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BIONOMIA DE NINHO E PROPOSTA DE COLMÉIA RACIONAL PARA ABELHA
TIÚBA (Melipona compressipes fasciculata)
ELINE CHAVES DE ABREU ALMENDRA
Teresina
Estado do Piauí-Brasil
2007
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BIONOMIA DE NINHO E PROPOSTA DE COLMÉIA RACIONAL PARA ABELHA
TIÚBA (Melipona compressipes fasciculata)
ELINE CHAVES DE ABREU ALMENDRA
Engenheira Agrônoma
Orientador: Prof. Dr. Darcet Costa Sousa
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado
em Ciência Animal da Universidade Federal do
Piauí, para obtenção do título de mestre em
Ciência Animal. Área de concentração: Produção
Animal de Interesse Econômico.
Teresina
Estado do Piauí - Brasil
2007
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Almendra, Eline Chaves de Abreu
Aspectos da bionomia da abelha tiúba (Melipona
compressipes) / Eline Chaves de Abreu Almendra,
Teresina, 2007.
53 f.
Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) –
Universidade Federal do Piauí. 2007.
1. Bionomia. 2. Melipona. 3. Ninho. 4. Caixa Racional. I.
Título.
_____________
BIONOMIA DE NINHO E PROPOSTA DE COLMÉIA RACIONAL PARA ABELHA
TIÚBA (Melipona compressipes fasciculata)
ELINE CHAVES DE ABREU ALMENDRA
Dissertação aprovada em: 26/10/2007
_____________________________________________________________
Dr. Darcet Costa Souza
Orientador
_____________________________________________________________
Dr. Paulo Roberto Ramalho da Silva
Examinador interno
_____________________________________________________________
Dr. Murilo Sérgio Drumond
Examinador externo
iii
5
Dedico a minha avó e mãe Maria
Chaves dos Santos pela força, garra
e dedicação com que me criou e
ensinou a encarar a vida.
iv
6
AGRADECIMENTOS
À U niversidade F ederal do Piauí por minha form ação profissional.
Ao Programa de Pós-G raduação em Ciência Anim al e seus professores. Principalm ente aos
Professores E lizabete e A rnaud pela am izade e ensinam entos.
Ao prof. D arcet Costa Souza, pelo meu aprendizado, pela sua paciência, compreensão e
principalm ente por este trabalho, que me m ostrou o caminho que quero seguir.
Ao CN Pq pela concessão de bolsa de estudos.
Ao L uís Gomes da Silva, secretário do Curso de Pós-graduação em Ciência A nim al, pela
sua competência e colaboração sempre que necessário.
Aos Senhores M agno, M arlus, Osvaldo, Edvan e F lávio que tão gentilm ente abriram as
portas dos seus m eliponários para a realização da pesquisa.
Aos colegas do Curso de Pós-graduação em Ciência Animal Carol, F lávia, Bruno, M anoel,
M árcia, M arlucia, Sérgio, Josino, Sam paio, Veralene, Francisco Chagas, Clautina, Antonio A ugusto
e Leopoldina pela convivência durante o curso, e em especial aos am igos do clero G ynna, E duardo,
Fernanda, M ário e Alessandra, pelas alegrias, dificuldades, farras e principalmente companheirismo e
am izade que foram construídos ao longo dessa jornada e com certeza continuará fazendo parte da
minha vida. E m especial a minha am iga Gynna que participou de vários eventos em m inha vida
dando força e amizade.
Ao m eu com panheiro e amor José Lindom ar M oreira pela dedicação, com panheirism o.
As minhas am igas Kelly, Rem édios e Lauriene que me auxiliaram em tudo na vida.
A m inha mãe Edina Chaves e aos m eus irm ão E ricson e E dson Jr, pela atenção, auxílio e
am paro em todos os momentos da m inha vida.
A todos m uito obrigado!
v
7
SUMÁRIO
p.
LISTA DE TABELAS vii
LISTA DE FIGURAS viii
RESUMO ix
ABSTRACT x
1. INTRODUÇÃO 01
2. REVISÃO DE LITERATURA 03
2.1. Origem e Biologia 03
2.2. Ninho 05
2.3. Meliponicultura 07
3. CAPÍTULO 1 09
Resumo 09
Abstract 10
Introdução 10
Material e Métodos 12
Resultados e Discussão 14
Conclusões 28
Referência Bibliográficas 29
4. CAPITULO 2 31
Resumo 31
Abstract 32
Introdução 32
Metodologia 34
Resultado e Discussão 35
Conclusões 37
Referência Bibliográficas 37
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 39
6. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICAS 40
ANEXO 44
vi
8
LISTA DE TABELAS
CAPITULO 1:
Tabela 1 Caracterização do espaço existente nos cortiços analisados da
abelha Tiúba (Melipona compressipes fasciculata Smith)
15
Tabela 2 Caracterização dos espaços ocupados pela cria nos cortiços da
abelha Tiúba (Melipona compressipes fasciculata)
18
Tabela 3 Caracterização dos espaços ocupados com alimentos nos
cortiços da abelha Tba (Melipona compressipes fasciculata) 21
Tabela 4 Caracterização dos potes de mel e pólen encontrados nas
áreas de alimento dentro dos cortiços da abelha Tiúba
(Melipona compressipes fasciculata)
24
CAPITULO 2:
Páginas
Quadro 1 Parâmetros considerados e dimensão proposta para colméia
racional de Melipona compressipes fasciculata.
36
vii
Páginas
9
LISTA DE FIGURAS
CAPITULO 1:
Páginas
Figura 1 Porcentagem de famílias quanto ao comprimento utilizado
dentro dos cortiços.
16
Figura 2 Porcentagem de famílias com relação ao volume ocupado 17
Figura 3 Porcentagem da ocupação de famílias com relação ao volume 18
Figura 4 Porcentagem de favos quanto à largura (cm) 19
Figura 5 Porcentagem de favos quanto ao comprimento (cm) 20
Figura 6 Porcentagem de potes de alimento quanto ao volume ocupado 22
Figura 7 Porcentagem de potes de mel quanto ao volume ocupado 22
Figura 8 Porcentagem de potes de pólen quanto ao volume ocupado 23
Figura 9 Número de potes de mel quanto à altura em cm 24
Figura 10 Número de potes de mel quanto ao diâmetro em cm 25
Figura 11 Número de potes de mel quanto ao volume do pote (ml) 26
Figura 12 Número de potes de pólen quanto à altura (cm) 26
Figura 13 Nº de potes de pólen quanto ao diâmetro 27
Figura 14 Número de potes quanto ao peso (g) 27
CAPITULO 2:
Páginas
Figura I
Modelo e dimensões sugeridas no trabalho
36
viii
10
BIONOMIA DE NINHO E PROPOSTA DE COLMÉIA RACIONAL PARA
ABELHA TIÚBA (Melipona compressipes fasciculata)
Autora: Eline Chaves de Abreu Almendra
Orientador: Prof. Dr. Darcet Costa Sousa
RESUMO: Estudou-se a arquitetura de ninho de Tiúba visando
sugerir colméia com dimensões adequadas à criação racional desta abelha,
proporcionando aumento de produtividade, melhor desempenho, conforto e
preservação das espécies instaladas nos meliponários. Foram coletadas
informações de quarenta e uma famílias alojadas em cortiços horizontais de
diferentes espécies vegetais, em meliponários localizados nas zonas rurais dos
municípios de Timon (MA), Teresina (PI), Batalha (PI), Parnaíba (PI) e Ilha
Grande (PI), entre maio de 2006 a fevereiro de 2007. No estudo da bionomia
do ninho se observou três aspectos de sua construção: a cavidade total dos
cortiços, a parte da cavidade utilizada pelas abelhas e a caracterização do
ninho propriamente dito, onde foram mensurados os parâmetros relativos à cria
e ao alimento. As colônias foram transferidas para caixas racionais modelo
Fernando Oliveira INPA, compostas de ninho e sobrenhinho, com dimensões
16 x 16 x 10 e 18,0 x 18,0 x 10,0 cm. Após a descrição da arquitetura dos
ninhos, observou-se a necessidade de cavidades em torno de 8,3 litros, dos
quais aproximadamente 40% é ocupado com as crias e o restante utilizado
com lamelas, áreas vazias e alimento. O modelo INPA com as dimensões
18x18x10 para ninho e sobrenhinho e melgueira de dimensões 18x18x5 são os
indicados pra criação desta abelha.
