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ESOFAGOSTOMIA EXPERIMENTAL EM CAPRINOS, COM CÂNULA
DEFINITIVA E REMOVÍVEL
FLÁVIA MELO BARRETO
Orientador: Prof. Dr. Associado: FRANCISCO SOLANO FEITOSA JÚNIOR
Dissertação apresentada ao Centro de
Ciências Agrárias, da Universidade
Federal do Piauí, para obtenção do
título de Mestre em Ciência Animal,
com área de concentração em Clínica
Médico-Cirúrgica de Animais de
Interesse Econômico.
TERESINA
Estado do Piauí – Brasil
Fevereiro de 2007
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ESOFAGOSTOMIA EXPERIMENTAL EM CAPRINOS, COM CÂNULA
DEFINITIVA E REMOVÍVEL
FLÁVIA MELO BARRETO
Orientador: Prof. Dr. Associado: FRANCISCO SOLANO FEITOSA JÚNIOR
Co-orientador: Prof. Dr. Associado: SEVERINO VICENTE DA SILVA
Dissertação apresentada ao Centro de
Ciências Agrárias, da Universidade
Federal do Piauí, para obtenção do
título de Mestre em Ciência Animal,
com área de concentração em Clínica
Médico-Cirúrgica de Animais de
Interesse Econômico.
TERESINA
Estado do Piauí – Brasil
2007
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Barreto, Flávia Melo
Esofagostomia experimental em caprinos com cânula definitiva e
removível / Flávia Melo Barreto – Teresina. 2007.
54f.
Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) Universidade Federal do
Piauí. 2007.
1. Cirurgia 2. Esofagostomia 3. Fístula esofágica 4. Caprino
I. Título
CDD 636.089 7
B273e
ESOFAGOSTOMIA EXPERIMENTAL EM CAPRINOS, COM CÂNULA
DEFINITIVA E REMOVÍVEL
Flávia Melo Barreto
Dissertação Apresentada em 26/02/2007
Banca Examinadora:
___________________________________________
Prof. Dr. Associado: Francisco Solano Feitosa Júnior
Prof. Universidade Federal do Piauí
____________________________________________
Prof. Dr. Associado: Severino Vicente da Silva
Prof. Universidade Federal do Piauí
____________________________________________
Prof. Dr. Hélder de Moraes Pereira
Prof. Universidade Estadual do Maranhão
“Pode-se viver no mundo uma vida magnífica quando se
sabe trabalhar e amar: trabalhar pelo que se ama e amar
aquilo em que se trabalha”
Leon Tolstói
Dedico,
A meus pais, Francisco José Melo
Barreto e Maria das Graças Melo Barreto, em
agradecimento pela vida, pelo amor, pela
convivência e ensinamentos, elementos essenciais
para que eu pudesse crescer ainda mais como ser
humano e em minha profissão; às minhas irmãs
Adriana Melo Barreto, Luciana Melo Barreto e
Renata Melo Barreto pelo carinho e incentivo; aos
meus dois sobrinhos que estão a caminho.
Agradecimento Especial
Ao meu orientador, Prof. Dr. Francisco Solano Feitosa Júnior, por
todos os ensinamentos a mim transmitidos, pela paciente orientação,
dedicação e confiança, por todo o seu apoio e amizade fraterna.
Agradecimentos
Deus primeiro... Obrigada por tudo!!
À minha família, pelos valores, incentivo, apoio, força, confiança e encorajamento.
Ao meu orientador Professor Dr. Francisco Solano Feitosa Júnior, pelo incentivo e
ensinamentos dispensados em todos esses anos de amizade.
Ao Co-orientador, Professor Dr. Severino Vicente da Silva, pela disponibilidade,
orientação e amizade que sempre dedicou.
Ao Professor Dr. Williams Costa Neves por ter despertado e incentivado em mim a
importância da pesquisa, ainda no início da graduação.
Aos meus eternos professores, Dr. Miguel Ferreira Cavalcante Filho e Dárcio de Almeida
Passos.
Ao Eduardo Henrique S. Oliveira, pelo incentivo e confiança, sempre.
Às amigas de longas datas: Juliana de Lucena Martins Lima, Maria Carolina Queiroz
Mendes e Selma Oliveira Furtado de Vasconcelos.
Aos amigos Dário Magalhães Batista Filho, Nádia Expedita de Almeida e Cruz e
Ramayara Lima Silva, pela valiosa colaboração e disponibilidade durante todo o experimento.
Aos amigos que fiz na graduação e que permanecem...: Agrícola Neto, Ana Cândida
Almendra, Anísio Neto, Etelvina Maria C. G. Nunes, Gersonval Leandro, Gleydson Ribeiro dos
Santos, Kelme Lemos, Lucilene Santos da Silva, Mercilane Mota de Santana, Rosemberg Leonardo,
Suelmar Marques, Josino Pereira e Valter Marchão.
Aos amigos que fiz durante a pós-graduação: Antônio Sampaio, Bruno Maranhão,
Caroline Moura, Eline Chaves Abreu, Fernanda Tércia, Gynna Azar, Manoel Filho e Mário
Fernando.
À Universidade Federal do Piauí, pela oportunidade para realização deste curso.
À Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de ensino Superior (CAPES), pelo auxílio
financeiro.
Ao curso de Pós-Graduação em Ciência Animal, por todas as condições fornecidas para o
bom andamento deste trabalho, em especial ao Professor Dr. Francisco de Assis Lima Costa e ao
Sr. Luís Gomes da Silva.
Aos senhores: Justino, Fernando, João (Joãozinho), Antônio (cacique), funcionários da
Universidade e amigos que fiz desde a graduação, e em especial o Sr. José Soares de Morais (Zé da
Burra), que desempenhou um papel importante no experimento, cuidando dos animais do início ao
fim da pesquisa.
A toda a equipe de funcionários do Hospital Veterinário Universitário, a qual sempre me
deu suporte no que foi preciso.
A todos que, de algum modo, contribuíram para a realização deste trabalho e que, não
por ingratidão, mas por um lapso de memória não foram aqui citados.
SUMARIO
RESUMO 10
ABSTRACT 11
1. INTRODUÇÃO 12
2. REVISÃO DE LITERATURA 12
2.1. A CÂNULA 12
2.2. ANATOMIA DO ESÔFAGO 13
2.3. IRRIGAÇÃO E INERVAÇÃO ESOFÁGICA 15
2.4. LESÕES ESOFÁGICAS 16
2.5. PARÂMETROS 16
2.6. CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS E ANESTESIA 17
2.7. TÉCNICA CIRURGICA 18
2.8. PÓS-OPERATÓRIO E ANTIBIOTICOTERAPIA 20
3. CAPÍTULO I 22
Resumo 23
Abstract 24
3.1. Introdução 25
3.2. Material e Método 29
3.3. Resultados e Discussão 33
3.4. Conclusões 36
3.5. Bibliografia Consultada 38
4. REFERÊNCIAS BIBILOGRÁFICAS DA INTRODUÇÃO 42
ANEXOS
Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa 48
Normas Para Apresentação de Artigos na Revista Ciência Rural (ISSN 0103-8478) 49
Resolução 001/03/CCMCA – Normas do Mestrado para elaboração de Dissertação 53
LISTA DE ABREVIATURAS
SIGLAS SIGNIFICADOS
CCA
Centro de Ciências Agrárias
FC
Freqüência Cardíaca
FR
Freqüência Respiratória
HVU
Hospital Veterinário Universitário
IM
Intra Muscular
Kg
Quilograma
Mg
Miligrama
MR
Movimentos Ruminais
SRD
Sem raça definida
TPC
Tempo de Perfusão Capilar
UFPI
Universidade Federal do Piauí
UI
Unidades Internacionais
RESUMO
ESOFAGOSTOMIA EXPERIMENTAL EM CAPRINOS, COM CÂNULA
DEFINITIVA E REMOVÍVEL
Autora: Flávia Melo Barreto
Orientador: Prof. Dr. Associado Francisco Solano Feitosa Júnior
A esofagostomia em caprinos é uma técnica cirúrgica que tem como objetivo obter
amostras das pastagens ingeridas na dieta diária dos ruminantes com vistas à análise de
composição química e palatabilidade das forrageiras. Foram utilizados 10 caprinos, fêmeas,
SRD, com idade entre 12 a 24 meses, provenientes do setor de caprinos, da Universidade
Federal do Piauí (UFPI). Após avaliação clínica, os animais aptos à cirurgia permaneceram
em observação por 10 dias. As cirurgias foram realizadas no Hospital Veterinário
Universitário - HVU, da UFPI. Os animais foram submetidos a jejum sólido de 18 horas e
hídrico de 06 horas. Utilizou-se 0,2 mg/kg de Cloridrato de xilazina à 2%, IM, e anestesiados
na região médio-ventral do esôfago com lidocaína a 2% com vasoconstrictor. Foi introduzido
uma sonda através do esôfago para melhor visualização. Realizou-se uma incisão no esôfago
transversalmente. Em seguida, fez-se uma abertura na camada adventícia e muscular.
Finalmente, retirou-se a sonda e fixou a cânula de acrílico. O pós-operatório foi composto de
aplicação tópica de pomada cicatrizante à base de alantoína, aplicação de 0,2 mg/kg/IM de
dexametasona e 20.000 U.I./kg/IM de penicilinas associadas. Após a cirurgia, foram
fornecidos alimentos sólidos e água à vontade para os animais cirurgiados, onde os mesmos
ingeriram os alimentos imediatamente após foram servidos. Não ocorreram óbitos nos
animais envolvidos no experimento. A recuperação foi satisfatória e a técnica cirúrgica
empregada é excelente para a fistulação do esôfago de caprinos, sendo de fácil execução,
podendo ser realizada em qualquer ambiente cirúrgico. A xilazina é excelente para a sedação
de caprinos em procedimentos cirúrgicos rápidos; corticóides e penicilinas associadas foram
eficazes promovendo boa recuperação, podendo ser indicados na utilização pós-operatória de
procedimentos similares em caprinos.
Palavras-chave: Caprino, esofagostomia, cânula, fístula
ABSTRACT
ESOPHAGOSTOMY EXPERIMENTAL IN GOAT, WITH DEFINITIVE CANNULA
AND REMOVABLE
Author: Flávia Melo Barreto
Orienting: Prof. Dr. Associate Francisco Solano Feitosa Júnior
The esophagostomy in goat is one surgical technique that has as objective to get
samples of the pastures ingested in the daily diet of the ruminants with sights to the analysis
of chemical composition and palatability of the forage. 10 goat, females had been used, SRD,
with age enter 12-24 months, proceeding from the sector of goat, the Federal University of
Piauí (UFPI). After clinical evaluation, the animals apt to the surgery had been remained in
observation for 10 days. The surgeries had been carried through in the Hospital University
Veterinarian - HVU, UFPI. The animals had been submitted solid fasting of 18 hours and
hidric of 06 hours. It was used 0,2 mg/kg of xilazine 2%, IM, and anesthezied in the medium-
ventral region of the esophagus with lidocaine 2% with vasoconstrictor. A sounding lead
through was introduced the esophagus for better visualization. An incision in the esophagus
was become fullfilled transversally. After that, an opening in the adventitious and muscular
layer became. Finally, it left sounding lead and fixed the acrylic cannula. The postoperative
was composed of topical application of healing ointment-based in alantoin, application of 0,2
mg/kg/IM of dexamethasone and 20.000 U.I. /kg/IM of penicillins associates. After the
surgery, had been supplied solid foods and water to the will for the surgery animals, where the
same had ingested foods immediately had been after served. Deaths in the involved animals in
the experiment had not occurred. The recovery was satisfactory and the used surgical
technique is excellent for the fistulation of the esophagus of goat, being of easy execution,
being able to be carried through in any surgical environment. The xilazine is excellent for the
sedation of goat in fast surgical procedures; corticoids and penicillins associates had been
efficient promoting good recovery, being able to be indicated in the postoperative use of
similar procedures in goat.
Word-key: Goat, esofhagostomy, cannula, fistula
1. INTRODUÇÃO
O Brasil está entre os maiores produtores de caprinos do mundo. A região nordeste
detém 93% deste total, com destaque para os Estados da Bahia, Pernambuco, Piauí e Ceará
(IBGE, 2003). Estes pequenos ruminantes, devido à sua alta rusticidade, boa prolificidade e
excelente capacidade de se adaptarem ao clima tropical, sem maiores exigências de manejo,
tem sido bastante difundidos e aceitos entre os pequenos criadores de baixa renda desta
região, onde desempenham um papel sócio-econômico muito importante. Cirurgias
experimentais em animais são práticas comuns e bastante difundidas entre pesquisadores da
área de ciência animal. Atualmente, a espécie caprina vem sendo bastante utilizada como
modelo experimental, devido à grande importância econômica desta espécie.
Com o surgimento de novos anestésicos mais seguros, aliado às novas técnicas
cirúrgicas, demonstraram ser possível intervir cirurgicamente no esôfago de caprinos com
ampla margem de segurança. A esofagostomia em caprinos é uma técnica cirúrgica que tem
como objetivo obter amostras das pastagens ingeridas na dieta diária dos ruminantes, com
vistas à análise de composição química e palatabilidade das forrageiras. Objetivando-se
diminuir a contaminação da amostra com secreções do trato digestivo, estas devem ser obtidas
no menor tempo possível após apreensão do alimento pelo animal. Um método eficiente para
esta coleta e posterior avaliação do alimento é a esofagostomia, com tubo optativo de coleta
de material. Assim pretende-se com este trabalho fornecer subsídios para pesquisas na área de
nutrição animal, realizando esofagostomias em caprinos, de uma forma rápida, prática e
segura, testando uma cânula de acrílico, mais acessível, de fácil colocação e retirada,
adaptável ao tamanho do animal, baixo custo e bem mais leve que as convencionais.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. A CÂNULA
Diferentes métodos tem sido utilizados para colher material ingerido pelos
ruminantes, com a finalidade de analisar a composição química e a palatabilidade das
forrageiras. Para minimizar a contaminação da amostra com secreções do trato digestivo,
estas devem ser obtidas no menor tempo possível após a apreensão (RAISER, 1989).
Entretanto, alguns pesquisadores relutam em utilizar a técnica da fístula esofágica
mesmo sendo uma técnica simples, devido aos cuidados intensivos que a técnica necessita, e
pela observação diária para detectar algum vazamento ou acúmulo de alimentos que podem
obstruir o esôfago, podendo levar a óbito (VAN DYNE e TORREL, 1964).
Existem dispositivos, de diversos materiais, que são utilizados para o tamponamento
da fístula, onde estes são pesados, irritando o lúmen do esôfago. Tem-se feito tentativas de se
desenvolver uma cânula mais leve, para evitar estes problemas de irritação (DENNEY 1981 e
ELLIS et al. 1984).
A cânula “of center” apresenta como vantagem fácil remoção e readaptação,
permitindo detectar rapidamente possíveis complicações. A fístula deve-se posicionar na
região cervical, sobre a linha média, entre o ângulo da mandíbula e região peitoral, sendo o
mais ventralmente possível.
2.2. ANATOMIA DO ESOFAGO
O esôfago de ovinos e caprinos, tem em média 45 cm de comprimento, aumentando
de diâmetro de 1,8 cm na faringe a 2,5 cm no cárdia. No terço cranial do pescoço, está situado
dorsalmente à traquéia. Na terceira vértebra cervical, inclina-se para a superfície esquerda da
traquéia e mantém esta relação até atingir a sexta vértebra cervical, onde inclina-se
dorsalmente para a superfície dorsolateral na abertura cranial do tórax. A porção cervical está
relacionada à camada carotídea, nervo laríngeo recorrente, timo, tronco linfático traqueal e
aos nodos linfáticos cervicais profundos. A superfície lateral está coberta pelos músculos
omo-hióideo, esternomastóideo, clidomastoídeo e escaleno (HABEL, 1986).
Dirksen (1993) afirmou que sua porção cervical corre primeiro dorsalmente, depois
à esquerda e novamente dorsal à traquéia. Somente a porção cervical é acessível à inspeção e
palpação externa, no entanto, todo esôfago é acessível à sondagem. À inspeção externa,
observa-se o lado esquerdo do pescoço, na região do sulco jugular e acompanha-se o bolo
alimentar deglutido.
Dyce (2004) afirmou que embora o esôfago não possa ser identificado por palpação,
sua posição torna-se evidente pelo movimento rápido ao longo de seu trajeto quando o animal
engole. Em seu trajeto cervical, desliza gradualmente para a esquerda da traquéia.
O esôfago é um tubo relativamente estreito, começa dorsal à cartilagem cricóidea da
laringe e acompanha a traquéia ao longo do pescoço, no início se inclinando para a esquerda,
mas reassumindo uma posição mediana acima da traquéia antes ou logo após chegar ao tórax.
É constituído pelas porções cervical, torácica e abdominal, embora a última seja muito curta
(KÖNIG e LIEBICH, 2004; DYCE, 2004).
Para Godinho (1985) o esôfago pode ser dividido em porções cervical, torácico e
abdominal. A porção cervical dispõe-se, no inicio, dorsalmente à laringe e à traquéia e
ventralmente ao músculo longo do pescoço. À medida que desce a região cervical, desvia-se
para a esquerda, de modo que, no terço distal do pescoço, ele está dorsolateralmente à
esquerda da traquéia. Relaciona-se ainda com o tronco vagossimpático, a artéria carótida
comum, o nervo laríngico caudal, o ducto traqueal e, nos animais jovens o timo. A parte
torácica corre em sentido caudal e assume gradualmente posição dorsal em relação à traquéia,
de modo que, ao nível da bifurcação desta, ele se encontra inteiramente em sua face dorsal.
No tórax, relaciona-se com o linfonodo mediastinal caudal, a veia ázigos esquerda e os
troncos vagais dorsal e ventral. A parte abdominal é curta, logo alcançando o rúmen a nível
do óstio cárdico. É um tubo de paredes musculares, revestido internamente por mucosa e
externamente por adventícia, que se estende do vestíbulo esofágico ate o óstio cárdico do
rúmen.
Segundo Habel (1986) e Dyce (2004) a estrutura do esôfago segue um padrão
comum ao restante do canal alimentar. A camada externa é um tecido conjuntivo frouxo
(adventícia) no pescoço, mas este tecido é substituído em grande parte por serosa no tórax e
no abdome.
No tórax, onde o esôfago está coberto pela pleura mediastinal, esta forma uma túnica
serosa. As outras camadas da parede são a túnica muscular, a tela submucosa e a túnica
mucosa (HABEL, 1986).
Dyce (2004), König e Liebich (2004) e Tams (2005) afirmaram que o esôfago é um
tubo muscular que conduz o material ingerido da faringe ao estômago.
Nos caprinos, o esôfago é um tubo que se dilata facilmente e conduz os alimentos da
boca ao estômago, com o qual se comunica por um orifício denominado cárdia (RIBEIRO,
1997).
Segundo Godinho (1985) o diâmetro do esôfago nos ruminantes domésticos é mais
ou menos uniforme, embora possa dilatar-se consideravelmente por ocasião da deglutição e da
ruminação. A porção mais estreita do esôfago ocorre ao nível da abertura cranial do tórax. A
parte cervical é um pouco mais larga que a torácica e abdominal.
Shelton (1998) relatou que a deglutição é um processo complexo, que requer a
integridade funcional da língua, músculos da mastigação, palato mole, constrictores da faringe
e laringe, esfíncter faringoesofágico, esôfago e esfíncter gastroesofágico. O processo de
deglutição é dividido nas fases orofaríngea, esofágica e gastroesofágica.
König e Liebich (2004) afirmaram que o esôfago compreende, da sua camada
interna para a externa: Túnica mucosa (epitélio mucoso, lâmina própria da mucosa e lâmina
muscular da mucosa), túnica submucosa, túnica muscular (estrato circular, estrato
longitudinal) e túnica adventícia (constituída de tecido conjuntivo frouxo de revestimento). A
túnica mucosa é recoberta por um epitélio plano estratificado que, nos herbívoros, é um pouco
queratinizado. Na túnica submucosa, surgem glândulas mucosas em toda extensão do esôfago
do cão, no suíno surgem somente na metade cranial e nas outras espécies domésticas, estas
glândulas distribuem apenas no início do esôfago; a túnica muscular apresenta um extrato
superficial longitudinal e um profundo circular, que se dispõem em longos segmentos
espiralados, um sobre o outro. Nos ruminantes e nos cães, toda a musculatura esofágica é
constituída por fibras musculares estriadas. No esôfago o alimento é movimentado através de
ondas peristálticas propulsivas. Nos ruminantes surgem ondas antiperistálticas na eructação,
assim como na regurgitação. A túnica adventícia compõe-se de tecido conjuntivo frouxo e, na
região cervical, une o esôfago com músculos e órgãos vizinhos.
2.3. IRRIGAÇAO E INERVAÇÃO ESOFÁGICA
As contrações do esôfago na deglutição, eructação e regurgitação do bolo na
ruminação são coordenadas pelos reflexos do vago. As contrações esofágicas, na deglutição,
consistem de ondas peristálticas relativamente lentas (HABEL, 1986).
Em grande parte do seu comprimento, o esôfago é acompanhado pela artéria
carótida comum esquerda e pelos nervos vagossimpático e laríngeo recorrente (DYCE,
2004).
Godinho (1985) afirmou que a drenagem venosa da cabeça e do pescoço é feita pelas
veias jugulares interna e externa e pela veia vertebral. A veia jugular interna ocorre em 75%
dos bovinos.
Harari (1999) relatou que o esôfago cervical é suprido pelas artérias tiróide e
subclávia e pelos ramos esofágicos da artéria carótida.
Segundo Fingeroth (1998) um fator complicador freqüentemente citado no estudo da
cicatrização do esôfago é sua anatomia vascular. A porção torácica é atendida por irrigação
sanguínea segmentar proveniente da aorta e das artérias broncoesofágicas. A porção cervical é
irrigada por ramos das artérias tiroídea e subclávia, enquanto que ramos das artérias gástrica
esquerda e frênica esquerda irrigam a porção intra-abdominal do esôfago. A natureza
segmentada da irrigação sanguínea pode afetar de maneira adversa a cicatrização das feridas
ocorrentes no esôfago. A tensão e os movimentos são fatores adicionais que podem complicar
a cicatrização do esôfago.
A mucosa esofágica possui vascularização bastante delicada, sofrendo necrose
mesmo com pequenos traumatismos. O tempo de regeneração da mucosa é muito rápido
quando não existe comprometimento da sua vascularização (MEDEIROS et al., 1975).
O suprimento sangüíneo do esôfago é menor do que o do intestino, provavelmente
pelo fato de que o esôfago não funciona na absorção de alimentos. O esôfago está sujeito a
constantes movimentos (MARKOWITZ et al., 1964).
2.4. LESÕES ESOFÁGICAS
Segundo Watrous (1992) esofagites podem ter causas infecciosas, traumáticas,
térmicas e químicas, onde estas lesões podem interferir na motilidade, com desenvolvimento
de complicações e eventual constrição por retração cicatricial.
Santos (1999) afirmou que em ovinos, as principais lesões esofágicas são de origem
traumática, sendo freqüentes as por ataques de carnívoros.
Também são freqüentes animais com lesões esofágicas, provocadas por substâncias
irritantes e pelo uso inadequado das pistolas dosificadoras (HUNGERFORD, 1990). O
manuseio incorreto de sondas na tentativa de desobstrução, comumente também provoca
lesões no esôfago (FRASER, 1991; GREEN e MACFADDEN, 1993).
Traumas externos como projéteis de arma de fogo, instrumentos cortantes e internos
como corpos estranhos ingeridos, podem determinar a ruptura do esôfago (SANTOS, 1986).
Para Caywood (1996) a perfuração do esôfago é uma complicação séria durante a
esofagoscopia, podendo ser causado por trauma pelo endoscópio ou ocorrer secundariamente
à endoscopia para diagnóstico de corpo estranho.
2.5. PARÂMETROS
São dados essenciais para a avaliação do estado clínico em que o animal se
apresenta.
O número de respirações por minuto corresponde à freqüência respiratória. Pode
variar sob influência da temperatura corporal, temperatura do ambiente, idade, exercícios,
grau de preenchimento do trato digestivo e gestação. Em caprinos, a freqüência respiratória
pode variar entre 20 e 34 movimentos respiratórios por minuto (SWENSON e REECE, 1996).
Pode ser aferida em ruminantes, através da observação do flanco do animal ou através da
auscultação com estetoscópio, pela colocação do mesmo nos locais adequados (GARCIA et
al., 1996).
A temperatura corporal de um animal pode ser aferida pela inserção de um
termômetro no reto, onde nos caprinos, esta temperatura varia entre 37,5 a 39ºC (SWENSON
e REECE, 1996). O termômetro deve ser suavemente introduzido no reto do animal e mantido
ligeiramente deslocado para um lado, de forma que o bulbo de sua extremidade fique em
contato direto com a mucosa retal, e não com a massa fecal, por três minutos (GARCIA et al.,
1996). Vieira (2001) afirmou que deve-se avaliar todos os parâmetros fisiológicos dos animais
antes de anestesiá-lo, onde nos caprinos a temperatura normal varia entre 38,5 a 39,5.
A freqüência cardíaca geralmente corresponde ao pulso, podendo ser mensurada por
auscultação nos campos cardíacos apropriados, (DIRKSEN et al., 1993), ou por palpação
arterial, podendo-se utilizar a artéria femoral ou a coccígea (DIRKSEN et al., 1993; SMITH e
SHERMAN, 1994), podendo variar de 60 a 90 batimentos por minuto. A freqüência
respiratória varia entre 12 a 20 movimentos respiratórios por minuto (VIEIRA, 2001).
A avaliação do tempo de preenchimento capilar (TPC) é um importante método
auxiliar para verificar a circulação sanguínea a nível periférico, permitindo também a
observação da coloração de mucosas, e através disso a identificação de estados de cianose por
deficiências de origem cárdio respiratória. A faixa normal de variação deste parâmetro é de 2
segundos (MARCORIS et al., 1994).
A frequência ruminal pode ser observada de forma direta, em animais sem lã,
através da inspeção direta da região do vazio do flanco esquerdo. Contudo, a auscultação
fornece resultados mais seguros (GARCIA et al., 1996).
2.6. CUIDADOS PRÉ OPERATÓRIOS E ANESTESIA
Little e Takken (1970) afirmaram que em bovinos, deve-se fazer um jejum de 24
horas e anestesia local nos animais a serem fistulados. A incisão deve ser a 15 cm do ângulo
da mandíbula, na linha longitudinal do pescoço. Deve-se passar no interior do esôfago um
tubo de borracha, servindo para identificar o esôfago e também para drenar o material
regurgitado durante a cirurgia.
Vieira (2001) relatou que em caprinos, um jejum alimentar de 24 horas e hídrico de
3 horas é suficiente para evitar transtornos durante a intervenção cirúrgica. Dantas Filho
(1991) afirmou que o jejum sólido de 24 horas e líquido de 6 horas são suficientes para a
realização da fistulação esofágica em caprinos.
De acordo com Raisser (1989) a sondagem esofágica facilita a preparação de
esofagostomia, mas não é imprescindível à sua execução.
Berge e Westhues (1973) afirmaram que o animal deve permanecer em decúbito e o
lado preferido para a cirurgia é o esquerdo.
Andrade (2002) afirmou que a xilazina é extremamente eficiente enquanto sedativa
nos bovinos. em eqüinos o efeito é imprevisível. Em pequenos animais é empregada na
dose de 0,1 a 1mg/kg. Em bovinos, ovinos e caprinos, utiliza-se 0,05 a 1mg/kg. Para Vieira
(2001) a xilazina é um potente sedativo/hipnótico, e que os ruminantes são bastante
suscetíveis. Sugere a dose de 0,05 mg/kg, administrado por via intramuscular. Por via
endovenosa lenta, sugere 0,01 mg/kg, devendo-se aplicar sulfato de atropina, na dose de 0,02
a 0,04 mg/kg, por via intramuscular, 10 minutos antes da administração da xilazina. Deve-se
tomar cuidado com os efeitos indesejáveis da xilazina, como depressão cardiorespiratória,
atonia do rúmen com meteorismo, diurese, hiperglicemia.
Laú et al., (1985) afirmaram que a indução com sedativos e imediata aplicação de
anestésico local oferecem uma ideal sedação e anestesia aos animais a serem cirurgiados. É
imprescindível a passagem de um tubo plástico na luz do esôfago dos animais.
A medicação pré-anestésica com sulfato de atropina (0,02 mg/kg) e anestesia
dissociativa com cloridrato de xilazina (0,1 mg/kg) e cloridrato de cetamina (8 mg/kg), foi
eficiente para a realização da cirurgia em caprinos. A colocação de uma sonda no esôfago
facilitou a identificação do mesmo (DANTAS FILHO, 1991).
Garner et al. (1975) afirmaram que em algumas ocasiões, o uso de atropina em
ruminantes como anti-sialorréico, pode provocar atonia ruminal e inapetência por vários dias.
2.7. TÉCNICA CIRURGICA
Segundo David (1984) para fazer uma esofagostomia cervical, o animal deve estar
em decúbito dorsal, com o pescoço em extensão. Antes de iniciar a cirurgia, deve-se
introduzir um tubo gástrico. A incisão é cutânea e ventral, na linha medial entre a laringe e o
manúbrio. Após a separação, por divulsão dos músculos esternotireóideo e esternóideo,
alcança-se a traquéia. À esquerda e dorsalmente à traquéia, busca-se o esôfago, por divulsão.
Existem fatores que influenciam os resultados da cirurgia esofágica, onde alguns não
dependem do ato cirúrgico, pois são inerentes à própria constituição anátomo-fisiológica do
órgão (CONTESINI et al., 1992).
Gutierres et al. (1991) afirmou que na execução de uma esofagotomia, deve-se ter
bastante cuidado para se evitar traumatismos esofágicos como laceração ou perfuração.
McManus (1962) relatou uma cirurgia em carneiros, onde fez jejum hídrico e sólido
de 24 horas. Utilizou anestésico geral e fez-se a contenção do mesmo, colocando em decúbito
lateral direito. Fez-se a incisão circular na pele, divulsionou os músculos e expôs o esôfago.
Uma incisão longitudinal foi feita no esôfago e as laterais da incisão suturadas (esôfago,
submucosa e camadas internas da pele). Colocou-se a cânula e tratou-se com repelentes
tópicos.
Fingeroth (1998) relatou que o esôfago cervical é exposto por meio de abordagem na
linha média ventral, entre os músculos esternotiroídeos pareados.
A mucosa é a camada mais resistente do esôfago e deve ser utilizada em toda a sua
extensão nas suturas do órgão (MARKOWITZ et al., 1964; SUMNER-SMITH, 1973;
O´BRIEN et al., 1980; HENDERSON e POPE, 1983; HOFFER, 1985).
O esôfago pode cicatrizar sem sutura. No entanto, deve-se suturá-lo em dois planos
(PEARSON, 1966; BERGE e WESTHUES, 1973).
Numa sutura esofágica, os pontos devem ficar a 2 mm das bordas e terem 2 mm de
distância entre si. O resultado da sutura depende da colocação apropriada dos pontos e
manuseio delicado dos tecidos esofágicos (PASS, 1971).
O material ideal para sutura esofágica ainda não foi encontrado (SUMNER-SMITH,
1973) e não opinião cirúrgica unânime sobre o melhor tipo de sutura para o esôfago
(ORRINGER et al., 1977).
Stainki et al. (2001) afirmou que a inclusão da mucosa do esôfago na sutura, não
impede reepitelização e não facilita a contaminação do ferimento cirúrgico.
Alguns cuidados cnicos devem ser tomados para evitar a deiscência esofágica,
como a não utilização de pinças, união sem tensão das extremidades, sutura em plano único e
uso de fio inabsorvível (MENDELSSONH et al., 1980).
Contesini et al. (1992) em experimento no esôfago cervical de cães, empregaram
uma sonda esofágica para evitar a manipulação excessiva das estruturas circunvizinhas
durante a localização do esôfago.
A identificação do esôfago é facilitada pela passagem de uma sonda gástrica. É
desaconselhável prender o tecido esofágico com instrumentos. Em vez disso, são utilizados
pontos de reparo e suturas previamente colocadas (WALDRON, 1991).
A mais séria complicação de cirurgia esofágica é o desenvolvimento de uma escara
constritiva no local da incisão (ARCHIBALD e REED, 1965).
Little e Takken (1970) sugeriram que na ligação da mucosa esofágica com a pele,
deve-se utilizar a sutura do tipo contínua, onde esta deve ser removida uma semana após.
Ressaltaram ainda a importância do uso de antibioticoterapia local e parenteral como
tratamento pós-operatório.
Barreto et al. (2006) sugeriram a exposição do esôfago torácico em cães, por meio
da passagem de uma pinça hemostática fechada por baixo do órgão, proporcionando uma boa
fixação do esôfago, facilitando as manobras cirúrgicas, sem o risco de lesão grave no órgão e
estruturas vizinhas importantes.
Raisser (1989) afirmou que a utilização de reforço unindo a tela subcutânea, fáscia
profunda e musculatura do esôfago, na forma de pontos isolados, previne a completa
deiscência em caso de complicações. O tipo de incisão cutânea não influi no diâmetro da
esofagostomia no pós-operatório quando for mantida a cânula-tampão se não houver presença
de tecido de granulação. A possibilidade de perda do tampão, traumatismos locais, perda do
conteúdo digestivo, entre outras, requer observação constante dos animais fistulados.
Recomendou a seleção de animais dóceis para a realização da fistulação esofágica
experimental.
2.8. PÓS OPERATÓRIO E ANTIBIOTICOTERAPIA
Segundo Dantas Filho (1991) trabalhando com caprinos, afirmou que os animais
fistulados tiveram boa adaptação no pós-operatório e a estabilização da fistula ocorreu a partir
do sexto dia do ato cirúrgico.
McManus (1962) afirmou que alimentação e água devem ser oferecidas com cautela
no pós-operatório. É feito o uso de antibióticos até a cicatrização e os pontos retirados de sete
a dez dias.
Kruiningen (1995) afirmou que as desordens da motilidade levam à estagnação de
conteúdo e alteração da flora, permitindo o desenvolvimento de bactérias patogênicas no
esôfago.
Para Harari (1999) vários fatores complicam a cicatrização no esôfago. O esôfago
não tem uma cobertura serosa para prevenir os vazamentos e deiscências. O suprimento de
sangue no esôfago é segmentar.
Medeiros et al. (1977) afirmaram que o esôfago apresenta maior risco de deiscência
da anastomose do que outros segmentos do trato digestivo que são revestidos de peritônio
porque é desprovido de serosa, apresenta menor vascularização e as anastomoses ficam sob
maior tensão e distensão pela dinâmica de deglutição e respiração.
Como o esôfago possui a flora bacteriana normal da cavidade bucal, em cirurgias
que envolvam este órgão, devem ser administrados antibióticos parenterais no pré-operatório.
Os antibióticos bactericidas são os de escolha (WALDRON, 1991).
A administração de antibióticos tópicos em forma de na cavidade torácica não
diminui a incidência de infecções após esofagotomias torácicas no cão. O esquema profilático
para evitar infecções neste tipo de cirurgia, deve-se incluir a aplicação de antibióticos
sistêmicos no pré, trans e pós-operatórios (QUESSADA, 1995).
Capítulo 1
ESOFAGOSTOMIA EXPERIMENTAL EM CAPRINOS, COM CÂNULA DEFINITIVA E
REMOVÍVEL
Trabalho formatado de acordo com
as normas da Revista Ciência Rural.
Santa Maria – Rio Grande do Sul
(Normas em anexo)
RESUMO
ESOFAGOSTOMIA EXPERIMENTAL EM CAPRINOS, COM CÂNULA
DEFINITIVA E REMOVÍVEL
Autora: Flávia Melo Barreto
Orientador: Prof. Dr. Associado Francisco Solano Feitosa Júnior
A esofagostomia em caprinos é uma técnica cirúrgica que tem como objetivo obter
amostras das pastagens ingeridas na dieta diária dos ruminantes com vistas à análise de
composição química e palatabilidade das forrageiras. Foram utilizados 10 caprinos, fêmeas,
SRD, com idade entre 12 a 24 meses, provenientes do setor de caprinos, da Universidade
Federal do Piauí (UFPI). Após avaliação clínica, os animais aptos à cirurgia permaneceram
em observação por 10 dias. As cirurgias foram realizadas no Hospital Veterinário
Universitário - HVU, da UFPI. Os animais foram submetidos a jejum sólido de 18 horas e
hídrico de 06 horas. Utilizou-se 0,2 mg/kg de Cloridrato de xilazina à 2%, IM, e anestesiados
na região médio-ventral do esôfago com lidocaína a 2% com vasoconstrictor. Foi introduzido
uma sonda através do esôfago para melhor visualização. Realizou-se uma incisão no esôfago
transversalmente. Em seguida, fez-se uma abertura na camada adventícia e muscular.
Finalmente, retirou-se a sonda e fixou a cânula de acrílico. O pós-operatório foi composto de
aplicação tópica de pomada cicatrizante à base de alantoína, aplicação de 0,2 mg/kg/IM de
dexametasona e 20.000 U.I./kg/IM de penicilinas associadas. Após a cirurgia, foram
fornecidos alimentos sólidos e água à vontade para os animais cirurgiados, onde os mesmos
ingeriram os alimentos imediatamente após foram servidos. Não ocorreram óbitos nos
animais envolvidos no experimento. A recuperação foi satisfatória e a técnica cirúrgica
empregada é excelente para a fistulação do esôfago de caprinos, sendo de fácil execução,
podendo ser realizada em qualquer ambiente cirúrgico. A xilazina é excelente para a sedação
de caprinos em procedimentos cirúrgicos rápidos; corticóides e penicilinas associadas foram
eficazes promovendo boa recuperação, podendo ser indicados na utilização pós-operatória de
procedimentos similares em caprinos.
Palavras-chave: Caprino, esofagostomia, cânula, fístula
ABSTRACT
ESOPHAGOSTOMY EXPERIMENTAL IN GOAT, WITH DEFINITIVE CANNULA
AND REMOVABLE
Author: Flávia Melo Barreto
Orienting: Prof. Dr. Associate Francisco Solano Feitosa Júnior
The esophagostomy in goat is one surgical technique that has as objective to get
samples of the pastures ingested in the daily diet of the ruminants with sights to the analysis
of chemical composition and palatability of the forage. 10 goat, females had been used, SRD,
with age enter 12-24 months, proceeding from the sector of goat, the Federal University of
Piauí (UFPI). After clinical evaluation, the animals apt to the surgery had been remained in
observation for 10 days. The surgeries had been carried through in the Hospital University
Veterinarian - HVU, UFPI. The animals had been submitted solid fasting of 18 hours and
hidric of 06 hours. It was used 0,2 mg/kg of xilazine 2%, IM, and anesthezied in the medium-
ventral region of the esophagus with lidocaine 2% with vasoconstrictor. A sounding lead
through was introduced the esophagus for better visualization. An incision in the esophagus
was become fullfilled transversally. After that, an opening in the adventitious and muscular
layer became. Finally, it left sounding lead and fixed the acrylic cannula. The postoperative
was composed of topical application of healing ointment-based in alantoin, application of 0,2
mg/kg/IM of dexamethasone and 20.000 U.I. /kg/IM of penicillins associates. After the
surgery, had been supplied solid foods and water to the will for the surgery animals, where the
same had ingested foods immediately had been after served. Deaths in the involved animals in
the experiment had not occurred. The recovery was satisfactory and the used surgical
technique is excellent for the fistulation of the esophagus of goat, being of easy execution,
being able to be carried through in any surgical environment. The xilazine is excellent for the
sedation of goat in fast surgical procedures; corticoids and penicillins associates had been
efficient promoting good recovery, being able to be indicated in the postoperative use of
similar procedures in goat.
Word-key: Goat, esofhagostomy, cannula, fistula
INTRODUÇAO
Cirurgias experimentais em animais é uma prática comum e bastante difundida entre
pesquisadores da área de ciência animal. Atualmente, a espécie caprina vem sendo bastante
utilizada como modelo experimental, devido à grande importância econômica desta espécie.
O Brasil está entre os maiores produtores de caprinos do mundo, com destaque para os
Estados da Bahia, Pernambuco, Piauí e Ceará (IBGE, 2003). Os pequenos ruminantes, devido
à sua alta rusticidade, boa prolificidade e uma excelente capacidade de se adaptarem ao clima
tropical sem maiores exigências de manejo, têm sido bastante difundidos e aceitos entre os
pequenos criadores de baixa renda desta região, onde desempenham um papel sócio-
econômico muito importante.
Com o surgimento de novos anestésicos mais seguros, aliado às novas técnicas
cirúrgicas, demonstraram ser possível intervir cirurgicamente no esôfago de caprinos com
ampla margem de segurança. Diferentes métodos têm sido utilizados para colher o material
ingerido pelos ruminantes. A esofagostomia em caprinos é uma técnica cirúrgica que tem
como objetivo obter amostras das pastagens ingeridas na dieta diária dos ruminantes, com
vistas à análise de composição química e palatabilidade das forrageiras. Para melhor avaliação
da seleção do pastejo, as amostras devem ser colhidas do próprio animal, onde para minimizar
a contaminação da amostra com secreções do trato digestivo, é interessante coletar no menor
espaço de tempo possível após sua apreensão. Assim, com este trabalho, forneceremos
subsídios para pesquisas na área de nutrição animal, realizando esofagostomias em caprinos
de uma forma rápida, prática e segura, utilizando uma cânula de acrílico, que é mais acessível,
de fácil colocação e retirada, adaptável ao tamanho do animal, baixo custo e bem mais leve
que as convencionais.
A fístula esofágica é um método prático e simples que permite coletar amostras de
alimentos para se conhecer as preferências alimentares em ruminantes (TORREL, 1954;
DENNEY, 1981; KARTCHNER e ADAMS 1983). O uso de cânulas de plástico flexível tem
diversas vantagens sobre as de metal, pois as de plástico têm um ajuste melhor no lúmen
esofágico, diminui a irritação do esôfago, mais leve, custo reduzido, além de uma maior
facilidade de inserção e remoção (FORWOOD et al, 1985). DENNEY (1981) citou um
modelo de sonda de polietileno que consiste em duas peças rígidas. Estas, além de permitir
fácil manejo causaram pouco estresse ao animal. Os dois modelos de cânulas, “of center”,
usada por Dyne e Torell, e de polietileno, que consiste em duas peças rígidas, usada por
Denney, adaptam-se perfeitamente em bubalinos, não provocando qualquer tipo de estresse
aos mesmos LAÚ et al. (1985).
Em bovinos, NELSON (1962) utilizou cânulas de aço inoxidável, tendo
complicações como: perda da cânula devido à necrose, falta de apetite, ulcerações do rúmen e
do retículo.
O mero de respirações por minuto corresponde à freqüência respiratória. É um
excelente indicador do estado de saúde do animal, podendo variar sob influências fisiológicas
e/ou externas. Em caprinos, a freqüência respiratória pode variar entre 20 e 34 movimentos
respiratórios por minuto (SWENSON e REECE, 1996). Pode ser aferida em ruminantes,
através da observação do flanco do animal, ou através da auscultação com estetoscópio, pela
colocação do mesmo nos locais adequados (GARCIA et al., 1996). a temperatura corporal
de um animal pode ser aferida pela inserção de um termômetro no reto, onde nos caprinos,
esta temperatura varia entre 37,5 a 39ºC (SWENSON e REECE, 1996). O termômetro deve
ser suavemente introduzido no reto do animal e mantido ligeiramente deslocado para um lado,
de forma que o bulbo de sua extremidade fique em contato direto com a mucosa retal, e não
com a massa fecal, por três minutos (GARCIA et al., 1996). VIEIRA (2001) afirmou que
deve-se avaliar todos os parâmetros fisiológicos dos animais antes de anestesiá-lo, onde nos
caprinos a temperatura normal varia entre 38,5 a 39,5.
A freqüência cardíaca geralmente corresponde ao pulso, podendo ser mensurada por
auscultação nos campos cardíacos apropriados (DIRKSEN et al., 1993). Para VIEIRA (2001)
a freqüência cardíaca varia de 60 a 90 batimentos por minuto e a freqüência respiratória varia
entre 12 a 20 movimentos respiratórios por minuto.
A avaliação do tempo de preenchimento capilar (TPC) é um importante método
auxiliar para verificar a circulação sanguínea a nível periférico, permitindo também a
observação da coloração de mucosas e, através disso, a identificação de estados de cianose
por deficiências de origem cárdio-respiratórias. A faixa normal de variação deste parâmetro é
de 2 segundos (MARCORIS et al., 1994).
A freqüência ruminal pode ser observada de forma direta, em animais sem lã,
através da inspeção direta na região do flanco esquerdo. Contudo, a auscultação fornece
resultados mais seguros (detectando o aparecimento de ruídos de rolamento e pela
exacerbação da creptação ruminal) (GARCIA et al., 1996).
LITTLE e TAKKEN (1970) afirmaram que, em esofagostomias em bovinos, deve-se
fazer um jejum de 24 horas e anestesia local nos animais a serem fistulados. A incisão deve
ser a 15 cm do ângulo da mandíbula, na linha longitudinal do pescoço. Deve-se passar no
interior do esôfago um tubo de borracha, servindo para identificar o esôfago e também para
drenar o material regurgitado durante a cirurgia. Segundo VIEIRA (2001) em caprinos, um
jejum alimentar de 24 horas e hídrico de 3 horas é suficiente para evitar transtornos durante a
intervenção cirúrgica. Para DANTAS FILHO (1991) o jejum sólido de 24 horas e líquido de 6
horas são suficientes para a realização da fistulação esofágica em caprinos.
De acordo com RAISSER (1989) a sondagem esofágica facilita a preparação de
esofagostomia, mas não é imprescindível à sua execução. BERGE e WESTHUES (1973)
afirmaram que o animal deve permanecer em decúbito e o lado preferido para a cirurgia é o
esquerdo.
ANDRADE (2002) afirmou que a xilazina é extremamente eficiente enquanto
sedativa nos bovinos. Em bovinos, ovinos e caprinos, utiliza-se 0,05 a 1mg/kg. LAÚ et al.,
(1985) afirmaram que a indução com sedativos e imediata aplicação de anestésico local,
oferecem uma ideal sedação e anestesia aos animais a serem cirurgiados. É imprescindível a
passagem de um tubo plástico na luz do esôfago dos animais. A anestesia dissociativa com
cloridrato de xilazina (0,1 mg/kg) e cloridrato de cetamina (8 mg/kg) associado com sulfato
de atropina (0,02 mg/kg), foi eficiente para a realização da cirurgia em caprinos. A colocação
de uma sonda no esôfago facilitou a identificação do mesmo (DANTAS FILHO, 1991).
VIEIRA (2001) afirmou que a xilazina é um potente sedativo/hipnótico, e que os ruminantes
são bastante sensíveis. Sugere a dose de 0,05 mg/kg, administrado por via intramuscular. Por
via endovenosa lenta, sugere 0,01 mg/kg, devendo-se aplicar sulfato de atropina, na dose de
0,02 a 0,04 mg/kg, por via intramuscular, 10 minutos antes da administração da xilazina.
Deve-se tomar cuidado com os efeitos indesejáveis da xilazina, como depressão
cardiorespiratória, atonia do rúmen, diurese e hiperglicemia. GARTNER et al. (1975)
afirmaram que em algumas ocasiões, o uso de atropina em ruminantes como anti-sialorréico,
pode provocar atonia ruminal e inapetência por vários dias.
Segundo DAVID (1984) para fazer uma esofagotomia cervical, o animal deve estar
em decúbito dorsal, com o pescoço em extensão. Antes de iniciar a cirurgia, deve-se
introduzir um tubo gástrico. A incisão deve ser cutânea ventral, na linha medial, entre a
laringe e o manúbrio. Após a separação, por divulsão dos sculos esternotireóideo e
esternóideo, alcança-se a traquéia. À esquerda e dorsalmente à traquéia, busca-se o esôfago,
por divulsão.
Para HARARI (1999) na esofagotomia, a incisão é feita longitudinal alcançando
toda a parede em tecido esofágico saudável. O uso de pinças e fórceps deve ser evitado
quando possível no manuseio do tecido esofágico (ROSIN, 1975 e ROSIN 1979).
SHUTTLEWORTH e SMYTHE (1977) afirmaram que na esofagotomia em
caprinos, coloca-se o animal em decúbito dorsal com a cabeça estendida. Como o esôfago é
um tubo flácido, difícil de distinguir entre os músculos cervicais, é preciso deixá-lo mais
visível, inserindo uma sonda no mesmo. Faz-se uma incisão de 3 a 5 cm. Divulsiona os
músculos subjacentes (esternotirohioideo e esternomandibular) para expor a traquéia, fazendo
a exploração manual pelo lado esquerdo da traquéia, observará a presença do esôfago,
ocupado pelo tubo previamente introduzido. Prende as pontas do esôfago com as pinças e faz-
se uma incisão no mesmo e retira-se o tubo. A motilidade do esôfago permite uma boa
amplitude de movimentos. Sutura-se as mucosas e músculos esofágicos. Neste tipo de
cirurgia, a contaminação é grande, não devendo fechar totalmente a pele. Nos primeiros dias
após a cirurgia, fazer a administração somente de líquidos.
McMANUS (1962) relatou uma cirurgia em carneiros, onde fez jejum hídrico e
sólido de 24 horas. Fez-se a incisão circular na pele, divulsionou os músculos e expôs o
esôfago. Uma incisão longitudinal foi feita no esôfago e as laterais da incisão suturadas
(esôfago, submucosa e camadas internas da pele). Colocou-se a cânula e tratou-se com
repelentes tópicos.
No esôfago, recomendam-se pontos interrompidos, pois dificultam a formação de
estenose (GAGE e LYONS, 1949; MARKOWITZ et al., 1964).
BERGE e WESTHUES (1973) afirmaram que o esôfago pode cicatrizar sem sutura.
