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Marcela Stefanini Ferreira Tsuboy
AVALIAÇÃO DA MUTAGENICIDADE DOS EXTRATOS DE FOLHA E
AVALIAÇÃO DA MUTAGENICIDADE DOS EXTRATOS DE FOLHA E AVALIAÇÃO DA MUTAGENICIDADE DOS EXTRATOS DE FOLHA E
AVALIAÇÃO DA MUTAGENICIDADE DOS EXTRATOS DE FOLHA E
RAIZ DA PLANTA MEDICINAL
RAIZ DA PLANTA MEDICINAL RAIZ DA PLANTA MEDICINAL
RAIZ DA PLANTA MEDICINAL
COCCOLOBA MOLLIS
COCCOLOBA MOLLISCOCCOLOBA MOLLIS
COCCOLOBA MOLLIS
(POLYGONACEAE)
(POLYGONACEAE)(POLYGONACEAE)
(POLYGONACEAE)
EM DIFERENTES SISTEMAS
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-TESTE.
TESTE.TESTE.
TESTE.
Londrina
2008
Universidade Estadual de Londrina
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Marcela Stefanini Ferreira Tsuboy
AVALIAÇÃO DA MUTAGENICIDADE DOS EXTRATOS DE FOLHA E
AVALIAÇÃO DA MUTAGENICIDADE DOS EXTRATOS DE FOLHA E AVALIAÇÃO DA MUTAGENICIDADE DOS EXTRATOS DE FOLHA E
AVALIAÇÃO DA MUTAGENICIDADE DOS EXTRATOS DE FOLHA E
RAIZ DA PLANTA MEDICINAL
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COCCOLOBA MOLLIS
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TESTE.
Londrina
2008
Instituto Agronômico do Paraná
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
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Marcela Stefanini Ferreira Tsuboy
Marcela Stefanini Ferreira TsuboyMarcela Stefanini Ferreira Tsuboy
Marcela Stefanini Ferreira Tsuboy
AVALIAÇÃO DA MUTAGENICIDADE DOS
AVALIAÇÃO DA MUTAGENICIDADE DOSAVALIAÇÃO DA MUTAGENICIDADE DOS
AVALIAÇÃO DA MUTAGENICIDADE DOS EXTRATOS DE FOLHA E
EXTRATOS DE FOLHA E EXTRATOS DE FOLHA E
EXTRATOS DE FOLHA E
RAIZ DA PLANTA MEDICINAL
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COCCOLOBA MOLLIS
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TESTE.
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós–Graduação em Genética e Biologia
Molecular, da Universidade Estadual de
Londrina, como requisito parcial para a
obtenção do título de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Mário Sérgio Mantovani
Londrina
2008
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Marcela Stefanini Ferreira Tsuboy
Marcela Stefanini Ferreira TsuboyMarcela Stefanini Ferreira Tsuboy
Marcela Stefanini Ferreira Tsuboy
AVALIAÇÃO DA MUTAGENICIDADE DOS EXTRATOS DE FOLHA E
AVALIAÇÃO DA MUTAGENICIDADE DOS EXTRATOS DE FOLHA E AVALIAÇÃO DA MUTAGENICIDADE DOS EXTRATOS DE FOLHA E
AVALIAÇÃO DA MUTAGENICIDADE DOS EXTRATOS DE FOLHA E
RAIZ DA PLANTA MEDICINAL
RAIZ DA PLANTA MEDICINAL RAIZ DA PLANTA MEDICINAL
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COCCOLOBA MOLLIS
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EM DIFERENTES SISTEMAS
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TESTE.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Genética e Biologia Molecular
da Universidade Estadual de Londrina como
requisito parcial para obtenção do título de
Mestre.
COMISSÃO EXAMINADORA
Prof. Dr. Mário Sérgio Mantovani
Universidade Estadual de Londrina, UEL.
Profa. Dra. Lúcia Regina Ribeiro
Universidade Estadual Paulista, UNESP.
Profa. Dra. Sílvia Helena Sofia
Universidade Estadual de Londrina, UEL.
Londrina, 22 de julho de 2008.
5
Dedico
Dedico Dedico
Dedico
esta dissertação aos
maiores responsáveis por sua realização: meus pais Ruy e
Silvana, meus avós maternos Inês e Nino e meus avós paternos
(in memorian) Haruzo e Esmeralda.
6
Agradecimentos
AgradecimentosAgradecimentos
Agradecimentos
Gostaria de agradecer imensamente ao Prof. Dr. Mário Sérgio Mantovani, pela
oportunidade oferecida. Por ter me recebido tão bem em seu laboratório, sem ao menos
conhecer-me, quando ainda terminava minha graduação e quando começaria então nosso
convívio e amizade. Obrigada pelos conselhos, pelos momentos de estresse e de descontração,
pelas palavras serenas e otimistas nos meus dias de desespero e incertezas, mas, sobretudo,
obrigada por acreditar em mim e fazer com que minha insegurança, muitas vezes exarcebada,
se transformasse em segurança e confiança. Espero ter correspondido às suas expectativas e
ter colaborado para o progresso do laboratório.
Agradeço imensamente também à Profa. Dra. Lúcia Regina Ribeiro, a verdadeira “culpada”
pela minha vinda à Londrina. Obrigada por ter sido sempre tão prestativa e por ter acreditado
em mim desde o primeiro momento, quando ainda nos conhecíamos apenas por email ou
telefone. Obrigada pelo incentivo e pela oportunidade de ter realizado uns dos meus maiores
desejos acadêmicos, estudar fora do país. Espero ter correspondido à altura naquela ocasião, e
que ainda possamos passar mais alguns anos juntas, trabalhando para a realização de mais um
desejo, o doutorado.
Aos membros titulares e suplentes da comissão examinadora, Profa. Dra. Sílvia Helena
Sofia, Profa. Dra. Ilce Mara de Syllos Cólus e Prof. Dr. Edson Luís Maistro, pela
colaboração e sugestões para a melhoria da redação final.
Ao Programa de Mestrado em Genética e Biologia Molecular da Universidade Estadual
de Londrina, pela oportunidade concedida.
A todos os docentes do programa, pela atenção, paciência e ensinamentos.
Aos funcionários Dário e Melissa, pela atenção e auxílio cotidiano no laboratório e,
especialmente à Sueli, pela atenção, paciência, conselhos e auxílio burocrático mesmo antes
do meu ingresso no programa.
Aos amigos de mestrado das turmas 2006/01, 2007 e, principalmente da turma 2006/02:
Ilara, Selma e Éverson. Obrigada pela amizade, preocupação e pelos momentos de
7
descontração e estudo conjunto. Amigos, tenho um palpite: a “turma esquecida do meio do
ano” sempre será lembrada!
Obrigada a todos os amigos e colegas do Laboratório de Genética Toxicológica,
especialmente à Ju, Josi, Zé, meus “estagiários queridos” Andressa, Diogo, Natália, Simone e
Vander, à Sandra, aos “Rodrigos” e à “Li” e “Rô”.
Ju e Josi: Praticamente meus anjos-da-guarda em Londrina! Obrigada pela amizade,
pela presença constante, por todos os dias e noites (cansativas, mas felizes) de experimentos
no lab. Obrigada pela dedicação, pelo ombro amigo, pelo ouvido atento, pelas risadas e
lágrimas compartilhadas, pelos conselhos, pelas palavras de incentivo, pela torcida, e também
pelo carinho e cuidado nos dias de indisposição física.
Zé: Obrigada pela amizade e pelas palavras incentivadoras que você vem nos trazer
toda vez que volta à Londrina. Obrigada pela lembrança quando surgem estudos em
colaboração, demonstrando que você tem confiança e acredita no nosso trabalho. Obrigada
também pelas dicas com as culturas de células, e pela ajuda com o Alemão quando o Inglês
não foi suficiente, na nossa temporada de estágio em Viena!
“Estagiários queridos”: Obrigada pelos momentos de alegria no lab, pelos poucos
almoços no RU e por nossos divertidos encontros extra-lab. Espero ter contribuído pelo
menos um pouquinho com o trabalho de vocês. Além disso, espero ter despertado um maior
interesse de vocês pela Mutagênese, para que todos continuem por aqui ano que vem!
“Rodrigos”: Obrigada pelos conselhos, incentivo e auxílio no início e término da
dissertação.
À Profa. Dra. Dalva Trevisan Ferreira e ao Iuri, do Laboratório de Pesquisas em
Moléculas Bioativas, pela atenção, paciência e auxílio com os extratos.
À Profa. Dra. Rosa Elisa C. Linhares e ao Prof. Dr. Carlos Nosawa, do Laboratório de
Virologia, pelo auxílio na implantação da técnica de análise de indução da apoptose.
À Profa. Dra. Danielle P. de Oliveira e às mais novas amigas Elisa e Farah, do
Departamento de Análises Clínicas, Toxicológicas e Bromatológicas (USP, Ribeirão Preto),
pela atenção, amizade e pela colaboração na avaliação dos extratos pelo Teste de Ames.
8
Ao pessoal de Assis, meus amigos biólogos, inesquecíveis e sempre presentes, por todos os
momentos de felicidade, tristezas, incertezas e conquistas que vivemos e viveremos em Assis
e região ou onde quer que estejamos. Pela confiança, amizade, carinho, conselhos e admiração
que temos um pelo outro. Muito obrigada Leandro, Davi, Ligiana, Giselli, Camila, Ágatha,
Fernanda e Lilian.
Aos amigos de Londrina, Ivan; Dalita, Juliana Mara, Ronaldo e pessoal de outras turmas e
outros programas; pessoal do Espanhol e do NAFI; Ana, Camila, Aline e Vanessa e; em
especial ao pessoal da “colônia nipônica londrinense”: Alexandre, Márcia, Adriana, Rodrigo e
Fernando, pela calorosa acolhida, pelos momentos hilários e descontraídos, pelo carinho e
preocupação e pelos inúmeros passeios pela cidade!
Ao pessoal de Marília, amigos de longa data. Crescemos juntos e compartilhamos muitas
alegrias e tristezas. Passamos pela adolescência, vestibular, faculdade, deixamos a casa de
nossos pais, arranjamos o primeiro emprego, alguns se casaram, outros foram para o outro
lado do mundo. Mas o laço que nos une ainda permanece intacto, mesmo que às vezes nos
esquecemos de mandar notícias. Obrigada a todos os amigos de mais uma grande “colônia
japonesa”, principalmente à Ju, Elis, Luciene, Mel, Dani, Melina, Zi.
À minha família, principalmente meus pais e avós. Obrigada novamente pelo apoio
incondicional, pela preocupação em investir em minha educação desde a infância, pela
confiança, pela segurança, pelo incentivo e por toda a dedicação e amor. Foram muitos os
sacrifícios para se chegar até aqui, e certamente eu não conseguiria se não fosse por vocês,
meus pais! Obrigada também aos avós, tios e tias que sempre demonstraram preocupação e
admiração e que se prontificaram em ajudar materialmente e psicologicamente.
A todos aqueles que participaram de forma direta ou indireta para o êxito deste trabalho. Aos
que ajudaram, muito obrigada. Aos que atrapalharam, obrigada também, pois vocês me
mostraram o quanto posso ser forte e o quanto Deus me abençôou ao colocar tantas outras
pessoas boas em minha vida!
9
TSUBOY, Marcela Stefanini Ferreira. Avaliação da mutagenicidade dos extratos de folha
e raiz da planta medicinal Coccoloba mollis (Polygonaceae) em diferentes sistemas-teste.
2008. 100p. Dissertação (Mestrado em Genética e Biologia Molecular). Universidade
Estadual de Londrina (UEL), Londrina, PR.
RESUMO
O uso das plantas medicinais pela população é uma prática antiga e ainda bastante difundida,
o que faz com que estudos sobre uma possível atividade mutagênica sejam essenciais. A
Coccoloba mollis Casaretto (Polygonaceae) é uma espécie vegetal popularmente pouco
conhecida, mas que tem sido utilizada como fitoterápico em Londrina, PR., sendo registrada
no “Guia Homeopático da Farmácia Q. curatun” com o nome de Erva da memória”. Este
fitoterápico tem sido relatado como benéfico principalmente em casos de falta de memória e
estresse. No presente estudo, os extratos etanólicos de folha e raiz da Coccoloba mollis foram
avaliados quanto a um possível efeito mutagênico, citotóxico e indutor de apoptose em
sistemas-teste in vitro e in vivo. Para a avaliação in vitro foi utilizada a linhagem hepática de
Rattus novergicus (HTC) nos ensaios de citotoxicidade (MTT) e mutagenicidade (Cometa e
Micronúcleo com bloqueio de citocinese - MNCtB) e; as linhagens TA98 e TA100 de
Salmonella typhimurium no ensaio Salmonella/microssoma. In vivo, a mutagenicidade foi
avaliada em sangue periférico de camundongos, também através dos ensaios do Cometa e
Micronúcleo. Com os resultados obtidos em todos os experimentos pode-se dizer que o
extrato preparado a partir das raízes da C. mollis possui maior toxicidade. Esta toxicidade
mostrou-se extremamente alta às linhagens de Salmonella investigadas, TA100 e TA98,
especialmente quando acrescido a esta última metabolização exógena (S9). No ensaio MTT,
em células HTC, o extrato da raiz mostrou-se citotóxico em concentração dez vezes inferior (a
partir de 200 µg/mL) a concentração do extrato obtido das folhas da C. mollis (a partir de
2000 µg/mL). À medida que as concentrações de ambos os extratos aumentam mais células
entram em apoptose, sendo a maior concentração testada (200 µg/mL) estatisticamente
significativa. Os resultados dos experimentos de mutagenicidade in vitro mostram que
nenhuma das concentrações empregadas, de ambos os extratos, foi mutagênica às células
HTC no ensaio MNCtB, embora tenha sido detectada genotoxicidade na maior concentração
avaliada no ensaio Cometa, sugerindo a indução de danos reparáveis. Praticamente, o mesmo
ocorreu no ensaio Salmonella/microssoma, no qual nenhuma das concentrações analisadas do
extrato da raiz foi capaz de aumentar significativamente o número de revertentes/placa.
Entretanto, o extrato da folha foi capaz de induzir danos no DNA da linhagem TA98, na
ausência de S9 na maior concentração testada, embora em potência mutagênica muito baixa.
Os experimentos realizados in vivo demonstraram que houve um aumento no número de
cometas e micronúcleos observados, porém estes resultados não foram significativos
estatisticamente. Os dados obtidos sugerem que apesar da baixa capacidade de indução de
danos ao DNA nas condições experimentais realizadas, os extratos da C. mollis,
especialmente o obtido das raízes, possuem alta toxicidade e capacidade de indução de
apoptose. Assim, o conhecimento dos fitoquímicos presentes nestes extratos aliado à
investigação mais detalhada sobre efeitos biológicos da Coccoloba mollis seria importante
para a comprovação científica dos efeitos propostos popularmente e para proporcionar uma
maior segurança aos usuários desta planta medicinal.
Palavras-chave: plantas medicinais, Coccoloba mollis, mutagenicidade, citotoxicidade, in
vitro, in vivo.
10
TSUBOY, Marcela Stefanini Ferreira. Mutagenic evaluation of the leaf and root extracts
from the medicinal plant Coccoloba mollis (Polygonaceae) in different test-systems. 2008.
100p. Dissertação (Mestrado em Genética e Biologia Molecular). Universidade Estadual de
Londrina (UEL), Londrina, PR.
ABSTRACT
The use of medicinal plants by population is an ancient and widespread practice, which makes
researches about its potential mutagenic activity essential. Coccoloba mollis Casaretto
(Polygonaceae) is a vegetal specie not very popularly known, but it has been used as
phytotherapic in Londrina, PR, being registred in the Guia Homeopático da Farmácia Q.
curatun” under the name “Erva da memória”. This phytotherapic has been reported as
beneficial mainly in cases of lacking of memory and stress. In the present study, the ethanolic
extracts from the leaf and root from Coccoloba mollis were investigated in relation to their
potential mutagenic, cytotoxic and apoptosis inductor effects in in vitro and in vivo test-
systems. The in vitro evaluation was made using the hepatic lineage of Rattus novergicus
(HTC) in the cytotoxicity (MTT) and mutagenicity (Comet and Micronucleus with
cytokinesis block –MNCtB) assays and; the strains TA98 and TA100 of Salmonella
typhimurium in the Salmonella/microsome assay. In vivo, mutagenicity was evaluated in
peripheral blood erythrocytes of mice, also using Comet and Micronucleus assays. The results
obtained with all experiments showed that the extract prepared with the roots of C. mollis
possesses greater toxicity. The toxicity was extremely high to the investigated Salmonella
strains, TA100 and TA98, especially when added to the latter exogenous metabolization (S9).
In MTT assay, with HTC cells, the root extract showed cytotocity in concentration ten times
lower (since 200 µg/mL) than the concentration of the extract obtained from the leaves of C.
mollis (since 2000 µg/mL). With the increase of the concentration of both extracts more cells
undergo apoptosis, being the highest concentration tested (200 µg/mL) which is statistically
significant. The results of the in vitro mutagenicity experiments demonstrate that none of the
evaluated concentration, of both extracts, were mutagenic to HTC cells in MNCtB assay,
instead of the genotoxicity detected in the highest concentration of the Comet assay,
suggesting induction of repairable damage. Almost the same occurred in
Salmonella/microsome, where none of the concentrations analysed of the roots extracts were
able to increase the number of revertents/plate significantly. Nevertheless, leaf extract induced
DNA damage in TA98 strain in the absence of S9, in the highest concentration evaluated,
although in very low mutagenic potency. The in vivo experiments demonstrated that there was
an increase in the number of comets and micronuclei observed, however, they were not
statistically significant. The data obtained suggested that in spite of the low response in the
induction of DNA damage in the experimental tested conditions, the extracts from C. mollis,
especially the root one, possesses high toxicity and potential to induce apoptosis. Thus, the
knowledge of the phytochemicals present in these extracts ally with a deeper investigation
about the biological effects of Coccoloba mollis would be important to the scientific
confirmation of the popularly proposed effects and to provide greater security to people that
have being used this medicinal plant.
