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UFRRJ
INSTITUTO DE VETERINÁRIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA
DISSERTAÇÃO
ANÁLISE COMPUTADORIZADA PARA AVALIAÇÃO DOS ÍNDICES
DE PLACA BACTERIANA E CÁLCULO DENTÁRIO EM CÃES (Canis
familiaris)
Samira Lessa Abdalla
2008
1
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE VETERINÁRIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA
ANÁLISE COMPUTADORIZADA PARA AVALIAÇÃO DOS ÍNDICES
DE PLACA BACTERIANA E CÁLCULO DENTÁRIO EM CÃES (Canis
familiaris)
SAMIRA LESSA ABDALLA
Sob a Orientação da Professora
Marta Fernanda Albuquerque da Silva
Dissertação submetida como
requisito parcial para obtenção do
grau de Mestre em Ciências
Veterinárias, no Curso de Pós-
Graduação em Medicina
Veterinária, Área de Concentração
em Ciências Clínicas.
Seropédica, RJ
Março de 2008
2
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE VETERINÁRIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA
SAMIRA LESSA ABDALLA
Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciências
Veterinárias, no Curso de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, Área de Concentração em
Ciências Clínicas.
DISSERTAÇÃO APROVADA EM 26/03/2008
Marta Fernanda Albuquerque da Silva. Dr. UFRRJ
(Orientadora)
Marco Antônio Gioso. Dr. USP
Flavya Mendes de Almeida. Dr. UFF
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço à FAPERJ pela disponibilização de verba para aquisição dos equipamentos
e materiais de consumo para realização deste estudo.
A meu pai, Nassim João Henriques Abdalla; minha mãe, Sônia Lessa e minha irmã,
Cristina Lessa Abdalla, sinceros agradecimentos pelo reconhecimento do meu esforço,
compreensão em todos os momentos difíceis e pela grande ajuda financeira, sem a qual não
seria possível realizar este experimento.
A Henrique Lessa Abdalla, meu irmão, agradeço muito pela ajuda técnica em relação
aos programas de computador. Ao reconhecer o que precisávamos neste experimento,
pesquisou e disponibilizou os programas gratuitos utilizados para seleção e medida das áreas,
além de ter sido um grande professor durante as explicações de como manusear estes
programas.
À Professora Marta Fernanda Albuquerque da Silva, orientadora, colaboradora e
acima de tudo amiga; graças a sua disponibilidade, interesse, prestatividade e confiança de me
deixar seguir neste experimento, hoje eu encontrei um espaço na Medicina Veterinária que
simplesmente reflete tudo o que sou e meus anseios desde criança – a Odontologia
Veterinária. Você sempre estará comigo, não importa onde estejamos no futuro!
À Ana Rita Carvalho Pereira, minha amiga, sem você nada também teria acontecido;
muito obrigada por todas as horas de dedicação e esforço em prol da ciência veterinária.
A Angelina Laurenti, Carlos Ângelo Laurenti, Renato Laurenti e Verena Reimer;
muito obrigada, meus primos, por todo apoio nestas idas e vindas de São Paulo para tentar
compreender melhor a Odontologia Veterinária.
A Armando Abreu, muito obrigada pelo seu sacrifício de acordar duas horas antes de
ir para o colégio e me acompanhar em todas as manhãs frias e desertas, durante todo o
experimento, e sempre com o maior sorriso!
Ao Professor Fábio Barbour Scott, à Thaís Ribeiro Correia Azevedo, a Francisco de
Assis Ribeiro, a Felipe Delorme Azevedo e a Júlio Fernandes meu grande agradecimento pelo
espaço cedido, pela experiência maravilhosa de interação com os beagles, pelo apoio e
ensinamentos, e por todo carinho e confiança cedidos à minha pessoa.
Ao Professor Marco Antônio Gioso, a Jonathan Ferreira, à Fernanda Hofmann e à
Fernanda Lopes, muito obrigada pela transferência de conhecimento e principalmente pelo
apoio neste projeto e na carreira de Odontologia Veterinária.
A Marco Antônio Leon Roman, Michèle Venturini, Herbert Corrêa, Daniel Ferro,
João Rossi, Mariana Marques, Lênin e Vanessa Carvalho, por todos os ensinamentos e apoio
durante os períodos de estágio e após estes também.
A Bernardo Perrone, muito obrigada pelo incentivo, apoio e transferência de
conhecimentos, principalmente no início deste projeto.
A João Telhado Pereira e Valéria Moura, muito obrigada pela compreensão e apoio
em todos os momentos de nosso convívio.
À Paula Cunha Correa da Silva, agradeço muito pelo apoio emocional e sua
disponibilidade durante este experimento.
A Fábio Jorge Moreira da Silva, Daniel da Silva Guedes Junior, Guilherme de Paula
Minono e Mariana Desterro, muito obrigada pela disponibilidade de vocês e apoio durante o
experimento.
Ao Professor Gilberto Garcia Botelho e à Professora Rita de Cássia Botteon muito
obrigada pela disponibilização dos laboratórios de suas respectivas disciplinas.
A Roberta Alves, Sylvia Azevedo, Blanche Dreher, Ana Paula Magalhães, Charles
Rangel e Bruno Barros, muito obrigada pela colaboração.
4
BIOGRAFIA
Samira Lessa Abdalla, pós-graduanda do Curso de Pós-Graduação em Medicina
Veterinária da UFRRJ, cursou 1º e 2º graus no Colégio Santo Inácio e graduação em
Medicina Veterinária pela UFRRJ concluindo em 2006. Foi bolsista de iniciação científica
durante os anos de 2004 e 2005 e monitora da disciplina de Anestesiologia e Técnica
Cirúrgica II da UFRRJ durante o ano de 2004. Estagiou na área de cirurgia no Hospital
Veterinário da UFRRJ e pelo Projeto de Controle de Natalidade de cães e gatos da UFRRJ, de
2002 a 2005, e em clínica particular de pequenos animais durante o ano de 2003. Estagiou
também na área de Odontologia Veterinária no Laboratório de Odontologia Comparada da
FMVZ-USP e no Odontovet, no ano de 2007. Realizou cursos teóricos e práticos de
Odontologia Veterinária de pequenos animais e Inseminação Artificial em bovinos, além de
participação em diversos congressos na área de Medicina Veterinária.
5
RESUMO
ABDALLA, Samira Lessa. Análise Computadorizada para avaliação dos índices de Placa
Bacteriana e Cálculo Dentário em cães (canis familiaris). 2008. 47p. Dissertação
(Mestrado em Medicina Veterinária, Ciências Clínicas). Instituto de Veterinária,
Departamento de Medicina e Cirurgia Veterinária, Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro, Seropédica, RJ, 2008.
A Doença Periodontal é causada pelo acúmulo de Placa Bacteriana sobre os dentes e
estruturas adjacentes. Para mensuração desta doença têm sido formulados índices que
consideram a quantidade e intensidade de Placa Bacteriana e Cálculo Dentário existentes na
cavidade oral, por meio de avaliação visual subjetiva. O presente estudo objetivou utilizar o
método de análise computadorizada, para medição de área de Placa Bacteriana e Cálculo
Dentário nos dentes de cães em modelo experimental de avaliação de produtos com ação
antimicrobiana, por meio da comparação com avaliação visual e também da análise da
formação de Placa Bacteriana e Cálculo Dentário nos diversos dentes. Foram utilizados 16
cães beagles com similares características e mantidos sob o mesmo manejo e dieta alimentar,
divididos em grupos Controles, Negativo (sem tratamento) e Positivo (tratados com
borrifação de clorexidina a 0,12%, na cavidade oral, uma vez ao dia). As avaliações da
cavidade oral ocorreram antes do tratamento periodontal, para Placa Bacteriana e Cálculo
Dentário, que foi realizada sob anestesia geral inalatória, e após sete dias para Placa
Bacteriana, e 28 dias para Cálculo Dentário. A avaliação computadorizada da área de Cálculo
Dentário mostrou diferença estatisticamente significante em relação à avaliação visual, antes e
após o tratamento periodontal, no grupo Controle Negativo, bem como sensibilidade na
análise da atuação da clorexidina (grupo Controle Positivo). Observou-se, por meio da
avaliação computadorizada, maior quantidade de acúmulo de Placa Bacteriana e Cálculo
Dentário nos dentes maxilares do que nos mandibulares; que os dentes maxilares 4º pré-
molares foram mais acometidos do que os 3º, 1º e 2º pré-molares, seguidos pelos caninos e
depois incisivos laterais, e que os dentes mandibulares 4º pré-molares foram mais acometidos
do que os 3º e 2º pré-molares, seguidos pelos primeiros molares e depois caninos. A área
acometida por Placa Bacteriana e Cálculo Dentário nos dentes incisivos laterais maxilares e
nos quatro caninos encontrou-se abaixo da faixa de 25% e sua exclusão influenciou
significantemente no cálculo destes parâmetros. Concluiu-se que a avaliação computadorizada
é vantajosa em relação à visual, por necessitar de somente um avaliador e conferir maior
precisão na medida da área; e que os dentes menos acometidos por Placa Bacteriana e Cálculo
Dentário podem sub-representar outros mais acometidos utilizados na composição de índices
da cavidade oral.
Palavras-chave: Placa bacteriana, Cálculo dentário, índices.
6
ABSTRACT
ABDALLA, Samira Lessa. Computer Analysis for the evaluation of Dental Plaque and
Calculus index in dogs (Canis familiaris). 2008. 47p. Dissertation (Masters in Veterinary
Medicine, Clinical Sciences). Instituto de Veterinária, Departamento de Medicina e Cirurgia
Veterinária, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2008.
The Periodontal Disease is caused by dental plaque accumulation on teeth and adjacent
structures. Indices have been formulated for its measurement considering the amount and
intensity of Dental Plaque and Calculus in the oral cavity through subjective visual
evaluation. This study aims to evaluate the computerized analysis method for measurement of
Dental Plaque and Calculus areas on the teeth of dogs in an experimental antimicrobial
products evaluation model, by comparison with the visual evaluation in the oral cavity and
also by the analysis of Dental Plaque and in several teeth. Sixteen beagles with similar
characteristics and kept under the same management and diet were used and divided into
Negative Control group (no treatment) and Positive Control group (chlorhexidine 0.12%
sprayed in the oral cavity daily). Evaluations of oral cavity occurred before the periodontal
treatment (performed under general inhalation anesthesia) and after seven days for Dental
Plaque, and 28 for Calculus. The computerized Calculus area evaluation showed statistically
significant difference in relation to the visual evaluation before and after periodontal
treatment in the Negative Control group, as well as sensitivity in the chlorhexidine
performance analysis (Positive Control group). It was observed through computerized
evaluation that greater amounts of Dental Plaque and Calculus accumulate on the maxillary
teeth than on the mandibular ones; the fourth maxillary pre-molar teeth were more affected
than the third, first and second pre-molar ones followed by canine and then lateral incisor and
that the fourth mandibular pre-molar teeth are more affected than third and second pre-molar
ones followed by the first molar and canine. The area affected by Dental Plaque and Calculus
on the lateral maxillary incisor teeth and on the four canines was below the range of 25% and
its exclusion influenced significantly in the calculation of these parameters. It was concluded
that the computerized evaluation is beneficial when compared to the visual one, requiring
only one evaluator, and provides greater precision in the area measurement; and that teeth less
affected by Dental Plaque and Calculus can sub-represent others more involved in the
composition of oral cavity indices.
Key words: Dental Plaque, Calculus, Index.
7
LISTA DE ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS
%C Percentual de Cálculo Dental
%PB Percentual de Placa Bacteriana
%RM Percentual de Redução Médio
CN Controle Negativo
CP Controle Positivo
DP Doença Periodontal
IAC Índice de Área de Cálculo
IAPB Índice de Área de Placa Bacteriana
IC Índice de Cálculo
IPB Índice de Placa Bacteriana
IV Intravenosa
PB Placa Bacteriana
UFRRJ Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
VOHC Veterinary Oral Health Council
8
SUMÁRIO
Páginas
1 INTRODUÇÃO
1
2 REVISÃO DE LITERATURA
2
2.1 Patogenia da doença periodontal 2
2.2 Prevenção 5
2.3 Clorexidina 6
2.3.1 Mecanismo de ação 6
2.3.2 Propriedades 6
2.3.2.1 Anti-séptica 6
2.3.2.2 Anti-placa e anti-gengivite 7
2.3.2.3 Substantividade 7
2.3.2.4 Metabolismo e toxicologa 7
2.3.3 Efeitos colaterais 7
2.3.4 Cálculo Dentário 8
2.3.5 Uso clínico 8
2.4 Índices 9
2.5 Soluções evidenciadoras de Placa Bacteriana 12
3 MATERIAL E MÉTODOS
13
3.1 Animais 13
3.2 Grupos experimentais 13
3.3 Delineamento experimental 13
3.3.1 Seleção dos cães 13
3.3.2 Pré-operatório 14
3.3.3 Anestesia 14
3.3.4 Avaliação Periodontal no dia zero (Pré-cirúrgica) 14
3.3.5 Tratamento Periodontal da cavidade oral 15
3.3.6 Avaliações 15
3.3.6.1 Avaliação Visual 15
3.3.6.2 Avaliação Computadorizada 16
3.4 Análise dos resultados 18
3.4.1 Validação do grupo Controle Positivo de acordo com VOHC (2008) 18
3.4.2 Avaliação Visual versus Computadorizada no Controle Negativo 19
3.4.3 Comparação do grupo C.N. versus C.P. na Avaliação Computadorizada 19
3.4.4 Av. Computadorizada da ocorrência de PB e Cálculo nos diversos dentes 19
3.4.5 Análise da formação de PB e Cálculo com e sem exclusão de seis dentes 19
4 RESULTADOS
20
4.1 Validação do grupo Controle Positivo de acordo com VOHC (2008) 20
4.2 Avaliação Visual versus Computadorizada no Controle Negativo 20
4.3 Comparação do grupo C.N. versus C.P. na Avaliação Computadorizada 21
4.4 Av. Comp. da ocorrência de PB e CD nos diversos dentes 22
4.5 Análise da formação de PB e Cálculo com e sem exclusão de seis dentes 24
5 DISCUSSÃO
26
6 CONCLUSÕES
30
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
30
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
31
9 APÊNDICES
37
9
1 INTRODUÇÃO
A Doença Periodontal, dentre as moléstias da cavidade oral de cães merece atenção especial
devido à sua alta prevalência (HARVEY & EMILY, 1993). Esta doença é causada pelo acúmulo
de Placa Bacteriana nos dentes e nas estruturas adjacentes que o suportam. Se o acúmulo da
Placa Bacteriana não for controlado ocorre progressão da Doença Periodontal, em geral sem
regeneração e incurável devido à resposta imunológica e inflamatória individual, resultando em
destruição do periodonto, perda funcional e dentária, além de complicações sistêmicas devido à
bacteremia e absorção de toxinas bacterianas oriundas da cavidade oral, que são relatadas como
alterações em coração, rins, fígado
(
DEBOWES et al., 1996
) e articulações
(GIOSO, 2007
)
, o
que remete para sua gravidade e importância. A maioria das doenças da cavidade oral possui
estreito relacionamento com a microbiota local, pois ela interage direta e indiretamente no
estabelecimento desses processos mórbidos, com graves complicações e atuando como um
grande e variado foco de infecções.