PALAVRAS-CHAVE: Tiúba, arquitetura de ninho, Meliponicultura
ix
11
BIONOMIA OF NEST IS PROPOSED OF RATIONAL BEEHIVE FOR the
TIÚBA bee (Melipona compressipes fasciculata)
Author: Eline Chaves de Abreu Almendra
I
Advisor: Prof. Dr. Darcet Costa Sousa
II
ABSTRACT: The architecture of nest of Tiúba was studied seeking to suggest
beehive with appropriate dimensions to the rational creation of this bee,
providing productivity increase, better acting, comfort and preservation of the
species installed in the meliponários. Information of forty one families were
collected put up at horizontal hives of different vegetable species, in located
meliponários in the rural zones of the municipalities of Timon (MA), Teresina
(PI), Batalha (PI), Parnaíba (PI) and Ilha Grande (PI), beteween May of 2006
and February of 2007. In the study of the bionomia of the nest it was observed
three aspects of its construction: the total cavity of the hives, the part of the
cavity used by the bees and the characterization of the nest, where it was
mesured the parameters related to the worms and to the food. The colonies
were transferred for rational boxes, Fernando Oliveira – model INPA, composed
of nest and sobrenhinho, with dimensions 16 x 16 x 10 and 18,0 x 18,0 x 10,0
cm. After the description of the architecture of the nests, the need of cavities
was observed around 8,3 liters, of the which approximately 40% full of its worm
and the remaining used as lamelas, empty areas food. The model INPA with the
dimensions 18x18x10 for nest and sobrenhinho and melgueira of dimensions
18x18x5 are the suitable ones for creation of this bee.
KEY-WORD: Tiúba, nest architecture, Meliponicultura
I
Graduate student in the Animal Science Máster Course at the Federal University of Piauí, Teresina, PI.
E-mail: agroeline@yahoo.com.br
II
Researcher of Federal University of Piauí, Teresina, PI. E-mail: dacet@terra.com.br
x
12
1. INTRODUÇÃO
As abelhas são insetos originários do processo evolutivo das
vespas que tiveram seu hábito alimentar modificado para a exploração dos
recursos alimentares oriundos das plantas, particularmente do néctar e pólen
(Campos et al, 1987).
Isso as fizeram morfológica e comportamentalmente
especializadas na exploração da flor. Portanto, possuem aparelho bucal
sugador, corpos cobertos por pêlos plumosos, com escopas e corbículas
eficientes no transporte de pólen. Apresentam também a capacidade de
lembrar a localização das flores que estão visitando e de comunicar as
companheiras do ninho essa localização, ensinando a direção exata dos
recursos (Campos, 1987).
Concomitantemente a coleta de alimento, as abelhas realizam um
trabalho de suma importância para a natureza, pois se constituem no principal
agente polinizador de muitas espécies vegetais, sejam elas silvestres ou
cultivadas. O trabalho de polinização realizado pelas abelhas é muitas vezes
mais importante, do ponto de vista ambiental e econômico, pelos resultados
gerados na produção agrícola de várias culturas, do que pelo valor da
comercialização direta de seus produtos.
A importância das abelhas na polinização se tanto pelo
número destes insetos na natureza, como por sua capacidade de adaptação as
diferentes estruturas florais. Estima-se que existam mais de 4.000 gêneros e
cerca de 25 a 30.000 espécies nas diferentes regiões do mundo (Michener,
2000 apud por Santos et al, 2004).
13
As abelhas estão inseridas na ordem Himenóptera e reunidas na
superfamília Apoidea. Esta por sua vez é constituída por diversas famílias,
sendo a família Apidae a que tem hábitos sociais mais avançados. Nesta
família estão inclusas quatro subfamílias: Apíneos, Meliponíneos, Bombíneos e
Euglossíneos (Nogueira-Neto, 1997).
A subfamília dos Meliponíneos é constituída pelas tribos
Meliponini e Trigonini, onde os tigonini dividem-se em vários gêneros, são
abelhas pequenas que formam colônias numerosas, chegando a algumas
espécies a 12.000 indivíduos (Freitas e Rizzardo, 2005).
A tribo meliponini é composta por 400 espécies em todo o mundo
(Rosso, 2001), e se caracterizam por serem abelhas maiores e formarem
colônias de dois a cinco mil indivíduos, também não constroem células reais.
Todas as rainhas, operárias e machos se desenvolvem dentro de lulas de
cria de igual tamanho (Nogueira-Neto, 1997).
No Brasil são conhecidas cerca de 300 espécies (Campos, 1996),
e mesmo antes da descoberta do novo continente, os índios utilizavam os
subprodutos das colônias de meliponídeos, abrindo janelas nos troncos das
árvores em que se alojava a colônia e assim realizavam a colheita do pólen e
do mel sem destruí-las e acompanhando-as por anos a fio (Vellard, 1939, apud
por Aidar, 1996).
A criação racional das abelhas indígenas sem ferrão, é chamada
de meliponicultura. Dentre as espécies utilizadas pelos meliponicultores do
Meio-Norte do Brasil, a abelha tiúba (Melípona compressipes fasciculata Smith
(1854)), está entre as mais utilizadas na criação racional, graças a sua
capacidade de produção de mel e pólen.
Este trabalho teve como objetivo estudar a arquitetura de ninho
de Tiúba e sugerir colméia com dimensões adequadas à criação racional desta
abelha, proporcionando aumento de produtividade, melhor desempenho,
conforto e preservação das espécies instaladas nos meliponários. Os capítulos
resultantes deste trabalho estão sendo encaminhados a Revista Ciência Rural
do Centro de Ciências Rurais da Universidade Federal de Santa Maria-RS, de
acordo com as normas e com vistas à publicação.
14
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Origem e Biologia
Existem diferentes versões sobre a origem das abelhas, sendo a
idéia mais aceita a que propõe o surgimento do grupo após o aparecimento das
angiospermas, o que ocorreu aproximadamente 125 milhões de anos, no
final da primeira metade do Cretáceo (Crane et al, 1995).
A primeira grande diversificação das abelhas teria ocorrido
aproximadamente entre 130 e 90 milhões de anos, onde a maior evidência é
indicada pela mais antiga abelha fóssil conhecida (Cretotrigona prisca), cuja
idade é estimada em cerca de 65 milhões de anos (Grimaldi, 1999).
A idéia corrente é que as abelhas teriam se diferenciado numa
região de clima semi-árido temperado (Engel, 2001), ou seja, na região
temperada, semi-desértica do oeste do supercontinente de Gondowana, até
porque o surgimento das angiospermas ocorre em ambientes mésicos das
regiões equatoriais no início do Cretáceo, migrando gradativamente em direção
aos pólos (Wing & Boucher 1998, apud por Silveira et al, 2002).
O processo da deriva continental, provocando a separação das
Américas, Europa, África e mais tarde Austrália, provavelmente é o fator
condicionante das abelhas sem ferrão serem encontradas em todo o planeta,
contrastando com a abelha Apis mellifera que foi transportada para as
Américas e Austrália somente após o descobrimento destes continentes,
durante os séculos XVI e XVII (Velthuis, 1997).
15
As abelhas possuem estreitas semelhanças morfológicas e
comportamentais com vespas do grupo Crabronidae (Apoidea) o que sujere um
período relativamente longo e comum de evolução antes da sua divergência
(Silveira et al, 2002).
A divisão do grupo ocorreu quando às fêmeas das vespas,
conhecidas como esfecóides (Hymenoptera, Aculeata), em vez de capturarem
outros artrópodes para sua alimentação, passaram a coletar pólen e néctar das
flores para alimentarem suas larvas e a si mesmas. (Bohart & Menke 1976
apud por Silveira et al, 2002).
Comportamentalmente as abelhas se assemelham às vespas
apóideas, pelo fato de construírem um ninho que vão aprovisionar, ovipositar e
aonde suas larvas vão se desenvolver (Silveira et al, 2002). Segundo Michener
(2000) existem várias sinapomorfias que comprovam que as abelhas
constituem um grupo monofilético, tais como: consumo de pólen por larvas,
presença de pêlos plumosos para coleta de pólen e basitarso posterior mais
largo.
Outra característica encontrada entre as abelhas é o nível de
sociabilidade, podendo ser: solitário, parassocial, subsocial e eussocial. As
colônias da subfamília Meliponinae são consideradas eussociais, por
apresentarem caractesticas de cooperativismo, onde a divisão de trabalhos e
a existência de castas são bem definidas, além da ocorrência de sobreposição
de gerações adultas no ninho (Campos, 1987).
A determinação das castas é genético - alimentar, sendo que
abelhas com potencialidade genética para originar rainha, somente darão
origem a estas se receberem alimentação adequada (Kerr, 1969). Os zangões
nas abelhas sem ferrão, podem ser produzidos por rainhas e também por
operárias, sem época definida, ocorrendo por vezes surtos de nascimento em
períodos curtos (Silva, 1977).
Esses machos são comumente vistos nas proximidades das
colméias (Sommeijer & Bruijin 1995), de acordo com observações de Nogueira-
Neto (1997), existem diferenças entre estes zangões e os de Apis mellifera,
pois os machos das abelhas sem ferrão se alimentam nas flores e possuem
atividades dentro do ninho, tais como: trabalham com o cerume, participam da
16
desidratação do néctar, defendem o ninho, incubam células de cria e seguem
pistas de odor.
Segundo Campos (1987) as células dos favos de cria (zangão,
operária e rainha) o completamente construídas e aprovisionadas antes da
postura da rainha, após esta etapa, as operárias fecham as células, não tendo
contato com a cria, até que esta venha a emergir.
O desenvolvimento das crias de meliponídeos é mais tardio que
nas operárias de Apis, pois leva em média 36 dias. Nas primeiras horas de vida
as operárias fazem à limpeza corporal, caminham pela colméia, solicitam
alimento às operárias mais velhas e passam a maior parte do tempo imóvel,
saindo para o trabalho de campo após o vigésimo nono dia do nascimento
(Kerr, 1996).
Apesar do grande número existente de espécies de abelhas e da
diversidade estrutural e comportamental apresentada por elas todas dependem
de produtos das flores (néctar, pólen e as vezes óleo) para sua alimentação
(Campos et al, 1987).
2.2 Ninho
Os ninhos das abelhas sem ferrão podem ser encontrados, de
acordo com a espécie, em locais diversos e são bem mais complexos que os
ninhos de Apis mellifera havendo uma grande variação na forma, tamanho e
material utilizado para a construção (Campos, 1987).
A nidificação pode ser: subterrânea (mulatinha-do-chão -
Schwarziana quadripunctata), dentro de cavidades preexistentes (mandaçaia -
Melipona quadrifasciata), formigueiros abandonados ou mesmo ativos, em
ocos ou entre raízes de árvores, em ninhos arbóreos de cupins (cupira -
Partamona sp.), fendas de rochas (irai - Nannotrigona testaceicornis),
construções civis (arap- Trigona spinipes), presos a galhos, dentre outros
(Campos, 1999; Velthuis, 1997).
Estes ninhos apresentam uma entrada construída de cera ou de
barro, que varia bastante de espécie para espécie e possui função na
orientação das abelhas e defesa do ninho, após a entrada existe um canal
17
construído geralmente de própolis que irá terminar na região dos potes de
alimento (Campos, 1987).
De uma maneira geral, o ninho dos meliponíneos é construído
com uma mistura de cera, própolis e barro (batume), basicamente é dividido
em células de cria (novas e nascentes) e potes para armazenamento de pólen
e mel. As células de cria apresentam-se quase sempre envoltas por uma fina
membrana de cera e/ou resinas chamada invólucro e podem estar arrumadas
em camadas horizontais chatas sobrepostas, como os andares de um edifício,
espiraladas ou em cachos, ficando na posição vertical e possuindo abertura na
parte superior (Freitas, 1999).
As melíponas apresentam como característica padrão da espécie
com células de cria organizadas horizontalmente, sobrepostos e localizadas na
porção central do ninho, separadas entre si por pequenos pilares de cerume
(Kerr et al 1996; Souza 2003).
Fora da região das crias, ou às vezes encostados nela, existem
potes de cerume ou de cera pura utilizados para armazenagem de alimento.
Geralmente estes potes são ovais ou ovóides, mas podem também ser quase
esféricos ou irregulares na forma (Nogueira-Neto, 1997).
Mel e len geralmente são armazenados em potes diferentes,
mas espécies que misturam os dois em um só. Algumas espécies fabricam
seus potes de mel e pólen formando um círculo em volta dos favos de cria, mas
a maioria das espécies de meliponíneos os constrói isolados (Freitas, 1999).
A cria e algumas vezes os potes de alimento, são envolvidos por
uma série de lamelas de cerúmen, chamada invólucro que tem função
termorreguladora, ajudando na manutenção da temperatura principalmente nas
áreas de cria (Sakagami, 1982).
As melíponas costumam coletar barro e resina, fabricam o
batume para utilização dentro do ninho, servem para fechar aberturas e
construir a entrada. Produzem também o batume crivado que tem perfurações
que facilitam a ventilação do ninho (Kerr 1987; Nogueira-Neto, 1997; Alves
2003;). Em algumas espécies o batume pode ser utilizado para forrar o ninho
(Carvalho et al, 2003).
18
2.3 Meliponicultura
A criação racional de abelhas indígenas sem ferrão, chama-se
meliponicultura (Nogueira-Neto, 1997), e o lugar onde estão instaladas em
colméias, cortiços ou caixas é chamado de meliponário (Carvalho et al, 2003;
Bruening, 2006).
Na natureza as abelhas necessitam das plantas como fonte de
alimento e nidificação, por outro lado, um grande número de espécies vegetais
depende das abelhas como polinizadores. Algumas plantas são visitadas por
um número muito alto de abelhas, o que lhes garante eficiente polinização.
Entretanto, outras dependem de poucas ou de uma espécie de abelha, não
conseguindo produzir sementes em sua ausência (Campos et al, 1987).
A criação destas abelhas é de fundamental importância para a
biodiversidade, pois atuam como agentes polinizadores específicos para
algumas espécies vegetais nativas, podendo ainda ser utilizada como
alternativa de geração de ocupação e renda por meio da exploração e
comercialização dos seus produtos pelo homem do campo.
A exploração comercial da criação de algumas espécies de
meliponídeos ocorre através da produção de mel, samburá (pólen), própolis e
geopropólis (resina e barro). A criação pode ser ainda voltada para a venda de
colônias, estudos científicos, preservação, paisagismo e educação ambiental
(Carvalho et al, 2003).
Outra forma de exploração das abelhas sem ferrão, pode ser sua
utilização para a polinização em ambientes fechados como estufas. Isso é
possível devido à seletividade destas abelhas quanto às espécies vegetais que
se alimentam, tendo uma maior variedade de plantas visitadas (Freitas e
Rizzardo, 2005).
Nogueira-Neto, 1997 alerta que na escolha da espécie para
instalar em meliponário, deve-se dar preferência as que são nativas, de áreas
vizinhas ou de ecologia compatível. Isso se deve a necessidade de se adequar
a natureza da abelha ao ambiente mais adequado a sua criação.
Outro fator relevante para o desenvolvimento desta criação é o
consumo do mel, considerado de alto valor nutritivo e terapêutico (Kerr et al,
1996).
19
Embora produzam mel em menor quantidade, os meliponíneos
fornecem um produto que se diferencia do mel de A. mellifera, na doçura, sabor
e aroma, possuindo consumidor distinto, com o diferencial de alcançar altos
preços no mercado, proporcionando geração de renda (Kerr, 1996; Nogueira-
Neto, 1997; Carvalho et al, 2005).
A meliponicultura ficou em estado de latência por muitos anos,
mas atualmente vêm sendo discutidas questões referentes ao desenvolvimento
social, cultural, econômico e ecológico tomando esta atividade como opção de
exploração sustentável e agente fixador do homem do campo (Carvalho et al,
2003).
Desta forma os produtos dos meliponídeos vêm ganhando cada
vez mais espaço na indústria alimentícia, de cosmético e farmacêutica
(Fonseca et al, 2006).
Contudo, fatores como o desmatamento pode comprometer o
desenvolvimento desta criação, pois provoca uma brusca ruptura entre as
interações plantas e animais, levando a extinção inúmeras espécies pela falta
de alimento e de locais para nidificação (Viana e Melo, 1987).
O aumento da população de Apis mellifera próximo aos
meliponários tem se mostrado como fator limitante ao desenvolvimento da
meliponicultura, pois as abelhas africanizadas influenciam o padrão de coleta
de alimento dos melioponideos (Eickwort & Ginsberg, 1980).
A falta de conhecimento destes organismos, aos poucos vem
sendo suprida, através de estudos científicos relacionados com a bioecologia
destes insetos, visando aperfeiçoamento das técnicas de manejo para
produção de mel e pólen (Viana e Melo, 1987).
20
3. CAPITULO 1
BIONOMIA DE NINHO DA ABELHA TIÚBA (Melípona compressipes
fasciculata)
NESTING BIONOMICS OF STINGLESS BEE TIÚBA (Melípona compressipes
fasciculata)
Eline Chaves de Abreu Almendra, Darcet Costa Souza
RESUMO:
Objetivou-se proporcionar a descrição da arquitetura e estrutura do ninho
dos cortiços da abelha tiúba, visando a estabelecer parâmetros que permitam sugerir um
tamanho de colméia racional que proporcionem os espaços necessários ao seu
desenvolvimento e produção. Foram coletadas informações de quarenta e uma famílias
alojadas em cortiços horizontais nos municípios de Timon (MA), Teresina (PI), Batalha
(PI), Parnaíba (PI) e Ilha Grande (PI), entre maio de 2006 a fevereiro de 2007. No
estudo da bionomia do ninho se observou três aspectos de sua construção: a cavidade
total dos cortiços, a parte da cavidade utilizada pelas abelhas e a caracterização do ninho
propriamente dito. A descrição da arquitetura dos ninhos da abelha Tiúba em cortiços,
mostra enxames medianos, que necessitam de cavidades em torno de 8,3 litros, dos
quais aproximadamente 40% é ocupado com as crias. Os resultados obtidos permitem
21
estabelecer estimativas de medidas para colméias racionais a partir das necessidades
observadas nos cortiços estudados.
PALAVRAS-CHAVE: Tiúba, cortiços, Meliponicultura
ABSTRACT:
It was aimed to provide the description of the architecture and the
structures of the nest of the slums of the tiúba bee hives, seeking to establish parameters
that allow to suggest a size of rational beehive that provide the necessary spaces to its
development and production. Information of forty one a families were collected put up
at horizontal slums in the municipalityes districts of Timon (MA), Teresina (PI), it
Batalha (PI), Parnaíba (PI) and Ilha Grande (PI), between May of 2006 to February of
2007. In the study of the bionomia of the nest it was observed three aspects of its
construction: the total cavity of the colonies, the part of the cavity used by the bees is
the characterization of the nest. The description of the architecture of the nests of the
Tiúba bee in colonies, shows medium swarms, that need cavities around 8,3 liters, of
the which approximately 40% are full of worm. The obtained results allow to establish
estimates of measures for rational beehives starting from the needs observed at the
studied slums.
KEY- WORD: Tiúba, slums, Meliponiculture
INTRODUÇÃO
22
A localização geográfica do Estado do Piauí na região Meio-Norte do
país, uma área econtonal, e o seu formato alongado, possibilita em seu território a
presença de uma grande diversidade de espécies de abelhas. Dentre as quais se destacam
os meliponídeos, também conhecidas como abelhas indígenas sem ferrão.
Estas abelhas são importantes agentes polinizadores e estão normalmente
localizadas em ninhos naturais, nas matas, contudo é possível encontrar algumas
espécies sendo criadas de forma rústica e/ou racional, por pessoas cujos interesses na
criação destas abelhas vão desde a simples curiosidade e o espírito conservacionista até
o de comercialização do ninho e de seus produtos.
Das espécies de meliponídeos criadas a tiúba (Melipona compressipes
fasciculata) é uma das preferidas dos criadores da região Meio-Norte devido a sua
rusticidade, boa desenvoltura as condições climáticas da região e ao potencial de
produção das suas colméias.
Na natureza, as tiúba constroem seus ninhos em ocos de árvores, sendo a
entrada da colméia feita de uma mistura de barro e resina. O ninho é formado por um
conjunto de favos horizontais, utilizados para criação da prole, um invólucro que
protege este ninho, um conjunto de potes de mel e de pólen, em geral fora do invólucro,
com algumas pequenas bolas grudentas de resina aderentes aos favos ou invólucros para
defesa, estando acima e abaixo os batumes de barro e resina que marcam os limites
superior e inferior do oco ocupado (KERR, CARVALHO, NASCIMENTO, 1996).
A criação destas abelhas se dá, ou em cortiços naturais, ou em caixas
adaptadas, de tamanhos e formas diversas. A ocorrência da diversidade de colméias nos
meliponários está diretamente relacionada à falta de pesquisas sobre a bionomia dos
ninhos e consequentemente desconhecimento do espaço necessário ao pleno
desenvolvimento dos enxames. É possível se encontrar desde colméias muito grandes,
23
com volumes internos desproporcionais ao ninho, onde apenas parte do volume é
utilizado pela abelha, até colméias pequenas que restringem o crescimento e
desenvolvimento da colônia.
Este estudo tem como objetivo proporcionar uma descrição dos ninhos
construídos em cortiços, visando estabelecer parâmetros sobre sua arquitetura e
estrutura, como subsídio a construção de colméias racionais para a exploração da
criação das Tiúbas.
MATERIAL E MÉTODOS
Considerando que a forma mais usual de criação das Tiúbas na região é
em cortiços e que ele é a forma mais próxima das condições naturais de ninho silvestres,
optou-se por estudar a arquitetura dos ninhos com base nas famílias aí alojadas. Ao todo
foram coletadas informações de quarenta e uma famílias alojadas em cortiços
horizontais de diferentes espécies vegetais.
Os dados de descrição do ninho foram coletados em cortiços localizados
nas zonas rurais dos municípios de Timon (MA), Teresina (PI), Batalha (PI), Parnaíba
(PI) e Ilha Grande (PI), entre maio de 2006 a fevereiro de 2007.
No estudo da bionomia do ninho se observou três aspectos de sua
construção: a cavidade total dos cortiços, a parte da cavidade utilizada pelas abelhas e a
caracterização do ninho propriamente dito, onde foram mensurados os parâmetros
relativos a cria e ao alimento.
Os parâmetros utilizados na caracterização da cavidade foram: diâmetro
interno (cm), espessura da madeira (cm), comprimento interno disponível (cm),
comprimento interno utilizado (cm) e volume da cavidade utilizada (l)
24
Para caracterizar o uso da cavidade dos ninhos pela cria foram medidos:
espaço ocupado pela cria (l), largura média ocupada pelo ninho (cm), comprimento
ocupado pelo ninho (cm), número de discos, largura dos discos de cria (cm),
comprimento dos discos de cria (cm), altura do pilar que divide o s discos de cria (cm) e
altura da célula de cria (cm).
A caracterização dos parâmetros relacionados à área de alimento foram
realizadas com base nas seguintes medidas: espaço ocupado por alimento (l), largura
ocupada com alimento (cm), comprimento ocupado com alimento (cm), espaço ocupado
por potes de mel (l), largura ocupada com potes de mel (cm), comprimento ocupado por
potes de mel (cm), espaço ocupado por potes de pólen (l), largura ocupada com potes de
pólen (cm) e comprimento ocupado por potes de pólen.
Os potes de mel e pólen da área de alimento foram caracterizados pela
medida dos parâmetros: altura, diâmetro e volume dos potes de mel; altura, diâmetro e
peso do pólen contido nos potes. Foram mensurados apenas os potes que se
encontravam completamente fechados.
Os ninhos foram abertos com auxílio de machado, moto-serra, marretas e
cunhas de diversos tamanhos. As medidas relativas à cavidade do oco foram realizadas
com fita métrica. Os favos de cria e a área de alimento foi mensurada com auxilio de
régua milimétrica e as medidas dos potes de mel e pólen foram realizadas com auxílio
de paquímetro digital.
O volume dos potes de mel foi medido com seringa de 20 ml e os pesos
do pólen fresco, verificados com auxílio de balança analítica.
As colônias foram transferidas para caixas racionais modelo Fernando
Oliveira INPA, compostas de ninho e sobrenhinho, com dimensões 16 x 16 x 10 e
18,0 x 18,0 x 10,0 cm. Na transferência das colônias para as caixas racionais, foram
25
colocados somente os discos de cria, se descartando os potes de alimento para evitar o
ataque de forídeos (dípteras).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A entrada dos cortiços da abelha tiúba é construída de uma mistura de
barro e resina, geralmente circular, pouco pronunciado e possuindo ranhuras
concêntricas que facilitam o reconhecimento do ninho pelas operárias campeiras.
Observou-se que a entrada tende a ser mais pronunciada quanto maior for à população
do enxame e na disponibilidade de barro. A entrada esta sempre guardada por uma
abelha-guarda, que se afasta da entrada durante a saída ou chegada de uma abelha
irmã.
KERR (1996) descreve a entrada da colméia de M. fasciculata como
sendo feita de barro misturada com resina, com algumas protuberâncias e pode caber de
uma a três abelhas.
A forma da entrada varia bastante de espécie para espécie e tem função
na orientação das abelhas e defesa do ninho (CAMPOS, 1987; KERR, CARVALHO,
NASCIMENTO, 1996; CAMPOS E PERUQUETTI, 1999). Entretanto, observa-se uma
pequena variação na expressão desta característica até mesmo dentro da mesma espécie,
tendo-se famílias com grande habilidade na construção de suas entradas, ficando estas
bem caracterizadas, e outras onde a construção é pouco trabalhada.
Na tabela 01 encontram-se os valores dos parâmetros estudados na
caracterização do oco dos cortiços, a saber: diâmetro da cavidade, espessura da madeira,
comprimento interno disponível, comprimento interno utilizado e volume da cavidade
utilizada.
26
TABELA 1. Caracterização do espaço existente nos cortiços analisados da abelha Tiúba
(Melipona compressipes fasciculata Smith)
PARÂMETROS UNIDADE VARIAÇÃO MÉDIA+dp
Diâmetro interno (cm) Cortiço 41 09 – 20 14,3 + 3,0
Espessura da madeira (cm) Cortiço 24 2 – 8 4,2 + 0,7
Comprimento interno
disponível (cm)*
Cortiço 41 30 – 175 75,4 + 11,3
Comprimento interno
utilizado (cm)
Cortiço 41 22 – 92 49,6 + 19,1
Volume da cavidade
utilizada (l)
Cortiço 41 1,9 – 20 8,3 + 4,8
* Área medida do batume esquerdo ao direito.
O valor médio encontrado para o diâmetro interno foi de 14,3+3,0, com
variação de 9,0 a 20,0 cm em 41 observações. A espessura da madeira mensurada dos
ocos variou entre 2,0 a 8,0cm, obtendo 4,2+0,7 cm na média diante de 24 observados.
Esta variação é encontrada, devido ao uso de diferentes espécies vegetais, cortadas em
estágios de desenvolvimento diversos.
O comprimento disponível dentro da cavidade do oco variou de 30,0 a
175,0cm, sendo mensurado pelo comprimento interno, medindo-se do batume esquerdo
ao direito, obtendo-se média de 75,4cm, porém o espaço ocupado pela família, variou
apenas e 22,0 a 92,0cm, com média de 49,6 nos 41 cortiços avaliados.
27
Contudo, ao se dividir a variação da cavidade ocupada em três classes
(Figura 01), observou-se que 54% dos cortiços ocupavam de 46,0 a 70,0 cm, sendo
estas famílias localizadas nas micro-regiões rurais dos municípios de Teresina-PI,
Timon-MA e Ilha Grande-PI, onde existia presença de florada abundante na época de
abertura dos cortiços.
No intervalo entre 22 e 45 cm de ocupação encontram-se 39% das
famílias, estando elas alojadas em áreas com escassos recursos florais. Das famílias
pesquisadas, somente 7% utilizaram o espaço de 71 a 95 cm, devido ao fato de estarem
alojadas em cortiços com apenas 10 cm de diâmetro e por constituírem ocos
relativamente estreitos e compridos.
39%
54%
7%
22 - 45
46 - 70
70 - 95
Figura 01: Porcentagem de famílias quanto ao comprimento utilizado dentro dos
cortiços.
Quando se observa o volume utilizado pelas abelhas no oco (Tabela 1),
constata-se que ele foi em média 8,3+4,8 l e variou de 1,9 a 20,0 litros.
Ao se separar essa variação por classe, observa-se que 41% (Figura 2)
das famílias ocupavam um espaço de 5,1 a 10 l. Novamente os cortiços com maior
volume de ocupação encontravam-se nas regiões rurais dos municípios de Teresina-PI,
Timon-MA e Ilha Grande-PI, onde existia presença de florada abundante na época de
abertura dos cortiços.
28
Figura 02: Porcentagem de famílias com relação ao volume ocupado.
KERR (1996) observou que no estado do Maranhão, a tiúba ocupava
ocos que vão desde 6,5 a 24 litros de volume, com diâmetro da cavidade variando entre
12 e 20 cm e comprimento de 60 a 80 cm.
Porém para a espécie Melipona mandacaia, o volume médio de cavidade
encontrado foi de 1,59 litros. Observou-se os valores médios de comprimento em 115,0,
diâmetro da cavidade de 7,1 e espessura da madeira 6,8 cm.
Em estudo de bionomia de ninho em Melipona asilvai realizados por
SOUZA (2003), o volume médio da cavidade utilizada dentro do cortiço foi 2,73 litros.
O valor médio do diâmetro foi de 6,7cm, da espessura da madeira 6,7cm e comprimento
da cavidade de 96,0 cm.
Percebe-se que mesmo tratando-se de abelhas do mesmo gênero existe
uma variação nas medidas relativas ao tamanho da cavidade necessária ao
desenvolvimento do ninho, isto ocorre devido ao tamanho da abelha, formato do ninho e
região em que se encontram (ASSIS, 2001; KERR, 1996; KERR, CARVALHO,
NASCIMENTO, 1996).
Os parâmetros e valores avaliados dos cortiços com relação à área de cria
encontram-se na Tabela 02.
Volume ocupado
27%
41%
22%
10%
1,9 –
5l
5,1 – 10l
10,1 – 15l
15,1 – 20l
29
TABELA 02. Caracterização dos espaços ocupados pela cria nos cortiços da abelha
Tiúba (Melipona compressipes fasciculata)
PARÂMETROS UND VARIAÇÃO MÉDIA
Espaço ocupado por cria (l) COR 41 0,6 – 6,8 3,0 + 1,7
Largura ocupada pelo ninho (cm)* COR 41 5,5 – 17 11,4 + 3,8
Comprimento ocupado pelo ninho
(cm)*
COR 41 5 – 35 18,9 + 6,7
Número de discos de cria COR 41 4 – 11 6,6 + 1,4
Largura dos discos de cria (cm) FAV 237 1,5 – 17 7,4 + 4,9
Comprimento dos discos de cria (cm) FAV 237 2 – 29 11,2 + 3,5
Discos de cria + invólucro
COR = Cortiço/ FAV = Favo
Dentro do espaço ocupado pelo ninho, a área de cria ocupou volume
médio de 3,0 litros, variando entre 0,6 e 6,8 litros. Onde no momento da divisão por
classe se observa maior concentração de áreas de cria ocupando volume entre 2,1 e 3,5
litros (Figura 03).
Figura 03: Porcentagem da ocupação de famílias com relação ao volume
Porcentagem de área do cortiço ocupada por volume de cria
28%
39%
18%
15%
0,6 - 2
2,1 - 3,5
3,6 - 5,0
5,1 - 6,8
30
Na cavidade do cortiço o comprimento médio foi de 11,4 cm, com
variação entre 5,0 e 35,0 cm. A largura média foi de 18,9 cm, variando entre 5,5 a
17,0cm. Observou-se que em 39% dos casos ela foi de 2,1 a 3,5 litros (Figura 05).
O número de discos de cria por colônia variou de 4 a 11 unidades e a
média foi de aproximadamente 6,0, estando eles sobrepostos verticalmente, sendo a
separação entre favos feita por pilares de cera, que mediram em média 0,5 cm. A largura
média encontrada dos discos foi 7,4 cm, variando entre 1,5 a 17,0 cm. O comprimento
foi em média 11,2 cm, variando de 2,0 a 29,0 cm.
As medidas de largura e comprimento dos favos podem ter sido
influenciadas pela área da cavidade do cortiço, na medida em que estas abelhas
constroem e destroem os seus favos em função do uso, mas sempre tendo como
limitação o espaço disponível. Ao se separar por classes as variações observadas para
largura e comprimento (Figuras 04 e 05) constata-se que 38% e 24% dos favos possuem
suas medidas dentro das classes que variam de 3,1 a 6,0 cm e 5,1 a 10,0 cm para largura
e comprimento respectivamente. O que evidencia que favos com largura superior a 12,0
cm e comprimento maior que 20,0 cm são raros nas colônias de Tiúba.
9%
38%
24%
16%
13%
1,5 - 3,0
3,1 - 6,0
6,1 - 9,0
9,1 - 12,0
12,1 ou +
Figura 04: Porcentagem de favos quanto à largura (cm).
31
9%
38%
24%
16%
13%
1,5 - 3,0
3,1 - 6,0
6,1 - 9,0
9,1 - 12,0
12,1 ou +
Figura 05: Porcentagem de favos quanto ao comprimento (cm).
Dados semelhantes foram encontrados em M. mandacaia, onde o espaço
ocupado pela cria variou de 9,0 a 22,0 cm de comprimento. O número avaliado de
favos/cortiço em média foi 6,13 e estes atingiram comprimento médio de 6,3 e largura
média de 5,7 (ALVES, 2007). SOUZA 2003, trabalhando com Melipona asilvai,
constatou que a área de cria variou entre 12,0 e 16,0cm de comprimento onde os favos
de cria tiveram média de 5,55 por colônia e com variação de largura entre 1,13 a 7,20cm
e comprimento de 2,70 a 8,0 cm, com médias de 4,13 e 5,44 cm respectivamente.
Foram coletados dados relacionados à altura das células de cria, que
obtiveram média de 1,2 cm e contagem do número de células por colônia, com média de
3,8 células/cm². Onde se estima a média da população em células de cria nova e
nascente em 2.078,6 células. ALVES (2007), encontrou médias semelhantes para M.
mandacaia.
Na tabela 03 estão os dados relacionados à área ocupada por potes de
pólen e mel dentro dos cortiços.
TABELA 3. Caracterização dos espaços ocupados com alimentos nos cortiços da
abelha Tiúba (Melipona compressipes fasciculata)
32
PARÂMETROS UND VARIAÇ
ÃO
MÉDIA
Largura ocupada com alimento (cm) COR 39 5,5 – 20 11,6 + 1,4
Comprimento ocupado com alimento (cm) COR 39 10 – 57 30,7 + 12,7
Espaço ocupado por área de alimento (l) COR 39 0,8 – 12,2 4,9 + 3,1
Largura da área de mel (cm) COR 30 5 – 20 10,5 + 2,8
Comprimento da área de mel (cm) COR 30 5 – 35 17,8 + 11,3
Espaço ocupado com área de potes de mel
(l)
COR 30 0,8 – 7,2 2,8 + 4,1
Largura da área de pólen (cm) COR 33 5 – 18 10,2 + 1,4
Comprimento da área de pólen (cm) COR 33 3 – 47 15,3 + 3,5
Espaço ocupado com potes de pólen (l) COR 33 0,5 – 8,5 2,5 + 1,9
COR = Cortiço
O volume ocupado por alimento dentro dos cortiços correspondeu em
média a 4,9 litros, com variação de 0,8 a 12,2 litros. Contudo ao se separar por classes
esses parâmetros observa-se que a maior freqüência do volume ocupado nos ninhos está
ente 2,1 a 4,0 litros, 39% (Figura 06). Isto sugere que as áreas destinadas ao
armazenamento de alimento medindo 3 litros sejam adequadas às caixas racionais
submetidas a manejo técnico.
33
Volume de cortiço ocupado por potes de alimento (l)
10%
39%
15%
26%
10%
0,8 - 2
2,1 - 4,0
4,1 - 6
6,1 - 8
8,1
Figura 06: Porcentagem de potes de alimento quanto ao volume ocupado
A largura da área de alimento variou entre 5,5 a 20,0cm, com média de
11,0 cm, e o comprimento teve variação de 10,0 a 57,0cm, com média de 30,7cm.
A área compreendida por potes mel, teve largura média de 10,5cm,
variando entre 5,0 a 20,0 cm e comprimento médio de 17,8cm, variando entre 5,0 a 35,0
cm. o volume médio foi de 2,8 litros com variação de 0,8 a 7,2 litros. Como mostra
na figura 07, o espaço ocupado por mel em 77% das colônias avaliadas estava entre 0,8
a 3,9 litros.
Volume de cortiço ocupado com potes de mel (l)
44%
33%
13%
10%
0,8 - 1,9
2 - 3,9
4 - 5,9
6
Figura 07: Porcentagem de potes de mel quanto ao volume ocupado
A área contendo potes de pólen obteve largura média de 10,2 cm,
variando entre 5,0 a 18,0 cm e comprimento médio em 15,3 cm, variando entre 3,0 a
34
47,0 cm, com volume médio de 2,5 litros, variando entre 0,5 a 8,5 litros. Os dados
referentes à área de alimento podem conter grandes variações devido à dependência da
florada da região. A figura 08 demonstra que 79% dos cortiços encontraram-se na faixa
de 0,5 a 4,0 litros de ocupação da área de pólen.
Nesta espécie se observou a separação dos alimentos, sendo os potes de
mel construídos com freqüência de um lado do ninho e até mesmo abaixo deste, e potes
de pólen do outro lado do ninho. A partir dos volumes encontrados para área de
alimento podemos dimensionar melgueiras de colméias racionais para a abelha Tiúba.
Volume de cortiço ocupado com potes de pólen (l)
49%
30%
15%
6%
0,5 - 2
2,1 - 4
4,1 - 6
6
Figura 08: Porcentagem de potes de pólen quanto ao volume ocupado
Devido à grande variedade de espécies de meliponídeos, os méis podem
variar tanto na qualidade quanto na quantidade, pois algumas produzem mais de 5 litros
de mel anualmente, enquanto outras somente alguns decilitros (VELTHUIS, 1997;
CAMPOS 1987).
Em M. mandacaia o espaço ocupado por área de alimento em cortiço
obteve média de 64,0 cm, variando de 30,0 a 77,0 cm (ALVES, 2007), valores
semelhantes ao encontrado neste trabalho. Entretanto ALVES (2003) encontrou um
volume de área de alimento para T. fulviventris fulviventris de 0,2 a 0,7 litros, fator este
35
que pode ser explicado devido esta abelha ser de outra espécie e de outra tribo de
abelhas sem ferrão.
Na Tabela 4 foram mensurados altura e diâmetro dos potes. Volume, no
caso dos potes de mel e o peso no caso dos potes de pólen.
TABELA 4. Caracterização dos potes de mel e pólen encontrados nas áreas de alimento
dentro dos cortiços da abelha Tiúba (Melipona compressipes fasciculata)
PT = Potes
59
183
57
7
0
50
100
150
200
2 a 3 3,1 a 4 4,1 a 5 5
altura de potes (cm)
n
Figura 09: Número de potes de mel quanto à altura em cm.
A altura dos potes de mel variou de 2,0 a 5,6 cm, ficando com média de
3,7 cm. O diâmetro médio encontrado foi de 2,9 cm, com variação de 1,7 a 4,7 cm. O
PARÂMETROS UND VARIAÇÃO MÉDIA
Altura dos potes de mel (cm) PT 306 2 – 5,6 3,7 + 0,2
Diâmetro dos potes de mel (cm) PT 306 1,7 – 4,7 2,9 + 0,1
Volume dos potes de mel (ml) PT 210 6 – 29 15,8 + 6,3
Altura dos potes de pólen (cm) PT 206 1,9 – 5 3,5 + 0,1
Diâmetro dos potes de pólen (cm) PT 206 1,2 – 3,8 2,8 + 0,4
Peso dos potes de pólen (g) PT 196 5,6 – 25,6 14,1 + 0,1
36
volume obtido variou de 6 a 9 ml, com média de 15,8 ml. A figura 09 mostrou que a
faixa que compreende altura de 3,1 a 4,0 cm, abrangeu 183 potes de mel ou 60% do
total de potes avaliados.
