Download PDF
ads:
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Instituto de Bioquímica Médica
MICHELLE LOPES RIBEIRO GUIMARÃES
Estudo das proteases de micobactérias: clonagem, expressão e caracterização da
protease recombinante HtrA2 produzida in vivo pelo Mycobacterium leprae
V. I
Rio de Janeiro
*2007*
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
LOMBADA
MICHELLE LOPES RIBEIRO
GUIMARÃES
Estudo das proteases de
micobactérias: clonagem, expressão
e caracterização da protease
recombinante HtrA2 produzida in
vivo pelo Myco
bacterium leprae
UFRJ
V. I
ads:
Michelle Lopes Ribeiro Guimarães
Estudo das proteases de micobactérias: clonagem, expressão e
caracterização da protease recombinante HtrA2 produzida in
vivo pelo Mycobacterium leprae
Número de volumes: 1
Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Química Biológica, Instituto de Bioquímica
Médica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte
dos requisitos necessários à obtenção do título de Doutor em
Química Biológica.
Orientador: Maria Cristina Vidal Pessolani
Rio de Janeiro
*2007*
FICHA CATALOGRÁFICA
Guimarães, Michelle Lopes Ribeiro.G..
Estudo das proteases de micobactérias: clonagem,
expressão e caracterização da protease recombinante HtrA2
produzida in vivo pelo Mycobacterium leprae / Michelle Lopes
Ribeiro Guimarães. Rio de Janeiro, 2007.
x, 128 f.: il.
Tese (Doutorado em Química Biológica) –
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto
de Bioquímica Médica, 2007.
Orientador: Maria Cristina Vidal Pessolani
1. Mycobacterium leprae. 2. Genômica
Comparativa. 3. Proteases. 4. HtrAs – Teses.
I.Pessolani, Maria Cristina Vidal (Orient.). II.
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Instituto
de Bioquímica Médica. III. Título.
Michelle Lopes Ribeiro Guimarães
Estudo das proteases de micobactérias: clonagem, expressão e caracterização da
protease recombinante HtrA2 produzida in vivo pelo Mycobacterium leprae
Tese submetida ao corpo docente do Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal
do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Doutor em
Química Biológica.
Rio de Janeiro, 23 de Julho de 2007.
______________________________________________
Dra. Maria Cristina Vidal Pessolani, Chefe do Laboratório de Microbiologia Celular,
Instituto Oswaldo Cruz, FIOCRUZ.
(Orientador)
______________________________________________
Dr. Robson de Queiroz Monteiro, Professor Adjunto, Instituto de Bioquímica Médica
/ICB/UFRJ.
______________________________________________
Dr. Flavio Alves Lara, Pesquisador Assistente, Laboratório de Microbiologia Celular,
Instituto Oswaldo Cruz, FIOCRUZ.
______________________________________________
Dr. Carlos Roberto Alves, Pesquisador Associado, Laboratório de Biologia Molecular de
Doenças Endêmicas Manguinhos, Instituto Oswaldo Cruz, FIOCRUZ.
______________________________________________
Dr. Orlando Bonifácio Martins, Professor Adjunto, Instituto de Bioquímica
Médica/ICB/UFRJ.
(Suplente Interno)
______________________________________________
Dra. Maria Helena Feres Saad, Pesquisador Titular, Instituto Oswaldo Cruz, FIOCRUZ.
(Suplente Externo)
Este trabalho foi realizado no Laboratório de Microbiologia Celular, do Instituto Oswaldo
Cruz da Fundação Oswaldo Cruz, sob a orientação da Doutora Maria Cristina Vidal
Pessolani.
Este trabalho foi financiado pelo CNPq e FAPERJ.
Ao meu amado esposo Hugo
Aos meus pais, Vitorino e Cleusa
AGRADECIMENTOS
O reconhecimento substantivo e o reconhecer verbo, ambos se constroem, primeiro
com a desconstrução de realidades aparentemente reais e depois com o tempo irremediável.
Aprendi durante este trajeto, muitas cnicas, formas para tornar respostas, perguntas que nos
pareciam mistérios aprendi que Ciência paradoxalmente é intuição, instinto, que conflitam com a
razão e os protocolos. Qual não é nossa emoção e realização quando nos deparamos frente a um
resultado próspero? No entanto, acredito que nosso maior aprendizado vem das pessoas que se
deparam e passam por nosso caminho, é para todas estas pessoas que agradeço, pois participaram
de forma inquestionável deste trabalho.
Àquele que tudo criou e a nós não nos cabe definir, apenas crer em sua providência que sempre
nos provê o necessário;
Ao meu amor Hugo, sem você sou um ser incompleto, pela metade. Sou uma mulher
plenamente realizada ao teu lado. Obrigada pela sua incondicional doação e amor. Paciência e
confiança num futuro de felicidade;
Ao meu pai, Vitorino, que sempre me incentivou e apoiou. Sem a sua participação em minha
vida eu não estaria vivendo este momento agora;
À minha mãe, Cleusa, por sempre ter me dado apoio em minhas decisões e, principalmente,
por ser minha melhor amiga;
Este é um agradecimento mais que especial à minha orientadora e amiga, Dra. Maria Cristina
Vidal Pessolani por me acompanhar mais de oito anos e formar meu caráter científico. Neste
período, sempre se empenhou em apoiar, elogiar, aconselhar e repreender minhas atitudes
equivocadas. Obrigada pela amizade, confiança, paciência, dedicação, e por ser um grande
exemplo pra mim. Obrigada pela ajuda em todas as etapas desse trabalho;
À Dra. Fernanda Portaro, do laboratório de Imunoquímica, Instituto Butantã, São Paulo, pela
inestimável amizade, disponibilidade, incentivo. Obrigada por me acolher nas duas ocasiões em
que estive em Sampa. Obrigada por abrir as portas do seu laboratório, disponibilizando recursos e
pessoal, para agilizar meus experimentos. Minha tese não seria a mesma sem sua participação;
À Eliana Blini Marengo, também do Instituto Butantã, por ser tão amiga e prestativa. Por me
abrigar e me fazer sentir em casa. Por colaborar, participar e acreditar no meu trabalho;
À Natália
Pieranfeli dos Santos
, aluna de iniciação científica da Dra. Fernanda Portaro, por
sua dedicação, ajuda e eficiência;
A todos do Centro Aplicado de Toxinologia, CAT, que me receberam tão bem e tornaram
minha estada em São Paulo muito agradável. Obrigada a todos os que contribuíram para este
trabalho se tornar realidade, de forma direta ou indireta;
À Dra. Euzenir Nunes Sarno, pelo incentivo e amizade, tão importantes nesta jornada;
À Dra. Eugênia Galo, pela generosidade e colaboração;
Ao Dr. Sergio Antunes, pelas conversas e sugestões, ajuda e colaboração;
À Dra. Maria Helena Saad, e aos demais chefes de laboratório, por sempre serem tão gentis e
prestativos comigo;
Ao professor Dr. Orlando O. Martins, pela revisão cuidadosa da minha tese, pelas sugestões
sempre relevantes e pela amizade;
Aos meus amigos de sala e cervejas, Elisa (Rock Balboa), Julio, Leonardo, descobri em vocês o
valor da verdadeira amizade, minha jornada foi muito menos árdua pela companhia de vocês;
Ás minhas amigas Luciana, Tatiana (minha amiga, ainda bronquinha), por sua ajuda em vários
momentos e incentivo;
Aos meus queridos amigos de labuta, que estão distantes apenas fisicamente, Cristiana e
Renato, vocês são pessoas de fibra e merecem todo o sucesso e felicidade possível;
À Patrícia, minha querida ex-aluna, pois sem a sua participação esta tese não teria sido a
mesma;
Aos colegas da sala 27, Adriano, André, Érika, Lucinéia, Márcia, Michel, a Érika (que o
duende escondeu) pelos inúmeros momentos agradáveis de convivência;
Aos meus colegas e amigos Milton, Adalberto, Harrison, Sidra, Viviane, Amanda, Mara, pelo
companheirismo, carinho e ajudas;
Ao Dr. José Augusto médico do Ambulatório Souza Araújo/Fiocruz/RJ, pela amizade,
prestabilidade e gentilezas. Enfermeira Denise e demais componentes do ambulatório Souza
Araújo/FIOCRUZ;
Aos meus sogros, Sr. Agripino e Sra. Marlene, que deram a vida ao ser que mais amo, e por
darem tanto apoio e carinho sempre. Eu ganhei o um sogro e uma sogra, mais sim, um pai e
uma mãe;
Aos meus avós maternos, Arnaldo e Izaura, em sua memória, e a toda a minha família pelo
suporte carinhoso de sempre;
Aos meus avós paternos, Vitorino, in memorian, e Luzia, pelo carinho, amor e exemplo de luta
e amor pela vida;
Ao meu gato Azinho, ou Zen gatinho, meu gato de guarda por toda a alegria e bem estar que
causa e pela inseparável companhia durante esses 12 anos em que estamos juntos;
Ao Sr. Salles, que sempre me socorreu com seu carinho fraternal e amizade;
Aos funcionários
da secretaria do programa de pós-graduação em Química Biológica, IBMQ,
UFRJ, em especial para a Teresa, pelo apoio sempre solícito em todos os momentos;
A todos os professores do Instituto de Bioquímica Médica, a coordenação do programa de pós-
graduação, por formarem verdadeiros doutores e mestres e em particular pela solicitude sempre
presente durante toda minha estada neste instituto;
A todos os que trabalham na secretaria da hanseníase, pelas xérox e outros favores que me
foram de grande valia;
À Bené, Sr. Paulo, Solange, e todos os outros colaboradores, porque sem vocês este laboratório
não funcionaria;
A todos os outros amigos, que eu não citei aqui, mas que fazem parte do meu coração;
Ao Instituto Pasteur, France, por ter financiado minha participação no curso “First Joint
Pasteur Institute/Wellcome Trust Course on Genomics in South América”, realizado no Uruguai e
a todos os que de alguma forma contribuíram para minha introdução ao mundo da Bioinformática;
Ao LNCC por ter financiado minha participação na
Conferência em Bioinformática: Global
dialogues on emerging science and technology”, realizado em Petrópolis, Rio de Janeiro;
Ao CNPq, por terem financiado este projeto, minha bolsa, além de outros benefícios;
A FAPERJ por ter financiado este projeto.
"Toda a nossa ciência, comparada com a realidade, é primitiva e infantil - e, no entanto, é a
coisa mais preciosa que temos."
Albert Einstein
RESUMO
GUIMARÃES, Michelle Lopes Ribeiro. Estudo das proteases de micobactérias:
clonagem, expressão e caracterização da protease recombinante HtrA2 produzida in
vivo pelo Mycobacterium leprae. Rio de Janeiro, 2007. Tese (Doutorado em Química
Biológica) - Instituto de Bioquímica Médica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, 2007.
Embora as proteases sejam reconhecidas como importantes fatores de
virulência em microorganismos patogênicos, pouca informação está disponível na literatura a
respeito do papel potencial destas enzimas nas doenças causadas por micobactérias. Neste
trabalho, nós utilizamos ferramentas de bioinformática para comparar os genes que codificam
para proteases presentes nos genomas de Mycobacterium leprae, Mycobacterium tuberculosis,
Mycobacterium bovis e Mycobacterium avium paratuberculosis. Esta análise nos permitiu
realizar uma revisão da nomenclatura das famílias de proteases presentes nas micobactérias.
Devotamos especial atenção ao “depauperado genoma” do M. leprae onde observamos um
relativo grau de conservação desta classe, quando comparado com outras famílias de genes.
Um total de 39 genes dos 49 encontrados em M. bovis foram identificados em M. leprae.
Definimos um grupo bem conservado de 38 genes que codificam para proteases,
compartilhadas pelas quatro espécies. Este conjunto é provavelmente essencial para a
sobrevivência no hospedeiro e para o desenvolvimento da doença, podendo representar um
relevante alvo para o desenvolvimento de drogas que resultem em um melhor controle das
doenças provocadas por micobactérias. Cinco destes genes, três codificando para putativas
proteases secretadas, foram então selecionados a fim de investigarmos sua expressão em M.
leprae isolado de biópsias de tecido epitelial de pacientes com a forma multibacilar da
hanseníase. Através da técnica de RT-PCR, demonstramos que mycP1, htrA2, htrA4, gcp e
clpC foram expressos durante o curso da infecção humana, sugerindo seu envolvimento na
patogênese. Adicionalmente, a expressão de Gcp nas lesões de pacientes com hanseníase foi
confirmada por imunohistoquímica utilizando anticorpo produzido contra esta proteína. Esta
observação reforça o potencial papel das proteases de micobactérias no contexto da
hanseníase. Finalmente, selecionamos a protease HtrA2 de M. leprae para caracterizar as
propriedades bioquímicas desta enzima. As proteínas HtrA têm sido relacionadas com a
patogênese ocasionada por diversas bactérias, no entanto, pouca informação existe acerca
destas proteases em micobactérias. A HtrA2 partilha 70% de identidade com a Rv0983, uma
proteína secretada pelo M. tuberculosis, e previamente identificada em bactérias cultivadas
em meio axenico. Produzimos a forma recombinante da HtrA2 e a sua atividade enzimática
foi analisada utilizando um conjunto de peptídeos sintéticos com fluorescência apagada
(FRET). A HtrA2 recombinante de M. leprae mostrou atividade proteolítica contra tais
peptídeos revelando uma especificidade de clivagem após resíduos básicos e atividade
máxima em temperaturas superiores a 40°C. Esta especificidade difere da descrita para DegP
e DegS, enzimas homólogas em Escherichia coli que clivam preferencialmente após resíduos
hidrofóbicos. Em conjunto, esses resultados demonstram que o M. leprae produz in vivo uma
protease da família HtrA e indica esta proteína como potencial alvo para intervenções
profiláticas e terapêuticas nas doenças provocadas por micobactérias.
ABSTRACT
GUIMARÃES, Michelle Lopes Ribeiro. Estudo das proteases de micobactérias:
clonagem, expressão e caracterização da protease recombinante HtrA2 produzida in
vivo pelo Mycobacterium leprae. Rio de Janeiro, 2007. Tese (Doutorado em Química
Biológica) - Instituto de Bioquímica Médica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, 2007.
Although proteases are recognized as important virulent factors in pathogenic
microorganisms, little information is available so far regarding the potential role of these
enzymes in diseases caused by mycobacteria. Here we use bioinformatic tools to compare the
protease-coding genes present in the genome of Mycobacterium leprae, Mycobacterium
tuberculosis, Mycobacterium bovis and Mycobacterium avium paratuberculosis. This
analysis allowed a review of the nomenclature of the protease families present in
mycobacteria. A special attention was devoted to the `decaying genome` of M. leprae where
a relatively high level of conservation of protease-coding genes was observed when compared
to other genes families. A total of 39 genes out of the 49 found in M. bovis were identified in
M. leprae. Of relevance, a core of well-conserved 38 protease genes shared by the four
species was defined. This set of proteases is probably essential for survival in the host and
disease outcome and may constitute novel targets for drug development leading to a more
effective control of mycobacterial diseases. Five of these genes, three coding for putative
secreted proteases, were then selected to investigate their expression in M. leprae isolated
from skin biopsies of multibacillary leprosy patients. Via nested-PCR, it was demonstrated
that mycP1, htrA2, htrA4, gcp and clpC were expressed in vivo during the course of human
infection, suggesting their involvement in leprosy pathogenesis. Moreover, the expression of
Gcp in leprosy lesions was further confirmed by imunohistochemistry using a specific
hyperimmune serum. This observation reinforces the potential role of mycobacterial
proteases in the context of leprosy pathogenesis. Finally we obtained the recombinant HtrA2
protease of M. leprae for further enzymatic characterization. HtrA proteins have been shown
to play a role in bacterial pathogenesis, but the mycobacterial counterparts have not been
studied. M. leprae HtrA2 shares 70 % identity with Rv0983, a protein secreted by M.
tuberculosis, and previously identified in conditioned medium of bacteria grown in axenic
medium. The recombinant HtrA2 protein was produced and its enzymatic activity analyzed
using a collection of fluorescence resonance energy transfer (FRET) synthetic peptides. The
M. leprae recombinant HtrA2 displayed proteolytic activity toward the FRET peptides,
revealing a specificity of cleavage after Arg residues and maximum activity at temperatures
over 40°C. Together, our data demonstrate that M. leprae produces in vivo an HtrA2 like-
protease, and indicates this protein as a new potential target for prophylaxis and therapeutic
interventions in mycobacterial diseases.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura Página
Figura 1: Mapa mostrando a distribuição da hanseníase no mundo em 2005. 4
Figura 2: Espectro clínico da hanseníase. 6
Figura 3: Esquema da parede celular de micobactérias. 9
Figura 4: Árvore filogenética para o gênero Mycobacterium. 13
Figura 5: Nomenclatura para descrever a interação do substrato com a protease. 17
Figura 6: Estrutura do sítio S1 da tripsina com um resíduo de lisina ligado a
cadeia.
19
Figura 7: Organização dos domínios moleculares dos membros da família HtrA. 21
Figura 8: Esquema da ativação das DegS. 22
Figura 9: Modelo anêmona para o mecanismo de ativação das HtrAs. 23
Figura 10: Regulação do promotor do gene degP em E. coli. 25
LISTA DE TABELAS
Tabela Página
Tabela 1: Análise das características gerais dos genomas. 12
Tabela 2: Clãs de serina proteases. 19
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
% - Porcentagem.
µg/mL -
Microgramas por mililitro.
µg – Micrograma.
µL – Microlitro.
µM – Micromolar.
0
C Grau Celsius.
A Adenosina.
BAAR Bacilo álcool ácido resistente.
BCG Bacilo de Calmette-Guérin.
BSA Albumina sérica bovina.
C Citidina.
cDNA DNA complementar.
CDS Seqüência codificante.
Degs Proteases que degradam proteínas mal formadas.
DFP Diisopropilfluorofosfato.
DNA Ácido desoxirribonuclêico.
dNTP Desoxirribonucleotídeos (N= A, C, G ou T).
eV Elétron volt.
FRET “fluorescence resonance energy transfer”.
g Grama (s).
G Guanosina.
g/L - Gramas por litro.
h - Hora.
HCl - Ácido clorídrico.
HtrAs Proteases com requerimento de elevadas tempetraturas para
sua atividade.
IB Índice baciloscópico.
IPTG Isopropil-D-galactosídeo.
kb Quilobases – 1 kb = 1 000 bases nucleotídicas.
kDa Quilodaltons – 1 kDa = 1 000 Daltons.
LAM Lipoarabinomanana.
LB Lura-Bertani – meio para cultura bacteriana.
LM Lipomanana.
M - Molar.
MAC Complexo Mycobacterium avium.
MCA Metilcoumarina.
mg Miligramas.
min. Minuto (s).
mL - Mililitro.
mm Milímetros.
mM - Milimolar.
ng Nanogramas.
nm Nanometros.
OMS Organização Mundial de Saúde.
PAGE - Eletroforese em gel de poliacrilamida.
pb - Par (es) de base (s).
PBS Tampão fosfato salino.
PCR Reação da polimerase em cadeia.
PDIM Fiotiocerol dimicocerosato.
PDZ Proteína densa pós-sináptica.
PGL-1 Glicolipídeo fenólico 1.
PIM Fosfatidilinositol manosídeo.
PMSF Fenilmetilsulfonil fluorido.
PQT Poliquiomioterapia.
rHtrAs Forma recombinante da protease com requerimento de
elevadas tempetraturas para sua atividade.
RNA Ácido ribonucleíco.
RNAm Molécula de RNA mensageiro.
RNAr Molécula de RNA ribossômico.
Rv0000 Código de duas letras e quatro números para a cepa H37Rv
de Mycobacterium tuberculosis.
RT Transcriptase reversa.
s Segundo (s).
SDS - Dodecil-sulfato de sódio.
T Timidina.
TBS Tampão Tris salina.
TBS/T Tween.
TMM Trealose monomicolato.
Tris - Trishidroximetilamino metano.
U Unidade.
V Volts.
X g - Velocidade de sedimentação em unidade gravitacional.
LISTA DE TRÊS E UMA LETRAS PARA OS AMINOÁCIDOS
Aminoácido Código de três letras Código de uma letra
Alanina Ala A
Arginina Arg R
Asparagina Asn N
Ácido aspártico Asp D
Ácido Glutâmico Glu E
Cisteína Cys C
Fenilalanina Phe F
Glicina Gly G
Glutamina Gln Q
Histidina His H
Isoleucina Ile I
Leucina Leu L
Lisina Lys K
Metionina Met M
Prolina Pro P
Serina Ser S
Tirosina Tyr Y
Treonina Thr T
Triptofano Trp W
Valina Val V
SUMÁRIO
1 Introdução
1
1.1 O gênero Mycobacterium 1
1.2 Epidemiologia das Micobactérias 2
1.3 Hanseníase 4
1.4 Características do Mycobacterium leprae 7
1.5 Genômica comparativa 10
1.6 Papel de proteases bacterianas na interação patógeno-hospedeiro 13
1.7 As famílias de proteases 15
1.8 Serina-proteases 17
1.9 A família das proteases com requerimento de elevadas
temperaturas, tipo A (HtrAs)
20
1.9.1 Regulação da atividade das HtrAs 23
2 Objetivos
27
2.1 Objetivo geral 27
2.2 Objetivos específicos 27
3 Resultados
29
Manuscrito 1
31
Manuscrito 2
33
Manuscrito 3
35
4 Discussão
37
5 Conclusão
49
6 Referência
52
7. Apêndice
62
Estudo das proteases de micobactérias
1
1 Introdução
1.1 O gênero Mycobacterium
O gênero Mycobacterium inclui mais de 70 espécies, a maioria saprófitas de vida livre
e apenas uma pequena proporção destas bactérias causam doenças crônicas em humanos e
animais. Juntamente com os gêneros Corynebacterium, Nocardia e Rhodococcus pertencem à
ordem dos Actinomycetales e família Mycobacteriacea, tendo em comum o fato de serem
bactérias aeróbicas com a parede celular rica em ácidos micólicos, Gram-positivas, álcool-
ácido resistentes e não formarem esporos (VAN SOOLINGEN, 2001).
Doenças como a tuberculose, a lepra, e uma gama de infecções oportunistas
provocadas por diversas espécies de micobactérias são consideradas extremamente
importantes no cenário da saúde pública mundial. Indivíduos imunodeprimidos podem ser
acometidos por infecções causadas por micobactérias oportunistas como o Mycobacterium
avium e Mycobacterium intracellulare integrantes do complexo Mycobacterium avium
(MAC). Estas infecções são difíceis de controlar devido à resistência natural destas espécies
aos antibióticos que o eficientes contra Mycobacterium tuberculosis e Mycobacterium
leprae (BIET, et al., 2005).
A tuberculose em humanos é causada principalmente pelo M. tuberculosis, no entanto,
o Mycobacterium bovis, agente etiológico da tuberculose bovina também pode ser
responsável pela doença. Dentre as medidas de combate às infecções micobacterianas estão à
vacinação com BCG (cepa atenuada do M. bovis) para controle da tuberculose e tratamento
com coquetéis antibióticos, medidas comuns a todas as infecções micobacterianas. Em 1921,
Estudo das proteases de micobactérias
2
a vacina BCG passou a ser administrada na França onde se mostrou extremamente eficiente,
reduzindo em 90% a mortalidade em crianças. A utilização desta vacina então, foi difundida
mundialmente e apesar do sucesso inicial, a vacinação com BCG não foi capaz de eliminar a
epidemia de tuberculose no mundo (DOHERTY & ANDERSEN, 2005). O mesmo cenário
pode ser visualizado para o tratamento com a utilização de antibióticos. Diante desse
panorama de insucesso, torna-se evidente a necessidade em desenvolver ferramentas para o
controle da dispersão destas doenças, ou mesmo formas terapêuticas mais eficientes.
1.2 Epidemiologia das Micobacterioses
Doenças como a tuberculose e a hanseníase são responsáveis por milhões de
casos novos detectados anualmente. A tuberculose é uma doença infecciosa crônica. O M.
tuberculosis inicialmente replica-se dentro das células do trato respiratório superior e depois
nos macrófagos alveolares de onde ocorre a sua disseminação. Uma vez que o sistema imune
inicie a resposta à infecção, as bactérias passam a se acumular em regiões restritas, os
granulomas. A tuberculose é uma doença rica em paradoxos, foi a primeira para a qual houve
vacina desenvolvida, além da disponibilidade de antibióticos efetivos contra a infecção desde
a metade do século. Tais medidas não foram suficientes para deter o status de grande número
de mortes ocasionadas pelo M. tuberculosis. Estima-se que anualmente provoque 2 - 3
milhões de mortes entre indivíduos com idade entre 15 - 49 anos e que nos próximos 20 anos,
um terço da população estará infectada com o M. tuberculosis e aproximadamente 200
milhões de indivíduos terão risco de desenvolver a doença. O impacto da severidade da
doença tem aumentado em parte pela epidemia de HIV. Estatisticamente a elevação da
Estudo das proteases de micobactérias
3
mortalidade pelo vírus HIV torna-se acentuada em casos de co-infecção com o M.
tuberculosis. Outro ponto relevante é resistência deste microorganismo às drogas utilizadas
em seu tratamento (GARCÍA, et al., 2005). Tal resistência é causada pela inexistência ou
pela interrupção do tratamento dos indivíduos acometidos
(http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs104/en/index.html).
A hanseníase é considerada uma das mais antigas doenças que acomete o
homem. As referências mais remotas datam de 600 A.C e procedem da Índia, que,
juntamente com a África, podem ser consideradas o berço da doença. Como pode ser
observado na Figura 1, os países mais atingidos pela doença se encontram no sudoeste da
Ásia, América do Sul e África. Dentre os países representantes das Américas, o Brasil é o
que apresenta maior mero de casos com 38.410 em 2005 com uma taxa de prevalência de
30.7 por 10.000 indivíduos. Seguido pela República do Congo com 20.737 casos e
prevalência de 10.5 por 10.000 indivíduos (www.who.int/lep).
Diferentemente da taxa de prevalência que vem drasticamente decaindo desde 1985
com a implementação pela Organização Mundial de Saúde (OMS) da poliquimioterapia
(PQT), o número de casos novos detectados anualmente permanece elevado. Em 2005,
296.499 casos novos de hanseníase foram detectados contra 407.791 em 2004 e 514.718 em
2003. Esta persistência na taxa de incidência da doença, apesar da implementação maciça da
PQT nos países endêmicos, pode ser atribuída a vários fatores, tais como a intensidade na
busca de novos casos, a alta transmissão em certas áreas proveniente de indivíduos
assintomáticos transmissores, ou a recidiva de casos previamente tratados (www.who.int/lep).
Estudo das proteases de micobactérias
4
Figura 1 - Mapa mostrando a distribuição da hanseníase no mundo em 2005.
(http://www.who.int/lep/situation/en/)
1.3 Hanseníase
A hanseníase ou lepra é uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium
leprae que afeta principalmente a pele e o sistema nervoso periférico. Esta enfermidade
dificilmente leva à morte, mas constitui a principal causa de neuropatia periférica infecciosa.
As deformidades e incapacidade físicas presentes em aproximadamente 30% dos indivíduos
afetados são responsáveis pelo forte estigma observado contra a doença até os dias atuais.
A via de transmissão da hanseníase não está totalmente esclarecida, mas acredita-se
que a via respiratória seja a mais provável, ainda que a infecção através de lesão na pele
permaneça uma possibilidade. O trato respiratório superior dos pacientes multibacilares é a
principal fonte de M. leprae encontrada no meio ambiente. O tempo de incubação varia de 2
Estudo das proteases de micobactérias
5
a 5 anos. Os tecidos primariamente infectados pelo M. leprae são usualmente os sítios
superficiais da pele e nervos devido à preferência deste por temperaturas mais baixas.
Entretanto órgãos internos também podem ser infectados nas formas disseminadas da doença
(revisto por VIDAL PESSOLANI, et al., 2003).
A severidade e patologia da hanseníase dependem da imunidade do indivíduo
infectado e foi descrita por Ridley e Jopling como um espectro contínuo de estados da doença
(RIDLEY & JOPLING, 1966) (Figura 2). Em um polo do espectro encontramos pacientes
com vigorosa resposta celular, mediada por células T (tipo Th1) que exibem a forma clínica
tuberculóide (TT), uma doença localizada, com poucos bacilos e lesões limitadas. No outro
polo observa-se uma resposta celular pobre e forte resposta humoral (anticorpos anti-M.
leprae) manifestando a forma clínica lepromatosa (LL). Este polo reflete extrema
suscetibilidade ao M. leprae, no qual a proliferação disseminada do bacilo (em torno de 10
10
por grama de tecido) resulta em lesões de pele difusamente distribuídas. Borderline
tuberculoíde (BT), borderline-borderline (BB) e borderline lepromatoso (BL) são
considerados estados intermediários entre os dois polos, onde a progressiva redução da
resposta imune mediada por célula é acompanhada por lesões de pele e nervos mais
numerosas, aumento da carga bacilar e dos níveis de anticorpos. Alterações na imunidade ou
a própria terapia podem acarretar mudança no espectro da doença. O dano neural ocorre na
maioria dos pacientes e em todas as formas clínicas da doença (GANAPATI & REVANKAR,
1989), sendo, contudo mais severa em pacientes TT e BT do que em pacientes LL. Na forma
TT os nervos sensores abaixo da pele são afetados, resultando na perda da sensação a
estímulos como o toque e calor, enquanto que os danos nos nervos motores levam a perda da
função muscular (paralisias) na forma LL. Perda dos dedos das mãos e pés e desfigurações,
característica presente nos pacientes com hanseníase, são devido à osteoporose, inflamação,
trauma e infecções bacterianas secundárias. A lesão neurológica na hanseníase é
Estudo das proteases de micobactérias
6
principalmente agravada pela ocorrência de episódios de inflamação aguda que ocorrem
antes, durante ou mesmo após o término da PQT. Estes são chamados de reação reversa (RR)
ou do tipo I e eritema nodoso leproso (ENL) ou reação do tipo II. Os fatores que
desencadeiam as reações ainda não são conhecidos e o tratamento das mesmas se faz com
corticoides e talidomida. Nos piores casos de doentes não tratados, a inflamação causa
necrose dos nervos e paralisias irreversíveis.
Figura 2 Espectro clínico da hanseníase. A imunidade mediada por células, medida pelo teste de
Mitsuda, é inversamente proporcional à carga bacilar, medida pelo índice baciloscópico (IB). TT-
forma polar (estável); LL forma polar Virchowiana ou lepromatosa (estável), BT, BB e BL grupo
Borderline (instável). (Adaptado de HARBOE, 1985).
Quando diagnosticada e tratada precocemente a hanseníase é uma doença que não
deixa seqüelas neurológicas. A utilização de quimioterápicos no tratamento da hanseníase
remonta do século VI, com a utilização na Birmânia do óleo de hydnocarpus, difundindo-se
esta prática por toda a Europa no século passado. A partir da década de 40, a monoterapia
com sulfonas foi adotada, causando um grande impacto no tratamento da doença. O
surgimento de casos sulfono resistentes, a persistência bacilar e o abandono ao tratamento
devido a sua longa duração levaram a OMS a recomendar em 1982 um tratamento
Estudo das proteases de micobactérias
7
poliquimioterápico (PQT) baseado na associação das drogas dapsona, rifampicina e
clofazemina. O tratamento para os pacientes multibacilares (formas LL e BL) tem duração de
12 meses com administração mensal de rifampicina (600 mg) e clofazamina (300 mg) e diária
de dapsona (100 mg) e clofazamina (50 mg). Para os pacientes paucibacilares (formas TT,
BT e BB) o tratamento tem duração de 6 meses com administração mensal de rifampicina e
diária de dapsona (OMS, 1982). Este regime de tratamento é utilizado com bastante eficácia.
As enzimas alvo para rifampicina e dapsona são a sub-unidade β da enzima RNA polimerase
e di-hidropteroato sintase (folP1), respectivamente. O alvo da clofazamina ainda não foi
determinado, mas pode estar ligado ao metabolismo dos ácidos nucléicos (WINDER, 1982).
A PQT tem obtido sucesso na redução da taxa de prevalência na situação global da hanseníase
de 12 casos por 10.000 indivíduos em 1985 para pouco mais de 1 caso por 10.000 no fim de
2000. O número de casos registrados tem declinado de 5.351.408 casos em 1985 para
298.626 em 2005. Contudo, permanece o incentivo para a busca de novas drogas que causem
menos efeitos colaterais e que permitam um tratamento de mais curta duração.
1.4 Características do Mycobacterium leprae
O M. leprae foi o primeiro microorganismo a ser identificado como agente etiológico
de uma doença humana por Gerhard Amauer Hansen, em 1873. O bacilo de Hansen, como
também é chamado, é um patógeno intracelular obrigatório não cultivável in vitro até os dias
atuais. No seu hospedeiro natural, o homem, é encontrado preferencialmente em células do
sistema de fagócitos mononucleares e células de Schwann (CS) do nervo periférico onde se
multiplica muito lentamente com um tempo de geração estimado em 14 dias.
Estudo das proteases de micobactérias
8
A morfologia do M. leprae é de um bastonete reto ou ligeiramente encurvado, de 1,5 a
8 micra de comprimento por 0,2 a 0,5 micra de largura. Cora-se de vermelho pela fucsina e
não se descora pela lavagem com solução álcool-ácida, sendo, portanto, um bacilo álcool-
ácido resistente (BAAR). É considerado Gram-positivo quando corado pelo método de Gram.
Nos esfregaços de pele e nos cortes histopatológicos os bacilos são vistos isolados ou em
agrupamentos com tamanhos variados (RESS, 1985). À semelhança das outras
micobactérias, o M. leprae, apresenta um envoltório de composição muito singular, rico em
lipídios complexos e distintos daqueles normalmente observados em outras bactérias Gram-
positivas e Gram-negativas. Os lipídios mais característicos do seu envelope celular são
ácidos graxos de 60 a 90 átomos de carbono, também denominados de ácidos micólicos
Figura 3. Muitas das propriedades relativas à virulência e à sobrevivência do M. leprae
dentro da célula hospedeira parecem estar associadas à estrutura peculiar do seu envelope.
Além disso, este envoltório é responsável pela baixa permeabilidade e consequentemente
grande resistência a agentes terapêuticos normalmente eficazes contra outras bactérias
(BRENNAN & NAKAIDO, 1995).
Estudo das proteases de micobactérias
9
Figura 3 Esquema da parede celular de micobactérias. A membrana plasmática é coberta por
uma parede celular feita de peptídeoglicana covalentemente ligada a galactana. Três cadeias de
arabinana estão ligadas a galactana. A camada de peptídeoglicana-arabinogalactana forma a zona
eletro-densa. Ácidos micólicos são ligados a região terminal da cadeia arabinana. A camada exterior
é formada por ácidos micólicos e micoserosóicos de fitiocerol dimicocerosato (PDIMs) e glicolipídeo
fenólico (PGLs) como indicado na figura. Esta pseudo-bicamada forma a zona eletro-transparente. A
cápsula é composta de PGLs e outras moléculas como PDIMs, fosfatidilinositol manosídeo (PIMs) e
fosfolipídeos, que envolvem a bactéria (VISSA & BRENNAN, 2001).
Até pouco tempo acreditava-se que o homem era o único hospedeiro natural do M.
leprae. Sua multiplicação em outro mamífero foi conseguida pela primeira vez por Shepard,
em 1960 após inoculação no coxim plantar de camundongos Balb/c, observando-se uma lesão
localizada de hanseníase que regredia após o bacilo atingir o número de um milhão de células
bacterianas na lesão. O mesmo autor mostrou posteriormente que camundongos
timectomizados apresentavam uma infecção generalizada quando inoculados com M. leprae
(SHEPARD, 1962). Em 1971, Kirchheimer & Storrs demonstraram a ocorrência de tatus
naturalmente infectados capturados no Estado da Louisiana nos Estados Unidos da América.
Estudo das proteases de micobactérias
10
Estes tatus, da espécie Dasypus novemcinctus, apresentavam uma forma disseminada da
doença com comprometimento de pele, medula óssea, fígado, baço, linfonodos, pulmões,
meninges e olhos. A partir desta descoberta, estes animais vem sendo mantidos em cativeiro
para inoculação experimental de M. leprae, representando as principais fontes de bactéria para
estudos bioquímicos e imunológicos. Além do tatu de nove bandas, somente macacos
mangabei e chimpanzés foram encontrados naturalmente infectados com o M. leprae (revisto
por VIDAL PESSOLANI, et al., 2003).
Os mecanismos que permitem ao M. leprae infectar o homem e causar doença ainda
são pouco conhecidos. Os principais fatores que tem dificultado este entendimento são a
incapacidade de cultivo in vitro do bacilo e a ausência de um modelo animal que mimetize a
doença humana.
1.5 Genômica comparativa
Desde que o primeiro genoma procariótico foi finalizado, o número de projetos para
sequenciamento de genomas de micobactérias vem crescendo constantemente. Atualmente
existem 13 genomas completamente seqüenciados e outros 8 estão em progresso. Dentro
deste cenário, as micobactérias patogênicas foram as primeiras a serem seqüenciadas, sendo
assim, o genoma do M. tuberculosis foi finalizado em 1998 (COLE, et al., 1998; CAMUS, et
al., 2002) e do M. leprae em 2001 (COLE, et al., 2001). A comparação entre genomas
proporciona um melhor entendimento da biologia destas espécies quanto às características
bioquímicas, genéticas, fisiológicas e uma melhor compreensão sobre os mecanismos
patogênicos. Dentre as características mais marcantes encontradas, ressaltamos a extensiva
Estudo das proteases de micobactérias
11
deleção e inativação de genes observada no cromossomo do bacilo de hansen, um processo
denominado evolução por redução, o que resultou no menor genoma dentre as
micobactérias (ANDERSSON & ANDERSSON, 1999; VISSA & BRENNAN, 2001;
MARRI, et al., 2006). Acredita-se que esta perda se deva ao ambiente extremamente estável,
rico em metabólitos, e que, portanto exige pouca versatilidade metabólica para a
sobrevivência do bacilo. Esta característica poderia explicar a taxa de crescimento lenta,
assim como a incapacidade M. leprae de crescer in vitro. Somente 49.5% do genoma do M.
leprae contém genes que codificam para proteínas, característica não observada em nenhum
outro genoma bacteriano até hoje seqüenciado. O genoma do M. leprae contém 1.116
pseudogenes ou genes degenerados, assim denominados devido à perda de regiões necessárias
para sua transcrição e/ou tradução. Uma análise funcional dos genes preservados em M.
leprae revela a integridade da maioria das vias anabólicas, mas deleções em algumas vias
catabólicas essenciais. Os genes perdidos na maioria dos casos constituem cópias de enzimas
essenciais presentes em duplicidade (isoenzimas) em M. tuberculosis cujo genoma apresenta
uma grande redundância. Acredita-se que o genoma degenerado do M. leprae seja resultado
de erros na replicação combinado a uma redução na capacidade de reparo do DNA (revisto
por VISSA & BRENNAN, 2002). Estes processos provocariam um acúmulo de mutações em
genes não mais essenciais para sobrevivência no ambiente intracelular. Este mecanismo
altera permanentemente o genótipo e resulta na adaptação ao ambiente em que a bactéria vive
(DOBRINDT & HACKER, 2001). A tabela 1 mostra a análise das características gerais dos
genomas das principais micobactérias patogênicas: M. leprae (COLE, et al., 2001), M.
tuberculosis H37Rv (COLE, et al., 1998; CAMUS, et al., 2002), M. bovis AF2122
(GARNIER, et al., 2003) e M. avium paratuberculosis str. K.10 (LINGLING, et al., 2005). A
característica comum a todas as micobactérias, é seu elevado percentual de GC no DNA.
Estudo das proteases de micobactérias
12
Tabela 1Análise das características gerais dos genomas
Característica M. leprae
M. tuberculosis
H37Rv
M. bovis
AF2122
M. avium
paratuberculosis str. k10
Tamanho do Genoma (MB) 3.27 4.41 4.35 4.83
Conteúdo GC (%) 57.79 65.61 65.63 69.30
Proteínas codificadas (%) 49.50 90.80 90.59 91.30
Genes (no.) 1.604 3.959 3.951 4.539
Pseudogenes 1.116 6 ~ 20 none
A definição das moléculas envolvidas no processo de patogênese de micobactérias
poderá nos auxiliar no controle ou mesmo na profilaxia destas doenças. A análise filogenética
baseada na região 16s do RNA ribossômico revela que a distância evolutiva existente entre M.
leprae e o M. avium paratuberculosis é menor que a observada entre este e as outras
micobactérias patogênicas (Figura 4), sugerindo uma explicação para as diferenças nas formas
de infecção, colonização e sobrevivência nos respectivos hospedeiros.
Estudo das proteases de micobactérias
13
Figura 4 – Árvore filogenética para o gênero Mycobacterium. Baseada na seqüência do RNAr 16s.
Em verde, estão representadas as espécies que na finalização deste trabalho tinham o sequenciamento
do genoma em progresso. Em vermelho, estão representados os genomas já finalizados. (Adaptado de
BROSCH, et al., 2001).
1.6 Papel de proteases bacterianas na interação patógeno-hospedeiro
Os microorganismos patogênicos expressam uma variedade de moléculas que
permitem sua sobrevivência e multiplicação no hospedeiro. Dentre os fatores de virulência
mais difundidos, as proteases têm sido implicadas na patogênese de variadas doenças
causadas por microorganismos. As peptidases bacterianas são predominantemente
extracelulares e foram primeiramente consideradas como enzimas importantes para a
aquisição de nutrientes pelo patógeno através da degradação de moléculas do hospedeiro
(revisado por TRAVIS, et al., 1995).
M. smegmatis
M. marinum
M. paratuberculosis
M. avium
M. bovis
BCG
Estudo das proteases de micobactérias
14
Proteases exercem um importante papel na regulação dos níveis de muitas proteínas
intracelulares. A proteólise é requerida nos processos de secreção e degradação de proteínas
mal enoveladas e na sobrevivência em condições de estresse, como a exposição a altas
temperaturas ou privação de nutrientes (WALLER & SAUER, 1996). Apresentam, contudo,
características bioquímicas e funcionais diferentes daquelas oriundas do hospedeiro. As
peptidases virais e bacterianas são, por exemplo, insensíveis aos inibidores de proteases
presentes em abundância no plasma e tecidos de mamíferos, sendo esta uma propriedade da
maior relevância na sua atuação como fatores de virulência. Por diferirem das enzimas do
hospedeiro, as proteases de microorganismos patogênicos constituem bons alvos para o
desenvolvimento de drogas alternativas para o tratamento de doenças infecciosas (TRAVIS &
POTEMPA, 2000). Um exemplo clássico constitui o tratamento da AIDS na qual a utilização
de inibidores sintéticos de proteases virais vem proporcionando excelentes resultados
terapêuticos.
A maioria das evidências relatadas implicando proteases microbianas como fatores de
virulência derivam de estudos que sugerem que mutantes deficientes de proteases são menos
virulentos nos modelos de infecções animais que as cepas selvagens. Dados da literatura
indicam que estas enzimas podem contribuir para a patogênese das doenças infecciosas
através de diversos mecanismos. Proteases microbianas podem, assim, atuar: 1)- Inativando
inibidores de proteases ou ativando pro-enzimas do hospedeiro, como por exemplo as
prometaloproteinases, estimulando a degradação indireta de moléculas da matriz extracelular;
2)- Degradando diretamente componentes da matriz extracelular; 3)- Desregulando o sistema
imune; 4)- Desregulando cascatas de proteases do hospedeiro tais como o sistema
calicreína/cinina, sistema complemento, a cascata de coagulação e a cascata fibrinolítica
(TRAVIS, et al., 1995). A literatura apresenta um destaque crescente para o envolvimento de
proteases com função relevante na patogenicidade de microorganismos intracelulares, como
Estudo das proteases de micobactérias
15
por exemplo, os gêneros: Yersinia (WILLIAMS, et al., 2000; HEUSIPP, et al., 2006),
Streptococcus (IBRAHIM, et al., 2004; LYON & CAPARON, 2004; BIWAS & BIWAS,
2005), Chlamydia (SHAW, et al., 2002; SHARMA, et al., 2005; MURTHY, et al., 2006) e
nas espécies: Legionella pneumophyla (PEDERSEN, et al., 2001), Vibrio cholerae (BEHARI,
et al., 2001), Listeria monocytogenes (WONDERLING, et al., 2004; STACK, et al., 2005) e
Campylobacter jejuni (BRONDSTED, et al., 2005).
1.7 As famílias de proteases
As proteases, peptidases, proteinases ou hidrolases são enzimas que clivam ligações
peptídicas. A classificação das proteases é feita de acordo com três principais critérios: (1) a
reação que catalizam, (2) a natureza química do sítio catalítico e (3) a relação evolutiva
baseada nas estruturas tridimensionais. De acordo com estes três critérios, as proteases
podem ser divididas em famílias que são agrupadas de acordo com o tipo catalítico da enzima
representado por uma letra maiúscula, assim: A, aspártico; C, cisteína; G, ácido glutâmico;
M, metalo; S, serina; T, treonina e U, desconhecido. Considerando ainda a divisão em
famílias, podem ser classificadas em exopeptidases ou endopeptidases. As exopeptidases
clivam as ligações peptídicas nas extremidades amino ou carboxi terminal do substrato. As
endopeptidases, por outro lado, clivam as regiões internas do substrato. Outra divisão aceita é
o agrupamento em clãs, que são formados por grupos de famílias para as quais existem
evidências de parentesco. Um clã que contém mais de um tipo de família é descrito com a
inicial P (RAWLINGS, et al., 2006).
Estudo das proteases de micobactérias
16
O mecanismo de catálise das cisteínas e serinas peptidases é muito semelhante. O
resíduo de cisteína é ativado pela histidina, exercendo o papel de nucleófilo que ataca a
ligação peptídica, modo semelhante ao resíduo de serina nas serina proteases. No caso das
aspartil proteases a característica principal é que o sítio ativo é formado por um par de
resíduos de ácido aspártico que atuam em conjunto para permitir que a molécula de água
ataque a ligação peptídica. As metaloproteases contêm um íon metálico ligado, em sua
maioria zinco, que ativa a molécula de água atuando então como o nucleófilo para atacar o
grupo carbonil do peptídeo. As glutamil proteases também têm a molécula de água atuando
como nucleófilo durante seu mecanismo de catálise (RAWLINGS, et al., 2006).
Na descrição da especificidade de uma peptidase utiliza-se um modelo em que o sítio
catalítico é flanqueado por um ou nos dois lados por subsítios específicos, cada um capaz de
acomodar a cadeia lateral de um único resíduo de aminoácido. Estes sítios são numerados
S1....Sn em direção a porção N-terminal da enzima e S1’....Sn’ em direção à porção C-
terminal. Os resíduos do substrato são numerados P1....Pn em direção à porção N-terminal e
P1’....Pn’ em direção à porção C-terminal, como indicado na Figura 5 (SCHECHTER &
BERGER, 1967).
Estudo das proteases de micobactérias
17
Figura 5 – Nomenclatura para descrever a interação do substrato com a protease. Neste sistema,
é considerado que os resíduos de aminoácidos da cadeia polipeptídica do substrato se ligam ao
subsítios do sítio ativo da enzima. Por convenção, os subsítios da protease são chamados S e os
resíduos de aminoácido do substrato são chamados P. Os resíduos de aminoácido voltados para a
região N-terminal ao ponto de hidrólise da ligação peptídica são numerados Pn....P1 e os resíduos
voltados para o lado C-terminal são numerados P1’....Pn’. Os subsítios da protease são numerados de
forma complementar aos sítios de ligação para o substrato e são numerados: S1....Sn em direção a
região N-terminal da protease e S1’....Sn’ em direção a sua porção C-terminal (SCHECHTER &
BERGER, 1967).
1.8 Serina-proteases
As enzimas proteolíticas que utilizam resíduos de serina na atividade catalítica têm
distribuição ubíqua. Existem mais de vinte famílias destas enzimas que são agrupadas em
clãs, conforme indicado na tabela 2. Embora com diferentes origens evolutivas, existem
similaridades quanto ao seu mecanismo de ação. As quimiotripsinas, subtilisinas e
carboxipeptidases possuem em comum a tríade catalítica formada por resíduos de Serina,
aspartato e histidina, onde a serina atua como o nucleófilo, o aspartato como eletrófilo e a
histidina como a base (ver figura 6). O arranjo linear dos resíduos que participam da tríade
catalítica sofre alteração dentro dos clãs (ver tabela 2). Considerando por exemplo a estrutura
S4
S3 S2 S1
S’1
S’2 S’3
P4 P3
P2 P1 P’1 P’2 P’3
+
H
3
N
COO
-
Sítio de Clivagem
Estudo das proteases de micobactérias
18
do sítio S1 de especificidade de peptidases com enovelamento semelhante à tripsina, é
possível observar que possuem uma fenda catalítica tendo em sua base o resíduo de Asp. As
paredes da bolsa são formadas por três folhas-beta conectadas por duas pontes Cys. A
especificidade é usualmente determinada pelos resíduos das posições 189, 216 e 226. A
especificidade de hidrólise das peptidases está correlacionada com a hidrofobicidade do
resíduo P1. Asp189, Gly216 e Gly226 criam uma carga negativa no sítio S1 que torna as
peptidases semelhantes à quimiotripsina altamente específicas para substratos com resíduos
de Arg ou Lys na posição P1 (HUBER & BODE, 1978; BARRETT & RAWLINGS, 1995;
PERONA & CRAIK, 1995; PERONA & CRAIK, 1997; HEDSTROM, 2002).
Outra semelhança apresentada pelo grupo é a inibição da atividade catalítica por
diisopropilfluorofosfato (DFP). As proteases semelhantes à quimiotripsina estão envolvidas
em muitos processos fisiológicos, incluindo a digestão, homeostase, apoptose, transdução de
sinal, reprodução e na resposta imune. Participam da cascata de coagulação sanguínea,
fixação de complemento, fibrinólise e no desenvolvimento, modelagem e diferenciação da
matriz extracelular. Com tamanha diversidade de funções, as generalizações acerca deste
grupo devem ser feitas com cautela.
Estudo das proteases de micobactérias
19
Tabela 2 - Clãs de serina proteases
Clã Exemplos Resíduos
Catalíticos
Distribuição
Tríade Catalítica “Clássica”
PA(S) Quimiotripsina
His-Asp-Ser B,Ar,F,Pl,An,V
SB Subtilisina
Asp-His-Ser B,Ar,Pr,F,Pl,An,V
SC Carboxipeptidase Y
Ser-Asp-His B,Ar,Pr,F,Pl,An
SK Protease Clp
Ser-His-Asp B,Ar,Pr,F,Pl,An,V
“Novas” Serina Proteases
SE D-Ala-D-Ala carboxipeptidase A
Ser-Lys B,Ar,Pl,An
SF Peptidase sinal I
Ser-Lys/His B,Ar,F,Pl,An,V
SH Citomegalovirus assemblina
His-Ser-His V
SM “C-terminal processing protease-I”
Ser-Lys B,Ar,Pl
SN Dipeptidase E
Ser-His-Glu B,An
PB(S) Precursor amidohidrolase penicilina
Ser N-terminal B,Ar,Pr
Legenda: B, bactéria; Ar, arquea; Pr, protozoários; F, fungos; Pl, plantas; An, animais; V, vírus.
(HEDSTROM, 2002)
Figura 6 - Estrutura do sítio S1 da tripsina com um resíduo de lisina ligado a cadeia
(representado em verde). Os resíduos em evidência representam: Ser
195
, His
57
e Asp
102
(representado
em vermelho), os aminoácidos chave (azul) e os elementos estruturais distais (folhas vermelhas), que
determinam a especificidade ao substrato e consistem dos resíduos 169-175, 184-195 e 213-228
(PERONA & CRAIK, 1995).
Tyr172
Gly216
Asp189
Ser190
Cys220
Cys191
Estudo das proteases de micobactérias
20
1.9 A família das proteases com requerimento de elevadas temperaturas, tipo A (HtrAs)
Devido a natureza do trabalho apresentado, merece especial destaque um grupo de
serino proteases que são induzidas pelo calor, as HtrAs ou proteases que degradam proteínas
mal formadas no periplasma (DegP), um grupo de chaperonas com atividade independente de
ATP. Este grupo pertence a família S1 e clã PA(S) das quimiotripsinas. Os representantes
deste grupo incluem as peptidases DegP, DegQ e DegS de Escherichia coli. A HtrA ou DegP
foi primeiro caracterizada por Lipinska et al., (LIPINSKA, et al., 1988; LIPINSKA, et al.,
1990), como sendo uma serina protease associada ao envelope bacteriano responsável por
degradar proteínas mal formadas no periplasma. Seus representantes também são descritos
como essenciais para a sobrevivência a temperaturas acima de 42
0
C (KIM & KIM, 2005).
Atualmente sabe-se que esta família possui homólogos em outras bactérias, fungos, plantas e
até mesmo em humanos (CLAUSEN, et al., 2002). Homólogos em humanos têm sido
associados a processos como artrite, crescimento celular, resposta a condições de estresse,
morte celular programada e envelhecimento.
A família HtrA possui uma arquitetura molecular composta de um domínio “tripsina-
like” conservado e um ou mais domínios PDZ (“post-synaptic density protein, disc large and
zo-1 proteins”) na região C-terminal, que medeia a interação específica proteína-proteína (ver
figura 7). O número de domínios PDZ pode variar de um único na DegS de E. coli, a quatro
domínios na YNM3 de Saccharomyces cerevisae, por exemplo. O domínio PDZ também é
chamado de DHR ou GLGF, possui cerca de 80 100 resíduos de aminoácidos e foi primeiro
caracterizado em eucariotos. As HtrAs possuem duas estruturas dominantes onde cada uma
forma um barril com seis folhas beta pregueadas. O sítio ativo está localizado na interface
dos dois arranjos perpendiculares do domínio em forma de barril (PALLEN & PONTING,
Estudo das proteases de micobactérias
21
1997; SASSOON, et al., 1999; SPIERS, et al., 2002; MURWANTOKO, et al., 2004;
SCHLIEKER, et al., 2004).
Figura 7 – Organização dos domínios moleculares dos membros da família HtrA. Neste esquema
estão representados o nome da proteína, seguido do nome da espécie, o número de aminoácidos que
compõem a enzima, a seqüência do peptídeo sinal (SS), segmentos transmembrana (TM), domínio de
ligação para fator de crescimento insulina (IGFBP) em azul, domínio inibitório para a protease Kazal
(KI) em laranja, o domínio tripsina (em verde) e o domínio PDZ (em amarelo).
(CLAUSEN, et al.,
2002).
O reconhecimento da proteína como um alvo para a protease é diferente do
reconhecimento dos sítios de clivagem na proteína alvo. Estes processos são realizados de
maneira independente e em porções distintas da protease. O domínio PDZ medeia a interação
proteína alvo-protease e se liga preferencialmente através de três ou quatro resíduos de
aminoácido na região C-terminal da proteína alvo. A ligação do substrato ao domínio PDZ
altera a conformação da protease e então os resíduos do peptídeo interagem com o domínio
tripsina da enzima, provocando um rearranjo do sítio catalítico tornando-o exposto. A
Estudo das proteases de micobactérias
22
unidade funcional das HtrAs parece ser um trímero, que é estabilizado exclusivamente pelos
resíduos presentes no domínio protease (PALLEN & WREN, 1997; EHRMANN &
CLAUSEN, 2004; KIM & KIM, 2005). A estrutura básica do trímero tem a forma
semelhante a um funil com os domínios catalíticos localizados no topo e o domínio PDZ
estendidos para o lado de fora (figura 8).
Figura 8 – Esquema da ativação das DegS. Nas DegS o domínio PDZ possui uma função
regulatória, oferecendo um sítio de ligação para um ativador alostérico. O quadro superior direito
ressalta a ligação do ativador ao domínio PDZ da protease. Enquanto o ativador estiver ancorado ao
domínio PDZ, ocorre a interação do domínio PDZ com o sítio ativo da protease. Esta interação
dispara um rearranjo do domínio catalítico e a formação de um domínio catalítico ativo (EHRMANN
& CLAUSEN, 2004).
Dados da literatura demonstram que a baixas temperaturas (em torno de 20
0
C) o
domínio protease das HtrAs apresenta-se em uma conformação completamente inativada,
Estudo das proteases de micobactérias
23
onde a ligação do substrato, bem como, sua catálise são evitadas. Nesta situação, o acesso do
substrato ao sítio catalítico da protease parece estar completamente bloqueado pelo domínio
PDZ, que desta forma atua como o principal regulador da atividade das HtrAs (figura 9). Este
modelo de ativação foi denominado anêmona (PALLEN & WREN, 1997; KIM & KIM,
2005).
Figura 9 Modelo anêmona para o mecanismo de ativação das HtrAs. HtrA2 de humano. O
domínio PDZ bloqueia o acesso ao sítio ativo da protease. (Retirado de KIM & KIM, 2005).
1.9.1 Regulação da atividade das HtrAs
Duas vias de transdução de sinal controlam a atividade do promotor da DegP de E.
coli, são elas a Cpx e a δ
E
(figura 10). As duas vias respondem à presença de proteínas mal
enoveladas e transmitem sinais através da membrana citoplasmática estimulando a transcrição
de degP. As duas vias convergem para um fator sigma-E alternativo, RpoE. RpoE interage
com a RNA polimerase e ocorre a transcrição de degP. A via Cpx é sistema clássico que
possui dois componentes regulatórios. A CpxA que é uma proteína transmembrana que
funciona como um sensor e CpxR que é um elemento regulador. CpxR estimula a transcrição
o promotor de degP apenas quando está fosforilado. A fosforilação de CpxR é controlada por
CpxA que pode atuar tanto como uma proteína fosfatase quanto como proteína kinase. A
Estudo das proteases de micobactérias
24
alternância entre os dois estados de CpxA é regulada pela concentração de proteínas mal
enoveladas. Este controle é mediado por outra proteína, CpxP, que interage diretamente com
as proteínas mal enoveladas e a ligação deste com a CpxA é interrompida, sendo este o sinal
para CpxA fosforilar CpxR. A via δ
E
é composta do fator alternativo RpoE e três proteínas
RseABC que são reguladores da atividade de RpoE. RpoE interage diretamente com o fator
anti-δ
RseA que é uma proteína integral de membrana com uma porção citoplasmática. Sem a
presença de proteínas mal formadas RseA e RseB formam um complexo com RpoE associado
a ele, e desse modo não transcrição de degP. Sob condições de estresse, RseB se liga as
proteínas com conformação alterada e em seqüência RseA é clivada por outra protease da
família HtrA, a DegS. Após a clivagem de RseA, RpoE estará livre para ativar o promotor de
degP (ALBA, et al., 2001; CLAUSEN, et al., 2002; ALBA & GROSS, 2004; ISAAC, et al.,
2005; BUELOW & RAIVIO, 2005).
Em M. tuberculosis, a identificação e caracterização da via equivalente a CpX de E.
coli foi estabelecida. A expressão do sistema regulatório mprA e mprB são essenciais para a
manutenção e persistência da infecção latente causada por M. tuberculosis (HE & ZAHRT,
2005). Através do alinhamento de seqüências é possível determinar que MprA (Rv0981)
corresponde ao regulador citoplasmático CpxR e MprB (Rv0982) compreende um sensor
histidina kinase semelhante a CpxA. A organização molecular deste grupo apresenta ainda a
protease HtrA2 (Rv0983) que tem sua expressão regulada por este sistema. A via δ
E
não está
esclarecida, no entanto a busca de seqüências homólogas no genoma de M. tuberculosis revela
a possível existência desta via de regulação. Quando comparado com E. coli, o genoma de M.
tuberculosis apresenta um fator sigma alternativo a RNA polimerase, sigE (Rv1221) que
apresenta 32% de similaridade com o fator alternativo rpoE e Rv2480, descrita como uma
proteína hipotética conservada apresenta 37% de similaridade com rseB. Outro aspecto que
corrobora a teoria da existência desta via em M. tuberculosis, é a proximidade de htrA3
Estudo das proteases de micobactérias
25
(Rv1223) e um gene Rv1222, anotado como uma proteína hipotética, que estaria exercendo
um papel semelhante a rseA de E. coli. Em M. leprae, nenhuma destas vias foram
caracterizadas. Entretanto a organização molecular, responsável pelo controle da expressão
de htrA2, é exatamente a mesma que a encontrada em M. tuberculosis, sugerindo que estas
vias estão ativas em M. leprae (RIBEIRO-GUIMARÃES, resultado não publicado).
Figura 10 Regulação do promotor do gene degP em E. coli. Duas vias de transdução de sinal
(Cpx e RpoE) estão envolvidas na regulação da transcrição de degP. Proteínas mal enoveladas são
detectadas tanto por CpxP quanto por RseB, que por sua vez, interagem com CpxA ou RseA,
respectivamente. Após a detecção de proteínas com conformação alterada, CpxA ativa CpxR, que
então induz o promotor de degP enquanto que RseA pode ser degradada por DegS antes que o RpoE
possa atuar como fator δ. CM significa membrana citoplasmática
(Adaptado de CLAUSEN, et al.,
2002)
.
A determinação dos mecanismos de virulência e patogenicidade envolvidos na
hanseníase, constituem alvo importante para o controle e prevenção da doença. Os esforços
não se limitam a busca de novos medicamentos ou testes que permitam um diagnóstico
(ML0193)
(MprB)
(MprA)
(ML1557)
(HtrA2)
(SigE)
(ML1077)
(HtrA3)
Estudo das proteases de micobactérias
26
precoce da patologia. A obtenção de uma vacina eficiente tem sido alvo de constantes
pesquisas e esforços. Dentro desta perspectiva, a proteína Rv0125 ou HtrA4 (também
chamada MTB32A) de M. tuberculosis está sendo utilizada como complemento de vacina
para a tuberculose em fusão com Rv1196 que codifica uma proteína da família PPE (também
chamada MTB39), formando uma poliproteína denominada Mtb72F (SKEIKY, et al., 1999;
SKEIKY, et al., 2004; BRANDT, et al., 2004).
Estudo das proteases de micobactérias
27
2 Objetivos
2.1 Objetivo geral
Um número cada vez maior de proteases vem sendo descrito como importantes fatores
de virulência de microorganismos patogênicos. Estas enzimas foram, contudo, pouco
estudadas no gênero Mycobacterium e o papel das mesmas como fatores de virulência é
desconhecido. Este trabalho é parte integrante de um projeto que visa em longo prazo
determinar os fatores de virulência envolvidos na patogenicidade da hanseníase. Este trabalho
visa à caracterização bioquímica e funcional de proteases do M. leprae, enzimas estas, que
poderão contribuir no processo de identificação de moléculas candidatas ao desenvolvimento
de novas ferramentas para o controle da hanseníase.
2.2 Objetivos específicos
Analisar detalhadamente, através de ferramentas de bioinformática, as proteases descritas e
anotadas como tais, nos bancos de dados genômicos de micobactérias. Buscamos também
novas proteases não anotadas através de análises de homólogos.
Avaliar a expressão de proteases secretadas pelo M.leprae na infecção humana.
Estudo das proteases de micobactérias
28
Clonar, expressar o gene ML0176 ou htrA2 no vetor pET32a e purificar a forma
recombinante da proteína para:
Produzir anticorpo específico contra a protease recombinante – rHtrA2.
Realizar imunohistoquímica de biópsias de pele e nervo de pacientes.
Caracterizar a atividade enzimática da protease recombinante rHtrA2 do M. leprae,
utilizando substratos biológicos e através de ensaios fluorimétricos com peptídeos sintéticos.
Estudo das proteases de micobactérias
29
3 Resultados
Nesta seção estão representados e discutidos os resultados que foram submetidos para
publicação ou redigidos na forma de manuscrito durante o desenvolvimento do projeto de
doutorado. Os resultados serão apresentados diretamente na forma de artigos.
A seqüência de apresentação dos trabalhos não apresentará ordem cronológica, mas
serão ordenados de acordo com o tema de estudo.
Os resultados serão divididos em 3 seções distintas. Na primeira parte faremos uma
análise de genomas das micobactérias no contexto de uma família de proteínas intimamente
relacionadas com a patogênese de inúmeras doenças, as proteases. A análise foi realizada
através da construção de bancos de dados para cada espécie analisada. Estes bancos foram
cruzados e a validação dos resultados foi feita por reconhecimento de domínios característicos
de proteases, utilizando plataformas como Pfam, Prosite, Merops e InterPro.
Na segunda seção avaliaremos a presença nas lesões de pacientes multibacilares de
algumas proteases que foram previamente selecionadas. Três dos genes selecionados
codificam para proteases secretadas, tendo assim maior probabilidade de interagirem com
moléculas do hospedeiro e desenvolverem algum papel na patogenia do M. leprae. Os outros
dois apresentam homologia com fatores de virulência encontrados em outras bactérias. Esta
presença foi confirmada tanto pela detecção de moléculas de RNAm, quanto pela presença
das proteínas. Estas características aumentam a probabilidade de que o produto destes genes
possa interagir com moléculas do hospedeiro e desempenhar algum papel na patogenia do M.
leprae.
Uma vez demonstrada a transcrição dos genes acima mencionados, decidimos clonar e
expressar a forma recombinante da proteína HtrA2. Devido ao potencial envolvimento na
Estudo das proteases de micobactérias
30
patogênese relacionada a outras bactérias, partimos então para a avaliação bioquímica e
funcional da serino protease HtrA2 de M. leprae. A partir da forma recombinante desta
proteína, mostramos que a HtrA2 apresenta atividade catalítica contra oligopeptídeos
sintéticos e seqüências de peptídeos biologicamente ativos, clivando preferencialmente após
resíduos básicos e determinamos também as condições de temperatura e pH ótimos de
atividade.
Estudo das proteases de micobactérias
31
Manuscrito 1
Comparative genomics of mycobacterial proteases
Micro. path. (2007), http://dx.doi.org/10.1016/j.micpath.2007.05.010.
Este artigo foi submetido e aceito pela revista Microbial Pathogenesis. Feitas as
devidas correções, se encontra agora em fase de publicação e está disponível on-line no
endereço http://dx.doi.org/10.1016/j.micpath.2007.05.010.
As proteases são reconhecidamente importantes fatores de virulência. No contexto de
doenças causadas por micobactérias, no entanto, o vel de informação acerca dos possíveis
papéis que estas proteínas desempenham na doença é extremamente reduzido.
Neste trabalho realizamos uma extensa revisão e análise de genomas de micobactérias
utilizando a bioinformática como ferramenta para comparar os genes que codificam para
proteases nos genomas de Mycobacterium leprae, Mycobacterium tuberculosis,
Mycobacterium bovis e Mycobacterium avium paratuberculosis. Esta análise nos permitiu
atualizar a nomenclatura das famílias de proteases presentes em micobactérias. Dedicamos
especial atenção ao genoma do M. leprae. Apesar de ser apresentado como um genoma que
sofreu evolução por redução do número de genes, observamos um elevado nível de
conservação da família de proteases. Um total de 39 genes dos 49 encontrados em M. bovis
encontram-se conservados em M. leprae. Foi possível identificar também um conjunto
conservado de 38 proteases que são partilhadas por todas as espécies analisadas. Este grupo
de proteínas é provavelmente essencial para a sobrevivência no hospedeiro e pode representar
Estudo das proteases de micobactérias
32
um alvo para o desenho de novas drogas, que possibilitem um controle mais efetivo destas
doenças.
Um dado surpreendente nos foi revelado quando realizamos uma comparação do
número de proteases encontradas no genoma do M. leprae com outras famílias de genes.
Existe um elevado nível de preservação nesta classe. É importante ressaltar que o genoma do
M. leprae constitui um dos mais degenerados dentre todos os genomas até o momento
seqüenciados. Preservar as proteases demonstra claramente o importante papel que estas
proteínas desempenham na sobrevivência, manutenção e possivelmente na patogenia
relacionada a esta bactéria. Nossos dados corroboram as análises filogenéticas que indicam a
proximidade existente entre o M. leprae e o M. avium paratuberculosis, visto que, o grupo de
proteases encontrado nas duas espécies foi bastante similar. As proteases perdidas pelo M.
leprae podem ser explicadas como casos de genes duplicados e que provavelmente exercem
funções muito semelhantes no contexto da sua sobrevivência.
Estudo das proteases de micobactérias
33
Manuscrito 2
Expression analysis of proteases of Mycobacterium leprae in human skin lesions
Micro. path. (2007), http://dx.doi.org/10.1016/j.micpath.2007.05.011.
Este artigo foi submetido e aceito pela revista Microbial Pathogenesis. Feitas as
devidas correções, se encontra agora em fase de publicação e está disponível on-line no
endereço: http://dx.doi.org/10.1016/j.micpath.2007.05.011.
Um número crescente de proteases produzidas por microorganismos patogênicos tem
sido descrito como fatores de virulência, contribuindo muitas vezes de maneira essencial para
o estabelecimento de um variado número de manifestações clínicas da infecção. A primeira
questão a ser considerada em nosso estudo foi a transcrição durante a infecção de cinco
putativas proteases do bacilo de Hansen. Verificamos através da técnica de RT-PCR, a
presença de moléculas de RNAm para genes que codificam para putativas proteases do M.
leprae, sendo eles: mycP1, htrA2, htrA4, gcp e clpC em bacilo isolado de lesões de pacientes
com hanseníase.
A segunda etapa deste trabalho foi a produção de anticorpos policlonais contra duas
proteases selecionadas, a HtrA2 e Gcp. O anticorpo contra a proteína Gcp foi produzido pelo
aluno de Mestrado Julio Jablonski Amaral. Após purificarmos os dois anticorpos e
verificarmos as especificidades, realizamos imunohistoquímica em cortes de pacientes com a
forma multibacilar da doença. Até o momento da submissão deste trabalho, apenas os
anticorpos contra a Gcp apresentaram marcação positiva nas lesões. Estes resultados nos
sugerem uma possível regulação pós-transcripicional destas proteases e a provável produção
Estudo das proteases de micobactérias
34
pelo microorganismo durante o longo período de incubação no hospedeiro, desta forma
podem desempenhar algum papel relevante na patogenia.
Estudo das proteases de micobactérias
35
Manuscrito 3
“Cloning, expression and characterization of a HtrA-like serine protease produced in
vivo by Mycobacterium leprae”
Este Manuscrito foi submetido a revista Biochimica et Biophysica Acta (BBA).
Este manuscrito é fruto da nossa colaboração com o grupo de pesquisa da Dra.
Fernanda Portaro, pesquisadora do Centro de Toxinologia Aplicada (CAT-CEPID), do
Instituto Butantã, São Paulo. Todos os experimentos que envolvem a caracterização
funcional e bioquímica da forma recombinante da protease HtrA2 de M. leprae foram
realizados em seu laboratório, com o auxílio de Eliana Blini Marengo, que foi aluna de
Mestrado do Dr. Antonio Carlos Martins de Camargo, Diretor do Laboratório Especial de
toxinologia aplicada - CAT-CEPID e Natalia Pieranfeli dos Santos, aluna de iniciação
científica da Dra. Fernanda Portaro, além da participação do grupo de espectrometria de
massa, sob supervisão do Dr. Daniel Carvalho Pimenta, do CAT-CEPID.
Através deste trabalho mostramos pela primeira vez que a rHtrA2 de M. leprae
apresenta atividade catalítica quando incubada com oligopeptídeos. Utilizamos peptídeos
sintéticos com flourescência apagada (FRETs), flanqueados por Abz (ortho-aminobenzoic
acid) e EDDnp ([N-ethylenediamine-(2,4-dinitrophenyl)]). O peptídeo Abz-GFSPRRQ-
EDDnp (FRET-1) foi hidrolisado pela rHtrA2 e então foi tomado por base para a construção
de peptídeos modificados nas posições P2, P3 e P4. A HtrA2 revelou atividade de serina
protease confirmando os dados provenientes do sequenciamento do genoma do M. leprae que
prediziam a função serina protease desta enzima. Realizamos também ensaios com substratos
Estudo das proteases de micobactérias
36
com seqüências de peptídeos biologicamente ativos: neurotensina1-13, dinorfina A, oxitocina,
angiotensina I e bradicinina a fim de caracterizar os seus potenciais substratos.
Determinamos também as condições ótimas de temperatura e pH, além de verificar a inibição
desta enzima utilizando inibidores específicos de serina proteases. A partir destes ensaios
verificamos a especificidade desta enzima, que se mostrou altamente seletiva quando clivou
os peptídeos predominantemente com resíduos básicos, diferentemente das homólogas DegP
e DegQ de E.coli que clivam preferencialmente após resíduos hidrofóbicos.
As HtrAs são uma família amplamente estudada, no entanto, não existe nenhuma
caracterização destas enzimas em M. leprae. Estes resultados evidenciam a presença de um
sítio estendido (S4-S1) na rHtrA2 necessário para a atividade catalítica. A relação da
clivagem da dinorfina e neurotensina com a rHtrA2 de M. leprae não está clara, estes achados
estão sendo investigados em nosso laboratório.
Estudo das proteases de micobactérias
37
4 Discussão
A hanseníase ainda constitui um problema de saúde pública no Brasil. O programa
nacional para o controle desta endemia se baseia atualmente na detecção e tratamento dos
indivíduos afetados, com PQT e na vacinação dos contatos domiciliares dos doentes com a
vacina BCG. Apesar da implementação destas medidas, a incidência anual da hanseníase no
país na última cada conta com a detecção persistente de trinta e cinco a quarenta mil novos
casos por ano (http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=26961). Um
outro dado preocupante são as seqüelas neurológicas observadas em aproximadamente 30%
dos doentes, mesmo naqueles em que a cura bacteriológica foi obtida, e cujo grau de
severidade é na maioria das vezes dependente de quão precocemente a hanseníase é tratada.
Dessa forma, a busca de novas medidas de controle é fortemente recomendada, e para tal, um
melhor entendimento dos mecanismos de patogênese envolvidos na infecção pelo M. leprae
constitui um pré-requisito essencial. Estas novas medidas incluem a utilização de drogas de
segunda geração que causem menos efeitos colaterais e que permitam um tratamento de
menor duração, medicamentos alternativos para os episódios reacionais, novos testes para o
diagnóstico precoce da infecção, bem como a aplicação de uma vacina mais eficaz contra a
doença (http://www.who.int/lep/stat2002/global02.htm).
A genômica comparativa permite estabelecer uma sólida relação filogenética entre
grupos, ajudando, sobretudo a identificar similaridades e dicotomias entre vias metabólicas e
fisiológicas antes impossíveis de determinar. A comparação dos genomas de micobactérias
consiste de um excelente meio para identificar as bases genéticas das diferenças entre os
fenótipos existentes no grupo. Sobretudo no contexto de micobactérias, a análise de genomas
torna-se uma importante ferramenta para um melhor entendimento da biologia e mecanismos
Estudo das proteases de micobactérias
38
de patogenicidade em espécies de difícil manipulação como o M. leprae que não cresce in
vitro (COLE, et al., 2001).
O atual conhecimento dos mecanismos patogênicos e a determinação dos fatores de
virulência que causam a hanseníase são limitados. Os patógenos possuem um arsenal de
fatores de virulência que participam de processos como a colonização, evasão das defesas do
hospedeiro, disseminação e sobrevivência. Dentre esses fatores, as enzimas proteolíticas, são
muito importantes em processos como proliferação e degradação de tecidos do hospedeiro,
além da participação em muitas outras vias (PAYNE, 1976).
Realizamos uma análise comparativa in silico para as proteases de micobactérias que
apresentam seu genoma seqüenciado. Utilizamos para esta análise os genomas de M. avium
paratuberculosis str. K10 (LINGLING, et al., 2005), M. tuberculosis H37Rv (COLE, et al.,
1998; CAMUS, et al., 2002), M. tuberculosis CDC1555 (http://cmr.tigr.org/tigr-
scripts/CMR/GenomePage.cgi?database=gmt), M. bovis AF2122 (GARNIER, et al., 2003),
M. bovis BCG (http://www.pasteur.fr/recherche/unites/Lgmb/mycogenomics.html#bovis),
que foram comparados com o genoma do M. leprae (COLE, et al., 2001). Construímos
bancos de dados de proteases para cada espécie e realizamos análise de seqüências entre eles.
Dedicamos especial atenção ao M. leprae tomando por base o paradigma de que a
característica mais marcante deste genoma é a extensiva deleção e inativação do número de
genes, fenômeno denominado evolução por redução. Através desta análise fomos capazes de
identificar proteínas não categorizadas como proteases em todas as espécies analisadas,
realizar uma atualização na nomenclatura de diversos genes e especialmente identificar um
grupo homogêneo de proteases conservadas em todas as micobactérias estudadas. O número
de genes que codificam para proteases em M. leprae e M. avium paratuberculosis foi
semelhante. Nossos dados recebem suporte de estudo filogenético realizado por BROSCH, et
al., 2001, que analisa a região 16s do RNA ribossômico e revela um ancestral comum que
Estudo das proteases de micobactérias
39
evoluiu diferentemente, originando dois ramos, um onde encontramos M. leprae e M. avium
paratuberculosis e o outro onde estão as micobactérias do complexo tuberculose. Esta
separação pode representar uma possível explicação para as diferenças nas formas de
infecção, colonização e sobrevivência nos respectivos hospedeiros.
O genoma do M. leprae contém cerca de 1130 pseudogenes e o menor conjunto de
genes de todas as espécies de micobactérias até o momento seqüenciadas. A perda de vias
metabólicas pelo M. leprae parece ter resultado na impossibilidade de cultivar esse
microorganismo in vitro (COLE, et al., 2001, EIGLMEIER, et al., 2001) e o estabelecimento
intrínseco de um nicho colonizado apenas por esta bactéria, o nervo periférico. Nosso estudo
revela, então, um aspecto de fundamental importância dentro deste cenário, onde observamos
um elevado grau de preservação de genes que codificam para proteases no genoma de M.
leprae, quando comparada com outras famílias de genes. Podemos inferir que este grupo é
essencial para a sobrevivência e patogenicidade nesta bactéria.
Um número crescente de proteases produzidas por microorganismos patogênicos tem
sido descrito como fatores de virulência, contribuindo muitas vezes de maneira essencial para
o estabelecimento de um variado número de manifestações clínicas da infecção. As proteases
podem participar de forma efetiva nos processos de invasão e colonização dos tecidos alvo e
degradação tecidual, na modulação e inativação das defesas do hospedeiro, inativando fatores
de transcrição envolvidos com a síntese de proteínas responsáveis pela resposta imune
(Brown, et al., 2000), entre outros (revisto por Travis, et al., 1995; Travis & Potempa, 2000).
Em espécies de bactérias de gêneros como Yersinia (WILLIAMS, et al., 2000; HEUSIPP, et
al., 2006), Streptococcus (IBRAHIM, et al., 2004; LYON & CAPARON, 2004; BIWAS &
BIWAS, 2005), Chlamydia (SHAW, et al., 2002; SHARMA, et al., 2005; MURTHY, et al.,
2006) e nas espécies: Legionella pneumophyla (PEDERSEN, et al., 2001), Vibrio cholerae
(BEHARI, et al., 2001), Listeria monocytogenes (WONDERLING, et al., 2004; STACK, et
Estudo das proteases de micobactérias
40
al., 2005) e Campylobacter jejuni (BRONDSTED, et al., 2005), a correlação das proteases
com a patogênese decorrente destes organismos está bem estabelecida.
Em micobactérias, a descrição da atividade de proteases relacionadas com a
patogênese é bastante restrita. Poderíamos considerar as proteases expressas pelo M. leprae
como boas candidatas a desempenharem um papel importante na sua interação com o
hospedeiro. Estas enzimas poderiam, por exemplo, auxiliar na disseminação da bactéria no
hospedeiro a partir do trato respiratório, provável porta de entrada do M. leprae. Durante sua
trajetória até a célula de Schwann, presume-se que o M. leprae tenha que atravessar diversas
lâminas basais, como as que servem de suporte ao endotélio vascular e à própria membrana
basal que recobre cada lula de Schwann, e proteases produzidas pela bactéria poderiam
contribuir neste processo. Também é razoável assumir que existe uma contribuição similar de
proteases na disseminação de M. tuberculosis, visto que cepas avirulentas possuem
capacidade proteolítica reduzida, quando comparadas com cepas virulentas (MASSÓ, et al.,
1999).
A etapa seguinte do nosso trabalho foi investigar então a expressão de proteases em
pacientes com hanseníase. Do conjunto de proteases encontradas em M. leprae, selecionamos
os genes ML0041 ou mycP1, ML0176 ou htrA2, ML2659 ou htrA4, ML0235 ou clpC e
ML0379 ou gcp. Os três primeiros estão descritos como proteases possivelmente secretadas,
considerados desta forma moléculas de interface na interação patógeno-hospedeiro. O gene
que codifica para gcp uma o-sialoglicoproteina endopeptidase tem evidência experimental em
Pseudomonas de que é secretada (ABDULLAH, et al., 1992; MELLORS & LO, 1995;
SUTHERLAND, et al., 1992). A ATP-dependente clp protease teve sua expressão indireta
detectada através de ELISA utilizando soro de pacientes infectados com M. leprae (MISRA,
et al., 1996). Desta forma, isolamos bactérias provenientes de lesões de indivíduos com a
forma multibacilar da doença, onde o número de bactérias por lesão é relativamente alto.
Estudo das proteases de micobactérias
41
Optamos por esta fonte de bacilos, descartando o M. leprae isolado de tatu, a fim de buscar
um melhor entendimento acerca do possível envolvimento destas proteases no decurso da
infecção humana. No processo de isolamento dos bacilos não houve a remoção completa de
contaminantes de tecidos do hospedeiro. A escolha desta metodologia foi proposital, visando
uma recuperação de um número maior de bactérias em detrimento de sua pureza, visto que, as
reações de RT-PCR eram realizadas com iniciadores específicos para os genes selecionados.
A não amplificação do DNA humano contaminante nestas preparações foi confirmada pela
inclusão deste DNA em reações incluídas como controle negativo. As tentativas iniciais de
amplificação da região codificante para as proteases selecionadas não se mostraram bem
sucedidas observando apenas a amplificação de clpC. Para aumentar a sensibilidade das
reações desenhamos oligonucleotídeos que permitiam a amplificação de fragmentos internos
dos genes mycP1, htrA2, htrA4 e gcp. Desta forma, conduzimos novas reações de RT-PCR
tendo como molde os produtos gerados nas reações iniciais. A presença de RNAm para
mycP1, htrA2, htrA4 e gcp foi claramente evidenciada após reações de reamplificação. A
utilização de dois pares de iniciadores para cada gene representou uma garantia de
especificidade das nossas reações.
O grau de dificuldade em observar a presença de RNAm nas reações realizadas pode
ser um reflexo do grau de expressão in vivo de cada gene em questão. Até o presente
momento não está estabelecido o papel e o envolvimento de cada uma destas proteases na
patogênese causada pelo M. leprae. É possível, entretanto, supor que possam existir
diferentes mecanismos de interação e regulação destas proteases ou mesmo que a transcrição
das moléculas de RNAm seja diferenciada entre elas.
Uma vez demonstrada a transcrição dos genes acima mencionados, partimos para a
etapa de clonagem e expressão da forma recombinante da proteína HtrA2. Depois de
purificada, esta proteína foi inoculada em camundongos para a posterior obtenção de
Estudo das proteases de micobactérias
42
anticorpos policlonais. O gene que codifica para a HtrA2 foi clonado no sistema pET32a-c(+)
que produz uma proteína recombinante fusionada a tireodoxina e uma cauda de histidina.
Desta forma, após a obtenção dos anticorpos policlonais contra a HtrA2, realizamos
cromatografia de afinidade para retirar os anticorpos produzidos contra a porção
tireodoxina/histidina, utilizando uma HiTrap NHS que interage com grupos amina.
Incubamos a coluna com tireodoxina/histidina previamente produzidas e então passamos o
soro proveniente dos camundongos imunizados com a rHtrA2. Desta forma, obtivemos um
soro enriquecido apenas com anticorpos contra HtrA2. Os anticorpos contra a proteína HtrA2
foram então utilizados para a realização de imunohistoquímica em pacientes com hanseníase.
Até o momento da publicação do artigo que apresenta os resultados equivalentes a esta etapa
do trabalho, a marcação para HtrA2 não foi observada. Consideramos que a HtrA2 tem sua
expressão regulada por várias vias de transdução de sinal e desta forma a presença da proteína
esteja limitada a momentos específicos da infecção. Os experimentos de RT-PCR para
avaliar a presença de moléculas de RNA mensageiro e imunohistoquímica para detectar a
presença de proteínas foram realizados a partir de diferentes amostras de pacientes. Desta
forma, é possível que estando os pacientes em etapas distintas do processo de infecção, a
expressão destas proteínas também seja diferenciada.
Estes resultados são consistentes com dados recentes da literatura que mostram a
expressão destes genes no modelo experimental de infecção pelo M. leprae em camundongos
atímicos nu/nu. A avaliação por RT-PCR em bacilos isolados destes animais mostrou a
presença de RNAm para as cinco proteases em estudo, indicando que também neste modelo
experimental as proteases mycP1, htrA2, htrA4, clpC e gcp são possivelmente produzidas pelo
M. leprae (WILLIAMS, et al., 2004). Mais recentemente, a expressão das proteínas ClpC e
Gcp foi confirmada pela análise de proteoma de M. leprae derivado de tatu (MARQUES, et
al., resultado não publicado).
Estudo das proteases de micobactérias
43
A função específica destas proteases na biologia e patogênese ocasionadas pelo M.
leprae não está totalmente esclarecida. ML0235 mostra homologia com membros do
complexo clp (“Caseinolytic protein”), uma classe de proteínas altamente conservadas
implicadas na tolerância ao estresse de muitos organismos, tanto em procariotos como em
eucariotos (GOTTESMAN, et al., 1990; KRÜGER, et al., 2000). Membros desta família
incluem ATPases que apresentam atividade de chaperona e proteínas que têm atividade de
serino protease (DOUGAN, et al., 2002). O complexo protéico clpC/ClpP é encontrado nas
bactérias, a subunidade clpC possui atividade de chaperona, enquanto a clpP, constitui o
módulo catalítico. Em bactérias, assim como em células eucarióticas, as proteínas de choque
térmico fazem parte da maquinaria celular responsável pela verificação da conformação,
reparo e degradação de moléculas. A família de proteínas Clp ATP-dependentes pode atuar
como proteases e como chaperoninas em condições de estresse prevenindo agregação protéica
e garantindo a manutenção das proteínas celulares em sua conformação nativa. A clpC
constitui o único gene selecionado previamente descrito em M. leprae (MISRA, et al., 1996).
Nesse trabalho, os autores mostraram a presença de anticorpos contra esta proteína em
pacientes com hanseníase. Estudos recentes desta família de proteínas de choque térmico
sugerem sua atuação essencial na adaptação e sobrevivência de L. monocytogenes ao
ambiente intracelular (GAILLOT, et al., 2000). O gene clpC, por exemplo, é essencial para o
escape da bactéria do compartimento fagossomal para o citoplasma da célula hospedeira
(ROUQUETTE, et al., 1996), além de estar envolvido em eventos de adesão e invasão celular
demonstradas pela redução significativa na infecção de hepatócitos de camundongos
infectados (NAIR, et al., 2000). Entre as chaperoninas presentes em grande abundância no M.
leprae está a groEL. Portaro et al., 2002 mostraram pela primeira vez que esta chaperonina
tem atividade proteolítica em M. leprae.
Estudo das proteases de micobactérias
44
A protease ML0379 possui homologia com uma o-sialoglicoprotease de Pasteurella
haemolytica. Esta enzima é uma metaloprotease dependente de zinco e cliva
preferencialmente substratos protéicos ricos em o-sialoglicanas ligadas a resíduos de treonina
e serina (MELLORS & LO, 1995). A diferenciação e crescimento de células hematopoiéticas
em leucócitos maduros é acompanhada pela aquisição ou perda de glicoproteínas de
superfície celular que assim delineiam as formas de associação, interação e resposta a
estímulos ambientais. Uma grande variedade de glicoproteínas, dentre elas CD34, CD43,
CD44 e CD45, os ligantes para P- e L- selectinas, a proteína de adesão vascular VAP-1,
glicoproteína Iβ e cranina, uma O-sialoglicoproteína encontrada no cérebro (JIANG &
MELLORS, 1998) são clivadas pela o-sialoglicoprotease de Pasteurella haemolytica, atuando
assim, de forma direta na modulação da resposta imune do hospedeiro (SUTHERLAND, et
al., 1992; ABDULLAH, et al., 1992).
Por outro lado, ML2659 e ML0176 codificam para uma provável serina protease que
possui homologia com a protease HtrA4 do M. tuberculosis e com a protease DegS de E. coli.
As proteases DegS, DegP e DegQ presentes em E. coli são constituintes da família HtrA
(WALLER & SAUER, 1996). Nesta família encontram-se serino proteases periplasmáticas
requeridas para o crescimento de cepas de E. coli em temperaturas elevadas (MEESAS, et al.,
1993). Em Salmonella typhimurium, entretanto, HtrA é essencial para a resistência ao
estresse oxidativo e sobrevivência dentro de macrófagos (WILLIAMS, et al., 2000).
MycP1 pertence a um grupo interessante de proteases, chamadas micosinas. O
genoma do M. tuberculosis H37Rv codifica para 5 micosinas designadas micosinas 1 a 5
(MycP1- MycP5) e anotadas como Rv3883c, Rv3886, Rv0291, Rv3449 e Rv1796,
respectivamente (BROWN, et al., 2000). A identidade entre essas proteínas varia entre 40
47% sugerindo um caso de duplicação gênica. Dois destes genes foram perdidos pelo M.
leprae: mycP2 (ML0037) que compreende um pseudogene e mycP4 que foi deletado
Estudo das proteases de micobactérias
45
(http://www.sanger.ac.uk/Projects). mycP1 pertence a região RD1 que inclui o gene que
codifica para “the 6 kDa early-secreted antigenic target” (ESAT-6) e “10KDa culture filtrate
protein” (CFP-10) que são eficientemente secretadas por via alternativa de secreção em
micobactérias, snm. Os genes que participam da via snm situam-se próximos a esat-6 e cfp-10
na região RD1 (SKJOT, et al., 2000) e mycP1 (snm8) é parte desta via. Toda esta região foi
preservada no genoma de M. leprae exceto pelo gene snm5 (ML0057) que é um pseudogene.
A análise genética deste locus em Mycobacterium smegmatis revelou que a secreção de
ESAT-6 e CFP-10 requerem o gene mycP1 (CONVERSE & COX, 2005). A correlação da
região RD1 e a virulência em M. tuberculosis foi demonstrada experimentalmente. Deleções
nesta região resultam em atenuação nas culturas de macrófagos e camundongos (BRODIN, et
al., 2006). Em pacientes com hanseníase, a expressão in vivo de ESAT-6 e CFP-10 foi
indiretamente demonstrada pela presença de resposta imune específica contra essas proteínas
(GELUK, et al., 2004). Os dados da literatura estão de acordo com as nossas evidências de
que MycP1 é expressa na hanseníase.
Depois de demonstrada a presença das proteases analisadas nas lesões de pacientes
hansenianos, passamos a uma etapa de avaliação da atividade catalítica e mecanismos
enzimáticos da rHtrA2. A proteína recombinante Gcp constitui tema de estudo da dissertação
de Mestrado de Julio Jablonski Amaral, aluno do Instituto de Bioquímica Médica/UFRJ,
também sob a orientação da Dra. Maria Cristina V. Pessolani.
As HtrAs são uma família amplamente estudada. No entanto, não existe nenhuma
caracterização das HtrAs de M. leprae. A rHtrA2 de M. leprae foi purificada utilizando-se
resina Ni-NTA em uma única etapa e a ausência de proteínas contaminantes foi avaliada
através de SDS-PAGE e imunobloting realizado com anticorpo anti-6x His-tag, que é capaz
de detectar a cauda de seis histidinas presente apenas na forma recombinante da proteína. A
análise desta purificação foi verificada também através de cromatografia de filtração em gel
Estudo das proteases de micobactérias
46
em coluna Shepadex G.75. As análises de homologia da seqüência da HtrA2 de M. leprae
revelam que esta proteína possui um domínio tripsina (resíduos 96-249) que contém a tríade
catalítica formada por H182, D224, S305, um domínio PDZ (resíduos 297-382), além de uma
seqüência consenso para peptídeo sinal na região N-terminal (resíduos 1-36), indicando a
possibilidade de ser secretada. A análise primária de sua seqüência sugere que esta proteína
pertence a família S1, composta de serina proteases com atividade “quimiotripsina-like”
(RAWLINGS, et al., 2006).
Iniciamos a caracterização da rHtrA2 de M. leprae testando uma rie de peptídeos
sintéticos com flourescência apagada (FRETs), flanqueados por Abz (ortho-aminobenzoic
acid) e EDDnp ([N-ethylenediamine-(2,4-dinitrophenyl)]) que mudavam a composição dos
aminoácidos em diferentes posições. Nestes ensaios fomos capazes de determinar a eficiência
catalítica, algumas informações acerca dos subsítios P4-P1, confirmar a preferência de
clivagem após resíduos R, indicarmos que a enzima reconhece seu substrato não apenas
através da interação P1-S1, mas também por outros aminoácidos no substrato que interagem
com o sítio estendido de ligação da enzima. Os resultados obtidos indicam que rHtrA2 de M.
leprae possui uma especificidade diferenciada entre os substratos quando comparada com
outras HtrAs. A descrição para a atividade desta família retrata seus membros como
possuindo uma variabilidade grande e dependente somente da posição P1. Majoritariamente a
literatura indica que estas proteases clivam após resíduos hidrofóbicos. Em contraste, nossos
resultados indicam uma maior seletividade da rHtrA2 de M. leprae e a necessidade de
resíduos de Arg para haver clivagem. Cabe ressaltar, entretanto, que tais descrições são
baseadas em enzimas que apresentam similaridade em torno de 40% com a rHtrA2 de M.
leprae, e provavelmente estas diferenças refletem na especificidade da rHtrA2. Utilizamos
em seguida, um substrato flourescente, metilcoumarina (MCA) que possui um único sítio de
clivagem R-R. Os resultados revelaram a excelente hidrólise do MCA e quando tentamos
Estudo das proteases de micobactérias
47
inibir sua atividade com inibidores clássicos de serina protease, observamos que somente a
aprotinina foi capaz de tal efeito. Ainda durante a investigação dos mecanismos enzimáticos
para a melhor atividade da rHtrA2, realizamos testes para verificar a temperatura ótima de
atividade, bem como pH. Conforme descrito, a atividade da enzima foi ótima numa faixa de
temperatura entre 37
0
C a 55
0
C e o pH entre 6,0 e 10,0, indicando uma grande plasticidade. É
possível que assim como seus homólogos, a rHtrA2 de M. leprae possua uma variação de
atividade de acordo com a temperatura. A literatura indica que ensaios in vitro, realizados em
baixas temperaturas (em torno de 20
0
C) prevaleça a atividade chaperona e em temperaturas
mais elevadas atue como protease.
Realizamos também ensaios com porções peptídicas derivados de moléculas
biologicamente ativas, a fim de verificar potenciais substratos para a HtrA2, monitorando a
hidrólise dos mesmos por HPLC. A hidrólise de dinorfina e neurotensina indicam que rHtrA2
de M. leprae tem real preferência por aminoácidos básicos na posição P1. Até o presente
momento não descrição de substratos naturais para rHtrA2 de M. leprae. As HtrA2 de
mamíferos estão envolvidas na proteção contra o estresse celular e a sua deleção resulta em
uma perda seletiva da população de neurônios estriatais (MARTINS, et al., 2004). A relação
da clivagem da dinorfina e neurotensina com a rHtrA2 de M. leprae não está clara, estes
achados estão sendo investigados em nosso laboratório.
Vale a pena ressaltar que a hanseníase é uma doença que apresenta um longo período
de incubação, podendo variar de 5 a 10 anos. Determinar o exato papel de cada molécula
expressa pelo M. leprae no processo de colonização e dispersão até a chegada do bacilo ao
nervo periférico, pode ser uma tarefa impossível de se realizar. Certamente dentro do
hospedeiro a HtrA2 deve exercer seu papel biológico associada a várias outras moléculas.
Dessa forma baseados nas evidências experimentais, podemos supor o envolvimento da
HtrA2 em alguma etapa do processo infeccioso. Por exemplo, a entrada do patógeno no
Estudo das proteases de micobactérias
48
sistema circulatório do hospedeiro é usualmente acompanhada por uma elevação da
temperatura corporal. É esperado então que genes que codificam para proteínas de choque
térmico exerçam um importante papel na infecção bacteriana. É importante ressaltar que os
soros de pacientes apresentam elevados títulos contra essas proteínas. De fato, HtrA4 ou
Rv0125 tem sido utilizada como complemento de vacina para a tuberculose. A elevação de
temperatura pode gerar agregação protéica. A expressão da HtrA2 em M. leprae
provavelmente é regulada pelo sistema Cpx ou o RpoE, cujos genes estão presentes no
genoma, logo a presença de proteínas mal formadas pode representar o sinal para a expressão
da HtrA2.
Através da literatura é possível verificar que mutações nos genes htrAs de Salmonella,
Brucella e Yersinia causam diminuição da taxa de sobrevivência em camundongos e que os
mutantes htrA podem atuar como vacinas. Os resultados apresentados propiciam novas
possibilidades para o envolvimento desta protease em inúmeros processos patofiosiológicos
na hanseníase.
Estudo das proteases de micobactérias
49
5 Conclusão
Os resultados desta tese de Doutorado nos permitiram chegar às seguintes conclusões:
Realizamos uma análise comparativa in silico para as proteases de micobactérias que
apresentavam seu genoma seqüenciado. Através desta análise identificamos proteínas não
categorizadas como proteases em todas as espécies analisadas, atualizamos a nomenclatura de
diversos genes e especialmente identificamos um grupo homogêneo de proteases conservadas
em todas as micobactérias estudadas. Encontramos um número semelhante de genes que
codificam para proteases em M. leprae e M. avium paratuberculosis. Nossos dados recebem
suporte de estudo filogenético realizado, que analisa a região 16s do RNA ribossômico,
revelando um ancestral comum que evoluiu diferentemente, originando dois ramos, um onde
encontramos M. leprae e M. avium paratuberculosis e o outro onde estão as micobactérias do
complexo tuberculose. Esta separação pode representar uma possível explicação para as
diferenças nas formas de infecção, colonização e sobrevivência nos respectivos hospedeiros.
Neste trabalho verificamos, através da técnica de RT-PCR, a presença de RNAm para as
proteases mycP1, htrA2, htrA4 e gcp e clpC em M. leprae isolado de lesões de pacientes com
hanseníase. A não amplificação do DNA humano contaminante nestas preparações foi
confirmada pela inclusão deste DNA em reações incluídas como controle negativo. Estes
resultados sugerem que estas proteases são produzidas pelo microorganismo durante a
infecção e podem, portanto, desempenhar algum papel na sua patogenia.
Estudo das proteases de micobactérias
50
Analisando a seqüência da HtrA2 de M. leprae por homologia fomos capazes de identificar
um domínio tripsina (resíduos 96-249) que contém a tríade catalítica formada por H182,
D224, S305, domínio PDZ (resíduos 297-382), além de uma seqüência consenso para
peptídeo sinal na região N-terminal (resíduos 1-36), indicando a possibilidade de ser
secretada. Estes achados sugerem que esta proteína pertence a família S1, composta de serina
proteases com atividade “quimiotripsina-like”.
Utilizamos peptídeos sintéticos com flourescência apagada (FRETs), flanqueados por Abz
(ortho-aminobenzoic acid) e EDDnp ([N-ethylenediamine-(2,4-dinitrophenyl)]) para
confirmar a preferência de clivagem após resíduos de R da rHtrA2 de M. leprae, utilizando
um conjunto de substratos FRET que mudavam a composição dos aminoácidos em diferentes
posições. Nestes ensaios fomos capazes de determinar a eficiência catalítica, algumas
informações acerca dos subsítios P4-P1, confirmar a preferência de resíduos R, indicarmos
que a enzima reconhece seu substrato não apenas através da interação P1-S1, mas também por
outros aminoácidos no substrato que interagem com o tio estendido de ligação da enzima.
Os resultados obtidos indicam que rHtrA2 de M. leprae possui uma especificidade
diferenciada entre os substratos quando comparada com outras HtrAs.
Testamos a hipótese de atividade “quimiotripsina-like” para a HtrA2 de M. leprae
utilizando o substrato fluorescente metilcoumarina (MCA) que possui um único sítio de
clivagem R-R a fim de caracterizar a atividade catalítica da HtrA2 de M. leprae. Os
Estudo das proteases de micobactérias
51
resultados revelaram a excelente hidrólise do MCA, confirmando a preferência por resíduos
básicos para clivagem.
Realizamos também ensaios que visavam a caracterização inicial dos potenciais substratos
da rHtrA2. Utilizamos peptídeos biologicamente ativos e monitoramos a sua hidrólise por
HPLC. A hidrólise de dinorfina e neurotensina indicam que rHtrA2 de M. leprae tem real
preferência por aminoácidos básicos na posição P1. Até o presente momento não
descrição de substratos naturais para rHtrA2 de M. leprae. As HtrA2 de mamíferos estão
envolvidas na proteção contra o estresse celular e a sua deleção resulta em uma perda seletiva
da população de neurônios estriatais. A relação da clivagem da dinorfina e neurotensina com
a rHtrA2 de M. leprae não está clara, estes achados estão sendo investigados em nosso
laboratório.
Realizamos ensaios com a rHtrA2 de M. leprae a fim de determinar os mecanismos
enzimáticos para a inibição sua atividade, bem como, pH e temperatura ótimos de atividade.
Utilizando inibidores clássicos de serina protease, observamos que somente a aprotinina foi
capaz de tal efeito. Ainda durante a investigação dos mecanismos enzimáticos para a melhor
atividade da rHtrA2, realizamos testes para verificar a temperatura ótima de atividade e
verificamos que a faixa ótima é de 37
0
C a 55
0
C e o pH entre 6,0 e 10,0, indicando uma grande
plasticidade. A literatura indica que em baixas temperaturas (em torno de 20
0
C) prevaleça a
atividade chaperona e em temperaturas mais elevadas atue como protease.
Estudo das proteases de micobactérias
52
6 Referência
ABDULLAH, K.M., Udoh, E.A., Shewen, P.E. & Mellors, A. (1992). A neutral
glycoprotease of Pasteurella haemolytica A1 specifically cleaves O-
sialoglycoproteins. Infection and Immunity. 60(1), 56-62.
ALBA, B.M. & Gross, C.A. (2004). Regulation of the Escherichia coli
δ
δδ
δ
E
–dependent
envelope stress response. Molecular Microbiology. 52, 613-619.
ALBA, B.M., Zhong, H.J., Pelayo, J.C. & Gross, C.A. (2001). degS (hhoB) is a essential
Escherichia coli gene whose indispensable function is to provide δ
E
activity.
Molecular Microbiology. 40,1323-1333.
ANDERSSON, J.O. & Andersson, S.G. (1999). Insights into the evolutionary process of
genome degradation. Current Opinion in Genetics & Development. 9, 664 – 671.
BARRET, A.J. & Rawlings, N.D. (1995). Perspectives in biochemistry and biophysics.
Families and clans of serine peptidases. Archives of biochemistry and biophysics.
318(2), 247-250.
BEHARI, J., Stagon, L. & Calderwood, S.B. (2001). pepA, a gene mediating pH
regulation of virulence genes in Vibrio cholerae. Journal of Bacteriology. 183 (1),
178-181.
BIET, F., Boschiroli, M.L., Thorel, M.F., Guilloteau, L.A. (2005). Zoonotic aspects of
Mycobacterium bovis and Mycobacterium avium – intracellulare complex (MAC). Vet
Res. 36, 411–436 – Review.
BIWAS, S. & Biwas, I. (2005). Role of HtrA in surface protein expression and biofilm
formation by Streptococcus mutans. Infection and Immunity. 73(10), 6923-6934.
BRANDT, L., Skeiky, Y.A.W., Alderson, M.R., Lobet, Y., Dalemans, W., Turner, O.C.,
Basaraba, R.J., Izzo, A.A., Lasco, T.M., Chapman, P.L., Reed, S.G. & Orme, I.M.
(2004). The protective effect of the Mycobacterium bovis BCG vaccine is increased by
coadministration with the Mycobacterium tuberculosis 72-Kilodalton fusion
polyprotein Mtb72F in M. tuberculosis-Infected Guinea Pigs. Infection and Immunity.
72, 6622–6632.
Estudo das proteases de micobactérias
53
BRENNAN, P.J. & Nikaido, H. (1995). The envelope of Mycobacteria. Annual Reviews
Biochemistry. 64, 29 – 61.
BRODIN, P., Majlessi, L., Marsollier, L., de Jonge, M.I., Bottai, D., Demangel, C., Hinds, J.,
Neyrolles, O., Butcher, P.D., Leclerc, C., Cole, S.T. & Brosch, R. (2006). Dissection of
ESAT-6 system 1 of Mycobacterium tuberculosis and impact on immunogenicity and
virulence. Infection and Immunity. 74, 88-98.
BRONDSTED, L., Andersen, M.T., Parker, M., Jorgensen, K. & Ingmer, H. (2005). The
HtrA protease of Campylobacter jejuni is required for heat and oxygen tolerance and
for optimal interaction with human epithelial cells. Applied and Environmental
Micrbiology. 71(6), 3205-3212.
BROSCH, R., Pym, A.S., Gordon, S.V. & Cole, S.T. (2001). The evolution of
mycobacterial pathogenicity: clues from comparative genomics. TRENDS in
Microbiol. 9, 452-458.
BROWN, G.D., Dave, J.A., van Pittius, N.G., Stevens, L., Ehlers, M.R.W. & Beyers, A.D.
(2000). The mycosins of Mycobacterium tuberculosis H37Rv: a family of subtilisin-
like serine proteases. Gene. 254, 147 – 155.
BUELOW, D.R. & Raivio, T.L. (2005). Cpx signal transduction is influenced by a
conserved N-terminal domain in the novel inhibitor CpxP and the periplasmic
protease DegP. J bacterial. 187, 6622-6630.
CAMUS, J.C., Pryor, M.J., Medigue, C. & Cole, S.T. (2002). Re-annotation of the genome
sequence of Mycobacterium tuberculosis H37Rv. Microbiology. 148, 2967-2973.
CLAUSEN, T., Southan, C. & Ehrmann, M. (2002). The HtrA family of proteases:
implications for protein composition and cell fate. Mol cell. 10, 443-455.
COLE, S.T., Brosch, R., Parkhill, J., Garnier, T., Churcher, C., Harris, D., Gordon, S.V.,
Elglmeier, K., Gas, S., Barry III, C.E., Tekaia, F., Badcock, K., Basham, D., Brown, D.,
Chillingworth, T., Connor, R., Davies, R., Devlin, K., Feltwell, T., Gentles, S., Hamlin,
N., Holroyd, S., Hornsby, T., Jagels, K., Krogh, A., McLean, J., Muole, S., Murphy, L.,
Oliver, K., Osborne, J., Quail, M.A., Rajandream, M.–A., Rogers, J., Rutter, S., Seeger,
K., Skelton, J., Squares, R., Squares, S., Sulston, J.E., Taylor, K., Whitehead, S., &
Barrell, B.G. (1998). Deciphering the biology the biology of Mycobacterium
tuberculosis from the complete genome sequence. Nature. 393, 537-544.
Estudo das proteases de micobactérias
54
COLE, S.T., Elglmeier, K., Parkhill, J., James, K.D., Thomson, N.R., Wheeler, P.R., Honoré,
N., Garnier, T., Churcher, C., Harris, D., Mungall, K., Basham, D., Brown, D.,
Chillingworth, T., Connor, R., Davies, R.M., Devlin, K., Duthoy, S., Feltwell, T., Fraser,
A., Hamlin, N., Holroyd, S., Hornsby, T., Jagels, K., Lacroix, C., McLean, J., Muole, S.,
Murphy, L., Oliver, K., Quail, M.A., Rajandream, M.–A., Rutherford, K.M., Rutter, S.,
Seeger, K., Simon, S., Simmonds, M., Skelton, J., Squares, R., Squares, S., Stevens, K.,
Taylor, K., Whitehead, S., Woodward, J.R. & Barrell, B.G. (2001). Massive gene decay
in the leprosy bacillus. Nature. 409, 1007-1011.
CONVERSE, S.E. & Cox, J.S. (2005). A protein secretion pathway critical for
Mycobacterium tuberculosis virulence is conserved and functional in Mycobacterium
smegmatis. J Bacteriol. 187, 1238–1245.
DOBRINDT, U. & Hacker, J. (2001). Whole genome plasticity in pathogenic bacteria.
Current Opinion in Microbiology. 4, 550 – 557.
DOHERTY, T.M. & Andersen, P. (2005). Vaccines for tuberculosis: novel concepts and
recent progress. Clinical Microbiology Reviews. 18, 687-702.
DOUGAN, D.A., Mogk, A. & Bakau, B. (2002). Protein folding and degradation in
bacteria: To degrade or not to degrade? That is the question. CMLS Cellular and
Molecular life Sciences. 59, 1607 – 1616.
EHRMANN, M. & Clausen, T. (2004). Proteolysis as a regulatory mechanism. Annual
Review of Genetics. 38, 709-724.
EIGLMEIER, K., Parkhill, J., Honoré, N., Garnier, T., Tekaia, F., Telenti, A., Klatser, P.,
James, K.D., Thomson, N.R., Wheeler, P.R., Churcher, C., Harris, D., Mungall, K.,
Barrel, B.G. & Cole, S.T. (2001). The decaying genome of Mycobacterium leprae.
Lepr Rev. 72, 387-398.
GAILLOT, O., Pellegrini, E., Bregenhott, S., Nair, S. & Berche, P. (2000). The ClpP serine
protease is essential for the intracellular parasitism and virulence of Listeria
monocytogenes. Molecular Microbiology. 35 (6), 1286 – 1294.
GANAPATI, R. & Revankar, C.R. (1989). Clinical aspects of leprosy. In: “The biology of
the mycobacteria”. Vol. 3. pp. 327 – 358. Academic Press Limited, London.
GARCÍA J.M.G., Gutiérrez, J.J.P. & Antuña, A.A.S. (2005). Respiratory infections caused
by environmental mycobacteria. Arch Bronconeumol. 41(4), 206-219.
Estudo das proteases de micobactérias
55
GARNIER, T., Eiglmeier, K., Camus, J.C., Medina, N., Mansoor, H., Pryor, M., Duthoy, S.,
Grodin, S., Lacroix, C., Monsempe, C., Simon, S., Harris, B., Atkin, R., Doggett, J.,
Mayes, R., Keating, L.,Wheeler, P.R., Parkhill, J., Barrell, B.G., Cole, S.T., Gordon, S.V.
& Hewinson, R.G. (2003). The complete genome sequence of Mycobacterium bovis.
Proc Natl Acad Sci U S A. 100, 7877-7882.
GELUK, A., van Meijgaarden, K.E., Franken, K.L.M.C., Wieles, B., Arend, S.M., Faber,
W.R., Naafs, B. & Ottenhoff, T.H.M. (2004). Immunological crossreactivity of the
Mycobacterium leprae CFP-10 with its homologue in Mycobacterium tuberculosis.
Scand J Immunol. 59, 66-70.
GOTTESMAN, S., Squires, C., Pichersky, E., Carrington, M., Hobbs, M., Mattick, J.S.,
Darlymple, B., Kuramitsu, H., Shiroza, T., Foster, T., Clark, W.P., Ross, B., Squires,
C.L. & Maurizi, M.R. (1990). Conservation of the regulatory subunit for the Clp
ATP-dependent protease in prokaryotes and eukaryotes. Proc. Natl. Acad. Sci. USA.
87, 3513 – 3517.
HARBOE, M. The immunology of leprosy. (1985) In: “Hastings RC (ed) Leprosy”. 1
st
edition, Churchill Livingstone, Inc, New York, pp. 53 – 87.
HE, H. & Zahrt, T.C. Identification and characterization of a regulatory sequence
recognized by Mycobacterium tuberculosis persistence regulator MprA. Journal of
Bacteriology. 187 (1), 202 – 212.
HEDSTROM, L. (2002). Serine protease mechanisms and specificity. Chem Rev. 102,
4501-4523.
HEUSIPP, G., Spekker, K., Brast, S., Fälker, S. & Schmidt, A. (2006) YopM of Yersinia
enterocolitica specifically interacts with a1-antitrypsin without affecting the anti-
protease activity. Mycrobiology. 152, 1327-1335.
HUBER, R & Bode , W. (1978). Structural basis of the activation and action of trypsin.
Accounts of Chemical Research. 11, 114-122.
IBRAHIM, Y.M., Kerr, A.R., McCluskey, J. & Mitchel, T.M. (2004). Role of HtrA in the
virulence and competence of Streptococcus pneumoniae. Infection and Immnunity.
72(6), 3584-3591.
ISAAC, D.D., Pinkner, J.S., Hultgren, S.J. & Silhavy, T.J. (2005). The extracytoplasmic
adaptor protein CpxP is degraded with substrate by DegP. PNAS. 102, 17775-17779.
Estudo das proteases de micobactérias
56
JIANG, P. & Mellors, A. (1998). Membrane Protein Proteolysis Assayed by
Fluorescence Quenching: Assay of O-Sialoglycoprotein Endopeptidase. Anal
Biochem. 259, 8–15.
KIM, D.Y. & Kim, K.K. (2005). Structure and function of HtrA family proteins, the key
players in protein quality control. J Biochem Mol Biol. 38, 266-274.
KRÜGER, E., Witt, E., Ohlmeier, S., Hanschke, R. & Hecker, M. (2000). The Clp
proteases of Bacillus subtilis are directly involved in degradation of misfolded
proteins. Journal of Bacteriology. 182 (11), 3259 – 3265.
LINGLING, L., Bannantine, J.P., Zhang, Q., Amonsin, A., May, B.J., Alt, D., Banerji, N.,
Kanjilal, S. & Kapur, V. (2005). The complete genome sequence of Mycobacterium
avium subspecies paratuberculosis. Proc Natl Acad Sci U S A. 102, 12344–12349.
LIPINSKA, B., Sharma, S. & Georgopoulos, C. (1988). Sequence analysis and regulation
of the htrA gene of Escherichia coli: a δ
32
-independent mechanism of heat-inducible
transcription. Nucleic Acid Research. 16(21), 10053-10067.
LIPINSKA, B., Zylicz, M. & Georgopoulos, C. (1990). The HtrA (DegP) protein,
essential for Escherichia coli survival at high temperatures, is an endopeptidase. J
bacteriol. 172, 1791-1797.
LYON, W.R. & Caparon, M.G. (2004). Role for serine protease HtrA (DegP) of
Streptococcus pyogenes in the biogenesis of virulence factors SpeB and the hemolysin
streptolysin S. Infection and Immnunity. 72(3), 1618-1625.
MARRI, P.R., Bannantine, J.P. & Golding, G.B. (2006). Comparative genomics of
metabolic pathways in Mycobacterium species: gene duplication, gene decayand
lateral gene transfer. FEMS Microbiol Ver. 30, 906-925.
MARTINS, L.M., Morrison, A., Klupsch, K., Fedele, V., Moisoi, N., Teismann, P., Abuin,
A., Grau, E., Geppert, M., Livi, G.P., Creasy, C.L., Martin, A., Hargreaves, I., Heales,
S.J., Okada, H., Brandner, S., Schulz, J.B., Mak, T. & Downward1, J. (2004).
Neuroprotective role of the reaper-related serine protease HtrA2/Omi revealed by
targeted deletion in mice. Molecular and Cell Biology. 24, 9848–9862.
MASSÓ, F., Paez, A., Varela, E., De Leon, L. D., Zenteno, E. & Montano, L. F. (1998).
Collagen degrading acitivity associated with Mycobacterium species. Thorax. 54 (5),
439 - 4.
Estudo das proteases de micobactérias
57
MEESAS, J., Rouviere, P.E., Erickson, J.W., Donuhue, T.J. & Gross, C.A. (1993). The
activity of sigma E, an Escherichia coli heat-inducible sigma-factor, is modulated by
expression of outer membrane proteins. Genes Dev. 7, 2618 – 2628.
MELLORS, A. & Lo, R.Y.C. (1995). O-Sialoglycoprotease from Pasteurella haemolytica.
Methods in Enzymology. 248, 728 –739.
MISRA, N., Habib, S., Ranjan, A., Hasnain, S.E. & Nath, I. (1996). Expression and
functional chracterization of the clpC gene of Mycobacterium leprae: ClpC protein
elicts human antibody response. Gene. 172, 99 – 104.
MURTHY, A.K., Cong, Y., Murphey, C., Guentzel, M.N., Forsthuber, T.G., Zhong, G. &
Arulanandam, B.P. (2006). Chlamydial protease-like activity factor induces
protective immunity against genital chlamydial infection in transgenic mice that
express the human HLA-DR4 allele. Infection and Immnunity. 74(12), 6722-6729.
MURWANTOKO, Yano, M., Ueta, Y., Murasaki, A., Kanda, H., Oka, C. & Kawaichi, M.
(2004). Binding of proteins to the PDZ domain regulates proteolytic activity of
HtrA1 serine protease. Biochemichal Journal. 381, 895-904.
NAIR, S., Milohanic, E. & Berche, P. (2000). ClpC ATPase is required for cell adhesion
and invasion of Listeria monocytogenes. Infection and Immunity. 68 (12), 7061 – 7068.
PALLEN, M.J. & Ponting, C.P. (1997). PDZ domains in bacterial proteins. Molecular
Microbiology. 26(2), 411 – 415.
PALLEN, M.J. & Wren, B.W. (1997). The HtrA family of serine proteases. Molecular
Microbiology. 26, 209 – 221.
PAYNE, J.W. (1976). Peptides and micro-organisms. Adv Microb Physiol. 13, 55-113.
PEDERSEN, L.L., Radulic, M., Doric, M. & Abu Kwaik, Y. (2001). HtrA homologue of
Legionella pneumophila: an indispensable element for intracellular infection of
mammalian but not protozoan cells. Infection and Immnunity. 69(4), 2569-79.
PERONA, J.J. & Craik, C.S. (1995). Structural basis of substrate specificity in the serine
proteases. Protein Science. 4, 337-360.
Estudo das proteases de micobactérias
58
PERONA, J.J. & Craik, C.S. (1997). Evolutionary divergence of substrate specificity
within the chymotrypsin-like serine protease fold. The Journal of Biological
Chemistry. 272(48), 29987-29990.
PORTARO, F.C.V., Hayashi, M.A.F., de Arauz, L.J., Palma, M.S., Assakura, M.T., Silva,
C.L. & de Camargo, C.M. (2002). The Mycobacterium leprae hsp65 display
proteolytic activity. Mutagenesis studies indicate that the M. leprae hsp65
proteolytic activity is catalytically related to the Hs1VU protease. Biochemistry. 41,
7400 – 7406.
RAWLINGS, N.D., Morton, F.R. & Barrett, A.J. (2006). MEROPS: the peptidase
database. Nucleic Acids Res. 34, D270-D272.
RESS, R.F.W. (1985). The microbiology of leprosy. In: hastings RC (ed) Leprosy, 1
st
-
edition, Churchill Livingtone Inc, New York, p, 31 – 52.
RIDLEY, D.S. & Jopling, W.H. (1966). Classification of leprosy according to immunity.
A five group system. Int. J. Lepr. 34, 255 – 273.
ROUQUETTE, C., Ripio, M.T., Pellegrini, E., Bolla, J.M., Tascon, R.I., Vazquez-Boland,
J.A. & Berche, P. (1996). Identification of a ClpC ATPase required for stress
tolerance and in vivo survival of Listeria monocytogenes. Mol. Microbiol. 21, 977 –
987.
SASSOON, N., Arié, J.P. & Betton, J.M. (1999). PDZ domains determine the native
oligomeric structure of the DegP (HtrA) protease. Molecular Microbiology. 33(3),
583-589.
SCHECHTER, I. & Berger, A. (1967). On the size of the active site in proteases.
Biochem. Biophys. Res. Com. 27, 157-162.
SCHLIEKER, C., Mogk, A. & Bukau, B. (2004). A PDZ switch for a cellular stress
response. Cell. 117, 417-420.
SHARMA, J., Dong, F., Pirbhai, M. & Zhong, G. (2005). Inhibition of proteolytic activity
of a chlamydial proteasome/protease-like activity factor by antibodies from humans
infected with Chlamydia trachomatis. Infection and Immnunity. 73(7), 4414-4419.
Estudo das proteases de micobactérias
59
SHAW, A. C., Vandahl, B.B., Larsen, M.R., Roepstorff, P., Gevaert, K., Vandekerckhove, J.,
Christiansen, G. & Birkelund, S. (2002). Characterization of a secreted Chlamydia
protease. Cellular Microbiology. 4 (7), 411 – 424.
SHEPARD, C.C. (1962). Multiplication of Mycobacterium leprae in the foot-pad of the
mouse. International Journal of Leprosy. 3, 291 – 306.
SKEIKY, Y.A.W., Alderson, M.R., Guderian, J.A., Ovendale, P.A., Brandt, L., Campos-
Neto, A., Lobet, Y., Dalemans, W., Orme, I.M. & Reed, S.G. (2004). Differential
immune responses and protective efficacy induced by components of a tuberculosis
polyprotein vaccine, Mtb72f, delivered as naked DNA or as recombinant protein. J
Immunol. 172, 7618–7628.
SKEIKY, Y.A.W., Lodes, M.J., Guderian, J.A., Mohamath, R., Boment, T., Alderson, M.R.
& Reed, S.G. (1999). Cloning, expression, and immunological evaluation of two
putative secreted serine protease antigens of Mycobacterium tuberculosis. Infect.
Immunol. 67, 3998 – 4007.
SKJOT, R.L., Oettinger, T., Rosenkrands, I., Ravn, P., Brock, I., Jacobsen, S. & Andersen, P.
(2000). Comparative evaluation of low-molecular-mass proteins from
Mycobacterium tuberculosis identifies members of the ESAT-6 family as
immunodominant T-cell antigens. Infection and Immunity. 68, 214–220.
SPIERS, A., Lamb, H.K., Cocklin, S., Wheeler, K.A., Budworth, J., Dodds, A.L., Pallen,
M.J., Maskell, D.J., Charles, I.G. & Hawkins, A.R. (2002). PDZ domains facilitate
binding of high temperature requirement protease A (HtrA) and tail-specific
protease (Tsp) to heterologous substrates through recognition of the small stable
RNA A (ssrA)-encoded peptide. The Journal of Biological Chemistry. 277(42), 39443-
39449.
STACK, H.M., Sleator, R.D., Bowers, M., Hill, C. & Gahan, C.G.M. (2005). Role for HtrA
in stress induction and virulence potential in Listeria monocytogenes. Applied and
Environmental Micrbiology. 71(8), 4241-4247.
SUTHERLAND, D.R., Abdullah, K.M., Cyopick, P. & Mellors, A. (1992). Cleavage of the
cell-surface O-sialoglycoproteins CD34, CD43, CD44, and CD45 by a novel
glycoprotease from Pasteurella haemolytica. J. Immunol. 148(5), 1458-64.
TRAVIS, J. & Potempa, J. (2000). Bacterial proteinases as target for the development of
second-generation antibiotics. Biochimica et Biophysica Acta. 1477, 35 – 50.
Estudo das proteases de micobactérias
60
TRAVIS, J., Potempa, J. & Maeda, H. (1995). Are bacterial proteinases pathogenic
factors? Trends in Microbiology. 3 (10), 405 – 407.
VAN SOOLINGEN, D. (2001). Molecular epidemiology of tuberculosis and other
mycobacterial infections: main methodologies and achievements. Journal of Internal
Medicine. 249, 1-26.
VIDAL PESSOLANI, M.C., de Melo Marques, M.A., Reddy, V.M., Lochtt, C. & Menozzi,
T.D. (2003). Systemic dissemination in tuberculosis and leprosy: do micobacterial
adhesins play a role? Microbes and Infection. 5(7), 677 – 684.
VISSA, D.V. & Brennan, J.P. (2002). Impact of the Mycobacterium leprae genome
sequence on leprosy reserch. In: “Genomics of rich Gram-positive bacteria”. pp. 85 –
117. Caister Academic Press, Wymondham, UK.
VISSA, V.D. & Brennan, P.J. (2001). The genome of Mycobacterium leprae: a minimal
Mycobacterial gene set. Genome Biol. 28, 10231–10238.
WALLER, P.R.H. & Sauer, R.T. (1996). Characterization of degQ and degS, Escherichia
coli genes encoding homologs of the DegP protease. Journal of bacteriology. 178 (4),
1146 – 1153.
WILLIAMS, D.L., Torrero, M., Wheeler, P.R., Truman, R.W., Yoder, M., Morrison, N.,
Bishai, W.R. & Gillis, T.P. (2004). Biological implications of Mycobacterium leprae
gene expression during infection. J Mol Microbiol Biotechnol. 8, 58 – 72.
WILLIAMS, K., Oyston, P.C.F., Dorrel, N., Li, S.R., Titball, R.W. & Wren, B.W. (2000).
Investigation into the role of the serine protease HtrA in Yersinia pestis pathogenesis.
FEMS Microbiology Letters. 186, 281-286.
WINDER, F. (1982). Mode of action of the antimycobaterial agents and the associated
aspects of the molecular biology of the mycobacteria. In: the biology of the
mycobacteria. C. Ratledge and J. Stanford, eds., Academic press, London. P. 353 – 438.
WONDERLING, L.D., Wilkinson, B.J. & Bayles, D.O. (2004). The htrA (degP) gene of
Listeria monocytogenes 10403S is essential for optimal growth under stress
conditions. Applied and Environmental Micrbiology. 70(4), 1935-1943.
Estudo das proteases de micobactérias
61
World Health Organization Study Group. 1982. Chemotherapy of leprosy for control
programmes. WHO Technical Report Series N
0
675. World Health Organization,
Geneva.
Estudo das proteases de micobactérias
62
7 Apêndice
PATHOGENESIS
MICROBIAL
Microbial Pathogenesis ] (]]]]) ]]]]]]
Mini review
Comparative genomics of mycobacterial proteases
Michelle Lopes Ribeiro-Guimara
˜
es
a,b
, Maria Cristina Vidal Pessolani
a,Ã
a
Laboratory of Cellular Microbiology, Department of Mycobacterioses - Oswaldo Cruz Institute, Oswaldo Cruz Foundation FIOCRUZ,
Av. Brasil 4365 Manguinhos, 21040-900 Rio de Janeiro, RJ, Brazil
b
Instituto de Bioquı
´
mica Me
´
dica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ 21941-590, Brazil
Received 20 November 2006; received in revised form 5 May 2007; accepted 12 May 2007
Abstract
Although proteases are recognized as important virulent factors in pathogenic microorganisms, little information is available so far
regarding the potential role of these enzymes in diseases caused by mycobacteria. Here we use bioinformatic tools to compare the
protease-coding genes present in the genome of Mycobacterium leprae, Mycobacterium tuberculosis, Mycobacterium bovis and
Mycobacterium avium paratuberculosis. This analysis allowed a review of the nomenclature of the protease family present in
mycobacteria. A special attention was devoted to the ‘decaying genome’ of M. leprae where a relatively high level of conservation of
protease-coding genes was observed when compared to other genes families. A total of 39 genes out of the 49 found in M. bovis were
identified in M. leprae. Of relevance, a core of well-conserved 38 protease genes shared by the four species was defined. This set of
proteases is probably essential for survival in the host and disease outcome and may constitute novel targets for drug development
leading to a more effective control of mycobacterial diseases.
r 2007 Elsevier Ltd. All rights reserved.
Keyword: Mycobacteria; Proteases; Bioinformatics; Comparative genomics; Pathogenesis
Contents
Acknowledgments . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
References . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Infections caused by species of the genus Mycobacterium
still adversely affect the life of millions worldwide.
Tuberculosis alone, caused by Mycobacterium tuberculosis,
is responsible for 2–3 million deaths annually. Efforts to
control it have been faced with a variety of obstacles
including the inefficiency of the BCG vaccine in preventing
tuberculosis and the emergence of multidrug resistant
strains [1]. At the same time, leprosy, caused by Myco-
bacterium leprae, is still a major public health concern,
particularly in countries such as Brazil, Ethiopia, and India
that together account for 64% of the leprosy prevalence
rate and 78% of annual new cases [2]. Additionally,
infections in immunocompromised individuals caused by
opportunistic mycobacterial species such as Mycobacter-
ium avium and Mycobacterium intracellulare belonging to
the M. avium complex have gained epidemiological
importance since the emergence of AIDS [3]. These
infections are difficult to control due to the natural
resistance of these mycobacterial species to antibiotics that
are effective against M. tuberculosis and M. leprae.
Likewise, tuberculosis in bovines, caused by Mycobacter-
ium bovis, capable of provoking the disease in humans as
well, remains a major health challenge in the international
ARTICLE IN PRESS
www.elsevier.com/locate/micpath
0882-4010/$ - see front matter r 2007 Elsevier Ltd. All rights reserved.
doi:10.1016/j.micpath.2007.05.010
Ã
Corresponding author. Tel.: +55 21 2598 4467; fax: +55 21 2270 9997.
E-mail address: cpessola@ioc.fiocruz.br (M.C.V. Pessolani).
Please cite this article as: Ribeiro-Guimara
˜
es ML, Pessolani MCV. Comparative genomics of mycobacterial proteases. Microb Pathog (2007),
doi:10.1016/j.micpath.2007.05.010
trade of animals and animal products, causing significant
economic loss to the industry as a whole [4]. This
discouraging scenario urgently demands short-term but
effective tools for controlling the spread of mycobacterial
infections as quickly as possible.
In this review, a comparative genomics analysis of the
protease-coding genes predicted in the sequenced myco-
bacterial genomes was performed. The idea was to generate
a useful data for those working on proteases. We focused
on proteases based on their critical roles in bacterial
pathogenesis [5], and the absent of a detail comparison of
protease-coding genes across mycobacterial genomes.
Moreover, proteases constitute potential good targets for
the development of novel anti-mycobacterial drugs, an
urgent need in the mycobacterial field.
So far the entire genome sequences of M. leprae [6],
M. tuberculosis [7,8], M. bovis [9],andM. avium paratuber-
culosis str. K10 [10] have been deciphered, and of another
11 are at various stages of completion [11]. By comparing
general genome features, the most striking feature found
was the extensive deletion and inactivation of genes
observed in the leprosy bacillus chromosome, a process
termed reductive evolution [12]. Since diverging from the
last common mycobacterial ancestor, the leprosy bacillus
may have lost over 2000 genes, defining the minimal gene
set for a pathogenic mycobacteria [13]. Thus, the precise
analysis of the M. leprae protease-coding genes could
provide clues about the group of essential genes necessary
for intr acellular survival and disease outcome.
A comparative analysis of the protease-coding genes was
performed using the Basic Local Alignment Search Tool
(BLAST) [14]. M. leprae, M. tuberculosis H37Rv, and
M. bovis AF2122 CDS were predicted and annotated by
The Welcome Trust Sanger Institute [15]. The sequence of
M. avium paratuberculosis str. K10 chromosome has been
completed by the University of Minnesota [16]. A search was
initiated at the mycobacterial databases of the Pasteur
Institute (Paris, France) [17] by way of protease, peptidase,
and hydrolase inputs. Databases were constructed with these
output results, which were used as templates to identify the
homologues present in M. avium paratuberculosis str. K10
genome using the BLASTP program in conjunction with the
BLOSUM-62 weight matrix. Validation of the results was
based on predictors of the protein domain/motif Pfam,
InterPro, and Prosite. Gene products were considered
homologs when their identity was equal or over 60%.
We examined closely the genome of M. leprae and a
review of the genes annotated as proteases was performed.
Besides the 32 protease genes originally grouped into the
functional sub-class II.B.3—proteins, peptides and glyco-
peptides, 12 additional protease genes were found. These
genes were ML0222 or ftsH, ML0691 or dacB1, ML1199
or lspA, ML1 339, ML1582, ML1612 or lepB, ML16 32,
ML1633, ML2278 or htpX, ML2295, ML2490 or clpB
and ML2704. Additionally, an update of gene nomination
was performed based on the nomenclature used for
M. tuberculosis, as followed: ML0041—mycP1, M L0864—
pepB, ML0997— hflX, ML1486—pepN, ML1538—mycP5,
and ML2528—mycP3. The nomination of the three genes
encoding predicted HtrA-like proteases was also revised
based on further bioinformatics analysis using the site
Merops—the peptidase database [18]. ML0176, ML1078
and ML2659, which homologs in M. tuberculosis were
originally designated as pepD, htrA and pepA, respectively,
were now more appropriately designated as htrA2, htrA3
and htrA4. Actually, recent experimental data on the
recombinant ML0176 product indicate an optimal enzy-
matic activity at 45–55 1C, reinforcing the idea that this
enzyme constitutes a HtrA-like protease (M. L. Ribeiro-
Guimara
˜
es, unpublished results).
The complete group of protease genes found in each
of the mycobacterial genomes here analyzed is listed in
Table 1. These genes were grouped according to their
function. A summary of the differences in protease genes
found across the four mycobacterial species are better
visualized in Fig. 1 . When compared to other gene families,
a relatively high level of preservation of protease-coding
genes was observed in the genome of M. leprae [13]. A total
of 39 genes were identified in M. leprae, 38 of them
constituting a core of conserved protease genes found
across all four species with homology ranging from 63% to
97%. A quite similar set of proteases composed of 43 genes
was found in M. avium paratuberculosis, reinforcing
previous analysis indicating a closer phylogenetic proxi-
mity between M. leprae and M. avium paratuberculosis as
compared to the M. tuberculosis complex [21]. All the genes
present in M. leprae and M. avium paratuberculosis were
shared with M. tuberculosis and M. bovis. One gene present
in M. leprae, ML2613—a probable metalloprotease, was
not found in M. avium paratuberculosis.
Forty-nine genes were found in M. bovis, all shared
with M. tuberculosis (Fig. 1). Rv1977, a gene coding
for a putative iminopeptida se that probably acts as a
Zn-dependent enzyme with chaperone function, was found
only in M. tuberculosis. Another feature only found in the
M. tuberculosis H37Rv strain was related to the ptrB gene
coding for the oligopeptidase B, a gene first characterized
in Escherichia coli and probably involved in host cell
invasion [22]. A single ptrB gene coding for a protein with
around 700 amino acids was found in M. leprae, M. avium
paratuberculosis, M. tuberculosis CDC 1555 strain and
M. bovis. In contrast, this gene was split into two open
reading frames in the genome of M. tuberculosis H37Rv
strain, Rv0781 and Rv078 2, and denominated ptrBa and
ptrBb, respectively. In fact, this was the only difference
found between M. tuberculosis H37Rv and M. tuberculosis
CDC 1555 strains in the context of protease-coding genes.
The proteas e genes missing in at least one of the
mycobacterial genomes analyzed probably play redundant
roles or are responsible for differences in the pathogenesis
between the species. One example is the family of mycosin
(myc) genes. Five myc genes are found in M. tuberculosis
with identi ty ranging from 40% to 47%, suggesting that
they probably arose through gene duplication. Individual
ARTICLE IN PRESS
M.L. Ribeiro-Guimara˜es, M.C.V. Pessolani / Microbial Pathogenesis ] (]]]]) ]]]]]]2
Please cite this article as: Ribeiro-Guimara
˜
es ML, Pessolani MCV. Comparative genomics of mycobacterial proteases. Microb Pathog (2007),
doi:10.1016/j.micpath.2007.05.010
ARTICLE IN PRESS
Table 1
Protease-coding genes in M. tuberculosis, M. bovis, M. avium paratuberculosis and M. leprae genomes
Protein name M. leprae Sanger
ID
a
M. tuberculosis
H37Rv Sanger
ID
a
M. bovis AF2122
Sanger ID
a
M. avium
paratuberculosis str.
k10 UM ID
b
Comments about function
Aminohydrolases
AmiA1 ML0709 Rv3305c Mb3333c Involved in cellular metabolism. It hydrolyses
l-amino acid and amides(P) 77%
c
77%
c
AmiB1 ML0708 Rv3306c Mb3334c
(P) 73% 73%
Aminopeptidases
MapA ML1831c Rv0734 Mb0755 MAP4200 Removes the amino-terminal methionine from
nascent proteins72% 72% 80%
c
MapB ML1576c
d
Rv2861c Mb2886c MAP2934c
89% 89% 92%
Probable Carboxypeptidase (penicillin-binding protein)
DacB1 ML0691c Rv3330 Mb3363 MAP3448 Involved in peptidoglycan synthesis (at final
stages). It hydrolyzes the bound
D-alanyl-D-
alanine
77% 77% 80%
DacB2 Rv2911 Mb2935 MAP2979
Metalloproteases
FtsH ML0222 Rv3610c Mb3640c MAP0448 FtsH is a probable membrane-bound protease
(cell division protein). Thought to act as an
ATP-dependent Zn
2+
metallopeptidase.
Probably it has a regulatory role in stress
response and specific protein secretion for
adaptation to host environment. Gcp is
probable a O-sialoglycoprotein
endopeptidase. It hydrolyzes O-
sialoglycoproteins
86% 86% 91%
Gcp ML0379
e
Rv3419c Mb3453c MAP4263
80% 80% 88%
ML2613c Rv0198c Mb0204c
79% 79%
Chaperonins
ClpB ML2490c htpM, Rv0384c Mb0391c MAP3853 Clp family cleaves peptides in various proteins
in a process that requires ATP hydrolysis. It
plays a major role in the degradation of
misfolded proteins. It shows a chymotrypsin-
like activity. ClpB—thought to be an ATPase
subunit of an intracellular ATP-dependent
protease. It seems to be regulated positively by
sigH (Rv3223c product) and negatively by
hspR (Rv0353 product)
85% 85% 90%
ClpC ML0235
d,e
Rv3596c Mb3627c MAP0461
91% 91% 96%
ClpX ML1477c Rv2457c Mb2484c MAP2278c
94% 94% 96%
ClpX
0
Rv2667 Mb2686 MAP2787
ClpP2 ML1479c
d
Rv2460c Mb2487c MAP0426c
92% 92% 97%
ClpP1 ML1480c Rv2461c Mb2488c MAP2281c
95% 95% 90%
Probable GTP-binding protein
HflX ML0997 Rv2725c Mb2744c MAP2839c Possibly a putative GTPase, modulating
activity of HflK and HflC proteins76% 76% 83%
Mycosins
MycP1 ML0041
e
Rv3883c Mb3913c MAP4239c
69% 69% 41%
MycP2 ML0037 Rv3886c Mb3916c Probable membrane-anchored proteins.
Thought to have proteolytic activity. They are
expressed during infection of macrophages
(P) 83% 83%
MycP3 ML2528c Rv0291 Mb0299 MAP3787
68% 68% 67%
MycP4 Rv3449 Mb3479 MAP4239c
MycP5 ML1538c Rv1796 Mb1824 MAP1511
63% 63% 67%
HtrAs
HtrA3 ML1078 Rv1223 Mb1255 MAP2555c HtrA or DegP is a family of heat-shock
proteins that is required for growth at elevated
temperatures, probably functioning in the
degradation of unfolded proteins.
72% 72% 80%
HtrA4 ML2659
e
MTB32A,
Rv0125
Mb0130 MAP3527
69% 69% 72%
M.L. Ribeiro-Guimara˜es, M.C.V. Pessolani / Microbial Pathogenesis ] (]]]]) ]]]]]] 3
Please cite this article as: Ribeiro-Guimara
˜
es ML, Pessolani MCV. Comparative genomics of mycobacterial proteases. Microb Pathog (2007),
doi:10.1016/j.micpath.2007.05.010
ARTICLE IN PRESS
Table 1 (continued )
Protein name M. leprae Sanger
ID
a
M. tuberculosis
H37Rv Sanger
ID
a
M. bovis AF2122
Sanger ID
a
M. avium
paratuberculosis str.
k10 UM ID
b
Comments about function
HtrA2 ML0176
e
MTB32B,
Rv0983
Mb1009 MAP0918
70% 70% 79%
Peps
PepB ML0864c Rv2213 Mb2236 MAP1953 PepB, PepC and PepN are probable
aminopeptidase. They hydrolyze peptides and/
or proteins. PepE and PepQ are probable
peptidases. PepR is a probable zinc protease.
76% 76% 78%
PepC ML2213c Rv0800 Mb0823 MAP0632
76% 76% 79%
PepE ML1136 Rv2089c Mb2116c MAP1823c
(P) 73% 73% 75%
PepN ML1486 Rv2467 Mb2494 MAP2287
76% 76% 82%
PepQ ML0521
e
Rv2535c Mb2564c MAP1096
77% 77% 77%
PepR ML0855 Rv2782c Mb2805c MAP2890
74% 74% 83%
Proteasomes
PrcA ML1323
f
Rv2109c Mb2133c MAP1834c Proteasome subunits
86% 86% 86%
PrcB ML1322
f
Rv2110c Mb2134c MAP1835c
73% 73% 81%
Probable protease II (oligopeptidase B)
PtrB ML2226 PtrBa, Rv0781
PtrBb, Rv0782
Mb0804 MAP0615 Cleaves peptide bonds on the C-terminal side
of lysyl and argininyl residues
77% 77% 75%
Possible protease IV (endopeptidase IV) signal peptide peptidase
SppA ML1839c
d
Rv0724 Mb0745 MAP4188 Involved in the digestion of the cleaved signal
peptide. This activity is necessary to maintain
proper secretion of mature proteins across the
membrane
72% 72% 72%
Probable protease
ML2704 Rv3915 Mb3946 MAP4341
86% 86% 85%
ML2295c Rv3668c Mb3692c MAP0406
80% 80% 77%
ML1288 Rv2141c Mb2165c MAP1886c
85% 85% 85%
ML2382c Rv0457c Mb0466c
(P) 73% 73%
Probable SsrA-binding protein
SmpB ML0671 Rv3100c Mb3127c MAP3170c
84% 84% 84%
Possible membrane-associated serine protease
ML2298c Rv3671c Mb3695c MAP0403 Probable hydrolyses peptides and/or proteins
(possibly cleaved preferentially after serine
residue)
63% 63% 82%
Possible intermembrane cleaving protease
ML1582c Rv2869c Mb2894c MAP2939c
80% 84% 83%
Probable protease transmembrane heat shock protein Htpx
HtpX ML2278 Rv0563 Mb0578 MAP4059 Possibly involved in adaptation. It hydrolyzes
specific peptides and/or proteins83% 83% 89%
Iminopeptidases
Pip Rv0840c Mb0863c MAP0684c
Rv1977
Pyrrolidone-carboxylate peptidase
Pcp Rv0319 Mb0327
M.L. Ribeiro-Guimara˜es, M.C.V. Pessolani / Microbial Pathogenesis ] (]]]]) ]]]]]]4
Please cite this article as: Ribeiro-Guimara
˜
es ML, Pessolani MCV. Comparative genomics of mycobacterial proteases. Microb Pathog (2007),
doi:10.1016/j.micpath.2007.05.010
ARTICLE IN PRESS
Table 1 (continued )
Protein name M. leprae Sanger
ID
a
M. tuberculosis
H37Rv Sanger
ID
a
M. bovis AF2122
Sanger ID
a
M. avium
paratuberculosis str.
k10 UM ID
b
Comments about function
Protein and peptide secretion
LepB ML1612c Rv2903c Mb2927c MAP2971c LepB is probable a signal peptidase I (Spase I
or leader peptidase I). It cleaves the N-
terminal leader sequences from secreted
protein precursors. LspA is probable a signal
peptidase II. It specifically catalyzes the
removal of signal peptides from
prolipoproteins
70% 70% 71%
LspA ML1199 Rv1539 Mb1566 MAP1250
69% 69% 90%
Probable secreted protease
ML1339c Rv2672 Mb2691 MAP2792
67% 67% 78%
ML1632c Rv2223c Mb2247c MAP1967c
72% 72% 78%
ML1633c
d
Rv2224c Mb2248c MAP1968c
80% 80% 85%
Proteases in bold are conserved across the species. P, pseudogene.
a
The Sanger ID refers to (http://www.sanger.ac.uk/Projects/M_leprae [15]).
b
The UM ID refers to (http://www.cbc.umn.edu/ResearchProjects/AGAC/Mptb/Mptbhome.html [16]).
c
Percentages refer to protein sequence identity related to the M. leprae homologue.
d
Identified in M. leprae by proteomic studies (unpublished results).
e
Expression shown in M.leprae by transcription analysis [19].
f
Identified in M. leprae by proteomic studies [20].
ML2613
A
38
M
. leprae
(1)
DacB2
ClpX’
MycP4
Pe
p
E
Pi
p
M. avium
paratuberculosis
(5)
DacB2
Pe
p
E
MycP4
ClpX
Pi
p
MycP2
A
miB1
AmiA1
MB0466c
M
B0204c
Pcp
M. bovis
(11)
Pip
A
miA1
A
miB1
MycP2
Pe
p
E
Rv045
7
DacB2
ClpX’
MycP4
Rv1977
Pcp
Rv0198
M. tuberculosis
(13)
PtrBa
Fig. 1. Comparative analyses of mycobacterial protease-coding genes. The diagram shows a central circle that represents the core of preserved proteases
shared by M. leprae, M. tuberculosis, M. bovis and M. avium paratuberculosis. The protease genes found in individual genomes that are not conserved
across the species are represented in the peripheral triangles. Their sizes are related to the number of these genes indicated in parenthesis. The cod es for the
genes are: Underline—genes shares by M. tuberculosis, M. bovis and M. avium paratuberculosis, and absent in M. leprae. Italics—common genes between
M. tuberculosis and M. bovis and absent in M. leprae and M. avium paratuberculosis. Bold—specific gene of M. tuberculosis. A—gene present in M. leprae,
but not shared with M. avium paratuberculosis.
M.L. Ribeiro-Guimara˜es, M.C.V. Pessolani / Microbial Pathogenesis ] (]]]]) ]]]]]] 5
Please cite this article as: Ribeiro-Guimara
˜
es ML, Pessolani MCV. Comparative genomics of mycobacterial proteases. Microb Pathog (2007),
doi:10.1016/j.micpath.2007.05.010
myc genes are part of five RD (region of difference) found
in the bacterial chromosome [23]. Two of these genes
are missing in M. leprae: mycP2 (ML0037) is a pseudogene
and mycP4 is deleted. Actually, the complete set of
genes constituting the RD2 region is missing, and in the
RD4 region only one gene (ML0363) is present in M. leprae
[24]. Another gene absent in M. leprae, but present in
M. tuberculosis, clpX
0
, shares significant homology with
clpC, suggesting that is also a case of gene duplication. The
protease ClpX
0
requires ATP and seems to play a major
role in the degradation of misfolded proteins showing a
chymotrypsin-like activity.
The comparison of the genomes of mycobacterial species
provides an efficient mean of identifying the genetic basis
of the differences in host range, phenotype and pathogeni-
city of these inherently difficult to manipulate bacteria [13].
In this work, for the first time, a comparison of protease-
coding genes present in the genomes of four species of
mycobacteria was performed, including the most relevant
pathogenic species M. leprae and M. tuberculosis. This
comparison allowed the identification of a group of 38
well-conserved proteases shared by the four species and
probably essential for in vivo survi val and pathogenecity.
In order to further clarify the role of proteases in
mycobacterial diseases, in a companion article, we focused
on five of these genes and showed that they are expressed in
human leprosy lesions [25].
Acknowledgments
We are most grateful to the Fundac- a
˜
o Carlos Chagas
Filho de Amparo a
`
Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
(FAPERJ) for supporting this study. M.L.R.G was a
recipient of a fellowship from the Conselho Nacional de
Desenvolvimento Cientı
´
fico e Tecnolo
´
gico (CNPq). We
would also like to thank Judy Grevan for editing the text.
References
[1] /http://www.who.int/topics/tuberculosis/en/S.
[2] Lockwood DN, Suneetha S. Leprosy: too complex a disease for a
simple elimination paradigm. Bull World Health Organ
2005;83:230–5 [Review].
[3] Garcı
´
a Garcı
´
a JM, Palacios Gutierrez JJ, Sanchez Antuna
˜
AA.
Respiratory infections caused by environmental mycobacteria. Arch
Bronconeumol 2005;41:206–19.
[4] Biet F, Boschiroli ML, Thorel MF, Guilloteau LA. Zoonotic aspects
of Mycobacterium bovis and Mycobacterium avium—intracellulare
complex (MAC). Vet Res 2005;36:411–36 [Review].
[5] Travis J, Potempa J, Maeda H. Are bacterial proteinases pathogenic
factors? Trends Microbiol 1995;3:405–7.
[6] Cole ST, Eiglmeier K, Parkhill J, James KD, Thomson NR, Wheeler
PR. Massive gene decay in the leprosy bacillus. Nature 2001;409:
1007–11.
[7] Cole ST, Brosch R, Parkhill J, Garnier T, Churcher C, Harris D.
Deciphering the biology of Mycobacterium tuberculosis from the
complete genome sequence. Nature 1998;393:537–44.
[8] Camus JC, Pryor MJ, Medigue C, Cole ST. Re-annotation of the
genome sequence of Mycobacterium tuberculosis H37Rv. Microbiol-
ogy 2002;148:2967–73.
[9] Garnier T, Eiglmeier K, Camus JC, et al. The complete genome
sequence of Mycobacterium bovis. Proc Natl Acad Sci USA
2003;100:7877–82.
[10] Lingling L, Bannantine JP, Zhang Q, Amonsin A, May BJ, Alt D,
et al. The complete genome sequence of Mycobacterium avium
subspecies paratuberculosis. Proc Natl Acad Sci USA 2005;102:
12344–9.
[11] /http://www.ncbi.nlm.nih.gov/genomes/lproks.cgiS
[12] Vissa VD, Brennan PJ. The genome of Mycobacterium leprae:a
minimal Mycobacterial gene set. Genome Biol 2001;28:10231–8
[Review].
[13] Eiglmeier K, Parkhill J, Honore
´
N, et al. The decaying genome of
Mycobacterium leprae. Lepr Rev 2001;72:387–98.
[14] Altschul SF, Gish W, Myers EW, Lipman DJ. Basic local alignment
search tool. J Mol Biol 1999;215:403–10.
[15] /http://www.sanger.ac.uk/ProjectsS.
[16] /http://www.cbc.umn.edu/ResearchProjects/AGAC/Mptb/Mptbhome.
htmlS.
[17] /http://www.pasteur.fr/recherche/unites/Lgmb/mycogenomics.htmlS.
[18] Rawlings ND, Morton FR, Barrett AJ. MEROPS: the peptidase
database. Nucleic Acids Res 2006;34:D270–2.
[19] Williams DL, Torrero M, Wheeler PR, Truman RW, Yoder M,
Morrison N, et al. Biological implications of Mycobacterium leprae
gene expression during infection. J Mol Microbiol Biotechnol 2004;8:
58–72.
[20] Marques MA, Espinosa BJ, Xavier da Silveira EK, Pessolani MC,
Chapeaurouge A, Perales J, et al. Continued proteomic analysis of
Mycobacterium leprae subcellular fractions. Proteomics 2004;4:
2942–53.
[21] Brosch R, Pym AS, Gordon SV, Cole ST. The evolution of
mycobacterial pathogenicity: clues from comparative genomics.
Trends Microbiol 2001;9:452–8.
[22] Pacaud M, Richaud C. Protease II from Escherichia coli. J Biol Chem
1975;250:7771–9.
[23] Brown GD, Dave JA, Gey van Pittius NC, Stevens L, Ehlers MRW,
Beyers AD. The mycosins of Mycobacterium tuberculosis H37Rv:
a family of subtilisin-like serine proteases. Gene 2000;254:
147–55.
[24] Gey Van Pittius NC, Gamieldien J, Hide W, Brown GD, Siezen RJ,
Beyers AD. The ESAT-6 gene cluster of Mycobacterium tuberculosis
and other high G+C Gram-positive bacteria. Genome Biology
2001;2:0044.1–0044.18.
[25] Ribeiro-Guimara
˜
es ML, Tempone AJ, Amaral JJ, Nery JA, Antunes
SLG, Pessolani MCV. Expression analysis of proteases of Myco-
bacterium leprae in human skin lesions. Microb Pathlog 2007; in
press, doi:10.1016/j.micpath.2007.05.011.
ARTICLE IN PRESS
M.L. Ribeiro-Guimara˜es, M.C.V. Pessolani / Microbial Pathogenesis ] (]]]]) ]]]]]]6
Please cite this article as: Ribeiro-Guimara
˜
es ML, Pessolani MCV. Comparative genomics of mycobacterial proteases. Microb Pathog (2007),
doi:10.1016/j.micpath.2007.05.010
PATHOGENESIS
MICROBIAL
Microbial Pathogenesis ] (]]]]) ]]]]]]
Short communication
Expression analysis of proteases of Mycobacterium leprae
in human skin lesions
Michelle Lopes Ribeiro-Guimara
˜
es
a,b
, Antonio Jorge Tempone
a
, Julio Jablonski Amaral
a,b
,
Jose Augusto Nery
a
, Sergio Luiz Gomes Antunes
a
, Maria Cristina Vidal Pessolani
a,Ã
a
Laboratory of Cellular Microbiology, Department of Mycobacterioses-Oswaldo Cruz Institute, Oswaldo Cruz Foundation FIOCRUZ,
Av. Brasil 4365 Manguinhos, 21040-900 Rio de Janeiro, RJ, Brazil
b
Instituto de Bioquı
´
mica Me
´
dica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ 21941-590, Brazil
Received 20 November 2006; received in revised form 5 May 2007; accepted 12 May 2007
Abstract
Proteases are commonly involved in bacterial pathogenesis and their inhibition has represented a successful therapeutic approach to
treat infectious diseases. However, there is little information on the role of proteases in the pathogenesis of Mycobacteria. Five of these
genes, three coding for putative secreted proteases, were selected in the present study to investigate their expression in Mycobacterium
leprae isolated from skin biopsies of multibacillary leprosy patients. Via nested-PCR, it was demonstrated that mycP1 or ML0041, htrA2
or ML0176, htrA4 or ML2659, gcp or ML0379 and clpC or ML0235 are transcribed in vivo during the course of human infection.
Moreover, the expression of Gcp in leprosy lesions was further confirmed by immunohistochemistry using a specific hyperimmune serum.
This observation reinforces the potential role of mycobacterial proteases in the context of leprosy pathogenesis.
r 2007 Elsevier Ltd. All rights reserved.
Keywords: Mycobacterium leprae; Proteases; Leprosy; Expression; Lesion; RT-PCR
1. Introduction
Proteases are commonly involved in bacterial pathogen-
esis and their inhibition has represented a successful
therapeutic approach against several microorganisms. For
many years, it was believed that their main function was
the acquisition of nutrients for growth and proliferation in
the host tissue. However, recent observations have
indicated that pathogen-derived proteolytic enzymes may
also play important roles as virulent factors to ensure
successful colonization of microbes within a hostile host
environment [1]. These roles include the deregulation of
critical host processes such as activation of cascade
pathways, disruption of cytokine networks, excision of cell
surface receptors, turnover and modification of cellular
proteins, and inactivation of host proteinase inhibi tors [2].
Even so, it is surprising that to date only a few proteases in
Mycobacteria have been investigated [3].
Leprosy, one of the oldest recorded diseases, remains an
important cause of morbidity with approximately 219,826
new cases per year (www.who.int/lep). Mycobacterium
leprae, the causative agent of leprosy, is a slow growing,
obligate, intracellular pathogen that is unique among
bacterial pathogens in its ability to invade the peripheral
nervous system. This unique tissue tropism is the basis of
the characteristic nerve damage associated with leprosy,
often leading to peripheral neuropathy, a serious sequel of
leprosy and common in endemic countries. Treatment of
patients with multidrug therapy, a combination of the
antibiotics rifampicine, dapsone and clofazimine, success-
fully achieves bacteriological sterility, but only partially
reverses or prevents loss of nerve-function in patients.
Thus, a better understanding of the disease mechanisms is
needed to develop new tools for prevention and treatment
of nerve damage in leprosy (www.who.int/lep).
Although M. leprae was the first bacterium to be
described as a causing agent of a human infectious
disease in 1873, deciphering the biology of this bacterium
has constituted one of the greatest challenges for
ARTICLE IN PRESS
www.elsevier.com/locate/micpath
0882-4010/$ - see front matter r 2007 Elsevier Ltd. All rights reserved.
doi:10.1016/j.micpath.2007.05.011
Ã
Corresponding author. Tel.: +55 21 2598 4467; fax: +55 21 2270 9997.
E-mail address: cpessola@ioc.fiocruz.br (M.C.V. Pessolani).
Please cite this article as: Ribeiro-Guimara
˜
es ML, et al. Expression analysis of proteases of Mycobacterium leprae in human skin lesions. Microb
Pathog (2007), doi:10.1016/j.micpath.2007.05.011
microbiologist over time due to its unique features.
Recently, the sequence of the M. leprae chromosome was
completed [4]. By comparing general genome features, the
most striking feature observed in the leprosy bacillus
chromosome was the extensive deletion and inactivation of
genes, a process termed reductive evolution. Since diver-
ging from the last common mycobact erial ancestor, the
leprosy bacillus may have lost over 2000 genes, defining the
minimal gene set for a pathogenic mycobacteria [5]. Thus,
the precise analysis of M. leprae functional genes could
provide clues about the group of essential genes necessary
for intr acellular survival and disease outcome.
In an accompanying review [6], a comparative genomics
revealed a high degree of preservation of the protease-
coding genes found in Mycobacterium tuberculosis in the
degenerate chromossome of M. leprae. Looking for a
better definition of the roles of these enzymes in
mycobacterial pathogenesis, in the present study we
investigated the expression of five of these genes during
the course of leprosy.
2. Result s and discussion
2.1. Expression of M. leprae putative proteases in infected
human tissue
We evaluated the expression in human leprosy lesions of
five protease-coding genes, namely: mycP1 (ML0041),
htrA2 (ML0176), htrA4 (ML2659), gcp (ML0379), and
clpC (ML0235 ). These genes were selec ted on the basis of
their potential role in leprosy pathogenesis. The genes
mycP1, htrA2,andhtrA4 code for putative secreted
proteases since their ORFs include typical signal sequences
(http://genolist.pasteur.fr/M_leprae), and as such are at the
site of the host–pathogen interface. The gene gcp, on the
other hand, codes for a probable glycoprotease, which
orthologue in Pasteurella spp. has been implicated in
virulence [7]. And, lastly, analysis of the clpC gene was
included as a positive control in view of a previous study
demonstrating the presence of specific antibodies to this
protein in serum samples of leprosy patients, suggesting
that M. leprae expresses this gene during infection [8]. The
expression of these genes was investigated by RT-PCR in
M. leprae derived from a pool of leprosy skin lesions. Total
bacterial RNA was isolated and converted into cDNA.
PCR reactions were conducted in the presence of protease-
specific primers designed to amplify the full open reading
frame of the selected genes. Fig. 1A shows that only the
clpC transcript was detected after the first round of
amplification. Nested-PCR with internal primers was then
conducted using the PCR products allowing the detection
of mycP1, htrA2, htrA4 and gcp transcripts, which
confirmed their in vivo transcription (Fig. 1B). These
results are consistent with recent data showing that these
ORFs are also transcribed during M. leprae infection in
nude mouse foot pads as detected by cross-species DNA
microarray and RT-PCR analyses [9]. More recently, the
expression of ClpC and Gcp proteins was confirmed
by proteome analysis of armadillo-derived M. leprae
(Marques et al., unpublished results).
We were able to go further and confirm the expression of
one of these genes at the protein level during the course of
leprosy. For this purpose, the gcp
gene was cloned, and the
recombinant protein was produced in Escherichia coli using
the Gateway cloning and exp ression system. The His-
tagged recombinant Gcp (rGcp) was purified in a Ni-NTA
column and the purified protein was used to generat e a
specific hyperimmune serum in mice. Fig. 2A shows the
specificity of the anti-rGcp serum, monitored by western
blot. A single band with the expected Mw of 35.5 kDa was
ARTICLE IN PRESS
1 2 3 4 5
Kb
3,054
2,036
1,018
ML0235
1 2 3 4 5 6 7 8 9
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
506
1,018
1,636
ML0041
ML0176
ML2659 ML0379
Kb
Fig. 1. Transcription of the protease-coding genes clpC, mycP1, htrA2, htrA4, and gcp by M. leprae during the course of human infection monitored by
RT-PCR. Products of RT-PCR from bacterial RNA isolated from biopsies of leprosy patients were analyzed in an ethidium bromide-stained agarose gel.
(A) Lane 1: molecular-size marker; lane 2: amplification of clpC from M. leprae cDNA; lane 3: amplification of clpC from mock M. leprae cDNA; lane 4:
amplification of clpC from human DNA; and lane 5: negative control reaction without template. (B) Lanes 1, 6, 11, and 16—molecular-size markers; lanes
2, 7, 12, and 17—first amplification reaction of ML0041, ML0176, ML2659, and ML0379, respectively from M. leprae cDNA; lanes 3, 8, 13, and 18—
nested-PCR from products of the first amplification of ML0041, ML0176, ML2659, and ML0379, respectively; lanes 4, 9, 14, and 19—nested-PCR from
mock M. leprae cDNA; and, finally, lanes 5, 10, 15, and 20—RT-PCR of ML0041, ML0176, ML2659, and ML0379, respectively from human DNA.
M.L. Ribeiro-Guimara˜es et al. / Microbial Pathogenesis ] (]]]]) ]]]]]]2
Please cite this article as: Ribeiro-Guimara
˜
es ML, et al. Expression analysis of proteases of Mycobacterium leprae in human skin lesions. Microb
Pathog (2007), doi:10.1016/j.micpath.2007.05.011
detected in total lysates of the recombinant E. coli BL21-
AI
TM
clone expressing M. leprae rGcp upon induction with
0.2%
L(+)-arabinose, but not in the uninduced clone.
Tissue sections from biopsies of three lepromatous leprosy
patients and one borderline tuberculoid were then im-
munostained with the specific anti-rGcp serum. Fig. 2B
shows the Gcp-immunoreactivity in one of these biopsies.
Expression of Gcp protease could be detected on the
bacilli-loaded macrophages of the borderline lepromatous
lesions. Instead, the borderline tuberculoid leprosy lesion
was not immunopositive, probably because tuberculoid
patients can clear M. leprae more effectively, so that bacilli
are rarely found in this clinical form. The biopsy with
normal histological appearance showed no immunoreac-
tive pattern on its sections. These results demonstrate that
the Gcp protease is expressed by M. leprae in inflammatory
macrophages of lepromatous cutaneous lesions.
The specific functions of these proteases in the biology
and pathogenesis of M. leprae remain obscure. MycP1 is
part of an interesting group of proteases, designated
mycosins. The M. tuberculosis H37Rv genome codes for
five mycosins, designated mycosin-1 to 5 (MycP1–MycP5)
and annotated as Rv3883c, Rv3886, Rv0291, Rv3449, and
Rv1796, respectively. The identity of these proteins ranged
from 40% to 47%, suggesting that they probably arose
through gene duplication. Two of these genes are missing
in M. leprae: mycP2 (ML0037) is a pseudogene and mycP4
is deleted (http://www.sanger.ac.uk/Projects). In the same
vein, mycP1 belongs to the RD1 region that includes the
gene for the 6 kDa early-secreted antigenic target (ESAT-6)
and 10 kDa cultured filtrate protein (CFP-10). ESAT -6 and
CFP-10 are efficiently secreted by an alternative secretion
pathway termed the snm (secretion in mycobacteria)
pathway. The snm genes are located in the neighborhood
of the esat-6 and cfp-10 genes in the RD1 region [10]; and
mycP1 (snm8) is part of the snm pathway. This whole
region is preserved in the M. leprae genome, except for the
snm5 gene (ML0057)—a pseudogene. A genetic analysis of
this locus in Mycobacterium smegmatis revealed that
ESAT-6 and CFP-10 secretion requires the gene mycP1
[11]. The link between RD1 and M. tuberculosis virulence
has been demonstrated experimentally. Deletions in this
region result in an attenuation in cultured macrophages
and mice [12] . In leprosy patients, the in vivo expression of
ESAT-6 and CFP-10 has been indirectly demonstrated by
the presence of a specific immune response against these
proteins [13]. This observation is in agreement with our
demonstration that MycP1 is expressed during the course
of leprosy, making possible the secretion of ESAT-6 and
CFP-10, which probably contribute to the pathogenesis of
the diseas e.
A functional class of proteases that are conserved in
M. leprae despite an extreme reduction in number of genes
are the heat shock-induced serine proteases HtrAs or Deg.
This class includes the proteins ML0176, ML1078 and
ML2659, originally designated as pepD, htrA and pepA,
respectively. In the accompanying review, the nomination
of the three genes encoding predicted HtrA-like proteases
was revised based on bioinformatics and more appro-
priately designated as htrA2, htrA3 and htrA4, respectively.
These proteases are considerably similar sharing over 30%
identity. Required for E. coli growth at elevated tempera-
tures, HtrA proteases are involved in the degradation of
abnormal periplasmic proteins. The HtrA family shares a
modular architecture composed of an N-terminal segment
believed to have regulatory functions, a conserved trypsin-
like protease domain, and one or two PDZ domains that
mediate specific protein–protein interactions and preferen-
tially bind three to four residues of the target protein to its
C-terminal region (http://www.expasy.org/sprot). Muta-
tions in the htrA gene may cause susceptibility to heat and
oxidative stress, as in E. coli,
Brucella abortus, and
B. melitensis, or loss of virulence, as in Salmonella
typhimurium [14]. Moreover, Flannagan et al., 2007. [15]
defined HtrA protease in Burkholderia cenocepacia that is
required for bacterial survival in vivo and for growth under
osmotic and long-term thermal stress. Added to this aspect,
the M. tuberculosis HtrA4 (so-called MTB32A) has been
used as a vaccine complement for tuberculosis in a fusion
of this protein with the MTB39 or Rv1196 that codifies for
a protein of the PPE family [16].
Gcp is the O-sialoglycoprotein endopeptidase (glycopro-
tease), an enzyme conserved within the bacteria. It was first
characterized in Pasteurella haemolytica as secreted pro-
tease [7]. The host molecules that work as substrates
include the human cell surface glycoproteins glycophorin
A, CD34, CD43, CD44, and CD45; the ligands for P- and
L-selectins; the tumor antigen epitectin; the vascular
adhesion protein VAP-1; platelet glycoprotein Ib; and
cranin, a brain O-sialoglycoprotein [17].
ARTICLE IN PRESS
12
KD
21
rGcp
sgd
sgd
Fig. 2. In situ immunohistochemical expression of the Gcp protease on a
multibacillary cutaneous leprosy lesion. (A) Crude extracts of uninduced
(lane 1) or arabinose-induced cells (lane 2) were prepared and analyzed by
SDS-15% PAGE stained with Coomassie blue (left panel) or transferred
to a nitrocellulose membrane and blot was incubated with a anti-Gcp
specific antibody (right panel). (B) Granular Gcp-immunoreactivity
(brownish red color, arrows) was observed in the cytoplasm of
macrophages infiltrating the perianexial space, among sweat gland ducts
(sgd). Streptavidin-biotin immunoperoxidase staining of a cryostat section
of skin biopsy with polyclonal anti-Gcp. Scale bar ¼ 25 mm.
M.L. Ribeiro-Guimara˜es et al. / Microbial Pathogenesis ] (]]]]) ]]]]]] 3
Please cite this article as: Ribeiro-Guimara
˜
es ML, et al. Expression analysis of proteases of Mycobacterium leprae in human skin lesions. Microb
Pathog (2007), doi:10.1016/j.micpath.2007.05.011
In conclusion, the data herein described contribute to the
study of mycobacterial proteases abo ut which so little is
known. The extension of this type of research to the entire
class of proteases would surely lead to the clarification of
their possible involvement in the course of mycobact erial
infection, and the potential identification of targets for the
development of new tools in controlling the dissemination
of both M. tuberculosis and M. leprae.
3. Experimental/materials and methods
3.1. Isolation of M. leprae from human skin lesions
Biopsies were collected from four patients with a
bacteriologic index (BI) of+3.0,+2.0,+4.9 and+4.0
before treatment, and M. leprae was isolated as described
previously [18]. The procedures described in this study were
approved by the Ethics Committee of the Oswaldo Cruz
Foundation and all volunteers were required to sign a
written consent.
3.2. RNA extraction and RT-PCR
Total bacterial RNA was extracted using guanidinium
isothiocyanate–phenol–chloroform (Invitrogen, Carlsbad,
CA, USA). Total amount of RNA was quantified by
ultraviolet absorvance at 260 nm. First-strand cDNA was
synthesized by using the total RNA (2–10 mg) as a template
with random hexamers primers (Amersham Pharmacia
Biotech, Piscataway, USA) with (‘‘good cDNA’’) or
without Superscript II Reverse Transcriptase (Invitrogen)
(‘‘mock cDNA’’) according to the manufacturer’s instruc-
tions. For PCR, the cDNA (1 mL) was amplidied using a
PTC 100-thermocycler (MJ Research Inc.) in a final
volume of 25 mL containing 1 mM of each specific primer
for each protease, 0.1 mM dNTPs, and 1 U Taq DNA
polymerase (Biotools, Edmonton, Alta., Canada). Controls
for PCR consisted of reactions using human DNA, mock
cDNA, and water as a template. The sequences of the
primers are listed in Table 1. PCR was performed as
follows: 94 1C for 5 min, followed by 35 thermal cycles of
1 min at 95 1C denaturing, 1 min at 58 1C annealing, and
1 min at 72 1C elongation with a final extension step of
7 min at 72 1C. Fifteen mL of the amplified PCR products
were applied on 1.5% agarose gel. After elect rophoresis the
gel was stained with 0.5 mg/mL ethidium bromide and the
image acquired via Image Master
s
VDS (Amersham
Pharmacia Biotech). A 1-kb DNA ladder standard
(Invitrogen) was used as a size marker. A second round
of re-amplification was performed using new primers
corresponding to an internal nucleotide sequence of the
PCR products generated in the first reaction (Table 1). The
PCR reaction mixture and cycling conditions in this round
of nested-PCR reactions (nPCR) were the same, except
that 2.5 mL of the PCR product from the first round was
used as a template.
3.3. Preparation of recombinant M. leprae Gcp
The primers for the gcp gene were constructed to
correspond to the 5
0
and 3
0
ends of the open reading frame
previously identified. The sequences of 5
0
and 3
0
primers
were 5
0
-GGGGACAAGTTTGTACAAAAAAGCAGGCT-
TCGAAGGAGATAGAACCATGACGATCTCTGCTG-
TGCCC-3
0
and 5
0
-GGGGACCACTTTGTACAAGAAA-
GCTGGGTCTCAATTAATCTGCCTTTT-3
0
, respectively.
The underlined sequences represent the attB1 and attB2
recombination sites, respectively, incorporated into the
primers for subsequent cloning. The gene was PCR
amplified from M. leprae genomic DNA with Deep Vent
DNA polymerase. The PCR method was performed as
described above, except for the annealing temperature that
was 551C. PCR products were gel purified, cloned into the
vector pDONR
TM
201 and subclone d into the vectors
pDEST
TM
17 and pDEST
TM
14 (Gateway Technology-
Invitrogen), both by site-specific recombination reactions.
Recombinant vectors were transformed into electrocompe-
tent E. coli BL21-AI
TM
.
Overexpression and purification of the M. leprae Gcp
protein were performed according to the QIAexpressionist
manual (QIAGEN). Briefly, E. coli BL21-AI
TM
harboring
the plasmid constructs was grown up to an OD
600
0.8 in
ampicillin-containing Luria–Bertani medium.
L(+)-arabi-
nose was added to a final concentration of 0.2% and grown
ARTICLE IN PRESS
Table 1
Sequences of primers used for amplification of M. leprae protease-coding genes
Sanger ID
a
/gene Primer’s Sequences (first amplification) Primer’s sequences (second amplification)
ML0041/mycP1 U5
0
AGTAGAATTCGTGCACCGTATCTTG3
0
U5
0
TTCATCGAGCGGCTTATTTGC 3
0
R5
0
ACGTACTCGAGCTGGATTCCTCA3
0
R5
0
GCAAATAAGCCGCTCGATGAA 3
0
ML0176/htrA2 U5
0
GTTGGAATTCATGATTCCGCCCGGT3
0
U5
0
CCCCGATTACGATGGGCTCT 3
0
R5
0
ACAACTCGAGCTCTCGATTATTAAT3
0
R5
0
AGAGCCCATCGTAATCGGGG 3
0
ML2659/htrA4 U5
0
AGATGAATTCATGAGCAGACAACCC3
0
U5
0
TCCACCCTGGCCGCCCGTGTT 3
0
R5
0
GGCCCTCGAGACTATCCGACCGGATG3
0
R5
0
AACACGGGCGGCCAGGGTGGA 3
0
ML0379/gcp U5
0
GGGACTGCAGATGACGATCTCTGCT3
0
U5
0
GCAGGTGCGTTCACTTGGG 3
0
R5
0
CCTGCTCGAGGGCGTCTCTAGCTCA3
0
R5
0
CCCAAGTGAACGCACCTGC 3
0
ML0235/clpCU5
0
GTAAGAATTCATGTTCGAAAGATTT3’
R5
0
CGTTCTCGAGGCTGGATGGCTTGGC3’
a
The Sanger ID refers to (http://www.sanger.ac.uk/Projects/M_leprae).
M.L. Ribeiro-Guimara˜es et al. / Microbial Pathogenesis ] (]]]]) ]]]]]]4
Please cite this article as: Ribeiro-Guimara
˜
es ML, et al. Expression analysis of proteases of Mycobacterium leprae in human skin lesions. Microb
Pathog (2007), doi:10.1016/j.micpath.2007.05.011
at 37 1C for another 3 h. Cells were harvested and store d at
À80 1C. For purification, cells were resuspended in 8 M
urea, 0.1 M Na-phosphate, 0.01 M Tris/HCl, pH 8.0
(buffer B) and stirred for 1 h at room temperature for
disruption. Debris were removed by centrifugation at
10,000 Â g for 15 min at 4 1C and the supernatant was
loaded onto a 4 mL Ni-NTA column pre-equilibrated in
buffer B. Unbound proteins were removed by washing the
column with two column volumes of buffer B, followed by
four column volumes of 8 M urea, 0.1 M Na-phosphate,
0.01 M Tris/HCl, pH 6.3 (buffer C). The recombinant
protein was eluted with three column volumes of 8 M urea,
0.1 M Na-phosphate, 0.01 M Tris/HCl, pH 5.9 (buffer D),
followed by three column volumes of 8 M urea, 0.1 M Na-
phosphate, 0.01 M Tris/HCl, pH 4.5 (buffer E). Purity of
the fractions was checked by SDS-PAGE and western
blotting. The purest fractions were pooled and dialyzed
against 0.1 M Na-phosphate, 0.01 M Tris/HCl, pH 8.0 at
4 1C to remove urea. The aggregated protein was cen-
trifuged at 3200 Â g for 10 min at 4 1C, and the pellet was
resuspended with PBS (10 mM phosphate buffer, pH 7.2,
0.15 M NaCl). Protein concentration was measured with
the BCA
TM
Protein Assay Reagents (Pierce Chemical
Company, Rockford, IL, USA) using BSA as standard.
3.4. Production of anti-Gcp antibodies
To prepare specific antibodies to Gcp, five male Balb/c
mice were injected subcutaneously in the abdomen with
10–50 mg of rGcp in an emulsion with incomplete Freund’s
adjuvant (0.2 mL per mouse). Three additional injections
were performed in each animal with 15–30 interval days
between each one. Fifteen days after the last immunization,
the sera wer e examined for antibodies to Gcp by dot blot.
The mice were boosted again and bled after 10 days.
Antibody specificity was monitored by western blo t with
total lisates of recombinant E. coli BL21-AI
TM
induced or
uninduced with 0.2%
L(+)-arabinose.
3.5. SDS-PAGE and immunoblotting analysis
Proteins were fractionated on SDS-polyacrylamide gel
electrophoresis [19] and transferred to nitrocellulose as
described [20]. The membranes were blocked with 2% BSA
in Tris-buffered saline containing Tween 20 (TBS/T)
(10 mM Tris–HCl pH 8.0, 0.15 M NaCl, 0.05% Tween
20). Membranes were incubated with the anti-rGcp serum
(1:1000). The membranes were then washed three times
with TBS/T and incubated with appropriate alkaline
phosphate-conjugated secondary antibodies. The sub-
strates nitro blue tetrazolium and 5-bromo-4-chloro-3-
indolyl phosphate were used for color development.
3.6. Immunohistochemistry
Cutaneous biopsies from three borderline-lepromatous
(BL) patients, presenting nodular lesions with baciloscopic
logarithmic index from 2.7 to 4.7, and from one borderline-
tuberculoid patient were selected for this study. In
addition, one biopsy from a patient with non-diagnosed
cutaneous diseas e, but whose biopsy had a normal
histological appearance was collected as a control. The
biopsies were conducted at the Souza Arau´ jo Outlet Unit,
Oswaldo Cruz Foundation, Rio de Janeiro, Brazil. The
skin biopsies were obtained and processed as described
previously [18] . The primary antibody was the anti-rGcp
polyclonal antibody (1:50 diluted) obtained from mice
immunized with M. leprae rGcp as described above. On the
negative control slides, the primary antibody was replaced
with nor mal mouse serum.
Acknowledgments
We are most grateful to the Fundac- a
˜
o Carlos Chagas
Filho de Amparo a
`
Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
(FAPERJ) for supporting this study. M.L.R.G. and J.J.A.
received fellowships from the Conselho Nacional de
Desenvolvimento Cientı
´
fico e Tecnolo
´
gico (CNPq) and
Coordenac- a
˜
o de Aperfeic- oamento de Pessoal de
´
vel
Superior (CAPES), respectively. We would also like to
thank Judy Grevan for editing the text and Antonio Jose
´
da Silva Gonc- alves for technical support.
References
[1] Maeda H, Yamammoto T. Pathogenic mechanisms induced by
microbial proteases in microbial infections. Biol Chem Hoppe Seyler
1996;377:217–26.
[2] Travis J, Potempa J, Maeda H. Are bacterial proteinases pathogenic
factors? Trends Microbiol 1995;3:405–7.
[3] Brown GD, Dave JA, Gey van Pittius NC, Stevens L, Ehlers MRW,
Beyers AD. The mycosins of Mycobacterium tuberculosis H37Rv: a
family of subtilisin-like serine proteases. Gene 2000;254:147–55.
[4] Cole ST, Eiglmeier K, Parkhill J, James KD, Thomson NR, Wheeler
PR. Massive gene decay in the leprosy bacillus. Nature 2001;409:
1007–11.
[5] Eiglmeier K, Parkhill J, Honore
´
N, et al. The decaying genome of
Mycobacterium leprae. Lepr Rev 2001;72:387–98.
[6] Ribeiro-Guimara
˜
es ML, Pessolani MCV. Comparative genomics of
mycobacterial proteases. Microb Pathog (2007), doi:10.1016/j.
micpath.2007.05.010.
[7] Abdullah KM, Udoh EA, Shewen PE, Mellors A. A neutral
glycoprotease of Pasteurella haemolytica Al specifically cleaves
O-sialoglycoproteins. Infect Immun 1992;60:56–62.
[8] Misra N, Habib S, Ranjan A, Hasnain SE, Nath I. Expression and
functional characterisation of the clpC gene of Mycobacterium leprae:
ClpC protein elicits human response antibody response. Gene
1996;172:99–104.
[9] Williams DL, Torrero M, Wheeler PR, Truman RW, Yoder M,
Morrison N, et al. Biological implications of Mycobacterium leprae
gene expression during infection. J Mol Microbiol Biotechnol
2004;8:58–72.
[10] Skjot RL, Oettinger T, Rosenkrands I, Ravn P, Brock I, Jacobsen S,
et al. Comparative evaluation of low-molecular-mass proteins from
Mycobacterium tuberculosis identifies members of the ESAT-6 family
as immunodominant T-cell antigens. Infect Immun 2000;68:214–20.
[11] Converse SE, Cox JS. A protein secretion pathway critical for
Mycobacterium tuberculosis virulence is conserved and functional in
Mycobacterium smegmatis. J Bacteriol 2005;187:1238–45.
ARTICLE IN PRESS
M.L. Ribeiro-Guimara˜es et al. / Microbial Pathogenesis ] (]]]]) ]]]]]] 5
Please cite this article as: Ribeiro-Guimara
˜
es ML, et al. Expression analysis of proteases of Mycobacterium leprae in human skin lesions. Microb
Pathog (2007), doi:10.1016/j.micpath.2007.05.011
[12] Brodin P, Majlessi L, Marsollier L, de Jonge MI, Bottai D, Demangel
C, et al. Dissection of ESAT-6 system 1 of Mycobacterium
tuberculosis and impact on immunogenicity and virulence. Infect
Immun 2006;74:88–98.
[13] Geluk A, van Meijgaarden KE, Franken KLMC, Wieles B, Arend
SM, Faber WR, et al. Immunological crossreactivity of the
Mycobacterium leprae CFP-10 with its homologue in Mycobacterium
tuberculosis. Scand J Immunol 2004;59:66–70.
[14] Sko
´
rko-Glonek J, Lipinska B, Krzewski K, Zolese G, Bertoli E, Tanfani
F. HtrA heat shock protease interacts with phospholipid membranes
and undergoes conformational changes. J Biol Chem 1997;272:8974–82.
[15] Flannagan RS, Aubert D, Kooi C, Sokol PA, Valvanoi MA.
Burkholderia cenocepacia requires a periplasmic HtrA protease for
growth under thermal and osmotic stress and for survival in vivo.
Infect Immun 2007;75:1679–89.
[16] Brandt L, Skeiky YAW, Alderson MR, Lobet Y, Dalemans W,
Turner OC, et al. The protective effect of the Mycobacterium
bovis BCG vaccine is increased by coadministration with the
Mycobacterium tuberculosis 72-kilodalton fusion polyprotein Mtb72F
in M. tuberculosis-infected Guinea Pigs. Infect Immun 2004;72:
6622–32.
[17] Jiang P, Mellors A. Membrane protein proteolysis assayed by
fluorescence quenching: assay of O-sialoglycoprotein endopeptidase.
Anal Biochem 1998;259:8–15.
[18] Lima CS, Zulianello L, Marques MA, Kim H, Portugal MI, Antunes
SL, et al. Mapping the laminin-binding and adhesive domain of the
cell surface-associated Hlp/LBP protein from Mycobacterium leprae.
Microbes Infect 2005;7:1097–109.
[19] Laemmli UK. Cleavage of structural proteins during the assembly of
the head of bacteriophage T4. Nature 1970;227:680–5.
[20] Towbin H, Staehelin T, Gordon J. Electrophoretic transfer of
proteins from polyacrylamide gels to nitrocellulose sheets: proce-
dure and some applications. Proc Natl Acad Sci USA 1979;76:
4350–4.
ARTICLE IN PRESS
M.L. Ribeiro-Guimara˜es et al. / Microbial Pathogenesis ] (]]]]) ]]]]]]6
Please cite this article as: Ribeiro-Guimara
˜
es ML, et al. Expression analysis of proteases of Mycobacterium leprae in human skin lesions. Microb
Pathog (2007), doi:10.1016/j.micpath.2007.05.011
----- Original Message -----
From: "BBA - Proteins and Proteomics (ELS)"
<bbapro@elsevier.com>
To: <cpess[email protected]ocruz.br>
Sent: Friday, August 10, 2007 2:20 PM
Subject: BBA - Proteins and Proteomics Submission:
Manuscript Number
Assigned:BBAPRO-07-307
> Manuscript No.: BBAPRO-07-307
> Title: Cloning, expression, and characterization of an HtrA-like serine
> protease produced in vivo by Mycobacterium leprae
> Corresponding Author: Dr. Maria Cristina Vidal Pessolani
> All Authors: Michelle L Ribeiro-Guimarães, Ph.D.; Eliana B Marengo,
Ms.C; Antonio J Tempone, Ph.D.; Julio J Amaral, Ms.C; Clécio F Klitzke,
Ph.D.; Erika K Xavier da Silveira, Ph.D.; Fernanda V Portaro, Ph.D.; Maria
Cristina Vidal Pessolani, Ph.D.
>
> Dear Dr. Pessolani,
>
> Your submission, referenced above, has been assigned the
following
> manuscript number: BBAPRO-07-307
>
> You will be able to check on the progress of your paper
by logging on to
> the Elsevier Editorial System as an author:
> http://ees.elsevier.com/bbapro/
>
> On behalf of the Editors, we thank you for submitting
your work to BBA -
> Proteins and Proteomics.
>
> Sincerely,
>
> Rachel Carpenter
> Journal Manager
> BBA - Proteins and Proteomics
>
>
> Click here to sign-up for the next issue of the BBA
Newsletter
>
http://www.processrequest.com/quickstart/LeadCapture/Display_LeadCapture.as
p?e=XbcbcgceBI-RaA&oid=UdfhiCD
>
(OVHYLHU(GLWRULDO6\VWHPWPIRU%%$3URWHLQVDQG3URWHRPLFV
0DQXVFULSW'UDIW
0DQXVFULSW1XPEHU
7LWOH&ORQLQJH[SUHVVLRQDQGFKDUDFWHUL]DWLRQRIDQ+WU$OLNHVHULQHSURWHDVHSURGXFHGLQYLYRE\
0\FREDFWHULXPOHSUDH 
$UWLFOH7\SH5HJXODU3DSHU
6HFWLRQ&DWHJRU\
.H\ZRUGV0\FREDFWHULXPOHSUDH+WU$SURWHDVHHQ]\PDWLFDFWLYLW\)5(7SHSWLGHVSDWKRJHQHVLV
&RUUHVSRQGLQJ$XWKRU'U0DULD&ULVWLQD9LGDO3HVVRODQL3K'
&RUUHVSRQGLQJ$XWKRUV,QVWLWXWLRQ2VZDOGR&UX])RXQGDWLRQ),2&58=
)LUVW$XWKRU0DULD&ULVWLQD9LGDO3HVVRODQL3K'
2UGHURI$XWKRUV0DULD&ULVWLQD9LGDO3HVVRODQL3K'0LFKHOOH/5LEHLUR*XLPDU¥HV3K'(OLDQD%
0DUHQJR0V&$QWRQLR-7HPSRQH3K'-XOLR-$PDUDO0V&&O«FLR).OLW]NH3K'(ULND.;DYLHUGD
6LOYHLUD3K')HUQDQGD93RUWDUR3K'
0DQXVFULSW5HJLRQRI2ULJLQ
$EVWUDFW:KLOHPHPEHUVRIWKHKLJKWHPSHUDWXUHUHTXLUHPHQW$+WU$IDPLO\RIFKDSHURQHSURWHDVHVKDYH
EHHQVKRZQWRSOD\DUROHLQEDFWHULDOSDWKRJHQHVLVWKHLUP\FREDFWHULDOFRXQWHUSDUWVKDYHQRW\HWEHHQ
VWXGLHG,QDUHFHQWUHSRUWZHGHPRQVWUDWHGWKDWWKHJHQH0/FRGLQJIRUDSUHGLFWHG+WU$OLNH
SURWHDVHLVWUDQVFULEHGE\0\FREDFWHULXPOHSUDHLQKXPDQOHSURV\OHVLRQV,QWKHSUHVHQWVWXG\WKH
UHFRPELQDQW0/SURWHLQZDVSURGXFHGDQGLWVHQ]\PDWLFSURSHUWLHVLQYHVWLJDWHG0OHSUDH
UHFRPELQDQW0/ZDVDEOHWRK\GURO\]HDYDULHW\RIV\QWKHWLFDQGQDWXUDOSHSWLGHV6LPLODUO\WRRWKHU
+WU$SURWHLQVWKLVHQ]\PHGLVSOD\HGPD[LPXPSURWHRO\WLFDFWLYLW\DWWHPSHUDWXUHVDERYH &DQGZDV
FRPSOHWHO\LQDFWLYDWHGE\DSURWLQLQDSURWHDVHLQKLELWRUZLWKDKLJKVHOHFWLYLW\IRUVHULQHSURWHDVHV)LQDOO\
DQDO\VLVRI0OHSUDH0/VSHFLILFLW\VXJJHVWHGDFOHDYDJHSUHIHUHQFHDIWHUEDVLFUHVLGXHVGLIIHULQJLQ
WKLVDVSHFWIURP(VFKHULFKLDFROL'HJ3DQG'HJ6KRPRORJVZKRVHNQRZQVSHFLILFLW\LVGLUHFWHGWRZDUGWKH
DPLQRVLGHRIK\GURSKRELFUHVLGXHV,QVXPPDU\RXUGDWDGHPRQVWUDWHGWKDW0OHSUDHSURGXFHVDQ+WU$
OLNHSURWHDVHGXULQJWKHFRXUVHRIOHSURV\ZLWKDQDSSDUHQWO\GLVWLQFWVXEVWUDWHVSHFLILFLW\WKDQ(FROL+WU$
HQ]\PHV
August 10, 2007
Executive Editors:
P.F. Cook, A. Fink, F. Lottspeich
Biochimica et Biophysica Acta
Proteins and Proteomic Section
Dear Editors,
I would like to submit the enclosed manuscript “
Cloning, expression, and
characterization of an HtrA-like serine protease produced in vivo by Mycobacterium
leprae
” by Ribeiro-Guimarães et al. for publication at Biochimica et Biophysica Acta as a regular
paper. This study describes for the first time the characterization of a well conserved HtrA serine
protease from Mycobacteria. This class of proteases
has been shown to be essential for
virulence and survival under environmental stress in a wide range of bacterial species. In a
previous study we were able to demonstrate that this protease is expressed by M. leprae in
human leprosy lesions, reinforcing its potential role in pathogenesis. Our data contribute to
the identification of new targets for the development of novel strategies for controlling the
dissemination of both leprosy and tuberculosis.
For correspondence, please contact:
Maria Cristina Vidal Pessolani (Fax: 55-21-2270-9997; Tel.: 55-21-2598-4467; e-
Laboratory of Cellular Microbiology
Oswaldo Cruz Institute
Oswaldo Cruz Foundation – FIOCRUZ
Av. Brasil 4365 – Manguinhos
Rio de Janeiro, RJ
Brazil 21040-900
As to the choice of the referees, please we would like to ask you to forward this study to the
following experts:
Dr. Vincent Dive
Comissariat à l´Energie Atomique, Departement d’Ingenierie et d’Estudes des Proteines,
DSV,
Ministério da Saude
Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ
Lab de Microbiologia Celular
Av. Brasil, 4365 – Manguinhos
21.045-900 Rio de Janeiro, RJ
Cover Letter
Saclay, Gif-sur-Yvette, France, phone: (33) 1 69083585, fax: (33) 1 69089071,
e-mail address:
Dr. László Polgár
Institute of Enzymology, Biological Research Center, Hungarian Academy of Sciences,
H-1518 Budapest 112, P.O. Box 7, Hungary
E-mail address:
Dr. Richard Slyden
Rocky Mountain Regional Center of Excellence and Department of Microbiology,
Immunology and Pathology, Colorado State University, Fort Collins, CO 80523-1682, and
Department of Chemistry, SUNY Stony Brook, Stony Brook, NY 11794-3400
E-mail address:
Dr. Diana Williams
Molecular Biology Research Department, Laboratory Research Branch, National Hansen's
Disease Programs at LSU-SVM, Rm. 3517W, Skip Bertman Drive, Baton Rouge, LA
70803, USA.
E-mail address:
Yours Sincerely,
Maria Cristina Vidal Pessolani, Ph.D.
1
Cloning, expression, and characterization of an HtrA-like serine protease produced in
vivo by Mycobacterium leprae
Michelle Lopes Ribeiro-Guimarães
1,2
, Eliana Blini Marengo
3
, Antonio Jorge Tempone
1
, Julio
Jablonski Amaral
1,2
, Clécio F. Klitzke
3
, Erika K. Xavier da Silveira
1
, Fernanda Calheta Vieira
Portaro
3
, and Maria Cristina Vidal Pessolani
1
1
Laboratory of Cellular Microbiology, Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ 21040-900,
Brazil;
2
Instituto de Bioquímica Médica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, RJ 21941-590, Brazil;
3
Laboratory of Immunochemistry and LETA (Center for
Applied Toxinology Program), Butantan Institute, São Paulo, SP 05503-900, Brazil.
Corresponding author:
Maria Cristina Vidal Pessolani (Fax: 55-21-2270-9997; Tel.: 55-21-2598-4467; e-
Laboratory of Cellular Microbiology
Oswaldo Cruz Institute
Oswaldo Cruz Foundation – FIOCRUZ
Av. Brasil 4365 – Manguinhos
Rio de Janeiro, RJ
Brazil 21040-900
* Manuscript
2
Abstract1
2
3
While members of the high temperature requirement A (HtrA) family of chaperone 4
proteases have been shown to play a role in bacterial pathogenesis, their mycobacterial 5
counterparts have not yet been studied. In a recent report, we demonstrated that the gene 6
ML0176 coding for a predicted HtrA-like protease is transcribed by Mycobacterium leprae in 7
human leprosy lesions. In the present study, the recombinant ML0176 protein was produced 8
and its enzymatic properties investigated.
M. leprae recombinant ML0176 was able to 9
hydrolyze a variety of synthetic and natural peptides. Similarly to other HtrA proteins, this 10
enzyme displayed maximum proteolytic activity at temperatures above 40qC, and was 11
completely inactivated by aprotinin, a protease inhibitor with a high selectivity for serine 12
proteases. Finally, analysis of M. leprae ML0176 specificity suggested a cleavage preference 13
after basic residues, differing in this aspect from Escherichia coli DegP and DegS homologs 14
whose known specificity is directed toward the amino side of hydrophobic residues. In 15
summary, our data demonstrated that M. leprae produces an HtrA-like protease during the 16
course of leprosy with an apparently distinct substrate specificity than
E. coli HtrA enzymes.17
18
19
20
Keywords: Mycobacterium leprae; HtrA2; protease; enzymatic activity; FRET peptides;21
pathogenesis.22
23
3
1. Introduction1
2
3
Infections caused by species of the genus
Mycobacterium continue to adversely affect 4
the lives of millions worldwide. Leprosy, caused by Mycobacterium leprae, remains a public 5
health problem in several developing countries, including Brazil, and is responsible for the 6
legacy of countless numbers of people with permanent physical deformities 7
(http://www.wpro.who.int/sites/leprosy). On the other hand, tuberculosis, caused by 8
Mycobacterium tuberculosis, is responsible for 2–3 million annual deaths 9
(http:///www.who.int/tb/en). Furthermore, infections in immunocompromised individuals 10
caused by opportunistic mycobacterial species such as M. avium and M. intracellulare11
belonging to the M. avium complex have gained additional epidemiological importance since 12
the emergence of AIDS [1]. Deciphering the mechanisms implicated in mycobacterial 13
pathogenesis is currently a major challenge in leprosy and tuberculosis research that 14
eventually may lead to the development of new prophylactic and/or therapeutic strategies. 15
The envelope-associated serine proteases of the HtrA family are an important, highly 16
conserved class of proteases in bacteria. HtrA proteins perform crucial functions involving 17
protein quality control in the periplasmic space, functioning as both molecular chaperones and 18
proteases [2]. It has been shown that, within a wide range of bacterial species, HtrA proteases 19
are essential for virulence and survival under environmental stress. In fact, mutations in the 20
htrA gene have been seen to affect bacterial tolerance to both thermal and environmental 21
stress, in addition to loss of virulence such as is found in Salmonella typhimurium, 22
Streptococcus pyogenes, Listeria monocytogenes and Burkhoderia cenocepacia [3-12]. 23
However, to date, their mycobacterial counterparts have not yet been characterized. 24
Biochemical analysis of the three HtrA proteins found in Escherichia coli - DegP, DegQ, and 25
4
DegS - has provided insights into their function and regulation [2]. In contrast to other 1
bacterial quality control proteases, HtrA protein activity is not regulated by ATP while these 2
proteins exhibit a temperature switch mechanism responsible for changing their molecular 3
chaperon function to a protease [13].4
A recent comparison of the protease-coding genes present in the genomes of M. 5
leprae, M. tuberculosis, Mycobacterium bovis, and Mycobacterium paratuberculosis revealed 6
that three well-conserved putative HtrA-like genes are shared by all four species [14]. 7
Moreover, two of these genes, ML0176 and ML2659, coding for probable
htrA2 and htrA4, 8
respectively, have been found to be transcribed by M. leprae isolated from the skin biopsies of 9
multibacillary leprosy patients [15]. The availability of the M. leprae genome sequence 10
provides an opportunity to study the enzymes of this microorganism, which are inaccessible 11
to direct study. For the first time, the present study demonstrated that the recombinant M.12
leprae ML0176 exhibited proteolytic activity toward synthetic and naturally-occurring 13
peptides, revealing physicochemical properties of a typical HtrA-like protease.14
5
2. Materials and Methods1
2
3
Materials4
5
The fluorescence resonance energy transfer (FRET) peptides used in the present study 6
(Table 1) were synthesized and purified, as described elsewhere [16]. The purity and the 7
molecular masses of these peptides were determined by HPLC and by MALDI-TOF mass 8
spectrometry (TofSpec-E, Micromass, UK), respectively. N
D-RR-methylcoumarin (MCA), 9
dynorphin A, neurotensin 1-13, bradikinin and angiotensin I peptides and the protease 10
inhibitors phenylmethylsulfonyl fluoride (PMSF) and aprotinin were purchased from Sigma 11
Co (St. Luis, MO). Trypsin was purchased from Roche Diagnostics (Indianapolis, IN).12
13
14
2.1. Cloning, expression, and purification of rHtrA215
16
The primers for the
htrA2 gene were constructed to correspond to the 5’ and 3’ ends of 17
the open reading frame previously identified. The sequences of 5’ and 3’ primers were 5`-18
GTTGGAATTC
ATGATTCCGCCCGGT-3` and 5’-ACAACTCGAGCTCTCGATTAT 19
TAAT-3’, respectively. The underlined sequences represent the sites for the restriction 20
enzymes EcorI and XhoI, respectively, incorporated into the primers for subsequent cloning. 21
The gene was PCR amplified from
M. leprae genomic DNA by/with Deep Vent DNA 22
polymerase. The touchdown PCR method was used in a PTC-100
TM
(MJ Research, Inc.) at 23
an annealing temperature of 58
o
C. The PCR product was gel purified and digested with 24
EcoRI and XhoI followed by cloning into pET32a-c (+) (Novagen, San Diego, CA) previously 25
6
digested with the same enzymes. Overexpression and purification of the M. leprae HtrA2 1
protein were performed according to The QIAexpressionist manual (QIAGEN, Valencia, 2
CA). Briefly,
E. coli BL21-AI
TM
harboring the recombinant plasmid was grown up to an 3
OD
600
0.8 in ampicillin-containing Luria-Bertani medium. Expression of rHtrA2 was then 4
induced by addition of 1 mM IPTG; and cultures were incubated at 37
o
C for another 3 h. 5
Cells were harvested, ressuspended in lysis buffer (100 mM NaH
2
PO
4
, 10 mM Tris
.
Cl pH 6
8.0), and disrupted by sonication. Debris was removed by centrifugation at 10,000xg for 15 7
min at 4
o
C and rHtrA2 was purified from the supernatant by adding 1 mL of a 50% Ni-NTA 8
slurry (QIAGEN,) pre-equilibrated in lysis buffer to 4 mL of the lysate. After incubation for 9
1 h at 4
0
C, the lysate-Ni-NTA mixture was loaded into a column. Unbound proteins were 10
removed by washing the column with 2 column volumes of lysis buffer. The column was 11
washed twice with 4 mL of 100 mM NaH
2
PO
4
, 10 mM Tris
.
Cl, pH 6.3; and the recombinant 12
protein was eluted with 4 column volumes of 100 mM NaH
2
PO
4,
pH 4.5. Fractions were 13
analyzed by SDS-PAGE and Western Blot. Nitrocellulose membranes were probed with an 14
anti-6xHis tag antibody (New England Biolabs, Ipswich, MA). The purified enzyme was 15
stored in 50% glycerol at -20
0
C.16
17
18
2.2. HPLC analysis of rHtrA219
20
The fractions eluted from the Ni-NTA matrix enriched in the rHtrA2 were 21
concentrated and at a flow rate of 1.0 mL/min in a Superdex
TM
75 gel filtration column (GE 22
Healthcare Life Science do Brasil, São Paulo, Brazil) pre-equilibrated in 0.05 M sodium 23
phosphate, 0.15 M NaCl, pH 6.8. Protein-containing fractions were analyzed by SDS-PAGE 24
followed by silver staining. Protein concentration was determined according to Bradford [17] 25
7
using BSA as a standard.1
2
3
2.3. Mass spectrometry analysis of recombinant HtrA24
5
The purified recombinant HtrA2 protein was digested with trypsin. The resulting 6
peptides were applied onto a 0.2 x 50 mm C
18
capillary reverse phase column (Michrom 7
BioResources, Auburn, CA) and eluted with an increasing acetonitrile gradient using a 8
MicroPro capillary HPLC system (Eldex Laboratories, Napa, CA). The reverse-phase 9
effluent was introduced directly into a Finnigan LCQ electrospray mass spectrometer 10
(Thermoquest, San Jose, CA). The peptides were analyzed by MS or MS/MS followed by a 11
search in the M. leprae database via Xcalibur, Bioworks 3.1 turbo SEQUEST software 12
(ThermoFinnigan, San Jose, CA) under the conditions and parameters previously described 13
[18]. 14
15
16
2.4. Enzyme assays of recombinant HtrA217
18
The hydrolyses of the fluorescent substrates (stock solution in 10 % DMSO) were 19
conducted at 37°C in 50 mM Tris-HCl, pH 8.0, containing 20 mM NaCl. The hydrolysis of 20
the ND-RR-MCA and the FRET substrates were monitored by measuring fluorescence at Oem 21
= 460 nm and Oex = 380 nm and Oem = 420 nm and Oex = 320 nm, respectively, in a Hitachi 22
F-2000 spectrofluorimeter, as previously described [19]. The slope was converted into moles 23
of hydrolyzed substrate per min based on the fluorescence curves of standard peptide 24
solutions before and after total enzymatic hydrolysis with trypsin. The 1 cm path length 25
8
cuvette containing 1 mL of substrate solution was placed in a thermostatically controlled cell 1
compartment prior to adding the enzyme solution. Enzyme concentrations ranged from 10 to 2
100 nM and FRET substrates, from 1/10 to 10 times the K
m
value. The increase of 3
fluorescence over time was continuously recorded for 5-15 min. The kinetic parameters were 4
calculated according to Wilkinson [20]. One unit (U) of recombinant HtrA2 activity was 5
defined as the amount of enzyme needed to hydrolyze 1 µmoL of ND-RR-MCA in 1 min. As 6
previously described, the inner-filter effect of the FRET substrates was corrected by an 7
empirical equation [19]. 8
9
10
2.5. HPLC analysis of peptides hydrolyzed by rHtrA2 11
12
The peptide solutions (50 µM) in 50 mM Tris-HCl, pH 8.0, containing 20 mM NaCl13
were incubated with rHtrA2 (10 nM) at 37°C for 4 hours. Samples (100 µL) were 14
periodically withdrawn for HPLC analysis. The hydrolysis products were fractionated by 15
reverse-phase HPLC (Class VP, Shimadzu), manually collected, and submitted to mass 16
spectrometry analysis. The HPLC conditions used for the analytical procedure were: 0.1% 17
trifluoroacetic acid in water (solvent A) and acetonitrile-solvent A (9:1) as solvent B. The 18
separations were performed at a flow rate of 1 mL/min using a J.T. Baker C
18
column (4.6 x 19
300 mm) and a 10-80% gradient of B for 30 min. Fractions were monitored for the presence 20
of peptides fragments using an SPD-10AV Shimadzu uv/vis detector (214 nm) and a RF-21
10Ax fluorescence detector (O
em
= 420 nm and O
ex
= 320 nm). 22
23
24
2.6. Mass spectrometry analysis of peptides substrates hydrolyzed by rHtrA225
9
1
The peptide fragments were detected by scanning from a m/z 50 to 2000 at 6s/scan 2
with a 31V cone. Product-ions from the MS/MS experiments were detected during several 3
scannings through the appropriated mass range for each situation, using high energy (25 eV) 4
for single-charged and low-collision energy (15 eV) for multiple-charged precursor ions. No 5
tandem MS was recorded for peptides smaller than four amino acid residues. The scissile 6
bonds were deduced from the amino acid compositions of the fragments. 7
8
9
2.7. Effect of pH, temperature, and inhibitors on peptidase activity10
11
The pH studies were performed in 50 mM sodium citrate buffer (pH 3.0 - 5.3), 50 mM 12
sodium phosphate buffer (pH 5.2 - 7.5), and 50 mM Tris-HCl buffer (pH 7.3 - 10) containing 13
20 mM NaCl. The stock solutions and the work concentration of the synthetic inhibitors used 14
in the characterization of the HtrA2 proteolytic activity were done as previously described15
[21]. The pH, temperature effects, and inhibition studies were determined by fluorometric 16
assay using the peptide N
D-RR-MCA (10 PM) as a substrate. The temperature range used 17
was 28 to 60 qC, and the enzymatic reactions were performed in 50 mM phosphate buffer, pH 18
8.0 19
10
3. Results and Discussion1
2
3
3.1 Cloning, expression, and purification of M. leprae HtrA24
5
The gene coding for a putative HtrA2 protease was amplified from M. leprae genomic 6
DNA and successfully cloned into pET32. E. coli BL21 harboring the recombinant vector 7
was grown in an LB medium containing ampicilin and induced by IPTG. The soluble hexa-8
histidine-tagged fusion protein was purified in one step by immobilized, metal-affinity 9
chromatography (IMAC) from cell lysates using the Ni-NTA resin. A single band 10
corresponding to the recombinant HtrA2 protein with the expected Mw 52.3 kDa was 11
observed in a silver stained SDS-PAGE (Figure 1A). The purified protein was also 12
transferred to a nitrocellulose membrane and recognized by the anti-6xHis tag antibody 13
(Figure 1A). A high degree of purity of the recombinant ML0176 was ensured by loading the 14
protein onto a Superdex 75 gel filtration column. The elution profile shown in Figure 1B 15
revealed a single homogeneous pick corresponding to the enzyme, as confirmed by SDS-16
PAGE followed by trypsin digestion and MS/MS analysis. The following peptides, all 17
matching the predicted amino acid sequence of
M. leprae ML0176, were sequenced: 18
78
KVVPSVVMLETDLGRQ
91
,
132
KTTVTFFDGRT
140
, 19
141
RTASFTVVGADPTSDIAVVRV
159
,
160
RVQSISGLPPITMGSSADLLRV
178
, 20
339
RLISSADALVAAVRS
351
and
359
KVSLTYQDQSGSSRT
371
. 21
22
23
3.2 Primary sequence analysis of M. leprae rHtrA224
25
11
Members of the HtrA family share a conserved trypsin-like protease domain and at 1
least one C-terminal PDZ domain, which mediates specific protein-protein interactions, is 2
involved in substrate recognition [22]. Figure 2 shows the amino-acid sequence alignment of 3
HtrA2 from M. leprae, HtrA2 from M. tuberculosis H37Rv, and DegS from E. coli. HtrA2 4
from M. leprae shares a 70% identity with the HtrA2 of M. tuberculosis H37Rv and a 26 % 5
identity with E. coli Deg S. This alignment indicates the conservation of a putative catalytic 6
triad in mycobacterial HtrA2 consisting of the amino acid residues His182, Asp224, and 7
Ser305 and a consensus of the PDZ domain at the C-terminal region. 8
9
10
3.3. Analysis of cleavage specificity and kinetic parameters11
12
HtrA proteins belong to the PA clan of proteases composed of serine proteases that 13
display three main types of activity: trypsin-like (the cleavage of the amide bond occurs 14
subsequent to Arg or Lys at P1); chymotrypsin-like (cleavage occurs following one of the 15
hydrophobic amino acids at P1; and elastase-like (cleavage following an Ala at P1). A variety 16
of substrates, including synthetic and natural peptides, were then tested for cleavage by the 17
recombinant ML0176 protein.18
A collection of twelve synthetic fluorescence resonance energy transfer (FRET) 19
peptides of seven amino acid residues derived from the bradykinin sequence was used as 20
substrates. These peptides also conveniently determine kinetic parameters since the 21
hydrolysis of any peptide bond of the FRET substrates can be easily monitored [16]. Table 1 22
displays the K
m
, k
cat
, and k
cat
/ K
m
values that were determined for the hydrolysis of the FRET 23
substrates by M. leprae rHtrA2. All cleaved peptides were hydrolyzed at the R-Q bond, 24
indicating an enzymatic preference for cleavage after Arg residues. Catalytic efficiency (k
cat
/ 25
12
K
m
) varied from no hydrolysis of the FRET-2 peptide to 19.90 (s
.
mM)
-1
of the FRET-1 1
peptide. Three series of peptides, with Arg in P1 and sequence variations in P2, P3, and P4, 2
respectively, were tested to confirm the preference of
M. leprae HtrA2 for cleavage after Arg3
residues and to obtain information about the P2-P4 subsites. Among the FRET- 1 to - 6 4
peptides with variable amino acid residues at the P2 position, the best substrate was FRET- 1, 5
showing an Arg residue in this position. In contrast, the presence of Asp at position P
2
6
(FRET-2) resulted in a total absence of interaction between the enzyme and the substrate. 7
The FRET-7 to -9 peptides revealed that rHtrA from
M. leprae preferred amino acid residues 8
with an aliphatic chain like Ile or Leu instead of Phe at P3. Among the FRET-10 to -15 9
peptides with amino acid residue changes at P4, the best substrate was FRET-12 with an Arg10
residue at this position. In summary, all peptides were hydrolyzed at the R-Q bond although 11
FRET-1 and FRET-12 presented Arg residues in more than one position. These results 12
suggested that M. leprae HtrA2 possesses a different substrate specificity than E. coli DegP 13
and DegS. Indeed, these enzymes display a cleavage preference after hydrophobic residues 14
[22]. Moreover, the activity of HtrA family members has been predicted to depend solely on 15
what is present in the P1 position [13, 22]. However, the effect of changes in the amino acids 16
at the P2, P3, and P4 positions on HtrA cleavage efficiency suggested that the M. leprae17
enzyme recognized the substrate not only via P1-S1 interaction but within an extended 18
binding site for interaction with the substrate. The differences found between the specificity 19
for the M. leprae HtrA2 and its homologues to substrate specificity are probably related with 20
the primary dissimilar sequences close to the active site.21
Five naturally-occurring peptides of various sizes and amino acid sequences were also 22
tested for cleavage by the enzyme. Hydrolysis was monitored by HPLC and the results are 23
summarized in Table 2. Among the substrates utilized in the present study, the most 24
susceptible was neurotensin1-13, which presented one minor (R8Ļ5) and two major 25
13
cleavage sites (Y3Ļ( and Y11Ļ,). When dynorphin was the substrate, rHtrA2 showed a 1
preference for hydrolysis involving basic amino acid residues in a P
1
position (R6Ļ5DQG2
R7
Ļ,. M. leprae rHtrA2 failed to hydrolyze oxytocin, angiotensin I, and bradykinin, 3
although the sequences of the last two peptides contain basic residues. This enzymatic profile 4
suggested that the specificity of the recombinant M. leprae HtrA2 displays a narrow 5
selectivity for its substrates in view of the fact that peptides such as oxytocin, angiotensin I, 6
and bradykinin were not significantly hydrolyzed even subsequent to extending incubation 7
times. Moreover, hydrolysis of dynorphin and neurotensin reinforced the notion that M. 8
leprae rHtrA2 has a preference for basic amino acids in the P1 position despite the ability of 9
the enzyme to cleave after Tyr residues. 10
11
12
3.4. Physicochemical properties13
14
Further characterization of M. leprae rHtrA2 was performed by using the fluorescent 15
methylcoumarin (MCA) derivative of arginine (ND-RR-MCA ), which has only one cleavage 16
site at the R-MCA position, as a substrate. Panel A in Figure 3 shows that ND-RR-MCA was 17
efficiently cleaved by M. leprae rHtrA2. 18
To confirm the class of the protease, tests were performed to determine whether the 19
activity of M. leprae rHtrA2 was affected by PMSF and aprotinin, two classical inhibitors of 20
serine peptidases. The proteolytic activity of M. leprae rHtrA2 was markedly reduced by 21
both inhibitors; and, at 4.2 mU, aprotinin was able to completely inactivate the enzyme 22
(Figure 3A). 23
The effect of pH on the catalytic activity of the enzyme was studied at 37
0
C between 24
pH 4.0 and 10.0. The pH curve displayed maximal activity at pH ranging from 7.5 to 9.0, as 25
14
shown in Figure 3B. The activity of the enzyme was also investigated at various temperatures 1
from 28
0
C to 60
0
C. And as Figure 3C shows, M. leprae rHtrA2 was active at a broad range of 2
temperatures, reaching maximum activity at 45-55
0
C. This preference for high temperatures 3
is a typical feature of proteases belonging to the HtrA family [23]. Actually, classical HtrA 4
proteases possess a temperature-dependent, functional switch that makes it possible to 5
transform a formerly chaperone activity to one of protease. At low temperatures, these 6
enzymes exhibit the activity of molecular chaperones while their proteolytic activities rapidly 7
increase between 32qC and 42qC [3; 24]. 8
Taken together, our results confirmed that ML0176 codes for a serine protease 9
displaying the physicochemical characteristics typical of an HtrA protein, except for an 10
apparently distinct substrate specificity in comparison to other bacterial HtrA enzymes. The 11
possible role of the proteolytic activity of M. leprae HtrA2 in leprosy disease remains to be 12
studied and is under investigation in our laboratory.13
15
Acknowledgments 1
2
3
We are most grateful to the Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do 4
Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) for supporting this study. M.L.R.G and J.J.A received 5
fellowships from the Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 6
(CNPq) and the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), 7
respectively. We would also like to thank Judy Grevan for editing the text and Natalia 8
Pierangeli dos Santos for her technical assistance9
16
References
[1] J.M. García García, J.J. Palacios Gutierrez, A.A. Sanchez Antunã, Respiratory
infections caused by environmental mycobacteria, Arch Bronconeumol. 41 (2005) 206–
19.
[2] M.J. Pallen, B.W. Wren, The HtrA family of serine proteases, Mol Microbiol. 26 (1997)
209-221.
[3] B Lipinska, O Fayet, L Baird, C Georgopoulos, Identification, characterization, and
mapping of the Escherichia coli htrA gene, whose product is essential for bacterial
growth only at elevated temperatures, J Bacteriol. 171(1989) 1574-84.
[4] G. Cortés, B. Astorza, V.J. Benedí, S. Albertí, Role of the htrA Gene in Klebsiella
pneumoniae
Virulence, Infection and Immunity. 70 (2002) 4772–4776.
[5] K. Williams, P.C.F. Oyston, N. Dorrel, S. Li, R.W. Titball, B.W. Wren, Investigation
into the role of the serine protease HtrA in Yersinia pestis pathogenesis, FEMS
Microbiol Lett. 186 (2000) 281-286.
[6] S. Biswas, I. Biswas, Role of HtrA in Surface Protein Expression and Biofilm
Formation by Streptococcus mutans, Infection and Immunity. 73 (2005) 6923–6934.
[7] R.W. Phillips, P.H. Elzer, G.T. Robertson, S.D. Hagius, J.V. Walker, M.B. Fatemi, F.M.
Enright, F.M. Roop II, A Brucella melitensis high-temperature-requirement A (htrA)
deletion mutant is attenuated in goats and protects against abortion, Research Veterinary
Science. 63 (1997) 165-167.
[8] L. Brøndsted, T. Andersen, M. Parker, K. Jørgensen, H. Ingmer, The HtrA protease of
Campylobacter jejuni is required for heat and oxygen tolerance and for optimal
interaction with human epithelial cells, Applied Environmental Microbiology. 71 (2005)
17
3205-3212.
[9] E. Mo, S.E. Peters, C. Willers, D.J. Maskell, I.G. Charles, Single, double and triple
mutants of
Salmonella enterica serovar Typhimurium degP (htrA), degQ (hhoA) and
degS (hhoB) have diverse phenotypes on exposure to elevated temperature and their
growth in vivo is attenuated to different extents, Microbial Pathogenesis. 41 (2006) 174-
182.
[10] C.H. Jones, T.C. Bolken, K.F. Jones, G.O. Zeller, D.E. Hruby, Conserved DegP
protease in gram-positive bacteria is essential for thermal and oxidative tolerance and
full virulence in Streptococcus pyogenes, Infection and Immunity. 69 (2001) 5538–
5545.
[11] H.M. Stack, R.D. Sleator, M. Bowers, C. Hill, C.G.M. Gahan, Role for HtrA in stress
induction and virulence potential in Listeria monocytogenes, Applied Environmental
Microbiology. 71 (2005) 4241-4247.
[12] R.S. Flannagan, D. Aubert, C. Kooi, P.A. Sokol, M.A. Valvanoi,
Burkholderia
cenocepacia requires a periplasmic HtrA protease for growth under thermal and osmotic
stress and for survival in vivo, Infection and Immunity. 75 (2004)1679–1689.
[13] D.Y. Kim, K.K. Kim, Structure and function of HtrA family proteins, the key players
in protein quality control, J Biochem Mol Biol. 38 (2005) 266-274.
[14] M.L. Ribeiro-Guimarães, M.C.V. Pessolani, Comparative genomics of mycobacterial
proteases. Microb Pathog (2007), doi:10.1016/j.micpath.2007.05.010
[15] M.L. Ribeiro-Guimarães, A.J. Tempone, J.J. Amaral, J.A. Nery, S.L.G. Antunes,
M.C.V. Pessolani, Expression analysis of proteases of Mycobacterium leprae in human
skin lesions, Microb Pathog (2007), doi:10.1016/j.micpath.2007.05.011
[16] I.Y. Hirata, M.H. Cezari, C.R. Nakaie, P. Boschcov, A.S. Ito, M.A. Juliano, L. Juliano,
Internally quenched fluorogenic protease substrates: Solid-phase synthesis and
18
fluorescence spectroscopy of peptides containing ortho-aminobenzoyl/dinitrophenyl
groups as donor-acceptor pairs, Lett Pept Sci. 1 (1994) 299-308.
[17] M.M. Bradford, A rapid and sensitive method for the quantification of microgram
quantities of protein utilizing the principle of protein-dye binding, Anal Biochem. 72
(1976) 248-254.
[18] Biet F, Angela de Melo Marques M, Grayon M, Xavier da Silveira EK, Brennan
PJ,Drobecq H, Raze D, Vidal Pessolani MC, Locht C, Menozzi FD, Mycobacterium
smegmatis
produces an HBHA homologue which is not involved in epithelial
adherence, Microbes Infect. 9 (2007) 175-82.
[19] V. Oliveira, M. Campos, R.L. Melo, E.S. Ferro, A.C.M. Camargo, M.A. Juliano, L.
Juliano, Substrate specificity characterization of recombinant metallo oligo-peptidases
thimet oligopeptidase and neurolysin, Biochemistry. 40 (2001) 4417-4425.
[20] Wilkinson, G.R., Statistical estimations in enzyme kinetics, Biochem J. 80 (1961) 324-
32.
[21] B.M. Dunn, H.R.J. Beynon, J.S. Bond, Proteolytic enzymes: a practical approach.
England, Oxford University Press. Ref Type: Serial (Book,Monograph), 1989.
[22] T. Clausen, C. Southan, M. Ehrmann, The HtrA family of proteases: implications for
protein composition and cell fate, Mol Cell. 10 (2002) 443-455.
19
Figure Legends
Fig. 1.
Purification of M. leprae rHtrA2. (A) SDS-PAGE and Western blot showing the
rHtrA2 (4 µg) obtained after purification by immobilizedmetal-affinity chromatography
(IMAC) on Ni-NTA resin. The gel was stained with silver; and Western blot was
developed with anti-His tag antibody. The positions of molecular size markers are shown
on the left. (B) Elution profile of the purified rHtrA protein from a Superdex G75 gel
filtration column.
Fig. 2. Alignment of the amino acid residues from M. leprae and M. tuberculosis
HtrA2 and E. coli DegS. The signal sequence predicted
(http://www.cbs.dtu.dk/services/SignalP/
) for HtrA2 of M. leprae is double underlined
(residues 1-36). The domain for the trypsin family (IPR001254) is underlined (residues
102-249). The conserved residues that probably compose the catalytic triad are in bold.
The PDZ domain (IPR001478) is indicated by an open box (residues 287-382).
Fig. 3. Physicochemical properties of M. leprae rHtrA2. (A) - Effect of serine protease
inhibitors on rHtrA2 activity: Assays were carried out in 500 Pl of 50 mM phosphate
buffer, pH 8.0, at 37qC; and enzymatic activities were measured by fluorometric assays
using 5 PM ND-RR-MCA as substrate. One hundred percent represents HtrA2 hydrolysis
of ND-RR-MCA/min in the absence of an inhibitor. Purified rHtrA2 (2 mU) were
incubated in the presence of 1 mM PMSF or 4.2 mU aprotinin under the conditions
described above. n.h.
*
- no hydrolysis detected. (B) – Effect of pH upon rHtrA2
20
enzymatic activity: The pH studies were performed at 37qC in 50 mM sodium citrate
buffer (pH 3.0 - 5.3), 50mM sodium phosphate buffer (pH 5.2 - 7.5), and 50 mM Tris-HCl
buffer (pH 7.3 - 10). The enzymatic activity was determined as in (A). (C) - Effect of
temperature on rHtrA2 activity. The experiments were carried out at the stipulated
temperatures using the same buffer and substrate as in A. Enzymatic assays were carried
out under the same conditions seen in Panel A, except for temperature variation. The data
represent the mean of three independent experiments
Table 1 - Kinetic parameters for the degradation of substrates derived from Abz-
GFSPFRQ-EDDnp by rHtrA2
Substrates (Abz-…-EDDnp)
N. P
6
P
5
P
4
P
3
P
2
P
1
p
a
P’
1
K
m
b
(PM)
k
cat
(s
-1
)
k
cat
/ K
m
(s
.
mM)
-1
1 G F S P
R
R
p
Q
3.16 ± 0.43
63.00 ± 3.0 19.90
2 G F S P
D
R Q
n.h.
n.h. n.h.
3 G F S P
F
R
p
Q
6.96 ± 0.64
4.80 ± 0.30 0.68
4 G F S P
A
R
p
Q
3.40 ± 0.36
9.40 ± 0.50 2.76
5 G F S P
S
R
p
Q
9.48 ± 0.90
27.00 ± 3.00 2.85
6 G F S P
P
R
p
Q
4.58 ± 0.90
4.20 ± 0.30 0.92
7 G F S
I
F R
p
Q
2.09 ± 0.20
19.00 ± 1.00 9.13
8 G F S
F
F R
p
Q
7.78 ± 0.78
26.00 ± 2.00 3.34
9 G F S
L
F R
p
Q
2.04 ± 0.19
6.60 ± 0.50 3.23
10 G F
P
P F R
p
Q
5.30 ± 0.41
3.70 ± 0.25 0.70
11 G F
F
P F R
p
Q
1.96 ± 0.20
10.00 ± 1.00 5.10
12 G F
R
P F R
p
Q
3.18 ± 0.30
31.00 ± 3.00 9.75
13 G F
S
P F R
p
Q
6.96 ± 0.64
4.80 ± 0.30 0.69
14 G F
A
P F R
p
Q
6.27 ± 0.60
5.20 ± 0.40 0.83
15 G F
E
P F R
p
Q
2.83 ± 0.28
2.00 ± 0.15 0.71
a
Cleavage sites, determined by mass spectrometry analysis, are indicated by Ļ
b
Assays were
carried out in a 50mM phosphate buffer, pH 8.0, at 37
0
C. The kinetic parameters were obtained in
the presence of 1/10 to 10 times the K
m
value of peptide substrate and 10 –100 nM of rHtrA2, with
a substrate consumption of less than 5%. The velocity was recorded for 5 –15 min. and the
parameters were calculated as mean value (
r SD). All enzymatic assays were performed in
triplicate.
Figure
Table 2 - Hydrolysis of bioactive peptides by rHtrA2
Substrate Rates of hydrolysis
(nmol/µg/min)
Peptide sequence
a
Dynorphin A 112
YGGFLRp
RpIRPKLK
Neurotensin
1-13
85
ELYp
ENKPRpRPYpIL
Angiotensin I n.h.
*
DRVYIHPFHL
Bradykinin n.h.
*
RPPGFSPFR
Oxytocin n.h.
*
CYIQNCPLG
a
Cleavage sites, determined by mass spectrometry analysis, are indicated by Ļ$VVD\V
were carried out in 300µL of 50 mM Tris-HCl buffer, pH 8.0, at 42°C, using 50µM of
each peptide and 5 nM of rHtrA2. Control samples were identical, except for the
enzyme that was omitted. After 30 minutes, the reactions were stopped with TFA0.1%
and the hydrolysis rates were determined by comparing the peak areas of control
samples versus digested ones. The peaks were manually collected and submitted to
mass spectrometry analysis to cleavage bond determinations.n.h.
*
- no hydrolysis
detected; p
, cleavage site.
Figure 1.
B
HtrA2
A 280 nm
min
1
2
94.0
67.0
43.0
30.0
A
HtrA2
Figure 2
A
ML|HtrA2 ------------------------------------------------------------
H37Rv|HtrA2 MAKLARVVGLVQEEQPSDMTNHPRYSPPPQQPGTPGYAQGQQQTYSQQFDWRYPPSPPPQ 60
DegS_E.coli ------------------------------------------------------------
ML|HtrA2 -------------------------MIPPGRVADRRPRAGMLAVSALAIAVVSAGIGGVA 35
H37Rv|HtrA2 PTQYRQPYEALGGTRPGLIPGVIPTMTPPPGMVRQRPRAGMLAIGAVTIAVVSAGIGGAA 120
DegS_E.coli -----------MKKTTLALSALALSLGLALSPLSATAAETSSATTAQQMPSLAPMLEKVM 49
: . . * * :. ::. : .
ML|HtrA2 ATVVALGTRVAGGNGAGPVTGPAASVPAANMPSGSVEQVAVKVVPSVVMLETDLGRQSE- 94
H37Rv|HtrA2 ASLVGFNRAPAGPSGGPVAASAAPSIPAANMPPGSVEQVAAKVVPSVVMLETDLGRQSE- 179
DegS_E.coli PSVVSINVEGSTTVNTPRMPRNFQQFFGDDSPFCQEGSPFQSSPFCQGGLGGNGGGQQQK 109
.
::*.:. : . . .. . : * . . . . * : * *.:
ML|HtrA2 ---EGSGVILSADG-LILTNNHVVAVAAKPGGGPGGGLSPKTTVTFFDGRTASFTVVGAD 150
H37Rv|HtrA2 ---EGSGIILSAEG-LILTNNHVIAAAAKP---PLGSPPPKTTVTFSDGRTAPFTVVGAD 232
DegS_E.coli FMALGSGVIIDADKGYVVTNNHVVDN------------ATVIKVQLSDGRKFDAKMVGKD 157
***:*:.*: ::*****: .. .* : ***. .:** *
ML|HtrA2 PTSDIAVVRVQSISGLTPITMGSSADLRVGQPVVAVGSPLGLAGTVTSGIVSALNRPVST 210
H37Rv|HtrA2 PTSDIAVVRVQGVSGLTPISLGSSSDLRVGQPVLAIGSPLGLEGTVTTGIVSALNRPVST 292
DegS_E.coli PRSDIALIQIQNPKNLTAIKMADSDALRVGDYTVAIGNPFGLGETVTSGIVSALGR---- 213
* ****::::*. ..**.*.:..* ****: .:*:*.*:** ***:******.*
ML|HtrA2 TGESGNQNTVLDAIQTDAAINPGNSGGALVNMGGQLVGVNSAIATLGADSGDAQSGSIGL 270
H37Rv|HtrA2 TGEAGNQNTVLDAIQTDAAINPGNSGGALVNMNAQLVGVNSAIATLGADSADAQSGSIGL 352
DegS_E.coli --SGLNAENYENFIQTDAAINRGNSGGALVNLNGELIGINTAILAP-------DGGNIGI 264
.. * :. : ******** *********:..:*:*:
*:** : :.*.**:
ML|HtrA2 GFAIPVDQAKRIADELISTGKATHASLGVQVATD----------KGTPGAKVMDVVAGGA 320
H37Rv|HtrA2 GFAIPVDQAKRIADELISTGKASHASLGVQVTND----------KDTLGAKIVEVVAGGA 402
DegS_E.coli GFAIPSNMVKNLTSQMVEYGQVKRGELGIMGTELNSDLAKAMKVDAQRGAFVSQVLPNSS 324
***** : .*.::.:::. *:..:..**: : . ** : :*:...:
ML|HtrA2 AANAAVPKGVVLTKVDDRLISSADALVAAVRSKAPGDKVSLTYQDQSGSSRTVQVTLGKA 380
H37Rv|HtrA2 AANAGVPKGVVVTKVDDRPINSADALVAAVRSKAPGATVALTFQDPSGGSRTVQVTLGKA 462
DegS_E.coli AAKAGIKAGDVITSLNGKPISSFAALRAQVGTMPVGSKLTLGLLR-DGKQVNVNLELQQS 383
**:*.: * *:*.::.: *.* ** * * : . * .::* .* . .*:: * ::
ML|HtrA2 EQ---------------------------------------------------------- 382
H37Rv|HtrA2 EQ---------------------------------------------------------- 464
DegS_E.coli SQNQVDSSTIFNGIEGAEMSNKGKDQGVVVNNVKTGTPAAQIGLKKGDVIIGANQQAVKN 443
.*
ML|HtrA2 -------------------------------
H37Rv|HtrA2 -------------------------------
DegS_E.coli IAELRKVLDSKPSVLALNIQRGDSTIYLLMQ 474
Figure 3
A
Inhibitors Velocity (nmol/g
-1
.min
-1
) Residual activity (%)
Control 0.0861 100
PMSF (1 mM) 0.0115 13
Aprotinin (4.2U) n.h.* 0
Curriculum Vitae
Nome : Michelle Lopes Ribeiro
Nascimento : 25/11/1976
Naturalidade : Rio de Janeiro
Formação Acadêmica:
- Faculdade de Biologia – Modalidade Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro, de agosto de 1996 a Dezembro de 2000.
- Doutorado em Química Biológica no Instituto de Bioquímica Médica - Universidade Federal
do Rio de Janeiro
Orientação de Estudantes:
1 – Nívea Dias dos Santos – Iniciação Científica de Janeiro/2003 a Janeiro/2004.
2 – Patrícia Vieira - Iniciação Científica de Janeiro/2004 a Janeiro/2006.
Comunicações em Congresso:
- 5 Comunicação em congressos Nacionais
- 1 Comunicação em congresso Internacional
Publicações:
Lima, C. S., Ribeiro, M. L., Souza, L. A., Sardella, A. E., Wolf, V. M. A. and Pessolani, M.
C. V. 2000. Intracellular signals triggered during association of Mycobacterium leprae and
Mycobacterium bovis ECG with human monocytes.
Guimarães MLR, Pessolani MCV. 2007. Comparative genomics of mycobacterial proteases.
Microbial Pathogenesis. In press. Disponível no site:
http://dx.doi.org/10.1016/j.micpath.2007.05.010
Guimarães MLR, Tempone AJ, Amaral JJ, Nery JA, Antunes SLG, Pessolani MCV. 2007.
Expression analysis of proteases of Mycobacterium leprae in human skin lesions. Microbial
Pathogenesis. In press. Disponível no site: http://dx.doi.org/10.1016/j.micpath.2007.05.011
Guimarães MLR, Marengo EB, Portaro FCV, Tempone AJ, Amaral JJ, Klitzke CF,
Pessolani MCV. Cloning, expression and characterization of a HtrA2 serine protease
produced in vivo by Mycobacterium leprae. Manuscrito será submetido à Biochimica et
Biophysica Acta (BBA).
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo