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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE RIBEIRÃO PRETO
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIA
GISELE STRAATMANN
A utilização do paradigma de equivalência de estímulos
para modificar a preferência alimentar
Ribeirão Preto
2008
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GISELE STRAATMANN
A utilização do paradigma de equivalência de estímulos
para modificar a preferência alimentar
Dissertação apresentada à Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto,
como parte das exigências para obtenção do
título de Mestre em Ciências, área de
Psicobiologia.
Orientador: Prof. Dr. Sebastião de Sousa
Almeida
Ribeirão Preto
2008
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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA
FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
FICHA CATALOGRÁFICA
Straatmann, Gisele
A utilização do paradigma de equivalência de estímulos para
modificar a preferência alimentar. Ribeirão Preto, 2008.
106 p. : il. ; 30cm
Dissertação de Mestrado, apresentada à Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Ribeirão Preto/USP. Área de concentração:
Psicobiologia.
Orientador: Almeida, Sebastião de Sousa.
1. Equivalência de estímulos. 2. Transferência de função. 3.
Expressões faciais. 4. Preferência alimentar.
FOLHA DE APROVAÇÃO
Gisele Straatmann
“A utilização do paradigma de equivalência de estímulos para modificar a preferência
alimentar”
Dissertação apresentada à Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP, como
parte das exigências para a obtenção do título de
Mestre em Ciências. Área: Psicobiologia.
Aprovada em: _____ /_____ /_____
Banca Examinadora
Prof (a). Dr (a)._______________________________________________________________
Instituição: __________________________________________________________________
Assinatura: _________________________________________________________________
Prof (a). Dr (a)._______________________________________________________________
Instituição: __________________________________________________________________
Assinatura: _________________________________________________________________
Prof (a). Dr (a)._______________________________________________________________
Instituição: __________________________________________________________________
Assinatura: _________________________________________________________________
Aos meus pais, Gilberto e Dinalva, e ao meu irmão, Jeferson, pelo exemplo, carinho,
confiança e estímulo; sobretudo pelo apoio e incentivo constantes. Amo vocês e este amor
sustenta meus sonhos, buscas e esperanças!
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Sebastião de Sousa Almeida, pela franca acolhida, pelo interesse,
confiança, carinho e respeito, pela orientação deste trabalho, pelos ensinamentos
compartilhados e pelo incentivo de seguir em frente na carreira acadêmica.
Ao Prof. Dr. Júlio César Coelho de Rose, pela co-orientação no mestrado e apoio na
realização da pesquisa. Muito obrigada pelos ensinamentos ao longo desses anos, pela
confiança, amizade e estímulo durante toda a faculdade e mestrado!
À banca de pró-forma da dissertação: Prof
a
. Dra. Maria de Jesus Dutra dos Reis, Prof
a
.
Dra. Deisy das Graças de Souza e Prof. Dr. José Lino Oliveira Bueno que, muito
respeitosamente e a partir da peculiaridade de seus conhecimentos, realizaram leituras
atenciosas, colaboraram para reflexão e contribuíram para o enriquecimento do trabalho.
Aos amigos do Laboratório de Estudos do Comportamento Humano da UFSCar (Mari,
Aninha, Renato, Lídia e Thaíze), pela ajuda constante e amizade.
Aos amigos do Laboratório de Nutrição e Comportamento (Marisa, Paula, Lucas,
Natália, Mariana, Fernanda, Idalina, Marília, Ana Idalina, Andréia e Ana Laura) pela ajuda,
amizade, carinho, apoio, incentivo, conversas e cafezinhos! Adoro vocês!
Ao meu amor, Daniel, pelo incentivo, compreensão, paciência, revisão do português,
por me ajudar a solucionar os problemas de programação no computador e principalmente,
por estar sempre ao meu lado com muito carinho e atenção!
Aos meus pais, por sempre ouvirem minhas angústias, ansiedades, alegrias e por me
ajudarem a carregar o computador e adaptar um carrinho para carregá-lo, a concertar a
impressora, a trazer um cafezinho na hora do trabalho e fazer um agrado e carinho! Sem vocês
essa trajetória teria sido muito difícil!
Às minhas eternas amigas, Camila, Cristina, Marina, Carol, Eloísa e Poliana! Vocês
sempre estarão em meu coração!
À Direção e aos Funcionários das escolas particulares Moura Lacerda e Metodista e da
escola estadual Prof. João Augusto de Mello, pelo consentimento na realização deste trabalho.
A todos os adolescentes e familiares, pela imprescindível colaboração nesta pesquisa.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP (Processo n
o
.
05/57745-1), pelo financiamento integral deste trabalho.
RESUMO
STRAATMANN, G. A utilização do paradigma de equivalência de estímulos para
modificar a preferência alimentar. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2008.
O presente trabalho teve como objetivo verificar a aquisição de função simbólica de
expressões emocionais por nomes de alimentos verdadeiros e fictícios em adolescentes, por
meio do paradigma de equivalência de estímulos. No Estudo I foram ensinadas relações entre
as faces humanas expressando alegria e neutralidade com nomes de alimentos verdadeiros
pelo procedimento de matching-to-sample simultâneo, diferindo a quantidade de treino em
três grupos experimentais (segundo e terceiro grupo com supertreino). Os retratos faciais
(conjunto A) foram relacionados a conjuntos de estímulos abstratos (conjuntos B e C);
estímulos do conjunto B foram relacionados a nomes de alimentos (D). Portanto, as relações
AB, AC e BD foram treinadas. Ao final foi conduzido o teste de equivalência CD/DC. Para
avaliação inicial e final dos alimentos, foi utilizado um questionário com cinqüenta nomes de
alimentos anexados a uma escala de avaliação de cinco pontos composta de expressões faciais
e um teste de preferência alimentar com dez alimentos selecionados do questionário.
Cinqüenta e cinco participantes da quinta série do ensino fundamental de escolas públicas e
particulares concluíram o Estudo I. Trinta e cinco participantes mostraram desempenhos
consistentes na fase de estabelecimento de equivalência de estímulos (nove do Grupo 1, onze
do Grupo 2 e quinze do Grupo 3). Entre esses participantes, o alimento treinado com a face
alegre foi avaliado em ambos os instrumentos como mais agradável por sessenta e seis
porcento dos participantes do primeiro grupo e quarenta e cinco porcento do terceiro grupo.
No segundo grupo, quarenta e cinco porcento avaliaram mais positivamente este alimento no
pós teste de preferência alimentar. Em relação à face neutra feminina, os participantes dos
Grupos 2 e 3 apresentaram avaliações finais mais positivas nos instrumentos finais . Porém,
em relação ao alimento equivalente à face neutra masculina, destaca-se uma redução na
avaliação do pós-teste de preferência nos Grupos Experimentais 2 e 3. O Estudo II teve como
objetivo verificar se a transferência de função ocorreria se fossem utilizados nomes fictícios
de alimentos relacionados com expressões esquemáticas de alegria, neutralidade e tristeza
pelo procedimento de matching-to-sample com atraso. Os estímulos que diferiram do Estudo I
foram os dos conjuntos A e D, compostos por faces esquemáticas e nomes fictícios de
alimentos (capira, fulito e piteba), respectivamente. Um questionário com uma escala de cinco
pontos de expressões esquemáticas foi usada como pré e pós teste. Trinta e seis participantes
concluíram o Estudo II, dos quais vinte e cinco apresentaram desempenhos consistentes no
teste de equivalência. A interação entre os questionários versus alimento teve um efeito
significativo (p<0,001) no grupo de participantes que atingiram o critério de equivalência. Os
participantes aumentaram as avaliações finais de capira (treinado com a face alegre),
mantiveram avaliações finais muito próximas às iniciais no alimento fulito (treinado com a
face neutra) e, diminuíram consideravelmente o pós teste do alimento piteba (treinado com a
face triste).
Palavras-chave: Equivalência de estímulos. Transferência de função. Expressões faciais.
Preferência alimentar.
ABSTRACT
STRAATMANN, G. The use of stimulus equivalence paradigm to modify preference
food. Dissertation – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade
de São Paulo, Ribeirão Preto, 2008.
The aim of the present study was to verify the acquisition of symbolic properties of facial
expressions of emotion for real and fictitious food names in adolescents, using a stimulus
equivalence paradigm. In Experiment 1, conditional relations between facial expressions (one
of happiness and two expressing emotion neutrality) and real food names were trained by
simultaneous matching-to-sample procedure. Three experimental groups differed only on the
amount of training (Group 2 and 3 with overtraining). Pictures of facial expressions (Set-A)
were related to abstract line drawing stimulus (Set-B and Set-C); C stimuli were related to
food names (D). So, the AB, AC and BD relations were trained. Finally, they received the
equivalence tests CD/DC. The participants were asked to rate the foods names for
pleasantness in the beginning and in the end of the experiment by a questionnaire with fifty
food names. These were linked to a five point scale of facial expressions and a preference test
that had ten food names selected from the questionnaire. Fifty five participants that were in
the fifth grade of public and private schools concluded Experiment I. Thirty five participants
demonstrated equivalence (nine in Group 1, eleven in Group 2 and 15 in Group 3). The food
trained with the happy face was valued in both final instruments of evaluation of the food
preference as more pleasant by sixty six percent of the Group 1 participants and forty five
percent of the Group 3. In Group 2, forty five percent valued as more pleasant this food only
in the final evaluation of the preference test. The food related to the feminine neutral face
showed more positive evaluations in Groups 2 and 3. On the other hand, the food equivalent
to the masculine neutral face had a reduction in the food preference test in Groups 2 and 3.
Experiment II aimed to verify if the transfer of function would happen if fictitious names of
foods related to facial expressions of happiness, neutrality and sadness were used via delayed
matching-to-sample procedure. Stimuli of Set-A and Set-D were different from Experiment I
and had schematic expressions and fictitious food names (capira, fulito and piteba),
respectively. A five point scale questionnaire of schematic expressions was used to value the
fictitious names of foods in the beginning and in the end of the experiment. Thirty six
participants finished Experiment II and twenty five showed stimulus equivalence. There was a
significant interaction between the final evaluations and fictitious food names (p<0,001) in
the equivalence group. The participants increased the final evaluations of the food trained
with the happy face (capira), maintained almost the same evaluations of the food related with
the neutral face (fulito) and considerably reduced the judgments of piteba, which was trained
with the sad face.
Key-word: Stimulus equivalence. Tranfer of function. Facial expressions. Food preference.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.
Modelo do questionário preliminar e final do primeiro estudo composto
por uma escala de cinco pontos com expressões faciais, para avaliação de
cada nome de alimento (lado esquerdo)........................................................ 24
Figura 2.
Demonstração da forma da tela apresentada no monitor do computador
durante o teste de preferência alimentar........................................................ 26
Figura 3.
Etapas do procedimento nos grupos experimentais do primeiro estudo
(avaliações da preferência alimentar, ensino das discriminações
condicionais e teste de formação de classes de equivalência). As letras
AB, AC, BD, CD e DC referem-se às relações do diagrama da Figura 4. O
asterisco sinaliza a presença das etapas nos grupos experimentais............... 28
Figura 4.
Diagrama das relações treinadas e testadas nos grupos experimentais......... 29
Figura 5.
Representação esquemática das relações ensinadas AB, AC e BD (setas
contínuas) e testadas CD e DC (setas tracejadas) nos grupos experimentais
do primeiro estudo. Cada estímulo é representado por uma combinação de
letra maiúscula e número. A letra identifica o conjunto ao qual o estímulo
pertence. O mesmo número é usado para estímulos condicionalmente
relacionados, especificando a formação de classe esperada. Conjunto A:
estímulos de expressões faciais; Conjunto B e C: estímulos abstratos;
Conjunto D: nomes de alimentos..................................................................
31
Figura 6.
Comparação das avaliações finais com as iniciais dos questionários e
testes de preferência alimentar em porcentagem (maior, menor ou igual à
avaliação inicial) dos grupos experimentais com desempenhos precisos no
teste de equivalência. A1: face alegre, A2: face neutra feminina, A3: face
neutra masculina. QT: questionário e teste de preferência alimentar, Q:
somente questionário, T: somente teste de preferência alimentar.................
41
Figura 7.
Comparação das avaliações finais com as iniciais dos questionários e
testes de preferência alimentar em porcentagem (maior, menor ou igual à
avaliação inicial) dos grupos experimentais com desempenhos imprecisos
no teste de equivalência. A1: face alegre, A2: face neutra feminina, A3:
face neutra masculina. QT: questionário e teste de preferência alimentar,
Q: somente questionário, T: somente teste de preferência alimentar............ 42
Figura 8.
Média dos questionários e testes dos participantes dos grupos
experimentais com desempenhos precisos no teste de equivalência de
estímulos. Barras representam o erro padrão da média. Nos questionários,
o valor 2 era o limite superior para agradável, -2 era limite inferior para
desagradável e 0 consistia em avaliação neutra. Nos testes de preferência,
o valor 18 era a quantidade máxima de escolha do alimento e 0 o mínimo.. 50
Figura 9.
Média dos questionários e testes dos participantes dos grupos
experimentais com desempenhos imprecisos no teste de equivalência de
estímulos. Barras representam o erro padrão da média. Nos questionários,
o valor 2 era o limite superior para agradável, -2 era limite inferior para
desagradável e 0 consistia em avaliação neutra. Nos testes de preferência,
o valor 18 era a quantidade máxima de escolha do alimento e 0 o mínimo.. 51
Figura 10.
Modelo do questionário do segundo estudo composto por uma escala de
cinco pontos com expressão esquemática, para avaliação de cada nome de
alimento fictício (acima)............................................................................... 61
Figura 11.
Representação esquemática das relações ensinadas AB, AC e BD (setas
contínuas) e testadas CD e DC (setas tracejadas) no segundo estudo. Cada
estímulo é representado por uma combinação de letra maiúscula e
número. A letra identifica o conjunto ao qual o estímulo pertence. O
mesmo número é usado para estímulos condicionalmente relacionados,
especificando a formação de classe esperada. Conjunto A: estímulos de
expressões faciais esquemáticas; Conjunto B e C: estímulos abstratos;
Conjunto D: nomes de alimentos fictícios.................................................... 63
Figura 12.
Comparação do pós teste com o pré teste em porcentagem (maior, menor
ou igual à avaliação inicial) dos alimentos fictícios do Estudo II no total
de participantes com desempenhos precisos e imprecisos no teste de
equivalência. Capira foi treinado no MTS com a face alegre, fulito com a
face neutra e piteba com a face triste............................................................ 65
Figura 13.
Média dos questionários dos alimentos fictícios capira, fulito e piteba dos
participantes com desempenhos precisos e imprecisos no teste de
equivalência de estímulos. Barras representam o erro padrão da média. Os
valores dos questionários significam o intervalo escolhido pelo
participante, que variou de -2 (desagradável) a 2 (agradável)...................... 72
LISTA DE TABELAS
Tabela 1.
Avaliações iniciais e finais dos questionários e testes de preferência
alimentar dos participantes com desempenhos precisos no teste de
equivalência...................................................................................................... 36
Tabela 2.
Avaliações iniciais e finais dos questionários e testes de preferência
alimentar dos participantes com desempenhos imprecisos no teste de
equivalência......................................................................................................
38
Tabela 3.
Total de acertos das tentativas nos blocos de ensino AB, AC, BD, Linha de
base, Supertreino pelo número total de tentativas em cada bloco pelos
participantes do primeiro Grupo Experimental do Estudo I. Os participantes
que realizaram desempenhos consistentes no teste de equivalência de
estímulos estão sinalizados com asterisco........................................................
45
Tabela 4.
Total de acertos das tentativas nos blocos de ensino AB, AC, BD, Linha de
base, Supertreino pelo número total de tentativas em cada bloco pelos
participantes do segundo e terceiro Grupos Experimentais do Estudo I. Os
participantes que realizaram desempenhos consistentes no teste de
equivalência de estímulos estão sinalizados com asterisco.............................. 46
Tabela 5.
Média e entre parênteses o erro padrão da média dos grupos experimentais
separados abaixo segundo o valor do questionário pré. A1: face alegre, A2:
face neutra feminina e A3: face neutra masculina........................................... 48
Tabela 6.
Avaliações do pré e pós teste dos participantes com desempenhos precisos
no teste de equivalência do Estudo II. Capira foi treinado no MTS com a
face alegre, fulito com a face neutra e piteba com a face triste........................ 66
Tabela 7.
Avaliações do pré e pós teste dos participantes com desempenhos
imprecisos no teste de equivalência do Estudo II. Capira foi treinado no
MTS com a face alegre, fulito com a face neutra e piteba com a face triste.... 68
Tabela 8.
Total de acertos das tentativas nos blocos de ensino AB, AC, BD, Linha de
base, Supertreino pelo número total de tentativas em cada bloco pelos
participantes do Estudo II. Os participantes que realizaram desempenhos
inconsistentes no teste de equivalência de estímulos estão sinalizados com
asterisco............................................................................................................ 70
SUMÁRIO
1. Introdução....................................................................................................
12
1.1 Preferência Alimentar................................................................................
19
2. Estudo I .......................................................................................................
22
2.1 Método...................................................................................................
22
2.2 Grupos Experimentais................................................................................
34
2.3 Resultados...............................................................................................
35
2.4 Discussão................................................................................................
52
3. Estudo II ......................................................................................................
59
3.1 Método...................................................................................................
59
3.2 Resultados...............................................................................................
64
3.3 Discussão................................................................................................
73
4. Discussão Geral...........................................................................................
75
Referências.......................................................................................................
81
Anexos............................................................................................................. 88
12
1. INTRODUÇÃO
Um símbolo representa um objeto, um evento ou uma situação. Os símbolos são
arbitrariamente relacionados a seus referentes, no sentido de que não há relação natural entre
um símbolo e seu referente. Essa relação arbitrária é estabelecida e mantida através da
convenção social. Um símbolo é também simetricamente relacionado a seu referente, de tal
forma que o símbolo apropriado pode ser apresentado na presença do referente e o apropriado
referente pode ser apresentado ou discriminado na presença do símbolo (DICKINS, 2003).
Portanto, a relação entre símbolo e referente pode ser concebida como uma relação de
equivalência, isso é, os símbolos estão envolvidos em classes de equivalência e adquirem sua
função por meio dessas classes que envolvem sinais e indicam a presença do objeto, evento
ou situação que aquele símbolo é designado a se referir. Deste modo, as relações simbólicas
são relações de equivalência entre estímulos, um dos quais poderia ser tomado, então, como
símbolo de outro.
O fenômeno de equivalência de estímulos é de grande interesse porque a emergência
de relações não é treinada diretamente e ocorre depois de alguns aprendizados simples de
associação. O interesse particular é o fato de que isso é feito usando estímulos arbitrários e
não relacionados, que é uma propriedade de um símbolo com relação a seu referente, em que
para cada modelo, um estímulo de comparação é arbitrariamente designado como “correto”.
Portanto, a relação entre modelo e respectivo estímulo de comparação correto é convencional.
As classes de estímulos podem ser formadas por similaridade física ou podem ser
estabelecidas arbitrariamente entre estímulos fisicamente diferentes. “O procedimento mais
empregado para estabelecer relações diretas entre estímulos é o pareamento arbitrário com
modelo (arbitrary matching to sample). Neste procedimento, o sujeito deve escolher entre
dois ou mais estímulos de comparação. A escolha considerada correta é condicional à
13
apresentação de um estímulo modelo. A relação de pareamento arbitrário envolve, portanto,
um conjunto de estímulos modelo e um conjunto de estímulos comparação. Cada elemento do
conjunto dos modelos é relacionado condicionalmente a um elemento do conjunto dos
comparações.” (DE ROSE, 1993, p. 289). Porém, para que relações condicionais possam ser
ditas como relações de equivalência, alguns critérios formais devem ser observados.
Para definir equivalência de estímulos, Sidman e Tailby (1982) basearam-se em uma
definição matemática de equivalência. De acordo com esta definição, uma relação entre
elementos de um conjunto é uma relação de equivalência quando apresenta três propriedades:
simetria, transitividade e reflexividade.
As propriedades reflexivas são aquelas que se mantém entre um termo e ele mesmo
(por exemplo, A = A); as propriedades simétricas são aquelas em que a ordem dos termos é
reversível (por exemplo, se A = B, então B = A); e as propriedades transitivas são aquelas em
que os termos comuns em dois pares ordenados determinam um terceiro par ordenado (por
exemplo, se A = B e B = C, então A = C). As relações de equivalência são aquelas que têm
todas as três propriedades, e os termos que entram nelas (aqui, A, B, C) são considerados
membros de uma classe de equivalência.
Portanto, de forma geral, a metodologia nos estudos sobre equivalência de estímulos
envolve um conjunto de relações condicionais treinadas diretamente, com conseqüências
diferenciais para escolhas corretas e incorretas, seguido de testes para verificar a emergência
de novas relações condicionais que avaliam as três propriedades que caracterizam a
equivalência de estímulos.
Um aspecto interessante do fenômeno de equivalência de estímulos é a transferência
de funções por meio das classes de equivalência. Segundo de Rose (1993, p. 293), “a noção de
que estímulos de uma classe são equivalentes implica em que eles têm certas propriedades em
comum em relação à sua função psicológica. Em outras palavras, esta noção implica em que
14
funções adquiridas por um estímulo (em relação ao controle do comportamento) sejam
transferidas para os demais membros da classe”.
Especificamente, quando uma função comportamental particular é estabelecida para
um dos estímulos em uma relação de equivalência, essa função geralmente se transfere para
os membros das classes restantes sem treino adicional (TYNDALL; ROCHE; JAMES, 2004;
DE ROSE; MCILVANE; DUBE; STODDARD, 1988). Em efeito, a transferência de funções
por meio das relações de equivalência pode ajudar a explicar como palavras e outros símbolos
adquirem suas funções psicológicas ou significados (BARNES; BROWNE; SMEETS;
ROCHE, 1995; WULFERT; HAYES, 1988).
Uma questão que tem sido investigada é a transferência de funções dos objetos para
estímulos equivalentes a eles, ou seja, funcionalmente semelhantes no controle do
comportamento (DYMOND; BARNES, 1994). Desta forma, os símbolos viriam a
compartilhar propriedades dos objetos que simbolizam por pertencerem à mesma classe (DE
ROSE; DE SOUZA; HANNA, 1996; ROCHA-ALBUQUERQUE, 2001).
Estudos como os de de Rose, McIlvane, Dube, Galpin e Stoddard (1988) e de Rose,
McIlvane, Dube e Stoddard (1988) mostraram que relações condicionais entre um estímulo
discriminativo positivo e um estímulo neutro transferiram a função discriminativa para o
estímulo neutro anterior. Assim, de Rose, McIlvane, Dube, Galpin e Stoddard (1988)
distinguem equivalência de estímulos e equivalência funcional: “para documentar
equivalência de estímulos, deve-se mostrar que relações condicionais entre estímulos são
reflexivas, simétricas e transitivas. Equivalência funcional requer meramente uma
demonstração que dois ou mais estímulos controlam o mesmo comportamento.”
Um grande número de pesquisas tem demonstrado a transferência de funções com
diversos estímulos, como resposta de auto-discriminação (DYMOND; BARNES, 1994),
eliciação de respostas emocionais (DOUGHER; AUGUSTSON; MARKHAM;
15
GREENWAY; WULFERT, 1994), atitudes (GREY; BARNES, 1996), funções sexuais
(ROCHE; BARNES-HOLMES, D.; SMEETS; BARNES-HOLMES, Y.; MCGEADY, 2000),
temperamento (BARNES-HOLMES, Y.; BARNES-HOLMES, D.; SMEETS; LUCIANO,
2004), terrorismo (DIXON; REHFELDT; ZLOMKE; ROBINSON, 2006), fobia de aranha
(SMYTH; BARNES-HOLMES; FORSYTH, 2006), entre outros.
No entanto, ainda é pequeno o número de estudos utilizando estímulos significativos
em estudos de formação de classes de equivalência. Um exemplo é o estudo de Barnes, Watt,
Keenan e Cairns (1991), que estudaram a formação de classes de equivalência envolvendo
nomes católicos e símbolos protestantes, ou nomes protestantes e símbolos católicos, com
participantes da Irlanda do Norte. Neste caso, o treino experimental era contrário à história
anterior dos participantes e, nos testes para verificar a formação de equivalência, estes
tendiam a responder de acordo com sua história anterior, mais remota e extensa, do que com a
história recente e breve que haviam recebido no treino experimental, ou seja, eles
continuavam a relacionar nomes católicos com símbolos católicos e nomes protestantes com
símbolos protestantes. Portanto, essa pesquisa mostra que um desempenho diferencial na
equivalência de estímulos é observada entre grupos heterogêneos que diferem em uma
dimensão psicológica-social.
Outros estudos subseqüentes replicaram e estenderam a pesquisa de Barnes et al.
(1991) que mostra que o uso de estímulos carregados socialmente pode fazer com que seja
menos provável a indução em laboratório de relações de equivalência para certas populações
(LESLIE; TIERNEY; ROBINSON; KEENAN; WATT; BARNES, 1993; MOXON;
KEENAN; HINE, 1993; BARNES; LAWLOR; SMEETS; ROCHE, 1996). No estudo de
Moxon, Keenan e Hine (1993), por exemplo, o procedimento de matching-to-sample foi
usado para ensinar relações entre três ocupações que são tradicionalmente vistas como
masculinas (motorista de caminhão, executivo e mestre-de-obras) e três sílabas sem sentido
16
(GID, YUM e PUK). Depois, essas três sílabas foram relacionadas com três nomes femininos
(Anne, Katie e Suzanne). Para o teste de equivalência, três nomes femininos foram testados
com duas ocupações masculinas e um novo estímulo que era uma entre três ocupações vistas
como femininas (enfermeira, secretária e assistente de compra). Diferenças de gênero foram
observadas, com as participantes do sexo feminino exibindo uma grande tendência em
responder equivalentemente às relações ensinadas do que os participantes do sexo masculino.
Outro estudo é apresentado por Barnes-Holmes, D., Keane, Barnes-Holmes, Y. e
Smeets (2000), que demonstrou a transferência de função relacionada à preferência de
consumo via classes de equivalência. Estudantes universitários foram expostos no
experimento a um procedimento de equivalência de estímulos no qual eles foram treinados a
emparelhar as palavras emotivas CANCER e HOLIDAYS a duas sílabas sem sentido VEK e
ZID, respectivamente, e a emparelhar as sílabas sem sentido aos produtos de marcas BRAND
X e BRAND Y (CANCER-VEK, HOLIDAYS-ZID, e VEK-BRAND X, ZID-BRAND Y). Os
sujeitos foram então testados para verificar a formação de classes de equivalência (CANCER-
BRAND X, e HOLIDAYS-BRAND Y). No final, foram apresentados a eles dois modelos do
mesmo refrigerante, um rotulado BRAND X e o outro rotulado BRAND Y, sendo então
requisitados a avaliarem cada refrigerante de acordo com o prazer em uma escala de sete
pontos. Uma diferença significativa em termos de avaliação do prazer dos refrigerantes foi
notado para o grupo que passou no teste de equivalência: eles avaliaram BRAND Y mais
positivamente que BRAND X. O grupo dos participantes que falharam no teste de
equivalência não mostrou diferença significativa nas avaliações dos refrigerantes. Um
segundo experimento repetiu o experimento inicial, porém, sem o teste de equivalência. A
preferência pela BRAND Y foi ainda mais evidente demonstrando que a exposição ao teste de
equivalência não foi um pré-requisito para a transferência das funções de preferência.
17
Na mesma linha de pesquisa, Smeets e Barnes-Holmes (2003) replicaram o estudo
anterior, porém, com crianças de cinco anos de idade. Dois experimentos foram conduzidos,
cada um com dezesseis crianças. No primeiro experimento, as crianças foram treinadas em
dois grupos de tarefas de match-to-sample: B1-A1, B2-A2 e C1-B1, C2-B2, ou A1-B1, A2-
B2 e B1-C1, B2-C2. Os estímulos A1 e A2 eram figuras de um desenho animado sorrindo
(ERNIE) e de uma criança chorando, respectivamente. Depois de terem aprendido ambas as
tarefas, as crianças foram testadas para formação de classes de equivalência (C1-A1, C2-A2).
Por fim, os participantes foram apresentados a dois modelos do mesmo refrigerante, um
rotulado C1 e outro C2, e em seguida foram instruídos a indicar qual refrigerante eles
gostariam de provar primeiro. Depois de provarem ambos os refrigerantes, eles tinham que
indicar qual que eles mais gostaram e também qual figura eles mais gostavam, Ernie ou a
criança chorando. O segundo experimento foi similar, mas sem o teste de equivalência.
Quando requisitados a responder qual refrigerante eles experimentariam primeiro, 29
participantes (92%) selecionaram o refrigerante com o rótulo (C1 ou C2) que estava
indiretamente relacionado com a figura preferida (A1 ou A2), 14 (88%) no Experimento 1 e
15 (94%) no Experimento 2. Depois de experimentarem ambos os refrigerantes, 26 crianças
(90%), 13 em cada experimento, mostraram uma preferência pelo refrigerante que eles
experimentaram primeiro. Esses resultados claramente indicam que as preferências obtidas
foram fortemente influenciadas pela história de match-to-sample, sem se relacionar com o
teste de equivalência. Os dados foram consistentes com a pesquisa que tratava de preferência
emergente em adultos (BARNES-HOLMES et al., 2000).
Desta forma, estudos experimentais têm simulado a aquisição de propriedades
simbólicas por estímulos abstratos, de acordo com a definição matemática de equivalência, e
têm permitido a extrapolação destas propriedades para as situações naturais. Bortoloti (2001)
verificou a transferência de funções de estímulos significativos para estímulos abstratos. Os
18
estímulos significativos eram fotografias de faces humanas expressando alegria, ira ou nojo
(conjunto A), enquanto os conjuntos B, C e D eram formados por três figuras abstratas cada.
Para o grupo experimental, foram ensinadas diretamente as relações condicionais AB, AC e
CD e posteriormente, quando atingido o critério de formação de classes de equivalência, o
participante era instruído a avaliar os estímulos abstratos D1, D2 e D3 de acordo com um
instrumento de diferencial semântico (conjunto de escalas bipolares ancoradas de adjetivos
opostos). Todos os participantes deste grupo atingiram o critério de equivalência de estímulos
e avaliaram as figuras. O grupo controle apenas teve que avaliar as faces e as figuras através
do mesmo instrumento de diferencial semântico. Portanto, não foram treinados a estabelecer
relações entre esses estímulos.
O estudo mostrou correspondência entre as avaliações do grupo controle sobre as
expressões faciais de alegria, raiva e nojo e as avaliações dos estímulos D1 realizadas pelo
grupo experimental. Bortoloti e de Rose (no prelo) destacam que a correspondência entre as
avaliações da expressão de raiva e do estímulo abstrato a ela equivalente foi maior do que a
correspondência que se encontrou entre as avaliações das expressões de alegria e de nojo com
os seus respectivos estímulos equivalentes. Segundo eles,
[...] este estudo apresentou um procedimento para avaliar em que medida
“símbolos” adquirem funções de seus “referentes” em simulações
experimentais baseadas no modelo de equivalência de estímulos. [...] As
similaridades entre as avaliações das faces pelo grupo controle e das figuras
pelo grupo experimental são indicações de que pode haver extensão de
“significados” de referentes para símbolos em simulações experimentais
estruturadas com base no modelo de equivalência de estímulos.
Os resultados de Bortoloti e de Rose (no prelo) sugerem a possibilidade de que as
propriedades de expressões faciais possam se transferir também para estímulos não
arbitrários, isso é, estímulos que já possuem uma função, um significado, alterando a
avaliação destes estímulos por parte dos participantes.
19
Darwin, em A expressão das emoções no homem e nos animais (1872/2000) propôs
que o padrão facial nas expressões emocionais humanas seria inato e teria um valor de
sobrevivência (adaptativo). Mais recentemente, esta hipótese tem sido corroborada na
investigação da validade transcultural do responder a expressões faciais, que indica que o
responder a expressões emocionais seria uma característica inata (EKMAN; FRIESEN, 1971).
O presente estudo teve como objetivo verificar se as propriedades de expressões
faciais podem ser transferidas para estímulos não arbitrários por meio da formação de
equivalência entre expressões faciais e nome de alimentos. O que se pretendeu, neste caso, foi
formar a equivalência entre uma expressão facial positiva e um alimento considerado
saudável e nutritivo, para verificar se desta maneira este alimento poderia vir a ser avaliado
mais positivamente e se, assim, o participante aumentaria sua preferência por ele. A avaliação
da preferência consistiu em averiguar se o alimento pode vir a ser julgado, declarado como
mais agradável, não considerando o real consumo dele.
1.1 PREFERÊNCIA ALIMENTAR
“Um aspecto extremamente importante da sobrevivência e adaptação do indivíduo ao
seu ambiente diz respeito à composição da dieta, isto é, à seleção do que comer de forma a
atender às necessidades nutricionais do organismo, sem o risco de ingerir substâncias
tóxicas”(YAMAMOTO; LOPES, 2007, p. 175). Todo o aparato fisiológico/sensorial de um
indivíduo está, de certo modo, preparado para responder de forma diferenciada aos gostos
básicos, e as experiências positivas ou extremamente desagradáveis agem sobre essa base.
Segundo Birch (1999, p. 42), “a preferência alimentar é aprendida via nossa
experiência com o alimento e o comer”. Portanto, sugere que se ela é aprendida, pode vir a ser
mudada. Muitos fatores podem influir na modificação da alimentação da criança: exposição e
acessibilidade de alimentos; pelo comportamento de modelação de pares, irmãos, e pais; pelas
20
conseqüências fisiológicas da ingestão; e pelas práticas de alimentação das crianças. Em
particular, a preferência e consumo por alimentos com alto valor em energia, açúcar, e
gordura pode ser aumentada por ambientes em que esses alimentos estão presentes,
consumidos por pares ou membros familiares, e periodicamente indisponíveis (BIRCH;
FISHER, 1998).
A Organização Mundial de Saúde apresenta argumentos mais do que suficientes para a
necessidade de uma alimentação saudável em todas as fases da vida dos seres humanos. Entre
esses argumentos estão os seguintes: a) uma alimentação saudável ajuda as crianças a
atingirem todo o seu potencial e favorece o seu desenvolvimento físico; b) uma boa nutrição
desde o início da vida contribui para uma maioridade e velhice saudáveis; c) existe evidência
epidemiológica suficiente para demonstrar que nas pessoas adequadamente alimentadas, as
doenças agudas tendem a ser menos freqüentes, menos graves e de duração mais curta e que
as doenças não transmissíveis (como diabetes, doenças cardiovasculares, entre outras)
ocorrem com menos freqüência em indivíduos bem alimentados; d) a alimentação saudável
favorece uma melhor imagem corporal, de extrema importância para a elevação da auto-
estima, o que pode conduzir à diminuição dos riscos de ocorrência de doenças relacionadas
com o comportamento alimentar, tais como a bulimia e a anorexia; e) as mulheres são
beneficiadas particularmente pela adoção de padrões alimentares corretos, pois muitos dos
problemas associados ao parto podem ser reduzidos em gravidade por uma alimentação
adequada no início da vida; f) uma dieta saudável reduz o risco de osteoporose e ajuda, em
conseqüência, a se obter uma maior mobilidade na velhice; g) uma boa alimentação favorece
também a economia individual, familiar e social. Pessoas bem nutridas são mais saudáveis,
claramente mais produtivas e por isso melhoram a sua economia familiar e contribuem
igualmente para a melhoria da economia nacional (WHO, 1998).
21
Portanto, o estabelecimento de padrões alimentares saudáveis na infância e na
adolescência é de fundamental importância para um bom desenvolvimento e para a
manutenção de uma alimentação saudável ao longo da vida. É nessas fases iniciais da vida
que se criam e consolidam os hábitos alimentares; assim, é importante sensibilizar, fornecer
conhecimentos, desenvolver atitudes e capacitar crianças, adolescentes e jovens a adotarem
padrões de nutrição saudáveis para promoverem a sua própria saúde e a dos que mais tarde
poderão ficar sob sua responsabilidade.
Essa pesquisa teve como objetivo verificar se o paradigma de equivalência de
estímulos pode ser utilizado para aumentar a preferência por alimentos saudáveis, tendo em
vista que a preferência alimentar desempenha um papel central na escolha de uma
alimentação saudável e de uma dieta adequada.
22
2. ESTUDO I
A aquisição de função simbólica de expressões emocionais por alimentos
saudáveis através da equivalência de estímulos
2.1 MÉTODO
Participantes
Participaram da pesquisa setenta e um adolescentes, na faixa etária de onze a quatorze
anos, que cursavam a quinta série do ensino fundamental. Estes foram recrutados em duas
escolas particulares (quinze participantes) e uma pública (cinqüenta e seis participantes) por
meio de uma exposição a respeito da pesquisa em sala de aula, realizada pela pesquisadora.
Os adolescentes receberam uma carta de autorização para entregarem aos pais ou responsável.
Esta carta explicou os objetivos e procedimentos da pesquisa (ANEXO A). No dia seguinte a
pesquisadora pegou com os alunos as autorizações assinadas.
Na escola particular, um participante faltou e apenas um não conseguiu completar o
treino. Portanto, treze adolescentes conseguiram realizar todos os passos do procedimento. Já
na escola pública, oito participantes faltaram e seis não atingiram o critério de acerto,
totalizando quarenta e dois participantes que fizeram todo o procedimento nos grupos
experimentais. Destarte, cinqüenta e cinco adolescentes concluíram o Estudo I (vinte e três
meninas e trinta e dois meninos), sendo dezenove do Grupo Experimental 1 (quatorze de
escola pública e cinco de escola particular), e dezoito para cada um dos Grupos Experimentais
2 e 3 (quatorze de escola pública e quatro de escola particular).
O projeto foi autorizado pelo Comitê de Ética da Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (ANEXO B). Como forma de
23
incentivo para o envolvimento na pesquisa, foi entregue a cada participante um jogo
educativo ou um brinquedo como prêmio pela participação; caso o participante obtivesse um
bom desempenho nas sessões experimentais, recebia outro brinquedo no final da pesquisa.
Local, Materiais e Equipamentos
O treino a que foram submetidos os participantes dos grupos experimentais foi realizado
em uma sala de aula em ambas as escolas. Para este treino foi utilizado um computador
Macintosh (MacOS 9.2.2 &
©
Apple Computer) com software MTS® v10.24, desenvolvido por
William V. Dube do Shriver Center of Mental Retardation (EUA). Em adição, utilizaram-se fotos
de expressões faciais (Pictures of Facial Affect
©
Ekman 1993), um questionário e um teste de
preferência como instrumentos para avaliação da preferência alimentar.
Questionário Preliminar
Consistiu na apresentação de cinqüenta nomes impressos de alimentos (ANEXO C).
Cada alimento foi anexado a uma escala de avaliação de cinco pontos composta de expressões
faciais (Figura 1).
Uma folha de instruções anexa ao questionário solicitava aos participantes que
avaliassem os alimentos de acordo com as impressões que eles tinham a respeito de cada
alimento. Assim, se o sujeito considerasse determinado alimento “desagradável”, deveria
assinalar o intervalo da expressão facial triste. Se avaliasse como “agradável, gostoso”,
deveria assinalar o espaço que continha a expressão facial alegre. Se julgasse o alimento
referido como “neutro”, isso é, “come, mas não faz muita questão”, deveria assinalar o
intervalo do meio que contém a expressão facial neutra. E, finalmente, se considerasse
“levemente desagradável” ou “razoavelmente agradável”, deveria atribuir ao alimento a
expressão facial entre o “neutro” e o “desagradável” ou entre o “neutro” e o “agradável,
gostoso”, respectivamente.
24
ALIMENTO
Figura 1. Modelo do questionário preliminar e final do primeiro estudo composto por uma escala de
cinco pontos com expressões faciais, para avaliação de cada nome de alimento (lado esquerdo).
25
Para quantificar os dados do questionário, foi atribuído a cada intervalo um valor de
+2 a -2. Para os alimentos que estavam no intervalo “neutro”, foi atribuído o número 0. Os
alimentos que estavam nos intervalos “razoavelmente agradável” e “razoavelmente
desagradável” foram classificados com os números 1 e –1, respectivamente. Por fim, nos
intervalos “agradável, gostoso” e “desagradável” foram atribuídos 2 e –2, respectivamente.
Teste de Preferência Alimentar
Para esta avaliação consideraram-se os dados do questionário preliminar, no qual o
critério de escolha dos itens foi baseado no intervalo atribuído a cada alimento.
Preferencialmente, foram selecionados dez alimentos que estavam no intervalo “neutro”. No
entanto, nem sempre era obtido o número necessário de alimentos avaliados como neutros.
Assim, foram utilizados também os alimentos que estavam nos demais intervalos (com
exceção daqueles considerados como “agradável, gostoso”) para que se pudesse completar o
número necessário de alimentos para o teste de preferência.
Com o uso do computador foi realizado o teste de preferência (Figura 2), o qual se
iniciou com uma instrução escrita na tela, solicitando a escolha de um entre dois nomes de
alimentos apresentados: “Na tela irão aparecer dois nomes de alimentos. Você terá que
escolher e dizer qual alimento você comeria.” O teste consistiu de noventa apresentações, nas
quais os dez alimentos permutaram entre si de forma balanceada, de forma que cada alimento
era exposto mais de uma vez, avaliando adequadamente a preferência, sendo, portanto,
apresentado no teste dezoito vezes.
Cada teste de preferência foi personalizado, pois dependia do resultado do
questionário preliminar de cada participante. A partir desse teste foram selecionados três
alimentos com uma média central de preferência, mais ou menos cinqüenta porcento, para
compor o treino.
26
Figura 2. Demonstração da forma da tela apresentada no monitor do computador durante o teste de
preferência alimentar.
27
A tabulação de dados do teste de preferência foi realizada através da contagem da
quantidade de vezes que os alimentos foram selecionados.
Procedimento
A seqüência de treinos e testes variou ao longo das etapas do procedimento (Figura 3),
em função do repertório estabelecido ou sondado em cada grupo experimental. Inicialmente,
os participantes responderam o questionário preliminar, individualmente, na sala em que foi
realizada a pesquisa, seguindo a instrução anexa à avaliação.
Pré-teste de preferência e Pré-treino
No segundo dia, os participantes realizaram no computador o pré-teste de preferência
com os dez alimentos previamente selecionados do questionário preliminar. Na tela do
computador, após uma instrução escrita, dois nomes de alimentos eram apresentados em
janelas de 5x5 cm, dispostos horizontalmente em cantos opostos, na parte inferior. O
participante dizia o nome do alimento preferido em cada opção para o experimentador e este
selecionava o alimento na tela.
Após esta etapa iniciava-se um pré-treino, com o objetivo de ensinar a tarefa pelo
procedimento de emparelhamento com modelo (matching-to-sample). O bloco consistia em
trinta tentativas de emparelhamento de identidade, os quais ensinavam pareamentos
empregando figuras de animais como modelo (arara, borboleta e cachorro), comparadas com
outros estímulos (quadrados coloridos: azul, amarelo e marrom respectivamente), em que S+
1
era a figura com a mesma cor do modelo. O critério para a finalização desta tarefa era o acerto
de no mínimo 29 tentativas. Caso o critério não fosse atingido, todo o bloco era repetido para
garantir o entendimento da tarefa.
1
Denomina-se de S+ (estímulo discriminativo) o evento na presença do qual, se uma resposta ocorre, há maior
probabilidade dela ser reforçada. Denomina-se S- o evento na presença do qual, se uma resposta ocorre, a
probabilidade dela ser reforçada é igual a zero.
28
ETAPAS DO PROCEDIMENTO GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3
Questionário Preliminar
* * *
Pré-teste de Preferência
* * *
Pré-treino
* * *
Ensino da discriminação condicional AB
* * *
Ensino da discriminação condicional AC
* * *
Ensino da discriminação condicional BD
* * *
Ensino da Linha de Base Integral
* * *
Supertreino das discriminações condicionais (1 bloco)
* *
Supertreino das discriminações condicionais (4 blocos)
*
Teste de formação de classes de equivalência CD e DC
* * *
Pós-teste de Preferência
* * *
Questionário Final
* * *
Figura 3. Etapas do procedimento nos grupos experimentais do primeiro estudo (avaliações da
preferência alimentar, ensino das discriminações condicionais e teste de formação de classes de
equivalência). As letras AB, AC, BD, CD e DC referem-se às relações do diagrama da Figura 4. O
asterisco sinaliza a presença das etapas nos grupos experimentais.
29
Figura 4. Diagrama das relações treinadas e testadas nos grupos experimentais.
C A B
D
RELAÇÕES TREINADAS
RELAÇÕES TESTADAS
30
Treino das discriminações condicionais
O treino de discriminações condicionais foi realizado no esquema de matching-to-
sample simultâneo (MTS simultâneo), constituído de três blocos de tentativas das relações
AB, AC e BD, conforme o diagrama da Figura 4.
Ensino das relações AB
O treino começou com a apresentação de um estímulo amostra do conjunto A (Figura
5), formado por fotografias de faces, sendo uma de expressão alegre e duas diferentes que
expressavam neutralidade de emoções em uma janela de cinco por cinco centímetros, no
centro da tela do computador. Após tocar o estímulo A, eram apresentados outros três
estímulos abstratos do conjunto B, composto por estímulos escolhidos a partir do software
MTS (desenhos de linhas pretas sobre um fundo branco), sendo um S+ e dois S-. Esses
estímulos eram apresentados em janelas de tamanho idêntico à janela do estímulo amostra,
dispostas lateral e inferiormente, ou lateral e superiormente à janela central. Para demonstrar
qual era o par emparelhado corretamente (modelo e S+), apresentava-se inicialmente apenas o
modelo e o S+ correspondente, duas vezes para cada relação (A1B1, A2B2 e A3B3),
randomicamente distribuídas. Na seqüência era apresentado o modelo com um S+ e um S-,
sendo quatro apresentações de cada relação. Finalmente, o modelo era apresentado com um
S+ e dois S-, constituindo seis tentativas para cada relação. Assim, esse primeiro bloco de
treino AB era composto de trinta e seis tentativas.
Para avançar ao próximo bloco, o sujeito deveria obter o mínimo de trinta e cinco
acertos. Caso esse critério não fosse atingido, um novo bloco de dezoito tentativas iniciava-se
na seqüência, sendo então constituído de: uma tentativa modelo/S+, uma tentativa
modelo/S+/S- e quatro tentativas modelo/S+/S-/S- para cada relação do conjunto, sendo
necessário o acerto de dezessete tentativas, no mínimo. No caso do critério não ser atingido,
31
Figura 5. Representação esquemática das relações ensinadas AB, AC e BD (setas contínuas) e
testadas CD e DC (setas tracejadas) nos grupos experimentais do primeiro estudo. Cada estímulo é
representado por uma combinação de letra maiúscula e número. A letra identifica o conjunto ao qual o
estímulo pertence. O mesmo número é usado para estímulos condicionalmente relacionados,
especificando a formação de classe esperada. Conjunto A: estímulos de expressões faciais; Conjunto B
e C: estímulos abstratos; Conjunto D: nomes de alimentos.
B1
A1
C1
ALIMENTO X
D1
C2
A2
ALIMENTO Y ALIMENTO Z
D2 D3
B2
C3
B3
A3
32
repetia-se este último bloco (dezoito tentativas). Se ainda ocorresse erro superior ao
estabelecido, o sujeito era excluído do estudo.
Todas as tentativas tinham conseqüência programada em esquema de reforçamento
contínuo (CRF), ou seja, cada tarefa era conseqüenciada com acerto ou erro. No caso de
acerto a conseqüência era a apresentação de estímulo visual (estrelas coloridas) e sonoro
simultaneamente; para o erro, era apresentado uma tela preta e nenhum sinal sonoro.
Ensino das relações AC
O bloco seguinte treinou a relação AC, isto é, das faces com três estímulos abstratos
(escolhidos a partir do software MTS) totalmente distintos do conjunto B, formando, portanto,
o conjunto C. Este bloco também apresentava trinta e seis tentativas, com as mesmas
características: seqüência gradual de apresentações, conseqüência de acertos e erros e critério
de acertos do primeiro bloco (AB).
Ensino das relações BD
A pesquisa seguiu com um terceiro bloco que treinou a discriminação condicional BD.
A partir dos dados obtidos no pré-teste de preferência foram selecionados três alimentos para
constituir a classe de estímulos D. Os alimentos escolhidos para o treino foram aqueles com
uma média central de preferência. O número de tentativas, seqüência gradual de
apresentações, conseqüência de acertos e erros e o critério de acertos permaneceram idênticos
aos blocos anteriores.
Treino da linha de base integral
No terceiro dia, o sujeito foi exposto ao ensino da linha de base integral, ou seja, com
todas as nove relações condicionais ensinadas anteriormente (A1B1, A2B2, A3B3, A1C1,
A2C2, A3C3, B1D1, B2D2 e B3D3), conforme a Figura 4. Este bloco era composto por trinta
33
e seis tentativas, sendo doze de cada relação, portanto, quatro apresentações de cada par de
estímulos. O objetivo de manter-se quatro apresentações foi propiciar a apresentação de S+
nas quatro diferentes janelas possíveis, alternadas aleatoriamente. Portanto, este quarto bloco
não apresentou as seqüências de modelo/S+ e modelo/S+/S-. Entretanto, atendeu ao mesmo
critério e conseqüenciação dos blocos anteriores.
Supertreino das discriminações condicionais – AB – AC - BD
No quarto dia foi treinado um novo bloco de treino composto pela linha de base
integral (com as nove relações treinadas). Essa adição foi denominada supertreino e constituiu
em um total de trinta e seis tentativas, seguindo os mesmos critérios de acerto e conseqüências
de acerto e erro estabelecidos no treino da linha de base integral. Após a sua realização,
quando atingido o critério de acerto (trinta e cinco acertos, no mínimo), efetuou-se o teste de
equivalência CD e DC.
Teste de formação de classes de equivalência CD e DC
Em adição, e no esquema de MTS simultâneo, realizou-se o teste de equivalência CD
e DC, depois de atingido os critérios de acerto da última sessão de treino.
Esse teste foi iniciado com uma instrução escrita na tela do computador informando o
participante da ausência, a partir daquele momento, de qualquer tipo de reforço. Na seqüência,
dezoito apresentações avaliaram as respostas contingentes.
Pós-teste de preferência e Questionário Final
Em seguida, aplicou-se o pós-teste de preferência de forma idêntica ao pré-teste de
preferência e os participantes avaliaram novamente os alimentos através do questionário com
os cinqüenta alimentos que foram utilizados no questionário preliminar.
34
2.2 GRUPOS EXPERIMENTAIS
GRUPO EXPERIMENTAL 1:
Consistiu na aplicação dos instrumentos para avaliar os nomes de alimentos e no
ensino das discriminações condicionais AB, AC, BD e linha de base integral até a obtenção
do critério de aprendizagem. Em seguida foram realizados os testes de equivalência CD e DC
e a replicação dos instrumentos (pós-teste de preferência e questionário final).
GRUPO EXPERIMENTAL 2:
Os participantes deste grupo seguiram a mesma seqüência de questionários, treinos e testes
descritos para o Grupo Experimental 1. Porém, este grupo de sujeitos se diferenciou pela presença
de um bloco a mais de treino, composto pela linha de base integral, chamado de supertreino.
Após a sua realização foi efetuado também o teste de equivalência CD e DC, o pós-
teste de preferência e o questionário final.
GRUPO EXPERIMENTAL 3:
Assim como os Grupos Experimentais 1 e 2, os participantes deste grupo seguiram a
mesma seqüência de questionários, treinos e pré e pós testes descritos anteriormente. No
entanto, este grupo de sujeitos se diferenciou pela presença de quatro blocos a mais de
supertreino, composto pela linha de base integral (com as nove relações treinadas). Essa
adição constituiu um total de cento e quarenta e quatro tentativas, que iniciou seguidamente
ao primeiro supertreino ou no dia seguinte. Após a sua realização, quando atingido o critério
de acerto (trinta e cinco acertos para cada bloco de supertreino, no mínimo), foi conduzido o
teste de equivalência CD e DC. Quando o critério de acerto das tentativas dos blocos não era
estabelecido pelo participante, o bloco era repetido novamente, excluindo aquele participante
que ainda assim não o atingisse.
35
2.3 RESULTADOS
Os resultados do Estudo 1 são apresentados mostrando separadamente os participantes
que estabeleceram equivalência de estímulos e aqueles que não obtiveram desempenhos
precisos nos testes de equivalência nos diferentes grupos experimentais. Depois, de uma
forma geral, são analisados os desempenhos dos participantes nos treinos nas diferentes etapas
do procedimento. Em seguida, são organizados e analisados os dados dos grupos
experimentais segundo os dados dos pré-testes para verificar se ocorreram diferenças nas
avaliações finais, isto é, se as avaliações finais variaram entre os participantes devido à
diferença nos pré-testes, sendo assim afetados diferentemente pelo treino de emparelhamento
com o modelo. Por fim, é apresentada a análise estatística dos dados.
Separação dos Dados segundo Desempenhos no Teste de Equivalência de Estímulos
Trinta e cinco participantes mostraram desempenhos consistentes na fase de
estabelecimento de equivalência de estímulos (Tabela 1), isso é, aproximadamente 63,6% dos
participantes que concluíram a pesquisa atingiram o critério de equivalência de estímulos.
Portanto, vinte participantes, ou seja, 36,4%, não mostraram desempenhos precisos nos testes
de equivalência de estímulos (Tabela 2).
Entre os grupos experimentais foram observadas diferenças em relação ao número de
participantes que conseguiram obter desempenhos consistentes no teste de equivalência: no
primeiro grupo experimental, apenas nove, ou seja, 47,4%; no Grupo Experimental 2, onze
participantes (61%); e no terceiro grupo experimental, quinze participantes, isso é, 83,3%.
Dessa forma, o Grupo 1 teve um número maior de participantes que não realizaram
equivalência entre os estímulos treinados quando comparado com os outros grupos
experimentais.
36
Tabela 1. Avaliações iniciais e finais dos questionários e testes de preferência alimentar dos
participantes com desempenhos precisos no teste de equivalência. (Continua)
Participantes
Grupo
Experimental
Faces QINICIAL QFINAL TPINICIAL TPFINAL
Teste de
Equivalência
A1 0 1 8 7
1 A2 1 1 8 10 17/18 = 94%
S3
A3 1 1 5 7
A1 0 2 9 9
1 A2 0 -2 8 7 18/18 = 100%
S8
A3 -1 -1 10 10
A1 0 1 7 9
1 A2 1 1 8 13 18/18 = 100%
S10
A3 0 -1 8 7
A1 0 2 10 11
1 A2 1 2 10 12 17/18 = 94% S11
A3 -2 2 8 8
A1 0 1 8 10
1 A2 0 0 7 9 14/18 = 78% S12
A3 0 0 7 12
A1 0 2 9 12
1 A2 0 2 10 5 17/18 = 94% S14
A3 0 0 10 13
A1 0 1 7 9
1 A2 0 1 12 13 18/18 = 100% S16
A3 0 1 12 18
A1 0 2 8 12
1 A2 0 2 10 14 18/18 = 100%
S17
A3 0 2 10 16
A1 -1 -1 7 10
1 A2 -1 -1 6 7 18/18 = 100%
S18
A3 0 2 11 13
A1 0 0 8 11
2 A2 0 0 4 5 16/18 = 89 %
S20
A3 0 0 4 0
A1 -1 -1 5 15
2 A2 -2 -1 5 8 18/18 = 100%
S21
A3 -2 -2 7 10
A1 0 -1 8 4
2 A2 0 1 11 12 18/18 = 100%
S22
A3 0 1 11 15
A1 0 0 8 9
2 A2 0 -1 7 8 18/18 = 100%
S25
A3 0 0 10 12
A1 1 -1 6 8
2 A2 -1 1 9 11 18/18 = 100% S26
A3 -1 1 13 8
A1 0 1 9 10
2 A2 0 -1 7 7 13/18 = 72% S28
A3 1 1 10 9
A1 -2 -2 6 6
2 A2 -2 2 5 10 17/18 = 94% S30
A3 -2 -2 10 8
A1 0 1 9 4
2 A2 0 2 7 13 14/18 = 78%
S31
A3 0 1 8 9
A1 0 -1 8 8
2 A2 0 1 6 15 17/18 = 94%
S32
A3 0 -1 10 1
37
Tabela 1. Avaliações iniciais e finais dos questionários e testes de preferência alimentar dos
participantes com desempenhos precisos no teste de equivalência. (Conclusão)
Participantes
Grupo
Experimental
Faces QINICIAL QFINAL TPINICIAL TPFINAL
Teste de
Equivalência
A1 -1 0 7 12
2 A2 -1 -1 7 6 18/18 = 100%
S35
A3 -1 -1 9 5
A1 0 0 7 8
2 A2 0 1 10 12 18/18 = 100%
S37
A3 0 -1 12 6
A1 0 0 8 10
3 A2 0 0 10 10 17/18 = 94%
S38
A3 0 0 6 7
A1 0 0 9 9
3 A2 1 2 11 18 18/18 = 100% S39
A3 -2 0 7 6
A1 0 -1 11 12
3 A2 0 -2 11 8 18/18 = 100% S40
A3 0 -1 8 6
A1 -1 0 8 9
3 A2 -2 1 9 4 17/18 = 94% S42
A3 -2 -2 7 8
A1 0 0 6 6
3 A2 0 0 9 8 18/18 = 100%
S44
A3 0 2 11 15
A1 0 2 9 14
3 A2 0 2 9 11 18/18 = 100%
S46
A3 0 2 9 6
A1 0 2 9 15
3 A2 0 -1 8 9 18/18 = 100%
S47
A3 0 0 10 14
A1 0 1 8 10
3 A2 0 0 7 4 18/18 = 100%
S48
A3 0 1 10 6
A1 0 2 5 10
3 A2 1 2 9 7 18/18 = 100% S49
A3 -2 2 9 12
A1 0 2 10 14
3 A2 0 0 10 0 13/18 = 72%
S50
A3 0 2 12 12
A1 0 0 9 7
3 A2 0 0 7 5 17/18 = 94%
S51
A3 0 0 11 11
A1 0 2 8 17
3 A2 0 1 7 8 17/18 = 94% S52
A3 0 0 7 8
A1 0 0 7 6
3 A2 0 -1 4 4 16/18 = 89% S53
A3 0 2 7 8
A1 0 1 9 9
3 A2 0 1 9 11 18/18 = 100% S54
A3 0 1 8 2
A1 0 0 8 9
3 A2 0 1 10 11 18/18 = 100%
S55
A3 0 1 11 11
Notas: Os valores dos questionários significam o intervalo escolhido pelo participante, que variou de -2 (desagradável) a 2
(agradável). Os números dos testes de preferência significam a quantidade de vezes em que foi escolhido o alimento (valor
máximo de escolha: 18). A1: face alegre, A2: face neutra feminina, A3: face neutra masculina.
38
Tabela 2. Avaliações iniciais e finais dos questionários e testes de preferência alimentar dos
participantes com desempenhos imprecisos no teste de equivalência. (Continua)
Participantes
Grupo
Experimental
Faces QINICIAL QFINAL TPINICIAL TPFINAL
Teste de
Equivalência
A1 0 2 9 14
1 A2 -1 1 8 7 10/18 = 56%
S1
A3 1 1 9 10
A1 1 1 8 8
1 A2 1 1 7 14 11/18 = 61%
S2
A3 1 1 10 6
A1 -2 -2 8 7
1 A2 -2 -2 10 11 9/18 = 50%
S4
A3 -2 -2 5 3
A1 0 2 10 9
1 A2 0 0 10 11 8/18= 44% S5
A3 1 1 8 10
A1 0 2 7 13
1 A2 0 2 7 9 8/18 = 44% S6
A3 0 2 8 7
A1 -1 0 6 9
1 A2 1 1 6 12 2/18 = 11% S7
A3 1 0 7 7
A1 0 0 7 10
1 A2 0 1 6 10 5/18 = 28%
S9
A3 0 0 8 4
A1 0 -2 10 13
1 A2 0 2 11 14 4/18 = 22%
S13
A3 0 0 9 7
A1 1 1 9 12
1 A2 1 -1 11 7 8/18 = 44%
S15
A3 1 -2 9 11
A1 0 -1 10 10
1 A2 -1 -2 6 6 7/18 = 39%
S19
A3 -2 -2 7 7
A1 -1 -2 8 8
2 A2 -2 2 10 11 0/18 = 0 S23
A3 -2 0 10 12
A1 -1 -1 5 8
2 A2 -1 -2 4 3 8/18 = 44%
S24
A3 -1 0 9 7
A1 -1 1 9 12
2 A2 -1 1 10 10 8/18 = 44%
S27
A3 -1 0 11 2
A1 -2 2 8 9
2 A2 -2 2 9 6 8/18 = 44% S29
A3 -2 2 10 12
A1 0 1 9 13
2 A2 0 1 9 7 6/18 = 33% S33
A3 0 0 10 11
A1 0 -1 6 2
2 A2 0 -1 6 10 9/18 = 50% S34
A3 -1 -1 6 10
A1 0 0 8 8
2 A2 0 0 10 9 5/18 = 28%
S36
A3 0 2 7 12
A1 -2 -2 7 5
3 A2 -2 -1 8 7 7/18 = 39%
S41
A3 1 2 11 11
39
Tabela 2. Avaliações iniciais e finais dos questionários e testes de preferência alimentar dos
participantes com desempenhos imprecisos no teste de equivalência. (Conclusão)
Participantes
Grupo
Experimental
Faces
Quest.
PRÉ
Quest.
PÕS
PRÉ teste
Pref.
PÓS teste
Pref.
Teste de
Equivalência
A1 0 0 7 10
3 A2 0 1 7 10 12/18 = 67%
S43
A3 0 1 9 12
A1 0 0 12 13
3 A2 0 2 12 14 6/18 = 33% S45
A3 1 0 11 10
Notas: Os valores dos questionários significam o intervalo escolhido pelo participante, que variou de -2 (desagradável) a 2
(agradável). Os números dos testes de preferência significam a quantidade de vezes em que foi escolhido o alimento (valor
máximo de escolha: 18). A1: face alegre, A2: face neutra feminina, A3: face neutra masculina.
40
Analisando os dados do Grupo Experimental 1, nota-se que 66,7% (S10, S11, S12,
S14, S16, S17) dos nove participantes que atingiram o critério de equivalência de estímulos,
avaliaram o nome do alimento treinado com a face alegre A1 mais positivamente tanto no
pós-teste de preferência quanto no questionário final (Figura 6). Além disso, os sujeitos S11,
S16 e S17 (33.3%) também julgaram como mais atrativo os alimentos treinados com a face
A2 nos dois instrumentos. Por fim, S16, S17 e S18 (33,3%) apresentaram também aumento
pela escolha do alimento nos dois instrumentos finais, porém, relacionado com as faces
neutras A3.
Entre os dez participantes que não atingiram o critério nesse grupo experimental, 30%
(S1, S6, S7) tiveram um aumento consistente de preferência no alimento treinado com a face
alegre nos dois instrumentos (Figura 7). Do mesmo modo, 30% (S6, S9, S13) também
estimaram melhor, em ambos instrumentos, o alimento treinado com a face neutra A2.
No Grupo Experimental 2, apenas dois participantes (S28, S35) que atingiram o
critério de equivalência, ou seja, 18% avaliaram mais positivamente o alimento treinado com
a face alegre tanto no questionário final quanto no pós-teste de preferência.
Por outro lado, o alimento treinado com a face neutra A2 foi avaliado mais
positivamente por 63,6% dos participantes (S21, S22, S26, S30, S31, S32, S37) em ambos os
instrumentos do mesmo Grupo Experimental 2 que obteve desempenho consistente na fase de
equivalência; e o alimento relacionado a face neutra A3 por 18% dos participantes (S22, S31).
Dentre aqueles do Grupo 2 que não atingiram o critério de equivalência que julgaram de
forma mais positiva os alimentos em ambos os instrumentos foram: 42,8% em A1 (S27, S29,
S33), 14,3% em A2 (S23) e 42,8% em A3 (S23, S29, S36).
No Grupo Experimental 3, entre os quinze participantes que formaram classes de
equivalência de estímulos, 46,7% (S42, S46, S47, S48, S49, S50, S52) avaliaram de forma
41
Figura 6. Comparação das avaliações finais com as iniciais dos questionários e testes de preferência alimentar em porcentagem (maior, menor ou igual à
avaliação inicial) dos grupos experimentais com desempenhos precisos no teste de equivalência. A1: face alegre, A2: face neutra feminina, A3: face
neutra masculina. QT: questionário e teste de preferência alimentar, Q: somente questionário , T: somente teste de preferência alimentar.
42
Figura 7. Comparação das avaliações finais com as iniciais dos questionários e testes de preferência alimentar em porcentagem (maior, menor ou igual
à avaliação inicial) dos grupos experimentais com desempenhos imprecisos no teste de equivalência. A1: face alegre, A2: face neutra feminina, A3: face
neutra masculina. QT: questionário e teste de preferência alimentar, Q: somente questionário, T: somente teste de preferência alimentar.
43
mais positiva o alimento treinado com a face alegre A1 nos dois pós-testes, 33,3% (S39, S46,
S52, S54, S55) aumentaram a escolha nos dois pós-teste pelo alimento treinado com a face
neutra A2 e 20% (S44, S49, S53) consideraram o alimento treinado com a face neutra A3
mais atrativo.
Entre os participantes do Grupo 3 que não atingiram o critério de equivalência, S43 e
S45 (66.7%) aumentaram a preferência nos dois instrumentos finais no alimento relacionado
com a face neutra A2. O participante S43 (33.3%) também aumentou a avaliação do alimento
treinado com a face neutra masculina em ambos os pós testes.
Considerando apenas aumentos da escolha no questionário final, nota-se que, entre os
participantes que atingiram o critério de equivalência de estímulos, 22,2% do Grupo
Experimental 1, 9% do Grupo Experimental 2 e 6,7% do Grupo Experimental 3 avaliaram
como mais agradável o alimento treinado com a face alegre. Por outro lado, observa-se que
11 % do Grupo 1, 45,4% do Grupo 2 e 20% do Grupo 3 com desempenhos precisos no teste
de equivalência, apresentaram aumentos na avaliação pelo alimento da face A1 somente no
pós-teste de preferência.
Em relação à redução dos julgamentos em ambos os instrumentos entre os
participantes que atingiram o critério de equivalência, os grupos experimentais quase não
apresentaram diminuições. No entanto, os Grupos Experimentais 2 e 3 tiveram 45,4% e
26,7% de participantes, respectivamente, que reduziram a avaliação no pós-teste de
preferência pelo alimento treinado com a face neutra masculina e o Grupo 3 apresentou 40%
dos participantes que diminuíram a escolha pelo alimento treinado com a face neutra
feminina.
Por fim, examinando os dados dos grupos experimentais com bom desempenho na
fase de equivalência, atenta-se para o fato de que alguns participantes mantiveram a mesma
avaliação no questionário final: Grupo 1 (11%), Grupo 2 (36,4%) e Grupo 3 (26,7%) com o
44
alimento treinado com a face alegre; Grupo 1 (44,5%), Grupo 2 (18,2%) e Grupo 3 (26,7%)
com o alimento treinado com a face neutra feminina; e Grupo 1 (33,3%), Grupo 2 (54,5%) e
Grupo 3 (26,7%) com o alimento treinado com a face neutra masculina.
Desempenhos nos Treinos AB, AC, BD, Linha de Base Integral e Supertreino
No primeiro grupo experimental quatro participantes (S10, S16, S17 e S18) obtiveram
100% de acerto (144/144 tentativas) em todas as fases de treinos, inclusive no teste de
equivalência de estímulos (Tabela 3). Os participantes S3, S8, S9 e S11 também foram bem
no treino com as percentagens variando entre cem e noventa e sete. Os demais participantes
do primeiro grupo repetiram algumas fases antes de passarem para o próximo passo.
No segundo grupo experimental (Tabela 4), apenas dois conseguiram 100% de acerto
em todas as fases de treino desse grupo (S32 e S35). Entretanto, os participantes S20, S21,
S25 e S36 também tiveram altas percentagens de acerto nas fases de treino. Os outros onze
participantes realizaram algumas repetições para alcançarem o critério de acerto estabelecido.
Por fim, no terceiro grupo experimental (Tabela 4) os participantes S44, S47, S49, S54
(todos com 100% de acerto no teste de equivalência) e S53 apresentaram treinos com alta
quantidade de acertos nos blocos de ensino. Os participantes restantes desse grupo mostraram
desempenhos condizentes com aqueles especificados no experimento.
Nota-se que ocorreu uma maior dificuldade na aprendizagem do treino BD (símbolo
abstrato-alimento) e na linha de base integral em todos os grupos desse estudo. No Grupo 1,
oito participantes apresentaram dificuldades em atingir o critério de acerto estabelecido no
treino BD (S1, S2, S4, S5, S6, S7, S14 e S19), sendo que cinco destes também mostraram
uma dificuldade maior na linha de base integral e apenas um demonstrou formação de classes
de equivalência (S14). No Grupo 2, sete participantes não atingiram o critério de acerto no
primeiro bloco e no Grupo 3, doze participantes. Porém, nesses dois grupos a formação de
classes de equivalência por esses participantes foi bem maior.
45
Tabela 3. Total de acertos das tentativas nos blocos de ensino AB, AC, BD, Linha de base,
Supertreino pelo número total de tentativas em cada bloco pelos participantes do primeiro Grupo
Experimental do Estudo I. Os participantes que realizaram desempenhos consistentes no teste de
equivalência de estímulos estão sinalizados com asterisco.
Participantes
do Grupo 1
Treino AB
Treino AC Treino BD Linha de
Base
Total de
tentativas
S1 36/36 36/36 58/72 45/54 175/198
S2 66/72 35/36 50/54 54/72 205/234
S3* 36/36 36/36 36/36 35/36 143/144
S4 52/54 35/36 47/54 66/72 200/216
S5 36/36 36/36 61/72 35/36 168/180
S6 35/36 36/36 51/54 35/36 157/162
S7 36/36 36/36 52/54 51/54 175/180
S8* 36/36 35/36 36/36 36/36 143/144
S9 36/36 35/36 35/36 35/36 141/144
S10* 36/36 36/36 36/36 36/36 144/144
S11* 36/36 35/36 36/36 36/36 143/144
S12* 48/54 36/36 35/36 61/72 180/198
S13 36/36 52/54 36/36 67/72 191/198
S14* 36/36 35/36 52/54 52/54 175/180
S15 35/36 36/36 35/36 61/72 167/180
S16* 36/36 36/36 36/36 36/36 144/144
S17* 36/36 36/36 36/36 36/36 144/144
S18* 36/36 36/36 36/36 36/36 144/144
S19 47/54 36/36 46/54 36/36 165/180
46
Tabela 4. Total de acertos das tentativas nos blocos de ensino AB, AC, BD, Linha de base,
Supertreino pelo número total de tentativas em cada bloco pelos participantes do segundo e terceiro
Grupos Experimentais do Estudo I. Os participantes que realizaram desempenhos consistentes no teste
de equivalência de estímulos estão sinalizados com asterisco. Em negrito os participantes do Grupo 3.
Participantes
dos Grupos 2
e 3
Treino
AB
Treino
AC
Treino
BD
Linha
de Base
Supertreino Total de
tentativas
20* 36/36 36/36 36/36 36/36 35/36 179/180
21* 36/36 36/36 35/36 36/36 36/36 179/180
22* 36/36 36/36 36/36 51/54 36/36 195/198
23 45/54 49/54 36/36 49/54 52/54 231/252
24 36/36 50/54 36/36 67/72 36/36 225/234
25* 36/36 35/36 36/36 35/36 36/36 178/180
26* 35/36 36/36 38/54 35/36 36/36 180/198
27 52/54 36/36 51/54 50/54 45/54 234/252
28* 36/36 36/36 40/54 35/36 52/54 199/216
29 36/36 35/36 48/54 51/54 49/54 219/234
30* 35/36 48/54 36/36 44/54 52/54 215/234
31* 55/72 36/36 66/72 35/36 51/54 243/270
32* 36/36 36/36 36/36 36/36 36/36 180/180
33 62/72 36/36 52/54 35/36 35/36 220/234
34 68/72 36/36 52/54 36/36 36/36 228/234
35* 36/36 36/36 36/36 36/36 36/36 180/180
36 36/36 36/36 35/36 36/36 36/36 179/180
37* 36/36 36/36 36/36 36/36 36/36 180/180
38*
50/54 52/54 43/54 35/36 192/198 372/396
39*
36/36 35/36 48/54 35/36 179/180 333/342
40*
35/36 36/36 63/72 65/72 193/198 392/414
41
36/36 36/36 61/72 35/36 180/180 348/360
42*
35/36 36/36 50/54 36/36 195/198 352/360
43*
36/36 36/36 51/54 52/54 180/180 355/360
44*
35/36 36/36 35/36 36/36 179/180 321/324
45
36/36 36/36 47/54 36/36 221/234 376/396
46*
36/36 51/54 36/36 51/54 179/180 353/360
47*
35/36 36/36 36/36 51/54 179/180 337/342
48*
51/54 52/54 50/54 36/36 239/252 428/450
49*
35/36 35/36 35/36 36/36 195/198 336/342
50
36/36 36/36 38/54 46/54 180/180 336/360
51
36/36 36/36 50/54 35/36 191/198 348/360
52*
48/54 35/36 45/54 35/36 179/180 342/360
53*
36/36 36/36 36/36 36/36 178/180 322/324
54*
36/36 36/36 36/36 36/36 196/198 340/342
55*
45/54 35/36 50/54 35/36 179/180 344/360
47
Divisão dos dados segundo os Pré-testes
Visto que algumas vezes não foi possível a escolha de alimentos que indicavam
neutralidade, alguns participantes realizaram o treino com alimentos com menor ou maior
agradabilidade. Para uma análise mais detalhada dentro dos grupos, os dados de todos os
participantes foram separados conforme o valor do questionário inicial (ANEXO D). Também
foram calculados a média e o erro padrão da média dos grupos subdivididos para uma
comparação mais individualizada (Tabela 5).
Pode-se notar na Tabela 5 que o erro padrão da média foi maior nos grupos com o
questionário pré diferente de zero, indicando uma maior variabilidade dos dados e
impossibilitando dizer se esses participantes foram diferentemente afetados pela experiência
no treino de emparelhamento com o modelo.
Portanto, esta análise separada dos dados não permite concluir que os indivíduos
diferiram nas escolhas finais dos alimentos treinados devido a diferenças de agradabilidade
inicial do alimento, pois os dados são muito diferentes e não seguem uma tendência. Ou seja,
não se pode dizer que os indivíduos que realizaram o treino com alimentos avaliados
inicialmente como levemente desagradáveis tiveram um padrão distinto nos pós-testes quando
comparados com os demais.
48
Tabela 5. Média e entre parênteses o erro padrão da média dos grupos experimentais separados abaixo
segundo o valor do questionário pré. A1: face alegre, A2: face neutra feminina e A3: face neutra
masculina.
Grupos Quest. PRÉ Quest. PÓS Teste P Teste PÓS
0
1,07 (± 0,33) 8,5 (± 0,32) 10,57 (± 0,53)
1
1 (± 0) 8,5 (± 0,5) 10 (± 2)
Grupo 1 A1
-1
-0,5 (± 0,5) 6,5 (± 0,5) 9,5 (± 0,5)
0
0,88 (± 0,45) 9 (± 0,68) 10,22 (± 1,03)
1
0,83 (± 0,4) 8,33 (± 0,76) 11,33 (± 1,02)
Grupo 1 A2
-1
-0,66 (± 0,88) 6,66 (± 0,66) 6,66 (± 0,33)
0
0,66 (± 0,37) 9,22 (± 0,54) 10,77 (± 1,57)
1
0,33 (± 0,49) 8 (± 0,73) 8,5 (± 0,84)
Grupo 1 A3
-2
-0,66 (± 1,33) 6,66 (± 0,88) 6 (± 1,52)
0
0 (± 0,25) 8 (± 0,29) 7,7 (± 1,08)
-1
-0,6 (± 0,5) 6,8 (± 0,8) 10,4 (± 0,97)
Grupo 2 A1
-2
0 (± 2) 7 (± 1) 7,5 (± 1,5)
0
0,3 (± 0,33) 7,7 (± 0,7) 9,8 (± 0,99)
-1
-0,25 (± 0,75) 7,5 (± 1,32) 7,5 (± 1,84)
Grupo 2 A2
-2
1,25 (± 0,75) 7,25 (± 1,31) 8,75 (± 1,1)
0
0,25 (± 0,36) 9 (± 0,9) 8,25 (± 1,92)
-1
-0,2 (± 0,37) 9,6 (± 1,16) 6,4 (± 1,36)
Grupo 2 A3
-2
-0,5 (± 0,95) 9,25 (± 0,75) 10,5 (± 0,95)
Grupo 3 A1
0
0,68 (± 0,25) 8,43 (± 0,43) 10,68 (± 0,8)
0
0,28 (± 0,3) 8,57 (± 0,55) 8,07 (± 0,98)
1
2 (± 0) 10 (± 1) 12,5 (± 5,5)
Grupo 3 A2
-2
0 (± 1) 8,5 (± 0,5) 5,5 (± 1,5)
0
0,84 (± 0,27) 9,15 (± 0,51) 8,92 (± 1)
1
1 (± 1) 11 (± 0) 10,5 (± 0,5)
-1
-0,33 (± 0,33) 8,66 (± 1,45) 6,33 (± 2,33)
-2
0 (± 1,15) 7,66 (± 0,66) 8,66 (± 1,76)
Grupo 3 A3
49
Análise Estatística
Os dados foram analisados estatisticamente através do software STATISTICA –
versão 6.0, por uma Análise de Variância (ANOVA). Os pré e pós-testes dos três grupos
experimentais foram separados segundo o estabelecimento do critério de equivalência de
estímulos.
No Grupo 1, considerando os participantes que tiveram um desempenho consistente no
teste de equivalência de estímulos, foi obtido diferença significativa entre o questionário pré e
pós [F(1,48) = 20,14; p<0,001] e entre o teste de preferência pré e pós [F(1,48) = 8,95;
p<0,01]. Tanto nos questionários finais como nos pós-testes de preferência as avaliações
foram mais positivas, porém não ocorreu um efeito significativo de interação com as faces e
nem ocorreram diferenças significativas entre as faces (Figura 8).
No Grupo 2 de equivalência de estímulos há um efeito significativo na interação dos
fatores teste de preferência e face [F(2,60) = 3,39; p<0,05]. Nas faces alegre e neutra feminina
houve um aumento no pós-teste de preferência e na face neutra masculina uma redução no
pós-teste de preferência.
No Grupo 3, considerando os participantes que atingiram o critério de equivalência de
estímulos, ocorreu um efeito significativo apenas na comparação entre o questionário pré e
pós [(1,90 = 16,53; p<0,001].
Entre os grupos experimentais que não formaram classes de equivalência de estímulos
foram obtidos efeitos significativos nos Grupos 1 e 2 (Figura 9). No primeiro, houve um
efeito significativo nas comparações entre as faces [F(2,54) = 4,11; p<0,05]: as faces alegre e
neutra feminina tiveram avaliações significativamente maiores que a face neutra masculina.
No segundo grupo, as avaliações nos questionários finais foram significativamente maiores
que as avaliações iniciais [F (1,36) = 10,80; p< 0,01].
50
Figura 8. Média dos questionários e testes dos participantes dos grupos experimentais com
desempenhos precisos no teste de equivalência de estímulos. Barras representam o erro padrão da
média. Nos questionários, o valor 2 era o limite superior para agradável, -2 era limite inferior para
desagradável e 0 consistia em avaliação neutra. Nos testes de preferência, o valor 18 era a quantidade
máxima de escolha do alimento e 0 o mínimo.
51
Figura 9. Média dos questionários e testes dos participantes dos grupos experimentais com
desempenhos imprecisos no teste de equivalência de estímulos. Barras representam o erro padrão da
média. Nos questionários, o valor 2 era o limite superior para agradável, -2 era limite inferior para
desagradável e 0 consistia em avaliação neutra. Nos testes de preferência, o valor 18 era a quantidade
máxima de escolha do alimento e 0 o mínimo.
52
A última análise realizada foi a comparação dos dados dos questionários e testes de
preferência entre os grupos experimentais de equivalência de estímulos e não equivalência de
estímulos em relação às faces. Ocorreu um efeito significativo entre os grupos de equivalência
de estímulos na diferença entre os questionários [F(2,96) = 7,93; P<0,001]. Os questionários
dos alimentos treinados com a face alegre e neutra feminina do primeiro grupo experimental
são significativamente diferentes dos questionários dos alimentos relacionados com as faces
alegre e neutra masculina do segundo grupo experimental.
2.4 DISCUSSÃO
Esse estudo apresentou um procedimento para avaliar se as propriedades positivas de
uma face alegre podem ser transferidas para um estímulo que já possui um significado
anterior (no caso o nome de um alimento), modificando assim a declaração de agradabilidade
nas avaliações finais. Para isso, foi utilizada a equivalência de estímulos, que é um modelo
comportamental para o entendimento de como relações emergentes se formam entre estímulos
diferentes na ausência de contingências de reforçamento explícitos. Os grupos experimentais
variaram conforme a quantidade de treino, sendo o primeiro grupo experimental o que tinha a
menor quantidade de sessões, enquanto o segundo e o terceiro grupo experimental foram
expostos a um supertreino.
Por conseguinte, observa-se que os participantes do segundo e terceiro grupo
experimental apresentaram um desempenho mais consistente na fase de equivalência de
estímulos quando comparados com o primeiro grupo experimental, que obteve o menor
treino. Assim, provavelmente, a quantidade de sessões experimentais influenciou no
estabelecimento das classes de equivalência.
No entanto, examinando os dados dos grupos experimentais que formaram classes de
equivalência de estímulos, o Grupo Experimental 1 obteve o maior número de participantes
53
(66,7%) que avaliaram o alimento treinado com a face alegre como mais agradável em ambos
instrumentos finais de avaliação da preferência alimentar, enquanto que no Grupo
Experimental 3, 46,7% dos participantes aumentaram a preferência pelo alimento treinado
com a face A1 nos dois instrumentos. Nota-se que no Grupo 2, o alimento equivalente à face
alegre mostrou algumas avaliações mais positivas somente no pós-teste de preferência
(45,4%), permanecendo muitas avaliações no questionário final igual à primeira avaliação.
Um dado interessante foi a apresentação de avaliações finais mais positivas em ambos
os pós-testes para o alimento treinado com a face neutra feminina (A2) pelos participantes nos
Grupos Experimentais 2 e 3 (63,7% e 33,3%, respectivamente). Além disso, no Grupo 1,
44,4% dos participantes também avaliaram como mais agradável o alimento treinado com a
face A2 no pós-teste de preferência. Porém, já em relação ao alimento equivalente à face
neutra masculina A3, destaca-se a redução na avaliação do pós-teste de preferência nos
Grupos Experimentais 2 e 3 com desempenhos precisos no teste de equivalência de estímulos,
e, além disso, muitas avaliações finais desses alimentos no questionário final permaneceram
iguais ao questionário preliminar.
Em resumo, os participantes que formaram classes de equivalência de estímulos do
primeiro grupo experimental avaliaram mais positivamente os alimentos expostos ao treino no
questionário final e no pós-teste de preferência. Os participantes do segundo grupo
experimental com desempenhos consistentes no teste de equivalência de estímulos avaliaram
como mais agradável os alimentos relacionados no treino com as faces alegre e neutra
feminina apenas no pós-teste de preferência alimentar; e as escolhas pelos alimentos treinados
com a face neutra masculina nesse grupo diminuíram no pós-teste de preferência. Por último,
os participantes do terceiro grupo experimental avaliaram mais positivamente os alimentos no
questionário final.
54
Portanto, nota-se que há uma tendência de transferência de funções das faces para os
nomes de alimentos treinados, indicando que as preferências obtidas podem ter sido
influenciadas pela história de emparelhamento com o modelo, assim como os resultados
obtidos por Smeets e Barnes-Holmes (2003), Barnes-Holmes et al. (2000) e Bortoloti e de
Rose (no prelo). Porém, é necessário avaliar alguns pontos dessa transferência de funções.
Primeiro, a transferência de funções de propriedades da face alegre para o nome de
alimento ocorreu em um número maior de participantes em ambos instrumentos de avaliação
de preferência alimentar apenas no Grupo 1 (66%), ou seja, no grupo experimental que teve a
menor quantidade de treino e para o qual ocorreu uma maior dificuldade entre os participantes
em formar classes de equivalência de estímulos. Todavia, observa-se que no Grupo 3, entre os
sete participantes que aumentaram em ambos os instrumentos a avaliação do alimento
equivalente à face alegre, o dados de avaliação final desses alimentos são mais consistentes
quando comparados com os dados do Grupo 1. Portanto, a quantidade maior de treino
provavelmente fortificou a relação entre o alimento e a face alegre.
Além disso, a face neutra A2 também parece ter transferido propriedades positivas
para os nomes dos alimentos, pois tanto no Grupo 2 como no Grupo 3, ocorreram avaliações
finais maiores, e no Grupo 1, o alimento equivalente à face A2 também obteve um número
considerável de participantes que o avaliaram de forma mais agradável no pós-teste de
preferência alimentar. Deste modo, verifica-se que a face neutra feminina A2 provavelmente
foi percebida de uma maneira mais positiva, alegre, quando comparada com a outra face
neutra A3.
Um terceiro ponto a se destacar, é a diminuição nas avaliações dos alimentos
equivalentes à face A3 no pós-teste de preferência alimentar principalmente no Grupo
Experimental 2 (45,4%). No entanto, muitas avaliações dos questionários finais desses
mesmos alimentos permaneceram iguais às avaliações iniciais (54,5%).
55
Ressaltado esses pontos, alguns questionamentos podem ser levantados a respeito da
análise dos dados.
As avaliações finais das preferências dos alimentos pelos participantes seguiram certa
tendência em relação às faces A1 e A2. Os alimentos equivalentes a essas faces foram
avaliados de uma forma mais agradável do que os alimentos equivalentes à face A3, porém o
número de avaliações positivas foi menor no terceiro grupo experimental do que no primeiro
grupo. Com isso, é importante questionar se a discriminação das faces mudou conforme a
quantidade de treino, disponibilizando que os participantes avaliassem assim outras
características, traços dos modelos faciais além da expressão facial. Alguns estudos sobre
reconhecimento de expressões faciais, como o de Herba, Landau, Russell, Ecker e Phillips
(2006), utilizaram máscaras nos modelos de expressão facial para ocultarem traços como
cabelo, orelha e outras características que não da face em si, para fazer com que os
participantes focassem somente nos traços internos para discriminar a pessoa e a emoção.
Outros estudos preferem utilizar expressões faciais esquemáticas para estudar a emoção (e.g.,
ÖHMAN; LUNDQVIST; ESTEVES, 2001; HAO; ZHANG; FU, 2005; LEPPÄNEN;
HIETANEN, 2004).
Apesar de sua simplicidade óbvia, as expressões faciais esquemáticas conduzem raiva,
alegria, tristeza e neutralidade emocional efetivamente (e.g., FOX et al., 2000; ÖHMAN et al.,
2001; WHITE, 1995). Visto que esses estímulos são abstrações de faces reais, eles são todos
não familiares, e então as diferenças de informação das faces reais de expressões diferentes
podem ser menos importantes. Além disso, os traços físicos das faces podem ser fortemente
controlados e, pelo fato desses estímulos serem abstratos e esquemáticos, eles são mais
prototípicos do que instantes individuais de uma expressão particular facial (ÖHMAN et al.,
2001). Então, segundo Hao et al. (2005), considerando que faces esquemáticas contêm traços
que confundem menos do que fotografias e parecem ser estímulos faciais afetivos efetivos,
56
pode ser preferível usar faces esquemáticas em estudos em que a percepção da expressão
facial é estudada. Assim, é importante considerar que a questão da discriminabilidade das
faces pode ter trazido novas variáveis de interferência no presente estudo.
Uma questão apontada por Russel, Bachrowski e Fernández-dols (2003) é que os
recebedores algumas vezes interpretam uma expressão emocional em termos de uma emoção
específica, mas a natureza do processo de interpretação ainda permanece a ser determinado.
Há evidência de que a atribuição de uma emoção específica ao transmissor é mais complexo
do que uma simples e imediata detecção de um sinal. Por exemplo, mesmo quando os
estímulos são os protótipos faciais de expressão emocional, a emoção atribuída à expressão
depende do contexto em que ela ocorre (CARROLL; RUSSELL, 1996), do gênero do
transmissor (WIDEN; RUSSELL, 2002), e do estado afetivo do recebedor (NIEDENTHAL et
al., 2000).
Um parâmetro que pode vir a ser investigado é a exposição da face alegre com duas
faces neutras, o que pode ter diminuído a discriminação das propriedades da face alegre, ou
seja, como não é dado o contraste entre as faces (por exemplo, bom e ruim), a transferência
dessas propriedades pode ter sido amenizada ao lado das faces neutras. Talvez a utilização de
uma face triste ou de nojo, ressaltaria as propriedades tanto da face alegre como da face
neutra. Porém, não é viável a realização desse procedimento com alimentos reais devido à
possibilidade de transferência de funções negativas para eles.
Além dessas questões referentes às faces, a utilização do procedimento de matching-
to-sample simultâneo pode não ter sido tão efetiva para a transferência de funções das faces
para os alimentos equivalentes. Alguns estudos mostram que, sobre certas condições,
procedimentos que retardam a aquisição de um desempenho durante o treino podem
realmente servir para aumentar o desempenho durante os testes de transferência ou retenção
(VAIDYA; SMITH, 2006). Arntzen (2006) investigou os efeitos na probabilidade de
57
formação de classes de equivalência quando uma série de atrasos era colocada entre a
remoção do estímulo modelo e a apresentação simultânea do arranjo de estímulos comparação
durante o treino das relações condicionais da linha de base. Os resultados mostraram uma
grande probabilidade de resposta consistente de formação de classes de equivalência à medida
que o tempo de intervalo entre a remoção do estímulo modelo e a apresentação dos estímulos
comparação era aumentado durante o treino.
Outros pontos que podem vir a intervir nas escolhas dos participantes são as
influências culturais e as variáveis situacionais a que estão submetidos os padrões de
comportamento alimentar. Os fatores sociais são particularmente importantes no
desenvolvimento da preferência alimentar da criança visto que eles fazem a transição para a
dieta adulta. Para as crianças, os adultos e os amigos podem desempenhar um papel
importante na indução do consumo de um alimento que a criança não gosta ou não é familiar
(BIRCH, 1980; YAMAMOTO; LOPES, 2007). A preferência e o consumo de vegetais
aumenta quando a criança tem a oportunidade de observar pares selecionando e comendo
alimentos que a criança observadora não gosta (BIRCH, 1980). Os adultos também podem ser
efetivos encorajando as crianças a experimentarem novos alimentos. Uma explicação
alternativa de como esses fatores sociais induzem à mudança, segundo Birch (1999), é que as
crianças formam associações entre alimentos e o contexto social no qual a alimentação ocorre.
Outros mecanismos para mudança de preferência de um alimento incluem exposições
repetidas, condicionamento de sabores e condicionamento calórico (BIRCH, 1999). Em
crianças, exposições repetidas a um alimento têm mostrado aumentar o consumo
(SULLIVAN; BIRCH, 1994), a preferência ou ambos (WARDLE; HERRERA; COOKE;
GIBSON, 2003). Entretanto, não é claro ainda o quanto a exposição por si mesma contribui
para mudanças na preferência.
58
De acordo com Nicklaus, Boggio, Chabanet e Issanchou (2004), as preferências por
vegetais aumentam com a idade. Provavelmente, uma melhor aceitação de vegetais com a
idade é mediada por exposições repetidas a esses alimentos, como mostrado
experimentalmente (WARDLE et al., 2003), e pelo aumento da consciência sobre os
benefícios para a saúde e também sobre a preocupação com o peso (GIBSON; WARDLE;
WATTS, 1998; HILL, 2002).
Portanto, a adequada introdução dos novos alimentos desde a infância, com uma
correta socialização alimentar a partir desse período, bem como a disponibilidade de variados
alimentos saudáveis em um ambiente familiar agradável, pode vir a permitir à criança iniciar a
aquisição das preferências alimentares responsáveis pela determinação do seu padrão
alimentar.
Visto esta gama de fatores, nota-se a dificuldade que permeia a mudança de
preferência por alimentos saudáveis. Entretanto, é importante ressaltar que os procedimentos
utilizados nesse estudo investigaram o quanto as declarações dos participantes em relação à
sua preferência alimentar pode ser modificada.
59
3. ESTUDO II
A aquisição de função simbólica de expressões esquemáticas emocionais por
alimentos fictícios através da equivalência de estímulos
O segundo estudo teve como objetivo avaliar algumas das possíveis variáveis,
particularmente as de procedimento, que podem ter interferido no primeiro estudo. Para tal,
algumas mudanças foram realizadas, como a utilização de expressões esquemáticas ao invés
de faces humanas, para o participante focar mais a atenção na expressão emocional e não em
outras características que as faces humanas apresentam. Além disso, a expressão esquemática
de tristeza também foi adicionada ao treino para fazer contraste com a de alegria. Com a
adição da expressão triste, não seria ético utilizar alimentos verdadeiros. Portanto, foi criada
uma pequena história para a introdução de nomes de alimentos fictícios. Por fim, a última
variável modificada foi o uso no treino do MTS com atraso de um segundo ao invés do MTS
simultâneo utilizado no Estudo I.
3.1 MÉTODO
Participantes
Participaram da pesquisa sessenta e três adolescentes (trinta e quatro meninas e vinte e
nove meninos), na faixa etária de onze a quatorze anos, que cursavam a quinta série do ensino
fundamental. Estes foram recrutados em uma escola pública por meio de uma exposição sobre
a pesquisa em sala de aula pela pesquisadora. As crianças receberam uma carta de autorização
para entregarem aos pais ou responsável. Esta carta explicou os objetivos e procedimentos da
pesquisa. No dia seguinte a pesquisadora pegou com os alunos as autorizações assinadas.
60
Foram excluídos os dados de vinte e sete participantes: seis faltaram, quinze participantes
não conseguiram completar o treino e em conseqüência a problemas técnicos com o computador
utilizado na pesquisa, foram perdidos dados dos pós-testes de seis participantes. Por fim, trinta e
seis participantes concluíram o Estudo II (dezoito meninos e dezoito meninas).
Como forma de incentivo para o envolvimento na pesquisa, foi dado um brinquedo
pela participação e se o participante tivesse um bom desempenho nas sessões experimentais,
ganhava um segundo brinquedo no final da pesquisa.
Local, Materiais e Equipamentos
A pesquisa foi realizada em uma sala da escola pública e os equipamentos utilizados para
a coleta de dados foram os mesmos adotados e descritos no Estudo I. Para a realização do treino
foram empregados como estímulos as expressões esquemáticas de alegria, neutralidade e tristeza,
assim como estímulos do software MTS. O instrumento de pré e pós teste foi diferente do Estudo
I, e teve como objetivo a avaliação dos nomes fictícios de alimentos.
Pré e Pós Testes: Questionário de Escala de Cinco Pontos com Expressão Esquemática
Consistiu na apresentação de três nomes impressos de alimentos fictícios: CAPIRA,
FULITO e PITEBA. Cada alimento fictício foi anexado a uma escala de avaliação de cinco
pontos composta de expressões faciais esquemáticas (Figura 10).
Uma folha de instruções solicitava aos participantes que imaginassem uma viagem
para outro planeta e que neste planeta eles procurariam um restaurante para se alimentar.
Neste lugar eram dadas três opções de alimentos (capira, fulito e piteba) e solicitado que
avaliassem os alimentos de acordo com as impressões que eles tinham a respeito de cada
nome de alimento fictício (ANEXO E). Os intervalos foram avaliados da mesma forma que o
questionário preliminar do Estudo I.
61
CAPIRA
Figura 10. Modelo do questionário do segundo estudo composto por uma escala de cinco
pontos com expressão esquemática, para avaliação de cada nome de alimento fictício (acima).
62
Procedimento
Inicialmente os participantes responderam o questionário individualmente na sala em
que foi realizada a pesquisa, seguindo a instrução anexa à avaliação. Após esta etapa iniciava-
se o pré-treino, idêntico ao do Estudo I, com o objetivo de ensinar a tarefa pelo procedimento
de emparelhamento com o modelo por identidade.
Depois de aprendida a tarefa do pré-treino, iniciava-se o ensino das discriminações
condicionais arbitrárias. O treino (Figura 11) foi composto de três expressões faciais
esquemáticas (alegria-A1, neutralidade-A2 e tristeza-A3), com seis símbolos abstratos (B1,
B2, B3, C1, C2 e C3) e três nomes de alimentos fictícios (Capira-D1, Fulito-D2 e Piteba-D3).
As tentativas foram ensinadas com o procedimento de emparelhamento com o modelo com
atraso de um segundo, o que difere do procedimento de emparelhamento simultâneo por haver
um intervalo de tempo entre a remoção do modelo e a apresentação dos estímulos de
comparação.
O procedimento geral para o ensino das discriminações condicionais AB, AC, BD,
linha de base integral, supertreino das discriminações condicionais (um bloco) e teste de
formação de classes de equivalência foi o mesmo empregado no primeiro estudo, isto é, foram
empregadas a mesma seqüência gradual de apresentações, o mesmo tipo de conseqüência para
acertos e erros e o mesmo critério de acertos.
Por último foi aplicado novamente o questionário para avaliar se ocorreram ou não
mudanças na avaliação dos nomes dos alimentos fictícios.
63
Figura 11. Representação esquemática das relações ensinadas AB, AC e BD (setas contínuas) e
testadas CD e DC (setas tracejadas) no segundo estudo. Cada estímulo é representado por uma
combinação de letra maiúscula e número. A letra identifica o conjunto ao qual o estímulo pertence. O
mesmo número é usado para estímulos condicionalmente relacionados, especificando a formação de
classe esperada. Conjunto A: estímulos de expressões faciais esquemáticas; Conjunto B e C: estímulos
abstratos; Conjunto D: nomes de alimentos fictícios.
B1
A1
C
1
CAPIRA
D1
C
2
C3
A2 A
3
B2 B
3
FULITO
D2
PITEBA
D
3
64
3.2 RESULTADOS
Os resultados do Estudo II foram organizados de forma a apresentar primeiro os dados
dos participantes que formaram classes de equivalência de estímulos e depois os que não
obtiveram desempenhos precisos nos testes de equivalência. A seguir, são mostrados os
desempenhos nas diferentes fases de treino e as análises estatísticas realizadas.
Separação dos Dados segundo Desempenhos no Teste de Equivalência de Estímulos
Tendo em vista os valores da escala, o valor 2 era o limite superior para “agradável”,
-2 era o limite inferior para desagradável e 0 consistia em avaliação neutra.
Os dados considerados para análise dos resultados foram os obtidos com os trinta e
seis participantes que concluíram a pesquisa, sendo que vinte e cinco tiveram desempenhos
consistentes (Tabela 6) nos testes de equivalência de estímulos (69,4%) enquanto onze
participantes tiveram desempenhos imprecisos (Tabela 7) nesse teste de formação de classes
de equivalência (30,5%).
Analisando os dados dos participantes do grupo que formaram classes de equivalência
(Figura 12), 44% avaliaram capira de maneira mais agradável, 48% avaliaram da mesma
maneira que o questionário inicial este alimento e 8% diminuíram a agradabilidade por esse
alimento fictício. Em relação ao alimento fulito, 36% desses participantes aumentaram a
avaliação, 36% não mudaram o julgamento inicial e 28% diminuíram a apreciação.
As avaliações finais do alimento fictício piteba mostraram que 8% dos participantes
que atingiram o critério de equivalência julgaram este alimento de forma mais agradável,
enquanto que 24% não mudaram a avaliação inicial e 68% diminuíram as avaliações.
Entre os participantes com desempenhos imprecisos nos testes de equivalência, 72,7%
desses participantes julgaram de modo mais positivo capira, 9% fulito e 36% piteba.
65
Figura 12. Comparação do pós teste com o pré teste em porcentagem (maior, menor ou igual à avaliação inicial) dos alimentos fictícios do Estudo II no
total de participantes com desempenhos precisos e imprecisos no teste de equivalência. Capira foi treinado no MTS com a face alegre, fulito com a face
neutra e piteba com a face triste.
66
Tabela 6. Avaliações do pré e pós teste dos participantes com desempenhos precisos no teste de
equivalência do Estudo II. Capira foi treinado no MTS com a face alegre, fulito com a face neutra e
piteba com a face triste. (Continua)
PARTICIPANTES ALIMENTOS PRÉ-TESTE PÓS-TESTE
TESTE DE
EQUIVALÊNCIA
CAPIRA -2 -2
FULITO -1 -1 18/18 = 100% S102
PITEBA -1 -2
CAPIRA 1 2
FULITO -2 0 18/18 = 100% S103
PITEBA 0 -2
CAPIRA 1 0
FULITO 0 1 14/18 = 78%
S104
PITEBA 0 -1
CAPIRA 2 2
FULITO 1 0 14/18 = 78% S105
PITEBA -1 -2
CAPIRA 0 0
FULITO 1 1 17/18 = 94%
S106
PITEBA 2 2
CAPIRA 0 2
FULITO 1 0 16/18 = 89% S107
PITEBA -1 -2
CAPIRA 2 2
FULITO -1 0 16/18 = 89%
S112
PITEBA 1 -2
CAPIRA -2 2
FULITO 1 0 18/18 = 100% S114
PITEBA 2 -2
CAPIRA 1 2
FULITO -1 0 17/18 = 94%
S115
PITEBA 2 1
CAPIRA 0 0
FULITO 0 0 13/18 = 72%
S116
PITEBA 0 0
CAPIRA 1 1
FULITO -2 -1 13/18 = 72% S117
PITEBA 1 0
CAPIRA 0 1
FULITO 1 -1 15/18 = 83%
S118
PITEBA 2 0
CAPIRA 0 0
FULITO -1 -1 18/18 = 100% S123
PITEBA -2 -2
CAPIRA 0 -1
FULITO 1 0 17/18 = 94%
S125
PITEBA -1 1
CAPIRA 2 2
FULITO -2 1 17/18 = 94% S128
PITEBA 0 -2
CAPIRA -2 -2
FULITO 0 2 14/18 = 78%
S129
PITEBA 2 1
67
Tabela 6. Avaliações do pré e pós teste dos participantes com desempenhos precisos no teste de
equivalência do Estudo II. Capira foi treinado no MTS com a face alegre, fulito com a face neutra e
piteba com a face triste. (Conclusão)
PARTICIPANTES ALIMENTOS PRÉ-TESTE PÓS-TESTE
TESTE DE
EQUIVALÊNCIA
CAPIRA 1 2
FULITO 1 1 17/18 = 94%
S130
PITEBA 0 -2
CAPIRA 1 2
FULITO -1 0 15/18 = 83%
S133
PITEBA 0 -2
CAPIRA 1 2
FULITO 2 1 16/18 = 89% S142
PITEBA 1 2
CAPIRA 1 1
FULITO 1 1 14/18 = 78%
S143
PITEBA 1 1
CAPIRA 1 1
FULITO 2 2 18/18 = 100% S146
PITEBA 1 1
CAPIRA 0 2
FULITO 1 0 18/18 = 100%
S156
PITEBA 0 -2
CAPIRA 1 2
FULITO 0 0 18/18 = 100% S158
PITEBA 2 -2
CAPIRA 1 2
FULITO 1 1 14/18 = 78%
S162
PITEBA 0 -2
CAPIRA 0 0
FULITO 0 1 17/18 = 94%
S163
PITEBA 0 0
Notas: Os valores dos questionários significam o intervalo escolhido pelo participante, que variou de -2 (desagradável) a 2
(agradável).
68
Tabela 7. Avaliações do pré e pós teste dos participantes com desempenhos imprecisos no teste de
equivalência do Estudo II. Capira foi treinado no MTS com a face alegre, fulito com a face neutra e
piteba com a face triste.
PARTICIPANTES ALIMENTOS PRÉ-TESTE PÓS-TESTE
TESTE DE
EQUIVALÊNCIA
CAPIRA 1 2
FULITO 0 0 12/18 = 67% S113
PITEBA 2 -2
CAPIRA 1 2
FULITO 0 -1 9/18 = 50% S119
PITEBA 2 -2
CAPIRA -2 1
FULITO 2 0 9/18 = 50% S121
PITEBA 0 -2
CAPIRA -1 1
FULITO 0 -1 11/18 = 61%
S122
PITEBA 1 0
CAPIRA 2 2
FULITO -2 0 12/18 = 67% S124
PITEBA 1 -1
CAPIRA -1 1
FULITO 0 -1 12/18 = 67% S134
PITEBA -2 0
CAPIRA 0 1
FULITO 1 0 11/18 = 61% S150
PITEBA 0 2
CAPIRA -2 -2
FULITO -1 -1 12/18 = 67% S155
PITEBA 0 -1
CAPIRA -2 -1
FULITO 2 1 8/18 = 44% S157
PITEBA 0 2
CAPIRA 2 2
FULITO 1 -2 6/18 = 33%
S160
PITEBA 0 0
CAPIRA 1 2
FULITO 2 1 7/18 = 39% S161
PITEBA -1 0
Notas: Os valores dos questionários significam o intervalo escolhido pelo participante, que variou de -2 (desagradável) a 2
(agradável).
69
Mantiveram as mesmas avaliações: 27% em relação à capira, 18% dos participantes no
alimento fulito e 9% nas avaliações finais do alimento piteba.
Por fim, nenhum dos participantes que não atingiram o critério de equivalência de
estímulos diminuiu as avaliações finais do alimento capira. Entretanto, 72,7% e 54,5% desses
participantes diminuíram os valores de fulito e piteba, respectivamente, no questionário final.
Desempenhos nos Treinos AB, AC, BD, Linha de Base Integral e Supertreino
Os participantes S102, S158, S118 e S130 realizaram treinos com altas percentagens
de acertos (Tabela 8). Os demais participantes repetiram algumas fases para obtenção do
critério de acerto e erro. Todas as fases de treino apresentaram um número maior de
participantes que repetiram o treino quando comparado com os grupos experimentais do
primeiro estudo.
No treino AB, vinte e sete participantes não atingiram o critério de acerto e erro e
repetiram esta fase. No treino AC o número de repetições foi menor: onze participantes, sendo
que oito deles repetiram o treino AB. No treino BD e na linha de base, vinte e um
participantes realizaram novamente ambos os treinos e no supertreino, dezesseis participantes
repetiram a fase.
Os participantes que apresentaram repetições em todos os treinos foram S117 e S119.
Alguns não repetiram apenas uma fase: S104, S105, S107, S112, S114 e S122.
70
Tabela 8. Total de acertos das tentativas nos blocos de ensino AB, AC, BD, Linha de base,
Supertreino pelo número total de tentativas em cada bloco pelos participantes do Estudo II. Os
participantes que realizaram desempenhos inconsistentes no teste de equivalência de estímulos estão
sinalizados com asterisco.
Participantes
Treino
AB
Treino
AC
Treino
BD
Linha de
Base
Supertreino
Total de
tentativas
S102 35/36 35/36 36/36 36/36 36/36 178/180
S103 47/54 35/36 48/54 35/36 35/36 200/216
S104 47/54 35/36 61/72 47/54 51/54 241/270
S105 64/72 36/36 52/54 56/72 50/54 258/288
S106 35/36 51/54 35/36 51/54 52/54 224/234
S107 49/54 52/54 51/54 35/36 51/54 238/252
S112 60/72 49/54 46/54 36/36 51/54 242/270
S113* 35/36 35/36 50/54 51/54 35/36 206/216
S114 46/54 52/54 67/72 51/54 35/36 251/270
S115 49/54 35/36 36/36 49/54 49/54 218/234
S116 50/54 35/36 66/72 51/54 51/54 253/270
S117 49/54 63/72 50/54 47/54 49/54 258/288
S118 50/54 36/36 35/36 35/36 35/36 191/198
S119* 51/54 44/54 41/54 66/72 51/54 253/288
S121* 56/72 36/36 36/36 65/72 51/54 244/270
S122* 49/54 49/54 46/54 50/54 35/36 229/252
S123 49/54 36/36 35/36 51/54 35/36 206/216
S124 45/54 35/36 47/54 35/36 35/36 197/216
S125 36/36 35/36 52/54 67/72 35/36 225/234
S128 35/36 35/36 51/54 51/54 35/36 207/216
S129 52/54 35/36 35/36 35/36 35/36 192/198
S130 36/36 36/36 35/36 36/36 52/54 195/198
S133 35/36 50/54 37/54 35/36 35/36 192/216
S134* 47/54 36/36 36/36 47/54 35/36 201/216
S142 48/54 36/36 50/54 49/54 66/72 249/270
S143 59/72 36/36 50/54 51/54 51/54 247/270
S146 49/54 36/36 50/54 51/54 35/36 221/234
S150* 51/54 36/36 35/36 44/54 50/54 216/234
S155* 47/54 36/36 36/36 36/36 35/36 190/198
S156 51/54 51/54 36/36 35/36 36/36 209/216
S157* 45/54 36/36 35/36 35/36 35/36 186/198
S158 35/36 36/36 51/54 36/36 35/36 193/198
S160* 35/36 51/54 49/54 51/54 52/54 238/252
S161* 65/72 36/36 36/36 50/54 36/36 223/234
S162 52/54 35/36 35/36 35/36 68/72 225/234
S163 51/54 52/54 50/54 35/36 35/36 223/234
71
Análise Estatística
Para esta análise foi utilizado o software STATISTICA – versão 6.0, realizando uma
Análise de Variância (ANOVA). Os dados foram divididos em dois grupos distintos:
participantes que formaram classes de estímulos e aqueles que não formaram (Figura 13).
No grupo de equivalência de estímulos, não ocorreram diferenças significativas nas
avaliações realizadas pelos participantes entre os questionários inicial e final. Entretanto, as
avaliações dos alimentos fictícios capira, fulito e piteba tiveram diferenças significativas entre
si [F(2,144) = 6,47; p<0,01]. Ou seja, as avaliações finais do alimento capira foram
significativamente maior que as avaliações finais do alimento fulito e do alimento piteba, e as
avaliações finais do alimento fulito maior que as avaliações finais do alimento piteba.
A interação entre os pré e pós testes e o alimento fictício também teve um efeito
significativo [F(2,144) = 7,14; p<0,001]. Como mostra a Figura 13, os participantes
aumentaram as avaliações finais de capira quando comparadas com o pré teste, mantiveram
avaliações finais muito próximas às iniciais no alimento fulito e, diminuíram
consideravelmente o pós-teste do alimento piteba, comparado com o pré-teste deste alimento.
No grupo de não equivalência a interação entre os pré e pós testes e o alimento fictício
também foi significativa [F(2,60) = 3,56; p<0,05]. O alimento capira foi avaliado de maneira
mais agradável, mais positiva que o pré teste enquanto que as avaliações finais de fulito e
piteba diminuíram, quando comparados com o pré teste.
72
Figura 13. Média dos questionários dos alimentos fictícios capira, fulito e piteba dos participantes
com desempenhos precisos e imprecisos no teste de equivalência de estímulos. Barras representam o
erro padrão da média. Os valores dos questionários significam o intervalo escolhido pelo participante,
que variou de -2 (desagradável) a 2 (agradável).
73
3.3 DISCUSSÃO
Os resultados mostraram que, tanto os participantes que formaram classes de
equivalência quanto os que não formaram, avaliaram o alimento fictício relacionado com a
face alegre de forma mais positiva e o alimento relacionado com a face triste de maneira mais
negativa. A diferença nesses dois grupos de participantes foi em relação ao alimento fulito,
que foi avaliado pelos participantes com desempenhos imprecisos nos testes de equivalência
como sendo menos agradável.
Portanto, neste estudo, parece ter ocorrido de maneira mais consistente a transferência
de função das propriedades das faces (principalmente alegre e triste) para os nomes de
alimentos fictícios. Porém, não é possível concluir quais foram os fatores determinantes nessa
transferência, pois foram modificadas algumas variáveis no procedimento desse estudo
discutidas abaixo.
Estudos mostram que a disposição do estímulo modelo com um intervalo de tempo
entre a sua remoção e a apresentação dos estímulos comparação pode gerar um controle mais
preciso sobre a formação de discriminações condicionais (SIDMAN, 1969; STROMER;
MCILVANE; DUBE; MACKAY, 1993; ARNTZEN, 2006; VAIDYA; SMITH, 2006).
Segundo Assis, Baptista, Kato e Cardoso (2003), a importância do atraso reside no fato de que
ele pode levar o participante a ficar mais atento à apresentação do estímulo modelo. Dessa
forma, o procedimento de matching-to-sample com atraso pode ter contribuído para a
retenção dos estímulos ensinados nesse estudo.
No entanto, os estímulos utilizados, no caso os alimentos fictícios, diferentemente dos
alimentos verdadeiros, não tinham uma história de reforçamento que pudesse influenciar na
aquisição das propriedades treinadas no treino. Portanto, os dados obtidos nesse estudo são
condizentes com os achados de Bortoloti e de Rose (no prelo), em que as propriedades das
faces foram transferidas para os estímulos abstratos. Desse modo, excluída uma possível
74
história prévia, provavelmente as preferências obtidas foram influenciadas pela história de
emparelhamento com o modelo durante o experimento.
O uso das faces esquemáticas pode também ter sido um fator que contribuiu para um
maior refinamento dos dados, controlando prováveis influências secundárias que a face
humana tem sobre os participantes. No entanto, a face neutra esquemática também apresentou
uma maior variabilidade nas escolhas finais dos alimentos. Nota-se, portanto, que a utilização
da face neutra em estudos que tem como objetivo a transferência de sua função é um fator que
requer estudos que avaliem sua “neutralidade”.
Por fim, são necessários estudos adicionais para analisar cada uma dessas variáveis
separadamente, com nomes de alimentos verdadeiros, que permitam verificar se a
transferência de função de propriedades positivas para os alimentos ocorre de uma maneira
mais clara, consistente e nítida do que os dados obtidos no primeiro estudo.
75
4. DISCUSSÃO GERAL
O presente trabalho teve como objetivo verificar a aquisição de função simbólica de
expressões emocionais por nomes de alimentos verdadeiros e fictícios em adolescentes, por
meio do paradigma de equivalência de estímulos. No Estudo I foram ensinadas relações entre
as faces humanas expressando alegria e neutralidade com nomes de alimentos verdadeiros
pelo procedimento de matching-to-sample simultâneo, diferindo a quantidade de treino em
três grupos experimentais. O Estudo II teve como objetivo verificar se a transferência de
função ocorreria se fossem utilizados nomes fictícios de alimentos relacionados com
expressões esquemáticas de alegria, neutralidade e tristeza pelo procedimento de matching-to-
sample com atraso.
Em linhas gerais, os dados do Estudo I mostram uma leve tendência em uma avaliação
de maior agradabilidade pelos alimentos treinados com a face alegre e neutra feminina,
principalmente nos Grupos experimentais 1 e 2, e uma pequena redução nas avaliações dos
alimentos treinados com a face neutra masculina nos Grupos experimentais 2 e 3. O Estudo II
resultou em dados mais claros em relação à transferência de função das faces para os nomes
dos alimentos fictícios nos participantes que tiveram desempenhos precisos no teste de
formação de classes de equivalência. Nesse estudo, as propriedades das faces esquemáticas
foram transferidas para os nomes de alimentos fictícios.
Os resultados de ambos os estudos têm implicações na investigação sobre a formação
de classes de estímulos. Nota-se que no delineamento experimental para estabelecer relações
de equivalência, ou seja, a seqüência de tarefas de emparelhamento com o modelo em que os
participantes aprenderam a relacionar estímulos dos conjuntos A, B, C e D, os estímulos
tornaram-se equivalentes, ou em outras palavras, passaram a compartilhar de relações de
significado (SIDMAN; KIRK; WILLSON-MORRIS, 1985; SIDMAN; TAILBY, 1982).
76
Segundo Sidman e Tailby (1982), “discriminações condicionais bem estabelecidas podem
resultar não apenas em relações condicionais entre estímulos, mas também em relações de
equivalência”.
A diferença nos grupos experimentais do primeiro estudo em relação à quantidade de
treino mostrou que os participantes que foram expostos ao supertreino realizaram com uma
maior facilidade o teste de equivalência de estímulos. Os participantes do primeiro grupo
(sem supertreino) apresentaram uma maior dificuldade: entre dezenove participantes, apenas
nove tiveram desempenhos precisos nos testes de equivalência, enquanto nos outros grupos
esse número foi muito maior (onze participantes no segundo grupo e quinze participantes no
terceiro grupo). Esses resultados estão de acordo com a literatura, que mostra que quanto
maior o grau de supertreino, maior a retenção (BROWN, 1970; DRISKELL; WILLIS;
COPPER, 1992), e que o supertreino é um meio efetivo para aumentar o desempenho nas
tarefas (SCHENDEL; HAGMAN, 1982). Segundo Driskell et al. (1992), o supertreino é
efetivo porque oferece mais treino do que é necessário para uma proficiência inicial. Então,
em um dado sentido, o aumento da repetição representa um grande grau de aprendizagem.
Dessa forma, o treino além da proficiência inicial (supertreino) permite que o praticante repita
o desempenho para estabelecer e confirmar a resposta correta.
No entanto, é importante ressaltar que os participantes expostos ao supertreino,
principalmente do terceiro grupo experimental, pareciam mais cansados e entediados com a
repetição da tarefa. Isso pode ter repercutido de uma maneira negativa nos pós-testes.
Segundo Pashler, Rohrer, Cepeda e Carpenter (2007), o supertreino tem a deficiência do
treino concentrado, representando um uso ineficiente do tempo de estudo. Para eles, o
supertreino não representa uma estratégia útil de aprendizagem. Atualmente não existem
muitas pesquisas com humanos que utilizam no procedimento o supertreino em treino de
77
discriminações condicionais. A maior parte dos estudos é realizada com animais, como
pombos e ratos (BEALE, 1970; NAKAGAWA, 2002).
Para reduzir o tempo de repetição da mesma tarefa e, ao mesmo tempo, melhorar a
retenção das relações ensinadas, optou-se no segundo estudo pela utilização do procedimento
de emparelhamento com o modelo com atraso de um segundo. Estudos mostram que o atraso
entre a remoção do estímulo modelo e a apresentação dos estímulos de comparação melhoram
a retenção do estímulo ensinado (ARNTZEN, 2006; VAIDYA; SMITH, 2006). No entanto,
foi mantido um bloco de supertreino para garantir o ensino das discriminações condicionais.
Estudos experimentais que empregam o modelo de equivalência de estímulos
permitem a simulação da aquisição de comportamentos simbólicos com indivíduos humanos.
Uma questão mais complexa estudada em alguns desses experimentos é a transferência de
funções entre estímulos equivalentes, ou seja, os estímulos inseridos em uma mesma classe de
equivalência devem apresentar o compartilhamento emergente de funções (DE ROSE et al.,
1988; DOUGHER et al., 1994; BARNES-HOLMES et al., 2004). Nesses estudos, as funções
adquiridas por um estímulo (que pode ser comparado a um referente) foram transferidas para
os demais membros da classe (símbolos capazes de substituir o referente).
A maioria dos experimentos realizados para investigar a transferência de funções
emprega estímulos abstratos em que é atribuído a um membro da classe alguma função
comportamental e em seguida testado o surgimento dessa função nos demais membros da
classe. Desta forma, os estímulos empregados não possuem uma história comportamental
anterior ao treino. No presente trabalho foram utilizadas expressões faciais como um
referente. Segundo Bortoloti, de Rose e Galvão (2005, p. 59), “fazendo uso de expressões
faciais, não é preciso criar artificialmente alguma função comportamental em um membro de
uma classe de equivalência. Os efeitos que têm sobre o comportamento integram a natureza
das faces. Basta, pois, manejá-las adequadamente e encontrar medidas de transferência que
78
sejam adequadas para detectar a presença desses efeitos em outros estímulos.” No Estudo II,
em que foram empregados nomes de alimentos fictícios, os efeitos das faces foram
presenciados nas avaliações finais dos alimentos. No entanto, no Estudo I, no qual se utilizou
estímulos de comparação que já possuíam uma função comportamental (nomes de alimentos
verdadeiros), o efeito das faces sobre eles foi mais difícil de ser identificado.
Vartanian, Herman e Polivy (2007) ressaltam que “o próprio alimento tem um valor
simbólico, além de também desempenhar um grande papel na vida social”. Muitas das
interações dos seres humanos envolvem alimento e alimentação, e muitas refeições são
consumidas com outras pessoas, ou pelo menos na presença de outros. Assim, provavelmente,
é difícil os alimentos serem totalmente neutros, isentos de qualquer valoração. No presente
estudo não foi investigado quais alimentos foram ingeridos e se os alimentos treinados foram
consumidos nos dias em que os participantes realizaram a pesquisa. O estudo de Winkielman,
Berridge e Wilbarger (2005) aponta para a importância do estado motivacional no consumo
de uma bebida quando os participantes foram expostos a faces subliminares de alegria e raiva.
Os participantes sedentos despejaram mais e beberam mais de uma bebida depois de expostos
a faces alegres, mas despejaram menos e beberam menos depois de uma exposição a faces de
raiva. Notavelmente, apesar dessas mudanças no comportamento, os participantes sedentos
não reportaram mudança em seus estados subjetivos, mesmo quando o humor deles foi
avaliado imediatamente depois de impressões subliminares. O despejar e beber dos
participantes não sedentos não mudou depois de impressões subliminares. Esse estudo
mostrou que as expressões faciais subliminares alteraram o consumo e que a influência deles
dependeu do estado motivacional relevante.
A percepção de expressões emocionais é um assunto muito discutido. A maioria das
pesquisas nessa área é conduzida usando faces estáticas como estímulo. Entretanto, a
79
expressão facial de emoção é um fenômeno altamente dinâmico e uma fotografia estática é
uma representação não natural.
No experimento de Biele e Grabowska (2006), os participantes avaliaram a
intensidade das expressões de raiva e alegria apresentadas como fotografias (estímulo
estático) e animações (estímulo dinâmico). As emoções nas faces de raiva foram julgadas
como mais intensas do que as faces alegres e a intensidade das avaliações foi maior nos casos
da animação do que nas fotografias. Além disso, foram encontradas diferenças de gênero nas
avaliações de intensidade. Para participantes do sexo masculino foram notadas avaliações de
intensidade mais alta para expressões dinâmicas do que para fotografias no caso de raiva,
enquanto que no caso de alegria, nenhuma diferença foi observada. As participantes do sexo
feminino julgaram as fotografias de raiva como mais intensas do que as de alegria, e as
expressões dinâmicas como mais intensas do que as estáticas. Os resultados desse estudo
sugerem que o dinamismo enriquece a expreso emocional e desempenha um importante
papel na percepção de sua intensidade. Esse efeito, entretanto, depende do sexo do
participante e da expressão emocional.
Outros estudos mostram que a velocidade em que é mostrada a emoção é um
importante fator na percepção da expressão emocional (SATO; YOSHIKAWA, 2004;
KAMACHI; BRUCE; MUKAIDA; GYOBA; YOSHIKAWA; AKAMATSU, 2001). Esses
estudos, nos quais o computador gerava animações dinâmicas, mostraram que algumas
expressões são melhor reconhecidas quando apresentadas rapidamente (por exemplo, a face
alegre), enquanto outras, quando apresentados lentamente (por exemplo, a face triste) (SATO
et al., 2004). Portanto, a exposição repetida das mesmas faces pode vir a prejudicar a
percepção da expressão emocional, visto que começam a ser notados outros detalhes nas faces
e a serem atribuídos outros valores às mesmas.
80
Outro aspecto estudado é a freqüência em que os indivíduos encontraram diferentes
expressões emocionais ao longo da vida. No estudo de Somerville e Whalen (2006),
universitários receberam uma lista com as seis expressões faciais primárias de Ekman e
Friesen e uma expressão neutra, e foram instruídos a avaliarem as expressões baseados na
freqüência que eles acreditavam terem encontrado essas expressões em suas vidas (1 = a mais
vista, 7 = a menos vista). Para aumentar a clareza, duas palavras foram apresentadas para
descrever cada expressão. A quantidade de experiências individuais reportadas tidas com
diferentes expressões emocionais diferiu sistematicamente entre todas as categorias de
expressão. A ordem encontrada, da face mais vista para menos vista, foi a seguinte: alegre,
neutra, triste, raiva, surpresa, nojo e medo.
Esses dados apontam a necessidade de estudos comportamentais e de neuroimagem
procurando comparar respostas de uma expressão com outra, e geralmente para qualquer
paradigma experimental envolvendo condições em que o estímulo fundamentalmente difere
em dimensões de experiência anterior.
Para futuros estudos seria interessante uma melhor caracterização da história do
participante com os alimentos, das refeições feitas durante os dias do experimento e se a
exposição repetida aos nomes e faces influenciou a vontade em comê-los e se havia
disponibilidade deles em casa. Em relação às expressões emocionais, o uso de expressões
esquemáticas parece ser uma boa alternativa. No entanto, uma outra sugestão seria o uso de
várias faces para fortificar a classe de expressão emocional e não ficar apenas em uma
fotografia. Além disso, ao invés de expressões emocionais, uma alternativa seria utilizar
desenhos animados conhecidos pela faixa etária, ou então, escudos dos times de futebol
preferidos para os meninos.
81
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2007. p. 175-188.
88
ANEXO A - Carta de autorização aos pais ou responsável
Ribeirão Preto, __ de ________ de 2006
Prezados Pais ou Responsáveis,
Venho, por meio desta, expor a pesquisa que desenvolvo como projeto de mestrado
na Universidade de São Paulo sob orientação do Prof. Dr. Sebastião de Sousa Almeida no
programa de Pós-graduação da Psicobiologia do Departamento de Psicologia e Educação
da FFCLRP-USP, e solicitar seu consentimento para participação do seu filho nesse estudo.
O título da pesquisa é “Utilização do Paradigma de Equivalência de Estímulos para
Modificar Preferência Alimentar”. Este experimento não é um teste: ele não avalia ou mede
nenhuma característica pessoal dos participantes. O objetivo é estudar processos que são
comuns a todas as pessoas.
Estamos interessados em estudar os processos de aprendizagem, principalmente em
relação à alimentação. Isso é, investigar como ocorre o aprendizado da preferência
alimentar e se esta pode vir a ser mudada através de uma maior exposição a alimentos
saudáveis. Para isso, utilizaremos um computador no qual a criança aprenderá tarefas. O
próprio programa do computador vai fornecer as informações necessárias para ela saber
qual das escolhas possíveis é correta.
O tempo de participação é de uma semana, com duração aproximada de 20 minutos. As
atividades serão conduzidas apenas com uma criança por vez, porém, o interesse está no
conjunto de dados de todas as crianças. Como gratificação pela participação na pesquisa a
criança receberá um brinde. As atividades da pesquisa serão desenvolvidas em uma sala da
escola, no período de aula.
As crianças terão total liberdade e direito de desistir da realização da tarefa caso sintam-
se desconfortáveis ou prejudicadas, não havendo qualquer ônus de sua parte. A qualquer
momento V.Sa. poderá discutir comigo qualquer questão ou dúvida e retirar seu consentimento,
caso sinta-se desconfortável com a participação de seu filho.
No aguardo de um parecer favorável permaneço à sua disposição para outros
esclarecimentos que se fizerem necessários.
Atenciosamente,
Gisele Straatmann
(Telefones para Contato: 9111-0250/ 3626-0133; Laboratório na USP: 3602-4391;
Prof. Dr. Sebastião: 3602-3663)
89
Programa de Pós-Graduação de Psicobiologia
Departamento de Psicologia e Educação da FFCLRP-USP
Utilização do Paradigma de Equivalência de Estímulos para Modificar
Preferência Alimentar
AUTORIZAÇÃO
Eu,____________________________________________________________,
autorizo meu(minha) filho(a) ____________________________________________
a participar da pesquisa “Utilização do Paradigma de Equivalência de Estímulos
para Modificar Preferência Alimentar”, sob a responsabilidade de Gisele Straatmann
e Sebastião de Sousa Almeida, a ser conduzida nas dependências da escola.
Declaro que li a carta na página anterior e que estou de acordo com o que foi
proposto.
__________________, _____/ _____/_____.
_________________________________________
Pai / Mãe ou Responsável
TELEFONE PARA CONTATO:
90
ANEXO B – Aprovação do Comitê de Ética
91
ANEXO C - Questionário de cinco pontos com expressão facial do Estudo I
Este questionário procura avaliar sua opinião
sobre cada alimento apresentado. Ele possui
50 nomes de alimentos e ao lado de cada um
deles há uma escala de opinião com cinco
espaços. Marque um “X” no espaço
correspondente à sua opinião, indicada pela
face correspondente, sobre cada alimento
relacionado. Avalie o alimento conforme a
impressão que este lhe cause. Caso não
conheça o alimento relacionado, deixe em
branco.
As faces significam:
LEMBRE-SE QUE NÃO HÁ RESPOSTA
CORRETA. O que vale é o que realmente você
acha do alimento.
Boa tarefa!!
Obrigada!!
Agradável
Gostoso
Levemente
Agradável
Neutro: “eu
como, mas
não faço
questão”
Levemente
Desagra-
dável
Desagra-
dável
92
CENOURA
BRÓCOLIS
VAGEM
PEPINO
ABACAXI
93
MAÇÃ
ESPINAFRE
MAMÃO
LARANJA
AMENDOIM
94
ABACATE
BANANA
COUVE-FLOR
ALFACE
MANGA
95
CHUCHU
AMEIXA
BERINJELA
PÊRA
COUVE
96
UVA
REPOLHO
RÚCULA
TOMATE
MELANCIA
97
RABANETE
IOGURTE
MARACUJÁ
QUEIJO
ABÓBORA
98
BATATA
GOIABA
ABOBRINHA
MANDIOCA
CAJU
99
SOJA
CHICÓRIA
JABUTICABA
ERVILHA
FIGO
100
BETERRABA
AGRIÃO
QUIABO
MELÃO
ALMEIRÃO
101
MORANGO
PÃO
PALMITO
MACARRÃO
PÊSSEGO
102
ANEXO D - Divisão dos dados do Estudo I conforme o valor do questionário inicial
Divisão dos dados do Estudo I conforme o valor do questionário inicial do Grupo Experimental 1.
Participantes
Face
QPRÉ
QPÓS
TPRÉ
TPÓS
13 A1 0 -2 10 13
19 A1 0 -1 10 10
9 A1 0 0 7 10
10 A1 0 1 7 9
16 A1 0 1 7 9
3 A1 0 1 8 7
12 A1 0 1 8 10
6 A1 0 2 7 13
17 A1 0 2 8 12
8 A1 0 2 9 9
14 A1 0 2 9 12
1 A1 0 2 9 14
5 A1 0 2 10 9
11 A1 0 2 10 11
8 A2 0 -2 8 7
12 A2 0 0 7 9
5 A2 0 0 10 11
9 A2 0 1 6 10
16 A2 0 1 12 13
6 A2 0 2 7 9
14 A2 0 2 10 5
17 A2 0 2 10 14
13 A2 0 2 11 14
10 A3 0 -1 8 7
12 A3 0 0 7 12
9 A3 0 0 8 4
13 A3 0 0 9 7
14 A3 0 0 10 13
16 A3 0 1 12 18
6 A3 0 2 8 7
17 A3 0 2 10 16
18 A3 0 2 11 13
2 A1 1 1 8 8
15 A1 1 1 9 12
15 A2 1 -1 11 7
7 A2 1 1 6 12
2 A2 1 1 7 14
3 A2 1 1 8 10
10 A2 1 1 8 13
11 A2 1 2 10 12
15 A3 1 -2 9 11
7 A3 1 0 7 7
3 A3 1 1 5 7
5 A3 1 1 8 10
1 A3 1 1 9 10
2 A3 1 1 10 6
18 A1 -1 -1 7 10
7 A1 -1 0 6 9
19 A2 -1 -2 6 6
18 A2 -1 -1 6 7
1 A2 -1 1 8 7
8 A3 -1 -1 10 10
4 A1 -2 -2 8 7
4 A2 -2 -2 10 11
4 A3 -2 -2 5 3
19 A3 -2 -2 7 7
11 A3 -2 2 8 8
103
Divisão dos dados do Estudo I conforme o valor do questionário inicial do Grupo Experimental 2.
Participantes
Face
QPRÉ
QPÓS
TPRÉ
TPÓS
34 A1 0 -1 6 2
22 A1 0 -1 8 4
32 A1 0 -1 8 8
37 A1 0 0 7 8
36 A1 0 0 8 8
25 A1 0 0 8 9
20 A1 0 0 8 11
31 A1 0 1 9 4
28 A1 0 1 9 10
33 A1 0 1 9 13
34 A2 0 -1 6 10
28 A2 0 -1 7 7
25 A2 0 -1 7 8
20 A2 0 0 4 5
36 A2 0 0 10 9
32 A2 0 1 6 15
33 A2 0 1 9 7
37 A2 0 1 10 12
22 A2 0 1 11 12
31 A2 0 2 7 13
32 A3 0 -1 10 1
37 A3 0 -1 12 6
20 A3 0 0 4 0
33 A3 0 0 10 11
25 A3 0 0 10 12
31 A3 0 1 8 9
22 A3 0 1 11 15
36 A3 0 2 7 12
26 A1 1 -1 6 8
28 A3 1 1 10 9
23 A1 -1 -2 8 8
24 A1 -1 -1 5 8
21 A1 -1 -1 5 12
35 A1 -1 0 7 12
27 A1 -1 1 9 12
24 A2 -1 -2 4 3
35 A2 -1 -1 7 6
26 A2 -1 1 9 11
27 A2 -1 1 10 10
34 A3 -1 -1 6 10
35 A3 -1 -1 9 5
24 A3 -1 0 9 7
27 A3 -1 0 11 2
26 A3 -1 1 13 8
29 A1 -2 2 8 9
30 A1 -2 -2 6 6
21 A2 -2 -1 5 8
30 A2 -2 2 5 10
29 A2 -2 2 9 6
23 A2 -2 2 10 11
21 A3 -2 -2 7 10
30 A3 -2 -2 10 8
23 A3 -2 0 10 12
29 A3 -2 2 10 12
104
Divisão dos dados do Estudo I conforme o valor do questionário inicial do Grupo Experimental 3.
Participantes
Face
QPRÉ
QPÓS
TPRÉ
TPÓS
40 A1 0 -1 11 12
44 A1 0 0 6 6
53 A1 0 0 7 6
43 A1 0 0 7 10
55 A1 0 0 8 9
38 A1 0 0 8 10
51 A1 0 0 9 7
39 A1 0 0 9 9
45 A1 0 0 12 13
48 A1 0 1 8 10
54 A1 0 1 9 9
49 A1 0 2 5 10
52 A1 0 2 8 17
46 A1 0 2 9 14
47 A1 0 2 9 15
50 A1 0 2 10 14
40 A2 0 -2 11 8
53 A2 0 -1 4 4
47 A2 0 -1 8 9
48 A2 0 0 7 4
51 A2 0 0 7 5
44 A2 0 0 9 8
50 A2 0 0 10 0
38 A2 0 0 10 10
52 A2 0 1 7 8
43 A2 0 1 7 10
54 A2 0 1 9 11
55 A2 0 1 10 11
46 A2 0 2 9 11
45 A2 0 2 12 14
40 A3 0 -1 8 6
38 A3 0 0 6 7
52 A3 0 0 7 8
47 A3 0 0 10 14
51 A3 0 0 11 11
54 A3 0 1 8 2
43 A3 0 1 9 10
48 A3 0 1 10 6
55 A3 0 1 11 11
53 A3 0 2 7 8
46 A3 0 2 9 6
44 A3 0 2 11 15
50 A3 0 2 12 12
49 A2 1 2 9 7
39 A2 1 2 11 18
45 A3 1 0 11 10
41 A3 1 2 11 11
42 A1 -1 0 8 9
34 A3 -1 -1 6 10
24 A3 -1 0 9 7
27 A3 -1 0 11 2
41 A1 -2 -2 7 5
41 A2 -2 -1 8 7
42 A2 -2 1 9 4
42 A3 -2 -2 7 8
39 A3 -2 0 7 6
49 A3 -2 2 9 12
105
ANEXO E - Questionário do Estudo II
Imagine que você foi fazer uma viagem para
outro planeta. Chegando lá, você resolve
procurar um restaurante para se alimentar. São
dadas três opções de alimentos: CAPIRA,
FULITO e PITEBA. Mesmo não conhecendo os
alimentos, avalie-os conforme a escala abaixo.
Marque um “X” no espaço correspondente à
sua opinião, indicada pela face
correspondente, sobre cada alimento
relacionado. Avalie o alimento conforme a
impressão que este lhe cause.
As faces significam:
LEMBRE-SE QUE NÃO HÁ RESPOSTA
CORRETA. O que vale é a sua impressão sobre
o alimento.
Boa tarefa!!
Obrigada!!
CAPIRA
Agradável
Gostoso
Levemente
Agradável
Neutro: “eu
como, mas
não faço
questão”
Levemente
Desagra-
dável
Desagra-
dável
106
FULITO
PITEBA
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