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Universidade de São Paulo
Faculdade de Saúde Pública
Fatores de risco para nascimentos pré-termo
no Município de Londrina – Paraná
Ana Maria Rigo Silva
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Saúde Pública para
obtenção do título de Doutor em Saúde
Pública.
Área de Concentração: Epidemiologia
Orientadora: Profª. Drª. Marcia Furquim
de Almeida.
São Paulo
2008
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Fatores de risco para nascimentos pré-termo
no Município de Londrina – Paraná
Ana Maria Rigo Silva
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Saúde Pública da
Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo para
obtenção do título de Doutor em Saúde
Pública.
Área de Concentração: Epidemiologia
Orientadora: Profª. Drª. Marcia Furquim
de Almeida.
São Paulo
2008
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É expressamente proibida a comercialização deste documento, tanto na sua
forma impressa como eletrônica. Sua reprodução parcial ou total é permitida
exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, desde que na reprodução
figure a identificação do autor, título, instituição e ano da tese.
AGRADECIMENTOS
À Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pelo
financiamento da pesquisa
*
, sem o qual não seria possível realizá-la.
À Universidade Estadual de Londrina pelas licenças concedidas,
possibilitando a realização deste doutorado.
À Profª. Marcia Furquim de Almeida pela co-responsabilidade assumida e
horas incansáveis dedicadas à orientação deste trabalho.
À Profª. Tiemi Matsuo pelo compromisso e dedicação dispensados na
análise estatística.
Aos colegas do Departamento de Saúde Coletiva, da Universidade Estadual
de Londrina, pelo apoio e solidariedade a mim dedicados nestes quatro anos
de trabalho.
Às mães que participaram da pesquisa por terem colaborado com as suas
informações e doado parte do seu tempo, algumas abrindo mão de
momentos de extrema felicidade e comemoração familiar pela chegada de
um filho, e outras em momentos de preocupação e tristeza, pela gravidade
do estado de saúde ou até pela morte de seu recém-nascido.
Às colegas Daniela Shoeps e Vera Menezes pelo auxílio no treinamento das
entrevistadoras.
Às entrevistadoras: Isabela, Juliana, Kamila, Luana, Mayra, Michelle,
Renata, Thaís e Vivian pelo compromisso e seriedade dispensados no
trabalho de campo.
*Processo nº2005/56552-5
Às enfermeiras Ana Paula, Flávia, Leila, Simoni e Talita pela dedicação e
zelo na coleta de dados dos prontuários.
Às digitadoras Bianca e Euzélia pelo trabalho realizado.
Às Diretorias e Comitês de Ética do Hospital Evangélico de Londrina;
Hospital Mater Dei; Hospital da Mulher; Hospital Universitário e Maternidade
Municipal de Londrina por permitirem a realização desta pesquisa.
Às equipes de enfermagem e de escriturários dos hospitais pelo acolhimento
diário das entrevistadoras durante os nove meses de duração da pesquisa.
Às equipes de funcionários dos Serviços de Arquivo Médico dos hospitais e
da Diretoria de Auditoria, Controle e Avaliação da Autarquia Municipal de
Saúde de Londrina por toda atenção dedicada na localização dos
prontuários.
À Diretoria de Epidemiologia e Informações em Saúde da Autarquia
Municipal de Saúde de Londrina pelas informações fornecidas em todos os
momentos da pesquisa.
À minha sobrinha Claudia pela revisão do abstract.
À bibliotecária Márcia Marques Silva Carvalho pela disponibilidade e
prontidão no trabalho de normalização da tese.
Ao meu esposo amado Sylvio pelo incentivo, pela compreensão, por “dar
conta do recado” na minha ausência, enfim, por me amar muito, o que já é
tudo.
Aos meus filhos Sylvio Neto e Isabela, que mesmo adolescentes,
entenderão apenas mais tarde o porquê de tanta “falta de mãe”.
Silva AMR Fatores de risco para nascimentos pré-termo no Município de
Londrina – Paraná [tese de doutorado]. São Paulo: Faculdade de Saúde
Pública da USP; 2008.
RESUMO
Introdução: Nascimento de pré-termo é o que ocorre com menos de 37
semanas completas de gestação, e é tido como um dos principais fatores de
risco de morbimortalidade neonatal. Sua etiologia é complexa e envolve
inúmeros fatores. Objetivo: Identificar os fatores de risco associados aos
nascimentos pré-termo. Método: Estudo populacional tipo caso-controle.
Foram estudados nascidos vivos hospitalares de mães residentes em
Londrina (PR) entre junho de 2006 e março de 2007. Os casos foram 328
nascimentos com idade gestacional inferior a 37 semanas (pré-termo) e os
controles uma amostra (369) representativa de nascimentos com 37
semanas ou mais de idade gestacional. Os dados foram obtidos por meio
de entrevistas com as mães no hospital e dos prontuários da mãe e do
recém nascido. As variáveis estudadas foram agrupadas em cinco blocos,
representando diferentes níveis de hierarquia: características
socioeconômicas; características pré-concepcionais e historia reprodutiva
materna; condições da gestação; agravos maternos na gestação e
características fetais. Foi realizada análise de regressão logística múltipla
hierarquizada. Resultados: No modelo final foi identificada associação
estatisticamente significante (P<0,05) ao nascimento pré-termo para as
seguintes categorias de variáveis: no bloco 1 o local de moradia em favela
(OR=1,80; IC 95%:1,02-3,19) e a baixa idade (16 a 29 anos) do chefe da
família(1,57; 1,15-2,13); no bloco 2 as mães com IMC<19kg/m
2
-magras
(2,12; 1,40-3,21) ou IMC 30 kg/m
2
– obesas (1,96; 1,04-3,70), com
nascimento anterior pré-termo (3,04; 1,83-5,05) e que realizaram tratamento
para engravidar (8,28; 2,70-25,41); no bloco 3 as mães com companheiro há
menos de 2 anos (1,44; 1,03-2,00), que relataram preocupações na
gestação (1,52; 1,05-2,21), que consumiram bebida alcoólica semanalmente
(2,52; 1,19-5,36) e que receberam assistência pré-natal inadequada (3,57;
1,48-8,58), praticar caminhada na gestação foi um fator protetor (0,48; 0,33-
0,70); no bloco 4 as mães que apresentaram sangramento (5,19; 2,54-
10,60), infecção do trato genital (2,96; 1,09-7,99), alteração do volume
amniótico (5,82; 2,32-14,56), hipertensão arterial com eclampsia (8,67; 4,09-
18,37) e sem eclampsia (1,9; 1,01-3,61) e internação na gestação (5,55;
2,86-10,77); no bloco 5 apenas gestação gemelar foi fortemente identificada
como risco (20,10; 4,44-90,99). Conclusão: Condições socioeconômicas
desfavoráveis juntamente com características biológicas maternas,
intercorrências da gestação e condições psicossociais adversas constituem-
se em risco para nascimentos pré-termo. O aprimoramento da qualidade da
atenção pré-natal, incluindo a identificação destes fatores na gestação
pode reduzir a prematuridade.
Descritores: Fatores de risco; Nascimento prematuro; Gestação; Estudos
de casos e controles.
Silva AMR Fatores de risco para nascimentos pré-termo no Município de
Londrina – Paraná. / Risk factors for births preterm in Londrina, Paraná
(PR/Brazil) [thesis]. São Paulo (BR): Faculdade de Saúde Pública da USP;
2008.
ABSTRACT
Introduction: Pre-term birth happens when the fetus is born before 37
weeks of pregnancy and is considered one of the main risk factors of
neonatal morbidity and mortality. It has a complex etiology and a wide scope.
Objective: Identify the risk factors associated with pre-term birth. Method:
Population-based case-control study. Children born alive in Londrina
hospitals from June 2006 to March 2007 were studied. Cases were analyzed
from 328 births with pregnancy length below 37 weeks (pre-term) and checks
were studied from a birth representative sample (369) with pregnancy length
above 37 weeks or more. Data were obtained from interviews carried out with
mothers at the hospital and mothers and newborns medical reports.
Variables studied were grouped in five groups, representing different
hierarchical levels: socioeconomic characteristics; pre-conceptive
characteristics and reproduction history; pregnancy conditions; pregnancy
problems and fetus characteristics. A multiple hierarchical logistics
regression analysis was carried out. Results: There was a significant relation
(P<0.05) between pre-term birth and the following variables: group 1 – place
– shanty towns(OR=1.80; CI 95% 1.02,3.19); and head of the family aged
between16 and 29 years old (OR=1.57; CI 95% 1.15,2.13); group 2 –
mothers presenting a BMI < 19 kg/m
2
– thin mothers (OR=2.12; CI 95%
1.40,3.21) or BMI 30 kg/m
2
– obese mothers (OR=1.96; CI 95% 1.04,3.70),
history of a pre-term birth (OR=3.04; CI 95% 1.83,5.05) and among women
undertaking fertility treatment (OR=8.28; CI 95% 2.70,25.41); group 3 –
mothers who have been in a relationship with the same partner for less than
two years (OR=1.44; CI 95% 1.03,2.00) , stressed mothers (OR=1.52; CI
95% 1.05,2.21), mothers who consumed alcoholic beverages weekly
(OR=2.52; CI 95% 1.19,5.36) and mothers who had not taken appropriate
prenatal care (OR=3.57; 1.48-8.58), regular walks during pregnancy was a
protector factor (OR=0.48; CI 95% 0.33-0.70); group 4 - mothers with
bleeding onset (OR=5.19; CI 95% 2.54,10.60); genital tract infection
(OR=2.96; CI 95% 1.09,7.99), amniotic volume alterations (OR=5.82; CI
95% 2.32,14.56), high blood pressure with (OR=8.67; CI 95% 4.09,18.37)
and without eclampsia (OR=1.91;CI 95% 1.01,3.61) and hospital admission
(OR=5.55; CI 95% 2.86,10.77); group 5 – twin pregnancy was strongly
associated with risk (OR=20.10; CI 95% 4.44,90.99). Conclusion: An
unfavorable socio-economic condition added to some maternal biological
characteristics, pregnancy-related health problems and psychosocial
conditions constitute a high risk for pre-term births. An improvement of the
pre-natal quality service and the identification of the factors listed above
during pregnancy may reduce premature birth.
Descriptors: Risk factors; Premature Birth; Pregnancy, Case-control studies.
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO 12
1.1 FATORES AMBIENTAIS E CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS
MATERNAS E FAMILIARES 16
1.2 CARACTERÍSTICAS PRÉ-CONCEPCIONAIS E HISTÓRIA
REPRODUTIVA MATERNA 17
1.3 CONDIÇÕES MATERNAS DURANTE A GESTAÇÃO 21
1.4 INTERCORRÊNCIAS MATERNAS DURANTE A GESTAÇÃO 27
1.5 CARACTERÍSTICAS FETAIS 29
1.6 AS PESQUISAS SOBRE NASCIMENTOS PRÉ-TERMO NO BRASIL 30
1.7 ESTE TRABALHO 34
2 OBJETIVOS 36
2.1 OBJETIVO GERAL 36
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 36
3 MÉTODOS 38
3.1 LOCAL DE ESTUDO 38
3.2 DELINEAMENTO, POPULAÇÃO E PERÍODO DE ESTUDO 41
3.3 FONTES DE DADOS E INSTRUMENTOS DE COLETA 42
3.4 AMOSTRA 42
3.5 SELEÇÃO E TREINAMENTO DAS ENTREVISTADORAS 43
3.6 PROCEDIMENTOS ÉTICOS 43
3.7 ESTRATÉGIAS PARA OBTENÇÃO DE CASOS E CONTROLES 44
3.8 PERDAS E RECUSAS 46
3.9 DEFINIÇÃO DE CASOS E CONTROLES 47
3.10 VARIÁVEIS DE ANÁLISE 50
3.10.1 Características Socioeconômicas Maternas e Familiares 50
3.10.2 Características Pré-concepcionais e História Reprodutiva
Materna 56
3.10.3 Condições Maternas Durante a Gestação (psicossociais,
hábitos, trabalho, atividade física e assistência pré-natal) 59
3.10.4 Intercorrências Maternas Durante a Gestação 65
3.10.5 Características Fetais 67
3.11 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS 70
4 RESULTADOS 72
4.1 FATORES DE RISCO 74
4.1.1 Modelo Final 87
5 DISCUSSÃO 90
6 CONCLUSÕES 107
7 REFERÊNCIAS 110
ANEXOS
Anexo 1 - Cadastro diário de nascidos vivos 126
Anexo 2 - Entrevista com a mãe 127
Anexo 3 - Protocolo hospitalar 148
Anexo 4 - Consentimento livre esclarecido 159
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Distribuição (nº e %) do total de nascidos vivos, nascidos vivos
com idade gestacional de 37 semanas ou mais, com menos de
37 semanas e idade gestacional ignorada, Londrina, Paraná,
1994 a 2005. 39
Tabela 2 Amostra de nascimentos de não pré-termo (controles) previstos
e entrevistas realizadas segundo hospital. 45
Tabela 3 Entrevistas hospitalares elegíveis e realizadas, perdas e
recusas para casos e controles. 47
Tabela 4 Distribuição (nº e %) de obtenção da informação sobre a idade
gestacional de casos, controles e do total entre as diversas
fontes de medida. 48
Tabela 5 Distribuição (nº e %) de casos e controles selecionados
segundo a fonte de medida. 50
Tabela 6 Distribuição (nº e %, valor mínimo, valor máximo, média e
mediana) de casos e controles, segundo peso ao nascer.
Residentes em Londrina (PR), 2007. 74
Tabela 7 Distribuição (nº e %) de casos e controles, odds ratios brutos,
intervalos, com 95% de confiança, e valores de p das variáveis
não selecionadas (p>0,20) do Bloco 1 – Características
socioeconômicas maternas e familiares. Residentes em
Londrina (PR) 2007. 75
Tabela 8 Distribuição (nº e %) de casos e controles, odds ratios (brutos e
ajustados), respectivos intervalos, com 95% de confiança, e
valores de p das variáveis do Bloco 1 - Características
socioeconômicas maternas e familiares. Residentes em
Londrina (PR), 2007. 77
Tabela 9 Distribuição (n° e %) de casos e controles, odds ratios brutos,
intervalos, com 95% de confiança, e valores de p das variáveis
não selecionadas (p>0,20) do Bloco 2 – Características pré-
concepcionais e história reprodutiva materna. Residentes em
Londrina (PR), 2007. 78
Tabela 10 Distribuição (nº e %) de casos e controles, odds ratios (brutos e
ajustados), respectivos intervalos, com 95% de confiança, e
valores de p das variáveis do Bloco 2 - Características pré-
concepcionais e história reprodutiva materna. Residentes em
Londrina (PR), 2007. 80
Tabela 11 Distribuição (n° e %) de casos e controles, odds ratios brutos,
intervalos, com 95% de confiança e valores de p das variáveis
não selecionadas (p>0,20) do Bloco 3 - Condições maternas
durante a gestação (psicossociais, hábitos, trabalho, atividade
física e assistência pré-natal). Residentes em Londrina (PR),
2007. 81
Tabela 12 Distribuição (nº e %) de casos e controles, odds ratios (brutos e
ajustados), respectivos intervalos, com 95% de confiança, e
valores de p das variáveis do Bloco 3 – Condições maternas
durante a gestação (psicossociais, hábitos, trabalho, atividade
física e assistência pré-natal). Residentes em Londrina (PR),
2007. 83
Tabela 13 Distribuição (n° e %) de casos e controles, odds ratios bruto,
intervalos, com 95% de confiança, e valores de p das variáveis
não selecionadas (p>0,20) do Bloco 4 - Intercorrências
maternas durante a gestação. Residentes em Londrina (PR),
2007. 84
Tabela 14 Distribuição (nº e %) de casos e controles, odds ratios (brutos e
ajustados), respectivos intervalos, com 95% de confiança, e
valores de p das variáveis do Bloco 4 - Intercorrências
maternas durante a gestação. Residentes em Londrina (PR),
2007. 85
Tabela 15 Distribuição (nº e %) de casos e controles, odds ratios brutos,
intervalos, com 95% de confiança, e valores de p das variáveis
não selecionadas (p>0,20) do Bloco 5 – Características fetais.
Residentes em Londrina (PR), 2007. 86
Tabela 16 Distribuição (nº e %) de casos e controles, odds ratios (brutos e
ajustados), respectivos intervalos, com 95% de confiança, e
valores de p das variáveis do Bloco 5 – Características fetais.
Residentes em Londrina (PR), 2007. 86
Tabela 17 Resultado da regressão logística multivariada, odds ratios
ajustados, intervalos, com 95% de confiança, e valores de p
segundo os blocos de variáveis. Residentes em Londrina,
2007. 88
12
1 INTRODUÇÃO
Segundo a Classificação Internacional de Doenças, em sua 10ª
revisão (OMS, 1994), nascimento de pré-termo é o que ocorre com menos
de 37 semanas completas de gestação, e é tido como um dos principais
fatores de risco de morbimortalidade neonatal nas sociedades
industrializadas (BERKOWITZ e PAPIERNIK, 1993; KRAMER et al., 2001;
GOLDENBERG, 2002).
A maior parte da morbimortalidade provém dos “muito prematuros”
(nascidos com menos de 32 semanas de gestação) e destes, especialmente,
“os prematuros extremos” (nascidos com menos de 28 semanas de
gestação) (TUCKER e Mc GUIRRE, 2005).
As crianças nascidas de pré-termo têm um risco elevado de adoecer
e morrer, tendo em vista seu incompleto desenvolvimento fetal, e maior
susceptibilidade às infecções, complicadas pela manipulação e grande
período de permanência nas unidades neonatais. Entre as afecções
observadas logo após o nascimento estão: a Síndrome do Distress
Respiratório (relacionada à imaturidade ou a hipoplasia pulmonar); os
acometimentos cerebrovasculares, como hemorragia intraventricular e
leucomalácia periventricular, a pneumonia e a enterotocolite necrotizante.
Quanto às seqüelas as mais importantes são a paralisia cerebral, problemas
no desenvolvimento neurológico, acometimentos oftalmológicos e doença
pulmonar crônica como a hipoplasia broncopulmonar (KRAMER et al., 2000;
VAAST et al., 2004). Há ainda que considerar o elevado custo econômico e
os transtornos emocionais acarretados às famílias e a sociedade
(MATTISON et al., 2001).
As unidades de cuidados intensivos neonatais, o uso dos
surfactantes pulmonares e a regionalização do atendimento são condições
indispensáveis para uma boa assistência perinatal e têm demonstrado
13
redução importante nas taxas de mortalidade dos recém-nascidos pré-termo,
principalmente nos países desenvolvidos, como, por exemplo, Estados
Unidos e França (ROZÉ e BRÉART, 2004).
Apesar dos reconhecidos avanços ocorridos no cuidado obstétrico e
neonatal, nas últimas décadas, com bons resultados na sobrevivência dos
prematuros, a incidência de paralisia cerebral tem permanecido inalterada.
Na França os nascimentos prematuros são os principais fatores de risco
para a paralisia cerebral (GABRIEL et al., 2004).
Nos Estados Unidos a prevalência de nascimentos pré-termo tem
aumentado nas ultimas décadas, passando de 10,6% em 1990 para 12,5%
em 2004, acometendo desigualmente a população (prevalência é mais alta
entre os negros), além de apresentar maiores proporções que outros países
desenvolvidos (McCORMICK e BERHMAN, 2007). Países como o Canadá
(7,0%) e a França (7,0%) também têm apresentado aumento destas
freqüências nos últimos anos (ANCEL, 2004). Isto é preocupante, pois 60%
das mortes neonatais e metade de todos os casos de paralisia cerebral
ocorrem em crianças nascidas prematuras.
Algumas hipóteses têm sido levantadas para o aumento dos
nascimentos pré-termo registrados:
a) A melhoria da qualidade dos registros dos nascimentos de muito
baixo peso, pois o que antes era considerado perda fetal ou natimorto passa
a ser considerado nascido vivo (ALLEN et al., 2000; NOLTE, et al., 2002);
b) A melhoria no diagnóstico de sofrimento fetal com indicação de
indução precoce de parto vaginal ou cesariana (ALLEN et al., 2000;
MATTISON et al., 2001);
c) O aumento das gestações múltiplas devidas, principalmente, à
reprodução assistida (MATTISON et al., 2001; LUMLEY 2003;
HELMERHORST et al., 2004; TUCKER e Mc GUIRRE, 2005; Mc CORMICK
e BERHMAN, 2007);
d) O abuso de drogas durante a gravidez (MATTISON et al., 2001);
14
e) Mudanças no padrão reprodutivo, principalmente em áreas mais
desenvolvidas tem resultado no aumento da proporção de nascimentos de
mães com mais de 35 anos de idade (MATTISON et al., 2001; BRANUM e
SCHOENDORF, 2002; LUMLEY 2003).
Várias estratégias têm sido implantadas para reduzir os nascimentos
pré-termo nos Estados Unidos incluindo a indicação de repouso, cuidado
pré-natal intensivo e terapia medicamentosa para gestantes de alto risco,
porém seus resultados não tem sido efetivos na redução de sua prevalência
(HOWSE, 2001).
A deficiência na redução da freqüência de nascimentos pré-termo se
deve, principalmente, ao limitado conhecimento da etiologia do trabalho de
parto prematuro e da ruptura prematura de membranas e pela não
intervenção precoce nos problemas maternos e fetais quando necessário
(JOHNSTON Jr et al., 2001).
Os nascimentos pré-termo são classificados em dois tipos clínicos
distintos: espontâneos e por indicação médica. Os espontâneos são
subdivididos em dois tipos: o primeiro denominado trabalho de parto
prematuro de causa idiopática, que se caracteriza por contrações uterinas
que progridem com ou sem ruptura das membranas amnióticas e o segundo
quando a ruptura prematura das membranas amnióticas antecede o trabalho
de parto prematuro. O nascimento pré-termo por indicação médica ocorre
quando por problemas da mãe ou do feto há contra-indicação da
continuidade da gravidez (BERKOWITZ e PAPIERNIK, 1993; BLACKMORE
et al., 1995; PICKETT et al., 2000; MOUTQUIN, 2003, Mc PARLAND et al.,
2004; GOLDEMBERG et al., 2008).
ANANTH et al. (2006) evidenciam a importância de identificar se os
fatores de risco de nascimento pré-termo são distintos entre os tipos clínicos
e referem que muitos estudos não levam em conta esta distinção. Estes
autores realizaram um estudo que avaliou a recorrência de nascimento pré-
termo entre os classificados em espontâneos e por indicação médica.
15
Observaram que os nascimentos de pré-termo espontâneos não são
associados apenas com a recorrência de pré-termo espontâneos, mas
também com os nascimentos pré-termo por indicação médica, sugerindo que
os dois tipos clínicos podem apresentar etiologias comuns.
A classificação dos nascimentos pré-termo segundo os tipos clínicos
é uma tarefa complexa. Há resultados diversos dependendo do tipo de
estudo realizado e em diferentes países. Dos trabalhos que realizam suas
análises estratificadas pela classificação clínica, alguns apresentam apenas
as duas principais classificações (ANANTH et al., 2006; MORKEN et al.,
2007) possivelmente pela dificuldade na elucidação do fator desencadeador
dos nascimentos espontâneos (trabalho de parto prematuro ou a rotura
prematura de membranas).
ANANTH et al. (2005) verificaram as mudanças do perfil dos
nascimentos pré-termo entre os nascimentos de gestação única, nos
Estados Unidos entre 1989 e 2000, entre elas a classificação do tipo clínico.
Observaram aumento dos nascimentos classificados como indicação médica
(2,6 % para 3,8%) e redução dos classificados como ruptura prematura de
membranas (1,3% para 0,9%) e trabalho de parto prematuro (6,1% para
5,7%). A partir destas informações, verificou-se que em 2000, entre os
nascimentos de pré-termo 63,5% foram espontâneos, destes 54,8% foram
devido ao trabalho de parto prematuro e 8,7% por ruptura prematura de
membranas, 36,5% foram por indicação médica.
A pesquisa de MORKEN et al. (2007), realizada na Suécia,
classificou 73,2% dos nascimentos pré-termo como espontâneos e 26,8%
por indicação médica.
A etiologia do nascimento pré-termo é complexa envolvendo fatores
ambientais; socioeconômicos; características biológicas da mãe ao
engravidar; história reprodutiva materna; as condições da gestação,
abrangendo questões psicossociais, o uso de fumo, álcool e drogas,
trabalho, atividade física e assistência ao pré-natal; as intercorrências da
16
gestação; características fetais; entre outros (BERKOWITZ e PAPIERNIK,
1993; WEN et al., 2004; TUCKER e Mc GUIRRE, 2005; BEHRMAN e
BUTLER, 2006).
1.1 FATORES AMBIENTAIS E CARACTERÍSTICAS
SOCIOECONÔMICAS MATERNAS E FAMILIARES
Os fatores ambientais ainda permanecem pouco estudados, em
parte pela dificuldade na obtenção de informação. Os estudos
epidemiológicos realizados em maior freqüência são os que investigam a
associação entre a poluição atmosférica (principalmente o dióxido sulfúrico)
e o nascimento pré-termo (BEHRMAN e BUTLER, 2006). Quanto aos
agrotóxicos, um estudo realizado nos Estados Unidos verificou associação
entre a concentração sérica do DDE (metabólito do DDT) em gestantes e
nascimentos pré-termo (LONGNECKER et al., 2001).
Entre os fatores socioeconômicos, a baixa escolaridade materna tem
sido citada por inúmeros autores em diversas localidades como um fator de
risco para o nascimento pré-termo (EKWO e MOAWAD; 1998; ROLETT e
KIELY, 2000; VOIGT et al., 2004). KOUPILOVÁ et al. (1998) observaram
risco nos níveis mais baixos de escolaridade tanto na população da
República Tcheca como na da Suécia. THOMPSON et al. (2006) obtiveram
uma relação inversa entre a prematuridade e o nível de escolaridade da
mãe.
Outras características socioeconômicas também são demonstradas
de risco como a baixa renda familiar (NGUYEN et al., 2004; SILVA et al.,
2003); a situação de mãe migrante (RASMUSSEN et al., 1995; KOUPILOVÁ
et al., 1998; REED et al. 2005) e moradia em área rural (NGUYEN et al.,
2004).
Nos Estados Unidos vários estudos têm encontrado maior
prevalência de nascimentos pré-termo de mães negras (ALLEN et al., 2000;
BRANUM e SCHOENDORF, 2002; LESLIE et al., 2003). Outros estudos
17
apontam a raça negra como risco para o nascimento pré-termo (ROLETT e
KIELY, 2000; LU e CHEN, 2004). Foi avaliada a diferença de risco de parto
pré-termo entre mulheres brancas e negras, de acordo com a classificação:
trabalho de parto prematuro de causa idiopática, por ruptura prematura de
membranas e indicação médica, e foi observado maior risco entre as
mulheres negras nos três tipos de classificação (BLACKMORE et al., 1995).
Alguns estudos que buscam a identificação dos diversos fatores de risco de
pré-termo realizam suas análises estratificadas por raça (BLACKMORE et
al., 1995; VINTZILEOS et al., 2003), observando maior risco entre as
mulheres negras.
Resultados de revisão bibliográfica realizada por pesquisadores
canadenses sumarizam que nos países desenvolvidos a freqüência de
nascimentos pré-termo entre os menos favorecidos socialmente é
notadamente maior (KRAMER et al., 2000).
1.2 CARACTERÍSTICAS PRÉ-CONCEPCIONAIS E HISTÓRIA
REPRODUTIVA MATERNA
Quanto às características maternas, a idade é um fator estudado
com freqüência. Vários trabalhos indicam existir associação entre
nascimentos de pré-termo e gestações em adolescentes (BETTIOL et al.,
2000; MONAGHAN et al., 2001; ARAGÃO et al., 2004; GOLDEMBERG et
al., 2005).
NGUYEN et al. (2004) encontraram risco de parto pré-termo entre
mães com 24 anos ou menos. Estudo brasileiro realizado em São Luís do
Maranhão, detectou risco de nascimento pré-termo entre as mães
adolescentes com menos de 18 anos, mas ao analisarem esta associação
estratificada segundo a paridade foi observado risco apenas entre as mães
primíparas com menos de 18 anos de idade (SILVA et al., 2003).
