dos Saberes; Livro de Registro das Celebrações; Livro de Registro das Formas
de Expressão; e Livro de Registro dos Lugares.
A partir daí, passou-se a considerar também os bens materiais e todo o
patrimônio imaterial (saberes e fazeres), também como as manifestações das
camadas populares. Nessa direção, conforme Barretto (2000), a noção de
patrimônio cultural engloba tanto os bens tangíveis (materiais) como os
intangíveis (imateriais); abarcando desde as manifestações artísticas até os
saberes-fazeres produzidos historicamente pelo homem, incluindo-se aí, os
modos de vida, as relações humanas e de produção, as representações do
passado e do presente, a ciência, a sabedoria popular, a história, os usos e
costumes.
Ainda segundo a mesma autora, na atualidade existe um consenso de
que patrimônio cultural inclui não somente os bens tangíveis, mas, também, os
intangíveis, não só as manifestações artísticas, e sim, todo o fazer humano,
representando a cultura de todas as classes sociais. Não é apenas o edificado
que possui valor histórico, mas também o conjunto de utensílios, hábitos, usos
e costumes, crenças e forma diária de viver de todas as pessoas que
constituem a sociedade. (BARRETTO, 2000, p. 11)
A noção de patrimônio cultural, antes circunscrita à categoria de arte, no
caso do Brasil, a arquitetura colonial brasileira - associada à alta cultura,
expandiu-se. Atualmente, diferentes formas de “cultura popular” são
consideradas como bens e valorizadas como parte da vida cotidiana e como
forma de expressão de diferentes segmentos da sociedade brasileira
(GONÇALVES, 1996). A língua, as atitudes, as crenças, as tradições, os
prédios, as obras de arte, o artesanato, os monumentos, os sítios históricos, os
documentos, os rituais, as festas populares, as religiões, os esportes são
patrimônio cultural. São considerados bens culturais tangíveis e intangíveis que
retratam a identidade e a memória da comunidade e que representam todos os
segmentos que compuseram e compõem a sociedade.
Sendo assim, considera-se hoje, também a cultura dos menos
favorecidos e não apenas aquilo que é representativo das elites. Desde então,
pode-se constituir como possíveis componentes do acervo patrimonial,
conforme Azevedo (1998) todos os tipos de assentamentos humanos ou de
ocupação territorial, que sejam representativos de uma cultura ou mais e até