A incisão e a ntese do esôfago devem ser realizadas com um mínimo de trauma da parede
esofágica. Nas suturas esofágicas, deve-se utilizar o menor número de pontos necessários para
justapor o tecido adequadamente (WALDRON, 1991). A sutura extramucosa em plano único
com pontos separados simples, pode ser utilizada em incisões transversais e longitudinais no
esôfago torácico de cães, permitindo boa cicatrização. Esta sutura apresenta cicatrização mais
anatômica em feridas longitudinais do que em feridas transversais, pois a incisão longitudinal
acompanha as pregas esofágicas, facilitando a cicatrização (QUESSADA, 1995).
McMANUS (1962) afirmou que alimentação e água devem ser oferecidas com
cautela no pós-operatório. É feito o uso de antibióticos até a cicatrização e os pontos retirados
de sete a dez dias. TRIBE e PEEL (1963) sugerem que os cordeiros comecem a pastar
imediatamente após a cirurgia. McMANUS (1962) sugeriu colocar os animais para pastar o
mais rápido possível após a cirurgia.
Deve-se utilizar um esquema antibacteriano, e que a administração parenteral de
associação de penicilinas com estreptomicina, três horas antes da cirurgia e vinte e quatro
horas após a primeira aplicação é um método eficaz e de baixo custo. A aplicação tópica de
spray repelente também é importante, pois a miíase é uma complicação freqüente (RAISSER,
1989). MEDEIROS et al. (1975) afirmaram que em anastomoses esofágicas cervicais em
cães, aplicaram analgésicos no pós-operatório.
Em operações no esôfago, o uso de antibióticos no trans-operatório reduz a
mortalidade e a taxa de deiscência (PEARLSTEIN et al., 1978). Devem-se dar antibióticos de
amplo espectro, começando, de preferência, antes da cirurgia (HOFFER, 1985).
Se o lúmen esofágico for penetrado por um procedimento eletivo, devem-se
ministrar antibióticos profiláticos para prevenir infecção dos tecidos periesofágicos
(FLANDERS, 1989). MADUREIRA et al., (2001) afirmaram que realizando cirurgias em
pequenos ruminantes em boas condições de assepsia, não necessidade de antibióticos no
pós-operatório. Em rumenotomias experimentais em bovinos, HAVEN et al. (1992)
verificaram que uma única dose de penicilina G no pré-operatório imediato, foi tão eficaz
quanto a aplicação pós-operatória por seis dias da mesma droga. Para estes autores, a maioria
dos procedimentos cirúrgicos de campo são realizados em condições relativamente precárias
de assepsia, o que pode implicar na necessidade de uso profilático de antimicrobianos.
FINGEROTH (1998) afirmou que a cirurgia esofágica pode levar a complicações
intra ou pós-operatórias. A contaminação é uma das complicações mais importantes. Devem
ser tomadas precauções para evitar a contaminação, como o uso de antibióticos profiláticos
adequados, e a manutenção do campo cirúrgico esterilizado por panos de campo e
compressas, objetivando o isolamento do esôfago do local cirúrgico.
MATERIAL E MÉTODO
A pesquisa foi encaminhada ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Federal do Piauí, recebendo parecer favorável para sua execução, através do processo
01/2007.
Foram utilizados 10 caprinos, fêmeas, sem raça definida (SRD), de idade entre 12 e
24 meses, provenientes do setor de ovinocaprinocultura, do Centro de Ciências Agrárias -
CCA, da Universidade Federal do Piauí - UFPI. As cirurgias foram realizadas no Hospital
Veterinário Universitário – HVU, da UFPI.
A cânula utilizada no experimento foi uma adaptação à cânula desenvolvida por
Denney em 1981, onde utilizamos duas peças rígidas, produzidas com acrílico auto-
polimerizável (figuras 01 e 02).
Utilizou-se um sedativo miorrelaxante, Cloridrato de Xilazina 2%
1
, na dose de
0,2mg/kg, por via intra muscular. Após 10 minutos, realizou a assepsia do local a ser
cirurgiado com álcool iodado 1%
2
(figura 3). Para uma melhor visualização do esôfago,
passou-se uma sonda no esôfago do animal. (figura 4).
1
Kensol 2% - Konig
2
Produto da Farmacopéia Brasileira
Figura 03. Fotografia mostrando a preparação do
campo operatório.
Figura 04. Fotografia do animal em decúbito lateral
esquerdo, com sonda no tubo esofágico.
Figura01. Fotografia da cânula empregada
na técnica cirúrgica de
esofagostomia.
Figura 02. Fotografia da cânula utilizada no
experimento montada da forma como
ela ficará no animal.
Procedeu-se a aplicação de 5 ml de Cloridrato de Lidocaína com epinefrina a 2%
3
,
no tecido subcutâneo e na região periesofágica. Realizou-se uma incisão na pele cerca de 3
cm na região cervical lateral esquerda, transversalmente ao esôfago, na região entre o ângulo
da mandíbula e a região peitoral. Em seguida, fez-se a diérese do tecido subcutâneo entre as
fibras do músculo esterno mastóideo e incisão da fáscia profunda, possibilitando a
visualização e exposição do esôfago (figura 5). O esôfago foi incisionado transversalmente,
onde fez-se uma abertura de aproximadamente 2 cm, na adventícia e na parede muscular.
Com o auxílio de duas pinças de Allis, o esôfago foi tracionado para a abertura cutânea
(figura 6), em seguida, retirou-se a sonda esofágica e colocou-se a cânula de acrílico,
(previamente imersa em solução de álcool iodado a 1% por 30 minutos, juntamente com as
outras partes que a compõe), primeiramente a parte caudal e posteriormente a parte ventral
(figuras 7 e 8).
3
Xylestesin 2% - Cristália
Figura 05. Fotografia mostrando o divulsionamento
dos músculos para posterior visualização
do esôfago.
Figura 06. Fotografia mostrando o lúmen esofágico,
com a presença da sonda plástica.
Figura 07. Fotografia do momento da colocação da
parte caudal da cânula de acrílico.
Figura 08. Fotografia da colocação da cânula de
acrílico no esôfago.
Quando necessário, aplicou-se pontos simples separados no esôfago e músculos
adjacentes, com fio catgut 2-0
4
, e na pele, fio de nylon 2-0
5
. A medicação pós-operatória
restringiu-se à 0,2 mg/kg de antinflamatório à base de de dexametasona
6
e 20.000 U.I./kg de
antibiótico à base de penicilinas e estreptomicina
7
, ambos por via intra muscular, por três dias
consecutivos, com intervalos de 24 horas entre as aplicações, além da limpeza diária da ferida
operatória com água oxigenada a 10%
8
e aplicação tópica de pomada cicatrizante à base de
alantoína, clorexidina, óxido de zinco e citronela
9
. Nesta etapa, os animais se encontravam na
Clínica de Grandes Animais da UFPI, em baias individuais.
Após esse período, os animais foram levados ao setor de ovinocaprinocultura.
Diariamente, observou-se as condições da cânula e da fístula, inspeção do comportamento do
animal, presença de apetite e sede, capacidade de deglutição e ruminação e exame da ferida
cirúrgica.
Aos 10 dias, foi feita uma limpeza nas cânulas e nas fistulas. Fez-se também uma
reavaliação do estado de saúde em todos os animais, onde os mesmos apresentavam-se
clinicamente saudáveis (figuras 9 e 10).
4
Catgut Simples 2-0 70 cm - Medline
5
Nylon 2-0 45 cm - Somerville
6
Cort-Trat SM – A Quimica Santa Marina S.A.
7
Pentabiótico Veterinário Reforçado – Fort Dodge Saúde Animal Ltda.
8
Água oxigenada vol.10 – Wirath Indústria e Comércio Ltda.
9
Alantol - Vetnil
Figura 10. Fotografia da fístula esofágica
10 dias após o procedimento
cirúrgico.
Figura 09. Fotografia da fístula esofágica
10 dias após o procedimento
cirúrgico.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Durante o experimento não ocorreram óbitos, o que mostra que a técnica é viável
quanto à sua execução e proporciona aos animais uma boa qualidade de vida pós cirurgia.
O jejum sólido de 18 horas e hídrico de 6 horas mostraram ser eficientes, não
apresentando complicações, discordando de LITTLE e TAKKEN, (1970) e DANTAS FILHO
(1991) onde afirmaram que seria necessário um jejum sólido de 24 horas e hídrico de 6 horas.
Discorda ainda de VIEIRA (2001) onde o mesmo afirma ser necessário um jejum sólido de 24
horas e hídrico de 3 horas apenas.
A avaliação dos parâmetros antes da cirurgia é de grande valor para avaliar o estado
clínico dos animais, onde a média da freqüência respiratória encontrada foi de 25,8
movimentos respiratórios por minuto, está de acordo com SWENSON e REECE (1996) que
afirmaram que a freqüência respiratória normal em caprinos, varia de 20 a 34 movimentos
respiratórios por minuto. A temperatura foi aferida através do termômetro no reto, e a média
foi de 38,7°C, concordando com GARCIA et al., (1996) que afirmaram que a temperatura
pode ser mensurada com a colocação do termômetro no reto e SWENSON e REECE (1996) e
VIEIRA (2001) que afirmaram que a temperatura média de caprinos varia entre 37,5 a 39,5ºC.
A freqüência cardíaca foi mensurada através da auscultação, concordando com
DIRKSEN et al., (1993). A média foi de 73,9 batimentos por minuto, estando de acordo com
VIEIRA (2001). O tempo de preenchimento capilar teve como média 2,6”, concordando com
MARCORIS et al., (1994). Os movimentos ruminais foram observados através da inspeção
direta da região, concordando com GARCIA et al., (1996).
O procedimento de sedação, analgesia e anestesia, foi considerado satisfatório para a
execução da cirurgia, concordando com VIEIRA (2001) e ANDRADE (2002). GARNER et
al. (1975), DANTAS FILHO (1991) e VIEIRA (2001) utilizaram atropina para diminuir a
salivação. Neste trabalho não utilizamos atropina na medicação pré-anestésica, pois a mesma
pode provocar efeitos indesejáveis como atonia ruminal, depressão cardiorespiratória, diurese
e/ou hiperglicemia e ainda inapetência por vários dias.
A posição de decúbito lateral está de acordo com DAVID (1984). A sonda no
esôfago do animal teve como objetivo melhorar o acesso cirúrgico, através de uma
visualização mais precisa, conforme descrito por LITTLE e TAKKEN (1970), DAVID
(1984), LAÚ et al. (1985), RAISSE, (1989), e DANTAS FILHO (1991). A antissepsia e
anestesia local através de infiltrações na região em torno do esôfago cervical, está de acordo
com LAÚ et al., (1985). O lado escolhido para ser cirurgiado foi o esquerdo, concordando
com BERGE e WESTHUES (1973).
A incisão da pele foi feita na região medial lateral esquerda do pescoço,
transversalmente ao esôfago, com cerca de 3 cm de comprimento, diferindo de McMANUS
(1962) onde o mesmo fez uma incisão circular na pele. Fez-se o divulsionamento dos
músculos esternotireoídeo e esternoioideo, de acordo com McMANUS (1962) e DAVID
(1984). Ao visualizar o esôfago, fez uma incisão de aproximadamente 2 cm de comprimento,
transversalmente ao esôfago, diferindo de SHUTTLEWORTH e SMYTHE (1977) e
HARARI (1999) que sugere que a incisão seja feita longitudinalmente e estando de acordo
com QUESSADA (1995) que afirmou que incisões transversais e longitudinais, tem uma boa
cicatrização em cirurgias esofágicas em cães. O uso de pinças foi evitado para não lesionar a
parede esofágica, como ROSIN (1975) e ROSIN (1979) sugerem.
Após a retirada da sonda, colocou-se a cânula, fez-se um ponto simples no esôfago,
quando necessário, pois naqueles animais onde a sonda ficou bem ajustada, não se fez
necessário o uso de pontos, havendo cicatrização normal, confirmando o que BERGE e
WESTHUES (1973) afirmaram, que o esôfago pode cicatrizar sem suturas, e com GAGE e
LYONS (1949), MARKOWITZ et al. (1964) e WALDRON (1991) que sugeriram utilizar o
menor número de pontos para fazer a aproximação das paredes do esôfago.
Foi feito a cronometragem do tempo de cada procedimento cirúrgico, onde o tempo
médio de cirurgia foi 9 minutos e 46 segundos, sendo uma cirurgia bastante pida e sem
complicações.
Usou-se antibióticos logo após o procedimento cirúrgico, concordando com
McMANUS (1962), PEARLSTEIN et al. (1978), HOFFER (1985), FLANDERS (1989),
RAISSER (1989), WALDRON (1991), HAVEN et al. (1992) e FINGEROTH (1998), e
discordando de MADUREIRA et al. (2001). Também foi feito uso de antiinflamatório após a
cirurgia, concordando com MEDEIROS et al. (1975) que afirmaram ser necessário a
aplicação de analgésicos e antiinflamatórios em pós-cirúrgico de cirurgias esofágicas. Foi
utilizado pomada cicatrizante após a limpeza da ferida cirúrgica, durante sete dias, tendo uma
excelente cicatrização, concordando com McMANUS (1962).
Logo após a cirurgia, foi fornecido capim e ração e água à vontade para os animais
cirurgiados, onde os mesmos ingeriram os alimentos imediatamente após foram servidos,
estando de acordo com McMANUS (1962), TRIBE e PEEL (1963) e discordando de
SHUTTLEWORTH e SMYTHE (1977) que afirmaram que nos primeiros dias após a
cirurgia, deve-se fazer apenas a administração de líquidos (figuras 11 e 12).
Aos dez dias após a cirurgia, foi feita a retirada dos pontos cutâneos daqueles
animais que foi preciso fazer e observou-se a total cicatrização da ferida cirúrgica e
evidenciou-se a recuperação de todos os animais. Os mesmos já haviam voltado à sua rotina
normal de pastar a campo.
Retirou-se a cânula, aos 15 dias após a cirurgia e colocou-se a bolsa coletora nos
animais para a observação da coleta de materiais ingeridos. A retirada e colocação da cânula,
procedeu-se de uma maneira simples e rápida, sem complicações, concordando com
FORWOOD et al. (1985) que utilizou em seu experimento cânulas de plástico flexível, onde
esta tem desvantagens em relação à cânula de acrílico auto-polimerizável, pois as de plástico
flexível, dependendo da temperatura do local onde os animais ficarão expostos, podem ter
alguma alteração em sua forma, podendo até mesmo cair quando o animal tiver pastando à
campo, já a de acrílico é bem mais resistente.
Foi oferecido ração e capim aos mesmos e observou-se a perfeita coleta do material,
concordando com TORREL (1954), DENNEY (1981) e KARTCHNER e ADAMS, (1983)
(figuras 13 e 14). Após uma hora de observação, colocou-se novamente a cânula e foi
oferecido alimento aos mesmos, onde ingeriram normalmente.
Este procedimento de retirada da cânula e observação perdurou por dez dias, e neste
período não observou qualquer alteração no comportamento dos animais.
Figura 11. Fotografia mostrando os animais se
alimentando, duas horas após o
procedimento cirúrgico.
Figura 12. Fotografia mostrando os animais se
alimentando, duas horas após o
procedimento cirúrgico
.
CONCLUSÕES
Diante dos resultados obtidos, podemos concluir que:
- A recuperação imediata dos animais foi satisfatória, caracterizada pelo rápido
retorno da sedação e imediato consumo de alimentos e água;
- A técnica cirúrgica empregada é excelente para a fistulação do esôfago de caprinos,
sendo de fácil execução, podendo ser realizada em qualquer ambiente cirúrgico;
- A xilazina mostrou ser excelente para a sedação de caprinos para procedimentos
cirúrgicos rápidos;
- Os animais tiveram uma excelente adaptação à cânula de acrílico auto
polimerizável, sendo esta uma alternativa para fistulação de esôfago em caprinos, por ser leve,
de fácil confecção e de baixo custo;
- O uso de dexametasona 0,2 mg/kg/IM e penicilinas associadas a 20.000
U.I./kg/IM, foram eficazes quanto à promoção de uma boa recuperação pós cirúrgica,
podendo ser indicados na utilização pós operatória de procedimentos similares em caprinos.
Figura 13. Fotografia mostrando o animal sem a
cânula com a bolsa coletora acoplada no
local para a coleta do material.
Figura 14. Fotografia mostrando o animal com bolsa
coletora e ingerindo ração. Todo o
material está sendo coletado.
- O uso de pomada cicatrizante na ferida cirúrgica à base de alantoína, mostrou ser
excelente para a rápida cicatrização da mesma;
- Os animais fistulados não tiveram perda de peso, mostrando esta técnica ser de
fácil execução, rápida e excelente para a coleta de materiais para estudos agrostológicos.
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