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COX e/ou 5-LOX, como a Achillea millefolium, Echinacea angustifólia, Echinacea
purpurea, Hamamelis virginiana, Juniperus communis, Ledum palustre, Polygonum
aviculare, Sanguinaria canadensis e Tanacetum vulgare (BORCHERS et al., 2000).
Outras plantas revertem o processo inflamatório por atuarem em outros alvos como, por
exemplo, a Glycyrrhiza glabra que, além de inibir a atividade da COX, também promove
a inibição da atividade da enzima PLA
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, exibindo uma atividade comparável à
hidrocortisona. Além disso, a Glycyrrhiza glabra também inibe a formação de ROS
pelos neutrófilos no sítio inflamado (AKAMATSU et al., 1991; OKIMASU et al, 1983;
OHUCHI e TSURUFUJI, 1982). A Arnica montana, por sua vez, inibe um alvo central do
processo inflamatório: o fator de transcrição NF-kB, que resulta na supressão da
transcrição gênica de alguns mediadores pró-inflamatórios (MERFORT, 2003).
Muitas plantas que apresentam atividade antiinflamatória já tiveram os compostos
responsáveis por tal atividade isolados e caracterizados, como por exemplo, os
terpenos presentes na Matricaria recutita (os monoterpenos α-bisabolol e azuleno), na
Calêndula officinalis (os triterpenos taraxasterol e o lupeol), na Arnica montana (a
lactona sesquiterpênica helenalina), na Glycyrrhiza glabra (o triterpeno glicirrizina ou
ácido glicirrízico), no Rosmarinus officinalis (os triterpenos ácido ursólico, ácido
oleanólico e ácido micromerico), Salvia officinalis (o triterpeno ácido ursólico), na Cordia
verbenaceae (o sesquiterpeno α-humuleno), etc (ALTINIER et al., 2007; FERNANDES
et al., 2007; BLUMENTHAL, 2003; AKAMATSU et al., 1991; OKIMASU et al, 1983).
Cerca de 300 preparações de plantas medicinais destinadas ao tratamento de
doenças inflamatórias cutâneas, tiveram sua eficácia comprovada e seu uso tradicional
validado pela entidade reguladora de medicamentos da Alemanha (Comissão E), nas
quais estão incluídas a Arnica montana, Calendula officinalis, Matricaria recutita,
Echinacea sp., Sanguinária canadenses, Hammamelis virginiana, Aveno sativa, Aloe
Vera e Hypericum perforatum (MEYER et al, 2005; DATTNER, 2003; BEDI e
SHENEFELT, 2002). No entanto, grande parte das plantas utilizadas na medicina
tradicional ainda não foi submetida a estudos que comprovem sua eficácia e segurança
e o uso popular não é suficiente para validá-las como medicamentos eficazes e
seguros. Afinal, as plantas medicinais não se diferenciam de qualquer outro xenobiótico