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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE CIRURGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM CIRURGIA
MANOEL DE JESUS RODRIGUES MELLO
ATIVIDADE ANTIINFLAMATÓRIA, CICATRIZANTE E
ANTIMICROBIANA DO EXTRATO AQUOSO DE AROEIRA-
DO-SERTÃO A 20% (MYRACRODRUON URUNDEUVA FR.
ALL.) APLICADO EM FRATURAS EXPOSTAS INDUZIDAS
EM MANDÍBULA DE COELHO
FORTALEZA
2007
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MANOEL DE JESUS RODRIGUES MELLO
ATIVIDADE ANTIINFLAMATÓRIA, CICATRIZANTE E
ANTIMICROBIANA DO EXTRATO AQUOSO DE AROEIRA-
DO-SERTÃO A 20% (MYRACRODRUON URUNDEUVA FR.
ALL.) APLICADO EM FRATURAS EXPOSTAS INDUZIDAS
EM MANDÍBULA DE COELHO
Dissertação submetida à
Coordenação do Programa de
Pós-graduação Stricto Sensu
em Cirurgia do Departamento
de Cirurgia da Faculdade de
Medicina da Universidade
Federal do Ceará, como
requisito para obtenção do Grau
de Mestre em Cirurgia.
Orientador: Prof. Doutor José
Alberto Dias Leite
Co-orientadora: Profa. Doutora
Mary Anne Medeiros Bandeira
Fortaleza
2007
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M479a Mello, Manoel de Jesus Rodrigues
Atividade antiinflamatória, cicatrizante e
antimicrobiana do extrato aquoso de aroeira- do-sertão
a 20% (Myracrodruon urundeuva Fr. All.) aplicado em
fraturas expostas induzidas em mandíbula de coelho
/
Manoel de Jesus Rodrigues Mello; orientador José
Alberto Dias Leite. – Fortaleza, 2007.
77 f. :il.
Dissertação – Universidade Federal do Ceará.
Faculdade de Medicina
1. Fratura Mandibular 2. Fratura Exposta 3.
Anacardiácea 4. Fitoterapia 5. Coelho I. Leite, José
Alberto Dias (orient.) II. Título
MANOEL DE JESUS RODRIGUES MELLO
ATIVIDADE ANTIINFLAMATÓRIA, CICATRIZANTE E ANTIMICROBIANA DO
EXTRATO AQUOSO DE AROEIRA-DO-SERTÃO A 20% (MYRACRODRUON
URUNDEUVA FR. ALL.) APLICADO EM FRATURAS EXPOSTAS INDUZIDAS EM
MANDÍBULA DE COELHO
Dissertação submetida à Coordenação
do Programa de Pós-graduação Stricto
Sensu em Cirurgia do Departamento
de Cirurgia da Faculdade de Medicina
da Universidade Federal do Ceará,
como requisito para obtenção do Grau
de Mestre em Cirurgia.
Aprovada em: ____/____/____
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Prof. Dr. José Alberto Dias Leite (Orientador)
Universidade Federal do Ceará-UFC
_____________________________________________
Prof. Dr. Mary Anne Medeiros Bandeira
Universidade Federal do Ceará-UFC
_____________________________________________
Prof. Dr. Ricardo José de Holanda Vasconcellos
Universidade de Pernambuco-UPE
Ao Senhor Jesus Cristo e a Santo
Antônio, norteadores de minha fé,
por iluminarem sempre meus passos
e decisões.
A Reângela, minha esposa, companheira
e amiga em todos os momentos, pelo
estímulo e carinho, grande incentivadora
nesta caminhada.
Aos meus filhos, Antônio Vitor e Alice, pelo
tempo que deixei de dedicar a eles, por
serem fontes de minha alegria e estímulo.
Aos meus pais, Análio (in memorian) e
Maria Alice, pelos ensinamentos e
educação que proporcionaram minha
trajetória pessoal e profissional.
AGRADECIMENTOS
Ao professor Doutor PAULO LEITÃO DE VASCONCELOS, coordenador do
programa de pós-graduação stricto sensu do Departamento de Cirurgia da
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, pela competência,
dedicação e liderança que desenvolve dentro do programa de pós-graduação.
Ao meu orientador, professor Doutor JOSÉ ALBERTO DIAS LEITE, livre docente do
Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do
Ceará, pela competência e dedicação com que desenvolve suas atividades, exemplo
de médico e mestre; pelos estímulos, orientações e ensinamentos com que orientou
esta pesquisa.
À professora Doutora MARY ANNE MEDEIROS BANDEIRA, chefe do Departamento
de Farmácia, pelos ensinamentos sobre aroeira, pelos incentivos, estímulos, nos
momentos de indecisões, tornando possível esta pesquisa; pela disponibilidade
como co-orientadora.
Ao professor Dr. LUSMAR VERAS RODRIGUES, professor livre-docente sub-
coordenador do programa de pós-graduação stricto sensu do departamento de
cirurgia da Faculdade de Medicina da UFC pela importante contribuição no exame
de qualificação.
Ao professor Dr. SÉRGIO BOTELHO GUIMARÃES, professor adjunto doutor em
cirurugia pelo departamento de cirurgia da Faculdade de Medicina da UFC, pela
importante contribuição no exame de qualificação.
Ao professor RONALDO SILVA DE OLIVEIRA, professor substituto da disciplina de
Ortopedia e mestre em cirurgia pelo departamento de cirurgia da Faculdade de
Medicina da UFC, pela importante contribuição no exame de qualificação.
Ao professor Dr. SAID GONÇALVES DA CRUZ FONSECA, do Departamento de
Farmacotécnica da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Ceará, pelo
preparo do extrato aquoso de aroeira usado na pesquisa.
À professora Doutora CIBELE BARRETO MANO DE CARVALHO, chefe do
Departamento de Microbiologia da Universidade Federal do Ceará, pela gentileza e
disponibilidade para realização das análises microbiológicas desta pesquisa.
À professora Doutora GERLY ANNE DE CASTRO BRITO, do Departamento de
Fisiologia e Farmacologia da Universidade Federal do Ceará, pela maneira gentil e
dedicada na orientação da leitura das lâminas desta pesquisa.
À professora Doutora MARIA ELIZIMAR FELIZARDO GUERREIRO, coordenadora
do Curso de Zootecnia da Universidade Federal do Ceará, pela orientação no
manejo dos animais desta pesquisa.
À professora MARIA DO CÉU CARNEIRO MIRANDA, do Centro de
Desenvolvimento Familiar (CEDEFAM), pela colaboração na manipulação da aroeira
utilizada nesta pesquisa.
Ao professor Doutor MANUEL CLÁUDIO AZEVEDO PATROCÍNIO, da Faculdade de
Medicina do Cristhus, pela competência e gentileza na realização dos cálculos
estatísticos.
Ao professor Doutor ILAN SAMPAIO DO VALE, chefe do Departamento de
Radiologia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Ceará, pela
maneira gentil e cordial na orientação das radiografias realizadas nesta pesquisa.
Aos Drs. MARCOS ANTÔNIO ALVES e FRANCISCO WANDEMBERG
RODRIGUES DOS SANTOS, superintendentes do Instituto Dr. José Frota, que
viabilizaram minha formação na pós-graduação stricto sensu.
À Senhora MARIA LUCIENE VIEIRA DE OLIVEIRA, secretária do programa de pós-
graduação stricto sensu do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da
Universidade Federal do Ceará, pela sua dedicação, presteza que desenvolve no
programa de pós-graduação e pelo carinho que dispensa aos alunos do programa.
À Senhora MAGDA MARA GOMES FONTENELE, pela prestimosa ajuda no
programa de pós-graduação do Departamento de Cirurgia da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal do Ceará.
Ao Senhor JOSÉ IVAN RODRIGUES DE SOUSA, técnico de laboratório do
Departamento de Morfologia e Histologia da Faculdade de Medicina da Universidade
Federal do Ceará, pela sua colaboração e preparação das lâminas.
À Senhora MARGARETH GONÇALVES MAIA, técnica de laboratório do
Departamento de Patologia da Universidade Federal do Ceará pela sua colaboração
no preparo das lâminas.
Ao Senhor FRANCISCO BENTO DE OLIVEIRA, assistente técnico do biotério, pela
dedicação e presteza com que trata os animais.
Aos PROFESSORES do programa de pós-graduação stricto sensu, do
Departamento de Cirurgia, Clínica Médica e Farmacologia, pelos ensinamentos
ministrados.
Ao CENTRO ODONTOLÓGICO DA POLICIA MILITAR DO CEARÁ (CEOP), pela
viabilização da minha formação profissional no programa de pós-graduação.
Aos acadêmicos de odontologia, LUCIVAN MORAIS PETROLA e CLÓVIS INÁCIO
F. FEITOSA SOUZA, da UFC, pela grandiosa colaboração durante a fase
experimental deste trabalho.
Ao Senhor PAULO SÉRGIO ARAÚJO DA SILVA, da Mult Trauma, pelo fornecimento
das miniplacas e parafusos usados nesta pesquisa.
“Graça Divina é começar bem.
Graça maior é continuar no caminho certo.
Graça das graças é nunca desistir”.
Dom Helder Câmara
RESUMO
ATIVIDADE ANTIINFLAMATÓRIA, CICATRIZANTE E ANTIMICROBIANA DO
EXTRATO AQUOSO DE AROEIRA- DO-SERTÃO A 20% (MYRACRODRUON
URUNDEUVA FR. ALL.) APLICADO EM FRATURAS EXPOSTAS INDUZIDAS EM
MANDÍBULA DE COELHO. MANOEL DE JESUS RODRIGUES MELLO. Pós-
graduação stricto sensu, Faculdade de Medicina, Departamento de Cirurgia,
Universidade Federal do Ceará (grau de mestre em cirurgia). Julho, 2007. Orientador:
Prof. Doutor José Alberto Dias Leite.
O controle da cicatrização óssea tem grande importância na traumatologia, visto que
os princípios que norteiam esta área são a limpeza da ferida, reduções precoces
com fixação do foco da fratura, assegurando viabilidade circulatória local, prevenindo
a infecção, principalmente nas fraturas expostas. A aroeira-do-sertão (Myracroduon
urundeuva Fr. All), árvore da família Anacardiácea, é conhecida pelo seu uso
popular com atividades antiinflamatórias e cicatrizantes, surgindo como alternativa
terapêutica. Diante dessas qualidades, foram analisadas suas atividades, utilizando
um modelo experimental em fraturas expostas induzidas em mandíbula de coelhos.
Foram utilizados trinta coelhos, brancos, da raça Nova Zelândia, machos, com peso
variando entre 1700 a 2100g, distribuídos em dois grupos de quinze animais. Os
coelhos foram submetidos a tratamento cirúrgico, sob anestesia geral, para
realização de fratura do corpo mandibular direito, ficando exposta para cavidade
bucal por um período de quatro horas. Em todos os animais foi realizada a coleta do
material do foco de fratura para análise microbiológica. Os animais foram
distribuídos ao acaso, conforme o tratamento proposto: no grupo I, foram utilizados
300ml da solução de extrato aquoso de aroeira a 20% para irrigação do foco de
fratura, durante 5 minutos. No grupo II, foi utilizado soro fisiológico a 0,9%, no
mesmo volume e no mesmo tempo do grupo I, para irrigação do foco de fratura. Em
todos os animais foi realizada a redução da fratura com fixação interna rígida,
utilizando miniplacas de titânio do sistema 1,5mm. Foram realizados controles
radiográficos do pós-operatório dos 7, 14 e 30 dias para análise da consolidação da
fratura. Os grupos foram redistribuídos em subgrupos conforme o dia de eutanásia
em SG7, SG14 e SG30 onde foi realizada a remoção do bloco ósseo da região
operada para análise histológica pelo método de coloração do Tricrômico de
Masson. Os animais foram analisados do ponto de vista clínico, radiológico e
histológico. Na análise clínica, foi verificado o aspecto da ferida cirúrgica. O grupo I
(aroeira) mostrou resultado pouco significante na cicatrização da ferida, quando
comparado com o grupo II. No aspecto radiológico, o grupo tratado com aroeira não
apresentou efeitos significativos quanto à consolidação. Do ponto de vista
histológico, houve uma redução da concentração de bactérias no foco da fratura no
grupo tratado com aroeira. O extrato aquoso de aroeira a 20% não tem efeito
significativo na consolidação óssea de fraturas expostas induzidas em mandíbula de
coelhos, no entanto, houve benefício na cicatrização da ferida e uma diminuição
significativa das colônias bacterianas no foco das fraturas.
DESCRITORES: 1. Fratura Mandibular 2. Fratura Exposta 3. Anacardiácea 4.
Fitoterapia 5. Coelho.
ABSTRACT
ANTI-INFLAMMATORY, HEALING AND ANTIMICROBIAL ACTIVITIES OF THE
AQUEOUS EXTRACT OF THE AROEIRA-DO-SERTÃO AT 20% (Myracrodruon
urundeuva Fr.All.) APPLIED TO INDUCED EXPOSED FRACTURES IN RABBIT
JAWS. MANOEL DE JESUS RODRIGUES MELLO. Dissertation (master’s degree in
surgery). Pos-Graduation Program (stricto sensu) in surgery. Federal University of
Ceará. July, 2007. Professors: José Alberto Dias Leite and Mary Anne Medeiros
Bandeira.
Controlling bone healing is of great importance to traumatology, since some of the
guiding principles of this area are the cleaning of the wound, the early fixation of the
fracture, to assure the viability of the bone supply, and prevent the infection,
especially in exposed fractures. The Aroeira-do-Sertão (Myracrodruon urundeuva
Fr.All), tree of Anacardiceae family, is known for its popular uses as anti-inflammatory
due to its healing activities, being a good therapeutic alternative. To investigate these
properties we analyzed an experimental model using induced exposed fractures in
rabbit jaws. Thirty white New Zealand male rabbits weighing between 1700 and
2100g, divided in two groups of fifteen animals each were used. The rabbits
underwent surgical procedure under general anesthesia to fracture their right
mandibular body, which was exposed to oral cavity for 4 hours. Material from the
fracture site was collected for microbiological analysis. The animals were randomly
distributed according to the proposed treatment. In Group I, 300ml of aqueous extract
of Myracrodruon urundeuva at 20% was used for the irrigation of the focus of the
fracture for 5 minutes. In Group II, sterile saline solution 0.9% at the same volume
was used at the same way as Group I. All animals underwent fracture reduction with
internal rigid fixation using 1,5mm titanium mini-plates. Before euthanasia,
postoperatory radiographs were done by subgroups at 7, 14, and 30 days for
analysis of the consolidation of the fractures, after which the bone fragment of the
operated region was removed for histological analysis using the Masson Tricromic
method. The animals were analyzed from the clinical, radiological and histological
perspectives. The clinical analysis consisted in the visual verification of the aspect of
the surgical wound. Group I (Myracrodruon urundeuva) showed a little improvement
in healing when compared to Group II. Radiographically Groups II did not presented
significant effects in the consolidation of the bone. Histologically reduction of the
bacterial concentration was showed in the fracture in the Group I. The conclusion
was that a Myracrodruon urundeuva aqueous extract at 20% has no significant effect
in the consolidation of induced exposed fractures of rabbit jaws, but shows benefits in
the healing of wounds, reducing the colonies of bacteria in the fractures sites
significantly.
Key-words: 1. Mandible fracture. 2. Exposed fracture. 3. Anacardiacea. 4.
Fithotherapy. 5. Rabbit.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Lista de Tabelas
TABELA 1 – Fístula - Avaliação clinica da ferida 14º dia......................................39
TABELA 2 – Fístula - Avaliação clinica da ferida 30º dia......................................39
TABELA 3 – Sinais Flogísticos - Avaliação clínica da ferida 14º dia.....................40
TABELA 4 – Abscesso - Avaliação clínica da ferida 14º dia.................................40
TABELA 5 – Abscesso - Avaliação clínica da ferida 30º dia.................................41
TABELA 6 – Cicatrização - Avaliação clínica da ferida 30º dia.............................41
TABELA 8 – Pseudoartrose – Avaliação radiográfica 30º dia...............................43
TABELA 9 – Calo ósseo – Avaliação radiográfica 30º dia ....................................44
TABELA 10 – Perda de redução – Avaliação radiográfica 30º dia..........................44
TABELA 11 – Análise microbiológica da ferida.......................................................50
Lista de Figuras
FIGURA 1 – Árvore da Aroeira .............................................................................31
FIGURA 2 – Frasco contendo 300ml do extrato aquoso de aroeira-do-sertão.....31
FIGURA 3 – Marcação da caneta dermográfica na mandíbula do coelho............32
FIGURA 4 – Exposição do nervo mentual da mandíbula do coelho.....................32
FIGURA 5 – Osteotomia realizada no corpo mandibular do coelho......................33
FIGURA 6 – Exposição da fratura mandibular do coelho ao meio bucal..............33
FIGURA 7a – Irrigação da fratura da mandíbula do coelho com EAA....................34
FIGURA 7b – Irrigação da fratura da mandíbula do coelho com soro fisiológico....34
FIGURA 8 – Fratura mandibular do coelho reduzida e fixada com mini placa
e parafusos com quatro furos...........................................................35
FIGURA 9 – Dispositivo de acrílico utilizado para realização de Raio X...............35
FIGURA 10 – Tomada radiográfica do coelho realizado no aparelho de Raio X
Espectro III........................................................................................36
FIGURA 11 – Bloco ósseo cirúrgico removido da mandíbula do coelho.................36
FIGURA 12 – Avaliação Clínica da Ferida 7º dia de PO.........................................38
FIGURA 13 – Avaliação Clínica da Ferida 14º dia de PO.......................................38
FIGURA 14 – Avaliação Clínica da Ferida 30º dia de PO.......................................38
FIGURA 15 – Fístula - Avaliação clinica da ferida 14º dia......................................39
FIGURA 16 – Fístula - Avaliação clínica da ferida 30º dia......................................39
FIGURA 17 – Sinais Flogísticos - Avaliação clínica da ferida 14º dia.....................40
FIGURA 18 – Abscesso - Avaliação clínica da ferida 14º dia.................................40
FIGURA 19 – Abscesso - Avaliação clínica da ferida 30º dia.................................41
FIGURA 20 – Cicatrização - Avaliação clínica da ferida 30º dia.............................41
FIGURA 21 – Avaliação Radiográfica da Ferida 7º dia de PO................................42
FIGURA 22 – Avaliação Radiográfica da Ferida 14º dia de PO..............................42
FIGURA 23 – Avaliação Radiográfica da Ferida 30º dia de PO..............................42
FIGURA 24 – Perda de redução - Avaliação radiográfica 14º dia...........................43
FIGURA 25 – Pseudoartrose – Avaliação radiográfica 30º dia...............................43
FIGURA 26 – Calo ósseo – Avaliação radiográfica 30º dia ....................................44
FIGURA 27 – Perda de redução – Avaliação radiográfica 30º dia..........................44
FIGURA 28a – Radiografia da mandíbula do coelho com placa e parafuso - 7
dias P.O............................................................................................45
FIGURA 28b – Radiografia da mandíbula do coelho com placa e parafuso – 14
dias P.O............................................................................................45
FIGURA 28c – Radiografia da mandíbula do coelho com placa e parafuso – 14
dias P.O............................................................................................46
FIGURA 28d – Radiografia da mandíbula do coelho com placa e parafuso – 14
dias P.O. ..........................................................................................46
FIGURA 28e – Radiografia da mandíbula do coelho com placa e parafuso – 30
dias P.O............................................................................................47
FIGURA 28f – Radiografia da mandíbula do coelho com placa e parafuso – 30
dias P.O............................................................................................47
FIGURA 29 – Avaliação Microbiológica da Ferida 7º dia de PO.............................48
FIGURA 30 – Avaliação Microbiológica da Ferida 14º dia de PO...........................48
FIGURA 31 – Avaliação Microbiológica da Ferida 30º dia de PO...........................48
FIGURA 32 – Baciloscopia da saliva do coelho......................................................49
FIGURA 33 – Lâmina histológica EAA 14 dias.......................................................49
FIGURA 34a – Lâmina corada com Tricrômico de Masson 7 dias EAA...................51
FIGURA 34b – Lâmina corada Tricrômico de Masson 7 dias Soro...........................51
FIGURA 34c – Lâmina corada Tricrômico de Masson 14 dias Soro.........................52
FIGURA 34d – Lâmina corada Tricrômico de Masson 14 dias EAA.........................52
FIGURA 34e – Lâmina corada Tricrômico de Masson 30 dias Soro.........................53
FIGURA 34f – Lâmina corada Tricrômico de Masson 30 dias EAA.........................53
FIGURA 35a – Mandíbula de coelho (vista lateral)...................................................71
FIGURA 35b – Mandíbula de coelho (vista oclusal) .................................................71
FIGURA 36 – Coelhário (Coelhos mantidos em gaiolas no departamento de
zootecnia da UFC)............................................................................72
FIGURA 37 – Entrecasca de aroeira ......................................................................72
FIGURA 38 – Aspecto final da ferida cirúrgica da mandíbula do coelho
(sutura)..............................................................................................73
FIGURA 39 – Cassete com bloco ósseo da mandíbula do coelho impregnado
de parafina........................................................................................73
FIGURA 40 – Cassete com bloco ósseo no micrômetro.........................................74
FIGURA 41 – Lâminas coradas por Tricrômico de Masson realizado no
departamento de patologia da UFC..................................................74
FIGURA 42a – Ágarsangue (cultura da saliva).........................................................75
FIGURA 42b – Lâmina histológica soro 7 dias .........................................................75
FIGURA 42c – Lâmina histológica EAA 7 dias.........................................................76
FIGURA 42d – Lâmina histológica soro 14 dias .......................................................76
LISTA DE ABREVIATURAS
ATM – Articulação Têmporo-Mandibular
FIR – Fixação Interna Rígida
CEPA – Comissão de Ética em Pesquisa Animal
UFC – Universidade Federal do Ceará
EAA – Extrato Aquoso de Aroeira-do-Sertão
P.O. – Pós-Operatórios
IM – Intramuscular
OMS – Organização Mundial de Saúde
BAAR – Bacilo Álcool Ácido Resistente
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................16
2 OBJETIVOS...........................................................................................................24
3 MÉTODO................................................................................................................25
3.1 Amostra..........................................................................................................25
3.1 Procedimentos...............................................................................................25
3.1.1 Delineamento .........................................................................................25
3.1.2 Preparo do fitoterápico ...........................................................................26
3.1.3 Procedimento cirúrgico...........................................................................28
3.1.4 Obtenção das radiografias......................................................................29
3.1.5 Obtenção do material para análise histológica.......................................30
3.1.6 Avaliação clínica.....................................................................................37
3.1.7 Avaliação radiográfica.............................................................................37
3.2 Análise estatística .........................................................................................37
4 RESULTADOS.......................................................................................................38
5 DISCUSSÃO..........................................................................................................54
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................60
7 REFERÊNCIAS......................................................................................................61
8 ANEXOS................................................................................................................68
1 INTRODUÇÃO
O osso é a única estrutura do organismo humano que apresenta diversas
funções específicas, bem como características ímpares, dentre elas, ser o maior
reservatório de cálcio, dotar o corpo de força e movimento, junto com os
músculos, proteger estruturas vitais de tecidos moles, ser internamente resistente
e ao mesmo tempo manter-se flexível e elástico. A característica mais
interessante, porém, é a capacidade de promover a reparação espontânea com
tal perfeição que muitas vezes fica difícil identificar o local no qual houve lesão
(FLEIG; LORANDI, 1995).
Feinberg e Larsen (1991) escreveram que a fratura resulta em uma
progressiva resposta tissular bem definida, que pode ser resumida pela remoção de
tecido danificado, restabelecimento do suprimento vascular e produção de uma nova
matriz esqueletal. A adaptação e o processo histológico específico, que acompanham
a reparação, dependem da reparação dos ossos lesionados, bem como de fatores
locais sistêmicos. Grotendarst (1996) ressaltou que a reparação óssea não é um fato
isolado, inclui, sim, um processo de reparação tecidual geral, tanto em tecido moles,
como duros. Rahn et al. (1971) relataram que, por semelhança aos tecidos moles, o
osso pode apresentar reparação por primeira e segunda intenção. No primeiro caso,
ocorre quando há excelente redução anatômica, nenhuma ou pouca mobilidade aliada
a um fluxo sangüíneo adequado. Por segunda intenção, dá-se nos casos onde não há
intervenção cirúrgica ou onde a fixação da fratura permitir mobilidade.
Dentre os fatores que afetam a reparação óssea, estudos desenvolvidos por
Penttinum (1972) demonstraram que o fluxo de oxigênio estimula as células do
periósteo a produzir mais matrizes extracelulares, ou seja, o crescimento do calo
ósseo é dependente do suprimento de oxigênio. Macnad e De Hass (1974)
salientaram que o periósteo protege a reparação da infiltração de tecidos vizinhos,
além de impedir que ocorra a saída do hematoma local. A destruição da circulação
periosteal ou excessivas incisões no periósteo dificultam a reparação das fraturas e
a integridade dos tecidos moles circundantes parece ser importante pré-requisito
para a vascularização na formação do calo periosteal (WHITSIDE; LESKER, 1978).
Hulth (1988) destacou que a atividade molecular no exudato da fratura é o
mais decisivo fator para a reparação óssea.
17
Sendo uma região onde se iniciam vários sistemas do organismo, a face é
um verdadeiro cartão postal do ser humano, exercendo forte influência na
personalidade. Através dela, comunica-se e são expressos todos os sentimentos.
Entretanto, devido ao seu posicionamento anatômico, a face está sujeita aos
traumas de diversas origens, quando comparada a qualquer outra parte do corpo
(GANDELMANN; CORTEZZI, 1986).
O trauma na região facial, frequentemente, resulta em lesões ao tecido mole,
aos dentes e aos principais componentes do esqueleto facial, incluindo a mandíbula,
maxila, e o complexo naso-órbito-etmoidal. Além disso, essas lesões estão
comumente associadas a outras áreas do corpo. A participação no manuseio e na
reabilitação do paciente com trauma de face envolve uma compreensão detalhada
dos tipos, princípios de avaliações e do tratamento cirúrgico das lesões faciais
(PETERSON et al., 2000).
A mandíbula, juntamente com a maxila, são ossos que apresentam uma
peculiaridade que as distinguem dos demais ossos do esqueleto. A presença dos
dentes modifica o padrão esperado para o mecanismo de reparo das fraturas e a
estabilidade dos segmentos fraturados comum a todos os ossos. O princípio do
tratamento de uma fratura de mandíbula, além de prever a redução anatômica dos
fragmentos, busca também a manutenção de uma boa oclusão pós-operatória
(BELTRÃO et al., 2003).
A mandíbula, devido a sua topografia, anatomia e projeção no terço inferior
da face, é frequentemente atingida por traumas, podendo resultar em fraturas,
principalmente em acidentes de trânsito, agressões, quedas ou acidentes esportivos.
As fraturas mandibulares podem levar a deformidades, sejam por deslocamentos ou
perdas ósseas não restauradas, com alterações de oclusão dentárias ou da
articulação têmporo-mandibular (ATM). Quando não identificadas ou tratadas
adequadamente, estas lesões podem levar à seqüela grave, tanto estéticas, como
funcionais (DINGMAN; NATIVIG, 1983).
É importante salientar que por ser um osso móvel, e devido à variedade de
inserções musculares nela presentes, a mandíbula oferece um aspecto peculiar
quanto à possibilidade de descolar fragmentos ósseos em determinados tipos ou
locais de fratura (TOLEDO FILHO et al., 1998). Assim, o diagnóstico das fraturas
mandibulares deve definir a natureza, localização, número de fraturas, direção, tipo
e possíveis complicações e interferências funcionais de forma a orientar o
18
tratamento para o método que neutraliza a ação muscular com vistas à estabilidade
do caso (VALIARTI, 1998).
Os principais objetivos do tratamento das fraturas mandibulares são a
restauração das estruturas e das funções, minimizando a morbidade. Isto requer
adequada redução anatômica e imobilização que assegure a consolidação dos
segmentos fraturados (VASCONCELLOS, 2001). Para o sucesso dessa proposta
fazem-se necessários o silêncio no traço de fratura e a prevenção de infecções
favorecendo o reparo (IIZUKA, 1991).
Dependendo do tipo da lesão, da direção e da força do traumatismo, as fraturas
de mandíbula geralmente ocorrem em diversas localizações. Uma das classificações
descreve as fraturas de mandíbula de acordo com sua localização anatômica. As
fraturas são designadas como condilares, de ângulo, de corpo, sinfisária, alveolar, de
ramo e de processo coronóide. Outro tipo de classificação de fratura de mandíbula é
quanto ao traço de fratura. Caracteriza-se em fratura do tipo galho verde, simples,
cominutiva e exposta. As fraturas do tipo galho verde são aquelas que causam fraturas
incompletas em ossos flexíveis. Uma fratura simples é uma completa transecção do
osso com fragmentação mínima, na região da fratura. Na fratura cominutiva, o osso é
fragmentado em diversos segmentos. Uma fratura exposta resulta da comunicação da
margem do osso com meio externo. Como também a existência de ferimento mucoso
locoregional à fratura, que estabelece o foco fraturário com meio externo. (PETERSON
et al., 2000; LORENÇO; FRANCO, 1998).
O conceito de comunicação com meio externo deve ser entendido em um
sentido mais amplo, pois, em diversas situações, esta comunicação pode estar
mascarada. Isto se refere principalmente nas fraturas cuja comunicação ocorre
através da boca, tubo digestivo, vagina e ânus, estes últimos com grande freqüência
nos casos de fraturas do anel pélvico. (PACCOLA, 2001).
O diagnóstico de uma fratura exposta pode ser fácil, quando existe a
visualização de fragmentos ósseos através da ferida, porém pode ser difícil,
quando a ferida é pequena ou está distante do local da fratura. Quando uma fratura
ocorre no mesmo segmento do membro, com uma ferida, esta deverá ser
considerada como uma fratura exposta, até prova contrário. Qualquer traumatismo
irá provocar reações extremas no organismo, gerando também, por parte desta,
respostas imediatas para interromper o sangramento e iniciar o processo
reparativo. O objetivo do tratamento das fraturas expostas envolve a prevenção da
19
infecção, obtenção da consolidação óssea e cicatrização das partes moles para
permitir a recuperação funcional do osso acometido o mais precoce possível.
(LOURENÇO & FRANCO, 1998).
O prognóstico nas fraturas expostas é determinado principalmente pela
quantidade de tecidos moles desvitalizados causados pela lesão e pelo nível e tipo
de contaminação bacteriana. (CHAPMAN, 1979, p. 221 apud ROCKWOOD et al.,
2001). Dessa forma, a fratura exposta, de forma especial, está sujeita à infecção e
ao retardo de consolidação, que são os grandes problemas relacionados com ela. O
tratamento das fraturas expostas tem por finalidade evitar a infecção, consolidar a
fratura e preservar ou restaurar a função dentro do limite possível (PACCOLA,
2001). Existe considerável evidência indicando que a fixação estável da fratura
exposta diminui a probabilidade de ela tornar infectada. (WORLOCK et al., 1994).
A redução aberta e a fixação com miniplacas tornaram-se um meio mais
seguro e eficaz de tratamento, favorecendo a estabilidade. O uso de fixação interna
rígida (FIR) para a contenção das fraturas e das osteotomias faciais representa um
avanço no tratamento dos pacientes com fraturas faciais, porque a FIR evita ou
minimiza o tempo de bloqueio maxilo-mandibular, permitindo, dessa maneira,
reintegrar o indivíduo o mais rápido possível à sociedade. O uso da FIR encontra-se
amplamente difundido nos centros hospitalares, que contam com serviço de cirurgia
buco-maxilo-facial. (DODSON et al.,1990).
Champy et al. (1986) referiram que o uso da FIR no tratamento das fraturas
apresenta vantagens se comparadas ao fio de aço. Relataram, ainda, adequada
redução dos fragmentos, estabilidade óssea com reparo primário, retorno das
funções normais, como mastigação, fonação, em forma mais rápida e melhores
condições de higiene bucal.
As placas de titânio apresentam uma série de vantagens sobre as de aço
inoxidável. Além da vantagem fundamental da biocompatibilidade, essas placas de
titânio oferecem propriedades físicas, tamanho e formas incomparáveis. A
bioengenharia conseguiu desenvolver peças de titânio, com baixo teor de impurezas
e com propriedade físicas tais que possibilitam o bom ajuste delas sobre a complexa
superfície óssea da face. (MIRANDA, 1994).
Claro et al. (1997) afirmaram que o emprego de miniplacas sem
compressão, em fraturas de ângulo da mandíbula, tem demonstrado ser um método
20
efetivo de tratamento, oferecendo adequada estabilidade e rigidez para uma boa
reparação da fratura.
O uso de miniplacas mostra-se um método eficiente, acrescentando ainda
que o uso de duas miniplacas do sistema 2,0mm torna-se indicação preferencial e
se impõe nas fraturas desfavoráveis múltiplas ou cominutivas. (MIRANDA;
MIYAGUSKO; ANTONINI, 1994).
As opções de tratamento de fraturas infectadas sofreram algumas
alterações. O tratamento conservador costuma estender-se por um período de doze
a dezoito semanas. Na abordagem cirúrgica das fraturas infectadas, primariamente,
foi contra-indicado o uso de miniplacas por tratar-se de um corpo estranho em local
já contaminado. Todavia demonstra bons resultados, já que mantém uma redução
mais precisa e, muitas vezes, também mais rígida que outros meios, favorecendo
uma cicatrização mais rápida e segura. (CACCIÁ et al., 1997).
O desbridamento cirúrgico precoce é de extrema importância no tratamento
das fraturas expostas, porém trabalhos específicos vêm comprovando sua eficácia
em reduzir a incidência de infecção, quando realizado nas primeiras quatro horas
após o acidente. Após o desbridamento e a limpeza da ferida, está indicada a
estabilização das fraturas. (WHITTLE et al.,1992).
Gustillo (1990) procurou enfatizar a importância do desbridamento e sua
associação com a lavagem exaustiva da ferida com solução salina. A importância da
irrigação copiosa foi mostrada que uma série, na qual foram utilizados para fratura
de ossos longos em uma pessoa adulta (70kg) menos de 10 litros de soro fisiológico,
houve uma incidência mais alta de infecção do que em uma série na qual mais de 10
litros foram usados.
A ação básica da irrigação é a remoção de detritos, ou seja, ação mecânica.
Há um consenso quanto à sua necessidade, porém algumas questões ainda são
controversas, como a maneira de executar a irrigação, qual a solução utilizada, a
associação de antibióticos ou de solução anti-sépticas e o volume ideal empregado.
(LOURENÇO; FRANCO, 1998).
Os anti-sépticos abriram caminho para a cirurgia moderna e suas
propriedades bactericidas são ainda indispensáveis para desinfectar as mãos dos
cirurgiões (álcool, preparações com iodo, clorexidina). Estes agentes não podem ser
usados para o tratamento da ferida aberta ou do osso por causa de sua toxidade
tecidual. (WILLENEGGER et al., 1995).
21
No Nordeste do Brasil, especificamente no Estado do Ceará, popularmente,
usa-se a entrecasca da aroeira-do-sertão (Myracrodruon urundeuva Fr. All.), sob
forma de extrato aquoso ou alcoólico, ou simplesmente de cozimentos, como
antiinflamatório para varias afecções, principalmente ginecológicas. (MENEZES et
al., 1985; RAO et al., 1987; MATOS, 1989; VIANA et al., 1995). O extrato
hidroalcoólico e o aquoso são feitos a partir da entrecasca da aroeira-do-sertão e os
estudos químicos e farmacológicos têm mostrado efeitos antiimflamatórios,
cicatrizantes, antiulcerogênicos, antihistamínicos, antibradicininas e analgésicos,
aliados à ausência de efeitos tóxicos e teratogênicos, nas doses utilizadas.
(MENEZES; RAO; FONTELES, 1985; RAO et al., 1986; RAO et al., 1987;
MENEZES; RAO, 1988; BANDEIRA, 1993; VIANA et al., 1997).
A aroeira-do-sertão é referida mais comumente pelo nome botânico
Astronium urundeuva Engl, no entanto, a determinação do Código Internacional de
Taxonomia seu nome válido atualmente, por ser mais antigo, é Myracrodruon
urundeuva Fr. All., Anacardiácea arbórea encontrada no Brasil, principalmente na
vegetação da zona semi-árida do Nordeste, nas matas secas e subúmidas, mais
comumente nas encostas de serra. É uma árvore de tronco alto, com cerca de 10-
15m de altura, podendo atingir cerca de 1m de diâmetro. Tem copa larga, formada
por ramos subdecubentes, que portam folhas alternas, imparipenadas, com 5-7
pares de folíolos, ovado-obtusos, pubescentes em ambas as faces, medindo cerca
de 5 cm de comprimento. Planta dióica, a aroeira-do-sertão é encontrada na
caatinga e nas matas secas do Ceará até os estados do Paraná, Mato Grosso do
Sul, oeste da Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Goiás, sendo mais freqüente na
região do Nordeste. O nome aroeira é uma simplificação do vocábulo araroeira, que
deriva de arara, com o acréscimo da terminação eira (lugar), isto é, árvore da arara,
por ser planta em que, de preferência, essa ave pousa e vive. (MENEZES, 1986;
MATOS, 1989; OLIVEIRA et al., 1989; BANDEIRA, 1993; VIANA et al., 1995).
Menezes (1986) estudou as propriedades farmacológicas gerais da
entrecasca da aroeira, sua toxidade e seu potencial antiinflamatório e
antiulcerogênico, uma serie de modelos experimentais. Observou-se que o extrato
hidroalcoólico da entrecasca da aroeira apresentava potente atividade
antiinflamatória em modelos de inflamação aguda e subaguda. Apresentou ainda
potente ação antiulcerogênica em modelos experimentais de úlcera por histamina e
nas úlceras de Shay em ratos. Finalmente, os resultados sugeriram que as
22
propriedades de estabilização da membrana celular, antihistamínica e
antibradicinina, poderiam estar envolvidas na medição da ação antiinflamatória da
aroeira-do-sertão.
Rao et al., (1987) estudaram os efeitos do extrato aquoso da entrecasca da
aroeira sobre úlceras induzidas em ratos por ácido acetil-salícilico e histamina e
observaram que o extrato inibia significantemente a indução das lesões gástricas.
Bandeira (1993) fez estudo químico com monitorização farmacológica da
entrecasca da aroeira-do-sertão. Para isso, realizou o fracionamento do extrato de
etila, também com ação antiinflamatória comprovada, que forneceu duas frações
com atividade antiinflamatória, F (8-13) e F (18). Da fração F (8-13) foram isoladas e
identificadas duas chalconas inéditas, denominadas urundelvina A e urundelvina B.
A fração F (18) era constituída predominantemente por taninos catéquicos. Conclui,
ainda, com base nos resultados químicos e nos ensaios farmacológicos, que ocorreu
a presença de um complexo fitoterápico no material estudado em vez de um
principio ativo.
Rodrigues (1999) estudou o efeito antiinflamatório e antiulcerogênico do
extrato aquoso da aroeira-do-sertão, na colite difusa experimental em ratos, e
verificou que o extrato teve ação terapêutica na colite.
Albuquerque (2003) analisou o efeito das chalconas na conjuntivite alérgica
induzida por ovalbumina, em cobaias. O estudo concluiu que a chalcona tem efeito
terapêutico na conjuntivite induzida por ovalbuninas, em cobaias.
Cavalcante (2004) verificou o efeito do extrato aquoso da aroeira a 10% na
anastomose cólica, na vigência de colite induzida por acido acético a 10%, em ratos
Wister. Deduziu que o extrato aquoso de aroeira-do-sertão a 10% desenvolve
atividade cicatrizante, atuando na fase dois e três da cicatrização, aumentando a
fibroplasia e deposição de colágeno na matriz cicatricial.
Mota (2006) avaliou o efeito anti-séptico das chalconas na cicatrização das
feridas cirúrgicas, após fraturas expostas induzidas em ratos, bem como a atividade
indutora das chalconas na consolidação óssea em fêmur de ratos, quando
submetidos à síntese intramedular. Concluiu que a chalcona na concentração
testada não tem efeito na consolidação na fratura exposta induzida em ratos, porém
é benéfica na cicatrização da ferida operatória.
Apesar do grande emprego popular, na literatura pesquisada, não foi
encontrado trabalho cientifico estudando o uso tópico da aroeira-do-sertão como
23
cicatrizante e antimicrobiana em tecido ósseo, o que motivou a realização desta
pesquisa, que tem como objetivo analisar a capacidade cicatrizante, antiinflamatória
e antimicrobiana por parâmetros histológicos, da aplicação do extrato aquoso da
entrecasca da aroeira-do-sertão à 20%, em fraturas ósseas expostas induzidas, na
mandíbula de coelhos.
2 OBJETIVO
Analisar a atividade cicatrizante, antiinflamatória e antimicrobiana por
parâmetros histológicos, da aplicação do extrato aquoso da entrecasca da aroeira-
do-sertão (Myracrodruon urundeuva Fr. All.) a 20%, em fraturas ósseas expostas
induzidas, em mandíbula de coelhos.
3 MÉTODO
3.1 Amostra
O projeto de pesquisa foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa
Animal – CEPA, da Universidade Federal do Ceará - UFC, sob protocolo nº 47/07.
Foram utilizados 30 coelhos brancos da raça Nova Zelândia, machos, com
idade variada entre 3 a 4 meses, com peso entre 1.700 e 2100g, provenientes do
Coelhario da Faculdade de Zootecnia da Universidade Federal do Ceará, criados e
mantidos sob condições ambientais. (Fig. 36).
Os animais foram mantidos no Biotério central da Faculdade de Medicina da
Universidade Federal do Ceará, alojados em gaiolas de arame galvanizado com
zinco, medindo 50cm de altura X 50cm de largura X 50cm de comprimento,
mantidos em número de dois por unidade permanecendo no biotério por sete dias de
quarentena. Foram alimentados com o mesmo tipo de ração balanceada comercial
para coelhos. Receberam água e ração “ad libitum”. Todo o procedimento
experimental foi realizado em condições de assepsia. Os animais permaneceram em
ambiente climatizado, a uma temperatura média de 25ºC, umidades relativa do ar
em torno de 55%, e iluminação adequada obedecendo ao ciclo dos dias e noites,
conforme preceito de cuidados e utilização dos animais de laboratório. As condições,
desde o alojamento, higienização até o bem-estar geral dos animais, foram
controladas pelo pesquisador e o técnico responsável. Os procedimentos foram
baseados nos princípios do 3Rs (Replacement, Reduction e Refinament).
Os experimentos foram realizados no Laboratório de Cirurgia Experimental
do Departamento de Cirurgia da Universidade Federal do Ceará.
3.1 Procedimentos
3.1.1 Delineamento
Os coelhos foram submetidos à anestesia geral para indução cirúrgica da
fratura do corpo mandibular direito, que foi exposta para a cavidade bucal por um
26
período de 4 horas. Foi realizada a coleta do material para análise microbiológica do
foco da fratura.
Os coelhos foram distribuídos ao acaso em dois grupos de 15 animais cada
um, conforme o tratamento proposto:
Grupo I: Foram utilizados 300ml do extrato aquoso da aroeira-do-sertão
(EAA) a 20% para irrigação no foco da fratura, durante 5 minutos.
Grupo II: Foi utilizada uma solução salina (soro fisiológico a 0,9%), no
mesmo volume e no mesmo tempo, para a irrigação no foco da fratura.
Foram realizados controles radiográficos dos pós-operatórios – P.O. do 7º, 14º
e 30º dias para análise da consolidação da fratura. Estes foram redistribuídos ainda pelo
dia de eutanásia em SG7, SG14 e SG30, onde foi realizada a remoção do bloco ósseo
da região operada para análise histológica e colaração pelo método Tricrômico de
Masson.
Em todos os animais foi realizada a redução da fratura com fixação interna
rígida (FIR), usando miniplacas e parafusos de titânio do sistema 1,5mm.
3.1.2 Preparo do fitoterápico
O extrato aquoso da aroeira-do-sertão a 20% foi preparado a partir da
entrecasca seca da parte aérea da aroeira adulta (Fig. 1). Foi coletada na cidade de
Tauá, região dos Inhamuns, sertão central do Estado do Ceará. O material vegetal foi
colocado para secagem em temperatura ambiente aproximadamente entre 33 e 35ºC
por 12 horas e acomodado em caixa de papelão e foi trazido para o laboratório de
Farmacoténica da Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem da
Universidade Federal do Ceará. O material da entrecasca seca da aroeira foi pesado
3.150g (Fig. 37) e colocado em estufa, durante 24h, com temperatura entre 45ºC e
50ºC, para retirar a umidade. Em seguida, foi submetido ao processo de trituração,
com obtenção de um pó grosseiro. Este material foi pesado (1.300g) e depositado em
um recipiente de vidro e submetido ao método para obtenção de soluções extrativas,
através da maceração, onde foram usados como solventes 20% de glicerina (usada
para evitar a precipitação dos taninos), 20% de álcool (usado como agente
estabilizante) e 60% de água destilada. Foram colocados em recipiente tipo cálice:
200ml de glicerina acrescidos de 215,5ml de etanol e 584,5ml de água, perfazendo
uma quantidade total de solvente de 1000ml.
27
Foi colocado em um percolador o solvente juntamente com o pó grosseiro da
entrecasca da aroeira. A mistura permaneceu por 24h, passando por processo de
filtração, obtendo 2.350ml do extrato de aroeira. O produto obtido após a maceração
apresentou-se como um líquido de cor lilás, foi acrescido de outras substâncias para
obter-se a solução usada na pesquisa.
Preparação da solução de aroeira a 20% para uso na pesquisa:
Matéria-prima: extrato de aroeira a 85%, cloreto de sódio, metil parabeno
(conservante), propilparabeno (conservante), propilenoglicol (solvente para
conservante) e água purificada por destilação.
Foram utilizados como embalagem frasco de polietileno transparentes, com
capacidade para 500ml, com tampa rosqueável munida de bico para irrigação.
Composição para 10.000ml:
Extrato de aroeira a 85% 2.350, 00 ml
Cloreto de sódio 90,00g
Metilparabeno 18,00g
Propilparabeno 2,00g
Propilenoglicol 100,00ml
Água purificada q.s.p. 10.000,00ml
Procedimento:
1. Em um barrilete de PVC, com capacidade para 10L, mantiveram-se
sobre agitação 7L de água destilada.
2. Foram adicionados 100ml de solução de conservantes.
3. Medir sucessivamente em proveta de 1000ml os 2350ml do extrato de
aroeira, transferindo-os para a solução contida no barrilete. Foi lavada a
proveta com água purificada e transferida para o barrilete.
4. Foi adicionado cloreto de sódio
5. Montado sobre agitação por 15minutos e retirados solução pela torneira e
verter na parte superior do barrilete para uniformizar o conteúdo.
6. Procedeu-se o envase, tomando cuidado, e transferir apenas 300ml da
solução para cada frasco (Fig. 2).
28
3.1.3 Procedimento cirúrgico
Os procedimentos cirúrgicos foram realizados em ambiente refrigerado, no
Laboratório de Cirurgia Experimental do Departamento de Cirurgia da Universidade
Federal do Ceará.
Foi realizada a anestesia geral do animal, usando por injeção intramuscular
(IM) de Cloridrato de Xilazina (Rompun®), na dose de 5mg/kg de peso do animal, e
Cloridrato de Ketamina (Vetanarcol®), na dose de 35mg/kg, por serem de custo
relativamente baixo, fácil administração e manter um plano anestésico cirúrgico efetivo
por cerca de 75 minutos. O protocolo foi o mesmo utilizado por Fonseca (1996),
seguindo recomendações de Mulder (1978); Massone (1988); Ripman et al. (1990).
O animal, após a anestesia, foi colocado em uma mesa cirúrgica e realizado
aposição de campos cirúrgicos estéreis. O animal permaneceu em decúbito lateral
com a cabeça em norma lateral para a esquerda. Foi realizada a coleta da saliva dos
coelhos e analisada a cultura no Ágar sangue onde se realizou a leitura pelo Gram
das colônias. Cresceram cocos Gram + (estaphylococus s.p.) e Bacilos Gram -
(Escherichia Coli). Em todos os animais foi realizada a epilação na região
submandibular direita, em uma área aproximada de 8cm
2
(4cm de comprimento x 2cm
de largura), promovendo-se logo a seguir a anti-sepsia da região, com gase embebida
em polvidine a 10%, seguido de álcool iodado aplicado no centro da área epilada, na
região compreendida entre a inserção da borda anterior do masseter e a proximidade
da sínfise mandibular. Foi realizada a demarcação retilínea na pele com caneta
dermográfica, com 15mm de comprimento (Fig. 3). Foi injetado 1ml de solução
anestésica lidocaína, com epinefrina 1:200.000 à 2% (Xylestesin®), para se obter uma
melhor isquemia da região a ser incisada. Após a incisão que abrangiam pele, tecido
subcutâneo, músculo e periósteo, foi realizado o descolamento e deslocamento dos
tecidos moles da região, seguindo técnicas cirúrgicas atraumáticas, utilizando, para
isso, um descolador de Freer, com o cuidado de preservar o nervo mentual (Fig. 4).
Em seguida, foi realizada a osteotomia para promover a fratura induzida no corpo
mandibular direito, logo após o forame mentual. Foi seccionado verticalmente no
sentido do osso alveolar para basilar do corpo da mandíbula, com o auxilio de uma
broca cilíndrica nº 702, montada em uma caneta angulada Kavo®, acoplada em um
motor cirúrgico Driller BL600®, completando-se a osteotomia com cinzel reto (Fig. 5).
Foi realizada uma comunicação da ferida cirúrgica com a cavidade bucal, tornando
29
assim a fratura exposta ao meio bucal (Fig. 6). Deixada exposta por 4 horas onde foi
realizada a coleta do material do foco da fratura, com “swab” para estudo histológico.
Em seguida, lavado o local da fratura com EAA (grupo I) e soro fisiológico 0,9% (grupo
II) (Fig. 7a e 7b) e após a realização da redução da fratura, fixado com miniplacas de
titânio com quatro furos e parafusos de 5mm (FIR). As perfurações ósseas foram
feitas com brocas de titânio de 1,2mm de diâmetro, utilizando motor de baixa rotação
com 22.000 rpm, com 50N de torque. Posteriormente à lavagem do foco da fratura e a
aplicação das placas, procedeu-se a sutura dos tecidos moles por planos, usando
mononylon 5-0. Os procedimentos foram repetidos em todos os animais (Fig. 38).
Os coelhos foram mantidos em gaiolas no Biotério da Faculdade de
Medicina da UFC, em condições favoráveis à sobrevivência em um ambiente com
boa ventilação e iluminação. A dieta alimentar constou de ração apropriada para
coelhos e água ad libitum. Durante todo o experimento, os animais foram
controlados e revisados, efetuando-se avaliação clinica periódica até o dia da
eutanásia.
3.1.4 Obtenção das radiografias
Foi realizado o controle radiográfico nos pós-operatórios do 7º, 14º, 30º dias
para analisar a consolidação da fratura.
As tomadas radiográficas foram realizadas no serviço de Radiologia da
Faculdade de Odontologia da UFC. O aparelho de Raios X, padrão utilizado para
realizar as tomadas radiográficas, foi do tipo Espectro III (Dabi-Atlante®), ajustado
em 60kvp e mantida a distância foco-filme de 30cm, com a altura fixa do cilindro
para o filme mantida em 16cm, com tempo de exposição de 2,5 segundos. Foi
confeccionado um dispositivo de acrílico (Fig. 9) para ser utilizado com as distâncias
já preestabelecidas como padrão nas tomadas radiográficas. Foram utilizados filmes
radiográficos intrabucal oclusal, da marca Kodak®, in sight (5,7 x 7,6cm), de
velocidade extra-rápido (filme F). Na obtenção das tomadas radiográficas da
mandíbula do animal, o feixe principal de Raio X foi direcionado a fim de incidir de
maneira obliqua à mandíbula operada (Fig. 10). O processo de revelação e fixação
das radiografias, foi realizado por processadora automática Kodak®, de acordo com
as instruções do fabricante do filme.
30
3.1.5 Obtenção do material para análise histológica
Os animais foram redistribuídos em subgrupos, pelo dia de eutanásia, em
SG7, SG14 e SG30.
Todos os animais foram sacrificados de acordo com seu grupo, recebendo
uma overdose intramuscular (100mg/kg) de tiopental sódico (Thiopentax®). O local
da cirurgia foi reaberto e exposta a placa de titânio com os parafusos e coletado
material com “swab” para fazer análise histológica e encaminhado para rotina de
preparo de corte histológico e estudo no laboratório de patologia do Departamento
de Patologia e Medicina Legal da Faculdade de Medicina da UFC. As lâminas
contendo o material do foco da fratura foram feita uma análise quantitativa. A
notificação foi realizada seguindo a padronização da Organização Mundial de Saúde
(OMS) pela leitura da baciloscopia (BAAR).
Em seguida, foi removida a placa e realizada a secção do bloco ósseo. A
secção estendeu-se de um nível do rebordo alveolar até a base da mandíbula,
atingindo cerca de 15 mm de comprimento por 7mm de largura e 5mm de
profundidade (Fig. 11).
A peça foi mantida em solução formol a 10%, em frasco apropriado e
rotulado, deixando fixar por 24 horas. Em seguida, foi desidratada, desmineralizada
e embebida em parafina. Foi realizada a inclusão do bloco de parafina em cassete
plástico (Fig. 39). O bloco foi seccionado em plano sagital de 4 micrômetros de
espessura (Fig. 40). O corte histológico foi realizado na região próxima aos orifícios
dos parafusos, onde foi feita a fratura óssea, para se poder avaliar as possíveis
variações do material. As lâminas foram coradas pelo método Tricrômico de Masson
(Fig. 41) para análise histológica.
31
FIGURA 1 – Árvore da Aroeira
FIGURA 2 – Frasco contendo 300ml do extrato aquoso de aroeira-do-sertão
32
FIGURA 3 – Marcação da caneta dermográfica na mandíbula do coelho
FIGURA 4 – Exposição do nervo mentual da mandíbula do coelho
33
FIGURA 5 – Osteotomia realizada no corpo mandibular do coelho
FIGURA 6 – Exposição da fratura mandibular do coelho ao meio bucal
34
FIGURA 7a – Irrigação da fratura da mandíbula do coelho com EAA
FIGURA 7b – Irrigação da fratura da mandíbula do coelho com soro fisiológico
35
FIGURA 8 – Fratura mandibular do coelho reduzida e fixada com mini placa
e parafusos com quatro furos
FIGURA 9 - Dispositivo de acrílico utilizado para
realização de Raio X
16cm
36
FIGURA 10 – Tomada radiográfica do coelho realizado no aparelho de Raio X
Espectro III
FIGURA 11 - Bloco ósseo cirúrgico removido da mandíbula do coelho
37
3.1.6 Avaliação clinica
Os animais foram avaliados clinicamente, observando-se o aspecto da ferida
cirúrgica, no 7º, 14º e 30º dia de pós-operatório (P.O.), a coloração da pele,
presença de sinais flogísticos, de secreções e formações de abscessos.
3.1.7 Avaliação radiográfica
Foram realizadas radiografias no P.O. 7º, 14º e 30º dia, para avaliar a
consolidação da fratura. Os animais foram todos anestesiados antes da realização
das radiografias.
3.2 Analise estatística
Para análise estatística dos resultados, foram aplicados os seguintes testes:
Teste Exato de Fisher para analisar os resultados da avaliação clínica da
ferida e da avaliação radiográfica no pós-operatório.
Teste Kruskal-Wallis usado para análise microscópica e microbiológica da
concentração bacteriana, no pós-operatório, dentro dos grupos estudados.
Os resultados foram apresentados sob forma de tabelas e gráficos. A
significância estatística foi fixada em 0,05% (p<0,05).
Os cálculos estatísticos foram realizados utilizando-se os programas de
análise estatística do software Sigma Start 3.1.
4 RESULTADOS
Os coelhos resistiram bem os procedimentos cirúrgicos, ocorridos durante o
experimento, sendo os resultados apresentados sob forma de tabelas e figuras.
Grupo (EAA) Grupo (soro)
Coelho Ferida Coelho Ferida
1 F 1 F
2 F 2 F
3 F 3 F
4 F 4 F
5 F 5 F
FIGURA 12 – Avaliação Clínica da Ferida 7º dia de PO
Grupo (EAA) Grupo (soro)
Coelho Ferida Coelho Ferida
1 F 1 F
2 F 2 F
3 FI 3 A
4 F 4 FI
5 F 5 F
FIGURA 13 – Avaliação Clínica da Ferida 14º dia de PO
Grupo (EAA) Grupo (soro)
Coelho Ferida Coelho Ferida
1 FI 1 A + EP
2 C 2 C
3 C 3 C
4 C 4 C
5 C 5 C
FIGURA 14 – Avaliação Clínica da Ferida 30º dia de PO
Legenda: F (sinais flogísticos) C (ferida cicatrizada) A (abscesso)
FI (fistula) EP (exposição da placa)
39
TABELA 1 – Fístula - Avaliação clinica da ferida 14º dia
Presente Ausente Total
Aroeira 1 4 5
Soro 1 4 5
Total 2 8 10
P= 1,5556 (não significante)
FIGURA 15 – Fístula - Avaliação clinica da ferida 14º dia
TABELA 2 – Fístula - Avaliação clinica da ferida 30º dia
Presente Ausente Total
Aroeira 1 4 5
Soro 0 5 5
Total 1 9 10
P= 1,0000 (não significante)
FIGURA 16 – Fístula - Avaliação clínica da ferida 30º dia
40
TABELA 3 – Sinais Flogísticos - Avaliação clínica da ferida 14º dia
Presente Ausente Total
Aroeira 4 1 5
Soro 3 2 5
Total 7 3 10
P= 1,0000 (não significante)
FIGURA 17 - Sinais Flogísticos - Avaliação clínica da ferida 14º dia
TABELA 4 – Abscesso - Avaliação clínica da ferida 14º dia
Presente Ausente Total
Aroeira 0 5 5
Soro 1 4 5
Total 1 9 10
P= 1,0000 (não significante)
FIGURA 18 – Abscesso - Avaliação clínica da ferida 14º dia
41
TABELA 5 – Abscesso - Avaliação clínica da ferida 30º dia
Presente Ausente Total
Aroeira 0 5 5
Soro 1 4 5
Total 1 9 10
P= 1,0000 (não significante)
FIGURA 19 – Abscesso - Avaliação clínica da ferida 30º dia
TABELA 6 – Cicatrização - Avaliação clínica da ferida 30º dia
Presente Ausente Total
Aroeira 4 1 5
Soro 4 1 5
Total 8 2 10
P= 1,5556 (não significante)
FIGURA 20 – Cicatrização - Avaliação clínica da ferida 30º dia
42
Grupo (EAA) Grupo (soro)
Coelho Achado radiográfico Coelho Achado radiográfico
1 RM + DO 1 RM + DO
2 RM + DO 2 RM + DO
3 RM + DO 3 RM + DO
4 RM + DO 4 RM + DO
5 RM + DO 5 RM + DO
FIGURA 21 - Avaliação Radiográfica da Ferida 7º dia de PO
Grupo (EAA) Grupo (soro)
Coelho Achado radiográfico Coelho Achado radiográfico
1 RM + DO 1 RM + DO
2 RM + DO 2 RM + DO
3 RM + DO 3 PR + P
4 RM + DO 4 RM + DO
5 RM + DO 5 RM + DO
FIGURA 22 – Avaliação Radiográfica da Ferida 14º dia de PO
Grupo (EAA) Grupo (soro)
Coelho Achado radiográfico Coelho Achado radiográfico
1 P 1 PR + P
2 CO 2 CO
3 P 3 P
4 P 4 P
5 CO 5 CO
FIGURA 23 - Avaliação Radiográfica da Ferida 30º dia de PO
RM (redução mantida)
DO (defeito ósseo mantido)
PR (perda da redução)
P (pseudoartrose)
CO (calo ósseo)
43
TABELA 7 – Perda de redução - Avaliação radiográfica 14º dia
Presente Ausente Total
Aroeira 0 5 5
Soro 1 4 5
Total 1 9 10
P= 1,0000 (não significante)
FIGURA 24 – Perda de redução - Avaliação radiográfica 14º dia
TABELA 8 – Pseudoartrose – Avaliação radiográfica 30º dia
Presente Ausente Total
Aroeira 3 2 5
Soro 3 2 5
Total 6 4 10
P= 1,4762 (não significante)
FIGURA 25 - Pseudoartrose – Avaliação radiográfica 30º dia
44
TABELA 9 – Calo ósseo – Avaliação radiográfica 30º dia
Presente Ausente Total
Aroeira 2 3 5
Soro 2 3 5
Total 4 6 10
P= 1,4762 (não significante)
FIGURA 26 - Calo ósseo – Avaliação radiográfica 30º dia
TABELA 10 – Perda de redução – Avaliação radiográfica 30º dia
Presente Ausente Total
Aroeira 0 5 5
Soro 1 4 5
Total 1 9 10
P= 1,0000 (não significante)
FIGURA 27 – Perda de redução – Avaliação radiográfica 30º dia
45
FIGURA 28a – Radiografia da mandíbula do coelho com placa e parafuso -
7 dias P.O.
FIGURA 28b – Radiografia da mandíbula do coelho com placa e parafuso –
14 dias P.O.
46
FIGURA 28c – Radiografia da mandíbula do coelho com placa e parafuso –
14 dias P.O.
FIGURA 28d – Radiografia da mandíbula do coelho com placa e parafuso
– 14 dias P.O.
47
FIGURA 28e – Radiografia da mandíbula do coelho com placa e parafuso –
30 dias P.O.
FIGURA 28f – Radiografia da mandíbula do coelho com placa e parafuso – 30
dias P.O.
48
Grupo (EAA) Grupo (soro)
Coelho Lâmina Coelho Lâmina
1 + 1 +
2 + 2 +
3 + 3 ++
4 + 4 +
5 + 5 +
FIGURA 29 - Avaliação Microbiológica da Ferida 7º dia de PO
Grupo (EAA) Grupo (soro)
Coelho Lâmina Coelho Lâmina
1 + 1 +
2 + 2 +++
3 ++ 3 +++
4 + 4 ++
5 + 5 +
FIGURA 30 - Avaliação Microbiológica da Ferida 14º dia de PO
Grupo (EAA) Grupo (soro)
Coelho Lâmina Coelho Lâmina
1 + 1 +++
2 + 2 +
3 + 3 +
4 + 4 +
5 - 5 +
FIGURA 31 - Avaliação Microbiológica da Ferida 30º dia de PO
(Negativo) - não visualizado no campo
(1 cruz) + < 1 BAAR / campo em 100 campos
(2 cruzes) ++ 1 a 10 BAAR / campo em 50 campos
(3cruzes) +++ > 10 BAAR / campo em 20 campos
49
FIGURA 32 – Baciloscopia da saliva do coelho
FIGURA 33 – Lâmina histológica EAA 14 dias
50
TABELA 11 – Análise microbiológica da ferida
Análise Microbiológica
Contaminação
Aroeira 1 (0-2)*
Soro 1 (1-3)
P= 0,041
Análise Histológica por Tricrômico de Masson:
Na análise histológica das lâminas coradas por Tricrômico de Masson,
verificou-se que no 7º dia de pós-operatório já ocorre pequena presença de infiltrado
conjuntivo no grupo I (EAA) e no grupo II não ocorreu infiltração de conjuntivo. A
maior diferença, entretanto, foi encontrada no 14º dia de P.O., onde no grupo I foi
verificada a presença de neo-formação óssea, ossificação intramembranosa. No
grupo II, ocorreu menor formação óssea e maior quantidade de conjuntivo. No 30º
dia de P.O., o grupo II apresentou presença maior de tecido conjuntivo com infiltrado
inflamatório, com presença de osteoclatos, enquanto o grupo I mostrou ossificação
intramembranosa intensificada com presença de osteoblastos.
51
FIGURA 34a – Lâmina corada com Tricrômico de Masson 7 dias EAA
FIGURA 34b – Lâmina corada Tricrômico de Masson 7 dias Soro
52
FIGURA 34c – Lâmina corada Tricrômico de Masson 14 dias Soro
FIGURA 34d – Lâmina corada Tricrômico de Masson 14 dias EAA
53
FIGURA 34e – Lâmina corada Tricrômico de Masson 30 dias Soro
FIGURA 34f – Lâmina corada Tricrômico de Masson 30 dias EAA
5 DISCUSSÃO
A fixação interna rígida (FIR) caracteriza-se por ser um método de
tratamento cirúrgico das fraturas ósseas, usado pela maioria dos serviços de cirurgia
buco-maxilo-faciais, neurocirurgia e traumato-ortopedia. Dentro da cirurgia buco-
maxilo-facial, este método tem como vantagem evitar ou minimizar o bloqueio
maxilo-mandibular, permitindo uma melhor estabilidade óssea, no local da fratura, e
restabelecendo precocemente a fisiologia do complexo maxilo-mandibular. Uma vez
promovido o reparo primário, tem-se como resultado um paciente reintegrado o mais
rapidamente possível a seu convívio social e profissional.
Souza (1988) afirma que nas fraturas mandibulares a perda de integridade
óssea pode ter repercussões importantes, tanto funcionais, como estéticas, e,
portanto, o tratamento requer amplos conhecimentos na área clinica cirúrgica e da
fisiologia da mastigação, incluindo a oclusão dentária. Como estas fraturas são de
alta incidência, espera-se que os resultados do tratamento recuperem o paciente o
mais rápido possível para reintegrá-lo à sua posição social.
Dodson et al. (1990) referiram que, durante os últimos anos, a utilização das
técnicas de fixação interna rígida são métodos comuns nos tratamentos das fraturas
do complexo maxilo-facial, sendo as placas e parafusos de titânio os de uso mais
preconizado.
Utilizou-se no presente estudo o método de fixação rígida para redução e
fixação da fratura por permitir melhor estabilidade dos cotos fraturados, o melhor
reparo ósseo, retorno à função mastigatória, minimizando assim os efeitos adversos
no estado nutricional do animal.
O coelho é um animal adequado para estudo desse tipo, pois, criados em
Biotério, é possível controlar adequadamente seu crescimento, idade e fornecer
alimentação padrão, além de serem resistentes aos procedimentos cirúrgicos. A
escolha desse tipo de animal deveu-se também ao fato de ser um animal de fácil
manuseio, dócil, como também a possibilidade de trabalhar com animais de uma
mesma linhagem e da mesma idade. (LOUZADA et al.,2001).
O coelho apresenta como desvantagem para este tipo de pesquisa o fato de
possuir dentes longos na região do corpo mandibular. O formato alongado dos
dentes anteriores no corpo mandibular dificultou a fixação de parafusos nesta região.
55
Bang; Enlow (1967) compararam os padrões de crescimento normal da
mandíbula humana com a do coelho, devido esta espécie ser comumente utilizada
em estudos sobre o crescimento facial. Observaram que o côndilo da mandíbula é
responsável pelo crescimento da parte superior do ramo da mandíbula, em direção
cefálica, e posterior, por um processo de formação endocondral; a margem posterior
do ramo apresenta características de aposição e reabsorção simultânea, sendo a
última em uma proporção muito menor ao longo da margem anterior do ramo. O lado
medial do ramo é principalmente oposicional, em contraste com a superfície
vestibular, que se apresenta como uma área de reabsorção. Ao compararem em
forma genérica o crescimento mandibular no coelho com o do homem, verificaram
algumas semelhanças, dentre as quais, destacam a ocorrência de crescimento
vertical do ramo para trás e para cima, com a presença de oposição posterior e
superfície de reabsorção anterior, crescimento na cabeça do côndilo e conformação
do osso em forma de “V”. Com relação às diferenças, estas foram de ordem
regional, devido à própria anatomia do animal, como por exemplo, o processo
coronóide é rudimentar no coelho e proeminente no homem; a presença de uma
grande espícula óssea medial no ramo da mandíbula no homem, que é
discretamente encontrada no coelho.
O que nesta pesquisa foi encontrado de maior relevância na anatomia do
coelho, para assegurar o prognóstico favorável na redução da fratura mandibular, foi
o fato de que na região da sínfise da mandíbula, uma vez que no homem esta é
fusionada após o nascimento, no coelho, permanece separada. Ocorrência que deve
ser considerada na fase da redução e fixação, para que esta separação não
afetasse a imobilização dos cotos ósseos fraturados.
As técnicas cirúrgicas baseadas em redução aberta e fixação interna rígida
são bem definidas. Apesar de inúmeras vantagens dessa prática, existem
complicações potenciais, quando da utilização destes dispositivos, incluindo-se
sensibilidade, reação alérgica e infecções (ALPART; SELIGSON, 1996). A maioria
das infecções vistas em traumatologia da face é das regiões de corpo e ângulo
mandibular, regiões intensamente expostas às forças mastigatórias e musculares,
que podem favorecer a mobilidade dos parafusos e gerar, consequentemente,
infecções (BROWN et al., 1993; ORRINGER et al., 1998)
Neste trabalho creditaram-se os casos de infecções, não somente pelo fato de
se estabelecer uma fratura exposta ao meio bucal, mas também pela própria anatomia
56
do coelho, pela ação mastigatória exercida principalmente pelo masseter e pela
separação da sínfise mandibular (Fig. 35a e 35b), que favorece pequenos movimentos
na mandíbula operada.
Nesta pesquisa não foi feita distinção entre processo infeccioso superficial
ou profundo, inclusive o plano ósseo, o que torna difícil a discussão mais profunda
dessa variável. De qualquer forma este aspecto é de fundamental importância na
avaliação de resultados do tratamento de fraturas expostas. Dessa forma, a fratura
exposta, de forma especial, está sujeita à infecção e ao retardo da consolidação,
que são os grandes problemas relacionados a ela.
O tempo de exposição da fratura exposta ao meio externo, pelo período de 4
horas executado neste trabalho foi escolhido baseado em trabalhos sobre fraturas
expostas, relatados na literatura. A significância do tempo de exposição como
preditivo de infecção, maior que 3 horas, é de risco muito aumentado, resistência
bacteriana ao antimicrobiano utilizado, grande dano tecidual foi demonstrado nos
trabalhos citados por Patzakis e Wilkns (1989); Witlle et al., (1992); Lourenço e
Franco (1998).
Paccola (2001) demonstrou a importância do uso do antibiótico profilático,
quando confirmada a contaminação da ferida óssea. Patzakis (1987) demonstrou o uso
da profilaxia antibiótica de amplo espectro que cubra Gram + e Gram -. Antibióticos para
feridas expostas não devem ser considerados profiláticos, mas terapêuticos porque
estas feridas estão contaminadas por bactérias (CHAPMAN, 1986).
Nesta pesquisa, optou-se pelo não uso de antibiótico. Foi verificado que no
Grupo I (EAA) o índice de contaminação foi menor do que no Grupo II (soro).
A coleta do material no foco da fratura, após a contaminação por meio bucal,
foi executada e o microorganismo isolado foi o Staphylococcus s.p., confirmado em
trabalhos anteriores, nos quais o microorganismo mais comumente encontrado nas
fraturas expostas foi o Staphylococcus aurus (GUSTILLO e ANDERSON, 1986;
PATZAKIS e WILKNS, 1989).
Shatzer e Tile (1987) relataram que o ferimento deve ser irrigado com,
aproximadamente, 12 litros de solução de lactado de Ringer. Gustillo (1990) referiu a
importância da lavagem exaustiva da ferida com soro fisiológico 0,9%, mostrando
que uma série, na qual menos de 10 litros de soro fisiológico foram usados para
irrigação, houve incidência mais alta de infecção do que numa série em que mais de
10 litros foram utilizados. Esse cálculo foi com base em um adulto com 70kg de
57
peso. Dessa forma, nesta pesquisa, foi realizado o cálculo da quantidade
proporcional ao peso corporal do animal e foram usados 300ml de soro fisiológico a
0,9%, para o grupo II, e a mesma quantidade de EAA, para o grupo I.
Com relação ao uso de antibióticos e anti-sépticos tópicos no líquido da
irrigação, existem evidências que podem ser eficazes (DIRSCHLAND, 1991).
O trabalho de Chapman, (1986) não incluiu antibiótico tópico em toda a
irrigação, acrescentando somente nos últimos 2 a 4 litros de solução irrigada,
adicionando 50.000 unidades de bacitracina por bolsa de 2 litros.
Gustillo e Anderson (1986) relataram algumas vantagens da irrigação:
1. A lavagem inicial levando embora sangue e outros detritos limpa a
ferida para inspeção, assim facilitando a remoção de material estranho
e desbridamento.
2. O liquido da irrigação faz flutuar fragmentos de outro modo
indetectados e muitas vezes necróticos de fascia, gordura ou músculo
para dentro do campo, onde eles podem ser vistos e excisados
3. A lavagem faz flutuar coágulos sanguíneos contaminados e pedaços
soltos de tecidos e detritos, a partir de recessos e planos teciduais que
não são vitais.
4. A lavagem do tecido restaura-o a sua cor normal e facilita a
determinação da viabilidade.
5. A irrigação reduz a população bacteriana
Jukema et. al. (2003) realizou estudo em pacientes com fratura exposta e
verificou a diminuição de infecção óssea nos pacientes que usaram uma
combinação de PVA (polivinilalcool) mais o Lavsept®, uma biguanida com polietil
glicol em solução aquosa, na irrigação da fratura, devido ao número reduzido de
anti-sépticos que podem ser usados dentro das feridas.
A aroeira-do-sertão (Myracrodruon urundeuva Fr. All.) já é conhecida pelo
seu uso popular, atuando como agente antiinflamatório, cicatrizante e anti-
ulcerogênico, em diversas afecções (MENEZES; RAO; FONTELES, 1985; RAO et
al., 1986; BANDEIRA, 1993; VIANA et al., 1997).
No presente estudo, decidiu-se verificar os efeitos do extrato aquoso da
aroeira-do-sertão a 20% em busca de um produto que seja efetivo como anti-séptico
e que não cause toxidade tecidual. As análises clínicas e radiológicas foram
utilizadas no presente estudo para verificar a capacidade cicatrizante,
antiinflamatória e antimicrobiana da aroeira-do-sertão, nas fraturas expostas
induzidas em mandíbula de coelho. O que se demostrou neste estudo foi uma
diminuição na infecção no grupo que utilizou EAA, no décimo quarto dia, quando
comparado com o grupo que usou soro fisiológico.
58
Udupa e Prasad (1963) definiram quatro fases no processo de consolidação
de fraturas em ratos: primeira semana, fase fibroblástica; segunda semana, fase
colágena, terceira e quarta semana, fase osteogênica e, finalmente, quinta e sexta
semana, fase de remodelação. Baseado nestes dados, aproximadamente 30 dias
após a realização das fraturas, ocorre a consolidação propriamente dita, na fase
osteogênica. O objetivo do presente estudo foi analisar se houve ou não influência
do EAA a 20% na consolidação óssea, porém foram obtidos efeitos pouco
significativos. No entanto, quando comparado ao estudo de Mota (2006), no qual foi
utilizada a fração F(8-13) do extrato da aroeira-do-sertão nas fraturas induzidas em
fêmur de ratos, nesta pesquisa, foi obtido melhor resultado no 30º de P.O., no grupo
que foi utilizado EAA a 20%.
Neste trabalho, quando se compararam os grupos estudados, foi observado
no 7º dia de P.O. que houve inicialmente um atraso no processo cicatricial no grupo
I. Há em seguida uma melhora na cicatrização do mesmo grupo, no 14º dia de P.O.,
apresentando uma quantidade maior de colágeno na ferida óssea. Há, em seguida,
uma equiparação no 30º dia de P.O. entre os grupos estudados.
A inibição da fase inflamatória é prejudicial à cicatrização, conforme ficou
demonstrado por Minossi (1995), estudando a ação do diclofenaco de sódio na
anastomose realizada no íleo terminal e no cólon distal de ratos.
Montavani et al., (1979); Martins, (1987); Sirimarco et al., (2001) estudaram o
uso de corticóides na evolução da cicatrização, causando um retardo no processo
cicatricial. Segundo Witte e Barbul (1997), a inflamação é essencial para o processo de
cicatrização por permitir a quimiotaxia de células da circulação para dentro da ferida,
liberação local de citocinas e fatores de crescimento e ativação de células migrantes.
A deposição do colágeno no grupo I (EAA) foi melhor no 14º dia em relação
à do grupo II (soro), o que sugere que a aroeira promove a deposição de colágeno
pelos fibroblastos. Pela análise histológica, a aroeira-do-sertão retardou a evolução
das fases iniciais do processo cicatricial com uma provável ação antiinflamatória,
também houve uma melhora na deposição do colágeno, no 14º dia de P.O. No 30º
de pós-operatório, a aroeira-do-sertão causou poucas alterações histológicas
significantes no processo cicatricial. Uma redução excessiva da resposta inflamatória
poderia prejudicar a cicatrização por retardar as demais fases do processo, sem
necessariamente impedir que ela ocorra (SIRIMARCO et al., 2001).
59
É possível que a presença de taninos no extrato, que precipitam proteínas,
e/ou de fatores, que promovem a síntese de colágeno, possa ter contribuído para a
rápida contração das feridas (VIANA, 1995). A aroeira tem propriedades
adstringentes, o que pode ter contribuído no grupo I para uma melhor cicatrização.
Estes efeitos abrem novas perspectivas para o aproveitamento desta planta como
fitoterápico. Estudos sobre o mecanismo, pelo qual este complexo fitoterápico age
em diversas afecções que necessitam de reparo tecidual, precisam ser mais
estimulados.
6 CONCLUSÃO
O extrato aquoso da aroeira-do-sertão a 20% não demonstrou efeito
significante na consolidação óssea, no 30º dia em fraturas expostas induzidas em
mandíbula de coelho.
O extrato aquoso de aroeira-do-sertão a 20% diminui a concentração
bacteriana, no foco das fraturas expostas induzidas em mandíbula de coelho.
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ANEXOS
69
70
71
FIGURA 35a – Mandíbula de coelho (vista lateral)
FIGURA 35b – Mandíbula de coelho (vista oclusal)
72
FIGURA 36 – Coelhário (Coelhos mantidos em gaiolas no departamento de
zootecnia da UFC)
FIGURA 37 – Entrecasca de aroeira
73
FIGURA 38 – Aspecto final da ferida cirúrgica da mandíbula do coelho
(sutura)
FIGURA 39 – Cassete com bloco ósseo da mandíbula do coelho
impregnado de parafina
74
FIGURA 40 - Cassete com bloco ósseo no micrômetro
FIGURA 41 - Lâminas coradas por Tricrômico de Masson realizado no
departamento de patologia da UFC
75
FIGURA 42a – Ágarsangue (cultura da saliva)
FIGURA 42b – Lâmina histológica soro 7 dias
76
FIGURA 42c – Lâmina histológica EAA 7 dias
FIGURA 42d – Lâmina histológica soro 14 dias
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