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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
Programa de Pós-Graduação em Agronomia
ATRIBUTOS QUÍMICOS DO SOLO E ESTADO NUTRICIONAL DE
CAFEEIROS EM DIFERENTES DENSIDADES POPULACIONAIS
EDISON MARTINS PAULO
Ilha Solteira – SP
Março/2008
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unesp
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"
Campus de Ilha solteira
Programa de Pós-Graduação em Agronomia
ATRIBUTOS QUÍMICOS DO SOLO E ESTADO NUTRICIONAL DE
CAFEEIROS EM DIFERENTES DENSIDADES POPULACIONAIS
EDISON MARTINS PAULO
Orientador: Professor Doutor Enes Furlani Jr.
Tese apresentada à Faculdade de Engenharia –
UNESP, Campus de Ilha Solteira, para a obtenção
do título de Doutor em Agronomia – Área de
Concentração: Sistemas de Produção.
Ilha Solteira – SP
Março/2008
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FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação
Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação da UNESP - Ilha Solteira.
Paulo, Edison Martins.
P331a Atributos químicos do solo e estado nutricional de cafeeiros em diferentes
densidades populacionais / Edison Martins Paulo. -- Ilha Solteira : [s.n.], 2008
103 f.
Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Engenharia
de Ilha Solteira. Especialidade: Sistemas de Produção, 2008
Orientador: Enes Furlani Jr.
Bibliografia: p. 92-102
1. Cultivares de cafeeiro. 2. Densidade populacional. 3. Atributos quimicos
do solo.
4.
Estado
nutricional dos cafeeiros.
Aos queridos filhos Guilherme e Bruna,
à minha esposa Edna e
aos meus pais Irene e Alfredo (in memorian),
dedico com carinho.
AGRADECIMENTOS
4. Aos professores do Curso de Pós-Graduação em Agronomia da Universidade Estadual
Paulista “Júlio de mesquita Filho” Campus de Ilha Solteira pelos ensinamentos
ministrados e amizade dedicada.
5. Ao Professor Doutor Enes Furlani Jr. pela orientação oferecida, atenção e
companheirismo.
6. Ao Professor Doutor Ângelo Catâneo pela valiosa orientação nas análises estatísticas.
7. Ao Pesquisador Científico Dr. Luiz Carlos Fazuoli e ao Engenheiro Agrônomo
Roberto Antonio Thomaziello, do Centro de Análise e Pesquisa tecnológica do
Agronegócio do Café “Alcides Carvalho” do Instituto Agronômico, pelo apoio à
realização da pesquisa.
8. Ao Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBP & D Café)
pelo financiamento parcial da pesquisa.
9. Ao Biólogo Cícero Cordeiro de Oliveira e aos funcionários do Pólo Regional de
Desenvolvimento dos Agronegócios da Alta Paulista/APTA pela ampla colaboração
nos trabalhos de campo.
10. A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização do trabalho, o
meu sincero agradecimento.
ATRIBUTOS QUÍMICOS DO SOLO E ESTADO NUTRICIONAL DE
CAFEEIROS EM DIFERENTES DENSIDADES POPULACIONAIS
Autor: Edison Martins Paulo
Orientador: Prof. Dr. Enes Furlani Jr.
RESUMO
A produção trienal de café, os atributos químicos do solo e o teor foliar dos macronutrientes
em cultivares de cafeeiro (Coffea arabica L.) sob diferentes densidades de plantio foram
avaliados em Adamantina, município situado na região da Alta Paulista (SP), entre maio de
1995 e fevereiro de 2000. As cultivares de café Catuaí Amarelo (IAC 47) e Obatã (IAC 1669-
20), de porte baixo, e Acaiá (IAC 474-19) e Icatu Amarelo (IAC 2944), de porte alto foram
estabelecidas em covas com uma planta, distanciadas por 1,0 m entre si na linha de plantio,
nas densidades populacionais de 2500, 5000, 7519 e 10000 plantas por hectare. A população
de 2500 plantas por hectare com duas plantas por cova também foi estudada. Adotou-se o
delineamento estatístico de blocos ao acaso com três repetições, com parcelas subdivididas,
correspondendo às parcelas as populações e às subparcelas as cultivares. A adubação
recomendada por área foi distribuída igualmente entre as plantas de cada tratamento. A
calagem não foi feita após o plantio dos cafeeiros. A produção trienal de café por área e por
planta foi maior nos cafeeiros de porte baixo, que não diferiram entre si. O aumento da
população de cafeeiros causou maior produção trienal de café por área e diminuição da
produção por planta. Os cafeeiros das covas com duas plantas produziram mais café. Cinco
anos após o plantio os solos das cultivares de cafeeiro diferiram nos teores de matéria
orgânica, de cálcio e de potássio, respectivamente nas camadas 0-20 e 20-40 cm, 0-20 cm e
20-40 cm, e foram semelhantes nos demais atributos químicos do solo. Nas camadas 0-20 cm
e 20-40 cm dos solos da Icatu Amarelo e Catuaí Amarelo a matéria orgânica aumentou com a
população dessas cultivares e foi maior nos solos com dois cafeeiros por cova. O aumento da
densidade populacional resultou na camada 20-40 cm do solo maiores teores de cálcio e de
magnésio e maiores valores de soma de bases, saturação por bases e pH, diminuindo a acidez
potencial, enquanto na camada 0-20 cm diminuiu o teor de potássio e a CTC potencial. O
plantio de dois cafeeiros por cova diminuiu o pH da camada 0-20 cm do solo e a acidez
potencial e a capacidade de troca de cátions potencial da camada 20-40 cm, mas não alterou
os teores de fósforo, potássio, cálcio e magnésio e a soma de bases e a saturação por bases do
solo. As cultivares diferiram nos teores foliares dos macronutrientes exceto quanto ao cálcio,
encontrando-se os maiores teores dos elementos nas cultivares de porte alto. A Obatã foi a
cultivar com o menor teor foliar de cada um dos macronutrientes. Os teores foliares de
fósforo, potássio e enxofre aumentaram com a população de cafeeiros, observando-se maiores
concentrações de fósforo, cálcio e enxofre nas folhas dos cafeeiros plantados dois em cada
cova. A aplicação de faixas de referências de teores adequados de macronutrientes nas folhas
dos cafeeiros propostos por diferentes autores proporcionou diferentes diagnósticos do estado
nutricional das plantas de café. Adotando-se a maior amplitude dos limites superior e inferior
das faixas de referência propostas constatou-se teor adequado dos macronutrientes nas
cultivares e populações de cafeeiros, excetuando-se o nitrogênio e o enxofre com altas
concentrações. O estudo mostrou uso mais eficiente dos recursos nutricionais pelos cafeeiros
sob adensamento que apresentaram teor foliar dos macronutrientes igual ou maior que aqueles
sob espaçamento convencional na ocasião da amostragem.
Palavras-chave: Coffea arabica L.. Adensamento. Acidez do solo. pH. H+Al. Soma de
bases. V(%). CTC potencial. Teor foliar.
SOIL CHEMICALS ATRIBUTTES AND NUTRITIONAL STATUS IN DIFFERENTS
CULTIVARS AND PLANT POPULATIONS
Author: Edison Martins Paulo
Adviser: Prof. Dr. Enes Furlani Jr.
ABSTRACT
The triennial production of coffee, the soil chemical attributes and the leaf content of nutrients
coffee cultivars (Coffea arabica L.) under plant densities were evaluated in Adamantina,
region of Alta Paulista, São Paulo state, Brazil, from May 1995 to February 2000. The coffee
tree cultivars Yellow Catuaí (IAC 47) and Obatã (IAC 1669-20) (low height) and Acaiá (IAC
474-19) and Yellow Icatu (IAC 2944) (high height) were submitted to the populations of
2500, 5000, 7519 and 10000 plants per hectare with a coffee tree per hole row spacing with in
of 1,0 m. The population of 2500 plants per hectare with two plants per hole was also studied.
The treatments were the combinations between cultivars and populations arranged in a
randomized complete blocks design with tree replications and the plots as the populations and
the subplots as the cultivars. The NPK fertilizations by area were distributed equally among
the plants in each treatment. Liming was not made after the planting of coffee. The three-year
coffee production per area and per plant was higher in low height cultivars, which did not
differ among themselves. Increasing the population of coffee caused increased production of
coffee by area and reduced production per plant. The production of a coffee tree was higher in
the holes with a plant. Five years after planting the soil of coffee cultivars differ in contents
of organic matter, calcium and potassium, respectively, in sections 0-20 and 20-40 cm, 0-20
cm and 20-40 cm and were similar in the others soil chemicals attributes. In sections 0-20 cm
and 20-40 cm of soil and Yellow Catuaí and Yellow Icatu organic matter increased with the
population of these cultivars and was higher in the soil with two coffees per hole. The
increase in population density resulted in the 20-40 cm section of soil greater content of
calcium and magnesium and higher values of sum of bases, pH and base saturation, reducing
the potential acidity, while the 0-20 cm section decreased the potassium content and CEC.
The planting of two coffee by hole decreased the pH of 0-20 cm soil section and potential
acidity and the CEC of 20-40 cm section, but did not alter the levels of phosphorus,
potassium, calcium and magnesium and the sum of bases and base saturation of the soil. The
cultivars differed in the leaf contents of nutrients except for the calcium. The levels of
nutrients were higher in the high height cultivars. The Obatã was the cultivar with the lowest
value of leaf content of macronutrients. The leaf levels of phosphorus, potassium and sulphur
increased with coffee tree population, observing higher concentrations of phosphorus, calcium
and sulfur in the leaves of coffee tree planted two per hole. The application of critical tracks
of the nutrients suggested by different authors gave different diagnoses of the nutritional
status of coffee tree. Considering the widers the limits adopted the cultivars and population
showed appropriate content of macronutrients, except for the nitrogen and sulfur with high
concentrations. The study showed most efficient use of the nutritional resources by high plant
populations that presented leaf content of macronutrients equal or greater than those under
conventional spacing at the time of sampling.
Keywords: Coffea arabica L.. High density. Soil acidity. pH. CEC potential. Total of bases.
V(%). Leaf content.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
N
o
Página
1. Produção trienal de café beneficiado por área em diferentes
densidades populacionais de cafeeiros...................................................
50
2. Produção trienal de café beneficiado por planta em diferentes
densidades populacionais de cafeeiros...................................................
50
3. Produção de café beneficiado por planta e por área em cada ano do
período experimental cafeeiro................................................................
51
4. Teor de matéria orgânica nas camadas 0-20 cm e 20-40 cm do solo
sob diferentes populações da cultivar Catuaí Amarelo..........................
55
5. Teor de matéria orgânica nas camadas 0-20 cm e 20-40 cm do solo
sob diferentes populações da cultivar Icatu Amarelo.............................
55
6. Teor de matéria orgânica do solo no início e término da
experimentação em duas camadas do solo.............................................
56
7. pH da camada 20-40 cm do solo sob diferentes populações de
cafeeiros..................................................................................................
59
8. Acidez potencial (H + Al) da camada 20-40 cm do solo sob diferentes
populações e cultivares de cafeeiro........................................................
63
9. Acidez potencial (H + Al) no início e término da experimentação em
duas camadas do solo.............................................................................
64
10. Teor de potássio da camada 0-20 cm do solo sob diferentes
populações de cafeeiros..........................................................................
67
11. Teor de cálcio da camada 20-40 cm do solo sob diferentes populações
de cafeeiros.............................................................................................
67
12. Teor de magnésio da camada 20-40 cm do solo sob diferentes
populações de cafeeiros..........................................................................
68
13. Teor de potássio em duas camadas do solo no início e término da
experimentação.......................................................................................
68
14. Teor de cálcio em duas camadas do solo no início e término da
experimentação.......................................................................................
69
15. Teor de magnésio em duas camadas do solo no início e término da
experimentação......................................................................................
70
LISTA DE ILUSTRAÇÔES (continuação)
N
o
Página
16. Soma de base da camada 20-40 cm do solo sob diferentes populações
de cafeeiros.............................................................................................
74
17. Soma de bases no início e término da experimentação em duas
camadas do solo......................................................................................
75
18. CTC potencial da camada 20-40 cm do solo sob diferentes populações
de cafeeiros.............................................................................................
76
19. Saturação por bases (V%) da camada 20-40 cm do solo sob diferentes
populações de cafeeiros..........................................................................
77
20. Saturação por bases (V%) no início e término da experimentação em
duas camadas do solo.............................................................................
78
21. Teor de fósforo no início e término da experimentação em duas
camadas do solo......................................................................................
81
22. Teor foliar de fósforo em diferentes populações de cafeeiros................ 86
23. Teor foliar de potássio em diferentes populações de cafeeiros.............. 84
24. Teor foliar de enxofre em diferentes populações de cafeeiros............... 85
25. Teor foliar de cálcio em diferentes populações da cultivar
Obatã.......................................................................................................
87
LISTA DE TABELAS
N
o
Página
1. Faixas de referências de teores adequados de macronutrientes em
folhas de cafeeiros..................................................................................
23
2. Resultados das análises químicas da camada 0-20 cm do solo do local
experimentação.......................................................................................
42
3. Resultados da análise física do solo do local da experimentação........... 42
4. Médias mensais das temperaturas máximas e mínimas e da
precipitação pluvial do período experimental.........................................
43
5. Quantidades de nutrientes aplicadas anualmente e adubos utilizados no
período experimental.........................................................................
45
6. Análise de variância aplicada aos dados das variáveis estudadas no
experimento............................................................................................
47
7. Produção trienal de café por área e por planta de diferentes cultivares e
populações de cafeeiros...........................................................................
49
8. Teor de matéria orgânica nas camadas 0-20 cm e 20-40 cm do solo sob
diferentes populações e cultivares de cafeeiro.................................
53
9. Desdobramento da interação entre os fatores população e cultivar de
cafeeiro para o teor de matéria orgânica às camadas 0-20 cm e 20-40
cm do solo...............................................................................................
54
10. pH das camadas 0-20 cm e 20-40 cm do solo sob diferentes
populações e cultivares de cafeeiro.........................................................
58
11. Acidez potencial (H+Al) das camadas 0-20 cm e 20-40 cm do solo sob
diferentes populações e cultivares de cafeeiro........................................
61
12. Desdobramento da interação entre os fatores população e cultivar de
cafeeiro para a acidez potencial (H+Al) na camada 20-40cm do
solo..........................................................................................................
62
13. Teores de potássio, cálcio e magnésio das camadas 0-
20 cm e
20-40cm do solo sob diferentes populações e cultivares de cafeeiro......
66
N
o
LISTA DE TABELAS (continuação) Página
14. Soma de bases, capacidade de troca de cátions potencial (CTC) e
saturação por bases (V) das camadas 0-20 cm e 20-40 cm do solo sob
diferentes populações e cultivares de cafeeiro........................................
73
15. Desdobramento da interação entre os fatores população e cultivar de
cafeeiro para capacidade de troca de cátions na camada 20-40cm do
solo..........................................................................................................
75
16. Teor de fósforo das camadas 0-20 cm e 20-40 cm do solo sob
diferentes populações e cultivares de cafeeiros.......................................
80
17. Teor foliar de macronutrientes em diferentes populações e cultivares
de cafeeiro...............................................................................................
83
18. Desdobramento da interação e significância das regressões entre os
fatores população e cultivar de cafeeiro para o teor foliar de cálcio ......
87
LISTA DE ANEXOS
N
o
Página
1. Temperaturas médias máximas e mínimas mensais de cada ano do
período experimental..............................................................................
103
SUMÁRIO
Página
1. INTRODUÇÃO............................................................................. 15
2. REVISÃO BIBILIOGRÁFICA..................................................... 17
2.1. Cultivares de cafeeiro e produtividade...........................................
17
2.2. Densidade populacional de cafeeiros............................................. 18
2.2.1 Cultivares....................................................................................... 18
2.2.2. Espaçamentos e populações para cafeeiros ...................................
19
2.3. Avaliação do estado nutricional do cafeeiro.................................. 21
2.4. Extração de nutrientes pelo cafeeiro.............................................. 23
2.5. Atributos químicos do solo............................................................ 25
2.5.1. Matéria orgânica............................................................................ 25
2.5.2. Acidez do solo................................................................................
26
2.5.3. Nitrogênio...................................................................................... 29
2.5.4. Fósforo........................................................................................... 31
2.5.5. Potássio.......................................................................................... 33
2.5.6. Cálcio............................................................................................. 36
2.5.7. Magnésio........................................................................................ 38
2.5.8. Enxofre........................................................................................... 40
3. MATERIAL E MÉTODOS........................................................... 42
3.1. Local, solo e clima......................................................................... 42
3.2. Cultivares de cafeeiro estudadas.................................................... 43
3.3. Delineamento experimental........................................................... 43
3.4. Preparo das mudas........................................................................ 44
3.5. Preparo do solo...............................................................................
44
3.6. Plantio............................................................................................ 44
3.7. Adubação....................................................................................... 44
3.8. Controle fitossanitário................................................................... 45
3.9. Variáveis avaliadas....................................................................... 45
3.9.1. Produção de café beneficiado........................................................ 46
3.9.2
Teor de matéria orgânica, pH, H+Al e de macronutrientes no
solo.................................................................................................
46
3.9.3. Teor de macronutrientes nas folhas............................................... 46
3.10. Análises estatísticas........................................................................
47
SUMÁRIO (continuação)
Página
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................... 48
4.1 Produção de café............................................................................ 48
4.2. Atributos químicos do solo............................................................ 52
4.2.1. Matéria orgânica............................................................................ 52
4.2.2. Acidez do solo................................................................................
57
4.2.2.1. pH................................................................................................... 57
4.2.2.2. Acidez potencial ............................................................................
60
4.2.3. Potássio, cálcio e magnésio............................................................
65
4.2.4.
Soma de bases, capacidade de troca de cátions potencial e
saturação por bases.........................................................................
72
4.2.5. Fósforo........................................................................................... 79
4.3. Teor foliar de macronutrientes....................................................... 82
5. CONCLUSÕES............................................................................. 91
6. REFERÊNCIAS............................................................................. 92
15
INTRODUÇÃO
A cultura do café (Coffea arábica L.) no Brasil conta com mais de dois milhões de
hectares plantados em mais de 1850 municípios e responde por cerca 40% do camundial
(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA IBGE, 2008). A
diversidade ecológica que abriga a atividade implica em quantidade insuficiente de pesquisas
para amparar recomendações locais para a cafeicultura como àquelas relacionadas à indicação
de cultivares, população de plantas e a combinação mais adequada da cultivar e densidade
populacional de cafeeiros. Essas recomendações são adotadas por ocasião da implantação da
cultura e têm reflexos diretos na produtividade da lavoura com substanciais desdobramentos
econômicos.
Cultivares selecionadas de cafeeiros frequentemente apresentam variabilidade de
produção devido ao ambiente, pelo que se considera o estudo regional de seleção de cafeeiros
de elevada relevância, e o aumento da produtividade de cafeeiros de porte alto e de porte
baixo tem-se conseguido com o incremento da densidade populacional. A adoção da melhor
combinação da cultivar e densidade populacional, que leva a obtenção de maiores
produtividades com a consequente maior exportação de nutrientes pelos frutos colhidos e
comercializados, induz recomendar maiores doses de adubação.
Atribui-se ao uso de espaçamentos largos no plantio dos cafezais a erosão, a lixiviação
de nutrientes, a oxidação da matéria orgânica e a acidificação do solo por fertilizantes
nitrogenados, processos que contribuem para o declínio contínuo da fertilidade do solo,
enquanto no plantio adensado o aumento do pH, dos teores de cálcio, magnésio, potássio,
fósforo e a diminuição do alumínio tóxico do solo com melhoria da capacidade de produção.
Nesse sistema também utilização mais eficiente dos fertilizantes, devido ao maior número
de raízes que explora determinado volume de solo e à menor lixiviação dos minerais, pelo que
se recomenda a adubação por área e não por cova como nos plantios tradicionais.
Na lavoura de café o estado nutricional das plantas é outra importante vertente que
requer atenção especial para a manutenção de cafeeiros com alta produção ao longo do tempo,
pois a demanda por nutrientes acontece mesmo quando a frutificação é baixa devido ao
crescimento dos ramos plagiotrópicos e formação de ramos e folhas novas que substituem os
frutos como drenos. Nesse aspecto, somente a análise química do solo pode ser insuficiente
para a correta avaliação do cafezal, pois os nutrientes podem estar presentes no solo em
quantidades adequadas, mas não disponíveis aos cafeeiros. Além disso, fatores genéticos
podem ser responsáveis por diferenças entre cultivares na eficiência, absorção e translocação
16
de nutrientes ou de utilização do elemento pelo cafeeiro. O uso da análise química foliar, que
permite estabelecer faixas de teores dos nutrientes associadas ao crescimento e à produção do
cafeeiro, aliada à análise do solo, tem constituído prática essencial para identificar o estado
nutricional da lavoura e ferramenta importante para a recomendação de adubações mais
equilibradas e economicamente mais ajustadas em cafezais.
O trabalho objetivou avaliar os atributos químicos do solo e os teores foliares dos
macronutrientes de cultivares de cafeeiro submetidas a diferentes densidades populacionais e
mesma adubação em Adamantina, município localizado na Alta Paulista, uma das principais
regiões produtoras de café do Estado de São Paulo.
17
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Cultivares de cafeeiro e produtividade
O sucesso dos plantios comerciais é dependente da escolha adequada das cultivares e
linhagens de cafeeiros (FAZUOLI, 1986). A interação entre a planta e o ambiente tem sido
demonstrada quando cultivares de cafeeiros, selecionadas para alta produção e boas
características agronômicas, de mesma idade, vegetando no mesmo local e ao mesmo tempo,
têm produtividades diferentes (AMARAL, 2002, AUGUSTO, 2000, BARROS et al., 2000b,
MIGUEL et al., 2000a, SANTINATO et al., 2000a, SANTINATO et al., 2000c, SERTÓRIO
et al., 2000, SANTO, 2000, VALARINI, 2005).
No Estado de Minas Gerais, no município de Capelinha, linhagens de Catuaí Amarelo e
Catuaí Vermelho produziram mais que linhagens de Mundo Novo, Icatu e Acaiá todas
plantadas no espaçamento de 3 x 2m com uma planta por cova (SANTO, 2000). Em Três
Pontas, as cultivares Catuaí e Mundo Novo, na média das densidades populacionais de 2857 e
5714 plantas por hectare e três níveis de adubação, produziram semelhantemente, mas 18% a
mais que a Catimor (MIGUEL et al., 2000a). A Icatu 2944, em Martins Soares, na média de
três colheitas e no espaçamento de 2,5 x 1,0 m, mostrou comportamento superior ao da
Mundo Novo e ao da Acaiá, mas inferior à média de linhagens de Catuaí que produziram 63
sacas de café beneficiado por hectare. Os materiais Tupi 4093 e Obatã resistentes á ferrugem
tiveram produtividade ligeiramente inferior à Catuaí e a Bourbon Amarelo que foi a cultivar
com a menor produtividade entre todas as estudadas (BARROS et al., 2000b). Em Ervália a
Catuaí Vermelho IAC-44, a Katipó e a Oeiras MG-6851 produziram significativamente mais
que a Catuaí Vermelho IAC-99 e a Catimor UFV-3880 na média bienal de quatro densidades
populacionais (AUGUSTO, 2000). A cultivar Icatu Amarelo IAC-3282, em Viçosa, em
ambiente com restrição de nutrientes, foi mais produtiva do que a Rubi MG-1192 e a Catuaí
Vermelho IAC 99, as quais se destacaram quanto à produção em ambiente com alto
suprimento de nutrientes. A Acaiá IAC 474-19, apesar de responder positivamente à
adubação, foi menos produtiva que as demais, principalmente no nível baixo de adubação
(AMARAL, 2002).
No Estado de São Paulo, no município de Espírito Santo do Pinhal, após cinco colheitas
e na média dos espaçamentos entre covas com duas plantas na linha de plantio de 0,5, 1,0 e
1,5 m, a Catuaí Vermelho IAC-144 e a Catucaí L36/6 foram significativamente mais
produtivas que a Mundindu Caratinga/Varginha e a Icatu IAC-2944 (SILVA et al., 2000b).
18
No mesmo município a Catuaí foi mais produtiva que a Icatu 4045 e à Catucaí em estudo com
populações entre 5000 e 20000 plantas por hectare (SANTINATO et al., 2000d), verificando-
se também, na média de quatro colheitas e na população de 2500 plantas por hectare,
produção semelhante entre as cultivares Mundo Novo LCP 379-19, Catuaí H-2077-2-5-144 e
Icatu LC-2945 (SERTÓRIO et al., 2000).
Na Bahia, em Luiz Eduardo Magalhães, a Acaiá IAC 474-19 e a Icatu IAC 2944,
produziram, respectivamente de 32 e 46 sacas de café beneficiadas por hectare, enquanto as
cultivares Acaiá IAC 374-19 e Catuaí H-2077-1-5-15, respectivamente apresentaram a
produtividade de 58 e 57 sacas de café beneficiadas por hectare (SANTINATO et al., 2000c).
2.2. Densidade populacional de cafeeiros
O mero de plantas por hectare é considerado um dos mais importantes aspectos que
caracterizam sistemas diferenciados de prodão de ca devido às implicações tecnológicas e a
eficncia econômica intrínsecas de cada faixa de adensamento (VEGRO; MARTIN;
MORICOCHI, 2000). Lavouras com baixa densidade populacional de cafeeiros contribuem
para acelerar os processos de degradação do solo como erosão, lixiviação, oxidação da
matéria orgânica e acidificação (PAVAN; CHAVES, 1996), constituindo o adensamento do
plantio técnica ímpar para o aumento da produtividade, comprovadamente para cafeeiros de
porte alto (PAULO, 2002) ou de porte baixo (PAULO, 2002, VALARINI, 2005).
2.2.1. Cultivares
Características agronômicas consideradas importantes em uma cultivar de café adaptada
para o plantio adensado são o porte baixo, a resistência à ferrugem (Hemileia vastatrix Berk.
et Br.), a maior produção nos anos iniciais (SERA; GUERREIRO, 1996).
O cafeeiro de porte baixo é, com certeza, mais adequado para os plantios adensados por
permitir maior densidade populacional, tornar a colheita mais econômica e facilitar os tratos
fitossanitários (FAZUOLI, 1996, THOMAZIELLO et al., 2000), embora cultivares de porte
alto, com maior vigor, ótima capacidade de rebrota, maturação mais uniforme e precoce,
também possam ser utilizadas (FAZUOLI, 1996).
No plantio adensado a ferrugem assume maior importância, pelo que as cultivares
resistentes à doença merecem ser destacadas, como as de porte baixo Obatã (IAC 1669-20),
Tupi (IAC 1669-33) (FAZUOLI, 1996, THOMAZIELLO et al., 2000), IAPAR 59 e derivadas
19
(FAZUOLI, 1996) e as de porte alto Icatu Amarelo, Icatu Vermelho e Icatu Precoce.
Linhagens de Catuaí Vermelho e de Catuaí Amarelo, de porte baixo, e linhagens de Mundo
Novo, de porte alto, que não são resistentes à ferrugem, também podem ser indicadas para o
plantio adensado devido à ampla capacidade de adaptação à maioria das regiões de cultivo.
Destacam-se entre as cultivares de porte alto a Acaiá (IAC 474-19), por possuir ramos laterais
mais curtos, e a Bourbon Amarelo, pela precocidade de maturação de seus frutos e qualidade
de bebida superior à Mundo Novo e à Catuaí (FAZUOLI, 1966, THOMAZIELLO et al., 2000).
2.2.2. Espaçamentos e populações para cafeeiros
A tradição brasileira de plantio de café, durante longos anos, foi o espaçamento largo como
4,0 x 3,0 m e 4,0 x 2,5 m, entre outros, com rias mudas na cova. A partir da cada de 1970,
durante a execão do plano de renovação e revigoramento dos cafezais, houve mudaa para
espamentos menores, como 4,0 x 1,5 m com duas mudas por cova, 4,0 x 1,0 m com uma muda
por cova e 3,5 x 1,5 m com duas mudas por cova am de outras variações. Atualmente, embora
ainda haja predominância de espaçamentos maiores, uma tendência para plantios mais
adensados, visando o aumento da população de plantas por hectare, com o conseqüente aumento
da produtividade, fato comprovado mediante inúmeros trabalhos experimentais. Desse modo, o
encontrados nas diferentes regiões os espaçamentos: 1,0 x 0,5m, 1,0 x 1,0 m, 1,5 x 1,0 m,
2,0 x 0,5m, 3,0 x 1,0 m, 3,0 x 0,5 m, 4,0 x 0,5 m entre outros (THOMAZIELLO, et al., 2000).
Na definição de espaçamentos de cafeeiros deve ser lembrado que quanto maior o porte
da cultivar, maior deve ser o espaçamento entre as linhas de plantio (MIGUEL et al., 2000b).
O rápido desenvolvimento do volume de produção por unidade de área é importante
vantagem do aumento da população para cultivares de porte alto (PAVAN; CHAVES;
ANDROCIOLI FILHO, 1994).
Na primeira metade do século XX, em São Paulo, demonstrou-se o aumento da
produtividade com a diminuição da distância entre as plantas nas linhas com o uso de até duas
plantas por cova. A redução da distância entre as covas originou o plantio em renque, com
uma única planta por cova, e separadas, nas linhas, de 0,5 a 1,0 m (SCARANARI;
NOGUEIRA NETO, 1963).
A introdução de novas cultivares vigorosas e produtivas impôs a continuidade dos
estudos. Resultados com a Mundo Novo LCP 379-19 recomendavam empregar 0,5m entre as
covas (CARVALHO; SOUZA, 2000, MIGUEL et al., 2000a), enquanto outros confirmavam
a maior produtividade com a distância de 1,0 m entre as plantas (MIGUEL et al., 2000b). Os
20
melhores resultados de produção foram conseguidos com 0,5 e 1,0 m entre as covas com uma
planta da cultivar Acaiá (TOLEDO; MIGUEL; MATIELO, 2000) e diminuindo-se a distância
de 1,0 m para 0,5m entre as plantas da cultivar Icatu (SANTINATO et al., 2000b).
A produção de cafeeiros de porte baixo é maior quando a planta está sozinha que
acompanhada (URIBE; MESTRE, 1988a) e é mais econômico o uso de apenas uma muda por
cova (BARROS et al., 2000a, CAMARGO et al., 2000, CAMARGO; REIS; MATIELO,
2000). A produtividade média de diferentes espaçamentos entre as linhas e com distância de
1,0 m entre covas com uma planta é maior que a daqueles com a distância entre covas de 2,0
m e com duas plantas, empregando-se em ambos os casos o mesmo número de plantas por
área (CAMARGO et al., 2000, CAMARGO; REIS; MATIELO, 2000, VIANA; CAMARGO;
FREIRE, 2000).
As cultivares de porte alto Mundo Novo LCP 379-1 (CARVALHO; SOUZA, 2000) e
Mundo Novo (MIGUEL et al., 2000a) produziram mais café na densidade de 5000 plantas por
hectare comparativamente à população de 2500 plantas por hectare. Observaram-se maiores
produções plantando-se a Acaiá com 5000 plantas por 16 colheitas (TOLEDO; MIGUEL;
MATIELO, 2000), com até 6666 plantas ou 3333 covas por hectare com duas plantas cada no
período de 12 anos (PAVAN; CHAVES; ANDROCIOLI FILHO, 1994) e com 7143 plantas
por nove colheitas (SIQUEIRA et al., 2000, PAVAN et al., 1997) do que com populações
menores. A Icatu mostrou maior produtividade com 5000 plantas por hectare e não com 2500
plantas por hectare na média de cinco colheitas (SANTINATO et al., 2000b) e produção
crescente até a população de 7143 (PAVAN et al., 1997), 10000 (SANTINATO et al., 2000a)
e 13000 plantas por hectare (SANTINATO et al., 2000d).
Aumentos na produtividade de cafeeiros de porte baixo foram obtidos com a progressão
da população até 5000 (MIGUEL et al., 2000b), 5714 (MIGUEL et al., 2000a), 6490
(CAMARGO; REIS; MATIELLO, 2000), 6666 (PAVAN; CHAVES; ANDROCIOLI
FILHO, 1994), 7143 (PAVAN et al., 1997), 7812 (VIANA; CAMARGO; FREIRE, 2000),
10000 (CAMARGO et al., 2000, SANTINATO et al., 2000a, SILVA, 2004, URIBE;
MESTRE, 1988b) 13333 (SANTINATO et al., 2000b) e 20000 plantas por hectare
(SANTINATO et al., 2000d).
As seguintes faixas de adensamento dos cafeeiros podem ser estabelecidas como padrões:
a) Cultivos tradicionais, até 3.000 plantas por hectare: aquelas lavouras formadas em
espamento nimo de 4 metros na entrelinha por 2 metros entre covas, podendo-se indicar uma
ou mais plantas por cova.
b) Cultivos adensados, de 3.000 a 7.000 plantas por hectare: visando redução de custos
21
como o aumento da prodão por área cultivada, contrapondo-se à vio de privilegiar a prodão
por cova. Essa prática atingiu alto grau de difuo e vem sendo a preferida pelos empresários que
investem no setor.
c) Cultivos superadensados, acima de 7.000 plantas por hectare: o sistemas ainda de
adão restrita, cujo interesse pelos mesmos tem crescido, apesar dos maiores custos na formação
dessas lavouras. Internacionalmente, na Colômbia considera-se o ideal para as condições do país
que as novas lavouras deveriam se aproximar do estande de 10.000 plantas por hectare. Esses
exemplos fazem eco entre os cafeicultores paulistas, o sendo isolados os casos de lavouras
superadensadas nas diferentes reges cafeeiras (VEGRO; MARTIN; MORICOCHI, 2000).
Regiões acidentadas vêm empregando o sistema semi-adensado, adensado ou
superadensado e, nas regiões planas, o sistema de plantio vem sendo conduzido de modo a
permitir a mecanização da colheita e com maior número de plantas por hectare que o vigente
na década de 70 (BACHA, 1998).
2.3. Avaliação do estado nutricional dos cafeeiros
No cafeeiro a demanda por nutrientes é constante, pois, mesmo quando a frutificação é
baixa, o crescimento dos ramos plagiotrópicos, a formação de folhas e ramos novos
substituem o fruto como dreno de carboidratos e nutrientes (CORREA; GARCIA; COSTA,
2000, MALAVOLTA et al., 2002).
A folha é o órgão que mais bem reflete o estado nutricional dos cafeeiros, quer por meio
dos sintomas visuais, quer por meio do teor de nutrientes que se encontram, geralmente, em
maiores concentrações nesse órgão (HIROCE, 1981). Alterações na nutrição mineral são
refletidas nas concentrações dos nutrientes nas folhas e o uso da análise foliar como critério
de diagnóstico baseia-se nas premissas de existir relação entre o suprimento de nutrientes e os
níveis dos elementos e de que aumentos ou decréscimos nas concentrações se relacionam com
produções mais altas ou mais baixas, respectivamente (EVENHUIS; WAARD, 1980). A
variação no teor dos nutrientes nas folhas, contudo não é devida somente à fertilidade do solo
ou as doses empregadas de adubo, mas também à idade da folha e da planta, época de
amostragem, condições de solo e clima, tratos culturais diversos, ataques de pragas e
moléstias, cultivares, linhagens e espécies, entre outras condições (HIROCE, 1981).
Plantas de cultivares diferentes da mesma espécie, crescendo lado a lado, no mesmo
solo, em condições idênticas, apresentam com freqüência grandes variações na sua
22
composição química (EPSTEIN, 1975). Muitos aspectos qualitativos e quantitativos da
absorção iônica estão sob controle genético (MALAVOLTA, 1980), dirigidos pela
informação contida ou na memória do DNA (MALAVOLTA; VITTI; OLIVEIRA, 1997), o
que faz as plantas, devido suas características hereditárias, possam ter preferência por
determinado nutriente (LARCHER, 2000) e certa seletividade na absorção de elementos
químicos (MALAVOLTA, 1980). Diferenças nos teores foliares dos elementos minerais
ligados a fatores genéticos, indicam eficiência de absorção, translocação ou utilização
diferencial do nutriente entre cultivares e linhagens (AUGUSTO, 2000) e que também podem
ser atribuídas a excreções radiculares e capacidade de solubilizar elementos na rizosfera
(MALAVOLTA; VITTI; OLIVEIRA, 1997). Entretanto, quantidades maiores de um ou mais
elementos nas folhas de determinada cultivar pode não se relacionar a mecanismos mais
eficientes para absorção ou translocação de nutrientes em relação a outras, mas indicar um
sistema radicular maior ou mais finamente ramificado e exploração do solo de modo mais
eficiente (EPSTEIN, 1975). O sistema radicular de C. canephora e de C. congensis sob
cafeeiros enxertados, além de explorar maior volume de solo, parece alterar quantitativamente
a absorção de alguns nutrientes para o cafeeiro e aumentar a produção de modo mais
significativo para a Catuaí do que para a Mundo Novo (FAHL et al., 1998).
A diferença entre cultivares de cafeeiros quanto ao teor foliar de nutrientes já foi
relatada (ALVARENGA; DUARTE; GOMIDE, 2000, AUGUSTO, 2000, CORREA;
GARCIA; COSTA, 2000, VALARINI, 2005), concluindo-se de maneira geral que a Mundo
Novo é mais exigente em nutrientes que a Catuaí (CORREA; GARCIA; COSTA, 2000) e que
no florescimento o teor foliar dos macronutrientes foi semelhante nas cultivares Mundo Novo
IAC 388-17 enxertada sobre Apoatã IAC-2258 e Catuaí Amarelo IAC-62, exceção para o
enxofre com maior teor na Catuaí (MALAVOLTA et al., 2002).
A diagnose nutricional de plantas por meio dos resultados da análise química foliar
constitui ferramenta complementar à análise de solo para a recomendação de fertilizantes que
auxilia planejar, avaliar e calibrar a recomendação de adubação das lavouras (CORREA et al.,
2001). A avaliação do estado nutricional (CORREA et al., 2001, GALLO et al. 1970,
MARTINEZ et al., 2003) e da fertilidade do solo (CORREA et al., 2001) de cafeeiros tem
sido realizada com o objetivo de identificar os fatores mais limitantes, sob esses aspectos,
para o crescimento, desenvolvimento e produção da cultura em algumas regiões. Entretanto,
diferentes diagnoses nutricionais podem ser obtidas com os padrões propostos pela literatura
(Tabela 1), havendo necessidade de estabelecimento de teores adequados calibrados
23
localmente para garantir que a interpretação da análise foliar seja efetiva na avaliação do
estado nutricional dos cafeeiros (CORREA et al., 2001).
O emprego da amplitude máxima dos limites inferior e superior da faixa crítica dos
macronutrientes recomendada por alguns autores (BERGMANN, 1992, JONES JUNIOR;
WOLF; MILLS, 1991, MALAVOLTA et al., 1993, MALAVOLTA; VITTI; OLIVEIRA,
1997, MATIELLO, 1997, MILLS; JONES JUNIOR; WOLF; MILLS, 1991, RAIJ et al.,
1997, REUTER; ROBINSON, 1988) possibilita identificar o teor adequado dos nutrientes em
cultivares de cafeeiro quando apresentam no tecido foliar entre 23,0 e 35,0 g kg
-1
de
nitrogênio, 1,2 e 2,0 g kg
-1
de fósforo, 18,0 e 26,0 g kg
-1
de potássio, 7,5 e 25,0 g kg
-1
de
cálcio, 2,5 e 5,0 g kg
-1
de magnésio e 0,2 e 2,0 g kg
-1
de enxofre (Tabela 1 ).
Tabela 1 Faixas de referência de teores adequados de macronutrientes em folhas de cafeeiros, segundo alguns
autores.
Autores N P K Ca Mg S
g kg
-1
REUTER; ROBINSON (1988) 25-30 1,5-2,0 21-26 7,5-15 2,5-4,0 0,2-1,0
JONES JUNIOR; WOLF; MILLS (1991) 23-30 1,2-2,0 20-25 10-25 2,5-4,0 1,0-2,0
BERGMANN (1992) 23-30 1,6-2,0 21-23 12-14 3,0-4,0 1,5-2,0
MALAVOLTA et al. (1993) 27-32 1,5-2,0 19-24 10-14 3,1-3,6 1,5-2,0
MILLS; JONES JUNIOR (1996) 23-30 1,2-2,0 20-25 10-25 2,5-4,0 1,0-2,0
MALAVOLTA; VITTI; OLIVEIRA (1997) 29-32 1,6-1,9 22-25 13-15 4,0-4,5 1,5-2,0
RAIJ et al. (1997) 26-32 1,2-2,0 18-25 10-15 3,0-5,0 1,5-2,0
MATIELLO (1997) 30-35 1,2-2,0 18-25 10-15 3,5-5,0 1,5-2,0
2.4. Extração de nutrientes pelo cafeeiro
O cafeeiro acumula matéria seca continuamente dos seis aos 78 meses, com demanda
nutricional crescente independentemente da variação da produção (CORREA; GARCIA;
COSTA, 2000, MALAVOLTA, 1993, PRADO; NASCIMENTO, 2003). As exigências
minerais para a produção de uma saca de café beneficiado independem do espaçamento, mas
as quantidades de adubo necessárias para satisfazer as exigências, diminuem, dentro de
limites, com o aumento da densidade de plantio, pois aumento da área das raízes e da
eficiência ou do aproveitamento dos adubos porque diminuem as perdas por lixiviação,
fixação e erosão (MALAVOLTA; LIMA FILHO, 2000).
24
As cultivares Bourbon Amarelo, Caturra Amarelo e Mundo (MALAVOLTA et al.,
1963) e também as cultivares de porte baixo Catuaí Vermelho IAC 46, Catuaí Vermelho IAC
81 e Catuaí Vermelho IAC 99, Ouro Verde IAC H 5010-5, Catucaí Vermelho 36/6, Catucaí
Amarelo 2 SL, Catuaí Amarelo IAC 47, Catuaí Amarelo IAC 100, Obatã IAC 1669-20, Tupi
IAC 4096, Tupi IAC 4095 e Linhagem IAC 4361, excetuando-se o cálcio (VALARINI, 2005)
não diferem entre si na composição mineral do grão e da polpa.
A remoção dos macronutrientes pelos frutos é da ordem de 46,6 kg de potássio, 41,2 kg
de nitrogênio, 6,4 kg de cálcio, 3,0 kg de enxofre, 3,0 kg de magnésio e 2,4 kg de fósforo para
produção de uma tonelada de café em coco na média de 14 cultivares (VALARINI, 2005), de
3,168 kg de potássio, 2,094 kg de nitrogênio, 0,408 kg de cálcio, 0,168 kg de magnésio, 0,162
kg de enxofre e 0,144 kg de fósforo no total de 60 kg de frutos ou 0,918 de potássio, 1,026 kg
do nitrogênio, 0,162 kg de cálcio, 0,090 kg de magnésio, 0,072 kg de enxofre e 0,060 kg de
fósforo em 60 kg de café beneficiado (MALAVOLTA et al., 1993).
A média da alocação relativa de nutrientes nos frutos das cultivares Icatu Amarelo IAC
3282, Rubi MG1192, Catuaí Vermelho IAC-99 e Acaiá IAC 474-19 em nível normal de
adubação, foi 38,15% de N, 46,34% de P, 42,68% de K, 13,19% de Ca, 25,04% de Mg,
40,63% de Cu, !9,49% de Zn e 17,73% de B (AMARAL, 2002). A distribuição percentual
dos elementos na parte vegetativa e nos frutos varia com a idade da planta, encontrando-se
nos frutos da cultivar Catuaí com quatro anos de idade 27% de N, 27% de P, 23% de S, 35%
de K, 12% de Ca, 15% de Mg, 37% de Cu, 18% de Zn e 24% de B do total da planta
(MALAVOLTA, 1986). Os frutos da cultivar Catuaí com 6,5 anos de idade mostraram a
seguinte alocação de nutrientes: 25% do N, 32% do P, 25% do S, 39% do K, menos de 10%
do ca, 14% do Mg, menos de 10 % de Cu, menos de 10% do Zn e 21% do B (MALAVOLTA,
1993).
A extração dos minerais, por cultivares de cafeeiros pode ser diferencial quando se
comparam localidades diferentes (MALAVOLTA et al., 1963) e a capacidade diferencial de
absorção, transporte e utilização dos nutrientes aplicados ao solo pelas plantas tem sido objeto
de seleção de cultivares, considerando-se que a baixa produtividade das plantas cultivadas
decorra em grande parte do excesso ou da deficiência dos elementos minerais em muitos solos
do mundo (AMARAL, 2002).
A exportação de macronutrientes pelo cafeeiro é considerável, ou seja, grande parte dos
elementos contidos nos frutos deixa a propriedade (AMARAL, 2002), obedecendo a seguinte
ordem: K>N>Ca>Mg=S>P (MALAVOLTA et al., 1963, CHAVES, 1982, VALARINI,
2005). A exportação pode ser ainda maior quando a palha, rica em nutrientes, não é devolvida
25
ao cafezal, pois além de conter quantidades significativas de nutrientes, principalmente
potássio, pode trazer benefícios por ser fonte de matéria orgânica (AMARAL, 2002).
Depreende-se que maiores produtividades conseguidas pelo uso de cultivares mais
produtivas e adaptadas e com o emprego de densidades de plantio adequadas, implicam em
maior exportação de nutrientes do solo por meio dos frutos colhidos e comercializados. Tal
fato induz recomendar maiores níveis de adubação com o aumento da densidade de plantio.
Entretanto, nos plantios adensados mais completa exploração do solo, utilização mais
eficiente da água e sais minerais pelos cafeeiros (RENA et al., 1996) e o aumento das
exigências minerais não é proporcional ao aumento da população (KUMAR, 1978, NACIF,
1997, PAVAN; CHAVES; ANDROCIOLI FILHO, 1994, RIVERA, 1991), devendo-se
recomendar a adubação por área e não por cova como nos plantios tradicionais (RENA et al.,
1998).
2.5. Atributos químicos do solo
2.5.1. Matéria orgânica
As principais fontes de matéria orgânica em uma lavoura cafeeira são: resíduos vegetais
de ervas daninhas, folhas e ramos do cafeeiro caídos naturalmente ou desprendidos durante a
colheita, compostos orgânicos liberados pelas raízes, tais como exudatos, mucilagens e
células mortas, respiração radicular e microbial e decomposição de raízes e microorganismos
mortos (PAVAN; CHAVES, 1996, PAVAN et al., 1997). O aumento da densidade de plantio
no cafezal aumenta o teor de matéria orgânica no solo e, assumindo que a contribuição das
plantas daninhas é diminuta em lavoura adensada, o acúmulo de matéria orgânica pode ser
devido à maior quantidade de resíduos vegetais por unidade de área, redução de perdas por
erosão e condições inadequadas para a oxidação da matéria orgânica. (PAVAN et al., 1996,
PAVAN et al., 1997).
O carbono orgânico aumentou sob alta população de plantas, de 13,0 g kg
-1
para
14,5 g kg
-1
, após 15 anos, provavelmente devido ao acúmulo de resíduos na superfície do
solo, enquanto sob baixa população de plantas diminuiu de 13,0 g kg
-1
para 11,5 g kg
-1
,
sugerindo perdas por erosão e mineralização (PAVAN et al., 1999).
Convêm lembrar que o conteúdo de matéria orgânica diminui à medida que há aumento
da temperatura e da precipitação média pluvial (LOPES, 1989) e que a decomposição de toda
26
a matéria orgânica, quer seja de origem animal ou vegetal, libera íons hidrogênio que
acidificam o meio ambiente (KÜPPER, 1981).
2.5.2. Acidez do solo
No ecossistema as principais fontes de ácido são os ciclos do carbono e do nitrogênio.
As plantas ao absorverem o cálcio, o magnésio, o potássio, o sódio da solução do solo,
liberam H
+
por meio das raízes promovendo a acidez. O retorno da biomassa vegetal ao solo
devido à morte ou queda das folhas e outros órgãos, devolve ao solo parte dos cátions
absorvidos, com a conseqüente neutralização da acidez, entretanto, se o material vegetal é
removido, o que se dá por meio das colheitas, o solo se torna cada vez mais ácido (FENTON;
HELYAR, 2002, LOPES, 1989).
A decomposição da matéria orgânica produz amônia (NH
4
+
) que ao ser convertida ao
nitrato pelo processo da nitrificação, libera H
+
, aumentando a acidez (FENTON; HELYAR,
2002, LOPES, 1989). As plantas ao absorverem o nitrato formado excretam equivalente
quantidade de ânions para a solução do solo e, se toda a amônia ou nitrato produzidos forem
absorvidos, o balanço ácido:base da solução do solo continuará indefinidamente, mas se
algum nitrato é lixiviado além da zona radicular, antes que as plantas o absorvam, então o
solo se tornará mais ácido (FENTON; HELYAR, 2002).
A diminuição do pH com a diminuição da população foi relacionada ao ciclo do
nitrogênio da possível forma: a) alta população de plantas diminui a lixiviação de NO
3
-
,
decorrendo maior absorção de NO
3
-
pelas raízes do cafeeiro e aumentando a quantidade de
OH
-
liberada na rizosfera, a qual pode ser usada para neutralizar o íons H
+
produzidos pela
oxidação de NH
4
+
para NO
3
-
, b) baixa população de plantas aumenta a quantidade de NO
3
-
lixiviada e, conseqüentemente, diminui a quantidade de NO
3
-
absorvida pelas raízes do
cafeeiro e, nesse caso, o excesso de H
+
poderá permanecer no solo perpetuando a acidez
(PAVAN et al., 1999).
A produção de ca relacionada ao pH no Estado do Paraná mostrou que 75% das
plantações altamente produtivas estão localizadas em solos cujo pH vai de 6,0 a 7,1, aqueles
com lavouras de produção considerada média têm pH entre 5,1, e 6,0 e nas terras com pH 4,6
a 5,1 situam-se os cafezais com baixa produção (MALAVOLTA, 1986). O comprometimento
do crescimento, desenvolvimento e produção dos cafeeiros da região sul de Minas Gerais
relacionou-se aos baixos valores de pH e ao desequilíbrio entre o potássio, cálcio e magnésio
observados na maioria das lavouras (CORREA et al., 2001). Entretanto, dentro de
27
determinada faixa, a concentração de íons hidrogênio em si não afeta adversamente o
crescimento das plantas, tanto é que as plantas crescem bem em solução nutritiva com pH ao
redor de 4,2 (KÜPPER, 1981). No cafeeiro novo a concentração hidrogeniônica foi estreita e
negativamente relacionada com a acumulação dos macronutrientes e ambos com o
crescimento ou a produção de matéria seca, que diminuem com o aumento do pH
(MALAVOLTA; MOREIRA, 1997).
É importante salientar que o uso exclusivo de adubos minerais, sem promover calagens
adequadas e adubação orgânica, principalmente em culturas perenes, pode levar os solos a
perderem rapidamente a sua fertilidade, em decorrência da acidificação, mobilização de
elementos tóxicos (Al, Fe e Mn), imobilização de nutrientes e mineralização da matéria
orgânica do solo (THEODORO, 2001).
Na cultura do café a acidez do solo é mais acentuada na projeção da copa dos cafeeiros,
onde ocorre a maior acidificação devido às adubações nitrogenadas (GUIMARÃES; LOPES,
1986, RAIJ et al., 1996, THEODORO et al., 2003), e menos acentuada no meio, entre as
linhas dos cafeeiros, onde também acúmulo de bases pela arruação (GUIMARÃES;
LOPES, 1986, RAIJ et al., 1996).
Estudos com cafeeiros mostraram que a acidificação do solo ocorre com o uso das
principais fontes de nitrogênio, sendo mais acentuada para o sulfato de amônio e para a uréia
(MORAES et al., 1976, MORAES et al., 1979, THEODORO et al., 2003) ao serem
nitrificados no solo (THEODORO et al., 2003), do que para o nitrocálcio e o salitre-do-chile,
resultando em forte redução dos teores de cálcio, magnésio e elevação do alumínio e
manganês no solo e alumínio e manganês nas folhas dos cafeeiros (MORAES et al., 1976,
MORAES et al., 1979).
A comparação do pH do solo entre sistemas de plantio de cafeeiros mostrou haver no
plantio adensado com 8000 plantas por hectare a faixa de pH de 5,6 a 6,0, mais elevada que
naquele com 2000 plantas por hectare, ambos na mesma gleba de terra (SANTOS, 2000). O
aumento no pH do solo com o aumento da população de cafeeiros pode estar associado a uma
série de mecanismos independentes, tais como: aumento no teor de matéria orgânica, menores
perdas de solo e de cátions básicos por erosão drica, maior adsorção de íons H
+
livres por
ânions orgânicos com pK maior que o pH do solo, menor perda de NO
3
-
por lixiviação,
diminuindo consequentemente a acidificação por fertilizantes nitrogenados (PAVAN et al.,
1997).
Embora tenha sido observado aumento do pH do solo com o aumento da população de
cafeeiros de 893 para 7143 covas por hectare e pouco mais acentuadamente naquele sob a
28
cultivar Catuaí que sob a Mundo Novo, Acaiá ou Icatu (PAVAN et al., 1997, PAVAN et al.,
1999), foi relatado que o sistema de plantio tradicional com 2857 plantas por hectare ou
adensado com 10000 plantas por hectare não influenciou o pH do solo (SILVA et al., 2004).
O aumento da densidade populacional de cafeeiros diminui o alumínio do solo, devido o
aumento do pH causar a precipitação do alumínio e induzir reação de complexação do
alumínio com ânions orgânicos depositados em maiores quantidades no solo de plantios
adensados (PAVAN et al., 1997, PAVAN et al., 1999).
O aumento da quantidade de nitrogênio de 100 a 400 kg ha
-1
aplicado em Catuaí com o
espaçamento entre plantas de 1,5 x 1,0 m aumentou linear e significativamente a acidez
potencial (H + Al) do solo sob a copa e entre as linhas dos cafeeiros, o que não aconteceu com
a aplicação de P
2
O
5
até 90 kg ha
-1
ou de K
2
O até 240 kg ha
-1
(GALLO et al., 1999).
A redução da acidez potencial (H+Al) foi evidente no cultivo adensado da Catuaí
Vermelho, variando de 3333 a 20000 plantas por hectare (PREZOTTI; ROCHA, 2004), mas
tendeu a aumentar em estudo com as mesmas populações da IAPAR 59 (BRACCINI et al.,
2002), sem variação significativa nos valores de pH (BRACCINI et al., 2002, PREZOTTI;
ROCHA, 2OO4), e aumentou com o aumento da densidade populacional das cultivares Icatu
Vermelho, IAC-4045, Mundo Novo-Acaiá, Catuaí Amarelo IAC-62 (FAHL et al., 2003).
A calagem é prática recomendada para aplicação em solos ácidos, com alta saturação
por alumínio, pois promove a neutralização do alumínio tóxico, eleva o teor das bases como
cálcio e magnésio, com maior retenção do potássio e menor adsorção do fósforo,
possibilitando a proliferação das raízes, com reflexos positivos no crescimento das plantas
(PRADO; NASCIMENTO, 2003). Embora a calagem possa aumentar consideravelmente a
produtividade do cafeeiro em solos de baixa fertilidade, como os de cerrado (LAZZARINI et
al., 1975), não significa que a cultura seja muito exigente em relação à correção da acidez
(RAIJ et al., 1996). Estudo de calagem de longa duração mostrou que embora o cafeeiro tenha
respondido à calagem, a produção máxima foi obtida com apenas 26% de saturação por bases
(VIANA; GARCIA, 2000) e se obteve a produtividade média de 31 sacas de café beneficiado
por hectare com saturação por bases de 34% em solo com cafezal adensado (MALAVOLTA;
MOREIRA, 1997).
A definição da saturação por bases adequada ao cafeeiro deve ser antecipada por
interpretação da composição da capacidade de troca de cátions potencial (H
+
+Al
3+
+ k
+
+
Ca
2+
+ Mg
2+
), pois se a saturação por bases for baixa devido a grande participação do H
+
pouco ou nenhum dano resultará ao cafeeiro, e o contrário acontece se houver excesso de
alumínio e certamente pouco cálcio (MALAVOLTA; MOREIRA; 1997). O alumínio não é
29
necessário ser eliminado totalmente da solução do solo, cuja precipitação acontece com pH ao
redor de 5,6, sendo suficiente reduzir sua participação em nível menor que 30% da saturação
(Al%= (100 Al
3+
) (Al
3+
+ S)
-1
para não causar problemas ao cafeeiro (KÜPPER, 1981). A
proposta da revisão da meta de 70% de saturação por bases na projeção da copa dos cafeeiros,
levando em conta as necessidades da cultura e as perdas por lixiviação (RAIJ et al., 1996),
resultou na recomendação de aplicar calcário para elevar a saturação por bases da camada
arável a 50% da parte do terreno que recebe a adubação (RAIJ et al., 1997).
Diferenças relacionadas à tolerância ao alumínio foram relatadas entre cultivares de
cafeeiros, classificando-se algumas linhagens de Catimor (UFV 2877, UFV 3869 e UFV
3880) e a Caturra Vermelho (UFV 534) como sensível, a Mundo Novo (IAC 376-4-32), a
Icatu Vermelho (IAC 4042) e a Guarini (UFV 514) como moderadamente sensível e
identificando-se a Icatu Vermelho (IAC 4045) como a mais tolerante e a maioria das
cultivares estudadas como moderadamente tolerante ao alumínio (BRACCINI, M.;
MARTINEZ; BRACCINI, A., 2000b). A alteração do pH da rizosfera parece não ser o
mecanismo de tolerância ao alumínio em cafeeiros, pois na presença de alumínio não houve
diferença entre o pH do solo e o da rizosfera e genótipos de cafeeiros sensíveis e tolerantes
apresentaram o mesmo comportamento (BRACCINI, M.; MARTINEZ; BRACCINI, A.,
2000a).
2.5.3. Nitrogênio
O nitrogênio é o principal elemento que aumenta a produção do cafeeiro no plantio
convencional (FRANCO et al., 1960, MORAES et al., 1979) e quando aplicado ao solo
influencia positivamente o teor do elemento na folha (REIS et al., 2006, VALÊNCIA;
ARCILA, 1977) e do sforo, manganês e boro que se relacionam bem com a produção do
café (VALÊNCIA; ARCILA, 1977).
No fim dos anos 1960 mais de 80% das lavouras mostraram deficiência de nitrogênio
segundo análise química foliar de cafezais estabelecidos em diferentes solos de São Paulo
(GALLO et al., 1970). Mais recentemente, no sul de Minas Gerais, menos que 10% das
lavouras avaliadas mostraram baixo teor de nitrogênio, e, no mínimo, acima de 45% estava
com teor elevado do elemento nas folhas dos cafeeiros (CORREA et al., 2001).
O aumento na produção dos cafeeiros constatado com o emprego de níveis de zero, 120
e 360 g de N por planta foi devido não às quantidades aplicadas, mas principalmente à sua
aplicação parcelada nos meses de outubro, janeiro e abril, ou seja, no começo, meio e fim das
30
águas (FRANCO et al., 1960). A conveniência do parcelamento da aplicação do adubo em
três vezes e a amostragem das folhas no verão (janeiro a março) como a mais favorável para
fins de diagnose da nutrição nitrogenada foi concluída por Gallo et al. (1971).
Resultados positivos, lineares e altamente significativos com doses até 300 kg ha
-1
,
revelaram superioridade significativa do nitrocálcio e do sulfato de amônio em relação à uréia
na produção de café. O sulfato de amônio e a uréia mostraram no final do experimento
acentuada ação acidificante sobre o solo, correlacionado com forte redução dos teores de
cálcio, magnésio e elevação do teor de alumínio e manganês nas folhas do cafeeiro
(MORAES et al., 1976).
Os teores de N total de 23,3; 27,5 e 29,7 g kg
-1
foram relacionados às produtividades de
797, 1856 e 2826 kg ha
-1
, respectivamente, considerando-se como desejável o teor de 3% de N
total ou de 500 ppm de N nítrico para a produção de 2500 kg ha
-1
de café beneficiado (GALLO
et al., 1971). O estudo de níveis de nitrogênio de até 289 gramas por cova em Catuaí Amarelo
com espaçamento de 4,0 x 1,5m não resultou em aumentos acentuados na produção, embora
significativos, devido aos teores foliares do elemento bastante elevados e já conseguido com a
menor dose testada de 64g por cova de N, entre 33,6 e 28,6 g kg
-1
conforme o ano da
amostragem (RAIJ et al., 1996).
No Brasil são associados às maiores produções dos cafeeiros os valores entre 26 e 35 g
kg
-1
de nitrogênio foliar (GALLO et al., 1971, MALAVOLTA, 1993, MALAVOLTA; VITTI;
OLIVEIRA, 1997, MATIELLO, 1997, RAIJ et al., 1997). Estudo recente em quatro regiões de
Minas Gerais mostrou que as faixas críticas encontradas para o nitrogênio foliar dos cafeeiros
entre 23 e 35 g kg
-1
estavam próximas às mencionadas na literatura (MARTINEZ et al., 2003).
Os teores de nitrogênio foliar podem variar segundo a época da amostragem (GALLO et
al., 1971, REIS et al., 2006, VALARINI, 2005), a cultivar (AUGUSTO, 2000, VALARINI,
2005) e o espaçamento adotado (AUGUSTO, 2000), mas a concentração foliar de nitrogênio
diferiu pouco entre cultivares de cafeeiro de alta e média produtividade (VALARINI, 2005).
Cafeeiros de porte baixo não mostram diferenças no teor foliar de N quando plantados
no espaçamento de 2,5 m, mas diferenciam mais entre si quando se diminui o espaçamento
entre as plantas e maior é a densidade de plantio (AUGUSTO, 2000). O coeficiente de
aproveitamento do nitrogênio aumenta de 40% na população de 5000 plantas por hectare para
70% na população de 10000 plantas por hectare, entretanto a necessidade de nitrogênio não
aumenta proporcionalmente com o aumento da densidade de plantio, garantindo-se maiores
produções com doses iguais de nitrogênio (RIVERA, 1991).
31
Deve-se ter atenção que no sistema adensado, quando excesso de sombreamento e
teor elevado do elemento na folha, a adubação nitrogenada tem efeito depressivo sobre a
produção de cafeeiros de porte alto e pouco efeito positivo sobre os de porte baixo que
possuem teor alto de nitrogênio foliar (GALLO et al., 1999).
2.5.4. Fósforo
O fósforo em termos quantitativos é um dos macronutrientes menos exigido pelo
cafeeiro (MELO et al., 2005) ou o menos exportado da lavoura por meio dos grãos colhidos
(MALAVOLTA et al., 1963).
As cultivares podem requerer quantidades diferentes do elemento para o seu
crescimento, desenvolvimento e produção. A Conilon produziu em média 0,847 g de matéria
seca com 1,0 mg de fósforo, enquanto a Catuaí produziu 0,648 g com a mesma quantidade do
elemento (REIS JUNIOR; MARTINEZ, 2002). A Catuaí Amarelo IAC 62 e a Tupi IAC
4096, com produtividade de 5306
e 1709 kg ha
-1
de café beneficiado necessitaram
respectivamente 0,04 e 0,12 g kg
-1
de fósforo foliar para produzir 1,0 kg de cabeneficiado
(VALARINI et al., 2005).
A análise do solo é eficaz para diagnosticar a resposta do cafeeiro ao fósforo (GALLO
et al., 1999). Classifica-se o teor do fósforo do solo para plantas perenes em muito baixo, de
0 a 5 mg dm
-3
, baixo, de 6 a 12 mg dm
-3
, médio, de 13 a 30 mg dm
-3
, alto, de 31 a 60mg dm
-3
e muito alto quando maior que 60 mg dm
-3
de solo (RAIJ et al., 1997). O solo considerado
adequado para o cafeeiro deve conter entre 15 a 20 mg dm
-3
de fósforo (MALAVOLTA;
MOREIRA, 1997).
Embora a resposta ao fósforo não seja esperada em plantas lenhosas adultas a adubação
fosfatada em solo com 13 mg dm
-3
do elemento aumentou 16% a produção da Catuaí,
plantada 1,5 x 1,0 m. Contudo, a aplicação 0 a 90 kg ha
-1
de P
2
O
5
na forma de superfosfato
triplo em solo rico em fósforo (22 mg dm
-3
) diminuiu a produção de cafezal muito fechado da
Acaiá plantada na densidade de 5000 plantas por hectare (GALLO et al., 1999).
A população de plantas pode fazer variar o teor do fósforo no solo. O aumento da
disponibilidade de fósforo no solo com o aumento da densidade de plantio ocorre devido o
aumento do pH (PAVAN; CHAVES, 1996, PAVAN et al., 1997) e da concentração de ânions
orgânicos (PAVAN et al., 1997), o que por sua vez diminui a formação de compostos de
baixa solubilidade do fósforo com o ferro e o alumínio (PAVAN; CHAVES, 1996,
MALAVOLTA; MOREIRA, 1997; PAVAN et al., 1997). Outros fatores que auxiliam
32
explicar o maior teor do elemento nas maiores densidades de plantio dos cafeeiros são o
aumento da matéria orgânica, do grau de micorrização das plantas (PAVAN; CHAVES,
1996), da umidade do solo, devido ao maior sombreamento (PREZOTTI; ROCHA, 2004) e
maior acúmulo de biomassa vegetal na superfície do solo (PAVAN et al., 1997, PREZOTTI;
ROCHA, 2004), com as conseqüentes maiores difusão do elemento no solo e absorção pelas
plantas (PREZOTTI; ROCHA, 2004). A elevação do teor do fósforo no solo já ocorreu
mesmo sob plantas que não receberam o elemento, provavelmente devido ao maior acúmulo
de matéria orgânica na superfície do solo, o que favorece o aumento quantitativo e a
solubilização do elemento por enzimas e ácidos orgânicos (PREZOTTI; ROCHA, 2004). A
decomposição das folhas e de outros restos vegetais produz ácidos orgânicos que complexam
o alumínio e o cálcio, favorecendo a dissociação dos fosfatos parcialmente solúveis
(MALAVOLTA; MOREIRA, 1997).
O cafezal cultivado tradicionalmente com 2000 plantas hectare e o cafezal adensado
com 8000 plantas por hectare, ambos na mesma gleba de terra há oito anos, mostraram teor de
fósforo entre 0,12 a 0,18 meq PO
-
4
e 0,12 a 0,22 meq PO
-
4
, respectivamente (SANTOS,
2000).
Os teores do fósforo das camadas 0-20 cm e 20-40 cm do solo não diferiram entre
cafeeiros plantados no sistema de plantio tradicional, com 2857 plantas por hectare, e sistema
adensado, com 10000 plantas por hectare (SILVA et al., 2004).
O aumento do teor de fósforo com a redução do espaçamento entre plantas foi
observado nas camadas 0-20 e 20-40 cm do solo na média de quatro cultivares, encontrando-
se o maior teor do elemento na camada mais superficial (FAHL et al., 2003).
Maior teor de fósforo no solo foi verificado nos menores espaçamentos entre rua e na
fileira entre cafeeiros, considerando que adubações entre 1200 e 4800 kg ha
-1
feitas com a
formulação 20.5.20 não influenciaram características vegetativas ou reprodutivas do cafeeiro
(NACIF, 1997).
O aumento na população de cafeeiros elevou o teor disponível no solo, após o primeiro
e segundo ano da implantação do experimento, quando o teor de fósforo aumentou de 35,7
mg kg
-1
(3333 plantas por hectare) para 73,7 mg kg
-1
(20000 plantas por hectare) na
profundidade 0-20 cm do solo (BRACCINI et al. , 2002).
A análise foliar do fósforo não se mostrou eficaz para avaliação da disponibilidade do
nutriente no solo, pois apesar da alta resposta observada da Catuaí ao fósforo, os cafeeiros não
adubados com o elemento apresentaram teores foliares considerados altos (1,51 a 2,14 g kg
-1
de fósforo) para o cafeeiro (GALLO et al., 1999).
33
O teor foliar de fósforo diminui mais acentuadamente entre fevereiro a maio,
coincidindo com a fase de amadurecimento dos frutos, o dreno principal do elemento
(VALARINI et al., 2005).
Diferenças significativas na concentração foliar de fósforo foram encontradas ente
cultivares, embora a diferença seja muito pequena entre cultivares de alta e média
produtividade (VALARINI, 2005). No espaçamento adensado o teor do fósforo do solo sob a
Catuaí foi maior que naqueles sob a Mundo Novo, a Acaiá e a Icatu (PAVAN et al., 1997),
mas não diferiu entre Catuaí Amarelo IAC 62, Obatã IAC 1669-20, Icatu vermelho IAC 4045,
e Acaiá quando submetidas a espaçamentos duplamente progressivos (FAHL et al., 2003). O
fósforo foliar aumentou linearmente na Catuaí Vermelho IAC 44 e IAC 99 e Rubi MG 1192
com o adensamento e de modo quadrático na Katipó, não havendo efeito de espaçamentos no
teor de fósforo foliar da Catimor 3880 e da Oeiras MG 6851 (AUGUSTO, 2000). O teor foliar
de fósforo foi semelhante nas cultivares Catuaí Amarelo e Mundo Novo, não se constatando
efeito da diluição em virtude da maior quantidade de matéria seca das folhas e ramos da
cultivar Catuaí Amarelo (MALAVOLTA et al., 2002).
Os cafeeiros submetidos ao espaçamento adensado apresentaram maior teor foliar de
fósforo quando comparados àqueles cultivados em espaçamentos mais abertos (AUGUSTO,
2000, BRACCINI et al., 2002, PREZOTTI; ROCHA, 2004).
A relação entre o fósforo e os demais nutrientes é característica de extrema importância
devido aos efeitos antagônicos existentes entre os nutrientes, visando-se maximizar os efeitos
da adubação fosfatada de plantio (MELO et al., 2005). Também a elevação do pH pode
resultar em predominância dos íons HPO
2
-2
e PO
4
–3
na solução do solo, que podem formar
fosfatos bicálcicos e tricálcicos insolúveis (MARTINEZ et al., 2003), influenciando a
disponibilidade do elemento no solo.
A aplicação de quantidades de P
2
O
5
no solo até 180 kg ha
-1
influenciou pouco o teor
foliar de fósforo de cafeeiros nas densidades populacionais de 3333, 5000, 10000 e 20000
plantas por hectare e, embora seja conhecida a baixa resposta do cafeeiro ao fósforo,
observou-se aumento médio de 12% na produção (PREZOTTI; ROCHA, 2004), resultado
semelhante aos 16% obtido por Gallo et al. (1999).
2.5.5. Potássio
O teor de potássio encontrado nos solos é interpretado como muito baixo quando
presente entre 0,0 e 0,07 mmol
c
dm
-3
, baixo, entre 0,8 e 1,5 mmol
c
dm
-3
, médio,
34
1,6 e 3,0 mmol
c
dm
-3
, alto, 3,1 e 6,0 mmol
c
dm
-3
, e muito alto quando maior que
6,0 mmol
c
dm
-3
(RAIJ et al., 1997), considerando-se valores entre 2,5 a 3,5 mmol
c
dm
-3
como
adequados ao cafeeiro (MALAVOLTA; MOREIRA, 1997). A quantidade de potássio
exportada pela colheita excede a de nitrogênio (CHAVES, 1982, MALAVOLTA et al., 1963,
VALARINI, 2005) o que ajuda a explicar porque ele pode ser um fator limitante após poucos
anos.
Solos com alto grau de intemperização têm reservas de potássio não-trocável que podem
atender a médio e longo prazo a demanda parcial do cafeeiro por esse nutriente (SILVA et al.,
2000a). A resposta do cafeeiro ao potássio é bastante controvertida (PREZOTTI; ROCHA,
2004), não sendo tão evidente quanto às respostas obtidas com a adubação nitrogenada,
notadamente em solos de alta fertilidade natural (GUIMARÃES; LOPEZ, 1986).
O alto teor de potássio no solo (5,5 mmol
c
dm
-3
) foi apontado como a provável causa do
efeito depressivo do fornecimento do nutriente sobre a produção quando fornecido de 0 até
240 kg ha
-1
na forma de cloreto de potássio em cafeeiro Mundo Novo cv Acaiá com 11 anos
de idade cultivado no espaçamento 2 x 1m na densidade de 5000 plantas por hectare e com a
cultivar Catuaí no espaçamento 1,0 x 1,5 na população de 6667 plantas por hectare, o que
pode ser verificado por meio do teor foliar, considerado elevado, do nutriente no tratamento
sem aplicação (25,4 e 31,0 g kg
-1
) (GALLO et al., 1999).
Cafeeiros plantados nas populações de 2857 e 5714 plantas por hectare alcançaram
produção máxima com apenas 25% da dose máxima testada de 125 g planta
-1
de N ou K
2
O,
observando-se o dobro da produção no cafezal mais adensado (MIGUEL et al., 2000a),
contudo, o cultivo adensado não influenciou o teor de potássio nas camadas 0-20 cm e 20-40
cm do solo (SILVA et al., 2004).
O teor de potássio na folha diminui de forma acentuada no período entre dezembro e
fevereiro e com menor intensidade de fevereiro a maio (VALARINI et al., 2005), ou seja, do
verão para o inverno (HIROCE, 1981), provavelmente direcionado para o enchimento do grão
de café (VALARINI et al., 2005), sendo considerado como adequado quando compreendido
entre 18,0 e 26,0 g kg
-1
(BERGMANN, 1992, JONES JUNIOR; WOLF; MILLS, 1991,
MALAVOLTA et al. 1993, MALAVOLTA; VITTI; OLIVEIRA, 1997, MATIELLO, 1997,
MILLS; JONES JUNIOR, 1996, RAIJ et al., 1997, REUTER; ROBINSON, 1988).
certa relação entre o teor de potássio nas folhas e a produtividade (VALARINI,
2005), o que pode ser fortemente influenciado pelas doses de K
2
O aplicadas (PREZOTTI;
ROCHA, 2004), encontrando-se os maiores valores médios nas cultivares mais produtivas
(VALARINI, 2005). A alta participação do potássio na soma dos macronutrientes catiônicos
35
(K + Ca + Mg), ou seja, teor alto de potássio em relação ao cálcio e ao magnésio foliares,
indicou desequilíbrio nutricional e correspondeu às menores produções de café (MARQUES
et al., 1999a).
Avaliação do estado nutricional dos cafeeiros e da fertilidade do solo no Sul de Minas
Gerais mostrou baixos valores de pH e desequilíbrio das relações entre potássio, cálcio e
magnésio na maioria das lavouras, sugerindo que esses seriam os fatores comprometedores do
crescimento, do desenvolvimento e da produção dos cafeeiros na região (CORREA et al.,
2001).
Os cafeeiros sob cultivo adensado apresentaram maiores teores de potássio foliar
(PREZOTTI; ROCHA, 2004) e no solo (BRACCINI et al., 2002, FAHL et al., 2003, PAVAN
et al., 1997) quando comparados àqueles cultivados em espaçamentos mais largos. A
explicação recai na possível maior umidade do solo proporcionada pelo maior sombreamento
maior acúmulo de biomassa vegetal na superfície do solo, possibilitando maior difusão e
absorção do potássio e outros elementos pelas plantas (PREZOTTI; ROCHA, 2004) e na
menor lixiviação do NO
-3
com íons positivos acompanhantes causando o acúmulo do potássio
na camada superior do solo (PAVAN et al., 1997).
O teor foliar não variou nas populações entre 3333 plantas por hectare e 20000 plantas
por hectare, mas a eficiência de utilização aumentou com a população, sendo ótima com cerca
de 16000 plantas por hectare (BRACCINI et al., 2002). ).
Cultivares de cafeeiros cultivados em mesmo ambiente mostraram diferenças no teor
foliar de potássio, sendo que, para a amostragem realizada em fevereiro, quatro cultivares
apresentaram valores adequados, enquanto, as demais, valores médios (VALARINI, 2005).
Porém, o teor foliar de potássio foi semelhante nas cultivares Mundo Novo IAC 388-17,
enxertado sobre Apoatã IAC 2258 com 40 meses de idade, e Catuaí Amarelo IAC 62, com
trinta meses de idade (MALAVOLTA et al., 2002).
As cultivares Catuaí Vermelho IAC 44 e IAC 99, a Katipó e a Oeiras MG 6851
apresentaram os maiores teores foliares de potássio 34 meses após o plantio quando plantadas
a 1,0 m, mas nos espaçamentos 1,5m, 2,0 m e 2,5 m entrelinhas as diferenças foram menos
evidentes. Os teores de potássio ficaram próximos ao limite inferior do faixa crítica de
referência, com valores bem abaixo dos obtidos na amostragem aos 21 meses (AUGUSTO,
2000).
36
2.5.6. Cálcio
O cálcio é o terceiro elemento mais exigido pelo cafeeiro e o terceiro mais exportado
com o produto colhido (CORREA; GARCIA; COSTA, 2000, MALAVOLTA et al., 1963,
MALAVOLTA et al., 2000, PRADO; NASCIMENTO, 2003, VALARINI, 2005).
O cálcio tem pouca mobilidade dentro da planta, revelada pelo aumento da concentração
do cálcio na folha no período de dezembro a maio, ou seja, do verão para o inverno, quando
ocorre o crescimento do fruto e diminuição no teor foliar dos demais macronutrientes
(CATANI et al., 1967, GALLO et al., 1970, HIROCE, 1981)
A ocorrência de cafeeiros com sintomas de deficiência em condições de campo não é
muito provável (HIROCE, 1981, MALAVOLTA, 1986) devido à quantidade do elemento
exigida pelo cafeeiro para a formação de suas raízes, tronco, ramos e folhas ser considerada
baixa (MALAVOLTA, 1986) ou moderada (HIROCE, 1981) e pelo fato do cálcio
normalmente ser a base dominante do complexo coloidal do solo (MALAVOLTA, 1986). Os
fatores apontados para a falta de cálcio são: a invasão do cerrado pelo cafeeiro que possui
solos reconhecidamente pobres em cálcio, a substituição de adubos portadores de cálcio por
outros que não possuem esse elemento, falta de calagem, lixiviação de cálcio e perdas por
erosão (MALAVOLTA et al., 2000).
Os limites de interpretação dos teores do cálcio no solo são baixo, 0 a 3 mmol
c
dm
-3
,
médio, 4 a 7 mmol
c
dm
-3
e alto, maior que 7 mmol
c
dm
-3
(RAIJ et al., 1997). Correlação
estreita entre o teor de cálcio no solo e a produtividade tem sido relatada (MARQUES et al.,
1999a), estimando-se que o teor adequado do cálcio no solo para o cafeeiro deva estar cerca
de 4 emg 100g
-1
(MALAVOLTA et al., 2000) ou entre 25 e 40 mmol
c
dm
-3
(MALAVOLTA;
MOREIRA, 1997) e que o nível foliar adequado dele deva estar entre os limites de 7,5 e 25 g
kg
-1
(Tabela 1). Sintomas de falta de cálcio no sul de Minas Gerais corresponderam a 0,5% de
cálcio na folha do cafeeiro (GONÇALVES; FRANCO, 2000), região em que se constatou
mais de 86% das lavouras cafeeiras com teor médio à alto de cálcio no solo (CORREA et al.,
2001). As faixas críticas obtidas para o cálcio foliar em cafeeiros de quatro regiões de Minas
Gerais são próximas das encontradas na literatura (MARTINEZ et al., 2003).
A variação da população de cafeeiros de 893 para 7143 covas por hectare elevou o teor
de cálcio no solo (PAVAN et al., 1997, PAVAN et al., 1999), e de modo mais acentuado na
cultivar de porte baixo Catuaí que nas de porte alto Mundo Novo, Acaiá e Icatu (PAVAN et
al., 1997). A análise química de um solo com plantio adensado com 8000 plantas por hectare
por oito anos mostrou teor de cálcio cerca de 10% maior que o solo do cafezal plantado de
37
modo convencional com 2000 plantas por hectare, cujos teores oscilaram entre 2,2 a 4,0 meq
de cálcio/ 100 g de terra no plantio adensado e 1,2 a 3,5 meq de cálcio/100 g de terra de no
plantio convencional. (SANTOS, 2000). Possível explicação para o maior teor de cálcio no
solo com a redução do espaçamento pode ser devido a menor lixiviação do NO
-3
com íons
positivos acompanhantes, entre os quais o cálcio, causando o acúmulo do elemento na camada
superior do solo (PAVAN; CHAVES, 1996, PAVAN et al., 1997).
O teor do cálcio diminuiu linearmente na camada arável do solo da projeção da copa da
Catuaí plantado no espaçamento 1,0 x 1,5 m com a variação de 100 a 400 kg ha
-1
de N, o que
não foi constatado entre as linhas do cafeeiro. A aplicação de fósforo ou potássio não causou
nenhum efeito sobre o cálcio do solo (GALLO et al., 1999).
Os teores de cálcio do solo nas profundidades 0-20 cm e 20-40 cm não mudaram
significativamente sob populações entre 3333 e 20000 plantas por hectare da cultivar IAPAR
59 aos 12 e 24 meses após o plantio (BRACCINI et al., 2002) ou em estudo de calagem em
cafeeiro comparando-se o plantio tradicional, com 2857 plantas por hectare,
e o adensado,
com 10000 plantas por hectare (SILVA et al., 2004). Por outro lado, a redução no teor de
cálcio do solo com a redução do espaçamento foi encontrada em estudo com espaçamento
duplamente progressivo com as cultivares de porte baixo Catuaí Amarelo (IAC-62) e Obatã
(IAC1669-20) e de porte alto Icatu vermelho (IAC 4045) e Acaiá (FAHL et al., 2003).
O estudo das relações entre os cátions intercambiáveis do solo e das mesmas nas folhas
das plantas é de suma importância que pode constituir um bom ponto de referência na
aplicação racional de fertilizantes (CABALCETA, 1992), posto que as relações entre os
teores foliares de nutrientes podem se correlacionar melhor com a produção do que seus
teores isoladamente (MARQUES et al., 1999a).
O antagonismo entre o potássio e o cálcio é relatado (CORELLA; LOPEZ, 1984),
causando o aumento das doses de potássio efeito depressivo nos teores foliares de cálcio
(VIANA; GARCIA; CORREA, 2000). Observou-se a redução do teor foliar de cálcio em
plantas jovens de café sob diferentes doses de nitrogênio, devido o aumento das doses de
potássio. Doses elevadas potássio e de nitrogênio levaram a concentração de cálcio no limite
inferior da faixa considerada adequada (1,0 dag kg
-1
) (MALAVOLTA, 1993).
O quociente entre os teores foliares de cálcio e magnésio guarda uma boa correlação
com a produtividade, cujo valor em torno de 3,3 a 3,4 está associado com a maior produção
(GARCIA et al., 2000). As relações K/Ca e N/Ca sempre foram menores nas folhas da planta
do tratamento mais produtivo e a relação Ca/P também apresentou correlação positiva com a
produção, ou seja, quanto maior a relação maior a produção (MARQUES et al., 1999a)
38
embora se tenha observado baixos coeficientes de correlação ente os teores de N, K, Ca e
Mg e a produção (HIROCE et al., 1975). O cálcio apresentou uma correlação positiva de alta
significância com o magnésio e o ferro, (CORELLA; LOPEZ, 1984) e quanto maior a
participação do cálcio nas relações K/Ca+Mg+K e Ca/Ca+Mg+K maiores foram as
produtividades (MARQUES et al., 1999a). Os maiores teores foliares de cálcio são
encontrados nos cafezais de maior produtividade e, dentro de certos limites, eleva-se a
produção do cafeeiro, aumentando-se o teor do elemento na terra (MALAVOLTA, 1986).
Relata-se que cultivares diferem significativamente quanto ao teor foliar de cálcio sob
mesmas condições ecológicas, encontrando-se as maiores concentrações foliares nas
cultivares mais produtivas (VALARINI, 2005). A Rubi MG 1192 mostrou teor foliar abaixo
da faixa crítica de referência, o que não aconteceu com a Catuaí vermelho IAC 44 e IAC 99,
Katipó, Oeiras MG 6851 e Catimor UFV 3880, indicando a menor eficiência de absorção,
translocação ou utilização do nutriente, porém foi a mais produtiva no espaçamento com 1,0m
entre as fileiras de cafeeiros (AUGUSTO, 2000). O aumento da densidade populacional não
influenciou o teor foliar de cálcio (AUGUSTO, 2000) embora se tenha verificado maior teor
do elemento na folha em cafeeiros sob sistema adensado quando o calcário foi incorporado à
profundidade de 0-20 cm (SILVA et al., 2004).
2.5.7. Magnésio
O magnésio é o quarto elemento mais necessário ao cafeeiro (CORREA; GARCIA;
COSTA, 2000, MALAVOLTA et al., 1963, PRADO; NASCIMENTO, 2003, VALARINI,
2005). No cafeeiro como um todo quatro vezes mais cálcio que magnésio. No fruto a
relação Ca/Mg é usualmente igual a 1,0. Durante o ano, o nível de magnésio nas folhas não
segue a mesma tendência obedecida pelo cálcio. O magnésio, devido a facilidade com que se
move na planta, sai das folhas mais velhas para as mais novas e para o fruto em
desenvolvimento quando a reserva e o fornecimento são deficitários (MALAVOLTA, 1986).
Cultivares de cafeeiros sob mesmas condições ecológicas tem teores de magnésio
significativamente diferentes na sua constituição, encontrando-se nas mais produtivas os
maiores teores do elemento (VALARINI, 2005). A Katipó, a Oeiras, a MG6851 e a Catimor
UFV 380 apresentaram maior teor de magnésio foliar que a Rubi MG 1192 e a Catuaí
Vermelho (AUGUSTO, 2000) e a Catuaí maior que a Mundo Novo (ALVARENGA;
DUARTE; GOMIDE, 2000). Maior teor de magnésio observou-se no ramo (lenho) da Catu
Amarelo comparativamente ao da Mundo Novo, mas não nas folhas e nas flores das
39
cultivares, órgão cujo teor do elemento correspondeu a 52% da extração total (folhas, flores e
ramos (lenho) (MALAVOLTA et al., 2002).
O teor de magnésio nos solos comumente é bastante inferior ao do cálcio, encontrando-
se freqüentemente sintomas da sua deficiência quando os cafeeiros estão em solos pobres e
com pH ácido (HIROCE, 1981). Os limites de interpretação dos teores do magnésio trocável
no solo são: baixo, 0 a 4 mmol
c
dm
-3
, médio, 5 a 8 mmol
c
dm
-3
e alto, maior que 8 mmol
c
dm
-3
(RAIJ et al., 1997), considerando–se adequado para o cafeeiro o teor entre 8 e 18 mmol
c
dm
-3
de magnésio no solo (MALAVOLTA; MOREIRA, 1997).
São apontadas duas causas principais para a carência de magnésio no cafeeiro, como em
outros plantios estudados até agora: a) falta do elemento no solo, situação encontrada quando
o pH é baixo b) antagonismo pelo potássio, pois quando a absorção do potássio aumenta a do
magnésio diminui e vice-versa. Menciona-se que aplicações pesadas de sais potássicos podem
causar a deficiência induzida de magnésio no cafeeiro (MALAVOLTA, 1986).
Por outro lado, entre o magnésio e o sforo existe associação sinergística,
correspondendo ao aumento no teor de fósforo a acentuado acréscimo da concentração de
magnésio nas folhas, caules e raízes de mudas de cafeeiro, o que confirma a teoria de que o
magnésio funciona como transportador de fósforo dentro da planta (MENARD;
MALAVOLTA, 1962). A fonte de fósforo influencia a concentração foliar de magnésio, pois
cafeeiros tratados com termofosfato magnesiano mostraram maiores teores de magnésio foliar
em relação aos que receberam fosfato de Araxá, fosfato de Arad e superfosfato triplo (MELO
et al., 2005). A relação Mg/P correlacionou-se positivamente com a produção e foi maior nas
folhas dos cafeeiros do tratamento mais produtivo (MARQUES et al., 1999a).
As relações N/Mg e K/Mg sempre foram menores nas folhas das plantas do tratamento
mais produtivo, entretanto os coeficientes de correlação dessas relações foram inconsistentes
mostrando-se positivos em alguns anos e negativos em outros (MARQUES et al., 1999a).
Na Catuaí Vermelho MG-99 o teor foliar de magnésio não diferiu entre os cafeeiros
dos sistemas de plantio tradicional e adensado (SILVA et al., 2004) ou entre os espaçamentos
de 1,0 até 2,5 m nas cultivares Catuaí Vermelho IAC 44, e IAC 99, Rubi MG 1192 e Catimor
UFV 3880 (AUGUSTO, 2000). Nas cultivares Oeiras e Katipó observou-se aumento linear do
teor foliar de magnésio com o aumento do espaçamento, fato contrário ao que aconteceu com
os teores de potássio, indicando antagonismo entre os dois nutrientes (AUGUSTO, 2000).
O teor de magnésio no solo aumentou com a densidade populacional de cafeeiros de 893
para 7143 covas por hectare e de modo mais acentuado na cultivar de porte baixo Catuaí que
nas de porte alto Mundo Novo, Acaiá e Icatu, (PAVAN et al., 1997, PAVAN et al., 1999).
40
Entretanto, o teor de magnésio não diferiu às profundidades 0-20 cm e 20-40 cm do solo entre
os sistemas de plantio tradicional, com 2857 plantas por hectare, e o adensado, com 10000
plantas por hectare com a cultivar Catuaí Vermelho (SILVA et al., 2004) ou diferentes
populações estabelecidas em espaçamento duplamente progressivo com as cultivares Catuaí
Amarelo (IAC-62) e Obatã (IAC 1669-20), de porte baixo, e Icatu Vermelho (IAC 4045) e
Acaiá (FAHL et al., 2003). O teor de magnésio de um solo sob plantio adensado com 8000
cafeeiros por hectare variou entre 0,4 a 0,32 Me/100 g de terra, enquanto no plantio
convencional, com 2000 plantas por hectare, esteve entre 0,8 e 0,14 Me 100g
-1
de terra,
ambos plantados na mesma gleba há oito anos (SANTOS, 2000).
2.5.8. Enxofre
As necessidades do cafeeiro em enxofre são quantitativamente um pouco maiores que
as de fósforo (HIROCE, 1981, MALAVOLTA, 1993), exportando, na dia de seis colheitas
e de duas cultivares, em torno de 0,220 g de enxofre por saca de cabeneficiada (CORREA;
GARCIA; COSTA, 2000). Os limites de interpretação dos teores de S-SO
4
-2
no solo são:
baixo, 0 a 4 mg dm
-3
, médio, 5 a 10 mg dm
-3
e alto , maior que 10 mg dm
-3
(RAIJ et al.,
1997).
O teor de enxofre no solo pode ser influenciado pelo sistema de plantio do cafeeiro,
encontrando-se maior teor dele nas camadas 0-20 cm e 20-40 cm do plantio tradicional que no
adensado (SILVA et al., 2004).
O teor foliar de enxofre varia com as cultivares e com as épocas de coleta de folhas para
análise química (VALARINI, 2005), verificando-se o teor de 534 ppm na primavera, 549 ppm
no verão e 392 ppm no outono (GALLO et al., 1970) ou o aumento da concentração foliar do
elemento de dezembro para fevereiro, diminuindo em maio, evidenciando a redistribuição do
enxofre mais acentuada a partir de fevereiro (VALARINI, 2005).
Considera-se adequada a concentração de enxofre na folha do cafeeiro entre 0,2 e
2,0 g kg
-1
(BERGMANN, 1992, JONES JUNIOR; WOLF; MILLS, 1991, MALAVOLTA et
al., 1993, MALAVOLTA; VITTI; OLIVEIRA, 1997, MATIELLO, 1997, MILLS; JONES
JUNIOR, 1996, RAIJ et al., 1997, REUTER; ROBINSON, 1988). No cafeeiro os sintomas
agudos de deficiência foram relacionados ao teor foliar menor que 50 ppm (HIROCE, 1981),
ou 60 ppm de enxofre mineral (SO
4
-2
), a deficiência leve a 93 ppm, enquanto folhas
consideradas normais continham 221ppm de enxofre (MALAVOLTA, 1986). As faixas
41
críticas obtidas para o enxofre foliar em cafeeiros de quatro regiões de Minas Gerais foram
próximas às encontradas na literatura (MARTINEZ et al., 2003).
A ocorrência da deficiência de enxofre em condições de campo ocorre com maior
freqüência em solos arenosos e pobres em matéria orgânica, entretanto a adição de enxofre às
fórmulas de adubação, na base de 10 a 20% do nitrogênio, é suficiente para atender as
necessidades do cafeeiro (HIROCE, 1981).
Estudo de cultivares sob diferentes densidades de plantio mostrou que os teores de
enxofre ficaram próximos da faixa crítica de referência nos cafeeiros plantados com
espaçamentos entre as linhas de 1,5 a 2,5m, constatando-se maiores valores médios na Oeiras
MG 6851 e na Catuaí IAC 99 em relação à Rubi MG 1192, Katipó, Catimor e Catuaí
Vermelho IAC 44 (AUGUSTO, 2000).
O gesso, o sulfato de amônio e o sulfato de potássio são fontes eficientes para fornecer o
enxofre à planta (HIROCE, 1981). A aplicação de gesso promove aumento no teor foliar do
enxofre, diminuindo com a sucessão das colheitas, possivelmente devido à diminuição dos
teores de enxofre do solo e/ou lixiviação do S-SO
4
3-
para profundidades não exploradas pelo
sistema radicular das plantas (MARQUES et al., 1999b). Observou-se aos 24 meses após o
plantio que o uso do superfosfato triplo faz diminuir o teor foliar de enxofre com o aumento
da dose de P
2
O
5
aplicada (MELO et al., 2005).
42
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Local, solo e clima
Instalou-se o experimento na área da sede do Pólo Regional de Desenvolvimento
Tecnológico dos Agronegócios da Alta Paulista, localizada no município de Adamantina,
região da Nova Alta Paulista, latitude 21º 42’ S e longitude 51º 08’ W, com altitude de 453m
(CAVICHIOLI, 1998), em um solo LATOSSOLO VERMELHO Eutrófico típico textura
média (PRADO; TREMOCOLDI; MENK, 2003). Os resultados das análises químicas e
físicas do solo na camada 0-20 cm realizadas previamente a instalação do experimento estão,
respectivamente nas Tabelas 2 e 3.
Tabela 2 Resultados das análises químicas
1
da camada 0-20 cm do solo da experimentação
. Adamantina,
SP, 1995.
Tabela 3 Resultados da análise física do solo do local da experimentação (PRADO
;
TREMOCOLDI; MENK,
2003). Adamantina, SP, 1995.
(1)
g/kg
O clima do local, segundo a classificação de Köeppen, é o Cwa, tropical úmido com
estação chuvosa no verão e inverno seco (PRADO; TREMOCOLDI; MENK, 2003). Os dados
médios das temperaturas máximas e mínimas e da precipitação pluvial ocorridas do período
experimental estão na Tabela 4 e de cada ano da experimentação no Anexo 1.
1
Instituto Agronômico/APTA/Secretaria da Agricultura e Abastecimento de São Paulo
M.O.
pH
(CaCl
2
)
P K Ca Mg H+Al S T V
g dm
-3
mg dm
-3
mmol
c
dm
-3
%
14,0 5,1 3,0 1,9 13,0 7,0 18,0 21,9 39,9 55
Espessura (cm)
Atributos
0-25 25-54 54-80 80-108 108-150 150-200
Argila
(1)
140 240 240 230 210 220
Silte
(1)
110 100 100 100 100 110
Areia fina
(1)
740 650 650 660 680 660
Areia grossa
(1)
10 10 10 10 10 10
43
Tabela 4 Médias mensais das temperaturas máximas e nimas e da precipitação pluvial do período
experimental
.
Adamantina, SP, 1995-2000.
Mês Temperatura Máxima Temperatura Mínima Precipitação Pluvial
O
C mm
Janeiro 32,3 21,3 217,2
Fevereiro 31,8 21,3 176,1
Março 31,6 20,1 185,7
Abril 30,1 17,3 63,0
Maio 27,4 14,9 58,6
Junho 26,6 13,8 59,8
Julho 27,9 13,2 17,6
Agosto 30,5 15,5 37,2
Setembro 30,5 17,0 98,4
Outubro 31,6 18,4 77,6
Novembro 32,2 19,3 130,7
Dezembro 32,5 20,8 180,3
Média 30,4 17,7 108,5
3.2. Cultivares de cafeeiro estudadas
Estudaram-se as cultivares de cafeeiro Catuaí Amarelo (IAC 47) e Obatã (IAC 1669-
20), de porte baixo, e Acaiá (IAC 474-19) e o híbrido Icatu Amarelo (IAC 2944), de porte alto
(AGUIAR et al., 2004, PAULO, 2002, THOMAZIELLO et al., 2000).
3.3. Delineamento experimental
Adotou-se o delineamento experimental de blocos ao acaso com parcelas subdivididas e
três repetições, onde os fatores população e cultivar de cafeeiro constituíram respectivamente
as parcelas e as subparcelas. Estabeleceram-se as cultivares em populações de 2500, 5000,
7519 e 10000 plantas por hectare, com 1,0 m entre os cafeeiros nas linhas de plantio e
respectivamente 4,0, 2,0, 1,33 e 1,0 m nas entrelinhas. Estudou-se um tratamento adicional
na população de 2500 plantas por hectare, distanciando-se as covas por 2,0 m nas linhas de
plantio nas quais se plantou duas mudas de cafeeiros.
44
A área útil das subparcelas variou entre 32m
2
, para a população de 1250 covas por
hectare com duas plantas em cada uma, até 55m
2
para a população de 10000 plantas por
hectare. O experimento teve a área total de 6265,2 m
2
e 2762,4 m
2
de área útil.
3.4. Preparo das mudas
Realizaram-se as semeaduras das cultivares de cafeeiro em germinador de areia em 31
de agosto de 1994 e a repicagem das plântulas em 25 de novembro do mesmo ano para
recipientes com substrato formado a partir da mistura de 1000 L de terra peneirada, 300 l de
esterco de curral, 2,5 kg de superfosfato simples e 0,5 kg de cloreto de potássio.
3.5. Preparo do solo
A vegetação que ocupava a área experimental, constituída principalmente de capim-
braquiária (Brachiaria decumbens Stapf) em pousio, foi roçada e posteriormente incorporada
por meio de uma aração e duas gradagens aplicadas com uma semana de intervalo, sendo a
última no dia anterior ao plantio.
3.6. Plantio
As covas para o plantio foram feitas manualmente com o uso de cavadeira e com
dimensões aproximadas de 0,40 m x 0,40 m e com 0,50 m de profundidade. Empregou-se no
plantio a adubação por cova de 27 g de P
2
O
5
, 11,6 g de K
2
O e 50 g de calcário com PRNT de
100%. Os adubos superfosfato simples e cloreto de potássio, juntamente com o calcário,
foram misturados à terra retirada de cada cova que retornou ao local original, sendo
compactada. Nos dias 30 e 31 de maio de 1995 realizou-se o plantio das mudas de café que
possuíam em média seis pares de folhas.
3.7. Adubação
Aplicou-se após o plantio das mudas, no período de setembro a março, 16 g de
nitrogênio por cova e as adubações minerais no período de outubro a abril de cada ano
(Tabela 5).
45
Tabela 5 Quantidades de nutrientes aplicadas anualmente e adubos utilizados no período experimental.
Adamantina, SP, 1995-2000.
Fonte
Nutriente Ano agrícola
Sulfato de Amônio 20-5-20 Superfosfato Simples
kg ha
-1
1996/97 - 210 -
1997/98 100 200
1998/99 100 300
N
1999/2000 200
1996/97 - 52,5 -
1997/98 - 50 88,8
1998/99 - 75 -
P
2
O
5
1999/2000 50
1996/97 - 210 -
1997/98 - 200
1998/99 - 300
K
2
O
1999/2000 200
1996/97 - - -
1997/98 110 - 55,5
1998/99 110 - -
S
1999/2000 - - -
3.8. Controle fitossanitário
Realizou-se o controle do bicho mineiro [Leucoptera coffeela (GUÉRIN-MÉNEVILE;
PERROTET, 1842)], da ferrugem (Hemileia vastatrix Berk et Br) e do ácaro vermelho
[Oligonychus ilicis (McGregor) (Acari: Tetranychidae)], usando-se ingredientes ativos
recomendados para a cultura e aplicados igualmente em todos os tratamentos.
3.9. Variáveis avaliadas
Estudaram-se as seguintes variáveis: produção de café beneficiado, teor de matéria
orgânica, pH, acidez potencial (H + Al), soma de bases, capacidade de troca de cátions
potencial (CTC), saturação por bases da CTC potencial (V%), teor de macronutrientes no solo
e o teor de macronutrientes nas folhas dos cafeeiros.
46
3.9.1. Produção de café beneficiado
As colheitas do café foram realizadas no período entre março e julho dos anos 1997,
1998 e 1999. Colheram-se os frutos no estádio de desenvolvimento desde verde amarelado até
passa, com a grande maioria no estádio de cereja, determinando-se a massa após deixá-los
secar ao ar até 12% de umidade. Anualmente, no momento da primeira colheita de cada
subparcela, coletou-se uma amostra de 3,0 kg de frutos, submetendo-a aos mesmos
procedimentos e ao beneficiamento, calculando-se o rendimento que foi utilizado como base
para cálculo de café beneficiado por tratamento.
3.9.2. Teor de matéria orgânica, pH, H + Al e de macronutrientes no solo
As amostras do solo das unidades experimentais foram coletadas em 22 de fevereiro de
2000, sendo obtidas após a mistura e a homogeneização de quatro sub-amostras retiradas ao
acaso com um trado da camada 0-20 cm e 20-40 cm do solo no limite da projeção da copa dos
cafeeiros da área útil das subparcelas, encaminhando-se uma fração para a análise química
realizada conforme Raij et al. (1987).
3.9.3. Teor de macronutrientes nas folhas
Na mesma data da coleta do solo amostraram-se oito pares de folhas em oito plantas por
parcela, dois pares por planta e um par de cada um dos lados das linhas dos cafeeiros.
Coletou-se o terceiro par de folhas a partir do ápice de ramos frutíferos, com pelo menos
cinco pares de folhas plenamente desenvolvidas, localizados no terço médio dos cafeeiros da
área útil das unidades experimentais, embalando-se o material em sacos de papel. As folhas
amostradas foram submetidas à análise química de acordo com Bataglia et al. (1983).
Os resultados da concentração foliar dos nutrientes foram interpretados segundo as
faixas de referência de teores adequados de macronutrientes para cafeeiros propostas por
Reuter e Robinson (1988), Jones Junior, Wolf e Mills (1991), Bergmann (1992), Malavolta et
al., (1993), Mills e Jones Junior (1996), Malavolta et al. (1997), Matiello (1997) e Raij et al.
(1997) (Tabela1).
47
3.10. Análises estatísticas
Os dados foram submetidos à análise de variância, aplicando-se o teste F para a
verificação de diferenças significativas entre as densidades de plantio, as cultivares e os
contrastes ortogonais dos tratamentos com 2500 plantas por hectare e dos grupos de cultivares
de porte alto e porte baixo (Tabela 6). Nas variáveis com F significativo, aplicou-se o teste de
Tukey para a comparação das médias das cultivares e realizou-se o estudo de regressão para
as densidades de plantio, conforme os procedimentos descritos em Gomes (1978), utilizando-
se o programa estatístico SAS (SAS INSTITUTE, 1996).
Tabela 6 – Análise de variância aplicada aos dados das variáveis estudadas no experimento
.
F.V. G.L. E (Q.M.) F
População (P) (I – 1) (F)
σ
2
+ Φ
1
+ σ
2
tb
+ Φ
2
Σ t
2
i
i
QM(P)/QMR(A)
Contraste (Cp)
4x2x2 vs 4x1x1
(N-1) QM(Cp)/QMR(A)
Blocos
(J – 1) (A)
Resíduo (A) (I – 1) (J – 1) (A) Σ
2
+ Φ
1
+ σ
2
tb
Parcelas (I J – 1)
Cultivar (C) (K – 1) (F)
σ
2
+ Φ
3
Σ t’
2
k
k
QM(C)/QMR(B)
Contraste (Cc)
P alto vs P baixo
(N-1) QM(Cc)/(QMR(B)
P x C (I – 1) (K – 1) (F)
σ
2
+ Φ
4
Σ (t t
i ,k
)
2
i , k
QM(P x C)/QMR (B)
Resíduo (B) I (J – 1) (K – 1) (A) σ
2
Total (IKJ-1)
48
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Produção de café
A Obatã e a Catuaí Amarelo foram as cultivares com maior (P<0,01) produção trienal de
café beneficiado por área. A Acaiá, com produção de café beneficiado por área semelhante à
da Catuaí Amarelo, não diferiu da Icatu Amarelo, aquela com menor produção nas condições
da experimentação. Na produção de café por planta a Obatã, a cultivar mais produtiva, diferiu
(P<0,01) da Icatu Amarelo, mas não das outras cultivares. O grupo de cultivares de porte
baixo produziu maior quantidade trienal de café beneficiado por área e por planta (P<0,01)
que o de porte alto (Tabela 7).
Os resultados corroboram, de modo geral, aqueles em que a Obatã apresentou
produtividade ligeiramente inferior à média de linhagens da Catuaí, mas superior à da Acaiá,
Icatu e Mundo Novo (BARROS et al., 2000b) e aqueles em que a produtividade média da
Catuaí foi maior que à da Acaiá (AMARAL, 2002, SANTINATO et al., 2000b, SANTO,
2000) ou semelhante à da Mundo Novo (MIGUEL et al., 2000a). Confirmam também os
resultados em que a Catuaí mostrou maior capacidade produtiva que a Icatu (BARROS et al.,
2000b, SANTINATO et al., 2000d, SANTO, 2000, SILVA, 2000b) e assemelhou-se à Acaiá
em plantios com espaçamentos de 4 x 1m e 4 x 2m, com uma e duas plantas por cova,
respectivamente (SIQUEIRA at al. 1983). Cabe ressaltar que com nível baixo de adubação, a
Icatu já se mostrou mais produtiva que a Catuaí e a Acaiá e esta menos produtiva que a Catuaí
(AMARAL, 2002).
A produção de café beneficiado por área acumulada no período de 1997 a 1999, média
das cultivares estudadas, aumentou (P<0,01) linearmente (P<0,01) (Tabela 7) (Figura 1) com
a densidade de plantio dos cafeeiros, enquanto, de modo inverso, a produção por planta
diminuiu (P<0,05) segundo modelo quadrático (P<0,05) (Tabela 7) (Figura2).
O aumento da produção com o aumento da densidade de plantio foi também relatado
com as cultivares Acaiá (PAVAN; CHAVES; ANDROCIOLI FILHO, 1994, PAVAN et al.,
1997, PAULO, 2002, SIQUEIRA et al., 1983, TOLEDO; MIGUEL; MATIELO, 2000),
Catuaí Amarelo (CAMARGO et al., 2000, CAMARGO; REIS; MATIELO, 2000, PAULO,
2002, PAVAN; CHAVES; ANDROCIOLI FILHO, 1994, SANTINATO et al., 2000a,
SANTINATO et al., 2000b, SANTINATO et al., 2000c) e Icatu (PAULO, 2002, PAVAN;
CHAVES; ANDROCIOLI FILHO, 1994, PAVAN et al., 1997, SANTINATO et al., 2000b,
2000d) e Obatã (PAULO, 2002).
49
Tabela 7 Produção trienal de café beneficiado por área e por planta de diferentes cultivares e
populações de
cafeeiros. Adamantina, SP, 1997-1999.
(1)
Médias com mesma letra na coluna não diferem ao nível de 5% pelo teste Tukey.
(2)
Média das cultivares Acaiá e Icatu Amarelo.
(3)
Média das cultivares Catuaí Amarelo e Obatã.
(4)
Duas plantas por cova.
(5)
Uma planta por cova.
RL – Regressão Linear.
RQ – Regressão Quadrática.
ns – Não significativo.
* - Significativo ao nível de 5% de probabilidade.
** - Significativo ao nível d e1% de probabilidade.
Cultivar (c)
(1)
Café beneficiado
kg ha
-1
g planta
-1
Acaiá
6978bc 1474ab
Catuaí Amarelo
8284ab 1649a
Icatu Amarelo
6596c 1317b
Obatã
8561a 1631a
F cultivar
7,23** 4,83**
Porte alto
(2)
6787 1395
Porte baixo
(3)
8423 1640
F porte 20,81** 12,00**
F p x c 1,67ns 1,32 ns
População (p)
covas ha
-1
1250
(4)
3941 1576
2500
(5)
4571 1828
5000
8996 1799
7519 10148 1349
10000 10369 1036
F população 38,42** 6,06*
FRL
135,03** 13,42**
FRQ
4,75ns 9,49*
F 1 vs 2 1,24ns 5,10*
CV(a) (%) 22,85 30,70
CV(b) (%) 18,26 18,01
50
y = 0,8094x + 3353
R
2
= 0,87
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
0 2500 5000 7500 10000
covas ha
-1
café beneficiado (kg ha
-1
)
Figura 1 Produção trienal de café beneficiado por área em diferentes densidades populacionais de cafeeiros.
Adamantina, SP, 1997-1999.
y = -2E-05x
2
+ 0,1458x + 1500,3
R
2
= 0,92
0
400
800
1200
1600
2000
0 2500 5000 7500 10000
covas ha
-1
café beneficiado (g planta
-1
)
Figura 2 – Produção trienal de café beneficiado por planta em diferentes densidades populacionais de cafeeiros.
Adamantina, SP, 1997-1999.
A diminuição da produção por planta com o aumento da densidade de plantio (Tabela 7)
(Figura 2) é conseqüência da competição entre os cafeeiros pelos recursos do meio, com
destaque para a radiação fotossintéticamente ativa no sentido do ápice para a base do dossel
(GATHAARA; KIARA, 1984). O florescimento do cafeeiro é dependente da luminosidade e
nas altas densidades tem sua produção concentrada no ápice da planta em razão da menor
iluminação nas regiões mais baixas, o que influencia diretamente o número de frutos por
(GATHAARA; KIARA, 1985, URIBE; MESTRE, 1980).
No trabalho obteve-se a produção máxima individual na população com
aproximadamente 3650 plantas por hectare. Entretanto, a taxa da diminuição da produção por
51
planta não é proporcional à taxa do aumento populacional, explicando o aumento linear
(P<0,01) da produção trienal de café com o crescimento da população (Tabela 7) (Figura 1).
A produção de café variou com o aumento da densidade de plantio de modo semelhante
entre as cultivares, não havendo interação (P>0,05) entre os fatores cultivar e população
(Tabela 7).
A população de 2500 plantas produziu maior (P<0,05) quantidade de café por indivíduo
quando estabelecida com um cafeeiro por cova, o que não refletiu (P>0,05) na produção
trienal de café por área (Tabela 7). O resultado confirma os relatos que a produção de
cafeeiros é maior quando a planta está sozinha que acompanhada (URIBE; MESTRE, 1988a)
e que as cultivares Catuaí Vermelho, Icatu e Acaiá plantadas nos espaçamentos 4,0 x 1,0 m e
4,0 x 2,0 m com uma e duas plantas por cova, respectivamente não diferiram
significativamente quanto à produção de café entre os dois espaçamentos no total de quatro
colheitas (SIQUEIRA et al., 1983). Entretanto, na média de diferentes espaçamentos entre
linhas da Catuaí Amarelo, o emprego de uma planta por cova foi mais produtivo
(CAMARGO et al., 2000, CAMARGO; REIS; MATIELO, 2000, VIANA; CAMARGO;
FREIRE, 2000).
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
1997 1998 1999
café beneficiado
kg área-1
g planta-1
Figura 3 Produção de café beneficiado por área e por planta em cada ano do período experimental. Médias das
cultivares e das populações de cafeeiros. Adamantina, SP, 1997-1999.
A produção por planta e a produtividade de café média do experimento mostrou
tendência a aumentar com o tempo (Figura 3), pois a planta cresce em altura e diâmetro,
produz lenho novo em um ano e os frutos se formam nesses ramos no ano seguinte e que em
52
condições normais não se desenvolvem no mesmo lenho dois anos seguidos, mas na periferia
apenas dos ramos secundários, terciários e de outras ordens (CARVALHO, 1959).
4.2. Atributos químicos do solo
4.2.1. Matéria orgânica
O teor de matéria orgânica diferiu entre as cultivares de cafeeiro nas camadas 0-20 cm e
20-40 cm do solo (P<0,01), encontrando-se na média das populações os maiores valores no
solo sob a Icatu Amarelo e a Catuaí Amarelo. Nas duas camadas do solo o teor de matéria
orgânica foi semelhante (P>0,05) entre o grupo de cultivares de porte alto e de porte baixo
(Tabela 8). O aumento da densidade populacional de cafeeiros não causou mudanças (P>0,05)
na matéria orgânica do solo na média das cultivares, mas foi maior (P<0,05) nas camadas do
solo que recebeu duas plantas comparativamente àquele que recebeu uma planta por cova
(Tabela 8). A interação entre os fatores população e cultivar foi significativa (P<0,05) (Tabela
8), cujo desdobramento (Tabela 9) mostrou que o teor de matéria orgânica do solo sob as
cultivares diferiu somente nas populações de 1250 plantas por hectare, nas camadas 0-20 cm
(P<0,05) e 20-40 cm (P<0,01), e de 10000 plantas por hectare, na camada 20-40cm do solo
(P<0,01) e variou com o aumento da população de cafeeiros conforme modelo quadrático
para as cultivares Catuaí Amarelo (P<0,05) e Icatu Amarelo (P<0,05) na camada 0-20 cm e
(P<0,01) na camada 20-40 cm do solo (Figuras 4 e 5).
As principais fontes de matéria orgânica em uma lavoura cafeeira são provenientes dos
resíduos vegetais de plantas daninhas, folhas e ramos dos cafeeiros caídos naturalmente ou
desprendidos durante a colheita, compostos orgânicos liberados pelas raízes, tais como
exudatos, mucilagens e células mortas, respiração radicular e microbial e decomposição de
raízes e microorganismos mortos (PAVAN; CHAVES, 1996). As fontes de matéria orgânica
mencionadas possivelmente diferenciaram entre as cultivares com maior acúmulo da matéria
orgânica na Icatu Amarelo comparativamente à Obatã e à Acaiá nas duas camadas de solo
(Tabela 8 e 9) e nas populações com maior densidade de raízes por volume de solo. É
importante mencionar que as cultivares podem ter desprendido as folhas em quantidades
diferentes devido aos seus graus de respostas a fatores bióticos e abióticos, como a ferrugem
do cafeeiro (Hemileia vastatrix Berk. et Br), à qual a Obatã é altamente resistente, enquanto a
Acaiá e a Catuaí Amarelo são sensíveis, e à seca, à qual a Icatu Amarelo é mais sensível que
as demais cultivares (AGUIAR et al., 2004).
53
Tabela 8 Teor de matéria orgânica (M.O.) nas camadas 0-20 cm e 20-40 cm do solo sob diferentes populações
e cultivares de cafeeiro. Adamantina, SP, 2000.
M.O. Cultivar (c)
(1)
0-20 20-40
g dm
-3
Acaiá
9,47b 7,47b
Catuaí Amarelo
10,07ab 8,07ab
Icatu Amarelo
11,07a 9,13a
Obatã
9,07b 7,4b
F cultivar
5,64** 5,65**
Porte alto
(2)
10,27 8,30
Porte baixo
(3)
9,57 7,77
F porte
3,65ns 2,60ns
F p x c
2,11* 2,75*
População (p)
Covas ha
-1
1250
(4)
10,67 8,67
2500
(5)
9,33 7,58
5000
9,58 7,67
7519
9,17 7,25
10000
10,83 9,00
F população
1,71ns 3,37ns
FRL
- -
FRQ
- -
F 1 vs 2
5,30* 4,30*
CV (a) (%)
20,76 17,74
CV (b) (%)
14,30 15,94
(1)
Médias com mesma letra na coluna não diferem ao nível
de 5% pelo teste Tukey.
(2)
Média das cultivares Acaiá e Icatu Amarelo.
(3)
Média das cultivares Catuaí Amarelo e Obatã.
(4)
Duas plantas por cova.
(5)
Uma planta por cova.
RL – Regressão Linear.
RQ – Regressão Quadrática.
ns – Não significativo.
* - Significativo ao nível de 5% de probabilidade.
** - Significativo ao nível d e1% de probabilidade
.
54
Tabela 9 Desdobramento da interação entre os fatores população e cultivar de cafeeiro para o teor de matéria
orgânica nas camadas 0-20 cm e 20-40 cm do solo. Adamantina, SP, 2000.
Cafeeiros (n
o
ha
-1
) F
Cultivar
1250 2500 5000 7519 10000 P d. C RL RQ
Matéria orgânica 0-20 cm (g dm
-3
)
Acaiá 9,00 8,67 8,67 10,67 10,33 1,38ns - -
Catuaí
Amarelo
11,67 10,33 9,67 7,67 11,00 3,51** 2,39ns 6,82*
Icatu
Amarelo
13,33 10,00 10,67 9,00 12,33 4,59** 1,34ns 12,89**
Obatã 8,67 8,33 9,33 9,33 9,67 0,45ns - -
F
C d. P
7,40* 1,44ns 1,04ns 2,27ns 1,93ns
Matéria orgânica 0-40 cm (g dm
-3
)
Acaiá 7,00 8,33 8,00 6,67 7,33 0,87ns - -
Catuaí
Amarelo
10,33 7,00 6,33 7,00 9,67 5,94** 0,18ns 23,24**
Icatu
Amarelo
10,33 7,67 9,00 7,33 11,33 5,35** 0,33ns 13,96**
Obatã 7,00 7,33 7,33 8,00 7,67 0,26ns - -
F
C d. P
6,78** 0,59ns 2,31ns 0,59ns 6,37**
C – Cultivar
P – População
RL – Regressão linear.
RQ – Regressão quadrática.
* - Significativo a 5% de probabilidade.
** - Significativo a 1% de probabilidade.
ns - Não significativo.
55
y
0-20
= 1E-07x
2
- 0,0017x + 13,775
R
2
= 0,75
y
20-40
= 2E-07x
2
- 0,0022x + 12,214
R
2
= 0,90
0
2
4
6
8
10
12
14
0 2500 5000 7500 10000
covas ha
-1
matéria orgânica (g dm
-3
)
0-20 cm
20-40 cm
Figura 4 Teor de matéria orgânica nas camadas 0-20 cm e 20-40 cm do solo sob diferentes populações da
cultivar Catuaí Amarelo.
y
0-20
= 2E-07x
2
- 0,0019x + 14,96
R
2
= 0,69
y
20-40
= 2E-07x
2
- 0,0016x + 11,66
R
2
= 0,63
0
2
4
6
8
10
12
14
0 2500 5000 7500 10000
covas ha
-1
matéria orgânica (g dm
-3
)
0-20 cm
20-40 cm
Figura 5 Teor de matéria orgânica nas camadas 0-20 cm e 20-40 cm do solo sob diferentes populações da
cultivar Icatu Amarelo.
Os relatos de que o aumento da densidade de cafeeiros aumenta o teor de matéria
orgânica do solo, informados para as cultivares Catuaí, Mundo Novo, Acaiá e Icatu (PAVAN;
CHAVES, 1996, PAVAN et al., 1997) e Catuaí vermelho (PAVAN et al., 1999), são
concordantes com os do presente estudo para as cultivares Catuaí Amarelo (Figura 4) e Icatu
Amarelo (Figura 5) (Tabelas 8 e 9) e quando se planta duas plantas por cova em relação a
uma planta por cova (Tabela 8).
56
As prováveis ocorrências de temperaturas mais amenas sob a sombra dos dosséis
(MOTTA et al., 2006), a diminuição da atividade microbiana devido a menor intensidade de
luz em lavoura de café adensada (PAVAN et al., 1997), maior consumo de água pelas raízes
em alta densidade sob o dossel dos cafeeiros e a elevação da relação C/N do meio em função
da concorrência das raízes superficiais pelo nitrogênio (MOTTA et al., 2006) podem
contribuir para o maior acúmulo da matéria orgânica com o aumento da população nas
cultivares. O melhor controle da erosão e o maior acúmulo de resíduos na superfície do solo e
a menor mineralização são também apontados como causas para o aumento da matéria
orgânica em solos de cafeeiros sob adensamento (PAVAN et al., 1999). Entretanto, relata-se
que a quantidade de matéria orgânica do solo não foi influenciada pelo espaçamento nas
cultivares Acaiá, Catuaí Amarelo, Icatu Vermelho e Obatã (FAHL et al., 2003) como nesse
estudo com a Obatã e Acaiá (Tabela 9).
0
2
4
6
8
10
12
14
16
0-20 20-40
camada do solo (cm)
matéria orgânica (g dm
-3
)
1995
2000
Figura 6 Teor de matéria orgânica do solo no início e término da experimentação em duas camadas do solo.
Adamantina, SP, 1995-2000.
Após cinco anos do plantio dos cafeeiros houve, na média do experimento, diminuição
do teor de matéria orgânica em relação ao nível inicial (Figura 6) quando o solo se encontrava
em pousio e vegetado com capim-braquiária (Brachiaria decumbens Stapf). O resultado
concorda com os de Braccini et al. (2002) que, em um solo LATOSSOLO VERMELHO
DISTROFÉRRICO textura arenosa, no início da experimentação tinha 12,4 g kg
-1
e 9,7 g kg
-
1
de matéria orgânica e após o primeiro ano e segundo anos de cultivo apresentava 7,6 g kg
-1
e 6,4 g kg
-1
e 10,8 g kg
-1
e 10,4 kg
-1
, respectivamente para as camadas 0-20 cm e 20-40 cm
do solo. Os maiores valores no teor de matéria orgânica encontrados na camada de 0-20 cm
em relação à camada de 20-40 cm (Figura 6) foram também constatados por outros autores
(BRACCINI et al., 2002, FAHL et al., 2003, PREZOTTI; ROCHA, 2004).
57
10.2.2. Acidez do solo
4.2.2.1. pH
O pH do solo sob as diferentes cultivares e populações de cafeeiros comparativamente
ao valor do início da experimentação diminuiu com o tempo (Tabelas 2 e 10), encontrando-se
maior valor médio na camada 20-40 cm do que na mais superficial (Tabela 10). O pH em
ambas as camadas pode ser classificada como muito alta (RAIJ et al., 1997) com valores
menores que pH 4,6, limite inferior da faixa de pH das terras do Paraná onde foram
localizadas lavouras de café de baixa produção (MALAVOLTA, 1986).
O pH do solo sob as cultivares ou entre os grupos de cultivares de cafeeiro de porte alto
e baixo não diferiu (P>0,05) nas camadas 0-20 cm e 20-40 cm (Tabela 10). Pode-se inferir
dos resultados obtidos que o balanço ácido:base no solo devido a exportação das bases do
solo (K
+
, Ca
2+
, Mg
2+
, Na
2+
) pelas colheitas, a absorção das bases do solo, de NO
3
-
e de NH
4
+,
a excreção de ânions e H
+
pelo sistema radicular e a ciclagem dos nutrientes pelos cafeeiros
(FENTON; HELYAR, 2002, LOPES, 1989) resultou em pH semelhante no solo sob as
cultivares (Tabela 10).
O aumento da densidade populacional não alterou (P>0,05) o pH da camada 0-20 cm do
solo, o que aconteceu (P<0,01), linear (P<0,01) e positivamente na camada 20-40 cm (Tabela
10) (Figura 7). Na camada 0-20 cm o pH na população de 2500 plantas por hectare
foi maior
(P<0,05) no solo com uma planta por cova ao ser comparado àquele com duas plantas por
cova.
A interação entre os fatores população e cultivar não foi significativa (P>0,05), nas duas
profundidades do solo estudadas (Tabela 10).
O pH do solo sob as diferentes cultivares e populações diminuiu com o tempo
comparativamente ao valor do início da experimentação (Tabelas 2 e 10) e, embora a acidez
em ambas as camadas possa ser classificada como muito alta (RAIJ et al., 1997), pode-se
inferir que o aumento da população de cafeeiros concorreu para a menor acidificação na
camada mais profunda do solo. A explicação para as variações do pH com as populações e
com o tempo recai nas reações do ciclo do carbono e do nitrogênio e na lixiviação de cátions
como os fatores que mais contribuem para as variações nas concentrações de H
+
no solo em
diferentes densidades populacionais (PAVAN; CHAVES, 1996, PAVAN et al., 1997,
PAVAN et al., 1999).
58
Tabela 10 pH nas camadas 0-20 cm e 20-40 cm do solo sob diferentes populações e cultivares de cafeeiro.
Adamantina, SP, 2000.
pH (CaCl
2
)
Cultivar (c)
(1)
0-20 20-40
Acaiá 3,64 3,71
Catuaí Amarelo 3,61 3,65
Icatu Amarelo 3,62 3,73
Obatã 3,65 3,71
F cultivar 0,58ns 0,67ns
Porte alto
(2)
3,63 3,72
Porte baixo
(3)
3,63 3,68
F porte 0,00 ns 1,05 ns
F p x c 1,23 ns 1,63 ns
População (p)
Covas ha
-1
1250
(4)
3,58 3,54
2500
(5)
3,66 3,59
5000 3,63 3,65
7519 3,67 3,76
10000 3,61 3,96
F população 0,91 ns 14,30**
FRL - 52,27**
FRQ - 4,57 ns
F 1 vs 2 5,15* 0,48 ns
CV (a) (%) 3,46 4,09
CV (b) (%) 2,23 4,78
(1)
Médias com mesma letra na coluna não diferem ao nível de 5% pelo teste Tukey.
(2)
Média das cultivares Acaiá e Icatu Amarelo.
(3)
Média das cultivares Catuaí Amarelo e Obatã.
(4)
Duas plantas por cova.
(5)
Uma planta por cova.
RL – Regressão Linear.
RQ – Regressão Quadrática.
ns – Não significativo.
* - Significativo aonível de 5% de probabilidade.
** - Significativo ao nível d e1% de probabilidade.
59
y = 45E-05x + 3,4643
R
2
= 0,95
3,4
3,5
3,6
3,7
3,8
3,9
4
0 2500 5000 7500 10000
covas ha
-1
pH
Figura 7 – pH da camada 20-40 cm do solo sob diferentes populações de cafeeiros. Adamantina, SP, 2000.
A adubação com adubos nitrogenados promove a acidificação do solo (GUIMARÃES;
LOPES, 1986, MORAES et al., 1976, MORAES et al., 1979, RAIJ et al., 1981, THEODORO
et al., 2001, THEODORO et al., 2003) e se constatou em cafezal adubado com 250g por cova
de 20-5-20, o principal adubo utilizado neste estudo, solução do solo mais ácida sob os
cafeeiros que sob outras coberturas vegetais (MIRANDA et al., 2006). Cabe salientar que os
nutrientes fornecidos pelas adubações (Tabela 5) foram aplicados na mesma dose em todas as
populações, resultando quantidades desigualmente distribuídas por planta, ou seja, receberam
maior quantidade de nitrogênio os cafeeiros das menores densidades populacionais. No solo
sob esses cafeeiros, decorrente da nitrificação, houve maior quantidade de H
+
e de nitrato
(NO
3
-
) produzido por volume de solo explorado por planta, causando possível maior
lixiviação de cátions e explicando o menor pH observado no solo das menores populações. A
ausência de variação do pH (P>0,05) com a população na camada 0-20 cm do solo pode ser
devido à intensa lixiviação de cátions nessa região, tornando esse atributo semelhante nos
solos das populações.
A decomposição da matéria orgânica também contribui para a acidificação do meio,
liberando íons hidrogênio (FENTON; HELYAR, 2002, KÜPPER, 1981, LOPES, 1989). Na
lavoura adensada menor taxa de oxidação da matéria orgânica, resultando menor produção
de CO
2
e menor produção de H
+
na solução do solo, concorrendo para a menor acidificação
do solo (PAVAN; CHAVES, 1996). Nesse estudo o pH do solo não se correlacionou (P>0,05)
com o teor da matéria orgânica à profundidade 0-20 cm (r= -0,26) e 20-40 cm (r= 0,27),
levando a concluir que as alterações do pH atribuídas à matéria orgânica foram semelhantes
em todas as populações e cultivares de cafeeiros.
60
Os resultados encontrados do pH nas camadas 0-20 cm e 20-40 cm do solo (Tabela 10)
(Figura 7) concordam parcialmente com os de Pavan et al., (1999), mas não com os obtidos
por Braccini et al. (2002), Silva et al. (2004) e Prezotti e Rocha (2004).
Braccini et al. (2002), variando a população de cafeeiros de 3333 a 20000 plantas por
hectare, e Silva et al. (2004), comparando as populações de 2857 e 10000 plantas por hectare,
não encontraram diferenças do pH entre as populações ou no tempo nas camadas 0-20 cm e
20-40 cm do solo. Silva et al. (2004) não explicitaram a fonte ou a quantidade de nitrogênio
utilizada, enquanto Braccini et al. (2002) aplicaram 80 kg ha
-1
do nutriente na forma de
sulfato de amônio. A duração dos experimentos, cerca de 30 meses, e as quantidades
nutrientes utilizadas, menores que as desse estudo, são possíveis explicações para a o
variação do pH com o tempo ou com as densidades de plantio nesses estudos.
Prezotti e Rocha (2004), variando a população de 3333 a 20000 plantas por hectare,
estudaram níveis de nitrogênio até 700 kg ha
-1
usando como fonte do elemento a uréia, mas
não encontraram regressão significativa para o pH ou variação do pH com o tempo na camada
0-20 cm do solo após cinco colheitas.
Pavan et al. (1999), estudando a variação da população de 893 até 7143 cafeeiros por
hectare e aplicando 150 kg de nitrogênio por ano na forma de uréia, encontraram, aumento do
pH como aumento da população, que foi maior que o do início da experimentação nas
populações acima de 1800 plantas por hectare. O menor pH verificado nas menores
populações foi relacionado por Pavan et al. (1999) às implicações do ciclo do nitrogênio.
4.2.2.2. Acidez potencial
A acidez potencial nas camadas 0-20 cm e 20-40 cm do solo não diferiu (P>0,05), entre
as cultivares de cafeeiro e entre o grupo de cultivares de porte alto e de porte baixo
(Tabela 11). O resultado corrobora o de Fahl et al. (2003) que constataram a mesma
tendência da acidez potencial no solo sob as cultivares Icatu Vermelho, Acaiá, Catuaí e Obatã.
O aumento da densidade populacional de cafeeiros não alterou (P >0,05) a acidez
potencial na camada 0-20 cm do solo, mas a diminuiu (P<0,01) na camada 20-40 cm
(Tabela 11).
A interação entre os fatores população e cultivares de cafeeiro não foi significativa
(P>0,05) na camada 0-20 cm, mas sim (P<0,05) na camada 20-40 cm do solo (Tabela 11).
61
Tabela 11 Acidez potencial (H + Al) das camadas 0-20 cm e 20-40 cm do solo sob diferentes populações e
cultivares de cafeeiros. Adamantina, SP, 2000.
H + Al Cultivar (c)
(1)
0-20 20-40
mmol
c
dm
-3
Acaiá 47,73 48,00
Catuaí Amarelo 48,33 49,73
Icatu Amarelo 47,07 45,00
Obatã 47,73 45,60
F cultivar 0,30ns 1,78ns
Porte alto
(2)
47,40 46,50
Porte baixo
(3)
48,03 47,67
F porte 0,45ns 0,51ns
F p x c 0,76ns 2,24*
População (p)
Covas ha
-1
1250
(4)
48,75 50,75
2500
(5)
46,17 56,50
5000 48,33 48,58
7519 47,50 43,92
10000 47,83 35,67
F população 0,46ns 8,10**
FRL - 24,20**
FRQ - 5,79*
F 1 vs 2 3,01ns 4,91*
CV (a) (%) 10,53 20,22
CV (b) (%) 7,64 13,49
(1)
Médias com mesma letra na coluna não diferem aonível
de 5% pelo teste Tukey.
(2)
Média das cultivares Acaiá e Icatu Amarelo.
(3)
Média das cultivares Catuaí Amarelo e Obatã.
(4)
Duas plantas por cova.
(5)
Uma planta por cova.
RL – Regressão Linear.
RQ – Regressão Quadrática.
ns – Não significativo.
* - Significativo ao nível de 5% de probabilidade.
** - Significativo ao nível d e1% de probabilidade
.
62
O desdobramento da interação (Tabela 12) mostrou que a acidez potencial diminuiu
linearmente (P<0,01) com o aumento da população no solo sob a cultivar Obatã, e segundo
modelo quadrático no solo sob as cultivares (P<0,01) Acaiá e Icatu Amarelo e (P<0,05)
Catuaí Amarelo (Tabela 12) (Figura 8).
O plantio de duas plantas por cova na população de 2500 plantas por hectare não alterou
(P>0,05) a acidez potencial na camada 0-20 cm, mas a diminuiu (P<0,05) na camada 20-40
cm do solo comparativamente ao uso de uma planta por cova (Tabela 11).
A acidez potencial é constituída pela soma da acidez trocável, que se refere aos íons
Al
3+
e H
+
retidos nas superfícies dos colóides por forças eletrostáticas, e acidez não trocável,
representada pelo hidrogênio de ligação covalente, associado aos colóides com carga negativa
variável e aos compostos de alumínio. A acidez potencial é, entre os diferentes conceitos de
acidez, a mais prejudicial ao crescimento das plantas (LOPES; SILVA; GUILHERME, 1990).
Tabela 12 – Desdobramento da interação entre os fatores população e cultivar de cafeeiro para a acidez potencial
(H + Al) da camada 20-40 cm do solo.
RL – Regressão linear.
RQ – Regressão quadrática.
ns – Não significativo.
* - Significativo ao nível de 5% de probabilidade.
** - Significativo ao nível de 1% de probabilidade.
O principal fator que controla a concentração do alumínio na solução do solo é o pH. A
solubilidade do alumínio é nula com pH entre 5,5 e 7,5, observando-se toxidez severa para as
plantas em geral em pH menor que 5,0 (FAGERIA, 1998), como o pH observado no presente
estudo em ambas as camadas do solo (Tabela 10). A adaptação das plantas de café a solos
ácidos relacionada à capacidade específica em mudar o pH da rizosfera é pouco provável
(BRACCINI, M.; MARTINEZ; BRACCINI, A., 2000a), mas existe tolerância diferencial de
cultivares de cafeeiro ao alumínio (BRACCINI, M.; MARTINEZ; BRACCINI, A., 2000a,
2000b).
Cultivar Pop. d. Cult. RL RQ
F
Acaiá 5,09** 9,81** 8,35**
Catuaí Amarelo 7,55** 22,21** 4,57*
Icatu Amarelo 8,08** 18,83** 9,81**
Obatã 4,20** 6,54** 0,90ns
63
Acaiá
y = -5E-07x
2
+ 0,0036x + 47,40
R
2
= 0,68
20
30
40
50
60
0 2500 5000 7500 10000
covas ha
-1
H+Al (mmol
c
dm
-3
)
Catuaí Amarelo
y = -3E-07x
2
+ 0,0005x + 57,44
R
2
= 0,88
20
30
40
50
60
0 2500 5000 7500 10000
covas ha
-1
H+AL (mmol
c
dm
-3
)
Icatu Amarelo
y = -6E-07x
2
+ 0,0047x + 44,08
R
2
= 0,91
20
30
40
50
60
0 2500 5000 7500 10000
covas ha
-1
H+Al (mmol
c
dm
-3
)
Obatã
y = -0,0013x + 52,59
R
2
= 0,40
20
30
40
50
60
0 2500 5000 7500 10000
covas ha
-1
H+AL (mmol
c
dm
-3
)
Figura 8 – Acidez potencial (H+Al) da camada 20-40 cm do solo sob diferentes populações de cafeeiros.
Adamantina, SP, 2000.
64
A diminuição do teor do alumínio no solo em plantios adensados deve-se
principalmente ao aumento do pH, ou menor produção de acidez, que reduz a solubilidade do
alumínio, e a provável reação de complexação do alumínio com compostos orgânicos
depositados em maiores quantidades no solo dos plantios adensados (PAVAN; CHAVES,
1996, PAVAN et al., 1997), o que explica a correlação negativa (P<0,01) da acidez potencial
com o pH para a camada 0-20 cm (r= -0,86), o mesmo acontecendo (P<0,01) para a camada
20-40 cm (r= -0,65) do solo estudado.
Os resultados (Tabela 11) (Figura 8) confirmam a conclusão de Prezotti e Rocha (2004)
que solos sob cultivo adensado quando comparados a solos sob cultivos mais largos,
apresentam variações nas suas características químicas, sendo mais evidente a redução do teor
de H+Al. Braccini et al. (2002), que não constataram alteração (P>0,05) do pH com o
aumento da densidade populacional, apresentaram valores de H+Al de 2,74 e 3,21 cmol
c
dm
-3
,
na camada 0-20 cm, e 2,67 e 2,81 cmol
c
dm
-3
, na camada 20-40 cm, respectivamente para as
populações de 3333 plantas por hectare e 20000 plantas por hectare.
Os resultados encontrados não confirmam os de Fahl et al. (2003) que relataram o
aumento da acidez potencial com a redução do espaçamento entre cafeeiros, ambos os
resultados observados nas camadas 0-20 cm e 20-40 cm do solo.
0
10
20
30
40
50
60
0-20 20-40
camada do solo (cm)
H + Al (mmol
c
dm
-3
)
1995
2000
Figura 9 – Acidez potencial (H + Al) no início e término da experimentação em duas camadas do solo.
Adamantina, SP, 2000.
A acidez potencial aumentou na média das parcelas experimentais no período de cinco
anos (Figura 9) nas camadas de solo estudadas, o que leva a admitir maior disponibilidade do
alumínio para os cafeeiros com o tempo. O excesso de alumínio trocável no solo é um fator
limitante para o crescimento do sistema radicular das plantas (KÜPPER, 1981) e teores altos
65
de alumínio, associados à acidez, promovem raízes laterais menores, de maior diâmetro e em
menor número em relação à de cafeeiros normais (PAVAN, 1992).
10.2.3. Potássio, cálcio e magnésio
Os teores de potássio e de magnésio não diferiram (P>0,05) na camada 0-20 cm do solo
das cultivares de cafeeiro, o que foi observado (P<0,05) para o cálcio, cujo maior teor no solo
da Icatu Amarelo diferiu somente daquele sob a Catuaí Amarelo. Na camada 20-40 cm o solo
sob a Acaiá apresentou maior teor de potássio (P<0,01) que o da Catuaí Amarelo, Icatu
Amarelo e Obatã, enquanto os teores de cálcio e do magnésio foram semelhantes (P>0,05)
nos solos das cultivares (Tabela 13).
Os solos do grupo de cultivares de porte alto, Acaiá e Icatu Amarelo, apresentaram
maior teor de potássio (P<0,01) na camada 20-40 cm e de cálcio (P<0,05) na camada 0-20
cm do que os solos das cultivares de porte baixo, Catuaí Amarelo e Obatã (Tabela 13). O teor
de magnésio foi semelhante (P>0,05) em ambas as camadas dos solos dos grupos de
cultivares (Tabela 13).
As diferenças no teor dos nutrientes encontradas nos solos das cultivares e dos grupos
de cultivares podem ser atribuídas à exportação dos elementos pelas colheitas, teor dos
nutrientes imobilizados nos cafeeiros, reposição dos nutrientes por meio da mineralização da
matéria orgânica originada das folhas, ramos e outros órgãos que se desprenderam dos
cafeeiros e movimentação dos nutrientes para camadas mais profundas do solo.
Comparando-se os grupos de cultivares de portes alto e baixo, nota-se que a variação
do teor do cálcio e do potássio no solo (Tabela 13) parece estar inversamente relacionada com
a produção, posto que maior produção trienal de café observou-se nas cultivares de porte
baixo (Tabela 7), enquanto maior teor desses nutrientes ocorreu no solo das cultivares de
porte alto (Tabela 13).
O teor de potássio no solo variou (P<0,05) linear e negativamente (P<0,05) com o
aumento da população de cafeeiros na camada 0-20 cm, mas não (P>0,05) na camada
20-40 cm do solo (Tabela 13) (Figura 10).
66
Tabela 13 Teores de potássio, cálcio e magnésio das camadas 0-20 cm e 20-40 cm do solo sob diferentes
populações e cultivares de cafeeiro. Adamantina, SP, 2000.
K Ca Mg Cultivar (c)
(1)
0-20 20-40 0-20 20-40 0-20 20-40
mmol
c
dm
-3
Acaiá 2,88 3,05 a 3,27ab 3,80 1,00 1,26
Catuaí Amarelo 2,69 2,40 b 3,07b 3,60 1,00 1,13
Icatu Amarelo 2,48 2,49 b 4,00a 4,47 1,00 1,33
Obatã 2,59 2,44 b 3,33ab 3,07 1,00 1,06
F cultivar 1,26ns 7,44** 4,03* 0,96ns 1,21ns 0,86 ns
Porte alto
(2)
2,68 2,77 3,64 4,14 1,00 1,30
Porte baixo
(3)
2,59 2,42 3,20 3,34 1,00 1,10
F porte 0,07ns 9,86** 4,61* 1,83ns 3,27ns 2,32 ns
F p x c 1,23ns 1,44 ns 1,57ns 1,02ns 0,38ns 1,12 ns
População (p)
Covas ha
-1
1250
(4)
2,88 2,65 3,33 3,00 1,00 1,08
2500
(5)
2,89 2,89 3,50 2,00 1,00 1,00
5000 2,94 2,41 3,42 3,08 1,00 1,16
7519 2,18 2,39 3,50 3,75 1,00 1,08
10000 2,41 2,64 3,33 6,83 1,00 1,67
F população 4,43* 1,03 ns 0,06ns 13,98** 3,05ns 7,95**
FRL 10,23* - - 36,53** - 17,43**
FRQ 0,35ns - - 17,66 ** - 9,38*
F 1 vs 2 0,01ns 1,85 ns 0,27ns 1,14 ns 0,23ns 0,17ns
CV (a) (%) 21,46 27,05 35,50 45,73 0,42 27,75
CV (b) (%) 21,93 16,78 22,88 61,38 42,93 42,73
(1)
Médias com mesma letra na coluna não diferem ao nível de 5% pelo teste Tukey.
(2)
Média das cultivares Acaiá e Icatu Amarelo.
(3)
Média das cultivares Catuaí Amarelo e Obatã.
(4)
Duas plantas por cova.
(5)
Uma planta por cova.
RL – Regressão Linear.
RQ – Regressão Quadrática.
ns – Não significativo.
* - Significativo ao nível de 5% de probabilidade.
** - Significativo ao nível d e1% de probabilidade.
67
y = -5E-05x + 2,9378
R
2
= 0,61
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
0 2500 5000 7500 10000
covas ha
-1
potássio (mmol
c
dm
-3
)
Figura 10 Teor de potássio da camada 0-20 cm do solo sob diferentes populações de cafeeiros. Adamantina,
SP, 2000.
A densidade populacional de cafeeiros não fez variar (P>0,05) o teor de cálcio e de
magnésio do solo na camada 0-20 cm , mas na camada 20-40 cm do solo os valores do cálcio
(Figura 11) e do magnésio (Figura 12) aumentaram (P<0,01) segundo modelo quadrático
com o aumento da população cafeeiros (Tabela 13 ).
O uso de duas plantas por cova na população de 2500 plantas por hectare
não alterou
(P<0,05) os teores do potássio, do cálcio e do magnésio, bem como a interação entre os
fatores população e cultivar não foi significativa (P<0,05), para esses nutrientes nas camadas
do solo estudadas (Tabela 13).
y = 1E-07x
2
- 0,0006x + 3,5130
R
2
= 0,96
0
1
2
3
4
5
6
7
8
0 2500 5000 7500 10000
covas ha
-1
cálcio (mmol
c
dm
-3
)
Figura 11 – Teor de cálcio da camada 20-40 cm do solo sob diferentes populações de cafeeiros. Adamantina, SP,
2000.
68
y = 1,6E-08x
2
- 0,0001x + 1,2889
R
2
= 0,85
0
0,4
0,8
1,2
1,6
2
0 2500 5000 7500 10000
covas ha
-1
magnésio (mmol
c
dm
-3
)
Figura 12 – Teor de magnésio da camada 20-40 cm do solo sob diferentes populações de cafeeiros. Adamantina,
SP, 2000.
A elevação do teor dos nutrientes no solo relacionada ao aumento da densidade
populacional tem sido relatada para o potássio (FAHL, 2003, NACIF, 1997, PAVAN;
CHAVES, 1996, PAVAN et al., 1997, PAVAN et al., 1999) e para o cálcio e magnésio
(PAVAN; CHAVES, 1996, PAVAN et al., 1997, PAVAN et al., 1999, SANTOS, 2000).
O teor do potássio do solo de 1,9 mmol
c
dm
-3
no início da experimentação (Tabela 2),
considerado teor médio (1,8-3,0 mmol
c
dm
-3
) (RAIJ et al., 1997), aumentou com o tempo em
todos os tratamentos e em ambas as camadas do solo (Tabela 13) (Figura 13).
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
0-20 20-40
camada do solo (cm)
possio (mmol
c
dm
-3
)
1995
2000
Figura 13 Teor de potássio em duas camadas do solo no início e término da experimentação. Adamantina, SP,
2000.
O resultado (Tabela 13) mostra que o potássio colocado à disposição dos cafeeiros por
meio das adubações realizadas (Tabela 5) foi suficiente para manter o teor médio inicial
(RAIJ et al., 1997), diminuindo (P<0,05) quantitativamente com o aumento da densidade de
cafeeiros na camada 0-20 cm do solo (Tabela 13) (Figura 10). A correlação (P<0,05)
69
(r= -0,57) entre o teor de potássio da camada 0-20 cm e a produção trienal de café evidencia
que a diminuição pode ser atribuída à exportação do elemento pelas maiores colheitas de café
observada nas maiores populações (Tabela 7) além das perdas no perfil do solo por lixiviação.
Entretanto, o teor do potássio na camada 20-40 cm foi semelhante (P<0,05) no solo das
diferentes populações (Tabela 13), inferindo-se que as maiores colheitas não fizeram diminuir
o potássio dessa região do solo, por não haver correlação (P>0,05) (r= -0,35) entre essas
variáveis. O resultado sugere mais completa exploração do solo pelas raízes dos cafeeiros sob
plantios adensados que, de acordo com Rena et al. (1996), possibilita utilização mais eficiente
da água e dos sais minerais disponíveis, tanto nas camadas superficiais como nas mais
profundas do solo.
O teor inicial de cálcio no solo de 13 mmol
c
cm
-3
(Tabela 2), qualificado como alto
(>7,0 mmol
c
dm
-3
) (RAIJ et al., 1997), diminuiu com o decorrer da experimentação, sendo
encontrado no nível baixo próximo do limiar do nível médio (4,0 mmol
c
dm
-3
) (RAIJ et al.,
1997) em todas as populações e cultivares de cafeeiro na profundidade 0-20 cm e 20-40 cm
cinco anos após a implantação do experimento, excetuando-se os teores da população de
10000 plantas por hectare na camada 20-40 cm e o da Icatu Amarelo (Tabela 13) (Figura 14)
que podem ser qualificados como médio (RAIJ et al., 1997).
0
2
4
6
8
10
12
14
0-20 20-40
camada do solo (cm)
lcio (mmol
c
dm
-3
)
1995
2000
Figura 14 Teor de cálcio em duas camadas do solo no início e término da experimentação. Adamantina, SP,
2000.
O teor de 7,0 mmol
c
cm
-3
do magnésio do solo no início da experimentação (Tabela 2)
considerado médio (5,0-8,0 mmol
c
dm
-3
) (RAIJ et al., 1997), foi encontrado em todos os
tratamentos no teor baixo (0-4,0 mmol
c
dm
-3
) (RAIJ et al., 1997) ao término do período
experimental nas camadas 0-20 cm e 20-40 cm do solo (Tabela 13) (Figura 15).
70
0
1
2
3
4
5
6
7
8
0-20 20-40
camada do solo (cm)
magnésio (mmol
c
dm
-3
)
1995
2000
Figura 15 Teor de magnésio em duas camadas do solo no início e término da experimentação
.
Adamantina,
SP, 2000.
A diminuição do teor de cálcio (Figura 14) e do magnésio (Figura 15) com o tempo no
perfil do solo estudado indica que os elementos deveriam ser repostos no solo em quantidades
equivalentes ou maiores que as exportadas pelas colheitas e as lixiviadas para a manutenção
do nível inicial de fertilidade da camada do solo analisada, o que não foi feito no período do
estudo.
Os teores semelhantes (P>0,05) do cálcio e do magnésio na camada 0-20 cm e os
maiores teores desses nutrientes observados com o aumento da população de cafeeiros na
camada 20-40 cm do solo (Tabela 13) (Figuras 11 e 12), contrastam com as maiores
produções de café observadas nas maiores densidades de plantio (Tabela 7), mas podem ter
explicação nas reações do ciclo do nitrogênio, no pH do solo e na lixiviação de cátions.
A adição de fertilizantes acidificantes e a mineralização da matéria orgânica resultam na
produção de íons H
+
e NO
3
-
nos solos.
Os íons H
+
são neutralizados por íons OH
-
liberados
pelas raízes das plantas ao absorverem NO
3
-
e, caso a absorção de NO
3
-
não ocorra, os íons
H
+
transferem-se para a fase sólida do solo causando o desprendimento de cátions trocáveis
que participando da solução do solo ficam sujeitos à lixiviação. Os solos tornam-se mais
ácidos à medida que as bases são removidas e substituídas pelo hidrogênio e o nitrato assume
importância no processo de lixiviação, pois se move junto com as bases do solo como o
cálcio, magnésio e potássio (LOPES, 1989).
A adsorção dos cátions cálcio e magnésio aumentam com o pH e são maiores as do
cálcio e do magnésio em relação ao potássio (CHAVES; LIBARDI, 1995) e a diminuição do
teor dos elementos nas camadas do solo relacionada à adubação nitrogenada tem sido relatada
(GALLO et al., 1999, MIRANDA et al., 2006, MOTTA et al., 2006).
71
Gallo et al. (1999) relataram que o teor do cálcio diminuiu linearmente na camada
arável do solo da projeção da copa da Catuaí plantado no espaçamento 1,0 x 1,5m com a
variação de 100 a 400 kg ha
-1
de N, o que não foi constatado entre as linhas do cafeeiro.
Miranda et al. (2006) constataram em cafezal adubado com duas aplicações anuais de
250g por cova de 20-5-20 solução do solo mais ácida, o que relacionaram à produção de NO
3
-
e elevação da concentração dos íons cálcio, magnésio e potássio na solução do solo com
lixiviação dos elementos químicos no perfil do solo.
Motta et al. (2006) observaram a lixiviação de bases (Ca
2+
e Mg
2+
trocáveis) e a
acidificação do solo, interpretada por meio do pH, Al
3+
e V(%), na faixa de adubação nas
camadas 0-20 cm e 20-40 cm do solo, atribuídas à adição de ânions muito móveis no solo, tais
como o Cl
-
, SO
4
2-
e NO
3
-
e ao efeito acidificante dos fertilizantes.
Pavan et al. (1999) verificaram maior teor do cálcio, do magnésio e do potássio nas mais
altas populações ao que relacionaram com as prováveis diminuições de perdas dos nutrientes
por erosão e lixiviação e otimização da ciclagem dos nutrientes.
No caso desse estudo o pH semelhante em todas as populações estudadas (Tabela 10)
sugere a saturação da camada de 0-20 cm do solo com íons NO
3
-
em todas as densidades de
plantio e lixiviação do cálcio, magnésio e potássio para regiões mais profundas, encontrando-
se na camada de 20-40 cm maiores teores do cálcio e do magnésio nas maiores populações de
cafeeiros (Tabela 13). Dentro desse quadro Pavan et al. (1999) expõe as seguintes
possibilidades: a) altas populações de plantas diminuem a lixiviação de NO
3
-
com aumento da
quantidade de NO
3
-
absorvida pelas raízes dos cafeeiros e da quantidade de OH
-
exsudada na
rizosfera, a qual pode ser usada para neutralizar os íons H
=
produzidos pela oxidação do NH
4
+
a NO
3
-
b) baixas populações de plantas aumentam a quantidade de NO
3
-
lixiviada e diminui
a quantidade absorvida gerando a acidez. O maior teor de cálcio e de magnésio observado na
camada 20-40 cm do solo das maiores populações de cafeeiros, apesar da maior produção de
café e conseqüente maior exportação dos nutrientes nessas populações, sugere lixiviação
desses cátions para regiões, talvez mais profundas que 40 cm nos solos dos plantios menos
adensados de cafeeiros. Deve ser ainda ressaltado que os cafeeiros das menores populações
receberam maior quantidade de adubo nitrogenado que o das maiores populações, fato que
deve ter contribuído para a maior lixiviação das bases do solo sob essas plantas.
O pH da camada de 20-40 cm se correlacionou (P<0,01) com os teores de cálcio (r= 88)
e de magnésio (r= 0,85) o que não aconteceu (P>0,05) com o potássio (r= -0,07).
Os resultados obtidos para o potássio, cálcio e magnésio (Tabela 13) (Figuras 10, 11 e
12) confirmam parcialmente o de Braccini et al. (2002) e o de Silva et al. (2004) que,
72
respectivamente aos 24 e 36 meses após o início da experimentação, não constataram
diferenças no teor trocável desses elementos nas camadas 0-20 cm e 20-40 cm do solo ao
compararem o plantio tradicional com outras densidades populacionais de cafeeiros. As
populações estudadas por esses autores estavam entre 3333 e 20000 plantas por hectare
(BRACCINI et al., 2002) e 2857 e 10000 plantas por hectare (SILVA et al., 2004).
Fahl et al. (2003), também não encontraram alteração do teor de magnésio nessas
camadas do solo cerca de nove anos após o plantio, mas diversamente ao resultado desse
estudo (Tabela 13) (Figura 11), relataram o decréscimo nos teores de cálcio com a redução do
espaçamento que variou entre as linhas de plantio de 0,60 m a 6,60 m em estudo de
espaçamento duplamente progressivo.
O relato de Viana, Matiello e Mata (2000) de que o emprego de duas mudas de cafeeiros
por cova não fizeram variar o teor de potássio, cálcio e magnésio no espaçamento de
4,0 x 1,0 m com as cultivares Mundo Novo e Catuaí e que não apresentaram diferenças de
produtividade nas últimas oito safras foi confirmado por esse estudo após três colheitas
(Tabela 13).
4.2.4. Soma de bases, capacidade de troca de cátions potencial e saturação por bases
A soma de bases do solo, a capacidade de troca de cátions potencial (CTC) e a
porcentagem da saturação de bases foram semelhantes (P>0,05) nas camadas 0-20 cm e
20-40 cm dos solos sob as cultivares de cafeeiro e nos grupos de cultivares de portes alto e
baixo (Tabela 14).
O aumento da densidade populacional de cafeeiros não alterou (P>0,05) a soma de
bases, a CTC potencial e a V% na camada do solo 0-20 cm (Tabela 14).
A soma de bases aumentou (P<0,01) com a população na camada 20-40 cm segundo
modelo quadrático (P<0,01) (Figura 16), mas não diferiu (P<0,05) entre os solos com uma e
duas plantas por cova na população de 2500 plantas por hectare em ambas as camadas
estudadas e não houve interação (P>0,05) entre os fatores população e cultivar para essa
variável (Tabela 14).
O aumento da soma de bases do solo na camada 20-40 cm do solo com a população
pode ser atribuído aos maiores teores do cálcio (Figura 11) e do magnésio (Figura 12) posto
que o teor de potássio não variou com a população nessa camada do solo (Tabela 13).
73
Tabela 14 Soma de bases, capacidade de troca de cátions potencial (CTC) e saturação por bases (V) nas
camadas 0-20 cm e 20-40 cm do solo sob diferentes populações e cultivares de cafeeiro. Adamantina, SP, 2000.
Soma de bases CTC V Cultivar (c)
(1)
0-20 20-40 0-20 20-40 0-20 20-40
mmol
c
dm
-3
%
Acaiá 7,14 8,11 54,88 56,12 13,06 15,25
Catuaí Amarelo 6,75 7,13 55,08 56,86 12,28 13,30
Icatu Amarelo 7,47 8,29 54,55 53,29 13,78 16,39
Obatã 6,92 6,57 54,66 52,17 12,68 12,98
F cultivar 1,50ns 1,19ns 0,07ns 2,64ns 1,59ns 0,95ns
Porte alto
(2)
7,31 8,20 54,72 54,71 13,42 15,82
Porte baixo
(3)
6,84 6,85 54,87 54,52 12,48 13,14
F porte 3,42ns 3,26ns 0,03 ns 0,02ns 3,44ns 2,61ns
F p x c 1,85ns 1,01ns 0,75ns 2,32* 1,48ns 1,38 ns
População (p)
Covas ha
-1
1250
(4)
7,21 6,73 55,96 57,47 12,86 11,93
2500
(5)
7,39 5,88 53,55 62,38 13,85 9,49
5000 7,35 6,65 55,69 55,24 13,29 12,53
7519 6,68 7,22 54,18 51,14 12,34 14,06
10000 6,74 11,14 54,57 46,81 12,41 24,39
F população 0,49ns 21,97** 0,65ns 5,89* 0,40ns 21,86**
FRL - 52,60** - 17,63** - 56,93**
FRQ - 31,64** - 2,82 ns - 26,97**
F 1 vs 2 0,19ns 0,51ns 2,78ns 5,07* 1,57ns 0,86ns
CV (a) (%) 23,84 20,40 7,95 15,57 26,58 29,56
CV (b) (%) 14,06 38,56 6,45 9,77 15,04 44,46
(1)
Médias com mesma letra na coluna não diferem ao nível de 5% pelo teste Tukey.
(2)
Média das cultivares Acaiá e Icatu Amarelo.
(3)
Média das cultivares Catuaí Amarelo e Obatã.
(4)
Duas plantas por cova.
(5)
Uma planta por cova.
RL – Regressão Linear.
RQ – Regressão Quadrática.
ns – Não significativo.
* - Significativo ao nível de 5% de probabilidade.
** - Significativo ao nível d e1% de probabilidade.
A soma de bases encontrada no perfil do solo diminuiu do início para o término da
experimentação na média das parcelas experimentais (Figura 17), devido à movimentação das
74
bases para camadas mais profundas do solo e exportação dos nutrientes pelas colheitas de café
realizadas, principalmente o cálcio e o magnésio que não foram repostos no solo.
A diferença não significativa da soma de bases na camada 0-20 cm e o aumento dela na
camada 20-40 cm do solo com o aumento da população (Tabela 14) (Figura 16) constituem
resultados não esperados, devido ao aumento da população corresponder maior produção de
café, pelo que, principalmente os teores de cálcio e de magnésio, elementos não fornecidos
aos cafeeiros por calagem superficial ou adubação após o plantio, deveriam diminuir no perfil
do solo proporcionalmente à produção.
y = 1E-07x
2
- 0,001x + 7,7106
R
2
= 0,96
0
2
4
6
8
10
12
0 2500 5000 7500 10000
covas ha
-1
soma de bases (mmol
c
dm
-3
)
Figura 16 – Soma de bases da camada 20-40 cm do solo sob diferentes populações de cafeeiros. Adamantina, SP,
2000.
O resultado encontrado (Tabelas 14) (Figura 16) tem principal explicação no processo
de acidificação do solo relacionada à adubação nitrogenada do experimento (Tabela 5) visto
que os cafeeiros das menores populações receberam maior quantidade de nitrogênio com
correspondente produção de nitrato (NO
3
-
) que lixiviou com os cátions acompanhantes
(PAVAN; CHAVES, 1996, PAVAN et al., 1997, PAVAN et al., 1999), resultando na menor
soma de bases observada na camada 20-40 cm do solo nos plantios de cafeeiros menos
adensados (Tabela 14) (Figura 16). O pH na camada 20-40 cm correlacionou-se linearmente
(P<0,01) com os teores de cálcio (r= 0,88), de magnésio (r= 0,85) e com a soma de bases
(r= 0,86) e a soma de bases com os teores de cálcio (P<0,01) (r= 0,98) e o magnésio (r= 0,92).
75
0
5
10
15
20
25
0-20 20-40
camada do solo (cm)
soma de bases (mmolc dm-3)
1995
2000
Figura 17. Soma de bases no início e término da experimentação em duas camadas do solo. Adamantina, SP,
1995-2000.
A CTC potencial não diferiu (P>0,05) nas camadas 0-20 cm e 20-40 cm do solo sob as
cultivares de cafeeiros, o mesmo (P>0,05) acontecendo para o contraste estabelecido entre o
grupo de cultivares de porte baixo e de porte alto (Tabela 14).
O aumento da densidade populacional de cafeeiros não alterou (P>0,05) a CTC
potencial na camada 0-20 cm, mas a diminuiu (P<0,01) na camada 20-40 cm do solo (Tabela
14). A interação entre os fatores população e cultivar foi significativa para a CTC potencial
(Tabela 14), que diminuiu lineamente (P<0,01) com o aumento da densidade populacional da
cultivar Catuaí Amarelo e (P<0,05) da Acaiá e da Obatã e (P<0,01) segundo modelo
quadrático (P<0,05) na Icatu Amarelo (Tabela 15).
Tabela 15. Desdobramento da interação entre os fatores população e cultivar de cafeeiro para capacidade de
troca de cátions potencial na camada 20-40 cm do
solo.
Cultivar Pop. d. Cult. RL RQ
F
Acaiá 3,80* 6,14* 4,10 ns
Catuaí Amarelo 7,71** 22,71** 3,42 ns
Icatu Amarelo 5,84** 11,65** 5,64*
Obatã 4,54** 7,38* 2,53 ns
RL – Regressão linear.
RQ – Regressão quadrática.
ns – Não significativo.
* - Significativo ao nível de 5% de probabilidade.
** - Significativo ao nível de 1% de probabilidade.
76
Acaiá
y = -0,0012x + 62,3767
R
2
= 0,45
40
45
50
55
60
65
70
0 2500 5000 7500 10000
covas ha
-1
CTC (mmol
c
dm
-3
)
Catuaí Amarelo
y = -0,0022x + 68,2439
R
2
= 0,82
40
45
50
55
60
65
70
0 2500 5000 7500 10000
covas ha
-1
CTC (mmol
c
dm-3)
Icatu Amarelo
y = -4E-07x
2
+ 0,0031x + 52,7771
R
2
= 0,77
40
45
50
55
60
65
70
0 2500 5000 7500 10000
covas ha
-1
CTC (mmol
c
dm
-3
)
Obatã
y = -0,0012x + 58,4089
R
2
= 0,42
40
45
50
55
60
65
70
0 2500 5000 7500 10000
covas ha
-1
CTC (mmol
c
dm
-3
)
Figura 18 – CTC potencial da camada 20-40 cm do solo sob diferentes populações de cafeeiros. Adamantina, SP,
2000.
77
O uso de uma ou duas plantas por cova na população de 2500 plantas por hectare não
alterou (P>0,05) a CTC potencial da camada 0-20 cm, mas na camada 20-40 cm ocorreu
menor valor da CTC com o plantio de duas mudas por cova (Tabela 14).
Na camada 20-40 cm a CTC potencial se correlacionou de forma linear (P<0,01) e
negativamente com o pH (r= -0,78) e com (P<0,05) a soma de bases (r= -0,56), sugerindo que
o pH mais ácido observado nas menores populações favoreceu a lixiviação das bases do solo
e aumentou a acidez potencial (P<0,01) (r= 0,94), consequentemente fazendo aumentar a
concentração do alumínio na solução do solo, disponibilizando-o para absorção pelas raízes
do cafeeiro.
A porcentagem de saturação por bases na CTC (V%) não diferiu (P>0,05) nas camadas
0-20 cm e 20-40 cm do solo sob as cultivares de cafeeiros, o mesmo (P>0,05) acontecendo
para o contraste estabelecido entre o grupo de cultivares de porte baixo e de porte alto
(Tabela 14).
y = 3E-07x
2
- 0,0022x + 13,9337
R
2
= 0,95
0
5
10
15
20
25
30
0 2500 5000 7500 10000
covas ha
-1
V (%)
Figura 19 Saturação por bases (V%) da camada 20-40 cm do solo sob diferentes populações de cafeeiros.
Adamantina, SP, 2000.
O aumento da densidade populacional não alterou (P>0,05) a saturação por bases da
camada 0-20 cm, mas a aumentou (P<0,01) (Tabela14) segundo modelo quadrático (P<0,01)
(Figura 19) na camada 20-40 cm do solo, contudo não houve interação (P>0,05) entre os
fatores população e cultivar no perfil do solo estudado (Tabela 14).
O uso de uma ou duas plantas por cova na população de 2500 plantas por hectare
não
alterou (P>0,05) a saturação por bases o que confirma os resultados de Viana, Matiello e Mata
(2000).
78
As produtividades obtidas no experimento, crescentes com a população (Tabela 7) e
com o tempo (Figura 3), foram obtidas em condições que fizeram diminuir sensivelmente a
saturação por bases iniciais das camadas 0-20 cm e 20-40 cm do solo (Figura 20).
0
10
20
30
40
50
60
0-20 20-40
camada do solo (cm)
saturação por bases (V%)
1995
2000
Figura 20. Saturação por bases (V%) no início e término da experimentação em duas camadas do solo.
Braccini et al. (2002) não observaram diferenças significativas no V% das camadas 0-20
cm e 20-40 cm do solo com o aumento da população e encontraram valores semelhantes no
solo, cerca de 43%, 24 meses após a implantação do experimento.
É importante mencionar que valores baixos de V(%) necessariamente não condicionam
baixas produtividades. Maior produtividade bienal foi obtida no sistema adensado que no
tradicional, 85 e 21,9 sacas de café por hectare, respectivamente em solo com V(%) inicial de
27% e 24% correspondentes às camadas de 0-20 cm e de 20-40 cm, não se encontrando
diferenças estatísticas desse atributo do solo entre os sistemas de plantio do cafeeiro (SILVA
et al., 2004). Experimentos de adubação de níveis de NPK em solo com V(%) entre 17,25% e
22,11% e alumínio entre 0,77 e 1,01 cmol
c
dm
-3
com diferentes populações de cafeeiros,
produziram 31,8 sacas de café por hectare na média de cinco colheitas (PREZOTTI; ROCHA,
2004), entretanto valores de alumínio entre 0,9 e 1,0 mmol
c
dm
-3
não são considerados
importantes para o cafeeiro (MALAVOLTA; MOREIRA, 1997).
Raij et al. (1996), obtiveram pequeno efeito da calagem sobre a produção de cafeeiros
em solo de grande ocorrência no Oeste Paulista e consideraram que a meta de saturação por
bases preconizada de 70% para amostragem na projeção da copa é muito elevada. Os
resultados confirmaram o observado por Viana, Garcia e Correa (2000) que obtiveram a
produção máxima de café com 26% de saturação por bases.
79
Os valores da saturação por bases encontradas por Viana, Garcia e Correa (2000), Silva
et al. (2004) e Prezotti e Rocha (2004) são muito menores que o intervalo de V(%) entre 50 e
60% considerado ideal por Malavolta e Moreira (1997) ou de 50% por Raij et al. (1997)
4.2.5. Fósforo
O teor de fósforo não diferiu (P>0,05) no solo sob as cultivares de cafeeiro nas camadas
0-20 cm e 20-40 cm, sendo também semelhante (P>0,05) o teor do elemento no solo dos
grupos de cultivares de porte alto e de porte baixo (Tabela 16). O aumento da densidade
populacional ou uso de duas plantas por cova na população de 2500 plantas por hectare
não
modificou (P>0,05) o teor do fósforo do solo, bem como a interação entre os fatores
população e cultivar não foi significativa (P>0,05) nas camadas do solo estudado (Tabela 16).
Maior teor de fósforo no solo tem sido encontrado com o aumento da densidade
populacional de cafeeiros (BRACCINI et al., 2002, FAHL et al., 2003, NACIF, 1997,
PREZOTTI; ROCHA, 2004). O aumento do teor do elemento em plantios adensados tem sido
relacionado com o maior acúmulo de biomassa vegetal na superfície do solo com o
consequente aumento da matéria orgânica (PAVAN; CHAVES, 1996, PAVAN et al., 1997,
PREZOTTI; ROCHA, 2004), maior grau de micorrização das plantas (PAVAN; CHAVES,
1996), maior umidade do solo, devido ao maior sombreamento, e as maiores difusão do
elemento no solo e absorção pelas plantas (PREZOTTI; ROCHA, 2004).
No experimento não houve correlação (P>0,05) entre os teores de matéria orgânica e de
fósforo às profundidades 0-20 cm (r= 0,04) e 20-40 cm (r= -0,18) do solo.
A fixação do H
2
PO
4
-
deve ser menor nos plantios adensados pois mais raízes competem
efetivamente com os sesquióxidos, visto aumentar a relação superfície radicular:superfície
das partículas do solo e a produção de ácidos orgânicos devido a decomposição de folhas e
outros restos vegetais que complexam alumínio e cálcio favorecendo a dissociação de fosfatos
parcialmente solúveis na direção das raízes absorventes (MALAVOLTA; MOREIRA, 1997).
A calagem realizada nas populações de 2857 plantas por hectare
e 10000 cafeeiros por
hectare, possibilitou maior teor de fósforo na camada 0-20 cm do solo sob cafeeiro adensado
cerca de quatro meses após a aplicação do calcário, o que não foi observado na camada entre
20-40 cm do perfil do solo ou nas duas camadas cerca de 40 meses após o início do
experimento (SILVA et al., 2004). Nesse estudo não houve correlação (P>0,05) do pH com os
teores do fósforo nas camadas 0-20 (r= 0,41) e 20-40 cm (r= -0,24) do solo, mas na camada
0-20 cm o fósforo se relacionou (P<0,01) com a acidez potencial (r= -0,67).
80
Tabela 16 – Teor de fósforo das camadas 0-20 cm e 20-40 cm do solo sob diferentes populações e cultivares de
cafeeiro. Adamantina, SP, 2000.
P
Cultivar (c)
(1)
0-20 20-40
mg dm
-3
Acaiá
30,80 8,80
Catuaí Amarelo
26,13 7,27
Icatu Amarelo
33,13 8,47
Obatã
31,80 6,53
F cultivar
1,23 ns 0,64 ns
Porte alto
(2)
31,97 8,64
Porte baixo
(3)
28,97 6,90
F porte
1,20 ns 1,72 ns
F p x c
1,41 ns 0,92 ns
População (p)
Covas ha
-1
1250
(4)
28,92 8,17
2500
(5)
29,50 6,58
5000
31,17 7,67
7519
32,33 9,33
10000
30,42 7,08
F população
0,12 ns 0,35 ns
FRL
- -
FRQ
- -
F 1 vs 2
0,02 ns 0,57 ns
CV (a) (%)
43,81 79,40
CV (b) (%)
34,84 65,89
(1)
Médias com mesma letra na coluna não diferem ao nível de 5% pelo teste Tukey.
(2)
Média das cultivares Acaiá e Icatu Amarelo.
(3)
Média das cultivares Catuaí Amarelo e Obatã.
(4)
Duas plantas por cova.
(5)
Uma planta por cova.
RL – Regressão Linear.
RQ – Regressão Quadrática.
ns – Não significativo.
* - Significativo ao nível de 5% de probabilidade.
** - Significativo ao nível d e1% de probabilidade.
81
Viana, Matiello e Mata (2000) relataram como nesse estudo que o plantio de duas
mudas de cafeeiros por cova também não contribuiu para alterar o teor do fósforo do solo.
O teor de fósforo inicial no solo de 3 mg dm
-3
(Tabela 2), interpretado como nível muito
baixo para culturas perenes (RAIJ et al., 1997), aumentou com o decorrer do tempo da
experimentação alcançando o nível alto com 30,47 g dm
-3
P
2
O
5
à profundidade 0-20 cm e o
nível baixo com 7,77 g dm
-3
P
2
O
5
na camada 20-40 cm (RAIJ et al., 1997) (Figura 21) na
média das unidades experimentais. Resultados semelhantes foram encontrados por Braccini et
al. (2002) e Prezotti e Rocha (2004) e a explicação recai nas quantidades do elemento
colocadas no solo por meio das adubações realizadas nos cafeeiros (Tabela 5), evidentemente
excedentes àquelas subtraídas pelas colheitas.
0
5
10
15
20
25
30
35
0-20 20-40
camada do solo (cm)
Fósforo (mg dm
-3
)
1995
2000
Figura 21 – Teor de fósforo no início e término da experimentação em duas camadas do solo. Adamantina, SP,
1995-2000.
O maior teor de fósforo na camada 0-20 cm do solo em relação àquele da camada 20-40
cm também é relatado por outros autores (BRACCINI et al., 2002, FAHL et al., 2003). O
resultado de aumento do teor do fósforo na camada 20-40 cm em relação ao nível inicial
(Tabela 16) (Figura 21), foi também relatado por Braccini et al. (2002) e Prezotti e Rocha
(2004) e mostra a possibilidade de aumento dos níveis de fósforo à sub-superfície na cultura
do café com o tempo para as condições como aquelas observadas no experimento.
82
4.3. Teor foliar de macronutrientes
As cultivares de cafeeiro diferiram (P<0,01) entre si nos teores foliares de nitrogênio,
fósforo, magnésio, enxofre e (P<0,05) potássio, mas não (P>0,05) quanto ao cálcio
(Tabela 17).
A Obatã foi entre as cultivares àquela com o menor teor foliar de cada um dos
macronutrientes, mas não diferiu da Catuaí Amarelo nos teores de potássio, magnésio e
enxofre e da Acaiá quanto ao de potássio. A Catuaí Amarelo apresentou menor teor de
magnésio e de enxofre que a Acaiá e maior teor de fósforo e menor de magnésio que a Icatu
Amarelo. As cultivares Acaiá e Icatu Amarelo não diferiram entre si nos teores foliares dos
macronutrientes (Tabela 17). O grupo de cafeeiros de porte alto constituído por Acaiá e Icatu
Amarelo mostrou no momento da coleta das folhas maior teor (P<0,01) de nitrogênio,
magnésio e enxofre e de (P<0,05) fósforo e potássio do que as cultivares de porte baixo,
Catuaí Amarelo e Obatã (Tabela 17).
É conhecido que plantas de cultivares diferentes da mesma espécie, tendo crescido lado
a lado, mostram com freqüência grande variação na sua composição química (EPSTEIN,
1975). Diferenças entre cultivares de cafeeiros quanto aos teores foliares de nutrientes
também foram descritas em outros estudos (ALVARENGA; DUARTE; GOMIDE, 2000,
AUGUSTO, 2000, CORREA; GARCIA; COSTA, 2000, VALARINI, 2005). Augusto (2000)
relata que fatores genéticos podem causar diferenças nas concentrações dos teores foliares dos
nutrientes minerais, indicando que entre cultivares e entre linhagens de cafeeiros maior ou
menor eficiência de absorção, de translocação ou de utilização de nutrientes pela planta.
Comparando-se os teores dos macronutrientes nas amostras de folhas das cultivares
(Tabela 17) com os valores de referência considerados adequados para cafeeiro propostos por
alguns autores (Tabela 1), nota-se que todas as cultivares apresentavam teores altos de
nitrogênio e de enxofre.
Os teores de fósforo foram insuficientes nas cultivares Acaiá e Catuaí Amarelo, segundo
os critérios de Bergmann (1992) e Malavolta et al. (1997), e na Icatu Amarelo e Obatã,
conforme Reuter e Robinson (1988), Bergmann (1992) e Malavolta et al. (1993, 1997), mas
adequados conforme as demais faixas de referência (Tabela 1).
O teor de potássio das cultivares Acaiá, Catuaí Amarelo e Obatã são considerados
suficientes de acordo com todos os critérios propostos (Tabela 1), mas alto na Icatu Amarelo
segundo Bergmann (1992) e Malavolta et al. (1993).
83
T
abela 17 Teor foliar de macronutrientes em diferentes populações e cultivares de cafeeiro. Adamantina, SP,
2000.
Cultivar (c)
N P K Ca Mg S
g kg
-1 (1)
Acaiá 40,45a 1,50ab 22,76ab 10,47 4,57a 2,99a
Catuaí Amarelo 39,62a 1,54a 22,95ab 10,51 4,11b 2,63bc
Icatu Amarelo 39,57a 1,39b 24,37a 10,50 4,65a 2,81ab
Obatã 37,11b 1,21c 21,62b 9,78 3,86b 2,42c
F cultivar 27,79
**
23,02
**
3,54
*
2,74ns 10,57
**
14,81
**
Porte alto
(2)
40,11 1,45 23,57 10,49 4,61 2,90
Porte baixo
(3)
38,37 1,38 22,29 10,15 3,99 2,53
F porte 36,10
**
5,29
*
4,54
*
2,47ns 29,09
**
35,37
**
F p x c 2,09ns 0,97ns 1,48ns 2,10
*
1,79ns 1,06ns
População (p)
Covas ha
-1
1250
(4)
39,06 1,34 19,99 10,43 4,44 2,64
2500
(5)
38,35 1,23 18,93 9,63 4,39 2,37
5000 39,63 1,48 23,66 10,49 4,19 2,84
7519 39,15 1,51 24,29 10,85 4,48 2,78
10000 39,76 1,50 27,75 10,18 3,99 2,93
F população 0,89ns 12,01
**
15,40
**
2,41ns 3,21ns 9,88
**
FRL 1,39ns 29,05
**
53,46
**
0,61ns 4,97ns 19,95
**
FRQ 0,16ns 0,01ns 2,14ns 0,06ns 0,83ns 1,33ns
F 1 vs 2 2,68ns 5,07
*
1,25ns 5,27
*
0,07ns 7,54
*
CV (a) (%) 5,22 8,52 13,63 9,84 9,23 8,90
CV (b) (%) 2,70 8,34 10,12 8,28 10,47 9,05
(1)
Médias com mesma letra na coluna não diferem ao nível de 5% pelo teste Tukey.
(2)
Média das cultivares Acaiá e Icatu Amarelo.
(3)
Média das cultivares Catuaí Amarelo e Obatã.
(4)
Duas plantas por cova.
(5)
Uma planta por cova.
RL – Regressão linear.
RQ – Regressão quadrática.
* - Significativo ao nível de 5% de probabilidade.
** - Significativo ao nível d e1% de probabilidade.
ns - Não significativo.
84
Os teores de cálcio da Acaiá, Catuaí Amarelo e Icatu Amarelo estavam insuficientes
segundo Bergmann (1992) e Malavolta, Vitti e Oliveira (1997), mas adequados conforme as
demais faixas de referência (Tabela 1). O teor de cálcio na Obatã, somente pode ser
considerado suficiente de acordo com Reuter e Robinson (1988) (Tabela 1).
Os teores de magnésio das cultivares Acaiá, Catuaí Amarelo e Icatu Amarelo
encontravam-se dentro das faixas de teores adequados de referência conforme Raij et al.
(1997) e Matiello et al. (1997), mas a excediam conforme os demais critérios (Tabela 1),
excetuando-se o de Malavolta et al. (1997) para o teor da Catuaí Amarelo, para qual critério o
teor era suficiente. Na Obatã o teor de magnésio considerado alto, segundo Malavolta et al.
(1993), ou insuficiente, de acordo com Malavolta et al. (1997), estava adequado conforme as
outras faixas de referência (Tabela 1).
As populações não diferiram entre si (P>0,05) nos teores foliares de nitrogênio, cálcio e
magnésio, mas (P<0,01), linear e positivamente (P<0,01) (Tabela 17) nos teores de fósforo
(Figura 22), potássio (Figura 23) e enxofre (Figura 24).
y = 3E-05x + 1,2676
R
2
= 0,64
0
0,4
0,8
1,2
1,6
2
0 2500 5000 7500 10000
covas ha
-1
fósforo (g kg
-1
)
Figura 22 – Teor foliar de fósforo em diferentes populações de cafeeiros. Adamantina, SP, 2000.
85
y = 0,0009x + 17,952
R
2
= 0,91
0
5
10
15
20
25
30
0 2500 5000 7500 10000
covas ha
-1
potássio (g kg
-1
)
Figura 23 – Teor foliar de potássio em diferentes populações de cafeeiros. Adamantina, SP, 2000.
y = 5E-05x + 2,4688
R
2
= 0,58
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
0 2500 5000 7500 10000
covas ha
-1
enxôfre (g kg
-1
)
Figura 24 – Teor foliar de enxofre em diferentes populações de cafeeiros. Adamantina, SP, 2000.
O contraste entre as populações de 2500 plantas por hectare estabelecidas no
espaçamento 4,0 x 1,0 m com uma planta por cova e 4,0 x 2,0 m com duas plantas por cova
foi significativo (P<0,05) para o fósforo, o cálcio e o enxofre, encontrando-se os maiores
valores nas folhas provenientes das covas que continham dois cafeeiros (Tabela 17). A maior
concentração de macronutrientes nas folhas dos cafeeiros plantados dois em cada cova e nas
maiores populações (Tabela 17), permite inferir a maior eficiência de absorção e/ou
translocação dos nutrientes nesse tipo de plantio, confirmando o postulado que cafeeiros
86
plantados mais próximos exploram melhor o solo e absorvem com mais eficiência a água e os
sais minerais (RENA et al., 1996).
A interação entre os fatores população e cultivar somente foi significativa (P<0,05) para
o teor de cálcio (Tabela 17). O desdobramento da interação dentro das cultivares (Tabela 18)
mostrou que a concentração foliar do cálcio aumentou linearmente (P<0,01) com o aumento
da população dos cafeeiros na Obatã (Figura 25), mas não (P>0,05) para as outras cultivares.
Augusto et al. (1997) encontraram interação significativa entre as cultivares Catuaí
Vermelho IAC 44 e IAC 99, Rubi MG 1192, Katipó, Oeiras e Catimor UFV 3880 com
espaçamentos para os teores foliares de nitrogênio, potássio, enxofre e manganês, mas não
para o cálcio, diferindo dos resultados desse trabalho.
A comparação dos teores dos macronutrientes das folhas dos cafeeiros das diferentes
populações estudadas (Tabela 17) com os valores das faixas de referência de teores adequados
de macronutrientes (Tabela 1) evidencia os altos teores de nitrogênio e de enxofre que no
momento da amostragem os ultrapassavam o limite superior das faixas propostas.
Os teores de fósforo das populações de cafeeiros estavam adequados de acordo com
Jones Junior, Wolf e Mills (1991), Mills e Jones Junior (1996), Raij et al. (1997) e Matiello
(1997), que propõe como suficientes para o cafeeiro os valores entre 1,2 a 2,0 g kg
-1
do
elemento, mas insuficientes segundo Bergmann (1992) e Malavolta et al. (1997), que indicam
a concentração de 1,6 g kg
-1
de fósforo como limite inferior da faixa de referência de teor
adequado para o nutriente. As populações de 7519 e 10000 plantas por hectare eram as únicas
com teores suficientes de fósforo conforme Reuter e Robinson (1988) e Malavolta et al
(1993).
Os teores de potássio das populações de 2500 plantas por hectare estavam abaixo das
faixas de teores adequados de referência (Tabela 1), exceto pelos critérios de Raij et al.
(1997), Matiello et al. (1997) e o de Malavolta et al. (1993), este somente para a população de
2500 plantas por hectares com uma planta por cova, enquanto o teor do nutriente encontrado
na população de 10000 plantas por hectare era alto segundo todos os critérios (Tabela 1). Os
teores de potássio das populações de 5000 e 7519 plantas por hectare eram suficientes, exceto
pelo critério de Bergmann (1992) e para a população de 7519 plantas por hectare segundo
Malavolta et al. (1993), para os quais os valores encontrados são altos (Tabela 1).
O teor de cálcio considerado insuficiente nas folhas dos cafeeiros de todas as
populações, segundo Malavolta et al. (1997), era adequado na população de 2500 plantas por
hectare com 9, 63 g kg
-1
somente conforme Reuter e Robinson (1988), mas insuficiente de
acordo com os outros autores (Tabela 1).
87
Tabela 18 Desdobramento da interação e significância das regressões entre os fatores população e cultivar de
cafeeiro para o teor foliar de cálcio.
Cultivar Pop. d. Cult. RL RQ
F
Acaiá 0,58ns - -
Catuaí Amarelo 0,41ns - -
Icatu Amarelo 2,94 ns - -
Obatã 17,94** 17,94
**
1,51ns
RL – Regressão linear.
RQ – Regressão quadrática.
* - Significativo ao nível de 5% de probabilidade.
** - Significativo ao nível de 1% de probabilidade.
ns – Não significativo.
y = 0,0003x + 8,2461
R
2
= 0,77
0
2
4
6
8
10
12
0 2500 5000 7500 10000
covas ha
-1
cálcio (g kg
-1
)
Figura 25 – Teor foliar de cálcio em diferentes populações da cultivar Obatã. Adamantina, SP, 2000.
Os teores de magnésio das populações de 2500, 5000 e 7519 plantas por hectare
encontravam-se dentro da faixa de teores adequados de referência segundo Malavolta et al.
(1997), Raij et al. (1997) e Matiello et al. (1997), mas com teor alto conforme os demais
autores (Tabela 1). O teor do elemento na população de 10000 plantas por hectare estava
acima da faixa de referência segundo Malavolta et al. (1993), insuficiente conforme
Malavolta et al. (1997), mas com teor adequado segundo os demais critérios (Tabela 1).
A utilização das faixas de referência de teores adequados de macronutrientes para
cafeeiros propostas por Reuter e Robinson (1988), Jones Junior, Wolf e Mills (1991),
88
Bergmann (1992), Malavolta et al. (1993), Mills e Jones Junior, (1996), Malavolta et al.
(1997), Matiello (1997) e Raij et al. (1997) para a interpretação das concentrações foliares dos
macronutrientes resultou em diferentes diagnoses nutricionais das cultivares e populações dos
cafeeiros. Correa et al. (2001) também obtiveram diferentes diagnoses nutricionais, utilizando
as mesmas referências (Tabela 1) quando realizaram a avaliação de cafeeiros do sul de Minas
Gerais. Martinez et al. (2003) ponderaram que os níveis críticos dos nutrientes nas folhas dos
cafeeiros ao serem estabelecidos não consideraram variações regionais para uma avaliação
mais precisa, dificultando a definição do critério mais adequado para a classificação dos
resultados da análise foliar dos nutrientes.
Utilizando-se a amplitude máxima dos limites inferior e superior das faixas de
referência de teores adequados dos macronutrientes proposta pelos diferentes autores (Tabela
1), nota-se que as cultivares e as populações (Tabela 17) apresentavam teores adequados de
fósforo (1,2-2,0 g kg
-1
), potássio (18,0-26,0 g kg
-1
), cálcio (7,5-25,0 g kg
-1
) e magnésio
(2,5-5,0 g kg
-1
), mas concentrações acima do limite superior das faixas de referência de teores
adequados consideradas para o nitrogênio (23,0 – 35,0 g kg
-1
) e para o enxofre (0,2-2,0 g kg
-1
)
e para o potássio na população de 10000 plantas por hectare.
O nitrogênio é considerado o principal nutriente que eleva a produção do cafeeiro em
sistemas de plantio com densidades convencionais (GALLO et al., 1999). Prezotti e Rocha
(2004) relatam que no cafeeiro são comuns recomendações de nitrogênio cerca de 300 kg ha
-1
,
como as adotadas nesse estudo, e que a indicação do teor foliar adequado do nutriente de
30 g kg
-1
foi conseguida com a dose de 100 kg ha
-1
do elemento, mesmo em experimentos
com espaçamentos mais abertos. O teor de nitrogênio obtido no estudo (Tabela 17), que
ultrapassou o limite superior das faixas de referência de teores adequados em todas as
cultivares e populações segundo diferentes autores (Tabela 1), não é por si indicativo de
alta produtividade, pois se pode observar ampla variação da concentração foliar de nitrogênio
e da produtividade de cultivares em condições semelhantes (VALARINI, 2005). Gallo et al.
(1999) enfatizam que em sistemas adensados e sombreados os efeitos da adubação
nitrogenada poderão ser negativos, principalmente quando houver excesso de nitrogênio nas
folhas.
Os resultados encontrados (Tabela 17) concordam com os de Augusto (2000) que
relatou que os espaçamentos não influenciaram a absorção de nitrogênio pelas cultivares
Catuaí Vermelho IAC 44 e IAC 49, MG 1192 e UFV 3880 e com os de Prezotti e Rocha
(2004) em que a variação do teor foliar de N entre 31 e 35 g kg
-1
não foi significativa na
Catuaí Vermelho com níveis de adubação nitrogenada de até 700 kg ha
-1
para populações
89
menores que 10000 plantas por hectare. Prezotti e Rocha (2004) observaram que a dose
inicial de 100 kg ha
-1
foi suficiente para atingir teores foliares médios de 31 g kg
-1
mesmo
na população com 20000 plantas por hectare.
O aumento do teor foliar de fósforo com a população (Tabela 17) (Figura 22) concorda
com o de outros autores (AUGUSTO, 2000, BRACCINI et al., 2002, PREZOTTI; ROCHA,
2004), entretanto não houve correlação (P>0,05) entre o teor foliar e o teor do elemento nas
camadas 0-20 cm (r= 0,04) e 20-40 cm (r= 0,18) do solo sob as populações. Prezotti e Rocha
(2004) relacionaram o resultado à possível maior umidade, proporcionada pelo maior
sombreamento e maior acúmulo de biomassa vegetal na superfície do solo encontrada nas
maiores populações de cafeeiros, maior difusão do elemento e, consequentemente, maior
absorção pelas plantas. Por outro lado, a solubilidade de vários compostos de fósforo no solo
é largamente determinada pelo pH, sendo que os fosfatos de ferro, manganês e alumínio, que
possuem baixa solubilidade em água, predominam em solos ácidos (LOPES, 1989, PAVAN;
CHAVES, 1996, PAVAN et al., 1999) como os do estudo (Tabela 10 e 11) (Figura 17 e 18)
no momento da coleta das amostras das folhas para fins de análise química. Pavan e Chaves
(1999) encontraram aumento da porcentagem da colonização de raízes por fungos
micorrízicos arbusculares vesiculares com o aumento da população e consequente maior
densidade de raízes, cuja possibilidade auxilia na explicação dos resultados relacionados à
nutrição dos cafeeiros com o fósforo.
O aumento do teor foliar de potássio com o aumento da densidade de plantio (Tabela
17) (Figura 23) corrobora o de outros autores (AUGUSTO, 2000, PREZOTTI; ROCHA,
2004), o que pode ser atribuído à maior umidade do solo sob plantios adensados com
conseqüente maior absorção pelos cafeeiros (PREZOTTI; ROCHA, 2004). A constatação da
resposta positiva do teor foliar de potássio para o aumento da população dos cafeeiros (Tabela
17) (Figura 23) permite inferir o maior aproveitamento do potássio do solo pelos cafeeiros
adensados, principalmente diante da correlação negativa (P<0,05) entre o teor do elemento na
folha e o da camada 0-20 cm do solo (r= -0,54).
Os resultados encontrados para os teores foliares de cálcio e de magnésio (Tabela 17),
que não variaram com a população, concordam parcialmente com os de Augusto (2000). Esse
autor relatou que o espaçamento não fez variar o teor foliar de cálcio, o que foi observado
nesse trabalho com a cultivar Obatã (Tabela 18) (Figura 25), e que o teor de magnésio
diminui com a população das cultivares Katipó e MG 6851, mas não com as demais por ele
estudadas.
90
Os teores de cálcio da folha e do solo não se correlacionaram (P>0,05) em ambas as
camadas do solo, o que foi observado (P<0,05) entre os teores de magnésio da folha e o da
camada 20-40 cm do solo sob as populações (r= -0,59). Os elevados teores de magnésio
encontrados nas folhas dos cafeeiros (Tabela 17), contrastam com os baixos valores do
elemento nas camadas do solo (Tabela 13), o que sugere absorção do elemento pelo cafeeiro
em regiões além de 40 cm de profundidade do solo.
Relatou-se que o aumento do espaçamento fez aumentar linearmente o teor foliar de
magnésio e diminuir o de potássio, indicando antagonismo entre os dois nutrientes
(AUGUSTO, 2000), o que foi confirmado nesse estudo pela correlação obtida (P<0,01)
(r= -0,64) entre o potássio e o magnésio.
Considerando-se que o teor foliar dos nutrientes depende da disponibilidade dos
minerais na rizosfera os resultados desse estudo confirmam a maior eficiência do uso dos
recursos nutricionais pelos cafeeiros dos plantios adensados que mostraram concentração dos
nutrientes nas folhas igual ou maior que aqueles sob espaçamento convencional.
91
5. CONCLUSÕES
1. Cultivares de cafeeiros diferem na produção trienal de café por área e por planta que
são maiores no grupo de cafeeiros de porte baixo, constituído por Obatã e Catuaí
Amarelo, do que no de porte alto, formado por Acaiá e Icatu Amarelo.
2. O aumento da densidade populacional de cafeeiros aumenta a produção trienal de café
por área e diminui a produção de café por planta, sendo maior a produção por cafeeiro
em covas com uma planta.
3. Cultivares de cafeeiro proporcionam variação nos teores de cálcio, de potássio e de
matéria orgânica, respectivamente nas camadas 0-20 cm, 20-40 cm e 0-20 cm e 20-40
cm, sendo maiores os teores de cálcio e de potássio no solo do grupo das cultivares de
porte alto.
4. O aumento da densidade populacional das cultivares Catuaí Amarelo e Icatu Amarelo
e o plantio de dois cafeeiros por cova aumentam a matéria orgânica do solo.
5. O aumento da densidade populacional causa na camada 20-40 cm do solo maiores
teores de cálcio, magnésio e maiores valores de pH, soma de bases e saturação por
bases e menor acidez potencial e ocasiona na camada 0-20 cm menor teor de potássio
e capacidade de troca de cátions potencial.
6. O plantio de dois cafeeiros por cova proporciona menor acidificação da camada 0-20
cm e, na camada 20-40 cm, menor acidez potencial e capacidade de troca de cátions.
7. Cultivares de cafeeiro diferem nos teores foliares de macronutrientes, exceto o de
cálcio, com maiores concentrações dos elementos nas folhas das plantas do grupo de
cultivares de porte alto.
8. O aumento da densidade populacional de cafeeiros proporciona maiores teores foliares
de fósforo, potássio e enxofre e o plantio de dois cafeeiros por cova maiores
concentrações de fósforo, cálcio e enxofre.
9. O teor foliar de cálcio aumenta com a população da cultivar Obatã.
92
REFERÊNCIAS
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AUGUSTO, H. S. Desempenho de variedades de café (Coffea arabica L.) em
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PESQUISAS CAFEEIRAS, 10., 1983, Poços de Caldas. Anais... São Paulo: Sonopress-Rimo,
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SANTINATO, R.; SANTO, J. E.; FERNANDES, A. L. T.; ALVARENGA, M.A.
Competição de variedades comerciais no oeste baiano. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
PESQUISAS CAFEEIRAS, 25., 1999, Franca. Trabalhos apresentados... São Paulo:
Sonopress-Rimo Indústria e Comércio Fonográfico, 2000c. 1 CD-ROM.
100
SANTINATO, R.; SERTÓRIO, R.; SILVA, V. A.; CARVALHO, R. Estudos de espaçamento
e podas de erradicação para cafeeiros superadensado, adensado e renque das variedades
Catuaí, Catucaí e Icatu em região montanhosa. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
PESQUISAS CAFEEIRAS, 25., 1999, Franca. Trabalhos apresentados... São Paulo:
Sonopress-Rimo Indústria e Comércio Fonográfico, 2000d. 1 CD-ROM.
SANTO, J. O. E. Ensaio com linhagens de Coffea arabica de porte baixo na região de
Jequitinhonha-MG Resultados preliminares. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
PESQUISAS CAFEEIRAS, 14., 1987, Campinas. Trabalhos apresentados... São Paulo:
Sonopress-Rimo Indústria e Comércio Fonográfico, 2000. 1 CD-ROM.
SANTOS, E. H. Comparação entre análise química do solo de café adensado e do café
normal: orientação aos agricultores sobre a melhor forma de se obter maior produtividade. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS, 25., 1999, Franca. Trabalhos
apresentados... São Paulo: Sonopress-Rimo Indústria e Comércio Fonográfico, 2000. 1 CD-
ROM.
SAS INSTITUTE. User´s guide: statical analysis system institute. 5th ed.. North Carolina:
Cary, 1996. 956p.
SCARANARI, H. J., NOGUEIRA NETO, P. Efeito da densidade de plantio sobre a produção
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SERA, T.; GUERREIRO, A. Novas seleções de café (Coffea arábica L.) para plantio
adensado. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE CAFÉ ADENSADO, 1., 1994,
Londrina. Anais... Londrina: IAPAR, 1996. p. 295-296.
SERTÓRIO, R.; SANTINATO, R.; SILAVA, V. A.; CARVALHO, R. Comportamento do
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DE PESQUISAS CAFEEIRAS, 24., 1998, Poços de Caldas. Trabalhos apresentados... São
Paulo: Sonopress-Rimo Indústria e Comércio Fonográfico, 2000. 1 CD-ROM.
SILVA, C. A.; MELO, L. C. A.; RANGEL, O. J. P.; GUIMARÃES, P. T. G. Produtividade
do cafeeiro e atributos da fertilidade de latossolo sob influência de adensamento da lavoura e
manejo da calagem. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 28, n. 5, p. 1066-1076, 2004.
SILVA, E. B.; NOGUEIRA, F. D.; GUIMARÃES, P. T. G.; MALTA, M. R. veis críticos
de K e S no solo em função de doses de e fontes de K em dois locais de cultivo do cafeeiro.
In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS, 24., 1998, Poços de
Caldas. Trabalhos apresentados... São Paulo: Sonopress-Rimo Indústria e Comércio
Fonográfico, 2000a. 1 CD-ROM.
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cultivar Catuaí Vermelho IAC-144 com Icatu 2944, Mundindu seleção Caratinga/Varginha e
Catucaí L 36/6 seleção Campinas em diferentes espaçamentos de linha. In:CONGRESSO
BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS, 24., 1998, Poços de Caldas. Trabalhos
apresentados... São Paulo: Sonopress-Rimo Indústria e Comércio Fonográfico, 2000b. 1 CD-
ROM.
101
SIQUEIRA, R.; ANDROCIOLI FILHO, A.; CARAMORI, P. H.; PAVAN, M. A.; CHAVES,
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CAFEEIRAS, 16, 1990, Espírito Santo do Pinhal. Trabalhos apresentados... São Paulo:
Sonopress-Rimo Indústria e Comércio Fonográfico, 2000. 1 CD-ROM.
SIQUEIRA, R.; ANDROCIOLI FILHO, A.; PAVAN, M. A.; CHAVES, J. C. D. Densidade
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THEODORO, V. C. A.; ALVARENGA M. I. N.; GUIMARÃES, R. J.; SOUZA, C. A. S.
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Trabalhos apresentados...São Paulo: Sonopress-Rimo Indústria e Comércio Fonográfico,
2000. 1 CD-ROM.
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URIBE, H. A., MESTRE, M. A. Efecto de la distancia de siembra y del numero de plantas
por hoyo sobre la producción de café (Coffea arabica L. var. Caturra). CENICAFÉ,
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VALARINI, V. Demanda de macronutrientes pelas folhas e frutos em cultivares de café
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Agricultura Tropical e Subtropical, Instituto Agronômico, Campinas, 2005.
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102
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CAFEEIRAS, 13., 1986, São Lourenço. Trabalhos apresentados... São Paulo: Sonopress-
Rimo Indústria e Comércio Fonográfico, 2000. 1 CD-ROM.
VIANA, A. S., MATIELLO, J. B., MATA, J. M. Níveis de adubação NPK em cafeeiros
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BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS, 17., 1991, Varginha. Trabalhos
apresentados... São Paulo: Sonopress-Rimo Indústria e Comércio Fonográfico, 2000. 1 CD-
ROM.
VIANA, A. S.; GARCIA, A. W. R. Estudo sobre calagem complementar em cafezal, em solo
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BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS, 14., 1987, Campinas. Trabalhos
apresentados... São Paulo: Sonopress-Rimo Indústria e Comércio Fonográfico, 2000. 1 CD-
ROM.
103
Anexo 1 Temperaturas médias máximas e mínimas mensais de cada ano do período
experimental.
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Ano
Temperatura Máxima (
o
C)
1995 32,2 30,4 31,9 29,4 27,3 27,7 29,2 32,9 31,4 29,8 31,9 31,6
1996 31,7 32,3 30,8 30,5 27,5 25,6 26,9 30,3 29,0 31,4 31,2 32,0
1997 30,7 31,9 31,4 29,6 27,1 24,0 28,1 30,0 34,0 31,1 31,6 33,2
1998 33,8 32,6 32,6 29,9 27,0 26,1 29,3 28,8 28,2 30,1 32,7 32,2
1999 32,1 32,5 32,1 30,2 27,2 26,9 28,5 30,9 31,5 33,0 32,0 33,2
2000 33,1 31,3 30,6 31,1 28,0 29,5 25,3 29,8 28,8 34,4 33,5 32,8
Temperatura Mínima (
o
C)
1995 21,6 21,0 19,7 17,0 14,8 14,4 16,0 16,8 16,7 17,1 19,4 20,1
1996 21,2 21,3 20,8 18,6 15,9 12,5 11,4 16,2 16,3 19,4 19,4 21,6
1997 21,5 21,7 19,2 16,8 14,2 13,3 13,9 14,7 18,5 18,3 20,7 21,1
1998 21,7 21,4 19,9 18,3 17,4 13,9 13,0 16,6 16,5 18,1 17,9 20,0
1999 20,7 20,5 19,7 15,7 12,8 13,3 14,7 13,6 16,4 17,3 17,4 20,5
2000 21,2 21,6 21,0 17,1 14,1 15,3 9,9 15,2 17,5 20,0 20,8 21,3
Precipitação Pluvial (mm)
1995 263,8 237,6 182,9 35,4 49,2 22,2 19,6 0 44,6 138,0 150,2 334,8
1996 240,4 237,5 110,6 63,6 73,9 13,8 2,4 17,2 107,9 80,2 187,5 99,4
1997 304,7 141,6 97,8 40,4 88,2 240,8 28,0 1,5 127,6 104,8 235,2 79,3
1998 88,3 106,3 306,3 141,1 73,4 13,0 2,6 134,0 103,6 89,6 74,7 180,7
1999 316,1 137,8 139,3 63,4 42,8 55,2 12,3 0 36,3 12 50,4 244,1
2000 89,8 196,0 277,4 34,1 24,3 13,7 40,8 70,5 170,5 41 85,9 143,2
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