Download PDF
ads:
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA MADEIRA
DE Eucalyptus sp PARA UTILIZAÇÃO EM
PISOS
CINTIA PADILHA
2005
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
CINTIA PADILHA
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA MADEIRA DE Eucalyptus sp PARA
UTILIZAÇÃO EM PISOS
Dissertação apresentada à Universidade Federal
de Lavras como parte das exigências do
Programa de Pós-graduação em Engenharia
Florestal, área de concentração em Ciência e
Tecnologia da Madeira, para obtenção do título
de “Mestre”.
Orientador
Prof. Dr. José Tarcísio Lima
LAVRAS
MINAS GERAIS - BRASIL
2005
ads:
Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca Central da UFLA
Padilha, Cintia
Avaliação da qualidade da madeira de Eucalyptus sp para utilização em
pisos / Cintia Padilha. -- Lavras : UFLA, 2005.
59 p. : il.
Orientador: José Tarcisio Lima.
Dissertação (Mestrado) – UFLA.
Bibliografia.
1. Madeira. 2. Eucalipto. 3. Piso. 4. Qualidade. I. Universidade Federal de Lavras. II. Título.
CDD-681.7676
CINTIA PADILHA
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA MADEIRA DE Eucalyptus sp PARA
UTILIZAÇÃO EM PISOS
Dissertação apresentada à Universidade Federal
de Lavras como parte das exigências do
Programa de Pós-graduação em Engenharia
Florestal, área de concentração em Ciência e
Tecnologia da Madeira, para obtenção do título
de “Mestre”.
APROVADA em 28 de fevereiro de 2005
Prof. Dr. José Reinaldo Moreira da Silva UFLA
Prof. Dr. Francisco Carlos Gomes UFLA
Prof. Dr. José Tarcísio Lima
UFLA
(Orientador)
LAVRAS
MINAS GERAIS - BRASIL
Aos meus amados pais: Padilha e Rosa pelo grande apoio e
dedicação a mim doado, aos meus irmãos: Elaine, Giovani, Lilian e
Luciana (in memorian) pela amizade e carinho, a minha afilhada
Luana pela alegria.
OFEREÇO
Ao meu marido Wellington pelo amor, compreensão e paciência
que foram imprescindíveis para realização deste trabalho,
DEDICO
AGRADECIMENTOS
Á Universidade Federal de Lavras pelo incentivo e apoio.
Ao professor José Tarcísio Lima, pelos seus ensinamentos, amizade e orientação.
A empresa V & M pelo fornecimento do material estudado.
Ao professor Jose Reinaldo pela amizade e grande apoio desde o inicio de minha
formação acadêmica.
Aos colegas Clair, Daniela, Débora, Juninho, Sérgio, Adalberto, Vanete,
Graciane e Franciane.
Pela amizade e carinho de toda minha família: marido, pais, irmãos, sobrinha,
cunhados (Elisa e Claudio) e a todos os amigos que aqui encontrei durante todo o
percurso de minha formação.
Em especial minha irmã Lilian que me apoiou incondicionalmente em toda minha
trajetória em Lavras.
A grande amiga que conquistei em Lavras, Gleyce, simplesmente obrigado por
tudo: pela alegria, amizade, compreensão, por ser esta pessoa especial e
companheira.
Simone e Débora se for agora para agradecer o carinho e alegria que
compartilhamos.
As amigas de república: Ellem, Michele e Juliana, pelos ótimos dias que
passamos juntas.
A meus amigos da sociedade: Gleyce, Sheila, Débora, Simone, Edmilson,
Sandro, Nadia, Nélio, Luciano (Bodinho), Adauta, Elvis, Simone, Evandro e
Luis.
As pessoas que ajudaram no projeto: Ernani, Ubiratan, Aline, Tiago, Thiza e a
todas as pessoas que colaboraram diretamente ou indiretamente para realização
deste trabalho.
SUMÁRIO
RESUMO..................................................................................................................
i
ABSTRACT.........................................................................................................
...
ii
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................
1
2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................
3
2.1 Considerações gerais sobre o gênero Eucalyptus
e suas aplicações...................
3
2.2 Cultura do eucalipto no Brasil..........................................................................
3
2.3 Qualidade da madeira...................................................
......................................
5
2.3.1 Densidade.........................................................................................................
6
2.3.2 Propriedades mecânicas da madeira..................................................
8
2.4 Pisos de madeira.................................................................................................
9
2.4.1 Tipos de pisos de madeira................................................................................
11
2.4.2 Ensaio de simulação de piso de madeira em serviço.......................................
13
2.4.3 Acabamento superficial do piso de madeira..................................................
14
2.4.4 Padronização dos pisos de madeira................
.................................................
14
3 MATERIAL E MÉTODOS...................................................................................
17
3.1 Densidade...............................................................................
.............................
20
3.2 Ensaios mecânicos..............................................................................................
21
3.3 Ensaio de simulação de piso em serviço..........................................................
...
22
3.3.1Ensaio de impacto da bola de aço cadente........................................................
22
3.3.2 Ensaio de carga rolante....................................................................................
26
3.3.3 Ensaio de endent
ação causada por cargas aplicadas em pequenas áreas.........
27
3.4.4 Ensaio de atrito................................................................................................
28
3.5 Análises estatísticas.........................................
.................................................
29
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................................
31
4.1 Densidade.....................................................................................
.......................
31
4.2 Propriedades mecânicas......................................................................................
34
4.2.1 Dureza Janka.............................................................................................
.......
34
4.2.2 Compressão paralela às fibras..........................................................................
36
4.2.3 Flexão estática..................................................................................................
41
4.3 En
saios de simulação de pisos em serviço..........................................................
45
4.3.1Ensaio de endentação causada por cargas aplicadas em pequenas áreas..........
45
4.3.2 Ensaio de impacto da bola de aço cadente......................
.................................
47
4.3.3 Ensaio de carga rolante....................................................................................
50
4.3.4 Ensaio de atrito..............................................................................
.................
51
5 CONCLUSÕES.....................................................................................................
54
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................
55
i
RESUMO
PADILHA, Cintia. Avaliação da qualidade da madeira de Eucalyptus sp para
utilização em pisos. 2005. 59 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia
Florestal) – Universidade Federal de Lavras, Lavras.
*
As características físicas e mecânicas da madeira do eucalipto devem ser
estudadas para promover seu melhoramento e melhor utilização. Para que o
eucalipto se torne cada vez mais uma opção no mercado de pisos, além dessa
caracterização, é importante testar esta madeira em condições que simulem sua
utilização em serviço. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o
comportamento das madeiras de sete clones de Eucalyptus para pisos. A
densidade básica e os ensaios de flexão estática, compressão paralela às fibras e
dureza Janka foram executados para a caracterização sica das madeiras. Os
ensaios de aplicação de carga rolante, de atrito, de endentação causada por
cargas aplicadas em pequenas áreas e de impacto da bola de aço cadente foram
executados para simular o comportamento de pisos em serviço. Os resultados
mostraram que houve diferença estatística significativa entre clones e entre as
madeiras coletadas na região central e periférica do caule para a densidade
básica, para as propriedades mecânicas e para os ensaios que simulam o uso de
pisos em serviço, exceto para o ensaio de impacto da bola de aço cadente, que
não apresentou diferenças entre os clones. Assim, entre os sete clones e posições
de amostragem na tora, pôde-se identificar madeira potencialmente apta para
aplicação em pisos. Destas, as madeiras mais externas dos clones RB59, VM1 e
RB 121 apresentaram maiores densidades básicas, durezas Janka, resistência à
compressão paralela às fibras, módulos de ruptura e elasticidade, quando
comprimidas ou flexionadas. Os clones RB69 e RB67 apresentaram os menores
valores dessas propriedades. Quanto aos ensaios que simulam a aplicação de
pisos em serviço, as madeiras externas dos clones RB59, VM1 e RB121
apresentaram os melhores comportamentos frente aos ensaios de impacto com
bola de aço, carga rolante, atrito estático, atrito dinâmico e endentação por
cargas aplicadas sobre áreas pequenas.
Comitê de orientação: JoTarcísio Lima (orientador) UFLA; José Reinaldo Moreira
da Silva e Paulo Fernando Trugilho (Co-orientadores) - UFLA
ii
ABSTRACT
PADILHA, Cintia. Evaluation of the Eucalyptus wood quality for flooring
utilisation. 2005. 59 p. Dissertation (Master in Forest Engineering/Wood
Science and Technology) – Universidade Federal de Lavras, Lavras.
*
The physical-mechanical characteristics of Eucalyptus wood must be studied to
promote its improvement and better utilisation. In order that Eucalyptus
becomes a growing market alternative for flooring, beyond this characterization,
it is important to assess the behaviour of this wood in conditions that simulate its
use in service. So, the objective of this work was to evaluate the performance of
wood of seven Eucalyptus clones in use for flooring. The basic density and tests
of static bending, compression parallel to the grain and Janka hardness were
carried out for the wood basic characterisation. The tests of application of rolling
load, coefficient of friction, surface indentation from small area loads and
impact of the falling ball were carried out to simulate the behaviour of finish
flooring in service, all based on ASTM D 2394. The results showed that
significant statistical difference occurred between clones and between wood
from central and peripheral regions of the stem both for the physical-mechanical
and for the tests that simulate the application of the floor in service, except for
the test of the falling ball that did not present differences between clones. Thus,
for the seven clones and two positions of sampling in the log it was possible to
identify wood potentially able for use in flooring. From these, wood from
external region of the stems of clones RB59,VM1 and RB 121 presented higher
basic density, Janka hardness, compression strength parallel to the grain,
modulus of rupture and elasticity, when compressed or bended. The clones
RB69 and RB67 presented the lowest values of these properties. In terms of the
tests that simulate the use of the flooring in service, the external wood of the
clones RB59, VM1 and RB121 presented the best performance face to the tests
of impact of the falling ball, rolling load, static coefficient, dynamic coefficient
and surface indentation from small area loads.
Advising Committee: JoTarcísio Lima (Adviser) UFLA; José Reinaldo Moreira da
Silva e Paulo Fernando Trugilho (Co-advisers) - UFLA
1
1 INTRODUÇÃO
A utilização do Eucalyptus como fonte de matéria-prima para madeira
serrada tem crescido nos últimos anos. As restrições impostas ao uso de
madeiras provenientes de florestas nativas associadas à necessidade crescente de
diversificação das empresas florestais são os principais fatores para esse
aumento.
Existem muitas vantagens comparativas e competitivas para que o
eucalipto possa ser indicado como alternativa de oferta de madeira. Apesar da
maior parte das florestas de eucalipto ser utilizada para a produção de madeira
para usos tradicionais, como polpa celulósica e carvão vegetal, uma grande
parcela pode ser destinada a aplicações na construção civil como pisos.
Até os anos de 1980, o maior objetivo na implantação de uma floresta de
eucalipto era quase exclusivamente obter a máxima produção volumétrica.
Atualmente, também há uma crescente preocupação com a qualidade da madeira
produzida. Qualidade refere-se à característica, ou conjunto de características da
madeira, que justifica sua aptidão para um determinado uso. Para pisos cor,
desenho, dureza e abrasão são alguns aspectos importantes na definição dessa
qualidade.
A madeira sempre ocupou lugar de destaque entre os diversos materiais
usados pelo homem para muitas aplicações na construção civil. O assoalho de
madeira, por ser extremamente aconchegante, torna esse material muito
apreciado em ambientes residências e comerciais.