Na figura 10 observa-se que 216 potes de mel (70%), estão na faixa que
compreende o diâmetro de 2,6 a 3,5 cm.
60
216
30
0
50
100
150
200
250
1,7 a 2,5 2,6 a 3,5 mais de3,6
diâmetro dos potes de mel (cm)
de potes
Figura 10: Número de potes de mel quanto ao diâmetro em cm.
o volume médio de mel foi de 15,8ml com variação de 6 a 29 ml. Na
separação por classes observa-se que 40% dos potes estão na faixa de volume que
variou de 11 a 15 ml e o correspondente a 27% , na faixa de variação de 16 a 20 ml
(Figura 11).
30
83
57
34
6
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
6 a 10 11 a 15 16 a 20 21 a 25 26 a 29
volume dos potes de mel (ml)
nº de potes
Figura 11: Número de potes de mel quanto ao volume do pote (ml)
37
No caso dos potes de pólen, a altura variou entre 1,9 a 5 cm, com média
de 3,5 cm e o diâmetro entre 1,2 a 3,8cm, com média de 2,8 cm. A figura 12 mostra que
151 potes de pólen ficaram na faixa que corresponde à altura de potes entre 3,1 a 4,0
cm.
35
151
20
0
20
40
60
80
100
120
140
160
1,9 a 3 3,1 a 4 4 ou +
altura do potes de pólen (cm)
nº de potes
Figura 12: Número de potes de pólen quanto à altura (cm)
A figura 13 mostra que 147 dos potes de pólen medidos estão na faixa
que compreende 2,1 a 3,0 cm de diâmetro, o que representa 71% do total.
2
147
57
0
20
40
60
80
100
120
140
160
1,2 a 2 2,1 a 3 3 ou +
dmetro dos potes de pólen (cm)
de potes
Figura 13: Nº de potes de pólen quanto ao diâmetro
O peso do pólen dos potes foi em média de 14,1 g por pote, variando
entre 5,6 e 25,6g. A figura 14 mostra a variação em classes, onde observa-se que o
intervalo de peso de 10,1 a 15 g é o de maior freqüência, com 103 ocorrências, o que
38
representa 52% do total.
23
103
60
10
0
20
40
60
80
100
120
5,6 a 10 10,1 a 15 15,1 a 20 20,1 ou +
peso dos potes de pólen (g)
nº de potes
Figura 14: Número de potes quanto ao peso (g)
De acordo com os resultados pode-se constatar que não existe diferença
entre as dimensões dos potes utilizados para mel e pólen na arquitetura dos ninhos de
Tiúba.
Segundo KERR (1996), em estudos com M. compressipes fasciculata,
foram encontrados potes de mel em cinco colônias que variaram de 9ml a 18ml, dados
semelhantes aos encontrados neste trabalho.
Os potes de alimento são construídos de cerume e possuem formato
ovalado, ficando fora do invólucro e ao redor da área de cria. Os alimentos mel e pólen
são armazenados em potes separados e a área de alimento depende da cavidade
disponível do oco (ALVES, 2007; CAMPOS E PERUQUETTI 1999; FREITAS 1999).
Os potes de mel de M. mandacaia tiveram altura e diâmetro médios de
2,7 e 2,5 cm respectivamente, com volume variou de 3,3 a 10,6 ml, com média de 6,4
ml. Os potes de pólen tiveram altura média de 3,0 e diâmetro médio de 2,4 cm, com o
peso variando entre 3,5 a 8,2 g, e média de 6,6 g (ALVES, 2007).
De acordo com SOUZA, 2003 a média da altura dos potes M. asilvai é
de 2,40 e diâmetro de 2,0 cm, com volume variando de 1,0 a 10,0 ml nos potes, sendo a
39
média de 4,1 ml. Os potes de pólen apresentaram altura e diâmetro médios de 2,6 e 2,2
cm respectivamente, e pesos de potes variando de 3,6 a 6,1 g, com média de 4,4 g.
Em Partamona musarum foram encontrados potes de mel e pólen, com
altura de 1,3 a 1,5cm e diâmetro de 1,2 a 1,3cm na parte inferior da cavidade (PEDRO E
CAMARGO, 2003). Para estes autores a diferença nos aspectos relacionados a área de
alimento pode ser explicada tanto pela diferença de espécies quanto pelo tamanho da
abelha e das necessidade da colônia..
CONCLUSÕES
Este trabalho nos proporcionou a descrição da arquitetura dos ninhos da
abelha Tiúba em cortiços, mostrando ser normalmente enxames medianos, com boa
capacidade de armazenamento e que necessitam de cavidades em torno de 8,3 litros, dos
quais aproximadamente 40% é ocupado com as crias e o restante utilizado com lamelas,
áreas vazias e armazenamento de alimento.
Os potes de mel e pólen apresentam medidas semelhantes,
aproximadamente 3,7cm de altura por 2,9cm de diâmetro, o que facilita a definição de
uma altura padrão para as melgueiras de caixas racionais para esta abelha.
Os resultados obtidos permitem estabelecer estimativas de medidas para
colméias racionais a partir das necessidades observadas nos cortiços estudados.
AGRADECIMENTOS
Ao CNPq pela concessão da bolsa de estudos.
40
A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia pela atenção,
compreensão e ensinamentos durante o estágio realizado na Instituição.
Aos Senhores Magno, Marlus, Osvaldo, Edvan e Flávio, que gentilmente
abriam as portas de seus meliponários para a realização deste estudo.
REFERENCIAS
ALVES, R. M. de O. et al. Arquitetura de ninho e aspectos bioecológicos de Trigona
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Universidade Federal da Bahia, Cruz das Almas, 2003.
VELTHUIS, H. Biologia das abelhas sem ferrão. São Paulo: Universidade de
Ultrecht, 1997. 33 p.
42
4. CAPITULO 2
COLMÉIA RACIONAL PARA TIÚBA (Melípona compressipes fasciculata)
RATIONAL HIVE FOR TIÚBA (Melípona compressipes fasciculata)
Eline Chaves de Abreu Almendra
III
, Darcet Costa Souza
IV
RESUMO:
Com o objetivo de contribuir na determinação de colméias cujas
dimensões sejam adequadas a criação da abelha Tiúba (Melipona compressipes
fasciculata), foram sugeridas dimensões de um modelo de caixa racional, tomando-se
como base o estudo da bionomia de ninho e necessidades de espaço desta abelha
observado por ALMENDRA e SOUZA (2007). Foram feitas algumas estimativas das
necessidades de espaço para uma caixa racional que pudesse se adequar às exigências
destas abelhas. Considerando que o modelo INPA tem boa aceitação por parte dos
meliponicultores em função da facilidade no manejo que proporciona optou-se por
buscar as dimensões adequadas a criação de Tiúba nesta colméia. A partir destas
observações verificou-se que as colméias para abelha Tiúba devem possuir uma
cavidade com volume total de aproximadamente 9,6 litros, sendo este dividido em
ninho e sobreninho com volume de 6,4 litros, nas medidas de 18 x 18 x 10 cm, e duas
melgueiras com volume de 3,2 litros, nas dimensões de 18 x 18 x 5 cm,
PALAVRAS-CHAVE: abelha sem ferrão, caixa racional, Meliponicultura
III
Pós – Graduanda do Curso de Mestrado em Ciência Animal da Universidade Federal do Piauí. E-mail:
agroeline@yahoo.com.br
IV
Professor Doutor do Curso de Pós-Graduação em Ciência Animal da UFPI. e-mail:
darcet@terra.com.br
43
ABSTRACT:
With the objective of contributing in the determination of beehives
whose dimensions are appropriate for creation of the Tiúba bee (Melipona compressipes
fasciculata), suggested dimensions of a model of rational box were suggested, being
taken as base, the study of the nest bionomia and the needs of space of this bee observed
by ALMENDRA and SOUZA (2007). some estimates were made of the space needs for
a rational box that could be adapted to the demands of these bees. Considering that the
model INPA has good acceptance on the part of the meliponicultores in function of the
easiness in the handling that provides. I was opted to look for the adapted dimensions to
the creation of Tiúba in this beehive. From these observations it was verified that the
beehives for Tiúba bee should have a cavity with total volume of approximately 9,6
liters, being this one divided in nest and sobreninho with volume of 6,4 liters, in the
measures of 18 x 18 x 10 cm, and two melgueiras with volume of 3,2 liters, in the
dimensions of 18 x 18 x 5 cm,
KEY-WORD: stingless bees, rational beehive, Meliponiculture
INTRODUÇÃO
O convívio entre o homem e as abelhas sem ferrão no Brasil, vêm desde
o período pré-colonial, os indígenas abriam janelas nos troncos de árvores que possuíam
famílias de abelhas alojadas e retiravam o mel e pólen, que utilizavam para alimentação,
e além desses, coletavam a cera para confecção de objetos de caça e impermeabilização
de cestos (KERR, 1995 APUD POR AIDAR, 1996).
44
O homem visando à comodidade começou a transferir as famílias das
abelhas sem ferrão alojadas em árvores para cortiços e os colocava nos beirais de suas
residências, estes eram abertos somente para a coleta de produtos (mel e pólen).
A maioria destes cortiços permanecia anos na família criadora de
abelhas, KERR (1996), trabalhou no Maranhão em estudos de biologia e encontrou uma
média de sessenta cortiços por criador.
A partir de trabalhos e pesquisas sobre as abelhas indígenas, vem se
desenvolvendo técnicas que auxiliam a criação e manutenção dessas abelhas com mais
eficiência (AIDAR, 1996), e uma delas é a busca por uma colméia racional que
possibilite atender as necessidades do homem do campo e proporcionar manejo fácil e
eficiente das Melíponas.
As colméias racionais proporcionam melhor aproveitamento e
facilidades nas coletas dos produtos elaborados pelas abelhas, sem danificar os favos de
cria e comprometer o desenvolvimento das colônias (AIDAR, 1996).
Existem vários modelos de colméias racionais idealizados para a
meliponicultura. Contudo nenhum deles conseguiu se tornar um padrão nacional. Nos
meliponários se encontram desde formas primitivas, como troncos de árvores
transformados em cortiços, até modelos mais complexos para observação da dinâmica
interna da colônia (SAKAGAMI, 1966 apud por NOGUEIRA-NETO, 1997)).
O tipo de colméia deve ser analisado para cada espécie, pois entre os
meliponídeos há uma grande variabilidade de tamanho, comportamento e adaptabilidade
ao ambiente (KERR et al, 1996). A madeira para a construção das caixas racionais deve
ser resistente às condições climáticas, leve, sem odores, pouco preferida pelos cupins e
não devem ser tratadas por produtos químicos (CARVALHO et al, 2003).
45
Entre os modelos de colméias racionais existentes e utilizados podemos
citar: Baiana ou Nordestina, Isis, Maria, Uberlândia, Paulo Nogueira Neto-97 e
Fernando Olivera e Kerr-INPA.
O modelo INPA atualmente tem sido o mais indicado, não por apenas
facilitar a divisão das colônias, mas também por ajudar no seu manejo (CARVALHO et
al, 2003). Constitui-se de lixeira, ninho, sobreninho, melgueira e tampa. Onde a
principal característica está no sobreninho, que possui um losango na base
possibilitando a divisão da família sem destruição dos discos (CARVALHO et al,
2005).
Com o objetivo de contribuir na determinação de colméias cujas
dimensões sejam adequadas a criação da abelha Tiuba (Melipona compressipes
fasciculata), foram sugeridas dimensões de um modelo de caixa racional, com base nas
necessidades de espaço observado por ALMENDRA e SOUZA (2007).
MATERIAL E MÉTODOS
Tomando-se como base o estudo de bionomia do ninho das abelhas
tiúbas realizado por ALMENDRA e SOUZA (2007), foram feitas algumas estimativas
das necessidades de espaço para uma colméia que pudesse se adequar às exigências
destas abelhas. Para isso foi montada uma tabela com os valores estimados das
necessidades das abelhas, a partir da qual se chegou a uma estimativa da dimensão da
colméia para Tiúba.
Considerando que o modelo INPA tem boa aceitação por parte dos
meliponicultores em função da facilidade no manejo que proporciona optou-se por
buscar as dimensões adequadas a criação de Tiúba nesta colméia.
46
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O quadro1 mostra os dados relacionados a média e desvio padão, obtidos
na avaliação de cortiços com a descrição da arquitetura de ninho (ALMENDRA e
SOUZA, 2007).
QUADRO 1. Parâmetros considerados e dimensão proposta para colméia racional de
Melipona compressipes fasciculata.
Parâmetros
Considerados *
Média + dp Necessidade
da abelha
Dimensão proposta
Volume de cria 3,0 + 1,7 4,2
Largura dos favos 7,4 + 4,9 10,0
Comprimento dos
favos
11,2+3,5 15,0
Altura dos favos 1,2+0,01 -
Altura do pilar 0,5+0,007 -
Nº de favos/colônia 6,6 + 1,4 8
Nº de células/cm² 3,81+0,14 -
Nº de células/colônia 2.078,6 3.000
ÁREA DE CRIA
Espessura da madeira 4,2+0,7 2,0
Medidas do Ninho
18x18x10 cm
Espessura da madeira
2,5 cm
Composição da
colméia: ninho +
sobre-ninho
Volume total para área
de cria 6,48 l
Possibilidade de favos
10 (10x10cm)
Possibilidade de
3.800 células de cria
Volume total 4,9 + 3,1 5
Altura dos potes 3,7 + 0,2 4
Diâmetro dos potes 2,9 + 0,1 3
ÁREA DE ALIMENTO
Nº de potes/colônia 39,9+6,3
Medidas do melgueira
18x18x5 cm
Espessura da madeira
2,5 cm
Volume total para área
de alimento 3,2 l
Composição da
colméia: 2 melgueiras
Possibilidade de potes
25 (15x15cm) por
melgueira
50 potes por colméia
* Valores médios
47
A partir destas observações verificou-se que as colméias para abelha
Tiúba devem possuir uma cavidade com volume total de aproximadamente 9,6 litros,
sendo este dividido em ninho e sobreninho com volume de 6,4 litros, nas medidas de 18
x 18 x 10 cm, e duas melgueiras com volume de 3,2 litros, nas dimensões de 18 x 18 x 5
cm, como mostra Figura I.
Figura I. Modelo e dimensões sugeridas no trabalho
As dimensões sugeridas para a colméia são próximas das utilizadas nas
caixas de transferência se mostrando adequado ao desenvolvimento. O volume de ninho
e sobreninho com área maior que a área de cria normalmente utilizada é devido à
construção de potes de alimento por parte das abelhas embaixo da área de cria.
De acordo com KERR (1996) as famílias de Tiúba devem ser
transferidas para colméias que possuam o dobro do volume encontrado. Porém esta
48
característica não se apresenta nas famílias estudadas, tendo em vista que 12 famílias
foram alojadas em caixas rústicas, com divisória de ninho e área de alimento e volume
de cavidade de 20 l. Estas abelhas tiveram um desenvolvimento muito lento, pouco
armazenamento de alimento, desprendendo de energia para construção de invólucros
visando manter a temperatura das crias.
CONCLUSÕES
O modelo Fernando Oliveira e Kerr-INPA, com os reajustes de
dimensões adaptou-se de forma satisfatória as colônias proporcionando facilidade de
divisão e manejo das colméias sem prejudicar os discos de cria. Além de proporcionar
facilidade da coleta dos produtos das abelhas.
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(Mestrado em Ciências Agrárias)-Programa de Pós-Graduação em Ciências Agrárias,
Universidade Federal da Bahia, Cruz das Almas, 2003.
50
5. Considerações Finais
O modelo de colméia Fernando Oliveira e Kerr-INPA, com
dimensões 18 x 18 x 10 cm para ninho e sobreninho e 18 x 18 x 5 cm para
melgueira é o sugerido para Melípona compressipes fasciculata, após o estudo
da arquitetura de ninho, adaptando-se satisfatoriamente as colônias.
51
6. Referencias bibliográficas
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55
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