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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
WILLIAM SENNA RODRIGUES
ESTUDO DE CASO: ANÁLISES SAZONAIS DOS DADOS METEOROLÓGICOS E
DE SO
2
DE UMA REDE DE MONITORAMENTO DE QUALIDADE DO AR, COMO
FERRAMENTA DE APOIO A GESTÃO DAS EMISSÕES DE SO
2
DE UMA
REFINARIA DE GRANDE PORTE.
Niterói
2006
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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
WILLIAM SENNA RODRIGUES
ESTUDO DE CASO: ANÁLISES SAZONAIS DOS DADOS METEOROLÓGICOS E
DE SO
2
DE UMA REDE DE MONITORAMENTO DE QUALIDADE DO AR, COMO
FERRAMENTA DE APOIO A GESTÃO DAS EMISSÕES DE SO
2
UMA REFINARIA
DE GRANDE PORTE.
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-
Graduação Stricto Sensu em Sistemas de
Gestão da Universidade Federal Fluminense
como requisito parcial para obtenção do Grau
de Mestre em Sistema de Gestão.
Área de Concentração: Meio Ambiente
Orientador Prof. FERNANDO TOLEDO FERRAZ, D.Sc.
Niterói
2006
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WILLIAM SENNA RODRIGUES
ESTUDO DE CASO: ANÁLISES SAZONAIS DOS DADOS METEOROLÓGICOS E
DE SO
2
DE UMA REDE DE MONITORAMENTO DE QUALIDADE DO AR, COMO
FERRAMENTA DE APOIO A GESTÃO DAS EMISSÕES DE SO
2
UMA REFINARIA
DE GRANDE PORTE.
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-
Graduação Stricto Sensu em Sistemas de
Gestão da Universidade Federal Fluminense
como requisito parcial para obtenção do Grau
de Mestre em Sistema de Gestão.
Área de Concentração: Meio Ambiente
Aprovado em _____ de __________ de 2006.
BANCA EXAMINADORA
Prof. Fernando Toledo Ferraz, D.Sc. - Orientador
Universidade Federal Fluminense
Prof. Gilson Brito Alves Lima, D.Sc.
Universidade Federal Fluminense
Profa. Ana Regina de Aguiar Dutra, D.Sc.
Universidade do Sul de Santa Catarina
À minha esposa Valéria e aos meus filhos Matheus Felipe
e Mariana Luíza pela compreensão nos muitos momentos de
ausência ou pouca participação familiar, para realização deste
trabalho.
À minha mãe Paraguassú pelo carinho de todas as horas
e ao meu pai Euclydes (in memorian) pelo exemplo de vida.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu orientador Fernando Toledo Ferraz pelo crédito, confiança
e suporte que me foram de fundamental importância para a execução deste
trabalho, Gilson Brito Alves lima, José Rodrigues de Farias Filho e Osvaldo Quelhas,
como referências pedagógicas incansáveis, dentro de sala de aula e que
contribuíram de forma decisiva no meu desenvolvimento acadêmico.
À Refinaria Duque de Caxias representada pela pessoa do senhor Edson
Kleiber de Castilho, seu Gerente Geral a época, pela oportunidade de realização
deste aprimoramento acadêmico, que contribuiu determinantemente para o meu
desenvolvimento profissional.
Ao Petróleo Brasileiro S/A pela parceria com a Universidade Federal
Fluminense, por este projeto de sucesso. Aproveito também, para agradecer a todos
aqueles que, direta ou indiretamente, colaboraram para a realização deste trabalho.
A todos os professores e colaboradores do curso de Mestrado Profissional em
Sistemas de Gestão, promovido pela UFF-LATEC, bem como todos aos colegas de
turma.
“O pensamento só começa com a dúvida"
Roger Martin Du Gard, escritor francês; recebeu o Prêmio Nobel de
Literatura em 1937
.
“E pensar que poderíamos estar em situação bem mais confortável se
todos atentássemos para a nossa missão cá na terra. Que é finita.
Mas que é permanente, no sentido de que se renova em direção aos
nossos dependentes “
Domingos Oliveira Meneses, poeta e escritor brasileiro, Brasília,
setembro de 2003
RESUMO
O presente estudo se estrutura na utilização de um inventário de fontes de emissões
atmosféricas, avaliação das condições geográficas, informações da
micrometeorologia da região, sob a área de influência, que possibilitaram o
dimensionamento e implantação de uma rede de monitoramento da qualidade do ar.
Através de análises sazonais de dados meteorológicos confrontados com os de
qualidade do ar referentes à SO
2
, ambos fornecidos por esta rede de monitoramento
de qualidade do ar; foram obtidas várias correlações, onde muitas teorias são
confirmadas na prática, gerando uma série de conclusões, que poderão servir como
referência para outros estudos e utilizadas como ferramenta de apoio na gestão das
emissões SO
2
de uma refinaria de grande porte.
Palavras-chave: Sazonais. Meteorológicos e SO
2
.
ABSTRACT
The present study structure is based on atmospheric emission sources inventory,
geographical conditions evaluation and micrometeorology area information, over a
predefined actuation area, which allows project sizing dimension and implementation
over an air quality’s network monitoring system. According to meteorological
seasonal data analysis, that are put together and confronted with air quality data,
referred to SO
2
, both obtained by the network monitoring system mentioned above.
With that, we could confirm many theories on practice experiments, which can further
generate a lot of conclusions and be used as a reference by other studies or
researches, as well as be used as a support tool on SO
2
emission’s management of
a large scale refinery.
Keywords: Seasonal. Meteorological e SO
2
.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Composição média do ar limpo e seco à superfície da terra....................29
Tabelas 2 - Principais poluentes atmosféricos suas origens e conseqüências.........40
Tabela 3 - Tipos de radiação ultravioleta relacionada com seu comprimento de onda
..................................................................................................................................51
Tabela 4 - Padrões Nacionais de Qualidade do Ar - Resolução CONAMA nº 3, de
28/06/90 ..................................................................................................................105
Tabela 5 - Critérios para Episódios Agudos de Poluição do Ar...............................106
Tabela 6 - Fatores de Conversão entre Unidades de Medida de Concentração de107
Tabela 7 - Índice de Qualidade do Ar (IQA) ............................................................109
Tabela 8 - Padrões de Emissão Atmosférica Estipulados pela Resolução CONAMA
008/1990 .................................................................................................................110
Tabela 9 – Compilação de Legislação Atmosférica Federal ...................................111
Tabela 10 - Resumo dos padrões de emissões NT-557. R-1..................................114
Tabela 11 - Informações Sobre Objetivos e Técnicas para Gerenciamento da
Qualidade do Ar ......................................................................................................117
Tabela 12 – Estações da Rede e seus Respectivos Parâmetros Monitorados.......152
Tabela 13 - Índice de Qualidade do Ar (IQA) para SO2..........................................157
Tabela 14 – Médias Horárias e percentuais em relação à média, dos Valores de SO2
por estação a cada hora do dia...............................................................................171
Tabela 15 – Médias horárias e percentuais em relação à média, dos valores de SO2,
por estação, a cada dia da semana. .......................................................................185
Tabela 16 – Médias horárias e percentuais em relação à média, dos valores de SO2,
por estação, a cada mês do ano.............................................................................194
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Perfil das temperaturas e das altitudes nas camadas da atmosfera.........32
Figura 2 - Distribuição dos elementos e compostos mais comuns pelas camadas...32
Figura 3 - Mostra o mecanismo do Efeito Estufa.......................................................42
Figura 4 - Aumento das concentrações atmosféricas mundiais dos três principais
gases de efeito estufa, através dos séculos..............................................................46
Figura 5 - Aumento da temperatura da superfície da terra em ºC, através dos últimos
140 anos e dos últimos 100 anos..............................................................................46
Figura 6 - Tendências da temperatura no globo, ao longo dos anos do último século.
..................................................................................................................................47
Figura 7 - As fontes dos precursores do Ozônio (NOx e VOC) e suas contribuições
percentuais................................................................................................................49
Figura 8 - Processo esquemático de formação do Ozônio na troposfera..................50
Figura 9 - Variação da concentração de gases durante as horas do dia (período
diurno), quando se manifestou forte irritação nos olhos em Los Angeles, nos anos
1960 ..........................................................................................................................57
Figura 10 - Desenho esquemático, mostrando os produtos que causam a destruição
da camada de ozônio na estratosfera e formação de smog na troposfera em que o
ozônio é um componente primário de sua formação.................................................58
Figura 11 - Esquema da formação da chuva ácida...................................................59
Figura 12 - Smog industrial nas montanhas ao fundo em Santiago do Chile............66
Figura 13 - Smog fotoquímico sobre Los Angeles.....................................................67
Figura 14 - Fatores que levam a concentração de um poluente atmosférico, em uma
determinada área receptora......................................................................................69
Figura 15 - Fenômeno da Inversão Térmica .............................................................71
Figura 16 - Relação entre o gradiente de temperatura da atmosfera e a sua
estabilidade...............................................................................................................73
Figura 17 - Principais tipos de plumas de poluentes atmosféricos............................76
Figura 18 - Efeito da rugosidade terrestre no perfil da velocidade do vento. Com o
decréscimo da rugosidade, o perfil torna-se mais uniforme......................................79
Figura 19 – Correntes de Convecção........................................................................80
Figura 20 - Sistemas de Vento Terra-mar.................................................................82
Figura 21 – Rosa dos Ventos....................................................................................84
Figura 22 - Mostra elementos de um modelo matemático que relaciona as emissões
de contaminantes com a qualidade do ar..................................................................88
Figura 23 - Sistema de coordenadas e geometria básica da equação gaussiana da
pluma ........................................................................................................................93
Figura 24 - Desenho esquemático da altura efetiva de lançamento e fórmula de
cálculo.......................................................................................................................93
Figura 25 - Expressão das concentrações na pluma gaussiana...............................94
Figura 26 - Sistema de Gerenciamento da Qualidade do Ar...................................116
Figura 27 – Área de Trabalho e Malha de Partições Utilizadas no Estudo – Refinaria
– REDE AR .............................................................................................................133
Figura 28 - Fontes Emissoras de Poluentes Atmosféricos da Refinaria - Área Interna
................................................................................................................................139
Figura 29 - Fontes Emissoras de Poluentes Atmosféricos da Refinaria – REDE AR
................................................................................................................................140
Figura 30 - Rosa dos Ventos de Longo Período Característica da Região de Estudo
................................................................................................................................144
Figura 31 - Relevo Discretizado da Área de Estudo - Área da Rede ......................145
Figura 32 – Cenário Modelado que Contém o Máximo Acréscimo Médio de 24 Horas
nas Concentrações de Dióxido de Enxofre Considerando as Emissões da Refinaria
................................................................................................................................147
Figura 33 – Cenário Modelado que Contêm as Médias Anuais nas Concentrações de
Dióxido de Enxofre Considerando as Emissões da Refinaria .................................148
Figura 34 – Cenário Modelado que Contém as 1ª Máximas Médias de 24 horas nas
Concentrações de Dióxido de Enxofre Considerando as Emissões da Refinaria ...149
Figura 35 – Rede de Monitoramento de Qualidade do Ar; (5 estações de qualidade
do ar e uma estação meteorológica).......................................................................153
Figura 36 – Análise do IQA (Estação 1)..................................................................157
Figura 37 – Análise do IQA (Estação 2)..................................................................158
Figura 38 – Análise do IQA (Estação 3)..................................................................158
Figura 39 – Análise do IQA (Estação 4)..................................................................159
Figura 40 - Análise Conjunta dos IQA’s das Estações............................................159
Figura 41 - Radiação Solar versus SO
2
(Estação1) ................................................161
Figura 42 - Radiação Solar versus SO2 (Estação 2)...............................................161
Figura 43 - Radiação Solar versus SO2 (Estação3)................................................162
Figura 44 - Radiação Solar versus SO2 (Estação 4)...............................................162
Figura 45 – Precipitação pluviométrica versus SO2 (Estação1)..............................164
Figura 46 – Precipitação pluviométrica versus SO
2
(Estação 2)..............................164
Figura 47 – Precipitação pluviométrica versus SO2 (Estação 3).............................164
Figura 48 – Precipitação pluviométrica versus SO
2
(Estação 4)..............................165
Figura 49 – Precipitação Pluviométrica Versus SO
2
Estação 1 (Mar/05)................166
Figura 50 – Precipitação Pluviométrica Versus SO
2
Estação 2 ( Versus SO
2
(Abr/05)
................................................................................................................................166
Figura 51 – Precipitação Pluviométrica Versus SO2 Estação 3 (Abr/05)................167
Figura 52 – Precipitação Pluviométrica Versus SO2 Estação 4 (Abr/05)................167
Figura 53 – Sazonalidade dos valores de SO
2
por hora do dia (Estação 1)............169
Figura 54 – Sazonalidade dos valores de SO
2
por hora do dia (Estação 2)............169
Figura 55 – Sazonalidade dos valores de SO2 por hora do dia (Estação 3)...........170
Figura 56 – Sazonalidade dos valores de SO2 por hora do dia (Estação 4)...........170
Figura 57 – Sazonalidade da Velocidade do Vento por Hora do Dia ......................172
Figura 58 – Sazonalidade Precipitação Pluviométrica por Hora do Dia..................173
Figura 59 – Sazonalidade da Pressão Atmosférica por Hora do Dia ......................174
Figura 60 – Sazonalidade da Radiação Solar por Hora do Dia...............................175
Figura 61 - Sazonalidade da Temperatura por Hora do Dia....................................176
Figura 62 - Sazonalidade da Umidade Relativa por Hora Dia.................................177
Figura 63 - Localização da Refinaria em Relação à Baía .......................................177
Figura 64 - Localização da Refinaria na Bacia Aérea Correspondente...................178
Figura 65 - Posicionamento das estações e sua localização em relação aos pontos
cardeais...................................................................................................................178
Figura 66 - Direção e velocidade dos ventos avaliados através da rosa dos ventos na
estação meteorológica, por hora do dia. .................................................................181
Figura 67 – Sazonalidade dos valores de SO2 por dia da semana (Estação 1) .....183
Figura 68 – Sazonalidade dos valores de SO2 por dia da semana (Estação 2) .....183
Figura 69 – Sazonalidade dos valores de SO
2
por dia da semana (Estação 3)......184
Figura 70 – Sazonalidade dos valores de SO2 por dia da semana (Estação 4) .....184
Figura 71 – Sazonalidade da Velocidade do Vento por dia da semana..................186
Figura 72 – Sazonalidade da Precipitação Pluviométrica por dia da semana.........187
Figura 73 – Sazonalidade da Pressão Atmosférica por dia da semana..................188
Figura 74 – Sazonalidade da Radiação Solar por dia da semana...........................189
Figura 75 – Sazonalidade Temperatura por dia da semana ...................................190
Figura 76 – Sazonalidade da Umidade Relativa por dia da semana.......................191
Figura 77 - Sazonalidade dos valores de SO
2
por mês do ano (Estação 1)............192
Figura 78 - Sazonalidade dos valores de SO
2
por mês do ano (Estação 2)............193
Figura 79 - Sazonalidade dos valores de SO
2
por mês do ano (Estação 3)............193
Figura 80 - Sazonalidade dos valores de SO
2
por mês do ano (Estação 4)............193
Figura 81 - Sazonalidade da Velocidade do Vento, por Mês do Ano Estação 1·. ...195
Figura 82 - Sazonalidade da Velocidade do Vento, por Mês do Ano Estação 2. ....195
Figura 83 - Sazonalidade da Velocidade do Vento, por Mês do Ano Estação 3 .....196
Figura 84 - Sazonalidade da Velocidade do Vento, por Mês do Ano Estação 4. ....196
Figura 85 – Sazonalidade da Precipitação Pluviométrica por Mês do Ano. ............197
Figura 86 – Sazonalidade da Pressão Atmosférica por Mês do Ano. .....................198
Figura 87 - Sazonalidade da Radiação Solar por Mês do Ano................................199
Figura 88 - Sazonalidade da Temperatura por Mês do Ano....................................200
Figura 89 - Sazonalidade da Umidade Relativa por Mês do Ano............................201
Figura 90 – Rosa dos ventos...................................................................................201
Figura 91 – Rosa dos ventos direção e velocidade dos ventos médias do período de
01/07/04 00:00h até 31/12/05 23:59h......................................................................201
Figura 92 – Rosa dos Ventos avaliação mês a mês ...............................................202
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANP Agência Nacional de Petróleo
ANTT Agência Nacional de Transportes Terrestres
API American Petroleum Institute
ARPEL
Associação Regional de Empresas de Petróleo e Gás Natural da
América Latina e Caribe
ATMOS SIA
3.3
Programa utilizado para realização do inventário de emissões,
planejamento e gestão das informações geradas pela rede de
monitoramento da qualidade do ar
CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
CFC CloroFlúorCarbono
CH
4
Metano
CO Monóxido de Carbono
CO
2
Dióxido de Carbono
CECA Comissão Estadual de Controle Ambiental
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONCAWE Conservation of Clean Air and Water in Europe
COVs Carbonos Orgânicos Voláteis
CS Centro Supervisório
DARS Data Attribute Rating System
EEA European Enviromment Agency
EIA Estudos de Impacto Ambiental
EIIP Emission Inventory Improvement Program
EPA Environmental Protection Agency
FEEMA Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente
GEE Gases de Efeito Estufa
H
2
S Àcido Sulfìdrico
HCl Ácido Clorídrico
HCnM Hidrocarbonetos Não-Metano
HF Ácido Fluorídrico
IBAMA
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis
IEA Indicador de Emissões Atmosféricas
IPCC Intergovenmental Panel on Climate Change
IQA Índice de Qualidade do AR
ISC3 Indurtrial Souce Complex 3
MCT Ministério da Ciência e Tecnologia
MP Material Particulado
N
2
O Óxido Nitroso
NH
3
Amônia
NO
X
Óxidos de Nitrogênio
O
3
Ozônio
ONG’s Organizações Não Governamentais
PI Partículas Inaláveis
PRONAR Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar
SGQA
Sistemas de Gerenciamento da Qualidade do Ar
SMAM/PR
Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República
SISNAMA Sistema Nacional do Meio Ambiente
SO
2
Dióxido de Enxofre
SOx Óxidos de Enxofre
TOC Compostos Orgânicos Totais
UD Unidades Dobson
UFCC Unidade de Craqueamento Catalítico Fluido
UNEP United Nations Environment Programme
URBAIR Urban Air Quality Management Strategy
URE Unidade de recuperação de enxofre
USEPA U.S. Environmental Protection Agency
VOC Compostos Orgânicos Voláteis
16
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................20
1.1 ABORDAGEM GERAL........................................................................................20
1.2 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA.....................................................22
1.3 OBJETIVO...........................................................................................................23
1.4 DELIMITAÇÕES DO ESTUDO ...........................................................................24
1.5 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO .............................................................................25
1.6 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO....................................................................26
2 REVISÃO DA LITERATURA.................................................................................28
2.1 ATMOSFERA......................................................................................................28
2.2 POLUIÇÃO DO AR .............................................................................................33
2.3 FONTES DE POLUIÇÃO DO AR........................................................................34
2.4 POLUENTES ATMOSFÉRICOS.........................................................................35
2.5 HISTÓRICO DA POLUIÇÃO DO AR...................................................................36
2.6 EFEITOS DA POLUIÇÃO DO AR .......................................................................37
2.6.1 O efeito estufa e o aquecimento global............................................................41
2.6.2 Destruição da camada de ozônio na estratosfera ............................................48
2.6.2.1 O processo de formação do ozônio na estratosfera......................................52
2.6.2.2 O processo de destruição do ozônio na estratosfera ....................................53
2.6.2.3 Os processos de formação e destruição do ozônio na troposfera.................55
2.6.3 Chuva ácida .....................................................................................................58
2.6.3.1 Fontes e redução da poluição por dióxido de enxofre (SO2) ........................61
2.6.4 Poluição local ...................................................................................................64
2.6.4.1 Smog industrial..............................................................................................65
2.6.4.2 Smog fotoquímico .........................................................................................66
2.6.4.3 Efeitos do smog.............................................................................................67
2.7 CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS E A POLUIÇÃO DO AR..............................69
2.8 DISPERSÃO DE PLUMAS..................................................................................74
2.8.1 Rosa dos ventos...............................................................................................83
2.8.2 Umidade relativa do ar .....................................................................................85
2.9 MODELAGEM MATEMÁTICA DO TRANSPORTE DE POLUENTES
ATMOSFÉRICOS......................................................................................................86
2.10 O MODELO DE PLUMA GAUSSIANA..............................................................91
2.11 SISTEMA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE NO BRASIL................................94
2.12 CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE................................................95
2.13 LEGISLAÇÃO ATMOSFÉRICA NO BRASIL.....................................................96
2.13.1 Pronar (medidas estabelecidas).....................................................................99
2.13.1.1 Limites máximos de emissão ......................................................................99
2.13.1.2 Padrões de qualidade do ar .....................................................................100
2.13.1.3 Enquadramento das áreas do território nacional em classes de uso do ar
................................................................................................................................101
2.13.1.4 Monitoramento da qualidade do ar............................................................102
2.13.1.5 Gerenciamento do licenciamento de fonte de poluição do ar....................102
2.13.1.6 Inventário nacional de fontes e poluentes do ar........................................103
2.13.1.7 Desenvolvimento nacional na área de poluição do ar...............................103
2.14 PADRÕES NACIONAIS (LIMITES) DE QUALIDADE DO AR.........................104
2.14.1 Índice de qualidade do ar (IQA)....................................................................108
2.15 PADRÕES NACIONAIS (LIMITES) DE EMISSÕES PARA FONTES FIXAS..109
2.16 LEGISLAÇÃO ATMOSFÉRICA RELATIVA À QUALIDADE DO AR NO ESTADO
DO RIO DE JANEIRO.............................................................................................112
2.16.1 Critérios e padrões de qualidade do ar ambiente.........................................112
2.16.2 Limites máximos de emissões de poluentes de fontes fixas ........................113
2.16.3 Padrões de emissão de partículas e de dióxido de enxofre em caldeiras de
monóxido de carbono..............................................................................................114
2.17 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DA QUALIDADE DO AR (SGQA)..........115
2.17.1 Objetivos dos sistemas de gerenciamento da qualidade do ar e informação
para a tomada de decisão.......................................................................................116
2.18 FONTES DE EMISSÃO...................................................................................119
2.19 PROCESSOS ATMOSFÉRICOS....................................................................120
2.20 MONITORAMENTO DA POLUIÇÃO DO AR ..................................................121
2.20.1 Técnicas e processos de monitoramento.....................................................122
2.20.1.1 Monitoramento do ar ambiente..................................................................122
2.20.1.2 Monitoramento das fontes de emissão......................................................123
2.20.1.3 Monitoramento meteorológico...................................................................125
2.21 AVALIAÇÃO DO IMPACTO NO MEIO AMBIENTE ATMOSFÉRICO DE UMA
PROPOSTA DE UM NOVO PROJETO. .................................................................126
2.22 PETRÓLEO.....................................................................................................127
2.23 OBJETIVOS DO REFINO ...............................................................................128
2.23.1 Processos de refino......................................................................................128
3 METODOLOGIA..................................................................................................130
3.1 DESCRIÇÃO DA ÁREA A SER MONITORADA ...............................................132
3.2 PREMISSAS INICIAIS.......................................................................................134
3.3 DESCRIÇÃO DAS ETAPAS DO TRABALHO...................................................134
3.4 INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE POLUENTES ATMOSFÉRICOS.................136
3.5 FONTES EMISSORAS DE POLUENTES ATMOSFÉRICOS DA REFINARIA .137
3.6 MODELO ESTATÍSTICO PARA O MODELAMENTO NO ATMOS...................141
3.7 ANÁLISE DA MICROMETEOROLOGIA DA REGIÃO ......................................142
3.8 ESTRATIFICAÇÃO DO RELEVO .....................................................................145
3.9 DIMENSIONAMENTO DA REDE OTIMIZADA PARA MONITORAMENTO DA
QUALIDADE DO AR DA REGIÃO DE INFLUÊNCIA DA REFINARIA. ...................146
3.10 O PROJETO DA REDE DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR....150
3.11 INVENTÁRIO DE FONTES EMISSORAS DE POLUENTES ATMOSFÉRICOS
DA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO (FEEMA, MAIO 2004).....154
3.12 ANÁLISES COMPARATIVAS .........................................................................154
4 ANÁLISES DOS DADOS.....................................................................................156
4.1 IQA....................................................................................................................156
4.2 CORRELAÇÕES SIMPLES DE VALORES MEDIDOS DE SO2 DE UMA
DETERMINADA ESTAÇÃO, COM DADOS METEOROLÓGICOS.........................160
4.2.1 Radiação solar versus médias horárias de dióxido de enxofre ......................160
4.3 - PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA VERSUS MÉDIAS HORÁRIAS DE
DIÓXIDO DE ENXOFRE.........................................................................................163
4.4 VELOCIDADE DO VENTO VERSUS MÉDIAS HORÁRIAS DE DIÓXIDO DE
ENXOFRE...............................................................................................................165
4.5 ANÁLISE DAS SAZONALIDADES....................................................................167
4.5.1 Sazonalidade por hora do dia:........................................................................168
4.5.1.1 Sazonalidade da velocidade do vento na estação meteorológica por hora do
dia ...........................................................................................................................172
4.5.1.2 Sazonalidade da precipitação pluviométrica na estação meteorológica .....172
4.5.1.3 Sazonalidade da pressão atmosférica na estação meteorológica...............173
4.5.1.4 Sazonalidade da radiação solar na estação meteorológica ........................174
4.5.1.5 Sazonalidade temperatura na estação meteorológica.................................175
4.5.1.6 Sazonalidade da umidade relativa na estação meteorológica.....................176
4.5.1.7 Direção e velocidade dos ventos avaliados através da rosa dos ventos na
estação meteorológica, por hora do dia. .................................................................177
4.5.2 Sazonalidade por dia da semana:..................................................................182
4.5.2.1 Sazonalidade da velocidade do vento na estação meteorológica...............186
4.5.2.2 Sazonalidade da precipitação pluviométrica na estação meteorológica. ....187
4.5.2.3 Sazonalidade da pressão atmosférica na estação meteorológica...............188
4.5.2.4 Sazonalidade da radiação solar na estação meteorológica .......................189
4.5.2.5 Sazonalidade temperatura na estação meteorológica.................................189
4.5.2.6 Sazonalidade da umidade relativa na estação meteorológica.....................191
4.5.3 Sazonalidades por meses do ano: .................................................................191
4.5.3.1 Sazonalidade da velocidade do vento nas estações...................................195
4.5.3.2 Sazonalidade da precipitação pluviométrica na estação meteorológica .....196
4.5.3.3 Sazonalidade da pressão atmosférica na estação meteorológica...............197
4.5.3.4 Sazonalidade da radiação solar na estação meteorológica ........................198
4.5.3.5 Sazonalidade temperatura na estação meteorológica.................................199
4.5.3.6 Sazonalidade da umidade relativa na estação meteorológica.....................200
4.5.3.7 Direção e velocidade dos ventos avaliados através da rosa dos ventos na
estação meteorológica, por mês do ano .................................................................201
5 CONCLUSÕES..............................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................209
20
1 INTRODUÇÃO
1.1 ABORDAGEM GERAL
Para realização deste trabalho, inicialmente foram necessários um inventário
de emissões, um projeto de implementação, incluindo a manutenção e a operação
de uma rede otimizada de qualidade do ar, com tecnologia e transmissão de dados
confiáveis e que para ser dimensionada demandou a realização de um criterioso
inventário das fontes emissoras de poluentes atmosféricos pertencentes à Refinaria.
No inventário de emissões atmosféricas foram considerados os seguintes poluentes:
Material Particulado (MP); Dióxido de Enxofre (SO
2
); Óxidos de Nitrogênio (NOx);
Monóxido de Carbono (CO); Compostos Orgânicos Totais (TOC) e Compostos
Orgânicos Voláteis (VOC).
Para a determinação das taxas de emissão de poluentes no inventário de
fontes, foi utilizada metodologia formulada pelo EIIP (Emission Inventory
Improvement Program), incluindo o controle de qualidade dos dados pelo sistema
DARS (Data Attribute Rating System), que possibilita dar uma nota a cada dado
obtido e ao inventário como um todo, ambos recomendados pela EPA
(Environmental Protection Agency).
As informações de micrometeorologia disponíveis para a realização do
inventário, foram obtidas na estação meteorológica localizada em um Aeroporto, a
quatro kilômetros de distância da Refinaria, estas informações foram compiladas e
agrupadas em cenários meteorológicos horários mensais característicos da região
de estudo, possibilitando uma adequada aplicação do modelo de dispersão de
21
poluentes na atmosfera, utilizado no algoritmo de otimização da rede de
monitoramento.
O software do modelo matemático de dispersão de poluentes utilizado no
estudo (Atmos 3.3.32) foi alimentado com as informações das fontes emissoras de
poluentes atmosféricos da Refinaria, informações de relevo da região e com
informações meteorológicas geradas como médias horárias diretamente no modelo
estatístico do Atmos, sem nenhum pré-tratamento.
Os resultados dos cálculos das concentrações de cada poluente estudado no
ar da região em questão foram apresentados na forma de uma malha de
concentração sobre imagem de satélite (cenários de qualidade do ar), propiciando
uma fácil verificação dos impactos provocados pelas emissões de poluentes da
Refinaria, para a região de estudo, bem como as áreas mais freqüentemente
impactadas.
Finalmente, utilizando-se toda base de informações obtidas nas etapas
anteriores, foi realizado o dimensionamento de uma rede otimizada de
monitoramento da qualidade do ar, constituída de cinco estações de medição
estrategicamente localizadas e equipadas com monitores automáticos de Partículas
Inaláveis (PI), Dióxido de Enxofre (SO
2
), Óxidos de Nitrogênio (NOx), Monóxido de
Carbono (CO), Compostos Orgânicos Totais (TOC), Hidrocarbonetos Não-Metano
(HCnM), Metano (CH4) e Ozônio (O3) e dados meteorológicos. As cinco estações de
medição automatizadas foram instaladas nas regiões identificadas como as de maior
influência indicadas no estudo e dotadas de equipamentos para telemetria de dados
até Centros Supervisórios (CS) instalados na Refinaria e no órgão ambiental
estadual, com passagem de dados em tempo real a cada hora.
22
A partir da operação da rede foi possível a obtenção de um enorme banco de
dados, referente aos valores de qualidade do ar e de parâmetros meteorológicos das
regiões em questão, que foram minuciosamente estudados.
As análises sazonais por hora, dia da semana e por mês do ano dos
parâmetros de SO2 e meteorológicos serviram de base para realização deste
estudo.
1.2 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA
As emissões atmosféricas, suas conseqüências na qualidade do ar das
regiões de influência e as alternativas para sua redução o problemas que vêm
sendo discutidos em diversos segmentos da sociedade, entre eles órgãos
ambientais, organizações não governamentais (ONG’s), indústrias, setores políticos,
comunidade científica e sociedade em geral.
Quais seriam efetivamente os impactos das emissões de uma empresa na
qualidade do ar da região do entorno? Esta avaliação deve ser alicerçada em dados
confiáveis, que possam gerar uma analogia relativa de eventos na empresa e em
resultados de medições de dados meteorológicos e de qualidade do ar nos mesmos
momentos.
Há uma gama de teorias de modelagens de plumas de emissões, aceitas pela
comunidade científica, que ainda necessitam de confirmação, aprimoramento ou
confrontação prática, pois muitas delas generalizam determinados aspectos, que
podem ser fundamentais para determinados estudos específicos, particularidades
estas, que muitas vezes podem ser cruciais para: liberação de construção uma nova
23
planta industrial, aceitação de uma ampliação por parte do órgão ambiental, uma
necessidade de redução de carga ou mesmo paralisação de atividades de um
determinado parque industrial de forma temporária ou definitiva, penalidades
ambientais diversas e podem servir também de embasamento técnico para
concessão de licenças, devido à característica, de nestes casos, serem levadas em
consideração situações particulares de determinada bacia aérea.
No presente estudo o autor pretende contribuir com a comunidade científica,
sem esgotar a discussão, identificando qual seria influência da alteração dos
parâmetros meteorológicos, na qualidade do ar da bacia aérea correspondente,
especificamente relacionado à SO
2
.
Através das análises sazonais dos dados, dos parâmetros citados, de uma
rede confiável de monitoramento de qualidade do ar, estas análises servirão como
ferramenta de apoio à gestão das emissões atmosféricas de uma refinaria de grande
porte, levando em consideração as especificidades da mesma.
1.3 OBJETIVO
Estabelecer a influência das alterações dos parâmetros meteorológicos na
qualidade do ar da região do entorno, relativamente ao poluente SO
2
.
Através da análise sazonal dos dados qualidade do ar, do poluente SO
2
e
dados meteorológicos, pode ser proposto um instrumento de apoio em relação às
emissões de SO
2,
que faz parte da gestão das emissões atmosféricas
de uma
refinaria de grande porte, com possibilidade de ser utilizado também em regiões de
24
influência de outras refinarias, devendo sempre ser observadas suas
particularidades meteorológicas e de processo produtivo.
Entende o autor que quando aplicada de forma sistêmica esta avaliação
sazonal serve como ferramenta de apoio à gestão das emissões de SO
2
e irá se
desdobrar em oportunidades de melhoria da qualidade do ar da bacia aérea, que a
refinaria estiver inserida, pela redução dos efeitos das emissões, através de maiores
controles operacionais e de gestão em fontes impactantes como, por exemplo, evitar
determinadas manutenções programadas em unidades de retirada de enxofre de
gases ácidos em períodos de conhecida estabilidade meteorológica, o que prejudica
a dispersão dos aerossóis de SO2, também a identificação da necessidade de
modernização de projetos obsoletos e de investimentos em novas unidades ou
sistemas, com o objetivo de minimizar o impacto ambiental das emissões de SO
2
na
qualidade do ar da região do entorno.
1.4 DELIMITAÇÕES DO ESTUDO
.
Esta dissertação não tem por objetivo fazer uma análise crítica do estudo de
implementação da rede de monitoramento de qualidade do ar; o autor parte da
premissa de que o inventário de emissões das fontes, o software utilizado para
modelagem matemática da dispersão dos óxidos de enxofre, os analisadores
instalados nas estações de qualidade do ar e os dados obtidos destas, estão de
acordo com os padrões técnicos de calibração, qualidade e confiabilidade, tendo os
seus fundamentos teóricos aceitos pela comunidade científica e órgãos
fiscalizadores. Também não está sendo feita nenhuma comparação do desempenho
25
da refinaria em relação a outras, o que não iria, na opinião do autor, agregar muito a
este trabalho, devido as suas especificidades.
Sendo assim, o trabalho se resume em um estudo aprofundado dos dados de
qualidade do ar, parâmetro SO
2,
associado aos dados dos parâmetros
meteorológicos recolhidos durante o período de 01/07/2004 ás 00:00h até
31/12/2005 às 23:59h, foram utilizadas análises sazonais destes parâmetros
associados possibilitando utilizar estes resultados como ferramenta de apoio, para a
gestão das suas emissões de SO
2
, de uma refinaria de grande porte em sua região
do entorno.
Não é objetivo de este trabalho tratar picos isolados nos valores medidos de
qualidade do ar das estações de monitoramento, associando-os a fatos ou eventos
no Hardware da refinaria, o que no entendimento do autor seria um trabalho de uma
complexidade típica de uma tese de doutorado.
1.5 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO
A importância deste trabalho remete para a criação de uma ferramenta de
apoio na gestão das emissões de SO
2
de uma refinaria, sendo esta gestão bastante
complexa, pois o parque industrial de uma refinaria de grande porte possui diversos
pontos de emissão deste poluente. Os gestores se defrontam com múltiplas
variáveis de manutenção, logística e investimentos, que podem interferir nestas
emissões e o fato de poder conhecer a tipicidade e a influência das alterações em
determinados parâmetros meteorológicos na qualidade do ar da região do entorno é
fundamental para decisão das estratégias a serem seguidas.
26
O Brasil não possui muitos trabalhos ligados a emissões de poluentes
atmosféricos e sua influência em bacias reas correspondentes, embasados
especificamente em dados confiáveis recolhidos nas áreas de influência.
A importância de trabalhos com esta magnitude, servem de apoio e discussão
para órgãos ambientais, ONG´s, comunidade científica e sociedade em geral,
comprovando ou contrariando com dados substanciais, teorias, impressões e
hipóteses que se solidificaram ao longo do tempo e também criando oportunidades
para desenvolvimento de novas teorias a respeito, propiciando elevada contribuição
na discussão de assuntos referentes à gestão das emissões atmosféricas.
1.6 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO
Esta dissertação está subdividida em 06 capítulos. Apresentando assim de
forma estruturada, as questões de interesse para o entendimento do referente
estudo. Na tabela abaixo temos o número do capítulo e um resumo de suas
abordagens.
Capítulo 01:
Apresentação de uma síntese do estudo, com foco na sua
abordagem, formulação da situação problema, objetivos,
delimitações do estudo e importância.
27
Capítulo 02:
Fundamentação teórica que serviu de suporte, para o
desenvolvimento deste estudo, amparado em referências
e publicações da comunidade científica.
Capítulo 03:
Apresentação de toda infra-estrutura que gerou minha
base de dados, ou seja, da metodologia utilizada para
implantação da rede de monitoramento de qualidade do
ar, aquisição e confiabilidade dos dados.
Caracterização das variáveis do estudo.
Capítulo 04:
Análise dos dados e transformação dos mesmos em
informações, que são o arcabouço para as questões
levantadas pelo autor.
Capítulo 05:
Neste capítulo, são apresentadas as conclusões,
recomendações e considerações finais do presente
trabalho.
28
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 ATMOSFERA
A atmosfera da terra na sua composição atual é fruto de processos físico-
químicos e biológicos que começaram a milhões de anos. Existem várias teorias,
que procuram explicar sua origem e evolução. Uma das hipóteses aceita hoje é de
que a terra, ainda sem atmosfera, formou-se a partir acumulação de partículas
sólidas e as relativamente frias dos mais diversos tamanhos, procedente da nuvem
de gás e poeira que originou o sistema solar. As reações térmicas que se seguiram,
tanto por processos radioativos, como pela sedimentação de elementos mais densos
(por efeito gravitacional) em direção ao centro da terra, provocaram o aumento da
temperatura da terra. Essas mudanças desencadearam reações nas camadas
superficiais da terra, dando origem aos oceanos e atmosfera. Inicialmente atmosfera
formada basicamente por gás carbônico (CO
2
) e vapor d'água, com ausência de
oxigênio livre.
Com o surgimento dos oceanos, a partir do processo de evolução, foi
originada a primeira planta capaz de realizar fotossíntese, e a criação do oxigênio
livre, com o passar do tempo a concentração de oxigênio na atmosfera foi
aumentando, até atingir os atuais níveis.
Além destes gases a atmosfera também apresenta outros constituintes como: vapor
d'água, cristais de sal (cloreto de sódio, por exemplo) e material particulado orgânico
(polens, bactérias, micróbios etc.) e inorgânico (a areia muito fina subprodutos de
combustão etc.). A porcentagem de vapor d'água sofre alterações, podendo chegar
a até a 4% da mistura total. Partículas sólidas totais em suspensão no ar têm
29
importância fundamental no ciclo hidrológico, uma vez que elas produzem cleos
de condensação, acelerando o processo de formação de nuvens e
conseqüentemente a ocorrência da precipitação é o chamado fenômeno da
coalescência. (BRAGA et al., 2002)
A composição do ar limpo e seco se caracteriza conforme tabela 1 abaixo.
Tabela 1 - Composição média do ar limpo e seco à superfície da terra
Constituinte Fórmula
Peso
Molecular
Fração
Molecular
Fração
mássica
Nitrogênio
Oxigênio
Argônio
Dióxido de Carbono
Neônio
Helio
Metano
Kriptônio
Óxidos de Nitrogênio
Hidrogênio
Ozônio
N2
O2 *
Ar
CO2 **
Ne
He
CH4 ***
Kr
NOx
H2
O3
28
32
40
44
20
4
16
84
44
2
48
78.09 %
20.95 %
0.93 %
320 ppm
18 ppm
5.2 ppm
2.9 ppm
1.1 ppm
0.5 ppm
0.5 ppm
0.01 ppm
75.5%
23.2 %
1.3 %
486 ppm
12 ppm
0.7 ppm
1.6 ppm
3.2 ppm
0.8 ppm
0.03 ppm
0.02 ppm
Água H2O 18 - -
Fonte: Garrels, MacKenzie and Hunt: Chemical cycles. 1975
* Fotossíntese / Dissociação do vapor d’água
** Queima de combustíveis fósseis
*** Decomposição de matéria orgânica
O peso do ar a 15,5ºC é 1,22 kglm3, ao nível do mar e a pressão atmosférica
tem um volume de 0,37 m3.
30
O ar é fundamental para a sobrevivência na Terra. Por meio de ciclos
naturais, os seus constituintes são consumidos e reciclados. As ações
antropogênicas vêm provocando desequilíbrios neste sistema, conduzindo à
acumulação, na atmosfera, de substâncias nocivas ao próprio homem e ao meio
ambiente. As atividades em âmbito global no sentido de proteger a atmosfera dizem
respeito a uma grande variedade de problemas: a redução da diminuição da camada
de ozônio, o efeito estufa, o controle da acidificação e outros problemas
relacionados à poluição do ar (Relatório Geo Brasil, 2002).
Uma das principais características da atmosfera terrestre é que ela é um
ambiente oxidante, fenômeno que se explica pela alta concentração de oxigênio
diatômico, O
2
.
A grande maioria dos gases liberada no ar, sejam eles substâncias “naturais”
ou “poluentes”, são totalmente oxidados e seus produtos finais e ao longo do tempo
são depositados na superfície da Terra. Por este motivo as reações de oxidação são
vitais para a remoção dos poluentes do ar (BAIRD, 2002).
várias formas de descrever a estrutura da atmosfera. A classificação feita
seguindo a estratificação térmica é a mais adequada do ponto de vista ambiental.
A atmosfera da terra é composta por várias camadas de ar (vide fig.1) As
duas camadas mais importantes do ponto de vista de controle de poluição o: a
troposfera e a estratosfera.
O ar atmosférico, na sua composição normal, encontra-se na sua maioria, em
torno de 95%, em uma fina camada que recobre a terra. Essa camada chamada de
troposfera varia em espessura conforme latitude e o tempo. No Equador sua altitude
alcança algo em torno de 16,5 km, nos pólos ela possui 8,5 km e em latitudes de 45
° alcança aproximadamente 10,5 km.
31
Do ponto de vista de clima, a troposfera é de fundamental importância, pois é
especificamente nesta camada, que são originadas praticamente todas as massas
de ar, que caracterizam as mudanças climáticas da Terra e também é a responsável
pela existência de vida.
Acima da troposfera encontra-se uma camada de transição, de temperatura
praticamente constante chamada tropopausa, acima desta está a estratosfera.
A estratosfera é uma camada protetora de ar que ajuda a absorver e
dispersar a energia do sol, muito importante se observarmos pelo ponto de vista
ambiental, pois nela que se encontra a ozonosfera, camada rica em ozônio (O3) que
protege a terra das radiações ultravioleta provenientes do sol.
Esta camada mantém-se em temperatura constante, até certa atitude
aumentando, em seguida, até a chamada estratopausa.
Acima da estratopausa encontra-se a mesosfera, nesta camada encontramos
um forte decréscimo térmico; encontramos nesta a temperatura mais baixa da
atmosfera, acima desta temos a mesopausa.
Acima da mesopausa, encontramos a termosfera que tem grande importância
para as telecomunicações, também conhecida como ionosfera.
As duas camadas que mais se destacam, observando-se pela ótica ambiental
são: troposfera e estratosfera.
Na troposfera desenvolvem-se todos os processos climáticos, que regem a
vida na Terra e é nesta camada que ocorre a maioria dos fenômenos relacionados
com a poluição do ar. Na estratosfera a ocorrem as reações essenciais para
desenvolvimento das espécies vivas em nosso planeta. (BRAGA et al., 2002)
(MANAHAN, 2000).
32
Figura 1 - Perfil das temperaturas e das altitudes nas camadas da atmosfera
Fonte: BRAGA et al., 2002.
Figura 2 - Distribuição dos elementos e compostos mais comuns pelas camadas
Fonte: MOREIRA, 2004.
33
2.2 POLUIÇÃO DO AR
A poluição de ar ocorre quando o ar contém substâncias em quantidades e
em períodos de tempo, que poderiam prejudicar o conforto ou a saúde dos seres
humanos e dos animais, ou poderia danificar plantas e/ou materiais em geral. Esses
danos podem advir de parâmetros físicos como, por exemplo, calor e som. Estas
substâncias são chamadas poluentes do ar e podem ser partículas sólidas, liquidas
ou gasosas.
A definição acima menciona a quantidade do contaminante na atmosfera,
associada à duração da ocorrência, este é um importante conceito, pois poluentes
presentes em extremamente baixas concentrações ou em pequenos períodos de
tempo podem ser insignificantes em termos de planejamento e condução de um
estudo de impacto de emissões. (Adaptado: www.epa.qld.gov.au e CANTER,1996).
A Lei . 6938, de 31/01/81, que trata da Política Nacional do Meio Ambiente,
define a poluição no Art. como:
a degradação da qualidade ambiental resultante
de atividades que direta ou indiretamente:
Prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
Criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
Afetem desfavoravelmente a biota;
Afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
Lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais
estabelecidos.
A poluição do ar é, principalmente, um processo decorrente da atividade
humana devido ao adensamento populacional e industrial. Os efeitos da poluição do
ar são sentidos de longa data, desde o uso de carvão e lenha para aquecimento.
34
A revolução industrial introduziu a caldeira a vapor incrementando o uso de
combustíveis e com o desenvolvimento da metalurgia e o uso de carvão coque, a
partir do século XVII, houve um aumento significativo da poluição ambiental (Baird,
2002).
2.3 FONTES DE POLUIÇÃO DO AR
A poluição do ar pode originar-se de fontes naturais ou antrópicas (atividades
humanas).
Como fontes naturais são citadas:
Vulcões;
Queimadas;
Decomposição anaeróbica de matéria orgânica;
Desnitrificação por bactérias.
As principais fontes antrópicas são:
Indústrias;
Meios de transporte;
Destruição e queima da vegetação;
Queima de combustível;
Queima do lixo;
Aplicação de agrotóxicos;
Fermentação de resíduos (dejetos, lixo, etc.);
O uso de "sprays", refrigeração, fabricação de espumas plásticas,
solventes;
Compostos radioativos.
(MOTA, 2003).
35
Do ponto de vista espacial as fontes de poluição podem ser classificadas em:
Estacionárias: chaminé de uma indústria que emite poluente.
Móveis: veículos, aviões, motocicletas barcos, locomotivas etc.
Em relação às quantidades emitidas as fontes podem ser classificadas em:
Pontuais: fontes que descarregam grandes quantidades de um
determinado poluente. Ex: vilas, cidades, fábricas etc.
Difusas: fontes que descarregam pequenas quantidades de um
determinado poluente. Ex: veículos, fazendas etc.
(Adaptado de MOTA, 2003; BAIRD, 2002; BRAGA et al, 2002).
2.4 POLUENTES ATMOSFÉRICOS
Entende-se como poluente atmosférico qualquer forma de matéria ou energia
com intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou características em
desacordo com níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar:
Impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde;
Inconveniente ao bem-estar público;
Danoso aos materiais, à fauna e flora;
Prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e as atividades
normais da comunidade (CONAMA nº. 003/90).
Os poluentes são classificados em primários e secundários. Os primários são
lançados diretamente no ar. Os secundários formam-se na atmosfera por meio de
reações, que ocorre devido à presença de certas substâncias químicas e
determinadas condições físicas.
36
Exemplos de tradicionais poluentes (BRAGA et al., 2002) incluem:
Monóxido de Carbono (CO);
Dióxido de Carbono (CO
2
);
Óxidos de Enxofre (SO
2
e SO
3
);
Óxidos de Nitrogênio (NOx);
Hidrocarbonetos;
Oxidantes Fotoquímicos;
Material Particulado (MP);
Asbestos (Amianto);
Metais;
Gás Fluorídrico (HF);
Amônia (NH
3
e)
Gás Sulfídrico (H
2
S);
Pesticidas e Herbicidas;
Substâncias Radioativas;
Calor;
Som.
2.5 HISTÓRICO DA POLUIÇÃO DO AR
Os problemas de poluição do ar não são recentes. A história antiga registra
que em Roma dois mil anos, surgiram às primeiras reclamações a respeito do
assunto. No século XIII (1273), o Rei Eduardo da Inglaterra assinou as primeiras leis
de qualidade do ar, proibia o uso do carvão em Londres durante as sessões do
parlamento devido à fumaça e aos odores produzidos. Em 1300, o Rei Ricardo III
fixou taxas para permitir o uso do carvão. Devido à intensa queima de madeira, as
florestas inglesas reduziram-se rapidamente. A despeito dos esforços do reinado, o
37
consumo de carvão aumentou. Nos séculos XVII e XVIII, surgiram os primeiros
planos para transferir as indústrias de Londres. Os problemas continuaram
crescendo até que em 1911, ocorreu o primeiro grande desastre decorrente de
poluição atmosférica em Londres: mil cento e cinqüenta mortes devido à fumaça
produzida pelo carvão. Nesse ano o Dr. Harold Des Voeux propôs o uso da palavra
'smog' para designar a composição de 'smoke e fog' (fumaça e neblina). Smog é
hoje uma palavra que designa episódios críticos de poluição do ar. Em 1952,
ocorreu o evento mais crítico de que se tem notícia: cerca de 4000 pessoas
morreram em Londres devido à poluição do ar. Merecem ainda destaque outros
eventos. Em 1956,1957 e 1962, morreram aproximadamente 2500 pessoas em
Londres. Nos EUA, um dos eventos mais críticos ocorreu em 1948, na cidade de
Donora, Pensilvânia, matando trinta pessoas e deixando cerca de 6mil internadas
com problemas respiratórios. Em 1963, na cidade de Nova York, 300 pessoas
morreram e milhares ficaram adoentados pela poluição do ar. Em certas cidades,
como Los Angeles, São Paulo e cidade do xico, são conhecidos os eventos
críticos de poluição do ar provocados pelos gases emitidos por veículos (BRAGA et
al., 2002).
2.6 EFEITOS DA POLUIÇÃO DO AR
Os contaminantes atmosféricos podem ter um efeito direto na atmosfera e a
sistemas expostos ao ambiente atmosfera. Para efeito direto da atmosfera envolvem
mudanças nas propriedades de radiação. Especificamente, emissões
antropogênicas têm sido relacionadas com as:
38
Mudanças na visibilidade (emissões de partículas primárias ou formação de
partículas secundárias);
Mudança na formação de nevoeiro (emissões de vapor d'água).
As quais tendem a ser questões de escala local/regional, que podem ser
dirigidos por agências reguladoras locais.
Numa escala global, os efeitos das emissões têm sido relacionados as:
Subidas de temperatura através do acentuado efeito estufa;
Aumento da radiação de raios ultravioletas devido ao enfraquecimento do
ozônio na estratosfera.
As questões globais são normalmente administradas através de acordos
nacionais e internacionais
O aumento das concentrações no meio ambiente também pode ter impactos
diversos nos sistemas humanos e ambientais que estão expostos à atmosfera estes
sistemas incluem:
Efeitos na saúde humana que podem incluir importunação causada por
odores, efeitos respiratórios, irritação nos olhos, morbidade e mortalidade. O
aumento de concentrações de SO
2
, NO
2
, O
3
, e de partículas têm sido
relacionados com efeitos adversos à saúde.
A vegetação pode ser adversamente afetada por efeitos diretos e indiretos.
Estes últimos podem ser manifestados através de mudanças nas
características químicas do solo.
39
Como acontece na maioria dos sistemas biofísicos, a sensibilidade entre as
espécies pode variar consideravelmente. O impacto é dependente da magnitude da
exposição, da duração da exposição, do período de tempo entre exposições, da
freqüência de exposição e da sensibilidade ao tempo de exposição. A sensibilidade
pode variar de acordo com a hora do dia e a estação do ano.
O aumento de deposição de contaminantes em outros meios ambientais
(corpos d'água e sistemas de solo) podem também afetar as acidificação destes
sistemas. A deposição para acontecer de duas maneiras:
Deposição úmida: o ácido é descarregado diretamente no solo e água por
meio de precipitação;
Deposição seca: reações do contaminante com o solo ou com a água de
resultando na formação de componentes ácidos.
Elevadas concentrações do meio ambiente em conjunção com uma superfície
úmida podem ter um efeito adverso e materiais de construção resultando em
manchas, corrosão e/ou deterioração (ARPEL, 1997).
40
Tabelas 2 - Principais poluentes atmosféricos suas origens e conseqüências
POLUENTES ORIGENS CONSEQUÊNCIAS
Monóxido de
carbono
Veículos Automotores
Combustão incompleta do carvão e do
petróleo
Afeta a capacidade de oxigenação da hemoglobina-->asfixia
Danos ao aparelho respiratório
Corroo do ferro, aço, mármore
Dxido de enxofre
Queima de combustíveis fósseis e do
carvão
Processos industriais
Danos as plantas (amarelecimento e morte)
Chuvas ácidas
Óxidos de
nitrogênio
Veículos Automotores
Processos industriais
Queima de combustíveis fósseis
Tóxicos ao homem; e irritação na mucosa; carcinogênicos
Danos às plantas, Chuvas ácidas
Reagem com hidrocarbonetos produzindo oxidantes fotoquímicos
Hidrocarbonetos
Veículos Automotores
Processos industriais
Queima de combustíveis fósseis
Carcinogênicos
Reagem com Óxidos de nitronio produzindo oxidantes
fotoquímicos
Oxidantes
Fotoquímicos,
principalmente o
onio
Reação dos Óxidos de nitrogênio com os
hidrocarbonetos na presença da luz solar
Irritação severa dos olhos e pulmões
Nocivos às plantas
Deterioração da borracha, de produtos sintéticos,etc.
Material particulado
Queima de combustíveis fósseis
Queima de carvão
Processos industriais
Redução da visibilidade
Sujeira de roupas, prédios, monumentos e paisagens
Carreiam poluentes tóxicos para os pulmões
Dxido de carbono
Queima do petróleo e do carvão
Desmatamento e Queima da biomassa
Efeito estufa
Gás Sulfídrico
Decomposição anaebica
Indústrias químicas
Odor desagradável
Clorofluorcarbonos
Refrigeração
Sprays
Solventes usados na limpeza de circuitos
eletnicos
Destruição da camada de onio
Câncer de pele e Catarata
Danos a vegetação
Fonte: MOTA (2003).
Os principais problemas globais de poluição do ar são:
Efeito estufa;
Destruição da camada de ozônio na estratosfera;
Chuva ácida.
41
2.6.1 O efeito estufa e o aquecimento global
Na comunidade científica tem-se ouvido previsões de que o efeito estufa
afetará o clima em todo o mundo ao longo do século 21 e nos séculos seguintes.
De acordo com a National Academy of Sciences, a temperatura da superfície
da terra aumentou em aproximadamente 0,66 graus Celsius no século passado,
sendo que foi sentido um acelerado aquecimento nas últimas duas décadas. Nos
últimos 50 anos este aquecimento foi e de atribuído às atividades humanas, que
alteraram a composição química da atmosfera com os gases de efeito estufa (GEE).
O fenômeno de aquecimento global provocado pelo efeito estufa ainda não foi
observado de maneira a convencer a todos de sua existência. Nem todos os
pesquisadores do mundo neste momento estão seguros da extensão ou do ritmo
que a temperatura aumentará no futuro, tão pouco é provável que sejam feitas
previsões confiáveis para as regiões específicas, antes que ocorram os fatos, ou
seja, muitos fenômenos a este respeito, não foram ainda totalmente compreendidos,
Contudo, se os modelos atuais são corretos um aquecimento global significativo
ocorrerá nas próximas décadas.
O chamado efeito estufa, é o responsável de manter a temperatura média do
planeta próxima dos 15 °C.
A emissão dos chamados gases de efeito estufa:
Dióxido de carbono (CO2);
Metano (CH4);
Óxido nitroso (N2O);
Clorofluorcarbono (CFC’s);
42
Ozônio (O3).
Aumenta a quantidade energia que é mantida na atmosfera devido à
absorção do calor refletido ou emitido pela superfície do planeta o que provoca
elevação da temperatura da superfície. Supõe-se que, além de provocar
modificações climáticas, o aquecimento da terra possa causar a elevação do nível
dos oceanos, impactos na agricultura, na silvicultura etc. afetando todas as formas
de vida do planeta.
Figura 3 - Mostra o mecanismo do Efeito Estufa
Fonte: www.epa.gov
Desde o começo da revolução industrial as concentrações de dióxido de
carbono aumentaram quase 30%, as de metano aumentaram mais do que o dobro e
as concentrações de óxido nitroso aumentaram em aproximadamente 15%. Estes
aumentos realçaram a potencialidade da atmosfera da terra de manter estas
armadilhas de aquecimento.
Os aerossóis do SOx, um poluente comum do ar, refrigeram a atmosfera
refletindo de volta a luz no espaço; entretanto, tem vida curta na atmosfera e variam
regionalmente. Os cientistas acreditam que a combustão de combustíveis fósseis e
de outras atividades humanas são as razões preliminares para o aumento da
43
concentração do dióxido de carbono. A respiração das plantas e a decomposição da
matéria orgânica liberam dez vezes mais CO2, do que o liberado por atividades
humanas; mas estas liberações têm sofrido poucas alterações durante os séculos. O
que mudou no último século é a liberação adicional do dióxido de carbono por
atividades humanas. Os combustíveis sseis queimados nos carros e caminhões,
aquecimento residencial, negócios, produção de energia são responsáveis por
aproximadamente 98% das emissões do dióxido de carbono, 24% de emissões do
metano, e 18% de emissões do óxido nitroso dos EUA. Os desmatamentos, aterros
de lixo, produção industrial e também mineração contribuem com uma parte
significante das emissões de GEE. Em 1997, os Estados Unidos emitiram em torno
de um quinto dos GEE globais totais. Estimar as emissões futuras é difícil, porque
dependem de aspectos demográficos, econômicos, tecnológicos, políticos e os
desenvolvimentos institucionais. Foram desenvolvidos vários cenários de emissões
baseados em projeções discrepantes destes fatores subjacentes. Por exemplo,
antes de 2100, na ausência de políticas de controle de emissões, o projetadas
concentrações de gás carbônico 30-150% mais altas que os níveis de hoje.
A temperatura da superfície global aumentou em dois terços de graus Celsius
desde 1860. No século XX os dez anos mais quentes aconteceram nos últimos 15
anos do século, sendo 1998 o ano mais quente registrado. As neves que cobrem o
Hemisfério Norte e o gelo flutuante no Oceano de Ártico diminuíram. Globalmente,
nível de mar subiu 4-8 polegadas durante o último século. Precipitação mundial em
cima de terra aumentou aproximadamente um por cento. A freqüência de eventos de
chuvas extremas aumentou muito ao longo dos Estados Unidos. Preocupados com
esta situação a comunidade científica começou a se reunir e culminou na assinatura
do Protocolo de Kioto, que possui o seguinte histórico:
44
1988: A primeira reunião entre governantes e cientistas sobre as mudanças
climáticas,realizado em Toronto,Canadá., descreveu seu impacto potencial inferior
apenas ao de uma guerra nuclear. Desde então, uma sucessão de anos com altas
temperaturas têm batido os recordes mundiais de calor, fazendo da década de 1990
a mais quente desde que existem registros.
1990: O primeiro informe com base na colaboração científica de nível
internacional foi o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, em
inglês), onde os cientistas advertem que para estabilizar os crescentes níveis de
dióxido de carbono (CO2) o principal gás-estufa na atmosfera, seria necessário
reduzir as emissões de 1990 em 60%.
1992: Mais de 160 governos assinam a Convenção Marco sobre Mudança
Climática na ECO-92. O objetivo era “evitar interferências antropogênicas perigosas
no sistema climático”. Isso deveria ser feito rapidamente para poder proteger as
fontes alimentares, os ecossistemas e o desenvolvimento social. Também foi
incluída uma meta para que os países industrializados mantivessem suas emissões
de gases estufa, em 2000, nos níveis de 1990. Também contém o “princípio de
responsabilidade comum e diferenciada”, que significa que todos os países têm a
responsabilidade de proteger o clima, mas o Norte deve ser o primeiro a atuar.
1995: O segundo informe de cientistas do IPCC chega a conclusão de que os
primeiros sinais de mudança climática são evidentes: “a análise das evidências
sugere um impacto significativo de origem humana sobre o clima global. Um
evidente desafio para os poderosos grupos de pressão em favor dos combustíveis
45
fósseis, que constantemente legitimavam grupos de cientistas céticos quanto a essa
questão, para sustentar que não haviam motivos reais de preocupação.
1997: Em Kyoto, Japão, é assinado o Protocolo de Kyoto, um novo
componente da Convenção, que contém, pela primeira vez, um acordo vinculante
que compromete os países do Norte a reduzir suas emissões.
Ele propõe um calendário pelo qual uma série de nações industrializadas (Anexo B
do Protocolo) se comprometem a reduzir suas emissões em 5,2% - em relação aos
níveis de 1990 – para o período de 2008-2012.
.Discutido e negociado Kyoto no Japão em 1997, foi aberto para assinaturas em 16
de março de 1998 a ratificação foi em 15 de março de 1999. Oficialmente entrou em
vigor em 16 de fevereiro de 2005, depois que a Rússia o ratificou em Novembro de
2004.
Se o Protocolo de Kyoto for implementado com sucesso, estima-se que deva
reduzir a temperatura global entre 0,02ºC e 0,28ºC até 2050, entretanto, isto
dependerá muito das negociações pós período 2008/2012, pois comunidades
cientificas que afirmam categoricamente que a meta de redução de 5,2% em relação
aos níveis de 1990 é insuficiente para a mitigação do aquecimento global.
Fonte http://www.greenpeace.org.br/clima/pdf/protocolo_kyoto.pdf .
46
Figura 4 - Aumento das concentrações atmosféricas mundiais dos três principais gases de
efeito estufa, através dos séculos
Fonte: IPCC - Climate Change 2001: The Scientific Basis
The Intergovernmental Panel on Climate Change
www.ipcc.ch/
Figura 5 - Aumento da temperatura da superfície da terra em ºC, através dos últimos 140
anos e dos últimos 100 anos.
Fonte: IPCC -
Climate Change 2001: The Scientific Basis
The Intergovernmental Panel on Climate Change www.ipcc.ch/
47
Figura 6 - Tendências da temperatura no globo, ao longo dos anos do último século.
Fonte: IPCC -
Climate Change 2001: The Scientific Basis
The Intergovernmental Panel on Climate Change www.ipcc.ch/
É provável que concentrações crescentes de gases de estufa apressem a taxa de
mudança de clima. Os cientistas prevêem que a temperatura de superfície global
possa subir 0.6-2.5°C nos próximos cinqüenta anos, e 1.4-5.8°C no próximo século,
com variação regional significante. Evaporação aumentará com o clima quente e
aumentará média precipitação global. A umidade do solo é provável que diminua em
muitas regiões, e as tempestades intensas o provavelmente se tornarão mais
freqüentes. É provável que nível de mar suba dois pés ao longo da maioria da costa
norte-americana. (BAIRD, 2002, BRAGA, 2002)
48
2.6.2 Destruição da camada de ozônio na estratosfera
O ozônio é um gás composto de três átomos de oxigênio, incolor, altamente
reativo com um odor distinto (ponto de ebulição de 112ºC) que está presente em
pequenas concentrações em toda atmosfera.
1
O Ozônio como elemento químico presente na atmosfera apresenta um
paradoxo interessante.
A sua presença é muito importante na estratosfera, entre quinze e cinqüenta
quilômetros de altitude, ela tem a função de filtrar as radiações solares,
impedindo que grande parte das radiações ultravioleta chegue até o solo
“ozônio bom”. Concentra-se aqui 90% de todo o ozônio atmosférico;
Na troposfera, mais próximo à superfície da terra, o ozônio é considerado
poluente “ozônio ruim”. Aparece nesta região da atmosfera como produto
principal das reações fotoquímicas entre óxidos de nitrogênio e
hidrocarbonetos. Provoca irritação nos olhos, deterioração das funções
pulmonares, danos nas árvores e culturas agrícolas. (LORA, 2000; BRAGA et
al., 2002).
Não é emitido diretamente no ar, é o resultado da seguinte reação:
VOC + NOx + Luz solar = Ozônio
Ao nível do solo o ‘ozônio ruim’ não é emitido diretamente no ar, mas é criado
através de reações químicas entre óxidos de nitrogênio (NOx) e combinações
orgânicas voláteis (VOC) na presença de luz solar. Emissões de instalações
1
Adaptado de www.epa.qld.gov.au e www.epa.gov. Acesso em:17 dez.2005
49
industriais e geração de energia, motores dos veículos, vapores de gasolina, e
solventes químicos são algumas das fontes principais de NOx e VOC.
Ao nível do solo, ozônio é um poluente e prejudicial. Poluição de ozônio é
uma preocupação durante os meses de verão porque luz solar forte e tempos
quentes resultam em concentrações de ozônio prejudiciais no ar que nós
respiramos. Muitas áreas urbanas e suburbanas ao longo dos Estados Unidos têm
níveis altos de ozônio "ruim”. Mas muitas áreas rurais do país, também estão
sujeitas a índices de ozônio altos, pois os ventos levam as emissões à milhas de
distância de suas fontes originais. www.epa.gov
Fontes do ‘Ozônio ruim
Figura 7 - As fontes dos precursores do Ozônio (NOx e VOC) e suas contribuições
percentuais
Fonte: www.epa.gov/oar/oaqps/gooduphigh/bad.html#6
50
Figura 8 - Processo esquemático de formação do Ozônio na troposfera
Fonte: www.epa.qld.gov.au
A radiação ultravioleta pode ser dividida em três grupos em função do seu
comprimento de onda, que está associado à intensidade de energia da radiação, o
que, por sua vez, resulta nos tipos de radiação apresentados na tabela 2; os efeitos
adversos causados pela radiação ultravioleta podem aumentar a incidência de
câncer de pele, reduzir as safras agrícolas, destruir e inibir o crescimento de
espécies vegetais, afetando todo a ecossistema terrestre, além de causar danos aos
materiais plásticos.
O ozônio presente na estratosfera funciona como atenuador da radiação
ultravioleta utilizando energia desse tipo de radiação nas reações químicas
associadas aos processos de formação e destruição dele mesmas. (BRAGA et al.,
2002).
51
Tabela 3 - Tipos de radiação ultravioleta relacionada com seu comprimento de onda
Tipo de
radiação
ultravioleta
Comprimento de
onda
característico(nm)
Observações
UVA 320-400
A radiação com comprimento de onda muito
próximo da luz visível violetas, não é absorvida
pela camada de ozônio.
UVB 280-320
Apresenta vários efeitos prejudiciais,
particularmente efetivos para causar danos ao
DNA, sendo a causa do melanoma e de outros
tipos de câncer de pele, além de ser apontada
como um dos fatores responsáveis por danos em
materiais e em plantações. A camada de ozônio
protege a terra da maior parte da radiação UVB
UVC <280
É extremamente prejudicial, mas é
completamente absorvida pela camada de ozônio
e pelo oxigênio presente na atmosfera
Tipos de Radiação Ultravioleta em Função do Comprimento de
Onda (l)
Fonte: BRAGA et al., 2002.
Qualquer redução substancial na quantidade de ozônio (O3) estratosférico
pode colocar em perigo a vida na forma em que nós a conhecemos. Assim, o
aparecimento de um grande buraco na camada de ozônio sobre a Antártida, na
metade dos anos 80, representou uma crise ambiental de crucial importância.
A quantidade total de ozônio atmosférico em qualquer local e expressa em
unidades Dobson (UD); esta unidade é equivalente a espessura de 0,01mm
(0,001cm) de o ozônio puro, com a densidade que ele possuiria se estivesse
submetido à pressão do nível do mar (1atm) e a C de temperatura. Alguns autores
utilizam miliatmosferas centímetro (matm cm), em lugar do equivalente em unidades
Dobson, para expressar a unidade de quantidade de ozônio estratosférico 1 matm
cm = 1 UD a quantidade normal de ozônio e estratosférico em latitudes onde
predominam climas temperados é de cerca de 350; assim, se todo ozônio fosse
trazido para baixo e colocado o nível do solo, a camada de ozônio teria apenas 3,5
52
mm de espessura. Devido aos ventos e estratosféricos, o ozônio é transportado,
desde as regiões tropicais, onde a maioria dele é produzida, até as regiões polares.
Assim quanto mais perto do Equador você vive, menor a quantidade total de ozônio
a protegê-lo da luz ultravioleta. As concentrações médias de ozônio nos trópicos são
habitualmente de 250 UD, enquanto as concentrações encontradas nas regiões
subpolares atingem cerca de 450 UD, exceto, naturalmente, nos casos em que os
buracos da camada de ozônio surjam sobre tais áreas. Existem também algumas
variações naturais da concentração de ozônio em função da estação do ano com os
maiores níveis ocorrendo no início da primavera e os menores no outono.
O buraco na camada de ozônio na Antártida foi descoberto pelo Dr. Joe C.
Farman e seus colegas na British Antarctic Survey, onde começou a registrar os
seus estudos a partir de 1957. (BAIRD, 2002)
2.6.2.1 O processo de formação do ozônio na estratosfera
O processo de formação do Ozônio se dá através da seguinte interação:
Os raios ultravioleta provocam a separação de dois átomos de oxigênio,
produzindo o oxigênio atômico (O).
O2 + h 2O
Onde h é a energia correspondente à radiação ultravioleta que está associada
às ondas eletromagnética com comprimento de onda de menor que 200 nm.
Esse o oxigênio atômico reage com O2, sempre com a presença de um
parceiro geralmente nitrogênio. Tal reação é necessária para manter o balanço
energético. O resultado é a produção de O3 (Ozônio).
53
O + O2 + M O3 + M
Onde M é uma molécula de um gás associado ao Ozônio (geralmente gases
nitrogenados)
2.6.2.2 O processo de destruição do ozônio na estratosfera
O processo de destruição do Ozônio depende da intensidade da energia
associada à radiação ultravioleta, as moléculas de Ozônio podem ser decompostas
de acordo com a seguinte equação:
O3 + h O2 + O
O3 + O 2O2
Onde h é energia correspondente à radiação ultravioleta que está associada
às ondas eletromagnéticas com comprimento de onda compreendido entre 200-300
nm.
Essas reações estão em equilíbrio na Ozonosfera, mantendo, teoricamente
estável, a camada de O3.
Molina e Sherwood (1974 apud BRAGA et al., 2002) verificaram que uma
família de gases muito utilizados nas indústrias de aparelhos de ar-condicionado e
de refrigeração, de propelentes (aerossóis), de equipamentos eletrônicos e de
plásticos etc. chamados e CFC’s (clorofluorcarbonos), são extremamente estáveis
54
na atmosfera, ou seja, uma vez lançada, as propriedades desses gases
permanecem no ar, por períodos da ordem de 100 anos. Na atmosfera os CFC’s
reagem com o ozônio, destruindo-o.
Uma molécula de cloro pode destruir até 10 mil moléculas de ozônio. Em
termos simplificados ocorrem na Ozonosfera as seguintes reações:
Cl + O3 ClO + O2
ClO + O Cl +O2
O + O3 2O2
Estudos posteriores estimaram que a camada de ozônio pudesse perder entre
7% e 13% de sua massa total nos próximos 100 anos. As preocupações cresceram
quando em 1977 verificou-se o aparecimento de buracos na camada de ozônio
sobre a Antarctica; as pesquisas registraram uma redução da ordem de 50% de
ozônio, tal fato repetiu-se em 1985. Não se sabe ao certo o porquê destes buracos.
Alguns cientistas acreditam que tal fenômeno é cíclico e deve-se a circulação do ar
na região. A massa de ar estacionária no inverno (julho) acumula poluentes
nitrogenados e clorados.
Durante o início da primavera eles de reagem com o ozônio produzindo os
buracos. Com a mudança de estação (novembro), e com a entrada de ar renovado,
a camada recompõe se. É, portanto um problema que exige muita pesquisa e ação
para o monitoramento para levantamento de dados. A posição dos cientistas é de
muita cautela, recomendando o fim das emissões de gases CFC’s.
55
Os países desenvolvidos, estão se mobilizando no sentido de diminuir o
uso de CFC’s. O principal evento foi o Montreal Protocol on Substances that Deplete
the Ozone Layer (UNEP, 1987) esse documento foi assinado por vários países e
estabeleceu um cronograma para diminuir o uso do CFC no mundo.
Em 1990 uma nova reunião em Londres decidiu pela eliminação total dos
CFC’s, até o ano de 2000 nos países desenvolvidos e 2010, nos subdesenvolvidos.
Em 1992, os países desenvolvidos reunidos em Copenhague, responsáveis pelo uso
de 67% CFC’s mundial resolveram antecipar para 1996 o fim da produção dos
CFC’s, entretanto isso não se verificou até o presente (BRAGA et al., 2002).
2.6.2.3 Os processos de formação e destruição do ozônio na troposfera
Segundo (SIENFELD, 1989; Apud LORA, 2000), a única reação química
significativa que produz Ozônio na atmosfera acontece entre o oxigênio atômico e o
molecular:
O + O2 + M O3 + M
M - terceiro corpo geralmente uma molécula de N2 ou O2, que absorve a energia da
reação e estabiliza o O3.
O oxigênio atômico, na troposfera, é gerado pela reação:
NO2 + hv NO + O
Onde hv – fóton de luz solar
56
Em condições normais o NO reage com o ozônio regenerando o NO2
NO + O3 NO2 + O2
A presença de hidrocarbonetos permite converter o NO em NO2 sem o
consumo de Ozônio O3, permitindo a sua acumulação. As reações químicas deste
processo, considerando que o hidrocarboneto é um radical peroxílico RO2 (onde R é
um radical alquila) são:
RO2 + NO NO2 + RO
NO2 + hv NO+ O
O + O2 + M O3 + M
RO2 + O2 + hv RO + O3
Assim a formação de ozônio troposférico O3 precisa da presença de óxidos
de nitrogênio e hidrocarbonetos que constituem seus precursores, a figura 9 mostra
evidências da formação do Ozônio, utilizando dados de qualidade do ar do período
diurno em Los Angeles, 1960; quando houve forte irritação nos olhos de seus
moradores.
A figura 9 evidencia com os valores horários das concentrações dos
poluentes precursores e do próprio Ozônio, quando maior insolação o NOx e o
VOC são consumidos ( diminuem sua concentração) e as concentrações de Ozônio
aumentam.
Conhecidas as etapas de formação de ozônio, deveríamos esperar que a
redução das emissões dióxido de nitrogênio e de hidrocarbonetos (precursores)
levaria diminuição das concentrações de ozônio na troposfera; na prática confirma-
se que grandes esforços e gastos na redução das emissões de hidrocarbonetos e de
óxidos de nitrogênio não estão acompanhados de uma redução considerável da
concentração de ozônio.
57
Assim nos EUA, no período de 1979-1985 a redução da concentração média
de o ozônio foi só de 10% (SIENFELD, 1989 apud LORA, 2000)
O acima exposto demonstra que a decisão sobre a medida mais efetiva para
controle da concentração do ozônio é difícil. Em alguns casos a redução da
concentração de hidrocarbonetos tem-se mostrado mais efetiva e mais barata, que a
redução das emissões de óxidos de nitrogênio.
Alguns autores consideram que o problema radica na subestimação das
emissões de hidrocarbonetos e no insuficiente conhecimento do papel real dos
hidrocarbonetos biogênicos, emitidos pela vegetação (LORA, 2000).
Observa-se que a comunidade científica ainda precisa de um conhecimento
maior do mecanismo de formação de Ozônio para controle da sua concentração.
O Ozônio é o ingrediente principal do smog urbano.
Figura 9 - Variação da concentração de gases durante as horas do dia (período diurno),
quando se manifestou forte irritação nos olhos em Los Angeles, nos anos 1960
Fonte: (SPEDDING,1974 apud BAIRD, 2002)
58
Verifica-se que nos momentos de maior insolação (entre 10 e 15:00h) existe
um aumento na concentração de Ozônio e uma diminuição da concentração de seus
precursores.
Figura 10 - Desenho esquemático, mostrando os produtos que causam a destruição da
camada de ozônio na estratosfera e formação de smog na troposfera em que o ozônio é um
componente primário de sua formação.
Fonte: www.epa.gov/oar/oaqps/gooduphigh/good.html#4
2.6.3 Chuva ácida
A EPA define chuva ácida como um termo largamente usado para descrever
diversas maneiras de precipitações substanciais de ácidos na atmosfera. Um termo
mais preciso seria deposição ácida, pois deve ser analisado de duas formas:
deposição úmida e deposição seca.
59
A deposição úmida refere-se à chuva, à neblina e à neve. Esta água ácida flui
por sobre e através da terra e afeta uma imensa variedade das plantas e animais.
A intensidade destes efeitos depende de muitos fatores, incluindo acidez da
água as características químicas e a resistência dos solos envolvidos, e os tipos de
peixes, de árvores, e de outras coisas vivas que dependem da água.
A deposição seca refere-se aos gases e às partículas ácidas.
Aproximadamente a metade da acidez da atmosfera retorna à terra através da
deposição seca. O vento lança estas partículas e gases ácidos em edifícios, carros,
casas e em árvores. Os gases e as partículas depositadas secas podem também ser
lavadas das árvores e das outras superfícies por tempestades. Quando isso
acontece, estes ácidos são adicionados à chuva ácida, fazendo uma combinação
mais ácida do que a chuva que cai sozinha.
Os ventos prevalecendo os compostos, que causam a deposição ácida úmida
e seca, atravessam estados e fronteiras nacionais, e às vezes centenas de milhas.
Figura 11 - Esquema da formação da chuva ácida
Fonte: www.epa.gov/airmarkets/acidrain/what/index.html
60
Os cientistas descobriram, e confirmaram, que o dióxido de enxofre (SO
2
) e
os óxidos do nitrogênio (NOx) são as causas preliminares da chuva ácida. Nos EUA,
aproximadamente 2/3 de todo o SO
2
e 1/4 de todo o NOx vêm da geração de
energia elétrica, devido a queima combustíveis fosseis como o carvão.
A chuva ácida ocorre quando estes gases reagem na atmosfera com água,
oxigênio e outros compostos ácidos presentes. A luz solar aumenta a taxa da
maioria destas reações. O resultado é uma solução moderada do ácido sulfúrico e
do ácido nítrico.
A chuva ácida é medida usando uma escala chamada "pH” mais baixo da
substância, mais ácida e vice-versa.
A água pura tem um pH de 7,0. A chuva normal é ligeiramente ácida porque o
dióxido de carbono atmosférico se dissolve nela, possuindo assim, pH de
aproximadamente 5,5. Apenas a chuva que é apreciavelmente mais ácida, ou seja,
com um pH menor que 5, a chuva é considerada ácida.
Existe a possibilidade de em ar puro, termos chuva ácida por conta de traços
de ácidos fortes, como o HCl liberado em erupções vulcânicas produzindo
temporariamente chuva ácida “natural”.
No ano de 2000, a chuva a mais ácida que caiu nos EUA, possuía um pH de
aproximadamente 4,3.
A deposição ácida tem uma variedade dos efeitos, incluindo os danos às
florestas, aos solos, os peixes, materiais e a da saúde humana. A chuva ácida reduz
também como distante e como claramente nós podemos ver através do ar, ou seja,
um efeito de redução da visibilidade.
Fonte: www.epa.gov/airmarkets/acidrain/what/index.html.
61
2.6.3.1 Fontes e redução da poluição por dióxido de enxofre (SO2)
Em uma escala global, a maior parte do dióxido de enxofre é produzida por
vulcões e pela a oxidação de gases produzidos pela decomposição de plantas. Em
virtude desse dióxido de enxofre natural ser lançado na atmosfera em grandes
altitudes ou distante de centros populacionais, a concentração residual do gás no ar
puro é bastante pequena, cerca de 1ppb (parte por bilhão). Contudo, uma
quantidade mensurável de dióxido de enxofre superficial é atualmente emitida no ar
troposférico, sobretudo sobre extensões de terra localizadas no Hemisfério Norte. A
principal fonte antrópica de SO
2
é a combustão de carvão, que contêm de 1a 9% de
enxofre. Em muitos países, o principal emprego do carvão é na geração de
eletricidade.
O enxofre está, percentualmente, presente no petróleo cru, mas é reduzido
para níveis de apenas algumas centenas ppm (partes por milhão) em produtos como
a gasolina. A indústria do petróleo emite dióxido de enxofre no ar diretamente como
SO
2
ou indiretamente como H2S, quando o petróleo é refinado ou da purificação do
gás natural antes da distribuição. (BAIRD, 2002)
O enxofre é um elemento químico naturalmente presente no petróleo,
entretanto, seu percentual varia de acordo com a origem do mesmo, a quantidade
das emissões de óxido de enxofre, durante o processamento do cru, é função do
teor de enxofre que ele apresenta.
As unidades de processo requerem grandes quantidades de vapor á alta
pressão, assim como cargas aquecidas, onde são utilizados fornos e caldeiras para
62
proporcionar este aquecimento, os óxidos de enxofre são produzidos durante a
queima de combustíveis utilizados para geração de tal calor e energia. Os óxidos de
enxofre também são produzidos durante a regeneração do catalisado no processo
de craqueamento catalítico, nos processos de dessulfurização, assim como no
processo de reforma.
As refinarias possuem Unidades de Recuperação de Enxofre (URE) em que o
gás ácido, que é basicamente gás rico em ácido sulfídrico (H2S) formado nas etapas
do refino, onde o enxofre elementar é retirado da corrente de H2S e vendido, e o gás
remanescente é queimado. As URE´s podem emitir H2S, óxidos de enxofre e óxidos
de nitrogênio. (Mariano, 2005).
As indústrias de papel são grandes emissoras de H2S e as indústrias
extração de metais não ferrosos são de outros grandes contribuidores de emissões
de SO
2
. (BAIRD, 2002)
Quase toda a fonte eletricidade da vida moderna vem de queima de
combustíveis fosseis como o carvão, o gás natural e o óleo e que a deposição ácida
é causada por dois poluentes que são liberados na atmosfera, quando estes
combustíveis são queimados: dióxido de enxofre (SO
2
) e óxidos do nitrogênio (NOx).
O carvão explica a maioria de emissões de SO
2
dos EUA e uma parcela
grande de emissões de NOx. O enxofre no carvão atualmente é considerado como
uma impureza que reage com o ar quando o carvão é queimado para dar forma ao
SO
2
. No contraste, NOx é formado quando todo o combustível fóssil é
queimado.Temos possibilidade de utilização de maçaricos LOW-NOx que reduzem a
emissão de NOx nos fornos e caldeiras.
diversas opções para reduzir emissões do SO
2
, incluindo usar o carvão
que contem menos enxofre, lavando o carvão, e usando dispositivos chamados
63
scrubbers (depuradores de gás) para remover quimicamente o SO
2
dos gases que
saem da chaminé. As plantas de geração de energia podem também comutar
combustíveis; usar, por exemplo, o gás natural que gera muito menos SO
2
do que
carvão ardente. Similar aos depuradores de gás em plantas de geração de energia,
os conversores catalíticos reduzem emissões de NOx dos carros.
Uso de fontes de energia alternativas:
Energia nuclear
Hidrogênio
Energia Eólica
Energia Solar
Há também umas energias alternativas disponíveis para automóveis, tem-se
veículos movidos a gás natural, carros movidos à eletricidade e carros bi-
combustível.
Todas as fontes da energia têm custos ambientais e benefícios. Alguns tipos de
energia são mais caros de produzir do que outros, o que significa que nem todos
podem ter recursos para todos os tipos de energia. Todos estes fatores devem ser
pesados ao se decidir, que fonte de energia irá se usar hoje e qual serão os
investimentos para o amanhã.
Fonte www.epa.gov/airmarkets/acidrain
64
2.6.4 Poluição local
O exemplo mais conhecido de poluição do ar é o smog, a palavra smog é
uma combinação de smoke (fumaça) e fog (neblina), que ocorre em muitas cidades
do mundo.
Hoje os agentes que produzem um tipo mais comum de smog são
principalmente as emissões provenientes de automóveis, embora nas áreas rurais
alguns originem-se de emissões provenientes de incêndios das florestas. O
funcionamento dos motores dos automóveis produz mais poluição do ar que
qualquer outra atividade humana.
O smog apresenta com freqüência um odor desagradável devido a alguns de
seus componentes. Os produtos intermediários e finais das reações que ocorrem no
smog afetam a saúde humana de maneira séria e podem causar danos às plantas,
aos animais e a alguns materiais. (BAIRD, 2002).
Os problemas de poluição local são originados por episódios críticos de
poluição em cidades e depende dos poluentes que são gerados e das condições
climáticas existentes para a sua dispersão. Estas situações críticas são classificadas
em dois tipos principais: smog fotoquímico e o smog industrial. Apesar desta
distinção os dois podem ocorrer separadamente ou simultaneamente, em diferentes
estações do ano, numa mesma região. (BRAGA et al, 2002)
65
2.6.4.1 Smog industrial
Típico de regiões frias e úmidas. Os picos de concentração ocorrem
exatamente no inverno nos em condições climáticas adversas para dispersão de
poluentes.
A inversão térmica agrava o smog industrial, quando os picos de
concentração de poluentes ocorrem geralmente nas primeiras horas da manhã. A
queima de carvão e de óleo combustível gera os seus principais componentes.
Acontece geralmente em regiões industriais e/ou em regiões onde é intensa a
queima de óleo para aquecimento doméstico e/ou para a geração de energia
elétrica.
Principais componentes do smog industrial:
Dióxido de enxofre
Material particulado
Estes dois componentes podem provocar sérias lesões respiratórias,
principalmente pelo sinergismo negativo existente.
Exemplo de cidades sujeitas a esse tipo de smog é: Londres, o Chicago etc.,
cidades de e inverno rigoroso e com a intenção é a queima de óleo e carvão. Uma
característica desse tipo de smog é sua cor cinza; formando uma espécie de névoa
que recobre as cidades. (BRAGA et al, 2002)
A liberação de gases tóxicos, a partir de processos industriais ou acidentes,
provoca efeitos locais significativos da poluição do ar. O acidente de Bophâl, Índia,
66
em1984, na unidade da Union Carbide, que liberou o uma nuvem de gás tóxico que
matou e feriu milhares de pessoas, que moravam nas cercanias da fábrica, é um
exemplo do potencial perigoso de inúmeros produtos tóxicos que hoje são
produzidos e manipulados. (KUPCHELLA; HYLAND, 1989 apud BRAGA et al, 2002).
Figura 12 - Smog industrial nas montanhas ao fundo em Santiago do Chile
Fonte: www.lanacion.com.ar
2.6.4.2 Smog fotoquímico
É típico de cidades ensolaradas, quentes e de clima seco. Os picos de
poluição ocorrem em dias quentes, com muito Sol. O principal agente poluidor neste
caso são os veículos, que geram uma série de poluentes, principalmente óxido de
nitrogênio, monóxido de carbono e hidrocarbonetos. Os gases sofrem várias reações
na atmosfera por efeito da radiação solar, gerando novos poluentes, daí o nome
fotoquímico; esse smog é um verdadeiro coquetel de poluição.
Principais poluentes:
Óxidos de nitrogênio;
Os radicais orgânicos PAN (Peróxi Acetil Nitrato - CH3.COO.ONO2);
67
Ozônio
Aldeídos
A característica principal do smog fotoquímico é sua cor avermelhada/marrom
e seu pico de concentração ocorre por volta das 10 ou 12 horas.
Exemplos de cidades sujeitas a este tipo de smog o: Los Angeles, Sidney
cidade do México e São Paulo. O seu controle se dá, através do controle da emissão
de poluentes produzidos pelos meios de transporte. (BRAGA et al., 2002)
Figura 13 - Smog fotoquímico sobre Los Angeles
Fonte: www.fotosearch.com
2.6.4.3 Efeitos do smog
Na metade do século 20, várias cidades industrializadas do Ocidente
apresentaram, durante o inverno, episódios de smog provocados pela poluição
composta de fuligem e enxofre tão graves que a taxa de mortalidade aumentou de
forma notável. Por exemplo, em Londres, Inglaterra, em dezembro de 1952 cerca de
4.000 pessoas morreram em poucos dias devido ao aumento na concentração
68
desses poluentes, que se acumularam aprisionados em uma massa de ar que
permaneceu estagnada em virtude de uma inversão térmica nas proximidades do
solo. As pessoas que foram expostas a um maior risco foram os idosos que
sofriam de problemas brônquicos e as crianças menores. Atualmente, a proibição
dos queimadores domésticos a carvão, que davam origem à maioria dos poluentes
eliminou tais problemas. Os cientistas ainda não estão certos se o principal agente
contendo enxofre que causou problemas tão sérios em Londres foi SO
2
, gotas de
ácido sulfúrico ou de sulfato.
O smog fotoquímico, que se origina a partir dos óxidos de nitrogênio, em
muitas cidades, é mais importante que o smog baseado no enxofre, particularmente
as de grande população e densidade de veículos. Ele consiste de gases, como o
ozônio, e de uma fase aquosa contendo compostos orgânicos e inorgânicos solúveis
em água na forma de partículas suspensas. Em contraste com os “smogs de
Londres”, que são de natureza química redutora devido ao dióxido de enxofre, os
smogs fotoquímicos são oxidantes.
O próprio ozônio é um poluente atmosférico nocivo. Em contraste com
produtos baseados em enxofre, seu efeito nas pessoas fortes e saudáveis é tão
sério quanto naquelas que apresentam problemas respiratórios preexistentes.
Experimentos realizados com pessoas voluntárias demonstraram que o ozônio
produz irritação passageira do sistema respiratório, produzindo tosse, irritação da
garganta e do nariz, respiração ofegante e dor no peito durante a respiração
profunda. Assim, mesmo jovens saudáveis apresentaram esses sintomas quando
faziam exercícios ao ar livre, como andar de bicicleta ou correr, durante os episódios
de smog. (BAIRD, 2002).
69
2.7 CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS E A POLUIÇÃO DO AR
A concentração de um poluente atmosférico, em uma determinada área
receptora, depende do tipo de fonte de da concentração com que foi lançado, bem
como das condições de dispersão do mesmo na atmosfera. (FIGURA 14).
A dispersão de poluentes varia em função dessas características e do
ambiente, incluindo-se as condições naturais ou introduzidas pelo homem.
Como condições criadas pelo homem, podem ser citadas: altura de chaminés,
a disposição de edificações e colocação de obstáculos físicos à propagação dos
poluentes.
EMISSÃO DISPERSÃO RECEPÇÃO
Tipo e concentração
do poluente na fonte:
- Estacionária
- Móvel
Fatores:
- Altitude
- Obstáculo
- Velocidade e
direção do vento
- Estabilidade
atmosférica
- Topografia
Concentração de
poluentes na área
receptora
Figura 14 - Fatores que levam a concentração de um poluente atmosférico, em uma
determinada área receptora.
Fonte: MOTA, 2003.
As principais características naturais do ambiente que têm influência na
dispersão de poluentes são:
Velocidade e direção dos ventos;
Estabilidade atmosférica;
Topografia.
70
Os poluentes lançados de uma determinada fonte de são transportados e
dispersos na atmosfera, tendo grande influência, nesses processos, as condições
meteorológicas.
O ar move-se no sentido horizontal, na direção dos ventos, e vertical, em
função dos deslocamentos das camadas atmosféricas.
Quanto maior for a velocidade do vento, mais elevada sea sua capacidade
de diluir e dispersar poluentes.
A direção do vento indica as áreas que serão alcançadas pelos poluentes
emitidos em uma fonte. É possível determinar a direção predominante dos ventos de
um local, devendo a se considerar esse dado quando da localização de fontes
poluidoras do ar, em relação a outros usos. (MOTA, 2003)
A movimentação do ar em direção vertical afeta o clima e processos de
mistura importantes para a poluição do ar. (LORA, 2000)
O perfil térmico da atmosfera tem relação direta com a capacidade de
dispersão de poluentes por mistura vertical. (BRAGA et al., 2002)
Quando a atmosfera tem pouca movimentação vertical é chamada de estável
no caso contrário é chamada de instável.
Episódios de poluição atmosférica coincidem geralmente com condições
atmosféricas desfavoráveis para dispersão de poluentes (atmosfera estável).
É por isto que não é possível estudar a poluição do ar sem um estudo
preliminar dos aspectos meteorológicos que influem sobre a mesma (LORA, 2000).
Uma das características meteorológicas mais importantes na dispersão de
poluentes do ar é a estabilidade atmosférica, a qual está associada aos movimentos
ascendentes e descendentes de volumes de ar.
71
Em condições normais, a temperatura do ar decresce com altura ficando as
camadas mais frias sobre as camadas mais quentes. Ocorre uma renovação natural,
com o ar mais quente (mais leve) subindo e o ar mais frio (mais pesado) descendo.
Figura 15 - Fenômeno da Inversão Térmica
Fonte: MOTA, 2003
Devido a fenômenos meteorológicos, que dependem da velocidade do vento,
da turbulência atmosférica, da insolação, do gradiente de temperatura e da
precipitação, essa situação pode alterar-se, de forma que a temperatura aumenta,
em vez de diminuir, com a altitude.
O decréscimo da temperatura, com o aumento da altitude, sem troca de calor
é chamado de gradiente de temperatura adiabático seco, corresponde a
aproximadamente a -1ºC para cada cem metros de acréscimo de altitude.
Quando o a temperatura da atmosfera diminui mais rápido que a adiabática,
a atmosfera é dita superadiabática. Essa situação, do ponto de vista de poluição do
ar, é desejada por dispersar rapidamente os poluentes na atmosfera, sendo,
portanto uma condição instável o que permite uma maior dispersão.
Se a temperatura da atmosfera diminuir mais lentamente do que a adiabática,
a atmosfera é dita subadiabática, e nesse caso ela tende a uma condição estável.
72
O estado subadiabático não proporciona a mistura vertical dada à estabilidade do ar.
Em situações críticas de poluição do ar, essa estabilidade diminui o potencial de
dispersão da atmosfera e, conseqüentemente propicia o surgimento de episódios
críticos de poluição, devido à alta concentração de poluentes. O caso extremo ocorre
quando a temperatura aumenta com a altitude; é a chamada inversão térmica ou
inversão de temperatura ou ainda a inversão de camada.
Nessa situação ar é consideravelmente estável e os índices de poluição
tendem a se elevar, dependendo também da carga de poluentes.
Nessas situações, é dificultado o movimento do ar para cima não ocorrendo à
dispersão vertical dos poluentes, que tendem a concentrar-se na superfície da terra,
agravando a poluição.
As inversões térmicas ocorrem na sua maioria por dois mecanismos: por
radiação e por subsidência.
A inversão por radiação ocorre na maioria das vezes no inverno. Em um dia
frio o aquecimento solar pode resultar em temperaturas relativamente altas ao nível
do solo durante o final da manhã e à tarde. Entretanto à noite quando geralmente a
temperatura é bem menor, a superfície do solo sofre um resfriamento intenso de tal
forma que as camadas superiores de ar permanecem mais quentes, gerando uma
camada de inversão em altitudes na ordem de 100 m. No decorrer do dia esse perfil
volta a se inverter, principalmente pelo aquecimento do solo.
A inversão térmica por subsidência ocorre em altitudes maiores e ela dura
alguns dias. Esse tipo de inversão deve-se ao fenômeno da subsidência do ar
(correntes de ar descendentes), formada pela diferença de pressão existente entre
grandes massas de ar que se deslocam na atmosfera.
73
Numa situação crítica podem ocorrer simultaneamente os dois tipos de
inversão. (BRAGA et al., 2002).
z
4
3
1
2 II 5
I
T
I – Atmosfera Instável
II – Atmosfera Estável
1- Gradiente vertical adiabático. (-1ºC/100m);
2- Gradiente superadiabático: Esta situação corresponde a um regime instável com boa
dispersão dos poluentes.
3- Gradiente subadiabático: A parcela de ar estará mais fria que o meio circundante pelo que
retorna à sua posição original (regime estável).
4- Gradiente isotérmico: Temperatura constante com a altura (regime estável).
5- Inversão: Observa se o aumento de temperatura com altura, constituindo um regime
extremamente estável.
Figura 16 - Relação entre o gradiente de temperatura da atmosfera e a sua estabilidade.
Fonte: Adaptado de LORA, 2000.
Alguns locais, dependendo da topografia e das condições meteorológicas,
estão mais sujeitos a inversões rmicas. É o caso da região metropolitana de São
Paulo, onde os problemas de poluição agravam-se em determinadas épocas quando
essa situação acontece. Na região metropolitana de São Paulo, as inversões mais
prejudiciais à dispersão de poluentes ocorrem durante os meses de maio a agosto,
74
principalmente ao longo da noite e da madrugada, e durante grande número de
horas consecutivas. (DERÍSIO, 1992 apud MOTA, 2003)
A topografia também é um fator que pode influir no deslocamento das
camadas atmosféricas.
A existência de uma elevação dificulta o movimento horizontal do vento
contribuindo para que a camada de ar frio fique sob o ar quente.
Em vales, também ocorrem, com freqüência, as inversões térmicas. Em
determinados períodos do dia, e dependendo das condições meteorológicas, o calor
proveniente da superfície aquecida, nas áreas mais elevadas, favorece a formação
de uma camada de ar quente sobre o a frio.
Esses aspectos ambientais devem ser considerados em programas de
controle da poluição, principalmente quando da definição da localização de fonte
poluidora do ar. (MOTA, 2003).
Para condições similares de vento, a instabilidade atmosférica é mais
freqüente e de maior intensidade no período diurno do que no noturno, em dias
claros do que nos dias encobertos, em noites encobertas do que em noites limpas, e
em dias de verão do que em dias de inverno (STERN, 1968).
2.8 DISPERSÃO DE PLUMAS
Chama-se pluma a trajetória espacial de um gás que sai de uma chaminé e
que possui o teor de contaminantes maior que o valor médio atmosférico. As
características de dispersão da pluma dependem do regime de estabilidade
atmosférica (LORA, 2000).
75
Segundo (BRAGA et al, 2002) estudar o comportamento da pluma significa
estudar como meio atmosférico transporta e dispersa os poluentes nele lançados. A
teoria de fenômenos de transportes, tratada pela mecânica dos fluidos possibilita-
nos estudar este fenômeno.
A forma da pluma de poluentes emitidos por uma chaminé pode ser
classificada de acordo com o perfil de temperatura da atmosfera. A figura18 ilustra
todas as possibilidades de desenvolvimento de plumas em função gradiente térmico
da atmosfera, desprezando-se os seguintes efeitos:
Diferenças de densidade entre os poluentes e o ar;
Velocidade de saída dos poluentes da chaminé;
Sedimentação dos poluentes (ex: material particulado).
76
Figura 17 - Principais tipos de plumas de poluentes atmosféricos.
Fonte: (BRAGA et al, 2002).
A pluma tipo 'looping' ocorre numa situação em que o perfil térmico é
superadiabático. Nesse caso existe muita turbulência na atmosfera. Esse tipo de
pluma acontece durante dias de céu claro, com poucas nuvens e muita insolação; a
turbulência de origem térmica provoca grandes turbilhões, que dispersam
rapidamente a nuvem de poluição. Em locais próximos à fonte, junto ao solo, podem
ocorrer altos índices de poluição, devido à própria turbulência que leva a nuvem ao
nível do solo.
77
A pluma 'coning' ocorre quando o perfil é do tipo subadiabático. Essa pluma
tem forma cônica e sua dispersão é menor que da pluma em ‘looping’;
comparativamente a esta, a pluma 'coning' provoca o aumento da concentração de
poluentes nas proximidades do solo, em locais bem distantes da fonte. Ocorre em
dias nublados, com ventos moderados.
A pluma 'fanning' ocorre quando toda a massa de poluentes está contida
numa camada de inversão; a mistura vertical quase inexiste devido à estabilidade do
ar. A mistura a horizontal é também muito baixa por causa da falta de ventos.
Embora não provoque grandes concentrações em baixas altitudes, esse tipo de
pluma geralmente precede uma situação mais crítica, que é a pluma do tipo
'fumigation'. À medida que o sol aquece a superfície e do solo, a inversão
desaparece e ocorre mistura na região de gradiente negativo. Quando o ar instável
atinge a pluma, aumenta a mistura vertical e, conseqüentemente, as concentrações
no nível do solo. A pluma do tipo 'fumigation', causada pela quebra da inversão por
radiação, dura muito pouco tempo, de 30 a 60 minutos. Numa situação de brisa
marítima esse tipo de mistura pode durar várias horas.
A pluma do tipo 'lofting' ocorre quando o lançamento dos efluentes é feito
acima da camada de inversão. Esse tipo de pluma ocorre ao anoitecer, quando a
inversão por radiação se inicia. Se a coluna permanecer acima da camada de
inversão, esse tipo de comportamento pode persistir; caso a camada de inversão
suplante a fonte, a pluma passa a ter um comportamento do tipo 'fanning'. Uma
situação interessante é quando a pluma fica retida entre duas camadas de inversão:
é a pluma do tipo 'trapping'.
O comportamento da pluma depende principalmente do clima da região.
Chaminés localizadas em locais de clima quente e seco irão exibir comportamento
78
em 'looping' ao entardecer e, dependendo da sua altura, 'lofting' ou ‘fanning’ nas
primeiras horas da manhã. Em regiões de clima úmido um dia nublado pode gerar
condições para o aparecimento de plumas do tipo ‘coning’. No ar a ocorrência de
inversões térmicas é minimizada em dias nublados.
Além desses processos de mistura em função da turbulência, ocorre o
transporte horizontal, que depende do movimento dos ventos, que por sua vez
dependem de forças de pressão, da força Coriolis e de forças de atrito. As forças de
pressão são causadas diretamente e pela existência de regiões de alta e baixa
pressão. No hemisfério sul, os centros de baixa pressão têm movimento giratório no
sentido horário (depressões-ciclones), com formando o anticiclone. Os anticiclones
são centros de alta pressão e são geralmente fontes de inversão térmica. Os mapas
de tempo indicam esses dados, apresentando as isóbaras e vetores indicativos da
direção dos ventos.
Os meteorologistas costumam apresentar os dados de direção e velocidade
dos ventos por meio das 'rosa dos ventos', uma distribuição percentual dos ventos
numa dada região, geralmente mensal. As forças de atrito alteram a velocidade e
direção do vento com a altitude. A figura 18 ilustra alguns perfis de velocidade do
vento. A mudança da velocidade de acordo com a altitude é função da ocupação do
solo e do período do dia.
79
Figura 18 - Efeito da rugosidade terrestre no perfil da velocidade do vento. Com o
decréscimo da rugosidade, o perfil torna-se mais uniforme.
Fonte: BRAGA et al., 2002.
O equacionamento do processo de mistura de poluentes na atmosfera pode
ser feito a partir da teoria da turbulência. Durante o dia, o aquecimento solar
intensifica a turbulência. Neste caso, a mistura vertical entre camadas horizontais
aumenta e o perfil do vento torna-se uniforme quando comparado com o da noite. O
aquecimento do solo transmite-se às camadas de ar junto à superfície, forçando
circulações verticais (muitas vezes designadas por térmicas) que se estendem até
ao topo da camada limite, misturando-a verticalmente. A existência de térmicas
quase sempre torna o escoamento na camada limite turbulento.
A turbulência da camada limite referida anteriormente é produzida em
resposta a um padrão de aquecimento da superfície quase homogêneo ou
simplesmente irregular, o que implica que a localização das ascendentes e
descendentes nessas circulações é essencialmente imprevisível.
Essas correntes ascendentes e descendentes são devido ao mecanismo de
transferência de calor chamado convecção, onde se estabelecem correntes de ar,
80
devido a variações da massa volumétrica do ar. O ar quente (menos denso) origina
uma corrente ascendente e o ar frio (mais denso) origina uma corrente descendente.
Durante o dia, o ar ao ser aquecido, por estar em contacto com a superfície
terrestre (aquecida, basicamente, pela radiação proveniente do Sol), conduz a um
aumento de volume e, por isso, torna-se menos denso (mais “leve”) e sobe. No
entanto, à medida que o ar aquecido sobe, entra em contacto com ar mais frio (da
sua vizinhança) e arrefece, o que provoca uma contração do volume desse ar, que,
por isso, se torna mais denso (mais “pesado”) e desce. Como conseqüência deste
processo, o ar é obrigado a circular sob a forma de correntes de convecção.
Figura 19 – Correntes de Convecção
Fonte: Talaia, 2005
Em algumas regiões, no entanto, as propriedades da superfície variam tão
abruptamente, que pode ser gerada uma circulação organizada, capaz de afetar o
clima local. Essas circulações produzidas em resposta à existência de diferenças de
temperatura entre superfícies próximas são designadas por brisas e o exemplo mais
conhecido é o da brisa marítima.
81
Na atmosfera, observam-se ventos periódicos, como por exemplo, as brisas
das regiões litorais, que alternam regularmente de sentido. Estes ventos surgem
devido à desigual capacidade de aquecimento entre a terra e o mar. É sabido, que a
água é a substância que apresenta maior valor de capacidade térmica mássica (4.18
J.g
-1
.ºC
-1
ou 1 cal.g
-1
.ºC
-1
), o que significa que é a substância que necessita receber
ou perder maior quantidade de energia, para que a temperatura, de 1 g de água,
varie de 1 ºC, de modo que demora mais tempo a aquecer, e também demora mais
tempo a arrefecer. Nestes termos, a terra aquece e arrefece mais rapidamente do
que o mar.
Durante o dia (devido à radiação proveniente do Sol), como a terra aquece
mais depressa do que o mar, o ar que está sobre a terra aumenta de volume, torna-
se menos denso, forma-se um centro de baixas pressões e sobe; por conseguinte, o
ar frio que está sobre o mar desloca-se para a terra (para preencher o “espaço” livre
deixado), originando o aparecimento de brisa marítima. Durante a noite, o processo
é inverso. Devido à alta capacidade térmica mássica da água, o mar demora mais
tempo a arrefecer e sobre ele encontra-se ar mais quente (menos denso) do que
sobre a terra. O ar quente ao subir, obriga a que o ar frio se desloque em direção ao
mar, originando brisa terrestre. (TALAIA, 2005).
82
Brisa marítima Brisa Terrestre
Figura 20 - Sistemas de Vento Terra-mar
Fonte: Projeto de estágio Modelação da Dispersão de Poluentes Atmosféricos originários de
Fontes Industriais em Chipre. João Ferreira
Outro mecanismo que atua no processo é a turbulência devido ao atrito
gerado pela presença do solo. Durante período de ventos fortes a mistura a ocorre
basicamente por efeito desse tipo de turbulência. Portanto a pluma de poluentes
dispersa-se em função da turbulência tanto da direção horizontal como na direção
vertical.
A topografia exerce efeitos locais nos ventos. Por exemplo, em regiões
litorâneas a brisa marítima pode provocar ventos que ajudam na dispersão dos
poluentes.
Outro tipo de efeito é devido aos ventos de vale. Nesse caso o vento tende
descer as encostas durante a noite e caminhar na direção do fundo do vale. Durante
o dia e o ar fica a aprisionado no vale durante certo período de tempo, criando
condições impróprias para dispersão de poluentes.
Outro problema de dispersão está relacionado com a superfície do solo e a
sua ocupação (por edifícios, chaminés etc.), que servem como anteparos ao fluxo de
poluentes na atmosfera. Nessa situação, podem aparecer os chamados efeitos de
83
separação ou descolamento. Nesse caso surgem em determinados locais, vórtices
com altas concentrações de poluentes. Esse efeito deve ser analisado pelo projetista
quanto do dimensionamento das chaminés. (BRAGA et al., 2002)
2.8.1 Rosa dos ventos
Existem infinitas direções na superfície terrestre, definindo-se uma para a
orientação básica, a qual define outras três principais, formando dessa maneira
quatro pontos importantes que são chamados Cardeais.
Os Pontos Cardeais são orientados pelo movimento do Sol, tendo como referencial a
superfície da Terra.
A figura da Rosa dos Ventos, desenvolvida por antigos astrônomos e
navegadores, indica os principais rumos ou direções determinadas pelos pontos
cardeais, colaterais e subcolaterais, apresentando, entre eles, cada um o seu oposto
(Norte-Sul) (Leste-Oeste). Com isso, todos os pontos do horizonte podem ser
localizados com maior exatidão.Cada quadrante da Rosa dos Ventos corresponde a
90º e padronizou-se o norte ser 0º, o leste 90º, o sul 180º e o oeste 270º.
Pontos Cardeais:
o E: Este ou Leste;
o N: Norte;
o O: Oeste;
o S: Sul;
84
Pontos colaterais:
o NE: Nordeste;
o NO: Noroeste;
o SE: Sudeste;
o SO: Sudoeste;
Pontos sub-colaterais:
o NNE: Nor-nordeste;
o ENE: Lés-nordeste;
o ESE: Lés-sudeste;
o SSE: Sul-sudeste;
o SSO: Sul-sudoeste;
o OSO: Oés-sudoeste;
o ONO: Oés-noroeste;
o NNO: Nor-noroeste.
Figura 21 – Rosa dos Ventos
Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rosa-dos-ventos
85
2.8.2 Umidade relativa do ar
Umidade relativa significa, em termos simplificados, quanto de água na forma
de vapor existe na atmosfera no momento, com relação ao total máximo que poderia
existir, na temperatura observada.
A quantidade de água que o ar absorve antes de atingir a saturação depende
da temperatura e aumenta progressivamente com ela.
A umidade relativa aumenta sempre que chove devido à evaporação que
ocorre posteriormente. Em áreas florestadas ou próximas aos rios ou represas a
umidade é sempre maior. Este parâmetro é importante para a determinação da
instabilidade na atmosfera, auxiliando na previsão de tempestades. A ocorrência de
baixa umidade relativa pode agravar algumas doenças e pode provocar desconforto
em pessoas saudáveis, gerando um quadro muitas vezes semelhante ao de
poluição do ar, porém se a dia estiver acima de 30%, valor considerado inicial
para o estado de atenção, a situação será considerada normal.
Estado de atenção Umidade relativa do ar entre 20% e 30%
É preciso evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11h e 15h, umidificar o ambiente
com vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água e regamento de jardins.
Sempre que possível, permanecer em locais protegidos do sol.
Estado de alerta — Umidade relativa do ar entre 12% e 20%. É preciso
suprimir exercícios físicos e trabalhos ao ar livre entre 10h e 16h, evitar
aglomerações em ambientes fechados e usar soro fisiológico para olhos e narinas.
Estado de emergência Umidade relativa do ar abaixo de 12%. É preciso
interromper qualquer atividade ao ar livre entre 10h e 16h, como aulas de educação
86
física, coleta de lixo, entrega de correspondência e suspender atividades que exijam
aglomerações de pessoas em recintos fechados entre 10h e 16 h, além de manter
umidificados os ambientes internos, principalmente quartos de crianças
2
.
2.9 MODELAGEM MATEMÁTICA DO TRANSPORTE DE POLUENTES
ATMOSFÉRICOS
Modelar matematicamente a dispersão de poluentes na atmosfera é
fundamental para o monitoramento da qualidade do ar.
O aumento das emissões de poluentes causado pelo crescimento de áreas
urbanas e industriais, devido à operação normal ou acidental de fontes poluidoras,
gerou uma grande necessidade de avaliação dos impactos ao meio ambiente e à
saúde pública.
A modelagem matemática do transporte de poluentes baseia-se
conceitualmente em um simples exercício de contabilidade, onde são avaliadas as
quantidades que entram e saem de uma determinada região fixa no espaço, onde
são levadas em consideração as quantidades que são geradas ou destruídas por
processos físicos, químicos e biológicos no interior da região. Fazendo com que o
tamanho dessa região adquirira dimensões infinitesimais, teremos como resultado
da equação diferencial parcial, denominada equação de transporte, que relaciona a
concentração de um dado poluente com as coordenadas espaciais, com o tempo e
2
Recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
87
com concentrações de outros poluentes, que possam afetar a concentração do
poluente em análise (BRAGA et al., 2002).
Conforme (LORA, 2000) a modelagem da dispersão atmosférica de poluentes
procura estimar teoricamente, de forma preditiva, como será a concentração de
determinados poluentes na área de influência dessas emissões.
O principal problema da modelagem de contaminação do ar é determinar a
concentração de um ou mais poluentes no espaço e no tempo.
Assim temos: Ci (x, t) = f (emissões, variáveis meteorológicas, remoção e
transformação).
Esta concentração depende das características da fonte emissora, das
variáveis meteorológicas que define a intensidade de dispersão atmosférica e de
parâmetros de remoção e de transformação. A figura 22 mostra em detalhes os
componentes dos diferentes elementos a considerar no modelo de qualidade do ar.
Na prática difícil considerar todos os elementos apresentados, mesmo porque
parcialmente não se conhecem os mecanismos de ação de alguns deles. Assim, os
modelos comerciais existentes atualmente constituem diversas simplificações do
modelo apresentado.
88
Parâmetros do Modelo
Qualidade do ar
Emissões (Resultado)
Meteorologia
Figura 22 - Mostra elementos de um modelo matemático que relaciona as emissões de
contaminantes com a qualidade do ar
Fonte: Adaptado Juda-Rezler (1989 apud LORA, 2000).
Os modelos de poluição do ar podem classificar-se atendendo às suas
aplicações aos parâmetros da figura 22 ou aos seguintes critérios (LORA, 2000):
1- Pela estrutura básica do modelo:
Determinístico ou não determinístico (estatístico)
Estacionário ou dependente é do tempo
2- Pelo marco de referência:
Modelo
Matemático
- Processos heterogêneos e
homogêneos;
- Reações foto e termoquímicas
- Deposição superficial;
- Processos em aerossóis
-
Concentrações
calculadas
- Ventos; chuvas
- Radiação solar;
- Temperatura;
- Altura de inversão;
-
Turbulência
- Emissões
antropogênicas
- Emissões
naturais
89
Euleriano
Lagrangeano
3- Pela dimensionalidade do domínio computacional:
(unidimensional, bidimensional, tridimensional de múltiplos níveis)
4- Pelo método de resolução das equações do modelo:
Analítico
Numérico
Além das influências descritas anteriormente, a concentração de poluentes
também depende de como eles são emitidos no meio, ou seja, de maneira constante
ou variável no tempo, e também da posição espacial que esse despejo ocupa. A
taxa de emissão também afeta as concentrações, de forma diretamente
proporcional.
É importante observar que as variáveis meteorológicas variam
constantemente no tempo e no espaço sendo que raramente há dados adequados
para considerá-las. Assim, é comum a adotarem-se valores médios dentro de certas
escalas de tempo e de espaço e efetuar-se a integração da equação de transporte
para determinadas situações, nas quais, tal integração é conhecida.
Com a mudança do cenário das emissões, então passou a ser necessário o
desenvolvimento de modelos computacionais simples, capazes de facilitar e tornar
viável e prática a realização de simulações de poluição ambiental.
90
A dispersão de contaminantes na atmosfera é um fenômeno de transporte de
massa por difusão turbulenta que pode ser abordada segundo a aplicação das
abstrações de Lagrange e de Euler. A abordagem Euleriana é baseada no balanço
de conservação da propriedade (massa no caso de dispersão de uma espécie
química) sobre um volume infinitesimal fixo no espaço. A abordagem Lagrangeana
baseia-se em acompanhar o deslocamento de uma partícula de fluido e a variação
em suas propriedades. Partícula de fluido entende-se como um volume que é
grande quando comparado com dimensões moleculares, mas pequeno para se
comportar como um ponto que segue o escoamento, ou seja, de dimensões muito
menores que as dimensões características deste. As duas abordagens apresentam
dificuldades matemáticas que não permitem uma exata solução para a concentração
média (de material particulado ou gases) no escoamento turbulento.
A abordagem Euleriana leva a um sério obstáculo matemático, no caso de
escoamentos turbulentos, conhecidos como o problema do fechamento ("closure
problem"), pois sempre existem mais variáveis dependentes que equações. (LORA,
2000) e para o qual nenhuma solução genérica válida foi ainda encontrada
(SEINFIELD, 1986).
Segundo (MORAES, 2001).
Abordagem Lagrangeana: simula trajetórias de partículas de poluentes são
hoje em dia, segundo alguns autores, as ferramentas mais potentes para o
estudo do transporte e dispersão de poluentes. Onde o sistema de
coordenadas é baseado na posição de uma partícula em um tempo t, relativo
a sua posição (a,b,c) em um tempo de referência t0. Coordenadas
lagrangeanas são fisicamente mais naturais na descrição do movimento do
fluido, no entanto são muito mais difíceis no tratamento matemático
.
.
91
Abordagem Euleriana: utiliza soluções da equação difusão-advecção, em um
sistema de referência fixo em relação à terra.
Onde o sistema de coordenadas é fixo no espaço. As propriedades do fluido,
como densidade, temperatura e velocidade são calculadas em um ponto fixo
no espaço (x,y,z) no tempo t.
Em outras palavras, na aproximação euleriana o sistema de referencia é fixo
(em relação à terra), enquanto que na aproximação lagrangeana, o sistema
de referência segue o movimento das parcelas de ar
.
2.10 O MODELO DE PLUMA GAUSSIANA
Um dos exemplos de integração mais conhecidos e utilizados refere-se à
denominada pluma Gaussiana. O modelo de dispersão Gaussiano, assim chamado
em função de sua semelhança de formato com a curva de densidade de
probabilidade normal (ou Gaussiana), passou a ser largamente utilizado no meio
científico, por apresentar pouca complexidade e razoável precisão.
A pluma Gaussiana resulta da integração analítica da equação de transporte,
quando os são adotadas as seguintes hipóteses simplificadoras: o vento tem
intensidade, direção e sentido constantes, o terreno é totalmente plano, a carga
poluidora é pontual e constante, a difusão turbulenta na direção do vento é
desprezada em função da maior importância da advecção nessa direção, os
coeficientes de difusão turbulenta nas outras direções também são constantes e não
existe perda de material poluidora por qualquer mecanismo físico, químico ou
biológico (BRAGA et al, 2002).
92
A fórmula é a seguinte:
x, y, z - são as coordenadas cartesianas ou espaciais do ponto onde se deseja
estimar a concentração do contaminante [m]
C(x,y,z) - é a concentração esperada do contaminante na coordenada (x,y,z) [g/m3]
Qs - é a quantidade de contaminante lançada pela fonte de emissão [g/s]
H - é a altura efetiva de lançamento
u - é a velocidade média do vento na direção do escoamento (x) e medida no topo
da chaminé [m/s]
σy
e
σz
- são os desvios médios da distribuição de concentração nas direções y e z
[m]
Fonte: MANGOSIO, JORGE, 2002.
-
93
Figura 23 - Sistema de coordenadas e geometria básica da equação gaussiana da pluma
Fonte:
MANGOSIO, JORGE, 2002.
Figura 24 - Desenho esquemático da altura efetiva de lançamento e fórmula de cálculo
Fonte: www.inf.ufes.br/~neyval/
94
Figura 25 - Expressão das concentrações na pluma gaussiana
Fonte:
MANGOSIO, JORGE, 2002.
2.11 SISTEMA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE NO BRASIL
Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público,
responsável pela proteção e melhoria da qualidade ambiental constituirão o Sistema
Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA, criado pela lei nº. 6938/81, tem uma
estrutura, composição e competências estabelecidas pelo Decreto o nº. 99.355 de
27/06/90. O Decreto, nº. 99.274 de 06/06/90, alterou a composição do Conama.
Pelo art. 3º do Decreto nº. 99.355 de 27/06/90, o Sistema Nacional do Meio
Ambiente (Sisnama), constituído pelos órgãos e entidades da União, dos Estados,
95
do Distrito federal, dos municípios e pelas fundações instituídas pelo Poder Público,
responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, tem a seguinte
estrutura:
Órgão superior: o Conselho de Governo;
Órgão Consultivo e Deliberativo: o Conselho Nacional de Meio Ambiente
(Conama);
Órgão Central: Ministério do Meio Ambiente, anteriormente Secretaria do
Meio Ambiente da Presidência da República – SMAM/PR;
Órgão Executor: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama);
Órgãos Seccionais: os órgãos ou Entidades da Administração Pública Federal
Direta e Indireta, as fundações instituídas pelo Poder Público e as atividades
estejam associadas às de proteção ambiental ou àquelas de disciplinamento
do uso de recursos ambientais, bem assim os órgãos e entidades estaduais e
responsáveis pela execução de programas e projetos e pelo controle e
fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental;
Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais responsáveis pelo controle
e fiscalização das atividades referidas nas suas respectivas jurisdições.
3
2.12 CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE
O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA é o órgão consultivo e
deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente-SISNAMA, foi instituído pela Lei
6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, regulamentada
pelo Decreto 99.274/90.
3
Disponível em: www.Ibama.gov.br. Acesso em: 20 dez.2005.
96
Criado com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de
Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos
naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões
compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia
qualidade de vida; (Redação dada pela Lei nº. 8.028, de 1990).
O CONAMA é composto por Plenário, CIPAM, Câmaras Técnicas, Grupos de
Trabalho e Grupos Assessores. O Conselho é presidido pelo Ministro do Meio
Ambiente e sua Secretaria Executiva é exercida pelo Secretário-Executivo do MMA.
O Conselho é um colegiado representativo de cinco setores, a saber: órgãos
federais, estaduais e municipais, setor empresarial e sociedade civil.
As reuniões do CONAMA são públicas e abertas a toda a sociedade
.
4
2.13 LEGISLAÇÃO ATMOSFÉRICA NO BRASIL
No Brasil, a preocupação relativa à poluição atmosférica intensificou-se no
início da década de 70, período em que houve grande crescimento econômico e
industrial. Problemas graves de poluição do ar nas áreas de grandes cidades -
São Paulo, Cubatão, Porto Alegre, etc. - evidenciaram a necessidade de se
adotar políticas públicas sobre o tema.
Em nível federal, a primeira legislação mais efetiva de controle da poluição
atmosférica foi a Portaria do Ministério do Interior de nº. 231, de 27 de abril de
1976, que visava a estabelecer padrões nacionais de qualidade do ar para
4
Disponível em: www.Ibama.gov.br. Acesso em: 20 dez.2005.
97
material particulado, dióxido de enxofre, monóxido de carbono e oxidantes
fotoquímicos.
Nos anos 80, com o crescimento da frota automobilística no Brasil, o Governo
Federal propôs o estabelecimento de um programa de controle de poluição veicular,
o que foi feito por meio da resolução Conama . 18, de 06 de maio de 1986, que
instituiu o Programa Nacional de Controle da Poluição por Veículos Automotores, em
caráter nacional, com o objetivo principal de reduzir a emissão de poluentes pelo
escapamento de veículos automotores e de emissões evaporativas. Cabe salientar
que Conama estabelece, previamente, normas e padrões nacionais de controle da
poluição causada por veículos Automotores terrestres antes, aeronaves e
embarcações.
A Resolução nº. 1, de 23/10/87, aprovou o programa nacional de
certificação de conformidade de veículos automotores.
No entanto, percebeu-se ser de igual importância à criação de um programa
nacional que contemplasse as fontes fixas de poluição atmosférica e também devido
à necessidade se estabelecer estratégias para o controle, preservação e
recuperação da qualidade do ar, válidas para todo o território nacional, conforme
previsto na Lei 6.938 de 31.08.81, que instituiu a Política Nacional do Meio
Ambiente.
Tendo em vista que a maioria dos estados não dispunha de padrões locais
de emissão de fontes, observou-se a necessidade da fixação de dispositivos de
caráter normativo e do estabelecimento de ações de monitoramento atmosférico.
Assim, considerando o acelerado crescimento urbano e industrial brasileiro, o
aumento da frota de veículos automotores, o progressivo e decorrente do
aumento da poluição atmosférica, principalmente nas regiões metropolitanas,
98
seus reflexos negativos para a sociedade, a economia e o meio ambiente, as
perspectivas de continuidade dessas condições e a necessidade de estabelecer
estratégias para controle, preservação e recuperação da qualidade do ar, válidas
para todo o território brasileiro; sendo assim por meio da resolução do Conama de
nº. 05, de 15 de junho de 1989, foi criado o Programa Nacional de Controle de
Qualidade do Ar — PRONAR — com o intuito de promover a orientação e
controle da poluição atmosférica no país, envolvendo estratégias de cunho
normativo, como o estabelecimento de padrões nacionais de qualidade do ar e de
emissão na fonte, a implementação de uma política de prevenção de deterioração
da qualidade do ar, a implementação da rede nacional de monitoramento do ar e
o desenvolvimento de inventários de fontes e poluentes atmosféricos prioritários.
Atuando como um dos instrumentos básicos da gestão ambiental para
proteção da saúde e bem estar das populações e melhoria da qualidade de vida
com o objetivo de permitir o desenvolvimento econômico e social do país de
forma ambientalmente segura, pela limitação dos níveis de emissão de poluentes
por fontes de poluição atmosférica com vistas a:
a) uma melhoria na qualidade do ar;
b) o atendimento aos padrões estabelecidos;
c) o não comprometimento da qualidade do ar em áreas consideradas não
degradadas.
A estratégia básica do PRONAR, conforme disposto na referida resolução,
é de estabelecer limites nacionais para as emissões, por tipologia de fontes e
poluentes prioritários, reservando o uso dos padrões de qualidade do ar como
99
ação complementar de controle. Para que isso fosse implementado, foram
definidos metas de curto, médio e longo prazo para que se desse prioridade à
alocação de recursos e fossem direcionadas as ações.
Como medidas de curto prazo foram estabelecidas: a definição dos limites
máximos de emissão para fontes poluidoras prioritárias; a definição dos padrões
de qualidade do ar; o enquadramento das áreas na classificação de usos
pretendidos; o apoio à formulação dos Programas Estaduais de Controle de
Poluição do Ar; a capacitação laboratorial e a capacitação de recursos humanos
5
.
2.13.1 Pronar (medidas estabelecidas)
2.13.1.1 Limites máximos de emissão
Entende-se por limite máximo de emissão a quantidade de poluentes que
pode ser lançada por fontes poluidoras para a atmosfera. Os limites máximos de
emissão serão diferenciados em função da classificação de usos pretendidos para
diversas áreas e serão mais rígidos para as fontes novas de poluição. Entendesse
por fontes novas de poluição aqueles empreendimentos que não tenham obtido a
licença prévia do órgão licenciador na data da publicação da resolução.
5
BRAGA et al (2002 ) e www.mct.gov.br/clima/comunic_old/pronar.htm
100
Os limites máximos de emissão são definidos por meio de resoluções
específicas do Conama. (BRAGA et al., 2002 e Conama de nº. 05, de 15 de junho de
1989).
2.13.1.2 Padrões de qualidade do ar
Considerando a necessidade de uma avaliação permanente das ações e
controles estabelecidos no Pronar, é estratégica a adoção de padrões de qualidade
do ar como ação complementar e referencial dos limites máximos de emissão
estabelecidos.
Foram estabelecidos dois tipos de qualidade do ar:
Primários
Constituem os padrões primários de qualidade do ar as concentrações de
poluentes, que ultrapassadas poderão afetar a saúde da população. Esses
padrões podem ser entendidos como níveis máximos toleráveis concentração
de poluentes atmosféricos e são metas de curto e médio prazo.
Secundários
Constituem os padrões secundários de qualidade do ar as concentrações de
poluentes atmosféricos abaixo das quais se previa o mínimo efeito adverso
sobre o bem-estar da população, assim como o mínimo dano à fauna e flora,
aos materiais e meio ambiente em geral. Esses padrões podem ser
101
entendidos como níveis desejados de concentração de poluentes e são metas
de longo prazo.
Esses padrões de qualidade do ar serão definidos por meio de resolução
especifica do Conama. (BRAGA et al., 2002).
2.13.1.3 Enquadramento das áreas do território nacional em classes de uso do ar
Para implementação de uma política de não deterioração significativa da
qualidade do ar, as áreas de todo o território nacional serão enquadradas de acordo
com a seguinte classificação de usos pretendidos:
Classe I
Áreas de observação, lazer e turismo, tais como parques nacionais e
estaduais, reservas de estações ecológicas, estâncias hidrominerais e
hidrotermais. Nessas áreas deverá ser mantida qualidade do ar em
nível o mais próximo possível do verificado sem a intervenção
antropogênica.
Classe II
Áreas onde o nível de deterioração da qualidade do ar seja limitado
pelo padrão secundário de qualidade.
Classe III
Áreas de desenvolvimento onde o nível de deterioração da qualidade
do ar seja limitado pelo padrão primário da qualidade.
102
Por meio de resolução especifica do Conama serão definidas as áreas classe
I e classe III, sendo as demais consideradas classe II.
2.13.1.4 Monitoramento da qualidade do ar
Do considerando a necessidade de conhecer e acompanhar os níveis de
qualidade do ar no país como forma de avaliação das ações de controle
estabelecidas pelo Pronar, é estratégica a criação de uma rede nacional para
monitoramento da qualidade do ar. Por isso deverá ser estabelecida uma rede
básica de monitoramento que permitirá o acompanhamento dos níveis de qualidade
do ar e sua comparação com os respectivos padrões estabelecidos.
2.13.1.5 Gerenciamento do licenciamento de fonte de poluição do ar
Considerando que o crescimento industrial e urbano não devidamente
planejado agrava as questões de poluição do ar, é fundamental estabelecer um
sistema que discipline a ocupação do solo baseado no licenciamento prévio das
fontes de poluição. Esse mecanismo deverá analisar previamente o impacto de
atividades poluidoras, prevenindo uma deterioração descontrolada da qualidade do
ar.
103
2.13.1.6 Inventário nacional de fontes e poluentes do ar
Como forma de subsidiar o Pronar, no que tange à carga e aos locais de
emissão de poluentes, é estratégica a criação de um inventário nacional de fontes e
emissões, que objetive o desenvolvimento de metodologias que permitam o
cadastramento e a estimativa das emissões, bem como devido processamento dos
dados referentes à poluição do ar.
2.13.1.7 Desenvolvimento nacional na área de poluição do ar
A efetiva implantação do Pronar está intimamente relacionada com a
capacidade técnica dos órgãos ambientais e com o desenvolvimento tecnológico na
área de poluição do ar.
Assim é a estratégia do Pronar promover juntou os órgãos ambientais meios
de estruturação de recursos humanos e laboratoriais a fim de desenvolver
programas regionais que viabilizarão o atendimento dos objetivos estabelecidos.
Do mesmo modo, deverá ser promovido pelo Pronar o desenvolvimento
científico e tecnológico em questões relacionadas com a poluição atmosférica que
envolva órgãos ambientais, universidades, setor produtivo e demais instituições
afetas à questão como forma de criar novas evidências científicas, que possam ser
úteis ao programa.
104
2.14 PADRÕES NACIONAIS (LIMITES) DE QUALIDADE DO AR
O primeiro dispositivo legal decorrente do PRONAR foi a resolução do
Conama de nº. 03, de 28 de junho de 1990, que estabeleceu os novos padrões
nacionais de qualidade do ar em substituição aos fixados pela Portaria Minter nº.
231/76. Além de estender o número de parâmetros regulamentados de quatro
para sete (partículas totais, partículas inaláveis, fumaça, dióxido de enxofre,
monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio e ozônio troposférico), foi introduzida
na legislação a figura dos padrões secundários de qualidade do ar, mais
restritivos que os primários, constituindo-se seu atendimento em meta de longo
prazo.
A mesma Resolução estabeleceu também, que “Enquanto cada Estado não
definir as áreas de Classe I, II e III mencionadas no item 2, subitem 2.3, da
Resolução CONAMA nº. 005/89, serão adotados os padrões primários de qualidade
do ar estabelecidos nesta Resolução”, o que é o caso do Rio de Janeiro.
105
Tabela 4 - Padrões Nacionais de Qualidade do Ar - Resolução CONAMA nº. 3, de 28/06/90
Poluente
Tempo de
amostragem
Padrão
Primário µg/m3
Padrão
Secundário
µg/m3
Método de Medição
24 horas* 240 150
1 ano MGA** 80 60
24 horas* 150 100
1ano MAA*** 60 40
24 horas* 150 150
1 ano MAA*** 50 50
24 horas* 365 100
1 ano MAA*** 80 40
1 hora* 40.000 (35 ppm) 40.000 (35 ppm)
8 horas* 10.000 (9 ppm) 10.000 (9 ppm)
Ozônio
1 hora* 160 160 Quimiluminscência
1 hora 320 190
1 ano MAA*** 100 100
* Não deve ser excedido mais de uma vez ao ano
** Média Geométrica Anual
*** Média Aritmética Anual
Pararosalínica
Monóxido de carbono
Infravermelho não-
dispersivo
Dióxido de nitrogênio
Quimiluminscência
Partículas Inaláveis
Separação inercial/
filtração
Dióxido de enxofre
Partículas totais em
suspensão (PTS)
Amostrador de
grandes volumes
Fumaça
Refletância
Fonte: Adaptado de Resolução CONAMA nº. 03, de 28/12/90.
Para os efeitos desta Resolução ficam estabelecidos os seguintes conceitos:
I - Padrões Primários de Qualidade do Ar são as concentrações de poluentes que,
ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população.
II - Padrões Secundários de Qualidade do Ar o as concentrações de poluentes
abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem-estar da população,
assim como o mínimo dano à fauna, à flora, aos materiais e ao meio ambiente em
geral.
Parágrafo Único - Os padrões de qualidade do ar serão os objetivos a serem
atingidos mediante a estratégia de controle fixada pelos padrões de emissão e
deverão orientar a elaboração de Planos Regionais de Controle de Poluição do Ar.
Outro avanço dessa resolução foi o estabelecimento em nível nacional dos
critérios para elaboração de plano de emergência para episódios agudos de
106
poluição do ar, antes existentes apenas no Estado de o Paulo.
www.mct.gov.br/clima/comunic_old/pronar.htm
Tabela 5 - Critérios para Episódios Agudos de Poluição do Ar
Resolução Conama Nº. 3, de 28/06/90.
Pametros
Atenção Alerta Emergência
Partículas totais em suspensão (µg/m3) - 24 h. 375 625 875
Fumaça (µg/m3) - 24 h.
250 420 500
Partículas Inaveis (µg/m3) - 24 h.
250 420 500
Dxido de enxofre (µg/m3) - 24 h.
800 1.600 2.100
Monóxido de carbono (ppm) - 8 h. 15 30 40
Ozônio (µg/m3) - 1 h.
400 800 1.000
Dxido de nitrogênio (µg/m3) - 1 h.
1.130 2.260 3.000
SO2X PTS (µg/m3) x (µg/m3) - 24 h.
65.000 261.000 393.000
Níveis
Fonte: Resolução CONAMA nº. 03, de 28/12/90.
Nível de atenção:
Descrição dos efeitos sobre a saúde: decréscimo da resistência física e
significativa agravamento dos sintomas em pessoas com enfermidades
cardiorrespiratórias, sintomas gerais da população sadia;
Precauções: pessoas idosas ou com doenças cardiorrespiratórias devem
reduzir as atividades físicas e permanecer em casa.
107
Nível de alerta:
Saúde: aparecimento prematuro de certas doenças, além de significativo
agravamento de sintomas. Decréscimo da resistência física em pessoas
saudáveis;
Precauções: idosos e pessoas com enfermidades devem permanecer em
casa e evitar esforço físico. A população em geral deve evitar atividades
exteriores.
Nível de emergência:
Saúde: morte prematura de idosos e pessoas doentes. Pessoas saudáveis
podem a acusar sintomas adversos que afetam sua atividade normal;
Precauções: todas as pessoas da de permanecer em casa, mantendo as
portas e janelas fechadas. Todas as pessoas devem minimizar as atividades
físicas e evitar tráfego.
Tabela 6 - Fatores de Conversão entre Unidades de Medida de Concentração de
Contaminantes no Ar, a Temperatura Padrão de 20º C e Pressão de 1,01325 x
105 Pa.
POLUENTES
SO
2
1 µg/m3 0,35 ppb 1 ppb 2,860 µg/m3
NO
2
1 µg/m3 0,532 ppb 1 ppb 1,880 µg/m3
O
3
1 µg/m3 0,5 ppb 1 ppb 2,000 µg/m3
FATOR DE CONVERSÃO DE
µg/m3 ==>ppb
FATOR DE CONVERSÃO DE
ppb ==>µg/m3
Fonte: Adaptado de World Health Organization (WHO) Air Quality Guidelines, 2000
108
O parâmetro monóxido de carbono possui um fator de conversão
apresentado na resolução CONAMA 03/1990.
2.14.1 Índice de qualidade do ar (IQA)
Todos os dias são divulgados pela CETESB os dados de qualidade do ar,
juntamente com a previsão meteorológica da dispersão dos poluentes para as 24
horas seguintes. Para simplificar o processo de divulgação dessa informação, os
técnicos desenvolveram um índice de qualidade do ar. Esse índice é utilizado desde
1981, e foi criado usando como base uma longa experiência desenvolvida no
Canadá e EUA.
Os parâmetros contemplados pela estrutura do índice são:
Dióxido de enxofre
Partículas totais em suspensão
Partículas inaláveis
Fumaça
Monóxido de carbono
Ozônio
Dióxido de nitrogênio.
Para cada poluente medido é calculado um índice, e a divulgação utiliza o
índice mais elevado, isto é, a qualidade do ar de uma estação é determinada pelo
pior caso.
109
Depois de calculado o valor do índice, o ar recebe uma qualificação, que é
uma espécie de nota, feita conforme a escala a seguir.
(Fonte: www.cetesb.sp.gov.br)
As substâncias poluentes podem ser classificadas segundo a tabela 7 abaixo,
da seguinte forma:
Tabela 7 - Índice de Qualidade do Ar (IQA)
IQA
QUALIDADE
DO AR
Estado
Classificão
Efeitos
PTS média
(24h)
ug/m3
PM10
dia (24)
ug/m3
SO2 média
(24h) ug/m3
NO2
dia
(1h)
ug/m3
O3
dia
(1h)
ug/m3
CO
dia
(8h)
ug/m3
Padrão
0-50 Boa -
Seguro à
saúde
0-80 0-50 0-80 0-100 0-80 0-4500
51-100 Regular - Tolerável 81-240 51-150 81-365 101-320 81-160 4501-9000
101-199 Inadequada -
Impróprio ao
bem estar
241-375 151-250 366-800 321-1130 161-200 9001-15000
200-299 Má Atenção 376-625 251-420 801-1600 1131-2260 201-800 15001-30000
300-399 ssima Alerta 626-875 421-500 1601-2100 2261-3000 801-1000 30001-40000
Maior que
400
Crítica Emergência 876-1000 501-600 2101-2620 3001-3750 1001-1200 40001-50000
Atende ao
padrão
CONAMA
03/90
o atende
ao padrão
CONAMA
03/90
Ofensivo à
Saúde
Fonte: Adaptado de www.cetesb.sp.gov.br e http://www.feema.rj.gov.br/
O IQA é obtido dividindo-se a concentração de um determinado poluente pelo
seu padrão primário de qualidade e multiplicando o resultado dessa divisão por 100,
para que seja o obtido um valor percentual. Esse cálculo é feito para todos os
poluentes monitorados pela Cetesb. (BRAGA et al, 2002)
2.15 PADRÕES NACIONAIS (LIMITES) DE EMISSÕES PARA FONTES FIXAS
Em 06 de dezembro de 1990, foi aprovada a resolução do Conama nº. 08
que estabeleceu o primeiro conjunto de limites máximos de emissão (padrões)
nacionais para processos de combustão externas em novas fontes fixas.
110
Tabela 8 - Padrões de Emissão Atmosférica Estipulados pela Resolução CONAMA
008/1990
Potência térmica
nominal (MW)
Área
Particulados Totais (g/10
6
Kcal)
MP*
Dxido de enxofre
(g/10
6
Kcal) Sox
(como SO2)*
Classe I
120
1)
2000
1)
Classe II e III
350
(óleo combusvel)
1.500 (carvão mineral)
5.000
Classe I
2)
- -
Classe II e III
350
(óleo combusvel)
1.500
(carvão mineral)
2.000
Fontes fixas com
potência nominal
igual ou inferior a
70 MW
Fontes fixas com
potência nominal
total superior a 70
MW
1) Padrões válidos para áreas a serem atmosfericamente conservadas ( lazer, turismo
esncias climáticas,hidrominerais e hidrotermais)No caso de áreas a serem atmosfericamente
preservadas não são permitidas quaisquer atividades econômicas que gerem poluição do ar.
2) Não permitidas instalações de empreendimentos deste porte.
Fonte: Adaptado da Resolução CONAMA 008/1990 (www.ibama.com.br)
Nota-se que os padrões nacionais são bem genéricos e não levam em
consideração as características particulares das diferentes regiões brasileiras e as
diferenças entre os diversos tipos de empreendimento. Para o caso do uso de outros
combustíveis que não os listados acima, a resolução concede aos órgãos estaduais
de meio ambiente a competência do estabelecimento de limites ximos de
emissão para partículas totais, dióxido de enxofre e, se for o caso, outros poluentes,
quando do licenciamento ambiental do empreendimento. (MELO et al, 2002)
111
Tabela 9 – Compilação de Legislação Atmosférica Federal
112
Fonte: Relatório GEO BRASIL (2002)
2.16 LEGISLAÇÃO ATMOSFÉRICA RELATIVA À QUALIDADE DO AR NO ESTADO
DO RIO DE JANEIRO
2.16.1 Critérios e padrões de qualidade do ar ambiente
NT. 603. R-4 - Critérios e padrões de qualidade do ar ambiente
Aprovada pela Deliberação CECA nº. 021 de 15 de março de 1978
Publicada no DOERJ de 18 de abril de 1978
113
Conforme o texto da JN-604. R-1 - JUSTIFICATIVA TÉCNICA DA NT-603
Os valores adotados na NT-603 são os mesmos estabelecidos pelo Ministério
do Interior através da Portaria nº. 0231, de 27 de abril de 1976, acrescidos apenas
de padrões para partículas sedimentáveis. (www.Feema.rj.gov.br)
Considerando que a Portaria GM 0231, de 27.04.76. Essa portaria previu o
estabelecimento, no futuro, de novos padrões de qualidade do ar, quando houvesse
informação científica a respeito, o que foi feito pela resolução Conama nº. 3, de
28/06/90.
O CONAMA 03/90 em seu Art. 7º define que: Enquanto cada Estado não
deferir as áreas de Classe I, II e III mencionadas no item 2, subitem 2.3, da
Resolução/CONAMA nº. 005/89, serão adotados os padrões primários de qualidade
do ar estabelecidos nesta Resolução (CONAMA/03/90). Então o que vale para o Rio
de Janeiro, atualmente, é o Conama 03/90, que substituiu a portaria 231,
supracitada (www.mma.gov.br).
2.16.2 Limites máximos de emissões de poluentes de fontes fixas
O CONAMA 08/90 em seu Art. define que: Cabe aos órgãos Estaduais de
Meio Ambiente propor aos governos de seus respectivos estados o enquadramento
de suas áreas Classe I e III, conforme previsto na Resolução/CONAMA/nº. 05/89
e Resolução/CONAMA/nº. 03/90. Como o Art. não foi contemplado, então o que
vale para o Rio de Janeiro, atualmente, é o Conama 08/90, para estabelecimento de
114
limites ximos de emissão de poluentes do ar (padrões de emissão) em fontes
fixas de poluição, já supracitado; (www.mma.gov.br).
2.16.3 Padrões de emissão de partículas e de dióxido de enxofre em caldeiras de
monóxido de carbono
NT-557. R-1 - Padrões de emissão de partículas e de dióxido de enxofre para
caldeira de monóxido de carbono de unidade de craqueamento catalítico em
refinaria de petróleo.
Notas:
Aprovada pela Deliberação CECA nº. 1053, de 18 de dezembro de 1986.
Publicada no DOERJ de 04 de fevereiro de 1987.
A Tabela 10 faz um resumo dos padrões de emissões de partículas e de
dióxido de enxofre para caldeira de monóxido de carbono de unidade de
craqueamento catalítico em refinaria de petróleo.
Tabela 10 - Resumo dos padrões de emissões NT-557. R-1
POLUENTES PADRÃO (mg/Nm3)
PARTICULADOS 75
SO2/S03
1800
Fonte: www.feema.rj.gov.br
115
2.17 SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DA QUALIDADE DO AR (SGQA)
O monitoramento da qualidade do ar ambiente, o teste das fontes de emissão,
a avaliação da qualidade do ar, o biomonitoramento e o projeto do sistema de
monitoramento em cadeia são componentes de um sistema de gerenciamento da
qualidade do ar. O objetivo final de um SGQA é a atenuação dos efeitos da poluição
atmosférica. A completa eliminação das fontes de poluição do ar não é uma solução
possível, uma vez que não é consistente com o crescimento e o desenvolvimento
industrial.
A atmosfera atuando como coletor destas emissões, a meta a alcançar será
assegurar que estas emissões sejam compatíveis com a capacidade natural de
diluição da atmosfera e com os processos de remoção, tendo em conta a
sensibilidade dos seres humanos e dos recursos biofísicos expostos.
Os padrões de qualidade do ar ambiente estabelecem limites de
concentração aceitável baseadas na observação ou previsão dos respectivos
efeitos, sendo com este possível determinar um valor máximo aceitável e desejável
de qualidade do ar.
116
EFEITOS DA POLUIÇÃO
DO AR
RECONHECIMENTO DOS
EFEITOS DA POLUIÇÃO
DO AR
PLANEJAMENTO DA
QUALIDADE DO AR
AÇÃO ECONÔMICA E
POLÍTICA
PROCESSOS
METEOROLÓGICOS
MONITORAMENTO
METEOROLÓGICO
PADRÕES DE
QUALIDADE DO AR
QUALIDADE DO AR E DA
PRECIPITAÇÃO
MONITORAMENTO DA
QUALIDADE DO AR E DA
PRECIPITAÇÃO
MODELOS DA
QUALIDADE DO AR
ATIVIDADES DE CONTROLE DA POLIUIÇÃO DO AR
FONTES DE EMISSÃO
INVENTÁRIO DE
EMISSÕES
PADRÕES DE EMISSÕES
Figura 26 - Sistema de Gerenciamento da Qualidade do Ar
Fonte: Adaptado do Relatório Técnico ARPEL (1997).
2.17.1 Objetivos dos sistemas de gerenciamento da qualidade do ar e informação
para a tomada de decisão
O gerenciamento da qualidade do ar, num sentido lato envolve documentação
dos efeitos das emissões para o ar no meio ambiente, estabelece objetivos que
especificam qual o nível de efeito que é aceitável e controla emissões para que se
mantenham dentro dos critérios admissíveis.
117
Os objetivos do gerenciamento do ar incluem, por conseguinte, obtenção de
informação e tomadas de decisão a respeito do seguinte:
Tipos de emissão e intensidade;
Transporte, dispersão e transformação química de emissões;
Níveis de segundo plano e variabilidade natural;
Efeitos sobre as pessoas e ecossistemas naturais a curto e longo prazo.
Um número razoável de instrumentos está disponível para obtenção da
informação necessária ao gerenciamento do ar, e o monitoramento do ar ambiente é
um deles.
É importante notar que o monitoramento é apenas um instrumento de
informação; o conhecimento do processo industrial fornece as bases para determinar
os fatores de emissão, enquanto o conhecimento dos processos meteorológicos é a
base para moderação da dispersão.
Tabela 11 - Informações Sobre Objetivos e Técnicas para Gerenciamento da Qualidade do
Ar
OBJETIVOS CNICAS
Emissões
Monitoramento de emissões de Chaminés
Monitoramento de emissões de Fugitivas
Fatores de Emissão
Níveis de Ambiente
Monitoramento do Ambiente
Modelo de Dispersão
Efeitos
Determinação de exposão
Estudos Fisiológicos
Modelo de Avaliação de Exposão
Transporte
Monitoramento do Ambiente
Modelo de Dispersão
Fonte: Adaptado do Relatório Técnico ARPEL, 1997.
118
O gerenciamento dos recursos do ar que envolve muitas etapas de interação
e atravessa barreiras tanto regionais como internacionais. Estabelecendo objetivos e
utilizando a informação gerada para fins de gerenciamento do ar; vem a ser uma
questão que envolve consulta pública e o uso de muitos instrumentos de informação.
(ARPEL, 1997).
Segundo (MOTA, 2003) um programa de controle da poluição do ar deve ter
como objetivo garantir que os poluentes atmosféricos nas áreas receptoras
mantenham-se em concentrações tais que não afetem a saúde humana, nem
causam danos à flora, à fauna, aos materiais e ao meio ambiente em geral. Para
isso, deve ser controlada emissão dos gases e de material particulado, nas fontes e
aproveitadas as condições de dispersão dos mesmos na atmosfera. O controle da
poluição do ar deve compreender:
Definição dos padrões de qualidade do ar a serem alcançados;
Estudo das condições meteorológicas da área: direção e velocidade dos
ventos; temperatura; pressão; estabilidade; radiação; umidade relativa e
precipitação;
Monitoramento da qualidade do ar. Distribuição da rede de amostragem para
a determinação das concentrações dos diversos poluentes, observando-se as
seguintes recomendações de (DERÌSIO, 1992 apud MOTA, 2003):
o Prioridade para as áreas mais poluídas;
o Prioridade para as áreas mais povoadas;
o Colocar estações dos locais de entrada de ar para a região;
o Coloca a estações em locais planejados para desenvolvimento
futuro, de modo a se poderem acompanhar os efeitos do mesmo;
o Todas as estações devem estar à mesma altura do solo;
o Evitar proximidade de obstáculos, tais como prédios etc.;
o Evitar proximidades de chaminés;
o Colocar estações entre 3 e 6 m de altura.
119
Órgão de controle da poluição dispõe do de recursos materiais e humanos
para execução de suas atividades;
Legislação específica, que possibilite aos órgãos de controle da poluição a
execução de ações normativas e punitivas.
As medidas de controle da poluição do ar podem ter caráter preventivo ou
corretivo; no primeiro caso as ações visam evitar que as concentrações dos
poluentes, em determinadas áreas, alcancem valores superiores aos dos padrões de
qualidade do ar. Ex: localização adequada das fontes poluidoras, em relação às
outras áreas; melhoria dos processos de combustão; e redução das emissões de
poluentes.
As medidas corretivas são adotadas objetivando reduzir as concentrações de
determinados poluentes em uma área, e podem constar: remoção das fontes;
instalação de equipamentos de retenção de poluentes, nas fontes; punições legais
(MOTA, 2003).
2.18 FONTES DE EMISSÃO
Fontes de emissões atmosféricas incluem:
Pontos de emissão são chaminés individuais cujas plumas o são
influenciadas pela existência de edifícios. Emissões típicas industriais incluem
centrais elétricas, fundações, refinarias e usinas de processamento de gás.
Como as fontes individuais podem resultar em emissões consideráveis,
alguns tipos de tecnologias de controle de emissão são freqüentemente
120
implementados. O tipo de controle está muitas vezes dependente da
instalação e/ou do processo.
A área de emissão: são fontes de nível baixo e forte ao nível do chão que são
muito numerosos para serem avaliadas na base individual. Áreas de emissão
incluindo aquecedores, motores de viaturas e áreas de retenção de
desperdícios.
Fonte de emissão linear: incluem fontes simples ou múltiplas que tem uma
distribuição linear como as estradas e os leitos das ruas. Linhas de emissão
industriais podem incluir passadeiras rolantes ou trilhos (ex. emissões de pó
fugitivas).
Fontes naturais: em adição as fontes criadas pelo homem, podem ser
consideráveis e incluem emissões de pó transportadas pelo vento, a atividade
de bactérias anaeróbicas e fogos em florestas. Outras fontes naturais incluem
a intrusão estratosférica natural do ozônio e erupções vulcânicas.
Identificação, caracterização e quantificação das fontes de poluição são
atividades fundamentais em qualquer sistema de gerenciamento da poluição do ar.
O inventário de emissões deve conter informações acerca das fontes como o tipo,
dimensões, da grandeza e a variação de tempo numa área geográfica bem definida.
Este inventário deve ser mantido atualizado e a informação deve ser consistente
com os requisitos dos modelos de dispersão e dos departamentos reguladores.
(ARPEL, 1997).
2.19 PROCESSOS ATMOSFÉRICOS
Depois das emissões serem descarregadas para atmosfera, fatores
meteorológicos afetam o transporte, dispersão, transformação e deposição das
plumas:
121
As correntes de ar controlam o transporte dos contaminantes. A direção é
determinada pelo vento, que por sua vez é influenciado pelos sistemas
atmosféricos prevalecentes, topografia local e efeitos das brisas. A direção do
vento muda tipicamente com altura acima da superfície. A velocidade do
vento é controlada por escalas térmicas e de pressão;
A dispersão atmosférica resulta da turbulência mecânica e termal que dilui a
pluma à medida que se move. Condições de mistura limitada podem resultar
em altas concentrações ambientais;
Transformações químicas envolvem reações de compostos para formarem
novos compostos, mas também conversões de gás em partículas. Processos
de transformação conduzem à formação de contaminantes secundários.
Deposição é a remoção de contaminantes atmosféricos da atmosfera em
superfícies e inclui deposição úmida e seca. Para a deposição seca uma
remoção eficiente depende da natureza do contaminante e da superfície e
onde está depositado e pode mudar diariamente, com as estações do ano ou
para além de um razoável período de tempo.
Processos atmosféricos são muitas vezes descritos por cálculos matemáticos
e representados na forma de modelos de simulação de dispersão a o transporte.
Elementos para modelos incluem fatores meteorológicos de um banco de dados
como é normalmente coletado um inventário de emissões pelos Serviços de
Meteorologia Nacional. Todavia, numa escala local, tais dados sofrem de suficiente
resolução e por esta razão o monitoramento de parâmetros meteorológicos é
realizado no local. (ARPEL, 1997).
2.20 MONITORAMENTO DA POLUIÇÃO DO AR
122
Para o monitoramento da poluição do ar duas importantes atividades deverão
ser consideradas: o monitoramento do ar ambiente e o monitoramento da origem
das emissões dos contaminantes. O monitoramento meteorológico fornece dados
para a modelação de dispersão, usada para descrever o transporte de emissões
desde as fontes aos pontos de recepção.
Tendo em consideração a importância da meteorologia na dispersão dos
contaminados do ar, o monitoramento da poluição atmosférica deve ser feito em
conjunto com a medição das condições meteorológicas.
2.20.1 Técnicas e processos de monitoramento
2.20.1.1 Monitoramento do ar ambiente
Definido como qualquer sistema de medição para concentrações de ar
usando métodos consistentes com os referidos objetivos do monitoramento. As
medições são obtidas no meio ambiente. As amostras são normalmente de segundo
plano ou de ar poluído existe um conjunto de técnicas que podem ser usadas. O
monitoramento do meio ambiente é aplicado também ao monitoramento dos efeitos
na vegetação, em animais, água ou solos afetados pela poluição. Para que o
método de monitoramento de qualidade do ar seja aplicado no meio ambiente, seja
aos processos de monitoramento das fontes incluem:
Monitoramento contínuo: uma estação de monitoramento de qualidade do ar
ambiente equipada com analisadores para medir um ou mais contaminantes
as observações são normalmente conservadas em registros de dados,
computadores pessoais e/ou gráficos;
123
Amostra complementar: envolve extração de um conhecido volume de ar
através de um agente (filtro ou adsorvente) por um determinado período de
tempo ex: 24 h. Em seguida, o agente é analisado num laboratório;
A mostra de arrebatamento: envolve a coleta de amostra no recipiente ex:
saco Tedlar ou recipiente de aço inoxidável. Em seguida, a amostra de ar é
analisada por um instrumento apropriado ex: um cromatrógrafo a gás, com
um detector para a determinação de compostos orgânicos transportados pelo
ar;
Amostra passiva: funciona como uma mostra complementar ativa, exceto que
um declive de concentração entre o ar ambiente e um adsorvente fornece a
força de condução para a coleta do contaminante transportado pelo ar em vez
de uma bomba extração de amostras. Os tempos de exposição podem variar
de ex de que a períodos de tempo de 8 h até um mês ex: placas de
sulfatação, amostras de difusão passiva;
Técnicas para a sensibilidade remota: elas se baseiam em espectros de
absorção e podem ser relacionadas a uma pluma individual ou a
concentrações espalhadas por uma grande distância.
2.20.1.2 Monitoramento das fontes de emissão
As concentrações de poluição são medidas na saída das fontes de emissão,
antes do ar poluído influenciar o meio ambiente;
124
Os métodos de monitoramento para as fontes de emissões podem ser
classificados em três tipos baseados na locação onde as amostras e análises são
obtidas:
Extrativo: envolve a remoção de uma mostra da corrente de gás e a condução
desta a um instrumento mantido fora da corrente de gás sendo observado e
controlado;
In situ: é normalmente feito no tubo que transporta as correntes de gás a
chaminé ou na chaminé entre a base e o topo; são técnicas eletro-ópticas que
utilizam um caminho óptico desde a largura total ou a uma pequena fração da
largura da chaminé;
Contínuo (remoto): envolve uma resposta ótica que é medida na atmosfera ou
numa pluma a um ponto distante do instrumento de medida.
OBS 1: As técnicas de monitoramento remoto são para a maioria dos casos
extensões das técnicas in situ. Envolvem também, primariamente, métodos
analíticos eletro-ópticos. Na sensibilidade remota os instrumentos estão fisicamente
distantes e separados da chaminé da qual as emissões são medidas. No
monitoramento remoto, como o monitoramento in situ, o transporte e o tratamento da
amostra são evitados.
OBS 2: Um monitoramento das fontes de emissões difere do monitoramento da
qualidade do ar ambiente em algum os importantes aspectos, a sensibilidade dos
analisadores não é geralmente um fator crítico no monitoramento de emissões, por
causa das concentrações relativamente elevadas das fontes de emissão; todavia a
capacidade discriminatória do analisador é muito mais importante é o caso da
necessidade de identificar e quantificar um contaminantes na presença de vários
outros a níveis de elevada concentração. (ARPEL, 1997).
125
2.20.1.3 Monitoramento meteorológico
A meteorologia pode influenciar o transporte, dispersão, transformação e
deposição de contaminantes emitidos de diferentes espécies de fonte, e assim afetar
as concentrações do meio ambiente desses contaminantes. O monitoramento
meteorológico fornece a ligação entre os parâmetros medidos das emissões e as
concentrações do meio ambiente, e é um aspecto essencial do monitoramento da
poluição do ar.
O monitoramento meteorológico pode ser empreendido para:
Ajudar a interpretar as observações da qualidade do ar através de uma
correlação de que casos da qualidade do ar com parâmetros meteorológicos
selecionados para determinar regiões de potenciais fontes e condições
associadas do tempo. Por exemplo, correlação de casos como a direção do
vento que pode ajudar a identificar a direção de possíveis contribuintes,
enquanto as correlações de casos com a velocidade do vento e outras
condições do tempo podem ajudar a identificar se as fontes estão à superfície
do solo ou elevadas.
Fornecer informação adicional para ajudar a avaliar a deposição seca;
Fornecer parâmetros meteorológicos que possam ser usados na condução de
modelos de dispersão. Estes modelos podem ser usados para a
determinação das concentrações ambiente de áreas onde o monitoramento
não é efetuado;
A fornecer informação sobre as condições do tempo que possam ajudar na
interpretação dos resultados do receptor. A qualidade do ar é um
parâmetro para o qual os receptores (por ex. a vegetação) podem responder.
126
Os receptores podem também responder as condições do tempo como
temperatura e umidade e radiação solar.
A qualidade do ar é dinâmica e complexa e exibe uma vasta variação
temporal e espacial. As variações são provocadas por:
Mudanças na taxa de material emitido pelas fontes;
Mudanças nas condições meteorológicas e topográficas que contribuem para
a diluição e dispersão do material, influência da taxa de reações químicas na
atmosfera e controle da remoção dos vários contaminantes.
O monitoramento por instrumentação pode ser feito manual ou
automaticamente. Amostras podem ser obtidas com dispositivos que
automaticamente tiram uma ou muitas amostras de ar com a velocidade
determinada e em intervalos especificados como se fossem obtidas manualmente.
Métodos de monitoramento contínuo nos quais amostras e análises são
normalmente conduzidas usando equipamento automatizado; podem ser usados
métodos contínuos nos quais as medições são feitas instantaneamente ou em curtos
períodos de tempo para se obter uma tabela padrão contínua da concentração do
contaminantes no ar.. (ARPEL, 1997).
2.21 AVALIAÇÃO DO IMPACTO NO MEIO AMBIENTE ATMOSFÉRICO DE UMA
PROPOSTA DE UM NOVO PROJETO.
127
Segundo Canter (1996) uma introdução conceitual para um estudo de impacto
de um projeto novo focado no meio ambiente atmosférico deve seguir os seguintes
passos:
Identificação dos tipos e quantidades de poluentes atmosféricos e seus
impactos;
Descrição das condições existentes de qualidade do ar;
Análise das diretrizes e padrões de qualidade do ar vigentes relativos a
atividade do projeto;
Prever os impactos na qualidade do ar, utilizando como ferramentas balanço
de massa, modelagem matemática da dispersão e outras considerações;
Avaliação dos impactos significantes, relatando as mudanças na qualidade do
ar previstas e seus efeitos;
Identificação e incorporação de medidas mitigadoras, muitas vezes
antecipando mudanças no projeto.
2.22 PETRÓLEO
O petróleo bruto é uma complexa mistura hidrocarbonetos que apresenta
contaminações variadas de enxofre, nitrogênio, oxigênio e metais. A composição
exata dessa mistura daria significativamente em função de seu reservatório de
origem. No seu estado bruto, o petróleo tem pouquíssimas aplicações servindo
quase que somente como o óleo combustível. Para que o potencial energético do
petróleo seja aproveitado ao máximo, ele deve ser submetido a uma série de
processos, a fim de se desdobrar em seus diversos derivados.
128
O refino do petróleo consiste na série de beneficiamentos pelos quais passa o
mineral bruto para obtenção desses derivados, estes sim, produtos de grande
interesse comercial. Esses beneficiamentos englobam etapas físicas, e químicas de
separação, que originam as grandes frações de destilação. Estas frações são então
processadas através de uma outra série de etapas de separação e conversão que
fornecem os derivados finais do petróleo. (MARIANO, 2005)
2.23 OBJETIVOS DO REFINO
De um modo geral, uma refinaria, com ser planejada e construída, pode se
destinar a dois objetivos básicos:
Produção de produtos energéticos (combustíveis e gases em geral) maior
parte dos casos, pois a demanda por combustíveis é maior;
Produção de produtos não-energéticos (parafinas, lubrificantes, etc) e
petroquímicos. Grupo minoritário, onde o principal objetivo é a maximização
da produção de frações básicas de lubrificantes, parafinas e matérias primas
para indústria petroquímica.
2.23.1 Processos de refino
129
Processos de separação têm por finalidade desmembrar o petróleo em suas
frações mais sicas, o processar uma fração que tenha sido anteriormente gerada,
para que dela se ri mova um grupo específico de compostos; são sempre de
natureza física, a modificação de temperatura e/ou pressão ou o uso de diferentes
solventes e efetuam a separação deseja.
Principais processos de separação:
Dessalinização;
Destilação Atmosférica;
Destilação a Vapor;
Desasfaltação a Propano;
Desaromatização a Furfural; a dor e que o
Desparafinação;
Desoleificação.
Principais Processos de Conversão:
Craqueamento Térmico
Visco-Redução
Coqueamento
Craqueamento Catalítico
Hidrocraqueamento Catalítico
Hidrotratamento/Hidroprocessamento
Alquilação
Isomerização
Polimerização
(MARIANO, 2005)
130
3 METODOLOGIA
A refinaria contratou um estudo para realização de um inventário atualizado
das fontes emissoras de poluentes atmosféricos e dimensionamento de uma rede de
otimizada de monitoramento da qualidade do ar da sua região de influência.
O projeto adotado para o dimensionamento da rede otimizada em questão
demandou a realização de um criterioso inventário das fontes emissoras de
poluentes atmosféricos pertencentes à Refinaria. No inventário de emissões
atmosféricas foram considerados os seguintes poluentes: Material Particulado (MP);
Dióxido de Enxofre (SO
2
); Óxidos de Nitrogênio (NOx); Monóxido de Carbono (CO);
Compostos Orgânicos Totais (TOC) e Compostos Orgânicos Voláteis (VOC).
Para a determinação das taxas de emissão de poluentes no inventário de
fontes, foi utilizada metodologia recomendada pelo EIIP (Emission Inventory
Improvement Program), incluindo o controle de qualidade dos dados pelo sistema
DARS (Data Attribute Rating System), que possibilita dar uma nota a cada dado
obtido e ao inventário como um todo.
As informações de micrometeorologia disponíveis foram obtidas na estação
meteorológica localizada em um Aeroporto, localizado a quatro kilômetros de
distância da Refinaria, no período de 01/01/1998 a 31/12/2000, foram compiladas e
agrupadas em cenários meteorológicos horários mensais característicos da região
de estudo, possibilitando uma adequada aplicação do modelo de dispersão de
poluentes na atmosfera, utilizado no algoritmo de otimização da rede de
monitoramento.
131
O modelo matemático de dispersão de poluentes utilizado no estudo (Atmos
Sia 3.3.), foi desenvolvido a partir do algoritmo básico do ISC3 ( Indurtrial Souce
Complex 3) de USEPA United States Environmental Protection Agency, com
modificações e complementações. O modelo aplicado está baseado na equação da
Pluma Gaussiana, com os direitos pertencentes à contratada e licenciado para
instalação e utilização no interior da refinaria, foi alimentado com as informações das
fontes emissoras de poluentes atmosféricos da Refinaria e com informações
meteorológicas geradas como médias horárias.
O Atmos, conforme define o site da empresa citada, é uma ferramenta
completa para a gestão do monitoramento ambiental de quaisquer variáveis, em
uma empresa ou organização. Tratando-se de uma plataforma especializada que
permite o registro cil, seguro e organizado de longas séries de dados gerados nas
medições das variáveis de interesse, tais como produção, consumo de matérias
primas e insumos, qualidade do ar, água e solo, emissões atmosféricas, efluentes
líquidos, meteorologia, fauna, flora, ruído, vibração, e o que mais for de interesse
monitorar.
Para avaliação da influência da Refinaria na qualidade do ar da região, foram
utilizadas as informações meteorológicas dias horárias diretamente no modelo
estatístico do Atmos, sem nenhum pré-tratamento.
Os resultados dos cálculos das concentrações de cada poluente estudado no
ar da região em questão são apresentados na forma de uma malha de concentração
sobre imagem de satélite (cenários de qualidade do ar), propiciando uma fácil
verificação dos impactos provocados pelas emissões de poluentes da Refinaria, para
a região de estudo, bem como as áreas mais freqüentemente impactadas.
132
Finalmente, utilizando-se toda base de informações obtidas nas etapas
anteriores, foi realizado o dimensionamento de uma rede otimizada de
monitoramento da qualidade do ar, constituída de estações de medição
estrategicamente localizadas e equipadas com monitores automáticos de Partículas
Inaláveis (PI), Dióxido de Enxofre (SO
2
), Óxidos de Nitrogênio (NOx), Monóxido de
Carbono (CO), Compostos Orgânicos Totais (TOC), Hidrocarbonetos Não-Metano
(HCnM), Metano (CH4) e Ozônio (O3). As estações de medição automatizadas
foram dotadas de equipamentos para telemetria de dados até Centros Supervisórios
(CS) instalados na Refinaria e no órgão ambiental estadual.
A partir destes dados, para esta tese, foram feitas análises comparativas
sazonais dos dados dos monitores de Dióxido de Enxofre (SO
2
), com dados
meteorológicos, analisando-se correlações dos respectivos dados, no intuito de
identificar a influência dos aspectos meteorológicos na qualidade do ar da região do
entorno (SANTOLIM, 2002).
3.1 DESCRIÇÃO DA ÁREA A SER MONITORADA
Para efeito de análise da modelagem da influência da Refinaria na qualidade
do ar e projeto da rede de monitoramento da qualidade do ar de sua região de
influência direta, foi demarcada uma área de trabalho de 960 km2, tendo ao centro a
Refinaria. Esta área foi denominada Refinaria–REDE AR no Atmos, e foi definida
como um retângulo de dimensões 30 km x 32 km, subdividido em células quadradas
de 500 m de lado, perfazendo um total de 3840 células.
133
A Figura 27 apresenta a área de trabalho utilizada neste estudo devidamente
particionada, conforme a descrição.
A região denominada Refinaria–REDE AR, no estudo, serviu de base para a
geração dos cenários de qualidade do ar, para o dimensionamento da rede de
monitoramento da qualidade do ar e análise de influência das fontes emissoras
pertencentes à Refinaria. (SANTOLIM, 2002).
Figura 27 – Área de Trabalho e Malha de Partições Utilizadas no Estudo – Refinaria – REDE
AR
Fonte: SANTOLIM, 2002.
134
3.2 PREMISSAS INICIAIS
O estudo contratado foi iniciado a partir de um inventário detalhado das fontes
emissoras de poluentes atmosféricos existentes na área interna da Refinaria, que foi
realizado dentro dos padrões aceitos internacionalmente, com dados de qualidade
fornecidos pela refinaria, que serviram de base para o estudo de implementação da
rede automática otimizada de monitoramento da qualidade do ar.
O dimensionamento otimizado da rede automática de monitoramento da
qualidade do ar e da micrometeorologia foi capaz de cobrir a área de influência
direta da Refinaria;
O software de gestão da qualidade do ar integrado a variáveis meteorológicas
e do processo produtivo, denominado Atmos atendeu às necessidades de cálculos e
modelagens demandadas pelo estudo.
As áreas determinadas no estudo da modelamento matemático de qualidade
do ar são efetivamente as áreas mais rotineiramente impactadas; pelas
contribuições médias das emissões da Refinaria na qualidade do ar da região.
Foram recolhidos e analisados os dados, para esta tese, de médias horárias
das estações de qualidade do ar e meteorológica do período de 01/07/2004 às 00:00
h até 31/12/2005 às 23:59 h.
3.3 DESCRIÇÃO DAS ETAPAS DO TRABALHO
Em resumo, são listadas a seguir as principais etapas desenvolvidas para a
realização do dimensionamento, implantação da rede otimizada de monitoramento
135
da qualidade do ar e avaliação dos resultados para identificar os impactos das
emissões da refinaria na qualidade do ar da região do entorno.
Reconhecimento da área de estudo, demarcação da mesma, e
caracterização geográfica;
Levantamento de informações históricas de meteorologia disponíveis nas
proximidades da Refinaria. Análise dos dados obtidos, seguido de
migração e compilação dos mesmos para o banco de dados do software
Atmos Sia 3.3.;
Levantamento e caracterização das fontes emissoras de poluentes
atmosféricos pertencentes à Refinaria;
Geração de cenários horários de qualidade do ar abrangendo toda a
região de estudo, através de modelagem matemática da dispersão de
poluentes;
Análise dos impactos na qualidade do ar da região de estudo, por meio da
observação dos cenários modelados, com determinação das áreas mais
impactadas;
Visita de campo à área de trabalho para levantamento de locais
candidatos a sediar estações de monitoramento;
Dimensionamento final da rede otimizada de monitoramento da qualidade
do ar da região,
Instalação e utilização do software Atmos para a gestão de informações
geradas pela rede e auxílio à gestão atmosférica.
Implantação de Rede de monitoramento de qualidade do ar, com a compra
de containeres e analisadores e toda infra-estrutura necessária para coleta
e envio de dados.
Avaliação dos dados meteorológicos e de qualidade do ar relativos a SO
2
e correlação das sazonalidades destes dados utilizando as ferramentas de
análises estatísticas do Atmos Sia 3.3..
136
3.4 INVENTÁRIO DE EMISSÕES DE POLUENTES ATMOSFÉRICOS
A quantificação e qualificação das emissões de poluentes nas fontes
inventariadas se constituíram em subsídio fundamental para alimentação do modelo
matemático de dispersão, empregados para a determinação do impacto das fontes
emissoras de poluentes atmosféricos na qualidade do ar da região de estudo.
A metodologia do EIIP prevê a condução de um inventário de emissões de
acordo com a seguinte ordem de prioridade na busca de informações para cada
fonte:
Medição direta contínua disponível;
Medição direta específica ou esporádica disponível;
Balanço de material;
Fator de emissão;
Análise de combustível e estequiometria;
Modelo de emissão;
Auditoria e inspeção;
Julgamento de engenharia.
A aplicabilidade de cada método deve ser verificada para cada fonte ou
conjunto de fontes, considerando-se pelo menos:
Disponibilidade de dados com qualidade necessária à realização do inventário;
Praticidade de método para a categoria de fonte inventariada;
Objetivo do inventário;
137
Prioridade da fonte em relação às demais (as fontes mais significativas
devem exigir maior exatidão que as de pequeno potencial poluidor);
Tempo disponível para a realização do inventário;
Recursos disponíveis para a execução do trabalho.
No inventário realizado, dado ao baixo grau de monitoramento das fontes
emissoras existentes, e conseqüentemente, da baixa disponibilidade de dados de
medição direta, a grande maioria das emissões foi obtida com base em fatores de
emissão da EPA, modelos de emissão da EPA e balanços de massa.
O software Atmos Sia 3.3. traz consigo alguns dos fatores e modelos de
emissão utilizados neste estudo, incorporando uma ferramenta que integra as
informações de características físicas e operacionais de cada fonte com as
condições meteorológicas às quais a mesma fonte está submetida. (SANTOLIM,
2002).
3.5 FONTES EMISSORAS DE POLUENTES ATMOSFÉRICOS DA REFINARIA
Uma Refinaria de grande porte possui uma grande variedade de tipos de
fontes emissoras de poluentes atmosféricos, incluindo fontes pontuais (chaminés de
fontes de combustão, chaminés de exaustão de gases de processo) e fontes difusas
(como tanques de estocagem de líquidos orgânicos, vazamentos em válvulas, selos
e outros componentes, flares, tratamento de efluentes, etc.).
As fontes pontuais em geral possuem um comportamento mais regular, com
suas características de emissão bem determinadas.
As fontes difusas possuem uma natureza de comportamento de emissões
mais dinâmica, estando muito sujeitas às variações operacionais e meteorológicas.
138
As fontes emissoras difusas foram caracterizadas com base em fatores e
modelos recomendados pela USEPA, cálculo estequiométrico, balanços de massa
ou ainda com base em analogia em plantas similares.
As Figuras 28 e 29 apresentam graficamente a disposição das fontes
emissoras de poluentes atmosféricos internas à Refinaria.
Para efeito de diferenciação quanto à forma de emissão, as fontes
inventariadas foram divididas em 3 grupos:
Fontes pontuais (ex: chaminés de caldeiras);
Fontes difusas do tipo área (ex: vazamentos em válvulas, selos, e outros
componentes);
Fontes difusas do tipo volume (ex: tanques de estocagem).
Deve-se ressaltar que os valores de emissão de poluentes das fontes difusas
(tipo área e volume) variam dinamicamente em função das condições
meteorológicas, além da variação inerente ao processo produtivo. Para outras fontes
ainda, a emissão está relacionada mais diretamente ao processo produtivo, sendo
então a taxa de emissão atrelada à produção.
139
Fonte pontual Fonte difusa tipo área Fonte difusa tipo
volume
Figura 28 - Fontes Emissoras de Poluentes Atmosféricos da Refinaria - Área Interna
Fonte: SANTOLIM, 2002
140
Fonte pontual Fonte difusa tipo área Fonte difusa tipo volume
Figura 29 - Fontes Emissoras de Poluentes Atmosféricos da Refinaria – REDE AR
Fonte: SANTOLIM, 2002
.
141
3.6 MODELO ESTATÍSTICO PARA O MODELAMENTO NO ATMOS
O modelo estatístico é uma ferramenta avançada para modelamento de cenários
de qualidade do ar de curtos e longos períodos, simultaneamente, tomando como base
informações meteorológicas brutas de curto período (médias horárias brutas).
Resumidamente, são extraídos do universo de informações dos cenários
modelados de qualidade do ar os seguintes resultados, para cada célula da malha da
região de estudo:
Média aritmética do período;
Média geométrica do período;
Desvio padrão aritmético;
Percentual de tempo de influência (tempo sob o qual a célula esteve sob
influência de pelo menos uma fonte emissora);
1ª a 10ª máximas médias para as referências temporais requeridas (podem ser
geradas médias de 1 h, 2 h, 4 h, 6 h, 8 h, 12 h, 24 h, 48 h, 72 h, sete dias e 1
ano);
Cenário que contém a máxima concentração entre as máximas de cada célula
para cada uma das médias acima.
As informações de direção do vento são consideradas com resolução de um
grau.
Esse modelo foi gerado para a modelagem de quantidades significativas de
dados meteorológicos, como períodos de um ou mais anos. Quanto maior o período de
dados mais representativo e confiável será o resultado.
142
Contudo, faz-se necessária uma criteriosa validação dos dados meteorológicos
de base, uma vez que estes são utilizados pelo modelo sem nenhum pré-tratamento.
Os modelos matemáticos de dispersão utilizados no Atmos são baseados no ISC
(Industrial Source Complex) recomendado pela USEPA (United States Environmental
Protection Agency).
Diferente da técnica adotada pelo ISC, no Atmos as médias de 8h e 24h, por
exemplo, são obtidas como médias móveis que percorrem todo o período modelado,
hora a hora, obtendo-se então as respectivas médias reais para o período considerado.
No ISC, as médias são geradas como médias simples.
(SANTOLIM, 2002).
3.7 ANÁLISE DA MICROMETEOROLOGIA DA REGIÃO
A atmosfera é o meio propagador dos poluentes emitidos e os movimentos
atmosféricos exercem um papel determinante na freqüência, duração e concentração
dos poluentes, a que estão expostos os possíveis receptores.
A avaliação de impactos de emissões atmosféricas sobre a qualidade do ar do
seu entorno exige um razoável conhecimento das condições meteorológicas de micro e
mesoescala, que ocorrem na área de influência direta da empresa.
As variáveis mais importantes e determinantes das condições de estabilidade da
atmosfera e conseqüentes dispersões de poluentes emitidos, são a direção e
velocidade do vento, o desvio padrão de direção do vento (σθ), o gradiente vertical de
143
temperatura e a altura da camada limite de inversão térmica da atmosfera, a radiação
solar, a nebulosidade, a precipitação pluviométrica e a pressão atmosférica.
No Brasil, uma carência generalizada de séries históricas de medições de
fenômenos meteorológicos, tomadas nas condições observacionais e freqüências
necessárias à aplicação de modelos matemáticos de dispersão de poluentes.
No presente estudo, que foi encomendado pela refinaria, foi possível obter um
volume de informações médias horárias de direção e velocidade do vento, Temperatura
do ar, precipitação pluviométrica, classe de estabilidade atmosférica e altura da camada
limite, tomados no período de 01/01/1998 a 31/12/2000 obtida no Aeroporto próximo 4
km, evitando assim a utilização de informações, de curto período, coletadas em
momentos atípicos, que poderiam tornar pouco significativos os resultados modelados.
Tais informações foram então migradas para o banco de dados do Atmos, que serviu
como base para a execução deste estudo. E, também, foram compiladas no formato de
médias horárias, 24 horas por dia.
O cenário médio anual de velocidade e direção do vento pode ser resumido em
uma representação gráfica denominada de Rosa dos Ventos. Foi gerada a rosa dos
ventos para o período 01/01/1998 a 31/12/2000 (longo período), cujo resultado é
apresentado na Figura 30.
144
Figura 30 - Rosa dos Ventos de Longo Período Característica da Região de Estudo
Fonte: SANTOLIM, 2002.
Utilizando-se das informações horárias disponíveis, procedeu-se ao estudo das
condições de direção e velocidade do vento para a determinação de cenários
meteorológicos característicos da região, ou seja, o agrupamento de condições
semelhantes que ocorrem com determinada freqüência em certas horas do dia e meses
do ano. Agrupando-se os cenários típicos em cada um dos 12 meses do ano, foram
obtidos 288 cenários meteorológicos horários mensais típicos, que serviram de base
para o estudo de dispersão de poluentes atmosféricos.
(SANTOLIM, 2002).
145
3.8 ESTRATIFICAÇÃO DO RELEVO
A altitude de cada célula da malha de modelamento foi caracterizada com base
no relevo médio do local onde a mesma está situada. Os dados de relevo foram obtidos
através das cartas topográficas da Região de Estudo, em escala 1:50.000 e produzidas
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Serviço Geográfico do
Exército.
Figura 31 - Relevo Discretizado da Área de Estudo - Área da Rede
Fonte: SANTOLIM, 2002.
REFINARIA
146
3.9 DIMENSIONAMENTO DA REDE OTIMIZADA PARA MONITORAMENTO DA
QUALIDADE DO AR DA REGIÃO DE INFLUÊNCIA DA REFINARIA.
O monitoramento do grau de exposição de uma população à poluição
atmosférica deve ser realizado através de uma rede de medição projetada para tal fim.
Técnicas matematicamente rigorosas, freqüentemente utilizadas na definição de redes
de monitoramento, não possibilitam incorporar variáveis subjetivas nos projetos.
O método a ser utilizado no projeto da rede de monitoramento atmosférico da
refinaria, utiliza um modelo matemático ajustado à região de estudo para a geração de
cenários representativos de qualidade do ar, a partir do inventário de fontes emissoras
de poluentes atmosféricos, de cenários meteorológicos característicos e das
características geofísicas da região estudada. No projeto da rede foram simulados
cenários de concentrações médias horárias de cada poluente de interesse e 1728
cenários (24 horas x 12 meses x 6 poluentes).
Ressalta-se que o algoritmo de otimização da rede de monitoramento da
Refinaria utilizou os cenários de qualidade do ar modelados com o modelo de longo
período do Atmos 3.3.32, isto é, foram utilizados os cenários gerados a partir dos dados
meteorológicos compilados estatisticamente por agrupamento de freqüência de
ocorrência para uma rosa dos ventos de 16 direções.
Os cenários para análise da qualidade do ar utilizados na análise de influência da
Refinaria na qualidade do ar foram gerados através da utilização do modelo estatístico
do Atmos.
147
No método utilizado as estações candidatas a integrar a rede de monitoramento
redundantes ou pouco eficientes, são identificadas e eliminadas, de maneira a restar
um número mínimo de monitores capazes de promover a cobertura espacial desejada
para a área a ser monitorada.
Figura 32 Cenário Modelado que Contém o Máximo Acréscimo Médio de 24 Horas nas
Concentrações de Dióxido de Enxofre Considerando as Emissões da Refinaria
Fonte: SANTOLIM, 2002.
148
Figura 33 – Cenário Modelado que Contêm as Médias Anuais nas Concentrações de Dióxido de
Enxofre Considerando as Emissões da Refinaria
Fonte: SANTOLIM, 2002.
149
Figura 34 Cenário Modelado que Contém as Máximas Médias de 24 horas nas
Concentrações de Dióxido de Enxofre Considerando as Emissões da Refinaria
Fonte: SANTOLIM, 2002
As fases do estudo seguidas para o dimensionamento da rede otimizada de
monitoramento da qualidade do ar são as seguintes:
1a - Levantamento de características de lançamento por fontes fixas e móveis dos
contaminantes do ar objeto de estudo;
2a - Levantamento de condições meteorológicas locais;
150
3a - Modelagem de cenários de qualidade do ar, representando a influência espaço
temporal da empresa na área estudada;
4a - Levantamento de locais candidatos a sediarem estações da rede;
5a - Aplicação de algoritmos para otimização da rede;
6a - Elaboração de especificações técnicas dos equipamentos de medição da rede.
6
3.10 O PROJETO DA REDE DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR
Estudos sobre a localização de estações de medição da qualidade do ar em
áreas urbanas têm sido amplamente abordados na literatura, sobretudo no que diz
respeito à localização otimizada desses monitores.
Algumas dessas metodologias são aplicáveis a regiões onde existe uma rede
de monitoramento suficientemente densa operando vários anos, cujos monitores
foram instalados aleatoriamente em locais onde se supunha a ocorrência de altos
índices de poluição.
O método proposto utiliza-se do modelo de dispersão, para gerar cenários
representativos da qualidade do ar na região proposta, os quais podem ou não ser
combinados com cenários populacionais existentes, para a obtenção de padrões típicos
de níveis de exposição da população da área, gerando-se Figuras de Mérito, ou seja,
um ordenamento de locais prioritários ou estratégicos para medição.
Este procedimento determina o número mínimo de locais necessários para a
geração de uma cobertura espacial desejada.
6
Santolim (2002)
151
Outro grau de liberdade na seleção das localizações é a possibilidade de se
escolher estações em função do tamanho das áreas que elas representam. Se a área
de abrangência é pequena, pode não ser conveniente manter-se uma estação de
medição em operação nesse local.
Uma vez selecionadas as estações com base nos critérios mencionados, torna-
se necessário analisar a cobertura total proporcionada pelas mesmas. Novos ajustes
podem ser efetuados, eliminando-se estações redundantes ou acrescentando-se novas
estações, se necessário.
Foge ao escopo deste trabalho pormenorizar as teorias de escolha da
localização das estações de qualidade do ar, entendemos ter sido o método proposto
bastante adequado, sabendo-se que o estudo contratado foi apresentado ao órgão
ambiental estadual, que não fez observações relevantes.
Trabalhando-se com os cenários de qualidade do ar modelados de longo período
e utilizando-se da base de informações obtidas nas etapas citadas, procedeu-se ao
dimensionamento de uma rede de monitoramento da qualidade do ar, sendo constituída
de 05 estações automáticas, capazes de cobrir com eficiência de 60% a região urbana
sob influência significativa das emissões da refinaria. Vale ressaltar que o grau de
eficiência mínimo para uma rede de monitoramento recomendado é de 50%, sendo
mais comumente utilizados valores de projeto na faixa entre 50 e 75% de eficiência. As
05 estações de medição contínua estão equipadas com monitores automáticos e
meteorologia (direção e velocidade do vento), sendo ainda dotadas de equipamentos
para telemetria de dados ao Centro Supervisório instalados na refinaria e Centros de
Recepção de Dados instalados no órgão ambiental do Estado.
152
As estações indicadas para compor a rede de monitoramento e seus respectivos
parâmetros monitorados estão listadas seguir.
Tabela 12 – Estações da Rede e seus Respectivos Parâmetros Monitorados
Qualidade do Ar Meteorologia
Estação de
Monitoramento
PI SO
2
NO
NO
2
NO
x
CO
CH
4
HCnM
HCT
O
3
B T X DV
VV
PP
PA
RS
TA UR
ESTAÇÃO 3 x
X
x x x x x x x x
x x
x x
ESTAÇÃO 4 x
X
x x x
x x x x x x x x x
METEOROLÓGICA
x x x x x x x
ESTAÇÃO 1 x
X
x x x x x x x x x x x
ESTAÇÃO 2 x
X
x x x
x x x x
x x
x X
ESTAÇÃO 5 x x x x x x x
x x x x x x x
Fonte: Santolim (2002).
LEGENDA
PI – partículas inaláveis (menores que 10 µm)
SO
2
– dióxido de enxofre
NO – monóxido de nitrogênio
NO
2
- dióxido de nitrogênio
NO
x
– óxidos de nitrogênio
CO – monóxido de carbono
CH
4
–metano
HCnM – hidrocarbonetos não metano
HCT – hidrocarbonetos totais
O
3
– ozônio
B – benzeno
T – tolueno
X – xileno
DV – direção do vento
VV – velocidade do vento
PP – precipitação pluviométrica
PA – pressão atmosférica
RS – radiação solar
TA – temperatura do ar
UR – umidade relativa do ar
Devemos notar que temos monitoramento de SO
2
em quatro das cinco
estações da rede.
153
Além das estações de qualidade do ar, a rede de monitoramento é integrada por
uma estação meteorológica automática já instalada no interior da área industrial da
refinaria (SANTOLIM, 2002).
Figura 35 – Rede de Monitoramento de Qualidade do Ar; (5 estações de qualidade do ar e uma
estação meteorológica).
Fonte: SANTOLIM, 2002.
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A
A
154
3.11 INVENTÁRIO DE FONTES EMISSORAS DE POLUENTES ATMOSFÉRICOS DA
REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO (FEEMA, MAIO 2004).
Este estudo afirma que a contribuição das fontes fixas é majoritária em relação
às fontes móveis para o parâmetro dióxido de enxofre, em torno de 88%.
Dois setores se destacam dentre as fontes inventariadas, a indústria
petroquímica e de geração de energia. Verifica-se que quanto às quantidades de
dióxido de enxofre emitidas pelas fontes fixas, cerca de 87% é proveniente desses dois
setores, a saber: 51% do setor petroquímico e 36% de geração de energia.
Ilustra também a contribuição das fontes móveis distribuídas pelas principais
rodovias.
Exemplifica as emissões das diversas fontes inventariadas, de acordo com sua
distribuição espacial, por sub-regiões que compõem as Bacias reas, que são em
número de quatro.
7
3.12 ANÁLISES COMPARATIVAS
Foram realizadas diversas análises comparativas com os dados de qualidade
do ar e dados meteorológicos; utilizando como ferramenta o próprio software Atmos
7
Disponível em:
www.feema.rj.gov.br. Acesso em: 11 nov. 2005.
155
Sia 3.3., que possui ferramentas de análises estatísticas propiciando-nos identificar
correlações entre os valores aquisitados ao longo do período de um ano e meio,
estas análises foram feitas levando em consideração os gráficos das dias
sazonais, que foram construídos com as dados obtidos longo do período já citado.
156
4 ANÁLISES DOS DADOS
Foram feitas no Atmos diversas análises dos dados aquisitados no período de
01/07/2004 às 00:00 h até 31/12/2005 às 23:59 h. Inicialmente analisamos o IQA
(índice de qualidade do ar), para o poluente dióxido de enxofre em todas as estações
com analisadores para este parâmetro. A estação 5 não possui o analisador para este
parâmetro. Todos os Gráficos apresentados nesta seção foram importados do software
Atmos Sia 3.3. e Atmos 4.5, que foram vendidos à refinaria em questão pela contratada
responsável pela realização do inventário das emissões atmosféricas.
4.1 IQA
O IQA para dióxido de enxofre (SO
2
)
,
foi verificado ao longo destes 18 meses,
porém, não houve, por esta análise, picos significativos que tivessem tirado o IQA do
padrão considerado bom (vide tabela abaixo).
A tabela abaixo apresenta os valores correlacionados em ug/m
3
e ppb
representativos das diversas categorias do IQA.
157
Tabela 13 - Índice de Qualidade do Ar (IQA) para SO2.
IQA
QUALIDADE DO
AR
Estado
Classificação
Efeitos
SO2dia
(24h) ug/m3
SO2dia
(24h) ppb
Padrão
0-50 Boa - Seguro à saúde 0-80 0-28
51-100 Regular - Tolerável 81-365 28,35-127,75
101-199 Inadequada -
Impróprio ao
bem estar
366-800 128,1-280
200-299 Ateão 801-1600 280,35-560
300-399 Péssima Alerta 1601-2100 560,35-735
Maior que
400
Crítica Emergência 2101-2620 735,35-917
Atende ao
pado
CONAMA
03/90
Nâo atende ao
pado
CONAMA
03/90
Ofensivo à
Saúde
Fonte: Adaptado de www.cetesb.sp.gov.br e http://www.feema.rj.gov.br/
Evidenciados dois blocos de picos isolados para estação 1 em Setembro de
2004 e um pico isolado para estação 4 em novembro de 2004, que ficaram próximos ao
limite entre a qualidade boa e a regular, porém ainda dentro da primeira categoria.
Os círculos vermelhos indicados nos gráficos de evolução do IQA, abaixo,
indicam os picos supracitados.
Figura 36 – Análise do IQA (Estação 1)
158
Figura 37 – Análise do IQA (Estação 2)
Figura 38 – Análise do IQA (Estação 3)
159
Figura 39 – Análise do IQA (Estação 4)
Figura 40 - Análise Conjunta dos IQA’s das Estações.
Na comparação feita entre os valores de SO
2
destes 18 meses de dados, nota-se
que correlação entre os resultados das estações e a época do ano; em janeiro/05
160
tivemos baixos valores de SO
2
, por ser um s tradicionalmente de ventos e chuvas
fortes e os maiores aumentos, excetuando-se alguns picos isolados, foram identificados
nos meses de agosto, setembro, outubro e novembro, o que era esperado, devido à
dificuldade de dispersão característica destes meses.
4.2 CORRELAÇÕES SIMPLES DE VALORES MEDIDOS DE SO2 DE UMA
DETERMINADA ESTAÇÃO, COM DADOS METEOROLÓGICOS.
4.2.1 Radiação solar versus médias horárias de dióxido de enxofre
Gráficos de evolução da correlação dos valores de médias horárias no período
de 01/07/2004 às 00:00 h até 31/12/2005 às 23:59 h, da Radiação Solar em W/m2 e os
valores de médias horárias de Dióxido de Enxofre em ppb.
Não foram encontradas correlações importantes entre a radiação solar e as
emissões de SO
2,
onde se esperava que os aumentos de radiação levassem a
diminuição dos níveis de Dióxido de Enxofre, devido à turbulência de origem térmica
esperada o que facilitaria a dispersão.
161
Figura 41 - Radiação Solar versus SO
2
(Estação1)
Figura 42 - Radiação Solar versus SO2 (Estação 2).
162
Figura 43 - Radiação Solar versus SO2 (Estação3).
Figura 44 - Radiação Solar versus SO2 (Estação 4)
163
4.3 PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA VERSUS MÉDIAS HORÁRIAS DE DIÓXIDO
DE ENXOFRE
Gráficos de evolução da correlação dos valores no período de 01/07/2004 às
00:00 h até 31/12/2005 às 23:59 h, de médias horárias de precipitação pluviométrica
em mm e os valores de médias horárias de dióxido de enxofre em ppb.
Foram encontradas correlações muito fortes, em todas as estações. Nos
momentos de acréscimo da precipitação pluviométrica, os níveis de SO
2
diminuíram
sensivelmente, as setas vermelhas indicam algumas destas correlações.
Foram apresentados dois gráficos por estação: um com os valores de
precipitação pluviométrica à frente e as médias de SO
2
atrás, ambos no mesmo gráfico
e o gráfico de evolução seguinte, exatamente o contrário, para facilitar a visualização da
correlação supracitada.
Vale observar que uma inversão cronológica dos valores dos gráficos, onde o
primeiro caminha com datas crescentes da esquerda para direita e o seguinte vice-
versa.
164
Precipitação Pluviométrica [mm] - METEORO Dióxido de Enxofre [ppb] [ppb] - CEAC
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
55,00
0,00
48,00
96,00
144,00
192,00
240,00
288,00
336,00
384,00
432,00
480,00
528,00
30/6/2004
30/9/2004
31/12/2004
2/4/2005 3/7/2005
3/10/2005
3/1/2006
Precipitação Pluviométrica [mm] - Estação Meteorológica
Dióxido de Enxofre [ppb] [ppb] - Estação C. E. Adelina de Castro
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/7/2004 12:00 a 1/1/2006 11:59 [Instantâneo]
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/7/2004 12:00 a 1/1/2006 11:59 [Instantâneo]
Período de Dados Encontrados : 1/7/2004 a 22/12/2005
Tipo de Medição : Todos - Tipo de Dado : Inst + Méd [Instantâneo]
Precipitação Pluviométrica [mm] - METEORO Dxido de Enxofre [ppb] [ppb] - CEAC
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
55,00
0,00
48,00
96,00
144,00
192,00
240,00
288,00
336,00
384,00
432,00
480,00
528,00
30/6/200430/9/200431/12/20042/4/20053/7/20053/10/20053/1/2006
Precipitação Pluviométrica [mm] - Estação Meteorológica
Dióxido de Enxofre [ppb] [ppb] - Estação C. E. Adelina de Castro
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/7/2004 12:00 a 1/1/2006 11:59 [Instantâneo]
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/7/2004 12:00 a 1/1/2006 11:59 [Instantâneo]
Período de Dados Encontrados : 1/7/2004 a 22/12/2005
Tipo de Medição : Todos - Tipo de Dado : Inst + Méd [Instantâneo]
Figura - 45 – Precipitação pluviométrica versus SO2 (Estação1)
Precipitação Pluviométrica [mm] - METEORO Dióxido de Enxofre [ppb] [ppb] - CIEP_CORA
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
55,00
0,00
29,00
58,00
87,00
116,00
145,00
174,00
203,00
232,00
261,00
290,00
319,00
30/6/2004
30/9/2004
31/12/2004
2/4/2005
3/7/2005
3/10/2005
3/1/2006
Precipitação Pluviométrica [mm] - Estão Meteorológica
Dióxido de Enxofre [ppb] [ppb] - Estação CIEP Cora Coralina
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/7/2004 12:00 a 1/1/2006 11:59 [Instantâneo]
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/7/2004 12:00 a 1/1/2006 11:59 [Instantâneo]
Período de Dados Encontrados : 1/7/2004 a 22/12/2005
Tipo de Medição : Todos - Tipo de Dado : Inst + Méd [Instantâneo]
Precipitação Pluviométrica [mm] - METEORO Dióxido de Enxofre [ppb] [ppb] - CIEP_CORA
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
55,00
0,00
29,00
58,00
87,00
116,00
145,00
174,00
203,00
232,00
261,00
290,00
319,00
30/6/200430/9/200431/12/20042/4/20053/7/20053/10/20053/1/2006
Precipitação Pluviométrica [mm] - Estação Meteorológica
Dióxido de Enxofre [ppb] [ppb] - Estação CIEP Cora Coralina
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/7/2004 12:00 a 1/1/2006 11:59 [Instantâneo]
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/7/2004 12:00 a 1/1/2006 11:59 [Instantâneo]
Período de Dados Encontrados : 1/7/2004 a 22/12/2005
Tipo de Medição : Todos - Tipo de Dado : Inst + Méd [Instantâneo]
Figura - 46 – Precipitação pluviométrica versus SO
2
(Estação 2).
Precipitação Pluviométrica [mm] - METEORO Dióxido de Enxofre [ppb] [ppb] - PRF
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
55,00
0,00
35,00
70,00
105,00
140,00
175,00
210,00
245,00
280,00
315,00
350,00
385,00
30/6/2004
30/9/2004
31/12/2004
2/4/2005 3/7/2005
3/10/2005
3/1/2006
Precipitação Pluviométrica [mm] - Estação Meteorológica
Dióxido de Enxofre [ppb] [ppb] - Estão Polícia Rodoviária Federal
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/7/2004 12:00 a 1/1/2006 11:59 [Instantâneo]
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Peodo: 1/7/2004 12:00 a 1/1/2006 11:59 [Instantâneo]
Período de Dados Encontrados : 1/7/2004 a 22/12/2005
Tipo de Medição : Todos - Tipo de Dado : Inst + Méd [Instantâneo]
Precipitação Pluviométrica [mm] - METEORO Dióxido de Enxofre [ppb] [ppb] - PRF
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
55,00
0,00
35,00
70,00
105,00
140,00
175,00
210,00
245,00
280,00
315,00
350,00
385,00
30/6/200430/9/200431/12/20042/4/20053/7/20053/10/20053/1/2006
Precipitação Pluviométrica [mm] - Estação Meteorológica
Dióxido de Enxofre [ppb] [ppb] - Estação Polícia Rodoviária Federal
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/7/2004 12:00 a 1/1/2006 11:59 [Instantâneo]
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/7/2004 12:00 a 1/1/2006 11:59 [Instantâneo]
Período de Dados Encontrados : 1/7/2004 a 22/12/2005
Tipo de Medição : Todos - Tipo de Dado : Inst + Méd [Instantâneo]
Figura - 47 – Precipitação pluviométrica versus SO2 (Estação 3).
165
Precipitação Pluviométrica [mm] - METEORO Dióxido de Enxofre [ppb] [ppb] - SMMA
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
55,00
0,00
38,00
76,00
114,00
152,00
190,00
228,00
266,00
304,00
342,00
380,00
418,00
30/6/2004
30/9/2004
31/12/2004
2/4/2005 3/7/2005
3/10/2005
3/1/2006
Precipitação Pluviométrica [mm] - Estação Meteorológica
Dióxido de Enxofre [ppb] [ppb] - Estação Secretaria Municipal Meio Ambiente
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/7/2004 12:00 a 1/1/2006 11:59 [Instantâneo]
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/7/2004 12:00 a 1/1/2006 11:59 [Instantâneo]
Período de Dados Encontrados : 1/7/2004 a 22/12/2005
Tipo de Medição : Todos - Tipo de Dado : Inst + Méd [Instantâneo]
Precipitação Pluviométrica [mm] - METEORO Dióxido de Enxofre [ppb] [ppb] - SMMA
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
55,00
0,00
38,00
76,00
114,00
152,00
190,00
228,00
266,00
304,00
342,00
380,00
418,00
30/6/200430/9/200431/12/20042/4/20053/7/20053/10/20053/1/2006
Precipitação Pluviométrica [mm] - Estação Meteorogica
Dióxido de Enxofre [ppb] [ppb] - Estação Secretaria Municipal Meio Ambiente
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/7/2004 12:00 a 1/1/2006 11:59 [Instantâneo]
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/7/2004 12:00 a 1/1/2006 11:59 [Instantâneo]
Período de Dados Encontrados : 1/7/2004 a 22/12/2005
Tipo de Medição : Todos - Tipo de Dado : Inst + Méd [Instantâneo]
Figura - 48 – Precipitação pluviométrica versus SO
2
(Estação 4).
4.4 VELOCIDADE DO VENTO VERSUS MÉDIAS HORÁRIAS DE DIÓXIDO DE
ENXOFRE.
Foram escolhidos os meses típicos de mar/05 e Abr/05 dos gráficos de evolução
mensais da correlação dos valores de médias horárias de velocidade do vento escalar
em m/s e os valores de médias horárias de Dióxido de Enxofre em ppb, como
confirmação mensal das assinaturas anuais dos gráficos anteriormente apresentados,
associados aos gráficos de evolução mensais da correlação dos valores de médias
horárias de precipitação pluviométrica em mm e os valores de médias horárias de
dióxido de enxofre em ppb.
Foram encontradas correlações muito fortes, em todas as estações, nos
momentos de acréscimo da precipitação pluviométrica os níveis de SO
2
diminuíram
sensivelmente e nos momentos de em que a velocidade do vento estava com médias
baixas, havia sensível aumento das médias horárias de SO
2
. Nota-se que quando
temos muita chuva e ventos fortes, a dispersão é muito alta favorecendo os índices de
qualidade do ar.
As setas vermelhas indicam algumas das correlações supracitadas.
166
Dxido de Enxofre [ppb] [ppb] - CEAC Velocidade do Vento Escalar [m/s] - METEORO
0,00
13,00
26,00
39,00
52,00
65,00
78,00
91,00
104,00
117,00
130,00
143,00
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
27/2/2005 6/3/2005 13/3/2005 20/3/2005 27/3/2005 3/4/2005
Dióxido de Enxofre [ppb] [ppb] - Estação C. E. Adelina de Castro
Velocidade do Vento Escalar [m/s] - Estação Meteorológica
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/3/2005 00:00 a 31/3/2005 23:59 [Instantâneo]
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/3/2005 00:00 a 31/3/2005 23:59 [Instantâneo]
Período de Dados Encontrados : 1/3/2005 a 31/3/2005
Tipo de Medição : Todos - Tipo de Dado : Inst + Méd [Instantâneo]
Dxido de Enxofre [ppb] [ppb] - CEAC Precipitação Pluviométrica [mm] - METEORO
0,00
13,00
26,00
39,00
52,00
65,00
78,00
91,00
104,00
117,00
130,00
143,00
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
10,00
27/2/2005 6/3/2005 13/3/2005 20/3/2005 27/3/2005 3/4/2005
Dióxido de Enxofre [ppb] [ppb] - Estação C. E. Adelina de Castro
Precipitação Pluviométrica [mm] - Estação Meteorológica
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/3/2005 00:00 a 31/3/2005 23:59 [Instantâneo]
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/3/2005 00:00 a 31/3/2005 23:59 [Instantâneo]
Período de Dados Encontrados : 1/3/2005 a 31/3/2005
Tipo de Medição : Todos - Tipo de Dado : Inst + Méd [Instantâneo]
Dióxido de Enxofre [ppb] [ppb] - CIEP_CORA Velocidade do Vento Escalar [m/s] - METEORO
0,00
7,00
14,00
21,00
28,00
35,00
42,00
49,00
56,00
63,00
70,00
77,00
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
1/4/2005 4/4/2005 7/4/2005
10/4/2005
13/4/2005 16/4/2005 19/4/2005 22/4/2005
25/4/2005
28/4/2005 1/5/2005
Dióxido de Enxofre [ppb] [ppb] - Estação CIEP Cora Coralina
Velocidade do Vento Escalar [m/s] - Estação Meteorológica
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/4/2005 00:00 a 30/4/2005 23:59 [Instantâneo]
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/4/2005 00:00 a 30/4/2005 23:59 [Instantâneo]
Período de Dados Encontrados : 1/4/2005 a 30/4/2005
Tipo de Medição : Todos - Tipo de Dado : Inst + Méd [Instantâneo]
Dxido de Enxofre [ppb] [ppb] - CIEP_CORA Precipitação Pluviométrica [mm] - METEORO
0,00
7,00
14,00
21,00
28,00
35,00
42,00
49,00
56,00
63,00
70,00
77,00
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
1/4/2005 4/4/2005 7/4/2005 10/4/2005
13/4/2005
16/4/2005
19/4/2005
22/4/2005
25/4/2005
28/4/2005 1/5/2005
Dióxido de Enxofre [ppb] [ppb] - Estação CIEP Cora Coralina
Precipitação Pluviométrica [mm] - Estação Meteorológica
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/4/2005 00:00 a 30/4/2005 23:59 [Instantâneo]
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/4/2005 00:00 a 30/4/2005 23:59 [Instantâneo]
Peodo de Dados Encontrados : 1/4/2005 a 30/4/2005
Tipo de Medição : Todos - Tipo de Dado : Inst + Méd [Instantâneo]
Figura 49 – Precipitação Pluviométrica Versus
SO
2
Estação 1 (Mar/05).
Figura 50 – Precipitação Pluviométrica Versus SO
2
Estação 2 ( Versus SO
2
(Abr/05)
167
Dxido de Enxofre [ppb] [ppb] - PRF Velocidade do Vento Escalar [m/s] - METEORO
0,00
6,00
12,00
18,00
24,00
30,00
36,00
42,00
48,00
54,00
60,00
66,00
72,00
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
1/4/2005 4/4/2005 7/4/2005
10/4/2005
13/4/2005
16/4/2005
19/4/2005
22/4/2005
25/4/2005
28/4/2005
1/5/2005
Dióxido de Enxofre [ppb] [ppb] - Estação Polícia Rodoviária Federal
Velocidade do Vento Escalar [m/s] - Estação Meteorológica
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/4/2005 00:00 a 30/4/2005 23:59 [Instantâneo]
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/4/2005 00:00 a 30/4/2005 23:59 [Instantâneo]
Período de Dados Encontrados : 1/4/2005 a 30/4/2005
Tipo de Medição : Todos - Tipo de Dado : Inst + Méd [Instantâneo]
Dxido de Enxofre [ppb] [ppb] - PRF Precipitação Pluviométrica [mm] - METEORO
0,00
6,00
12,00
18,00
24,00
30,00
36,00
42,00
48,00
54,00
60,00
66,00
72,00
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
1/4/2005 4/4/2005 7/4/2005
10/4/2005
13/4/2005
16/4/2005
19/4/2005
22/4/2005
25/4/2005
28/4/2005
1/5/2005
Dióxido de Enxofre [ppb] [ppb] - Estação Pocia Rodoviária Federal
Precipitação Pluviométrica [mm] - Estação Meteorológica
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/4/2005 00:00 a 30/4/2005 23:59 [Instantâneo]
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/4/2005 00:00 a 30/4/2005 23:59 [Instantâneo]
Período de Dados Encontrados : 1/4/2005 a 30/4/2005
Tipo de Medição : Todos - Tipo de Dado : Inst + Méd [Instantâneo]
Dxido de Enxofre [ppb] [ppb] - SMMA Velocidade do Vento Escalar [m/s] - METEORO
0,00
7,00
14,00
21,00
28,00
35,00
42,00
49,00
56,00
63,00
70,00
77,00
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
1/4/2005 4/4/2005 7/4/2005
10/4/2005
13/4/2005
16/4/2005
19/4/2005
22/4/2005
25/4/2005
28/4/2005
1/5/2005
Dióxido de Enxofre [ppb] [ppb] - Estação Secretaria Municipal Meio Ambiente
Velocidade do Vento Escalar [m/s] - Estação Meteorológica
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/4/2005 00:00 a 30/4/2005 23:59 [Instantâneo]
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/4/2005 00:00 a 30/4/2005 23:59 [Instantâneo]
Período de Dados Encontrados : 1/4/2005 a 30/4/2005
Tipo de Medição : Todos - Tipo de Dado : Inst + Méd [Instantâneo]
Dxido de Enxofre [ppb] [ppb] - SMMA Precipitação Pluviométrica [mm] - METEORO
0,00
7,00
14,00
21,00
28,00
35,00
42,00
49,00
56,00
63,00
70,00
77,00
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
1/4/2005 4/4/2005 7/4/2005
10/4/2005
13/4/2005
16/4/2005
19/4/2005
22/4/2005
25/4/2005
28/4/2005
1/5/2005
Dióxido de Enxofre [ppb] [ppb] - Estação Secretaria Municipal Meio Ambiente
Precipitação Pluviométrica [mm] - Estação Meteorológica
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/4/2005 00:00 a 30/4/2005 23:59 [Instantâneo]
GRÁFICO DE EVOLUÇÃO - Período: 1/4/2005 00:00 a 30/4/2005 23:59 [Instantâneo]
Período de Dados Encontrados : 1/4/2005 a 30/4/2005
Tipo de Medição : Todos - Tipo de Dado : Inst + Méd [Instantâneo]
Figura 51 Precipitação Pluviométrica Versus
SO2 Estação 3 (Abr/05)
Figura 52 – Precipitação Pluviométrica
Versus SO2 Estação 4 (Abr/05).
4.5 ANÁLISE DAS SAZONALIDADES
Segundo o dicionário Aurélio, o significado das palavras:
ANÁLISE: Separação ou desagregação das diversas partes constituintes de um
todo; decomposição. Exame de cada parte de um todo, tendo em vista conhecer
sua natureza, suas proporções, suas funções, suas relações, etc
SAZONALIDADE: (qualidade de Sazonal) e Sazonado (refletido, ponderado,
experimentado),
168
Identificamos que as aquisições dos dados de qualidade do ar das estações
meteorológicas e de qualidade do ar servem como uma ferramenta importante de
análise, quando estes dados são agrupados, possibilitando as várias interpretações,
que serão mostradas a seguir.
Foram analisados, neste trabalho, os resultados no período de 01/07/2004 às
00:00 h até 31/12/2005 às 23:59 h. das diversas sazonalidades por hora do dia, por dia
da semana e por mês do ano dos valores de SO
2
, velocidade do vento, precipitação
pluviométrica, pressão atmosférica, radiação solar, temperatura, umidade relativa e rosa
dos ventos para hora do dia e mês do ano, como veremos a seguir:
4.5.1 Sazonalidade por hora do dia
Notamos um aumento acentuado das médias e dos desvios padrão dos valores
de SO
2
, em todas as estações, para os horários a partir das 09:00 h até em média
20:00 h, fora deste intervalo os valores se estabilizam dentro patamares muito mais
baixos, este fato, acreditamos ser devido à Brisa Marítima durante o dia e Brisa
Terrestre à noite.
Os gráficos de sazonalidade, por hora do dia, apresentados abaixo os gráficos
representam os valores explicitados na tabela 13, não podemos esquecer que as
emissões de SO
2
de uma refinaria são praticamente constantes durante as 24 horas do
dia.
169
Figura 53 – Sazonalidade dos valores de SO
2
por hora do dia (Estação 1)
Figura 54 – Sazonalidade dos valores de SO
2
por hora do dia (Estação 2)
170
Figura 55 – Sazonalidade dos valores de SO2 por hora do dia (Estação 3)
Figura 56 – Sazonalidade dos valores de SO2 por hora do dia (Estação 4)
171
Tabela 14 Médias Horárias e percentuais em relação à média, dos Valores de SO2 por
estação a cada hora do dia.
ESTAÇÃO 1
% EM
RELAÇÃO A
MÉDIA ESTAÇÃO 2
% EM
RELAÇÃO A
MÉDIA ESTAÇÃO 3
% EM
RELAÇÃO A
MÉDIA ESTAÇÃO 4
% EM
RELAÇÃO A
MÉDIA
MÉDIA
GERAL DAS
ESTAÇÕES
POR DIA
% EM
RELAÇÃO A
MÉDIA
1,762398 17,58% 0,993229 20,70% 2,10204 62,00% 2,774442 49,14% 1,233564 32,15%
1,697709 16,94% 0,983254 20,49% 1,91011 56,34% 2,830036 50,12% 1,194115 31,12%
1,639926 16,36% 0,995368 20,74% 1,820717 53,71% 2,984343 52,86% 1,192634 31,08%
1,680761 16,77% 1,031746 21,50% 1,783989 52,62% 3,142993 55,67% 1,221199 31,83%
1,766617 17,62% 1,069046 22,28% 1,947004 57,43% 3,364863 59,60% 1,30298 33,96%
1,80357 17,99% 1,117798 23,29% 2,503015
73,83%
3,571426 63,26% 1,44957 37,78%
1,88194 18,77% 1,376991 28,69% 3,04261 89,75% 3,478595 61,61% 1,593188 41,52%
3,283352 32,76% 2,068881 43,11% 3,327739 98,16% 3,811031 67,50% 2,033039 52,99%
7,90694 78,88% 3,570611 74,41% 3,672206 108,32% 7,51011 133,02% 3,61085 94,11%
15,01168 149,76% 7,648187 159,38% 4,85639 143,25% 11,0072 194,96% 6,149619 160,27%
20,21871 201,71% 11,66258 243,03% 5,277602 155,67% 11,79114 208,84% 7,850598 204,60%
23,73409 236,78% 14,93021 311,13% 4,962658 146,38% 12,26002 217,14% 8,975693 233,93%
22,57114 225,17% 16,83169 350,75% 4,021245 118,62% 11,82825 209,50% 8,885391 231,57%
22,56917 225,15% 15,74091 328,02% 3,401648 100,34% 9,326369 165,18% 8,22475 214,36%
22,85272 227,98% 12,23607 254,99% 3,16743 93,43% 7,884568 139,65% 7,414968 193,25%
22,75248 226,98% 7,18154 149,65% 3,710093 109,44% 6,427252 113,84% 6,418873 167,29%
23,86953 238,13% 3,866753 80,58% 4,831534 142,52% 4,68932 83,06% 5,981337 155,89%
16,97854 169,38% 2,716636 56,61% 5,538401 163,37% 4,262377 75,49% 4,769936 124,32%
9,861487 98,38% 2,372541 49,44% 4,627046 136,48% 3,974241 70,39% 3,382625 88,16%
6,345204 63,30% 1,897224 39,54% 3,409266 100,56% 3,718681 65,86% 2,48634 64,80%
3,550111 35,42% 1,529138 31,87% 3,086862 91,05% 3,736587 66,18% 1,926579 50,21%
2,63244 26,26% 1,245018 25,94% 2,957363 87,23% 3,756526 66,53% 1,71225 44,63%
2,178352 21,73% 1,076007 22,42% 2,798077 82,54% 3,812426 67,52% 1,590252 41,45%
2,024159 20,19% 1,02826 21,43% 2,60859 76,95% 3,561679 63,08% 1,486909 38,75%
10,02388 4,798737 3,390151 5,64602 3,836969
RESULTADO DAS MÉDIAS HORÁRIAS DOS VALORES DE SO2 POR ESTAÇÃO A CADA HORA DO DIA NO
INTERVALO DE 01/07/2004 00:00:00h ATÉ 31/12/2005 23:59:00h
172
4.5.1.1 Sazonalidade da velocidade do vento na estação meteorológica por hora do dia
A velocidade do vento tem a sua média com elevação significativa a partir das
09:00 h até às 19:00 h, com o aumento da velocidade se esperava pelo efeito de uma
maior movimentação horizontal uma maior dispersão, porém durante este intervalo os
valores de SO
2
tiveram suas médias aumentadas.
Figura 57 – Sazonalidade da Velocidade do Vento por Hora do Dia
4.5.1.2 Sazonalidade da precipitação pluviométrica na estação meteorológica
Houve grande elevação das médias, entre os horários de 01,02, 21 e 22 h,
indicando que sazonalmente nestes horários ocorrem mais chuvas, as médias dos
valores de SO
2
para estes horários são baixas, indicando correlação negativa da
precipitação pluviométrica com as médias dos valores de SO
2
.
173
Figura 58 – Sazonalidade Precipitação Pluviométrica por Hora do Dia
4.5.1.3 Sazonalidade da pressão atmosférica na estação meteorológica
O comportamento da pressão atmosférica permaneceu estável na faixa de 760
mmHg, ao longo das horas do dia.
174
Figura 59 – Sazonalidade da Pressão Atmosférica por Hora do Dia
4.5.1.4 Sazonalidade da radiação solar na estação meteorológica
Radiação solar tem a sua média com elevação significativa a partir das 07:00 h
até às 18:00 h, com o aumento da radiação se espera pelo efeito de uma maior
turbulência de origem térmica e consequentemente maior dispersão e menores valores
das médias de SO
2
, porém durante este intervalo os valores de SO
2
tiveram suas
médias aumentadas em todas as estações.
175
Figura 60 – Sazonalidade da Radiação Solar por Hora do Dia
4.5.1.5 Sazonalidade temperatura na estação meteorológica.
A Temperatura tem a sua dia com elevação a partir das 10:00 h até às 17:00
h, com o aumento da temperatura se espera o aumento da mistura vertical
consequentemente maior dispersão, porém durante este intervalo os valores de SO2
tiveram suas médias aumentadas em todas as estações.
176
Figura 61 - Sazonalidade da Temperatura por Hora do Dia
4.5.1.6 Sazonalidade da umidade relativa na estação meteorológica
Determinar o comportamento da umidade relativa é importante, pois a diminuição
da umidade relativa do ar favorece o agravamento das incidências de doenças
respiratórias.
Determinar o comportamento da umidade relativa é importante, pois a diminuição
da umidade relativa do ar favorece o agravamento das incidências de doenças
respiratórias.
Os níveis de umidade relativa do ar na Região da refinaria não são baixos devido
à proximidade da região marítima. Esse parâmetro não é um problema, para a região
177
em estudo, nos meses de inverno tal como acontece em outras regiões metropolitanas
do Brasil.
Figura 62 - Sazonalidade da Umidade Relativa por Hora Dia
4.5.1.7 Direção e velocidade dos ventos avaliados através da rosa dos ventos na
estação meteorológica, por hora do dia
Figura 63 - Localização da Refinaria em Relação à Baía
REFINARIA
178
Figura 64 - Localização da Refinaria na Bacia Aérea Correspondente
Figura 65 - Posicionamento das estações e sua localização em relação aos pontos cardeais
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A
A
REFINARIA
179
Rosa dos ventos confeccionada a partir dos dados de direção e velocidade dos
ventos da estação meteorológica, através desta ferramenta que se identificam os
ventos predominantes na área da refinaria, os vetores da rosa identificam a direção e o
sentido de entrada dos ventos na região e que a estação está posicionada no zero da
rosa.
Rosa dos Ventos na Estação na Estação Meteorológica (Primeira hora de 00:00H até
01:00h)
180
hora
2ª hora
3ª hora
4ª hora
5ª hora
6ª hora
7ª hora
8ª hora
9ª hora
10ª hora
11ª hora
12ª hora
Horário
de início
da Brisa
Marítima
181
13ª hora
14ª hora
15ª hora
16ª hora
17ªhora
18ª hora
19ª hora
20ª hora
21ª hora
22ª hora
23ª hora
24ª hora
Figura 66 - Direção e velocidade dos ventos avaliados através da rosa dos ventos na estação
meteorológica, por hora do dia.
Horário
de início
da Briza
Terrestre
182
A figura acima identifica os horários de início e fim das brisas marítima e terrestre, que alteram
sensivelmente a qualidade do ar na região sobre influência das emissões da refinaria.
.
4.5.2 Sazonalidade por dia da semana
Nas análises dos dias da semana, como era esperado, obtivemos maiores
médias dos valores de SO
2
nos dias úteis, em todas as estações de qualidade do ar,
consideramos que estas variações são decorrentes da diminuição do fluxo de tráfego,
de veículos movidos a diesel, e de paralisação das atividades de empresas de pequeno
porte, no final de semana.
Nos gráficos de sazonalidade, por dia da semana, apresentados abaixo, os
gráficos representam os valores explicitados na tabela 14, não podemos esquecer que
as emissões de SO
2
de uma refinaria o praticamente constantes durante todos os
dias da semana.
Os círculos vermelhos nos gráficos de sazonalidade indicam estes pontos.
183
Figura 67 – Sazonalidade dos valores de SO2 por dia da semana (Estação 1)
Figura 68 – Sazonalidade dos valores de SO2 por dia da semana (Estação 2)
184
Figura 69 – Sazonalidade dos valores de SO
2
por dia da semana (Estação 3)
Figura 70 – Sazonalidade dos valores de SO2 por dia da semana (Estação 4)
185
Tabela 15 Médias horárias e percentuais em relação à média, dos valores de SO2, por
estação, a cada dia da semana.
QUARTA
11,83528415 5,350124459 4,209075585 5,763590713
QUINTA
10,50871054 5,787884512 3,882268097 7,169553191
SEXTA
10,09175647 4,973287234 3,595620321 5,763075693
BADO
8,759354132 4,027951297 2,827817797 5,321731486
17,75%
TOTAL DE
RESULTADOS
12837 13004 13015 13037
MÉDIA POR
ESTAÇÃO
9,957234046 4,772629317 3,390713161 5,629723027
MÉDIA DIAS
ÚTEIS
10,49310121 5,059019278 3,69595893 5,954372392
MÉDIA FINAL
DE SEMANA
8,617566139 4,056654413 2,627598738 4,818099614
REDUÇÃO
PERCENTUAL
NOBADO
16,52% 20,38% 23,49% 10,62%
REDUÇÃO
PERCENTUAL
NO DOMINGO
19,23% 19,25% 34,32% 27,54%
PERCENTUAL
NOS
FINAIS DE
SEMANA
17,87% 19,81%
28,91%
19,08%
REDUÇÃO
PERCENTUAL
MÉDIA NAS
ESTAÇÕES
NOS FINAIS DE
SEMANA
21,42%
ANÁLISE DOS RESULTADOS
ESTAÇÃO 3
MAIOR REDUÇÃO
DOMINGO
MAIOR
REDUÇÃO
186
4.5.2.1 Sazonalidade da velocidade do vento na estação meteorológica
Como era esperado não houve grandes variações das médias de velocidade do
vento ao longo dos dias da semana, a expectativa era realmente uma distribuição
próxima da uniforme, não sendo identificadas correlações com os gráficos das médias
de SO
2
das estações de qualidade do ar.
Figura 71 – Sazonalidade da Velocidade do Vento por dia da semana
187
4.5.2.2 Sazonalidade da precipitação pluviométrica na estação meteorológica.
Houve pequenas variações das médias de precipitação pluviométrica ao longo
dos dias da semana, mas nada que possa ser considerado como correlação em relação
aos dados de qualidade do ar de SO
2
, a expectativa era uma distribuição próxima da
uniforme.
Figura 72 – Sazonalidade da Precipitação Pluviométrica por dia da semana.
188
4.5.2.3 Sazonalidade da pressão atmosférica na estação meteorológica.
Como era esperado não houve grandes variações das médias de pressão
atmosférica ao longo dos dias da semana, a expectativa era realmente uma distribuição
próxima da uniforme, não sendo identificadas correlações com os gráficos das médias
de SO
2
das estações de qualidade do ar.
Figura 73 – Sazonalidade da Pressão Atmosférica por dia da semana
189
4.5.2.4 Sazonalidade da radiação solar na estação meteorológica
Como era esperado não houve grandes variações das médias de radiação solar
ao longo dos dias da semana, a expectativa era realmente uma distribuição próxima da
uniforme, não sendo identificadas correlações com os gráficos das médias de SO
2
das
estações de qualidade do ar.
Figura 74 – Sazonalidade da Radiação Solar por dia da semana.
4.5.2.5 Sazonalidade temperatura na estação meteorológica
190
Como era esperado, não houve grandes variações das médias de temperatura
ao longo dos dias da semana, a expectativa era realmente uma distribuição próxima da
uniforme, não sendo identificadas correlações com os gráficos das médias de SO
2
das
estações de qualidade do ar.
Figura 75 – Sazonalidade Temperatura por dia da semana
191
4.5.2.6 Sazonalidade da umidade relativa na estação meteorológica
Como era esperado não houve grandes variações das médias de umidade
relativa ao longo dos dias da semana, a expectativa era realmente uma distribuição
próxima da uniforme, não sendo identificadas correlações com os gráficos das médias
de SO
2
das estações de qualidade do ar.
Figura 76 – Sazonalidade da Umidade Relativa por dia da semana
4.5.3 Sazonalidades por meses do ano
Ao longo do ano nas estações de monitoramento de qualidade do ar, através de
seus dados identificaram que os meses de fevereiro, junho, agosto, outubro e
novembro apresentaram valores de suas médias acima de 10% da média geral dos
valores de SO
2
das estações e coincidentemente estes mesmos meses apresentaram
192
percentuais acima da média em três das quatro estações de monitoramento de
qualidade do ar conforme os dados da tabela 15.
Os círculos vermelhos nos gráficos a seguir indicam estes pontos.
Os meses de agosto, outubro e novembro são meses tipicamente com condições
meteorológicas de difícil dispersão atmosférica.
Os meses serão estudados, ao longo deste tópico, correlacionando os dados
mensais de SO
2
e meteorológicos.
Figura 77 - Sazonalidade dos valores de SO
2
por mês do ano (Estação 1)
1
193
Figura 78 - Sazonalidade dos valores de SO
2
por mês do ano (Estação 2)
Figura 79 - Sazonalidade dos valores de SO
2
por mês do ano (Estação 3)
Figura 80 - Sazonalidade dos valores de SO
2
por mês do ano (Estação 4)
194
Tabela 16 Médias horárias e percentuais em relação à média, dos valores de SO2, por
estação, a cada mês do ano.
ESTAÇÃO
1
% EM
RELAÇÃO
A MÉDIA
ESTAÇÃO
2
% EM
RELAÇÃO
A MÉDIA
ESTAÇÃO
3
% EM
RELAÇÃO
A MÉDIA
ESTAÇÃO
4
% EM
RELAÇÃO
A MÉDIA
MÉDIA
GERAL DAS
ESTAÇÕES
POR MÊS
% EM
RELAÇÃO
A MÉDIA
JANEIRO
4,62 49,97% 2,22 47,69% 1,14 31,80% 6,42 112,13% 3,60 62,05%
FEVEREIRO
5,16 55,83% 5,58 119,95% 6,60 184,70% 8,35 145,87% 6,42 110,76%
MARÇO
8,81 95,32% 4,99 107,12% 6,43 179,90% 3,15 55,04% 5,84 100,78%
ABRIL
7,82 84,58% 3,47 74,57% 3,12 87,27% 5,22 91,30% 4,91 84,64%
MAIO
6,88 74,49% 4,00 85,99% 3,57 99,80% 5,74 100,26% 5,05 87,06%
JUNHO
10,02 108,37% 5,36 115,23% 3,32 92,93% 6,69 116,92% 6,35 109,48%
JULHO
6,84 73,99% 3,43 73,64% 3,31 92,69% 3,92 68,43% 4,37 75,43%
AGOSTO
14,35 155,27% 6,07 130,40% 5,29 148,12% 4,24 74,07% 7,49 129,14%
SETEMBRO
10,23 110,72% 5,63 121,00% 3,68 102,93% 3,94 68,79% 5,87 101,24%
OUTUBRO
11,54 124,84% 5,27 113,17% 1,97 55,10% 8,15 142,49% 6,73 116,11%
NOVEMBRO
13,86 149,97% 4,84 104,06% 1,95 54,59% 8,58 149,92% 7,31 126,05%
DEZEMBRO
10,78 116,65% 4,99 107,19% 2,51 70,18% 4,28 74,79% 5,64 97,26%
MÉDIA
9,24 4,65 3,57 5,72 5,80
MÊS DE MENOR
PERCENTUAL.
“JANEIRO”
195
4.5.3.1 Sazonalidade da velocidade do vento nas estações.
Este parâmetro de medição nós temos em quase todas as estações, exceto a
Estação 1, onde foram aquisitados dados da estação meteorológica internamente à
refinaria e identificamos que os meses que apresentam ventos de menor intensidade
são os meses de maio, junho e julho, sendo junho o que apresenta os menores valores,
em todas as estações, demonstrando uma forte correlação negativa com os valores de
SO
2
para o mês junho, pois este mês apresentou médias dos seus valores de SO
2
acima da média em três das quatro estações e média 9,48% acima da média geral dos
meses do ano.
Figura 81 - Sazonalidade da Velocidade do
Vento, por Mês do Ano Estação 1
Figura 82 - Sazonalidade da Velocidade do
Vento, por Mês do Ano Estação 2.
196
Figura 83 - Sazonalidade da Velocidade do
Vento, por Mês do Ano Estação 3
Figura 84 - Sazonalidade da Velocidade do
Vento, por Mês do Ano Estação 4.
4.5.3.2 Sazonalidade da precipitação pluviométrica na estação meteorológica
Identificamos através da análise do gráfico abaixo, que os meses de maio, junho
e agosto foram os que apresentaram os menores índices de precipitação pluviométrica,
indicando correlação negativa em relação à SO
2
para os meses de junho e agosto.
Houve também forte correlação negativa para os meses de julho e janeiro, pois
nestes meses o índice de precipitação pluviométrica foi alto e as médias de SO
2
, para
estes meses, ficaram abaixo de 75% da média geral das estações para o prazo dos 18
meses acompanhados.
197
Figura 85 – Sazonalidade da Precipitação Pluviométrica por Mês do Ano
.
4.5.3.3 Sazonalidade da pressão atmosférica na estação meteorológica
Como se pode observar no gráfico abaixo, como era esperado no período de
inverno a pressão atmosférica apresentou um pequeno acréscimo. Períodos de pressão
atmosférica mais elevada desfavorecem a dispersão de poluentes
198
.
Figura 86 – Sazonalidade da Pressão Atmosférica por Mês do Ano.
4.5.3.4 Sazonalidade da radiação solar na estação meteorológica
Como era esperado houve menores valores das médias de radiação solar nos
meses de junho e julho e os maiores valores em dezembro janeiro e fevereiro a
expectativa era realmente uma distribuição próxima da apresentada no gráfico, sendo
identificada então forte correlação negativa para mês de junho, pois os valores das
médias de SO
2
em três das quatro estações de qualidade do ar se apresentaram acima
da média.
199
Figura 87 - Sazonalidade da Radiação Solar por Mês do Ano
4.5.3.5 Sazonalidade temperatura na estação meteorológica
Obtivemos as menores médias de temperatura ambiente nos meses de junho,
julho e agosto, sendo julho o que apresenta as menores médias; os maiores valores
foram em dezembro janeiro e fevereiro a expectativa era realmente uma distribuição
próxima da apresentada no gráfico, sendo identificada então forte correlação negativa
para mês de junho, pois os valores das médias de SO
2
em três das quatro estações de
qualidade do ar se apresentaram acima da média.
200
Figura 88 - Sazonalidade da Temperatura por Mês do Ano.
4.5.3.6 Sazonalidade da umidade relativa na estação meteorológica
Não foram identificadas grandes variações de umidade relativa, na média dos
meses, não havendo correlação significativa com os valores das médias de SO
2
.
201
Figura 89 - Sazonalidade da Umidade Relativa por Mês do Ano.
4.5.3.7 Direção e velocidade dos ventos avaliados através da rosa dos ventos na
estação meteorológica, por mês do ano
Com a análise mensal da direção dos ventos podemos identificar que o existe
uma variação substancial da direção preferencial dos ventos em cada s do ano
aonde sempre temos ventos.
Figura 90 – Rosa dos ventos
Figura 91 – Rosa dos ventos direção e
velocidade dos ventos médias do período de
01/07/04 00:00h até 31/12/05 23:59h
202
janeiro
fevereiro
março
abril
maio
junho
julho
agosto
setembro
outubro
novembro
dezembro.
Figura 92 – Rosa dos Ventos avaliação mês a mês
203
5 CONCLUSÕES
A qualidade do ar da bacia rea monitorada pela rede de monitoramento em
questão, ao longo destes 18 meses, segundo os dados analisados, se manteve com
os níveis de SO
2
dentro dos parâmetros considerados bons pelo Índice de Qualidade
do ar (IQA) e atendendo ao padrão CONAMA 03/90, fato evidenciado em todas as
estações.
O comportamento dos gráficos dos dados meteorológicos se manteve dentro
dos padrões teóricos esperados, comprovando, através deste indicativo, a
confiabilidade dos analisadores.
As médias dos resultados dos parâmetros meteorológicos de radiação solar,
temperatura ambiente, pressão atmosférica e umidade relativa, pela avaliação dos
dados, não apresentaram correlações significativas de suas médias horárias com os
das médias das emissões de SO
2
, apesar da teoria científica indicar a existência de
possíveis correlações destes parâmetros meteorológicos com os de SO
2
,
identificamos, através da análise dos dados, que estes parâmetros não
proporcionaram alterações, que sejam percebidas nos gráficos de sazonalidade,
para o conjunto de fatores meteorológicos e para a realidade desta rede de
monitoramento. Porém este estudo não esgota a questão devendo as refinarias
investir um pouco mais nos estudos de sazonalidades relativos às correlações
destes parâmetros meteorológicos com os valores de SO
2
medidos.
As médias dos resultados dos parâmetros meteorológicos de precipitação
pluviométrica e velocidade escalar do vento apresentaram forte correlação negativa
com as médias das medições do parâmetro SO
2
, ou seja, quando acontecem chuvas
e/ou ventos fortes, os valores de SO2 apresentam significativa redução, podendo ser
204
demonstrado através dos gráficos a relevância destas influências nos resultados
aquisitados para o parâmetro SO
2
, pela rede de qualidade do ar.
Neste trabalho inicialmente não era possível entender o aumento dos valores
de SO
2
, a partir das 09:00h da manhã e redução a partir das 20:00h, assinatura
típica do poluente Ozônio; após uma pesquisa bem apurada identificamos neste
trabalho, a fundamental influência da direção do vento nos valores das médias
sazonais de SO
2
por hora do dia, onde identificamos na prática, através do estudo
da Rosa dos Ventos também por hora do dia, o papel crucial da brisa marítima e da
brisa terrestre, para a qualidade do ar da bacia aérea em questão, sentida de forma
bastante contundente pela rede de monitoramento de qualidade do ar.
Através de análises estatísticas das médias dos dados de qualidade do ar de
SO
2
, referentes aos dias da semana, inferimos que a redução percentual média das
do valores deste poluente, sentida nos seus analisadores instalados nas estações
de qualidade do ar, durante os finais de semana é de 21,42 % e que existe uma
maior redução nas médias de SO
2
nos dias de domingo com uma redução média de
25,08%, contra 17,75% nos sábados.
Estação 3 foi a que apresentou a maior redução das médias dos seus dados,
o percentual de redução foi 28,91 %; esta estação se localiza ao lado de uma
Rodovia de grande movimentação de veículos movidos a Diesel e esta Rodovia é
responsável por 4% das emissões de SO
2
das fontes móveis da região
metropolitana do Rio de Janeiro, conforme o inventário de fontes emissoras de
poluentes atmosféricos da região metropolitana do Rio de Janeiro (maio 2004),
disponível no site da FEEMA. Entendemos que estas reduções sentidas em todas as
estações são devido à diminuição do tráfego de veículos movidos a Diesel nos finais
de semana, principalmente nos dias de domingo, e também devido a empresas de
205
pequeno porte, situadas na região do entorno, que só operam em dias úteis e
algumas trabalhando inclusive aos sábados.
Segundo o inventário FEEMA, as emissões oriundas de veículos automotoras
nas principais vias estruturais e arteriais, consideradas fontes móveis, são
responsáveis na média por 12% das emissões de SO
2
da região metropolitana do
Rio de Janeiro, porém é
importante ressaltar que o inventário FEEMA de emissões
elaborado o abordou as fontes naturais, fontes de pequeno porte e as fontes de
baixo potencial poluidor, o
processo de desenvolvimento do inventário teve como
base a metodologia recomendada pelo Emission Inventory Improvement Program da
US-EPA (United States Environmental Protection Agency) para fontes estacionárias,
que foi a mesma metodologia utilizada para realização do inventário desta refinaria.
Após a identificação e respectiva classificação, cada fonte foi avaliada
segundo os métodos de estimativas de emissões constantes na metodologia EPA:
monitoramento contínuo de emissões, medição expedita de fontes, balanço de
massa, fatores de emissão, análise de combustível, modelos de estimativa de
emissões e julgamento de engenharia o que leva em algum momento
estabelecimento de estimativas numéricas que têm uma margem de erro. Como não
temos as informações das fontes de pequeno porte e as informações sobre a
redução média percentual do volume de veículos nos finais de semana, pela
concessionária da Rodovia em questão, o podemos fazer outras inferências a
respeito dos números encontrados.
O exame das sazonalidades dos dados meteorológicos e de qualidade do ar
dos meses do ano apresentou correlações que ajudam a explicar algumas das
variações dos valores das médias de SO
2
dos meses, segundo a análise das médias
mensais os meses de fevereiro, junho, agosto, outubro e novembro apresentaram
206
suas médias acima de 10% do valor da média geral de todos os meses e também
apresentaram valores de SO
2
acima da média de cada estação em pelo menos três
das quatro estações.
Os meses de janeiro e julho foram os que apresentaram os menores
percentuais das médias dos valores de SO
2
durante os 18 meses avaliados, 62,05%
e 75,43% respectivamente, estes meses tiveram altos índices de precipitação
pluviométrica, sendo que em julho a direção do vento não foi preferencialmente na
direção da sudeste, estas duas características apresentadas nestes meses,
conforme foi estudado, geraria realmente menores médias de SO
2
nas estações
de monitoramento de qualidade do ar. Devemos levar em consideração que o efeito
das brisas marítima e terrestre deve ser minorado em julho, pois não temos
aquecimentos e resfriamentos tão significativos como nos outros meses do ano, pois
este é o mês que apresentou os menores valores de temperatura ambiente e
radiação solar
O mês de fevereiro apresentou índice de precipitação pluviométrica
significativamente inferior ao dos meses de dezembro e janeiro, o que estaria fora do
padrão esperado e pode ter contribuído para o aumento das médias neste mês.
O mês de junho apresentou as menores médias de velocidade dos ventos de
todos os meses; baixos índices de: precipitação pluviométrica, baixa radiação solar
e temperatura ambiente; além de índices de pressão atmosférica acima da média
dos meses. É um mês frio, então propício à formação de inversões térmicas, ou seja,
fatores considerados desfavoráveis à dispersão atmosférica.
Agosto foi um mês de baixíssimas dias de índice de precipitação pluviométrica,
além de ser um s frio, portanto sujeito à formação de inversões rmicas, estes
fatores são considerados desfavoráveis à dispersão atmosférica.
207
Para outubro e novembro temos uma situação particular, são meses de
reconhecida estiagem, ou seja, pouca chuva o que prejudica à dispersão, porém não
temos uma avaliação gráfica perfeita de correlação negativa entre os parâmetros de
precipitação pluviométrica e média dos valores de SO
2
, porque os 18 meses de
análises envolvem dois segundos semestres do ano, pois o início de aquisição dos
dados aconteceu em 01/07/2004 e neste ano de forma atípica estes dois meses
foram de altíssimos índices de precipitação pluviométrica, chovendo muito em
poucos dias destes meses, aumentando a pluviometria, mas não reduzindo
significativamente as médias dos valores de SO
2
, o que está influindo na assinatura
do gráfico de precipitação pluviométrica de uma forma não muito característica.
Durante este trabalho não tivemos acesso aos dados relativos aos
parâmetros de camada de mistura, fundamentais, à avaliação de inversão térmica, a
estação meteorológica não possuía equipamentos que pudessem aquisitar estes
dados, entendemos que uma análise que inclua esta avaliação estamuito mais
completa.
Identificamos neste trabalho, que as análises sazonais dos dados de uma
rede de monitoramento de qualidade do ar são uma forte ferramenta de apoio à
gestão das emissões de SO
2
de uma refinaria de grande porte, através delas o
gestor de emissões de uma refinaria, que possua uma rede de monitoramento na
bacia aérea de sua área de influência, poderá de acordo com estas análises,
associadas às previsões meteorológicas, selecionar a data (hora, dia e mês) menos
impactante, para a bacia aérea envolvida, caso seja necessária uma intervenção
programada em seu Hardware, ou em caso de necessidade de uma parada não
programada o melhor horário do dia ou dia da semana para efetuar, por exemplo,
uma manutenção nas unidades, que possam gerar contribuição das emissões de
208
SO
2
, podendo também ajudar na elaboração de diagnósticos, que fortaleçam as
tomadas de decisão relativas ao planejamento ambiental estratégico das emissões
atmosféricas desta refinaria.
Através da análise sazonal desta série de dados, podemos inferir que se tiver
que se escolher um mês, para realizar uma intervenção no hardware desta refinaria,
que influencie no aumento das emissões de SO
2
, o s que probabilisticamente
causaria menos impacto à comunidade do entorno seria em janeiro. Se fosse uma
intervenção de dois dias, seria melhor que fosse ao final de semana, sendo uma
intervenção de um dia na semana, este dia seria um domingo. Havendo uma
intervenção de horas melhor é que seja entre o horário de 22:00h às 08:00h. Não
podemos esquecer que esta análise esta baseada em dados estatísticos, que nos
levam a acreditar que estas datas e horários, probabilisticamente são os que
causariam menores impactos à região do entorno, de acordo com o volume de
dados analisados.
209
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