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Universidade de São Paulo
Faculdade de Saúde Pública
Atividade antioxidante do chá mate (Ilex
paraguariensis)
Ruth Lobato Teixeira Matsumoto
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Saúde Pública para fins de
obtenção do título de Mestre em
Saúde Pública.
Área de concentração: Nutrição
Orientadora: Prof
a
. Assoc. Deborah Helena Markowicz Bastos
São Paulo
2008
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Atividade antioxidante do chá mate (Ilex
paraguariensis)
Ruth Lobato Teixeira Matsumoto
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Saúde Pública para fins de
obtenção do título de Mestre em
Saúde Pública.
Área de concentração: Nutrição
Orientadora: Prof
a
Assoc. Deborah Helena Markowicz Bastos
São Paulo
2008
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À minha família,
em especial Vinicius e
Laura que fazem tudo na
minha vida valer a pena
AGRADECIMENTOS
À Profa. Deborah Helena Markowicz Bastos pela confiança, incentivo e incessante
colaboração;
Á Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP pelo suporte
financeiro para realização da pesquisa e pela concessão de bolsa de estudo;
À Empresa Lo Júnior pela doação de amostras de chá mate utilizadas nesta
pesquisa
A todas as participantes do protocolo, as quais gentilmente concordaram com todas as
normas e doaram sangue para realização deste estudo;
Ao Prof. Alejandro Gugliucci pela inspiração científica e colaboração para o
desenvolvimento deste estudo;
Ao Prof. Edson Luiz da Silva da Universidade Federal de Santa Catarina pela atenção
e todo auxílio dispensado ao longo desta pesquisa;
Á Dra. Simone Mendonça e Profa. Dra. Nágila Raquel Teixeira Damasceno pela
relevante cooperação na realização deste projeto;
À Profa. Titular Ana Cristina d’Andretta Tanaka por disponibilizar o Centro de Saúde
Escola Geraldo de Paula Souza para realização das coletas de sangue;
À Valéria S. Nunes, Fabiana Ferreira e Rodrigo Iborra do Laboratório de Lípides
(LIM 10) da Faculdade de Medicina da USP pelas análises de LDL;
Ao Prof. Dr. Marcelo Lima Ribeiro da Universidade São Francisco pela realização
das análises de PCR real time;
Às colegas de laboratório Geni Rodrigues Sampaio, Liania Luzia, Emília Ishimoto,
Lílian Pino e Rosana Manólio Soares pelo espírito de equipe e bons momentos;
À amiga Daniela Moura de Oliveira pela ajuda nas análises de eletroforese e pelo
fundamental apoio durante todo este trabalho.
Á aluna de iniciação científica Michele Moreira pela ajuda nos testes e coleta de
sangue dos voluntários;
RESUMO
INTRODUÇÃO: A erva-mate (Ilex paraguarienis), uma planta nativa e consumida
em grande parte da América do Sul, apresenta diversos compostos bioativos que
demonstraram importante atividade antioxidante in vitro e in vivo. O chá mate é um
produto desta planta cujas propriedades antioxidantes ainda não foram avaliadas em
ensaios com humanos. OBJETIVO: Este projeto visa avaliar o potencial antioxidante
do chá mate in vivo e ex vivo sobre o plasma e LDL de humanos após a ingestão de
chá-mate. MÉTODOS: Indivíduos em jejum (n=20) tiveram seu sangue coletado em
três momentos: antes, após uma hora e depois de 1 semana (7 dias) da ingestão diária
de chá-mate. O plasma e a LDL obtidos nos três momentos foram submetidos à
oxidação por três mecanismos diferentes [Cobre (Cu
+2
), lipoxigenase e peroxinitrito
(SIN-1)] e em seguida foram medidos os produtos de peroxidação lipídica formados:
a concentração de TBARs (substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico) e a formação
de dienos conjugados empregando-se métodos espectrofotométricos. Também foram
determinados o perfil antioxidante total do plasma (TAS), avaliação da
lipoperoxidação plasmática basal (TBARs), avaliação da fragmentação da
Apolipoproteína B após oxidação da LDL, por eletroforese em gel com SDS-PAGE e
os níveis de expressão, por meio de análise de PCR real time, de alguns genes
relacionados à produção de enzimas antioxidantes. Teste t de Student pareado foi
utilizado para verificar se houve diferença estatisticamente significante entre os
resultados das diversas análises antes e após o consumo do chá. RESULTADOS: Os
resultados obtidos pela maioria dos ensaios realizados demonstraram que o consumo
de chá mate aumentou a resistência à oxidação, a capacidade antioxidante plasmática
e a expressão de genes relacionados à produção de enzimas
antioxidantes. CONCLUSÃO: Esses resultados sugerem que o consumo de chá mate
por período curto pode atuar como antioxidante por múltiplos mecanismos e portanto
pode contribuir para diminuição do risco de desenvolvimento de doenças crônicas
relacionadas a processos oxidativo.
Descritores: Antioxidantes; compostos fenólicos; Ilex paraguariensis, peroxidação
lipídica, LDL, enzimas antioxidantes
ABSTRACT
INTRODUCTION: Yerba Mate (Ilex paraguariensis) is a native and widely
consumed South American plant. It contains high concentrations of bioactive
compounds that respond for its high antioxidant activity in vitro and in vivo. This
activity has not been demonstrated yet in humans for the mate tea, a product derived
from Yerba Mate. OBJECTIVE: The aim of this study was to evaluate the
antioxidant activity of maté tea in vivo and ex vivo on plasma and LDL human after
ingestion of mate tea infusion. METHODS: Fasting peripheral venous blood samples
of twenty healthy women (n=20) were taken in three different times: before drinking
the tea, one hour later and after one week of daily consumption (7 days) of mate tea.
The plasma and isolated LDL were oxidated with 3 different systems [copper
(CuSO
4
), lipoxygenase and peroxynitrite (SIN-1)].
Next, the peroxidation products
evaluated were: concentration of malonaldeyde (TBA) and conjugated dienes (lag
time), using spectrophotometric methods. We also measured the plasma total
antioxidant status (TAS), serum levels of malondialdehyde (MDA) as thiobarbituric
substances (TBARS), fragmentation of apo B using SDS-PAGE and the level of
antioxidant enzyme gene expression by PCR real time. Paired t student test was used
to analyze the results before and after ingestion of mate tea. RESULTS: The results
obtained by most of the tests showed that mate tea ingestion increased the plasma and
LDL resistance by ex vivo oxidation, the plasma antioxidant capacity and the level of
antioxidant enzyme gene expression. CONCLUSION: This study suggests that
regular consumption of mate tea can act as an antioxidant by multiple mechanisms
and thus may contribute decrease the risk of developing chronic diseases related to
oxidative processes.
Key words: Antioxidant; phenolic compounds; Ilex paraguariensis, Lipid
peroxidation, LDL, antioxidant enzymes
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO 14
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 17
2.1 Radicais livres: conceito e formação
17
2.2 Peroxidação lipídica
22
2.3 Estresse oxidativo e antioxidantes
25
2.4 Compostos fenólicos como antioxidantes
29
2.5 Erva-Mate (llex paraguariensis)
33
2.5.1 Classificação dos principais produtos comerciais
36
2.5.1.1 Chimarrão e Tererê
36
2.5.1.2 Chá mate tostado
37
2.5.2 Propriedades funcionais da Erva-mate
38
3. JUSTIFICATIVA 41
4. OBJETIVOS 41
4.1 Objetivo geral
41
4.2 Objetivos específicos
41
5. MATERIAL E MÉTODOS 42
5.1 Casuística
42
5.2 Critérios de inclusão
42
5.3 Critérios de exclusão
42
5.4 Desenho do estudo
42
5.5 Preparação da infusão de chá-mate (Ilex paraguariensis)
43
5.6 Obtenção de sangue, plasma e LDL
44
5.7 Medida das variáveis bioquímicas
45
5.8 Oxidação do plasma e da LDL
46
5.8.1 Oxidação do plasma
46
5.8.2 Oxidação da LDL
46
5.9 Monitoramento da peroxidação lipídica
47
5.9.1 Formação de Dienos conjugados
47
5.9.1.1 Plasma
47
5.9.1.2 LDL
48
5.9.2 Determinação das Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico
(TBARS)
48
5.10 Medida do perfil de antioxidantes totais no plasma
49
5.11 Avaliação da lipoperoxidação basal do plasma (TBARs)
49
5.12 Extração de RNA e síntese de cDNA
50
5.13 Quantificação da Expressão por PCR em Tempo real
50
5.14 Eletroforese da porção protéica da LDL
52
5.15 Avaliação do consumo alimentar
53
5.16 Análise dos resultados
54
5.17 Questões éticas
54
6. RESULTADOS 55
6.1 Características da população estudada
55
6.2 Quantificação dos produtos de peroxidação lipídica no plasma
55
6.2.1 Formação de Dienos conjugados
55
6.2.2 Determinação das Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico
(TBARS)
56
6.3 Medida do perfil de antioxidantes totais no plasma
57
6.4 Avaliação da lipoperoxidação do plasma (TBARS)
57
6.5 Quantificação da expressão por PCR em tempo real
58
6.6 Quantificação dos produtos de oxidação da fração LDL
59
6.6.1 Formação de Dienos conjugados após indução oxidativa com
Sulfato de Cobre
59
6.6.2 Razão máxima de Formação de Dienos conjugados em LDL após
60
indução oxidativa com 3-morfolinosidinonimina (SIN-1) e
Lipoxigenase
6.6.3 Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS)
61
6.7 Avaliação da fragmentação da Apolipoproteína B
63
6.8 Avaliação do consumo alimentar
66
7. DISCUSSÃO 68
8. CONCLUSÃO 84
9. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 85
ANEXOS
Anexo 1 – Registro de consumo alimentar
101
Anexo 2 – Termo de consentimento livre e esclarecido
102
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Peroxidação lipídica: uma reação em cadeia.
24
Figura 2: Esquema das defesas antioxidantes enzimáticas, mostrando a
geração de espécies reativas
27
Figura 3: Estrutura molecular dos alcalóides presentes na erva-mate
35
Figura 4: Estrutura molecular das saponinas presentes na erva-mate
35
Figura 5: Estrutura molecular dos ácidos fenólicos presentes na erva
mate
36
Figura 6: Desenho do estudo
43
Figura 7: Valores individuais da concentração de malonaldeído formado
na LDL (TBARS) antes (T=0), após 1 hora (t=1) e depois de 1 semana
(t=2) de consumo do chá-mate
63
Figura 8: Placa de eletroforese com as bandas de LDL oxidada e não
oxidada (controle) com sulfato de cobre de cada participante obtidas
antes (T=0), após 1 hora (T=1) e depois de 1 semana (T=2) de consumo
do chá-mate
64
Figura 9: Placa de eletroforese com as bandas de LDL oxidada com
sulfato de cobre de cada participante obtidas antes (T=0), após 1 hora
(T=1) e depois de 1 semana (T=2) de consumo do chá-mate
65
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Estudos sobre os efeitos biológicos de erva mate (Ilex
paraguariensis)
40
Tabela 2: Características da população estudada no período basal
55
Tabela 3: Lag Time de oxidação do plasma (Dienos conjugados) antes
(T=0), após 1 hora (T=1) e depois de 1 semana (T=2) de consumo do
chá-mate
56
Tabela 4: Concentração de malonaldeído formado no plasma (TBARS)
após indução oxidativa, antes (T=0), após 1 hora (T=1) e depois de 1
semana (T=2) de consumo do chá-mate
56
Tabela 5: Perfil de antioxidantes totais no plasma (TAS) antes (T=0),
após 1 hora (T=1) e depois de 1 semana (T=2) de consumo do chá-mate.
57
Tabela 6: Concentração de malonaldeído formado no plasma (TBARS)
antes (T=0), após 1 hora (T=1) e depois de 1 semana (T=2) de consumo
do chá-mate
58
Tabela 7: Avaliação da Expressão relativa das enzimas antioxidantes
Glutationa peroxidase (GPx), Superóxido dismutase (SOD) e Catalase
antes (T=0) e depois de 1 semana (T=2) de consumo do chá-mate
59
Tabela 8: Lag Time de oxidação da LDL (Dienos conjugados) antes
(T=0), após 1 hora (T=1) e depois de 1 semana (T=2) de consumo do
chá-mate
59
Tabela 9: Razão máxima de Formação de Dienos conjugados em LDL
após indução oxidativa com Sulfato de Cobre antes (T=0), após 1 hora
(T=1) e depois de 1 semana (T=2) de consumo do chá-mate
60
Tabela 10: Razão máxima de Formação de dienos conjugados em LDL
após indução oxidativa com lipoxigenase antes (T=0), após 1 hora (T=1)
e depois de 1 semana (T=2) de consumo do chá-mate
61
Tabela 11: Razão máxima de Formação de Dienos conjugados em LDL
após indução oxidativa com 3-morfolinosidinonimina (SIN-1), antes
(T=0), após 1 hora (T=1) e depois de 1 semana (T=2) de consumo do
chá-mate
61
Tabela 12: Concentração de malonaldeído formado na LDL (TBARS)
após indução oxidativa antes (T=0), após 1 hora (T=1) e depois de 1
semana (T=2) de consumo do chá-mate
62
Tabela 14: Composição nutricional estimada do consumo alimentar dos
indivíduos antes e durante o período de intervenção
66
Tabela 15: Composição nutricional do consumo alimentar dos
indivíduos estimada ajustado pela energia, antes e durante o período de
intervenção
67
14
1. INTRODUÇÃO
O estresse oxidativo induzido por espécies reativas de oxigênio é um dos
maiores focos da pesquisa recente relacionada ao câncer e a doenças cardiovasculares
(Halliwell 2000).
Estudos epidemiológicos mostram que uma dieta saudável, na qual a maior
parte da ingestão de calorias provém de vegetais, pode reduzir o risco de doenças
crônico-degenerativas como aterosclerose e câncer (Halliwell 2000). Este efeito
protetor advém não somente dos macronutrientes presentes nas plantas, como as
proteínas, carboidratos complexos e lipídeos, mas também de compostos originários
do seu metabolismo secundário que são denominados, genericamente, de fitoquímicos
(Bravo 1998; Visioli et al. 2000; Halliwell 2000). Estas substâncias são capazes de
agir como protetoras frente ao estresse oxidativo (conjunto de condições intra e
extracelulares que leva à geração exacerbada de radicais livres de oxigênio), atuando
como “varredores” de radicais livres e/ou moduladores dos mecanismos de defesa
antioxidante e do sistema de reparo do DNA (Moller e Loft 2006; Thompson et al.
2005; Johnston et al. 2004).
Dos vários produtos naturais que estão sendo estudados, os que contêm
compostos fenólicos tem sido objeto de muitas pesquisas (Manah et al. 2004).
Os compostos fenólicos constituem-se num complexo grupo de substâncias
químicas presentes em plantas e produtos de origem vegetal e fazem parte da dieta
humana (Lidsay 2000; Karakayas 2001; Clifford 2004). Estudos epidemiológicos
sugerem que o consumo de alimentos e bebidas contendo estes compostos exercem
um papel importante na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis (Block et
15
al. 1992, Knert et al. 1996), decorrente, em grande parte, da sua reconhecida
atividade antioxidante (Johnston et al. 2004).
As bebidas a base de erva-mate (Ilex paraguariensis) contêm vários
compostos bioativos, como as metilxantinas (cafeína e teobromina), as saponinas e
os compostos fenólicos. Nesta última classe de compostos, os mais abundantes são os
ácidos fenólicos, normalmente os ácidos cafeoilquínicos ou clorogêncios (Clifford e
Ramirez 1990; Mazzafera 1997; Carini et al. 1998; Bastos et al. 2005; Bastos et al.
2006).
A atenção para a erva-mate e o seu potencial uso para a promoção de saúde,
vem sendo focado apenas recentemente pela comunidade científica. Em meados da
década de 90 foram publicados os primeiros trabalhos que demonstraram a atividade
antioxidante in vitro e in vivo de infusões de erva-mate verde (chimarrão) (Gigliucci e
Stahl 1995; Gigliucci 1996; Campos et al. 1996). Em seguida, outros resultados
publicados a partir de ensaios com infusões da erva-mate verde demonstraram outros
efeitos fisiológicos benéficos ao organismo relacionados ao seu consumo (Bracesco et
a. 2003; Ramirez-Mares et al. 2004; Gorzalczany et al. 2001; Baisch et al. 1998;
Stein et al. 2005; Gugliucci e Menini 2002; Lunceford e Gugliucci 2005).
A grande maioria dos trabalhos mencionados foi conduzida com a erva-mate
para chimarrão, isto é, a erva-mate verde seca e cancheada. Não trabalhos in vivo
que evidenciem se o processo de torrefação da erva-mate verde para a produção do
chá-mate, o qual promove inúmeras transformações relativamente à composição
qualitativa e quantitativa dos compostos bioativos, influencia na atividade
antioxidante desta matéria prima.
16
Visto que: (a) o chá mate é um alimento de baixo custo, versátil, que pode ser
consumido na forma de bebida fria ou quente, constituindo-se em veículo de
substâncias bioativas naturalmente presentes num alimento saudável. (b) Não existir
publicações que evidenciem se erva-mate torrada apresenta potencial antioxidante in
vivo, este trabalho propôs a avaliar se o chá mate apresenta atividade antioxidante in
vivo e ex vivo sobre o plasma e LDL de humanos.
17
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Radicais livres: conceito e formação
A associação entre a presença de radicais livres e a patogênese de diversas
doenças, bem como a proteção conferida por certas substancias antioxidantes, tem
despertado o interesse da comunidade científica (Halliwell e Gutteridge 2000).
O termo radical livre é freqüentemente usado para designar qualquer átomo ou
molécula com existência independente, contendo um ou mais elétrons
desemparelhados na sua órbita externa. Isto determina uma atração para um campo
magnético, o que pode torná-lo altamente reativo, capaz de reagir com qualquer
composto situado próximo à sua órbita externa, passando a ter uma função oxidante
ou redutora. Os radicais livres são formados em um cenário de reações de óxido-
redução, isto é, ou cedem o elétron solitário, oxidando-se, ou recebem outro,
reduzindo-se. Portanto os radicais livres ou provocam ou resultam dessas reações de
óxido-redução (Halliwell e Gutteridge 2000).
A oxidação é parte fundamental da vida aeróbica e do nosso metabolismo e,
assim, radicais livres são formados fisiologicamente pelo organismo, como resultado
do processo de respiração celular que ocorre nas mitocôndrias das células, a fim de
gerar ATP. Os radicais livres produzidos pelos macrófagos e neutrófilos são
empregados contra bactérias e fungos invasores do organismo, produzindo ação lesiva
a estes microrganismos. Estes também podem ser formados pela exposição do
organismo a fatores exógenos, como ozônio, radiações gama e ultravioleta, tabaco,
substâncias tóxicas presentes em alimentos e bebidas (aditivos químicos, hormônios,
aflatoxinas, etc), alto consumo de gorduras saturadas (frituras, embutidos, etc) e de
18
certos medicamentos. Por outro lado, o excesso de radicais livres leva a importantes
alterações em nível molecular que estão associadas a danos às macromoléculas
biológicas como lipídios, proteínas e DNA, gerando alterações teciduais que estão
implicadas em inúmeros processos patológicos, como por exemplo: câncer,
aterosclerose, doenças neurodegenerativas, diabetes, cirrose, artrite reumatóide etc.
(Halliwell e Gutteridge 2000).
Em sua maioria, os radicais livres derivam do oxigênio e denominam-se
genericamente “Espécies Reativas de oxigênio” (EROs). Estas também podem se
referir às espécies que não são radicais livres, e sim algumas moléculas derivadas de
oxigênio capazes de gerar radical livre, como o peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
)
(Abdalla 2006).
Dentre as EROs, o radical superóxido (O
2
-
), radical hidroxila (HO
) e
peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
) são formados em todas as células aeróbias, enquanto a
espécie mais reativa, oxigênio singlete (
1
O
2
), é formada pela excitação do oxigênio
fundamental (
3
O
2
), pela energia térmica ou fotoquímica, dissipada por substancias
“sensibilizadoras” quando irradiadas com luz em comprimento de onda específico
(Abdalla 2006).
Os radicais livres podem ainda ser formados por reações químicas envolvendo
espécies reativas de nitrogênio (ERN), enxofre (ERS), pelas reações enzimáticas da
ciclooxigenase, lipoxigenase e aldeído oxidase, pelas reações catalisadas por metais
de transição como o ferro e o cobre, entre outras (Rover Júnior et al. 2001; Halliwell
2000; Belló 2002).
19
e
-
Radical superóxido
O radical superóxido (O
2
-
) é produzido continuamente através de diversos
processos celulares onde ocorre a redução de um elétron do oxigênio. A molécula
toma então uma carga negativa e torna-se radicular.
O
2
O
2
-
O superóxido é formado em pequenas quantidades na cadeia respiratória
aeróbia. Também é produzido por macrófagos como agente antibacteriano. Algumas
enzimas têm o superóxido como intermediário reacional ou mesmo produto final. Os
principais danos causados pelo superóxido em sistemas biológicos são a destruição de
centros metálicos de proteínas, oxidação de cadeias laterais de aminoácidos e a
formação de outras espécies oxidativas, como o radical hidroxila e o peroxinitrito
(Winterbourn e Kettle 2003).
Peróxido de hidrogênio
O peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
) apresenta poder oxidante indireto, gerando
radical hidroxila (HO
) e interagindo com o radical superóxido (O
2
-
). Nesse caso, ele
torna-se um potente oxidante e, dependendo da concentração, pode degradar qualquer
célula (Mattos et al. 2003).
Como é uma molécula relativamente apolar, o H
2
O
2
pode atravessar
membranas por difusão simples, reagindo localmente com íons metálicos como o
ferro (II) e o cobre (I) através da chamada reação de Fenton. Nesta reação ocorre a
formação do radical hidroxila. Este mecanismo é responsabilizado por danos
encontrados no DNA em situações de estresse oxidativo (Mattos et al. 2003).
20
O peróxido de hidrogênio é gerado pelas mesmas fontes que produzem o
radical superóxido, pois tanto a reação enzimática (superóxido dismutase):
2 O
2
-
+ 2 H
+
O
2
+ 2 H
2
O
2
como a sua redução produzem peróxido de hidrogênio (Mattos et al. 2003).
O
2
O
2
-
H
2
O
2
Radical hidroxila
O radical hidroxila (HO
) é considerado o mais poderoso oxidante de todas as
espécies reativas de oxigênio. Isso porque pode reagir com todos os tipos de
macromoléculas biológicas, produzindo derivados que não podem ser regenerados
através do metabolismo celular. Este radical pode ser gerado principalmente através
da reação de Fenton, mas também por outros mecanismos diversos, a partir do
peroxinitrito, radical superóxido e na presença da ação catalítica de metais de
transição (Halliwell e Gutteridge 2000).
Os principais alvos da ação do radical hidroxila são o DNA (que sofre danos
nas suas bases, levando à quebra da dupla cadeia) e os ácidos graxos insaturados (que
sofrem peroxidação lipídica) (Halliwell e Gutteridge 2000).
SOD
e
-
e
-
2H
+
21
Oxigênio singlete
O oxigênio singlete (
1
O
2
) resulta da excitação da molécula de oxigênio, sem
ocorrer a sua ionização. O oxigênio (no estado fundamental) é excitado por moléculas
previamente excitadas pela luz, numa reação conhecida como fotossensibilização.
Também pode ser produzido em determinadas reações enzimáticas, sem a intervenção
da luz (Abdalla 2006).
O (
1
O
2
) pode reagir com biomoléculas adicionando-se a ligações duplas (como
por exemplo, em ácidos graxos insaturados) ou por transferência de energia (por
exemplo, eliminando radicais livres necessários para a catálise de algumas enzimas)
(Abdalla 2006).
Efeitos deletérios, observados quando determinadas células são expostas à luz,
têm sido atribuídos à produção do (
1
O
2
), que pode ser produzido em sistemas
biológicos tendo como agente fotossensível o pigmento retinal da púrpura visual ou a
porfirina (produto metabólico de compostos hemínicos). A excessiva formação de
(
1
O
2
) foi relacionada ao dano em células visuais expostas de forma prolongada à luz,
e a sintomas na epiderme (como erupções e espessamento), causados pelo acúmulo de
porfirina na pele, devido a alterações metabólicas congênitas (Halliwell e Gutteridge
2000).
Óxido nítrico e peroxinitrito
O óxido nítrico (NO
) é um radical livre sintetizado em nosso organismo, que
possui propriedades fisiológicas importantes, dentre as quais se destacam seus papéis
como neurotransmissor e como vasodilatador (Abdalla 2006).
Em algumas situações apresenta um potencial citotóxico relacionado à formação de
22
espécies de alta reatividade e citoxicidade. Por ser uma espécie radicalar, o (NO
) é
capaz de reagir rapidamente com outros radicais importantes do ponto de vista
biológico, tais como oxigênio molecular e o radical superóxido (O
2
-
), sendo o
peroxinitrito (
-
OONO) o produto desta reação. Tais espécies são potentes oxidantes,
capazes de oxidar lípides, proteínas e bases do DNA entre outros problemas (Queiroz
e Batista 1999).
2.2 Peroxidação lipídica
Todos os componentes celulares são suscetíveis à ação dos radicais livres,
porém a membrana é um dos mais atingidos em decorrência da peroxidação lipídica.
Isso ocorre devido ao fato dos ácidos graxos poliinsaturados serem, por causa de suas
múltiplas duplas ligações, excelente alvos para o ataque das EROs (Sies 1993).
Tal processo pode gerar uma série de reações deletérias que acarretam
alterações na sua estrutura e permeabilidade. Conseqüentemente, perda da
seletividade na troca iônica e liberação do conteúdo de organelas, como as enzimas
hidrolíticas dos lisossomos, e formação de produtos citotóxicos (como malonaldeído e
dienos conjugados) culminando com a morte celular. A lipoperoxidação também pode
estar associada aos mecanismos de envelhecimento, câncer e à exacerbação da
toxicidade de xenobióticos (Halliwell e Gutteridge, 2000).
Assim como na formação dos radicais livres, nem sempre os processos de
lipoperoxidação são prejudiciais, pois seus produtos são importantes na resposta
inflamatória participando na formação de prostaglandinas e de outras vias de
transdução de sinais. Todavia, o excesso de tais produtos pode ser lesivo (Halliwell e
Gutteridge 2000).
23
Nos sistemas biológicos a peroxidação pode ocorrer principalmente por duas
vias: A primeira uma via enzimática envolvendo as ciclooxigenases e lipoxigenases
na oxigenação dos ácidos graxos poliinsaturados e a segunda, que envolve a
participação de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio, metais de transição e
outros (Lima e Abdalla 2001).
O mecanismo de lipoperoxidação é uma reação em cadeia que pode ser
dividido didaticamente em três etapas (Dotan et al. 2004):
Etapa Iniciação: As EROs são formadas a partir da reação de moléculas
de lipídeos com o oxigênio (O
2
) na presença de algum agente catalisador, como a luz,
calor, ou íons metálicos. Ao sofrer ataque das EROs, a cadeia poliinsaturada perde
um átomo de hidrogênio, formando assim um radical livre. Ou seja, o processo é
iniciado quando o radical hidroxila (HO) captura um átomo de hidrogênio do carbono
metileno na cadeia do ácido graxo, que se torna radical alquil (L
).
Etapa propagação: Durante este processo, os radicais livres formados
reagem com o oxigênio para formar o radical peroxila (LOO
), que é muito instável e
reage posteriormente com um átomo de hidrogênio da molécula de ácido graxo
adjacente formando os hidroperóxidos, que ao se decomporem formam novos radicais
livres.
Etapa Terminação: Nesta última etapa, ocorre a reação em cadeia entre os
próprios radicais originando produtos não radicais, como os aldeídos. O principal
24
deles é o malondialdeído (MDA), que é altamente tóxico. Estas etapas estão
representadas na Figura abaixo:
Figura 1: Peroxidação lipídica: uma reação em cadeia. Adaptado Mafra et al. 1999.
As oxidações dos lípides pelas EROs constituem a base da formação da placa
de aterosclerose, que é iniciada principalmente pela oxidação da LDL (Nordberger e
Arnèr 2001). Inúmeras outras patologias como diabetes, hiperlipidemia, doenças
hepáticas, cardiovasculares e neurodegenerativas mostram níveis aumentados de
produtos da lipoperoxidação no plasma, como por exemplo, hidroperóxidos, dienos
conjugados, aldeídos e outros (Halliwell e Gutteridge 2000).
Iniciação
Propagação
Terminação
Propagação
25
2.3
Estresse oxidativo e antioxidantes
O conjunto de condições intra e extracelulares que leva à geração exacerbada
de espécies reativas de oxigênio (EROs) é denominado “estresse oxidativo”
(Sies
1993). Tal evento é caracterizado como uma conseqüência da insuficiência do
potencial antioxidante do organismo ou da exacerbação de processos que induzam
uma maior formação de espécies oxidantes, resultando em danos oxidativos
responsáveis por várias ações deletérias, tais como aumento nos níveis de
peroxidação de lipídios de membranas, aumento na carbonilação de proteínas e até
danos ao DNA intracelular (Ferreira et al. 1997 e Diaz
et al.1997).
O estresse oxidativo tem sido relacionado com a etiologia de várias doenças,
incluindo doenças degenerativas tais como as cardiopatias, aterosclerose e alguns
tipos de câncer (Halliwell e Gutteridge 2000).
Para prevenir ou reduzir os efeitos do estresse oxidativo, o organismo está
equipado com diversos mecanismos de defesa antioxidante, tais como a presença dos
antioxidantes não enzimáticos (-caroteno, selênio, α-tocoferol, vitamina C,
compostos fenólicos etc.) e os antioxidantes enzimáticos (superóxido dismutase
(SOD), catalase (CAT) e a glutationa peroxidase (GPX) que neutralizam ou reduzem
a ação das EROs (Yu
1994).
Antioxidantes enzimáticos
O sistema antioxidante enzimático constitui a primeira defesa endógena a agir
aos ataques das espécies reativas de oxigênio, impedindo sua formação ou
seqüestram-nas de forma a impedir sua interação com alvos celulares, ou seja,
bloqueiam a etapa de iniciação da cadeia radicular (Rover Júnior et al. 2001)
26
Através da ação das enzimas antioxidantes, as células tentam manter baixas as
quantidades do radical superóxido e de peróxido de hidrogênio, evitando assim a
formação do radical hidroxila, que é extremamente reativo e deletério às células
(Boveris e Cadenas 1997).
O sistema antioxidante enzimático é formado por diversas enzimas, entre elas,
a superóxido dismutase (SOD), a catalase (CAT) e a glutationa peroxidase (GPx)
(Figura 2) (Halliwell e Gutteridge 2000).
A SOD corresponde a uma família de enzimas com diferentes grupos
prostéticos em sua composição. Nos sistemas eucariontes existem duas formas de
SOD. A forma SOD-cobre-zinco (CuZn-SOD) está presente principalmente no
citoplasma e nos fluidos extracelulares, enquanto que SOD-manganês (Mn-SOD) está
localizada primariamente na mitocôndria. Esta enzima tem papel fundamental na
defesa do organismo contra o ataque das EROs, pois atua através da dismutação do
radical superóxido em peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
) e oxigênio (O
2
) (Winterbourn e
Kettle 2003).
A GPx, uma enzima antioxidante dependente de selênio, catalisa a redução do
peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
) e de outros peróxidos orgânicos, às custas da
conversão da glutationa reduzida (GSH) a glutationa oxidada (GSSG) e água (H
2
O) e
peróxidos orgânicos a álcool. Assim, a GPx desempenha um papel importante na
inibição da peroxidação lipídica e na prevenção de danos no DNA e no RNA (Martins
2007).
A Catalase é uma hemeproteína citoplasmática localizada nos peroxissomos
do fígado e rins e em microperoxissomos de outras células. Tal enzima catalisa a
redução do peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
) a água (H
2
O) e oxigênio (O
2
) (Rojkind et
27
al. 2002).
Figura 2: Esquema das defesas antioxidantes enzimáticas, mostrando a geração de espécies
reativas Mitocôndria, NADPHoxidase ou xantina oxidase e outros sistemas convertem (O
2
) em (O
2
),
o qual é dismutado pela superóxido dismutase (SOD), H
2
O
2
pode ser convertido em H
2
O pela catalase
(CAT) e/ou glutationa peroxidase (GPx), ou o H
2
O
2
pode formar radical hidroxil (
OH) após reação
com
+2
. A (GPx) reduz todos os hidroperóxidos além do H
2
O
2
utilizando glutationa reduzida (GSH),
um doador de hidrogênio. Outra enzima, a glutationa redutase (GR), mantêm o equilíbrio entre (GSH)
(99%) e (glutationa oxidade (GSSG 1%). O (O
2
-
), se não retirado do meio, pode reagir rapidamente
com óxido nítrico (NO
) para formar peroxinitrito (OONO
).
Fonte: Griending e Fitizgerald 2003.
Antioxidantes não enzimáticos
Os antioxidantes não enzimáticos, em sua maioria, necessitam ser adquiridos
pela alimentação. As frutas e vegetais são as principais fontes destes antioxidantes. A
maior parte dos estudos científicos se concentrou em três nutrientes chaves: a
vitamina E, a vitamina C e os pigmentos carotenóides. Estes nutrientes parecem ter
uma ação conjunta eficiente na eliminação das EROs (ILSI 2002).
A vitamina E pode ser considerada a mais significante dos antioxidantes
lipofílicos, pois participa ativamente da inibição da oxidação da LDL. É encontrada
28
nas membranas das lipoproteínas e em tecidos como fígado, rins, tecido adiposo e
adrenal. A vitamina E bloqueia a peroxidação lipídica por atuar como scavenger de
radicais livres, tais como os radicais peroxila, radical superóxido, hidroxila e oxigênio
singlete. Para que ela possa atuar sobre os efeitos deletérios dos radicais livres, deve
se manter no seu estado não oxidado, o qual a torna dependente de outros
antioxidantes, como a vitamina C (Rique et al. 2002 e Martins et al. 2004).
A vitamina C é uma vitamina hidrofílica que pode funcionar como
neutralizador de espécies reativas de oxigênio. Acredita-se que o ácido ascórbico
possa proteger o organismo contra a ação dos radicais livres de duas formas:
diretamente, eliminando os radicais hidroxila e peróxido de hidrogênio antes que eles
iniciem a peroxidação lipídica e indiretamente, regenerando a forma ativa da vitamina
E e outros antioxidantes como os flavonóides e a glutationa, para que estes exerçam
seu potencial antioxidante (Rique et al. 2002 e Jacob 1998).
Os carotenóides compreendem uma família de compostos naturais, dos quais
mais de 600 variantes estruturais estão reportadas e caracterizadas. São pigmentos
freqüentemente encontrados em alimentos de origem vegetal e os responsáveis pelas
colorações amarela, alaranjada e vermelha. Os principais carotenóides presentes nos
alimento são o betacaroteno, licopeno, glutationa, quercetina e luteína. Alguns
carotenóides como betacaroteno se convertem em vitamina A no organismo. A
estrutura química dos carotenóides é baseada em uma cadeia de carbonos com a
presença de ligações duplas, compartilhadas ou não. Estas ligações duplas
características fazem desses compostos potenciais antioxidantes, uma vez que suas
moléculas são capazes de receber elétrons de espécies reativas, neutralizando os
29
radicais. A ação seqüestradora de radicais é proporcional ao número de ligações
duplas conjugadas, presentes nas moléculas dos carotenóides (Krinsky 1994).
Existe ainda uma série de outros antioxidantes não enzimáticos que participam
da defesa contra as EROs nos sistemas biológicos como, por exemplo os
oligoelementos (zinco, cobre, selênio etc) flavonóides e outros compostos fenólicos
(derivados de plantas). Esta última classe de antioxidante será descrita separadamente
no próximo item (Vannucchi et al. 1998 e Hanasaki et al. 1994).
2.4 Compostos fenólicos como antioxidantes
Os compostos fenólicos estão amplamente distribuídos no reino vegetal, sendo
conhecida atualmente mais de 8.000 estruturas. São metabólitos secundários de
plantas, que possuem um anel aromático com um ou mais substituintes hidroxílicos,
incluindo seus grupos funcionais. Tais substâncias ocorrem naturalmente em frutas
frescas, vegetais, nos chás e nos vinhos tintos e fazem parte integral da dieta humana
(Manach et al. 2004).
Pesquisas sobre a absorção e biodisponibilidade de polifenóis ainda são
escassas, principalmente devido ás limitações de métodos analíticos devidamente
validados. A maioria desses compostos está presente nos alimentos na forma de
ésteres, glicosídios ou de polímeros que não são possíveis de ser absorvidos na sua
forma nativa. Sabe-se que a estrutura química dos polifenóis e a composição da
microflora intestinal determinam a taxa e a extensão da absorção e a natureza dos
metabólitos circulantes no plasma (Scalbert 2000). A medida direta da concentração
destes compostos na circulação e urina e o aumento da capacidade antioxidante do
30
plasma após sua ingestão, pode fornecer evidências de sua absorção no trato
gastrointestinal (Manach et al. 2004).
Após a ingestão, os fenólicos são conjugados no intestino delgado e mais tarde
no fígado. Aparecem no plasma de 1 a 7h após sua ingestão, geralmente conjugados
com ácido glucurônico ou como compostos sulfatados e metilados (Manah et al.
2004; Nardine et al. 2002; Scalbert et al. 2005).
Acredita-se que a biodisponibilidade e atividade biológica dos polifenóis está
diretamente relacionada com sua estrutura química e, além disso, exista uma
variabilidade individual sobre o metabolismo e biodistribuição desses compostos em
humanos (Monteiro et al. 2007).
Os polifenóis têm sido objeto de estudo de muitas pesquisas por estarem
associados à prevenção de doenças crônico-degenerativas, como aterosclerose e
câncer. A bioatividade dos fenólicos pode estar relacionada com potencial
antioxidante, que é associada à própria natureza química deste grupo de compostos:
devido à sua estrutura, polifenóis são em geral bons agentes redutores e juntamente
com outros agentes redutores encontrados na dieta tais como vitamina C, vitamina E e
carotenóides, podem proteger tecidos e estruturas celulares contra danos oxidativos
(Vinson e Dabbag 1998). Tais substâncias são capazes de inibir a oxidação de
diversos substratos através da captação de radicais livres, bloqueando reações em
cadeia e algumas vezes agindo como quelantes de metais (Shahidi et al. 1992),
atuando tanto na etapa de iniciação como na propagação do processo oxidativo. Os
produtos intermediários, formados pela ação destes antioxidantes, são relativamente
estáveis devido à ressonância do anel aromático apresentada por estas substâncias
(Soares 2002).
31
Além do potencial antioxidante, os fenólicos possuem outras propriedades,
dentre elas, atividade antiinflamatória, anti-agregação plaquetária, diurética, antiviral
e anticarcinogênica, sendo também benéficos ao sistema cardiovascular por sua
participação na vasodilatação (Rice-Evans 1996; Neiva et al. 1999).
Os compostos fenólicos podem ser divididos em dois grandes grupos: Os
flavonóides e seus derivados e os ácidos fenólicos.
Os denominados de flavonóides são os que apresentam a estrutura química
descrita como C6-C3-C6, sendo estes os compostos mais diversificados no reino
vegetal. Podem ser representados pelas antocianinas, flavonas, flavonóis, catequinas,
taninos e isoflavonas. A distribuição dos flavonóides nos vegetais depende de
diversos fatores de acordo com a fila/ordem/família do vegetal, bem como da
variação das espécies. Os flavonóides são formados da combinação de derivados
sintetizados da fenilalanina (via metabólica do ácido chiquímico) e ácido acético. Os
padrões de distribuição dependem do grau de acesso à luminosidade, especialmente
raios ultravioletas, pois a formação dos flavonóides é acelerada pela luz (Degáspari e
Waszczynskyj 2004).
Os flavonóides atuam como antioxidantes na inativação dos radicais livres, em
ambos os compartimentos celulares lipofílico e hidrofílico. Esses compostos têm a
capacidade de doar átomos de hidrogênio e, portanto, inibir as reações em cadeia
provocadas pelos radicais livres (Bianchi e Antunes1999).
Os ácidos fenólicos caracterizam-se por terem um anel benzênico, um
grupamento carboxílico e um ou mais grupamentos de hidroxila e/ou metoxila na
molécula, conferindo propriedades antioxidantes tanto para os alimentos como para o
32
organismo, sendo, por isso, indicados para o tratamento e prevenção do câncer,
doenças cardiovasculares e outras doenças (Manah et al. 2004).
Os ácidos fenólicos podem ser divididos em três grupos. O primeiro é
composto pelos ácidos benzóicos, que possuem sete átomos de carbono (C
6
-C
1
) e são
os ácidos fenólicos mais simples encontrados na natureza. O segundo é formado pelos
ácidos cinâmicos, que possuem nove átomos de carbono (C
6
-C
3
), sendo sete os mais
comumente encontrados no reino vegetal. O terceiro grupo é representado pelos
ácidos fenólicos que, além de se apresentarem sob sua forma natural, podem também
se ligar entre si ou com outros compostos. A combinação mais importante destes
ácidos ocorre com o ácido caféico, o qual, associado a um álcool-ácido cíclico,
denominado ácido quínico, origina o ácido clorogênico (Soares 2002).
Os ácidos clorogênicos são um conjunto de 5 grupos principais de compostos
fenólicos e seus isômeros formados, principalmente, pela esterificação do ácido
quínico com um dos seguintes ácidos derivados do ácido cinâmico: o ácido cafeico, o
ferúlico, ou o p-cumárico. O ácido 5-O-cafeoilquínico (5-CQA) é o mais relatado
dentro desta classe de substâncias, sendo absorvido no intestino antes e após a
metabolização por bactérias (Olthof et al. 2001 e 2003).
Durante as últimas décadas, os efeitos protetores do ácido clorogênico (ACG)
sobre os sistemas biológicos foram abordados em diferentes estudos in vitro e in vivo.
diversos estudos que avaliaram produtos ricos em ACG na prevenção do câncer,
doenças cardiovasculares entre outras (Soares 2002; Karakayas 2001; Mancine-Filho
e Moreira 2003; Giada e Mancine-Filho 2004; Bravo 1998 e Waterman e Mole 1994).
Alguns autores verificaram seu efeito antioxidante na diminuição da oxidação in vitro
de LDL, sendo comparado ao poder encontrado para a Vitamina E, C e ß-Caroteno
33
(Laranjinha et al. 1994; Vinson e Dabbagh 1998). Essa ação antioxidante é devida à
presença de um grupamento orto-di-hidroxila no anel aromático do ácido cafêico, que
atuaria como um aceptor de radicais livres, participando na fase de iniciação e de
propagação do processo oxidativo (Monteiro e Trugo 2005). Em outro trabalho, foi
relatado que o 5-CQA apresentou propriedades anti-inflamatórias devido a sua
capacidade de inibição do processo inflamatório mediado por citocinas (Tatefuji et al.
1996). No estudo conduzido por Parker et al. (1998) e Herling et al. (1999)
observou-se uma diminuição dos níveis sanguíneos de glicose, por meio da inibição
da enzima glicose-6-fosfatase após uso de injeções de ACG.
Essa variedade de efeitos benéficos atribuídos ao ACG, preponderantemente
ao 5-CQA, tem encorajado muitos pesquisadores a trabalhar com essa família de
compostos fenólicos (Clifford e Ramirez-Martinez 1990; Nardine et al. 2002;
Gugliucci e Menine 2002; Olthoff et al. 2003; Bastos et al. 2005).
2.5 Erva- Mate (llex paraguariensis)
A Erva-mate é uma árvore da família das aqüifoliáceas, originária da região
subtropical da América do Sul, presente no sul do Brasil, norte da Argentina,
Paraguai e Uruguai. Entretanto, cerca de 80% da área de ocorrência pertence ao
Brasil, distribuindo-se entre os Estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná,
Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A região Sul é a maior produtora, onde é
explorada por pequenos produtores que se reúnem em cooperativas para processá-la
ou comercializá-la (Heck e Mejla 2007).
34
O consumo de bebidas a base de erva-mate remonta de centenas de anos. Os
indígenas das nações Guarani e Quíchua tinham o hábito de beber infusões com suas
folhas. Atualmente os produtos da erva-mate são consumidos como chá quente ou
gelado, como chimarrão (Brasil) ou tererê (Mato Grosso do Sul e Paraguai)
(Esmelindro et al 2002 e
Bastos e Torres 2003).
A Ilex paraguariensis é utilizada na medicina popular e por herboristas
recomendada para artrite, dor de cabeça, constipação, reumatismo, hemorróidas,
obesidade, fadiga, retenção de líquido, hipertensão, digestão lenta e desordens
hepáticas. Devido a estas propriedades, a erva-mate encontra-se inclusa em
importantes farmacopéias como a Martingdale e a British Herbal Pharmacopoeia.
(Anesini et al. 2006).
Os principais fitoquímicos presentes na erva-mate são os compostos fenólicos,
as saponinas e as metilxantinas. Nesta última classe de compostos podemos citar a
cafeína, a teobromina e a teofilina (Figura 1) (Alikaridis 1987), componentes de
reconhecida ação sobre o sistema nervoso central, aos quais é atribuída a ação
estimulante do mate. Dentre a classe de saponinas encontram-se as agliconas, os
ácidos ursólico e oleanólico (Figura 2) (Gnoatto et al 2007). Tais substâncias são
responsáveis pelo amargor e espuma do mate e pela atividade antiinflamatória além
de outras inúmeras propriedades biológicas (Gnoatto et al 2007). Entre os compostos
fenólicos destaca-se o elevado conteúdo de derivados cafeoilquínicos, como o ácido
clorogênico (ACGs) e seus isômeros (Figura 3), aos quais se atribui a ação
adstringente e antioxidante do produto (Clifford 1990 e Cardozo-Junior et al. 2007).
Além do ácido clorogênico, os flavonóides rutina, quercetina, diglicosídeo de
35
luteolina, taninos e a cafeoilglicose também estão presentes no extrato aquoso de Ilex
paraguariensis (Ricco et al. 1991; Carini et al. 1998; Filip et al. 2001).
Figura 3: Estrutura molecular dos alcalóides presentes na erva mate Fonte: Bastos et al. 2007
Figura 4: Estrutura molecular das saponinas presentes na erva mate Fonte: Bastos et al. 2007
Cafeina
Teobromina Theophyline
Ácido oleanólico
Acido ursólico
36
Figura 5: Estrutura molecular dos ácidos fenólicos presentes na erva mate Fonte: Bastos et al. 2007
2.5.1 Classificação dos principais produtos comerciais
2.5.1.1 Chimarrão e Tererê
O chimarrão e o tererê são a denominações dada tradicionalmente à erva-mate
seca, triturada e socada com grande porcentagem de paus, folhas, pó e goma.
Chimarrão é destinado à degustação em cuia, com água quente conservando o
paladar amargo. O tererê consiste em infusão de erva-mate degustada com água
gelada (Bastos e Torres et al. 2003
e Embrapa 2006).
O processamento da erva-mate para chimarrão e tererê consiste basicamente
de três etapas: sapeco, secagem e cancheamento. O sapeco é realizado junto ao fogo
direto e consiste na passagem rápida dos ramos com folhas sobre as chamas do
sapecador. O equipamento consiste de um cilindro metálico, perfurado e inclinado
através do qual a erva colhida passa recebendo as chamas. Esta etapa tem por função
a retirada da umidade superficial e inativação de enzimas (peroxidase e
polifenoloxidase) que causam a oxidação do produto. A temperatura média da erva na
Ácido cafeoilquínico e derivados
R
1
= R
2
= R
3
= H; R
1
= cafeoil (acido clorogênico)
R
1
= R
3
= R
4
= H; R
2
= cafeoil (neo- acido clorogênico)
R
1
= R
2
= R
4
= H; R
3
= cafeoil (crypto- acido
clorogênico)
Radical cafeoil
Ácido Dicafeoilquínico e derivados
R
1
= R
4
= H; R
2
= R
3
= cafeoil
R
1
= R
2
= H; R
3
= R
4
= cafeoil
R
1
= R
3
= H; R
2
= R
4
= cafeoil
R
2
= R
3
= H; R
1
= R
4
= cafeoil
37
entrada do sapecador é de 400°C e na saída é de 65°C. O tempo de residência oscila
em torno de 8 minutos. O tempo de residência e a temperatura média da erva nos
secadores dependem das características operacionais de cada sistema. No secador de
esteira, o tempo médio é de 3 horas e a temperatura varia entre 90 e 110°C. No
secador rotativo, o produto permanece em contato direto com a fumaça por
aproximadamente 30 minutos. No entanto, a temperatura não apresenta a mesma
uniformidade da utilizada no secador de esteira, sendo que na entrada do secador a
temperatura média é de 350°C e na saída 110°C.
O cancheamento consiste na trituração da erva após o processo de secagem.
Em seguida, a erva é peneirada e o material coletado passa a denominar-se erva
cancheada. Esta pode ser usada diretamente como matéria-prima para a produção de
chás ou, após passar por um processo de soque, como chimarrão
(Esmelindro et al.
2002; Bastos e Torres 2003
e EMBRAPA 2006)
2.5.1.2
Chá mate tostado
A erva-mate padronizada para preparação do chá mate tostado é o produto
beneficiado constituído somente de folhas ou de folhas e de galhos, triturados,
tostados em equipamentos apropriados. A erva-mate passa por um sistema de forno
com fogo indireto semelhante ao que se usa para torrefação de café, para então dar
origem ao chá mate tostado. Depois de tostado o mate passa por um processo de
extração, por água quente e vapor sob pressão, em colunas extratoras, onde são
retirados os sólidos solúveis. O líquido extraído (extrato) é adoçado transformando-se
em xarope. O extrato é desidratado em contato com ar quente transformando-se em
mate solúvel (Bastos e Torres 2003 e
EMBRAPA 2006).
38
O processo de torrefação leva á modificações importantes em produtos de
origem vegetal devido à degradação térmica progressiva, como a perda de nutrientes,
assim como a possível diminuição do teor de polifenólicos. Contudo, este efeito pode
ser minimizado pela formação de produtos antioxidantes da reação de Maillard, tais
como as melanoidinas, que possuem uma forte atividade antioxidante atuando como
captadores de metais pesados e promovendo a decomposição de hidroperóxidos.
Essas mudanças refletem-se na atividade antioxidante desses produtos (Bastos e
Torres 2003; Manzocco et al. 2001).
A erva-mate padronizada para preparação do chá mate verde é o produto
beneficiado, constituído somente de folhas, ou de folhas e de galhos, triturados,
conservando a cor de origem (Bastos e Torres 2003 e
EMBRAPA, 2006).
2.5.2
Propriedades funcionais da Erva-mate
O interesse no potencial uso da erva-mate para a promoção de saúde é
relativamente recente. Em meados da década de 90 foram publicados os primeiros
trabalhos que demonstraram a atividade antioxidante in vitro e in vivo de infusões de
erva-mate verde e seca (chimarrão)
(Glugliucci 1996; Glugliucci e Stahl 1995 e
Campos et al.1996)
.
Filip et al. 2000 e 2001 observou um maior potencial antioxidante da erva-
mate quando comparada a diferentes espécies de Ilex consumidas na América do sul.
No estudo realizado por Bastos e colaboradores (2007), os extratos de erva-mate
verde e tostada apresentaram atividade antioxidante in vitro superior à do chá verde
(Camellia sinesis). Em outra pesquisa verificou-se que a erva-mate apresentava
atividade antioxidante equivalente ou superior à vitamina C, Vitamina E e ou Trolox,
39
substâncias consideradas como padrão para essa propriedade (Laranjinha et al. 1994;
Vinson e Dabbagh 1998; Schinella et al. 2000; Gugliucci e Menini 2002 e Chandra e
Mejia 2004). Na seqüência, outros resultados publicados a partir de ensaios com
infusões da erva-mate verde demonstraram alguns dos efeitos farmacológicos
popularmente atribuídos a esta planta: efeito colerético e de propulsão intestinal
(Gorzalczany et al 2001); inibição da glicação, reação na qual açúcares reagem com
proteínas e lipídes plasmáticos que se acumulam formando locais propícios à
formação de radicais livres (Lunceford e Gugliucci et al. 2005); ação
hipocolesterolêmica (Stein et al. 2005) efeito vasodilatador e vasorelaxante (Baisch et
al. 1998; Felippi 2005 e Stein et al. 2005); atuação na progressão da aterosclerose
(Mosimann et al. 2006) e outros trabalhos sobre a atividade antioxidante
relacionados ou não com a inibição do processo de oxidação da LDL e alterações na
estrutura e no sistema de reparo do DNA, o que poderia contribuir para prevenção da
aterosclerose e câncer (Filip et al. 2000; Gugliucci e Menini 2002; Bracesco et al.
2003; Ramirez-Mares et al. 2004; Bastos et al. 2006; Menine et al. 2007 e
Miranda et
al 2008)
.
A Tabela 1 descreve resumidamente alguns trabalhos sobre os efeitos
biológicos da infusão de erva-mate in vitro, in vivo e ex vivo, em que se confrontam
os objetivos, a metodologia empregada e os resultados observados.
A grande maioria das pesquisas aqui relacionadas foi conduzida com a erva-
mate beneficiada para chimarrão, isto é, a erva mate verde seca e cancheada. A
torrefação promove mudanças na composição química da erva mate, como a
degradação de cafeína e ácidos fenólicos e a formação de melanoidinas, pirazinas e
pirinas, assim como altera a cinética de extração dos compostos bioativos (Bastos et
40
al. 2006), o que pode levar a modificações na biodisponibilidade e em atividades
biológicas, como a atividade antioxidante.
Tabela 1: Estudos sobre os efeitos biológicos de erva-]mate (Ilex paraguariensis)
Amostra -
Tipo de
estudo
Objetivo Metodologia Resultado Referência
Infusão de erva-mate
verde, indivíduos
saudáveis – ex vivo
Verificar efeito da
ingestão de infusão de
mate em LDL humana
Produção de TBARs; Dienos
conjugados; fragmentação de
Apo B por SDS-PAGE.
A infusão foi capaz de
minimizar a oxidação
induzida conforme avaliada
por todos os métodos
empregados
Gugliucci e
Menini 2002
Infusão de erva-mate
verde, indivíduos
saudáveis – ex vivo
Avaliar a prevenção de
oxidação de LDL
humano e prevenção de
desnaturação de DNA de
Saccharomices
cerevisiae
Indução da quebra da cadeia
de DNA por peróxido de
hidrogênio; Oxidação da
LDL por ação da
lipoxigenase e por peróxido.
A oxidação da LDL e a
quebra do DNA foram
inibidos pela infusão de mate
em um mecanismo dose-
dependente
Brasceno et al.
2003
Extrato de erva-mate
verde, Ratos machos
Wistar –e x vivo
Investigar as
propriedades
vasorelaxantes de
diferentes extratos de
erva mate em artéria
mesentérica de ratos.
Perfil lipídico; Leito arterial
mesentérico de ratos.
O extrato de erva-mate
possui efeito
hipocol
esterolêmico e, ainda,
atividade vasorelaxante
dose-dependente em artéria
mesentérica de ratos,
sugerindo o envolvimento do
óxido nítrico nesse efeito.
Stein et al 2005
Extrato de erva-mate
verde, Coelhos
machos New
Zealand – in vivo
Verificar se a erva mate
pode reduzir a
progressão da
aterosclerose em coelhos
alimentados com
colesterol.
Avaliação da lesão
aterosclerótica na artéria
aorta; Perfil lipídico;
dosagem de TBARs;
Enzimas antioxidantes.
O extrato de erva-mate
possui a habilidade de
reduzir a progressão de
aterosclerose experimental
in
vivo.
Mosimann et al
2006
Erva-mate verde
(chimarrão),
voluntários saudáveis
ex vivo
Verificar se o consumo
de chimarrão influencia
atividade da enzima
antioxidante, paroxonose
(PON-1) , presente na
HDL
Atividade sérica da PON-1 O consumo de chimarrão
aumentou atividade da
enzima PON-1.
Menine et al
2007
Erva-mate verde,
tostada e chá verde -
in vitro
Avaliar a atividade
antioxidante do chá mate
e chá verde em extratos
aquoso, alcóolico e
etanólico.
Atividade antioxidante por
captação do radical livre
DPPH e inibição da oxidação
por sistema ß-
caroteno/ácido
linoléico.
Elevada atividade
antioxidante de diferentes
extratos de erva-mate (verde
e tostada) e de chá verde
Bastos et al
2007
Erva-mate verde ,
Ratos Wistar – ex
vivo
Avaliar a ação do extrato
de erva mate verde sobre
a secreção de enzimas
antioxidantes presentes
na cavidade oral
(peroxidases)
Atividade de secreção de
peroxidases em glândulas
submandbulares através de
métodos espectrofotômetros.
Aumento significante da
secreção de peroxidases e
potencial ação
quimiopreventiva da
cavidade oral
Filip et al 2007
Erva-mate tostada,
Ratos machos Swiss
- ex vivo
Avaliar a atividade
antioxidante do chá mate
e sua influência no
sistema de reparo do
DNA.
Ensaio cometa A ingestão regular de chá
mate aumentou a resistência
do DNA à oxidação
induzida por peróxido de
hidrogênio e melhorou a
reparação do DNA em
células do fígado,
independentemente da dose
ingerida.
Miranda et al
2008
41
3. JUSTIFICATIVA
Considerando que o consumo de bebidas a base de erva-mate verde (llex
paraguariensis) pode ser benéfico à saúde visto sua comprovada atividade
antioxidante in vitro e in vivo, assim como outros efeitos fisiológicos já relatados pela
literatura científica, o presente estudo pretende avaliar se a erva-mate torrada (chá
mate) pode promover o mesmo efeito antioxidante observado para a erva-mate verde
no plasma e na fração lipoprotéica (LDL) do sangue de indivíduos saudáveis.
4.
OBJETIVOS
4.1 Objetivo geral
Avaliar o potencial antioxidante do chá mate sobre o plasma e LDL de
humanos após a sua ingestão.
4.2 Objetivos específicos
Avaliar se a ingestão de chá mate altera a susceptibilidade à oxidação do plasma e
LDL de humanos;
Avaliar se a ingestão de chá mate altera o grau de fragmentação protéica da LDL
após indução oxidativa;
Avaliar se a ingestão de chá mate é capaz de aumentar a capacidade antioxidante
total e diminuir produção de lipoperóxidos no plasma de humanos;
Avaliar se a ingestão de chá mate altera os níveis de expressão de genes
relacionados à síntese das enzimas antioxidantes: superóxido dismutase, catalase e
a glutationa peroxidase;
42
5. MATERIAL E MÉTODOS
5.1 Casuística
Foram selecionadas 20 voluntárias saudáveis provenientes da Faculdade de
Saúde Pública da USP. Com 15 delas as análises foram feitas no plasma e as 5
restantes na LDL. Todas assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido antes
do início do protocolo (Anexo 2).
5.2 Critérios de inclusão
Mulheres com idades entre 18 e 35 anos, com índice de massa corpórea (IMC)
entre 19 a 30 kg/m
2
,
perfil lipídico normal (III Consenso Brasileiro sobre
Dislipidemias 2001), clinicamente saudáveis e sem tratamento medicamentoso.
5.3
Critérios de exclusão
Mulheres fumantes, com IMC < 19 ou >30 kg/m
2
e que façam uso regular de
medicamento ou suplemento com propriedades antioxidantes e/ou hipolipemiante.
5.4 Desenho do estudo
O estudo foi longitudinal, de intervenção com duração de 2 semanas (15 dias).
Os participantes desta pesquisa foram orientados a evitar café, chá, bebida
alcoólica, refrigerante, chocolate e a manter a alimentação habitual durante todo o
andamento do estudo (período washout e período intervenção com chá mate) (Figura
6). Foi permitida a ingestão de no máximo 2 copos de suco de fruta por dia (300ml)
no decorrer do protocolo (Murso et al. 2005). Depois de terminado o período
washout, os participantes ingeriram 300ml de chá-mate (5g/300ml) logo após ter sido
realizada a primeira coleta de sangue (T=0) e o mesmo volume uma vez por dia,
43
durante uma semana (período de intervenção). A segunda coleta de sangue foi
efetuada após 1 hora de consumo do chá-mate (T=1) para avaliar o efeito agudo da
ingestão da bebida, conforme a metodologia empregada por Gugliucci (1996) e
Gugliucci e Menini (2002). Finalizado o período de intervenção (7 dias), os
voluntários foram submetidos a uma nova coleta de sangue (T=2) para avaliar o efeito
do consumo prolongado, conforme metodologia empregada por Yukawa et al. (2004)
e Murso et al. (2005)
VISITA 1 VISITA 2 VISITA 3
________________________________________________________________________
1º dia 8º dia 15º dia
Período washout Período de intervenção
Figura 6: Desenho do estudo
5.5 Preparo da infusão de chá mate (Ilex paraguariensis)
As amostras de erva-mate torrada liofilizada foram cedidas pela empresa Leão
Jr. (Curitiba- PR), sendo utilizado um único lote em todo o experimento. A
quantidade de chá mate estabelecida a ser ingerida pelos participantes seguiu a
mesma concentração utilizada por Gugliucci (1996) e Gugliucci e Menini (2002), em
que 5 gramas de chá mate em solúvel foram imersos em 300ml a 500ml de água.
Seleção dos participantes
Consentimento
Início período de dieta
Avaliação do consumo
alimentar
Coleta de sangue (T=0 e
T=1)
Consumo de chá mate
Avaliação do consumo
alimentar
Coleta de sangue (T=2)
Fim do período de dieta
e término do estudo
44
Neste volume havia aproximadamente 375mg de teor de fenólicos totais por grama de
chá mate solúvel, determinação de acordo com Genovese et al. (2003).
5.6 Obtenção de sangue, plasma e LDL
Depois de finalizado o período washout, de cada um dos participantes foi
coletado 30mL de sangue após jejum de doze horas (T=0), 30mL de sangue após uma
hora da ingestão de chá-mate (T=1), e a seguir, a mesma quantidade de amostra,
depois de finalizado o período de intervenção com chá após doze horas de jejum
(T=2).
A coleta foi realizada por profissional capacitado (técnico ou auxiliar de
enfermagem) e em local reservado e equipado exclusivamente para este fim. Todo
material necessário para coleta de sangue foi utilizado pela primeira vez para este fim
e teve seu descarte efetuado dentro dos padrões de segurança laboratorial.
Para separação do plasma, o sangue foi coletado em tubos vacuntainer
contendo Heparina, o qual foi centrifugado a C por 15 minutos a 1500 x g. O
plasma obtido foi armazenado a -70ºC até início das análises.
Para a análise referente à partícula LDL, o sangue foi coletado em tubos
vacuntainer contendo EDTA, o qual foi submetido à centrifugação nas mesmas
condições descritas acima para separação do plasma e em seguida acrescida dos
seguintes inibidores de proteases: Aprotinina (2µg/ml), Benzamidina (2mM), PMSF
(1mM) e o antioxidante BHT (2mM). Essas amostras foram mantidas sob
refrigeração (4ºC) e imediatamente após a obtenção do plasma, a fração LDL foi
isolada de acordo com método proposto por Havel et al. (1955). Resumidamente a
densidade do plasma foi ajustada para 1.019g/ml através da adição de solução de
45
Brometo de potássio (KBr) e posteriormente submetido a ultracentrifugação
seqüencial por 18 horas a 40.000 rpm a C. Após remoção da camada superior
contendo a fração VLDL, a densidade do plasma foi ajustada para 1.063g/ml com a
adição de KBr e novamente ultracentrifugada nas mesmas condições descritas acima.
A camada superior onde estavam presentes as LDL foi coletada por aspiração e
dialisada a C por 12h contra tampão salino pH=7,4 (150mM de NaCl, 1,0mM de
EDTA e 10,0mM de Trizma base). A LDL teve sua concentração protéica ajustada
para 100µg de proteína/mL
com tampão fosfato de sódio 0,02M, pH 7,4 .
A LDL dos voluntários foi armazenada, por no máximo uma semana a C ao
abrigo da luz, até início dos ensaios de oxidação.
5.7 Medida das variáveis bioquímicas
O perfil lipídico dos voluntários (Colesterol total, triglicérides e HDL) foi
realizado no Laboratório de Lípides da Faculdade de Medicina da USP, sendo
determinado por métodos enzimáticos colorimétricos da Roche Diagnostics
Corp.(Indianápolis, IN), por meio de sistema automatizado (COBAS MIRA, Roche
Diagnostics –Mannheim, Alemanha), sendo o cálculo do colesterol LDL (LDL)
realizado pela fórmula de Friedwald, 1972.
A concentração de proteína total das LDL (100µg/ml) teve sua concentração
determinada por meio da utilização de kit comercial da LABTEST, que se baseia no
método de Biureto (Gornall et al. 1949).
5.8 Oxidação do plasma e da LDL
46
O plasma e a LDL isolados foram oxidados e utilizados para avaliar a
capacidade de inibição da peroxidação lipídica através de ensaios ex vivo. A oxidação
foi realizada nas amostras retiradas em jejum (T=0), após 1 hora (T=1) e após período
de intervenção (T=2).
5.8.1 Oxidação do plasma
Foi empregado um sistema modelo em que o plasma foi diluído (1:10) pela
adição de tampão fosfato de sódio 0,02M pH 7,4. Em seguida, foi adicionado o
agente oxidante sulfato de cobre (CuSO
4
), na concentração final de 0,5mM preparado
em água MiliQ. A incubação do sistema foi feita em banho-maria com agitação a
37°C por até 6h. No final desse período a reação foi interrompida pela adição dos
antioxidantes BHT (40µM) e EDTA (5mM) e resfriamento em gelo, conforme
descrito por Gugliucci e Menini (2002). A seguir foram quantificados os
lipoperóxidos formados (item 5.9.2).
5.8.2 Oxidação da LDL
Para oxidação da LDL foram utilizados 3 métodos de oxidação distintos,
conforme descrito por Gugliucci e Menini (2002) e recomendado por Halliweel
(2000). Primeiramente a LDL foi oxidada nas mesmas condições descritas no item
5.8.1 utilizando 10µM de CuSO
4
para posteriormente serem determinados os produtos
de peroxidação formados através da análise de TBARS (item 5.9.2). Além disso foi
oxidada por:
47
a) 1mM do agente oxidante 3-morfolinosidinonimina (SIN-1) recentemente
preparado em solução tampão fosfato de sódio 50mM, pH=7,4;
b) 200U/ml de Lipoxigenase da soja (EC 1.13.11.12) diluída em tampão
borato 50mM, pH=9,0;
c) M de sulfato de cobre (CuSO
4
) preparado em tampão fosfato de sódio
0,02M pH 7,4.
Nestes três últimos métodos empregados, a concentração protéica da LDL
(100µg/ml)
foi ajustada pela adição de cada um dos diferentes tampões utilizados para
preparação dos respectivos agentes oxidantes. Em seguida foi monitorada a produção
de dienos conjugados (item 5.9.1.2).
5.9 Monitoramento da peroxidação lipídica
5.9.1 Formação de Dienos conjugados
5.9.1.1 Plasma
A cinética da oxidação do plasma foi continuamente monitorada pela medida
da formação de dienos conjugados, por meio da variação da absorbância a 234 nm em
equipamento Shimadzu modelo UV-1650PC. Resumidamente 20µL de plasma foram
ressuspendidos em 3 mL de solução tampão fosfato (pH 7,4 0,02 M) até a
concentração de0,67%(1:150). Alíquotas de 2mL foram retiradas dessa solução e 100
µL de CuSO
4
(1,25 mM)
foram adicionados. A absorbância foi analisada em
intervalos de 5min por até 3 horas a 37ºC. A forma de apresentação dos resultados
48
foi através da lag time (tempo de latência para a partícula de LDL se oxidar, em
minutos) (Proudfoot et al. 1997 e Mursu et al. 2005)
5.9.1.2 LDL
A formação de dienos conjugados na LDL foi determinada pela variação na
absorbância, monitorada continuamente em 234nm, durante 3h, em intervalos de 5
minutos a 37ºC. Os resultados foram expressos através de lag time (minutos) e
cálculo da razão máxima de formação de dienos conjugados (abs/min), que é obtida
pela divisão da absorbância máxima pelo tempo em que ela ocorreu. Quanto menor
for este valor, mais lenta é a produção de dienos conjugados em LDL (Esterbauer e
Zollner 1989 e Iborra et al. 2008)
5.9.2 Determinação das Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico
(TBARS)
Os lipoperóxidos do plasma e LDL gerados pela indução oxidativa, conforme
descrita nos itens 5.8.1 e 5.8.2, foram analisados através da quantificação do
malonaldeído formado, utilizando-se para isso, a reação com o ácido tiobarbitúrico
(TBA), e o composto formado detectado através de espectrofotômetro Shimadzu
modelo UV-1650PC.
O plasma e a LDL oxidadas foram adicionadas de 1ml de solução de ácido
tiobarbitútico (0,046M), ácido tricloroacético (0,92M) e ácido clorídrico (0,25M) e o
sistema foi aquecido a 100ºC por 30 minutos. Em seguida foi centrifugado a C por
15 minutos a 8000 x g e a leitura do sobrenadante foi feita a 535 nm. A quantificação
foi feita utilizando-se uma curva de calibração com 1,1,3,3 tetraetoxipropano- TEP
49
(Antolovich et al. 2002; Cirico e Omaye 2006
e Mursu et al. 2005). Os valores foram
expressos em µmol de TBARs/ml de plasma e µmol de TBARs/mg de proteína da
LDL. Todas as análises foram realizadas em duplicata.
5.10 Medida do perfil de antioxidantes totais no plasma
A determinação do perfil de antioxidantes totais no plasma (“TAS” Randox
Laboratories LTD, UK) foi realizada no Laboratório de Lípides da Faculdade de
Medicina da USP, por meio de sistema automatizado (COBAS MIRA, Roche
Diagnostics –Mannheim, Alemanha) sendo obtida por meio da incubação de ABTS
®
(“2,2-Azino-Diethyl benzothiazoline sulfonic acid”) com a peroxidase
(metmioglobine) e peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
), resultando na produção do radical
cátion ABTS
®+
, o qual é detectado com comprimento de onda de 600nm. As
substâncias antioxidantes, presentes na amostra, impedem a reação gerando uma
redução na intensidade de cor. Assim, a redução da intensidade de cor é proporcional
à concentração de antioxidantes totais no plasma. Todas as reações foram feitas em
duplicata.
5.11 Avaliação da lipoperoxidação do plasma (TBARS)
A concentração de TBARS foi realizada como indicativa de peroxidação
lipídica in vivo no plasma dos participantes. 1ml de solução de TBA (TBA 0,046M;
TCA 0,092Me HCL 0,25M) foi adicionada em 500µl de plasma (diluição 1:10 em
PBS 0.02M pH=7.4). Em seguida as amostras foram colocadas em banho-maria em
ebulição por 30min. Após este procedimento as amostras foram submetidas à
centrifugação (15min/8000g a C) e, a seguir, o sobrenadante foi lido em
50
espectrofotômetro com comprimento de onda de 535nm. A quantificação foi feita
utilizando-se uma curva de calibração com 1,1,3,3 tetraetoxipropano- TEP
(Antolovich et al. 2002; Cirico e Omaye 2006
e Mursu et al. 2005) e expressa como
µmol de TBARS/ml de plasma. Todas as análises foram realizadas em duplicata.
5.12 Extração de RNA e síntese de cDNA
A análise de expressão dos genes superóxido dismutase (SOD), catalase
(CAT) e glutationa peroxidase (GPx) foram feitas por meio do ensaio de PCR real
time (Livak et al. 2001). Para isso o sangue dos voluntários foi colhido em tubos
contendo heparina e aproximadamente 2ml foram destinados à extração de RNA.
Para a estabilização e proteção do RNA, todas as amostras destinadas a este fim
foram armazenadas em RNAholder (BioAgency) -20ºC até o momento da extração do
RNA. Essa foi feita usando-se o QIAamp RNA Blood

(QIAGEN) seguindo o
protocolo do fabricante. Após a extração, aproximadamente 100 µg de RNA foram
usados para a síntese do cDNA usando o High Capacity cDNA Archive Kit (Applied
Biosystems, Foster City, CA, USA).
5.13 Quantificação da Expressão por PCR em Tempo real
Cerca de 500 µL de sangue foram retiradas das voluntárias e adicionadas à
1,3ml de RNAlater Solution (Ambion) e armazenadas a -70°C. O RNA total foi
isolado usando o RiboPureTM-Blood Kit (Ambion) seguindo as instruções do
fabricante. Para a síntese do cDNA usou-se o High Capacity cDNA Archive Kit
(Applied Biosystems, Foster City, CA, USA).
51
A quantificação da expressão dos genes Glutationa Peroxidase (GPx),
Superóxido Dismutase (SOD), Catalase (Cat) e do gene constitutivo β-actina
(utilizado para “normalizar” as amostras por estar presente em todas as células e ser
expresso continuamente da mesma forma) foi feita por meio de PCR em tempo real.
As reações de PCR em tempo real foram realizadas no equipamento 7300 Real-Time
PCR System (Applied Biosystems), e o C
t
(threshold cycle - momento da reação em
que a fluorescência da amostra começa a ser detectada) determinado com o auxílio do
RQ Study Software (Applied Biosystems). O C
t
de uma reação é determinado,
principalmente, pela quantidade de cDNA molde presente no começo da reação de
amplificação.
Para um volume final de 50 µl a reação foi preparada como descrito a seguir:
25 µl de Platinum
®
SYBR
®
Green qPCR SuperMix-UDG (Invitrogen), 10 µM de cada
primer e 10 µl de cDNA total (100 ng). Os primers foram desenhados com o auxílio
do programa Primer3 (http://frodo.wi.mit.edu/cgi-bin/primer3/primer3_www.cgi),
utilizando como molde a seqüência de nucleotídeos:
CAT
R 5´TCT GGT GAT ATC GTG GGT GA
F 5´CCT CGT TCA GGA TGT GGT TT
SOD
R 5´GCT TGA TAG CCT CCA GCA AC
F 5´TCA ATG GTG GGG GAC ATA TT
GPx
R CAT TCC GCA GGA AGG TAA AG
F 5´GGT TCG AGC CCA ATT TAA CA 3´
Para amplificação foi usado o ciclo descrito a seguir: 2 min a 50°C de pré-
tratamento de UDG (Uracil-DNA Glicosilase) e desnaturação de 2 min a 95°C,
52
seguido de 45 ciclos de desnaturação a 95°C por 15 s, e uma extensão a 72°C por 30s,
seguida de uma análise de curva de melting (40 ciclos com um decréscimo de 1°C a
cada 15 s iniciando-se em 95°C). Através desta análise foi possível averiguar a
especificidade da reação de amplificação, uma vez que o fluoróforo usado emite luz
sempre que um dímero de DNA é formado (Livak et al. 2001).
Todas as reações foram feitas em triplicata e a média do C
t
usada para
avaliação da expressão gênica. Os genes GPx, SOD e Cat foram analisados e sua
expressão normalizada de acordo com a expressão do gene constitutivo β-actina, e a
expressão relativa calculada de acordo com a formula 2
-(En Rn)
, sendo que En
corresponde ao valor do C
t
do gene estudado (GPx, SOD e Cat) e Rn o valor do C
t
do
gene constitutivo. A expressão relativa foi expressa em Unidades Arbitrárias (U.A).
5.14 Eletroforese da porção protéica da LDL
Para realização da eletroforese SDS-PAGE, a LDL (100µg de proteína/mL)
foi diluída em tampão fosfato de sódio 0,02M pH 7,4. Em seguida, foi adicionado
agente oxidante sulfato de cobre, na concentração de 10µM preparado na mesma
solução tampão (Gugliucci et al. 2002).
A incubação do sistema foi feita em banho-maria (37°C) por até 16h. Após
esse período uma alíquota foi retirada e as reações interrompidas pela adição dos
antioxidantes BHT (40µM) e EDTA (5mM) e resfriamento em gelo. Todas as
amostras foram mantidas sob refrigeração a C por no máximo uma semana até o
momento da análise de eletroforese.
A eletroforese foi conduzida de acordo com Laemmli (1970). O gel
concentrador contendo 7,5% de acrilamida em tampão TRIS-HCl pH 6,8 foi
53
preparado sobre o gel de análise com 10% de acrilamida em tampão TRIS-HCl pH
8,8. Os dois equipamentos utilizados para eletroforese foram do tipo vertical, da
Amersham Biosciences (Uppsala, Suécia) o modelo Hoefer miniVE conferiu ao gel
dimensões de 8 cm x 9 cm x 1,0 mm. O equipamento Hoefer SE250 conferiu aos géis
as dimensões de 8cm x 7 cm x 0,75 mm. Trinta microgramas (30 g) de proteína
(LDL oxidada) foram aplicadas em cada poço. A amperagem foi fixada em 20 mA
para cada gel de 1,0 mm e 15 mA para géis de 0,75 mm; voltagem auto-ajustável, até
o máximo de 300V. Após a corrida, os géis foram corados com Solução de Azul de
Comassie R Brilhante 0,025% em 40% de metanol e 7% de ácido acético, e descorada
no mesmo solvente. Os padrões de peso molecular utilizados foram: miosina (203
kDa), beta-galactosidase (120 kDa), albumina bovina sérica (95 kDa) e ovalbumina
(49 kDa).
Para analisar as placas de eletroforese foi verificado o número de bandas de
proteína formadas nas LDL de cada voluntário resultante da oxidação com sulfato de
cobre. Para isso foi adotado como critério de avaliação a comparação entre as bandas
de proteína não oxidadas (controle) e as bandas das proteínas das estruturas que foram
oxidadas obtidas nos três momentos de tratamento (T=0, T=1 e T=2). Quanto maior a
semelhança, em termos de densidade óptica, entre a banda oxidada e a banda
controle menor terá sido o dano à estrutura da proteína.
5.15 Avaliação do consumo alimentar
Cada voluntário foi orientado a preencher, antes da coleta de sangue (período
basal) e durante o período de intervenção, um inquérito de consumo alimentar
constituído por registro de 3 dias, o qual relata os hábitos alimentares mais comuns,
54
sendo 2 dias de semana e 1 de final de semana. Esse instrumento de avaliação do
hábito alimentar foi empregado com objetivo de verificar se os voluntários seguiram
as orientações estabelecidas para participação do estudo (ANEXO 1).
O consumo alimentar foi avaliado utilizando o programa Nut Win (versão 2.0)
da Escola Paulista de Medicina - UNIFESP.
5.16 Análise dos resultados
Os resultados das diferentes análises foram apresentados como média e desvio
padrão. Teste t de Student pareado foi utilizado para verificar se houve diferença
estatisticamente significante, ao nível de 5%, entre os resultados das diversas análises
antes (T=0) e após o consumo do chá (T=1 e T=2). Esta análise foi feita utilizando o
programa SPSS versão10.0 for Windows.
5.17 Questões éticas
Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de
Saúde Pública da Universidade de São Paulo (processo n
o
169/2006) e os
responsáveis e participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido,
antes do seu início, que os deixou cientes do conteúdo, possíveis riscos e finalidade
do projeto (ANEXO 2).
55
6. RESULTADOS
6.1 Características da população estudada
As variáveis, perfil antropométrico (idade, índice de massa corporal) e perfil
lipídico encontram-se dentro dos critérios de inclusão estipulados pelo estudo, sendo
ambos apresentados na Tabela 2.
Tabela 2: Características da população estudada
Valores*
Nº de indivíduos
20
Idade (anos)
25,25 ± 3,43
IMC (kg/m
2
)
23,18 ± 2,40
Colesterol total (mg/dl)
172 ± 28,8
LDL (mg/dl)
91,3 ± 20,1
HDL (mg/dl)
53,3 ± 10,7
TG (mg/dl)
93,8 ± 23,1
Média ±DP
6.2 Quantificação dos produtos de peroxidação lipídica no plasma
6.2.1 Formação de Dienos conjugados
A suscetibilidade do plasma à oxidação foi determinada pelo tempo de
resistência do plasma à oxidação (“Lag Time”). Os resultados revelaram que a
capacidade média de retardar a oxidação do plasma depois de uma hora (T=1) e após
uma semana de consumo diário de chá (T=2) da ordem de 21,15 e 23,90 minutos,
respectivamente, foi significativamente maior que no período basal (T=0) de 12,46
minutos (Tabela 3).
56
Tabela 3: Lag Time de oxidação do plasma (Dienos conjugados) antes (T=0), após 1
hora (T=1) e depois de 1 semana (T=2) de consumo do chá-mate
Período de Tratamento
(T)
Lag Time de oxidação do
plasma (min)*
Sig. Entre os
grupos (p)
**
0
12,46 ± 7,58
1
21,15 ± 11,46
2
23,90 ± 20,3
0,008
1
0,048
2
*Valores expressos como média ± DP (N=15).
** Valor da probabilidade obtido por Teste t pareado.
1
p =Comparação do período basal (T=0) com o período agudo (T=1).
2
p = Comparação do período basal (T=0) com o período intervenção (T=2).
6.2.2 Determinação das Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS)
A concentração de malonaldeído produzida após indução oxidativa reduziu
significativamente entre os períodos agudo (T=1; 4,69 µmol/l) e período intervenção
(T=2; 4,44 µmol/l) de consumo de chá mate quando comparado com o período basal
(T=0; 5,30 µmol/l) (Tabela 4).
Tabela 4: Concentração de malonaldeído formado no plasma (TBARS) após indução
oxidativa antes (T=0), após 1 hora (T=1) e depois de 1 semana (T=2) de consumo do
chá-mate
Período de Tratamento
(T)
TBARS (µ
µµ
µmol/l)*
Sig. Entre os
grupos (p)
**
0
5,30 ± 1,38
1
4,69 ± 0,98
2
4,44 ± 0,81
0,004
1
0,001
2
*Valores expressos como média ± DP (N=15).
** Valor da probabilidade obtido por Teste t pareado.
1
p =Comparação do período basal (T=0) com o período agudo (T=1).
2
p = Comparação do período basal (T=0) com o período intervenção (T=2).
57
6.3 Medida do perfil de antioxidantes totais no plasma
O perfil de antioxidantes totais no plasma (TAS) foi estatisticamente maior
após 1 semana de consumo diário de chá mate (T=2; 0,97mmol/l) comparando-se
com o período basal (T=0; 0,92 mmol/l). No entanto, não foi observada diferença ao
se comparar com o período agudo (T=1; 0,91 mmol/l) (Tabela 5).
Tabela 5: Perfil de antioxidantes totais no plasma (TAS), antes (T=0), após 1 hora
(T=1) e depois de 1 semana (T=2) de consumo do chá-mate.
Período de Tratamento
(T)
TAS (mmol/l) *
Sig. Entre os
grupos (p)
**
0
0,92 ± 0,10
1
0,91 ± 0,11
2
0,97 ± 0,09
0,579
1
0,001
2
*Valores expressos como média ± DP (N=15).
** Valor da probabilidade obtido por Teste t pareado.
1
p =Comparação do período basal (T=0) com o período agudo (T=1).
2
p = Comparação do período basal (T=0) com o período intervenção (T=2).
6.4 Avaliação da lipoperoxidação do plasma (TBARS)
A concentração de malonaldeído presente no plasma dos voluntários,
determinada pelo método de TBARS, diferiu significantemente revelando que a
formação média de produtos de oxidação não é estatisticamente a mesma nos três
momentos de tratamento. A produção média de lipoperóxidos basais após uma hora e
depois de uma semana de consumo diário de chá da ordem de 3,60 e 2,73µmol/l,
respectivamente foi significantemente menor que o período basal de 4,32µmol/l
(Tabela 6).
58
Tabela 6: Concentração de malonaldeído formado no plasma (TBARS) antes (T=0),
após 1 hora (T=1) e depois de 1 semana (T=2) de consumo do chá-mate
Período de Tratamento
(T)
TBARS (µ
µµ
µmol/l)*
Sig. Entre os
grupos (p)
**
0
4,32 ± 1,15
1
3,60 ± 1,15
2
2,73 ± 0,65
0,000
1
0,000
2
*Valores expressos como média ± DP (N=15).
*Valores expressos como média ± DP (N=15).
** Valor da probabilidade obtido por Teste t pareado.
1
p =Comparação do período basal (T=0) com o período agudo (T=1).
2
p = Comparação do período basal (T=0) com o período intervenção (T=2).
6.5 Quantificação da expressão por PCR em tempo real
Comparando com a situação basal (T=0), notamos que a ingestão diária de chá
mate por uma semana (T=2) aumentou significantemente a expressão dos genes
responsáveis pela produção das enzimas antioxidantes Glutationa peroxidase (GPx),
Superóxido dismutase (SOD) e Catalase (Tabela 7).
Tabela 7: Avaliação da Expressão relativa das enzimas antioxidantes Glutationa
peroxidase (GPx), Superóxido dismutase (SOD) e Catalase antes (T=0) e depois de 1
semana (T=2) de consumo do chá-mate
Enzimas
T=0*
(UA)
T=2*
(UA)
Sig. Entre
os grupos
(p)
**
GPx
1,45 30,35 0,000
SOD
0,2 4,69 0,000
CATALASE
0,11 1,91 0,001
*Valores expressos como média ± DP (N=15).
** Valor da probabilidade obtido por Teste t pareado.
UA Unidades arbitrarias
59
6.6 Quantificação dos produtos de oxidação da fração LDL
6.6.1 Formação de Dienos conjugados após indução oxidativa com Sulfato
de Cobre
Assim como para o plasma, a suscetibilidade das LDL à oxidação foi
determinada pelo tempo de resistência à oxidação (“Lag Time”) após as mesmas
terem sido submetidas a peroxidação induzida com sulfato de cobre. Além disso foi
avaliada a razão máxima de formação de dienos conjugados, a qual indica a
quantidade de formação de dienos durante o processo oxidação. Quanto menor for
este valor menor será a formação de produtos de oxidação (dienos conjugados).
Observou-se que após os períodos de consumo de chá mate, T=1 (
36,24
min) e T=2
(39,34 min), as LDL apresentaram maior capacidade de retardar a oxidação quando
comparadas com o período basal (T=0; 32,50min). (Tabela 8). Nota-se também, que
houve uma produção significativamente menor de dienos conjugados apenas após o
consumo prolongado (T=2) de chá mate (Tabela 9).
Tabela 8: Lag Time de oxidação da LDL (Dienos conjugados) antes (T=0), após 1
hora (T=1) e depois de 1 semana (T=2) de consumo do chá-mate
Período de Tratamento
(T)
Lag Time de oxidação da LDL
(min)*
Sig. Entre os
grupos (p)
**
0
32,50 ± 11,60
1
36,24± 11,76
2
39,34 ± 14,17
0,006
1
0,010
2
*Valores expressos como média ± DP (N=5).
** Valor da probabilidade obtido por Teste t pareado.
1
p =Comparação do período basal (T=0) com o período agudo (T=1).
2
p = Comparação do período basal (T=0) com o período intervenção (T=2).
60
Tabela 9: Razão máxima de Formação de Dienos conjugados em LDL após indução
oxidativa com Sulfato de Cobre antes (T=0), após 1 hora (T=1) e depois de 1 semana
(T=2) de consumo do chá-mate
Período de Tratamento
(T)
Razão máxima de formação de
Dienos ( abs/time) *
Sig. Entre os
grupos (p)
**
0
0,0031 ± 0,00072
1
0,0028 ± 0,00039
2
0,0020 ± 0,00011
0,452
1
0,029
2
*Valores expressos como média ± DP (N=5).
** Valor da probabilidade obtido por Teste t pareado.
1
p =Comparação do período basal (T=0) com o período agudo (T=1).
2
p = Comparação do período basal (T=0) com o período intervenção (T=2).
6.6.2 Razão máxima de Formação de Dienos conjugados em LDL após
indução oxidativa com 3-morfolinosidinonimina (SIN-1) e Lipoxigenase
Outros mecanismos de peroxidação, que podem ser considerados mais
próximos daqueles que acontecem nos organismos, foram testados. Para tanto, o 3-
morfolinosidinonimina (SIN-1) e a lipoxigenase da soja (EC 1.13.11.12) foram
utilizados como indutores da oxidação. A produção de dienos conjugados foi
analisada por meio da razão máxima de formação de dienos e não houve diferença
significativa na produção de lipoperóxidos devido à ingestão do chá-mate com ambos
os oxidantes utilizados (Tabela 10 e Tabela 11).
61
Tabela 10: Razão máxima de Formação de dienos conjugados em LDL após indução
oxidativa com lipoxigenase antes (T=0), após 1 hora (T=1) e depois de 1 semana
(T=2) de consumo do chá-mate
Período de Tratamento
(T)
Razão máxima de formação de
Dienos ( abs/time) *
Sig. Entre os
grupos (p)
**
0
0,0014 ± 0,00023
1
0,0014 ± 0,00016
2
0,0010 ± 0,00039
0,977
1
0,144
2
*Valores expressos como média ± DP (N=5).
** Valor da probabilidade obtido por Teste t pareado.
1
p =Comparação do período basal (T=0) com o período agudo (T=1).
2
p = Comparação do período basal (T=0) com o período intervenção (T=2).
Tabela 11: Razão máxima de Formação de Dienos conjugados em LDL após indução
oxidativa com 3-morfolinosidinonimina (SIN-1), antes (T=0), após 1 hora (T=1) e
depois de 1 semana (T=2) de consumo do chá-mate
Período de Tratamento
(T)
Razão máxima de formação de
Dienos ( abs/time) *
Sig. Entre os
grupos (p)
**
0
0,0082 ± 0,0038
1
0,0067 ± 0,0024
2
0,0077 ± 0,0009
0,203
1
0,688
2
*Valores expressos como média ± DP (N=5).
** Valor da probabilidade obtido por Teste t pareado.
1
p =Comparação do período basal (T=0) com o período agudo (T=1).
2
p = Comparação do período basal (T=0) com o período intervenção (T=2).
6.6.3 Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS)
A concentração de malonaldeído formado nas LDL após a indução oxidativa
com sulfato de cobre foi significativamente menor somente após uma hora de
consumo de chá mate (T=1; 4,12µmol/g de LDL) quando comparado com o período
62
basal (T=0; 4,90µmol/g de LDL). No entanto, podemos observar uma diminuição na
quantidade de lipoperóxidos formados na LDL após o consumo diário de chá (T=2;
3,85µmol/g de LDL), que provavelmente não foi significativa devido a um indivíduo
(Tabela 12 e Figura 7).
Tabela 12: Concentração de malonaldeído formado na LDL (TBARS) após indução
oxidativa antes (T=0), após 1 hora (T=1) e depois de 1 semana (T=2) de consumo do
chá-mate
Período de Tratamento
(T)
TBARS (µ
µµ
µmol/g de proteína
LDL)
*
Sig. Entre os
grupos (p)
**
0
4,90± 0,32
1
4,12 ± 0,35
2
3,85 ± 0,78
0,018
1
0,058
2
*Valores expressos como média ± DP (N=5).
** Valor da probabilidade obtido por Teste t pareado.
1
p =Comparação do período basal (T=0) com o período agudo (T=1).
2
p = Comparação do período basal (T=0) com o período intervenção (T=2).
63
Figura 7: Concentração de malonaldeído formado na LDL (TBARS) de cada
participante antes (T=0), após 1 hora (t=1) e depois de 1 semana (t=2) de consumo do
chá-mate
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
5,50
0 1 2
Períodode tratamento
TBARS (mmol/g de proteína LDL)
6.7 Avaliação da fragmentação da Apolipoproteína B
A partir da comparação entre as bandas de proteína das LDL (Apo B) oxidada
e não oxidada (controle) de cada um dos voluntários obtida nos 3 momentos de
tratamento do estudo (T=0, T=1 e T=2) foi possível avaliar o grau de fragmentação da
apolipoproteína B. Os resultados deste ensaio demonstraram que parece haver uma
diferença no grau de fragmentação da Apo B após o período intervenção do estudo
(T=2), ou seja, as bandas que representam o período de consumo diário de chá mate
assemelham-se com as bandas controle, sugerindo uma possível proteção dos
64
fenólicos da erva mate no processo de oxidação induzido por metais (Figura 8 e
Figura 9).
Figura 8: Placa de eletroforese com as bandas de LDL oxidada e não oxidada
(controle) com sulfato de cobre de cada participante obtidas antes (T=0), após 1 hora
(T=1) e depois de 1 semana (T=2) de consumo do chá-mate
T=0 T=1 T=2
Voluntário
16
Voluntário
17
Voluntário
18
Voluntário
19
Voluntário
20
oxidada controle oxidada controle oxidada controle
T=0 T=1 T=2
Voluntário
16
Voluntário
17
Voluntário
18
Voluntário
19
Voluntário
20
oxidada controle oxidada controle oxidada controle
65
Figura 9: Placa de eletroforese com as bandas de LDL oxidada com sulfato de cobre
de cada participante obtidas antes (T=0), após 1 hora (T=1) e depois de 1 semana
(T=2) de consumo do chá-mate
203 KDa
120 KDa
95KDa
49KDa
Local de medição
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
2 2 2 2
203 KDa
120 KDa
95KDa
49KDa
Local de medição
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
2 2 2 2
1
2
= 1 Banda
= 2 Bandas
66
6.8 Avaliação do consumo alimentar
A Tabela 14 apresenta a composição nutricional estimada da dieta dos
indivíduos durante o período washout e período intervenção do estudo. Pode-se
observar que a composição de nutrientes consumida não se alterou entre os períodos
de pesquisa, mesmo depois de realizado o ajuste do consumo dos nutrientes pela
energia ingerida (Tabela 15).
Tabela 14: Composição nutricional estimada do consumo alimentar dos indivíduos
antes e durante o período de intervenção
Nutrientes
1
Período washout Período intervenção
Sig. (p)
2
Energia (Kcal)
1688,62 ± 372,88 1480,23 ± 427,09 0,038
Carboidrato (%)
57,14 ± 5,76 54,74 ± 8,09 0,245
Proteína (%)
16,54 ± 2,41 16,68 ± 3,87 0,860
Lipídeos (%)
26,37 ± 5,38 28,56 ± 5,81 0,150
Ácidos graxos saturados (g)
19,77 ± 13,27 17,14 ± 9,55 0,395
Ácidos graxos
monoinsaturado (g)
12,25 ± 4,99 11,74 ± 5,69 0,679
Ácidos graxos
polinsaturados (g)
7,20 ± 3,73 5,87± 2,100 0,125
Vitamina A (UI)
4848,49 ± 4248,40
4430,64 ± 2,582,28 0,577
Vitamina E (ATE)
7,29 ± 6,19 9,14 ± 11,10 0,47
Vitamina C (mg)
135,23± 124,99 91,96 ± 51,22 0,152
1 Valores expressos como média ± DP (N=20)
2 Test t para amostras pareadas
67
Tabela 15: Composição nutricional do consumo alimentar dos indivíduos estimada
ajustado pela energia, antes e durante o período de intervenção
Nutrientes
1
Período Washout Período intervenção
Sig. (p)
2
Energia (Kcal)
1688,62 ± 372,88
1480,23 ± 427,09 0,038
Carboidrato (%)
60,77 ± 14,95 60,03 ± 17,90 0,860
Proteína (%)
17,62 ± 4,93 17,48 ± 6,90 0,902
Lipídeos (%)
12,74 ± 3,78 13,93 ± 5,02 0,259
Ácidos graxos saturados (g)
19,44 ± 12,55 17,20 ± 8,05 0,413
Ácidos graxos
monoinsaturado (g)
12,25 ± 4,12 11,75 ± 5,16 0,651
Ácidos graxos
polinsaturados (g)
8,32 ± 3,08 5,93 ± 2,84 0,360
Vitamina A (UI)
4848,49 ± 4248,40
4430,64 ± 2,582,28
0,577
Vitamina E (ATE)
7,29 ± 6,19 9,14 ± 11,10 0,470
Vitamina C (mg)
135,23± 124,99 91,96 ± 51,22 0,152
1 Valores expressos como média ± DP (N=20)
2 Test t para amostras pareadas
68
7. DISCUSSÃO
Nas últimas décadas, diversos estudos têm demonstrado a participação dos
radicais livres na etiologia de diversas doenças, das quais destacam-se as
cardiovasculares e alguns tipos de câncer. Neste sentido, surgiu o interesse por parte
da comunidade científica em investigar a ação de substancias presentes naturalmente
nos alimentos, as quais poderiam atuar como protetores frente ao estresse oxidativo,
prevenindo a formação ou seqüestrando os radicais livres e interrompendo a cadeia de
reações de propagação.
Recentemente muita atenção tem sido voltada aos derivados polifenólicos,
produzidos no metabolismo secundário de plantas, os quais têm se mostrado
promissores na quimioprevenção das doenças crônicas não transmissíveis,
possivelmente devido a suas propriedades antioxidantes (Bravo 1998). Dentro desse
grupo de compostos destacam-se os ácidos hidroxicinâmicos, que estão presentes nos
alimentos principalmente esterificados com o ácido quínico, denominando-se ácido
clorogênico (ácido 5-cafeoilquínico). O café é a maior fonte de ácido clorogênico na
dieta humana, sendo que outras fontes dietéticas incluem frutas, legumes, grãos
(Clifford et al. 1990; Clifford 1999) e a erva-mate (Carini et al. 1998; Bastos et al.
2007), a qual possui particular importância para a população brasileira.
Em grande parte da América do Sul, aproximadamente um terço da população
ingere erva mate na forma de chimarrão, tereré ou na de chá. O consumo se por
simples hábito cultural ou na medicina popular como no tratamento de artrite,
dificuldades na digestão, dores de cabeça, reumatismo, obesidade e doenças hepáticas
(Filip et al. 2000).
69
Estudos utilizando diversos modelos de oxidação in vitro e ex vivo
constataram que os compostos polifenólicos presentes na erva-mate têm propriedades
antioxidantes (Gugliucci e Stahl 1995; Gugluiucci 1996; Gugliucci e Menine 2002).
A maioria destas pesquisas foi realizada com a erva-mate verde e cancheada (Ilex
paraguariensi) não havendo trabalhos in vivo que evidenciem se o processo de
torrefação desta planta influencia na atividade antioxidante desta matéria prima.
A fim de verificar o potencial antioxidante do chá mate, diversas
metodologias in vivo e ex vivo foram realizadas no plasma e na LDL de humanos
antes e após o consumo de chá. Dentre os métodos empregados estão o ensaio das
Substâncias Reativas ao ácido Tiobarbitúrico (TBARS), que nos permite fazer a
avaliação da degradação oxidativa de ácidos graxos plasmáticos através da
quantificação de um produto de oxidação chamado Malonaldeído;
a conjugação de
dienos, outro produto resultante da oxidação lipídica de primeira geração e com pico
de absorção a 230-235nm, que é comumente usada como ponto final para
determinação da atividade antioxidante de uma amostra; e o ensaio de descoloração
do radical 2,2’-azinobis-(3-etilbenzotiazolina-6-sulfonato) - ABTS
®
, sendo possível
fazer a avaliação da capacidade antioxidante, através da descoloração do ABTS
+
na
presença de antioxidantes redutores, e assim dar uma idéia da ação acumulativa dos
antioxidantes do chá mate presentes no plasma após seu consumo (Giada e Mancini-
Filho 2004).
Os resultados dos ensaios de dienos conjugados realizados no plasma, após
indução oxidativa com sulfato de cobre, são apresentados na Tabela 3. Nota-se que o
chá mate consumido após 1 hora (T=1) e diariamente durante 1 semana (T=2)
favoreceu aumento significativo da resistência do plasma à oxidação. O mesmo efeito
70
foi observado quando utilizamos a LDL como substrato, não havendo alteração sobre
a produção de dienos somente quando comparado ao consumo agudo (Tabela 8 e
Tabela 9). Esses resultados sugerem que o chá mate apresenta atividade antioxidante
ex vivo por retardar a oxidação do plasma e LDL e diminuir a lipoperoxidação, o que
representa uma possível proteção contra o desenvolvimento de aterosclerose.
Resultado semelhante foi observado por estudos conduzido por Gugliucci e Stahl
(1995) e Gugliucci (1996), em que o consumo após uma hora de infusão de erva-mate
verde mostrou importante atividade antioxidante sobre a oxidação da LDL in vitro e
ex vivo, respectivamente. É possível verificar que o mesmo comportamento ocorre no
caso do café, onde a ingestão diária de uma grande quantidade de café arabica
(8g/150ml) durante uma semana por indivíduos saudáveis contribuiu para redução da
suscetibilidade da LDL à oxidação (Basal=101,0 ± 8,4min vs Intervenção com café =
130,0 ± 12,9 min p<0,001) (Yukawa et al. 2004). Segundo os autores, esses
resultados são atribuídos aos compostos fenólicos presentes em tal bebida, como o
ácido clorogênico e caféico.
A proteção contra a lipoperoxidação induzida, conferida por compostos
fenólicos dietéticos, também foi demonstrada por um estudo feito com chocolate,
resultando em menores valores de F2-isoprostano no plasma dos participantes, 2 e 4 h
após seu consumo (Wiswedel et al. 2004).
O mecanismo antioxidante proposto relaciona-se possivelmente com a
presença de substâncias (ácidos fenólicos) capazes de quelar metais e seqüestrarem
radicais livres formados tanto na etapa de iniciação como na de propagação do
processo oxidativo (Gugliucci e Stahl 1995; Gugluiucci 1996; Gugliucci e Menine
2002).
71
Segundo Cintra (1999) os compostos fenólicos podem reagir com as EROs,
como o radical superóxido e hidroxila, atuando como agentes redutores, doadores de
hidrogênio e seqüestradores de radicais livres. Pesquisas atuais sugerem que esses
metabólitos são absorvidos no trato gastrointestinal e estão biodisponíveis no plasma
dentro de 0,5 a 4 horas depois de sua ingestão, cujo pico de absorção ocorre após 1h
de consumo (Monteiro et al. 2007; Nardine et al. 2002) . Tal fenômeno pode explicar
os efeitos benéficos resultantes do consumo agudo e prolongado de chá mate, visto
que, do mesmo modo que no café, a erva mate também apresenta altos teores de ácido
clorogênico e cafeíco (Clifford et al. 1990; Bastos et al. 2006).
É importante salientar que, mesmo sendo considerado um antioxidante
hidrofílico, uma outra hipótese para que os ácidos fenólicos presentes no chá mate
tornem a LDL mais resistente à oxidação seja, possivelmente através da regeneração
da vitamina E (radical -tocoferila a -tocoferol) e de outros antioxidantes associados
a esta lipoproteína,
participando de forma similar à vitamina C do mecanismo
protetor contra lipoperoxidação (Nardini et al. 1997; Silva et al. 1998).
Epicatequinas e catequinas podem prevenir a depleção de -tocoferol
(vitamina E), atuando como um antioxidante de reatividade intermediária entre
ascorbato e -tocoferol (Lolito e Fraga 1998). De acordo com Arteel e Sies (1999) e
Zhu (2002), é necessária uma concentração de 0,22M a 40M de catequina,
considerada elevada, para que ela tenha efeito antioxidante. É provável que alguns
estudos sobre avaliação de atividade antioxidante de ácidos fenólicos in vivo e ex vivo
apresentaram resultados desfavoráveis no que diz respeito à redução da
susceptibilidade da LDL à oxidação devido à quantidade insuficiente de antioxidante
72
administrado ou, talvez, por falhas na metodologia, no desenho e controle dos
participantes no estudo (Hodgson et al. 2000; Caccetta et al. 2000; Murso et al 2005).
Os mecanismos moleculares que iniciam a oxidação da LDL in vivo ainda são
desconhecidos, no entanto sabe-se que algumas substâncias estão potencialmente
envolvidas neste processo, como a oxidação da LDL por metais de transição (Cu
+
e
Fe
++
). Além desse mecanismo outros também já foram evidenciados como a interação
desta lipoproteína com peroxinitrito, (3-morfolinosidinonimina SIN-1) e ação
enzimática via lipoxigenase (Halliwell 2000).
Os metais de transição agem como um pro-oxidantes catalisando a formação
de radicais livres de oxigênio, os quais podem reagir com a LDL ocasionando
aumento na produção hidroperóxidos lipídicos (Halliwell 2000). No caso da 3-
morfolinosidinonimina (SIN-1) os radicais livres são formados por reações químicas
envolvendo espécies reativas de nitrogênio (ERN), onde ocorre a formação de
peroxinitrito (
-
OONO) através da reação do óxido nítrico (NO
-
) com o radical
superóxido (O
2
-
). O SIN-1 oxida as partes protéicas e lipídicas da LDL e sua
utilização pode ser justificada porque a geração de
OONO, a partir desse composto,
ocorre com um fluxo lento e de forma constante, o que seria mais semelhante à via de
formação de
-
OONO em situações fisiológicas (Thomas et al. 1998). Através de
reações enzimáticas ocorre a produção de radicais livres pela lipoxigenase. Tal
enzima participa da formação das prostaglandinas e leucotrienos, substâncias
responsáveis pelo desenvolvimento de processos inflamatórios, que quando com
atividade aumentada pode gerar acréscimos de hidroperóxidos lipídicos, e dessa
forma contribuir para o aparecimento da aterosclerose (Silva et al. 1998 e 2002).
73
Como o processo de oxidação-antioxidação é complexo e pode envolver
diferentes vias, torna-se necessária a avaliação de vários parâmetros capazes de
fornecer um perfil da atividade antioxidante de uma amostra. Desta forma foi avaliada
a eficiência do chá mate como antioxidante utilizando 3 métodos de peroxidação,
conforme descrito por Gugliucci e Menini (2002) e recomendado por Halliweel
(2000): (1) a indução da oxidação por peroxinitrito (SIN-1), (2) a indução por sulfato
de cobre (Cu
+2
) e (3) por lipoxigenase da soja (EC 1.13.11.12).
Em um ensaio in vitro realizado por Gugliucci e Menine (2002), onde se
pretendia avaliar a proteção antioxidante da erva-mate verde sobre a LDL de
indivíduos saudáveis após a mesma ter sido incubada com lipoxigenase e SIN-1,
observou-se uma expressiva diminuição dose-dependende da oxidação desta
lipoproteína em ambos oxidantes utilizados. Os autores atribuem estes resultados a
capacidade do extrato de erva mate verde atuar como scavengers dos radicais livres
de nitrogênio e, também, interagir com a lipoxigenase modificando o estado redox de
ferro, o qual é necessário para o funcionamento adequado desta enzima.
No presente estudo, não foi observado efeito estatisticamente significativo
relativamente aos marcadores da peroxidação lipídica no qual foram utilizados o SIN-
1 (Tabela 11) e lipoxigenase (Tabela 10) como indutores da oxidação, devido ao
consumo de chá-mate.
Isso deve ter ocorrido possivelmente devido ao fato dos fitoquímicos
presentes no chá mate não serem aptos a reagir com espécies reativas de nitrogênio ou
inativar a atividade de enzimas que possam ser aterogênicas, como a lipoxigenase, e
sim serem capazes de atuar como seqüestradores de metais de transição e/ou como
neutralizadores de espécies reativas de oxigênio (Gugliucci 1996). Outra hipótese
74
seria que, talvez, por o chá mate passar por um processo de torrefação, na qual sofra
alterações químicas, que por sua vez contribua para perda parcial da
biodisponibilidade dos compostos fenólicos, possam ter colaborado para esses
resultados. No entanto a suposição preponderantemente mais acertada seria que a
metodologia elegida para avaliar a ação do chá mate como antioxidante (Dienos
conjugados) não fosse a mais apropriada no que se refere ao SIN-1 e à lipoxigenase,
ou não foi devidamente padronizada, que os resultados foram positivos no caso da
utilização do sulfato de cobre (Tabela 8 e Tabela 9). Neste caso, o método mais
adequado para determinação do dano oxidativo induzido por SIN-1 seria o que fosse
mais específico para produtos de oxidação gerados por espécies reativas de nitrogênio
(ERN), como nitrito, nitratos, carbonilas, resíduos de nitrotirosina, etc (Vasconcelos
et al. 2007). O mesmo se aplica no caso da lipoxigenase. Deste modo, mais estudos
são necessários a fim de investigar essas hipóteses.
Presume-se que a oxidação de LDL in vivo se inicie nos ácidos graxos
poliinsaturados dos fosfolípides da superfície da membrana e, a seguir, se propague
aos lípides do núcleo, resultando em modificação oxidativa tanto dos ácidos graxos
poliinsaturados, como do colesterol e fosfolípides e, finalmente, modificação e
degradação da apolipoproteína B (apo B) (Batlouni 1997).
Produtos finais da peroxidação lipídica, como o malonaldeído podem
fragmentar e na seqüência promover o cross-link entre lisina e arginina na Apo B,
modificando seu perfil eletroforético e com isso provocar alterações funcionais na
partícula de LDL que culminam com o aparecimento da aterosclerose (Steinberg et al.
1990; Gugliucci e Menine 2002). A fim de verificar se a ingestão de chá mate poderia
inibir esse processo conduzimos a análise de eletroforese em gel com SDS-PAGE
75
após as LDL dos participantes serem submetidas a peroxidação ex vivo com sulfato de
cobre.
Estudos in vitro e in vivo demonstram que a erva mate verde é capaz de evitar
a fragmentação da proteína presente na LDL (apo B) (Gugliucci 1996 e Gugliucci e
Menini 2002). Ervas tradicionalmente utilizadas na medicina popular chinesa e
coreana, como a Scolopendra subspinipes, comprovaram efeito similar num estudo in
vitro (Yoon et al. 2006). Em nosso estudo também foi verificada uma menor
degradação na maior parte das bandas de proteína das LDL obtidas após uma semana
de consumo de chá mate (T=2), quando comparadas com as bandas controle (Figuras
8 e 9). Este efeito pode ser explicado pela presença de compostos com atividade
antioxidante no chá mate, tais como os ácidos clorogênicos, que têm demonstrado
serem aptos a neutralizar radicais livres, captar metais de transição ou decompor
peróxidos inibindo, desse modo, a degradação oxidativa nas proteínas (Waszczynskyj
2004). Portanto sugere-se que a erva mate torrada seja capaz de proteger as proteínas
da peroxidação lipídica e com isso possa prevenir alterações na Apolipoproteína B.
A quantidade máxima de lipoperóxidos formados ocorre aproximadamente 6
horas após a indução oxidativa plasmática, quando os antioxidantes endógenos, como
a vitamina E, são esgotados (Silva et al. 1998). A partir desses dados a
lipoperoxidação do plasma e da LDL isolada foram induzidas por 6 horas, conforme
metodologia detalhada nos itens 5.8.1 e 5.8.2 e determinada após esse período através
do ensaio das substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS). Após os períodos
de consumo de chá, agudo (T=1) e prolongado (T=2), a concentração de TBARS
reduziu significativamente em ambas as amostras avaliadas em relação ao controle
(T=0). Os resultados estão expressos na Tabela 4 (PLASMA) e na Tabela 12 (LDL).
76
O efeito protetor do chá mate também foi claramente demonstrado mediante
as modificações nos valores de hidroperóxidos lipídicos presentes no plasma,
verificadas nos mesmos momentos de tratamento (p<0,05 e p<0,001,
respectivamente) (Tabela 6).
O hidroperóxido lipídico tem sido considerado um adequado biomarcador do
início da peroxidação lipídica (Giada e Mancini-filho 2004). Desse modo, os achados
deste estudo confirmaram o potencial protetor dos fitoquímicos presentes no chá
mate, particularmente os ácidos clorogênicos, contra o ataque de espécies reativas a
estruturas lipídicas do organismo, tais como membranas celulares e lipoproteínas
plasmáticas (Salah et al. 1995; Gugliucci 1996; Gugliucci e Menini 2002; Brascesco
et al. 2003; Yukawa et al. 2004; Murso et al. 2005 e Cirico et al. 2006;).
Nos tecidos, a maioria dos polifenóis interage com a superfície da membrana
plasmática, devido a sua hidrofilia, mas alguns conseguem penetrar a membrana
(Saija et al. 1995). Em pH fisiológico, a maioria dos polifenóis interage com a cabeça
polar dos fosfolipídeos da membrana, formando pontes de hidrogênio envolvendo os
grupos hidroxil do polifenol (Verstraeten et al. 2003). Com o aumento do pH, ocorre
uma desprotonação dos grupos hidroxil, aumentando a interação do polifenol com a
membrana. A adsorção dos polifenóis a membrana plasmática limita o acesso de
oxidantes que iriam atacar a superfície membranar (Manach et al. 2004).
Em razão das propriedades antioxidantes anfifílicas do ácido clorogênico, e de
seus metabólitos (Salah et al. 1995; Gugliucci 1996 e Cren-Olivé et al. 2003), o
consumo de c mate pelos participantes pode ter contribuído com a atuação de
antioxidantes da fase aquosa, na regeneração da vitamina E, conforme demonstrado e
discutido no ensaio de dienos conjugados (Tabela 3 e Tabela 8), além de ter,
77
provavelmente, favorecido a manutenção da concentração de vitamina E e de -
caroteno em estruturas lipídicas no plasma e em outros tecidos (Salah et al. 1995; Zhu
et al.1999; Rice-Evans et al. 1996). Outra explicação pode ser atribuída as saponinas
presentes no chá mate, as quais podem reduzir a expressão de genes pró-inflamatórios
como o TNF-α e NF-κB (Heck e Meija 2007; Shishodia et al. 2003) o que,
hipoteticamente, contribuiria na redução do estresse oxidativo.
A integridade das estruturas lipídicas no organismo depende primariamente da
atividade de antioxidantes lipossolúveis, tais como a vitamina E e o -caroteno. A
vitamina E é essencial na defesa antioxidante de membranas celulares e lipoproteínas
plasmáticas (Kontush et al. 1996 ; Gohil et al. 1986; Burton e Ingold 1986). Além
disso, a efetividade da ação antioxidante desta vitamina é estreitamente dependente
do sinergismo entre antioxidantes presentes na fase aquosa, principalmente a vitamina
C e a glutationa (Gohil et al. 1986).
Enquanto consideráveis evidências indicam que a maioria dos fitoquímicos
presentes em vegetais e frutas apresenta atividade antioxidante in vitro (Sichel et al.
1991; Gugliucci 1995; Bastos et al. 2007) pouco se sabe se a ingestão destes
alimentos poderia promover o mesmo beneficio in vivo, visto que, diversos fatores
interferem na absorção e metabolismo destes compostos tais como: a reatividade da
substância antioxidante relativamente aos radicais livres, o número de radicais que
podem ser inativados por essa substância, as vias metabólicas dos produtos formados,
a interação entre substâncias antioxidantes, a sua localização e o seu caráter
hidrofílico ou hidrofóbico, a biodisponibilidade entre outros (Manah et al. 2004).
78
Por meio da análise do perfil de antioxidantes totais no plasma (“TAS”), pôde-
se avaliar, in vivo, as alterações na concentração dos antioxidantes plasmáticos após
tratamento agudo (T=1) e prolongado (T=2) com chá mate.
A capacidade antioxidante total (“TAS”) dos voluntários aumentou
significativamente após uma semana de intervenção com chá mate indicando uma
elevação do perfil antioxidante plasmático (Tabela 5), não havendo alteração após 1h
de consumo da bebida. Esta última constatação é contrária ao que, em geral, está
descrito na literatura. Vários estudos demonstraram que um aumento na
capacidade antioxidante plasmática após aproximadamente 1 hora de consumo de
bebidas ricas em compostos fenólicos, tais como o chá verde (Rietveld et al. 2003).
Esta resposta tem sido atribuída ao aumento do ácido úrico plasmático, o qual é
responsável por cerca de 60% da atividade antioxidante total do plasma (Benzie e
Strain 1996 e Manah et al. 2004). Em concordância com esses resultados, uma
pesquisa recente sugere que o café pode contribuir para o aumento da capacidade
antioxidante plasmática pouco tempo após sua ingestão. Nesse estudo o consumo de
200ml de café aumentou após 1 hora em 6 e 7% a capacidade antioxidante plasmática
de indivíduos saudáveis quando analisadas pelos métodos de CROCIN e TRAP,
respectivamente (Natella et al. 2002).
A ocorrência de resultados contraditórios entre o nosso estudo e os
mencionados acima, talvez esteja relacionada não apenas à diferença na metodologia
empregada e período em que a mesma foi realizada, já que realizamos as análises de
“TAS” após 1 mês da coleta de sangue dos voluntários, sendo o mesmo devidamente
armazenado (-70ºC), mas também por outros fatores que devem ser considerados,
como o consumo nutricional do grupo de estudo (Tabela 14). Ou seja, a ausência de
79
alteração no TAS após o consumo agudo de chá mate (Tabela 5), talvez esteja
refletindo discreta falha na resposta de alguns componentes nutricionais na
alimentação dos voluntários, que participam da capacidade antioxidante total.
Ressalta-se, entretanto, que a ausência de análises bioquímicas, relativas ao estado de
vitaminas antioxidantes dos participantes, limita as conclusões que possam ser feitas,
com respeito à influência do consumo dietético habitual desses indivíduos, nos
resultados da intervenção com chá mate observados na pesquisa. Além disso, não
houve diferença no padrão alimentar dos voluntários antes e após o tratamento com
chá, conforme mostra a Tabela 14 e 15 (valores dos nutrientes ajustados pela energia).
Por outro lado, independentemente das reais condições do estado nutricional dos
voluntários no período inicial da realização do estudo (T=0 e T=1), os resultados
sobre o efeito antioxidante do consumo diário de chá mate (T=2) são corroborados
pela observação de outros protocolos que avaliaram o efeito da ingestão prolongada
de alimentos ricos em compostos fenólicos na capacidade antioxidante plasmática,
como por exemplo, o chá verde e o vinho tinto. Um estudo verificou que o consumo
diário de duas xícaras de chá verde promoveu uma melhora no estado antioxidante de
indivíduos saudáveis (Erba et al. 2005). Da mesma forma foi relatado que a ingestão
moderada de vinho tinto, por duas semanas, resultou em aumento de 7% da
capacidade antioxidante plasmática quando comparado com o período basal (Sang et
al. 2005). Estes resultados confirmam os achados de Micallef e colaboradores (2007)
comprovando que o consumo moderado de vinho tinto por um período curto induziu
um significativo aumento do status antioxidante plasmáticos em jovens e idosos
saudáveis.
80
Provavelmente o consumo diário de chá mate (período intervenção), em
comparação a uma única dose consumida no dia (consumo agudo), tenha sido
indispensável para que ocorressem as alterações positivas nos valores do TAS
verificadas no presente estudo. Confirmando estas suposições, foi relatado que a
ingestão de dieta pobre ou rica em vegetais e frutas, por duas semanas, resultou em
diferentes efeitos na concentração de carotenóides no plasma e, conseqüentemente, na
capacidade antioxidante total, sendo verificado aumento apenas no grupo que
consumiu grande quantidade de antioxidantes. (Thompson et al. 2005). Por fim,
esses resultados sugerem que a ingestão regular de chá mate pode incrementar o
potencial de defesa antioxidante do organismo.
Os sistemas antioxidantes endógeno existem para proteger o organismo contra
os efeitos danosos dos radicais livres, os quais são produzidos em condições
fisiológicas normais do metabolismo aeróbico resultante de diversos processos
bioquímicos. A defesa primária é dada, por enzimas que cataliticamente inativam a
formação de radicais livres. Elas agem principalmente evitando a formação de EROS
que poderiam danificar as estruturas celulares dando início a peroxidação (Barreiros
et al. 2006).
Os radicais livres, quando produzidos em excesso, geram estresse oxidativo
podendo lesar tecidos e/ou se associar com moléculas (açúcares, proteínas, lipídios,
DNA), o que resulta na etiologia de várias doenças, dentre elas a aterosclerose e
câncer (Halliwell 2000).
Pesquisas indicam que as defesas antioxidantes naturais (endógenas) podem
ser reforçadas pela introdução de substâncias advindas através da dieta, assim como
os compostos fenólicos (Park et al. 2003). Além da sua atividade antioxidante direta,
81
vários estudos têm destacado múltiplas funções e mecanismos importantes
relacionados à habilidade dos compostos fenólicos de se ligarem a receptores
celulares e transportadores de membrana e influenciarem a expressão nica de
enzimas, a sinalização e a adesão celular (Giada e Mancini-Filho 2006; Frei e
Higdon 2003).
Uma vez que a deficiência no sistema de defesa antioxidante pode ser a causa
de aumento da lipoperoxidação e, conseqüentemente do aparecimento de doenças
degenerativas; (Halliwell 2000) e dos relatos de que os mecanismos endógenos de
defesa antioxidante podem ser auxiliados favoravelmente com a introdução de
alimentos ricos em compostos fenólicos por meio da dieta (Park et al. 2003) avaliou-
se os níveis de expressão de alguns genes relacionados à produção das enzimas
antioxidantes superóxido dismutase (SOD), Catalase (CAT) e Glutationa peroxidase
(GPx) antes (T=0) e após o período prolongado de consumo de chá mate (T=2).
A superóxido dismutase (SOD), uma enzima que promove a dismutação do
radical superóxido até peróxido de hidrogênio (Niki 2004), a glutationa peroxidase
(GPx) uma enzima que utiliza como substrato a glutationa e é capaz de eliminar
peróxidos e detoxificar produtos eletrofílicos (Niki 2004) e a catalase (CAT), uma
enzima responsável pela decomposição do peróxido de hidrogênio para produzir água
e oxigênio molecular (Niki 2004), apresentaram aumento significativo de sua
expressão genética após tratamento com chá mate, o que pode ter contribuído para a
diminuição na lipoperoxidação e aumento da capacidade antioxidante plasmática
observada neste grupo de estudo. Esses dados estão apresentados na Tabela 7.
Os polifenóis podem exercer habilidade antioxidante por neutralizarem
radicais livres, mas também através da proteção dos antioxidantes endógenos, por
82
aumentar sua expressão, como foi observado num estudo conduzido por Ross e
Kasum (2002), onde houve aumento na concentração das enzimas GPx e SOD em
eritrócitos humanos após o consumo de apigenina, um flavonóide encontrado em
frutas e ervas. Do mesmo modo, foi demonstrado por Toyokuni e colaboradores
(2003) que ácidos fenólicos presentes em extratos de plantas de Mauritânia foram
capazes de aumentar a expressão de enzimas antioxidantes em células COS 7 .
Um dos possíveis mecanismos de ação desses fitoquímicos envolve a
modulação da expressão genética de enzimas antioxidantes, as quais auxiliam na
eliminação de carcinógenos e toxinas prejudiciais ao organismo, como os
lipoperóxidos, prevenindo assim a interação com macromoléculas (proteínas, lipídios
e DNA), o que poderia provocar mutações e culminar no aparecimento de cânceres
(Yeh e Yen 2006).
Em geral, ácidos fenólicos que são capazes de induzir atividade de enzimas
antioxidantes apresentam grande habilidade antioxidante plasmática (Yeh e Yen
2006). Neste estudo foi possível verificar aumento do perfil de antioxidantes
plasmáticos (TAS) somente após 1 semana de consumo de chá mate (Tabela 5),
entretanto observamos uma significativa diminuição de lipoperóxidos plasmáticos em
ambos os períodos de tratamento quando comparado com período basal (Tabela 6).
Esses resultados indicam que, provavelmente houve um ligeiro aumento da
capacidade antioxidante aguda, mas que deva estar abaixo do limite detectável pela
análise de “TAS”. Essa hipótese poderia ser confirmada pelos resultados que
obtivemos com aumento da expressão genética das enzimas responsáveis pela
produção de GPx, SOD e CAT, no entanto não foi possível realizar essa análise no
período agudo de consumo da bebida, que outros estudos indicam que para que
83
ocorra algum aumento da atividade de enzimas antioxidantes é necessário um período
maior de tratamento com o alimento antioxidante que se pretende testar (Fernández-
Pachón et al. 2006).
No geral observou-se que os resultados mais significativos, no que se refere à
ação antioxidante do chá mate, ocorreram com as análises realizadas no plasma
(Dienos, TBARS, TAS e PCR real time) do que na LDL (Dienos, TBARS,
Fragmentação da Apo B). Isso provavelmente ocorreu devido o plasma ser
relativamente protegido da oxidação pelos antioxidantes presentes naturalmente no
plasma, como as vitaminas C, E e beta-caroteno. Além desses componentes,
substâncias fenólicas, como as presentes no chá mate, também auxiliam na defesa
antioxidante plasmática. As lipoproteínas, em especial a LDL, também apresentam
antioxidantes contidos em suas próprias partículas, como alfa-tocoferol e (vitamina E)
o beta-caroteno. No entanto, os antioxidantes que podem protegê-las do processo
oxidativo no meio plasmático, como os polifenois presentes no chá mate, são sujeitos
a remoção durante o procedimento de isolamento da fração LDL (diálise) tornando-se
mais suscetíveis à oxidação, de modo que poderiam atuar com maior potencialidade
como antioxidante in vivo do que em ensaios ex vivo (Halliwell 2000). Ou seja, pode
ser que os resultados dos ensaios no plasma foram melhores decorrentes de uma
menor quantidade de substâncias antioxidantes do chá ativas na LDL.
84
8. CONCLUSÃO
Os resultados obtidos pela maioria dos ensaios ex vivos e in vivo
demonstraram que o consumo de chá mate aumentou a resistência à oxidação,
diminuiu a produção de lipoperóxidos formados no plasma e na LDL e contribuiu
para redução da fragmentação da proteína presente na LDL após indução oxidativa.
Além disso, foi observado que o consumo de uma única dose diária de chá mate
durante uma semana (T=2) aumentou significativamente o perfil de antioxidantes
plasmáticos e a expressão de genes relacionados à produção de enzimas
antioxidantes, tais como Glutationa peroxidase (GPx), Superóxido dismutase (SOD) e
Catalase (CAT).
Nesse contexto, sugere-se que a atividade antioxidante dos fitoquímicos do
chá mate pode atuar por diferentes mecanismos: além de ocorrer diretamente, por
meio da neutralização de espécies reativas, pode se processar através de mecanismos
indiretos, como, por exemplo, a modulação de enzimas antioxidantes, as quais podem
resultar em modificações do estado redox celular (Scalbert et al. 2005). Portanto, a
ingestão de chá mate pode contribuir para diminuição do risco de desenvolvimento de
doenças crônicas relacionadas a processos oxidativo, tais como a aterosclerose e
câncer. Além disso, é importante reconhecer que as doenças degenerativas envolvem
diferentes mecanismos e é difícil para qualquer antioxidante ser efetivo em todos. Os
efeitos da ingestão de uma planta medicinal podem não ser resultados de um simples
composto, mas de uma sinergia entre compostos.
85
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101
ANEXOS
Anexo 1 - Registro de consumo alimentar
Nome:________________Idade____Peso:___Altura:_______IMC:_______Data___
Marque
tudo
o que você comeu, desde hora em que acordou até a hora em que foi
dormir, nos 3 (três) dias descritos abaixo:
Dia:____/_____/2007, terça-feira.
Horário Refeição Alimento e/ou Bebida Quantidade
Café da manhã
Lanche da manhã
Almoço
Lanche da tarde
Jantar
Lanche da noite
OBS: Se comeu algo fora das refeições descritas acima, mencione aqui: __________
Dia:____/_____/2007, quinta-feira.
Horário Refeição Alimento e/ou Bebida Quantidade
Café da manhã
Lanche da manhã
Almoço
Lanche da tarde
Jantar
Lanche da noite
OBS: Se comeu algo fora das refeições descritas acima, mencione aqui: __________
Dia:____/_____/2007, sábado.
Horário Refeição Alimento e/ou Bebida Quantidade
Café da manhã
Lanche da manhã
Almoço
Lanche da tarde
Jantar
Lanche da noite
OBS: Se comeu algo fora das refeições descritas acima, mencione aqui:_________
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Anexo 2 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Resolução n. 196, de 10 de outubro de 1996, segundo o Conselho Nacional de Saúde.
Título do Protocolo de Pesquisa: Avaliação da atividade antioxidante ex vivo de
infusões de erva-mate (llex Paraguariensis.
Objetivo: O presente projeto de pesquisa irá avaliar se o chá-mate (llex
Paraguariensis) apresenta atividade antioxidante, podendo proteger as lipoproteínas
presentes no sangue humano de reações que podem ser prejudiciais à saúde.
População de Estudo: Alunos e funcionários da comunidade universitária.
Orientadora: Deborah Helena Markowicz Bastos
Autora da Pesquisa: discente de pós-graduação- FSP/USP Ruth Lobato
Teixeira Matsumoto
Caro Colaborador:
Para a realização desta pesquisa será coletada amostras de seu sangue (30,0 ml
cada) em três momentos: antes, após uma hora e depois de 1 semana (7 dias) da
ingestão diária de chá-mate. A coleta será feita por uma pessoa treinada em local
apropriado.Também serão coletadas informações alimentares.
O sangue e as informações alimentares servirão para avaliar tanto as condições
de proteção de seu sangue a processos de oxidação, isto é, reações que podem causar
problemas à sua saúde, como para avaliar se o chá-mate pode prevenir este processo
em sistemas modelo, isto é, fora do organismo humano.
Para retirar o sangue vosentirá uma picada e o local da picada poderá ficar
arroxeado, o que sumirá em poucos dias sem prejuízos à sua saúde.
Todos os resultados obtidos estarão a sua disposição, sendo sua identidade
mantida em total sigilo. O sangue retirado será utilizado apenas neste estudo.
Você tem o direito de se retirar deste projeto a qualquer tempo.Este projeto
será desenvolvido pelo Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da
Universidade São Paulo.
Risco: O estudo não trará risco à sua integridade física e moral.
Benefícios: As informações obtidas neste estudo serão úteis cientificamente (a) para
avaliar a variação do grau de proteção à reações de oxidação de uma amostra da
103
comunidade universitária e (b) para avaliar se o chá-mate que é consumido em grande
parte do nosso país e conhecido por possuir substâncias antioxidantes é capaz de
proteger lipoproteínas do sangue contra processos oxidativos que levam ao
aparecimento de doenças.
Privacidade: As informações obtidas neste estudo poderão ser divulgadas em
publicações, congressos, porém sem identificação do participante.
O pesquisador garante fornecer resposta a qualquer pergunta ou esclarecer qualquer
dúvida que houver sobre os procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos
relacionados com a pesquisa.
A participação de vossa senhoria é voluntária, podendo retirar seu consentimento e
deixar de participar da pesquisa a qualquer momento sem maiores conseqüências.
Ciente do compromisso assumido na minha colaboração com esta pesquisa, e pela
importância da mesma subscrevo-me a seguir:
Nome (completo):__________________________________________________
Assinatura:________________________________________________________
Assinatura do pesquisador:____________________________________________
Caso necessite informações complementares sobre a pesquisa, entrar em contato
com:
Mestranda Ruth Lobato Teixeira Matsumoto e Profª Deborah Helena Markowicz
Bastos, Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade
de São Paulo. Av. Dr. Arnaldo, 715, ou pelo telefone 3061 7771 ou 3061 7701.
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