17
tratamento, sendo que, durante o ano de 2003, aproximadamente 500.000 novos
casos foram detectados em nível global (OMS, 2005). Apesar disso, a hanseníase
ainda é considerada um grave problema de saúde pública, por seu potencial
incapacitante e por ser uma doença contagiosa (BRASIL, 2002).
Em 1991, durante a 44ª Assembléia Mundial de Saúde, estabeleceu-se, como
estratégia, a eliminação da hanseníase como problema de saúde pública até o final
do ano 2000, definindo como indicador de eliminação um coeficiente de prevalência
de menos de um caso por 10.000 habitantes (WHO, 1991). Partindo-se do
pressuposto de que as pessoas com hanseníase seriam as únicas fontes de
infecção, tal estratégia seria realmente factível (WHO, 1997).
Assim, a detecção e o tratamento precoces são considerados elementos
básicos para a eliminação da doença, tendo em vista que, quando detectada
precocemente e iniciado o tratamento, a sua transmissibilidade pára (OMS, 2005).
Do total de 122 países considerados endêmicos, em 1985, 107 haviam atingido a
meta de eliminação (WHO, 2001). Grandes progressos foram alcançados desde
1985. Entre 1985 e o início de 2005, mais de 14 milhões de casos de hanseníase
foram diagnosticados em todo o mundo e completaram um curso de
poliquimioterapia, com muito poucas notificações de recidiva (OMS, 2005). No
entanto, o Brasil ainda é o segundo do mundo em número de casos. São nove
países onde a prevalência de casos de hanseníase registrados para tratamento
ainda está acima da meta de eliminação de 1 em cada 10.000 habitantes, de acordo
com as informações disponíveis mais recentes. Juntos, esses países representam
aproximadamente 88% dos novos casos detectados durante o ano de 2003, e 84%
dos casos registrados no início de 2004. Nessa relação estão: Angola, Brasil,
República Central Africana, República Democrática do Congo, Índia, Madagascar,
Moçambique, Nepal e República Unida da Tanzânia (OMS, 2005).
Em 2005, no Brasil, foram detectados 38.410 novos casos de hanseníase,
sendo o país que mais detectou nas Américas e apresentou uma prevalência de
1.59/10.000 habitantes, o que também foi a maior do Continente (WHO, 2007). A
região Norte figura como a que mais apresenta casos. O Rio Grande do Norte
posiciona-se como uma ilha entre os Estados da Paraíba e Ceará, que apresentam
maior taxa de prevalência (NOBRE et al, 2005). Atualmente, o Rio Grande do Norte
é considerado um Estado que conseguiu a eliminação da doença. Isso significa que