Apesar da grande diversidade de madeiras tropicais brasileiras
disponíveis no mercado, poucas espécies são destinadas para pisos. Entre essas
podem ser citadas cumaru, jatobá, peroba-rosa e ipê. Essas madeiras apresentam
alta qualidade para a finalidade em questão, mas são caras e nem sempre
encontradas em dimensões padronizadas.
2
Para empregar a madeira de Eucalyptus em larga escala para pisos é
necessário avaliar suas características, seu comportamento em serviço e
estabelecer padrões para a sua normalização, bem como propor sua adequada
utilização. Isso pode significar um diferencial no mercado atual de assoalhos,
tanto para agregar valor ao produto como para garantir qualidade ao consumidor.
Atualmente, existem poucos estudos que testam a madeira simulando o
piso em serviço. Um desses, foi o trabalho desenvolvido por Shedley (2002)
com madeira de Eucalyptus globulus de seis e oito anos de idade, plantados no
oeste da Austrália. De acordo com seus resultados, painéis de três lâminas
produziram pisos de alta qualidade.
Este trabalho teve como objetivo avaliar a adequação das madeiras de
sete clones de Eucalyptus para pisos.
3
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Considerações gerais sobre o gênero Eucalyptus e suas aplicações
O gênero Eucalyptus pertence à família Myrtaceae e possui mais de 600
espécies, variedades e híbridos. Ocorre em uma gama de condições ambientais
que vão desde áreas pantanosas até muito secas, solos de baixada de alta
fertilidade a solos arenosos muito pobres. Além disso, ocupa ambientes
altamente variáveis, tanto em termos de precipitação quanto de temperaturas.
Toda essa diversidade ambiental concentra-se, principalmente, no continente
australiano, apresentando também ocorrências na Indonésia e ilhas adjacentes
(Assis, 1996).
O eucalipto vem sendo utilizado, na indústria de serraria, em países
como Austrália, África do Sul, Argentina e Chile. Nestes países, onde os
recursos florestais são abundantes, principalmente as florestas plantadas,
habitações são construídas inteiramente com madeira e seus derivados. O Brasil
utiliza madeira serrada de eucalipto cerca de cem anos, mas em pequena
quantidade. cerca de 10 anos, iniciou-se a produção em escala mais ampla
(Lima, 1999). De acordo com Flynn (2003) o Brasil aparece como o segundo
país fornecedor, com 19% do mercado mundial de madeira serrada de eucalipto
(a Austrália é o principal fornecedor com 53% do mercado mundial). Parte da
madeira exportada pelo Brasil se destina a pisos. A madeira serrada de eucalipto
(solid wood) representa menos de 2% do mercado mundial de serrados
(Flynn, 2003).
2.2 Cultura do Eucalyptus no Brasil
A introdução da eucaliptocultura no Brasil, para a produção de madeira,
partiu da iniciativa privada, no início do século XX, procurando resolver
principalmente seus problemas de origem energética. A expansão da
4
eucaliptocultura originou-se das informações resultantes dos estudos
desenvolvidos pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro (Costa, 1961). O
Dr Edmundo Navarro de Andrade, trabalhando no Departamento Florestal dessa
companhia, testou diversas espécies de Eucalyptus de origem australiana, nos
hortos florestais de Jundiaí e Rio Claro.
Segundo Gaiotto (1993), em 1960, era estimado que as plantações de
eucalipto no Brasil ocupavam uma área de 560.000 ha, com 447.000 ha em o
Paulo, 60.000 ha em Minas Gerais, 34.000 ha no Rio Grande do Sul, Santa
Catarina e Paraná e 19.000 ha distribuídos entre outros estados. As espécies
eram: E. saligna (32%), E. alba (18%), E. citriodora (14%), E. terenticornis
(12%), E. grandis (9%), E. paniculata (6%); E. robusta, E. botryoides, E.
resinifera, E. camaldulensis, E. propinqua, E. pimetata e outras (9%). Estas
plantações destinavam-se à produção de lenha, carvão para siderurgia, postes,
moirões de cerca, estacas para fundações de edifícios, dormentes, escoras de
minas, chapas de fibras, pasta celulósica e papel. Os dados sobre área plantada
de eucalipto no Brasil até o ano de 2000 podem ser observados na Tabela 1.
TABELA 1 Área plantada de eucalipto no Brasil até o ano de 2000.
Estado Área plantada de Eucalyptus (ha)
Minas Gerais 1.535.290
São Paulo 574.150
Bahia 213.400
Espírito Santo 152.330
Rio Grande do Sul 115.900
Mato Grosso do Sul 80.000
Paraná 67.000
Pará 45.700
Santa Catarina 41.550
Amapá 12.500
Outros 128.060
Total 2.965.880
Fonte: SBS, 2001
5
Com pouco tempo de pesquisa, a história do eucalipto no Brasil começa
a ser mudada. O eucalipto, que era considerado como uma madeira de péssima
qualidade, sendo responsável por extenuar os solos e consumir grande
quantidade de água, passou a ser considerado como uma alternativa de madeira
de qualidade que pode ser aplicada em pisos, móveis e na construção civil em
geral.
2.3 Qualidade da madeira
A qualidade de uma madeira está diretamente relacionada às suas
características físicas, químicas, mecânicas e anatômicas, uma vez que a
combinação delas irá definir a melhor forma de utilização. Para avaliar sua
qualidade, é importante definir para qual uso a madeira será destinada
(Moura, 2000); identificar e quantificar os fatores que afetam essa madeira, além
de avaliar seus efeitos frente aos processos industriais e na qualidade do produto
final. Para a obtenção de uma madeira com qualidade superior para a utilização
em pisos é necessário considerar a espécie que será utilizada, bem como toda a
cadeia produtiva, desde o plantio até produto final.
Os defeitos prejudicam a resistência mecânica, o aspecto e a
durabilidade da madeira. Eles podem provir da constituição do tronco ou do
processo de preparação das peças (Pfeil, 1978). São considerados defeitos: nós,
tortuosidades do tronco, bifurcação, conicidade acentuada, sapopemas, sulcos,
grãs irregulares, crescimento excêntrico, madeira de reação, tecido de
cicatrização, rachaduras, apodrecimentos e perfurações
(Burguer & Richter, 1991).
6
2.3.1 Densidade
Como parâmetro de aferição da qualidade, a densidade básica da
madeira possui ampla aceitação pelo fato de estar correlacionada com diversas
características e propriedades de uso do produto final, além da simplicidade de
sua determinação. É também uma característica passível de melhoramento, por
apresentar alto valor de herdabilidade e variabilidade entre indivíduos
(Ruy, 1998).
A densidade da madeira é definida como a massa contida numa unidade
de volume. Dentre as várias maneiras de se expressar a densidade da madeira,
uma das mais práticas é a densidade básica, que é a relação entre a massa
absolutamente seca da madeira e o seu volume verde.
Demuner & Bertolucci (1994) relataram a importância da densidade
básica citando o exemplo da Aracruz Florestal S/A, que utilizando dados de
densidade básica da madeira para seleção de matrizes para plantios clonais,
obtiveram aumento significativo na produtividade e na uniformidade da floresta.
Dentre as propriedades da madeira, a densidade pode ser considerada
boa indicadora da sua resistência mecânica. De modo geral, quando a densidade
aumenta, a resistência mecânica também aumenta. Entretanto, essa relação pode
variar entre as diferentes propriedades e espécies, devido às diferenças na
composição celular e no teor de extrativos. Lima et al., (1999) constataram que a
densidade é um bom preditor da resistência à compressão paralela às fibras, e
ainda, que sua influência é mais forte nas propriedades de resistência do que nas
propriedades elásticas. Rocha (1994) ressalta que não se deve afirmar de
imediato que quanto mais densa for a madeira, mais resistente ela será, porque a
organização e dimensões dos elementos podem também exercer influências.
7
Lima et al., (1999) constataram que a variação radial da densidade
básica é maior na base das árvores que em partes mais altas e que as diferenças
no sentido radial possuem maiores proporções que as diferenças longitudinais.
A partir de estudos sobre o uso adequado da densidade básica como
índice de qualidade da madeira de eucalipto, Foelkel et al., (1990) alertaram que
o componente espécie é muito importante no processo, pois, madeiras de
espécies diferentes e que apresentem o mesmo valor de densidade não são
anatomicamente ou tecnologicamente semelhantes.
As variações na densidade da madeira são ocasionadas pelas diferenças
na sua estrutura e devido à presença de constituintes estranhos. A estrutura da
madeira é caracterizada por quantidades proporcionais de diferentes tipos de
células, tais como fibras, traqueídeos, raios, canais de resina e pelas suas
dimensões, especialmente no que diz respeito à espessura das paredes celulares
(Kollmann & Côté, 1968). As densidades de algumas madeiras utilizadas para
piso podem ser observadas na Tabela 2.
TABELA 2 Densidade de madeiras usualmente utilizadas em assoalho
Nome vulgar Nome cientifico
Densidade aparente
(g/cm
3
)
Cumarú Dipteryx odorata 0,89
Jatobá Hymenaea sp 1,08
Pau-marfim Balfourodendron riedelianum 0,84
Cabriúva vermelha
Myroxylon balsamum 0,91
Roxinho Peltogyne recifensis 1,13
Peroba-rosa Aspidosperma polyneuron 0,79
Ipê Tabebuia sp 1,01
Fonte: IPT s/d
8
Ferreira e Kageyama (1978) concluíram que a definição da densidade
básica da madeira depende diretamente do produto final desejado e da
tecnologia a ser empregada. Para eles, o setor florestal produzir uma madeira, de
maior ou menor densidade, dependendo da demanda do setor industrial.
2.3.2 Propriedades mecânicas da madeira
Segundo Lima et al., (1983), as propriedades mecânicas da madeira são
a expressão de seu comportamento quando submetidas à ação de forças externas.
Essas propriedades são fundamentais para o uso da madeira como material de
construção, principalmente no atendimento das exigências relativas aos esforços
na sua utilização estrutural.
Davis et al., (1964) conceituam a resistência, num sentido amplo, como
sendo a capacidade de uma peça de se opor à ruptura ou à deformação excessiva.
A elasticidade é considerada como uma propriedade que um corpo sólido possui
de retornar ao seu estado inicial, de forma e tamanho, quando o esforço causador
dessa deformação é removido (Kollmann & Côté, 1968).
As propriedades relacionadas à resistência da madeira são: resistência à
flexão que é também denominada módulo de ruptura, resistência à compressão,
resistência à tração, cisalhamento, dureza, entre outras. Já as propriedades
relacionadas com a elasticidade da madeira o: módulo de elasticidade,
coeficiente de Poisson, plasticidade e resiliência (Kollmann & Côté, 1968).
A madeira de eucalipto atende às mais diferentes exigências quanto às
propriedades mecânicas. A grande variação dessas propriedades na direção da
medula-casca em um tronco está relacionada à formação de madeira juvenil que
se caracteriza por apresentar empenamentos, resistência mecânica muito inferior
àquelas da madeira adulta e excessiva contração longitudinal (Adorno, 2002).
A dureza da madeira é um importante índice de qualificação quando ela
é empregada em situações como em pisos. A dureza Janka, amplamente
9
utilizada, consiste em fazer penetrar na madeira uma esfera de aço de 1 cm
2
de
área diametral até a profundidade de seu raio (ABNT, 1997).
