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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
Instituto de Geociências e Ciências Exatas
Campus de Rio Claro
A EXPANSÃO URBANO-INDUSTRIAL DO MUNICÍPIO DE AMERICANA - SP:
geotecnologias aplicadas à análise temporal e simulação de cenários
Gracieli Trentin
Maria Isabel Castreghini de Freitas
Rio Claro (SP)
2008
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
Instituto de Geociências e Ciências Exatas
Campus de Rio Claro
A EXPANSÃO URBANO-INDUSTRIAL DO MUNICÍPIO DE AMERICANA - SP:
geotecnologias aplicadas à análise temporal e simulação de cenários
GRACIELI TRENTIN
Orientadora: Maria Isabel Castreghini de Freitas
Dissertação de Mestrado elaborada junto ao
Programa de Pós-Graduação em Geografia Área de
Organização do Espaço para a obtenção do título de
Mestre em Geografia
Rio Claro (SP)
2008
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910h.3 Trentin, Gracieli
T795e A expansão urbano-industrial do município de Americana
– SP: geotecnologias aplicadas à análise temporal e
simulação de cenários / Gracieli Trentin. - Rio Claro : [s.n.],
2008
237 f. : il., figs., gráfs., tabs., fots., mapas
Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual Paulista,
Instituto de Geociências e Ciências Exatas
Orientador: Maria Isabel Castreghini de Freitas
1. Geografia urbana. 2. Crescimento urbano e industrial.
3. Aplicação de geotecnologias. 4. Uso da terra. 5. Sistemas
de Informações Geográficas. 6. Modelagem dinâmica
espacial. I. Título.
Ficha Catalográfica elaborada pela STATI - Biblioteca da UNESP
Campus de Rio Claro/SP
Comissão Examinadora
Profa. Dra. Maria Isabel Castreghini de Freitas
Orientadora
(UNESP – Rio Claro/SP)
Profa. Dra. Sílvia Selingardi Sampaio
(UNESP – Rio Claro/SP)
Profa. Dra. Cláudia Maria de Almeida
(INPE – São José dos Campos/SP)
Gracieli Trentin
Aluna
Rio Claro, 10 de julho de 2008.
Resultado: Aprovada
Dedico a minha família, meus pais Gilberto e Luizinha pelo
apoio e estímulo ao longo de mais essa etapa de minha vida,
minhas irmãs Edicarla e Fernanda pelo companheirismo e
principalmente amizade e, ao Ivan, pelo incentivo, paciência
e carinho durante o desenvolvimento deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
No decorrer da elaboração desta pesquisa novos horizontes surgiram, novas amizades se
concretizaram, muitos contatos fizeram-se necessários e, sobretudo, novos aprendizados
foram adquiridos. Dessa forma, quero agradecer primeiramente a Deus, pelo seu
companheirismo e pela sua fiel amizade em todos os instantes de minha vida. Agradeço
também pela oportunidade que tive, especialmente pelos novos momentos vividos e por ter
aprendido com cada um deles, bons e ruins.
Agradeço à Profa. Maria Isabel pela orientação e dedicação profissional ao longo deste
trabalho, além de sua amizade, dicas e conselhos valiosos.
À prefeitura municipal de Americana, em especial à funcionária Ângela Jordão, pelo apoio
dispensado durante a fase de coleta de dados e informações relativas à área de estudo. Devo
agradecer ainda a colaboração da Secretaria de Planejamento e Controladoria, do Setor de
Cadastro Técnico, do Setor de Estatística e da Secretaria de Cultura e Turismo, por todas as
informações e materiais concedidos.
Aos professores, Profa. Dra. Sílvia Selingardi Sampaio e Prof. Dr. Gilberto Garcia, pelas
importantes dicas e preciosas contribuições ao trabalho na etapa de qualificação.
Aos professores componentes da banca de defesa, agradeço por aceitarem o convite, bem
como pela leitura, dicas, críticas e sugestões feitas ao texto da dissertação.
À Profa. Dra. Cláudia Maria de Almeida, pela atenção dispensada e disponibilidade em
auxiliar na etapa de modelagem dinâmica espacial, respondendo a dúvidas e indicando
possíveis caminhos à pesquisa.
À equipe do Projeto Dinâmica da UFMG-MG, em especial ao amigo Hermann Oliveira
Rodrigues, pela valiosa orientação na etapa de modelagem e auxílio na utilização do software
DINAMICA EGO.
Ao CNPq e à FAPESP, pela concessão de bolsa de estudos, no primeiro e segundo anos do
mestrado, respectivamente.
Ao amigo Adriano Luiz Heck Simon, pela prontidão em discutir temáticas relacionadas à
Geografia e, especificamente, desta dissertação. Agradeço pelas conversas, dicas e críticas
sempre construtivas ao longo do mestrado.
A amiga Profa. Dra. Andréia Medinilha Pancher, pelo apoio e incentivo, além da colaboração
com materiais e esclarecimento de dúvidas as mais diversas.
Em especial aos amigos Sílvia, Osvaldo, Simone, e todos os outros amigos e colegas que
conheci durante o mestrado, amigos e colegas da UFSM e também de minha cidade natal que,
mesmo distantes, participaram em mais essa etapa de minha vida.
Aos funcionários da UNESP Rio Claro, em especial à equipe do CEAPLA e da Biblioteca,
bem como aos centros de pesquisa visitados e consultados (IBGE, SEADE e IGC).
Enfim, agradeço a todos que de alguma maneira participaram da elaboração deste trabalho e
não mediram esforços para que o mesmo pudesse se concretizar.
Obrigada.
RESUMO
Esta pesquisa teve como objetivo analisar o processo de expansão urbano-industrial do
município de Americana-SP, com o subsídio de geotecnologias. A ocupação urbana e
industrial foi identificada e analisada ao longo de uma série temporal de aproximadamente 60
anos (1940 a 2005), apoiando-se na elaboração e análise do uso da terra do município. Essas
etapas permitiram alcançar um diagnóstico da área de estudo atrelada a dados
socioeconômicos e a identificação dos vetores de crescimento urbano-industrial para cada
década da série temporal. A partir disso, foi desenvolvida a etapa de modelagem dinâmica
espacial, utilizando-se um modelo de autômatos celulares para simular os cenários de uso da
terra e obter prognósticos para a dinâmica urbana de Americana. Observou-se que a expansão
urbano-industrial bem como a formação do contingente populacional do município
acompanhou o processo de desenvolvimento do país, sendo o reflexo das políticas
governamentais e do desempenho econômico e social que caracterizou cada período.
Verificou-se também que o desenvolvimento industrial teve importante papel na ocupação
urbana e no crescimento populacional, uma vez que impulsionou os fluxos migratórios que
afluíram para o município. A ocupação da quase totalidade do território pela mancha urbana
representa um entrave ao crescimento futuro da cidade. Entretanto, mantidas as características
de uso e ocupação atuais, a dinâmica territorial deverá ser menor no curto e médio prazo, de
acordo com a atual tendência de redução no ritmo de crescimento da população e, por
conseqüência da área urbana, semelhante ao observado na maioria dos centros urbanos. Em
suma, foram apontadas possíveis aplicações deste trabalho, além de sugestões, sobretudo
relacionadas à etapa de modelagem, a qual constitui importante subsídio para o planejamento
urbano.
Palavras-chave: expansão urbano-industrial; geotecnologias; uso da terra; modelagem
dinâmica espacial; Americana-SP.
ABSTRACT
The aim of this research is to analyze the urban-industrial expansion process of Americana-SP
town by means of geotechnologies. The urban and industrial occupation were identified and
analyzed along a temporal series of approximately 60 years (1940 to 2005), based on the
elaboration and analysis of land use. These stages allowed to achieve a diagnosis of studied
area linked to socioeconomics information and the identification of vectors of urban-industrial
growth for each decade of the temporal series. Next, the spatial dynamic modeling using a
cellular automata model was developed to simulate land use scenarios and to obtain prognosis
for the urban dynamics of Americana. It was observed that the urban-industrial expansion as
well as the formation of population contingent followed the process of national development,
reflecting governmental politicies and the economic and social performance that characterized
each period. Furthermore, the industrial development had an important role on urban
occupation and on population growth, since that impelled the rural-urban flows. The spread of
urban areas in Americana municipality represents a hindrance to the future city growth.
However, if the current land use and occupation trends are maintained the spatial dynamic
would be small for the short and medium terms, according to actual tendency of decrease on
population growth rates and consequently of urban areas, similar to that observed on the
majority of urban centers worldwide. Finally, possible applications this work are pointed out,
besides suggestions related to the advances in spatial modeling, since it constitutes an
important tool for urban planning.
Key-words: urban-industrial expansion; geotechnologies; land use, spatial dynamic modeling;
Americana-SP.
LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 1 – Localização do município de Americana no estado de São Paulo..........................15
Figura 2 – Síntese dos procedimentos metodológicos .............................................................20
Figura 3 – Elementos da dinâmica socioeconômica do município de Villa Americana anterior
à década de 1940 ......................................................................................................................34
Figura 4 – Ocupação urbano-industrial de Americana-SP na década de 1940 ........................37
Figura 5 – Ocupação urbano-industrial de Americana na década de 1950..............................41
Figura 6 – Ocupação urbano-industrial de Americana na década de 1960..............................46
Figura 7 – Ocupação urbano-industrial de Americana na década de 1970..............................51
Figura 8 – Ocupação urbano-industrial de Americana na década de 1980..............................55
Figura 9 – Ocupação urbano-industrial de Americana na década de 1990..............................58
Figura 10 – Ocupação urbano-industrial de Americana na década de 2000............................61
Figura 11 – Comportamento populacional do município de Americana (1940 - 2000)...........63
Figura 12 – Distribuição da população de Americana nas Áreas de Planejamento - AP.........64
Figura 13 – Rendimento médio mensal das AP do município de Americana..........................65
Figura 14 – Número de pessoas empregadas nos setores secundário e terciário de Americana
(1940-2000)..............................................................................................................................66
Figura 15 – Produto Interno Bruto do município de Americana-SP........................................67
Figura 16 – Ocupação urbana e taxa de urbanização do município de Americana-SP............67
Figura 17 – Mapa síntese da expansão urbana de Americana-SP............................................69
Figura 18 – Número total e de novas indústrias em Americana (1940-2000)..........................70
Figura 19 – Síntese da localização industrial do município de Americana (1940-2000).........73
Figura 20 – Relação entre crescimento urbano, industrial e populacional de Americana (1940-
2000).........................................................................................................................................75
Figura 21 – Vetorização das feições de uso da terra a partir do retângulo útil ........................85
Figura 22 - Planos de informação que representam o mundo real...........................................91
Figura 23 – Mapa hipsométrico do município de Americana-SP ..........................................100
Figura 24 – Mapa clinográfico do município de Americana-SP............................................101
Figura 25 – Mapa do uso da terra do município de Americana (1962)..................................104
Figura 26 – Mapa do uso da terra do município de Americana (1977)..................................107
Figura 27 – Mapa do uso da terra do município de Americana (1996)..................................109
Figura 28 – Mapa do uso da terra do município de Americana (2000)..................................112
Figura 29 – Mapa do uso da terra do município de Americana para o cenário recente.........114
Figura 30 – O uso da terra do município de Americana (1962-2005)....................................116
Figura 31 – Exemplos das classes de uso da terra do município de Americana-SP...............120
Figura 32 – Relação entre o uso da terra recente e as características de declividade de
Americana-SP.........................................................................................................................121
Figura 33 – Síntese das etapas de modelagem dinâmica espacial no software de simulação
DINAMICA EGO ..................................................................................................................131
Figura 34 – Interface gráfica do software de simulação DINAMICA EGO..........................140
Figura 35 – Mapas de uso da terra de Americana em 1962 e 1977........................................142
Figura 36 – Faixas de distância para as variáveis independentes calculadas pelo DINAMICA
EGO........................................................................................................................................145
Figura 37 – Representação dos coeficientes de pesos de evidências para as variáveis
independentes .........................................................................................................................147
Figura 38 – Probabilidades de transição para o período de 1962-1977 em Americana.........149
Figura 39 – Simulações para o cenário de uso da terra de Americana (1977).......................150
Figura 40 – Mapas de diferença e similaridade para a Simulação 1 do cenário de 1977.......152
Figura 41 - Mapas de uso da terra de Americana em 1977 e 1996........................................155
Figura 42 – Simulações para o cenário de uso da terra de Americana (1996).......................157
Figura 43 - Mapas de uso da terra de Americana em 1996 e 2000........................................159
Figura 44 – Simulações para o cenário de uso da terra de Americana (2000).......................162
Figura 45 - Mapas de uso da terra de Americana em 2000 e 2005........................................163
Figura 46 – Probabilidades de transição para o período de 2000-2005 em Americana.........164
Figura 47 – Simulações para o cenário de uso da terra de Americana (2005).......................165
Figura 48 – Mapas de diferença e similaridade para a Simulação 1 do cenário de 2005.......167
Figura 49 – Simulações de tendências futuras para a dinâmica de uso da terra de
Americana...............................................................................................................................169
Figura 50 – Simulações de cenários de uso da terra de Americana para 2010 sob a hipótese de
permanecerem as taxas de transição do período de 1996-2000..............................................170
Figura 51 – Mapa da rede viária de Americana-SP acrescido das vias arteriais e vias
projetadas pelo PDDI .............................................................................................................172
Figura 52 – Simulações futuras para a dinâmica de uso da terra de Americana sob a hipótese
de serem inseridas as vias arteriais e vias projetadas pelo PDDI (2006) ...............................173
LISTA DE TABELAS
Página
Tabela 1 – Organização dos números de Cadastro Técnico do município de Americana .......26
Tabela 2 – Síntese da espacialização dos estabelecimentos industriais de Americana-SP......27
Tabela 3 – Taxa de crescimento populacional (1970 - 2000)...................................................62
Tabela 4 – Densidade demográfica do município de Americana (1940-2000)........................63
Tabela 5 – Classificação da atividade industrial de Americana (1940-2000)..........................71
Tabela 6 – Ocupação urbano-industrial nas Áreas de Planejamento de Americana
(2000/2005) ..............................................................................................................................74
Tabela 7 – Área ocupada pelas classes altimétricas no município de Americana-SP..............97
Tabela 8 Área ocupada pelas classes clinográficas em Americana-SP.................................99
Tabela 9 - Área ocupada pelas classes de uso da terra na área de estudo - 1962...................103
Tabela 10 – Área ocupada pelas classes de uso da terra na área de estudo - 1977 ................105
Tabela 11 – Área ocupada pelas classes de uso da terra na área de estudo - 1996 ................108
Tabela 12 – Área ocupada pelas classes de uso da terra na área de estudo – cenário 2000...111
Tabela 13 – Área ocupada pelas classes de uso da terra na área de estudo – cenário
recente.....................................................................................................................................113
Tabela 14 – Transições anuais de uso da terra de Americana no período de 1962-1977.......143
Tabela 15 – Variáveis explicativas das transições de uso da terra.........................................143
Tabela 16 – Variáveis selecionadas para as transições de uso da terra em Americana (1962-
1977).......................................................................................................................................144
Tabela 17 – Parâmetros específicos para a definição dos intervalos da transição de uso não-
urbano para residencial: 1962-1977 .......................................................................................145
Tabela 18 – Variável hipsometria para a transição não-urbano para residencial: 1962 -
1977........................................................................................................................................146
Tabela 19 – Variável distâncias às estradas para a transição não-urbano para residencial:
1962-1977...............................................................................................................................146
Tabela 20 – Parâmetros de transição do uso da terra para Americana no período de 1962-
1977........................................................................................................................................150
Tabela 21 – Transições anuais de uso da terra de Americana no período de 1977-1996.......155
Tabela 22– Variáveis selecionadas para as transições de uso da terra em Americana (1977-
1996).......................................................................................................................................155
Tabela 23 – Parâmetros de transição do uso da terra para Americana no período de 1977-
1996: Simulação 1..................................................................................................................156
Tabela 24 – Similaridades para as simulações do cenário de uso da terra de Americana (1996)
................................................................................................................................................157
Tabela 25 – Transições anuais de uso da terra de Americana no período de 1996-2000.......160
Tabela 26 – Variáveis selecionadas para as transições de uso da terra em Americana (1996-
2000).......................................................................................................................................160
Tabela 27 – Parâmetros de transição do uso da terra para Americana no período de 1996-
2000: Simulação 1..................................................................................................................160
Tabela 28 – Similaridades para as simulações do cenário de uso da terra de Americana
(2000) .....................................................................................................................................161
Tabela 29 – Transições anuais de uso da terra de Americana no período de 2000-2005.......163
Tabela 30 – Variáveis selecionadas para as transições de uso da terra em Americana (2000-
2005).......................................................................................................................................164
Tabela 31 – Parâmetros de transição do uso da terra para Americana no período de 2000-
2005: Simulação 1..................................................................................................................165
Tabela 32 – Similaridades para as simulações do cenário de uso da terra de Americana
(2005) .....................................................................................................................................166
SUMÁRIO
Página
INTRODUÇÃO........................................................................................................................ 13
1.1 Enfoque teórico-metodológico.......................................................................................17
1.2 Apresentação dos Capítulos ...........................................................................................21
CAPÍTULO 1 - A EXPANSÃO URBANO-INDUSTRIAL DE AMERICANA-SP: 1940 -
2000.......................................................................................................................................... 22
1.1 Considerações iniciais ....................................................................................................23
1.2 Orientações metodológicas para a análise da expansão urbano-industrial.....................24
1.3 O contexto histórico da inserção da indústria e da formação da rede urbana de
Americana até a década de 1940 ..........................................................................................28
1.4 A década de 1940 e o impulso urbano-industrial do pós-guerra....................................35
1.5 A década de 1950: crescimento industrial e populacional .............................................39
1.6 A década de 1960: da crise ao milagre...........................................................................43
1.7 A década de 1970: a desconcentração industrial............................................................47
1.8 A década de 1980: crescimento e crise...........................................................................53
1.9 A década de 1990: abertura de mercado e crise .............................................................56
1.10 A primeira metade da década de 2000: globalização e tecnologia...............................59
1.11 Panorama do período 1940 – 2000...............................................................................62
1.12 Considerações relativas à expansão urbano-industrial de Americana..........................77
CAPÍTULO 2 - GEOTECNOLOGIAS NO MAPEAMENTO MULTITEMPORAL DO USO
DA TERRA DE AMERICANA-SP......................................................................................... 78
2.1 Considerações Iniciais....................................................................................................79
2.2 Orientação metodológica para a análise da multitemporalidade no uso da terra ...........80
2.3 A identificação do uso da terra: do conceito a sua relevância prática............................87
2.4 O contexto das geotecnologias na análise do uso da terra e no planejamento urbano...90
2.5 Alguns aspectos do quadro físico americanense: uma breve abordagem.......................96
2.6 Cenário de uso da terra em 1962: crescimento que ameaça as áreas não-
urbanizadas.........................................................................................................................102
2.7 Cenário de uso da terra em 1977: o intenso processo de urbanização do território.....105
2.8 Cenário de uso da terra em 1996: tendência de desaceleração no crescimento
urbano.................................................................................................................................108
2.9 Cenário de uso da terra em 2000: a lenta mas contínua ocupação urbana ...................110
2.10 Cenário mais recente de uso da terra: a dinâmica em curso.......................................113
2.11 A dinâmica do uso da terra de Americana: de 1962 ao período recente....................115
2.12 Considerações acerca da dinâmica de uso da terra de Americana .............................124
CAPÍTULO 3 - DINÂMICA DO USO DA TERRA NO MEIO URBANO: simulação de
cenários................................................................................................................................... 125
3.1 Considerações Iniciais..................................................................................................126
3.2 Orientação metodológica para a elaboração da modelagem dinâmica espacial...........127
3.3 Aspectos teóricos da modelagem dinâmica espacial....................................................132
3.3.1 O programa de simulação DINAMICA EGO.......................................................138
3.4 Simulações dos cenários de uso da terra de Americana...............................................141
3.4.1 A simulação para o período 1962 – 1977..............................................................141
3.4.2 A simulação para o período 1977 - 1996...............................................................154
3.4.3 A simulação para o período 1996 - 2000...............................................................159
3.4.4 A simulação para o período 2000 - 2005...............................................................162
3.5 Os cenários futuros para a dinâmica urbana de Americana..........................................168
3.6 Alguns apontamentos da etapa de modelagem.............................................................174
3.7 Considerações relativas à modelagem dinâmica espacial de Americana.....................177
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................. 179
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................... 188
ANEXOS................................................................................................................................ 199
ANEXO A - Georreferenciamento dos produtos cartográficos..........................................200
ANEXO B - Trabalhos de campo.......................................................................................203
ANEXO C – Modelos utilizados na etapa de Modelagem Dinâmica Espacial..................205
ANEXO D – Coeficientes de pesos de evidências para a calibração aceita em cada um dos
quatro períodos de simulação.............................................................................................212
ANEXO E – Correlação pareada das variáveis utilizadas em cada período de
simulação............................................................................................................................235
ANEXO F – Parâmetros de transição dos cenários de uso da terra simulados e selecionados
para cada um dos quatro períodos de simulação ................................................................237
INTRODUÇÃO
___________________________________________________________________________
O processo de urbanização ocorre na maioria das vezes de forma desordenada em
decorrência, entre outros fatores, do crescimento populacional concentrado principalmente em
áreas urbanas. Esse acréscimo da população urbana geralmente não está em equilíbrio com a
oferta de infra-estrutura, resultando em áreas de ocupação não-planejadas ou até mesmo
impróprias para o uso urbano.
A transferência da população para as cidades vem desencadeando uma maior ocupação
de áreas para fins urbanos. A população brasileira passou de aproximadamente 41,2 milhões
na década de 1940 para mais de 191,8 milhões de habitantes em 2007, na estimativa do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. A população urbana, por sua vez,
representava 31,24% da população total do Brasil em 1940 e passou para 84,2% na estimativa
de 2005.
Entretanto, apesar desse aumento, as taxas de crescimento mostram tendência de
diminuição para os períodos recentes e futuros. A taxa de crescimento populacional, conforme
dados do IBGE, foi de 2,99% entre as décadas de 1940 e 1950 e passou para 1,63% na década
de 1990. A queda da taxa de crescimento verificada até o momento esteve relacionada com a
queda da taxa de fecundidade, além da redução do processo migratório, principalmente
internacional, tendendo a uma inversão de tais fluxos migratórios.
A dinâmica do meio urbano é influenciada por distintos elementos e fatores, os quais
estão atrelados ao panorama socioeconômico que caracteriza cada época. Neste contexto,
além do acréscimo populacional, o processo de industrialização por muito tempo esteve em
compasso com a urbanização, resultando na constituição de diversos centros urbanos, embora
sua influência ocorra em menores proporções nos períodos mais recentes.
O desenvolvimento industrial brasileiro apresentou fases de rápido crescimento
derivadas de políticas governamentais propostas em cada época, com intuito de desenvolver
esse setor e, por conseqüência, a economia do país. Porém, concentrou-se principalmente nas
regiões sul e sudeste, destacando-se o estado de São Paulo.
A forte concentração industrial em São Paulo culminou em deseconomia, ou seja, as
vantagens econômicas tornaram-se poucas ou inexistentes. Este fato, aliado às políticas do
governo federal a partir da década de 1970 com objetivo de promover o desenvolvimento das
outras regiões do país, desencadeou o início de um processo de desconcentração industrial, a
qual se tornou mais visível no entorno da metrópole paulista, uma vez que as indústrias
14
buscaram instalar-se em municípios, principalmente de porte médio e próximos à metrópole,
que apresentassem infra-estrutura básica para tal atividade.
O crescimento acelerado e desordenado da maioria das cidades brasileiras a partir da
década de 1960 resultou na ocupação de áreas desfavoráveis ao uso urbano, ocasionando, por
sua vez, desequilíbrios ao ambiente. Neste sentido, o planejamento urbano, vinculado à
crescente necessidade de ordenar as áreas urbanas, principalmente em cidades de porte médio
onde a tendência de crescimento e expansão é maior, tem sido tema de grande interesse nas
últimas décadas.
Uma técnica auxiliar do planejamento é a análise do uso da terra, que pode auxiliar em
projetos e em iniciativas de crescimento ordenado e com menor impacto ao meio ambiente.
Afinal, o uso da terra pode ser entendido como a forma pela qual o espaço é ocupado pelo
homem. Dessa forma, o levantamento e as constantes atualizações referentes ao uso da terra
tornam-se de grande importância para a compreensão da organização espacial.
A análise temporal do uso da terra foi beneficiada com o desenvolvimento das
geotecnologias, principalmente dos instrumentos e técnicas que compõem os Sistemas de
Informação Geográfica e o Sensoriamento Remoto, áreas do conhecimento que trazem
significativas contribuições para o planejamento urbano e regional.
Assim, o advento tecnológico permitiu a inserção de novas práticas e técnicas para a
avaliação das características, limitações e potencialidades de cada área, informações
necessárias para a concretização de ações de ordenamento territorial, pois a complexidade
apresentada pelas áreas urbanas demanda instrumentos que permitam uma análise menos
onerosa em tempo e que possa integrar todas as informações disponíveis com a finalidade de
se obter o diagnóstico e a proposição de prognósticos.
Nessa perspectiva, a modelagem de dados tem papel preponderante ao buscar
aproximações possíveis para cada espaço considerado a partir dos dados e das características
decorrentes de uma série temporal de cenários de uso da terra. A efetivação de cenários
futuros, apoiada em simulações, pode antever várias situações possíveis, de acordo com as
peculiaridades de cada local, e assim, auxiliar o planejador em suas decisões.
A busca pela compreensão da dinâmica que ocorre no espaço em relação ao processo
histórico e às características inerentes a cada local faz parte da abordagem sistêmica. A
presente dissertação adota esta abordagem teórica, uma vez que considera um município
como área de estudo, além de partir de uma análise temporal da expansão urbano-industrial e
do uso da terra e utilizar a modelagem para obter simulações de cenários.
O município pode ser considerado um sistema que reflete as características do processo
15
histórico, social e econômico decorrentes de níveis hierárquicos superiores (estado e país).
Desse modo, propõe-se como área de estudo o município de Americana-SP (Figura 1).
Figura 1 – Localização do município de Americana no estado de São Paulo
16
A escolha desta área de estudo justifica-se por sua localização em um dos eixos de
desenvolvimento do interior paulista, a rodovia Anhangüera, e, principalmente, pelo seu
destacado desenvolvimento industrial, sobretudo vinculado ao setor têxtil, cujo auge sucedeu-
se entre as décadas de 1960 e 1980 e participou na configuração de seu desenho urbano.
Além disso, foi considerado o desafio imposto aos administradores locais de buscar
alternativas viáveis de planejamento urbano para um espaço restrito, porquanto o município
possui aproximadamente 144 km
2
de área territorial (Fundação Sistema Estadual de Análise
de Dados - SEADE, 2006) e apresenta-se predominantemente urbanizado, em especial na
porção oeste a partir da represa Salto Grande, acrescido ao fato da existência de espaços
vazios entremeados em sua área urbana.
A paisagem urbana do município de Americana apresentou acelerado crescimento ao
longo do século XX, culminando com o predomínio do uso urbano a partir das últimas
décadas. A compreensão de como essas mudanças da paisagem desenrolaram-se e quais os
elementos e fatores que influenciaram nesse processo podem ser explicados pela análise
multitemporal do uso da terra.
Neste contexto, o objetivo central desta pesquisa foi analisar a expansão urbana sob a
ótica da distribuição espacial da indústria no município de Americana-SP, traçando um
paralelo entre a presença da indústria e os vetores de expansão urbana ao longo do tempo,
assim como a simulação da dinâmica de uso da terra no meio urbano e a elaboração de
possíveis cenários futuros por meio de Sistemas de Informações Geográficas (SIG),
contribuindo, assim, para o planejamento do crescimento urbano local.
A partir desta prerrogativa geral foram delineados os objetivos específicos que se
referem a:
Mapear a expansão urbana do município a partir da implantação da indústria, tomando
por base o material cartográfico disponível e a interpretação de fotografias aéreas e
imagens orbitais de diferentes épocas em ambiente digital;
Analisar a influência da indústria no processo de expansão urbana da cidade,
considerando sua localização e dinâmica espacial, bem como os fatores históricos e
econômicos que propiciaram tal desenvolvimento;
Estabelecer um panorama atual com relação às características da ocupação urbana e
industrial do município;
Elaborar um mapeamento de uso da terra a partir de produtos de Sensoriamento
Remoto para verificar o uso e ocupação desenvolvidos na área de estudo ao longo da
17
série temporal adotada;
Utilizar a modelagem dinâmica espacial, especificamente um modelo de autômatos
celulares, a fim de simular os cenários de uso da terra a partir do mapeamento
temporal elaborado. Posteriormente, com base na situação atual de uso, simular
cenários futuros de curto e médio prazo para a área urbana do município;
Possibilitar maior cooperação entre as geotecnologias e as políticas de planejamento
urbano, visando mostrar algumas das possibilidades que essa área do conhecimento
tem a contribuir com o trabalho de planejadores e administradores municipais.
A partir da apresentação dos objetivos, são consideradas as seguintes hipóteses para o
desenvolvimento da pesquisa:
É possível verificar como efetivamente ocorreu a expansão urbano-industrial no
município, destacando-se as características urbano-industriais e socioeconômicas de
cada época da série temporal considerada?
A partir das características observadas ao longo do período estudado, pode-se
compreender como o desenvolvimento industrial, aliado ao aumento populacional,
influenciou na configuração do desenho urbano local? Desse modo, as características
de uso da terra do município identificada nos cenários elaborados podem subsidiar
cenários simulados da dinâmica urbana para o curto e médio prazo, além da simulação
dos cenários já identificados por meio da modelagem dinâmica espacial - um modelo
de autômatos celulares?
Ao se considerar a análise da organização espacial como um todo, é possível conhecer
as interações entre o meio natural e as ações humanas? A partir disso, pode-se
espacializar, qualificar e até quantificar as mudanças ocorridas, e então apontar
tendências futuras como auxílio ao ordenamento territorial, fazendo uso de
geotecnologias?
Apresentada a temática de estudo, os objetivos e as hipóteses da pesquisa, são
necessários alguns apontamentos relacionados à abordagem teórica adotada para nortear o
desenvolvimento desta dissertação.
1.1 Enfoque teórico-metodológico
Visando ao maior entrelaçamento entre teoria e prática no âmbito da ciência geográfica,
ou seja, a interação entre geotecnologias e a base teórica que compete à pesquisa em
18
Geografia, tornou-se necessário encontrar uma abordagem teórico-metodológica que
abrangesse este conjunto e atendesse aos objetivos propostos pela presente pesquisa. Assim, a
orientação metodológica deste trabalho está vinculada à Teoria Geral de Sistemas (TGS).
De acordo com Capra (1982), a concepção sistêmica considera o mundo como relação e
integração. Ainda segundo o autor, os sistemas são totalidades integradas e suas propriedades
não podem ser reduzidas em unidades menores. Dessa forma, a abordagem sistêmica enfatiza
os principios básicos da organização. Para Chorley e Kennedy (1971) sistema é um conjunto
estruturado de objetos e atributos, os quais consistem de componentes ou variáveis que
exibem relações entre si e operam conjuntamente em um todo complexo, de acordo com
algum padrão observado.
O panorama científico vinculado à Geografia demanda pesquisas que considerem a
dinâmica espacial, tendo em vista a inter-relação entre os elementos que compõem cada
paisagem – fato que induz ao estudo do espaço geográfico de modo holístico.
Salienta-se que o enfoque nessa perspectiva de análise tem suas origens ainda na
antiguidade, sendo posteriormente reforçada por Alexander Von Humboldt (1769/1859).
Porém, a história da Geografia mostra que a visão integrada cedeu lugar a divisões - a mais
conhecida é a cisão entre Geografia Física e Humana (TROPPMAIR, 2000).
Troppmair traz ainda considerações de outros autores que reforçam a idéia de que a
ciência geográfica não se resume a fatos isolados. O pensamento sistêmico ressurge com os
biólogos a partir da década de 1930, destacando-se a contribuição de Ludwig Von
Bertalanffy. Chorley e Kennedy (1971, p.1), afirmam que “O mundo real pode ser encarado
como um conjunto constituído de sistemas interligados em várias escalas e complexidades
que estão aninhados e interligados entre si formando um sistema de hierarquia”.
Assim, o pensamento sistêmico foi inserido na ciência defendendo que a compreensão
das partes se dará somente por meio do todo, porquanto elas se constituem e surgem das
relações de organização que compõem esse todo maior. Após a idealização da TGS por
Bertalanffy, a mesma foi ampliada por Chorley e Kennedy, os quais, conforme Zacharias
(2006), passaram a analisar a paisagem a partir de sua funcionalidade sistêmica.
Ainda nesse contexto, Zacharias (2006) refere-se à paisagem como tudo o que pode ser
visto e traz o conceito dela definido por Ab’Saber (1969, p. 4), como sendo “a realidade do
visível”. Ferreira (1997), ao versar sobre esse tema, cita Sotchava (1978), o qual entende que
não basta estudar somente os componentes da natureza, mas se deve considerar as conexões
entre eles. Logo, é preciso ir além da morfologia da paisagem e suas subdivisões, faz-se
necessário também dar ênfase ao estudo de sua dinâmica, estrutura funcional e conexões.
19
A utilização de modelos está intimamente vinculada à verificação de teorias, à
quantificação e à abordagem sistêmica. Por esse motivo, o desenvolvimento de modelos pode
ser considerado como a estruturação de idéias seqüenciais, que se relacionam com o
funcionamento do sistema, tornando-o compreensível, o que consequentemente expressará as
relações entre seus elementos (CHRISTOFOLETTI, 1952).
A abordagem sistêmica torna-se um importante instrumento para o geógrafo na
compreensão da organização espacial, constituindo-se como meio de perceber a realidade.
Assim, a concepção sistêmica, no caso deste estudo, vem de encontro à busca do
entendimento quanto à dinâmica apresentada pelo município de Americana-SP ao longo dos
períodos de análise e em conformidade com o panorama histórico de cada época.
A utilização da modelagem dinâmica espacial como intrumento para simular a expansão
urbano-industrial de Americana tem como arcabouço a estruturação do processo histórico
vivenciado pela área de estudo. Essas informações serão conhecidas a partir da análise
multitemporal vinculada às características de uso da terra. Partindo da concepção de que a
área de estudo é um sistema aberto em constante inter-relação com elementos externos, são
consideradas aqui algumas variáveis de análise que podem caracterizar a organização espacial
passada e presente e, a partir disso, os prognósticos futuros.
Para a análise desse sistema foi utilizada a escala espaço-temporal, sendo o espaço
considerado bidimensional com diferentes possibilidades, já que corresponde à representação
de distintos momentos históricos. O tempo, por sua vez, é entendido como discreto, mantendo
uma dinâmica à medida que passa e de acordo com as distintas entradas de dados. Deve-se
ressaltar que a partir dessa escala busca-se responder as questões básicas referentes à por que,
quanto, quando e onde de um determinado fenômeno.
De acordo com Pedrosa e Câmara (2004), o objetivo dos modelos espaços-temporais é a
simulação numérica de fenômenos do mundo real em que seus estados modificam-se ao longo
do tempo e em função de diversas condições de entrada. Os modelos de SIG dinâmicos
descrevem a evolução de padrões espaciais de um sistema ao longo do tempo.
A temática em estudo é contextualizada a partir de diferentes níveis hierárquicos em
conformidade com a abordagem teórica adotada, sendo relacionados, de modo generalizado,
os processos de expansão urbano-industrial do mundo, do Brasil e do estado de São Paulo.
Em seguida, buscou-se conhecer e entender a organização interna do município por meio da
análise multitemporal do uso da terra; e, em uma terceira fase, procedeu-se a modelagem
dinâmica espacial. O fluxograma da Figura 2 sintetiza as principais etapas metodológicas
desenvolvidas na pesquisa.
20
Figura 2 – Síntese dos procedimentos metodológicos
Org.: Trentin, 2008.
21
1.2 Apresentação dos Capítulos
Posteriormente às considerações introdutórias da pesquisa que fizeram referência à
temática adotada, à área de estudo e justificativa, aos objetivos, às hipóteses e ao método de
trabalho, passa-se a uma breve apresentação dos temas de cada capítulo.
O Capítulo 1 enfoca a expansão urbano-industrial aliada ao processo histórico
econômico, que representou os acontecimentos mais relevantes de cada época em diferentes
níveis espaciais, possibilitando uma visão geral e elucidativa da área de estudo ao longo da
série temporal adotada. Além disso, nesse capítulo é destinada especial atenção aos processos
de ocupação urbana e localização industrial em cada década a partir de 1940 até 2005. E, por
fim, é apresentado um panorama que compreende a análise de todas as informações do
período de modo a possibilitar uma visão do conjunto, ou seja, da ocupação urbano-industrial
recente de Americana.
A análise multitemporal do uso da terra para o município de Americana é tratada no
Capítulo 2, tendo sido elaborados cinco cenários de uso da terra com base em produtos de
Sensoriamento Remoto e técnicas de geoprocessamento. Cada cenário de uso da terra é
conseqüência dos processos histórico, social e econômico, sendo definidores das linhas
mestras que a ocupação do território apresentou em cada época. Ademais, este capítulo
apresenta análises relativas ao uso da terra e às características físicas de Americana.
O Capítulo 3 traz a etapa de modelagem dinâmica espacial, para a qual foi considerado
todo o aporte obtido nos capítulos anteriores, principalmente os cenários de uso da terra, que
foram generalizados a fim de que pudessem representar a dinâmica urbana do município.
Assim, esse capítulo traz as simulações efetuadas para os cenários pré-existentes e apresenta
os possíveis cenários de uso da terra para o curto e médio prazo, além de cenários com base
em hipóteses.
Por fim, são apresentadas as considerações finais do trabalho que compreendem as
conclusões obtidas, a aplicabilidade desta pesquisa, as dificuldades enfrentadas, assim como
as sugestões para trabalhos futuros que por ventura venham a ser desenvolvidos na mesma
temática.
CAPÍTULO 1
A EXPANSÃO URBANO-INDUSTRIAL DE AMERICANA-SP:
1940 - 2000
23
1.1 Considerações iniciais
A heterogeneidade apresentada pela cidade suscita a necessidade de entender as
transformações que derivam da apropriação concretizada pelos distintos meios de produção
alicerçados pelo capital nesse espaço, que resultam nos desenhos e formas urbanas. A
dinâmica urbana pode ser identificada e interpretada sob diferentes ângulos com auxílio de
SIG. A partir disso, acredita-se que a análise conjunta do processo histórico, aliado à
representação espacial possibilitada pela geotecnologia, possa contribuir efetivamente na
melhor compreensão da dinamicidade desse espaço multifacetado.
A dinâmica da população mundial mostra que sua maior concentração em áreas rurais
vem nos últimos dois séculos, particularmente nas últimas décadas, transferindo-se em ritmo
acelerado para as áreas urbanas, que cresceram rapidamente.
De acordo com pesquisas de instituições como o IBGE e a ONU, o crescimento da
população urbana tende a acentuar-se a partir do cenário atual. Em pesquisa divulgada pela
UN-Habitat-ONU
1
, em 2007 o contingente urbano teria superado o rural em nível mundial.
Esse mesmo estudo estima ainda que em 2030 dois terços da população mundial irão residir
em centros urbanos. Nota-se então um crescimento populacional mais lento, no entanto, uma
maior concentração em áreas urbanas.
Entre os principais fatores que aceleram este fenômeno estão a falta de oportunidades e
incentivos para o desenvolvimento rural; o êxodo rural; as altas taxas de crescimento natural;
a economia de mercado que promove a urbanização, e por conseqüência a concentração
espacial; e os atrativos que o meio urbano tem a oferecer como acesso a mercadorias, serviços
e informações, que estariam ligados a garantias de maior conforto à vida na cidade.
O espaço urbano é considerado uma parcela do território por se inserir e ser reflexo de
um contexto social, político e econômico mais amplo (como o município, por exemplo) e,
ainda, por se constituir em território, em vista do concreto jogo de interesses estabelecido
entre diferentes agentes sociais que o (re)modelam (COSTA, 2005). Castells (1999) aponta
que as formas, a função, os sentidos sociais e os processos espaciais são construídos pela
dinâmica de toda a estrutura social, ocorrendo a inclusão de tendências contraditórias
derivadas de conflitos e estratégias entre os atores sociais que representam interesses e valores
opostos.
A paisagem urbana não é simplesmente produto da história, mas reproduz uma história
1
UN-Habitat – United Nations Human Settlements Programme (ONU).
24
associada de forma direta ao modo de produção capitalista, em que convivem o novo e o
velho. Essa paisagem pode ser observada na tipologia das construções, no traçado das ruas,
bem como nas características de uso da terra em um determinado espaço. Embora tenha
aparência estática, oculta um dinamismo revelado na sua construção social e histórica, o qual
é fruto da atividade humana, dotada de contradições quanto ao processo de produção do
espaço.
A urbanização foi impulsionada pelo desenvolvimento industrial: a Revolução
Industrial, desencadeada por volta de 1750, teve como cenário a área urbana, sendo a fábrica
um elemento urbano, posto que a indústria exige em sua proximidade a presença de um
relevante número de trabalhadores e seu grande volume de produção requer serviços de infra-
estrutura - transportes, armazenamento, energia etc. - que constituem o cerne da moderna
economia urbana. Conforme Singer (1977, p. 24-25) “Quando a fábrica não surge já na
cidade, é a cidade que se forma em volta dela”.
A industrialização, elemento dinâmico e responsável pelo processo de desenvolvimento,
influi no crescimento urbano por meio da ampliação do setor terciário (GEIGER, 1963).
Nesse contexto, Carlos (1989) ressalta a profunda alteração provocada pela industrialização
na divisão social e espacial do trabalho, implicando mudanças no modo de vida do homem,
pois, segundo ela, a aglomeração da população e dos meios de produção e capitais em pontos
específicos do espaço concorre para a multiplicação de pontos de concentração, produzindo
uma rede urbana articulada e hierarquizada.
Ainda em consonância com a autora, a industrialização intensificou o processo de
urbanização a ponto de ambos tornarem-se indissociáveis. Produziu-se um novo urbano a
partir da criação de novos padrões de produção e consumo. Criaram-se novas formas de
convívio entre as pessoas a partir da construção de um novo modo de vida.
Dessa forma, a configuração do espaço urbano do município de Americana-SP, objeto
de estudo desta pesquisa, resulta da estreita relação entre desenvolvimento industrial e
crescimento urbano. Nessa perspectiva de inter-relação e posterior independência entre os
processos de urbanização e industrialização, vê-se como necessário elaborar um panorama
histórico a fim de entender a formação e a expansão da estrutura urbana e industrial do
município.
1.2 Orientações metodológicas para a análise da expansão urbano-industrial
Para a elaboração do panorama de expansão urbano-industrial do município de
25
Americana-SP, foi necessário considerar-se a realidade socioeconômica predominante nos
distintos momentos históricos. Dessa forma, o intervalo de tempo adotado para este trabalho
trata-se do período entre as décadas de 1940 e 2000, essa última em curso.
Inicialmente, foram consultadas bibliografias relativas à temática proposta sem o intuito
de saturar o tema, mas de forma que essa base teórica, aliada aos produtos cartográficos
elaborados, possibilitasse a estruturação do trabalho e o alcance dos objetivos propostos.
Assim, foram utilizados nessa fase da pesquisa os seguintes materiais:
Base cartográfica do município (2006) cedida pela Secretaria de Planejamento e
Controladoria da Prefeitura Municipal de Americana, em escala 1:10.000, elaborada a
partir de Cartas Topográficas, tendo sido adotada a projeção UTM (Projeção
Transversa de Mercator);
Mapa de expansão urbana do município de Americana (1940-2000) cedido pela
Secretaria de Planejamento e Controladoria da Prefeitura Municipal de Americana;
Fotografias aéreas de diferentes datas (1962, 1977, 1996 e 2000)
2
;
Imagem do satélite Landsat (1988) e do Google Earth
2
(2005-2007);
Cadastro de atividades do município de Americana cedido pelo Setor de Cadastro da
Prefeitura Municipal;
Dados socioeconômicos coletados nos órgãos IBGE, SEADE e IPEA
3
.
A organização do material cartográfico coletado e a elaboração dos produtos
necessários para as análises da evolução urbano-industrial de Americana lançaram mão de
alguns softwares, entre eles:
9 Spring 4.2;
9 AutoCAD Map 2000;
9 Corel Draw 11.0.
Na etapa seguinte, procedeu-se ao georeferenciamento
4
no SIG das imagens e
fotografias a partir da base cartográfica municipal e individualizou-se a área urbanizada para
cada década do período considerado pelo trabalho (1940 - 2000). A representação da mancha
urbana referiu-se aos anos de 1962, 1977, 1988, 1996, 2000, além de um cenário recente
(2005, 2006 e 2007) considerando-se a disponibilidade de material cartográfico.
2
Informações relacionadas aos cenários aerofotogramétricos e às imagens do Google Earth utilizados neste
trabalho serão detalhadas no Capítulo 2.
3
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
4
Para maiores informações relativas à etapa de georeferenciamento realizada na pesquisa, vide Anexo A.
26
Foram utilizadas fotografias aéreas para os anos de 1962, 1977, 1996 e 2000; imagem
do satélite LANDSAT TM para 1988 (GLCF
5
, 2007) e imagens do Google Earth para o
cenário atual. Para os anos de 1940 e 1950 adotou-se a representação do mapa de expansão
urbana concedido pela Prefeitura Municipal, o qual toma por base a aprovação de loteamentos
urbanos, mesmo que não venham a se consolidar.
A vetorização da área urbanizada encontrou respaldo na metodologia proposta por
Anderson et al. (1979), quando afirmam que a área urbana ou construída corresponde a áreas
de uso intenso, com grande parte da terra coberta por estruturas. A opção por essa orientação
deve-se ao fato de serem considerados como área urbana os espaços realmente utilizados para
as funções urbanas.
Uma vez que o objetivo central do trabalho é tratar da expansão urbano-industrial, foi
realizada a espacialização da atividade industrial no município. Assim, foram utilizadas as
informações contidas no cadastro de atividades da Prefeitura Municipal, que se referem ao
período de abertura de cada indústria ao longo dos anos; logo, todas constantes na lista detêm
um número de cadastro, cuja informação está de acordo com o mapa base do município. A
partir daí, foi possível a localização e espacialização de cada estabelecimento industrial na
área urbana em nível de quadra, sendo esse o menor detalhamento representado pelo mapa
base disponibilizado.
A etapa de localização de cada indústria no mapa base foi orientada pelo número do
cadastro técnico composto por 13 dígitos: os dois primeiros correspondem ao setor de
cadastro; os quatro seguintes ao número da quadra (informação utilizada para a espacialização
industrial deste trabalho); os quatro subseqüentes à numeração dos lotes; e os dois últimos ao
sub-lote, que se referem a uma subdivisão para construções de fundos de lotes (Tabela 1).
Tabela 1 – Organização dos números de Cadastro Técnico do município de Americana
Setor de cadastro Quadra Lote Sub-lote
05
14
0077
0086
0260
0282
001
003
Fonte: Cadastro de Atividades da Prefeitura Municipal de Americana, 2006.
A partir da contagem do número de estabelecimentos industriais para cada década,
procedeu-se à localização das quadras no mapa base, inserido no banco de dados do SIG
Spring, de modo a gerar um plano de informação. Cabe ressaltar ainda que vários
estabelecimentos industriais listados pelo cadastro estavam com dados incompletos,
5
Global Land Cover Facility – GLCF.
27
necessitando assim de atualização, a qual foi realizada em visita técnica ao setor de cadastro
da Prefeitura, porém, alguns ainda permaneceram incompletos.
A Tabela 2 mostra o número de estabelecimentos representados e aqueles que não
puderam ser espacializados em cada década, enfatizando que o total para cada uma delas é
cumulativo. Os dados apresentados pela tabela confirmam a adequabilidade na utilização
daquela metodologia para a representação da localização industrial, sendo alcançada a
representação média de 92% dos estabelecimentos industriais de Americana.
Tabela 2 – Síntese da espacialização dos estabelecimentos industriais de Americana-SP
Década
Total de
estabelecimentos
% representada
% não
representada
1940
1950
1960
1970
1980
1990
2000
13
36
168
357
704
1382
1782
92
92
89
89
90
94
95
8
8
11
11
10
6
5
Fonte: Cadastro de Atividades da Prefeitura Municipal de Americana, 2006.
Org.: Trentin, 2007.
Outro importante ponto a destacar é a superposição de informações, ou seja, a
localização de mais de uma indústria em uma mesma quadra. Isto ocorre em razão das
características das indústrias locais, que geralmente estão vinculadas ao façonismo
6
,
apresentando assim pequenas proporções, bem como ao fato de a quadra, e não o lote urbano,
estar sendo utilizada como nível mínimo de representação espacial. A ocorrência de
superposição na localização das indústrias impossibilitou o detalhamento do mapa síntese da
atividade industrial.
A partir da espacialização das indústrias para cada década da análise elaboraram-se os
mapas da atividade industrial de Americana, sendo essa informação sobreposta à área de
crescimento urbano de cada período mapeado. Como produtos finais foram obtidos a
representação do mapa síntese da expansão urbana do município e o da atividade industrial
que caracterizaram o período analisado.
A partir das informações de qualificação das atividades industriais do cadastro de
6
O façonismo é uma modalidade de terceirização de serviços, caracterizada pelo fornecimento de fios por uma
grande firma contratadora a outros pequenos produtores; em Americana, eram na maioria tecelões que alugavam
ou compravam de 1 a 2 teares usados e trabalhavam nas horas vagas a fim de ampliar seus ganhos (LIMA,
2002).
28
atividades do município propôs-se uma classificação quanto ao tipo de indústria presente.
Dessa forma, optou-se pela discriminação dos tipos de indústrias conforme utilizado pelo
IBGE e SEADE. Foram agrupadas em classes as atividades industriais que apresentavam um
número de estabelecimentos superior a 20; já aquelas que não atingiram esse número, foram
agrupadas em Indústrias Diversas. Essas informações permitem maior compreensão quanto
ao processo de industrialização do município, principalmente quanto à diversificação do setor
industrial, embora ainda predomine o setor têxtil.
Entretanto, torna-se fundamental ressaltar que o cadastro de atividades, concedido pela
Prefeitura Municipal e que apresenta as informações sobre as atividades industriais do
município, traz somente dados de abertura dos estabelecimentos industriais, não indicando os
possíveis encerramentos de tais atividades ao longo do período considerado. Todavia, sua
utilização foi imprescindível em face da ausência de outra fonte de dados que pudesse
subsidiar a proposta de espacialização e análise da atividade industrial de Americana.
A utilização de dados socioeconômicos para a construção do banco de dados geográfico
deu-se em virtude da necessidade de contextualizar a realidade municipal em cada década.
Assim, as informações que constituem o banco de dados foram obtidas principalmente em
órgãos como o IBGE e SEADE. É interessante enfatizar o uso dos dados relativos aos setores
censitários do município de Americana para o ano de 2000, os quais foram adaptados as 11
Áreas de Planejamento (AP) criadas pela administração municipal em 1999 (Lei Nº. 3.269, de
15 de Janeiro de 1999).
A partir das proposições metodológicas aqui descritas, foi elaborada a análise do
crescimento e da expansão urbana vinculada ao desenvolvimento industrial e ao crescimento
populacional do município de Americana para o período entre as décadas de 1940 e 2000,
conforme o contexto histórico do país e do estado.
1.3 O contexto histórico da inserção da indústria e da formação da rede urbana de
Americana até a década de 1940
A abordagem relativa ao processo histórico é tida como um instrumento para a
compreensão das peculiaridades da cidade, das formas de gestão que se sucedem ao longo do
tempo e que visam formar um quadro de referências locais, o qual serve de matéria-prima na
busca de respostas às questões urbanas contemporâneas (LIMA, 2002). Nessa perspectiva,
será abordado de forma breve o contexto da história em que se inicia a ocupação e
desenvolvimento do território que hoje constitui o município de Americana.
29
A história colonial brasileira foi marcada por dois importantes ciclos econômicos: o do
açúcar e o do ouro. A partir do final do século XVIII, época que iniciou na Inglaterra a
Revolução Industrial, o Brasil, conforme Furtado (1999), enfrentava uma prolongada fase de
dificuldades econômicas e transtornos políticos, a qual repercutiu sobre o sistema de divisão
internacional do trabalho. Assim, a principal característica do cenário brasileiro desse período
relacionava-se com a exportação de produtos primários.
Nessa época, a região em que está inserido o município de Americana foi marcada pelas
entradas e bandeiras que utilizaram o rio Piracicaba até atingir o rio Tietê seguindo a Goiás. A
partir de 1790, surgem nessa região poderosos engenhos, sendo concedidas grandes sesmarias
com objetivos de obter maior volume de produção para exportação. As fazendas originadas a
partir das sesmarias representaram um importante papel na formação do município de
Americana, sobretudo as fazendas Salto Grande e Machadinho. A primeira localizou-se em
terras doadas a Manuel Teixeira Vilela, próximas à confluência dos rios Jaguari e Atibaia,
cuja uma parte derivou da sesmaria pertencente a Domingos da Costa Machado e a segunda
fazenda, de posse de Basílio Bueno Rangel, foi originada em terras às margens do ribeirão
Quilombo (GOOBO et al., 1999).
Em termos da industrialização brasileira, Geiger (1963) aponta como sendo a primeira
fase o período entre 1850 e 1939, a qual foi dominada pela produção de bens de consumo e
caracterizada pela importância do setor manufatureiro e pela dispersão dos estabelecimentos
por todo o país. Em 1850, o Brasil deu os primeiros passos no sentido de sua modernização,
iniciando uma fase de instalação de indústrias, de introdução de ferrovias, do telégrafo e de
constituição de empresas de navegação.
A necessidade de mão-de-obra para a cultura cafeeira contribuiu com a efetivação da
imigração de colonos europeus para as fazendas de café. Furtado (1999) acrescenta que essa
necessidade tornou-se mais premente nos anos 1860 (século XIX), quando tal cultura
expandiu-se.
No contexto da imigração, o município de Americana também recebeu imigrantes
europeus (alemães, italianos, portugueses), mas a corrente migratória que se destacou foi de
sulistas norte-americanos. Insatisfeitos com o desfecho da Guerra de Secessão (1865) em seu
país, vieram para o Brasil onde ainda persistia o trabalho escravo. Foi nessa fase de conflito
que se deu a exclusão do algodão norte-americano do mercado mundial e, a partir disso, a
cultura desenvolveu-se em terras brasileiras (FURTADO, 1999).
O destino desses colonos então foi o entorno da Fazenda Machadinho, por volta de
1866, onde inseriram novas técnicas de cultivo e novas culturas na região. No entanto, não
30
podem ser considerados responsáveis pela efetivação de qualquer núcleo urbano, pois se
fixaram em fazendas esparsas pelo território.
De acordo com Bryan (1974), a imigração externa acrescida da migração interna, essa
decorrente do processo industrial de Americana, foram as responsáveis pela formação da
população do município.
Logo, a imigração européia e as atividades comerciais, derivadas do crescimento do
mercado urbano, foram elementos que desencadearam o processo industrial. Conforme
expressa Prado Júnior (1979, p. 289)
A abolição da escravidão, em particular, trouxe neste sentido grande
contribuição, pois transformou de um golpe quase um milhão de indivíduos
até então meros instrumentos de trabalho e produção, em consumidores
efetivamente ou pelo menos potencialmente presentes do mercado. Não foi
menor o efeito da imigração maciça de trabalhadores europeus, de nível
nitidamente superior ao do antigo trabalhador brasileiro. A considerável
influência que a imigração teve a esse respeito se verifica na comparação das
regiões em que respectivamente aflui ou não com contingentes apreciáveis
(PRADO JÚNIOR, 1979, p 289).
A idéia de que a influência da imigração, o fim do trabalho escravo e o conseqüente
início do trabalho assalariado foram fatores de grande importância no processo de
industrialização brasileiro é aceita por vários autores. Prado Júnior aponta que a influência da
imigração foi decisiva para a industrialização, principalmente no centro-sul do país que se
constituiu na área mais urbanizada e industrializada do Brasil.
A introdução das estradas de ferro decorreu da grande revolução no setor dos
transportes nesse período, o que daria maior estímulo ao surgimento e desenvolvimento de
redes urbanas (GEIGER, 1963). A ferrovia também impulsionou a cultura do café, pois
conforme Negri (1996), à medida que essa cultura desenvolvia-se, aumentava a demanda por
áreas urbanas que oferecessem transportes e comércio para escoar a produção, além de
atender a população. Desse modo, a cafeicultura gerou em paralelo o processo de
urbanização.
O início da formação urbana do município de Americana-SP ocorreu justamente com a
implantação da estação ferroviária de Santa Bárbara em 1875. A estação é considerada o
marco oficial de fundação do núcleo urbano do município, pois se apresenta como um
elemento aglutinador.
A aglomeração formada em volta da estação deveu-se às iniciativas de loteamento de
terras por parte dos proprietários de fazendas na proximidade (sobretudo a Fazenda
Machadinho). Mais tarde, esse núcleo urbano tornou-se conhecido pela denominação de Villa
31
dos Americanos, em vista da função de escoadouro de mercadorias desempenhada pela
estação férrea, principalmente derivada dos colonos norte-americanos aí residentes.
Naquele mesmo ano, às margens do ribeirão Quilombo, próximo a sua foz no rio
Piracicaba, foi instalada a primeira indústria têxtil, a Fábrica de Tecidos Carioba, que estava
inserida em parte das terras da fazenda Salto Grande. Assim, as águas daquele rio moviam os
teares hidráulicos da indústria e a matéria-prima era suprida pela produção de algodão da
própria Fazenda Salto Grande (GOOBO et al., 1999; BRYAN, 1974).
Entretanto, um processo de endividamento determinou o término das atividades da
indústria e da fazenda a partir de 1896, sendo ambas vendidas à família Müller em 1902. A
partir desse momento, a fábrica passou a crescer efetivamente, alcançando projeção nacional.
Próximo a ela, emergiu um bairro populoso que se tornou tão ou mais importante que a
própria Villa (BRYAN, 1974). Essa potencialização do bairro Carioba, segundo Lima (2002),
foi determinante para a urbanização de Americana. E a autora segue destacando a
superioridade de Carioba em relação à cidade de Americana, pois era fonte de divisas, de
reconhecimento e até orgulho para o município, constituindo um espaço bem definido,
separado da cidade, e com uma dinâmica própria.
