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UNESP - UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
MPUS DE ARARAQUARA
INSTITUTO DE QUÍMICA
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
ESTUDO DAS REAÇÕES EM ESTADO SÓLIDO DAS LIGAS Pt-Rh-Ir 70:15:15%
(m/m) e Pt-Ir 70:30% (m/m) COM Hg, EMPREGANDO TÉCNICAS
ELETROQUÍMICAS E TERMOANALÍTICAS
GLEDISON ROGERIO DE SOUZA
Tese de Doutorado
2008
Orientador: Prof. Dr. Fernando Luis Fertonani
Co-orientador: Profa. Dra. Iêda Aparecida Pastre Fertonani
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GLEDISON ROGERIO DE SOUZA
ESTUDO DAS REAÇÕES EM ESTADO SÓLIDO DAS LIGAS Pt-Rh-Ir 70:15:15%
(m/m) e Pt-Ir 70:30% (m/m) COM Hg, EMPREGANDO TÉCNICAS
ELETROQUÍMICAS E TERMOANALÍTICAS
Tese apresentada ao Instituto de Química,
Universidade Estadual Paulista, como parte
dos requisitos para obtenção do título de
Doutor em Química
Orientador: Prof. Dr. Fernando Luis Fertonani
Co-orientador: Profa. Dra. Iêda Ap. Pastre Fertonani
Araraquara 2008
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DEDICATÓRIA
Dedico à Deus por iluminar o meu caminho e agradeço pelas foas que me permitiram chegar
onde estou, e confio para que sempre me mantenha no caminho certo, rumo ao sucesso.
Dedico também à minha esposa, Carina M. de Souza, pelo amor, dedicação, amizade,
companheirismo e apoio em todos os momentos. Essa dedicatória estende-se ao nosso querido filho,
Augusto H. de Souza, fruto de nossa união.
Também aos meus pais e avós, pela dedicação, amor, carinho e incentivo. Em especial à
querida avó Florinda M. de Souza (in memorian), a qual serei eternamente grato; que sua alma esteja
feliz e em paz.
Aos meus amigos e colegas de trabalho, pela convivência e apoio em todos os momentos.
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, Prof. Dr. Fernando L. Fertonani, pela grande amizade, apoio, incentivo,
compreensão e orientação nesta importante etapa de minha vida.
Aos professores do Instituto de Química, pelos ensinamentos e amizade. Esse agradecimento
estende-se a todos os funcionários que contribuíram direta ou indiretamente neste trabalho.
Aos colegas de trabalho pela amizade, convivência, colaboração e paciência... e a todos os
que colaboraram e/ou torceram por mim.
À Pós-graduação, assim como ao Instituto de Química que me acolheu desde a graduação.
Por último, mas não menos importante, muito pelo contrário, a CAPES pela bolsa concedida e
todos os demais órgãos que contribuíram financeiramente e/ou materialmente nesse estudo.
ILUSÕES DO AMANHÃ
“Por que eu vivo procurando um motivo de viver,
Se a vida às vezes parece de mim esquecer?
Procuro em todas, mas todas não são você.
Eu quero apenas viver, se não for para mim, que seja pra você.
Mas às vezes você parece me ignorar,
Sem nem ao menos me olhar,
Me machucando pra valer.
Atrás dos meus sonhos eu vou correr.
Eu vou me achar, pra mais tarde em você me perder.
Se a vida presente pra cada um, o meu, cadê?
Será que esse mundo tem jeito?
Esse mundo cheio de preconceito.
Quando estou só, preso na minha solidão,
Juntando pedaços de mim que caíam ao chão,
Juro que às vezes nem ao menos sei, quem sou.
Talvez eu seja um tolo, que acredita num sonho.
Na procura de te esquecer, eu fiz brotar a flor.
Para carregar junto ao peito,
E crer que esse mundo ainda tem jeito.
E como príncipe sonhador...
Sou um tolo que acredita, ainda, no amor.
PRÍNCIPE POETA (Alexandre Lemos - APAE)
Este poema foi escrito por um aluno da APAE, chamado, pela sociedade, de excepcional.
Excepcional é a sua sensibilidade!
DADOS CURRICULARES
GLEDISON ROGERIO DE SOUZA
1. DADOS PESSOAIS
Nascimento: 28/03/1979
Nacionalidade: brasileira
Naturalidade: Araraquara SP
Estado civil: casado
Filiação: Pai: cio Domingos de Souza
Mãe: Leonice Mippo de Souza
Profissão: estudante
Identidade: 29782194-5 SSP/SP
Endereço: R. Maurício Galli, 1913 Jd. Uirapuru CEP 14806-155 Araraquara-SP
E-mail: gledison@lugar.com.br
2. FORMAÇÃO ACADÊMICA
Licenciado em Química
Curso de Química Licenciatura, concluído em 2001 no Instituto de Química de Araraquara -
UNESP
Mestrado em Qmica
Programa de Pós-Graduação em Química, Área de concentração: Química, concluído em
2004 no Instituto de Química de Araraquara UNESP
Doutorado em Química
Programa de Pós-Graduação em Química, Área de concentração: Química, concluído em
2008 no Instituto de Química de Araraquara UNESP
3. TRABALHOS CIENTÍFICOS PUBLICADOS
FONTANARI, G. G.; SOUZA, G. R.; BATISTUTI, J. P.; NEVES, V. A.; PASTRE, I. A.;
FERTONANI, F. L. DSC studies on protein isolate of guava seeds Psidium guajava. Journal of
Thermal Analysis and Calorimetry, v. 93, n.2, p. 397- 402, 2008
SOUZA, G. R.; PASTRE, I. A.; BENEDETTI, A. V.; RIBEIRO, C. A.; FERTONANI, F. L. Solid state
reactions in the platinummercury system. Thermogravimetry and differential scanning
calorimetry. Journal of Thermal Analysis and Calorimetry, v. 88, n. 1, p. 127-132, 2007
ZUTIN, K.; NOGUEIRA, V. M.; MAURO, A. E.; SOUZA, G. R.; KLEIN, S. I. Thermal
Decomposition and Stability of [Fe(η
4
-enone)(CO)
2
L] Complexes (L=CO and PPh
3
). Journal of
Thermal Analysis and Calorimetry, v. 87, n. 2, p. 449-452, 2007.
MILARÉ, E.; SOUZA, G. R.; FERTONANI, F. L.; IONASHIRO, M.; BENEDETTI, A. V.
Electrochemical study of the solid-state reactions of mercury with pt-30%ir alloy, Journal of
Thermal Analysis and Calorimetry, v. 86, n. 2, p. 403-410, 2006.
MOITINHO, A. B. S.; IONASHIRO, E. Y.; SOUZA, G. R.; FERTONANI, F. L. Synthesis and
thermal behaviour of solid-state chalets of ethylenediaminetetraacetate with alkali earth metals,
except beryllium and radium. Journal of Thermal Analysis and Calorimetry, v. 75, p. 559-567,
2004
PASTRE, I. A.; OLIVEIRA, I. N.; MOITINHO, A. B. S.; SOUZA, G. R.; IONASHIRO, E. Y.;
FERTONANI, F. L. Thermal behaviour of intercalated 8-hydroxyquinoline (oxine) in
montmorillonite clay. Journal of Thermal Analysis and Calorimetry, v. 75, p. 661-669, 2004
SOUZA, G. R.; FERTONANI, F. L.; PASTRE, I. A. Estudo espectroeletroquímico de sistemas
estruturados argila-corante. Eclética Química, v. 28, n. 1, p. 77-83, 2003
IONASHIRO, E. Y.; MILARÉ, E.; SOUZA, G. R.; IONASHIRO, M.; FERTONANI, F. L. Estudo das
reações no estado sólido na interfase metálica da liga de Pt-Rh(30%) com mercúrio
eletrodepositado. Revista de inicião científica, p. 365-375, 2000
4. TRABALHOS APRESENTADOS E PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS CIENFICOS
4.1. Em âmbito internacional
SOUZA, G. R.; RIBAS, G. C. B.; TURQUETTI, J. R.; FERTONANI, F. L. “Study of the reaction of
mercury with Pt–15% Rh-15% Ir alloy using thermal analysis and electrochemical techniques,
14
th
ICTAC (International Congress on Thermal Analysis and Calorimetry) / VI CBRATEC
(Congresso Brasileiro de Alise Térmica e Calorimetria). São Pedro SP Brasil 2008.
Trabalho aceito.
RIBAS, G. C. B.; SOUZA, G. R.; TURQUETTI, J. R.; IONASHIRO, E. Y.; FERTONANI, F. L.;
PASTRE, I. A. Study of the solid-state reaction of mercury with Pt-30% Rh alloy using thermal
analysis and electrochemical techniques, 14
th
ICTAC (International Congress on Thermal
Analysis and Calorimetry) / VI CBRATEC (Congresso Brasileiro de Alise Térmica e
Calorimetria). São Pedro SP Brasil 2008. Trabalho aceito.
RIBAS, G. C. B.; SOUZA, G. R.; TURQUETTI, J. R.; FERTONANI, F. L.; PASTRE, I. A. Thermal
and electrochemical study of solid state reaction of mercury with Pt–20% Rh alloy”, 14
th
ICTAC
(International Congress on Thermal Analysis and Calorimetry) / VI CBRATEC (Congresso
Brasileiro de Análise Térmica e Calorimetria). São Pedro SP Brasil 2008. Trabalho aceito.
G. R. SOUZA, I. A. PASTRE, A. V. BENEDETTI, C. A. RIBEIRO, F. L. FERTONANI,
"Thermogravimetry (TG) and differential scanning calorimetry (DSC) applied to solid state
reactions: platinum-mercury", 9
th
EUROPEAN SYMPOSIUM ON THERMAL ANALYSIS AND
CALORIMETRY (ESTAC), Cracóvia Polônia - 08/2006, modalidade ster
4.2. Em âmbito nacional
RIBAS, G. C. B., SOUZA, G. R., TURQUETTI, J. R., FERTONANI, F. L. “Estudo do substrato
eletroquímico de Pt-Rh 94:06% (m/m), na ausência e presença de Hg(I) empregando voltametria
cíclica, 31ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química. Águas de Lindóia - SP - 2008
modalidade ster.
RIBAS, G. C. B.; SOUZA, G. R.; TURQUETTI, J. R.; FERTONANI, F. L. “Estudo térmico e
eletroquímico das reações em estado sólido entre Hg e ligas de Pt-Rh de diferentes
composições, III ENCONTRO REGIONAL DOS USUÁRIOS DE TÉCNICAS
TERMOANALÍTICAS, 2007, modalidade ster
SOUZA, G. R.; TURQUETTI, J. R.; RIBAS, G. C. B.; FERTONANI, F. L. “Estudo comparativo de
reações em estado sólido entre Hg e ligas de Pt-Ir, Pt-Rh e Pt-Rh-Ir de diferentes composições,
XVI SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ELETROQUÍMICA E ELETROANALÍTICA, 2007, modalidade
ster
TURQUETTI, J. R.; SOUZA, G. R.; FERTONANI, F. L. “Estudo eletroquímico de soluções ácidas
(HCl e HNO
3
) contendo Cu(II) sobre o eletrodo Pt-Rh15%-Hg, XVI SIMPÓSIO BRASILEIRO DE
ELETROQUÍMICA E ELETROANALÍTICA, 2007, modalidade ster
G. R. SOUZA, J. R. TURQUETTI, M. A. GERMANO, F. L. FERTONANI, "Estudo do sistema Pt-
Rh20% (m/m)-Hg empregando TG/DTG e voltametria cíclica", V CONGRESSO BRASILEIRO DE
ANÁLISE TÉRMICA E CALORIMETRIA, 2006, modalidade ster
J. R. TURQUETTI, G. R. SOUZA, M. A. GERMANO, F. L. FERTONANI, "Comportamento térmico,
caracterização e emprego de eletrodo de filme fino de Hg sobre Pt-Rh15% no estudo
eletroquímico de resíduo sólido galvanotécnico", V CONGRESSO BRASILEIRO DE ANÁLISE
TÉRMICA E CALORIMETRIA, 2006, modalidade ster
M. A. GERMANO, G. R. SOUZA, I. A. PASTRE, J. L. F. GODOY, O. HOJO, F. L. FERTONANI,
"Abordagem metrológica da variabilidade do ponto de fusão da sacarose de cana-de-açúcar
utilizando DSC", V CONGRESSO BRASILEIRO DE ANÁLISE TÉRMICA E CALORIMETRIA,
2006, modalidade oral e ster
R. MAGRI, M. L. LOPES, G. R. SOUZA, F. L. FERTONANI, I. A. PASTRE, "Estudo térmico
espectroscópico e eletroquímico de sistemas microestruturados SWY-1-8HQ E Cu(II)-SWY-1-
8HQ", V CONGRESSO BRASILEIRO DE ANÁLISE TÉRMICA E CALORIMETRIA, 2006,
modalidade ster
G. R. SOUZA, E. Y. IONASHIRO, F. L. FERTONANI, "Estudo eletroquímico e térmico do sistema
Pt-Rh
20%
-Hg", II ENCONTRO REGIONAL DOS USUÁRIOS DE TÉCNICAS TERMOANALÍTICAS,
2005, modalidade ster
J. R. TURQUETTI, G. R. SOUZA, F. L. FERTONANI "Estudo térmico e eletroquímico do sistema
Pt-Rh
15%
-Hg", II ENCONTRO REGIONAL DOS USUÁRIOS DE TÉCNICAS TERMOANALÍTICAS,
2005, modalidade ster
G. R. SOUZA, A. V. BENEDETTI, I. A. PASTRE, F. L. FERTONANI, "Estudo eletroquímico do
sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-Hg", XV SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ELETROQUÍMICA E
ELETROANALÍTICA, 2005, modalidade oral
G. R. SOUZA, J. R. TURQUETTI, M. A. GERMANO, A. V. BENEDETTI, F. L. FERTONANI,
"Estudo do sistema Pt-Rh 80:20% (m/m)-Hg empregando técnicas de voltametria cíclica e análise
térmica", XV SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ELETROQUÍMICA E ELETROANALÍTICA, 2005,
modalidade ster
J. R. TURQUETTI, G. R. SOUZA, F. L. FERTONANI, "Estudo do comportamento eletro-químico
do eletrodo de filme fino de hg formado sobre Pt-Rh15% na presença de Cu(II)", XV SIMPÓSIO
BRASILEIRO DE ELETROQUÍMICA E ELETROANALÍTICA, 2005, modalidade ster
M. A. GERMANO, G. R. SOUZA, J. R. TURQUETTI, I. A. PASTRE, A. V. BENEDETTI, F. L.
FERTONANI, "Estudo do sistema Pt-Hg empregando as técnicas de voltametria cíclica e análise
térmica", XV SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ELETROQUÍMICA E ELETROANALÍTICA, 2005,
modalidade ster
M. L. LOPES, G. R. SOUZA, M. A. GERMANO, A. O. GABRIEL, F. L. FERTONANI, I. A.
PASTRE, "Estudo eletroquímico do sistema montmorilonita - 8-hidroxiquinilina cobre (II)", XV
SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ELETROQUÍMICA E ELETROANALÍTICA, 2005, modalidade ster
G. R. SOUZA, A. V. BENEDETTI, F. L. FERTONANI, "Estudo eletroquímico e térmico do sistema
Pt-Rh 80:20% (m/m)-Hg", XIV SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ELETROQUÍMICA E
ELETROANALÍTICA, 2004, modalidade oral
J. R. TURQUETTI, G. R. SOUZA, M. A. GERMANO, F. L. FERTONANI, "Estudo eletroquímico e
termogravimétrico da interfase Pt-Rh 85:15% (m/m)-Hg", XIV SIMPÓSIO BRASILEIRO DE
ELETROQUÍMICA E ELETROANALÍTICA, 2004, modalidade ster
5. ATIVIDADES DE REFERAGEM E ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS
14th INTERNATIONAL CONGRESS ON THERMAL ANALYSIS AND CALORIMETRY &
VI CONGRESSO BRASILEIRO DE ANÁLISE TÉRMICA E CALORIMETRIA - 09/2008: Integrante
da Comissão Organizadora, no cargo de Assistente de Informática (vide www.ictac14.com.br).
V CONGRESSO BRASILEIRO DE ANÁLISE TÉRMICA E CALORIMETRIA 04/2006: participou
da Comissão Científica, para a Referagem dos trabalhos submetidos ao evento, na área de
Inorgânica.
V CONGRESSO BRASILEIRO DE ANÁLISE TÉRMICA E CALORIMETRIA 04/2006: participou
da organização do evento, integrando a Comissão Organizadora, no cargo de Assistente de
Informática.
RESUMO
A finalidade deste trabalho foi estudar as reações em estado sólido das ligas Pt-Rh-Ir
70:15:15% (m/m) e Pt-Ir 70:30% (m/m) com Hg, empregando técnicas eletroquímicas e
termoanalíticas.
O preparo dos sistemas para os estudos eletroquímicos (VC) e de análise térmica (TG/DTG)
consistiu em fazer eletrodeposições de Hg no substrato metálico, com o auxílio das técnicas de
voltametria cíclica (VC), gerando um filme de Hg e compostos intermetálicos.
A partir desses estudos foi possível evidenciar o ataque efetivo do Hg sobre o substrato, e a
formação de compostos intermetálicos de caráter covalente, do tipo: PtHg, PtHg
2
, RhHg
2
e PtHg
4
, que
foram caracterizados com o auxílio das seguintes técnicas de análise de superfície: Microanálise por
EDX, mapeamento dos elementos, obtenção de micrografias eletrônica de varredura e difratometria
de Raios X (XRD). Essas análises de superfície revelaram também, uma distribuição homogênea do
Hg e a presença de um filme de intermetálicos sobre a superfície do substrato.
Os resultados deste trabalho demonstraram que a liga de Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)
apresenta uma reatividade intermediária, comparada às ligas de Pt-Ir 80:20% (m/m) e Pt-Ir 70:30%
(m/m). Assim, a liga de Pt-Ir 70:30% (m/m) é a que apresentou menor reatividade.
Palavras-chave: compostos intermetálicos, platina, ródio, irídio, mercúrio.
ABSTRACT
The purpose of this work was to study the reactions in the solid state of alloys Pt-Rh-Ir
70:15:15% (m/m) and Pt-Ir 70:30% (m/m) with Hg, employing the electrochemical and
thermoanalytical techniques.
The preparation of the systems for electrochemical (VC) and thermoanalytical (TG/DTG)
studies consisted to make electrodepositions of Hg in the metallic substrate, using cyclic voltammetry
techniques (VC) to generate a film of Hg and intermetallic compounds.
From these studies, it was possible to show the actual attack of Hg on the substrate, and the
formation of intermetallic compounds of covalent character, such as: PtHg, PtHg
2
, RhHg
2
and PtHg
4
,
which were characterized using these analysis of surface techniques: EDX microanalysis, mapping of
the elements, scanning electronic microscopy and and X-ray Diffraction (XRD).
These analysis also revealed a homogenous distribution of the Hg and the presence of a film
of intermetallic compounds on the surface of the substrate.
The results of this study showed that the Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m) alloy presents an
intermediate reactivity, compared to Pt-Ir 80:20% (m/m) and Pt-Ir 70:30% (m/m) alloy. So, the Pt-Ir
70:30% (m/m) alloy that was presented the lower reactivity.
Keywords: intermetallic compounds, platinum, rhodium, iridium, mercury.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Ilustrações do contato elétrico e da construção do eletrodo de trabalho. A) Garra jacaré
original. B) Garra jacaré (sem a proteção de borracha), com a lâmina de trabalho fixada nos dentes.
C) Aparência final do eletrodo, onde: a terminal elétrico para conectar ao equipamento; b – corpo do
eletrodo, de material isolante (plástico); c região isolada com “Parafilm e d – lâmina exposta.......31
Figura 2: Célula Eletroquímica: a) Eletrodo auxiliar (platina); b) Entrada de N
2
dentro da solução e
sobre a solução; c) Eletrodo de trabalho; d) Saída de N
2
; e) Eletrodo de referência (Ag | AgCl |
KNO
3(sat.)
); f) Saída de solução.........................................................................................................33
Figura 3: Voltamogramas cíclicos obtidos para o eletrodo de Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m), curvas a, b e
c; e comparação com o sistema Pt-Ir 70:30% (m/m), curva d em solução de eletrólito suporte
(branco). a) (0,025 v 0,400) V s
-1
; b) v = 0,050 V s
-1
; c) v = 0,300 V s
-1
. d) v = 0,100 V s
-1
. Área =
0,48 cm
2
...........................................................................................................................................35
Figura 4: Voltamogramas cíclicos obtidos para o estudo exploratório da oxidação e redução de Hg
sobre o eletrodo de Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m); a) diferentes valores de (0,123 C
Hg(I)
3,58) x 10
-3
mol L
-1
e v= 0,050 V s
-1
; b) variando-se os valores de v: (0,025 v 0,300) V s
-1
, e C
Hg(I)
= 3,58 x 10
-3
mol L
-1
. Área = 0,49 cm
2
. T= (25 ± 2)
o
C...........................................................................................42
Figura 5: Voltamogramas cíclicos obtidos para o sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-Hg para baixas
concentrações de Hg e diferentes valores de velocidade de varredura (0,025 v 0,100) V s
-1
: a)
0,123 x 10
-3
mol L
-1
; b) 0,368 x 10
-3
mol L
-1
; c) 0,612 x 10
-3
mol L
-1
; d) 0,916 x 10
-3
mol L
-1
; Área =
0,49 cm
2
. T= (25 ± 2)
o
C...................................................................................................................44
Figura 6: Voltamogramas cíclicos obtidos para o sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-Hg a partir do
avanço do potencial de inversão sobre a região catódica dos VC (-0,300 E
inv.1
0,400) V, para
diferentes velocidades v: a) v = 0,025; b) v = 0,050; c) v = 0,100 V s
-1
; d-g) Desconvoluções dos picos
F, G, G’ e H do ramo anódico dos VC apresentados em a e c, para E
inv.1
= -0,300V (d,f) e E
inv.1
= -
0,100V (e,g). C
Hg
= 3,58 x 10
-3
mol L
-1
; Área = 0,49 cm
2
. T= (25 ± 2)
o
C...........................................47
Figura 7: a) Varredura para eliminação do Hg volumétrico (picos D e D’) para concentração de Hg(I):
C
Hg(I)
= 8,10x10
-3
mol L
-1
; velocidade de varredura: v = 0,005 V s
-1
; b) Comparação entre a voltametria
cíclica anterior e posterior à remoção do Hg volumétrico para velocidade de varredura: v = 0,050 V s
-1
.
Área = 0,32 cm
2
...............................................................................................................................49
Figura 8: Curvas TG (a) e DTG (b) obtidas para o sistema Pt-Rh-Ir-Hg empregando diferentes razões
de aquecimento, curva: 1) 2,5; 2) 5,0; 3) 7,5
o
C min
-1
; vazão de N
2
= 150 mL min
-1
; massa inicial
indicada na figura. Área = 0,35 cm
2
. A Figura b1 apresenta a superposição das curvas DTG obtidas
para as diferentes razões de aquecimento.......................................................................................52
Figura 9: Espectro de EDX obtidos para amostras submetidas à voltametria cíclica: a) para a
remoção do Hg(0), com a remoção do filme de intermetálicos em 1,30 V para condição de I = 0 A; b)
para a remoção parcial do Hg(0) em 0,48 V para a condição de I = 0 A; c) para a obtenção de filme de
Hg e intermetálicos, para C
Hg
= 3 x 10
-4
mol L
-1
. E
feixe
= 40 keV; t
aquisição
= 300 s; VFS: 2048..............55
Figura 10: Espectro de EDX obtidos para amostras submetida ao tratamento térmico (TG) para a
remoção do Hg(0) e intermetálicos, para a temperatura final de cada etapa de perda de massa: a)
140 ºC; b) 160 ºC; c) 600 ºC ; d) 800 ºC. E
feixe
= 40 keV; t
aquisição
= 300 s; VFS: 2048.........................57
Figura 11: micrografia eletrônica de varredura (ampliações 2000X e 200X) e mapeamento de
elementos (Pt, Rh, Ir e Hg), obtidos após a remoção eletroquímica do Hg volumétrico, para E
λ
= 0,48
V e I = 0 A. E
feixe
= 30 keV................................................................................................................59
Figura 12: micrografia eletrônica de varredura (ampliações 2000X e 200X) e mapeamento de
elementos (Pt, Rh, Ir e Hg), obtidos após a remoção eletroquímica dos compostos intermetálicos,
para E
λ
= 1,30 V e I = 0 A. E
feixe
= 30 keV.........................................................................................61
Figura 13: micrografia eletrônica de varredura (ampliações 2000X e 200X) e mapeamento de
elementos (Pt, Rh, Ir e Hg), obtidos após a remoção térmica do Hg volumétrico, para T
f
= 140 ºC.
E
feixe
= 30 keV..................................................................................................................................62
Figura 14: micrografia eletrônica de varredura (ampliações 2000X e 200X) e mapeamento de
elementos (Pt, Rh, Ir e Hg), obtidos após a remoção térmica dos compostos intermetálicos, para T
f
=
160 ºC (final da 2ª etapa de perda de massa na curva TG). E
feixe
= 30 keV.......................................64
Figura 15: micrografia eletrônica de varredura (ampliações 2000X e 200X) e mapeamento de
elementos (Pt, Rh, Ir e Hg), obtidos após a remoção térmica dos compostos intermetálicos, para T
f
=
600 ºC (final da 3ª etapa de perda de massa na curva TG). E
feixe
= 30 keV.......................................65
Figura 16: micrografia eletrônica de varredura (ampliações 2000X e 200X) e mapeamento de
elementos (Pt, Rh, Ir e Hg), obtidos após a remoção térmica dos compostos intermetálicos, para T
f
=
800 ºC. E
feixe
= 30 keV......................................................................................................................66
Figura 17: Comparação dos mapeamentos de elementos Pt, Rh, Ir e Hg, obtidos após a remoção
eletroquímica a) do Hg volumétrico, para E
λ
= 0,48 V e I = 0 A; e b) dos compostos intermetálicos,
para E
λ
= 1,30 V e I = 0 A. E
feixe
= 30 keV. Observação: as micrografias foram convertidas em
negativo para facilitar a visualização dos pontos...............................................................................67
Figura 18: Difratograma de Raios X das amostras obtidas a partir da remoção eletroquímica a) do Hg
volumétrico, para E
λ
= 0,48 V e I = 0 A; e b) dos compostos intermetálicos, para E
λ
= 1,30 V e I = 0 A.
Radiação: Cukα; λ = 1,5406; 2θ 70º.......................................................................................69
Figura 19: Voltamogramas cíclicos obtidos para o estudo exploratório da oxidação e redução de Hg
sobre o eletrodo de Pt-Ir 70:30% (m/m); para diferentes valores de (0,490 C
Hg(I)
8,047) x 10
-3
mol
L
-1
e a,b) v = 0,050 V s
-1
; c,d) v = 0,300 V s
-1
; Área = 0,30 cm
2
. T= (25 ± 2)
o
C.................................73
Figura 20: Voltamogramas cíclicos obtidos para o estudo exploratório do processo eletroquímico de
oxidação e redução de Hg sobre o eletrodo de Pt-Ir 70:30% (m/m); para diferentes valores de v:
(0,025 v 0,300) e diferentes valores de C
Hg(I)
: a) 4,900 x 10
-4
mol L
-1
; b) 3,58 x 10
-3
mol L
-1
;
c)
6,962 x 10
-3
mol L
-1
e d) 8,047 x 10
-3
mol L
-1
. Área = 0,30 cm
2
. T= (25 ± 2)
o
C..................................75
Figura 21: a,b) voltamogramas cíclicos obtidos para o sistema Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg a partir do
avanço do potencial de inversão sobre a região catódica dos voltamogramas (-0,300 E
inv.1
0,450)
V, c) desconvolução dos picos D e E, para E
λ
= 0,200 V e 0,220 V; d) desconvolução dos picos F, G,
H e I, para E
λ
= 0,300 V; v = 0,025 V s
-1
; C
Hg
= 4,90 x 10
-4
mol L
-1
; Área = 0,56 cm
2
. T= (25 ± 2)
o
C..77
Figura 22: Densidade de carga (dQ) versus potencial de inversão (E
inv.1
) obtido à partir da
metodologia de desconvolução dos voltamogramas cíclicos obtidos para o sistema Pt-Ir 70:30(m/m)-
Hg; para os picos D, D', E, F, F', G, G', H e I no intervalo de potenciais (-0,300 E
inv.1
0,320) V ...79
Figura 23: a) Varredura para eliminação do Hg volumétrico (pico D) para concentração de Hg(I):
C
Hg(I)
= 8,10x10
-3
mol L
-1
; velocidade de varredura: v = 0,005 V s
-1
; b) Comparação entre a voltametria
cíclica anterior e posterior à remoção do Hg volumétrico para velocidade de varredura: v = 0,050 V s
-1
.
Área = 0,51 cm
2
...............................................................................................................................81
Figura 24: Curvas TG (a) e DTG (b) obtidas para o sistema Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg empregando
diferentes razões de aquecimento, curvas; 1)2,5; 2) 5; 3) 7,5
o
C min
-1
.; vazão de N
2
= 150 mL min
-1
;
massa inicial, apresentadas na figura. Área = 0,42 cm
2
....................................................................83
Figura 25: Comparação entre as curvas TG (a) e DTG (b) para evidenciar a formação dos
intermetálico sobre o substrato de Pt-Rh-Ir. Curvas obtidas para os sistemas (1) Pt-Rh-Ir 70:15:15%
(m/m)-Hg e (2) Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg; empregando razão de aquecimento de 2,5
o
C min
-1
e vazão de
N
2
= 150 mL min
-1
............................................................................................................................84
Figura 26: Comparação das micrografias (ampliações 2000X e 200X) obtidos para o sistema Pt-Ir
70:30% (m/m)-Hg, após a remoção eletroquímica a) do Hg volumétrico, para E
λ
= 0,48 V e I = 0 A; e
b) dos compostos intermetálicos, para E
λ
= 1,30 V e I = 0 A. E
feixe
= 30 keV.....................................87
Figura 27: Comparação das micrografias (ampliações 2000X e 200X) obtidos para o sistema Pt-Ir
70:30% (m/m)-Hg, após a remoção térmica dos compostos intermetálicos, para: a) T
f
= 140 ºC; b) T
f
=
240 ºC; e c) T
f
= 600 ºC. E
feixe
= 30 keV............................................................................................88
Figura 28: Difratograma de Raios X das amostras obtidas a) a partir da deposição de Hg para C
Hg(I)
= 3 x 10
-2
mol L
-1
; e a partir da remoção eletroquímica b) do Hg volumétrico, para E
λ
= 0,48 V e I = 0
A; e c) dos compostos intermetálicos, para E
λ
= 1,30 V e I = 0 A. Radiação: Cukα; λ = 1,5406; 2θ
70º................................................................................................................................................91
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Caracterização dos compostos formados para as amostras obtidas a partir da remoção
eletroquímica a) do Hg volumétrico, para E
λ
= 0,48 V e I = 0 A; e b) dos compostos intermetálicos,
para E
λ
= 1,30 V e I = 0 A. Radiação: Cukα; λ = 1,5406; 2θ 70º..............................................68
Tabela 2: Caracterização dos compostos formados para as amostras obtidas a partir da remoção
térmica do Hg, para as seguintes temperaturas finais das etapas de perda de massa: a) 140 ºC; b)
160 ºC e c) 600 ºC. β = 5 ºC min
-1
; atmosfera dinâmica de N
2
, vazão: 150 mL min
-1
. Radiação: Cukα;
λ = 1,5406; 2θ 70º..................................................................................................................71
Tabela 3: Caracterização dos compostos formados para as amostras obtidas a partir da remoção
eletroquímica a) do Hg volumétrico, para E
λ
= 0,48 V e I = 0 A; e b) dos compostos intermetálicos,
para E
λ
= 1,30 V e I = 0 A. Radiação: Cukα; λ = 1,5406; 2θ 70º..............................................90
Tabela 4: Caracterização dos compostos formados para as amostras obtidas a partir da dessoão
térmica parcial do Hg, para as seguintes temperaturas finais das etapas de perda de massa: a) 140
ºC; b) 160 ºC e c) 600 ºC. β = 5 ºC min
-1
; atmosfera dinâmica de N
2
, vazão: 150 mL min
-1
. Radiação:
Cukα; λ = 1,5406; 2θ 70º........................................................................................................93
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
DTA - Análise térmica diferencial
DTG Termogravimetria derivada
EDX Microanálise por dispersão de Raios X
Mapping Mapeamento de elemento químico
SEM Microscopia eletrônica de varredura
STM Microscopia eletrônica de tunelamento
TEM Microscopia eletrônica de transmissão
TG Termogravimetria
UPD Deposição a Sub-potencial
VC Voltametria cíclica
VFS Volts For Scale
XPS Espectroscopia fotoeletrônica de Raios X
XRD Difratometria de Raios X
LISTA DE SÍMBOLOS
C
Hg(I)
Concentração de Hg(I) em solução
E
ca
Potencial de circuito aberto
E
dep
Potencial de depósito
E
inv.1
Potencial de inversão 1 (primeiro)
E
inv.2
Potencial de inversão 2 (segundo)
E
i
Potencial inicial
E
f
Potencial final
E
λ
Potencial de corte
I Corrente elétrica
Q Densidade de carga
T
dep
Tempo de depósito
T
f
Temperatura final
v Velocidade de varredura
m Variação de massa
SUMÁRIO
1. Introdução...................................................................................................................................................20
2. Objetivos.....................................................................................................................................................27
2.1. Objetivos Gerais....................................................................................................................................27
2.2. Objetivos Específicos............................................................................................................................27
3. Materiais, Equipamentos e Reagentes Utilizados..........................................................................................28
3.1. Materiais...............................................................................................................................................28
3.2. Equipamentos.......................................................................................................................................28
3.3. Reagentes:...........................................................................................................................................29
4. Metodologias...............................................................................................................................................30
4.1. Preparo das lâminas de Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m) e Pt-Ir 70:30% (m/m)................................................30
4.1.1 Tratamento térmico, limpeza e armazenamento...............................................................................30
4.1.2 Limpeza da célula eletroquímica......................................................................................................30
4.1.3 Construção dos eletrodos................................................................................................................31
5. Obtenção dos dados analíticos.....................................................................................................................32
5.1. Montagem da célula eletroquímica.........................................................................................................32
5.2. Tratamento eletroquímico da superfície do eletrodo...............................................................................32
5.3. Voltametria Cíclica................................................................................................................................34
5.3.1 Metodologia 1: Estudo eletroquímico exploratório do processo de redução e oxidação do Hg(I) sobre
os substratos metálicos Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m) e Pt-Ir 70:30% (m/m) para concentrações crescentes de
Hg(I) em solução......................................................................................................................................34
5.3.2 Metodologia 2: Estudo eletroquímico da influência do avanço do potencial de inversão na região
catódica de potenciais sobre os picos na região anódica do voltamograma................................................36
5.3.3 Metodologia 3: Deposição eletroquímica de Hg(0) sobre a supercie do substrato metálico, para
posterior análise térmica...........................................................................................................................37
5.3.4 Metodologia 4: Estudo eletroquímico da oxidação do filme fino de intermetálicos preparado por
voltametria cíclica.....................................................................................................................................38
5.4. Tratamento de dados empregando a metodologia da desconvolução.....................................................38
5.5. Análise Térmica....................................................................................................................................39
5.5.1 Obtenção das curvas termogravimétricas.........................................................................................39
5.6. Preparo das amostras para a Análise de Superfície...............................................................................40
5.6.1 Micrografia eletrônica de varredura, mapeamento de elementos e microanálise por EDX..................40
5.6.2 Preparo das amostras para Difratometria de Raios X........................................................................40
6. Resultados e discussão...............................................................................................................................41
6.1. Sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)........................................................................................................41
6.1.1 Estudo do comportamento eletroquímico do sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-Hg, em solução de
Hg(I)........................................................................................................................................................41
6.1.2 Estudo do comportamento eletroquímico da inflncia do avanço do potencial de inversão da
varredura catódica sobre os picos de remoção do Hg presentes na região anódica dos voltamogramas
cíclicos para o sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-Hg................................................................................46
6.1.3 Estudo do comportamento eletroquímico dos eletrodos de filmes finos de Hg presentes sobre o
substrato de Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m) preparados por via Eletroquímica..................................................48
6.1.4 Estudo de Termogravimetria (TG) / Termogravimetria derivada (DTG) do sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15%
(m/m)-Hg.................................................................................................................................................50
6.1.5 Microanálise por EDX da supercie do substrato de Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m) preparado por via
eletroquímica...........................................................................................................................................53
6.1.6 Microanálise por EDX da supercie do substrato de Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m) preparado por via
térmica....................................................................................................................................................56
6.1.7 Microscopia eletrônica de varredura: micrografia e mapeamento dos elementos Pt, Rh e Hg da
superfície do sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-Hg, para amostras preparadas por voltametria cíclica......58
6.1.8 Microscopia eletrônica de varredura: micrografia e mapeamento dos elementos Pt, Rh e Hg da
superfície do sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-Hg, para amostras preparadas por termogravimetria........60
6.1.9 Difratometria de Raios X para amostras de Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-Hg com tratamento
eletroquímico...........................................................................................................................................68
6.1.10 Difratometria de Raios X para amostras de Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-Hg com tratamento térmico..70
6.2. Sistema Pt-Ir 70:30% (m/m)...................................................................................................................72
6.2.1 Estudo do comportamento eletroquímico do sistema Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg, em solução de Hg(I)....72
6.2.2 Estudo do comportamento eletroquímico da inflncia do avanço do potencial de inversão da
varredura catódica sobre os picos de remoção do Hg presentes na região anódica dos voltamogramas
cíclicos para o sistema Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg..........................................................................................76
6.2.3 Estudo do comportamento eletroquímico dos eletrodos de filmes finos de Hg presentes sobre o
substrato de Pt-Ir 70:30% (m/m) preparados por via Eletroquímica............................................................80
6.2.4 Estudo de Termogravimetria (TG) / Termogravimetria derivada (DTG) do sistema Pt-Ir 70:30% (m/m)-
Hg...........................................................................................................................................................82
6.2.5 Microscopia eletrônica de varredura: micrografias da supercie do sistema Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg para
amostras preparadas por voltametria cíclica..............................................................................................86
6.2.6 Microscopia eletrônica de varredura: micrografia da supercie do sistema Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg para
amostras preparadas por termogravimetria...............................................................................................86
6.2.7 Difratometria de Raios X para amostras de Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg com tratamento eletroquímico.....89
6.2.8 Difratometria de Raios X para amostras de Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg com tratamento térmico...............92
7. Considerações finais....................................................................................................................................94
7.1. Sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-Hg...................................................................................................94
7.2. Sistema Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg.............................................................................................................97
8. Referências...............................................................................................................................................100
20
1. Introdução
Têm sido estudadas as reações em estado sólido, na interface metal-mercúrio
(M-Hg) para os elementos puros (Pt, Rh e Ir) e suas ligas birias (Pt-Rh e Pt-Ir)
para diferentes percentagens do elemento modificador do substrato de Pt. Assim, os
sistemas M-Hg, para os metais puros, Rh [1-5], Ir [4-11] e Pt [8-18], e suas ligas, Pt-
Rh, para 10, 15, 20 e 30% de Rh [8,12,14,19-31] e Pt-Ir, 20 e 30% de Ir [8,9,12,
15-17,32-34] foram estudados. Os resultados experimentais foram obtidos a partir da
eletrodeposição e remoção de mercúrio, empregando-se a técnica de voltametria
cíclica. Tais resultados, permitiram, para os substratos de platina, ródio e irídio
puros, sugerir a formação de compostos de caráter covalente, a partir da correlação
entre a separação de picos (E), e a diferença dos valores da função-trabalho para o
metal do substrato e o mercúrio (
M
-
Hg
) [5,19]. Para o sistema Ir-Hg, por sua vez,
resultados de difratometria de raios X e microscopia eletrônica de transmissão (TEM)
não evidenciaram a formação de composto covalente para este sistema.
Para o sistema Rh-Hg foi possível, a partir das técnicas de análise de
supercie, a caracterização do composto intermetálico RhHg
2
como sendo o
principal produto formado sobre o substrato, após a dessorção do mercúrio
volumétrico.
Além do estudo eletroquímico, tem sido realizado em paralelo, o estudo
térmico (análise térmica: TG/DTG), para investigar o processo de oxidação do Hg
eletrodepositado, ou seja, este conjunto de técnicas permite a investigação do
processo de decomposição térmica dos intermetálicos formados, e a identificação
das fases presentes em cada etapa intermediária do processo. Assim, o emprego
das técnicas eletroquímicas e térmicas associadas às técnicas de análise de
supercie (micrografia eletrônica de varredura; microanálise por EDX; obtenção de
mapas de elementos do substrato e do Hg; difratometria de raios X) e de análise
química (espectrometria de absorção atômica com geração de vapor a frio e
emissão atômica em plasma induzido em argônio) permitiram evidenciar a formação
de amálgama; a presença de compostos intermetálicos mercúrio-substrato, em
concordância com os resultados de voltametria cíclica e de análise térmica; e a
presença de mercúrio nas subcamadas do substrato, não evidenciado a partir da
voltametria cíclica.
21
Os resultados da análise térmica, obtidos para o sistema Rh-Hg, permitiram a
realização de um estudo detalhado do processo de remoção térmica do Hg, que
associados aos resultados de análise de supercie, permitiram caracterizar os
intermetálicos presentes no substrato e comparar com os resultados eletroquímicos,
também associados aos resultados de análise de superfície. Ao final de cada etapa
da curva de perda de massa, foram obtidas micrografias, realizadas microanálises
por EDX e mapeamento de supercie para os elementos Rh e Hg, bem como a
confirmação do intermetálico RhHg
2
, a partir dos resultados de XRD, como sendo a
escie predominante, e da presença do Hg difundido para as subcamadas do
substrato de Rh [1-3].
Os estudos termoanalíticos referentes ao sistema Ir-Hg, por sua vez,
permitiram caracterizar a presença de Hg nas subcamadas do Ir e sugerir a
formação de uma nova supercie composta de Hg e Ir, porém sem a formação de
compostos intermetálicos [9]. A presença de Hg nas subcamadas do Ir foi
evidenciada a partir: 1) da verificação do aumento da rugosidade da supercie do Ir
após a dessorção térmica do Hg; 2) do acompanhamento da redução do teor de Hg,
a partir dos resultados de microanálise por EDX, para a remoção térmica do Hg no
intervalo de temperaturas de 300 a 800 °C; 3) dos resultados de XRD; 4) dos
resultados de XPS; e de microscopia eletrônica de transmissão (TEM) [5-7,9].
Estudos eletroquímicos, empregando a técnica de voltametria cíclica
repetitiva, referentes à formação de filmes finos de óxido sobre Ir [10,11], em
soluções KNO
3
/HNO
3
e KNO
3
/HNO
3
/Hg
2
(NO
3
)
2
, acompanhados pelas técnicas de
análise de supercie (microanálise por EDX, mapeamento de elementos químicos,
micrografia eletrônica de varredura, difratometria de raios X e microscopia eletrônica
de transmissão) revelaram a formação de um filme fino de óxido de irídio presente
sobre o substrato. A formação deste filme está relacionada ao avanço do potencial
sobre a região de descarga de O
2
, ocorrendo concomitante com a
deposição/remoção do Hg. Por outro lado, para os experimentos realizados na
presença de Hg (I), a eletrodeposição do Hg, na forma de um filme fino de mercúrio
na condição de deposição a sub-potencial (UPD) pode ser observado para soluções
de concentração de (3,50x10
-7
C
Hg(I)
3,56x10
-6
) mol L
-1
. Assim, sempre que
houver a presença do Hg em solução este promoverá contaminação prévia do
substrato e, como conseqüência, alterações do perfil voltamétrico. Por outro lado, a
obtenção de um filme de Hg, com a presença de Hg volumétrico, ocorre para valores
de concentração de Hg(I) superiores a 3,42x10
-5
mol L
-1
[9-11].
22
Os substratos de Pt pura e de sua liga Pt-Ir (20% m/m) foram investigados a
partir das técnicas de análise térmica associada às técnicas de análise de supercie
e da voltametria cíclica [14,15,33]. Tais técnicas permitiram a determinação dos
compostos intermetálicos formados e a constatação da presença de Hg nas
subcamadas dos substratos estudados, além de permitir a proposição, para o caso
da liga de Pt-Ir, da composição da interfase Hg-substrato. Esta interfase é
constituída por um sistema de pelo menos três camadas onde:
1- na primeira região, próxima ao Hg volumétrico, existe uma camada de
intermetálico Pt-Hg com granulometria micrométrica contendo regiões, de pequena
área, recobertas por Hg metálico;
2 - na segunda região ocorre uma mistura de pelo menos duas escies de
intermetálicos, PtHg
2
e PtHg
4
, com tamanho de grão micrométrico;
3 - na terceira região ocorre uma camada de Pt-Ir modificada pela presença
do Hg, formando uma solução sólida e rica em Ir.
No entanto, abaixo desta interfase complexa o substrato não exibe as
concentrações de Pt e Ir da fase volume, apresentando-se enriquecido em Ir. O
enriquecimento em irídio deve, possivelmente, estar associado a um processo de
segregação do Ir, durante a etapa de solubilização e transporte da Pt para o seio do
Hg volumétrico. A presença desta região enriquecida em Ir sugere a formação de
uma barreira de difusão. Esta barreira atuaria dificultando a difusão do Hg para as
subcamadas do substrato e, desta forma, impedindo a remoção da Pt da matriz do
substrato para a região do Hg volumétrico.
A formação de amálgama entre platina e mercúrio é fato descrito e bem
explorado na literatura [14,15,35-37]. Por sua vez, a liga de Pt-Ir, na proporção de
20% de Ir, é apresentada na literatura como sendo um substrato adequado para a
construção de eletrodos de mercúrio [38] e microeletrodos para estudos in situ [40].
Esta indicação está baseada em dois fatores:
1 - a não solubilização do Ir pelo mercúrio (não formação de fases para o
sistema Ir-Hg) o que confere à liga uma baixa solubilidade no mercúrio;
2 - a baixa tensão de estiramento apresentado pela liga quando comparada
com o metal puro (Ir) [38].
Um estudo anterior do sistema Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg [9], constatou uma
diminuição da reatividade da liga em relação à liga Pt-Ir 80:20% (m/m), conforme o
esperado, porém a reatividade da Pt ainda é responsável pela degradação da
supercie da liga, diminuindo a vida útil do eletrodo.
23
Assim, a principal vantagem do emprego da liga Pt-Ir 80:20% (m/m), está na
maleabilidade, que possibilita a confeão de eletrodos mais facilmente do que com
Ir puro.
O preparo de eletrodos de mercúrio empregando Pt e suas ligas, apresenta
sérios problemas relacionados à formação de compostos intermetálicos como pôde
ser constatado anteriormente [8,9,12,14,15,32-38,41-43]. A presença destes
compostos em suspensão na fase volume do Hg, proporciona distorções quando se
estudam os processos de eletrodos [44], porém, a literatura considera a não
formação de amálgama entre o mercúrio e a liga de Pt-Ir [38].
Ligas de platina preparadas empregando-se metais nobres encontram
diversas aplicações além da fabricação de eletrodos. Devido às ligas de Pt-Ir
possuírem uma maior atividade que os metais puros, elas vêm sendo utilizadas na
eletro-redução de nitratos [45]. Filmes finos de Pt vêm sendo empregados em
sensores para altas temperaturas [46], e filmes de Ir, Rh e Rh-Ir depositados com
laser pulsado, têm sido empregados em matrizes de microeletrodos, atuando como
sensores para a determinação de metais pesados traços [47,48]. Micro-sensores,
obtidos com deposição de irídio sobre fibra de carbono, vêm sendo utilizados como
bio-sensores de glicose e glicose oxidase (GOx) [49], e eletrodos de IrO
2
vêm sendo
estudados na construção de sensores para pH, devido a sua boa estabilidade em
uma ampla faixa de pH [50].
A platina e suas ligas são utilizadas em uma enorme gama de aplicações que
empregam catalisadores suportados em matrizes inertes (alumina, SiC, carvão,
asbesto) [51-58]. Assim, uma prática comum nas indústrias que fabricam e/ou
empregam catalisadores consiste em preparar novos substratos metálicos
incorporando-se a estes outros elementos químicos da tabela periódica. Dentre os
elementos empregados neste processo estão o Re, Ir, Pd, Ru (grupos VII B e VIII B),
Cr (VI B), Ga (III A) etc. Estes elementos têm como função prolongar o tempo de
vida dos catalisadores e caracterizar uma maior seletividade ao catalisador. A
proposição para o funcionamento dos catalisadores modificados está baseada no
fato de que, estando presente em pequena proporção, o elemento adicionado
permaneça nas camadas sub-superficiais (primeira sub-camada) de forma a
modificar as propriedades do catalisador através de um processo de interação
eletrônica, porém, mantendo a platina exposta como supercie catalisadora.
24
Catalisadores do tipo alumina recoberta com platina têm sido empregados na
química do refino da gasolina [53]. Catalisadores de Pt-Rh têm sido empregados na
oxidação de H
2
[58], também considerados catalisadores de três vias, sendo efetivos
na remoção de CO, hidrocarbonetos e NO
x
da exaustão de automóveis [59].
Estudos recentes com catalisadores de Pt-Rh e Pt-Ru-Rh vêm buscando o seu
emprego na eletro-oxidação de metanol e em célula combusvel direta de metanol
[60], enquanto catalisadores de Pt-Sn têm sido estudados em célula combusvel
direta de etanol [61].
Estudos com catalisadores confeccionados com platina pura revelaram que
os mesmos não são muito apropriados para a eletro-oxidação de etanol, por serem
rapidamente envenenados pelos intermediários fortemente adsorvidos, sendo o CO
adsorvido uma das principais fontes de envenenamento. A combinação da Pt com
um segundo ou um terceiro metal é um modo conveniente para modificar as suas
propriedades eletrocatalíticas.
Souza e colaboradores [62] reportaram que o ródio metálico apresenta
atividade para a dissociação da ligação C-C, mas não ajuda significativamente a
diminuir a barreira para a oxidação de CO. Por outro lado, a adição de Ru diminui a
energia de acoplamento Pt-CO e possivelmente também a energia de ativação do
processo de desidrogenação. Portanto, um bom catalisador para a oxidação de
etanol precisaria da presença de Rh e Ru [63].
Por outro lado, um problema constante e de acentuada importância nos
processos catalíticos é a presença de certos íons metálicos, potencialmente ativos,
que apresentam como propriedade a capacidade de envenenamento das supercies
catalíticas, conforme já citado, e dentre os elementos químicos que atuam como
agentes de envenenamento pode-se destacar o mercúrio [64]. Este elemento,
quando presente na fase volume e submetido às condições experimentais
empregadas, por exemplo, nos processos de hidrogenação catalítica utilizando a liga
Pd-Pt (temperatura entre 290-350
o
C) origem a produtos do tipo PdHg, PdHg
4
,
PtHg
4
, Pd
2
Hg
5
, etc. [64,65], cuja formação inibe o processo de catálise.
Estudos recentes têm investigado os processos de eletro-sorção de
hidrogênio em ligas de Pd-Pt-Rh utilizando a técnica de voltametria cíclica [66]. Para
o sistema Pt-Pd 90:10% (m/m) - carbono, a formação dos compostos mercúrio-
substrato passa a ser detectado 15 minutos após o início do processo catalítico das
indústrias petroquímicas, onde o Hg contido no petróleo atua como contaminante.
25
Dentre outros parâmetros a serem considerados no processo de
envenenamento do substrato, o preponderante é a diferença no raio atômico entre
os metais do substrato e do elemento contaminante [8,9,14,15,33,64]. A diferença
no raio atômico entre o agente de envenenamento (Hg) e o substrato resulta numa
considerável fragilização do substrato, a ponto destes substratos, tais como Pt, Rh,
Ir, puros, Pt-Rh, Pt-Ir, Pd-Pt, dentre outros, serem atacados por ácidos ou misturas
de ácidos (exceto água régia), fato não observado para os substratos na ausência
do Hg [1-9,12,14,15,33,64].
Além das aplicações industriais, anteriormente apresentadas, para as
diferentes ligas de Pt, as ligas a base de Rh e Pt-Ir, como por exemplo a liga Pt-Ir
80:20% (m/m) vêm sendo empregadas, para o preparo de pontas para ESTM
(Electrochemical Scanning Tunneling Microscopy), por apresentarem uma dureza
superior à da platina, porém, mantendo as características da mesma quanto à baixa
reatividade [67-69]. Essas ligas também vêm sendo empregadas na fabricação de
sensores para equipamentos de Análise Térmica [70], inclusive, são comercializados
atualmente, vários termopares construídos com ligas de Pt-Rh, de diferentes
composições, que trabalham sob temperaturas de até 1800 ºC [71,72]. Sensores
deste tipo também são empregados na tecnologia aeroespacial [73]. Outro emprego
dessas ligas está na confeão de substratos para processos catalíticos (catalisador
no processo de oxidação de NH
3
, em plantas industriais empregando medias e
baixas pressões) [64].
Ligas à base de Rh e Ir apresentam características muito próprias, sendo que
o Rh apresenta uma reatividade química intermediária frente ao Hg quando
comparado à Pt e ao Ir. O Ir, por sua vez, não apresenta a formação de
intermetálicos, devido à sua baixa reatividade e solubilidade no Hg, porém, forma
uma solução sólida com o Hg. Este Hg se difunde para as subcamadas do substrato
de Ir puro [6,9-11,33]. O maior problema do Ir é a sua elevada tensão de estiramento
(400 MPa) [74], assim, o substrato metálico ideal deve aliar a baixa reatividade do Ir
à maleabilidade de outros metais. Outro problema a ser considerado para o Ir é a
formação de óxidos, no intervalo de resposta eletroquímica entre o desprendimento
de H
2
e O
2
, durante a obtenção do voltamograma cíclico, o que pode causar
distorções na resposta eletroquímica.
26
Desta forma, considerando-se as características descritas acima e as
aplicações tanto dos metais puros quanto de suas ligas, os sistemas Pt-Rh e Pt-Ir
justificam as investigações que nosso laboratório vem realizando, com relação às
reações que se processam no estado sólido, no intuito de ajudar a esclarecer o
possível mecanismo pelo qual se processam estas reações, a caracterização dos
compostos intermetálicos formados, os efeitos causados pelo aumento dos teores de
Rh e Ir na matriz de Pt e a possibilidade tanto do Rh quanto do Ir em apresentar o
efeito de barreira de difusão à penetração do Hg; como evidenciado para o Ir, na liga
de Pt-Ir 80:20% (m/m) [33].
Da mesma forma, o estudo do efeito do Rh e do Ir presentes,
simultaneamente, na matriz de Pt apresenta-se como uma importante abordagem
para o entendimento da ação conjunta do Rh e do Ir sobre a reatividade da matriz de
Pt.
Este estudo é parte de um projeto maior, que objetiva estudar as reações de
estado sólido que ocorrem entre o mercúrio (depositado eletroquimicamente) e um
substrato metálico. Assim, essas reações vêm sendo estudadas em diversos
substratos metálicos, tanto puros (Pt, Rh e Ir), como na forma de ligas (Pt-Rh, Pt-Ir e
Pt-Rh-Ir), em diferentes composições, de modo a obter-se uma melhor compreensão
quanto às reações que ocorrem em estado sólido, os mecanismos dessas reações,
a caracterização dos produtos formados e os efeitos causados pela presença do Rh
ou Ir no reculo cristalino da Pt, assim como verificar a possibilidade desses metais
formarem uma barreira de difusão, dificultando a difusão do mercúrio para as
subcamadas do substrato.
Essas ligas estudadas têm atualmente diversas aplicações, assim o estudo
das reações com o mercúrio são muito importantes para o avanço das tecnologias
que empregam tais ligas. Desta forma, neste trabalho foram utilizadas as seguintes
ligas: Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m) e Pt-Ir 70:30% (m/m), onde a primeira liga ainda o
havia sido investigada, e a segunda merecia uma abordagem complementar de um
estudo recente [9].
27
2. Objetivos
2.1. Objetivos Gerais
O objetivo deste trabalho foi estudar o comportamento eletroquímico e a
reatividade das ligas a) ternária: Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m) e b) binária: Pt-Ir
70:30% (m/m); com Hg, empregando-se técnicas eletroquímicas, análise térmica e
análise de supercie (micrografia eletrônica de varredura, microanálise por EDX,
mapeamento de metais, Pt, Ir, Rh e Hg, e difratometria de raios X), dando
continuidade aos estudos de reações em estado sólido entre o mercúrio
eletrodepositado e substratos laminares dos metais do grupo da Pt, realizados
anteriormente [1-34].
2.2. Objetivos Específicos
Este trabalho objetivou:
1) estudar o comportamento térmico e eletroquímico dos sistemas Pt-Rh-Ir
70:15:15% (m/m)-Hg e Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg de forma comparativa;
2) caracterizar as possíveis fases intermetálicas formadas (Pt-Hg, Pt-Hg
2
; Pt-
Hg
4
; Rh-Hg
2
) presentes na matriz de Pt-Rh-Ir e Pt-Ir, empregando os métodos
térmico e eletroquímico, de modo a complementar os resultados obtidos para os
sistemas anteriormente estudados (Pt-Rh 90:10% (m/m)-Hg; Pt-Rh 85:15% (m/m)-
Hg; Pt-Rh 80:20% (m/m)-Hg; Pt-Rh 70:30% (m/m)-Hg; Rh-Hg);
3) estudar o efeito causado pelo teor de Rh e Ir, como modificadores da
matriz de Pt, frente à ação corrosiva do Hg.
28
3. Materiais, Equipamentos e Reagentes Utilizados
3.1. Materiais
-minas de trabalho. Para a obtenção das lâminas, foram empregados fios
de a) Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m) e b) Pt-Ir, de composição 70:30% (m/m),
ambos de diâmetro de 0,50 mm, adquiridos da HERAEUS VECTRA LTDA, e
laminados em laminador mecânico com controle de espessura, para lâmina
em processamento (valor final 60 µm);
-Eletrodo auxiliar de Pt, com 2 cm
2
de área total;
-Eletrodo de referência (Ag | AgCl | KNO
3(sat)
);
-Célula eletroquímica de vidro, idealizada pelo Prof. Dr. Fernando L.
Fertonani, que permite a troca de solução matriz, de compartimento único
com capacidade para 10 mL, tendo uma tampa de vidro esmerilhada com
cinco entradas: a) eletrodo auxiliar; b) entrada de s; c) eletrodo de trabalho;
d) saída de s; e) eletrodo de referência.
-“Parafilm M NOVIX 2-10 IWAKI Clinical test Ware para a vedação e
isolamento dos contatos elétricos na montagem dos eletrodos e da célula
eletroquímica.
3.2. Equipamentos
-Potenciostato MQPG-01 - MICROQUÍMICA, interfaceado com um
computador tipo PC (Personal Computer), compavel com a linha IBM em
conjunto com o programa de aquisição de dados MQPG.EXE (MS-DOS);
-Para o tratamento dos dados obtidos por voltametria cíclica foi empregado o
programa de tratamento de dados gráficos MICROCAL ORIGIN v. 5,0
MICROCAL SOFTWARE, INC;
-Para medir a massa das lâminas foi utilizada uma balança analítica eletrônica
AG 204 METTLER TOLEDO;
-Para a limpeza do material empregou-se um equipamento para banho de
ultra-som ULTRASONIC CLEANER UNIQUE USC 1450;
-Para o recozimento das lâminas de Pt-Rh-Ir e Pt-Ir utilizou-se uma mufla
EDG 7000 EDGCON 3P EDG EQUIPAMENTOS;
29
-Para a obtenção das curvas TG/DTG utilizou-se o módulo de análise térmica
simultâneo SDT 2690, SIMULTANOUS DTA-TGA, da TA Instruments;
-Para a obtenção da micrografia eletrônica de varredura, mapeamento dos
elementos químicos, microanálise por EDX utilizou-se um microscópio
eletrônico JEOL JSM-T330A SCANNING MICROSCOPE com um
microanalisador NORAN acoplado;
-Para a obtenção dos difratogramas de raios X utilizou-se um difratômetro da
marca SIEMENS, modelo D5000.
3.3. Reagentes:
-EXTRAN MA 02 neutro - Merck - 5% (v/v) foi utilizado para a limpeza da
célula;
-HNO
3
50% (v/v) foi utilizado para a limpeza das lâminas de Pt-Rh 80:20%
(m/m) e do eletrodo auxiliar de Pt;
-Solução de KNO
3
1,00 mol L
-1
pH 1 foi empregada como eletrólito de
suporte;
-HNO
3
5% (v/v) para a lavagem da célula eletroquímica e dos demais
acessórios;
-Solução estoque de Hg
2
(NO
3
)
2
0,123 mol L
-1
, diluída conforme as
necessidades de cada experimento, empregada nos processos de deposição
eletroquímica de Hg e nos estudos de voltametria cíclica;
-Nitrogênio N-50.
30
4. Metodologias
4.1. Preparo das lâminas de Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m) e Pt-Ir 70:30% (m/m)
4.1.1 Tratamento térmico, limpeza e armazenamento
As lâminas obtidas a partir de fios de Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m) e Pt-Ir 70:30%
(m/m) foram segmentadas em dezesseis partes, sendo quatorze partes de 12,5 mm
de comprimento e 3,0 mm de largura e duas partes de 12,5 x 4,0 mm, 2,5 cm
2
de
área (cada face), as lâminas resultantes passaram por um processo de recozimento
a 1000
o
C durante 8 horas, sob atmosfera dimica de N
2
em uma mufla. O
resfriamento foi conduzido desligando-se o forno e deixando voltar naturalmente à
temperatura ambiente, ainda sob atmosfera dimica de N
2
.
As lâminas resultantes foram levadas ao equipamento de ultra-som,
submersas em solução aquosa de EXTRAN 5% (v/v) e água deionizada e o
equipamento ficou ligado durante quarenta e cinco min. Em seguida a solução foi
trocada por solução de HNO
3
50% (v/v) e submetida novamente ao ultra-som pelo
mesmo período. Então, as lâminas foram lavadas em água deionizada pelo mesmo
processo, porém foram realizadas trocas da água em intervalos de quinze min.
Estes procedimentos, além de remover as impurezas (poeira, gordura, etc.),
também foram realizados com o objetivo de eliminar prováveis óxidos formados
durante o processo de têmpera. As a secagem das lâminas em atmosfera
dimica de N
2
, as mesmas foram armazenadas em frascos de vidro, lacrados
também sob atmosfera de N
2
.
4.1.2 Limpeza da lula eletroquímica
Para a limpeza da célula eletroquímica, inicialmente utilizou-se uma pisseta
com água deionizada, e em seguida a célula foi mergulhada em solução de EXTRAN
5% e submetida ao banho de ultra-som durante quarenta e cinco min.
Posteriormente, repetiu-se o processo utilizando-se solução de HNO
3
5% (v/v). Por
último, trocou-se a solução ácida por água deionizada e a célula foi submetida
novamente ao mesmo processo, porém, assim como o processo descrito para a
limpeza das lâminas, a troca de água deionizada foi realizada a cada quinze min.
31
4.1.3 Construção dos eletrodos
Para a construção dos eletrodos, foram empregados contatos elétricos do tipo
garra jacaré (Figura 1). As lâminas de trabalho, Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m) e Pt-Ir
70:30% (m/m), foram presas pela garra e o isolamento foi realizado com Parafilm,
de modo a isolar o contato da garra e pequena parte da lâmina (cerca de dois
milímetros), para evitar a penetração de solução na região da garra.
A) B) C)
Figura 1: Ilustrações do contato elétrico e da construção do eletrodo de trabalho. A) Garra jacaré
original. B) Garra jacaré (sem a proteção de borracha), com a lâmina de trabalho fixada nos dentes.
C) Aparência final do eletrodo, onde: a terminal elétrico para conectar ao equipamento; b – corpo do
eletrodo, de material isolante (plástico); c região isolada com “Parafilm e d – lâmina exposta.
32
5. Obtenção dos dados anaticos
5.1. Montagem da lula eletroquímica
Para a montagem da célula eletroquímica (Figura 2), as juntas da mesma
foram unidas e vedadas com Parafilm, de modo a evitar a entrada de oxigênio na
solução de trabalho. Utilizou-se N
2
como s inerte, conectado a um sistema de
comutação manual que permitia alterar o local de inserção do s, dentro da solução
ou sobre a mesma. Este procedimento é necessário para evitar contra-fluxo de ar e
a contaminação do sistema com produtos presentes na atmosfera do laboratório,
sendo a saída do s imersa em um selo dágua.
Durante o preparo para o início da execução de todos os experimentos, foram
realizadas desaerações do sistema, durante 20 minutos, e durante a execução do
experimento mantinha-se uma atmosfera de N
2
sobre a solução. Para o preparo da
solução eletrólito de suporte foram utilizados 10,00 mL de solução KNO
3
1,00 mol L
-1
, HNO
3
0,5% (v/v), e para o preparo da solução de trabalho, foi utilizada
uma solução estoque de Hg
2
(NO
3
)
2
0,123 mol L
-1
.
5.2. Tratamento eletroquímico da superfície do eletrodo
Para cada eletrodo laminar de Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m) e Pt-Ir 70:30% (m/m)
foram realizados tratamentos de envelhecimento potenciodimico, no início dos
experimentos, utilizando-se as seguintes condições experimentais: E
i
= E
f
= 0,80 V;
E
inv.1
= -0,15 V; E
inv.2
= 1,20 V; v = 0,100 V s
-1
; 100 ciclos. O tratamento foi realizado
individualmente, na presença do eletrólito de suporte e tem como finalidade
minimizar as tensões mecânicas da superfície dos eletrodos, sendo realizado até
obter-se um voltamograma cíclico reprodutível, de modo a garantir uma mesma
condição inicial em todos os experimentos, permitindo comparar os resultados com
os obtidos anteriormente para outras ligas e metais puros.
33
f)
a)
b)
c)
d)
e)
Figura 2: Célula Eletroquímica: a) Eletrodo auxiliar (platina); b) Entrada de N
2
dentro da solução e
sobre a solução; c) Eletrodo de trabalho; d) Saída de N
2
; e) Eletrodo de referência
(Ag | AgCl | KNO
3(sat.)
); f) Saída de solução.
34
Na Figura 3 estão representados os voltamogramas cíclicos obtidos para o
eletrodo de trabalho em solução de eletrólito suporte (branco), para os diferentes
valores de velocidade de varredura (v) empregados. A Figura 3 a apresenta o
conjunto dos VC, obtidos para (0,025 v 0,400) V s
-1
, revelando o efeito de v
sobre o perfil corrente versus potencial (I x E). As Figuras 3 b e 3 c apresentam os
VC obtidos em diferentes valores de velocidade (v = 0,050 e 0,300 V s
-1
),
evidenciando o 1º e 10º ciclo respectivamente.
Os voltamogramas cíclicos apresentados na Figura 3 a revelam a presença
de dois picos (desconsiderando os picos da região de redução de hidrogênio,
próximo a 0 V), sendo um pico na varredura anódica e outro na varredura catódica.
O pico presente na varredura anódica refere-se à formação de um filme fino de
óxidos hidratados de metais do substrato, Pt e Rh. Por sua vez, o pico presente na
varredura catódica está relacionado à redução dos óxidos formados na varredura
anódica [75].
Comparando-se o 1° com o 10° ciclo das Figuras 3 b e 3 c, pode-se observar
que mesmo para diferentes valores de v (0,050 e 0,300 V s
-1
), esses ciclos revelam
um perfil I x E semelhante. A Figura 3 d apresenta uma comparação dos
voltamogramas obtidos apenas com eletrólito suporte (branco) para os sistemas de
Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m) e Pt-Ir 70:30% (m/m), empregando-se: v = 0,100 V s
-1
. A
partir desta comparação, observou-se um comportamento semelhante entre esses
sistemas.
5.3. Voltametria Cíclica
5.3.1 Metodologia 1: Estudo eletroquímico exploratório do processo de
redução e oxidão do Hg(I) sobre os substratos metálicos Pt-Rh-Ir
70:15:15% (m/m) e Pt-Ir 70:30% (m/m) para concentrões crescentes de
Hg(I) em solução
As o tratamento das supercies dos eletrodos laminares e obtenção do
branco, os comportamentos eletroquímicos dos sistemas foram estudados com o
emprego da técnica de voltametria cíclica (VC), variando-se a concentração de Hg(I)
(C
Hg(I)
) na solução.
35
Figura 3: Voltamogramas cíclicos obtidos para o eletrodo de Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m), curvas a, b e
c; e comparação com o sistema Pt-Ir 70:30% (m/m), curva d em solução de eletrólito suporte
(branco). a) (0,025 v 0,400) V s
-1
; b) v = 0,050 V s
-1
; c) v = 0,300 V s
-1
. d) v = 0,100 V s
-1
.
Área = 0,48 cm
2
.
0,0 0,5 1,0
-30
0
30
E
i
=E
f
Pt-15%Rh-15%Ir
Branco
v = 0,050 V s
-1
1° ciclo
5° ciclo
9° ciclo
10° ciclo
E / V
I / µA
1,20 V
-0,15 V
0,80 V
0,80 V
b)
0,0 0,5 1,0
-200
0
200
E
i
=E
f
Pt-15%Rh-15%Ir
Branco
v = 0,300 V s
-1
1° ciclo
5° ciclo
9° ciclo
10° ciclo
E / V
I / µA
1,30 V
-0,20 V
0,80 V
0,80 V
c)
0,0 0,5 1,0
-50
0
50
v = 0,100 V s
-1
Branco
Pt -15% Rh - 15% Ir
Pt -30% Ir
E / V
I / µA
1,30 V
-0,20 V
0,80 V
0,80 V
0,00 V
1,10 V
d)
0,0 0,5 1,0
-150
0
150
Pt-15%Rh-15%Ir
Branco
v = 0,025 V s
-1
v = 0,050 V s
-1
v = 0,100 V s
-1
v = 0,200 V s
-1
v = 0,300 V s
-1
v = 0,400 V s
-1
E / V
I /
µ
A
1,20 V
-0,15 V
0,80 V
0,80 V
a)
36
Para o estudo do comportamento eletroquímico foram adicionados volumes
crescentes de solução de Hg
2
(NO
3
)
2
0,123 mol L
-1
sobre a solução de eletrólito de
suporte (10,00 mL), obtendo-se concentrações de Hg(I) no intervalo:
(0,12x10
-3
C
Hg(I)
6,96x10
-3
) mol L
-1
.
Ambos os sistemas estudados foram desaerados por 15 minutos em
atmosfera dimica de N
2
, e as cada adição de Hg procedeu-se a leitura do
potencial de circuito aberto, como critério de reprodutibilidade.Os intervalos de
potenciais empregados nos experimentos foram ajustados após a adição inicial de
Hg(I); por exemplo, no eletrodo laminar de Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m), para
concentrações da ordem de 1,0 x 10
–3
mol L
-1
, o intervalo de potenciais foi ajustado
para: E
i
= E
f
= 0,50 V, E
inv.1
= -0,40 V, E
inv.2
= 1,30 V; e os voltamogramas obtidos em
diferentes velocidades de varredura: (0,025 v 0,300) V s
-1
.
Para cada sistema estudado foram obtidos os voltamogramas:
1 - variando a velocidade de varredura de potenciais, mantendo a C
Hg(I)
fixa;
2 - variando a C
Hg(I)
, mantendo a velocidade de varredura fixa.
Terminados os procedimentos desta metodologia, as amostras foram lavadas
por imersão, com três repetições (em três frascos diferentes contendo água
deionizada) e armazenadas em atmosfera de N
2
para serem encaminhadas para as
análises de supercie (microanálise por EDX, micrografia eletrônica de varredura,
mapeamento dos elementos e difratometria de raios X).
5.3.2 Metodologia 2: Estudo eletroquímico da influência do avanço do
potencial de invero na região catódica de potenciais sobre os picos na
região adica do voltamograma.
Foram obtidos voltamogramas cíclicos, revertendo-se a varredura de
potenciais sobre a região catódica, com incrementos de 50 mV no E
inv.1
, para valores
de E
inv.1
= (–0,300 E
inv.1
0,400) V e as seguintes velocidades de varredura:
a) v = 0,025 V s
-1
; b) v = 0,050 V s
-1
e c) v = 0,100 V s
-1
, de modo a verificar a
relação entre os picos situados na região catódica e os picos da região anódica.
37
Os experimentos foram realizados adicionando-se o volume necessário de
solução de Hg
2
(NO
3
)
2
0,123 mol L
-1
, de modo a atingir os valores de concentração
desejados. As as adições de Hg (I), o sistema em estudo foi mantido sob agitação
através do borbulhamento de N
2
dentro da solução, durante 15 min., para
desaeração e homogeneização da solução. Posteriormente, o eletrodo foi
mergulhado na solução no exato momento do início da varredura de potencial.
Para a obtenção dos voltamogramas, empregou-se os seguintes programas
de perturbação de potenciais:
a) E
inv.2
= 1,10 V; C
Hg (I)
= 0,612x10
-3
mol L
-1
;
b) E
inv.2
= 1,30 V; C
Hg (I)
= 3,58x10
-3
mol L
-1
;
c) E
inv.2
= 1,30 V; C
Hg (I)
= 6,96x10
-3
mol L
-1
;
E
i
= E
f
= 0,50 V (sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-Hg);
E
i
= E
f
= 0,80V (sistema Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg);
v = 0,025; 0,050; 0,100 V s
-1
.
5.3.3 Metodologia 3: Deposição eletroquímica de Hg(0) sobre a superfície
do substrato metálico, para posterior análise térmica
Para os estudos de análise térmica (TG/DTG) foram efetuadas deposições
eletroquímicas de Hg, obtendo-se filmes de Hg e intermetálicos na superfície dos
eletrodos laminares.
As eletrodeposições foram efetuadas por voltametria cíclica, utilizando-se
solução de Hg (Hg
2
(NO
3
)
2
0,123 mol L
-1
), diluída para a concentração de 3,02 x 10
-2
mol L
-1
. A solução contendo Hg foi agitada com borbulhamento de N
2
por 10 minutos,
para desaeração do sistema. Posteriormente foram obtidos aproximadamente 20
ciclos à v = 0,100 V s
-1
, para a estabilização do sistema, e efetuada uma pausa da
varredura catódica, no potencial de deposição de mercúrio E
dep.
0,300 V,
mantendo-se esta condição por um tempo de depósito t
dep.
= 20 min., sob agitação
com borbulhamento constante de N
2
.
Ao término das deposições, as lâminas foram armazenadas em ampolas de
vidro, sob atmosfera de N
2
, para evitar a formação de óxidos.
38
5.3.4 Metodologia 4: Estudo eletroquímico da oxidação do filme fino de
intermetálicos preparado por voltametria cíclica
Foram realizados experimentos empregando os procedimentos descritos na
Metodologia 3, porém, utilizou-se uma C
Hg(I)
= 8,10x10
-3
mol L
-1
. Para a remoção do
Hg volumétrico (Hg que não se encontra sob a ação do substrato), um novo
programa de perturbação de potenciais foi empregado: v = 0,005 V s
-1
; E
i
= -0,30 V;
E
f
= 0,42 V, com eletrólise a potencial controlado até a condição de I = 0 A.
Ao atingir esta condição, os cabos elétricos do potenciostato foram
desconectados do sistema para que este não ficasse em circuito aberto, realizou-se
a troca de eletrólito suporte, e a célula foi lavada com água deionizada (três vezes
com 20,0 mL) para eliminar praticamente toda a presença de Hg que se encontrava
na mesma. Terminada essa limpeza, o sistema foi montado novamente e foram
adicionados 20,0 mL de solução de eletrólito de suporte (duas vezes) para
ambientar a célula, descartou-se esta solução e adicionou-se novamente 10,0 mL de
solução para a posterior obtenção do voltamograma cíclico da oxidação do filme de
intermetálicos presente sobre o substrato. Para a obtenção deste voltamograma
cíclico empregou-se o seguinte programa de perturbação de potenciais:
E
i
= E
f
= -0,30 V; E
inv.1
= 1,40 V; v = 0,050 V s
-1
. Ao término do experimento, a lâmina
foi lavada por imersão em água deionizada e armazenada em frasco de vidro, em
atmosfera inerte de N
2
.
5.4. Tratamento de dados empregando a metodologia da desconvolução
Os VC obtidos a partir da Metodologia 2, foram desconvoluídos para uma
melhor visualização dos picos presentes na região anódica. Para o tratamento de
desconvolução dos dados, empregou-se o programa de tratamento de dados
gráficos MICROCAL ORIGIN v. 5,0 MICROCAL SOFTWARE, INC. Para o ajuste
das curvas, foi levado em conta o conhecimento prévio dos sistemas Pt-Rh 90:10%
(m/m)Hg [8,16-19]; Pt-Rh 85:15% (m/m)Hg [21,23,27]; Pt-Rh 70:20% (m/m)Hg
[20,30,24]; Pt-Rh 70:30% (m/m)Hg [25,26]; Pt-Ir 80:20% (m/m)Hg [33]; Rh
puro
Hg
[1,2,4]; Pt
puro
Hg [8,12,16-19] e Ir
puro
Hg [8,15,33]. Por meio das desconvoluções
dos picos presentes no ramo anódico, foi possível observar o comportamento dos
picos de oxidação de intermetálicos (F, G, H, I) com o avanço controlado dos
potenciais de inversão no ramo catódico para valores mais negativos.
39
5.5. Análise Térmica
Os experimentos de análise térmica (TG/DTG) foram realizados com as
amostras de Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)/Hg e Pt-Ir 70:30% (m/m)/Hg, preparadas de
acordo com a metodologia 3, item 5.3.3.
5.5.1 Obtenção das curvas termogravimétricas
Antes de iniciar a obtenção das curvas TG, foram feitas as verificações do
equipamento termoanalítico conforme o programa operacional padrão (POP)
elaborado dentro do programa da qualidade. Tal procedimento consiste nas
verificações: a) da balança analítica (interna) do equipamento; e b) do termopar do
sistema DTA. Este procedimento envolve a utilização de materiais de referência
certificados (CaC
2
O
4
.H
2
O, In, Sn, Zn e Al).
Para a obtenção das curvas TG foram utilizados dois cadinhos de α-alumina,
sendo um deles como suporte das lâminas, e o outro como referência. Antes de
utilizá-los, os cadinhos foram flambados em chama de Bico de Bunsen ao rubro.
Depois de flambados e esfriados, os cadinhos foram introduzidos no compartimento
de amostras do forno, para a obtenção da linha base.
Posteriormente, as amostras eram posicionadas dentro do cadinho, de tal
forma que não houvesse o contato das mesmas com as paredes do cadinho, e que
a parte inferior também apresentasse o menor contato possível com a lâmina, de
modo a melhorar a distribuição homogênea do calor sobre a lâmina. Para tanto,
dobra-se a lâmina em ângulo de cerca de 60
o
, com o auxílio de uma pinça (protegida
com Parafilm”), apoiando-a sobre uma folha de papel sulfite. Este passo exige muita
cautela, pois a lâmina fica fragilizada com a ação do Hg. Depois de inserida a
amostra, iniciou-se a obtenção das curvas TG, para a eliminação parcial e total do
Hg eletrodepositado sobre a lâmina.
Foram aplicados os mesmos procedimentos para todas as amostras
investigadas, alterando-se apenas o programa de temperatura utilizado para a
obtenção das curvas TG/DTG, no intervalo de 30 a 800
o
C, utilizando três razões de
aquecimento, a) 2,5; b) 5,0; c) 7,5
o
C min
-1
; para estudo citico (para estudos
futuros) e vazão constante de N
2
a 150 mL min
-1
.
40
No primeiro programa de temperaturas, para os sistemas investigados, utilizou-se o
intervalo de temperatura de 30 a 800 °C, para estudo exploratório, promovendo a
dessorção total do Hg. Tal procedimento foi empregado para o planejamento e
elaboração dos demais programas, com base nas etapas observadas a partir da
curva TG inicial. Assim, as eliminações parciais de Hg eletrodepositado foram
conduzidas nos intervalos de temperaturas para o final de cada etapa da curva TG,
e para temperaturas intermediárias em determinadas etapas. Para evitar problemas
com a ircia de aquecimento na termobalança, ao atingir a temperatura desejada,
as amostras foram rapidamente retiradas do equipamento e acondicionadas em
ampolas de vidro sob atmosfera de N
2
, para posterior análise de supercie.
5.6. Preparo das amostras para a Análise de Superfície
5.6.1 Micrografia eletrônica de varredura, mapeamento de elementos e
microanálise por EDX
Os eletrodos laminares, provenientes dos ensaios de VC e TG, foram
submetidos a estudos de supercie, empregando-se técnicas de microscopia
eletrônica de varredura, microanálise por EDX e mapeamento de elementos.
Para fixar as amostras no porta amostras, empregou-se um adesivo condutor.
Posteriormente, o porta amostras foi posicionado no compartimento de amostras do
microscópio, e as condições experimentais foram ajustadas para: a) energia do
feixe: 30 kV; b) faixa de ampliações: 200 a 5000X; e c) tempo de aquisição para a
microanálise por EDX: 300 s.
5.6.2 Preparo das amostras para Difratometria de Raios X
A técnica de Difratometria de Raios X (XRD) foi empregada para caracterizar
os compostos intermetálicos formados nos experimentos de VC e TG/DTG.
As amostras foram posicionadas no centro do suporte de amostras, na forma
de disco de vidro, e fixadas com uma base de esmalte, a qual não apresenta
reflexões na região investigada. Os difratogramas foram obtidos através de um
difratômetro SIEMENS, modelo D5000, empregando radiação de CuKα = 1,5406 A;
passo de 0,05º; 4º 2θ 70º; e t = 1,0 s.
41
6. Resultados e discussão
6.1. Sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)
6.1.1 Estudo do comportamento eletroquímico do sistema Pt-Rh-Ir
70:15:15% (m/m)-Hg, em solução de Hg(I)
As Figuras 4 a e 4 b apresentam os voltamogramas cíclicos obtidos com o
emprego da metodologia 1, item 5.3.1, para diferentes concentrações de Hg(I):
(0,123 x 10
-3
C
Hg(I)
3,58 x 10
-3
) mol L
-1
, com velocidade fixa (4 a) e variando-se a
velocidade de varredura no intervalo: (0,025 v 0,300) V s
-1
(4 b).
A partir desta figura é possível verificar que com o aumento da concentração
de Hg(I), a formação e a intensificação de: 1- três picos no ramo catódico, picos A
(0,345 V); B (0,247 V); C (-0,120 V); 2- seis picos no ramo anódico, picos D
(0,343 V); E (0,485 V); F (0,653 V); G (0,720 V); G’ (0,855 V) e H (1,035 V). No
detalhe da Figura 4 a, pode ser observada claramente a presença de dois picos de
remoção de Hg volumétrico; sugere-se que o aparecimento deste par de picos esteja
relacionado às diferenças de resposta eletroquímica apresentadas pelo Hg
eletrodepositado sobre os diferentes sítios de Rh e Ir, presentes na matriz de Pt.
Este fato é confirmado na Figura 5 d, que revela, inclusive, um ponto de
isopotencial, possivelmente relacionado à presença de duas escies com energias
distintas (porém, não na condição de equilíbrio [76]).
Pode-se observar tamm, na Figura 4 b, um pequeno deslocamento dos
picos na região adica, com o aumento da velocidade de varredura. O detalhe da
Figura 4 b é uma ampliação da curva em preto, contendo a desconvolução dos
picos, para C
Hg
= 3,58 x 10
-3
mol L
-1
e v = 0,025 V s
-1
. Neste detalhe, observa-se a
existência dos picos E, G, G’ e H, onde sugerimos que o pico E, esteja associado à
remoção da escie, Hg(I), adsorvida sobre o novo substrato; o pico G à oxidação
da escie intermetálica Pt-Hg, como verificado anteriormente para as superfícies de
Pt e para as ligas de Pt-Rh 90:10% (m/m) e Pt-Ir 80:20% (m/m) [8,33]; o pico G' à
oxidação de Pt-Hg
2
e Rh-Hg
2
; e o pico H à oxidação de Pt-Hg
4
.
Um outro aspecto a ser observado na Figura 4 b, é o resultado do estudo da
variação da velocidade de varredura, para uma C
Hg(I)
constante, a partir do qual é
possível notar a discriminação dos picos presentes na região anódica de potenciais.
42
Figura 4: Voltamogramas cíclicos obtidos para o estudo exploratório da oxidação e redução de Hg
sobre o eletrodo de Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m); a) diferentes valores de (0,123 C
Hg(I)
3,58) x 10
-3
mol L
-1
e v = 0,050 V s
-1
; b) variando-se os valores de v: (0,025 v 0,300) V s
-1
, e C
Hg(I)
= 3,58 x 10
-3
mol L
-1
. Área = 0,49 cm
2
. T= (25 ± 2)
o
C.
0,0 0,4 0,8 1,2
-2,0
0,0
2,0
E / V
I / mA
Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m) / Hg
C
Hg
= 3,58 x 10
-3
mol L
-1
v = 0,025 V s
-1
v = 0,050 V s
-1
v = 0,100 V s
-1
v = 0,300 V s
-1
0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
G'
H
G
E
E / V
I / mA
v = 0,025 V s
-1
-0,4 0,0 0,4 0,8 1,2
-1,0
0,0
1,0
0,653 V
F
E / V
H
G'
G
E
D
C
B
A
1,017 V
1,035 V
0,855 V
0,720 V
0,485 V
0,247 V
0,120 V
0,343 V
I / mA
Pt-Rh-Ir 70:15:15%(m/m) / Hg
v = 0,050 V s
-1
Branco
0,123 x 10
-3
mol L
-1
de Hg
0,246 x 10
-3
0,368 x 10
-3
0,612 x 10
-3
0,915 x 10
-3
1,22 x 10
-3
2,41 x 10
-3
3,58 x 10
-3
0,28 0,35
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,306 V
0,322 V
E / V
I / mA
Pt-15%Rh-15%Ir
v = 0,050 V s
-1
C
Hg
= 0,915 x 10
-3
mol L
-1
1,30 V
-0,40 V
0,50 V
0,50 V
a)
b)
43
Assim, para baixos valores de velocidade de varredura (até 0,100 V s
-1
), o
pico H prepondera sobre os demais, enquanto que, para valores mais altos, a
intensificação do pico G’ é favorecida. Isto, possivelmente, se deve ao fato de que
para valores de v 0,100 V s
-1
a formação do intermetálico PtHg
4
passa a ser
desfavorecida, em razão da diminuição da carga de Hg eletrodepositado e do tempo
necessário para a formação desse composto, o que sugere que o tempo de contato
e a quantidade de Hg são fatores importantes para a formação do Pt-Hg
4
. Deve ser
levado em consideração que as reações com Pt e Rh, para a formação dos
intermetálicos, são espontâneas.
A Figura 5 a exibe os voltamogramas obtidos na ausência de Hg (Branco,
curva em azul) e obtidos para a menor concentração de Hg empregada
(C
Hg
= 1,23 x 10
-4
mol L
-1
), para as velocidades de varredura de 0,025 e 0,050 V s
-1
(curvas em preto e vermelho, respectivamente). Observa-se, a partir desta figura,
uma correlação entre os picos B (deposição efetiva de Hg) e D (oxidação do Hg
volumétrico), assim como uma correspondência entre os picos A (deposição de Hg
na condição de subpotencial (UPD)) e F (oxidação de um filme de Hg líquido
molhando a supercie do novo substrato).
Na Figura 5 b está representado o voltamograma cíclico obtido para uma
concentração maior de Hg(I) (3,68 x 10
-4
mol L
-1
). A partir desta figura verifica-se:
1- para região catódica: a ausência do pico de deposição do Hg volumétrico (pico B),
havendo a presença apenas do pico A (E
p
= 0,288 V); 2- para a região adica a
atenuação quase que completa do pico de remoção do Hg volumétrico, pico D
(E
p
= 0,302 V), com a conseqüente discriminação dos picos F (E
p
= 0,640 V) e G
(E
p
= 0,800 V).
Com o aumento da concentração de Hg, para C
Hg(I)
= 0,612 x 10
-3
mol L
-1
(Figura 5 c), observa-se o reaparecimento e a intensificação do pico de mercúrio
volumétrico, pico B (E
p
= 0,224 V), em correspondência ao pico D (E
p
= 0,309 V),
assim como o aparecimento do pico H (E = 1,00 V), melhor definido para a
velocidade de varredura de 0,025 V s
-1
, curva em preto.
Para uma concentração ainda maior (0,916 x 10-3 mol L
-1
, Figura 5 d), em
concordância com o observado anteriormente, no detalhe da Figura 4 a, verifica-se
um desdobramento do pico D em dois (D: 0,309 V e D': 0,325 V), o que sugere a
presença de Hg, possivelmente eletrodepositado sobre sítios distintos, de ródio e de
irídio, conforme apresentado anteriormente. Tais sinais poderiam estar associados
às interações de Rh-Hg e Ir-Hg ocorrendo nas camadas superficiais do substrato.
44
Figura 5: Voltamogramas cíclicos obtidos para o sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-Hg para baixas
concentrações de Hg e diferentes valores de velocidade de varredura (0,025 v 0,100) V s
-1
:
a) 0,123 x 10
-3
mol L
-1
; b) 0,368 x 10
-3
mol L
-1
; c) 0,612 x 10
-3
mol L
-1
; d) 0,916 x 10
-3
mol L
-1
;
Área = 0,49 cm
2
. T= (25 ± 2)
o
C.
0,0 0,4 0,8
-0,1
0,0
0,1
E / V
H
G
F
D
B
A
I / mA
C
Hg
= 0,612 x 10
-3
mol L
-1
v = 0,025 V s
-1
v = 0,050 V s
-1
0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
-0,2
0,0
0,2
E / V
B
D'
D
A
I / mA
C
Hg
= 0,916 x 10
-3
mol L
-1
v = 0,025 V s
-1
v = 0,050 V s
-1
v = 0,100 V s
-1
0,0 0,4 0,8
-40
0
40
80
E / V
G
F
D
B
A
I / µA
C
Hg
= 0,123 x 10
-3
mol L
-1
Branco; v = 0,025 V s
-1
v = 0,025 V s
-1
v = 0,050 V s
-1
0,0 0,4 0,8 1,2
-0,2
0,0
0,2
0,4
E / V
G
F
D
A
I / mA
C
Hg
= 0,368 x 10
-3
mol L
-1
v = 0,025 V s
-1
v = 0,050 V s
-1
v = 0,100 V s
-1
v = 0,200 V s
-1
v = 0,300 V s
-1
a)
b)
c)
d)
45
Assim, a presença do ponto de isopotencial (Figura 5 d), permite sugerir, ao
menos num primeiro momento, a formação de amalgamas de Hg(0)-M(0) com
diferentes energias [3,6,9].
Desta forma, baseado nos resultados das avaliações feitas a partir dos
voltamogramas cíclicos das Figuras 4 e 5, obtidos para diferentes quantidades de
Hg eletrodepositado e diferentes valores de v, em concordância com os resultados
dos sistemas anteriormente estudados [24-26], os picos nas regiões catódica e
anódica pode ser atribuída a:
1 - pico A deposição de Hg na condição de subpotencial (UPD);
2 - pico B deposição efetiva do Hg (redução de Hg(I) a Hg(0));
3 - pico C formação de compostos intermetálicos de Pt, conforme sugerido
por Arvia e col. [42], e de Pt e Rh por Fertonani e col. [1-33];
4 - pico D oxidação do Hg volumétrico (Hg(0) Hg(I)) [8];
5 - pico E eliminação do Hg(I) adsorvido ou de escies oxidadas, do
substrato [9], ou eventualmente Hg(I) adsorvido sobre o novo substrato;
6 - pico F oxidação de um filme de Hg líquido molhando a superfície do
novo substrato;
7 - picos G, G e H - oxidação das espécies intermetálicas Pt-Hg [8],
PtHg
2
/RhHg
2
e PtHg
4
.
Considerando-se o comportamento IxE do sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m),
apresentado nas Figuras 4 e 5, e comparando-o, para iguais valores de C
Hg(I)
e de
velocidade de varredura de potenciais e valores de A
g
0,49 cm
2
, com os
voltamogramas cíclicos obtidos para:
1- o sistema Pt-Rh-Hg (Pt-Rh 90:10% (m/m)Hg [8], Pt-Rh 85:15% (m/m)Hg
[23], Pt-Rh 80:20% (m/m)-Hg [24] e Pt-Rh 70:30% (m/m)Hg [26]) foi possível
observar, para o substrato de Pt-Rh-Ir, uma reatividade frente ao Hg semelhante ao
observado para o sistema Pt-Rh 90:10%-Hg;
2- o sistema Pt-Ir-Hg (Pt-Ir 80:20% (m/m)-Hg [8,14,15,33] e Pt-Ir 70:30%
(m/m)Hg [9]) foi possível observar, para o substrato de Pt-Rh-Ir, um
comportamento semelhante ao observado para o sistema Pt-Ir 80:20% (m/m)-Hg.
46
Ao apresentar o comportamento descrito acima, com picos de oxidação das
escies intermetálicas em ~0,900 V e ~1,04 V, característico da presença das
escies intermetálicas PtHg
2
, PtRh
2
e PtHg
4
, o sistema Pt-Rh-Ir-Hg aproxima-se do
perfil I x E observado para o sistema Pt
pura
-Hg [8]. Porém, deve ser salientado que
os valores de corrente de pico, observados para estes valores de potenciais, são
aproximadamente três vezes menos intensos, quando comparados aos sistemas
Pt-Ir 70:30% (m/m)Hg [9] e Pt-Rh 85:15% (m/m)Hg [23].
Comportamento desta natureza sugere que, com o aumento da concentração
de Rh e de Ir na matriz da Pt, o sistema apresenta uma menor reatividade frente ao
mercúrio quando comparado à platina pura. Porém, é intrigante e, torna-se motor de
novos ensaios, a observação do retorno do comportamento eletroquímico do sistema
Pt-Rh-Ir àquele característico da Pt pura.
6.1.2 Estudo do comportamento eletroquímico da influência do avanço do
potencial de invero da varredura catódica sobre os picos de remoção
do Hg presentes na região anódica dos voltamogramas cíclicos para o
sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-Hg
A Figura 6 a-c apresenta os voltamogramas cíclicos obtidos sobre o eletrodo
laminar de Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m), em solução aquosa de Hg(I)
(C
Hg(I)
= 3,58 x 10
-3
mol L
-1
), sob diferentes velocidades de varredura: v = 0,025 V s
-1
(Figura 6 a); v = 0,050 V s
-1
(Figura 6 b) e v = 0,100 V s
-1
(Figura 6 c), para
investigar o efeito do avanço do potencial de inversão da varredura catódica sobre
os picos presentes na região anódica, de acordo com a metodologia 2, item 0.
No programa de perturbação de potenciais, foram feitas inversões da
varredura catódica para o seguinte intervalo de potenciais: (-0,300 E
inv.1
0,400) V,
avançando-se sobre a região dos picos A, B e C, para se observar as mudanças na
resposta eletroquímica dos picos presentes no ramo anódico (picos D, E, F, G, G’ e
H).
Na Figura 6 a é possível observar, com o avanço do E
inv.1
sobre o pico A, o
aparecimento de um pico em 0,880 V, como um sinal largo, e sua intensificação com
o avanço do E
inv.1
sobre a região de depósito do Hg a subpotencial (pico A). Tal
comportamento sugere, para concentrações elevadas de Hg(I) em solução: 1- a
elevada reatividade das primeiras camadas de átomos da supercie; 2- a formação
de escies intermetálicas.
47
Figura 6: Voltamogramas cíclicos obtidos para o sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-Hg a partir do
avanço do potencial de inversão sobre a região catódica dos VC (-0,300 E
inv.1
0,400) V, para
diferentes velocidades v: a) v = 0,025; b) v = 0,050; c) v = 0,100 V s
-1
; d-g) Desconvoluções dos picos
F, G, G’ e H do ramo anódico dos VC apresentados em a e c, para E
inv.1
= -0,300V (d,f) e
E
inv.1
= -0,100V (e,g). C
Hg
= 3,58 x 10
-3
mol L
-1
; Área = 0,49 cm
2
. T= (25 ± 2)
o
C.
0,0
0,4
0,8
1,2
-0,8
-0,4
0,0
0,4
E / V
4 3
2
1
C
Hg
= 3,58 x 10
-3
mol L
-1
v = 0,025 V s
-1
H
G'
G
E, E'
D
C
B
A
E
inv.1
-0,300 V
-0,200 V
-0,100 V
0,000 V
0,100 V
0,200 V
0,250 V
0,300 V
0,350 V
0,400 V
Ei = Ef = 0,5 V
E
inv.2
= 1,3 V
I / mA
0,0
0,4
0,8
1,2
-0,8
-0,4
0,0
0,4
E / V
3
2
1
2
4
3
C
Hg
= 3,58 x 10
-3
mol L
-1
v = 0,050 V s
-1
Ei = Ef = 0,5 V
E
inv.2
= 1,3 V
E
inv.1
-0,200 V
-0,100 V
0,000 V
0,100 V
0,150 V
0,200 V
0,250 V
0,300 V
0,350 V
0,400 V
I / mA
0,0 0,4 0,8 1,2
-1,6
-0,8
0,0
0,8
E / V
4
3
2
1
2
3
4
Ei = Ef = 0,5 V
E
inv.2
= 1,3 V
C
Hg
= 3,58 x 10
-3
mol L
-1
v = 0,100 V s
-1
E
inv.1
-0,300 V
-0,200 V
-0,150 V
-0,100 V
-0,050 V
0,050 V
0,100 V
0,150 V
0,200 V
0,250 V
0,300 V
I / mA
a)
b)
c)
0,6 0,8 1,0 1,2
0,0
0,2
H
G'
G
E
inv.1
= -0,300 V
v = 0,025 V s
-1
E / V
I / mA
0,6 0,8 1,0 1,2
0,0
0,2
E
inv.1
= -0,100 V
v = 0,025 V s
-1
H
G'
G
E / V
I / mA
0,6 0,8 1,0 1,2
0,0
0,4
0,8
E
inv.1
= -0,300 V
v = 0,100 V s
-1
H
G'
G
E / V
I / mA
d)
e)
f)
g)
0,4 0,6 0,8 1,0 1,2
0,0
0,2
0,4
0,6
E
inv.1
= -0,100 V
v = 0,100 V s
-1
H
G'
F
E / V
I / mA
48
É interessante, ainda, notar que com o avanço do E
inv.1
para valores menores
que o potencial do pico B, ocorre o aparecimento do pico E. A presença deste pico
parece, num primeiro momento, ser dependente da escala de tempo do
experimento, como podemos observar na Figura 6.
Da mesma forma, ao proceder-se o avanço do E
inv.1
sobre a região de
potenciais compreendida entre os picos B e C (E = -0,125 V) ocorre a intensificação
do pico G presente em 0,880 V, com o seu concomitante deslocamento para valores
de potenciais menores, até atingir o valor 0,800 V, a partir do qual o mesmo se
desdobra em dois sinais, G e G’.
Pode ser notado, também, que com o avanço sobre a região do pico C, nas
curvas de 2 a 4 da Figura 6 a, b e c, surge um novo pico, denominado pico H
(E
p
= 1,010 V). Este pico é intensificado com o avanço do potencial de inversão,
para valores de E
inv.1
mais negativos, atingindo seu máximo para o E
inv.1
= -0,300 V,
para v = 0,025 V s
-1
.
Para valores de velocidade de varredura superiores a 0,025 V s
-1
, o pico G’
prepondera sobre o pico H, conforme discutido anteriormente, no item 6.1.1.
Comportamento desta natureza foi observado nos voltamogramas cíclicos obtidos
para os sistemas Pt-Hg [8,18], Pt-Ir 80:20% (m/m)-Hg [8,9,14,15,33] e Pt-Rh 90:10%
(m/m)-Hg [9] para os quais foram determinadas as escies intermetálicas PtHg
2
,
RhHg
2
e PtHg
4
.
6.1.3 Estudo do comportamento eletroquímico dos eletrodos de filmes
finos de Hg presentes sobre o substrato de Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)
preparados por via Eletroquímica.
A Figura 7 a apresenta o voltamograma linear obtido para a remoção do Hg
volumétrico, e a Figura 7 b uma comparação entre os voltamogramas cíclicos,
obtidos anterior (curva em preto) e posteriormente (curvas em vermelho e azul) à
remoção do Hg volumétrico e oxidação do filme de intermetálicos presente sobre o
substrato de Pt-Rh-Ir. Os voltamogramas de varredura linear e cíclico foram obtidos
empregando a metodologia 4, item 5.3.4. Podemos observar também na Figura
7 a a existência de dois picos de remoção de Hg volumétrico, semelhante aos
apresentados nas Figuras 4 a e 5 d.
49
Figura 7: a) Varredura para eliminação do Hg volumétrico (picos D e D’) para concentração de Hg(I):
C
Hg(I)
= 8,10x10
-3
mol L
-1
; velocidade de varredura: v = 0,005 V s
-1
; b) Comparação entre a voltametria
cíclica anterior e posterior à remoção do Hg volumétrico para velocidade de varredura: v = 0,050 V s
-1
.
Área = 0,32 cm
2
.
a)
-0,4 0,0 0,4
0,0
2,0
4,0
D'
E = 0,48 V
I = 0,00 A
Pt-Rh-Ir 70:15:15
C
Hg(I)
= 8,10 mmol L
-1
v = 0,005 V s
-1
D
Eliminação do pico de Hg volumétrico
E / V
I / mA
0,6 1,2
0,0
0,7
1,4
Pt-Rh-Ir 70:15:15
v = 0,050 V s
-1
G
H
G'
F
E
D
C
Hg(I)
= 8,10 mmol L
-1
1
o
ciclo (filme de Hg e intermetálicos)
2
o
ciclo
E / V
I / mA
0,8
1,0
1,2
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
H
G'
G
Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)
C
Hg(I)
= 8,10 mmol L
-1
E / V
I / mA
b)
50
Na Figura 7 b, observamos que o primeiro ciclo (curva em vermelho), obtido
após a remoção eletroquímica do Hg volumétrico (Figura 7 a) e na ausência de
mercúrio em solução (troca de solução matriz), ainda revela a presença de uma
pequena quantidade de Hg volumétrico (pico D) no filme. Também podemos
observar dois picos, F e H, demonstrando que muito possivelmente a presença
de um filme de Hg líquido (pico F) e que os intermetálicos correspondentes ao pico
G e G’ foram consumidos na formação de Pt-Hg
4
, atribuído ao pico H. Já na curva
em azul (2º ciclo), observamos que o filme de intermetálicos foi destruído,
ocasionando o desaparecimento dos picos observados no 1º ciclo, confirmando que:
1) os picos observados nesta região não são devidos a processos em solução, mas
de oxidação das escies de intermetálicos presentes na supercie do eletrodo;
2) com o aumento do mero de ciclos, o desaparecimento dos picos é atribuído à
oxidação do filme de intermetálicos.
Também é importante observar que os voltamogramas apresentados
anteriormente apresentam perfis IxE semelhantes, quando comparados aos obtidos
para o sistema Pt-Rh 85:15% (m/m)-Hg [23], situação para a qual foram observadas
pelo menos quatro fases distintas sobre o sistema (PtHg, PtHg
2
, RhHg
2
e PtHg
4
-
evidenciadas por difratogramas de raios X).
6.1.4 Estudo de Termogravimetria (TG) / Termogravimetria derivada (DTG)
do sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-Hg
A termogravimetria foi empregada para: estudar o comportamento térmico das
reações que ocorrem entre o mercúrio e o substrato; obter os intermediários do
processo de dessorção térmica e proceder à comparação dos resultados térmicos
com aqueles obtidos anteriormente na voltametria cíclica.
Os eletrodos laminares de Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m) foram preparados de
acordo com a metodologia descrita no item 4.1.3 (Construção dos eletrodos), e a
deposição do Hg foi feita por via eletroquímica (voltametria cíclica), empregando-se
a metodologia 3, item 5.3.3.
Anterior à obtenção das curvas TG/DTG simultâneas, foram efetuadas as
operações de verificação, para assegurar a confiabilidade dos resultados, seguindo-
se as instruções fornecidas pelo fabricante do equipamento [70], e para uma maior
confiabilidade dos resultados e verificar a repetitividade, foram obtidas duas curvas
para cada programa de aquecimento empregado.
51
As Figuras 8 a (TG) e 8 b (DTG) apresentam as curvas (TG / DTG),
empregando diferentes razões de aquecimento (2,5; 5 e 7°C min
-1
), obtidas para a
remoção térmica das diferentes escies de Hg, formadas a partir do Hg
eletrodepositado, presentes sobre o substrato de Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m).
As curvas TG da Figura 8 a mostram perfis similares para as curvas 2 e 3,
obtidas para as razões de aquecimento de 5 e 7,5 ºC min
-1
onde ocorre a dessorção
do Hg eletrodepositado em uma única etapa. Por outro lado, a curva 1, obtida para a
razão de aquecimento de 2,5 ºC min
-1
, revela tratar-se de um processo ocorrendo
em três etapas consecutivas. Tais etapas estão relacionadas à presença das
escies intermetálicas de Pt e de Rh.
A Figura 8 b, curvas 1 a 3, apresentam as curvas DTG, obtidas pela derivação
matemática das curvas da Figura 8 a. A curva 1 confirma o processo de dessorção
térmica do Hg ocorrendo em três etapas, sendo estas etapas consecutivas.
A ausência das etapas intermediárias, observadas para as curvas 2 e 3
(TG/DTG), está relacionada diretamente com a razão de aquecimento empregada
(tempo de residência do Hg volumétrico sobre o substrato).
Para a amostra submetida a razão de aquecimento de 2,5 ºC min
-1
, curva 1, o
tempo de residência do Hg volumétrico, para o intervalo de temperaturas de 30 a
130 ºC, corresponde a 40 min. Por outro lado, para a razão de aquecimento de
7,5 ºC mim
-1
este valor é reduzido para 13 min.
Assim, para a curva 1, considerando-se o elevado tempo de contato Hg -
substrato, somado ao fato do aumento da solubilidade da Pt e do Rh no Hg
(l)
com o
avanço da temperatura [14,26] e a espontaneidade da reação, o resultado é a
formação dos compostos intermetálicos de Rh e de Pt. Deve-se considerar que, a
perda de massa para o processo de dessorção total do Hg equivale a 0,453 mg
(0,53%). Com tal massa, o tempo de contato e a temperatura revelam-se como
fatores importantes para a formação dos intermetálicos.
Uma comparação das curvas TG e DTG da Figura 8 com as curvas obtidas
para o sistema Pt-Ir 70:30% (m/m), Figura 24, confirma, não só a ausência do Hg
volumétrico sobre o substrato de Pt-Rh-Ir (Figura 8 a, curva 1), como o efeito da
presença do intermetálico do Rh, o que permite o aparecimento do desdobramento
da etapa de decomposição do intermetálico da Pt (PtHg
4
) passando pelo
intermediário PtHg
2
[14], favorecendo o aparecimento das etapas intermediárias
observadas na Figura 8 a1 e b1.
52
Figura 8: Curvas TG (a) e DTG (b) obtidas para o sistema Pt-Rh-Ir-Hg empregando diferentes razões
de aquecimento, curva: 1) 2,5; 2) 5,0; 3) 7,5
o
C min
-1
; vazão de N
2
= 150 mL min
-1
; massa inicial
indicada na figura. Área = 0,35 cm
2
. A Figura b1 apresenta a superposição das curvas DTG obtidas
para as diferentes razões de aquecimento.
84,5
84,6
84,7
84,8
84,9
85,0
85,1
1)
m / mg
dm/dt (% / °C)
Razão de aquecimento = 2,5 °C min
-1
78,5
78,6
78,7
78,8
78,9
79,0
2)
Razão de aquecimento = 5 °C min
-1
50 100 150 200 250 300
72,8
72,9
73,0
73,1
73,2
73,3
3)
T / °C
Razão de aquecimento = 7,5 °C min
-1
-0,002
0,000
0,002
0,004
0,006
0,008
0,010
0,012
3)
2)
1)
Razão de aquecimento = 2,5 °C min
-1
0,000
0,002
0,004
0,006
0,008
2)
Razão de aquecimento = 5 °C min
-1
50 100 150 200 250 300
-0,002
0,000
0,002
0,004
0,006
0,008
0,010
0,012
3)
Razão de aquecimento = 7,5 °C min
-1
T / °C
a) b)
53
Desta forma, as etapas de perda de massa (m), apresentadas na curva 2 das
Figuras 8 e 24, podem ser atribuídas a:
1ª etapa remoção de Hg(0), presente sobre a supercie do novo substrato (Hg
atividade), no intervalo de temperaturas de 30 a 144 ºC, com m= 0,057 mg (0,07%
da massa inicial);
2ª etapa decomposição térmica do intermetálico de Pt, PtHg
4
, conforme segue:
[PtHg
4(s)
+ RhHg
2(s)
+ PtHg
2(s)
]
solução sólida
RhHg
2(s)
+ 2 PtHg
2(s)
+ 2 Hg
(v)
;
no intervalo de temperaturas compreendido entre 144 e 190 ºC, com m= 0,180 mg
(0,21% da massa inicial);
3ª etapa decomposição térmica do intermediário PtHg
2
, proveniente da
decomposição térmica do PtHg
4
, e do RhHg
2
, conforme segue:
[RhHg
2(s)
+ PtHg
2(s)
]
solução sólida
Pt + Rh + 4 Hg
(v)
;
no intervalo de temperaturas compreendido entre 190 e 260 ºC, com m= 0,216 mg
(0,25% da massa inicial).
Para temperaturas acima de 260 °C, empregando uma baixa razão de
aquecimento (2,5 °C min
-1
), observou-se um aumento gradativo da massa (processo
de cinética lenta), com a formação de um patamar de estabilidade, seguido de uma
única etapa de perda de massa entre 590 e 620 ºC. A formação e a remoção deste
óxido foi atribuída ao Hg removido das subcamadas do substrato, confirmado pela
microanálise por EDX.
Em conexão com os resultados de voltametria cíclica (Figuras 4 a 6), a
primeira etapa (dessorção de Hg volumétrico) está correlacionada ao pico F
(E = 0,750 V; oxidação do Hg(0) que "molha" a supercie do novo substrato), a
segunda e a terceira etapas correspondem aos picos G, G e H (E= 0,831 V ;
E= 0,960 V; E= 1,020 V; oxidação das escies intermetálicas: Pt-Hg, Pt-Hg
2
,
Rh-Hg
2
e Pt-Hg
4
).
6.1.5 Microanálise por EDX da superfície do substrato de Pt-Rh-Ir
70:15:15% (m/m) preparado por via eletroquímica.
As amostras preparadas a partir da remoção eletroquímica do Hg volumétrico
através da metodologia 4 foram submetidas à microanálise por EDX, para a
confirmação da presença do Hg.
54
A Figura 9 a apresenta o resultado da microanálise obtida para uma amostra
submetida ao processo de deposição e remoção eletroquímica do Hg para a
condição de remoção total do Hg (E
λ
= 1,30 V, I = 0 A). O resultado indica a
presença de Hg na supercie do eletrodo e, portanto, o há remoção total deste
mercúrio.
A Figura 9 b apresenta o resultado para uma amostra submetida ao mesmo
processo mencionado acima, porém, para a condição de remoção parcial do
mercúrio (E
λ
= 0,48 V e I = 0 A). Nesta condição, observamos a presença de Hg, que
se encontra prioritariamente na forma de intermetálicos.
A Figura 9 c apresenta o resultado para uma amostra submetida apenas ao
processo de deposição eletroquímica, revelando uma maior intensidade dos picos
correspondentes ao Hg.
Podemos observar também na Figura 9 a presença de ferro, mas não foi
identificada a origem desta contaminação, que pode ser proveniente do contato da
lâmina de trabalho com o contato elétrico (garra jacaré).
Para a amostra submetida à remoção parcial do Hg (Figura 9 b) os resultados
indicam raias intensas de Hg o que sugere a presença de grande quantidade de Hg
sobre o substrato. Este mercúrio está presente na forma de um filme de
intermetálicos do tipo PtHg, PtHg
2
, RhHg
2
e PtHg
4
.
Comportamento desta natureza foi observado para os sistemas de Pt-Rh
90:10% (m/m)-Hg [8,14], Pt-Rh 85:15% (m/m)-Hg [28,31,23], Pt-Rh 70:30% (m/m)-
Hg [26,25], Pt-Ir 80:20% (m/m)-Hg [16-19].
55
Figura 9: Espectro de EDX obtidos para amostras submetidas à voltametria cíclica: a) para a
remoção do Hg(0), com a remoção do filme de intermetálicos em 1,30 V para condição de I = 0 A; b)
para a remoção parcial do Hg(0) em 0,48 V para a condição de I = 0 A; c) para a obtenção de filme de
Hg e intermetálicos, para C
Hg
= 3 x 10
-4
mol L
-1
. E
feixe
= 40 keV; t
aquisição
= 300 s; VFS: 2048.
5 10 15 20
keV
Hg
Fe
Ir
Pt
Hg
Rh
Pt Ir
Pt
Pt
Pt
Fe
Rh
Pt Ir
Pt
Pt
C
Hg
= 30 x 10
-3
mol L
-1
Hg
Fe
Ir
Pt
Hg
Rh
Pt Ir
Pt
Pt
Pt
Fe
Rh
Pt Ir
Pt
Pt
As a remoção do
pico de Hg volumétrico
C
Hg
= 8 x 10
-3
mol L
-1
As a remoção do
filme de intermetálicos
Hg
Fe
Ir
Pt
Hg
Rh
Pt Ir
Pt
Pt
Pt
Fe
Rh
Pt Ir
Pt
Pt
a)
b)
c)
Intensidade / VFS
56
6.1.6 Microanálise por EDX da superfície do substrato de Pt-Rh-Ir
70:15:15% (m/m) preparado por via térmica
As amostras preparadas a partir da remoção térmica do Hg foram submetidas a
microanálise por EDX e os espectros encontram-se na Figura 10 a-d.
Os resultados da microanálise revelaram grande quantidade de Hg presente na
amostra, para o final da primeira etapa de perda de massa da curva TG (140 ºC)
(Figura 10 a), devido à presença de um filme de intermetálicos cobrindo o substrato
conforme caracterizado a partir dos resultados de micrografia eletrônica de varredura
(item 6.1.8).
As Figuras 10 b e 10 c apresentam os resultados de microanálise por EDX
obtidos para o final da segunda (160 ºC) e terceira etapas da curva TG (600 ºC)
respectivamente. A Figura 10 c revelou um enriquecimento em Pt, Rh e Ir, devido ao
fato de parte dos metais pertencentes às primeiras camadas do substrato estarem
presentes na fase volume do Hg, de modo que a evaporação do Hg e a
decomposição térmica dos intermetálicos resultam na redeposição dos metais (Pt e
Rh) sobre o substrato. Observamos também, na Figura 10 c, que o pico de Rh é o
mais intenso, pois se levarmos em consideração as diferenças de solubilidade dos
metais nobres no Hg, podemos sugerir que ocorre um processo de segregação do
Rh devido à sua menor solubilidade.
A Figura 10 d apresenta os resultados de microanálise por EDX para a
amostra submetida ao aquecimento até 800 ºC. Podemos constatar que nesta
condição onde poderíamos esperar que todo o Hg teria sido removido, ainda a
presença do sinal de Hg, ainda que em mínima quantidade, devido ao Hg difundido
nas subcamadas do substrato.
Uma comparação dos resultados de microanálise por EDX para os sistemas
preparados por voltametria cíclica e por via térmica permite verificar:
1 - a amostra aquecida até o final da primeira etapa de perda de massa da
curva TG (140 ºC) se comporta de maneira similar à amostra obtida as a remoção
eletroquímica do Hg volumétrico (E
λ
= 0,48 V e I = 0 A);
2 - para a temperatura de 800
o
C os resultados são muito semelhantes
àqueles obtidos por VC para a condição de E
λ
= 1,30 V e I = 0 A.
57
Figura 10: Espectro de EDX obtidos para amostras submetida ao tratamento térmico (TG) para a
remoção do Hg(0) e intermetálicos, para a temperatura final de cada etapa de perda de massa:
a) 140 ºC; b) 160 ºC; c) 600 ºC ; d) 800 ºC. E
feixe
= 40 keV; t
aquisição
= 300 s; VFS: 2048.
Ir
Pt
Hg
Rh
Pt Ir
Pt
Pt
Pt
Fe
Rh
Pt Ir
Pt
Pt
140
o
C
Ir
Pt
Hg
Rh
Pt Ir
Pt
Pt
Pt
Fe
Rh
Pt Ir
Pt
Pt
160
o
C
5 10 15 20 keV
600
o
C
Fe
Ir
Pt
Hg
Rh
Pt Ir
Pt
Pt
Pt
Fe
Rh
Pt Ir
Pt
Pt
5 10 15 20
Ir
Pt
Hg
Rh
Pt Ir
Pt
Pt
Pt
Fe
Rh
Pt Ir
Pt
Pt
800
o
C
a)
b)
c)
d)
58
6.1.7 Microscopia eletrônica de varredura: micrografia e mapeamento dos
elementos Pt, Rh e Hg da superfície do sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-
Hg, para amostras preparadas por voltametria cíclica.
A Figura 11 apresenta a microscopia obtida para a amostra submetida à
voltametria cíclica com interrupção da varredura em E
λ
= 0,48 V para a condição de
I = 0 A, ou seja, após a oxidação do Hg volumétrico e anterior à oxidação dos
intermetálicos na região anódica da varredura. A imagem revela: 1) a presença de
um filme de intermetálico, aumentando a rugosidade do substrato; 2) para uma
avaliação mais cuidadosa, podem ser vistos alguns contornos de grão.
Estes resultados quando associados aos de microanálise por EDX e
mapeamento de metais, revelam a presença de Hg, o que está em concordância
com a presença de intermetálicos na supercie.
Os resultados de mapeamento dos elementos Pt, Rh e Hg, apresentados na
Figura 11, permitiram observar uma distribuição aparentemente homogênea do Hg
sobre a supercie do substrato e a ausência do ataque preferencial sobre a região
de contorno de grão, constatando, portanto, o ataque por parte do Hg sobre o grão e
também à região de contorno de grão, porém, em menor intensidade do que o
observado para os sistemas Pt-Rh 85:15% (m/m)-Hg [28,31,23], Pt-Rh 90:10%
(m/m)-Hg [8,14], Pt(pura)-Hg [8,13]. Estes resultados permitem sugerir um ataque
aparentemente homogêneo à supercie do substrato, em concordância com o
resultado de microanálise por EDX, obtido para a amostra preparada por via térmica.
Comportamento dessa natureza se aproxima do observado para o sistema Pt-Rh
85:15% (m/m)-Hg para o qual ocorre, da mesma forma, um ataque homogêneo
sobre a supercie. Por outro lado, se distancia do observado para os sistemas da
Pt
pura
-Hg [8-13] e Pt-Rh 90:10% (m/m) [8,16-19,14], para os quais o Hg promove um
ataque significativo ao contorno de grão e à supercie deste, enquanto que, para o
sistema Rh
puro
-Hg [1-3], verifica-se um ataque preferencial à supercie do grão em
detrimento à região de contorno do grão. Tal fato está relacionado à diminuição do
ângulo de contato do Hg líquido com a superfície do Rh.
Devemos observar que para cada mapeamento de elementos efetuado, o
equipamento de microscopia descontou o ruído, fazendo cinco repetições de
varredura.
59
Figura 11: micrografia eletrônica de varredura (ampliações 2000X e 200X) e mapeamento de
elementos (Pt, Rh, Ir e Hg), obtidos após a remoção eletroquímica do Hg volumétrico, para
E
λ
= 0,48 V e I = 0 A. E
feixe
= 30 keV.
Ir Hg
Pt Rh
E
E
λ
λ
=
=
0
0
,
,
4
4
8
8
V
V
I
I
=
=
0
0
A
A
60
A Figura 12 apresenta as microscopias das amostras preparadas pela
remoção total do Hg (E
λ
= 1,30 V, para I = 0 A), revelando uma supercie
comprometida após o ataque por Hg, porém, define melhor a região de contorno de
grão, quando comparada à figura anterior (Figura 11). As microscopias associadas
aos resultados de microanálise por EDX e mapeamento dos elementos permitem
verificar a existência do Hg difundido nas subcamadas, sugerindo que o Hg, mesmo
após a varredura completa, não é totalmente oxidado. Observamos também nos
mapeamentos apresentados na Figura 12 um enriquecimento de Pt, Rh e Ir, em
relação à Figura anterior, devido a redeposição desses metais com a remoção do
Hg, e este comportamento também é observado com a decomposição de compostos
intermetálicos, por termogravimetria, conforme discussões apresentadas no
item 6.1.6 e no item a seguir.
6.1.8 Microscopia eletrônica de varredura: micrografia e mapeamento dos
elementos Pt, Rh e Hg da superfície do sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-
Hg, para amostras preparadas por termogravimetria.
A Figura 13 apresenta a micrografia eletrônica de varredura obtida para a
lâmina aquecida até o final da primeira etapa da curva TG (140 ºC). Esta figura
revela a presença de um filme de intermetálicos uniformemente distribuído sobre a
supercie, em concordância com os resultados observados para o mapeamento de
elementos, sugerindo uma certa homogeneidade da supercie.
A presença de rachaduras no filme de intermetálicos aumenta a rugosidade do
sistema, além de permitir o acesso do Hg às camadas inferiores (subcamadas),
favorecendo a dissolução da Pt e do Rh presentes no substrato. Tais rachaduras
também têm sido observadas nos sistemas anteriormente estudados (Pt-Rh 85:15%
(m/m)-Hg, Pt-Rh 90:10% (m/m)-Hg, Pt(pura)-Hg). A Figura 13 apresenta também os
resultados do mapeamento dos elementos para Pt, Rh, Ir e Hg, revelando uma
grande quantidade de Hg presente sobre o substrato e uma distribuição homogênea
do Hg sobre a supercie, cobrindo os grãos e a região de contorno do grão.
61
Figura 12: micrografia eletrônica de varredura (ampliações 2000X e 200X) e mapeamento de
elementos (Pt, Rh, Ir e Hg), obtidos após a remoção eletroquímica dos compostos intermetálicos,
para E
λ
= 1,30 V e I = 0 A. E
feixe
= 30 keV.
Ir Hg
Pt Rh
E
E
λ
λ
=
=
1
1
,
,
3
3
0
0
V
V
I
I
=
=
0
0
A
A
62
Figura 13: micrografia eletrônica de varredura (ampliações 2000X e 200X) e mapeamento de
elementos (Pt, Rh, Ir e Hg), obtidos após a remoção térmica do Hg volumétrico, para T
f
= 140 ºC.
E
feixe
= 30 keV.
Pt Rh
Ir Hg
1
1
4
4
0
0
º
º
C
C
63
A Figura 14 apresenta a micrografia eletrônica de varredura obtida para a
amostra aquecida até 160 ºC, revelando com o aumento de temperatura a
destruição do filme de intermetálicos sobre o substrato. O filme já não cobre toda a
supercie, denotando a sua remoção parcial. A superfície apresenta-se também
rugosa, revelando parte do substrato exposto. Esses resultados, em conexão com os
resultados de microanálise por EDX (Figura 10), revelam um decréscimo na
quantidade de Hg devido à decomposição térmica da escie PtHg
4
em PtHg
2
e
Hg
(v)
.
Para a amostra submetida ao aquecimento até a temperatura final da terceira
etapa da curva TG (600 ºC), a micrografia eletrônica de varredura (Figura 15) revela
uma supercie menos rugosa, permitindo a visualização dos contornos de grão. Os
resultados de mapeamento de Pt, Rh, Ir e Hg revelaram, ainda nesta condição, uma
quantidade significativa de Hg na amostra, distribuído homogeneamente sobre a
supercie do substrato. Observamos também nesta mesma figura, com a
redeposição dos metais, um enriquecimento da supercie, em concordância com os
resultados de microanálise por EDX (Figura 10), situação esta semelhante à
observada com a remoção de intermetálicos por via eletroquímica (Figura 12).
A Figura 16 apresenta a micrografia eletrônica de varredura e os resultados de
mapeamento de elementos para a amostra aquecida até 800 ºC. A figura revela uma
supercie menos rugosa, com o substrato voltando à condição de branco, porém, o
mapeamento para o elemento Hg ainda revela a presença de mercúrio, em menor
quantidade, e em concordância com os resultados de EDX (Figura 10), sugerindo
que este Hg esteja relacionado ao mercúrio difundido para as subcamadas.
Na Figura 17, é apresentada uma comparação dos mapeamentos de
elementos Pt, Rh, Ir e Hg, obtidos a) as a remoção eletroquímica do Hg
volumétrico, para E
λ
= 0,48 V e I = 0 A; e b) após a remoção eletroquímica dos
compostos intermetálicos, para E
λ
= 1,30 V e I = 0 A.
A partir desta figura, podemos observar um enriquecimento em Pt, Rh e Ir, na
supercie do substrato após a decomposição dos compostos intermetálicos por meio
de voltametria cíclica. Este enriquecimento pode ser atribuido ao fato de que ao
remover o mercúrio, ocorra uma redeposição dos metais que estão na forma de
amálgama. Devemos observar também, que estes resultados de mapeamento de
elementos estão em concordância com os resultados de XRD (item 6.1.9).
64
Figura 14: micrografia eletrônica de varredura (ampliações 2000X e 200X) e mapeamento de
elementos (Pt, Rh, Ir e Hg), obtidos após a remoção térmica dos compostos intermetálicos, para
T
f
= 160 ºC (final da 2ª etapa de perda de massa na curva TG). E
feixe
= 30 keV.
Ir Hg
Pt Rh
1
1
6
6
0
0
º
º
C
C
65
Figura 15: micrografia eletrônica de varredura (ampliações 2000X e 200X) e mapeamento de
elementos (Pt, Rh, Ir e Hg), obtidos após a remoção térmica dos compostos intermetálicos, para
T
f
= 600 ºC (final da 3ª etapa de perda de massa na curva TG). E
feixe
= 30 keV.
Ir Hg
Pt Rh
6
6
0
0
0
0
º
º
C
C
66
Figura 16: micrografia eletrônica de varredura (ampliações 2000X e 200X) e mapeamento de
elementos (Pt, Rh, Ir e Hg), obtidos após a remoção térmica dos compostos intermetálicos, para
T
f
= 800 ºC. E
feixe
= 30 keV.
Ir Hg
Pt Rh
8
8
0
0
0
0
º
º
C
C
67
Figura 17: Comparação dos mapeamentos de elementos Pt, Rh, Ir e Hg, obtidos após a remoção
eletroquímica a) do Hg volumétrico, para E
λ
= 0,48 V e I = 0 A; e b) dos compostos intermetálicos,
para E
λ
= 1,30 V e I = 0 A. E
feixe
= 30 keV. Observação: as micrografias foram convertidas em
negativo para facilitar a visualização dos pontos.
Pt
Rh
Ir
Hg
a
a
)
)
E
E
λ
λ
=
=
0
0
,
,
4
4
8
8
V
V
I
I
=
=
0
0
A
A
b
b
)
)
E
E
λ
λ
=
=
1
1
,
,
3
3
0
0
V
V
I
I
=
=
0
0
A
A
68
6.1.9 Difratometria de Raios X para amostras de Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-
Hg com tratamento eletroquímico
Foram obtidos difratogramas de Raios X das lâminas de trabalho para as
seguintes condições:
a) após a remoção eletroquímica do pico de Hg volumétrico, para E
λ
= 0,48 V e
I = 0 A;
b) após a remoção eletroquímica dos compostos intermetálicos, para
E
λ
= 1,30 V e I = 0 A.
A Figura 18 apresenta uma comparação entre as duas condições
apresentadas acima, na qual podemos observar a existência de quatro picos, cujos
valores estão na Tabela 1. Para a identificação dos possíveis compostos
intermetálicos formados, os valores experimentais foram comparados com os da
literatura [77] e com os valores calculados por software [78,79].
Tabela 1: Caracterização dos compostos formados para as amostras obtidas a partir da remoção
eletroquímica a) do Hg volumétrico, para E
λ
= 0,48 V e I = 0 A; e b) dos compostos intermetálicos,
para E
λ
= 1,30 V e I = 0 A. Radiação: Cukα; λ = 1,5406; 2θ 70º.
2θ
experimental
d
experimental
Composto
40,20 2,243 Pt / Rh / IrO
2
41,20 2,189 RhHg
2
/ PtHg
4
/ PtHg
2
46,75 1,942 Pt / Rh / Ir
68,25 1,374 PtHg
2
/ RhHg
2
Comparando-se os resultados obtidos da oxidação/remoção do pico de Hg
volumétrico com os da remoção de intermetálicos, observados na Figura 18,
podemos afirmar que:
1) a intensidade do pico de IrO
2
, Pt e Rh (d = 2,243) diminui com a remoção de
intermetálicos, porém devemos observar que a remoção efetiva de óxidos de Ir para
o caso de eletrodos de Ir
puro
tem início em 0,6 V na varredura catódica, conforme
estudos anteriores [10]. Porém existem evidências de que a redução de óxidos
ocorra até a região próxima à descarga de hidrogênio [80];
2) o pico dos intermetálicos RhHg
2
, PtHg
4
, PtHg
2
(d = 2,189) desaparece, fato
que confirma a oxidação desses intermetálicos;
69
20 40 60
0
100
d = 2,189
2θ
Cps
d = 1,374
d = 1,942
d = 2,243
Pt
70
Rh
15
Ir
15
E
λ
= 0,48V; I = 0 A
E
λ
= 1,30V; I = 0 A
Figura 18: Difratograma de Raios X das amostras obtidas a partir da remoção eletroquímica a) do Hg
volumétrico, para E
λ
= 0,48 V e I = 0 A; e b) dos compostos intermetálicos, para E
λ
= 1,30 V e I = 0 A.
Radiação: Cukα; λ = 1,5406; 2θ 70º.
70
3) o pico referente aos metais do substrato, Pt, Rh, Ir (d = 1,942) intensifica,
demonstrando o enriquecimento dos metais com a remoção de Hg e decomposição
dos intermetálicos; este enriquecimento está em concordância com os resultados de
mapeamento de elementos (vide Figura 17);
4) o pico dos intermetálicos PtHg
2
, RhHg
2
(d = 1,374) diminui de intensidade,
confirmando a oxidação desses compostos.
6.1.10 Difratometria de Raios X para amostras de Pt-Rh-Ir 70:15:15%
(m/m)-Hg com tratamento térmico
A Tabela 2 apresenta os resultados de difratometria de Raios X para as
amostras submetidas ao aquecimento em termobalança, para as seguintes
temperaturas finais:
a) 140 ºC, final da primeira etapa da curva TG, para a qual ocorre a remoção
do mercúrio líquido, presente na supercie do substrato;
b) 160 ºC, final da segunda etapa de perda de massa, para a qual ocorre a
decomposição de PtHg
4
;
c) 600 ºC, final da última etapa de perda de massa, para a qual ocorre
formação e remoção de óxidos, junto à remoção do Hg das subcamadas do
substrato.
Os resultados apresentados na Tabela 2 permitiram identificar as escies
intermetálicas presentes no substrato para as diferentes etapas de perda de massa.
Observamos que até 140 ºC aparecem poucas raias de compostos intermetálicos,
porém ao aquecer a amostra até 160 ºC, para a qual ocorre a decomposição do
PtHg
4
, os difratogramas obtidos apresentam maior mero de raias, de maior
intensidade. Isto se deve ao fato de ocorrer um aumento da solubilidade da Pt e do
Rh no Hg, com o aumento da temperatura e do tempo de contato entre o Hg e o
substrato. Em outras palavras, o aumento do tempo de contato e temperatura
favorecem a formação de intermetálicos, como observado anteriormente [24].
Para a amostra aquecida até 600 ºC observaram-se, prioritariamente, as raias
do substrato e óxidos de Hg, que foram removidos das subcamadas do substrato,
sendo coerente com os resultados de microanálise por EDX. O mapeamento de
elementos e os resultados de EDX permitiram revelar a presença de Hg em
amostras aquecidas até 800 ºC, como citado anteriormente (item 6.1.8).
71
Tabela 2: Caracterização dos compostos formados para as amostras obtidas a partir da remoção
térmica do Hg, para as seguintes temperaturas finais das etapas de perda de massa: a) 140 ºC;
b) 160 ºC e c) 600 ºC. β = 5 ºC min
-1
; atmosfera dinâmica de N
2
, vazão: 150 mL min
-1
. Radiação:
Cukα; λ = 1,5406; 2θ 70º.
Temperatura 2θ
experimental
d
experimental
Composto
140 ºC
40,20 2,24 Pt / Rh / IrO
2
46,80 1,94 Pt / Rh / Ir
68,30 1,37 PtHg
2
/ RhHg
2
160 ºC
37,05 2,42 HgO
38,40 2,34 PtHg / PtHg
2
38,75 2,32 Hg
40,25 2,24 Pt / Rh / IrO
2
44,55 2,03 RhHg
2
45,25 2,00 Hg
46,85 1,94 Pt / Rh / Ir
49,65 1,83 PtHg
2
/ HgO
54,30 1,69 PtHg
2
/ RhHg
2
55,45 1,66 HgO / HgO
2
59,85 1,54 PtHg
4
60,75 1,52 Hg
62,95 1,48 PtHg / HgO
63,85 1,46 PtHg
4
/ PtHg
2
65,65 1,42 PtHg
2
/ RhHg
2
67,15 1,39 PtHg
4
/ PtHg
2
68,35 1,37 PtHg
2
/ RhHg
2
69,20 1,36 PtHg
2
/ RhHg
2
69,60 1,35 PtHg
2
/ RhHg
2
600 ºC
40,45 2,23 Pt / Rh / Ir
47,00 1,93 Pt / Rh / Ir
56,90 1,62 HgO / RhHg
2
62,70 1,48 HgO / PtHg
68,40 1,37 HgO
2
/ PtHg
2
/ RhHg
2
69,60 1,35 HgO
2
/ PtHg
2
/ RhHg
2
72
6.2. Sistema Pt-Ir 70:30% (m/m)
6.2.1 Estudo do comportamento eletroquímico do sistema Pt-Ir 70:30%
(m/m)-Hg, em solução de Hg(I)
Na Figura 19 estão apresentados os voltamogramas cíclicos obtidos
empregando a metodologia 1, item 5.3.1, para o seguinte intervalo de
concentrações de Hg(I): (0,490 C
Hg(I)
8,05) x 10
-3
mol L
-1
, para as velocidades de
varredura: v = 0,050 V s
-1
(curvas a e b); e v = 0,300 V s
-1
(curvas c e d).
Verifica-se na Figura 19 b e d que com o aumento da concentração de Hg(I)
a formação e a intensificação de: 1- três picos no ramo catódico, picos A, B e C;
2- sete picos no ramo anódico, picos D, E, F, G, G’, H e I. Os picos observados
nesta figura apresentam um comportamento semelhante ao observado na Figura 4,
para o sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-Hg. Outro comportamento similar é o
deslocamento dos picos do ramo anódico, para valores maiores de potenciais com o
aumento da concentração de Hg(I) em solução e/ou aumento da velocidade de
varredura, também observado na Figura 20.
A Figura 19 b sugere a presença de um pico entre os picos G e H, sendo
designado G', assim como o observado no sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-Hg
(detalhe da Figura 4); e sua presença foi confirmada pelo método matemático de
desconvolução, que pode ser visto na Figura 21 d. Constatou-se também que
dentre os picos E, F, G, H, e I, o pico G sempre prepondera sobre os demais, exceto
quando a concentração de Hg(I) em solução é maior ou igual a 3,58 x 10
-3
mol L
-1
e
a velocidade de varredura é menor ou igual a 0,050 V s
-1
, condições estas que
favoreceram a formação de H (vide as Figuras 19 b e 20 b), sugerindo que o tempo
de contato, assim como a concentração de Hg são fatores que influenciam na
formação desse composto.
73
Figura 19: Voltamogramas cíclicos obtidos para o estudo exploratório da oxidação e redução de Hg
sobre o eletrodo de Pt-Ir 70:30% (m/m); para diferentes valores de (0,490 C
Hg(I)
8,047) x 10
-3
mol L
-1
e a,b) v = 0,050 V s
-1
; c,d) v = 0,300 V s
-1
; Área = 0,30 cm
2
. T= (25 ± 2)
o
C.
0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
-0,6
-0,4
-0,2
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
G
D
B
A
0,261 V
0,342 V
0,372 V
0,886 V
E / V
I / mA
Pt-30%Ir / Hg
v = 0,300 V s
-1
0,490 x 10
-3
mol L
-1
0,612 x 10
-3
mol L
-1
0,916 x 10
-3
mol L
-1
1,218 x 10
-3
mol L
-1
0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
-0,6
-0,4
-0,2
0,0
0,2
1,030 V
0,905 V
0,774 V
0,656 V
0,550 V
0,378 V
0,366 V
0,303 V
H
G'
G
F
E
D
B
A
Pt-30%Ir / Hg
v = 0,050 V s
-1
0,4900 x 10
-3
mol L
-1
0,6119 x 10
-3
mol L
-1
0,9156 x 10
-3
mol L
-1
1,2178 x 10
-3
mol L
-1
2,4118 x 10
-3
mol L
-1
E / V
I / mA
0,0 0,4 0,8 1,2
-1,0
0,0
1,0
0,970 V
G'
0,355 V
-0,0677 V
0,291 V
1,076 V
0,891 V
0,653 V
0,551 V
0,410 V
H
G
F
E
D
C
B
A
Pt-30%Ir / Hg
v = 0,050 V s
-1
3,583 x 10
-3
mol L
-1
4,731 x 10
-3
mol L
-1
5,857 x 10
-3
mol L
-1
6,962 x 10
-3
mol L
-1
8,047 x 10
-3
mol L
-1
E / V
I / mA
a)
b)
c)
0,0 0,4 0,8 1,2
-3,0
0,0
3,0
1,072 V
0,807 V
0,572 V
0,378 V
I
H
G
F
E
D
C
B
A
Pt-30%Ir / Hg
v = 0,300 V s
-1
2,412 x 10
-3
mol L
-1
3,583 x 10
-3
mol L
-1
4,731 x 10
-3
mol L
-1
6,962 x 10
-3
mol L
-1
8,047 x 10
-3
mol L
-1
-0,111 V
0,244 V
0,425 V
0,986 V
1,140 V
E / V
I / mA
d)
1,30 V
-0,40 V
0,50 V
0,50 V
74
Por outro lado, empregando-se uma baixa concentração de Hg(I)
(4,90 x 10
-4
mol L
-1
), observamos nos VCs o surgimento de apenas quatro picos,
conforme ilustra a Figura 20 a, sendo que o pico A, atribuído à deposição de Hg na
condição de subpotencial (UPD) é favorecido sob baixa concentração de mercúrio
em solução e velocidades maiores que 0,050 V s
-1
, o que sugere para esta condição,
uma forte interação entre o Hg em solução e a supercie do substrato;
comportamento semelhante foi observado para o sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-
Hg (vide a Figura 5). O pico B foi atribuído à deposição efetiva de Hg, e possui
correlação com o pico D, atribuído à remoção do Hg volumétrico, enquanto o pico G
é atribuído à oxidação do intermetálico Pt-Hg.
Com o aumento da concentração de Hg (vide Figura 20 b), observamos o
surgimento de um novo pico no ramo catódico, o pico C, relacionado à formação de
compostos intermetálicos, conforme os estudos anteriores [1-33], e, também, à
formação e intensificação de três novos picos no ramo anódico: - pico E, atribuído à
eliminação do Hg ou de escies oxidadas, do substrato [9], ou eventualmente Hg(I)
adsorvido sobre o novo substrato; - pico F, atribuído à eliminação de um filme de Hg
líquido molhando a supercie do novo substrato; e - pico H, atribuído à oxidação de
escies intermetálicas, compostas de Pt e Hg e/ou Rh e Hg.
Aumentando-se a concentração de Hg para 6,962 x 10
-3
mol L
-1
, ocorre uma
intensificação do pico H (vide Figura 20 c), e esta característica permanece
constante para concentrações ainda maiores (Figura 20 d).
75
Figura 20: Voltamogramas cíclicos obtidos para o estudo exploratório do processo eletroquímico de
oxidação e redução de Hg sobre o eletrodo de Pt-Ir 70:30% (m/m); para diferentes valores de v:
(0,025 v 0,300) e diferentes valores de C
Hg(I)
: a) 4,900 x 10
-4
mol L
-1
; b) 3,58 x 10
-3
mol L
-1
;
c) 6,962 x 10
-3
mol L
-1
e d) 8,047 x 10
-3
mol L
-1
. Área = 0,30 cm
2
. T= (25 ± 2)
o
C.
0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
-0,3
0,0
0,3
0,6
G
D
B
A
Pt-30%Ir / Hg
C
Hg
= 4,900 x 10
-4
mol L
-1
v = 0,025 V s
-1
v = 0,050 V s
-1
v = 0,100 V s
-1
v = 0,200 V s
-1
v = 0,300 V s
-1
E / V
I / mA
0,0 0,4 0,8 1,2
-2,0
0,0
2,0
H
G
F
E
D
C
B
A
Pt-30%Ir / Hg
C
Hg
= 3,583 x 10
-3
mol L
-1
v = 0,025 V s
-1
v = 0,050 V s
-1
v = 0,100 V s
-1
v = 0,200 V s
-1
v = 0,300 V s
-1
E / V
I / mA
b)
0,0 0,4 0,8 1,2
-3,0
0,0
3,0
H
G
F
E
D
C
B
A
Pt-30%Ir / Hg
C
Hg
= 6,962 x 10
-3
mol L
-1
v = 0,025 V s
-1
v = 0,050 V s
-1
v = 0,100 V s
-1
v = 0,200 V s
-1
v = 0,300 V s
-1
E / V
I / mA
0,0
0,6
1,2
-3,0
0,0
3,0
Pt-30%Ir / Hg
C
Hg
= 8,047 x 10
-3
mol L
-1
v = 0,025 V s
-1
v = 0,050 V s
-1
v = 0,100 V s
-1
v = 0,200 V s
-1
v = 0,300 V s
-1
H
G
F
E
D
C
B
A
E / V
I / mA
a)
c)
d)
76
6.2.2 Estudo do comportamento eletroquímico da influência do avanço do
potencial de invero da varredura catódica sobre os picos de remoção
do Hg presentes na região anódica dos voltamogramas cíclicos para o
sistema Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg
As Figuras 21 a e 21 b apresentam os VC obtidos para C
Hg
= 4,90 x 10
-4
mol L
-1
e v = 0,025 V s
-1
, para estudar o comportamento dos picos do ramo anódico
com o avanço do E
inv.1
da varredura catódica, seguindo a metodologia 2, item 0. No
detalhe da curva b, observa-se a presença de dois picos de oxidação de Hg
volumétrico (D e D'), semelhante ao observado nas Figuras 4 a, 5 d e 7 a para o
sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15 (m/m)-Hg.
Na Figura 21 a e b estão apresentados os VC obtidos com várias inversões
da varredura catódica, para diferentes valores de E
inv.1
, no intervalo de
(-0,300 E
inv.1
0,450) V, avançando sobre a região dos picos A, B e C, para
observar-se as mudanças dos picos do ramo anódico (picos D, E, F, F’, G, G’ H e I).
Podemos observar na curva a, que com o avanço do E
inv.1
sobre o pico A,
para E
inv.1
= 0,260 V, surge o pico G no ramo anódico em aproximadamente 0,820 V,
que se intensifica com o avanço para valores menores de E
inv.1
. Concomitante ao
surgimento do pico G, surge também o pico F, e ocorre um desdobramento do
mesmo, surgindo o pico F' que também se intensifica com o avanço do E
inv.1
sobre o
pico B. Porém enquanto é favorecida a formação de F', uma diminuição da carga
do pico F. Além disso, podemos observar um ponto de isopotencial, separando F de
F', o que sugere a presença de duas espécies distintas.
Quando o E
inv.1
avança sobre o pico B, há o surgimento e a intensificação do
pico D, mostrando a correlação entre os picos B e D, ao mesmo passo que surge o
pico E, e depois se intensifica com o avanço do E
inv.1
, e se desdobra em dois,
conforme ilustram as curvas b e c da Figura 21, ocorrendo o mesmo com o pico D
(vide detalhe da Figura 21 b), porém o pico E desaparece com o avanço do E
inv.1
para 0,100 V, comportamento análogo ao observado no sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15%
(m/m)-Hg, e com o desaparecimento do pico E, uma intensificação e alargamento
do pico G, e também surge um sinal no ramo anódico (~ 1,00 V), que origem aos
picos H e I. Com o avanço do E
inv.1
sobre o pico C, ocorre a intensificação dos picos
G, H e I, e o pico G se desdobra, formando G' quando E
inv.1
está próximo de 0,00 V,
conforme ilustra a Figura 21 b. Também foi realizada uma desconvolução dos picos
F, G, H e I para confirmar a existência do pico G' (vide a Figura 21 c).
77
Figura 21: a,b) voltamogramas cíclicos obtidos para o sistema Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg a partir do
avanço do potencial de inversão sobre a região catódica dos voltamogramas
(-0,300 E
inv.1
0,450) V, c) desconvolução dos picos D e E, para E
λ
= 0,200 V e 0,220 V;
d) desconvolução dos picos F, G, H e I, para E
λ
= 0,300 V; v = 0,025 V s
-1
; C
Hg
= 4,90 x 10
-4
mol L
-1
;
Área = 0,56 cm
2
. T= (25 ± 2)
o
C.
0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
-0,15
-0,10
-0,05
0,00
0,05
0,10
C
Hg
= 4,90 x 10
-4
mol L
-1
v = 0,025 V s
-1
G
F'
F
E
D
A
E / V
I / mA
E
inv.1
0,450 V
0,400 V
0,360 V
0,320 V
0,280 V
0,260 V
0,240 V
0,220 V
0,200 V
-0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
-0,2
-0,1
0,0
0,1
0,2
C
Hg
= 4,90 x 10
-4
mol L
-1
v = 0,025 V s
-1
1,000 V
0,925 V
0,830 V
0,784 V
0,612 V
0,384 V
0,356 V
-0,0688 V
0,244 V
0,328 V
G
I
H
G'
F
E'
E
D
C
B
A
E = 0,450 V
0,300 V
E / V
I / mA
E
inv.1
0,180 V
0,140 V
0,100 V
0,060 V
0,000 V
-0,100 V
-0,140 V
-0,200 V
-0,250 V
-0,300 V
0,3
0,4
0,00
0,03
0,06
0,09
2
1
v = 0,025 V s
-1
1) E
λ
= 0,200 V
2) E
λ
= 0,220 V
E'
E
D
E / V
I / mA
0,6 0,8 1,0
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
I
H
G'
G
F
v = 0,025 V s
-1
E
λ
= -0,300 V
E / V
I / mA
a)
b)
c) d)
0,28 0,30 0,32
0
10
20
30
40
50
60
D'
D
E = 0,307 V
E = 0,290 V
E / V
I / µA
E
λ
= -0,300 V
78
Os resultados apresentados na Figura 21, obtidos com a metodologia 2,
item 0, além de permitirem correlacionar os picos da região catódica com os da
região anódica, permitiram também, a partir da desconvolução das curvas, uma
correlação das densidades de carga em função do potencial de inversão da
varredura catódica (Q x E
inv.1
), conforme apresentado na Figura 22. A partir desta
figura, foi possível avaliar a variação das cargas dos picos situados na varredura
anódica em relação ao avanço do potencial de inversão E
inv.1
, sobre os picos da
varredura catódica.
Desta forma, com o avanço do E
inv.1
sobre o pico A (~ 0,330 V), no intervalo
de potenciais (-0,300 E
inv.1
0,320) V, observa-se o surgimento e um aumento
significativo na carga do pico G, com o valor de G tendendo a um limite,
permanecendo constante com o avanço sobre o pico C (~ -0,070V).
Prosseguindo com o avanço do E
inv.1
sobre o pico B (~ 0,200 V), observa-se o
surgimento de cinco novos picos, D, D', E, F' e H; a carga do pico D tem um
pequeno aumento, enquanto a carga de D' tem um pequeno decréscimo.
O pico E surge momentaneamente no intervalo (0,180 E
inv.1
0,220) V;
enquanto o pico F' surge e se intensifica concomitante ao decréscimo da carga do
pico F e extinção do mesmo.
Por final o pico H se mantém constante com o avanço do E
inv.1
sobre o pico C
(~ -0,070 V), ponto a partir do qual ele começa a se intensificar. Além disso, com o
avanço sobre o pico C, observa-se também o surgimento e aumento significativo na
carga do pico I, com o valor de I tendendo a um limite, ao passo que um
decréscimo na carga dos picos D e F', o que permite sugerir o consumo de Hg
volumétrico numa possível conversão do intermetálico correspondente ao pico F / F'
para formar o(s) composto(s) correspondente(s) ao pico I.
Podemos notar outro fato interessante com o avanço do E
inv.1
para o intervalo
(-0,250 E
inv.1
-0,140) V: enquanto o surgimento e intensificação do pico G', há
um decréscimo na carga do pico H, que aumenta novamente para E
inv.1
< -0,250V
enquanto a carga de G' diminui, sugerindo que, possivelmente, a(s) escie(s)
correspondente(s) ao pico G' está(ão) se formando às custas da(s) espécie(s)
presentes em H.
79
Figura 22: Densidade de carga (dQ) versus potencial de inversão (E
inv.1
) obtido à partir da
metodologia de desconvolução dos voltamogramas cíclicos obtidos para o sistema Pt-Ir 70:30(m/m)-
Hg; para os picos D, D', E, F, F', G, G', H e I no intervalo de potenciais (-0,300 E
inv.1
0,320) V .
0,4 0,2 0,0 -0,2
-0,2
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
E
inv.1
/ V
QD
QD'
QE
QF
QF'
QG
QG'
QH
QI
Q (mC cm
-2
)
80
6.2.3 Estudo do comportamento eletroquímico dos eletrodos de filmes
finos de Hg presentes sobre o substrato de Pt-Ir 70:30% (m/m) preparados
por via Eletroquímica.
A Figura 23 a apresenta o voltamograma linear obtido para a remoção do Hg
volumétrico, nas mesmas condições da Figura 7 a (sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15 (m/m)-
Hg), porém nestas condições experimentais, diferente do observado no sistema Pt-
Rh-Ir 70:15:15 (m/m)-Hg, observa-se a existência de um único pico de oxidação do
mercúrio, pico D. Na Figura 23 b uma comparação entre os voltamogramas
cíclicos, obtidos anterior (curva em preto) e posteriormente (curvas em vermelho,
verde e azul) à remoção do Hg volumétrico, obtido após a troca de solução matriz,
em solução de eletrólito de suporte, e oxidação do filme de intermetálicos presente
sobre o substrato de Pt-Ir. Esses voltamogramas foram obtidos empregando a
metodologia 4, item 5.3.4.
Na Figura 23 b, também observamos diferenças no perfil das curvas, quando
comparado ao sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-Hg (vide Figura 7 b): o primeiro
ciclo (curva em vermelho), obtido após a remoção eletroquímica do Hg volumétrico
(Figura 23 a) e na ausência de mercúrio em solução (após troca de solução matriz),
não apresenta sinal de Hg volumétrico (pico D).
Observamos também na Figura 23 b a ausência do pico G’ e um
deslocamento dos picos G e H para menores valores de potenciais. Nas curvas em
verde e azul (2º e 3º ciclos), observamos que o filme de intermetálicos foi destruído,
ocasionando o desaparecimento dos picos observados no 1º ciclo, sugerindo que:
1) os picos de intermetálicos observados nesta região não são devidos a processos
em solução, mas de oxidação das escies presentes na supercie do eletrodo;
2) com o aumento do mero de ciclos, o desaparecimento dos picos é atribuído à
oxidação do filme de intermetálicos, igualmente observado no sistema Pt-Rh-Ir
70:15:15% (m/m)-Hg;
3) a permanência do pico F para o 3º ciclo, sugerindo que após a remoção do filme
de intermetálicos, a supercie do substrato volta a apresentar a mesma resposta
eletroquímica obtida na ausência do filme (branco).
81
Figura 23: a) Varredura para eliminação do Hg volumétrico (pico D) para concentração de Hg(I):
C
Hg(I)
= 8,10x10
-3
mol L
-1
; velocidade de varredura: v = 0,005 V s
-1
; b) Comparação entre a voltametria
cíclica anterior e posterior à remoção do Hg volumétrico para velocidade de varredura: v = 0,050 V s
-1
.
Área = 0,51 cm
2
.
-0,4 0,0 0,4
0,0
2,0
4,0
6,0
D
E = 0,48 V
I = 0,00 A
Pt-Ir 70:30
C
Hg(I)
= 8,10 mmol L
-1
v = 0,005 V s
-1
Eliminação do pico de Hg volumétrico
E / V
I / mA
a)
0,4 0,8 1,2
0,0
2,0
H
G
F
E
D
C
Hg(I)
= 8,10 mmol L
-1
1
o
ciclo (filme de Hg e intermetálicos)
2
o
ciclo
3
o
ciclo
Pt-Ir 70:30
v = 0,050 V s
-1
E / V
I / mA
b)
82
6.2.4 Estudo de Termogravimetria (TG) / Termogravimetria derivada (DTG)
do sistema Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg
Como mencionado anteriormente, os estudos empregando a análise térmica
foram realizados com o objetivo de favorecer termicamente as reações que ocorrem
espontaneamente entre o mercúrio e o substrato, obter os intermediários do
processo de remoção térmica do Hg e fazer a comparação dos resultados térmicos
com aqueles obtidos anteriormente a partir da voltametria cíclica.
Os eletrodos laminares de Pt-Ir 70:30% (m/m) foram preparados seguindo as
mesmas metodologias utilizadas para a liga de Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m) e
apresentadas no item 6.1.4.
Antes de iniciar a obtenção das curvas TG/DTG simultâneas, foram efetuadas
as operações para a verificação dos instrumentos de medida, de modo a assegurar
a confiabilidade dos resultados e para repetitividade, foram obtidas duas curvas para
cada programa de aquecimento empregado.
Na Figura 24 a e b estão representadas as curvas TG/DTG empregando
diferentes razões de aquecimento (2,5 e 5,0 °C min
-1
), obtidas para a dessorção
térmica das diferentes espécies de Hg, formadas a partir do Hg eletrodepositado e
presentes no substrato de Pt-Ir 70:30% (m/m).
As curvas TG apresentadas na Figura 24, curvas 1 e 2, mostram um
comportamento térmico diferente do observado para as curvas apresentadas na
Figura 8, para o sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-Hg. As curvas apresentadas na
Figura 24 mostram duas etapas de perda de massa bem definidas, com
deslocamentos das temperaturas iniciais e finais, como efeito do aumento da razão
de aquecimento e da massa da amostra.
Entretanto, a curva 2, razão de aquecimento 5 ºC min
-1
, apresenta um
deslocamento das temperaturas inicial e final para valores maiores do que os
observados para a curva 1, razão de aquecimento 2,5 ºC min
-1
, como esperado.
A Figura 25, a e b, curvas 1 e 2, apresentam uma comparação entre as
curvas TG (a) e DTG (b) obtidas para a liga de Pt-Rh-Ir, curva 1, e Pt-Ir, curva 2. Os
resultados de perda de massa (m= 0,160 mg), referente a segunda etapa da curva
2, em comparação com a soma das etapas de perda de massa da curva 1
(m
total
= 0,453 mg), sugerem, para iguais condições experimentais, uma maior
reatividade da liga Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m) frente a liga Pt-Ir 70:30% (m/m).
83
Figura 24: Curvas TG (a) e DTG (b) obtidas para o sistema Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg empregando
diferentes razões de aquecimento, curvas; 1)2,5; 2) 5; 3) 7,5
o
C min
-1
.; vazão de N
2
= 150 mL min
-1
;
massa inicial, apresentadas na figura. Área = 0,42 cm
2
.
100 200 300
0,000
0,005
0,010
0,015
0,020
0,025
dm/dt (% /
o
C)
T /
o
C
2,5
o
C min
-1
5,0
o
C min
-1
b
1
2
100 200 300
0
1
2,5
o
C min
-1
5,0
o
C min
-1
m normalizado
T /
o
C
a
1
2
200 300 400 500 600
-0,1
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
m normalizado
T /
o
C
84
Figura 25: Comparação entre as curvas TG (a) e DTG (b) para evidenciar a formação dos
intermetálico sobre o substrato de Pt-Rh-Ir. Curvas obtidas para os sistemas (1) Pt-Rh-Ir 70:15:15%
(m/m)-Hg e (2) Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg; empregando razão de aquecimento de 2,5
o
C min
-1
e vazão de
N
2
= 150 mL min
-1
.
100 200 300
0
1
2,5
o
C / min - Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg
2,5
o
C / min - Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-Hg
m normalizado
T /
o
C
-0.001
0.004
0.009
0.014
0.019
0.024
dm/dt (% / °C)
50 100 150 200 250 300
T / °C
2,5 °C / min - Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg
2,5 °C / min - Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-Hg
Universal V3.9A TA Instruments
a
b
1
2
1
2
85
A descrição das etapas de perda de massa e a atribuição das escies de
intermetálicos presentes sobre o substrato de Pt-Ir, para o final de cada etapa da
curva TG, estão apresentadas a seguir para a curva 1 da Figura 24:
1ª- etapa, remoção do Hg volumétrico, no intervalo de temperaturas de 30 a 132 ºC,
com uma perda de massa, m= 0,513 mg (0,70%), correspondendo, nos
voltamogramas cíclicos, aos picos D (Hg volumétrico) e F (Hg que se apresenta
molhando a supercie do novo substrato) [24];
2ª- etapa, decomposição térmica do intermetálico presente na supercie do
substrato (PtHg
4
) [9-11,15], determinado a partir dos resultados de difratometria de
raios X (item 6.2.8), no intervalo de temperaturas de 140 a 255 ºC, correspondendo
a uma perda de massa, m= 0,160 mg (0,22%).
Para o intervalo de temperatura de 250 a 600 °C observam-se variações de
massa, não indicadas a partir das curvas DTG e que puderam ser atribuídas a:
1- intervalo de temperaturas de 250 a 350 ºC, decomposição eutetóide do
intermetálico PtHg, conforme a reação que segue:
PtHg PtHg
2
+ Pt(Hg),
com perda de massa lenta, correspondendo a um m= 0,002 mg (0,003%) [9];
2- intervalo de temperatura de 380 a 600 ºC, correspondendo à formação e
degradação de óxido de Hg, iniciando por um ganho de massa de citica lenta,
seguido por um patamar de estabilidade e a decomposição do mesmo entre 525 e
600 ºC, apresentando uma perda de massa de m= 0,004 mg (0,005%) (Figura 24 a
- detalhe).
De modo semelhante ao sistema Pt-Rh-Ir a presença do mercúrio, como
descrito em 1 e 2, foram confirmados a partir dos resultados de difratometria de
Raios X (item 6.2.8).
86
6.2.5 Microscopia eletrônica de varredura: micrografias da superfície do
sistema Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg para amostras preparadas por voltametria
cíclica
A Figura 26 apresenta uma comparação entre as micrografias obtidas para as
amostras submetida à voltametria cíclica com interrupção da varredura em
a) E
λ
= 0,48 V para a condição de I = 0 A, após a oxidação do Hg volumétrico; e
b) E
λ
= 1,30 V para a condição de I = 0 A, após a oxidação dos intermetálicos na
região adica da varredura.
Em ambas as condições (a e b), as micrografias revelaram: 1) a presença de
um filme de intermetálico, aumentando a rugosidade do substrato; 2) para uma
avaliação mais cuidadosa, podem ser vistos os contornos de grão.
A comparação entre as micrografias para a remoção eletroquímica do Hg
volumétrico e para a remoção de intermetálicos não apresentou diferenças
visualmente significativas, porém os resultados de XRD permitiram auxiliar na
investigação das diferenças entre essas duas condições (item 0).
6.2.6 Microscopia eletrônica de varredura: micrografia da superfície do
sistema Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg para amostras preparadas por
termogravimetria
A Figura 27 apresenta a comparação entre as micrografias, obtidas para a
lâmina aquecida:
a) até o final da primeira etapa etapa de perda de massa (140 ºC);
b) até o final da segunda etapa (240 ºC) e c) final da terceira etapa (600 ºC).
Podemos observar na Figura 27a a presença de um filme distribuído sobre a
supercie e alguns contornos de grão, que aparecem melhor definidos na Figura
27b, condição para a qual a formação de intermetálicos é favorecida, fato que se
confirma a partir dos resultados de XRD (item 6.2.8)
Também podemos observar em todas as condições a presença de trincas no
filme de intermetálicos, o que provoca um aumento da rugosidade do sistema, e isto
tem sido observado em vários sistemas estudados anteriormente (Pt-Rh-Ir
70:15:15% (m/m)-Hg, Pt-Rh 85:15% (m/m)-Hg, Pt-Rh 90:10% (m/m)-Hg,
Pt(pura)-Hg).
87
Figura 26: Comparação das micrografias (ampliações 2000X e 200X) obtidos para o sistema Pt-Ir
70:30% (m/m)-Hg, após a remoção eletroquímica a) do Hg volumétrico, para E
λ
= 0,48 V e I = 0 A; e
b) dos compostos intermetálicos, para E
λ
= 1,30 V e I = 0 A. E
feixe
= 30 keV.
a
a
)
)
E
E
λ
λ
=
=
0
0
,
,
4
4
8
8
V
V
I
I
=
=
0
0
A
A
b
b
)
)
E
E
λ
λ
=
=
1
1
,
,
3
3
0
0
V
V
I
I
=
=
0
0
A
A
88
Figura 27: Comparação das micrografias (ampliações 2000X e 200X) obtidos para o sistema
Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg, após a remoção térmica dos compostos intermetálicos, para: a) T
f
= 140 ºC;
b) T
f
= 240 ºC; e c) T
f
= 600 ºC. E
feixe
= 30 keV.
b
b
)
)
2
2
4
4
5
5
º
º
C
C
c
c
)
)
6
6
0
0
0
0
º
º
C
C
a
a
)
)
1
1
4
4
0
0
º
º
C
C
89
A Figura 27 c revela que com o aumento da temperatura ocorre a destruição
do filme de intermetálicos presente sobre o substrato. Esses resultados, em conexão
com os resultados de XRD (item 6.2.8), revelam um grande decréscimo na
quantidade de Hg, devido à decomposição térmica dos intermetálicos e à
redeposição dos metais (Pt e Ir), sugerindo um enriquecimento da supercie, de
modo semelhante ao observado para o sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-Hg
(item 6.1.7).
6.2.7 Difratometria de Raios X para amostras de Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg
com tratamento eletroquímico
Foram obtidos difratogramas de Raios X das lâminas de trabalho para as
seguintes condições:
a) contendo um filme de mercúrio, obtido para a seguinte concentração de
Hg(I): C
Hg(I)
= 3,0 x 10
-2
mol L
-1
de Hg;
b) após a remoção eletroquímica do pico de Hg volumétrico, para E
λ
= 0,48 V e
I = 0 A;
c) após a remoção eletroquímica dos compostos intermetálicos, para
E
λ
= 1,30 V e I = 0 A.
A Figura 28 apresenta uma comparação entre as três condições apresentadas
acima, onde podemos observar a existência de onze picos, cujos valores estão na
Tabela 3. Para a identificação dos possíveis compostos intermetálicos formados, os
valores experimentais foram comparados com os da literatura [77] e com os valores
calculados por software [78,79].
90
Tabela 3: Caracterização dos compostos formados para as amostras obtidas a partir da remoção
eletroquímica a) do Hg volumétrico, para E
λ
= 0,48 V e I = 0 A; e b) dos compostos intermetálicos,
para E
λ
= 1,30 V e I = 0 A. Radiação: Cukα; λ = 1,5406; 2θ 70º.
2θ
experimental
d
experimental
Composto
28,85 3,091 PtHg
4
35,55 2,524 PtHg
4
39,60 2,275 Pt
40,05 2,249 Ir
41,30 2,185 PtHg
4
/ PtHg
2
46,10 1,967 Pt
46,55 1,951 Pt / Ir
51,10 1,783 PtHg
4
55,50 1,654 PtHg
2
/ HgO
59,70 1,548 PtHg
4
/ PtHg2
68,05 1,378 PtHg
2
Comparando-se os resultados entre as diferentes condições experimentais
apresentadas na Figura 28, podemos afirmar que:
1) a amostra contendo um filme de mercúrio foi a que apresentou maior
quantidade de picos, e esses picos, em sua maioria estão atribuídos aos compostos
intermetálicos formados;
2) os dois primeiros picos, atribuídos ao intermetálico PtHg
4
, desaparecem
após a remoção do Hg volumétrico;
3) a intensidade do pico de Ir (4º pico) se intensifica, enquanto o próximo
(5º pico), de PtHg
4
, e PtHg
2
perde bastante intensidade, quase desaparecendo;
4) o pico referente aos metais do substrato, Pt, Ir (d = 1,95) se intensifica,
demonstrando um enriquecimento desses metais com a remoção do Hg e
decomposição dos intermetálicos, este mesmo enriquecimento foi observado nos
estudos da liga de Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m) (item 6.1.9);
5) os três próximos picos (d = 1,78; d = 1,65; d = 1,55), de baixa intensidade,
atribuídos aos intermetálicos PtHg
4
, PtHg
2
desaparecem, fato que confirma a
decomposição desses intermetálicos, enquanto o último pico, atribuído à PtHg
2
se
intensifica, o que nos permite sugerir que ocorre a formação de PtHg
2
concomitante
à decomposição de PtHg
4
.
91
30 40 50 60 70
0
200
400
d = 1,38
d = 1,55
d = 1,65
d = 1,78
d = 2,19
d = 2,25
d = 2,27
d = 2,52
d = 3,09
d = 1,95
d = 1,97
Pt
70
Ir
30
C
Hg
= 30 mmol L
-1
E
λ
= 0,48 V; I = 0 A
E
λ
= 1,30 V; I = 0 A
Figura 28: Difratograma de Raios X das amostras obtidas a) a partir da deposição de Hg para
C
Hg(I)
= 3 x 10
-2
mol L
-1
; e a partir da remoção eletroquímica b) do Hg volumétrico, para E
λ
= 0,48 V e
I = 0 A; e c) dos compostos intermetálicos, para E
λ
= 1,30 V e I = 0 A. Radiação: Cukα; λ = 1,5406;
2θ 70º.
92
6.2.8 Difratometria de Raios X para amostras de Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg
com tratamento térmico
A Tabela 4 apresenta os resultados de difratometria de Raios X para as
amostras submetidas à análise térmica, para as seguintes temperaturas finais:
a) 140 ºC, final da primeira etapa da curva TG, onde ocorre a remoção de
mercúrio líquido, presente na supercie do substrato;
b) 245 ºC, final da segunda etapa de perda de massa, onde ocorre a
decomposição de PtHg
4
;
c) 600 ºC, final da última etapa de perda de massa, onde ocorre formação e
remoção de óxidos, junto à remoção do Hg das subcamadas do substrato.
Os resultados observados na Tabela 4 permitiram identificar as escies
intermetálicas presentes no substrato para as diferentes etapas de perda de massa.
Observamos que até 140 ºC aparecem várias raias de compostos intermetálicos
(PtHg, PtHg
2
e PtHg
4
).
A 245 ºC verifica-se o aumento do mero de raias, devido à presença de
diferentes escies de óxidos (HgO
2
, HgO, IrO
2
) e de intermetálicos (PtHg e PtHg
2
).
A 600 ºC observa-se a presença de raias de óxidos, raias do substrato e
resíduo do intermetálico PtHg
2
, resultado da reação eutetóide do PtHg [9].
93
Tabela 4: Caracterização dos compostos formados para as amostras obtidas a partir da dessoão
térmica parcial do Hg, para as seguintes temperaturas finais das etapas de perda de massa: a) 140
ºC; b) 160 ºC e c) 600 ºC. β = 5 ºC min
-1
; atmosfera dinâmica de N
2
, vazão: 150 mL min
-1
. Radiação:
Cukα; λ = 1,5406; 2θ 70º.
Temperatura 2θ
experimental
d
experimental
Composto
140 ºC
40,00 2,26 Pt / IrO
2
41,30 2,19 PtHg
2
/ PtHg
4
46,45 1,95 Pt / Ir
51,05 1,79 PtHg
4
59,45 1,55 PtHg
2
/ PtHg
4
61,55 1,51 PtHg / PtHg
4
64,40 1,45 PtHg
2
/ PtHg
4
65,45 1,42 Pt / Ir
67,95 1,38 PtHg
2
245 ºC
30,80 2,91 PtHg
2
34,80 2,58 IrO
2
36,85 2,44 HgO
38,75 2,32 PtHg / PtHg
2
39,95 2,25 Pt / IrO
2
42,20 2,14 HgO
2
42,90 2,11 HgO
2
46,65 1,95 Pt / Ir
50,20 1,82 PtHg
2
54,35 1,69 PtHg
2
55,35 1,66 PtHg
2
60,65 1,53 PtHg
4
61,40 1,51 PtHg
2
65,80 1,42 Pt / Ir
66,60 1,40 PtHg / PtHg
2
68,00 1,38 PtHg
2
600 ºC
39,95 2,25 Pt / IrO
2
46,55 1,95 Pt / Ir
67,95 1,37 PtO
2
94
7. Considerões finais
7.1. Sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-Hg
Os resultados dos voltamogramas obtidos empregando diferentes valores de
concentração de Hg(I), no intervalo (0,123 C
Hg(I)
3,58) x 10
-3
mol L
-1
, para valor
de v fixo (v = 0,050 V s
-1
), em associação com os resultados dos experimentos
conduzidos para valor de C
Hg(I)
fixo (3,58 x 10
-3
mol L
-1
) e v variável,
(0,025 v 0,300) V s
-1
, revelaram:
1 - para concentrações de Hg(I) a partir de 0,612 x 10
-3
mol L
-1
, uma
dependência entre os picos B e D, e dos picos A e F como função do aumento da
concentração do Hg(I) em solução;
2 - a presença do pico G, já para a concentração inicial (0,123 x 10
-3
mol L
-1
),
e a sua intensificação com o consumo do mercúrio volumétrico (pico D);
3 - para concentrações maiores do que 0,612 x 10
-3
mol L
-1
observou-se o
aparecimento e a intensificação do pico C na região de potenciais catódicos e dos
picos E, F, G, G’ e H, para a região anódica, com o aparecimento e a intensificação
do pico H, observado, apenas, para valores de C
Hg(I)
1,22 x 10
-3
mol L
-1
atingindo
um valor máximo de corrente de pico para C
Hg(I)
3,58 x 10
-3
mol L
-1
; indicando a
dependência da quantidade de Hg(0) depositado para a formação das escies
intermetálicas de maior proporção metal mercúrio (M-Hg);
4 - para os experimentos realizados variando-se a velocidade de varredura,
foi possível observar o efeito da escala de tempo na formação e na intensificação
dos picos presentes na região adica de potenciais.
A partir dos resultados obtidos para os experimentos realizados empregando-
se a metodologia de avanço do potencial de inversão (E
inv.1
) sobre a região catódica
de potenciais, (-0,300 E
inv.1
0,400) V, empregando-se diferentes valores de
v (0,025; 0,050; 0,100 V s
-1
), foi possível observar:
1 - a interdependência dos picos presentes na região adica de potenciais,
picos D, E, F, G, G’ e H, com o avanço do E
inv.1
sobre a região de potenciais que
compreende os picos A, B, e C;
95
2 - que o aparecimento e a intensificação do pico H apresenta intrínseca
dependência com E
inv.1
, estando o seu surgimento condicionado ao avanço do
potencial de inversão no intervalo (0,000 E
inv.1
-0,200) V, estabilizando, em
termos de intensidade de corrente, para E
inv.1
0,250 V;
3 - o aparente deslocamento do pico único presente em 0,880 V, para valores
de potenciais de pico anódico mais positivos, e o conseqüente desdobramento deste
pico com o avanço do E
inv.1
no intervalo de (-0,100 E
inv.1
0,000) V;
4 - o aparecimento do pico E e sua dependência com a escala de tempo dos
experimentos;
5 - a dependência dos picos anódicos com a velocidade de varredura de
potenciais, semelhante ao observado no estudo empregando C
Hg(I)
fixa e valores de
v variáveis.
Assim, uma comparação dos resultados de voltametria cíclica obtidos para o
sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-Hg, com o comportamento eletroquímico dos
sistemas Pt-Rh, para teores crescentes de Rh na matriz de Pt (Pt-Rh 90:10% (m/m)-
Hg [8]; Pt-Rh 90:15% (m/m)-Hg [20]; Pt-Rh 80:20% (m/m)-Hg [24] e Pt-Rh 70:30%
(m/m)-Hg [25]), permitiu verificar que o sistema em estudo apresenta um
comportamento muito próximo ao encontrado para o sistema Pt-Rh 90:15% (m/m)-
Hg.
Por outro lado, quando comparado ao sistemas Pt-Ir, para valores crescentes
do modificador, Ir, na matriz de platina (Pt-Ir 80:20% (m/m)-Hg [8,15,33] e Pt-Ir
70:30% (m/m)-Hg [9], o sistema Pt-Rh-Ir apresentou um comportamento
eletroquímico próximo ao verificado para o sistema Pt-Ir 80:20% (m/m)-Hg, que por
sua vez exibe um comportamento muito próximo ao sistema Pt
pura
-Hg [8,17,33]
Assim, a comparação entre os perfis de corrente x potencial, e os respectivos
valores de potenciais de picos de oxidação dos intermetálicos podem sugerir que o
sistema Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m)-Hg, aproxima-se em muito do sistema Pt
pura
-Hg.
Porém, uma comparação entre os valores de correntes de pico (para idênticas
condições experimentais) revela uma considerável redução na reatividade da liga
Pt-Rh-Ir frente ao Hg como conseqüência do efeito sirgico dos modificadores de
matriz Rh e Ir.
As curvas TG obtidas para o sistema Pt-Rh-Ir revelaram que a redução da
razão de aquecimento leva a um aumento da reatividade do substrato devido à ação
sinérgica do tempo e do aumento da temperatura. Para razões de aquecimento
elevadas, o sistema comporta-se de modo semelhante ao sistema Pt-Rh 30% (m/m).
96
Os resultados de microanálise por EDX permitiram sugerir:
1) a presença de Hg difundido nas subcamadas do substrato, após a
oxidação dos intermetálicos, para E = 1,30 V e I = 0 A, semelhante ao observado
para a decomposição térmica das escies intermetálicas a 600 ºC;
2) não há um ataque preferencial às regiões de contornos de grão,
confirmados com mapeamento de elementos, demonstrando que o Hg reage
homogeneamente na supercie do substrato;
3) com a remoção de intermetálicos, ocorre um enriquecimento de Pt, Rh e Ir
tanto com a oxidação eletroquímica dos intermetálicos, como com a decomposição
térmica dos mesmos, devido a redeposição dos metais com a saída do Hg.
Os resultados de microscopia eletrônica de varredura para remoção
eletroquímica e térmica do Hg permitiram observar:
1) a modificação da supercie do substrato quando a presença de um filme
de intermetálicos sobre a supercie do mesmo;
2) aumento da rugosidade da supercie do substrato com o aumento de
temperatura e conseqüente decomposição das escies intermetálicas, porém
quando aquecido até 800 ºC é observada uma diminuição da rugosidade, devido ao
substrato estar voltando à condição de branco.
Os resultados de mapeamento de elementos (Mapping) permitiram observar:
1) uma distribuição homogênea de Hg para todas as amostras analisadas;
2) uma diminuição da quantidade de Hg com a remoção eletroquímica dos
intermetálicos, comparada a remoção de Hg volumétrico. O mesmo observa-se com
o aumento de temperatura após a remoção de intermetálicos, de 600 ºC para
800 ºC. Ambos os casos estão em concordância com os resultados de microanálise
por EDX.
Os resultados de difratometria de Raios X permitiram:
1) identificar a presença de IrO
2
e dos intermetálicos PtHg
4
, PtHg
2
e RhHg
2
,
após a remoção de Hg volumétrico;
2) constatar que os intermetálicos realmente se decomem quando
aplicamos o potencial de corte em 1,30 V durante a voltametria cíclica, e
concomitantemente, a quantidade de IrO
2
diminui.
3) após a remoção dos intermetálicos, observa-se um enriquecimento da
supercie, em Pt, Rh e Ir, atribuídos à redeposição dos metais. Este enriquecimento
foi confirmado com os resultados de mapeamento de elementos.
97
4) o aquecimento da amostra por termogravimetria até 160 ºC favorece a
formação de intermetálicos (PtHg
4
, PtHg
2
e RhHg
2
) e o aumento de temperatura
provoca a decomposição do PtHg
4
;
5) para as amostras aquecidas até 600 ºC, observaram-se raias de óxidos de
Hg, que está sendo removido das subcamadas do substrato.
A reatividade do substrato de Pt-Rh-Ir 70:15:15% (m/m) é intermediária ao
observado para os sistemas Pt-Ir 80:20% (m/m) e Pt-Ir 70:30% (m/m), estando mais
próxima ao sistema Pt-Ir 70:30% (m/m).
As escies intermetálicas formadas sobre o substrato de Pt-Rh-Ir 70:15:15%
(m/m), para o início da etapa de decomposição dos intermetálicos, estão em acordo
com o observado anteriormente para os substratos Pt-Rh (PtHg
4
; RhHg
2
) e Pt-Ir
(PtHg
4
; PtHg).
7.2. Sistema Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg
A partir dos resultados de VC empregando diferentes valores de C
Hg(I)
, no
intervalo (0,490 C
Hg(I)
8,05) x10
-3
mol L
-1
, para os valores de v fixados em:
a)0,050 e b)0,300 V s
-1
, em associação com os resultados obtidos para valores de
C
Hg(I)
fixados em a) 4,90 x 10
-4
, b) 3,58 x 10
-3
, c) 6,96 x 10
-3
e d) 8,05 x 10
-3
mol L
-1
;
para diferentes valores de v (0,025 v 0,300) V s
-1
, revelaram:
1- a partir da concentração inicial de Hg(I) (0,490 x 10
-3
mol L
-1
) uma
correspondência entre os picos de deposição e remoção de Hg volumétrico, picos B
e D; assim como a presença do pico G e a intensificação do mesmo com o aumento
da velocidade de varredura, ao passo que a carga do pico D diminui, indicando seu
consumo na formação de G;
2- com o aumento da C
Hg(I)
para 3,58 x 10
-3
mol L
-1
surgiram quatro novos
picos: C, E, F e H, onde constatou-se que o pico H prepondera sobre o pico G
quando v < 0,100 V s
-1
, porém o pico G se intensifica com o aumento de v, passando
a preponderar sobre H quando v > 0,100 V s
-1
, indicando a dependência do tempo
de depósito (e quantidade de Hg(0) eletrodepositado), na formação das escies
intermetálicas (Pt-Hg
x
); isto também pôde ser observado fazendo os experimentos
variando a C
Hg(I)
no intervalo (0,490 C
Hg(I)
8,05) x 10
-3
mol L
-1
para duas
velocidades diferentes, a) 0,050 V s
-1
e b) 0,300 V s
-1
, permitindo observar que a
formação de intermetálicos são favorecidas quando é empregada uma menor
velocidade de varredura, pois neste caso o tempo de deposição de Hg é maior.
98
A partir dos resultados obtidos com o emprego da metodologia de avanço do
potencial de inversão (E
inv.1
) sobre a região catódica de potenciais
(-0,300 E
inv.1
0,450) V foi possível observar:
1- a interdependência dos picos presentes na região anódica de potenciais,
picos D, E, F, G e H, com o avanço do E
inv.1
sobre a região de potenciais que
compreende os picos A, B, e C;
2- que a formação da(s) escie(s) intermetálica(s) correspondente(s) ao pico
H está condicionada ao avanço do potencial de inversão, sobre a região de
formação do pico C, se intensificando para as condições onde E
inv.1
0,00V;
3- o desdobramento do pico G (~ 0,800 V) com o avanço do potencial de
inversão para valores abaixo de -0,140 V, dando origem ao pico G';
4- o aparecimento do pico E e sua dependência com a escala de tempo dos
experimentos;
Assim, fazendo-se uma comparação entre os perfis de corrente x potencial, e
os respectivos valores de potenciais de picos de oxidação dos intermetálicos pode-
se sugerir que o sistema Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg, tem um comportamento semelhante
ao dos sistemas Pt-Rh 70:30% (m/m), Ir
puro
-Hg e aproxima-se do Pt-Rh-Ir 70:15:15%
(m/m)-Hg.
Os resultados da análise térmica para o sistema Pt-Ir 70:30% (m/m)-Hg
confirmou a ação sirgica do tempo de contato e da temperatura sobre a
reatividade do substrato; semelhante ao observado para o substrato de Pt-Rh-Ir
70:15:15 (m/m).
Os resultados de microscopia eletrônica de varredura para remoção
eletroquímica e térmica do Hg permitiram observar:
1) uma comparação entre a remoção eletroquímica do Hg volumétrico e a
remoção de intermetálicos o revela uma diferença visualmente significativa;
2) para as amostras submetidas à termogravimetria, os contornos de grão
ficam melhor definidos na temperatura de 240 ºC (final da 2ª etapa de perda de
massa), devido à formação de intermetálicos, que é favorecida térmicamente.
3) o aumento de temperatura para 600 ºC provoca a destruição do filme de
intermetálicos, decompondo as escies intermetálicas e conseqüentemente,
causando um aumento na rugosidade da supercie do substrato.
99
Os resultados de difratometria de Raios X permitiram:
1) identificar a presença dos intermetálicos PtHg
4
, PtHg
2
e RhHg
2
, no filme de
Hg eletrodepositado;
2) observar que após a remoção de Hg volumétrico e a remoção de
intermetálicos, o PtHg
4
se decompõe, formando PtHg
2
.
3) observar um enriquecimento da superfície, em Pt e Ir, atribuídos à
redeposição dos metais.
4) o aquecimento da amostra por termogravimetria até 245 ºC favorece a
formação de intermetálicos (PtHg
4
, PtHg
2
e PtHg) e o aumento de temperatura
provoca a decomposição do PtHg
4
e favorece a formação de PtHg
2
;
5) contatar que o tempo de contato e a temperatura favorecem a formação
dos intermetálicos.
6) observar, para as amostras aquecidas até 600 ºC, a remoção dos
intermetálicos e a formação de óxidos de Ir.
O resultado da comparação entre os sistemas Pt-Ir 70:30 (m/m)-Hg e Pt-Rh-Ir
70:15:15 (m/m)-Hg, sugere uma menor reatividade do substrato Pt-Ir 70:30 (m/m)
frente ao substrato Pt-Rh-Ir 70:15:15 (m/m), quando são empregadas idênticas
condições experimentais.
As escies intermetálicas formadas sobre o substrato de Pt-Ir 70:30% (m/m),
para o início da etapa de decomposição dos intermetálicos, estão em acordo com o
observado anteriormente para os substratos Pt-Ir (PtHg
4
; PtHg).
100
8. Referências
Referências
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Anexo I
I
Proposta de atividades para estudos futuros.
1 Dar continuidade aos estudos eletroquímicos, termoanalíticos e de análise de superfície,
empregando eletrodos laminares de Pt-Rh-Ir e Pt-Ir, contendo Hg eletrodepositado.
2 Buscar novas aplicações e/ou melhoria das aplicações já existentes, que empregam as
ligas estudadas.
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