reprodução em bovinos de corte. O aumento de níveis circulantes de progesterona
plasmática parecem ser um pré-requisito para o desencadeamento de ciclos estrais
normais, tanto em novilhas pré-púberes, quanto em vacas no período pós-parto. A
progesterona, quando administrada a novilhas, inclusive às pré-púberes, é capaz de
iniciar a atividade estral, efeito este devido a um aumento na secreção pulsátil de
LH, que é responsável pela aceleração do crescimento folicular. Em novilhas pré-
púberes, a inatividade ovariana está associada à baixa freqüência dos pulsos de LH
(Rao et al., 1986; Patterson et al., 1990).
Segundo Brown et al. (1988), os resultados obtidos com a suplementação com
progestágenos não dependem da forma de administração e do tipo de
progestágeno utilizado. Esses autores compararam os tratamentos com acetato de
melengestrol (MGA) via oral, misturado ao alimento, e norgestomet (Syncromate-
B), na forma de implante subcutâneo. Entretanto, as porcentagens de
aparecimento de estros e prenhez parecem ser maiores quando se utilizam novilhas
já cíclicas em comparação àquelas ainda pré-púberes (Tibary et al., 1992; Tanaka
et al., 1995). Ainda, Chelikani et al. (2003) destacam que, no caso de novilhas pré-
púberes, outros fatores, como a idade e o peso ao momento do tratamento,
exercem um importante efeito sobre seu sucesso.
Outro ponto importante é o fato de que utilizando-se a sincronização e a indução do
estro e da ovulação, principalmente em novilhas que estão entrando na puberdade,
apesar de poder-se estar utilizando a primeira ovulação, de menor fertilidade,
dentro do protocolo de IATF, pode-se também estar fazendo com que a ocorrência
da terceira ovulação das novilhas, de fertilidade reconhecidamente superior em
relação à primeira e à segunda, seja antecipada dentro da temporada reprodutiva
(PATTERSON et al., 1990).
Na situação deste experimento, os resultados do tratamento de sincronização na
primeira temporada talvez não tenham sido mais evidentes por se tratarem de
novilhas que se apresentavam ao início do período de inseminação artificial com
excelente condição corporal. Cutaia et al. (2003), trabalhando tanto com vacas
como com novilhas, encontraram uma correlação de 0,9 entre a porcentagem de
prenhez e a condição corporal. Dahlen et al. (2003) verificaram que, para cada
unidade de aumento da condição corporal em novilhas (escala de 1-9), a
porcentagem de prenhez à inseminação artificial e ao final da temporada
reprodutiva, após repasse com touros, aumentava, respectivamente, 6,8 e 8,3%. O
bom escore corporal, no presente estudo, pode ter resultado em uma boa atividade
cíclica também no grupo controle. Esta condição não permitiu evidenciar o efeito de
priming da progesterona, observado em novilhas com estado reprodutivo marginal
ao início da temporada de monta. Patterson & Corah (1992) observaram este efeito
administrando MGA a novilhas pré-púberes.
O principal objetivo de um bom manejo reprodutivo é obter-se o número máximo
de vacas prênhes no mais curto período de tempo possível (Cavestany et al.,
2003). O manejo com sincronização dos estros, conforme indicam os resultados
obtidos no presente experimento, foi capaz de induzir a uma concentração
significativa das parições no início da temporada reprodutiva, o que resultou em um
índice de repetição de crias significativamente superior nas fêmeas submetidas à
sincronização e à indução de estros na primeira temporada de reprodução. Este
resultado pode ser atribuído a um maior período para recuperação pós-parto
proporcionado às primíparas que pariram no início da temporada, em relação ao
início de sua segunda temporada reprodutiva. Mialot et al. (2003) observaram uma
maior ciclicidade para vacas primíparas e multíparas que tinham pelo menos 75
dias pós-parto ao início da estação de serviços, em comparação com aquelas que
haviam parido a menos de 75 dias. Assim, quanto mais tardios forem os partos,