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Moisés Franco Barbosa da Silva
Avaliação,
in vitro
, da resistência à tração de diferentes
pinos de fibra de vidro utilizados em dois protocolos para
reabilitação de raízes fragilizadas, com e sem reforço de
resina composta
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto como parte dos
requisitos para obtenção do Título de Mestre em Odontologia, área
de concentração Endodontia.
Orientadora: Profª. Drª. Silvana Maria Paulino
Ribeirão Preto
2008
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Ficha catalográfica preparada pelo Centro de Processamento Técnico da
Biblioteca Central da UNAERP
- Universidade de Ribeirão Preto -
- Universidade de Ribeirão Preto –
Silva, Moisés Franco Barbosa.
S381a Avaliação,
in vitro
, da resistência à tração de diferentes pinos de
fibra de vidro utilizados em dois protocolos para reabilitação de
raízes fragilizadas, com e sem reforço de resina composta
/ Moisés
Franco Barbosa da Silva. - - Ribeirão Preto, 2008.
118 f. + anexos.
Orientador: Profª. Drª. Silvana Maria Paulino.
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto, área de
concentração: Endodontia. Ribeirão Preto, 2008.
1. Odontologia. 2. Endodontia. 3. Retentor intra-radicular - Tração.
4. Refor
ç
o da estrutura dental. 5. Raízes fra
g
ilizadas. I. Título.
CDD: 617.6342
Este trabalho foi realizado no Laboratório de Pesquisas em Odontologia da
Universidade de Ribeirão Preto.
Dedicatória
s
A DEUS
Ó Deus meu e Rei; exaltar-te-ei e bendirei o teu nome para todo o sempre
porque tu és o Senhor dos senhores criador dos céus, da terra e do mar, tu
sempre estivestes presente comigo em todos os momentos de minha vida
acadêmica fortalecendo-me e ajudando-me a superar todas as dificuldades. Todas
as vezes que eu precisei e clamei por ti, sempre estivestes ao meu lado dando-me
ânimo, coragem e disposição para seguir em frente e nunca desanimar. A ti
Senhor dedico esse mestrado de todo o meu coração, não fosse a tua presença
comigo, o que teria sido de mim?
A ti, somente a ti, ó poderoso rei, toda Honra e toda Glória.
Aos Meus Pais,
Erivan Franco da Silva e
Josselina Barbosa da Slva
,
Por confiarem em mim, pelas palavras de incentivo e coragem, pelo grande
amor e paciência que sempre tiveram comigo, pelo sacrifício que fizeram
abne
ando muitas coisas para que eu me tornasse um vitorioso.
Sou grato de coração pelo apoio que vocês me deram, sei, também, da alegria e
felicidade que vocês estão sentindo pela realização de mais uma etapa importante
na minha vida.
Quero que saibam que sou muito feliz e sinto-me o melhor de todos os
filhos por ter vocês como meus pais.
Amo vocês !
Muito obrigado !
Às minhas irmãs,
Elen Franco Barbosa da Silva e Ketelen Franco Barbosa da Silva,
pela convivência, carinho, compreensão e incentivo.
A
gradecimento Especia
l
À minha orientadora Profª Drª Silvana Maria Paulino, um exemplo de
dedicação, paciência e perseverança tanto como profissional quanto como pessoa.
Durante a realização do meu sonho, nesse tempo, a senhora foi uma segunda
mãe, sempre esteve me apoiando, incentivando e “cobrando”.
Desejo que Deus possa continuar lhe abençoando cada dia mais e que a
senhora nunca se esqueça de que, apesar da distância, sempre poderá contar com
seu orientado para o que der e vier.
Tenho a certeza que seus ensinamentos sempre permanecerão em meus
pensamentos.
Muito obrigado!!!
Valeu pela força e toda dedicação!!!
A
gradecimento
s
Ao Programa de Pós Graduação em Odontologia da Universidade de
Ribeirão Preto, que possibilitou o meu crescimento intelectual e profissional.
À coordenadora de programa de pós-graduação
Profª Drª Yara Teresinha
Corrêa Silva Sousa
, pelo empenho, amor e dedicação na coordenação deste
curso de Mestrado em Odontologia, área de concentração Endodontia, responsável
por minha formação desde a graduação, pelas palavras de apoio e incentivo.
Ao
Prof. Dr. Manoel Damião de Sousa Neto
, pela oportunidade que me
deu de poder ser seu orientado na iniciação científica durante a minha Graduação
e por ter me incentivado e apoiado na busca da minha formação como mestre.
Ao
Prof. Dr. Antônio Miranda da Cruz Filho
, coordenador do Curso de
Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto-UNAERP, pela serenidade, pelos
ensinamentos e ajuda na formação como mestre.
Ao
Prof. Dr. Edson Alfredo
pela amizade, apoio e paciência durante toda
essa etapa de minha vida.
Ao
Prof. Celso Bernardo de Souza Filho
, pela paciência, amizade e
ensinamentos em estatística.
Aos demais professores do Curso de Mestrado em Odontologia, área de
concentração Endodontia, da Universidade de Ribeirão Preto,
Profª Drª Neide
Aparecida de Souza Lehfeld, Profª Drª Lisete Diniz Ribas Casagrandre,
Profª Aline Evangelista de Souza Gabriel, Prof. Dr. Ricardo Gariba Silva
e
Prof. Dr. Lucélio Bernardes Couto
, pelos ensinamentos valiosos que
contribuíram para o meu aperfeiçoamento profissional e pessoal.
Ao
Prof. José Antônio Brufato Ferraz
, por sempre ter sido mais que um
professor, um verdadeiro amigo durante toda a minha Graduação e Pós-
Graduação, além das suas palavras de apoio e incentivo, agregado aos seus
valiosíssimos ensinamentos.
A todos os professores do Curso de Odontologia da Universidade de
Ribeirão Preto-UNAERP.
Aos companheiros e amigos mestrandos em Odontologia,
Alcides Gomes
de Oliveira, Waleska Vergne Villanova, Fuad Jacob Jr., Odival Matias Jr.,
Renata de Araújo Coelho, Andiara Ribeiro Roberto, Jorge Luis Gonçalves,
Élcio Dallefe, Suellen Zaitter, Marcelo Figueira Ferreira Palhais
,
Patrícia
Mara Nossa
, pelo convívio que, sem dúvidas, marcou nossas vidas, pelas lutas
que enfrentamos nesta jornada nos quais caminhamos juntos, compartilhando
alegrias, tristezas, angústias e vitórias sem medir esforços uns para com os outros.
Aos amigos e colegas do Laboratório de Pesquisa em Odontologia da
UNAERP,
Profª Drª Melissa Andréia Marchesan, Felipe Barros Matoso e
Prof. Danilo Alessandro de Oliveira,
pelos momentos bons que tivemos juntos.
À
Cecília Maria Zanferdini e Joana Neia Ferreia,
secretárias da Pós-
Graduação e às secretárias do Curso em Odontologia
Marina Janólio Ferreira
e
Valéria Rodrigues da Silva
, pela dedicação e seriedade com que realizam o seu
trabalho.
À
Rosimary Alexandre Schiaron
, funcionária do Laboratório de Patologia
da Universidade de Ribeirão Preto-UNAERP, pela dedicação a seu trabalho, pela
atenção e paciência.
Aos funcionários da Clínica de Odontologia da Universidade de Ribeirão
Preto-UNAERP,
Fabíola Domenes de Sousa, Sérgio Pereira de Mendonça,
Joceli Aparecida L. P. Lima, Judite Azevedo Silva, Regina Lúcia Ramos,
Juliana Volgarini, Cláudio de Paula Joaquim, Simone Andréa Boroni e
Evaldo Antônio Evangelista,
pela gentileza e atenção a mim dispensada
durante o Programa de Pós-Graduação.
Aos coordenadores dos cursos de Odontologia, Enfermagem e Fisioterapia
da União Educacional do Norte - UNINORTE-AC,
Profa. Maria do Carmo
Moreira de Miranda, Profa. Mediã Barbosa Figueiredo e Prof. Gustavo de
Souza Moretti
, pelo apoio durante a minha ausência da instituição e ao mesmo
tempo pelo incentivo para a conclusão dessa nova etapa em minha formação
profissional.
À minha colega de docência,
Ana Valéria de Souza
por sempre ter me
ajudado nos momentos de maior dificuldade nesta jornada.
Aos meus amigos de Ribeirão Preto, amigos com os quais convivi durante a
minha jornada nesta cidade e nessa Universidade
Rosiane Chiaroti, Rosimeire
Chiaroti, Wander Darlan, Carlos Casauls, Felipe Calixto, Paulo Matos,
Antônio Márcio Alves Júnior e Fernanda Oliveira Favetto
pela força e pelo
companheirismo de todas as horas.
A todos os meus familiares, que acreditaram em mim, e que me ajudaram a
tornar realidade esse pedaço do meu sonho.
À cidade de Ribeirão Preto, minha segunda cidade, que fez, faz e sempre
fará parte do meu coração.
Aos meus amigos
Jayne Amâncio Nolasco, André Luis Caruta Pinho,
Danielle Silva Meireles Pinho, Glauber Pinheiro, Jade Amâncio, Vitor de
Araújo Gruhn, Priscylla Nunes de Aguiar, Alexandre Bandeira de
Menezes, Lucas Martins Lopes, Bruno Pereira da Silva, Sávio Rodrigues
Duarte e Leonildo de Souza Silva,
de Rio Branco-AC, amigos que me ajudaram
e me apoiaram nos momentos em que mais precisei.
A todos aqueles que de forma direita ou indiretamente participaram do meu
sucesso como estudante dessa conceituada Universidade.
SUMÁRIO
Sumári
o
Resumo
Summary
Introdução...................................................................................................... 1
Revista da literatura ........................................................................................ 6
Proposição.....................................................................................................55
Material e métodos.........................................................................................57
Resultados.....................................................................................................74
Discussão ......................................................................................................79
Conclusões ....................................................................................................87
Referências bibliográficas................................................................................89
Anexos
RESUMO
Resum
o
Resumo
O objetivo do presente estudo foi avaliar,
in vitro
, a resistência à tração de
diferentes pinos de fibra de vidro utilizados em dois protocolos para reabilitação de
raízes fragilizadas, com e sem reforço de resina composta. Trinta caninos
superiores hígidos tiveram as coroas seccionadas e os canais radiculares tratados
endodonticamente. As raízes foram incluídas em blocos de resina, com exceção
dos 2 mm cervicais e foram distribuídas, aleatoriamente, em 3 grupos (n=10): GI -
raízes sem fragilização, restauradas com pino de fibra de vidro Reforpost RX
(grupo controle); GII - raízes fragilizadas com broca #4 do
kit
White Post DC,
reforçadas por meio do sistema Luminex com resina composta Z100 e pino de fibra
de vidro Reforpost RX; GIII - raízes fragilizadas com broca #4 do
kit
White Post
DC, reforçadas com sistema de pino de fibra de vidro DC White Post. Os pinos
foram fixados com cimento resinoso Panavia F e as porções coronárias foram
construídas em resina composta. Os corpos-de-prova foram submetidos ao teste
de tração na máquina universal de ensaios Instron 4444, à velocidade de 1,0
mm/min. Os testes de Kruskal Wallis e Dunn demonstraram diferença
estatisticamente significante entre o Grupo II (p<0,05), que apresentou o maior
valor de resistência à tração (0,1144 kN) e os Grupos I (0,0470 kN) e III (0,0536
kN) que não apresentaram diferença estatística significante entre si (p>0,05). A
análise dos tipos de falhas mostrou predominância de falha mista nos Grupos I e II
e falha adesiva no Grupo III. Pode-se concluir que o protocolo de reforço que
utilizou resina composta fotopolimerizável e pino de fibra de vidro foi o que
apresentou os maiores valores de resistência à tração.
Summar
y
Summary
This study evaluated in vitro the resistance of roots to traction of different posts of
glass-fiber used in two register to rehabilitation of weakened roots with or out
reinforcement of composite resin. Thirty canines had their crowns sectioned and
radicular canals endodontically treated. The roots were included in blocks of resin,
having exception in 2mm cervical and was distributed randomly in 3 groups (n =
10): GI - roots restored with glass-fiber post Reforpost RX (control group); GII -
weakened roots with drill #4 of kit White Post DC, reinforced with Luminex system,
z100 resin composite and glass-fiber post Reforpost RX; GIII - weakened roots
with drill #4 of kit White Post DC, reinforced with glass-fiber post system White
Post DC. The posts were fixed with Panavia F cement and the coronary portions
were built in composite resin. All samples were submitted to the Instron 4444
universal testing machine for traction with 1mm/min speed. Data were analyzed by
Kruskal Wallis and Dunn´s test that showed statistical difference among the Group
II (p>0.05), that showed the highest value of resistance to traction (0.1144 kN),
and Group I (0.0470) and III (0.0536 kN) that didn’t show statistical difference
(p>0.05) between them. The analyze of types of failures showed constant failures
in groups I and II and adhesive failure in group III. It was concluded that the
register of reinforcement used in composite resin and glass-fiber post presented
the most value of resistance traction.
Introdução
Introduçã
o
Introdução
2
A observação de elementos dentais com grande perda de estrutura
dentinária na porção radicular tem sido comum na clínica odontológica e este fato
pode ser atribuído a várias causas, tendo como principais: cáries, ampliação do
diâmetro anatômico durante o preparo biomecânico e desgaste excessivo no
preparo do espaço protético para pinos metálicos fundidos (CARVALHO et al.,
2005; SADEK et al., 2007).
Estas causas fazem com que o prognóstico, em muitos casos, seja duvidoso,
portanto, as terapêuticas endodônticas e restauradoras deveriam ser conduzidas
de forma a preservar a estrutura dental e prover resistência ao dente despolpado
(AKGUNGOR; AKKAYAN, 2006; D’ARCANGELO et al., 2007a).
Desta forma, é importante o desenvolvimento de novas técnicas, protocolos
e materiais como forma de ampliar as opções restauradoras de reforço radicular,
proporcionando melhor aproveitamento do remanescente dentário e possibilitando
a recuperação de dentes extremamente destruídos em uma única sessão
(MOOSAVI et al., 2008).
Na literatura, vários pesquisadores preconizaram o uso da resina composta
fotopolimerizável como material de preenchimento e reforço intra-radicular em
raízes fragilizadas, buscando aumentar sua resistência e capacidade de absorver e
distribuir as forças de maneira mais uniforme (STEELE, 1973; SAUPE et al., 1996;
PEGORETTI et al., 2002; MARCHI et al., 2003; OLIVEIRA; CAMARGO, 2005;
PERDIGÃO et al., 2007; SADEK et al., 2007; MOOSAVI et al., 2008).
Introdução
3
Entretanto, é importante ressaltar que a fotoativação da resina composta
ocorre, no máximo, em até 2 a 3 mm de profundidade, devido ao efeito limitado
da transiluminação na resina composta (MENDOZA et al., 1997).
Com o desenvolvimento dos pinos fototransmissores, o uso da resina
composta tornou-se viável para o reforço das paredes do canal radicular, pois além
de realizar a fotopolimerização em um nível maior de profundidade, promove nova
configuração morfológica e adequa o diâmetro do canal ao de um pino metálico
fundido ou pré-fabricado (FREEDMAN, 2001; MALLMANN et al., 2007).
Do mesmo modo que os cimentos resinosos utilizados na fixação de pinos
intra-radiculares, a resina composta fotopolimerizável também se apóia na forma
de retenção proporcionada pelo adesivo, que favorece sua união à dentina
(GORACCI et al., 2005a; OLIVEIRA; CAMARGO, 2005; PERDIGÃO et al., 2007).
Ainda assim, a utilização de um retentor intra-radicular torna-se imprescindível
para obtenção de retenção entre a coroa protética e o remanescente radicular
(BATERN et al., 2003; IGLESIA-PUIG; ARELLANO-CABORNERO, 2004; GALHANO et
al., 2006; NG et al., 2006; D’ARCANGELO et al., 2007).
Vários são os tipos de contenção intra-radicular existentes no mercado e a
análise do remanescente radicular é um dos requisitos imprescindíveis para opção
de escolha entre elas; ainda assim, em alguns casos, a seleção do sistema ideal
tem resultado em insucessos, devido, basicamente, ao deslocamento dessas
contenções (KALKAN et al., 2006; KREMEIER et al., 2008). Outros fatores também
Introdução
4
estão relacionados à indicação de um sistema de pinos: a configuração interna do
canal e morfologia da raiz; o diâmetro, superfície e configuração geométrica dos
pinos (SORENSEN; MARTINOFF, 1984; GORACCI et al., 2005b; FONSECA et al.,
2006; BELL-RONNLOF et al., 2007).
