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Universidade de São Paulo
Faculdade de Saúde Pública
Fatores associados à recidiva, ao abandono e ao óbito
no retratamento da tuberculose pulmonar
Patrícia Ferreira de Paula
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Saúde Pública para obtenção
do título de Doutor em Saúde Pública.
Área de concentração: Epidemiologia
Orientador: Prof. Dr. Eliseu Alves Waldman
São Paulo
2008
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Fatores associados à recidiva, ao abandono e ao óbito
no retratamento da tuberculose pulmonar
Patrícia Ferreira de Paula
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação da Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo, para a obtenção
do título de Doutor em Saúde Pública.
Área de Concentração - Epidemiologia
Orientador: Prof. Dr. Eliseu Alves Waldman
São Paulo
2008
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2
É expressamente proibida a comercialização deste documento, tanto na sua
forma impressa como eletrônica. Sua reprodução total ou parcial é permitida
exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, desde que na reprodução
figure a identificação do autor, título, instituição e ano da tese / dissertação.
3
A CERTEZA
“De tudo ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando...
A certeza de que precisamos continuar...
A certeza de que seremos interrompidos antes de
terminar...
Portanto devemos...
...fazer da interrupção, um caminho novo,
... da queda, um passo de dança,
... do medo, uma escada,
... do sonho, uma ponte,
... da procura, um encontro ".
Fernando Pessoa
(Este poema foi enviado pelo Prof. Eliseu, meu orientador, próximo da época
do Natal de 2006, e me serviu como suporte durante o último ano de
desenvolvimento deste estudo)
4
DEDICATÓRIA:
À Deus, Aquele que me fortalece, ilumina-me e proporciona-me um
enorme aprendizado a cada dia, permitindo que eu amadureça como ser
humano em cada desafio como foi desenvolver este estudo.
À minha mãe Glória, meu suporte em todos os níveis, um grande
exemplo para mim de como se deve viver com dignidade, garra, sem deixar
de ter ternura e amor.
Ao meu pai José de Paula, um grande exemplo de como podemos
nos aprimorar ao longo da vida.
Ao Prof. Dr. Eliseu Alves Waldman, que foi mais que meu
orientador, um grande mestre, mas principalmente um grande amigo com
suas palavras gentis e encorajadoras em todos os momentos, mas
principalmente nos mais difíceis.
Aos pacientes e suas famílias que fazem parte deste estudo,
agradeço imensamente a confiança depositada em nós ao permitirem
adentrar em suas casas e obter informações tão pessoais.
5
AGRADECIMENTOS:
Ao Prof. Dr. Eliseu Alves Waldman por todo o seu apoio,
generosidade em passar seu vasto conhecimento de forma simples e com
muito respeito, pelo seu carinho e constante exemplo de como se deve
portar um professor doutor diante de seus alunos, colegas e outros
funcionários da Universidade.
À Dra. Maria Alice da Silva Telles do Instituto Adolfo Lutz de São
Paulo, por ter permitido a realização deste estudo e ter colaborado com
todas as informações necessárias para a sua realização.
À Dra. Lucilaine Ferraziolli do Instituto Adolfo Lutz de São Paulo,
por todo o seu apoio, permitindo a realização deste estudo.
Ao Prof. Dr. Lee W. Riley da Faculdade de Saúde Pública da
Universidade da Califórnia, Berkeley, EUA, que não só permitiu a realização
deste estudo, bem como participou ativamente da sua elaboração e
execução, com suas valiosas sugestões.
Às Dras. Carmen M. S. Giampaglia, Suely Y. M. Ueki, Erica
Chimara, Chang C.S. Waldman, Maria Iracema Saraiva Heyn e ao
Dr. Carlos Alberto Silva pelo valioso trabalho desenvolvido na primeira fase
da pesquisa, sem o qual o mesmo não teria atingido seus objetivos.
Ao Prof. Dr. Paulo Rossi Menezes pelas suas valiosas sugestões
na minha banca de qualificação.
6
Aos Professores (as) Doutores (as) Péricles Alves Nogueira,
Antonio Ruffino Neto, Magda Maria Sales Carneiro Sampaio e Helenice
Bosco de Oliveira, pela disponibilidade de participarem de minha banca de
defesa de tese de doutorado, apresentando valiosas sugestões, assim como
a enriquecendo com seus conhecimentos sobre o tema.
À Margaret Dominguez, coordenadora do trabalho de banco deste
estudo, por ter me ensinado muito sobre o trabalho de campo com muito
profissionalismo, mas sem deixar de ser uma grande amiga, extremamente
carinhosa e alegre.
À Anay de Souza, responsável pela codificação dos questionários,
por todo seu ensinamento sobre a prática em tuberculose, bem como por
sua amizade.
À Simone Christiane Machado, digitadora dos bancos de dados,
grande amiga, muito generosa, que me auxiliou em vários momentos e de
diferentes formas, não só em sua função.
À Amália Fernandez, entrevistadora do trabalho de campo, pelo
seu profissionalismo e amor no trato com os pacientes deste estudo.
À Dolores Fernandez, entrevistadora do trabalho de campo, pela
sua amizade e profissionalismo.
Aos Professores (as) Doutores (as) que me ensinaram muito ao
longo dos meus treze anos de USP, destacando com muito carinho os
seguintes professores de cada faculdade em que obtive meus diplomas:
7
Faculdade de Saúde Pública: Prof. Dr. Eliseu Alves Waldman, Profa. Dra.
Maria Regina Cardoso, Profa. Dra. Cássia Maria Buchalla, Prof. Dr. Rui
Laurenti, Profa. Dra. Sabina Goltileb, Instituto de Ciências Biomédicas:
Profa. Dra. Lourdes Isaac, Profa. Dra. Magda Maria Sales Carneiro-
Sampaio, Prof. Dr. José Alexandre Marzagão Barbuto, Instituto Butantan:
Prof. Dr. Oswaldo A. B. E.Sant’Anna, Faculdade de Educação:
Profa. Dra.
Selma Garrido Pimenta, Instituto de Biociências: Prof. Dr. Sérgio Russo
Matioli, Prof. Dr. José Mariano Amabis, Prof. Dr. Carlos Frederico Martins
Menck, Prof. Dr. José Rubens Pirani e Profa. Dra. Nanuza Luiza de
Menezes.
À minha queridíssima amiga Elaine Garcia Minuci, pela sua
amizade sincera, alegria e companheirismo ao longo de todo meu
doutorado, sempre me proporcionando ensinamentos sobre a vida.
À Andréa Gobetti que me ensinou um tanto mais sobre
tuberculose, bem como sua amizade.
Ao colega e amigo Pedro Vieira por sua amizade e seus
ensinamentos de diversos assuntos a respeito da epidemiologia e sobre as
coisas da vida.
À Paula Licursi Prates, Paula Opromolla e Karen Tokubashi
Ribeiro, o trio da amizade que com muita alegria e carinho, fizeram parte do
meu dia-a-dia do doutorado, sendo importantes em tantos momentos.
Ao Cleiton Fiorio, com sua alegria contagiante, foi sempre um
grande amigo para todas as horas.
À Érika Gervásio, minha amiga muito inteligente e divertida, a sua
presença sempre faz a diferença.
8
À Shirley Dias, uma amiga muito atenciosa, sempre disposta a
ajudar.
À Mônica Tilli Reis Pessoa Conde, muito amiga, auxiliou-me muito
durante a minha primeira viagem para fora do país, com suas dicas e sua
generosidade, fiz os cursos de verão na John Hopkins University com muito
mais segurança e tranqüilidade.
À Vilma Gawry, muito amiga e companheira durante a viagem ao
exterior, ensinando-me a ser mais alegre e tranqüila na realização do meu
trabalho, sem perder a responsabilidade.
Aos meus queridos colegas e amigos de diferentes formações,
que direta ou indiretamente me auxiliaram, permitindo sempre uma rica troca
de conhecimentos e aprendizados durante meu doutorado na Faculdade de
Saúde Pública da USP/SP.
Às minhas amigas de infância, quando morei em Porto Velho, Keila
Telles Plácido e Wiviany Neves, que, com muita alegria, eu reencontrei
através do orkut e que, atualmente, fazem parte da minha vida ativamente,
sendo amigas sinceras.
Aos meus primos Fábio, Maria do Carmo, Luciana, Luis
Antônio, Luís Fernando, Marta, Chico, Victor Luis, Fernanda, Lucas,
Chê e Heloísa com todo apoio nos momentos difíceis e com toda alegria,
amor e carinho sempre quando foi possível.
Aos meus tios Toninho e Lucinda, meu segundo pai e minha
segunda mãe, pessoas muito especiais em minha vida.
9
Este estudo contou com o apoio financeiro das seguintes instituições:
- Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
- Fogart International Center
- Conselho Nacional de Pesquisas (Proc. N
o
309502/2003-9)
10
Sumário
I- INTRODUÇÃO.......................................................................................... 21
TB no Brasil ............................................................................................ 22
História natural da TB ............................................................................ 25
Fatores associados ao adoecimento por TB ....................................... 28
Evolução do tratamento da TB.............................................................. 32
Aspectos relativos ao retratamento de TB........................................... 33
Fatores associados à recidiva............................................................... 34
II- OBJETIVOS ............................................................................................ 41
Objetivo geral.......................................................................................... 41
Objetivos específicos............................................................................. 41
III - CASUÍSTICA E MÉTODOS................................................................... 42
Características da área de estudo ........................................................ 42
Características da população de estudo.............................................. 44
Principais características dos pacientes com TB pulmonar à época da
sua inclusão na coorte........................................................................... 46
Definições ............................................................................................... 49
Estudo 1: Fatores associados à recidiva ............................................. 50
Modelo do Estudo .................................................................................. 50
Definição de caso................................................................................... 50
Definição dos controles......................................................................... 50
Critérios de Inclusão e de Exclusão ..................................................... 50
Cálculo do tamanho da amostra ........................................................... 51
Estudo 2: Fatores associados ao retratamento por abandono.......... 51
Modelo do Estudo .................................................................................. 51
Definição de caso................................................................................... 51
Definição dos controles......................................................................... 51
Critérios de Inclusão e de Exclusão ..................................................... 52
Cálculo do tamanho da amostra ........................................................... 52
Estudo 3: Fatores associados ao óbito por TB entre pacientes
retratados por abandono do esquema terapêutico............................. 53
Modelo do estudo................................................................................... 53
Definição de caso................................................................................... 53
Definição dos controles......................................................................... 53
Critérios de Inclusão e de Exclusão ..................................................... 53
Cálculo do tamanho da amostra ........................................................... 54
Fontes de dados..................................................................................... 54
Exames bacteriológicos......................................................................... 54
Procedimentos de coleta dos dados .................................................... 55
Pré-teste.................................................................................................. 55
Variáveis de estudo................................................................................ 56
Preparação e manejo dos bancos de dados........................................ 56
11
Análise de dados.................................................................................... 56
Considerações éticas............................................................................. 58
IV- RESULTADOS.......................................................................................59
V - DISCUSSÃO..........................................................................................78
VI- CONCLUSÕES ...................................................................................... 93
VII-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................... 95
Apêndice 1: Questionário aplicado na fase de seleção dos pacientes.. 118
Apêndice 2: Questionário aplicado na primeira visita domiciliar em 2004.
...............................................................................................................
123
Apêndice 3: Questionário aplicado na segunda visita domiciliar em
2006/2007............................................................................................... 125
Apêndice 4: Termo de consentimento Informado.................................. 135
Apêndice 5: Termo de aprovação da Comissão de Ética da Faculdade de
Saúde Pública da Universidade de São Paulo........................................136
12
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.
Diagrama com a fisiopatogenia da tuberculose (TB)
em indivíduos imunocompetentes a partir da primo-
infecção pelo Mycobacterium tuberculosis.
28
Figura 2.
Visão geral de uma das comunidades aonde reside
pacientes incluídos no estudo. 2001-2006. São
Paulo-SP.
43
Figura 3.
Interior de um dos domicílios de pacientes incluídos
no estudo, exemplificando as condições propícias
para a transmissão do Mycobacterium tuberculosis.
2001-2006. São Paulo-SP.
43
Figura 4.
Distribuição dos pacientes segundo os desfechos do
tratamento da TB pulmonar, à época da seleção da
coorte. 2001-2002. São Paulo SP.
45
13
LISTA DE TABELAS
Tabela 1.
Principais características dos grupos de pacientes
com tuberculose (TB) pulmonar, dos quais foram
selecionados os casos e controles da presente
investigação. 2001-2006. São Paulo (SP).
48
Tabela 2.
Número de recidivas e de retratamentos por
abandono ao longo do seguimento de 2001 a
dezembro de 2006, São Paulo, SP.
59
Tabela 3.
Fatores associados às recidivas de tuberculose
(TB) entre pacientes com a forma pulmonar,
segundo características sócio-demográficas e
vacinação com BCG. São Paulo, SP, 2001 - 2006.
62
Tabela 4.
Fatores associados à recidiva de tuberculose (TB)
entre pacientes com a forma pulmonar, segundo
aspectos clínicos e relativos ao tratamento. São
Paulo, SP, 2001 - 2006.
63
Tabela 5.
Fatores associados à recidiva de tuberculose (TB)
entre pacientes com a forma pulmonar, segundo
características comportamentais, co-morbidades e
contato domiciliar. São Paulo, SP, 2001 - 2006.
64
14
Tabela 6.
Modelo final de análise multivariada para fatores
associados à recidiva de tuberculose (TB) pulmonar
e as suas proporções de casos atribuíveis à
exposição (PAE). São Paulo, SP, 2001 - 2006.
65
Tabela 7.
Fatores associados ao retratamento por abandono
ao esquema terapêutico entre pacientes com
tuberculose da forma pulmonar, segundo
características sócio-demográficas. São Paulo, SP,
2001 - 2006.
68
Tabela 8.
Fatores associados ao retratamento por abandono
entre pacientes com tuberculose (TB) da forma
pulmonar, segundo aspectos clínicos, relativos ao
tratamento e condições de transmissão em
ambiente domiciliar. São Paulo, SP, 2001 - 2006.
69
Tabela 9.
Fatores associados ao retratamento por abandono
entre pacientes com tuberculose (TB) da forma
pulmonar, segundo características
comportamentais, co-morbidades, histórico de
regime prisional e vacinação com BCG. São Paulo,
SP, 2001 - 2006.
70
Tabela 10.
Modelo final de análise multivariada para fatores
associados ao retratamento por abandono entre
pacientes com tuberculose (TB) pulmonar e as suas
proporções de casos atribuíveis à exposição (PAE).
São Paulo, SP, 2001 - 2006.
71
Tabela 11.
Fatores associados ao óbito entre pacientes com
tuberculose (TB) pulmonar submetidos ao
retratamento por abandono, segundo
características sócio-demográficas. São Paulo, SP,
2001 - 2006.
74
15
Tabela 12.
Fatores associados ao óbito entre pacientes com
tuberculose (TB) pulmonar, segundo características
clínicas, referentes ao tratamento e exposição a
contato domiciliar São Paulo, SP, 2001 - 2006.
75
Tabela 13.
Fatores associados ao óbito entre pacientes com
tuberculose (TB) pulmonar submetidos ao
retratamento por abandono, segundo
características comportamentais, co-morbidades,
histórico de regime prisional e vacinação com BCG
São Paulo, SP, 2001 - 2006.
76
Tabela 14.
Modelo final de análise multivariada para fatores
associados ao óbito entre pacientes com
tuberculose (TB) pulmonar submetidos ao
retratamento por abandono e as suas proporções
de casos atribuíveis à exposição (PAE). São Paulo,
SP, 2001 - 2006.
77
16
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
BK Bacilo de Koch
CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CDC Centers for Diseases Control and Prevention
DOTS Directly Observed Treatment Short-Course
DST Doenças Sexualmente Transmissíveis
EUA Estados Unidos da América
HIV Vírus de Imunodeficiência Humana
HLA Human Leukocytes Antigens
IDH Indice de Desenvolvimento Humano
IL-1 Interleucina-1
IC
95%
Intervalo de confiança
MDR Multidroga Resistente
MS Ministério da Saúde
NRAMP1 Natural Resistance- Associated Macrophage Protein
OMS Organização Mundial da Saúde
ONG Organização não Governamental
OPAS Organização Pan-Americana de Saúde
OR Odds-ratio
PAE Proporção de casos atribuíveis a uma exposição
PNCT Programa Nacional de Controle da Tuberculose
PROAIM Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade
PSF Programa de Saúde da Família
RFLP Restriction fragment length polymorphism
SEADE Sistema Estadual de Análise de Dados
SINAN Sistema de Informação de Notificação
SIM Sistema de Informação da Mortalidade
SPSS Statistical Package for Social Sciences
SUS Sistema Único de Saúde
TB Tuberculose
TBMDR Tuberculose Multidroga - Resistente
17
RESUMO
Objetivo: Investigar fatores associados à recidiva, retratamento por
abandono e óbito entre retratados por abandono para pacientes com TB
pulmonar, de ambos os sexos, maiores que treze anos, residentes em área
periférica do município de São Paulo. Material e Métodos: Estudos de caso-
controle não pareado aninhado a uma coorte prospectiva de pacientes com
TB pulmonar confirmada por cultura, selecionados entre 2001 e 2002 e
acompanhados até 2006. Os casos foram pacientes que apresentaram
recidivas, retratamento por abandono e óbito entre retratados por abandono;
os controles foram pacientes com cura sem retratamento. Os dados foram
obtidos mediante aplicação de questionários estruturados aplicados à época
do ingresso no estudo e por entrevista domiciliar em 2004 e 2006,
complementados por informação da Vigilância de TB. Na investigação dos
fatores associados à recidiva, ao retratamento por abandono e óbito entre
retratados por abandono, esses três desfechos foram tomados como
variáveis dependentes e como variáveis independentes, as exposições de
interesse. As odds ratio (OR) brutas e ajustadas foram estimadas com os
respectivos intervalos de 95% de confiança pela regressão logística
multivariada não condicional. A importância das variáveis para o modelo final
foi avaliada através do teste da razão de verossimilhança, utilizando-se
p<0,05. Resultados: As variáveis associadas à recidiva e ajustadas para
sexo e idade independentemente das demais foram: co-infecção com HIV
(OR=9,3; IC
95%
= 1,6 – 54,1), contato domiciliar prévio (OR= 2,2;
IC
95%
= 0,8 – 6,2), caso de TB no domicílio após o paciente (OR= 3,8; IC
95%
=
1,2 – 12,8); diabetes (OR=1,6; IC
95%
= 0,3 – 7,7), MDR (OR=15,5; IC
95%
=
1,2 – 200,5). As variáveis associadas ao retratamento por abandono
ajustadas para sexo e idade independentes das demais variáveis foram:
TBMDR (OR=38,7; IC
95%
= 2,9 – 515,3), co-infecção com HIV (OR=24,8;
IC
95%
= 3,8 – 163,0), história de alcoolismo (OR= 4,2; IC
95%
=1,1 – 17,5) e
internação por complicações de TB (OR= 7,2; IC
95%
=2,5 – 21,0). As
variáveis associadas ao óbito entre retratados por abandono ajustadas para
18
sexo e idade independente das demais e foram: TBMDR (OR=152,4; IC
95%
=
9,8 – 237,4), co-infecção com HIV (OR=29,0; IC
95%
=7,1 –1 19,1), alcoolismo
(OR=11,8; IC
95%
=1,3–102,8) e regime prisional (OR=5,0; IC
95%
= 1,0–25,8).
Conclusões: Os resultados apresentados apontam grupos de maior risco
para retratamento por TB por recidiva, abandono de tratamento e óbito que
devem ser considerados no aperfeiçoamento do DOTS em nosso país.
Palavras chave: Tuberculose pulmonar, tratamento, retratamento, cura,
recidiva, adesão ao tratamento, óbito, Serviços de Saúde.
19
ABSTRACT
Objective: Investigate factors associated to relapse, re-treatment by default
and death among patients retreated by default for patients with pulmonary
tuberculosis, of both sexes, more than thirteen years old, living in the
periphery of the city of São Paulo. Material and Methods: A nested case-
control study not paired to a prospective cohort of pulmonary tuberculosis
patients confirmed by culture, selected between 2001 e 2002 and followed up
until 2006. Cases were patients who had relapses, re-treatment by default
and death among patients retreated by default; controls were patients with
cure without re-treatment. The data were obtained through application of
structured questionnaires applied at the time of entry in the study and
interview at home in 2004 and 2006, supplemented by information from the
surveillance of TB and Information System Mortality of the Foundation
SEADE. Relapse, re-treatment by default and death among patients
retreated by default were taken as dependent variables and the variables of
interest as independent. Crude and adjusted odds ratio (OR) and its 95%
confidence interval were calculated by multiple logistic regression not
conditional. Statistical significance was assessed by the likelihood ratio test
with p < 0.05. Results: The variables associated independently with relapse
and adjusted for sex and age were: case of MDR-TB (OR=15.5; 95% CI: 1.2-
200.5), co-infection with HIV (OR=9.3 ,95%CI: 1.6-54.1), diabetes (OR=1.6,
95% CI: 0.3-7.7), previous household contact with TB (OR=2.2, 95% CI: 0.8-
6.2) and TB at home after patient studied (OR=3,8, 95% CI: 1,2-12,8). The
variables associated independently with the retreatment of default and
adjusted for sex and age were: case of MDR-TB (OR = 38.7, 95 % CI: 2.9-
515.3), co-infection with HIV (OR=24.8, 95% CI: 3.8-163.0), alcohol abuse
(OR=4.2, 95% CI: 1.1-17.5) and hospitalization to TB complications (OR=7.2,
95% CI: 2.5-21.0). The variables associated independently with death among
patients retreated by default and adjusted for sex and age were: case of
MDR-TB (OR=152.4, 95% CI: 9.8-237.4), co-infection with HIV (OR=29.0,
20
95%CI: 7.1-119.1), alcohol (OR=11.8, 95% CI: 1.3-102.8) and prison system
(OR=5.0, 95%CI: 1.0-25.8).
Conclusions: The results presented here show groups of higher risk among
TB patients for re-treatment by relapse, treatment default and death among
re-treated by default to be considered in the improvement of DOTS in our
country.
Key words: Pulmonary tuberculosis, treatment, retreatment, cure, relapse,
adherence, death, Public Health.
21
I- INTRODUÇÃO
A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa que, embora antiga na
história da humanidade, constitui ainda um importante problema de saúde
pública em boa parte do globo, atingindo, principalmente, os países em
desenvolvimento, como é o caso do Brasil. Mesmo sendo uma doença grave
quando não tratada, é curável em praticamente 100% dos casos sensíveis
ao esquema habitual de tratamento. Além disso, seu tratamento é de baixo
custo e o diagnóstico é fácil para a maioria dos casos (MURRAY et al., 1993;
PAIXÃO e GONTIJO, 2007).
De modo geral, a partir do início do século XX, as taxas morbi-
mortalidade por TB apresentaram declínio constante e acentuado nos países
desenvolvidos, antes mesmo do advento da quimioterapia (MCKEOWN e
LOWE 1966; RIEDER et al.; 1989; LILIBAEK et al.; 2002). Tal declínio
decorreu provavelmente da melhoria das condições de trabalho, moradia,
padrões nutricionais (RIEDER et al., 1989; MURRAY et al., 1993).
No entanto, em meados da década de 80, assistimos o
recrudescimento da TB, inclusive em alguns países industrializados.
Acredita-se que essa reversão da tendência resultou de um conjunto de
fatores, destacando-se: o surgimento da Síndrome de Imunodeficiência
Adquirida (AIDS), o aumento da prevalência de cepas de Mycobacterium
tuberculosis multidroga resistentes (MDR), o agravamento das condições
sócio-econômicas, a desestruturação dos programas de controle da doença
e os processos migratórios de indivíduos oriundos de regiões em
desenvolvimento, com alta prevalência da TB, em direção aos países
22
industrializados, principalmente aos da Europa Ocidental e os Estados
Unidos da América (EUA) (RAVIGLIONE et al., 1995; FANNING et al., 1998;
WHO, 1999; DORMAN e CHAISSON, 2007).
TB no Brasil
O Brasil situa-se na décima sexta posição entre os 22 países que
contribuem com cerca de 80% dos casos novos de TB que ocorrem em todo
globo (OMS, 2002). Estima-se a existência de 50 milhões de pessoas
infectadas e a ocorrência anual de 85.000 casos novos, além do registro de
6.000 óbitos (MS, 2005; SILVEIRA et al., 2007, OELEMAN et al., 2007).
No Brasil, à semelhança dos demais países em desenvolvimento, a
TB atinge principalmente grupos populacionais de baixa renda situados na
faixa etária economicamente ativa, enquanto nas regiões industrializadas, o
grupo etário mais vulnerável situa-se acima dos 60 anos e segmentos da
população que vive em condições de privação (BATES et al., 2004a; HIJAR
et al.; 2005). No entanto, em anos recentes, o Brasil apresenta tendência de
desvio para faixas etárias mais elevadas (CHAIMOWICZ, 2001; ANTUNES e
WALDMAN, 1999; MISHIMA e NOGUEIRA, 2001).
Desde 1999, seguindo recomendações da OMS, o país elaborou e
passou a implementar um Plano Nacional de Controle da TB (PNCT) que
inclui os seguintes pontos: 1) garantia do acesso universal e gratuito ao
tratamento; 2) criação de laboratórios de referência; 3) criação de sistema de
referência para o tratamento; 4) manutenção de um sistema de informação
para o acompanhamento do desempenho do programa; 5) articulação
23
intersetorial, visando maximizar os resultados de políticas públicas
(RUFFINO-NETTO, 2002).
O Brasil também adotou a estratégia Directly Observed Treatment
Short – Course (DOTS) recomendada pela OMS e que propõe:
i) profissionais treinados que detectem casos de TB através da baciloscopia
entre sintomáticos respiratórios, de forma a diagnosticar ao menos 70% dos
casos novos estimados; ii) comprometimento político com o programa,
iii) tratamento de curta duração e diretamente supervisionado, iv) aquisição
e abastecimento de medicamentos e v) criação e manutenção de sistema de
informações para o monitoramento individual dos pacientes que iniciaram o
tratamento (MS, 2000; RUFFINO-NETTO, 2002).
No entanto, em 2003, dos casos identificados pelo PNCT no Brasil
somente 70% evoluiu para cura e 10% abandonou o tratamento, resultados
bem distante das metas nacionais, propostas pelo MS, de taxa de abandono
inferior a 5% e de cura em torno de 85% (MS, 2003; BRITO et al., 2004;
PAIXÃO e GONTIJO, 2007; XAVIER e BARRETO, 2007).
Tal dificuldade em cumprir as metas se deve principalmente à grande
dimensão territorial do país, com diferenças regionais e culturais marcantes;
à participação tímida da mobilização social no controle da doença
(RODRIGUES et al., 2007); às expressivas desigualdades sociais; à AIDS e,
de acordo com o próprio MS (2003), às fragilidades da organização do
sistema de saúde e às deficiências de gestão para o controle da doença que
limitam a ação da tecnologia capaz de curá-la.
24
Desta forma, os indicadores de desempenho do PNCT situam o Brasil
em posição desfavorável, inclusive na América Latina. Em Cuba, por
exemplo, a aplicação do DOTS e a eficiente organização das unidades de
saúde resultaram em declínio constante da incidência de TB, sendo que,
atualmente, seus níveis de morbi-mortalidade por TB são próximos aos
encontrados em países desenvolvidos (DYE et al., 1999; COURTA et al.,
2003).
Embora não existam dados indicativos de que a resistência aos
fármacos seja um grande problema em nosso meio (TELLES et al., 2005;
BRAGA et al., 1999), não deve ser negligenciado o risco de um aumento de
sua prevalência derivada principalmente, de casos de abandono de
tratamento ou de recidivas (CAMPOS et al., 2000; OLIVEIRA e MOREIRA et
al., 2000a; BRAGA de LIMA et al., 2001; HIJAR, 2005; DALCOMO et al.,
2007).
No município de São Paulo, à semelhança do que ocorre no país
como um todo, a TB ainda apresenta elevadas taxas de morbi-mortalidade e
os indicadores de desempenho do programa não são favoráveis. Dados
oficiais apontam taxas de incidência e de mortalidade, respectivamente, de
64,2 e 4,3/100.000 habitantes, em 2003, enquanto que, em 2004, as taxas
de cura e de abandono foram, respectivamente, de 74% e 11% (MSP, 2005).
Tais indicadores apresentam-se como um paradoxo em face da
existência de sua ampla rede de serviços básicos de saúde e a garantia de
acesso universal e gratuito ao diagnóstico e ao tratamento. Por outro lado, a
análise rotineira dos dados obtidos pela vigilância, mesmo sendo
25
instrumento indispensável ao contínuo aprimoramento do programa,
apresenta algumas limitações em face da necessidade de acompanhamento
de coorte numerosa de pacientes, fato que implica em retardos na
informação e na dificuldade de obtenção integral dos dados necessários.
História natural da TB
A epidemiologia da TB é complexa e o conhecimento da sua história
natural é indispensável para a elaboração de estratégias para seu controle
(MURRAY et al., 1993; RAJA, 2004). A TB humana é causada
principalmente pelo Mycobacterium tuberculosis, sendo a pulmonar, a forma
clínica mais comum, com cerca de 80% dos casos (MURRAY et al., 1993;
DYE e FLOYD, 2006).
A transmissão da infecção pelo Mycobacterium tuberculosis ocorre
mais comumente a partir de um paciente com TB pulmonar ou laríngea que
ao tossir e/ou espirrar seja capaz de eliminar e disseminar secreções oro-
nasais contendo o bacilo de Koch (BK) para outro indivíduo susceptível a
esse agente. A maioria das fontes de infecção humana é formada por
pacientes que apresentam baciloscopia de escarro positiva, ou seja, que
eliminam no mínimo 5 x 10
3
BK/mL de escarro (LANGMUIR, 1961; MURRAY
et al., 1993; MARKS, et al., 2000; REICHLER et al., 2002; ALSEDÀ e
GODOY, 2003; SINGH et al., 2005; TORNEE et al., 2005; DYE e FLOYD,
2006).
As secreções eliminadas pelas fontes de infecção, quando
apresentam dimensões inferiores a 100 micra ao se ressecarem, recebem a
26
denominação de núcleos de Wells. Nessas condições, são capazes de
flutuarem por longas distâncias e por períodos prolongados, mantendo a
viabilidade do BK por vários dias, desde que em condições favoráveis, ou
seja, ambiente úmido e sem insolação (WELLS, 1934; RILEY et al., 1959;
LANGMUIR, 1961).
Ao atingirem os alvéolos pulmonares dos indivíduos expostos, os
núcleos de Wells com dimensões de até cinco micras contendo BK, poderão
promover uma resposta inflamatória inespecífica, estabelecendo um foco
pulmonar a partir de uma disseminação linfática até o gânglio satélite
formando o chamado complexo pulmonar primário ou complexo de Ranke
(WELLS, 1934; RILEY et al., 1959; LANGMUIR, 1961; MS, 2002).
De duas a oito semanas após a primo-infecção, os granulomas
formados ao redor de antígenos de Mycobacterium tuberculosis evoluirão
para fibrose e/ou calcificação, impedindo o estabelecimento da doença para
aproximadamente 90% dos indivíduos primo-infectados que assim, não são
capazes de transmitir o agente (Figura 1) (McKINNEY et al., 1998; RAJA,
2004).
Os 10% restantes de indivíduos primo-infectados desenvolverão a TB,
sendo que metade apresentará a TB primária nos dois a três primeiros anos
após a primo-nfecção, enquanto que os outros 5% primo-infectados
desenvolverão, muitos anos mais tarde, a TB pós-primária (Figura 1)
(McKINNEY et al., 1998).
27
A TB primária é resultante da progressão do complexo pulmonar
primário, sendo a forma miliar a mais grave (MS, 2002; MURRAY et al.,
2003).
Já a TB pós-primária origina-se, na maioria dos casos, da reativação
endógena, ou seja, ocorre através da reativação de um foco quiescente (BK
que se encontrava em inatividade metabólica). Apesar de constituir tema
controverso, se aceita que a TB pós-primária pode originar-se também de
uma reinfecção exógena, ou seja, resultante de uma nova infecção (Figura
1) (CANETTI, 1972; MURRAY et al., 1993; MS, 2002; CHIANG e RILEY,
2005; DYE e FLOYD, 2006; MELO et al., 2005).
A reativação endógena e a reinfecção exógena são indistinguíveis
clinicamente, no entanto, podem ser diferenciadas entre si através da
aplicação de técnicas de biologia molecular como restriction fragment length
polymorphisms (RFLP). (VAN RIE et al., 1999; GARCIA DE VIEDMA et al.,
2002; LAMBERT et al., 2003; JASMER et al., 2004; WARREN et al., 2004;
VERVER et al., 2005; CHAING e RILEY, 2005 ; COX et al., 2006).
28
Figura 1. Diagrama com a fisiopatogenia da tuberculose (TB) em indivíduos
imunocompetentes a partir da primo-infecção pelo Mycobacterium
tuberculosis.
Fonte: Adaptado do texto de McKINNEY et al., 1998.
Fatores associados ao adoecimento por TB
Estima-se que cerca de um bilhão e meio de pessoas no mundo vive
em condições de absoluta pobreza e em situação vulnerável a doenças
infecciosas como TB, AIDS e malária. O conceito de vulnerabilidade abrange
fatores individuais, domiciliares ou da comunidade, ambientais e
institucionais que modulam a variação no impacto da doença entre
indivíduos de diferentes comunidades (BATES et al., 2004a; BATES et al.,
2004b). Deste modo, tal conceito permite que os programas de controle da
Indiv
Indiv
í
í
duo infectado
duo infectado
e doente
e doente
Indiv
Indiv
í
í
duo primo
duo primo
-
-
infectado
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Transmissão do bacilo
(Permanece restrito
(Permanece restrito
à
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primo infec
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ão)
ão)
~ 90%
~ 90%
~ 5%
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ó
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-
-
prim
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(Reativa
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~ 5%
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(Em 2
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3 anos ap
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ão)
29
doença não focalizem apenas os grupos de riscos, mas também aspectos
relativos a fatores sócio-econômicos e dos serviços de saúde que interferem
na vulnerabilidade do indivíduo (BATES et al., 2004a; BATES et al., 2004b).
A infecção pelo Mycobacterium tuberculosis é a causa necessária
para o adoecimento por TB, porém não é a causa suficiente, existindo:
i) fatores individuais como sexo, idade, genéticos, imunidade e co-
morbidades como AIDS e diabetes; ii) fatores domiciliares ou da
comunidade como condições habitacionais, estado nutricional, educação e
comportamento do paciente (etilismo e usuários de drogas); iii) fatores
ambientais e institucionais como resistência a drogas e atribuídos aos
serviços de saúde (RIEDER et al., 1989; RIEDER, 1995; ANTUNES e
WALDMAN, 2001; BATES et al., 2004a; BATES et al., 2004b; RAJA, 2004).
Tomando como referencial o conceito de vulnerabilidade, se
analisarmos o sexo e a idade entre os fatores individuais que condicionam o
comportamento da TB na comunidade, verificaremos que o sexo masculino
formaria um grupo mais vulnerável e nos países desenvolvidos, os mais
idosos, independentemente do sexo (POWELL et al., 1980; HOLMES et al.,
1998). Ainda entre os fatores individuais que influenciam a vulnerabilidade à
TB temos: o período pós-parto entre as mulheres, a imunodepressão
induzida por medicamentos ou por doenças como a hemofilia, linfomas,
insuficiência renal, nefropatias graves e a AIDS (BELLUOMINI et al., 1995;
RAVIGLIONE et al., 1995; CARVALHO et al., 2001; BATES et al., 2004a;
BATES et al., 2004b).
30
O advento da AIDS determinou um impacto importante na incidência da
TB, por aumentar consideravelmente o risco de adoecimento em decorrência
da imunodepressão que eleva o risco da reativação de infecções latentes ou
por promover a evolução mais rápida de infecções recentes para a doença e
para óbito (BELLUOMINI et al., 1995; RAVIGLIONE et al., 1995;
LIENHARDT e RODRIGUES, 1997; FRIEDEN, 2002; BATES et al., 2004a).
Mesmo com a real dificuldade de dissociar a influência do meio
ambiente da predisposição genética do indivíduo de desenvolver TB, alguns
estudos mostraram associação entre a doença e polimorfismos de genes do
receptor da vitamina D e da resposta imune celular como de alelos de
human leukocytes antigens (HLA), natural resistance - associated
macrophage protein (NRAMP1) e interleucina -1 (IL-1) (BELLAMY et al.,
1998; SINGH et al., 1983; WILKINSON et al., 2000). Além disso, há
evidências que sugerem que a diferença na incidência de TB entre homens
e mulheres se deve também a diferenças genéticas (BELLAMY et al., 2000;
FRIEDEN et al., 2003; BATES et al., 2004a; BATES et al., 2004b).
Por outro lado, entre os fatores do domicílio ou da comunidade que
condicionam a vulnerabilidade à TB, destacam-se as condições de privação
em que vivem indivíduos em regiões em desenvolvimento, mas que também
atingem os segmentos mais pobres dos países industrializados. Em tais
circunstâncias, o risco de adoecer por TB é bem mais elevado, sendo
particularmente encontrado entre migrantes, minorias étnicas, em moradores
de rua, em indivíduos que vivem em condições de pobreza (CDC, 1987;
RIEDER, et al., 1989; GONÇALVES et al., 1999; CAMPOS et al., 2000).
31
Fatores tão importantes quanto os anteriores incluem: indivíduos das
categorias alcoolistas; usuários de drogas; aqueles que vivem em
comunidades fechadas como presídios, manicômios, abrigos e asilos; ter
baixo nível de escolaridade; trabalho sem vínculo empregatício;
desestruturação familiar e elevada aglomeração de pessoas por domicílio;
trabalhar no setor de saúde; ser comunicante de casos bacilíferos; ser
contato intradomiciliar por sua maior proximidade e maior tempo de
exposição; ter história de silicose, desnutrição e apresentar deficiências de
vitaminas D, ferro e zinco (MARKS, et al., 2000; WILKINSON et al., 2000;
REICHLER et al., 2002; FRIEDEN et al., 2003; BATES et al., 2004a; MELO
et al., 2005; ABRAHÃO et al., 2006).
Entre os fatores ambientais e institucionais que condicionam a
vulnerabilidade a TB, destacam-se a imigração e a baixa efetividade dos
serviços de saúde, principalmente os relativos à demora no diagnóstico e no
tratamento da doença, que poderiam ser evitados através de um treinamento
apropriado dos profissionais de saúde. Um foco importante desse
treinamento é o de capacitar a equipe de saúde no rastreamento sistemático
de pacientes sintomáticos respiratórios para o diagnóstico precoce da TB,
além de, através de medidas educacionais, promoverem o melhor
conhecimento dos pacientes em relação à doença (ENARSON, 1994;
BATES et al., 2004b; DOS SANTOS et al., 2005).
32
Evolução do tratamento da TB
Antes do advento da quimioterapia, a TB era uma doença de evolução
grave em que 50% dos casos evoluíam para óbito, 25% para a cronicidade e
os 25% restantes se curavam espontaneamente (ROUILLON et al., 1976;
ENARSON, 1994). Atualmente, através de um tratamento adequado aliado a
adesão apropriada dos pacientes, a transmissão do BK se reduz
rapidamente nos quinze a trinta dias subseqüentes ao início do tratamento e
praticamente 100% dos casos associados ao Mycobacterium tuberculosis
sensível à quimioterapia, são curados (OPAS, 1983; PREZ e GOODWIN,
1985).
Existem, no entanto, fatores que constituem obstáculo para cura,
prolongando o período de transmissibilidade da doença e que acarretam
resultados desfavoráveis ao tratamento, aumentando o risco de formas
graves, inclusive o óbito e elevando o custo econômico e social da doença
(ALBUQUERQUE et al.,2001; FARAH et al., 2005; FERREIRA et al., 2005).
Ainda hoje, cerca de dois milhões de pessoas morrem anualmente por
TB, em todo o mundo. Entre os principais fatores individuais que aumentam
a vulnerabilidade dos doentes para evolução grave da TB, inclusive para
óbito temos: a idade avançada, co-morbidades como estágio avançado de
doença renal, silicose, diabetes e especialmente a co-infecção pelo HIV
(BORGODOFF et al., 1998; LINDOSO, 2004; FARAH et al., 2005).
A co-infecção TB-HIV elevou as taxas de mortalidade dos casos de
TB de tal forma que em torno de 12% dos óbitos de TB em todo o globo
podem ser atribuídos à co-infecção (CORBETT et al., 2003).
33
Entre os fatores de vulnerabilidade para formas graves e óbito por TB,
relativos ao domicílio e/ou a comunidade, cabe citar: residir em asilos,
desnutrição, alcoolismo, adicção a drogas ilegais e, indiretamente, a baixa
escolaridade que diminui a percepção da doença (GARCÍA-GARCÍA et al.,
2002; LINDOSO, 2004; FERREIRA et al., 2005).
Entre os fatores ambientais e institucionais que condicionam a
vulnerabilidade às formas graves e óbito por TB, destacam-se: a infecção
por cepas MDR, baixa adesão ao tratamento, demora do diagnóstico,
história pregressa de TB (GARCÍA-GARCÍA et al., 2002; FRIEDEN et al.,
2003; LINDOSO, 2004).
Aspectos relativos ao retratamento de TB
Desde 2005, o grupo denominado “STOP-TB” constituído pela OMS,
Banco Mundial, Centers for Diseases Control and Prevention (CDC) e outros
parceiros como órgãos não governamentais (ONG) tem desenvolvido
atividades com o objetivo de aprimorar os serviços de saúde focalizando
especialmente a importância dos casos de retratamento (ZIGNOL et al.,
2007). Isto porque, esses casos necessitam de investigações laboratoriais
mais complexas, com esquemas especiais de tratamento que além de mais
caros, ampliam o período de utilização de medicamentos e a ação tóxica dos
mesmos (KRITSKI et al., 1997; EL SAHLY et al., 2004; ZIGNOL et al., 2007).
Este grupo de pacientes previamente tratados é formado por pessoas que
abandonaram o tratamento anterior ou apresentaram falência do tratamento
34
inicial, ou ainda, recidiva após cura do tratamento anterior (CAMPOS et al.,
2000; SEVIM et al., 2002; ZIGNOL et al., 2007).
Entende-se por abandono ao tratamento, todos os casos em que o
paciente deixou de tomar as drogas anti-TB por mais de 30 dias
consecutivos, conforme norma do PNCT brasileiro (2000).
O abandono está associado a fatores biológicos, sócio-econômicos e
ambientais como ser do sexo masculino, baixa escolaridade, ser
desempregado, alcoolista e usuário de drogas ilícitas (RIBEIRO et al., 2000;
DIEL e NIEMANN, 2003; CHAN-YEUNG et al., 2003; CAYLÀ et al., 2004;
FERREIRA et al., 2004; FERREIRA et al., 2005).
A falência do tratamento, geralmente associada à TB multidroga-
resistente (TBMDR), caracteriza-se pela persistência de BK viável por muitas
semanas ou meses na vigência do tratamento, comprovada por exames
bacteriológicos, ou, na sua ausência, por exames clínicos e radiológicos,
sugerindo a doença em progressão (KRITSKI et al., 1997; WALLIS et al.,
2000; MELO et al., 2003; ZIGNOL et al., 2007).
Fatores associados à recidiva
A OMS define como recidiva de TB para todo paciente previamente
tratado dessa doença com êxito, ou seja, que obteve cura, mas que
apresenta um novo episódio de TB comprovado por baciloscopia ou cultura
(OMS, 2006).
A recidiva ocorre através da capacidade de persistência do BK, ou
seja, capacidade de sobrevivência do agente através de seu metabolismo
35
lento e irregular mesmo sob a aplicação correta das drogas anti-TB, mas,
após a quimioterapia, sob condições favoráveis, torna-se metabolicamente
ativo e se multiplica novamente (OLIVEIRA e MOREIRA, 2000b).
De um modo geral, se aceita que a recidiva origina-se da reativação
endógena do BK persistente. No entanto, existe um número crescente de
estudos que consideram a possibilidade de que o novo evento após a cura
decorra de reinfecção exógena (SONNENBERG et al., 2001; GARCIA DE
VIEDMA et al., 2002; LAMBERT et al., 2003; JASMER et al., 2004; VERVER
et al., 2005; COX et al., 2006).
A recidiva quando se origina da reativação endógena, tende a ser
mais freqüente nos dois primeiros anos após término da quimioterapia e seu
risco diminui com o tempo (GRZYBOWSKI et al., 1966). Por sua vez, a
reinfecção exógena apresenta um risco mais ou menos constante ao longo
do tempo, podendo ocorrer em qualquer momento após a cura (LAMBERT
et al., 2003; VERVER et al., 2005).
Em países com baixa incidência de TB, a recidiva é atribuída quase
que exclusivamente à reativação endógena, enquanto que em regiões com
elevada prevalência de TB, acredita-se que o novo episódio de TB após a
cura seja resultante, em boa proporção, pela reinfecção exógena (VAN RIE
et al., 1999; SONNENBERG et al., 2001; GARCIA DE VIEDMA et al., 2002;
LAMBERT et al., 2003; JASMER et al., 2004; COX et al., 2006).
Os fatores associados à recidiva ainda são motivo de polêmica na
literatura internacional. Isto porque, o risco de recidiva é menor que 5% para
esquemas de tratamentos de seis meses com rifampicina e assim, existem
36
poucos estudos sobre esse tema (OLIVEIRA e MOREIRA, 2000b; CHANG
et al., 2004; KHAN et al., 2006; CHANG et al., 2006). No entanto, já é sabido
que o risco da recidiva se eleva para 20% ou mais na presença de vários
fatores como será apresentado a seguir (CHANG et al., 2006).
Não existe ainda consenso a respeito da associação entre recidiva e
sexo, idade, desnutrição, MDR, presença de cavitação, história de silicose
ou gravidade inicial da doença (ABER et al., 1978; KRITSKI et al., 1997;
OLIVEIRA e MOREIRA, 2000b; LAMBERT et al., 2003; CHANG et al., 2004;
KHAN et al., 2006; CHANG et al., 2006).
Em um estudo de caso controle-aninhado a uma coorte prospectiva
em Hong-Kong, realizado entre 1998 e 2000, verificou-se a associação da
recidiva com cavitação pulmonar, gravidade inicial da doença, diabetes e
fatores relacionados ao tratamento como a utilização de esquema
terapêutico administrado três vezes por semana, ao invés de terapia diária
(CHANG et al., 2004).
No entanto, CHANG et al. (2004) não investigaram MDR por
excluírem esses pacientes do estudo, nem a co-infecção com HIV pela não
existência de indivíduos com esta característica no grupo estudado, bem
como fatores importantes como sexo e idade por terem sido pareados com
os controles. Por sua vez, ABER et al. (1978) e BANDERA et al. (2001) e
SEVIM et al. (2002) mostraram que a pré-existência de MDR resultou em
maiores taxas de recidiva; enquanto que outros autores não observaram a
associação entre recidiva e MDR (VAN RIE et al., 1999; JOHNSON et al.,
2000).
37
Fatores biológicos que induzem a imunodepressão como apresentar
AIDS, diabetes e história de silicose estão associados ao desenvolvimento
das recidivas (OLIVEIRA e MOREIRA, 2000b). No entanto, a co-infecção
com HIV não se apresentou associada à reativação endógena e sim à
reinfecção exógena (VAN RIE et al., 1999; SONNENBERG et al., 2001;
LAMBERT et al., 2003). Já BANDERA et al. (2001) mostraram associação
da recidiva com a co-infecção com HIV.
A desnutrição não se apresentou associada à recidiva no estudo
realizado por OLIVEIRA e MOREIRA (2000b). Mas para KHAN et al. (2006),
indivíduos com baixo peso, ao ganharem peso menor ou igual a 5% durante
os dois primeiros meses de tratamento apresentaram associação com a
recidiva, mesmo após controle dos fatores sexo, idade, presença de
cavitação.
Já ter reações adversas à medicação e uso irregular de drogas anti-
TB apresentam-se associados à recidiva (OLIVEIRA e MOREIRA, 2000b;
CHANG et al., 2004; CHANG et al., 2006).
OLIVEIRA e MOREIRA (2000b) verificaram que ser alcoolista e
apresentar familiar com TB estão associado à recidiva. No entanto, nesse
estudo temos a limitação de não definir se o familiar apresentou TB antes ou
depois do paciente em estudo. Porém, estudo realizado por BATISTA (2007)
não encontrou associação entre recidiva e ser alcoolista.
Alguns autores encontraram associação do tabagismo com a recidiva
(MAURYA et al., 2002; THOMAS et al., 2005; DAVIES et al., 2006;
BATISTA, 2007).
38
Estudos revelaram a importância de fatores institucionais para a
recidiva como esquema terapêutico, duração do tratamento, tratamento e
dosagem inadequados e a não adesão ao tratamento (KOPANOFF et al.,
1988; OLIVEIRA e MOREIRA, 2000b; LAMBERT et al., 2003; CHANG et al.,
2004; CHANG et al., 2006).
O melhor conhecimento dos fatores associados às recidivas e o
melhor conhecimento do papel da reinfecção exógena nos casos de recidiva
constitui um desafio ao aprimoramento das estratégias de controle da
doença, sendo que, o tratamento efetivo proporcionará menos casos de
recidivas, falência e TBMDR. Assim, propiciarão no longo prazo, a redução
da transmissão da doença (LAMBERT et al., 2003).
No Brasil, apesar de relevante para o aprimoramento das estratégias
de controle da TB, os estudos de base populacional que analisaram fatores
associados aos retratamentos, decorrentes de abandono do esquema
anterior e da recidiva, são escassos em nosso meio, sendo a maioria deles
realizada em hospitais ou a partir de dados do sistema de vigilância da TB
(KRITSKI et al., 1997; NATAL et al., 1999; RIBEIRO et al., 2000;
ALBUQUERQUE et al., 2001; CARVALHO et al., 2001; PAIXÃO e
GONTIJO, 2007).
Na revisão que efetuamos na literatura, os estudos brasileiros de base
populacional encontrados investigaram a associação do abandono do
tratamento e fatores biológicos e da comunidade através de uma coorte
prospectiva em Pelotas-RS e de coorte retrospectiva em Cuiabá-MT
(COSTA et al.,1998; FERREIRA et al., 2005).
39
Tais estudos, no entanto, não contemplaram investigações sobre
outros tipos de casos de retratamento como o caso de recidiva, assim como,
o seguimento dos pacientes foi de até seis meses. LAMBERT et al. (2003)
propõem a necessidade de seguimento de no mínimo dois anos para que a
incidência de novos episódios de TB após a cura possa ser melhor
estimada. Além disso, estes dados são importantes por complementar
informação disponíveis nos bancos da vigilância da TB.
OLIVEIRA e MOREIRA (2000b) investigaram fatores individuais e
institucionais associados à recidiva em Campinas através de um estudo de
caso-controle. No entanto, o estudo da AIDS como fator foi impossibilitado
pelo fato de se encontrar entre pacientes que estavam dentro do critério de
exclusão do estudo como ser presidiário ou ter evoluído para óbito.
Em um estudo de caso-controle aninhado a uma coorte prospectiva
em Recife, BATISTA (2007) identificou as seguintes exposições associadas
à recidiva: tabagismo; renda familiar inferior a dois salários mínimos e residir
em áreas sem a cobertura do Programa de Saúde da Família (PSF).
BATISTA (2007) ressalta que o acesso aos serviços de saúde tem sido
facilitado com a criação do PSF que, desde 2000, vem promovendo a
descentralização dos serviços de saúde com a transferência das atividades
relacionadas à TB para as unidades primárias de saúde.
O presente estudo teve por objetivo investigar fatores associados aos
retratamentos por recidiva, por abandono e por abandono com evolução a
óbito. A estratégia utilizada foi a de um estudo caso-controle não pareado
aninhado a uma coorte prospectiva de pacientes formada de casos com TB
40
pulmonar, confirmados por isolamento da Mycobacterium tuberculosis em
cultura de escarro, entre maiores que treze anos, de ambos os sexos
residentes em área periférica do Município de São Paulo. À semelhança de
OLIVEIRA e MOREIRA (2000b), a dificuldade de consenso a respeito de
exposições associadas à recidiva, levou à realização de um estudo não
pareado.
41
II- OBJETIVOS
Objetivo geral
Investigar fatores associados ao retratamento da TB decorrente de
recidiva, de abandono do esquema terapêutico e ao óbito por TB entre
pacientes submetidos à retratamento por abandono do esquema terapêutico,
para pacientes com forma pulmonar, de ambos os sexos, maiores que treze
anos, residentes em área periférica do município de São Paulo.
Objetivos específicos
1. Descrever as principais características dos casos e dos controles
em cada um dos três estudos, segundo fatores biológicos, sócio-
econômicos, ambientais e institucionais.
2. Estimar a associação entre fatores biológicos, sócio-econômicos,
ambientais e institucionais e cada um dos desfechos de interesse.
3. Estimar para cada um dos três desfechos, a proporção de casos
atribuíveis a cada uma das exposições associadas independentemente das
demais.
42
III - CASUÍSTICA E MÉTODOS
Características da área de estudo
A área de estudo abrange 13 distritos localizados na Zona Norte do
Município de São Paulo (Tremembé, Tucuruvi, Santana, Jaçanã, Vila
Medeiros, Vila Guilherme, Mandaqui, Casa Verde, Vila Maria, Freguesia do
Ó, Brasilândia, Limão e Vila Nova Cachoeirinha), que pertencem à sétima
Região Administrativa do município. São distritos residenciais, predominando
famílias de classe média e média baixa. O Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) desta região variou de 0,668 no Distrito de Santana a 0,432
em Brasilândia em 2000, no entanto, a maioria deles apresenta um IDH
baixo, ou seja, inferior a 0,50 (MSP, 2002a).
Esta área contava, em 2000, com cerca de 1.600.000 habitantes,
entre os quais foram registrados em torno de 30% de todos os casos de TB
do município. As condições habitacionais da população em estudo são
exemplificadas nas figuras 2 e 3.
43
Figura 2: Visão geral de uma das comunidades aonde reside pacientes
incluídos no estudo. 2001 - 2006. São Paulo-SP.
Figura 3: Interior de um dos domicílios de pacientes incluídos no estudo,
exemplificando as condições propícias para a transmissão do
Mycobacterium tuberculosis. 2001 - 2006. São Paulo-SP.
44
Características da população de estudo
Este estudo faz parte do projeto “Epidemiologia e Patogênese da
Tuberculose em área Metropolitana de São Paulo” que se propõe a
compreender melhor os fatores biológicos do Mycobacterium tuberculosis e
características epidemiológicas relacionadas à dinâmica de transmissão da
TB, buscando informações que possam auxiliar na identificação de grupos
de maior risco que devam merecer atenção especial da proposta do DOTS.
A população de estudo foi formada por uma coorte prospectiva de 420
pacientes de ambos os sexos, maiores que treze anos de idade,
selecionados entre abril de 2001 a maio de 2002 e acompanhados até 31 de
dezembro de 2006. TELLES et al. (2005) realizaram um estudo com essa
mesma população, mas com o enfoque na resistência às drogas e
considerando o período no qual os pacientes foram selecionados (2001-
2002).
Os 420 pacientes foram selecionados entre indivíduos encaminhados
com suspeita de TB por outras Unidades de Saúde ou que procuraram
espontaneamente atendimento num dos seguintes Serviços Públicos de
Saúde localizados na Região Norte do município de São Paulo: Centros de
Referência de doenças sexualmente transmissíveis (DST/AIDS) de Santana
e da Freguesia do Ó (esses serviços centralizavam, durante parte da
primeira fase deste estudo, não só atendimento de DST/AIDS, mas também
de casos de TB na região), o Ambulatório do Hospital Geral do Mandaqui e o
Ambulatório de Especialidades de Tucuruvi.
45
O diagrama com a distribuição dos pacientes segundo os desfechos
de interesse à época da seleção da coorte está apresentado na Figura 4.
Dos 298 pacientes virgens de tratamento, 221 evoluíram para cura, 49 para
abandono, 20 para óbito e ocorreram oito perdas (Figura 4). Enquanto que
entre os 122 pacientes que apresentaram história pregressa de TB
pulmonar, 59 evoluíram para cura, 41 para abandono, 15 para óbito. Em
relação aos sete restantes houve perda de seguimento.
Os pesquisadores envolvidos nesta fase do estudo, não interferiram
nas normas de atendimento ou nos esquemas terapêuticos utilizados pelos
profissionais dessas unidades.
Figura 4: Distribuição dos pacientes segundo os desfechos do tratamento
da TB pulmonar, à época da seleção da coorte. 2001-2002. São Paulo SP.
46
Principais características dos pacientes com TB pulmonar à
época da sua inclusão na coorte
A presente pesquisa foi desenvolvida na forma de três estudos caso-
controle aninhados a uma coorte prospectiva formada por 420 pacientes
com TB pulmonar confirmada por isolamento do Mycobacterium tuberculosis
de amostra de escarro.
As principais características dos pacientes que formam esta coorte
são as seguintes: 71,5% pertenciam ao sexo masculino; 7,4%, 78,9% e
12,4% pertenciam, respectivamente, aos grupos etários de 15 a 19, 20 a 49
e de 50 anos ou mais; 45,9% nasceram no município de São Paulo, 36% em
outros Estados da Federação que não São Paulo, 63,1% possuía menos de
quatro anos de estudo formal; 21,7% estavam desempregados no momento
do diagnóstico.
À época da inclusão no estudo, 71,0% deles não apresentavam
história anterior de TB, 8,2% eram diabéticos, 48,6% tabagistas, 67,7%
referiam história de alcoolismo e 16,4% eram infectados pelo HIV.
A prevalência de resistência a uma única droga foi 9,6% para o total
de casos estudados, enquanto a multirresistência foi de 5,4% para o total de
casos estudados, variando de 1,4% entre os casos novos e 17,0% entre os
previamente tratados.
Á época da seleção dos integrantes da coorte, 280 (66,7%) evoluíram
para cura, 90 (21,4%) abandonaram o tratamento e 13 (3,1%) evoluíram
para óbito por TB e 22 (5,2%) por co-infecção HIV/TB.
47
As principais características dos subgrupos da coorte, segundo os
desfechos identificados durante o seguimento de 2001 a 2006 e dos quais
foram selecionados os casos e os controles dos três estudos apresentados
nesta pesquisa são apresentadas na Tabela 1. Esses dados são
consistentes ao demonstrar diferença, algumas expressivas, entre eles,
verificamos, por exemplo, uma forte participação do sexo masculino entre os
que foram a óbitos entre os retratados; nos grupos de retratados por
abandono e os que evoluíram para óbitos temos um claro predomínio do
grupo etário de 20 a 49 anos, de baixa escolaridade, de TBMDR, de co-
infecção HIV/TB, de história de alcoolismo e de regime prisional.
Por sua vez, o tabagismo é menos freqüente entre os que se curaram
sem novo episódio, a diabetes é menos freqüente entre os retratamentos por
abandono, diferindo dos três outros grupos. No entanto, não verificamos
diferenças segundo raça/etnia. (Tabela 1).
Ao final do período de seguimento (31 de dezembro de 2006),
verificamos que 202/420 (48%) pacientes que formam a coorte se curaram
sem apresentar novo episódio (Tabela 1). Dos que apresentaram dois ou
mais episódios, incluindo os anteriores ao início do estudo 61/420 (14,5%)
foi por recidiva, 105/420 (25%) decorreu de retratamento por abandono do
esquema terapêutico e 41/420 (9,8%) retratados evoluíram a óbito por TB ou
co-infecção HIV/TB (Tabela 1).
48
Tabela 1. Principais características dos grupos de pacientes com
tuberculose (TB) pulmonar, dos quais foram selecionados os casos e
controles da presente investigação. 2001-2006..São Paulo (SP).
Características
Cura sem
Retratamento
n (%)
n=202
Recidiva
n (%)
n=61
Retratamento
p/abandono
n (%)
n=105
Óbito* no
retratamento
p/abandono
n (%)
n=41
Sexo
Feminino 63 (31,2%) 20 (32,8%) 25 (23,8%) 4 (9,8%)
Masculino 139 (68,8%) 41 (67,2%) 80 (76,2%) 37 (90,2%)
Idade (anos)
13-19 24 (11,9%) 2 (3,3%) 4 (3,8%) 0 (0,0%)
20-49 152 (75,2%) 46 (75,4%) 94 (89,5%) 38 (92,7%)
50 26 (12,9%) 13 (21,3%) 7 (6,7%) 3 (7,3%)
Etnia
Branca 57 (42,9%) 24 (49,0%) 27 (36,5%) 12 (42,9%)
Negra/ Parda 76 (57,1%) 25 (51%) 47 (63,5%) 16 (57,1%)
Escolaridade
4 ou mais 85 (42,5%) 25 (41,7%) 25 (24,5%) 8 (20,5%)
Menor de 4 115 (57,5%) 35 (58,3%) 78 (75,7%) 31 (79,5%)
MDR
Não 201 (99,5%) 58 (95,1%) 87 (82,9%) 29 (70,7%)
Sim 1 (0,5%) 3 (4,9%) 18 (17,1%) 12 (29,3%)
HIV
Não 166 (93,3%) 41 (74,5%) 59 (63,4%) 16 (42,1%)
Sim 12 (6,7%) 14 (25,5%) 34 (36,6%) 22 (57,9%)
Diabetes
Não 174 (90,6%) 51 (91,1%) 88 (95,7%) 33 (91,7%)
Sim 18 (9,4%) 5 (8,9%) 4 (4,3%) 3 (8,3%)
Alcoolismo
Não 75 (40,3%) 17 (34,0%) 16 (18,6%) 3 (10,0%)
Sim 111 (59,7%) 33 (66,0%) 70 (81,4%) 27 (90,0%)
Tabagismo
Não 99 (56,6%) 22 (44,0%) 32 (43,2%) 9 (37,5%)
Sim 76 (43,7%) 28 (56%) 42 (56,8%) 15 (62,5%)
Regime Prisional
Não 185 (92,5%) 53 (86,9%) 79 (75,2%) 28 (68,3%)
Sim 15 (7,5%) 8 (13,1%) 26 (24,8%) 13 (31,7%)
Notas:*Óbito por tuberculose ou co-infecção HIV/TB.
49
Definições
Definimos como caso de TB pulmonar, pacientes de ambos os
sexos que, à época da inclusão no estudo residiam na região Norte do
Município de São Paulo, com 13 anos ou mais, apresentando quadro clínico
compatível com TB confirmado por cultura e isolamento do Mycobacterium
tuberculosis a partir de amostras de escarro.
A definição de cura de TB aplica-se a pacientes que ao
complementar o tratamento, obtiveram alta por cura, mediante negativação
de duas baciloscopias, ou quando não tiverem realizado exame de escarro
por ausência de expectoração, a alta tenha sido dada com base em dados
clínicos e exames complementares, conforme critérios do PNCT (MS, 2000).
Definimos como abandono ao tratamento, sempre que o paciente
deixar de tomar o esquema terapêutico anti-TB proposto, por mais de 30
dias consecutivos, conforme norma do PNCT (MS, 2000).
Para a investigação dos fatores associados a cada um dos três
desfechos de interesse, foi adotado como estratégia o estudo caso-controle
aninhado a uma coorte prospectiva. Casos e controles foram selecionados
para os três estudos após o final do período de seguimento (31/12/2006).
Os detalhes relativos ao delineamento, definições de casos e de
controles, critérios de inclusão e exclusão, assim como o cálculo do número
da amostra serão apresentados separadamente para cada um dos três
estudos, enquanto os demais itens da metodologia serão comuns.
50
Estudo 1: Fatores associados à recidiva
Modelo do Estudo
Trata-se de estudo tipo caso-controle não pareado aninhado a uma
coorte prospectiva. Para cada caso foram selecionados três controles.
Definição de caso
Definimos como caso de recidiva, pacientes sem história de
abandono do esquema terapêutico, antes ou após a sua inclusão na coorte e
que após o tratamento e a alta por cura da TB, tenham apresentado ao
menos um novo episódio da doença até 31 de dezembro de 2006.
Definição dos controles
Os controles foram os pacientes que ao ingressarem na coorte não
apresentavam história prévia de TB e que obtiveram alta por cura após o
término do tratamento, conforme normas do PNCT (MS, 2000) e não
apresentaram outro episódio de TB, durante o seguimento da coorte até 31
de dezembro de 2006.
Critérios de Inclusão e de Exclusão
Os casos de recidiva que não eram virgens de tratamento à época da
seleção da coorte (2001-2002) somente foram incluídos neste estudo caso-
controle, quando as informações dos episódios anteriores de TB eram
disponíveis no prontuário do paciente na unidade de saúde. Pacientes que
estiveram sob regime prisional foram excluídos do estudo.
51
Cálculo do tamanho da amostra
Para investigar fatores associados à recidiva, dispondo de 53 casos e
selecionando três controles para cada caso, o estudo apresentou nível de
5% de significância e um poder de 80% para detectar uma odds ratio igual
ou maior a 2,5 para taxas de exposição nos controles variando de 30% a
70%. Para esse cálculo utilizamos o software Epi-info versão 6.04.
Estudo 2: Fatores associados ao retratamento por abandono
Modelo do Estudo
Trata-se de um estudo tipo caso-controle não pareado aninhado a
uma coorte prospectiva. Para cada caso foram selecionados dois controles.
Definição de caso
Definimos como caso de retratamento por abandono do esquema
terapêutico, todos os pacientes incluídos na coorte que foram submetidos ao
menos a um segundo tratamento por abandono do anterior, durante o
seguimento da coorte até 31 de dezembro de 2006.
Definição dos controles
Os controles foram os pacientes que ao ingressarem na coorte não
apresentavam história prévia de TB e que obtiveram alta por cura após o
término do tratamento, conforme normas do PNCT (MS, 2000) e não
52
apresentaram outro episódio de TB, durante o seguimento da coorte até 31
de dezembro de 2006.
Critérios de Inclusão e de Exclusão
Os casos de retratamento que apresentavam episódios prévios à
época da seleção da coorte (2001-2002), somente foram incluídos neste
estudo caso-controle, quando havia informação sobre esses episódios
anteriores no prontuário do paciente, disponíveis na unidade de saúde, ou
no banco de dados da vigilância. Os pacientes cuja informação sobre o
desfecho do tratamento não pode ser obtida em nenhuma das fontes
consultadas foram excluídos do estudo, seja como caso, seja como controle.
Cálculo do tamanho da amostra
Para investigar fatores associados ao retratamento por abandono do
esquema terapêutico, dispondo de 85 casos e selecionando dois controles
para cada caso, o estudo apresentou nível de 5% de significância e um
poder de 80% para detectar uma odds ratio igual ou maior a 2,3 para taxas
de exposição nos controles variando de 30% a 70%. Para esse cálculo
utilizamos o software Epi-info versão 6.04.
53
Estudo 3: Fatores associados ao óbito por TB entre pacientes
retratados por abandono do esquema terapêutico
Modelo do estudo
Trata-se de um estudo tipo caso-controle não pareado, aninhado a
uma coorte prospectiva. Para cada caso foram selecionados três controles.
Definição de caso
Definimos como caso de óbito entre submetidos ao retratamento de
TB por abandono do esquema terapêutico anterior, aos ocorridos durante o
retratamento da doença no período de seguimento da coorte, até 31 de
dezembro de 2006.
Definição dos controles
Os controles foram os pacientes que ao ingressarem na coorte não
apresentavam história prévia de TB e que obtiveram alta por cura após o
término do tratamento, conforme normas do PNCT (MS, 2000) e não
apresentaram outro episódio de TB, durante o seguimento da coorte até 31
de dezembro de 2006.
Critérios de Inclusão e de Exclusão
Os casos de óbito no retratamento que apresentavam episódios de TB
prévios à época da seleção da coorte (2001-2002), somente foram incluídos
neste estudo caso-controle, quando havia informação sobre esses episódios
anteriores no prontuário do paciente, disponíveis na unidade de saúde, ou
no banco de dados da vigilância.
54
Somente foram incluídos entre os casos, os óbitos decorrentes da TB
ou associados à co-infecção HIV/TB. Os pacientes cuja informação sobre o
desfecho do tratamento não pode ser obtida em nenhuma das fontes
consultadas foram excluídos do estudo, seja como caso, seja como controle.
Cálculo do tamanho da amostra
Para investigar fatores associados ao retratamento por abandono com
evolução para óbito, dispondo de 41 casos e selecionando três controles
para cada caso, o estudo apresentou nível de 5% de significância e um
poder de 80% para detectar uma odds ratio igual ou maior a 2,6, para taxas
de exposição nos controles variando de 30% a 70%. Para esse cálculo
utilizamos o software Epi-info versão 6.04.
Fontes de dados
Os dados levantados à época da seleção dos pacientes que
compõem a coorte foram obtidos por entrevista dos pacientes na unidade de
atendimento com aplicação de questionário estruturado (Apêndice 1) e nos
prontuários médicos das unidades de atendimento. Durante o seguimento,
foram efetuadas duas visitas domiciliares com aplicação de questionários
estruturados (Apêndices 2 e 3). Informações complementares relativas aos
desfechos de interesse foram obtidas nas bases de dados do sistema de
vigilância da TB.
Exames bacteriológicos
Os exames bacteriológicos foram processados de acordo com a rotina
já estabelecida pelo Instituto Adolfo Lutz de São Paulo, utilizando–se
55
métodos já padronizados e recomendados pelo MS (MS, 1994). Dentro da
rotina das unidades que fizeram parte do projeto, solicitou-se o escarro para
exame direto e cultura de todos os casos suspeitos. As amostras eram
encaminhadas para o Laboratório Municipal da Freguesia do Ó. As culturas
positivas foram encaminhadas para o Setor de Micobactérias do Instituto
Adolfo Lutz, para a realização de teste de sensibilidade, e técnicas de
biologia molecular e testes de inibição aos compostos nitrogenados. O teste
de sensibilidade foi realizado pelo método da taxa de resistência e as drogas
testadas foram isoniazida, rimfampicina, pirazinamida, etambutol e
estreptomicina (COLLINS et al., 1997).
Procedimentos de coleta dos dados
As visitas domiciliares para entrevistas aplicando questionários
estruturados, padronizados e pré-codificados (Apêndices 2 e 3) foram
efetuadas por equipe treinada composta por duas entrevistadoras e uma
coordenadora de campo. Foi elaborado um manual de campo para a
padronização do trabalho da equipe.
Pré-teste
Testamos os questionários e os procedimentos para a coleta dos
dados através da realização de um pré-teste no Centro de Saúde Paula
Souza, Faculdade de Saúde Pública, USP-SP, para identificação de
ajustes necessários no questionário.
56
Variáveis de estudo
As variáveis de interesse selecionadas foram: biológicas (idade, sexo,
etnia referida, vacinação com BCG, diabetes, co-infecção HIV/TB); relativas
ao domicílio ou da comunidade (contato familiar com TB antes e/ou depois
do paciente), escolaridade, condição de trabalho, relativas ao
comportamento do paciente (tabagismo e alcoolismo), ter vivido sob regime
prisional; ambientais como TBMDR e institucionais (esquema de tratamento,
internação por complicações da TB, histórico anterior de TB, evolução do
tratamento, abandono do tratamento).
Preparação e manejo dos bancos de dados
Após a verificação e correção de possíveis erros ou outras falhas no
preenchimento dos instrumentos de coleta de dados, foram criados bancos
de dados eletrônicos mediante dupla digitação das informações por uma
profissional habilitada, utilizando o software Epi-Data versão 3.
Após a verificação da consistência dos dados, foram realizadas as
análises com os programas estatísticos Statistical Package for Social
Sciences (SPSS), versão 15, e STATA, versão 7. Antes da digitação dos
dados foi elaborado de um dicionário de variáveis.
Análise de dados
Inicialmente realizamos uma análise descritiva comparando casos e
controles para as variáveis de interesse. A análise comparativa usou os
57
testes do qui-quadrado de Pearson e o exato de Fischer para variáveis
categóricas, e o teste Kruskal-Wallis para variáveis contínuas.
Para a análise bi e multivariada tomamos como variáveis
dependentes, a recidiva, retratamento por abandono do esquema
terapêutico e óbito no retratamento por abandono do esquema terapêutico
anterior e como variáveis independentes, as exposições de interesse. A
existência de associação entre as variáveis dependentes e as exposições de
interesse foi investigada pelas estimativas não ajustadas e ajustadas das
odds ratio, com os respectivos IC
95%
, usando regressão logística não
condicional.
Incluímos no modelo final, as variáveis com relevância biológica e que
apresentaram p 0,20 nas análises bivariadas. Este modelo foi ajustado
através do procedimento progressivo passo-a-passo e a inclusão das
variáveis seguiu uma ordem crescente dos valores de OR. Avaliamos a
importância das variáveis para o modelo final através do teste da razão de
verossimilhança, considerando p < 0,05.
A proporção de casos atribuíveis a uma exposição (PAE) foi calculada
para todas as exposições que mostraram associação independentemente
das demais variáveis no modelo final, usando a fórmula (COUGHLIN et al.,
1994):
PAE = [p1 (OR-1)] / OR
onde p é a proporção de expostos entre os casos e a OR é a OR
ajustada para aquela exposição.
58
Considerações éticas
Este estudo observou as recomendações da Resolução nº 196 de
10/10/96 - Conselho Nacional de Saúde para Pesquisa Científica em Seres
Humanos. Todos os pacientes incluídos no estudo assinaram o Termo de
Consentimento Informado (Apêndice 4). Os autores da pesquisa se
comprometem a garantir o sigilo e a confidencialidade dos dados obtidos
durante a pesquisa e de utilizá-los exclusivamente para os objetivos
propostos pela pesquisa. O pesquisador assume, também, a
responsabilidade de divulgar os resultados da presente pesquisa aos setores
interessados, assim como em publicações científicas da área.
Este projeto foi submetido e aprovado pela Comissão de Ética da
Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (Nº processo:
Of.COEP/020/05) (Apêndice 5).
59
IV - RESULTADOS
A Tabela 2 apresenta os 61 casos de recidivas e os 105 casos de
retratamento por abandono, incluindo os ocorridos anteriorrmente à inclusão
dos pacientes no estudo, originando 242 eventos de retratamento, 76 por
recidiva e 166 por abandono de tratamento ao longo do seguimento até 31
de dezembro de 2006.
Tabela 2. Número de recidivas e de retratamentos por abandono ao longo
do seguimento de 2001 a dezembro de 2006, São Paulo, SP.
Nº de
eventos
de TB
Recidivas
Número de
eventos de
Recidiva
Retratamento
por abandono
Número de
eventos de
retratamento
por abandono
Total de
eventos de
Retratamento*
durante o
seguimento
1
49 49 65 65 114
2
9 18 22 44 62
3
3 9 15 45 54
4
0 0 3 12 12
Total
61 76 105 166 242
Nota: * Total de eventos de retratamento incluindo casos de recidiva e retratamento por
abandono.
Estudo 1: Fatores associados à recidiva
Comparando casos de recidiva e controles formados por curados sem
novo episódio, segundo características sócio-demográficas e vacinação com
BCG, verificamos que os casos são mais velhos, apresentam maior
proporção de indivíduos de cor branca (informação referida) e maior
escolaridade (Tabela 3).
60
Em relação às características clínicas e relativas ao tratamento, entre
os casos de recidiva, ocorreu maior proporção de esquema de tratamento
reforçado (41,7%), presença de MDR (5,7%), internação por complicações
da TB (30,0%) e hospitalização nos 24 meses prévios a TB na época da
inclusão do paciente no estudo (36,0%) se comparados aos controles.
(Tabela 4).
Quanto às co-morbidades, verificamos maior proporção entre os
casos se comparados aos controles da co-infecção HIV/TB (22,9%), do
alcoolismo (66,7%), de tabagismo (56,8%), de contato domiciliar com TB
prévio (43,6%) e posterior (27,8%) ao evento à época do ingresso do
paciente na coorte (Tabela 5).
Analisando somente os 298 pacientes virgens de tratamento, à época
do ingresso na coorte, encontramos 18 (6,0%) casos de recidivas, durante o
seguimento o seguimento até 31 de dezembro de 2006.
Na análise bivariada, encontramos associação direta entre recidiva e
idade de 20 a 49 anos (OR=2,0, IC
95
%
: 0,4-9,1), acima de 50 anos (OR =3,7;
IC
95
%
: 0,7–18,9), esquema de tratamento reforçado (OR= 13,1; IC
95
%
= 5,3 –
32,7), presença de MDR (OR= 9,5; IC
95%
= 1,0 – 93,2), internação por
complicações de TB (OR=2,5; IC
95%
: 1,1–6,0), hospitalização (independente
do motivo) nos últimos 24 meses prévios a TB (OR = 2,9; IC
95%
:1,4–5,9),
tabagismo (OR= 1,6; IC
95%
= 0,8 – 3,1), contato domiciliar prévio (OR= 1,6;
IC
95%
= 0,8 – 3,4), caso de TB no domicílio após o paciente (OR=3,3 ; IC
95%
:
1,2-8,6) (Tabelas 3, 4 e 5).
61
Por outro lado, etnia (OR = 0,7; IC
95%
= 0,3 – 1,4), escolaridade baixa
(OR = 0,8; IC
95%
= 0,4 – 1,5), ser vacinado com BCG (OR = 0,9; IC
95%
= 0,4 –
2,0) e presença de diabetes (OR = 0,8; IC
95%
= 0,3 – 2,6) mostraram-se
inversamente associadas à recidiva, porém com certo grau de incerteza
(Tabelas 3 e 5).
No modelo final da análise multivariada, as variáveis associadas à
recidiva, independentemente das demais foram: idade de 20 a 49 anos
(OR=1,7; IC
95%
: 0,3–11,1), idade igual ou superior a 50 anos (OR=3,3;
IC
95%
:0,4 – 28,3), co-infecção com HIV (OR=9,3; IC
95%
: 1,6–54,1), contato
domiciliar prévio (OR= 2,2; IC
95%
= 0,8 – 6,2), caso de TB no domicílio após o
paciente (OR=3,8; IC
95%
: 1,2-12,8); presença de diabetes (OR=1,6; IC
95%
:
0,3 –7,7), presença de MDR (OR=15,5; IC
95%
: 1,2 – 200,5) (Tabela 6).
Os PAE encontrados para as exposições que se mostraram
associadas à recidiva independente das demais estão apresentados na
Tabela 6.
62
Tabela 3. Fatores associados às recidivas de tuberculose (TB) entre
pacientes com a forma pulmonar, segundo características sócio-
demográficas e vacinação com BCG. São Paulo, SP, 2001 - 2006.
Características
Caso
n (%)
n=53
Controle
n (%)
n=159
OR bruto
IC
95%
Sexo
Feminino 19 (35,8) 59 (37,1) 1,0
Masculino 34 (64,2) 100 (62,9) 1,1 0,6 – 2,0
Idade (anos)
13-19 2 (3,8) 13 (8,2) 1,0
20-49 38 (71,7) 125 (78,6) 2,0 0,4 – 9,1
50 13 (24,5) 21 (13,2) 3,7 0,7 – 18,9
Etnia
Branca 21 (52,5) 47 (43,5) 1,0
Negra/ Parda 19 (47,5) 61 (56,5) 0,7 0,3 – 1,4
Escolaridade (anos)
4 ou mais 24 (46,2) 65 (41,1) 1,0
Menor de 4 28 (53,8) 93 (58,9) 0,8 0,4 – 1,5
BCG
Não 20 (60,6) 76 (59,4) 1,0
Sim 13 (39,4) 52 (40,6) 0,9 0,4 – 2,0
63
Tabela 4. Fatores associados à recidiva de tuberculose (TB) entre pacientes
com a forma pulmonar, segundo aspectos clínicos e relativos ao tratamento.
São Paulo, SP, 2001 - 2006.
Características
Caso
n (%)
n=53
Controle
n (%)
n=159
OR bruto
IC
95%
Esquema de tratamento*
RIP 28 (58,3) 101 (85,6) 1,0
Reforçado 20 (41,7) 17 (14,4) 13,1 5,3 – 32,7
MDR
Não 50 (94,3) 158 (99,4) 1,0
Sim 3 (5,7) 1 (0,6) 9,5 1,0 – 93,2
Internado por
complicações da TB
Não 28 (70,0) 101 (85,6) 1,0
Sim 12 (30,0) 17 (14,4) 2,5
1,1 – 6,0
Hospitalização nos
24 meses prévios**
Não 32 (64,0) 123 (83,7) 1,0
Sim 18 (36,0) 24 (16,3) 2,9 1,4 – 5,9
Notas : RIP: Rifampicina, isoniazida e pirazinamida.
* Esquema de tratamento ao ser incluído no estudo.
** Hospitalização por qualquer causa, nos 24 meses prévios a TB na época da
inclusão do paciente no estudo.
64
Tabela 5. Fatores associados à recidiva de tuberculose (TB) entre pacientes
com a forma pulmonar, segundo características comportamentais, co-
morbidades e contato domiciliar. São Paulo, SP, 2001 - 2006.
Características
Caso
n (%)
n=53
Controle
n (%)
n=159
OR bruto
IC
95%
Alcoolismo
Não 15 (33,3) 61 (42,1) 1,0
Sim 30 (66,7) 84 (57,9) 1,4 0,7 – 2,9
Tabagismo
Não 19 (43,2) 75 (54,7) 1,0
Sim 25 (56,8) 66 (45,3) 1,6 0,8 - 3,1
Contato domiciliar
prévio com TB*
Não 22 (56,4) 75 (67,6) 1,0
Sim 17 (43,6) 36 (32,4) 1,6 0,8 – 3,4
Comunicantes
domiciliares com TB
após paciente
Não 26 (72,2%) 94 (89,5%) 1,0
Sim 10 (27,8%) 11 (10,5%) 3,3 1,2 – 8,6
HIV
Não 37 (77,1) 127 (92,0) 1,0
Sim 11 (22,9) 11 (8,0) 3,4 1,4 – 8,5
Diabetes
Não 44 (91,7) 137 (90,1) 1,0
Sim 4 (8,3) 15 (9,9) 0,8 0,3 – 2,6
Nota: *Contato com um caso de TB antes do paciente em estudo.
65
Tabela 6. Modelo final de análise multivariada para fatores associados à
recidiva de tuberculose (TB) pulmonar e as suas proporções de casos
atribuíveis à exposição (PAE). São Paulo, SP, 2001 - 2006.
Características
OR ajustado
IC
95%
P* PAE***
Idade (anos)
0,46
13-19 1,0
20-49 1,7 0,3 – 11,1
50 3,3 0,4 – 28,3
Sexo
0,86
Feminino 1,0
Masculino 0,9 0,3 – 2,6
HIV
<0,0001
Não 1,0
Sim 9,3 1,6 – 54,1 20,4%
Contato domiciliar
Prévio com TB**
0,05
Não 1,0
Sim 2,2 0,8 – 6,2 23,8%
Comunicantes domiciliares
com TB após paciente
<0,0001
Não 1,0
Sim 3,8 1,2 – 12,8 20,5%
Diabetes
0,002
Não 1,0
Sim 1,6 0,3 – 7,7 7,8%
MDR
0,03
Não 1,0
Sim 15,5 1,2 – 200,5 5,3%
Notas: * Teste da razão de verossimilhança.
**Contato com um caso de TB antes do paciente em estudo.
*** Proporção de casos atribuíveis à exposição.
66
Estudo 2: Fatores associados ao retratamento por abandono
Comparando casos de retratamento por abandono e controles
formados por curados sem novo episódio, os casos apresentaram maior
proporção de pacientes do sexo masculino (78,8%) e com idade entre 20 a
49 anos (88,2%), menor escolaridade (77,1%) e maior proporção de
desemprego (82,4%) se comparado aos controles (Tabela 7).
Para as características clínicas, relativas ao tratamento e
condições de transmissão em ambiente domiciliar, comparando casos
e controles, casos apresentaram maior proporção para todas as
variáveis estudadas, exceto para contato domiciliar prévio onde casos
e controles apresentaram proporções semelhantes (Tabela 8).
Por outro lado, a proporção de alcoolismo (81,2%), tabagismo
(58,6%), co-infecção HIV/TB (38,7%), regime prisional (24,7%) e
vacinação com BCG (52,2%) foram maiores entre os casos se
comparados com os controles. Apenas a proporção de diabetes foi
maior entre os controles (9,2%) se comparada aos casos entre as
variáveis mostradas na Tabela 9.
Na análise bivariada, encontramos associação direta entre
retratamento por abandono e sexo masculino (OR= 1,7; IC
95%
: 0,9–3,1),
pertencer à faixa etária de 20 a 49 anos (OR= 2,9; IC
95%
: 1,0–8,8),
apresentar menos de quatro anos de estudo (OR= 2,1; IC
95%
: 1,2–2,4), estar
desempregado no início e no final do tratamento (OR= 3,7; IC
95%
: 1,6–8,5),
esquema de tratamento reforçado (OR= 16,4; IC
95%
: 6,8–39,4), TBMDR
67
(OR= 43,0; IC
95%
: 5,6–332,0), internação por complicações por TB (OR=
11,6; IC
95%
: 5,6 – 24,1), hospitalização por, qualquer motivo, nos 24 meses
prévios a TB (OR = 2,6; IC
95%
= 1,4 – 4,9), ser comunicante domiciliar de TB
após a cura do paciente (OR2,3; IC
95%
:1,0-5,4), histórico de alcoolismo
(OR2,8; IC
95%
: 1,4–5,6), tabagismo (OR1,8; IC
95%
: 1,0–3,3), co-infecção por
HIV (OR8,1; IC
95%
: 3,7–17,4), regime prisional (OR3,9; IC
95%
: 1,8–8,3) e não
ser vacinado com BCG (OR = 1,7; IC
95%
: 0,9–3,4) (Tabelas 7, 8 e 9). A
presença de diabetes se mostrou associada inversamente ao retratamento
por abandono (OR= 0,6; IC
95%
: 0,2 – 1,8) (Tabela 9).
No modelo final da análise multivariada, os fatores associados ao
retratamento por abandono independente das demais variáveis foram:
TBMDR (OR=38,7; IC
95%
: 2,9–515,3), co-infecção HIV/TB (OR= 24,8; IC
95%;
3,8–163,0), história de alcoolismo (OR= 4,2; IC
95%
: 1,1–17,5) e internação
por complicações de TB (OR= 7,2; IC
95%
: 2,5–21,0) (Tabela 10).
Os PAE das exposições associadas ao desfecho de interesse
independentemente das demais são apresentados na Tabela 10.
68
Tabela 7. Fatores associados ao retratamento por abandono do esquema
terapêutico entre pacientes com tuberculose (TB) da forma pulmonar,
segundo características sócio-demográficas. São Paulo, SP, 2001 - 2006.
Características
Caso
n (%)
n=85
Controle
n (%)
n=170
OR bruto
IC
95%
Sexo
Feminino
18 (21,2%) 53 (31,2%) 1,0
Masculino
67 (78,8%) 117(68,8%) 1,7 0,9 – 3,1
Idade (anos)
13-19
4 (4,7%) 20 (11,8%) 1,0
20-49
75 (88,2%) 129 (75,9%) 2,9 1,0 – 8,8
50
6 (7,1%) 21 (12,4%) 1,4 0,4 – 5,8
Etnia
Branca
24 (39,3%) 44 (39,6%) 1,0
Negra/ Parda
37 (60,7%) 67 (60,7%) 1,0 0,5 – 1,9
Escolaridade (anos)
4 ou mais
19 (22,9%) 66 (39,3%) 1,0
Menor de 4
64 (77,1%) 102 (60,7%) 2,1 1,2 – 4,0
Empregado Início/
Final do tratamento
Sim/ Sim
9 (17,6%) 38 (44,2%) 1,0
Não/ Não 42 (82,4%) 48 (55,8%) 3,7 1,6 – 8,5
69
Tabela 8. Fatores associados ao retratamento por abandono entre pacientes
com tuberculose (TB) da forma pulmonar, segundo aspectos clínicos,
relativos ao tratamento e condições de transmissão em ambiente domiciliar.
São Paulo, SP, 2001 - 2006.
Características
Caso
n (%)
n=85
Controle
n (%)
n=170
OR
bruto
IC
95%
Esquema de tratamento*
RIP 51 (83,3%) 189 (96,4%) 1,0
Reforçado 38 (13,7%) 7 (3,6%) 16,4 6,8 – 39,4
MDR
Não 70 (82,4%) 169(99,4%) 1,0
Sim 15 (17,6%) 1 (0,6%) 43,0 5,6 – 332,0
Internado por
complicações da TB
Não 23 (35,9%) 104 (86,7%) 1,0
Sim 41 (64,1%) 16 (13,3%) 11,6
5,6 – 24,1
Hospitalização nos
24 meses prévios**
Não 47 (68,1%) 155 (84,7%) 1,0
Sim 41 (31,9%) 28 (15,3%) 2,6 1,4 – 4,9
Contato domiciliar
Prévio com TB***
Não 40 (64,5%) 75 (65,8%) 1,0
Sim 22 (35,5%) 39 (34,2%) 1,1 0,6 – 2,0
TB no domicílio após o
paciente
Não 43 (75,4%) 93 (87,7%) 1,0
Sim 14 (24,6%) 13 (12,3%) 2,3 1,0 – 5,4
Notas : RIP: Rifampicina, isoniazida e pirazinamida.
* Esquema de tratamento ao ser incluído no estudo.
** Hospitalização por qualquer motivo, nos 24 meses prévios a TB na época da
inclusão do paciente no estudo.
*** Contato domiciliar com TB antes do paciente em estudo à época da seleção da
coorte.
70
Tabela 9. Fatores associados ao retratamento por abandono entre pacientes
com tuberculose (TB) da forma pulmonar, segundo características
comportamentais, co-morbidades, histórico de regime prisional e vacinação
com BCG. São Paulo, SP, 2001 - 2006.
Características
Caso
n (%)
n=85
Controle
n (%)
n=170
OR bruto
IC
95%
Alcoolismo
Não 13 (18,8%) 62 (39,2%) 1,0
Sim 56 (81,2%) 95 (60,8%) 2,8 1,4 – 5,6
Tabagismo
Não 24 (41,4%) 82 (55,8%) 1,0
Sim 34 (58,6%) 65 (44,2%) 1,8 1,0 – 3,3
HIV
Não 46 (61,3%) 141 (92,8%) 1,0
Sim 29 (38,7%) 11 (7,2%) 8,1
3,7 – 17,4
Diabetes
Não 70 (94,6%) 148 (90,8%) 1,0
Sim 4 (5,4%) 15 (9,2%) 0,6 0,2 – 1,8
Regime prisional
Não 64 (75,3%) 156 (92,3%) 1,0
Sim 21 (24,7%) 13 (7,7%) 3,9 1,8 – 8,3
BCG
Sim 22 (47,8%) 84 (61,3%) 1,0
Não 24 (52,2%) 53 (38,7%) 1,7 0,9 – 3,4
71
Tabela 10. Modelo final de análise multivariada para fatores associados ao
retratamento por abandono entre pacientes com tuberculose (TB) da forma
pulmonar e as suas proporções de casos atribuíveis à exposição (PAE). São
Paulo, SP, 2001 - 2006.
Características
OR ajustado
IC
95%
P*
PAE**
Sexo
0,17
Feminino 1,0
Masculino 0,4 0,1 – 1,5
Idade (em anos)
0,35
13-19 1,0
20-49 6,7 0,4 – 120,4
50 6,4 0,3 – 149,0
Regime prisional
0,33
Não 1,0
Sim 2,0 0,5 – 7,8
MDR
<0,001
Não 1,0
Sim 38,7 2,9 – 515,3 17,1%
HIV
<0,001
Não 1,0
Sim 24,8 3,8 – 163,0 37,1%
Alcoolismo
<0,001
Não 1,0
Sim 4,2 1,1 – 17,5 62,0%
Internado por
complicações da TB
<0,001
Não 1,0
Sim 7,2 2,5 -21,0 55,2%
Notas: * Teste da razão de verossimilhança.
**Proporção de caso atribuível à exposição.
72
Estudo 3: Fatores associados ao óbito por TB entre pacientes
com retratamento por abandono do esquema terapêutico
Comparando casos de óbito no retratamento da TB por e controles, os
casos apresentaram maior proporção de pacientes do sexo masculino
(90,2%), menores de 50 anos (95,1%), com baixa escolaridade (79,5%) e
desempregado no início e no final do estudo (85,7%) se comparado com os
controles (Tabela 11).
Em relação às características clínicas e referentes ao tratamento, os
casos também apresentaram maiores proporções do que os controles para
as seguintes exposições: esquema reforçado (38,5%), de TBMDR (26,8%),
de internações por complicações da TB (82,8%), hospitalização por qualquer
motivo, nos 24 meses que precederam a TB (48,4%) (Tabela 12). O mesmo
ocorrendo em relação a história de alcoolismo (89,7%), tabagismo (65,2%) e
co-infecção com HIV (60,5%), regime prisional (31,7%) e vacinação com
BCG (64,7%) (Tabela 13).
Na análise bivariada, encontramos associação direta entre óbito por
TB entre pacientes retratados por abandono do esquema terapêutico e a
seguintes exposições: ser do sexo masculino (OR= 4,5; IC
95%
: 1,5–13,4), ter
menos que 50 anos de idade (OR= 3,1; IC
95%
: 0,7–14,1), ter menos de
quatro anos de estudo (OR= 2,6; IC
95%
: 1,1–6,1), estar desempregado no
início e no final do tratamento (OR= 4,3; IC
95%
: 1,1–16,3), esquema de
tratamento reforçado (OR= 14,2; IC
95%
: 4,7–43,0), TBMDR (OR= 44,7;
IC
95%
: 5,6–360,1), internação por complicações da TB (OR= 24,6; IC
95%
:
73
8,1–74,8), hospitalização por qualquer motivo nos 24 meses prévios a TB
(OR= 4,5; IC
95%
: 1,9–10,6), histórico de alcoolismo (OR= 5,1; IC
95%
: 1,4–
17,8), tabagismo (OR= 2,6; IC
95%
: 1,0–6,5), co-infecção HIV/TB (OR= 16,1;
IC
95%
: 6,4–40,3) e regime prisional (OR= 7,7; IC
95%
: 2,8–21,0) e não ser
vacinado por BCG (OR= 2,6; IC
95%
: 0,9–7,7) (Tabelas 11, 12 e 13). Por
outro lado, contato domiciliar após o paciente (OR= 0,6; IC
95%
: 0,1–3,0)
mostrou associação inversa com óbito entre retratados (Tabelas 12 e 13).
No modelo final da análise multivariada, encontramos os seguintes
fatores associados ao óbito por TB entre pacientes retratados por abandono
do esquema terapêutico, independentemente dos demais: TBMDR (OR=
152,4; IC
95%
: 9,8–237,4), co-infecção HIV/TB (OR= 29,0; IC
95%
: 7,1–119,1),
alcoolismo (OR= 11,8; IC
95%
: 1,3–102,8), regime prisional (OR= 5,0; IC
95%
:
1,0–25,8) (Tabela 14).
Os PAE para as exposições associadas ao desfecho de interesse
independentemente das demais são apresentados na Tabela 14.
74
Tabela 11. Fatores associados ao óbito* entre pacientes com tuberculose
(TB) pulmonar submetidos ao retratamento por abandono, segundo
características sócio-demográficas. São Paulo, SP, 2001 - 2006.
Características
Caso
n (%)
n=41
Controle
n (%)
n=123
OR bruto
IC
95%
Sexo
Feminino 4 (9,8) 40 (32,5) 1,0 -
Masculino 37 (90,2) 83 (67,5) 4,5 1,5 – 13,4
Idade (anos)
50
2 (4,9) 17 (13,8) 1,0 -
13- 49
39 (95,1) 106 (86,2) 3,1 0,7 – 14,1
Etnia
Branca 11 (40,7) 41 (48,8) 1,0 -
Negra/ Parda 16 (59,3) 43 (51,2) 1,4 0,6 – 3,3
Escolaridade (anos)
-
4 ou mais
8 (20,5) 49 (40,2) 1,0 -
Menor de 4
31 (79,5) 73 (59,8) 2,6 1,1 – 6,1
Empregado Início/
Final do tratamento
Sim/ Sim 3 (14,3) 26 (41,9) 1,0 -
Não/ Não 18 (85,7) 36 (58,1) 4,3 1,1 – 16,3
Nota:* Óbito por TB ou por co-infecção HIV/TB.
75
Tabela 12. Fatores associados ao óbito* entre pacientes com tuberculose
(TB) pulmonar submetidos ao retratamento por abandono, segundo
características clínicas, referentes ao tratamento e exposição a contato
domiciliar. São Paulo, SP, 2001 – 2006.
Características
Caso
n (%)
n=41
Controle
n (%)
n=123
OR bruto
IC
95%
Esquema de
tratamento**
RIP
24 (61,5) 114 (95,8) 1,0 -
Reforçado
15 (38,5) 4 (4,2) 14,2 4,7 – 43,0
MDR
Não
30 (73,2) 122 (99,2) 1,0 -
Sim
11 (26,8) 1 (0,8) 44,7 5,6 – 360,1
Internado por
complicações da TB
Não
5 (17,2) 77 (83,7) 1,0 -
Sim
24 (82,8) 15 (16,3) 24,6 8,1 – 74,8
Hospitalização nos
24 meses prévios***
Não
16 (51,6) 91 (82,7) 1,0 -
Sim
15 (48,4) 19 (17,3) 4,5 1,9 – 10,6
Contato domiciliar
Prévio****
Não
19 (70,4) 60 (69,0) 1,0 -
Sim
8 (29,6) 27 (31,0) 0,9 0,4 – 2,4
TB no domicílio após o
paciente
Não 22 (91,7%)
69 (87,3%) 1,0
Sim 2 (8,3%)
10 (12,7%) 0,6
0,1 – 3,0
Notas : RIP: Rifampicina, isoniazida e pirazinamida.
* Óbito por TB ou por co-infecção HIV/TB
**Esquema de tratamento ao ser incluído no estudo.
***Hospitalização nos 24 meses prévios a TB na época da inclusão do paciente no
estudo.
**** Contato com um caso de TB antes do paciente em estudo.
76
Tabela 13. Fatores associados ao óbito* entre pacientes com tuberculose
(TB) pulmonar submetidos ao retratamento por abandono, segundo
características comportamentais, co-morbidades, histórico de regime
prisional e vacinação BCG. São Paulo, SP, 2001 - 2006.
Características
Caso
n (%)
n=41
Controle
n (%)
n=123
OR bruto
IC
95%
Alcoolismo
Não 3 (10,3) 41 (36,9) 1,0 -
Sim
26 (89,7) 70 (63,1) 5,1 1,4 – 17,8
Tabagismo
Não 8 (34,8) 60 (57,7) 1,0 -
Sim 15 (65,2) 44 (42,3) 2,6 1,0 – 6,5
HIV
Não 15 (39,5) 105 (91,3) 1,0 -
Sim
23 (60,5) 10 (8,7) 16,1 6,4 – 40,3
Diabetes
Não 33 (91,7) 105 (90,5) 1,0 -
Sim 3 (8,3) 11 (9,5) 0,9 0,2 – 3,3
Regime prisional
Não 28 (68,3) 116 (94,3) 1,0 -
Sim 13 (31,7) 7 (5,7) 7,7 2,8 – 21,0
BCG
Sim 6 (35,3) 59 (59,0) 1,0 -
Não
11 (64,7) 41 (41,0) 2,6 0,9 – 7,7
Nota:* Óbito por TB ou por co-infecção HIV/TB.
77
Tabela 14. Modelo final de análise multivariada para fatores associados ao
óbito* entre pacientes com tuberculose (TB) pulmonar submetidos ao
retratamento por abandono e as suas proporções de casos atribuíveis à
exposição (PAE). São Paulo, SP, 2001 - 2006.
Características
OR ajustado
IC
95%
p** PAE***
Sexo
0,47
Feminino 1,0
Masculino 0,5 0,1 – 3,0
Idade (anos)
0,58
50
1,0
13- 49
1,9 0,1 – 22,0
MDR
<0,0001
Não 1,0
Sim 152,4 9,8 – 237,4 26,6%
HIV
<0,0001
Não 1,0
Sim 29,0 7,1 – 119,1 58,4%
Alcoolismo
<0,0001
Não 1,0
Sim 11,8 1,3 – 102,8 82,1%
Regime prisional
0,057
Não 1,0
Sim
5,0 1,0 – 25,8 25,4%
Notas: * Óbito por TB ou por co-infecção HIV/TB.
** Teste da razão de verossimilhança.
*** Proporção de casos atribuíveis à exposição.
78
V - DISCUSSÃO
Analisando os principais desfechos do tratamento de TB entre os
pacientes que formam a coorte à época do seu ingresso no estudo (2001-
2002), verificamos que as taxas de cura, abandono e óbito, são consistentes
com as verificadas, em média, para o município de São Paulo, ainda que
mostrem uma situação um pouco pior, se comparadas com dados mais
recentes (MSP, 2005).
Tal diferença pode ser explicada, em parte, pelo fato do grupo em
estudo residir em distritos dos mais pobres do município, a maioria deles
apresentando IDH inferior a 0,50 (MSP, 2002a). Além disso, no período de
inclusão dos pacientes na coorte, ocorreu uma mudança expressiva na
organização dos serviços básicos de saúde no município, com a privatização
dos mesmos, o que deve ter tido reflexos no desempenho do PNCT em São
Paulo. É também possível que algumas características dos pacientes da
coorte, como a elevada proporção de alcoolistas e de pacientes com história
anterior de TB possa ter influenciado os piores indicadores.
Após o seguimento de cerca de cinco anos da coorte, o cenário
mostrou-se pior, apresentando um número de retratamentos, incluindo os
ocorridos nesse grupo em período anterior ao início do estudo, tão elevado
que excedeu em mais de 50% o número originalmente estudado (239 versus
420). Esse resultado sugere a forte influência do retratamento no
desempenho inadequado dos indicadores do Programa de Controle da TB,
seja por elevar o seu custo e aumentando o risco de morte entre os
pacientes, seja prolongando o período de transmissibilidade da doença,
79
dificultando a diminuição da taxa anual de infecção (ALBUQUERQUE et al.,
2001; FARAH et al. 2005; FERREIRA et al., 2005).
Por sua vez, elevado número de óbitos por TB e associados à co-
infecção HIV/TB entre retratados por abandono, acentuam o custo social da
doença, seja pelo estigma, incapacidade do doente, associação com a
pobreza e pelas seqüelas que limitam a reintegração dos pacientes ao
mercado de trabalho (BARREIRA e GANGEIRO, 2007, PÔRTO, 2007).
A proporção de recidivas encontrada após cinco anos de
acompanhamento entre os pacientes virgens de tratamento foi de 6,0%,
próximo aos 4,5% encontrados numa coorte histórica acompanhada por sete
anos no Rio Grande do Sul (PICON et al., 2007). Segundo RUFFINO-NETO
(2007), poucos estudos contemplaram esta questão que é um indicador
importante para o monitoramento do desempenho do PNCT.
No entanto, considerando a elevada prevalência de TB em nosso
meio, devemos levar em conta a possibilidade de que parte dos casos de
recidiva possa ter origem da reinfecção exógena e não, obrigatoriamente, da
ineficácia do programa de controle de TB (CHIANG e RILEY, 2005).
Estudo 1: Fatores associados à recidiva
Na comparação entre casos de recidiva e os controles, chama a
atenção o fato dos casos serem mais velhos, predominantemente brancos,
com maior escolaridade, apresentando menor prevalência de diabetes,
sugerindo que os mesmos apresentem melhores condições sócio-
80
econômicas do que os controles e apontam na direção riscos associados à
características individuais.
Na análise bivariada, entre as características sócio-demográficas,
somente a idade mostrou-se associada à recidiva, sendo que a força da
associação aumentou com a idade, sugerindo efeito dose-resposta,
sustentando a hipótese de vínculo causal. Na análise multivariada, essa
associação se manteve, mas com um grau elevado de incerteza,
provavelmente em virtude do tamanho da amostra. A idade de 20 a 49 anos
associada à recidiva está de acordo com o encontrado por BATISTA (2007),
mas difere de OLIVEIRA e MOREIRA (2000b). Por outro lado, associação da
recidiva com idade acima de 50 anos é consistente com a literatura e
apresenta plausibilidade biológica, pois pode ser decorrente da queda da
imunidade conseqüentes da idade (OLIVEIRA e MOREIRA 2000b).
A etnia parda e negra e a escolaridade baixa se mostram
inversamente associadas à recidiva, ainda que com elevado grau de
incerteza. Tal resultado pode estar sendo influenciado pela idade com fator
de confusão, por outro lado, concorda com a literatura, pois essa aponta
mais freqüentemente os fatores individuais como associados à recidiva
(KRITSKI et al., 1997; OLIVEIRA e MOREIRA, 2000b; LAMBERT et al.,
2003; CHANG et al., 2004; KHAN et al., 2006; CHANG et al., 2006).
Por sua vez, ser vacinado com BCG se mostrou inversamente
associado à recidiva, ainda que com certo grau de incerteza. Tal associação
tem plausibilidade biológica, uma vez que se aceita que essa vacina
fortalece a imunidade celular.
81
Na análise bivariada relativa às características clínicas e relativas ao
tratamento, encontramos forte associação entre ser tratado com esquema
reforçado de tratamento à época do ingresso do paciente no estudo e
recidiva. Tal resultado pode ser explicado pelo fato desse esquema
terapêutico ser indicado em retratamentos (MS, 2000) e também por termos
incluído pacientes com recidiva no início do estudo. Portanto, essa
associação deve ser interpretada mais como um marcador do retratamento
do que uma exposição de risco para recidiva.
Verificamos também a associação entre internação por complicações
da TB durante o tratamento, a época do ingresso no estudo, e recidiva. Esse
resultado é consistente com a literatura que aponta a gravidade inicial da
doença como associada à recidiva (CHANG et al., 2004; CHANG et al.,
2006). Porém, na análise multivariada essa exposição não se ajustou ao
modelo final, possivelmente por ter sido confundida pela infecção por bacilo
MDR e/ou pela co-infecção HIV/TB, exposições que se mostraram
fortemente associadas à recidiva no modelo final.
Outra variável que se mostrou associada à recidiva na análise
bivariada foi hospitalização por qualquer motivo nos 24 meses prévios a TB
tratada à época do ingresso do paciente no estudo. Porém, tal exposição
não se manteve associada na análise multivariada por estar confundida pela
infecção pelo bacilo MDR (TELLES et al. 2005), exposição que se manteve
fortemente associada à recidiva no modelo final.
Ser diabético se mostrou inversamente associado à recidiva na
análise bivariada, no entanto, ao ser incluído na análise multivariada, passa
82
a apresentar associação direta independente das demais exposições,
possivelmente por ter sido confundida provavelmente pela idade. A
associação encontrada no modelo multivariado tem plausibilidade biológica,
em virtude da queda da imunidade verificada nos diabéticos, assim como
tem respaldo na literatura (CHANG et al., 2004).
Na análise bivariada, com referência às características
comportamentais, enquanto que o alcoolismo não se mostrou associado à
recidiva, o tabagismo apresentou uma associação não muito forte e com
elevado grau de incerteza. No entanto, ambos os fatores não se mantiveram
no modelo final de análise multivariada. Nosso resultado em relação ao
alcoolismo concorda com o verificado por BATISTA (2007), por sua vez, a
associação entre recidiva e tabagismo também foi encontrada por outros
estudos (MAURYA et al., 2002; THOMAS et al., 2005; DAVIES et al., 2006;
BATISTA, 2007).
As variáveis que permaneceram no modelo final, ajustadas para sexo
e idade foram: presença de MDR, co-infecção HIV/TB, contato domiciliar
prévio e comunicante domiciliar com TB após paciente em estudo.
A associação entre MDR e recidiva tem plausibilidade biológica e
concorda com outros estudos (ABER et al., 1978; BANDERA et al., 2001;
SEVIM et al., 2002).
A associação da recidiva com a co-infecção por HIV concorda com a
literatura (BANDERA et al., 2001; LADO LADO et al., 2001; DRIVER et al.,
2001; PICON et al., 2007) e apresenta plausibilidade biológica, pois estaria
associada à deficiência do sistema imune. É interessante notar que alguns
83
autores têm assinalado que a infecção HIV/AIDS facilitaria a reinfecção
exógena (VAN RIE et al., 1999; SONNENBERG et al., 2001; LAMBERT et
al., 2003). Quanto à importância dessa exposição para intervenções de
saúde pública, deve ser assinalado que o risco atribuível entre os expostos
ficou em torno de 20%.
Vale assinalar que a associação da recidiva com HIV encontrada, em
nosso estudo, deve estar subestimada por termos excluído os pacientes com
história de regime prisional.
Um resultado interessante foi a identificação da associação entre
contato domiciliar prévio e recidiva, independente das demais exposições,
cabendo salientar que o grau de incerteza apontado pelo intervalo de
confiança pode ser explicado pelo tamanho da amostra (SZKLO e NIETO,
2000).
Tal resultado sugere a participação da reinfecção exógena entre os
casos de recidiva do presente estudo, no que concorda com autores que
defendem que a recidiva possa originar-se da reinfecção exógena,
especialmente em comunidades com elevada prevalência dessa doença
(VAN RIE et al., 1999; SONNENBERG et al., 2001; GARCIA DE VIEDMA et
al., 2002; LAMBERT et al., 2003; JASMER et al., 2004; COX et al., 2006).
Quanto à importância dessa exposição para intervenções de saúde pública,
deve ser assinalado que o risco atribuível entre os expostos sitou-se em
torno de 20%.
O fato dos casos estudados se distribuírem num período de
acompanhamento de até cinco anos, superior aos dois anos atribuídos à
84
reativação endógena (LAMBERT et al., 2003; VERVER et al., 2005; COX et
al., 2006), fortalece a hipótese de reinfecção exógena. No entanto, a
comprovação da reinfecção exógena nesses casos não foi possível por não
termos utilizado técnicas de biologia molecular com essa finalidade
(FERRAZOLI et al., 2000; SONNENBERG et al., 2001; GARCIA DE VIEDMA
et al. 2002; LAMBERT et al. 2003; JASMER et al., 2004; VERVER et al.,
2005; COX et al., 2006).
Entre as limitações deste estudo a serem consideradas na
interpretação de seus resultados, temos a inclusão de pacientes com história
pregressa de TB e não somente os virgens de tratamento. No entanto, só
analisamos pacientes com informações completas dos tratamentos
anteriores.
Outra limitação foi a impossibilidade de realizarmos cultura para
confirmar os casos de recidiva. No entanto, as informações sobre esses
novos episódios de TB foram obtidas de várias fontes e a favor da validade
do presente estudo, temos a consistência dos resultados obtidos e sua
plausibilidade biológica.
A proporção de 6,0% de recidiva encontrada nesse estudo fortalece a
recomendação de acompanhamento dos pacientes de TB após a cura por,
ao menos, dois anos, procedimento que também permite a identificação de
casos secundários da doença no domicílio (LAMBERT et al., 2003).
Outra questão apontada em nossos resultados, ainda que
controversa, diz respeito à possível participação da reinfecção exógena na
patogenia da recidiva de TB (LAMBERT et al., 2003, CHIANG e RILEY,
85
2005). Considerando a elevada prevalência de TB em nosso meio é
interessante que se leve em consideração esse aspecto na elaboração de
estratégias de controle da TB em nosso país.
Estudo 2: Fatores associados ao retratamento por abandono
Comparando casos e controles, verificamos que os casos
apresentaram maior proporção de homens, assim como grande predomínio
de pacientes entre os 20 e 49 anos, de baixa escolaridade, com predomínio
de negros e pardos e de desempregados. Tais características apontam os
casos como pertencentes a estratos sociais mais pobres do que os
controles. Além disso, verificamos proporções bem mais elevadas de
pacientes com história de alcoolismo, tabagismo, co-infecção HIV/TB,
história de regime prisional, características que sugerem hábitos e condições
desfavoráveis a boas condições de saúde.
Na análise bivariada, para as características sócio-demográficas,
verificamos a associação entre retratamento por abandono e o sexo
masculino; pertencer à faixa etária de 20 a 49 anos; baixa escolaridade e
estar desempregado no início e final do tratamento. No entanto, nenhuma
das duas últimas exposições se manteve no modelo final da análise
multivariada.
Embora pertencer à faixa etária em torno 20 e 49 anos tenha se
mostrado associada ao retratamento por abandono em outros estudos
(ALBUQUERQUE et al., 2007; SHARGIE e LINDTJORN, 2007), o fato de
essa exposição ter se mantido no modelo final neste estudo, mas com
86
elevado grau de incerteza, pode resultar do tamanho insuficiente da
amostra.
O fato da associação encontrada na análise bivariada entre
retratamento por abandono e pertencer ao sexo masculino, não ter se
mantido no modelo final, possivelmente deve-se ao fato da co-infecção
HIV/TB ter atuado como fator de confusão.
Baixa escolaridade e estar desempregado no início e final do
tratamento, exposições que indicam baixo nível sócio-econômico, são
apontados como associadas ao retratamento por abandono de tratamento
por vários autores (ANDRADE et al., 2005; ALBUQUERQUE et al.; 2007;
SHARGIE e LINDTJORN, 2007). No entanto, status sócio-econômico é uma
variável que expressa uma série de exposições associadas à pobreza, que
freqüentemente não conseguimos identificar e que podem neste caso ter
atuado como fator de confusão (SZKLO e NIETO, 2000). Entre as
exposições que neste estudo podem refletir exposições ligadas à pobreza e
que se ajustaram no modelo final da análise multivariada, podemos apontar
alcoolismo.
Na análise bivariada relativa às características clínicas e do
tratamento, encontramos associação com esquema reforçado de tratamento.
No entanto, tal exposição não se mantém no modelo final, fato que pode ter
justificativa semelhante àquela apontada no estudo de fatores associados à
recidiva, ou seja, por ser indicado em retratamentos (MS, 2000) e também
por termos incluído pacientes com retratamento por abandono no início do
estudo.
87
A associação inversa encontrada entre diabetes e retratamento por
abandono, na análise bivariada, pode sugerir maior adesão dos diabéticos
ao tratamento. No entanto, o fato de não ter entrado no modelo final, pode
resultar da idade ter atuado como fator de confusão.
As variáveis que permaneceram no modelo final, ajustadas para sexo,
independente das demais exposições foram: história de alcoolismo, TBDR,
co-infecção HIV/TB e internação por complicações de TB.
Em relação às características comportamentais, o alcoolismo
mostrou-se associado ao retratamento por abandono independente das
demais exposições, resultado concordante com inúmeras publicações
(RIBEIRO et al., 2000; ALBUQUERQUE et al., 2001; DIEL e NIEMANN,
2003). Vale assinalar que o risco atribuível entre os expostos situou-se em
torno dos 60%.
A associação encontrada entre TBMDR e retratamento por abandono
é consistente com outros estudos relativos a esse desfecho (TELLES et al
2005; CHAN-YEUNG et al. 2003).
A associação independente das demais exposições entre co-infecção
HIV/TB e retratamento por abandono é também consistente com a literatura
(RIBEIRO et al., 2000). Ela pode ser explicada cada pelo fato dos esquemas
de tratamento, tanto da TB como da AIDS apresentarem freqüentes efeitos
colaterais, assim como pelo fato da AIDS ter caráter crônico e apresentar
elevada prevalência entre esses pacientes de adictos a drogas ilegais
(RUFFINO-NETTO e HIJAR, 1997; RIBEIRO et al., 2000).
88
Verificamos também na análise multivariada, a associação entre
internação por complicações por TB durante o tratamento, a época do
ingresso no estudo e retratamento por abandono. Tal associação é
consistente com o fato de pacientes com maior gravidade de TB
apresentarem menor adesão ao tratamento (RUFFINO-NETTO e HIJAR,
1997; RIBEIRO et al., 2000).
A elevada proporção de risco atribuível à co-infecção HIV/TB e ao
alcoolismo, 37% e 62%, respectivamente, podem servir de subsídio a
mudanças na estratégia do DOTS em nosso meio, que atualmente propõe a
universalidade do tratamento supervisionado, sem focalizar com prioridade
grupos de maior risco. Tal mudança na estratégia se justificaria pelo fato dos
retratamentos constituírem fatores relevantes na manutenção de elevadas
taxas de infecção tuberculosa e de óbito por essa causa, elevando de forma
expressiva o custo social e econômico da TB.
A interpretação desses resultados deve levar em consideração
algumas limitações do estudo, entre elas, a inclusão de pacientes que
apresentavam história pregressa de TB à época da seleção da coorte (2001-
2002). No entanto, a consistência dos resultados sugere a boa qualidade
dos dados incluídos neste estudo.
Estudo 3: Fatores associados ao óbito por TB entre pacientes com
retratamento por abandono do esquema terapêutico
Comparando casos e controles, verificamos uma proporção muito
elevada de homens, menores de 50 anos, de baixa escolaridade e
89
desempregados, história de alcoolismo, de co-infecção HIV/TB e de história
de regime prisional, assim como um claro predomínio de negros e pardos.
Todas essas características distinguem claramente este grupo tanto
daqueles que se curaram sem apresentar novo episódio, como dos que
apresentaram recidiva da TB e mesmo dos retratados por abandono, mas
que não evoluíram para óbito. É fácil caracterizar esses pacientes como
pertencentes aos estratos mais pobres da população.
Na análise bivariada, entre características sócio-demográficas,
encontramos forte associação entre óbito em pacientes retratados por
abandono e pertencer ao sexo masculino, no entanto, essa exposição não
permanece no modelo final. Tal resultado é consistente com a literatura
(CAYLÁ et al. 2004; LINDOSO, 2004) e provavelmente seja explicado por ter
sido confundida pelo alcoolismo e infecção pelo HIV/AIDS.
Pertencer ao grupo etário de menores de 50 anos também se
apresentou na análise bivariada, associado ao desfecho de interesse. Tal
associação permaneceu no modelo final, mas com certo grau de incerteza
(SZKLO e NIETO, 2000). Esse resultado está de acordo com investigação
efetuada por outros autores (LINDOSO, 2004, CAYLÁ et al. 2004,
ALBUQUERQUE et al., 2007).
Ainda na análise bivariada, encontramos associação entre óbito em
retratados por abandono e baixa escolaridade e estar desempregado no
início e no final do tratamento, ambas as exposições consideradas
marcadores de pobreza (SZKLO e NIETO, 2000). Entre as exposições que
90
neste estudo podem refletir fatores ligados à pobreza e que se ajustaram no
modelo final, podemos apontar alcoolismo e regime prisional.
Em relação às características clínicas e relativas ao tratamento, a
análise bivariada aponta uma associação entre o esquema de tratamento
reforçado e óbito entre retratados, entretanto, essa exposição não se
mantém no modelo final, o que pode ser explicado pelo fato dessa variável
mostrar-se confundida pela TBMDR (TELLES et al., 2005).
A análise bivariada aponta também associação entre óbito em
retratados por abandono e internação por complicações de TB e com
hospitalizações por qualquer causa, nos 24 meses prévios a TB, mas que
não se mantiveram no modelo final. Tais resultados podem também terem
sido confundidas pela infecção com bacilo MDR e /ou co-infecção com HIV
(TELLES et al., 2005).
Por sua vez, não ser vacinado com BCG se mostrou associado ao
desfecho de interesse na análise bivariada, porém essa associação não se
manteve no modelo final. O papel protetor sugerido pela análise bivariada
tem plausibilidade biológica, pois estimula a imunidade celular, porém a
discussão desse fator torna-se difícil por não termos encontrado literatura a
respeito.
As variáveis que se mostraram associadas ao óbito entre retratados
por abandono, independente das demais variáveis: alcoolismo, co-infecção
com HIV, MDR e o regime prisional.
O alcoolismo é reconhecido como preditor de óbito por TB (LINDOSO,
2004), porém, não é provável que esteja diretamente relacionado com o
91
óbito, mas indiretamente, uma vez que, é um tipo de paciente que procura
mais tardiamente a assistência médica e que apresenta menor adesão ao
tratamento.
A co-infecção HIV/TB é reconhecida como um preditor de óbito por TB
(CAYLÀ et al., 2004, ALBUQUERQUE et al., 2007). A TBMDR e o regime
prisional são igualmente apontados na literatura como preditores de óbito
por TB (LINDOSO, 2004, TELLES et al., 2005). Tais associações se
justificam fundamentalmente pelo atraso no diagnóstico e baixa adesão aos
esquemas de tratamento (TELLES et al., 2005; ALBUQUERQUE et al.
2007).
Uma limitação deste estudo foi o tamanho, que pode ter dificultado a
investigação de algumas exposições de interesse como é o caso da idade,
diabetes e da vacinação com BCG.
Comentários Finais
Em relação à metodologia aplicada neste estudo vale comentar que
os estudos do tipo caso-controle aninhado por serem um híbrido de coorte e
caso-controle apresentam as vantagens e desvantagens de ambos os
estudos. Entre as vantagens destacam-se: i) Ao permitir obter as
informações das exposições no início do estudo, o problema do viés de
memória é eliminado; ii) se houver resultados atípicos entre as
características biológicas, é mais provável ser fatores associados ao
desfecho em estudo ou outra característica pré-patogênese do que uma
doença subclínica, diferentemente do estudo caso-controle tradicional;
92
iii) apresenta um menor custo se comparado ao estudo de coorte (GORDIS,
1996). Além disso, permite a realização de estudos com tamanho amostral
relativamente pequeno (CHANG et al., 2004).
Os resultados apresentados pelo presente estudo são importantes
para subsidiar o planejamento local e nacional de ações anti-TB ao
identificar os pacientes co-infectados HIV/TB, alcoolistas, com história de
regime prisional e casos de TBMDR como grupos de maior risco para
retratamento da TB e de óbito entre retratados.
Num país como o Brasil, onde encontramos elevada prevalência de
infectados, diminuir rapidamente a incidência não é uma meta fácil de ser
alcançada. No entanto, como apontam os resultados deste estudo, a
redução mais rápida dos retratamentos por abandono e dos óbitos entre
retratados por abandono, é algo que pode ser perseguido com possibilidade
de êxito se introduzirmos algumas modificações na estratégia DOTS, como a
introdução um foco especial para grupos de elevado risco para retratamento
e óbito por TB.
93
VI- CONCLUSÕES
As variáveis associadas à recidiva ajustadas por sexo e idade e
independentemente das demais variáveis foram: co-infecção com HIV
(OR=9,3; IC
95%
= 1,6 – 54,1), contato domiciliar prévio (OR= 2,2; IC
95%
: 0,8–
6,2), caso de TB no domicílio após o paciente (OR=3,8; IC
95%
: 1,2 – 12,8);
presença de diabetes (OR=1,6; IC
95%
: 0,3–7,7), presença de MDR
(OR=15,5; IC
95%
: 1,2–200,5).
As proporções de casos atribuíveis para fatores associados à recidiva
foram: 5,3% para TBMDR, 20,4% para co-infecção com HIV, 23,8% para
contato domiciliar prévio, 7,8% para diabetes e 20,5% para caso de TB no
domicílio após o paciente.
As variáveis associadas ao retratamento por abandono ajustadas para
sexo e idade e independentes das demais variáveis foram: presença de
MDR (OR= 38,7; IC
95%
= 2,9 – 515,3), co-infecção com HIV (OR= 24,8; IC
95%
: 3,8–163,0), história de alcoolismo (OR=4,2; IC
95%
: 1,1–17,5) e internação
por complicações de TB (OR= 7,2; IC
95%
: 2,5–21,0).
As proporções de casos atribuíveis para fatores associados ao
retratamento por abandono foram: 17,1% para TBMDR, 37,1% para co-
infecção com HIV, 62% para alcoolismo e 55,2% para internação por
complicações de TB.
As variáveis associadas ao óbito entre retratados por abandono
ajustadas para sexo e idade e independentemente das demais foram: caso
de TBMDR (OR=152,4; IC
95%
: 9,8–237,4), co-infecção com HIV (OR=29,0;
94
IC
95%;
: 7,1–119,1), alcoolismo (OR = 11,8; IC
95%
= 1,3 – 102,8) e regime
prisional (OR= 5,0; IC
95%;
1,0 – 25,8).
As proporções de casos atribuíveis para fatores associados ao óbito
entre retratados por abandono foram: 26,6% para MDR, 58,4% para co-
infecção com HIV, 82,1% para alcoolismo e 25,4% para regime prisional.
95
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VIII- APÊNDICES
Apêndice 1: Questionário aplicado na fase de seleção dos pacientes.
EPIDEMIOLOGIA E PATOGENESE DA TUBERCULOSE EM ÁREA
METROPOLITANA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
Questionário (confidencial)
Unidade _____________________________ Data da Entrevista: _____/____/_____
Entrevistador:____________________ Identificação do
Entrevistado_______________
I- Identificação e Informações Sócio-Demográficas
1. Nome (nome)
2. Número do caso_D: (ncd) __ __ __ 3. Número do prontuário (npront) __ __ __ __
4. Data de nascimento (dn) / /___ 99 Ign
5. Idade (idade): _______ (em anos)
6. Sexo (sexo) 0 Feminino 1 Masculino 99 Ign
7. Estado civil (ec) 1 Solteiro 2 Casado 3 Viúvo 4 Divorciado 5 Outros 99 Ign
8. Naturalidade (natural): _____________(se brasileiro, assinalar Estado; se estrangeiro País)
99 Ign
9. Tempo de residência no Estado de São Paulo [em anos] (tempores): ______ 8 99
g
n
10. Endereço residencial (end): ______________________________________ 99 Ign
11. Bairro (bairro):
__________________________
12. CEP (CEP):
__ __ __ __ __ -__ __ __
13 -Distrito (distrito):
____________________
12. Novo endereço
(Nend)___________________________________________________________
Bairro (Nbairro):
__________________________
CEP (NCEP):
__ __ __ __ __ -__ __ __
Distrito (Ndistrito):
____________________
Escolaridade [em anos de estudo formal] (escolari) :_____________
Ocupação na época do início da doença: (ocupacao): _______________
1 Gp0/1 2 Gp2 3 Gp3 4 GP4 5GP5 GP 6 7 GP 7 99 Ign 6
Situação profissional: vinculo empregatício autônomo aposentado desempregado
Etnia (etnia) 1 Negra 2 Branca 3 Pardo 4 Amarela 99 Ign
______
119
II- Habitação
Tipo de residência na época do início da doença (hab):
1 quitinete 2 apartamento 3 casa alvenaria 4 casa madeira
5 casa de cômodo
(pensão ou cortiço)
6 barraco em favela 7 casa em favela 8 alojamento ou albergue
9 prisão 10 sem teto 11 asilo 99 Ign
Quantas pessoas residem nesse endereço (npessoa): . 99 Ign
______
Quantos cômodos têm a residência
(ncomodo)?
1 2 3 4 5 6 mais de 5 99
Ign
Número de pessoas por cômodo (pescomo) 1 2 3 4 5 6 mais de 5 99 Ign
Condição de ocupação: (condocup)
1 alugada 2 própria 3 cedida 4 outros 99 Ign
A casa possui água encanada 0 Não 1 Sim 99 Ign
III-História Pregressa
Foi vacinado com BCG intradermico? 0 Não 1 Sim 99 Ign
Apresenta a cicatriz vacinal? 0 Não 1 Sim 99 Ign
Em que ano foi vacinado? _______________ 99 Ign
Já teve TB no passado (tbpass) 0 Não 1 Sim 99 Ign
Em caso afirmativo, há quanto tempo (em anos) (tbpasstp)?: _______________
Recebeu alta por (altanti) 0 cura 1 abandono 99 Ign
Foi internado nos últimos 24 meses anterior a TB (int2anos)? 0 Não 1 Sim 99 Ign
Em caso afirmativo, foi por suspeita de TB (susptbc)? 0 Não 1 Sim 99 Ign ____
Apresentava as seguintes doenças ou condições anteriormente ao diagnóstico de tuberculose
Gravidez (gravides) 0 Não 1 Sim 99 Ign ______
Diabetes (diabetes) 0 Não 1 Sim 99 Ign ______
Câncer (câncer) 0 Não 1 Sim 99 Ign ______
HIV/AIDS (hiv) 0 Não 1 Sim 99 Ign ______
DPOC (dpoc) 0 Não 1 Sim 99 Ign ______
Fazia tratamento para os nervos? 0 Não 1 Sim 99 Ign
Tomava algum outro remédio na época do tratamento da TB? 0 Não 1 Sim 99 Ign
Qual remédio _________________________
120
O Sr fuma? (tabag)? 0 Não 1 Sim 2 no passado 99 Ign
Quanto a bebida alcóolica, o Sr. bebe:
mais que um copo por dia
somente nos finais de semana
nunca bebe
bebia no passado
Usa algum tipo de droga entorpecente (udi) ? 0 Não 1 Sim 2 no passado 99 Ign
Qual? 0 cocaina inalada 1 cocaina injetável 2 crack 3 maconha 4 outra
_____________
Alcoolismo (alcool) 0 Não 1 Sim 2 no passado 99 Ign
Já viveu em regime prisional no passado (regpris) 0 Não 1 Sim 99 Ign ________
IV-História da Doença Atual
Aonde foi feito o diagnóstico (locadiag): 1 Hospital 2 Ambulatório 3 Pronto Socorro
4 Unidade Básica de Saúde 5 Serviço de Verificação de Óbito 99 Ign
______
Sintomas presentes no momento do diagnóstico
Tosse com escarro (tosse): 0 Não 1 Sim 99 Ign _______
Escarro com sangue (sangue) 0 Não 1 Sim 99 Ign _______
Perda de peso (perpeso) 0 Não 1 Sim 99 Ign _______
Forma clínica da TB (fclinica)
________
1 pulmonar 2 pleural 3 ganglionar 4 meníngea
5 renal 6 disseminada 7 outra 99 Ign
Rx de tórax (rxtorax) ________
0 normal 1 sugestivo de TB 2 não sugestivo de TB
3 sugestivo de tbc com
cavernas
4 outros 5 não realizado
Data do diagnóstico (datadiag): _____/___ / ____ 99 Ign
Data do início do tratamento (datintrat) : ___/___ / ____ 99 Ign
Data da notificação (datnot): ___/___ / ____ 99 Ign
Foi internado durante ou após o tratamento ? 0 Não 1 Sim 99 Ign
Quantas vezes: _____________
Hospital: ___________________________________________ data _____/______/________
121
Hospital: ___________________________________________ data _____/______/________
Em caso de óbito, onde ocorreu? 0 em casa 1 na rua 2 hospital 3 outros 99 ign
Data da internação em caso de óbito hospitalar (datahosp) ___/___ / ____ 99 Ign
Data da alta (datalta) : ___/___ / ____ 99 Ign
Data do óbito (datobito) : ___/___ / ____ 99 Ign
Tipo de alta: (tipoalta): 1 cura 2 tratamento completo 3 falha de tratamento
4 óbito 5 abandono 6 transferência 99 Ign ________
Em caso de óbito, local de ocorrência (lobito): 1 hospital 2 domicílio
3 via pública 4 outros 99 Ign ________
Nome da unidade que ocorreu o óbito (nounobit): ___________________________ 99 Ign
Nome da unidade que atendia o paciente (nounatd): _________________________ 99 Ign
Após o diagnóstico a família recebeu uma visita da equipe do centro de saúde (visita) ?
0 Não 1 Sim 99 Ign
_______
Foi identificado outro caso de tuberculose na família (tbfam) ? 0 Não 1 Sim 99 Ign
_____
Quantas pessoas? _________
Grau de parentesco: 0 Esposo/esposa 1 irmãos 2 filhos 3 outros
Recebia remédio para TB para:
0 uma semana 1 um mês 2 2 meses 3 3 meses 4 4- 6 meses 3 99
Como o Sr. ia para as consultas: 0 ônibus 1 metro 2 carro 3 a pé 4 outro
Quanto tempo o Sr levava para chegar ao posto de atendimento?
0 0-15 min 1 20- 30 min 2 1 hora 3 2 ou mais horas 99 ig
Qual a freqüência de consultas durante o tratamento? 0 mensal 1 bimestral 2. trimestral
99 ign
O Sr. se curou completamente? 0 Não 1 Sim 99 Ign
O Sr. se curou e depois teve a doença de novo ? 0 Não 1 Sim 99 Ign
Em caso afirmativo, em que serviço o Sr esta continuando o
tratamento?_______________________
O Sr esta fazendo tratamento supervisionado? 0 Não 1 Sim 99 Ign
Quais os remédios que o Sr. esta tomando atualmente? ________________________
O que o Sr. achou do atendimento que recebeu na unidade: ruim bom ótimo 99
Ign
122
Primeira baciloscopia (bac1): 0 Neg 1 (+) 2 (++) 3 (+++) 9 NR 99 Ign
______
Segunda baciloscopia (bac2):
Terceira baciloscopia (bac3): 0 Neg 1 (+) 2 (++) 3 (+++) 9 NR 99 Ign
______
Cultura para BK (cultbk): 0 Neg 1 (+) 2 (++) 3 (+++) 9 NR 99 Ign
______
Critério de diagnóstico: 1 clínico 2 SVO 3 Radiologia 4 Baciloscopia
5 cultura 6 histopatológico ______
Esquema inicial de tratamento (trat1) 1 ESQ1 2 ESQ1R
3 outro esquema 4 não foi tratado 99 Ign ______
Observações:
123
Apêndice 2: Questionário aplicado na primeira visita domiciliar em 2004.
EPIDEMIOLOGIA E PATOGENESE DA TUBERCULOSE EM ÁREA METROPOLITANA DO
MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
Questionário (confidencial):
Unidade _____________________________ Data da Entrevista: _____/____/_____
Entrevistador:________________________
Identificação do Entrevistado_________________
I- Identificação e Informações Sócio-Demográficas (Informações já disponíveis)
1. Nome (nome):
2. Número do SINAN
(nsinan):
3. Número do caso_D (ncd):
4. Número do
prontuário (npront):
5. Data de nascimento (dn): 6. Idade (idade):
7. Sexo (sexo) 1 ( ) Masculino 2 ( ) Feminino
99 ( )
Ign
8. Endereço residencial end):
99 ( )
Ign
9. Bairro (bairro): 10. Telefone:
11. CEP (CEP):
12. Distrito
(distrito):
II- Identificação e Informações Sócio-Demográficas (Novas informações)
13. Novo endereço (Nend):
99 ( )
Ign
14. Bairro (Nbairro):
15. CEP (NCEP): __ __ __ __ __ - __ __ __
16. Distrito
(Ndistrito):
17. Telefone da residência:
18.
Telefone
de contato:
19. Telefone do serviço:
20. Número de pessoas do sexo masculino que residem no domicílio.
21. Menores de 14 anos:
22. Com 14 anos ou mais:
23. Número de pessoas do sexo feminino que residem no domicílio.
24. Menores de 14 anos:
25. Com 14 anos ou mais:
26. O paciente voltou a
apresentar TBC?
1( ) sim 2( ) não
99 ( )
Ign
27. Aonde foi tratado?
28. Durante qual período?
29. Cura ou abando?
30. Caso tenha falecido, quando ocorreu o evento?
31. Em qual unidade de saúde fez o novo tratamento?
124
32. Além do paciente outra pessoa residente no mesmo domicílio ficou
com tuberculose nos últimos 5 anos?
1( ) sim 2( ) não
33. Quantas pessoas menores de 14 anos?
34. Quantas pessoas com 14 anos ou mais?
35. Já concluiu (ram) o tratamento?
36. Aonde foi(ram) tratada(s)?
37. Informações do georeferenciamento (GPS):
__ __ __
__
125
Apêndice 3
Questionário aplicado na segunda visita domiciliar em 2006/2007.
QUESTIONÁRIO (confidencial)
Projeto: “FATORES PROGNÓSTICOS DO TRATAMENTO DE TBCP NUMA
COORTE DE MORADORES DA ZN”
Identificação do paciente do estudo (número no projeto):
(Id): |__|__|__|-
|__|__|__|__|
Nome do paciente do estudo:
_______________________________________________________
Visita Data Entrevistador Observação Resultado da
visita
1 ____/____/___
2 ____/____/___
3 ____/____/___
Relação dos moradores na residência na época do início do tratamento do
paciente do estudo (Ano:___) (caso necessário, completar no verso desta página)
N
o
Nome Parentesco* Idade Sexo
N
o
de
identificaçã
o
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
*Parentesco em relação ao paciente do estudo
Anexos preenchidos
Anexos
N
0
de anexos
preenchidos
I Informações relativas ao novo tratamento
III Características dos comunicantes
IV Casos de TBCP entre os Comunicantes
1. Realizada
2. Domicílio
fechado
3. Domicílio
vago
4. Recusa
5. Não
encontrado
126
FICHA DA SEGUNDA VISITA
Data : _____/____/_____ Entrevistador:
_____________________________________
[OS CAMPOS EM CINZA NÃO DEVEM SER PREENCHIDOS PELO
ENTREVISTADOR]
I - Identificação e Informações Sócio-Demográficas do paciente do estudo
Identificação (número do paciente no projeto):
(Id): |__|__|__|
Identificação no Sistema de Vigilância (SINAM)
|__|__|__|__|__|
__|__|
Identificação da pessoa entrevistada na primeira visita/ sua condição
em relação ao paciente
____________________________________ (________________)
Nome do(a) paciente do estudo:
______________________________________________
Qual é o sexo do(a) paciente?
0 ( ) Feminino 1 ( ) Masculino 99 ( ) Ignorado
Qual foi a data da primeira entrevista no Projeto?
Qual foi a data de inclusão do(a) paciente na época do início do
estudo?
Qual foi a data do início do tratamento do(a) paciente? (Época da
inclusão do paciente no estudo)
Qual foi o serviço aonde foi efetuado o tratamento?
Nome:________________________________________
Endereço:_____________________________________
Qual era o endereço residencial do(a) paciente? (Na época da
inclusão do paciente no estudo)
______________________________________ 99 ( ) Ign
Bairro (bairro1):
_____________________
CEP (CEP1):
__ __ __ __ __ -__ __ __
Qual era o telefone do(a) paciente na época do início do estudo?
127
Telefone residencial obtido na
visita 1 (2º semestre de 2004):
__ __ __ __ - __ __ __ __
Telefone do serviço obtido na visita
1 (2º semestre de 2004):
__ __ __ __ - __ __ __ __
33- Celular obtido
na visita 1 (2º
semestre de
2004): __ __ __
__ - __ __ __ __
Telefones de contato obtidos na visita 1 (2º semestre de 2004): __ __ __ __ - __ __ __ __
__ __ __ __ - __ __ __ __
1
Qual o nome do(a) entrevistado?
______________________________________________
(pri01):
___________
2
Qual é a condição do entrevistado em relação ao(a) paciente do
estudo?
0 ( ) próprio paciente
1 ( ) cônjuge nos últimos cinco anos
2 ( ) pai/mãe residente no mesmo domicílio nos últimos
cinco anos
3 ( ) avó/avô residente no mesmo domicílio nos últimos
cinco anos
4 ( ) filho/filha residente no mesmo domicílio nos últimos
cinco anos
5 ( ) Outros residentes no mesmo domicílio nos últimos
cinco anos: _________________________________
(pri02):
|__|
3
Qual a cor ou raça do(a) paciente referida pelo entrevistado?
0 ( ) Branca 1 ( ) Negra 2 ( ) Pardo
3 ( ) Amarela 4 ( ) Indígena Outros ___________
99 ( ) Ign
(pri03):
|__|
4
O(a) paciente já viveu em regime prisional no passado?
0 ( ) Não 1 ( ) Sim 99 ( ) Ign
(pri04):
|__|
5
Em caso positivo, em qual período? (assinalar mês e ano)
Entre _____/_____ e _____/______ 999 ( ) Ign
Mês Ano Mês Ano 888 ( ) Não se aplica
(pri05):
|__|
6
O(a) paciente esteve detido em delegacia durante pelo menos 24
horas nos últimos cinco anos?
0 ( ) Não 1 ( ) Sim 99 ( ) Ign
(pri06):
|__|
7
No início do tratamento da TBCP (Ano:________) o(a) paciente
estava empregado?
0 ( ) Não 1 ( ) Sim 99 ( ) Ign
(pri07):
_____________
128
8
No final do tratamento (Ano:________) o(a) paciente estava
empregado?
0 ( ) Não 1 ( ) Sim 99 ( ) Ign
(pri08):
_____________
9
Antes de o(a) paciente apresentar a TBCP (Ano:________), outra
pessoa apresentou essa doença na residência?
0 ( ) Não 1 ( ) Sim 99 ( ) Ign
(pri09):
|__|
Se a resposta da pergunta 9 for afirmativa relacione o(s) nome(s) e idades das pessoas
que ficaram doentes nas questões de 10 a 14 caso contrário pule para a pergunta 15
10
Em caso afirmativo, qual o nome e idade dessa pessoa (em anos)
Nome:_________________________; idade:____ (NA) não se
aplica
(pri10):
_____________
11
Em caso afirmativo, registre nome e idade dessa pessoa (em anos)
Nome:_________________________; idade:____ (NA) não se
aplica
(pri11):
_____________
12
Em caso afirmativo, registre nome e idade dessa pessoa (em anos)
Nome:_________________________; idade:_____ (NA) não se
aplica
(pri12):
_____________
13
Em caso afirmativo, registre nome e idade dessa pessoa (em anos)
Nome:_________________________; idade:_____ (NA) não se
aplica
(pri13):
_____________
14
Em caso afirmativo, registre nome e idade dessa pessoa (em anos)
Nome:_________________________; idade:_____ (NA) não se
aplica
(pri14):
_____________
15
O(a) paciente apresenta a cicatriz vacinal característica de BCG no
braço direito?
0 ( ) Não 1 ( ) Sim 2 ( ) duvidoso 99 ( ) Ign
(pri15):
|__|
129
II - Condições de Habitação (Início do Projeto)
Endereço residencial na época da inclusão do(a) paciente no estudo:
____________________________________________
Em caso de não
ser o mesmo
endereço, pule
para a pergunta
17
16
Caso o endereço continue o mesmo do inicio do projeto observar
o tipo de domicílio:
0 ( ) casa alvenaria 1 ( ) apartamento
2 ( ) casa madeira 3 ( )casa de cômodo [pensão/cortiço]
4 ( ) quitinete 5 ( ) casa de alvenaria em favela
6 ( ) barraco em favela 7 ( ) asilo
8 ( ) alojamento/albergue 9 ( ) prisão
10 ( ) sem teto 99 ( ) Ign
(pri16):
|__|
17
Quantas pessoas residiam nesse endereço na época do início do
tratamento de TBCP? (Ano:________)
Número: ___________ 99 ( ) Ign
(pri17):
|__|
Lembrar que todas as pessoas residentes nesse domicílio na época do início do
tratamento do paciente deverão estar listadas na folha de rosto desse questionário.
18
Quantos cômodos eram usados para dormir? (Ano:______)
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
se mais de 5 especificar ( ) 99 ( ) Ign
(pri18):
|__|
19
Número de pessoas por dormitório?
1( ) 2 ( ) 3( ) 4 ( ) 5 ( )
se mais de 5 especificar ( ) 99 ( ) Ign
(pri19):
|__|
20
Quais são as condições de ocupação da habitação?
0 ( ) própria 1( ) alugada
2 ( ) cedida 3 ( ) outros___________99 ( ) Ign
(pri20):
|__|
III - Condições de Habitação (Residência atual/na data da entrevista)
21
Qual o endereço da residência atual?
____________________________________________
Se for o mesmo do
início do
tratamento de
TBCP pular para a
pergunta 26
22- Bairro (pri021):
______________________
23-CEP (pri022):
__ __ __ __ __ -__ __ __
24- Distrito
(pri023):
_______________
_____
130
25
Observar o tipo de domicílio:
0 ( ) casa alvenaria 1 ( ) apartamento
2 ( ) casa madeira 3 ( ) casa de cômodo (pensão/ cortiço)
4 ( ) quitinete 5 ( ) casa de alvenaria em favela
6 ( ) barraco em favela 7 ( ) asilo
8 ( ) alojamento ou albergue 9 ( ) prisão
10 ( ) sem teto 99 ( ) Ign
(pri25):
|__|
26
Quantas pessoas residem atualmente nesse endereço:
Número: ___________ 99 ( ) Ign
(pri26):
|__|
27. Relação das pessoas que residem atualmente no domicílio (caso necessário,
completar no verso desta página):
Nome Idade Sexo
Parentesco
*
N
o
de
identifi
cação
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
*Parentesco em relação ao paciente do estudo
Se o endereço for o mesmo do início do tratamento de TBCP pular para a pergunta 31
28
Quantos cômodos são usados para dormir?
1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( )
se mais de 5 especificar ( ) 99 ( ) Ign
(pri28):
|__|
131
29
Número de pessoas por dormitório?
1 ( ) 2 ( ) 3( ) 4 ( ) 5 ( )
se mais de 5 especificar ( ) 99 ( ) Ign
(pri29):
|__|
30
Condição de ocupação:
0 ( ) própria 1( ) alugada
2 ( ) cedida 3 ( ) outros___________99 ( ) Ign
(pri30):
|__|
31-Telefone residencial atual
__ __ __ __ - __ __ __ __
32- Telefone do serviço atual
__ __ __ __ - __ __ __ __
33- Celular atual
__ __ __ __ - __
__ __ __
IV - Evolução do episódio de TBCP referente ao início do projeto
Data do Ingresso do(a) paciente no estudo:
_____/____/____
_
34
Qual foi o período de tratamento da TBCP iniciado em _________?
(Ano de início)
Entre ____/____ e ____/_____
Mês Ano Mês Ano 99 ( ) Ign
(pri34A):|__||_
_|
(ano)
(pri34B):|__||_
_|
(ano)
35
O(a) paciente foi internado devido a complicações da TBCP durante
o tratamento iniciado em ______?(Ano de início)
0 ( ) Não 1 ( ) Sim 99 ( ) Ign
(pri35):
|__|
36
Qual foi a evolução do tratamento da TBCP na época do início do
tratamento em _______?(Ano de início)
0 ( ) cura 1 ( ) não concluiu o tratamento
(abandono)
2 ( ) óbito por TBC 3 ( ) óbito por outra causa
4 ( ) concluiu o tratamento sem cura 99 (...) Ign
(pri36):
|__|
37
Em caso de cura da TBCP no tratamento iniciado em ______(Ano de
início) houve recomendação de retorno ao médico para controle?
0 ( ) Não 1 ( ) Sim 88 ( ) Não se aplica 99 ( )
Ign
(pri37):
|__|
38
Em caso de cura da TBCP no tratamento iniciado em ______(Ano de
início) houve novo episódio de TBCP?
0 ( ) Não 1 ( ) Sim 88 ( ) Não se aplica 99 ( )
Ign
(pri38):
|__|
132
Em caso afirmativo (pergunta 38) preencher o ANEXO I – NOVO TRATAMENTO
39
Em caso de interrupção do tratamento (abandono) iniciado em
______(Ano de início), a interrupção do tratamento ocorreu no:
1( ) 1
0
mês de tratamento 2 ( ) 2
0
mês de tratamento 99 ( ) Ign
3( ) 3
0
mês de tratamento 4 ( ) 4
0
mês de tratamento 88 ( ) Não se
aplica
5( ) 5
0
mês de tratamento 6 ( ) 6
0
mês de tratamento
7( ) 7
0
mês de tratamento 8 ( ) outro
(especificar):________________
(pri39):
|__|
40
Em caso de abandono do tratamento iniciado em ______(Ano de
início), o(a) paciente reiniciou o tratamento?
0 ( ) Não 1 ( ) Sim 88 ( ) Não se aplica 99 ( ) Ign
(pri40):
|__|
41
Em caso de abandono desse tratamento iniciado em ______(Ano de
início), o(a) paciente recebeu visita de funcionários da unidade
sanitária, convocando-o(a) para o reinício do tratamento?
0 ( ) Não 1 ( ) Sim 88 ( ) Não se aplica 99 ( ) Ign
(pri41):
|__|
42
Em caso de óbito em qual dia, aproximadamente, ocorreu a
morte do(a) paciente?
Data:___/___/___ 88 ( ) Não se aplica 99 ( ) Ign
(pri42A): |__|
(pri42B):
___/___/___
43
Após o diagnóstico da TBCP em ______(Ano de início), a família
recebeu uma visita da equipe da unidade sanitária?
0 ( ) Não 1 ( ) Sim 99 ( ) Ign
(pri43):
|__|
44
Alguém explicou para ao(a) paciente por quanto tempo deveria tomar
os remédios?
0 ( ) Não 1 ( ) Sim 99 ( ) Ign
(pri44):
|__|
45
Alguém explicou para o(a) paciente como se “pega” a tuberculose?
0 ( ) Não 1 ( ) Sim 99 ( ) Ign
(pri45):
|__|
46
Alguém explicou para os familiares do(a) paciente como se “pega” a
tuberculose?
0 ( ) Não 1 ( ) Sim 99 ( ) Ign
(pri46):
|__|
47
Na época do início do tratamento do(a) paciente em ______(Ano de
início), os familiares do paciente fizeram os exames de escarro ou
RX para verificar se estavam doentes?
0 ( ) Não 1 ( ) Sim 99 ( ) Ign
(pri47):
|__|
133
48
Caso os familiares não tenham feito os exames, quais foram os
motivos?
0 ( ) não foram informados da necessidade 88 ( ) Não se
aplica
1 ( ) não quiseram fazer os exames 99 ( ) Ign
2 ( ) outros (especificar) ____________________
(pri48):
|__|
49
A equipe da unidade sanitária identificou outro(s) caso(s) de TBCP
entre os familiares que fizeram exames?
0 ( ) Não 1 ( ) Sim 88 ( ) Não se aplica 99 ( ) Ign
(pri49):
|__|
Se a resposta da pergunta 49 for afirmativa relacione o(s) nome(s) e idades das pessoas
que ficaram doentes nas questões de 50 a 52, caso contrário pule para a pergunta 53.
50
Em caso afirmativo, qual o nome e idade dessa pessoa (em anos)
Nome:_________________________; idade:____ (NA) não se
aplica
(pri50):
_____________
51
Em caso afirmativo, qual o nome e idade dessa pessoa (em anos)
Nome:_________________________; idade:____ (NA) não se
aplica
(pri51):
_____________
52
Em caso afirmativo, qual o nome e idade dessa pessoa (em anos)
Nome:_________________________; idade:____ (NA) não se
aplica
(pri52):
_____________
53
Entre os familiares não examinados, ocorreu(ram) caso(s) de TBCP
diagnosticados posteriormente por outros serviços de saúde?
0 ( ) Não 1 ( ) Sim 88 ( ) Não se aplica 99 ( )
Ign
(pri53):
|__|
54
Em caso afirmativo (pergunta 53) em qual tipo de serviço de saúde
foi efetuado o diagnóstico
0 ( ) ambulatório 1 ( ) unidade sanitária
2 ( ) pronto socorro 3 ( ) hospital 88 ( ) Não se
aplica
4 ( ) outro _______________ (especificar) 99 ( ) Ign
(pri54):
|__|
Se a resposta da pergunta 53 for afirmativa relacione o(s) nome(s) e idades das pessoas
que ficaram doentes nas questões de 55 a 57, caso contrário pule para a pergunta 58
55
Em caso afirmativo, qual o nome e idade dessa pessoa (em anos)
Nome:_________________________; idade:____ (NA) não se
aplica
(pri55):
_____________
56
Em caso afirmativo, qual o nome e idade dessa pessoa (em anos)
Nome:_________________________; idade:_____ (NA) não se
aplica
(pri56):
_____________
57
Em caso afirmativo, qual o nome e idade dessa pessoa (em anos)
Nome:_________________________; idade:_____ (NA) não se
aplica
(pri57):
_____________
134
58
O(a) paciente do estudo recebia remédio para TBCP para quanto
tempo de tratamento?
0 ( ) uma semana 1 ( ) um mês 2 ( ) 2 meses 3 ( ) 3 meses
4 ( ) 4- 6 meses 5 ( ) outra (especificar) ___________ 99 ( )
Ign
(pri58):
|__|
59
Como o(a) paciente do estudo ia para as consultas?
0 ( ) ônibus 1 ( ) metro 2 ( ) carro 3 ( ) a pé
4 ( ) outro (especificar) ________________ 99 ( ) Ign
(pri59):
|__|
60
Quanto tempo o(a) paciente do estudo levava para chegar a unidade
sanitária (em minutos)?
____________ minutos 99 ( ) Ign
(pri60):
|__|
61
Qual a freqüência de consultas durante o tratamento?
0 ( ) mensal 1 ( ) cada dois meses
2 ( ) cada três meses 3 ( ) outra _____________ 99 ( ) Ign
(pri61):
|__|
VI - Situação atual do(a) paciente do estudo
62
Quais são as condições atuais de saúde do(a) paciente do estudo?
0 ( ) Curado 1 ( ) Encontra-se novamente com TBCP
2 ( ) Óbito por TBCP 3 ( ) óbito por outra causa
4 ( ) vivo/condições de saúde ignorado 99 ( ) Ign
(pri62):
|__|
63 O(a) paciente do estudo está empregado atualmente?
0 ( ) Não 1 ( ) Sim 88 ( ) Não se aplica 99 ( ) Ign
(pri63):
|__|
64
Vive atualmente em regime prisional?
0 ( ) Não 1 ( ) Sim 88 ( ) Não se aplica 99 ( ) Ign
(pri64):
|__|
65
Qual o estado civil atual?
0 ( ) Solteiro 1 ( ) Casado 2 ( ) Viúvo 3 ( )
Divorciado/separado 4 ( ) Outros______ 88 ( ) Não se
aplica 99 ( ) Ign
(pri65):
|__|
Observações:
135
Apêndice 4
Termo de consentimento Informado.
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Dados sobre a pesquisa:
Título do Projeto: Fatores Prognósticos do Tratamento da TBCP numa Coorte
de Moradores da ZN.
Coordenador do projeto: Prof Dr Eliseu Alves Waldman - Dep. Epidemiologia da
Faculdade de Saúde Pública da USP Av Dr Arnaldo 715, Cerqueira César, SP/SP-
Tel: 3066-7109
A tuberculose é uma doença causada por uma bactéria que se espalha pelo ar e assim,
pode ser transmitida de uma pessoa para outra, quando o doente tosse, espirra ou
mesmo fala em voz alta. Geralmente essa bactéria ataca os pulmões. As pessoas que
apresentam tosse por mais de três semanas devem ser examinadas para confirmar se
estão com tuberculose, moléstia que freqüentemente é acompanhada por febre,
suores noturnos e perda de peso. Apesar de ser uma doença de fácil diagnóstico e
cujo tratamento quando feito adequadamente curar praticamente todos os doentes,
ainda existem muitas pessoas que morrem por causa da tuberculose. O objetivo deste
estudo é justamente investigar alguns dos fatores que poderiam estar dificultando a
cura dos pacientes. Identificando tais fatores poderemos contribuir para a melhoria
nas ações que tem por objetivo o controle dessa doença, facilitando, portanto, a
diminuição de casos e mortes causadas pela tuberculose no Brasil.
Sua participação do estudo é voluntária, caso não deseje participar seu
atendimento não será prejudicado. As informações solicitadas no questionário
serão analisadas pelos pesquisadores, garantindo o sigilo das mesmas e sempre
protegendo sua privacidade das pessoas.
Caso você tenha alguma dúvida ligue para (011) 3066-7109.
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Eu _______________________________________declaro que, após ter sido
convenientemente esclarecido, pelo pesquisador, concordei em participar do projeto
de pesquisa acima.
Data___/___/___
Assinatura______________________________________
Endereço________________________________________________
136
Apêndice 5:
Termo de aprovação da Comissão de Ética da Faculdade de Saúde Pública
da Universidade de São Paulo.
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