Não foi encontrada associação entre a gestação de adolescentes e o
parto de pré-termo na pesquisa em que os casos foram mães com menos de
18
20 anos e os controles as com mais de 20 anos, realizada em hospital do
centro de Nova York (CHANDRA et al. 2002). EKWO e MOAWAD (2000),
também não identificaram associação significativa entre a gestação em
adolescentes negras, residentes na região metropolitana de Chicago, e o
nascimento prematuro, quando comparadas às de 20 a 24 anos, com ajuste
para mãe fumante, usuária de cocaína, realização de pré-natal, renda média
familiar e nível de escolaridade materno. Porém as faixas de idade de 25 a
29 e mais de 30 anos foram consideradas de risco.
A idade avançada (mais de 35 ou 40 anos) também pode ser
detectada como risco (FOIX-L’HÉLIAS e BLONDEL, 2000; MONAGHAN et
al., 2001; KINZLER et al., 2002). ROLETT e KIELY, (2000) analisaram o
risco dos nascimentos com menos de 35 semanas das gestações únicas e
múltiplas na região de Columbia - EUA. Entre os gemelares, as mães
adolescentes apresentaram risco relativo estatisticamente significante e para
os nascimentos de gestação única foi detectado risco tanto entre mães
adolescentes como para as de 30 anos ou mais.
SENESI et al. (2004) encontraram maior proporção, estatisticamente
significante, de mães multíparas com mais de 35 anos entre os nascimentos
pré-termo (16,7%) comparada à de mães com 20 a 29 anos (6,7%), entre
nascimentos ocorridos no Hospital das Clínicas da Universidade de São
Paulo. Outra pesquisa em hospital público de São Paulo observou diferença
significativamente maior na proporção de mães com mais de 40 anos com
nascimentos prematuros com relação às de 18 a 29 anos (ANDRADE el al.
2004). ASTOLFI e ZONTA (2002) realizaram um estudo transversal de todos
os primeiros e segundos nascimentos, de gestação única ocorridos num
período de cinco anos na Itália, para verificar o risco de resultados negativos
da gestação (óbito fetal, nascido vivo pré-termo e baixo peso) entre as
mulheres com 35 anos ou mais. Observaram que a partir dos 26 anos o risco
destas complicações aumenta proporcionalmente com a idade. As mães
com 35 anos ou mais foram associadas significativamente ao nascimento
prematuro, e a escolaridade e a paridade modificavam esta associação, com
19
maior risco entre as primíparas de baixa escolaridade. Um estudo caso-
controle com mulheres de 40 anos ou mais (casos) e de 20 a 30 anos
(controles), que fizeram o parto de nascidos vivos e gestação única no
Centro Médico da Universidade de Beirute, detectou risco entre as mães
idosas e o parto pré-termo na análise de regressão logística (SEOUD et al.,
2002).
Quanto às medidas antropométricas da mãe ao engravidar,
encontrou-se trabalhos que detectaram maior risco de nascimento pré-termo
entre mulheres com baixa estatura (<155 cm) (SILVA et al., 2003; NGUYEN
et al., 2004); peso anterior à gravidez inferior a 50 kg (FOIX-L’HÉLIAS e
BLONDEL, 2000; EHRENBERG et al., 2003) e baixo índice de massa
corpórea (IMC)
(SCHIEVE et al., 2000; EHRENBERG et al., 2003).
Um estudo de coorte realizado em grandes centros dos Estados
Unidos detectou risco de nascimento pré-termo em gestantes com IMC20
kg/m², tanto para brancas, como para negras e hispânicas (SIMHAN e
BODNAR, 2006). Outra coorte realizada na Dinamarca apontou risco de
nascimento pré-termo entre as mães com IMC<18,5 kg/m² e IMC>30 kg/m²
(NOHR et al., 2007). Outros autores encontraram risco de nascimento pré-
termo entre as mães classificadas com sobrepeso ou obesidade, segundo o
IMC (BEATEN et al., 2001).
Com respeito aos antecedentes reprodutivos maternos de risco para
o nascimento pré-termo, alguns estudos detectaram a primiparidade (FOIX-
L’HÉLIAS e BLONDEL, 2000; SILVA et al., 2003; ARAGÃO et al., 2004;
BEZERRA et al., 2006; ANANTH et al., 2007)
Estudo transversal realizado na Austrália analisou a associação da
paridade e algumas complicações obstétricas que levam ao nascimento pré-
termo. Os resultados apontaram que as primíparas têm maior risco de
ruptura prematura de membranas, já as mulheres com duas a seis
gestações anteriores apresentaram maior risco para o trabalho de parto
prematuro (BAI et al., 2002).
20
As perdas fetais anteriores também são citadas como risco, sejam
elas provocadas (FOIX-L’HÉLIAS e BLONDEL, 2000; REIME et al., 2004),
ou espontâneas (BETTIOL et al., 2000; NGUYEN et al., 2004; HAMMOUD et
al., 2007). A pesquisa de BETTIOL et al. (2000) também apontou risco entre
natimorto anterior e o nascimento pré-termo.
Vários trabalhos demonstraram associação com nascimento prévio
pré-termo com medidas bastante robustas (EKWO e MOAWAD, 1998;
BLOOM et al., 2001; NGUYEN et al., 2004; ANANTH et al., 2007).
O intervalo gestacional tem sido estudado como um fator
relacionado aos resultados gestacionais negativos (STEPHANSSON et al.,
2003). Estudo de coorte realizado com nascimentos de segunda gestação
na Escócia demonstrou associação entre o intervalo intergestacional menor
de seis meses e os nascimentos entre 24 a 32 semanas e os de 33 a 36
semanas (SMITH et al., 2003). CONDE-AGUDELO e BELIZAN, (2000)
detectaram que o intervalo menor que seis meses aumentava o risco de
sangramento e ruptura prematura de membranas no 3º trimestre de
gestação, contribuindo indiretamente com a taxa de nascimentos pré-termo.
Estes autores também observaram que os intervalos maiores de 59 meses
foram associados a maiores riscos de eclampsia e pré-eclampsia. ADAMS et
al. (1997), encontraram associação estatisticamente significante entre
nascimento pré-termo e intervalo gestacional menor de seis meses na
população de gestantes negras, enquanto o intervalo de 48 meses ou mais
foi considerado risco para as gestantes brancas. Outros estudos não
encontraram associação entre o intervalo gestacional, seja ele curto ou
longo, e o nascimento pré-termo, como o caso–controle aninhado realizado
na cidade de Alexandria – Egito (ARAFA et al., 2004) e a pesquisa de
EKWO e MOAWAD (1998) numa determinada região de Chicago que
envolveu 17 maternidades e centros de saúde pública.
A hipótese de que as gestações resultantes de reprodução assistida
têm maior risco de nascimentos pré-termo comparadas às gestações por
concepção natural foi testada por HELMERHORST et al. (2004) numa
21
pesquisa de revisão sistemática no Medline, Embase, LILACS e POPLINE.
A hipótese foi confirmada para nascimentos muito prematuros (<32
semanas) e prematuros (<37 semanas) de gestações únicas, e prematuras
(37 semanas) de gestações múltiplas, porém não confirmada para os
nascimentos gemelares com menos de 32 semanas de gestação.
Trabalho realizado na Dinamarca comparou desfechos perinatais de
reprodução assistida entre gestações gemelares e únicas. O risco de
nascimento pré-termo, ajustado para paridade e idade da mãe, verificado na
gestação gemelar foi 10 vezes maior entre os nascimentos com menos de
37 semanas e 7,4 vezes entre os nascimentos com menos de 32 semanas,
indicando maior atenção dos profissionais para transferência de apenas um
embrião (PINBORG et al., 2004).
Algumas doenças maternas anteriores à gestação são citadas como
fatores de risco para nascimentos pré-termo, como a hipertensão arterial
(MONAGHAN et al., 2001; VIGIL-DE GRACIA et al., 2004; ROSEMBERG et
al., 2005), o diabetes tipo um (EVERS et al., 2004; ROSEMBERG et al.,
2005) e outras doenças crônicas não especificadas (ORR et al., 2000;
MISRA et.al., 2001).
1.3 CONDIÇÕES MATERNAS DURANTE A GESTAÇÃO
No que se refere às condições maternas durante a gestação, os
fatores psicossociais vivenciados na gestação têm sido investigados. A
situação conjugal é um fator estudado com freqüência. A mãe solteira,
separada e/ou uniões instáveis foram apontadas como fator de risco em
algumas pesquisas (HOLT et al., 1997; KOUPILOVÁ et al., 1998; ROLETT e
KIELY, 2000; ZEITLIN et al., 2002b). THOMPSON et al. (2006) encontraram
associação com nascimento pré-termo, tanto para as mães sem
companheiro como para as mães que moram com o companheiro, mas não
são casadas.
A não aceitação da gravidez, as diversas situações
22
desencadeadoras de stress vivenciadas na gestação e suas manifestações
como a depressão e a ansiedade têm sido apontados como fatores
psicossociais de risco para o nascimento pré-termo, embora ocorram
divergências entre os resultados encontrados. No trabalho de ORR et al.
(2000) a gravidez não desejada foi associada significativamente ao
nascimento pré-termo. Em pesquisa de coorte entre gestantes negras de
baixa renda, com 18 anos ou mais, realizado na Carolina do Norte não foi
encontrada associação entre gestação indesejada e nascimento pré-termo.
Entretanto a gravidez indesejada revelou-se risco para o desenvolvimento
dos diversos níveis de stress pesquisados, sendo que o nível mais alto de
stress foi associado significativamente aos nascimentos ocorridos antes da
37ª semana de gestação (MESSER et al., 2005). Em outra pesquisa
americana com puérparas negras, não hispânicas, e de baixa renda o stress
foi detectado como um fator de risco para o nascimento pré-termo (MISRA et
al., 2001). Trabalho realizado nos Estados Unidos não verificou associação
estatisticamente significante entre o “stress” vivenciado pela gestante, seja
ele, emocional, financeiro, relacionado ao parceiro ou traumático e o
nascimento pré-termo (LU e CHEN, 2004). Em estudo desenvolvido na
Suécia, a ansiedade e a depressão da grávida, também não foram
associadas ao nascimento pré-termo (ANDERSSON et al., 2004). Uma
pesquisa de coorte com gestantes investigou uma lista bastante abrangente
de fatores psicossociais, por meio de uma escala de medida apropriada.
Foram detectados como fatores de risco para nascimento pré-termo a
ansiedade da gestante, eventos vitais de alto impacto e a percepção de
discriminação racial. Diferentes níveis de suporte social também foram
pesquisados, mas não foram associados (DOLE et al., 2003).
A violência doméstica vivenciada pela mãe durante a gestação, seja
ela física ou emocional, também é tida com um fator psicossocial de risco
para resultados negativos da gravidez, incluindo mortalidade perinatal e
nascimento pré-termo e/ou de baixo peso. COKER et al., (2004) em estudo
transversal com mulheres atendidas em clínicas de atendimento familiar na
23
Colúmbia – Carolina do Norte encontraram associação entre a violência
doméstica na gestação e o nascimento pré-termo.
As atividades físicas durante a gestação, em seus diversos tipos,
seja nas atividades cotidianas, no trabalho, trabalho doméstico, esporte e
lazer são situações que têm sido exploradas como possíveis fatores de risco
para o nascimento pré-termo.
Uma revisão sistemática no Medline e Embase, verificou se havia
associação entre a exposição ocupacional (horas prolongadas, turnos,
carregar peso, posição, trabalho pesado) e alguns resultados perinatais. Dos
35 trabalhos encontrados sobre o efeito destes fatores entre os nascimentos
pré-termo, a maioria não demonstrou associação e os que demonstraram
tiveram um efeito moderado. Os autores concluem que o balanço das
evidências não justifica a restrição das atividades entre gestantes, mas
recomendam maior cautela no que diz respeito às horas prolongadas de
trabalho, mesma posição por tempo prolongado e o trabalho pesado,
principalmente no final da gestação (BONZINI et al., 2007)
Em um caso controle entre gestantes trabalhadoras do Canadá foi
identificado risco de nascimento pré-termo nas seguintes condições
ocupacionais: trabalho que exigia mesma postura por no mínimo 3 horas,
quando a ocupação acarretava vibração do corpo, alto esforço combinado
com baixo ou moderado suporte social e um índice cumulativo que envolvia
nove condições ocupacionais (CROTEAU et al., 2007). O trabalho com
esforço físico também foi apontado como risco em outro estudo (NGUYEN et
al., 2004).
Uma publicação com resultados do estudo Europop Case-control
Survey não apontou associação entre o fato de a mulher trabalhar na
gestação e o nascimento pré-termo. Por outro lado algumas condições de
trabalho foram associadas significativamente como: carga horária semanas
maior que 42 horas, posição ortostática por mais de seis horas por dia e a
baixa satisfação da mulher com o trabalho realizado (SAUREL-CUBIZOLES
24
et al., 2004)
Em pesquisa de coorte com gestantes trabalhadoras saudáveis de
baixo risco foi investigada a associação do exercício físico nos resultados
gestacionais. As gestantes foram estratificadas em quatro níveis com base
nos exercícios físicos realizados durante a gestação (nenhum/ baixo/ médio
e alto). No que diz respeito à duração da gestação, não foi observada
influência do nível de exercício físico realizado (MAGANN et al., 2002).
Também sobre a atividade física, uma pesquisa de coorte com
gestantes atendidas no Sistema Médico da Universidade de Maryland - EUA
identificou risco de nascimento pré-termo entre as gestantes que subiam
escadas mais de 10 horas por dia e aquelas que realizavam caminhadas,
sistematicamente, ao menos quatro vezes por semana. Foi identificado
como fator de proteção as mães que tiveram pelo menos 60 dias de folga no
período compreendido entre o primeiro e segundo trimestre de gestação
(MISRA et al.,1998).
Quanto aos hábitos maternos, autores têm encontrado associação
entre a mãe fumante e o nascimento pré-termo (EKWO e MOAWAD, 1998;
ROLETT e KIELY, 2000; ENGLAND et al., 2003; SILVA et al., 2003; GUPTA
e SREEVIDYA, 2004; MORKEN et al., 2005). FANTUZZI et al., (2007)
realizaram um estudo caso controle na Itália, onde o nascimento pré-termo
esteve associado tanto às mães não fumantes expostas ao fumo passivo
como ao fumo ativo. A associação mais evidente foi obtida entre as mães
que consumiram mais de 10 cigarros por dia e o nascimento pré-termo
extremo considerado pelo autor (<35 semanas de gestação), ajustado para
idade da mãe, nascimento prévio pré-termo, hipertensão, diabetes, atividade
física moderada e atendimento pré-natal. Uma pesquisa desenvolvida em
dois hospitais de diferentes regiões de Estocolmo atribuiu risco do fumo
materno aos nascimentos extremamente pré-termo (<32 semanas)
causados por trabalho de parto prematuro, ruptura prematura de membranas
e por sangramentos tardios (KYRKLUND-BLOMBERG et al., 2005). SALIHU
et al. (2005) também encontraram associação do fumo na gestação e
25
nascimento pré-termo em estudo realizado no Alabama, e verificaram
associação com as diferentes faixas de idade materna, com destaque para
as mães com mais de 40 anos que fumavam mais de 10 cigarros por dia.
Uma pesquisa realizada no Brasil (Pelotas-RS) não encontrou associação
estatisticamente significante para pré-termo, somente para baixo peso e
retardo do crescimento intra-uterino (HORTA et al., 1997).
Pesquisa desenvolvida na Dinamarca entre gestantes nulíparas
apontou risco entre nascimentos muito pré-termo (<32 semanas) e o
consumo de mais de sete “drinks” de bebida alcoólica por semana
(ALBERTSEN et al., 2004). Um estudo caso controle com puérperas em três
maternidades de Elsinque, Finlândia constatou como fator de risco para
nascimentos pré-termo o consumo semanal de 500mg ou mais de licorice,
esta associação foi ajustada pela idade da mãe, sexo do recém-nascido,
paridade e fumo (STRANDBERG et al., 2002).
Em uma coorte com gestantes nos Estados Unidos foi constatada
associação entre o consumo de álcool e cocaína e o nascimento pré-termo
extremo. Em mulheres acima de 30 anos o consumo de álcool também foi
associado aos nascimentos com menos de 32 semanas. E ainda que,
quando houve abstenção do álcool pela gestante, mas persistiu o consumo
de cocaína e fumo ocorreu decréscimo de 41% nos nascimentos
extremamente pré-termo (SOKOL et al., 2007).
Uma revisão bibliográfica realizada no Reino Unido apontou que o
consumo de cocaína pela gestante aumenta a atividade uterina e,
teoricamente, pode ser um dos fatores do aumento nas taxas de
nascimentos pré-termo (FAJEMIROKUN-ODUDEYI e LINDOW, 2004).
KISTIN et al. (1996) encontraram um risco relativo de nascimento pré-termo
entre as gestantes que usaram cocaína três vezes maior ao das não
expostas a este vício.
Entre os fatores relacionados à assistência pré-natal, tanto a não
realização, o início tardio, o número reduzido de consultas ou a baixa
26
qualidade aparecem como risco de nascimentos pré-termo.
Algumas pesquisas relacionam risco de nascimento pré-termo a não
realização do pré-natal. HERBST et al. (2003) relataram diferença
significativamente maior na proporção de nascimentos pré-termo de mães
sem pré-natal (36,7%) em relação às que haviam realizado este
acompanhamento durante a gestação (15,2%), em estudo realizado em seis
hospitais em Shelby County, Tennessee. Uma pesquisa realizada no Vietnã
encontrou proteção para nascimento pré-termo entre as mães que fizeram
pelo menos uma consulta de pré-natal comparando-se às que não
realizaram nenhuma (NGUYEN et al., 2004). No Brasil, o estudo realizado
por ARAGÃO et al. (2004) em São LuÍs também apontou risco entre as
mães que não fizeram pré-natal. EKWO e MOAWAD (1998) obtiveram um
valor mais elevado de odds ratios entre os nascimentos de mães que não
fizeram ou iniciaram tardiamente o pré-natal. Estudo conduzido entre
mulheres internadas devido ao início de trabalho de parto prematuro também
apontou associação com o baixo número de consultas de pré-natal e o
nascimento pré-termo (BEZERRA et al., 2006).
Em uma pesquisa de intervenção, realizada nos serviços de Saúde
da Universidade de Michigan, foram comparados os resultados de gestações
gemelares de mães participantes e não participantes de um programa de
pré-natal especializado, que incluía o dobro de visitas mensais, prescrição
de dieta especial, suplementação mineral e educação em saúde. A
proporção de nascimentos pré-termo foi significativamente maior entre as
mães que não participaram do pré-natal diferenciado (LUKE et al. 2003). Em
outro estudo com nascimentos de gestações gemelares, porém de
delineamento transversal, o risco relativo, para nascimentos com menos de
32 semanas, das mães sem pré-natal foi de 2,65 vezes entre as brancas e
de 2,11 vezes entre as negras (VINTZILEOS et al., 2003).
Pesquisa realizada no estado de São Paulo, com base nas
estatísticas vitais da Fundação Seade, concluiu que o aumento do número
de consultas foi associado à redução da prevalência de nascimentos baixo
27
peso e pré-termo (KILSZTAJN et al., 2003). No estudo de GAMA et al.
(2002) que pesquisaram fatores associados aos resultados perinatais entre
puérperas de baixa renda no Rio de Janeiro, contatou-se que as
adolescentes do grupo que não fizeram ou receberam até 3 consultas de
pré-natal se mostraram mais sensíveis em relação ao baixo peso e ao
nascimento pré-termo. GOLDEMBERG et al. (2005) em Montes Claros (MG)
também encontraram associação entre o número inadequado de consultas
de pré-natal e o nascimento pré-termo, com destaque entre as adolescentes
de 10 a 14 anos.
ICKOVICS et al. (2003) observaram associação significativa entre o
pré-natal em grupo e melhor média de peso entre os nascimentos pré-termo
(2398g) comparada à média de peso dos nascimentos pré-termo cujas mães
fizeram pré-natal individual (1990g), porém não foi observado significância
entre o pré-natal em grupo e a menor prevalência de pré- termo (incluindo
todos os pesos).
Avaliou-se o efeito do pré-natal sobre o peso de nascimento e idade
gestacional, de acordo com o trimestre de início, entre as participantes do
New Jersey’s HealthStart Program no período de 1988 a 1996. Para as
mães que iniciaram pré-natal no primeiro trimestre houve melhora de 56g na
média de peso ao nascer. Sobre a idade gestacional houve acréscimo de
apenas um dia para as mães que iniciaram no primeiro ou segundo trimestre
(REICHMAN e TEITLER 2005).
1.4 INTERCORRÊNCIAS MATERNAS DURANTE A GESTAÇÃO
Entre as intercorrências da gravidez, o sangramento vaginal foi
associado aos nascimentos de pré-termo em diversos desenhos de estudos
levantados (ORR et al., 2000; MISRA et al., 2001; YANG e SAVITZ, 2001;
WATANABE et al., 2002; NGUYEN et al., 2004; YANG et al., 2004). Assim
como a hipertensão da gravidez (HAUTH et. al., 2000; ORR et al., 2000;
BARTON et.al., 2001; NGUYEN et al., 2004; ZAREIAN, 2004; SIBAI, 2006),
28
as complicações placentárias (MONAGHAN et al., 2001; NGUYEN et al.,
2004), e a ruptura prematura de membranas (LEE et al., 2003;
PAPATSONIS et al., 2004; TANIR et al., 2003). ORR et al. (2000)
encontraram risco de nascimento pré-termo entre as mães que haviam sido
internadas durante a gestação.
Já para a infecção urinária, um trabalho realizado na Carolina do
Norte utilizou três tipos de análise estatística (dois modelos de regressão
logística com diferentes definições de exposição e um de regressão de Cox)
e não encontrou associação significante em nenhum deles, mas melhor
medida no modelo de Cox. Os autores salientam que resultados de
trabalhos anteriores demonstrando associação entre infecção urinária e pré-
termo devem ser vistos com cautela, e recomendam métodos de análise de
sobrevivência como a regressão de Cox (O’NEILL et al., 2003).
Para a infecção do trato genital foi encontrada associação entre a
presença de coccobacillus no exame Papanicolau dentro do período de
quatro semanas antes do parto (BUCHMAYER et al., 2003). Sobre a
vaginose bacteriana um trabalho de revisão publicado em 1997 conclui que
ela está associada ao nascimento pré-termo (CHAIM et al., 1997). Porém
outras publicações apontam associação com o trabalho de parto prematuro,
mas sem resultar em nascimento pré-termo (SUBTIL et al., 2002; TRIPATHI
et al., 2003). Alguns trabalhos têm demonstrado associação de pré-termo
com: elevado pH vaginal (SIMHAN et al., 2003), ausência de lactobacilos
vaginais (USUI et al., 2002), e concentração elevada de ferritina sérica
(XIAO et al., 2002). HITTI et al. (2007) realizaram um estudo de coorte com
11910 mulheres inscritas entre a 23ª e 26ª semana de gestação. Este
estudo foi realizado em sete centros médicos localizados em grandes
cidades nos Estados Unidos com objetivo de verificar a associação entre
infecção do trato genital baixo e o nascimento prematuro de baixo peso. Esta
associação foi examinada para cada grupo racial (americanas negras,
hispânicas e brancas), com ajustamento para possíveis variáveis de
confusão usando regressão logística múltipla. A infecção do trato genital
29
baixo foi associada com nascimento pré-termo de baixo peso apenas entre
as mães negras americanas.
A gestação múltipla é amplamente reconhecida como um importante
fator de risco para nascimentos pré-termo (BERKOWITZ e PAPIERNIK,
1993; KRAMER, 2003; MOUTQUIN, 2003; TUCKER e Mc GUIRRE, 2005;
LEE et al., 2006), sendo assim a grande maioria dos autores que investigam
fatores de risco para os nascimentos pré-termo excluem as gestações
múltiplas de suas análises. Nos Estados Unidos aproximadamente 60% dos
nascimentos de gestações múltiplas são pré-termo. Destes, 40% são devido
ao trabalho de parto prematuro ou por rotura prematura de membranas e os
demais são por indicação medica devido à pré-eclampsia ou outros agravos
materno-fetais (GOLDEMBERG et.al., 2008). A alta taxa de nascimentos
gemelares pré-termo espontâneos é explicada por uma hiper distensão
uterina, resultando em contrações e/ou rotura prematura de membranas
(ROMERO et al., 2006).
1.5 CARACTERÍSTICAS FETAIS
Quanto às características fetais, o sexo masculino tem se mostrado
de maior risco para nascimentos pré-termo (COOPERSTOCK e CAMPBELL,
1996; ASTOLFI e ZONTA, 2002; ZEITLIN et al., 2002a; INGEMARSSON,
2003; Di RENZO et al., 2007). ZEITLIN et al. (2004) verificaram se havia
diferença entre as classificações de idade gestacional, e observaram
associação entre o sexo masculino e os nascimentos de muito pré-termo de
causa idiopática, porém os nascimentos muito pré-termo (indicados devido à
hipertensão arterial da mãe) foram associados ao sexo feminino.
O retardo do crescimento intra-uterino (RCIU) também é apontado
como um fator de risco para nascimentos pré-termo por alguns autores
(BERKOWITZ e PAPIERNIK, 1993; SURKAN et al., 2004). GILBERT e
DANIELSEN (2003) realizaram um linkage com todos os nascimentos e
óbitos ocorridos na Califórnia entre 1994 a 1996, verificando associação
30
entre RCIU e o nascimento pré-termo. Concluíram ser um fator que deve ser
investigado quando a gestante apresenta trabalho de parto prematuro. A
presença de malformação congênita fetal tem sido citada como um risco de
nascimento pré-termo (SHAW et al., 2001).
1.6 AS PESQUISAS SOBRE NASCIMENTOS PRÉ-TERMO NO
BRASIL
No Brasil há poucos estudos populacionais sobre fatores de risco de
nascidos vivos de pré-termo, destacando-se o estudo realizado em São Luis
do Maranhão, levado a efeito em 1998 (SILVA et al., 2003; ARAGÃO et al.,
2004) e a pesquisa conduzida em Ribeirão Preto - SP (BETTIOL et al.,
2000). Os demais estudos referem-se a clientelas de hospitais,
principalmente de hospitais universitários, que nem sempre são
representativos da população (OLIVEIRA et al., 2000; CARVALHO et al.,
2001; WATANABE et al. 2002; CARVALHO et al., 2002; RADES et al., 2004;
BEZERRA et al. 2006). Outros eram estudos de coortes de nascidos vivos
realizados em cidades de médio porte, onde os nascidos de pré-termo eram
um dos possíveis desfechos e que dada à sua prevalência e o tamanho do
universo estudado, não permitiram a avaliação de seus fatores de risco
(RONDÓ et al., 2003; BARROS et al., 2005). Por outro lado, ressalta-se que
a realização de estudos epidemiológicos tem sido apontada entre as
prioridades da agenda de pesquisas sobre gestações de pré-termo
(GREEN
et al., 2005; BERHMAN e BUTLER, 2006).
A prematuridade, comprovadamente, é um problema a ser
enfrentado em nosso país, pois vários trabalhos aqui desenvolvidos, na
última década, têm encontrado associação positiva entre nascimento pré-
termo e a mortalidade neonatal. Estes trabalhos envolvem tanto métodos
descritivos (MENEZES et al., 1996; SILVA, 1999); quanto analíticos
(ALMEIDA, 1994; COUTINHO, 1996; ARAÚJO et al., 2000; MORAIS NETO
e BARROS, 2000; SARINHO et al., 2001; ALMEIDA et al., 2002; MACHADO
31
e HILL, 2003; ALMEIDA e BARROS, 2004).
Tem-se verificado ainda que a prevalência de nascimentos pré-
termo é elevada (LEAL et al., 2004; SILVA et al., 2001) e alguns estudos têm
indicado ter ocorrido aumento dos recém-nascidos prematuros nos últimos
anos
(GOLDANI et al, 2000; BARROS et al., 2001; BARROS et al., 2005). A
freqüência de nascimentos de pré-termo situa-se entre: 10,0% no Rio de
Janeiro (LEAL et al., 2004), 13,6% em Ribeirão Preto em 1994 (GOLDANI et
al, 2000), 13,9% em São Luís do Maranhão em 1998 (SILVA et al. 2001) e
16,2% em Pelotas (RS) em 2004 (BARROS et al., 2005).
Uma hipótese que pode explicar a escassez de pesquisas
envolvendo especificamente a problemática da prematuridade é o perfil da
mortalidade infantil no país. A queda da mortalidade infantil foi bastante
evidente nas últimas décadas, passando de aproximadamente 118 óbitos
por mil nascidos vivos em 1965 para 40 óbitos por mil nascidos vivos em
1994 (MELLO JORGE e GOTLIEB, 2000). Os esforços para redução da
mortalidade neste período estiveram mais voltados para o enfrentamento
das doenças diarréicas, das doenças preveníveis por vacinação e
desnutrição, problemas que afetam mais as crianças no período pós-
neonatal e que realmente eram prioritários naquela época (MARANHÃO et
al., 1998). No Brasil, como um todo, a participação da mortalidade neonatal
ultrapassou a pós-neonatal na mortalidade infantil apenas na década de 90,
justificando, portando, somente a partir de então a prioridade de
investimentos nesta área.
A implantação do Sistema de Informações de Nascidos Vivos
(SINASC) em 1990, pelo Ministério da Saúde, foi muito importante para se
conhecer melhor o perfil de nascidos vivos, melhorar as estatísticas de
mortalidade, por se tratarem dos denominadores desses indicadores, bem
como o volume considerável de pesquisa gerada com a utilização destes
dados, apesar das limitações de cobertura e qualidade deste sistema em
algumas regiões do país (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).
32
Uma segunda hipótese para o pequeno número de trabalhos no
Brasil, envolvendo os nascimentos pré-termo, pode estar relacionada à
qualidade e disponibilidade da informação da idade gestacional. Ressalta-se
também que as variáveis existentes no SINASC são insuficientes para
apreensão do fenômeno. A variável duração da gestação, tanto na
Declaração de Nascido Vivo (DN) como na Declaração de Óbito (DO), é
registrada de forma agrupada, impedindo a identificação da idade
gestacional de cada nascido vivo (ALMEIDA e MELLO JORGE, 1998;
FONSECA e COUTINHO, 2004), dificultando as análises. Outro agravante, é
que no manual de instrução de preenchimento da DN não apresenta
definição da fonte de dados que deve ser utilizada para o preenchimento da
duração da gestação.
As medidas de obtenção da idade gestacional (IG) mais conhecidas
são: a data da última menstruação (DUM), a avaliação do tamanho do feto
por exame de ultra-sonografia (USG) e os métodos de avaliação do recém-
nascido através do exame físico e neurológico baseados nos escores de
Dubowitz, Capurro, Ballard e New Ballard (FONSECA e COUTINHO, 2004).
Outra forma de avaliar a idade gestacional se faz pela estimativa clínica,
realizada pelo obstetra. Alguns sintomas e sinais são observados quanto ao
período de início, os batimentos cardíacos e os movimentos fetais, e
também a medida da altura uterina (BERHRMAN e BUTLER, 2006). Nos
Estados Unidos a estimativa clínica e uma das medidas registradas no
certificado de nascidos vivos, além da data da última menstruação (MARTIN,
2007).
A idade gestacional baseada na data da última menstruação ainda é
o parâmetro mais utilizado em pesquisas populacionais no mundo todo. No
entanto esta medida pode apresentar muitas variações, tendo em vista
alguns fatores como a variabilidade na duração dos ciclos regulares entre as
mulheres, mulheres que apresentam ciclos irregulares e/ou anovulatórios,
mulheres que confundem a última menstruação com sangramento do
primeiro trimestre de gestação e por depender da lembrança da mulher
33
(ANANTH, 2007).
A principal dificuldade apresentada no uso das medidas da idade
gestacional a partir do exame físico e neurológico do recém nascido está
relacionada à questão da duração da gestação versus o grau de maturação
do recém nascido, pois estas medidas também verificam a maturaçao e não
simplesmente a idade gestacional (Allen citado por BERHRMAN e BUTLER,
2006) o que pode dificultar a comparação com outras medidas.
BERHRMAN e BUTLER (2006) relatam que estas medidas apresentam
maiores problemas na estimaçao da idade gestacional nos extremos da
gestação e nos recém-nascidos muito debilitadose e que os escores de New
Ballard e Dubowitz superestimam a idade gestacional (duas semanas ou
mais) em 45 a 75% dos recém-nascidos com menos de 1500 gramas.
Em termos de validade da informação, a estimação da idade
gestacional por meio do exame de ultra-sonografia, quando realizado até a
20ª semana de gestação, é reconhecida como sendo a mais acurada
(MORIN et al., 2005).
A principal limitação imposta ao uso do exame de ultra-sonografia
(USG) diz respeito ao acesso da gestante ao cuidado pré-natal e ao próprio
exame em tempo adequado. Informações do CDC (Centers for Disease
Control and Prevention) citadas por (BERHRMAN e BUTLER, 2006)
apontam que nos Estados Unidos, em que o uso do USG tem uma rotina
padronizada nacionalmente, ainda apresenta problemas no acesso ao
exame. Em 2002, 84,0% das gestantes americanas iniciaram o pré-natal no
primeiro trimestre de gestação, mas apenas 68,0% fizeram USG. Outra
limitação que pode interferir na estimação da duração da gestação é a
qualidade do exame.
Recente publicação sobre nascimento pré-termo, editada nos
Estados Unidos, trás a tona o problema das divergências encontradas entre
as diversas medidas e a importância da padronização das medidas de idade
gestacional. Embasados numa extensa revisão sobre a acurácia destes
34
métodos, os autores afirmam que o exame de ultrassonografia, quando
realizado precocemente, tem as melhores estimativas, com acuracias
sempre acima de 90% (BERHRMAN e BUTLER, 2006).
1.7 ESTE TRABALHO
Em Londrina, o SINASC foi implantado em 1993, com busca ativa
das DN nos hospitais e cartórios da cidade, realizada por auxiliares de
enfermagem da Autarquia do Serviço Municipal de Saúde (ASMS), com o
objetivo de agilizar a obtenção da informação sobre os nascidos vivos e
realizar vigilância de recém-nascidos de risco (LONDRINA, 1995).
De acordo com os dados do SINASC, observa-se um crescimento
da prevalência de nascimentos pré-termo em Londrina, em 2005 foi de 9,0%,
enquanto que a média do período de 1994
a 2005 era de 6,9%
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007).
Um estudo sobre a mortalidade infantil realizado em Londrina, em
1997, apontou que 68,0% dos óbitos neonatais e 28,6% dos pós-neonatais
eram de nascimentos pré-termo. O coeficiente de mortalidade neonatal
entre os nascimentos com 27 semanas ou menos de gestação foi de 760
óbitos por mil nascidos vivos e entre os de 28 a 36 semanas foi de 43,9
óbitos por mil nascidos vivos (SILVA, 1999). Estes resultados indicam existir
uma concentração de óbitos entre os nascimentos pré-termo, apontando que
a redução de nascimentos pré-termo interfira positivamente na mortalidade
neonatal e infantil.
Admite-se assim, que os nascimentos pré-termo em Londrina como
um problema que deva ser estudado, possibilitando conhecer seus fatores
de risco e sugerir ações de promoção e prevenção específicas para redução
dos nascimentos pré-termo e conseqüentemente da mortalidade neonatal e
infantil.
Londrina apresenta características importantes para a realização do
projeto, pois tem mais de 90% da população residindo na área urbana
35
(LONDRINA, 2003), o que corresponde às características de maior parte da
população do país (IBGE, 2005) e dois terços da mortalidade infantil no
município se devia ao componente neonatal em 2005, representando desta
maneira a realidade das regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste. Outro fator
importante é que os nascimentos de residentes em Londrina distribuem-se
em apenas cinco hospitais (96,4% em 2004) localizados no município.
Para identificar os fatores de risco para os nascimentos pré-termo a
estratégia de delineamento caso-controle se mostra adequada, onde os
casos foram os nascimentos de pré-termo e os controles os nascimentos de
não pré-termo. Este desenho facilita a operacionalização da coleta de dados
propiciando a redução de tempo e de custos.
36
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Analisar os fatores de risco associados aos nascimentos pré-termo
no município de Londrina, Paraná.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1) Identificar a freqüência de nascimentos de pré-termo por
indicação médica e espontâneos (devido ao início prematuro do trabalho de
parto e por ruptura prematura de membranas).
2) Verificar se há associação entre as características
socioeconômicas das mães e das famílias e o nascimento pré-termo.
3) Verificar se há associação entre as características pré-
concepcionais (peso, altura, hipertensão) e história reprodutiva materna
(número de gestações anteriores, intervalo entre as gestações, cesárea
anterior, perda fetal anterior, RN anterior pré-termo, RN anterior baixo peso,
tratamento para engravidar) e o nascimento pré-termo.
4) Verificar se há associação entre as condições maternas da
gestação como a situação conjugal, ganho de peso, consumo de álcool,
fumo e drogas, condições psicossociais (reação à gestação, doença na
família, desemprego, separação do companheiro, preocupações e
depressão), trabalho materno, atividade física e qualidade da assistência
pré-natal e o nascimento pré-termo.
5) Verificar se há associação entre a presença de intercorrências
maternas na gestação (sangramento vaginal; infecção urinária; corrimento
vaginal; pressão alta (com e sem eclampsia); diabetes; alterações do volume
37
de líquido amniótico; problemas placentários e o nascimento pré-termo).
6) Verificar se há associação entre as características fetais
(gestação múltipla, retardo do crescimento intra-uterino, sexo e anomalia
congênita) e o nascimento pré-termo.
38
3 MÉTODOS
3.1 LOCAL DE ESTUDO
A pesquisa foi realizada no município de Londrina, localizada no
norte do estado do Paraná, com uma população em 2007, estimada pelo
IBGE, de 503.041 habitantes (PARANÁ, 1997), sendo a terceira maior
cidade do Sul do país (SILVEIRA, 2003). Londrina é pólo de uma região
metropolitana composta por oito municípios, abrangendo uma população,
estimada pelo IBGE, de 761.086 habitantes em 2007 (PARANÁ, 1997).
Com a erradicação do café, que por muito tempo foi a principal fonte
econômica, e acompanhando o que ocorreu nos grandes centros urbanos do
país, o município apresentou uma acelerada urbanização a partir da década
de 60, passando de 48,0% da população residente em área urbana em 1950
para 96,0% em 2002 (LONDRINA, 2003).
O processo de urbanização acarretou problemas quanto à infra-
estrutura básica, principalmente habitação. Atualmente, embora parte da
população disponha de casas populares, financiadas pelo antigo Sistema
Financeiro de Habitação, algumas áreas da periferia contam com favelas e
assentamentos urbanos densamente habitados, sendo consideradas áreas
de tensão social do município.
Hoje sua principal atividade econômica é a prestação de serviços,
com destaque nas áreas de saúde e educação (LONDRINA, 2003),
ocupando posição de pólo regional no Norte do Paraná e com grande
influência em algumas regiões dos estados de São Paulo e do Mato Grosso
do Sul.
Apesar do aumento da população idosa (em 1960, o grupo com
idade igual ou superior a 60 anos representava 3,4%, em comparação com
9,3% em 2002), ainda hoje pouco mais da metade dos londrinenses tem
menos que 30 anos, caracterizando-se ainda como uma população bastante
39
jovem (LONDRINA, 2003).
O município conta com um adequado sistema de distribuição de
água tratada, atingindo aproximadamente 97,0% da população urbana,
embora o sistema de esgoto sirva apenas 68,3% dos domicílios urbanos e
parte destes resíduos não recebe tratamento (LONDRINA, 2003).
O número de nascidos vivos de residentes em Londrina vem
diminuindo. Quanto às taxas de pré-termo observa-se que vem
apresentando aumento (Tabela 1), como já discutido anteriormente. Este
aumento também foi observado entre os recém-nascidos de baixo peso,
passando de 7,2% em 1998 para 8,8% em 2002. A proporção de mães
adolescentes também é alta (17,5% em 2002), embora tenha apresentado
ligeira queda nos últimos dois anos (LONDRINA, 2003).
Tabela 1 – Distribuição (nº. e %) do total de nascidos vivos, nascidos vivos com
idade gestacional de 37 semanas ou mais, com menos de 37 semanas e idade
gestacional ignorada, Londrina, Paraná, 1994 a 2005.
Ano
Total de nascidos vivos
Nº %
37 semanas ou mais
Nº %
Menos de 37 semanas
Nº %
IG Ignorada
Nº %
1994
8458 100,0 7860 92,9 549 6,5 49 0,6
1995
7916 100,0 7429 94,0 440 5,6 47 0,6
1996
8374 100,0 7939 94,8 410 4,9 25 0,3
1997
8198 100,0 7710 94,0 482 5,9 6 0,1
1998
7883 100,0 7428 94,2 447 5,7 8 0,1
1999
8048 100,0 7512 93,3 511 6,4 25 0,3
2000
8180 100,0 7613 93,0 554 6,8 13 0,2
2001
7214 100,0 6690 92,7 507 7,0 17 0,2
2002
7016 100,0 6426 91,6 581 8,3 9 0,1
2003
6870 100,0 6283 91,4 583 8,5 4 0,1
2004
7145 100,0 6488 90,8 657 9,2 4 0,0
2005
7006 100,0 6373 91,0 629 9,0 4 0,0
Fonte: DATASUS/SINASC (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007)
40
Para o serviço ambulatorial básico das usuárias do SUS, que inclui
atendimento pré-natal de baixo risco, o município de Londrina dispõe de 52
Unidades Básicas de Saúde (39 na área urbana e 13 na zona rural). As
gestantes de risco usuárias do SUS são referenciadas para o Ambulatório do
Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Londrina (LONDRINA,
2003). O município dispõe de aproximadamente 100 ginecologistas que
realizam atendimento, aos convênios, e particular, em seus consultórios
(CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO PARANÁ, 2005).
Os serviços de saúde hospitalar que atendem gestantes e partos em
Londrina estão demonstrados no Quadro 1.
Quadro 1 - Hospitais que atendem gestantes e partos em Londrina.
INSTITUIÇÃO
SETOR / VÍNCULO
CATEGORIA DAS
USUÁRIAS
. Maternidade Municipal Lucilla Ballalai
PÚBLICO/ MUNICPAL
SUS
. Hospital Universitário Regional do Norte do
Paraná (HURNP)
PÚBLICO/ ESTADUAL
SUS
. Hospital Evangélico de Londrina (HEL)
FILANTRÓPICO
SUS, Privado e
Conveniado
. Hospital da Mulher
PRIVADO
Privado e
Conveniado
. Hospital Mater Dei
PRIVADO
Privado e
Conveniado
Fonte: LONDRINA (2003)
A maioria dos leitos obstétricos de Londrina está concentrado na
Maternidade Municipal Lucilla Ballalai e no Hospital Universitário Regional do
Norte do Paraná (hospitais públicos de ensino), seguidos pelo Hospital
Evangélico de Londrina, Hospital da Mulher e Hospital Mater Dei.
O Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná constitui-se de
referência regional, possui Unidades de Terapia Intensiva (UTI), Neonatal e
Pediátrica, e os leitos de sua maternidade são ocupados, em grande parte,
por gestantes de risco.
41
A Maternidade Municipal Lucilla Ballalai funciona em convênio entre
a Prefeitura e a Universidade Estadual de Londrina, e atende basicamente
gestantes sem risco. Conta com pediatra de plantão 24 horas por dia para
atendimento do recém-nascido em sala de parto, mas não dispõe de
instalações para cuidados intensivos às crianças prematuras ou que
apresentem outros problemas no nascimento.
O Hospital Evangélico atende gestantes de risco e possui UTI
pediátrica (com leitos disponíveis para recém-nascidos de alto risco). Já os
demais hospitais (Hospital da Mulher e Mater Dei) que atendem
essencialmente o setor privado e conveniado, não dispõem de UTI neonatal,
embora atendam gestantes de risco. Os recém-nascidos de risco destes
hospitais são transferidos para outros hospitais.
3.2 DELINEAMENTO, POPULAÇÃO E PERÍODO DE ESTUDO.
Trata-se de um estudo de base populacional, do tipo caso-controle.
Foram estudados os nascimentos vivos hospitalares de mães
residentes no município de Londrina. Considerou-se como casos os
nascimentos que apresentavam idade gestacional inferior a 37 semanas -
nascimentos de pré-termo e como controles uma amostra representativa de
nascimentos de não pré-termo (idade gestacional igual ou superior a 37
semanas).
A coleta de dados foi realizada no período de junho de 2006 a março
de 2007.
42
3.3 FONTES DE DADOS E INSTRUMENTOS DE COLETA
As fontes de dados utilizadas foram entrevistas com as mães e
informações hospitalares das mães e recém nascidos.
Foi utilizado um Cadastro Diário de Nascidos Vivos (Anexo 1) para
identificação dos nascimentos vivos ocorridos nos cinco hospitais de
Londrina que prestam atendimento ao parto. Foram realizadas entrevistas
com a aplicação de um questionário (Anexo 2) com as mães no hospital
durante a internação do parto. Foi aplicado um protocolo para extração de
dados dos prontuários hospitalares - obstétricos e do recém-nascido (Anexo
3).
3.4 AMOSTRA
Definiu-se uma amostra de 394 casos e 394 controles, os
parâmetros utilizados foram: detecção de odds ratios de 1,7; poder do
estudo (1- β) de 80%, erro alfa de 5% e uma freqüência relativa de 15% de
exposição entre os controles. O cálculo foi realizado pelo programa EPI
INFO 6.0.
Segundo dados do SINASC (LONDRINA, 2005) ocorriam, em média,
50 nascimentos pré-termo/ mês nos cinco hospitais do município que
atendem partos. Esta informação foi utilizada para estimar o período de
duração do estudo (nove meses).
43
3.5 SELEÇÃO E TREINAMENTO DAS ENTREVISTADORAS
Para realizar as entrevistas foram selecionadas nove entrevistadoras
com experiência prévia. Optou-se por estudantes do último ano de
psicologia, devido ao melhor preparo em entrevistas e com pouco
conhecimento técnico nos assuntos abordados com a mãe, evitando indução
de respostas. As entrevistadoras foram previamente treinadas. A coleta dos
dados nos prontuários hospitalares foi realizada por cinco enfermeiras que
receberam treinamento específico.
Foi realizado pré-teste com aplicação de 20 entrevistas com as
mães e preenchimento dos respectivos protocolos hospitalares. Após a
realização do pré-teste foi possível realizar ajustes nos instrumentos de
coleta de dados e também o refinamento da estratégia de coleta de dados.
3.6 PROCEDIMENTOS ÉTICOS
Obedecendo à Resolução número 196, de 10 de outubro de 1996,
do Conselho Nacional de Saúde, que dispõe sobre as Diretrizes e Normas
Regulamentadoras de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 1997), o projeto foi submetido à apreciação e aprovado pelo
Comitê de Ética e Pesquisa (COEP) da Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo.
Todas as mães receberam as informações pertinentes à pesquisa e
assinaram o Consentimento Livre Esclarecido (Anexo 4) antes de serem
entrevistadas. Foi informado que a pesquisa traria benefícios na
identificação de fatores que interferem no risco de nascimentos prematuros
possibilitando o estabelecimento de ações de controle e prevenção deste
agravo. Os princípios do sigilo, anonimato e a liberdade de escolha para
participar ou não da pesquisa foram seguidos rigorosamente.
44
Foram enviados ofícios aos diretores clínicos dos cinco hospitais do
município que atendem partos, solicitando autorização para entrevistar as
mães e obter acesso aos livros de registro das salas de parto e prontuários
obstétricos e dos recém-nascidos, com a garantia de sigilo dos conteúdos,
bem como o anonimato das instituições, dos profissionais e dos usuários.
3.7 ESTRATÉGIAS PARA OBTENÇÃO DE CASOS E CONTROLES
Foi realizada busca ativa diária nos cinco hospitais para
levantamento dos nascimentos ocorridos. A fonte inicialmente empregada
para identificação dos recém-nascidos e sua respectiva idade gestacional foi
o Livro de Registro da sala de parto. Os nascimentos ocorridos nas 24
horas anteriores eram transcritos para o Cadastro Diário de Nascidos Vivos.
Nesta etapa foram identificados e excluídos os nascimentos de mães não
residentes em Londrina e identificados casos e controles elegíveis.
Casos - Após a identificação inicial dos recém-nascidos com menos
de 37 semanas residentes em Londrina foram agendadas entrevistas com as
mães nos hospitais durante o período de internação do parto.
Controles – Com objetivo de obter uma amostra representativa dos
nascimentos de não pré-termo de mães residentes em Londrina, a
amostragem respeitou a distribuição proporcional dos nascimentos vivos não
pré-termo de mães residentes em Londrina nos cinco hospitais
Por meio de informações obtidas do SINASC, sobre os nascimentos
hospitalares, verificou-se que ocorria, aproximadamente, um nascimento de
pré-termo para cada 11 nascimentos não pré-termo nos anos de 2002, 2003
e 2004, nos cinco hospitais que atendiam partos (LONDRINA, 2005).
A partir destes parâmetros obteve-se o número estimado de
controles que deveriam ser sorteados em cada hospital para compor a
amostra. O número estimado de controles a ser obtido semanalmente em
45
cada hospital era inferior a um por dia. Assim, a cada mês foram sorteados
os dias para obtenção dos controles em cada hospital. Nos dias previamente
determinados, partindo-se dos nascimentos registrados no Cadastro Diário
de Nascimentos sorteava-se um entre o conjunto de recém nascidos não
pré-termo, para o qual era realizada a entrevista com a mãe.
A Tabela 2 apresenta o número de nascimentos de não pré-termo
previstos e realizados por hospital. Observa-se que ocorreram diferenças
muito pequenas entre o número previsto e realizado. Este resultado mostra
que foi garantida a distribuição dos nascimentos de não pré-termo por
hospital e conseqüentemente obteve-se uma amostra representativa da
população.
Tabela 2 Amostra de nascimentos de não pré-termo (controles) previstos e
entrevistas realizadas segundo hospital.
HOSPITAIS Amostra Prevista
Número (%)
Entrevistas realizadas
Número (%)
MMLB
227 (57,6)
227 (56,4)
HM
70 (17,7)
70 (17,4)
HEL 41 (10,4)
52 (12,9)
M DEI
32 (8,1)
26 (6,5)
HU 24 (6,1) 27 (6,7)
TOTAL
394 (100,0)
402 (100,0)
A primeira fonte de identificação de casos e controles elegíveis (livro
de registro da sala de parto) não contava com o registro do método utilizado
para o cálculo da idade gestacional. Ainda durante a fase de coleta de
dados, ao realizar o controle da qualidade de dados, observou-se que havia
discrepâncias entre as idades gestacionais fornecidas pelas diferentes
46
fontes de registro dessa variável, como a data da última menstruação (DUM)
obtida na entrevista e entre as anotações existentes nos prontuários e
àquela que havia sido registrada no livro de registro da sala de parto.
Observou-se ainda que estas divergências eram mais freqüentes entre os
nascimentos inicialmente apontados como de pré-termo.
Com base nestes resultados iniciais decidiu-se pela realização de
cerca de 10% a mais de entrevistas com as mães para os nascimentos
considerados como pré-termo, resultando em 456 de casos elegíveis. Este
procedimento teve como objetivo obter o número necessário de casos, frente
a possibilidade de eliminação de nascimentos que apresentassem medidas
de idade gestacional divergentes nas diversas fontes de registro dessa
variável. Portanto, se em alguma fonte não fossem considerados como
nascimentos de pré-termo, não poderiam ser definidos como casos. Tendo
em vista, ainda a observação que as divergências entre as diversas fontes
de IG eram menos freqüentes nos nascimentos inicialmente identificados
como de não pré-termo obteve-se também um número ligeiramente maior de
controles elegíveis (406).
3.8 PERDAS E RECUSAS
No período da coleta de dados foram identificados 456 nascimentos
de pré-termo e sorteados 406 nascimentos não pré-termo (Tabela 3).
Ocorreram oito recusas de entrevistas entre as mães de nascimentos de
pré-termo (1,8%) e quatro entre os de não pré-termo (1,0%). Quando a mãe
de um controle recusava ser entrevistada, selecionava-se o nascimento de
não pré-termo seguinte, de mãe residente em Londrina, ocorrido no mesmo
hospital.
Das 11 perdas (2,4%) ocorridas entre os casos, cinco se deram pela
alta precoce da mãe (menos de 24 horas após o parto); quatro ocorreram
47
devido ao atraso do registro da informação do nascimento no livro da sala de
parto (realizado após alta da mãe), uma mãe estava em surto psicótico e
outra teve que ser internada na UTI.
Tabela 3 – Entrevistas hospitalares elegíveis e realizadas, perdas e recusas para
casos e controles.
Situação Nascimentos pré-termo
Nascimentos não pré-termo
Entrevistas elegíveis 456 406
Recusas 8 4
Perdas 11 -
Entrevistas realizadas 437 402
3.9 DEFINIÇÃO DE CASOS E CONTROLES
Com o objetivo de evitar vieses na obtenção de casos e controles
foram definidos critérios para a definição de casos e controles do estudo.
Conforme já mencionado no processo de controle de qualidade observou-se
existir idades gestacionais discrepantes entre as quatro medidas obtidas nos
instrumentos de coleta de dados. Essas informações indicavam a
necessidade de estabelecer critérios para a definição de casos e controles.
A DUM relatada pela mãe foi obtida na entrevista, sendo
posteriormente calculada a idade gestacional (IG) por meio da diferença (em
semanas) entre a data do nascimento da criança (registrada no prontuário
hospitalar) e a DUM.
Com base nas informações do protocolo hospitalar obteve-se: a)
48
idade gestacional fornecida por exame de ultra-sonografia (exame realizado
antes da 20ª semana de gestação; b) idade gestacional registrada pelo
obstetra no prontuário da mãe; c) idade gestacional registrada pelo pediatra
no prontuário do recém nascido. Dentre estas fontes, a DUM e a anotação
do obstetra foram obtidas em maior freqüência (Tabela 4).
Tabela 4 – Distribuição (nº e %) de obtenção da informação sobre a idade
gestacional de casos, controles e do total entre as diversas fontes de medida.
Fontes de
Medida da
Idade Gestacional
Casos
elegíveis
Controles
elegíveis
Total de
elegíveis
Número % Número % Número %
DUM - mãe (entrevista) 398 91,1 373 92,8 771 91,9
USG <20sem 231 52,9 191 47,5 422 50,3
IG obstetra 423 96,8 336 83,6 759 90,5
IG Pediatra 333 76,2 174 43,3 507 60,4
Estudos recentes (MORIN et al., 2005; BEHRMAN e BUTLER, 2006)
têm demonstrado que o exame de ultra-sonografia (quando o primeiro
exame foi realizado antes da 20ª semana de gestação) apresenta maior
precisão para estabelecer a idade gestacional, que as demais medidas de
idade gestacional tais como DUM ou medidas de base clínica. Apesar da
baixa freqüência na obtenção desta medida no presente estudo detectou-se
que a concordância com a IG registrada pelo obstetra era de 100% entre os
nascimentos com menos de 27 semanas; 89,5% entre os de 28 a 31
semanas; 100% entre os de 32 a 36 semanas e 100% entre os não pré-
termo (37 semanas ou mais). Sendo assim os critérios estabelecidos para a
definição de casos e controles foram os seguintes:
Casos:
a) incluir todos recém-nascidos com IG<37 semanas segundo o
exame de ultra-sonografia (realizado antes da 20ª semana), desde que não
apresente discordância na definição de pré-termo com as demais medidas
49
presentes;
b) na ausência da IG pelo exame de ultra-sonografia < 20 semanas,
incluir todos recém-nascidos com IG<37 semanas segundo a informação da
IG registrada pelo obstetra, desde que não apresente discordância na
definição de pré-termo com as demais medidas presentes;
c) na ausência da IG pelo exame de ultra-sonografia e do registro do
obstetra, incluir todos recém-nascidos com IG<37 semanas segundo a DUM,
desde que não apresente discordância na definição de pré-termo com o
registro pediatra;
d) Quando houver apenas a medida registrada pelo pediatra, incluir
todos os recém-nascidos com IG<37 semanas.
2) Controles:
a) incluir todos recém-nascidos com IG37 semanas segundo o
exame de ultra-sonografia (realizado antes da 20ª semana), desde que não
apresente discordância na definição de não pré-termo com as demais
medidas presentes;
b) na ausência da IG pelo exame de ultra-sonografia < 20 semanas,
incluir todos recém-nascidos com IG37 semanas segundo a informação da
IG registrada pelo obstetra, desde que não apresente discordância na
definição de não pré-termo com as demais medidas presentes;
c) na ausência da IG pelo exame de ultra-sonografia e do registro do
obstetra, incluir todos recém-nascidos com IG37 semanas segundo a DUM,
desde que não apresente discordância na definição de não pré-termo com o
registro do pediatra;
d) Quando houver apenas a medida registrada pelo pediatra, incluir
todos os recém-nascidos com IG37 semanas.
Ao final do processo de confirmação da idade gestacional nas
diferentes fontes de informação obteve-se 328 casos e 369 controles. A
50
Tabela 5 apresenta a distribuição dos casos e controles segundo a fonte de
idade gestacional considerada.
Tabela 5 – Distribuição (nº e %) de casos e controles selecionados segundo as
fontes de medida da idade gestacional consideradas.
Fontes de Medida da IG
Casos Controles
Número % Número %
USG <20sem 170 51,8 180 48,8
IG obstetra 150 45,7 129 35,0
DUM - mãe (entrevista) 5 1,6 60 16,2
IG Pediatra 3 0,9 - -
Total 328 100,0 369 100,0
3.10 VARIÁVEIS DE ANÁLISE
A variável de desfecho foi o nascimento pré-termo (menos de 37
semanas de gestação). As categorias de referência e exposição foram
estabelecidas com base em informações obtidas na literatura. A
categorização de algumas variáveis foi definida após a análise bivariada. As
variáveis de exposição analisadas neste estudo serão subdivididas em cinco
blocos detalhados a seguir:
3.10.1 Características Socioeconômicas Maternas e Familiares
Todas as variáveis deste grupo foram obtidas da entrevista com a
mãe.
Escolaridade materna
51
Considerou-se o total de anos de estudo em função da última série
concluída com aprovação. A escolaridade relacionada ao total de anos de
estudo foi assim categorizada:
9 0 a 7 anos
9 8 a 11 anos
9 12 anos ou mais
Raça/cor da pele materna
Esta informação foi auto-referida pela mulher. Inicialmente o
questionário contemplou as seguintes categorias utilizadas pelo censo
(IBGE, 2003):
Branca - para pessoa que se declarar branca;
Preta - para pessoa que se declarar preta;
Amarela - para pessoa que se declarar de raça amarela, de
origem japonesa, chinesa, coreana, etc;
Parda - para pessoa que se declarar parda, mulata, cabocla,
cafuza, mameluca ou mestiça; ou
Indígena – para pessoa que se declarar indígena.
Estas opções foram agrupadas posteriormente em:
9 Negra ou parda
9 Branca /amarela ou indígena
Migração materna
Expressa o tempo de residência da mãe no município, sendo
verificado se a mãe mora no município há mais de dois anos e foi
categorizada como:
52
9 Sim
9 Não
Ocupação Materna
As mães foram questionadas sobre a atividade que realizava no
trabalho e posteriormente estas ocupações foram classificadas utilizando-se
a classificação britânica de ocupação (BORREL, 2003), com algumas
adaptações. Não foi possível utilizar a classificação brasileira de ocupações,
devido à forma de elaboração da questão. As categorias utilizadas foram as
seguintes:
*Manual: realização da atividade não exige qualificação e/ou
atividade exclusivamente manual;
*Semi-qualificada: atividade exige algum tipo de qualificação, por
exemplo: trabalho em escritório, taxista.
*Qualificada: atividade requer curso técnico ou superior;
Ainda foram acrescidas outras classificações, no caso das mães
realizarem estritamente as atividades domésticas (do lar), estarem sem
emprego (desempregadas) ou ainda serem estudantes.
Para análise dos dados esta classificação foi reagrupada nas
seguintes categorias:
9 Qualificada
9 Manual ou Semi-qualificada
9 Do lar ou Estudante
9 Desempregada
Responsável pelo sustento da família
A pessoa que sustenta a casa ou contribui com a maior parte da
53
renda.
9 Companheiro e/ou pai do recém-nascido
9 Mãe
9 Outro membro da família
Idade do responsável pelo sustento
9 16 a 29 anos
9 30 anos ou mais
Escolaridade do responsável pelo sustento
Foi utilizado o mesmo parâmetro e categorias da escolaridade
materna, porém para análise foram agrupadas as categorias de 0 a 7 anos e
8 a 11 anos, ficando classificada como:
9 Menos de 12 anos
9 12 anos ou mais
Ocupação do responsável pelo sustento
As mães foram questionadas sobre a atividade que o responsável
pelo sustento realizava no trabalho e posteriormente estas ocupações foram
classificadas da mesma forma que a ocupação materna:
Para análise dos dados esta classificação foi reagrupada nas
seguintes categorias:
9 Qualificada
9 Manual ou Semi-qualificada
9 Do lar/ Estudante ou Aposentado/auxílio doença
9 Desempregado
54
Posição na ocupação do responsável pelo sustento
Esta era uma pergunta fechada em que a mãe selecionava qual das
características de vínculo empregatício o responsável pelo sustento se
encaixava: empregado assalariado com carteira assinada; empregado
assalariado sem carteira assinada; empregado familiar não remunerado;
empregado familiar remunerado; conta própria ou autônomo com
estabelecimento (mesmo sendo um cômodo da própria casa ou até um
veículo); conta própria ou autônomo sem estabelecimento; empregador com
até 5 funcionários fixos; empregador com mais de 5 funcionários fixos;
Ignorado, desempregado ou outro, que foram encaixados os aposentados e
pensionistas.
Para análise dos dados esta classificação ficou agrupada da
seguinte forma:
9 Trabalho Formal e aposentado ou pensionista: foram
englobados os trabalhadores com carteira assinada e os
com estabelecimento com ou sem empregados e os
aposentados e pensionistas;
9 Trabalho Informal: foram incluídos os empregados sem
carteira, familiares e os sem estabelecimento;
9 Não Inseridos – desempregados
Renda per capita familiar
A renda familiar foi obtida somando-se os rendimentos mensais de
todos moradores da casa, expressa em salários mínimos, dividindo-se este
total pelo número de moradores. O valor do salário mínimo utilizado para o
cálculo foi o do dia da entrevista com a mãe. Como todas as entrevistas
ocorreram entre junho de 2006 e março de 2007 utilizou-se o valor de R$
350,00, vigente entre 10 de maio de 2006 a 30 de abril de 2007 segundo o
IPEA (2007). A renda familiar per capita foi categorizada da seguinte forma:
55
Renda per capita menor que um salário mínimo
9 Sim
9 Não
Número de moradores contribuintes da renda familiar
9 Um a três
9 Quatro ou mais
Local da moradia
A mãe respondeu à uma questão fechada sobre o local da moradia
e também relatou o endereço. Todos os endereços foram checados quanto a
classificação de favela, de acordo com os parâmetros utilizados pelas
Unidades Básicas de Saúde do município de Londrina. O local da moradia
da família foi classificado em:
9 Favela – quando a família residia em favela
9 Não favela – quando a família residia em outro local não
classificado como favela
Tipo de acabamento da moradia
9 Acabamento Completo ou Semicompleto (se moradia de
madeira, considerou-se com pintura; se moradia de
alvenaria considerou-se com reboco e pintura ou apenas
com reboco)
9 Incompleto (alvenaria sem reboco, madeira sem pintura e
outros)
56
Densidade pessoas/cômodo
Foi obtida dividindo-se o número de moradores pelo número de total
de cômodos do domicilio, categorizada como:
9 Até um
9 Mais que um
Número de crianças até 10 anos no domicílio
9 Nenhuma ou uma
9 Duas ou mais
Morador idoso (60 anos ou mais) no domicílio
9 Sim
9 Não
Tipo de família
9 Nuclear (composta de marido, mulher e filhos ou apenas
marido e mulher)
9 Não Nuclear (composta de outros membros familiares ou
conhecidos além de marido, mulher e filhos ou ainda mãe
com filhos ou pai com filhos)
3.10.2 Características Pré-concepcionais e História Reprodutiva
Materna
Estas variáveis também foram obtidas da entrevista com a mãe, com
57
exceção da idade da mãe. Optou-se pela informação do hospital, tendo em
vista que este registro é realizado mediante apresentação de documento de
identificação.
Idade materna
Expressa a idade da mãe na ocasião do nascimento da criança. Foi
calculada a partir da data de nascimento da mãe e a data de nascimento da
criança, categorizada como:
9 13 a 19
9 20 a 34
9 35 e mais
Peso materno
Foi obtido o peso anterior à gestação atual e agrupado em:
9 Menos de 50 kg
9 50 kg ou mais
9 Peso ignorado
Altura materna
A estatura materna foi categorizada como:
9 Até 1,50 m
9 Mais de 1,50m
9 Estatura ignorada
Índice de massa corporal (IMC) da mãe antes de engravidar
Obtido da razão entre e o peso (gramas) anterior à gestação e a
altura (cm) ao quadrado. A classificação utilizada pela Organização Mundial
58
da Saúde (WHO, 2008) é a seguinte:
9 IMC < 18,5 kg/m
2
-
Magro
9 IMC entre 18,5 e 24,0 kg/m
2
- Normal
9 IMC entre 25,0 e 29,0 kg/m
2
- Sobrepeso
9 IMC 30 kg/m
2
-
Obesidade
Para análise dos resultados foram agrupados os intervalos classificados
como normal e sobrepeso, pois a distribuição percentual entre casos e controles foi
praticamente igual. Sendo assim a categorização utilizada foi:
9 IMC < 19,0 kg/m
2
- Magro
9 IMC entre 19,0 e 29,0 kg/m
2
- Normal ou Sobrepeso
9 IMC 30 kg/m
2
-
Obesidade
9 IMC ignorado
Número de gestações anteriores
9 Nulípara (nenhuma gestação anterior)
9 Uma a três
9 Quatro ou mais
Intervalo entre gestações
Obtido do intervalo entre a data do último parto ou aborto anterior a
esta gestação e a data da ultima menstruação, categorizado em:
9 Menor de 12 meses
9 12 a 47 meses
9 48 meses ou mais
9 Intervalo ignorado
59
Antecedentes reprodutivos maternos
As variáveis estudadas foram: presença de perda fetal anterior, presença
de recém-nascido anterior pré-termo, presença de recém-nascido
anterior com baixo peso e cesárea anterior foram categorizadas como:
9 Sim
9 Não
Hipertensão arterial antes da gestação (auto-referida)
9 Sim
9 Não
Realização de tratamento para engravidar
9 Sim
9 Não
3.10.3 Condições Maternas Durante a Gestação (psicossociais,
hábitos, trabalho, atividade física e assistência pré-natal)
Todas as variáveis deste bloco foram obtidas da entrevista com a
mãe, com exceção do uso de drogas durante a gestação que foi extraída
das duas fontes de informação.
Presença de companheiro há mais de dois anos
Expressa se a mãe tinha um companheiro (morava junto) e o tempo
de união com ele, foi categorizada como:
9 Sim
9 Não
60
Reação da mãe à gestação
9 Negativa ou preocupação
9 Positiva
Reação do pai da criança à gestação
9 Negativa ou preocupação
9 Positiva
Reação da família à gestação
9 Negativa ou preocupação
9 Positiva
Tentativa de aborto na gestação atual
9 Sim
9 Não
Uso de bebida alcoólica na gestação
Foram agrupados nesta variável se a mãe consumia bebida
alcoólica durante a gestação e a periodicidade deste consumo. As
categorias utilizadas na análise foram:
9 Consumiu bebida alcoólica semanalmente
9 Não consumiu ou no máximo 2 vezes/mês
Hábito de fumar na gestação
9 Sim
61
9 Não
Uso de drogas na gestação
Para compor esta variável foram utilizadas todas as fontes que
mencionavam uso de drogas psicoativas, lícitas e ilícitas, sendo
categorizada dicotomicamente.
9 Sim
9 Não
Depressão auto-referida durante a gestação
9 Sim
9 Não
Presença de doença de familiar ou amigo, categorizada
como:
9 Familiar próximo (pai, mãe, marido, filhos, avós, sobrinhos
ou irmãos)
9 Amigo ou familiar distante
9 Não referiu doença de entes queridos
Brigas com o companheiro
9 Sim, com o marido.
9 Sim, com o namorado.
9 Não relatou brigas
62
Separação do marido
9 Sim
9 Não
Preocupações na gestação
A mãe respondeu uma questão aberta após ter respondido todas as
outras questões fechadas relacionadas a outros problemas: Durante a
gravidez você teve algum outro problema que tenha lhe causado
preocupação? Esta questão foi categorizada dicotomicamente.
9 Sim
9 Não
Trabalho materno durante a gestação
9 Sim
9 Não
Percepção materna sobre esforço físico no trabalho
A mãe respondeu a uma questão fechada sobre a realização de
esforço físico no trabalho. Definindo-se como esforço físico: atividades
vigorosas por pelo menos 10 minutos contínuos, como trabalho de
construção pesada, carregar peso (acima de 10 kg), trabalhar com enxada,
escavar, subir escadas ou outra atividade que demande grande esforço
físico, de tal forma que faz com que você respire muito mais forte que o
normal quando a realiza (MATSUDO et al., 2001). Foi categorizada como:
9 Sim
9 Não (ou não trabalhava)
63
Trabalho em posição ortostática
9 Sim
9 Não (não trabalhava de pé ou não trabalhava)
Percepção materna sobre esforço físico nos afazeres
domésticos
A mãe respondeu a uma questão fechada sobre a realização de
esforço físico nas atividades da casa e no cuidado da família. Definindo-se
como esforço físico: a realização atividades vigorosas durante a gravidez,
como carregar peso (acima de 10 Kg), carpir, lavar quintal ou esfregar chão
por pelo menos 10 minutos contínuos (MATSUDO et al.,2001). Foi
categorizada como:
9 Sim
9 Não
Prática de caminhada ou outra atividade física durante a
gestação
A mãe respondeu uma questão sobre a realização de caminhada e
outros exercícios físicos, mas excluindo-se a caminhada realizada para o
trabalho. Perguntou-se também a freqüência (dias) e duração (minutos).
Esta variável foi categorizada dicotomicamente.
9 Sim (realizava caminhada ou exercício físico pelo menos
2 vezes por semana, com duração mínima de 30
minutos)
9 Não
Assistência pré-natal
Foi criada uma variável composta a partir das seguintes variáveis:
64
Início do pré-natal (resposta positiva - mês 1, 2 ou 3).
Número de consultas de pré-natal (resposta positiva - 3
ou mais)
Realizado exame de urina (resposta positiva - sim)
Realizado exame de sangue (resposta positiva - sim)
Realizado exame de Ultra-sonografia (resposta positiva -
sim)
Mensuração da altura uterina (resposta positiva – sim no
mínimo 2 vezes)
Ausculta dos batimentos cardio-fetais (resposta positiva
- sim no mínimo 2 vezes)
Verificação do peso da gestante (resposta positiva - sim
no mínimo 2 vezes)
Medida da pressão arterial da gestante (resposta
positiva - sim no mínimo 2 vezes)
Foi informada a idade gestacional em semanas
(resposta positiva - sim no mínimo 2 vezes)
Perguntado das gestações anteriores (resposta positiva
- sim)
Recebeu orientação sobre sinais de alerta na gestação
(resposta positiva - sim)
Recebeu orientação de como identificar início do
trabalho de parto (resposta positiva - sim)
A variável composta foi categorizada como:
9 Pré-natal Inadequado II – 3 ou mais variáveis com
resposta negativa
65
9 Pré-natal Inadequado I – 1 ou 2 variáveis com resposta
negativa
9 Não fez pré-natal
9 Pré-natal Adequado - todas as variáveis com resposta
positiva
3.10.4 Intercorrências Maternas Durante a Gestação
Das variáveis pertencentes a este bloco, o sangramento, a anemia, o
corrimento vaginal e a internação foram obtidas da entrevista materna, as
demais: infecção urinária, diabetes gestacional, infecção do trato genital,
placenta prévia, alteração do volume de líquido amniótico e hipertensão na
gestação foram extraídas do prontuário hospitalar.
Sangramento auto-referido
9 Sim
9 Não
Anemia auto-referida
9 Sim
9 Não
Diabetes gestacional
9 Sim
9 Não
66
Infecção urinária
9 Sim
9 Não
Corrimento vaginal auto-referido
9 Sim
9 Não
Infecção do trato genital (vulvovaginites ou infecção
intraútero ou ambos)
9 Sim
9 Não
Placenta prévia
9 Sim
9 Não
Alteração do volume do líquido amniótico (polidramnia ou
oligodramnia)
9 Sim
9 Não
Hipertensão arterial na gestação
9 Sim, com eclampsia
9 Sim, sem eclampsia
67
9 Não teve hipertensão
Internação durante a gestação (auto-referida)
9 Sim
9 Não
3.10.5 Características Fetais
As variáveis deste bloco foram obtidas, em sua maioria, dos
prontuários hospitalares. A única exceção foi para a idade gestacional, pois
quando o registro segundo o exame de ultra-sonogarfia ou do obstetra não
estavam presentes no prontuário, foi calculada pela DUM obtida na
entrevista com a mãe.
As variáveis: classificação de pré-termo, tipo de parto, idade
gestacional e peso ao nascer foram utilizadas apenas para caracterização
do recém-nascido, não foram testadas como fator de risco.
Classificação de pré-termo
A definição da classificação clínica do nascimento pré-termo foi
realizada a partir das informações registradas no prontuário da mãe, dados
registrados na admissão da gestante. Foram feitas algumas adequações, se
comparada à literatura, devido à ausência de registros que possibilitassem
melhor elucidação do fator que desencadeou o nascimento pré-termo
espontâneo. Como por exemplo, a impossibilidade de identificar o tempo
decorrido entre a ruptura prematura das membranas e o inicio do trabalho de
parto ou até mesmo identificar qual evento ocorreu em primeiro lugar. As
definições utilizadas foram:
68
9 Espontâneo devido ao trabalho de parto prematuro:
quando a gestante estava em trabalho de parto
prematuro, com ou sem menção de ruptura prematura de
membranas e sem menção de agravo materno e/ou fetal.
Neste agrupamento também foram incluídos os casos em
que as mulheres se encontravam em trabalho de parto,
mas tiveram parto cesárea indicado devido à cesárea
anterior (iteratividade), por apresentação pélvica ou
desproporção céfalo-pélvica.
9 Espontâneo devido à ruptura prematura de membranas:
quando havia registro de ruptura prematura de
membranas sem menção de trabalho de parto ou agravo
materno e/ou fetal.
9 Indicação médica: quando o parto vaginal ou operatório
foi indicado devido algum agravo materno e/ou fetal que
impossibilitasse a continuidade da gestação.
Tipo de parto
9 Vaginal
9 Cesárea
Tipo de gravidez
9 Única
9 Múltipla
Idade gestacional
A idade gestacional considerada respeitou a distribuição
apresentada na Tabela 5. Sendo assim, entre os 328 casos, 51,8% das
69
Idades gestacionais foram definidas pela USG<20sem; 45,7% pela IG
registrada pelo obstetra; 1,6% pela DUM relatada pela mãe e 0,9% pela IG
registrada pelo pediatra. Entre os 369 controles, 48,8% das idades
gestacionais foram definidas pela USG<20sem; 35,0% pela IG registrada
pelo obstetra e 16,2% pela DUM relatada pela mãe. Respeitando estas
definições, as idades gestacionais foram categorizadas como:
9 Menos de 28 semanas
9 28 a 31 semanas
9 32 a 33 semanas
9 34 semanas
9 35 semanas
9 36 semanas
9 37 semanas
9 38 semanas
9 39 a 41 semanas
9 42 semanas ou mais
Peso ao nascer
9 Até 999 gramas
9 1000 a 1499 gramas
9 1500 a 2499 gramas
9 2500 gramas ou mais
Retardo do crescimento intra-uterino
Peso ao nascer abaixo do percentil 10 da curva de Williams
(WILLIAMS et al, 1982).
9 Pequenos pra idade gestacional (PIG)
70
9 Não PIG
Sexo
9 Masculino
9 Feminino
Presença de anomalia congênita
9 Sim
9 Não
3.11 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS
Os dados foram digitados para um banco de dados eletrônico,
utilizando-se o programa EPI DATA. Foi realizada dupla digitação e por
digitadores diferentes para possibilitar a identificação de possíveis erros de
digitação.
Para análise foi utilizado o programa SAS. Foram realizadas
análises descritivas de todas as variáveis, inicialmente freqüências simples
para determinar os pontos de corte ainda não definidos. A seguir realizou-se
análise univariada da variável de desfecho com todas as variáveis de
exposição, estabelecendo-se como ponto de corte para a seleção o valor
descritivo de p<0,20. A análise de regressão logística múltipla baseou-se
num modelo hierarquizado, sendo estabelecidos 5 blocos (Figura 1). Este
modelo consiste no estabelecimento de uma ordem prévia das variáveis,
baseada nas relações lógicas e teóricas entre os fatores causais,
entendendo-se que os níveis superiores exercem sua ação através daquele
situado inferiormente (VICTORA et al., 1997).
71
Figura 1 – Modelo conceitual de determinação do desfecho
Inicialmente, na análise multivariada se empregou a regressão
logística forward para cada um dos blocos de variáveis, utilizando-se como
parâmetro de seleção de variáveis o valor descritivo de p<0,20.
As variáveis pré-selecionadas em cada bloco foram submetidas a
nova análise multivariada entre os blocos, utilizando-se como parâmetro
para permanência no modelo final o valor descritivo de p<0,05.
Primeiramente foi realizada uma análise das variáveis pré-selecionadas dos
blocos 1 e 2. Às variáveis estatisticamente significantes provenientes dos
blocos 1 e 2 acrescentou-se as variáveis do bloco 3 e assim
sucessivamente.
CARACTERÍSTICAS
FETAIS
NASCIMENTO PRÉ-TERMO
CARACTERÍSTICAS
E HISTÓRIA
REPRODUTIVA
MATERNA
INTERCORRÊNCIAS
MATERNAS DURANTE A
GESTA
Ç
AO
CONDIÇÕES MATERNAS DURANTE
A GESTAÇAO (PSICOSOCIAIS,
HÁBITOS, TRABALHO,
ATIVIDADE FÍSICA e ASSISTÊNCIA
PRÉ-NATAL)
CARACTERÍSTICAS
SOCIOECONÔMICAS
MATERNAS E FAMILIARES
72
4 RESULTADOS
Entre os nascimentos pré-termo, 9,0% foram classificados como
prematuros extremos e 10,0% tinham 28 a 31 semanas de gestação (Gráfico
1), sendo assim 19,0% dos casos podem ser classificados como muito
prematuros (menos de 32 semanas). Os nascimentos com idade gestacional
de 32 e 36 semanas representaram 81,0% do total, os nascimentos
considerados próximo ao termo ou pré-termo leve (“near term”), ou seja, de
35 a 36 semanas responderam por 20,0% e 32,0% respectivamente. A
idade gestacional média foi 33,5 e a mediana 35 semanas, sendo a IG
mínima de 23 e a IG máxima de 36 semanas.
Quanto aos controles (Gráfico 2), dos nascimentos classificados
como sendo a termo, 7,0% apresentaram 37 semanas, 29,0% 38 semanas,
34,0% 39 semanas, 21,0% 40 semanas e 7,0% 41 semanas. Apenas 2,0%
foram classificados como pós-termo.
Gráfico 1 - Distribuição (%) dos casos segundo a idade
gestacional. Residentes em Londrina (PR), 2007.
9%
10%
14%
15%
20%
32%
22 a 27 sem
28 a 31 sem
32 a 33 sem
34 sem
35 sem
36 sem
73
A IG mínima foi de 37 semanas e a máxima foi de 45 semanas. A
média e a mediana foram de 39 semanas.
Dos 328 casos estudados, 194 foram classificados como
espontâneos (59,1%) e 134 (40,9%) por indicação médica devida algum
agravo materno ou fetal. Entre os espontâneos 162 ocorreram por trabalho
de parto prematuro (com ou sem ruptura prematura de membranas) e em 32
casos a ruptura prematura de membranas ocasionou o nascimento pré-
termo.
Quanto ao perfil do peso ao nascer (Tabela 6). Dos nascimentos
pré-termo, 7,9% pesaram menos de 1000 gramas; 14,3% foram muito baixo
peso; 60,1% foram classificados como baixo peso e 39,9% não foram baixo
peso. O peso mínimo observado entre os casos foi de 470 gramas e o
máximo de 3985 gramas.
Entre os controles 2,4% nasceram com baixo peso, sendo a média
de 3328,5 gramas e a mediana de 3325 gramas.
Gráfico 2 - Distribuição (%) dos controles segundo a idade
gestacional. Residentes em Londrina (PR), 2007.
7%
29%
34%
21%
7%
2%
37 sem
38 sem
39 sem
40 sem
41 sem
42 sem e +
74
Tabela 6 – Distribuição ( e %, valor mínimo, valor máximo, média e mediana) de
casos e controles, segundo peso ao nascer. Residentes em Londrina (PR), 2007.
Peso ao Nascer Casos Controles
n % n %
470 a 999g 26 7,9 - -
1000 a 1499g 21 6,4 - -
1500 a 2499g 150 45,7 9 2,4
2500g ou + 131 39,9 360 97,6
Total 328 100,0 369 100,0
Mínimo 470,0 2005,0
Máximo 3985,0 4925,0
Médio 2230,5 3328,5
Mediana 2310,0 3325,0
4.1 FATORES DE RISCO
Para análise dos fatores de risco adotou-se como critério para
seleção de variáveis um valor de p < 0,20 na análise univariada, as variáveis
assim selecionadas foram analisadas em blocos segundo modelo conceitual
já descrito.
Inicialmente, analisou-se o bloco 1 - Características
socioeconômicas maternas e familiares. As variáveis socioeconômicas não
selecionadas na análise univariada (Tabela 7) foram: mães migrantes há
menos de dois anos; domicílios com acabamento incompleto; com mais de
uma pessoa/cômodo; com duas ou mais crianças e a presença de morador
idoso (>60 anos).
75
Tabela 7 – Distribuição (nº e %) de casos e controles, odds ratios brutos,
intervalos, com 95% de confiança, e valores de p das variáveis não selecionadas
(p>0,20) do Bloco 1 – Características socioeconômicas maternas e familiares.
Residentes em Londrina (PR) 2007.
Variáveis
Casos Controles
OR IC 95%
P
n % n %
Mãe migrante em Londrina há menos de 2 anos
Sim
23 7,0 19 5,1 1,39 0,74– 2,60 0,3040
Não
305 93,0 350 94,9 1,00 Referência
A
cabamento do domicílio
Incompleto
43 13,1 37 10,0 1,35 0,85 - 2.16 0,2037
Completo ou semi-completo
285 86,9 332 90,0 1,00 Referência
Pessoas/ cômodo
Mais de uma pessoa
67 20,4 63 17,1 1,25 0,85 1,83 0,2571
Uma pessoa
261 79,6 306 82,9 1,00 Referência
Pessoas/ cômodo
Dois ou mais
53 16,2 62 16,8 0,95 0,64 1,43 0,8193
Um ou nenhum
275 83,8 307 83,2 1,00 Referência
Morador idoso (60 anos e mais)
Sim
24 7,3 24 6,5 1,13 0,63 2,04 0,6724
Não
304 92,7 345 93,5 1,00 Referência
As variáveis selecionadas do bloco 1 para análise multivariada do
bloco estão contempladas na Tabela 8 . Observa-se que algumas variáveis
selecionadas apresentaram aumento do risco para nascimentos de pré-
termo, porém apenas os nascimentos provenientes de famílias com renda
per capita familiar menor que um salário mínimo, de domicílios em local de
favela e que o responsável pelo sustento da família apresentava baixa idade
apresentaram associação estaticamente significante com o desfecho. Na
análise multivariada do bloco1 essas variáveis apresentaram forte ajuste e
apenas a baixa idade do responsável pelo sustento manteve a associação
estatisticamente significante. Nesta etapa da análise foram excluídas as
variáveis raça/cor da mãe, o tipo de família e a ocupação do responsável
76
pelo sustento da família, pois após o ajuste pelas variáveis do bloco estas
passaram a apresentar um valor de p>0,20.
As variáveis selecionadas para análise multivariada do bloco 1 (valor
de p<0,20) após o ajuste no bloco foram: mães com até sete anos de
estudo; que quanto à ocupação foram classificadas como “do lar” ou
estudantes; renda per capita familiar menor que 1 salário mínimo;
domicílios com quatro ou mais moradores contribuindo para a renda familiar;
localizados em favela; a baixa idade (16 a 29 anos) do principal responsável
pelo sustento familiar; quando o responsável era a própria mãe e quando
este não estava inserido no mercado de trabalho.
77
Tabela 8 – Distribuição (nº e %) de casos e controles, odds ratios (brutos e ajustados),
respectivos intervalos, com 95% de confiança, e valores de p das variáveis do Bloco 1 –
Características socioeconômicas maternas e familiares. Residentes em Londrina (PR), 2007.
Variáveis Casos % Controles %
OR
Bruto
IC 95% P
OR
Ajustado
IC 95% P
Raça/cor materna
Negra /parda 89 27,1 77 20,9 1,41 1,00-2,00 0,0525 1,21 0,83-1,78 0,3244
Branca/amarela/indíg. 239 72,9 292 79,1 1,00 Referência 1,00 Referência
Escolaridade materna (anos de estudo)
0 a 7 102 31,1 97 26,3 1,50 0,97-2,33 0,0695 1,64 0,97-2,78 0,0668
8 a 11 170 51,8 192 52,0 1,26 0,85-1,89 0,2480 1,34 0,84-2,14 0,2259
12 ou mais 56 17,1 80 21,7 1,00 Referência 1,00 Referência
Ocupação materna
Desempregada 23 7,0 11 3,0 2,20 0,95-5,08 0,0633 1,66 0,64-4,27 0,2959
Do lar ou estudante 156 47,6 193 52,3 0,85 0,52-1,37 0,5042 0,64 0,36-1,16 0,1455
Manual ou semi-qualif 109 33,2 123 33,3 0,93 0,56-1,54 0,7793 0,73 0,41-1,29 0,2787
Qualificada 40 12,2 42 11,4 1,00 Referência 1,00 Referência
Tipo de família
Não nuclear 87 26,5 79 21,4 1,33 0,93-1,88 0,1141 1,19 0,76-1,85 0,4546
Nuclear 241 73,5 290 78,6 1,00 Referência 1,00 Referência
Renda “per capita” familiar menor que 1 salário mínimo
Sim 185 56,4 180 48,8 1,36 1,01-1,83 0,0443 1,35 0,98-1,86 0,0703
Não 143 43,6 189 51,2 1,00 Referência 1,00 Referência
Número de moradores contribuintes da renda familiar
4 ou mais 17 5,2 11 3,0 1,78 0,82-3,86 0,1395 2,12 0,92-4,77 0,0700
1 a 3 311 94,8 358 97,0 1,00 Referência 1,00 Referência
Local da moradia
Favela 34 10,4 21 5,7 1,92 1,09-3,37 0,0223 1,57 0,87-2,84 0,1360
Não favela 294 89,6 348 94,3 1,00 Referência 1,00 Referência
Responsável pelo sustento familiar
Mãe do RN 48 14,6 39 10,6 1,47 0,93-2,33 0,0950 1,60 1,00-2,57 0,0513
Outros 53 16,2 58 15,7 1,09 0,73-1,65 0,6661 1,13 0,72-1,77 0,5822
Pai do RN 227 69,2 272 73,7 1,00 Referência 1,00 Referência
Idade do responsável pelo sustento
16 a 29 anos 152 46,3 129 35,0 1,61 1,18-2,18 0,0022 1,64 1,19-2,26 0,0024
30 anos ou mais 176 53,7 240 65,0 1,00 Referência 1,00 Referência
Escolaridade do responsável pelo sustento (anos de estudo)
Menos de 12 276 84,1 296 80,2 1,31 0,88-1,94 0,1778 0,95 0,57-1,58 0,8314
12 ou mais 52 15,9 73 19,8 1,00 Referência 1,00 Referência
Ocupação do responsável pelo sustento
Desempregado 11 3,4 8 2,2 2,08 0,75-5,77 0,1522 2,71 0,57-4,08 0,2106
Do lar ou estudante 15 4,6 23 6,2 0,99 0,45-2,19 0,9777 1,03 0,39- 2,68 0,9559
Manual ou semi-qualif. 271 82,6 291 78,9 1,41 0,87-2,29 0,1599 1,46 0,79-2,71 0,2307
Qualificado 31 9,5 47 12,7 1,00 Referência 1,00 Referência
Posição na ocupação do responsável pelo sustento
Informal 99 30,2 94 25,5 1,26 0,90-1,75 0,1830 1,12 0,79-161 0,5183
Não inseridos 10 3,0 14 3,8 0,85 0,37-1,95 0,7042 0,40 0,11-1,51 0,1785
Formal 219 66,8 261 70,7 1,00 Referência 1,00 Referência
78
No bloco 2 agruparam-se as variáveis referentes às características
pré-concepcionais e história reprodutiva materna. As variáveis que não
foram pré-selecionadas (Tabela 9) na analise univariada foram: os
nascimentos de mães adolescentes e de 35 anos ou mais; nulíparas ou com
quatro ou mais gestações anteriores; que tiveram perda fetal anterior; com
intervalo entre as gestações menor de 12 e maior igual a 48 meses e que
não planejaram a gestação atual.
Tabela 9 – Distribuição (nº e %) de casos e controles, odds ratios brutos, intervalos,
com 95% de confiança, e valores de p das variáveis não selecionadas (p>0,20) do
Bloco 2 – Características pré-concepcionais e história reprodutiva materna.
Residentes em Londrina (PR), 2007.
Variáveis
Casos Controles
OR IC 95%
P
n % n %
Idade materna
13 a 19 anos 60 18,3 61 16,5 1,12 0,75 1,67 0,5732
20 a 34 anos 222 67,7 253 68,6 1,00 Referência
35 anos ou mais 46 14,0 55 14,9 0,95 0,62 1,47 0,8273
Número de gestações anteriores
Nulípara 135 41,2 148 40,1 1,08 0,79-1,47 0,6254
1 a 3 168 51,2 199 53,9 1,00 Referência
4 ou mais 25 7,6 22 6,0 1,35 0,73-2,47 0,3373
Perda fetal anterior
Sim 60 18,3 64 17,3 1,07 0,72-1,57 0,7438
Não 268 81,7 305 82,7 1,00 Referência
Intervalo entre gestações
Menos de 12 meses 41 12,5 39 10,6 1,15 0,67 1,96 0,6187
12 a 47 meses 78 23,8 85 23,0 1,00 Referência
48 meses e + ou ignorado 80 24,4 95 25,7 0,92 0,60 1,41 0,6938
Nulípara 129 39,3 150 40,7 0,94 0,64 1,38 0,7425
Planejamento da gestação atual
Não 202 61,6 225 61,0 1,03 0,76 1,39 0,8690
Sim 126 38,4 144 39,0 1,00 Referência
79
Na tabela 10 estão presentes as variáveis pré-selecionadas na
análise univariada do bloco 2, observa-se que nesta etapa de análise o
baixo ou elevado IMC materno, a mãe ter tido nascimento anterior de pré-
termo, ter realizado tratamento para engravidar ou apresentar hipertensão
arterial anterior à gravidez mostraram ter uma associação estatisticamente
significante com o desfecho. Na análise multivariada do bloco observa-se
que mães de baixo IMC, com filho anterior de pré-termo e aquelas que
realizaram tratamento para engravidar mantiveram-se estatisticamente
significantes. Com destaque para o tratamento para engravidar que quando
ajustado, apresentou um aumento de 42,9% no valor do odds ratios indo de
4,68 para 6,69.
Nesta análise observa-se também que os nascimentos de mães que
haviam realizado cesárea anterior diminuía o risco de nascimentos de pré-
termo, porém este efeito não era estatisticamente significante, mas que na
presença das demais variáveis do bloco este passou a ter um efeito protetor
estatisticamente significante. Nesta etapa de análise eliminou-se a variável
presença de filho anterior de baixo peso.
80
Tabela 10 – Distribuição (nº e %) de casos e controles, odds ratios (brutos e ajustados),
respectivos intervalos, com 95% de confiança, e valores de p das variáveis do Bloco
2 - Características pré-concepcionais e história reprodutiva materna. Residentes em
Londrina (PR), 2007.
Variáveis Casos
% Controles %
OR
Bruto
IC 95% P
OR
Ajustado
IC 95% P
IMC (kg /m
2
)
< 19 74 22,6 48 13,0 2,09 1,40-3,12 0,0003 2,16 1,42-3,27 0,0003
19 a 29 220 67,4 298 80,8 1,00 Referência 1,00 Referência
30 27 8,2 20 5,4 1,83 1,00-3,35 0,0475 1,70 0,89-3,24 0,1051
Ignorado
6 1,8 3 0,8 2,71 0,67-10,95 0,1818* 2,90 0,70-11,95 0,1414
Cesárea anterior
Sim 75 22,9 102 27,9 0,77 0,55-1,09 0,1423 0,68 0,46-0,98 0,0406
Não 253 77,1 266 72,1 1,00 Referência 1,00 Referência
Filho anterior pré-termo
Sim 61 18,6 25 6,8 3,14 1,92-5,14 <0,0001 3,39 2,03-5,66
<0,0001
Não 267 81,4 344 93,2 1,00 Referência 1,00 Referência
Filho anterior com baixo peso
Sim 45 13,7 28 7,6 1,94 1,18-3,18 0,0083 0,75 0,37-1,55 0,4443
Não 283 86,3 341 92,4 1,00 Referência 1,00 Referência
Tratamento para engravidar
Sim 16 4,9 4 1,1 4,68
1,55-14,14
0,0027 6,69 2,19-20,40
0,0008
Não 312 95,1 365 98,9 1,00 Referência 1,00 Referência
Hipertensão arterial antes da gestação
Sim 19 5,8 10 2,7 2,21 1,01-4,82 0,0419 2,13 0,93-4,86 0,0723
Não 309 94,2 359 97,3 1,00 Referência 1,00 Referência
*Teste de Exato de Fisher
As variáveis que expressam as condições maternas durante a
gestação, envolvendo as condições psicossociais, hábitos, trabalho e
atividade física materna e a assistência pré-natal foram agrupadas no bloco
3. Não foram selecionadas (Tabela 11) as seguintes variáveis na análise
univariada: reação negativa ou de preocupação da família, materna e do pai
da criança à gestação; hábito materno de fumar durante a gestação; a
presença de depressão auto-referida; brigas com o companheiro (marido ou
81
namorado); trabalho materno e a realização de esforço físico (tanto nos
afazeres domésticos como no trabalho).
Tabela 11 – Distribuição (nº e %) de casos e controles, odds ratios brutos,
intervalos, com 95% de confiança e valores de p das variáveis não selecionadas
(p>0,20) do Bloco 3 - Condições maternas durante a gestação (psicossociais,
hábitos, trabalho, atividade física e assistência pré-natal). Residentes em Londrina
(PR), 2007.
Variáveis
Casos Controles
OR IC 95% P
n % n %
Reação da família à gestação
Negativa ou preocupação 68 20,7 66 17,9 1,20 0,82-1,75 0,3413
Positiva 260 79,3 303 82,1 1,00 Referência
Reação materna à gestação
Negativa ou preocupação 100 30,5 120 32,5 0,91 0,66 - 1,25 0,5645
Positiva 228 69,5 249 67,5 1,00 Referência
Reação do pai da criança à gestação
Negativa ou preocupação 71 21,6 71 19,2 1,16 0,80 - 1,68 0,4316
Positiva 257 78,4 298 80,8 1,00 Referência
Fumo materno antes da gestação
Sim 87 26,5 83 22,5 1,24 0,88 – 1,76 0,2165
Não 241 73,5 286 77,5 1,00 Referência
Depressão auto-referida durante a gestação
Sim 25 7,6 20 5,4 1,44
0,78-2,64
0,2399
Não 303 92,4 349 94,6 1,00
Referência
Brigas com o companheiro durante a gestação
Sim, com marido. 56 17,1 67 18,2 0,79 0,53 – 1,17
0,2348
Sim, com o namorado. 17 5,2 24 6,5 0,98 0,52 – 1,84 0,9494
Não relatou brigas 255 77,7 278 75,3 1,00 Referência
Esforço físico no trabalho
Sim 47 14,3 63 17,1 0,81 0,54 – 1,23 0,3218
Não 281 85,7 306 82,9 1,00 Referência
Esforço físico nos afazeres domésticos
Sim 125 38,1 152 41,2 0,88 0,65 – 1,19 0,4066
Não 203 61,9 217 58,8 1,00 Referência
82
As variáveis pré-selecionadas na análise univariada encontram-se
na Tabela 12. Na análise univariada as mães que durante a gestação
consumiram bebida alcoólica semanalmente, e que receberam assistência
pré-natal inadequada II apresentaram associação estatisticamente
significante ao nascimento pré-termo e mantiveram a significância após a
modelagem do bloco. A realização de atividade física ou caminhada pelas
mães durante a gestação mostrou-se com fator protetor. As mães que não
residiam com companheiro há mais de dois anos, que fumaram, que foram
usuárias de drogas (lícitas e ilícitas) durante a gestação e as que se
separaram do marido e que não fizeram pré-natal apresentaram uma
estimativa de risco estatisticamente significante para o nascimento pré-termo
na análise univariada, mas ao serem ajustadas pelas demais variáveis do
bloco perderam a significância.
Após o ajuste no bloco as variáveis que apresentaram valor de
p<0,20 foram: mães que residiam com o companheiro há no máximo dois
anos; que consumiam bebida alcoólica semanalmente; usavam drogas
psicoativas lícitas ou ilícitas, que se separaram do marido, que referiram
preocupações e as mães que não fizeram pré-natal ou que receberam
assistência pré-natal classificada como inadequada II. A variável prática de
caminhada ou outra atividade física se mostrou como um fator de proteção
neste agrupamento.
Nesta etapa da análise foram excluídas as seguintes variáveis:
tentativa de aborto na gestação atual, fumo na gestação, presença de
doença na família, trabalho materno e trabalho materno em posição
ortostática.
83
Tabela 12 – Distribuição (nº e %) de casos e controles, odds ratios (brutos e
ajustados), respectivos intervalos, com 95% de confiança, e valores de p das
variáveis do Bloco 3 - Condições maternas durante a gestação (psicossociais,
hábitos, trabalho, atividade física e assistência pré-natal). Residentes em Londrina
(PR), 2007.
Variáveis Casos % Controles
%
OR
Bruto
IC 95% P
OR
Ajustado
IC 95% P
Reside com companheiro há menos de 2 anos
Sim 171 52,1 164 44,4 1,36 1,01-1,84 0,0425 1,37 1,00-1,87 0,0503
Não 157 47,9 205 55,6 1,00 Referência 1,00 Referência
Tentativa de Aborto
Sim 6 1,8 2 0,5 3,42 0,69-17,06 0,1570* 2,46 0,48-12,69 0,2812
Não 322 98,2 367 99,5 1,00 Referência 1,00 Referência
Fumo materno na gestação
Sim 66 20,1 50 13,6 1,61 1,08-2,40 0,0201 1,25 0,81-1,92 0,3120
Não 262 79,9 319 86,4 1,00 Referência 1,00 Referência
Freqüência de bebida alcoólica na gestação
Semanal 25 7,6 13 3,5 2,26 1,14-4,49 0,0174 2,44 1,17-5,05 0,0167
Não/2x/ mês 303 92,4 356 96,5 1,00 Referência 1,00 Referência
Uso de drogas psicoativas na gestação (lícitas ou ilícitas) **
Sim 27 8,2 17 4,6 1,86 0,99-3,47 0,0495 1,96 0,99-3,86 0,0523
Não 301 91,8 352 95,4 1,00 Referência 1,00 Referência
Referiu preocupações na gestação
Sim 94 28,7 82 22,2 1,41 1,00-1,98 0,0509 1,34 0,93-1,92 0,1130
Não 234 71,3 287 77,8 1,00 Referência 1,00 Referência
Separação do marido
Sim 20 6,1 11 3,0 2,11 1,00-4,48 0,0464 2,01 0,93-4,32 0,0754
Não 308 93,9 358 97,0 1,00 Referência 1,00 Referência
Doença de familiar
Próximo 59 18,0 55 14,9 1,20 0,80-1,80 0,3696 1,20 0,78-1,83 0,4126
Distante 14 4,3 28 7,6 0,56 0,29-1,09 0,0839 0,64 0,32-1,29 0,2136
Não houve 255 77,7 286 77,5 1,00 Referência 1,00 Referência
Caminhada ou outra atividade física
Sim 70 21,3 122 33,1 0,55 0,39-0,77 0,0005 0,49 0,34-0,70 0,0001
Não 258 78,7 247 66,9 1,00 Referência 1,00 Referência
Trabalho materno durante a gestação
Sim 178 54,3 221 59,9 0,79 0,59-1,07 0,1344 0,95 0,59-1,50 0,8143
Não 150 45,7 148 40,1 1,00 Referência 1,00 Referência
Trabalho materno na posição ortostática
Sim 144 43,9 181 49,1 0,81 0,60-1,10 0,1738 0,89 0,56- 1,41 0,6181
Não 184 56,1 188 50,9 1,00 Referência 1,00 Referência
Qualidade do pré-natal
Inadequado II 26 7,9 8 2,2 4,24 1,88-9,56 0,0002 3,95 1,73-9,02 0,0011
Inadequado I 88 26,8 90 24,4 1,28 0,90-1,80 0,1668 1,19 0,84-1,70 0,3277
Não fez PN 7 2,1 1 0,3 9,13 1,11-74,79 0,0244* 5,15 0,60-43,91 0,1341
Adequado 207 63,1 270 73,2 1,00 Referência 1,00 Referência
*Teste de Exato de Fisher ** 100% das mães usuárias de drogas ilícitas estão entre os casos
84
As intercorrências maternas na gestação foram analisadas no bloco
4. Destas, ter tido anemia, corrimento vaginal e infecção urinária não foram
selecionadas (Tabela 13) na análise univariada.
Tabela 13 – Distribuição (nº e %) de casos e controles, odds ratios brutos,
intervalos, com 95% de confiança, e valores de p das variáveis não selecionadas
(p>0,20) do Bloco 4 - Intercorrências maternas durante a gestação. Residentes em
Londrina (PR), 2007.
Variáveis
Casos Controles
OR IC 95% P
n % n %
A
nemia
Sim
95 29,0 100 27,1
1,10
0,79 – 1,53
0,5845
Não
233 71,0 269 72,9
1,00
Referência
Corrimento vaginal (auto-referido)
Sim
110 33,5 125 33,9
0,99
0,72 – 1,35
0,9248
Não
218 66,5 244 66,1
1,00
Referência
Infecção urinária
Sim
97 29,6 104 28,2
1,07
0,77 – 1,49
0,6862
Não
231 70,4 265 71,8
1,00
Referência
Na análise univariada, todas as variáveis apresentaram associação
estatisticamente significante ao nascimento pré-termo, com exceção da mãe
que apresentou diabetes (Tabela 14). Após ajuste com as variáveis do bloco
apenas a categoria de mães com hipertensão sem eclampsia não
permaneceu estatisticamente significante.
As variáveis que indicam a presença de intercorrência na gestação
apresentaram forte ajuste na análise multivariada do bloco. A estimativa do
risco do nascimento pré-termo de mães que apresentaram sangramento
apresentou uma redução de 24%. Comportamento semelhante foi observado
para as mães com infecção do trato genital (redução de 43,3%), alteração do
liquido amniótico (redução de 36,9%), hipertensão com eclampsia (redução
de 14,8%) e para as mães que foram internadas na gestação a redução foi
de 48,3% (Tabela 14). Após a análise multivariada do bloco, apenas a
85
variável mãe que teve diabetes na gestação foi excluída.
Tabela 14 – Distribuição (nº e %) de casos e controles, odds ratios (brutos e ajustados),
respectivos intervalos, com 95% de confiança, e valores de p das variáveis do Bloco 4 -
Intercorrências maternas durante a gestação. Residentes em Londrina (PR), 2007.
Variávei
s
Casos
%
Controles
%
OR
Bruto
IC 95% P
OR
Ajustado
IC 95% P
Sangramento
Sim 65 19,8 12 3,3 7,35 3,89-13,89 <0,0001 5,56 2,83-10,94 <0,0001
Não 263 80,2 357 96,7 1,00 Referência 1,00 Referência
Infecção do trato genital
Sim 32 9,8 7 1,9 5,59 2,43-12,85 <0,0001 3,17 1,25-8,08 0,0154
Não 296 90,2 362 98,1 1,00 Referência 1,00 Referência
Alteração do volume do líquido amniótico
Sim 46 14,0 8 2,2 7,36 3,42-15,85 <0,0001 4,64 2,03-10,59 0,0003
Não 282 86,0 361 97,8 1,00 Referência 1,00 Referência
Diabetes
Sim 16 4,9 11 3,0 0,60 0,27-1,31 0,1995 1,20 0,44-3,29 0,7175
Não 312 95,1 358 97,0 1,00 Referência 1,00 Referência
Hipertensão arterial na gestação
Sim, com
eclampsia
56 17,1 11 3,0 7,14 3,66-13,92 <0,0001 6,08 3,01-12,28 <0,0001
Sim, sem
eclampsia
36 11,0 27 7,3 1,87 1,10-3,17 0,0183 1,57 0,88-2,81 0,1288
Não teve 236 72,0 331 89,7 1,00 Referência 1,00 Referência
Internação durante a gestação
Sim 90 27,4 15 4,1 8,92 5,04-15,79 <0,0001 4,61 2,49-8,53
0,0001
Não 238 72,6 354 95,9 1,00 Referência
1,00 Referência
Das variáveis relacionadas às características fetais (bloco 5), a
presença de anomalia congênita e o RN classificado como PIG não foram
selecionadas na análise univariada (Tabela 15).
86
Tabela 15 – Distribuição (nº e %) de casos e controles, odds ratios brutos,
intervalos, com 95% de confiança, e valores de p das variáveis não selecionadas
(p>0,20) do Bloco 5 - Características fetais. Residentes em Londrina (PR), 2007.
Variáveis Casos % Controles
% OR
IC 95%
P
A
dequação do peso para idade
g
estaciona
l
PIG
25 7,6 30 8,1
0,93
0,54-1,62
0,8039
Não PIG
303 92,4 339 91,9
1,00
Referência
Recém-nascido com anomalia congênita
Sim
14 4,3 14 3,8
1,13
0,53 – 2,41
0,7504
Não
314 95,7 355 96,2
1,00
Referência
Os nascimentos de gestações múltiplas apresentaram forte
associação, estatisticamente significante, com os nascimentos de pré-termo
na análise univariada. Esta associação foi mantida após ajuste com a
variável sexo do RN (Tabela 16).
Tabela 16 – Distribuição (nº e %) de casos e controles, odds ratios (brutos e ajustados),
respectivos intervalos, com 95% de confiança, e valores de p das variáveis do Bloco 5 –
Características fetais. Residentes em Londrina (PR), 2007.
Variáveis
Casos
%
Controles
%
OR
Bruto
IC 95% P
OR
Ajustado
IC 95% P
Sexo do recém-nascido
Masculino
193 58,8 191 51,8 1,33 0,99-1,80 0,0607 1,34 0,98-1,83 0,0625
Feminino
135 41,2 178 48,2 1,00
Referência
1,00
Referência
Tipo de gestação
Múltipla 40 12,2 2 0,5 1,00
6,12-
106,21 <0,0001 25,60
6,14-
106,78 <0,0001
Única
288 87,8 367 99,5 25,49
Referência
1,00
Referência
87
4.1.1 Modelo Final
Considerou-se inicialmente as variáveis pré-selecionadas do bloco 1
e foram acrescidas as variáveis do bloco 2 realizando-se uma nova
regressão logística, adotando-se como critério de permanência no modelo
final as variáveis estatisticamente significantes (p<0,05).
A análise de regressão logística hierarquizada entre os blocos
(Tabela 17) se deu inicialmente com as variáveis dos blocos 1 e 2. As
características socioeconômicas que se mantiveram no modelo após este
ajuste foram local de moradia em favela e a baixa idade (19 a 29 anos) do
responsável pelo sustento. Os fatores de risco relacionados às
características pré-concepcionais e história reprodutiva materna (bloco 2)
identificados foram os seguintes: mães com IMC<19kg/m
2
(magras) e
IMC30kg/m
2
(obesas); com a presença de filho anterior pré-termo e que
realizaram tratamento para engravidar.
Na seqüência, as variáveis dos blocos 1 e 2 que apresentaram p
<0,05 foram acrescentadas às variáveis do grupo 3. Após este ajuste, os
fatores de risco que dizem respeito às condições da gestação observados
nesta população foram as mães que estavam com companheiro há menos
de 2 anos, que fizeram uso de bebida alcoólica semanalmente, as que
relataram preocupações durante a gestação e as que receberam assistência
pré-natal caracterizada como inadequada II (três ou mais quesitos
negativos). Observa-se que entre as mães que não tiveram atenção pré-
natal há um aumento de 5 vezes da chance de nascimentos de pré-termo,
porém esta categoria não foi estatisticamente significante. A prática de
caminhada ou outro exercício físico na gestação manteve-se como fator de
proteção.
88
Tabela 17 - Resultado da regressão logística multivariada, odds ratios
ajustados, intervalos, com 95% de confiança, e valores de p segundo os blocos
de variáveis. Residentes em Londrina, 2007.
Blocos Variáveis OR Ajustado IC 95% P
Bloco 1
Local da moradia
Favela 1,80 1,02-3,19 0,0432
Não favela 1,00 Referência
Idade do responsável pelo sustento
16 a 29 anos 1,57 1,15-2,13 0,0040
30 anos ou mais 1,00 Referência
Bloco 2
IMC (kg/m
2
)
Menos de 19 2,12 1,40-3,21 0,0004
19 a 29 1,00 Referência
30 ou mais 1,96 1,04-3,70 0,0383
Ignorado 2,95 0,71-12,32 0,1381
Filho anterior pré-termo
Sim 3,04 1,83-5,05 <0,0001
Não 1,00 Referência
Tratamento para engravidar
Sim 8,28 2,70-25,41 0,0002
Não 1,00 Referência
Bloco 3
Com companheiro há menos de dois anos
Sim 1,44 1,03-2,00 0,0326
Não 1,00 Referência
Freqüência de bebida
alcoólica na gestação
Semanal 2,52 1,19-5,36 0,0163
Não bebia ou até 2x/mês 1,00 Referência
Referiu preocupações durante a gestação
Sim 1,52 1,05-2,21 0,0283
Não 1,00 Referência
Prática de caminhada durante a gestação
Sim 0,48 0,33-0,70 0,0001
Não 1,00 Referência
Qualidade do pré-nata
l
Inadequado II 3,57 1,48-8,58 0,0046
Inadequado I 1,14 0,78-1,65 0,4974
Não fez pré-natal 5,71 0,64-50,87 0,1185
A
dequado 1,00 Referência
Bloco 4
Sangramento
Sim 5,19 2,54-10,60 <0,0001
Não 1,00 Referência
Infecção do trato genita
l
Sim 2,96 1,09-7,99 0,0326
Não 1,00 Referência
Alteração do volume de liquido amniótico
Sim 5,82 2,32-14,56 0,0002
Não 1,00 Referência
Hipertensão arterial na gestação
Sim com eclampsia 8,67 4,09-18,37 <0,0001
Sim sem eclampsia 1,91 1,01-3,61 0,0470
Não 1,00 Referência
Internação durante a gestação
Sim 5,55 2,86-10,77 <0,0001
Não 1,00 Referência
Bloco 5
Tipo de gestação
Múltipla 20,10 4,44-90,99 0,0001
Única 1,00 Referência
89
Após o acréscimo das variáveis significativas dos blocos anteriores
ao bloco 4 verificou-se que as variáveis deste bloco que permaneceram no
modelo estavam fortemente associadas ao desfecho: sangramento; infecção
do trato genital; alteração do volume de líquido amniótico, hipertensão
arterial na gestação com eclampsia e sem eclampsia e mãe ter sido
internada durante a gestação.
Após ajuste das variáveis do bloco 5 com as significativas dos
blocos 1, 2, 3 e 4 apenas as gestações múltiplas mantiveram-se no modelo
final. Esta foi a variável que se mostrou estar mais fortemente associada
(OR=20,10) aos nascimentos de pré-termo, no entanto nesta etapa da
modelagem apresentou uma redução de seu efeito em 21,5%.
Não fez parte do processo de modelagem a variável presença de
placenta prévia, pois entre as 9 (2,7%) mães que apresentaram este agravo,
todos os nascimentos foram pré-termo.
90
5 DISCUSSÃO
O desenho de estudo caso-controle é bastante adequado na
identificação de fatores de risco. A definição de casos e controles é a etapa
mais importante e a mais difícil, tendo em vista a garantia da validade interna
da pesquisa. O desfecho nascimento pré-termo apresenta uma dificuldade a
mais, pois se trata de um estudo retrospectivo e dessa forma contemplou a
coleta de dados das diversas medidas de idade gestacional empregadas nos
serviços de saúde. Estas medidas de idade gestacional (data da última
menstruação fornecida pela mãe e dados coletados dos prontuários
hospitalares – resultados de exames de ultra-sonografia, idade gestacional
definida pelo obstetra e pediatra) nem sempre são concordantes entre si.
A idade gestacional pelo exame de ultra-sonografia anterior à 20ª
semana de gestação é considerada como a medida mais acurada
(BEHRMAN e BUTLER, 2006), porém esta medida só estava presente em
aproximadamente 50% de casos e controles. Análise preliminar dos dados
sobre a idade gestacional mostrou que, para os recém nascidos que
possuem registros comuns, a idade gestacional definida pelo obstetra
apresentava maior concordância com a idade gestacional obtida pelo exame
de ultra-sonografia anterior à 20ª semana de gestação (99,5%) que a
medida obtida por meio da DUM, que apresentou 77,3% de concordância.
Tendo em vista esses resultados, optou-se por priorizar a idade gestacional
pelo exame de ultra-sonografia anterior à 20ª semana de gestação, em
segundo lugar a idade gestacional registrada pelo obstetra, em terceiro lugar
a IG obtida pela DUM e por último a IG registrada pelo pediatra. Além disso,
adotou-se como critério haver concordância na definição de nascimentos
pré-termo e não pré-termo entre os métodos, o que impôs maior rigidez na
seleção dos casos e controles.
Os critérios rígidos adotados na definição de casos e controles pode
ter resultado em uma menor participação relativa de nascimentos de pré-
termo limítrofes, isto é com idade gestacional de 35 e 36 semanas, pois
91
freqüentemente a divergência de idade gestacional indicada pelos diferentes
métodos situa-se entre duas semanas. Conseqüentemente é possível que
tenha ocorrido uma maior participação relativa de nascimentos com idades
gestacionais menores.
A distribuição de nascimentos pré-termo segundo idade gestacional
demonstra que a maioria apresentou 35 (20,0%) e 36 (32,0%) semanas. A
proporção de nascimentos pré-termo extremos (27semanas) observada foi
de 9,0% e os muito pré-termo (31semanas) representaram 19,0% da
população de pré-termo estudada. A comparação deste perfil fica dificultada,
visto que a maioria dos estudos não inclui os nascimentos gemelares. Nos
Estados Unidos, entre os nascimentos de gestação única, a taxa de pré-
termo extremo é de 5,0% e a de muito pré-termo corresponde a 20,0%
(GOLDEMBERG et al., 2008). Na Suécia observa-se menor proporção, tanto
de nascimentos muito pré-termo (12,4%) como os extremos pré-termo
(3,8%) (MORKEN et al., 2007).
Segundo o DATASUS, em 2005, as proporções destas mesmas
categorias de pré-termo, em algumas localidades brasileiras foram as
seguintes: Brasil - pré-termo extremos (5,4%) e muito pré-termo (16,5%);
estado do Paraná - 6,5% e 18,4%; município de Ribeirão Preto (SP) - 5,9% e
16,5% e em Londrina 3,8% e 14,9% (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008).
Observa-se, portanto, que a proporção de nascimentos pré-termo extremos
foi maior que as encontradas no Brasil e outras localidades do país em 2005,
inclusive em Londrina. Acredita-se que a rigidez na seleção de casos e
controles, já mencionada, possa ter eliminado nascimentos pré-termo
limítrofes, acarretando aumento na proporção dos extremos.
Outra hipótese que pode explicar estas diferenças nas proporções
de nascimentos pré-termo observadas pode estar relacionada à cobertura e
à qualidade das informações do SINASC das localidades que foram
comparadas ao estudo. Uma avaliação das informações do SINASC em São
Luis (MA) apontou baixa cobertura do sistema e subestimação dos
nascimentos de pré-termo (SILVA et al., 2001). Possivelmente as
localidades escolhidas para comparação com o presente estudo, com
92
exceção do Brasil, não devem apresentar problemas de cobertura, porém
quanto à fidedignidade das informações da idade gestacional, nada se pode
afirmar.
A classificação dos nascimentos pré-termo observada neste estudo,
com 59,1% de espontâneos e 40,9% por indicação médica é próxima à
observada por ANANTH et al. (2005) nos Estados Unidos, que 63,5% foram
espontâneos e 36,5% foram por indicação médica. Já a pesquisa de
MORKEN et al. (2007), realizada na Suécia classificou 73,2% dos
nascimentos pré-termo como espontâneos e 26,8% por indicação médica.
Cabe lembrar, entretanto, a limitação que esta análise apresenta, visto que
se trata de um estudo retrospectivo e a classificação empregada restringiu-
se ao diagnóstico de admissão das parturientes.
Em futuros desdobramentos desta pesquisa se faz necessário o
aprofunfamento desta questão, com a análise conjunta do tipo de parto,
indicação das cesáreas e dos casos de indução do parto normal. Esta
discussão é premente para verificar hipótese já levantadada em estudos
brasileiros de que um dos fatores do aumento da prevalência de
nascimentos pré-termo seria o aumento das cesáreas (BETTIOL et al., 2000;
BARROS et al., 2005). Por outro lado o estudo de ANANTH et al. (2005)
detectou aumento dos nascimentos pré-termo por indicação médica, e este
fato foi responsável pela diminuição da mortalidade perinatal.
O perfil do peso ao nascer entre os nascimentos pré-termo apontou
que aproximadamente a metade se concentrou na faixa de 1500 a 2499
gramas, e mais de 1/3 destes nascimentos foram classificados como baixo
peso, justificados pela maior prevalência de nascimentos entre 32 e 36
semanas de gestação.
Dada a complexidade da causalidade dos nascimentos pré-termo e
a escassez de pesquisas realizadas no Brasil, foram incluídas inúmeras
variáveis no estudo dos fatores de risco, procurando contemplar as diversas
etapas da cadeia causal.
93
No bloco 1, das características socioeconômicas maternas e
familiares, as variáveis testadas são tradicionalmente utilizadas na
caracterização do perfil socioeconômico da população e algumas têm sido
estudadas em pesquisas brasileiras sobre fatores de risco para desfechos
reprodutivos negativos. As variáveis deste bloco que se mostraram como
fator de risco para nascimentos de pré-termo foram: moradia em local de
favela e a baixa idade do principal responsável pelo sustento familiar.
Quanto à primeira variável, não foi identificado estudo relacionado à saúde
perinatal que tenha pesquisado esta condição, porém é tida como um
importante marcador do baixo nível socioeconômico, sendo um dos
indicadores que compõe o Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS)
no estado de São Paulo (SEADE, 2008). Após o ajuste das demais variáveis
dos blocos 1 e 2 nos mostrou ser um fator que define a condição
socioeconômica familiar.
Em estudos brasileiros sobre saúde perinatal, autores têm testado
associações com o local de moradia e alguns desfechos reprodutivos
negativos. LEAL et al. (2004) encontraram associação entre residir em
aglomerados subnormais e o atendimento em maternidades públicas.
ALMEIDA e BARROS (2004) observaram associação entre a mortalidade
neonatal e a residência em áreas de invasão, porém esta a associação não
foi verificada na análise de regressão logística múltipla. Já o estudo de
SCHOEPS et al. (2007), realizado na região sul do município de São Paulo,
observou risco para a mortalidade neonatal precoce entre as mães que
residiam em local de favela. No que diz respeito à associação com o
nascimento pré-termo, uma pesquisa realizada no Vietnam apontou risco
com a moradia em zona rural (NGUYEN et al., 2004).
Em Londrina não foi detectado risco de nascimento pré-termo entre
as mães auto-referidas como negras ou pardas. A raça negra é um fator
muito estudado nos trabalhos americanos, onde a prevalência de
nascimentos pré-termo é maior entre as mães negras (ALLEN et al., 2000;
BRANUM e SCHOENDORF, 2002; LESLIE et al., 2003) e também tem sido
94
identificada como um fator de risco (EKWO e MOAWAD, 1998; ROLETT e
KIELY, 2000; LU e CHEN, 2004).
GOLDEMBERG et al., (2008) argumentam que as altas taxas de
nascimentos pré-termo dos Estados Unidos comparada a outros países
desenvolvidos, em parte se devam a alta prevalência destes nascimentos
entre as negras americanas. Porém os autores concluem que as diferenças
observadas no perfil de pré-termo de mulheres americanas brancas e negras
permanecem desconhecidas e sem explicação, mas contribuem para o ciclo
reprodutivo de desvantagens sociais e com conseqüências à saúde desta
população.
Recente publicação brasileira apontou risco de nascimento pré-
termo entre as mães mulatas, mesmo após ajustamento com a renda e a
escolaridade materna. Os autores concluem que além da desigualdade
social vivenciada por estas mães, outros fatores como a discriminaçao racial
e a carga genética podem influenciar esta associação (SILVA et al., 2007).
A renda per capita familiar menor que um salário mínimo foi
associada ao nascimento pré-termo na análise univariada, entretanto foi
eliminada no ajuste com as demais variáveis do bloco. Pesquisas que
poderiam ter similaridade com a população estudada encontraram
associação entre baixa renda e o nascimento pré-termo, pois uma delas é
brasileira (SILVA et al., 2003) e a outra foi realizada no Vietnã (NGUYEN et
al., 2004). Possivelmente a baixa renda familiar não foi identificada como
risco no presente estudo por estar associada significativamente a outras
variáveis estudadas, como por exemplo, o local de moradia em favela
(chi
2
dePearson=46,3 e valor de p descritivo< 0,0001), a raça parda/negra
(chi
2
dePearson=14,1 e valor de p descritivo= 0,0002).
A baixa escolaridade materna (0 a 7 anos de estudo) tem sido
associada ao nascimento pré-termo em vários estudos (EKWO e MOAWAD,
1998; KOUPILOVÁ et al.,1998; ROLETT e KIELY, 2000; VOIGT et al., 2004;
THOMPSON et al., 2006), diferentemente do observado em Londrina.
Provavelmente o resultado obtido no presente estudo se deva ao ajuste
ocasionado pela variável local de moradia em favela, pois foi verificada
95
associação entre estas duas variáveis (chi
2
de Pearson=32,4 e valor de p
descritivo< 0,0001).
Não foi observada associação entre a situação de mãe migrante e o
nascimento pré-termo, provavelmente por se tratar de migração dentro do
próprio país. Esta condição materna tem sido detectada como um fator de
risco em outras pesquisas fora do Brasil (RASMUSSEN et al., 1995;
KOUPILOVÁ et al., 1998; REED et al., 2005). Nos outros países estudados a
migração é um importante fator de exclusão social, tendo em vista que se
trata de migração entre países, onde a assimilaçao cultural e de idioma é
muito mais complicada, além do problema da clandestinidade agravar a
desigualdade social.
Entre as variáveis do bloco 2 – relacionadas à história reprodutiva e
características pré-concepcionais da mãe foi detectado risco para o
nascimento pré-termo entre as mães com baixo IMC (<19 kg/m
2
) e as
classificadas como obesas (IMC 30 kg/m
2
); as que tiveram filho anterior
pré-termo e as que realizaram tratamento para engravidar.
As mães com baixo IMC apresentaram um risco estimado duas
vezes mais elevado que as mães com IMC entre 19 e 29 kg/m
2
(que incluiu
as normais e com sobrepeso). Outros estudos têm descrito a associação
entre baixo IMC materno e os nascimentos de pré-termo (SCHIEVE et
al.2000; EHRENBERG et al., 2003; SIMHAN e BODNAR, 2006; NOHR et al.,
2007). Após o ajuste pelas variáveis dos blocos 1 e 2, a categoria de mães
com sobrepeso também passou a ser estatisticamente significante,
sugerindo que esta condição fica realçada na presença de condições
socioeconômicas desfavoráveis (OR=1,96 e valor de p=0,0383). Este
resultado é concordante com aqueles encontrados por BEATEN et al. (2001)
e NOHR et al. (2007). CNATTINGIUS et. al. (1998), identificaram risco de
nascimento muito pré-termo entre as mães nuliparas com IMC>30kg/m
2
, e
entre as mães de segunda gestação foi identificado risco `as mães com
IMC<19kg/m
2
.
A presença de filho anterior pré-termo foi associada ao desfecho em
todas as análises realizadas, mostrando-se como um fator de suma
96
importância, podendo indicar a presença de características biológicas das
mães no desenvolvimento da gestação. Outros autores também têm
demonstrado esta associação (EKWO e MOAWAD, 1998; BLOOM et al.,
2001; NGUYEN et al., 2004; ANANTH et al., 2007).
A presença da perda fetal anterior não foi sequer selecionada na
análise univariada, porém alguns estudos encontraram associação deste
antecedente com o nascimento pré-termo (BUCHMAYER et.al., 2004;
NGUYEN et al., 2004; HAMMOUD et al.,2007).
O tratamento para engravidar foi identificado como risco no presente
estudo, aumentando em cerca de oito vezes a chance de ocorrerem
nascimentos de pré-termo, independentemente do tipo de tratamento
realizado. Observou-se também que houve aumento do odds ratio no
processo de ajuste com as variáveis representativas das condições
maternas da mãe antes da gestação e das variáveis socioeconômicas,
sugerindo que possivelmente existiam condições maternas adversas que
dificultavam a gestação. Muitas pesquisas, principalmente entre gestações
múltiplas (PINBORG et.al., 2004), têm demonstrado que as gestações
resultantes de reprodução assistida têm maior risco de nascimentos pré-
termo comparadas às gestações por concepção natural. O estudo de revisão
abrangendo gestações únicas e múltiplas de HELMERHORST et al., (2004)
confirmou esta hipótese, exceto para os gemelares muito pré-termo (menos
de 32 semanas).
A realização de cesárea anterior foi identificada como proteção para
o nascimento pré-termo na análise univariada, foi selecionada para análise
multivariada, mas não permaneceu no modelo. Supõe-se que esta variável
esteja expressando melhor condição socioeconômica materna, pois alguns
estudos brasileiros têm demonstrado sua associação com o parto cesárea
(MORAES e GOLDENBERG, 2001; YAZLLE et al., 2001; FREITAS et al.,
2005; D’ORSI et al., 2006). Outra hipótese é que esta variável possa estar
demonstrando melhor acesso destas mães aos cuidados de saúde.
A condição de primeira gestação ou a mãe que engravidou três
vezes ou mais não foi associada ao nascimento pré-termo na população
97
estudada. Entretanto vários autores têm identificado risco de nascimento
pré-termo entre mães primíparas (FOIX-L’HÉLIAS e BLONDEL, 2000;
ARAGÃO et al., 2004; BEZERRA et al., 2006). SILVA et al., (2003)
encontraram associação com primíparas menores de 18 anos. BAI et. al.,
(2002) verificaram que as primíparas apresentaram maior risco de ruptura
prematura de membranas e entre as mulheres com duas a seis gestações
anteriores verificaram maior risco para o trabalho de parto prematuro,
indicando que a paridade esta relacionada ao nascimento pré-termo, mas a
análise estratificada pela causa demonstrou melhor este efeito. ANANTH et
al., (2007) verificaram risco entre as primíparas, tanto para os nascimentos
pré-termo classificados por indicação médica quanto para os espontâneos.
O intervalo entre as gestações não foi identificado como risco de
nascimento pré-termo. Alguns autores observaram risco para os intervalos
menores de seis meses (SMITH et al., 2003). CONDE-AGUDELO e
BELIZAN, (2000) obtiveram associação entre os intervalos menores que seis
meses e a ocorrência de sangramento ou ruptura prematura de membranas
no 3º trimestre. Os intervalos maiores de 59 meses foram associados a
maiores riscos de eclampsia. Assim como em Londrina outras pesquisas não
verificaram associação entre o nascimento pré-termo e o intervalo
gestacional (EKWO e MOAWAD, 1998; ARAFA et al., 2004)
A mãe que apresentava hipertensão arterial antes da gestação foi
associada ao nascimento pré-termo na análise univariada, mas não
permaneceu associada no modelo final. Este resultado difere dos achados
de outras pesquisas (MONAGHAN et al., 2001; VIGIL-DE GRACIA et al.
2004, ROSEMBERG et al., 2005).
Com respeito à idade materna, observou-se que a distribuição entre
as faixas de idade da mãe eram bastante semelhantes entre casos e
controles. Assim como no presente estudo, outros autores não verificaram
associação entre a mãe adolescente e o nascimento pré-termo (EKWO e
MOAWAD, 2000; CHANDRA et al. 2002). Porém muitos trabalhos têm
identificado risco de nascimento pré-termo, tanto para as mães adolescentes
(ROLETT e KIELY, 2000; BETTIOL et al., 2000; MONAGHAN et al. 2001;
98
SILVA et al., 2003; ARAGÃO et al., 2004; GOLDEMBERG et al., 2005) como
para as mães com idade acima de 35 anos (ROLETT e KIELY, 2000; FOIX-
L’HÉLIAS e BLONDEL, 2000; MONAGHAN et al., 2001; ASTOLFI e ZONTA
2002; KINZLER et al., 2002; SEOUD et al., 2002).
Apesar das variáveis do bloco 3, relacionadas às Condições
maternas durante a gestação e fatores psicossociais serem bastante
estudadas, ainda apresentam muitas divergências entre os resultados
encontrados e necessitam aperfeiçoamento na abordagem para identificação
destes fatores. As seguintes variáveis apresentaram associação com o
desfecho: mãe com companheiro há menos de dois anos, que consumia
bebida alcoólica semanalmente, que referiu preocupações na gestação, que
realizou pré-natal caracterizado como inadequado II e a prática de
caminhada ou outro exercício físico durante a gestação como um fator de
proteção.
Uma explicação encontrada para a associação do stress ao
nascimento pré-termo seria pelo aumento da liberação de adrenalina,
noradrenalina e cortisol no plasma, os quais induzem a liberação do
hormônio corticotrófico placentário, desencadeando precipitadamente a
cadeia biológica que leva ao trabalho de parto (HOBEL et al., 1999).
Associa-se a isto o fato que as mulheres expostas a situações de stress
também apresentam maior concentração plasmática de marcadores para
inflamação, desta forma a inflamação sistêmica pode se mais um
mecanismo pelo qual o stress aumenta o risco de nascimento pré-termo
(SHELDON et al. citados por GOLDEMBERG et al. 2008).
As variáveis: reação da mãe, família e pai da criança a gestação,
buscavam verificar a aceitação da mãe e o apoio emocional recebido ao
engravidar, mas nenhuma delas se mostrou associada ao nascimento pré-
termo. A variável tentativa de aborto na atual gestação examinou melhor a
não aceitação dessa gestação pela mãe, porém a pequena freqüência não
permitiu a manutenção da variável no modelo (seis casos e dois controles).
Entretanto esta afirmação é muito difícil de ser assumida e relatada pelas
mães. ORR et al., (2000) identificaram associação entre a gravidez
99
indesejada e o nascimento pré-termo. Numa coorte com gestantes negras
de baixa renda, com 18 anos ou mais, realizada na Carolina do Norte esta
associação não foi verificada. Entretanto a gravidez indesejada revelou-se
risco para o desenvolvimento dos diversos níveis de stress pesquisados, e o
nível mais alto foi associado ao nascimento pré-termo (MESSER et al.,
2005).
Na tentativa de identificar se o stress se associa ao nascimento pré-
termo foram testadas algumas situações negativas que, muitas vezes, fazem
parte do cotidiano do ser humano, podendo causar o stress. Dentre elas,
brigas com o companheiro, doença de familiar ou amigo, separação do
marido, preocupações na gestação e residir com o companheiro no máximo
há dois anos (união instável).
A variável “mãe que reside com o companheiro há menos de dois
anos” foi entendida como um possível fator de insegurança da mãe e
apresentou associação significativa com o nascimento pré-termo no modelo
final. Outras pesquisas também têm demonstrado associação entre as
uniões instáveis e o nascimento pré-termo (HOLT et al., 1997; KOUPILOVÁ
et al., 1998; ROLETT e KIELY, 2000; ZEITLIN et al., 2002b;). THOMPSON
et al., (2006) encontraram associação com parto pré-termo tanto para as
mães sem companheiro como para as mães que moram com o
companheiro, mas não são casadas.
A caminhada ou outra atividade física materna mostrou-se como um
fator de proteção. Sugerindo que estas atividades podem ter efeito positivo
no controle de situações estressantes ou podem também trazer benefícios
diretos para o desenvolvimento da gestação. Entretanto, a pesquisa de
MAGANN et al. (2002) realizada num Centro Médico de San Diego,
Califórnia, não apontou associação entre as diversas classificações de
exercícios físicos realizados durante a gravidez (nenhum/ baixo/ médio e
alto) e a duração da gestação. MISRA et al. (1998) identificaram risco de
nascimento pré-termo entre as gestantes que subiam escadas mais de 10
horas por dia e as que realizavam caminhadas (mínimo quatro
vezes/semana) e como fator de proteção as mães que tiveram pelo menos
100
60 dias de folga no período compreendido entre o primeiro e segundo
trimestre de gestação.
O consumo semanal de álcool foi identificado como risco para o
nascimento pré-termo no presente estudo, o que corresponde às
observações de GOLDEMBERG et al., (2008), que o consumo médio ou
moderado não são comumente associados a este desfecho. Outros estudos
também encontraram associação o nascimento PT e alto consumo de
bebida alcoólica (STRANDBERG et al., 2002; ALBERTSEN et al., 2004).
Uma coorte com gestantes nos Estados Unidos identificou risco entre o
nascimento pré-termo extremo e o consumo de álcool e cocaína. Os autores
observaram que quando ocorreu abstenção do álcool, mas se manteve o
uso de fumo e drogas, o decréscimo na prematuridade extrema foi de 41%
(SOKOL et al., 2007).
Foi utilizada uma variável composta para classificar a assistência
pré-natal, que incluísse diferentes aspectos, como procedimentos e exames
realizados, orientações recebidas, além do número de consultas e do
período de início. Embora não se tenha utilizado a adequação do número de
consultas à idade gestacional, como propõe KOTELCHUCK (1994), foi
utilizado um corte bastante reduzido (mínimo de 3 consultas).
Dentre as categorias da variável qualidade do pré-natal, as mães
que não fizeram pré-natal não mostraram associação com o desfecho no
modelo final, possivelmente devido a baixíssima freqüência observada no
estudo (sete casos e um controle) e do ajuste ocasionado pela presença de
outras variáveis que podem estar associadas à não realização de pré-natal.
A classificação de pré-natal inadequado II (quando três quesitos ou mais
eram negativos) foi associada ao nascimento pré-termo. Vale lembrar que o
pré-natal inadequado pode estar refletindo diferentes condições maternas
como a dificuldade de acesso aos serviços de saúde, a não aceitação da
gestação e outros indicadores de baixo nível socioeconômico.
Muitos estudos têm observado associação entre a não realização de
pré-natal e o nascimento pré-termo (EKWO e MOAWAD, 1998; GAMA et al.,
2002; VINTZILEOS et al., 2003; NGUYEN et al., 2004; ARAGÃO et
101
al.,2004); ou ao baixo número de consultas (GAMA et al., 2002; KILSZTAJN
et al., 2003; GOLDEMBERG et al., 2005; BEZERRA et al.,2006). LUKE et
al., (2003) obtiveram menor prevalência de nascimentos pré-termo entre as
gestantes que realizara pré-natal diferenciado. Já ICKOVICS et al. (2003)
não observou significância entre o pré-natal em grupo e a menor
prevalência de prematuros, apenas melhor média de peso entre os
nascimentos prematuros.
A variável “preocupações na gestação” também foi associada ao
nascimento pré-termo na modelagem final. Embora durante a entrevista
tenha sido perguntado às mães sobre a presença de eventos que pudessem
desencadear situações estressantes (doenças, brigas, violência) as quais
não se mostraram associadas ao nascimento pré-termo. A formulação mais
subjetiva e aberta “fale sobre a presença de preocupações durante a
gestação” mostrou-se como uma forma mais adequada de abordagem. Em
resposta a esta questão foram observadas diferentes manifestações de
preocupação como a própria saúde na gestação, problemas financeiros,
conflitos familiares, situações de mudança, roubos e principalmente
questões relacionadas a preocupações com o trabalho e o estudo. Algumas
repetiram situações que já haviam sido indagadas. Estes resultados
sugerem que a percepção de problemas é bastante diferenciada entre as
mães e que formas subjetivas e mais compreensivas devem ser utilizadas
para identificar os fatores psicossociais.
DOLE et al. (2003), ao utilizarem uma escala para classificação do
stress, identificaram associação do nascimento pré-termo a ansiedade da
gestante, aos eventos vitais de alto impacto e a percepção de discriminação
racial, porém não observaram associação com os diferentes níveis de
suporte social pesquisados. Em Jundiaí (SP) RONDÓ et al. (2003) também
utilizaram escalas de classificação e encontraram associação entre o stress
materno no terceiro trimestre e o nascimento pré-termo. Já a pesquisa
realizada por LU e CHEN (2004) não identificou associação nas diversas
classificações de stress utilizadas: emocional, financeiro, relacionado ao
parceiro e traumático.
102
Possivelmente, como conseqüência da abordagem utilizada, a
depressão auto referenciada pela mãe não foi associada ao nascimento pré-
termo. Neste estudo não se empregou escalas especificas para identificar a
depressão, sintomas depressivos e situações de stress. É possível que a
baixa freqüência (25 casos e 20 controles) deste agravo obtida nesta
pesquisa possa estar relacionada à forma que se realizou a investigação.
Entretanto estudos que utilizaram instrumentos específicos para avaliar a
depressão também não encontraram associação da depressão materna e o
nascimento pré-termo (DOLE et al., 2003; ANDERSSON et al., 2004).
Alguns autores apontam que a depressão está associada ao
aumento no consumo de cigarros, álcool e drogas, por conseguinte a relação
entre depressão e nascimento pré-termo pode ser mediada por estes hábitos
(ORR et al., 2000). No entanto alguns estudos ajustados para fumo, álcool e
drogas a associação entre depressão e nascimento pré-termo persistiu,
sugerindo haver outros mecanismos presentes (GOLDEMBERG et al. 2008).
Embora se desconheça o mecanismo básico da associação entre depressão
e nascimento pré-termo, foi observado associação entre o temperamento
depressivo e a redução da atividade das células “Natural Killer” e a alta
concentração plasmática das citoquinas inflamatórias e seus receptores
(GENNARO et al. citados por GOLDEMBERG et al. 2008). Sendo assim a
inflamação também poderia mediar a relação entre depressão e o
nascimento pré-termo.
Assim como a pesquisa realizada em Pelotas, neste estudo o fumo
materno não foi associado ao nascimento de pré-termo. HORTA et al. (1997)
identificaram risco entre o fumo materno e o baixo peso ao nascer e o
retardo do crescimento intra-uterino. Por outro lado alguns trabalhos têm
demonstrado a associação entre o fumo materno na gestação e o
nascimento de pré-termo (EKWO e MOAWAD, 1998; ROLETT e KIELY,
2000; ENGLAND et al., 2003; SILVA et al., 2003; GUPTA e SREEVIDYA,
2004; MORKEN et al. 2005; SALIHU et al., 2005). FANTUZZI et al. (2007)
identificou risco de nascimento com menos de 35 semanas de gestação,
tanto para o fumo materno ativo, como para o passivo, mas a melhor
103
associação observada foi para as mães que consumiram mais de 10
cigarros/dia. Outra pesquisa identificou risco do fumo materno aos
nascimentos com menos de 32 semanas, causados por trabalho de parto
prematuro, ruptura prematura de membranas e por sangramentos tardios
(KYRKLUND-BLOMBERG et al., 2005).
A variável “uso de drogas psicoativas na gestação” apresentou
significância estatística na análise univariada e um valor de p ligeiramente
maior que 0,05 na multivariada do bloco, porém não apresentou significância
após ajuste dos blocos anteriores, provavelmente pela baixa freqüência
observada (27 casos e 17 controles). Autores têm relatado associação entre
o nascimento pré-termo e o uso de cocaína pela gestante (KISTIN et al.,
1996; FAJEMIROKUN-ODUDEYI e LINDOW, 2004). Vale lembrar que neste
trabalho a variável agrupou as usuárias de drogas lícitas (medicamentos
psicotrópicos) e de drogas ilícitas, das quais todas as usuárias (12) estavam
presentes entre os casos. Neste estudo as drogas mencionadas em maior
proporção foram a maconha e o crack.
O trabalho da mulher durante a gestação não foi associado ao
nascimento pré-termo, o que também foi observado por SAUREL-
CUBIZOLES et al. (2004). Por outro lado o estudo europeu identificou
algumas condições de trabalho como risco (trabalho que ultrapassa 42 horas
semanais, a posição ortostática por mais de seis horas por dia e a baixa
satisfação da mulher com o trabalho realizado). Já o presente estudo, não
identificou risco entre as variáveis “trabalho em posição ortostática” e
“trabalho com esforço físico” e o nascimento de pré-termo.
Outras pesquisas também encontraram associação entre condições
de trabalho que acarretam esforço físico e o nascimento pré-termo
(NGUYEN et al., 2004; CROTEAU et al., 2007). Entretanto dos 35 estudos
levantados em uma pesquisa de revisão sistemática, a maioria não
demonstrou efeito das condições de trabalho com esforço físico, e os que
demonstraram tiveram um efeito moderado. Os autores concluíram que o
balanço das evidências não justifica a restrição das atividades entre
gestantes, mas recomendam maior cautela no que diz respeito às horas
104
prolongadas de trabalho, mesma posição por tempo prolongado e o trabalho
pesado, principalmente no final da gestação (BONZINI et al., 2007).
Com relação às Intercorrências maternas na gestação (bloco4) se
constituíram como risco para o nascimento pré-termo as mães que
apresentaram sangramento, infecção do trato genital, alteração do volume
de líquido amniótico, hipertensão arterial com e sem eclampsia e as mães
que foram internadas na gestação.
Verificou-se que as intercorrências apresentaram ajuste na análise
multivariada do bloco, sugerindo que mais de uma destes agravos podiam
estar presentes, bem como alguns destes possam ter levado à internação da
mãe durante a gestação.
Entre os agravos maternos, o sangramento acomete até um quarto
das gestantes, e parte dos episódios tem causa desconhecida. Sabe-se que
a produção de trombina induz uma cascata proteolítica que pode acarretar
ruptura prematura de membranas e trabalho de parto prematuro. Outra
hipótese é que o sangramento pode estar associado a uma infecção uterina
inaparente, que também pode levar a ruptura de membranas e trabalho de
parto prematuro (YANG et al., 2004). Neste estudo o sangramento vaginal
foi fortemente associado ao nascimento pré-termo e alguns estudos também
têm demonstrado esta associação (ORR et al., 2000; MISRA et al., 2001;
YANG e SAVITZ, 2001; WATANABE et al., 2002; NGUYEN et al., 2004;
YANG et al., 2004).
A manifestação de corrimento vaginal auto referida pela mãe não foi
associada ao nascimento pré-termo, mas quando se agrupou as
informações registradas no prontuário hospitalar, que mencionavam
qualquer tipo infecção do trato genital, seja vaginal ou uterina foi observada
associação. São vários tipos de infecção vaginal, entre as quais a vaginose
bacteriana, caracterizada por intenso corrimento de odor fétido associado a
um pH vaginal maior que 4,5 e diminuição dos lactobacilos. Há ainda a
candidíase, a trichomoníase, a infecção por Chlamydia, a infecção pelo
Streptococcus agalactiae e outros que podem não apenas causar a infecção
vaginal como podem ascender ao útero. Estas infecções estimulam
105
mecanismos imunológicos, que por sua vez estimulam a produção das
prostaglandinas, grandes responsáveis pela contração uterina e pela
degradação da matriz extracelular das células da membrana. Estes
mecanismos induzem, respectivamente, o trabalho de parto prematuro e
ruptura prematura de membranas (GOLDEMBERG e NAGAHAWATTE,
2007).
Quanto à presenca de vaginose bacteriana materna, uma revisão
bibliográfica identificou ser um risco para o nascimento pré-termo (CHAIM et
al., 1997). Outras publicações apontam associação com o trabalho de parto
prematuro (sem resultar em nascimento pré-termo) (SUBTIL et al., 2002;
TRIPATHI et al., 2003). Foi encontrado risco para gestantes que
apresentaram Trichomonas vaginalis dentro do período de quatro semanas
antes do parto (BUCHMAYER et al., 2003). Em coorte de gestantes a
infecção do trato genital baixo foi associada com nascimento pré-termo de
baixo peso apenas entre as mães negras americanas (HITTI et al., 2007).
As alterações do volume do líquido amniótico, polidramnia ou
oligodramnia, que estão muito relacionados a diversos problemas materno-
fetais, foram associadas ao nascimento pré-termo, como tem sido descrito
na literatura (GOLDEMBERG e NAGAHAWATTE, 2007).
A placenta prévia foi um agravo detectado apenas entre os casos
(9,0%), o que não deixa dúvida sobre o risco que ele representa, sendo
também apontado por outros estudos (MONAGHAN et al., 2001; NGUYEN
et al., 2004).
Quanto à hipertensão na gestação, neste estudo foi identificado risco
tanto para as mães que apresentaram as formas mais graves, àquelas que
desenvolveram pré-eclampsia como as que não apresentaram pré-
eclampsia. Esta observação representa um alerta importante para a
detecção precoce da doença hipertensiva da gravidez. Outros trabalhos
também identificaram associação da hipertensão na gestação e o
nascimento de pré-termo (HAUTH et. al., 2000; ORR et al., 2000; BARTON
et.al., 2001; NGUYEN et al., 2004, ZAREIAN, 2004; SIBAI, 2006). Verificou-
se inicialmente que a presença de hipertensão (sem eclampsia) mostrava-se
106
associada ás gestações de pré-termo, no entanto no processo de
modelagem (ajuste na presença de outras intercorrências e esta condição)
deixava de estar estatisticamente associada ao desfecho, o que sugeria que
seu efeito pudesse estar sendo expresso por outras condições adversas,
também presentes na gestação. No entanto, observou-se que esta condição
voltou a ser estatisticamente significante quando do ajuste pelas variáveis
dos blocos precedentes, sugerindo que esta condição na presença de
condições socioeconômicas desfavoráveis ou de condições adversas de
desenvolvimento da gestação, como por exemplo pré-natal inadequado ou
ausente pode ser um risco para os nascimentos de pré-termo. Os
resultados sugerem que esta condição deve ser adequadamente
diagnosticada e controlada na atenção pré-natal.
Assim como no presente estudo, outras pesquisas observaram que
as mães que foram internadas na gestação têm maiores risco de nascimento
pré-termo (ORR et al., 2000; TANIR et al., 2003). Este fator sugere relação
com todos os agravos que também foram detectados de risco.
Com relação ás características do feto (bloco5) verificou-se que
apenas as gestações gemelares estavam associadas aos nascimentos de
pré terrmo
Detectou-se uma prevalência de 12,2% de gemelares entre os
nascimentos de pré-termo e apenas 0,5% entre os controles. A alta taxa de
nascimentos gemelares pré-termo espontâneos é explicada por uma hiper
distensão uterina, resultando em contrações e/ou rotura prematura de
membranas (ROMERO et al., 2006). A gemelaridade tem sido indicada
como risco por muitos autores (BERKOWITZ e PAPIERNIK, 1993;
KRAMER, 2003; MOUTQUIN, 2003; TUCKER e Mc GUIRRE, 2005; LEE et
al., 2006). Nos Estados Unidos aproximadamente 60,0% dos nascimentos
de gestações múltiplas são pré-termo. Destes, 40,0% são devido ao trabalho
de parto prematuro ou por rotura prematura de membranas e os demais são
por indicação medica devido à pré-eclampsia ou outros agravos materno-
fetais (GOLDEMBERG et.al., 2008).
107
6 CONCLUSÕES
A maioria dos nascimentos pré-termo (59,1%) foram classificados
como espontâneos e 40,9% por indicação médica.
Aproximadamente 50,0% dos casos apresentaram entre 35 e 36
semanas de gestação.
Após análise de regressão logística hierárquica multivariada foram
identificados os seguintes fatores de risco para o nascimento pré-termo:
Bloco 1 – Características socioeconômicas maternas e
familiares: local de moradia em favela e a baixa idade (16 a 29
anos) do responsável pelo sustento da família;
Bloco 2 – Características pré-concepcionais e história
reprodutiva materna: mãe com baixo IMC (<19,0 kg/m
2
) ou
classificada como obesa (IMC30 kg/m
2
), que realizou
tratamento para engravidar e a presença de filho anterior pré-
termo;
Bloco 3 - Condições maternas durante a gestação
(psicossociais, hábitos, trabalho, atividade física e assistência
pré-natal): mãe com companheiro há dois anos ou menos, que
relatou preocupações na gestação, que consumiu bebida
alcoólica semanalmente e a assistência pré-natal classificada
como inadequada II (quando três ou mais quesitos do pré-
natal eram negativos), a prática de caminhada ou outro
exercício físico realizado durante a gestação foi um fator
protetor;
Bloco 4 – Intercorrências da gestação: mãe que apresentou
sangramento, infecção do trato genital, alterações do volume
amniótico, hipertensão arterial com ou sem eclampsia e
internação na gestação;
108
Bloco 5 – Características fetais: recém-nascidos de gestação
múltipla.
O nascimento pré-termo é uma complexa expressão de muitas
condições, influenciado por uma série de fatores inter-relacionados, que
podem variar para diferentes populações. Esta complexidade dificulta a
detecção de soluções para as causas deste problema.
Muito se tem avançado no tratamento das crianças nascidas pré-
termo, inclusive com melhorias na sobrevivência destas crianças, porém
pouco se conhece sobre a prevenção dos nascimentos pré-termo.
No Brasil são escassas a pesquisas de base populacional para
detecção destes fatores de risco. Um ponto crucial para realização de
pesquisas nesta área é a definição concreta do problema, envolvendo
conhecer a verdadeira prevalência deste agravo e os fatores relacionados a
ele. Para isso, faz-se necessário estabelecer diretrizes nacionais para
padronização das medidas de idade gestacional. A informação da idade
gestacional presente na Declaração de Nascido Vivo não define a medida de
idade gestacional a ser utilizada e não disponibiliza a idade gestacional
exata, apenas idades agrupadas, dificultando o conhecimento do problema
de maneira mais fidedigna.
A identificação dos fatores de risco relacionados aos nascimentos
pré-termo podem auxiliar na elaboração de políticas públicas apropriadas
para prevenção do problema. A atenção pré-natal tem importância
fundamental, na melhoria na identificação e no tratamento das gestantes
com risco de parto prematuro aliado a melhoria da atenção hospitalar a
estas mulheres.
São várias as frentes de pesquisa que podem elucidar melhor esta
problemática como a investigação da sua etiologia, das disparidades
socioeconômicas, do impacto das ações de saúde sobre os nascimentos
pré-termo, da influência dos métodos de reprodução assistida sobre as
gestações múltiplas e consequentemente sobre os nascimentos pré-termo.
109
Dada a complexidade e inter-relacionamento dos fatores associados
ao nascimento pré-termo, envolvendo as condições ambientais,
socioeconômicas, fatores biológicos, reprodutivos, genéticos,
comportamento individual e fatores psicossociais, acesso e qualidade dos
serviços de saúde, a abordagem multidisciplinar nas pesquisas poderia
avançar na investigação de cada condição específica, sem perder de vista a
inter-relação entre os diversos fatores.
110
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126
Anexo 1 - Cadastro diário de nascidos vivos
CADASTRO DIÁRIO DE NASCIDOS VIVOS
Hospital_________________________________________________________________________
Data de coleta __/__/__
Responsável pelo registro (nome legível e assinatura): ____________________________________
Data do
nascimento
Horário do
nascimento
Livro de
nascimentos
Idade
Gestacional
(em
semanas)
Nome e
Iniciais do
sobrenome
da Mãe
Prontuário
Mãe
Prontuário
RN
Nº do
Quarto e
Leito da
Mãe
Nº de ordem|____|____|____|____|
127
Anexo 2 - Entrevista com a mãe
FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA – UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
PROJETO: FATORES DE RISCO PARA NASCIMENTOS PRÉ-TERMO
ENTREVISTA COM A MÃE
I . ANOTAÇÕES DO ENTREVISTADOR
Visita Data Horas Entrevistador
Resultado da
visita
(vide Quadro*)
Observações
1 /
2 /
Visita
Final
/
*Entrevista realizada.....................................................................1
Mãe estava dormindo...................................................................2
Mãe estava com dor.................................................................... 3
Mãe estava com visitas................................................................4
Mãe estava amamentando ou cuidando do RN......................5
Mãe estava com visita médica................................................6
Mãe recusou participar da pesquisa.......................................7
Outro motivo: _____________________________________
Data de preenchimento: ___/___/___
Nome e assinatura do responsável pelo preenchimento:
________________________________________________________________________________________
Formulário
Completo ( )
Incompleto ( ) Especifique o motivo:
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
Início da entrevista _________Término da entrevista: ____Duração da entrevista: __________minutos
REVISÃO CODIFICAÇÃO DIGITAÇÃO
NOME
DATA _____/_____/_____ _____/_____/_____ _____/_____/_____
ATENÇÃO:
Os campos à direita do formulário, separados por um traço vertical, estão reservados para
a codificação e NÃO devem ser preenchidas pelo entrevistador.
Nº de ordem|____|____|____|____|
128
II. IDENTIFICAÇÃO E SITUAÇÃO SÓCIO-ECONÔMICA DA MÃE E DA FAMÍLIA
1
Nome do(a) entrevistado(a):
__________________________________________________
2
Data de Nascimento da mãe:
_____/______/_____
Dia Mês Ano
3 Você nasceu em Londrina?
Sim....................................................................1 (pule para a 5)
Não....................................................................0
Ignorado............................................................9
4
Se não é nascida em Londrina, há quanto
tempo mora na cidade?
_____/______
Anos
/Meses
5
Situação conjugal da mãe no momento do
nascimento:
Casada\mora junto.................................................1
Solteira....................................................................2 (pule para 7)
Separada\Viúva Desquitada\Divorciada..................3 (pule para 7)
6
Tempo de união com o companheiro até o
nascimento:
_____/______
Anos Meses
7
Endereço residencial
completo:
Rua: ________________________________________________
Nº___________, Complemento:___________________________
Bairro:_______________________________________________
Região:______________________________________________
8 Local da moradia na época do nascimento:
Favela\ Assentamento\Cortiço......................................................1
Conjunto Habitacional (prédio ou casa)........................................2
Condomínio residencial fechado...................................................3
Outro, especificar..........................................................................4
____________________________________________________
Nº de ordem|____|____|____|____|
129
9
Número de cômodos da moradia, exceto o
banheiro:
_
__________________________________________________
10
Tipo de acabamento que prevalece na
moradia na época do nascimento:
Alvenaria com reboco e pintura....................................................1
Alvenaria com reboco e sem pintura............................................2
Alvenaria sem reboco...................................................................3
Madeira com pintura.....................................................................4
Madeira sem pintura.....................................................................5
Material reaproveitado/sucata......................................................6
Outro, especificar.........................................................................7
____________________________________________________
11
Nome do chefe da família na época do
nascimento:
___________________________________________________
12
Nome do principal responsável pelo
“sustento” da família na época do
nascimento:
___________________________________________________
13- Composição e caracterização da família no momento do nascimento:
Número Nome
Relação c\
Resp. pelo
sustento (*)
Idade
(anos ou
meses)
Sexo Ocupação (**)
Posição na
ocupação (***)
Renda
(reais)
1- MÂE
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
(**) Incluir os aposentados e o valor da renda
(*) Na coluna relação com o responsável pelo sustento, utilizar os seguintes códigos:
1Resp. ...........Pessoa responsável pela família. 6......................Irmãos.
2.....................Cônjuge ou Companheiro. 7......................Outros Parentes.
3.....................Filhos ou enteados. 8......................Empregados.
4.....................Pais ou Sogros. 9......................Parentes dos empregados.
5.....................Netos. 10....................Outros.
Nº de ordem|____|____|____|____|
130
(***) Na coluna posição na ocupação, utilizar os seguintes códigos: (leia as alternativas p/ entrevistada)
14- Total de anos de estudo* dos membros da família.
Repetir a lista dos moradores do quadro anterior, porém mencionar apenas o número de séries completas das
pessoas de 10 anos e mais no momento do nascimento.
Colocar na coluna numerada apenas o prenome das pessoas:
Nome Analfabeto
Sabe ler e
escrever
Nº séries
cursadas
Fundamental
(1ª a 8ª série)
Nº séries
Cursadas
Nível Médio
(1ª a 3ª série)
Nº séries
Cursadas
Nível
Superior e\ou
Curso
Técnico e
pós-
graduação
Ainda estuda
Total de
Anos de
Estudo
(não
preencher)
1Mãe
2.
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
*Não incluir anos de estudo na pré-escola
III - CARACTERÍSTICAS DA MÃE
15
Qual é a sua cor de pele ou qual é a sua raça?
Branca
1
Preta
2
Amarela
3
Parda 4
Indígena
5
Ignorado
9
16
Qual é a sua altura?
______/_______
m cm
ignorado = 99
1 .......empregado assalariado c/ carteira assinada 6.................conta própria ou autônomo s/ estabelecimento
2....... empregado assalariado s/ carteira assinada 7.................empregador c/ até 5 funcionários fixos
3....... empregado familiar não remunerado 8.................empregador c/ mais de 5 funcionários fixos
4....... empregado familiar remunerado 9.................Ignorado
5........conta própria ou autônomo c/ estabelecimento 10...............Outro, especificar..................................................
Nº de ordem|____|____|____|____|
131
17
Qual era o seu peso antes de engravidar?
(Considerar somente a gestação em estudo)
______/_______
kg g
ignorado = 99
IV- HISTÓRIA REPRODUTIVA DA MÃE
18
Idade da primeira menstruação:
______________Anos
ignorada = 99
19 – Características das Gestações anteriores e de seus resultados: (não incluir a gestação em estudo)
Características Número
19.1 Gestações anteriores
19.2 Gestações múltiplas
19.3 Filhos nascidos vivos
19.4 Filhos nascidos mortos
19.5 Aborto espontâneo
19.6 Aborto provocado
19.7 Partos vaginais anteriores
19.8 Cesáreas anteriores
19.9 Filhos anteriores com baixo peso ao nascer ( menos de 2500g)
19.10 Filhos nascidos prematuros (<37 semanas de gestação)
19.11 Filhos nascidos vivos que morreram com menos de um ano de idade
19.12 Data do parto ou aborto anterior ___/___/___
Nº de ordem|____|____|____|____|
132
20
Você foi ao ginecologista no ano anterior desta gravidez?
Sim...................................1
Não..................................0 (pular para 21)
20.1
Se sim, qual o motivo?
Para preventivo............................................1
Tratamento...................................................2
Ambos........................................ .................3
Se tratamento ou ambos, ESPECIFICAR qual
e para que:
_____________________________________
____________________________________
21
Nos seis meses anteriores à gravidez, você utilizou algum
método anticoncepcional?
Não..............................................................0
Pílula............................................................1
DIU...............................................................2
Camisinha....................................................3
Coito interrompido........................................4
Ignorado.......................................................9
Mais de um método......................................5
Outro............................................................6
Se mais de um dos métodos ou outro,
especificar____________________________
____________________________________
22
Você fez tratamento para engravidar (gestação atual)?
Não...............................................................0
Sim...............................................................1
Especificar___________________________
_____________________________________
V. CARACTERÍSTICAS DA MÃE NA GRAVIDEZ
23
Qual foi a data da sua última menstruação antes da
gestação?
(se a mãe não souber informar o dia, anotar mês e ano)
________/_________/________
Dia Mês Ano
Ignorada = 99
24
Quantos quilos você ganhou durante a gravidez
______________ kg
Ignorado = 99
25
Esta gravidez foi planejada?
Sim...................................................................1
Não...................................................................0
Nº de ordem|____|____|____|____|
133
26
Quando você descobriu que estava grávida como você se
sentiu?
Feliz.................................................................1
Indiferente........................................................2
Contrariada......................................................3
Não quer responder.........................................9
Outro sentimento.............................................4
Especificar: ____________________________
27
Quando o pai da criança descobriu que você estava
grávida, qual foi a reação dele?
Feliz ................................................................1
Indiferente........................................................2
Contrariado.......................................................3
NSA (pai ausente ou não sabia)......................8
Não quer responder.........................................9
Outro sentimento.............................................4
Especificar:____________________________
28
Quando sua família descobriu que você estava grávida,
como receberam a notícia?
Feliz.................................................................1
Indiferente........................................................2
Contrariado......................................................3
NSA (ausente ou não sabia)...........................8
Não quer responder........................................9
Outro sentimento.............................................4
Especificar:____________________________
29
Depois que soube que estava grávida, você pensou em
aborto?
Sim...................................1
Não...................................0 (pular para a 30)
29.1
Você chegou a fazer alguma coisa para abortar?
Não................................................................0
Sim................................................................1
Se SIM, Especificar: ____________________
30
Você trabalhou durante a gestação?
Sim
1
Não
0 (pule para a 32)
30.1
Se sim especifique os meses da gestação
_________________________________
30.2
Especificar o que fazia.
_________________________________
30.3
Especificar carga horária por dia
e quantos dias na semana.
___________horas (por dia)
___________dias
Nº de ordem|____|____|____|____|
134
30.4
Posição que você trabalhava DIARIAMENTE Não Sim - tempo (em horas)
De pé
Sentada
Outras posições
30.5
Este trabalho exige esforço físico?
(Entendendo-se esforço físico como: atividades vigorosa
s
p
or pelo menos 10 minutos contínuos, como trabalho de
construção pesada, carregar peso
(
acima de 10Kg
)
,
trabalhar com enxada, escavar, subir escadas ou outra
atividade que demande grande esforço físico, de tal forma
que faz com que você respire muito mais forte que o norma
l
quando a realiza).
Sim..............................................................1
Não..............................................................0
Se sim, especificar tipo de
esforço físico:
___________________________________
____________________________________
30.6
No seu trabalho você tem algum tipo de contato com
“venenos” utilizados na agricultura (plantação,
armazenamento ou venda de sementes) ou trabalha na
própria produção e venda de venenos ou em
desindetizadoras?
Sim.....................................1
Não.....................................0 (pule para 31)
Se sim, especificar o tipo de
contato:
_____________________________________
____________________________________
30.7
Em caso positivo, há quanto tempo desenvolve este tipo de
trabalho?
___________________________
31
Tipo de locomoção que utilizava para chegar ao seu
trabalho:
Tempo*
Ônibus...............................................................................1
Carro.................................................................................2
A pé...................................................................................3
Bicicleta.............................................................................4
Não se Aplica (trabalha em casa).....................................8
Outro.................................................................................5
Especificar:_____________________________________
*Menos de 30 minutos (1) 30 a 60 minutos (2) Mais de 1 hora (3)
Nº de ordem|____|____|____|____|
135
32
Atividade física nas tarefas domésticas e no cuidado
com a família durante a gravidez:
Sim
1
Não
0
Nº vezes/
semana
Duração
horas/dia
Período
gestacional
32.1 Você realizou atividades vigorosas durante a gravidez,
como carregar peso (acima de 10 Kg), carpir, lavar
quintal ou esfregar chão por pelo menos 10 minutos
contínuos?
32.2
Outra atividade vigorosa, especificar:
____________________________________________
33
Atividade física relacionada a esporte e\ ou lazer
durante a gravidez:
Sim
1
Não
0
Nº vezes/
semana
Duração
horas\dia
Período
gestacional
33.1 Ginástica
33.2 Corrida
33.3
Caminhada (não considerar para o trabalho)
33.4
Outra atividade, especificar:
___________________________________________
34
Você fumava antes de engravidar?
Sim...........................................................................1
Não...........................................................................0
Se sim, por quanto tempo?
Especificar____________
34.1
Você fumou durante a gravidez? Se sim, qual o
período (s) da gestação?
Não fumou........................................1(pule para 35)
Sim...................................................2
Especificar o(s) período(s) da
gestação:__________________________________
34.2
Quantos cigarros fumava por dia durante a gravidez?
1-5.............................................................................1
6-10...........................................................................2
11-20.........................................................................3
mais de 20................................................................4
35
Qual era a sua bebida alcoólica preferida antes da
gravidez?
Especificar a bebida preferida:
__________________________________________
Não bebia........................................2(pule para a 36)
Nº de ordem|____|____|____|____|
136
35.1
Antes da gravidez, quando bebia, quantos drinques
(copo americano) você tomava?
Quantidade__________________________________
35.2
Antes da gravidez, com que freqüência você tomava
bebida alcoólica?
Todos os dias............................................................1
4 a 6 vezes por semana............................................2
2 a 3 vezes por semana............................................3
1 vez por semana......................................................4
1 a 2 vezes por mês..................................................5
Menos de 1 vez por mês...........................................6
Ignorado\não quer informar.......................................9
36
Qual era a sua bebida alcoólica preferida durante a
gravidez?
Especificar a bebida preferida:
_________________________________________
Não bebia.......................2(pular para a questão 37)
36.1
Durante a gravidez, quando bebia, quantos drinques
(copo americano) você tomava?
Quantidade______________________
36.2
Durante a
g
ravidez, com que freqüência você tomava
bebida alcoólica?
Todos os dias...........................................................1
4 a 6 vezes por semana...........................................2
2 a 3 vezes por semana...........................................3
1 vez por semana.....................................................4
1 a 2 vezes por mês.................................................5
Menos de 1 vez por mês..........................................6
Ignorado\não quer informar......................................9
37
Durante a sua
g
ravidez, morreu al
g
uém da família, ou
amigo (a) próximo que a chateasse?
Não..........................................................................0
Sim..........................................................................1
Especificar quem (grau de parentesco ou amigo) e
o período da gestação:
_________________________________________
38
Durante a sua gravidez, alguém da família, ou amigo
(a) próximo teve problema de saúde que a
preocupasse?
Não.........................................................................0
Sim.........................................................................1
Especificar quem (grau de parentesco
ou amigo) e o período da gestação:
_________________________________________
_________________________________________
Nº de ordem|____|____|____|____|
137
39
Durante a gravidez você e o seu companheiro ou
namorado tiveram brigas\desentendimentos sérios?
Não............................................................................0
Sim............................................................................1
Se sim, especificar período da gestação:
__________________________________________
40
Durante a gravidez você e o seu companheiro ou
namorado tiveram algum desentendimento que tenha
levado a separação
Não............................................................................0
Sim............................................................................1
Se sim, especificar período da gestação:
__________________________________________
41
Durante a
g
ravidez o responsável pelo sustento da família
perdeu o emprego?
Sim............................................................................1
Não...........................................................................0
Se sim, especificar período da gestação:
__________________________________________
41.1
Durante a
g
ravidez o responsável pelo sustento da família
estava desempregado?
Sim............................................................................1
Não...........................................................................0
42
Durante a gravidez você teve algum outro problema que
tenha lhe causado preocupação?
Sim..........................................................................1
Não.........................................................................0
Se sim, especificar o problema e
o período da gestação:
________________________________________
________________________________________
43
Durante esta gravidez,
alguém lhe agrediu fisicamente?
Não.............................0(pular para a questão 43.3)
Sim.............................1
Não quer informar......9 (pular para a questão 43.3)
43.1
Quem?
Assinale uma ou mais opções.
Marido......................................................................1
Ex-marido................................................................2
Namorado...............................................................3
Estranho..................................................................4
Outro (especificar)...................................................5
__________________________________________
43.2
Número de vezes
__________________________________________
43.3
Você levou socos ou chutes (pontapés) na barriga
durante a gravidez?
Não...........................................................................0
Sim............................................................................1
Nº de ordem|____|____|____|____|
138
VI - PRÉ-NATAL: ASSISTÊNCIA E INTERCORRÊNCIAS MATERNAS
44
Fez pré-natal nesta gestação?
Não....................................0
Sim....................................1 (Pular para a questão 44.2)
44.1
Se NÃO fez pré-natal, explique o motivo:
_
_____________________________________________
_
_____________________________________________
_
_____________________________________________
_
____________________________________________
(Caso não tenha feito pré-natal, pular para a questão
52)
44.2
Número de consultas:
Número de consultas:___________________________
44.3
Com quantos meses de gravidez você fez a primeira
consulta de pré-natal?
Número de meses: _____________________________
44.4
Tipo de serviço de pré-natal:
Centro de Saúde/Posto de Saúde...................................1
Consultório/ambulatório médico pelo convênio...............2
Consultório médico particular ..........................................
3
Ambulatório do Hospital de Clínicas- HC........................
4
Mais de um serviço.........................................................5
Especificar quais foram os serviços e o motivo da
mudança
_____________________________________________
44.5
Teve dificuldades para conseguir fazer o pré-natal?
Não teve dificuldades...................................................1
Demora para agendar consulta....................................2
Local do pré-natal era distante.....................................3
Não gostava do médico/equipe de saúde....................4
Consultas agendadas eram suspensas.......................5
Outra............................................................................6
____________________________________________
____________________________________________
__
44.6
Local do pré-natal_____________________________________________________________________________
Endereço___________________________________________________________________________________
Bairro______________________________________________________________________________________
Nº de ordem|____|____|____|____|
139
45
Procedimentos realizados no pré-natal:
Nenhuma
consulta
1 consulta
2 consultas ou
mais
45.1
Mediram o tamanho da barriga? 0 1 2
45.2
Ouviram o coração do bebê? 0 1 2
45.3 Foi medida a sua pressão? 0 1 2
45.4 Foi verificado o seu peso? 0 1 2
45.5 Foi informada sobre o número de semanas de gestação? 0 1 2
46
Realizou exame de Ultra-sonografia
a pedido do serviço de pré-natal?
Sim...........................................1
Não...........................................2 (pule para 47)
Não sabe...................................9 (pule para 47)
46.1
Realizou algum exame de ultra-sonografia nos primeiros três
meses de gestação?
Sim....................................................................1
Não...................................................................2
Não sabe...........................................................9
46.2 Quantas ultra-sonografias foram realizadas?
_____________________________________
Ignorado...................99
47
Realizou exames de sangue a pedido do serviço de pré-
natal?
Sim.....................................................................1
Não.....................................................................2
Não sabe ............................................................
9
48
Realizou exame de Urina a pedido do serviço de pré-natal?
Sim.....................................................................1
Não.....................................................................2
Não sabe ............................................................
9
49
Realizou exame preventivo de câncer de colo de útero
(Papanicolau) a pedido do serviço de pré-natal?
Sim....................................................................1
Não....................................................................2
Não sabe ...........................................................
9
50 Outro tipo de exame realizado durante o pré-natal:
Não...................................................................0
Sim....................................................................1
Especificar: ____________________________
_
_____________________________
Nº de ordem|____|____|____|____|
140
51
Durante o pré-natal recebeu orientações ou foi
questionada sobre:
Sim Não Não sabe
Não se
aplica
51.2 Foi perguntado sobre as gestações anteriores? 1 0 9 5
51.3
Recebeu orientações sobre não fumar, ou diminuir nº de
cigarros durante a gravidez.
1 0 9 5
51.4
Recebeu orientações sobre não tomar bebidas alcoólicas
durante a gravidez.
1 0 9 5
51.5
Recebeu orientações sobre sinais de alerta durante a
gravidez: sangramento vaginal, perda líquida, dores na
barriga (contrações), ardência ao urinar, inchaço no corpo.
1 0 9 5
51.6
Recebeu orientações sobre como identificar o início do
trabalho de parto: contrações e intervalo de tempo.
1 0 9 5
52 Sangramento na gestação Sim
Mês(s)
gestação
Não
52.1
Você teve sangramento no início da gravidez (primeiros
quatro meses)
1
0
52.2 Você teve sangramento na segunda metade da gravidez
(quinto ao nono mês)?
1 0
(Se a resposta for Não nas questões 52.1 e 52.2, pule para 53)
Quantidade do Sangramento na gestação Sim
Mês(s) gestação Não
52.3 Gotas de sangue
(apenas manchou a calcinha)
1 0
52.4
Tanto sangue que escorreu pela perna
1 0
52.5
Qual foi a orientação recebida do serviço de saúde
quando teve sangramento?
Não recebeu orientação................................0(pule para 53)
Não procurou serviço de saúde...................2 (pule para 53)
Sim..............................................................1
Se SIM especificar orientação:
_________________________________________________
52.6 Se recebeu orientação, ela foi seguida?
Não......................................................................................0
Sim.......................................................................................1
QUESTÃO 53 (53.1 a 53.10)
Solicite à entrevistada que responda sobre os problemas identificados pelo médico durante a gestação, informando-
a sobre as respectivas alternativas de resposta. Circule o número correspondente às respostas NÃO SABE
(nº9),NÃO (nº 0), SIM (nº1),
Caso responda SIM, especifique em que mês (s) da gestação e o tratamento e/ou orientação indicado pelo médico.
Caso não tenha recebido orientação ou tratamento escreva não recebeu nenhuma orientação ou tratamento.
Nº de ordem|____|____|____|____|
141
53
Dos problemas de saúde relacionado
s
abaixo, você apresentou al
g
um
(
s
)
del
(Com diagnóstico médico)?
Sim
Mês (s} gestação
Não
Não
sabe
Tratamento e/ou
orientação indicados pelo
médico
53.1 Anemia 1
0 9
53.2
Sífilis 1
0 9
53.3
Diabetes 1
0 9
53.4
Gonorréia ou clamídia (doença
venérea)
1
0 9
53.5 Infecção com HIV 1
0 9
53.6 Corrimento vaginal 1
0 9
53.7 Placenta prévia 1
0 9
53.8
Descolamento Prematuro de
placenta
1
0 9
53.9
Aumento do volume de líquido da
bolsa
1
0 9
53.10
Malformação do feto
1
0 9
53.11
Depressão
1
0 9
53.12
Caso tenha apresentado alguma dessas doenças, foi
encaminhada pelo pré-natal para outro serviço de saúde para
tratamento?
Não foi encaminhada ............................................0
Não teve nenhuma das doenças............................2
Sim..........................................................................1
Se sim, especificar (a doença, o tipo de serviço
e o tratamento):
_________________________________________
_________________________________________
54 Você tinha pressão alta antes da gravidez?
Não........................................................................0
Sim.........................................................................1
Se sim, especificar o Tratamento:
_________________________________________
Nº de ordem|____|____|____|____|
142
54.1 Durante o pré-natal foi identificada pressão alta?
Não................................................0 (pule para 55)
Sim................................................1
Se sim , especifique o mês da
gestação:________________________________
54.2 Qual o tratamento indicado para pressão alta ?
_________________________________________
_________________________________________
54.3 O tratamento indicando foi realizado?
Sim ........................................................................1
Não ........................................................................0
Se não, Por que?
________________________________________
54.4
Com o tratamento indicado, conseguiu controlar a pressão
alta?
Não ...........................................0
Sim ............................................1
54.5
Precisou procurar outro serviço ambulatorial de saúde, fora o
pré-natal, devido a pressão alta?
Não.............................................0 (pule para 54.7)
Sim.............................................1
54.6 Em caso positivo, foi encaminhada pelo médico do pré-natal?
Não ...................................................................... 0
Sim .......................................................................1
54.7
Precisou procurar atendimento de urgência (pronto-socorro)
devido a pressão alta?
Não ......................................................................0
Sim ......................................................................1
Se sim, qual o serviço de saúde?
________________________________________
55 Teve infecção urinária durante a gestação?
ão ................................................0 (pule para 56)
Sim..............................................1
Se SIM especifique o mês (s) da
gestação:_______________________________]
55.1 A infecção urinária foi detectada por exame de laboratório?
Não ..................................................................... .0
Sim .......................................................................1
Nº de ordem|____|____|____|____|
143
55.2
Realizou exame de “cultura da urina” para confirmar a
infecção?
Não .......................................................................0
Sim .......................................................................1
55.3 Qual foi o tratamento indicado?
_________________________________________
_________________________________________
55.4 O tratamento indicado foi realizado?
Sim .......................................................................1
Não .......................................................................0
Se não, por que?
________________________________________
56
Durante a gravidez, você teve algum outro problema sério de
saúde?
Sim ........
1
Não ........
0 (pular para a questão 57)
56.1
Em caso positivo, qual?
___________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
57
Você foi transferida para outro serviço de pré-natal
devido a algum problema de saúde (seu ou do bebê)?
Sim.......................................................1
Não.......................................................2 (pule para a 58)
Não fez pré-natal..................................3 (pular para a 58)
57.1
Qual foi o local indicado?
________________________________________
________________________________________
________________________________________
57.2
Especifique qual foi a causa da transferência:
________________________________________
________________________________________
________________________________________
58
Durante a gravidez, você foi hospitalizada?
Sim.....................................................................1
Não.....................................................................0
(Caso a resposta seja não, pule para a 59)
58.1
Caso tenha sido hospitalizada, a internação ocorreu em que
mês ou meses da gravidez?
_________________________________mês (s)
Nº de ordem|____|____|____|____|
144
58.2
Qual foi a(s) causa(s) da internação?
___________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
59
Qual era a data prevista para o parto?
(se a mãe não souber informar o dia, anotar mês e ano)
________/_________/________
Dia Mês Ano
Ignorada = 99
60 Antes da data programada para o parto apresentou outros
problemas como:
Não
(pule p\ 62)
Sim
Mês(s} gestação
60.1 Rompimento da bolsa/ Perda de água?
0 1
60.2 Início de contrações?
0 1
60.3
Se apresentou rompimento da bolsa/ perda de água ou
início de contrações antes da data programada para o
parto, indique o serviço de saúde procurado:
Centro de Saúde/Posto de Saúde......................................1
Médico do pré-natal .........................................................2
P.S. de hospital que atende parto......................................3
Ambulatório do Hospital de Clínicas- HC...........................4
Pronto atendimento .......................................................... 5
Não procurou serviço de saúde.........................................6
60.4
No atendimento, qual foi a orientação?
Retorno no pré-natal no posto.........................................1
Encaminhada ao pré-natal no HC.....................................2
Encaminhada para Internação...........................................3
Outro (especificar).............................................................4
_______________________________________________
61
Se bolsa rota (perda de água) ou trabalho de parto
prematuro (contrações antes do tempo)
Não
Sim
Mês(s) gestação
Não sabe
61.1 Você recebeu medicamento para inibir trabalho de parto? 0 1
9
61.2 Recebeu medicação para maturação do pulmão do bebê? 0 1
9
61.3
Recebeu orientação de repouso devido ao trabalho de parto
prematuro ou bolsa rota?
0 1 9
61.4 Você fez o repouso recomendado?
0 1
9
Nº de ordem|____|____|____|____|
145
VII- CONDIÇÕES DO PARTO
62
Qual o motivo que lhe fez procurar o hospital, ou o
médico na hora do parto?
Já estava internada.............................1(pule para 63.4)
A bolsa estourou.................................
2
Início do trabalho de parto...................3
Sangramento.......................................4
O bebê parou de mexer.....................5
O parto já estava agendado.................6(pule para 63.4)
Outro motivo, especificar....................7
_____________________________________________
63
Quanto tempo levou entre: (horas e/ou minutos)
63.1 Início dos sintomas e sair de casa p/ hospital_________________________________________________________
63.2
Sair de casa e chegar ao hospital onde deu a luz______________________________________________________
63.3 Chegar no hospital e ser atendida pelo médico ou enfermeira ___________________________________________
63.4 O atendimento médico e o nascimento do bebê_______________________________________________________
64
Você recebeu remédio no soro para induzir (adiantar) o
trabalho de parto?
Sim....................................................................1
Não....................................................................0
Não sabe...........................................................9
65 Qual foi o tipo de parto?
Normal .....................................
1 (pule para 67)
Fórceps .....................................2 (pule para 67)
Cesárea.....................................3
66
Se o parto foi cesárea, qual foi o motivo indicado?
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
67
Você fez o parto no local indicado pelo pré-natal?
Sim.......................................................1
Não.......................................................0 (pule para a 68.1)
O pré-natal não indicou........................3
Não fez pré-natal..................................4 (pule para a 69)
Nº de ordem|____|____|____|____|
146
VIII- ACESSO E FORMA DE PAGAMENTO DO PARTO
68
Em caso positivo, qual foi o motivo da indicação?
É hospital de referência do SUS........................................1
Gestação de risco.............................................................2
Atendia seu convênio........................................................3
O médico atendia naquele hospital...................................4
Outro motivo .....................................................................5
Especificar______________________________________
68.1
Em caso negativo, qual foi o motivo?
Especificar_______________________________________
________________________________________________
_______________________________________________
69
Nome do serviço de saúde em que foi atendida e
realizou o parto:
________________________________________________
_______________________________________________
70
As despesas do parto foram pagas por
(pode existir mais de uma resposta; anotar todas as
respostas)
SUS....................................................................................1
Convênio/Seguro Saúde....................................................2
Particular ...........................................................................3
Outro, especificar...............................................................4
______________________________________________
IX- CONDIÇÕES DO RECÉM-NASCIDO
71 O bebê nasceu:
Bem de saúde...........................................1 (pular para 72)
Com problemas........................................2
Não sabe informar....................................9
71.1
Em caso de criança com problemas, quais foram os
problemas?
Especificar_______________________________________
_______________________________________________
72 Sexo do bebê:
Masculino ..........................................................................1
Feminino ............................................................................2
73 Qual o peso ao nascer do bebê (gramas)?
_________________________________________gramas
Ignorado..........................................................................99
Nº de ordem|____|____|____|____|
147
74
Qual foi o tempo de gestação informado aqui no
hospital depois do nascimento?
______________________________semanas (ou meses)
Ignorado............................................................................99
Utilize o espaço de observações para registrar tudo que julgar
pertinente (dúvidas, novas informações, etc.) durante a coleta de
dados.
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
_
148
ANEXO 3 - Protocolo hospitalar
FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA – UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
PROJETO: FATORES DE RISCO PARA NASCIMENTOS PRÉ-TERMO
PROTOCOLO HOSPITALAR
ANOTAÇÕES DO ENTREVISTADOR
Data de preenchimento: ___/___/___
Início __________ Término: __________ Duração: __________minutos
Nome e assinatura do responsável pelo preenchimento:
___________________________________________________________________________
Hospital:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Número do prontuário da mãe: ___________________
Localizado ( ) Não Localizado ( )
Número do prontuário recém-nascido: ___________________
Localizado ( ) Não Localizado ( ) Não Existente (Inf. Pront. Mãe) ( )
149
Prontuário Obstétrico
I - IDENTIFICAÇÃO DA MÃE
1.1
Nome da mãe
__________________________________________________________________
__________________________________
1.2
Data de Nascimento da
mãe:
_______/_______/_______ Não consta 999999
dia mês ano
II CARACTERÍSTICAS E COMPLICAÇÕES DA GESTAÇÃO
2 Registro de Informações no
Prontuário
Tipo de intercorrência
Sim(1) Período da gestação
(em semanas ou meses)
Não(2) Não consta(9)
2.1
Internações na gestação
1 2 9
2.2
Pressão alta 1 2 9
2.3 Pré-eclâmpsia 1 2 9
2.4 Diabetes 1 2 9
2.5 Cardiopatias 1 2 9
2.6 Sangramento 1 2 9
2.7 Infecção urinária 1 2 9
2.8 Vulvovaginites 1 2 9
2.9 Sífilis 1 2 9
2.10 HIV 1 2 9
2.11 Infecção Intra-útero 1 2 9
2.12 Polidramnia 1 2 9
2.13 Oligodramnia 1 2 9
2.14 Placenta prévia 1 2 9
2.15 Descolamento de placenta 1 2 9
2.16 Ruptura prematura de membranas 1 2 9
2.17 Trabalho de parto prematuro 1 2 9
150
2.18 Incompatibilidade Rh Sim Não Não consta
2.19 Gestação Múltipla
Sim Se sim, quantos
__________
Não Não consta
Medicações recebidas durante a gestação
Sim(1) Período da gestação
(em semanas ou meses)
Não(2) Não consta(9)
2.20
Recebeu medicação para inibir
trabalho de parto prematuro
1 2 9
2.21
Recebeu medicação para acelerar
maturação pulmonar fetal
1 2 9
2.22
Outras, especificar:
_______________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
3 Duração da gestação
3.1
Data da Ultima Menstruação
DUM _____/______/______
dia mês ano
Não consta...............999999
3.2
Registro da duração da gestação por
ultrassonagrafia (USG)
Sim
1
Não
2
Não consta
9
3.3
Se houver registro da duração da gestação
por ultrassonografia, identificar se o 1º foi
realizado antes da 20ª semana de gestação.
Sim
1
Não
2
Não consta
9
3.4
Duração da gestação (USG):______________semanas Não consta .....................99
Idade gestacional na 1ª USG: ____________semanas Não consta ......................99
151
III- INFORMAÇÕES SOBRE O TRABALHO PARTO
4
Diagnóstico de entrada: _____________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
Não consta ...................................9999
5
Complicações/Intercorrências no trabalho de parto:_______________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
Não consta...................................9999
6
Partograma do prontuário:
Presente e preenchido ............1
Presente e incompleto...............2
Presente e não preenchido........3
Ausente .....................................4
IV – INFORMAÇÕES SOBRE O PARTO
7
Profissional que realizou o parto:
(Observar o carimbo)
Médico obstetra
1
Médico não obstetra
2
Médico não especificado
3
Enfermeira/ Obstetriz
4
Outro, especificar
6
________________________________
Não consta
9
8
O parto foi induzido?
Sim
1
Não
2
Não consta
9
152
9
Tipo de parto:
Normal
1
Cesárea
2
Fórceps
3
Não consta
9
10
Em caso de parto normal, especificar se foi:
Com episiotomia
1
Sem episiotomia
2
Não consta
9
Não se aplica
8
11
Em caso de parto operatório (cesárea), especificar a
indicação para sua realização:
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
Não consta.........................................9
Não se aplica......................................8
12
Em caso de parto prematuro, indicar
Qual o fator desencadeante:
(Pode ser assinalado SIM em mais de uma questão)
Sim ( 1 )
Não ( 2 )
Não Consta
(9)
Não se
Aplica
( 8 )
12.1 Ruptura prematura de membranas
1 2 9 8
12.2 Início prematuro do trabalho de parto
1 2 9 8
12.3 Pré-eclâmpsia
1 2 9 8
12.4 Placenta prévia
1 2 9 8
12.5 Descolamento prematuro de placenta
1 2 9 8
12.6 Infecção intra-útero
1 2 9 8
12.7 Malformação congênita
1 2 9 8
12.8 Retardo do crescimento intrauterino
1 2 9 8
12.9 Insuficiência placentária
1 2 9 8
12.10 Sofrimento fetal agudo
1 2 9 8
153
12.11 Outros, especificar:
______________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
13
Duração da Gestação considerada
pelo profissional que fez o parto
IG: ________ semanas
Não consta................9
13.1
Parâmetro utilizado para considerar a duração
da gestação:
DUM
1
USG
2
Não consta ...........................................9
V - COMPLICAÇÕES/INTERCORRÊNCIAS NO PARTO - MÃE
14 Complicações/intercorrências Sim (1) Não (2) Não Consta(9)
14.1
Trabalho de parto prolongado
(mais de 12 horas)
1 2 9
14.2 Hipertensão 1 2 9
14.3 Eclâmpsia
1 2 9
14.4 Hemorragia
1 2 9
14.5 Infecção
1 2 9
14.6
Outras, especificar:
_______________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_
_
154
VI - COMPLICAÇÕES DO RN NO PARTO
15 Tipo
Sim( 1 ) Não ( 2 ) Não Consta ( 9 )
15.1 Distócia fetal 1 2 9
15.2 Trauma 1 2 9
15.4 Circular de cordão 1 2 9
15.5 Sofrimento fetal 1 2 9
15.6 Contaminação intra-parto 1 2 9
15.7 Cor do líquido amniótico:
Claro
1
Mecônio
2
Hemorrágico
3
Não consta
9
15.8
Líquido amniótico fétido:
Sim 1
Não
2
Não consta
9
15.9
Outras, especificar: _________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
155
Prontuário Pediátrico
VII - INFORMAÇÕES DO RN AO NASCER
16
Data e horário de
nascimento do RN
_____/______/______ _______/______
dia mês ano hora minuto
17 Sexo do RN
Masculino
1
Feminino
2
Ignorado
9
18 Estado geral ao nascer:
Bom
1
Ruim
2
Regular
3
Não consta
9
19
Apgar 1º minuto
|_____|_____|
Não consta ..................................................99
20
Apgar 5° minuto
|_____|_____|
Não consta ................................................. 99
21
Peso ao nascer:
|____|____|____|____| gramas
Não consta ..........................9999
22
Comprimento:
|____|____| cm
Não Consta ............................99
23
Parâmetro utilizado para o cálculo
da Idade Gestacio
nal
23.1
DUM
IG: ________ semanas
Não consta................99
23.2
USG
IG: ________ semanas
Não consta................99
156
23.3
IG da 1º USG realizada
IG: ________ semanas
Não consta................99
23.4
Exame Físico RN
IG: ________ semanas
Não Consta
99
23.5
Método utilizado para obter a
Idade Gestacional pelo exame físico
do RN:
Capurro
3
Ballard
4
Dubowitz
5
Combinação de dois métodos. ............................6
Outro, especificar
7
__________________________________
23.6
Idade Gestacional considerada pelo
pediatra.
IG: ________ semanas
Não consta................9
24
O RN apresentava anomalias
congênitas:
Sim
1
Não
2 (pular para a questão 25)
Não consta
9 (pular para a questão 25)
24.1
Caso o RN tivesse anomalias congênitas, especificar quais:
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________.
VIII - MANEJO E REANIMAÇÃO NA SALA DE PARTO:
25 Tipo Sim (1) Não (2) Não consta (9)
25.1 Aspiração das vias aéreas 1 2 9
25.2 Passagem de sonda nasogástrica 1 2 9
25.3 Oxigênio terapia - Máscara aberta 1 2 9
25.4 Ventilação a pressão positiva 1 2 9
25.5 Entubação 1 2 9
25.6 Cateterização venosa 1 2 9
25.7 Cateterização arterial 1 2 9
157
25.8 Medicamentos 1 2 9
25.9
Outros, especificar:____________________________________________________________________
IX - INTERNAÇÃO DO RN:
26
Para onde o RN foi encaminhado após
sair da sala de parto?
Berçário de Observação.............................................................1
Berçário Normal..........................................................................2
Alojamento conjunto...................................................................3
Berçário semi-intensivo/ UC.......................................................4
UTI neonatal...............................................................................5
Transferência.............................................................................6
Não consta.................................................................................9
Não se aplica (RN morreu na sala de parto)..............................8
Ficou em mais de um local.........................................................7
Especifique quais:____________________________________
27
Em caso de transferência/remoção, identificar o estabelecimento para onde o RN foi removido:
Nome do estabelecimento:
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Não consta ...............................9
Não se aplica ...........................8
28
Motivo da transferência/remoção especificar:
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
________________________________
Não consta ................9
Não se aplica .............8
29
Óbito nas primeiras 24 horas?
Sim .........................................1
Não
2
Não consta
9
158
30 Diagnósticos do RN Sim (1) Não (2) Não consta (9)
30.1
Síndrome da Angústia Respiratória
(Membrana Hialina)
1 2 9
30.2 Hemorragia Intraventricular 1 2 9
30.3 Pneumonia 1 2 9
30.4 Hemorragia Pulmonar 1 2 9
30.5 Anomalias congênitas 1 2 9
30.6
Se membrana hialina, recebeu surfactante?
Sim (1 vez).............................1
Sim (2 vezes)..........................3
Não
2
Não consta
9
OBSERVAÇÕES
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
159
ANEXO 4 - Consentimento livre esclarecido
Universidade de São Paulo - Faculdade de Saúde Pública
D
EPARTAMENTO DE
E
PIDEMIOLOGIA
Av. Dr. Arnaldo, 715 – CEP: 01246-904 São Paulo/SP
Fone: 3066-7724/ 3066-7744/282-3886
Fax: (011) 282-2920
PROJETO DE TESE: FATORES DE RISCO PARA NASCIMENTOS PRÉ-TERMO NO
MUNICÍPIO DE LONDRINA – PARANÁ
As crianças que nascem antes de completar o tempo da gravidez (recém-
nascidos prematuros) têm maior risco de contrair doenças que os recém-nascidos
não prematuros. É importante conhecer as possíveis causas destes nascimentos.
Para tanto será feito o estudo: “Fatores de Risco para Nascimentos Pré-termo no
município de Londrina - Paraná”. Esta pesquisa está sendo desenvolvida pelo
Departamento de Saúde Coletiva do Centro de Ciências da Saúde da Universidade
Estadual de Londrina e pelo Departamento de Epidemiologia da Faculdade de
Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Serão realizadas entrevistas com as
mães para conhecer as condições de moradia, renda, escolaridade e trabalho das
mães, o desenvolvimento da gravidez, sobre o pré-natal e o parto. Também serão
pesquisados os dados dos prontuários médicos dos hospitais onde foi realizado o
parto. Serão entrevistadas 400 mães de crianças prematuras e 400 mães de
crianças não prematuras. A participação das mães é importante, pois o
conhecimento dos riscos que contribuíram para os nascimentos antes do tempo
desejado poderá direcionar a melhoria do atendimento pré-natal do município.
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu________________________________________________________________
aceito participar desta pesquisa e autorizo a autora levantar informações dos
prontuários, entendo que serão feitas perguntas sobre a minha família, moradia,
renda, trabalho, escolaridade, sobre a gravidez atual e as anteriores, pré-natal e o
parto.
Estou ciente que será guardado sigilo das informações e os nomes das mães,
160
crianças, hospitais e profissionais não aparecerão quando este estudo for
apresentado.
Tenho a liberdade de não aceitar responder a entrevista (duração prevista de 30
minutos), e também posso interromper a entrevista em qualquer momento. A não
realização da entrevista ou sua interrupção não trará qualquer tipo de prejuízo.
As dúvidas serão esclarecidas com o entrevistador ou com os responsáveis pela
pesquisa.
Ana Maria Rigo Silva - Departamento de Saúde Coletiva - CCS - UEL fone: (43) 91479369
Marcia F. de Almeida - Departamento de Epidemiologia – FSP – USP fone: (11) 30667724
Londrina___/___/___ _______________________ ______________________________
Assinatura do entrevistador Assinatura da mãe
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