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estava com o livro aberto a professora começou a chamar a atenção de alguns por
terem esquecido o livro ou por não estarem na página correta do livro.
Quando todos já estavam com seus livros abertos nas páginas corretas,
exceto os alunos que esqueceram os seus e não participaram da atividade proposta.
A professora começou a leitura do texto intitulado “Como se fosse dinheiro”, da
autora Ruth Rocha. Este texto trata do direito do consumidor em receber seu troco
em dinheiro e não em mercadorias. Fez-se então uma rodada de leituras com os
alunos, porém pela presença estranha, segundo a professora, eles estavam tímidos
e liam em um tom de voz muito baixo, audível apenas pelos mais próximos. Pela
demora em fazer a leitura os alunos se dispersaram, conversando e andando pela
sala. A professora pediu apenas que sentassem e continuou a leitura
individualmente, mesmo com a conversa dos demais atrapalhando o
desenvolvimento da atividade. Após esta rodada de leituras a professora prosseguiu
com os exercícios de interpretação do texto, fazendo apenas os mais técnicos,
deixando os exercícios que necessitavam de respostas e discussões mais
aprofundadas sobre o texto para um outro momento, sem maiores explicação sobre
a razão de tal decisão.
Aproveitando um exercício do livro a professora fez uma leitura da capa do
livro de Português com os estudantes, explicando onde ficava cada informação
sobre o livro, como nome dos autores, nome do livro e explicando a utilidade dessas
em nosso cotidiano. Os exercícios do livro eram respondidos no caderno da mesma
matéria, colocando a numeração da página onde estava o exercício e as respostas
eram passadas no quadro, copiadas do livro pela professora.
Os alunos alegaram que estava na hora do intervalo, então foram liberados e
lembrados de que após o intervalo deveriam permanecer no pátio, pois teriam aula
de Educação Física.
Após o intervalo os alunos aguardaram a professora de Educação Física,
Maria, no pátio. Ao chegar ela solicitou que as meninas e os meninos fizessem duas
filas e entre elas colocou uma fileira de colchonetes. Ensinou então a posição para
que as crianças fizessem cambalhotas, chamando sempre a atenção de quem não
seguia suas instruções.
A segunda atividade foi a seguinte: as meninas deveriam deitar nos
colchonetes e um menino por vez deveria rolar sobre elas. Quando todos os
meninos já haviam feito a atividade, trocaram os papéis, os meninos deitaram e as
meninas rolavam sobre eles, uma por vez. A nosso ver o objetivo de desenvolver
uma atividade de integração não existiu, já que os alunos fizeram a atividade por
obrigação e pela professora ser muito autoritária Neste momento a professora teve
um pouco de dificuldade em convencê-los a fazer a atividade. Ela também explicou
que a Educação Física era feita ali, pois a quadra por não ser coberta, poderia
oferecer algum risco a saúde das crianças.
Alguns alunos que estavam bagunçando durante a aula eram colocados de
castigo, um mais disperso foi retirado do pátio, levado até a sala dos professores e
obrigado a fazer a leitura de um livro, selecionado pela professora na biblioteca da
escola. Outro que estava dispersando a turma a professora colocou em um canto do
pátio em pé e este ficou lá durante todo o resto da aula.
A próxima atividade foi a brincadeira “coelhinho sai da toca”. As tocas eram os
colchonetes e as crianças deveriam aos trios trocar de toca, sempre correndo em