Nos últimos anos, o crescente interesse pela área estética e pela
biocompatibilidade dos materiais restauradores com os tecidos dentais levou ao
desenvolvimento dos pinos reforçados por fibras envoltas numa matriz de resina
que, dentre outras características importantes, apresentam coloração muito
próxima à da estrutura dental (FREEDMAN, 2001; NARVA et al., 2004; WANG et
al., 2008). O pino de fibra de vidro, que tem sido bastante utilizado em
procedimentos clínicos, pode ser encontrado em diversas formas e tamanhos
anatômicos, viabilizando diferentes técnicas de tratamento (TEIXEIRA et al., 2006;
SADEK et al., 2007; SILVA et al., 2007)
O protocolo de reforço para raízes fragilizadas é uma das situações onde o
pino de fibra de vidro desempenha função de grande importância. Ele consiste no
reforço da raiz com resina composta, seguido da inserção de um pino
fototransmissor (Luminex) para polimerização da resina e posterior cimentação de
um pino pré-fabricado de fibra de vidro (SAUPE et al., 1996; MENDONZA et al.,
1997; OLIVEIRA; CAMARGO, 2005; PERDIGÃO et al., 2007; SILVA et al., 2007;
MOOSAVI et al., 2008).
Introdução
5
Recentemente, foi desenvolvido um novo sistema de pinos intra-radiculares
de fibra de vidro denominado White Post DC (FGM, Joinville, SC, Brasil) com o
objetivo, segundo o fabricante, de reforçar o remanescente radicular enfraquecido,
sem que haja necessidade do reforço prévio com resina composta, permitindo a
reconstrução parcial ou total da porção coronária. Esse sistema possui as opções
de pinos nas formas cônica (White Post DC) e paralela (White Post HSP), sendo
que a forma cônica possui dupla conicidade, que tem como objetivo preservar ao
máximo a dentina intra-radicular para o alojamento do pino; além disso, o maior
diâmetro do pino na região cervical (região de maior esforço mecânico) lhe confere
maior resistência à fratura.
Diante do desenvolvimento de novos materiais com a proposta de
viabilização da utilização de raízes fragilizadas, torna-se importante avaliar, a
resistência à tração de diferentes pinos de fibra de vidro utilizados em dois
protocolos para reabilitação de raízes fragilizadas, com e sem reforço de resina
composta.
Revista da literatura
Revista da literatur
a
Revista da Literatura
7
SHILLINGBURG JR. et al. (1970) indicaram a confecção de núcleos metálicos
fundidos para dentes sem remanescente coronário, tanto em unirradiculares como
multirradiculares e, nestes últimos, dando prioridade à raiz mais volumosa. Os
autores consideraram a profundidade ótima para os pinos em 2/3 a 3/4 do
comprimento da raiz e, quando essa profundidade não pudesse ser obtida, o pino
deveria ter, no mínimo, o comprimento da coroa clínica do dente a ser restaurado.
Salientaram também que devem ser deixados pelo menos 3 mm de material
obturador no ápice radicular, para prevenir o deslocamento e subseqüente
infiltração. Os autores afirmaram, ainda, que nem todos os dentes tratados
endodonticamente são receptivos a núcleos metálicos fundidos, em função de
canais atrésicos, curvos ou acentuadamente divergentes, que impedem a
confecção de tais núcleos. Assim, para esses dentes em que tal procedimento é
contra indicado, os autores apresentaram como alternativa a confecção de núcleos
de preenchimento com amálgama retido por pinos, como forma de conseguir
suporte adequado para restauração metálica fundida.
De acordo com STEELE (1973), a dentina de um dente tratado
endodonticamente torna-se friável, perdendo sua elasticidade e ficando mais
susceptível à fratura, que geralmente ocorre próxima da região cervical. Foram
ressaltadas, também, algumas vantagens do reforço de um núcleo confeccionado
com resina composta, como: custo mínimo, comparado ao núcleo fundido em ouro;
menor possibilidade de perfuração da raiz e prevenção da pressão hidrostática do
Revista da Literatura
8
núcleo sobre as paredes do conduto no momento da cimentação. O autor concluiu
que os efeitos do estresse oclusal em dentes com tratamento endodôntico podem
ser minimizados com o uso de reforço intra-radicular confeccionado com resina
composta, permitindo maior ancoragem da dentina friável.
GUZY; NICHOLLS (1979) ressaltaram que o dente com pino apresenta
resistência à fratura semelhante ao dente tratado endodonticamente desprovido de
pino. Dentes sem pinos fraturam no terço cervical ou médio da raiz, enquanto
dentes com pinos fraturam na direção do corpo do pino. A função do pino é
promover retenção à reconstrução coronária, não implicando em aumento da
resistência da raiz.
SAPONE; LORENCKI (1981) abordaram as divergências de opiniões entre
endodontistas e protesistas: os primeiros afirmam que o reforço de dentes tratados
endodonticamente não é necessário em todos os casos, enquanto que na opinião
da maioria dos protesistas, todos os dentes tratados endodonticamente deveriam
ser reforçados.
GOERIG; MUENINGHOFF (1983) destacaram que nem todo dente anterior
que recebeu terapia endodôntica necessita de pino ou coroa. Em pré-molares, a
necessidade de um retentor intra-radicular dependerá da quantidade de estrutura
dentinária, estando indicada a proteção de suas cúspides funcionais para evitar
fratura durante a oclusão. Para molares, a quantidade de estrutura dentinária
também determinará o tipo de restauração a ser indicada e quando o molar for
Revista da Literatura
9
pilar de uma prótese, é comum o uso de retentor endodôntico. Com relação aos
pinos pré-fabricados, são relativamente fáceis de serem colocados e possibilitam a
restauração imediata do dente após a endodontia. Pinos fundidos se adaptam
melhor, principalmente em canais ovais ou elípticos, quando comparados aos pré-
fabricados, que quase sempre são cilíndricos e dependem do cimento para
retenção. O comprimento do pino é essencial para o seu sucesso, ajudando na
retenção e distribuição das forças funcionais e para-funcionais através da raiz,
protegendo-a contra fratura vertical. O tamanho inadequado do pino fundido pode
provocar fratura radicular e o ideal seria que 2/3 do comprimento da raiz fosse
preparado, mantendo-se de 4 a 5 mm de obturação.
Segundo SORENSEN; MARTINOFF (1984), quando um método de reforço
intra-radicular é selecionado, muitos fatores devem ser observados: 1- Estresse
induzido e risco de fratura durante a colocação do pino; 2- Possibilidade de
perfuração da raiz durante a preparação do espaço para receber o núcleo; 3- Efeito
de cunha dos núcleos afunilados; 4- Incidência de fratura com pinos auto-
rosqueáveis em dentes desvitalizados. Comentaram que a quantidade de estrutura
de dente remanescente pós-tratamento endodôntico e a preparação do espaço
para a contenção intra-radicular são fundamentais; além disso, tratamentos
endodôntico e restaurador deveriam ser conduzidos na tentativa de preservar a
estrutura dental para prover resistência à fratura do dente despolpado. Pinos com
diâmetros grandes diminuem o prognóstico para o sucesso clínico.
Revista da Literatura
10
COONEY et al. (1986) avaliaram a retenção e a distribuição do estresse
utilizando dois pinos de diâmetros e comprimentos diferentes em raízes de dentes
unirradiculares, sobre as quais foram cimentados os pinos para serem testados na
Máquina universal de ensaios Instron. Segundo os autores, os pinos paralelos
foram mais retentivos que os paralelos de ponta cônica; comprimentos maiores
foram mais retentivos e, para diâmetros maiores, a retenção não aumentou.
PLASMANS et al. (1988) determinaram,
in vitro
, o nível de resistência à
aplicação de uma força oblíqua (45
o
) sobre molares tratados endodonticamente,
que receberam sistemas de contenção intra-radicular combinados com resinas
compostas. Foram organizados 4 grupos experimentais e 1 grupo controle, como
segue: Grupo A - núcleo pré-fabricado cimentado com resina e reconstrução da
porção coronária com a mesma resina; Grupo B - preenchimento dos condutos
com resina composta e reconstrução coronária, com a mesma resina; Grupo C -
núcleo pré-fabricado cimentado com um tipo de resina composta em conjunção de
reconstrução coronária com outro tipo de resina; Grupo D - preenchimento dos
condutos com um tipo de resina composta combinada com reconstrução coronária
com outro tipo de resina. Concluíram que, sob o ponto de vista de resistência à
força oblíqua, os sistemas de resina composta para molares pareceram ser
suficientemente resistentes. A utilização de núcleos pré-fabricados ou a
combinação de resinas compostas não teve influência significativa sobre os níveis
de resistência. Sistemas de preenchimento mostraram menor insucesso que o
Revista da Literatura
11
esperado e foram considerados adequados. Assim, segundo os autores, a
colocação de núcleos pré-fabricados em molares seria tão somente para retenção
do material de reconstrução coronária.
LEARY et al. (1989) citaram que os cimentos dentários podem melhorar a
adaptação interna da porção radicular dos pinos, redistribuindo as forças oriundas
da mastigação uniformemente por meio da circunferência interna das mesmas,
sem concentrar
stress
em um local específico. Em estudo realizado para
determinar a transferência da força do pino para a estrutura radicular, de acordo
com quatro tipos de agentes cimentantes, observaram que ocorreu transferência
de força às raízes através de todos os cimentos e que não houve diferença
significante com relação ao
stress
gerado entre eles.
EL-MOWAFY; MILENKOVIC (1994) compararam a retenção de pinos pré-
fabricados cimentados com 5 tipos diferentes de sistemas adesivos resinosos e 1
cimento de fosfato de zinco (Fleck’s Cement). Pinos cimentados com prisma
universal bond 3/Biomer ou Scotchbond multi-purpose/resiment exigiram
significantemente maior força para remoção quando comparados aos outros 4
sistemas de cimentação (Flek’s Cement, Kit Universal para Cimentação de Pinos,
All Bond2/ All- Bond C&B Cement, Scotchbond 2/Resiment). Nenhum efeito de
termociclagem teve efeito sobre o deslocamento do pino. O fracasso adesivo
(entre moléculas de substâncias diferentes - interface cimento/dente ou
cimento/pino) ocorreu em todos os casos de sistemas adesivos, enquanto o
Revista da Literatura
12
fracasso coesivo (entre moléculas da mesma substância-cimento) ocorreu apenas
nos pinos cimentados com cimento de fosfato de zinco, em 85,7% dos casos.
NEDER et al. (1996) estudaram,
in vitro,
a resistência de união, sob a força
de tração, do cimento de ionômero de vidro Ketac-Cem e do cimento resinoso
Comspan às ligas metálicas de níquel-cromo (Ni-Cr). Além disso, avaliaram a
influência da ciclagem térmica na resistência adesiva à interface de rompimento da
adesão (dentina-cimento, cimento-metal ou mista). Os resultados desse estudo
mostraram que os corpos-de-prova fixados com o cimento resinoso apresentaram
maior resistência de união e a ciclagem térmica afetou a capacidade adesiva
principalmente do Comspan. O mesmo cimento, após a tração, ficou
predominantemente aderido na liga, enquanto o cimento ionomérico Ketac-Cem,
na dentina.
SAUPE et al. (1996) estudaram a resistência à fratura de raízes portadoras
de retentores intra-radiculares e ressaltaram que a utilização de pinos reforçados
com resina em raízes fragilizadas aumentou consideravelmente (50%) a resistência
à fratura radicular, quando comparada aos retentores cimentados de modo
convencional com cimentos não adesivos.
MENDOZA et al. (1997) avaliaram a capacidade de adesão dos pinos com a
resina para reforço de dentes estruturalmente fracos na porção cervical. Foram
utilizados 40 caninos inferiores cujas coroas foram removidas na junção amelo-
cementária e as raízes tratadas endodonticamente. Para simular um
Revista da Literatura
13
enfraquecimento da porção radicular, o canal foi alargado circunferencialmente na
região cervical, de forma a deixar aproximadamente 1 mm de dentina entre o
canal e a superfície externa da raiz. As raízes foram, então, distribuídas
aleatoriamente em quatro grupos (n=10): Grupo I – Pino cimentado com cimento
de fosfato de zinco; Grupo II – Pino cimentado com Panavia; Grupo III – Pino
cimentado com C&B Meta-bond e Grupo IV – canal reforçado com resina Z-100 e
pino cimentado com cimento de presa dual. Todos os grupos foram levados à
máquina universal de ensaios para o teste de fratura, cujo ângulo de ação foi de
60º e a velocidade de 0,5 mm/min. Os valores foram submetidos à análise de
variância (ANOVA) e ao teste de Student-Newman-Keuls. Os pinos cimentados com
Panavia foram estatisticamente mais resistentes (92,00 kgf) à fratura do que
aqueles nos quais foi utilizado cimento de fosfato de zinco (59,22 kgf) (p<0,05).
Os grupos III (79,33 kgf) e IV (72,20 kgf) também apresentaram maior resistência
à fratura do que o grupo I (59,22 kgf). Dessa forma, foi possível concluir que
ambos os sistemas testados podem ser utilizados clinicamente, porém o cimento
fosfato de zinco apresenta maior risco de perda da retenção.
ALBUQUERQUE et al. (1998) enfatizaram que os pinos metálicos promovem
stress
na estrutura dental, o qual pode levar à fratura vertical na raiz e
conseqüente perda do dente. Pinos metálicos possuem módulo de elasticidade
cerca de dez vezes maior que a dentina, podendo gerar forças que levam à sua
desadaptação e até à fratura do dente. É recomendável que o pino tenha o mesmo
Revista da Literatura
14
módulo de elasticidade que a dentina, de forma que haja uma distribuição de
forças longitudinais ao comprimento do pino e, sendo assim, os pinos estéticos
ganham indicações mais abrangentes.
COHEN et al. (1999) compararam o sistema de pino pré-fabricado Flexi-Post
(pino metálico rosqueável e haste com fenda) e o C-Post (pino reforçado de fibra
de carbono) quanto à resistência, retenção e propriedades fotoelásticas, quando
submetidos a duas condições de cargas: vertical (133,2 N) e oblíqua com ângulo
de 26° (133,2 N). Os resultados mostraram que o sistema Flexi-Post, em relação
ao C-Post, apresentou aumento significante na força necessária para que ocorresse
a falha de retenção durante o tracionamento dos pinos. No teste fotoelástico,
momento em que os pinos não estão sendo submetidos a cargas, tanto o Flexi-
Post quanto o C-Post apresentaram um
stress
mínimo; entretanto, o Flexi-Post
apresentou concentração simétrica de
stress
na região coronária, quando
submetido a cargas verticais e oblíquas e o C-Post
apresentou concentração
assimétrica de força na região apical. Os autores concluíram que o sistema Flexi-
Post é mais favorável, pois mostrou nivelamento simétrico do
stress
e maior
retenção comparada ao C-Post.
STOCKTON (1999) realizou uma revisão de literatura com o objetivo de
encontrar diretrizes que pudessem ajudar o Cirurgião-Dentista na seleção entre os
sistemas de pinos, daquele que melhor apresentasse a propriedade de retenção,
ao mesmo tempo em que minimizasse o índice de fraturas radiculares. Os
Revista da Literatura
15
resultados indicaram que os pinos cilíndricos e passivos deveriam ser os de escolha
para restaurar dentes tratados endodonticamente.
FREEDMAN (2001) relatou que a opção de se utilizar determinado tipo de
sistema de pino para restaurar um dente tratado endodonticamente está ligada à
quantidade de estrutura remanescente. Para a indicação de um retentor intra-
radicular, deve-se considerar fatores como: técnica de preparo conservadora,
compatibilidade estética e propriedades mecânicas próximas à dentina. O autor
descreveu a técnica de utilização de 5 sistemas de pinos estéticos (Luminex,
Luscent Anchor Post, ParaPost Fibre White, Fibrekor Post e o Aestheti-Plus),
fixados com cimento resinoso dual.
MANNOCCI et al. (2001) estudaram,
in vitro
, a estrutura de cinco sistemas
de pinos por meio do método radiográfico e do microscópio óptico; além disso, os
autores também avaliaram a resistência à flexão dos pinos, quando submetidos ao
teste dos três pontos, após estarem armazenados durante um ano em três
diferentes condições: seco à temperatura ambiente, a 37°C na presença de água e
dentro de dente bovino, que foi submetido ao tratamento endodôntico e
restaurado com resina composta. Os resultados mostraram a presença de espaço
na estrutura dos pinos de fibra, e o Composipost (fibra de carbono) apresentou
maior número de espaços que o Carbotech (fibra de carbono), o Snowpost (fibra
de sílica), o Aestheti-Plus (fibra de quartzo) e o Light post (fibra de vidro). Apenas
o Composipost e o Snowpost apresentaram radiopacidade aceitável. Todos os
Revista da Literatura
16
sistemas de pinos armazenados em água apresentaram valores menores de
resistência à flexão que os armazenados em ambiente seco. Em todas as
condições, o pino Carbotech mostrou maior resistência à flexão que o Composipost
e o Snowpost, e o Aestheti-plus também apresentou maiores valores que o
Snowpost. Os pinos estocados em dentes bovinos apresentaram valores de
resistência à flexão semelhante aos pinos estocados em ambiente seco.
MATOS et al. (2001) compararam a resistência à tração de três sistemas
adesivos associados a resina composta aderidos à superfície dentinária. Quarenta e
cinco superfícies de dentina foram obtidas a partir de molares humanos extraídos,
sobre elas foi preparado "smear layer" e foram divididas em 3 grupos: GI - adesivo
autocondicionante + resina micro-híbrida; GII- adesivo de componente único +
ácido e resina micro-híbrida e GIII- adesivo convencional
(ácido + "primer" + bond) + resina micro-híbrida, aplicados de acordo com as
instruções dos fabricantes. Os corpos-de-prova foram preparados para teste de
tração, imersos em água destilada por 24 horas a 37ºC. Findo este tempo, o teste
de tração foi realizado em máquina de ensaio Instron com velocidade constante de
0,5 mm/min. Os resultados foram expressos em MPa e submetidos a análise de
variância (p < 0,05). Os autores concluíram que: o tipo de sistema adesivo
influenciou na resistência à tração das resinas compostas testadas; o sistema
adesivo de componente único apresentou os melhores resultados de resistência
adesiva.
Revista da Literatura
17
Segundo STEWARDSON, em 2001, as principais vantagens dos pinos não-
metálicos são: reduzido número de fraturas radiculares; estética melhorada;
facilidade na remoção (exceto para pinos cerâmicos); maior biocompatibilidade
(ausência de corrosão, galvanismo e citotoxicidade); formação de complexo
biomecânico único pela adesão entre estrutura dentária, agente cimentante e pino,
reforçando assim a raiz. O autor classificou os pinos não-metálicos em pinos de
materiais compósitos e pinos cerâmicos. Os compósitos, com módulo de
elasticidade semelhante ao da dentina, minimizam as fraturas radiculares e podem
ser classificados em: 1 - pinos de fibra de carbono (Composipost, Endopost,
Carbonite, Mirafit Carbon), que em versões atuais podem ser encontrados
radiopacos e em diferentes diâmetros; 2 - pinos de fibra de vidro, geralmente
quartzo ou sílica-zircônia em matriz resinosa (Aestheti-Post, Aestheti-Plus,
Snowpost, Para-Post White, Glassix, Miraft White, Fibrekor, Style-Post), com
propriedades físicas similares às dos pinos de fibra de carbono e estética
melhorada; 3 – pinos fototransmissores (Lightpost, Luscent Anchors), compostos
de fibras de vidro translúcidas, que permitem a reconstituição de raízes com
condutos excessivamente alargados e a polimerização de cimentos duais ou
fotopolimerizáveis; 4 - pinos de fibra de polietileno entrelaçadas (Ribbond). Quanto
aos pinos cerâmicos (Compost, Cerapost), são os mais indicados com coroas de
porcelana pura pela excelente estética, além de possuírem alta resistência, boa
Revista da Literatura
18
dureza e biocompatibilidade. Com a adesão dos pinos cerâmicos ao remanescente
dental, espera-se a recuperação da resistência original da raiz.
Segundo YANG et al. (2001), complicações como perda da contenção intra-
radicular ou fratura da raiz podem ser influenciadas por muitos fatores, incluindo a
quantidade de dentina remanescente, direção da carga oclusal e forma do núcleo.
Os autores analisaram bidimensionalmente, pelo método do elemento finito, a
influência do
stress
oclusal provocado em um incisivo central superior restaurado
com vários desenhos de núcleos. A análise foi realizada na secção transversal
vestíbulo-lingual e, como controle, uma coroa metalocerâmica foi confeccionada
em um dente tratado endodonticamente e sem núcleo. Uma força de 10 kg foi
aplicada em diferentes situações: 1- Carga vertical sobre o ângulo incisal; 2- Carga
horizontal sobre a superfície vestibular; 3- Carga em ângulo de 20°, em relação ao
longo eixo do dente, sobre a superfície lingual. Os autores constataram que o uso
de núcleo reduziu o pico de
stress
em 75% em relação ao grupo controle. Quando
a força vertical foi aplicada, as magnitudes de
stress
dos vários desenhos de
núcleos foram similares; no entanto, quando aplicada horizontalmente, o núcleo
curto produziu maior concentração de
stress
na dentina e o núcleo afunilado maior
concentração de
stress
na camada de cimento. Maiores deflexão e
stress
foram
originados com a carga horizontal. Os autores concluíram que o núcleo provê
pequeno reforço à estrutura remanescente do dente. Além disso, a direção da
carga funcional teve maior efeito que o desenho do núcleo sobre o máximo
stress
Revista da Literatura
19
e deslocamento. Núcleos com paredes paralelas e 12 mm de comprimento
distribuíram a força simultaneamente na coroa e dentina, resultando em menor
stress
.
PEGORETTI et al. (2002) avaliaram a resposta mecânica de cargas externas
aplicadas em um novo pino de fibra de vidro reforçado por meio de modelo de
elemento finito (FE) análise de um modelo bidimensional. O novo pino tem uma
forma cilíndrica com extremidade cônica que se encaixa adequadamente na
cavidade radicular preparada para evitar arestas que poderiam atuar como
concentradores indesejáveis de
stress
. Dados mecânicos obtidos por teste de
flexão de três pontos em alguns protótipos fabricados no laboratório são
apresentados e utilizados no modelo do elemento finito. Sob diversas condições de
carga, o
stress
resultante nos campos são, conseqüentemente, comparados com
os obtidos de duas marcas comerciais de pinos endodônticos (um pino metálico e
um pino fibra de carbono) juntamente com a resposta de um dente natural. O
ouro presente no pino metálico produz um maior valor de concentração de
stress
na interface pino/dentina. Por outro lado, os pinos reforçados com fibras
apresentaram valores bastante elevados na região cervical devido à sua
flexibilidade e também à presença de um material menos rígido. O pino de fibra de
vidro mostrou o valor mais baixo no interior da raiz, pois a sua rigidez é muito
semelhante à dentina. Exceto para a força de concentração na margem cervical, o
pino de fibra de vidro induz a um
stress
bastante semelhante ao do dente natural.
Revista da Literatura
20
BATERN et al. (2003), por meio de levantamento bibliográfico referente aos
sistemas de pinos reforçados com fibra, apresentaram um resumo dos fatores que
podem influenciar na escolha desses pinos para restaurar dentes tratados
endodonticamente. Apesar da controvérsia na literatura em relação às
propriedades dos sistemas de pinos, os autores relataram a tendência ao uso dos
pinos de fibra de quartzo, que já são mais utilizados que os pinos de fibra de
carbono, principalmente pelo fator estético; entretanto, os autores também
ressaltam que esses pinos devem ser mais estudados antes de serem
recomendados na rotina clínica.
BOUILLAGUET et al. (2003) avaliaram a força adesiva de diferentes agentes
cimentantes de pinos na dentina radicular. Foi analisada a configuração do canal
radicular, processo de polimerização, tipo de agente cimentante e regiões
radiculares. Caninos e pré-molares foram preparados para a cimentação de pinos
usando Single Bond/Rely X ARC; ED fremir/ Panavia F; C e B Metabond e Fuji Plus.
Os espécimes foram divididos em 2 grupos: GI – raízes que tiveram apenas os
preparos protéticos realizados e os pinos foram cimentados de acordo com
procedimentos clínicos padrão; GII - raízes fragilizadas, onde os pinos cimentados
diretamente no canal já serviam como reforço radicular. Todas as raízes foram
seccionadas em
slices
de 0.6 mm e submetidas ao teste de micro-tração à
velocidade de 1 mm/min. Os resultados mostraram que todos os cimentos
mostraram baixa força adesiva. Os valores para os canais intactos não foram
Revista da Literatura
21
diferentes estatisticamente para Bond/Rely X ARC, ED fremir/ Panavia F, porém,
ambos foram significativamente menor (p<0,05) que a adesão produzida pelos
cimentos C e B Metabond, e Fuji Plus. Para Single Bond/Rely X ARC e Fuji Plus
uma diminuição significante na força adesiva foi observada em dentina próxima ao
ápice. Os autores concluíram que o
stress
da contração de polimerização e
problemas com adequada avaliação da configuração do canal radicular complica na
formação de alta força adesiva quando pinos endodônticos são fixados com
cimentos resinosos.
Segundo LEWGOY et al. (2003), a utilização de pinos intra-radiculares pré-
fabricados tem se mostrado uma excelente alternativa para dentes tratados
endodonticamente. Os autores observaram, utilizando o método de elemento
finito, como pinos intra-radiculares pré-fabricados metálicos podiam alterar o
padrão das tensões de Von Mises geradas e de máxima tração e compressão na
raiz dental. A comparação foi realizada entre os pinos pré-fabricados Flexi
Post/Flexi Flange de aço inoxidável e titânio com preenchimento coronário em
resina composta. Os pinos intra-radiculares foram fixados com cimento resinoso e
recobertos por uma coroa total cerâmica. A partir de fotografias da peça anatômica
e dos pinos estudados, foram criados modelos matemáticos bidimensionais no
programa MSC/Nastran 4,5 e, após aplicação de uma força de 100N a 45° na
superfície palatina dos modelos, foi avaliada a distribuição das tensões geradas.
Com base nos resultados, os autores concluíram que os pinos intra-radiculares
Revista da Literatura
22
Flexi Post de aço inoxidável e titânio e Flexi Flange de aço inoxidável e titânio
geram forças de tensões maiores que a da estrutura dental, porém distribuídas de
forma homogênea e os pinos de aço inoxidável dos dois sistemas geram forças de
tensões maiores quando comparados aos de titânio.
MARCHI et al. (2003) avaliaram a resistência à fratura de raízes bovinas
enfraquecidas reconstruídas com diferentes materiais em combinação com pinos
pré-fabricados comparados com raízes restauradas relativamente intactas. Foram
selecionados 75 incisivos inferiores bovinos com volumes semelhantes, destes, 60
tiveram os condutos radiculares preparados com dimensões padronizadas,
simulando a fragilização. Todas as raízes foram preenchidas com diferentes
materiais restauradores. Os espécimes foram submetidos ao teste de fratura na
maquina universal de ensaios. Os resultados indicaram diferença estatisticamente
significante em relação à condição das raízes. As raízes fragilizadas foram menos
resistentes à fratura do que às do grupo controle. As raízes restauradas com
cimento resinoso obtiveram os menores valores de resistência à fratura, contudo,
diferenças estatisticamente significante foram observadas somente quando
comparados com aqueles restaurados com cimento de ionômero de vidro
modificado por resina. Cimento de ionômero de vidro modificado por resina, resina
composta modificada por poliácidos e resina composta comportaram-se
similarmente sem diferença estatisticamente significante entre eles. Os autores
Revista da Literatura
23
concluíram que nenhum dos materiais avaliados foi capaz de atingir a resistência à
fratura obtida pelo grupo controle.
PURTON et al. (2003) investigaram os efeitos da termociclagem na retenção
de pinos de fibra de vidro e resinosos. Foram selecionados 40 pré-molares e
caninos, colocados em blocos metálicos acrescido de resina acrílica. Os espécimes
foram divididos, aleatoriamente, em 2 grupos (n=20), sendo que o Grupo I
recebeu o pino Lightpost e o Grupo II o pino Luscent Anchor. Os pinos foram
cimentados na profundidade de 9 mm com cimento resinoso Panavia F. Cada
grupo foi dividido, aleatoriamente em 2 sub-grupos (n=10): um para
termociclagem e o outro para servir de controle. Os espécimes passaram por
termociclagem de 3.000 ciclos. A força de tensão requerida para o deslocamento
foi obtida na máquina universal de ensaios e analisada pelo teste t de Student. Os
resultados obtidos mostraram não haver diferença significante entre as forças
necessárias para deslocamento entre o grupo que passou pela termociclagem e o
controle. O pino Lightpost foi significativamente mais retentivo que o pino Luscent
Anchor nos grupos controle, porém essa diferença não foi aparente nos grupos
termociclados. Os autores concluíram que os pinos de fibra de vidro cimentados
com cimento resinoso apresentam aceitáveis níveis de retenção e não são
susceptíveis à diminuição da sua retenção após a termociclagem. A termociclagem
mostrou ser menos valiosa nos testes de retenção de pinos intra-radiculares
cimentados com cimento resinoso.
Revista da Literatura
24
QUALTROUGH et al. (2003) compararam a retenção de seis diferentes
sistemas de pinos estéticos com dimensões similares. Sessenta raízes foram
incluídas em blocos de resina acrílica e distribuídas aleatoriamente em 6 grupos,
de acordo com o sistema de pino: grupo I - Parapost (pino de titânio com 1,5 mm
de diâmetro); grupo II - Lightpost cônico (pino com 1,8 mm de diâmetro); grupo
III - Lightpost de lados paralelos (pino com 1,8 mm de diâmetro); grupo IV -
Parapost Fibrewhite (pino de 1,6 mm de diâmetro); grupo V - Snowposts (pino de
1,6 mm de diâmetro), e grupo VI - Dentatus Luscent (pino de 1,6 mm de
diâmetro). Os condutos foram preparados de acordo com as recomendações de
cada sistema de pino e os mesmos foram fixados com o cimento Panavia F. Nos 4
mm finais da porção coronária dos pinos, foi cimentado um envoltório metálico
para ser apreendido por um dispositivo acoplado à máquina universal de ensaios
Instron 4444. Os corpos-de-prova foram submetidos ao teste de tração à
velocidade de 5 mm/min. Os resultados evidenciaram que os pinos paralelos
Lightpost foram estatisticamente mais retentivos que os outros sistemas de pinos
(p<0,05). Os pinos Parapost Fibrewhite foram mais retentivos que o Lightpost
cônico e que o Snowpost. Não foi evidenciada diferença estatística significante
entre a retenção dos pinos de titânio Parapost e os demais sistemas de pinos. Os
autores concluíram que os pinos de titânio serrilhados não são mais retentivos que
os pinos estéticos de formatos cilíndrico e cônico utilizados. A forma do pino pode
Revista da Literatura
25
influenciar na sua retenção, sendo que os pinos de lados paralelos se mostraram
mais retentivos que os pinos cônicos.
SCOTTI; FERRARI (2003) relataram que a introdução dos pinos de fibra e o
desenvolvimento dos adesivos dentais de última geração foram as novidades mais
significativas dos últimos cinco anos na evolução dos materiais restauradores e nas
suas conseqüentes aplicações clínicas. Após revisão dos conceitos sobre a
reconstrução do dente tratado endodonticamente e a exposição das propriedades
dos pinos de fibra, ao longo do texto podem ser encontradas informações
referentes aos aspectos da Endodontia, da adesão às estruturas radiculares, da
reconstrução do núcleo protético, até uma posterior evolução dos pinos de fibra -
os pinos anatômicos - que poderão representar o futuro próximo dos mesmos.
CARVALHO et al. (2004) analisaram, por meio de revisão de literatura, os
fundamentos que orientam a correta aplicação clínica dos sistemas adesivos. O
tópico mais relevante para o estudo em questão é a cimentação de núcleos ou
pinos intra-radiculares, onde os autores enumeram os fatores a serem
considerados para cimentação de pinos: 1- limpeza do canal não deve ser feita
com soluções oxidantes (hipoclorito de sódio ou peróxido de hidrogênio); 2- o
controle da umidade pode ser eficiente na região cervical, mas deficiente na região
apical; 3- durante a aplicação do adesivo, o controle da sua espessura, evaporação
do solvente e brilho da superfície pode ser eficiente na região cervical, mas haverá
tendência de acúmulo de adesivo na região apical. De acordo com os autores, o
Revista da Literatura
26
excesso de adesivo na região apical dificulta a evaporação do solvente e
compromete sua polimerização; devido ao limitado acesso, a fotoativação do
adesivo fica comprometida, principalmente na região apical; o acesso da luz fica
ainda mais limitado durante a fotoativação do cimento, determinando
polimerização eficiente somente na região cervical. Mesmo com a utilização de
cimentos de polimerização dual, a porção do cimento localizada na região apical se
polimeriza somente pela reação química, deixando essa porção do cimento
susceptível a adversidades do contato com eventual acidez do adesivo.
IGLESIA-PUIG; ARELLANO-CABORNERO (2004) apresentaram uma técnica
de obtenção de pino reforçado com fibra com formato anatômico e núcleo
adaptável a uma coroa previamente existente, a partir de um pino pré-fabricado
de fibra de quartzo. A técnica consistiu no preparo do conduto radicular com as
brocas específicas do
kit
do pino de fibra de quartzo (DT Light-post) e o
preenchimento do conduto, previamente lubrificado, com resina composta
fotoativada e o pino correspondente. Após a fotoativação, a porção coronária foi
confeccionada tendo como molde a coroa pré-existente. O retentor intra-radicular
anatômico, reforçado com fibra, pode ser indicado na readaptação de uma coroa
deslocada, desde que a margem do preparo esteja intacta.
NARVA et al. (2004) avaliaram a resistência à fadiga e a rigidez de pinos de
resina reforçados com fibra de vidro. Foram confeccionados doze cilindros em
resina fotoativada reforçadas com fibra de vidro (2 mm de diâmetro e 60 mm de
Revista da Literatura
27
comprimento). Os cilindros foram distribuídos em dois grupos, de acordo com as
condições de armazenamento por trinta dias: ambiente seco e com água destilada.
Os espécimes de cada grupo foram submetidos ao teste de resistência à fadiga
(150.000 ciclos de carga) e também foi avaliado o módulo de elasticidade após a
primeira e a última carga do ciclo. Os resultados mostraram que, durante o ciclo
de carga, não ocorreu fratura dos espécimes utilizados. Após a primeira carga
aplicada, o módulo de elasticidade não apresentou diferença significante entre os
cilindros armazenados em ambiente seco e o úmido; entretanto, após a última
carga, o módulo de elasticidade apresentou uma redução significante nos valores
da força média. Os autores concluíram que a resistência da resina, quando
reforçada com fibra de vidro, foi aumentada e que o módulo de elasticidade foi
reduzido após o ciclo de cargas.
CARVALHO et al. (2005) avaliaram,
in vitro
, a eficácia de reforços
radiculares de resina composta fotoativados por luz e pinos de fibra de zircônio em
raízes. Foram utilizados quarenta e seis incisivos bovinos cujas coroas foram
removidas, de forma a padronizar o comprimento radicular em 30 mm. Os
espécimes foram divididos em quatro grupos (n = 14): Grupo I - os espécimes
foram instrumentados e alargados, simulando raízes, e reforçados com resina
composta usando para fotoativação pino translúcido (Luminex); Grupo II - os
espécimes foram instrumentados, alargados e receberam reforço com pino de fibra
de zircônio; Grupo III - (controle positivo) as raízes receberam tratamento
Revista da Literatura
28
semelhante ao Grupo I e II, mas não receberam reforço radicular e Grupo IV -
(controle negativo) as raízes não foram enfraquecidas e não receberam reforço. Os
espécimes foram submetidos ao teste de fratura na máquina universal de ensaios,
com um ângulo de 45 graus e velocidade de 1 mm/min. Os resultados mostraram
um nítido aumento na resistência à fratura nos grupos I e II (122,38 e 122,08 kgf,
respectivamente). Entre os resultados dos grupos I e II não houve nenhuma
diferença estatisticamente significante (p>0,05), contudo eles foram
significativamente diferentes dos grupos controle (p<0,05). Os autores concluíram
que a utilização de reforço radicular com pino de fibra de zircônio ou resina
composta podem aumentar significativamente a resistência ao enfraquecimento
estrutural dos dentes, diminuindo o risco de fratura.
GORACCI et al. (2005a) avaliaram o uso de adesivos dentinários na fixação
de pinos de fibra com cimentos resinosos em dentes tratados endodonticamente.
Trinta e seis dentes unirradiculares tiveram os espaços protéticos preparados e
pinos de fibra de vidro silanizados foram fixados por meio de cimentos resinosos
auto-condicionantes: ED Bond/Panavia 21 e Excite DSC/Variolink II, com e sem a
aplicação de adesivos. A força de retenção e a interface foram avaliadas por meio
do teste
push-out
e da MEV. Os autores concluíram que mesmo na presença da
camada de
smear
e com a presença de
gaps
interfaciais houve, em algumas
regiões, um favorecimento na resistência ao deslocamento dos pinos.
Revista da Literatura
29
GORACCI et al. (2005b) avaliaram a força interfacial e a ultra-estrutura de
cimentos resinosos auto-condicionantes, condicionantes e auto-adesivos usados
para fixação de pinos de fibra de vidro (FRC postec) pelo teste
push-out
e
microscópio eletrônico de transmissão (MET). Os cimentos testados foram Variolink
II, Panavia 21 e RelyX Unicem. Os resultados mostraram que a força interfacial
apresentada pelo Variolink II foi estatisticamente maior que a obtida pelo Panavia
21 e RelyX Unicem, que foram semelhantes entre si. As micrografias mostraram
que a interface Variolink/dentina radicular apresentou ausência total de camada de
smear
e formação de camada híbrida. Os monômeros ácidos responsáveis pelo
condicionamento do substrato nos cimentos Panavia 21 e RelyX Unicem
mostraram-se incapazes de remover a camada de
smear
criada no espaço
protético durante o seu preparo.
MANNOCCI et al. (2005) compararam a capacidade de penetração de dois
diferentes adesivos resinosos aplicados para diferentes tempos de contato, em
pinos de reforço de fibra de vidro. Foram utilizados 36 pinos, compreendendo 18
pinos EverStick Post, que apresentam rede polimérica de inter-penetração e 18
pinos C Post Millennium que apresentam matriz polimérica inter-relacionada. Estes
pinos foram divididos em 12 grupos de 3 pinos, receberam adesivos Scotchbond
Multi Função Plus e Stick Resina e foram envolvidos com Rodamina B para
determinação do grau de penetração da resina no pino. Após o tempo de contato
de 1, 30 e 300s, as resinas foram fotopolimerizadas durante 60s e os pinos foram
Revista da Literatura
30
seccionados em três posições, perpendicularmente ao longo do eixo do pino a uma
distância de 3, 5 e 7 mm da ponta do pino, mensurados por microscopia de
escaneamento por luz. A influência dos pinos e dos adesivos sobre a difusão da
resina dentro do pino de matriz polimérica foi avaliada por métodos
nanoparamétricos. Os resultados mostraram que, para o pino C Post Millennium, a
penetração foi observada após 300 s de contato (média de 22,8 micrometros) e
após 30 s (média de 3,5 micrometros), com pequena diferença entre os dois
adesivos. Já o grau de penetração no interior do pino EverStick foi estatisticamente
maior após 300 s de contato comparado àqueles após 30 s (p<0,01). Os autores
concluíram que a adesão dos adesivos resinosos no interior dos pinos EverStick
podem estabelecer uma boa relação entre os pinos de compostos de fibra-
reforçada, agentes cimentantes e os núcleos de diferentes compósitos.
MUNIZ; MATHIAS (2005) verificaram a influência do uso do hipoclorito de
sódio 5,25% como solução irrigante e de cimentos obturadores de canal na
retenção de pinos em diferentes regiões dentinárias. Setenta e dois dentes foram
divididos em 6 grupos, de acordo o tipo de cimento obturador utilizado: sem
cimento, AH Plus, Endofill, sendo irrigados com água destilada e deionizada (GI a
GIII) ou hipoclorito de sódio 5,25% (GIV a GVI). Após a cimentação dos pinos de
fibra com Excite, os espécimes foram seccionados em três regiões (cervical, média
e apical) e submetidos ao teste de
push-out
. Os resultados monstraram que o
cimento à base de eugenol influenciou significantemente a retenção dos pinos e
Revista da Literatura
31
mostrou os menores valores de retenção, enquanto que a região apical apresentou
os maiores valores de retenção.
OLIVEIRA; CAMARGO (2005) avaliaram
in vitro
a eficácia do reforço
radicular por resina composta polimerizada por luz e pino de fibra de zircônia em
dentes imaturos não vitais. Foram utilizados 56 incisivos bovinos que tiveram sua
coroa removida no terço médio com obtenção de um comprimento de 30 mm. Os
canais foram instrumentados e os 20 mm de profundidade relacionados aos terços
cervical e médio foram alargados com brocas Gates-Glidden números 3, 4, 5 e 6.
Em seguida, os canais radiculares foram ampliados com broca cônica numa
profundidade de 20 mm. Os espécimes foram divididos em quatro grupos (n=14):
Grupo I - canais reforçados com resina composta TPH e pino translúcido (sistema
Luminex) nos terços cervical e médio (20 mm); Grupo II - os 20 mm foram
reforçados com pino de fibra de zircônia Cosmopost fixado com cimento Enforce;
Grupo III - os canais foram instrumentados e fragilizados, contudo foram somente
obturados com cimento Sealer 26 e cones de guta-percha, não recebendo reforço
(controle positivo); Grupo IV - os canais não foram fragilizados e nem receberam
reforço (controle negativo). Os corpos-de-prova foram submetidos ao teste de
fratura na máquina universal de ensaios com angulação de 45º e velocidade de 1
mm/min. Os resultados mostraram que o grupo IV (controle negativo) foi
significativamente mais resistente (p<0,05) do que grupos I, II e III. O grupo III
(controlo positivo) e o grupo IV (controle negativo) foram estatisticamente
Revista da Literatura
32
diferentes entre si (p<0,05). Os autores concluíram que a utilização de reforço
radicular com pinos de fibra de zircônia ou resina composta pode aumentar
significativamente a resistência estrutural de raízes enfraquecidas, diminuindo o
risco à fratura.
VALANDRO et al. (2005) avaliaram o efeito da ciclagem mecânica de pinos
de fibra cimentados à raiz. Sessenta dentes humanos tiveram suas raízes tratadas
endodonticamente, com o espaço protético preparado em 12 mm. Trinta
espécimes receberam pino de fibra de quartzo (Q-FRC) (DT Light-Post) e os 30
espécimes restantes receberam um pino de fibra de vidro (G-FRC) (FRC Postec
Plus). Todos os pinos foram cimentados com cimento resinoso (All Bond +
Duolink) e cada espécime foi incorporado em um cilindro com resina epóxi. Os
espécimes foram divididos em seis grupos: Grupo I – apenas pino de fibra de
quartzo; Grupo II - pino de fibra de quartzo + 20.000 ciclos (carga: 50N; ângulo
de 45 °; freqüência: 8Hz); Grupo III - pino de fibra de quartzo + 2.000.000 ciclos;
Grupo IV – apenas pino de fibra de vidro; Grupo V - pino de fibra de vidro +
20.000 ciclos; Grupo VI - pino de fibra de vidro + 2.000.000 ciclos. Os espécimes
foram cortados perpendicularmente ao seu eixo longo, formando porções de 2
mm, que foram submetidos ao teste de
push-out
. O teste ANOVA revelou que: (a)
pino de fibra de quartzo (7,1 ± 2,2 MPa) e pino de fibra de vidro (6,9 ± 2,1 MPa)
foram estatisticamente semelhante (p=0,665); (b) o grupo "sem ciclo" (7,0 ±
2,4MPa), grupo de "20.000 ciclos" (7,0 ± 2,1MPa) e grupo de "2.000.000 ciclos"
Revista da Literatura
33
(7,0 ± 2,0MPa) foram estatisticamente similares (p=0,996). Concluiu-se que o
ciclo mecânico não afetou a o efeito de adesão entre os dois pinos de fibra
cimentados na dentina.
AKGUNGOR; AKKAYAN (2006) avaliaram o efeito de diferentes agentes
adesivos dentinários e modo de polimerização na força adesiva entre pinos de fibra
translúcidos e dentina radicular, em diferentes regiões do espaço protético. Raízes
de 40 caninos superiores foram tratadas endodonticamente e preparadas para
receber o pino de fibra D.T. Light Post. As raízes foram distribuídas em 4 grupos,
de acordo com o agente adesivo dentinário: GI - Excite (fotopolimerizável); GII -
Excite DSC (presa dual); GIII - Clearfil Liner Bond 2V com agente fotopolimerizante
(auto condicionante) e GIV - Clearfil Liner Bond 2V com agente de presa dual
(auto condicionante). Os pinos foram cimentados nos espaços protéticos e,
posteriormente, as raízes foram seccionadas em cortes de 3 mm para a realização
do teste de
push-out
. A adesão dentinária em diferentes regiões foram avaliadas
em MEV. Os resultados mostraram que o maior valor de força adesiva foi obtido
para o auto-condicionante fremir Clearfil Liner Bond 2V com agente
fotopolimerizante. A força adesiva apresentou valores significativamente reduzidos
para os agentes adesivos Excite e Clearfil Liner Bond 2V na região do terço apical.
Os auto-condicionantes apresentaram densos
tags
de resina. Os autores
concluíram que os sistemas de adesivos auto-condicionantes não tiveram seu
comportamento afetado pelas variações morfológicas do espaço protético
Revista da Literatura
34
comparado com os adesivos Excite e Clearfil Liner Bond 2V. A polimerização dual
não melhorou os valores de força adesiva dos agentes testados.
FONSECA et al. (2006) avaliaram
in vitro
a retenção de pinos intra-
radiculares variando-se a técnica de aplicação do agente adesivo e do cimento
resinoso dual no espaço protético preparado para a recepção do pino. Sessenta
caninos superiores tratados endodonticamente tiveram as coroas descartadas e as
raízes incluídas em resina acrílica. Os espaços protéticos foram preparados com
broca de Largo acionada por micromotor acoplado a um paralelômetro, a fim de
manter constantes o comprimento e diâmetro dos pinos intra-radiculares e o
paralelismo dos preparos após a fundição. Os pinos foram divididos aleatoriamente
em 2 grupos (n = 30) conforme a técnica de aplicação do agente adesivo: com
microbrush
ou com pincel (controle). Cada grupo foi subdividido em três
subgrupos (n = 10) segundo a técnica de aplicação do agente cimentante: com o
próprio pino, com broca de lentulo previamente ao posicionamento do pino ou
associação dos dois modos. Após 72 horas do processo de cimentação, os pinos
foram tracionados pela máquina universal de ensaios à velocidade de 1 mm/min.
Os resultados mostraram diferença estatística significante (p<0,001) entre as
técnicas de aplicação do agente adesivo com
microbrush
(0,1740 kN) e pincel
(0,1369 kN). Em relação à técnica de aplicação do cimento no interior do espaço
protético, a da associação entre lentulo e pino (0,1787 kN) foi estatisticamente
diferente (p<0,001) das do lentulo (0,1461 kN) e do pino (0,1416 kN)
Revista da Literatura
35
isoladamente. As interações entre a técnica de aplicação do agente adesivo e do
agente cimentante apresentaram diferença estatística (p<0,001). Concluiu-se que
as interações entre as técnicas de aplicação do agente adesivo com
microbrush
e
aplicação do agente cimentante com lentulo (0,1961 kN) e com lentulo e pino
associados (0,1911 kN) propiciaram os maiores valores da força de tração.
GALHANO et al. (2006) avaliaram a força de flexão de oito tipos de pinos de
fibra (um de fibra de carbono, um de carbono/fibra quartzo, um de fibra quartzo
opaco, dois de fibra de quartzo translúcido, e três pinos de fibra de vidro). Oitenta
pinos foram utilizados e divididos em oito grupos (n=10): Grupo I - C-POST
(Bisco); Grupo II - ÆSTHETI-POST (Bisco); Grupo III - ESTHETI-PLUS (Bisco);
Grupo IV - LIGHT-POST (Bisco); Grupo V - D.T. LIGHT-POST (Bisco); Grupo VI -
PARAPOST BRANCO (Coltene); Grupo VII - FIBERKOR (Pentron) e Grupo VIII -
REFORPOST (Angelus). Todas as amostras foram testadas utilizando o teste de
flexão dos três pontos. As médias obtidas foram submetidas ao teste ANOVA e
teste de Tukey. A média de valores (MPa) dos grupos ESTHETI-POST
(carbono/fibra de quartzo) e ESTHETI-PLUS (pino de fibra de quartzo) foram
semelhantes e estatisticamente superiores às médias dos outros grupos. A média
dos grupos C-POST (pino fibra de carbono), LIGHT-POST (pino fibra de quartzo
translúcido), DT LIGHT-POST (pino de fibra de quartzo translúcido com dupla
conicidade), PARAPOST WHITE (pino de fibra de vidro) e FIBREKOR (pino de fibra
Revista da Literatura
36
de vidro) foram semelhantes e superiores ao grupo REFORPOST (pino de fibra de
vidro).
GONÇALVES et al. (2006) determinaram a resistência à fratura de raízes
enfraquecidas e reforçadas com resinas compostas, comparando com sistemas
convencionais que utilizam pinos pré-fabricados. Foram utilizados 48 incisivos
centrais superiores que tiveram suas coroas removidas na junção amelo-
cementária e tratados endodonticamente. Dos 48 espécimes, 8 não foram
alterados (Grupo I - controle) e receberam pino metálico fundido; os 40 restantes
tiveram suas raízes fragilizadas e distribuídas, aleatoriamente, em cinco grupos
(n=8), de acordo com o material de reforço: Grupo II – pino metálico de cobre-
alumínio; Grupo III – raiz reforçada com resina Tetric Ceram e cimentada com
pino de titânio; Grupo IV – raiz reforçada com resina Filtek supreme e cimentada
com pino de titânio; Grupo V – raiz reforçada com resina Z-100 e cimentada com
pino de titânio e Grupo VI – raiz reforçada com resina Renew e cimentada com
pino de titânio. Todos os espécimes foram cimentados com cimento resinoso C & B
Cement e foram submetidos à força de compressão (kN) até fraturar. O teste
ANOVA indicou significativa diferença entre os grupos (p<0,01). O teste de
Dunnett mostrou diferença estatística (p<0,01) entre o grupo controle de raízes
cimentadas com pinos metálicos (447,8 ± 167,9 kN) e, raízes enfraquecidas
cimentadas com pinos metálicos (212,8 ± 62,4 kN). Não foram identificadas
diferenças significativas entre o grupo controle (447,8 ± 167,9 kN) e as raízes
Revista da Literatura
37
enfraquecidas preenchidas utilizando o sistema Luminex e as resinas: Tetric Ceram
(520,9 ± 173,1 kN). Os autores concluíram que o reforço de raízes enfraquecidas
com pinos foto-transmissores (Luminex) e resinas compostas Tetric Ceram, Filtek
Supreme, Z100 e Renew aumentaram a resistência à fratura quando comparados
com raízes preparadas convencionalmente e cimentadas com pinos metálicos.
KALKAN et al. (2006) compararam a força adesiva de três tipos de pinos de
fibra de vidro: opaco (Snowpost), translúcido (Fiber Master) e matriz de IPN
(Everstick). Foram utilizados 60 dentes uni-radiculares cujas raízes foram tratadas
endodonticamente e distribuídas em 3 grupos, de acordo com o tipo de pino
utilizado, e subdivididos em 2 subgrupos, de acordo com o momento do teste (24
horas ou 1 semana depois do preparo). Um adesivo auto condicionante (Clearfil
Liner Bond) e um adesivo de presa dual (Clearfil Liner Bond, Bond A and B) foram
aplicados nas paredes dos espaços protéticos. O cimento Panavia F foi inserido nos
espaços protéticos com uso de lentulo. Em seguida, as raízes foram seccionadas
transversalmente em cortes de 1 mm, que foram submetidos ao teste de
push-out
.
Diferentes combinações de pinos e materiais cimentantes foram analisadas em
MEV. Os resultados mostraram que os valores variaram significativamente de
acordo com os pinos usados. Os pinos de fibra de vidro opaco e de matriz de IPN
mostraram maiores valores de adesividade do que os translúcidos. Na análise em
MEV, foi observada em todos os sistemas de pinos, uma distinta zona híbrida com
numerosos
tags
de resina localizados entre o material cimentante e dentina. Os
Revista da Literatura
38
autores concluíram que os pinos opacos e de matriz de IPN apresentaram forças
adesivas similares, enquanto que o pino de fibra translúcido apresentou os
menores valores. A maior força adesiva foi observada no terço cervical para os
pinos translúcido e Everstick.
NG et al. (2006) avaliaram a influência do remanescente coronário na
resistência à fratura de dentes anteriores tratados endodonticamente. Foram
utilizados 50 dentes anteriores superiores com dimensões semelhantes, que
tiveram parte de suas coroas seccionadas com disco de aço (padronizando 18 mm
de comprimento). Os canais foram tratados endodonticamente, as raízes incluídas
em resina acrílica e a porção coronária preparada com broca tronco-cônica
diamantada. Os espécimes foram divididos em 5 grupos (n=10), de acordo com a
quantidade e disposição do remanescente coronário: Grupo I – 2 mm em todas as
faces; Grupo II – 2 mm na face palatina; Grupo III – 2 mm na face vestibular;
Grupo IV – 2 mm na face proximal e Grupo V – sem remanescente coronário.
Foram utilizados pinos de fibra de quartzo (Light-Post), cimentados com cimento
resinoso (Duo-Link) e a porção coronária foi restaurada com núcleo de resina
fotopolimerizável e coroas metálicas. Os espécimes foram submetidos à força de
compressão oblíqua, em ângulo de 135° em relação ao longo eixo das raízes, na
Máquina MTS 858, à velocidade de 0,5mm/min, até a fratura das raízes. As médias
das fraturas foram: 607N (Grupo I), 782N (Grupo II), 358N (Grupo III), 375N
(Grupo IV) e 172N (Grupo V). A análise estatística mostrou diferença significante
Revista da Literatura
39
entre os grupos (p<0,01) e aqueles com remanescente coronário apresentaram
resistência à fratura maior que o grupo sem remanescente; os Grupos II e IV não
apresentaram diferença significante comparados ao Grupo I. Os autores
concluíram que a presença e o local do remanescente coronário podem influenciar
significantemente a resistência à fratura de dentes tratados endodonticamente.
TEIXEIRA et al. (2006) avaliaram o comportamento quanto à resistência à
fratura, retenção e transmissão de luz, de diferentes tipos de pinos pré-fabricados.
Foram selecionados quatro tipos de pinos pré-fabricados (quanto à composição e
configuração geométrica): pino de fibra de quartzo (Double Tapared, D. T. Light-
Post); pino de fibra de vidro (FibreKleer Tapered Post); pino de fibra de vidro
(FibreKleer Parallel Post) e pino de fibra de vidro (Paralled, FibreKor). Os pinos
foram incluídos em blocos de alumínio com canais artificiais de aproximadamente
de 1,9 mm de diâmetro e 10 mm de comprimento utilizando cimento RelyX Luting
Plus. Os espécimes foram levados à máquina universal de ensaios em ângulo de
45º, à velocidade de 5 mm/min, até que ocorresse a fratura. A análise estatística
mostrou haver diferença significante (p<0,05) entre os espécimes. O pino de fibra
de vidro FibreKleer Parallel Post apresentou os maiores valores comparado com os
demais pinos. Os pinos de fibra de vidro (Paralled, FibreKor e FibreKleer Tapered
Post) apresentaram os menores valores quando comparados aos demais pinos e o
pino de fibra de quartzo (Double Tapared, D. T. Light-Post) apresentou valores
Revista da Literatura
40
intermediários. Os autores concluíram que a configuração geométrica do pino pode
influenciar significativamente a resistência à fratura.
BELL-RONNLOF et al. (2007) compararam a capacidade de união de
diferentes compósitos resinosos para o compósito de fibra-reforçada (FRC) com
um polímero semi-impenetrável a uma cadeia de matriz de polímero. Seis
diferentes agentes resinosos de cimentação foram aplicados na superfície do
compósito de fibra e polimerizados por luz durante 40 segundos. Para o teste de
adesividade os espécimes foram levados à máquina de ensaios universal à
velocidade de 1,0 mm/min nos blocos de fibra com o cimento para obtenção dos
valores da força de adesão. A análise estatística demonstrou que não houve
diferença significante (p<0,05) entre os diferentes tipos de cimentos. A força mais
alta foi obtida com o Panavia F (24,3 MPa) e a mais baixa com o Bisfill 2B (18,5
MPa). Os autores concluíram que todos os cimentos resinosos testados podem ser
considerados satisfatórios para cimentação, pois os mesmos aderiram bem ao
compósito de fibra testado.
D’ARCANGELO et al. (2007a) avaliaram o efeito de quatro diferentes
diâmetros de preparo radicular para cimentação de pinos por meio do teste de
resistência entre o cimento com o pino e o cimento com a dentina radicular. Foram
utilizados oitenta incisivos centrais superiores com comprimentos radiculares
semelhantes. As raízes foram seccionadas na junção amelo-cementária, tratadas
endodonticamente e divididas em 4 grupos (n=20), de acordo com o diâmetro
Revista da Literatura
41
dos preparos radiculares: GI - broca Torpan ISO 90 (D 0,90 mm) para o grupo
controle; GII - broca Torpan ISO 100 (D 1,00 mm); GIII - broca Torpan ISO 120
(D 1,20 mm) e GIV - broca Enapost Drill ISO 140 (D 1,40 mm). Todos os
espécimes utilizaram pinos de fibra-de-vidro (Endo Lightpost) de 0,9 mm de
diâmetro apical e cimentados com Panavia 21. Os espécimes foram submetidos ao
teste de tração por meio da máquina universal de ensaios à velocidade constante
de 1,0 mm/min. Os dados obtidos foram analisados pelos testes ANOVA e de
Tukey. Todos os grupos, quando comparadas com o grupo controle, mostraram
resultados significativamente diferentes (p<0,001); contudo entre D100 e D120, a
diferença não foi significante. Para os pinos, o maior valor de resistência não foi
obtido quando a camada de cimento foi testada com diâmetro semelhante ao do
pino (D 0,90 mm), e sim quando obteve um espaço excedido pelo preparo (D 1,00
mm e D 1,20 mm). No entanto, quando a espessura do cimento resinoso era
grande (D 1,40 mm), a resistência ao deslocamento do pino diminuiu
significativamente.
D’ARCANGELO et al. (2007b) avaliaram a capacidade de retenção de três
sistemas adesivo/cimento resinoso/pino de fibra para o espaço do preparo no terço
apical variando o método de aplicação do agente de união. Foram utilizados
noventa incisivos superiores humanos que tiveram suas coroas removidas para
obtenção de um remanescente de 14 mm. As raízes foram tratadas
endodonticamente e distribuídas, aleatoriamente, em três grupos (n=30): Grupo I
Revista da Literatura
42
- ENA post (Micerium, Avegno, Genova, Italy); Grupo II - FRC Postec Plus (Ivoclar
Vivadent, Schaan, Liechtenstein) e Grupo III - Anatomical Post (Dentalica, Milano,
Italy). Cada grupo foi dividido em três subgrupos (n = 10), de acordo com a
técnica usada para colocar o agente de união no interior do preparo radicular: A -
com uma espiral do tipo lentulo e B - com uma seringa específica. O processo de
cimentação foi realizado seguindo as instruções fornecidas pelos respectivos
fabricantes. Em seguida, os espécimes foram submetidos a 10.000 ciclos térmicos
entre 5° C e 55° C e também a 300.000 ciclos de carregamento mecânico. Os
espécimes foram fixados em anéis com resina acrílica e, em seguida, foram feitos
cortes de 2,0 ± 0.1 mm em todo o comprimento radicular. As secções foram
submetidas ao teste de
push-out
na máquina universal de ensaios para obtenção
dos valores de adesividade. Todos os espécimes foram observados em microscópio
estereoscópico para determinar as falhas. Os resultados demonstraram que os
valores da força de adesividade não foram significativamente afetados pela técnica
de aplicação do agente de união (p>0,05). Contudo, o tipo de sistema adesivo-
cimento resinoso-pino utilizado afetou significativamente a força de retenção entre
o pino e a dentina (p<0,05). O sistema ENA post apresentou a maior força (MPa)
de retenção: Lentulo 14,06 ± 5,86, Pino 9,26 ± 6,46 e Seringa 14,52 ± 5,64. Os
outros dois grupos apresentaram valores similares de adesão entre si. A análise
microscópica revelou não haver falhas de coesão na dentina e sim, uma
prevalência de cimento/pino indicando uma falha do tipo mista. Dessa forma, os
Revista da Literatura
43
autores concluíram que as técnicas de aplicação do agente de união não
influenciaram nos valores de resistência do sistema adesivo/cimento resinoso/pino
de fibra testado para o terço apical do preparo radicular.
DAVIS; O’CONNELL (2007) analisaram o efeito do eugenol em cimentos
endodônticos sobre a retenção de pinos de fibra de vidro (ParaPost Fibre White)
cimentados com cimento resinoso (ParaPost). Também foi examinado o modo de
falha que ocorreu por meio de microscopia eletrônica de varredura. Setenta e dois
pré-molares, recentemente extraídos, foram tratados endodonticamente e
divididos aleatoriamente em dois grupos: Grupo I – espécimes obturados com guta
percha e cimento à base de hidróxido de cálcio (Sealapex, Kerr); Grupo II –
espécimes obturados com guta percha e cimento à base de eugenol (Tubli-Seal
Kerr). Os dentes foram armazenados durante 1 semana em destilada água a 37° C
e, depois, preparados com broca em 9 milímetros. A cimentação do pino de fibra
de vidro foi realizada com cimento resinoso de acordo com a seqüência
preconizada pelo fabricante. As amostras foram armazenadas por uma semana e
termocicladas. Os corpos-de-prova foram submetidos ao teste de tração na
máquina universal de ensaios. A média da força de deslocamento para o grupo I
foi 190 ± 54 N e para o grupo II foi 183 ± 56N. O teste t indicou que não houve
diferença significativa entre os grupos. Os autores concluíram que falhas
ocorreram principalmente entre a camada de cimento resinoso e a dentina, além
disso, o estudo mostrou que, em condições experimentais não houve diferenças
Revista da Literatura
44
estatisticamente significantes entre os cimentos Sealapex e Tubli-Seal sobre
retenção de pinos de fibra-devidro cimentado por cimento resinoso.
GORACCI et al. (2007) realizaram uma revisão da literatura com o objetivo
de sintetizar evidências sobre a capacidade de adesão e retenção de pinos desde a
sua introdução na odontologia. A capacidade adesiva dos pinos foi avaliada em
numerosos estudos laboratoriais durante a última década. Testes de micro-tensão,
pull-out
e
push-out
foram realizados a fim de estimar a capacidade de retenção e a
força de união nas interfaces pino/cimento e cimento/dentina. Os resultados
mostraram que cada tipo de técnica pode fornecer contribuições distintas frente à
obtenção de informações sobre a adesão e retenção dos pinos intra-radiculares e
que, embora a aderência intraradicular da dentina seja mais difícil de alcançar que
a dentina da coroa radicular, a retenção dos pinos por meio dos sistemas adesivos
atuais e técnicas tem se mostrado suficiente para garantir o sucesso clínico da
retenção e adesão dos pinos nas reabilitações. Para reforçar o vínculo nas
interfaces pino-pino e pino-cimento, vários pré-tratamentos químicos da superfície
dos pinos foram testados obtendo-se resultados positivos. Recentemente foi
proposta uma simplificação do procedimento de cimentação do pino na parte
envolvendo o sistema adesivo autopolimerizável dos cimentos resinosos, contudo
deve ainda ser investigada no que se refere à durabilidade.
MALLMANN et al. (2007) avaliaram a resistência adesiva pela técnica da
micro-tensão de 2 sistemas adesivos de dentina radicular e 2 diferentes pinos de
Revista da Literatura
45
fibra. Quarenta dentes uniradiculares foram instrumentados e os canais radiculares
preparados. As raízes foram divididas em quatro grupos (n=10), de acordo com o
tipo de pino a ser utilizado: translúcidos (Light Post) ou opacos (Aestheti Post) e
de acordo com o sistema adesivo empregado: Scotchbond Multi-Purpose Plus
(autopolimerizável) como Grupo controle e Single Bond (fotoativado). Após a
cimentação dos pinos, as raízes foram seccionadas perpendicularmente em fatias
de 1 mm de espessura em 3 regiões: cervical (C), médio (M) e apical (A). Os
espécimes foram levados para máquina universal de ensaios numa velocidade
constante de 1,0 mm/min para o teste de micro-tração. Os dados obtidos foram
submetidos à análise estatística pelo teste de Tukey (p=0,05) e os espécimes
observados num estereomicroscópio para determinar o modo de fratura. Os
resultados mostraram diferença estatisticamente significante apenas entre as
regiões da raiz (p<0,01). A porção cervical mostrou maior média de resistência
(9,16 ± 1,18 MPa), especialmente com o sistema Scotchbond Multi-Purpose Plus.
As porções média e apical apresentaram valores inferiores (7,08 ± 0,92 MPa e 7,31
± 0,60 MPa, respectivamente). Entre os grupos de pinos e adesivos não houve
diferença estatisticamente significante. Os autores concluíram que ambos os
sistemas adesivos testados demonstraram ser confiáveis na adesão quando
utilizados com pinos de reforço radicular translúcidos e opacos de fibra.
PERDIGÃO et al. (2007) avaliaram o efeito do grau de degrau e falha entre
o preparo radicular e diâmetro do pino sobre a resistência de um pino de fibra
Revista da Literatura
46
para reforço radicular. Foram selecionados 32 incisivos centrais superiores e
caninos que foram tratados endodonticamente e distribuídos em quatro grupos
(n=8): Grupo I – canal radicular preparado com broca #1 D.T. Light Post (grupo
controle); Grupo II – canal radicular preparado com broca #2; Grupo III – Canal
radic(9,16 ± 1,18 MPa) ular preparado com broca #3 D.T. Light Post e Grupo IV –
Canal radicular preparado com broca #6 Gates Glidden. Pinos A.D.T. Light Post
foram cimentado nos preparos radiculares com adesivo e cimento Hi-X. Os
espécimes foram fixados em anéis com resina acrílica e receberam cortes de 2,0 ±
0,1 mm em todo o comprimento radicular, obtendo-se 96 secções. Três secções de
cada terço foram submetidas ao teste de
push-out
na máquina universal de
ensaios para obtenção dos valores de adesividade em cada terço. Os dados foram
analisados com ANOVA e teste de Bonferroni (p<0,05). Dois dentes extras de cada
grupo foram restaurados da mesma forma e processados para MEV. Os valores
obtidos (em MPa) foram: Grupo 1: 15,7 ± 6.9; Grupo 2: 14,7 ± 6,5; Grupo 3: 14,0
± 5,0; Grupo 4: 14,0 ± 5,1. Dessa forma, a variável preparo radicular (diâmetro)
não teve diferença estatisticamente significante nos valores obtidos (p>0,05). Para
a variável “terço radicular”, a porção coronária (17,5 ± 6,0) teve resultado
estatisticamente maior de adesividade em relação ao terço apical (12,3 ± 6,0)
(p<0.08). O terço médio (14,0 ± 5,3), em seus resultados, não apresentou
diferença estatisticamente significativa em relação ao terço coronário (p>0.119) e
apical (p>0.999). Na Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), algumas áreas
Revista da Literatura
47
do canal ainda indicavam guta-percha residual, o que resultou em falta de adesão
na interface entre o cimento resinoso e a dentina. Áreas com dentina hibridizadas
de forma incompleta também foram observados em áreas localizadas de todos os
grupos. Dessa forma, os autores concluíram que o diâmetro do preparo radicular
não afetou a adesividade; e que a mesma para com a dentina na porção coronária
é mais forte do que a da porção apical. Além disso, a presença de guta-percha
residual juntamente com a dentina hibridizada incompletamente resultou num
obstáculo para um melhor selamento na interface cimento resinoso e dentina
radicular.
SADEK et al. (2007) avaliaram, por meio do teste de micro-tração, a força
adesiva de diferentes compósitos resinosos usados como material para núcleos em
volta de pinos de fibra. Quarenta pinos DT Light posts foram distribuídos em 8
grupos, de acordo com a resina composta usada: Core-Flo-(Bisco, Inc.), UniFil
Core (GC Corp), Tetric Ceram (Ivocler-Vivadent), Gradia Direct (GC Corp), Bisfil 2B
(Bisco, Inc.), Elite fill; Filtek Flow (3M ESPE), UniFil Flow (GC Corp). Cada pino
adesivo proporcionou de 5 a 8 cortes para o teste de micro-tração. As resinas
compostas apresentaram influência significante na força adesiva de micro-tração
(p<0,05). A resina Core-Flow mostrou maior valor de força adesiva, embora não
tenha sido estatisticamente diferente dos outros grupos. A análise em MEV
mostrou que todos os compósitos adaptaram-se bem aos pinos de fibra, com um
variável grau de lacunas observadas ao longo da fratura nas interfaces dos
Revista da Literatura
48
compósitos. Os autores concluíram que, embora tenha sido atingida uma boa
adaptação à superfície do pino, a força adesiva permaneceu relativamente fraca.
SILVA et al. (2007) estudaram o grau de polimerização de um cimento
resinoso de presa dual quando da cimentação de pinos de fibra de diferentes graus
de translucidez. Foram utilizados dois tipos de pinos radiculares: Aestheti-Post e
Light-Post, que foram divididos em dois grupos (n=5). Os pinos foram seccionados
criando uma face plana para facilitar a análise pelo espectro de aquisição. Nessa
face plana foi colada uma placa de plástico para que se pudesse criar espaço para
o cimento resinoso. Em seguida, com base nos pinos inseridos em polivinilsiloxano,
foram preparados moldes (12 mm profundidade) que serviram para simular canais
radiculares e assim medir o grau de polimerização do cimento resinoso com o pino
radicular. Os pinos foram cimentados nos moldes com cimento resinoso RelyX ARC
(3M ESPE, St. Paul, MN, USA) e fotopolimerizados. Após o tempo de presa do
cimento, os espécimes foram mantidos dentro de moldes por 24 horas e
removidos para realizar a análise em espectroscopia Raman. Espectros foram
adquiridos em três profundidades: superficial (2 mm), médio (6 mm) e profundo
(10 mm). Para o pino Light-Post, o cimento resinoso em maior profundidade
mostrou o menor grau de polimerização (36,40 ± 10,04) e não houve diferença
estatisticamente significante no grau de polimerização quando comparado às
outras profundidades. Para o pino Aestheti-Post, a profundidade superficial
apresentou valores mais elevados (55,20 ± 4,21) de grau de polimerização
Revista da Literatura
49
comparados aos valores de conversão na porção média (36,00 ± 6,12) e profunda
(29,00 ± 5,09), que não apresentaram diferença significante entre elas. O pino
Light-Post exibiu maior grau de polimerização que o pino Aestheti-Post, apenas no
terço médio de profundidade. O pino Light-Post mostrou que sua eficácia quanto
ao grau de conversão é dependente da profundidade.
BONFANTE et al. (2008) avaliaram a interface de união cimento
resinoso/dentina de pinos de fibra submetidos à imersão em solvente, logo após a
cimentação e após um período de três meses. Foram utilizados quarenta incisivos
superiores com remoção de suas coroas na junção amelo-cementária e canais
instrumentados. Os espaços protéticos foram preparados com 10 mm de
profundidade e 1,5 mm de diâmetro. As raízes foram divididos em 4 grupos
(n=10) de acordo com o tipo de cimento resinoso utilizado: Multilink, Variolink II,
Enforce Dual e Enforce PV. Após 48 horas, as raízes foram seccionadas
longitudinalmente e ligeiramente afastadas do diâmetro do pino e impressões das
superfícies foram tomadas. Posteriormente, as raízes foram mantidas em água
durante 3 meses a 37ºC. A análise de variância revelou diferença estatisticamente
significante para cimentos (p<0,01). Foi encontrada uma baixa percentagem de
espaços livres (
gap-free
) ao longo da interface cimento/dentina. Nesse
experimento, porcentagens significativamente inferiores (p<0,05) de espaços livres
foram encontradas para Multilink (8,25%) e Variolink (10,08%). Na condição
experimental 2, com a imediata imersão em MEK não foram provocadas quaisquer
Revista da Literatura
50
alterações significativas na percentagem da interface contínua para todos os
cimentos (p>0,05). Já na condição experimental 3, cuja imersão ocorreu
novamente após 3 meses de armazenamento de água + MEK, todos os cimentos
apresentaram reduções significativas na porcentagem de espaço contínuo
(p<0,05). A análise da MEV revelou um padrão bastante regular de distribuição
dos espaços entre os cimentos. Na condição experimental 1, lacunas foram
localizadas nos terços médio e apical. Na condição experimental 2, em todos os
grupos ocorreu uma diminuição na porcentagem de espaços livres. Em
contrapartida, na condição experimental 3, o terço apical apresentou lacunas em
praticamente todas as amostras. Os autores concluíram que a integridade da
adesão da interface cimento/dentina foi baixa após cimentação dos pinos de fibra
para todos os grupos e isso não foi significativamente alterado após imersão em
solvente, mas foi mais comprometido após 3 meses de armazenamento.
KREMEIER et al. (2008) determinaram a influência do tipo de pino e agente
de união na adesividade com a dentina. Cento e cinco incisivos centrais superiores
foram tratados endodonticamente, os canais preparados com brocas específicas de
cada sistema de pino utilizado e divididos em 7 grupos (n=15). Três grupos
utilizaram pinos de fibra de vidro (Luscent Anchor, Dentatus) e foram cimentados
com 3 tipos distintos de adesivos e cimentos resinosos (Excite DSC/Variolink II,
EnaBond/EnaCem e Prime & Bond NT/Calibra). Outros 2 grupos de marcas
diferentes de pinos, um de fibra de vidro (EasyPost, Dentsply Maillefer) e outro de
Revista da Literatura
51
fibra de quartzo (DT Light Post, VDW), foram cimentados utilizando Prime & Bond
NT/Calibra. Os 2 últimos grupos de pinos de Ouro (Perma-dor, VDW) foram
cimentados com Calibra ou, convencionalmente, com cimento de ionômero de
vidro (Ketac Cem, 3M ESPE). Três segmentos de 2 milímetros de altura, um para
cada porção do espaço protético, foram cortados perpendicularmente ao longo da
raiz reforçada para realização do teste de
push out
na máquina universal de
ensaios. Os valores foram submetidos à análise estatística e os resultados
mostraram que em relação às porções, houve, para todos os grupos, um aumento
da força de resistência da porção coronária até a porção apical (Teste de
Friedman: p<0,01). O maior valor foi encontrado no pino DT Light Post cimentado
com Calibra na porção média, enquanto que o menor foi para o pino de ouro
Perma-dor cimentado com Calibra. Já entre os pinos de fibra de vidro foram
observadas diferenças significativas entre os valores de resistência. O grupo que
apresentou o maior valor foi o pino DT Light Post (20,9 MPa) seguido do pino de
Ouro Perma-dor (20,0 MPa) e o menor, Luscent Anchor (11,5 MPa); (p<0,05). O
pino Easy Post obteve valor intermediário (15,2 MPa) em relação aos dois grupos,
portanto, não significante estatisticamente em relação a qualquer um deles. Assim,
os autores concluíram que a seleção do pino pode ser mais importante para a
resistência do que a escolha do sistema de cimentação. A força adesiva dos pinos
de fibra em alguns lugares foi equivalente, mas não superior à adesão do pino de
ouro cimentado convencionalmente.
Revista da Literatura
52
MOOSAVI et al. (2008) compararam a resistência à fratura de dentes
anteriores tratados endodonticamente com suas raízes reforçadas e utilizando três
diferentes métodos restauradores. Foram utilizados quarenta incisivos centrais
superiores humanos que tiveram suas coroas removidas a 2 milímetros da junção
amelo-cementária e os dentes tratados endodonticamente. As raízes foram
distribuídas, aleatoriamente em quatro grupos (n=10), de acordo com o material
de reforço envolvido: Grupo I - Resina composta; Grupo II - Reforpin; Grupo III –
Cimento resinoso e Grupo IV - Dentina. O comprimento dos pinos permaneceu
padrão para todos os grupos. Os corpos-de-prova foram padronizados utilizando
uma matriz formadora de núcleo. As raízes foram levadas à máquina universal de
ensaios à velocidade de 0,5 mm/min para o teste de fratura. Os dados obtidos
foram submetidos aos testes de Kruskal-Wallis, Mann - Whitney, e qui-quadrado
que revelou haver diferença significativa (p<0,05) entre todos os grupos. O Grupo
III foi o que apresentou o menor valor 230 N médio de carga. O grupo IV foi o que
apresentou o maior valor 830 N médio de resistência à fratura. Os Grupos I, II, e
III apresentaram diferença estatisticamente significante em relação ao Grupo IV
(p<0,01). O Grupo II apresentou um valor de resistência maior 500 N do que o
Grupo I 390 N, porém não houve diferença estatisticamente significante (p>0,05).
Assim, os autores concluíram que houve diferença estatisticamente significante na
resistência à fratura e modo de falha, entre as diferentes técnicas e materiais
Revista da Literatura
53
restauradores utilizados, além do pino Reforpin também poder ser utilizado como
uma alternativa ao reforço de resina composta.
WANG et al. (2008) investigaram a força de resistência por meio do teste de
push-out
em determinadas porções do canal radicular, com dois tipos de pinos de
reforço radicular, cimentados com dois tipos de sistemas adesivos. Foram
utilizados 24 incisivos centrais superiores que tiveram suas coroas seccionadas
transversalmente a 2 mm da junção amelocementária e as raízes tratadas
endodonticamente. Em seguida, foram confeccionados preparos dos condutos (10
mm) radiculares de forma padronizada e as raízes foram divididas, aleatoriamente,
em 2 grupos, de acordo com o tipo de pino a ser utilizado: Grupo I – pino C-POST
(Bisco, Inc.) e Grupo II - pino AESTHETI-PLUS (Bisco, Inc.). Cada grupo foi
subdividido em 2 subgrupos, de acordo com o tipo de cimento utilizado: A - C&B
CEMENT (Bisco, Inc.) e B - RelyX Unicem (3M ESPE, St. Paul, MN, USA). Em
seguida, os espécimes foram cortados com auxílio de discos diamantados em fatias
de 2 mm de altura e submetidos ao teste de
push-out
à velocidade de 0,5
mm/min, sendo que para cada raiz foram selecionadas 4 fatias de porções
distintas e os valores submetidos à análise estatística pelo teste de ANOVA. Os
resultados mostraram que o pino AESTHETI-PLUS (porção 1 – A1:12,41MPa; B1:
6,34MPa / porção 2 – A1:11,96MPa; B1: 5,35 MPa / porção 3 – A1:10,40MPa; B1:
4,47MPa / porção 4 - A1:9,80MPa; B1: 4,02MPa) apresentou maior resistência
comparado ao C-POST (porção 1 – A1:13,05MPa; B1: 7,72MPa / porção 2 –
Revista da Literatura
54
A1:12,60MPa; B1: 7,43 MPa / porção 3 – A1:11,16MPa; B1: 6,24MPa / porção 4 -
A1:10,48MPa; B1: 5,51MPa) (P<0,1). O cimento resinoso C&B CEMENT se mostrou
mais resistente que o RelyX Unicem, contudo, as forças de resistência também
diminuíram da porção coronária para a apical. Dessa forma, os autores concluíram
que o pino de reforço AESTHETI-PLUS cimentado com o sistema C&B CEMENT
apresentou o melhor resultado quando comparado aos demais grupos.
Proposição
Proposiçã
o
Proposição
56
O objetivo do presente estudo foi avaliar,
in vitro
, por meio do teste de
tração, a retenção de pinos de fibra de vidro Reforpost RX e White Post DC
utilizados em dois protocolos para reabilitação de raízes fragilizadas, com e sem
reforço de resina composta Z100.
Material e métodos
Material e método
s
Material e métodos
58
O projeto deste estudo foi submetido à apreciação do Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade de Ribeirão Preto, que o aprovou sem restrições
(Anexos).
Caninos superiores humanos foram examinados macroscopicamente,
submetidos à remoção de cálculo e remanescentes teciduais e radiografados no
sentido proximal e excluídos aqueles que apresentaram mais de um canal
radicular. Foram selecionados 30 dentes com raízes completamente formadas, sem
curvaturas acentuadas, retilíneas, sem achatamentos pronunciados (mesio-distal
ou vestíbulo-lingual) e sem preparo do conduto radicular. Com um paquímetro
eletrônico digital Digimess
®
(Shiko Precision Gaging LTD, China), os dentes foram
medidos e as raízes padronizadas no comprimento de 15 mm.
Os dentes foram seccionados transversalmente na sua porção cervical,
próximo à união cemento-esmalte, com disco de carborundum (SS White
Company, Philadelphia, USA), montado em peça de mão em baixa rotação (Dabi
Atlante, Ribeirão Preto, SP, Brasil), sob refrigeração ar/água, de modo que o
comprimento das raízes fosse padronizado em 15 mm (Figura 1).
Material e métodos
59
Figura 1. A) Canino superior humano com raiz retilínea e B) Secção
transversal do dente, padronizando o comprimento radicular em 15
mm.
Tratamento endodôntico
A exploração do canal radicular foi realizada com lima tipo K #25 (Dentsply-
Maillefer, Ballaigues, Suíça), para selecionar os espécimes que apresentassem no
comprimento de trabalho de 14 mm.
Em seguida, todas as raízes foram submetidas ao tratamento endodôntico,
com o comprimento de trabalho padronizado em 14 mm para todos os espécimes,
ou seja, 1 mm aquém do ápice. O preparo biomecânico do canal radicular foi
realizado por meio da técnica manual Crown-Down, confeccionando-se o batente
apical com 4 instrumentos em ordem crescente de diâmetro, além daquele que
chegou ao diâmetro anatômico no comprimento de trabalho. Durante o preparo,
foi realizada a irrigação com 2 mL de hipoclorito de sódio a 1%, alternado com 1
mL de EDTA 17%. A irrigação final foi feita com 10 mL de água destilada, que foi
seguida da secagem do canal radicular por meio da aspiração com cânulas
Material e métodos
60
metálicas e cones de papel absorvente compatíveis com o diâmetro cirúrgico no
comprimento de trabalho.
Os canais foram obturados pela técnica termoplastificada, com cones de
guta-percha principais e acessórios (Dentsply-Herpo, Petrópolis, RJ, Brasil) e
cimento obturador AH Plus (Dentsply-Herpo, Petrópolis, RJ, Brasil), que foi
espatulado de acordo com as especificações do fabricante. Para a plastificação dos
cones de guta-percha foi utilizado o compactador de McSppaden (Dentsply-
Maillefer, Ballaigues, Suíça).
Após a obturação, foi realizado o corte do excesso extra-radicular dos cones
de guta-percha com condensador de Paiva (Duflex, SSWhite, Rio de Janeiro, RJ,
Brasil), seguido da remoção de 4 mm da obturação abaixo do nível cervical, para
que fosse realizada a condensação vertical, obtendo-se um espaço para o
selamento provisório com guta-percha e cimento restaurador provisório Coltosol
(Vigodent, Rio de Janeiro, RJ, Brasil).
Em seguida, as raízes foram levadas à estufa, à temperatura de 37°C
(±1°C) por período de 36 horas, correspondente a três vezes o tempo de
endurecimento do cimento endodôntico, determinado pelo fabricante como sendo
de 12 horas.
Material e métodos
61
Preparo dos corpos-de-prova
Sulcos perpendiculares foram confeccionados ao longo eixo das raízes com
disco de carborundum, nas faces vestibular e lingual, com o objetivo de
proporcionar retenção quando da inclusão em resina acrílica.
As raízes foram centradas verticalmente, com auxílio de bastões de cera,
em matriz de alumínio com formato de paralelogramo, com seção quadrada de 16
mm de lado. Resina acrílica autopolimerizável Orto Class (Clássico, São Paulo, SP,
Brasil) foi vertida na matriz, em etapas, até que as raízes fossem incluídas, com
exceção de 2 mm cervicais (Figura 2).
Figura 2. A) Sulcos realizados na raiz para retenção em bloco de resina acrílica; B)
Raízes centradas em matriz metálica desmontável, com auxílio de cera utilidade – vista
superior e C) Vista superior do espécime.
Os conjuntos raízes/blocos de resina foram mantidos em água destilada a
37°C (±1°C), em recipiente hermeticamente fechado, até a fase seguinte, quando
o cimento provisório da entrada dos canais foi removido com broca esférica em
baixa rotação e os espécimes foram distribuídos aleatoriamente em 3 grupos
(n=10) (Figura 3).
Material e métodos
62
Figura 3. Esquema da distribuição dos grupos.
No Grupo I, as raízes não foram fragilizadas e o espaço protético foi
preparado em baixa rotação com peça reta acoplada a um paralelômetro e broca
de Largo nº 5 (1,5 mm de diâmetro) (Ângelus, Londrina, PR, Brasil) (Figura 4).
Esse procedimento permitiu manter o direcionamento do preparo no longo eixo
das raízes, bem como a padronização da forma, comprimento e diâmetro dos
espaços preparados.
Um limitador de silicone (
stop
) foi utilizado na broca para o controle da
profundidade, de modo a respeitar o comprimento estabelecido de 9 mm. A
medida foi conferida com paquímetro digital para garantir que a broca penetrasse
apenas o comprimento determinado.
ESPÉCIMES
(n=30)
GRUPO I
Raiz sem fragilização e
restaurada com pino
de fibra de vidro ReforPost nº 2
(n=10)
GRUPO II
Raiz fragilizada, reforçada com
resina composta e restaurada
com pino de fibra de vidro
ReforPost nº 2
(n=10)
GRUPO III
Raiz fragilizada, reforçada e
restaurada com pino de fibra de
vidro DC White Post nº 4
(n=10)
Material e métodos
63
O espaço protético foi irrigado com água destilada e secos por aspiração e
cones de papel absorvente para cimentação dos pinos.
Figura 4. A) Broca de Largo nº 5 e B) Peça de
mão acoplada ao paralelômetro para realização
do preparo do conduto radicular.
Figura 5. A)
Kit
Reforpost RX e B)
Pino de fibra de vidro Reforpost RX
nº 2 com 1,5 mm de diâmetro
(Ângelus).
No Grupo II, as raízes foram fragilizadas com a broca do
kit
White Post DC
nº 4 (2,4 mm) (Figura 7B), (FGM, Joinville, SC, Brasil), limitada em 9 mm de
Material e métodos
64
comprimento por um cursor plástico, em baixa rotação, com peça reta (Dabi
Atlante, Ribeirão Preto, SP, Brasil) acoplada ao paralelômetro. Os espécimes foram
lavados com água destilada e secos com jatos de ar.
O reforço intra-radicular foi realizado com sistema adesivo Prime e Bond 2.1
(Dentsply-Brasil, Petrópolis, RJ, Brasil), resina composta fotopolimerizável Z100
(3M, Sumaré, SP, Brasil), e pino plástico fototransmissor do sistema Luminex
(Dentatus, New York, USA) (Figura 6A).
A dentina radicular foi condicionada com ácido fosfórico a 37% por 30
segundos, lavada abundantemente com
spray
de ar/água, seca com jatos de ar e
foram aplicadas três camadas do sistema adesivo Prime e Bond 2.1 em toda
extensão da raiz preparada, com intervalo de 20 segundos, seguidos de posterior
secagem com leves jatos de ar. O pino fototransmissor posicionado no interior da
raiz para a fotoativação do sistema adesivo por 60 segundos, por meio do aparelho
Ultralux Eletronic (Dabi Atlante, Ribeirão Preto, SP, Brasil). O pino foi removido e a
raiz foi preenchida com resina composta fotopolimerizável Z100 (3M, Sumaré, SP,
Brasil), em pequenos incrementos do ápice para a porção cervical, para evitar a
formação de bolhas de ar.
Na seqüência, o pino plástico fototransmissor munido de um cursor plástico,
com o objetivo de manter o comprimento em 9 mm, foi isolado com uma finíssima
camada de vaselina pastosa, centralizado e inserido na massa resinosa no interior
da raiz, até tocar o fundo da cavidade. Com o pino corretamente posicionado, foi
realizada a fotoativação (Figura 6B) da resina composta por 60 segundos e o pino
Material e métodos
65
foi removido do interior da raiz, definindo o espaço (Figura 6C) para cimentação
dos pinos de fibra de vidro Reforpost RX nº 2 (Ângelus, Londrina, PR, Brasil).
Na seqüência, esse espaço passou por um processo de lavagem por meio
de água destilada com objetivo de remoção da vaselina utilizada anteriormente no
pino fototransmissor.
Figura 6. A) Pino fototransmissor - sistema Luminex; B) Fotoativação e
C) Espaço protético pós-polimerização.
No Grupo III, as raízes foram fragilizadas com a broca do
kit
White Post DC
nº 4 (2,4 mm de diâmetro) (FGM, Joinville, SC, Brasil) (Figura 7B), limitada em 9
mm de comprimento por um cursor plástico, em baixa rotação, com peça reta
acoplada ao paralelômetro da mesma forma que no Grupo II (Figura 7C). Os
espécimes foram lavados com água destilada e secos com jatos de ar.
O reforço das raízes foi promovido pelos pinos de fibra de vidro White Post
DC nº 4 (2,2 mm de diâmetro na porção inicial e 1,4 mm de diâmetro na porção
mais apical) (FGM, Joinville, SC, Brasil) (Figura 7A).
Material e métodos
66
Figura 7. A)
Kit
dos pinos de fibra de vidro White Post DC; B) Broca para
confecção do preparo do canal radicular e C) Peça de mão acoplada ao
paralelômetro para realização do preparo do canal radicular.
Cimentação dos pinos
A cimentação dos pinos dos 3 grupos foi realizada com cimento Panavia F
(Kuraray Co. Ltda., Osaka, Japão), que é um cimento dual, composto de duas
pastas resinosas radiopacas de baixa viscosidade, uma catalisadora e outra
universal, acondicionadas em seringas individuais para correto proporcionamento.
O principal componente adesivo dessas pastas resinosas é o MDP (10-
metacriloiloxidecil dihidrogênio fosfato). O
kit
desse cimento apresenta, além das
pastas, outros componentes: ED Primer, Alloy Primer, Oxiguard II, placa plástica
com casulos, blocos de papel para espatulação das pastas, espátulas e pincéis
(Figura 8).
Material e métodos
67
Figura 8. Cimento resinoso Panavia F.
O espaço protético foi irrigado com 5 mL de água destilada e seco com
cones de papel absorvente e jatos de ar. Foram misturadas uma gota do ED
primer do frasco A e outra do frasco B por 5 segundos e, em seguida, essa mistura
foi aplicada nas paredes dos espaços protéticos e nos pinos de fibra de vidro com
o auxílio de um
microbrush
. Depois de 60 segundos, um leve jato de ar foi
aplicado cuidadosamente nas duas superfícies.
A pasta base e a pasta catalisadora, na proporção indicada pelo fabricante,
foram misturadas por 30 segundos, obtendo-se uma pasta lisa e uniforme. Foi
tomado o cuidado de manter a pasta espalhada sobre a superfície do bloco de
espatulação, devido às suas características anaeróbicas.
O cimento foi inserido no interior do espaço protético com o auxílio da broca
Lentulo nº 40 (Figura 9B) e, em seguida, o pino também foi impregnado com o
cimento e inserido no conduto radicular.
Material e métodos
68
Após inserção do pino, este foi mantido sob pressão digital constante por 60
segundos e o excesso de cimento removido das margens com um pincel
descartável. A fotoativação do cimento foi realizada com aparelho Ultralux
eletronic, com 350 a 500 mW/cm
2
de densidade de potência (Dabi Atlante,
Ribeirão Preto, SP, Brasil) por 30 segundos em cada face do corpo-de-prova
(vestibular, lingual, mesial e distal) em direção à linha de cimentação, perfazendo
um total de 2 minutos de ativação por luz. Uma vez realizada a fotoativação, o gel
Oxiguard II foi aplicado na linha de cimentação por 10 minutos e removido com
um penso de algodão, sendo o conjunto lavado com
spray
ar/água.
Figura 9. A) Grupos I, II e III preparados para cimentação dos pinos e B)
Colocação de cimento resinoso no interior do conduto radicular por meio de
Lentulo.
Após a cimentação dos pinos intra-radiculares, os corpos-de-prova foram
armazenados em estufa a 37ºC (± 1ºC) por 72 horas.
A
Material e métodos
69
Confecção da porção coronária
As extremidades equivalentes às porções coronárias dos pinos Reforpost
foram preparadas com resina composta Z100, com a finalidade de criar uma área
que permitisse apreensão por um mandril (Bosch, Hencho, China) acoplado à
máquina universal de ensaios - Instron 4444 (Instron Corporation, Canton-
Massachusetts, EUA).
Para padronização da extremidade do pino, foi realizada uma demarcação
de 5 mm. Em seguida, foi aplicada uma camada do agente de união Primer & Bond
2.1 (Dentsply, Rio de Janeiro, Brasil), por meio de um pincel (Figura 10A), na
extremidade demarcada do pino e realizada a fotoativação por 10 segundos.
Em seguida, um dispositivo circular de teflon (Figura 10B), com 6 orifícios,
de 5 mm de diâmetro e 6 mm de altura, foi posicionado na mesa do paralelômetro
e um desses orifícios foi preenchido com resina fotoativada Z100. Após esse
procedimento, o corpo-de-prova foi fixado à haste do paralelômetro com o auxílio
de uma peça que se fixa de um lado na haste do delineador e, do outro, fixa o
corpo-de-prova. Com a extremidade demarcada voltada para baixo, o conjunto
haste/corpo-de-prova foi abaixado, de modo que a extremidade demarcada do
pino penetrasse no centro do orifício do dispositivo de teflon contendo resina
(Figura 10C).
Material e métodos
70
Figura 10. A) Aplicação do agente de união na extremidade do pino, B) Dispositivo de
teflon e C) Pino centralizado no dispositivo de teflon preenchido com resina composta.
Após a fotoativação da resina por 40 segundos, foi obtido o núcleo de
resina composta, de modo a permitir a apreensão e tração do retentor intra-
radicular por essa extremidade.
Os pinos White Post DC utilizados no Grupo III têm superfície lisa, dessa
forma, com auxílio de uma broca diamantada, foram confeccionados 4 sulcos
numa área compreendida de 5 mm com o propósito de aumentar a retenção da
resina composta a ser colocado constituindo a porção coronária (Figura 11C).
Material e métodos
71
Figura 11. A) Corpo-de-prova com pino White Post DC; B) Confecção de
ranhuras com broca diamantada e C) Ranhuras confeccionadas no corpo-de-
prova.
Teste de Tração
Os corpos-de-prova foram submetidos ao teste de tração na máquina
universal de ensaios – Instron 4444 (Instron Corporation, Canton-Massachusetts,
EUA) (Figura 12), onde foram posicionados verticalmente, com a finalidade de
minimizar as forças laterais e manter a tração no longo eixo do dente.
Figura 12. A) Máquina universal de ensaios (Instron 4444) e B)
Corpo-de-prova posicionado na base da máquina universal de
ensaios.
Material e métodos
72
Para apreensão da extremidade extra-radicular de cada pino foi
utilizado um mandril (Bosch, Hencho, China).
Posicionado o corpo-de-prova, uma força de tração crescente foi aplicada ao
pino, com velocidade de subida de 1,0 mm/min, até que o mesmo se deslocasse
da raiz. Os resultados das forças máximas necessárias para o deslocamento dos
pinos intra-radiculares, em quilonewton (kN), foram registrados e submetidos à
análise estatística.
Análise das falhas
Os corpos-de-prova foram seccionados longitudinalmente com disco de lixa
diamantado dupla face (KG, Sorensen, Barueri, SP, Brasil), sem que se atingisse os
canais e clivados com o auxílio de instrumento metálico para expor as superfícies
internas dos corpos-de-prova de onde o cimento foi deslocado.
Com o auxílio de uma lupa estereoscópica (Leica Microsystems, Wetzlar,
Alemanha), com aumento de 25X, foi realizada a análise do tipo de falha ocorrida
em cada espécime, após o teste de tração. As falhas foram consideradas adesivas
quando ocorreram nas interfaces dentina-cimento, coesivas quando a ruptura
aconteceu no cimento, e mistas quando foram verificados ambos os tipos de falhas
no mesmo corpo-de-prova.
Material e métodos
73
Análise em microscopia eletrônica de varredura
Os corpos-de-prova reservados após o tratamento da superfície dentinária
(dois de cada grupo), foram preparados para análise em microscopia eletrônica de
varredura (MEV).
Inicialmente os corpos-de-prova foram clivados, conforme descrito para
análise em lupa, fixados com fita adesiva dupla face (3M, São Paulo, SP, Brasil) em
stub
metálico circular e metalizados com liga ouro-paládio (Bal-Tec AG, Balzers,
Alemanha). A análise foi realizada em microscópio eletrônico de varredura modelo
JSM 5410 (JEOL Ltda, Tókio, Japão) com 15 kV, inicialmente em visão panorâmica
(35X) para localização das áreas representativas e, posteriormente, com aumento
de 750X.
Análise estatística
Os valores, obtidos em kN, da força máxima necessária para o
deslocamento dos pinos intra-radiculares foram submetidos a testes estatísticos
preliminares, com o auxílio do
Software
Instat (GraphPad Software Inc, San Diego,
EUA), com o objetivo de verificar a normalidade dos dados amostrais. Como a
amostra testada apresentou distribuição não normal, foi aplicado o teste não
paramétrico de Kruskal-Wallis, para verificar a existência de diferença estatística
significante entre as amostras e o teste complementar de Dunn para verificar a
diferença entre os grupos. O nível de significância utilizado foi de 5% (α=0,05).
Resultados
Resultado
s
Resultados
75
Os valores obtidos neste estudo correspondem à força máxima necessária
para o deslocamento dos pinos intra-radiculares do interior dos canais. Os dados
obtidos, com suas respectivas médias, podem ser observados na Tabela I.
Tabela I. Valores originais, em quilonewton (kN), da força máxima necessária para o
deslocamento dos retentores intra-radiculares, utilizados em diferentes tipos de reforço
intra-radicular.
Raiz sem fragilização +
pino de fibra de vidro
ReforPost
Raiz fragilizada + reforço
com resina composta + pino
de fibra de vidro ReforPost
Raiz fragilizada + reforço e
restauração com pino de
fibra de vidro White Post DC
0,0416 0,0901 0,0666
0,0436 0,0899 0,0482
0,0446 0,0900 0,0441
0,0491 0,1315 0,0442
0,0464 0,0781 0,0494
0,0805 0,1582 0,0549
0,0388 0,0643 0,0454
0,0414 0,1770 0,0731
0,0430 0,1069 0,0642
0,0407 0,1584 0,0460
X ± DP 0,0470 ± 0,0121 0,1144 ± 0,0390 0,0536 ± 0,0106
Testes estatísticos preliminares indicaram que a distribuição amostral não
era normal, o que conduziu para a realização da análise estatística não
paramétrica.
O teste não paramétrico que melhor se adaptou ao modelo matemático
proposto foi o teste de Kruskal-Wallis, que evidenciou diferença estatisticamente
significante entre as amostras (p<0,0001).
Resultados
76
Para esclarecer quais grupos apresentavam diferença estatisticamente
significante entre si, aplicou-se o teste de Dunn, que pode ser observado na Tabela
II.
Tabela II. Teste de Dunn
Comparações Diferença entre as médias Valor de p
Grupo I x Grupo II - 17.300 p<0,001
Grupo I x Grupo III - 5.800 p>0,05
Grupo II x Grupo III 11.500 p<0,05
A análise estatística demonstrou que o Grupo II foi estatisticamente
diferente do Grupo I (Controle) ao nível de 0,1% (p<0,001) e do Grupo III ao nível
de 5% (p<0,05).
Não houve diferença estatística significante entre os Grupos I e III quando
comparados entre si (p>0,05).
A análise das falhas ocorridas após o teste de tração, com aumento de 25X
mostrou que nos grupos sem fragilização e reforçados com resina composta
predominaram falhas mistas, enquanto que no grupo com raízes reforçadas com
pino White Post DC ocorreu predominância de falha do tipo adesiva entre o
cimento-dentina. Os resultados com valores percentuais do tipo de falha ocorrida
em cada grupo estão descritos na Tabela III.
Resultados
77
Tabela III. Percentual dos tipos de falhas ocorrido em cada grupo experimental.
TIPOS DE FALHAS
Adesiva
GRUPOS
Cim/Dent Res/Dent Res/Cim Cim/Pino
Coesiva Mista
I 40 - - - - 60
II - 10 30 - - 60
III 60 - - 30 - 10
A análise qualitativa das fotomicrografias permitiu a descrição das
características estruturais das paredes dentinárias que receberam cimento resinoso
Panavia F, confrontando os diferentes protocolos de reforço radicular e os tipos de
pinos de fibra-de-vidro utilizados (Reforpost RX e White Post DC). Estas alterações
foram comparadas com os espécimes que não foram submetidos à fragilização
radicular.
No grupo onde não houve fragilização radicular e foi utilizado apenas o pino
Reforpost RX, é possível observar a presença de áreas de dentina e também áreas
recobertas com cimento resinoso (Figura 15A); enquanto que, no grupo onde
houve fragilização e o reforço foi realizado com resina composta e pino de fibra-de-
vidro Reforpost RX, existe predomínio de áreas de dentina com túbulos dentinários
aparentes, além de algumas áreas contendo fragmentos de resina composta
(Figura 15B). Em alguns espécimes foi possível observar que os túbulos dentinários
apresentavam-se obliterados.
Resultados
78
O grupo que foi fragilizado e reforçado com pino White Post DC apresentou
características semelhantes aos espécimes que não sofreram fragilização e que
foram reabilitados com o pino Reforpost RX. Contudo, as áreas cobertas por
cimento resinoso podem ser observadas em maior intensidade e de modo
regularizado (Figura 15C), resultando em um aspecto mais organizado, semelhante
a grandes placas.
Figura 15. A) Fotomicrografia do grupo sem fragilização. Áreas de dentina com
túbulos dentinários visíveis e áreas recobertas por cimento resinoso; B)
Fotomicrografia do grupo com raiz reforçada com resina composta. Áreas de
dentina com túbulos dentinários visíveis e áreas recobertas por resina composta
e C) Fotomicrografia do grupo com raiz reforçada com pino White Post DC. Áreas
de dentina com poucos túbulos dentinários visíveis e áreas de dentina recobertas
por cimento resinoso (750 X).
Discussão
Discussã
o
Discussão
80
A máxima preservação da estrutura dental é o fator mais importante a ser
levado em consideração para restauração de um dente tratado endodonticamente;
porém, em algumas situações, há a perda de quantidade exagerada da estrutura
dentinária radicular, necessitando reforçar este remanescente, para a reconstrução
do elemento dental (CARVALHO et al., 2005).
Nesses casos, é importante realizar uma criteriosa seleção do sistema de
pinos e materiais de preenchimento apropriados e buscar a proximidade das
propriedades mecânicas e biológicas dos materiais restauradores às dos elementos
dentais hígidos ou tratados endodonticamente (GONÇALVES et al., 2006).
Este estudo buscou avaliar, por meio do teste de tração, a retenção de
pinos de fibra de vidro Reforpost RX e White Post DC utilizados em dois protocolos
para reabilitação de raízes fragilizadas, com e sem reforço de resina composta.
Em relação ao delineamento metodológico, alguns aspectos merecem ser
ressaltados.
O teste de tração, realizado neste estudo, por meio da utilização da
máquina universal de ensaios, é a metodologia que tem sido indicada para avaliar
a retenção de pinos intra-radiculares, pois permite a padronização e obtenção de
resultados confiáveis (COHEN et al., 1999; MALMANN et al., 2007; DAVIS;
O'CONNELL, 2007).
O comprimento dos preparos protéticos e, conseqüentemente, dos pinos
intra-radiculares foram padronizados em 9 mm, de acordo com o conceito
Discussão
81
preconizado por SHILLINGBURG JR. et al. (1970) de que o pino intra-radicular
deve ter 2/3 do comprimento da raiz. Além disso, CARVALHO et al. (2004) e SILVA
et al. (2007) afirmaram que o adesivo localizado além dos 10 mm iniciais do canal
sofre prejuízos de polimerização, e isto determina a presença de porções
gradativamente maiores de monômeros ácidos na camada do adesivo, podendo ter
implicações significantes na posterior união com os cimentos utilizados.
A fragilização do remanescente radicular foi realizada tomando-se o cuidado
para que a espessura mínima de dentina fosse cerca de 1 mm em todo o seu
perímetro, de acordo com trabalhos existentes na literatura (SAUPE et al., 1996;
MENDOZA et al., 1997; GONÇALVES et al., 2006).
Para reforço da porção radicular fragilizada do Grupo II foi utilizada a
técnica descrita por FREEDMAN (2001); GONÇALVES et al. (2006); PERDIGÃO et
al. (2007) e MOOSAVI et al. (2008), que consistiu na utilização de sistemas
adesivos dentinários, resina composta fotopolimerizável como material de
preenchimento, pinos plásticos fototransmissores e pinos intra-radiculares de fibra
de vidro.
Esta técnica apresenta-se como alternativa viável para reforço de raízes
fragilizadas, pois os pinos fototransmissores permitem, por meio da
transiluminação, que a resina composta utilizada como reforço seja efetivamente
polimerizada em toda a extensão do preparo radicular, criando também espaço
Discussão
82
adequado para acomodar passivamente o pino pré-fabricado (GONÇALVES et al.,
2006; PERDIGÃO et al., 2007).
No Grupo III, um segundo protocolo de reforço intra-radicular foi proposto
por meio apenas dos pinos de fibra de vidro White Post DC; embora seja de
consenso entre alguns autores (LEWGOY et al., 2003; QUALTROUGH et al., 2003 e
GORACCI et al., 2007) que os pinos intra-radiculares não reforçam o remanescente
radicular, estes pinos foram lançados no mercado recentemente com a proposta
de reforçar raízes fragilizadas. Segundo o fabricante, eles são constituídos de
resina epóxi reforçada por vidro e esta composição lhes confere boa
radiopacidade, permitindo fácil controle de sua posição durante o processo de
ajuste e também pós-cimentação; são altamente estéticos, praticamente incolores
e translúcidos. A translucidez lhes confere alta condutividade de luz e permite a
polimerização do cimento dual até o ápice do canal, já na etapa inicial da
cimentação. Seu módulo de elasticidade é muito próximo ao da dentina, isto é, o
seu comportamento é muito similar ao da estrutura dental, diminuindo a tensão
sobre as paredes radiculares.
Com essas características, esses pinos são indicados no reforço direto de
raízes fragilizadas, eliminando algumas etapas existentes nas técnicas
convencionais de reforço radicular.
Esta técnica baseia-se na utilização do próprio pino White Post DC, de
diâmetro compatível com o da fragilização da raiz, para desenvolver a função de
Discussão
83
material de preenchimento e reforço, sem que haja necessidade de acréscimo de
resina ou outro material que não seja o agente cimentante para a fixação do pino.
Deste modo, tem-se um tempo de trabalho reduzido e também um menor número
de interfaces de materiais dentro do espaço intra-radicular.
Os resultados do presente estudo evidenciaram que o grupo que teve sua
raiz fragilizada e reconstruída com resina composta e pino de fibra de vidro (Grupo
II), apresentou o maior valor de resistência à tração, e diferença estatisticamente
significante (p<0,05) em relação ao grupo controle (Grupo I) e ao grupo que foi
reconstruído apenas com o pino White Post DC (Grupo III).
Os valores obtidos no Grupo II demonstram que as diferentes interfaces dos
materiais não tiveram influência na resistência à tração, mas sim, o que pode ter
ocorrido foi a formação de um “monobloco”, uma vez que os materiais utilizados
nesse protocolo apresentam compostos resinosos em sua constituição química,
promovendo maior retenção do conjunto.
Esta adesão entre a resina composta e a dentina pode ser provavelmente
explicada pela união micromecânica entre monômeros hidrofóbicos, hidrofílicos e
as fibras colágenas da dentina, formando a denominada "camada híbrida". Essa
interação aumenta os valores de adesividade, pois a penetração do adesivo e da
resina nos túbulos dentinários e na dentina intertubular contribui para que haja
melhor qualidade de adesão e, conseqüentemente, melhor selamento (MATOS et
al., 2001).
Discussão
84
Este fato pode ser comprovado quando se observa a predominância de
falhas do tipo mista (60%) encontrada no Grupo II, onde o agente cimentante
permaneceu, ora aderido à resina do reforço, ora ao pino de fibra de vidro.
Outro fator a ser considerado, segundo D’ARCANGELO et al. (2007a), é que
a espessura da camada do agente cimentante pode ter influência na resistência à
tração, pois se o pino intra-radicular não estiver bem adaptado, esta camada será
mais espessa, podendo originar “bolhas” ou “falhas” no seu interior, resultando em
áreas de enfraquecimento no material. Como no Grupo II houve, inicialmente, o
preenchimento com resina composta e esta foi fotoativada por meio de um pino
fototransmissor, que já proporciona o espaço adequado para o pino que será
cimentado, provavelmente, a camada de cimento originada foi bastante fina e
homogênea, o que, de acordo com VALANDRO et al. (2005), colabora para o
aumento da força de retenção.
O grupo que teve sua raiz fragilizada e reforçada apenas pelo pino White
Post DC (Grupo III), apresentou diferença estatisticamente significante (p<0,05)
em relação ao grupo que foi reforçado com resina composta e pino de fibra de
vidro (Grupo II), mas não teve diferença estatisticamente significante (p>0,05) do
grupo controle (Grupo I).
Estes resultados evidenciaram que a interface cimento/pino apresentou
maior força de adesão que a interface parede dentinária/cimento, exemplificando
os resultados obtidos neste trabalho, onde houve maior número de falhas adesivas
Discussão
85
à dentina (60%). Desse modo, a união do cimento com a superfície do pino de
fibra de vidro não foi o fator determinante da falha, já que durante o teste de
tração, a grande maioria dos pinos não se apresentou desprovida do agente
cimentante, comprovando que a falha adesiva não ocorreu somente na interface
pino-cimento, e sim, na interface cimento-dentina. Predominância de falhas desse
tipo também foi observada nas pesquisas desenvolvidas por EL-MOWAFY;
MILENKOVIC (1994); NEDER et al. (1996), PURTON et al. (2003) e D’ARCANGELO
et al. (2007b).
Considerando-se as afirmações de D’ARCANGELO et al. (2007a) sobre a
relação adaptação do pino/espessura da camada de cimento e sua atuação nos
resultados de resistência à tração, é possível que neste grupo isto também tenha
ocorrido, uma vez que o pino utilizado é selecionado de forma a completar o
espaço radicular fragilizado, mas nem sempre é possível garantir uma adaptação
perfeita; conseqüentemente, podem ocorrer variações dimensionais na camada do
agente cimentante e estas virem a comprometer a retenção desses pinos.
Além disso, outra provável explicação para esses valores mais baixos de
resistência à tração pode estar relacionada à necessidade de ser realizado um
tratamento mais específico da superfície dentinária radicular, com o intuito de
promover maior imbricamento do agente cimentante a esta parede, já que não
ocorre união química nesta interface (CARVALHO et al., 2004).
Discussão
86
Deste modo, a proposta dos pinos de fibra de vidro White Post DC de
conduzir o reforço radicular de forma direta, sem a utilização de outros materiais,
poderia ser bastante vantajosa, uma vez que diminui o tempo de trabalho e,
principalmente, impede a formação de várias interfaces de materiais no interior do
canal radicular; entretanto, novos estudos devem ser realizados tratando de forma
mais específica as possíveis variáveis como a resistência à fratura e também a
associação com novos sistemas adesivos, buscando aumentar a retenção desses
pinos no interior dessas raízes fragilizadas.
Conclusões
Conclusõe
s
Conclusões
88
Com base na metodologia utilizada e nos resultados obtidos, pode-se
concluir que:
1. O protocolo de reforço que utilizou resina composta fotoativada e
pino de fibra de vidro apresentou os maiores valores de resistência à
tração.
2. O protocolo de reforço que utilizou o pino White Post DC apresentou
valor de resistência à tração semelhante ao grupo que não sofreu
fragilização.
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