2.4 Pisos de madeira
Pode-se definir como piso uma superfície qualquer, contínua ou
descontínua, construída com a finalidade de permitir o trânsito pesado ou leve
(Silva & Bittencourt, 2002). Para a escolha de um piso existem vários fatores
que, segundo esses autores, devem ser considerados:
estética: o pavimento deve ficar em harmonia com o ambiente;
economia: o custo do material para o piso tem que ser levado em
consideração, bem como o desgaste, a conservação e a manutenção
deste piso;
qualidade: resistência ao trânsito e inalterabilidade (cor, dimensão),
entre outras características;
segurança: o piso deve possuir características como: ser antiderrapante,
silencioso, atóxico e duradouro.
O piso de madeira, por ser aconchegante, é um dos mais procurados para
ambientes de interiores. No Brasil, pode ser confeccionado a partir de vários
tipos de madeiras, como jatobá, cumaru, óleo bálsamo, cabreúva, peroba, ipê e
eucalipto.
Assim como no Brasil, em outros países da América do Sul que
cultivam Eucalyptus em larga escala, observa-se a necessidade de produtos com
maior valor agregado. Segundo Acosta (1998), a Argentina, Uruguai, Chile e
Paraguai favorecem o emprego do eucalipto como matéria-prima em indústrias
para atender ao mercado de pisos (Acosta, 1998).
Obino (1996) comenta que, em pesquisas, têm sido percebidas
demandas por pisos, com grande ênfase no mercado internacional. Segundo ele,
a madeira produzida em florestas plantadas, incluindo eucalipto, deve buscar
10
algumas características com relação à sua qualidade para obter sucesso na sua
colocação no mercado. Essas características são: estabilidade após secagem,
homogeneidade quanto à cor e a propriedades físico-mecânicas, aptidão para
recebimento de acabamentos e boa adaptação às linhas de produtos compostos.
Segundo Shield (1995), a conversão da floresta, de geradora de fibra
supridora de madeira sólida à tecnologia aplicável faculta a utilização de
material de pequenas dimensões, oriundo de toras finas, para a manufatura de
uma ampla gama de produtos, tais como tábuas para assoalho, tacos e mosaicos
e painéis laminados. Em condições padrão de processamento para a indústria de
fibras, as porções de menor diâmetro da madeira são, muitas vezes, deixadas no
campo e utilizadas apenas como material de decomposição e gerador de matéria
orgânica para plantios futuros.
Gresham (1995) destaca que a fatia de mercado na qual melhores e mais
rápidos resultados podem ser alcançados é a de produtos de maior grau de
processamento como pisos, móveis e revestimentos, nos quais diversos fatores
favorecem o uso de madeira de reflorestamento. Esses produtos são menos
seletivos quanto à espécie utilizada, ajustam-se perfeitamente ao uso de
dimensões menores e aceitam madeira laminada colada, tanto lateralmente como
em emendas de topo (“finger joint”).
Algumas espécies de eucaliptos são recomendadas para o uso de
assoalhos de madeira. Segundo Nogueira (1991), pode-se utilizar nove espécies
destacando-se E. cloeziana, E. grandis e E. citriodora. Englerth (1966) cita
propriedades da madeira importantes para o piso, como a resistência à
compressão, a resistência à abrasão, a absorção do som e a sensibilidade térmica.
Segundo Silva (2002) pisos de residências e escritórios estão sujeitos a
pequeno desgaste, enquanto os pisos industriais expõem-se a condições severas.
Esse desgaste é devido principalmente, a danos mecânicos, mas pode também
11
ser acelerado por ataque químico. Para um desgaste muito intenso, exige-se uma
superfície muito dura (Silva, 2002).
2.4.1 Tipos de pisos de madeira
As propriedades mecânicas de um piso devem ser levadas em
consideração no momento da escolha da espécie e tipo de piso que será
utilizado. Na Tabela 3 pode-se observar valores de dureza em espécies
usualmente utilizadas para assoalho.
TABELA 3 Valores de dureza em espécies usualmente utilizadas para piso.
Nome vulgar Nome científico Dureza Janka (N)
Roxinho Peltogyne recifensis 13739
Ipê Tabebuia sp 10806
Jatobá mirin Guibourtia humenifolia 10689
Jatobá Hymenaea sp 10463
Cabreúva- vermelha
Miroxylon balsamum 10140
Cumaru Dipteryx odorata 9787
Sucupira Diplotropis purpurea 9541
Muiracatiara Astronium lecointei 7737
Pau marfim Balfourodendron riedelianum 6835
Perobinha Aspidosperma sunbincanum 6080
Amendoim Pterogyne nitens 5972
Eucalipto Eucalyptus grandis 5687
Amêndola Mimosa scabrella 4971
Carvalho-americano Quercus Alba 4001
Fonte: DIMAD/IPT/USP (2004)
As características específicas de cada um dos principais tipos de pisos de
madeira encontrados no mercado variam bastante, apesar da semelhança entre
eles após a instalação. A Tabela 4 identifica alguns tipos de piso de madeira.
12
TABELA 4 Principais tipos de pisos de madeira encontrados no mercado
Assoalho
O que é Réguas de madeira maciça com comprimento, espessura e
larguras variáveis.
Instalação
Diretamente sobre contrapiso por barroteamento.
Lateralmente, as peças são encaixadas.
Características
Durabilidade e acabamento. A colocação pode ser feita
também em diagonal. É necessário, no entanto, observar se
a espessura das réguas não vai colocar piso e portas em
desnível.
Carpetes de madeira
O que é Lâminas de madeira com base de compensado com cerca
de 7 mm de espessura e dimensões variáveis.
Instalação
Tipo flutuante (as lâminas são assentadas sobre manta
plástica e fixadas lateralmente por colagem).
Características
Podem ser instalados sobre pisos já existentes. Podem
riscar com facilidade, não sendo indicados para áreas de
circulação intensa.
Laminados
O que é
Réguas de material composto, com cerca de 8 mm de
espessura, prensados e resinados, reproduzindo na
superfície padrões de madeira.
Instalação
Réguas fixadas entre si por colagem e apoiadas no piso.
Características
Possui encaixe lateral entre as peças e pode também ser
instalado sobre pisos já existentes.
Tacos e parquetes
O que é
Tacos: pequenas placas de madeira maciça com tamanhos
variáveis.Parquetes: placas compostas por pequenos tacos
rejuntados, formando mosaicos.
Instalação
Colagem sobre o contrapiso.
Características
Atualmente, colas especiais tornaram a fixação mais
resistente, diminuindo o risco das peças descolarem.
Fonte: Revista Folha (1998).
13
2.4.2 Ensaio de simulação de piso de madeira em serviço
A norma ASTM D2394-83 prevê métodos padrões para simulação de
piso de madeira em serviço. Os métodos de ensaio apresentados por esta norma
podem ser usados para comparar diferentes pisos, bem como a sua resistência a
cargas de serviços severas e pouco severas. Os ensaios apresentados pela norma
são: ensaio de impacto da bola de aço cadente, ensaio de carregamento e ensaio
de endentação pelo rolo e ensaio de atrito, entre outros (ASTM, 1994).
O ensaio de impacto da bola de aço cadente consiste em simular o
impacto de pequenos objetos sobre o piso. Outro tipo é o ensaio de carregamento
que visa obter a medida do dano na superfície da amostra a repetidas forças de
rolagem. Este ensaio simula a força aplicada no piso quando arrastam-se caixas,
pianos, aparelhos e objetos pesados. o ensaio de endentação pelo rolo visa
simular o desgaste ocorrido no assoalho, provocado por pequenos objetos
pontiagudos que podem aplicar uma carga concentrada numa área muito
pequena, por exemplo, por salto alto de sapato feminino.
Carmo (1996) estudou a aptidão de seis espécies de eucalipto visando a
confecção de assoalhos residenciais. Testes como ensaio de carregamento, carga
de impacto, ensaio de endentação entre outros foram feitos nesse estudo e as
espécies consideradas promissoras formam Eucalyptus citriodora e Eucalyptus
maculata. Na Austrália, a adequação da madeira de Eucalyptus globulus para a
utilização em pisos foi estudada por Shedley (2002). Trabalhando com pisos de
três laminas, o pesquisador constatou que madeiras de árvores de seis e oito anos
de idade produziram pisos de melhor qualidade do que árvores com 10 anos.
Segundo ele, as razões seriam menores tensões de crescimento e menor número
de nós soltos produzidos nas árvores mais jovens.
14
2.4.3 Acabamento superficial do piso de madeira
Todo produto cuja matéria-prima constitui-se de madeira necessita de
um bom tratamento, a fim de proteger o mesmo contra as diversas condições
ambientais e de uso. Com um acabamento satisfatório tem-se como garantia a
durabilidade e a estética do produto ao longo do tempo (Tintas Coral, 1994).
A preparação propriamente dita da superfície é de primordial
importância em acabamento da madeira. Normalmente, o filme de acabamento
ou revestimento não elimina os defeitos e sim os torna mais evidentes. Riscos
superficiais ou imperceptíveis em madeira ao natural podem se tornar nítidos
com acabamentos brilhantes (Watai, 1995).
Normalmente, pensa-se que a aplicação dos produtos de acabamento
para madeira inicia-se na sua deposição sobre a peça, mas nota-se que atividades
devem ser cuidadosamente controladas para que os resultados obtidos sejam
satisfatórios. Dentre todas as atividades necessárias ao acabamento, pode-se
destacar a vistoria das condições da superfície de ancoragem (determinada pela
preparação), o preparo do produto, a regulagem dos equipamentos e a aplicação
propriamente dita. Após a execução de todas estas atividades, é possível obter
uma boa qualidade do produto final (Compendio..., 1992).
2.4.4 Padronização dos pisos de madeira
O estabelecimento da normalização como uma linguagem comum para a
sociedade é um processo complexo e envolve um sem-número de aspectos da
vida econômica (Dias, 1998). Neste domínio estão incluídos, entre muitos
outros, a fixação de condições para cálculos ou projetos, para o emprego de
materiais e produtos industriais, para a segurança na execução ou uso de obras,
equipamentos ou instalações; as condições básicas para a aceitação ou
recebimento de matérias-primas, produtos semi-acabados ou acabados; o método
15
de ensaio; a padronização e uniformização de características de elementos de
construção, aparelhos, produtos industriais, desenhos e projetos; a terminologia,
classificação e convenções gráficas para conceitos, grandezas e sistemas
(Dias, 1998).
De acordo com Lobo (2001) avaliação da conformidade entende-se a
implementação de uma sistemática, com regras preestabelecidas e devidamente
acompanhadas e avaliadas, que propicie adequado grau de confiança de que um
produto, processo ou serviço atende aos requisitos de uma norma ou
regulamento técnico. O mecanismo de avaliação da conformidade mais
comumente utilizado e conhecido é a certificação. A certificação caracteriza-se
pela existência de uma terceira parte independente entre o produtor e o
consumidor. A declaração de primeira parte ou declaração do fornecedor, cuja
implantação no Brasil vem sendo processada é, também, muito praticada nos
Estados Unidos da América e na Europa (Lobo, 2001).
No Brasil, existem 45 programas de avaliação da conformidade de
produtos de caráter compulsório e 82 de caráter voluntário. As estruturas de
credenciamento de organismos de avaliação da conformidade e de laboratórios
de calibração e de ensaios, coordenadas pelo Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), são as únicas da América Latina
reconhecidas internacionalmente, o que representa uma vantagem competitiva
para as empresas brasileiras (Lobo, 2001).