No período entre 1880 até 1924, o movimento industrial brasileiro foi acentuado. A
ocorrência de crises perturba a economia agrária, afetando o valor do câmbio e as importações
de produtos industriais. O fator de maior impacto esteve atrelado ao desencadeamento da
Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que ativou a indústria no Brasil. Por outro lado,
tornou-se notório o crescimento da população de imigrantes, o qual passou a exigir maior
produção (GEIGER, 1963). Prado Júnior (1979) destaca que o primeiro censo pós-guerra
comprova a influência do conflito sobre o setor industrial brasileiro, tendo o censo de 1920
evidenciado um substancial aumento no número de estabelecimentos industriais fundados no
período do conflito.
A introdução da energia elétrica nas áreas mais importantes do país e a viabilização do
sistema ferroviário constituem fatores de proeminente significado no desenvolvimento
industrial, pois ocorreu a interiorização de algumas indústrias, que buscaram localizar-se junto
às fontes de matéria-prima ou de outras situações vantajosas. No entanto, a concentração de
indústrias em grandes cidades começou a manifestar, no crescimento populacional e espacial,
o fenômeno industrial, como foi o caso da cidade de São Paulo. Negri (1996) ressalta que a
situação criada pela Primeira Guerra Mundial teve o estado paulista como grande beneficiário,
pois ele já dispunha de indústria e agricultura em expansão e abastecia os demais estados
brasileiros.
32
A atividade industrial concentrou-se na capital paulista durante a década de 1920,
enquanto no interior fixaram-se os núcleos agroindustriais, mas também existiam
estabelecimentos industriais, principalmente têxteis. De acordo com Lencioni (2003), já nessa
época, cerca de 30% da produção industrial paulista era proveniente do interior, com destaque
para as regiões de Sorocaba e de Campinas, que concentravam 21,2% dos operários do estado.
No caso de Americana, a partir da fábrica Carioba, saíram os primeiros tecelões que, ao
juntarem suas economias, compravam teares usados e instalavam-nos na própria residência.
Com a ajuda da família, prestavam serviços, inicialmente para a empresa Carioba que lhes
fornecia os fios e os rolos para serem transformados em tecidos. Nascia assim a atividade
façonista local, de acordo com Bryan (1974, p. 13)
O crescimento do número de estabelecimentos industriais deu-se
acompanhando os surtos nacionais de progresso dos fins do império e dos
anos que se seguiram à proclamação da república, após a sua consolidação.
A produção, no entanto, provavelmente pela derivação da primeira indústria,
resumia-se em tecidos de algodão. Foi quando, encerrada a primeira guerra
mundial, surgiram em toda a nação brasileira as condições propícias para o
desenvolvimento industrial, graças à libertação dos mercados consumidores
europeus. Iniciou-se então a diversificação da produção têxtil, com a
instalação de uma fábrica de fitas de seda, no ano de 1922, pelo dr. Cícero
Jones e Hans Schweizer e em 1924 com a produção de tecidos de seda
(BRYAN, 1974, p. 13).
A expansão das indústrias vinculadas ao façonismo e o próprio impulso proveniente da
guerra permitiram alterações na configuração urbana de Americana, porquanto pequenas
fábricas começaram a espalhar-se pela área urbana, muitas vezes em cômodos contíguos à
própria residência ou em salões alugados por mais de um grupo de façonistas.
A população da Villa Americana em 1922 era estimada em 4.500 habitantes,
constituindo-se no mais promissor distrito de Campinas. Embora idéias emancipacionistas já
existissem entre os moradores, só foram concretizadas mais tarde, em 1924, quando a Lei N°.
1938 criou o município de Villa Americana, que passou a denominar-se Americana em 1938
(BRYAN, 1967).
A partir de 1929, a economia cafeeira enfrentou uma crise de superprodução derivada
da contração da demanda do mercado externo. Nessa fase de desequilíbrio do comércio
externo, como forma de contrabalançar a queda das exportações dos produtos agrícolas,
houve um crescimento da produção industrial de bens de consumo, já que as importações
também apresentavam dificuldades, determinando uma maior utilização do modesto parque
industrial brasileiro da época – iniciava-se a fase de substituição das importações
33
(ANDRADE, 1979). Assim, no decorrer da década de 1930, o país deixou de ser basicamente
agrário, passando a ter além da agricultura e do comércio outros fatores de influência na renda
nacional, como a indústria e o Estado (BRESSER-PEREIRA, 1979).
De acordo com Bresser-Pereira (1979), o desenvolvimento da indústria brasileira
7
- ou
como o autor denomina esse período, a Revolução Industrial Brasileira - tem início a partir de
1930, uma vez que está atrelado à expansão da cultura do café, do trabalho assalariado que
permitiu a formação de um mercado interno, do desenvolvimento da indústria têxtil, do
sistema de transporte ferroviário, da primeira Guerra Mundial, entre outros fatores que
marcaram a história econômica brasileira. O autor admite então dois fatores conjugados para a
ocorrência desta revolução: o primeiro vinculado com a oportunidade para investimentos
industriais, proporcionada pela depressão econômica, e o segundo a Revolução de 1930.
Inserida nessa conjuntura histórica, a Villa Americana assistiu a uma expansão
considerável do setor industrial. Surgiram mais indústrias e os jornais locais faziam
comparações da Villa com cidades desenvolvidas e com outros centros industriais que haviam
iniciado sob as mesmas condições seu parque fabril. Conforme ainda salienta Bryan (1967), já
estava instalada uma centena de indústrias em 1937, predominando as tecelagens, mas
também havia indústrias direcionadas ao setor agrícola.
Em 1930, a rede urbana de Americana já possuía sete vias públicas de sentido
longitudinal, partindo da frente dos trilhos e da estação, e outras sete cortando as primeiras.
Existiam três praças e iniciava-se a construção de outras duas. A população beirava os 6.000
habitantes (BRYAN, 1967).
A partir desse contexto, pode-se perceber que o processo industrial em expansão
influenciou o surgimento de outras atividades, o aumento populacional, a ocupação do espaço
urbano e a economia local. Isso mostra a complexidade que o sistema vai adquirindo a partir
do maior entrelaçamento de seus elementos, passando a apresentar uma dinâmica espacial
mais expressiva nos períodos posteriores.
Na Figura 3, que ilustra um pouco da realidade de Americana até a década de 1940,
podem ser verificados os elementos essenciais da dinâmica espacial local, uma vez que a
atividade industrial, sobretudo a têxtil, já se destacava no município. Tal atividade constituiu-
se, localmente, na principal atividade econômica nos períodos seguintes e conferiu então
destaque à cidade no cenário nacional, conformando uma cadeia produtiva completa.
7
Furtado (1999, p. 206) cita como exemplo a indústria têxtil que aumentou sua produção nos anos que se
seguiram à crise. Atenta também para o fato da aquisição de equipamentos industriais de segunda mão,
provenientes de fábricas que haviam fechado suas portas em outros países em virtude da crise industrial.
34
Figura 3 – Elementos da dinâmica socioeconômica do município de Villa Americana anterior à década de 1940
Fonte: Mapa de Villa Americana - Prefeitura Municipal de Americana, 2007; Fotografias - IGC, 2006.
Org.: Trentin, 2008.
35
1.4 A década de 1940 e o impulso urbano-industrial do pós-guerra
Os conflitos mundiais e a crise da economia primário-exportadora renderam uma
situação de semi-isolamento ao Brasil e conduziram-no a uma industrialização tardia com
base exclusiva no mercado interno. Esse cenário, de acordo com Furtado (1999), é o pano de
fundo do processo histórico brasileiro.
Conforme Mello (1988) e enfatizado por Negri (1996), o período entre 1929 e 1955
correspondeu a um processo de industrialização restringida, pois a reprodução do capital
produtivo teve grande dependência do crescimento das exportações para gerar divisas que
permitiam a importação de bens de capital e bens intermediários. Desse modo, em virtude da
inexistência de bens de produção, a industrialização não teve autonomia para reproduzir-se.
A eclosão da Segunda Guerra Mundial fez com que as exportações diminuíssem, assim
como as importações provenientes de países desenvolvidos. Dessa forma, as atividades
produtivas voltadas para o mercado interno foram impulsionadas, tendo em vista a menor
concorrência vigente; portanto, operando com a utilização intensiva dos equipamentos
existentes, estimulou-se o desenvolvimento da indústria de base brasileira. A indústria têxtil
obteve então grande crescimento atendendo ao mercado interno e à exportação (ANDRADE,
1979; PRADO JÚNIOR, 1979).
Nesse período também se destacou a ação do Estado que estimulou a economia por
meio de instalações de empresas estatais. No pós-guerra, tornou-se necessário o
reequipamento da indústria nacional, dando início a um período de grande desenvolvimento
para a economia brasileira e, em particular, para a indústria.
Os centros urbanos apresentaram maior crescimento a partir de 1930 e com maior
intensidade durante a década de 1940 em decorrência do desenvolvimento do processo de
industrialização e da modernização da agricultura que impulsionou o êxodo rural. A mão-de-
obra proveniente do campo já não era totalmente absorvida, o que desencadeou o crescimento
das periferias dos centros urbanos em condições precárias (ANDRADE, 1979). É válido
ressaltar aqui a importância do estado de São Paulo, o qual continuou concentrando grande
parte do desenvolvimento industrial brasileiro
8
.
A década de 1940 acelerou então a expansão industrial. Destaca-se o advento dos fios
artificiais na indústria têxtil, principal atividade de Americana. No entanto, os anos seguintes
à Segunda Guerra Mundial foram difíceis. A indústria Carioba é vendida para outra família
8
Para maiores detalhes relacionados ao processo de concentração da indústria no estado de São Paulo, ver
NEGRI, B. Concentração e Desconcentração Industrial em São Paulo (1880 - 1990). Campinas: Ed.
UNICAMP, 1996.
36
em 1945 e dá-se sua conseqüente decadência. Assim, ela passa a fazer parte da estrutura da
indústria local, deixando de representar seu antigo pioneirismo (LIMA, 2002).
Novas empresas instalaram-se em Americana e o grau de independência quanto ao ciclo
de produção dentro do próprio município aumentou, sem precisar recorrer a São Paulo. Goobo
et al. (1999) ressaltam que nesse período Americana passou a atrair imigrantes de outras áreas
do estado e do país, provenientes principalmente de áreas agrícolas, os quais buscavam
melhores condições no emprego industrial.
A Figura 4 mostra a abrangência da ocupação urbano-industrial de Americana na
década de 1940, além de ilustrar pontualmente a realidade da época. Enquanto a área urbana
ocupava aproximadamente 2,06 km
2
em tempos anteriores, passou a ocupar 3,09 km
2
nos anos
1940. Esse crescimento esteve vinculado ao desenvolvimento da atividade industrial e à
entrada de imigrantes no município.
A expansão da mancha urbana mantém-se atrelada à especulação imobiliária, devido à
necessidade de alojamento da crescente população, principalmente de migrantes. Goobo et. al.
(1999) acrescentam que as casas eram construídas nas proximidades das fábricas como
investimento, e tirava-se proveito da grande demanda habitacional ligada à expansão
industrial. Nessa época, conforme afirma Lima (2002), a imagem da cidade de Americana já
era indissociável da imagem da indústria.
Com relação ao número de estabelecimentos industriais para esse período, consta no
cadastro de atividades econômicas da Prefeitura Municipal um número de 13
estabelecimentos, distribuídos espacialmente conforme mostra a Figura 4. Lima (2002)
apresenta dados do IBGE de 1940 até a década de 1980, o qual contabilizou 100
estabelecimentos industriais para Americana no período entre 1940 e 1950, o que representa
aproximadamente, segundo a mesma fonte, 2.414 trabalhadores na atividade industrial.
De acordo com a Figura 4, os vetores de crescimento a partir da mancha urbana
principal referente ao período anterior à década de 1940 dirigiram-se em três sentidos: oeste,
leste e sul. A localização das indústrias aparece em dois sentidos, sudeste e sudoeste e
estabelecimentos pequenos surgem entremeados à área urbana. Percebe-se uma relativa busca
por proximidade à ferrovia e à própria área central da cidade.
A urbanização de Americana ocorreu na margem esquerda do ribeirão Quilombo;
enquanto na sua margem direita o ritmo de crescimento foi menos intenso até a metade do
século XX, em face das dificuldades impostas pelas características físicas, ou seja, entraves
para transpor o ribeirão e a ferrovia. Já na década de 1940, havia carência de infra-estrutura e
de serviços urbanos, em virtude do aumento populacional e das atividades produtivas.
37
Figura 4 – Ocupação urbano-industrial de Americana-SP na década de 1940
9
9
Ressalta-se a espacialização das rodovias que foram efetivamente construídas a partir de 1950, dada a indisponibilidade da malha viária para essa década.
38
A população de Americana no período correspondente à década de 1940 era de 13.503
habitantes, conforme dados censitários do IBGE - desse total incluía também a população do
atual município de Nova Odessa, o qual viria a se desmembrar após 1950. Nesse período, a
população urbana, 3.233 habitantes, ainda era superada em mais que o dobro pela população
rural que perfazia um total de 6.609 habitantes.
Existia uma relação tensa entre a população das áreas residenciais e as indústrias,
devido ao trânsito de carga e aos ruídos dos teares em funcionamento. É possível assegurar
que esse conflito era fruto da despreocupação com o ordenamento territorial, visto que
anteriormente à década de 1940, eram seguidas as disposições da legislação estadual para a
ocupação do território, que deixava a desejar em aspectos urbano-industriais. Assim, o
aumento da industrialização, e conseqüentemente da urbanização, trouxe a necessidade de
uma legislação municipal – promulgada então a Lei N°. 176, de 27/07/1948 (MEDEIROS,
2003).
A referida lei dividia a cidade em quatro zonas para efeito de localização de fábricas,
oficinas, depósitos e instalações que interessassem à saúde, à higiene, ao sossego, ao bem-
estar e à segurança pública. Desse modo, ficava estipulado que na zona Central não seria mais
concedida licença para o funcionamento de indústrias de qualquer espécie, salvo as que já
existiam. Também não seriam outorgados alvarás para reformas e adaptações de prédios com
fins industriais (MEDEIROS, 2003; LINARDI, 1984).
Na zona Intermediária não era permitido o funcionamento de novas indústrias e
oficinas, mas era autorizada a reforma e a ampliação daquelas já existentes, sendo liberada a
instalação de novas indústrias em lei posterior (Lei N°. 184, de 27/09/1948). Na zona
Residencial eram consentidas somente habitações, e, por fim, na zona Industrial qualquer
construção era permitida, desde que obedecesse às disposições do Código Sanitário do Estado
(MEDEIROS, 2003; LIMA, 2002).
Com essas iniciativas, a administração local buscava controlar o crescimento da cidade,
uma vez que já eram visíveis os problemas urbanos. O desenvolvimento industrial que
impulsionava a urbanização incitou a especulação imobiliária, fazendo surgir novos
loteamentos distantes da área central. De acordo com Medeiros (2003), isso exigia da
administração local o fornecimento de infra-estrutura para as novas áreas, já que os loteadores
não tinham essa obrigação perante a legislação vigente.
O processo de ocupação desordenada mostrava a necessidade de um planejamento
territorial e ambiental. A expansão urbana irregular ou efetivada em blocos isolados da
mancha urbana principal tornou-se mais expressiva a partir da década de 1950, como pode ser
39
verificado no item subseqüente.
1.5 A década de 1950: crescimento industrial e populacional
A primeira metade da década de 1950 seguiu apresentando as características de aumento
no crescimento econômico e industrial da década anterior, constituindo-se em decênio de
grande desenvolvimento pós-guerra, sendo assim tratado por autores como Bresser-Pereira
(1979) e Andrade (1979). No entanto, o fator de maior impacto nessa década encontrou-se na
política econômica proposta pelo então presidente Juscelino Kubitschek, eleito em 1956.
O Plano de Metas proposto por Kubitschek visava modernizar e ampliar as obras de
infra-estrutura e desenvolver a indústria pesada. Para isso, decidiu tratar de questões
vinculadas a transportes, produção de energia elétrica, desenvolvimento da indústria e
modernização da agricultura (ANDRADE, 1979). Conforme expõe Negri (1996 p. 101)
O período que vai de 1956 a 1967 pode ser considerado como a “primeira
fase da industrialização pesada”, com a articulação de um bloco expressivo
de investimentos apoiados no setor produtivo estatal e na entrada de capitais
estrangeiros, propiciando a instalação de amplo conjunto de plantas
produtoras de bens de capital, intermediários e de consumo duráveis
(NEGRI, 1996, p. 101).
A concentração da indústria em São Paulo acentuou-se com esse programa de novos
investimentos, afinal o estado detinha os principais fatores para a instalação de indústrias,
como capital, mercado consumidor, disponibilidade de mão-de-obra e transportes. Negri
(1996, p. 105) ressalta que em 1949 a indústria paulista concentrava pouco menos da metade
do PIB industrial brasileiro, em 1956 alcançaria 52% e, no final da década de 1950, atingiria
os 55, 6%.
Assim, Bresser-Pereira (1979) aponta que o estímulo proporcionado à industrialização
do país, como a criação de condições favoráveis aos investimentos privados nacionais e
estrangeiros, e o crescimento dos investimentos governamentais constituem a explicação
básica para o extraordinário desenvolvimento que o país viveu nesse período. Outra causa
seria ainda a abertura aos capitais estrangeiros que, de acordo com Andrade (1979), ofereceu
certa euforia econômica, a qual desencadearia posteriormente a crise de 1962 e 1963.
Na segunda metade da década de 1950 e durante toda a década de 1960, em função da
maior importância despendida aos segmentos pesados da indústria e o conseqüente aumento
da participação brasileira no comércio internacional de bens agrícolas e agroindustriais,
impôs-se um forte avanço tecnológico na agricultura, incorporando novos cultivos e com isso
40
novas relações de trabalho. Essas transformações da base produtiva repercutiram nas
atividades urbanas, já que novas formas de comercialização e consumo, como massificação e
alteração de hábitos, foram introduzidas. Porém, foi no estado de São Paulo que essas
mudanças tiveram maior impacto, pois de acordo com Singer (1998), a maior parte dos novos
ramos industriais dessa época, situados em sua maioria na metrópole paulista e imediações, já
emergiram de forma concentrada.
Em vista da continuidade do crescimento econômico nessa década, vinculado a inserção
de capitais e estímulo à industrialização, o município de Americana não diferiu da tendência
seguida pelos municípios que detinham uma atividade industrial e apresentou maior
crescimento, principalmente relacionado ao aumento populacional e ao desenvolvimento de
seu setor industrial.
A década de 1950, quanto a aspectos populacionais, representou uma reviravolta em
relação às características dos anos de 1940. A população urbana de 1950 triplica, passando a
9.425 habitantes, enquanto a rural praticamente mantém-se (6.658 habitantes), totalizando
uma população de 21.415 habitantes
10
. Esses números mostram que a população rural foi
superada pela urbana, fato que se tornará cada vez mais intenso nas décadas seguintes. É
importante salientar que o contingente rural não se alterou, o que reforça o fato do aumento
populacional urbano derivar do acentuado processo migratório que estava ocorrendo na
época, tendo em vista o estímulo ao setor secundário.
No entanto, sabe-se que a tendência de superação da população urbana perante a rural é
concreta, pois muitos países em 1950 já apresentavam população urbana superior a rural - no
Brasil isso passaria a ser confirmado no censo do IBGE de 1970.
Logo, o aumento da população impulsionou a expansão da infra-estrutura urbana
necessária para atender essa demanda. Com a construção do viaduto Amadeu Elias sobre o
ribeirão Quilombo, a área urbana expande-se para a parte leste da cidade. A área ocupada para
funções urbanas em 1950 atinge 11,75 km
2
do território de Americana, um crescimento de 9,5
km
2
em relação à década de 1940 (Figura 5).
A quantidade de estabelecimentos industriais registrada pelo cadastro de atividades da
Prefeitura Municipal considera o surgimento de 23 novos estabelecimentos industriais nos
anos de 1950, o que totaliza 36 indústrias cadastradas até esse período (Figura 5). Seguindo a
comparação com dados do IBGE citados por Lima (2002), a quantidade de estabelecimentos
industriais quase dobraria, atingindo a marca de 187 unidades, empregando 4.521 pessoas.
10
Esse total inclui Americana com 18.183 hab. e Nova Odessa com 3.232 hab., e esse último ainda mantém a
maior parcela populacional na área rural.
41
Figura 5 – Ocupação urbano-industrial de Americana na década de 1950
42
As rodovias surgem a partir da década de 1950, simultaneamente ao surto industrial do
pós-guerra, afinal o sistema rodoviário passou a ser visto como mais eficiente na época e as
ferrovias passaram a ser deixadas de lado. Foram construídas rodovias paralelas às ferrovias
seguindo na mesma direção: a Anhangüera, capital-interior, construída a leste do município
de Americana, e a rodovia Luiz de Queiroz, na direção leste-oeste (Anhangüera-Piracicaba).
Observando a Figura 5, percebe-se a expansão da área urbana a partir da década de 1940
no sentido leste da mancha principal, transpondo definitivamente o ribeirão e a ferrovia. Tal
crescimento dá-se em conjunto com a inserção de novos estabelecimentos industriais nessa
porção do território. Além disso, passam a se formar núcleos urbanos isolados próximos da
represa de Salto Grande. Esse crescimento no sentido leste foi influenciado também pela
efetivação das rodovias Anhangüera e Luiz de Queiroz.
A área urbana nos anos de 1950 estendeu-se ainda nos sentidos sul, norte e oeste. A
expansão a oeste vinculou-se com a existência anterior de indústrias nesse eixo, tendo
influenciado a ampliação da mancha urbana no entorno desses estabelecimentos pré-
existentes - fato igualmente observado na porção sul da cidade, onde também se destacou a
influência da rodovia Luiz de Queiroz.
O crescimento urbano-industrial verificado no sentido norte não pode ser predito a partir
de elementos visuais que determinem sua localização. Supõe-se então que a escolha
locacional da indústria de maior porte presente nessa área tenha influenciado a urbanização e
a instalação de outras de pequeno porte. Assim, observa-se um maior adensamento de
estabelecimentos industriais entremeados na mancha urbana central, reafirmando o
desenvolvimento industrial que caracterizou o período, principalmente o impulso da atividade
façonista têxtil.
No entanto, pode-se dizer que a expansão do setor industrial vinha ocorrendo sem um
padrão definido, pois as regras propostas pela lei estabelecida na década anterior pareciam
não ter validade – fato confirmado pela instalação de novas indústrias na área central da
cidade. Assim, presumi-se a continuidade de um crescimento não-planejado da área urbana.
O formato radiocêntrico da mancha urbana, característica da década de 1940, passa
então a ser tentacular, como defendem os autores Medeiros (2003), Lima (2002) e Pancher
(2006). O pequeno núcleo urbano expandiu-se enormemente e atingiu 2.800 construções no
perímetro urbano nos anos de 1950 (BRYAN, 1974).
Esse significativo crescimento da área urbana ocorreu na segunda metade da década de
1950, devido ao maior volume de loteamentos efetivados, os quais visavam atender a
crescente demanda populacional. Conforme expõe Linardi (1984), o encargo da infra-
43
estrutura dependente do poder público estimulava ainda mais os empreendedores. O número
de loteamentos foi tão grande que em meados dos anos de 1960, a necessidade de ordenar a
expansão tornou-se imprescindível, a fim de que se pudesse evitar os vazios urbanos e as
descontinuidades.
Dessa forma, mediante dispositivos legais, o poder público interveio na questão quanto
ao ordenamento da cidade, fazendo uma explícita distinção entre as áreas residenciais, as
residenciais de alto nível, os distritos industriais, os bairros residenciais de alta densidade,
entre outras, e fixava uma qualificação do preço da terra (LINARDI, 1984).
Em vista do período de acelerado crescimento econômico, o qual adentraria a década de
1960, Americana foi palco de mudanças representativas em sua configuração espacial urbana
e também em seu setor industrial, decorrências da maior inserção de estabelecimentos
industriais em seu território, sendo possível estabelecer o avanço industrial como elemento
direcionador da urbanização.
1.6 A década de 1960: da crise ao milagre
O programa de metas de JK foi suspenso em 1961, em decorrência da concentração de
renda, da inflação e do aumento do desemprego e do subemprego. Em 1964, o país passou a
ser governado por militares, e Andrade (1979) destaca a difícil situação do Brasil nesse ano
relacionada à queda dos altos índices do PIB que haviam caracterizado o período de 1957 a
1961 e ao crescimento da inflação. De 1964 até 1968 foram buscadas alternativas para superar
a crise advinda do período anterior.
De acordo com Singer (1982), a partir de 1968 processou-se a ascensão conhecida como
milagre brasileiro, cuja causa básica, enfatiza o autor, foi a política liberal de crédito
encontrada pela economia depois de vários anos de recessão; entretanto, a dívida externa
tornou-se vultosa.
Passada então a primeira etapa do processo de industrialização (1956-1962) e superada
a crise entre 1962 e 1967, a economia brasileira passou a apresentar elevadas taxas de
crescimento, permitindo o avanço da industrialização – como a expansão de filiais de
empresas transnacionais de bens duráveis. Negri (1996) enfatiza o período a partir de 1967
como o início da segunda fase de industrialização pesada.
As rápidas transformações que ocorreram na área urbana de São Paulo durante a
primeira metade do século passado culminaram na sua denominação de cidade industrial e,
44
em conseqüência disso, sua população também respondeu com um intenso crescimento.
Inúmeros investimentos em infra-estrutura foram efetivados, dando condições para
concretizar o desenvolvimento industrial. De acordo com Lencioni (1998, p. 30) “o binômio
fábrica e cidade industrial se consagrou em São Paulo.” No entanto, essa aglomeração
industrial concentrada na cidade desencadeou o surgimento de deseconomias
11
,
impulsionando a expansão da mancha urbana.
Nos anos de 1960, a partir da crescente instalação no Brasil de unidades de produção
estrangeiras e com a desconcentração industrial da metrópole paulistana, até então incipiente,
muitos municípios, geralmente mais próximos à metrópole ou com boa acessibilidade a ela,
passaram a desenvolver políticas para atrair novas indústrias. Entre elas, as mais comuns eram
fornecimento de infra-estrutura urbana, doação de terrenos, isenção de impostos, criação de
distritos industriais etc. (SAMPAIO; CRUZ, 1992).
Como resultado advindo do período anterior à crise de 1962-1963, observou-se o
aumento do êxodo rural com a mecanização agrícola impulsionada pelo Plano de Metas, além
do incentivo à industrialização. Assim, em Americana, um dos fatores de maior impacto foi o
acentuado aumento populacional da década de 1960, aliado à desconcentração da indústria
paulistana, que passou a ser incitada a partir desse momento.
Americana passa a ter uma população de 37.856 habitantes e, desse montante, 32.000
estão na área urbana. Esses números, de acordo com Lima (2002), indicam a forte atração
migratória exercida pela cidade, o que reforça a estreita ligação entre os processos de
urbanização e industrialização.
Os anos de 1960 representaram um salto quantitativo no número de indústrias
cadastradas no município, sendo esse total igual a 132 estabelecimentos, o qual significou um
crescimento superior a três vezes o total da década anterior, vindo a totalizar um montante de
168 unidades (Figura 6). Porém, os dados do IBGE não representam a mesma informação,
pois, segundo esta fonte, haveria 257 estabelecimentos industriais em Americana. Além
dessas duas, encontrou-se uma terceira referência, na qual Linardi (1984) afirma que o
município contava com 405 indústrias, equivalendo a 12.000 operários.
Essa expansão industrial contrastava com os municípios vizinhos, nos quais a cana-de-
açúcar, os citrus e a pecuária predominavam no cenário econômico. O total de indústrias
11
As deseconomias ocorrem quando as características da economia de aglomeração ultrapassam as vantagens. O
termo economia de aglomeração descreve os benefícios que as empresas obtêm quando se localizam
geograficamente próximas entre si. Também está relacionado com a idéia de economias de escala e efeitos em
cadeia, ou seja, quanto mais empresas localizadas próximas umas das outras, menor o custo de produção e maior
o mercado consumidor a ser atingido. Há deseconomia quando essas vantagens da aglomeração são saturadas e
passam a se tornar desvantagens (ALMEIDA, 2003)
.
45
novas, acrescido à própria expansão da rede façonista, desencadeou em Americana um
acentuado incremento espacial na década de 1960, em decorrência da busca por novas áreas,
ou ainda da escassez ou do preço elevado dos imóveis nas áreas mais antigas. Os serviços e
equipamentos multiplicaram-se nos últimos anos, e o poder público esboçava não apenas
diretrizes, mas também buscava previsões de utilização futura. A mudança no processo de
produção repercutiu no nível da estrutura física da cidade, pois, enquanto os estabelecimentos
maiores precisavam de um local e de uma série de recursos, as tecelagens menores,
especialmente as fações, espalharam-se em todas as direções a partir da área central
(LINARDI, 1984).
A Figura 6 apresenta a ocupação da área urbana de Americana no ano de 1962, a qual
passa a abranger 15,22 km
2
. Percebe-se a intensificação na ocupação da parte leste do
município e nas proximidades da represa Salto Grande.
O crescimento urbano desse período ocorre principalmente nas direções norte e leste a
partir da mancha urbana principal. Ao norte a estrutura urbana avança para as proximidades
do rio Piracicaba e a leste estende sua área de crescimento advinda da década de 1950,
próxima ao eixo viário presente, o qual se dirige para a rodovia Anhangüera. A leste também
se efetivaram novos núcleos urbanos e expandiram-se os existentes na proximidade com a
represa Salto Grande.
De acordo com Lima (2002), no decorrer do processo de crescimento e expansão,
apareceram vazios urbanos que influenciaram na configuração do desenho da cidade de
Americana, em vista das áreas livres e das ilhas de ocupação que são verificadas, além das
aglomerações urbanas próximas aos eixos viários principais.
Com relação à localização das indústrias, aquela década representou um grande
aumento na concentração de estabelecimentos industriais, a maioria de pequeno porte,
localizados na área central da cidade e na porção leste, entre o ribeirão Quilombo e as
rodovias Anhangüera e Luiz de Queiroz, privilegiando a proximidade a esses eixos viários.
Além disso, novos estabelecimentos espalharam-se pelo território, como pode ser verificado a
noroeste e a oeste, próximo à divisa com o município de Santa Bárbara D’Oeste.
O crescimento industrial, mais especificamente a atividade façonista, incentivou a
dispersão fabril pelo território, o que gerou um desenho peculiar de indústrias entremeadas em
áreas centrais e residenciais. Esses fatores induziram à discussão sobre a importância de
planejar o futuro da cidade, reservando áreas para a futura expansão (LIMA, 2002).
46
Figura 6 – Ocupação urbano-industrial de Americana na década de 1960
47
A preocupação com o planejamento urbano da época determinou que as regras
urbanísticas direcionadas aos loteamentos, zoneamentos e construção fossem modificadas
pela Lei N°. 786, de 26/12/66 que passou a vigorar com base no Código Sanitário. O
zoneamento estabelecido nessa lei dividia o território em zona residencial especial, residencial
restrita, comercial, industrial, e industrial restrita (MEDEIROS, 2003).
Ao final da década de 1960 e início de 1970, configurava-se uma nova fase para
Americana, que começava a receber grande número de migrantes oriundos da metrópole
paulistana para atender as grandes empresas que se instalavam ao longo do eixo da rodovia
Anhangüera. Esse novo surto industrial promovido pela implantação de indústrias
transnacionais impulsionou a industrialização e a urbanização local (LIMA, 2002). A autora
salienta ainda que em 1967 o IBGE aponta Americana como o mais importante centro têxtil
do interior paulista, sendo superado apenas pela metrópole paulistana.
1.7 A década de 1970: a desconcentração industrial
O aumento do êxodo rural influenciado pela política de incentivo à mecanização da
agricultura a partir de 1960 contribuiu para que a população urbana brasileira ultrapassasse a
rural na década de 1970, fato registrado pelo censo demográfico de 1970. Enquanto a
população urbana de 1960 se aproximava dos 31,3 milhões de habitantes (45% do total,
aproximadamente), em 1970 passou para mais de 52 milhões, o que representava 56% da
população brasileira da época.
No início dessa década, ainda predominavam as características do milagre econômico.
Entre 1972 e 1974 entrou em vigor o I Plano Nacional de Desenvolvimento (I PND), entre
suas metas estava o desenvolvimento econômico do Brasil, o qual visava destaque
internacional e aumento da renda per capita. De acordo com Andrade (1979), grande parte
desse plano foi posta em prática com algumas diferenças, conforme os setores da economia,
tendo gerado alguns desequilíbrios e dualidades como regiões desenvolvidas e deprimidas,
cidade e campo, entre outras.
Negri (1996) destaca o princípio do caos urbano (crescimento desordenado, poluição,
deseconomias de aglomeração etc.) em conseqüência da concentração populacional a partir do
fim da década de 1960 e início de 1970. O caos agravar-se-ia durante o regime autoritário
pós-1964, fazendo com que o governo se preocupasse com uma solução que deveria vir
atrelada a investimentos em infra-estrutura. Porém, havia outros interesses competindo com
os problemas urbanos e, então, começam a ser planejadas políticas de desconcentração e
48
descentralização como forma de resolver a questão urbana (I e II PND).
Na década de 1970, então, a economia mundial passou por uma crise, principalmente
vinculada ao petróleo – esse período representou a estagnação e a aceleração da inflação,
denominado estagflação. Durante essa fase crítica foi elaborado o II PND (1974) que se
propunha, de acordo com Negri (1996), à continuidade dos programas em andamento e à
criação de outros, visando ações integradas fora do centro mais desenvolvido; e também eram
indicadas áreas que poderiam se tornar receptoras de investimentos produtivos. Carneiro
(2002) afirma que os objetivos eram transformar a estrutura produtiva e superar os
desequilíbrios externos, conferindo ao país uma posição de destaque no cenário internacional.
Apesar da interrupção do II PND com o agravamento da crise internacional no final da
década de 1970, os resultados apontavam para uma redução dos níveis de concentração
econômica. Mesmo que a indústria de São Paulo mostrasse um ritmo de crescimento elevado
naquela década, sua participação econômica diminuiu em contrapartida do desempenho
apresentado pela periferia nacional (NEGRI, 1996).
Desde a década de 1920 até a década de 1970, a concentração industrial no estado de
São Paulo cresceu de forma contínua culminando com um cenário desfavorável
economicamente, no entanto, no final daquele decênio, o ritmo de concentração começou a
cair. Nas duas décadas seguintes, tornou-se evidente a desconcentração industrial do estado e
de sua metrópole. A terciarização passou a se constituir no traço principal. Coexistem e
expandem-se as funções mais atrasadas - conseqüência do desemprego em massa - e mais
avançadas do terciário - indicativas da modernização, terceirização e integração da economia
na globalização, as quais conferem o poder de comando da metrópole paulistana sobre o resto
do país.
A região metropolitana de São Paulo veio expandindo-se desde os anos de 1970
resultando em uma grande mancha urbana, a qual Lencioni (1998) chama de região
metropolitana desconcentrada, que seria gerada em vista da elevada centralização de capital.
A autora explica que essa centralização se deveu à atuação das empresas oligopolistas e
grupos econômicos – esses últimos responsáveis pelo deslocamento das atividades industriais
para o interior do estado e, conseqüentemente, também determinantes da divisão entre
produção industrial e gestão empresarial.
Essa argumentação serve de alicerce para a defesa do termo desconcentração, usado
pela autora e defendido também por outros pesquisadores, pois, segunda ela:
Utilizamos o adjetivo desconcentrada para nos referir a esse processo de
49
expansão da indústria para o Interior, porque esse é, sobretudo, orquestrado
pela atuação das empresas oligopolistas e dos grupos econômicos, que
através de fusões, absorções e associações de empresas têm, cada vez mais,
centralizado o capital social. Se usássemos a palavra descentralização
metropolitana cremos que estaríamos mais confundindo, que esclarecendo,
pois o que vem ocorrendo não é um processo de descentralização, nem
social, nem espacial. Primeiro, porque cada vez mais a propriedade jurídica
do capital se centraliza em poucas mãos, e, em segundo lugar, porque, do
ponto de vista espacial, reafirma-se, mais e mais, a cidade de São Paulo
como centro ao se concentrarem as atividades de comando do capital. Assim,
a metrópole de São Paulo reafirma sua posição de centro nacional e nó de
uma rede de cidades mundiais (LENCIONI, 1998 p. 31).
Em acordo com essa argumentação, Azzoni (1985) concluiu que o processo de
desconcentração industrial que ocorreu a partir da metrópole de São Paulo constituiu uma
simples relocalização de unidades produtivas ou um espraiamento da indústria no interior da
região mais industrializada do país, em um processo de desconcentração concentrada.
A migração industrial para o interior foi facilitada, pois o estado possui infra-estrutura
básica homogênea, advinda da expansão territorial da cafeicultura. Assim, aumentavam as
oportunidades que os municípios do entorno metropolitano tinham a oferecer para a instalação
das indústrias. Dessa forma, cresceram municípios pequenos do entorno e cidades de porte
médio, localizados junto aos eixos rodoviários principais (LENCIONI, 1998).
Inúmeros estabelecimentos industriais situados na metrópole paulistana passaram a
migrar para municípios localizados nas proximidades da rodovia Anhangüera, no trecho que
se estende da metrópole até cerca de 200 km, sentido norte, entre os quais, Campinas, Jundiaí,
Americana, Sumaré, Limeira, entre outros. Esse fato favoreceu a intensificação do processo
de industrialização dessas áreas, transformando-as em principal eixo de expansão da
desconcentração da indústria (SAMPAIO, 1987).
Assim, no decorrer de poucos anos, surgiram nessas áreas, conforme Pancher (2006),
importantes centros industriais que foram beneficiados pelos eixos de circulação, tanto
ferroviários quanto rodoviários, pela disponibilidade de mão-de-obra barata, energia elétrica,
água, espaço e incentivos municipais por meio da isenção de impostos e doações, pela
atividade industrial outrora introduzida pelos imigrantes. Todavia, Ortigoza (1996, p.51)
lembra que,
É necessário, entretanto, perceber que nem todas as atividades e setores
econômicos se desconcentram, pois o sistema financeiro, os escritórios
centrais das indústrias, os centros decisórios, de um modo geral, além das
atividades quaternárias, permaneceram instalados na capital do Estado,
acentuando ainda mais a presença hegemônica da metrópole de São Paulo
(ORTIGOZA, 1996, p. 51).
50
A partir disso, percebe-se que, embora muitas indústrias buscassem localizar-se em
cidades do interior ou ao longo de eixos rodoviários, seus centros de comando permaneceram
na capital paulista, em vista de sua importância e repercussão no espaço econômico mundial.
A procura de novos espaços para a localização industrial decorreu, sobretudo da necessidade
de melhores condicionantes, não mais encontrados em um grande centro como São Paulo.
As cidades médias paulistas alcançaram destaque com esse processo de urbanização,
pois o governo instituiu programas que visavam desenvolver áreas urbanas e regionais de São
Paulo, como o Programa Cidades Médias, um dos exemplos de investimentos realizados em
municípios paulistas, entre os quais Americana, que pretendia torná-los receptores de
investimentos industriais e privados (NEGRI, 1996).
Portanto, inserido no contexto relativo à desconcentração industrial paulistana, o
município de Americana constituiu-se em um dos destinos escolhidos para instalação de
indústrias originárias da capital. O saldo populacional de Americana dobrou na década de
1970 em relação à anterior, 66.316 habitantes, entre eles 62.329 encontravam-se na área
urbana, ou seja, cerca de 94% da população total - no entanto, era evidente o decréscimo
apresentado pela população rural, que já vinha apresentando uma redução a partir do período
anterior e, nessa década, contabilizou 3.987 habitantes.
O considerável aumento populacional urbano pode ser explicado, em parte, a partir do
montante de indústrias registradas no cadastro da prefeitura municipal, que passou de 132
para 189 nos anos de 1970, saldo que, somado às indústrias remanescentes, atinge 357
estabelecimentos industriais (Figura 7). O número de estabelecimentos industriais
considerados pelo IBGE para essa década é de 711, sendo muito díspar da quantidade
considerada pelo cadastro municipal. O IBGE contabiliza ainda 16.402 empregados no setor
industrial para esse período.
No curso dessa década as empresas realizavam constantemente anúncios na imprensa
local e da capital em busca de mão-de-obra, o que indica o déficit de mão-de-obra qualificada
existente (LIMA, 2002). A autora segue observando que surgem nessa fase os primeiros
indícios de suburbanização na construção de conjuntos habitacionais.
A ocupação urbana do ano de 1977, conforme a Figura 7, mostra o avanço cada vez
maior da cidade sobre o meio natural do município e até mesmo em espaços considerados
produtivos para atividades agropecuárias. Também é visível o intenso processo de
urbanização em direção ao limite territorial a oeste, ou seja, na divisa com o município de
Santa Bárbara D’Oeste, fato já verificado no cenário anterior e agora intensificado.
51
Figura 7 – Ocupação urbano-industrial de Americana na década de 1970
52
A criação do distrito industrial, localizado nas proximidades do rio Piracicaba e ao
longo da rodovia Anhangüera ocorreu em meados dos anos de 1970. Ele corresponde à área
referente à primeira ocupação territorial da região no século XVIII. Nesse local instalaram-se
as indústrias de grande porte como a Goodyear, Santista, Ripasa e outras (GOOBO et al.,
1999).
A Figura 7 apresenta o sentido da urbanização para a área onde se efetivou o distrito
industrial, ou seja, na direção da rodovia Anhangüera a partir do centro da cidade, sendo nessa
década atingida pela mancha urbana, a qual iniciou sua expansão a leste nos anos de 1950.
Percebe-se ainda a ocupação nas proximidades da represa tanto na porção norte como na
porção sudeste.
Além disso, a mancha urbana principal apresentou crescimento, aumentando sua área
entre o ribeirão Quilombo e a Anhangüera, estendeu-se a oeste seguindo a rodovia Luiz de
Queiroz, e sua infra-estrutura foi alargada na porção noroeste. A instalação de indústrias de
grande porte nessa década, derivada da desconcentração paulistana, permite novamente
destacar a influência do setor secundário sobre a urbanização, visto que a área urbana ocupada
nessa época passa a ser de 32,90 km
2
, praticamente o dobro em relação à anterior.
Cabe salientar a emergência da Lei N°. 1098, de 15/09/70 para a época, que instituiu o
Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado da ASPLAN em meio a um panorama político
no qual a ação governamental se concentrava no planejamento, ou seja, utilizava métodos e
técnicas de planejamento urbano como instrumento político de controle do uso do território
para determinados fins (LIMA, 2002). Todavia, esse plano deixava de lado a preocupação
com aspectos da arquitetura e marcos históricos da cidade, já que antevia a modernidade.
Desse modo, desapareceu nessa fase a maioria das construções antigas que representavam o
passado de Americana, sendo substituídas por construções modernas que retratavam o novo.
O acelerado desenvolvimento urbano e industrial gerou problemas sociais e econômicos
que repercutiram diretamente sobre a população na época, afetando principalmente a
qualidade de vida urbana. Pode-se dizer, portanto, que existe um limite para o
desenvolvimento saudável da cidade; no entanto, quando extrapolado, graças aos bons fluxos
econômicos existentes, o desenvolvimento fica comprometido, em razão das influências
negativas dos problemas gerados pelo excesso de concentração populacional decorrente da
expansão urbano-industrial.
53
1.8 A década de 1980: crescimento e crise
Ao longo da década de 1980, a indústria brasileira não teve um desempenho interessante
em vista das políticas de ajuste macroeconômico do início da década e da trajetória da
inflação crônica do final. A taxa de crescimento mostrou-se bem inferior em relação à década
anterior, pois houve um decréscimo absoluto do produto industrial, tendo somente a indústria
extrativa apresentado crescimento, atrelada ao petróleo (NEGRI, 1996).
Em uma caracterização geral da década de 1980, Carneiro (2002) enfatiza que podem
ser destacadas a drástica redução do crescimento, a estagnação do produto per capita, a
regressão do investimento e a transferência de recursos reais ao exterior.
Dessa maneira, a década de 1980 foi caracterizada pela recessão que dominou o país,
coibindo o desenvolvimento das atividades econômicas, de modo geral, e da atividade
industrial, em particular (SAMPAIO; CRUZ, 1992). Os anos de 1980 ficaram conhecidos
como década perdida por essa crise ter sido uma das mais graves da história do Brasil urbano.
A participação industrial no Produto Interno Bruto (PIB) estadual reduziu-se cerca de 51%
para 43% em 1988. Apesar dessa retração industrial, alguns setores de ponta, montados na
década anterior, como a indústria aeronáutica, de material bélico, a agroindústria de
processamento, a informática, a microeletrônica e a de telecomunicações, tiveram um
desempenho extremamente favorável.
Em vista da desconcentração industrial direcionada a municípios de porte médio,
Americana continua nessa década de crise econômica a apresentar aumento populacional e
crescimento no número de estabelecimentos industriais, e o número de pessoas ocupadas na
indústria tende a aumentar em conseqüência da instalação de empresas de maior porte
advindas da metrópole.
O Censo Demográfico de 1980 realizado pelo IBGE apontou uma população de 121.998
habitantes para o município de Americana, sendo residentes da área urbana 121.743 pessoas e
somente 261 da zona rural. Esse esvaziamento do campo tem sua explicação atrelada ao
êxodo rural e ao predomínio das atividades industriais como alavancas da economia
municipal, além da influência da crise.
Nessa década, o número de estabelecimentos contabilizado pelo cadastro da prefeitura é
de 347 novas unidades, o que totalizou um montante de 704 estabelecimentos industriais
(Figura 8). Seguindo a relação com dados do IBGE apresentados por Lima (2002), o total
considerado é de 789 estabelecimentos, empregando 23.035 pessoas. A mesma autora observa
que o pessoal ocupado continuou a crescer em detrimento da redução no número de unidades
54
industriais, associando esse fato ao incremento no tamanho das indústrias que acabam por
demandar um maior número de funcionários.
De acordo com Pires e Santos (2002), a década de 1980 definiu de certa forma as
funções urbanas dos diferentes municípios que formam a região metropolitana de Campinas,
pois emergiram características que permitem tal afirmação. Em Americana o aumento do
número de indústrias, inclusive de maior porte, influenciou a intensificação da ocupação
urbana desse período, a qual passou a abranger 44,18 km
2
.
A Figura 8 permite verificar as áreas que apresentaram maior crescimento urbano, como
nas proximidades do distrito industrial, na porção nordeste, entre a rodovia Anhangüera e a
represa e na porção noroeste, onde se instalou uma indústria de porte.
Observa-se ainda, a partir da Figura 8, a maior concentração dos estabelecimentos
industriais de pequeno porte entremeados na área urbana principal, além do alargamento da
infra-estrutura urbana a partir das manchas preexistentes, como pode ser percebido nas
proximidades da represa de Salto Grande e até mesmo a partir da área urbana central.
Uma pequena aglomeração urbana
12
aparece na área considerada pela administração
municipal como pós-represa - leste do município, onde predominam atividades agrícolas. Essa
mancha urbana, embora em território americanense, não consta no mapa base da Prefeitura
Municipal, constituindo-se assim independente daquele município. No entanto, é atendida,
quanto a serviços públicos, pelos municípios vizinhos de Paulínia e Cosmópolis, os quais
também recebem seus impostos
13
.
O loteamento denomina-se Recanto das Águas, aprovado pelo Decreto Municipal de
Cosmópolis Nº. 845, de 28 de agosto de 1981, sendo acrescidas modificações a partir do
Decreto Nº. 1.532, de julho de 1988, registrado em Cartório de Campinas em 20/02/1989.
A década de 1980 caracterizou-se pela transição entre a fase de intensa expansão
econômica e a crise que se iniciava. Contudo, a partir dos anos de 1990 a crise no setor têxtil
tornou-se mais expressiva em face ao sucateamento do parque têxtil e à abertura de mercado
aos tecidos estrangeiros, com destaque para os asiáticos. Nessa fase de decadência, muitas
indústrias foram fechadas e outras transferidas para o Distrito Industrial.
12
O mapa de ocupação urbano-industrial para a década de 1980 não traz a representação dessa aglomeração
urbana a leste da represa Salto Grande, ante a utilização de imagem Landsat para a elaboração do cenário de
1980. Dessa forma, a resolução espacial da imagem não permitiu que fosse identificado esse núcleo urbano.
13
Esta informação foi obtida em entrevista realizada com a funcionária Ângela Jordão, da SEPLAN/Prefeitura
Municipal de Americana em 24 de abril de 2007.
55
Figura 8 – Ocupação urbano-industrial de Americana na década de 1980
56
1.9 A década de 1990: abertura de mercado e crise
O fim da Guerra Fria e a hegemonia econômica norte-americana marcaram o início da
década de 1990. A intensificação do processo de globalização admitiu uma nova ordem
mundial, diminuindo a intervenção do Estado na economia e reforçando a atuação de
empresas transnacionais.
A política neoliberal adotada nessa fase caracterizou-se pela abertura do mercado
brasileiro, pela redução nas taxas de importação e pela privatização de empresas estatais. Em
contrapartida, ocorreu o aumento do desemprego relacionado às falências de empresas e às
inovações tecnológicas introduzidas que diminuíram o número de trabalhadores necessários -
prática destinada à manutenção da concorrência internacional. Carneiro (2002) afirma que a
economia brasileira passou por um processo de liberalização, no qual a abertura financeira
tornou-se uma das dimensões mais expressivas ao longo dos anos de 1990.
O governo Collor, ao propor sua política com base na liberalização, desregulamentação
e privatização, provocou grandes alterações na configuração econômica do país, cuja
repercussão foi a readequação emergencial por parte das empresas brasileiras, dada a
concorrência externa ante a abertura dos mercados. Pires e Sampaio (2000, p. 55) mostram as
conseqüências dessa fase
Os primeiros anos da era Collor e os cinco primeiros anos do Plano Real
transformaram extraordinariamente o desempenho da economia brasileira,
ao inserir o país na onda da globalização, com a abertura comercial. Os
mercados nacionais foram indiscriminadamente abertos ao fluxo do
comércio internacional, rompendo com décadas de economia fechada. Com
a abertura comercial, as empresas brasileiras tiveram forçosamente que se
ocupar com custos e qualidade de produtos, ainda que muitas tenham aberto
falência na concorrência com os produtos importados. Com a expansão do
mercado interno de bens e serviços, também se firmou uma presença mais
exigente do consumidor, com reflexos imediatos e dramáticos sobre o setor
produtivo nacional. Com isto, um grande número de empresas brasileiras, de
capital nacional e multinacional, investiram nas novas regras do jogo
econômico, procurando adequar suas plantas industriais aos níveis
internacionais de produtividade, a fim de ter condições de competir com as
importações, o que não é fácil. Os resultados são variados, distribuídos em
vitórias e fracassos (PIRES; SAMPAIO, 2000, p. 55).
A abertura comercial atingiu os setores econômicos brasileiros, especificamente o
industrial vinculado à atividade têxtil. A entrada de capitais e produtos importados
desencadeou uma crise, como bem destaca Carneiro (2002, p. 348) “a avalanche de
importações provocou uma perda de mercados internos e externos, determinando o
57
encolhimento do setor na maioria de seus segmentos. O setor só esboça alguma recuperação
após o estabelecimento de cotas de importação após 1995”.
Em 1991, a população de Americana era formada por 153.840 habitantes e a maioria
residia na área urbana - a rural apresentou somente 187. Essa significante redução está
diretamente relacionada ao predomínio da área urbana sobre a rural.
Apesar da evidente crise econômica desencadeada nesse período, o número de
indústrias cadastradas na Prefeitura Municipal foi de 678 unidades (Figura 9). No entanto, a
soma das unidades industriais do município ultrapassava 1.000 estabelecimentos.
Considerando a situação econômica que induziu ao fechamento de muitas unidades fabris,
essa quantidade total não deveria ser tão elevada – decorrência, pois, da falta de um maior
controle por parte da referida municipalidade quanto à atualização do cadastro de atividades,
fato também verificado por Lima (2002) e Pancher (2006).
A Figura 9 apresenta a ocupação urbana para o ano de 1996, atingindo os 48,37 km
2
.
Seu adensamento é perceptível, principalmente, nas porções noroeste e nordeste do
município, até a limitação física imposta pela represa de Salto Grande. Destaca-se o maior
crescimento urbano no entorno do distrito industrial localizado na porção nordeste, além do
aumento do número de estabelecimentos que passaram a compor este distrito. Também são
visualizados locais de crescimento urbano isolado a partir de manchas já existentes ou a
efetivação de novas manchas derivadas de loteamentos urbanos.
A localização dos estabelecimentos industriais também apresentou alteração, uma vez
que é possível perceber que muitos buscaram se localizar nas proximidades do distrito
industrial e nas proximidades dos estabelecimentos de maior porte. Cabe ressaltar o aumento
de indústrias na porção sudoeste da mancha urbana central que foi anteriormente urbanizada,
mas somente nessa década apareceu a atividade industrial. Esse fato pode estar interligado à
mudança do padrão que vinham seguindo a urbanização e a industrialização, ou seja, novos
elementos começam a atuar na escolha da localização industrial e até mesmo na ocupação
urbana.
A conjuntura econômica para a década de 1990 era de crise e caracterizava-se pelo
desemprego decorrente da modernização dos equipamentos industriais, que passavam a
necessitar de um menor número de trabalhadores. Conforme Lima (2002), essa situação
desfavorável começa a dar sinais de melhora a partir de 1996, quando medidas protecionistas
à importação são implementadas, além da efetivação de investimentos relacionados à
modernização das empresas mais aptas financeiramente, isto é, aquelas que sobreviveram ao
período de crise.
58
Figura 9 – Ocupação urbano-industrial de Americana na década de 1990
59
1.10 A primeira metade da década de 2000: globalização e tecnologia
O processo de globalização, que vem se destacando desde a década de 1970, torna-se
cada vez mais presente nos anos que compõem a década em curso. A lógica capitalista torna-
se necessária na sociedade atual e dita as regras da economia. Dessa forma, acaba sendo
valorizado ainda mais o menor tempo de trabalho em detrimento do maior lucro. No entanto,
esse sistema deixa desvantagens para os países, principalmente na esfera social, pois o
número de desempregados e pessoas vivendo em condições precárias é crescente, além da
concentração de renda, problemas de infra-estrutura urbana, entre muitas outras problemáticas
que acabam sempre confluindo para a desordem e desequilíbrio do sistema.
A globalização, conforme Bresser-Pereira (2007), pode ser chamada na forma como
atualmente se apresenta de capitalismo global, sendo um sistema econômico em que todos os
mercados tornam-se abertos e todos os Estados-Nação passam a se pautar na lógica
capitalista. A dinamicidade desse estágio reflete na rápida mudança tecnológica.
O autor destaca que a base tecnológica da globalização foi a redução nos custos dos
transportes e a revolução da tecnologia da informação, a qual facilitou a formação e a
integração dos mercados no âmbito mundial, promovendo o aumento da competição
econômica internacional e a reorganização da produção patrocinada pelas corporações
multinacionais a níveis nunca imaginados. Como exemplo de reorganização pode-se destacar
a Ásia, que vem apresentando grande crescimento econômico desde a década de 1990.
O setor industrial de Americana, que até então se destacava na indústria têxtil, passou a
apresentar maior diversificação, dada a crise da década anterior. A inclusão de atividades
industriais diversas em seu parque industrial está atrelada à desconcentração industrial, à
abertura do mercado nacional e ao enfraquecimento da atividade têxtil. Esse último refere-se à
inserção de novas tecnologias que substituíram grande contingente de mão-de-obra ou
geraram aumento de desempregados derivados da falência de muitas indústrias têxteis que
não suportaram a concorrência com os produtos asiáticos.
A população americanense no censo de 2000 era de 182.593 pessoas e a estimativa
populacional elaborada pelo IBGE para 2005 era de 200.607; entretanto, em 2007 essa
estimativa passou a ser de 199.094 habitantes. Do montante relativo ao censo de 2000, a
população urbana perfaz um total de 182.159 pessoas e o número de habitantes da área rural
passa a ser de 434.
A atividade industrial, apesar da ocorrência da crise econômica com auge na década
60
anterior, apresenta um aumento no número de estabelecimentos industriais. O acréscimo de
400 novas indústrias denota indícios de recuperação do município diante da realidade do
mercado mundial (Figura 10).
A mancha urbana apresentou um crescimento, porém não muito significativo em relação
ao cenário anterior, alcançando 51,35 km
2
ocupados, ou seja, um aumento de
aproximadamente 2,98 km
2
(Figura 10). É importante enfatizar que esse pequeno aumento
está vinculado ao intervalo de tempo entre os períodos mapeados - quatro anos.
A ocupação urbana dessa primeira metade da década de 2000 apresenta crescimento
sobretudo a leste da mancha urbana central, especificamente a norte e sul do trecho entre a
rodovia Anhangüera e o ribeirão Quilombo. Na área próxima à represa ocorre expansão das
manchas já existentes.
As novas indústrias implantadas a partir de 2000 não diferiram em localização das
décadas anteriores. No entanto, algumas foram efetivadas na porção sudeste, entre a represa e
o eixo que liga as rodovias Anhangüera e Luiz de Queiroz. De um modo geral, a Figura 10
permite observar que o território a oeste da represa está intensamente urbanizado, restando
poucos espaços para que a infra-estrutura urbana possa avançar.
O contínuo aumento populacional e o fato da ocupação urbana atingir 53,34 km
2
em
2005 deixam entrever a necessidade de planejamento urbano que possibilite a continuidade do
crescimento econômico local aliado a condições de infra-estrutura que atendam
satisfatoriamente à população, já que essa cidade apresenta potencial para crescimento,
confirmado pelo período de recuperação após a crise econômica da década de 1990 e pela
influência da globalização sobre a economia nacional e, conseqüentemente, local.
A elaboração do novo Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI) por parte da
administração local efetivou-se conforme obrigatoriedade imposta pela Constituição Federal
Brasileira de 1988. No texto desse projeto de lei, aprovado e vigorando a partir de 2008, é
perceptível a grande preocupação com o ordenamento territorial do município e, em especial
da área urbana, de forma a garantir qualidade de vida à população local.
61
Figura 10 – Ocupação urbano-industrial de Americana na década de 2000
62
1.11 Panorama do período 1940 – 2000
A região em que se insere o município de Americana apresentou crescimento
econômico acima da média estadual nas últimas décadas, constituindo a maior concentração
industrial do interior paulista. O fator localização, associado à presença de importantes eixos
viários, favoreceu a expansão urbana e o aumento populacional dos municípios do entorno de
Campinas, adquirindo características de região metropolitana com grande influência além de
seus limites territoriais.
Após inúmeras discussões sobre a criação da Região Metropolitana de Campinas
(RMC), bem como a inserção ou não de alguns municípios mais periféricos, a
institucionalização da RMC ocorreu em 2000 (Lei Complementar Estadual N°. 870, de
19/05/00), considerando 19 municípios componentes: Americana, Artur Nogueira, Campinas,
Cosmópolis, Engenheiro Coelho, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Itatiba, Jaguariúna,
Monte Mor, Nova Odessa, Paulínia, Pedreira, Santa Bárbara D’Oeste, Santo Antonio de
Posse, Sumaré, Valinhos e Vinhedo (PIRES; SANTOS, 2002). A Tabela 3, abaixo, apresenta
a taxa de crescimento populacional que caracteriza o município de Americana em relação à
RMC e ao estado de São Paulo.
Tabela 3 – Taxa de crescimento populacional (1970 - 2000)
Taxa de crescimento (% a.a.)
1970/80 1980/91 1991/96 1996/00 1991/00
Americana
RMC
Estado
6,29
6,49
3,63
2,13
3,51
2,01
1,77
2,34
1,55
2,04
2,73
2,03
1,89
2,51
1,76
Fonte: Adaptado de Pires e Santos, 2002.
As informações contidas na Tabela 3 permitem perceber o grande aumento populacional
ocorrido em Americana, assim como na RMC e no próprio Estado, entre as décadas de 1970 e
1980. Esse fato deriva do estímulo ao desenvolvimento industrial vinculado à política do
governo da época, a qual, além de alavancar as migrações, acentuou também o êxodo rural ao
incentivar a mecanização agrícola. Contudo, nos períodos seguintes, a taxa de crescimento
reduziu ou tendeu a tornar-se estável.
A partir dessas informações, nota-se que Americana apresentou médias de incremento
populacional compatíveis com as taxas da RMC e do estado de São Paulo. A curva de
crescimento da população do município de Americana, com destaque para o período de maior
63
acréscimo populacional, pode ser observada no gráfico da Figura 11.
Figura 11 – Comportamento populacional do município de Americana (1940 - 2000)
Fonte: Censos Demográficos do IBGE (1940-2000).
Org.: Trentin, 2007.
Em pesquisa realizada por Pancher (2006) é confirmada a grande participação das
migrações ao ser constituída a população de Americana. A autora observa que nos três setores
urbanos em que aplicou sua proposta metodológica de investigação, o número de pessoas que
residiam eram majoritariamente originários de outros municípios de São Paulo ou de outros
estados do Brasil, com maior destaque para o Paraná e a Bahia.
O acentuado crescimento populacional em relação a uma extensão territorial de,
aproximadamente, 144 Km
2
, de acordo com SEADE, resultou, como não poderia deixar de
ser, em uma elevada densidade demográfica, a qual passa de 94 hab./km
2
na década de 1940
para mais de 1.200 hab./km
2
em 2000. Destaca-se a densidade demográfica para o período de
maior aumento populacional entre as décadas de 1970 e 1980 (Tabela 4).
Tabela 4 – Densidade demográfica do município de Americana (1940-2000)
1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000
Dens.
Demográfica
(hab./ km
2
)
93,77 148,71 262,90 460,53 847,21 1.068,33 1.268,01
Fonte: Censos demográficos IBGE, 1940, 1950, 1960, 1970, 1980, 1991, 2000.
A partir da divisão do município em Áreas de Planejamento (AP), foi espacializado o
comportamento populacional para cada AP, o que possibilitou observar os pontos de maior
concentração da população no espaço municipal. As AP foram instituídas a partir do PDDI
64
elaborado em 1999. Os critérios para a delimitação das referidas áreas no território municipal
derivaram da observação dos limites físicos, da densidade urbana e de aspectos
socioeconômicos, bem como aqueles relacionados à proximidade de atendimento das
subprefeituras (Administração Regional).
Dessa forma, a Figura 12 apresenta a distribuição da população nas AP para o ano de
2000, com uma variação de aproximadamente 400 habitantes até um montante superior a
20.000. Já a Figura 13 refere-se ao rendimento mensal de cada AP, constituindo um panorama
particularizado relativo aos aspectos socioeconômicos da área de estudo.
Figura 12 – Distribuição da população de Americana nas Áreas de Planejamento - AP
As áreas com menor concentração populacional, conforme a Figura 12, estão mais
afastadas do centro urbano, salvo a AP1 que corresponde à área central e também mostrou
pequena concentração, em decorrência do predomínio de atividades relacionadas ao comércio
65
e à prestação de serviços, sendo essa AP utilizada então em menor escala para fins
residenciais.
Figura 13 – Rendimento médio mensal das AP do município de Americana
Fonte: Informativo socioeconômico de Americana, 2006.
Org.: Trentin, 2007.
Ao correlacionar os dados da representação (Figura 12) com o gráfico referente ao
rendimento nominal mensal (Figura 13), pode-se verificar que as pessoas residentes na AP1
têm rendimento predominantemente de mais de cinco salários mínimos, fato que pode estar
vinculado à localização da AP1, ou seja, na área central, e por tratar-se de uma cidade de
médio porte, esse espaço central ainda é valorizado.
Já a AP3 apresenta os menores indicadores de renda, por estar mais distante da área
central, assim como também revela menor concentração populacional. A ocupação urbana na
área da AP3 (Figura 10 do item 1.10) mostra a presença de núcleos urbanos esparsos, além de
serem poucos os estabelecimentos industriais localizados nessa porção do território.
A concentração de pessoas sem rendimento é maior na AP6, já os maiores rendimentos
encontram-se na AP8, em decorrência da sua localização nas adjacências do centro comercial,
além de concentrar muitos estabelecimentos industriais, tendo sido essa porção do território
uma das primeiras direções tomadas pela expansão urbano-industrial.
Em relação ao pessoal ocupado nos setores econômicos secundário e terciário de
Americana, nota-se o predomínio de trabalhadores vinculados a empregos industriais. O
gráfico da Figura 14 apresenta o crescimento do número de empregados no setor secundário a
66
partir da década de 1940. Esse crescimento mostra-se ascendente e gradual até os anos de
1970, quando é registrado um impulso ainda maior que resulta em um expressivo aumento
desse contingente de trabalhadores na década de 1980.
Figura 14 – Número de pessoas empregadas nos setores secundário e terciário de Americana (1940-2000)
Fonte: Censos demográficos IBGE (1940, 1950, 1960
*
); IPEA (1970, 1980, 1995); SEADE (2005).
Org.: Trentin, 2007.
*
Não foram obtidos dados no IBGE para comércio e serviços em 1960, bem como não foram obtidos dados
relativos ao setor de serviços para 1940 e 1950.
O elevado número de trabalhadores empregados na indústria nesse último período
advém do impulso verificado no setor industrial brasileiro da década anterior com as
proposições do II PND, como defendido pelos autores Negri (1996) e Sampaio (1987) quando
se referem às vantagens oferecidas pelos municípios para sediar indústrias em seus territórios.
No entanto, esse crescimento apresentou queda durante a década de 1980, quantitativamente
percebido nos anos de 1990. A redução de trabalhadores na indústria nessa última década
pode ser explicada pelos resquícios da recessão de 1980, mas deve-se principalmente à
abertura do mercado nacional por parte do governo brasileiro nos anos de 1990, que
provocou, especificamente em Americana, a falência de muitas indústrias. Todavia, o
emprego industrial começa a mostrar sinais de recuperação no momento seguinte.
No período recente, vem se destacando o setor terciário que era incipiente até a década
de 1950, mas começa a desenvolver-se a partir dos anos de 1970. Essa maior participação é
tendência da economia atual, decorrente do processo de globalização dos mercados nacionais
e da absorção de inovações tecnológicas pelas indústrias.
A fim de reforçar a importância adquirida pelo setor secundário de Americana, pode ser
observado na Figura 15 o desenvolvimento econômico local no período considerado por esta
67
pesquisa. A maior parcela do PIB do município advém desse setor, seguido pelo terciário que
passa a ter maior participação a partir dos anos de 1970. O setor agropecuário possui baixo
valor de PIB e, portanto, não aparece na escala representada pelo gráfico.
Figura 15 – Produto Interno Bruto do município de Americana-SP
Fonte: IPEA, 2007.
Org.: Trentin, 2007.
Conforme já apresentado no decorrer do capítulo, o incremento populacional de
Americana foi um dos fatores que impulsionou sua expansão urbano-industrial. Os gráficos
da Figura 16 sintetizam a ocupação urbana e a taxa de urbanização
14
para cada período.
Assim, podem ser verificados dois momentos de maior intensidade no crescimento da taxa de
urbanização local.
Figura 16 – Ocupação urbana e taxa de urbanização do município de Americana-SP
Fonte: Mapas de ocupação urbana e SEADE, 2007.
Org.: Trentin, 2007.
14
A taxa de urbanização é calculada, de acordo com a metodologia do SEADE, a partir da relação entre
população urbana e população total (Pop. Urbana/Pop. Total x 100).
68
O primeiro entre as décadas de 1940 e 1950, quando a taxa de urbanização passa de
24% para 44%; e um segundo momento entre as décadas de 1960 e 1970 em que a taxa passa
de 84,5% para 94%. Nos demais períodos, a ocupação urbana também apresenta crescimento,
mas em menores proporções.
A taxa de urbanização mostra seus maiores impactos até os anos de 1970, praticamente
dobrando a cada década, conseqüência do aumento populacional, o qual não foi acompanhado
por uma oferta suficiente de infra-estrutura urbana.
Cabe ressaltar que a taxa de urbanização para a década de 1960 foi de 84,5% e a
ocupação urbana do período foi de 15,22 km
2
. Esses números mostram que a estrutura urbana
era insuficiente para atender a demanda populacional da época, comprovando a necessidade
de planejamento do espaço urbano, como verificaram também os autores Linardi (1984),
Lima (2002) e Medeiros (2003) em suas pesquisas.
Enquanto Americana atingia a taxa de urbanização de 90% na década de 1970, a RMC
chegava a essa taxa em 2000 e o estado de São Paulo nos anos de 1990, conseqüência do
destaque obtido pelo setor secundário de Americana, que influenciou na concentração de
grande parte de sua população na zona urbana; em contrapartida, o setor primário passou a ter
pequena participação econômica, como observado na Figura 15.
A elevada taxa de urbanização de Americana entre as décadas de 1960 e 1970 também
esteve relacionada com a política de desconcentração e descentralização proposta pelo
governo, a qual, de acordo com Negri (1996), visava entre outras metas buscar uma solução
para o problema urbano que afetava principalmente a capital paulista. Desse modo, os
municípios do entorno passaram a oferecer vantagens para instalação das indústrias da capital.
E, como destaca Lima (2002), Americana naquela época precisava de trabalhadores para
suprir a mão-de-obra na indústria, tendo em vista as empresas de grande porte que lá se
instalavam.
O mapa síntese de expansão urbana (Figura 17) mostra que a área urbana de Americana
iniciou seu crescimento de modo concentrado a partir da mancha inicial, anterior a década de
1940, ou seja, no entorno da estação ferroviária.
A partir da década de 1950, começou a expandir-se em diferentes direções, passando de
um formato radiocêntrico para um tentacular, em decorrência, principalmente, da construção
das rodovias Anhangüera e Luiz de Queiroz e da inserção de indústrias de porte em pontos
ainda não-urbanizados do município. Esses elementos influenciaram na expansão urbana
local, assim como no aumento da demanda por infra-estrutura, a fim de atender a crescente
população.
69
Figura 17 – Mapa síntese da expansão urbana de Americana-SP
70
Com a chegada da década de 1980, o crescimento urbano tendeu a expandir-se a partir
da mancha urbana pré-existente, porém o ritmo era menos acelerado. Assim, de acordo com a
conjugação dos cenários, especificamente o último cenário urbano apresentado, é possível
observar a existência de poucas áreas não-urbanizadas na porção oeste do município, onde se
concentra a cidade.
O processo de crescimento e expansão da atividade industrial de Americana apresentou
um aumento linear quanto ao número de novos estabelecimentos instalados. A Figura 18
mostra o número de indústrias novas e o montante de indústrias do município ao longo de
todo o período considerado nesta pesquisa. Pode ser destacada a inserção de novos
estabelecimentos entre os anos de 1950 e 1960 quando ocorreu o primeiro impulso no sentido
da industrialização brasileira – por meio do Plano de Metas - e um novo aumento com a
desconcentração industrial paulistana a partir do II PND na década de 1970.
No entanto, percebe-se uma redução na introdução de novos estabelecimentos
industriais entre os anos de 1990 e 2000, em função da abertura econômica que significou
concorrência com produtos externos. Apesar da crise dos anos de 1990, a instalação de novas
indústrias do princípio da década de 2000 mostrou uma gradual recuperação desse setor
econômico.
Figura 18 – Número total e de novas indústrias em Americana (1940-2000)
Fonte: Cadastro de Atividades, Prefeitura Municipal de Americana, 2006.
Org.: Trentin, 2007.
Com base nas especificações quanto aos tipos de indústria presentes no município,
71
verifica-se, de acordo com a Tabela 5, o domínio da atividade têxtil até a década de 1990,
enquanto que estabelecimentos vinculados a outras atividades industriais começaram a surgir
timidamente a partir da década de 1960, e seguiram um ritmo crescente até os anos de 1990,
quando de fato ocorre uma maior diversificação do parque industrial de Americana. Dessa
forma, os números apresentados para a indústria de Americana apontam para uma mudança
estrutural na industrialização do município.
Tabela 5 – Classificação da atividade industrial de Americana (1940-2000)
Classes de atividades industriais 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 Total
Editorial e Gráfica
Têxtil
Vestuário, calçados e art. de tecidos
Produtos alimentares
Química
Mobiliário
Metalúrgica
Produtos de matérias plásticas
Mecânica
Maquinas e equipamentos
Construção
Diversas
-
11
1
-
-
-
-
-
-
1
-
-
1
17
-
-
-
-
-
-
-
3
-
2
1
97
7
2
1
3
5
2
2
3
7
2
3
119
27
4
-
8
10
1
2
8
4
3
10
131
97
2
5
17
15
4
3
31
26
6
21
228
220
25
11
36
32
23
10
28
32
12
1
109
168
10
3
11
23
23
4
25
21
2
37
712
520
43
20
75
85
53
21
99
90
27
Total 13 23 132 189 347 678 400 1782
Fonte: Cadastro de atividades, Prefeitura Municipal de Americana-SP, 2006
15
.
Org.: Trentin, 2007.
A gradativa instalação de indústrias relacionadas a outras atividades a partir dos anos de
1960 esteve atrelada aos setores de Máquinas e Equipamentos, Construção, Metalurgia e
Mobiliário. O destaque obtido por esses setores, além de estar vinculado ao processo de
desconcentração industrial derivado da metrópole paulistana, como tratado por Sampaio
(1987), Lencioni (1998) e Negri (1996), comprova também a diversificação que começa a
definir-se no referido município e na própria RMC.
Na análise do processo histórico relativo à expansão urbano-industrial, foram utilizados
dados referentes ao número de estabelecimentos industriais conforme o IBGE. Apesar das
discrepâncias entre os dados do IBGE e os apresentados pelo cadastro da prefeitura, é preciso
considerar a metodologia adotada pelo IBGE e a forma de elaboração e controle que o setor
de Cadastro da Prefeitura considera para essa contagem. Assim, não é objetivo deste trabalho
comparar ou discutir qual estaria mais correto, pois ambos apresentaram uma lógica que se
refere ao progressivo aumento do número de estabelecimentos industriais no município ao
15
Ressalta-se que as informações apresentadas pelo cadastro técnico são inconclusivas em relação ao possível
fechamento de atividades industriais do município, conforme já enfatizado no item 1.2 deste capítulo.
72
longo do tempo.
A expansão da indústria em Americana, tendo como pano de fundo a ocupação urbana
de 2005, apresenta um centro urbano entremeado de estabelecimentos industriais, como pode
ser verificado na Figura 19.
Em uma primeira análise, pode-se perceber que as indústrias de maior porte
concentram-se basicamente em três sentidos a partir da área central da cidade: NO, NE e SE –
a maioria derivada do processo de desconcentração industrial. De um modo geral, grande
parte das indústrias menores está concentrada na área central em direção ao limite
administrativo com Santa Bárbara D’Oeste, ao longo das rodovias Anhangüera e Luiz de
Queiroz.
O mapa permite observar que as décadas de 1960 e 1970 podem ter influenciado o
direcionamento quanto à instalação de novos estabelecimentos industriais nos períodos
posteriores, em vista da situação econômica brasileira da época, atrelada a busca do
desenvolvimento econômico.
73
Figura 19 – Síntese da localização industrial do município de Americana (1940-2000)
74
A partir da divisão em AP é possível inter-relacionar as informações apresentadas pela
Tabela 6 com o mapa síntese da expansão industrial da Figura 19. Assim, verifica-se que a
AP1, totalmente urbanizada, apresentou um grande número de indústrias em 2000, contudo
passou a receber menos indústrias novas dada a sua localização no centro da cidade. A AP9,
totalmente urbanizada, e a AP8, com mais de 75% de urbanização, apresentam grande
concentração de indústrias e continuam atraindo novos estabelecimentos, ambas estão nas
adjacências da área central, cuja área recebeu investimentos industriais desde o início da
industrialização americanense.
Tabela 6 – Ocupação urbano-industrial nas Áreas de Planejamento de Americana (2000/2005)
AP1 AP2 AP3 AP4 AP5 AP6 AP7 AP8 AP9 AP10 AP11
Área total
(Km
2
)
1,66 12,42 14,3 11,7 15,95 15,96 4,71 6,62 2,62 6,32 36
Área
urbanizada
2000
(Km
2
)
1,66 8,12 6,03 6,7 7,39 5,31 3,56 5,15 2,62 4,06 0,85
Área
urbanizada
2005
(Km
2
)
1,66 8,23 6,67 7,35 7,39 5,46 3,56 5,29 2,62 4,15 1,06
Total de
indústrias
130 66 21 272 393 79 121 265 247 100 1
Novas
indústrias
2000
17 23 5 65 102 23 31 65 40 24 -
Org.: Trentin, 2007.
Essa tendência de intensa urbanização com um número razoável de indústrias e
contínuo recebimento de novos estabelecimentos é seguida pelas AP7, 2 e 10. No entanto,
ressalta-se que as AP7 e AP10 também estão a oeste da mancha urbana central e próximas ao
centro. Porém, a área da AP2 recebeu impulso, principalmente após a década de 1960 com a
criação do Distrito Industrial, o qual, conforme Lima (2002), foi concretizado na década de
1970 e localizado a NE a partir da área urbana central, entre a rodovia Anhangüera e a represa
Salto Grande, ocupando parte da atual AP2.
A AP5 e AP4 apresentam área urbanizada menor, em média 50% de seu espaço total, e
constituem-se nas duas AP com maior número de estabelecimentos industriais em 2000, além
de continuarem recebendo também o maior contingente de novas indústrias – fato que pode
ser explicado pela existência de indústrias de grande porte nessas AP e por estarem inseridas
entre a área central da cidade e próximas às principais vias de acesso. A AP6 apresenta a
75
mesma tendência da AP5 e da AP4, no entanto, com menor intensidade.
A AP3 possui menor urbanização aliada ao menor número de estabelecimentos
industriais e também não é atrativa a novos estabelecimentos. Em análise anterior, verificou-
se que ela também dispõe dos menores indicadores socioeconômicos.
Já na AP11 aparecem apenas o loteamento independente do município de Americana e
um novo núcleo urbano surgido a partir do cenário de 2005, em razão da proximidade com
outros centros urbanos do entorno. Entretanto, na área da AP11 ainda predominam atividades
vinculadas à agricultura, sobretudo com o cultivo da cana-de-açúcar.
No curso do crescimento urbano-industrial e populacional de Americana é possível
perceber os reflexos da política econômica do país, assim como se torna visível, na maioria
das cidades brasileiras, a carência no ordenamento territorial. No período entre as décadas de
1940 e 1950 ocorre um grande aumento da área urbana ocupada, eleva-se o número de novas
indústrias instaladas e da população no município (Figura 20). Conforme Furtado (1999), nas
décadas de 1940 e 1950, o Brasil passou por uma fase de estímulo ao desenvolvimento,
principalmente vinculado ao setor industrial em decorrência da política de substituição de
importações derivada dos conflitos mundiais.
Figura 20 – Relação entre crescimento urbano, industrial e populacional de Americana (1940-2000)
Fonte: Mapas de ocupação urbana; IBGE; SEADE, 2007.
Org.: Trentin, 2007.
Entre os anos de 1950 e 1960, período de progresso brasileiro associado ao Plano de
Metas (ANDRADE, 1979), torna-se nítida a necessidade de maior infra-estrutura urbana para
atender o contingente populacional crescente que advinha em grande parte do
desenvolvimento industrial do período. Medeiros (2003) destaca a preocupação da
76
administração municipal com o ordenamento do território, sendo proposto um zoneamento
para a área urbana.
O período seguinte mostrou certo equilíbrio, no entanto, com percentuais elevados; a
ocupação urbana apresenta-se maior que o crescimento populacional, pois surgiram
loteamentos dispersos da mancha urbana, visto que o desenvolvimento industrial pode
impulsionar a especulação imobiliária. Os números desse período também derivam do
chamado milagre brasileiro acrescidos pelos projetos posteriores, I e II PND, que visavam
desenvolver a economia do país.
Nos períodos seguintes, começa a ser verificada uma progressiva queda na ocupação
urbana, sendo considerada natural, em vista do grau de urbanização alcançado a partir da
década de 1970 (94%, aproximadamente), além da própria limitação territorial do município,
com poucos espaços remanescentes para expansão da área urbana. Contudo, o
desenvolvimento industrial continuou próspero apesar dessa redução no ritmo de crescimento
urbano, que tendeu a se atenuar no período entre 1990 e 2000 em virtude da crise econômica
derivada da entrada de produtos externos e da concorrência acirrada. Da mesma forma, a
população diminuiu seu ritmo de crescimento com a crise dos anos de 1990, além do
desemprego elevado vinculado à utilização de novas tecnologias na indústria.
O processo de desconcentração industrial e o desenvolvimento direcionado ao interior
do estado de São Paulo nas últimas décadas podem estar atrelados com as importantes
mudanças na dinâmica da rede urbana paulista, principalmente no sentido de uma maior
urbanização das cidades do interior e, por conseqüência, a concentração populacional urbana
em cidades médias e grandes (BRAGA, 2005, SEADE, 1992).
O autor destaca ainda que, com a consolidação dessa nova realidade urbana das cidades
do interior paulista, problemas, que eram antes exclusivos de áreas metropolitanas, passam a
ocorrer também em cidades médias, demandando assim novos instrumentos de ordenação e
gestão territorial urbana, que necessitam uma abordagem regionalizada do problema.
No contexto da expansão urbano-industrial da área de estudo foi possível verificar o
rápido crescimento e desenvolvimento econômico alcançado, embora esse último também
tenha resultado em desvantagens, como o crescimento desordenado da área urbana e
problemas socioeconômicos, pois o atual cenário econômico globalizado constitui a
integração de todas as esferas - política, econômica, social, cultural - assim como é alvo de
todos os reflexos da política desenvolvida em escala mundial, sejam positivos, sejam
negativos.
77
1.12 Considerações relativas à expansão urbano-industrial de Americana
O processo de expansão urbano-industrial de Americana analisado a partir de 1940 até a
primeira metade da década de 2000 tornou evidente a influência dos reflexos advindos da
política nacional e internacional no cenário econômico local. Dessa forma, Americana
urbaniza-se e industrializa-se tendo como pano de fundo o suporte da cafeicultura que
impulsionou a construção das ferrovias e o início do processo de industrialização brasileira.
A atuação do façonismo, os planos de desenvolvimento elaborados e postos em prática
pelos diferentes dirigentes do país, o grande desenvolvimento e concentração urbano-
industrial do estado de São Paulo - especialmente da metrópole paulistana que passa a
apresentar-se como deseconomia de aglomeração a partir da década de 1970 e impulsiona o
incipiente processo de desconcentração industrial, mas não administrativo - têm um papel
considerável no crescimento e desenvolvimento do município de Americana, assim como de
muitos municípios do entorno da área metropolitana.
Aliado a esses fatores, estão ainda os atrativos desenvolvidos pela própria localidade
para investimentos industriais no território, assim como a infra-estrutura pré-existente e a
importância alcançada pelo estado paulista durante todo o processo histórico brasileiro.
Desse modo, Americana destacou-se no setor secundário, com maior importância na
indústria têxtil. Esse direcionamento econômico conferiu-lhe um rápido desenvolvimento
vinculado à concentração populacional urbana que já na década de 1950 torna-se maior que a
rural, além de um processo intenso de urbanização que o caracteriza como um município
quase totalmente urbanizado.
O crescimento urbano-industrial de Americana mostra a necessidade de planejamento
de seu território, e isso é uma preocupação prevista no novo PDDI, posto que se trata de um
município de médio porte com perspectivas de crescimento no cenário econômico nacional.
No entanto, seu espaço territorial começa a restringir-se a partir do cenário urbano mais
recente, ao mesmo tempo em que é verificada uma lenta, mas perceptível, diminuição em sua
expansão urbano-industrial e populacional, em conformidade com as tendências verificadas
nos centros urbanos no decorrer das últimas décadas.
CAPÍTULO 2
GEOTECNOLOGIAS NO MAPEAMENTO MULTITEMPORAL
DO USO DA TERRA DE AMERICANA-SP
79
2.1 Considerações Iniciais
Em conformidade com a teoria sistêmica, na qual todos os elementos estão interligados
de modo a formar um todo integrado, um município pode ser visto como um sistema.
Contudo, ao se considerar um todo maior, o município seria apenas uma parte do sistema,
enquanto que, considerado por si só, constitui-se em um sistema aberto que recebe estímulos
tanto externos como internos. Segundo Bertalanffy (1973), “um sistema pode ser definido
como um conjunto de elementos em inter-relação entre si e com o ambiente”.
Dessa forma, a análise do uso da terra é somente uma face do sistema, ou seja, trata-se
de sua parte visível, e, embora pareça estática em um primeiro momento, é dinâmica e
dependente de inúmeros fatores, dentre eles do processo de desenvolvimento histórico que
envolve toda a hierarquia sistêmica, porém se mostra de maneira distinta conforme a escala.
Neste contexto, o estudo do uso da terra sob uma perspectiva temporal, ou seja,
considerando diferentes períodos de tempo, permite identificar os condicionantes que
desencadearam cada cenário de acordo com o panorama socioeconômico predominante em
cada época. Assim, uma análise multitemporal possibilita a compreensão da dinâmica do
espaço geográfico, da qual deriva o atual cenário de uso da terra, bem como a identificação de
tendências ou padrões que poderão concretizar-se futuramente. Essa possibilidade de análise
torna-se uma ferramenta muito útil a planejadores e administradores urbanos, pois subsidia
ações voltadas ao crescimento ordenado das áreas urbanas.
De acordo com Corrêa (1981, p. 9), o espaço de uma cidade “constitui-se no conjunto
de diferentes usos da terra justapostos entre si” – os quais acabam por definir áreas que
representam a organização espacial da cidade. Essa última aparece como um espaço
fragmentado e articulado, e apresenta relações espaciais entre todas as suas partes, em
diferentes intensidades.
No entanto, a dinâmica de uso da terra no meio urbano vem ocorrendo em ritmo
acelerado e aliado ao desenvolvimento técnico-científico e informacional predominante em
escala mundial, principalmente a partir das últimas décadas. Dessa forma, tornam-se
necessários instrumentos que utilizem a moderna tecnologia em favor da compreensão dos
processos de mudanças que ocorrem e que poderão ocorrer no meio ambiente como um todo.
Esses instrumentos, que tendem a operacionalizar o trabalho e as ações do planejamento
urbano e ambiental, compreendem o conjunto das geotecnologias.
Nessa perspectiva, a utilização das técnicas e dos próprios produtos das geotecnologias
80
tem proporcionado avanços nas pesquisas relacionadas com uso e ocupação da terra,
permitindo a viabilização de estudos mais complexos com menor demanda de tempo.
O auxílio das geotecnologias foi crucial na elaboração de cenários de uso da terra para o
município de Americana-SP ao longo da série temporal estudada. A partir dos cenários
elaborados e suas inter-relações, foi possível compreender como se desenvolveu o processo de
ocupação territorial na área de estudo. Neste sentido, propôs-se, inicialmente, uma explanação
a respeito do uso da terra, do planejamento urbano e do contexto da Geoinformação, para
então apresentar e analisar o mapeamento do uso da terra do município.
2.2 Orientação metodológica para a análise da multitemporalidade no uso da terra
Para viabilizar a identificação e análise do uso da terra no município de Americana
foram necessárias pesquisas de material cartográfico referentes a fotografias aéreas e imagens,
a fim de representar os períodos antigos e mais recentes, respectivamente. No entanto, o
levantamento de material mostrou a viabilidade da utilização de fotografias aéreas também
nos períodos recentes, à exceção do último cenário elaborado, tendo em vista a
disponibilidade de material no acervo da Prefeitura Municipal. Optou-se então por priorizar a
disponibilidade e a concessão do material necessário para a pesquisa, assim como o SIG
utilizado, o que pode viabilizar a utilização dessa prática em outros trabalhos.
Os sensores remotos orbitais, de acordo com Foresti (1986), proporcionam uma visão
integrada que permite avaliar as condições ambientais urbanas, enquanto a análise
multitemporal favorece o estudo de acompanhamento e alteração da expansão urbana. De
acordo com Moreira (2003), nas várias situações em que se utilizam as técnicas de
Sensoriamento Remoto, é inevitável o emprego de imagens de satélite coletadas em dois
períodos ou mais, principalmente quando de estudos de expansão urbana, como é o caso.
Assim, as imagens orbitais e suborbitais coletadas para este trabalho são multitemporais.
Dessa forma, o uso da terra foi identificado para cinco cenários distintos, em
conformidade com o material cartográfico disponível:
- Cenário de uso da terra para o ano de 1962: foram utilizadas 18 fotografias aéreas
pancromáticas na escala 1:25.000, derivadas do aerolevantamento do estado de São Paulo
efetuado em 1962 e cedidas pelo Laboratório de Aerofotogrametria e Sensoriamento Remoto
(LASERE) vinculado ao Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo – USP;
- Cenário de uso da terra para o ano de 1977: foram utilizadas 177 fotografias aéreas
81
pancromáticas na escala 1:8.000, cedidas pela Prefeitura Municipal de Americana;
- Cenário de uso da terra para o ano de 1996: utilizaram-se 180 fotografias aéreas
pancromáticas na escala 1:8.000 cedidas pela Prefeitura Municipal de Americana;
- Cenário de uso da terra para o ano de 2000: utilizaram-se oito fotografias aéreas coloridas
na escala 1:30.000, cedidas pela Prefeitura Municipal de Americana;
- Cenário de uso da terra no período recente (2005 - 2007): foram selecionados e registrados
em arquivos digitais 45 fragmentos de imagens disponíveis no software Google Earth
correspondendo aos anos de 2005, 2006 e 2007. A necessidade de fragmentar as imagens
deveu-se ao maior detalhamento desejado - resolução espacial - para a interpretação, além de
sua disponibilidade estar vinculada somente a propósitos de visualização. Assim, optou-se por
uma escala de 1:800, definida no próprio software, a qual foi respeitada para todos os
fragmentos selecionados que cobriram a área em estudo. A opção por elaborar um cenário de
uso recente deu-se em decorrência do município estar todo imageado em alta resolução
espacial, a partir de imagens provenientes do satélite IKONOS, utilizadas pelo software
Google Earth.
As décadas de 1940, 1950 e 1980 representaram lapsos no mapeamento, não sendo
possível a identificação do uso da terra em virtude da indisponibilidade de material
cartográfico com características que se adequassem aos objetivos desta pesquisa. No entanto,
para a década de 1940 foram visualizados alguns aspectos do cenário da época por meio de
fotografias aéreas oblíquas de 1939 e 1940, obtidas no Instituto Geográfico e Cartográfico -
IGC (2006), as quais foram utilizadas especificamente no Capítulo 1, quando se tratou do
cenário de ocupação urbano-industrial dos anos de 1940.
A utilização de produtos cartográficos - fotografias e imagens - em escalas diferentes,
apesar de adaptados à escala de trabalho, ou seja, georreferenciados a partir do mapa base
1:10.000, ainda podem apresentar distinções na interpretação em decorrência das diferenças
de resolução espacial e da maneira com que foram transformadas para o meio digital.
A legenda para a interpretação do uso da terra de Americana foi elaborada a partir da
proposta metodológica de classificação do uso da terra de Anderson et al. (1979), sendo
efetivadas adaptações para a realidade em estudo, devido à maleabilidade no detalhamento de
classes que esta classificação permite.
A escolha desta metodologia de classificação refere-se à relevância que possui entre os
trabalhos científicos desenvolvidos sob esta temática, considerada uma das melhores
propostas de classificação de cobertura e uso da terra, conforme Curran (1985), a qual,
82
segundo ele, foi projetada em torno de um número de critérios de acuracidade e repetibilidade
que são facilmente medidos com a vantagem de ser aplicada em quase todos os meios.
As chaves de interpretação ou a legenda, conforme Avery e Berlim (1985), auxiliam os
fotointérpretes a identificar de modo rápido as características dos alvos na fotografia aérea. A
chave tem por base a descrição e a ilustração dos objetos de acordo com determinadas
categorias. Dessa forma, Pereira et al. (1989) ressaltam que a importância da utilização das
chaves de interpretação deve-se ao fato da obtenção de resultados semelhantes com diferentes
intérpretes ou o mesmo intérprete, porém em ocasiões diferentes, utilizando o mesmo produto
de Sensoriamento Remoto.
Nesse contexto, foram observadas as características básicas para a interpretação, sendo
elas: tonalidade/cor - registro da quantidade de luz/energia refletida pela superfície terrestre
sobre o filme fotográfico; textura - freqüência de mudanças tonais na imagem dependendo da
escala e resolução da fotografia/imagem; padrão - arranjo espacial dos objetos; localização -
posição de um objeto em relação aos objetos vizinhos; forma - características morfológicas do
objeto; sombra - iluminação oblíqua da superfície pela luz solar quando da tomada de
registros pelos sensores; e tamanho - o objeto na imagem é considerado em função da escala.
Essas características são detalhadas por vários autores, mas, neste trabalho, foram utilizados
como referências Curran (1985), Pereira et al. (1989) e Luchiari et al. (2005).
Assim, as classes de uso que compõem a legenda de interpretação, considerando o
sistema de classificação proposto por Anderson et al. (1979), seguem o nível de detalhamento
II proposto pelos autores, de acordo com as características do material cartográfico a ser
utilizado, principalmente a escala, e também com os objetivos do trabalho. As classes de uso
da terra consideradas nesta pesquisa e seu detalhamento são:
1. Residencial: áreas onde predominam residências independentemente da densidade de
ocupação, incluindo-se assim os usos unifamiliar e multifamiliar. Também estão contidas as
áreas residenciais do meio rural, as quais podem abranger uma área maior em razão da
presença de arborização no entorno ou ainda proporções ínfimas de outros usos nas suas
proximidades, conforme Anderson et al (1979) “subdivisões residenciais rurais e de
recreação, no entanto, são incluídas nesta categoria, uma vez que a terra é quase totalmente
destinada ao uso residencial, muito embora possa apresentar revestimento dos tipos florestal
ou de pastagem”;
2. Comercial e serviços: geralmente localizada em áreas com maior densidade de
edificações, pode dispor de estacionamentos. Nela está incluída a parte central da área urbana
onde o comércio e a prestação de serviços são predominantes, contudo, sabe-se que no
83
interior de sua delimitação existem outros tipos de usos, porém com menor expressão, sendo
que esta classe pode também ocorrer em toda a malha urbana. Estão também inseridas as
áreas de recreação de uso privado que puderam ser identificadas de acordo com a escala de
trabalho;
3. Industrial: constitui-se de todos os tipos de indústria, desde o Distrito Industrial até
as indústrias localizadas no interior da malha urbana ou ao longo das rodovias. Elementos que
identificam o uso industrial ligam-se à presença de construções de porte, em geral dotadas de
grandes estruturas, presença de estacionamentos, às vezes jardins nas fachadas frontais, assim
como menores construções próximas, áreas pavimentadas, chaminés; se forem indústrias
leves, podem estar em contato com a área urbana;
4. Institucional: corresponde às áreas de uso público como praças, locais para recreação
e prática de esportes, áreas sob rede de alta tensão, escolas, cemitérios, igrejas e centros
religiosos, estações e subestações elétricas;
5. Áreas desocupadas: caracterizam-se em áreas de vegetação rasteira (gramíneas),
áreas com solo exposto e também aquelas destinadas ao loteamento urbano. Na maioria das
vezes, estão localizadas próximas (áreas de transição) ou mesmo entremeadas na mancha
urbana, constituindo-se em pontos para a possível especulação imobiliária;
6. Reflorestamento: de modo geral, representa áreas com plantações de eucaliptos. A
identificação deve-se a sua forma regular, aos tons mais escuros e a sua textura lisa uniforme.
As áreas de reflorestamento que se apresentaram desmatadas ou parcialmente desmatadas
também foram consideradas nesta classe, à medida que sua função vincula-se à ocupação
dessa superfície de terra com vegetação de porte arbóreo;
7. Vegetação arbórea: representa as áreas de mata nativa. A sua identificação é dada
pela densidade das copas das árvores, já que corresponde a uma vegetação de porte;
caracteriza-se ainda por tons mais escuros e textura rugosa, a qual não é uniforme, e também
pelas suas formas irregulares;
8. Vegetação ciliar: inclui as áreas de proteção dos mananciais. Essa faixa é bastante
variável, às vezes inexistente. Compõe áreas de vegetação arbórea e rasteira - gramíneas e
outras ervas - localizadas às margens dos cursos e reservatórios de água;
9. Pastagem: compreende áreas que apresentam vegetação rasteira, predominantemente
gramíneas. Também podem aparecer exemplares de vegetação arbórea, arbustos, entre outros
tipos de vegetação, e sua distribuição no espaço é variável. Caracteriza-se pela maior extensão
ocupada, com formas irregulares e geralmente com textura lisa;
10. Áreas agrícolas: refere-se à atividade agrícola, nesse caso específico principalmente
84
ao cultivo da cana-de-açúcar, mas áreas de pomares podem estar igualmente incluídas. Nas
áreas cultivadas, ocorre homogeneidade na cobertura do solo. Também pode ser verificada a
presença de sítios e fazendas;
11. Transportes: compreende as principais vias de circulação do município; trata-se de
um eixo rodoviário, assim como o aeroporto e a ferrovia. Mas é preciso enfatizar que qualquer
estatística de áreas de uso da terra que represente também essa classe estará apresentando
apenas um conjunto parcial de dados (ANDERSON et al, 1979), visto que os transportes estão
em todas as classes de uso da terra em diferentes proporções. “As principais vias e áreas de
transporte influenciam muitos outros usos da terra, e os limites de muitos usos da terra são por
elas delineados. Os tipos e as dimensões das facilidades de transporte, em uma certa
localidade, determinam o grau de acesso e influenciam o uso atual e potencial da área”
(ANDERSON et al, 1979, p. 42);
12. Cursos de água: rios, riachos, canais e outros corpos de água lineares de maiores
proporções são representados nessa classe;
13. Reservatório: inclui áreas de represamentos artificiais utilizados para irrigação,
controle de enchentes, fornecimento municipal de água, geração de energia elétrica etc.,
diques, bem como corpos de água naturalmente fechados ou construídos - os lagos;
14. Outros usos: caracterizam uma mistura de diferentes tipos de uso da terra, não
havendo predomínio de nenhuma das classes de uso descritas anteriormente. Recorre-se a tal
classe quando existem dificuldades para a individualização dos usos desenvolvidos em
determinada área, em face das proporções ocupadas por cada atividade em relação ao espaço
que ocupam.
A partir do georeferenciamento (Anexo A) individual das fotografias e imagens e da
definição da legenda e das características básicas para a interpretação do uso da terra,
procedeu-se à vetorização das classes de uso, ou seja, sua individualização em meio digital.
Foram geradas categorias espaciais para cada ano de aerolevantamento, cada qual
compreendendo os planos de informação - fotografias aéreas e imagens disponíveis - para o
período correspondente.
A importância de se conhecer a distribuição espacial de uso da terra vincula-se com a
tomada de decisão quanto à organização racional da atividade do homem no espaço
(PEREIRA et al., 1989). A elaboração do mapeamento de uso da terra para o município de
Americana utilizou como referência mapas cedidos pela Prefeitura Municipal, condizentes aos
zoneamentos realizados para diferentes períodos - 1957, 1970, 1996 e 2005 - além das
informações constantes na base cartográfica utilizada.
85
A vetorização dos polígonos de uso da terra foi realizada respeitando-se o retângulo útil
de cada fotografia aérea (Figura 21), tendo em vista a distorção que se apresenta nas bordas
desse produto cartográfico, já que se trata de uma projeção central, ou seja, os objetos
deformam-se em sentido radial a partir de sua área central.
Figura 21 – Vetorização das feições de uso da terra a partir do retângulo útil
O procedimento de vetorização dos polígonos de uso da terra foi repetido para todas
fotografias e imagens em cada cenário. Após a digitalização das classes, procedeu-se o ajuste
dos nós
16
, em seguida à poligonalização das linhas e então à associação de cores que
definiram cada classe de uso da terra. A partir da elaboração de todos os cenários de uso,
foram realizados trabalhos de campo específicos para verificação da classificação realizada
(Anexo B) e também dirimir as dúvidas da identificação das classes que compõem o cenário
de uso da terra mais recente de Americana.
Além dos mapas de uso da terra e daqueles de ocupação urbana apresentados no
Capítulo 1, elaboraram-se mapas temáticos relativos aos aspectos físicos locais, em vista da
concessão de dados das curvas de nível do município pelo Setor de Planejamento da
Prefeitura Municipal (SEPLAN). A partir das curvas de nível digitalizadas com eqüidistância
de 5 m, foram construídos os mapas de hipsometria e de declividade ou clinográfico.
Para o mapa hipsométrico consideraram-se oito classes altimétricas. De acordo com a
16
Os nós referem-se aos pontos de encontro entre as linhas digitalizadas, os quais deverão ser ajustados de forma
a compor uma rede integrada de polígonos.
86
amplitude das curvas (500 m a 650 m, aproximadamente) foi definido o intervalo de 20 m
entre as classes, e utilizou-se a variável cor para a diferenciação da classificação.
Para o mapa clinográfico, foi adotada a proposta de De Biase (1970), revisada em
publicação de 1992. Para o autor, a carta clinográfica tem sido utilizada de maneira quase que
obrigatória em trabalhos ligados às Ciências da Terra, Planejamento Regional, Urbano e
Agrário, juntamente com outras representações gráficas de variáveis - orientação de vertentes,
uso da terra, insolação direta, direção e velocidade de ventos - permitindo, por meio de suas
correlações, a compreensão e o equacionamento dos problemas que ocorrem no espaço
analisado. Na presente pesquisa, o subsídio da carta de declividade permite que seja
observada a ocupação urbana de Americana de acordo com os aspectos do relevo –
cruzamento entre os mapas de uso da terra e declividade (tabulação cruzada
17
).
As cinco classes de declividade, conforme De Biase (1970), caracterizam-se por:
< 5% - limite urbano–industrial;
5 – 12% - limite máximo para o emprego da mecanização na agricultura e construção
civil sem cortes ou aterros;
12 – 30% - o limite de 30% é definido por legislação federal – Lei N°. 6766/79, a
chamada Lei Lehmann - que definirá o limite máximo para urbanização sem restrições, a
partir do qual toda e qualquer forma de parcelamento deverá ser feita por meio de exigências
específicas;
30 - 47% - o Código Florestal fixa o limite de 25º (47%), como limite de corte raso, a
partir do qual a exploração só será permitida se sustentada por cobertura de florestas. Lei N°.
4771/65, de 15/09/65, acrescidas às modificações instituídas pela Lei N°. 7.803, de
18/07/1989 e pela Medida Provisória N°. 2.166-67, de 24/08/2001; e
> 47% - o artigo 10 do Código Florestal prevê que na faixa situada entre 25º (47%) a
45º (100%) “não é permitida a derrubada de florestas, só sendo tolerada a extração de
madeira, quando em regime de utilização racional, que vise a rendimentos permanentes”.
A partir disso, passou-se à análise dos resultados relativos ao uso da terra de Americana,
buscando relacionar a dinâmica de uso e ocupação à realidade socioeconômica de cada época.
Entretanto, torna-se importante trazer inicialmente alguns aspectos teóricos sobre o uso da
terra e as geotecnologias para o planejamento urbano.
17
O procedimento de tabulação cruzada, no caso desta pesquisa, refere-se ao cruzamento das informações de
dois documentos cartográficos a fim de verificar a intersecção entre as classes que compõem as representações.
87
2.3 A identificação do uso da terra: do conceito a sua relevância prática
O estudo do uso da terra adquire importância por ser um elemento de base para qualquer
projeto de planejamento e ordenação do território, seja em ambientes urbanos seja em rurais.
O conhecimento das características prévias de uso e ocupação é necessário para dar início à
estruturação de ações e investimentos em uma determinada área.
O avanço tecnológico atual oferece inúmeras possibilidades para a viabilização desse
tipo de investigação, assim, é possível obter uma grande quantidade de informações a partir
de produtos cartográficos, como fotografias aéreas, imagens de satélite e videografia, as quais
podem ainda abranger uma série temporal distinta, permitindo um estudo evolutivo que
garante maior margem de acertos com relação ao planejamento e gestão futuros.
Em relação à identificação e a análise do uso da terra e do solo existem várias
definições, as quais variam de acordo com sua aplicação e também com o contexto de seu
emprego (BRIASSOULIS, 2000). Dessa forma, os termos terra e solo também são distintos,
pois, conforme a definição da FAO (1976), citada por Lepsch et al (1991), o termo terra é um
segmento da superfície do globo terrestre definido no espaço e reconhecido em função de
características e propriedades, as quais são compreendidas pelos atributos da biosfera,
razoavelmente estáveis ou ciclicamente previsíveis: atmosfera, solo, substrato geológico,
hidrologia e resultado das atividades humanas.
Já o termo solo, segundo Lepsch et al (1991), é mais restrito e pode ser considerado
como o conjunto de corpos tridimensionais, os quais ocupam a parte superior da crosta
terrestre e são capazes de suportar plantas, detém ainda atributos internos próprios e também
características externas como declividade e rochosidade, os quais podem ser descritos e
classificados.
A partir dessas definições verifica-se que a terra inclui em suas características além do
solo, o relevo, a vegetação, os tipos e graus de erosão, a disponibilidade de água e
impedimentos à mecanização, sendo por fim um termo mais amplo que solo (SILVA et al,
1999; LEPSCH et al, 1991).
De acordo com Ross (1995), o uso da terra pode significar um retrato estático das
manifestações dinâmicas desencadeadas pelas relações socioeconômicas de um território com
as características ambientais. Entretanto, apesar desse caráter estático, sua interpretação revela
inúmeros eventos que reproduzem a evolução histórico-temporal do fragmento espacial em
estudo, possibilitando também uma visão futura.
A discussão sobre o uso da terra, a forma, o planejamento e os modelos urbanos
88
demonstram que o espaço urbano é ocupado e organizado conforme os fatores históricos,
políticos, econômicos, sociais e geográficos, os quais determinam também um processo
constante de mudanças na cidade. A análise da dinâmica existente revela a complexidade dos
elementos que interagem no processo de desenvolvimento e expansão urbana (MARQUES;
FORESTI, 2001).
Para Kivell (1993), o uso da terra no meio urbano apresenta-se como um padrão
evolutivo constante, uma vez que nas últimas décadas as mudanças têm sido mais rápidas.
Também é importante observar que a terra é um aspecto multifacetado do desenvolvimento
urbano e não serve simplesmente como um espaço neutro ou recipiente de atividades e
objetos, mas como uma parte intrínseca praticamente de todos os aspectos da vida urbana.
Acima de tudo, a terra é a chave para a compreensão de dois importantes aspectos do
desenvolvimento urbano: ela é vital na explicação da forma, layout e crescimento urbano; e
ela é como o centro das atividades urbanas, pois influencia o desenvolvimento econômico,
confere poder e determina as relações entre os diferentes grupos sociais e atividades.
Em face destas considerações, este trabalho adota o termo uso da terra por possuir
maior abrangência e relacionar-se às características físicas ou naturais e à interação delas com
os aspectos culturais e socioeconômicos da área de estudo, a qual permite a formação de
diferentes cenários de uso da terra, bem como sua melhor compreensão se considerados os
elementos e os fatores que influenciam nas alterações de uso ao longo do tempo. Pois, de
acordo com Bibby e Shepherd (1999), a descrição do uso da terra refere-se à distinção dos
objetos pela função que apresentam no local - assim, uma residência no espaço urbano é vista
como tal pela sua função de abrigo conferido a uma família e não pela sua estrutura física.
Cabe ressaltar, no entanto, o reconhecimento quanto ao uso corrente do termo uso do
solo, sobretudo nas áreas de arquitetura e urbanismo, ciências agrárias, nos textos atrelados à
legislação e também em trabalhos de distintas áreas do conhecimento, muitas vezes sem
distinção em relação aos termos terra e solo. Dessa forma, a utilização da terminologia uso da
terra sustenta-se nos conceitos apresentados pela bibliografia e pela sua maior abrangência,
considerando-se seu emprego mais adequado para a identificação do uso da terra de um
município e a partir disso tratar das mudanças relacionadas ao uso no meio intra-urbano, ao
longo do tempo.
O termo cobertura e uso da terra são considerados por Pereira et al. (1989), os quais
também utilizaram em suas pesquisas a metodologia de Anderson et al. (1979), como a forma
pela qual o espaço está sendo ocupado, seja por aspectos naturais, seja por atividades
desenvolvidas pelo homem.
89
A cobertura da terra, conforme Lambin et al. (2003), corresponde aos atributos da
superfície e subsuperficie da terra, incluindo biota, solo, topografia, superfície da água e
estruturas humanas; já o uso da terra é definido pelos autores como o propósito de explorar
esta cobertura pela sociedade humana. Essa exploração concernente a atividades econômicas
e culturais apresenta intensa variabilidade em termos de tempo e espaço, o que irá resultar em
constantes mudanças nos padrões de uso da terra, cujas causas são um desafio ao
entendimento.
Os trabalhos que abordam a análise multitemporal intensificam-se cada vez mais,
considerando as características espectrais das imagens de satélite. Elas permitem monitorar e
auxiliar os trabalhos de extensão agrícola, avaliar a evolução dos desmatamentos, da
desertificação, de enchentes, do crescimento urbano, entre muitas outras aplicações,
fornecendo informações essenciais para a gestão eficiente dos recursos naturais
(CARVALHO JÚNIOR et al., 2005; GIOTTO, 1981; KLEINPAUL, 2005).
A importância revelada pelo conhecimento das mudanças de uso da terra em ambientes
urbanos, considerando-se vários cenários de análise – multitemporalidade - vem de encontro
com a intensa dinâmica espacial apresentada pelo município de Americana-SP ao longo do
tempo, principalmente por predominarem características urbanas nesse território.
Além disso, há ainda as vantagens trazidas às investigações relativas ao planejamento e
ao ordenamento do espaço urbano, pois, conforme Mota (1981), cabe ao planejamento tratar
da organização do espaço, das atividades e funções urbanas, levando em conta a realidade e as
implicações futuras, tanto do ponto de vista do espaço físico como do social e econômico, e
primando para o bem-estar da localidade. Assim, deve ser compreendido como uma atividade
de caráter permanente, uma vez que o uso e a ocupação desse espaço são dinâmicos, ou seja,
alteram-se continuamente.
No entanto, a dinâmica acelerada dos padrões de uso da terra torna patente a utilização
de instrumentos que possam oferecer maior agilidade na elaboração dos diferentes cenários de
uso da terra, bem como na operacionalização e na inter-relação das informações de uso com
outras fontes de dados. Nesse contexto, entra em cena o conjunto de geotecnologias que tem
apresentado inúmeros exemplos quanto a sua aplicabilidade, principalmente relacionada a
pesquisas em áreas urbanas.
As informações relativas ao uso da terra no âmbito do planejamento permitem distinguir
duas frentes, conforme Bibby e Shepherd (1999): (a) auxiliar no desenvolvimento de políticas
de gestão, e (b) auxiliar na formação da base em que essas políticas irão ser aplicadas a partir
dos casos individuais. Nessas duas frentes, o SIG tem um grande potencial de suporte.
90
2.4 O contexto das geotecnologias na análise do uso da terra e no planejamento urbano
O conjunto de geotecnologias, o qual compreende o SIG, a Cartografia Digital, o
Sensoriamento Remoto, o Sistema de Posicionamento Global (GPS), a Aerofotogrametria, a
Geodésia e a Topografia, pode contribuir consideravelmente nas análises e planejamento do
espaço geográfico, portanto, as geotecnologias são definidas como um conjunto de
tecnologias destinadas a coleta, processamento, análise e disponibilização de informação
georreferenciada - também conhecidas pelo termo geoprocessamento (FATOR GIS, 2007).
De acordo com Câmara et al. (1998), o geoprocessamento como área do conhecimento
possui maior abrangência e representa qualquer tipo de dado georreferenciado, já o SIG
processa dados gráficos e não-gráficos (alfanuméricos) com maior ênfase às análises espaciais
e à modelagem de superfícies.
O geoprocessamento constitui uma área do conhecimento que utiliza técnicas
matemáticas e computacionais para a realização do tratamento de informações geográficas e
que vem influenciando de maneira crescente as pesquisas em cartografia, análise de recursos
naturais, transportes, comunicações, energia e planejamento urbano e regional. Seu principal
objetivo é fornecer ferramentas computacionais para que os diferentes analistas possam
determinar a caracterização espacial e temporal de um fenômeno geográfico e as inter-
relações entre diferentes fenômenos (CÂMARA; MEDEIROS, 1998; CÂMARA; DAVIS,
2004), por exemplo, uma análise temporal do uso da terra em um município.
No âmbito da Geografia, foi com a escola quantitativa que essa ciência passou a
incorporar, de maneira intrínseca, o computador como uma ferramenta de análise. Desse
modo, surgiram em meados da década de 1970 os primeiros SIG que lhe imprimiram um
grande impulso. Câmara, Monteiro e Medeiros (2003) seguem afirmando que em países como
os Estados Unidos, onde a Geografia Quantitativa ainda é a visão dominante, os SIG são
apresentados como as ferramentas fundamentais para os estudos geográficos.
Desde o seu surgimento, os SIG têm sido utilizados como instrumento de análise e
modelagem de dados espaciais e, recentemente, adquiriram um papel fundamental no
desenvolvimento metodológico da Geografia. Apesar de ser visto por alguns pesquisadores
mais conservadores como apenas um conjunto de técnicas, os SIG são na verdade modelos de
análise espacial integrados que constituem a ciência da informação geográfica
(GOODCHILD, 1992).
Assim, pode-se verificar um rápido crescimento do SIG nos campos teórico e
metodológico, sendo possível, conforme Ferreira (1997), delimitar três fases seqüenciais: a
91
primeira refere-se ao uso restrito no domínio acadêmico, vinculado aos grupos de pesquisa
universitários; a segunda é marcada por maior crescimento no emprego dos SIG em nível
institucional privado, sendo utilizados principalmente por empresas; e a terceira quando o SIG
ingressou no domínio do usuário, sendo manipulado pelos consumidores e pesquisadores por
meio de microcomputadores pessoais.
Em uma definição proposta por Burrough (1986) e também por Bragança (2000), o SIG
constitui-se em ferramentas computacionais extremamente úteis para recolher, armazenar,
organizar e selecionar, transformar e representar informações de natureza espacial do mundo
real. Pode ser considerado modelo de sistema da realidade. Ao integrar dados de diversas
fontes e ao criar bancos de dados georreferenciados, ele permite realizar análises complexas,
possibilitando a automatização da produção de documentos cartográficos (Figura 22).
Figura 22 - Planos de informação que representam o mundo real
Fonte: Calijuri, 2000.
Ao longo do século XX, a demanda por mapas topográficos e temáticos que
representassem os recursos naturais foi acelerada e, assim, as fotografias aéreas e as imagens
orbitais permitiram o mapeamento de amplas áreas com grande acurácia, visto que a
representação espacial de temas específicos torna-se muito útil na exploração e gestão de
recursos (BURROUGH, 1986). A utilização dos SIG tem como orientação questões básicas
formuladas com o objetivo de alcançar as respostas almejadas pela pesquisa. Segundo
Maguire (1999), essas interrogações referem-se a operações de localização (O que há em...?);
a condição (Onde está...?); a tendência (O que tem mudado...?); a rotas (Qual o melhor
92
caminho...?); a padrão (Qual é o padrão...?) e a modelagem (O que acontece se...?).
Além do SIG, as geotecnologias fazem referência à Cartografia, a qual vem
apresentando grandes avanços relacionados ao desenvolvimento de técnicas em meio digital
(Cartografia Digital). Segundo Teixeira e Christofoletti (1997)
18
, modernamente, a
Cartografia é definida como: “Ciência cujo objeto é: organizar, apresentar e utilizar a
informação geográfica nas formas visual, digital ou tátil, incluindo todos os processos de
aquisição, preparação e apresentação de dados”.
A principal diferença entre SIG e Cartografia Digital, conforme Cintra (1991), consiste
no fim a que se destinam. Essa última visa o mapa, a sua automação, a sua elaboração, ao seu
armazenamento etc., enquanto o SIG visa diretamente ao projeto, ao planejamento, tendo sido
estruturado para responder às perguntas do usuário, apresentando, entre suas inúmeras
funções, algumas específicas de mapeamento.
Como parte das geotecnologias, o Sensoriamento Remoto é definido como a obtenção
de informações à distância sobre a superfície terrestre por meio de sensores remotos
19
.
Lillesand e Kiefer (1994) e Novo (1992) o definem como a ciência de obter informação
acerca de um objeto, área ou fenômeno, mediante a análise de dados adquiridos por um
dispositivo que não está em contato com o objeto, área ou fenômeno sob investigação.
O sensoriamento fornece dados espaciais consistentes que cobrem grandes áreas com
enorme detalhamento e freqüência espaciais, sendo possível a partir da década de 1960 a
obtenção de séries históricas de dados - imagens (HEROLD et al., 2003). A utilização de
imagens orbitais e suborbitais permitem comparar diferentes regiões e determinar tendências
espaciais do desenvolvimento das cidades. Os mapas produzidos pelos pesquisadores têm
importância ainda maior em se tratando da produção de informações atualizadas para
subsidiar os estudos em urbanismo, hidrologia, questões ambientais etc. (SCHNEIDER et al.,
2003).
De acordo com Yeh e Li (2001), o SIG e o Sensoriamento Remoto têm sido aplicados
com sucesso em inventários e no monitoramento do uso da terra, bem como na avaliação dos
impactos ao meio ambiente. Jensen e Cowen (1999) enfatizam o enorme potencial do
sensoriamento em estudos do ambiente urbano, assim como em paisagens urbanas e
suburbanas por meio do auxílio de imagens com alta resolução espacial.
18
Os autores tomam como referência a recomendação da ICA (International Cartographic
Association/Budapeste/ Hungria, 1989).
19
Sensor Remoto é um dispositivo capaz de captar a energia eletromagnética proveniente dos elementos da
superfície terrestre, sejam físicos ou artificiais, transformando-os em dados e imagens, os quais são passíveis de
interpretação pelo homem.
93
Dentre suas diversas aplicações no meio urbano, ele ainda pode ser utilizado na análise
das tendências de expansão da mancha urbana, pode detectar e medir uma variedade de
elementos relacionados com a morfologia das cidades (tamanho, densidade, forma textural),
pode diagnosticar impactos ambientais decorrentes ou não desse crescimento, pode mapear a
cobertura vegetal e os tipos de uso da terra (COSTA, 2005; YEH; LI, 2001).
Em vista da importância da resolução para os produtos do Sensoriamento Remoto,
cabem assim alguns apontamentos: ela está diretamente relacionada às características do
sensor remoto que produziu determinada imagem, portanto poderá deter maior ou menor
resolução, a saber: espacial, radiométrica, espectral e temporal.
Conforme Florenzano (2002), Moreira (2003) e FatorGIS (2007), a resolução espacial
corresponde ao tamanho da área real (terreno) que será representada na imagem (valor), ou
seja, refere-se à área que será representada em cada pixel na imagem. Quanto menor for a
área, maiores serão os detalhes representados, e então a resolução espacial será maior.
Já a resolução radiométrica refere-se aos níveis de cinza representados, isto é, à
capacidade do sensor em discriminar as diferenças na radiação refletida e/ou emitida. Quanto
mais níveis de cinza representados, maior será a resolução radiométrica.
A resolução espectral corresponde ao número de bandas espectrais de um sensor e à
largura do intervalo de comprimento de onda coberto por cada uma das bandas, ou seja,
quanto maior o número de bandas e menor a largura do intervalo, maior será a resolução
espectral. A resolução temporal, por sua vez, relaciona-se à freqüência de imageamento de um
determinado lugar pelo sensor, isto é ao intervalo de tempo que corresponde à passagem do
sensor pelo mesmo local.
As imagens com melhor resolução facilitam o trabalho, principalmente em áreas
urbanas onde o grau de detalhamento é expressivo. Desde o final da década de 1990,
começaram a ser desenvolvidos e utilizados produtos de alta resolução, como as imagens dos
sensores comerciais IKONOS e QUICKBIRD, que apresentam elevado potencial para
aplicações em áreas urbanas. O surgimento desse tipo de imagem provocou uma revolução
nos estudos urbanos, no entanto, ainda não é uma alternativa válida para a maioria dos
usuários, em virtude dos altos custos envolvidos quando se trata de sua aquisição pelos
setores de planejamento de cidades médias ou pequenas.
94
Há ainda imagens gratuitas, como as provenientes do satélite CBERS (Brasil e China) e
LANDSAT
20
, porém sua resolução ainda se torna fator limitante dependendo dos objetivos a
serem alcançados. Outra opção para estudos em áreas urbanas corresponde às fotografias
aéreas que, segundo Moreira (2003), ainda são muito utilizadas para aspectos relacionados ao
planejamento urbano e ao cadastramento de imóveis rurais, em razão de sua alta resolução
espacial e da qualidade de suas informações.
Conhecer a distribuição geográfica dos recursos naturais e da ocupação e uso da terra,
além de identificar as intervenções humanas, sempre interessou aos administradores públicos.
Tradicionalmente, essas informações eram registradas em documentos e mapas em papel, de
fácil acesso e manipulação, mas que ofereciam alto grau de dificuldade para a elaboração de
uma análise integrada, o que possibilitaria entender o inter-relacionamento existente entre os
dados contidos nos diversos mapas e documentos – fundamental para oferecer suporte à
decisão de gestor público.
Marques e Foresti (2001) analisaram a área urbana de Itanhaém-SP com o propósito de
identificar seu desenho urbano, bem como as classes de uso do solo que determinaram sua
forma de desenvolvimento e estrutura, para assim estabelecer um modelo urbano conforme a
distribuição e o valor do uso da terra, tendo como suportes técnicos o Sensoriamento Remoto
e o SIG. As autoras concluíram que aquela cidade pode ser classificada de acordo com o
modelo setorial de Hoyt
21
(1939) e também destacam a contribuição da utilização das técnicas
de geoprocessamento no desenvolvimento dos objetivos propostos, as quais possibilitaram a
interpretação da organização do seu espaço.
Observa-se com esse trabalho que os modelos urbanos elaboradas em tempos passados
ainda podem ter aplicabilidade, mesmo que seja limitada; afinal, não podem ser simplesmente
descartados ou desconsiderados, pois apresentam considerações teóricas importantes e
correspondem às bases para a construção dos modelos urbanos mais recentes.
Outra contribuição está no trabalho de Pancher (2006), que utilizou técnicas da
Cartografia Digital, do Sensoriamento Remoto e do SIG para estudar a trajetória da indústria
20
O satélite CBERS (China-Brazil Eath Resources Satellite – Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) foi
lançado em 1999 e suas imagens possuem resolução de 20 até 260 metros (infravermelho termal). Destaca-se o
lançamento do CBERS 2B em 2007, o qual passou a disponibilizar imagens com resolução de 2,5 metros na
banda pancromática. O satélite LANDSAT (Land Remote Sensing Satellite) corresponde a uma série de satélites
que começaram a ser lançados em 1972, e a resolução espacial de seus produtos varia de 30 até 120 metros
(Landsat 3).
21
O modelo de Hoyt foi criado em 1939 tendo por base 142 cidades norte-americanas. Hoyt concebe a cidade
como um círculo, e suas diversas áreas como setores que irradiam do centro, dando origem a tipos de uso do solo
que se dirigem à periferia, ao longo das principais vias, priorizando o transporte dentro do funcionamento da
cidade. Hoyt observa que setores que se localizam ao longo das rotas de transporte são valorizados (KNEIB,
SILVA, 2006).
95
têxtil de Americana-SP, propondo um mapeamento das indústrias e caracterização dos
brownfields
22
têxteis em dois setores da área urbana local.
Tendo em vista a ocorrência de brownfields em Americana, sobretudo associados com a
principal atividade industrial local - a têxtil -, a autora propôs uma metodologia para
implementar um sistema de cadastro digital com a finalidade de analisar a evolução histórica
e econômica dos brownfields têxteis. Com base nessas informações, os administradores e
planejadores locais podem delinear propostas para a revalorização dessas construções ou áreas
abandonadas. É importante ressaltar que esse trabalho utilizou imagens de videografia para a
discriminação dos alvos urbanos, procedimento considerado eficaz de acordo com a autora.
A informação espacial esteve presente nas últimas décadas na gestão pública sob a
forma de mapas convencionais em papel e, dessa forma, estáticos. Assim, a implantação de
geotecnologias na administração pública pode ser um vetor de mudança na cultura de gestão
vigente no país. Tradicionalmente, a tomada de decisões é baseada em indicadores
alfanuméricos sobre os distintos temas das atribuições profissionais de departamentos
isolados, e a incorporação do fator geográfico possibilita o aumento de acertos e maior
eficiência das ações (WUTKE et al., 2006). Os autores propõem ainda uma divisão de
aplicações das geotecnologias, da seguinte maneira:
- Construção e manutenção de bancos de dados e geração da informação: incluem a
geração da base cartográfica digital municipal, cadastro de equipamentos públicos e
mobiliários urbanos, cadastro imobiliário, censo demográfico e socioeconômico, mapas
temáticos, estudos de evolução e avaliações de desempenho;
- Gerenciamento do espaço físico-territorial: abrange ocupação, meio ambiente e infra-
estrutura, e a gerência viária;
- Gerenciamento da prestação de serviços públicos: compreende habitação, educação,
saúde, transporte, controle de obras, segurança pública e defesa civil, finanças, água, esgoto e
drenagem, eletricidade, gás e telefone, lixo e aplicações para o cidadão.
A partir dessas considerações, podem ser percebidas as mais amplas possibilidades de
aplicação das geotecnologias, tanto como ferramentas de subsídio às investigações científicas,
quanto como na prática, quando relacionada à operacionalização de dados e às informações
que alicerçam as ações e políticas públicas de um município.
Nessa perspectiva está inserido o propósito deste trabalho, ou seja, elaborar uma base de
22
Iaochite (2005) apresenta a definição da National Sites Project (NBSP), a qual considera que “um brownfield é
um sítio ou alguma propriedade a qual já foi utilizada ou desenvolvida e não está completamente em uso, embora
parcialmente ocupada ou utilizada. Este também pode ser um terreno baldio, abandonado ou contaminado.
Portanto, um brownfield não é necessariamente avaliado para uso imediato sem intervenção”.
96
dados com apoio das geotecnologias a fim de representar o desenvolvimento urbano-industrial
de Americana em um contexto evolutivo, que possa subsidiar o planejamento da expansão
urbana local, uma vez que, conforme Yeh (1999), o planejamento urbano é uma das principais
aplicações do SIG, o qual é utilizado como base de dados e como ferramenta para análise e
modelagem desses dados.
2.5 Alguns aspectos do quadro físico americanense: uma breve abordagem
O município de Americana está inserido na região centro-leste do estado de São Paulo,
integrando a região metropolitana de Campinas-SP. O seu relevo apresenta características
suaves, preponderando colinas amplas e médias, predominantemente convexas, com topos
extensos e aplainados, e vertentes com perfis retilíneos, que resultam em elevações de
encostas suaves e vales abertos (GOOBO et al., 1999; LIMA, 1997; IG, 1996). As colinas são
separadas por vales dissociados de importantes planícies aluviais e apresentam altitudes que
variam de 600 a 650 metros.
As planícies aluviais, de acordo com Lima (1997), são mais desenvolvidas ao longo dos
canais de drenagem de maior porte e apresentam uma topografia homogênea. O ribeirão
Quilombo é um exemplo desse tipo de planície, uma vez que apresenta meandros antigos,
onde periodicamente ocorrem inundações. Os processos geomórficos mais evidentes são do
tipo erosionais, destacando-se os sulcos rasos e ravinas, vinculados a escoamentos
concentrados, bem como a erosão nas margens das drenagens principais. Há também
assoreamentos em virtude da deposição de sedimentos nas bordas e braços alongados da
represa Salto Grande.
A área está assentada sobre o domínio morfoestrutural da Bacia Sedimentar do Paraná,
na região geomorfológica da Depressão Periférica Paulista (Depressão do Médio Tietê)
(RADAMBRASIL, 1983; ROSS; MOROZ, 1997). Ocorrem nessa porção superfícies de
aplainamento desnudas e feições em planos inclinados irregulares, desnudados em
conseqüência de retoques sucessivos, indicando a influência dos processos de erosão areolar
(RADAMBRASIL, 1983; IPT, 1981).
A Figura 23 e a Tabela 7 apresentam as características da altimetria local, onde é
possível perceber o predomínio do relevo suave, sendo as maiores altitudes encontradas no
quadrante nordeste e sudeste. As altitudes na área estão entre 500 e pouco mais de 650 m.
As rochas sedimentares paleozóicas predominam na área, resultantes de condições de
97
transporte e deposições glaciais, canais fluviais, marinhos e lacustres. Em vários pontos,
abrangendo pequenas áreas descontínuas, aparecem as rochas intrusivas básicas, em forma de
sills de diabásio, que correspondem a rochas eruptivas mesozóicas (GOOBO et al., 1999).
Tabela 7 – Área ocupada pelas classes altimétricas no município de Americana-SP
Classes Altimétricas Área (Km
2
) Área (%)
500 – 520
520 – 540
540 – 560
560 – 580
580 – 600
600 – 620
620 – 640
> 640
8,79
26,74
30,18
29,86
24,38
17,92
1,67
0,36
6,28
19,11
21,57
21,34
17,43
12,81
1,2
0,26
Total 139,9 100%
No município de Americana são encontrados, conforme dados do Instituto Agronômico
de Campinas - IAC (1977) utilizados por Medeiros (2003), os seguintes tipos de solos:
latossolo vermelho escuro (LE), latossolo vermelho amarelo (LV), latossolo vermelho
amarelo húmico (LH), podzólico vermelho amarelo (PV), terra roxa estruturada (TE), litólico
(LI) e hidromórficos (HI).
O clima da região é o tropical, influenciado pelas seguintes massas de ar: a equatorial e
tropical continentais - quentes, úmidas e instáveis, além de responsáveis pelas precipitações
de verão; a tropical atlântica, de atração variada; e a polar, responsável pelas quedas na
temperatura durante o inverno.
Em virtude da ação dessas massas de ar, o clima é marcado por dois períodos distintos:
um seco e outro chuvoso. Assim, durante as estações de outono e inverno, as madrugadas são
frias e as tardes quentes. Já na primavera e no verão, devido à atuação das massas de ar
atlântica e das continentais, predominam dias úmidos e quentes (GOOBO et al., 1999).
A temperatura média anual fica na faixa de 18 a 20°C, sendo a média mínima entre 4 e
6°C e a média máxima entre 30 e 32°C. Os índices pluviométricos variam de 900 a 1.000 mm
na estação chuvosa, e de 200 a 300 mm na estação seca (IG, 1996).
Em relação à cobertura vegetal primitiva, Goobo et al. (1999) ressaltam que
correspondia a extensas florestas com grandes clareiras onde predominava vegetação rasteira.
Entretanto, foram devastadas ao longo do tempo para dar lugar ao espaço construído, restando
somente capões esparsos e de pequenas proporções. Essas manchas de vegetação podem ser
encontradas na porção nordeste do município, sobretudo nas margens dos rios Jaguari e
98
Piracicaba.
O município de Americana localiza-se na primeira zona hidrográfica do estado de São
Paulo, enquadrando-se na bacia do rio Piracicaba (LIMA, 1997). A drenagem de Americana é
constituída pelo rio Piracicaba e por três sub-bacias: a do rio Jaguari, a de Atibaia e a do
ribeirão Quilombo. Na foz do rio Atibaia, forma-se o reservatório da usina hidrelétrica Salto
Grande, elevando, segundo o autor, em aproximadamente 20 metros o leito do rio e
inundando uma área de 13 km
2
.
Os aspectos físicos do município de Americana, ou seja, suas características de relevo,
solo, hidrografia, vegetação e clima favoreceram a ocupação de seu território, intensificando o
processo de urbanização. Vale destacar que os núcleos urbanos surgiram, inicialmente, nos
vales dos rios e expandiram-se para outras áreas, uma vez que a mancha urbana não encontrou
obstáculos para seu crescimento, tendo em vista suas características naturais, o que
desencadeou a conurbação entre áreas urbanas da região (GOOBO et al., 1999; MEDEIROS,
2003), como verificado entre Americana e Santa Bárbara D’Oeste.
Derivados desse rápido crescimento surgem os problemas, conforme argumenta
Medeiros (2003) quando afirma que Americana situa-se em uma região de intensa ocupação
do meio natural e de oferta de equipamentos, também marcada pelo excesso de
impermeabilização do solo, pela ocupação inadequada em áreas de várzea e por um sistema
de drenagem e infra-estrutura insuficientes, que não acompanharam a intensa urbanização.
Ao considerar o fator declividade como elemento determinante para a urbanização de
uma área, pode ser observado em Americana que essa se torna um entrave quando relacionado
à ocupação dos vales (áreas próximas às várzeas dos rios), onde as declividades são menores e
por isso existem possibilidades de inundações, não sendo recomendadas para ocupação
urbana. A Figura 24 mostra as características da declividade no município, onde predominam
as baixas declividades, principalmente até 12%.
As declividades mais suaves (0–5%) se sobressaem na faixa marginal ao rio Piracicaba,
ocorrendo também ao longo do ribeirão Quilombo – onde é possível identificar alta
concentração populacional. A Tabela 8 apresenta a área ocupada pelas declividades até 5% no
município de Americana, porém esse número refere-se também aos topos de morros, que
apresentam baixos declives. Esse fato pode ser observado ao visualizar o ponto de maior
altitude do município, no setor leste do mapa hipsométrico (Figura 23), e a declividade a que
corresponde (Figura 24).
As áreas com declividade entre 5 e 12% são predominantes na área em estudo,
conforme dados da Tabela 8. As faixas de terra situadas dentro desse grau de inclinação são
99
encontradas nos vales da maioria dos afluentes do ribeirão Quilombo, onde a concentração
urbana é maior em Americana. Também predominam nas margens dos principais cursos de
água que têm foz na represa Salto Grande.
Tabela 8 Área ocupada pelas classes clinográficas em Americana-SP
Classes Clinográficas Área (Km
2
) Área (%)
0 – 5%
5 – 12%
12 – 30%
30 – 47%
> 47%
60,89
62,57
15,96
0,45
0,028
43,52
44,72
11,42
0,32
0,02
Total 139,9 100%
Declividades situadas entre 12 e 30% ocupam 11,42% do território do município e
ocorrem, sobretudo, em compartimentos de fundo de vale situados na porção noroeste
(desaguando no rio Piracicaba), bem como a oeste de Americana em alguns afluentes do rio
Atibaia. As declividades mais acentuadas, inseridas nas classes 30–47% e maior que 47%
possuem pouca ocorrência espacial no município, ocupando 0,32% e 0,02% da área em
estudo, respectivamente.
Em vista dessa breve caracterização dos aspectos físicos de Americana, na qual se
verificou o predomínio de um relevo suave e declividades pouco acentuadas, características
que podem ter influenciado no desenvolvimento e crescimento urbano-industrial local, passa a
ser apresentado e analisado o uso da terra do município nos diferentes cenários que
conduziram a paisagem americanense mais recente. Afinal, os padrões de uso da terra são
determinados por vários fatores, incluindo tempo, tipo e escala do desenvolvimento e a
natureza da ocupação. No decorrer da análise relativa à dinâmica de uso da terra, buscar-se-á
uma integração com os aspectos socioeconômicos que influenciaram nesse processo espacial
ao longo do período tratado.
100
Figura 23 – Mapa hipsométrico do município de Americana-SP
101
Figura 24 – Mapa clinográfico do município de Americana-SP
102
2.6 Cenário de uso da terra em 1962: crescimento que ameaça as áreas não-urbanizadas
O cenário econômico da década de 1960 apresentava crescimento com ênfase no setor
industrial, em razão do milagre econômico que ocorria à época. Assim, Americana que já nos
anos de 1950 apresentava o contingente populacional urbano superior ao rural, indicava
crescimento da economia e, por conseqüência, maiores alterações em seu espaço físico que
mostrava uma diminuição da área rural em detrimento do crescimento da mancha urbanizada.
De acordo com Lima (2002), houve várias iniciativas quanto a loteamentos afastados do
centro como opção mais lucrativa, no entanto, tal ação demandaria que melhorias fossem
levadas até eles e isso cabia ao poder público local. Esse fato ocasionou uma ocupação
desordenada da cidade e originou vazios urbanos, interferindo no ritmo de alterações do uso
da terra, principalmente a leste do município.
A classificação do uso da terra para o ano de 1962 (Figura 25 e Tabela 9) apontou a
existência de uma considerável área municipal destinada à atividade agrícola (29%) e à
pastagem (23,04%), em vista da extensão ocupada pela mancha urbana (10,57% da área
municipal na década de 1960), que se vincula principalmente aos usos comercial e serviços,
industrial, institucional, residencial (em grande parte, pois a área estimada inclui as áreas
residenciais rurais) e às áreas desocupadas, que estão atreladas a áreas de transição entre o uso
urbano e rural, mas podem aparecer no meio intra-urbano.
A partir da observação do mapa de uso pode-se perceber que o uso agrícola está
disseminado por toda a área do município, até mesmo nas proximidades da área urbana da
época.
Já a classe reflorestamento também ocupa uma área representativa, principalmente na
porção noroeste de Americana, dada a existência de indústria que utiliza a madeira do
reflorestamento como matéria-prima. Pode ser verificada ainda a pequena parcela de
vegetação arbórea nativa, cuja maior mancha ocorre no extremo leste do município, onde
predomina a agricultura.
Outro ponto a ser observado são os loteamentos urbanos esparsos que demandam infra-
estrutura urbana básica. No cenário para 1962, percebe-se a existência de núcleos realmente
utilizados para uso residencial, mas entremeados por espaços vazios (áreas desocupadas), e
núcleos de ocupação nas proximidades da represa Salto Grande, que representam considerável
distância da mancha urbana central, elevando, assim, os custos para a administração pública,
que deveria oferecer serviços básicos a esse contingente urbano.
103
Tabela 9 - Área ocupada pelas classes de uso da terra na área de estudo - 1962
Classe de uso da terra Área ocupada (km
2
) Área ocupada (%)
Comercial e Serviços
Industrial
Institucional
Residencial
Áreas agrícolas
Pastagem
Áreas desocupadas
Reflorestamento
Vegetação Arbórea
Vegetação Ciliar
Reservatórios
Outros Usos
Transportes
Cursos de água
1,09
0,69
3,18
6,74
40,57
32,23
8,97
10,99
2,07
18,74
10,54
1,70
0,97
1,42
0,78
0,5
2,27
4,82
29
23,04
6,41
7,86
1,48
13,40
7,53
1,21
0,69
1,01
Total das Classes 139,9 100%
De certo modo, ainda predominam os espaços rurais no cenário de 1962, ou seja,
aqueles não diretamente vinculados às áreas impermeabilizadas e às construções diversas que
caracterizam o ambiente urbano. Destaca-se a extensão da área institucional desse período
(2,27%).
A maior parte da área classificada como institucional está atrelada à grande mancha
dessa classe de uso da terra, localizada na porção sul do município, a qual corresponde ao
Instituto de Zootecnia (IZ), vinculado ao governo estadual e fundado em 1905. Esse centro é
referência nacional e internacional pelas pesquisas científicas desenvolvidas nas áreas de
produção animal e pastagens. Sua sede está no município vizinho de Nova Odessa.
As áreas definidas como desocupadas nesse cenário podem predizer a direção que a
dinâmica de uso da terra, sobretudo no meio urbano, irá assumir quando de sua expansão no
decorrer dos próximos períodos. Esse fato poderá ser observado a partir do cenário de 1977
quando as áreas urbanas de Americana e Santa Bárbara D’Oeste irão efetivamente se conurbar
a oeste.
104
Figura 25 – Mapa do uso da terra do município de Americana (1962)
105
2.7 Cenário de uso da terra em 1977: o intenso processo de urbanização do território
Em fins da década de 1960 e início de 1970, Americana passa a receber expressivos
fluxos migratórios em função da instalação de indústrias em seu território derivadas da
desconcentração industrial paulistana. Tal fato impulsionou a expansão de sua mancha urbana
e, por conseqüência, alteraram-se rapidamente os usos do espaço intra-urbano do município
de modo geral, pois diminuem as áreas destinadas aos usos da terra desvinculados diretamente
das funções urbanas.
O cenário de uso da terra elaborado para a década de 1970, especificamente para o ano
de 1977 (Figura 26 e Tabela 10), apresenta uma continuidade no processo de redução das
áreas agrícolas e das pastagens tendo em vista o espraiamento do tecido urbano. Assim,
aumenta consideravelmente a área destinada ao uso residencial, em consonância ao enorme
acréscimo populacional ocorrido.
Tabela 10 – Área ocupada pelas classes de uso da terra na área de estudo - 1977
Classe de uso da terra Área ocupada (km
2
) Área ocupada (%)
Comercial e Serviços
Industrial
Institucional
Residencial
Áreas agrícolas
Pastagem
Áreas desocupadas
Reflorestamento
Vegetação Arbórea
Vegetação Ciliar
Reservatórios
Outros Usos
Transportes
Cursos de água
2,02
3,38
4,56
16,3
38,08
23,44
13,33
4,46
1,39
17,24
10,4
2,55
1,28
1,47
1,44
2,42
3,26
11,66
27,22
16,75
9,53
3,19
1
12,32
7,43
1,82
0,91
1,05
Total das Classes 139,9 100%
A instalação de novos estabelecimentos industriais dispersos pela área municipal
determinou o espraiamento urbano-industrial, conforme visto no Capítulo 1 para a década de
1970, dessa forma, aumentaram as áreas consideradas desocupadas, as quais podem estar
atreladas aos interesses imobiliários, constituindo os chamados vazios urbanos.
Foi ainda nessa década que se desenrolou um novo plano diretor - o da ASPLAN - para
Americana, tendo em vista o crescimento acelerado apresentado nas últimas décadas. Em
conformidade com Lima (2002), esse plano significou um passo importante para a adequação
106
entre crescimento e desenvolvimento, o que era prioridade na época. No entanto, afastou o
planejamento da realidade ao impedir a realimentação do sistema pela observação à vivência
das normas.
A partir das informações para o cenário de 1977, verificou-se o aumento de
aproximadamente 79% de áreas ocupadas pelo setor industrial (passando de 0,5% para 2,42%
em 1977), vinculado à criação do Distrito Industrial próximo ao rio Piracicaba e à rodovia
Anhangüera (NE do município) e, por conseqüência, à instalação de indústrias de grande
porte. Também foi verificado um aumento na classe transportes se comparado à década
anterior, o que pode estar relacionado à ampliação do sistema viário do município (duplicação
das rodovias).
Ainda no contexto das alterações de uso da terra para aquele ano, observou-se a
diminuição da área de reflorestamento se comparada com o cenário anterior (NO do
município), cujo fato pode estar atrelado ao corte para utilização industrial ou outro destino.
Assim como a classe de reflorestamento, a classe concernente à vegetação arbórea também
indicou redução de área ocupada.
O cenário de uso da terra para 1977 mostrou, de modo geral, uma maior alteração na
ocupação urbana do território em detrimento de modificações em seu espaço rural. Esse ritmo
mais acelerado advém da política de desenvolvimento e do impulso ao crescimento
econômico proposto pelo país naquela época, principalmente relacionado ao maior
envolvimento econômico de áreas anteriormente desvinculadas de modo direto da metrópole
paulistana.
107
Figura 26 – Mapa do uso da terra do município de Americana (1977)
108
2.8 Cenário de uso da terra em 1996: tendência de desaceleração no crescimento urbano
O município de Americana manteve seus índices de crescimento até o final dos anos de
1980, apesar da grande recessão econômica que o país passava. No entanto, a crise dos anos
de 1990 afeta seu setor têxtil, o que determina um período difícil para a economia municipal e
para a população. Essa situação influenciou na dinâmica de uso da terra local, pois acabou
arrefecendo o ritmo de crescimento acelerado, principalmente em relação à expansão da
mancha urbanizada.
O cenário de uso da terra para o ano de 1996, considerando um intervalo de 19 anos a
partir do cenário anterior, mostra o grande avanço da área ocupada pela classe de uso
residencial (20,41% da área municipal), tendo em vista a expansão urbana e o incremento
populacional absorvido pela referida área no período. Esse último vincula-se a demanda por
infra-estrutura para abrigar o contingente populacional recebido, contudo também pode
representar iniciativas de imobiliárias que, antevendo o progresso econômico, investiram em
loteamentos que permaneceram desocupados, como afirma Lima (2002).
A área ocupada pelas classes de uso relativas à atividade agrícola e à pastagem
continuou sendo reduzida, com maior ênfase para as áreas de pastagem. Em contrapartida,
aumentaram as áreas estritamente relacionadas às funções urbanas, como comércio e serviços,
áreas institucionais e industriais (Figura 27 e Tabela 11).
Tabela 11 – Área ocupada pelas classes de uso da terra na área de estudo - 1996
Classe de uso da terra Área ocupada (km
2
) Área ocupada (%)
Comercial e Serviços
Industrial
Institucional
Residencial
Áreas agrícolas
Pastagem
Áreas desocupadas
Reflorestamento
Vegetação Arbórea
Vegetação Ciliar
Reservatórios
Outros Usos
Transportes
Cursos de água
3,06
6,15
6,50
28,55
37,91
10,65
8,68
2,65
1,64
18,07
10,34
2,70
1,54
1,46
2,19
4,4
4,65
20,41
27,1
7,61
6,2
1,89
1,17
12,92
7,39
1,93
1,1
1,04
Total das Classes 139,9 100%
109
Figura 27 – Mapa do uso da terra do município de Americana (1996)
110
Novamente, as alterações maiores no uso da terra ocorreram no âmbito urbano. Destaca-
se a intensa ocupação referente a usos urbanos na parte oeste do ribeirão Quilombo, sendo
verificados poucos espaços ainda não-urbanizados nessa porção do território. Na faixa
territorial entre o ribeirão Quilombo e a rodovia Anhangüera, a urbanização também foi
considerável, contudo ainda predominou a diversidade de usos não relacionados a funções
urbanas.
Na área leste da represa Salto Grande, o padrão de uso da terra pareceu manter a
mesma tendência dos cenários anteriores, dessa forma, a dinâmica de uso da terra nessa
porção ocorre de forma mais lenta. Ressalta-se, no entanto, a efetivação do núcleo urbano
isolado (loteamento Recanto das Águas) a partir desse cenário que, apesar de estar localizado
em território americanense, vincula-se administrativamente aos municípios de Paulínia e
Cosmópolis (ver Capítulo 1, pág. 54).
O cenário de 1996 mostra a redução no ritmo de urbanização, principalmente quando
analisado em relação ao próximo cenário de uso da terra, em face dos acontecimentos
derivados da situação econômica brasileira e dos problemas enfrentados pelo próprio
município naquela década.
2.9 Cenário de uso da terra em 2000: a lenta mas contínua ocupação urbana
Após o cenário de crise da década de 1990, Americana começou a apresentar indícios
de recuperação econômica no início dos anos 2000. A diversificação de seu parque industrial
contribuiu para esta recuperação econômica nessa nova fase, na qual predominam no cenário
nacional e internacional as regras de uma economia globalizante.
Quanto à dinâmica de uso da terra no município, verificou-se que, apesar da crise que
afetou a economia local, o crescimento urbano continuou de forma mais lenta, porém
contínua, ocupando novas áreas. Além disso, houve a instalação de novos estabelecimentos
industriais a partir de 2000 (item 1.10 do Capítulo 1).
O cenário de uso da terra para o ano de 2000 (Figura 28 e Tabela 12) apresenta a
continuidade na ocupação das classes que têm maiores vínculos com o meio urbano:
residencial, comercial e serviços, institucional, industrial e áreas desocupadas. A
representação espacial do uso da terra naquele ano mostra, como já verificada nos cenários
anteriores, uma expansão nas direções leste (rodovia Anhangüera) e sudoeste (rodovia Luiz de
Queiroz) da área correspondente às atividades comerciais e de serviços, conseqüência das
111
maiores dimensões que a cidade tende a alcançar.
Tabela 12 – Área ocupada pelas classes de uso da terra na área de estudo – cenário 2000
Classe de uso da terra Área ocupada (km
2
) Área ocupada (%)
Comercial e Serviços
Industrial
Institucional
Residencial
Áreas agrícolas
Pastagem
Áreas desocupadas
Reflorestamento
Vegetação Arbórea
Vegetação Ciliar
Reservatórios
Outros Usos
Transportes
Cursos de água
3,37
7,18
6,74
29,74
34,81
10,76
10,40
2,19
1,45
17,64
10,38
2,55
1,25
1,44
2,41
5,13
4,82
21,26
24,88
7,69
7,43
1,56
1,04
12,61
7,42
1,82
0,9
1,03
Total das Classes 139,9 100%
As classes relativas às atividades do setor primário continuam sendo reduzidas, porém
as maiores alterações seguem se processando na parte oeste do município, em virtude da
dinâmica do espaço urbano que tende a ocupar gradativamente esses territórios. A área
destinada à prática de culturas agrícolas representa em 2000 aproximadamente 25%, enquanto
o rápido aumento da área residencial já quase se iguala em área ocupada, atingindo os 21%
nesse mesmo cenário.
112
Figura 28 – Mapa do uso da terra do município de Americana (2000)
113
2.10 Cenário mais recente de uso da terra
23
: a dinâmica em curso
A identificação do uso da terra para o período recente segue a tendência de redução dos
espaços não-urbanizados. O acréscimo de área destinada ao comércio e serviços mostra a
maior relevância adquirida pelo setor terciário na realidade econômica atual, guiada pelos
avanços tecnológicos do setor secundário.
As informações visualizadas no mapa de uso da Figura 29 e os respectivos dados
quantitativos da Tabela 13 mostram o comportamento do uso da terra no município de
Americana para o cenário recente. Apesar do curto intervalo de tempo entre o cenário de 2000
e este novo cenário, observa-se um aumento, embora reduzido, da área ocupada pelas classes
de comércio e serviços, de atividade industrial e residencial em detrimento da diminuição das
áreas agrícolas e pastagens.
Em relação à espacialização da vegetação arbórea é interessante observar os ínfimos
remanescentes na área municipal em todos os cenários elaborados. Da mesma forma, a
vegetação ciliar apresentou-se como um desenho ao longo dos cursos de água, porém não em
todos os cursos e nem da maneira adequada, ou seja, em conformidade com o exigido pela
legislação ambiental, especificamente pelo Código Florestal (Lei N°. 4.771, de 15 de
setembro de 1965).
Tabela 13 – Área ocupada pelas classes de uso da terra na área de estudo – cenário recente
Classe de uso da terra Área ocupada (km
2
) Área ocupada (%)
Comercial e Serviços
Industrial
Institucional
Residencial
Áreas agrícolas
Pastagem
Áreas desocupadas
Reflorestamento
Vegetação Arbórea
Vegetação Ciliar
Reservatórios
Outros Usos
Transportes
Cursos de água
4,11
8,14
6,77
30,77
33,80
9,20
10,64
2,24
1,33
17,85
10,35
1,93
1,29
1,48
2,94
5,82
4,84
21,99
24,16
6,58
7,6
1,6
0,95
12,76
7,4
1,38
0,92
1,06
Total das Classes 139,9 100%
23
A denominação de ‘Cenário mais recente’ deve-se à junção de imagens do Google Earth de três datas
diferentes (2005, 2006 e 2007), embora predominem imagens de 2005. Dessa forma, poderá também ser
denominado cenário da metade da década de 2000 ou simplesmente cenário de 2005 ao longo do texto.
114
Figura 29 – Mapa do uso da terra do município de Americana para o cenário recente
115
A partir da apresentação dos cinco cenários de uso da terra elaborados para Americana e
compreendidos no período entre 1962 e 2005, torna-se necessária uma análise mais detalhada
e integrada com a finalidade de entender como se processaram as mudanças de uso e
ocupação do espaço do município.
2.11 A dinâmica do uso da terra de Americana: de 1962 ao período recente
O mapa de uso da terra em planejamento urbano pode ser visto como um produto final
em si mesmo, pois é um documento que mostra a situação anterior a qualquer ação de
planejamento. Esse mapa pode ser um ponto de partida para novas análises, as quais poderão
apoiar-se na qualidade das informações contidas nele (DONNAY et al., 2001). Nesse sentido,
destaca-se a preocupação quanto a sua elaboração e verificação in loco.
O mapeamento de uso da terra para o município de Americana, subsidiado pelas
técnicas e produtos derivados do conjunto de geotecnologias, permitiu a obtenção de um
panorama geral referente à dinâmica de uso da terra a partir do ano de 1962 até o período
recente.
A análise multitemporal oferece suporte para a compreensão do uso e da ocupação de
um território. De acordo com Barredo et al. (2003), cada mudança de uso da terra efetivada
corresponde a alterações nos usos futuros, sendo considerada uma escala local, dessa forma,
todas interferem no equilíbrio pré-estabelecido de uso e de ocupação de um determinado
lugar. Assim, conclui-se que o processo de uso da terra é dinâmico e interativo.
O Brasil, com a rápida industrialização a partir da Segunda Guerra Mundial seguida
pela urbanização, deixou de lado a preocupação com o meio ambiente e com a população,
acreditando que o crescimento e desenvolvimento por si próprios se encarregariam de criar
cidades com condições favoráveis e que proporcionariam qualidade de vida aos seus
habitantes (COSTA, 2005). No entanto, a ausência de um planejamento urbano convergiu
para o agravamento de problemas estruturais nas cidades, dentre eles a ocupação em áreas de
risco ambiental e a segregação sócio-espacial.
Todo esse panorama está diretamente vinculado à dinâmica espacial de uso da terra e
ocupação do território em um processo sistêmico, como se observou no caso de Americana,
que até a década de 1960, apresentava características rurais em grande parte de seu território,
porém, a partir desse período, o cenário passou a modificar-se em ritmo mais acelerado.
No cenário do uso da terra para 1962 verificou-se o predomínio de áreas agrícolas no
116
território daquela cidade, respondendo por cerca de 29% da área total. Ainda nesse cenário, é
considerável a área ocupada pela classe pastagem. Portanto, pode-se dizer que predominava o
setor primário no espaço físico territorial do município, porém os processos de urbanização e
industrialização estavam em pleno curso de desenvolvimento, em vista do panorama
econômico que o Brasil evidenciava nessa época.
De acordo com a Figura 30, a qual traz o comportamento das classes de uso da terra
identificadas para os cinco cenários mapeados, a classe comercial e serviços mostrou um
crescimento contínuo ao longo de toda a série temporal considerada. O uso institucional
também aumentou sua área ocupada, mas pode-se perceber que a partir do terceiro cenário
mapeado, ela tendeu a estabilizar seu avanço.
Figura 30 – O uso da terra do município de Americana (1962-2005)
Fonte: Mapeamento de uso da terra elaborado nesta pesquisa, 2007.
Org.: Trentin, 2007.
O comportamento das classes industrial e residencial é análogo em todos os cenários de
uso, apesar de diferirem quanto à escala de crescimento - a maior expansão ocorreu nos
cenários de uso da terra para 1977 e 1996. As fases de maior ocupação dos usos residencial e
117
industrial estão vinculadas ao impulso dado aos processos de urbanização e industrialização
por parte da política econômica brasileira a partir das décadas de 1960 e 1970,
especificamente com os PND I e II.
As transformações de uso da terra para a década de 1980 somente puderam ser
verificadas no cenário de 1996, em razão da inexistência de representação espacial para o
período. As décadas de 1980 e 1990 foram marcadas por recessões e crise na economia
brasileira, todavia, é plausível ressaltar que nos anos de 1980 Americana continuou seu
crescimento urbano e industrial, conforme verificado no Capítulo 1, porém a crise da década
seguinte mostrou impactos diretos sobre o município. Assim, grande parte das transformações
observadas no cenário de 1996 pode ser atribuída à década de 1980.
Em contrapartida à expansão residencial e industrial, as áreas agrícolas e de pastagem
tiveram redução em área ocupada, no entanto essa última foi quem participou de maiores
transições de uso da terra ao longo da série temporal, principalmente nos dois primeiros
cenários. O uso relacionado às áreas consideradas desocupadas esteve associado à intensidade
e à localização de loteamentos urbanos projetados e efetivados.
Quanto às classes de uso reflorestamento, vegetação arbórea e vegetação ciliar foram
observadas maiores alterações nas duas primeiras. A área ocupada pelo reflorestamento foi
reduzida, principalmente no intervalo de tempo entre os primeiros cenários de uso, e passou a
ocupar uma área menor nos demais períodos representados. A vegetação arbórea, que já era
ínfima no primeiro cenário, mostrou novas alterações, sendo praticamente inexistente. E a
classe relativa à vegetação ciliar apontou menor dinâmica espacial e, de certa forma, manteve
sua área ocupada, já que está limitada no entorno dos cursos de água e do reservatório.
As classes reservatório, cursos de água e transportes, também representados na Figura
30, mostraram poucas modificações quanto à área ocupada, ressaltando-se que elas podem ter
advindo da etapa de interpretação das fotografias e das imagens que compreenderam o
mapeamento de uso da terra, além da própria dinâmica territorial.
A classe outros usos refere-se aos usos da terra no território de Americana que não
puderam ser identificados, dada as pequenas proporções ou pela junção de vários usos em
uma pequena área, representou pequena parcela do município, atingindo a maior área ocupada
de 1,93% no cenário de 1996.
De acordo com Medeiros (2003), entre outros fatores que intensificaram o crescimento
da população urbana, está a criação do Estatuto do Trabalhador Rural na década de 1960, o
qual estabelecia uma legislação social aos trabalhadores rurais, que até então só existia para os
trabalhadores urbanos. Contudo, muitos proprietários de terras não conseguiram atender aos
118
dispositivos do Estatuto e dispensaram seus trabalhadores, que acabaram migrando para as
cidades.
O êxodo rural também foi influenciado pelas políticas governamentais que estimulavam
a mecanização agrícola e contribuíram para o inchaço populacional urbano a partir da década
de 1960 e, conseqüentemente, para o crescimento de muitos centros urbanos. Em Americana,
o progresso apresentado pela indústria foi um forte atrativo para muitos migrantes que
visualizavam nessa possibilidade uma chance de melhorar suas condições de vida, fato
também verificado em pesquisa realizada por Pancher (2006). Esse aumento populacional
impulsionou, por sua vez, a demanda urbana que, conforme mostram os cenários de uso da
terra para 1962 e 1977, apresentou um expressivo crescimento em detrimento da redução dos
espaços relacionados às funções agropecuárias.
O progresso da indústria associado à instalação de muitos novos estabelecimentos
industriais, principalmente entre as décadas de 1950 e 1970, e ao processo de urbanização, o
qual deriva do aumento populacional, pode explicar a maior dinâmica de uso da terra ocorrida
nos primeiros cenários mapeados além daquela verificada no cenário de 1996, que apresenta
indiretamente o resultado da década de 1980.
Nesse contexto, o uso da terra, o crescimento urbano-industrial e o aumento
populacional parecem apresentar um compasso, pois nas últimas décadas reduzem seu ritmo
de crescimento, influenciados pelo desempenho econômico do país.
Aliado a isso, o desenvolvimento do setor terciário mostra novos direcionamentos para
a economia a partir da globalização. Já o secundário, ao modernizar-se para manter a
concorrência de mercado, deixa de ser tão atrativo ao trabalhador, visto a necessidade de
maior qualificação e menor demanda de mão-de-obra em detrimento da alta tecnologia
empregada no processo de produção.
Nessa fase de crise nos anos de 1990, o desemprego causado principalmente pelas
alterações tecnológicas acaba agravando-se com a queda da produção, em razão do
fechamento de pequenas e médias empresas. O SINDITEC (Sindicato das Indústrias de
Tecelagem de Americana, Nova Odessa, Santa Bárbara D’Oeste e Sumaré) apontou uma
queda no número de empresas entre os anos de 1990 e 2000 de 55%, ou seja,
aproximadamente menos 7.500 empregos efetivos em Americana (MESTRE, 2004).
A partir do cenário de uso da terra mais recente, que correspondeu às imagens retiradas
do software Google Earth, foram realizados os trabalhos de campo para verificação da
classificação proposta, além do esclarecimento de dúvidas remanescentes da interpretação. A
Figura 31 traz um pouco da realidade de Americana, exemplificando o uso da terra em alguns
119
pontos visitados na área de estudo e fazendo uma caracterização geral dos usos classificados
no mapeamento.
Em todos os trabalhos de campo (Anexo B) realizados foi perceptível a imagem da
indústria entremeada no meio urbano, assim como foram encontrados espaços vazios ou
desocupados na mancha urbana, principalmente na porção leste, próximo a represa de Salto
Grande, onde a ocupação se processou efetivamente após a década de 1960.
Neste contexto de uso da terra e expansão da mancha urbana, a especulação imobiliária
adquire maiores possibilidades de intervenção em vista da expansão tentacular em
aglomerações ao longo das principais vias e em forma de ilhas ou aglomerados habitacionais.
Essa configuração urbana admite a existência de vazios urbanos ou áreas desocupadas, que
podem ter se originado propositalmente, visando maior lucratividade futura, após a
valorização de tal espaço ou determinada ocupação das áreas vizinhas. Conforme a definição
proposta por Corrêa (1981, p. 14),
A especulação fundiária, geradora do aumento do preço da terra, tem duplo
efeito sobre as suas atividades. De um lado, onera os custos de expansão, na
medida em que pressupõe terrenos amplos e baratos. De outro, o aumento do
preço dos imóveis, resultante do aumento do preço da terra, atinge os
salários da força de trabalho: gera-se assim uma pressão dos trabalhadores
visando salários mais elevados, os quais incidirão sobre a taxa de lucro das
grandes empresas. (CORRÊA, 1981, p. 14)
Os vazios urbanos ou possíveis áreas de especulação representam um problema social,
uma vez que se deixa de usar a infra-estrutura já efetivada e se obriga o poder público a
encontrar novos espaços para a expansão da mancha urbana, representando novos gastos com
provimento de infra-estrutura básica. De acordo com Freitas e Costa (2005), a utilização da
terra para fins especulativos contribui para o crescimento descontínuo da cidade, em virtude
dos custos que encarecem a oferta de serviços públicos nas áreas mais periféricas.
As autoras comentam que uma tentativa de inibir essa prática tem sido observada na
elaboração de leis urbanísticas municipais, como os planos diretores, porém esses
instrumentos de planejamento não têm apresentado resultados positivos em razão de sua
vulnerabilidade em questões de interesse corporativo.
120
Figura 31 – Exemplos das classes de uso da terra do município de Americana-SP
Fonte: Trabalhos de Campo, 2006 e 2007.
121
Conforme discutido em item anterior, a maior parte do território americanense
distingue-se pelas menores declividades. No entanto, a relação entre as características de
declividade do relevo e o cenário de uso da terra mais recente mostrou um maior
detalhamento da ocupação territorial efetivada em Americana (Figura 32). A partir da
tabulação cruzada entre as informações de declividade e uso da terra, comprovou-se que o uso
realizado nas declividades acima de 30% é ínfimo, sendo o uso predominante o da classe de
vegetação ciliar.
Figura 32 – Relação entre o uso da terra recente e as características de declividade de Americana-SP
Fonte: Cenário de uso da terra recente (Google Earth, 2005) e mapa clinográfico de Americana, 2006.
Org.: Trentin, 2007.
Todas as classes de uso estão distribuídas principalmente nas menores declividades, e as
que mais têm destaque nesse intervalo (até 5%) são os cursos de água, reservatório e
transportes. A classe pastagem tem maior abrangência entre as declividades 5 e 12%.
As classes de uso da terra mais diretamente vinculadas ao uso urbano, ou seja,
comercial e serviços, industrial, residencial, institucional e áreas desocupadas ocupam
122
predominantemente declividades de até 12%. Assim, conforme a teoria da proposta
metodológica adotada para a elaboração do mapa clinográfico, Americana está de acordo com
a legislação quanto ao limite de declividade favorável à ocupação do território para fins
urbanos.
No entanto, a ocupação em declividades de até 5% pode estar afetando o meio ambiente
local, principalmente quando o uso estiver associado à ocupação de fundos de vale, conforme
se verifica em locais onde a vegetação ciliar não está presente ou é quase inexistente. Esse
fato torna-se preocupante para o planejamento urbano, em vista da rede de drenagem do
município estar entremeada na mancha urbana.
Essa constatação indica o possível descumprimento com o que está disposto na
legislação ambiental brasileira, especificamente no Artigo 2° do Código Florestal (Lei N°.
4.771, de 15/09/65, alterada pela Lei N°. 7.803/89), o qual destaca que florestas e demais
formas de vegetação natural, situadas ao longo dos rios ou de qualquer curso de água, são
consideradas áreas de preservação permanente, conforme a definição de diferentes faixas
marginais que dependem da largura do curso de água. Porém, no caso de áreas urbanas, são
abertos precedentes à legislação específica do município, desde que sejam respeitados os
princípios e limites da referida Lei Federal.
Em muitas áreas urbanas brasileiras ocorre a ocupação irregular dos fundos de vale, o
que possibilita uma cadeia de impactos ambientais interligados à impermeabilização do solo,
à erosão das margens e ao assoreamento dos cursos de água, à devastação das matas ciliares,
ao maior escoamento superficial. Além disso, há ainda a questão de ocupação residencial nas
proximidades de canais, a qual pode acometer problemas de saúde à população e aumentar a
possibilidade de ocorrência de enchentes. Desse modo, a identificação e preservação dessas
áreas também são atribuídas ao planejamento urbano.
A dinâmica de uso da terra do município de Americana mostrou-se mais intensa nos
cenários passados e desacelerou nos cenários recentes, porém essa redução deve ser tratada de
maneira geral, tendo em vista a constante alteração que se processa no espaço geográfico. Os
diferentes cenários de uso da terra elaborados foram reflexos da situação econômica e social
de cada época, ocorrendo uma maior alteração quando a ordem de desenvolvimento era
estimulada, e uma menor alteração quando entrava em crise ou era abalada por algum
acontecimento externo ao sistema.
Esse foi o ritmo de desenvolvimento que efetivou a paisagem de Americana dessa
metade da década de 2000, advinda de um processo que envolveu períodos de
desenvolvimento, crescimento, expansão e estagnação, de acordo com as regras dos sistemas
123
hierarquicamente superiores, as quais definiram o caminho a ser seguido pelos elementos
internos ao sistema em estudo, isto é, o município.
O PDDI é um instrumento de gestão e planejamento do território do município,
entretanto, para que ele possa colaborar de forma efetiva com o planejamento da cidade é
necessário que se conheçam todas as fases que resultaram no desenho ou forma urbana atual,
ou seja, conhecer o processo histórico de uso e de ocupação do território, observando as
particularidades locais. Assim, o reconhecimento da dinâmica relativa aos usos da terra no
meio intra-urbano podem oferecer amplas possibilidades de análises, bem como subsidiar o
planejamento dos usos futuros.
De acordo com a Constituição Federal, nos artigos 182 e 183, regulamentados pela Lei
N°. 10.257, de 10 de julho de 2001, denominada Estatuto das Cidades, torna-se obrigatório a
todos os municípios com população mínima de 20.000 habitantes elaborar seu próprio Plano
Diretor, conforme o disposto no artigo 41 da referida Lei (BRASIL, 1988).
O plano diretor é definido no artigo 40 dessa mesma lei, como “o instrumento básico da
política de desenvolvimento e expansão urbana”. Dessa forma, é considerado o principal
instrumento para o planejamento urbano, por ser um conjunto de princípios e diretrizes que
orientam a ação dos agentes que constroem o espaço urbano. Por se tratar de um documento
unificado, permite que qualquer pessoa tenha acesso e conheça as regras para o
desenvolvimento da cidade, e, assim, congrega todas as forças públicas e privadas para ações
que visem o desenvolvimento do município.
Americana teve seu novo PDDI (Projeto de Lei N°. 061/2006) aprovado no final de
2006, no entanto, começou a vigorar apenas em 2008. Esse plano prioriza alguns eixos
estruturadores para alcançar o desenvolvimento, sendo eles: promover um destino
socioeconômico aos vazios urbanos buscando, assim, integrar os bairros da cidade; adequar a
legislação urbanística vigente; promover a regularização fundiária dos assentamentos urbanos;
garantir o direito ao lazer, à cultura e à memória; e fortalecer a gestão democrática no
desenvolvimento da cidade (PDDI, 2006).
A preocupação dos administradores locais com a garantia da qualidade de vida da
população e com o crescimento econômico é a meta para um crescimento sustentável. De
fato, o município necessita de um planejamento que possa garantir seu ordenamento territorial
em vista do presente quadro de ocupação urbana, em que restam poucos espaços para a
expansão da cidade.
124
2.12 Considerações acerca da dinâmica de uso da terra de Americana
O uso da terra do município de Americana, sob uma perspectiva temporal, apresentou
predomínio de características rurais no primeiro cenário de uso da terra elaborado. No
entanto, a expansão urbano-industrial e o crescimento populacional em taxas elevadas, a partir
principalmente da década de 1960, determinaram a preponderância de características urbanas
no último cenário de uso da terra, o que permite denominá-lo um município urbano.
O fato de sua localização ser em um dos eixos de desenvolvimento do interior paulista,
a rodovia Anhangüera, contribuiu para seu destaque no cenário econômico da metrópole
campineira e no próprio estado de São Paulo, principalmente vinculado ao seu
desenvolvimento industrial. Nas últimas décadas, sua expansão urbana tem diminuído de
intensidade, porém, principiou a conurbação com Santa Bárbara D’Oeste ainda na década de
1960 e aos poucos evidenciou sua proximidade com outras áreas urbanas do entorno que
também fazem parte da área metropolitana de Campinas.
Ao longo de seu processo histórico sempre estiveram presentes iniciativas e ações que
visaram o planejamento de sua área urbana, contudo, o acelerado crescimento conduziu a
problemas de ordenamento territorial, bem como à deterioração de seu ambiente natural.
Desse modo, deve ser uma constante a preocupação com o planejamento de seu território,
pois se trata de uma cidade de porte médio com tendências de progressivo crescimento.
A utilização de técnicas e produtos de geotecnologias para a elaboração desta fase da
pesquisa mostrou-se extremamente importante, pois possibilitou a elaboração dos cinco
cenários do uso da terra local, além de favorecer análises quantitativas e qualitativas dos
dados obtidos. O banco de dados criado concentrou todas as informações necessárias, o que
operacionalizou o trabalho. A metodologia adotada quanto ao georreferenciamento e à
vetorização das classes de uso com base nas fotografias aéreas foi vantajosa para os objetivos
propostos, entretanto, destaca-se a onerosidade em termos de tempo necessário para esta
etapa.
A experiência quanto à utilização das imagens do software Google Earth foi válida em
vista do resultado alcançado, que não deixou a desejar se comparado com os cenários obtidos
a partir das fotografias aéreas convencionais. Apesar do caráter prioritário para visualização,
pode-se antever um potencial quanto à utilização dessas imagens que estão disponíveis e
desvinculadas de custos, podendo, dessa forma, se constituir em mais uma ferramenta para os
desafios de planejadores e administradores urbanos, sobretudo de cidades pequenas e médias.
CAPÍTULO 3
DINÂMICA DO USO DA TERRA NO MEIO URBANO:
simulação de cenários
126
3.1 Considerações Iniciais
As cidades refletem os processos econômicos, ambientais, tecnológicos e sociais, bem
como suas mudanças, ainda que todos eles estejam profundamente vinculados à dinâmica da
estrutura espacial urbana por si mesma (HEROLD et al., 2003). O acelerado crescimento das
cidades nas últimas décadas tem motivado preocupações relacionadas a sua gestão e ao seu
ordenamento a fim de alcançar a sustentabilidade em seu uso e ocupação. Assim, as técnicas e
os produtos compreendidos pelas geotecnologias têm sido os grandes aliados no desafio de
planejar e ordenar esse espaço dotado de grande dinamicidade.
A partir das décadas de 1960 e 1970, as geotecnologias passaram a apresentar um
destacado desenvolvimento das técnicas de mapeamento em decorrência do avanço
computacional. Dessa forma, a maior disponibilidade de dados e informações sobre o espaço
geográfico, como os resultantes do Sensoriamento Remoto, possibilitaram a abertura de
muitos caminhos na área da pesquisa vinculada à análise da informação espacial,
principalmente na modelagem de dados de mudanças espaciais, a qual, embora ainda se
mostrasse incipiente, começava a instigar muitos pesquisadores.
No contexto da modelagem de dados, foi grande o número de tentativas e contribuições
por meio do desenvolvimento de modelos, os quais se destacaram pelas características de
apresentação dos resultados, ou seja, desde representações matemáticas até representações
espaciais e dinâmicas dos períodos mais recentes.
Em vista das preocupações quanto à compreensão das mudanças que se processam no
espaço e no tempo, adquiriu maior importância a busca de possíveis previsões para tais
modificações, concretizando-se assim em ferramentas de auxílio ao planejamento e
ordenamento territorial. Com base nesse objetivo, muitos modelos foram desenvolvidos, entre
eles o modelo de autômatos celulares (cellular automata - CA).
Uma das maiores potencialidades de aplicação dos autômatos celulares está na área de
planejamento urbano, principalmente nas simulações de crescimento urbano em nível local e
regional. As simulações em áreas urbanas são de grande interesse para planejadores, pois
permitem ver de maneira crítica os impactos futuros das políticas propostas. No entanto, o
processo de crescimento das cidades normalmente apresenta dificuldades para ser simulado
(BARREDO et al., 2003).
Além disso, a predição relativa ao crescimento urbano está freqüentemente relacionada
à dinâmica de uso da terra e suas relações com os fatores socioeconômicos e, geralmente,
127
conforme Liu e Zhou (2005), as mudanças na área urbana são os reflexos do desenvolvimento
econômico e do crescimento da população.
A partir da modelagem dinâmica espacial, principalmente vinculada à dinâmica do
espaço urbano, buscou-se simular o crescimento e as mudanças de uso na área urbana do
município de Americana-SP. Dessa forma, foram utilizadas como ponto de partida as
informações apresentadas nos capítulos anteriores com generalizações e adequação de
características, de acordo com as especificações do programa de simulação adotado para essa
etapa, o DINAMICA EGO (RODRIGUES et al., 2007; SOARES-FILHO et al., 2002).
O rápido processo de expansão urbano-industrial que caracterizou Americana e
conferiu-lhe um caráter predominantemente urbano, bem como as restrições quanto ao seu
espaço territorial que apontam poucas áreas remanescentes para a futura ocupação urbana,
foram os fios condutores para a concretização dessa tentativa de modelar o crescimento e
verificar suas possíveis tendências futuras. Assim, foram geradas simulações que
corresponderam aos cenários pré-existentes para cada período de simulação da série temporal
analisada, além de cenários de tendência e hipotéticos para a referida cidade, os quais
compõem possíveis prognósticos.
3.2 Orientação metodológica para a elaboração da modelagem dinâmica espacial
Para a etapa de modelagem foi utilizado o mapeamento temporal do uso da terra
elaborado para o município de Americana, o qual teve seus mapas readaptados em razão do
grande detalhamento que possuíam. Nesse sentido, foi agrupada toda a área não-urbanizada
em uma única classe, denominada não-urbano, e no meio intra-urbano passaram a ser
consideradas três classes de uso: residencial, industrial e comercial e serviços. A classe
residencial passou a englobar a maior parte dos usos discriminados no mapeamento anterior
para a área urbanizada. As outras duas classes ficaram mais restritas as suas reais
características.
Assim, foram utilizados os seguintes produtos cartográficos e softwares para essa etapa:
Série temporal de mapas temáticos relativos a cinco cenários de uso da terra para o meio
urbano - 1962, 1977, 1996, 2000 e 2005, os quais compuseram os quatro períodos de
simulação da modelagem: 1962-1977; 1977-1996; 1996-2000 e; 2000-2005;
Representações de variáveis espaciais que pudessem explicar as mudanças de uso da terra
ocorridas e que venham a ocorrer - hidrografia, estradas de rodagem, hipsometria,
128
declividade, entre outras – em cada período de simulação, todas originárias do mapa base
na escala 1:10000;
Software de simulação DINAMICA EGO;
SIG Spring 4.2, ArcGIS 9.1 e IDRISI 3.2, utilizados para a adequação dos mapas e
variáveis que comporiam a modelagem, bem como para a edição final dos resultados, já
que o software de simulação aceita produtos de entrada de acordo com determinadas
características e, por sua vez, não permite a edição final das saídas.
Para esta pesquisa foi adotado o método de pesos de evidências baseado no teorema da
probabilidade condicional de Bayes, que se refere à disposição de um evento ocorrer - ou no
caso, a mudança de um uso da terra - em face da ocorrência passada de outro evento, o qual
pode ter sido uma evidência ou uma variável explicativa (BONHAM-CARTER, 1994;
ALMEIDA, 2003). Por exemplo, a probabilidade de ocorrer uma transição de uso não-urbano
para industrial, posto a pré-existência de um distrito industrial nas proximidades.
Assim, a probabilidade condicional permite obter a probabilidade de um evento A
ocorrer sabendo-se que o evento B já ocorreu. Dessa forma, conforme Bonham-Carter (1994),
é atendido o principal conceito da pesquisa bayesiana que está na idéia de probabilidades a
priori e a posteriori de ocorrência de um determinado evento.
Os pesos de evidência representam a influência das faixas de distâncias de uma
determinada variável nas probabilidades espaciais de uma transição de uso da terra. Os pesos
são obtidos a partir das seguintes fórmulas:
{}{}
{}
{}
DBP
DBP
DOBDO
/
/
/ =
{
}{}
+
+= WDBD log/log
Em que O{D} e O{D/B} são os odds ou chances, respectivamente, de ocorrer a priori o
evento
D e ocorrer D dado um padrão espacial B. W
+
é o peso de evidência de ocorrer o
evento
D, dado um padrão espacial B (BONHAM-CARTER, 1994; SOARES-FILHO et al.,
2003).
A vantagem de utilizar o método de pesos de evidências, conforme Soares-Filho et al.
(2003), deve-se ao fato de ele não se restringir às clássicas suposições dos métodos
estatísticos paramétricos, nos quais os dados espaciais as violam com freqüência. Ademais, o
método é de fácil aplicação, pois utiliza uma tabulação cruzada entre os mapas de transição de
uso da terra e os mapas das variáveis explicativas consideradas.
Em estatística é possível determinar a probabilidade de ocorrerem mudanças mediante
algumas evidências do problema ou de variáveis explicativas. No entanto, essas variáveis
129
devem ser independentes, conforme o teorema de Bayes, para que possam explicar uma
transição do uso da terra. Nesse contexto, Almeida (2003) utilizou o Índice de Cramer (V), o
qual toma por base as medidas absolutas de área das classes, e a Incerteza de Informação
Conjunta (U), que se refere aos valores percentuais e constitui-se em uma medida de
correlação entre os mapas.
Ambos os índices são utilizados para verificar a independência entre os pares de
variáveis explicativas do modelo a partir da matriz de transição ou tabulação cruzada entre
pares de mapas de variáveis. Tais índices variam de zero (0) a um (1): quanto mais próximos
a zero forem seus valores, o grau de dependência ou associação entre as variáveis deverá ser
menor; já o contrário representará dependência.
Dessa forma, segundo Bonham-Carter (1994)
24
, os valores inferiores a 0,5 para ambos
os índices supracitados sugerem menos associação do que mais entre as variáveis. Esse
procedimento foi adotado para a verificação da independência entre elas, pois, conforme
salienta Almeida (2003), inexiste um grande número de casos associados à aplicação dessas
medidas.
A partir dessa orientação, foram selecionadas as variáveis explicativas para cada
transição de uso da terra em cada um dos períodos de simulação e, posteriormente, passou-se
às fases de calibração e validação do modelo para então gerar os cenários simulados para a
área urbana de Americana. Toda essa etapa foi desenvolvida no software DINAMICA EGO,
por meio de seus operadores.
A calibração compreende a seleção do melhor conjunto de variáveis e parâmetros, de
forma a buscar o melhor ajuste entre as informações utilizadas e a realidade observada
(ALMEIDA, 2003). Em vista disso, são realizados inúmeros testes até se obter tal ajuste,
assim como as maiores semelhanças possíveis entre o cenário real de uso da terra e o cenário
simulado em um determinado período de tempo.
Ao considerar o desenvolvimento interno do programa, a obtenção dos pesos de
evidências encontra-se estruturada em duas etapas: definição dos intervalos e dos coeficientes
de pesos de evidências. Uma vez definidos os pesos, procede-se à execução do modelo de
simulação para simples verificação, a qual indicará as possibilidades de modificações para o
teste subseqüente de calibração.
Tal procedimento deverá ser repetido até a simulação apontar maior similaridade com o
cenário real - etapa de validação do modelo. É interessante destacar a aleatoriedade das
24
Maiores informações sobre os Índices em BONHAM-CARTER, G. F. Geographic Information Systems for
Geoscientists: Modelling with GIS. Ontário: Pergamon, 1994.
130
simulações produzidas pelo software em cada execução do modelo de simulação, pois,
mesmo mantendo-se inalterados os parâmetros de transição, os resultados tendem a se
apresentar distintos.
A etapa de validação do modelo, que poderá ser utilizada como subsídio ao longo do
procedimento de calibração, refere-se ao cálculo dos mapas de diferença e de similaridade
entre o mapa real e o mapa simulado. Essa etapa é realizada a partir da medida de
similaridade fuzzy proposta por Hagen (2003) e adaptada por Rodrigues et al. (2007) para a
implementação no DINAMICA EGO. O teste de similaridade fuzzy é baseado no conceito de
fuzziness of location, no qual a representação de uma célula é influenciada por si mesma e em
menor extensão pelas células vizinhas (HAGEN, 2003).
Com objetivo de verificar e identificar as distinções entre os mapas de uso final e inicial
(ambos reais) e entre os mapas de uso final simulado e inicial real, foram obtidos os mapas de
diferença. Tais mapas também fazem parte da validação do modelo e referem-se a uma
proposta metodológica desenvolvida e implementada no software de simulação por Soares-
Filho et al. (2004) e Rodrigues et. al (2007).
Já o teste de similaridade realizado entre os mapas de uso real e simulado faz uma
comparação de ambos a partir da localização das células em si mesmas e das células que estão
na vizinhança próxima, dependendo das categorias de uso a que pertencem. O resultado desse
teste varia de zero (0) a um (1) e, quanto mais próximo de um (1), mais similar estará a
simulação da situação real. No espaço intermediário desse intervalo, as células da vizinhança
mais próxima de cada transição, ou com valores próximos a 1, também serão consideradas
similares, porém em menor grau, em decorrência da função de decaimento exponencial
considerada pelo teste.
Com o modelo calibrado e validado, procede-se à simulação de prognósticos, que
permitiu a obtenção de cenários de tendência e hipotéticos. Os cenários de tendência
correspondem à manutenção do mesmo padrão de crescimento urbano verificado na situação
real. Já os de hipóteses podem partir do pressuposto de mudanças em uma ou mais variáveis
integrantes do modelo, ou ainda por meio da suposição de que ocorram alterações nas
transições de uso da terra.
Para a elaboração dos prognósticos dessa pesquisa, o intervalo de tempo definido não
foi muito extenso em decorrência da intensa dinâmica espacial verificada, principalmente no
espaço urbano. Desse modo, a partir de cenário real, o ano de 2005, adotou-se o intervalo de
cinco anos para o prognóstico de curto prazo, e para o médio prazo foram adotados dois
intervalos, sendo um de nove anos e outro de onze anos. Tal delimitação deve-se, pois,
131
segundo Almeida (2003), a inexistência de definições quanto ao curto e médio prazo para uso
urbano, assim, é sensato definir-se um período de até cinco anos para o curto prazo e para o
médio um intervalo não maior que dez anos.
Em síntese, o fluxograma da Figura 33 mostra o encadeamento das etapas da
modelagem tratadas acima. Sua descrição detalhada, bem como os produtos derivados e a
respectiva análise dos períodos de simulação definidos para este trabalho serão abordadas nos
próximos itens, de forma a propiciar maior compreensão e clareza quanto ao seu
desenvolvimento.
Figura 33 – Síntese das etapas de modelagem dinâmica espacial no software de simulação DINAMICA EGO
Org.: Trentin, 2008.
132
3.3 Aspectos teóricos da modelagem dinâmica espacial
Os atuais avanços tecnológicos contribuem para o desenvolvimento de modelos que
sejam dinâmicos e não somente estáticos como os existentes no estágio atual do SIG, ou seja,
visam somente à representação espacial de determinado fenômeno - o mapa. Segundo
Câmara, Monteiro e Medeiros (2003), visto que os fenômenos espaciais são dinâmicos, as
representações estáticas não conseguem representá-los de forma adequada. Assim, o desafio
da Geoinformação está em desenvolver técnicas e abstrações que consigam representar os
fenômenos dinâmicos, como mudanças de uso da terra, enchentes urbanas, tráfego viário e de
pedestres, por exemplo.
Compreender a dinâmica que ocorre no espaço geográfico como um todo impulsionou o
desenvolvimento das pesquisas em modelagem e, cada vez mais, os modelos procuram
representar os fenômenos do espaço de forma atrelada com a realidade.
O modelo, segundo uma ou mais teorias, é entendido como a representação de um
sistema, obtido a partir de diferentes linguagens: matemática, lógica, física, icônica, gráfica
etc. (NOVAES, 1981 citado por ALMEIDA, 2003). Assim, Almeida, Monteiro e Câmara
(2005) indicam as seguintes tipologias de modelos conforme Echenique (1968) e Novaes
(1981):
- modelo descritivo: objetiva somente entender o funcionamento de um sistema;
- modelo exploratório: é um modelo descritivo que envolve a análise paramétrica de
vários estados, por meio de variações nos elementos dos sistemas e nos seus relacionamentos,
sem interferência externa sobre ele. Esse tipo de modelo destina-se a responder perguntas do
tipo o que acontece se;
- modelo preditivo: é um modelo exploratório que envolve a variável tempo,
compreendendo a projeção de alguns elementos básicos;
- modelo operacional: possibilita a interferência do modelador, o qual pode introduzir
fatores exógenos nos componentes do sistema e nos seus relacionamentos, de modo a alterar o
seu comportamento.
Os modelos são considerados sistemas complexos com propriedades geográficas, tais
como cidades e sistemas ecológicos, os quais usualmente envolvem processos espaciais e
temporais que são difíceis de serem embutidos nas propriedades do SIG.
Um modelo é constituído de pelo menos três elementos: variáveis, relacionamentos e
processos. Ao construí-lo, dependendo do objetivo, pode-se enfatizar a um ou outro desses
elementos. Nessa perspectiva, os modelos podem ser classificados em empíricos e de
133
sistemas: os primeiros focalizam os relacionamentos entre suas variáveis, partem da suposição
de que as relações observadas no passado continuarão no futuro; já os de sistemas são
descrições matemáticas de processos complexos que interagem entre si, com ênfase às
interações entre todos os componentes de um sistema (LAMBIN, 1994).
Na teoria geográfica existem dois modelos de representação do tempo: estático e
dinâmico. O modelo de representação estática preocupa-se muito com o padrão e a estrutura,
enquanto o de representação dinâmica lida com os processos e padrões subseqüentes da
mudança (CLARKE et al., 1998).
A modelagem, por sua vez, é definida por Soares-Filho (1998) como sendo a arte de se
construir modelos que se refiram ao procedimento de pesquisa e que conduz à geração do
modelo, ou seja, à representação de um sistema. Esse processo desenvolve-se por meio da
definição de um conjunto de hipóteses ou predições, as quais poderão ser comparadas com
medidas do mundo real. Desse modo, o modelo será aceito, rejeitado ou modificado somente
após a comparação entre o resultado gerado e o observado, para novamente ser testado.
A modelagem dinâmica procura transcender as limitações atuais da tecnologia de
geoprocessamento, fortemente baseada em uma visão estática, bidimensional do mundo. Para
Burrough (1998, p. 166), “um modelo espacial dinâmico é uma representação matemática de
um processo do mundo real em que uma localização na superfície terrestre muda em resposta
às variações em suas forças direcionadoras”.
De acordo com Lambin (1994), um modelo deve ter respostas para indicar quais
variáveis ambientais e culturais contribuem para a ocorrência de determinado fenômeno, bem
como quais são os processos ecológicos e socioeconômicos que o caracterizam. O modelo
também precisa explicar o modo com que o processo evolui além de espacializar tal
fenômeno. Assim, conforme Godoy (2004), o modelo mostrará que é capaz de descrever um
fenômeno de maneira quantitativa e prever sua evolução, por meio da integração das escalas
temporal e espacial.
No âmbito da modelagem, as cidades podem ser entendidas como um sistema complexo
considerando suas características intrínsecas de emergência, auto-organização, auto-
similaridade e comportamento não-linear relacionado a sua dinâmica de uso da terra. Dessa
forma, a utilização de ferramentas designadas por sistemas que denotam as características
acima mencionadas pode auxiliar na busca de maiores conhecimentos a administradores e
planejadores urbanos. Além disso, podem ainda oferecer suporte ao desenvolvimento de
modelos que viabilizem a geração de cenários de uso da terra para o meio urbano
(BARREDO et al., 2003).
134
O autor destaca também que as cidades, consideradas uma das mais complexas
estruturas criadas pela sociedade humana, podem ser encaradas sob diferentes pontos de vista
e, apesar disso, são capazes de produzir características similares. Entretanto, o dinamismo e o
crescimento que caracterizam a maioria das áreas urbanas tornam a modelagem difícil em
algumas instâncias ou mesmo uma tarefa quase intratável, em virtude da necessidade de
ferramentas que consigam envolver essa complexidade.
Nesse contexto, Almeida, Monteiro e Câmara (2005) enfatizam que os modelos urbanos
surgiram com caráter quantitativo, sendo desvinculados de recursos que viabilizassem a
representação espacial dos resultados. Os primeiros modelos que surgiram nas décadas de
1940 e 1950, inicialmente nos EUA, consideravam o crescimento urbano como um todo, ou
seja, integravam os aspectos de uso da terra, planejamento e transportes, loteamentos,
mercado de trabalho, entre outros. Dessa forma, avanços na forma de representação espacial
ocorreram somente nos anos de 1980.
Almeida (2003) propõe uma classificação dos modelos, a qual considera seus aspectos
conceituais e operacionais básicos e obedece a uma seqüência cronológica quanto ao seu
aparecimento. Assim, são verificadas três fases temporais envolvendo modelos, agrupadas
em: modelos não-dinâmicos, dinâmicos, e dinâmicos espaciais. Com intuito de elucidar tal
classificação, apresenta-se uma definição básica para cada um dos três grupos, bem como a
identificação de alguns modelos neles contidos.
Os modelos não-dinâmicos corresponderam a modelos teóricos e matemáticos que
buscaram esclarecer processos de mudanças urbanas e regionais. Dentre os modelos que se
enquadram nessa fase estão os desenvolvidos por Von Thunen (1826), Weber (1909),
Christaller (1933) e Lösch (1940). Na seqüência dessas simples realizações em modelagem
urbana, baseadas em teorias econômicas, surge uma nova geração de modelos computacionais
no final dos anos de 1950 e começo dos anos de 1960, imediatamente após consideráveis
avanços computacionais e com o advento da Revolução Quantitativa
25
(ALMEIDA;
MONTEIRO; CÂMARA, 2005).
Os autores seguem ressaltando que as limitações desses primeiros modelos são muitas,
assim como as críticas recebidas. Alguns modelos eram ambiciosos em termos de
abrangência, informações necessárias e capacidade de processamento computacional,
resultando no seu abandono ou drástica redução.
Outro problema refere-se ao pouco embasamento teórico de alguns deles, aparentando
25
Revolução científica visando introduzir rigor metodológico e qualidade em disciplinas como Sociologia,
Ciências Políticas e Urbanismo.
135
um caráter arbitrário e mecanicista, embora mostrassem bem definidas suas estruturas
formais. Uma terceira crítica relaciona-se ao fracasso de muitos modeladores em reconhecer
as limitações contextuais inerentes ao objeto de modelagem, decorrente do complexo
conjunto de variáveis dos sistemas urbanos, as quais não podem ser analisadas
simultaneamente, mas separadas (BATTY, 1976).
Enfim, muitos desses primeiros modelos apenas descreveram a estrutura urbana em um
instante no tempo, ou compararam essas estruturas estáticas incorporando um equilíbrio
artificial de longo prazo, o que os tornou meras simulações de estruturas urbanas estáticas
observáveis, conforme Batty (1976).
Os modelos dinâmicos, como os define Wegener et al. (1986), são assim denominados
por possuírem uma dimensão temporal explícita, suas entradas e saídas variam com o tempo,
e seus estados dependem de estados anteriores. Uma forma simples de um modelo dinâmico
é o estático comparativo, que procura representar a estrutura estática de sistemas urbanos em
um instante de tempo sem recorrer a explicações de mudanças de estrutura ao longo do
tempo, as quais constituem o comportamento do sistema
(BATTY, 1976).
Já uma seqüência de modelos estáticos comparativos é chamada modelo recursivo, no
qual o estado final de um período de tempo serve como estado inicial do período subseqüente
(WEGENER et al. 1986). E os modelos quase-dinâmicos apresentam partes estáticas em uma
estrutura dinâmica, são geralmente construídos com base em modelos de interação espacial,
como o concebido por Lowry
26
, em 1964 (ALMEIDA; MONTEIRO; CÂMARA, 2005).
Embora tenham sido consideravelmente aprimorados para torná-los hábeis frente às
complexas interações espaciais relativas às distintas atividades de uma cidade, além de
incorporar a dimensão temporal (multinível) na análise quantitativa e de empregar
sofisticados recursos teóricos e matemáticos, esses modelos permaneceram fundamentalmente
não-espaciais, sobretudo quanto à impossibilidade de visualização espacial de seus resultados
(ALMEIDA; MONTEIRO; CÂMARA, 2005).
Logo, os modelos dinâmicos espaciais passaram a oferecer a visualização espacial,
porém, esse fato veio a ocorrer somente no final dos anos de 1980, quando modelos de
autômatos celulares (AC) começaram a ser utilizados em larga escala. Os AC são definidos
26
O modelo quase-dinâmico de Lowry (1964) é orientado pela demanda e responde, por exemplo, a um aumento
dos postos de emprego básico e aos conseqüentes impactos causados por esse aumento no setor de serviços
(ALMEIDA, 2003).
136
por Stephen Wolfram
27
(1983), conforme tradução de Almeida (2003) em
… idealizações matemáticas de sistemas físicos, no qual o espaço e o tempo
são discretos, e os atributos assumem um conjunto de valores também
discretos. Um autômato celular consiste de uma grade regular uniforme (ou
‘campo matricial’), comumente infinito em sua extensão, com uma variável
discreta em cada localidade (‘célula’). O estado de um autômato celular é
completamente especificado pelos valores das variáveis em cada célula. Um
autômato celular evolui em passos de tempo discretos, com o valor da
variável em uma célula sendo afetado pelos valores das variáveis nas células
vizinhas encontrados no passo de tempo anterior. A vizinhança de uma
célula é tipicamente formada pela própria célula em consideração e todas as
demais células localizadas nas suas adjacências imediatas. As variáveis em
cada célula são atualizadas simultaneamente (‘sincronicamente’), baseando-
se nos valores das variáveis da sua vizinhança no passo de tempo precedente,
e de acordo com um conjunto pré-definido de ‘regras locais
28
’ (WOLFRAM,
1983, p. 602).
De modo geral, os AC constituem-se de um arranjo n-dimensional de células e o estado
de cada célula dependerá de seu estado anterior e de um conjunto de regras de transição, de
forma que sejam atualizadas simultaneamente em passos de tempo discretos (SOARES-
FILHO et al., 2003), além da dinâmica de interação entre as células que compõem o modelo
ser guiada por um algoritmo conhecido como regra local dos autômatos.
Os modelos AC possuem aplicações nas mais diversas áreas, desde a física teórica e
empírica até nas mudanças de uso e cobertura da terra, na engenharia e no controle de tráfego,
na disseminação de epidemias, na biologia comportamental, nas áreas de matemática,
arquitetura, simulação e jogos (ALMEIDA, 2003; SOARES-FILHO et al., 2003).
Deve-se ressaltar a preocupação de pesquisadores, como Briassoulis (2000), relacionada
à complementaridade entre teoria e modelo, em virtude de que muitos modelos estão privados
de fundamentação teórica, assim como teorias não apresentam seu desenvolvimento prático
em modelos, o que resulta em um descompasso.
Briassoulis (2000) destaca duas razões para o lapso entre teoria e modelo; para a autora
a primeira razão está relacionada com as diferentes posições epistemológicas por parte de
27
Stephen Wolfram é considerado um dos mais renomados teóricos sobre autômatos celulares. Autor do livro A
New kind of Science, publicado em 2002, no qual defende que programas simples podem explicar e ajudar a
entender a natureza.
28
Em 1970, o matemático Jonh Conway cria o chamado jogo da vida, um autômato celular que simula processos
de evolução de células biológicas, sob regras relacionadas com a vizinhança, com valores um (1) para célula viva
ou zero (0) célula morta, assim são consideradas quatro regras:
- uma célula viva com menos de duas vizinhas vivas morre de solidão;
- uma célula viva com mais de três vizinhas vivas morre por superpopulação;
- uma célula viva com duas ou três vizinhas vivas permanece viva;
- uma célula morta com exatamente três vizinhas vivas volta a viver.
137
teóricos e modeladores, nas quais os modelos geralmente seguem uma tradição positivista
29
e
as teorias abrangem um aspecto mais vasto de epistemologias
30
.
A segunda razão deriva da realidade complexa que leva a uma dicotomia dentro da
modelagem, de um lado referente à redução ou à simplificação/generalização do mundo real,
a qual resulta em sua representação rudimentar e, de outro lado, os modelos com estruturas
complexas que acabam tornando-se inviáveis quando considerados os limites de tempo e
recursos na busca de soluções para os problemas.
Os modelos urbanos, de acordo com Almeida (2003, p. 89),
devem ser concebidos, manipulados, aplicados e interpretados de uma forma
sábia e crítica, de modo que os modeladores, planejadores, tomadores de
decisão da esfera pública e privada, assim como cidadãos de maneira geral
possam extrair o melhor de seus resultados e sensatamente reconhecer os
seus limites (ALMEIDA, 2003, p. 89).
Nessa perspectiva, podem ser apresentados como exemplos de aplicação de modelos de
AC e obtenção de bons resultados os trabalhos recentes elaborados por Almeida (2003) e
Godoy (2004). O primeiro trabalho refere-se à simulação de mudanças no uso da terra em
duas cidades médias do interior paulista - Bauru e Piracicaba - com intuito de representar
fenômenos dinâmicos.
Com esse objetivo, foram utilizadas séries temporais de uso da terra - aproximadamente
1960 a 2000 - para simular os cenários de uso e observaram-se que, para ambas as cidades, as
forças direcionadoras de mudanças de uso da terra permaneceram praticamente constantes ao
longo das séries temporais, apresentando pequenas variações de um período de simulação
para outro. A autora argumenta que para períodos de simulação mais longos o desempenho da
modelagem torna-se limitado, em virtude das mudanças que se processam de forma mais lenta
no decorrer do tempo e não são consideradas na simulação.
O segundo trabalho visou desenvolver um modelo dinâmico espaço-temporal a fim de
que analisasse as mudanças de uso e ocupação do solo entre 1985 e 2003, porém tendo como
área de estudo um bairro da cidade de Belo Horizonte-MG. Dessa forma, fez referência a uma
área específica e propôs identificar as tendências futuras de mudanças no uso da terra local, a
partir do reconhecimento do processo histórico do bairro. O estudo identificou as variáveis
territoriais de controle da mudança espacial, além da estruturação da paisagem urbana ao
29
O positivismo foi proposto por Auguste Comte, segundo ele “o único conhecimento autêntico é o que deriva
estritamente do método científico. Todas as coisas são em última instância mensuráveis” (BRIASSOULIS,
2000).
30
A epistemologia refere-se ao estudo da aquisição do conhecimento, isto é, como o universo de objetos e
experiências é transformado em conhecimento (BRIASSOULIS, 2000).
138
longo do período observado.
A autora ressalta que uma limitação dos modelos de simulação espacial vincula-se ao
seu ajuste por ser um procedimento trabalhoso, em função do grande número de parâmetros
que devem ser calibrados. No entanto, a projeção de cenários pode proporcionar melhor
entendimento da população no que tange às tendências e aos reflexos causados pela influência
das mudanças atuais.
Os dois exemplos expostos sobre a aplicação da modelagem em estudos urbanos
traduzem a importância da compreensão relativa à dinâmica desses espaços. Observa-se que
os avanços empreendidos na área de geotecnologias vêm tentando incorporar a teoria à prática
de forma a obter modelos que possam cada vez mais retratar a realidade, considerando o
espaço e o tempo.
A menção dos dois trabalhos deveu-se ao fato de terem utilizado o mesmo software de
simulação que a presente pesquisa – DINAMICA -, porém em versão anterior. Desse modo, o
próximo item irá tratar mais detidamente desse software, assim como de suas principais
características.
3.3.1 O programa de simulação DINAMICA EGO
O software DINAMICA foi desenvolvido por Soares-Filho et al (1998, 2002) e a partir
de reformulações recentes passou a denominar-se DINAMICA EGO
31
(RODRIGUES et al.,
2007). Conforme os autores, nessa nova versão, o fluxo estático de processamento deixou de
existir e os parâmetros passaram a ser ajustados a partir de interfaces gráficas. Esse software
de simulação constitui-se de domínio público (freeware)
32
em virtude da meta dos
pesquisadores que o desenvolveram, a qual vincula-se à ampliação de estudos relacionados
com a modelagem dinâmica ambiental.
De acordo com Soares-Filho et al (2002), o DINAMICA é um modelo de simulação
espacial do tipo AC, que utiliza um conjunto de mapas como entrada, correspondendo a um
mapa da paisagem inicial, por exemplo, um mapa de uso da terra, um mapa do tempo de
permanência de cada célula no seu estado atual e um conjunto de variáveis cartográficas,
subdivididas em estáticas e dinâmicas. As variáveis cartográficas - solo, vegetação, distância
às estradas, altitudes - são combinadas a partir da definição de seus pesos de evidências para
31
O acrônimo EGO significa Environment for Geoprocessing Objects (Ambiente para Objetos de
Geoprocessamento), conforme Rodrigues et al. (2007).
32
O software DINAMICA EGO e sua versão ainda mais recente, o DINAMICA EGO 1.2, com uma gama de
novos operadores espaciais, estão disponíveis para download em www.csr.ufmg.br/dinamica/EGO.
139
gerar os mapas de probabilidade de transição.
Os autores ressaltam ainda que o software é utilizado como um instrumento de
investigação da trajetória de paisagens e da dinâmica de fenômenos espaciais por ser um
modelo genérico de mudanças. Conforme já comentado neste trabalho, exemplos de aplicação
desse software para analisar fenômenos dinâmicos estão em Almeida (2003) e Godoy (2004),
referindo-se a dinâmica urbana, e também em Soares-Filho et al (2002), concernente à
questão do desflorestamento. Outras aplicações têm sido realizadas no contexto do
desmatamento da Amazônia brasileira, constituindo-se no principal mote de aprimoramento e
desenvolvimento do programa.
O DINAMICA EGO tem seu núcleo, responsável pela criação e execução dos modelos,
escrito em C++, e sua interface gráfica escrita em Java. Uma breve caracterização para a
construção de modelos ou scripts a partir da interface desse software é verificada em
Rodrigues et al. (2007, p. 3091). De acordo com os autores,
a natureza da interface gráfica do Dinâmica EGO foi baseada na teoria de
grafos direcionados, nos quais a informação parte de um ponto, percorre um
caminho guiado pelas conexões dos nós no grafo (functores) e chega a outro
ponto no grafo, não necessariamente diferente do inicial. Assim, por meio de
setas, conectam-se os functores através de seus portos de entrada e saída, de
acordo com a ordem de processamento desejada (RODRIGUES et al., 2007,
p. 3091).
Dessa forma, o usuário deverá interagir construindo seu modelo a partir dos operadores
(functores) até chegar à estrutura que atenda seus objetivos. Nessa versão, a interface gráfica,
de acordo com Rodrigues et al. (2007), tornou-se mais flexível, pois permite que o usuário -
iniciante ou com maiores conhecimentos – construa e utilize os modelos de álgebra
cartográfica. Em síntese, a linguagem referente ao fluxo de dados do programa apresenta o
encadeamento e a inter-relação entre os operadores.
O DINAMICA é composto por operadores que atuam sobre um conjunto de dados de
entrada produzindo um novo conjunto de dados como saída. Além dos operadores
convencionais, o programa inclui operadores de grupos - containers - chamados especiais,
pois agrupam e determinam o comportamento para o conjunto de operadores neles contidos
(RODRIGUES et al., 2007), além da necessidade da determinação interna de alguns
parâmetros, por parte do modelador.
De modo geral, o DINAMICA pode ser visto como um calculador de mapas, em vista
da possibilidade de operações de álgebra cartográfica que podem ser efetuadas. Como
operação básica, cabe ao usuário construir a estrutura do modelo arrastando os operadores
140
para o centro da interface e conectando cada operador de acordo com as possibilidades
disponíveis para a entrada de informações no programa, além da definição da forma de saída
dos produtos - tabelas ou mapas.
Na Figura 34, é possível ter uma idéia geral da interface do programa, e o acesso aos
operadores é viabilizado a partir da escolha daqueles que integram cada grupo ou menu.
Conforme a ilustração, observa-se que o menu referente à álgebra de mapas (Map Algebra)
está ativo no momento e, assim, são apresentados logo abaixo, conforme indicado pela flecha,
todos os operadores que o compõem.
Desse modo, o modelador irá ativar o grupo desejado e deverá arrastar os operadores
para a área de trabalho do software a fim de construir seu modelo. Especificamente, está
representado na Figura 34 o procedimento de definição dos parâmetros de transição para o
modelo de simulação, o qual se encontra atrás das janelas ativas na interface
33
.
Figura 34 – Interface gráfica do software de simulação DINAMICA EGO
Após as considerações descritivas referentes à temática de modelagem dinâmica
espacial e à apresentação da interface gráfica do simulador utilizado, passa-se a tratar dos
períodos de simulação considerados para modelar a dinâmica urbana do município de
Americana.
33
Outras informações e detalhes sobre funcionamento, definições e estatísticas implementadas no software
podem ser encontrados no tutorial que acompanha a versão mais recente, DINAMICA EGO 1.2, assim como no
menu ajuda da versão utilizada nesta pesquisa.
141
3.4 Simulações dos cenários de uso da terra de Americana
A partir dos cinco cenários de uso da terra elaborados e tratados especificamente no
Capítulo 2, foi realizada uma adequação para a etapa de modelagem em razão do grande
detalhamento que possuíam, uma vez que, quanto maior o detalhamento dos mapas de uso da
terra, a necessidade de parâmetros para explicar tais comportamentos de mudanças, também
deverá ser em maior quantidade, aliada ainda à demanda de tempo necessário.
A generalização das classes de uso da terra foi necessária, pois, de acordo com Batty et
al. (1999), o modelo torna-se cada vez mais complexo quando um maior número de atividades
distintas é considerado, e essas detêm, invariavelmente, uma regra própria que está associada
ao desenvolvimento especificado a partir de vários parâmetros.
Como produtos de entrada para o procedimento de modelagem com o software
DINAMICA EGO, são necessários os mapas de uso da terra e as variáveis que serão
utilizadas na tentativa de explicar as transições que ocorreram em cada período de tempo. No
entanto, é preciso que esses produtos obedeçam algumas características aceitas pelo
programa, como: formato matricial, extensão de arquivo e sistema de referência.
Desse modo, todos os mapas e as representações de variáveis vetoriais utilizadas para
essa etapa da pesquisa foram convertidos para a forma matricial com resolução 10 x 10
metros, considerada adequada para o caso, em virtude da escala de trabalho utilizada. O
sistema de referência foi mantido - UTM Córrego Alegre - e a extensão de arquivo escolhida,
entre as aceitas, correspondeu ao formato GeoTiff file filter (TIF). O pré-processamento
desses produtos cartográficos de entrada ocorreu nos softwares SIG Spring 4.2 e ArcGIS 9.1.
De posse dessas determinações, são apresentados os resultados obtidos para as
simulações realizadas ao longo da série temporal delimitada - 1962 até 2005. Cabe ressaltar
que o maior detalhamento, no que tange aos procedimentos de modelagem, será dado no
primeiro período simulado, uma vez que tais procedimentos repetem-se nos demais períodos,
sendo alterados os produtos de entrada e a combinação dos parâmetros internos do modelo,
conforme explicado oportunamente.
3.4.1 A simulação para o período 1962 – 1977
O município de Americana em 1962 apresentava grande parte de seu território não-
urbanizado. No entanto, já eram verificados núcleos urbanos isolados da mancha urbana
central, conforme tratado no Capítulo 1. O uso da terra, após a generalização para a
142
modelagem, mostra o aumento da ocupação urbana desse período, como observado na Figura
35, que traz os mapas de uso da terra para 1962 e 1977.
Figura 35 – Mapas de uso da terra de Americana em 1962 e 1977
A partir dos mapas de uso inicial e final, correspondentes a esse período de simulação,
foi calculada a matriz de transição
34
. Desse modo, elaborou-se no DINAMICA EGO um
modelo para tal cálculo que envolveu, basicamente, uma tabulação cruzada entre os dois
mapas, especificando-se ao modelo o intervalo de tempo do período, ou seja, 15 anos.
O modelo deve gerar duas tabelas de transição denominadas matriz de passos simples
(single step matrix) e matriz de passos múltiplos
35
(multiple step matrix)
36
. A primeira tabela
faz referência ao período como um todo, enquanto a segunda apresenta os passos de tempo
especificados. Para a modelagem será considerada a matriz de passos múltiplos ou matriz
anual, já que o período de simulação é indicado em passos de tempo e cada um corresponde a
um ano.
A partir da matriz observou-se a existência de três transições de uso da terra para esse
34
O Anexo C traz a estrutura dos operadores que foi utilizada para a montagem de cada modelo da etapa de
modelagem, desde a matriz de transição até a simulação e validação dos resultados.
35
Maiores informações relacionadas ao cálculo da matriz de transição, ver em SOARES-FILHO, B. S.
Modelagem da dinâmica de paisagem de uma região de fronteira de colonização amazônica. 1998. 299f.
Tese (Doutorado em Engenharia de Transportes) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo,
1998.
36
Em virtude de o programa utilizar o idioma inglês, optou-se em apresentar o nome de cada operador utilizado
em sua forma original entre parênteses ao longo do texto.
143
período, conforme mostra a Tabela 14. Com as transições do período definidas é necessário
proceder à seleção das variáveis independentes, que serão utilizadas para explicar a ocorrência
de tais transições.
Tabela 14 – Transições anuais de uso da terra de Americana no período de 1962-1977
Transição de uso da terra Notação % de transição
Residencial para comercial e serviços
Não-urbano para residencial
Não-urbano para industrial
resid_com-serv
nurb_resid
nurb_ind
0,38
0,95
0,21
O procedimento de escolha das variáveis para cada transição é arbitrário, vale-se em
muito do conhecimento do modelador em relacioná-las de acordo com suas possibilidades de
influência nas transições ocorridas. Assim, foram selecionadas oito variáveis para esse
período de simulação (Tabela 15).
Tabela 15 – Variáveis explicativas das transições de uso da terra
Notação Variáveis explicativas
dist_rivers
dist_railroad
dist_roads
hipso
decli
dist_resid
dist_ind
dist_com-serv
Distâncias à hidrografia
Distâncias à ferrovia
Distâncias às estradas de rodagem
Hipsometria
Declividade
Distâncias às áreas residenciais
Distâncias às áreas industriais
Distâncias à área comercial e serviços
A partir da totalidade de variáveis independentes disponíveis, foi preciso definir quais
iriam explicar cada uma das transições de uso da terra existentes. A melhor escolha das
variáveis dependerá, além da seleção do modelador, dos resultados que o modelo construído e
executado no DINAMICA EGO irá produzir para determinado conjunto de variáveis.
Nesse sentido, foram realizados vários testes até chegar a uma combinação de variáveis
que melhor ou mais se aproximou da realidade da época, a qual será mantida para prosseguir a
modelagem do período (Tabela 16).
O conjunto de variáveis da Tabela 16 compõe um dos resultados da etapa de calibração
do modelo de simulação e é obtido a partir de um modelo ou script montado no programa, o
qual calcula os intervalos (ranges) de distâncias para cada variável independente. Tal modelo
teve como entradas os mapas de uso da terra inicial e final e as variáveis selecionadas para o
período e associadas a cada transição existente. Vale destacar que uma mesma variável
144
explicativa, ao ser associada a diferentes transições de uso, terá seus intervalos calculados
individualmente em cada uma das transições.
Tabela 16 – Variáveis selecionadas para as transições de uso da terra em Americana (1962-
1977)
resid_com-serv nurb_resid nurb_ind
dist_rivers
X
dist_railroad
X X
dist_roads
X
hipso
X X X
decli
X X
dist_resid
X X
dist_ind
X
dist_com-serv
X X
À exceção das variáveis concernentes a hipsometria e a declividade, que já
apresentavam classes definidas, um operador foi associado a cada uma das variáveis a fim de
calcular suas faixas de distâncias (Calc Distance To Feature Map).
Além disso, esse modelo contém um operador especial (container-Determine the
weigths of evidence ranges/skeleton) no qual devem ser especificadas as associações das
variáveis com as transições existentes e também a definição de parâmetros para o cálculo das
faixas de distância de cada variável não-categórica (sem classes pré-definidas). Esses
parâmetros poderão ser modificados a cada novo teste, dependendo dos resultados obtidos.
Assim, o modelador poderá, por exemplo, aumentar ou diminuir o ângulo de tolerância de
uma variável, o que determinará um maior ou menor número de intervalos a serem gerados
para ela em uma determinada transição de uso.
Os parâmetros a serem determinados no modelo correspondem a um mínimo e a um
máximo delta, os quais se referem ao número mínimo e máximo de células; um valor de
incremento que, no caso, dá-se em metros; e o ângulo de tolerância, dado em graus. Na
Tabela 17 são apresentados os parâmetros definidos e ajustados para a transição não-urbano
para residencial (nurb_resid) desse período de simulação, e exemplos de faixas de distância
estão na Figura 36.
Cabe ressaltar que as áreas em branco, que porventura aparecerem no interior do limite
municipal em qualquer figura deste capítulo, referem-se a valores nulos ou sem informação
para o objetivo que as mesmas se propõem na modelagem. Em suma, são áreas que não
representam influência ou interesse para determinados encaminhamentos da modelagem, e a
opção em deixar essas áreas sem cor deve-se à tentativa de aproximar as representações de
145
sua real situação, quando das entradas e saídas do software de simulação.
Tabela 17 – Parâmetros específicos para a definição dos intervalos da transição de uso não-
urbano para residencial: 1962-1977
Variáveis
Categórica
Incremento
(m)
Max. Delta Min. Delta
Ang. Tolerância
(graus)
dist_railroad
Não 10 500.000 1 7
dist_roads
Não 10 500.000 1 5
hipso
Sim - - - -
decli
Sim - - - -
dist_resid
Não 10 500.000 1 5
dist_ind
Não 10 500.000 1 7
Figura 36 – Faixas de distância para as variáveis independentes calculadas pelo DINAMICA EGO
Ao ser executado, o modelo gerou um arquivo com os intervalos (ranges.dcf), no qual
constam as informações relativas aos intervalos para todas as transições do período. Esse
arquivo fará parte de outra estrutura de operadores (modelo), a fim de determinar os pesos de
evidências ou coeficientes. Da mesma forma, constituem as entradas desse novo modelo os
mapas de uso inicial e final e as variáveis utilizadas no modelo anterior, além do arquivo de
intervalos gerado. Um novo operador especial (container – Determine Weights of evidence
coefficients) é utilizado para estabelecer as conexões entre os produtos de entrada.
O novo modelo gera outro arquivo (weights.dcf) referente aos coeficientes de pesos de
146
evidência, os quais podem ser visualizados em gráficos e tabelas no próprio software. As
Tabelas 18 e 19 correspondem aos exemplos de gráficos de coeficientes apresentados pela
Figura 37, onde se observa as faixas/intervalos de distância e os pesos de evidência para cada
variável a partir da transição em que está associada. Já a totalidade das informações relativas
aos intervalos e coeficientes de pesos de evidência, para todas as variáveis explicativas em
todos os períodos de simulação da etapa de modelagem desta pesquisa, podem ser
visualizados no Anexo D.
Tabela 18 – Variável hipsometria para a transição não-urbano para residencial: 1962-1977
Intervalos Transição
possível
Transição
executada
Coeficiente
de Peso
Contraste Significante
500 v < 520
68893 22 -6.16336 -6.23866 Sim
520 v < 540
153010 9714 -0.805752 -0.899755 Sim
540 v < 560
250139 28521 -0.164722 -0.210038 Sim
560 v < 580
249133 37220 0.146263 0.19269 Sim
580 v < 600
202647 35458 0.334817 0.423859 Sim
600 v < 620
148358 29704 0.500663 0.598286 Sim
620 v < 640
15802 3151 0.495576 0.504293 Sim
> 640
3221 0 0 -0.00340478 Não
Total
1091426 143793
Nota: Os dados correspondentes à transição possível e executada referem-se ao número de células, enquanto os
coeficientes de peso e o contraste não apresentam unidade.
Tabela 19 – Variável distâncias às estradas para a transição não-urbano para residencial:
1962-1977
Intervalos Transição
possível
Transição
executada
Coeficiente
de Peso
Contraste Significante
0 v < 10
2726 853 1.09906 1.10303 Sim
10 v < 520
188527 48831 0.834489 1.0899 Sim
520 v < 530
3027 659 0.606515 0.608607 Sim
530 v < 650
39193 7392 0.426493 0.445134 Sim
650 v < 660
3384 555 0.256882 0.257759 Sim
660 v < 990
99672 18228 0.388636 0.434323 Sim
990 v < 1000
2739 578 0.56684 0.568585 Sim
1000 v < 4210
367635 66697 0.378848 0.620079 Sim
4210 v < 4220
906 0 0 -0.000956524 Não
4220 v < 5770
170874 0 0 -0.198837 Não
5770 v < 6270
55888 0 0 -0.0607871 Não
6270 v < 8610
156855 0 0 -0.18095 Não
Total
1091426 143793
Nota: Os dados correspondentes à transição possível e executada referem-se ao número de células, enquanto os
coeficientes de peso e o contraste não apresentam unidade.
O eixo
X do gráfico apresenta os valores das distâncias em metros ou outra unidade, de
acordo com a variável utilizada, enquanto o eixo
Y apresenta os valores dos pesos de
evidência. Os pesos negativos desfavorecem a ocorrência da transição a que está associada a
147
variável, já os positivos tendem a favorecê-la, e os pesos iguais a zero não representam
influência.
Figura 37 – Representação dos coeficientes de pesos de evidências para as variáveis independentes
Org.: Trentin, 2008.
Nota: A escala apresentada pelos gráficos é somente para fins de visualização.
Observando-se o gráfico, assim como a tabela que representa os coeficientes de pesos
para a variável hipsometria na transição não-urbano para residencial (nurb_resid), percebe-
se a favorabilidade dessa variável em explicar a transição a partir do terceiro intervalo do
gráfico correspondente à terceira classe altimétrica (540 a 560 metros), porém, na última
classe, ela tende a ser nula. O segundo gráfico mostra o comportamento da variável distâncias
às estradas para explicar a mesma transição; nesse caso, a favorabilidade permanece até as
quatro últimas faixas de distância da variável, quando se torna nula.
Conforme o método adotado nesta pesquisa, a independência entre os pares de variáveis
explicativas deve ser verificada; assim, foi construído um novo modelo no programa para
calcular os Índices de Cramer (V) e a Incerteza de Informação Conjunta (U). A partir dos
produtos de entrada, iguais àqueles dos modelos anteriores, exceto o mapa de uso final que
não é mais necessário, e a identificação das transições (container – Determine Weights of
evidence correlation), o modelo foi executado e a saída correspondeu à correlação entre os
pares de variáveis consideradas no período.
Logo, foi verificado que todas as variáveis apresentaram valores, em sua maioria,
menores que 0,5 para ambos os Índices de Cramer e Incerteza de Informação, conforme
determina Bonham-Carter (1994); dessa forma, as variáveis indicaram independência, ou seja,
mostraram menor associação e, por esse motivo, nenhuma variável foi excluída ou
agrupada
37
.
37
Os valores obtidos para os índices V e U em todos os quatro períodos de simulação estão no Anexo E.
148
Posteriormente à definição dos pesos de evidências das variáveis, passou-se ao teste de
simulação, de forma a concretizar a etapa de calibração. Desse modo, o novo script de
operadores montado teve como produtos de entrada o mapa de uso inicial (1962), o conjunto
de variáveis, pré-definido e aceito para o período, e o arquivo de pesos de evidências gerado
(Weights.dcf).
Nesse modelo de simulação aparece um operador de controle especial - container
Repeat – o qual determina a repetibilidade e atualização das informações, ou seja, o número
de iterações
38
do modelo. Assim, os dados contidos pelos operadores do interior do repeat
permanecem em fluxo constante, como uma reação em cadeia, interagindo durante os 15
passos de tempo ou iterações do período, e o resultado final corresponde ao cenário simulado.
Com relação ao modelo de simulação, deve ser feita uma ressalva no tocante às
variáveis independentes, as quais poderão ser estáticas ou dinâmicas. Quando mudam de
acordo com os passos de tempo do modelo, são consideradas dinâmicas, pois o cálculo de
suas distâncias ou intervalos ocorre internamente ao operador repeat, dessa forma, participam
da iteração. Já as variáveis consideradas estáticas têm suas distâncias calculadas uma única
vez, pois permanecem externas ao operador que determina a atualização das informações.
Para a presente pesquisa optou-se por utilizar como variáveis dinâmicas aquelas
calculadas diretamente dos mapas de uso da terra, ou seja, referem-se às distâncias em relação
às classes de uso e, como variáveis estáticas, todas as demais - hipsometria, declividade,
distâncias às estradas, distâncias à hidrografia etc.
O modelo de simulação gera também um mapa de probabilidades para cada uma das
transições, o qual mostra os locais onde as possibilidades de ocorrer mudanças de uso são
maiores. A Figura 38 apresenta os mapas de probabilidades para cada uma das três transições
identificadas no período em questão, e é possível verificar que as áreas avermelhadas
correspondem aos locais com maiores chances de transição de uso da terra em Americana.
Ainda no modelo de simulação e antes de se obter a simulação em si, é necessário
definir os parâmetros de transição que estão contidos no operador que criará manchas
(patcher), componente interno do repeat (repetição). O DINAMICA possui dois algoritmos
de transição do uso da terra/solo denominados patcher (formador de manchas) e expander
(expansão); o primeiro, conforme Soares-Filho et al. (2006), irá originar novas manchas em
correspondência com as classes de uso existentes, e o segundo algoritmo diz respeito à
expansão das manchas pré-existentes de uso da terra. Nesta pesquisa foi utilizado somente o
38
Pode-se denominá-lo como o procedimento de programação do número de repetições para uma dada ação.
149
algoritmo patcher em todos os quatro períodos de simulação.
Figura 38 – Probabilidades de transição para o período de 1962-1977 em Americana
Ambas as funções dependem das probabilidades de ocorrência das mudanças e buscam
as células que apresentam maior possibilidade de transição. Contudo, as características das
novas manchas ou áreas de expansão são definidas por parâmetros que se referem ao tamanho
médio e à variância da mancha, além da isometria.
Dessa forma, seu tamanho e variância são definidos em hectares, conforme a unidade
estabelecida pelo programa de simulação, e a isometria corresponde a um índice de agregação
das manchas, cuja variação permanece entre zero (0) e dois (2). Caso seja zero, as manchas
geradas serão totalmente desagregadas; igual a um, o grau de agregação será determinado
pelas probabilidades e; se for dois, as manchas serão bastante agregadas. O valor definido
para a isometria irá multiplicar as probabilidades da janela de vizinhança durante a execução
dos algoritmos de transição – no caso o patcher.
A determinação desses parâmetros poderá ser por tentativa e erro, ou obtidos utilizando-
se programas de estatística. Para esse estudo, preferiu-se a primeira opção, uma vez que
outros autores, como Almeida (2003) e Godoy (2004), os quais também utilizaram este
software em suas pesquisas, obtiveram bons resultados ao optarem por essa modalidade.
Ademais, a definição de tais parâmetros de transição foi alcançada a partir de vários
testes por tentativa e erro. Na Tabela 20 pode ser observada uma parametrização considerada
satisfatória, a qual corresponde ao cenário simulado - Simulação 1 - apresentado na Figura
39
39
.
39
Os parâmetros de transição das demais simulações para esse período estão na Tabela A do Anexo F.
150
Tabela 20 – Parâmetros de transição do uso da terra para Americana no período de 1962-1977
Parâmetros Tamanho médio (ha) Variância (ha) Isometria
resid_com-serv 8,0 0,1 1,0
nurb_resid 10,0 0,2 1,5
nurb_ind 3,0 3,0 1,0
Após executar o modelo, então, o cenário simulado para 1977, o qual corresponde ao
mapa final do período, é obtido. Uma vez que a simulação trata-se somente de uma
aproximação, foram selecionados e apresentados na Figura 39 três cenários simulados, além
da situação final real do período em questão.
Figura 39 – Simulações para o cenário de uso da terra de Americana (1977)
151
Torna-se interessante ressaltar que todo esse procedimento de seleção de variáveis,
definição dos pesos de evidências e a simulação devem ser repetidos, com as devidas
alterações nos parâmetros dos respectivos modelos a cada novo teste, até que se obtenha o
resultado mais próximo do cenário real.
Conforme verificado na Figura 35, a expansão do uso urbano nesse período foi
considerável, e o número de variáveis disponíveis para explicar essas grandes alterações
mostrou-se pequeno para a simulação. No entanto, verifica-se uma lógica nos cenários
simulados, pois as manchas relacionadas à área industrial foram criadas na localização em que
ocorrem no cenário real, apesar de se estenderem em excesso para a porção sul do território.
A classe comercial e serviços também acertou alguns locais de crescimento, porém a
classe residencial apresentou maiores deficiências. Entretanto, segundo salientado por
Almeida (2003), o objetivo da modelagem não se vincula à reprodução fiel da realidade, mas
somente à verificação das principais tendências e padrões que se processam no espaço, como
as mudanças de uso da terra.
Por fim, a etapa de validação do modelo, correspondeu à aplicação da medida de
similaridade fuzzy adaptada de Hagen (2003), em todos os testes de simulação realizados,
visto que propicia uma idéia geral quanto aos acertos e erros da modelagem, sendo esses
últimos por comissão ou omissão. Assim, construiu-se um modelo para esse cálculo a fim de
serem obtidos os mapas de diferença, propostos por Soares-Filho et al. (2006), e, a partir da
relação desses, identificar os mapas de similaridade. A Figura 40 apresenta ambos os mapas
obtidos para a Simulação 1 da Figura 39.
No caso desta pesquisa, o Mapa de Diferença 1 reporta-se à subtração do mapa
simulado pelo inicial de uso da terra (1962), e o Mapa de Diferença 2 corresponde à subtração
do mapa final real pelo inicial. Dessa forma, quanto maior a semelhança do primeiro mapa
para o segundo, mais próxima da realidade estará a simulação.
A apresentação do mapa de diferença passa a ter maior significado quando considerada
a similaridade entre a simulação e a situação real, consideradas as diferenças observadas.
Então, o Mapa de Similaridade 1, ou primeira similaridade, correspondeu a uma relação do
mapa real para o simulado, já o Mapa de Similaridade 2, ou segunda similaridade, apresentou
a situação inversa, ou seja, a relação do mapa simulado para o real. A área nula – sem
informação - constatada no primeiro também será nula no segundo mapa de similaridade.
152
Figura 40 – Mapas de diferença e similaridade para a Simulação 1 do cenário de 1977
153
A Similaridade 1, relação do mapa real para o simulado, mostra os acertos da simulação
em azul; enquanto que a pequena faixa de cores intermediárias do azul até o vermelho
representa as áreas com menor similaridade tendendo à inexistência dela, no vermelho. Dessa
forma, as áreas avermelhadas correspondem às manchas criadas em excesso pela simulação,
logo, desvinculadas das áreas onde efetivamente houve transições de uso da terra.
Pode-se observar no mapa de Similaridade 1 que estão sendo criadas manchas em
excesso e, em virtude da relação cujo mapa é obtido, tornar-se nula, ou seja, não apresentar as
áreas onde deveriam ocorrer as transições, conclui-se, nesse caso, que a simulação está
cometendo erros de omissão.
Já na Similaridade 2, relação do mapa simulado para o mapa real de uso da terra,
também são apontados em azul os acertos; as cores intermediárias entre o azul e o vermelho
correspondem às áreas em que os acertos tornam-se menores até a inexistência de qualquer
similaridade, representada pela cor vermelha. Ao contrário da Similaridade 1, agora estão
representadas em vermelho as áreas onde a simulação deveria ter executado mudanças e, por
sua vez, deixam de ser mostradas as manchas em excesso, as quais passam a ser nulas dada a
relação entre os mapas, assim a Similaridade 2 incorre em erros de comissão.
Nesse contexto, a Similaridade 1 da Figura 40 correspondeu a 40,84% e a Similaridade
2 resultou em 37,32%, e a diferença entre as duas vincula-se aos erros de omissão e comissão,
pois, enquanto a primeira aponta as manchas em excesso e deixa de mostrar onde realmente
deveriam ocorrer transições, a segunda similaridade mostra o contrário. Para efeito de
verificação da simulação efetuada, considera-se o menor valor encontrado para a semelhança
entre os mapas, nesse caso, admite-se que essa simulação apresentou similaridade de 37,32%.
A simulação 2 da Figura 39 apresentou 42,04% na primeira similaridade e 37,29% na
segunda; já a simulação 3 apontou 36,39% para a primeira e 32,76% para a segunda.
De um modo geral, a simulação realizada para o período de 1962-1977 deparou-se com
deficiências em virtude do considerável intervalo de tempo compreendido (15 anos), bem
como das grandes modificações desencadeadas no espaço urbano nesse período, as quais
estão vinculadas ao cenário socioeconômico predominante - de grande expansão urbano-
industrial e crescimento populacional. Além disso, seria necessário um maior número de
variáveis independentes para explicar com maior propriedade as transições que se
processaram em Americana nessa época.
No que concerne à transição da classe residencial para a classe comercial e serviços,
observou-se uma maior redução das áreas residenciais na região central, desse modo, a área
comercial passou a expandir-se em seu próprio entorno, principalmente para leste e sudoeste
154
do município.
O crescimento da classe residencial em detrimento da ocupação de áreas não-urbanas
tem vínculos com as condições do relevo que favoreceram a ocupação do espaço, assim como
com a pré-existência de núcleos urbanos separados da mancha principal, nas proximidades da
represa Salto Grande.
Além disso, as principais vias de acesso, a existência de indústrias de porte que
passaram a instalar-se no município nessa época, em decorrência da desconcentração
paulistana, o próprio fator migratório que em muito contribuiu com o aumento da população
urbana local em virtude da atratividade relacionada à atividade têxtil e, até certo ponto, a
influência da ferrovia e da área central também impulsionaram a maior ocupação para fins
residenciais.
A mudança de áreas não-urbanas para industrial foi verificada principalmente nas
proximidades das rodovias, na faixa ao longo da rodovia Anhangüera e, em menor escala, ao
longo da rodovia Luiz de Queiroz. A proximidade com outras indústrias já instaladas também
pode ter se constituído em fator de influência, vinculado à necessidade de complemento por
parte do setor industrial, quanto à manutenção da cadeia produtiva.
3.4.2 A simulação para o período 1977 - 1996
No período entre 1977 e 1996, verificou-se um significativo crescimento no uso da terra
no meio urbano de Americana (Figura 41). Destaca-se o adensamento na ocupação das áreas
próximas à represa Salto Grande, além da expansão da mancha urbanizada para a porção
noroeste e a efetivação de um núcleo urbano isolado a leste do município, onde predominam
atividades vinculadas ao setor primário.
A partir dos mapas de uso da terra inicial e final desse período foi realizada a tabulação
cruzada, na qual se verificou a ocorrência de quatro transições de uso da terra entre 1977 e
1996. O maior percentual de transição anual relacionou-se à transição de uso não-urbano
para residencial, correspondendo a 0,84% (Tabela 21).
155
Figura 41 - Mapas de uso da terra de Americana em 1977 e 1996
Tabela 21 – Transições anuais de uso da terra de Americana no período de 1977-1996
Transição de uso da terra Notação % de transição
Residencial para industrial
Residencial para comercial e serviços
Não-urbano para residencial
Não-urbano para industrial
resid_ind
resid_com-serv
nurb_resid
nurb_ind
0,22
0,29
0,84
0,12
As variáveis independentes para explicar as transições de uso desse período
corresponderam as mesmas utilizadas no período anterior, sendo alteradas somente suas
associações com as transições. Assim, várias possíveis combinações foram testadas sendo
adotada a associação entre as variáveis e as transições existentes, conforme a Tabela 22.
Tabela 22– Variáveis selecionadas para as transições de uso da terra em Americana (1977-
1996)
resid_ind resid_com-serv nurb_resid nurb_ind
dist_rivers
X X X X
dist_railroad
X X X X
dist_roads
X X X X
hipso
X X X X
decli
X X X X
dist_resid
X X
dist_ind
X X X X
dist_com-serv
X X X X
156
Conforme a teoria do método de pesos de evidências, também foi verificada a
independência das variáveis, a qual confirmou valores inferiores a 0,5 para os dois índices
considerados – Cramer e Incerteza de Informão – o que conseqüentemente significou a não
exclusão de nenhuma variável da simulação (Anexo E).
A partir da definição dos pesos de evidências, executou-se o modelo de simulação desse
período, cujos parâmetros de transição, ajustados para a Simulação 1 (Figura 42), são
apresentados na Tabela 23, e para os demais cenários na Tabela B do Anexo F. Tais
parâmetros são considerados para cada iteração do modelo, no caso 19 iterações, que
correspondem ao intervalo de tempo em anos, entre os mapas de uso inicial e final.
Tabela 23 – Parâmetros de transição do uso da terra para Americana no período de 1977-
1996: Simulação 1
Parâmetros Tamanho médio das
manchas (ha)
Variância (ha) Isometria
resid_ind 3,0 0,1 1,0
resid_com-serv 5,0 0,5 1,5
nurb_resid 8,0 0,6 1,5
nurb_ind 8,0 0,6 1,5
De acordo com os cenários simulados para 1996, apresentados na Figura 42, podem ser
evidenciadas as tendências de ocupação da área urbana, apesar do aparecimento de manchas
de uso além dos limites do cenário real, principalmente vinculadas ao uso residencial. Já as
manchas relativas ao uso industrial mostraram acertos quanto ao fator locacional, à exceção
de manchas criadas na porção sudoeste do município, onde não ocorreu tal transição. A classe
referente ao uso comercial e de serviços novamente restringiu-se na área central, em
conformidade ao mapa de uso real do período.
Ainda em relação às simulações selecionadas para o cenário de 1996, verificou-se que
elas apresentaram valores de similaridade
40
parecidos com aqueles obtidos no período de
simulação anterior (Tabela 24). Assim, obteve-se nas simulações desse período uma média de
37,77% de acordo com a segunda similaridade - de menor valor – referente às semelhanças
apresentadas entre os mapas real e simulado.
40
Optou-se em apresentar os mapas de diferença e similaridade no primeiro período de simulação, em razão do
maior detalhamento dado para a etapa de modelagem, e no último período simulado, pela utilização de sua
calibração na obtenção dos mapas de prognósticos.
157
Figura 42 – Simulações para o cenário de uso da terra de Americana (1996)
Tabela 24 – Similaridades para as simulações do cenário de uso da terra de Americana (1996)
1ª similaridade (%) 2ª similaridade (%)
Simulação 1
43,07 38,84
Simulação 2
43,13 37,84
Simulação 3
41,13 36,64
A partir dos resultados da simulação, observou-se que o núcleo urbano situado a leste da
represa não foi criado pelo modelo de simulação, isto pode estar relacionado com a
inexistência ou pouca representatividade das variáveis explicativas nesta porção do território,
uma vez que os pesos de evidência tornam-se baixos e, além disso, a mancha que corresponde
a esta área residencial representa uma pequena área em relação ao conjunto total da transição
158
não-urbano para residencial. Ademais, investimentos que se refiram a novos loteamentos,
como esse caso, segundo Almeida (2003), dependem de decisões dos proprietários e empresas
imobiliárias, as quais irão definir os locais de investimento aliados às vantagens locacionais.
Mediante análise dos cenários simulados apresentados na Figura 42, percebe-se que a
transição residencial para industrial apresentou menores dimensões nas simulações por se
tratar de manchas pequenas no meio intra-urbano, ou então em áreas periféricas da cidade.
Contudo, a ocorrência dessa transição de uso da terra vincula-se ao desempenho que o setor
industrial mostrou nesse período, principalmente na década de 1970, de acordo com as
informações já discutidas nos capítulos anteriores.
De modo geral, pode ser observado que tal transição ocorre no entorno da classe de uso
comercial e serviços ou nas áreas próximas ao município de Santa Bárbara D’Oeste, a
noroeste de Americana, além de permanecer nas proximidades de outros estabelecimentos
industriais de maior porte.
Com relação à transição residencial para comercial e serviços, verificou-se que foi
influenciada pelo crescimento da área urbana nas direções leste (rodovia Anhangüera) e sul
(rodovia Luiz de Queiroz). Nesse período, a ferrovia passa a ter menor importância, no
entanto, o uso referente ao comércio e serviços, concentrado nas proximidades da estação,
tendeu a adensar-se bastante no seu próprio entorno, apesar das áreas residenciais existentes.
Já a efetivação da transição de áreas não-urbanas para áreas residenciais ocorreu em
função do crescimento populacional da época, que demandava infra-estrutura urbana e, ainda,
do destacado desenvolvimento industrial. A principal frente de crescimento tomada por essa
transição pode ser verificada em direção à represa Salto Grande, onde são formados pequenos
núcleos urbanos em decorrência da pré-existência de infra-estrutura urbana, cuja influência
impulsionou esses novos loteamentos, sobretudo nas proximidades do distrito industrial.
Outros direcionamentos dessa transição são identificados a noroeste e a sudoeste do
município.
Em virtude da instalação de novas indústrias no município, é verificada nessa época a
transição de áreas não-urbanas para o uso industrial, fato comprovado pelo adensamento
industrial da porção centro-sul. A instalação de estabelecimentos industriais vincula-se à
proximidade de áreas industriais pré-existentes, além das facilidades relacionadas ao sistema
viário. Desse modo, o uso e ocupação urbanos de Americana apontaram, nesse período, uma
vez mais a complementaridade existente entre o crescimento e expansão das áreas residenciais
e industriais.
159
3.4.3 A simulação para o período 1996 - 2000
A década de 1990 caracterizou-se pela crise que atingiu principalmente o setor têxtil da
indústria de Americana, desencadeando a queda no crescimento econômico e o aumento do
desemprego, os quais interferiram no ritmo da dinâmica de uso e ocupação do território, cuja
intensidade mostrou-se menor no período. Tal redução no ritmo de mudanças constitui-se
também em uma tendência normal daquele momento, em decorrência das menores taxas de
migração, de crescimento populacional e, por conseqüência, da própria infra-estrutura urbana
(Figura 43). Aliado a isso, deve-se considerar o pequeno intervalo de tempo de apenas quatro
anos compreendido nesse período de simulação.
Figura 43 - Mapas de uso da terra de Americana em 1996 e 2000
A partir da tabulação cruzada entre os mapas de uso inicial e final, observou-se que as
taxas de transição anuais do decorrer desses quatro anos mostraram-se mais baixas quando
relacionadas às taxas apresentadas nos períodos anteriores, sobretudo para a transição não-
urbano para residencial (0,63%), que correspondeu às maiores alterações ao longo da série
temporal (Tabela 25).
160
Tabela 25 – Transições anuais de uso da terra de Americana no período de 1996-2000
Transição de uso da terra Notação % de transição
Residencial para industrial
Residencial para comercial e serviços
Não-urbano para residencial
Não-urbano para industrial
resid_ind
resid_com-serv
nurb_resid
nurb_ind
0,15
0,19
0,63
0,26
Posteriormente à identificação das transições de uso, foram realizados os testes para
definir os pesos de evidências e, então, alcançar a melhor combinação entre as variáveis
explicativas e as transições existentes (Tabela 26). Com base na análise pareada, atinente às
associações de variáveis, foi realizado o teste de correlação a fim de verificar a
independência, obtendo-se valores aceitáveis para ambos os índices de Cramer e de Incerteza
de Informação.
Tabela 26 – Variáveis selecionadas para as transições de uso da terra em Americana (1996-
2000)
resid_ind resid_com-serv nurb_resid nurb_ind
dist_rivers
X X X
dist_roads
X X X
hipso
X X X X
decli
X X X
dist_ind
X X
dist_com-serv
X X X
Com a obtenção do arquivo de pesos de evidências, o cenário simulado 1 da Figura 44
obedeceu aos parâmetros de transição da Tabela 27
41
. De acordo com os cenários simulados
escolhidos como mais próximos do cenário real de 2000, observou-se a obtenção de maiores
semelhanças em relação aos cenários simulados dos períodos anteriores, porém a simulação
continuou a originar manchas em demasia. Tal fato pode estar vinculado à ocorrência de
pequenos núcleos urbanos isolados em Americana, os quais tendem a dificultar a modelagem,
uma vez que seriam necessárias variáveis específicas para tentar explicar tal comportamento.
Tabela 27 – Parâmetros de transição do uso da terra para Americana no período de 1996-
2000: Simulação 1
Parâmetros Tamanho médio (ha) Variância (ha) Isometria
resid_ind 2,0 0,1 1,5
resid_com-serv 4,0 0,1 2,0
nurb_resid 6,0 0,1 1,0
nurb_ind 3,5 0,1 2,0
41
Na Tabela C do Anexo F, estão os parâmetros utilizados nos outros dois cenários simulados da Figura 44.
161
Em aspectos gerais, os dados de similaridade mantêm o comportamento verificado nos
períodos anteriores; todavia ressalta-se a diminuição da diferença, em valores percentuais,
entre a primeira e a segunda similaridade de cada cenário, decorrente da relativa redução de
áreas correspondentes às transições identificadas. Além disso, pode indicar um maior
equilíbrio entre erros de comissão e de omissão (Tabela 28).
Tabela 28 – Similaridades para as simulações do cenário de uso da terra de Americana (2000)
1ª similaridade (%) 2ª similaridade (%)
Simulação 1
36,60 32,16
Simulação 2
33,30 28,73
Simulação 3
30,52 25,16
Conforme a dinâmica identificada para o período, a transição de uso residencial para
industrial transcorreu vinculada à proximidade com outras indústrias e com as rodovias
principais. Por sua vez, as mudanças de áreas não-urbanas para industriais também podem ser
explicadas por essas mesmas forças direcionadoras ou variáveis, acrescidas do fato de
ocorrerem principalmente na área do distrito industrial de Americana.
Já o uso comercial e de serviços continuou mostrando as mesmas tendências dos
períodos anteriores, ou seja, expandindo-se perifericamente, principalmente para leste e sul e,
do mesmo modo, as áreas residenciais apresentaram expansão a partir das manchas já
efetivadas e originaram novas manchas de ocupação na porção sul e sudeste.
Apesar das restrições impostas pelo número de variáveis explicativas, as simulações
para o cenário de 2000 mostraram-se satisfatórias, em virtude do acerto quanto à localização
espacial das mudanças de uso da terra.
162
Figura 44 – Simulações para o cenário de uso da terra de Americana (2000)
3.4.4 A simulação para o período 2000 - 2005
Na primeira metade da década em curso, Americana indica continuidade na expansão e
ocupação de seu espaço ainda não-urbanizado, porém as áreas disponíveis para crescimento
começam a se restringir. Conforme ressaltado nos capítulos anteriores, a relação entre a
ocupação urbano-industrial e o crescimento populacional estaria tendendo a uma relativa
estabilidade ou arrefecimento no ritmo de suas taxas de crescimento.
Ao longo do período de simulação anterior, e dos cinco anos que representam esse novo
intervalo de tempo, pode-se verificar a diminuição do percentual de transição de áreas não-
163
urbanas para áreas residenciais, posto que essa taxa foi de 0,63% a.a. no período anterior, cujo
intervalo era menor - de 4 anos - e passa a ser de 0,42% a.a. nesse período (Figura 45 e Tabela
29).
Figura 45 - Mapas de uso da terra de Americana em 2000 e 2005
Tabela 29 – Transições anuais de uso da terra de Americana no período de 2000-2005
Transição de uso da terra Notação % de transição
Residencial para comercial e serviços
Não urbano para residencial
Não urbano para industrial
resid_com-serv
nurb_resid
nurb_ind
0,20
0,42
0,02
Em decorrência das três transições de uso da terra verificadas pela tabulação cruzada
para esse período, buscou-se a melhor associação possível das variáveis às transições
existentes, para assim explicar as mudanças ocorridas no espaço de Americana, sendo
também definidos seus pesos de evidência (Anexo D). Posteriormente, o conjunto de
variáveis passou pela correlação pareada e apresentou valores aceitáveis, de acordo com o
limite proposto por Bonham-Carter (1994). Na Tabela 30, são apresentadas a seleção e a
associação das variáveis para cada transição identificada.
164
Tabela 30 – Variáveis selecionadas para as transições de uso da terra em Americana (2000-
2005)
resid_com-serv nurb_resid nurb_ind
dist_rivers
X
dist_roads
X X
hipso
X X
decli
X X
dist_resid
X
dist_ind
X X X
dist_com-serv
X X
Com base em inúmeros testes, os mapas relativos às probabilidades de ocorrência das
três transições desse período foram definidos, conforme a Figura 46, logo, as maiores
possibilidades de efetivarem-se cada uma das mudanças de uso da terra estão concentradas
nas áreas avermelhadas dos mapas. A partir dessa etapa da calibração procedem-se os testes
de simulação no DINAMICA EGO, a fim de se obterem os cenários simulados para 2005.
Figura 46 – Probabilidades de transição para o período de 2000-2005 em Americana
Da mesma maneira que nos períodos anteriores, os parâmetros de transição para cada
teste de simulação foram definidos, e o modelo foi executado; os parâmetros utilizados apenas
para a Simulação 1 da Figura 47 são apontados na Tabela 31, já para as simulações 2 e 3
podem ser visualizados na Tabela D do Anexo F.
Após os testes de simulação, em que os parâmetros de transição são modificados por
tentativa e erro até serem alcançadas simulações consideradas aceitáveis, selecionaram-se os
cenários tidos como melhores resultados do período. A partir deles, foram verificados acertos
quanto à localização das manchas correspondentes às transições de uso, todavia, como
observado nos demais cenários, as manchas não se assemelham às dimensões e características
165
do mapa real, visto que a modelagem visa obter tendências e padrões e não a reprodução fiel
da realidade.
Tabela 31 – Parâmetros de transição do uso da terra para Americana no período de 2000-
2005: Simulação 1
Parâmetros Tamanho médio (ha) Variância (ha) Isometria
resid_com-serv
8,0 4,0 2,0
nurb_resid
8,0 1,0 1,5
nurb_ind
6,0 0,0 2,0
Figura 47 – Simulações para o cenário de uso da terra de Americana (2005)
Conforme a Figura 48, a qual traz os mapas de diferença e de similaridade da Simulação
166
1, e a Tabela 32, que apresenta os resultados de similaridade para os três cenários
selecionados, percebe-se que a modelagem para o cenário de 2005 conseguiu acertar boa parte
das transições, ao serem considerados os aspectos locacionais das mudanças. Uma vez mais é
observada a pequena diferença de similaridade entre os cenários, ou seja, o maior equilíbrio
entre as manchas geradas e aquelas que efetivamente ocorreram no cenário real.
Tabela 32 – Similaridades para as simulações do cenário de uso da terra de Americana (2005)
1ª similaridade (%) 2ª similaridade (%)
Simulação 1
34,03 30,26
Simulação 2
36,21 32,19
Simulação 3
30,61 27,99
A partir das mudanças de uso da terra, foi identificado um pequeno percentual de
crescimento na transição de uso residencial para comercial e serviços, nesse período. Pode-se
dizer que tal fato esteve vinculado, de alguma forma, com a distância das áreas industriais e,
em menor grau, com as condições físicas da área central, onde predominam pequenas
altitudes e baixos declives; no entanto, o espraiamento do centro comercial é uma tendência
das cidades, correspondente ao maior crescimento do setor terciário.
Nesse sentido, uma alternativa para a atividade comercial e de serviços de Americana,
considerando-se seu desenho urbano tentacular (esparso) poderia ser a descentralização em
direção aos eixos viários, visando aproximar-se de novos consumidores.
A dinâmica urbana para o cenário de 2005 registrou apenas uma área de alteração para a
transição não-urbano para industrial, cuja ocorrência situa-se exatamente no distrito
industrial. Dessa forma, o principal elemento associado à determinada alteração foi a
proximidade com a rodovia Anhangüera e com outros estabelecimentos industriais.
Já a transição de áreas não-urbanizadas para uso residencial continuou pontuando o
espaço de Americana, uma vez que, no cenário de 2005, a dinâmica urbana foi influenciada
pela distância das próprias áreas residenciais, as quais determinaram a expansão periférica das
manchas urbanas. Além disso, essa transição teve como forças direcionadores nesse período a
distância em relação às áreas industriais, cuja influência ainda resultou na efetivação de
loteamentos, embora em menor escala; as distâncias a partir da área central; da rede
hidrográfica, principalmente nas proximidades da represa, bem como, da rede viária do
município, que tendem a impulsionar a ocupação urbana de suas margens.
167
Figura 48 – Mapas de diferença e similaridade para a Simulação 1 do cenário de 2005
168
Com base na simulação dos cenários finais de uso da terra para cada período, foi
observado o comportamento dos parâmetros disponíveis para a modelagem nesta pesquisa.
Assim, os resultados mais satisfatórios dessa etapa referiram-se aos períodos de simulação
recentes, muito provavelmente vinculado ao menor intervalo de tempo que compreendiam,
bem como de suas menores taxas de transição.
Em face dos resultados obtidos, a calibração efetuada para o último período de
simulação foi adotada com o objetivo de elaborar prognósticos para o uso urbano de
Americana. Os cenários elaborados e apresentados no próximo item dizem respeito a
tendências e hipóteses, essas últimas formuladas a partir de alterações nas taxas de transição e
de variáveis utilizadas no próprio modelo.
3.5 Os cenários futuros para a dinâmica urbana de Americana
Recentemente, os modelos espaciais têm se tornado importantes ferramentas de auxílio
no planejamento territorial, pois não há como desvincular o fator temporal de qualquer
estratégia de ordenamento. Dessa forma, os modelos de simulação que reproduzem o padrão
das mudanças no espaço podem ser considerados requisitos para o entendimento e avaliação
de questões complexas do meio ambiente nas diferentes escalas espaciais (SOARES-FILHO
et al., 2004).
Em vista dessa contribuição da modelagem ao planejamento urbano, foram elaborados
cenários de tendência que partem da calibração alcançada para o cenário de 2005, cujos
parâmetros utilizados são mantidos inalterados (Tabela 31). A única modificação procedida
refere-se ao número de iterações, o qual foi extrapolado de forma a representar o uso da terra
para o curto prazo (2010) e médio prazo (2014 e 2016). De acordo com Almeida (2003, p.
180),
especificamente com relação à modelagem de mudanças do uso do solo
urbano, é inadequado lidar com prognósticos de longo prazo, devido a duas
razões principais. Primeiro, mudanças de uso do solo de longo prazo são
dificilmente previsíveis, e por esse motivo, sujeitas a erro, em razão de
alterações inesperadas na esfera macroeconômica, e conseqüentemente no
comportamento do uso do solo, que podem eventualmente ocorrer ao final
do médio prazo e início do longo prazo. Segundo, para o planejamento
urbano estratégico, apenas o curto e médio prazo são relevantes para a
definição de prioridades, alocação de recursos e processos de tomada de
decisão (ALMEIDA, 2003, p. 180).
169
Em conformidade com as razões citadas pela autora para trabalhos com modelagem, os
prognósticos de uso da terra elaborados para o curto e médio prazo de Americana estão na
Figura 49. A partir do cenário de curto prazo, observam-se pequenas modificações,
principalmente relacionadas com a transição da classe não-urbana para residencial, as quais
estariam localizadas nas proximidades da represa Salto Grande, sobretudo na porção sudoeste
e leste.
Figura 49 – Simulações de tendências futuras para a dinâmica de uso da terra de Americana
Por sua vez, os dois cenários que representam o médio prazo também trazem pequenas
alterações, as quais estão interligadas, em maior grau, com o aumento de áreas residenciais
170
em detrimento das áreas ainda não-urbanizadas. Já a classe comercial e serviços mostra
tendência de crescimento com a formação de manchas predominantemente nas direções sul e
leste.
A fim de verificar o comportamento do uso da terra de Americana, sob a hipótese de
serem mantidas as características de transição do período de 1996-2000, excluída a transição
residencial para industrial daquele período, foram elaborados três cenários para o curto prazo
(Figura 50).
Figura 50 – Simulações de cenários de uso da terra de Americana para 2010 sob a hipótese de permanecerem as
taxas de transição do período de 1996-2000
171
Cada um dos referidos cenários incluiu o percentual de transição para uma classe de
1996-2000, isto é, a Simulação 1 traz a transição de não-urbano para residencial com a taxa
de 1996-2000, e as demais transições desse cenário permanecem com as taxas do período
2000-2005. Na Simulação 2 foi modificada a transição não-urbano para industrial, e na
Simulação 3, modificou-se somente a transição residencial para comercial e serviços.
De modo geral, verificou-se que, ao aumentar os percentuais de transição, conforme
aqueles apresentados no período de 1996-2000, as mudanças apesar de pequenas, ocorreram
em todas as classes de uso e em todos os cenários simulados. Especificamente, ao se
considerarem as alterações nas taxas de transição, notou-se que para a Simulação 1, a classe
residencial apresentou um maior crescimento na porção sudoeste e na área central ao norte.
Na Simulação 2, a transição não-urbano para industrial mostrou pequenas mudanças na área
do distrito industrial e na porção noroeste, próximo ao rio Piracicaba. Já a Simulação 3
efetivou mudanças principalmente na direção sul.
Em conseqüência da recente elaboração do PDDI pela administração de Americana,
optou-se pela formulação de uma nova hipótese considerando as vias arteriais existentes no
município - porém não utilizadas no trabalho, em virtude de sua indisponibilidade em época
oportuna - e as vias projetadas para execução a partir do novo plano diretor.
Dessa forma, a variável independente estradas (dist_roads), utilizada no modelo, foi
modificada e reintroduzida, possibilitando a obtenção de três cenários futuros também para o
curto prazo, sendo eles:
1° cenário: a variável estradas é acrescida das vias arteriais, somente;
2° cenário: a variável estradas é acrescida das vias projetadas, somente;
3° cenário: a variável estradas é acrescida de ambas as vias arteriais e projetadas (Figura
51).
172
Figura 51 – Mapa da rede viária de Americana-SP acrescido das vias arteriais e vias projetadas pelo PDDI
O primeiro cenário elaborado mostrou pequenas alterações, nas quais a classe
residencial apontou mudanças de uso a leste nas margens da represa, com destaque para a
possível formação de um novo núcleo urbano a nordeste. Em contrapartida, a classe industrial
não se alterou e a comercial e serviços indicou modificações ínfimas (Figura 52).
No segundo cenário foram identificadas mudanças mais perceptíveis, principalmente
relacionadas ao uso residencial, inclusive com a expansão do núcleo urbano situado na divisa
com o município de Paulínia, no extremo leste. Houve ainda um pequeno incremento da
classe industrial, e a classe comercial e serviços apresentou-se semelhante ao primeiro
cenário.
Em decorrência da execução das vias projetadas por parte do plano diretor, a ocupação
urbana poderá ser influenciada na porção centro-leste do município, onde predominam
características do espaço rural. O terceiro cenário, no qual estão inclusas ambas as vias, foram
173
observadas pequenas modificações para todas as classes ou transições, de acordo com o
resultado obtido quando da inserção das vias de forma individualizada, executada nos
cenários anteriores.
Figura 52 – Simulações futuras para a dinâmica de uso da terra de Americana sob a hipótese de serem inseridas
as vias arteriais e vias projetadas pelo PDDI (2006)
Nessa perspectiva de análise, pode-se apreender que Americana apresenta pequena
tendência de crescimento urbano se considerada a permanência das características atuais, ou
seja, a diminuição do ritmo de expansão urbano-industrial e populacional, conforme
verificado ao longo do trabalho. Aliado a isso, é preciso destacar a restrição territorial, visto
174
que as áreas não-urbanizadas do município são cada vez mais reduzidas, reforçando-se a
necessidade de um planejamento territorial adequado para o uso e ocupação urbanos.
A partir dos resultados alcançados por esta pesquisa, somados a todas as tentativas já
efetivadas nesta área do conhecimento, pode-se perceber o potencial que vem adquirindo a
modelagem de dados, principalmente como subsídio para o planejamento e o ordenamento de
áreas urbanas. O estágio atual das pesquisas em modelagem espacial está permitindo a
implementação de modelos com base em AC, até mesmo em SIG comerciais, como, por
exemplo, o IDRISI (EASTMAN, 2003). Além disso, Almeida (2003) destaca que a facilidade
de associação de dados matriciais dos SIG com modelos de AC trouxe novas ferramentas de
análise e possibilidades para a modelagem espacial.
3.6 Alguns apontamentos da etapa de modelagem
A disponibilidade de dados, especificamente representações espaciais ligadas a
fotografias aéreas ou imagens, sobretudo para as épocas passadas, torna-se um problema para
a modelagem de dados. Afinal, grandes intervalos de tempo entre os mapas de uso da terra
tendem a dificultar o procedimento de simulação, pois segundo os teóricos da modelagem, o
ideal seriam intervalos de cinco anos e não mais que 10 anos (FORRESTER, 1969). No
entanto, a realidade não é compatível com a teoria, já que inexistem dados com essa
freqüência temporal para os períodos mais antigos.
Nesta pesquisa, o intervalo de tempo extrapolou tal margem nos dois primeiros períodos
de simulação e adequou-se nos dois últimos, porém a carência de produtos cartográficos nos
primeiros períodos limitou, além de um maior número de cenários de uso da terra, o número
de variáveis explicativas para as transições identificadas.
Com relação ao programa de simulação utilizado, salienta-se que sua nova versão,
correspondente ao DINAMICA EGO, contribuiu para o bom andamento da pesquisa, em
virtude das facilidades oferecidas se comparado à versão anterior. Conforme Rodrigues et al.
(2007), os operadores que compõem o programa e a base de seu funcionamento, vinculada à
construção de modelos mediante a linguagem de fluxo de dados, possibilita maior interação
do usuário detentor de pouca ou nenhuma experiência com o programa.
Enquanto na versão DOS ou DINAMICA 2.4 era preciso preparar todos os dados e
atributos que o modelo demandava de forma individual para cada transição, sendo que os
intervalos das variáveis deveriam ser os mesmos para todas as transições do modelo, na nova
175
versão – DINAMICA EGO 1.0 - a obtenção dos parâmetros necessários é mais operacional, o
cálculo dos intervalos de uma mesma variável é diferenciado para cada transição que a mesma
estiver associada, além de ter se tornado mais eficiente, já que o modelo indica quando a uma
determinada variável é nula para a transição a que foi associada, diminuindo assim o número
de tentativas quanto a possíveis combinações entre as variáveis e as transições de uso, entre
outras facilidades oferecidas pela nova versão.
Contudo, a demanda de tempo para a execução dos modelos torna-se onerosa. No caso
desta aplicação, na qual foram utilizadas poucas variáveis e a área de estudo possui extensão
territorial reduzida, o tempo de processamento das informações para cada período foi
considerável, uma vez que a execução dos modelos é dependente do número de variáveis
definidas para cada transição de uso da terra, assim, quanto maior o número de variáveis,
maior será a demanda de tempo do modelo.
Nesse sentido, o tempo necessário para cada teste realizado indicativo à etapa de
calibração foi a seguinte, conforme a execução de cada modelo (scripts) na presente aplicação
da modelagem:
- script para a obtenção dos intervalos - tempo de execução variou de 1h30min a 03
horas;
- script para obtenção dos coeficientes de pesos de evidências - de 10 a 15 minutos;
- script para a correlação das variáveis - de 01 a 03 minutos;
- script para a simulação - de 10 a 25 minutos;
- script para a validação - 01 a 03 minutos.
O tempo demandado para a execução dos modelos mostrou-se dependente de cada
período de simulação, já que são distintos tanto o intervalo de tempo entre os mapas inicial e
final de cada período (de 4 a 19 anos) quanto o número de variáveis associadas a cada
transição. Dessa forma, uma média de tempo decorrido para cada teste estaria em torno de
duas horas, e em cada período de simulação foram realizados aproximadamente 15 testes até
se obter um resultado considerado satisfatório, ou seja, a melhor combinação possível entre os
produtos constituintes da modelagem. Assim, destinou-se um tempo de aproximadamente 30
horas até que fossem obtidos os pesos de evidência para cada período.
A partir da definição dessa primeira etapa da calibração, passou-se à realização dos
testes, alterando por tentativa e erro os parâmetros de transição do modelo de simulação, a fim
de adequar o tamanho das manchas para cada tipo de mudança de uso da terra. Desse modo,
com o intuito de serem obtidos os melhores cenários simulados, o modelo de simulação foi
executado em média 20 vezes – 10 a 25 minutos cada rodada, uma média de seis horas – para
176
cada um dos quatro períodos modelados.
Além dessa fase operacional, executada diretamente no programa, é preciso destacar a
fase de adequação dos produtos de entrada, a qual se refere aos mapas de uso da terra e as
variáveis que devem atender aos pré-requisitos do programa (sistema de referência, extensão
de arquivo, tamanho de colunas e linhas da matriz, resolução espacial, entre outros
parâmetros).
Outro aspecto refere-se ao grau de generalização que a modelagem sugere, em face da
complexidade que se processa na paisagem, tornando-se inviável considerar grandes
detalhamentos nos mapas. Nesse sentido, o maior grau de detalhe das características de uso na
área em estudo irá demandar um maior número de variáveis que possam explicar a dinâmica
espacial. Dessa forma, justifica-se a generalização dos mapas detalhados de uso da terra que
foram elaborados para Americana e apresentados no Capítulo 2.
A maior dificuldade da modelagem do uso da terra para a área urbana de Americana
relacionou-se com a disponibilidade de variáveis que pudessem explicar as mudanças
ocorridas. Assim, os períodos de simulação referentes a 1962-1977 e 1977-1996 apresentaram
maiores discrepâncias em virtude das grandes alterações que se processaram no território
nessa época, além do maior intervalo de tempo entre os cenários de uso inicial e final. No
entanto, essa limitação teve menor influência nos períodos mais recentes, possibilitando
resultados mais próximos da realidade.
Haveria a possibilidade de construir-se um modelo de simulação conjunta, por meio do
qual o cenário de 2005 seria obtido partir da junção de todas as variáveis e parâmetros
explicativos de cada período em um único modelo. O referido modelo teria como mapa de
entrada o uso da terra para 1962 - mapa inicial - e a simulação de prognósticos produziria
resultados considerando toda a série temporal. No entanto, considerando-se que o futuro tende
a ser mais parecido com o passado próximo, utilizou-se a calibração do último período de
simulação para a se obter os cenários de prognóstico, sendo que os demais períodos
modelados tiveram função coadjuvante nas análises, e na compreensão da dinâmica que se
processou na área de estudo.
A experiência de modelagem foi válida e reforçou a importância do uso de modelos
como ferramenta para o planejamento urbano. Fica como uma sugestão para trabalhos futuros
a observação das características da morfologia urbana, pois, no caso de Americana, que
apresenta um desenho tentacular com vários núcleos urbanos esparsos, verificou-se uma
maior complexidade para a modelagem, que demandaria variáveis específicas para explicar
tal dinâmica de paisagem.
177
3.7 Considerações relativas à modelagem dinâmica espacial de Americana
As condições físicas de Americana não se constituíram em empecilhos para a ocupação
do território, posto o predomínio de relevo plano e baixas declividades. Ao longo da etapa de
modelagem, observou-se que as variáveis determinantes para as mudanças de uso da terra
foram as vias de acesso, a instalação de indústrias, os núcleos urbanos dispersos que
indicavam pré-existência de infra-estrutura urbana, além da atratividade da margem oeste da
represa Salto Grande, graças a possibilidades de atividades relacionadas ao lazer e recreação.
A transição de áreas não-urbanas para residenciais foi mais representativa em todos os
períodos de simulação, em decorrência da maior generalização que lhe foi conferida, mas
principalmente da grande expansão urbano-industrial e ao aumento populacional que
Americana vivenciou até a década de 1980, os quais definiram sua morfologia urbana.
A transição derivada de áreas não-urbanas para industriais também se destacou em
virtude do processo de desconcentração da atividade industrial para o entorno da metrópole
paulistana. E, por sua vez, as transições das classes residencial para comercial e serviços e
residencial para industrial mostraram menores alterações, mas estiveram atreladas à situação
de crescimento e desenvolvimento do município ao longo da série temporal.
Com relação aos prognósticos elaborados, tornam-se visíveis as tendências que estão se
processando no cenário das grandes e médias cidades do país, ou seja, uma redução nos
índices de crescimento populacional e, em conseqüência, a menor expansão da área urbana.
Dessa forma, ao permanecer o cenário socioeconômico do presente, o município de
Americana aponta tendência a taxas de crescimento pequenas para o curto e médio prazo.
De modo geral, a modelagem realizada mostrou maiores dificuldades na simulação dos
primeiros cenários considerados, relacionada com a falta de material cartográfico que pudesse
auxiliar na explicação das transições de uso da terra efetivadas. Apesar da carência de
variáveis explicativas, os resultados obtidos, principalmente para o período recente, foram
satisfatórios para uma área urbana e tendo em vista a disponibilidade de recursos para o
desenvolvimento da pesquisa.
Destaca-se ainda o desempenho do software de simulação utilizado, o qual foi
desenvolvido e continua sendo aprimorado, sobretudo para aplicações vinculadas ao
desflorestamento. Porém, nas aplicações em áreas urbanas, as quais concentram maior
detalhamento e dinâmica de paisagem se comparadas com as áreas de florestas, as manchas de
uso criadas pela simulação não correspondem às formas e desenhos apresentados
especificamente pelas áreas urbanas. No entanto, o software mostra potencial para aplicações
178
em estudos urbanos.
Por fim, a utilização da modelagem dinâmica nesta pesquisa vem reforçar a
possibilidade de utilização dessa ferramenta de análise espacial por parte de planejadores e
administradores, no sentido de procurar as melhores alternativas para o ordenamento e
crescimento da mancha urbana, de modo a distribuir adequadamente a infra-estrutura básica
da cidade. No entanto, deve-se mencionar que ajustes e novos avanços são necessários para
que os modelos possam oferecer resultados mais interessantes.
Assim sendo, a representação ou previsão das mudanças com acuracidade é inviável,
porém aproximações considerando os elementos da realidade, por meio de um maior
detalhamento dos produtos utilizados na modelagem, devem ser buscadas e podem levar à
superação dos resultados alcançados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
___________________________________________________________________________
A partir do processo de expansão urbano-industrial de Americana podem ser destacados
alguns pontos-chave na sua formação e desenvolvimento, sendo eles: a imigração de colonos
norte-americanos e, em seguida, de outras nacionalidades; a introdução da estação ferroviária,
que determinou o início do núcleo urbano do município; o desenvolvimento industrial,
principalmente vinculado ao setor têxtil, o qual influenciou a atividade façonista que se
estendeu por toda a área urbana; o contingente migratório recebido e, por conseqüência, a
expansão da infra-estrutura urbana; a desconcentração industrial da metrópole paulistana; a
crise econômica dos anos de 1990 derivada da incorporação de tecnologias modernas e a
concorrência com os mercados estrangeiros; os indícios de recuperação econômica ainda no
final da década de 1990, além da maior diversificação do parque industrial aliada ao
crescimento do setor terciário.
Esse panorama é resultado do processo histórico, econômico e social que caracterizou o
cenário nacional no decorrer das décadas de 1940 até 2000. Além disso, influenciou nas
modificações da organização espacial local, no caso, do município, sendo este considerado
um sistema hierarquicamente menor e, por tal motivo, tende a modificar constantemente seu
estado de equilíbrio.
Essas contínuas mudanças refletem no modo de ocupação urbana, nas características de
uso e ocupação do território e no desenvolvimento da economia, de modo que a compreensão
de como ocorrem e quais as suas conseqüências no espaço local permitem que se obtenha um
diagnóstico. Este último possibilita a elaboração de prognósticos com a finalidade de alcançar
alternativas para planejar os impactos advindos dos sistemas de hierarquia superior e da
dinâmica do próprio sistema.
Nesse contexto, a partir do diagnóstico do município de Americana, foram elaborados
alguns prognósticos que mostram diferentes possibilidades de estudar, entender e planejar o
espaço urbano para melhor geri-lo e proporcionar melhores condições de vida a sua
população. Dessa forma, seguem inicialmente algumas considerações quanto aos
procedimentos e metodologias adotadas na pesquisa:
A utilização das geotecnologias subsidiou a elaboração e análise da expansão urbano-
industrial de Americana ao longo da série temporal estabelecida (1940 - 2005),
possibilitando a obtenção de um banco de dados com todas as informações relativas à
área de estudo, o qual facilitou a efetivação das análises, bem como a inter-relação
180
entre os distintos tipos de dados espaciais e não-espaciais;
A metodologia adotada para a espacialização da atividade industrial em Americana,
entre 1940 e 2000, tomando por base o cadastro de atividades econômicas da
Prefeitura de Americana, foi satisfatória, tendo sido mapeada mais de 90% das
unidades presentes em tal cadastro. Esse procedimento simples, viabilizado pela
Cartografia Digital, permite a sistematização da localização industrial, sendo útil para
o controle administrativo dos municípios, uma vez que resulta em um banco de dados
espacial que poderá conter informações sobre cada unidade industrial;
A espacialização da ocupação urbana para cada década, por meio da interpretação do
material cartográfico utilizado na pesquisa, possibilitou a análise da expansão urbana
de Americana, vinculada ao processo histórico e socioeconômico de cada década,
além das informações relativas à atividade industrial;
A classificação proposta por Anderson et al. (1979) mostrou-se adequada aos
objetivos propostos e, a partir da interpretação digital de produtos cartográficos,
foram elaborados os cinco cenários de uso da terra (1962, 1977, 1996, 2000 e 2005),
de acordo com a disponibilidade de fotografias aéreas e imagens;
A utilização de fragmentos de imagens do software Google Earth na elaboração do
cenário de uso da terra para o período recente foi satisfatória, o que comprova sua
possibilidade de utilização em futuros trabalhos, principalmente vinculados ao
planejamento urbano de cidades pequenas e médias, em decorrência de sua
disponibilidade;
Para a etapa de modelagem dinâmica espacial foram definidos quatro períodos de
simulação (1962/1977, 1977/1996, 1996/2000 e 2000/2005), nos quais se obtiveram
as simulações dos cenários de uso final de cada período e, a partir do último período,
obtiveram-se os cenários de prognóstico - tendências e sob hipóteses.
Com relação ao contexto histórico e socioeconômico no decorrer da série temporal
delimitada, no qual está inserida a área de estudo, podem ser apontadas as seguintes
considerações e conclusões:
Até a década de 1940, ocorreu a formação do núcleo urbano a partir da estação
ferroviária, e foi inserida a primeira indústria têxtil (Indústria de Tecidos Carioba),
tendo essa última representado importante papel no processo de industrialização de
Americana. Nessa época, os conflitos mundiais impulsionaram a industrialização
brasileira, e o país deixou de ser apenas exportador; desse modo, seu setor industrial
181
desenvolveu-se, e o Estado passou a intervir na economia. Tal fato culminou no
desenvolvimento econômico e no crescimento populacional. Ainda nessa fase, a
atividade façonista começa a se destacar e passa a influenciar na configuração do
desenho urbano de Americana;
Durante as décadas de 1940 e 1950, observou-se o impulso da urbanização e da
industrialização em decorrência do pós-guerra e das políticas governamentais, sendo
o estado de São Paulo o maior beneficiado. Em Americana, a população aumenta com
as migrações e também com o êxodo rural, assim, ainda na década de 1950, a
população urbana do município superou a rural. A área urbana ocupada que até os
anos de 1940 estava limitada a oeste do município pela ferrovia e o ribeirão
Quilombo, expandiu-se para a porção leste e, em 1950, surgiram núcleos urbanos
isolados, além de aumentar o número de indústrias instaladas;
As décadas de 1960 e 1970 foram caracterizadas inicialmente por uma crise e a
suspensão do Plano de Metas, seguida pela recuperação econômica e uma fase de
grande desenvolvimento da economia, o chamado milagre econômico brasileiro.
Nesse período, o estado de São Paulo foi novamente favorecido, destacando-se ainda
mais no cenário econômico do país. Aliado a isso, as PND foram implantadas e
iniciou-se o processo de desconcentração industrial, sobretudo da metrópole
paulistana, da qual as unidades industriais tenderam a dirigir-se para as cidades
médias do seu entorno. Assim, o município de Americana destacou-se nessa fase
sediando indústrias da capital, recebendo grande contingente populacional,
principalmente de migrantes, além do considerável aumento de sua mancha urbana, o
que induziu a elaboração de um plano diretor (ASPLAN);
A forte recessão econômica que ocorreu na década de 1980 acabou por denominar
esse período como década perdida. Já nos anos de 1990, destacou-se a abertura dos
mercados brasileiros por parte do governo federal, o que aumentou a concorrência e,
por sua vez, fragilizou a economia do país. Tal crise atingiu a principal atividade
industrial de Americana, a têxtil, que passou a enfrentar forte concorrência dos
produtos asiáticos (principalmente chineses), culminando, assim, com a falência de
muitas empresas locais além do maior desemprego. Entretanto, foi nesse período,
talvez por influência da crise, que o setor industrial americanense apresentou maior
diversificação;
Na primeira metade da década em curso (2000-2005), o fortalecimento da
182
globalização e a introdução de modernas tecnologias no mercado podem constituir-se
em indícios da recuperação econômica de Americana. Assim, a ocupação urbana
tornou-se ainda mais preocupante, uma vez que restam poucos espaços para serem
urbanizados em toda porção oeste do município. Além disso, existem áreas
desocupadas no meio intra-urbano, as quais podem ser caracterizadas como áreas de
especulação imobiliária.
Após as considerações referentes ao contexto histórico que caracterizou a expansão
urbano-industrial de Americana, tornam-se pertinentes apontamentos relativos ao espaço
físico da área de estudo, bem como de sua dinâmica de uso da terra. Assim, seguem as
principais conclusões obtidas nessa fase da pesquisa:
A topografia da área de estudo varia apenas 140 metros (500 a 640 metros), e as
declividades são baixas - mais de 88% da área de estudo apresenta declividades de até
12%. Em decorrência do predomínio de relevo plano com colinas suaves, o
crescimento urbano não encontrou obstáculos;
Na década de 1960, especificamente no ano de 1962, Americana ainda apresentava
características de uso e ocupação vinculadas ao meio rural, sendo que as classes de
uso da terra com maior área ocupada eram a de pastagem e áreas agrícolas. No
entanto, esse cenário modificou-se na segunda metade da década de 1970 em razão da
expansão urbano-industrial e do crescimento populacional, os quais demandavam
infra-estrutura urbana. Desse modo, passa a aumentar a área ocupada pelas classes de
uso urbano - sobretudo residencial - e diminuem as áreas de pastagens e uso agrícola;
No cenário de uso da terra para 1996, observou-se a continuidade na redução das
áreas ocupadas pelas classes de pastagem e áreas agrícolas em conseqüência do
aumento da mancha urbana;
O uso da terra em 2000 indicou contínua redução dos espaços rurais, visto que a
diferença em área ocupada entre as classes áreas agrícolas e residencial era de maior
magnitude no cenário anterior (6,7% em 1996, aproximadamente), e nesse passou a
ser de apenas 3,6%;
Em síntese, o uso da terra no município de Americana a partir dos cinco cenários
mapeados, apresentou alterações na dinâmica de uso, passando do predomínio de
características rurais no cenário de 1962, para a preponderância do espaço urbanizado
em épocas recentes. Ressalta-se ainda a diminuição das áreas de pastagens e agrícolas
e o aumento da área residencial da cidade. Nesse sentido, a dinâmica urbana
183
apresentou-se mais intensa em todos os cenários em contraponto às alterações no
espaço rural, como observado na porção leste do município, onde predominaram
áreas agrícolas destinadas, sobretudo, ao cultivo da cana-de-açúcar;
A tabulação cruzada entre uso da terra para 2005 e as características de declividade de
Americana, mostrou que a ocupação urbana acontece em declividades aconselhadas
para tal uso, conforme a proposta metodológica de De Biase (1970), adotada para
essa etapa. No entanto, como os fundos de vale também se encontram em
declividades baixas, de até 5%, sua ocupação para fins urbanos pode representar
problemas ambientais, uma vez que se constituem em áreas de maior fragilidade.
Especificamente com respeito aos processos de urbanização, industrialização e
crescimento populacional de Americana, os resultados desta pesquisa apontam para as
seguintes considerações e conclusões:
A atividade industrial no município, desenvolvida a partir da indústria de tecidos
Carioba, localizou-se inicialmente no núcleo urbano, vinculada às pequenas e médias
indústrias façonistas, as quais se espalharam pela mancha urbana, muitas vezes
instalando-se, espacialmente, anteriores à consolidação da infra-estrutura da cidade.
Já as indústrias de maior porte localizaram-se, em sua maioria, ao longo dos
principais eixos rodoviários que cortam o município e também no Distrito Industrial.
Além disso, ainda são predominantes as empresas atreladas a atividade têxtil, apesar
da diversificação industrial que vem ocorrendo;
O número de indústrias instaladas aumentou a cada década, sendo que os maiores
incrementos de novos estabelecimentos deram-se entre as décadas de 1960 e 1980 e,
a partir da década de 1990, o ritmo de instalação diminuiu em virtude da crise no
setor;
Com relação à ocupação urbana, foi observado um significativo crescimento
acompanhado pelo desenvolvimento industrial e aumento populacional. A taxa de
urbanização passou de aproximadamente 23% na década de 1940, para mais de 99%
no período recente, entretanto, seu crescimento mais acentuado ocorreu entre as
décadas de 1960 e 1970, em virtude do maior desenvolvimento do setor industrial;
Outro ponto a destacar, relativo ao crescimento da área urbana de Americana, refere-
se ao seu desenho urbano tentacular, o qual se vincula à formação de núcleos urbanos
isolados da mancha principal, tendo assim demandado maiores investimentos por
parte da administração local, encarregada de fornecer serviços urbanos básicos à
184
população;
A formação da população também foi resultado da situação econômica, pois o
município recebeu grande contingente de migrantes atraídos pelas possibilidades de
melhores condições de vida e emprego no setor industrial. Desse modo, Americana
pode ser considerado um município predominantemente urbano, uma vez que, a partir
da década de 1950, a redução de sua população rural mostrou-se contínua, fato
ocorrido também em outros municípios;
Os dados relativos ao crescimento urbano-industrial para o estado de São Paulo, para
a RMC e para o município de Americana, apontam o período entre as décadas de
1970 e 1980, como o de maior desenvolvimento, confirmando assim, a influência das
políticas públicas nos níveis municipal, estadual e nacional;
Verificou-se também uma tendência de queda no ritmo da expansão urbano-industrial
e populacional nas décadas recentes, em consonância com a realidade de outros
centros urbanos mundiais e nacionais;
A caracterização das 11 AP, propostas pelo PDDI de 1999 e que formam o município
de Americana, possibilitou verificar em cada uma delas: os pontos de maior
concentração populacional; as condições de renda; o número total de indústrias e de
novos estabelecimentos instalados a partir do ano de 2000; bem como sua área
urbanizada, conforme as informações de ocupação urbana da década atual.
Uma vez apresentadas as considerações do diagnóstico elaborado para Americana,
passam a ser apontadas as conclusões da etapa de modelagem dinâmica espacial, no que se
refere aos cenários simulados para cada um dos quatro períodos de simulação e aos cenários
de prognóstico:
As simulações elaboradas para os cenários pré-existentes (1977, 1996, 2000 e 2005)
mostraram maiores semelhanças nos períodos recentes, posto o menor intervalo de
tempo entre os cenários inicial e final de uso da terra e também as menores alterações
da própria dinâmica de uso;
Os cenários de prognósticos para curto e médio prazos, considerando-se as
características da dinâmica de uso da terra do período de simulação de 2000/2005,
indicam a continuidade nos padrões de mudanças, ou seja, tende a ocorrer
crescimento da mancha urbana sobretudo vinculada aos usos residencial - em maior
intensidade - e industrial, bem como no prolongamento periférico da classe comercial
e serviços em direção aos eixos viários principais;
185
Tanto os cenários de prognóstico sob a hipótese de terem permanecido as taxas de
transição do período de 1996/2000, como aqueles elaborados a partir das proposições
do novo PDDI para as vias municipais, evidenciaram pequenas alterações, vinculadas
ao aumento da área ocupada pelas classes de uso da mancha urbana. No caso dos
cenários com base no novo PDDI, observa-se a possibilidade da formação de novos
núcleos urbanos isolados a leste da mancha principal, além do aumento na ocupação
urbana a sudoeste.
Nesse contexto, embora não tenha sido objetivo desta pesquisa a análise de possíveis
impactos ambientais, observou-se que a ocupação indevida nos fundos de vale no meio intra-
urbano pode originar zonas de fragilidade ambiental. Além disso, evidenciou-se a necessidade
de políticas de planejamento, em razão da pequena disponibilidade de espaço físico para
futura ocupação urbana. Considera-se que, dessa forma, poderão ser garantidas boas
condições e qualidade de vida à população local, de acordo com os objetivos propostos pelo
novo PDDI que entrou em vigor em 2008.
Com base nas conclusões, bem como nas considerações até aqui efetuadas, a pesquisa
atendeu os objetivos que foram propostos. O processo de expansão urbano-industrial de
Americana foi identificado e analisado em uma perspectiva temporal, além de considerar seu
processo histórico, econômico e social inserido na realidade do estado, do país e do mundo.
Também foram propostos possíveis cenários futuros, os quais constituem uma ferramenta útil
na tomada de decisão por parte dos administradores e gestores públicos.
Dessa forma, esta pesquisa poderá ser utilizada e consultada pelos órgãos interessados,
administradores e gestores locais, em virtude da implantação do novo PDDI. Além disso,
poderá auxiliar na aplicação de metodologias vinculadas à mesma ou adaptadas,
principalmente as relacionadas com a modelagem dinâmica espacial, cujos resultados aqui
obtidos permitem concluir que ela se constitui em importante instrumento para o
planejamento urbano.
Durante o desenvolvimento da pesquisa, foram identificadas algumas dificuldades, as
quais poderão ser evitadas e/ou resolvidas em trabalhos futuros. Desse modo, entendendo-se
que cada novo trabalho concluído é base para o desenvolvimento de trabalhos futuros, são
apontadas as dificuldades e sugestões para novas pesquisas desenvolvidas nessa área do
conhecimento:
Dificuldade com relação à obtenção de material cartográfico que pudesse representar
todas as décadas do período analisado (1940-2000), principalmente no que se refere
aos anos de 1940 e 1950;
186
A carência de informações atualizadas no cadastro de atividades da Prefeitura
Municipal dificultou a etapa de espacialização da atividade industrial, visto que tal
cadastro apresenta somente a data de implantação das atividades e não menciona
dados relativos ao possível encerramento delas. Nesse sentido, recomenda-se a
administração municipal proceder à atualização de tal cadastro, para assim possuir um
instrumento a mais de controle referente à dinâmica da atividade industrial local;
Apesar das constantes atualizações nos softwares de geoprocessamento, ainda são
verificadas incompatibilidades que tendem a atrasar o desenvolvimento da pesquisa e
oneram o tempo do pesquisador, principalmente relacionadas ao reconhecimento das
extensões dos arquivos e ao não reconhecimento do Sistema de Projeção Geográfica
(cartográfica) e Datum, como foi o caso desta pesquisa, o que demandou a utilização
de outros softwares intermediários;
Com relação à metodologia de vetorização em tela dos produtos cartográficos,
verificou-se que é adequada para fins de visualização e identificação de cunho geral.
No entanto, acredita-se que a ausência da estereoscopia limite objetivos mais
específicos, além da possibilidade de haver maiores dúvidas de interpretação;
A utilização de modelos apresenta pontos a serem melhorados, entretanto, deve ser
reconhecida sua importante contribuição, sobretudo para o planejamento urbano. O
modelo de AC, utilizado nesta pesquisa, também mostra suas deficiências e
limitações, como por exemplo, o fato de considerar o tempo como discreto e a
generalização necessária aos mapas. Porém, a possibilidade de espacialização das
simulações que esse modelo permite já representa um progresso na área de
modelagem;
O procedimento de generalização aplicado aos cinco cenários de uso da terra
representou um distanciamento da situação real, uma vez que tais mapas já constituem
uma generalização. Contudo, é preciso considerar a impossibilidade de simular
cenários de maneira fiel à realidade, uma vez que o detalhamento e o inter-
relacionamento dos elementos que compõem o espaço são dotados de grande
complexidade. Ademais, quanto maior o grau de detalhamento utilizado nos mapas de
uso da terra para a modelagem, maior deverá ser o número de variáveis espaciais
necessárias para explicar as alterações ocorridas e, por conseqüência, o modelo tornar-
se-á mais complexo ou até intratável;
A modelagem indicou maior dinâmica de uso da terra em Americana nos dois
187
primeiros períodos de simulação, devido ao intervalo de tempo entre os cenários
inicial e final, além da própria dinâmica que o processo histórico, econômico e social
impôs. Dessa forma, o número de variáveis espaciais utilizadas para explicar as
transições de uso, principalmente nesses primeiros períodos de simulação, foi
insuficiente frente às grandes alterações que se processaram. Já nos períodos de
simulação mais recentes, tal dificuldade foi verificada em menor grau, relacionada ao
pequeno intervalo de tempo entre os cenários (quatro e cinco anos) e à dinâmica
espacial moderada;
Em vista das dificuldades enfrentadas na etapa de simulação relacionadas com a
quantidade de variáveis disponíveis para explicar as transições de uso da terra
identificadas em cada período, recomenda-se a busca do maior número possível de
variáveis espaciais que possam ser utilizadas no modelo de simulação, a fim de
alcançar melhores aproximações com a realidade e, conseqüentemente, possíveis
cenários futuros;
Sugere-se também a utilização do algoritmo expander em futuras aplicações do
software de simulação DINAMICA EGO, o qual não foi utilizado neste trabalho.
Deve-se considerar que o seu uso implicaria num maior grau de dificuldade na etapa
de calibração do modelo, o que se considerou dispensável diante dos resultados
obtidos sem a utilização do referido algoritmo.
A partir desta pesquisa, acompanhou-se o desenvolvimento do sistema em estudo, sua
formação e desenvolvimento do passado, sua organização espacial no tempo presente e suas
possíveis alterações no curto e médio prazos, sendo assim analisados, a ocupação urbana, o
desenvolvimento e localização da atividade industrial além das características populacionais.
Conclui-se, afirmando que a complexidade do mundo real não pode ser reproduzida
pelo homem, mas é possível buscar melhorias para o espaço vivido mediante o estudo da
formação de cada lugar, suas características e peculiaridades e, a partir disso, elaborar
prognósticos que possam mostrar as possibilidades de mudança, além de direcionar ações e
políticas de planejamento. Desse modo, a relação do homem com o meio em que vive poderá
ser positivamente beneficiada.
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Anais... Florianópolis: UFSC, 2006. Não
paginado.
ANEXOS
________________________________________________________________
200
ANEXO A - Georreferenciamento dos produtos cartográficos
A etapa prática da pesquisa que compreendeu a elaboração do mapeamento da ocupação
urbano-industrial e da interpretação do uso da terra foi desenvolvida integralmente em um
banco de dados no SIG Spring 4.2 (INPE, 1996). A opção por este software de
geoprocessamento decorreu de sua disponibilidade e acesso irrestrito na internet, além de sua
contribuição para fins de planejamento, aliado ainda à proposta de permitir maior difusão das
geotecnologias, sem custos financeiros e operacionais.
Dessa forma, o banco de dados criado denominou-se dissertação, e o projeto,
americana, ambos seguiram as informações cartográficas e geodésicas constantes da base
cartográfica
42
concedida pelo setor de geoprocessamento da Secretaria de Planejamento e
Controladoria da Prefeitura Municipal de Americana. Em razão de tal mapa ter sido elaborado
no software AutoCAD, houve a necessidade de transformar seus layers - planos de
informação – para o formato DXF e, posteriormente, importá-los como Planos de Informação
(PI) independentes para o SIG Spring.
Os PI foram importados para cada uma das categorias criadas no Spring, sendo algumas
delas: divisão urbana, ferrovia, estradas, hidrografia, limite municipal, entre outras. Outros PI
foram criados no decorrer da pesquisa, conforme os objetivos a serem alcançados e a temática
trabalhada. O Spring permite ainda o acoplamento de telas, facilitando a visualização
sobreposta de dois PI, bem como a verificação de incompatibilidades e possíveis erros de
interpretação.
Após a importação dos layers do mapa base, necessários para o desenvolvimento do
trabalho, passou-se ao georeferenciamento das fotografias aéreas e imagens de satélite e do
Google Earth, conforme sintetizado na Figura A. Dessa forma, as fotografias e imagens, em
meio digital e com extensão TIFF, foram inseridas na primeira interface do Spring,
denominada IMPIMA e salvas em formato GRB, após cada uma delas foi registrada
(comando registro do Spring) por meio da aquisição de pelo menos quatro pontos de controle,
identificáveis na fotografia ou imagem e no mapa base já georreferenciado.
42
Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba-SC; Datum Horizontal: Córrego Alegre; Projeção Universal
Tranversa de Mercator – UTM (origem no Meridiano de 45° W. GR).
201
Figura A – Principais etapas do georreferenciamento das fotografias aéreas e imagens
A escolha dos pontos de controle obedeceu a uma distribuição na área imageada, para
que fosse compreendida toda a área da fotografia e/ou da imagem, respeitando a escolha de
pontos vinculados a locais que apresentassem menor dinamicidade no tempo e espaço
(desenho urbano, construções, cruzamentos de estradas etc.). Quanto aos erros dos pontos de
controle obtidos, procurou-se não ultrapassar o limite de 0,5 píxeis, de modo a obter maior
precisão no georreferenciamento (Figura B).
Cabe ressaltar a necessidade de realizar o georeferenciamento imagem a imagem na
área rural do município, ou seja, na porção leste, em face da carência de informações
apresentadas pelo mapa base. Desse modo, realizou-se o georeferenciamento de um cenário
de aerolevantamento para essa área, o qual seria utilizado para os demais a partir da adoção de
202
pontos de controle na confluência de rios, o que não é aconselhável, visto que esse sistema
natural é dinâmico.
Figura B – Georreferenciamento em tela a partir do mapa base.
A Figura C apresenta o resultado do georreferenciamento, correspondendo à importação
da fotografia ou imagem para a interface do Spring após ter sido registrada. Esse
procedimento foi repetido para todas as fotografias e imagens de cada período de análise.
Figura C – Importação da fotografia aérea para a interface do Spring e sobreposição ao mapa base.
203
ANEXO B - Trabalhos de campo
O trabalho de campo é uma etapa fundamental na pesquisa, pois significa o contato do
pesquisador com seu objeto de estudo, permite entender e elucidar suposições e abre
perspectivas de trabalho não visualizadas anteriormente. Além disso, possibilita o
esclarecimento de dúvidas e desperta novas indagações que dependerão de novos trabalhos de
campo.
Nesse sentido, foram realizados 11 trabalhos de campo ao longo da pesquisa, a grande
maioria esteve vinculada à busca de dados e informações que possibilitassem o andamento da
pesquisa, constituindo-se em visitas técnicas. Deve-se salientar que em todas as visitas novos
conhecimentos foram apreendidos e novas perspectivas foram traçadas. Assim, segue uma
breve descrição dos trabalhos efetivados:
- 18/03/2006: realizou-se um reconhecimento da área, percorrendo-se os setores principais da
cidade de Americana, o que permitiu a melhor definição da problemática de estudo;
- 27/07/2006: depois de realizar contatos prévios, procedeu-se uma visita técnica à Prefeitura
Municipal e IBGE, no intuito de obter os dados disponíveis. Na Prefeitura Municipal, foram
visitados a Secretaria de Planejamento e Controladoria (SEPLAN) e o setor de Cadastro de
Atividades, solicitando material cartográfico e a listagem de todas as indústrias do município,
respectivamente. Na sede local do IBGE, foram obtidas informações gerais, tendo em vista a
transferência de parte do acervo bibliográfico do município para São Paulo. Esse fato
dificultou a aquisição de dados, a qual foi realizada no IBGE de Rio Claro e na própria central
em São Paulo.
- 06/09/2006: visita técnica à Prefeitura Municipal para retirar o material solicitado
anteriormente. Assim, foi obtido o mapa base do município datado de 2006; o mapa de
expansão urbana com base nos loteamentos aprovados; os aerolevantamentos para os anos
1996 e 2000, ambos em meio digital. Porém, o aerolevantamento de 1977 não pode ser
concedido, pois estava em meio analógico, não sendo permitida sua retirada da prefeitura.
Nesse mesmo dia, foram solicitadas informações referentes ao PDDI que estava em
elaboração, também foi efetuada uma visita ao acervo da biblioteca municipal para obtenção
de informações históricas do município e dos principais acontecimentos locais.
- 13/09/2006: visita à Prefeitura Municipal, em específico ao Setor de Estatística, onde foram
obtidos dados socioeconômicos do município, tais dados já haviam sido trabalhados a partir
do censo de 2000 e estimativas do IBGE. Nesse dia, também foi realizada uma visita ao Posto
de Atendimento ao Trabalhador (PAT) em busca de novas informações da área de estudo.
204
Além de se obter a cópia do CD-ROM referente aos dados censitários por setores do
município de Americana correspondente ao censo de 2000 (STATCART), na sede do IBGE
local. E para finalizar as atividades dessa visita, realizou-se nova consulta à biblioteca para
fichamento de algumas bibliografias sobre o município.
- 16/01/2007: atividade de digitalização do aerolevantamento de 1977 via scanner, no setor de
geoprocessamento da SEPLAN.
- 17/01/2007: continuidade à digitalização do aerolevantamento de 1977, sendo também
gravada uma cópia do material digital para compor o acervo da SEPLAN; obtenção das
curvas de nível digitalizadas do município de Americana; além da efetivação de outros
questionamentos que se tornaram oportunos.
- 24/04/2007: tendo em vista dúvidas que surgiram quanto a informações contidas no mapa
base do município, foi realizada nova visita à Prefeitura, recorrendo-se aos setores de
geoprocessamento e estatística. Nessa visita, verificou-se a possibilidade de atualização do
cadastro de atividades econômicas (listagem das indústrias), pois várias indústrias estavam
sem indicação de seu número de cadastro, o que inviabilizaria a etapa de espacialização da
atividade industrial. Uma vez obtida a permissão por parte do responsável do Setor de
Cadastro Técnico iniciou-se a verificação e atualização dos cadastros que faltavam na lista.
- 03/05/2007: continuidade ao processo de verificação e atualização dos cadastros relativos às
indústrias do município. Realizou-se também uma visita à Secretaria de Desenvolvimento
Econômico para solicitar dados sobre a indústria local. Além disso, foram visitadas outras
instituições locais, dentre elas o IBGE, devido a uma dúvida quanto à supressão da área
considerada rural ou pós-represa Salto Grande no aplicativo Statcart do IBGE.
- 14/05/2007: início do trabalho de verificação do mapeamento de uso da terra, tomando por
base o cenário de uso atual. Assim, foram efetuados registros com GPS e fotográficos para
ilustrar as classes de uso da terra. Esse trabalho de campo tomou como referência os pontos
que apresentaram dúvida, durante a etapa de interpretação digital dos produtos cartográficos.
- 17/08/2007: continuidade na verificação do mapeamento de uso da terra realizado, obtenção
de pontos georreferenciados e aquisição de fotografias para representação das classes de uso
da terra;
- 13/12/2007: necessidade de aquisição de material adicional para utilização no corpo do
trabalho, de forma a caracterizar os períodos de análise. Os materiais ilustrativos foram
adquiridos em pesquisas no acervo da biblioteca municipal de Americana e na Secretaria de
Cultura e Turismo.
205
ANEXO C – Modelos utilizados na etapa de Modelagem Dinâmica Espacial
Apontamentos relativos aos operadores (functores) dos modelos (scripts) utilizados no trabalho,
com base nas definições e orientações (help) disponibilizadas no software de simulação DINAMICA
EGO:
OBS. A numeração dos operadores está de acordo com a representação dos modelos nas Figuras que
seguem.
1 - Load Categorical Map: refere-se ao mapa de uso da terra inicial do período de simulação;
2 - Load Categorical Map: refere-se ao mapa de uso da terra final do período de simulação;
3 - Load Categorical Map: refere-se à entrada de mapas de variáveis categóricas, que já possuem
classes definidas (por exemplo, hipsometria e declividade);
4 - Load Categorical Map: entradas de variáveis não-categóricas que passarão por cálculo de faixas
de distâncias;
5 - Determine Transition Matrix: operador que define a matriz de transição entre dois mapas
temporais, de acordo com o intervalo de tempo;
6 – Save Lookup Table: salva o arquivo referente à matriz de transição do período;
7 – Save Lookup Table: salva o arquivo da matriz de múltiplos passos ou referentes a cada passo de
tempo compreendido no período de simulação.
8 – Calc Distance to Feature Map: calcula as faixas de distância a partir das células que estão
representando as feições do mapa;
9 – Calc Distance Map: calcula as faixas de distância de uma ou mais classes de uso da terra de um
mapa;
10 – Save Map: utilizado para salvar determinado mapa em arquivo;
11 – Determine Weights of Evidence Ranges: define os intervalos em classes ou escala de tons a
partir de parâmetros especificados;
12 – Name Map: deve ser definido um nome para o mapa;
13 – Save Weights: utilizado para salvar o arquivo de intervalos ou coeficientes gerado com extensão
.dcf;
14 – Load Weights: refere-se à entrada do arquivo de intervalos ou coeficientes gerados (ranges,
coefficients);
15 – Determine Weights of Evidence Coefficients: define os coeficientes de pesos de evidência para
cada variável espacial em conformidade com a transição de uso a que está relacionada;
16 – Determine Weights of Evidence Correlation: calcula a correlação entre pares de mapas
referentes às variáveis explicativas;
17 – Load Lookup Table: carrega um arquivo de tabela;
18 – Repeat: operador especial no qual é determinado o número de iterações que o modelo irá
executar;
206
19 – Mux Categorical Map: este operador torna dinâmico um mapa, num processo de
retroalimentação do mapa gerado em um passo de tempo que irá realimentar o modelo para o passo de
tempo seguinte até concluir todas as iterações existentes;
20 – Calc Change Matrix: calcula a quantidade de mudanças, multiplicando a razão da transição pelo
número de células do mapa de categorias a ser mudado;
21 – Calc Weights of Evidence: calcula um mapa de probabilidades utilizando o método de pesos de
evidências;
22 – Patcher: origina novas manchas de determinada classe ou categoria;
23 - Load Categorical Map: refere-se à entrada do mapa de uso da terra simulado;
24 – Calculate Categorical Map: calcula um mapa de classes (uso da terra) usando expressões
algébricas que compreendem mapas, tabelas e valores;
25 – Number Map: deve ser definida uma numeração como identificação do mapa;
26 – Calc Reciprocal Similarity Map: calcula o índice de similaridade fuzzy entre mapas.
I. Modelo para a obtenção da Matriz de Transição
Figura A – Esquema do modelo utilizado para obter as matrizes de transição
207
II. Modelo para obtenção dos intervalos para os pesos de evidência
Figura B - Esquema do modelo utilizado para obter os intervalos para os pesos de evidências
208
III. Modelo para obtenção dos coeficientes de pesos de evidência
Figura C - Esquema do modelo utilizado para obter os coeficientes de pesos de evidências
209
IV. Modelo para obtenção da correlação entre as variáveis explicativas
Figura D - Esquema do modelo utilizado para obter a correlação entre as variáveis explicativas
210
V. Modelo para obtenção das simulações
Figura E - Esquema do modelo utilizado para obter as simulações de cenários
211
VI. Modelo para validação das simulações
Figura F - Esquema do modelo utilizado para a validação das simulações de cenários
212
ANEXO D – Coeficientes de pesos de evidências para a calibração aceita em cada um dos
quatro períodos de simulação
1. Período de simulação 1962-1977
a) Transição Residencial para Comercial e serviços
Tabela 1 – Transição residencial para comercial e serviços: variável distâncias à área comercial e serviços
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 20 584 268 2.65866 2.69156 yes
20 <= v < 460 24747 6717 1.83602 3.72833 yes
460 <= v < 470 607 38 0.117117 0.117663 no
470 <= v < 500 1810 110 0.0855079 0.086692 no
500 <= v < 520 1275 77 0.0788077 0.079571 no
520 <= v < 540 1217 74 0.0860645 0.0868624 no
540 <= v < 550 584 36 0.100655 0.101103 no
550 <= v < 610 3675 193 -0.0692609 -0.0711017 no
610 <= v < 620 603 23 -0.404123 -0.405612 no
620 <= v < 630 594 18 -0.642325 -0.644433 yes
630 <= v < 650 1135 37 -0.566917 -0.570598 yes
650 <= v < 760 6065 128 -1.01352 -1.04356 yes
760 <= v < 770 527 0 ~ 0 -0.00406387 no
770 <= v < 900 6613 0 ~ 0 -0.0522322 no
900 <= v < 930 1414 0 ~ 0 -0.0109413 no
930 <= v < 1150 9135 0 ~ 0 -0.0728934 no
1150 <= v < 1260 4061 0 ~ 0 -0.0317509 no
1260 <= v < 1820 17058 0 ~ 0 -0.140726 no
1820 <= v < 2250 18306 0 ~ 0 -0.151843 no
2250 <= v < 9820 37652 0 ~ 0 -0.342149 no
-------- --------
137662 7719
Nota: Os dados correspondentes à transição possível e executada referem-se ao número de células, enquanto os coeficientes de peso e o
contraste não apresentam unidade.
Tabela 2 – Transição residencial para comercial e serviços: variável hipsometria
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
------------------------------------------------------------------------------------------------------
500 <= v < 520 2033 0 ~ 0 -0.015769 no
520 <= v < 540 13925 3596 1.76828 2.31256 yes
540 <= v < 560 30785 3531 0.779792 1.15586 yes
560 <= v < 580 35432 592 -1.2516 -1.48394 yes
580 <= v < 600 35580 0 ~ 0 -0.319947 no
600 <= v < 620 19331 0 ~ 0 -0.161067 no
620 <= v < 640 571 0 ~ 0 -0.00440392 no
> 640 0 0 ~ 0 0 no
-------- --------
137662 7719
b) Transição Não-urbano para Residencial
Tabela 1 – Transição não-urbano para residencial: variável distâncias às estradas
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 10 2726 853 1.09906 1.10303 yes
10 <= v < 520 188527 48831 0.834489 1.0899 yes
520 <= v < 530 3027 659 0.606515 0.608607 yes
530 <= v < 650 39193 7392 0.426493 0.445134 yes
650 <= v < 660 3384 555 0.256882 0.257759 yes
660 <= v < 990 99672 18228 0.388636 0.434323 yes
990 <= v < 1000 2739 578 0.56684 0.568585 yes
1000 <= v < 4210 367635 66697 0.378848 0.620079 yes
4210 <= v < 4220 906 0 ~ 0 -0.000956524 no
4220 <= v < 5770 170874 0 ~ 0 -0.198837 no
5770 <= v < 6270 55888 0 ~ 0 -0.0607871 no
6270 <= v < 8610 156855 0 ~ 0 -0.18095 no
-------- --------
1091426 143793
Tabela 2 – Transição não-urbano para residencial: variável declividade
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 5% 427408 53437 -0.0600823 -0.0973919 yes
5 <= v < 12% 518152 75584 0.118243 0.234761 yes
213
12 <= v < 30% 143640 14688 -0.286817 -0.325341 yes
30 <= v < 47% 2018 83 -1.26343 -1.2649 yes
> 47% 107 0 ~ 0 -0.000112919 no
-------- --------
1091426 143793
Tabela 3 – Transição não-urbano para residencial: variável distâncias à ferrovia
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 10 2590 231 -0.437983 -0.438868 yes
10 <= v < 80 13269 880 -0.75905 -0.766071 yes
80 <= v < 160 13193 1172 -0.442351 -0.446933 yes
160 <= v < 170 1429 196 0.0465017 0.0465637 no
170 <= v < 820 84240 14152 0.285697 0.312463 yes
820 <= v < 830 1515 428 0.953539 0.955372 yes
830 <= v < 1890 155249 32642 0.562208 0.681141 yes
1890 <= v < 7860 500901 85616 0.3065 0.634714 yes
7860 <= v < 8130 26157 3644 0.0645816 0.0662064 yes
8130 <= v < 8140 962 68 -0.690606 -0.691076 yes
8140 <= v < 8410 22534 1261 -0.939941 -0.953837 yes
8410 <= v < 8420 695 23 -1.48917 -1.48972 yes
8420 <= v < 8740 21003 962 -1.15093 -1.16559 yes
8740 <= v < 8750 620 66 -0.241917 -0.242043 no
8750 <= v < 8820 4404 570 -0.020435 -0.0205172 no
8820 <= v < 9100 15287 1633 -0.238021 -0.241113 yes
9100 <= v < 9110 448 14 -1.54839 -1.54876 yes
9110 <= v < 9480 13110 235 -2.11786 -2.12991 yes
9480 <= v < 9490 337 0 ~ 0 -0.000355686 no
9490 <= v < 14040 213483 0 ~ 0 -0.255254 no
-------- --------
1091426 143793
Tabela 4 – Transição não-urbano para residencial: variável distâncias às áreas residenciais
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 20 7470 4365 2.2262 2.25374 yes
20 <= v < 460 201788 87770 1.62396 2.43837 yes
460 <= v < 470 3834 969 0.801534 0.805267 yes
470 <= v < 490 7467 1782 0.725498 0.731951 yes
490 <= v < 580 33235 7212 0.602358 0.62597 yes
580 <= v < 590 3483 668 0.447163 0.448845 yes
590 <= v < 600 3568 703 0.480626 0.482499 yes
600 <= v < 610 3670 664 0.375509 0.37696 yes
610 <= v < 620 3537 655 0.403988 0.405508 yes
620 <= v < 630 3556 619 0.328554 0.329764 yes
630 <= v < 640 3595 660 0.39337 0.394868 yes
640 <= v < 650 3388 589 0.327001 0.328148 yes
650 <= v < 800 53495 8241 0.182423 0.19251 yes
800 <= v < 820 7228 957 0.00570481 0.00574292 no
820 <= v < 830 3716 441 -0.119436 -0.119826 yes
830 <= v < 910 29150 3071 -0.253535 -0.259852 yes
910 <= v < 920 3732 311 -0.512303 -0.513754 yes
920 <= v < 1010 33963 2825 -0.514328 -0.527897 yes
1010 <= v < 1020 4026 337 -0.507435 -0.508989 yes
1020 <= v < 1420 144377 10477 -0.662318 -0.739001 yes
1420 <= v < 1430 3106 373 -0.105984 -0.106275 no
1430 <= v < 1480 15373 2044 0.0105591 0.0107105 no
1480 <= v < 1670 53958 6296 -0.138627 -0.145459 yes
1670 <= v < 1680 2435 94 -1.32945 -1.33127 yes
1680 <= v < 1990 65534 1670 -1.75834 -1.81643 yes
1990 <= v < 2000 1814 0 ~ 0 -0.00191608 no
2000 <= v < 3050 162608 0 ~ 0 -0.188252 no
3050 <= v < 3440 53395 0 ~ 0 -0.0579953 no
3440 <= v < 5520 174925 0 ~ 0 -0.204066 no
-------- --------
1091426 143793
Tabela 5 – Transição não-urbano para residencial: variável distâncias às áreas industriais
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 170 9899 194 -2.02695 -2.03589 yes
170 <= v < 180 671 30 -1.17624 -1.17671 yes
180 <= v < 230 3054 227 -0.636429 -0.637837 yes
230 <= v < 240 565 72 -0.0382505 -0.0382701 no
240 <= v < 310 4529 726 0.229597 0.230638 yes
310 <= v < 930 40464 4912 -0.0937227 -0.0972039 yes
930 <= v < 940 637 20 -1.54354 -1.54406 yes
940 <= v < 1330 32300 1489 -1.14417 -1.16682 yes
1330 <= v < 1340 980 74 -0.619382 -0.619823 yes
1340 <= v < 1720 39385 3826 -0.343781 -0.355059 yes
1720 <= v < 2400 65779 8055 -0.0837875 -0.0889874 yes
214
2400 <= v < 2410 827 260 1.10591 1.10713 yes
2410 <= v < 4010 120156 50497 1.56389 1.92014 yes
4010 <= v < 4930 99774 27453 0.916953 1.04942 yes
4930 <= v < 4940 1142 176 0.182913 0.183118 yes
4940 <= v < 5200 28415 5191 0.387333 0.399288 yes
5200 <= v < 5210 1038 263 0.804884 0.805896 yes
5210 <= v < 5490 29728 5945 0.499172 0.515978 yes
5490 <= v < 5500 992 126 -0.0420105 -0.0420481 no
5500 <= v < 6150 65237 6993 -0.234139 -0.247717 yes
6150 <= v < 6160 855 42 -1.07747 -1.07804 yes
6160 <= v < 6290 10906 670 -0.840796 -0.846986 yes
6290 <= v < 6300 845 83 -0.331513 -0.33174 yes
6300 <= v < 6320 1679 195 -0.143904 -0.144115 no
6320 <= v < 6330 842 128 0.16674 0.166877 no
6330 <= v < 6880 42453 5431 -0.0337965 -0.0351467 yes
6880 <= v < 6890 679 5 -3.0182 -3.01888 yes
6890 <= v < 7400 40580 718 -2.13112 -2.16909 yes
7400 <= v < 7410 911 33 -1.39555 -1.39624 yes
7410 <= v < 8110 74146 1505 -1.99114 -2.06037 yes
8110 <= v < 8140 3371 12 -3.7489 -3.75237 yes
8140 <= v < 8280 15500 260 -2.1854 -2.19981 yes
8280 <= v < 8290 1088 45 -1.2576 -1.25839 yes
8290 <= v < 8500 23282 1266 -0.970315 -0.984978 yes
8500 <= v < 8520 2213 152 -0.721474 -0.722593 yes
8520 <= v < 8670 16338 1387 -0.492043 -0.498253 yes
8670 <= v < 8680 1060 126 -0.117602 -0.117711 no
8680 <= v < 8750 7364 1066 0.109274 0.110047 yes
8750 <= v < 10220 104838 12461 -0.117682 -0.129602 yes
10220 <= v < 10230 655 60 -0.408624 -0.408835 yes
10230 <= v < 10320 5929 427 -0.67049 -0.673339 yes
10320 <= v < 10330 656 32 -1.08482 -1.08526 yes
10330 <= v < 10960 33714 1160 -1.44889 -1.47574 yes
10960 <= v < 10970 411 0 ~ 0 -0.000433806 no
10970 <= v < 14960 155539 0 ~ 0 -0.179287 no
-------- --------
1091426 143793
Tabela 6 – Transição não-urbano para residencial: variável hipsometria
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
500 <= v < 520 68893 22 -6.16336 -6.23866 yes
520 <= v < 540 153010 9714 -0.805752 -0.899755 yes
540 <= v < 560 250139 28521 -0.164722 -0.210038 yes
560 <= v < 580 249133 37220 0.146263 0.19269 yes
580 <= v < 600 202647 35458 0.334817 0.423859 yes
600 <= v < 620 148358 29704 0.500663 0.598286 yes
620 <= v < 640 15802 3151 0.495576 0.504293 yes
> 640 3221 0 ~ 0 -0.00340478 no
-------- --------
1091426 143793
c) Transição Não-urbano para Industrial
Tabela 1 – Transição não-urbano para industrial: variável declividade
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 5% 395153 21182 0.498291 1.04486 yes
5 <= v < 12% 453364 10796 -0.344101 -0.571329 yes
12 <= v < 30% 129585 633 -1.94741 -2.07408 yes
30 <= v < 47% 1935 0 ~ 0 -0.00204402 no
> 47% 107 0 ~ 0 -0.000112919 no
-------- --------
980244 32611
Tabela 2 – Transição não-urbano para industrial: variável distâncias à ferrovia
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 30 6600 47 -1.56821 -1.57371 yes
30 <= v < 40 1426 19 -0.935458 -0.936361 yes
40 <= v < 100 10325 194 -0.586179 -0.590961 yes
100 <= v < 110 1576 42 -0.228647 -0.228978 no
110 <= v < 130 3149 119 0.132123 0.132576 no
130 <= v < 150 3032 159 0.47511 0.476961 yes
150 <= v < 1530 156764 6264 0.190174 0.230523 yes
1530 <= v < 1540 1197 0 ~ 0 -0.00126395 no
1540 <= v < 2170 79664 284 -2.26371 -2.34245 yes
2170 <= v < 2180 1184 29 -0.315242 -0.315572 no
2180 <= v < 2400 24355 804 -0.00800665 -0.00820987 no
2400 <= v < 2410 1040 98 1.10628 1.10829 yes
2410 <= v < 2680 27276 4109 1.63977 1.74969 yes
215
2680 <= v < 5830 222924 20443 1.07631 1.82177 yes
5830 <= v < 5840 554 0 ~ 0 -0.000584785 no
5840 <= v < 14040 439178 0 ~ 0 -0.622591 no
-------- --------
980244 32611
Tabela 3 – Transição não-urbano para industrial: variável distâncias à hidrografia
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 20 9889 31 -2.39273 -2.40224 yes
20 <= v < 60 32831 209 -1.68109 -1.70969 yes
60 <= v < 150 63798 654 -1.20075 -1.24945 yes
150 <= v < 160 6597 118 -0.636319 -0.639555 yes
160 <= v < 170 6624 151 -0.388797 -0.391011 yes
170 <= v < 460 195014 5376 -0.193855 -0.236999 yes
460 <= v < 470 6707 251 0.122005 0.122896 no
470 <= v < 490 12993 591 0.325521 0.330636 yes
490 <= v < 980 259952 9859 0.13587 0.189459 yes
980 <= v < 990 3932 64 -0.732292 -0.734418 yes
990 <= v < 1260 97850 1973 -0.514193 -0.558452 yes
1260 <= v < 1270 3020 112 0.112596 0.112963 no
1270 <= v < 1340 22035 976 0.297697 0.305609 yes
1340 <= v < 1390 15344 828 0.505324 0.515605 yes
1390 <= v < 1590 59925 3995 0.73026 0.80011 yes
1590 <= v < 1630 11337 957 0.985485 1.00426 yes
1630 <= v < 1760 34305 2264 0.719434 0.75699 yes
1760 <= v < 1770 2406 35 -0.846401 -0.847833 yes
1770 <= v < 1820 11545 216 -0.590525 -0.595907 yes
1820 <= v < 1830 2306 56 -0.324016 -0.324675 yes
1830 <= v < 1860 6613 193 -0.135166 -0.136028 no
1860 <= v < 1880 4194 148 0.0610459 0.0613158 no
1880 <= v < 3530 111027 3554 -0.0398483 -0.044833 yes
-------- --------
980244 32611
Tabela 4 – Transição não-urbano para industrial: variável distâncias às áreas residenciais
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 20 3444 339 1.15455 1.16172 yes
20 <= v < 360 92128 6984 0.868596 1.01545 yes
360 <= v < 370 3035 85 -0.177592 -0.1781 no
370 <= v < 450 23903 763 -0.0427423 -0.0437891 no
450 <= v < 590 41696 1524 0.0974859 0.102029 yes
590 <= v < 1190 202154 6188 -0.0860116 -0.107271 yes
1190 <= v < 1200 3506 54 -0.788407 -0.790399 yes
1200 <= v < 1320 41680 820 -0.539285 -0.557894 yes
1320 <= v < 1330 3545 167 0.362272 0.363835 yes
1330 <= v < 1360 10048 577 0.57117 0.578977 yes
1360 <= v < 1390 9692 739 0.874872 0.888301 yes
1390 <= v < 1430 12328 1224 1.16414 1.19061 yes
1430 <= v < 1830 104622 7918 0.866802 1.03729 yes
1830 <= v < 1840 2086 43 -0.491657 -0.492496 yes
1840 <= v < 2020 34491 583 -0.693901 -0.7123 yes
2020 <= v < 2110 16454 342 -0.483191 -0.489797 yes
2110 <= v < 2120 1830 46 -0.288654 -0.289127 no
2120 <= v < 2130 1801 60 0.00144726 0.00144993 no
2130 <= v < 3080 147703 4155 -0.173039 -0.201011 yes
3080 <= v < 3090 1378 0 ~ 0 -0.00145521 no
3090 <= v < 5520 222720 0 ~ 0 -0.267916 no
-------- --------
980244 32611
Tabela 5 – Transição não-urbano para industrial: variável distâncias à área comercial e serviços
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 750 5600 28 -1.92399 -1.92903 yes
750 <= v < 760 175 15 1.00219 1.00249 yes
760 <= v < 810 884 114 1.45913 1.46181 yes
810 <= v < 2080 67812 5416 0.925174 1.03868 yes
2080 <= v < 2090 845 0 ~ 0 -0.000892093 no
2090 <= v < 2500 34519 74 -2.77374 -2.80849 yes
2500 <= v < 2510 908 17 -0.589813 -0.590233 yes
2510 <= v < 2530 1894 46 -0.3239 -0.324441 yes
2530 <= v < 2580 4767 146 -0.0854421 -0.0858434 no
2580 <= v < 2750 16774 402 -0.337558 -0.342582 yes
2750 <= v < 2760 1021 2 -2.86411 -2.86513 yes
2760 <= v < 3070 31466 189 -1.73957 -1.76732 yes
3070 <= v < 3080 1101 44 0.190317 0.190551 no
3080 <= v < 3590 58492 3031 0.46253 0.499773 yes
3590 <= v < 3600 1104 167 1.64463 1.64877 yes
3600 <= v < 5860 244187 22572 1.08509 1.99687 yes
216
5860 <= v < 5870 948 12 -0.987391 -0.988011 yes
5870 <= v < 5890 1714 9 -1.87478 -1.8763 yes
5890 <= v < 5900 830 0 ~ 0 -0.00087625 no
5900 <= v < 6290 29136 104 -2.26245 -2.29037 yes
6290 <= v < 6300 768 17 -0.418875 -0.419146 no
6300 <= v < 6360 4785 132 -0.193148 -0.194014 yes
6360 <= v < 6410 4118 74 -0.631607 -0.633612 yes
6410 <= v < 6420 807 0 ~ 0 -0.000851958 no
6420 <= v < 14440 465589 0 ~ 0 -0.675932 no
-------- --------
980244 32611
Tabela 6 – Transição não-urbano para industrial: variável hipsometria
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
500 <= v < 520 73871 5000 0.74652 0.837503 yes
520 <= v < 540 150268 6972 0.346307 0.422893 yes
540 <= v < 560 221627 9 -6.74217 -7.00829 yes
560 <= v < 580 220313 8400 0.141374 0.186098 yes
580 <= v < 600 171108 3919 -0.383971 -0.450044 yes
600 <= v < 620 127000 8311 0.710391 0.87075 yes
620 <= v < 640 12651 0 ~ 0 -0.01344 no
> 640 3221 0 ~ 0 -0.00340478 no
-------- --------
980244 32611
2. Período de simulação 1977-1996
a) Transição Residencial para Industrial
Tabela 1 – Transição residencial para industrial: variável declividade
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 5% 103925 6482 0.424158 0.840738 yes
5 <= v < 12% 133447 4177 -0.297914 -0.544174 yes
12 <= v < 30% 21888 159 -1.7831 -1.85978 yes
30 <= v < 47% 96 0 ~ 0 -0.000386329 no
> 47% 3 0 ~ 0 -1.20705e-05 no
-------- --------
259359 10818
Tabela 2 – Transição residencial para industrial: variável distâncias à ferrovia
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 10 895 71 0.682906 0.68617 yes
10 <= v < 60 3386 207 0.402793 0.40924 yes
60 <= v < 70 487 24 0.174723 0.17508 no
70 <= v < 140 3502 211 0.387308 0.393675 yes
140 <= v < 150 538 49 0.833854 0.836425 yes
150 <= v < 290 7991 584 0.594117 0.619357 yes
290 <= v < 300 628 20 -0.280046 -0.280645 no
300 <= v < 310 572 15 -0.480119 -0.480975 no
310 <= v < 350 2452 49 -0.758257 -0.763432 yes
350 <= v < 360 561 5 -1.57693 -1.57871 yes
360 <= v < 370 603 3 -2.16392 -2.16606 yes
370 <= v < 390 1232 1 -3.98119 -3.98606 yes
390 <= v < 2940 146817 242 -3.27196 -4.1403 yes
2940 <= v < 2950 372 9 -0.562782 -0.563411 no
2950 <= v < 3090 4729 153 -0.263746 -0.268085 yes
3090 <= v < 3100 319 28 0.793278 0.794698 yes
3100 <= v < 3200 2679 301 1.06749 1.0861 yes
3200 <= v < 3240 1069 161 1.40456 1.41589 yes
3240 <= v < 3330 2289 517 1.90258 1.94439 yes
3330 <= v < 3420 2014 875 2.87071 2.95046 yes
3420 <= v < 5740 29734 6510 1.86255 2.68519 yes
5740 <= v < 5750 178 0 ~ 0 -0.000716436 no
5750 <= v < 6320 11811 41 -2.52534 -2.57006 yes
6320 <= v < 6330 229 14 0.402816 0.403245 no
6330 <= v < 6340 227 17 0.620502 0.62123 yes
6340 <= v < 6390 1109 104 0.866044 0.871653 yes
6390 <= v < 6400 222 27 1.15723 1.15895 yes
6400 <= v < 6800 6297 580 0.846225 0.878059 yes
6800 <= v < 6810 135 0 ~ 0 -0.000543318 no
6810 <= v < 9270 26282 0 ~ 0 -0.111764 no
-------- --------
259359 10818
217
Tabela 3 – Transição residencial para industrial: variável distâncias à hidrografia
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 50 6120 24 -2.40294 -2.42555 yes
50 <= v < 60 2104 39 -0.834927 -0.839659 yes
60 <= v < 290 39012 923 -0.585655 -0.662824 yes
290 <= v < 300 1518 79 0.232141 0.233663 yes
300 <= v < 480 21553 938 0.0443721 0.0484842 no
480 <= v < 490 1004 17 -0.92706 -0.929467 yes
490 <= v < 500 992 2 -3.07016 -3.07397 yes
500 <= v < 1150 79886 442 -2.0571 -2.40052 yes
1150 <= v < 1160 1177 36 -0.321745 -0.323013 no
1160 <= v < 1690 50472 1841 -0.139556 -0.170751 yes
1690 <= v < 1700 834 49 0.360533 0.361909 yes
1700 <= v < 1800 8487 603 0.563723 0.588842 yes
1800 <= v < 1810 836 74 0.802515 0.806308 yes
1810 <= v < 1900 7300 831 1.08225 1.1358 yes
1900 <= v < 1980 5920 912 1.43124 1.49896 yes
1980 <= v < 2750 32144 4008 1.18564 1.52832 yes
----------- -- ---------
259359 10818
Tabela 4 – Transição residencial para industrial: variável distâncias às estradas
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 10 5458 1876 2.48762 2.66355 yes
10 <= v < 40 5992 1274 1.82517 1.93131 yes
40 <= v < 330 43790 6312 1.35309 2.06545 yes
330 <= v < 340 1349 88 0.472073 0.475154 yes
340 <= v < 430 11932 666 0.306141 0.323294 yes
430 <= v < 440 1389 39 -0.409902 -0.411737 yes
440 <= v < 450 1266 23 -0.855392 -0.858278 yes
450 <= v < 460 1276 13 -1.4419 -1.44579 yes
460 <= v < 520 7742 33 -2.31924 -2.34769 yes
520 <= v < 840 36412 0 ~ 0 -0.158413 no
840 <= v < 850 1028 0 ~ 0 -0.00414472 no
850 <= v < 950 10438 32 -2.65001 -2.68981 yes
950 <= v < 960 1043 22 -0.703099 -0.70518 yes
960 <= v < 1240 26615 440 -0.951389 -1.02115 yes
1240 <= v < 1250 876 0 ~ 0 -0.0035308 no
1250 <= v < 4170 102753 0 ~ 0 -0.533454 no
-------- --------
259359 10818
Tabela 5 – Transição residencial para industrial: variável distâncias às áreas industriais
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 20 1374 158 1.09367 1.10348 yes
20 <= v < 550 85373 7762 0.831927 1.72168 yes
550 <= v < 560 1745 58 -0.235868 -0.237303 no
560 <= v < 720 24688 685 -0.422119 -0.458268 yes
720 <= v < 730 1606 30 -0.827051 -0.830636 yes
730 <= v < 760 4441 64 -1.09084 -1.10267 yes
760 <= v < 770 1477 13 -1.58958 -1.59429 yes
770 <= v < 800 4352 22 -2.14788 -2.16342 yes
800 <= v < 820 2848 4 -3.43228 -3.44341 yes
820 <= v < 1130 39275 161 -2.35843 -2.51467 yes
1130 <= v < 1140 1026 40 -0.0703805 -0.0706511 no
1140 <= v < 1490 31943 1038 -0.259226 -0.291138 yes
1490 <= v < 1500 721 0 ~ 0 -0.00290515 no
1500 <= v < 3850 33551 123 -2.47057 -2.60358 yes
3850 <= v < 3860 128 22 1.562 1.56361 yes
3860 <= v < 4340 5227 638 1.16132 1.20347 yes
4340 <= v < 4350 122 0 ~ 0 -0.000490985 no
4350 <= v < 5860 19462 0 ~ 0 -0.0815409 no
-------- --------
259359 10818
Tabela 6 – Transição residencial para industrial: variável hipsometria
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
500 <= v < 520 2055 0 ~ 0 -0.00830263 no
520 <= v < 540 19812 320 -0.975042 -1.02669 yes
540 <= v < 560 51918 919 -0.881879 -1.02276 yes
560 <= v < 580 65991 0 ~ 0 -0.308584 no
580 <= v < 600 66816 987 -1.06575 -1.27778 yes
600 <= v < 620 49037 8388 1.55622 2.87096 yes
620 <= v < 640 3722 204 0.286868 0.29165 yes
> 640 0 0 ~ 0 0 no
-------- --------
259359 10818
218
Tabela 7 – Transição residencial para industrial: variável distâncias à área comercial e serviços
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 850 57781 231 -2.3836 -2.62539 yes
850 <= v < 860 771 22 -0.3933 -0.394283 no
860 <= v < 990 10192 235 -0.612049 -0.630973 yes
990 <= v < 1000 813 4 -2.17511 -2.178 yes
1000 <= v < 1030 2372 2 -3.9431 -3.9525 yes
1030 <= v < 1520 40078 209 -2.11662 -2.27196 yes
1520 <= v < 1530 818 35 0.0266118 0.026697 no
1530 <= v < 1710 14053 496 -0.173686 -0.182842 yes
1710 <= v < 1720 769 5 -1.89473 -1.89735 yes
1720 <= v < 1730 758 0 ~ 0 -0.00305446 no
1730 <= v < 2560 45856 172 -2.44761 -2.63469 yes
2560 <= v < 2570 304 9 -0.355354 -0.35571 no
2570 <= v < 2640 1892 69 -0.139736 -0.140699 no
2640 <= v < 2660 430 20 0.113972 0.114171 no
2660 <= v < 2680 395 25 0.439769 0.440593 yes
2680 <= v < 2690 191 17 0.808554 0.809427 yes
2690 <= v < 2710 354 44 1.18201 1.18484 yes
2710 <= v < 2720 163 30 1.64524 1.64749 yes
2720 <= v < 2790 1072 348 2.40181 2.43159 yes
2790 <= v < 6300 43325 8062 1.65872 2.87314 yes
6300 <= v < 6310 148 0 ~ 0 -0.000595653 no
6310 <= v < 7110 10113 41 -2.36955 -2.40712 yes
7110 <= v < 7120 96 14 1.36673 1.3677 yes
7120 <= v < 7200 768 169 1.86903 1.88237 yes
7200 <= v < 7720 3828 559 1.36831 1.40812 yes
7720 <= v < 7730 58 0 ~ 0 -0.000233389 no
7730 <= v < 9530 21961 0 ~ 0 -0.0925097 no
-------- --------
259359 10818
b) Transição Residencial para Comercial e serviços
Tabela 1 – Transição residencial para comercial e serviços: variável declividade
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 5% 102715 5275 -0.0664887 -0.107133 yes
5 <= v < 12% 138143 8873 0.170879 0.396488 yes
12 <= v < 30% 21961 232 -1.6899 -1.76512 yes
30 <= v < 47% 96 0 ~ 0 -0.000386329 no
> 47% 3 0 ~ 0 -1.20705e-05 no
-------- --------
262921 14380
Tabela 2 – Transição residencial para comercial e serviços: variável distâncias à ferrovia
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 10 857 33 -0.367893 -0.368917 yes
10 <= v < 50 2601 79 -0.61359 -0.61828 yes
50 <= v < 70 1146 26 -0.913218 -0.915925 yes
70 <= v < 80 490 16 -0.538849 -0.539645 yes
80 <= v < 90 544 12 -0.941967 -0.943275 yes
90 <= v < 100 429 14 -0.539452 -0.540149 yes
100 <= v < 130 1325 54 -0.308806 -0.31017 yes
130 <= v < 140 619 20 -0.54976 -0.550781 yes
140 <= v < 150 516 27 -0.0467562 -0.0468462 no
150 <= v < 250 5498 346 0.149068 0.152477 yes
250 <= v < 270 1294 99 0.358988 0.361077 yes
270 <= v < 390 7721 706 0.553579 0.57529 yes
390 <= v < 1370 78860 8648 0.755578 1.34337 yes
1370 <= v < 1380 660 152 1.64317 1.65175 yes
1380 <= v < 1810 25789 4147 1.19752 1.44664 yes
1810 <= v < 1820 540 1 -3.43995 -3.44205 yes
1820 <= v < 6530 104039 0 ~ 0 -0.542314 no
6530 <= v < 9270 29993 0 ~ 0 -0.128602 no
-------- --------
262921 14380
Tabela 3 – Transição residencial para comercial e serviços: variável distâncias à hidrografia
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 200 33351 169 -2.43009 -2.56157 yes
200 <= v < 250 7559 77 -1.72668 -1.75188 yes
250 <= v < 270 3091 56 -1.14285 -1.15123 yes
270 <= v < 290 2618 67 -0.789779 -0.795425 yes
290 <= v < 300 1494 55 -0.414601 -0.416576 yes
300 <= v < 370 9257 420 -0.196679 -0.203239 yes
219
370 <= v < 380 1223 68 0.0174216 0.0175036 no
380 <= v < 390 1345 98 0.306241 0.308049 yes
390 <= v < 580 21255 1840 0.493489 0.549068 yes
580 <= v < 670 10637 756 0.279442 0.292879 yes
670 <= v < 680 1293 65 -0.0889854 -0.089408 no
680 <= v < 690 1310 54 -0.296934 -0.298238 yes
690 <= v < 970 37747 1853 -0.113995 -0.132017 yes
970 <= v < 980 1541 104 0.223847 0.225308 yes
980 <= v < 1150 23616 1930 0.430623 0.483444 yes
1150 <= v < 1160 1278 137 0.73009 0.735061 yes
1160 <= v < 1480 36179 4880 0.991329 1.27128 yes
1480 <= v < 1640 15152 1588 0.704826 0.765724 yes
1640 <= v < 1650 797 40 -0.0907143 -0.0909792 no
1650 <= v < 1680 2362 92 -0.355977 -0.358734 yes
1680 <= v < 1690 758 17 -0.925018 -0.926821 yes
1690 <= v < 1700 795 10 -1.51333 -1.5158 yes
1700 <= v < 1710 780 4 -2.41809 -2.42094 yes
1710 <= v < 1720 756 0 ~ 0 -0.00304639 no
1720 <= v < 2750 46727 0 ~ 0 -0.208261 no
----------- -----------
262921 14380
Tabela 4 – Transição residencial para comercial e serviços: variável distâncias às estradas
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 10 3608 26 -2.07581 -2.08852 yes
10 <= v < 20 1791 49 -0.721199 -0.72482 yes
20 <= v < 70 7377 247 -0.512909 -0.52469 yes
70 <= v < 80 1394 62 -0.217533 -0.218586 no
80 <= v < 200 16040 843 -0.0421169 -0.0447993 no
200 <= v < 260 7886 340 -0.250058 -0.256961 yes
260 <= v < 280 2681 96 -0.443363 -0.44712 yes
280 <= v < 450 22440 656 -0.653001 -0.698037 yes
450 <= v < 460 1263 0 ~ 0 -0.00509461 no
460 <= v < 500 5178 24 -2.51971 -2.53899 yes
500 <= v < 510 1376 30 -0.953926 -0.957268 yes
510 <= v < 640 16461 460 -0.699411 -0.733444 yes
640 <= v < 650 1206 55 -0.191284 -0.192093 no
650 <= v < 1300 67435 3645 -0.0124706 -0.0167405 no
1300 <= v < 1310 761 65 0.478807 0.480533 yes
1310 <= v < 1400 6770 712 0.708712 0.734817 yes
1400 <= v < 1410 797 108 0.996659 1.00142 yes
1410 <= v < 1510 8052 1464 1.34569 1.4262 yes
1510 <= v < 2050 39751 5335 0.985537 1.30012 yes
2050 <= v < 2060 823 25 -0.613463 -0.614939 yes
2060 <= v < 2070 807 19 -0.87529 -0.877143 yes
2070 <= v < 2080 834 13 -1.2958 -1.29821 yes
2080 <= v < 2210 10100 106 -1.69653 -1.73017 yes
2210 <= v < 2220 641 0 ~ 0 -0.00258238 no
2220 <= v < 4170 37449 0 ~ 0 -0.163314 no
----------- -----------
262921 14380
Tabela 5 – Transição residencial para comercial e serviços: variável distâncias às áreas industriais
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 20 1245 29 -0.886257 -0.889143 yes
20 <= v < 50 3252 95 -0.653731 -0.659886 yes
50 <= v < 60 1392 54 -0.360178 -0.361813 yes
60 <= v < 70 1060 52 -0.11471 -0.115151 no
70 <= v < 190 16087 933 0.0621549 0.0663274 no
190 <= v < 220 4425 215 -0.12481 -0.12683 no
220 <= v < 250 4430 174 -0.34726 -0.352359 yes
250 <= v < 270 3364 110 -0.53739 -0.54289 yes
270 <= v < 680 67752 2718 -0.325244 -0.419097 yes
680 <= v < 690 1720 173 0.658988 0.664848 yes
690 <= v < 1100 59903 4881 0.427386 0.591806 yes
1100 <= v < 1110 1047 43 -0.300778 -0.301831 no
1110 <= v < 1120 1049 27 -0.78391 -0.786152 yes
1120 <= v < 1130 1006 6 -2.26623 -2.26984 yes
1130 <= v < 1180 5000 59 -1.57802 -1.59399 yes
1180 <= v < 1190 1012 23 -0.911431 -0.913817 yes
1190 <= v < 1230 3884 115 -0.639863 -0.647115 yes
1230 <= v < 1240 1009 46 -0.191643 -0.192321 no
1240 <= v < 1260 1918 104 -0.00912926 -0.00919607 no
1260 <= v < 1290 2988 200 0.215007 0.217732 yes
1290 <= v < 1310 1960 166 0.469554 0.473921 yes
1310 <= v < 1340 2969 310 0.700636 0.711674 yes
1340 <= v < 1380 3878 513 0.968862 0.991557 yes
1380 <= v < 2120 31775 3334 0.70611 0.848355 yes
2120 <= v < 2130 62 0 ~ 0 -0.000249487 no
2130 <= v < 5860 38734 0 ~ 0 -0.16942 no
---------- ----------
262921 14380
220
Tabela 6 – Transição residencial para comercial e serviços: variável distâncias à área comercial e serviços
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 20 1197 557 2.71087 2.74779 yes
20 <= v < 480 40386 11055 1.87401 3.2128 yes
480 <= v < 490 893 104 0.823394 0.827473 yes
490 <= v < 500 845 85 0.659102 0.661968 yes
500 <= v < 510 940 106 0.786975 0.791013 yes
510 <= v < 520 852 82 0.610098 0.612714 yes
520 <= v < 540 1706 183 0.730818 0.737479 yes
540 <= v < 560 1733 198 0.801751 0.80942 yes
560 <= v < 630 5834 590 0.665052 0.685622 yes
630 <= v < 640 795 62 0.379758 0.381125 yes
640 <= v < 850 16458 1067 0.180838 0.194009 yes
850 <= v < 860 783 34 -0.242609 -0.24326 no
860 <= v < 870 787 37 -0.159386 -0.159832 no
870 <= v < 880 777 32 -0.297879 -0.298653 no
880 <= v < 900 1576 57 -0.432987 -0.435145 yes
900 <= v < 960 4686 130 -0.706896 -0.716316 yes
960 <= v < 970 797 1 -3.82983 -3.83297 yes
970 <= v < 1170 16408 0 ~ 0 -0.0682973 no
1170 <= v < 1180 855 0 ~ 0 -0.00344601 no
1180 <= v < 1440 21161 0 ~ 0 -0.0889852 no
1440 <= v < 1520 6215 0 ~ 0 -0.0253239 no
1520 <= v < 2100 40183 0 ~ 0 -0.17635 no
2100 <= v < 4830 41562 0 ~ 0 -0.18299 no
4830 <= v < 9530 55492 0 ~ 0 -0.252664 no
-------- --------
262921 14380
Tabela 7 – Transição residencial para comercial e serviços: variável hipsometria
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
500 <= v < 520 2055 0 ~ 0 -0.00830263 no
520 <= v < 540 19723 231 -1.58557 -1.65105 yes
540 <= v < 560 54856 3857 0.267853 0.350472 yes
560 <= v < 580 72063 6072 0.463939 0.703975 yes
580 <= v < 600 70049 4220 0.102544 0.142227 yes
600 <= v < 620 40649 0 ~ 0 -0.178589 no
620 <= v < 640 3518 0 ~ 0 -0.0142557 no
> 640 0 0 ~ 0 0 no
-------- --------
262921 14380
c) Transição Não-urbano para Residencial
Tabela 1 – Transição não-urbano para residencial: variável declividade
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 5% 361860 50446 -0.0299126 -0.0487773 yes
5 <= v < 12% 434754 63062 0.01636 0.0310077 yes
12 <= v < 30% 126976 18832 0.042401 0.0492607 yes
30 <= v < 47% 1935 62 -1.61786 -1.61975 yes
> 47% 107 0 ~ 0 -0.000134885 no
-------- --------
925731 132412
Tabela 2 – Transição não-urbano para residencial: variável distâncias à ferrovia
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 10 2360 142 -0.958227 -0.959954 yes
10 <= v < 20 2109 178 -0.593703 -0.594794 yes
20 <= v < 180 24731 2534 -0.379851 -0.388907 yes
180 <= v < 190 1183 189 0.130317 0.130492 no
190 <= v < 690 53763 9888 0.300284 0.321002 yes
690 <= v < 1560 88785 18945 0.48564 0.547893 yes
1560 <= v < 1570 1199 339 0.859375 0.860854 yes
1570 <= v < 7450 404067 93548 0.590537 1.31976 yes
7450 <= v < 7460 934 35 -1.45563 -1.4565 yes
7460 <= v < 7570 10132 273 -1.79636 -1.8068 yes
7570 <= v < 7580 906 0 ~ 0 -0.00114269 no
7580 <= v < 7880 26663 247 -2.88203 -2.91403 yes
7880 <= v < 7890 842 38 -1.26171 -1.26243 yes
7890 <= v < 8160 22614 768 -1.55768 -1.57978 yes
8160 <= v < 8170 867 0 ~ 0 -0.00109347 no
8170 <= v < 11650 181424 0 ~ 0 -0.259665 no
11650 <= v < 11920 16214 33 -4.40478 -4.42514 yes
11920 <= v < 11930 587 9 -2.37204 -2.3727 yes
11930 <= v < 11990 3489 97 -1.76416 -1.76771 yes
221
11990 <= v < 12000 574 28 -1.18011 -1.18058 yes
12000 <= v < 12010 578 37 -0.892194 -0.892597 yes
12010 <= v < 12050 2325 183 -0.669702 -0.671023 yes
12050 <= v < 12060 574 57 -0.414684 -0.414906 yes
12060 <= v < 12110 2881 332 -0.248014 -0.248722 yes
12110 <= v < 12120 578 78 -0.0675921 -0.0676334 no
12120 <= v < 12210 5184 816 0.112661 0.113321 yes
12210 <= v < 12340 7422 1003 -0.0659597 -0.0664803 no
12340 <= v < 12350 574 58 -0.395357 -0.395569 yes
12350 <= v < 12380 1685 146 -0.564974 -0.565813 yes
12380 <= v < 12390 563 34 -0.954321 -0.954731 yes
12390 <= v < 12510 6604 484 -0.746925 -0.751008 yes
12510 <= v < 12520 535 63 -0.223537 -0.223656 no
12520 <= v < 12570 2536 350 -0.0415884 -0.0417009 no
12570 <= v < 12580 500 85 0.20468 0.204799 no
12580 <= v < 12750 8276 1182 -0.0017343 -0.00174994 no
12750 <= v < 12760 482 36 -0.726493 -0.726783 yes
12760 <= v < 12780 916 54 -0.979964 -0.980643 yes
12780 <= v < 12790 443 18 -1.37141 -1.37181 yes
12790 <= v < 12870 3472 102 -1.70739 -1.71087 yes
12870 <= v < 12880 424 3 -3.15371 -3.15422 yes
12880 <= v < 14040 35736 0 ~ 0 -0.0460923 no
-------- --------
925731 132412
Tabela 3 – Transição não-urbano para residencial: variável distâncias à hidrografia
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 20 9858 276 -1.75693 -1.767 yes
20 <= v < 90 54523 2343 -1.31296 -1.36314 yes
90 <= v < 110 13688 796 -0.994456 -1.00481 yes
110 <= v < 220 74641 5591 -0.723366 -0.771286 yes
220 <= v < 230 6197 587 -0.466974 -0.469628 yes
230 <= v < 360 84821 9581 -0.270594 -0.295131 yes
360 <= v < 370 6659 891 -0.0774291 -0.0779747 yes
370 <= v < 1560 501639 71375 -0.00614417 -0.0133772 yes
1560 <= v < 1570 2502 283 -0.269058 -0.269719 yes
1570 <= v < 1860 64398 8588 -0.08128 -0.0871701 yes
1860 <= v < 1870 1918 395 0.440756 0.441821 yes
1870 <= v < 2060 33126 8253 0.687101 0.719601 yes
2060 <= v < 2070 1470 456 0.991142 0.993313 yes
2070 <= v < 3530 70291 22997 1.06929 1.19859 yes
-------- --------
925731 132412
Tabela 4 – Transição não-urbano para residencial: variável distâncias às estradas
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 10 6337 1563 0.67373 0.679568 yes
10 <= v < 20 3400 1025 0.950002 0.954775 yes
20 <= v < 70 14011 3472 0.679955 0.693153 yes
70 <= v < 120 13000 2764 0.481075 0.489184 yes
120 <= v < 4220 500877 103583 0.446004 1.27579 yes
4220 <= v < 4550 30970 5538 0.265932 0.276073 yes
4550 <= v < 4560 939 134 -0.00269534 -0.00269807 no
4560 <= v < 4900 33480 4216 -0.147164 -0.152392 yes
4900 <= v < 4910 1125 106 -0.472831 -0.473315 yes
4910 <= v < 4970 6785 555 -0.627856 -0.63154 yes
4970 <= v < 4980 1196 82 -0.818686 -0.819472 yes
4980 <= v < 5560 74167 4086 -1.05178 -1.11292 yes
5560 <= v < 5570 1217 0 ~ 0 -0.00153524 no
5570 <= v < 6380 92816 563 -3.3087 -3.42807 yes
6380 <= v < 6390 1015 50 -1.1698 -1.17064 yes
6390 <= v < 6710 32829 1984 -0.953553 -0.978113 yes
6710 <= v < 6720 1020 88 -0.569689 -0.5702 yes
6720 <= v < 6880 15945 1171 -0.744704 -0.754619 yes
6880 <= v < 6890 1017 52 -1.13058 -1.1314 yes
6890 <= v < 6990 9755 382 -1.40986 -1.41886 yes
6990 <= v < 7000 930 24 -1.84068 -1.84164 yes
7000 <= v < 7980 72186 974 -2.5017 -2.58837 yes
7980 <= v < 7990 429 0 ~ 0 -0.000540912 no
7990 <= v < 8510 10285 0 ~ 0 -0.0130493 no
-------- --------
925731 132412
Tabela 5 – Transição não-urbano para residencial: variável distâncias às áreas residenciais
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 20 10729 2849 0.772947 0.784716 yes
20 <= v < 1390 501642 114838 0.575911 1.9268 yes
1390 <= v < 1400 1716 235 -0.0505802 -0.0506724 no
222
1400 <= v < 1590 30625 3704 -0.193186 -0.199338 yes
1590 <= v < 1600 1485 133 -0.528684 -0.529385 yes
1600 <= v < 1640 5845 456 -0.679315 -0.682682 yes
1640 <= v < 1760 16825 1129 -0.841766 -0.853187 yes
1760 <= v < 2320 70956 3770 -1.09008 -1.14969 yes
2320 <= v < 2330 1279 6 -3.56707 -3.56863 yes
2330 <= v < 3290 138818 978 -3.15803 -3.34148 yes
3290 <= v < 3300 1426 86 -0.95577 -0.956811 yes
3300 <= v < 3560 36405 1765 -1.18655 -1.21778 yes
3560 <= v < 3570 1289 44 -1.55239 -1.55363 yes
3570 <= v < 3660 11690 534 -1.24903 -1.25915 yes
3660 <= v < 3670 1233 92 -0.727565 -0.728309 yes
3670 <= v < 3920 28948 1779 -0.935718 -0.957039 yes
3920 <= v < 3930 967 10 -2.77091 -2.77204 yes
3930 <= v < 5120 63853 4 -7.88767 -7.97155 yes
-------- --------
925731 132412
Tabela 6 – Transição não-urbano para residencial: variável distâncias às áreas industriais
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 20 2279 413 0.282202 0.282971 yes
20 <= v < 160 29545 6257 0.47607 0.494682 yes
160 <= v < 180 4470 1118 0.692291 0.696536 yes
180 <= v < 2490 475004 100699 0.477372 1.26824 yes
2490 <= v < 2500 1148 22 -2.14508 -2.14633 yes
2500 <= v < 2570 7940 227 -1.73541 -1.74346 yes
2570 <= v < 2580 1100 42 -1.43616 -1.43718 yes
2580 <= v < 2730 15899 432 -1.78773 -1.80415 yes
2730 <= v < 2740 1012 7 -3.17653 -3.17774 yes
2740 <= v < 2780 4086 86 -2.0494 -2.0538 yes
2780 <= v < 2790 1007 44 -1.29556 -1.29644 yes
2790 <= v < 3010 22710 1179 -1.11452 -1.13309 yes
3010 <= v < 3020 1044 82 -0.671988 -0.672582 yes
3020 <= v < 3180 16159 1444 -0.531143 -0.538901 yes
3180 <= v < 3480 28542 2193 -0.695853 -0.71293 yes
3480 <= v < 3490 893 40 -1.26957 -1.27035 yes
3490 <= v < 3560 6149 339 -1.05103 -1.05582 yes
3560 <= v < 3570 861 69 -0.650148 -0.650625 yes
3570 <= v < 3590 1785 165 -0.493929 -0.494726 yes
3590 <= v < 3620 2641 286 -0.317997 -0.318808 yes
3620 <= v < 3640 1788 231 -0.117791 -0.11801 no
3640 <= v < 3650 922 139 0.0616484 0.0617112 no
3650 <= v < 3780 11479 1992 0.229524 0.232651 yes
3780 <= v < 3810 2453 495 0.415186 0.41646 yes
3810 <= v < 4490 53144 9123 0.216439 0.230737 yes
4490 <= v < 4500 736 0 ~ 0 -0.000928178 no
4500 <= v < 7970 156559 553 -3.85198 -4.06676 yes
7970 <= v < 7980 464 54 -0.236866 -0.236975 no
7980 <= v < 8160 8628 1186 -0.0462462 -0.0466741 no
8160 <= v < 8170 485 98 0.41685 0.417102 yes
8170 <= v < 8440 13660 2335 0.211306 0.21472 yes
8440 <= v < 8450 512 56 -0.306834 -0.306986 yes
8450 <= v < 8490 2044 191 -0.481981 -0.482876 yes
8490 <= v < 8500 500 37 -0.736502 -0.736806 yes
8500 <= v < 8800 12727 778 -0.941369 -0.950653 yes
8800 <= v < 8810 369 0 ~ 0 -0.000465243 no
8810 <= v < 10350 34987 0 ~ 0 -0.0451041 no
-------- --------
925731 132412
Tabela 7 – Transição não-urbano para residencial: variável distâncias à área comercial e serviços
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 430 5316 81 -2.37837 -2.38437 yes
430 <= v < 440 108 16 0.0411073 0.0411121 no
440 <= v < 510 896 159 0.256623 0.256896 yes
510 <= v < 520 142 32 0.555563 0.555666 yes
520 <= v < 560 661 178 0.792074 0.79281 yes
560 <= v < 660 2428 774 1.03093 1.0347 yes
660 <= v < 1040 14510 5121 1.18412 1.21165 yes
1040 <= v < 1050 494 224 1.60353 1.60488 yes
1050 <= v < 1220 8781 2965 1.11657 1.13186 yes
1220 <= v < 1230 597 138 0.588511 0.588975 yes
1230 <= v < 1350 7937 2158 0.805258 0.814379 yes
1350 <= v < 1360 728 260 1.20252 1.2039 yes
1360 <= v < 2000 51877 15050 0.895454 0.968575 yes
2000 <= v < 2010 926 196 0.475377 0.475938 yes
2010 <= v < 2220 18281 4393 0.639294 0.655373 yes
2220 <= v < 2230 955 324 1.12374 1.1254 yes
2230 <= v < 3560 116518 32476 0.839492 1.0089 yes
3560 <= v < 3570 784 144 0.298652 0.298933 yes
3570 <= v < 3590 1550 251 0.14641 0.146669 yes
223
3590 <= v < 3650 4536 818 0.276228 0.277727 yes
3650 <= v < 3660 779 167 0.491569 0.492059 yes
3660 <= v < 3730 5455 1350 0.678206 0.683266 yes
3730 <= v < 3840 8844 2595 0.911472 0.923356 yes
3840 <= v < 3990 13199 4815 1.23572 1.26214 yes
3990 <= v < 4530 49974 14707 0.915683 0.987946 yes
4530 <= v < 4540 897 155 0.224383 0.224619 yes
4540 <= v < 4730 17681 3365 0.342357 0.349888 yes
4730 <= v < 4740 978 210 0.493625 0.494244 yes
4740 <= v < 5000 27351 5180 0.336327 0.347888 yes
5000 <= v < 5010 1110 177 0.128052 0.128213 no
5010 <= v < 5360 37504 5370 0.00122039 0.00127194 no
5360 <= v < 5370 1006 117 -0.237616 -0.237853 yes
5370 <= v < 5510 12171 1279 -0.351643 -0.355761 yes
5510 <= v < 5520 772 50 -0.879695 -0.880228 yes
5520 <= v < 5530 738 41 -1.04291 -1.04348 yes
5530 <= v < 5550 1455 99 -0.826867 -0.82783 yes
5550 <= v < 5560 739 58 -0.672812 -0.673233 yes
5560 <= v < 5600 2805 260 -0.490897 -0.492145 yes
5600 <= v < 5610 714 86 -0.197886 -0.198028 no
5610 <= v < 5620 670 89 -0.0858072 -0.0858675 no
5620 <= v < 5760 9777 1170 -0.205265 -0.207298 yes
5760 <= v < 5770 750 71 -0.467634 -0.467954 yes
5770 <= v < 5850 6052 513 -0.588986 -0.592111 yes
5850 <= v < 5860 745 55 -0.739051 -0.739506 yes
5860 <= v < 5910 3759 244 -0.877319 -0.879916 yes
5910 <= v < 5990 6329 351 -1.04475 -1.04966 yes
5990 <= v < 6080 7441 481 -0.88176 -0.886933 yes
6080 <= v < 6090 827 70 -0.590561 -0.590987 yes
6090 <= v < 6130 3346 322 -0.449477 -0.450861 yes
6130 <= v < 6140 838 99 -0.219871 -0.220055 yes
6140 <= v < 6460 25715 3365 -0.103091 -0.105927 yes
6460 <= v < 6470 780 125 0.133986 0.134104 no
6470 <= v < 6610 10837 1961 0.280411 0.28408 yes
6610 <= v < 6620 721 151 0.461951 0.462373 yes
6620 <= v < 6710 5952 1474 0.67911 0.684644 yes
6710 <= v < 7130 24800 5185 0.459782 0.474692 yes
7130 <= v < 7140 692 77 -0.28751 -0.287704 yes
7140 <= v < 7260 8777 874 -0.41161 -0.415 yes
7260 <= v < 7300 3193 361 -0.269553 -0.2704 yes
7300 <= v < 7370 5745 571 -0.413705 -0.415927 yes
7370 <= v < 7380 781 26 -1.57831 -1.57907 yes
7380 <= v < 7530 11670 500 -1.31607 -1.32647 yes
7530 <= v < 7540 815 59 -0.760197 -0.760705 yes
7540 <= v < 7560 1660 140 -0.594516 -0.595376 yes
7560 <= v < 7570 836 87 -0.362524 -0.362811 yes
7570 <= v < 7580 842 101 -0.202573 -0.202744 no
7580 <= v < 7860 25082 2670 -0.337211 -0.345498 yes
7860 <= v < 7870 880 24 -1.78391 -1.78481 yes
7870 <= v < 7900 2693 47 -2.24035 -2.24334 yes
7900 <= v < 7940 3553 22 -3.28799 -3.29228 yes
7940 <= v < 11960 243437 156 -5.56181 -5.92687 yes
11960 <= v < 11970 603 52 -0.570184 -0.570486 yes
11970 <= v < 11980 602 61 -0.392238 -0.39246 yes
11980 <= v < 11990 604 74 -0.178505 -0.178614 no
11990 <= v < 12040 3043 435 -0.000685755 -0.000688016 no
12040 <= v < 12290 15458 1893 -0.179023 -0.18187 yes
12290 <= v < 12300 601 49 -0.631421 -0.631747 yes
12300 <= v < 12450 8545 846 -0.418019 -0.421362 yes
12450 <= v < 12460 520 101 0.367557 0.367792 yes
12460 <= v < 12640 8978 1460 0.151443 0.153009 yes
12640 <= v < 12650 465 37 -0.657898 -0.658158 yes
12650 <= v < 12660 461 29 -0.910823 -0.911148 yes
12660 <= v < 12680 925 46 -1.15984 -1.1606 yes
12680 <= v < 12700 922 34 -1.4723 -1.47317 yes
12700 <= v < 12710 460 8 -2.24393 -2.24444 yes
12710 <= v < 12740 1363 7 -3.47608 -3.47774 yes
12740 <= v < 14110 39989 0 ~ 0 -0.051722 no
-------- --------
925731 132412
Tabela 8 – Transição não-urbano para residencial: variável hipsometria
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
500 <= v < 520 68861 199 -4.05334 -4.14236 yes
520 <= v < 540 142311 5214 -1.47903 -1.62859 yes
540 <= v < 560 219623 28240 -0.12323 -0.159429 yes
560 <= v < 580 204094 38720 0.338454 0.450586 yes
580 <= v < 600 163168 33455 0.435184 0.54788 yes
600 <= v < 620 111583 24227 0.507783 0.593196 yes
620 <= v < 640 12651 2007 0.121952 0.123717 yes
> 640 3221 340 -0.34664 -0.347707 yes
-------- --------
925731 132412
224
d) Transição Não-urbano para Industrial
Tabela 1 – Transição não-urbano para industrial: variável declividade
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 5% 323528 12114 0.342658 0.649318 yes
5 <= v < 12% 379508 7816 -0.272473 -0.463308 yes
12 <= v < 30% 110120 1976 -0.41297 -0.464991 yes
30 <= v < 47% 1873 0 ~ 0 -0.00236376 no
> 47% 107 0 ~ 0 -0.000134885 no
-------- --------
815226 21907
Tabela 2 – Transição não-urbano para industrial: variável distâncias à ferrovia
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
----------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 570 61921 151 -2.42447 -2.49862 yes
570 <= v < 580 885 33 0.33834 0.338773 no
580 <= v < 660 6652 305 0.553993 0.559981 yes
660 <= v < 670 772 64 1.18586 1.18789 yes
670 <= v < 810 11982 1394 1.56188 1.61419 yes
810 <= v < 1130 26607 2150 1.15797 1.22995 yes
1130 <= v < 1140 843 43 0.666008 0.666963 yes
1140 <= v < 1470 29788 1919 0.913708 0.969621 yes
1470 <= v < 1490 1898 164 1.2311 1.23643 yes
1490 <= v < 5540 240406 15684 0.927196 1.8527 yes
5540 <= v < 5550 468 0 ~ 0 -0.000590101 no
5550 <= v < 14040 433004 0 ~ 0 -0.789247 no
-------- --------
815226 21907
Tabela 3 – Transição não-urbano para industrial: variável distâncias à hidrografia
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 610 359138 869 -2.43228 -2.99257 yes
610 <= v < 620 4898 55 -0.888537 -0.892147 yes
620 <= v < 780 73294 1042 -0.649599 -0.696359 yes
780 <= v < 790 4005 96 -0.117269 -0.117817 no
790 <= v < 800 4162 119 0.0638004 0.0641379 no
800 <= v < 1340 172538 5922 0.252402 0.331804 yes
1340 <= v < 1350 2297 150 0.928228 0.932388 yes
1350 <= v < 3530 194894 13654 1.00363 1.72049 yes
-------- --------
815226 21907
Tabela 4 – Transição não-urbano para industrial: variável distâncias às estradas
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 10 5075 301 0.82559 0.833389 yes
10 <= v < 20 2602 227 1.24162 1.24903 yes
20 <= v < 60 9972 1288 1.68103 1.73061 yes
60 <= v < 800 157526 13974 1.25992 2.07608 yes
800 <= v < 810 2037 51 -0.072633 -0.0728088 no
810 <= v < 820 1818 33 -0.401247 -0.401992 yes
820 <= v < 840 3771 59 -0.552369 -0.554363 yes
840 <= v < 870 5722 106 -0.380517 -0.382771 yes
870 <= v < 880 1779 39 -0.20866 -0.209073 no
880 <= v < 940 10467 261 -0.0767915 -0.0777543 no
940 <= v < 950 1758 50 0.0583638 0.0584935 no
950 <= v < 960 1633 54 0.213856 0.214332 no
960 <= v < 1110 24964 962 0.372541 0.386725 yes
1110 <= v < 1140 4954 226 0.548697 0.553089 yes
1140 <= v < 1210 11019 420 0.361159 0.367067 yes
1210 <= v < 1220 1430 33 -0.156156 -0.156411 no
1220 <= v < 1240 2999 55 -0.390772 -0.391976 yes
1240 <= v < 1250 1319 17 -0.749024 -0.749891 yes
1250 <= v < 1260 1431 12 -1.18338 -1.18462 yes
1260 <= v < 1270 1248 5 -1.92643 -1.92777 yes
1270 <= v < 1280 1399 0 ~ 0 -0.00176503 no
1280 <= v < 3430 128770 45 -4.36935 -4.54434 yes
3430 <= v < 3440 423 12 0.0557326 0.0557623 no
3440 <= v < 3500 3172 106 0.224729 0.225707 yes
3500 <= v < 3580 4731 129 0.0149853 0.0150734 no
3580 <= v < 3590 634 3 -1.75927 -1.75993 yes
3590 <= v < 3610 1357 2 -2.92899 -2.93061 yes
3610 <= v < 3750 10945 41 -1.99389 -2.00586 yes
3750 <= v < 3760 825 13 -0.545132 -0.545562 no
3760 <= v < 3790 2541 51 -0.298793 -0.299606 yes
225
3790 <= v < 3800 884 26 0.0929116 0.093017 no
3800 <= v < 3810 824 31 0.347583 0.347999 no
3810 <= v < 3830 1778 84 0.585388 0.587092 yes
3830 <= v < 3850 1753 107 0.856145 0.858964 yes
3850 <= v < 4010 14530 706 0.614873 0.630052 yes
4010 <= v < 4020 896 35 0.386673 0.387186 yes
4020 <= v < 4150 10929 352 0.186613 0.189389 yes
4150 <= v < 4160 745 0 ~ 0 -0.000939534 no
4160 <= v < 4460 22733 55 -2.4324 -2.45889 yes
4460 <= v < 4470 793 16 -0.293432 -0.293682 no
4470 <= v < 4670 16527 393 -0.125455 -0.1279 yes
4670 <= v < 4680 840 31 0.327607 0.328003 no
4680 <= v < 4690 881 41 0.569589 0.570403 yes
4690 <= v < 4700 880 53 0.841906 0.843286 yes
4700 <= v < 4750 4630 363 1.12516 1.13647 yes
4750 <= v < 4920 16633 982 0.82072 0.846656 yes
4920 <= v < 4930 1083 20 -0.383699 -0.384126 no
4930 <= v < 4940 1044 16 -0.573363 -0.573929 yes
4940 <= v < 4950 1072 11 -0.979653 -0.980489 yes
4950 <= v < 4960 1076 8 -1.30468 -1.30566 yes
4960 <= v < 4970 1023 2 -2.64597 -2.64717 yes
4970 <= v < 8510 305351 0 ~ 0 -0.485976 no
---------- ----------
815226 21907
Tabela 5 – Transição não-urbano para industrial: variável distâncias às áreas residenciais
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 20 8241 361 0.506214 0.512847 yes
20 <= v < 110 54722 2965 0.729737 0.807694 yes
110 <= v < 480 160308 10940 0.975432 1.45874 yes
480 <= v < 500 6592 619 1.32252 1.34362 yes
500 <= v < 740 65485 4553 0.995447 1.14851 yes
740 <= v < 750 2415 55 -0.169665 -0.17013 no
750 <= v < 790 9528 184 -0.338135 -0.341548 yes
790 <= v < 800 2376 37 -0.557142 -0.558404 yes
800 <= v < 860 13481 169 -0.777103 -0.786281 yes
860 <= v < 870 2143 13 -1.50951 -1.5116 yes
870 <= v < 880 2081 8 -1.96789 -1.97014 yes
880 <= v < 920 7985 12 -2.90949 -2.91904 yes
920 <= v < 2030 163825 406 -2.4083 -2.62026 yes
2030 <= v < 2040 1205 40 0.217822 0.21818 no
2040 <= v < 2120 9084 253 0.0367851 0.037207 no
2120 <= v < 2130 1139 26 -0.167299 -0.167515 no
2130 <= v < 2620 64784 1237 -0.349672 -0.375042 yes
2620 <= v < 2630 1445 10 -1.37692 -1.37827 yes
2630 <= v < 2650 2893 13 -1.81118 -1.81422 yes
2650 <= v < 2670 2942 6 -2.60362 -2.60706 yes
2670 <= v < 5120 232552 0 ~ 0 -0.34692 no
---------- ----------
815226 21907
Tabela 6 – Transição não-urbano para industrial: variável distâncias às áreas industriais
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 20 2406 540 2.34944 2.37204 yes
20 <= v < 680 130633 16879 1.68145 2.99846 yes
680 <= v < 690 2087 90 0.489828 0.491424 yes
690 <= v < 810 24570 911 0.332463 0.344661 yes
810 <= v < 880 15190 472 0.149572 0.152626 yes
880 <= v < 890 2062 48 -0.147258 -0.147606 no
890 <= v < 900 2350 38 -0.518863 -0.520045 yes
900 <= v < 1460 117499 1186 -0.996279 -1.09917 yes
1460 <= v < 1470 1473 0 ~ 0 -0.00185848 no
1470 <= v < 1570 14098 33 -2.46552 -2.4819 yes
1570 <= v < 1580 1432 21 -0.618112 -0.618933 yes
1580 <= v < 1610 4235 76 -0.412877 -0.414658 yes
1610 <= v < 1630 2960 62 -0.255223 -0.256048 yes
1630 <= v < 1650 2893 71 -0.0931021 -0.0934194 no
1650 <= v < 1770 17746 353 -0.307936 -0.313859 yes
1770 <= v < 1780 1302 0 ~ 0 -0.00164255 no
1780 <= v < 1900 14956 35 -2.46576 -2.48315 yes
1900 <= v < 1910 1202 30 -0.0758504 -0.0759585 no
1910 <= v < 1920 1241 38 0.134432 0.13465 no
1920 <= v < 1960 4740 173 0.316099 0.318254 yes
1960 <= v < 1980 2355 111 0.582934 0.585181 yes
1980 <= v < 2080 11700 453 0.377455 0.384071 yes
2080 <= v < 2090 1185 34 0.0673933 0.0674946 no
2090 <= v < 2170 9020 218 -0.10882 -0.109976 no
2170 <= v < 2180 1087 20 -0.387455 -0.387887 no
2180 <= v < 2190 1072 12 -0.891698 -0.892487 yes
2190 <= v < 2200 1078 3 -2.29204 -2.29326 yes
2200 <= v < 2210 1079 0 ~ 0 -0.00136103 no
2210 <= v < 10350 421575 0 ~ 0 -0.75802 no
----------- ------------
815226 21907
226
Tabela 7 – Transição não-urbano para industrial: variável distâncias à área comercial e serviços
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 1450 34760 102 -2.23889 -2.2789 yes
1450 <= v < 1460 498 24 0.606266 0.606764 yes
1460 <= v < 1790 18967 1133 0.833181 0.863549 yes
1790 <= v < 1800 766 81 1.45445 1.45729 yes
1800 <= v < 5510 276645 20567 1.06762 3.47198 yes
5510 <= v < 5520 722 0 ~ 0 -0.000910515 no
5520 <= v < 9980 299692 0 ~ 0 -0.474445 no
9980 <= v < 14110 183176 0 ~ 0 -0.262532 no
-------- --------
815226 21907
Tabela 8 – Transição não-urbano para industrial: variável hipsometria
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
500 <= v < 520 68672 10 -5.24495 -5.33502 yes
520 <= v < 540 138086 989 -1.34233 -1.48586 yes
540 <= v < 560 193378 1995 -0.974213 -1.1548 yes
560 <= v < 580 173193 7819 0.537766 0.745476 yes
580 <= v < 600 133825 4023 0.115437 0.139666 yes
600 <= v < 620 94427 7071 1.07543 1.34852 yes
620 <= v < 640 10675 0 ~ 0 -0.0135475 no
> 640 2970 0 ~ 0 -0.00375079 no
-------- --------
815226 21907
3. Período de simulação 1996-2000
a) Transição Residencial para Industrial
Tabela 1 – Transição residencial para industrial: variável declividade
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 5% 147105 954 0.0977465 0.165308 yes
5 <= v < 12% 190428 1100 -0.0186923 -0.0373135 no
12 <= v < 30% 40398 171 -0.331152 -0.36438 yes
30 <= v < 47% 158 0 ~ 0 -0.00042045 no
> 47% 3 0 ~ 0 -7.98158e-06 no
-------- --------
378092 2225
Tabela 2 – Transição residencial para industrial: variável distâncias à hidrografia
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 940 181591 97 -2.40479 -3.01967 yes
940 <= v < 950 1975 29 0.923243 0.931172 yes
950 <= v < 970 3804 76 1.23658 1.26137 yes
970 <= v < 1130 29648 860 1.6187 2.02762 yes
1130 <= v < 1550 59536 1162 1.21275 1.78263 yes
1550 <= v < 1560 1130 0 ~ 0 -0.00301091 no
1560 <= v < 3080 100408 1 -6.38751 -6.69785 yes
-------- --------
378092 2225
Tabela 3 – Transição residencial para industrial: variável distâncias às estradas
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 10 5148 256 2.1793 2.28843 yes
10 <= v < 20 2773 52 1.17197 1.18835 yes
20 <= v < 470 83091 1144 0.857937 1.33388 yes
470 <= v < 480 1691 0 ~ 0 -0.00450908 no
480 <= v < 1940 184084 72 -2.71661 -3.35621 yes
1940 <= v < 1950 816 18 1.33774 1.34374 yes
1950 <= v < 2120 14631 236 1.01867 1.09175 yes
2120 <= v < 2130 848 2 -0.917894 -0.919248 no
2130 <= v < 2140 844 1 -1.60749 -1.60928 no
2140 <= v < 2150 819 0 ~ 0 -0.00218134 no
2150 <= v < 2560 19618 13 -2.18911 -2.23682 yes
2560 <= v < 2570 387 23 2.36782 2.37724 yes
2570 <= v < 2850 13282 408 1.67778 1.8455 yes
2850 <= v < 2860 464 0 ~ 0 -0.00123524 no
2860 <= v < 7460 49596 0 ~ 0 -0.141507 no
---------- ----------
378092 2225
227
Tabela 4 – Transição residencial para industrial: variável hipsometria
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
500 <= v < 520 2254 0 ~ 0 -0.00601486 no
520 <= v < 540 24697 0 ~ 0 -0.0679649 no
540 <= v < 560 77349 1152 0.937656 1.4404 yes
560 <= v < 580 103744 744 0.199035 0.285824 yes
580 <= v < 600 99306 0 ~ 0 -0.306804 no
600 <= v < 620 64877 329 -0.149628 -0.178035 yes
620 <= v < 640 5525 0 ~ 0 -0.0148085 no
> 640 340 0 ~ 0 -0.000904985 no
---------- ----------
378092 2225
b) Transição Residencial para Comercial e serviços
Tabela 1 – Transição residencial para comercial e serviços: variável distâncias às áreas residenciais
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 410 108100 90 -2.21872 -2.52576 yes
410 <= v < 420 2920 34 0.430179 0.434347 yes
420 <= v < 600 51205 483 0.217347 0.255955 yes
600 <= v < 610 2960 16 -0.343491 -0.345783 no
610 <= v < 620 2947 11 -0.715463 -0.719478 yes
620 <= v < 630 2944 19 -0.165166 -0.166359 no
630 <= v < 650 5753 30 -0.379606 -0.384478 yes
650 <= v < 660 3054 22 -0.0544902 -0.0549214 no
660 <= v < 670 2818 14 -0.4283 -0.430915 no
670 <= v < 760 26386 100 -0.700177 -0.737337 yes
760 <= v < 770 2862 0 ~ 0 -0.00764353 no
770 <= v < 820 13168 11 -2.21537 -2.24717 yes
820 <= v < 830 2447 13 -0.360897 -0.36287 no
830 <= v < 840 2254 18 0.049373 0.0496759 no
840 <= v < 880 9172 91 0.268365 0.276015 yes
880 <= v < 890 2095 46 1.07498 1.08561 yes
890 <= v < 1230 54676 927 0.811318 1.04542 yes
1230 <= v < 1460 22570 495 1.0738 1.20187 yes
1460 <= v < 1500 3466 106 1.41519 1.44371 yes
1500 <= v < 1520 1633 80 1.90553 1.92956 yes
1520 <= v < 1640 8912 274 1.42065 1.49737 yes
1640 <= v < 1650 668 0 ~ 0 -0.00177881 no
1650 <= v < 7320 45737 0 ~ 0 -0.129749 no
---------- ----------
378747 2880
Tabela 2 – Transição residencial para comercial e serviços: variável distâncias à área comercial e serviços
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 20 1841 255 3.04374 3.13222 yes
20 <= v < 430 48936 2625 2.00115 4.29394 yes
430 <= v < 440 1124 0 ~ 0 -0.0029949 no
440 <= v < 560 13023 0 ~ 0 -0.0352624 no
560 <= v < 610 5367 0 ~ 0 -0.0143819 no
610 <= v < 880 29523 0 ~ 0 -0.0818029 no
880 <= v < 1310 48247 0 ~ 0 -0.137381 no
1310 <= v < 11770 230686 0 ~ 0 -0.951254 no
---------- ----------
378747 2880
Tabela 3 – Transição residencial para comercial e serviços: variável hipsometria
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
500 <= v < 220 2254 0 ~ 0 -0.00601486 no
520 <= v < 540 24712 16 -2.47036 -2.53275 yes
540 <= v < 560 78089 1893 1.1763 2.02062 yes
560 <= v < 580 103971 971 0.207287 0.298247 yes
580 <= v < 600 99292 0 ~ 0 -0.306753 no
600 <= v < 620 64548 0 ~ 0 -0.188417 no
620 <= v < 640 5525 0 ~ 0 -0.0148085 no
> 640 356 0 ~ 0 -0.000947592 no
---------- ----------
378747 2880
228
c) Transição Não-urbano para Residencial
Tabela 1 – Transição não-urbano para residencial: variável declividade
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 5% 309296 6503 -0.175119 -0.275052 yes
5 <= v < 12% 365906 10562 0.149843 0.300676 yes
12 <= v < 30% 107940 2520 -0.0680267 -0.0784732 yes
30 <= v < 47% 1873 3 -2.76941 -2.77171 yes
> 47% 107 0 ~ 0 -0.000139766 no
-------- --------
785210 19590
Tabela 2 – Transição não-urbano para residencial: variável distâncias à hidrografia
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 80 54087 129 -2.37048 -2.43696 yes
80 <= v < 90 7357 37 -1.62178 -1.6295 yes
90 <= v < 130 25203 213 -1.09927 -1.12152 yes
130 <= v < 140 6960 89 -0.680762 -0.685223 yes
140 <= v < 150 6131 115 -0.291579 -0.29358 yes
150 <= v < 580 240318 3708 -0.490254 -0.6501 yes
580 <= v < 590 4783 52 -0.844981 -0.848522 yes
590 <= v < 630 19341 264 -0.614623 -0.626288 yes
630 <= v < 640 4752 92 -0.259315 -0.260713 yes
640 <= v < 700 27339 645 -0.0572771 -0.059286 no
700 <= v < 740 17417 497 0.138005 0.141355 yes
740 <= v < 810 28614 980 0.326417 0.340976 yes
810 <= v < 880 26310 1095 0.528982 0.553012 yes
880 <= v < 960 27158 1405 0.757153 0.79736 yes
960 <= v < 1810 206572 8612 0.530758 0.810721 yes
1810 <= v < 1820 1707 0 ~ 0 -0.00223205 no
1820 <= v < 2240 48686 107 -2.45245 -2.51253 yes
2240 <= v < 2250 743 16 -0.150671 -0.150804 no
2250 <= v < 2260 716 21 0.166277 0.166442 no
2260 <= v < 2300 2748 99 0.378849 0.38045 yes
2300 <= v < 2310 646 29 0.608094 0.608769 yes
2310 <= v < 2340 1868 116 0.950744 0.954392 yes
2340 <= v < 2350 600 60 1.46844 1.4708 yes
2350 <= v < 2920 16765 1209 1.11101 1.15419 yes
2920 <= v < 2930 222 0 ~ 0 -0.000290003 no
2930 <= v < 3530 8167 0 ~ 0 -0.0107245 no
-------- --------
785210 19590
Tabela 3 – Transição não-urbano para residencial: variável distâncias às estradas
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 10 4771 100 -0.178292 -0.179293 no
10 <= v < 20 2373 31 -0.659107 -0.660587 yes
20 <= v < 40 4316 121 0.119809 0.12051 no
40 <= v < 50 1895 90 0.667161 0.669405 yes
50 <= v < 1390 229483 13421 0.886922 1.71083 yes
1390 <= v < 1400 1033 227 2.39853 2.40913 yes
1400 <= v < 1920 37825 4496 1.66243 1.87864 yes
1920 <= v < 1930 487 0 ~ 0 -0.000636288 no
1930 <= v < 2240 15712 30 -2.5934 -2.61257 yes
2240 <= v < 2250 649 12 -0.306196 -0.306416 no
2250 <= v < 2260 599 15 0.00381595 0.00381887 no
2260 <= v < 2290 1901 60 0.241947 0.242607 no
2290 <= v < 2310 1282 56 0.579506 0.580766 yes
2310 <= v < 2350 2607 142 0.811547 0.815597 yes
2350 <= v < 2620 17890 789 0.589541 0.608061 yes
2620 <= v < 2630 533 0 ~ 0 -0.00069641 no
2630 <= v < 6800 361202 0 ~ 0 -0.638237 no
6800 <= v < 8510 100652 0 ~ 0 -0.140947 no
-------- --------
785210 19590
Tabela 4 – Transição não-urbano para residencial: variável distâncias à área comercial e serviços
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 560 9906 42 -1.79331 -1.80413 yes
560 <= v < 570 231 15 0.998439 0.998922 yes
570 <= v < 590 497 51 1.49717 1.4992 yes
590 <= v < 890 7612 487 0.982566 0.99839 yes
890 <= v < 900 296 0 ~ 0 -0.00038669 no
900 <= v < 1020 3746 11 -2.16194 -2.16627 yes
1020 <= v < 1030 351 11 0.234616 0.234734 no
229
1030 <= v < 1040 355 26 1.12771 1.1286 yes
1040 <= v < 1060 750 100 1.79386 1.79813 yes
1060 <= v < 4210 214137 16271 1.16746 2.64382 yes
4210 <= v < 4220 661 0 ~ 0 -0.000863725 no
4220 <= v < 4490 19251 59 -2.11904 -2.14142 yes
4490 <= v < 4500 845 21 -0.00398136 -0.00398564 no
4500 <= v < 4510 797 29 0.389173 0.389651 yes
4510 <= v < 4540 2352 113 0.67927 0.682126 yes
4540 <= v < 4590 3881 265 1.05227 1.06116 yes
4590 <= v < 5130 39361 1943 0.707748 0.762094 yes
5130 <= v < 5140 720 0 ~ 0 -0.000940857 no
5140 <= v < 12050 451078 146 -4.3698 -5.25142 yes
12050 <= v < 13150 28383 0 ~ 0 -0.0377765 no
---------- ----------
785210 19590
Tabela 5 – Transição não-urbano para residencial: variável hipsometria
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
500 <= v < 520 66747 1500 -0.107048 -0.116461 yes
520 <= v < 540 136863 37 -4.54988 -4.74487 yes
540 <= v < 560 190809 2788 -0.545562 -0.673847 yes
560 <= v < 580 162323 11238 1.06713 1.69982 yes
580 <= v < 600 128378 3998 0.22812 0.279099 yes
600 <= v < 620 86374 2 -7.00761 -7.1272 yes
620 <= v < 640 10629 0 ~ 0 -0.0139801 no
> 640 2881 0 ~ 0 -0.00377006 no
---------- ----------
785210 19590
d) Transição Não-urbano para Industrial
Tabela 1 – Transição não-urbano para industrial: variável declividade
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 5% 304911 2118 -0.415729 -0.61665 yes
5 <= v < 12% 361137 5793 0.430413 1.05753 yes
12 <= v < 30% 105624 204 -1.70074 -1.82343 yes
30 <= v < 47% 1870 0 ~ 0 -0.00244545 no
> 47% 107 0 ~ 0 -0.000139766 no
---------- -----------
773736 8116
Tabela 2 – Transição não-urbano para industrial: variável distâncias à hidrografia
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 20 9563 42 -0.876737 -0.884062 yes
20 <= v < 100 58469 331 -0.621608 -0.658943 yes
100 <= v < 110 6371 60 -0.108856 -0.109713 no
110 <= v < 150 25481 296 0.103204 0.106909 no
150 <= v < 1370 502105 6589 0.22665 0.855304 yes
1370 <= v < 1380 2240 20 -0.162682 -0.163118 no
1380 <= v < 1440 13265 141 0.0134105 0.013646 no
1440 <= v < 1790 71646 637 -0.166944 -0.182539 yes
1790 <= v < 1800 1728 0 ~ 0 -0.00225955 no
1800 <= v < 3530 82868 0 ~ 0 -0.114554 no
---------- ----------
773736 8116
Tabela 3 – Transição não-urbano para industrial: variável distâncias às estradas
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 80 19171 18 -2.42299 -2.44611 yes
80 <= v < 120 7751 20 -1.41041 -1.41809 yes
120 <= v < 130 2101 9 -0.901803 -0.903429 yes
130 <= v < 200 14061 77 -0.655015 -0.663916 yes
200 <= v < 210 1865 17 -0.141797 -0.142117 no
210 <= v < 250 7983 93 0.106097 0.107263 no
250 <= v < 260 2107 37 0.522463 0.524325 yes
260 <= v < 400 25749 373 0.326868 0.34021 yes
400 <= v < 410 1618 15 -0.124733 -0.124979 no
410 <= v < 530 21362 247 0.0984979 0.101438 no
530 <= v < 540 1901 82 1.44753 1.4553 yes
540 <= v < 660 21730 1528 1.96503 2.14687 yes
660 <= v < 1690 130408 5600 1.44284 2.43606 yes
1690 <= v < 1700 699 0 ~ 0 -0.000913403 no
1700 <= v < 7890 500061 0 ~ 0 -1.05885 no
7890 <= v < 8510 15169 0 ~ 0 -0.0200116 no
---------- ----------
773736 8116
230
Tabela 4 – Transição não-urbano para industrial: variável distâncias às áreas industriais
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 20 3520 468 2.67176 2.72716 yes
20 <= v < 250 68630 4238 1.82595 2.47662 yes
250 <= v < 260 3153 33 -0.00223218 -0.0022413 no
260 <= v < 440 50057 536 0.0208306 0.0222873 no
440 <= v < 450 2273 32 0.297907 0.298926 no
450 <= v < 460 2253 25 0.0568648 0.0570356 no
460 <= v < 500 8985 83 -0.128342 -0.129758 no
500 <= v < 510 2347 18 -0.315974 -0.3168 no
510 <= v < 700 39178 347 -0.170801 -0.179155 yes
700 <= v < 720 4002 45 0.0702696 0.0706479 no
720 <= v < 730 2184 29 0.238598 0.239359 no
730 <= v < 1030 63658 1007 0.416245 0.463347 yes
1030 <= v < 1040 2216 49 0.75757 0.760791 yes
1040 <= v < 1350 64905 1156 0.536861 0.603582 yes
1350 <= v < 1360 1939 13 -0.451403 -0.452318 no
1360 <= v < 1400 7310 37 -0.734158 -0.739133 yes
1400 <= v < 1410 1874 0 ~ 0 -0.00245069 no
1410 <= v < 8380 445252 0 ~ 0 -0.871216 no
-------- --------
773736 8116
Tabela 5 – Transição não-urbano para industrial: variável distâncias à área comercial e serviços
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 1930 69884 75 -2.28918 -2.37551 yes
1930 <= v < 1940 666 19 1.01894 1.02044 yes
1940 <= v < 2000 3776 148 1.34762 1.36128 yes
2000 <= v < 2260 16807 473 1.00494 1.04342 yes
2260 <= v < 2270 631 2 -1.20414 -1.20471 no
2270 <= v < 2280 645 9 0.288875 0.289153 no
2280 <= v < 2290 648 13 0.658173 0.658946 yes
2290 <= v < 2300 668 18 0.960248 0.961619 yes
2300 <= v < 2360 3833 145 1.31074 1.32394 yes
2360 <= v < 2920 40758 2300 1.73019 2.01188 yes
2920 <= v < 3220 21602 779 1.26105 1.33438 yes
3220 <= v < 3230 777 0 ~ 0 -0.00101538 no
3230 <= v < 4350 73985 55 -2.65669 -2.75144 yes
4350 <= v < 4360 694 15 0.734278 0.73524 yes
4360 <= v < 4370 719 26 1.26392 1.26622 yes
4370 <= v < 4600 17798 957 1.67908 1.78231 yes
4600 <= v < 4950 24908 895 1.25732 1.3423 yes
4950 <= v < 4960 725 0 ~ 0 -0.000947394 no
4960 <= v < 5830 65150 54 -2.54779 -2.62997 yes
5830 <= v < 5840 791 21 0.94498 0.946565 yes
5840 <= v < 5930 7344 269 1.27724 1.30166 yes
5930 <= v < 5960 2486 136 1.69733 1.71116 yes
5960 <= v < 6460 46875 1707 1.2712 1.44652 yes
6460 <= v < 6470 894 0 ~ 0 -0.00116836 no
6470 <= v < 13150 370672 0 ~ 0 -0.661932 no
-------- --------
773736 8116
Tabela 6 – Transição não-urbano para industrial: variável hipsometria
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
500 <= v < 520 67201 1916 1.01833 1.19849 yes
520 <= v < 540 137063 237 -1.81156 -1.9788 yes
540 <= v < 560 188594 571 -1.25008 -1.45894 yes
560 <= v < 580 154140 3054 0.645452 0.897706 yes
580 <= v < 600 125717 1337 0.0139354 0.0166611 no
600 <= v < 620 87358 986 0.0740861 0.0839126 yes
620 <= v < 640 10644 15 -2.01644 -2.02857 yes
> 640 2881 0 ~ 0 -0.00377006 no
-------- --------
773736 8116
4. Período de simulação 2000-2005
a) Transição Residencial para Comercial e serviços
Tabela 1 – Transição residencial para comercial e serviços: variável declividade
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 5% 152649 1740 -0.0587721 -0.0940695 yes
5 <= v < 12% 199878 2686 0.107895 0.231335 yes
231
12 <= v < 30% 42744 351 -0.389933 -0.428485 yes
30 <= v < 47% 161 0 ~ 0 -0.00041221 no
> 47% 3 0 ~ 0 -7.67938e-06 no
-------- --------
395435 4777
Tabela 2 – Transição residencial para comercial e serviços: variável distâncias às áreas residenciais
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 240 70034 78 -2.39489 -2.57575 yes
240 <= v < 250 3162 29 -0.278431 -0.280394 no
250 <= v < 260 3439 38 -0.0902189 -0.0909762 no
260 <= v < 380 36963 490 0.0940976 0.10431 yes
380 <= v < 390 3177 55 0.365124 0.36868 yes
390 <= v < 570 54509 784 0.176795 0.208117 yes
570 <= v < 580 3067 36 -0.0291092 -0.0293335 no
580 <= v < 690 32803 462 0.155494 0.170795 yes
690 <= v < 700 2759 57 0.545323 0.550387 yes
700 <= v < 750 14252 372 0.784709 0.829606 yes
750 <= v < 790 10870 369 1.05559 1.10873 yes
790 <= v < 950 38049 994 0.785598 0.919236 yes
950 <= v < 960 2070 38 0.42483 0.427602 yes
960 <= v < 1120 28835 646 0.628132 0.698532 yes
1120 <= v < 1240 16618 298 0.400967 0.422706 yes
1240 <= v < 1250 1195 12 -0.186882 -0.1874 no
1250 <= v < 1270 2466 19 -0.454159 -0.456457 yes
1270 <= v < 1280 1272 0 ~ 0 -0.00326136 no
1280 <= v < 6490 69895 0 ~ 0 -0.19713 no
-------- --------
395435 4777
Tabela 3 – Transição residencial para comercial e serviços: variável distâncias à área comercial e serviços
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 20 1976 306 2.70703 2.76894 yes
20 <= v < 540 61705 4471 1.85448 4.44405 yes
540 <= v < 550 1037 0 ~ 0 -0.00265803 no
550 <= v < 680 14116 0 ~ 0 -0.0368029 no
680 <= v < 730 5491 0 ~ 0 -0.0141555 no
730 <= v < 960 25733 0 ~ 0 -0.0681406 no
960 <= v < 1220 28981 0 ~ 0 -0.077081 no
1220 <= v < 4720 181689 0 ~ 0 -0.625647 no
4720 <= v < 11770 74707 0 ~ 0 -0.212245 no
-------- --------
395435 4777
Tabela 4 – Transição residencial para comercial e serviços: variável hipsometria
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
500 <= v < 520 3754 0 ~ 0 -0.0096559 no
520 <= v < 540 24732 452 0.420294 0.455527 yes
540 <= v < 560 78972 2001 0.754238 1.0776 yes
560 <= v < 580 114235 2124 0.437831 0.687707 yes
580 <= v < 600 103287 200 -1.84099 -2.10459 yes
600 <= v < 620 64547 0 ~ 0 -0.180595 no
620 <= v < 640 5525 0 ~ 0 -0.0142438 no
> 640 374 0 ~ 0 -0.000957818 no
-------- --------
395435 4777
b) Transição Não-urbano para Residencial
Tabela 1 – Transição não-urbano para residencial: variável declividade
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 5% 302463 10851 0.376909 0.725032 yes
5 <= v < 12% 354880 7340 -0.189465 -0.329801 yes
12 <= v < 30% 105313 842 -1.15281 -1.2585 yes
30 <= v < 47% 1870 1 -3.86508 -3.86754 yes
> 47% 107 0 ~ 0 -0.000143503 no
-------- --------
764719 19034
232
Tabela 2 – Transição não-urbano para residencial: variável distâncias à hidrografia
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 100 67627 180 -2.25806 -2.34337 yes
100 <= v < 110 6298 57 -1.02777 -1.03317 yes
110 <= v < 160 30871 364 -0.760481 -0.782944 yes
160 <= v < 180 11976 182 -0.503263 -0.509598 yes
180 <= v < 220 23749 447 -0.285659 -0.293643 yes
220 <= v < 280 33833 765 -0.0983691 -0.102707 yes
280 <= v < 490 115121 3116 0.086083 0.1021 yes
490 <= v < 500 5112 232 0.621913 0.627611 yes
500 <= v < 950 187982 6966 0.410532 0.588138 yes
950 <= v < 960 2977 45 -0.508701 -0.510274 yes
960 <= v < 1090 38801 709 -0.315828 -0.330301 yes
1090 <= v < 1110 5598 125 -0.111192 -0.11197 no
1110 <= v < 1190 22065 413 -0.291329 -0.298859 yes
1190 <= v < 1200 2617 35 -0.632895 -0.634523 yes
1200 <= v < 1210 2585 22 -1.08981 -1.0921 yes
1210 <= v < 1220 2416 14 -1.47692 -1.47941 yes
1220 <= v < 1270 12063 42 -1.98866 -2.00271 yes
1270 <= v < 1280 2371 2 -3.409 -3.41208 yes
1280 <= v < 1640 77730 249 -2.07226 -2.1688 yes
1640 <= v < 1650 2036 42 -0.192152 -0.192621 no
1650 <= v < 1700 9810 242 -0.00916534 -0.00928392 no
1700 <= v < 1710 1899 66 0.344022 0.345034 yes
1710 <= v < 1830 21382 933 0.580792 0.603246 yes
1830 <= v < 1840 1696 116 1.05649 1.06048 yes
1840 <= v < 2980 69027 3670 0.788404 0.910875 yes
2980 <= v < 2990 216 0 ~ 0 -0.000289709 no
2990 <= v < 3530 6861 0 ~ 0 -0.00924353 no
-------- --------
764719 19034
Tabela 3 – Transição não-urbano para residencial: variável distâncias às estradas
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 10 4664 27 -1.47791 -1.48273 yes
10 <= v < 30 4675 54 -0.781306 -0.784681 yes
30 <= v < 40 1793 47 0.0531413 0.0532694 no
40 <= v < 170 25212 538 -0.15757 -0.162547 yes
170 <= v < 180 1950 26 -0.635989 -0.637205 yes
180 <= v < 270 17623 186 -0.872527 -0.886368 yes
270 <= v < 410 24928 332 -0.637128 -0.653072 yes
410 <= v < 420 1834 43 -0.0612529 -0.0613959 no
420 <= v < 450 5186 157 0.201346 0.202861 yes
450 <= v < 460 1718 65 0.432117 0.433318 yes
460 <= v < 820 61604 2854 0.643507 0.723894 yes
820 <= v < 830 1763 117 1.02415 1.0281 yes
830 <= v < 1630 92210 8159 1.33577 1.77594 yes
1630 <= v < 1640 542 109 2.28869 2.29385 yes
1640 <= v < 2100 25554 2907 1.61517 1.75006 yes
2100 <= v < 2110 518 18 0.34384 0.344115 no
2110 <= v < 2200 4517 131 0.157101 0.158108 no
2200 <= v < 2210 503 11 -0.132507 -0.132589 no
2210 <= v < 2220 527 0 ~ 0 -0.000706983 no
2220 <= v < 5740 275274 133 -3.96661 -4.42002 yes
5740 <= v < 5750 1229 52 0.548596 0.549752 yes
5750 <= v < 6010 30618 1050 0.330174 0.346459 yes
6010 <= v < 6020 1192 0 ~ 0 -0.00159981 no
6020 <= v < 7290 122807 245 -2.54704 -2.71364 yes
7290 <= v < 7300 873 33 0.431182 0.43179 yes
7300 <= v < 7310 809 40 0.711865 0.712937 yes
7310 <= v < 7950 42446 1700 0.491347 0.528712 yes
7950 <= v < 7960 470 0 ~ 0 -0.000630492 no
7960 <= v < 8510 11680 0 ~ 0 -0.0157874 no
-------- --------
764719 19034
Tabela 4 – Transição não-urbano para residencial: variável distâncias às áreas residenciais
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 20 16291 1129 1.07062 1.11122 yes
20 <= v < 260 209901 11363 0.807458 1.40665 yes
260 <= v < 270 6234 251 0.496852 0.502071 yes
270 <= v < 570 125640 4186 0.300286 0.370865 yes
570 <= v < 580 3015 24 -1.15723 -1.15999 yes
580 <= v < 620 11091 63 -1.49698 -1.50857 yes
620 <= v < 630 2644 0 ~ 0 -0.00355203 no
630 <= v < 1090 98809 163 -2.73747 -2.87076 yes
1090 <= v < 1100 2008 23 -0.789804 -0.79126 yes
1100 <= v < 1140 8000 112 -0.586523 -0.591256 yes
1140 <= v < 1150 2009 34 -0.393887 -0.394751 yes
233
1150 <= v < 1200 9633 194 -0.216671 -0.219165 yes
1200 <= v < 1210 1896 60 0.247076 0.247768 no
1210 <= v < 1500 53913 1429 0.0645429 0.0696036 yes
1500 <= v < 1510 1851 3 -2.75517 -2.75749 yes
1510 <= v < 4170 211784 0 ~ 0 -0.334093 no
---------- ----------
764719 19034
Tabela 5 – Transição não-urbano para residencial: variável distâncias às áreas industriais
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 20 3834 44 -0.787855 -0.790636 yes
20 <= v < 40 6790 99 -0.545322 -0.549121 yes
40 <= v < 580 161693 2858 -0.349667 -0.426503 yes
580 <= v < 590 2290 114 0.719031 0.722116 yes
590 <= v < 980 88010 5491 0.958158 1.18124 yes
980 <= v < 990 2243 187 1.27067 1.27778 yes
990 <= v < 1170 40122 4859 1.68607 1.93238 yes
1170 <= v < 1420 41367 3360 1.24225 1.38416 yes
1420 <= v < 1430 1399 1 -3.57472 -3.57655 yes
1430 <= v < 6760 390904 599 -2.81135 -3.52049 yes
6760 <= v < 6770 577 39 1.04378 1.04511 yes
6770 <= v < 7470 25490 1383 0.809829 0.852401 yes
---------- ----------
764719 19034
Tabela 6 – Transição não-urbano para residencial: variável distâncias à área comercial e serviços
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 910 18245 65 -1.96561 -1.98688 yes
910 <= v < 920 299 17 0.859383 0.859898 yes
920 <= v < 990 2275 93 0.512679 0.514646 yes
990 <= v < 1000 374 8 -0.155115 -0.155186 no
1000 <= v < 1020 795 12 -0.51015 -0.51057 no
1020 <= v < 1100 3489 72 -0.191776 -0.192579 no
1100 <= v < 1110 444 15 0.31467 0.314883 no
1110 <= v < 1120 472 22 0.649871 0.650424 yes
1120 <= v < 1170 2208 143 0.998036 1.0028 yes
1170 <= v < 1190 877 94 1.54824 1.55214 yes
1190 <= v < 3070 117111 7703 1.0146 1.37462 yes
3070 <= v < 3080 714 0 ~ 0 -0.000957968 no
3080 <= v < 3280 15291 44 -2.17987 -2.19822 yes
3280 <= v < 3290 804 12 -0.521578 -0.52201 no
3290 <= v < 3310 1544 30 -0.253237 -0.253692 no
3310 <= v < 3340 2298 56 -0.0216955 -0.0217602 no
3340 <= v < 3350 727 23 0.246792 0.247057 no
3350 <= v < 3430 5577 228 0.512757 0.517609 yes
3430 <= v < 3440 688 39 0.856205 0.857386 yes
3440 <= v < 3640 13058 543 0.530502 0.54252 yes
3640 <= v < 3650 636 11 -0.37178 -0.37204 no
3650 <= v < 3670 1233 15 -0.728839 -0.729685 yes
3670 <= v < 3690 1200 10 -1.11105 -1.11212 yes
3690 <= v < 3700 598 0 ~ 0 -0.000802269 no
3700 <= v < 4340 41324 105 -2.30462 -2.35595 yes
4340 <= v < 4350 696 41 0.897013 0.898291 yes
4350 <= v < 4750 28555 1228 0.565588 0.594944 yes
4750 <= v < 4760 706 0 ~ 0 -0.000947229 no
4760 <= v < 5200 31226 87 -2.21223 -2.25031 yes
5200 <= v < 5210 731 11 -0.51328 -0.513667 no
5210 <= v < 5220 751 8 -0.863178 -0.863755 yes
5220 <= v < 5390 12774 181 -0.574323 -0.5818 yes
5390 <= v < 5470 6031 110 -0.317704 -0.31988 yes
5470 <= v < 5480 703 17 -0.0295879 -0.0296147 no
5480 <= v < 5550 5065 96 -0.278549 -0.280179 yes
5550 <= v < 5560 763 7 -1.01405 -1.0147 yes
5560 <= v < 5610 3724 18 -1.65926 -1.6633 yes
5610 <= v < 5620 733 0 ~ 0 -0.000983472 no
5620 <= v < 5800 14751 48 -2.05653 -2.07392 yes
5800 <= v < 5810 827 25 0.199844 0.200082 no
5810 <= v < 5820 823 32 0.460514 0.461136 yes
5820 <= v < 5860 3220 168 0.768488 0.773252 yes
5860 <= v < 5980 9578 734 1.17909 1.20649 yes
5980 <= v < 6890 72153 3833 0.787522 0.916294 yes
6890 <= v < 6900 784 17 -0.141197 -0.141333 no
6900 <= v < 6970 5693 95 -0.408211 -0.410743 yes
6970 <= v < 6980 821 10 -0.727607 -0.728169 yes
6980 <= v < 7000 1628 12 -1.23473 -1.23627 yes
7000 <= v < 7010 820 3 -1.93895 -1.93989 yes
7010 <= v < 7030 1640 1 -3.73377 -3.73591 yes
7030 <= v < 7380 30374 106 -1.98633 -2.02218 yes
7380 <= v < 7390 830 19 -0.0857527 -0.0858421 no
7390 <= v < 7430 3245 94 0.155896 0.156612 no
7430 <= v < 7810 29282 655 -0.109394 -0.113522 yes
7810 <= v < 7820 790 0 ~ 0 -0.00105999 no
234
7820 <= v < 12680 255496 689 -2.24494 -2.62618 yes
12680 <= v < 12690 256 43 2.06798 2.06996 yes
12690 <= v < 13150 6969 1286 2.18213 2.24444 yes
---------- ----------
764719 19034
c) Transição Não-urbano para Industrial
Tabela 1 – Transição não-urbano para residencial: variável distâncias às estradas
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 10 4644 7 0.220423 0.221968 no
10 <= v < 20 2330 18 1.86084 1.87787 yes
20 <= v < 110 17642 314 2.70565 3.10943 yes
110 <= v < 510 73032 564 1.86049 2.73798 yes
510 <= v < 520 1669 0 ~ 0 -0.00224072 no
520 <= v < 6300 500387 0 ~ 0 -1.11183 no
6300 <= v < 8510 146884 0 ~ 0 -0.219374 no
-------- --------
746588 903
Tabela 2 – Transição não-urbano para residencial: variável distâncias às áreas industriais
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 <= v < 20 3811 21 1.52074 1.53917 yes
20 <= v < 180 53256 503 2.06355 2.80444 yes
180 <= v < 400 69532 379 1.5098 1.9567 yes
400 <= v < 410 2472 0 ~ 0 -0.00332058 no
410 <= v < 5220 500269 0 ~ 0 -1.11135 no
5220 <= v < 7470 117248 0 ~ 0 -0.171067 no
-------- --------
746588 903
Tabela 3 – Transição não-urbano para residencial: variável hipsometria
Transição Transição Coeficiente
Intervalos possível Executada de Peso Contraste Significante
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
500 <= v < 520 65247 891 2.4365 6.66705 yes
520 <= v < 540 135582 12 -2.616 -2.80328 yes
540 <= v < 560 182222 0 ~ 0 -0.280202 no
560 <= v < 580 148365 0 ~ 0 -0.22185 no
580 <= v < 600 122880 0 ~ 0 -0.18007 no
600 <= v < 620 78782 0 ~ 0 -0.111659 no
620 <= v < 640 10629 0 ~ 0 -0.0143566 no
> 640 2881 0 ~ 0 -0.00387104 no
-------- --------
746588 903
235
Anexo E – Correlação pareada das variáveis utilizadas em cada período de simulação
Tabela A – Correlação pareada entre as variáveis explicativas: 1962-1977
Variável 1 Variável 2 Índice de Cramer (V)
Incerteza de Informação
Conjunta (U)
Dist_rivers
Dist_railroad
Hipso
Decli
Dist_resid
Dist_com-serv
0,278589
0,231014
0,357534
0,214749
0,229617
0,499133
0,475450
0,275474
0,372102
0,455783
Dist_railroad
Dist_roads
Hipso
Decli
Dist_resid
Dist_ind
Dist_com-serv
0,416455
0,263745
0,355695
0,279452
0,395148
0,379876
0,532556
0,489903
0,307712
0,451964
0,529382
0,472798
Dist_roads
Hipso
Decli
Dist_resid
Dist_ind
0,326552
0,362502
0,44098
0,420902
0,502990
0,310233
0,541767
0,453777
Hipso
Dist_com-serv
Decli
Dist_resid
Dist_ind
0,197529
0,365487
0,206428
0,158421
0,428740
0,301351
0,358799
0,427325
Decli
Dist_resid
Dist_ind
Dist_com-serv
0,334563
0,360881
0,342158
0,228816
0,247047
0,263668
Dist_resid
Dist_ind
Dist_com-serv
0,232709
0,267903
0,417684
0,507794
Tabela B – Correlação pareada entre as variáveis explicativas: 1977-1996
Variável 1 Variável 2 Índice de Cramer (V)
Incerteza de Informação
Conjunta (U)
Decli
Dist_railroad
Dist_rivers
Dist_roads
Dist_resid
Dist_ind
Dist_com-serv
Hipso
0,323868
0,239457
0,362378
0,304252
0,353147
0,313745
0,365453
0,25474
0,145947
0,277780
0,194416
0,286004
0,239643
0,301391
Dist_railroad
Dist_rivers
Dist_roads
Dist_resid
Dist_ind
Dist_com-serv
Hipso
0,296401
0,332550
0,274017
0,373753
0,463588
0,360466
0,327107
0,472780
0,348719
0,461248
0,506921
0,444351
Dist_rivers
Dist_roads
Dist_resid
Dist_ind
Dist_com-serv
Hipso
0,278592
0,219342
0,271830
0,276951
0,308842
0,26532
0,162707
0,265677
0,272738
0,348019
Dist_roads
Dist_resid
Dist_ind
Dist_com-serv
Hipso
0,285224
0,224381
0,450748
0,396853
0,468988
0,495614
0,489294
0,452819
Dist_resid
Dist_ind
Dist_com-serv
Hipso
0,218790
0,406796
0,322475
0,358060
0,463765
0,308590
Dist_ind
Dist_com-serv
Hipso
0,454204
0,364273
0,523767
0,442284
Dist_com-serv Hipso 0,338595 0,379682
236
Tabela C – Correlação pareada entre as variáveis explicativas: 1996-2000
Variável 1 Variável 2 Índice de Cramer (V)
Incerteza de Informação
Conjunta (U)
Decli
Dist_rivers
Dist_roads
Dist_ind
Dist_com-serv
Hipso
0,356526
0,352725
0,351211
0,295993
0,365464
0,334114
0,300947
0,277593
0,184788
0,301353
Dist_rivers
Dist_roads
Dist_ind
Dist_com-serv
Hipso
0,336956
0,319833
0,304322
0,353670
0,531529
0,480341
0,376537
0,509915
Dist_roads
Dist_ind
Dist_com-serv
Hipso
0,297101
0,250443
0,263661
0,515208
0,380992
0,466227
Dist_ind
Dist_com-serv
Hipso
0,261860
0,227256
0,410242
0,415373
Dist_com-serv Hipso 0,170138 0,295165
Tabela D – Correlação pareada entre as variáveis explicativas: 2000-2005
Variável 1 Variável 2 Índice de Cramer (V)
Incerteza de Informação
Conjunta (U)
Decli
Dist_rivers
Dist_roads
Dist_resid
Dist_ind
Dist_com-serv
Hipso
0,345924
0,360848
0,269307
0,314584
0,331232
0,365471
0,241944
0,277886
0,162642
0,209701
0,210019
0,301359
Dist_rivers
Dist_roads
Dist_resid
Dist_ind
Dist_com-serv
0,212726
0,192814
0,291332
0,208931
0,409478
0,232991
0,374936
0,346868
Dist_roads
Dist_resid
Dist_ind
Dist_com-serv
Hipso
0,259130
0,432380
0,236505
0,425362
0,363165
0,513318
0,442138
0,507607
Dist_resid
Dist_ind
Dist_com-serv
0,279575
0,265848
0,322456
0,352561
Dist_ind
Dist_com-serv
Hipso
0,381453
0,302058
0,445264
0,358326
Dist_com-serv Hipso 0,326754 0,485284
237
ANEXO F – Parâmetros de transição dos cenários de uso da terra simulados e selecionados
para cada um dos quatro períodos de simulação
Tabela A – Parâmetros de transição do uso da terra para Americana no período de 1962-1977:
Simulações 1, 2 e 3
Tamanho médio
(ha)
Variância (ha) Isometria
Simulações* Simulações Simulações Transições de
uso
1
2 3 1 2 3 1 2 3
resid_com-serv
8,0 8,0 8,0 0,1 0,1 0,1 1,0 1,0 1,0
nurb_resid
10,0 10,0 10,0 0,2 1,0 0,1 1,5 1,4 2,0
nurb_ind
3,0 1,0 10,0 3,0 1,0 0,1 1,0 2,0 2,0
*
Refere-se a cada uma das três simulações apresentadas no período.
Tabela B – Parâmetros de transição do uso da terra para Americana no período de 1977-1996:
Simulações 1, 2 e 3
Parâmetros
Tamanho médio
(ha)
Variância (ha) Isometria
Simulações* Simulações Simulações Transições de
uso
1 2 3 1 2 3 1 2 3
resid_ind
3,0 3,0 2,0 0,1 0,1 0,1 1,0 1,0 1,0
resid_com-serv
5,0 4,0 8,0 0,5 0,4 0,8 1,5 1,5 1,5
nurb_resid
8,0 6,0 12,0 0,6 0,4 0,2 1,5 1,5 1,5
nurb_ind
8,0 6,0 8,0 0,6 0,4 0,2 1,5 1,5 1,5
*
Refere-se a cada uma das três simulações apresentadas no período.
Tabela C – Parâmetros de transição do uso da terra para Americana no período de 1996-2000:
Simulações 1, 2 e 3
Parâmetros
Tamanho médio
(ha)
Variância (ha) Isometria
Simulações* Simulações Simulações Transições de
uso
1 2 3 1 2 3 1 2 3
resid_ind
2,0 3,0 3,0 0,1 0,2 0,1 1,5 1,5 1,5
resid_com-serv
4,0 3,0 4,0 0,1 0,2 0,1 2,0 2,0 2,0
nurb_resid
6,0 5,0 6,0 0,1 0,1 0,1 1,0 1,2 1,5
nurb_ind
3,5 3,0 4,0 0,1 0,2 0,1 2,0 1,5 1,5
*
Refere-se a cada uma das três simulações apresentadas no período.
Tabela D – Parâmetros de transição do uso da terra para Americana no período de 2000-2005:
Simulações 1, 2 e 3
Parâmetros
Tamanho médio
(ha)
Variância (ha) Isometria
Simulações* Simulações Simulações Transições de
uso
1 2 3 1 2 3 1 2 3
resid_com-serv
8,0 10 8,0 4,0 8,0 6,0 2,0 1,8 2,0
nurb_resid
8,0 4,0 8,0 1,0 0,8 1,0 1,5 1,4 1,6
nurb_ind
6,0 6,0 6,5 0,0 6,0 0,0 2,0 2,0 2,0
*
Refere-se a cada uma das três simulações apresentadas no período.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo