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MILTON MISSAKA
ESTUDO CEFALOMÉTRICO-RADIOGRÁFICO
DAS MUDANÇAS NO PERFIL TEGUMENTAR DE PACIENTES
COM MALOCLUSÃO DE CLASSE I TRATADOS COM
EXTRAÇÕES DE PRIMEIROS PREMOLARES
São Paulo
2006
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Milton Missaka
Estudo cefalométrico-radiográfico
das mudanças no perfil tegumentar de pacientes
com maloclusão de classe I tratados
com extrações de primeiros premolares
Tese apresentada à Faculdade de
Odontologia da Universidade de São
Paulo, para obter o título de Doutor, pelo
Programa de Pós-Graduação em
Odontologia.
Área de Concentração: Diagnóstico bucal
Orientador: Profa. Dra. Emiko Saito Arita
São Paulo
2006
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FOLHA DE APROVAÇÃO
Missaka M. Estudo cefalométrico-radiográfico das mudanças no perfil tegumentar de
pacientes com maloclusão de classe I tratados com extrações de primeiros
premolares [Tese de Doutorado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP;
2006.
São Paulo, 25/11/2006
Banca Examinadora
1) Prof(a). Dr(a).____________________________________________________
Titulação: _________________________________________________________
Julgamento: __________________ Assinatura: __________________________
2) Prof(a). Dr(a).____________________________________________________
Titulação: _________________________________________________________
Julgamento: __________________ Assinatura: __________________________
3) Prof(a). Dr(a).____________________________________________________
Titulação: _________________________________________________________
Julgamento: __________________ Assinatura: __________________________
4) Prof(a). Dr(a).____________________________________________________
Titulação: _________________________________________________________
Julgamento: __________________ Assinatura: __________________________
5) Prof(a). Dr(a).____________________________________________________
Titulação: _________________________________________________________
Julgamento: __________________ Assinatura: __________________________
A DEUS,
que mantem viva a minha fé,
minha esperança e o meu
prazer em viver.
Aos meus pais Lenhitu e Mary,
responsáveis pela minha
formação, a quem devo tudo que
sou.
Aos meus irmãos Marcelo e
Mônica, pelo apoio e auxílio em
todos os momentos.
Ao meu filho Guilherme,
amor da minha vida,
razão da minha
existência.
Dedico este trabalho
Ao professor Titular do Departamento de
Diagnóstico Bucal Dr. Jurandir Panella pelos
ensinamentos e pela confiança em mim
depositada na realização deste curso de
doutorado.
AGRADECIMENTOS
À professora Dra. Emiko Saito Arita, pela supervisão, paciência e orientação
segura na execução deste trabalho.
À professora Dra. Marlene Fenyo Pereira, pelo apoio, incentivo e amizade
Aos professores da Disciplina de Radiologia, Dr. Cláudio Freitas, Dr. Cláudio
Costa, Dr. César Lascalla, Dr. Israel Chilvarquer, Dr. Jefferson Xavier de Oliveira, Dr.
Marcelo Cavalcante, pelo convívio e ensinamentos transmitidos.
À Dra. Anka Drina Sapunar Papic, Diretora da Roth-Williams Center of
Functional Occlusion do Chile, por abrir as portas de sua clínica novamente,
possibilitando a execução deste estudo
Aos professores Dra. Solange Mongelli de Fantini e Dr. Cláudio Costa, pelas
sugestões e contribuições na execução deste estudo.
À amiga, professora e doutora, Eliane Cecílio, pelo incentivo e convívio
nesta jornada acadêmica.
À funcionária da Disciplina de Radiologia Maria Cecília Forte Muniz, pelo
auxílio e pelos comunicados oportunos.
À Sra. Vânia Martins B. O. Funaro, pela revisão das normas e referências
deste trabalho.
Aos funcionários da Biblioteca, Maria Aparecida Pinto, Glauce Elaine D.
Fidelis e José Pascoal dos Santos, pelas orientações e auxilio na formatação.
Aos funcionários da Biblioteca Agnaldo de Souza Gama e Fernando Ricardo
de Brito, pela atenção especial e auxílio na busca pelos periódicos.
Aos funcionários da Comissão de Pós-Graduação da FOUSP, Cátia T.
Santos, Nair H.T. Costa, pela atenção e orientações durante o curso.
À Srta Solange Reis pela revisão do português.
À Casa das Teses, em nome de Sérgio e sua equipe, pela eficiência na
impressão gráfica deste trabalho.
A todos que participaram direta e indiretamente para a realização deste
trabalho, meus sinceros agradecimentos.
Missaka M. Estudo cefalométrico radiográfico das mudanças no perfil tegumentar de
pacientes com maloclusão de classe I tratados com extrações de primeiros
premolares [Tese de Doutorado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP;
2006.
RESUMO
O objetivo desta pesquisa foi realizar um estudo cefalométrico radiográfico com o
propósito de avaliar as mudanças no perfil tegumentar do terço inferior da face em
casos com maloclusões de Classe I, biprotrusos, tratados ortodonticamente com
extrações de quatro premolares, por meio da técnica do arco contínuo
preconizada por Roth. A amostra constou de 56 radiografias cefalométricas de 26
pacientes leucodermas chilenos, com média de idade de 19,56 + 5,71 anos
tomadas ao início e ao término do tratamento. Foram mensuradas as variações
na espessura e comprimento do perfil tegumentar, bem como as alterações
posturais anteroposteriores dento-alveolares e tegumentares ocorridas. Foram
realizadas comparações entre os valores iniciais e finais e correlações entre as
variações das grandezas analisadas por meio de análises estatísticas. Após
análise dos resultados concluiu-se que, após a retração dos dentes anteriores, a
espessura do lábio superior apresentou aumento na sua porção basal e na região
do vermelhão labial, enquanto que sua porção intermediária não apresentou
variação estatisticamente significante. No lábio inferior, somente a espessura do
vermelhão do lábio inferior apresentou aumento significativo. O comprimento total
do lábio superior também apresentou aumento estatisticamente significante,
enquanto que no comprimento do lábio inferior não foi observado aumento
significante. Os lábios superior e inferior sofreram retração estatisticamente
significante e o movimento de retração do vermelhão do lábio superior
correlacionou diretamente com o movimento do incisivo superior, tanto em nível
incisal (0,33:1), como em nível coronário (0,57:1), assim como o movimento de
retração do sulco do lábio superior que correlacionou diretamente com o
movimento do incisivo superior, tanto em nível incisal (0,26:1) como em nível
coronário (0,42:1). O movimento de retração do vermelhão do lábio inferior
correlacionou diretamente não só com o movimento da incisal do incisivo inferior
(0,54:1) como também com o movimento do incisivo superior tanto em nível
incisal (0,57:1), como em nível coronário (0,85:1). Não se constatou correlação
entre a alteração postural dos lábios e as alterações tegumentares de espessura
e comprimento em todas as variáveis estudadas, exceto a variação do ângulo
mentolabial que correlacionou com a variação do comprimento da base do lábio
inferior. Essas duas variáveis, no entanto, não apresentaram alterações
significativas.
Palavras-Chave: Maloclusão Classe I de Angle; Perfil tegumentar; Extrações;
Cefalometria radiográfica; Ortodontia
Missaka M. Cephalometric radiographic study of soft tissue profile changes in Class I
patients after orthodontic treatment with first premolars extractions [Tese de
Doutorado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 2006.
ABSTRACT
The purpose of this prospective cephalometric study was to evaluate soft tissue
profile changes in biprotrusive Class I patients treated with first premolars extractions
and maximum anchorage control. The sample was composed of 52 lateral
cephalometric roentgenogram from the beginnig and end of treatment of 26 white
chilean patients (18 females and 8 males) with age average of 19,56 + 5,71 years
old, treated with Roth straight-wire technique. Linear and angular cephalometric
values in relation to thickness, lengths, lips posture, convexity of the skeletal and
integumental profile, as well as incisors and alveolar profile points posture were
evaluated. After statistical analysis, the results showed that upper lip thickness
increased in the vermillion and basal area. Lower lip thickness also increased in the
vermillion area. Upper lip total length increased while lower lip showed no change in
its length. The retraction of the lips as well as the incisors were significant. Upper
incisor retraction correlated with upper lip vermillion retraction at the incisor border
(0,33 mm :1 mm) and at the crown level (0,57 mm : 1mm). Likewise it was verified
with the upper lip sulcus (point A’), that retracted on a proportion of 0,26 mm : 1mm
at the upper incisor border level and 0,42 mm : 1 mm at the crown level. Lower lip
vermillion retraction correlated with lower incisor retraction at the incisor border level
(0,54:1) as well as with upper incisor retraction at the incisor border (0,57:1) and at
the crown level (0,85:1). Lip postural changes did not correlated with lip length or
thickness changes except lower lip basal length that correlated with the increase of
mentolabial angle.
Keywords: Angle Class I malocclusion – Soft tissue profile – Extractions –
Cephalometrics - Orthodontics
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 4.1 - Arcos dentários ao início do tratamento ortodôntico............................65
Figura 4.2 - Arcos dentários ao término do tratamento ortodôntico ........................65
Figura 4.3 - Radiografias cefalométricas em norma lateral inicial e final ................66
Figura 4.4 - Aparelho de raios X Planmeca-Admark, PM2002CC...........................67
Figura 4.5 - Traçado anatômico..............................................................................83
Figura 4.6 - Pontos cefalométricos e tegumentares................................................84
Figura 4.7 - Grandezas cefalométricas lineares: 1) Sn – A; 2) A’- C; 3) Ls - Is; 4) Li – Ii;
5) B’- B; 6) P’- P; 7) A’- A ; 8) Sto – IIs; 9) Sn – Sto; 10) B’- Bvert; 11)
B’- Sto..................................................................................................85
Figura 4.8 - Grandezas cefalométricas lineares: 12) Ls-Linha E e 13) Li–Linha E..86
Figura 4.9 - Grandezas cefalométricas lineares: 14) Li-Linha H e 15) Pn-Linha H .87
Figura 4.10 - Grandezas cefalométricas lineares: 16) A’- ENAperp; 17) Ls –
ENAperp; 18) Li – ENAperp; 19) B’- ENAperp; 20) P’- ENAperp.........88
Figura 4.11 - Grandezas cefalométricas lineares: 21) A – ENAperp; 22) Ais –
ENAperp; 23) Is – ENAperp; 24) IIs – ENAperp; 25) IIi – ENAperp; 26) Ii
ENAperp; 27) B- ENAperp; 28) P- ENAperp .......................................89
Figura 4.12 - Grandezas angulares: 29) ANL ; 30) AML...........................................90
Figura 4.13 - Grandezas angulares: 31) N-A-P; 32) N’-Sn - P’ ................................91
Figura 4.14 - Grandezas angulares: 33) N’- Pn – P’; 34) ângulo H...........................92
Gráfico 5.1 - Representação gráfica da correlação linear de Pearson entre os valores
da variação da medida Ls – ENAperp e da variação da medida IIs –
ENAperp, do início ao término do tratamento ortodôntico .................103
Gráfico 5.2 - Representação gráfica da correlação linear de Pearson entre os valores
da variação da medida A’– ENAperp e da variação da medida IIs –
ENAperp, do início ao término do tratamento ortodôntico .................104
Gráfico 5.3 - Representação gráfica da correlação linear de Pearson entre os valores
da variação da medida Ls – ENAperp e da variação da medida Is –
ENAperp, do início ao término do tratamento ortodôntico .................105
Gráfico 5.4 - Representação gráfica da correlação linear de Pearson entre os valores
da variação da medida A’– ENAperp e da variação da medida Is -
ENAperp, do início ao término do tratamento ortodôntico .................106
Gráfico 5.5 - Representação gráfica da correlação linear de Pearson entre os valores
da variação da medida Li – ENAperp e da variação da medida Is -
ENAperp , do início ao término do tratamento ortodôntico.................107
Gráfico 5.6 - Representação gráfica da correlação linear de Pearson entre os valores
da variação da medida Li – ENAperp e da variação da medida IIs -
ENAperp , do início ao término do tratamento ortodôntico.................108
Gráfico 5.7 - Representação gráfica da correlação linear de Pearson entre os valores
da variação da medida
Li – Linha E e da variação da medida Is -
ENAperp , do início ao término do tratamento ortodôntico ................109
Gráfico 5.8 - Representação gráfica da correlação linear de Pearson entre os valores
da variação da medida
Li – Linha E e da variação da medida IIs -
ENAperp , do início ao término do tratamento ortodôntico ................110
Gráfico 5.9 - Representação gráfica da correlação linear de Pearson entre os valores
da variação da medida Li – ENAperp e da variação da medida IIi -
ENAperp , do início ao término do tratamento ortodôntico ................111
Gráfico 5.10 -Representação gráfica da correlação linear de Pearson entre os
valores da variação da medida B’– B e da variação da medida AML, do
início ao término do tratamento ortodôntico.........................................112
LISTA DE TABELAS
Tabela 5.1 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida tegumentar Sn - A’ ao início
e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26)..................................94
Tabela 5.2 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida tegumentar A’ - C ao início e
ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).....................................94
Tabela 5.3 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida tegumentar Ls – Is ao início
e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26)..................................94
Tabela 5.4 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida tegumentar Li - Ii ao início e
ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).....................................94
Tabela 5.5 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida tegumentar B’- B ao início e
ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).....................................95
Tabela 5.6 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida tegumentar P’- P ao início e
ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).....................................95
Tabela 5.7 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida tegumentar A’- A ao início e
ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).....................................95
Tabela 5.8 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida tegumentar Sto - IIs ao início
e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26)..................................95
Tabela 5.9 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida tegumentar Sn - Sto ao início
e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26)..................................96
Tabela 5.10 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida tegumentar B’- Bvert ao
início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).........................96
Tabela 5.11 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida tegumentar B’- Sto ao início
e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26)..................................96
Tabela 5.12 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida tegumentar Ls - Linha E ao
início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).........................96
Tabela 5.13 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida Li - linha E ao início e ao
término do tratamento ortodôntico (n = 26)..........................................97
Tabela 5.14 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida Li - Linha H ao início e ao
término do tratamento ortodôntico (n = 26)..........................................97
Tabela 5.15 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida tegumentar Pn - linha H ao
início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).........................97
Tabela 5.16 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida ANL ao início e ao término
do tratamento ortodôntico (n = 26).......................................................97
Tabela 5.17 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida AML ao início e ao término
do tratamento ortodôntico (n = 26).......................................................98
Tabela 5.18 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida esquelética A’- ENAperp ao
início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).........................98
Tabela 5.19 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida angular Ls - ENAperp ao
início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).........................98
Tabela 5.20 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida angular Li - ENAperp ao
início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).........................98
Tabela 5.21 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida tegumentar B’- ENAperp ao
início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).........................99
Tabela 5.22 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida tegumentar P’- ENAperp ao
início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).........................99
Tabela 5.23 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida tegumentar A - ENAperp ao
início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).........................99
Tabela 5.24 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida tegumentar AIs - ENAperp
ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26)....................99
Tabela 5.25 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida tegumentar Is - ENAperp ao
início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).......................100
Tabela 5.26 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida tegumentar IIs - ENAperp ao
início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).......................100
Tabela 5.27 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida tegumentar Ii - ENAperp ao
início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).......................100
Tabela 5.28 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida tegumentar IIi - ENAperp ao
início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).......................100
Tabela 5.29 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida B - ENAperp ao início e ao
término do tratamento ortodôntico (n = 26)........................................101
Tabela 5.30 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida tegumentar P- ENAperp ao
início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).......................101
Tabela 5.31 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida tegumentar N-A-P ao início e
ao término do tratamento ortodôntico (n = 26)...................................101
Tabela 5.32 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida tegumentar N’-Sn’-P’ ao
início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).......................101
Tabela 5.33 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida tegumentar N’-Pn-P’ ao
início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).......................102
Tabela 5.34 - Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as
médias aritméticas dos valores da medida tegumentar N’P’-Linha H ao
início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).......................102
Tabela 5.35 - Análise estatística da correlação linear de Pearson entre os valores da
variação da medida Ls – ENAperp (Ls - ENAperp dif) e da variação da
medida IIs - ENAperp (IIs – ENAperp dif) do início ao término do
tratamento ortodôntico (n = 26)..........................................................103
Tabela 5.36 - Análise estatística da correlação linear de Pearson entre os valores da
variação da medida A’ – ENAperp (A’ - ENAperp dif) e da variação da
medida IIs - ENAperp (IIs – ENAperp dif) do início ao término do
tratamento ortodôntico (n = 26)..........................................................104
Tabela 5.37 - Análise estatística da correlação linear de Pearson entre os valores da
variação da medida Ls – ENAperp (Ls - ENAperp dif) e da variação da
medida Is - ENAperp (Is – ENAperp dif) do início ao término do
tratamento ortodôntico (n = 26)..........................................................105
Tabela 5.38 - Análise estatística da correlação linear de Pearson entre os valores da
variação da medida A’– ENAperp (A’- ENAperp dif) e da variação da
medida Is - ENAperp (Is – ENAperp dif) do início ao término do
tratamento ortodôntico (n = 26)..........................................................106
Tabela 5.39 - Análise estatística da correlação linear de Pearson entre os valores da
variação da medida Li – ENAperp (Li - ENAperp dif) e da variação da
medida Is - ENAperp (Is – ENAperp dif) do início ao término do
tratamento ortodôntico (n = 26)..........................................................107
Tabela 5.40 - Análise estatística da correlação linear de Pearson entre os valores da
variação da medida Li – ENAperp (Li - ENAperp dif) e da variação da
medida IIs - ENAperp (IIs – ENAperp dif) do início ao término do
tratamento ortodôntico (n = 26)..........................................................108
Tabela 5.41 - Análise estatística da correlação linear de Pearson entre os valores da
variação da medida Li – Linha E (Li – Linha E dif) e da variação da
medida Is - ENAperp (Is – ENAperp dif) do início ao término do
tratamento ortodôntico (n = 26)..........................................................109
Tabela 5.42 - Análise estatística da correlação linear de Pearson entre os valores da
variação da medida Li – Linha E (Li – Linha E dif) e da variação da
medida IIs - ENAperp (IIs – ENAperp dif) do início ao término do
tratamento ortodôntico (n = 26)..........................................................110
Tabela 5.43 - Análise estatística da correlação linear de Pearson entre os valores da
variação da medida Li – ENAperp (Li - ENAperp dif) e da variação da
medida IIi - ENAperp (IIi – ENAperp dif) do início ao término do
tratamento ortodôntico (n = 26)..........................................................111
Tabela 5.44 - Análise estatística da correlação linear de Pearson entre os valores da
variação da medida B’ - B (B’ - B dif) e da variação da medida AML
(AML dif) do início ao término do tratamento ortodôntico (n = 26) .....112
Tabela 5.45 - Análises estatísticas de regressão linear entre as medidas que
apresentaram correlações estatisticamente significante.........................113
LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS
div. divisão
DP desvio padrão
dif diferença, variação
ed. edição
et al. e colaboradores
fig. figura
i inicial
IC intervalo de confiança
f final
kVp medida de quilovoltagem (quilovolt)
mA medida de miliamperagem (miliampere)
mm unidade do milímetro
n número de casos
n. número
p. página (s)
perp perpendicular
vert vertical
LISTA DE SÍMBOLOS
p probabilidade em estatística
r coeficiente de correlação de Pearson em estatística
t representa o valor estatístico do teste “t” de Student
0
grau(s)
polegada
* estatisticamente significante
% porcentagem
SUMÁRIO
p.
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................22
2 REVISÃO DA LITERATURA ..............................................................24
2.1 Histórico.............................................................................................................24
2.2 Estudos morfológicos.......................................................................................25
2.3 Resposta tegumentar ao movimento ortodôntico..........................................35
3 PROPOSIÇÃO ....................................................................................63
4 CASUÍSTICA, MATERIAL E MÉTODOS............................................ 64
5 RESULTADOS....................................................................................93
6 DISCUSSÃO ......................................................................................114
7 CONCLUSÕES ..................................................................................132
REFERÊNCIAS.....................................................................................134
APÊNDICES..........................................................................................141
ANEXOS................................................................................................161
22
1 INTRODUÇÃO
A melhoria da estética dento-facial, se constitui em uma das queixas de
pacientes mais freqüentes nos consultórios odontológicos e é, portanto, um dos
objetivos a serem alcançados na terapêutica.
A estética facial sempre estará permeada pela subjetividade, entretanto, o
estudo dos cänones e o estabelecimento de conceitos de beleza universais
deram origem a parâmetros objetivos importantes para o alcance da satisfação
do cliente.
Muitas análises cefalométricas utilizadas para o diagnóstico ortodôntico,
nos dias atuais, foram resultado de seleção de amostras de casos com perfis
agradáveis ao gosto dos autores, e a partir das quais estabeleceram grandezas
lineares e angulares padrões.
As pesquisas clínicas constataram que o alcance ou a presença dessas
normas e padrões dento-esqueléticos, nem sempre, se traduziram pelos perfis
estéticos e agradáveis visualizados pelos seus autores. Essa constatação
acarretou o desenvolvimento de estudos envolvendo estética facial, e definições
de normas e medidas para o perfil tegumentar, com conseqüente valorização das
análises faciais.
Do ponto de vista técnico, as extrações dentárias no tratamento
ortodôntico se consolidaram após o desenvolvimento de técnicas ortodônticas e
seus sistemas de ancoragem, o que possibilitou o aprimoramento do controle do
movimento dos dentes, em favor de uma melhora na estética facial final.
23
Entretanto, as respostas dos tecidos moles faciais, frente às mudanças
dento-esqueléticas, não seguem uma proporcionalidade absoluta. Elas podem
variar dependendo não só da região facial, da magnitude do movimento, como
também da idade, da raça, tonicidade e postura ao início do tratamento.
Essa relação do perfil dento-esquelético e o tegumento vai se constituir
em importante fator de estabilidade dos resultados atingidos ao final do
tratamento.
Os estudos com amostras de diferentes maloclusões tratadas por
diferentes abordagens terapêuticas, permitem avaliar quantitativamente e
qualitativamente a resposta terapêutica tegumentar específica, tornando-as mais
previsíveis e essenciais para se delinar o prognóstico de cada caso. Apesar da
literatura ser rica em trabalhos dessa natureza, ainda pairam indefinições e
dúvidas sobre a relação entre as modificações tegumentares e o movimento
dento-esquelético no tratamento ortodôntico das diversas maloclusões o que
motivou nosso estudo no sentido de contribuir para o maior entendimento do
assunto.
24
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Histórico
Angle (1907) afirmava que o sucesso do tratamento ortodôntico não estaria
restrito ao correto posicionamento dos dentes em uma oclusão ideal. As metas de
tratamento deveriam conter o equilíbrio e a hamonia facial, associado à adequação
das funções da mastigação, fala e respiração. Para o autor, o significado de uma
boa estética facial estariam nos estudos de faces sem harmonia e faces
equilibradas.
Tweed (1944), ao preconizar extrações nos tratamentos ortodônticos para a
correção da posição do incisivo inferior, buscava a harmonia da estética facial.
Afirmava, porém, que o diagnóstico deveria ser complementado pela observação
clínica da face do paciente e não basear-se, exclusivamente, nos dados de seu
triângulo cefalométrico.
Brodie (1953) destacou a importância do reconhecimento dos fatores
musculares para o diagnóstico e planificação do tratamento. Ressaltou a
necessidade da coexistência equilibrada entre o desenvolvimento muscular, e o
crescimento e desenvolvimento esqulético para promover uma condição de
normalidade entre as bases ósseas.
Downs (1956) afirmou que, apesar das variações individuais na forma e tipo
facial, os indivíduos com ótima saúde oral e função balanceada possuem perfis
harmônicos.
25
Burstone (1958) afirmou que os tecidos moles que recobriam a região dos
dentes e maxilares variavam imensamente em sua espessura, altura e tônus
postural, o que poderia tornar inadequada a análise cefalométrica do padrão dento-
esquelético para a avaliação da desarmonia facial.
A mesma conclusão chegou Neger (1959) que comparou, por meio de
fotografias laterais da face, dois grupos de indivíduos, em um total de 70. O primeiro
foi composto de indivíduos com oclusão excelente e o segundo, com maloclusões
variadas. O autor observou que as alterações dentárias não eram acompanhadas
pelas modificações tegumentares. Concluiu que as variações decorrem da
composição adiposa, conjuntiva e muscular, que conferem forma e função ao
tegumento, tornando-o apenas parcialmente dependente das estruturas dento-
esqueléticas.
Hambleton (1964) já atribuía a importância devida a fatores como o estudo
do crescimento e desenvolvimento do perfil tegumentar, bem como da resposta do
mesmo ao tratamento ortodôntico. Afirmava que o tratamento ortodôntico poderia
alterar o perfil tegumentar de forma dramática e que essas mudanças teriam que
estar em harmonia com outras variáveis para se alcançar a harmonia facial.
2.2 Estudos morfológicos
Propondo uma análise cefalométrica para o estudo do perfil mole, Holdaway
(1956) criou a linha H, que deveria tocar a parte mais anterior do mento mole e
tangenciar a parte anterior do lábio superior. Considerou estético, um perfil cujo lábio
26
inferior se encontrasse ligeiramente por de trás dessa linha, passando pelo contorno
do S do nariz. O autor também introduziu o ângulo NB-Linha H que mediria a
protrusão do lábio superior em relação ao perfil esquelético.
Ricketts (1957) apresentou uma metodologia de planificação de tratamento,
dando destaque ao padrão facial e ao perfil tegumentar. Descreveu uma linha que
tangencia a porção mais anterior do nariz e do mento tegumentar e a denominou de
plano estético (linha E). Nos perfis agradáveis, os lábios superior e inferior
situaram-se à 4 mm e 2 mm para posterior da mesma, respectivamente. Segundo o
autor, nos casos onde há excesso de protrusão dentária, o lábio superior aparenta
menos espesso e estendido. Nesses casos, a retração dos dentes causaria o
aumento do espessamento labial, além daquele aumento decorrente do
crescimento. Segundo o autor, aumentos em espessura de 2 a 4 mm poderia ser
esperado em casos de grande protrusão, e aumentos de 1 a 2 mm em casos de
menor protrusão. O lábio inferior, por sua vez, não apresentaria muitas mudanças
em relação a sua espessura, pois a área sublabial mantém relacionamento íntimo
com as raízes dos incisivos inferiores.
Burstone (1959) analisou radiografias cefalométricas em norma lateral de
indivíduos jovens, com média de idade de 14,7 anos, com excelente harmonia facial,
e de indivíduo adultos com média de idade de 23,8 anos, tratados ortodonticamente
e avaliados no período pós-contenção. Aplicou uma metodologia específica para o
estudo das alterações ocorridas na espessura, comprimento e postura tegumentar,
nos planos vertical e horizontal comparando o pré e o pós-tratamento. Dentre seus
resultados, observou que as maloclusões exibiram uma variação considerável
quanto ao perfil tegumentar em relação ao padrão normal. Constatou ainda, que as
modificações no perfil tegumentar, ocorreram parcialmente pela postura, como
27
reflexo das mudanças no selamento labial e, em parte, como resultado do
crescimento. Encontrou dimorfismo sexual para as áreas inferiores ao nariz, onde o
sexo masculino apresentou espessura maior que o feminino. Concluiu, também, que
o contorno facial tendeu a ficar mais reto com o avanço da idade.
Subtelny (1959) realizou um estudo longitudinal, tendo como foco, o perfil
tegumentar. Utilizou-se de 30 indivíduos possuidores de perfis esqueléticos normais
com idades de 3 meses até os 18 anos. O autor observou que o perfil ósseo tornou-
se menos convexo com a idade, entretanto, o perfil mole, incluindo as estruturas
nasais, aumentaram em sua convexidade com o crescimento, denotando uma
correlação não linear entre os crescimentos ósseo e tegumentar. A região nasal que
corresponde ao tecido mole exibiu um incremento para frente e para baixo até os 18
anos de idade, o que aumentou a convexidade do perfil mole. O lábio superior sofreu
um aumento progressivo em seu comprimento até os 15 anos de idade,
decrescendo esse crescimento a partir dessa idade. O mento mole como o
esquelético assumiram uma posição mais anterior em relação ao crânio e tanto o
lábio superior como o inferior sofreram um aumento decorrente do crescimento no
sentido horizontal e vertical, associados com suas estruturas de suporte.
Merrifield (1966) realizou um estudo no qual recorreu a métodos peculiares
para medir a espessura do lábio superior, inferior e do mento. Definiu a linha do perfil
como sendo uma linha que tangencia o mento e a porção mais anterior do lábio mais
protruído. Ao estender essa linha até o plano horizontal de Frankfurt formou o ângulo
Z. A amostra foi oriunda de 120 casos com oclusões excelentes, não tratados e
tratados ortodonticamente, do arquivo de Tweed, bem como de casos tratados pelo
autor. Foi observado que a espessura total do mento deve ser igual ou ligeiramente
maior que a espessura labial superior. Segundo o autor, a posição dos lábios pode
28
ser julgada com precisão pela relação dos mesmos com a linha do perfil, devendo o
lábio superior estar tangente a essa linha e o inferior, tangente ou ligeiramente
posterior.
Burstone (1967) ao estudar uma amostra de pacientes adultos desdentados,
analisou a relação dos lábios sem o suporte dos dentes e do processo alveolar. Foi
constatada a ocorrência de protrusão labial, mesmo sem suporte dento-alveolar,
conseqüência do excesso de comprimento ou redundância labial superior, que,
segundo o autor, contribuiu para a projeção dos lábios. Concluiu ainda, que as
variações individuais de espessura labial seriam responsáveis pelo grau de resposta
do lábio superior ao movimento de retração anterior.
Com o intuito de organizar, esclarecer e classificar as condições labiais
Ricketts (1968) descreveu condições intrabucais e tegumentares de tipos variados,
além de associá-las a aspectos funcionais e estéticos. Segundo o autor, para um
balanço favorável, o lábio inferior deveria estar mais próximo do plano Estético que o
superior. A posição do lábio inferior no adulto seria de 4 mm (+ 3mm) posterior ao
plano Estético, enquanto que nos pacientes em idade puberal (12 a 14 anos) a
média encontrada foi de 2mm (+ 3mm), atrás do plano Estético. Descreveu a sua “lei
de relacionamento labial” onde preconiza que os lábios de uma pessoa leucoderma
deveriam idealmente estar posterior à linha que vai do nariz ao mento (Linha E), e
em relação à essa linha, o lábio superior deveria estar mais posterior que o lábio
inferior. Entre outras considerações salientou a importância de se analisar o paciente
em oclusão de máxima intecuspidação com os lábios mais próximos possíveis, para
poder avaliar a tensão e a condição imposta pelos dentes ao seu selamento natural
e à deglutição.
29
Fêo (1971) realizou um estudo cefalométrico de algumas relações entre a
estrutura dento-esquelética e o perfil tegumentar da face inferior. A partir de 82
crianças brasileiras, leucodermas, com média de idade de 13,5 anos, das quais 36
pertencentes ao sexo masculino e 43 ao sexo feminino, possuidoras de oclusão
normal. Os resultados obtidos nessa investigação levaram o autor a concluir que as
variações de inclinação do lábio superior não acompanharam as mudanças
verificadas nas posições dos incisivos superiores. As variações da relação ântero-
posterior entre as bases apicais, não demonstraram correspondência
estatisticamente apreciável ao serem correlacionadas com as variações da linha dos
limites labiais. Os indivíduos do sexo masculino apresentaram valores tegumentares
mais elevados, tanto na espessura quanto na altura, em qualquer região
considerada.
Mauchamp e Sassouni (1973) conduziram um estudo cefalométrico
radiográfico sobre os efeitos do crescimento nos perfis esquelético, tegumentar, a
relação entre ambos, e os efeitos no tipo facial, crescimento mandibular e aumento
de gordura. Utilizaram duas séries de amostras longitudinais de 51 crianças
caucasianas provenientes de dois centros de pesquisa distintos. Foram analisadas
grandezas que representavam a espessura tegumentar na região da glabela,
subnasal e pogônio, além dos ângulos de convexidade esquelética, tegumentar e a
diferença entre ambos. Os autores concluiram que entre os 7 e 18 anos de idade,
houve incremento nas regiões do pogônio (2mm), subnasal (4mm) e convexidade
esquelética (4
0
). A convexidade tegumentar não sofreu modificação durante o
crescimento. O dimorfismo sexual ocorreu em quase todas as medidas, exceto para
a região subnasal. A espessura tegumentar foi maior nos homens. Nas mulheres, o
perfil mole foi mais retilíneo e o surto de crescimento ocorreu mais cedo. A diferença
30
entre as convexidades aumentou na mesma proporção nos dois sexos, embora no
sexo feminino tenha ocorrido mais precocemente. Segundo os autores, as
mudanças ocorridas no tecidos moles seriam tão previsíveis quanto nos tecidos
duros quando se considerou um período maior que 4 anos.
Hillesund, Fjeld e Zachrisson (1978) realizaram um estudo com o propósito
de investigar os problemas relacionados com a reprodutibilidade de alguns pontos
cefalométricos tegumentares, espaço inter-labial e espessura labial nas posições de
lábios selados e lábios relaxados. A casuística constituiu-se de um grupo de 35
crianças com sobressaliência aumentada (maior que 8mm) e outro grupo de 32
crianças, com os incisivos bem posicionados, tanto horizontalmente como
verticalmente. Ambos os grupos de origem norueguesa, entre 10 e 14 anos de
idade. De todos os pacientes foram obtidos dois registros radiográficos, o primeiro
em oclusão cêntrica, com os lábios selados, em situação de leve contato e outro
com os lábios relaxados e, após 3 semanas, repetiram-se as tomadas. Após a
análise estatística dos resultados, os autores observaram que o grau de
reprodutibilidade não esteve associado ao selamento ou relaxamento labial, nas
tomadas radiográficas. A reprodutibilidade dos pontos de referência mostraram um
padrão de distribuição variado em extensão e direção para cada ponto. A maioria
dos pontos variaram aproximadamente 1,0 a 1,5 mm no plano horizontal entre o
primeiro e o segundo registro, reforçando a validade em se utilizar pontos
tegumentares para análise e diagnóstico clínico. Para propósitos de análise do perfil
tegumentar, as linhas S (Steiner) e E (Ricketts) foram mais reproduzíveis que a linha
H (Holdaway). A espessura dos lábios superior e inferior reduziu cerca de 2,5 mm no
grupo com sobressaliência excessiva e 1,0 a 1,5 mm no grupo com sobressaliência
anterior normal. Os autores concluiram que, independente do grau de
31
sobressaliência, as radiografias cefalométricas deveriam ser realizadas com o
paciente com os lábios relaxados e oclusão cêntrica, pois essas posições, sob ponto
de vista da confiabilidade e precisão, forneceram a mais correta reprodução da
posição e da morfologia labial.
Scheideman et al. (1980), por meio de análise morfométrica
computadorizada, analisaram uma variedade de grandezas cefalométricas,
esqueléticas, dentárias e tegumentares de uma população adulta com o objetivo de
validar as normas já estabelecidas para cada uma delas e verificar a diferença entre
os sexos. Utilizaram 24 indivíduos do sexo feminino e 32 do sexo masculino,
caucasianos, com mínimo de 20 anos de idade e possuidores de Classe I de Angle,
ANB entre 0 e 4
0
e proporção facial entre altura facial superior e inferior dentro de
15% da norma (1:1). Dentre os resultados obtidos, os autores observaram que, no
sexo masculino, as medidas subnasal-labrale inferior (Sn-Li) e o labrale inferior-
mento mole (Li-Me’) não confirmaram a proporção da norma (1:1), pois o primeiro
apresentou 45% e o segundo 55% da altura facial inferior total. Houve também
significativo dimorfismo sexual para essa proporção. O ângulo nasolabial esteve
entre 111,4
0
+ 11,7
0
e 111,9
0
+ 8,4
0
, para os sexos masculino e feminino,
respectivamente. Em relação à estética do terço inferior da face, foi observado que o
mento dos indivíduos do sexo feminino é tão proeminente quanto os do sexo
masculino e os lábios, principalmente os inferiores, estiveram mais proeminentes em
relação ao nariz e mento, nas mulheres. Para os autores, as proporções
esqueléticas se mantiveram dentro da variação da norma esperada, enquanto que
as tegumentares apresentaram valores diferentes.
Holdaway (1983) concluiu que o planejamento do tratamento não poderia ser
efetuado avaliando os tecidos duros isoladamente. De acordo com o autor, um perfil
32
equilibrado representaria importante fator de estabilidade do tratamento ortodôntico.
O autor buscou determinar valores normativos para o perfil tegumentar, utilizando-se
das seguintes grandezas cefalométricas:
- Para o ângulo facial tegumentar, que avalia a proeminência do mento mole
(linha S-N’. N’-Pg’), o autor considerou valores entre 90
0
e 92
0
representativos de
seu ideal estético com uma variação aceitável de 7
0
.
- A proeminência nasal que compreende a extremidade anterior do nariz até o
ponto mais posterior da curvatura do lábio superior projetado no plano horizontal. A
medida de 16mm foi a condizente com a face harmônica.
- A profundidade do sulco superior, mensurada em relação a uma linha
perpendicular ao plano de Frankfurt e tangente ao contorno do vermelhão do lábio
superior.
- Distância do subnasal à linha H com valor variando de 3 a 7 mm.
- Convexidade do perfil esquelético, medida do ponto A ao plano facial (N-
Pog). Segundo o autor, não se trataria de uma medida tegumentar, mas estaria
relacionada com a posição harmônica dos lábios.
- Espessura basal do lábio superior. Medido a partir de um ponto 3 mm abaixo
do ponto A. Na altura do ponto A a espessura labial seria de 14 a 16 mm.
- Medida do tônus labial. A espessura usual em nível do vermelhão seria de
13 a 14 mm. Quando essa espessura se apresenta maior que a espessura da base
do lábio superior indicaria redunância labial, falta de crescimento vertical da face
inferior e mordida profunda.
- Ângulo H, medido entre a linha H e a linha N’-Pog’, com média de 10
0
,
variando de 7
0
a 15
0
. Idealmente, a linha H aumenta com o aumento da convexidade
esquelética para a manutenção de perfis agradáveis.
33
- Distância do lábio inferior à linha H. Variações de 1mm para posterior e
2mm para anterior foram consideradas aceitáveis.
- Distância do sulco inferior (lábio-mentual) à linha H. Determina a quantidade
da inclinação axial dos incisivos inferiores.
- Espessura do mento tegumentar, com média de 10 a 12 mm
McNamara Jr. (1984) contribuiu para a popularização do ângulo nasolabial
elaborando, com auxílio de cefalometria, uma nova abordagem integrando o perfil
tegumentar. Segundo o autor, os casos de prognatismo maxilar ou protrusão
alveolar exibiriam um ângulo nasolabial agudo, enquanto que os casos de retrusão
maxilar, freqüentemente, teriam ângulo nasolabial obtuso. O ângulo nasolabial de
110
0
seria aquele presente em pacientes com o perfil mais harmônico. As diferenças
entre as análises cefalométricas e clínicas poderiam ser devido à deficiência de
espesssura labial. Nesses casos, o autor recomendava guiar-se pelo perfil
tegumentar.
As modificações dos lábios superiores e inferiores decorrentes do
crescimento foram estudadas por Mamandras (1984). A amostra do estudo foi
composta de radiografias cefalométricas de 28 crianças não tratadas, leucodermas,
tomadas nas idades de 10,12,14,16 e 18 anos de idade, provenientes do Centro de
Crescimento de Burlington. Utilizou, neste estudo, um método computadorizado de
análise morfológica comparativa. Segundo o autor, muitas mudanças normalmente
atribuídas ao tratamento ortodôntico seriam, de fato, resultantes das mudanças de
postura labial. Os resultados permitiram ao autor concluir que as maiores
modificações nas áreas labiais superiores e inferiores ocorreram entre os 12 e 14
anos, enquanto que, após os 16 anos, as modificações decorrentes do crescimento
não foram significativas.
34
Com o propósito de avaliar a precisão do uso de padrões cefalométricos,
como instrumento clínico para promover a harmonia facial de pacientes ortodônticos,
Park e Burstone (1986) estudaram uma amostra de 30 adolescentes tratados
ortodonticamente, exibindo os incisivos inferiores bem posicionados, segundo a linha
A-Po. Observaram uma grande variação na quantidade de protrusão labial desses
casos, onde os incisivos haviam alcançado a meta cefalométrica desejável. Com os
resultados obtidos, puderam concluir que qualquer padrão cefalométrico baseado
em grandezas dentoesqueléticas teriam um valor questionável na previsão do perfil
facial em relação à planificação do tratamento ortodôntico.
Mamandras (1988) publicou um estudo longitudinal sobre as modificações
sofridas pelos lábios superior e inferior durante o crescimento. A amostra utilizada
consistiu de 32 crianças não tratadas, com padrão oclusal e esquelético de Classe I.
Os traçados dos cefalogramas laterais foram obtidos da amostra longitudinal do
Centro de Crescimento de Burlington. Traçados cefalométricos foram realizados nas
idade de 8, 10, 12, 14, 16 e 18 anos. Os resultados desse estudo permitiram ao
autor concluir que o comprimento do lábio superior aumentou 21,43% nos homens e
12,11% nas mulheres, enquanto que o lábio inferior aumentou 38,56% e 18,65%,
respectivamente. O aumento na espessura labial nos homens foi de 45,33%,
enquanto que nas mulheres foi de 14,68%. Nos homens, o aumento da espessura
labial superior foi constante dos 8 aos 16 anos e, desde então, permaneceu estável.
No grupo feminino, esse aumento ocorreu dos 10 aos 14 anos de idade. Em função
do pouco crescimento em espessura dos lábios no sexo feminino, o autor
recomenda cautela nos planejamentos com extrações em pacientes jovens com
perfil reto ou côncavo.
35
Nanda et al. (1990) realizaram um estudo longitudinal buscando um melhor
entendimento do perfil facial. A amostra consistiu de 40 caucasianos, entre 7 e 18
anos de idade, sendo 17 do sexo masculino e 23 do sexo feminino, com oclusão de
Classe I e faces harmônicas. Nenhum dos indivíduos havia sofrido tratamento
ortodôntico e foram submetidos anualmente a tomadas radiográficas cefalométricas.
Durante o período estudado, observaram aumentos variados não só nas espessuras
tegumentar das regiões do nariz, lábio inferior, mento, como também no
comprimento dos lábios superior e inferior. As mulheres cresceram mais
percentualmente, quando comparadas à dimensão adulta dos 18 anos, com exceção
do ângulo de inclinação do mento ósseo, que cresceu mais nos homens. O maior
incremento em tamanho ocorreu na região do nariz. Nos homens, aos 18 anos, o
nariz ainda não havia atingido o seu crescimento final. Nos dois sexos, o
crescimento da região labial superior se concluiu até os 15 anos. O dimorfismo
sexual no crescimento labial em altura foi clinicamente significante. O ganho em
espessura na região do vermelhão do lábio superior foi quatro vezes maior no sexo
masculino que no sexo feminino.
2.3 Resposta tegumentar ao movimento dento-alveolar
Stoner e Lundquist (1956) realizaram um estudo cefalométrico radiográfico
em 57 pacientes com Classe I e Classe II divisão 1
a
, tratados ortodonticamente pela
técnica de Tweed. Os autores constataram que o movimento dos lábios nos sentidos
vertical e horizontal, estava ligado diretamente ao movimento dos incisivos, muito
36
embora, consideraram incertas as áreas do tecido tegumentar afetadas pela
modificação dento-alveolar. Observaram, ainda, que o comprimento dos lábios
superior e inferior aumentaram em média 2,0 mm e 0,3 mm respectivamente e a
retração dos mesmos foi em média de 2,2 mm para os casos de Classe I e 2,6 mm
para os casos de Classe II divisão 1
a
. Não encontraram correlação entre as
modificações dos lábios superiores e inferiores.
Ricketts (1960) estudou os efeitos do tratamento ortodôntico sobre o
crescimento e desenvolvimento facial em 1000 casos. O autor observou que
dependendo da tonicidade inicial do lábio, esse torna-se mais espesso com a
retração do incisivo superior, na proporção de 1 mm de aumento de espessura para
cada 3 mm de retração. O lábio inferior, entretanto, não sofreu aumento de
espessura, mas dobrou-se para posterior com a retração dos dentes anteriores. A
região do mento sofreu um aumento de espessura, que o autor atribuiu à diminuição
da atividade do músculo mentoniano e da tonicidade labial inferior.
King (1960) publicou um artigo científico onde analisou as alterações dento-
esqueléticas e tegumentares decorrentes do tratamento ortodôntico e do
crescimento por meio de radiografias cefalométricas. A amostra estudada consistiu
de 103 pacientes (50 do sexo masculino e 53 do sexo feminino), entre 8 e 15 anos
de idade, com maloclusão de Classe II divisão 1
a
. Para a realização das medidas, os
pares de traçados cefalométricos de cada paciente foram sobrepostos na linha SN,
com centro em N. O autor observou que a proeminência do lábio superior retraiu
0,25 mm a cada 1mm de retração dos incisivos superiores. Nos casos com lábios
finos foi observada uma relação mais próxima com o movimento de retração dos
incisivos enquanto que, nos casos com lábios grossos, a resposta labial foi mais
reduzida.
37
Bloom (1961) realizou um estudo com o objetivo de estabelecer correlações
entre o movimento ortodôntico dos incisivos e as modificações labiais. O estudo
utilizou-se de 120 radiografias cefalométricas de 60 pacientes, com média de 11
anos e 6 meses de idade, tomadas ao início e término do tratamento ortodôntico. O
autor observou correlação direta entre o movimento dos incisivos superiores e as
alterações no sulco labial superior, lábio superior e lábio inferior. O movimento dos
incisivos inferiores também se correlacionou com as mudanças no sulco labial
superior e lábio inferior.
Subtelny (1961) estudou as possíveis mudanças no perfil facial provocadas
pelo crescimento e pelo tratamento ortodôntico. Entre as observações realizadas, o
autor constatou a diminuição da convexidade do perfil esquelético ao longo do
tempo com concomitante crescimento na porção tegumentar da região nasal, o que
contribuiu para a tendência de aumento da convexidade do perfil tegumentar.
Atribuiu o aumento da espessura labial na região do ponto A ao crescimento do
nariz. Observou, também, que o crescimento dos lábios superior e inferior era
contínuo, nos dois sexos, até a idade de aproximadamente 18 anos. Verificou a
ocorrência de um espessamento do vemelhão do lábio superior, que pareceu ser
ligeiramente maior nos meninos que nas meninas. Concluiu que o crescimento
afetava mais as áreas do nariz, mento e dos lábios, e que as mudanças no perfil
mole dos pacientes, decorrentes do crescimento se situavam na região labial, mais
especificamente no vermelhão dos lábios, pela forte correlação com as estruturas
dento-alveolares modificadas pelo tratamento ortodôntico.
Visando estudar as modificações no perfil tegumentar em decorrência de
tratamento ortodôntico, Sain (1962) realizou um estudo em 19 pacientes com
maloclusão de Classe II divisão 1
a
, com idade média de 11 anos e 7 meses. Os
38
pacientes foram tratados com extrações de quatro premolares de acordo com a
técnica de Tweed. Dentre as conclusões, o autor observou que em 74% a
espessura do lábio superior aumentou na região do ponto A e borda do vermelhão
do lábio. A espessura do lábio inferior diminuiu em 74% dos casos, e não
apresentou mudanças na região do ponto B e do mento. Ambos os lábios
apresentaram aumento de comprimento, sendo maior no lábio inferior. O autor
concluiu que os aumentos em espessura dos lábios superior e inferior decorrentes
do movimento ortodôntico não são previsíveis.
O fato da maioria dos pacientes procurarem tratamento ortodôntico, por
questões estéticas, motivou Rudee (1964) a realizar um estudo onde procurou
analisar as mudanças no perfil tegumentar decorrentes do tratamento ortodôntico e
sua relação com as mudanças do tecido duro subjacente. A amostra do estudo foi
composta por radiografias cefalométricas em norma lateral de 85 pacientes, sendo
50 do sexo masculino e 35 do sexo feminino, com idades entre 6 anos e 11 meses e
22 anos e 6 meses. As radiografias foram executadas com um intervalo de 1 ano. A
sobreposição dos traçados cefalométricos foi feita sobre a linha SN com registro em
N. A partir dessa perspectiva, o autor observou que a média de retração do incisivo
superior foi de 5,8 + 3,3mm, enquanto que a do inferior foi de 2,7 +
2,3 mm. O ponto
tegumentar labrale superior retraiu em média 2,9 +
2,0 mm e o labrale inferior 3,3 +
1,9 mm. A proporção média entre a retração dos incisivos superiores e o lábio
superior foi de 2:1, com grande variação entre os casos estudados. O lábio inferior
acompanhou o movimento do incisivo inferior numa proporção de 1:1.
Os efeitos da retração dentária sobre o perfil tegumentar foram analisados
por Hershey (1972) que utilizou uma amostra de 36 pacientes do sexo feminino,
caucasianas, com idade acima dos 16 anos e média de 20,3 anos ao início do
39
tratamento ortodôntico. Segundo o autor, a faixa etária selecionada permitiu
evidenciar os efeitos diretos da retração dentária sobre o perfil tegumentar,
reduzindo os efeitos do crescimento ósseo e tegumentar. Do total, 20 pacientes
possuíam maloclusão Classe I, 15 Classe II e 1 Classe III de Angle. Os pacientes
foram tratados ortodonticamente com extrações de quatro premolares e retração dos
incisivos, à exceção de 4 casos, que foram tratados sem extrações. Foram tomadas
radiografias cefalométricas em norma lateral ao início e ao término do tratamento. À
partir de pontos tegumentares, ósseos e dentários foram realizadas medidas lineares
tomando como referência a linha N-Pog. Ao final, chegou-se às seguintes
conclusões:
1. enquanto que a porção anterior do vermelhão (labrale superior) e o
sulco do lábio superior mostraram forte correlação com o movimento do incisivo
superior, a posição espacial da porção anterior do vermelhão do lábio inferior
(labrale inferior) exibiu, aparentemente, menos dependência das estruturas de
suporte;
2. não foi possível quantificar a correlação observada entre a resposta
tegumentar e o movimento ortodôntico;
3. houve redução da proeminência do contorno labial adjacente ao sulco
com a retração dos incisivos superiores e inferiores;
4. quanto maior a magnitude da retração dos incisivos, mais fraca foi a
correlação entre o movimento dos incisivos e a resposta tecidual;
5. a correlação do movimento dentário com as alterações labiais foi
ligeiramente maior nos casos sem selamento labial, em relação aos casos com
lábios redundantes, denotando uma possível auto-sustentação labial, nestes casos;
40
6. não houve diferenças nas respostas do perfil facial referentes à
retração anterior entre os casos de Classe I e Classe II.
Em um estudo onde buscou analisar as mudanças do perfil tegumentar e
sua inter-relação com as modificações esqueléticas decorrentes do tratamento
ortodôntico, Anderson, Joondeph e Turpin (1973) estudaram as radiografias
cefalométricas, em norma lateral, de 70 pacientes de ambos os sexos, tratados
ortodonticamente, tomadas nas fases inicial, término e 10 anos após a contenção.
Os pacientes foram divididos em dois grupos distintos, um com sobressaliência
menor ou igual a 3 mm e o outro com sobressaliência maior ou igual a 4 mm. Os
traçados de cada paciente foram alinhados de modo a definir o plano facial (linha
Nasio-Pogônio) como eixo y e o ponto mais labial de contato entre os lábios
pertencente ao eixo x, a partir dos quais medidas angulares e lineares foram
efetuadas. Os autores chegaram às seguintes conclusões:
1. os tecidos moles do perfil tegumentar guardaram uma íntima relação
com as estruturas esqueléticas. A redução da protrusão dentofacial esteve
associada à retração dos incisivos superiores e inferiores;
2. o movimento lingual dos incisivos superiores correlacionou com a
redução da protrusão labial superior, nos casos de pequena sobressaliência, na
proporção de 1:1. Nos casos de maior sobressaliência foi encontrada baixa
correlação;
3. o movimento de retração do lábio inferior se correlacionou com o
movimento de retração dos incisivos inferiores, na proporção de 1:1, em relação ao
plano facial;
4. o movimento de retração do lábio inferior se correlacionou fortemente
com o movimento de retração dos incisivos superiores em relação ao plano facial;
41
5. o perfil tegumentar se tornou menos convexo com o crescimento
adicional do nariz e mento;
6. a espessura do lábio superior aumentou com a retração dos incisivos
superiores, sendo esse aumento de 1,0 mm para cada 1,5 mm de retração. Durante
e após o período de contenção, nos casos do sexo feminino, com pouca
sobressaliência, a espessura dos lábios superiores diminuiu, quase retornando à
condição original. Na grande maioria dos casos o aumento de espessura
permaneceu, mesmo após o período de contenção;
7. a espessura do lábio inferior não sofreu alterações significativas;
8. as regiões do perfil relacionadas com os pontos A, B e pogônio não se
modificaram com o tratamento. O pogônio, entretanto, tornou-se mais proeminente
em relação à linha NB durante e após o tratamento;
9. no sexo masculino, o crescimento mostrou-se maior nas regiões dos
tecidos moles do nariz, base do lábio superior e mento;
10. em relação ao perfil facial, a linha H de Holdaway mostrou-se mais
eficaz na análise dos tecidos moles.
Garner (1974) realizou um estudo em pacientes de sua clínica particular,
onde analisou as modificações estéticas tegumentares decorrentes do tratamento
ortodôntico com extrações. A amostra constituiu-se de radiografias cefalométricas do
início e do término de tratamento de 16 pacientes americanos, melanodermas, com
média de idade de 11 anos e 3 meses e possuidores de maloclusões de Classe I, II
e III. As medidas foram feitas tomando-se como referência a linha N-Pog até os
incisivos superiores e inferiores e os extremos tegumentares relacionados ao perfil
facial. Após a análise dos resultados, o autor chegou às seguintes conclusões:
42
1. os indivíduos estudados apresentaram mudanças na postura labial
como conseqüência do movimento dentário;
2 a extensão dessas mudanças nem sempre é previsível;
3 quanto maior a amostra analisada, menor a variação na predição das
mudanças;
4 a proporção observada entre a movimentação do incisivo e do lábio foi
de 1:1 para o inferior e 3,6:1 para o superior.
Wisth (1974) buscou avaliar a morfologia dos lábios, em pacientes
submetidos a tratamento ortodôntico com retração de incisivos, utilizando
radiografias cefalométricas em norma lateral. Utilizou uma amostra dividida em dois
grupos de 30 pacientes cada, com média de idade de 11 anos e 6 meses no início
do tratamento. O primeiro grupo era composto por pacientes que exibiam uma
sobressaliência pequena (3 a 4 mm), enquanto que no segundo apresentavam uma
sobressaliência exagerada (8 a 10 mm). Variáveis como sexo, idade, quantidade de
retração, morfologia e selamento labial foram constantes. Em suas conclusões,
destacou que:
1. não houve mudanças significativas na morfologia dos lábios superiores
nos dois grupos;
2. no grupo com grande sobressaliência, o lábio inferior apresentou um
grande aprofundamento do sulco mento-labial;
3. as modificações morfológicas foram de mesma intensidade para os dois
grupos;
4. no grupo com pouca sobressaliência, a resposta da posição do lábio
superior foi mais suscetível à retração dos incisivos, em uma proporção de 1:2;
43
5. no grupo com grande sobressaliência, o lábio superior respondeu numa
proporção de 1:3 e lábio o inferior respondeu igualmente e intensamente à retração
superior;
6. houve uma grande variação nos resultados do grupo com grande
sobressaliência, tornando impossível prever as alterações de perfil nesses
pacientes.
Jacobs (1978) estudou as possíveis mudanças verticais dos lábios
decorrentes da retração dos incisivos superiores em uma amostra de 20 pacientes,
portadores de maloclusão de Classe II, divisão 1
a
de Angle e faixa etária de 11 a 16
anos. Os pacientes foram tratados ortodonticamente, com extrações de quatro
primeiros premolares, com retração dos incisivos superiores, que variou de 4 a 10
mm. No plano vertical, houve desde 2 mm de intrusão a 4,5 mm de extrusão. A
redução do espaço interlabial ficou entre 0 a 6 mm. Um dos critérios utilizados para a
escolha da amostra foi a quantidade de alteração do plano mandibular em relação
ao plano SN, antes e depois do tratamento. Essa alteração não foi maior que 3
0
. Os
resultados mostraram que o fechamento do espaço interlabial ocorreu de forma
previsível, apenas quando foi correlacionado com os movimentos vertical e
horizontal dos incisivos superiores durante a retração. O espaço interlabial fechou
1,0 mm para cada 2,0 mm de retração dos incisivos superiores, nos casos onde não
se verificou intrusão ou extrusão. Nos casos com intrusão, o espaço interlabial
diminuiu mais por milímetro de retração e foi proporcional à quantidade de intrusão
ocorrida. Com a extrusão dos incisivos durante a retração, a redução do espaço
inter-labial ocorreu numa proporção de 1:2 em relação à quantidade de extrusão.
Waldman (1982) estudou as alterações do lábio superior ocorridas com a
retração dos incisivos superiores. Em seu trabalho, selecionou uma amostra de 41
44
pacientes portadores de Classe II divisão 1
a
, tratados ortodonticamente com
extrações de quatro primeiros premolares, com média de idade de 8 anos e 5
meses. Nos cefalogramas obtidos, utilizou como linha de referência, para as
medidas horizontais, a linha PM que passa pela intersecção do osso esfenóide com
o assoalho da fossa craniana anterior e tangencia o ponto mais inferior da fossa
pterigóidea. Após a análise dos resultados, destacou em suas conclusões, que:
1. os pacientes portadores de grandes inclinações do plano palatino
mudaram o ângulo nasolabial com a retração dos incisivos;
2. o ângulo nasolabial aumentou com a verticalização dos incisivos;
3. os movimentos horizontais da borda incisal dos incisivos apresentaram
um relacionamento imprevisível com a mudança do ângulo nasolabial;
4. a cada 3,8 mm de retração dos incisivos superiores, o lábio superior
retraiu 1 mm.
Com o intuito de analisar as mudanças quantitativas do ângulo nasolabial
decorrentes do tratamento ortodôntico e do crescimento, Lo e Hunter (1982)
realizaram um estudo cefalométrico radiográfico com dois grupos de amostra. O
primeiro constituiu-se de 50 pacientes (25 do sexo masculino e 25 do feminino),
com maloclusão de Classe II, divisão 1
a
, tratados ortodonticamente com extrações,
com mínimo de 3mm de retração dos incisivos superiores ao final do tratamento. A
idade desses pacientes variou de 9 a 16 anos, com média de idade de 12 anos e 3
meses para os meninos e 12 anos e 7 meses para as meninas. O segundo
correspondeu ao grupo controle, com 43 pacientes não tratados, (25 do sexo
masculino e 18 do feminino), e média de idades de 13 anos e 1 mês e 13 anos e 6
meses, respectivamente, provenientes do Centro de Crescimento de Burlington.
Todos eram possuidores de maloclusão de Classe II, divisão 1
a
com características
45
de sobressalência semelhantes ao grupo tratado. Todas as radiografias foram
tomadas com os lábios relaxados. Foi utilizada uma linha de referência vertical
passando pelo ponto sela, perpendicular ao plano de frankfort representando os
eixos x e y, respectivamente. Após a interpretação dos dados estatísticos, os autores
concluíram que:
1 o ângulo nasolabial não se alterou no grupo controle, nao tendo sofrido
alteração com o crescimento;
2 o aumento do ângulo nasolabial se correlacionou diretamente com a
quantidade de retração, na proporção de 1,63
0
:1mm;
3 o aumento da altura facial inferior se correlacionou fortemente com o
aumento do ângulo nasolabial na proporção de 1mm:2,2
0
;
4 a retração do incisivo superior se correlacionou diretamente com o
movimento do lábio superior (labrale superior), numa relação de 2,5:1, mas não se
correlacionou com o movimento do lábio inferior;
5 a retração dos incisivos superiores não se correlacionou com as
alterações, na espessura labial superior, mas se correlacionou com a redução na
espessura labial inferior na proporção de 1:0,34;
6 as alterações de perfil tegumentar apresentaram forte correlação com as
mudanças dento-esqueléticas;
7 não se encontrou dimorfismo sexual nas modificações do ângulo
nasolabial decorrentes das variações na retração do incisivo, altura facial inferior e
plano mandibular.
Oliver (1982) estudou a influência da espessura e do tônus do lábio superior
em sua resposta ao movimento ortodôntico dos incisivos superiores. O autor utilizou
uma amostra de radiografias cefalométricas, tomadas na fase pré-tratamento e
46
contenção, de 40 pacientes leucodermas com maloclusões de Classe II divisão 1
a
,
tratados ortodonticamente com a técnica do arco de canto. Do total da amostra, 20
eram do sexo feminino com média de idade de 12 anos e 1 mês e 20 eram do sexo
masculino com média de idade de 12 anos. As telerradiografias foram tomadas com
os lábios selados, em oclusão cêntrica. Após a análise estatística dos resultados, o
autor observou que em pacientes com lábios finos houve correlação entre as
mudanças ósseas e as tegumentares decorrentes do tratamento. Nos pacientes com
lábios espessos, não houve correlação entre as duas modificações. Pacientes com
maior tônus labial apresentaram forte correlação positiva entre as mudanças na
posição do incisivo e do vermelhão labial. Já nos pacientes com menor tônus labial,
essa correlação não foi verificada. No sexo masculino, tanto as respostas ósseas
quanto as tegumentares foram mais intensas. No sexo feminimo, a verticalização
dos incisivos superiores foi maior, o que explicou a redução no tônus labial. Essas
diferenças foram atribuídas a diferenças nos padrões de crescimento e
desenvolvimento entre os sexos, na faixa etária da amostra estudada.
Resende e Martins (1984) realizaram um estudo cefalométrico radiográfico no
qual analisaram modificações tegumentares decorrentes do tratamento ortodôntico.
A casuística constituiu-se de 30 pacientes com idades de entre 8 anos e 8 meses a
13 anos e 4 meses, ao início do tratamento. Todos os pacientes eram possuidores
de maloclusão de Classe II divisão 1
a
de Angle. Metade dos pacientes foram
tratados com extrações enquanto a outra metade foi tratada sem extrações. Ao final,
os autores observaram correlação entre o sulco labial superior e o ponto A e entre a
extremidade anterior do lábio superior e a borda incisal do incisivo superior.
Encontraram, ainda, correlação direta entre a retração dentária e o aumento da
47
espessura do lábio superior. Essa medida mostrou mudanças significativas entre o
início e o término do tratamento.
Em sua tese de mestrado, Abrão (1985) estudou as modificações faciais nas
fases inicial, término e pós-contenção de 64 pacientes brasileiros, leucodermas,
portradores de maloclusão de Classe I e Classe II, divisão. 1
a
de Angle, na faixa
etária de 12 a 17 anos, dentadura permanente, submetidos a tratamento ortodôntico
pela técnica do Arco de Canto, com extrações de primeiros premolares superiores e
inferiores. Em sua conclusão, o autor ressaltou que:
1. O tratamento ortodôntico poderia marcar favoravelmente ou
desfavoravelmente a estética facial;
2. o perfil facial dos tecidos moles sofreu maiores modificações em seu
terço médio;
3. as regiões da fronte e mento praticamente não se alteraram durante as
fases de tratamento consideradas;
4. o nariz apresentou um aumento significativo em seu comprimento ântero-
posterior, durante os períodos de observação, decorrente do crescimento facial;
5. os lábios superior e inferior movimentaram-se para trás decorrentes da
retração dos dentes anteriores, apesar do aumento em espessura observado;
6. Houve correlação evidente entre a movimentação dos tecidos moles e
dos tecidos duros subjacentes.
As mudanças no perfil tegumentar antes e após o tratamento ortodôntico foi o
tema do estudo realizado por Finnöy, Wisth e Böe (1987). Os autores analisaram 60
casos de maloclusão de Classe II divisão 1
a
de Angle, com sobressaliência de mais
de 4m, e tratados com a técnica do arco de canto. A amostra foi dividida em dois
grupos: um tratado com extrações de premolares e outro sem extrações. As
48
médias de idade dos dois grupos foram de 11,4 e 11,7 anos respectivamente, com
variação de 8 a 15 anos. Ao término do tratamento, o lábio inferior e o mento se
tornaram mais protruídos no grupo sem extrações. A área do vermelhão dos lábios
permaneceu inalterada nos dois grupos. Em ambos os grupos a profundidade do
nariz e a espessura da região basal do lábio superior aumentaram. O perfil
tegumentar, excluindo o nariz, tornou-se mais retilíneo, enquanto que a convexidade
do perfil aumentou quando o nariz foi incluído. O ângulo nasolabial aumentou nos
dois grupos. Em uma avaliação no período pós-retenção os autores verificaram
significativa recidiva na sobressaliência e na sobremordida. Essas mudanças não
implicaram em alterações nas posições labiais. Observou também, nesse período,
retrusão dos lábios em relação à linha E (Ricketts), devido ao contínuo crescimento
do nariz. No pós-tratamento, a comparação entre os dois grupos revelou morfologia
muito similar.
Com o objetivo de contribuir para aumentar a capacidade de predição das
mudanças tegumentares decorrentes da retração dos incisivos, Talass, Talass e
Baker (1987) procuraram quantificar as alterações do perfil mole e identificar e
quantificar os fatores mais significativos, responsáveis por essas mudanças. A
amostra consistiu de registros cefalométricos de dois grupos: 80 casos de pacientes
do sexo feminino, tratados ortodonticamente pela técnica de arco de canto, com
maloclusão de Classes II, divisão 1
a
e 53 indivíduos, também do sexo feminino, não
tratados. Esses grupos se dividiram em 5 subgrupos, de acordo com a faixa etária,
que variou de 10 anos e 8 meses a 27 anos e 3 meses. Os casos tratados foram
submetidos a uma retração mínima de 3 mm, sendo que em 70 pacientes foram
realizadas extrações variadas e 10 casos foram tratados sem extrações. Como plano
de referência, foi utilizado um sistema cartesiano, onde o ponto central correspondia
49
ao ponto Sela de onde partia o eixo x com uma inclinação de 7
0
com a linha SN e o
eixo y, perpendicular ao eixo x, também partindo do ponto Sela. A análise estatística
dos resultados levou os autores às seguintes conclusões:
1 em geral, as mudanças tegumentares decorrentes do crescimento, no
período de 36 meses, são mínimas (2 mm para as medidas lineares e 5
0
para as
medidas angulares);
2 as medidas que exibiram as diferenças mais significativas entre os grupos
foram: a retração do lábio superior (6,7mm), o aumento do ângulo nasolabial (10,5
0
)
e o aumento no comprimento do lábio inferior (3,4mm);
3 a retração do lábio inferior, a redução do espaço interlabial, o aumento da
espessura labial superior e inferior, o aumento da altura facial inferior tegumentar, e
o comprimento da distância mento mole e estômio inferior, sofreram modificações
não significativas;
4 o comprimento do lábio superior não sofreu aumento pelo crescimento, tão
pouco pelo tratamento;
5 em geral, as mudanças do lábio inferior em resposta ao movimento
ortodôntico foram mais previsíveis que as do lábio superior. O baixo grau de
predição na resposta do lábio superior, segundo os autores, pode estar relacionado
à complexidade anatômica e à dinâmca labial.
Drobocky e Smith (1989) examinaram os perfis tegumentares de 160
pacientes entre 10 e 30 anos de idade, provenientes de quatro origens diferentes:
pacientes tratados por Charles Tweed, do arquivo da Fundação Tweed; pacientes
tratados pelo grupo Kesling-Rocke com a técnica de Begg; pacientes provenientes
de duas clínicas ortodônticas distintas, tratados com aparelhos de arco de canto
pré-ajustados; e pacientes oriundos de uma das clínicas particulares, tratados em
50
fase preventiva com enucleação dos primeiros premolares. O estudo objetivou
quantificar, avaliar e comparar as mudanças tegumentares e os resultados estéticos
obtidos por técnicas ortodônticas diversas. As alterões médias encontradas
consistiram em um aumento de 5,2
0
no ângulo nasolabial, com grande variação
dessa grandeza. Cerca de 26% dos pacientes apresentaram diminuição do ângulo
nasolabial. O ângulo labiomentual apresentou mais variação que o nasolabial. Foi
encontrada uma média de 2% de redução dessa grandeza. Entretanto, 39,4%
tiveram diminuição e 60,6% tiveram aumento dessa medida. Os autores observaram
retração dos lábios superior e inferior de 3,4 mm e 3,6 mm, respectivamente, em
relação à linha estética e 2,2 a 2,7 mm em relação à linha Sn-Pog mole. Entre 5% e
25%, dependendo da grandeza analisada, apresentaram os lábios mais protruídos
após o tratamento. Na comparação entre os grupos, os pacientes de Tweed
apresentaram maior retração labial inferior. De 80% a 90% dos pacientes tiveram as
medidas faciais alteradas de modo a resultar em melhora ou manutenção satisfatória
do perfil durante o tratamento.
Visando estudar alterações na posição dos vermelhões dos lábios, em
relação à retração dos incisivos, Perkins e Staley (1993) realizaram um estudo
cefalométrico radiográfico utilizando uma amostra de 40 mulheres adultas,
leucodermas, sendo que 20 eram portadoras de Classe I e 20 de Classe II de Angle.
A média de idade no início do tratamento foi de 20,7 anos variando de 15,5 a 27,7
anos. Do total, 31 foram tratadas com extrações de quatro premolares pela técnica
de Arco de canto. As medidas foram realizadas a partir da linha N-Pog que serviu de
referência para as mensurações. Ao término do tratamento, uma redução
significativa da altura do vermelhão foi observada em ambos os lábios. No grupo
com maloclusão de Classe I a redução média foi de 0,75 mm para o lábio superior e
51
0,95 mm para o lábio inferior, já no grupo Classe II os valores médios foram 0,75 mm
e 0,60 mm, respectivamente. Os autores não encontraram correlação significativa
entre a retração anterior dos incisivos superiores e a redução da altura dos
vermelhões dos lábios superior e inferior. Observaram, entretanto, correlação entre
a retração dos incisivos inferiores e a redução da altura do vermelhão do lábio
inferior.
Bravo (1994) analisou as mudanças do perfil tegumentar decorrentes do
tratamento por meio de radiografias cefalométricas em norma lateral. Os 16 casos
desse estudo apresentavam maloclusão de Classe II, divisão 1
a
com vários graus de
apinhamento e protrusão dos incisivos. Os casos foram tratados ortodonticamente
com a técnica de arco de canto e com extrações dos premolares superiores e dos
primeiros ou segundos premolares inferiores. Todos os pacientes eram do sexo
feminino, caucasianas, na faixa etária entre 12 e 17 anos, com média de 13,5 anos
de idade. Os resultados obtidos permitiram ao autor realizar as seguintes
observações:
1 o lábio superior e inferior retraíram em média 3,4 mm e 3,8 mm em relação
à linha E de Ricketts. Os sulcos dos lábios superior e inferior retraíram em média 1,6
mm e 2,3 mm, respectivamente, em relação à linha E;
2 quase não se observou mudança no ângulo lábio-mentual, enquanto que o
ângulo nasolabial aumentou 3,7
0
após o tratamento, com grande variação entre os
indivíduos;
3 a média de protrusão dos lábios superior e inferior relativa à linha SnPog’
diminuiu em média 2,4 mm e 3,1 mm respectivamente;
4 a profundidade do sulco labial superior em relação à linha H (Holdaway)
reduziu em média 0,9 mm. Em relação à linha H, o lábio inferior retraiu, em média,
52
1,4 mm, a distância do sulco superior diminuiu 2,4mm, e a distância do sulco inferior
diminuiu 0,8 mm.
5 quando se comparou as mudanças obtidas com os valores estéticos
aceitáveis para as variáveis estudadas, foi observado que apenas 12% dos
pacientes apresentaram um perfil mais retilíneo, ao final do tratamento.
Diels et al. (1995) utilizaram radiografias cefalométricas para investigar as
mudanças nos perfis tegumentares de 60 jovens americanos de origem africana,
biprotrusos, tratados ortodonticamente com extrações de quatro premolares. A
média de idade da amostra foi de 13 anos e 2 meses para o sexo masculino e 13
anos e 7 meses para o sexo feminino e o tempo de tratamento, de 2 anos e 11
meses e 3 anos e 3 meses, respectivamente. Os resultados observados foram uma
combinação dos efeitos da retração dos incisivos e o crescimento. Assim sendo,
observaram um aumento do ângulo nasolabial, e a retração dos lábios superior em
relação à linha SnPog, em intensidades variadas na proporção média de 1 mm: 2,8
mm e 1 mm :3,2 mm em relação à retração dos incisivos superiores, para os sexos
masculino e feminino, respectivamente. Na sobreposição mandibular, o lábio inferior
retraiu na proporção de 1 mm para cada 1,2 mm de retração dos incisivos inferiores
e 1 mm para cada 1,6 mm, nos sexos masculino e feminino, respectivamente. No
sexo masculino, o lábio superior sofreu aumento de espessura e seu perfil moveu
para frente em relação à base do crânio, apesar da retração dos incisivos. O nariz e
o mento mostraram crescimento significativamente maior no sexo masculino que no
sexo feminino. Salientaram, ao final, a grande variação nas respostas tegumentares
obtidas.
Bishara, Cummins e Jakobsen (1995) compararam as alterações decorrentes
de tratamento com extrações de 4 premolares com as ocorridas em casos sem
53
extrações. Os 91 casos selecionados foram de maloclusão de Classe II, divisão 1
a
,
com médias de idades de 11 anos, sendo 44 tratados com extrações (21 do sexo
masculino e 23 do feminino) e 47 sem extrações (20 do sexo masculino e 27 do
feminino). Foram obtidas radiografias cefalométricas em norma lateral ao início, ao
término e após 2 anos do final do tratamento. Ao final, os autores teceram as
seguintes considerações:
1 após o tratamento, os lábios superiores e inferiores retraíram
significativamente mais no grupo com extrações;
2 os incisivos superiores e inferiores apresentaram-se mais retruídos e
verticalizados no grupo com extrações;
3 houve maior diminuição da convexidade do tecido esquelético e
tegumentar no grupo com extrações;
4 em geral, as diferenças entre os grupos mantiveram-se constantes durante
o período de contenção.
Em um outro estudo, Cummins, Bishara e Jakobsen (1995) compararam as
alterações do perfil tegumentar decorrentes do tratamento ortodôntico com extrações
e sem extrações. Utilizaram fotografias digitais de 91 pacientes (41 tratados com
extrações e 47 sem extrações) obtidas ao início e ao término do tratamento. Os
autores constataram significativamente maior retração dos lábios superior e inferior
no grupo com extrações. O comprimento do lábio superior sofreu aumento maior no
grupo sem extrações. A altura do vermelhão do lábio superior aumentou nos casos
sem extrações e diminuiu nos casos com extrações. A altura do vermelhão do lábio
inferior sofreu aumento apenas nos pacientes do sexo feminino. O ângulo nasolabial
tornou-se mais obtuso no grupo com extrações.
54
Caplan e Shivapuja (1997) realizaram, em adultos, um estudo cefalométrico
radiográfico dos efeitos das extrações no perfi mole, acreditando ser melhor para o
entendimento dos efeitos do tratamento sobre o perfil tegumentar. As medidas foram
feitas tomando-se como referência um sistema de coordenadas cartesianas, onde o
eixo x foi representado por uma linha a 7
0
da linha SN, passando por S. Uma linha
perpendicular ao eixo x passando pelo ponto Sela representou o eixo y. A amostra
utilizada foi de 28 mulheres melanodermas, americanas, com biprotrusão dentária,
tratadas com mecânica de arco de canto, extrações de quatro primeiros premolares,
e ancoragem máxima. A idade mínima dos pacientes foi de 15 anos e média de
idade de 22 anos e 6 meses. Após a análise dos resultados, observou-se correlação
entre a retração do incisivos inferiores e o lábio inferior, que obedeceu uma
proporção de 1,2:1. Já a retração dos incisivos superiores não se correlacionou com
a retração do lábio superior, tornando imprevisível estimar essa mudança
tegumentar. Segundo os autores, a retração dos incisivos promove a retração dos
lábios mas a ocorrência de grande variação na resposta tegumentar, sugere a
existência de outros fatores atuantes. Ao observar correlação entre o movimento dos
lábios superiores e dos inferiores, os autores sugeriram a existência de uma auto-
sustentação entre os lábios. Constatou-se também, correlação entre o lábio inferior e
a retração dos incisivos superiores e inferiores.
Guariza Filho (1997) realizou um estudo onde se propôs a estudar o
comportamento dos tecidos duros e moles dos terços médio e inferior da face de 21
pacientes portadores de maloclusões de Classe II, divisão 1 e 27 com maloclusões
de Classe I, que sofreram tratamento ortodôntico pela técnica de Arco de canto com
extrações de quatro premolares. A faixa etária dos pacientes foi de 12 a 17 anos.
Os resultados obtidos levaram o autor às seguintes conclusões:
55
1. os lábios superiores e inferiores sofreram aumento de espessura em
conseqüência do tratamento ortodôntico, independente das maloclusões estudadas;
2. Não houve equilvalência entre a retração do lábio superior em
decorrência da retração dos incisivos superiores, enquanto que para o lábio inferior,
houve proporção de 1:1 em relação aos incisivos inferiores;
3. na faixa etária estudada, o nariz apresentou crescimento significativo,
independente do tratamento ortodôntico realizado;
4. a espessura do tecido mole na região do ponto A, no lábio superior e
no lábio inferior apresentaram aumento significativo, enquanto que as regiões dos
pontos B e P não se modificaram com o tratamento ortodôntico;
5. o ângulo do perfil facial (H.NB) diminuiu em maior grau no grupo de
pacientes portadores de maloclusão de Classe II, divisão 1 durante o tratamento
ortodôntico, tornando o perfil menos convexo e, conseqüentemente, mais harmônico;
6. O ângulo nasolabial tornou-se mais aberto com a realização do
tratamento ortodôntico, resultado que esteve associado à retração dos incisivos
superiores;
7. O dimorfismo sexual nas modificações observadas não foi encontrado;
8. As médias absolutas da espessura dos tecidos moles do perfil facial no
sexo masculino foram maiores que no sexo feminino;
Kokodynski et al. (1997) estudaram os efeitos da retração dos incisivos
superiores sobre o lábio superior em uma amostra de 60 pacientes (30 do sexo
masculino e 30 do sexo feminino), com idades de 16 a 34 anos, média de 21 anos,
para os homens e 16 a 51 anos com média de 25 anos para as mulheres. Foram
obtidas radiografias cefalométricas em norma lateral, com pacientes em máxima
intercuspidação e selamento labial. As radiografias foram sobrepostas na linha S-N
56
para as comparações entre os traçados cefalométricos. As grandezas lineares foram
mensuradas ortogonalmente à partir de uma linha perpendicular por Sela, a uma
horizontal construída a 7 graus de S-N. A espessura do lábio superior foi medida a
partir do sulco labial até a superfície do perfil alveolar. A tensão labial foi obtida pela
diferença entre a espessura na altura do labrale superior e a espessura medida à
partir do sulco labial. No sexo masculino, os autores obtiveram média de retração
dos incisivos superiores de 3,27 mm, variando de 0,6 a 9,6 mm e para o lábio superior
de 2,04 mm, com variação de 0 a 6,8 mm (proporção de 1 mm: 0,62 mm). No gênero
feminino, a retração média do incisivo superior foi de 3,49 (variação de 1,0 a 7,9
mm) e a do lábio superior foi de 2,28 mm (variação de 0,2 a 5,5 mm). Foram
observadas correlações entre a retração dos incisivos e dos lábios superiores nas
seguintes situações:
- nos casos de pacientes do sexo masculino, com espessura labial fina
(r=0,86) e média (r=0,85), e no sexo feminino, para pacientes que apresentavam
espessura labial fina (r=0,60). As correlações se tornavam mais fracas na medida
em que os lábios eram mais espessos, contribuindo para que a retração labial
ficasse menos previsível.
- quando se acrescentou a variável que expressa a tensão labial, nos casos
com alta tensão (r=0,57, no sexo masculino), (r=0,77, no sexo feminino) ou tensão
mediana (r=0,68) para o sexo masculino, exclusivamente. A medida em que a
tensão labial diminuía, as correlações caminhavam para níveis não significantes.
- nos casos com lábios curtos (r=0,88) e lábios médios (r=0,84) do sexo
masculino, enquanto que no sexo feminino, só se verificou correlação significante
nos casos com lábios longos (r=0,68).
57
Bergman (1999) apresentou uma análise de tecidos moles, na qual destaca,
de forma quantitativa, as grandezas cefalométricas que representam desvios da
harmonia facial e aquelas que sofrem modificações decorrentes do tratamento. O
autor salientou a necessidade de se individualizar as metas das grandezas
cefalométricas faciais, as modificações decorrentes do crescimento e a postura labial
em relação à linha subnasal-pogônio mole. Enfatizou a importância de se obter a
telerradiografia cefalométrica em posição natural da cabeça, lábios relaxados e em
relação cêntrica. Afirmou ainda, que os tratamentos ortodônticos com extrações
dentárias podem aumentar o ângulo facial, aumentar o ângulo nasolabial, aumentar
o comprimento labial, aumentar o sulco labial superior, diminuir a protrusão labial,
diminuir a exposição do incisivo superior, diminuir o espaço interlabial, aumentar o
sulco lábio-mentual, aumentar a distância do ponto B tegumentar à linha subnasal-
pogônio mole e a exposição do mento.
Bowman e Johnston Jr. (2000) realizaram um estudo com o propósito de
investigar as mudanças na estética facial resultantes dos tratamentos com e sem
extrações e analisá-las em função da morfologia facial pré-tratamento. Um grupo de
78 leigos e outro de 42 dentistas analisaram aleatoriamente os perfis de 70 casos de
pacientes caucasianos, ao início e ao final do tratamento ortodôntico com e sem
extrações de premolares. Os pacientes possuíam maloclusão de Classe I ou Classe
II. Os autores concluíram que o efeito estético do tratamento no perfil facial provou
estar relacionado com o tipo de tratamento, a protrusão inicial e a qualidade do
observador. Em relação à linha estética de Ricketts, o efeito estético dos tratamentos
com extrações foi proporcional ao grau de protrusão labial inferior inicial. No
entanto, protrusões menores que 2-3 mm em relação à linha estética, nos casos
com extrações, tenderam a piorar o resultado estético. No pós-tratamento a amostra
58
de casos com extrações mostrou-se em média 1,8 mm menos protruída labialmente
que a amostra sem extração, entretanto essa diferença se mostrou benéfica para a
melhora na estética facial.
Os efeitos do tratamento ortodôntico com e sem extrações no perfil
tegumentar foi estudado por Kocadereli (2002). Sua amostra foi composta de 80
pacientes leucodermas, com maloclusão de Classe I, tratados ortodonticamente com
a técnica de arco de canto. Do total, 40 pacientes foram tratados sem extrações e o
restante tratados com extrações de quatro primeiros premolares. A média de idades,
ao início do tratamento, nos dois grupos foi de 12,82 + 2,37 e 12,31 + 2,19 e a média
do tempo de tratamento foi de 26,35 + 13,25 meses e 31,53 + 14,10 meses,
respectivamente. A decisão de extrair foi baseada na discrepância cefalométrica e
na necessidade de espaço para resolver a discrepância de modelo negativa, que no
grupo com extrações foi de 7,20 + 2,44 mm para o arco superior e 5,35 + 2,50 mm
para o arco inferior e no grupo sem extrações foi de 3,18 + 2,18 mm e 3,15 + 1,86
mm para os arcos superior e inferior respectivamente. Dentre os resultados obtidos,
o autor ressaltou que em geral, a estética facial foi melhorada no grupo com
extrações. Ocorreu significativa mudança na posição dos lábios, que se tonaram
menos protruídos em relação à linha estética de Ricketts, à Sn-Pog’ de Burstone, ao
final do tratamento nos dois grupos. No grupo sem extrações, essa retração na
postura labial ocorreu em menor intensidade, apesar de ter observado
vestibularização dos incisivos, enquanto que no grupo com extrações houve
retroinclinação dos mesmos. O ângulo nasolabial aumentou 4,8
0
no grupo com
extrações enquanto que e no grupo sem extrações não houve alteração significativa,
ficando semelhantes ambos os valores ao final do tratamento.
59
Vedovello et al. (2002) analisaram as configurações do posicionamento dos
lábios superior e inferior e do perfil tegumentar, numa amostra de pacientes Classe I
com mordida aberta onde o hábito de sucção de chupeta estivesse presente. Esses
pacientes sofreram tratamento com uso exclusivo de grade palatina removível, por
um período médio de 8 meses. Os resultados avaliaram duas grandezas estéticas
angulares e três lineares. Os autores concluíram que as alterações do perfil
tegumentar estudado através dos ângulos H.NB e Z, não foram estatisticamente
relevantes. O posicionamento do lábio superior e inferior, porém mostrou alterações
estatisticamente significativas, se aproximando dos valores considerados normais.
Com o intuito de se definir os melhores critérios para a realização de
tratamento ortodôntico com extrações de dentes com fins estéticos, Wholley e
Woods (2003) realizaram um estudo cefalométrico radiográfico numa amostra de 80
casos tratados com extrações de premolares pela técnica de arco de canto com
aparelho pré-ajustado. Nenhum recurso adicional de ancoragem foi utilizado a não
ser elásticos inter-maxilares. Os autores buscaram avaliar se extrações de primeiro
ou de segundo premolares, de fato, produziam modificações previsíveis no perfil
tegumentar, especificamente na curvatura externa do perfil dos lábios superior e
inferior. Ao final do estudo os autores observaram que, tanto as extrações de
primeiros, quanto as de segundos premolares têm influência similar nas mudanças
da curvatura dos lábios superior e inferior. Assim sendo, concluíram que fatores
esqueletais e dentários deveriam ser considerados prioritários quando se considera
a realização de tratamento com extrações de premolares com o objetivo de modificar
a profundidade da curvatura labial inicial. A espessura labial no nível do vermelhão
labial, no pré-tratamento, pareceu ser a característica com maior potencial de
influenciar as modificações na profundidade da curvatura labial.
60
Os efeitos comparativos dos tratamentos ortodônticos com e sem extrações
foram tema do estudo efetuado por Basciftci e Ursumez (2003). Utilizaram uma
ampla amostra de 87 pacientes Classe I e Classe II, tratados com e sem extrações
de premolares em ambos os arcos dentários. A média das idades foi de 14,27 + 2,76
anos. Ao início, os grupos Classe I com e sem extrações, não apresentavam
diferenças significativas entre os valores tanto esqueléticos como tegumentares. Ao
término do tratamento, os dois grupos Classe I também não apresentaram
alterações significativas, exceto no grupo tratado sem extrações onde os incisivos
estavam mais vestibularizados e protruídos. Já nos grupos Classe II, ao início, as
medidas SN-GoGn, incisivo superior a A-Po (
0
), incisivo inferior a A-Po (mm), Co-
Gn (mm), sobressaliência (mm) e sobremordida (mm) estavam significativamente
maiores no grupo com extração. Após o tratamento, essas diferenças foram
eliminadas, entretanto, o grupo sem extrações, também apresentou os incisivos
significativamente protruídos. Segundo os autores, os tratamentos com extrações
não promoveram um perfil mais aconcavado ou menos protruído. Sugeriram, ainda,
que investigações mais amplas devessem incluir, no pré-tratamento, dados como
extensão do apinhamento, e fatos relacionados com a ancoragem, espessura e
tônus tegumentar.
Paiva, Neto e Lopes (2004) analisaram a posição do lábio superior e dos
incisivos superiores em casos tratados ortodonticamente com extrações de 4
premolares. Nesse estudo, radiografias cefalométricas de 13 pacientes leucodermas,
brasileiros, com idades entre 9 e 16 anos, serviram de amostra. Os pacientes foram
tratados com a técnica do arco de canto. Ao final do tratamento, todos os pacientes
apresentaram alterações no lábo superior, vedamento labial passivo e equilíbrio
61
tegumentar no terço inferioe da face. Em suas conclusões, os autores observaram
que:
1 os incisivos superiores apresentaram diminuição estatisticamente significante
dos seus valores lineares (1 – NA), enquanto que na medida angular (1 . NA) a
redução não foi significante;
2 o lábio superior apresentou significante retração em relação a SnPerp – Ls,
ficando equilibrado em relação à face do paciente;
3 houve correlação direta entre 1 - NA e SnPerp – Ls e entre 1 . NA e SnPerp
– Ls, indicando que quanto maior a protrusão ou vestibularização do incisivos
superiores, maior a projeção anterior do lábio superior.
Corbett et al. (2005) conduziram um estudo com o propósito de investigar as
diferenças entre os perfis tegumentares de casos tratados com e sem extrações de
quatro premolares e finalizados na mesma posição incisal e labial, avaliados após 15
anos. A amostra do trabalho constituiu-se de registros cefalométricos e fotográficos
do pós-tratamento imediato, e de 15 anos de acompanhamento, de 40 casos com
maloclusões de Classe I e Classe II, tratados por um mesmo ortodontista, dos quais,
20 casos com extrações e 20 casos sem extrações. A idade média dos dois grupos
no pós-tratamento foi de 15 +
1,5 anos. As fotos dos perfis dos pacientes nos dois
momentos, foram avaliadas por 150 ortodontistas e 225 leigos, que indicaram suas
preferências e a quantidade de mudanças percebidas nos 40 perfis. Os pacientes
apresentavam posição incisal e perfil tegumentar similar no pós-tratamento imediato.
Nos resultados apresentados houve semelhança entre os dois grupos no pós 15
anos, denotando que as modificações no longo prazo pós-tratamento independem
do tipo de tratamento. Diferenças significantes entre os sexos foram encontradas
nos perfis no longo prazo. Os lábios, nos homens, tornaram-se mais retruídos e o
62
perfil mais retilíneo. Mudanças significativas nos perfis também foram percebidas,
mas não se encontrou relação entre as modificações cefalometricamente medidas e
aquelas percebidas pelos ortodontistas e leigos. Não se encontrou diferenças
significativas entre as mudanças percebidas pelos ortodontistas e pelos leigos,
quando avaliaram os casos com e sem extrações, e entre os sexos.
63
3 PROPOSIÇÃO
O objetivo deste estudo foi analisar:
3.1 As alterações quantitativas na espessura e comprimento dos lábios
superiores e inferiores decorrentes do tratamento.
3.2 As alterações posturais dos lábios superiores e inferiores entre o início e
o témino do tratamento.
3.3 As correlações entre o movimento dos incisivos e as alterações
tegumentares observadas.
64
4 CASUÍSTICA - MATERIAL E MÉTODOS
4.1
Casuística
Neste estudo foram utilizadas 52 radiografias cefalométricas em norma lateral
(26 ao início e 26 ao término do tratamento ortodôntico) que constituem parte dos
exames complementares requisitados rotineiramente e necessários para a
documentação e execução do tratamento ortodôntico. Este estudo foi submetido à
aprovação pelo Comitê de Ética da FOUSP (Anexo A). As radiografias
cefalométricas foram provenientes do acervo de documentações de casos tratados
do Centro de Oclusão Funcional Sapunar-Roth-Williams, em Santiago, Chile, onde
foi obtida a autorização para o uso neste estudo (Anexo B). Os casos selecionados
obedeceram aos seguintes critérios: pacientes leucodermas, sendo 18 do sexo
feminino e 8 do masculino, com dentadura permanente completa, biprotrusão dento-
alveolar e maloclusões de Classe I de Angle (1899). Todos as arcadas exibiam
discrepância de modelo superior e inferior nula ou positiva, isto é, não havia
apinhamentos que caracterizassem falta de espaço nos arcos dentários (Figura 4.1).
A idade mínima dos pacientes ao início do tratamento foi de 16 anos, com média de
19,56 + 5,71 anos. Os pacientes foram tratados ortodonticamente com extrações dos
primeiros premolares superiores e inferiores, tendo-se empregado a técnica do
aparelho de arco contínuo, preconizado por Roth (1997). Foram selecionados
somente pacientes que exigiram o controle máximo de ancoragem dos dentes
posteriores para obtenção de máxima retração dos dentes anteriores. Os casos, em
65
sua totalidade, obtiveram selamento labial e mantiveram a relação molar de Classe I de
Angle após o término do tratamento (Figura 4.2). Os tratamentos duraram em média 34
meses.
Figura 4.1 – Arcos dentários ao início do tratamento ortodôntico
Figura 4.2 – Arcos dentários ao final do tratamento ortodôntico
4.2 Material
4.2.1 Material radiográfico
66
O material radiográfico constituiu-se de 52 radiografias cefalométricas, em
norma lateral, obtidas ao início e ao término do tratamento ortodôntico de cada
paciente, antes da instalação e após a remoção da aparatologia fixa (Figura 4.3).
Figura 4.3 - Radiografias cefalométricas em norma lateral inicial e final
4.2.2 Material para o traçado cefalométrico
Foram utilizados os seguintes materiais na elaboração dos traçados
cefalométricos:
Negatoscópio;
Papel de acetato tipo ultraphan, com dimensões de 17,5 x 17,5 cm e 0,7
mm de espessura;
67
Lapiseira com grafite 0,5 mm, tipo P3, na cor preta;
Fita adesiva transparente tipo durex;
Régua milimetrada, jogo de esquadros e transferidor da marca Desetec;
Borracha branca macia;
Lupa com aumento de 2,5 vezes, da marca Peak.
4.3 Métodos
4.3.1 Obtenção das radiografias cefalométricas em norma lateral
Na obtenção da radiografias cefalométricas, foi empregado um aparelho de
raios X marca Planmeca-Admark, modelo PM2002CC, com cefalostato acoplado,
regulado em 85 kVp, 10 mA e tempo de exposição de 1,0 segundo (Figura 4.4).
Figura 4.4 – Aparelho de raios X Planmeca-Admark, PM2002CC
68
Os filmes radiográficos utilizados foram da Kodak, tamanho 18 x 24 cm,
montados em chassi porta-filme metálico Kodak providos de ecrans intensificadores
Kodak Lanex Regular.
Durante a exposição, os pacientes foram posicionados em pé, com o lado
direito voltado para a fonte de raios X. A cabeça, em posição natural, com os braços
lateralmente ao corpo. Os pés permaneceram ligeiramente afastados, equidistantes
de um ponto demarcado no assoalho, que corresponde ao centro do cefalostato. O
paciente foi orientado a relaxar e a executar inspiração e expiração profundas,
repetindo estes atos de forma mais suave. A partir desse momento, as olivas
auriculares do cefalostato foram introduzidas nos tragus cartilaginosus direito e
esquerdo e a cabeça foi imobilizada por meio de uma haste vertical apoiada na
região do násio mole. Os pacientes foram orientados a olhar para um espelho,
mirando-se diretamente nos próprios olhos.
O chassi porta-filme foi posicionado o mais próximo possível da cabeça do
paciente, de modo a reduzir os efeitos da ampliação de imagem. A ampliação foi
fornecida pelos aparelhos (1,09 vezes), ampliação esta, confirmada por uma régua
metálica milimetrada radiografada, presente em todas as tomadas radiográficas.
A distância da fonte de raios X ao plano sagital mediano dos pacientes foi de
1,44 m. As radiografias cefalométricas dos pacientes foram obtidas com os dentes
em oclusão habitual e lábios em repouso, conforme os critérios descritos por
Franklin (1952).
O processamento dos filmes radiográficos foi realizado por meio de
processadora automática de radiografias Fischer System 30 DX, com uso de líquidos
revelador e fixador – Kodak.
69
4.3.2 Tratamento ortodôntico
Para a técnica ortodôntica do arco contínuo preconizada por Roth (1997)
empregada para o tratamento da amostra, utilizou-se de braquetes com
prescrição GAC Ovation
R
de canal de encaixe 0.022” x 0.028”. Foram utilizados
fios ortodônticos de liga níquel-titânio, de secção redonda 0.014”, 0.018”, de
secção retangular 0.019” x 0.025”, 0.021’’ x 0.025”, fios de aço de secção
redonda 0.018” e de secção retangular, 0.019” x 0.025”, 0.021” x 0.025” e 0.0215
x 0.028” além de fios de aço espiral, de secção retangular 0.021” x 0.025”. Os
arcos ortodônticos utilizados foram do tipo pré-contorneados com formato
Accuform (GAC
R
).
Para o controle da ancoragem, todos os dentes, incluindo os segundos
molares, foram bandados. O tratamento ortodôntico desenvolveu-se em três
fases que se iniciaram após a montagem do aparelho ortodôntico. A primeira teve
como objetivo o alinhamento dos dentes. Nesta fase, foram feitas as extrações
dos primeiros premolares e posterior colocação do primeiro arco ortodôntico, de
liga níquel-titânio, e secção redonda 0.014”, com o intuito de minimizar a
vestibularização dos dentes anteriores. Esta fase encerrou-se com o final do
trabalho do arco de aço de secção redonda 0.018”, quando as rotações dentárias
foram corrigidas tendo-se obtido a concentração dos espaços das extrações entre
caninos e segundos premolares. Na segunda fase, objetivaram-se as correções
vertical, transversal e ântero-posterior assim como a redução dos espaços, por
meio da movimentação de grupos de dentes. Foram utilizados arcos de secção
retangular, de liga níquel-titânio ou de aço, 0.019” x 0.025” e 0.021” x 0.025”.
70
Nesta fase, concluiu-se o nivelamento dos dentes com as correções da
sobremordida e da protrusão dentária por meio da retração dos dentes anteriores.
Na redução dos espaços das extrações, utilizou-se arcos de aço, de secção
retangular 0.021” x 0.025”, com alças dupla chave na mesial e distal dos caninos, e
com redução da secção tranversal do fio, na região anterior para 0.019” x 0.023”.
Esta redução teve como objetivo a diminuição da ancoragem no segmento anterior.
As alças foram ativadas 1 mm cada uma, em intervalos de 6 semanas. Durante o
fechamento dos espaços, o aproveitamento de todos os dentes posteriores para o
tracionamento do segmento anterior, associado à redução do calibre do fio na região
anterior, caracterizaram a ancoragem máxima planejada no arco inferior. No arco
superior, acrescentou-se o uso da barra transpalatina nos primeiros e segundos
molares.
A terceira e última fase iniciou-se com o renivelamento e seguiu até a
colocação dos arcos de aço, de secção retangular 0.0215” x 0.028”, que
possibilitaram a expressão máxima da prescrição dos braquetes com conseqüente
sobrecorreção do posicionamento final dos dentes. A intercuspidação final, quando
necessária, foi realizada com arcos de aço espiral, secção retangular 0.021”x 0.025”,
associada ao uso de elásticos verticais, em forma de triângulo. Os casos, em sua
totalidade, mantiveram a relação molar de Classe I de Angle, sobremordida de no
mínimo 3,0 mm e sobressaliência de 2,0 mm após o término do tratamento.
4.3.3 Obtenção do cefalograma
71
Os cefalogramas foram desenhados manualmente, em ambiente escuro, com
as radiografias colocadas sobre um negatoscópio de mesa, previamente adaptado
com um papel de cartolina preta, dupla face, com recorte interno de dimensões
idênticas às das radiografias. Este procedimento permitiu que somente a radiografia
fosse iluminada, facilitando a identificação das estruturas anatômicas. Os traçados
foram executados utilizando-se lapiseira com grafite preto 0,5 mm, tipo P3 sobre
papel de acetato tipo ultraphan fixado sobre as radiografias por meio de fita adesiva
transparente.
4.3.3.1 traçado do desenho anatômico
Foram desenhados os contornos das estruturas anatômicas, de acordo com
Interlandi (1968), descritas a seguir (Figura 4.5)
Contorno da porção ântero-inferior do osso frontal e ossos próprios do
nariz;
Cortical do assoalho das fossas nasais;
Contorno do palato duro;
Contorno do perfil externo da cortical do osso alveolar da maxila;
Coroa e raiz dos incisivos centrais superiores mais vestibularizados;
Coroa e raiz dos incisivos centrais inferiores mais vestibularizados;
Contorno do perfil externo das corticais vestibular e lingual e da borda
inferior da sínfise mentual;
Borda inferior do corpo da mandíbula;
72
Contorno da sela turca do esfenóide, incluindo processos clinóides
posterior e anterior;
Contorno do perfil tegumentar compreendido entre o perfil da glabela e a
porção inferior do mento mole;
4.3.3.2 demarcação dos pontos cefalométricos e tegumentares
Foram demarcados os seguintes pontos cefalométricos (Figura 4.6):
Ponto A (subespinhal) – Ponto localizado na região mais posterior da
convexidade do perfil alveolar da maxila, entre os pontos infradentário e próstio.
Ponto N (násio) – Ponto mais anterior da sutura fronto-nasal.
Ponto S (sela) – Centro geométrico da sela turca.
Ponto B (supramentual) - Ponto mais posterior do contorno anterior da
sínfise mandibular, localizado entre os pontos infradentário e pogônio.
Ponto P (pogônio) - Ponto localizado no limite mais anterior do contorno
da sínfise mandibular.
Ponto C (cortical óssea vestibular) – Ponto determinado pela extensão
horizontal, paralela à linha A’ até a cortical vestibular do osso alveolar.
Ponto ENA (espinha nasal anterior) – limite anterior da junção das
aberturas nasais direita e esquerda.
Ponto ENP (espinha nasal posterior)– limite posterior da junção das
lâminas horizontais dos ossos palatinos.
73
Ponto ls – Ponto mais proeminente da superfície vestibular do incisivo
central superior, determinado pela linha, que tem início em A e tangencia essa
superfície.
Ponto IIs – Ponto mais inferior localizado na borda incisal do incisivo
central superior.
Ponto AIs – Ponto localizado no ápice radicular do incisivo central
superior.
Ponto Ii – Ponto mais proeminente da superfície vestibular do incisivo
central inferior, determinado pela linha que tem início em B e que tangencia essa
superfície.
Ponto IIi – Ponto mais superior localizado na borda incisal do incisivo
central inferior.
Ponto N (násio tegumentar) – Projeção, por meio da linha SN, do ponto
násio no perfil tegumentar.
Ponto Pn ( pronasal) – Ponto localizado no extremo anterior do nariz.
Ponto Sn (subnasal) – Ponto onde o lábio superior forma um ângulo
definido com a columela nasal. É o ponto mais profundo da curvatura suave
encontrada nesta região.
Ponto Ls (labrale superior) – Ponto mais anterior do lábio superior. É
determinado pela linha que tem início em N’ e tangencia a sua porção mais anterior.
Ponto A’ (sulco do lábio superior) – Ponto mais posterior do contorno
do lábio superior, localizado entre os pontos subnasal e labrale superior.
Ponto Sto (estômio) – Ponto onde os lábios se contactam. Nos casos
onde se observou ausência de selamento foram utilizados pontos correspondentes
74
para cada lábio, sendo o ponto mais inferior do lábio superior e o ponto mais
superior do lábio inferior.
Ponto Li (labrale inferior) – Ponto mais anterior do lábio inferior. É
determinado pela linha que tem início em N’ e tangencia a porção mais anterior do
lábio inferior.
Ponto P’ (pogônio tegumentar) – Ponto localizado no extremo anterior
do mento tegumentar. É determinado pela linha que tem início em N’ e tangencia a
sua porção mais anterior.
Ponto B’ (sulco do lábio inferior) – Ponto mais posterior do contorno do
lábio inferior, localizado entre os pontos Pogônio tegumentar e Labrale inferior.
4.3.3.3 traçados das linhas e planos cefalométricos
Os traçados das linhas e planos para as medidas de espessura e
comprimento tegumentares seguiram as estabelecidas por Burstone (1959).
Foram traçadas as seguintes linhas e planos cefalométricos:
Sela-Násio (SN) – Linha que passa pelos pontos S e N.
Palatina (LP) – Linha que passa pelos pontos ENP e ENA.
ENAperp - linha perpendicular a LP partindo de ENA, para inferior.
Subnasal – Subespinhal (Sn – A) – Linha paralela à LP, que tem início
na projeção vertical de Sn e termina em A.
75
Sulco do lábio superior – Cortical vestibular do incisivo central
superior ( A’- C ) – Linha paralela à linha LP que tem início na projeção vertical de
A’ e termina em C.
Labrale superior – Incisivo superior (Ls – Is) – Linha paralela à LP que
tem início na projeção vertical de Ls e termina em Is.
Labrale inferior – Incisivo inferior (Li – Ii) – Linha paralela à LP que tem
início na projeção vertical de Li e termina em Ii.
Sulco do lábio inferior – Supramental (B - B’) – linha paralela à LP que
tem início na projeção vertical de B e termina em B’.
Pogônio tegumentar – Pogônio (P’- P) – Linha paralela à linha LP que
tem início na projeção vertical de P’ e termina em P.
Sulco do lábio superior – Subespinhal (A’ – A) – Linha perpendicular
à LP que tem início na projeção horizontal de A’ e termina na projeção horizontal
de A.
Estômio – Incisal do incisivo superior (Sto - Ils) – Linha perpendicular
à LP que tem início na projeção horizontal de Sto e termina na projeção horizontal
de Ils.
Subnasal – Estômio (Sn- Sto) – Linha perpendicular à LP que tem início
na projeção horizontal de Sn e termina na projeção horizontal de Sto.
Sulco do lábio inferior – Supramental vertical (B’ – B vert) – Linha
perpendicular à LP que tem início na projeção horizontal de B’ e termina na projeção
horizontal de B vert.
Sulco do lábio inferior – Estômio (B’ – Sto) – Linha perpendicular à LP
que tem início na projeção horizontal de B’ e termina na projeção horizontal de Sto.
76
H (HOLDAWAY, 1956) – Linha que tangencia o extremo anterior do mento
tegumentar e do lábio superior.
E (RICKETTS, 1957) – Linha que tangencia o extremo anterior do mento
tegumentar e do nariz.
Násio tegumentar Pronasal (N’- Pn) – Linha que tem início em N’ e
termina em Pn.
Pronasal – Pogônio tegumentar ( Pn – P’) – Linha que tem início em Pn
e termina em P’.
Násio tegumentar – Subnasal ( N’ – Sn) – Linha que tem início em N’ e
termina em Sn.
Subnasal - Pogônio tegumentar ( Sn – P’) – Linha que tem início em Sn
e termina em P’.
Pronasal – Pogônio tegumentar ( Pn – P’) – Linha que tem início em Pn
e termina em P’.
Násio – Subespinhal (N – A) – Linha que tem início em N e termina em
A.
Subnasal – Linha que tem início em Sn e tangencia a porção inferior da
columela nasal.
Labial superior – Linha que tem início em Sn e passa pelo ponto Ls.
Labial inferior – Linha que tem início em B’ e tangencia a porção inferior
do vermelhão do lábio inferior.
Linha mentoniana – Linha que tem início em B’ e passa pelo ponto P’.
77
4.3.3.4 obtenção das grandezas cefalométricas
4.3.3.4.1 grandezas cefalométricas lineares
a) Espessura tegumentar (Figura 4.7)
Sn – A: Dimensão da linha Sn-A. Corresponde à região basal do lábio
superior.
A’ – C: Dimensão da linha A’ - C. Corresponde à região intermediária do
lábio superior.
Ls – Is: Dimensão da linha Ls – Is. Corresponde à região do vermelhão,
do lábio superior.
Li – Ii: Dimensão da linha Li – Ii. Corresponde à região do vermelhão, do
lábio inferior.
B’ – B: Dimensão da linha B’ - B. Corresponde à região basal do lábio
inferior.
P’ - P: Dimensão da linha P’ – P. Corresponde à região da projeção
anterior do mento mole.
b) Comprimento tegumentar (Figura 4.7)
A’ – A: Dimensão da linha A’- A. Corresponde ao comprimento parcial do
78
lábio superior.
Sto – IIs: Dimensão da linha Sto- Ils. Corresponde à exposição do incisivo
superior.
Sn – Sto: Dimensão da linha Sn- Sto. Corresponde ao comprimento total
do lábio superior.
B’ – B vert: Dimensão da linha B’- B vert. Corresponde ao comprimento
parcial do lábio inferior.
B’ – Sto: Dimensão da linha B’- Sto. Corresponde ao comprimento total do
lábio inferior.
c) Postura tegumentar
Ls – Linha E: Distância medida de modo perpendicular à linha E, do
ponto Ls até esta linha. Valores negativos determinam o posicionamento posterior
do ponto Ls em relação à linha E (Figura 4.8).
Li – Linha E: Distância medida de modo perpendicular à linha E, do ponto
Li até esta linha. Valores negativos determinam o posicionamento posterior do ponto
Li em relação à linha E (Figura 4.8).
Li – Linha H: Distância medida de modo perpendicular à linha H, do ponto
Li até esta linha. Valores negativos determinam o posicionamento posterior do ponto
Li (Figura 4.9).
Pn – Linha H: Distância medida de modo perpendicular à linha H, do
ponto Pn até esta linha. Valores negativos determinam o posicionamento posterior
79
do ponto Pn em relação à linha H (Figura 4.9).
A’ – ENAperp: Distância medida de modo perpendicular de ENAperp ao
ponto A’ (Figura 4.10).
Ls – ENAperp: Distância medida de modo perpendicular de ENAperp ao
ponto Ls (Figura 4.10).
Li – ENAperp: Distância medida de modo perpendicular de ENAperp ao
ponto Li (Figura 4.10).
B’ – ENAperp: Distância medida de modo perpendicular de ENAperp ao
ponto B (Figura 4.10) .
P’ – ENAperp: Distância medida de modo perpendicular de ENAperp ao
ponto P’ (Figura 4.10).
d) Medidas dento-esqueléticas (Figura 4.11)
1 A – ENAperp: Distância medida de modo perpendicular de ENAperp ao
ponto A.
2 AIs – ENAperp: Distância medida de modo perpendicular de ENAperp
ao ponto AIs.
3 Is – ENAperp: Distância medida de modo perpendicular de ENAperp ao
ponto Is.
4 IIs – ENAperp: Distância medida de modo perpendicular de ENAperp ao
ponto IIs.
5 IIi – ENAperp: Distância medida de modo perpendicular de ENAperp ao
80
ponto IIi.
6 Ii – ENAperp: Distância medida de modo perpendicular de ENAperp ao
ponto Ii.
7 B – ENAperp: Distância medida de modo perpendicular de ENAperp ao
ponto B.
8 P – ENAperp: Distância medida de modo perpendicular de ENAperp ao
ponto P.
4.3.3.4.2 grandezas cefalométricas angulares
Ângulo naso-labial (ANL) – Ângulo formado pela intersecção das linhas
subnasal e labial superior (Figura 4.12).
Ângulo mento-labial (AML) – Ângulo formado pela intersecção das
linhas labial inferior e mentoniana (Figura 4.12).
Násio – Subespinhal – Pogônio (N – A - P): Ângulo posterior formado
pela intersecção das linhas N-A e A-P. Corresponde ao ângulo de convexidade
esquelética (Figura 4.13).
Násio tegumentar SubanasalPogônio tegumentar (N’- Sn - P’):
Ângulo posterior formado pela intersecção das linhas N’- Sn e Sn – P’ (Figura
4.13,).
Násio tegumentar PronasalPogônio tegumentar (N’- Pn - P’):
Ângulo posterior formado pela intersecção das linhas N’- Pn e Pn – P’ (Figura
4.14) .
81
N’- P’- Ls (Ângulo H): Ângulo agudo formado pela intersecção das linhas
N’- P’e linha H (Figura 4.14).
4.3.4 Método de mensuração
As grandezas cefalométricas angulares e lineares foram medidas nas fases:
início e término do tratamento ortodôntico. As medidas angulares foram feitas em
graus (
0
) e obtidas utilizando-se um transferidor, e as lineares, em milímetro (mm)
por meio de régua milimetrada, com precisão de até 0,5 mm. Foram feitas
aproximações de 0,5
0
e 0,25 mm.
Os valores lineares medidos foram reduzidos do excedente resultante da
ampliação, com o objetivo de se corrigirem as variações de distorção das imagens
radiográficas.
4.3.4.1 erro do método
As medidas foram realizadas por um único operador e o erro intra-
examinador foi calculado, efetuando-se duas mensurações de dois traçados
cefalométricos realizados em intervalo de 4 semanas, de cinco variáveis
empregadas no estudo, de todos os pacientes pertencentes à amostra. Para o
cálculo do erro do método, foram realizadas as correlações intraclasses (FLEISS,
1986) para avaliar a concordância entre as aferições e o erro casual pela fórmula de
Dahlberg (1940): T
2
=d
2
/2(n-1). A amplitude média do erro do método não excedeu
2
0
e 0,25 mm para cada variável estudada (Apêndice A).
4.3.5 Método estatístico
82
A avaliação dos dados obtidos foi efetuada a partir da determinação das
medidas de tendência central e de dispersão, bem como pela aplicação do teste
estatístico “t” de Student para comparação entre os dados pareados (BUSSAB;
MORETTIN, 1987). Neste teste, as diferenças entre os dados iniciais e finais foram
consideradas significantes quando os valores de p foram inferiores a 0,05 (nível de
significância de 5%), representados pelo asterisco colocado à direita do número (*).
Foram calculadas e testadas as correlações de Pearson através de matrizes
de correlações entre as variações das grandezas de interesse e foram mensuradas
as relações entre as variações relevantes com uso de regressão linear (NETER et
al., 1996). Os dados obtidos foram ilustrados com uso de gráficos de dispersão entre
as variações das medidas que se mostraram relevantes (BUSSAB; MORETTIN,
1987). Foi considerado correlação significante aquela com valores de p inferiores a
0,05 e com valores de r superiores a 0,40.
83
Figura 4.5 – Traçado anatômico
84
S
S
.
.
.
.
.
.
.
.
.
A
N
B
P
C
ENA
ENP
Ii
N’
Pn
Sn
A’
Sto
Li
B’
P’
IIi
AIs
.
.
.
.
.
.
.
.
.
IIs
Ls
.
Is
.
.
.
Figura 4.6 – Pontos cefalométricos e tegumentares
85
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
1
2
3
4
5
6
7
8
9
11
10
Figura 4.7 – Grandezas cefalométricas lineares: 1) Sn – A; 2) A’- C; 3) Ls- Is; 4) Li – Ii; 5) B- B; 6) P’- P;
7) A’- A ; 8) Sto – IIs; 9) Sn – Sto; 10) B”- Bvert; 11) B’- Sto
86
Figura 4.8 – Grandezas cefalométricas lineares: 12) Ls - Linha E e 13) Li – Linha E
12
13
Linha E
87
Figura 4.9 – Grandezas cefalométricas lineares: 14) Li - Linha H e 15) Pn - Linha H
14
15
Linha H
88
16
17
18
19
20
ENAperp
Figura 4.10 – Grandezas cefalométricas lineares: 16) A’- ENAperp; 17) Ls – ENAperp; 18) Li –
ENAperp; 19) B’- ENAperp; 20) P’- ENAperp
89
21
22
23
25
24
26
27
28
Figura 4.11 – Grandezas cefalométricas lineares: 21) A – ENAperp; 22) AIs – ENAperp; 23) Is –
ENAperp; 24) IIs – ENAperp; 25) IIi – ENAperp; 26) Ii – ENAperp; 27) B’- ENAperp;
28) P’- ENAperp
90
.
29
30
Figura 4.12 – Grandezas angulares: 29) ANL; 30) AML
91
32
31
Figura 4.13 – Grandezas angulares: 31) NAP; 32) N’-Sn - P’
92
.
33
34
Figura 4.14 – Grandezas angulares: 33) N’- Pn – P’; 34) ângulo H
93
5 RESULTADOS
Nas Tabelas 5.1 a 5.34 encontram-se os valores das médias aritméticas,
variações e desvios-padrão das medidas tegumentares e dento-alveolares obtidas
no início e no término do tratamento ortodôntico. Para a verificação das diferenças
entre as médias dos dois grupos estudados, foi aplicado o Teste “t” de Student para
amostra pareadas.
Adotou-se o nível de significância 0,05. Níveis descritivos (p) inferiores a esse
valor foram considerados significantes e foram representados numericamente em
negrito.
Nas Tabelas 5.35 a 5.44, encontram-se os valores das médias aritméticas das
diferenças das variáveis tegumentares e dento-alveolares e o coeficiente de
correlação de Pearson (r) entre as grandezas analisadas, que apresentaram
correlação com significância avaliada segundo o teste “t” de Student. Os gráficos 5.1
a 5.10, representam as ilustrações das análises das correlações efetuadas.
Nos Apêndices C, D, E, F, G, H, I, J encontram-se todas as análises de
correlação efetuadas.
Na Tabela 5.46 encontra-se o resultado das regressões lineares entre as
medidas que apresentaram correlações estatisticamente significantes.
94
Tabela 5.1 – Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias
aritméticas dos valores da medida Sn-A ao início e ao término do tratamento
ortodôntico (n = 26)
Sn-A
inicial
Sn-A
final
Sn-A
dif
t
p
Média 17,11 17,90
0,80
DP 1,95 2,09
-2,97 0,007*
Sn-A: Espessura basal do lábio superior
Tabela 5.2 Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias
aritméticas dos valores da medida A’-C ao início e ao término do tratamento ortodôntico
(n = 26)
A’-C
inicial
A’-C
final
A’-C
dif
t p
Média 14,32 14,39 0,08
DP 1,73 1,73
-0,41 0,682
A’-C : Espessura intermediária do lábio superior
Tabela 5.3 Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias aritméticas
dos valores da medida Ls-Is ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26)
Ls-Is
inicial
Ls-Is
final
Ls-Is
dif
t p
Média 67,92 65,78 1,17
DP 5,90 5,34
-5,01 <0,001*
Ls-Is: Espessura do vermelhão do lábio superior
Tabela 5.4 Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias aritméticas
dos valores da medida Li-Ii ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26)
Li-Ii
inicial
Li-Ii
final
Li-Ii
dif
t p
Média 15,17 15,90 0,73
DP 1,87 2,04
-2,30 0,030*
Li-Ii : Espessura do vermelhão do lábio superior
95
o
Tabela 5.5 Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias
aritméticas da medida B’-B ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26)
B’-B
inicial
B’-B
final
B’-B
dif
t p
Média 12,54 12,16 -0,38
DP 2,27 1,59
1,15 0,263
B`-B: Espessura da região basal do lábio inferior
f
f
Tabela 5.6 – Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias aritméticas
da medida P’-P ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).
P’-P
inicial
P’- P
final
P’- P
dif
t p
Média 12,54 12,40 -0,14
DP 1,91 1,81
0,65 0,523
PP: Espessura da projeção anterior do mento mole
Tabela 5.7 – Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias
aritméticas dos valores da medida A’-A ao início e ao término do tratamento ortodôntico
(n = 26).
A’-A
inicial
A’-A
final
A’-A
dif
t p
Média 5,41 5,66 0,25
DP 2,53 2,29
-0,52 0,609
A’- A : Comprimento parcial do lábio superior
o
Tabela 5.8 – Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias aritméticas da
medida Sto-IIs ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).
Sto-IIs
inicial
Sto-IIs
final
Sto-IIs
dif
t p
Média 3,26 3,41 0,15
DP 1,87 1,73
-0,66 0,517
Sto - IIs: Exposição do incisivo superior
96
Tabela 5.9 – Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias aritméticas
da medida Sn-Sto ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).
Sn-Sto
inicial
Sn-Sto
final
Sn-Sto
dif
t p
Média 23,55 24,18 0,63
DP 2,26 2,27
-2,79 0,010*
Sn - Sto: Comprimento total do lábio superior
Tabela 5.10 – Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias
aritméticas da medida B’-Bvert ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n =
26).
B’-Bvert
inicial
B’-Bvert
final
B’-Bvert
dif
t p
Média 0,96 0,35 -0,62
DP 2,65 2,73
1,39 0,177
B’- Bvert: Comprimento parcial do lábio inferior
Tabela 5.11 – Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias
aritméticas dos valores da medida B’-Sto ao início e ao término do tratamento
ortodôntico (n = 26).
B’-Sto
inicial
B’-Sto
final
B’-Sto
dif
t p
Média 17,48 17,92 0,44
DP 2,42 2,46
-1,48 0,151
B’- Sto : Comprimento total do lábio inferior
o
Tabela 5.12 – Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias aritméticas da
medida Ls – linha E ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).
Ls-Linha E
inicial
Ls-Linha E
final
Ls-Linha E
dif
t p
Média -1,44 -3,37 -1,92
DP 2,72 2,40
8,44 <0,001*
Ls – Linha E: distância da borda anterior do vermelhão do lábio superior à linha E
97
Tabela 5.13 – Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias aritméticas da
medida Li – linha E ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).
Li-Linha E
inicial
Li-Linha E
final
Li-Linha E
dif
t p
Média 1,79 -1,10 -2,88
DP 3,31 2,70
11,01 <0,001*
Li – Linha E: distância da borda anterior do vermelhão do lábio inferior à linha E
Tabela 5.14 – Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias aritméticas da
medida Li – linha H ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).
Li-Linha H
inicial
Li-Linha H
final
Li-Linha H
dif
t p
Média 2,63 0,98 -1,64
DP 1,93 1,77
6,97 <0,001*
Li – Linha H: distância da borda anterior do vermelo do lábio inferior à linha H
Tabela 5.15 – Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias aritméticas da
medida Pn – linha H ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).
Pn-Linha H
inicial
Pn-Linha H
final
Pn-Linha H
dif
t p
Média 2,38 5,72 3,34
DP 4,73 4,44
-8,27 <0,001*
Pn – Linha H: distância do extremo anterior do nariz à linha H
Tabela 5.16 Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias aritméticas da
medida ANL ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).
ANL
inicial
ANL
final
ANL
dif
t p
Média 102,12 108,33 6,21
DP 10,98 10,32
-5,54 <0,001*
ANL: ângulo nasolabial
98
Tabela 5.17 – Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias aritméticas da
medida AML ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).
AML
inicial
AML
final
AML
dif
t p
Média 122,67 121,22 -1,45
DP 20,14 17,87
0,57 0,575
AML: ângulo mentolabial
Tabela 5.18 – Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias aritméticas
da medida A’-ENAperp ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).
A’-ENAperp
inicial
A’-ENAperp
final
A’-ENAperp
dif
t p
Média 10,52 9,79 -0,73
DP 2,36 2,44
3,29 0,003*
A’ - ENAperp: Distância do sulco do lábio inferior à linha ENAperp
Tabela 5.19 – Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias
aritméticas da medida Ls-ENAperp ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n =
26).
Ls-ENAperp
inicial
Ls-ENAperp
final
Ls-ENAperp
dif
t p
Média 14,65 13,75 -0,90
DP 2,51 2,71
3,30 0,003*
Ls - ENAperp: Distância da borda do vemelhão do lábio superior à linha ENAperp
Tabela 5.20 – Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias
aritméticas da medida Li-ENAperp ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n =
26).
Li-ENAperp
inicial
Li-ENAperp
final
Li-ENAperp
dif
t p
Média 12,55 10,91 -1,63
DP 3,17 3,68
3,77 0,001*
Li - ENAperp: Distância da borda do vemelhão do lábio inferior à linha ENAperp
99
Tabela 5.21 – Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias
aritméticas da medida B’-ENAperp ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n
= 26).
B’-ENAperp
inicial
B’-ENAperp
final
B’-ENAperp
dif
t p
Média 2,69 2,20 -0,49
DP 3,82 3,78
1,49 0,148
B’ - ENAperp: Distância do sulco do lábio inferior à linha ENAperp
Tabela 5.22 – Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias aritméticas
da medida P’-ENAperp ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).
P’-ENAperp
inicial
P’-ENAperp
final
P’-ENAperp
dif
t p
Média 3,04 3,85 0,81
DP 5,39 5,34
-1,36 0,186
P’ - ENAperp: Distância do pogônio tegumentar à linha ENAperp
Tabela 5.23 – Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias aritméticas
da medida A-ENAperp ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).
A-ENAperp
inicial
ENAperp
final
A-ENAperp
dif
t p
Média -5,16 -5,54 -0,38
DP 2,21 1,93
1,70 0,101
A - ENAperp: Distância do ponto subespinhal à ENAperp
Tabela 5.24 – Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias
aritméticas da medida AIs-ENAperp ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n
= 26).
AIs-ENAperp
inicial
A
Is-ENAperp
final
AIs-ENAperp
dif
t p
Média -9,86 -10,19 -0,34
DP 3,17 3,11
0,10 0,328
AIs - ENAperp: Distância do ápice do incisivo superior à ENAperp
100
Tabela 5.25 – Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias aritméticas
da medida Is-ENAperp ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).
Is-ENAperp
inicial
Is-ENAperp
final
Is-ENAperp
dif
t p
Média 1,32 -0,77 -2,09
DP 2,75 2,70
7,65 <0,001*
Is - ENAperp: Distância da face vestibular da coroa do incisivo superior à linha ENAperp
Tabela 5.26 – Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias
aritméticas da medida IIs-ENAperp ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n
= 26).
IIs-ENAperp
inicial
I
Is-ENAperp
final
IIs-ENAperp
dif
t p
Média 1,50 -1,61 -3,11
DP 3,01 3,04
7,90 <0,001*
IIs - ENAperp: Distância da incisal do incisivo superior à linha ENAperp
Tabela 5.27 – Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias
aritméticas da medida Ii-ENAperp ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n =
26).
Ii-ENAperp
inicial
Ii-ENAperp
final
Ii-ENAperp
dif
t p
Média -2,56 -4,78 -2,22
DP 3,27 3,25
5,34 <0,001*
Ii - ENAperp: Distância da face vestibular da coroa do incisivo inferior à linha ENAperp
Tabela 5.28 – Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias
aritméticas da medida IIi-ENAperp ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n =
26).
IIi-ENAperp
inicial
IIi-ENAperp
final
IIi-ENAperp
dif
t p
Média -1,56 -4,39 -2,84
DP 3,16 2,94
7 <0,001*
IIi - ENAperp: Distância da incisal do incisivo inferior à linha ENAperp
101
Tabela 5.29 – Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias
aritméticas da medida B-ENAperp ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n
= 26).
B -ENAperp
inicial
B -ENAperp
final
B -ENAperp
dif
t p
Média -9,90 -10,03 -0,13
DP 4,73 3,88
0,25 0,801
B - ENAperp: Distância do ponto supramental à linha ENAperp
Tabela 5.30 – Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias
aritméticas da medida P-ENAperp ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n =
26).
P -ENAperp
inicial
P -ENAperp
final
P -ENAperp
dif
t p
Média -9,59 -8,15 1,43
DP 5,48 5,45
-4,41 <0,001*
P - ENAperp: Distância do ponto pogônio à linha ENAperp
Tabela 5.31 – Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias aritméticas da
medida NAP ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).
NAP
inicial
NAP
final
NAP
dif
t p
Média 5,20 4,13 -1,06
DP 5,83 5,13
2,16 0,040*
NAP: ângulo de convexidade esquelética facial
Tabela 5.32 – Médias aritméticas, desvios-padrão, varião e comparação entre as médias aritméticas da
medida N’-Sn-P’ ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).
N’-Sn-P’
inicial
N’-Sn-P’
final
N’-Sn-P’
dif
t p
Média 160,53 160,18 -0,35
DP 4,35 4,57
0,37 0,711
N’-Sn-P’: ângulo de convexidade facial tegumentar
102
Tabela 5.33 – Médias aritméticas, desvios-padrão, variação e comparação entre as médias aritméticas da
medida N’-Pn-P’ ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).
N’-Pn-P’
inicial
N’-Pn-P’
final
N’-Pn-P’
dif
t p
Média 132,14 131,93 -0,35
DP 5,12 4,40
0,52 0,607
N’-Pn-P’: ângulo formado pelas linhas N’-Pn e Pn-P’
Tabela 5.34 – Médias aritméticas, desvios-padrão, varião e comparação entre as médias aritméticas da
medida N’P’.Linha H ao início e ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).
N’P’.LinhaH
inicial
N’P’.LinhaH
final
N’P’.LinhaH
dif
t p
Média 18,69 16,23 -2,46
DP 4,04 3,90
6,12 <0,001*
N’P’.linha H: ângulo H
103
Tabela 5.35 Análise estatística da correlação linear de Pearson entre os valores da variação da
medida Ls – ENAperp (Ls - ENAperp dif) e da variação da medida IIs - ENAperp (IIs –
ENAperp dif) do início ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).
Ls – ENAperp dif IIs – ENAperp dif r p
Média -0,90 -3,11
DP 1,40 2,0
0,596 0,001
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
-7-6-5-4-3-2-10123
IIs - ENAperp dif
Ls - ENAperp dif
Gráfico 5.1 – Representação gráfica da correlação linear de Pearson entre os valores da variação
da medida Ls – ENAperp e da variação da medida IIs - ENAperp do início ao término
do tratamento ortodôntico.
104
Tabela 5.36 Análise estatística da correlação linear de Pearson entre os valores da variação da
medida A’– ENAperp (A’ - ENAperp dif) e da variação da medida IIs - ENAperp (IIs –
ENAperp dif) do início ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).
A’ – ENAperp dif IIs – ENAperp dif r p
Média -0,73 -3,11
DP 1,13 2,0
0,572 0,002
-3,0
-2,5
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
-7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3
IIs - ENAperp dif
A' - ENAperp dif
Gráfico 5.2 – Representação gráfica da correlação linear de Pearson entre os valores da
variação da medida A’ – ENAperp e da variação da medida IIs - ENAperp do início ao
término do tratamento ortodôntico.
105
Tabela 5.37 Análise estatística da correlação linear de Pearson entre os valores da variação da
medida Ls – ENAperp (Ls - ENAperp dif) e da variação da medida Is - ENAperp (Is –
ENAperp dif) do início ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).
Ls – ENAperp dif Is – ENAperp dif r p
Média -0,90 -2,09
DP 1,40 1,39
0,679 <0,001
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2
Is - ENAperp dif
Ls - ENAperp dif
Gráfico 5.3 – Representação gráfica da correlação linear de Pearson entre os valores da variação da
medida Ls – ENAperp e da variação da medida Is - ENAperp do início ao término do
tratamento ortodôntico.
106
Tabela 5.38 Análise estatística da correlação linear de Pearson entre os valores da variação da
medida A’ – ENAperp (A’ - ENAperp dif) e da variação da medida Is - ENAperp (Is –
ENAperp dif) do início ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).
A’ – ENAperp dif Is – ENAperp dif r p
Média -0,73 -2,09
DP 1,13 1,39
0,745 <0,001
-3,0
-2,5
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2
Is - ENAperp dif
A'- ENAperp dif
Gráfico 5.4 – Representação gráfica da correlação linear de Pearson entre os valores da variação
da medida A’ – ENAperp e da variação da medida Is - ENAperp do início ao término do
tratamento ortodôntico.
107
Tabela 5.39 Análise estatística da correlação linear de Pearson entre os valores da variação da
medida Li – ENAperp (Li - ENAperp dif) e da variação da medida Is - ENAperp (Is –
ENAperp dif) do início ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).
Li – ENAperp dif Is – ENAperp dif r p
Média -1,63 -2,09
DP 2,21 1,39
0,647 <0,001
-10
-8
-6
-4
-2
0
2
4
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2
Is - ENAperp dif
Li - ENAperp dif
Gráfico 5.5 – Representação gráfica da correlação linear de Pearson entre os valores da
variação da medida Li – ENAperp e da variação da medida Is - ENAperp do início ao
término do tratamento ortodôntico.
108
Tabela 5.40 Análise estatística da correlação linear de Pearson entre os valores da variação da
medida Li – ENAperp (Li – ENAperp dif) e da variação da medida IIs - ENAperp (IIs
ENAperp dif) do início ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).
Li – ENAperp dif IIs – ENAperp dif r p
Média -1,63 -3,11
DP 2,21 2,0
0,630 <0,001
-10
-8
-6
-4
-2
0
2
4
-7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3
IIs - ENAperp dif
Li - ENAperp dif
Gráfico 5.6 Representação gráfica da correlação linear de Pearson entre os valores da variação
da medida Li – ENAperp e da variação da medida IIs - ENAperp do início ao término
do tratamento ortodôntico.
109
Tabela 5.41 Análise estatística da correlação linear de Pearson entre os valores da variação da
medida Li – Linha E (Li – Linha E dif) e da variação da medida Is - ENAperp (Is –
ENAperp dif) do início ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).
Li – Linha E dif Is – ENAperp dif r p
Média -2,88 -2,09
DP 1,34 1,39
0,505 0,009
-6
-5
-4
-3
-2
-1
0
-5 -4 -3 -2 -1 0 1 2
Is - ENAperp dif
Li - Linha E dif
Gráfico 5.7 Representação gráfica da correlação linear de Pearson entre os valores da
variação da medida Li – Linha E e da variação da medida Is - ENAperp do início ao
término do tratamento ortodôntico.
110
Tabela 5.42 – Análise estatística da correlação linear de Pearson entre os valores da variação da
medida Li – Linha E (Li – Linha E dif) e da variação da medida IIs - ENAperp (Is –
ENAperp dif) do início ao término do tratamento ortodôntico (n = 26).
Li – Linha E dif IIs – ENAperp dif r p
Média -2,88 -3,11
DP 1,34 2,0
0,549 0,004
-6
-5
-4
-3
-2
-1
0
-7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3
IIs - ENAperp dif
Li - Linha E dif
Gráfico 5.8 Representação gráfica da correlação linear de Pearson entre os valores da
variação da medida Li – Linha E e da variação da medida IIs - ENAperp do início
ao término do tratamento ortodôntico.
111
Tabela 5.43 – Análise estatística da correlação linear de Pearson entre os valores da variação da
medida Li – ENAperp (Li – ENAperp dif) e da variação da medida IIi - ENAperp (IIi –
ENAperp dif) do início ao término do tratamento ortodôntico (n = 26)
Li – ENAperp dif IIi – ENAperp dif r p
Média -2,22 -2,84
DP 2,12 2,07
0,453 0,020
-10
-8
-6
-4
-2
0
2
4
-8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2
IIi - ENAperp dif
Li - ENAperp dif
Gráfico 5.9 Representação gráfica da correlação linear de Pearson entre os valores da
variação da medida Li – ENAperp e da variação da medida IIi - ENAperp do início
ao término do tratamento ortodôntico
112
Tabela 5.44 Análise estatística da correlação linear de Pearson entre os valores da variação da
medida B’- B (B’- B dif) e da variação da medida AML (AML dif) do início ao término do
tratamento ortodôntico (n = 26).
B’- B dif AML dif r p
Média -0,38 -1,45
DP 1,67 13,03
0,654 <0,001
-4
-2
0
2
4
6
8
-30 -20 -10 0 10 20 30 40 50
AML dif
B'- B dif
Gráfico 5.10 Representação gráfica da correlação linear de Pearson entre os valores da variação
da medida B’ – B e da variação da medida AML do início ao término do tratamento
ortodôntico.
113
TABELA 5.46 – Análises estatísticas de regressão linear entre as medidas que apresentaram
correlações estatisticamente significantes
Variável
dependente
Fator Coeficiente
Erro
Padrão
t p
Ls - ENAperp dif IIs – ENAperp dif 0,327 0,061 5,36
<0,001
A' – ENAperp dif IIs – ENAperp dif 0,261 0,050 5,19
<0,001
Li – ENAperp dif IIs – ENAperp dif 0,575 0,093 6,19
<0,001
Constante -1,748 0,418 -4,18
<0,001
Li – LinhaE dif
IIs – ENAperp dif 0,366 0,114 3,22
0,004
Ls – ENAperp dif Is – ENAperp dif 0,508 0,084 6,05
<0,001
A' – ENAperp dif Is – ENAperp dif 0,427 0,064 6,68
<0,001
Li – ENAperp dif Is – ENAperp dif 0,856 0,135 6,37
<0,001
Constante -1,873 0,422 -4,44
<0,001
Li – LinhaE
Is – ENAperp dif 0,485 0,169 2,86
0,009
Li-ENAperp dif IIi –ENAperp dif 0,545 0,111 4,91
<0,001
B’-B dif' AMLdif 0,086 0,020 4,38
<0,001
114
6 DISCUSSÃO
A harmonia e o equilíbrio das estruturas tegumentares associados a uma
oclusão ideal era o que preconizava Angle (1907). A estética e a função adequada
estão em íntima relação e é dessa associação que deriva o equilíbrio e a
estabilidade do tratamento ortodôntico.
Na presença de uma face desproporcional e em desarmonia, o
reconhecimento de formas harmônicas e equilibradas para determinado caso é de
grande importância para que estimativas de mudanças possam ser cogitadas.
Certas análises cefalométricas não se limitaram a descrever padrões dento-
esqueléticos ideais, mas buscaram associar normas para o perfil tegumentar que
permitiram melhor definição das metas de tratamento, contribuindo para a maior
precisão do diagnóstico (BURSTONE, 1958; HOLDAWAY, 1956; MERRIFIELD,
1966; RICKETTS, 1957). No planejamento de um tratamento ortodôntico é comum
quantificar as movimentações dentárias que se deseja realizar às custas de um
controle biomecânico com o intuito de atingir metas oclusais e ao mesmo tempo,
implementar as mudanças previstas no perfil tegumentar. No entanto, a existência
de variáveis como crescimento e tônus tegumentares, e a própria resposta
adaptativa tecidual dificultam essa associação entre metas dento-esqueléticas e
estéticas. A literatura compulsada demonstra que o crescimento esquelético e o
tegumentar nem sempre caminham na mesma direção e esta relação varia na
dependência de áreas específicas (SCHEIDEMAN et al.,1980; MAUCHAMP;
SASSOUNI, 1973). As mudanças no perfil tegumentar como justificativa para a
execução de extrações ainda são objeto de questionamento (BASCIFTCI; USUMEZ,
115
2003). A própria reação do tecido tegumentar parece variar de acordo com as
caraterísticas da maloclusão presente e o tipo de abordagem terapêutica (BISHARA;
CUMMINS; JAKOBSEN, 1995; BOWMAN; JONHSTON, 2000; CUMMINS;
BISHARA; JAKOBSEN, 1995; GUARIZA FILHO, 1997; PERKINS; STALEY, 1993;
WISTH, 1974). Para o melhor entendimento da reação tegumentar ao movimento
ortodôntico, estudou-se uma amostra de casos tratados com extrações de primeiros
premolares, empregando a mesma técnica ortodôntica, planejamento semelhante e
onde o crescimento tegumentar na região em foco, fosse uma variável pouco
influente, a fim de poder interpretar com mais clareza as possíveis alterações
regionais do perfil mole.
6.1 Alterações na espessura tegumentar
Das variáveis que expressam a dimensão horizontal do lábio superior, ao
início e ao término do tratamento, a variável Sn-A, que representa a região basal do
lábio superior, sofreu um aumento significativo (p=0,007), de 17,11 mm para 17,90
mm (tabela 5.1). Aumentos consideráveis na espessura labial foram verificados em
estudos de crescimento por, Mauchamp e Sassouni (1973), Nanda et. al (1990),
Subtelny (1959) e estudos como o de Anderson, Joondeph e Turpin (1973), Finnoy,
Wisth e Böe (1987), que analisaram os resultados do tratamento ortodôntico
associado ao crescimento. De acordo com estudos de Mamandras (1984, 1988) e
Nanda et al. (1990) o crescimento labial estaria limitado ao 16 anos de idade e
116
portanto, com base nesses estudos, pode-se considerar o aumento observado, uma
conseqüência do tratamento ortodôntico exclusivamente.
A variável A’- C (tabela 5.2), que representa a espessura da região
intermediária do lábio superior, não apresentou alterações significativas em
concordância com o que observou Anderson, Joondeph e Turpin (1973). Segundo
Subtelny (1959), o aumento na espessura do lábio na região do ponto A seria
resultante do crescimento do nariz. No entanto, tal crescimento pode ter sido
insuficiente para refletir na condição labial, dentro da faixa etária e do intervalo de
tempo de tratamento deste estudo. Sain (1962) encontrou aumento da espessura
labial na região do ponto A em 74% dos casos tratados, estudando amostras de
pacientes em idades mais jovens.
A variável Ls - Is (tabela 5.3), que expressa a espessura do vermelhão do
lábio superior, sofreu aumento significativo (p<0,001), de 1,17 mm, o que está de
acordo com as observações de Abrão (1985), Anderson, Joondeph e Turpin (1973),
Guariza Filho (1997), Resende e Martins (1984), Ricketts (1960) e Sain (1962).
Esse aumento na espessura do vermelhão do lábio pode ser explicado pelo
relaxamento da musculatura labial, conseqüência da alteração postural decorrente
do movimento das coroas dos incisivos superiores para posterior (BURSTONE,
1959; RICKETTS, 1957).
Das variáveis que expressam a dimensão horizontal do lábio inferior, apenas
a variável Li – Ii, que representa a espessura do vermelhão do lábio inferior, sofreu
um aumento significativo (p=0,030) de 0,73 mm, em média (tabela 5.4). Esses
resultados de assemelham aos observados por Abrão (1985), Guariza Filho (1997),
que avaliaram os resultados de tratamento de maloclusões de Classe I e II. Sain
(1962), por sua vez, ainda observou diminuição de espessura do vermelhão labial
117
inferior, contrariando os estudos de Anderson, Joondeph e Turpin (1973) e Ricketts
(1957), que constataram ausência de alteração na espessura labial inferior. O
mesmo foi observado por Silva (2000) em estudos analisando os resultados com
tratamento ortopédico funcional. Nosso resultado podem ser explicado pela
alteração postural e diminuição da tonicidade do lábio inferior, em decorrência do
selamento labial alcançado à semelhança do ocorrido com o lábio superior
(BURSTONE, 1959).
A variável B’- B que expressa a espessura basal do lábio inferior não
apresentou alterações estatisticamente significantes (tabela 5.5) e está de acordo
com as observações de Anderson, Joondeph e Turpin (1973) e Ricketts (1957), mas
diverge dos resultados obtidos por Abrão (1985), Guariza Filho (1997), Lo e Hunter
(1982) e Sain (1962). Segundo Ricketts (1957) o lábio inferior sofreria pouca
alteração em sua morfologia, porque a área sublabial mantém relacionamento íntimo
com as raízes dos incisivos inferiores.
Comparando a variável P’-P, que representa a espessura do mento
tegumentar, ao início e ao término do tratamento, constatou-se ausência de
modificações estatisticamente significantes (tabela 5.6), o que concorda com os
resultados encontrados por Anderson, Joondeph e Turpin (1973) e em discordância
com as observações de Ricketts (1960).
6.2 Alterações no comprimento tegumentar
118
Quando comparadas as variáveis que expressam o comprimento do lábio
superior, ao inicio e ao término do tratamento, foi observado que o comprimento
parcial, representado pela variável A’-A, não sofreu alterações estatisticamente
significantes (tabela 5.7). O comprimento total (Sn-Sto), por sua vez, apresentou
aumento de 0,63 mm, estatisticamente significante (p=0,010) (tabela 5.9), variando
de 23,55 mm a 24,18 mm. Considerando os estudos de Mamandras (1984) e Nanda
et al. (1990), o crescimento da região labial superior estaria concluído até os 16 anos
de idade, o que nos permite atribuir ao tratamento, e especialmente à obtenção do
selamento labial, o aumento observado. Subtelny (1959) observou que até os 15
anos o comprimento labial sofreu aumentos progressivos e decrescendo seu
crescimento a partir dessa idade.
Sain (1962), Talass, Talass e Baker (1987) também observaram aumento no
comprimento do lábio superior em amostras Classes II, tratadas em fase de
crescimento, enquanto que Cummins, Bishara e Jakobsen (1995) só observaram
aumento em casos tratados sem extrações. Perkins e Staley (1993), Cummins,
Bishara e Jakobsen (1995) por sua vez, observaram diminuição na altura do
vermelhão do lábio superior em casos tratados com extrações.
Para a variável Sto-IIs, que expressa o relacionamento vertical entre o incisivo
superior e o lábio superior, não foram observadas modificações significativas,
conforme mostra a tabela 5.8. Considerando que houve aumento no comprimento
total do lábio superior, pode-se supor que o deslocamento vertical dos incisivos
superiores tenha ocorrido na mesma magnitude.
O comprimento parcial do lábio inferior, representado pela variável B’- B vert,
como o comprimento total do lábio inferior, variável B’- Sto não apresentaram
alterações estatisticamente significantes (tabelas 5.10 e 5.11), contrariando os
119
resultados de Stoner e Lundquist, (1956) e Talass, Talass e Baker (1987) que
observaram aumento do comprimento do lábio inferior. Já, Perkins e Staley (1993) e
Cummins, Bishara e Jakobsen (1995) observaram diminuição da altura do
vermelhão do lábio inferior.
6.3 Alterações posturais
A alterações posturais dos lábios fazem parte das metas de muitos
planejamentos ortodônticos e em especial, dos casos tratados neste estudo, onde
toda mecânica ortodôntica empregada visou a máxima retração labial. A resposta
postural labial resulta do movimento de retração dos incisivos, subtraindo-se os
aumentos em espessura observados, especialmente no lábio superior.
A postura espacial das estruturas tegumentares, mais especificamente das
bordas anteriores dos lábios superiores e inferiores, sofreram deslocamento para
posterior em relação à linha Estética, em concordância com as observações de
Bergman (1999), Bravo (1994), Drobocky e Smith (1989), Finnoy, Wisth e Böe
(1987), Kocadereli (2002). A variável Ls-linha E, que representa a posição do lábio
superior em relação à linha E, aumentou de -1,44 mm a -3,37 mm (p<0,001), uma
variação de 1,92 mm (tabela 5.12). Apesar da aparente pequena variação, o
resultado posiciona o lábio superior próximo da meta de -4mm preconizada por
Ricketts (1957). Analogamente a variável Li-Linha E aumentou significativamente
(p<0,001) de 1,79 mm a -1,10 mm (tabela 5.13), indicando modificação postural do
lábio inferior de 2,88 mm para posterior em relação à linha E.
120
O deslocamento posterior dos perfis labiais tomando-se como referência a
linha E foi resultado do movimento tegumentar que acompanhou a retração dos
incisivos, descontando-se as alterações na espessura labial, acrescido do
deslocamento anterior da linha E. Tal deslocamento deveu-se ao crescimento do
mento e do nariz, que persiste ao menos até os 18 anos, segundo os estudos de
Mauchamp e Sassouni (1973), Nanda et al. (1990) e Subtelny (1959).
A postura do lábio inferior em relação à linha H (Li – Linha H), apresentou
semelhante deslocamento para posterior, com um aumento significativo (p<0,001)
de 1,64 mm (2,63 mm para 0,98 mm), da distância da borda anterior do vermelhão
do lábio inferior à linha H (tabela 5.14). Já a grandeza Pn – Linha H, que representa
a relação dos lábios com a projeção nasal, apresentou uma aumento de 3,34 mm,
variando de 2,38 mm ao início, para 5,72 mm, ao final, em decorrência da retração
labial e algum aumento na projeção anterior do nariz ou do meno (tabela 5.15).
O ângulo nasolabial que indica o grau de prognatismo ou protrusão alveolar
da maxila (MACNAMARA Jr., 1984) também aumentou significativamente (p<0,001)
6,21
0
, (de 102,1
0
para 108,3
0
) (tabela 5.16), em concordância com as observações
de Bergman (1999), Bravo (1994), Cummins Bishara e Jakobsen (1995), Drobocky e
Smith (1989), Finnoy, Wisth e Böe (1987), Guariza Filho (1997), Lo e Hunter (1982),
Kocadereli (2002) que também observaram aumento desse ângulo. Waldman (1982)
observou aumento apenas em casos com gande inclinação do plano palatino.
O aumento do ângulo nasolabial confirma o movimento do lábio superior para
posterior, seguindo o movimento dos incisivos superiores, embora tenha seu valor
reduzido parcialmente pelo maior incremento na espessura do vermelhão labial
superior (0,80 mm) em relação ao aumento na espessura basal (1,17 mm).
121
O ângulo AML não sofreu mudanças significativas (tabela 5.17), o que
concorda com os resultados de Bravo (1994), mas discorda de Drobocky e Smith
(1989) que observaram redução deste ângulo.
Algumas das medidas que analisam a postura das estruturas do terço inferior
da face, utilizam, como base de suas linhas de referência, pontos cefalométricos
tegumentares relativamente distantes da área específica, ou sujeitos a modificações
pelo crescimento, ou pelas próprias alterações decorrentes do movimento dento-
alveolar. Por essas razões, também optou-se por analisar as modificações posturais
lineares tanto dento-alveolares como tegumentares, tomando-se como referência
uma mesma linha, no caso, uma vertical perpendicular ao plano palatino (ENA–ENP)
com centro na espinha nasal anterior (ENA), que denominou-se ENAperp. Ricketts
(1975 ) recomenda o plano ENA-ENP com centro em ENA para avaliar as alterações
dentárias do arco superior.
As variáveis A’- ENAperp e Ls – ENAperp, representantes das posições do
sulco do lábio superior e do vermelhão do lábio superior, em relação à linha
ENAperp, respectivamente, sofreram retrações estatisticamente significantes. No
nível do vermelhão labial superior houve retração média de 0,90 mm (p=0,003)
(tabela 5.19), enquanto que no sulco labial foi de 0,73 mm (p=0,003) em relação à
linha de referência ENAperp (tabela 5.18). Quando se comparou esses resultados
com as alterações na espessura labial superior, constatou-se que a retração média
da região do sulco labial ocorreu sem que hovesse mudança em sua espessura. Na
região do vermelhão do lábio superior, o movimento labial em direção posterior
ocorreu, superando o aumento em espessura observado. No entanto, esse valor é
bem menor que o observado quando se utilizou a linha estética de Ricketts como
referência, devido ao crescimento do nariz e mento, ou pela própria projeção do
122
mento, nos casos onde houve rotação anti-horária da mandíbula. Não confirma as
observações de Ricketts (1960) que afirmou que o relaxamento do músculo mentual
poderia contribuir para a maior projeção do mento para anterior nos casos de
hiperatividade do músculo mentual .
A retração do lábio superior acompanhando a retração dos incisivos
superiores também foi relatada nos estudos de Abrão (1985), Anderson, Joondeph e
Turpin (1973), Bravo (1994), Caplan e Shivapuja (1997), Diels et al. (1995),
Drobocky e Smith (1989), Garner (1974), Hershey (1972), Kocadereli (2002), Lo e
Hunter (1982), Oliver (1982), Resende e Martins (1984), Rudee (1964), Talass,
Talass e Baker (1987), Waldman (1982), Wisth (1974).
Ao utilizar a mesma linha de referência ENAperp, para analisar as mudanças
na região do lábio inferior e estruturas dento-esqueléticas adjacentes, buscou-se
utilizar a mesma referência para que as mensurações fossem feitas na mesma
direção, no sentido anteroposterior.
O vermelhão do lábio inferior representado pela variável Li – ENAperp sofreu
retração significativa (p=0,001) de 1,63mm, diminuindo de 12,55 mm a 10,91 mm,
sua distância da linha ENAperp (tabela 5.20). Essa quantidade de retração é
semelhante à observada quando utilizada a linha H como referência. Analogamente,
o incisivo inferior exibiu mudanças significativas em níveis incisal (IIi - ENAperp)
(p<0,001) e coronário (Ii – ENAperp) (p<0,001), retraindo de 2,84 mm e 2,22 mm em
nível incisal e coronário, respectivamente.
Quando se analisou as variáveis B’– ENAperp e P’– ENAperp, que
representam a posição do sulco do lábio inferior e do mento tegumentar, observou-
se redução e aumento não significativos respectivamente (tabela 5.21 e 5.22).
123
A variável A- ENAperp, que expressa a posição do ponto A, correpondente ao
limite da base apical superior não sofreu modificações significativas no sentido
anteroposterior (tabela 5.23). Da mesma forma se comportou a variável AIs –
ENAperp (tabela 5.24), que expressa a posição do ápice do incisivo superior, o que
de certa forma corresponde ao comportamento da variável anterior, uma vez que o
ponto A sofre influência do movimento apical do incisivo superior.
As variáveis Is – ENAperp e IIs – ENAperp que expressam respectivamente, a
posição do ponto coronário vestibular do incisivo superior Is, e da incisal do incisivo
superior (IIs) em relação à linha de referência ENAperp, sofreram aumentos
significativos (p<0,001), de 2,09 mm e 3,11 mm respectivamente, denotando a
intensidade da retração dos incisivos superiores obtida (tabelas 5.25 e 5.26) .
As variáveis Ii – ENAperp e IIi – ENAperp que expressam respectivamente, a
posição do ponto coronário do incisivo inferior (Ii), e da incisal do incisivo inferior (IIi)
em relação à linha de referência ENAperp, sofreram alterações significativas
(p<0,001), de 2,22 mm e 2,84 mm respectivamente, o que demonstra a intensidade
da retração dos incisivos inferiores obtida em relação à linha ENAperp (tabelas 5.27
e 5.28).
As variáveis B– ENAperp e P– ENAperp, que representam a posição da base
apical inferior e do mento ósseo, tiveram comportamentos distintos. Observou-se
uma retração não significativa do ponto supramentual enquanto que o mento sofreu
projeção anterior significativa (tabela 5.29 e 5.30).
6.4 Alterações na convexidade facial
124
A convexidade esquelética representada pelo ângulo NAP, que apresentou
valor médio inicial de 5,20
0
+ 5,83
0
, sofreu aumento estatisticamente significante
(p=0,040), para 4,13
0
+ 5,13
0
(tabela 5.31), o que significou um perfil esquelético
menos convexo ao término do tratamento, em conformidade com as observações de
Bergman (1999). Possivelmente, o aumento na projeção do mento ósseo contribuiu
para esse resultado.
A convexidade tegumentar, sem a influência do nariz, representada pela
variável N’-Sn–P’, não apresentou variação estatisticamente significante (tabela
5.32). A mesma constatação foi verificada para a variável que inclui o nariz, N’-Pn–
P’ (tabela 5.33).
Quando a convexidade tegumentar do terço inferior da face, foi analisada por
meio da variável Ângulo H, observou-se uma redução estatisticamente significante
(p<0,001) de 2,46
0
, que representou a variação inicial de 18,69
0
+ 4,04
0
para
16,23
0
+ 3,90
0
(tabela 5.34).
6.6 Correlações entre o movimento dos incisivos superiores e o movimento
labial superior
Quando correlacionou-se o movimento dos incisivos superiores com o
movimento labial, constatou-se a ocorrência de correlação direta entre o movimento
de retração dos incisivos superiores, tanto em nível coronário (Is – ENAperp dif)
(r=0,596, p=0,001) (Tabela 5.37, Gráfico 5.3), quanto em nível incisal (IIs – ENAperp
125
dif) (r=0,679, p<0,001) (Tabela 5.35, Gráfico 5.1), com o movimento do vermelhão do
lábio superior (Ls – ENAperp dif), em concordância com os resultados de Anderson,
Joondeph e Turpin (1973) para casos com pouca sobressaliência e de Bloom (1961),
Diels et al. (1995), Hershey (1972), King (1960), Lo e Hunter (1982), Paiva, Neto e
Lopes (2004), Resende e Martins (1984), Rudee (1964), Talass, Talass e Baker
(1987). Entretanto, em estudo com amostra de pacientes adultos, biprotrusos, e
planejamento com ancoragem máxima, Caplan e Shuvapuja (1997) não observaram
correlação entre o movimento de retração dos lábios superiores e dos incisivos
superiores.
Ao aplicar o teste de regressão linear (Tabela 5.46), entre as medidas
correlacionadas, obteve-se entre o movimento do vemellhão labial superior (Ls –
ENAperp dif) e a retração incisal do incisivo superior (Iis - ENAperp dif), o coeficiente
de 0,327, denotando que a cada variação de 1 mm do movimento incisal, acarreta-
se retração labial de 0,327 mm. Essa proporção (1mm: 0,327mm) se aproxima dos
resultados obtidos por Diels et al. (1995), Garner (1974), Rudee (1964), Waldman
(1982) e nos casos com grande sobressaliência observados por Wisth (1974).
Diferem, no entanto, dos resultados de Anderson, Joondeph e Turpin (1973), King
(1960), Lo e Hunter (1982), Rudee (1964), Talass, Talass e Baker (1987). Para
Talass, Talass e Baker (1987), a ampla variação nos seus resultados, tornaram a
previsibilidade não confiável. A quantidade de retração poderia ter influenciado na
intensidade da correlação, segundo Hershey (1972).
Analogamente, observou-se correlação direta entre o movimento do sulco
labial superior (A’-ENAperp dif) e o movimento do incisivo superior, tanto em nível
coronário(Tabela 5.38, Gráfico 5.4), como incisal (Tabela 5.36, Gráfico 5.2), fato
também constatado por Bloom (1961), Hershey (1972), Resende e Martins (1984).
126
O teste de regressão linear revelou a proporção de 1mm: 0,261 mm entre a
variação do movimento da incisal do incisivo superior (Iis - ENAperp dif) e o do sulco
labial superior (A ’- ENAperp dif). Entre o movimento coronário (Is – ENAperp) e o do
sulco (A ’- ENAperp dif) foi encontrada a proporção de 1mm : 0,427mm (Tabela
5.46).
6.6 Correlações entre o movimento dos incisivos superiores e o movimento
labial inferior
O movimento dos lábios inferiores correlacionou diretamente com o
movimento dos incisivos superiores, conforme análise da variação de Li – Linha E
com a de IIs ENAperp (r=0,549; p=0,004) (Tabela 5.42, Gráfico 5.8). A correlação se
repetiu quando se analisou a variação de Li – ENAperp com IIs – ENAperp (r=0,630,
p=0,001) (Tabela 5.40, Gráfico 5.6) e a variação de Li-ENAperp com Is-ENAperp
(r=0,647, p<0,001) (Tabela 5.39, Gráfico 5.5)., assim também como observaram
Anderson, Joondeph e Turpin (1973) em casos com pouca sobressaliência, Bloom
(1961), Caplan e Shivapuja (1997), Rudee (1964) e Garner (1974). Em casos com
biprotrusão dos incisivos, a retração dos incisivos superiores influencia a postura do
lábio inferior , porque em muitas situações, o lábio inferior contacta tanto os incisivos
inferiores como os superiores.
6.7 Correlações entre o movimento dos incisivos inferiores e o movimento
labial inferior
127
O movimento dos incisivos inferiores correlacionou diretamente com o
movimento dos lábios inferiores, apenas quando analisou-se a retração da incisal do
incisivo inferior, IIi – ENAperp dif, com a retração da borda do vermelhão labial
inferior, Li – ENAperp (r=0,453, p=0,020) (Tabela 5.43, Gráfico 5.9). No entanto, o
mesmo não ocorreu entre o movimento coronário, Ii – ENAperp dif, e as variáveis
que indicam as alterações posturais do lábio inferior (Apêndice D). Anderson,
Joondeph e Turpin (1973), Caplan e Shivapuja (1997), Guariza Filho (1997) e Diels
et al. (1995), também encontraram correlação entre o movimento de retração dos
incisivos inferiores e dos lábios inferiores.
O resultado da regressão linear entre as duas medidas, conforme a tabela
5.46 mostra uma proporção de 1mm: 0,545 mm entre o movimento da incisal do
incisivo inferior e o movimento da borda anterior do vermelhão labial inferior,
diferentemente de Anderson, Joondeph e Turpin (1973) que em casos com pouca
sobressaliência observaram proporção de 1:1, a mesma verificada por Guariza Filho
(1997). Caplan e Shivapuja (1997), por sua vez, observaram proporção de 1,2:1, em
amostra semelhante ao deste estudo.
Diante dos resultados encontrados, pode-se supor que a retração do lábio
inferior depende das mudanças posturais dos incisivos superiores e inferiores.
6.8 Correlações entre as alterações de comprimento labial superior e o
movimento dos incisivos superiores
128
Não se verificou correlação entre a mudança no comprimento labial superior
e o movimento de retração dos incisivos superiores, em concordância com os
achados de Perkins e Staley (1993) (Apêndice C).
6.9 Correlações entre as alterações de comprimento labial superior e a
retração labial superior
Não se observou correlação entre a mudança no comprimento labial superior
e o movimento de retração dos lábios superiores (Apêndice E ).
6.10 Correlações entre as alterações de comprimento labial inferior e a
retração dos incisivos inferiores
A mudança no comprimento labial inferior não se correlacionou com o
movimento de retração dos incisivos inferiores, (Apêndice D), não confirmando as
constatações de Perkins e Staley (1993).
6.11 Correlações entre as alterações de comprimento labial inferior e a
retração labial inferior
129
Não foi observada correlação entre a mudança no comprimento labial inferior
e o movimento de retração dos lábios inferiores (Apêndice F), quando analisadas as
medidas lineares posturais dos lábios inferiores. No entanto, constatou-se correlação
(r = 0,654; p<0,001) entre variação do ângulo do sulco mentolabial (AML dif) e o
comprimento da base labial inferior (B’- B dif).
6.12 Correlações entre a alteração na espessura labial superior e o movimento
dos incisivos superiores
Não se verificou correlação entre o movimento de retração dos incisivos
superiores e o aumento da espessura labial superior, (Apêndice G), em
concordância com os achados de Lo e Hunter (1982) e Sain (1962).
Outros autores, encontraram correlação direta entre as duas variáveis,
chegando em proporções que variaram de 1,5:1 até 3:1 (ANDERSON; JOONDEPH;
TURPIN, 1973; RESENDE; MARTINS, 1984; RICKETTS, 1960).
6.13 Correlações entre a alteração na espessura labial inferior e o movimento
dos incisivos inferiores
Não se observou correlação entre todas as variáveis que indicaram o
aumento da espessura labial inferior e o movimento de retração dos incisivos
130
inferiores (Apêndice H), em oposição aos achados de Lo e Hunter (1982), que
encontraram proporção de 0,34 mm:1 mm .
6.14 Correlações entre a tensão labial superior inicial e o movimento dos
lábios e dos incisivos
A tensão labial é expressa pela diferença entre a espessura labial em nível do
labrale superior (Ls - Is) e a espessura em nível do sulco labial superior (A’- C). Esse
valor representa também o grau de eversão do lábio superior. A ausência de tensão
labial implicaria na presença de lábios redudantes e, nestes casos, a retração labial
sofreria menos influência do movimento de retração dos incisivos devido a uma
possível auto-sustentação labial (HERSHEY, 1972). Ricketts (1960) afirmou que a
tonicidade labial influenciaria a magnitude da retração labial, frente ao movimento
dos incisivos. Neste estudo, a tensão labial inicial não se correlacionou com a
resposta postural tegumentar e dos incisivos (Apêndice I), indicando ausência de
influência desse fator na magnitude de resposta labial, em oposição a Hershey
(1972), Oliver (1982) e Kokodinsky et al. (1997), que observaram influência da
tensão labial inicial, na correlação entre o movimento dos lábios e dos incisivos
superiores.
6.15 Considerações Finais
131
A mudança no perfil tegumentar nos casos estudados foi evidente. Tendo em
vista que esse foi um dos objetivos do tratamento, pode-se afirmar que o tratamento
trouxe benefícios estéticos aos pacientes. Notou-se no entanto, que a quantidade de
movimento de retração não foi tão intensa quanto se poderia esperar em casos onde
a ancoragem máxima foi planejada. Considerando o fato de que o aumento da
projeção nasal e do mento, em decorrência de crescimento, aumentou o efeito
retrusivo nos lábios, é possível que um controle absoluto da ancoragem pudesse ter
levado a mudanças mais radicais no perfil tegumentar ou apenas mais acentuadas.
É importante salientar que parte das alterações tegumentares observadas não foi o
resultado direto das mudanças ocorridas em níveis dento-alveolares, mas de uma
interação de fatores que devem estar relacionados com a composição e a
adequação dos tecidos moles, submetidos a uma nova posição e relação funcional.
Modificações na altura facial inferior podem ter interferido tanto na projeção labial,
assim como no seu comprimento. A diversidade de resultados observados na
literatura indicam a existência de variáveis nem sempre expostas de forma clara.
As modificações tegumentares observadas nesse estudo reforçam a idéia de
que seja necessário a realização de mais estudos, com amostras específicas, para
identificarmos cada fator que infuencia a qualidade e quantidade de resposta
tegumentar, frente ao tratamento ortodôntico. E dessa associação de fatores
resultará um prognóstico mais preciso, em benefício do paciente.
132
7 CONCLUSÃO
A análise e discussão dos resultados e com base na metodologia
empregada, conclui-se que :
7.1 Após o tratamento ortodôntico, observamos as seguintes modificações
no perfil tegumentar da face inferior:
7.1.1 A espessura do lábio superior apresentou aumento na sua porção
basal (Sn-A) e na região do vermelhão labial (Ls-Is), enquanto que sua porção
intermediária (A’- C), não apresentou variação estatisticamente significante.
7.1.2 A espessura do vermelhão do lábio inferior (Li-Ii) também
apresentou aumento significativo. Entretanto, as regiões intermediária (B’- B) e
basal (P’-P) não apresentaram alterações significativas em sua espessura.
7.1.3 O comprimento total do lábio superior ( Sn – Sto
s
) apresentou
aumento estatisticamente significante, muito embora, não foi observado
aumento em nível do comprimento parcial do lábio superior (A’- A).
7.1.4 O comprimento do lábio inferior não apresentou modificações
estatisticamente significantes.
7.2 Os lábios superior e inferior sofreram retração estatisticamente
significante, quando se considerou as variáveis Ls – Linha E, A’- ENAperp, Ls –
ENAperp, para o lábio superior e Li – Linha E, Li – Linha H, Li - ENAperp, para o
lábio inferior.
133
7.2.1 A postura da região basal do lábio inferior representado pela
variação da medida B’ – ENAperp, não sofreu alteração estatisticamente
significante, assim como o ângulo mentolabial (AML).
7.3 O movimento de retração do vermelhão do lábio superior
correlacionou diretamente com o movimento do incisivo superior, tanto em nível
incisal (0,33:1), como em nível coronário (0,57:1), porém mais fortemente com o
movimento em nível coronário que em nível incisal.
7.3.1 O movimento de retração do sulco do lábio superior ( ponto A’)
correlacionou diretamente com o movimento do incisivo superior, tanto em nível
incisal (0,26:1) como em nível coronário (0,42:1), mais forte neste útlimo.
7.3.2 O movimento de retração do vermelhão do lábio inferior
correlacionou diretamente com o movimento da incisal do incisivo inferior
(0,54:1) e com o movimento do incisivo superior, tanto em nível incisal (0,57:1),
como em nível coronário (0,85:1).
7.3.3 Não se constatou correlação entre a alteração postural dos lábios e
as alterações tegumentares de espessura e comprimento em todas as variáveis
estudadas, exceto a variação do ângulo mentolabial (AML) que correlacionou
com a variação do comprimento da base do lábio inferior (B’- B) embora, essas
duas variáveis não tivessem apresentado alterações significativas.
7.3.4 A espesura labial inicial, também não correlacionou com a variação
na resposta postural dos lábios.
134
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141
APÊNDICE A – Teste estatístico para o cálculo do erro do método
IC (95%)
Medida
Correlação
Intraclasse
Inferior Superior
Fórmula de Dahlberg
Ls-Is 0,932 0,885 0,960 0,54
Sn-Sto 0,991 0,985 0,995 0,23
Ls-LinhaE 0,990 0,982 0,994 0,29
ANL 0,983 0,970 0,990 1,45
AML 0,998 0,996 0,999 0,93
A'-ENAperp dif 0,994 0,990 0,997 0,18
P'-ENAperp dif 0,987 0,978 0,993 0,58
142
APÊNDICE B – Comparação entre os valores médios iniciais e finais
INÍCIO
TÉRMINO
Variável
Média DP Média DP
t p
1 Sn-A 17,11 1,95 17,90 2,09 -2,968
0,007
2 A'-C 14,32 1,73 14,39 1,73 -0,415 0,682
3 Ls-Is 13,40 1,87 14,58 2,03 -5,013
<0,001
4 Li-Ii 15,17 1,87 15,90 2,04 -2,298
0,030
5 B'-B 12,54 2,27 12,16 1,59 1,146 0,263
6 P'-P 12,54 1,91 12,40 1,81 0,648 0,523
7 A'-Ai 5,41 2,53 5,66 2,29 -0,519 0,609
8 Sto-Ils 3,26 1,87 3,41 1,73 -0,657 0,517
9 Sn-Sto 23,55 2,26 24,18 2,27 -2,789
0,010
10 B'-Bvert 0,96 2,65 0,35 2,73 1,388 0,177
11 B'-Sto 17,48 2,42 17,92 2,46 -1,48 0,151
12 Ls-LinhaE -1,44 2,72 -3,37 2,40 8,443
<0,001
13 Li-LinhaE 1,79 3,31 -1,10 2,70 11,006
<0,001
14 Li-LinhaH 2,63 1,93 0,98 1,77 6,972
<0,001
15 Pn-LinhaH 2,38 4,73 5,72 4,44 -8,272
<0,001
16 ANL 102,12 10,98 108,33 10,32 -5,54
<0,001
17 AML 122,67 20,14 121,22 17,87 0,568 0,575
18 A'-ENAperp 10,52 2,36 9,79 2,44 3,288
0,003
19 Ls-ENAperp 14,65 2,51 13,75 2,71 3,296
0,003
20 Li-ENAperp 12,55 3.17 10,91 3,68 3,771
0,001
21 B’-ENAperp 2,69 3,82 2,20 3,78 1,491 0,148
22 P’-ENAperp 3,04 5,39 3,85 5,34 -1,358 0,186
23 A-ENAperp -5,16 2,21 -5,54 1,93 1,703 0,101
24 AIs-ENAperp -9,86 3,17 -10,19 3,11 0,997 0,328
25 Is-ENAperp 1,32 2,75 -0,77 2,70 7,649
<0,001
26 Iis-ENAperp 1,50 3,01 -1,61 3,04 7,903
<0,001
27 Ii-ENAperp -2,56 3,27 -4,78 3,25 5,344
<0,001
28 IIi-ENAperp -1,56 3,16 -4,39 2,94 7
<0,001
29 B-ENAperp -9,90 4,73 -10,03 3,88 0,254 0,801
30 P-ENAperp -9,59 5,48 -8,15 5,45 -4,411
<0,001
31 N-A-P 5,20 5,83 4,13 5,13 1,16
0,040
32 N’-Sn- P’ 160,53 4,35 160,18 4,57 1,34 0,711
33 N’-Pn-P’ 132,14 5,12 131,93 4,40 0,521 0,607
34 Ângulo H 18,69 4,04 16,23 3,90 1,20
<0,001
143
APÊNDICE C – Testes de correlação de Pearson
Movimento dos incisivos superiores
Medida
AIs-ENAperp
dif
IIs-ENAperp
dif
Is-ENAperp
dif
r 0,368
0,596 0,679
Ls-ENAperp dif
p 0,064
0,001 <0,001
r 0,259
0,572 0,745
A'-ENAperp dif
p 0,202
0,002 <0,001
r 0,294 0,152 0,127
Ls-LinhaE dif
p 0,145 0,459 0,538
r -0,160 -0,314 -0,269
Movimento dos
lábios superiores
ANL dif
p 0,434 0,118 0,185
r 0,180
0,630 0,647
Li-ENAperp dif
p 0,380
0,001 <0,001
r 0,154 -0,189 -0,014
AML dif
p 0,454 0,354 0,947
r 0,113
0,549 0,505
Li-LinhaE dif
p 0,582
0,004 0,009
r -0,331 0,349 0,258
Movimento dos
lábios inferiores
Li-LinhaH dif
p 0,098 0,080 0,203
r 0,232 0,010 -0,006
Sn-Sto dif
p 0,255 0,963 0,975
r -0,306 -0,031 0,073
Mudança no
comprimento
labial superior
A'-A dif
p 0,128 0,879 0,723
144
APÊNDICE D – Testes de correlação de Pearson
Movimento dos incisivos inferiores
Medida
Ii-ENAperp dif IIi-ENAperp dif
r 0,279 0,453
Li-ENAperp dif
p 0,167
0,020
r 0,177 0,115
AML dif
p 0,388 0,576
r 0,059 0,312
Li-LinhaE dif
p 0,775 0,120
r -0,115 0,127
Movimento
dos lábios
inferiores
Li-LinhaH dif
p 0,576 0,538
r 0,205 0,118
B'-Sto dif
p 0,315 0,565
r 0,101 0,249
Mudança no
comprimento
labial inferior
B'-B dif
p 0,622 0,220
APÊNDICE E – Testes de correlação de Pearson
Movimento dos lábios superiores
Medida
Ls-ENAperp
dif
A'-ENAperp
dif
Ls-LinhaE dif ANLdif
r 0,192 -0,021 0,029 0,075
Sn-Sto dif
p 0,347 0,919 0,888 0,717
r -0,033 0,117 -0,113 -0,086
Movimento
do
comprimento
labial
superior
A'-A dif
p 0,871 0,570 0,583 0,677
145
APÊNDICE F – Testes de correlação de Pearson
Movimento dos lábios inferiores
Medida
Li-ENAperp
dif
AML dif Li-LinhaE dif Li-LinhaH dif
r 0,320 0,304 -0,288 -0,081
B'-Sto
p 0,110 0,130 0,154 0,694
r 0,350 0,654 0,324 0,371
Movimento do
comprimento
labial inferior
B-B'dif
p 0,080
<0,001
0,107 0,062
APÊNDICE G – Testes de correlação de Pearson
Variação na espessura tegumentar superior
Medida
Sn-A dif A'-C dif Ls-Is dif
r -0,045 0,052 0,144
Ais-ENAperp diff
p 0,826 0,801 0,484
r 0,120 0,230 -0,069
IIs-ENAperp dif
p 0,559 0,258 0,736
r -0,011 0,247 -0,223
Movimento
dos
incisivos
superiores
Is-ENAperp dif
p 0,958 0,224 0,274
APÊNDICE H – Testes de correlação de Pearson
Variação na espessura tegumentar inferior
Medida
P'-P dif B-B'dif Li-Ii dif
r -0,130 0,101 -0,151
Ii-ENAperp dif
p 0,528 0,622 0,461
r 0,017 0,249 -0,216
Movimento
dos
incisivos
inferiores
IIi-ENAperp dif
p 0,933 0,220 0,289
146
APÊNDICE I – Testes de correlação de Pearson
Tensão labial sup inicial
Medida
(Ls-Is) -(A’-C) inicial
r 0,123
AIs-ENAperp
p 0,549
r 0,034
IIs-ENAperp dif
p 0,870
r -0,148
Movimento
dos
incisivos
superiores
Is-ENAperp dif
p 0,470
r -0,160
Ii-ENAperp dif
p 0,436
r -0,131
Movimento
dos
incisivos
inferiores
IIi-ENAperp dif
p 0,522
r 0,298
Ls-ENAperp dif
p 0,139
r -0,007
A'-ENAperp dif
p 0,972
r 0,102
Ls-LinhaE dif
p 0,620
r -0,266
Movimento
dos lábios
superiores
ANL dif
p 0,190
r 0,386
Li-ENAperp dif
p 0,051
r -0,246
AML dif
p 0,226
r 0,272
Li-LinhaE dif
p 0,179
r 0,115
Movimento
dos lábios
inferiores
Li-LinhaH dif
p 0,575
APÊNDICE J – Testes de correlação de Pearson
Exposição do incisivo
superior inicial
Medida
Sto-Ilsi
r -0,275
A'-ENAperp dif
p 0,174
r -0,284
Movimento
dos labios
superiores
Ls-ENAperp dif
p 0,159
147
APÊNDICE K – Medidas tegumentares individuais iniciais
paciente Sn - A' A' – C Ls – Is Li - Ii B' - B P' - P
1
I.O. 15 12,5 11 17,5 13,5 13
2
P.P.M. 15,5 12 14,5 13,5 14,5 15,5
3
D.V. 18 15 15 16,25 10 11
4
C.S. 16,5 18 16,5 15 13,5 11,5
5
C.G. 15,5 12,5 11,5 15,75 11,75 12
6
L.M. 15 10,5 10,5 12 12 12
7
R.M. 17 15 12,25 14,75 13,5 11,5
8
A.F. 16,5 13,5 15,25 16 14,5 11,5
9
A.E.. 14,5 14,5 11,5 15,5 15 15
10
F.H. 18,5 17,75 17,5 15 10,5 10,5
11
G.L. 17,5 16 14,75 16 16 15,5
12
K.G. 16,5 14,5 12,5 14 11 13
13
L.B. 21 15 13 14 13,5 14
14
T.A. 14,5 13,5 14 15 11,75 11,5
15
C.F. 15,5 13,5 13,5 16 15,5 11
16
P.C. 18 14,75 14 17 16 16
17
M.J. 22,5 16 12,5 16 14 13,5
18
H.I. 18,5 15 15,75 16,5 13,25 13
19
J.M. 20 14,5 10 13,5 11 10,5
20
A.S. 16,5 11,5 12,5 16,75 10 11,5
21
G.D. 17,5 14,25 15,25 17 14,5 15,5
22
C.Ca. 16,5 14,5 13,5 10 6,25 9
23
N.R. 18,75 15 12,75 16,5 10,25 11,5
24
C.Cu. 16,5 15,75 14,75 18,5 11 11,25
25
T.V. 17 14,5 12,5 14 11,5 15
26
S.P. 16 12,75 11,75 12,5 11,75 10,75
148
APÊNDICE L – Medidas tegumentares individuais iniciais
paciente A' - A Sto - Ils Sn - Sto B' - Bv B' - Sto
1 I.O. 9 3 26,5 -1 21
2 P.P.M. 5 6 24,75 0,5 18,5
3 D.V. 4,25 6,25 21,5 -3 17,5
4 C.S. 4,5 1,5 26 1,25 18
5 C.G. 8 5 22 1 20
6 L.M. 2 4,25 22 7 13
7 R.M. 5 1,5 26,5 -0,25 18,25
8 A.F. 2 2,25 28,5 4 18,5
9 A.E.. 5,25 2,5 22 2,5 16
10 F.H. 4 1 21,75 -1,5 19,5
11 G.L. 7 4 28 4,5 23
12 K.G. 1 5 21 1 18,5
13 L.B. 6 2 23,5 3,5 14,5
14 T.A. 5,5 1,75 21 -2,5 17,5
15 C.F. 2,5 1,25 22 2 19
16 P.C. 7 3 24,5 2 20
17 M.J. 5 7 25,25 1,5 19
18 H.I. 9 1 24,25 1,25 17,5
19 J.M. 6,5 3,25 23 -0,5 16,75
20 A.S. 8 6,5 21,5 0,5 13,5
21 G.D. 3,5 5,5 21,5 3,25 15
22 C.Ca. 7 3,25 21 -6 15
23 N.R. 5 2,5 24 2,75 14,5
24 C.Cu. 2 1 25,5 -0,5 14,5
25 T.V. 5 2 21,25 2,5 17,5
26 S.P. 11,75 2,5 23,5 -0,75 18,5
149
APÊNDICE M – Medidas tegumentares individuais iniciais
paciente Ls – Linha E Li – linha E Li – Lnha H Pn – Linha H
1 I.O. 0,75 6,5 5,75 -1,75
2 P.P.M. -1,5 0 1 2,5
3 D.V. -1 2,75 3 1,5
4 C.S. 4 5 3 -6
5 C.G. -1 5 5,75 2
6 L.M. -9 -9 -1,5 16,5
7 R.M. 0 4,25 4,25 0,5
8 A.F. 1,5 6 5 -3
9 A.E.. -0,5 4 4,5 0,5
10 F.H. 0 2,75 2,75 0,25
11 G.L. -1,75 1 2 2,75
12 K.G. -0,5 3,5 3 1
13 L.B. -4,75 -2 0,75 8
14 T.A. 0 0,5 0,5 -0,25
15 C.F. -1,5 3 3,75 2
16 P.C. -3 -0,25 1,5 4,5
17 M.J. -4 1,5 3,5 6,25
18 H.I. -2,75 -0,75 1 4,25
19 J.M. -6,5 -1,5 2,5 11,5
20 A.S. -1,5 3,25 4 2,75
21 G.D. -2 1 1,75 3
22 C.Ca. 2,5 1 -0,5 -4
23 N.R. 0,25 4,25 4 -1
24 C.Cu. 0,75 5,75 5 -1,75
25 T.V. -3,5 -1,5 0 6
26 S.P. -2,5 0,5 2 4
150
APÊNDICE N – Medidas tegumentares individuais iniciais
paciente A' - ENAperp Ls - ENAperp Li - ENAperp B' - ENAperp P' - ENAperp
1 I.O. 11 14,25 12 -2,75 -5,5
2 P.P.M. 9,25 14 13 -2 -3
3 D.V. 13,5 19 13 0 1
4 C.S. 5,75 12 7,5 0,5 -2,75
5 C.G. 12 15,75 17 6,25 5,5
6 L.M. 10 13 11,25 6 13
7 R.M. 7,5 9,75 6 -5,5 -9,25
8 A.F. 5,5 11 9,5 -0,5 -3
9 A.E.. 9,25 13 11,25 1,5 0
10 F.H. 16 20,5 19 10,5 12
11 G.L. 8 11,25 9,25 0,5 1
12 K.G. 10,5 16,25 15 6,5 6,5
13 L.B. 10 13 10,5 5 5,5
14 T.A. 10,5 13,5 9,75 1,5 2,75
15 C.F. 9 13,5 11,5 2 -1
16 P.C. 9 14,5 12,75 2,75 6,25
17 M.J. 10,75 13 12 4,5 3
18 H.I. 12,5 16 13,5 4,5 6
19 J.M. 13 17,5 18,75 11 13
20 A.S. 11 16,5 14 2 3,5
21 G.D. 10,5 15,5 13 4 6,5
22 C.Ca. 12 15,5 12,5 0 0,75
23 N.R. 12 15,5 12,75 0 1
24 C.Cu. 12,75 17,5 17,5 3,5 4,75
25 T.V. 9,5 13 9,75 1,5 4,75
26 S.P. 12,75 16,75 14,25 6,75 6,75
151
APÊNDICE O – Medidas tegumentares individuais iniciais
paciente A - ENAperp AIs - ENAperp Is - ENAperp IIs - ENAperp Ii - ENAperp
1 I.O. -3,75 -6,5 3,5 1,5 -5
2 P.P.M. -3,5 -9 0 -1 -5,75
3 D.V. -2,25 -5,5 4,25 5,5 -3,25
4 C.S. -11,5 -18,5 -4 -3,5 -7
5 C.G. -3 -7,25 4 4 1,25
6 L.M. -2 -5,5 2,25 0,25 -0,75
7 R.M. -7 -13 -2,5 -3,5 -6,5
8 A.F. -8 -17 -3,75 -0,25 -6
9 A.E.. -6 -10 1,5 3 -4
10 F.H. -3,5 -8 2,5 4,5 3
11 G.L. -8,75 -12 -3 -4,25 -6,75
12 K.G. -4,5 -8,5 3,75 5,25 0,5
13 L.B. -8 -11,5 0,25 0,5 -3
14 T.A. -4,75 -10,5 0 1 -2,5
15 C.F. -4,5 -9,5 0,5 1 -4,5
16 P.C. -3,75 -12 0,5 1 -4,25
17 M.J. -6,5 -11,25 0,75 1,25 -4
18 H.I. -7 -12,5 -0,25 -1 -3,5
19 J.M. -5 -8 7,5 8,5 5
20 A.S. -4 -7,5 4 4 -2,5
21 G.D. -3,5 -10 0,5 -0,5 -4
22 C.Ca. -5,5 -9,25 1,75 1,5 -3,5
23 N.R. -4,75 -9,5 2,5 2,25 3,5
24 C.Cu. -3,5 -10,5 2,75 3 -1
25 T.V. -6 -5,5 0 0 -3,5
26 S.P. -3,75 -8 5 5 1,5
152
APÊNDICE P – Medidas tegumentares individuais iniciais
paciente IIi - ENAperp B - ENAperp P - ENAperp
1 I.O. -1 -16,5 -18,5
2 P.P.M. -4 -16,5 -19
3 D.V. -1,5 -10 -10
4 C.S. -6 -13,25 -14,5
5 C.G. 2,5 -6 -6
6 L.M. -1 -5,25 1
7 R.M. -6,5 -19 -20,5
8 A.F. -4 -14,75 -3
9 A.E.. 0 -13 -15
10 F.H. 4,5 0 -12
11 G.L. -6,5 -15,75 -14,
12 K.G. 1,5 -4,75 -6
13 L.B. -1,5 -8,25 -8,5
14 T.A. -2,5 -10,25 -8,5
15 C.F. -2,5 -13 -12
16 P.C. -3 -11,75 -9,25
17 M.J. -3 -9,25 -10,5
18 H.I. -3,5 -9 -7
19 J.M. 6,5 0 2
20 A.S. -1 -7,5 -8
21 G.D. -3 -10 -8
22 C.Ca. -1,75 -9,5 -10,5
23 N.R. -1,25 -11,25 -10,5
24 C.Cu. 0,5 -8 -6,5
25 T.V. -4,5 -10 -10
26 S.P. 2 -5 -4
153
APÊNDICE Q – Medidas tegumentares individuais iniciais
paciente ANL AML NAP N’Sn P’ N’Pn P’ HNB
1
I.O. 78 141 12,5 155 125,5 25,8
2
P.P.M. 89,5 140 16,5 156 129,5 20
3
D.V. 84 101,5 3,25 158 132,5 17,5
4
C.S. 94 140 6 156,5 130 24
5
C.G. 116,5 135 -1 167 140,75 16
6
L.M. 111,5 128,5 -4 166 133 8,5
7
R.M. 116 143,5 11 153 126,5 21
8
A.F. 112,5 133,5 6,4 164 138,5 16
9
A.E.. 88 122 10,5 163 131 21,5
10
F.H. 100 119,5 -2,5 159,5 136 21,25
11
G.L. 107 143 4,75 161 134 16,5
12
K.G. 106 132 4,5 157 128 19
13
L.B. 120 121 1 160 129 14
14
T.A. 103,5 126 9 161 135,5 19,5
15
C.F. 104 146,5 11 158 129 19,5
16
P.C. 92 125,5 8 161 133 18
17
M.J. 116,5 146,5 5,75 159 138 11,5
18
H.I. 93 135 -3,5 169 141,5 16,5
19
J.M. 106 116 -7 163 124 15
20
A.S. 94 80 6 159,25 128 22
21
G.D. 110 105 8 157 133 21
22
C.Ca. 106 99 3 161 141 20
23
N.R. 111 87 10,5 167 127,5 25
24
C.Cu. 100 84 9 155 126 23,5
25
T.V. 103 101 8,5 159 128 17,5
26
S.P. 93 137,5 -2 168,5 137 16
154
APÊNDICE R – Medidas tegumentares individuais finais
paciente Sn - A A' – C Ls – Is Li - Ii B' - B P' - P
1
I.O. 17,5 14 13,5 17,5 12,5 12
2
P.P.M. 16,5 12,5 14,5 14 14,5 15
3
D.V. 18 14,5 16 14 9,75 10,5
4
C.S. 17,5 16 16,5 15,5 11,5 11
5
C.G. 17,5 13,5 13,5 15,5 10 11
6
L.M. 13,5 10,5 9,25 12,75 12 12,5
7
R.M. 19,25 15 14 15,5 12,25 14,5
8
A.F. 16,5 14,5 14 16 11,5 10,5
9
A.E.. 14,5 13 15 17 13,5 14,5
10
F.H. 17,25 17,5 18,5 17,25 10,5 10,5
11
G.L. 18 15,5 17 17 14,5 16
12
K.G. 16 14,5 13 14 10,5 12
13
L.B. 20,5 15,5 15 15 13,5 13,5
14
T.A. 15 13,5 14,5 15 11,5 11
15
C.F. 18 13,5 15,5 17,5 13 10,5
16
P.C. 17,5 14,75 15 16,5 15,5 15
17
M.J. 23 16,5 14,25 15 13,25 12,25
18
H.I. 20 15,75 16,5 17 13,5 13,5
19
J.M. 19,5 12,5 10,5 15,5 11 11,5
20
A.S. 15,75 10,5 12,75 15 9,75 10,75
21
G.D. 17,75 14,75 15,5 17 14,5 15,5
22
C.Ca. 20,5 16 16,5 15,5 12,5 11,5
23
N.R. 20,5 15,5 14,75 19 11,75 12,5
24
C.Cu. 19 17 17 22,5 11,5 10,5
25
T.V. 18,5 14 14,5 14,5 10,5 14
26
S.P. 18 13,5 12 12,5 11,5 10,5
155
APÊNDICE S – Medidas tegumentares individuais finais
paciente A' - A Sto - Ils Sn - Sto B' - Bv B' - Sto
1 I.O. 10 4,5 25 -1,5 20
2 P.P.M. 5 4 26 1,75 17,5
3 D.V. 5,5 7 22,25 -2,75 18,5
4 C.S. 1,5 2 27 -4 18,5
5 C.G. 6 3 24,5 -0,5 21,5
6 L.M. 6 4 20,5 3 13
7 R.M. 5,25 1,5 27 -2,5 20,5
8 A.F. 4,75 2 28,25 2,75 22,75
9 A.E.. 5,5 4 23 2,5 16,25
10 F.H. 6,5 0,25 22 -2,5 18,5
11 G.L. 7 4 29,5 1,75 23
12 K.G. 1 7 22,5 1 17,5
13 L.B. 8,25 1,5 24,5 2,75 15
14 T.A. 6,5 2,5 21,5 -2 16,5
15 C.F. 7 3 22,75 1,5 18,5
16 P.C. 6,5 3,5 24,25 4 17,75
17 M.J. 3 5,5 24,5 1,5 21
18 H.I. 9,5 1,5 24,5 1,5 18
19 J.M. 9,5 5,5 22,5 -0,25 16,5
20 A.S. 2,5 4,5 21,75 0,25 14,5
21 G.D. 3,5 5 23 3 16
22 C.Ca. 6 3,5 24 -0,5 17,5
23 N.R. 6 2 23,5 3 14,5
24 C.Cu. 3 1 26,5 -4,5 18
25 T.V. 6 3 21,5 4,75 17,25
26 S.P. 6 3,5 26,5 -5 17,5
156
APÊNDICE T – Medidas tegumentares individuais finais
paciente Ls – Linha E Li – linha E Li – Lnha H Pn – Linha H
1 I.O. -2,5 1,75 3,5 4
2 P.P.M. -4 -5 -2 6,5
3 D.V. -3 -1,75 0 5
4 C.S. 0,75 1,5 1 -2
5 C.G. -2 1,5 3 4,25
6 L.M. -10,5 -9,5 -1,75 19
7 R.M. -4 0 2,75 7,5
8 A.F. -3 1 3 5,5
9 A.E.. -1 1 1,75 1,5
10 F.H. -1 0 0,25 1
11 G.L. -3,5 -3 1 5,5
12 K.G. -2,25 0 1,5 3,75
13 L.B. -5,5 -3,5 0 10
14 T.A. -1 -1,5 -0,75 2
15 C.F. -2,5 1 2,5 4
16 P.C. -4 -2 0,25 6,25
17 M.J. -4,25 -1 -1,5 6,5
18 H.I. -4 -2 0,25 6,25
19 J.M. -9,25 -4 2 17
20 A.S. -3 -0,75 1 5,5
21 G.D. -4 -3 -0,5 6,5
22 C.Ca. -1 -1 -0,5 1
23 N.R. -1,5 3,25 4 2,25
24 C.Cu. -3 2,5 4,5 5,5
25 T.V. -5 -2,25 0 8
26 S.P. -3,5 -1,75 0,25 6,5
157
APÊNDICE U – Medidas tegumentares individuais finais
paciente A' - ENAperp Ls - ENAperp Li - ENAperp B' - ENAperp P' - ENAperp
1 I.O. 9,5 12,5 9,25 -2,5 -3,25
2 P.P.M. 6,5 10,5 4,5 -1,75 -2,75
3 D.V. 11 15,5 8,5 -2,5 0,75
4 C.S. 5,5 11,5 7 -0,5 0
5 C.G. 11 14,5 13,75 4 5,5
6 L.M. 8 10,75 9,5 4,5 13
7 R.M. 6 7,5 5 -6 -5,5
8 A.F. 6 9,5 8,25 -0,5 -1
9 A.E.. 7,5 13 8,5 -1 -0,5
10 F.H. 15,75 19,75 16,5 8,75 12,25
11 G.L. 7,25 11,25 7,5 -0,75 3
12 K.G. 10,5 15,5 13,5 6 -5
13 L.B. 9,5 12,5 9,5 3,5 5
14 T.A. 8,5 11,5 6,5 -1 1,5
15 C.F. 10,5 14 11 0,5 0
16 P.C. 9,5 14,25 12 4,75 7,5
17 M.J. 11,5 14,5 11,75 4,5 5
18 H.I. 13,25 16,75 14,75 7,25 10
19 J.M. 10,75 15 17 9,5 14
20 A.S. 9,5 13,75 10 0,25 2,5
21 G.D. 10,75 15 11,5 4,5 8,5
22 C.Ca. 11,75 17,5 15 3 5,25
23 N.R. 12 15,5 15 3 5,25
24 C.Cu. 12,5 17 18 4,25 8
25 T.V. 9 13 8,5 0,5 4,5
26 S.P. 11 15,5 11,5 5 6,5
158
APÊNDICE V – Medidas tegumentares individuais finais
paciente A - ENAperp AIs - ENAperp Is - ENAperp IIs - ENAperp Ii - ENAperp
1 I.O. -6,5 -9,5 -0,5 -3 -8,5
2 P.P.M. -5 -10 -4,25 -7 -10
3 D.V. -4 -7,5 0 -0,5 -5,25
4 C.S. -10,5 -18 -5,5 -5,25 -7,75
5 C.G. -4 -7,25 1 0,5 -1,5
6 L.M. -2,75 -7 1,5 0,25 -3
7 R.M. -8,25 -14,75 -6,25 -7 -10,75
8 A.F. -8 -17 -4,25 -5,5 -7,25
9 A.E.. -6,5 -9 -2 -3 -8,25
10 F.H. -2,75 -9 1,25 1,5 -0,5
11 G.L. -9 -13,25 -5,5 -7 -9
12 K.G. -4 -8,25 2,5 3 -0,5
13 L.B. -7,5 -12 -2 -2,5 -5,5
14 T.A. -4,5 -10,25 -3 -5 -8,5
15 C.F. -4,5 -8 -1 -2 -6
16 P.C. -7 -12,5 -0,75 -1 -4
17 M.J. -6 -7,5 0 -0,5 -3,5
18 H.I. -5,5 -11,25 1 1,25 -1,5
19 J.M. -5 -7 4 3,5 1,5
20 A.S. -4 -7 0,75 -1 -3
21 G.D. -4 -11,5 -0,5 -1,5 -5
22 C.Ca. -4,25 -7,5 1,5 0 -2,5
23 N.R. -5 -11 0,5 -0,5 -4
24 C.Cu. -4,5 -12,5 0 0 -4
25 T.V. -6,5 -10 -1,5 -2 -5
26 S.P. -4,5 -6,5 3 2,5 -1
159
APÊNDICE X – Medidas tegumentares individuais finais
paciente IIi - ENAperp B - ENAperp P - ENAperp
1 I.O. -4 -15 -15,5
2 P.P.M. -8,75 -16 -18
3 D.V. -4 -12 -10
4 C.S. -8,75 -12,25 -10,5
5 C.G. -2 -5,5 -6
6 L.M. -2,5 -7 0,5
7 R.M. -10 -18 -20
8 A.F. -7 -12,25 -1
9 A.E.. -6,5 -14 -15
10 F.H. -3 -1,75 -12,5
11 G.L. -10,5 -15 -13
12 K.G. 0 -4,25 -5
13 L.B. -4,5 -9,5 -8
14 T.A. -7 -12,5 -10
15 C.F. -5,5 -12,5 -10
16 P.C. -4,25 -10,5 -7,25
17 M.J. -3 -8,5 -7
18 H.I. -2 -6 -3,25
19 J.M. 0,5 -10 2,75
20 A.S. -3 -9,25 -8
21 G.D. -3,5 -10 -7
22 C.Ca. -2,5 -7,5 -6
23 N.R. -3 -8,5 -7
24 C.Cu. -3,75 -7 -2,5
25 T.V. -5,5 -10 -9
26 S.P. -0,25 -6 -3,75
160
APÊNDICE W – Medidas tegumentares individuais finais
paciente ANL AML NAP N’Sn P’ N’Pn P’ HNB
1
I.O. 91 126 5,25 157,8 128 20
2
P.P.M. 103 157 16 155,5 127,5 16
3
D.V. 92 109 3,5 160,5 135 15,5
4
C.S. 107 120,5 2 157,5 132,5 23
5
C.G. 121 129 -1,5 166 139 12,5
6
L.M. 110 121 -2 168 133 5
7
R.M. 121 128 9 158 128,5 15
8
A.F. 118 144 4,5 164 136 14,5
9
A.E.. 84 118 12,5 161 128 21
10
F.H. 105 107 0,25 162,5 136,75 17,5
11
G.L. 108 139 5 161,5 135 14
12
K.G. 104 132 3,75 161 129 16
13
L.B. 122,5 133 0,75 160 128,5 14
14
T.A. 122 119,5 10 160 137 15
15
C.F. 111 122 8 154 127 19,5
16
P.C. 103,5 125 7 152 130,5 17,5
17
M.J. 116 138,5 7 154,5 135 13
18
H.I. 95 130,5 -2,5 166,25 140 15
19
J.M. 115 119 -8,5 164,5 125 9,5
20
A.S. 101 98 6 158,5 126 20,5
21
G.D. 112 101,75 6,5 159,5 133,5 21
22
C.Ca. 120 136 0 160 138,5 17
23
N.R. 112 87 6 151,5 131 21
24
C.Cu. 111 86 3 158 128 18
25
T.V. 112,5 90 6 169 128 16
26
S.P. 99 135 0 163,5 134 15
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