Quanto à comercialização no mercado externo, Silva et al., (1998)
relatam que os principais mecanismos de compra e venda de produtos ocorrem
em bolsas de mercadorias. O comércio internacional de produtos requer, cada
vez mais, a padronização e a homogeneidade do bem negociado. Um importante
passo para a madeira serrada brasileira é seu enquadramento como commodity,
que garantirá bons resultados no mercado mundial. Para isso, a madeira ou
produto à base de madeira deve atender aos requisitos de uma commodity, isto é,
16
representar produtos e serviços altamente padronizados, dentro de uma certa
variedade ou classificação, que não possam ser diferenciados segundo a empresa
produtora. Isto facilita a comercialização e permite que os compradores
adquiram o produto dos fornecedores que ofereçam melhores preços. Os
produtores de madeira de eucalipto, que visam crescer no mercado externo,
devem se preocupar em atender a essas adequações (Carvalho, 2000).
Os trabalhos de pesquisa constataram a escassez de normalização técnica
específica para pisos de madeira no Brasil. Somente uma norma diz respeito à
"execução de soalho de tacos de madeira", limitando-se às dimensões das juntas
entre 1,2 e 1,5 mm (http://www.imape.com.br).
Adequadas práticas de gestão da qualidade, normalização, metrologia e
avaliação da conformidade podem representar um grande diferencial do produto
no mercado consumidor.
17
3 MATERIAL E MÉTODOS
Para o presente estudo foram utilizados sete clones de Eucalyptus
grandis, com idade de oito anos que estavam disponíveis em área experimental
da empresa Vallourec & Mannesmann Tubes (V & M) de Paraopeba-MG.
Selecionaram-se cinco árvores por material genético. O diâmetro a 1,30
metros de altura no tronco e a altura total de cada árvore foram medidos. Na
Tabela 5 são apresentados os valores médios das dimensões por material
genético. Após o abate, mediu-se o fuste e foram cortadas as três primeiras toras
de três metros de cada árvore, conforme ilustrado na Figura 1.
TABELA 5 Valores médios de diâmetro a 1,30m e altura total da árvore por
material genético.
Diâmetro (cm) Altura (m) Material
genético
Média CV (%) Média CV (%)
MN304 24,03 6,14 31,42 1,42
MN463 22,09 2,94 31,42 2,51
VM1 22,35 8,02 27,10 2,19
RB59 22,85 3,18 30,83 1,26
RB67 23,17 6,53 28,79 2,32
RB69 22,35 5,73 30,76 2,48
RB121 21,84 4,79 31,12 1,04
18
FIGURA 1 Esquema do material e métodos
As toras foram transportadas para a Unidade Experimental de Desdobro
e Secagem da Madeira do Departamento de Ciências Florestais da Universidade
Federal de Lavras, onde foram desdobradas tangencialmente. As tábuas foram
então classificadas segundo sua posição nas toras em centrais e externas. A
seguir foram secas em estufa convencional, seguindo o programa de secagem
elaborado por Barbosa (2003) apresentado na Tabela 6.
7 materiais
genéticos
3 toras/árvore
Desdobro
Secagem

Peso constante em
condições controladas

Avaliação
dos resultados

Caracterização geral
da madeira
Avaliação
do
piso
5 árvores
por material
Ensaios em piso
de madeira
19
TABELA 6 Programa de secagem elaborado para madeiras dos clones de
Eucalyptus (Barbosa, 2003).
Umidade da madeira
(%)
TS
(
0
C)
TU
(
0
C)
UR
(%)
UE Potencial
de secagem
Aquecimento 40 39 94 22,0 -
U>35 40 38 85 17,0 2,00
30 40 35 75 13,6 2,20
25 48 42 70 11,5 2,17
20 56 47 62 9,5 2,10
15 60 46 44 6,5 2,30
14 66 50 43 6,0 2,30
Uniformização 66 60 74 11,5 -
Condicionamento 66 62 82 13,5 -
TS = Temperatura de bulbo seco, TU = Temperatura de bulbo úmido,
UR = Umidade relativa do ar, UE = Umidade de equilíbrio, U = Umidade.
O programa geral utilizado na secagem do material genético em estufa
convencional foi um programa suave, apresentando uma secagem lenta, como
pode ser observado na Figura 2.
20
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 96 192 288 384 480 576 672
Tempo (h)
Umidade (%)
FIGURA 2 Diagrama da secagem
A secagem iniciou-se com umidade de 81%. Para atingir a umidade de
equilíbrio de 10% , foram necessárias 656 horas ou, aproximadamente, 27 dias.
O condicionamento para aliviar as tensões e para a obtenção de um
melhor resultado na secagem do material teve uma duração de 18 horas.
Para a caracterização física da madeira foi determinada a densidade
básica, conforme descrito a seguir.
3.1 Densidade básica
Determinou-se a variação da densidade na parte externa e central do
tronco em corpos-de-prova confeccionados a partir da 3
a
tora da árvore. O
material foi saturado em água e determinou-se o volume pelo método de imersão
em água.
21
Os corpos-de-prova foram secos em estufa a 105 + 2
0
C até atingirem
massa constante. Atingindo essa condição foram pesados em balança eletrônica
de precisão. A densidade básica é dada pela relação entre massa da amostra
absolutamente seca e o volume da amostra verde (ABNT, 2003).
Vv
Ms
DB =
(1)
Em que: DB = densidade básica (g/cm
3
)
Ms = massa seca (g)
Vv = volume verde (cm
3
)
3.2 Ensaios mecânicos
Os ensaios mecânicos de flexão estática e compressão paralela às fibras
foram realizados em máquina universal de ensaios EMIC de 30 toneladas de
capacidade, seguindo norma da American Society for Testing and Materials
ASTM D143 94 (1997). O ensaio de dureza Janka foi realizado em
concordância com a norma British Standard (1957).
Os corpos-de-prova estavam livres de defeitos visando à obtenção de
dados comparativos das propriedades. Antes da preparação dos corpos-de-prova
para serem testados na condição climatizada, o material foi levado praticamente
à massa constante pela estocagem sob condição controlada de temperatura
(20°C ± 3°C) e umidade relativa (65% ± 2%).
O teste de flexão estática determinou o módulo de elasticidade (MOE) e
o módulo de ruptura (MOR). O tamanho do corpo-de-prova foi 25x25x410 mm
e a velocidade do ensaio de 1,3 mm/min, sendo a distância entre os apoios na
máquina de ensaio de 360 mm.
22
O teste de compressão paralela às fibras determinou o modulo de
elasticidade em compressão paralela às fibras (MOEc) e a resistência à
compressão (RC). O tamanho do corpo-de-prova foi de 25x25x100 mm e a
velocidade do teste foi de 0,3 mm/min.
O ensaio de dureza Janka foi realizado com corpo-de-prova de
25x25x100mm e a velocidade do teste foi de 6,35 mm/min.
3.3 Ensaios de simulação de pisos em serviço
Os ensaios para simular pisos de madeira em serviço seguiram a norma
ASTM D 2394-83 (1994) com algumas modificações. Esta norma descreve
como deve ser executado o ensaio de impacto da bola de aço cadente, ensaio de
carga rolante, ensaio de endentação causada por cargas aplicadas em pequenas
áreas (ensaio do rolo) e ensaio de atrito.
Os equipamentos utilizados para os ensaios simulados foram
confeccionados pela Universidade Federal de Lavras e serão descritos
detalhadamente a seguir.
3.3.1 Ensaio de impacto da bola de aço cadente
O equipamento é constituído por uma base de ferro plano e liso com
doze subdivisões de altura de forma crescente entre 15 cm e 180 cm (Figura 4).
O equipamento possui um eletroímã para segurar e liberar a unidade de impacto
(bola de aço). Essa bola possui 51 mm de diâmetro e massa de 535 g.
O teste consiste em deixar cair de diferentes alturas a unidade de
impacto sobre uma folha de carbono colocada sobre a amostra de 120 x 420 mm.
Após o impacto da bola mediu-se com um paquímetro o diâmetro
deixado na superfície da madeira. Através da equação 7 pôde-se calcular a
profundidade de endentação. O esquema que serviu de base para a determinação
23
da profundidade de endentação pode ser observado na Figura 3. Os pares de
profundidade-altura foram ajustados a uma equação de primeiro grau, o valor
previsto de endentação produzido pela queda de 180 cm é tomado como índice
de resistência à endentação.
FIGURA 3 Esquema da relação entre diâmetro e profundidade
Madeira
Vista de
frente
R
R
r
r
Vista de
topo
Calota
P
Esfera de aço
X
Madeira
24
Para se determinar a profundidade de endentação causada pela queda da
bola foi desenvolvido o seguinte raciocínio, que relaciona o diâmetro da esfera
com o diâmetro da marca deixada por ela na superfície da madeira:
X
R
P
=
(2)
X
D
P =
2
(3)
222
r
X
R
+
=
(4)
2
2
2
2
2
22
=
dD
X
(5)
4
22
dD
X
= (6)
Substituindo a equação 6 na equação 3 temos:
42
22
dDD
P
=
(7)
Em que:
P: profundidade de endentação
D: diâmetro da bola de aço
d: diâmetro deixado na superfície da madeira após a queda da bola
R = raio da esfera
r = raio da calota
25
FIGURA 4 Aparelho para ensaio de impacto da bola de aço cadente
26
3.3.2 Ensaio de carga rolante
O aparelho utilizado para o ensaio de carga rolante (Figura 5) é
constituído por uma esteira longitudinal de 1,5 m onde foi colocado um carro
que desliza sobre trilhos. Este carro possui três rodas e foi construído de forma
que apenas uma roda central com carga de 890 N passasse sobre a amostra,
provocando uma marca.
O ensaio consiste em rolar uniformemente o carro sobre corpo-de-prova
de 70 mm x 210 mm e medir a profundidade deixada. A profundidade produzida
por repetidas viagens é o índice de resistência do piso. Esta profundidade foi
medida com um micrômetro na 10
a
, 25
a
e 50
a
viagens; mediu-se também a
profundidade residual que permanece na amostra uma hora após a finalização do
teste.
FIGURA 5 Equipamento para ensaio de carga rolante
27
3.3.3 Ensaio de endentação causada por cargas aplicadas em pequenas
áreas (ensaio do rolo)
O ensaio de endentação causada por cargas aplicadas em pequenas áreas
foi realizado em um aparelho (Figura 6) composto por uma base rígida de ferro e
um rolo 457 mm de comprimento, 97 mm de diâmetro contendo, em sua
superfície, “pinos” de aproximadamente 5 mm de diâmetro. O equipamento
possui nas laterais uma carga de 890 N, que foi sobreposta uniformemente na
amostra.
Corpos-de-prova em forma de tacos (70 mm x 210 mm) foram
submetidos ao movimento mecânico por acionamento elétrico do rolo com a
velocidade 0,06 m/s para um total de 100 viagens, sendo uma viagem definida
com uma única passagem na amostra.
FIGURA 6 Equipamento para ensaio de endentação causada por cargas
aplicadas em pequenas áreas
28
Na norma ASTM D 2394-83 (1994), a forma de observar o dano
provocado é qualitativa de forma subjetiva, por meio da classificação do dano
que pode ser de menor importância, moderado, severo e completo.
Neste trabalho, para poder quantificar o dano provocado nos tacos foram
feitas medições com um micrômetro na profundidade de endentação.
3.3.4 Ensaio de atrito
O ensaio para a obtenção do atrito estático e do atrito dinâmico foi feito
por meio de um artefato de ferro retangular com massa de 11,5 kg revestido na
parte inferior por um pedaço de couro de sola de sapato de 102 mm x 114 mm.
