Para superar a concepção da integração, almeja-se o paradigma da inclusão, em que
não mais o indivíduo portador de necessidades especiais deve adaptar-se à sociedade,
buscando uma cura ou simplesmente se acomodando por sua condição. Na inclusão, é a
sociedade que deve se adaptar aos cidadãos, como diz Sassaki:
A sociedade torna-se um lugar viável para a convivência entre todas as pessoas, de
todos os tipos e condições na execução de seus direitos, necessidades e
potencialidades. Nesse sentido, os adeptos e defensores da inclusão, chamados de
inclusivistas, estão trabalhando para mudar a sociedade, a estrutura dos seus
sistemas sociais comuns, suas atitudes, os seus produtos e bens, a sua tecnologia, em
todos os aspectos: educação, trabalhos, saúde, lazer, mídia, cultura, esporte, turismo,
transporte, etc. (1997, p.41)
Nota-se que a configuração ideal desse paradigma é muito difícil. É complicado
mudar comportamentos já estruturados, mas, sem essa atitude, a sociedade vai continuar
medíocre e egoísta, que valoriza apenas os perfeitos. Uma questão que se apresenta é: será
que a sociedade está preparada para receber o deficiente em seus sistemas sociais comuns,
como no turismo, por exemplo? O principal passo que a sociedade pode dar é na organização
de ações concretas e efetivas que visem a amenizar as barreiras que limitam à inclusão social
dos portadores de necessidades especiais aos diferentes sistemas sociais.
Ainda no modelo social vigente, Sassaki relata que,
pelo modelo social da deficiência, os problemas da pessoa com necessidades
especiais não estão nela tanto quanto estão na sociedade. Assim, a sociedade é
chamada a ver que ela cria problemas para as pessoas portadoras de necessidades
especiais, causando-lhes incapacidades (ou desvantagem) no desempenho de papéis
sociais em virtude de: seus ambientes restritivos, suas políticas discriminatórias e
suas atitudes preconceituosas que rejeitam a minoria e todas as formas de diferenças,
seus discutíveis padrões de normalidade, seus objetos e outros bens inacessíveis do
ponto de vista físico, seus pré-requisitos atingíveis apenas pela maioria
aparentemente homogênea, sua quase total desinformação sobre necessidades
especiais e sobre direitos das pessoas que têm essas necessidades, suas práticas
discriminatórias em muitos setores da atividade humana. (1997, p. 41)
Por esse modelo de visão social ao portador de necessidades especiais, em uma
sociedade que se caracteriza como pós-moderna, é paradoxal manter um pensamento
discriminatório e com valores ultrapassados. A partir do momento em que a sociedade acolher
o deficiente, como ser integrante e com direitos, a formação dos estigmas poderá, inclusive,
ser amenizada.
Estigmatizada é toda pessoa considerada fora das normas e das regras estabelecidas.
Ribas (1998, p. 16) destaca que é importante perceber que o estigma não está na pessoa
deficiente, mas nos valores determinados pela sociedade. Complementando, Goffman (1982
apud SILVA 2002, p. 26) diz que a pessoa estigmatizada sente aquilo que dizem dela,