Keywords: medicinal plants; Coccoloba mollis, mutagenicity, cytotoxicity, in vitro, in vivo.
11
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................................
12
1.1. PLANTAS MEDICINAIS
..................................................................................................
13
1.2. MUTAGÊNESE
................................................................................................................
15
1.2.1. SISTEMAS-TESTE
........................................................................................................
17
1.2.2. ENSAIO DE CITOTOXICIDADE MTT
..........................................................................
18
1.2.3. ENSAIO DE DETECÇÃO DE APOPTOSE IN SITU
........................................................
19
1.2.4. ENSAIOS DE GENOTOXICIDADE/MUTAGENICIDADE
.............................................
20
1.2.4.1. ENSAIO SALMONELLA/MICROSSOMA OU TESTE DE AMES
................................
21
1.2.4.2. ENSAIO DO COMETA OU SINGLE CELL GEL ELECTROPHORESIS (SCGE)
..........
24
1.2.4.3. TESTE DO MICRONÚCLEO
.......................................................................................
26
1.3. COCCOLOBA MOLLIS, FAMÍLIA POLYGONACEAE
......................................................
30
2. JUSTIFICATIVA.............................................................................................................
37
3. OBJETIVOS.....................................................................................................................
39
3.1. OBJETIVOS GERAIS
........................................................................................................
40
3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
...............................................................................................
40
4. ARTIGO 1.........................................................................................................................
41
5. ARTIGO 2.........................................................................................................................
62
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................
80
ANEXOS................................................................................................................................
93
12
1. Introdução
1. Introdução1. Introdução
1. Introdução
13
1.1. Plantas medicinais
As plantas medicinais sempre tiveram um importante papel terapêutico na história da
humanidade. Provavelmente a utilização das plantas como medicamento é tão antiga quanto o
próprio aparecimento do homem sendo, portanto difícil determinar com exatidão as
numerosas etapas na evolução desta arte de curar. Além de sua utilidade como agentes
terapêuticos, os benefícios proporcionados pelos vegetais ao longo da história vão desde a sua
utilização como corantes, inseticidas, fragrâncias, entre outros, até seu importante papel na
nutrição humana, onde muitos dos fitoquímicos presentes nas plantas estão sendo
cientificamente reportados como capazes de alterar a expressão gênica (MILNER, 2002; GO
et al., 2005). De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias, EMBRAPA
(2004), as plantas medicinais podem ser definidas como aquelas que apresentam uma ou mais
substâncias químicas com ação medicamentosa capazes de interagir com o organismo humano
e de outros animais, restabelecendo sua saúde e equilíbrio.
A fitoterapia é uma prática mundialmente significativa. HOSTETTMANN &
MARSTON (2002) mostraram que mais de 80% da população de países em desenvolvimento
são totalmente dependentes das plantas na atenção primária à saúde e, mais de 25% dos
medicamentos prescritos mundialmente derivam direta ou indiretamente das plantas.
No Brasil, as plantas medicinais são amplamente utilizadas na área rural e urbana
(RATES, 2001). Em muitas regiões do território nacional, desde as menos favorecidas até as
grandes cidades, as plantas medicinais são comercializadas em feiras livres, mercados
populares e encontradas em quintais residenciais.
O interesse pela fitoterapia geralmente é motivado pelo seu uso tradicional e por sua
origem natural. Os próprios usuários são os responsáveis pela validação das informações
terapêuticas acumuladas ao longo dos séculos. As observações populares sobre o uso e a
eficácia das plantas medicinais contribuem de forma relevante para a divulgação das virtudes
terapêuticas dos vegetais prescritos com maior freqüência e dos efeitos medicinais que
produzem, mesmo sem o conhecimento dos seus constituintes químicos (MACIEL et al.,
2002).
Até mesmo em países industrializados, onde a medicina convencional é predominante,
o uso das plantas como medicina complementar e alternativa cresce rapidamente (WHO,
2002). De acordo com CAPASSO et al. (2000), o aumento considerável na venda de
fitoterápicos nestes países tem sido promovido por fatores como: (1) desenvolvimento de
novas doenças, com complicações severas e que ainda não possuem um tratamento adequado;
14
(2) a crença de que os fitoterápicos são inócuos, em contraste com as drogas convencionais;
(3) a idéia de que sendo natural só pode ser bom; (4) a atenção especial dada aos fitoterápicos
nos países ocidentais por movimentos ecológicos; e (5) a crença de que os fitoterápicos são
naturalmente superiores às drogas sintéticas.
Apesar da comprovação científica dos efeitos benéficos das plantas medicinais, seu
uso pela população deve ser realizado de maneira cautelosa. Efeitos adversos podem surgir
devido à toxicidade intrínseca, à adulteração, substituição, contaminação, identificação
errônea do material vegetal, falta de fiscalização e interações com outras drogas (RATES,
2001; ZHOU et al., 2004). Provavelmente, a deficiência de relatos sobre os efeitos adversos é
reflexo da combinação de pouca divulgação e da natureza benigna da maioria das plantas
utilizadas (FUGH-BERMAN, 2000).
Entretanto, a literatura nos apresenta também uma grande variedade de estudos com
resultados muitas vezes contraditórios (CHAVEZ et al., 2006). Especial atenção tem sido
dada à investigação de compostos naturais que atuam na prevenção do câncer. Contudo,
alguns constituintes derivados de espécies medicinais, ou mesmo os preparados vindos destas
espécies, podem ser bio-ativados para promover o desenvolvimento de tal doença (ZHOU et
al., 2004, ROMERO-JIMÉNEZ et al., 2005).
Para garantir a eficácia terapêutica de um agente farmacológico, natural ou sintético,
deve ser comprovado por meio de estudos farmacológicos, histo-patológicos e toxicológicos
que o seu uso não traz agravos à saúde humana, sendo então necessário a avaliação de uma
possível atividade genotóxica e/ou mutagênica deste agente. Esta prática é de especial
importância no caso de produtos derivados das plantas medicinais, pois estas sintetizam
substâncias tóxicas que, na natureza, possuem o papel de defesa contra a herbivoria e outros
agentes patogênicos (KRICHER, 1997). Além disso, as plantas contêm inúmeros constituintes
e seus extratos, quando testados, podem apresentar efeitos sinérgicos entre os diferentes
princípios ativos devido a presença de compostos de classes ou estruturas diferentes
contribuindo para a mesma atividade (MACIEL et al., 2002). A fitoterapia deve, então, ser
acompanhada de estudos científicos que levem em consideração e correlacionem pesquisas de
qualidade, eficácia e segurança (KHAN, 2006).
Deste modo, estudos de genotoxicidade e anti-genotoxicidade ajudam na avaliação da
segurança e efetividade dos produtos naturais (BAST et al., 2002). A avaliação da
genotoxicidade/mutagenicidade dos agentes terapêuticos, naturais ou sintéticos, é
recomendada por órgãos reguladores nacionais e internacionais (CNS, RESOLUÇÃO Nº
251/97; OECD, 2001). A agência norte-americana Food and Drug Administration, FDA,
15
sugere uma bateria de testes in vitro e in vivo para a compreensão do potencial
genotóxico/mutagênico de um composto em questão: um teste para mutação gênica em
bactéria; um teste citogenético in vitro para avaliação de danos cromossômicos em células de
mamíferos ou um sistema que detecta mutações gênicas e efeitos clastogênicos (Mouse
Lymphoma tk Assay); e, finalmente, um teste in vivo para detecção de danos cromossômicos
em células hematopoiéticas de roedores (FDA, 1997). Os testes de
genotoxicidade/mutagenicidade são, portanto, de particular importância, pois são capazes de
detectarem compostos que induzem danos genéticos diretamente ou indiretamente por
diversos mecanismos.
1.2. Mutagênese
A Mutagênese ou também denominada Genética Toxicológica corresponde à ciência
que estuda o processo de indução de danos no DNA pela ão de agentes químicos, físicos e
biológicos. Este dano é usualmente medido como mutações, aberrações cromossômicas,
quebras de fitas do DNA, aductos ou por interferências no sitema de reparo do dano
(ZEIGER, 2001). Os estudos nesta área têm sido usados no acesso da mutagenicidade de
agentes ambientais, farmacêuticos e químicos mais de trinta anos, sendo muitas de suas
atividades focadas no desenvolvimento de novos testes, padronização de protocolos, geração
de base de dados e estudos inter-laboratoriais de validação de resultados.
A avaliação da mutagenicidade ganha cada vez mais importância à medida que a
sociedade se desenvolve e o número de substâncias estranhas ao organismo humano cresce.
Esses xenobióticos podem interagir de diversas formas com o homem, sendo benéficos,
prejudiciais ou indiferentes frente ao contato. Por isso é imprescindível identificar os agentes
potencialmente mutagênicos, teratogênicos ou carcinogênicos e estabelecer normas para o seu
uso (REIFFERSCHEID & HEIL, 1996). Observações epidemiológicas e estudos adicionais
em animais e outros sistemas-teste mostram que inúmeros agentes aos quais estamos
constantemente expostos são capazes de induzir danos no DNA (WOGAN et al., 2004).
Evidências crescentes sugerem que o dano no DNA, expresso principalmente como mutações,
está envolvido na indução de muitos tipos de câncer (BARTSCH & TOMATIS, 1983;
SARASIN, 2003). Além de seu papel na carcinogênese, as mutações podem ainda possuir
papel crítico no processo de envelhecimento e no desenvolvimento de doenças auto-imune e
16
crônico-degenerativas (MORLEY & TURNER, 1999; FENECH, 2000; DE FLORA &
FERGUNSON, 2005).
O processo de carcinogênese é resultante da acumulação de múltiplas mutações que
culminam na insensibilidade de controle da célula cancerígena pelo ambiente celular local e
pelo organismo como um todo (SARASIN, 2003). De acordo com HANAHAN &
WEINBERG (2000), a progressão para o tumor maligno é governada por seis alterações
essenciais na fisiologia celular: auto-suficiência nos sinais de fatores de crescimento,
insensibilidade aos sinais de fatores inibitórios de crescimento, evasão da apoptose, potencial
replicativo ilimitado, sustento da angiogênese, e invasão tecidual e metástase. Esses eventos
são tradicionalmente separados em três fases: iniciação, promoção e progressão. Na fase de
iniciação ocorre o dano ao DNA. A fase de promoção é aquela onde promotores de tumor
agem como mitógenos, induzindo a expansão de clones das células iniciadas. A progressão é
caracterizada pelo desenvolvimento irreversível de mudanças macroscópicas e microscópicas
pelas células já alteradas genotipica e fenotipicamente (GESCHER et al., 2001). Alguns
autores sugerem ainda uma quarta fase, a invasão, onde os tumores evoluem com aumento
nos níveis de malignidade (ALBERTS et al., 1999).
De acordo com as informações acima, podemos dizer que o mecanismo de mutagênese
(e a conseqüente instabilidade genômica) na fase de iniciação está intrinsecamente ligado ao
processo carcinogênico das fases seguintes. Dados publicados mostram que a maioria dos
tumores sólidos são geneticamente instáveis em pelo menos uma das fases do processo de
carcinogênese (SARASIN, 2003). Mutações de ponto, aberrações cromossômicas como
translocações, deleções e amplificações, metilação aberrante do DNA, modificações das
histonas (NELSON et al., 2004), instabilidade em regiões de microssatélite, silenciamento
e/ou perda de heterozigosidade de genes supressores de tumor e aneuploidia têm sido
propostos como possíveis importantes passos iniciadores (FENECH, 2002).
Estudos de mutagenicidade e carcinogênese apresentam grande correlação positiva,
mostrando que a maioria dos carcinógenos são mutagênicos (McCANN et al., 1975).
Entretanto, mecanismos indiretos de genotoxicidade também existem e podem ser definidos
como interações com alvos diferentes do DNA, que resultam em efeitos genotóxicos
(KIRSCH-VOLDERS et al., 2003). Os carcinógenos não-genotóxicos podem ainda ser
definidos como aqueles que não apresentam mutagenicidade em teste de avaliação da
toxicidade genética (CHOY, 2001). Considerando esta definição, a metilação do DNA pode
ser considerada um processo não-genotóxico, que causa alterações na expressão gênica, na
ausência de mutação (CHOY, 2001). Segundo este mesmo autor, o desencadeamento
17
acentuado da proliferação celular (por encurtar o tempo de carcinogênese) e da proliferação
dos peroxissomos (resultando em aumento dos níveis de H
2
O
2
e conseqüentemente dos danos
oxidativos) também são exemplos destes mecanismos.
1.2.1. Sistemas-teste
Diversos ensaios são utilizados para a avaliação da genotoxicidade/mutagenicidade de
um agente e estes podem ser aplicados em uma grande variedade de organismos-teste, desde
microrganismos até plantas, animais experimentais e humanos, bem como em sistemas de
cultura de células.
Nos últimos anos, o uso da cultura de células e de tecidos na pesquisa e na indústria
vem crescendo rapidamente, principalmente devido à tendência de evitar o uso de animais
para experimentação (JONES & STACEY, 2001). A cultura de células é amplamente
utilizada em laboratórios de todo o mundo para examinar vias metabólicas e elucidar
mecanismos envolvendo a transdução de sinais, regulação da expressão gênica, proliferação e
morte celular (HALLIWELL, 2003). Os estudos in vitro com células de mamíferos são
amplamente utilizados na detecção de agentes mutagênicos ou anti-mutagênicos e apresentam
diversas vantagens tais como a facilidade de padronização das condições experimentais
(densidade populacional, pH, temperatura, composição do meio de cultivo, entre outras), a
possibilidade de aplicação do tratamento em qualquer fase do ciclo celular, além de serem
ensaios econômicos e de boa reprodutibilidade (RABELLO-GAY & RODRIGUES, 1991).
Em especial, linhagens celulares hepáticas, tais como HTC, HepG2 e culturas primárias de
hepatócitos são de grande utilidade em estudos de genotoxicidade e mutagenicidade, uma vez
que o fígado é o principal sítio de metabolização de xenobióticos (MERSH-SUNDERMANN
et al., 2004) e muitos desses necessitam ser metabolizados para originar compostos
mutagênicos (ZEIGER, 2001). Assim sendo, tais células, mesmo em condições de cultura e
em níveis de expressão variáveis, apresentam ainda enzimas de fase I e fase II do
metabolismo de drogas (CASTELL et al., 1997; WILKENING et al., 2003; VALENTIN-
SEVERIN et al., 2003).
Apesar da alternativa do uso de células metabolizadoras, da adição de metabolização
exógena aos sistemas in vitro e embora estes mostrem alta concordância com estudos em
animais (McCANN et al., 1975), os ensaios in vitro ainda apresentam algumas limitações
quando comparados ao sistema in vivo como a dificuldade de simular a farmacocinética de
18
absorção, distribuição, metabolismo e excreção in vivo, perda de interações célula-matriz
necessárias para a manutenção do fenótipo diferenciado, além de que a estabilidade
metabólica in vitro depende somente da atividade das células-alvo enquanto que a distribuição
sistêmica que ocorre in vivo coloca o composto sob a influência de diferentes tecidos
(FRESHNEY, 2001). De acordo com KRISHNA & HAYASHI (2000), os sistemas in vivo
são especialmente relevantes no acesso ao perigo genético, uma vez que permitem considerar
fatores do metabolismo in vivo, farmacocinética e processos de reparo do DNA.
1.2.2. Ensaio de citotoxicidade MTT
A citotoxicidade pode ser considerada como o potencial de um composto de induzir a
morte celular (EISENBRAND et al., 2002). A resposta celular a um efeito tóxico pode ser
reversível, quando resultante de privação de nutrientes ou fatores de crescimento ou regulada
positiva ou negativamente por um regulador de crescimento; ou irreversível, quando as
células entram em apoptose, senescência ou se diferenciam (FRESHNEY, 2001). Os testes de
citotoxicidade in vitro são úteis e necessários para definir a citotoxicidade basal e permitem o
controle do ambiente físico-químico e fisiológico, além de darem consistência à amostra e
resultados reproduzíveis quando linhagens celulares bem caracterizadas são empregadas
(FRESHNEY, 2001; EISENBRAND et al., 2002). Ainda segundo EISENBRAND et al.
(2002) os testes de citotoxicidade também são de grande valia para definir os limites de
concentrações a serem testadas em experimentos de indução de mutações ou apoptose. De
acordo com HONMA & SOFUNI (2001), para avaliar o potencial mutagênico de uma
substância apropriadamente, é necessário testar doses variadas e estar ciente de que a
citotoxicidade excessiva pode levar a resultados falso-positivos, uma vez a citotoxicidade
pode estar, eventualmente, associada à indução de danos cromossômicos (MULLER et al.,
2001).
Diferentes parâmetros podem ser utilizados na avaliação da citotoxicidade.
Geralmente esses testes examinam endpoints que indicam efeitos em membranas celulares de
organelas, colapso da barreira de permeabilidade celular, função mitocondrial reduzida,
alterações na morfologia e replicação das células (HODGSON et al., 2004).
Um exemplo destes testes é o ensaio MTT. Proposto por Mosmann em 1983, ele é um
dos mais empregados e um dos mais sensíveis testes para a detecção de citotoxicidade após a
exposição das células a substâncias tóxicas (FOTAKIS & TIMBRELL, 2006). Testes
19
colorimétricos como este, apresentam vantagens como sua rapidez e precisão (MOSMANN,
1983).
O método envolve a conversão, pelas células, do MTT [3-(4, 5-dimethylthiazol-2-yl)-
2,5-diphenyltetrazolium bromide] um sal tretrazolium de coloração amarela em um formazan
de coloração roxa. Tal reação geralmente é atribuída à atividade das mitocôndrias, porém o
exato mecanismo da redução do MTT ainda não está bem esclarecido (VELLONEN et al.,
2004). Como o produto formado é impermeável às membranas celulares, este se acumula nas
células vivas. Após a exposição das células ao composto teste e ao período de incubação das
mesmas em contato com o MTT, as amostras passam pelo leitor de ELISA, onde são medidas
espectrofotometricamente.
1.2.3. Ensaio para detecção de apoptose in situ
Como descrito anteriormente, a resposta da célula a um efeito tóxico pode ser
reversível ou irreversível. A distinção entre a citotoxicidade e danos celulares reversíveis deve
ser apropriadamente avaliada para que a interpretação dos dados de estudos in vivo seja
facilitada (VALENTIN et al., 2000). Para isso, a indução da apoptose, por exemplo, pode ser
investigada através de diversos parâmetros: alterações na morfologia celular, rearranjos na
membrana, fragmentação do DNA, ativação de caspases, liberação do citocromo c da
mitocôndria, entre outros (EISENBRAND et al., 2002).
O termo apoptose foi utilizado pela primeira vez em 1972 por Kerr e seus
colaboradores para descrever uma forma de morte celular morfologicamente distinta
(ELMORE, 2007). A morte celular por apoptose foi inicialmente identificada com base nas
mudanças fisiológicas reproduzidas com grande fidelidade em diferentes tipos celulares
quando expostas a um estímulo de morte. Essas mudanças incluem condensação do citosol e
da cromatina nuclear, fragmentação celular em corpúsculos que são fagocitados pelas células
vizinhas e exposição do resíduo de fosfatidilserina na superfície externa da membrana
plasmática (PLENCHETTE et al., 2004). Embora a apoptose possua importante papel durante
o processo de desenvolvimento dos organismos, esta se não regulada corretamente pode
resultar em patologias associadas ao seu desencadeamento excessivo ou diminuído:
anormalidades no desenvolvimento, doenças auto-imunes, neurodegenerativas e câncer
(ELMORE, 2007).
20
A identificação da apoptose por análise das alterações morfológicas, por exemplo,
ainda constitui um procedimento padrão devido a sua simplicidade, baixo custo e precisão
(PLENCHETTE et al., 2004). A técnica faz uso de corantes tais como Hoechst 33342 ou
Acridine Orange, que penetram na célula e coram seu DNA. Em contraste com as células
normais, as células apoptóticas terão a cromatina condensada e fragmentada uniformemente
coradas por estes corantes (PLENCHETTE et al., 2004; WYLLIE, 2008) (Figura 1).
Como dito anteriormente, existe uma grande variedade de testes para a detecção da
apoptose. Estes envolvem métodos relativamente simples e baratos que utilizam apenas
microscopia, até métodos mais onerosos, que fazem uso de kits próprios e aparelhagem mais
sofisticada, todos com suas vantagens e desvantagens. É, portanto de responsabilidade do
pesquisador avaliar qual a melhor combinação de testes que será útil à sua pesquisa.
Figura 1. Células HTC após tratamento com os extratos da C. mollis. Coloração: Acridine Orange.
Microscopia de fluorescência, objetiva de 100x. Setas indicam células apoptóticas.
1.2.4. Ensaios de genotoxicidade/mutagenicidade
Um grande número de testes in vitro e in vivo tem sido desenvolvido para a detecção
de danos no DNA. Os principais objetivos destes testes é a detecção de mutações em
linhagens celulares germinativas, devido ao seu possível envolvimento no desempenho
reprodutivo e futura geração de doenças genéticas; e a identificação de mutações somáticas,
devido à sua estabelecida relação com o desenvolvimento de doenças como o câncer
(EISENBRAND et al., 2002).
21
Dentre os testes mais empregados e amplamente aceitos para investigação de
substâncias que causam dano genético estão os ensaios Salmonella/microssoma ou Teste de
Ames (MORTELMANS & ZEIGER, 2000), o Ensaio do Cometa (WITTE et al., 2007;
BURLINSON et al., 2007); e o Teste do Micronúcleo (FENECH, 1999; KRISHNA &
HAYASHI, 2000).
1.2.4.1. Ensaio Salmonella/microssoma ou Teste de Ames
Entre os ensaios microbianos que utilizam bactérias, o mais comumente utilizado tem
sido o Teste de Ames, principalmente por sua simplicidade, baixo custo, sensibilidade,
reprodutibilidade, versatilidade e alto valor preditivo para carcinogenicidade em roedores
quando uma resposta mutagênica é obtida (RABELLO-GAY & RODRIGUES, 1991;
MORTELMANS & ZEIGER, 2000). O teste Salmonella/microssoma pode ser aplicado para a
avaliação da qualidade do ar, esgoto, sedimentos, efluentes do processo industrial, água para
consumo humano, tecidos animais, solos, além de produtos químicos, naturais, sintéticos,
fitoterápicos (SBMCTA, 2004). É parte das baterias de ensaios internacionalmente propostas
para registro de medicamentos, outras drogas, formulações químicas, incluindo as substâncias
ou misturas com ampla utilização na agricultura, além de ser utilizado em estudos para
elucidação de mecanismos de mutagênese e anti-mutagênese e na avaliação de efeitos
sinérgicos de misturas de compostos (UMBUZEIRO & VARGAS, 2003).
O teste Salmonella/microssoma ou teste de Ames, desenvolvido por Bruce Ames e
seus colaboradores no final dos anos de 1960 e início de 1970, é um dos mais reconhecidos e
executados na área de genética toxicológica. Durante mais de vinte anos os procedimentos do
ensaio foram firmemente estabelecidos e os resultados extensivamente validados (CHOY,
2001). O teste avalia a capacidade de indução de dano genético que leva a mutações gênicas
através da reversão do fenótipo histidina negativo (his
-
) para histidina positivo (his
+
) das
diferentes linhagens de Salmonella
typhimurium
,
na presença e ausência de sistema de
metabolização (fração microssomal S9) (JOSEPHY, 1997).
As linhagens de Salmonella usadas no ensaio pertencem ao grupo de enterobactérias
capazes de produzir azoredutase e nitroredutase, especialmente construídas para detectar
mutações do tipo deslocamento de quadro de leitura ou substituição de pares de base no DNA
(UMBUZEIRO et al., 2005). As linhagens sofrem mutações nos genes responsáveis pela
biossíntese da histidina e como resultado não conseguem produzir este aminoácido, sendo que
22
cada uma dessas mutações é projetada para responder aos mutágenos que agem por
mecanismos diferentes, o que torna a combinação de linhagens de Salmonella uma ferramenta
importante na elucidação do mecanismo de ação mutagênica de diversos compostos
(MORTELMANS & ZEIGER, 2000). As linhagens TA98 e TA100 são comumente utilizadas
para estudos de triagem, mostrando eficiência na detecção de grande número de agentes
mutagênicos (SBMCTA, 2004). A mutação hisD3052, presente em TA98 ocorre na
codificação do gene para histidinol desidrogenase e afeta a leitura correta de uma seqüência
próxima constituída de oito resíduos CG -CGCGCGCG- repetitivos (UMBUZEIRO &
VARGAS, 2003). A reversão desta mutação é induzida por vários mutágenos que ocasionam
erros de leitura como o 2-nitrofluoreno e vários derivados aromáticos nitrosos
(MORTELMANS & ZEIGER, 2000). a mutação hisG46, presente em TA100, codifica o
gene para a primeira enzima da biossíntese da histidina. A mutação é resultante da
susbstituição de uma leucina (GAG/CTC) por uma prolina (GGG/CCC) sendo, portanto,
revertida por mutações que causam substituição de pares de bases em um dos pares GC
(MORTELMANS & ZEIGER, 2000).
Diversos protocolos podem ser utilizados para a realização do teste, sendo os mais
empregados os métodos de incorporação em placas, o de pré-incubação e o de
microssuspensão (UMBUZEIRO & VARGAS, 2003). Estes diferentes protocolos e a
construção de novas linhagens de Salmonella, com mutações adicionais àquelas no operon da
histidina, aumentaram a sensibilidade do teste, permitindo que este avalie uma maior
quantidade de agentes, incluindo gases e compostos voláteis. Em revisão feita por
MORTELMANS & ZEIGER (2000), os autores descrevem detalhadamente os protocolos
para execução do ensaio e interpretação dos resultados:
O método de incorporação em placas consiste em adicionar as linhagens de
Salmonella e a amostra a ser testada em uma placa de ágar mínimo
(suplementado com biotina e traços de histidina) na presença e ausência de
sistema de ativação metabólica (fração S9);
O método de pré-incubação é uma modificação do ensaio de incorporação em
placas e envolve a exposição das linhagens, da substância teste, do tampão ou
da mistura S9 por um curto período de tempo (usualmente 30 minutos) a 37°C
em um pequeno volume de mistura (0,5 mL) antes do plaqueamento em ágar
mínimo. Acredita-se que os metabólitos mutagênicos de vida curta têm uma
23
maior possibilidade de interagir com as linhagens em um pequeno volume de
mistura pré-incubada se comparado com o plaqueamento imediato. Além
disso, o menor volume possibilita maior concentração de S9 e co-fatores;
No protocolo de microssuspensão, também denominado teste de Kado, as
culturas são concentradas 10 vezes, para uso no teste de pré-incubação. Esta
metodologia é interessante quando se dispõe de pouca quantidade de amostra,
pois se acredita que o maior número de bactérias aumente a detecção dos
metabólitos mutagênicos.
Os resultados do ensaio devem ser submetidos à análise de variância (ANOVA),
seguida de análise de regressão linear, preferencialmente em programa estatístico próprio
(exemplo Salanal
®
) (UMBUZEIRO & VARGAS, 2003). Para todos os protocolos, o número
de revertentes no controle negativo é a taxa de reversão espontânea obtida nas condições do
ensaio e normalmente os resultados são expressos em número de revertentes por placa. Uma
amostra é considerada positiva quando apresenta ANOVA e efeito dose-resposta significativo
(SBMCTA, 2004). A figura abaixo ilustra a resposta observada no ensaio para o controle
negativo e por mutagênese induzida.
Figura 2. Resposta observada no teste de Ames. À esquerda, controle negativo; à direita mutagênese
induzida por agente químico, apresentando maior número de colônias revertentes (Fonte:
MORTELMANS & ZEIGER, 2000).
24
1.2.4.2. Ensaio do Cometa ou Single Cell Gel Electrophoresis (SCGE)
O Ensaio do Cometa ou Single Cell Gel Electrophoresis (SCGE) é um método rápido
e sensível para a detecção de danos primários no DNA que tem sido amplamente utilizado na
Genética Toxicológica por ser um teste relativamente barato, simples, flexível, de rápidos
resultados, no qual um pequeno número de células por amostra e pequenas quantidades da
substância teste são suficientes para conduzir um experimento (COLLINS et al., 1996; TICE
et al., 2000; WITTE et al., 2007). Além do seu amplo uso na investigação genotóxica in vitro
e in vivo, biomonitoramento humano, epidemiologia molecular, ecogenotoxicologia, o teste
do cometa constitui uma valiosa ferramenta para a investigação dos aspectos fundamentais de
danos no DNA e seus mecanismos de reparo (COLLINS, 2004). O SCGE vem sendo
considerado uma técnica útil no biomonitoramento humano, pois este pode ser aplicado em
células não-proliferativas e em células de tecidos considerados como o primeiro sítio de
contato das substâncias mutagênicas, ao contrário dos testes citogenéticos, muitas vezes
limitados aos linfócitos circulantes e dependentes de populações celulares proliferativas
(KASSIE et al., 2000). WITTE et al., (2007) propõem que o ensaio seja utilizado como uma
alternativa aos ensaios citogenéticos na triagem de drogas, por ter as vantagens descritas
acima, pela menor ocorrência de resultados falso-positivos associados com o excesso de
toxicidade e pela possibilidade de automatização de alguns passos da técnica. O teste do
cometa também está sendo bastante usado em estudos nutricionais, especialmente na
investigação do efeito protetor de componentes da dieta frente a danos oxidativos e por isso é
considerado por alguns pesquisadores como um biomarcador ideal para estudos de efeitos da
nutrição sobre o câncer (WASSON et al., 2008).
RYDBERG & JOHANSON, em 1978, foram os primeiros pesquisadores que
quantificaram danos diretamente no DNA de células individuais, ao lisarem as células
embebidas em agarose em condições alcalinas (GONTIJO & TICE, 2003; WITTE et al.,
2007). Anos mais tarde, ÖSTLING & JOHANSON (1984) descreveram uma versão
modificada de detecção de danos em células individuais, com a introdução da eletroforese e
sob pH neutro, onde as células com aumento de danos (neste caso, quebras de fita dupla)
apresentam aumento na migração de fragmentos do DNA em direção ao ânodo. Em 1988,
SINGH et al. introduziram a eletroforese em pH alcalino (pH >13), o que tornaria a técnica
mais sensível e a mais utilizada pelos pesquisadores da área (TICE et al., 2000). Nestas
condições, a técnica permite detectar o mais amplo espectro de dano ao DNA - quebras de fita
simples e dupla, danos em tios álcali-lábeis e ainda, sob certas condições crosslinks DNA-
25
DNA, DNA-proteína, que (na ausência de outras lesões) aparecem como uma diminuição da
migração do DNA quando comparado aos controles (HARTMANN et al., 2003). A
introdução de tratamentos enzimáticos torna o ensaio ainda mais específico e sensível. Neste
caso, é introduzida uma etapa extra de digestão dos nucleóides com enzimas que reconhecem
tipos particulares de danos e ocasionam uma quebra (COLLINS, 2004). Pirimidinas oxidadas
podem ser detectadas com o uso da endonuclease III (COLLINS et al., 1993), a oxidação de
purinas é normalmente detectada com o uso da formamidopirimidina DNA-glicosilase (FPG),
enquanto que os dímeros de pirimidina induzidos por UV são detectados com a endonuclease
V do bacteriófago T4 (TICE et al., 2000; COLLINS, 2004). É importante ressaltar que o
ensaio detecta lesões genômicas que após processadas podem ou não resultar em mutações,
ou seja, o dano detectado pelo teste do cometa é passível de reparo (GONTIJO & TICE,
2003).
O Ensaio do Cometa pode ser conduzido em qualquer tecido desde que as células
possam ser isoladas. É mais comumente aplicado em células animais, entretanto alguns
métodos têm sido desenvolvidos para aplicação do teste em células vegetais (GICHNER &
PLEWA, 1998).
Muitas variáveis técnicas podem afetar a sensibilidade do teste, tais como a
natureza química e o mecanismo de ação do agente mutagênico, a concentração e quantidade
de agarose de baixo ponto de fusão, composição da solução de lise, tempo de lise, tempo de
desnaturação alcalina do DNA, composição e temperatura do tampão de eletroforese, as
condições de corrida, a coloração do DNA, entre outros (SPEIT & HARTMANN, 1999;
SPEIT et al., 1999).
A análise dos cometas gerados pode ser feita visualmente ou de maneira
automatizada, com programas computacionais próprios. De acordo com COLLINS (2004),
existe grande concordância entre os resultados obtidos pelas duas maneiras de análise.
A classificação visual dos cometas normalmente é feita de acordo com o descrito por
KOBAYASHI, (1995). Estes são divididos em quatro classes, de acordo com a extensão do
dano gerado, em: cometa classe 0 nucleóides que não apresentam cauda; cometa classe 1
nucleóides com cauda menor que o diâmetro do nucleóide; cometa classe 2nucleóides com
cauda de tamanho entre 1 a 2 vezes o diâmetro do nucleóide; e cometa classe 3 nucleóides
com cauda 2 vezes maior que o diâmetro do nucleóide (Figura 3).
26
Figura 3. Critério de classificação para a análise do Ensaio do Cometa. Da esquerda para direita,
cometas de classe 0, 1, 2 e 3. Coloração: Brometo de Etídeo. Microscopia de fluorescência, objetiva de
40x. Foto de Luiz, 2002.
1.2.4.3. Teste do Micronúcleo
O Teste do Micronúcleo foi originalmente desenvolvido por SCHMID et al. em 1971
e então modificado por HEDDLE (1973) como uma alternativa aos ensaios citogenéticos
tradicionais. O método apresenta vantagens como a simplicidade, rapidez e baixo custo
(SCHIMID, 1975). O ensaio foi desenvolvido primeiramente em sistema-teste in vivo, em
células de medula óssea de camundongos, porém atualmente é aplicado em vários tipos
celulares, em sistemas in vitro, in vivo e ex vivo. A versão in vivo do ensaio é considerado o
teste mais amplamente utilizado para a detecção de agentes clastogênicos e aneugênicos,
sendo internacionalmente aceito como parte da bateria de testes recomendados para avaliação
do potencial mutagênico, para o registro de novos produtos químicos que entram no mercado
mundial (CHOY, 2001; SBMCTA, 2004).
A formação do micronúcleo é amplamente usada na epidemiologia molecular como
um biomarcador de danos cromossômicos e instabilidade genômica (IARMARCOVAI et al.,
2008). Além de sua aplicação em estudos de ecotoxicologia, na avaliação de novos fármacos,
no monitoramento de indivíduos expostos ocupacionalmente a agentes potencialmente
mutagênicos, no estudo dos mecanismos de ação do agente mutagênico estudado
(SALVADORI et al., 2003), diversos laboratórios o utilizam como uma ferramenta para a
avaliação de fatores ambientais, genéticos e estilo de vida sobre a estabilidade genômica das
populações humanas, com especial atenção na avaliação de risco para o câncer (FENECH et
al., 1999).
Os micronúcleos são resultantes de dois fenômenos básicos nas células mitóticas:
quebra cromossômica (clastogênese) e disfunção do aparelho mitótico (aneugênese), sendo
formados pelos cromossomos acêntricos ou fragmentos cromatídicos e cromossomos inteiros
ou cromátides que se atrasam na anáfase e são excluídos do núcleo-filho na telófase
0
1
2
3
27
(FENECH, 2000) (Figuras 4 e 5). A distinção do micronúcleo contendo cromossomos inteiros
de um contendo fragmentos cromossômicos acêntrico pode ser feita utilizando-se hibridização
in situ fluorescente (FISH) com sondas de regiões pericentroméricas (MATEUCA et al.,
2006).
Figura 4. Formação de célula micronucleada por clastôgenese, contendo fragmento cromatídico
acêntrico. Fonte: AARDEMA & KIRSCH-VOLDERS, 2001.
Figura 5. Formação de célula micronucleada por aneugênese, contendo cromossomo inteiro. Fonte:
AARDEMA & KIRSCH-VOLDERS, 2001.
O ensaio do micronúcleo in vitro com bloqueio de citocinese (MNCtB), desenvolvido
por FENECH & MORLEY em 1985, tornou-se um dos testes citogenéticos padrão para a
análise da freqüência de micronúcleos em células humanas (FENECH, 2006a) e agências
reguladoras o incorporaram na bateria de testes recomendados para o acesso ao potencial
mutagênico de novos agentes (OECD, 2007). Além da análise do micronúcleo, outros
parâmetros podem ser investigados na mesma cultura, na mesma lâmina. A viabilidade celular
pode ser mensurada através da análise das células necróticas e apoptóticas; a condição
28
mitótica através da contagem das células mono, bi e multinucleadas e posterior cálculo do
índice de divisão nuclear; e finalmente, a instabilidade cromossômica ou extensão do dano,
através da análise da presença de micronúcleo, ponte nucleoplasmática e brotos nucleares
(FENECH, 2006a).
O MNCtB permite a análise dos micronúcleos após a primeira divisão celular,
certificando que o dano ocorrido é decorrente do tratamento experimental à que as células
foram submetidas. A adição de citocalasina-B (Cyt-B) à cultura permite identificar tais células
devido à presença dos dois núcleos (FENECH, 2000). Esta substância inibe os
microfilamentos de actina e impede a polimerização dos mesmos na placa equatorial formada
no final da telófase; desta forma observa-se uma cariocinese com ausência de citocinese. O
uso da Cyt-B foi motivo de debate entre os pesquisadores. Alguns evidenciaram que seu
uso pode interferir na indução de micronúcleos por agentes que afetariam o fuso mitotótico
(AARDEMA & KIRSCH-VOLDERS, 2001), entretanto, os resultados de um estudo inter-
laboratorial revelaram que o uso da Cyt-B é a maneira mais eficiente de minimizar resultados
falso-negativos (FENECH, 2006b).
Alguns critérios devem ser seguidos para a seleção das células binucleadas e para a
identificação do micronúcleo (Figura 6) (FENECH, 2000): as células devem ser binucleadas;
os dois núcleos devem ter a membrana intacta e devem estar situados dentro do mesmo limite
citoplasmático; os dois núcleos devem ter tamanhos aproximadamente iguais e mesma
intensidade de coloração; os micronúcleos devem possuir morfologia idêntica a do núcleo
principal e mesma coloração (porém ocasionalmente é mais intensa); os micronúcleos são
não-refringentes; não devem estar ligados a um dos núcleos principais; não podem estar
sobrepostos a um dos núcleos principais; e o diâmetro deve variar de 1/16 até 1/3 do diâmetro
do núcleo principal.
Figura 6. Células binucleadas sem micronúcleo (esquerda) e com micronúcleo (seta) (direita).
Coloração: Giemsa 5%. Microscopia óptica, aumento de 400x. Foto de Luiz, 2002.
29
Como descrito anteriormente, o ensaio do micronúcleo in vivo é amplamente utilizado
na detecção de agentes clastogênicos e aneugênicos. O dano cromossômico é mensurado em
células de medula óssea por constituir uma população celular de rápida proliferação e ser mais
suscetível à indução de danos (ZEIGER, 2001). Os micronúcleos são avaliados em hemáceas
jovens, pois quando os eritroblastos expelem seus núcleos e se transformam em eritrócitos,
estes permanecem no citoplasma, onde são facilmente identificados devido à sua morfologia
arredondada e coloração característica (SCHIMID, 1975).
A freqüência de micronúcleos também é usualmente verificada no sangue periférico
dos animais. Neste caso, os reticulócitos são as células indicadas para a análise. Segundo
HAYASHI et al (1990), a população celular é mais uniforme ecil de analisar e uma
pequena quantidade de células sanguíneas pode ser retirada repetidamente da cauda do roedor
sem a necessidade de sacrificá-lo. A coloração feita com acridina orange permite a distinção
dos reticulócitos sem micronúcleo, ricos em RNA e que emitem fluorescência vermelha, dos
reticulócitos com micronúcleo, que além da coloração vermelha, apresentarão em seu
citoplasma o DNA contido no micronúcleo, com coloração amarelo-esverdeado (Figura 7).
Figura 7. Reticulócito sem micronúcleo (a) e com micronúcleo (b). Coloração: laranja de acridina.
Microscopia de fluorescência; aumento de 400x. Foto de Marcarini, 2005.
(a)
(b)
30
1.3. Coccoloba mollis, Família Polygonaceae
A Coccoloba mollis Casaretto (Polygonaceae) é uma espécie vegetal popularmente
pouco conhecida, mas que tem sido utilizada como fitoterápico em Londrina, PR. Esta espécie
está registrada no “Guia Homeopático da Farmácia Q. curatun” com o nome de Erva da
memória”, e tem sido utilizada em casos de falta de memória, estresse, insônia, anemias,
queda de visão e impotência sexual.
O gênero Coccoloba distribui-se desde o México, sul dos Estados Unidos até o sul da
América do Sul. No Brasil estão presentes 45 espécies, 23 das quais ocorrem na Amazônia
(MELO, 2004).
A Coccoloba mollis (Figura 8), popularmente conhecida como folha-de-bolo ou falso-
novateiro, cauaçu ou pau-de-vassoura, ocorre em cerradões e mata semidecídua da bacia do
Paraná, desde o estado de Goiás até o Triângulo Mineiro e Paraná (MORS et al., 2000;
LORENZI, 2002).
Figura 8. Coccoloba mollis. Fonte: LORENZI, 2002.
A pesquisa bibliográfica realizada até o momento no Chemical Abstract (CA) e no
National Center for Biotechnology Information (NCBI) indica a ausência de literatura
científica sobre esta espécie.
As espécies do gênero Coccoloba têm sido popularmente usadas no Brasil como
adstringente, no tratamento da febre, diarréia, gonorréia, hemorróidas, problemas menstruais e
31
hemorragias uterinas (MORS et al., 2000; COTA et al., 2003). Os principais constituintes
químicos identificados em espécies deste gênero são:
triterpenos (acetato de lupeol,
betulina, taraxenona, ácido betúlico, fridelina, α-amirina, lupeol); flavonóides (miricetina-3-
ramnosídeo, quercetina, quercetina-3-ramnosídeo, campferol); antraquinonas (éter 3-metílico
da emodina, crisofanol, reina, emodina); esteróides (estigmasterol); aromáticos e derivados
(ácido gálico, catequinas, éster etílico do ácido gálico, roileanona) (FERREIRA
1
; COTA et
al., 2003).
Coccoloba uvifera L. apresenta como principais constituintes ácidos carboxílicos,
ésteres e aldeídos (SHAW et al., 1992 apud COTA et al., 2003). Ácido lico,
epigalocatequina galato, mircetina-3-o-ramnosídeo e triterpenos foram isolados de
Coccoloba dungandiana, e β-sitosterol, β-lupeol, taraxerona, ácido ursólico e betúlico de
Coccoloba excoriata L. (COMPAGNONE et al., 1995 apud COTA et al., 2003; DAN &
DAN apud COTA et al., 2003).
A caracterização dos constituintes químicos dos extratos etanólicos obtidos das folhas
e raízes da Coccoloba mollis aqui testados ainda estão em andamento. Resultados
preliminares demonstraram a presença de duas antraquinonas (emodina e fissiona; Figura 9)
no extrato da raiz, enquanto que hidrocarbonetos, ésteres de cadeia longa e o triterpeno
taraxerona (Figura 10) foram caracterizados no extrato da folha (de BARROS et al., 2007;
FERREIRA et al., 2007).
OH
OH
O
O
OMe
CH
3
OH
OH
O
O
OH
CH
3
emodin
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
4a
10a
8a
9a
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
4a
10a
8a
9a
Fission
Figura 9. Estrutura química das antraquinonas identificadas no extrato etanólico da raiz de C. mollis.
1
FERREIRA DT (comunicação pessoal). Profa. Dra. Dalva Trevisan Ferreira, responsável pelo Laboratório de
Pesquisas em Moléculas Bioativas, pertencente ao Departamento de Química da Universidade Estadual de
Londrina, UEL e coordenadora do estudo fitoquímico dos extratos da Coccoloba mollis.
32
.
Figura 10. Estrutura química do triterpeno identificado no extrato etanólico da folha de C. mollis.
Fonte: NCBI, 2008
A atividade antimicrobiana destes extratos também foi investigada. O extrato obtido
das folhas da C. mollis inibiu o crescimento de Escherichia coli, Candida albicans, Candida
krusei e Candida tropicalis enquanto que o extrato obtido das raízes apresentou atividade
contra Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa, Bacillus subtilis
,
Candida albicans
e Candida krusei (de BARROS et al., 2008), concordando assim com dados da literatura
sobre a atividade antimicrobiana das plantas pertencentes à família Polygonaceae (COTA et
al., 2003; FALKENBERG, 2004; SHAN et al., 2008;).
Algumas espécies desta família apresentam também atividade antiviral. O extrato
etanólico de Polygonum cuspidatum Siebold & Zucc., apesar da citotoxicidade às células
hospedeiras, inibiu eficientemente a proliferação do vírus da hepatite B (CHANG et al.,
2005). o extrato etanólico de Rumex bequaertii De Wild. possui atividade contra o HIV,
apresentando a maior taxa de proteção em comparação com os extratos das outras plantas
estudadas (COS et al., 2002).
Alguns estudos relatam também a atividade tranqüilizante de extratos derivados de
plantas da família Polygonaceae (GOSH et al., 2002), além do efeito protetor da emodina
frente a distúrbios cerebrais (GU et al., 2000) e na consolidação da memória (LU et al., 2007).
As antraquinonas são compostos ativos de muitas drogas derivadas de plantas,
principalmente as laxativas, e ocorrem principalmente em membros das famílias Liliaceae,
Rhamnaceae, Caesalpinioideae, Rubiaceae, Verbenaceae, Asphodelaceae e Polygonaceae
(WINKER & SHIMMER, 2000; FALKENBERG, 2004). A exposição humana à emodina,
por exemplo, ocorre predominantemente via oral através da ingestão de fitomedicamentos e
da alimentação, chegando a ser de 3mg/Kg/dia para uma pessoa de 70 Kg (GO et al., 2007).
33
In vivo, a biotransformação das antraquinonas (1,8 diidroxiantraquinonas) parece ocorrer nas
células epiteliais do intestino e nas células hepáticas (MUELLER et al., 1998), sendo a
biotransformação da emodina, a 1,8 diidroxiantraquinona mais estudada, mediada pelas
enzimas do citocromo P450 (TANAKA et al., 1987; GO et al., 2007). De acordo com
MOROOKA e colaboradores (1990), a biotransformação da emodina gera seis metabólitos
principais: 4-hidroxiemodina (4-OHEM); 5-hidroxiemodina (5-OHEM); 7-hidroxiemodina
(7-OHEM); 2-hidroxiemodina (2-OHEM); ω-hidroxiemodina (ω-OHEM) e ácido emódico
(EA) (Figura 11). Dentre estes, 4-OHEM, 5-OHEM e 7-OHEM são considerados pró-
mutágenos; 2-OHEM um mutágeno de ação direta e, ω-OHEM e EA detoxificados
(MOROOKA et al., 1990).
Figura 11. Estrutura química dos principais metabólitos da emodina. Fonte: MOROOKA et al., 1990.
Com relação à investigação da atividade genotóxica/mutagênica das antraquinonas,
mais especificamente da emodina e fissiona, pouco ainda é descrito na literatura e os
resultados parecem ser ainda controversos. MUELLER e seus colaboradores atribuem
atividade mutagênica à emodina (MUELLER et al., 1998; MUELLER & STOPPER, 1999;
MUELLER et al, 1999), outros sugerem que ela seja antimutagênica (SUN et al., 2000; LEE
et al., 2005). Estes mesmos estudos mostram ainda que a emodina apresenta maior atividade
citotóxica e antimutagênica que a fissiona, esta por sua vez, não genotóxica e citotóxica
apenas em altas concentrações (MUELLER et al, 1999).
34
De acordo com os estudos realizados por Mueller, a mutagenicidade apresentada pela
emodina pode ser explicada pela formação de metabólitos mais ativos (2-OHEM) na indução
de danos via CYP1A2 e CYP2B e pela inibição da topoisomerase II devido a capacidade da
emodina (que possui estrutura planar) de se intercalar ao DNA. Vários estudos conduzidos
nas décadas de 1980 e 1990 investigaram o possível efeito mutagênico das antraquinonas e de
seus metabólitos em diferentes linhagens de Salmonella typhimurium (TIKKANEN et al.,
1983; MASUDA & UENO, 1984; MASUDA et al., 1985; MURAKAMI et al., 1987;
WESTENDORF et al., 1990; KRIVOBOK et al., 1992). Na maior parte desses estudos, a
mutagenicidade foi observada na linhagem TA1537.
No estudo conduzido por SUN et al. (2000), a antimutagenicidade de diversos extratos
foi investigada pelo Teste de Ames na linhagem de Salmonella TA98. Os extratos derivados
de Rheum officinale e Polygonum cuspidatum (ambas pertencentes à família Polygonaceae)
foram os que apresentaram maior atividade antimutagênica frente ao Trp-P-2 (3-amino-1-
methyl-5H-pyrido[4,3-b]indole). Segundo os autores, a antimutagenicidade ocorreu devido à
inibição de CYP1A1 pela emodina, promovida pela interação de certa região da sua estrutura
com a enzima. A emodina apresentou também atividade antimutagênica nas linhagens de
Salmonella TA98 e TA100 e Escherichia coli PQ37 no trabalho realizado por LEE et al.,
2005. Ainda segundo estes pesquisadores, o grupo hidroxila (-OH) presente no carbono 6
(C6) desta antraquinona pode ter importante papel na citotoxicidade verificada. Segundo GO
et al. (2007), a razão para os efeitos variados encontrados para a emodina ainda não está clara,
não havendo, portanto, consenso sobre a mutagenicidade desta antraquinona nos estudos
realizados.
A relação entre a estrutura das antraquinonas e a promoção de uma resposta biológica
mais ou menos acentuada, ou mesmo presente ou ausente também já foi observada por outros
autores (TIKKANEN et al., 1983; WESTENDORF et al., 1990; KRIVOBOK et al., 1992;
SHAN et al., 2008). Por exemplo, de acordo com SHAN et al. (2008), a presença e posição
do grupamento hidroxila influencia a eficácia microbiana. TIKKANEN et al. (1983)
concluíram que os grupos hidroxilas parecem ser necessários para indução de mutagenicidade
das antraquinonas estudadas, uma vez que todas aquelas que apresentaram resposta positiva
no Teste de Ames (linhagem TA2637) possuíam de um a três grupos –OH. Pela comparação
da atividade estrogênica de antraquinonas isoladas do extrato de Polygonum cuspidatum,
MATSUDA et al. (2001) concluiu que o grupo 6-OH parace ser essencial para a obtenção de
uma resposta mais eficiente. Os autores também demonstraram a capacidade de ligação da
emodina aos receptores de estrogênio (Er
α e ERβ) em células MCF-7.
35
Outra atividade bastante relatada na literatura sobre a emodina é sua capacidade de
indução da apoptose (SHIEH et al., 2004; YANG et al., 2004; WANG et al., 2007; ZONG-
YAN et al., 2007). Segundo OLSEN et al. (2007), este talvez seja o principal mecanismo pela
qual ela exerce o efeito anti-proliferativo nas diferentes linhagens tumorais humanas. Estudos
conduzidos em células de hepatoma humano (Mahlavu, PCL/PRF/5, HepG2; HepG2/C3A,
SK-HEP-1) demonstraram que a emodina exerce seu efeito de inibição da proliferação celular
através da indução de apoptose (JING et al., 2002; SHIEH et al., 2004). Os resultados obtidos
por JING e colaboradores mostraram que a geração de espécies reativas de oxigênio (ROS), o
rompimento da permeabilidade da membrana mitocondrial e a ativação de caspases devem
estar envolvidos na via apoptótica induzida pela emodina. SHIEH e colaboradores
concluíram que a indução de apoptose nas células HepG2/C3A foi mediada pela ativação de
p53, p21, Fas/APO-1 e caspase-3, sugerindo que tal antraquinona pode vir a se tornar um
agente quimioterapêutico útil no tratamento do carcinoma hepatocelular.
Com relação a fissiona identificada nos extratos da C. mollis, pouco ainda é descrito
na literatura científica até o momento. Geralmente são estudos fitoquímicos de extratos de
plantas medicinais, porém poucos apresentam algum estudo adicional sobre os efeitos
biológicos desses dois compostos, principalmente sobre sua possível atividade mutagênica.
Em alguns dos estudos descritos acima, a fissiona foi considerada mutagênica em linhagem
TA1537 de Salmonella após metabolização, não mutagênica nas linhagens TA100, TA98 e
TA2638 na ausência e presença de metabolização, citotóxica em células L5178Y quando em
altas concentrações e ativa contra danos induzidos por 4-nitroquinolina-1-óxido (NQO) no
ensaio SOS cromoteste em E. coli (KRIVOBOK et al., 1992; MUELLER et al, 1999; LEE et
al., 2005).
Outro grupo de compostos identificados nos extratos da Coccoloba são os triterpenos,
que pertencem à classe de hidrocarbonetos denominada terpenos ou terpenóides e está
presente em inúmeras famílias do reino vegetal. Os terpenóides, geralmente presente como
óleos voláteis, constituem uma grande variedade de substâncias vegetais, sendo esse termo
empregado para designar as substâncias derivadas de unidades do isopreno (SIMÕES &
SPITZER, 2004).
Várias atividades têm sido atribuídas para as diversas classes de terpenos: analgésica
(VILLASEÑOR et al., 2004), antifúngica (ABAD et al., 2007), antibactericida (VALENTE et
al., 2004), antioxidante (ASSIMOPOULOU et al., 2005), antiinflamatória e anti-hepatotóxica
(AHMED et al., 2006), anti-malárico (CUNHA et al., 2003), entre outros. Grande número de
estudos tem sido realizado para investigação dos efeitos e mecanismos de ação do ácido
36
ursólico e oleanólico devido aos muitos efeitos atribuídos a estes, mas principalmente devido
ao seu potencial anti-tumoral e quimioprotetor (OVESNÁ et al., 2004). A taraxerona, o
triterpeno identificado no extrato obtido das folhas de C. mollis, geralmente é citada nos
trabalhos científicos como resultado do isolamento e identificação fitoquímica de extratos de
plantas medicinais. Por exemplo, SETZER et al. (2000) identificaram diversos triterpenos no
extrato de Alchornea latifolia, dentre eles a taraxerona e uma forma modificada desta
molécula (3,4-seco-taraxerona), a qual mostrou-se citotóxica às células HepG2,
aparentemente por inibição da topoisomerase II.
37
2. Justifica
2. Justifica2. Justifica
2. Justificativa
tivativa
tiva
38
A exposição do homem a agentes mutagênicos tem aumentado consideravelmente
desde a revolução industrial, principalmente devido ao aumento de poluentes lançados no
meio ambiente, e pela modificação dos hábitos alimentares.
A interação desses agentes aliada à suscetibilidade genética de cada indivíduo
apresenta-se como um fator importante na indução de mutações no DNA. Portanto, conhecer
os processos mutacionais e os fatores que os induzem possibilita administrar e contribuiu para
a diminuição dos riscos dos efeitos indesejados decorrentes das mutações: malformações
congênitas, envelhecimento celular e orgânico, câncer, bem como doenças crônico-
degenerativas.
Outro aspecto importante da Pesquisa em Produtos Naturais é que esta influencia
diretamente a sociedade em muitos domínios. Ainda, contribui com a investigação científica
das plantas medicinais tradicionalmente utilizadas pela população e ajuda a levantar
informações que, futuramente, poderão contribuir para o registro e validação dos
fitoterápicos, garantindo assim maior segurança aos seus usuários. Além disso, os estudos
nesta área também são importantes para o desenvolvimento dos fitomedicamentos nacionais,
tendo, portanto, um impacto positivo na economia das nações, especialmente naquelas
consideradas países em desenvolvimento.
39
3. Objetivos
3. Objetivos3. Objetivos
3. Objetivos
40
3.1. Objetivos Gerais
Avaliar a citotoxicidade, mutagenicidade e potencial de indução de apoptose dos
extratos etanólicos de folha (EF) e raiz (ER) da planta medicinal Coccoloba mollis Casar.
(Polygonaceae) em sistemas-teste in vitro e in vivo utilizando-se os seguintes ensaios:
Salmonella/microssoma (teste de Ames), ensaio do cometa, teste do micronúcleo, ensaio de
citotoxicidade (MTT) e ensaio de detecção de apoptose in situ.
3.2. Objetivos Específicos
Avaliar, através do ensaio de citotoxicidade MTT, o efeito citotóxico dos
extratos etanólicos de folha e raiz da Cocoloba mollis em células HTC e
determinar as concentrações dos EF e ER a serem utilizadas nos experimentos
de genotoxicidade e mutagenicidade in vitro.
Investigar, in vitro, a taxa de revertentes/placa das linhagens TA98 e TA100 de
Salmonella typhimurium na ausência e presença de metabolização exógena
(fração S9) após tratamento realizado com os extratos etanólicos de folha e raiz
da Cocoloba mollis.
Investigar, in vitro, o potencial de indução da apoptose pelo tratamento das
células HTC com os extratos etanólicos de folha e raiz da Cocoloba mollis
através da análise do padrão de fragmentação do DNA nuclear após coloração
com acridina orange.
Investigar, in vitro, a indução de cometas e micronúcleos (ensaio do
micronúcleo com bloqueio de citocinese) pelo tratamento das células HTC com
os extratos etanólicos de folha e raiz da Cocoloba mollis.
Investigar, in vivo, o potencial de indução de cometas e micronúcleos (em
células de sangue periférico) do tratamento com os extratos etanólicos de folha
e raiz da Cocoloba mollis, em camundongos Swiss machos.
41
4. Artigo 1
4. Artigo 14. Artigo 1
4. Artigo 1
Artigo a ser submetido ao Periódico Toxicology in vitro
42
Avaliação in vitro da atividade mutagênica dos extratos de folha e raiz da planta
medicinal Coccoloba mollis (Polygonaceae).
M.S. Tsuboy
a
, J.C. Marcarini
a
, D.T. Ferreira
b
; M.S. Mantovani
a,
*.
a
Departamento de Biologia Geral, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR, Brasil.
b
Departamento de Química, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR, Brasil.
* Dr. M. S. Mantovani
Departamento de Biologia Geral – CCB
Universidade Estadual de Londrina – Campus Universitário
P.O. Box 6001, Londrina, Paraná, Brazil.
CEP: 86051-990
Phone: 55 43 3371-4977
Fax: 55 43 3371-4207
43
RESUMO
A Coccoloba mollis é uma planta medicinal usada popularmente como fitoterápico em casos
de falta de memória, estresse, insônia, anemias, queda de visão e impotência sexual, porém a
pesquisa bibliográfica realizada até o momento aponta ausência de estudos científicos sobre
os efeitos biológicos da espécie, principalmente os referentes a indução de danos no DNA. O
presente trabalho teve por objetivo avaliar, in vitro (células hepáticas - HTC), a
citotoxicidade, mutagenicidade e indução de apoptose dos extratos etanólicos de folha e raiz
da C. mollis. Os resultados mostraram que as concentrações do extrato obtido da raiz de C.
mollis são mais citotóxicas que as obtidas a partir de suas folhas, sendo a redução da
viabilidade celular observada no ensaio MTT resultante, pelo menos em parte, da indução de
apoptose. Ambos os extratos mostraram-se indutores de danos no DNA na concentração de
20µg/mL no ensaio Cometa, entretanto, não foi detectada mutagenicidade em nenhum dos
tratamentos realizados no ensaio do Micronúcleo.
Keywords: herbal extract; Coccoloba mollis; HTC; citotoxicity; mutagenicity; apoptosis.
44
1. Introdução
As plantas medicinais constituem uma fonte de matéria bruta para a medicina
tradicional e moderna (BANDARANAYAKE, 2006). Atualmente, elas são empregadas
mundialmente como remédios caseiros, podem ser vendidas diretamente ao consumidor sem
receita médica, e ainda, fornecem compostos para a indústria farmacêutica. Em 1985,
FARNSWORTH et al. mostraram que 25% de todos os medicamentos prescritos aos
americanos entre os anos de 1959 e 1980 eram derivados das plantas. No Brasil, as plantas
medicinais são amplamente utilizadas na área rural e urbana (RATES, 2001), porém, pouco é
conhecido e registrado sobre a cultura popular envolvendo as plantas medicinais (GURIB-
FAKIM, 2006).
O interesse da população e comunidade científica em torno dos benefícios trazidos
pelos produtos naturais ou por seus componentes ativos tem aumentado nas últimas décadas
(CALAPAI & CAPUTI, 2007). Triagens em larga escala com extratos de plantas medicinais
identificaram inúmeros fitocompostos benéficos à saúde humana (MUSARRAT, 2006),
porém fatores como a falta de fiscalização e interações com outras drogas pode resultar em
efeitos adversos (PHILLIPSON, 2007). Por isso, especial atenção deve ser dada à avaliação
da segurança, efetividade e qualidade dos produtos naturais, sendo a avaliação da
genotoxicidade/mutagenicidade dos agentes terapêuticos naturais, recomendada por órgãos
regulatórios nacionais e internacionais (CNS, RESOLUÇÃO Nº 251/97; OECD, 2001).
A Coccoloba mollis Casar. (Polygonaceae) é uma espécie que está sendo receitada
como fitoterápico com o nome de Erva da memória”. A espécie, popularmente conhecida
como folha-de-bôlo ou falso-novateiro, possui porte arbóreo com 4-12m de altura e ocorre em
cerradões e mata semidecídua da bacia do Paraná, na região centro-sul do Brasil (LORENZI,
2002). O insumo desta planta tem sido relatado como benéfico nos casos de falta de memória,
estresse, insônia, anemias, queda de visão e impotência sexual. As espécies deste gênero têm
sido utilizadas pela população brasileira como adstringente, no tratamento da febre, diarréia,
gonorréia, hemorróidas, problemas menstruais e hemorragias uterinas (MORS et al., 2000;
COTA et al., 2003), porém ainda são pouco estudadas, não existindo literatura científica até o
presente momento sobre os efeitos biológicos que estas espécies possam ter em sistemas in
vitro e in vivo. Em vista disso, o presente trabalho tem por objetivo avaliar a citotoxicidade,
mutagenicidade e indução de apoptose dos extratos etanólicos de folha e raiz da Coccoloba
mollis em sistema-teste in vitro (células HTC), visando contribuir com a investigação
científica das plantas medicinais tradicionalmente utilizadas pela população.
45
2. Materiais e Métodos
2.1. Extratos da Coccoloba mollis
Para o preparo dos extratos, as folhas e raízes da C. mollis foram submetidas à
extração exaustiva com etanol e as soluções obtidas foram concentradas em evaporador
rotatório produzindo os respectivos extratos.
Para o uso em cultura, cada um dos extratos brutos foi dissolvido em DMSO
(Dimetilsulfóxido) e PBS (Phosphate Buffer Saline) ou meio de cultura DMEM/F12 (Gibco)
sem soro (no ensaio MTT), sendo que a concentração de DMSO não ultrapassou 10% do
volume total da solução mãe a ser preparada. Após, os mesmos foram filtrados e esterilizados
utilizando-se uma unidade filtrante descartável de 22 µm de porosidade (Millex
®
- Millipore).
As concentrações dos extratos de folha (EF) e raiz (ER) testadas no Ensaio do MTT
foram as seguintes: 0,2 µg/mL; 2 µg/mL; 20 µg/mL; 200 µg/mL; 2000 µg/mL de meio de
cultura.
Para avaliação da genotoxicidade (ensaio Cometa) e mutagenicidade (ensaio do
micronúcleo) foram utilizadas três concentrações definidas pelo MTT.
2.2. Agentes indutores de dano no DNA
Os agentes indutores de dano no DNA empregados para controle positivo dos
experimentos foram os seguintes: benzo[a]pireno (CAS 50-32-8; Fluka) e cisplatina (CAS
15663-27-1; Sigma Aldrich). Para a indução de danos nos ensaios do Cometa e Micronúcleo
foi utilizado benzo[a]pireno em concentração final de 25 µg/mL de meio de cultura, por 24 h
e 26 h respectivamente. No teste de avaliação da indução de apoptose, a cisplatina foi
utilizada em concentração final de 20 µM por 24 horas.
2.3. Linhagem celular
As células HTC (proficientes em metabolização) foram adquiridas no Banco de
Células do Rio de Janeiro (UFRJ), Brasil. Estas foram cultivadas em estufa BOD a 37ºC em
frascos de cultura de 25 cm
2
contendo 5 mL de meio DMEM/F12 (Gibco) suplementado com
10% de soro bovino fetal (Gibco) e antibiótico/antimicótico. Para conduzir os testes de
genotoxicidade e mutagenicidade, foram semeadas aproximadamente 10
6
células por frasco
46
de cultura experimental. Nos experimentos para avaliação da indução de apoptose, as células
(aproximadamente 2,5 x 10
5
)
foram cultivadas em lamínula de 20 x 20 mm de tamanho em
tubos de cultura de 10 cm
2
de superfície contendo 3 mL de meio de cultura.
2.4. Ensaio de citotoxicidade MTT
O ensaio de citotoxicidade foi realizado de acordo com o protocolo descrito por
MOSMANN (1983) com algumas modificações. Em cada um dos poços da placa de cultivo
celular foram semeadas aproximadamente 2,5 x 10
4
células HTC. Estas foram expostas ao
tratamento com os extratos por 24, 48 e 72 horas. Ao final deste período, as células foram
incubadas com MTT (CAS 298-93-1; Sigma Aldrich; 0,005g de MTT; 5 mL de PBS; 10 mL
de meio de cultura sem soro) por 4h. A leitura foi realizada em espectrofotômetro de leitor de
placas (Uniscience) a 550 nm.
2.5. Ensaio do Cometa (SCGE)
O teste do Cometa foi realizado de acordo com as premissas de TICE et al., 2000.
Brevemente, após 24 horas de tratamento das células HTC com o agente indutor de danos ou
com EF e ER (concentrações citadas no item 2.1), as células foram tripsinizadas (500 µL de
tripsina-EDTA 0,025%; 37ºC), a suspensão celular centrifugada (5 minutos, 1000 rpm) e
ressuspendida em 500 µL de meio de cultura. Em seguida, esta recebeu 120 µL de agarose
baixo ponto de fusão (LMP 0,5%), sendo este material depositado em lâminas pré-
gelatinizadas (agarose de ponto de fusão normal; 1,5%) e levadas para solução de lise por
pelo menos 1h. Após desnaturação (20 minutos) e eletroforese alcalinas (25 V, 300 mA, 20
minutos), as lâminas foram neutralizadas, fixadas e mantidas sob refrigeração até o momento
da análise. A coloração das lâminas foi feita com de brometo de etídeo e a análise foi feita
visualmente (KOBAYASHI, 1995) em microscopia de fluorescência (filtro de excitação de
420-490 nm e filtro de barreira de 520 nm) e aumento de 400x. Os cometas foram
classificados em: classe 0 – nucleóides que não apresentam cauda; classe 1 – nucleóides com
cauda menor que o diâmetro do nucleóide; classe 2nucleóides com cauda de tamanho entre
1 a 2 vezes o diâmetro do nucleóide; classe 3 nucleóides com cauda 2 vezes maior que o
diâmetro do nucleóide. Os experimentos foram feitos em triplicata, sendo analisadas 300
células por tratamento. A análise da viabilidade celular foi realizada pelo método de exclusão
por azul de trypan, sendo considerados somente os tratamentos com índice superior a 80%.
47
2.6. Teste do Micronúcleo com bloqueio de citocinese (MNCtB)
A avaliação da mutagenicidade dos EF e ER da Coccoloba mollis ocorreu após 26h de
exposição das células aos extratos e à citocalasina-B (3 µg/mL). A colheita das células foi
feita de acordo com o protocolo de OLIVEIRA (2002). Resumidamente, as células foram
tripsinizadas (500 µL de tripsina-EDTA 0,025%; 37ºC), centrifugadas (5 minutos, 1000 rpm),
hipotonizadas (citrato de sódio 1%) e fixadas (3metanol: 1ácido acético). Os experimentos
foram feitos em triplicata e três mil células binucleadas foram analisadas por tratamento. Os
critérios de seleção das células binucleadas, de identificação do micronúcleo e o lculo do
índice de divisão nuclear (IDN) seguiu o descrito por FENECH, 2000.
2.7. Teste para avaliação da indução de apoptose in situ
A identificação das células apoptóticas foi feita por análise do padrão de fragmentação
do DNA nuclear após coloração com acridina orange. Neste ensaio, o tratamento das células
foi realizado posteriormente a sua estabilização em cultura (24h), com as concentrações de EF
e ER previamente testadas no SCGE e no MNCtB, além da concentração de 200 µg/mL. Após
as 24h de tratamento, a colheita foi feita de acordo com o descrito por ROVOZZO, 1973.
Brevemente, após lavagem com PBS, a lamínula é retirada do tubo de cultura e fixada em
fixador de Carnoy por 5 minutos. A lamínula é então mergulhada rapidamente em cada uma
das placas contendo concentrações decrescentes de etanol (95% a 25%), seguida de lavagem
com Tampão McIlvaine por 5 minutos, coloração com acridina orange (0,01%, 5 minutos) e
nova lavagem com o tampão. Os experimentos foram feitos em triplicata e 1500 células foram
analisadas por tratamento.
2.8. Análise Estatística
Os dados obtidos no teste de citotoxicidade MTT foram submetidos à análise de
variância (ANOVA) seguida de Teste de Tukey. Para análise dos dados obtidos no SCGE, no
MNCtB, na análise do IDN e no teste de avaliação da indução de apoptose foi utilizado o
Teste-t de Student em comparação feita com o controle negativo. Em todos os testes foi
considerado α = 0,05. As análises foram realizadas com auxílio do programa GrafPad Instat
®
versão 3.02.
48
3. Resultados
3.1. Ensaio de citotoxicidade MTT
As Figuras 1 e 2 mostram os resultados obtidos no teste MTT. A análise dos dados
revelou que somente concentrações a partir de 2000 µg/mL do EF são citotóxicas às células
HTC. Para o ER, concentrações a partir de 200 µg/mL já se apresentaram citotóxicas.
3.2. Ensaio do Cometa (SCGE)
Podemos observar na Figura 3 que, além do tratamento com benzo[a]pireno, somente
a exposição das lulas à EF e ER na maior concentração testada (20 µg/mL) foi capaz de
aumentar a indução de cometas de maneira estatisticamente significativa. Pode-se notar ainda,
pelos valores do escore médio, que o tratamento com os extratos, induziu a formação de
cometas pertencentes somente à classe 1, enquanto que no controle positivo, os cometas
resultantes se distribuíram entre as classes 1 e 2 (dados não apresentados). A viabilidade
celular permaneceu em torno de 90% em todos os tratamentos (Figura 3).
3.3. Teste do Micronúcleo com bloqueio de citocinese (MNCtB)
Os resultados obtidos no MNCtB revelaram que não houve aumento estatisticamente
significativo no número de células binucleadas micronucleadas ou tratamentos com índeice de
divisão nuclear (IDN) estatisticamente diferente frente à exposição das células com os EF e
ER. Houve somente uma diferença estatisticamente significativa no número de células
binucleadas com micronúcleo nas culturas tratadas com a menor concentração (0,2 µg/mL) de
ambos os extratos (Figura 4).
3.4. Teste para avaliação da indução de apoptose in situ
Podemos observar na Figura 5 que à medida que as concentrações de ambos os
extratos aumentam mais células entram em apoptose (r = 0,966 para ER e r = 0,885 para EF),
sendo o resultado obtido na maior concentração EF e ER empregada (200 µg/mL)
estatisticamente significativo em relação ao controle negativo.
49
4. Discussão
O ensaio MTT é um dos mais empregados e mais sensíveis testes para a detecção de
citotoxicidade in vitro (FOTAKIS & TIMBRELL, 2006). Testes como este, apresentam
vantagens como sua rapidez e precisão (MOSMANN, 1983). Dentre os testes mais
empregados e amplamente aceitos para investigação de substâncias que causam dano genético
estão o ensaio do cometa (WITTE et al., 2007; BURLINSON et al., 2007); e o teste do
micronúcleo (FENECH, 1999; KRISHNA & HAYASHI, 2000). Segundo WASSON et al.
(2008), o ensaio do Cometa, além de ser um teste simples, barato e rápido para a avaliação de
danos e reparo do DNA, consiste em um biomarcador ideal para o estudo dos efeitos da
nutrição sobre o câncer, e vem sendo extensivamente empregado em estudos de avaliação de
compostos naturais. A agência norte-americana Food and Drug Administration recomenda
que seja feito um teste citogenético em células de mamíferos, entre outros, para a
compreensão da genotoxicidade/mutagenicidade de seu objeto de estudo (FDA, 1997).
Portanto, o MNCtB aqui realizado, em células de hepatoma de Rattus novergicus, atende essa
exigência. Além disso, linhagens celulares hepáticas, tais como HTC, HepG2 e culturas
primárias de hepatócitos são importantes ferramentas em estudos de genotoxicidade e
mutagenicidade, uma vez que o fígado é o principal sítio de metabolização de xenobióticos
(MERSH-SUNDERMANN et al., 2004).
Os resultados obtidos com os testes de genotoxicidade e mutagenicidade dos extratos
etanólicos de folha e raiz da Coccoloba mollis, nas condições experimentais descritas
anteriormente, apontam genotoxicidade apenas na maior concentração testada e ausência de
mutagenicidade. Pela análise do IDN, podemos dizer que esta ausência de mutagenicidade ou
a redução das células binucleadas micronucleadas encontrada em EF1 e ER1 em relação ao
controle, não pode explicada pelo atraso da divisão celular, uma vez que o IDN foi
semelhante em todos os tratamentos (Figura 4) e a formação do micronúcleo é dependente do
ciclo celular (FENECH 2006; MATEUCA et al., 2006). Segundo ZEIGER (2007) a resposta
obtida em EF1 e ER1 poderia ser considerada como antimutagênica, uma vez que os danos
observados neste tratamento foram menores que a frequência de danos basais (ou seja, aquela
observada no controle) e que este não apresentou evidências de citotoxicidade. Com relação a
EF3 e ER3, observamos que estes tratamentos foram genotóxicos, porém não mutagênicos. O
aumento não significativo na freqüência de micronúcleos nesta concentração pode ser em
parte devido à ação do sistema de reparo de danos no DNA, uma vez que os danos induzidos
50
foram pequenos (somente cometas de classe 1), provavelmente desaparecendo durante o ciclo
celular e impedindo sua visualização na forma de micronúcleo.
Em recente estudo, ainda não finalizado, sobre os constituintes químicos presentes nos
extratos etanólicos de folha e raiz da Coccoloba mollis aqui testados, duas antraquinonas
foram isoladas do ER (emodina e fissiona), enquanto que hidrocarbonetos, ésteres de cadeia
longa e o triterpeno 3-taraxerona foram caracterizados no EF (de BARROS et al., 2007).
As antraquinonas são compostos ativos de muitas drogas derivadas de plantas,
principalmente as laxativas, e ocorrem em membros de diversas famílias do reino vegetal,
inclusive na família Polygonaceae (WINKER & SHIMMER, 2000). A emodina é o principal
composto ativo presente em várias espécies medicinais e exibe atividades biológicas tais
como antiinflamatória, antibiótica, antiviral, imunossupressora, hepatoprotetora (COS et al.,
2002; JING et al., 2002), além de inibir a proliferação de uma grande variedade de linhagens
celulares tumorais (KUO et al., 1997; OLSEN et al., 2007). Alguns estudos relatam também a
atividade tranqüilizante de extratos derivados de plantas da família Polygonaceae (GOSH et
al., 2002), além do efeito protetor da emodina frente a distúrbios cerebrais (GU et al., 2000) e
na consolidação da memória (LU et al., 2007), fundamentando assim o uso da Coccoloba
mollis como modulador da memória e tranqüilizante.
Quanto à investigação da atividade genotóxica/mutagênica das antraquinonas, mais
especificamente da emodina e fissiona, pouco ainda é descrito na literatura. MUELLER e seus
colaboradores atribuem atividade genotóxica à emodina (MUELLER et al., 1998; MUELLER
& STOPPER, 1999; MUELLER et al, 1999), outros sugerem que ela seja antimutagênica
(SUN et al., 2000; LEE et al., 2005). Segundo GO et al. (2007), a razão para os efeitos
variados encontrados para a emodina ainda não está clara, não havendo, portanto, consenso
sobre a mutagenicidade desta antraquinona nos estudos realizados.
De acordo com os estudos realizados por MUELLER e colaboradores (MUELLER et
al., 1998; MUELLER & STOPPER, 1999; MUELLER et al, 1999), a mutagenicidade
apresentada pela emodina pode ser explicada pela formação de metabólitos mais ativos (2-
hidroxiemodina) na indução de danos via CYP1A2 e CYP2B ou pela inibição da
topoisomerase II devido a capacidade da emodina (que possui estrutura planar) de se
intercalar ao DNA. A antimutagenicidade frente ao Trp-P-2 observada por SUN et al. (2000)
seria devido à inibição de CYP1A1 pela emodina, promovida pela interação de certa região da
sua estrutura com a enzima, impedindo assim a N-hidroxilação do agente indutor de danos. A
emodina apresentou também atividade antimutagênica nas linhagens de Salmonella TA98 e
TA100 e Escherichia coli PQ37 no trabalho realizado por LEE et al., 2005. Ainda segundo
51
estes pesquisadores, o grupo hidroxila (-OH) presente no carbono 6 (C6) desta antraquinona
pode ter importante papel na citotoxicidade verificada nas diferentes linhagens tumorais que
foram utilizadas no estudo. Estes mesmos estudos mostram ainda que a emodina apresenta
maior atividade citotóxica e antimutagênica que a fissiona, esta por sua vez, não genotóxica e
citotóxica apenas em altas concentrações (MUELLER et al, 1999).
A fissiona, outra antraquinona identificada em ER, foi considerada mutagênica em
linhagem TA1537 de Salmonella após metabolização, não mutagênica nas linhagens TA100,
TA98 e TA2638 na ausência e presença de metabolização, citotóxica em lulas L5178Y
quando em altas concentrações e ativa contra danos induzidos por 4-nitroquinolina-1-óxido
(NQO) no ensaio SOS cromoteste em E. coli (KRIVOBOK et al., 1992; MUELLER et al,
1999; LEE et al., 2005).
Outra atividade bastante relatada na literatura sobre a emodina é sua capacidade de
indução da apoptose (SHIEH et al., 2004; YANG et al., 2004; WANG et al., 2007; ZONG-
YAN et al., 2007). Segundo OLSEN et al. (2007), este talvez seja o principal mecanismo pela
qual ela exerce o efeito anti-proliferativo nas células tumorais.
Os resultados experimentais obtidos em nosso estudo demonstram que o ER apresenta
maior toxicidade que o EF, provavelmente devido à presença da emodina. Os dados obtidos
no teste para detecção da apoptose indicam que a redução das células viáveis encontrada no
ensaio MTT, é em parte resultante da indução da apoptose nas células HTC, uma vez que EF4
e ER4 apresentaram maior número de células apoptóticas. Os resultados de ER3 no MNCtB e
no teste de indução de apoptose in situ, apesar de não significativos estatisticamente, podem
sugerir também que pode estar havendo uma maior indução de apoptose do que a detectada
pelo teste in situ, uma vez que a fragmentação do DNA nuclear é um evento tardio do
processo de apoptose (ELMORE, 2007), porém sem comprometimento da formação de
micronúcleos (IDN não significativo).
Com relação aos experimentos com o EF é difícil afirmarmos ou mesmo sugerir a
razão destes resultados, uma vez que pouco se sabe sobre sua composição. Talvez o triterpeno
identificado possa contribuir para a citotoxicidade encontrada, pois sabe-se que outros
triterpenos (ácido ursólico e oleanólico) possuem efeito anti-tumoral (OVESet al., 2004)
e que uma forma modificada da 3-taraxerona (3,4-seco-taraxerona), apresentou atividade
citotóxica às células HepG2 (SETZER et al., 2000).
Nosso estudo é o primeiro a investigar a possível mutagenicidade dos extratos da
Coccoloba mollis. Tais resultados podem contribuir para o registro e validação deste
52
fitoterápico, proporcionando assim, uma maior segurança para os usuários desta planta
medicinal.
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57
Citotoxicidade EF de
C. mollis
***
**
***
0
0,5
1
1,5
2
2,5
Controle 0.2 µg/mL 2.0 µg/mL 20 µg/mL 200 µg/mL 2000 µg/mL
Absorbância cia
24H 48H 72H
Figura 1. Absorbância média observada no Ensaio MTT após tratamento de 24, 48 e 72 horas
com o extrato etanólico da folha (EF) de C. mollis.
** Diferença estatisticamente significativa em relação ao controle negativo (p < 0,01)
*** Diferença estatisticamente significativa em relação ao controle negativo (p < 0,001)
58
Citotoxicidade ER de
C. mollis
**
***
***
***
***
***
0
0,5
1
1,5
2
2,5
Controle 0.2 µg/mL 2.0 µg/mL 20 µg/mL 200 µg/mL 2000 µg/mL
Absorbância cia
24H 48H 72H
Figura 2. Absorbância média observada no Ensaio MTT após tratamento de 24, 48 e 72 horas
com o extrato etanólico da raiz (ER) de C. mollis.
** Diferença estatisticamente significativa em relação ao controle negativo (p < 0,01)
*** Diferença estatisticamente significativa em relação ao controle negativo (p < 0,001)
59
Genotoxicidade
in vitro
dos extratos de
C. mollis
*
22,0
21,66
12,0
**
28,33
9,0
***
100,66
6,33
24,66
0
20
40
60
80
100
120
Controle B[a]P ER1 ER2 ER3 EF1 EF2 EF3
Tratamentos
Escore Médio o
86
88
90
92
94
96
98
100
Viabilidade
Celular (%)
Figura 03. Escore médio de cometas observado em células HTC (barras) e viabilidade celular
(%) (linha) encontrada após tratamento de 24 horas com os extratos de C. mollis. B[a]P.:
Benzo[a]pireno 25 µg/mL; ER1: 0,2 µg/mL; ER2: 2,0 µg/mL; ER3: 20 µg/mL; EF1: 0,2
µg/mL; EF2: 2,0 µg/mL; EF3: 20 µg/mL ER = Extrato etanólico da raiz da C. mollis; EF =
Extrato etanólico da folha da C. mollis. Média de três culturas; 100 lulas avaliadas em cada
cultura para análise dos cometas.
*p = 0,0382 ; **p = 0,0057 ; ***p = 0,0001.
60
Mutagenicidade
in vitro
dos extratos de
C.mollis
8,33
4,33
##
3,0
8,0
5,33
#
2,66
**
15,33
5,66
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Controle B[a]P ER1 ER2 ER3 EF1 EF2 EF3
Tratamentos
fi MN
1,6
1,65
1,7
1,75
1,8
1,85
IDN
Figura 04. Freqüência média de células binucleadas com micronúcleo (barras) e Índice de
Divisão Nuclear (IDN) (linha) encontrado após tratamento de 26 horas com os extratos de C.
mollis. B[a]P.: Benzo[a]pireno 25 µg/mL; ER1: 0,2 µg/mL; ER2: 2,0 µg/mL; ER3: 20
µg/mL; EF1: 0,2 µg/mL; EF2: 2,0 µg/mL; EF3: 20 µg/mL ER = Extrato etanólico da raiz
da C. mollis; EF = Extrato etanólico da folha da C. mollis. dia de três culturas; 1000
células binucleadas contabilizadas em cada cultura para análise da freqüência de
micronúcleos e 500 células avaliadas por cultura para análise do IDN.
# p = 0,0031; ## p = 0,0161; ** p = 0,0093.
61
Análise Indução de Apoptose
1,33
10,33
11,0*
7,33
5,0
2,66
26,0*
3,33
12,33*
1,0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Controle Cispl. ER1 ER2 ER3 ER4 EF1 EF2 EF3 EF4
Tratamento
Células apoptóticasas
Figura 05. Freqüência média de células apoptóticas encontradas após tratamento de 24 horas
com os extratos de C. mollis. Cispl.: Cisplatina 20µM; ER1: 0,2 µg/mL; ER2: 2,0 µg/mL;
ER3: 20 µg/mL; ER4: 200 µg/mL; EF1: 0,2 µg/mL; EF2: 2,0 µg/mL; EF3: 20 µg/mL;
EF4: 200 µg/mL. ER = Extrato etanólico da raiz da C. mollis; EF = Extrato etanólico da
folha da C. mollis. Média de três culturas; análise de 500 células por cultura.
*p (C.pos) = 0,0175 *p (ER4) = 0,0107; *p (EF4) = 0,0036.
62
5. Artigo 2
5. Artigo 25. Artigo 2
5. Artigo 2
Artigo a ser submetido ao Periódico Archives of Toxicology
63
Investigação da mutagenicidade dos extratos etanólicos de folha e raiz da planta
medicinal Coccoloba mollis (Polygonaceae) no ensaio Salmonella/microssoma e
testes in vivo.
Marcela S. Tsuboy
1
, Juliana C. Marcarini
1
, Dalva T. Ferreira
2
, Elisa R. A. Ferraz
3
, Farah M.
D. Chequer
3
, Danielle P. de Oliveira
3
, Mário S. Mantovani
1,
*.
1
Departamento de Biologia Geral, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR, Brasil.
2
Departamento de Química, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR, Brasil.
3
Departamento de Análises Clínicas, Toxicológicas e Bromatológicas, Faculdade de Ciências
Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil.
* Dr. M. S. Mantovani
Departamento de Biologia Geral – CCB
Universidade Estadual de Londrina – Campus Universitário
P.O. Box 6001, Londrina, Paraná, Brazil.
CEP: 86051-990
Phone: 55 43 3371-4977
Fax: 55 43 3371-4207
64
RESUMO
O uso das plantas medicinais pela população é uma prática antiga e ainda bastante difundida,
o que faz com que estudos sobre sua possível atividade genotóxica/mutagênica sejam
essenciais. A Coccoloba mollis é uma espécie que está sendo receitada como fitoterápico,
principalmente em casos de falta de memória e estresse. Para a investigação de seu potencial
mutagênico, os extratos etanólicos de folha e raiz foram submetidos ao ensaio
Salmonella/microssoma e aos testes do cometa e micronúcleo in vivo. Somente o extrato da
folha foi capaz de induzir danos no DNA da linhagem TA98 na ausência de S9 na maior
concentração testada, embora em potência mutagênica muito baixa. Os tratamentos realizados
nos camundongos Swiss também não induziram aumento estatisticamente significativo de
danos no DNA. Os dados obtidos demonstram pela primeira vez que os extratos de folha e
raiz da Coccoloba mollis, nas condições experimentais descritas, não apresentam
mutagenicidade.
Keywords: medicinal plant, Coccoloba mollis, Ames test, in vivo mutagenicity.
65
1. Introdução
O uso das plantas com fins medicinais é uma das formas mais antigas de prática
medicinal da humanidade. Além de esta prática ser importante nos cuidados de saúde
primários da população menos favorecida dos países em desenvolvimento, a procura pelos
medicamentos de origem natural nos países desenvolvidos tem aumentado consideravelmente
nas últimas décadas (WHO 2000). Por isso, especial atenção deve ser dada à avaliação da
segurança, efetividade e qualidade dos produtos naturais, sendo a avaliação da
genotoxicidade/mutagenicidade dos agentes terapêuticos naturais, recomendada por órgãos
regulatórios nacionais e internacionais (CNS 1997; OECD 2001).
Embora exista comprovação científica de inúmeros benefícios trazidos pelas plantas
medicinais, seu uso pela população deve ser realizado de maneira cautelosa. Efeitos adversos
podem surgir devido à toxicidade intrínseca, à adulteração, substituição, contaminação,
identificação errônea do material vegetal, falta de fiscalização e interações com outras drogas
(Rates 2001; Zhou et al. 2004).
A Coccoloba mollis Casar. (Polygonaceae) é uma espécie que está sendo receitada
como fitoterápico com o nome de Erva da memória”. O insumo desta planta tem sido
relatado como benéfico nos casos de falta de memória, estresse, insônia, anemias, queda de
visão e impotência sexual. A espécie é popularmente conhecida como folha-de-bolo ou falso-
novateiro e ocorre em cerradões e mata semidecídua da bacia do Paraná, na região centro-sul
do Brasil (Lorenzi 2002). As espécies do gênero Coccoloba têm sido utilizadas pela
população brasileira como adstringente, no tratamento da febre, diarréia, gonorréia,
hemorróidas, problemas menstruais e hemorragias uterinas (Mors et al. 2000; Cota et al.
2003), porém ainda são pouco estudas, não existindo literatura até o presente momento sobre
os efeitos biológicos que estas espécies possam ter em sistemas in vitro e in vivo.
Considerando a falta de estudos envolvendo o gênero Coccoloba e a importância da avaliação
científica das plantas medicinais popularmente utilizadas, o presente trabalho tem por objetivo
analisar a genotoxicidade/mutagenicidade dos extratos etanólicos de folha e raiz da
Coccoloba mollis através do ensaio Salmonella/microssoma (Teste de Ames) e em sistema-
teste in vivo utilizando os testes do cometa e micronúcleo.
66
2. Materiais e Métodos
Extratos da Coccoloba mollis
As folhas e raízes da C. mollis foram submetidas à extração exaustiva com etanol e as
soluções obtidas foram concentradas em evaporador rotatório produzindo os respectivos
extratos, extrato etanólico da folha de C. mollis (EF) e extrato etanólico da raiz de C. mollis
(ER).
No ensaio de mutagenicidade com Salmonella/microssoma, os extratos foram
ressuspendidos em dimetilsulfóxido (DMSO), obedecendo ao limite de concentração
recomendado pela literatura (Mortelmans e Zeiger 2000; SBMCTA, 2004). De acordo com
essa recomendação, substâncias puras ou extratos devem ser testados até uma dose máxima de
5 mg/placa ou até seus respectivos limites de dissolução. Sendo assim, o ER foi testado na
concentração de 5 mg/placa e o EF teve menor poder de dissolução, sendo a dose máxima de
3 mg/placa. Primeiramente o ensaio foi feito com cinco doses seguindo uma escala
logarítmica a fim de visualizar a faixa de mutagenicidade caso esta se apresentasse. A partir
desse ensaio preliminar, novas doses foram escolhidas.
Para a administração aos animais experimentais, cada um dos extratos (EF e ER) foi
dissolvido em DMSO (Dimetilsulfóxido) e PBS (Phosphate Buffer Saline) sendo que a
concentração de DMSO não ultrapassou 10% do volume total da solução mãe a ser preparada.
Após, estas foram filtradas e esterilizadas utilizando-se uma unidade filtrante descartável de
22 µm de porosidade (Millex
®
- Millipore). A administração dos extratos aos animais ocorreu
via gavage.
Animais experimentais
Cinqüenta e seis camundongos Swiss (Mus musculus) machos, com aproximadamente
30g de massa corporal, foram distribuídos em grupos controle e grupos experimentais,
contendo sete animais por tratamento (totalizando oito grupos). Os mesmos foram mantidos
no Biotério de Pequenos Mamíferos do Departamento de Biologia Geral do Centro de
Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Londrina (CCB/UEL), em condições de
temperatura (22 ± 2ºC) e umidade controladas (55 ± 10%), e 12 horas de ciclo claro/escuro.
Os animais receberam ração sólida e água ad libitum durante todo o período do experimento.
67
Protocolos experimentais e procedimentos para o Ensaio Salmonella/microssoma (Teste de
Ames)
O protocolo utilizado foi o da pré-incubação segundo Maron e Ames (1983) e
Mortelmans e Zeiger (2000), resumidamente: em tubos previamente esterilizados foram
colocados 100 µL de cultura de cada linhagem (10
9
células/mL), 100 µL da solução de cada
extrato em diferentes concentrações e 500 µL de tampão fosfato 0,2 M para o ensaio na
ausência de ativação metabólica ou o mesmo volume da mistura S9 para o ensaio na presença
de ativação metabólica. Os tubos foram homogeneizados e incubados a 37°C por 30 minutos.
Após esse tempo foram adicionados 2,0 mL de ágar de superfície, a mistura foi então
homogeneizada e vertida em placa de Petri com 20 mL de ágar mínimo. As placas foram
incubadas invertidas, por 66 horas em temperatura de 37°C (±0,5). O teste foi feito em
triplicata. Para este estudo foram escolhidas as linhagens TA98 e TA100, que detectam a
maioria dos compostos mutagênicos, sendo que a primeira detecta mutágenos que agem por
deslocamento do quadro de leitura do DNA e a segunda identifica substâncias que causam
substituição de pares de bases do material genético (Maron e Ames 1983).
DMSO foi usado como controle negativo. Como controle positivo nos testes sem S9
foi utilizado o 4-nitroquinolina-1-óxido (4NQO) em concentração de 0,5 µg/placa. Para os
testes realizados na presença de S9, o controle positivo foi o 2-aminoantraceno (2AA) em
concentração de 2,5 µg/placa.
Os resultados foram submetidos à análise estatística utilizando o programa Salanal,
um programa desenvolvido pelo Integrated Laboratory Systems, Research Triangle Park,
N.C. USA para análise estatística do teste de Ames, usando o modelo de Bernstein, que utiliza
tanto a ANOVA quanto a regressão linear para fornecer a potência mutagênica das amostras
analisadas (Bernstein et al. 1982; Umbuzeiro e Vargas 2003).
Protocolos experimentais e procedimentos para os Ensaios do Cometa e do Micronúcleo
Os animais experimentais foram distribuídos em oito grupos: (1) controle negativo; (2)
controle positivo (ciclofosfamida - 50 mg/Kg de peso corpóreo); (3/4) [EF1]/[ER1] (dose 1
dos EF e ER 6,6x10
-3
mg/Kg de peso corpóreo); (5/6) [EF2]/[ER2] (dose 2 dos EF e ER
6,6x10
-2
mg/Kg de peso corpóreo) e (7/8) [EF3]/[ER3] (dose 3 dos EF e ER – 6,6x10
-1
mg/Kg
de peso corpóreo).
Os camundongos do grupo 1 (controle negativo) receberam PBS via gavage e via
intraperitoneal. Aos animais do grupo 2 (controle positivo) foi administrado PBS via gavage e
68
ciclofosfamida (50 mg/Kg) intraperitonealmente. Os animais pertencentes aos grupos de
avaliação da genotoxicidade e mutagenicidade dos extratos (3 a 8) receberam EF ou ER
oralmente e PBS via intraperitoneal.
O teste do Cometa foi realizado de acordo com as premissas de Tice et al. 2000.
Para a realização do teste, 20 µL de sangue periférico foi coletado de cada animal por punção
da veia caudal após 24 horas de aplicação dos tratamentos. Este material foi homogeneizado
cuidadosamente com 120 µL de agarose de baixo ponto de fusão (LMP 0,5%) a 37ºC e
depositado sobre uma mina pré-gelatinizada. Em seguida, as lâminas foram levadas para
solução de lise por pelo menos 1h. Após desnaturação (20 minutos) e eletroforese alcalinas
(25V, 300mA, 20 minutos), as lâminas foram neutralizadas, fixadas e mantidas sob
refrigeração até o momento da análise. A coloração das lâminas foi feita com de brometo de
etídeo e a análise foi feita visualmente em microscopia de fluorescência (filtro de excitação de
420-490 nm e filtro de barreira de 520 nm), de acordo com Kobayashi 1995. Cem células
foram analisadas por lâmina/animal. Os cometas foram classificados em: classe 0
nucleóides que não apresentam cauda; classe 1nucleóides com cauda menor que o diâmetro
do nucleóide; classe 2 nucleóides com cauda de tamanho entre 1 a 2 vezes o diâmetro do
nucleóide; classe 3 – nucleóides com cauda 2 vezes maior que o diâmetro do nucleóide.
Para o teste do micronúcleo, lâminas pré-coradas com laranja de acridina receberam
algumas gotas de sangue coletado pela veia caudal dos animais e foram rapidamente cobertas
com lamínula (Hayashi et al. 1990). Este procedimento foi feito depois de 48 horas da
aplicação dos tratamentos aos animais (de acordo com resultados do controle positivo de
nosso laboratório, onde o maior pico de indução de micronúcleos é encontrado). Foram
avaliados 2000 reticulócitos por lâmina/animal em microscopia de fluorescência.
Os dados obtidos nos experimentos in vivo foram submetidos à análise de variância
não paramétrica (Kruskall-Wallis) seguida de teste de Dunn, com α = 0,05 utilizando o
programa GrafPad Instat
®
versão 3.02.
69
3. Resultados
No teste de Ames os resultados sugerem que somente o EF apresentou resposta
mutagênica, mesmo assim, com uma potência muito baixa, 0,004 rev/µg. Este resultado foi
observado com a linhagem TA98 na ausência de S9. Nas outras condições testadas o extrato
não mostrou mutagenicidade (Tabela 1). Para a confirmação da resposta negativa, outras
linhagens de Salmonella devem ser empregadas (Mortelmans e Zeiger 2000). o ER não
apresentou potência mutagênica em nenhuma das condições testadas. Entretanto, com a
linhagem TA98 na presença de S9, esta substância foi altamente tóxica para a Salmonella em
todas as concentrações testadas (p~1) (Tabela 2).
Os resultados obtidos nos testes do Cometa e Micronúcleo sugerem que o tratamento
dos animais com os extratos de folha e raiz da Coccoloba mollis, nas condições experimentais
acima descritas, não apresentaram genotoxicidade e mutagenicidade.
A Figura 1 mostra os dados obtidos no Ensaio do Cometa. Nela podemos observar que
houve aumento estatisticamente significativo apenas nos animais tratados com o agente
indutor de danos no DNA, ciclofosfamida. O mesmo ocorreu na análise de micronúcleos em
reticulócitos. Somente nos animais tratados com ciclofosfamida foi encontrado aumento
estatisticamente significativo na freqüência de micronúcleos (Tabela 3).
Uma relação dose-resposta pode ser estabelecida na genotoxicidade induzida por EF,
porém o mesmo não ocorre nos grupos tratados com ER e nem quando consideramos os
dados relativos à mutagenicidade dos extratos. No teste do micronúcleo, os animais tratados
com EF2 e ER2 apresentaram freqüência de micronúcleos maior que aqueles tratados com
EF3 e ER3, o que pode ser indicativo de citotoxicidade dos extratos nesta dose.
70
4. Discussão
O interesse pela fitoterapia geralmente é motivado pelo seu uso tradicional e por sua
origem natural. Embora muitas atividades biológicas benéficas já tenham sido cientificamente
comprovadas, o uso das plantas medicinais deve ser feito de maneira cautelosa pela
população. Apesar da maioria dos fitoterápicos serem seguros se usados em doses
recomendadas, efeitos advesos podem surgir (Phillipson 2007). Por isso, os testes de
genotoxicidade/mutagenicidade como os aqui empregados são importantes na avaliação da
segurança e efetividade dos produtos naturais (Bast et al. 2002). Testes in vivo e o ensaio
Salmonella/microssoma são os mais frequentemente utilizados e recomendados na avaliação
do perigo genético pelas agências reguladoras (FDA 1997; OECD 2001), uma vez que
permitem considerar fatores do metabolismo in vivo, farmacocinética e processos de reparo do
DNA (Krishna e Hayashi, 2000) e que o ensaio Salmonella/microssoma possui alto valor
preditivo para carcinogenicidade em roedores quando uma resposta mutagênica é obtida
(Mortelmans e Zeiger, 2000).
A análise preliminar dos extratos de C. mollis pelo ensaio Salmonella/microssoma
mostra que estes não apresentam mutagenicidade, exceto pela maior concentração testada do
EF na linhagem TA98, na ausência de metabolização. Nestas condições, portanto, é possível
que EF induza, embora com uma potência muito baixa, mudança de quadro de leitura do
DNA, visto que este é o tipo de mutação detectada pela a linhagem TA98. O teste permitiu
concluir também que o ER apresenta maior toxicidade que EF, devido à alta toxicidade
apresentada na linhagem TA98, na presença de metabolização. Este resultado está em
concordância com outros dados de citotoxicidade de nosso laboratório, onde o ER mostrou-se
mais tóxico às células HTC do que o EF (dados não apresentados). Deste modo, a
biotransformação dos compostos presentes em ER parece ser importante para sua toxicidade
in vitro. Embora a migração do DNA e a freqüência de reticulócitos micronucleados
(MNRETs) tenham aumentado nos animais tratados com o EF e ER, estes não atingiram
significância estatística.
Estudos ainda em andamento estão sendo realizados para detecção dos constituintes
químicos presentes nos extratos etanólicos de folha e raiz da Coccoloba mollis aqui testados.
Até o momento, duas antraquinonas foram isoladas do ER (emodina e fissiona), enquanto que
hidrocarbonetos, ésteres de cadeia longa e o triterpeno 3-taraxerona foram caracterizados no
EF (de Barros et al. 2007).
71
O uso da C. mollis como modulador da memória e tranqüilizante parece ter
fundamento científico. Alguns estudos relatam a atividade tranqüilizante de extratos derivados
de plantas da família Polygonaceae (Gosh et al. 2002), além do efeito protetor da emodina
frente a distúrbios cerebrais (Gu et al. 2000) e na consolidação da memória (Lu et al. 2007),
porém pouco ainda é descrito sobre a atividade genotóxica/mutagênica das antraquinonas,
principalmente in vivo. Mueller e seus colaboradores atribuem atividade genotóxica à
emodina (Mueller et al. 1998; Mueller e Stopper 1999; Mueller et al 1999), outros sugerem
que ela seja antimutagênica (Sun et al. 2000; Lee et al. 2005). De acordo com os estudos
realizados por Mueller e colaboradores (Mueller et al. 1998; Mueller e Stopper 1999; Mueller
et al 1999), a mutagenicidade apresentada pela emodina pode ser explicada pela formação da
2-hidroxiemodina via CYP1A2 e CYP2B ou pela inibição da topoisomerase II devido a
capacidade da emodina (que possui estrutura planar) de se intercalar ao DNA. A maior parte
dos estudos conduzidos para investigação do possível efeito mutagênico das antraquinonas e
de seus metabólitos em diferentes linhagens de Salmonella typhimurium mostraram
mutagenicidade na linhagem TA1537 (Tikkanen et al. 1983; Masuda e Ueno 1984; Masuda et
al. 1985; Murakami et al. 1987; Westendorf et al. 1990; Krivobok et al. 1992). Apesar dos
metabólitos da emodina e fissiona apresentarem mutagenicidade em linhagem TA1537 de
Salmonella após metabolização, estas mesmas antraquinonas não foram mutagênicas nas
linhagens TA100, TA98 e TA2638 na ausência e presença de metabolização (Krivobok et al.
1992; Mueller et al 1999; Lee et al. 2005).
Embora muitos estudos de mutagenicidade in vitro apresentem resposta positiva, um
longo estudo realizado pelo National Toxicological Program (NTP) do Instituto Nacional do
Câncer americano concluiu que não há evidências de que a emodina possua atividade
carcinogênica em ratos machos F344/N e fêmeas de camundongos B6C3F (NTP 2001).
Mengs et al. (1997) também não observaram resposta mutagênica e citotóxica após única
administração da maior dose permitida (2 mg/Kg b.w.) de emodina em células de medula
óssea dos camundongos NMRI, reforçando assim a importância de estudos em diversos
sistemas-testes para a obtenção de conclusões mais confiáveis. In vivo, a biotransformação
das 1,8 diidroxiantraquinonas parece ocorrer nas células epiteliais do intestino e nas células
hepáticas (Mueller et al. 1998), sendo a biotransformação da emodina mediada pelas enzimas
do citocromo P450 (Tanaka et al. 1987; Go et al. 2007). Longo et al. (2000), ao estudar os
efeitos de diversas antraquinonas sobre as enzimas de metabolização no fígado e intestino de
ratos observou que as 1,8 diidroxiantraquinonas são as que possuem a resposta mais fraca na
indução da CYP1A2, sendo esta indução significativa somente no fígado. Esta observação,
72
juntamente com a possibilidade de os constituintes dos extratos ou de seus metabólitos serem
isentos de mutagenicidade ou serem excretados antes de causarem dano pode explicar em
parte os resultados não significativos encontrados in vivo. Por outro lado, é difícil afirmar ou
mesmo sugerir a razão destes resultados, principalmente com relação ao EF, uma vez que
pouco ainda é conhecido sobre a composição dos extratos.
Estudos adicionais seriam necessários para uma maior compreensão das atividades
biológicas dos extratos de C. mollis. No entanto, os resultados preliminares apresentados pela
primeira vez por nosso estudo podem ajudar a direcionar tais investigações e, contribuir
futuramente para o registro e validação deste fitoterápico.
Agradecimentos
Agradecemos ao Ms. Rodrigo Juliano Oliveira, da Universidade Estadual de Londrina
(UEL), pela valiosa assistência durante os experimentos realizados in vivo.
73
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77
Tabela 01. Dados brutos da avaliaçã
o da mutagenicidade do extrato da folha de C. mollis (EF)
com as linhagens de Salmonella typhimurium TA98 e TA100 na ausência e presença de
ativação metabólica (S9).
Doses
g/placa)
TA98 – S9
TA 98+ S9
Doses
g/placa)
TA100 – S9
TA 100 + S9
0
18 ± 3,0 33,33 ± 6,11
0
139 ± 3,0 102,33 ± 2,89
0,3
16,67 ± 1,53 32 ± 2,65
3
140,33 ± 5,03 101,67 ± 6,66
3
17,67 ± 1,53 34 ± 3,61
30
142 ± 9,54 107,33 ± 4,51
30
19 ± 2,0 33,67 ± 4,16
300
138,33 ± 5,86 104,67 ± 8,02
300
23,67 ± 1,15 35,67 ± 2,08
1000
140 ± 11,36 116,33 ± 15,37
3000
31,33* ± 4,16* 41 ± 5,57
2000
148,67 ± 16,26 114,33 ± 9,71
* significante a 1%
Tabela 02. Dados brutos da avaliaçã
o da mutagenicidade do extrato da raiz de C. mollis (ER)
com as linhagens Salmonella typhimurium TA98 e TA100 na ausência e presença de ativação
metabólica (S9).
Doses
g/placa)
TA98– S9
Doses
g/placa)
TA 98+ S9
Doses
g/placa)
TA100 – S9
TA 100 + S9
0
24,33 ± 4,51
0
33,33 ± 6.11
0
139 ± 3,0 102,33 ± 2,89
5
19 ± 2,65
0,005
T
5
139,33 ± 4,51 108 ± 5,57
50
17,67 ± 2,08
0,05
T
50
142 ± 4,36 116,67 ± 7,09
500
21,67 ± 2,52
0,1
T
100
144 ± 6,0 117 ± 7,0
3000
19,67 ± 2,08
0,25
T
200
140,33 ± 4,51 116 ± 9,85
4000
21,33 ± 1,53
0,5
T
300
151 ± 9,54 114 ± 8,89
T = Tóxico
78
Genotoxicidade
in vivo
dos extratos de
C. mollis
47,4
25,6
9,8
45,4
33,0
46,6
15,4
**
65,0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Controle Ciclof. ER1 ER2 ER3 EF1 EF2 EF3
Tratamentos
Escore médio
Figura 01. Escore médio de cometas observado em lulas de sangue periférico de
camundongos Swiss machos após tratamento de 24 horas com os extratos de C. mollis.
Controle: PBS; Ciclof.: ciclofosfamida 50 mg/Kg; ER1: 6,6x10
-3
mg/Kg; ER2: 6,6x10
-2
mg/Kg; ER3: 6,6x10
-1
mg/Kg; EF1: 6,6x10
-3
mg/Kg; EF2: 6,6x10
-2
mg/Kg; EF3: 6,6x10
-1
mg/Kg. ER = Extrato etanólico da raiz da C. mollis; EF = Extrato etanólico da folha da C.
mollis. ** p < 0,01
79
Tabela 03. Avaliação da mutagenicidade dos extratos de C. mollis após 48h de
tratamento dos animais. Número de animais tratados, total de células contabilizadas,
número total de MNRETs e freqüência de micronúcleos encontrada.
Tratamento n
Total de
células
Analisadas*
Total de células
com MN
(MNRETs)
fi MN
Média ± Desvio
Padrão
Controle
7 10.000 37 7,4 ± 2,88
Ciclofosfamida
7 8.000 132 33,0 ± 5,29 **
ER1
7 14.000 66 9,42 ± 3,73
ER2
7 10.000 67 13,4 ± 7,23
ER3
7 14.000 82 11,71 ± 6,1
EF1
7 14.000 82 11,71 ± 3,49
EF2
7 14.000 126 18,0 ± 7,07
EF3
7 14.000 88 12,57 ± 5,85
Ciclofosfamida 50 mg/Kg
* Número variável devido à perda de material e não por morte dos animais durante o
experimento.
**
p<0,01
80
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93
Anexos
AnexosAnexos
Anexos
94
Tabela 01. Valores médios ± desvio padrão da absorbância obtida no teste de
citotoxicidade MTT, após 24 horas de tratamento.
Absorbância
Média ±
±±
± Desvio Padrão
Parâmetros
Extrato Raiz Extrato Folha
Controle
0,4264 ± 0,092 0,5114 ± 0,080
0,2 µg/mL
0,474 ± 0,0849 0,506 ± 0,096
2,0 µg/mL
0,505 ± 0,0909 0,5986 ± 0,08
20 µg/mL
0,5151 ± 0,131 0,5704 ± 0,076
200 µg/mL
0,2163 ±
0,022*** 0,5016 ± 0,049
2000 µg/mL
0,2783 ±
0,050** 0,2247 ± 0,046***
ANOVA seguida de Teste de Tukey; α = 0.05
** Diferença estatisticamente significativa em relação ao controle negativo (p < 0,01)
*** Diferença estatisticamente significativa em relação ao controle negativo (p < 0,001)
Tabela 02. Valores médios ± desvio padrão da absorbância obtida no teste de
citotoxicidade MTT, após 48 horas de tratamento.
Absorbância
Média ±
±±
± Desvio Padrão
Parâmetros
Extrato Raiz Extrato Folha
Controle
1,274 ± 0,143 1,137 ± 0,582
0,2 µg/mL
1,229 ± 0,213 1,289 ± 0,532
2,0 µg/mL
1,458 ± 0,127 1,081 ± 0,44
20 µg/mL
1,55 ± 0,261 1,347 ± 0,585
200 µg/mL
0,464 ±
0,072*** 1,305 ± 0,372
2000 µg/mL
0,179 ±
0,015*** 0,336 ± 0,165**
ANOVA seguida de Teste de Tukey; α = 0.05
* Diferença estatisticamente significativa em relação ao controle negativo (p < 0,05)
** Diferença estatisticamente significativa em relação ao controle negativo (p < 0,01)
*** Diferença estatisticamente significativa em relação ao controle negativo (p < 0,001)
Tabela 03. Valores médios ± desvio padrão da absorbância obtida no teste de
citotoxicidade MTT, após 72 horas de tratamento.
Absorbância
Média ±
±±
± Desvio Padrão
Parâmetros
Extrato Raiz Extrato Folha
Controle
1,471 ± 0,297 1,723 ± 0,171
0,2 µg/mL
1,246 ± 0,145 1,706 ± 0,153
2,0 µg/mL
1,249 ± 0,183 1,558 ± 0,371
20 µg/mL
1,608 ± 0,360 1,715 ± 0,371
200 µg/mL
0,991 ±
0,264*** 1,390 ± 0,232
2000 µg/mL
0,219 ±
0,038*** 0,264 ± 0,095***
ANOVA seguida de Teste de Tukey; α = 0.05
** Diferença estatisticamente significativa em relação ao controle negativo (p < 0,01)
*** Diferença estatisticamente significativa em relação ao controle negativo (p < 0,001)
95
Tabela 04. Freqüência de células com dano, distribuição das classes de danos e escore referente ao teste de genotoxicidade in vitro
(Média ± Desvio Padrão).
Tratamento Total de células
com dano
Classes do Cometa Escore
0 I II III
Controle
6,33 ± 3,51 93,66 ± 3,51 5,66 ± 3,055 0,66 ± 0,5774
0,00 ± 0,00
6,33 ± 3,51
C. positivo
87,66 ± 2,08 12,33 ± 2,08 74,66 ± 8,08 13,0 ± 8,88 0,00 ± 0,00
100,66 ± 10,06
ER1 – 0,2 µg/mL
9,0 ± 2,64 91,00 ± 2,64 9,00 ± 2,646 0,00 ± 0,00 0,00 ± 0,00
9,0 ± 2,64
ER2 – 2,0 µg/mL
22,00 ± 11,26 78,00 ± 11,26 19,33 ± 7,572 2,66 ± 3,786 0,00 ± 0,00
24,66 ± 15,01
ER3 – 20 µg/mL
28,33 ± 6,11 71,66 ± 6,11 28,33 ± 6,110 0,00 ± 0,00 0,00 ± 0,00
28,33 ± 6,11
EF1 – 0,2 µg/mL
12,0 ± 2,64 88,00 ± 2,64 12,00 ± 2,646 0,00 ± 0,00 0,00 ± 0,00
12,0 ± 3,34
EF2 – 2,0 µg/mL
21,00 ± 9,16 79,00 ± 9,16 20,00 ± 8,544 1,00 ± 1,00 0,00 ± 0,00
21,66 ± 10,26
EF3 – 20 µg/mL
22,0 ± 8,18 78,00 ± 8,18 22,00 ± 8,185 0,00 ± 0,00 0,00 ± 0,00
22,0 ± 8,18
C. positivo: Benzo[a]pireno – 25 µg/mL
96
Tabela 05. Total de células com dano e escore referente ao teste de genotoxicidade in
vitro e os respectivos níveis de significância (p) obtidos no teste-t.
Tratamento Total de células
com dano
p Escore p
Controle
6,33 ± 3,51 - 6,33 ± 3,51
-
C. positivo
87,66 ± 2,08 < 0,0001 100,66 ± 10,06 0,0001
ER1 – 0,2 µg/mL
9,0 ± 2,64 0,3528 9,0 ± 2,64 0,3528
ER2 – 2,0 µg/mL
22,00 ± 11,26 0,0830 24,66 ± 15,01 0,1085
ER3 – 20 µg/mL
28,33 ± 6,11 0,0057 28,33 ± 6,11 0,0057
EF1 – 0,2 µg/mL
12,0 ± 2,64 0,0894 12,0 ± 3,34 0,0894
EF2 – 2,0 µg/mL
21,00 ± 9,16 0,0608 21,66 ± 10,26 0,0706
EF3 – 20 µg/mL
22,0 ± 8,18 0,0382 22,0 ± 8,18 0,0382
C. positivo: Benzo[a]pireno – 25 µg/mL
97
Tabela 06. Avaliação da mutagenicidade dos extratos de C. mollis em células HTC. Total de
células binucleadas analisadas, total de células binucleadas com micronúcleo, valor médio
encontrado de células micronucleadas, valor médio do Índice de Divisão Nuclear (IDN) e
respectivo nível de significância (p) obtido no Teste-t.
Tratamento Total de
céls.
analisadas
Total
céls.
c/ MN
X ± S p IDN
(X ± S)
p
Controle
3000 17 5,6 ± 0,57 - 1,764 ± 0,070 -
C. positivo
3000 46 15,33 ± 3,51 0,0093 1,712 ± 0,012 0,2794
ER1- 0.2µg/mL
3000 08 2,66 ± 0,57 0,0031 1,794 ± 0,142 0,7593
ER2- 2.0µg/mL
3000 16 5,33 ± 1,52 0,7415 1,762 ± 0,117 0,9810
ER3- 20.0µg/mL
3000 24 8,0 ± 1,73 0,0913 1,698 ± 0,130 0,4805
EF1- 0.2µg/mL
3000 09 3,0 ± 1,0 0,0161 1,829 ± 0,145 0,5214
EF2- 2.0µg/mL
3000 13 4,3 ± 2,08 0,3453 1,792 ± 0,155 0,7907
EF3- 20.0µg/mL
3000 25 8,33 ± 3,78 0,2943 1,757 ± 0,148 0,6923
C. positivo: Benzo[a]pireno – 25 µg/mL
98
Tabela 07. Avaliação da indução de apoptose após tratamento das células HTC por 24 horas
com os extratos de C. mollis. Número total de células analisadas, número de células
apoptóticas encontradas, média ± desvio padrão de células apoptóticas e freqüência de
células apoptóticas.
Tratamento Total de céls.
analisadas
Total céls.
Apoptóticas
X ± S p* fi
(%)
**
Controle
1500 3 1,0 ± 1,0 - 0,2
C. positivo
1500 37 12,33 ± 4,93 0,0175
2,46
ER1- 0,2µg/mL
1500 4 1,33 ± 1,15 0,7247
0,26
ER2- 2,0µg/mL
1500 10 3,33 ± 2,51 0,2099
0,66
ER3- 20µg/mL
1500 31 10,33 ± 5,85 0,0530
2,06
ER4- 200µg/mL
1500 78 26,0 ± 9,53 0,0107
5,2
EF1- 0,2µg/mL
1500 8 2,66 ± 1,52 0,1890
0,53
EF2- 2,0µg/mL
1500 15 5,0 ± 3,6 0,1377
1,0
EF3- 20µg/mL
1500 22 7,33 ± 4,0 0,0579
1,46
EF4-200µg/mL
1500 33 11,0 ± 2,64 0,0036
2,2
* Teste-t de Student em relação ao controle negativo.
C. positivo: Cisplatina 20µM
** (A/T x 100), onde A = total de células apoptóticas; T = total de células analisadas
99
Tabela 08. Freqüência de células com dano, distribuição das classes de danos e escore referente ao teste de genotoxicidade
in vivo (Média ± Desvio Padrão).
Tratamento Total de células
com dano
Classes do Cometa Escore
0 I II III
Controle
15,4 ± 3,97 84,6 ± 3,97 15,4 ± 3,97 0,00 ± 0,00
0,00 ± 0,00 15,4 ± 3,97
C. positivo
63,8 ± 6,97 36,2 ± 6,97 62,6 ± 5,85 1,2 ± 1,64 0,00 ± 0,00 65,0 ± 8,27
ER1 (6,6x10
-3
mg/Kg)
46,6 ± 3,78 53,4 ± 3,78 46,6 ± 3,78 0,00 ± 0,00 0,00 ± 0,00 46,6 ± 3,78
ER2 (6,6x10
-2
mg/Kg)
33,0 ± 6,04 67,00 ± 6,04 33,00 ± 6,04 0,00 ± 0,00 0,00 ± 0,00 33,0 ± 6,04
ER3 (6,6x10
-1
mg/Kg)
43,8 ± 10,42 56,2 ± 10,42 42,2 ± 9,2 1.6 ± 3.57 0,00 ± 0,00 45,4 ± 12,58
EF1 (6,6x10
-3
mg/Kg)
9,8 ± 5,58 90,2 ± 5,58 9,8 ± 5,58 0,00 ± 0,00 0,00 ± 0,00 9,8 ± 5,58
EF2 (6,6x10
-2
mg/Kg)
25,6 ± 5,54 74,4 ± 5,54 25,6 ± 5,54 0,00 ± 0,00 0,00 ± 0,00 25,6 ± 5,54
EF3 (6,6x10
-1
mg/Kg)
43,6 ± 20,1 56,4 ± 20,1 40,2 ± 16,19 3,00 ± 4,79 0,4 ± 0,89 47,4 ± 25,33
C. positivo: Ciclofosfamida 50 mg/Kg
100
Tabela 09. Total de células com dano e escore referente ao teste de
genotoxicidade in vivo e os respectivos níveis de significância (p) obtidos na
análise estatística (Kruskall-Wallis seguida de teste de Dunn).
Tratamento Total de células
com dano
p Escore p
Controle
15,4 ± 3,97 - 15,4 ± 3,97 -
C. positivo
63,8 ± 6,97 <0,01 65,0 ± 8,27 <0,01
ER1 (6,6x10
-3
mg/Kg)
46,6 ± 3,78 >0,05 46,6 ± 3,78 >0,05
ER2 (6,6x10
-2
mg/Kg)
33,0 ± 6,04 >0,05 33,0 ± 6,04 >0,05
ER3 (6,6x10
-1
mg/Kg)
43,8 ± 10,42 >0,05 45,4 ± 12,58 >0,05
EF1 (6,6x10
-3
mg/Kg)
9,8 ± 5,58 >0,05 9,8 ± 5,58 >0,05
EF2 (6,6x10
-2
mg/Kg)
25,6 ± 5,54 >0,05 25,6 ± 5,54 >0,05
EF3 (6,6x10
-1
mg/Kg)
43,6 ± 20,1 >0,05 47,4 ± 25,33 >0,05
C. positivo: Ciclofosfamida 50 mg/Kg
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