incluindo a
correção para padrões naturais e enriquecidos analisados no mesmo dia e a
“compressão” do resultado, com base nos padrões enriquecido e natural. Isso se faz
necessário para a correção de efeitos de escala. (FERRIOLI; CRUZ; PFRIMER,
2008)
É considerado que equilíbrio da diluição de deutério quando a diferença do
enriquecimento de amostras consecutivas não é superior a 2%.
A água corporal total foi calculada nos tempos T
0
e T
equ
(3h), utilizando-se um
fator de correção de 4% considerando-se a troca de
2
H
2
0 com o H lábil de proteínas e
outros constituintes corporais.
Imediatamente após os exames antropométicos e da Impedância Bioelétrica,
foi iniciado a coleta da saliva e oferecido o óxido de deutério, permitindo dessa forma
que os exames fossem feitos no mesmo tempo e nas mesmas condições,
conseqüentemente o estado de hidratação permaneceu constante em todos os
métodos de avaliação corporal utilizados neste estudo (DIOUM et al., 2005).
3.3 Análise Estatística
A análise estatística foi realizada empregando-se o Programa SPSS versão
10.0. Inicialmente, as variáveis contínuas foram testadas para verificar se tinham ou
Material e Métodos
35
não distribuição normal. As variáveis sem distribuição normal foram expressas em
mediana (mínimo- máximo) Foi utilizado o teste “t” pareado de Friedman (NOETHER,
1983). Diferenças entre as proporções foram calculadas através do teste Qui-
Quadrado.
Para cálculo de correlação foram utilizados os coeficientes de correlação de
Pearson e de Spearman, conforme distribuição normal e não normal das variáveis,
respectivamente. Os resultados foram considerados significativos quando a
probabilidade de rejeição da hipótese de nulidade for menor que 5% (p <0,05).
Também foram utilizadas técnicas de Análise Exploratória de Dados (AED).
AED são técnicas que possibilitam determinar médias, porcentagens, confecção de
gráficos, tabelas, entre outras medidas de interesse em relação às variáveis
descritas. Além disso, análise de regressão clássica por mínimos quadrados
ordinários foi utilizada. Os modelos de regressão, considerados em análise de
regressão, são usados para descrever como uma variável resposta (dependente), ou
variável de interesse, associa-se a variáveis explicativas, ou co-variáveis
(independente) (BUSSAB; MORETTIN, 1995; PAULA, 2004).
Resultados
36
4. RESULTADOS
4.1 Caracterização da Amostra
A Tabela 1 apresenta o número total de pacientes selecionados para o estudo.
Nota-se uma ampla variedade de diagnósticos encontrados. Os pacientes de número
4, 5, 7 16, 20 e 21 foram excluídos do estudo. O paciente número 7 foi excluído por
não ter realizado o tratamento quimioterápico; o paciente número 21 realizou seu
tratamento em outra instituição e os pacientes de número 4, 5 16 e 20 não tiveram
diagnóstico de câncer. O paciente número 11 foi a óbito durante o período de
tratamento.
Na Tabela 2 estão apresentadas as características demográficas e sócio-
econômicas dos pacientes incluídos no estudo.
A Figura 2 apresenta a distribuição dos pacientes segundo o gênero.
Resultados
37
Tabela 1. Caracterização da amostra segundo gênero, idade e diagnóstico
PACIENTE
GÊNERO
IDADE DIAGNÓSTICO
1 M 11,75 LLA
2 M 13,42 LMA M2
3 F 10,17 LLA
4 F 5,33 -------*
5 F 9,83 --------*
6 M 10,0 Linfoma Hodking
7 F 13,17 Sarcoma Sinovial*
8 F 8,5 Rabdomiossarcoma
9 F 10,67 Linfoma não Hodking
10 F 6,83 Meduloblastoma metastático
11 F 6,58 Neoplasia maligna de tronco cerebral*
12 M 9,92 LMA + anemia de Fanconi
13 M 5,58 Neuroblastoma
14 F 13,58 Rabdomiossarcoma embrionário
15 M 11,83 Oligoastrociotoma grau III
16 F 12,33 -------*
17 F 13,25 Germinoma SNC
18 F 6,17 Sarcoma de Erwin
19 M 10,17 LMA
20 F 15,92 ------*
21 M 6,5 Tumor SNC*
F: gênero feminino; M: gênero masculino; LLA: leucemia linfóide aguda; LMA: leucemia mielóide
aguda; SNC: sistema nervoso central. * pacientes não incluídos no estudo
Resultados
38
Tabela 2. Características demográficas e socioeconômicas das crianças incluídas
no estudo
PARÂMETRO Média
±
±±
± SD
Idade (anos) 10,13 2,61
Renda familiar (reais) 2253,82 2601,58
Peso ao nascer (gramas)
3717,09 1572,02
Resultados
39
0
1
2
3
4
5
6
7
8
masculino feminino
Figura 2. Distribuição dos pacientes segundo o gênero
Resultados
40
4.2 Avaliação do estado nutricional dos pacientes oncológicos através da
antropometria
As Tabelas 3, 4 e 5 apresentam a evolução dos parâmetros antropométricos
dos pacientes nos 3 momentos da pesquisa.
Observando-se os resultados obtidos pode-se verificar que os pacientes
apresentaram um aumento de peso, estatura, IMC, circunferência do quadril, da
cintura e do braço, bem como da dobra cutânea subescapular durante o tratamento
quimioterápico.
Houve uma correlação positiva entre a PCT e massa gorda obtida através da
BIA nos três momentos da pesquisa (r= 0,534; p= 0,049/ r= 0,734; p= 0,007/ r= 0,851;
p= 0,000; MO, M1 e M2, respectivamente), assim como a PCT e a massa gorda
obtida pela diluição isotópica com deutério (r= 0,694; p= 0,006/ r= 0,820; p= 0,000/ r=
0,813; p= 0,001; M0, M1 e M2, respectivamente), quando utilizado o teste de
Pearson.
A CMB também se correlacionou com a massa magra em kg estimada pela
BIA (r= 0,841; p= 0,000/ r= 0,797, p= 0,001/ r= 0,863; p= 0,000) nos três momentos
da pesquisa, M0, M1 e M2, respectivamente, assim como a CMB e a massa magra
em kg obtida pela diluição isotópica (r= 0,474; p= 0,087/ r= 0,770; p= 0,001/ r= 0,793;
p= 0,001) M0, M1 e M2, respectivamente. Foi utilizado o teste de Pearson para
análise da correlação.
Resultados
41
Tabela 3. Características antropométricas dos pacientes oncológicos nos três
momentos da pesquisa, M0, M1 e M2
PARÂMETRO
M0 M1 M2 P
Idade
10,17 (5,58 – 13,58) 10,67 (5,83 – 14,42) 10,67 (6,17 – 14,08) 0,000*
Peso (kg)
33,85 (17,1- 45,7) 37,75 (18,0 – 52,1) 40,75 (19,0 – 61,1)
0,001
*
Estatura (cm)
147,0 (111,0 – 162,0) 147,5 (111,0- 164,0) 147,5 (112,0-164,0) 0,001*
IMC (kg/ m
2
)
16,25 (12,7-19,3) 16,9 (12,8- 23,8) 18,38 (13,7- 22,66) 0,027*
CQ (cm)
73,5 (53,5- 84,0) 77,0 (54,0 – 93,0) 80,5 (54,0 – 101,0)
0,002
*
CC (cm)
61,0 (50,0 – 78, 0) 70,5 (53,0 – 81,0) 67,5 (50,0 – 82, 0) 0,004*
PCT (mm)
9,0 (3,0- 18,0) 12,0 (3,0 – 20,0) 12,0 (3,0 – 25,0) 0,187
PCB (mm)
6,0 (2,0 – 14,0) 7,0 (3,0- 14,0) 9,5 (3,0- 16,0) 0,162
PCSB (mm)
6,0 (2,0- 14,0) 7,5 (3,0- 18,0) 10,0 (4,0- 16,0) 0,001
*
CB (cm)
19,5 (13,0 – 23, 0) 21,0 (13,5- 25,0) 22,0 (15,0- 27,5) 0,009*
CMB (cm)
16,71 (12,06- 17,98) 17,23 (12,56- 19,98) 17,58 (14,06- 20,03) 0,296
IMC: Índice de massa corporal; CQ: circunferência do quadril; CC: circunferência da cintura; PCT:
prega cutânea tricipital; PCB: prega cutânea do bíceps; PCSB: prega cutânea subescapular; CB:
circunferência do braço; CMB: circunferência muscular do braço. M0: 0 meses; M1: 3 meses; M2: 6
meses. Cada valor corresponde à mediana (mín- max). * os três momentos diferem entre si. ** M0
difere dos demais. p< 0,05. Teste de Friedman.
Resultados
42
Tabela 4. Características antropométricas dos pacientes oncológicos, grupo Grupo
Tumores Hematológicos, nos três momentos da pesquisa, M0, M1 e M2
PARÂMETRO
M0 M1 M2 P
Idade
10,17 (9,92 – 13,42) 10,42 (10,17 – 13,67) 10,67 (10,42 – 13,92) 0,002*
Peso (kg)
36,3 (17,9- 45,7) 39,6 (18,0 – 52,1) 41,7 (19,4 – 61,1)
0,004
*
Estatura (cm)
150,0 (118,0 – 162,0) 150,0 (118,5- 164,0) 150,5 (119,0-164,0) 0,074
IMC (kg/ m
2
)
16,4 (12,7-19,3) 17,1 (12,8- 21,96) 19,8 (13,7- 22,66) 0,005*
CQ (cm)
74,0 (53,5- 84,0) 75,0 (54,0 – 93,0) 81,0 (54,0 – 101,0)
0,004
*
CC (cm)
61,0 (52,0 – 76, 0) 69,0 (53,0 – 81,0) 72,0 (50,0 – 82, 0) 0,018*
PCT (mm)
7,0 (3,0- 18,0) 15,0 (3,0 – 18,0) 14,0 (3,0 – 25,0) 0,047*
PCB (mm)
6,0 (2,0 – 14,0) 7,0 (3,0- 14,0) 10,0 (3,0- 16,0) 0,044*
PCSB (mm)
6,0 (2,0- 14,0) 7,0 (3,0- 16,0) 10,0 (5,0- 16,0) 0,012
*
CB (cm)
20,0 (13,0 – 22,5) 21,0 (13,5- 25,0) (15,0- 27,5) 0,003*
CMB (cm)
16,8 (12,06- 17,86) 17,23 (12,56- 19,98) 18,23 (14,06- 20,03) 0,028*
IMC: Índice de massa corporal; CQ: circunferência do quadril; CC: circunferência da cintura; PCT:
prega cutânea tricipital; PCB: prega cutânea do bíceps; PCSB: prega cutânea subescapular; CB:
circunferência do braço; CMB: circunferência muscular do braço. M0: 0 meses; M1: 3 meses; M2: 6
meses. Cada valor corresponde à mediana (min - máx). * p< 0,05. Teste de Friedman.
Resultados
43
Tabela 5. Características antropométricas dos pacientes oncológicos, Grupo
Tumores Sólidos, nos três momentos da pesquisa, M0, M1 e M2
PARÂMETRO
M0 M1 M2 P
Idade
8,5 (5,58 – 13,58) 8,75 (5,83 – 13,83) 9,0 (6,17 – 14,08) 0,001*
Peso (kg)
25,8 (17,1- 41,3) 32,6 (18,4 – 47,0) 30,3 (19,0 – 42,9) 0,062
Estatura (cm)
128,0 (111,0 – 161,0) 128,5 (111,0- 163,0) 129,5 (111,0-163,0) 0,006*
IMC (kg/ m
2
)
15,3 (13,9-18,8) 15,3 (14,5- 23,8) 15,2 (14,83- 21,0) 0,459
CQ (cm)
69,0 (55,0- 82,0) 79,0 (56,0 – 86,0) 75,0 (58,0 – 83,0) 0,241
CC (cm)
61,0 (50,0 – 78, 0) 72,0 (53,0 – 79,0) 65,0 (54,0 – 71, 0) 0,121
PCT (mm)
10,0 (6,0- 16,0) 9,0 (5,0 – 20,0) 11,0 (6,0 – 20,0) 0,607
PCB (mm)
8,0 (4,0 – 9,0) 7,0 (4,0- 14,0) 7,0 (4,0- 14,0) 0,453
PCSB (mm)
7,0 (3,0- 12,0) 8,0 (3,0- 18,0) 10,0 (4,0- 15,0) 0,056
CB (cm)
18,5 (16,0 – 23, 0) 19,0 (15,0- 24,0) 19,5 (16,0- 23,0) 0,630
CMB (cm)
16,62 (14,11- 17,98) 16,8 (13,43- 17,73) 16,67 (14,12- 18,23) 0,772
IMC: Índice de massa corporal; CQ: circunferência do quadril; CC: circunferência da cintura; PCT:
prega cutânea tricipital; PCB: prega cutânea do bíceps; PCSB: prega cutânea subescapular; CB:
circunferência do braço; CMB: circunferência muscular do braço. M0: 0 meses; M1: 3 meses; M2: 6
meses. Cada valor corresponde à mediana (min - máx). * p< 0,05. Teste de Friedman.
Resultados
44
4.3 Avaliação do estado nutricional do pacientes oncológicos através do
percentil de IMC
A Tabela 6 apresenta a avaliação do estado nutricional dos pacientes
oncológicos utilizando o parâmetro de percentis de IMC. Observa-se que houve uma
diminuição dos pacientes com baixo IMC (< p5) e aumento na categoria de IMC p85-
p95 (sobrepeso) e IMC >p95 (obesidade), porém estas mudanças não tiveram
diferença estatística.
Resultados
45
Tabela 6. Distribuição conforme percentil de IMC nos três momentos da pesquisa,
M0, M1 e M2
M0 M1 M2 p
IMC <
<<
< p5
3 2 2 0,842
IMC p5-p85 10 10 8 0,651
IMC p85-p95 1 1 3 0,403
IMC >
>>
>p95
0 1 1 0,359
IMC: Índice de massa corporal; p: percentil; M0: 0 meses; M1: 3 meses; M2: 6 meses. O teste do Qui
quadrado foi utilizado para comparação entre as freqüências.
Resultados
46
4.4 Avaliação do estado nutricional do pacientes oncológicos através das
técnicas de impedância bioelétrica e diluição isotópica com deutério
Nas Tabelas 7, 8 e 9 estão representados a massa gorda, massa magra, e
água corporal total em kg e percentual dos pacientes utilizando as técnicas de
impedância bioelétrica e diluição isotópica com deutério.
Observamos que não houve mudanças na massa magra em kg quando
utilizamos a técnica da BIA, porém a massa magra percentual apresentou uma
tendência a diminuir (p=0,05), enquanto que a massa gorda em kg e percentual
apresentaram um aumento significativo (p<0,05) quando utilizamos a técnica de
diluição isotópica com deutério. Em relação à ACT foi observado também que os
valores permaneceram estáveis, com uma pequena tendência à queda em
percentual, tanto na análise pela BIA como com o deutério, porém isto não foi
estatisticamente significativo (p >0,05).
Nas Figuras 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13 e 14 estão demonstradas as
correlações entre a cnica de BIA e Diluição Isotópica com deutério. As Figuras 3,
4, 5 e 6 demonstram a correlação da massa magra; nas Figuras 7, 8, 9 e 10 estão
demonstradas a correlação da massa gorda e nas Figuras 11, 12, 13 e 14 está
apresentada a correlação entre a ACT. A correlação de Pearson mostrou ser alta
entre os dados de composição corporal analisados pelo todo da Diluição
Isotópica com deutério e pela Impedância Bioelétrica: massa magra (kg) (r = 0,955 ;
p= <0,001/ r= 0,981; p=<0,001/ r= 0,902; p=<0,001 ; M0, M1 e M2, respectivamente),
massa gorda (kg) (r= 0,833/ p=<0,001; r= 0,929/ p=(0,001; r=0,940/ p=(0,001, M0,
M1 e M2, respectivamente) e água corporal total (%)(r =0,514/ p=(0,001; r=0,826 /
p=(0,001; r=0,836 / p=(0,001, M0, M1 e M2, respectivamente).
Resultados
47
Tabela 7. Dados da composição corporal dos pacientes oncológicos obtidos através
das técnicas de impedância bioelétrica e diluição isotópica nos três momentos da
pesquisa, M0, M1 e M2
PARÂMETRO
M0 M1 M2 P
mm kg (BIA)
25,6 (12,6- 37,1) 28,7 (16,0 – 38,8) 27,7 (15,6 –34,6) 0,101
mm kg (DI)
26,4 (14,13- 39,64) 28,11 (15,76 – 39,35) 28,11 (15,76- 39,35) 0,368
mm % (BIA)
78,79 (69,85-96,9) 80,39 (60,74- 89,15) 73,14 (11,74- 86,84) 0,05
mm % (DI)
77,74 (66,31 – 93,71) 75,69 (51,66 – 85,67) 67,68 (58,83 – 85,96) 0,037*
mg kg (BIA)
5,15 (0,8 – 12,3) 6,85 (2,0 –13,7) 9,2 (2,5 –28,6) 0,064
mg kg (DI)
7,74 (2,66- 15,4) 9,76 (2,64 –15,81) 11,54 (2,67– 25,15) 0,018*
mg % (BIA)
21,21 (3,10 – 30,15) 19,61 (10,85-39,26) 26,86 (13,16- 88,26) 0,064
mg % (DI)
22,26 (6,29- 33,69) 24,31 (14,33- 48,34) 32,32 (14,04- 41,17) 0,037*
ACT kg (BIA)
19,8 (9,7 – 28,6) 20,0 (12,4- 28,4) 20,0 (11,7- 24,6) 0,162
ACT % (BIA)
75,3 (70,2- 88,0) 74,5 (68,8- 80,5) 73,7 (61,8- 79,6) 0,146
ACT % (DI)
59,39 (50,53- 72,17) 57,39 (39,78 – 66,76) 52,1 (45,1 – 66,19) 0,116
Mmkg: massa magra em kilogramas; mm%: massa magra porcentual; mgkg: massa gorda em
kilogramas; mg%: massa gorda porcentual; ACT kg: água corporal total em kilogramas; ACT%: água
corporal total em porcentual; BIA: bioimpedância elétrica; DI: diluição isotópica; M0: 0 meses; M1: 3
meses; M2: 6 meses. Cada valor corresponde à mediana (min. máx.). * p< 0,05. Teste de Friedman.
Resultados
48
Tabela 8. Dados da composição corporal dos pacientes oncológicos, Grupo Tumores
Hematológicos obtidos através das técnicas de impedância bioelétrica e diluição
isotópica nos três momentos da pesquisa, M0, M1 e M2
PARÂMETRO
M0 M1 M2 P
mm kg (BIA)
26,85 (14,6- 37,1) 30,95 (16,0 – 38,8) 31,5 (15,6 –34,6) 0,115
mm kg (DI)
27,88 (2 – 39,64) 33,2 (25,03 – 39,35) 31,31 (23,76 – 35,95) 0,042*
mm % (BIA)
80,17 (70,43-87,71) 80,48 (71,96- 88,88) 71,37 (53,19- 80,41) 0,069
mm % (DI)
75,1 (66,31 – 93,71) 74,45 (69,66 – 84,47) 66,7 (58,83 – 72,29) 0,011*
mg kg (BIA)
5,2 (3,3 – 8,7) 6,0 (2,0 –12,9) 8,5 (3,8 –28,6) 0,074
mg kg (DI)
8,82 (2,66 – 15,4) 10,07 (5,57 – 15,81) 16,25 (11,34 – 25,15) 0,011*
mg % (BIA)
19,82 (12,29 – 29,32) 19,53 (11,12 – 28,04) 24,97 (19,59- 46,08) 0,069
mg % (DI)
24,89 (6,29- 33,69) 25,55 (15,53 – 30,34) 33,30 (27,71- 41,17) 0,011*
ACT kg (BIA)
19,6 (11,0 – 28,6) 23,0 (12,4- 28,4) 21,15 (11,7- 24,6) 0,311
ACT % (BIA)
74,95 (70,3- 77,1) 74,6 (71,2- 77,5) 73,35 (61,8- 74,8) 0,069
ACT % (DI)
56,37 (50,53- 72,17) 58,52 (53,08 – 63,69) 50,32 (45,1 – 54,41) 0,009*
Mmkg: massa magra em kilogramas; mm%: massa magra porcentual; mgkg: massa gorda em
kilogramas; mg%: massa gorda porcentual; ACT kg: água corporal total em kilogramas; ACT%: água
corporal total em porcentual; BIA: bioimpedância elétrica; DI: diluição isotópica; M0: 0 meses; M1: 3
meses; M2: 6 meses. Cada valor corresponde à mediana (min. máx.). * p< 0,05. Teste de Friedman.
Resultados
49
Tabela 9. Dados da composição corporal dos pacientes oncológicos, Grupo Tumores
Sólidos obtidos através das técnicas de impedância bioelétrica e diluição isotópica
nos três momentos da pesquisa, M0, M1 e M2
PARÂMETRO
M0 M1 M2 P
mm kg (BIA)
25,0 (12,6- 31,8) 20,9 (16,3 – 35,4) 20,7 (5,6 –33,0) 0,034*
mm kg (DI)
21,52 (14,13 – 31,23) 19,96 (15,76 – 32,1) 21,32 (16,33 – 30,56) 0,867
mm % (BIA)
77,0 (69,85-96,9) 75,32 (60,74- 89,15) 70,97 (11,74- 86,84) 0,368
mm % (DI)
80,09 (71,35 – 87,49) 75,69 (51,66 – 85,67) 71,35 (59,8 – 85,96) 0,368
mg kg (BIA)
4,6 (0,8 – 12,3) 11,4 (2,1 –13,7) 9,9 (2,5 –14,3) 0,495
mg kg (DI)
5,13 (2,97- 11,83) 9,76 (2,64 –15,76) 11,3 (2,67– 16,88) 0,368
mg % (BIA)
23,0 (3,10 – 30,15) 24,68 (10,85-39,26) 29,03 (13,16- 88,26) 0,368
mg % (DI)
19,91 (12,51- 28,65) 24,31 (14,33- 48,34) 28,65 (14,04- 40,02) 0,368
ACT kg (BIA)
20,0 (9,7 – 23,4) 16,1 (13,1- 25,8) 15,9 (13,1- 24,3) 0,152
ACT % (BIA)
76,2 (70,2- 88,0) 72,9 (68,8- 80,5) 73,7 (68,6- 79,6) 0,867
ACT % (DI)
62,47 (52,23- 67,89) 57,15 (39,78 – 66,76) 53,86 (45,15 – 66,19) 0,565
Mmkg: massa magra em kilogramas; mm%: massa magra porcentual; mgkg: massa gorda em
kilogramas; mg%: massa gorda porcentual; ACT kg: água corporal total em kilogramas; ACT%: água
corporal total em porcentual; BIA: bioimpedância elétrica; DI: diluição isotópica; M0: 0 meses; M1: 3
meses; M2: 6 meses. Cada valor corresponde à mediana (min. máx.). * p< 0,05. Teste de Friedman.
Resultados
50
10 20 30 40
15 20 25 30 35 40
Massa Magra BIA
Massa Magra DEUTERIO
Figura 3. Correlação da massa corporal magra (kg) obtida pelo método da Diluição
Isotópica de deutério, com a massa corporal magra (kg) obtida pela
Impedância Bioelétrica dos pacientes oncológicos nos três momentos da
pesquisa, M0, M1 e M2.
r = 0,933
p <0,001
Resultados
51
15 20 25 30 35 40 45
15 20 25 30 35 40
Massa Magra BIA
Massa Magra DEUTERIO
Figura 4. Correlação da massa corporal magra (kg) obtida pelo método da Diluição
Isotópica de deutério, com a massa corporal magra (kg) obtida pela
Impedância Bioelétrica dos pacientes oncológicos no M0.
r = 0,924
p < 0,001
Resultados
52
15 20 25 30 35
15 20 25 30 35 40
Massa Magra BIA
Massa Magra DEUTERIO
Figura 5. Correlação da massa corporal magra (kg) obtida pelo método da Diluição
Isotópica de deutério, com a massa corporal magra (kg) obtida pela
Impedância Bioelétrica dos pacientes oncológicos no M1.
r = 0,997
p < 0,001
Resultados
53
5 10 15 20 25 30 35
20 25 30 35
Massa Magra BIA
Massa Magra DEUTERIO
Figura 6. Correlação da massa corporal magra (kg) obtida pelo método da Diluição
Isotópica de deutério, com a massa corporal magra (kg) obtida pela
Impedância Bioelétrica dos pacientes oncológicos no M2.
r = 0,813
p < 0,001
Resultados
54
0 5 10 15 20 25
5 10 15 20 25
Massa Gorda BIA
Massa Gorda DEUTERIO
Figura 7. Correlação da massa corporal gorda (kg) obtida pelo método da Diluição
Isotópica de deutério, com a massa corporal gorda (kg) obtida pela
Impedância Bioelétrica dos pacientes oncológicos nos três momentos da
pesquisa, M0, M1 e M2.
r = 0,904
p < 0,001
Resultados
55
2 4 6 8 10 12 14
5 10 15
Massa Gorda BIA
Massa Gorda DEUTERIO
Figura 8. Correlação da massa corporal gorda (kg) obtida pelo método da Diluição
Isotópica de deutério, com a massa corporal gorda (kg) obtida pela
Impedância Bioelétrica dos pacientes oncológicos no M0.
r = 0,924
p < 0,001
Resultados
56
2 4 6 8 10 12 14
2 4 6 8 10 12 14 16
Massa Gorda BIA
Massa Gorda DEUTERIO
Figura 9. Correlação da massa corporal gorda (kg) obtida pelo método da Diluição
Isotópica de deutério, com a massa corporal gorda (kg) obtida pela
Impedância Bioelétrica dos pacientes oncológicos no M1.
r = 0,964
p < 0,001
Resultados
57
5 10 15 20 25
5 10 15 20 25
Massa Gorda BIA
Massa Gorda DEUTERIO
Figura 10. Correlação da massa corporal gorda (kg) obtida pelo método da Diluição
Isotópica de deutério, com a massa corporal gorda (kg) obtida pela
Impedância Bioelétrica dos pacientes oncológicos no M2.
r = 0,883
p < 0,001
Resultados
58
65 70 75 80 85
40 45 50 55 60 65 70
Agua Corporal BIA
Agua Corporal DEUTERIO
Figura 11. Correlação do percentual de água corporal total (ACT) obtida pelo
método da Diluição Isotópica de deutério, com o percentual de água
corporal total (ACT) obtida pela Impedância Bioelétrica dos pacientes
oncológicos nos três momentos da pesquisa, M0, M1 e M2.
r = 0,777
p < 0,001
Resultados
59
70 75 80 85
45 50 55 60 65 70
Agua Corporal BIA
Agua Corporal DEUTERIO
Figura 12. Correlação do percentual de água corporal total (ACT) obtida pelo
método da Diluição Isotópica de deutério, com o percentual de água
corporal total (ACT) obtida pela Impedância Bioelétrica dos pacientes
oncológicos no M0.
r = 0,474
p < 0,001
Resultados
60
70 72 74 76 78 80
40 45 50 55 60 65 70
Agua Corporal BIA
Agua Corporal DEUTERIO
Figura 13. Correlação do percentual de água corporal total (ACT) obtida pelo
método da Diluição Isotópica de deutério, com o percentual de água
corporal total (ACT) obtida pela Impedância Bioelétrica dos pacientes
oncológicos no M1.
r = 0,682
p < 0,001
Resultados
61
65 70 75 80
45 50 55 60 65
Agua Corporal BIA
Agua Corporal DEUTERIO
Figura 14. Correlação do percentual de água corporal total (ACT) obtida pelo
método da Diluição Isotópica de deutério, com o percentual de água
corporal total (ACT) obtida pela Impedância Bioelétrica dos pacientes
oncológicos no M2.
r = 0,699
p < 0,001
Resultados
62
4.5 Ajuste do modelo de regressão linear MM
DI
(kg) = MM
BIA
(kg)
Para massa magra, a BIA (MM
BIA
) e a diluição isotópica com deutério (MM
DI
)
apresentam distribuições muito similares. Baseado no fato que ambos descrevem as
medidas corporais, o pesquisador questiona a previsão da diluição isotópica
baseando-se nos resultados da BIA. Por este motivo, ajustou-se uma equação linear
(regressão linear) para descrever a diluição isotópica com deutério baseando nos
resultados da BIA.
Assim, modelo de regressão linear ajustado foi:
MM
DI
= coeficiente X MM
BIA
M0: MM
DI
= 0.9943 x MM
BIA
M1: MM
DI
= 0.9806 X MM
BIA
M2: MM
DI
= 0.6504 X MM
BIA
Uma forma de verificar que o modelo prevê adequadamente o valor de MM
DI
a
partir de MM
BIA
é observar os boxplots de MM
DI
, MM
BIA
e predito (corrigido pelo
modelo).
Observando-se os boxplots, pode-se perceber que a massa magra calculada
pelo método da BIA é praticamente igual à obtida pela técnica de diluição isotópica
com deutério. A correção feita pelo modelo (chamando aqui de predito) resulta em
valores bastante próximos dos observados em MM
DI
.
Resultados
63
Os modelos M0: MM
DI
= 0.9943 x MM
BIA
; M1: MM
DI
= 0.9806 X MM
BIA
e M2:
MM
DI
= 0.6504 X MM
BIA
foram, portanto, bem ajustados. Os valores de massa
magra preditos pelo modelo aproximam-se bem dos valores reais (observados para
MM
DI
).
Resultados
64
0 10 20 30 40 50
Massa Magra (em kg)
M0 M1 M2
0 10 20 30 40 50
0 10 20 30 40 50
BIA
DEUTERIO
PREDITO
Figura 15. Box Plots da massa magra (kg) obtida pelo método da Diluição Isotópica
com deutério, massa magra (kg) obtida pela Impedância Bioelétrica e
massa magra (kg) predita pelo modelo ajustado dos pacientes
oncológicos, nos três momentos da pesquisa, M0, M1 e M2.
Resultados
65
4.6 Ajuste do modelo de regressão linear MG
DI
(kg) = MG
BIA
(kg)
Da mesma forma que para a massa magra, foram ajustados modelos de
regressão linear para a massa gorda. Pode-se observar que em relação a massa
gorda a BIA subestima o valor comparado com a técnica de diluição isotópica com
deutério.
Assim, modelo de regressão linear ajustado foi:
MG
DI
= coeficiente X MG
BIA
(com ou sem intercepto)
M0: MG
DI
= 1.10 x MG
BIA
+ 8.68
M1: MG
DI
= 1.0434 X MG
BIA
M2: MG
DI
= 0.8973 X MG
BIA
+ 2.54
Uma forma de verificar que o modelo prevê bem o valor de MG
DI
a partir de
MG
BIA
e peso é observar os boxplots de MG
DI
, MG
BIA
e predito pelo modelo.
Observando-se os boxplots, pode-se perceber que a porcentagem de massa
gorda calculada pela BIA (MG
BIA
) é subestimada. A correção feita pelo modelo
ajustado (chamado aqui de predito pelo modelo) resulta em valores bastante
próximos dos observados em MG
DI
.
Os modelos M0: MG
DI
= 1.10 x MG
BIA
+ 8.68; M1: MG
DI
= 1.0434 X MG
BIA
e
M2: MG
DI
= 0.8973 X MG
BIA
+ 2.54 foram, portanto, bem ajustado. Os valores de
MG
DI
preditos pelo modelo aproximam-se bem dos valores reais (observados para
MG
DI
).
Resultados
66
0 5 10 15 20 25 30
Massa Gorda kg
M0 M1 M2
0 5 10 15 20 25 30
0 5 10 15 20 25 30
BIA
DEUTERIO
PREDITO
Figura 16. Box Plots da massa gorda (kg) obtida pelo método da Diluição Isotópica
com deutério, massa gorda (kg) obtida pela Impedância Bioelétrica e
massa gorda (kg) predita pelo modelo ajustado dos pacientes
oncológicos, nos três momentos da pesquisa, M0, M1 e M2.
Resultados
67
4.7 Ajuste do modelo de regressão linear ACT
DI
(%) = ACT
BIA
(%)
Da mesma forma que para a massa magra e para a massa gorda, foram
ajustados modelos de regressão linear para a ACT. Para a água corporal a BIA
superestima o valor obtido através da técnica de diluição isotópica com deutério.
Assim, modelo de regressão linear ajustado foi
ACT
DI
= coeficiente x ACT
BIA
+ intercepto
M0: ACT
DI
= 1.95 X ACT
BIA
+ (-89.548)
M1: ACT
DI
= 1.9167 X ACT
BIA
+ (– 83.96)
M2: ACT
DI
= 1.375 X ACT
BIA
+ (– 46.3565)
Uma forma de verificar que o modelo prevê bem o valor de ACT
DI
a partir de
ACTBIA é observar os boxplots de ACT
DI
, ACT
BIA
e predito pelo modelo.
Observando-se os boxplots, pode-se perceber que a água total corporal
calculada pelo método da bioimpedância (ACT
BIA
) é superestimada. A correção feita
pelo modelo ajustado (chamado aqui de ACT predito pelo modelo) resulta em
valores bem mais próximos dos observados em ACT
DI
.
Os modelos M0: ACT
DI
= 1.95 X ACT
BIA
-89.548; M1: ACT
DI
= 1.9167 X ACT
BIA
– 83.96 e M2: ACT
DI
= 1.375 X ACT
BIA
– 46.3565 foram, portanto, bem ajustados.
Os valores de ACT preditos pelo modelo aproximam-se bem dos valores reais
(observados para ACT
DI
).
Resultados
68
20 30 40 50 60 70 80 90
Água Corporal %
M0 M1 M2
20 30 40 50 60 70 80 90
20 30 40 50 60 70 80 90
BIA
DEUTERIO
PREDITO
Figura 17. Box Plots da água corporal total (%) obtida pelo método da Diluição
Isotópica com deutério, água corporal total (%) obtida pela Impedância
Bioelétrica e água corporal total (%) predita pelo modelo ajustado dos
pacientes oncológicos, nos três momentos da pesquisa, M0, M1 e M2.
Resultados
69
4.8 Avaliação da ingestão alimentar dos pacientes oncológicos
Na Tabela 10 e 11 observa-se que o consumo energético, de macro e
micronutrientes não sofreu modificações durante o período da pesquisa. O mesmo
também pode ser observado quando dividimos os pacientes por Grupo Tumores
Hematológicos (Tabela 12) e Grupo Tumores Sólidos (Tabela 13).
Embora o consumo de vitamina C e retinol tenha apresentado uma diminuição,
esta não foi estatisticamente significativa (p>0,05).
Quando utilizamos o teste de Spearman para correlacionar o consumo
energético, de macro e micronutrientes com a massa gorda e com a massa magra
obtidas através das técnicas de BIA e diluição isotópica com deutério não
encontramos relação significativa, como pode ser observado na Tabela 14 do Anexo.
Resultados
70
Tabela 10. Dados de ingestão alimentar energética e de macronutrientes segundo
informações obtidas pelo questionário de freqüência semiquantitativo em pacientes
oncológicos nos três momentos da pesquisa, M0, M1 e M2
PARÂMETRO
M0 M1 M2 P
Energia (kcal)
1749,6 (1301,0-
4752,0)
2277,85 (1568,6 –
3949,5)
1802,0 (846,3 –
4909,6)
0,168
CHO (g) 208,65 (140,7 –
427,6)
250,4 (148,4 – 388,8)
209,7 (93,6-527,2) 0,526
Proteínas (g) 67,25 (34,2-286,1) 77,95 (48,7- 198,1)
77,1 (21,0- 223,5) 0,751
Lipídeos (g) 75,5 (31,4- 205,0) 100,05 (45,9 – 223,3)
90,3 (30,4-209,2) 0,223
M0: 0 meses; M1: 3 meses; M2: 6 meses. Cada valor corresponde à mediana (min. x.). * p<0,05.
Teste de Friedman.
Resultados
71
Tabela 11. Dados de ingestão alimentar de macro e micronutrientes segundo
informações obtidas pelo questionário de freqüência semiquantitativo em pacientes
oncológicos nos três momentos da pesquisa, M0, M1 e M2
PARÂMETRO
M0 M1 M2 P
Gordura
saturada (g)
21,2 (8,4 – 67,2) 26,85 (11,4 –73,7) 26,4 (9,0 –51,8) 0,424
Ac. Oléico (g) 24,1 (11,4- 83,5) 27,6 (14,4 – 87,2) 31,4 (10,9 – 75,1) 0,424
Ac.Linoléico (
g)
14,85 (4,0 –27,9) 19,7 (6,5 – 31,5) 11,75 (5,7 – 35,9) 0,257
Colesterol (mg)
231,5 (137,3- 865,1) 254,6 (147,5- 844,3) 234,95 (102,6- 656,1)
0,526
Fibras (g) 12,8 (6,8 – 24,8) 13,1 (3,0 – 23,4) 12,1 (3,6 – 27,1) 0,708
Cálcio (mg) 654,65 (253,9 –1739,0)
829,9 (289,6- 1233,9)
731,4 (170,8- 1209,1)
0,424
Fósforo (mg) 1034,95 (598,0-
3165,8)
1312,5 (721,0- 2386,0)
1122,35 (457,4-2978,2)
0,424
Ferro (mg) 10,8 (6,3- 23,1) 11,9 (5,9- 23,9) 10,95 (3,6- 31,9) 0,424
Magnésio (mg)
195,5 (98,0- 395,4) 225,75 (112,1- 370,3)
184,35 (65,5– 446,7) 0,526
Zinco (mg) 7,95 (4,1 – 27,2) 8,6 (6,0 – 22,1) 8,75 (2,0 – 29,3) 0,607
Potássio (mg) 2463,25 (1298, 3 –
5314,8)
2918,55 (1605,7 –
5366,8)
2587,05 (803,1
5001,1)
0,526
Sódio (mg) 1734,7 (826,5 –3976,4)
2415,85 (1045,3–
4853,2)
1896,65 (448,5 –
6214,6)
0,607
Vitamina A (UI)
6511,75 (1900,5
13606,8)
4001,15 (1652,6 –
14739,5)
4479,7 (969,8 –
7767,0)
0,395
Vitamina C
(mg)
122,85 (44,5 – 469,5)
88,25 (40,8 – 315,6) 111,85 (15,6 – 289,2)
0,071
Vitamina E
(mg)
8,35 (6,3 – 12,9) 10,35 (5,4 – 12,7) 8,5 (3,6 – 16,1) 0,382
Niacina (mg) 14,4 (6,1 – 57,9) 16,95 (9,5 – 51,4) 14,0 (3,3 – 44,0) 0,135
Tiamina (mg) 1,2 (0,7 – 7,4) 1,3 (0,7 – 4,1) 1,3 (0,3 – 3,1) 0,699
Riboflavina
(mg)
1,7 (0,7 – 4,5) 1,8 (0,8 – 3,6) 1,6 (0,5 – 3,1) 0,318
Piridoxina (mg)
1,2 (0,7 – 4,2) 1,6 (0,8 – 3,4) 1,3 (0,3 – 2,9) 0,109
Ác. fólico (mg)
191,65 (87,4 – 367,1)
190,05 (77,3 – 384,9)
171,5 (39,4 – 301,9) 0,109
Alfa caroteno
(mg)
64,65 (12,5 – 597,7) 56,5 (11,4 – 713,8) 86,25 (5,2 – 569,5) 0,789
Beta caroteno
(mg)
853,6 (257,7 –3049,9)
784,3 (283,3 –3358,9)
813,15 (86,5 – 2343,9)
0,569
Licopeno (mg)
706,95 (196,9–2503,1)
724,05 (114,1–3211,9)
724,0 (0,0 – 2439,1) 0,504
Retinol (mg) 576,85 (201,0 –3239,9)
606,0 (150,6 –3802,5)
502,35 (60,2 – 991,6)
0,089
Pró vit A (mg) 940,45 (286,1 –3994,3)
874,05 (349,2 –4703,2)
912,75 (100,7–3386,8)
0,683
M0: 0 meses; M1: 3 meses; M2: 6 meses. Cada valor corresponde à mediana (min. máx.). * p< 0,05.
Teste de Friedman.
Resultados
72
Tabela 12. Dados de ingestão alimentar segundo informações obtidas pelo
questionário de freqüência semiquantitativo em pacientes oncológicos, Grupo
Tumores Hematológicos, nos três momentos da pesquisa, M0, M1 e M2
PARÂMETRO
M0 M1 M2 P
Energia (kcal)
1654,7 (1385,9-
2745,9)
2384,7 (1600,8 –
3949,5)
1768,0 (1498,2–
3102,8)
0,180
CHO (g) 208,5 (140,7 – 378,6)
307,8 (174,1 – 388,8)
197,7 (158,6-347,5)
0,565
Proteínas (g) 65,1 (34,2-92,2) 78,7 (54,7- 198,1) 76,7 (46,2- 150,5) 0,565
Lipídeos (g) 71,4 (31,4- 107,0) 100,6 (45,9 – 223,3)
86,7 (51,4-119,5) 0,156
Gordura
saturada (g)
20,7 (8,4 – 26,9) 27,3 (11,4 –73,7) 23,7 (12,1 –36,7) 0,368
Ac. Oléico (g)
23,6 (11,4- 32,9) 26,9 (14,4 – 87,2) 30,1 (15,2 – 41,2) 0,368
Ac. Linoléico
(g)
11,3 (4,0 –24,2) 16,9 (6,5 – 30,5) 11,7 (5,7 – 35,9) 0,368
Colesterol
(mg)
258,2 (203,8- 345,1)
245,9 (175,9- 844,3)
227,6 (178,4- 415,0)
0,368
M0: 0 meses; M1: 3 meses; M2: 6 meses. Cada valor corresponde à mediana (min. máx.). * p< 0,05.
Teste de Friedman.
Resultados
73
Tabela 13. Dados de ingestão alimentar segundo informações obtidas pelo
questionário de freqüência semiquantitativo em pacientes oncológicos, Grupo
Tumores Sólidos, nos três momentos da pesquisa, M0, M1 e M2
PARÂMETRO
M0 M1 M2 P
Energia (kcal)
1754,5 (1301,0-
4752,0)
2211,8 (1568,6 –
2980,0)
1836,0 (846,3 –
4909,6)
0,368
CHO (g) 208,8 (140,9 – 427,6)
238,2 (148,4 – 324,0)
221,7 (93,6-527,2) 0,368
Proteínas (g) 76,9 (45,9-286,1) 77,2 (48,7- 93,2) 79,0 (21,0- 223,5) 0,565
Lipídeos (g) 79,8 (61,5- 205,0) 99,5 (50,8 – 179,7) 93,9 (30,4-209,2) 0,867
Gordura
saturada (g)
21,7 (16,4 – 67,2) 26,4 (14,3 –44,9) 29,1 (9,0 –51,8) 0,867
Ac. Oléico (g)
24,6 (21,6- 83,5) 28,3 (17,5 – 74,6) 32,7 (10,9 – 75,1) 0,867
Ac. Linoléico
(g)
16,4 (10,1 –27,4) 21,9 (6,5 – 31,5) 16,2 (6,7 – 29,8) 0,565
Colesterol
(mg)
221,9 (137,3- 865,1)
263,3 (147,5- 394,8)
242,3 (102,6- 656,1)
0,867
M0: 0 meses; M1: 3 meses; M2: 6 meses. Cada valor corresponde à mediana (min. máx.). * p< 0,05.
Teste de Friedman.
Discussão
74
5. DISCUSSÃO
Recentemente, as crianças com câncer têm apresentado um aumento na
sobrevida, mas os efeitos colaterais da quimioterapia e o aumento da mortalidade por
diversas doenças são problemas importantes nestas crianças. Muitos estudos têm
calculado a morbidade durante o tratamento do câncer na infância (DE NULLY et al.,
1995; HAN-MARREY, 2000; BROUWER et al., 2007).
Desde 1970, vem-se observando um aumento das taxas de cura dos tumores
na infância, estando estas, atualmente, variando entre 70% a 80% dos casos, de
crianças e jovens com leucemia linfóide aguda (LLA) no Brasil. Paralelamente, tem-se
verificado um aumento progressivo das taxas de incidência dos tumores da criança,
sobretudo a LLA, os tumores do sistema nervoso central, os linfomas não Hodgkin, o
tumor de Wilms e outros tumores renais. No Brasil, aproximadamente 40% dos casos
novos de câncer, nos indivíduos com menos de 15 anos, são diagnosticados como
sendo LLA (MS/ INCA, 1997).
Encontrou-se no presente estudo resultados semelhantes para os tumores
hematológicos (leucemias e linfomas) e tumores sólidos, de 50% e 50%,
respectivamente. Este dado está de acordo com o encontrado no xico por
BARBOZA-CORTÉS (2007) que após estudarem 17 crianças com vários tipos de
câncer obtiveram uma incidência de 47,05 e 52,95% para linfomas e tumores sólidos,
respectivamente.
As crianças participantes deste estudo possuíam entre 5 a 15 anos, com idade
média no início da pesquisa de 10,13 ± 2,61. Esta mesma faixa etária foi utilizada em
outros estudos para a avaliação da composição corporal de crianças por BIA,
antropometria e deutério (ECKHARDT, et al., 2003; MURPHY, 2006; BARBOZA-
CORTÉS, 2007; ELIA, BETTS, JACKSON, MULLIGAN, 2007).
Discussão
75
Neste estudo a amostra foi homogênea em relação ao gênero, sendo
composta de 50% de meninos e 50% de meninas. O mesmo também foi observado
em outros estudos. Masuda, Komiya (2004) ao avaliarem a ACT através da técnica
de BIA em crianças saudáveis do Japão, encontraram uma distribuição semelhante
entre o gênero feminino e masculino. Razzouk et al. (2007) estudaram 248
adolescentes que tiveram LLA na infância e sua amostra também apresentou
homogeneidade entre os gêneros. O’Connor et al. (2001) também possuíam uma
amostra homogênea de crianças saudáveis na faixa etária de 7 anos quando
realizaram a avaliação da composição corporal.
As crianças incluídas neste estudo apresentaram ganho de peso, como
demonstrados nas Tabelas 3 e 4. Este ganho de peso está relacionado com um
aumento da massa gorda e diminuição da massa magra. Este peso parece estar
associado a um aumento da massa gorda, uma vez que as circunferências de cintura,
quadril, braço e dobras cutâneas, bem como o percentual de massa gorda obtido pela
técnica de diluição isotópica estão aumentadas. O aumento da massa gorda foi
encontrado quando observamos todas as crianças e apenas no Grupo Tumores
Hematológicos, enquanto que a diminuição da massa magra foi observada em todos
os pacientes e também quando dividimos em Grupo Tumores Hematológicos e Grupo
Tumores Sólidos. O aumento da massa gorda está relacionado à obesidade e
doenças a ela relacionadas.
À medida que a terapia anti-câncer começa a se tornar mais eficiente na cura
do câncer na infância e um grande número destes pacientes chega à idade adulta,
diversos efeitos colaterais tardios começam a ser descritos. Estes incluem uma perda
do aprendizado e memória, osteoporose, endocardites e obesidade. Vários estudos
em sobreviventes de LLA sugerem uma prevalência de obesidade entre 20 a 50 %
Discussão
76
(DIDI et al., 1995; NYSOM et al., 1998; LUSTIG et al., 2003). Numerosos fatores de
risco como o tratamento com glicocorticóides, quimioterapia, radiação no crânio,
estresse psicossocial, entre outros, estão implicados na patogenia da obesidade
nesta população vulnerável.
Muitos estudos têm descrito um aumento relativo da massa gorda associada
com a redução da massa magra em crianças com câncer. Entretanto, a maioria
destes estudos envolve apenas crianças com leucemia (DIDI, DIDEOCK, DAVIES,
1995; VAN DONGEN-MELMAN et al., 1995; NYSOM et al., 1998; HALTON,
ATKINSON, BARR, 1998).
Davies et al. (2004) estudaram a composição corporal de 14 crianças com LLA
utilizando DEXA e encontraram um aumento da massa gorda percentual, 24 meses
após o tratamento.
Halton, Atkinson, Barr (1998) utilizaram a DEXA para estudarem mudanças na
composição corporal de crianças tratadas para LLA. Eles encontraram mudanças
significativas, com aumento significativo da massa gorda, passando de 22% no
diagnóstico para 28% ao final do tratamento, um aumento de 6%.
Van der Sluis et al. (2002) avaliaram a composição corporal em pacientes com
LLA, através da DEXA, e observaram um aumento de peso após o final do
tratamento. Embora a massa magra tenha diminuído e a massa gorda aumentado
durante o tratamento, um ano após o final do tratamento o havia mais evidências
do efeito da LLA na composição corporal dos pacientes.
O aumento da massa gorda no grupo com linfoma pode ser relevante em longo
prazo porque o sobrepeso e a obesidade têm sido apontados como um efeito
colateral da terapia de sobreviventes de Doença de Hodgkin na infância. Isto é
importante porque o câncer de mama está associado com o aumento da adiposidade.
Discussão
77
Muitos pesquisadores têm demonstrado o risco relativo de câncer de mama após a
Doença de Hodgkin em mulheres tratadas para esta doença durante a infância (DE
VATHAIRE et al., 1999; BHATIA, SKLAR, 2002; CALLE, KAAS, 2004).
A obesidade na infância aparece como um fator importante para o
desenvolvimento do sobrepeso ou da obesidade na idade adulta (JANSEN et al.,
2005). A obesidade é um efeito tardio devastador em sobreviventes de câncer e tem
sido apontada como um fator de risco primário para a morbidade da população em
geral, devido à diabetes melito, dislipidemias, hipertensão arterial, problemas
músculo-esqueléticos, apnéia do sono, depressão e exílio social (REILLY, et al, 205).
Várias doenças estão associadas à obesidade, especialmente em conjunto
com outros fatores de risco como a diabetes melito II, hipertensão arterial e
dislipidemia. Eles podem, eventualmente, causar risco de doenças cardiovasculares
(YAN et al 2006). A prevenção da obesidade é importante e torna-se ainda mais
necessária em sobreviventes de câncer que receberam quimioterápicos
potencialmente cardiotóxicos ou radioterapia, e por este motivo, estão mais
propensos ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares (NOUSIAINEN,
JANTUNEN, VANNINEN, HARTIKAINEN, 2002; KISMET et al., 2004; HORACEK et
al., 2007).
Devido à crença muito difundida de que a terapia com corticóides apresenta
um efeito sobre o balanço energético e controle do peso corporal, existem,
surpreendentemente, poucas evidências do efeito do tratamento com corticóides no
balanço energético em humanos. Efeitos da terapia com glicocorticóides no peso
corporal e seus mecanismos, o pouco descritos até o momento e a maioria
realizados em adultos (TATARANNI et al., 1996; MARQUET et al., 1999).
Discussão
78
As crianças tratadas para LLA apresentam um ganho de peso excessivo
durante a as o tratamento quimioterápico. Elas estão no grupo de alto risco para
obesidade durante a terapia e na vida adulta (REILLY et al., 2000). Entretanto, a
única anormalidade identificada no balanço energético dos pacientes com LLA é a
redução do gasto energético secundário a uma redução na atividade física habitual
durante e após a terapia (REILLY et al., 1998).
Lustig et al (2003) ao estudarem sobreviventes de ncer cerebral na infância
identificaram vários fatores de risco para o aparecimento da obesidade pós-
tratamento, e sugerem que os danos hipotalâmicos causados pelo tumor, por sua
ressecção cirúrgica ou radiação podem ser os responsáveis pelo desenvolvimento da
obesidade nestes pacientes.
Murphy et al. (2006) demonstraram que 4 anos após serem diagnosticadas
com LLA, as crianças apresentaram excesso de peso e tiveram um aumento no seu
IMC, na massa gorda em kg e percentual. Quando examinaram os sexos
separadamente, apenas as meninas apresentaram tendência a diminuir a altura e
aumentar a massa gorda.
Barboza-Cortés et al. (2007) encontraram um aumento significante do peso
corporal em crianças com linfoma durante os primeiros seis meses de tratamento
quimioterápico, especialmente pelo aumento do tecido adiposo. Eles sugerem que
este aumento pode ser explicado como resultado da redução da atividade física, um
aumento no consumo energético e efeito de drogas administradas durante o
tratamento. Porém este estudo não avaliou o consumo energético destes pacientes.
Razzouk et al. (2007) em um estudo retrospectivo, avaliaram 248 pacientes, 12
anos após o diagnóstico de LLA e observaram que a quantidade de sobreviventes
que apresentaram sobrepeso/obesidade era aproximadamente igual à população
Discussão
79
saudável norte-americana, em torno de 6%. O diagnóstico em idade jovem (< 6anos)
e presença de sobrepeso/ obesidade no diagnóstico foram os melhores indicadores
da obesidade na idade adulta. 29% das crianças na faixa etária de 0 a 6 anos
apresentavam baixo peso ao diagnóstico, enquanto que este índice era de 14% na
faixa etária entre 13 a 19 anos.
Em outro estudo retrospectivo, Butturini et al. (2007) demonstraram que
pacientes com baixo peso (<p5) ou sobrepeso/obesidade (p85-p95/ p>95)
apresentaram maiores conseqüências durante e após o tratamento, como maior
tempo de internação hospitalar, aumento do risco de falha na medula óssea, entre
outros, comparados a crianças com peso normal (p5-p85).
A antropometria, definida como a técnica de expressão quantitativa do corpo, é
o método mais acessível e universalmente aplicável, por ser de baixo custo, simples e
não invasivo, podendo ser utilizado por qualquer profissional treinado (HEYMSFIELD,
TIGHE, WANG, 1994).
O IMC é uma medida de baixo custo operacional e grande facilidade de
obtenção. Este índice é uma ferramenta amplamente utilizada em estudos clínicos
(NORD, FOSSA, EGELAND, 2003; EISENMAN, HEELAN, WELK, 2004; JANSEN et
al., 2005). Neste estudo encontramos um aumento de peso e estatura dos pacientes,
relacionado com um aumento no seu IMC, provavelmente refletindo crescimento e
aumento da massa gorda (ETO, KOMIYA, NAKAO, KIKAWA, 2004; BUTTURINI et
al., 2007). Ao observarmos a Tabela 6 podemos verificar que houve uma diminuição
das crianças classificadas como baixo peso (IMC < p5) e normalidade (IMC p5-p85),
com aumento do número de pacientes com sobrepeso (IMC 85-95) e obesidade (IMC
> p95), porém este aumento é visto em valores absolutos e não de forma
estatística.
Discussão
80
Estes resultados demonstraram que a PCT correlacionou-se significativamente
com a massa gorda em kg obtida tanto pela técnica de BIA como pela técnica de
diluição isotópica com deutério como também observado por Pecoraro et al (2003) e
Fernades et al. (2007). Estes achados confirmam a existência de relações
significativas entre a gordura corporal determinada pela BIA e a gordura visceral e o
tecido adiposo subcutâneo.
A prega cutânea tricipital é amplamente utilizada para mensuração da gordura
subcutânea (MUST, DALLAL, DIETZ, 1991). Em estudos, como o conduzido por
Sardinha, Going, Teixeira, Lohman (1999), têm-se sugerido que este valor apresenta
forte correlação com a gordura corporal total, e por este motivo tem sido usado como
indicador do estado nutricional.
A prega cutânea subescapular sofreu aumento nos pacientes do Grupo
Tumores Hematológicos, como demonstrado na Tabela 4. O mesmo também foi
observado por Elia, Betts, Jackson, Mulligan (2007) quando estudaram crianças nesta
mesma faixa etária.
A prega cutânea é uma medida da adiposidade que permite avaliar a
composição corporal. A gordura subcutânea constitui grande parte da gordura
corporal total e tem sua proporção variada em função da idade, gênero e grau de
adiposidade. Por este motivo, a técnica de pregas cutâneas mostra-se uma boa
opção de utilização para realizar uma estimativa mais confiável da gordura corporal
devido ao fato de que aproximadamente metade do conteúdo corporal total da
gordura fica localizada nos depósitos existentes diretamente debaixo da pele e essa
está diretamente relacionada com a gordura total (SIGUELEM, DEVINCENZI, LESSA,
2000).
Discussão
81
A circunferência muscular do braço (CMB) avalia a quantidade e/ou o grau de
depleção da reserva muscular, refletindo, portanto, a má nutrição. A CMB
correlacionou-se com a massa magra estimada pela BIA (r= 0,841; p= 0,000/ r=
0,797, p= 0,001/ r= 0,863; p= 0,000) nos três momentos da pesquisa, M0, M1 e M2,
respectivamente, quando os pacientes foram avaliados utilizando o teste de Pearson.
Da mesma forma com o deutério (r= 0,474; p= 0,087/ r= 0,770; p= 0,001/ r= 0,793; p=
0,001; M0, M1 e M2, respectivamente.
Antillon et al (2008) ao estudarem crianças com LLA na Guatemala
encontraram que a CMB é uma ferramenta útil para avaliar o estado nutricional de
crianças com câncer em paises em desenvolvimento.
A técnica do deutério evidenciou uma redução da porcentagem de massa
magra no Grupo Tumores Hematológicos, refletindo provavelmente o aumento da
massa gorda e a redução proporcional de massa magra nesse grupo. Por outro lado,
foi encontrada uma redução da massa magra dos pacientes do Grupo Tumores
Sólidos pelo método BIA, sem alteração da massa gorda. Esses resultados podem
estar refletindo a nutrição encontrada em pacientes de tumores sólidos, conforme
bem evidenciado na literatura (DEMPSEY et al., 1984, 1986; ELHASID et al., 1995;
ISENRING, BAUER, CAPRA, DAVIES, 2004).
A má nutrição ocorre freqüentemente em pacientes com câncer como
resultado do tumor e da terapia anti-câncer utilizada, como a quimioterapia e a
radioterapia (VAN BOKHORST et al., 1999). A nutrição está associada a um
aumento na morbidade, mortalidade e complicações no tratamento, como resultado
da perda de massa magra ao invés da massa gorda (ISENRING, BAUER, CAPRA,
DAVIES, 2004). A detecção precoce e o tratamento da nutrição podem ter
importância clínica na manutenção do status funcional e da qualidade de vida.
Discussão
82
As alterações nutricionais são freqüentes durante os primeiros meses de
tratamento quimioterápico. O estado nutricional está associado à tolerância à
quimioterapia, número e intensidade de infecções e progstico do câncer em
crianças (MAUER et al., 1990; ELHASID et al., 1995). Todavia, a avaliação
antropométrica convencional normalmente não consegue identificar as mudanças
ocorridas ao nível de massa gorda e massa magra durante os primeiros meses após
o diagnóstico. Fato esse demonstrado por estes resultados, apesar da circunferência
muscular do braço ter apresentado correlação estatisticamente significante com a
massa magra obtidas pela BIA e pela diluição isotópica com deutério.
Assim como estes resultados, De Graaf Siebold et al. (1987) ao avaliarem a
composição corporal de crianças e adultos jovens com diagnóstico de leucemia e
tumores lidos observaram uma diminuição da massa magra associada com um
aumento relativo da massa gorda.
Brouwer et al. (2007) em um estudo de revisão investigaram as mudanças
ocorridas na composição corporal de crianças após o tratamento do ncer e
concluíram que os estudos com crianças sobreviventes de câncer ainda são
pequenos e retrospectivos. Os sobreviventes de LLA e tumores cerebrais estão no
grupo de risco para o sobrepeso/ obesidade, enquanto que os outros pacientes
apresentam risco de baixo peso. O impacto da obesidade, assim como do baixo peso,
na sobrevida e morbidade destes pacientes ainda não é realmente conhecido.
As mudanças recentes no campo de pesquisas sobre composição corporal
incluem uma vasta expansão no número de técnicas de avaliação, pesquisas
envolvidas no estudo da composição corporal e a aplicação das técnicas de medida
de composição corporal. Estas mudanças estão diretamente relacionadas ao
aumento da comercialização de novas técnicas de composição corporal, como a
Discussão
83
absortometria de dupla energia raio-X (DEXA) e a impedância bioelétrica (BIA)
(SCHOELLER, 1996). A primeira BIA comercialmente avaliada como instrumento
especialmente designado para analisar a composição corporal foi introduzido em
meados da década de 1980 (BAUMGARTNER, 1996).
Tornou-se claro, com a documentação da resistência e da reactância corporal,
sua interpretação por meio de equações adequadas, brevemente se poderia,
mediante um único teste, fornecer o perfil dos principais componentes energéticos e
hídricos do organismo, como tal hoje praticado.
Os dados demonstram que a BIA estabelece uma estimativa confiável da
composição corporal de crianças com câncer comparado com o deutério que é
considerado um método padrão ouro. Os resultados obtidos pela BIA quando
comparados com os dados de deutério apresentam uma boa correlação. Foi
encontrada uma similaridade entre os resultados de massa gorda em kg e percentual
obtidos pela BIA e pela técnica de diluição isotópica.
A literatura indica que as correlações entre as variáveis fornecidas pela
bioimpedância (impedância, resistência e reactância) e alguns elementos da
composição corporal, como água corporal total e massa isenta de gordura, são
elevadas (LUKASKI, BOLONCHUK, HALL, SIDERS, 1986; BEERTEMA, et al., 2000;
PECORARO, 2003). Todavia, quando se calcula o percentual de gordura a partir
dessas informações, freqüentemente perde-se o poder de associação. De fato, as
estimativas para o percentual de gordura apresentavam valores de correlação mais
baixos e erros de predição mais altos em comparação com as outras variáveis
(BUTTE et al., 1999).
A validade da BIA não é mais questionada em adultos metabolicamente
estáveis, e sem alterações orgânicas significativas. Sua aplicação em pediatria e
Discussão
84
neonatologia, bem como na obesidade e subnutrição, também se revela viável,
embora demandando algumas vezes, equações ajustadas para a população alvo. As
maiores restrições dizem respeito às pacientes com distúrbios hídricos acentuados
dos espaços hídricos, tais como indivíduos com edema ou enfermos críticos, quando
a precisão do método poderá estar comprometida (LUKASKI, 1987; HOLT et al.,
1994; CHUMLEA, GUO, 1994).
A avaliação da composição corporal em crianças é complicada por várias
razões: o crescimento; a composição corporal sofre mudanças em vias que não são
totalmente previsíveis ou bem estudadas; oportunidades de estudar crianças normais
são limitadas e uma grande quantidade de doenças que podem afetar o crescimento
e a composição corporal nesta etapa da vida (ZEMEL, RILEY, STALLINGS, 1997).
Todavia, a composição corporal e a determinação da ACT m sido estudadas
utilizando metodologias invasivas e não invasivas em crianças saudáveis e naquelas
com uma variedade de doenças, o que pode ser uma diretriz para a abordagem em
crianças com câncer.
Em uma série de estudos com crianças infectadas por HIV, utilizando a BIA,
DEXA e diluição isotópica com deutério, diferenças significativas na ACT foram
encontradas quando utilizados os modelos de equações previamente descritos e
novas equações foram propostas para a população em estudo (ARPADI et al., 1996).
Os métodos para avaliar a composição corporal como a diluição isotópica com
óxido de deutério permitem um cálculo mais exato e precoce das mudanças ocorridas
na massa gorda e na massa magra nos primeiros meses de quimioterapia. Estes
métodos não são muitos usados em paises em desenvolvimento devido ao seu alto
custo.
Discussão
85
Nesse estudo utilizou-se a administração de uma dose de deutério, isótopo não
radioativo que é medido em amostras de saliva e permite a avaliação da composição
corporal em função da quantidade de ACT da criança (IAEA, 1996). A escolha da
saliva para realização da pesquisa justifica-se pela sua fácil acessibilidade, por sua
coleta ser indolor e não trazer prejuízos para o paciente, além de serem suficientes
pequenos volumes (1 a 2 mL) para as análises necessárias. Outra vantagem consiste
no fato de que o fracionamento do deutério nesse fluido corporal é praticamente
desprezível, além de sua distribuição e equilíbrio serem bastante concordantes com o
que ocorre no plasma, conforme demonstrado por Wong et al (1988) em estudo onde
foram comparadas as concentrações e o fracionamento do deutério e do oxigênio 18
no plasma, saliva, urina e gás expirado em pacientes adultos.
O plateu ou ponto de equilíbrio tem sido definido como o ponto onde a
diferença entre o enriquecimento isotópico entre dois pontos consecutivos são
menores que 3% (FJELD, BROWN, SCHOELLER, 1988), entretanto, uma diferença
de 2% é mais freqüentemente sugerida e tem sido considerada como um limite
aceitável para as considerações analíticas (SALAZAR, INFANTE, VIO, 1994;
SCHOELLER, LUKE, 2000). Jankowski, Sonko, Gonzanski, Kohrt (2004) definiram o
valor de referência como a média entre três análises colhidas em 4 horas após a dose
e sugerem que o equilíbrio ocorre quando o enriquecimento chega a 2% do valor de
referência.
Foi testado o intervalo de 2 a 3 horas para o ponto de equilíbrio, sendo que o
valor de 3 horas apresentou os resultados mais acurados, sendo por este motivo
utilizado. Barboza-Cortés (2007) ao testarem o período de equilíbrio em crianças com
câncer com idade semelhante as do nosso estudo, também verificaram que o plateu
Discussão
86
ocorre entre 2 a 3 horas. Eckhardt et al. (2003) ao estudarem crianças entre 6 a 16
anos utilizaram o período de 3 horas como sendo o ponto de equilíbrio.
A dose de deutério administrada (70 mg/kg) está de acordo com a literatura,
sendo que a mesma também foi utilizada por Prins et al (2007) ao estudarem a
composição corporal de crianças saudáveis da área rural do Gambia. Robotham et al.
(2006) ao estudarem crianças saudáveis de 3 a 6 anos de idade, administraram 1g de
deutério por kg de peso corpóreo para analisarem a ACT.
Foram obtidos resultados diferentes de ACT em percentual nas crianças com
câncer quando comparamos a BIA com a diluição isotópica com deutério. Houve uma
diminuição da ACT em percentual pela técnica de diluição isotópica com deutério,
isso pode indicar que não houve retenção de líquidos nestes pacientes, o que muitas
vezes pode mascarar o aumento de peso. Estes achados estão de acordo com outros
estudos realizados em crianças (ROBOTHAM et al., 2006).
A hidratação da massa magra varia de acordo com o sexo e apresenta
modificações com o passar dos anos, no primeiro ano de vida encontra-se em torno
de 79% no sexo masculino e 78,8% no sexo feminino, atingindo valores de 74,5% e
73,8%, respectivamente, na adolescência (SLATER; PRESTON, 2005). Fomon et al.
(1982), ao avaliarem a composição corporal de crianças com idade média de 10
anos, encontraram uma hidratação de massa magra variando entre 75,1% a 76,9%,
para meninos e meninas, respectivamente. O conhecimento de que praticamente não
se encontra água nos depósitos de gordura do organismo humano estimulou os
pesquisadores a definirem a água corporal total como um importante índice
determinante da composição corporal (LUKASKI, 1987). Cabe ressaltar que devido às
diferenças na composição corporal de acordo com o gênero e a idade, o cálculo da
Discussão
87
ACT pela técnica de diluição isotópica foi corrigido utilizando o método proposto por
Lohman et al. (1992), onde o percentual de ACT varia entre 73,8 a 79%.
Beertema et al (2000) mensurou a ACT por diluição isotópica e BIA em
crianças normais e aquelas com uma variedade de crescimento e desordens
nutricionais, utilizando equações de Kushner e Davies, como modelo para seus
sujeitos. Eles demonstraram resultados similares entre a ACT estimada pela equação
de Kushner para BIA e a diluição isotópica com deutério, assim como Mendley,
Majkoeski, Schoeller (2005) ao estudarem pacientes pediátricos que realizam diálise.
Butte et al. (1999) avaliaram a composição corporal e a ACT em recém-
nascidos e crianças de 1 a 3 anos de idade utilizando as técnicas de diluição
isotópica com deutério, condutividade elétrica corporal total, potássio corporal total e
DEXA. Eles encontraram diferenças significativas entre os métodos, entretanto, essas
diferenças variavam de acordo com a idade. Eles concluíram que os métodos não
são permutáveis para um grupo ou estimativas individuais, e a magnitude das
diferenças variada pela idade, torna difícil uma opinião correta.
Simons et al (1995) estudaram o estado nutricional de 41 pacientes adultos
com câncer utilizando a técnica de BIA e deutério. Observaram que as equações
desenvolvidas para pacientes com peso normal superestimam a ACT em pacientes
com baixo peso.
Em 1999 Simons et al. ao estudarem 33 pacientes com câncer observaram
que a resistência apresentou correlação com a ACT, entretanto a precisão das
equações de predição de mudanças na ACT ainda é inadequada.
Mendley et al. (2005) ao estudarem 14 crianças com doença renal crônica que
fazem diálise, encontraram que a diluição isotópica com deutério e a BIA apresentam
uma forte correlação na determinação da ACT.
Discussão
88
A BIA funciona bem para sujeitos saudáveis e que apresentam doenças
crônicas, desde que utilizado com uma equação de validade de acordo com a idade,
sexo e raça. Entretanto, o uso clínico da BIA não é recomendado como rotina para
pacientes crônicos antes de validar a equação para as mesmas condições
(HEYMSFIELD et al. 1996).
uma grande necessidade de estudos acurados sobre a composição
corporal de crianças com câncer. No presente estudo nós investigamos a habilidade
das equações embutidas na BIA para avaliar a composição corporal de crianças com
câncer usando a técnica de diluição isotópica com deutério como método de
referência. Adicionalmente, nós desenvolvemos uma equação para predizer o
percentual de massa magra e o percentual de gordura corporal nessa população.
A equação de predição da BIA precisa ser validada numa amostra
representativa da população contra um todo de referência antes de ser aceita
como correta. A validade da BIA para predizer a ACT em pacientes saudáveis está
bem estabelecida (KUSHNER e SCHOELLER, 1986; LUKASKI, BOLONCHUK,
HALL, SIDERS, 1986). Estudos examinando a validação da BIA como método para
predizer a ACT em pacientes oncológicos ainda são limitados (SIMONS et al., 1995;
ISENRING, BAUER, CAPRA, DAVIES, 2004; BAUER, CAPRA, DAVIES, 2005).
A bioimpedância continua a ser uma técnica de futuro promissor, necessitando
de mais estudos, principalmente, no desenvolvimento de equações específicas, tanto
para as diferentes populações, quanto para a utilização em diferentes equipamentos,
e na investigação de seus pressupostos básicos, com a finalidade de minimizar as
suas limitações.
O peso corporal de forma isolada é insensível às mudanças no estado de
hidratação e inapropriadamente responde ao ganho de peso e a retenção de fluído de
Discussão
89
forma semelhante. O uso de equações que predizem a ACT pode superar uma
destas limitações, desde que estas abordagens objetivem acessar diretamente o
componente metabólico ativo do peso e possa calcular os efeitos do sexo e da idade
nessa associação. Entretanto, predizer a ACT não demonstra as variações no status
hídrico, nem os efeitos de condições como a lipodistrofia, que altera a relação entre
peso e gordura (WELLS et al., 2005).
O presente estudo mostra que a predição da ACT é mais sensível que as
outras técnicas de variabilidade da composição corporal e é preferida para melhorar a
habilidade clínica no tratamento por tamanho corporal. Entretanto, a equação de
predição é específica para a população que a gerou e a associação entre a
antropometria e a ACT pode alterar em resposta às tendências seculares de status
nutricional. Por este motivo, essas equações necessitam validações.
A ingestão energética dos pacientes incluídos neste estudo permaneceu
constante durante os três momentos da pesquisa. Não houve mudanças significativas
em termos de macro e micronutrientes a não ser por uma tendência observada no
consumo de vitamina C e retinol, que apresentaram uma pequena diminuição. Esta
diminuição pode ser explicada pela redução no consumo de frutas e verduras
observado na prática clínica em crianças (O’CONNOR et al., 2001).
Fouladiun et al (2005) demonstraram que a caquexia no câncer está
possivelmente mais associada com aumento do gasto energético do que com a
ingestão de calorias e alteração do apetite.
É possível que neste estudo fatores como o uso de corticóides podem ter
contribuído para as mudanças ocorridas na composição corporal durante o
tratamento. Uma vez que estes induzem distúrbios metabólicos que incluem
deficiências hormonais induzidas pela supressão do eixo hipotalâmico-ptituitário-
Discussão
90
adrenal durante e após o final do tratamento e são associados com a obesidade
(TARTARANNI, et al., 1996; REILLY et al., 2001; BUTTURINI, et al., 2007; REILY et
al., 2008).
Ao realizarem o primeiro estudo demonstrando o efeito da terapia com
glicocorticóides na ingestão alimentar na prática clínica, Reilly et al (2001) estudaram
26 pacientes em tratamento para LLA, destes 11 usaram dexametasona e 15
predisolona. Eles observaram que o tratamento com esteróides está associado com
um aumento significante da ingestão energética de aproximadamente 20% em
crianças com LLA e este efeito contribui para o excesso de ganho de peso e posterior
obesidade dos pacientes.
Os corticoesteróides como a predisona, a predisolona e a dexametasona que
são utilizadas no tratamento de leucemias, linfomas e tumores cerebrais podem
promover mudanças no apetite, na regulação da ingestão energética e no gasto
energético total (TATARANNI et al.1996; WARNER, BELL, WEBB, GREGORY,
1998). Apesar dessas evidências, o presente estudo não detectou alterações
significantes na ingestão de energia e nutrientes.
É também reconhecido que os corticóides podem ter outros efeitos importantes
no balanço energético e risco de obesidade, independente dos seus efeitos no
consumo alimentar. Estes podem incluir efeitos na oxidação do substrato e no gasto
energético (MARQUET et al., 1999).
Ng, Leung, Johnson, Woo (2004) estudaram 38 crianças com câncer
nasofaríngeo e observaram que houve uma diminuição na ingestão energética no
começo e durante o tratamento radioterápico, bem como uma perda de peso de
aproximadamente 10% nestas crianças. Porém, seis meses após o final do
tratamento radioterápico a ingestão voltou a ser semelhante a do início do tratamento.
Discussão
91
É importante frisar que vários estudos relacionam o aumento de peso
observado em pacientes oncológicos a um suposto aumento no consumo energético,
porém estes estudos não avaliaram a ingestão energética dos pacientes (BARBOZA-
CORTÉS, 2007; MURPHY, 2006).
Seria importante informar as limitações metodológicas inerentes ao presente
estudo. Inicialmente, é evidente que o número amostral reduzido (n=14) aumenta os
riscos de os resultados não refletirem o comportamento da população. Acredita-se,
porém que o impacto dessas limitações sobre os resultados não seja grande a ponto
de invalidar as observações, pois este mero é compatível com outros estudos
clínicos realizados em crianças que utilizaram as técnicas de impedância bioelétrica e
diluição isotópica com deutério (MENDLEY, MAJKOESKI, SCHOELLER, 2005;
MURPHY, 2006; BARBOZA-CORTÉS, 2007).
O maior reforço deste estudo inclui o uso da diluição isotópica com deutério,
uma técnica bem aceita como método de referência validando os resultados obtidos
pela impedância bioelétrica. Ainda deve ser ressaltada a possibilidade de avaliação
do estado nutricional das crianças incluídas no estudo através de medidas
antropométricas estabelecidas com adequada precisão, bem como através da
utilização de métodos isotópicos considerados acurados, práticos, de baixo custo, e
que podem ser realizadas em condições de campo sem representar risco ou
desconforto à criança que está sendo avaliada.
Conclusões
92
6. CONCLUSÕES
Tendo em vista os objetivos propostos e com base nos resultados obtidos
neste trabalho pode-se concluir que:
Os pacientes do Grupo Tumores Hematológicos apresentaram ganho de peso
e estatura durante o tratamento, bem como aumento no seu índice de massa
corporal, da medida da circunferência do quadril, da cintura e do braço e da prega
cutânea subescapular.
Através dos dados obtidos pela BIA e diluição isotópica houve uma mudança
significativa na composição corporal das crianças com tumores hematológicos, com
um aumento em kg e percentual da massa gorda pela técnica da diluição isotópica.
A PCT apresentou correlação com a massa gorda estimada pela BIA e
também pela diluição isotópica com deutério.
A CMB apresentou correlação com a massa magra obtida pela BIA e pela
diluição isotópica com deutério.
A ingestão alimentar não se alterou nos três momentos observados.
A ingestão alimentar não apresentou correlação com a massa magra e com a
massa gorda.
Referências Bibliográficas
93
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Anexo A
111
ANEXOS
Anexo A. Protocolo do Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição (HCRP
nº15411/2005)
Anexo B
112
Anexo B. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
As crianças com câncer estão mais propensas a desenvolver a subnutrição e
ter um retardo do crescimento. Portanto é importante avaliar o estado nutricional
destas crianças para minimizar os efeitos deste quadro de subnutrição na doença.
Estamos convidando as crianças com câncer e aquelas saudáveis, através do
consentimento dos pais, para participarem dessa pesquisa que tem como tulo
“Avaliação do estado nutricional de crianças submetidas a tratamento quimioterápico”
e como objetivo avaliar o estado nutricional destas crianças a fim de trazer benefícios
ao tratamento e a qualidade de vida. Crianças sem câncer ou qualquer outra doença
também devem ser selecionadas para compararmos o estado nutricional da criança
doente com a saudável. Para isso, deverão ser medidos o peso, a estatura, a gordura
do braço e das costas, bem como a circunferência do braço. As gorduras do braço e
das costas serão medidas com um aparelho chamado “adipômetro” que pinça a
“gordurinha” da região e não consiste em procedimento doloroso e/ou invasivo. A
circunferência será medida usando-se fita métrica. Será coletado um pouco de saliva
da mesma para análise indireta da gordura corporal e também será feita a avaliação
por meio de impedância bioelétrica, que é um procedimento semelhante ao
eletrocardiograma, onde o paciente ficará deitado, sendo colocados dois eletrodos na
superfície da o e do pé. Á partir daí, o aparelho de impedância bioelétrica emite
uma onda imperceptível ao paciente e fornece os resultados referentes a gordura
corporal. Isso também não consiste em procedimento doloroso e/ou invasivo.
Métodos alternativos para a análise da gordura corporal existem, porém são invasivos
e onerosos. Os pais ou responsáveis pela criança terão que responder algumas
perguntas sobre o hábito alimentar da mesma. Olhando um álbum fotográfico com o
tamanho das porções de cada alimento será possível indicar a foto que mais se
parece com a quantidade ingerida pela criança de um determinado alimento.
Por se tratar de métodos não invasivos, não haverá qualquer tipo de
desconforto físico ou risco a saúde e bem estar da criança, trazendo apenas
benefícios à sua saúde.
Estes procedimentos serão realizados durante a visita médica no ambulatório
pediátrico para doenças oncológicas, de segunda a sexta-feira, no período da manhã
(horário de atendimento do ambulatório). As crianças serão acompanhadas por seis
Anexo B
113
meses recebendo informação sobre o seu estado nutricional e sobre a melhor
alimentação a ser seguida pela nutricionista Estela Beatriz Behling (celular 8142
1342).
Esclarecimentos sobre os resultados da pesquisa, poderão ser solicitados, a
qualquer momento, com a pesquisadora responsável professora Dra. Jacqueline
Pontes Monteiro, do Departamento de Pediatria e Puericultura da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto (telefones para contato: 3602 28 06; 3602 28 08). A
participação no estudo não é obrigatória e o consentimento poderá ser retirado a
qualquer momento sem que isso prejudique o adequado atendimento médico e
nutricional nessa instituição. Os resultados desta pesquisa serão posteriormente
divulgados no meio científico, porém garantimos o total sigilo sobre o anonimato da
Criança, bem como o de seus representantes legais e de sua família.
A participação no estudo indicará se a criança apresenta estado nutricional
adequado e os resultados da pesquisa poderão no futuro diminuir a incidência de
subnutrição em crianças com câncer. Caso a criança saudável ou a com câncer
apresente inadequado estado nutricional, seus pais ou responsáveis receberão
orientação nutricional individualizada.
Eu,__________________________________________representante legal da
criança_______________________________________, concordo com a
participação da mesma nessa pesquisa e declaro ter compreendido o termo de
consentimento acima.
____________________________ ________________________________
Representante Legal (Assinatura) Testemunha (Assinatura)
Nome: Nome:
RG: RG:
____________________________ ________________________________
Representante Legal (Assinatura) Testemunha (Assinatura)
Nome: Nome:
RG: RG:
__________________________________ ________________________________
Pesquisador Responsável (Assinatura) Nutricionista Responsável
Profa. Dra. Jacqueline Pontes Monteiro-CRN
3
1668
Estela Beatriz Behling
Curso de Nutrição e Metabolismo (16)8142-1342
Departamento de Puericultura e Pediatria
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP
Anexo C
114
Anexo C. Questionário sócio-econômico
DADOS GERAIS
Nome________________________________________Sexo: (1) masculino (2) feminino
RG:____________________________ Data de nascimento:___/___/____
Idade:___________________________
Renda familiar: _________________________
Nome da mãe:___________________ Telefone para contato: ______________________
Endereço:________________________________________________________________
Escolariedade: Paciente:____________ Mãe:_______________ Pai: _______________
Nº pessoas da residência: ________________________
Antecendentes Pessoais
Diabetes: ( 1 ) sim ( 2 )não HAS: ( 1 ) sim ( 2 ) não
D. Coronariana: ( 1 ) sim ( 2 ) não Dislipidemia: ( 1 ) sim ( 2 ) não
Peso_nasc: __________ (g) Comp: ________ (cm)
Gestação: [1]>= 37 semanas ou a termo [2]< 37 semanas ou pré termo [3] Não consta
Patologias (peri-natais significativas):_________________________________________
Aleitamento materno (mínimo 4 meses): [1]Sim [2]Não [3]Não consta [9]Ignora
Idade de Início da alimentação semi-sólida: ________ (meses) [9] Não consta
Antecendentes familiares
Diabetes: (1) sim (2)não HAS: (1) sim (2) não
D. Coronariana: (1) sim (2) não Dislipidemia: (1) sim (2) não
Câncer: (1) sim (2)não
Antecedentes mórbidos familiares
Pai: ____________________________________________________________
Mãe: ___________________________________________________________
Avós paternos: ___________________________________________________
Avós maternos: __________________________________________________
Tios e demais familiares: ___________________________________________
Dados Pessoais
Atividade física: ( 1 ) sim ( 2 ) não Freq: ______________________________
Consumo hídrico: ________________________________________________
Consumo de quilos de açúcar/ mês: _________________________________
Anexo D
115
Anexo D. Questionário de freqüência de consumo alimentar
Grupo do leite e
derivados
Quantas vezes você
come
Unidade
1 2 3
P25
P75
P( 1) M(2) G(3)
CODIF.
Leite integral N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 100 ml ------------------------------------250ml
Leite desnatado N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 100 ml ------------------------- ----------250ml
Leite semi-
desnatado
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 100 ml ------------------------- ----------250ml
Iogurte natural
Integr
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 150ml------------ ------------------------ 250ml
Iogurte natu-
ral desnat.
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 150ml------------ ------------------------ 250ml
Iogurte com
frutas
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 150 ml ----------------------------------- 250ml
Queijo fresco ou
ricota
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 20g ------ ------------------------------------40g
Queijos amarelos
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 15g ----------------------------------------- 30g
Requeijão N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 10g ------------------------------------------
40g
Grupo dos pães
e cereais
matinais
Quantas vezes você
come
Unidade
1 2 3
P25 P75
P( 1) M(2) G(3)
CODIF.
Pão francês,
forma, outros
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 25 g ----------------------------------------- 75g
Pão integral,
centeio
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 25 g ----------------------------------------- 75 g
Pão doce, de
queijo,crois
sant
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 25 g ----------------------------------------- 50g
Biscoitos do
ces/salgados ou
torradas
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 14g ------------------------------------------ 40g
Ave
ia, granola,
barra de cereais e
sucrilhos
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 15g ----------------------------------------- 50 g
Gorduras
Quantas vezes você
come
Unidade
1 2 3
P25 P75
P( 1) M(2)
G(3)
CODIF.
Margarina
comum
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 2,5 g --------------- -------------------------- 6g
Margarina light N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 2,5g -------------------------------------------
6g
Manteiga N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 3g -------------------------------------------- 7g
Maionese N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 7g ------------------------------------------- 30g
Cereais.
Tubérculos e
massas
Quanta
s vezes você
come
P25 P75
P( 1) M(2) G(3)
CODIF.
Arroz branco N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 60 g --------------------------------------- 145 g
Bat
ata, mandioca,
polenta fritas
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 25g -----------------------------------------
100g
Batata, mandioca,
polenta (não
fritos)
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 50 g --------------------------------------- 140 g
Anexo D
116
Milho Verde
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M
Batata doce N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 50g ----------------------------------------- 120g
Massas:
macarrão,la-
sanha,nhoque
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 45g.----------------------------------------- 200g
Salgados e tortas
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 40 g ---------------------------------------- 150g
Pizza N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 50 -------------------------------------------300g
Farofa, farinha de
milho
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 15g ------------------------------------------ 30g
Grupo das
frutas
Quantas vezes você
come
Unidade
1 2 3
P25
P75
P( 1) M(2) G(3)
CODIF.
Laranja, mixirica,
pokan
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 125g -------------------------------------- 360g
Banana
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 50g ----------------------------------------
120g
Maçã, pêra
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 60g ----------------------------------------- 130g
Mamão, papaya N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 100g --------------------------------------- 170g
Melancia, melão
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 55g ----------------------------------------- 150g
Uva/abacaxi/goia
ba na época
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 40g ---------------------------------------
150 g
Abacate
na época
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 80g ---------------------------------------215g
Manga, caqui,
na
época
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 45g ---------------------------------------- 180g
Outras frutas N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 30g ----------------------------------------- 75g
Suc
o de laranja
natural
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 165ml -----------------------------------
250 ml
Suco de outras
frutas
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 200 ml ---------------------------------- 600ml
Grupo das
leguminosas
Quantas vezes você
come
P25 P75
P( 1) M(2)
G(3)
CODIF.
Feijão roxo,
carioca
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 55 g-----------------------------------------
140g
Ervilha, lentilha,
outros
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 20g ----------------------------------------- 60g
Feijoada
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 150g --------------------------------------- 300g
Grupo de
verduras/
legumes
Quantas vezes você
come
Unidade
1 2 3
P25
P75
P( 1) M(2) G(3)
CODIF.
Alface, escarola,
agrião, rúcula,
almeirão
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 20g ------------------------------------------
40g
Repolho/acelga/c
ouve/espinafre
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 30g ------------------------------------------ 75g
Couve-flor/ N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 25g ------------------------------------------
80g
Anexo D
117
brócolis
Cenoura/ abóbora
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 12g ------------------------------------------ 48g
50g -----------------------------------------
120g
Tomate
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 30g ----------------------------------------- 80g
Berinjela N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 30g ------------------------------------------ 80g
Beterraba N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 25g ------------------------------------------ 80g
Vagem, chuchu,
abobrinha
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 20g ------------------------------------------ 65g
Sopas
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 290g --------------------------------------- 780g
Grupo das
carnes e ovos
Quantas vezes você
come
Unidade
1 2 3
P25
P75
P( 1) M(2) G(3)
CODIF.
Carne bovina
sem gordura
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 75g -----------------------------------------
120g
Carne bovina
com gordura
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 75g -----------------------------------------
120g
Carne de
Porco sem
Gordura
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 77,5g -------------------------------------- 255g
Carne de
Porco com
Gordura
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 77,5g -------------------------------------- 255g
Bacon, toucinho,
torresmo,
pururuca
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 8g ------------------------------------------- 24g
Carne de frango
ou de
outras aves
sem pele
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 65g ---------------------------------------- 135g
Carne de frango
ou de
outras aves
com pele
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 65g ---------------------------------------- 135g
Peixes N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 100g -------------------------------------- 230g
Miúdos,
dobradinha,
fígado, coração
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 65g -----------------------------------------
130g
Camarão, frutos
do mar
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 50g -----------------------------------------
150g
Lingüiça, salsicha
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 40g ---------------------------------------- 120g
Ovo cozido N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 25g.---------------------------------------- 100g
Ovo frito N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 25g.---------------------------------------- 100g
Presunto,
mortadela
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 15g ------------------------------------------ 30g
Grupo das
bebidas
Quan
tas vezes você
come
Unidade
1 2 3
P25
P75
P( 1) M(2) G(3)
CODIF.
Café amargo N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 50ml ------------------------------------- 100ml
Café com açúcar
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 50ml ------------------------------------- 100ml
Café com
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 50ml ------------------------------------- 100ml
Anexo D
118
adoçante
Chá preto ou
mate
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 150ml ----------------------------------- 300ml
Chá de ervas N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 150ml ----------------------------------- 300ml
Água N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 120ml ----------------------------------- 360ml
Cerveja N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 300ml ----------------------------------- 600ml
Pinga, destilados
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 45 ml -------------------------------------- 90ml
Vinho N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 60 ml ------------------------------------- 200ml
Sucos artificiais N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 200ml ----------------------------------- 600ml
Refrigerante
diet/light
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 200ml ------------------------------------ 350ml
Refrigerante
normal
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 200ml.------------------------------------ 350ml
Refrigerante
fosfatado
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 200ml.------------------------------------ 350ml
Grupo de doces
e miscelâneas
Quantas vezes você
come
Unidade
1 2 3
P25 P
75
P( 1) M(2) G(3)
CODIF.
Bolo, tortas,
pavês
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 50g -----------------------------------------
150g
Chocolates,
brigadeiro
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 15g ------------------------------------------ 50g
Mel ou geléia N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 9g -------------------------------------------- 18g
Sorvetes, milk
shake
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 70g ----------------------------------------- 160g
Pudins, doces
com leite
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 50g -----------------------------------------
150g
Doces de frutas N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 20g ------------------------------------------ 50g
Castanhas e
oleaginosas,
amendoins
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 25g -----------------------------------------100g
Pipoca, Chips,
outros
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M 50g ----------------------------------------
150g
1)
Quantas vezes você come Unidade CODIF
Com que freqüência você usa gordura ou óleo no preparo de
suas refeições?
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M
Quantas porções de vegetais(verduras e legumes)você
costuma comer, sem incluir batatas ou saladas de
maionese?
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M
Quantas porções de frutas você costuma comer, sem incluir
sucos de frutas?
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M
2) Por favor, informe qualquer outro alimento ou preparação que você costuma comer ou beber e que não tenha
sido citado aqui
Alimento Frequência Quantidade
Consumida
Código do
alimento
Codificação
--- --- --- --- --- ---
--- --- --- --- --- ---
--- --- --- --- --- ---
Anexo D
119
3) Quantas refeições você faz por dia? __ __
4) Que tipo de óleo/gordura você costuma usar no cozimento/preparo de refeições?
(00) Não usa (04) Óleo de soja/milho/outros
(01) Margarina (05) Bacon
(02) Manteiga (06) Banha
(03) Azeite de oliva (99) Não sabe/não cozinha
5) a) Quando você come carne de boi/vaca ou de porco, você costuma comer a gordura visível?
(1) Nunca/raramente (2)Algumas vezes (3) Sempre
b) Quando você come carne de frango, costuma comer a pele?
( 1) Nunca/raramente (2)Algumas vezes (3) Sempre
6) Você costuma acrescentar sal na comida depois de pronta?
(1) Nunca/raramente (2)Algumas vezes (3) Sempre
7) Quando você come queijo/requeijão, iogurte/sorvete, maionese/molhos para salada, com que freqüência esses
alimentos são do tipo light?
- Iogurte/sorvete (1) Sempre (2) Algumas vezes (3)raramente ou não come
(9) não sabe
- Maionese/molhos (1) Sempre (2) Algumas vezes (3)raramente ou não come
(9) não sabe
- Queijo/requeijão (1) Sempre (2) Algumas vezes (3)raramente ou não come
(9) não sabe
*Observação quanto às frutas da época:
1x dia na época = 8xmês ou 2xsemana ao longo do ano; 2xD na época= 16xM ou 4xS...
1x sem na época= 1xmês ao longo do ano; 2x sem na época = 2x mês e assim por diante
1 x mês na época não vai entrar na soma pois é insignificante ao longo do ano; isto no caso dos nossos cálculos
neste controle de qualidade e não do cálculo final do Programa de Cálculo Dietético, no qual serão computadas
todas as informações.
Apêndice
120
Tabela 14. Dados da correlação da ingestão energética, de macro e micronutrientes
fornecidos pelo questionário de freqüência semiquantitativo com a massa gora e com
a massa magra através das técnicas de BIA e DI, em pacientes oncológicos, nos três
momentos da pesquisa, M0, M1 e M2
PARÂMETRO M0
r/ p
M1
r/ p
M2
r/ p
mm (kg) BIA e
energia
-0,279/ 0,334 0,184/ 0,547 0,174/ 0,553
mg (kg) BIA e
energia
-0,015/ 0,958 0,213/ 0,448 0,077/ 0,794
mg (kg) DI e energia
0,249/ 0,391 -0,209/ 0,494
mm (kg) BIA e
proteínas
-0,209/ 0,474 0,289/ 0,338 0,081/ 0,782
mg (kg) BIA e
proteínas
0,033/ 0,911 0,363/ 0,223 0,084/ 0,776
mg (kg) DI e
proteínas
0,099/ 0,737 0,341/ 0,233 0,000/ 1,0
mm (kg) BIA e CHO
-0,147/ 0,615 0,374/ 0,208 0,116/ 0,692
mg (kg) BIA e CHO
0,226/ 0,436 0,154/ 0,616 0,057/ 0,846
mg (kg) DI e CHO 0,336/ 0,240 0,128/ 0,664 0,148/ 0,165
mm (kg) BIA e
lipídeos
-0,270/ 0,350 -0,017/ 0,957 0,046/ 0,876
mg (kg) BIA e
lipídeos
-0,178/ 0,543 0,200/ 0,471 -0,097/ 0,742
mg (kg) DI e lipídeos
0,112/ 0,703 0,271/ 0,349 -0,148/ 0,629
Mmkg: massa magra em kilogramas; mm%: massa magra porcentual; mgkg: massa gorda em
kilogramas; mg%: massa gorda porcentual; ACT kg: água corporal total em kilogramas; ACT%: água
corporal total em porcentual; BIA: bioimpedância elétrica; DI: diluição isotópicaM0: 0 meses; M1: 3
meses; M2: 6 meses. Teste de Spearman
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