A Doença Periodontal é de difícil mensuração objetiva. Índices de Placa Bacteriana e de
Cálculo são utilizados para estabelecer os graus de Doença Periodontal em cães, de acordo com a
área da superfície vestibular dental acometida por Placa Bacteriana e Cálculo Dentário, durante
avaliações específicas bucais, objetivando-se a expressão da avaliação clínica da doença na forma
de valor numérico, permitindo a análise estatística da extensão desta acumulação, tendo como
resultado uma padronização objetiva e consistente.
A dificuldade atual na realização da análise da Doença Periodontal é a imprecisão dos dados
obtidos pela avaliação visual humana e a necessidade de que os observadores sejam bem
treinados para realização dos testes.
A inovação no método de avaliação com a utilização de programas computadorizados traz a
precisão matemática para a análise do índice de Placa Bacteriana e do índice de Cálculo, e então,
apenas um avaliador e uma medição serão necessários. Desta forma, este método contribuirá
para que as novas pesquisas de avaliação da progressão da Doença Periodontal e da inibição do
biofilme bacteriano dental, com a utilização de produtos odontológicos específicos veterinários,
sejam seguras e precisas, além de fornecerem subsídios para uso em outras espécies, inclusive a
humana.
O presente estudo teve por objetivo avaliar o método de análise computadorizada para
medição de área de Placa Bacteriana e Cálculo Dentário nos dentes de cães em modelo
experimental de avaliação de produtos com ação antimicrobiana, por meio da comparação com a
avaliação visual, além da análise da formação de Placa Bacteriana e Cálculo Dentário nos
diversos dentes.
10
2 REVISÃO DE LITERATURA
A odontologia veterinária no Brasil vem se desenvolvendo bastante nos últimos anos,
porém, com poucos dados da realidade brasileira disponíveis na literatura especializada sobre a
prevalência de lesões e suas conseqüências (LIMA et al., 2004).
A boca, por sua constituição e finalidade, está sujeita a diversos processos mórbidos
primários ou secundários incluindo os traumatismos e as afecções bacterianas e virais,
destacando-se dentre as alterações observadas na cavidade oral de cães e gatos as gengivites,
periodontites, neoplasias, lesões de reabsorção, estomatites e cárie dentária. Dentre as moléstias
da cavidade oral de cães, a que merece atenção especial por apresentar grande ocorrência é a
Doença Periodontal (HARVEY & EMILY, 1993) que acomete o periodonto: gengiva, osso
alveolar, cemento e ligamento periodontal (GIOSO, 2007). A periodontite, o Cálculo Dentário e
a gengivite são as doenças que mais acometem os cães (COLMERY & FROST, 1986; LUND et
al., 1999; KYLLAR & WITTER, 2005).
2.1 Patogenia da Doença Periodontal
Vários materiais acumulados sobre a superfície dental participam na fisiopatologia da
Doença Periodontal. Estas substâncias são: Saliva, Película Adquirida do Esmalte, Debris
Alimentares, Matéria Alba, Placa Bacteriana e Cálculo Dentário, que são acumulados em
dinâmica contínua (SCHWARTZ et al., 1971)
A Saliva atua em três fases na Doença Periodontal. Na primeira age como um filme de
proteção contra a invasão microbiana; as substâncias salivares antimicrobianas incluem mucina,
lactoferrina, lisosima e lactoperoxidase, além de conter imunoglobulinas A. Na segunda age
como proteção mecânica em todo epitélio oral. Na terceira age como um rico suplemento
vascular e agregação de células imunoreativas no suporte de tecidos de conexão (HARVEY &
EMILY, 1993).
A Película Adquirida do Esmalte é um filme fino, que protege e lubrifica o esmalte,
composto por proteínas e glicoproteínas da saliva e do fluido gengival (LOGAN, 2006).
A Matéria Alba é composta por material frouxo, esbranquiçado, grande parte por bactérias,
células epiteliais de descamação e células sanguíneas, acumulando-se na cavidade oral sem
higiene e na superfície da Placa Bacteriana ou dos dentes (MÜHLEMANN & SCHOEDER,
1964 apud SCHWARTZ & MASSLER, 1969). Este material pode ser removido por ação
mecânica de um forte jato de água, o que não acontece com o que permanece, denominado Placa
Bacteriana (MANDEL, 1966).
A Placa Bacteriana é um biofilme organizado aderido à superfície dos dentes, composta por
restos alimentares, saliva, polissacarídeos extracelulares, restos celulares, leucócitos,
macrófagos, lipídios, carboidratos e bactérias, das quais as predominantes nos sulcos gengivais
são aeróbias (DUPONT, 1998), gram positivas e anaeróbias facultativas sem motilidade,
principalmente Streptococcus sanguis e Actinomyces viscosus (WIGGS
&
LOBPRISE, 1997;
GlOSO, 2007).
O Cálculo Dentário, formado pela mineralização da Placa Bacteriana com a precipitação de
sais minerais provenientes da saliva, embora não seja um irritante gengival ativo, como a placa,
pode ser um irritante gengival passivo local, por possuir superfície externa rugosa, o que facilita
o acúmulo de Placa Bacteriana viável (DUPONT, 1997). O pH aumentado, alcalino, da cavidade
oral, favorece a calcificação do cálculo dentário. Por este motivo, os cães, que possuem pH bucal
entre 7,5 e 9,0, apresentam maior acúmulo de cálculo do que o ser humano, que apresenta pH
bucal em torno de 7,2 (GIOSO, 2007).
O Cálculo Dentário geralmente adere de forma persistente às superfícies dentárias. Isto
ocorre devido ao fato de que a película sob a Placa Bacteriana também se torna calcificada
11
(KOPCZYK & CONROY, 1968 apud LINDHE, 2005). Além disso, as irregularidades da
superfície também são preenchidas por cristais de cálculo (BERCY & FRANK, 1980). Devido a
esta forte aderência, o Cálculo Dentário é removido durante o tratamento periodontal sob
anestesia geral, com o auxílio de instrumentos manuais, como os extratores de cálculo ou com o
uso do aparelho de ultra-som (HARVEY & EMILY, 1993).
O fator etiológico da Doença Periodontal é a Placa Bacteriana (LÖE, 1967) também
chamada de induto mole ou biofilme dentário, que se organiza entre 24 e 48 horas (GIOSO,
2007). Se o acúmulo da Placa Bacteriana não for controlado ocorre a progressão da Doença
Periodontal (HARVEY & EMILY, 1993). Durante a mastigação, ocorre a bacteremia e absorção
de toxinas bacterianas oriundas da cavidade oral, pela movimentação do dente no alvéolo, devido
à rica vascularização do periodonto (GIOSO, 2007). A resposta imunológica sistêmica individual
aos microorganismos gera imunocomplexos, que se aderem à parede interna dos endotélios,
levando à lise endotelial e inflamação local resultando em destruição contínua do periodonto
(DUPONT, 1997; GIOSO, 2007; STOEKEN et al., 2007), além de complicações sistêmicas, que
são relatadas como alterações em rins, fígado, coração
(
DEBOWES et al., 1996
) e articulações
,
o que remete para sua gravidade e importância, podendo levar o animal à morte. A existência de
lesões prévias nestes órgãos aumenta a probabilidade de instalação de microorganismos ou de
complexo imune (anacorese) (GIOSO, 2007
)
.
Quando em equilíbrio, hospedeiro versus parasita, a microbiota e a ação antimicrobiana da
saliva e o excelente suprimento sangüíneo oral atuam como barreira natural, protegendo a
mucosa oral contra patógenos exógenos (HEDLUND, 2002). No entanto, alterações locais do
equilíbrio ecológico podem resultar em infecções oportunistas (BRAGA et al., 2005).
O contato constante da Placa Bacteriana (e seu material antigênico) com a gengiva marginal
provoca uma resposta inflamatória denominada gengivite, enquanto não houver a perda de
inserção do epitélio juncional (DUPONT, 1997). A ocorrência de gengivite está relacionada à
falta de higiene oral e pode ser reversível quando a Placa Bacteriana é removida (HARVEY,
1998; SILVA et al., 2004; GIOSO, 2007). O processo inflamatório gengival, assim como de
outros tecidos moles adjacentes, eleva o pH da cavidade oral, criando um habitat mais adequado
à
sobrevivência de microrganismos patogênicos (COLMERY
&
FROST, 1986; EISNER, 1989;
HOLMSTRON, 1989).
Outra conseqüência da Placa Bacteriana pode ser a halitose (PINTO & ISSÁO, 1988;
RICHTER, 1996; CULHAM & RAWLINGS, 1998).
Com a progressão do processo inflamatório, há início da formação de bolsa periodontal com
produção e acúmulo de pus. Histologicamente mantêm-se os polimorfonucleares e linfócitos
além da presença de outras células plasmáticas. Instala-se, então, inflamação grave, formam-se
bolsas profundas, ocorre retração gengival com a perda da inserção do epitélio juncional,
reabsorção óssea, presença de pus e mobilidade dentária devido à destruição do periodonto pelas
toxinas bacterianas e resposta imunológica do hospedeiro, chamada de periodontite, que é
irreversível. Ao exame histológico há permanência do padrão celular anterior. O processo de
degradação tecidual é continuado pelo avanço subgengival da placa bacteriana e cálculo, pela
inflamação aguda e reabsorção osteoclástica influenciadas por prostaglandinas (COLMERY
&
FROST, 1986). Nesta fase, a perda dentária é a evolução mais provável (ROSEMBERG et al.,
1966; PAGE & SCHROEDER, 1981; SMITH et al., 1985).
O espectro bacteriano responsável pela evolução do processo inflamatório modifica-se de
acordo com o estágio da Doença Periodontal. A Placa Bacteriana se forma com mais intensidade
durante o período de repouso, onde não há presença de comida e menor atividade oral.
Posteriormente, há formação da placa subgengival e da bolsa periodontal havendo, inicialmente,
pouca diferença entre a microbiota da placa supra-gengival e subgengival. Entretanto, com
contínuo acúmulo de bactérias, haverá mudança na população microbiana, passando então a
predominar bactérias gram negativas e anaeróbias com motilidade, sem decréscimo, no entanto,
12
das aeróbias. Em cães, nos sítios saudáveis, as bactérias anaeróbias facultativas e aeróbias são
predominantes, e apenas 25% de bactérias anaeróbias estão presentes, enquanto que o percentual
de anaeróbias estritas poderá aumentar para 95% em cães com periodontite (HARVEY &
EMILY, 1993; DARVEAU et al., 1997; WIGGS
&
LOBPRISE, 1997; DOMINGUES et al.,
1999; GlOSO, 2007).
A placa dental pode ser classificada como supra-gengival ou sub-gengival. A placa dental
supra-gengival está localizada sobre as coroas dentárias, é composta inicialmente por
estreptococos alfa-hemolíticos (grupo viridans). Bacilos gram-positivos constituem pequena
porção dessa microbiota, e após o primeiro dia de desenvolvimento, a proporção de
estreptococos cai para 45%, enquanto que a de cocos gram-negativos anaeróbios aumenta em
aproximadamente 20%. Após o terceiro dia, espécies anaeróbias e facultativas passam a
predominar enquanto os bacilos gram-negativos anaeróbios correspondem a 25%. Com o
desenvolvimento da placa, bacilos gram-negativos anaeróbios se multiplicam devido às
condições ambientais que as favorecem (WOOD et al., 2000).
A Placa Bacteriana sub-gengival está localizada no sulco gengival ou bolsa periodontal, e
sua composição dependerá do grau da doença periodontal instalada: à medida que ela progride, a
proporção de cocos e bacilos gram-positivos diminui, enquanto aumenta a de bacilos gram-
negativos (principalmente anaeróbios) e de microorganismos espiralados. A diferença na
composição dessa microbiota dá-se pelas características ambientais do sulco gengival,
destacando-se a maior disponibilidade de nutrientes do exsudato gengival. Na colonização das
superfícies lisas, os cocos gram-positivos aparecem como os primeiros colonizadores, sucedidos
por uma microbiota composta por bastonetes gram-positivos. À medida que a placa envelhece
aumenta a proporção de bastonetes e cocos gram-negativos, seguidos por bactérias gram-
negativas dotadas de motilidade (SOCRANSKY et al., 1998).
A Doença Periodontal é um processo contínuo com fases ativas e inativas. Na seqüência de
progressão da Doença Periodontal seguem-se os seguintes estágios, segundo Harvey & Emily
(1993):
1 - Saudável – tecidos gengivais são rosados ou pigmentados em cor, com boa topografia. O
tecido gengival é firme, resiliente e com uma profundidade mínima do sulco. Pode haver
evidência de perda de tecido como resultado de doença prévia.
2 – Gengivite – inflamação gengival, eritema, sangramento gengival na sondagem em casos mais
avançados. Nenhuma deterioração do osso alveolar é observada.
3- Início da periodontite – a topografia gengival é normal ou pode apresentar hiperplasia,
inflamação do ligamento periodontal e uma pequena perda da fixação e desenvolvimento de
bolsa periodontal, perda da crista alveolar.
4 – Periodontite moderada – pode haver moderada perda de fixação com bolsa periodontal
moderada a profunda. A hiperplasia pode mascarar a profundidade da bolsa ou a recessão
gengival pode reduzir a sua profundidade (deve-se observar o nível clínico de inserção gengival),
pode ocorrer perda de osso alveolar de 30% a 50%, a topografia gengival não estará mais
normal, e somente uma pequena mobilidade dental é observada (moderada mobilidade nos
incisivos).
5 – Periodontite avançada – avançada destruição dos tecidos de suporte periodontal, grave
profundidade de bolsa ou significante recessão gengival, perda grave de aderência, mais de 50%
de perda de osso alveolar e avançada mobilidade dental (exceto nos dentes com múltiplas raízes).
6 – Esfoliação dental – depois da cicatrização do alvéolo vazio a inflamação regride, a
proeminência dental pode atrofiar e é apresentada uma superfície plana na mandíbula coberta
pelo epitélio. O resultado da cicatrização pode ser uma fístula oro-nasal.
A Doença Periodontal é classificada em graus, de acordo com a intensidade de sua
apresentação clínica, como se pode observar no quadro 1.
13
Quadro 1 – Grau de Doença Periodontal (DP) segundo Beard & Beard (1989)
Grau de DP Sinais clínicos
Gengiva saudável, margem fina, brilhante, rósea, firme, sem odor e aspecto
granulado.
G0
GI Gengivite marginal. A margem livre da gengiva se mostra avermelhada.
GII Gengivite moderada. Inflamação da gengiva com edema e avermelhada.
GIII
Gengivite grave. Presença ou não de cálculo dentário, edema acentuado,
coloração do vermelho ao púrpura. Presença de bolsas gengivais
u
ltrapassando 1 a 3 mm, alcançando entre 4 a 6 mm de profundidade. Dentes
sem mobilidade. Pode haver retração gengival, devendo ser medida a
extensão entre o colo dentário e a margem gengival ainda aderida
GIV
P
eriodontite moderada. Inflamação grave, formação de bolsas profundas
(entre 6 e 9 mm) com presença de pus, início de perda óssea. Dentes com
ligeira mobilidade e perda de fixação epitelial.
P
eriodontite grave. Perda de fixação epitelial, perda óssea acentuada, dentes
m
óveis e perda dentária.
GV
2.2 Prevenção
O depósito de Placa Bacteriana e subseqüente colonização por bactérias ocorre
imediatamente após tratamento periodontal da cavidade oral. É descrito na literatura que, em
alguns minutos após o tratamento periodontal, cerca de um milhão de organismos são
depositados por mm
2
na superfície do esmalte (LINDHE, 1989 apud ROUDEBOUSH et al.,
2005).
A higiene oral, além do tratamento periodontal executado em intervalos regulares, é
necessária para prevenir a gengivite (DUPONT, 1997). O tratamento periodontal que não segue
um controle adequado da Placa Bacteriana resulta em insucesso, uma vez que pode ocorrer
recidiva quando a Placa Bacteriana permanece instalada nos dentes (GROVE, 1998).
Estudos têm mostrado que procedimentos de higiene mecânica podem, com sucesso, prevenir
a doença periodontal em cães. Entretanto, o nível de dedicação e motivação requerido para obter
e manter a saúde oral em cães não é facilmente mantido pelos proprietários (RAWLINGS et al.,
1998).
Em cães a mudança nos hábitos naturais e as dificuldades de realização da escovação dos
dentes pelos proprietários fazem da Doença Periodontal uma afecção comum na espécie
(HARVEY & EMILY, 1993). Em estudo de Miller & Harvey (1994), após o tratamento
periodontal da cavidade oral de cães, os proprietários receberam instruções sobre as técnicas de
escovação dos dentes de seus cães e, após seis meses, 53% destes proprietários continuavam
escovando os dentes dos cães várias vezes por semana. O hábito da escovação poderia ocasionar
redução de 90% na predisposição à periodontite, pelo controle da Placa Bacteriana (DUPONT,
1998).
A prevenção surge como um aspecto essencial na Doença Periodontal, no sentido de reduzir
a incidência e gravidade, bem como na manutenção de dentes saudáveis durante toda a vida
(LYON, 1991). A prevenção requer remoção da placa sub e supra-gengival por meio de
escovação, utilização freqüente de produtos mastigáveis que possuam ação antimicrobiana,
antibioticoterapia e agentes antibacterianos, os quais devem ser usados com critério (JENSEN et
al., 1995). A escova dental destrói o biofilme por meio do atrito (DUPONT, 1998).
O uso a longo prazo de antibióticos sistêmicos ou tópicos para controlar a doença
periodontal é problemático devido à tendência de que organismos resistentes surjam e recidive a
14
doença. Os anti-sépticos orais são úteis para a descontaminação da superfície dos tecidos da
cavidade oral (GROVE, 2000).
A resistência de bactérias para certas drogas aparece como resultado de seleção de mutantes
que se desenvolvem devido às alterações cromossomiais ou por meio da transferência de
informação genética por conjugação. Antimicrobianos comumente não causam mutações, ao
contrário, participam na seleção para prover um ambiente que conduz ao crescimento de
microorganismos menos suscetíveis. Vários estudos mostraram que a aplicação de clorexidina
resulta no desenvolvimento de classes de bactérias resistentes (GREENSTEIN et al., 1986).
A solução de Clorexidina, por não atingir bolsas periodontais profundas sem a ajuda da
irrigação vigorosa, não é eficaz na Doença Periodontal avançada sem o tratamento cirúrgico
precedente. Anti-sépticos são indicados para o tratamento da gengivite sem danos mais
profundos do tecido ou para o cuidado pós-operatório de uma doença mais grave após a limpeza
sub-gengival completa. O anti-séptico mais eficaz nesta década é a Clorexidina, que atua na
destruição da maioria dos patógenos periodontais, possuindo a habilidade de agir mais
eficientemente sobre bactérias patogênicas do que sobre as bactérias nativas que predominam em
bocas saudáveis (GROVE, 2000).
2.3 Clorexidina
Em 1940, cientistas ao pesquisarem sobre agentes anti-malária formularam componentes
chamados de polybiguanidas com ação antimicrobiana. A Clorexidina é comumente usada como
um agente anti-placa. A sua fórmula estrutural consiste de dois anéis simétricos 4-clorofenil e
dois grupos biguanida conectados por uma cadeia central de hexametileno (BRECX &
THEILADE, 1984)
2.3.1 Mecanismo de Ação
O mecanismo de ação da Clorexidina é inespecífico. Inicialmente a Clorexidina se liga a
múltiplos locais da superfície da bactéria, causando ruptura no sistema de transporte na
membrana da célula. O resultante desbalanceamento osmótico aumenta a permeabilidade da
membrana, permitindo que a Clorexidina entre, onde ela precipita o conteúdo, causando a morte
da célula (ROBINSON, 1995).
A Clorexidina é uma base estável como um sal. A preparação oral mais comum de
digluconato de clorexidina é solúvel em água e, num pH fisiológico, prontamente se dissocia
liberando o componente Clorexidina carregado positivamente. O efeito bactericida da droga é
devido à molécula catiônica que se liga aos complexos microbianos e às paredes das células
microbianas negativamente carregadas, alterando assim o equilíbrio osmótico das células
(BRECX & THEILADE, 1984).
Rölla & Melsen (1975) sugeriram também que a Clorexidina funciona para inibir a
formação de Placa Bacteriana pelos seguintes mecanismos: 1) Por se unir aos grupos de ácidos
aniônicos nas glicoproteínas salivares, desta maneira reduzindo a formação da Placa Bacteriana;
2) Pela sua união às bactérias salivares interferindo com sua adsorção ao dente.
2.3.2 Propriedades
2.3.2.1 Anti-séptica
A Clorexidina é bactericida e efetiva contra organismos gram-positivos, gram-negativos e
leveduras (GREENSTEIN et al., 1986). Hennessey (1973) relatou que os gram-positivos são
mais afetados que os gram- negativos e que Streptococcus são mais afetados que Staphilococcus.
15
2.3.2.2 Anti-Placa e Anti-Gengivite
No estudo de Löe & Schiöutt (1970) em pacientes humanos, o bochecho com 10mL de
solução de Clorexidina a 0,2%, resultou na supressão de novos depósitos de Placa Bacteriana.
Após cessada a aplicação da Clorexidina, a Placa Bacteriana reapareceu e a contagem salivar de
organismos retornou aos valores de referência dentro de 48 horas (SCHIÖUTT et al., 1976).
Os índices de Placa Bacteriana foram similares com um único enxágüe pela manhã ou à
tarde. Entretanto com o uso de um único enxágüe os índices foram maiores do que aqueles
notados após dois enxágües diários (ADDY et al., 1982).
Löe et al. (1976) relataram que a aplicação de Clorexidina resultou em diminuição da
quantidade de Placa Bacteriana e gengivite; notou-se que após 24 meses não houve diferença
estatística significante para índice de gengivite entre os grupos de teste e de controle. Isto pode
ser atribuído à inabilidade da droga em penetrar subgengivalmente e enfatiza que o debridamento
é um adjuvante necessário.
No estudo de Gruet et al. (1995) observou-se que com o uso de bioadesivo com Clorexidina,
localizado na mucosa labial de cães, foram reduzidas halitose, Placa Bacteriana, bactérias
anaeróbias e espiroquetas, no tratamento por 14 dias. A aplicação de um gel dental com
Clorexidina reduziu o acúmulo de Placa Bacteriana em pouco tempo e poderia ser considerado
para uma aplicação por longo período para melhorar a saúde oral de cães (HENNET, 2002).
2.3.2.3 Substantividade
A Clorexidina tem uma eficácia anti-placa incomum derivada da sua habilidade de adsorção
a substratos aniônicos (hidroxiapatita, película, glicoproteínas salivares e membranas mucosas)
(GREENSTEIN et al., 1986).
Bonesvoll et al. (1974) usando Clorexidina marcada radioativamente, determinaram que
aproximadamente 30% da substância foi retirada depois que um paciente bochechou 10mL de
solução de Clorexidina a 0,2% durante um minuto. A ligação da Clorexidina foi liberada entre
um período de oito e 12 horas e concentrações fracas foram encontradas na saliva até 24 horas.
A lenta liberação da substância nos locais de retenção provê um efeito prolongado
(GREENSTEIN et al., 1986). A Clorexidina possui boa substantividade, isto é, grande habilidade
de se aderir aos tecidos orais, incluindo a superfície dos dentes, subseqüentemente é liberada em
uma forma ativa. Depois de uma única aplicação, permanecem concentrações suficientes por 12
horas de ação antimicrobiana (ROBINSON, 1995; GIOSO, 2007).
2.3.2.4 Metabólica e Toxicológica
A pequena absorção de Clorexidina é um fator para sua baixa toxicidade. Experimentos
conduzidos com bochechos de Clorexidina marcada radioativamente indicaram que a penetração
na mucosa e na gengiva foi mínima (MAGNUSSON & HEYDEN, 1973), e que foi pouco
absorvida no trato gastrintestinal (CASE, 1977).
Bonesvoll (1977) relatou que quando enxágües de Clorexidina oral foram utilizados, 4% da
solução e toda a droga adsorvida foram eventualmente engolidas; 90% da droga retida foram
excretados nas fezes e o restante foi eliminado via trato urinário.
2.3.3 Efeitos Colaterais
O efeito colateral mais comum da Clorexidina é a formação de manchas marrons que se
desenvolvem no terço gengival e interproximal nos dentes afetados. Isto ocorre em
aproximadamente 50% dos pacientes que utilizam durante vários dias. Manchas na língua
16
também têm sido relatadas (LÖE et al., 1976). O mecanismo preciso não foi determinado, mas
isto pode ser causado pela dieta (ELLINGSEN et al., 1982).
Tem sido relatado que, ocasionalmente, reduz a palatabilidade por várias horas. Após cessar
a terapia as sensações voltam ao normal. Colutórios orais de Clorexidina com aromatizantes
foram parcialmente bem sucedidos por reduzirem o sabor amargo da Clorexidina
(GREENSTEIN et al., 1986). No estudo de Rawlings et al. (1998) em cães, com a utilização de
solução de Clorexidina a 0,2%, não foi observada redução de palatabilidade nem ulcerações na
mucosa oral.
Não houve efeito sistêmico colateral atribuído à aplicação da Clorexidina após dois anos de
uso em humanos (SCHIÖUTT et al., 1976).
2.3.4 Cálculo Dentário
Alguns artigos indicam que o uso de solução de Clorexidina é ineficaz em relação ao
acúmulo de Cálculo Dentário (HULL & DAVIES, 1972; LÖE et al., 1976; GROSSMAN et al.,
1986). Entretanto, outros estudos mostraram que, com a redução da formação de Placa
Bacteriana, por meio da aplicação regular de Clorexidina, reduz-se subseqüentemente a
deposição de Cálculo Dentário, pois a Placa Bacteriana é o substrato para que o cálculo seja
formado (GRUET et al., 1995; RAWLINGS et al., 1998).
2.3.5 Uso Clínico
Como uso clínico da Clorexidina pode-se citar redução da gengivite em casos de inflamação
gengival grave e doença periodontal com uso de Clorexidina por uma ou duas semanas após
terapia periodontal profissional. A Clorexidina promove tratamento de lesões traumáticas,
inflamatórias ou ulcerativas, prevenindo ou resolvendo a bacteremia e a infecção bacteriana
secundária (ROBINSON, 1995).
A bacteremia ocorre durante os procedimentos dentais em humanos e cães, e pode ser fonte
para infecções sistêmicas (ZETNER & THIEMANN, 1993).
No trabalho de Nieves et al. (1997) comprovou-se essa teoria, comparando-se o isolamento
de bactérias da placa dental e do sangue durante e após procedimentos dentais de rotina em cães.
Os autores encontraram bacteremia em todos os 20 cães estudados, após aproximadamente 40
minutos do procedimento, sendo que de 60 a 90% dos gêneros bacterianos encontrados na placa,
encontravam-se também no sangue desses animais. Essa bacteremia, portanto, pode persistir
após o tratamento dentário, não estando associada com a gravidade da doença dental.
Antes do tratamento periodontal da cavidade oral, deve ser realizada a livre aplicação de
solução de Clorexidina, pois com a ação dos raspadores mecânicos ocorre a produção de aerossol
contendo enorme quantidade de bactérias orais que tornam o ambiente contaminado por muitas
horas. Este é um risco para a saúde do médico veterinário e sua equipe, mesmo quando se utiliza
máscara, óculos e gorro de proteção. Com este adjuvante reduz-se a quantidade de bactérias em
aspersão e a bacteremia no próprio animal, entretanto, este efeito é limitado pelo difícil acesso da
solução no espaço subgengival, além de não reduzir o total da unidade formadora de colônia
(UFC) presente (BOWERSOCK et al., 2000). Alguns hospitais veterinários têm minimizado
drasticamente este risco de contaminação, por meio da criação de uma sala odontológica sepa-
rada, longe da sala de preparação cirúrgica e da sala de cirurgia. Para aqueles hospitais cujos
projetos não permitem salas separadas, a descontaminação da boca antes do procedimento
cirúrgico pode ser uma prática alternativa. Muitos colutórios de clorexidina oral são justamente
fabricados com esse propósito (MICHELL, 2005).
Após o tratamento periodontal recomenda-se enxágües orais para promover o fim da
inflamação gengival e o retardo da recolonização por bactérias (ROBINSON, 1995).
17
O uso de Clorexidina junto com pastas dentais pode ser inapropriado devido ao potencial de
interações entre os ingredientes e subseqüente inativação da Clorexidina (ADDY et al.,1982).
2.4 Índices
Em Odontologia Veterinária, os métodos de quali-quantificação da Doença Periodontal e
da higiene oral têm sido utilizados principalmente para avaliação
de produtos com potencial
preventivo no acúmulo de cálculo dentário
(ROSEMBERG et al., 1966; HAMP et al., 1984;
SMITH et al., 1985; LAGE et al., 1990; MAGANIN JR., 1997).
O estudo de substâncias com potencial de ação sobre a formação de biofilmes orais tem
interesse crescente, uma vez que o biofilme é fator relevante na ocorrência de Doença
Periodontal, cuja incidência diminui com o controle da Placa Bacteriana, considerada o gatilho
para instalação da periodontopatia (LOESCHE, 1993). Os índices são usados nas avaliações
dentais de cães e gatos para permitir a análise estatística da extensão da acumulação de Placa
Bacteriana e Cálculo Dentário. Eles são baseados nos índices usados previamente em humanos e
estudos laboratoriais em beagles (LINDHE et al., 1975)
A Doença Periodontal é de difícil mensuração objetiva. Vários índices medindo o acúmulo
de Placa Bacteriana e a gengivite têm sido criados em humanos. O índice de Silness e Löe e a
modificação de Turesky (1970) do índice de Placa Bacteriana de Quigley e Hein (1962) são
exemplos de sistemas bem aceitos para obtenção da área acometida pela Placa Bacteriana
(HENNET, 1999), mas poderia ser benéfico considerar-se um novo sistema de mensuração em
cães (ibid).
Logan & Boyce (1994) afirmam que o fator chave no desenvolvimento e uso de um sistema
de escore válido é o uso de examinadores consistentes; qualquer método utilizado requer
examinadores bem treinados, mas sempre haverá uma intra e intervariabilidade dos avaliadores e
o uso dos mesmos avaliadores durante todo estudo é a abordagem usualmente utilizada para
minimizar essa variabilidade.
Hoje, um método muito usado de avaliação é o de Logan & Boyce (1994), no qual se utiliza
o Índice de Placa Bacteriana e o Índice de Cálculo. No Índice de Placa Bacteriana utiliza-se a
coloração dos dentes com o agente Eosina aquosa a 2% que rapidamente identifica a área
acometida por Placa Bacteriana organizada e estima a espessura baseando-se na intensidade da
coloração. O dente a ser avaliado é dividido nas metades gengival e oclusal e para cada parte é
designado um escore separado para área acometida pela Placa Bacteriana e para a espessura da
Placa Bacteriana (intensidade de coloração). Este escore é numérico, de acordo com os quadros 2
e 3B.
Quadro 2 - Sistema de índice de cálculo e de placa bacteriana de Logan & Boyce (1994). A área
da face vestibular da coroa dental acometida, em relação à face vestibular total, é determinada
atribuindo-se um escore de acordo com os dados dos intervalos de percentagem abaixo.
índice % da área de superfície dental acometida
0 0
1 1 a 24 %
2 25 a 49%
3 50 a 74 %
4 75 a 100%
18
Quadros 3A e 3B - Sistema de índice de intensidade de cor do Cálculo Dentário e de Placa
Bacteriana, corada com eosina a 2% de acordo com Logan & Boyce (1994). Cada dente estudado
recebe um escore de cor, que multiplica o escore de área acometida. A média de todos os escores
dos dentes é o índice de cálculo e de placa da cavidade oral.
Quadro 3A - Índice da intensidade da cor do
Cálculo Dentário
1 Amarelo claro
2 Marrom claro
3
Quadro 3B - Índice da intensidade da cor da
Placa Bacteriana, corada com eosina a 2%.
1 Rosa a vermelho claro
2 Vermelho
Marrom escuro
O escore de cada metade é calculado multiplicando-se o escore da área pelo da espessura. Os
escores gengival e oclusal são somados para obter o total do dente; a soma de todos os escores é
dividido pelo número de dentes avaliados, obtendo-se o Índice de Placa Bacteriana (LOGAN &
BOYCE, 1994).
A avaliação do Cálculo Dentário, de estrutura rígida e superfície rugosa, é realizada
anteriormente à avaliação de Placa Bacteriana, pois a coloração do Cálculo Dentário deve ser
observada para estimar sua espessura. Para isto, o dente é dividido verticalmente em terços
medial, vestibular e distal e cada terço recebe um escore numérico baseado na percentagem do
dente coberta pelo cálculo. Os três escores são somados para a obtenção do escore total do dente;
a soma dos escores de todos os dentes é dividida pelo número de dentes avaliados, obtendo-se o
Índice de Cálculo. Estes dados são obtidos de acordo com os quadros 2 e 3A.
A medida da área de superfície vestibular vertical curvada em dentes de cães resultou em mais
escores equivalentes de segmentação, mas a natureza anatômica destas áreas poderia dificultar
uma avaliação objetiva em escores. Dados relatados no estudo de Harvey (2002) referem que a
segmentação dificulta a avaliação consistentemente e pode resultar em representação
desproporcional de muitas áreas segmentadas. Isto pode compensar qualquer sensibilidade
(habilidade para determinar diferenças estatísticas) obtida por ter pontos de dados adicionais para
análise (HARVEY, 2002).
O uso do mesmo peso de medida para segmentação oclusal e gengival pode gerar falsos
escores. Exemplo: o segmento gengival do primeiro molar mandibular (um grande, extenso e
funcionalmente importante dente do cão) contribui com o mesmo peso para a média do escore
vestibular que o segmento oclusal do terceiro pré-molar maxilar. Com o sistema corrente de
escore médio vestibular, em geral usado com o mesmo peso para todos os escores dos dentes, a
contribuição de grandes dentes pode ser sub-representada (ibid).
Ainda segundo Harvey (2002), a avaliação visual pode-se tornar não representativa, pois as
formas irregulares dos dentes tornam difícil a avaliação objetiva da área, e a aplicação apropriada
dos índices utilizados em humanos e modificados para o uso em cães e gatos tem sido
questionada. Desde a adoção do sistema de escore, nos anos 60, para avaliação da área da
superfície vestibular dental acometida por Placa Bacteriana, houve grandes mudanças nos
índices. Os sistemas de escores que usam segmentação deveriam ser descritos em detalhes. Esse
método consiste na divisão vertical da margem gengival à ponta da coroa, usando-se dois
segmentos, fazendo-se o escore de cada segmento; a divisão horizontal é paralela à margem
gengival e somente o segmento gengival é avaliado. Devido à deficiência de trabalhos que
demonstrem o aumento da sensibilidade estatística dos resultados da segmentação e que
indiquem a relevância desse aumento para gengivite induzida por Placa Bacteriana ou por
Doença Periodontal em cães, a segmentação não deve ser usada.
No trabalho de Telhado et al. (2004), estudando-se cães da raça pastor alemão, observou-se
que quanto maior a idade dos cães, maior a freqüência e gravidade do acúmulo de Cálculo
Dentário e a Doença Periodontal. Nos incisivos laterais, a propensão ao acúmulo de cálculo e
19
acometimento por Doença Periodontal foi menor que nos demais dentes estudados. O cálculo
supra-gengival na face vestibular acometeu mais os quartos pré-molares e primeiros molares
superiores, seguidos pelos caninos, assim como relatam Harvey & Emily (1993) e Hennet et al.
(2006). Os quartos pré-molares e primeiros molares inferiores também foram acometidos de
forma intensa. Telhado et al. (2004) concluíram que a utilização dos dentes incisivos laterais,
caninos, quartos pré-molares e primeiros molares, indicados para obtenção dos escores, podem
traduzir o real estado de saúde oral dos cães da raça pastor alemão estudados. Foi também
observado que a face vestibular foi mais acometida do que a face lingual dos dentes, sendo os
dentes maxilares mais acometidos que os mandibulares, assim como observado por Rosemberg
et al. (1966), Grove (1990) e Hennet et al. (2006).
Segundo Hull & Davies (1972) o efeito inibitório de Cálculo Dentário pela Clorexidina
poderia ser mais evidenciado se o primeiro molar mandibular não fosse incluído na avaliação, o
que pode ser notado no estudo de Hennet et al. (2006), no qual os dados dos dentes
individualmente foram comparados e observou-se que os primeiros molares mandibulares
tiveram um escore menor do que os pré-molares mandibulares.
Cães têm o uso dos seus dentes mais especializado do que humanos. Incisivos são usados para
rasgar, caninos para prender e pré-molares e molares para cortar e triturar. Devido a estas
específicas funções, formato e oclusão destes dentes, e relativamente o pequeno tamanho do
alimento, a mastigação em carnívoros domésticos é, sobretudo, limitada a cortar e triturar,
funções que envolvem os dentes caudais. Quando se espera a redução do depósito dental por
meio de agente mecânico somente, a inclusão de todos os dentes poderia ser duvidosa, pois
dentes que não são envolvidos no trituramento do alimento (incisivos, caninos e pequenos pré-
molares) mostrariam perda significante de depósitos dentais. A inclusão do escore de cada dente
num escore médio e a comparação destes escores médios entre grupos poderiam não ser
apropriadas quando se estuda a redução de depósito dental por um efeito mecânico (HENNET et
al., 2006).
A oclusão normal ocorre quando: os dentes caninos inferiores alojam-se entre os caninos
superiores e os incisivos laterais superiores em oclusão central (boca fechada), sem contato entre
os dentes; as faces incisais dos dentes incisivos inferiores contatam os cíngulos dos incisivos
superiores, isto é, levemente caudal aos superiores (mordida em tesoura); as cúspides principais
dos pré-molares (1º, 2º, 3º e 4º) inferiores apontam para o espaço interproximal dos pré-molares
(1º, 2º, 3º e 4º) superiores; o 1ºPMI encontra-se rostral ao 1ºPMS, e o 4ºPMI é rostral ao 4ºPMS
(interdigitação); o 4ºPMS oclui “em tesoura” com o 1ºMI, impedindo a visão deste último
quando a boca está totalmente fechada. Somente as coroas dos molares superiores e inferiores
apresentam contatos cúspide-fossa. As linhas de oclusão (que unem as faces oclusais dos dentes)
nos cães mesocefálicos são sigmóides, tanto para o arco superior como para o inferior (GIOSO,
2007).
O Veterinary Oral Health Council (VOHC, 2008) recomenda um protocolo padrão para
realização de experimentos relacionados com Placa Bacteriana e Cálculo Dentário, no qual os
animais devem apresentar peso, conformação de crânio e idade similares. A saúde geral deve ser
avaliada por meio de exame clínico e laboratorial e se apresentar dentro dos padrões de
normalidade. A dieta deve ser padronizada com ração seca comercial. Todos os dentes listados
devem estar presentes, intactos, com oclusão normal. No dia zero os dentes devem ser limpos e
polidos, para que o escore de Placa Bacteriana e Cálculo Dentário seja zero no início do
experimento. Para validação do modelo experimental para teste de agentes químicos deve-se
seguir os requisitos preconizados pelo VOHC (2008), no qual a diferença mínima requerida,
comparando-se os grupos Controles Negativo e Positivo, deve ser de 20 % em cada julgamento,
além de que deve existir uma diferença estatística em cada julgamento com p<0,05.
20
2.5 Soluções Evidenciadoras de Placa Bacteriana organizada
No estudo de Silva et al. (2002) foram testadas clinicamente e avaliadas visualmente soluções
evidenciadoras de Placa Bacteriana, quanto à capacidade em corar o biofilme da prótese total,
permitindo a identificação das áreas contendo biofilme organizado. Foi relatado que cinco
soluções (Azul de metileno a 0,05% , Eritrosina a 5%, Fluoresceína sódica a 1%, Replak e
Vermelho neutro a 1%) foram excelentes evidenciadores, que coraram o biofilme de forma
intensa, possibilitando a correta determinação do contorno das áreas contendo biofilme, e duas
(Eosina a 1%, Proflavina monossulfato a 0,3%) foram bons evidenciadores, que coraram o
biofilme de forma mais fraca, mas possibilitaram a determinação do contorno das áreas com
biofilme. As soluções que apresentaram melhores resultados para facilidade de remoção foram
eosina a 1%, eritrosina a 5%, fluoresceína sódica a 1%, Replak, vermelho neutro a 1%,
proflavina a 0,3% e azul de metileno a 0,05%, respectivamente.
Nos estudos que avaliam a atividade antimicrobiana de produtos com possíveis ações anti-
placa, é importante conhecer a capacidade antimicrobiana do evidenciador de Placa Bacteriana.
O uso aleatório de um evidenciador pode interferir nos resultados se ele apresentar capacidade
antibacteriana. Silva et al. (2002) relataram que na avaliação da ação antimicrobiana, as soluções
que não apresentaram ação contra leveduras (Candida albicans) e Streptococcus do grupo
mutans foram eosina a 1%, fluoresceína sódica a 1% e vermelho neutro a 1%. As soluções que
não apresentaram ação somente contra leveduras foram eritrosina a 5%, proflavina a 0,3% e
Replak. Deste estudo pode-se concluir que as soluções que apresentaram capacidade em corar o
biofilme, facilidade de remoção da superfície da prótese e não apresentaram ação antimicrobiana
foram eosina a 1%, vermelho neutro a 1% e fluoresceína sódica a 1%. Essas soluções podem ser
empregadas em estudos que avaliam produtos específicos (SILVA et al., 2002) com ação anti-
placa.
21
3 – MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Animais
Foram utilizados 16 cães provenientes e mantidos no canil de experimentação do Laboratório
de Quimioterapia Experimental em Parasitologia Veterinária do Departamento de Parasitologia
Animal do Instituto de Veterinária da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, com média
de idade de dois anos e sete meses (um ano a quatro anos e nove meses), da raça beagle, seis
machos e dez fêmeas, pesando em média 10kg, com similares conformações de crânio,
temperamento dócil e que permitiam a manipulação oral, com todos os dentes intactos e oclusão
normal. No ambiente onde os cães foram mantidos não havia brinquedos e outros objetos
mastigáveis, apenas os recipientes de água e ração.
Os cães foram mantidos sob condições padronizadas de manejo e alimentação com ração
comercial seca e água fresca, de acordo com o VOHC (2008), que recomenda um protocolo
padrão para realização de experimentos relacionados com Placa Bacteriana e Cálculo Dentário, a
alimentação foi oferecida ad libitum para reprodução de condições mais próximas da realidade dos
animais de estimação.
O projeto foi avaliado e aceito pela Comissão de Ética do Instituto de Veterinária da
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.(Processo n
o
23083.000577/2008-18)
3.2 Grupos experimentais
Os animais foram separados em dois grupos, submetidos aos seguintes tratamentos:
Grupo Controle Negativo, com 10 cães, sete fêmeas e três machos, no qual foi realizado o
tratamento periodontal da cavidade oral no dia zero.
Grupo Controle Positivo, com seis cães, três fêmeas e três machos, no qual foi realizado o
tratamento periodontal da cavidade oral no dia zero e, posteriormente, a aplicação a cada 24 horas
da solução de clorexidina a 0,12%
1
, no volume de 10mL (HENNET, 2002) aplicados com
seringas de 10mL, em jatos, divididos em igual volume (5mL) na região dos vestíbulos superiores
direito e esquerdo, durante 28 dias. Em seguida à aplicação da solução de Clorexidina a 0,12%, os
cães foram privados de água por um período de 30 minutos, para evitar a remoção imediata da
solução.
3.3 Delineamento experimental
3.3.1 Seleção dos cães
Foram incluídos nos grupos experimentais os cães que apresentaram até o grau III de doença
periodontal, de acordo com a classificação de Beard & Beard (1989), constatando-se gengivite
leve em todos os cães e presença de Cálculo Dentário em todos os dentes avaliados.
Analisou-se as condições gerais de saúde dos animais, suficientes para serem submetidos à
anestesia geral inalatória, por meio de exames físicos e laboratoriais. Amostras de sangue foram
obtidas por punção da veia jugular, em frascos com e sem anti-coagulante (EDTA),
acondicionadas em recipientes isotérmicos e conduzidas ao laboratório de Patologia Clínica do
Instituto de Veterinária da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, onde foram processadas
no máximo em 12 horas. Com as amostras foram realizados hemogramas completos (JAIN, 1993)
e testes de bioquímica sangüínea, para avaliação das funções hepática e renal, de acordo com
informações contidas em Kaneko et al. (1997).
1
Periogard , gluconato de clorexidina a 0,12%, fabricante: Colgate-palmolive indústria e comércio LTDA.
S.B.Campo, SP.
22
3.3.2 Pré-operatório
Os cães foram submetidos a jejum hídrico de oito horas e alimentar de 12 horas anteriormente
ao tratamento periodontal da cavidade oral (dia zero).
Antibioticoterapia profilática foi realizada, para conter a bacteremia e para proteção da equipe
de médicos veterinários e constou da aplicação intravenosa (IV) de ampicilina sódica
2
na dosagem
de 20mg.Kg
-1
, uma hora antes da intervenção cirúrgica (ANDRADE, 2002; GIOSO, 2007).
3.3.3 Anestesia
Como medicação pré-anestésica utilizou-se acepromazina
3
(0,1mg.kg
-1
IV); a indução
anestésica foi realizada com tiopental sódico
4
(12,5mg.kg
-1
IV) e a manutenção com halotano
5
em
sistema de baraka (MASSONE, 1994; FANTONI & CORTOPASSI, 2002). Realizada na sala de
prática da disciplina de Anestesiologia e Técnica Cirúrgica II do Departamento de Medicina e
Cirurgia Veterinária do Instituto de Veterinária da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
3.3.4 Avaliação Periodontal no dia zero (Pré-operatória)
Foram avaliados os dentes maxilares - terceiro incisivos, caninos, 1º, 2º, 3º e 4º pré-molares, e
mandibulares - caninos, 2º, 3º, 4º pré-molares e primeiro molar, de acordo com o modelo de
Logan & Boyce (1994), (figuras 1 e 2), no dia zero e registrados no odontograma (CORRÊA et al.,
1998) os seguintes parâmetros: Índice de Cálculo (IC) e Índice de Placa Bacteriana (IPB)
seguindo-se a metodologia de Logan & Boyce (1994) modificada de acordo com Harvey (2002),
Hennet et al. (2006) e VOHC (2008), conforme descrito no item 3.3.6.1 (Avaliação Visual).
1 2
Figuras 1 e 2: Imagens digitalizadas das mandíbulas e maxilas esquerdas (1) e direitas (2) da
cavidade oral de cães, tratadas no programa BrOffice.org Impress
6
com dentes avaliados indicados
por setas, de acordo com o modelo de Logan & Boyce (1994).
2 Ampicilina, ampicilina sódica. fabricante: Eurofarma. São Paulo, SP.
3 Acepran 1%, acepromazina. Laboratório Univet, São Paulo, SP.
4 Thiopentax 1,0 gr , Tiopental Sodico 1,0 Mg , fabricante: Cristália, Itapira, SP.
5 Tanohalo Fr 100 mL, halotano 100mg. Laboratório Cristalia, Itapira, SP.
6 Broffice.org Impress, programa de computador obtido em 10/01/2007 na página: www.broffice.org
23
3.3.5 Tratamento Periodontal da cavidade oral
Previamente ao tratamento periodontal da cavidade oral foi aplicada solução de clorexidina a
0,12% para anti-sepsia e também para proteção da equipe de médicos veterinários
(BOWERSOCK et al., 2000; MICHELL, 2005).
Após a avaliação periodontal pré-cirúrgica foi realizado o tratamento periodontal na cavidade
oral, constando da remoção da maioria do cálculo espesso aderente às coroas dos dentes,
utilizando-se em seguida o subsom
7
acoplado ao equipo
8
e complementação com raspador
manual, curetagem subgengival e polimento do esmalte com pasta de polimento
9
em taça de
borracha
10
acoplada a aparelho micro-motor
11
(MICHELL, 2005).
Realizada na sala de prática
da disciplina de Anestesiologia e Técnica Cirúrgica II do Departamento de Medicina e Cirurgia
Veterinária do Instituto de Veterinária da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
3.3.6 Avaliações
As avaliações realizadas anteriormente ao tratamento periodontal da cavidade oral estão
relacionadas no ítem 3.3.4. Avaliações da Placa Bacteriana organizada, formada após o tratamento
periodontal foram realizadas no dia sete e, no dia 28, foram realizadas as avaliações da formação
do Cálculo Dentário, de acordo com as indicações de VOHC (2008).
3.3.6.1 Avaliação Visual
As Avaliações Visuais da Placa Bacteriana organizada formada sete dias após o tratamento
periodontal foram realizadas sempre pelo mesmo avaliador no mesmo local, canil do Laboratório
de Quimioterapia Experimental em Parasitologia Veterinária; os cães foram colocados sobre uma
maca e contidos manualmente sem anestesia geral ou sedação, e após coloração com eosina
aquosa a 2% (LOGAN & BOYCE, 1994) suavemente aplicada com o auxílio de algodão sobre a
superfície da coroa dos dentes e de imediato lavada com água. Este procedimento foi realizado
pela manhã, entre seis e oito horas, à sombra e no canil respectivo ao cão avaliado.
Para avaliação da área da face vestibular dental acometida seguiu-se a metodologia de Logan &
Boyce (1994) modificada de acordo com Harvey (2002), Hennet et al. (2006) e VOHC (2008), na
qual a face vestibular dental foi aferida como área total, sem a divisão das coroas dentárias em três
regiões.
A determinação do Índice de Área de Placa Bacteriana (IAPB) baseou-se no sistema de
Logan & Boyce (1994), considerando-se o percentual de área acometida pela placa em relação à
face vestibular total de cada dente avaliado, com cinco níveis de escores (0 a 4), conforme descrito
no quadro 2 (pg. 14). Os escores de cada dente são somados e divididos pelo número de dentes
avaliados, para obter-se o Índice de Área de Placa Bacteriana da cavidade oral de cada animal.
O Índice de Placa Bacteriana inclui, além do escore de área acometida (Índice de Área de
Placa Bacteriana), também um escore de intensidade de coloração (quadro 3B – pg. 14), que é
multiplicado pelo primeiro, procedendo-se então ao cálculo da média de todos os dentes, conforme
descrito acima, para determinação do Índice de Placa Bacteriana da cavidade oral de cada animal.
7 KaVo SONICborden® 2000 N. Fabricante: Kavo dental excellence, Joinville - SC
8 Equipo MD3 03CR. Fabricante: Dentscler, Ribeirão Preto – SP
9 Pasta Herjos-F. Fabricante: Vigodent S/A Ind. e Com., Bonssucesso - RJ
10 Taça de borracha. Fabricante: Microdont Micro Usinagem de Precisão Ltda, São Paulo - SP
11 Micro Motor Premiun sem Refrigeração. Fabricante: Dentscler, Ribeirão Preto – SP
24
No dia 28, foram realizadas as avaliações de Cálculo Dentário, no mesmo horário e local
descritos para avaliação de Placa Bacteriana, e sempre pelo mesmo avaliador, por meio da
observação direta da cavidade oral dos cães.
À semelhança das avaliações de Placa Bacteriana, foi seguida a metodologia de Logan &
Boyce (1994) e, da mesma forma, foram determinados os Índices de Área de Cálculo (IAC) e
Índices de Cálculo (IC), da cavidade oral de cada animal, definindo-se a intensidade de coloração
do cálculo dentário, de acordo com o quadro 3A (pg. 14).
3.3.6.2 Avaliação Computadorizada
Fotografias digitais da cavidade oral de cada animal foram obtidas nos dias zero, sete e 28, para
obtenção do percentual de área acometida por Placa Bacteriana (%PB) e Cálculo (%C) e do
Índice de Área de Placa Bacteriana (IAPB) e Índice de Área de Cálculo (IAC), utilizando-se o
quadro 4 (pg. 23).
As fotos foram realizadas, antes e após coloração com eosina aquosa a 2%, com os seguintes
parâmetros: resolução de 2364x1728, opções macro e flash acionadas, distância da câmera em
relação aos dentes proporcional ao campo visual desejado, eixo da lente objetiva da máquina
fotográfica direcionado perpendicular à superfície vestibular dos dentes (excluindo-se os terceiros
incisivos maxilares) e,
no mesmo plano dos dentes avaliados, alocada uma régua milimetrada para
evitar erros devido a distorções e permitir a calibração da mensuração linear e da área do dente na
imagem.
As imagens digitais foram analisadas em computador com o auxílio dos programas gratuitos
GIMP 2
12
(figuras 3, 4, 5, 6 e 7) para tratar a imagem, do ImageJ
13
para obter-se as mensurações,
e do Broffice.org Calc
14
para obter-se as percentagens das áreas das faces vestibulares dos dentes
acometidos por placa ou cálculo em relação à área total de cada dente.
O tratamento das imagens digitais das faces vestibulares dos dentes das maxilas direita e
esquerda e das mandíbulas direita e esquerda foram tratadas no programa GIMP 2 para obter-se
uma única cor na área de Placa Bacteriana, Cálculo Dentário e área total. Para isto, seguiu-se o
seguinte procedimento: redimensionamento da imagem para “largura: 800 por altura: 600” e
escolha da opção “interpolação cúbica (melhor)”, utilizou-se o “aumento de 200%” para
selecionar as áreas, com o auxílio da opção “seleciona regiões contíguas” que selecionou Placa
Bacteriana e Cálculo; para correção utilizou-se a opção “máscara rápida” com o auxílio do
“pincel” com espaçamentos adequados para correção, no “aumento de 400%”. Foi então criada
uma “nova camada” e pintada a área selecionada com a cor rosa ou verde que foram atribuídas
para Placa Bacteriana e Cálculo Dentário, respectivamente. Em seguida foi feita uma seleção de
contorno destas áreas em uma “nova camada”, e esta nova seleção foi também pintada nas cores
azul claro e amarelo, que foram atribuídas para Placa Bacteriana e Cálculo Dentário,
respectivamente. Feito este procedimento colou-se a seleção de Placa Bacteriana ou Cálculo
novamente sobre imagem e completou-se a seleção até totalizar a área da face vestibular de cada
dente avaliado. Foi criada uma “nova camada” e pintada a área selecionada com a cor azul escuro.
Selecionou-se então uma área da régua que continha a medida de um centímetro e foi copiada e
colada, depois apagou-se o “fundo” da imagem e obteve-se apenas as áreas coloridas e o cm de
régua, que foi ajustado para ficar paralelo à linha da grade do programa GIMP 2, obtendo-se a real
distância de um centímetro. Este arquivo foi salvo em “.xcf e depois em “.gif ”, para ser aberto
pelo programa IMAGE J, no qual foram obtidas as medidas das áreas em cm
2
, da seguinte
maneira: posicionou-se o mouse no início de um cm, anotou-se o número exibido no programa,
depois reposicionou-se no final de um cm e foi novamente anotado; foi feita a subtração destes
12 GIMP2, programa de computador obtido em 10/01/2007 na página: www.gimp.org
13 IMAGE J, programa de computador obtido em 10/01/2007 na página: http://rsb.info.nih.gov/ij/
14 Broffice.org Calc, programa de computador obtido em 10/01/2007 na página: www.broffice.org
25
valores e obteve-se a distância de um cm em pontos (pixels) para cada imagem digitalizada. As
áreas contendo apenas uma cor, por vez, foram selecionadas e o programa mostrava as áreas
destas cores em cm
2
, que foram copiadas e coladas no programa Broffice.org Calc para obter-se o
percentual de área de Placa Bacteriana (%PB) ou de Cálculo (%C) em relação à área total de
cada face vestibular dos dentes acometidos.
Quadro 4 - Sistema de índice de cálculo e de placa bacteriana modificado de Logan & Boyce
(1994).
índice % de área de superfície dental acometida
0 0
1 0< a <25
2 25 a < 50
3 50 a <75
4 75 a 100
3
Figura 3 - Imagem digital da face vestibular dos dentes da maxila e mandíbula esquerda de cão,
tratada no programa GIMP2 após colorir-se de azul escuro as áreas totais dos dentes.
4
Figura 4 - Imagem digital da face vestibular dos dentes da maxila esquerda de cão, tratada no
programa GIMP2 após contornar-se as áreas acometidas por cálculo no dia zero.
26
5
Figura 5 - Imagem digital da face vestibular dos dentes da maxila esquerda de cão, tratada no
programa GIMP2 após contornar-se as áreas coradas com eosina a 0,2% acometidos por Placa
Bacteriana no dia zero.
6
Figura 6 - Imagem digital da face vestibular dos dentes da maxila e mandíbula esquerda de cão,
tratada no programa GIMP2 após contornar-se as áreas coradas com eosina a 0,2% acometidos por
Placa Bacteriana, no sétimo dia após o tratamento periodontal.
7
Figura 7 - Imagem digital da face vestibular dos dentes da maxila e mandíbula esquerda de cão,
tratada no programa GIMP2 após contornar-se as áreas acometidas por cálculo, 28 dias após o
tratamento periodontal.
3.4 Análise dos Resultados
3.4.1 Validação do grupo Controle Positivo de acordo com VOHC (2008)
Foi realizada análise comparativa do Percentual de Redução Médio (%RM) de placa
bacteriana e cálculo dentário, entre os grupos controle negativo e controle positivo, utilizando-se
os dados de Índice de Placa Bacteriana e Índice de Cálculo na Avaliação Visual, conforme as
recomendações de VOHC (2008) para validação de produtos químicos com ação anti-placa,
objetivando-se avaliar a efetividade do controle positivo (tratamento com clorexidina) no modelo
experimental.
Os dados médios de Índice de Placa Bacteriana ou Índice de Cálculo de cada grupo (Controle
Negativo e Controle Positivo) foram aplicados narmula seguinte, para obtenção do %RM:
%RM=100-(100xAxB
-1
)
27
onde A é igual à média de Índice de Placa Bacteriana ou Índice de Cálculo no grupo Controle
Positivo e B é igual à média de Índice de Placa Bacteriana ou Índice de Cálculo do grupo Controle
Negativo.
Seguindo-se as recomendações da VOHC (2008) foram analisados os dados da Avaliação
Visual de Índice de Placa Bacteriana e Índice de Cálculo nos julgamentos dos dias sete e 28,
respectivamente, comparando-se os grupos Controles Positivo e Negativo, por meio do Teste t de
Student.
3.4.2 Avaliação Visual versus Computadorizada no Controle Negativo
Os valores obtidos da Avaliação Visual e Computadorizada dos índices de área de Placa
Bacteriana (IAPB), nos dias zero e sete, e área de Cálculo (IAC), nos dias zero e 28, dos animais
do grupo Controle Negativo foram comparados por meio do Teste t de Student, buscando-se
observar se houve diferença significativa entre os dois métodos de avaliação.
3.4.3 Comparação do grupo Controle Negativo versus Controle Positivo na Avaliação
Computadorizada
Foram comparados os resultados de Índice de Área de Placa Bacteriana (IAPB), percentual
de área de Placa Bacteriana (%PB), no dia sete, e Índice de Área de Cálculo (IAC) e
percentual de área de Cálculo (%C), no dia 28, obtidos por meio da Avaliação
Computadorizada, entre os grupos Controle Negativo e Controle Positivo, submetendo-se estes
valores ao cálculo do percentual de redução médio (%RM) e ao Teste t de Student.
3.4.4 Avaliação Computadorizada da ocorrência de Placa Bacteriana e Cálculo Dentário nos
diversos dentes
Na Avaliação Computadorizada de todos os animais (16 cães), no dia zero, foram analisados os
valores médios dos percentuais de área acometida por Placa Bacteriana (%PB) e Cálculo
(%C) em cada dente, comparando-se os valores maxilares em relação aos mandibulares e cada
dente maxilar ou mandibular com os outros do mesmo arco dental.
A avaliação de cada dente também foi analisada no grupo Controle Negativo, nos dias 7 e 28,
objetivando-se observar a participação de cada dente na composição do Índice de Área de Placa
Bacteriana (IAPB) e o Índice de Área de Cálculo (IAC) obtido por meio de Avaliação
Computadorizada. Com base nos valores obtidos, seis dentes foram excluídos do cálculo de
análise dos índices e os resultados comparados com as análises sem a exclusão destes dentes.
3.4.5 Análise da formação de Placa Bacteriana e Cálculo Dentário com e sem exclusão de seis
dentes
A exclusão de seis dentes na composição do Índice de Área de Placa Bacteriana, Percentual de
Placa Bacteriana, Índice de Área de Cálculo e Percentual de Cálculo (IAPB, %PB, IAC e %C
respectvamente) foi avaliada dentro de cada grupo experimental. Para tal, foi aplicado o Teste t
de Student na comparação dos dados obtidos com e sem exclusão de seis dentes, determinados
pelos resultados descritos no item 4.5.
28
4 RESULTADOS
4.1 Validação do grupo Controle Positivo de acordo com VOHC (2008)
Os resultados da análise comparativa do Percentual de Redução Médio (%RM) de placa
bacteriana e cálculo dentário, entre os grupos controles negativo e positivo, utilizando-se os dados
de Índice de Placa Bacteriana e Índice de Cálculo na Avaliação Visual, foram: para Índice de
Placa Bacteriana, no dia sete, Percentual de Redução Médio=37,13% e para Índice de Cálculo, no
dia 28, Percentual de Redução Médio=22,81%.
Porém, quando os mesmo valores foram submetidos ao Teste t de Student não houve diferença
estatisticamente significante, ou seja, os valores de p foram superiores a 0,05 (tabelas 1 e 2).
Tabela1 – Valores de Índice de Placa Bacteriana (IPB) calculados de acordo com a modificação
do modelo de Logan & Boyce (1994), dos dentes de cães da raça beagle, sete dias após o
tratamento periodontal e tratados (Controle Positivo) ou não (Controle Negativo) com Clorexidina
a 0,12%, a cada 24 horas.
IPB
Grupos
Controle Positivo Controle Negativo
Média
2,10 3,34
Desvio Padrão
0,82 1,47
Teste t de Student
p=0,0820
Tabela 2 – Valores de Índice de Cálculo (IC) calculados de acordo com a modificação do
modelo de Logan & Boyce (1994), dos dentes de cães da raça beagle, 28 dias após o tratamento
periodontal e tratados (Controle Positivo) ou não (Controle Negativo) com Clorexidina a 0,12%, a
cada 24 horas.
IC
Grupos
Controle Positivo Controle Negativo
Média
2,64 3,42
Desvio Padrão
1,43 1,22
Teste t de Student
p=0,2606
4.2 Avaliação Visual versus Computadorizada no Controle Negativo
Foram comparados os valores obtidos, da Avaliação Visual e da Computadorizada, dos
Índices de Área de Placa Bacteriana (IAPB), e Índice de Área de Cálculo (IAC), da cavidade oral
dos animais do grupo controle negativo.
Não houve diferença estatisticamente significante no Teste t de Student entre as Avaliações
Visual e Computadorizada na observação da Placa Bacteriana, tanto no dia zero (anteriormente à
tratamento periodontal) quanto no dia sete. Na observação de Cálculo Dentário houve diferença
significante nos dois julgamentos, com nível de significância menor que 0,05 no dia zero
(p=0,0115) e menor que 0,01 no dia 28 (p=0,0023) (tabela 3).
29
Tabela 3 – Valores de Índice de Área de Placa Bacteriana (IAPB) e Índice de Área de Cálculo
(IAC) obtidos da cavidade oral de cães da raça beagle por meio de Avaliação Visual e
Computadorizada antes e após o tratamento periodontal.
IAPB
Dia zero
IAPB
Dia sete
IAC
Dia zero
IAC
Dia 28
Visual
Comp.
Visual
Comp.
Visual
Comp.
Visual
Comp.
Média
3,42 3,31 2,31 2,44 3,07 2,76 2,67 2,18
Desvio
Padrão
0,19 0,15 0,68 0,50 0,27 0,34 0,41 0,49
Teste t de
Student
p=0,1458 p=0,5892 p=0,0115 p=0,0023
4.3 Comparação do grupo Controle Negativo versus Controle Positivo na Avaliação
Computadorizada
Nas tabelas 4 e 5 estão relacionados os valores de %RM e do Teste t de Student para a
comparação entre os grupos Controles Negativo e Positivo, na Avaliação Computadorizada.
Observa-se %RM maior que 20% somente para as análises relativas à Placa Bacteriana (Índice de
Área de Placa Bacteriana e Percentual de Placa Bacteriana) e diferença estatisticamente
significante também para os mesmos parâmetros.
Tabela 4 – Comparação na Avaliação Computadorizada, dos valores de Índice de Área de Placa
Bacteriana (IAPB) e Percentual de Placa Bacteriana (%PB), no dia sete, obtidos do tratamento
das imagens digitais da cavidade oral de cães da raça beagle, entre os grupos Controles Negativo
(CN) e Positivo (CP).
%PB
CP
%PB
CN
IAPB
CP
IAPB
CN
Média
38,47 52,46 1,83 2,44
Desvio Padrão
0,12 0,12 0,46 0,50
%RM
26,68 25,00
Teste t de
p=0,0139
p=0,0416
Student
Tabela 5 – Comparação na Avaliação Computadorizada, dos valores de Índice de Área de
Cálculo (IAC) e Percentual de Cálculo (%C), no dia 28, obtidos do tratamento das imagens
digitalizadas da cavidade oral de cães da raça beagle, entre os grupos Controle Negativo (CN) e
Controle Positivo (CP).
%C
CP
%C
CN
IAC
CP
IAC
CN
Média
38,43 44,82 1,89 2,18
Desvio Padrão
0,13 0,11 0,59 0,49
%RM
14,26 13,30
Teste t de
p=0,3216
Student
p=0,3030
30
4.4 Avaliação Computadorizada da ocorrência de Placa Bacteriana e Cálculo nos diversos
dentes
Na Avaliação Computadorizada de todos os animais (16 cães), no dia zero, foram analisados os
valores médios dos percentuais de área acometida por Placa Bacteriana (%PB) e cálculo
(%C) em cada dente, comparando-se os valores maxilares em relação aos mandibulares e cada
dente maxilar ou mandibular com os demais dentes do mesmo arco dental. Observou-se que os
dentes maxilares apresentaram maior Percentual de Placa Bacteriana (tabela 6) e Percentual de
Cálculo (tabela 7) do que os dentes mandibulares, apesar de não ter sido constatada diferença
estatisticamente significante, tanto para comparação entre os dentes maxilares e mandibulares de
Percentual de Placa Bacteriana (p=0,8868) quanto para Percentual de Cálculo (p=0,5644). Os
dentes maxilares 4º pré-molares são mais acometidos do que os 3º, 1º e 2º pré-molares, seguidos
pelos caninos e depois incisivos laterais, e os dentes mandibulares 4º pré-molares são mais
acometidos do que os 3º e 2º pré-molares, seguidos pelos primeiros molares e depois caninos
(tabelas 6 e 7; gráficos 1 a 4).
A avaliação de cada dente quanto a Percentual de Placa Bacteriana e Percentual de Cálculo
também foi realizada no grupo Controle Negativo, nos dias sete e 28, respectivamente. Observou-
se que os dentes incisivos laterais maxilares e os quatro caninos encontravam-se abaixo da faixa
de 25% de área acometida por Placa Bacteriana e Cálculo Dentário (gráficos 5 e 6). Com base
nestes valores, seis dentes (dois incisivos laterais maxilares e quatro caninos) passaram a ser
excluídos do cálculo matemático dos índices nas análises posteriores.
Tabela 6- Valores médios de Percentual de Placa Bacteriana (%PB) obtidos por meio da
Avaliação Computadorizada, de dentes maxilares e mandibulares de 16 cães da raça beagle,
antes do tratamento periodontal.
Médias
Teste t de
Student
Dentes
Maxilares
4 PM 3 PM 2 PM 1 PM C 3 I
%PB médio
dia zero
98,86 91,03 85,59 87,15 47,29 34,82 74,12
Dentes
Mandibulare
s
1 M 4 PM 3 PM 2 PM C
%PB médio
dia zero
65,84 91,15 84,57 84,38 33,56
p=0,8868
71,90
31
1
% PB médio dia zero
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
4PM3PM2PM1PM C 3I
Dentes Maxilares
%PB
%PB
2
% PB médio dia zero
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1M 4PM 3PM 2PM C
Dentes Mandibulares
%PB
% PB
Gráficos 1 e 2– Valores médios de Percentual de Placa Bacteriana (%PB) obtidos por meio da
Avaliação Computadorizada, de dentes maxilares e mandibulares de 16 cães da raça beagle,
antes do tratamento periodontal.
Tabela. 7- Valores médios de Percentual de Cálculo Dentário (%C) obtidos por meio da
Avaliação Computadorizada, de dentes maxilares e mandibulares de 16 cães da raça beagle,
antes do tratamento periodontal.
Médias
Teste t de
Student
Dentes
Maxilares
4 PM 3 PM 2 PM 1 PM C 3 I
%C médio
dia zero
93,25 78,25 68,84 63,53 41,59 34,87 63,39
Dentes
Mandibulare
s
1 M 4 PM 3 PM 2 PM C
%C médio
dia zero
44,25 76,32 68,81 62,89 26,06
p=0,5644
55,67
3
%C médio dia zero
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
4PM 3PM 2PM 1PM C 3I
dentes Maxilares
%C
%C
4
%Cdio dia zero
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1M 4PM 3PM 2PM C
Dentes Mandibulares
%C
%C
Gráficos 3 e 4– Valores médios de percentual de Cálculo Dentário (%C) obtidos por meio da
Avaliação Computadorizada, de dentes maxilares e mandibulares de 16 cães da raça beagle,
antes do tratamento periodontal.
32
5
%PB Controle Negativo dia sete
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
55%
60%
65%
70%
75%
80%
85%
90%
95%
100%
4PM 3PM 2PM 1PM C 3I 1M 4PM 3PM 2PM C
DENTES MAXILARES E MANDIBULARES
%PB
4PM
3PM
2PM
1PM
C
3I
1M
4PM
3PM
2PM
C
Gráfico 5–
Valores médios de Percentual de Placa Bacteriana (%PB), por dente, sete dias após a
tratamento periodontal da cavidade oral de 10 cães da raça beagle (Controle Negativo), obtidos
por meio da Avaliação Computadorizada.
6
%C Controle Negativo dia 28
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
55%
60%
65%
70%
75%
80%
85%
90%
95%
100%
4PM 3PM 2PM 1PM C 3I 1M 4PM 3PM 2PM C
DENTES MAXILARES E MANDIBULARES
%C
4PM
3PM
2PM
1PM
C
3I
1M
4PM
3PM
2PM
C
Gráfico 6– Valores médios de Percentual de Cálculo Dentário (%C), por dente, 28 dias após o
tratamento periodontal da cavidade oral de 10 cães da raça beagle (Controle Negativo), obtidos
por meio da Avaliação Computadorizada.
4.5 Análise da formação de Placa Bacteriana e Cálculo Dentário com e sem exclusão de seis
dentes
Observa-se nas tabelas 8 e 9 que ocorreu diferença estatisticamente significante em todos os
julgamentos, com valores de p sempre menores que 0,01, demonstrando que os parâmetros
avaliados foram significantemente maiores quando excluiu-se, da composição dos cálculos
matemáticos, os dois dentes incisivos laterais maxilares e os quatro caninos.
33
Tabela 8 - Comparação dos valores de Índice de Área de Placa Bacteriana (IAPB) e
Percentual de Placa Bacteriana (%PB), obtidos da cavidade oral de cães da raça beagle, por
meio da Avaliação Computadorizada, sete dias após o tratamento periodontal, dentro de cada
grupo (Controle Negativo - CN e Positivo - CP), entre os valores com exclusão (CE) e sem
exclusão (SE) de seis dentes.
Dia sete
IAPB do CP
CE x SE
IAPB do CN
CE x SE
%PB do CP
CE x SE
%PB do CN
CE x SE
Média
2,35 1,83 3,08 2,44 49,80 38,47 68,05 52,46
Desvio
padrão
0,42 0,46 0,55 0,50 11,46 11,82 14,46 12,22
Teste t
de
Student
0,0017 0,0001 0,0007 0,0001
Tabela 9 - Comparação dos valores de Índice de Área de Cálculo (IAC) e Percentual de
Cálculo (%C), obtidos da cavidade oral de cães da raça beagle, por meio da Avaliação
Computadorizada, 28 dias após o tratamento periodontal, dentro de cada grupo (Controles
Negativo - CN e Positivo - CP), entre os valores com exclusão (CE) e sem exclusão (SE) de seis
dentes.
Dia 28
IAC do CP
CE x SE
IAC do CN
CE x SE
%C do CP
CE x SE
%C do CN
CE x SE
Média
2,34 1,89 2,55 2,18 48,79 38,43 54,04 44,82
Desvio
padrão
0,71 0,59 0,61 0,49 16,04 13,03 15,12 11,46
Teste t
de
Student
0,0028 0,0001 0,0001 0,0020
34
5 DISCUSSÃO
Para padronização e repetibilidade deste estudo optou-se por seguir as indicações do
Veterinary Oral Health Council (VOHC, 2008); deste modo todos os cães utilizados eram da
mesma raça, possuíam similares conformações de crânio, bem como de peso e idade, além de
oclusão dental normal e foram mantidos sob o mesmo manejo e dieta alimentar. Além disto,
eram dóceis e facilmente manipulados, não necessitando de contenção química durante as
avaliações da cavidade oral. Todos os cães incluídos neste estudo apresentaram, na avaliação
prévia ao tratamento periodontal da cavidade oral, estado semelhante de Doença Periodontal,
classificados até o grau III da descrição de Beard & Beard (1989), devido à presença de cálculo
em todos os dentes avaliados, entretanto, sem apresentar destruição dos tecidos periodontais, o
que provavelmente se deveu ao fenômeno do equilíbrio hospedeiro versus parasita (HEDLUND,
2002).
A escolha da raça beagle foi bastante favorável neste experimento por propiciar a
padronização dos aspectos relacionados acima, além de ser a mais utilizada em estudos de
doença periodontal, incluindo estudos veterinários sobre redução de Placa Bacteriana e Cálculo
Dentário (GORREL & RAWLINGS, 1996). É relatado na literatura que estudos epidemiológicos
e clínicos têm estabelecido que etiologia e progressão da Doença Periodontal em cães e humanos
exibem similaridades, e cães da raça beagle são úteis para avaliação da efetividade do potencial
de agentes anti-placa (HULL & DAVIES, 1972).
Avaliações após o tratamento periodontal da cavidade oral foram realizadas no dia sete para
Placa Bacteriana e no dia 28 para Cálculo Dentário, considerando-se o preconizado pelo VOHC
(2008); outros estudos também utilizaram este mesmo protocolo de datas para avaliações, devido
à possibilidade de observação no dia sete de Placa Bacteriana e no dia 28 de Cálculo Dentário
(LINDHE et al., 1975; GORREL & RAWLINGS, 1996; RAWLINGS et al., 1998; SCHERL et
al., 2007).
Neste experimento os cães foram submetidos à raspagem dos dentes e obtiveram um
resultado favorável à saúde geral dos animais. Com a utilização da Clorexidina, não foram
observados efeitos colaterais locais, como escurecimento do esmalte dos dentes e ulcerações em
mucosas, o que pode ocorrer, de acordo com Löe et al. (1976) e Greenstein et al. (1986), assim
como descrito em humanos no trabalho de Schiöutt et al. (1976) e em cães por Rawlings et al.
(1998), que também não são submetidos a efeitos sistêmicos, pois a Clorexidina é pouco
absorvida pelo organismo (MAGNUSSON & HEYDEN, 1973; CASE, 1977) e 90% da droga
retida pelo organismo é excretada em fezes e urina (BONESVOLL, 1977).
A utilização da eosina aquosa a 2%, solução evidenciadora de Placa Bacteriana foi adequada a
este experimento, pelo aspecto de não possuir ação antimicrobiana e ser de fácil remoção da
superfície dental (SILVA et al., 2002) sendo, por estes motivos, indicada para emprego em
estudos que avaliam produtos específicos de ação anti-placa. Além disto, considerou-se que a
lavagem da cavidade oral para retirada da eosina aquosa a 2% não influenciou consideravelmente
nos resultados, uma vez que apenas Matéria Alba e Debris Alimentares podem ser removidos pela
ação mecânica de jato de água, o que não acontece com a Placa Bacteriana (MANDEL, 1966) e
Cálculo Dentário, que permanecem no local (HARVEY & EMILY, 1993).
O aperfeiçoamento de modelo experimental para avaliação de produtos antimicrobianos
foi uma necessidade do Grupo de Pesquisa no qual o presente trabalho está inserido, que vem
estudando a ação antimicrobiana de produtos naturais sobre as bactérias da cavidade oral e
prevenção da Doença Periodontal.
Rawlings et al. (1998) afirmaram que o nível de dedicação e motivação requerido para
obter e manter a saúde oral em cães não é facilmente mantido pelos proprietários. Segundo
DUPONT (1998), o hábito da escovação para profilaxia da cavidade oral poderia levar à redução
35
de 90% na predisposição à periodontite pelo controle da Placa Bacteriana. Este comportamento
dos proprietários pode ser facilmente observado na prática da clínica veterinária no país, mas não
foram encontradas publicações a respeito.
Diante deste quadro, considera-se que a utilização de produtos antimicrobianos pode ser
útil na prevenção da Doença periodontal em cães, conforme afirmam Jensen et al. (1995).
Portanto, estudos para avaliação da efetividade de novos agentes químicos na inibição da
formação de Placa Bacteriana e Cálculo Dentário são relevantes, inclusive devido à possibilidade
de desenvolvimento de resistência bacteriana a partir do uso inadequado dos agentes disponíveis
no mercado (GREENSTEIN et al., 1986).
Um fator importante na motivação para o desenvolvimento do presente estudo foi a
necessidade de mais de um avaliador bem treinado para as avaliações visuais, conforme
preconizado por VOHC (2008). Logan & Boyce (1994) afirmam que o fator chave no
desenvolvimento e uso de um sistema de escore válido, é o uso de examinadores bem treinados;
qualquer método utilizado requer examinadores bem treinados, mas sempre haverá uma intra e
intervariabilidade dos avaliadores, e o uso dos mesmos avaliadores durante todo estudo é a
abordagem usualmente utilizada para minimizar essa variabilidade.
Foram grandes as dificuldades de adequação da equipe a estes requisitos para realização da
Avaliação Visual no presente trabalho, pois não houve pessoas disponíveis o suficiente e
interessadas neste assunto no meio acadêmico veterinário próximo, o que motivou a inovação no
método de avaliação dos índices da cavidade oral, com a utilização de meios mais objetivos do
que a visão humana, conforme sugerido por Harvey (2002), podendo dispensar a participação de
mais de um avaliador. Desta maneira, desenvolveu-se o método da Avaliação Computadorizada,
que só foi possível com o auxílio de um profissional da área de arquitetura e programação de
computador, ocorrendo interação das diversas áreas (Medicina Veterinária, Computação,
Matemática) para obter-se o resultado final. No estudo de Scherl et al. (2007) também foi
utilizado apenas um avaliador, quando foi aplicado um novo método de quantificação de Placa
Bacteriana.
Existem dificuldades a serem ultrapassadas nos dois métodos de avaliação – visual e
computadorizada. Para realização da Avaliação Computadorizada há demanda de um grande
tempo para o aprendizado de como manusear os programas de computador (GIMP2 e IMAGEJ)
e para a realização das avaliações, que foi diminuindo à medida que se conseguiu habilidade.
Deve-se levar em conta também a necessidade de máquina digital fotográfica, computador com
uma capacidade de memória Ram de no mínimo 512 MB para suportar abertos, ao mesmo
tempo, os programas para tratamento das imagens, o que, entretanto, não se caracteriza como
dificuldade, uma vez que estes equipamentos estão geralmente disponíveis em instituições de
Ensino e Pesquisa. Além disto, quando as fotos foram realizadas em visão lateral da maxila,
ocorreu uma distorção rotacional do terceiro incisivo maxilar, pois a face vestibular deste dente é
melhor observada em visão frontal do que lateral, este fator foi esperado e também relatado por
Harvey (2002), quando usamos uma única imagem digitalizada com todos os dentes aferidos,
devido ao arco dental formado pelos dentes rostrais não estar no mesmo plano que os dentes
caudais. Estes fatores não foram observados em relação à Avaliação Visual, pois após o
aprendizado da técnica, o material necessário constituía-se apenas de lápis e papel ofício,
utilizados imediatamente após o animal ser contido manualmente, e a distorção na avaliação do
dente anteriormente referido era facilmente corrigida com a movimentação do avaliador.
Para validação do modelo experimental para teste de agentes químicos seguiu-se os requisitos
preconizados pelo VOHC (2008), no qual a diferença mínima requerida, comparando-se os grupos
Controles Negativo e Positivo, deve ser de 20 % em cada julgamento, além de que deve existir
uma diferença estatística em cada julgamento com p<0,05. Pode-se observar que houve validação
em relação ao VOHC (2008) quanto aos dados de Índice de Placa Bacteriana e Índice de
36
Cálculo na Avaliação Visual, comparando-se os grupos Controle Negativo e Controle Positivo -
para Índice de Placa Bacteriana, no dia sete, %RM=37,13% e para Índice de Cálculo, no dia 28,
%RM=22,81%.
Porém, esta validação não ocorreu quando, utilizando-se os dados de Índice de Placa
Bacteriana e Índice de Cálculo na Avaliação Visual, comparou-se os grupos Controles Negativo
e Positivo, na submissão ao Teste t de Student, no qual não houve diferença estatisticamente
significante, ou seja, os valores de p foram superiores a 0,05 (tabelas 1 e 2). Supõe-se que, apesar
da formação de Placa e Cálculo ter mostrado valores inferiores no grupo tratado com Clorexidina,
alguns fatores podem ter contribuído para que esta diferença não tenha gerado resultados
estatisticamente significantes. Um deles é a ausência de mais de um avaliador, uma vez que a
análise foi visual. O outro pode ser a aplicação da Clorexidina somente uma vez ao dia, devido a
limitações práticas na execução deste estudo quando, na literatura, afirma-se que a substantividade
da Clorexidina confere poder residual em torno de 12 horas (ROBINSON, 1995; GIOSO, 2007).
A diferença estatisticamente significante observada na comparação entre a Avaliação Visual
e Computadorizada no grupo Controle Negativo (sem o uso de Clorexidina), com os valores de
Índice de Área de Cálculo nos dias zero e 28, demonstra que a Avaliação Computadorizada
pode conferir maior objetividade à análise, devido à possibilidade de se conseguir selecionar e
medir, com o uso dos programas GIMP2, IMAGEJ e BrOffice.org Calc, a área acometida por
Cálculo Dentário, com maior definição. Além disso, são obtidos valores precisos, podendo-se,
por meio de estudos complementares, substituir a utilização de índices por percentual de área ou,
ainda, definir-se outro sistema de escores que utilize faixas de percentuais de áreas menores do
que aqueles disponíveis na literatura, como no trabalho de Logan & Boyce (1994).
No mesmo tipo de análise, em relação à Placa Bacteriana, não foi observada diferença
estatisticamente significante entre Avaliação Visual e Computadorizada, o que pode ser
explicado, de acordo com o trabalho de Silva et al. (2002), pelo fato da eosina ser considerada
um evidenciador que cora o biofilme bacteriano dental de forma mais fraca em relação a outros
corantes, formando, portanto, uma margem de área menos definida do que a do Cálculo
Dentário. Com isto, pode ter ocorrido imprecisão, na Avaliação Computadorizada, na fase de
seleção da área da face vestibular dental acometida por placa bacteriana e, também, na Avaliação
Visual, justificando a pouca diferença entre os dois métodos de avaliação.
Comprovada a diferença entre a Avaliação Computadorizada e Visual no grupo Controle
Negativo (sem tratamento com Clorexidina), buscou-se comparar a análise de efetividade da ação
do agente anti-placa (grupo Controle Positivo) conforme as diretrizes do VOHC (2008), por meio
da Avaliação Computadorizada. Estas diretrizes foram adaptadas para os parâmetros analisados
por meio das análises digitalizadas no presente experimento, as quais incluem somente as medidas
de área, e não as de intensidade de coloração da Placa Bacteriana e do Cálculo Dentário.
Seguindo-se os critérios acima, o tratamento com Clorexidina mostrou-se efetivo, tanto para o
percentual de redução médio quanto para a análise estatística, somente para a inibição de formação
de placa, o que contrasta com a Avaliação Visual descrita anteriormente, na qual foi observado
percentual de redução médio significante também para Cálculo Dentário. Pode-se supor que a
ausência do fator coloração do cálculo, na Avaliação Computadorizada, diminui
significativamente os valores obtidos, gerando portanto estes resultados.
Em outro aspecto, deve-se considerar os relatos a respeito da efetividade da Clorexidina na
redução da Placa Bacteriana e sua fraca atuação sobre a formação do Cálculo Dentário (LÖE &
SCHIÖUTT, 1970; HULL & DAVIES, 1972; LÖE et al., 1976; GROSSMAN et al., 1986;
GRUET et al., 1995; HENNET, 2002), o que pode ter sido demonstrado nesta análise devido à
maior sensibilidade da Avaliação Computadorizada em relação à Visual.
37
No presente estudo pode-se observar que os dentes maxilares foram mais acometidos por
Placa Bacteriana e cálculo do que os mandibulares, o que também foi relatado por Rosemberg et
al. (1966), Grove (1990), Telhado et al. (2004) e Hennet et al. (2006).
Os dentes maxilares 4º pré-molares foram mais acometidos do que os 3º, 1º e 2º pré-
molares, seguidos pelos caninos e depois incisivos laterais, assim como relataram Harvey &
Emily (1993) e Hennet et al. (2006), e os dentes mandibulares 4º pré-molares mostraram-se
mais acometidos do que os 3º e 2º pré-molares, seguidos pelos primeiros molares e depois
caninos, o que está de acordo com Hull & Davies (1972) e Hennet et al. (2006), mas diferiu dos
dados relatados por Telhado et al. (2004).
Diferentes comportamentos de agentes redutores de Placa Bacteriana e cálculo dos dentes
podem ocorrer em diferentes raças, o que pode elucidar a diferença dos resultados deste estudo em
relação ao de Telhado et al. (2004), no qual os cães avaliados foram de raça de grande porte e foi
observado que os primeiros molares inferiores foram acometidos de forma intensa, o que não
ocorreu neste estudo. Estes achados corroboram a afirmação de Gorrel & Bierer (1999), Logan et
al. (2002) e Hennet et al. (2006), que resultados de estudos em cães de grande porte não devem ser
necessariamente extrapolados de resultados de estudos de raças pequenas.
As observações de Harvey (2002) a respeito dos dentes a serem incluídos nos índices da
cavidade oral desencadearam, no presente estudo, a análise da Avaliação Computadorizada com e
sem a exclusão de alguns dentes.
Os valores médios obtidos de cada dente mandibular e maxilar demonstraram que, aqueles
dentes que apresentaram menores contagens de área de Placa Bacteriana aos sete dias e Cálculo
Dentário aos 28 dias após o tratamento periodontal, são os mesmos relatados na literatura, como
sujeitos à perda significativa de depósitos dentários devido ao atrito ocorrido com a oclusão
(HENNET et al., 2006; GIOSO, 2007), quais sejam, os dois 3º incisivos maxilares e caninos
maxilares e mandibulares.
Por meio das análises realizadas posteriormente às análises de exclusão de seis dentes, para
avaliar-se a diferença entre dados com e sem exclusão de seis dentes, demonstrou-se que os
parâmetros avaliados foram significantemente maiores quando se excluiu, da composição dos
índices, os dois dentes 3º incisivos maxilares e os quatro caninos maxilares e mandibulares. Na
escolha dos dentes para inclusão no índice da cavidade oral, deve-se considerar que todos os
dentes selecionados possuam um mesmo comportamento dentro do padrão oclusal. Com o
sistema de escore médio bucal em geral usado com o mesmo peso para todos os escores dos
dentes, a contribuição de grandes dentes pode ser sub representada (HARVEY, 2002), o que
também foi observado por Hull & Davies (1972) ao sugerirem que o efeito inibitório de Cálculo
Dentário pela Clorexidina poderia ser mais evidenciado se o primeiro molar mandibular não
fosse incluído na avaliação. Com estes resultados, pode-se sugerir que em ensaios futuros utilize-
se desta exclusão de seis dentes para impedir que dentes mais acometidos por Placa Bacteriana e
Cálculo Dentário, com a mesma atribuição de peso, sejam sub representados por outros dentes
menos acometidos.
38
6 CONCLUSÕES
A Avaliação Computadorizada é vantajosa em relação à Visual por necessitar de somente
um avaliador e conferir maior precisão na medida da área.
Dentes menos acometidos por Placa Bacteriana e Cálculo Dentário devem ser excluídos da
composição de índices da cavidade oral.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ainda há um amplo caminho a ser percorrido em relação à objetividade e precisão das
avaliações de Placa Bacteriana e Cálculo Dentário da face vestibular dental. Considerando-se os
resultados do presente estudo, pode-se sugerir que as seguintes questões sejam avaliadas em
experimentos futuros:
- Tipo de solução evidenciadora de Placa Bacteriana, de forma a aumentar a distinção das áreas
acometidas e a precisão da avaliação computadorizada;
- Escolha de dentes que devem ser incluídos na avaliação da cavidade oral com base em dados
precisos de avaliação;
- Diminuição das faixas de escores dos índices da cavidade oral ou somente a utilização dos
percentuais de área acometida por Placa Bacteriana e Cálculo Dentário;
- Complementação da avaliação computadorizada, com a inclusão de programa de computador
para padronização da intensidade de coloração de Placa Bacteriana (de acordo com o tipo de
solução evidenciadora) e de Cálculo Dentário.
39
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45
9 APÊNDICE
Valores utilizados para os cálculos de média, desvio padrão e teste t de Student referentes às
tabelas 1 a 5, 8 e 9.
Tabela 10 – Valores de Índice de Placa Bacteriana (IPB) calculados de acordo com a
modificação do modelo de Logan & Boyce (1994), na Avaliação Visual, dos dentes de cães da
raça beagle, sete dias após o tratamento periodontal e tratados (Controle Positivo - CP) ou não
(Controle Negativo - CN) com Clorexidina a 0,12%, diariariamente.
Grupos IPB
Controle Positivo (n=6)
1,91 2,64 3,45 1,27 1,41 1,91
Controle Negativo (n=10)
5,95 3,00 4,45 3,86 3,18 1,55 2,09 4,32 1,09 3,86
Tabela 11– Valores de Índice de Cálculo (IC) calculados de acordo com a modificação do
modelo de Logan & Boyce (1994), dos dentes de cães da raça beagle, 28 dias após o tratamento
periodontal e tratados (Controle Positivo - CP) ou não (Controle Negativo - CN) com Clorexidina
a 0,12%, diariariamente.
Grupos IC
Controle Positivo (n=6)
3,68 5,09 1,73 1,59 1,86 1,86
Controle Negativo (n=10)
4,64 2,23 4,09 3,77 3,18 2,23 3,05 2,05 3,05 5,91
Tabela 12 – Valores de Índice de Área de Placa Bacteriana (IAPB) e Índice de
Área de Cálculo (IAC) obtidos da cavidade oral de cães da raça beagle por meio de Avaliação
Visual e Computadorizada antes e após o tratamento periodontal.
IAPB IAPB IAC
Dia zero Dia sete Dia zero
IAC
Dia 28
Visual
Comp.
Visual
Comp.
Visual
Comp.
Visual
Comp.
3,27
3,18
1,62
1,45
2,82
2,73
2,23
1,41
3,59
3,55
2,09
1,77
3,32
2,91
3,05
1,95
3,36
3,18
2,81
2,32
3,09
2,77
2,05
2,14
3,50
3,41
1,09
2,64
3,36
3,32
3,05
2,55
3,41
3,55
2,05
2,91
2,91
2,86
3,18
2,55
2,95
3,23
2,36
3,14
2,73
2,86
2,77
2,09
3,50
3,27
3,45
2,64
3,14
2,32
2,82
2,64
3,54
3,23
2,09
2,41
3,00
2,27
2,32
1,64
3,45
3,36
2,91
2,54
2,77
2,45
2,32
1,86
3,59
3,18
2,59
2,54
3,54 2,95
3,14
2,95
46
Tabela 13 – Comparação na Avaliação Computadorizada, dos valores de Índice de Área de
Placa Bacteriana (IAPB) e Percentual de Placa Bacteriana (%PB), obtidos do tratamento das
imagens digitais da cavidade oral de cães da raça beagle, entre os grupos Controles Negativo (CN)
e Positivo (CP).
Grupos
Controle %PB
42,53 41,89 58,65 28,19 31,57 27,98
Positivo (n=6) IAP
B
2,00 2,00 2,59 1,41 1,50 1,45
Controle %PB
58,90 48,41 57,06 54,23 65,69 31,14 35,07 48,07 56,37 69,66
Negativo (n=10) IAP
B
2,64 2,41 2,55 2,55 2,91 1,45 1,77 2,32 2,64 3,14
Tabela 14 – Comparação na Avaliação Computadorizada, dos valores de Índice de Área de
Cálculo (IAC) e Percentual de Cálculo (%C), obtidos do tratamento das imagens digitais da
cavidade oral de cães da raça beagle, entre os grupos Controles Negativo (CN) e Positivo (CP).
Grupos
Controle %C
24,76 47,51 21,74 42,00 55,38 39,18
Positivo (n=6) IAC
1,27 2,32 1,14 1,91 2,68 2,00
Controle %C
52,64 31,17 36,59 63,41 55,02 28,93 39,15 43,02 55,90 42,35
Negativo (n=10) IAC
2,64 1,64 1,86 2,95 2,55 1,41 1,95 2,14 2,55 2,09
Tabela 15 - Comparação dos valores de Índice de Área de Placa Bacteriana (IAPB) e
Percentual de Placa Bacteriana (%PB), obtidos da cavidade oral de cães beagle, por meio da
Avaliação Computadorizada, sete dias após o tratamento periodontal, dentro de cada grupo
(Controle Negativo - CN e Positivo - CP), entre os valores com e sem exclusão de seis dentes.
Grupos %PB Com x Sem exclusão de seis dentes
Controle Com
58,48 57,14 64,30 38,76 41,64 38,47
Positivo (n=6) Sem
42,53 41,89 58,65 28,19 31,57 27,98
Controle Com
76,70 62,69 74,79 73,24 83,97 42,82 46,95 60,85 73,37 85,12
Negativo (n=10) Sem
58,90 48,41 57,06 54,23 65,69 31,14 35,07 48,07 56,37 69,66
IAPB
Controle Com
2,75 2,69 2,75 1,94 1,94 2,00
Positivo (n=6) Sem
2,00 2,00 2,59 1,41 1,50 1,45
Controle Com
3,31 3,06 3,25 3,38 3,63 2,00 2,31 2,88 3,31 3,69
Negativo (n=10) Sem
2,64 2,41 2,55 2,55 2,91 1,45 1,77 2,32 2,64 3,14
47
Tabela 16 - Comparação dos valores de Índice de Área de Cálculo (IAC) e Percentual de
Cálculo (%C), obtidos da cavidade oral de cães beagle, por meio da Avaliação Computadorizada,
28 dias após o tratamento periodontal, dentro de cada grupo (Controle Negativo e Positivo), entre
os valores com e sem exclusão de seis dentes.
Grupos %C Com x Sem exclusão de seis dentes
Controle Com
33,27 63,29 25,03 56,54 63,01 51,61
Positivo (n=6) Sem
24,76 47,51 21,74 42,00 55,38 39,18
Controle Com
64,52 38,74 39,95 74,95 69,81 36,73 43,15 48,09 73,19 51,25
Negativo (n=10) Sem
52,64 31,17 36,59 63,41 55,02 28,93 39,15 43,02 55,90 42,35
IAC
Controle Com
1,63 3,00 1,31 2,56 3,00 2,56
Positivo (n=6) Sem
1,27 2,32 1,14 1,91 2,68 2,00
Controle Com
3,13 1,94 2,00 3,38 3,13 1,75 2,13 2,31 3,25 2,50
Negativo (n=10) Sem
2,64 1,64 1,86 2,95 2,55 1,41 1,95 2,14 2,55 2,09
48
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