Este artefato foi ligado por um cabo de aço e adaptado em uma máquina de
ensaio universal. O equipamento (Figura 7) registrou a força necessária para
mover a massa (atrito estático) na velocidade de 1,27 mm/min e a força média
para manter a massa em movimento (atrito dinâmico) na velocidade de 51
mm/min em amostras de 120 mm x 250 mm. Para a obtenção do coeficiente de
atrito estático utilizou-se a força máxima dividida pela massa do artefato e para a
obtenção do coeficiente de atrito dinâmico utilizou-se a força média dividida
pela massa do artefato.
As amostras receberam uma camada de seladora (composição química:
polímero alquidico, hidrocarbonetos aromáticos, cetonas, minerais inertes e
ésteres) e cera incolor (composição química: cera de polietileno, carnaúba,
parafina, ceras microcristalinas, solventes alifáticos e silicone).
29
FIGURA 7 Equipamento para o ensaio de atrito
3.4 Análises estatísticas
Os dados obtidos foram comparados pelo software Sistema de Análise
de Variância (SISVAR) utilizando o teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Foram feitas análises de variância para ensaios em piso em função do
clone, posição radial no tronco e interação clone x posição.
Para a avaliação do experimento utilizou-se o delineamento inteiramente
casualizado. O modelo adequado para este experimento foi dado por:
Y
ijk
=µ +A
i
+B
j
+AB
ij
+e
ijk
30
Em que:
Y
ijk
= observação feita em cada parcela para o clone i, posição j na repetição k.
i = 1,2,...,7 (clones); j = 1e2 (posição medula-casca); k = repetição
µ = média geral
A
i
= efeito do i-ésimo nível do fator A (clone)
B
j
= efeito do j-ésimo nível do fator B (posição)
AB
ij
= efeito de interação clone x posição
e
ijk
= erro experimental
31
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Densidade básica
De acordo com Assis (1999), a densidade de clones de Eucalyptus
grandis, com sete anos de idade, varia de 0,37 g/cm
3
a 0,55 g/cm
3
. Uma
amplitude de variação desta ordem permite direcionar as propriedades da
matéria-prima para os mais diversos fins.
A densidade básica média da madeira entre todos os clones aqui
avaliados foi igual a 0,527 g/cm
3
. De modo geral, as densidades básicas das
madeiras dos clones (Tabela 7) mostraram-se coerentes com as apresentadas na
literatura para o gênero Eucalyptus, conforme exemplificado na Tabela 8.
Comparando-se os materiais genéticos, as maiores diferenças de densidade entre
a posição central e a externa foram observadas nos clones VM1 e RB67
(Tabela 8). O clone RB59 apresentou a maior densidade básica enquanto o clone
RB69 foi o menos denso.
TABELA 7 Valores médios de densidade básica e do coeficiente de variação do
material genético de clones de Eucalyptus.
Posição central Posição externa Material
genético
Db
(g/cm
3
)
CV
(%)
Db
(g/cm
3
)
CV
(%)
Média do
material
genético
MN304 0,511 3,20 0,555 4,81 0,532
(3)
MN463 0,498 8,65 0,539 6,25 0,506
(5)
VM1 0,520 2,34 0,576 6,06 0,535
(2)
RB59 0,591 5,51 0,578 3,58 0,575
(1)
RB67 0,477 2,46 0,527 3,35 0,502
(6)
RB69 0,453 3,74 0,502 4,30 0,477
(7)
RB121 0,509 2,15 0,545 3,93 0,527
(4)
Db= densidade básica, CV= coeficiente de variação.
(1)
Os números entre parênteses referem-se à classificação decrescente dos clones de
Eucalyptus.
32
TABELA 8 Densidades básicas da madeira de Eucalyptus encontradas por
vários autores.
Espécie Idade DB (g/cm
3
) Fonte
Quatro clones de Eucalyptus 2 0,412 a 0,472 Melo, 2004
Sete clones de Eucalyptus 5,5 a 10,5
0,437 a 0,577 Cruz, 2003
Dez clones de Eucalyptus 7,5 a 13,5
0,46 a 0,57 Barbosa, 2003
Quatro clones e uma
variedade de Eucalyptus
12,9 0,530 a 0,658 Oliveira, 2001
44 genótipos de Eucalyptus 13 a 17 0,544 a 0,731 Caixeta, 2000
26 clones de Eucalyptus 8 0,436 a 0,577 Lima, 1999
A densidade básica apresentou uma tendência de ser menor no centro do
que na porção periférica (externa) do caule. Os coeficientes de variação foram
relativamente baixos (Tabela 7), o que pode ser explicado pela natureza clonal
do material. A maior diferença na densidade da madeira entre a parte central e a
externa foi apresentada pelo clone RB69 (11%) e a menor diferença foi
apresentada pelo clone RB121 (8%). Para a industrialização e a utilização da
madeira é importante que ocorra pequena variação, o que será benéfico tanto
para o comportamento da madeira frente aos processos industriais como em
serviço.
Pode-se observar, pelos resultados da análise de variância (Tabela 9) que
a densidade básica da madeira de Eucalyptus difere significativamente entre os
clones a 1% de probabilidade. Este fato permite a seleção do clone de maior
densidade, uma característica importante para a utilização em pisos. Resultado
semelhante ocorreu para a posição radial, o que torna necessário diferenciar
também o material central da parte externa do lenho.
33
TABELA 9 Análise de variância da densidade básica em clones de Eucalyptus.
FV GL QM Fc Pr >Fc
Clone 6 0,051643 12,964** 0,0000
Posição 1 0,028281 42,596** 0,0000
Clone x posição 6 0,003982 1,000 0,4348
Erro 56 0,037180
Total 69
** Significativo a 1% de probabilidade
Dos sete clones avaliados, o clone RB59 destacou-se dos demais pelo
teste de Tukey a 5% de probabilidade (Tabela 10). Este fato indica que este
material tem potencial para a utilização em pisos, tendo-se em vista a associação
positiva entre a densidade da madeira e a resistência mecânica da madeira. Pôde-
se também observar, pelo mesmo teste, que o clone RB69 é inferior aos demais.
A densidade básica é um bom preditor da resistência da madeira. Para a
utilização em pisos, são desejadas madeiras mais resistentes. Os materiais que
apresentaram maiores médias de densidade foram RB59, VM1, MN304, RB121,
MN463, RB67 e RB69.
TABELA 10 Densidade básica dos clones de Eucalyptus.
Material genético
Densidade básica (g/cm
3
)
RB69 0,479 a
RB67 0,502 ab
MN463 0,506 ab
RB121 0,527 b
MN304 0,532 b
VM1 0,535 b
RB59 0,571 c
As médias seguidas da mesma letra, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
34
4.2 Propriedades mecânicas
4.2.1 Dureza Janka
A identificação de uma madeira para ser empregada de forma adequada
para pisos é fortemente influenciada pelo nível de dureza que apresenta. A
dureza Janka média encontrada entre os sete clones avaliados neste trabalho foi
igual a 5170 N. Pôde-se observar uma tendência de maior dureza na parte
externa do lenho (Tabela 11). Apenas o clone RB59 apresentou madeira mais
dura na parte central do que na parte externa, embora esta diferença seja
pequena. Esse mesmo comportamento foi observado para densidade da madeira
do clone RB59. A maior diferença na dureza entre a parte central e externa foi
representada pelo clone VM1 (40%) e a menor diferença foi apresentada pelo
clone MN304 (9%).
TABELA 11 Valores de dureza Janka em função da posição radial de
amostragem no tronco em madeira de clones de Eucalyptus.
Posição central Posição externa Material
genético
DJ
(N)
CV
(%)
D
(N)
CV
(%)
Média do
material
genético
MN463 4952 17,89 5403 11,29 5153
(4)
MN304 4344 17,70 5962 7,60 5177
(5)
VM1 4531 10,50 6345 8,85 5438
(2)
RB59 6011 13,70 5913 8,82 5962
(1)
RB67 4540 12,46 5266 12,29 4903
(6)
RB69 3765 8,62 4815 8,24 4290
(7)
RB121 4923 10,97 5619 14,41 5271
(3)
DJ = dureza Janka, CV= coeficiente de variação.
(1)
Os números entre parênteses referem-se à classificação decrescente dos clones de
Eucalyptus.
Os materiais genéticos que apresentaram maior dureza Janka foram
RB59, VM1, RB121, MN304, MN463, RB67 e RB69. Para algumas madeiras
utilizadas em piso, como Dypteryx odorata (cumarú), Aspidosperma
35
sunbincanum (perobinha) e Hymenaea sp (jatobá) os valores de dureza
encontrados na literatura são, respectivamente de 9787 N, 6080 N, 10456 N.
Esses valores são maiores do que os encontrados neste trabalho. Shedley (2002),
constatando o mesmo comportamento em pisos de Eucalyptus globulus, sugeriu
o tratamento de endurecimento superficial para aplicação em áreas de uso
intenso.
A análise da variância da dureza Janka dos clones de Eucalyptus pode
ser observada na Tabela 12. Conforme os resultados obtidos verifica-se que
existe diferença significativa na dureza entre os clones e entre a posição radial
no tronco a 1% de probabilidade. Isso significa que pode ser encontrada madeira
de melhor adequação aos pisos, dependendo do clone e da posição de desdobro
da madeira na tora. A interação clone x posição não exerceu influência
significativa na avaliação da dureza, portanto, a classificação dos clones não é
afetada pela posição radial de amostragem.
TABELA 12 Análise de variância da dureza Janka em clones de Eucalyptus.
FV GL QM Fc Pr >Fc
Clone 6 770,357143 7,182** 0,0000
Posição 1 4552,289286 42,441** 0,0000
Clone x posição 6 306,864286 2,861 0,0168
Erro 56 107,262500
Total 69
** Significativo a 1% de probabilidade
Pelo teste de Tukey (Tabela 13) a 5% de probabilidade, pôde-se
constatar diferença significativa entre os materiais genéticos RB59 dos demais
clones.
36
TABELA 13 Dureza Janka dos clones de Eucalyptus.
Material genético
Dureza Janka (MPa)
RB69 4290
a
RB67 4903 ab
MN463 5153 b
MN304 5177 bc
RB121 5271 bc
VM1 5438 bc
RB59 5962 c
As médias seguidas da mesma letra não diferem entre si, pelo teste de Tukey a
5% de probabilidade.
De modo geral, ocorreu uma associação direta na classificação dos
clones entre densidade e dureza Janka da madeira; os clones que apresentaram
maior densidade também apresentaram maior dureza.
4.2.2 Compressão paralela às fibras
O valor médio da resistência à compressão paralela às fibras, obtido para
os sete clones estudados, foi de 52 MPa (Tabela 14). Esses valores estão de
acordo com Cruz (2003) que estudando sete clones de Eucalyptus com idade de
5,5 e 10,5 anos obteve os valores de resistência à compressão paralela às fibras
variando de 40 MPa a 52 MPa. Esses valores também estão de acordo com
Lima (1999) que obteve uma média para a resistência à compressão paralela às
fibras de 54 MPa. Pôde-se observar uma tendência de maior resistência à
compressão na parte externa do lenho (Tabela 14).
Para a resistência à compressão paralela às fibras, o coeficiente de
variação (CV) observado foi de 7,0% a 11,5%. Esta taxa é aproximada à
encontrada por Lima (1999) que estudando 26 clones de Eucalyptus, observou
valores variando entre 10,6% a 11,8%.
37
TABELA 14 Valores médios de resistência à compressão paralela às fibras em
função da posição radial de amostragem em clones de
Eucalyptus.
Posição central Posição externa Material
genético
RC
(MPa)
CV
(%)
RC
(MPa)
CV
(%)
Média do
material
genético
MN304 49 7,80 58 7,03 53
(3)
MN463 48 9,94 57 10,50 52
(4)
VM1 46 9,97 59 11,09 52
(5)
RB59 53 11,53 61 9,88 57
(1)
RB67 47 7,72 52 7,39 49
(6)
RB69 40 7,57 51 7,02 45
(7)
RB121 54 8,52 59 8,23 56
(2)
RC= resistência a compressão paralela às fibras, CV= coeficiente de variação.
(1)
Os números entre parênteses referem-se à classificação decrescente dos clones de
Eucalyptus.
Para madeiras usualmente utilizadas em assoalhos, os valores de
resistência à compressão paralela as fibras encontrados pelo Instituto de
Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (s/d) são: jatobá 65,6 MPa, peroba rosa
54,4 MPa, ipê 89,8 MPa e pau-marfim 58,9 MPa. Em geral, os valores de
resistência à compressão paralela às fibras encontrados para os sete clones deste
trabalho são um pouco menores do que os apresentados pelo IPT. Para a
utilização em pisos, é desejável maior valor de resistência à compressão, o que
permite um melhor desempenho da madeira. Os materiais genéticos que
apresentaram maiores valores de resistência à compressão foram
respectivamente: RB59, RB121, MN304, MN463, VM1, RB67 e RB69
(Tabela 14).
A análise de variância da resistência à compressão (Tabela 15) permite
verificar que existem diferenças significativas entre os sete clones e também
entre a posição radial do tronco, avaliadas pelo teste F (p< 0,01). Esse resultado
mostra a necessidade de classificação do material tanto para os diferentes clones
quanto para a posição no lenho.
38
TABELA 15 Análise de variância da resistência à compressão paralela às fibras
em clones de Eucalyptus.
FV GL QM Fc Pr >Fc
Clone 6 867933761 5,510** 0,0002
Posição 1 6387326890 40,551** 0,0000
Clone x posição
6 372026561 2,362 0,0419
Erro 56 157514386
Total 69
** Significativo a 1% de probabilidade
Comparando os sete clones pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade
(Tabela 16), pôde-se observar diferença dos clones RB59 e RB121 dos demais
clones, o que permite a seleção dos materiais com maiores valores de resistência
à compressão paralela às fibras, importante característica para a utilização em
pisos.
TABELA 16 Resistência à compressão paralela às fibras (RC) dos clones de
Eucalyptus.
Material genético
RC (MPa)
RB69 45 a
RB67 49 ab
VM1 52 ab
MN463 52 ab
MN304 53 bc
RB121 56 c
RB59 57 c
As médias seguidas da mesma letra não diferem entre si, pelo teste de Tukey ao nível de
5% de probabilidade.
O valor médio obtido para o módulo de elasticidade à compressão
paralela às fibras foi de 8441 MPa (Tabela 17). Os valores de módulo de
elasticidade à compressão paralela obtidos por Cruz (2003) variam de 6590 MPa
39
à 8993 MPa. Lima (1999) observou para o MOEc um valor médio de 9950 MPa.
O módulo de elasticidade na compressão paralela às fibras para os sete clones
estudados apresentou tendência de ser menor no centro do que na porção
periférica. A maior diferença no MOEc entre a parte central e a externa foi
apresentada pelo clone VM1(36%) e a menor diferença apresentada pelo clone
RB121(8%). O clone que apresentou maior valor de modulo de elasticidade na
compressão paralela foi RB121 e o menor modulo de elasticidade na
compressão paralela às fibras foi RB69.
TABELA 17 Valores médios do módulo de elasticidade em compressão
paralela às fibras em função da posição radial de amostragem
em clones de Eucalyptus.
Posição central Posição externa Material
genético
MOEc
(MPa)
CV
(%)
MOEc
(MPa)
CV
(%)
Média do
material
genético
MN304 7597 7,55 9177 6,01 8387
(4)
MN463 8199 19,84 9861 15,54 9030
(2)
VM1 6701 8,29 9138 5,02 7919
(5)
RB59 8118 15,94 9845 7,13 8981
(3)
RB67 7358 12,06 8423 6,18 7890
(6)
RB69 6360 624 8355 5,10 7357
(7)
RB121 9165 16,09 9878 7,55 9521
(1)
MOEc= modulo de elasticidade em compressão paralela às fibras,
CV= coeficiente de variação.
(1)
Os números entre parênteses referem-se à classificação decrescente dos clones de
Eucalyptus.
Para madeiras usualmente utilizadas em assoalhos os valores de MOEc
encontrados pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (s/d) foram:
jatobá MOEc= 13523 MPa, peroba rosa MOEc= 11738 MPa, ipê MOEc =
21466 MPa, pau-marfim MOEc= 13601 MPa. Estas madeiras são mais rígidas
do que as dos sete clones empregados neste trabalho.
Pode-se observar, na Tabela 18, que existe diferença significativa do
módulo de elasticidade na compressão paralela às fibras entre os clones de
40
Eucalyptus e tamm na posição radial de amostragem no caule. a interação
clone x posição não apresentou diferença significativa, pelo teste F (p< 0,01).
TABELA 18 Análise de variância do módulo de elasticidade em compressão
paralela às fibras em clones de Eucalyptus.
FV GL QM Fc Pr >Fc
Clone 6 684751972 4,182** 0,0015
Posição 1 7466379730 45,602** 0,0000
Clone x posição
6 241286108 1,474 0,2040
Erro 56 163728257
Total 69
** Significativo a 1% de probabilidade
Pela Tabela 19 pode-se verificar que dos sete clones de Eucalyptus
estudados os clones RB121 e MN463 apresentaram diferença significativa em
relação aos demais, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os clones RB67,
VM1, MN304 e RB59 não possuíram diferenças significativas entre si para o
modulo de elasticidade em compressão paralela às fibras. O clone que
apresentou o pior desempenho foi o clone RB69 (Tabela 19).
TABELA 19 Módulo de elasticidade em compressão paralela às fibras (MOEc)
dos clones de Eucalyptus.
Material genético
MOEc (MPa)
RB69 7357 a
RB67 7890 ab
VM1 7919 ab
MN304 8387 ab
RB59 8981 ab
MN463 9030 b
RB121 9521 b
As médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey, a 5% de
probabilidade.
41
4.2.3 Flexão estática
O valor médio do módulo de ruptura (MOR) foi de 101 MPa (Tabela 20)
e o modulo de ruptura (MOR) variou de 91 MPa a 115 MPa . Esses valores são
semelhantes aos obtidos por outros autores (Melo, 2004; Cruz, 2003;
Oliveira, 2001; Caixeta, 2000) (Tabela 21). Comparando com idade semelhante,
como o trabalho de Cruz (2003), os valores obtidos por este estudo foram
maiores. Tanto para o MOR quanto para o MOEf os maiores valores foram
obtidos para a posição radial externa. A maior diferença no módulo de ruptura
entre a parte central e externa foi apresentada pelo clone VM1 (36%) e a menor
diferença foi apresentada pelo clone RB59 (8%).
Os clones que apresentaram os menores coeficientes de variação
experimental foram RB121 e RB59, o que é característica importante para a
seleção de material para a industrialização.
TABELA 20 Valores médios do módulo de ruptura em função da posição
radial de amostragem em clones de Eucalyptus.
Posição central Posição externa Material
genético
MOR
(MPa)
CV
(%)
MOR
(MPa)
CV
(%)
Média do
material
genético
MN304 91 15,04 108 8,10 99
(4)
MN463 87 20,51 104 11,08 95
(6)
VM1 90 14,10 123 13,39 106
(2)
RB59 111 11,93 120 9,98 115
(1)
RB67 90 14,37 104 13,73 97
(5)
RB69 83 10,06 99 8,13 91
(7)
RB121 97 11,82 108 7,93 102
(3)
MOR= módulo de ruptura, CV= coeficiente de variação.
(1)
Os números entre parênteses referem-se à classificação decrescente dos clones de
Eucalyptus.
42
TABELA 21 Módulo de elasticidade e módulo de ruptura em flexão estática
em Eucalyptus encontrados por outros autores
Espécie Idade
(anos)
MOE f
(MPa)
MOR
(MPa)
Fonte
Quatro clones de
Eucalyptus
2 5434 a 6918 83 a 115
Melo, 2004
Sete clones de
Eucalyptus
5,5 a 10,5
8768 a 9670 78 a 108
Cruz, 2003
Quatro clones de
Eucalyptus e uma
variedade
12,9
6932 a 7914
99 a 111
Oliveira, 2001
44 genótipos de
Eucalyptus
13 a 17
13924 a 24015
97 a 143
Caixeta, 2000
Pelo resultado da análise de variância do modulo de ruptura (Tabela 22)
verifica-se que existe diferença significativa a 1% de probabilidade, pelo teste F,
entre os clones e a posição radial do tronco. Esse fato permite a seleção, tanto do
clone quanto da posição radial de amostragem, visando um material mais
resistente à ruptura da madeira quando flexionada.
TABELA 22 Análise de variância do módulo de ruptura de clones de
Eucalyptus.
FV GL QM Fc Pr >Fc
Clone 6 68194 8,610** 0,0000
Posição 1 485389 61,285** 0,0000
Clone x posição
6 17037 2,151 0,0616
Erro 56 7920
Total 69
**Significativo a 1% de probabilidade.
43
Analisando-se a Tabela 23, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade,
observa-se diferença significativa do material RB59 com os demais clones.
TABELA 23 Módulo de ruptura em flexão estática dos clones de Eucalyptus.
Material genético
MOR (MPa)
RB69 91 a
MN463 95 ab
RB67 97 ab
MN304 99 ab
RB121 102 bc
VM1 106 bc
RB59 115 c
As médias seguidas da mesma letra, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
O módulo de elasticidade em flexão estática (MOEf) médio foi de 6749
MPa (Tabela 24). Uma análise da Tabela 26 permite constatar que o MOEf
variou de 6139 a 7576 MPa. Esses valores são semelhantes aos obtidos por
outros autores (Tabela 21). Comparando com idade semelhante como o trabalho
de Cruz (2003), os valores obtidos por este estudo foram menores. O modulo de
elasticidade em flexão estática apresentou tendência de ser menor no centro do
que na parte externa do lenho. A maior diferença entre a parte central e externa
foi apresentada pelo clone VM1 (40%) e a menor diferença foi apresentada pelo
clone RB69 (14%).
Os clones que apresentaram menores coeficientes de variação foram
RB67 e RB 59, característica importante para a seleção de material para a
industrialização e processamento (Tabela 24).
44
TABELA 24 Módulo de elasticidade em flexão estática em função da posição
radial de amostragem em clones de Eucalyptus.
Posição central Posição externa
Material
genético
MOEf
(MPa)
CV
(%)
MOEf
(MPa)
CV
(%)
Média do
material
genético
MN304 5793 10,01 7283 8,96 6538
(4)
MN463 5586 15,54 7108 9,65 6347
(6)
VM1 5610 15,03 7882 13,40 6746
(3)
RB59 6968 8,20 8110 7,96 7539
(2)
RB67 5659 6,18 6620 4,52 6139
(7)
RB69 5953 15,11 6823 7,13 6388
(5)
RB121 6841 11,19 8251 9,57 7576
(1)
MOEf= modulo de elasticidade em flexão estática; CV = coeficiente de variação.
(1)
Os números entre parênteses referem-se à classificação decrescente dos clones
de Eucalyptus.
Os materiais genéticos que apresentaram maiores valores de MOEf
foram: RB121, RB59, VM1, MN304, RB69, MN463 e RB67.
Para clone e posição radial ocorreram diferenças significativas (P< 0,01)
pelo teste F, conforme pode ser visto na Tabela 25. Essa informação sugere a
possibilidade de selecionar o material com a melhor característica para pisos.
TABELA 25 Análise de variância do módulo de elasticidade em flexão estática
em clones de Eucalyptus.
FV GL QM Fc Pr >Fc
Clone 6 337490215 15,934** 0,0000
Posição 1 3400297780 160,536 ** 0,0000
Clone x posição
6 46229456 2,183 0,0582
Erro 56 21180937
Total 59
** Significativo a 1% de probabilidade.
45
Pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (Tabela 26) pode-se observar
que os clones RB121 e RB59 destacaram dos demais. Para a utilização em pisos
é importante um melhor comportamento elástico do material, em que materiais
com maior módulo de elasticidade apresentarão maior rigidez.
TABELA 26 Módulo de elasticidade em flexão estática dos clones de
Eucalyptus.
Material genético
MOEf (MPa)
RB67 6139 a
MN463 6347 ab
RB69 6388 ab
MN304 6538 ab
VM1 6746 b
RB59 7539 c
RB121 7576 c
As médias seguidas da mesma letra, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
4.3 Ensaios de simulação de pisos em serviço
Os resultados encontrados neste estudo serão discutidos com base na
relação entre as propriedades da madeira e o seu comportamento frente a ensaios
em equipamentos que simulam sua utilização em situações típicas de pisos.
4.3.1 Ensaio de endentação causada por cargas aplicadas em pequenas
áreas (ensaio de endentação pelo rolo)
O ensaio de endentação causada por cargas aplicadas em pequenas áreas
ou ensaio de endentação pelo rolo visa simular o desgaste ocorrido no piso,
provocado por objetos pontiagudos, a exemplo do salto alto de calçados
femininos.
46
O valor médio da endentação provocada pelo rolo no material em estudo
foi igual a 0,05 mm. A endentação provocada pelo rolo apresentou tendência de
ser menor no centro do que na porção periférica do tronco (Tabela 27).
TABELA 27 Endentação provocada pelo rolo em função da posição radial de
amostragem em clones de Eucalyptus.
Central Externa Material
genético
Endentação
(mm)
CV
(%)
Endentação
(mm)
CV
(%)
Média do
material
genético
RB67 0,08 23,84 0,07 22,23 0,07
(2)
MN304 0,08 27,15 0,07 28,81 0,07
(3)
MN463 0,06 17,58 0,05 19,23 0,06
(4)
VM1 0,03 24,07 0,04 29,91 0,04
(6)
RB121 0,04 36,43 0,04 28,98 0,04
(7)
RB59 0,04 36,07 0,04 26,77 0,04
(5)
RB69 0,12 32,84 0,07 28,33 0,09
(1)
CV= coeficiente de variação.
(1)
Os números entre parênteses referem-se à classificação decrescente dos clones de
Eucalyptus.
A maior diferença da endentação provocada pelo rolo entre a parte
central e a externa foi apresentada pelo clone RB69 (71%), os clones RB59 e
RB121 não apresentaram diferença na posição radial. Para a industrialização da
madeira, o clone RB69 apresentou um desempenho inferior.
O desgaste provocado nos clones testados por meio da endentação do
rolo foi significativo pelo teste F (P< 0,01) entre os materiais genéticos e entre
a posição radial (Tabela 28).
Analisando-se a Tabela 29 pode-se destacar os clones VM1, RB121 e
RB59, que apresentaram diferença significativa dos demais clones, tendo o
menor índice de endentação provocado pelo rolo, o que sugere a possibilidade
de ser utilizado em pisos.
47
TABELA 28 Análise de variância da endentação provocada pelo rolo em clones
de Eucalyptus.
FV GL QM Fc Pr >Fc
Clone 6 0,004322 14,759** 0,0000
Posição 1 0,002173 7,420** 0,0086
Clone x posição
6 0,000846 2,889 0,0159
Erro 56 0,000293
Total 59
** Significativo a 1% de probabilidade
TABELA 29 Endentação provocada pelo rolo em sete clones de Eucalyptus.
Material genético
Endentação (mm)
VM1 0,039 a
RB121 0,039 a
RB59 0,040 a
MN463 0,057 ab
RB67 0,071 bc
MN304 0,073 bc
RB69 0,092 c
As médias seguidas da mesma letra, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
4.3.2 Ensaio de impacto da bola de aço cadente
Para a obtenção do índice de endentação causado pelo impacto da bola
de o foram utilizados pares de valores endentação-altura, que foram ajustados
a uma equação de primeiro grau, sendo o valor previsto de endentação
produzido pela queda da bola de 180 cm. A Figura 8 apresenta a profundidade
de endentação da madeira de uma árvore frente à queda da bola de várias alturas.
A norma ASTM D 2394 (1994), sem citar a espécie em questão, apresenta um
exemplo em que à medida que a altura de queda da bola aumenta de 305 mm
48
para 2133 mm, a profundidade de endentação aumentou de 0,25 mm para
1,27 mm.
0
0,5
1
1,5
2
0 30 60 90 120 150 180
Altura(mm)
Endentação (mm)
Indice de endentação = -0,0052 (180) + 1,4126
FIGURA 8 Endentação, em função da altura de uma árvore do clone RB69.
O valor médio do índice de resistência à endentação encontrada para os
materiais genéticos foi de 0,46. Este índice significa que uma bola de aço de 51
mm de diâmetro, pesando 535 gramas, ao cair de uma altura de 1,80 m, imprime
na madeira uma marca, cuja profundidade máxima é igual a 0,46 mm.
A endentação provocada nos clones testados por meio do impacto da
bola de aço cadente foi significativa pelo teste F (P<0,01) apenas entre a posição
radial de amostragem (Tabela 30).
49
TABELA 30 Análise da endentação provocada pelo impacto da bola de aço em
madeiras de clones de
Eucalyptus
.
FV GL QM Fc Pr >Fc
Clone 6 0,014581 2,526 0,0353
Posição 1 0.069302 12,006** 0,0012
Clone x posição
6 0.008231 1,426 0,2275
Erro 56 0.005772
Total 59
** Significativo a 1% de probabilidade
Os valores médios do índice de resistência encontrados para o material
genético com oito anos foram menores do aqueles observados por Carmo (1996)
que utilizou seis espécies de
Eucalyptus
com a idade de 21 anos, encontrando
valores médios para
E. grandis
de 0,53. Para madeiras usualmente utilizadas em
pisos os valores foram: cumaru: 0,33; jatobá: 0,23 e ipê: 0,32 (Carmo, 1996).
Na Tabela 31 encontra-se o índice de resistência em função da posição
radial de amostragem.
TABELA 31 Índice de resistência à endentação pelo impacto da bola em
clones de
Eucalyptus
, em função da posição radial de
amostragem.
Índice de resistência à endentação
Material genético
Central Externa
MN304 0,352 a 0,435 a
MN463 0,470 a 0,490 a
VM1 0,505 a 0,475 a
RB121 0,430 a 0,462 a
RB59 0,380 a 0,512 b
RB67 0,465 a 0,585 b
RB69 0,425 a 0,560 b
As médias seguidas da mesma letra, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
50
4.3.3 Ensaio de carga rolante
O ensaio de carga rolante simula o dano provocado no piso quando este
está sujeito a repetidas forças de rolagem, como caixas, pianos, etc.
O desgaste provocado nos clones testados por meio da endentação do
carga rolante foi significativo pelo teste F
(P< 0,01)
entre os materiais genéticos
e entre a posição radial (Tabela 32).
TABELA 32 Análise de variância da endentação provocada pela arraste da carga
de 890 N em madeiras de clones de
Eucalyptus
.
FV GL QM Fc Pr >Fc
Clone 6 0,002816 9,782** 0,0000
Posição 1 0,005143 17,866** 0,0001
Clone x posição
6 0,000160 0,554 0,7647
Erro 56 0,000288
Total 59
** Significativo a 1% de probabilidade
As deformações instantânea e residual, provocadas pela carga
concentrada de 890 N, podem ser observadas na Tabela 33. Os valores obtidos
foram maiores que os encontrados por Carmo (1996), que obteve, para
Eucalyptus grandis
, uma deformação instantânea de 2,24 mm e a deformação
residual de 0,75 mm. Diferentemente, pisos de painéis de três lâminas de
Eucalyptus globulus
, submetidos ao ensaio de carga rolante produziram valores
de deformação mais baixos (Shedley, 2002). Após 26 viagens a deformação
média foi igual a 0,23 mm e após 50 viagens a deformação foi igual a 0,27 mm.
Neste caso, o tipo de piso pode ter uma influência marcante no resultado final.
51
TABELA 33 Deformações provocadas por uma carga de 890 N em sete clones
de
Eucalyptus.
Deformação instantânea (mm) Deformação residual (mm)
Material
genético
central externa central externa
VM1 3,6 a 2,4 a 2,0 a 1,6 a
RB67 3,2 a 3,4 ab 1,7 a 1,7 a
MN304 3,0 a 3,4 ab 1,6 a 1,7 a
MN463 3,2 a 3,0 ab 1,7 a 1,6 a
RB121 2,2 a 2,8 ab 1,5 a 1,6 a
RB59 3,0 a 3,2 ab 1,6 a 1,7 a
RB69 5,4 b 4,2 b 3,7 b 2,3 b
As médias seguidas da mesma letra, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
O material RB69 apresentou deformações maiores tanto para a
deformação instantânea quanto para a deformação residual. Podem-se destacar
os clones VM1 e MN463 por apresentarem deformações menores.
Os valores de deformação de madeiras encontradas no mercado para a
utilização em piso podem ser observados na Tabela 34.
TABELA 34 Endentação instantânea e residual em amostras de madeiras
nativas
Espécies Deformação instantânea
(mm)
Deformação residual
(mm)
Cumaru 1,03 0,27
Jatobá 0,74 0,20
Ipê 0,83 0,27
Paraju 1,08 0,26
Fonte: Carmo (1996).
4.3.4 Ensaio de atrito
O ensaio de atrito visa simular o atrito existente entre a madeira e a sola
de calçados. O valor médio do coeficiente de atrito dos sete clones de
Eucalyptus
foi 0,37 mm (Tabela 35). Os valores para atrito estático em
52
Eucalyptus
foram maiores do que obtidos por Carmo (1996). Esta diferença
pode ser explicada pela diferença de tratamento que os corpos-de-prova
receberam e pelo processo de usinagem dos materiais estudados.
Entre os clones existe diferença significativa (P< 0,01) pelo teste F, para
o atrito estático e atrito dinâmico conforme pode ser visto na Tabela 35 e
Tabela 36. Essa informação sugere a possibilidade de selecionar o material com
a melhor característica para pisos.
TABELA 35 Análise de variância do atrito estático em madeiras de clones de
Eucalyptus
.
FV GL QM Fc Pr >Fc
Clone 6 0,008152 5,176 **
0,0003
Posição 1 0,000013 0,008 0,9283
Clone x posição
6 0,000736 0,467 0,8295
Erro 56 0,001575
Total 59
** Significativo a 1% de probabilidade
TABELA 36 Análise de variância do atrito dinâmico em madeiras de clones de
Eucalyptus
.
FV GL QM Fc Pr >Fc
Clone 6 0,005373 41,789 ** 0,0000
Posição 1 0,000173 1,344 0,2512
Clone x posição
6 0,000053 0,411 0,8686
Erro 56 0,000129
Total 59
** Significativo a 1% de probabilidade
Os materiais genéticos que apresentaram os maiores valores para o
coeficiente de atrito estático foram: RB59, MN463, VM1, MN304, RB67, RB69
53
e RB121 (Tabela 37). Os maiores coeficientes de atrito dinâmico foram para os
clones: RB59, RB121, MN463, MN304, RB67, VM1 e RB69 (Tabela 37). Os
materiais genéticos com os maiores coeficientes de atrito possuem melhor
desempenho por serem madeiras mais confortáveis e seguras ao caminhar.
TABELA 37 Coeficiente de atrito estático e atrito dinâmico em clones de
Eucalyptus
em função da posição radial de amostragem .
Atrito estático Atrito dinâmico
Material
centro externo centro externo
RB121 0,33 a 0,33 a 0,25 b 0,24 b
RB69 0,34 a 0,34 a 0,19 a 0,18 a
RB67 0,36 ab 0,37 ab 0,23 ab 0,23 ab
MN304 0,38 ab 0,39 ab 0,23 ab 0,23 ab
VM1 0,39 b 0,40 b 0,22 ab 0,22 ab
MN463 0,42 b 0,40 b 0,24 ab 0,24 ab
RB59 0,42 b 0,40 b 0,26 b 0,26 b
As médias seguidas da mesma letra, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a
5% de probabilidade.
54
5 CONCLUSÕES
Pelos resultados obtidos, pôde-se concluir que:
Existe diferença estatística significativa entre os clones e entre os corpos-de-
prova coletados na região central e externa do caule para as propriedades
mecânicas e para os ensaios que simulam o uso de pisos em serviço. Apenas
o ensaio de impacto da bola de aço cadente não revelou diferenças entre os
clones.
Entre os sete clones de
Eucalyptus
e posições de amostragem na tora
avaliada, pôde-se identificar madeiras potencialmente aptas para aplicação
em pisos.
Madeiras mais externas dos clones RB59, VM1 e RB121 apresentaram
maiores densidades básicas, durezas Janka, resistência à compressão
paralela às fibras, módulo de ruptura e módulos de elasticidade, tanto
quando comprimidas ou flexionadas. Os clones RB69 e RB67 apresentaram
os menores valores dessas propriedades.
Para madeiras externas dos clones RB59, VM1 e RB121 os testes que
simulam a aplicação de madeira em serviço apresentaram os melhores
comportamentos nos ensaios de impacto com bola de aço, carregamento,
atrito estático, atrito dinâmico e endentação pelo rolo.
As madeiras dos sete clones avaliados apresentaram comportamento
mecânico ligeiramente inferior quando comparadas com madeiras nativas,
usualmente empregadas para pisos.
55
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACOSTA, M. S. Estado de la tecnologia en usos nos tradicionales de la madera
de eucalipto en el mercosur y otros paises. SEMINÁRIO INTERNACIONAL
SOBRE PRODUTOS SÓLIDOS DE MADEIRA DE ALTA TECNOLOGIA, 1.,
1998, Belo Horizonte-MG. Anais... Belo Horizonte, 1998. P. 82-105.
ADORNO, M. F. C. Propriedades tecnológicas relacionadas com as tensões
de crescimento em clones de
Eucalyptus grandi
s W. Hill EX MAIDEN e
Eucalyptus urophylla
S. T. Blake, utilizadas como indicadores para
melhoramento da madeira serrada. Piracicaba-SP, 2002. 164 p.
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS - ASTM D 2394-
83. Annual book of ASTM standards. Philadelphia, 1994. 608 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS - ABNT.
Determinação da densidade básica em madeira. Rio de Janeiro, 2003. 6 p.
(NBR 11941).
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS - ABNT. Projeto de
estruturas da madeira. Rio de Janeiro: ABNT, 1997. 107 p. (NBR 7190).
ASSIS, T. F. de. Melhoramento genético de eucalipto. Informe Agropecuário,
Belo Horizonte, v. 19, n. 185, p. 32-51, 1996.
BARBOSA, C. G. Incidência dos defeitos de secagem como índice de
qualidade e de seleção genética para madeira de Eucalyptus. 2003. 71 p.
Dissertação (Mestrado Ciência e Tecnologia da Madeira) – Universidade
Federal de Lavra, Lavras, MG.
BRITSH STANDARDS INSTITUTION – BS373. Methods of testing small
clear specimens of timber. London: BSI, 1957. 31 p.
BURGUER, L. M.; RICHTER, H. G. Anatomia da madeira. São Paulo: Nobel,
1991. 154 p.
CARMO, A. P. T. Avaliação de algumas propriedades da madeira de seis
espécies de eucalipto. 1996. 74 p. Dissertação (Mesrtrado) – Universidade
Federal de Viçosa, Viçosa, MG.
56
CARVALHO, A. M. Valorização da madeira do híbrido
Eucalyptus grandis
X
Eucalyptus urophylla
através da produção conjunta de madeira serrada
em pequenas dimensões, celulose e lenha. Piracicaba- SP, 2000. 129 p.
Dissertação (Mestrado Ciência e Tecnologia da Madeira) – Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba.
COMPENDIO de informação técnica para a indústria do mobiliário. Alternativa
editorial. 1992. 198 p.
COSTA, T. G. M. Os eucaliptos no planejamento da política florestal
brasileira. São Paulo: Estrada de Ferro Central do Brasil, 1961. 7 p.
DAVIS, E.H. Troxell, E.G. & Wiskocil, C.T. The testing and inspection of
engineering materials. 3
a
ed. New York, McGraw-Hill,1964. 475p.
DEMUNER, B. J.; BERTOLUCCI, F. L. G. Seleção florestal: uma nova
abordagem a partir de estimativas de parâmetros genéticos e fenotípicos para
características de madeira e polpa de eucalipto. Papel, São Paulo, v. 55, n. 1, p.
16-23, jan. 1994.
DIAS, J. L. M. Medida normalização e qualidade: aspectos da historia da
metrologia no Brasil. Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização
e Qualidade Industrial, 1998. 253 p.
DIMAD/IPT/USP. Disponível em: <http://www.indusparquet.com.br>.
Acesso em: 16 ago. 2004.
ENGLERTH, H. G. Framework of qualitative relationsships in wood
utilization. Madison: Forest Products Laboratory, 1966. 16 p.
FERREIRA, M.; KAGEYAMA, P. Y. Melhoramento genético da densidade da
madeira de eucalipto. Silvicultura, São Paulo, v. 2, n. 14, p. 148-152, 1978.
FLYNN, R. Competition from Southern hemisphere plantation forests.
Disponivel em: <http://www.wri-ltd.com>. Acesso em: 20 fev. 2005.
FOELKEL, C. E. B.; MORA, E.; MENOCHELI, S. Densidade básica: sua
verdadeira utilidade como índice de qualidade da madeira de eucalipto para
produção de celulose. In: CONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO, 6., 1990,
Campos do Jordão-SP. Anais... Campos do Joprdão, 1990. v. 3, p 719-728.
57
GAIOTTO, M. R. Avaliação da madeira de
Eucalyptus saligna
e
Eucalyptus
urophylla
para produção de lâminas. 1993. 119 p. Dissertação (Mestrado) -
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba.
GRESHAM, G. E. Mercado de madeira de florestas plantadas. In: SEMINÁRIO
INTERNACIONAL DE UTILIZAÇÃO DA MADEIRA DE EUCALIPTO
PARA SERRARIA, 1995, Piracicaba, 1995. Anais... Piracicaba:
IPEF/IPT/IURO/LCF-ESALQ-USP, 1995. p. 147-165.
INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO
PAULO. Ensaios físicos e mecânicos-madeiras ensaiadas. Agrupamento de
propriedades físicas e mecânicas – Divisão de madeiras, (s/d).
KOLLMANN, F. F. P.; COTÊ, W. A. Principles of wood science and
technology. Berlin: Springer-Verlag, 1968. v. 1, 592 p.
LIMA, J. T. Clonal variation in the solid wood properties of
Eucalyptus.
1999. 276 p. Tese (Doutorado em Ciência e Tecnologia da Madeira) -
University of Wales, Bangor.
LIMA, J. T. Influencia do teor da umidade nas propriedades mecânicas de
Eucalyptus saligna
Smith. 1983. 58 p. Dissertação (Mestrado em Ciência
Florestal) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG.
LIMA,T. G. Variações nos sentidos radial e longitudinal de algumas
propriedades das madeiras de Eucalyptus microcorys F. Muell e Eucalyptus
pilularis Sm. 1996. 106 p. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) –
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG.
LOBO, A. Seminário: qualidade e produtividade. Goiânia, 2001. Disponível
em: <http://www.inmetro.gov. br/infotec/artigos/docs/36.pdf>.Acesso em: 5 jul.
2003.
MOURA, M. C. O. Variações em características do crescimento e da
madeira em clones de
Eucalyptus
. 2000. 63 p. Dissertação (Mestrado em
Produção Florestal) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG.
NOGUEIRA, M. C. Indicações para o emprego de dezesseis espécies de
eucalipto na construção civil. São Carlos: Escola de Engenharia de São Carlos,
1991. 116 p.
58
OBINO, C. R. Usos da madeira de eucalipto. In: SIMPÓSIO IPEF, 6., 1996,
Piracicaba. Anais.... Piracicaba: IPEF, 1996. v. 4, p. 27-29.
PFEIL,W. Estruturas de Madeira. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e
Científicos, 1978. 252 p.
REVISTA FOLHA. Além das aparências - Agosto 1998. Disponível em:
<http://www.folha.uol.com.br/revista>. Acesso em: 4 jul. 2003.
ROCHA, J. S. A segurança de estruturas de madeira determinada a partir
da variabilidade da densidade básica e de propriedades mecânicas de
madeiras amazônicas. 1994. 141 p. Dissertação (Mestrado Ciência e
Tecnologia da Madeira) – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz,
Piracicaba.
RUY, O. F. Variação da qualidade da madeira em clones de Eucalyptus
urophylla S. T. BLAKE da ilha de Flores, Indonésia. Piracicaba-SP, 1998. 69 p.
SBS. 2001 Disponível em: <http://www.sbs.org.br/estatisticas.htm>
Acesso em: 17 set. 2004.
SHEDLEY, P. The cost benefits of small log processing: Laminated three-ply
flooring- A case study in WA. Carine, Western Asutralia. RIRDC Publication
No. 02/120. Project No. PN99.2007. 2002. 127 p.
SHIELD, E. D. Plantation grown eucalyptus: utisation for lumber and rotary
veneers-primary conversion. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE
UTILIZAÇÃO DA MADEIRA DE EUCALIPTO PARA SERRARIA,
Piracicaba, 1995, Piracicaba. Anais... Piracicaba: IPEF/IPT/IURO/LCF-
ESALQ-USP, 1995. p. 133-139.
SILVA, F. D.; BITTENCOURT, R. M. Estudo do desgaste à abrasão do
eucalipto, madeira laminada e bambu gigante laminado utilizados como
elemento de piso. In: ENCONTRO BRASILEIRO EM MADEIRAS E EM
ESTRUTURAS DE MADEIRA, 8., 2002, Uberlândia. Anais... Uberlândia,
2002.
SILVA, J. C. G. L.; LATORRACA, J. V. F. L.; NIEFER, I. A. A
comercialização de produtos florestais nas bolsas de mercadorias. Silvicultura,
São Paulo, v. 19, n. 74, p. 31-38, jan./abr. 1998.
TINTAS CORAL. Noções básicas em aplicação para madeira. Santo André-
SP, 1994. 9 p.
59
WATAI, L. T. Tecnologia básica em acabamento de madeiras. São Paulo:
IPT, 1995. 103 p.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo