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Universidade de São Paulo
Faculdade de Saúde Pública
Estudo Epidemiológico da Leishmaniose Tegumentar
Americana (LTA), no município de Itambaracá,
Região Norte do Estado do Paraná, Brasil, em áreas
de influência do complexo hidrelétrico na bacia do
Rio Paranapanema, 2004 a 2006.
Mariza Fordellone Rosa Cruz
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Saúde Pública para
obtenção do título de Doutor em Saúde
Pública.
Área de Concentração: Epidemiologia
Orientador: Profª.Dra. Eunice Aparecida
Bianchi Galati
São Paulo
2008
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Estudo Epidemiológico da Leishmaniose Tegumentar
Americana (LTA), no município de Itambaracá,
Região Norte do Estado do Paraná, Brasil, em áreas
de influência do complexo hidrelétrico na bacia do
Rio Paranapanema, 2004 a 2006.
MARIZA FORDELLONE ROSA CRUZ
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Saúde Pública da
Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo para obtenção
do título de Doutor em Saúde Pública.
Área de Concentração: Epidemiologia
Orientador:Profa.Dra. Eunice Aparecida
Bianchi Galati
São Paulo
2008
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É expressamente proibida a comercialização deste documento tanto na sua forma
impressa como eletrônica. Sua reprodução total ou parcial é permitida
exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, desde que na reprodução figure a
identificação do autor, título, instituição e ano da tese.
Dedico este trabalho :
À minha família, Roberto, Carolina, Mariana e
Gabriel, que sempre estiveram presentes em todos os momentos.
Agradecimentos
Primeiramente a Deus, por conceder forças e ânimo, mesmo nos momentos mais
difíceis.
A meus pais, familiares e amigos que sempre foram meus incentivadores .
À prof. Dra. Eunice Aparecida Bianchi Galati, pela orientação, apoio, amizade,
em todos os momentos necessários, nem tenho palavras para agradecer.
Aos estagiários, Karol, Iury, Alexandra, Alexandre, Priscila Mota, Fernanda,
Priscila, Ana Paula, Rodolfo, Carol, Leonardo, Iassudara, Danielle, Fabio,
Edinho e Formigão, por seu trabalho incansável, mesmo nas coletas de 24 horas.
Aos alunos Fabiana, Camila, Rodrigo, Mariana, Kessie e Neila, que ajudaram
na aplicação dos questionários epidemiológicos. Às estudantes de enfermagem
Cíntia e Thaise pela colaboração com as coletas de sangue.
Aos funcionários da Fazenda São José, que nos ajudaram com as coletas.
Aos amigos que me acolheram Lilian, Prof. Delsio, Prof. Carlos Celso, Mieko,
Maria Christina e Maricel.
Às amigas Edna e Dulce, dos laboratórios da FSP, pela ajuda e colaboração.
À Dra. Rosely Malafronte, sua equipe e orientadas, pela ajuda nas técnicas
moleculares
À Dra. Elisa San Martin Savani e sua equipe do laboratório do Centro de
controle de Zoonoses- SP, pela inestimável colaboração e realização dos exames
laboratoriais.
À Bio-manguinhos-Fiocruz pela doação dos Kits de EIE.
À equipe de enfermagem do Centro de Saúde de Itambaracá que colaborou com
as coletas. À equipe da Epidemiologia e Vigilância Sanitária, especialmente aos
Srs. Osvaldo Pereira Jr e João Batista pelo apoio e colaboração com a pesquisa.
À Prefeitura Municipal de Itambaracá, nas pessoas do Sr. Moacyr Thomé do
Carmo e Sr. Reginaldo Ticianel.
À Prof. Cida Valério pelas sugestões na área de estatística.
À Banca examinadora pelas valiosas sugestões.
A todos que colaboraram direta ou indiretamente com esta pesquisa.
Epígrafe
Primeiro faças o necessário
Depois faças o possível,
E quase sem perceberes
Estarás fazendo o impossível
Francisco de Assis
FORDELLONE-CRUZ, M. Estudo Epidemiológico da leishmaniose tegumentar
americana (LTA), no município de Itambaracá, região Norte do Estado do Paraná,
Brasil, em áreas de influência do complexo hidrelétrico na bacia do Rio
Paranapanema, 2004-2006. [Tese de Doutorado]. São Paulo: Faculdade de Saúde
Pública da Universidade de São Paulo, 2008
Resumo. Foi realizado um estudo epidemiológico para avaliação dos fatores
determinantes para a transmissão da LTA. O estudo foi realizado na área urbana,
periurbana e rural da cidade de Itambaracá, incluindo a Vila Rural e as localidades de
Porto Almeida e São Joaquim do Pontal, as duas últimas próximas à área impactada
pelas hidrelétricas de Canoas I e II, no rio Paranapanema. Capturou-se de fevereiro
de 2004 a junho 2006, 3.187 flebotomíneos. As espécies predominantes foram
Nyssomyia neivai (34,36%), Pintomyia pessoai (32,57%), Migonemya migonei
(11,61%), Nyssomyia whitmani (8,82%) e Pintomyia fischeri (2,73%) todas elas com
capacidade de transmissão da doença. Para Ny neivai, houve predominância de
machos e para as outras espécies vetoras, as fêmeas prevaleceram, com diferença
estatística significante (p<0,001). As espécies mais abundantes, segundo o índice de
abundância das espécies padronizado, foram Ny neivai, Pi. pessoai, Ny whitmani, Br.
brumpti, Mg migonei e Pi fischeri. As maiores freqüências e diversidade das espécies
foram encontradas na localidade de Porto Almeida (PA), seguida por São Joaquim do
Pontal (SJP). Ny neivai apresentou médias sazonais mais elevadas e na distribuição
mensal, picos em fevereiro, maio e outubro. A maior média horária desta espécie foi
registrada das 19:00 às 20:00 h (1,2) mas mostrou-se ativa das 23:00 às 10:00 h da
manhã. A prevalência de Acs da classe IgG para LTA em RIFI, na população
humana foi de 6,73%, nos caninos de 1,75% e nos equídeos de 16,0 %. Em
EIE/ELISA, a prevalência para os caninos foi de 16,49%. Na PCR, todos os cremes
leucocitários correspondentes à soros reagentes a Acs da classe IgG (humanos), e Ac
totais (eqüinos e caninos) foram negativos para Leishmania sp. No inquérito sócio
econômico, verificou-se que a população entrevistada em sua maioria pertence à
etnia branca e à faixa etária de 30-50 anos, recebem em torno de dois salários
mínimos, possuem ocupações voltadas à agricultura e pecuária, nível de escolaridade
fundamental (1º grau), habita casas de alvenaria, possuem animais domésticos com
seus abrigos próximos às casas. Realizam atividades de trabalho e lazer em áreas de
risco em proximidades às matas, áreas com animais silvestres e domésticos e com
presença de matéria orgânica, que são fatores atrativos aos flebotomíneos. A
população entrevistada, de uma forma geral, desconhece os aspectos da transmissão
da LTA. Observou-se em todas as localidades amostradas a presença de
flebotomíneos, com predominância de cinco espécies com capacidade vetorial de
agentes da LTA, destacando-se Ny. Neivai , incluindo os peridomicílios. Houve
transmissão ativa da doença, ocorrendo dois casos notificados e autóctones, em área
de baixa freqüência de espécimes. A soroprevalência na população humana (6,73%)
foi considerável, embora seja uma área de baixa ocorrência da doença. Nas
localidades onde havia um foco mais recente da doença, em SJP, os cães e eqüinos
apresentaram sorologia positiva. A alta prevalência de reagentes na sorologia
observada em eqüídeos sugere que estes animais poderiam ser usados como sentinela
para a detecção precoce da circulação do agente da LTA nas áreas estudadas.
Palavras-chave: Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), flebotomíneos
Diptera, Psychodidae, impactos ambientais por hidrelétricas, levantamento soro-
epidemiológico, RIFI, EIE, PCR , fatores de risco, vetores..
FORDELLONE-CRUZ, M. Estudo Epidemiológico da leishmaniose tegumentar
americana (LTA), no município de Itambaracá, região Norte do Estado do Paraná,
Brasil, em áreas de influência do complexo hidrelétrico na bacia do Rio
Paranapanema, 2004-2006./Epidemiological study of American Cutaneous
Leishmaniasis (ACL), in northern Paraná State, Brazil, in areas around the
hydroelectric plants on the Paranapanema river, 2004 -2006. [Thesis]. São Paulo
BR): Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 2008.
Abstract. An epidemiological study was carried out in the urban area of Itambaracá
and rural areas of the same municipality, including Vila Rural, Porto Almeida and
São Joaquim do Pontal, to investigate the phlebotomine fauna and behavioral aspects
of its species and also some determining factors of the transmission of American
cutaneous leishmaniasis (ACL). The last two localities mentioned are situated close
to the areas impacted by the Canoas I and II hydroelectric plants on the
Paranapanema river. A total of 3,187 phlebotomines were captured between
February 2004 and June 2006. Nyssomyia neivai predominated (34.36%), followed
by Pintomyia pessoai (32.6%), Migonemyia migonei (11.6%), Nyssomyia whitmani
(8.8%) and Pintomyia fischeri (2.7%), all of them implicated in the transmission of
the disease. Regarding Ny. neivai, males predominated over females which may
indicate the proximity of its breeding places to the capture sites. As for all the other
vector species, the females were predominant, with significant statistical differences
(p < 0,001). Ny neivai, Pi. pessoai, Ny. whitmani, Br. brumpti, Mg. migonei and Pi.
fischeri presented the highest values for the species standardized abundance index.
The greatest frequencies and diversity of the species were found at Porto Almeida
(PA), a locality situated close to a well preserved forest fragment and secondly at São
Joaquim do Pontal (SJP), with degraded forest. Of all the species, Ny. neivai
presented the highest monthly averages with the main peak occurring in successive
months of April. Its greatest hourly average was registered at 19:00-20:00 hours, but
the species presented activity from 23:00 p.m. to 10:00 a.m. The prevalence of Ac
IgG class, serum-reagents for Leishmania obtained with RIFI from the human,
canine and equine populations was 6.73% (20/297), 1.75% (5/285) and 16% (8/50),
respectively. A prevalence of 16.4% was observed by the EIE/ELISA test only for
the canine population. The buffy-coat of all the reagent human and animal blood
samples was tested by the polymerase chain reaction (PCR) to investigate the
presence of Leishmania, with negative results. In the socioeconomic survey, it was
found that the majority of the people interviewed belonged to the white ethnic and
30-50 year-old groups, earning two minimum salaries, exercising occupations
associated with agriculture and livestock breeding, of fundamental school level,
inhabiting brick houses and keeping pets and domestic animals in and around them.
They exercise their work and leisure activities in risk areas close to forest fragments,
thus in areas containing both wild and domestic animals with the presence of organic
matter, which attract the sandflies. The population interviewed was, in general,
ignorant of the facts involved in ACL transmission. Sandflies were observed at all
the sites sampled, with the predominance of five vectors of the ACL agents, with Ny.
neivai, the main vector in all three areas, also being captured in the peridomiciles.
Active transmission of the disease, with two cases registered, was observed at sites
with very low frequency of this sandfly. The serum prevalence in the human
population (6.73%) was considerable, despite this being an area of few registered
ACL cases. In the localities in which there was a more recent focus of the disease, in
SJP, the dogs and equines presented positive serology. The high prevalence of equine
serum reagents suggests that these animals could be used as sentinels for the early
detection of the presence of the ACL agent in the area studied.
Descriptors: American Cutaneous Leishmaniasis, ELISA, environmental impact of
hydroelectric plants, Phlebotomine (Diptera, Psychodidae), serum-epidemiological
survey, RIFI, PCR, risk factors, vectors.
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO 20
1.1 ASPECTOS GERAIS DAS LEISHMANIOSES 20
1.2 EPIDEMIOLOGIA DAS LEISHMANIOSES 21
1.3 ASPECTOS AMBIENTAIS LIGADOS À TRANSMISSÃO DAS
LEISHMANIOSES 23
1.4 ASPECTOS DA LTA NO BRASIL 26
1.5 AGENTES 28
1.6 VETORES 28
1.7 RESERVATÓRIOS 32
1.8 SINTOMAS 33
1.9 DIAGNÓSTICO 33
1.10 PREVENÇÃO 34
1.11 JUSTIFICATIVAS DO ESTUDO 34
2. OBJETIVOS 35
2.1 OBJETIVO GERAL 35
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 36
3. MATERIAL E MÉTODOS 36
3.1 ÁREA DE ESTUDO 36
3.2 INQUÉRITO DOS FLEBOTOMÍNEOS 37
3.2.1 Capturas de formas aladas 38
3.3 INQUÉRITO DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS 39
3.4 INQUÉRITO HUMANO 40
3.5 TÉCNICAS SOROLÓGICAS E MOLECULARES 41
3.5.1 Sorológicas 41
3.5.2 Moleculares 43
4. ANÁLISE DOS DADOS 44
4.1 FLEBOTOMÍNEOS 44
4.2 INQUÉRITO HUMANO E DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS 45
4.3 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA 45
5. RESULTADOS 46
5.1 PARÂMETROS METEOROLÓGICOS DA ÁREA ESTUDADA 46
5.2 INQUÉRITO DOS FLEBOTOMÍNEOS 48
5.2.1 Coleta Geral 48
5.2.2 Localidades Estudadas 54
5.2.3 Média geométrica mensal das principais espécies coletadas 64
5.2.4 Média horária das principais espécies coletas (Ritmo Horário),em
barraca de Shannon modificada branca e preta 69
5.3 INQUÉRITOS 72
5.3.1 Inquérito sorológico humano 72
5.3.2. Inquérito molecular humano 75
5.3.3. Inquérito sorológico da população canina 75
5.3.4. Inquérito molecular da população canina 78
5.3.5. Inquérito sorológico dos eqüinos 78
5.3.6. Inquérito molecular dos eqüinos 80
5.4. INQUÉRITO SÓCIO-ECONÔMICO CULTURAL HUMANO 80
6. DISCUSSÃO 91
6.1. INQUÉRITO DOS FLEBOTOMÍNEOS 91
6.2. INQUÉRITO HUMANO 104
6.3. INQUÉRITO DA POPULAÇÃO CANINA 108
6.4. INQUÉRITO DOS EQUÍDEOS .111
6.5. INQUÉRITO SÓCIO ECONÔMICO CULTURAL 112
7. CONCLUSÕES 117
8. REFERÊNCIAS 121
ANEXOS
Anexo 1 - Termo de consentimento Livre e esclarecido (TCLE) 136
Anexo 2 - Questionário epidemiológico – Moradores. 139
Anexo 3 - Questionário epidemiológico – Propriedade 141
Anexo 4 - Ficha de Identificação dos animais.para coleta de sangue 146
Anexo 5 - Termo de consentimento para coleta de materiais biológicos. 147
Anexo 6 - Termo de consentimento para coleta entomológica 148
Anexo 7- Cálculo do índice de Abundância Padronizado (IAEP) 149
Anexo 8- Cálculo dos índices de Diversidade de Shannon (H) e de
Equitabilidade de Pielou (J) 150
Anexo 9- Figuras 151
Anexo 10 - Protocolo de Extração de DNA Genômico Kit Promega 160
Anexo 11 – Protocolo do Ensaio Imuno Enzimático – Bio manguinhos 162
LISTA DAS TABELAS, GRÁFICOS E QUADROS
TABELAS
Tabela 1 - Média mensal dos parâmetros meteorológicos para a região norte pioneiro
do Paraná, no período de 2004 a 2006. 46
Tabela 2 - Freqüência de flebotomíneos, segundo espécie e sexo, capturados no
município de Itambaracá (zona urbana e periurbana) e nas localidades rurais de São
Joaquim do Pontal e Porto Almeida, fevereiro de 2004 a junho de 2006 48
Tabela 3 - Freqüência de flebotomíneos, capturados no município de Itambaracá,
segundo localidades(zona urbana e periurbana) e nas localidades rurais de São
Joaquim do Pontal e Porto Almeida, fevereiro de 2004 a junho de 2006. 49
Tabela 4 - Distribuição geral das espécies de Phlebotominae, segundo razão entre
sexos, capturadas em Itambaracá-PR nas três localidades (São Joaquim do
Pontal,Porto Almeida ,Cidade e Vila Rural) de fevereiro de 2004 a junho de 2006. 50
Tabela 5 - Distribuição das espécies de Phlebotominae, segundo sexo, capturadas em
Itambaracá-PR, na localidade São Joaquim do Pontal e razão entre os sexos (M/F),
de fevereiro de 2004 a junho de 2006 . 54
Tabela 6 - Distribuição das espécies de Phlebotominae, segundo sexo, pontos de
coleta da localidade de Porto Almeida e razão entre os sexos, de 2004 a 2006. 58
Tabela 7- Distribuição das espécies de Phlebotominae, segundo os pontos de coleta
da localidade Cidade,Vila Rural e Pesq-Pag e razão entre os sexos, 2004- 2006. 62
Tabela 8- Distribuição, segundo sexo e local de residência da população amostrada
em Itambaracá-PR, de março de 2006 a junho de 2007. 72
Tabela 9– Distribuição, segundo idade e local de residência da população amostrada
em Itambaracá-PR, de março de 2006 a junho de 2007. 72
Tabela 10 – Número de soros humanos obtidos, segundo os pontos de coletas e
resultados da RIFI (Reação de Imunofluorescência Indireta). Município de
Itambaracá, março de 2006 a junho de 2007. 73
Tabela 11 – Número de pessoas reagentes, de acordo com os resultados da RIFI
(IgG), segundo localidades, diluição e sexo, e prevalência por sexo. Município de
Itambaracá, março de 2006 a junho de 2007. 73
Tabela 12 – Número de pessoas reagentes, segundo sexo e etnia. Município de
Itambaracá, março de 2006 a junho de 2007 74
Tabela 13 – Número e prevalência de pessoas reagentes de acordo com os resultados
da RIFI, segundo localidade e faixa etária (em anos). Município de Itambaracá,
março de 2006 a junho de 2007. 74
Tabela 14 - Distribuição da população canina amostrada, segundo localidades e sexo
Itambaracá-PR, de janeiro a dezembro de 2006. 75
Tabela 15 – Distribuição da população canina, segundo localidades e idade,
Itambaracá-PR, de janeiro a dezembro de 2006. 76
Tabela 16 – Distribuição da população canina, segundo localidades e raça,
Itambaracá-PR, de janeiro a dezembro de 2006. 76
Tabela 17: Número de soros caninos obtidos, segundo os pontos de coletas e
resultados da RIFI (Reação de Imunofluorescência Indireta). Município de
Itambaracá, de janeiro a dezembro de 2006. 77
Tabela 18 - Número de soros caninos obtidos, segundo os pontos de coletas e de
acordo com os resultados do Ensaio Imuno Enzimático (EIE). Reagente (R), Não
Reagente (NR), Inconclusivo (I) em Itambaracá-PR, janeiro a dezembro de 2006. 77
Tabela 19 - Soros caninos reagentes no teste Ensaio Imuno Enzimático (EIE), por
ponto de coletas e sexo. Itambaracá-PR, de janeiro a dezembro de 2006. 78
Tabela 20 – Distribuição da população de equídeos do inquérito sorológico, segundo
localidades e sexo, Itambaracá- PR, de julho a dezembro de 2006. 78
Tabela 21- Distribuição da população de equídeos do inquérito sorológico, segundo
localidades e faixa etária, Itambaracá- PR, de julho a dezembro de 2006. 79
Tabela 22 - Distribuição da população de equídeos do inquérito sorológico, segundo
localidades e raças, Itambaracá- PR, de julho a dezembro de 2006. 79
Tabela 23 - Distribuição da população de equídeos do inquérito sorológico, segundo
resultados da RIFI-Não Reagente (NR), Reagente (R), Itambaracá- PR, de julho a
dezembro de 2006. 79
Tabela 24 - Distribuição da população de equídeos do inquérito sorológico, dos soro-
reagentes pela RIFI, segundo localidades, Itambaracá- PR de julho a dezembro de
2006. 80
Tabela 25 - Distribuição dos entrevistados, em número e porcentagem, segundo sexo
e local de residência no período de janeiro a dezembro de 2006 80
Tabela 26-Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo sexo, etnia e
local de residência no período de janeiro a dezembro de 2006 81
Tabela 27 - Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo sexo e
categoria de moradia, em todas as localidades, no período de janeiro a dezembro de
2006. 84
Tabela 28 - Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo sexo e tipo de
construção, em todas as localidades, no período de janeiro a dezembro de 2006. 84
Tabela 29- Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo número de
cômodos, por localidade, no período de janeiro a dezembro de 2006. 85
Tabela 30 - Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo número de
moradores, por residência, em cada localidade, no período de janeiro a dezembro de
2006. 86
Tabela 31 - Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo a presença de
anexos, por localidade, no período de janeiro a dezembro de 2006. 86
Tabela 32 - Distribuição segundo número de animais no peridomicílio, por
localidade, no período de janeiro a dezembro de 2006. 86
Tabela 33 - Distribuição dos entrevistados, segundo atividades de lazer, em
porcentagens, nas localidades, no período de janeiro a dezembro de 2006. 87
Tabela 34 - Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo os hábitos de
fumar e beber, em porcentagens, por localidades, no período de janeiro a dezembro
de 2006. 87
Tabela 35 - Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo grau de
alfabetização, em todas as localidades, no período de janeiro a dezembro de 2006. 87
Tabela 36 - Distribuição da população entrevistada, em porcentagem, segundo as
respostas sobre o conhecimento de LTA, em porcentagens referentes a cada
localidade, no período de janeiro a dezembro de 2006. 88
Tabela 37 - Distribuição da população entrevistada, segundo presença de lesões e
cicatrizes, em porcentagens, referentes a cada localidade, no período de janeiro a
dezembro de 2006. 88
Tabela 38 - Distribuição da população segundo renda familiar, porcentagem e
localidade, no período de janeiro a dezembro de 2006. 89
Tabela 39 - Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo utilização de
serviços médicos, em todas as localidades, no período de janeiro a dezembro de
2006 89
Tabela 40 - Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo disposição dos
resíduos sólidos, em todas as localidades , no período de janeiro a dezembro de
2006 89
Tabela 41 - Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo escolaridade,
em todas as localidades, no período de janeiro a dezembro de 2006. 90
GRÁFICOS:
Gráfico 1- Média mensal dos parâmetros meteorológicos para a região norte pioneiro
do Paraná, no período de 2004 a 2006. 46
Gráfico 2 - Índice de abundância das espécies padronizado (IAEP) obtido nas coletas
com armadilhas tipo CDC nas três localidades de Itambaracá (região urbana e
perirubana), São Joaquim do Pontal e Porto Almeida, de fevereiro de 2004 a junho
de 2006. 51
Gráfico 3 - Índice de diversidade de Shannon (H) e Índice de equitabilidade de
Pielou (J) das espécies capturadas com armadilhas tipo CDC e Shannon, nas três
localidades de Itambaracá (região urbana e perirubana), São Joaquim do Pontal e
Porto Almeida, de fevereiro de 2004 a junho de 2006. 52
Gráfico 4 - Índice de Abundância das Espécies Padronizado (IAEP) segundo
espécies capturadas na localidade de São Joaquim do Pontal -fevereiro de 2004 a
junho de 2006. 55
Gráfico 5 - Índices de Shannon (H) e Pielou (J) nos pontos de coleta da localidade de
S. Joaquim do Pontal, de março de 2004 a junho 2006. 56
Gráfico 6 - Índice de diversidade de Shannon (H) nos pontos de coleta da localidade
de S. Joaquim do Pontal, em 2004, 2005 e 2006. 57
Gráfico 7 - Índice de equitabilidade de Pielou (J) nos pontos de coleta em S. Joaquim
do Pontal, em 2004, 2005 e 2006. 57
Gráfico 8 - Índice de Abundância das Espécies Padronizado (IAEP), segundo as
espécies capturadas na localidade de Porto Almeida, de fevereiro de 2004 a junho de
2006. 59
Gráfico 9 - Índices de Shannon (H) e Pielou (J) nos pontos de coleta da localidade de
Porto Almeida, de março de 2004 a junho 2006. 60
Gráfico 10 - Índices de diversidade de Shannon (H) nos pontos de coleta da
localidade Porto Almeida, nos anos de 2004, 2005 e 2006. 60
Gráfico 11 - Índices de equitabilidade de Pielou (J) nos pontos de coleta da
localidade de Porto Almeida, nos anos de 2004, 2005 e 2006. 61
Gráfico 12 - Índice de abundância das espécies padronizado (IAEP) capturadas na
localidade de Vila Rural, Cidade (zona urbana) e Pesque-Pag, de fevereiro de 2004 a
junho de 2006 63
Gráfico 13 - Índices de diversidade de Shannon (H) e Pielou (J), nos pontos de coleta
das localidades Vila Rural e Cidade, de março de 2004 a junho 2006. 63
Gráfico 14 - Índices de diversidade de Shannon (H) nos pontos de coleta da
localidade Vila Rural e Cidade, nos anos de 2004, 2005 e 2006. 64
Gráfico 15 - Índices de equitabilidade de Pielou (J), nos pontos de coleta da
localidade Vila Rural e Cidade, nos anos de 2004, 2005 e 2006. 64
Gráfico 16 - Médias geométricas mensais de Mg. migonei nas localidades de São
Joaquim do Pontal (SJP), Porto Almeida (PA) e cidade de Itambaracá (ITC), no
período de fevereiro de 2004 a junho de 2006. 65
Gráfico 17 - Médias geométricas mensais de Ny neivai nas localidades de São
Joaquim do Pontal (SJP), Porto Almeida (PA) e cidade de Itambaracá (ITC), no
período de fevereiro de 2004 a junho de 2006. 66
Gráfico 18 - Médias geométricas mensais de Ny whitmani nas localidades de São
Joaquim do Pontal (SJP), Porto Almeida (PA) e cidade de Itambaracá (ITC), no
período de fevereiro de 2004 a junho de 2006. 67
Gráfico 19 - Médias geométricas mensais de Pi. fischeri nas localidades de Porto
Almeida (PA) e Cidade de Itambaracá (ITC) no período de fevereiro de 2004 a junho
de 2006. 67
Gráfico 20 - Médias geométricas mensais de Pi. pessoai em São Joaquim do Pontal
(SJP), Porto Almeida (PA) e Cidade de Itambaracá (ITC) no período de fevereiro de
2004 a junho de 2006. 68
Gráfico 21 – Médias horárias para Mg. migonei na localidade Porto Almeida (PA)-
FSJ- Fazenda São José, no período de fevereiro de 2004 a junho de 2006. 69
Gráfico 22 - Médias horárias de Ny.neivai na localidade Porto Almeida (PA)- FSJ-
Fazenda São José, no período de fevereiro de 2004 a junho de 2006. 69
Gráfico 23 – Médias horárias de Ny.whitmani na localidade Porto Almeida (PA)-
FSJ- Fazenda São José, no período de fevereiro de 2004 a junho de 2006. 70
Gráfico 24 - Médias geométricas horárias de Pi.fischeri na localidade Porto Almeida
(PA)- FSJ- Fazenda São José, no período de fevereiro de 2004 a junho de 2006. 70
Gráfico 25 - Médias geométricas horárias de Pi.pessoai na localidade Porto Almeida
(PA)- FSJ- Fazenda São José, no período de fevereiro de 2004 a junho de 2006. 71
Gráfico 26- Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo ocupação e
sexo, em S.J.Pontal, no período de janeiro a dezembro de 2006. 81
Gráfico 27- Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo sexo e
ocupação, em Porto Almeida, no período de janeiro a dezembro de 2006. 82
Gráfico 28- Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo sexo e
ocupação, em Itambaracá, no período de janeiro a dezembro de 2006. 83
Gráfico 29 - Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo sexo e
ocupação, na Vila Rural, no período de janeiro a dezembro de 2006. 83
Gráfico 30 - Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo tipo de
cobertura da casa, nas localidades, no período de janeiro a dezembro de 2006. 84
Gráfico 31 - Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo localização do
banheiro (WC), por localidade, no período de janeiro a dezembro de 2006.
Itambaracá 85
Gráfico 32 - Distribuição dos entrevistados, segundo localização do banheiro (WC),
por localidade, no período de janeiro a dezembro de 2006. 84
QUADROS:
Quadro 1: Número de casos de LTA, e Coeficiente de Incidência (CI) por
100.000/hab., segundo a população, da 18º Regional de Saúde de Cornélio Procópio,
e Município de Itambaracá, segundo o ano de ocorrência, de 1992 a 2006. 27
LISTA DAS FIGURAS
Figura 1: Vista Aérea da cidade de Itambaracá, área central , praça da Igreja Matriz –
Itambaracá – 2007. 151
Figura 2: Localização do Estado no Paraná na Região sul do Brasil. 151
Figura 3: Mapa do Estado do PR, com a localização da 18ºRegional de Saúde, onde
está o município de Itambaracá. 152
Figura 4: Localização do Município de Itambaracá, no conjunto dos municípios da
18º Regional de Saúde- Norte do Paraná. 152
Figura 5: Localização do Município de Itambaracá, em relação ao complexo
Hidrelétrico Canoas I (7) e Canoas II (8). 153
Figura 8: Mapa de Itambaracá visualizando as áreas de coleta ,Itambaracá
(urbana),Periférica e Rural,. 53
Figura 7: Vista Parcial de Canoas I. 154
Figura 8: Vista Parcial do Rio Paranapanema. 154
Figuras 9 e 10: Armadilha Automática Luminosa- tipo CDC. 154
Figuras 11 e 12: Aspiração em barraca de Shannon branca e preta. 154
Figuras 13 e 14: Coleta de sangue humana. 155
Figuras 15 e 16: Coleta de sangue em caninos. 155
Figuras 17 e 18: Coleta de sangue em eqüinos. 155
Figuras 19 e 20: Aplicação de questionários. 156
Figuras 21 e 22: Lesões ativas da LTA. 156
Figuras 23 e 24: Lesões cicatrizadas de LTA pós-tratamento. 156
Figura 25: Mapa dos pontos de captura em São Joaquim do Pontal.(SJP). 157
Figura 26: Mapa dos pontos de captura em Porto Almeida.(PA). 158
Figura 26: Mapa dos pontos de captura de Itambaracá. 159
SIGLAS UTILIZADAS
ACS- Anticorpos
CCZ-SP - Centro de Controle Zoonoses de São Paulo
DNA - Ácido desoxirribonucléico
DST - Doenças sexualmente transmissíveis
EIE - Ensaio Imuno Enzimático
ELISA – Enzyme linked immunosorbent assay
FMA – Fazenda Monte Alto
FPA – Fazenda Porto Almeida
FSJ - Fazenda São José
FSJ-CAP – Faz. São José - capela
FSJ-Col- Faz. São José -colônia
FSJ-ME – Faz. São José -Mata estrada
FSJ-R - Faz. São José – Mata rio
HIV- Vírus da Imunodeficiência Humana
I – Inconclusivo
IAEP - Índice de Abundância de Espécies Padronizado
IgG - Imunoglobulina G
IgM - Imunoglobulina M
IN – Insolação
IRM - Intradermo Reação de Montenegro
ITC – Itambaracá
LTA – Leishmaniose Tegumentar Americana
LVA – Leishmaniose Visceral Americana
NR – Não reagente
OMS - Organização Mundial de Saúde
RIFI - Reação de Imunofluorescência Indireta
PA - Porto Almeida
PCR - Reação em Cadeia da Polimerase
Pr – Precipitação
SHB - Barraca de Shannon Branca
SHP - Barraca de Shannon Preta
SJP - São Joaquim do Pontal
SRD – Sem raça definida
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TM - Temperatura média
URA – Umidade Relativa do ar
UR - Umidade relativa
WCD- World Commission of dams
WHO - World Health Organization
VR – Vila Rural
20
Estudo Epidemiológico da Leishmaniose Tegumentar Americana
(LTA) no município de Itambaracá, região norte do Estado do
Paraná, Brasil, em áreas de influência do complexo hidrelétrico na
bacia do Rio Paranapanema, 2004-2006.
1. INTRODUÇÃO
1.1. ASPECTOS GERAIS
A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) tem sido descrita como uma
zoonose, em ambientes florestais primitivos, onde o ciclo do parasita processa-se
sem a participação humana, caracterizando o foco silvestre, onde a manifestação da
doença existe concomitantemente com a atividade humana
(MAYWALD, 1996).
É uma zoonose urbana e periurbana em franca expansão geográfica no Brasil,
sendo uma das infecções dermatológicas mais importantes, não pela freqüência,
mas principalmente pelas dificuldades terapêuticas, deformidades e seqüelas que
pode acarretar. Normalmente não leva à morte, mas pode diminuir a capacidade de
trabalho e integração social do individuo (SAVANI, 1998).
Esta doença apresenta surtos associados à derrubada das matas para
construção de estradas, instalação de povoados, extração de madeira, agricultura e
pecuária. Estes mesmos surtos acontecem também através de processos migratórios,
ocupação de encostas, aglomerados na periferia de centros urbanos, com a falta de
saneamento básico, situação econômica precária, convívio com animais ermos ou
mesmo domesticados considerados reservatórios da doença (GOMES,1992).
Leishmaniose tegumentar silvestre modificada: ocorre através de surtos
epidêmicos sazonais, em áreas com pequenos focos residenciais de mata primária. A
infecção tem lugar na interface da área peridomiciliar e nas áreas de mata, onde o
homem costuma desenvolver atividades agrícolas, estando ligada às flutuações da
densidade populacional dos flebotomíneos (BARRETO et al., 1984)..
Leishmaniose tegumentar periurbana: ocorre de forma endemo-epidêmico,
endo ou peridomiciliar, em áreas de colonização antiga onde suspeita da
participação de animais domesticados como reservatórios (cães, eqüinos) (BASANO,
2004).
21
Antigamente os casos predominavam em adultos jovens do sexo masculino,
porque eles viviam e trabalhavam na zona rural (OLIVEIRA, 2004) e com a
transmissão ocorrendo em periferias de área urbana em ambientes domiciliares e
peridomiciliares, a doença passou a atingir também crianças e mulheres
(TEODORO, 1993).
As grandes obras de engenharia alteram os ecossistemas naturais, como a
construção e o funcionamento de represas com a finalidade de obtenção de energia
elétrica (WHO, 2000).
Na década de 60 estudos sobre o aproveitamento do rio Paranapanema,
indicavam que poderia haver a construção de uma barragem, com a formação de um
reservatório que inundaria 95 km
2
de terras férteis paranaenses e paulistas, e após
vários estudos, chegaram à alternativa de duas barragens, Canoas I e II, divisor do
oeste do Estado de São Paulo, e norte do Estado do Paraná (CESP, 1990; CESP
ENGEVIX, 1991).
Nos últimos anos, mudanças ambientais têm ocorrido em muitas áreas, como
resultado da construção de represas e outras atividades do desenvolvimento
econômico, envolvendo o uso da água e da terra. Como conseqüência, os hábitos
reprodutivos de insetos vetores e alguns aspectos de seu comportamento podem
sofrer mudanças (WHO, 1982).
1.2. EPIDEMIOLOGIA DAS LEISHMANIOSES
As leishmanioses são zoonoses que envolvem uma ampla rede causal, desde a
presença do vetor no ambiente, que são os flebotomíneos, se infectados com
protozoários do gênero Leishmania, ao que se alimentarem, transferem o agente a
hospedeiros, no caso, o homem e animais silvestres ou domésticos, o protozoário se
desenvolve no Sistema Retículo Endotelial de mamíferos, causando a doença,
podendo manifestar-se na forma tegumentar ou visceral.
O gênero Leishmania Ross 1903, compreende espécies de protozoários
unicelulares, com ciclo de vida digenético (heteroxênico), vivendo alternadamente
em hospedeiros vertebrados e insetos vetores (Diptera, Psychodidae, Phlebotominae),
sendo esses responsáveis pela transmissão de parasitas de um mamífero a outro
22
acometendo o homem, animais silvestres e domésticos que atuam como reservatórios
(ASHFORD, 2000).
As leishmanioses encontram-se amplamente distribuídas pelo mundo
afetando principalmente regiões tropicais e subtropicais. Estima-se em 12 milhões o
número de casos humanos existente no mundo, com acréscimo de 2 milhões de
novos casos ao ano. Avalia-se que 350 milhões de pessoas vivam sob o risco de
contrair a infecção nas regiões endêmicas. No mundo, está entre as seis doenças
infecto-parasitárias de maior importância. Entre as doenças causadas por
protozoários, ocuparia o segundo lugar em gravidade superada apenas pela malária
(WHO, 1982).
Mais de 90% dos casos de leishmaniose cutânea ocorrem no Irã, Afeganistão,
Síria Arábia Saudita, Brasil e Peru e da leishmaniose visceral, em Bangladesh,
Brasil, Índia e Sudão. A forma de leishmaniose visceral é bastante grave e pode se
tornar fatal, na ausência de tratamento (WHO, 1990).
Em várias áreas do mundo, inclusive no Brasil, tem ocorrido um aumento no
número de casos de leishmaniose tegumentar (LT). Em 1998, eram 21.800 casos, em
1999, 30.550 casos e no ano 2000, este número atingiu a proporção de 35.000 casos.
No Afeganistão, em 1994, foram registrados 14.200, contra 200.000 casos em 1999
(WHO, 2004).
A leishmaniose tegumentar recebe esse nome porque afeta principalmente a
estrutura da pele e das mucosas. A Organização Mundial de Saúde (WHO, 2004)
considera o grupo das leishmanioses tegumentares como a segunda doença
dermatológica de interesse em saúde pública, devido a sua incidência e capacidade
destrutivas das lesões, podendo ocasionar mutilações graves ou permanentes.
A forma tegumentar abrange desde formas inaparentes, lesões discretas de
pele que podem evoluir espontaneamente para cura, ulcerações múltiplas, lesões de
mucosas até formas com tendência às metástases e recidivas, de curso lento e
tratamento difícil , podem ocorrer infecções secundárias, sobretudo quando ocorre a
destruição ou mutilação de mucosas ou lesões cutâneas deformantes, gerando
fenômenos psicossociais e estigmatizantes aos pacientes (COUTINHO, et al.
1981;COSTA et al., 1987; BARRAL et al., 1991).
23
Normalmente não leva à morte, mas pode diminuir a capacidade de trabalho e
integração social do individuo (SAVANI, 1998). A conseqüência da leishmaniose
tegumentar, em termos de sofrimento humano, chega a ser incalculável (WALTON,
1987).
Casos humanos têm sido registrados em todos os continentes, exceto na
Oceania. É uma doença considerada endêmica em 88 países distribuídos por quatro
continentes (WHO, 2004).
A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença que acompanha o
homem desde a Antigüidade, existindo relatos e descrições encontrados na literatura
desde o Séc. I d.C.. Foram encontradas cerâmicas pré-colombianas, datadas de 400 a
900 anos d.C., fabricadas pelos índios do Peru, que apresentam mutilações de lábios
e narizes, hoje conhecidas como leishmaniose mucocutânea (BASANO, 2004).
Provavelmente, a primeira descrição da doença nas Américas foi feita por Dr.
L.Villar, no Peru, que a considerou semelhante ao botão de Aleppo e também a
primeira suspeita da implicação de flebotomíneos na transmissão da doença por
Cosme Bueno, em 1764, nos Andes peruanos (LAINSON e SHAW, 2005).
Nas Américas, a LTA distribui-se em todo continente americano, desde o sul
dos Estados Unidos até o norte da Argentina. Com exceção do Chile e Uruguai,
atinge 21 países, com expansão geográfica e numérica que podem ser consideradas
preocupantes.
1.3. ASPECTOS AMBIENTAIS LIGADOS À TRANSMISSÃO DA
LTA
A expansão dos casos de LTA, tem ocorrido devido à extensa modificação de
ambientes florestais primários, intervenções massivas do homem, que concorrem
para a antropização progressiva dos ciclos evolutivos da leishmânia, como
desmatamento, abertura de estradas e urbanização de áreas primitivas. Movimentos
esses, que acabam favorecendo a transmissão peridomiciliar da doença (DEDET,
1993).
Em ambientes florestais primitivos a LTA tem sido descrita como uma
zoonose, onde o ciclo do parasita se processa sem a participação humana,
24
caracterizando o foco silvestre, onde a manifestação da doença existe
concomitantemente com a atividade humana. Vem ocorrendo de forma endêmico-
epidêmica apresentando diferentes padrões de transmissão, relacionados não somente
à penetração do homem em focos silvestres, freqüentemente em áreas de expansão de
fronteiras agrícolas (GOMES, 1992). Neste aspecto, pode ser considerada uma
doença ocupacional, tal como descrito por PESSÔA et al. (1941). Tem-se
evidenciado a ocorrência da doença em áreas de colonização antiga e também em
novas áreas, onde existem matas residuais ou de segunda formação (GOMES, 1992).
Esta doença apresenta surtos associados à derrubada das matas para
construção de estradas, instalação de povoados, extração de madeira, agricultura e
pecuária. Estes mesmos surtos acontecem também através de processos migratórios,
ocupação de encostas, aglomerados na periferia de centros urbanos, com a falta de
saneamento básico, situação econômica precária, convívio com animais silvestres
considerados reservatórios da doença. Portanto três padrões de transmissão podem
ser observados: o silvestre, no qual a transmissão ocorre em focos naturais em
ecossistemas florestais; o identificado em áreas desmatadas e agrícolas próximas à
mata e ainda, o padrão de transmissão, cuja ocorrência tem sido observada nas
periferias de áreas urbanas (BARRETTO et al., 1984).
Além do desmatamento provocado pelas ações antrópicas, ligadas às
atividades agropecuárias, na região Norte do Paraná, existe um outro fator de
influência representado pela construção de complexos hidrelétricos na bacia do rio
Paranapanema.
A construção de hidrelétricas causa grande impacto nas localidades onde são
implantadas, promovendo alterações ambientais nos hábitats da fauna, e geralmente
envolvem extensas áreas de desmatamento, afeta a biocenose entre as populações
existentes, promovendo também mudanças de ordem física, social e econômica para
as comunidades que vivem nas áreas alagadas para compor a represa que irá
movimentar as turbinas (OLIVEIRA, 2006; PINHEIRO, 2007).
Afetam a saúde e a qualidade de vida destas comunidades. Verificam-se após
a inundação e mobilização da população humana, a ocorrência de doenças
infecciosas e epidêmicas, principalmente, as ligadas à transmissão por vetores e por
veiculação hídrica (WALSH et al., 1993; WHO 2000; TETTEH et al., 2004).
25
A modificação da dinâmica do ecossistema também é influenciada pelo
acúmulo de sedimentos e diminuição do fluxo da corrente da água, ou mesmo sua
quase paralisação. A construção de represas pode facilitar o desenvolvimento e a
disseminação de doenças até o momento não endêmicas, devido a mudanças bruscas
no ecossistema (TUBAKI et al., 2004).
Em relação ao aspecto social, grandes hidrelétricas podem acarretar
significantes efeitos adversos na saúde de populações locais, além da desagregação
das comunidades locais. De acordo com as organizações de saúde, é imprescindível o
acesso à água potável, acesso aos serviços de saúde e necessidade de estruturação de
um novo ambiente social e físico são importantes para a manutenção das condições
de saúde (World Commission on Dams, 2000).
Durante a construção da usina hidrelétrica Tucuruí, houve um aumento
acentuado e progressivo da incidência da leishmaniose tegumentar nos nove
municípios da área de influência, e o número de casos continuou subindo, mesmo
muitos anos após a conclusão das obras: de apenas 18 casos em 1983 para quase mil
em 1995, dez anos após a conclusão da represa. Esse aumento foi atribuído ao
processo de migração, aos desmatamentos para ocupação de novas áreas e à
implantação de projetos de assentamento (MOURA, 1998).
As doenças mais comumente alteradas em decorrência de projetos
hidrelétricos são aquelas transmitidas por vetores que proliferam na água, as de
veiculação hídrica e as predispostas pela migração. As principais doenças de
veiculação hídrica são as decorrentes de saneamento básico deficiente, como as
doenças diarréicas agudas causadas por infecções bacterianas, virais e parasitas
intestinais, além das hepatites A e E, febre tifóide e outras salmoneloses, leptospirose
e cólera. Dentre as doenças predispostas pela migração, assumem importância as
leishmanioses tegumentar e visceral, as doenças sexualmente transmissíveis (DST),
inclusive o HIV/Aids, e as hepatites pelos vírus B e D, além de estresse, violência,
acidentes, abuso de álcool e drogas ilegais (MOURA, 2001).
O principal efeito sobre a saúde são as modificações ambientais, causando
impactos sobre os ciclos de transmissão de doenças, modificando os hábitats, e
deslocando as doenças para as proximidades dos peridomicílios do entorno da área
impactada (OLIVEIRA, 2006).
26
LEMOS et al. (2004) encontraram em área de implantação de uma
hidrelétrica, no município de Uberlândia, MG, Ny. intermedia s.lat (Lutz & Neiva,
1912) e Lu. longipalpis (Lutz & Neiva, 1912) espécies vetoras respectivamente das
leishmanioses tegumentar e visceral
1.4. ASPECTOS DA LTA NO BRASIL
Segundo BASANO (2004), os primeiros casos da doença no Brasil foram
identificados na Bahia, em 1885, por Alexandre Cerqueira, caracterizando-a como
botão de Biskra, e também suspeitou do papel dos flebotomíneos como vetores. Foi
somente em 1909 que Lindenberg e também Carini & Paranhos, independentemente,
identificaram o parasita em lesões de pele de pacientes do Estado de São Paulo;
Gaspar Vianna, em 1911, propôs a denominação Leishmania brasilienses ao parasita,
cuja grafia foi posteriormente corrigida por Matta (1916) para Leishmania
braziliensis, citado por LAINSON e SHAW (2005). ARAGÃO, no Brasil,
demonstrou pela primeira vez, no ano de 1922, o papel do flebotomíneo na
transmissão da LTA.
No Brasil, em meados de 1939 a 1941, PESSÔA et al. (1941) descreveram a
LTA como doença profissional da margem de mata. Mais recentemente, observa-se
uma expansão geográfica crescente nas Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e
Sudeste. Do ano de 1994 para 1998, houve um aumento de 1861 para 2.055
municípios com casos registrados da doença.
Analisando-se a expansão da LTA, no início da década de 80, foram
notificados casos em 19 estados, a partir de 2003 todos os estados registraram
autoctonia. Notificou-se na década de 90, uma média de 32 mil novos casos a cada
ano (BRASIL, 2006).
No ano de 2003, na Região Norte ocorreram 45% dos casos, com destaque
para os estados do Pará, Amazonas e Rondônia; na Região Nordeste foram
notificados 26% dos casos, principalmente no Maranhão, Bahia e Ceará, no Centro-
Oeste ocorreram 15% dos casos, com predomínio no Estado de Mato Grosso, no
Sudeste 11% dos casos, com maior freqüência em Minas Gerais, e na Região Sul
ocorreram 3% dos casos, com destaque para o Estado do Paraná (BRASIL, 2006).
27
Foram notificados no Brasil, no período de 1980 a 2001, 490.606 casos de
leishmaniose tegumentar, sendo 10.384 (2,1%) na Região Sul, destes, 10.345 casos
foram notificados no Estado do Paraná (MASSAFERA et al., 2005).
O Paraná vem apresentando aumento gradativo no número de municípios
com casos de LTA, e é responsável por 98% dos casos da Região Sul. Deve-se
considerar que houve uma melhoria no coeficiente de detecção da doença e da
notificação nos estados (FUNASA, 2000).
No Estado do Paraná de uma forma geral, a LTA, tem se demonstrado
endêmica, ocorre em 276 do total de 399 municípios (TEODORO et al., 2006). No
norte do Estado, onde o número de casos tem sido elevado, atingiu proporções
epidêmicas nos últimos anos em algumas localidades, caracterizando-se como
problema de saúde pública (TEODORO et al., 1991; SILVEIRA et al., 1996).
Nos municípios compreendidos pela 18ª Regional de saúde, o número de
casos tem se apresentado de forma crescente nos últimos cinco anos (Quadro 1).
Quadro 1: Número de casos de LTA, e Coeficiente de Incidência (CI) por
100.000/hab., segundo a população, da 18º Regional de Saúde de Cornélio Procópio,
e Município de Itambaracá, segundo o ano de ocorrência, de 1992 a 2006.
ANO 1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
LTA/
18RS
3 4 2 3 1 9 42 68 35 37 38 42 38
CI 6,1 8,6 4,3 6,5 2,2 19,5
16,74
27,2
14,06
14,92
15,2 16,8 15.5
LTA/
Itamba
racá
2 1 1 1 - - 5 1 1 - 1 2 3
CI 19,5
14,3
15,0
15,8
- - 73,9 15,3
16,5 - 14,2 28,6 42,8
Fonte: 18º Regional de Saúde – Cornélio Procópio- Pr.
Esta ocorrência está relacionada ao desenvolvimento econômico, ao
desmatamento de florestas primárias, às mudanças e desequilíbrios ambientais,
urbanização não planejada, construção de represas e hidrelétricas, expondo mais o
homem à ação dos vetores, inclusive flebotomíneos, aumentando a ocorrência da
28
doença, um fator a ser considerado é a adaptação dos vetores aos entorno das áreas
domiciliares. (WHO, 2004).
1.5. AGENTES
Os agentes causais são protozoários do gênero Leishmania transmitidos aos
seres humanos e animais por flebotomíneos. Aproximadamente 20 espécies e/ou
subespécies infectam humanos. Atuam, na América, como agentes etiológicos da
forma visceral (LV) a Leishmania (Leishmania) chagasi Cunha & Chagas, 1937 e
nas formas dermatotrópicas humanas da LTA, pelo menos, 10 espécies.
Nas Américas, as formas cutâneas com infecção humana conhecida, podem
ser causadas por 13 espécies de leishmânias: Leishmania (Leishmania) amazonensis
Lainson & Shaw, 1972, L. (L.) garnhami Scorza, Valera, Scorza, Carnevali, Moreno
& Lugo-Hernandez, 1979, L. (L.) mexicana (Biagi, 1953), L. (L.) pifanoi (Medina &
Romero, 1959), L. (L.) venezuelensis Bonfante-Garrido, 1980, L. (V.) braziliensis
Vianna, 1911, L. (V.) guyanensis Floch, 1954, L. (V.) lainsoni Silveira, Shaw, Braga
& Ishikawa, 1987, L.(V.) lindenbergi Silveira, Ishikawa, Souza & Lainson, 2002, L.
(V.) naiffi Lainson & Shaw, 1989, L. (V.) panamensis Lainson & Shaw, 1972, L.(V.)
peruviana Vélez, 1913 e L. (V.) shawi Lainson, Braga, Souza, Povoa & Ishikawa,
1989.
No Brasil, estas compreendem sete: L. (L.) amazonensis, de ocorrência nas
Regiões Norte, Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste. Sul; L. (V) guyanensis, L. (V.)
lainsoni, L. (V.) naiffi, L. (V.) shawi e L. (V.) lindenbergi, estas cinco, encontradas na
região amazônica e Leishmania (V.) braziliensis, com a mais ampla distribuição no
Brasil (DEDET, 1993; SILVEIRA et al., 2002; LAINSON e SHAW, 2005).
No Estado do Paraná duas espécies de Leishmania foram identificadas, L. (V.)
braziliensis e L. (L.) amazonensis (SILVEIRA et al., 1990 b; LUZ et al., 2000).
1.6. VETORES
Todas as formas de leishmanioses são transmitidas por flebotomíneos
(Diptera: Psychodidae: Phlebotominae) (ASHFORD, 2000).
29
A transmissão ocorre através das picadas de fêmeas que se infectam ao se
alimentarem de sangue em reservatórios infectados ou no próprio homem.
(ASHFORD, 2000). Vivem e se reproduzem em áreas de florestas, cavernas ou tocas
de roedores e de outros animais e algumas espécies inclusive em áreas antrópicas,
inclusive em ambiente urbano (GALATI et al., 2003).
Os flebotomíneos formam um grupo de insetos de origem antiga, com
registros fósseis de cerca de 120 milhões de anos. Apresenta ampla distribuição
mundial, concentrada principalmente nas zonas tropicais e subtropicais do globo. Na
atualidade são conhecidas no mundo aproximadamente 900 espécies ou subspécies,
cerca de 490 delas nas Américas (informação pessoal de Galati EAB). No Velho
Mundo, apenas espécies que pertencem ao gênero Phlebotomus atuam como vetoras
de Leishmania e na América, de acordo com Galati (2003), dos 22 gêneros
existentes, sete pertencentes a duas subtribos se destacam: Lutzomyiina - gêneros
Lutzomyia, Migonemyia e Pintomyia e Psychodopygina - gêneros Bichromomyia,
Nyssomyia, Psychodopygus e Trichophoromyia (RANGEL e LAINSON 2003).
A reprodução e o desenvolvimento das formas imaturas de flebotomíneos
ocorrem em solo úmido com presença de matéria orgânica, protegido da luz direta,
entre raízes, embaixo de árvores, onde existam folhas caídas, em fendas de rochas,
tocas de animais e ambientes próximos a domicílios, como chiqueiros, galinheiros ou
outros locais, em que existam condições adequadas para sua reprodução
(FORATTINI, 1973).
As fases larvais são bastante sensíveis, abrigam-se em locais onde possam
proteger-se das mudanças bruscas que ocorrem no meio ambiente (AGUIAR e
MEDEIROS, 2003).
As fêmeas dos flebotomíneos necessitam de sangue de vertebrados para a
maturação de seus ovos, daí a importância destas para a transmissão de agentes
patógenos. Algumas espécies alimentam-se apenas uma vez entre as posturas,
enquanto outras fazem ltiplos repastos durante um único ciclo de oviposição, o
que pode torná-las importantes vetoras (SHERLOCK, 2003).
Embora tenham sido encontrados machos com sangue em seu tubo digestivo
(GONTIJO et al., 1987), somente as fêmeas são consideradas hematófagas
realizando repasto sanguíneo em vários tipos de animais, como mamíferos, aves e
30
animais de sangue frio. O macho e a fêmea precisam de açúcares em sua
alimentação. Os machos geralmente se alimentam de néctares vegetais, o que a
fêmea também costuma fazer, antes ou após a alimentação sangüínea (SHERLOCK,
2003).
Algumas espécies de flebotomíneos se alimentam somente em determinadas
espécies de vertebrados, porém, outras, podem se alimentar em várias espécies de
mamíferos (SHERLOCK, 2003). As fêmeas, geralmente realizam seu repasto
sanguíneo, à noite, mas também podem picar durante o dia (GOMES et al., 1989;
GALATI et al., 1999).
As formas adultas em geral buscam abrigo próximo aos locais de criadouros
ou árvores e arbustos ou abrigos próximos ao chão. Ambos os sexos tendem a não se
afastarem muito dos seus criadouros ou locais de abrigos, em torno de 300m
(MORRISON et al., 1993).
Os flebotomíneos além de atuarem como vetores das leishmanioses, são
também considerados insetos importunos, devido à sua picada dolorida, com
freqüentes reações alérgicas (SHERLOCK, 2003).
Para que uma espécie possa ser considerada vetora da leishmaniose, a sua
distribuição geográfica deve coincidir com a de ocorrência da doença, e apresentar
competência vetorial, além de alta densidade e detecção de sua infecção natural pelo
parasito. Em relação a esta, entre os flebotomíneos, a infecção por flagelados, em
áreas endêmicas de LTA, está em torno de 0,2% (BARRETTO, 1943; FORATTINI,
1954, CASANOVA et al., 1995; GALATI et al., 1996).
Até a década de 50, destacavam-se como espécies de flebotomíneos
predominantes e antropofílicas nas áreas de ocorrência da doença no Estado de São
Paulo a Nyssomyia whitmani (Antunes & Coutinho, 1939), Pintomyia pessoai
(Coutinho & Barretto, 1940) e Pintomyia fischeri (Pinto, 1926) e, embora, a
Nyssomyia intermedia s. lat (Lutz & Neiva, 1912) não se apresentasse em
abundância, BARRETTO (1943) chamava a atenção para a sua grande dispersão.
Com o progressivo desmatamento, este táxon assumiu dominância entre os
flebotomíneos em praticamente todas as áreas de transmissão (CASANOVA et al.,
1995; GALATI 1995; GALATI, 2000).
31
Recentemente, se identificou que o táxon Ny. intermedia s. lat, na realidade,
compreende duas espécies críticas: a Ny. intermedia s. str. distribuída em áreas
litorâneas atlânticas e a Ny. neivai (Pinto, 1926), até então considerada na sinonímia
da primeira, em área do Planalto Paulista e do Paraná (MARCONDES, 1996), com
ocorrência em municípios não litorâneos do Vale do Ribeira (MARCONDES, 1998).
Embora em veis inferiores ao de Ny. intermedia s. lat., a espécie, Migonemyia
migonei (França, 1920) vem assumindo importância na transmissão da LTA por todo
o Estado de São Paulo (NEVES, 1999).
No Estado do Paraná, a presença de Ny. intermedia s. lat, foi detectada em
áreas de araucárias e também de mata atlântica (AGUIAR et al., 1989). Em áreas de
transmissão de leishmaniose cutânea têm sido encontradas as espécies Ny. whitmani,
Ny .intermedia s. lat., Mg. migonei, Pi. fischeri, e Pi.pessoai, que são potencialmente
vetoras de LTA (CASTRO, 2001; LUZ et al., 2000).
No município de Terra Boa, fazenda Palmital (noroeste do Paraná),
TEODORO et al (1993) capturaram 15 espécies, num total de 75.637 flebotomíneos,
com armadilhas tipo Falcão, sendo 95,8% no ambiente peridomiciliar e os 4,2%
restantes no ambiente florestal. Das espécies encontradas, 93,8% pertenciam às
espécies, Ny. whitmani, Pi. pessoai, Pi. fischeri e Ny. intermedia s. lat, Mg. migonei
que prevaleceu em uma das armadilhas, e nas demais prevaleceu Ny. whitmani. As
maiores densidades ocorreram nos meses quentes e úmidos. No ambiente florestal
predominou a acrodendrofilia, as armadilhas foram instaladas a 10m do solo e as
espécies capturadas foram Ny. whitmani, Mg. migonei, Ny. intermedia, Brumptomyia
brumpti, Pintomyia monticola (Costa Lima, 1932) e Pi. pessoai.
LUZ et al. (2000) encontraram em algumas cidades do Noroeste do Estado do
Paraná: Arapongas, Apucarana, Cambira, Marumbi, Faxinal, Florestópolis e
Sabáudia as seguintes espécies em ordem decrescente de freqüências: Ny. whitmani
(62%), Pi. fischeri (13.3%), Pi. pessoai (10.8%), Mg. migonei (8.2%) e Ny.
intermedia, s.lat. (2.8%). Pi. monticola, Psathyromyia shanonni (Dyar, 1929),
Expapillata firmatoi (Barretto, Martins & Pellegrino, 1956), Psathyromyia lanei
(Barretto & Coutinho, 1941), Martinsmyia alphabetica (Fonseca, 1936), Pintomyia
misionensis (Castro, 1959), Evandromyia correalimai (Martins, Coutinho & Luz,
1970), Evandromyia cortellezzii (Brèthes, 1923), Micropygomyia longipennis
32
(Barretto, 1946), Brumptomyia brumpti (Larrousse, 1920) e Br. nitzulescui (Costa
Lima, 1932) (3.0%).
Em 3 das 1961 fêmeas de Ny. whitmani coletadas e dissecadas, no município
de Cambira, onde havia sido registrado um caso recente de LTA, foram encontrados
flagelados, e foram isolados em NNN, e inoculados em hamster. O resultado da
eletroforese isoenzimática indicou que o agente presente nos três isolados era L.
(Viannia) braziliensis.
Observou-se no norte do Paraná, prevalência de Ny. whitmani, com 11.188
(67,82%) exemplares, seguido por Ny. intermedia, s.lat. com 2.900 (17,58%) e Mg.
migonei com 1.491 (9,03%). Ny. whitmani e Ny. intermedia s. lat. vêm mostrando
grande capacidade de adaptação nos ambientes antrópicos, onde têm destacado papel
na transmissão da leishmaniose tegumentar (TEODORO et al., 1999).
Foi também observado o predomínio de Ny. whitmani no Parque do Ingá;
Maringá; o pico maior de freqüência de Ny. whitmani em armadilha de Shannon é no
mês de agosto e nas Armadilhas tipo Falcão, em março e novembro; o pico de
atividade de Ny. whitmani ocorre entre 0h e 2h. (TEODORO et al., 2003)
1.7. RESERVATÓRIOS
Entre as espécies de leishmânias americanas que já foram assinaladas no
homem tem seus reservatórios e/ou hospedeiros ocasionais em algumas espécies
animais que pertencem a várias ordens de mamíferos.
Algumas espécies da ordem Marsupialia, que compreende várias espécies de
gambás, são reservatórios habituais de L.(V.) guyanensis e hospedeiros ocasionais de
L.(L.) amazonensis e L.(V.) panamensis. A ordem Xenarthra, que inclui tamanduás e
preguiças, são reservatórios de L. (V.) guyanensis e L.(V.) panamensis e ocasionais
de L.(L.) amazonensis, L.(V.) panamensis, e L.(V.) shawi. Os Primatas, que
compreendem macacos-pregos, entre outros, são hospedeiros ocasionais de L. (V.)
shawi. Carnívora, ordem que inclui caninos e felinos silvestres e domésticos, é
reservatório de L.(L.) chagasi e L (V.) peruviana, e hospedeira ocasional de L. (V.)
amazonensis, L. (V.) braziliensis e L.(V.) panamensis A ordem Perissodactyla, à qual
pertencem os eqüídeos, é hospedeira ocasional de L.(V.) braziliensis. Rodentia inclui
várias espécies de roedores silvestres, que são reservatórios de L.(L.) mexicana e L.
33
(L.) amazonensis L.(V.) lainsoni, e hospedeiros ocasionais de L.(V.) braziliensis,
L.(V.) panamensis, L (V.) guyanensis (DEDET, 1993).
A participação do cão doméstico na transmissão das leishmanioses pode ser
um fator de importância, podendo inclusive atuar como reservatório principalmente
nas áreas de transmissão de leishmaniose visceral. Para leishmaniose tegumentar,
alguns autores consideram o cão como fator de risco (FALQUETO et al., 1986) e
para outros, o cão não apresenta importância epidemiológica, como reservatório
(SAVANI, 1998).
1.8. SINTOMAS
A manifestação cutâneo-mucosa (LCM) que além de úlceras na pele, pode
afetar mucosas como as de nariz e boca, provocando sua destruição, tem sido
principalmente atribuída a L.(V.) braziliensis, que ocorre em ampla área da América
do Sul. A forma cutâneo-difusa (LCD) que produz lesões crônicas e disseminadas é
causada por L.(L.) amazonensis.
1.9. DIAGNÓSTICO
Para a pesquisa direta podem ser utilizados os seguintes procedimentos:
escarificação, punção aspirativa e biópsia com impressão por aposição. O
diagnóstico parasitológico baseia-se no achado do parasita. O material para os
diversos exames, pode ser a pele, mucosa ou gânglios acometidos (FUNASA, 2000)
O diagnóstico laboratorial parasitológico de LTA pode ser feito através da
pesquisa direta em lâmina com esfregaço de material colhido de ulcerações, ou
“imprint” da lesão em lâmina de vidro, fixado em metanol, e corado pela coloração
de Giemsa (BRASIL, 2006).
O diagnóstico de certeza pela histopatologia somente ocorre quando se
identifica o agente nos tecidos o parasita. A experiência brasileira, em termos
globais, revelou não ser alta a sensibilidade deste método. Indiscutivelmente a
sensibilidade aumenta quanto mais recente for o caso (FUNASA, 2000).
Para o diagnóstico da LTA também são usadas técnicas indiretas para imuno
diagnóstico, como IRM (Intradermo Reação de Montenegro), Reação de
34
Imunofluorescência Indireta (RIFI), e Ensaio Imunoenzimático/ Enzyme Linked
Immunosorbent Assay (EIE/ELISA) (WHO, 2004).
A IRM é utilizada como uma rotina diagnóstica em unidades básicas de saúde
e testes imuno-sorológicos (RIFI- EIE/ELISA), que expressam os níveis de
anticorpos circulantes, são realizados em centros de referência. A positividade destes
exames está associada ao tempo de evolução da doença sendo mais freqüente em
presença de lesões ou comprometimento de mucosas (FUNASA, 2000).
O diagnóstico da LTA pode ser feito também por meio de técnicas
moleculares como a PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), que implica na
utilização de materiais biológicos, como sangue, líquor, aspirado de medula óssea
(principalmente, para a forma visceral), ou fragmentos de tecido das lesões cutâneo-
mucosas (para a forma cutânea) (FUNASA,2000).
1.10. PREVENÇÃO
A infecção pode ser prevenida com o uso de telas nas casas, em áreas de
ocorrência dos vetores. Controle dos reservatórios e vetores é geralmente de alto
custo e difícil de ser realizado. O controle de vetores com inseticidas, deve ser feito
quando ocorram focos de transmissão ativa nos domicílios e peridomicílios. Quando
a transmissão é silvestre, ou em áreas de matas, podem ser usadas proteções
individuais, como roupas teladas, com mangas e repelentes de insetos (FUNASA,
2000).
As diferentes situações epidemiológicas do Brasil requerem distintas
estratégias para o controle desta endemia, as quais demandam estudos
epidemiológicos, de distribuição geográfica, ecológicos e também integração dos
serviços de saúde e tecnologias apropriadas de diagnóstico, tratamento e prevenção.
Para o sucesso do controle são requeridos grandes esforços junto às comunidades,
para planejamento e manutenção dos programas adotados (MARZOCHI et al., 1994).
1.11. JUSTIFICATIVA DO ESTUDO
Tendo-se presente os aspectos mencionados sobre a epidemiologia da LTA
no Paraná, e o caráter endêmico no norte deste Estado, onde as áreas de influência
35
dessas hidrelétricas estão situadas, pretendeu-se com este estudo ampliar os
conhecimentos sobre a ocorrência e possível adaptação dos flebotomíneos em
ambientes peridomiciliares em núcleos populacionais situados nas áreas de influência
do complexo Canoas I e II de modo a identificar as inter-relações entre o ambiente,
agente(s) vetor(es), reservatório(s) e o homem para identificar aspectos da
transmissão da LTA na área em questão, levando-se em conta os seguintes aspectos:
- Ausência de informações sobre flebotomíneos, e sobre possível expansão da
transmissão da doença para os peridomicílios próximos à área sobre influência das
hidrelétricas, e impactadas por outras ações antrópicas ligadas à agropecuária;.
- Presença de casos humanos de LTA; a existência de cães, eqüídeos e outros
animais silvestres, possíveis hospedeiros e/ou reservatórios da LTA, em todas as
localidades;
- Ocorrência de uma alta taxa de migração entre as áreas impactadas e esses
movimentos pode influenciar na transmissão da doença;
- Implementação do turismo e de atividades de pesca esportiva, com implantação
de balneários e condomínios nas regiões ribeirinhas, o que levou a um aumento do
número de visitantes na região; e
- Os reflorestamentos dos novos condomínios e residências na área em questão,
aumentaram o sombreamento do solo, gerando condições para abrigos e criadouros
de flebotomíneos.
De posse das informações levantadas, pretende-se fornecer subsídios aos serviços
de saúde pública local, para promover a prevenção da transmissão da doença nas
localidades.
2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
Realizar um estudo epidemiológico e de fatores determinantes para a
transmissão da LTA, no município de Itambaracá, Estado do Paraná, em áreas de
influência do complexo Hidrelétrico Canoas I e Canoas II; divisa entre os Estados de
Paraná e S. Paulo, no período de 2004 a 2006.
36
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
2.2.1. Identificar a fauna flebotomínea nas proximidades da região impactada
e áreas que incluem ambientes urbanos, rurais, e matas;
2.2.2. Avaliar as variáveis climáticas e possíveis influências sobre os vetores;
2.2.3. Avaliar a freqüência geral, predominância de macho/fêmea;
abundância, diversidade, equitabilidade, atividade mensal e ritmo horário das
populações de flebotomíneos nas áreas estudadas;
2.2.4. Identificar a(s) possíveis espécie(s) vetora(s);
2.2.5. Determinar a soro-prevalência da leishmaniose em humanos, cães e
eqüídeos;
2.2.6. Identificar a(s) leishmânia(s) circulante(s) na área, por meio de técnica
molecular;
2.2.7. Descrever as características ambientais, sócio-econômicas, culturais,
higiênico-sanitárias, atividades de trabalho e de lazer da população humana
dessas localidades;
2.2.8. Identificar fatores de risco envolvidos na transmissão da LTA; e a
percepção da população sobre os fatores que levam à sua transmissão; e
2.2.9. Recomendar ações de Educação em Saúde, voltadas à prevenção da
doença a órgãos ligados à saúde pública na área de estudo.
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. ÁREA DE ESTUDO
O estudo foi desenvolvido no município de Itambaracá- Estado do Paraná,
(Fig.1 a 4), em áreas periféricas e localidades de Vila Rural, São Joaquim do Pontal e
Porto Almeida (Fig.8), as duas últimas próximas ao Rio Paranapanema (Fig. 7), onde
foi construído o complexo Hidrelétrico Canoas I e II (Fig. 5 e 6) , atualmente sob
administração da concessionária DUKE ENERGY .
O município apresenta área de 197,301 km
2
, altitude de 402 m e situa-se a
23°02’00’’ de Latitude Sul e 50° 22’00’’ Longitude Oeste. Sua população é
composta de 7.089 habitantes, sendo 5.302, na área urbana e 1787, na área rural.
37
O clima é subtropical úmido mesotérmico, apresentando verões quentes com
tendência de concentração das chuvas (temperatura média superior a 22°C), invernos
com geadas pouco freqüentes (temperatura média inferior a 18°C), sem estação seca
definida.
Prevalece na região geologicamente, o latossolo roxo eutrófico. As áreas de
florestas são remanescentes de matas semi-estacionais deciduais (mata Atlântica)
(PARANÁ CIDADES, 2006).
3.2. INQUÉRITO DOS FLEBOTOMÍNEOS
Para a captura dos flebotomíneos na área de influência do complexo
hidrelétrico formado por Canoas I e II, em Itambaracá foram escolhidas duas
localidades rurais próximas a Canoas I: São Joaquim do Pontal (1) e Porto Almeida
(2), ambas localizadas nas proximidades de áreas impactadas com construção da
represa.
Também foram realizadas capturas na cidade de Itambaracá (3), em duas
áreas periféricas e nas áreas periurbanas: Vila Rural e Pesque-Pague da Mata, que
distam aproximadamente 10 km da área impactada pela hidrelétrica.
Em todas as áreas pesquisadas houve a ocorrência de pelo menos um caso de
LTA, segundo informação do Serviço Municipal de Saúde.
A captura foi realizada nestas localidades, pois existiam casos humanos
notificados de LTA, em pessoas que não se deslocaram, alguns possuíam lesões
cicatrizadas (23 e 24), e outras lesões ativas (Fig.21 e 22), e seus cinco casos
registrados nos últimos dois anos (2006 e 2007), podem ser considerados autóctones
nas áreas: urbana, periurbana e rural.
Em cada uma das localidades foram escolhidos os seguintes pontos:
Localidade 1: São Joaquim do Pontal (SJP): (anexo 10)
Patrimônio de São Joaquim do Pontal (área urbana)
- Ponto 1 Casa 1 (SJP-C1)- peridomicílio - entrada do bairro à direita;
- Ponto 2 Casa 2 ( SJP-C2) – peridomicílio - entrada do bairro à esquerda;
- Ponto 3 Casa 3 (SJP-C3) – peridomicílio - área periférica, saída para a barragem;
- Ponto 4 Casa 4 (SJP-C4)- peridomicílio - área periférica, saída /áreas de plantio.
38
Fazenda Monte Alto –FMA (área rural)
- Ponto 5-SJP-FMA-Casa1-C1-Colônia 1, peridomicílio;
- Ponto 6-SJP-FMA-Casa 2-Colônia 2, peridomicílio;
- Ponto 7- SJP-FMA-Casa 3- CX FORÇA, margem da mata;
- Ponto 8- SJP-FMA-Barracão, borda mata.
Localidade 2: Porto Almeida (PA) (área rural) (anexo 11)
Próximo á travessia da balsa para Cândido Mota - SP
- Ponto 1-PA-Balsa-Casa dos Balseiros, peridomicílio;
- Ponto 2-PA-Favoni-Sítio Favoni, peridomicílio;
- Ponto 3-PA-FPA-Fazenda Porto Almeida, mata ciliar;
- Ponto 4-PA-Strambecchi- Sítio Strambecchi, pomar.
Fazenda São José (área rural)
- Ponto 5 -FSJ - Mata do rio (próxima ao rio Paranapanema);
- Ponto 6-FSJ – Porteira, borda da mata (fundos da fazenda);
- Ponto 7-FSJ-Colônia, peridomicílio;
- Ponto 8-FSJ-Capela, borda da mata (entrada da fazenda);
- Ponto 9- FSJ-Estrada, borda da mata (atravessa a fazenda).
Localidade 3: Cidade de Itambaracá, Vila Rural e Pesque-Pague da Mata:
(anexo 13)
Ponto 1-Vila Rural: VR-C1, peridomicílio, próximo a chiqueiro;
Ponto 2- Vila Rural: VR-mata , borda de mata degradada;
Ponto 3- Vila Rural: VR-C2-Peridomicílio, pomar;
Ponto 4- Vila Rural: VR-C3-Peridomicílio, chiqueiro;
Ponto 5 - Pesque – Pague - Borda de mata degradada.
Ponto 6 - Matadouro Municipal, peridomicílio;
Ponto 7 -Abastecedouro Municipal; peridomicílio;
Ponto 8 - Chácara Joel, peridomicílio, com animais domésticos.
3.2.1. Capturas de formas aladas
Armadilhas automáticas luminosas tipo CDC (MAROLI et al., 1997) (figs.9 e
10), foram instaladas bimensalmente das 18:00 às 7:00 horas, nas três localidades,
nos pontos assinalados acima, no período de fevereiro de 2004 a junho de 2006.
39
Capturas com armadilha de Shannon modificadas durante 24 horas (figs. 11 e
12), nas cores branca e preta foram realizadas a cada 6 meses, das 18:00-17:00 horas,
na Fazenda São José, na mata próxima ao rio. Em cada armadilha, um indivíduo
fazia a captura. Foram utilizados lampiões à gás, com luminosidade de 100 W .Os
insetos foram capturados com aspirador elétrico, e sacrificados com clorofórmio a
cada hora, e acondicionados em caixas entomológicas, e mantido nestas até a
identificação.
No laboratório de Entomologia em Saúde Pública/Phlebotominae do
Departamento de Epidemiologia, da FSP/USP, foram separados os flebotomíneos
dos outros insetos. Os machos e fêmeas foram submetidos ao processo de
clarificação, segundo técnica de FORATTINI (1973) para identificação, segundo
chave de identificação de GALATI (2003).
3.3. INQUÉRITO DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS
Para o inquérito soro-epidemiológico, foi feito um cadastramento dos animais
(canídeos e eqüídeos) nas áreas em estudo, onde ocorreram casos humanos de LT
durante os anos de 2005 e 2006.
Foram investigados 280 cães a partir de 4 meses de idade e 50 eqüídeos, com
idades variadas, que representou o universo desses animais de cada uma das
localidades. O número de cães coletados em SJP foi de 123/285, em PA 104/285, e
em ITC 58/285, nos eqüinos a quantidade de coletados em SJP foi de 8/50; em PA
35/50 e em ITC 7/50.
Foi feito um exame dos animais, avaliando-se as condições clínicas e
sanitárias dos mesmos, não apresentavam ao exame lesões sugestivas de LTA.
A seguir coletou-se uma amostra de sangue venoso (10 ml), (fig. 15 , 16 ,17 e
18) que foi dividida em dois tubos (5 ml em um tubo seco, e 5 ml em tubo com anti-
coagulante). Essas alíquotas foram transportadas em caixas térmicas sob refrigeração
em gel até o Laboratório de Parasitologia da Universidade Estadual do Norte do
Paraná, Faculdades Luiz Meneghel (UENP/FALM), onde as amostras colhidas foram
centrifugadas. De uma delas foi obtido o soro (tubo seco) e da outra (tubo com anti-
coagulante), o creme leucocitário. Após a centrifugação a 2.000 rpm por dez minutos
40
o material foi acondicionado em duplicidade em microtubos (1,5 ml), devidamente
identificados e congelados a -15ºC.
A seguir foi transportado desse laboratório até o Laboratório de Doenças
Tropicais da Faculdade de Saúde Pública/USP/ e mantido congelado (-15ºC) até o
envio ao laboratório do Centro de Controle de Zoonoses do Município de São Paulo
(CCZ-SP) para a realização dos testes sorológicos.
O creme leucocitário correspondente às amostras soro-reagentes em RIFI,
obtido da mesma amostra do sangue,em uma fração coletada com anti- coagulante
foi submetido à Reação em Cadeia da Polimerase - PCR no Instituto de Medicina
Tropical da USP, segundo protocolo de PAIVA (2006).
3.4. INQUÉRITO HUMANO
Foi feito um levantamento no Setor de Epidemiologia do Serviço Municipal
de Saúde de Itambaracá, sobre a ocorrência de casos de LTA na área de estudo, para
se identificar todas as localidades com maior potencial de transmissão.
Os dados sobre os casos de LTA foram obtidos da ficha de notificação
compulsória. Os casos de LTA foram definidos pela presença de lesão cutânea ou
cutâneo-mucosa e encontro de parasita em exame direto realizado por meio de
“imprint” em lâminas de vidro de material de lesões. Em alguns casos, havia sido
realizado o teste de IRM (Intradermo Reação de Montenegro).
A pesquisa direta em lâmina foi utilizada para a confirmação dos casos
incidentes em Itambaracá, totalizando três casos em 2007.
Nos mesmos locais da coleta entomológica (São Joaquim do Pontal, Porto
Almeida e Vila Rural) foram aplicados questionários na população residente,
destinados ao levantamento das condições sócio-econômicas e culturais e de outras
informações sobre fatores de risco para a transmissão da doença.
Para a determinação de soro-prevalência, coletou-se sangue (10 ml) (fig. 13 e
14) ,de uma amostra da população em estudo, constituída de pessoas com idade igual
ou superior a 18 anos, que concordaram em participar da pesquisa.
Para a obtenção dos dados e da amostra de sangue do grupo de estudo,
contou-se com o apoio de técnicos do serviço municipal de saúde, e das enfermeiras
destes serviços, assim como voluntários e estagiários do projeto.
41
Nos casos suspeitos de LTA, os pacientes foram encaminhados para o
Serviço de Vigilância em Saúde local, para a realização de diagnóstico de rotina, no
caso pesquisa direta com fragmento de lesão em lâmina ,e tratamento se forem
confirmados.
As 297 amostras de sangue coletadas, 143/297 em São Joaquim do Pontal
(SJP), 86/297 em Porto Almeida (PA) e 68/297 em Itambaracá; foram coletadas duas
alíquotas, uma para extração de creme leucocitário, e outra para obtenção de soro
para testes sorológicos.
A amostragem da população foi calculada pela fórmula n = Z
2
α/2
p (1-p)/
erro
2
, onde Z
α/2
= 1,96
;
p = prevalência da LTA na área = 0,25% e o erro admitido
foi de 5%. Portanto n = 288.
3.5. TÉCNICAS SOROLÓGICAS E MOLECULARES
3.5.1. Sorológicas
3.5.1.1. Reação de Imunofluorescência Indireta: (RIFI)
As amostras de soro foram submetidas à RIFI, no laboratório do CCZ-SP,
segundo técnica utilizada por SAVANI (1998). Os soros foram testados frente às
formas promastigotas do parasita. As cepas do parasito utilizadas na reação de
imunofluorescência, foram de L. (L.) amazonensis (IFLA/BR/67/PH8), originárias de
cultivo, mantido no próprio laboratório do CCZ-SP. As cepas foram mantidas a 23ºC
nos meios de cultura lidos Blood Agar Base (BAB), acrescidos de fase líquida
constituída pelo caldo BHI (Brain Heart Infusion).
O antígeno foi preparado, segundo a técnica descrita por GUIMARÃES et al
(1974), com cepas após oito dias de cultivo.
O conjugado anti-gamaglobulina, marcado com isotiocianato de fluoresceína,
(anticorpos totais) de cão e eqüino foram produzidos no laboratório do CCZ-SP,
segundo SAVANI (1998).
Os conjugados contendo anti-imunoglobulina das classes G e M (humano),
marcados com isotiocianato de fluoresceína (FITC), utilizados foram da marca
Fluoline® G e M, do laboratório Bio Mérieux.
42
Para a reação sorológica, as amostras foram diluídas a 1:20 em solução salina
tamponada (SST), e depositadas em áreas delimitadas nas lâminas impregnadas com
antígeno. A cada reação foram utilizados os controles negativo e positivo diluídos à
razão 2, a partir de 1:20, e foram testados juntamente com os soros pesquisados.
As lâminas foram incubadas em câmara úmida a 37º C por 30 minutos. A
seguir foram lavadas em dois banhos de SST de 10 minutos cada. Após a secagem
em temperatura ambiente, foi acrescentado em cada área o conjugado específico
marcado com isotiocianato de fluoresceína (anti-gamaglobulina de humanos e cães)
diluídos 1:100 e 1:50 (anti-gamaglobulina de eqüinos) em azul de Evans 4 mg %.
As lâminas foram novamente incubadas por 30 minutos em câmara úmida e
posteriormente, o conjugado foi removido por dois banhos de 10 minutos em SST.
Após a secagem, as minas foram montadas com glicerina tamponada pH 8,0 e
lamínula.
A leitura foi realizada em microscópio Olympus, modelo BH2-RFL, equipado
com lâmpada de halogênio 12V50W, filtro excitador BP490, filtro barreira O-530 e
objetiva A40 0,65 160/0,17. O “cut-off” considerado foi a partir do título 40.
3.5.1.2. Ensaio Imuno Enzimático (EIE/ELISA):
As amostras de soro de cães foram submetidas também à técnica de Ensaio
Imunoenzimático , no laboratório do CCZ-SP, segundo protocolo preconizado pelo
Kit de EIE para diagnóstico de leishmaniose canina fornecido pelo laboratório Bio-
Manguinhos (anexo 11).
Este ensaio consiste na reação de soros de cães com antígenos solúveis e
purificados de Leishmania (complexo L. donovani) obtido a partir da cultura “in
vitro”, que são previamente absorvidos nas cavidades de microplacas/strips (fase
sólida). A seguir adicionam-se devidamente diluídos os soros controle do teste e as
amostras a serem analisadas, que possuindo anticorpos específicos, vão se fixar aos
antígenos. Na etapa seguinte, ao se adicionar uma anti-gamaglobulina de cão
marcada com a enzima peroxidase, esta se ligará aos anticorpos caso estejam
presentes.
Para evidenciação da reação, utiliza-se uma substância cromógena
(tetrametilbenzidina-TMB) que pela ação da peroxidase com o peróxido de
43
hidrogênio forma um composto de coloração azul turquesa que ao adicionar-se o
ácido sulfúrico que interrompe a reação, passa a apresentar uma coloração amarela,
em caso positivo (reagente). Nas cavidades onde não houver anticorpos específicos,
não haverá desenvolvimento da cor, o que caracteriza uma reação negativa (não
reagente).
3.5.2. Moleculares
3.5.2.1.
Extração de DNA de Sangue (Creme Leucocitário - CL):
Foram utilizadas amostras de CL correspondentes aos soros das pessoas e
animais reagentes pela RIFI. Essas amostras de 300 µl de CL foram acondicionadas
em microtubos de 1,5 ml, acrescidas de 1 µl de saponina a 5%, e incubadas em estufa
a 37 º C por 5 minutos. Após várias lavagens com PBS, para clareamento do pellet, a
amostra foi tratada de acordo como o protocolo extração do Kit Promega® -cat.A-
1120 (anexo 15).
3.5.2.2. Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)
Nesta técnica, com o protocolo de PAIVA et al. (2006), foram utilizados os
primers deduzidos a partir de seqüências de mini-exon, capazes de identificar o
gênero Leishmania (PG) e subgênero Viannia (PV), descritos por PAIVA et al
(2004).
Foram utilizados os primers PG1: 5’-TTT ATT GGT ATG CGA AAC TTC
C-3’ e PG2: 5’-GAA ACT GAT ACT TAT ATA GCG TTA G-3’.
Para a amplificação das seqüências de mini-exon, a reação foi realizada em
volume final de 35 µl, contendo 5µl de DNA, 1µM de cada primer; 0,2 mM de
dNTPs (Biotools®), 2,5% de formamida, 1X Tampão da enzima, 2mM de MgCl
2
e
0,5U de Taq DNA polimerase (Invitrogen®). A reação foi realizada em
termociclador Eppendorf Mastercycler Gradient serie 5331, com temperatura de
desnaturação inicial de 95ºC por 5 minutos, seguida por 35 ciclos de 95ºC por 1
minuto, 50ºC por 30 segundos, 72ºC por 1 minuto e extensão final de 72ºC por 6
minutos. Foram incluídos controles positivos em todas as reações (DNA de cultura
de Leishmania), como também controle negativo contendo água bidestilada no lugar
44
do DNA. O produto amplificado (10 µl de cada) foi separado por eletroforese em gel
de agarose a 1,5%, corado com brometo de etídeo (0,5 µg/ml).
Foram utilizados padrões de peso molecular de 100pb e 50pb. O gel de
agarose a 1,5% foi observado diretamente sob luz ultravioleta e também analisado
pelo sistema de captura LABWORKS®.
4. ANÁLISE DOS DADOS
4.1. FLEBOTOMÍNEOS
A freqüência foi calculada obtendo-se a proporção entre o total de espécimes
de cada espécie sobre o total de espécimes de todas as espécies coletadas para um
determinado local. A freqüência dos sexos foi obtida pela proporção entre o total de
espécimes cada sexo, no total de exemplares de ambos os sexos de uma determinada
espécie. A razão macho/fêmea foi obtida considerando-se cada espécie.
A abundância das espécies levando em conta os diferentes pontos de coleta,
foi calculada para os flebotomíneos capturados com as armadilhas automáticas
luminosas tipo CDC, segundo o Índice de Abundância de Espécies Padronizado
(IAEP), conforme ROBERT e HSI (1979). (Anexo 7)
A diversidade das espécies foi calculada pelo índice de Shannon (H) e a
equitabilidade pelo índice de Pielou (J) (HAYEK e BUZAS, 1997). (Anexo 8)
Para o cálculo do índice de Shannon (H) foram utilizadas as freqüências das
espécies coletadas, multiplicadas pelos logaritmos naturais destas freqüências, com
os resultados, é realizado um somatório, e aplicada a fórmula: H= - Σlogn(freqx).
Para obtenção da equitabilidade (índice de Pielou), divide-se H logarítimo
natural do número de espécies coletadas (S). Portanto, J= H/logn S.
Para avaliar as atividades sazonais (mensais) e ritmo horário das espécies de
flebotomíneos mais abundantes, no caso, os que apresentam capacidade vetorial, foi
utilizada a Média Geométrica de Williams (Xw) (HADOW, 1960).
45
4.2. INQUÉRITO HUMANO E DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS
Foi calculada a prevalência da infecção detectada através das reações
sorológicas anti-leishmânias, bem como, daquelas observadas por diagnóstico
clínico, tanto na população humana como nos animais domésticos.
Também foram calculadas as porcentagens de características pessoais, tais
como idade, sexo, ocupação, tempo residência e condições sócio econômicas. Para os
animais foi considerada a idade, sexo, e tempo permanência no local.
A comparação entre as prevalências foi realizada por meio do teste estatístico
do qui-quadrado.
4.3. ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA
O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas da
FSP/USP, antes do início das coletas para o inquérito soro-epidemiológico.
Nas três localidades foram feitas visitas aos moradores para explicar os objetivos
da pesquisa e esclarecimentos conforme recomendações da Resolução CNS 196/96 e
complementares constantes no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE
(Anexo 1).
Nesta oportunidade também foi aplicado um questionário (anexos 2 e 3)
respondido por um dos proprietários, e foi feita uma coleta de sangue das pessoas
com idade igual ou superior a 18 anos, realizada pelos técnicos em enfermagem da
Secretaria Municipal de Saúde nas pessoas que concordaram em participar da
pesquisa, mediante a assinatura do TCLE. Foi escolhida a idade de coleta acima de
18 anos, por tornar mais fácil a abordagem e aceitação da coleta, a partir desta idade.
Foi solicitada ainda, permissão dos proprietários para a coleta de 10 ml de sangue
dos cães e eqüídeos da propriedade (anexos 4 e 5). Nas propriedades onde foram
realizadas coletas entomológicas (anexo 6) também foi solicitado o consentimento
dos proprietários
46
5. RESULTADOS
5.1.PARÂMETROS METEOROLÓGICOS DA ÁREA ESTUDADA
A influência do clima sobre a ocorrência e distribuição sazonal dos
flebotomíneos é considerável, por este motivo é interessante termos o padrão
meteorológico da região estudada durante os períodos de coleta.
Tabela 1 - Média mensal dos parâmetros meteorológicos para a região norte pioneiro
do Paraná, no período de 2004 a 2006.
Ano 2004
2005
2006
2004
2005
2006
2004
2005
2006
2004
2005
2006
Parâmetros TM
TM
TM
UR
UR
UR
Pr
Pr
Pr
IN
IN
IN
Média mensal
ºc
ºc
ºc
%
%
%
mm
mm
mm
h
h
h
Janeiro 24,1
24,5
25,4
73,4
81,7
72,4
231
378
153
7,3
4,4
7,1
Fevereiro 24,1
25,1
24,4
70,3
63,7
76,9
63
30
183
8,8
9,1
6,7
Março 23,6
25,3
25,2
67,4
65,2
72,0
75
30
66
8,7
8,0
7,4
Abril 22,9
24,2
21,7
74,4
65,7
68,7
96
57
93
6,3
7,6
7,8
Maio 17,0
21,2
17,7
81,7
64,6
65,0
228
84
6
5,2
7,7
7,9
Junho 17,2
20,0
18,5
75,4
71,7
64,6
78
48
21
6,4
6,7
7,9
Julho 16,7
17,4
19,7
74,5
69,1
58,1
75
27
15
6,1
7,4
8,2
Agosto 19,1
20,6
20,9
55,8
55,2
48,5
15
12
15
9,3
8,0
8,6
Setembro 23,6
19,6
20,2
50,9
70,3
62,5
27
111
240
7,9
5,8
7,0
Outubro 21,8
23,2
23,5
67,8
74,6
67,6
240
180
177
6,2
4,9
7,9
Novembro 23,7
23,6
24,3
65,9
62,5
63,7
126
72
69
7,8
8,3
8,1
Dezembro 24,0
24,0
25,2
70,1
68,6
73,3
141
135
252
7,6
7,4
6,5
Média anual 21,5
22,4
22,2
69,0
67,7
66,1
1395
1164
1290
7,3
7,1
7,6
Fonte: Estação Meteorológica da Faculdades Luiz Meneghel, Bandeirantes Paraná.
TM = temperatura média; UR = umidade relativa; Pr = precipitação; In = insolação.
Durante o ano de 2004, observa-se que a média de temperatura anual foi de
21,5 ºC, no ano de 2005, 22,4º C, e durante o ano de 2006, 22,2ºC. A média anual da
umidade relativa do ar em 2004, foi de 69 %, em 2005, 67,7% e em 2006, 66,6%. A
média anual de precipitação no ano de 2004 foi de 1395 mm, em 2005, 1164 mm e
em 2006, 1290 mm. A média anual de insolação em 2004 foi de 7,3 horas, em 2005
de 7,1 horas e em 2006, de 7,6 horas (tabela 1).
Percebe-se que algumas épocas foram de baixa pluviosidade, início dos anos
de fevereiro a abril de 2004 e 2005, constituiu-se em uma época bastante seca, até
um pouco fora do padrão regional, baixa pluviosidade também nos meses de maio a
junho de 2006. Houve também uma diminuição atípica da insolação nos meses de
janeiro, setembro e outubro de 2006. Nos meses de fevereiro a maio de 2005, a
umidade esteve abaixo da média (tabela 1).
47
Gráfico 1- Média mensal dos parâmetros meteorológicos para a região norte pioneiro
do Paraná, no período de 2004 a 2006.
0.0
5.0
10.0
15.0
20.0
25.0
30.0
35.0
40.0
45.0
50.0
55.0
60.0
65.0
70.0
75.0
80.0
85.0
90.0
m
é
dia_jan
m
édia
_
fev
m
é
dia_m
a
r
m
édia
_
a
b
r
m
é
dia_mai
m
éd
ia_j
u
n
média_jul
m
éd
ia_ag
o
m
édia_set
m
é
dia_ou
t
m
édia
_
n
o
v
m
é
dia_de
z
2004 TM ºc
2005 TM ºc
2006 TM ºc
2004 UR %
2005 UR %
2006 UR %
2004 Pr mm/dia
2005 Pr mm/dia
2006 Pr mm/dia
2004 IN h
2005 IN h
2006 IN h
Com exceção de alguns meses, as curvas das medidas meteorológicas tiveram
tendência semelhante nos três anos. No entanto, a URA foi bem mais alta e
semelhante em maio de 2004 e janeiro de 2005. As médias de temperatura
apresentaram curvas semelhantes, com variações maiores nos meses de maio e junho
dos três anos. O ano de 2004 apresentou-se mais chuvoso que os anos de 2005 e
2006. As curvas de insolação apresentaram simetria, com uma média anual menor
durante o ano de 2004 (tabela 1, gráf. 1).
48
5.2. INQUÉRITO DOS FLEBOTOMÍNEOS
5.2.1. Coleta Geral:
Nas três localidades: São Joaquim do Pontal, Porto Almeida e Itambaracá
(urbana e periurbana), num total de 25 pontos amostrados, foram encontrados
flebotomíneos.
Com as duas técnicas empregadas (CDC e Shannon) capturou-se um total
3187 flebotomíneos pertencentes a 15 espécies, distribuídas em 4 subtribos:
Brumptomyiina – Brumptomyia brumpti (Larrousse, 1920), Brumptomyia cunhai
(Mangabeira, 1942) e Brumptomyia nitzulescui (Costa Lima, 1932); Lutzomyiina
Evandromyia bacula (Martins, Falcão & Silva, 1965), Evandromyia cortellezzii
(Brèthes 1923), Expapillata firmatoi (Barretto, Martins & Pellegrino, 1956),
Migonemyia migonei (França, 1920), Pintomyia fischeri (Pinto, 1926), Pintomyia
pessoai (Coutinho & Barretto, 1940) e Sciopemyia sordellii (Shannon & del Ponte,
1927); Psychodopygina Nyssomyia neivai (Pinto, 1926), Nyssomyia whitmani
(Antunes & Coutinho, 1939), Psathyromyia aragaoi (Costa Lima, 1932) e
Psathyromyia shannoni (Dyar, 1929) e Sergentomyiina Micropygomyia ferreirana
(Barretto, Martins & Pellegrino, 1956) (tabela 2).
Tabela 2 - Freqüência de flebotomíneos, segundo espécie e sexo, capturados no
município de Itambaracá (zona urbana e periurbana) e nas localidades rurais de São
Joaquim do Pontal e Porto Almeida, fevereiro de 2004 a junho de 2006.
Espécie Sexo Macho
%
Fêmea
%
Total
%
Brumptomyia brumpti
112
7,59
92
5,37
204
6,40
Brumptomyia cunhai
35
2,37
26
1,52
61
1,91
Brumptomyia nitzulescui
-
-
1
0,06
1
0,03
Brumptomyia sp
-
-
9
0,53
9
0,28
Evandromyia bacula
1
0,07
2
0,12
3
0,09
Evandromyia cortelezzii
6
0,41
8
0,47
14
0,44
Expapillata firmatoi
6
0,41
7
0,41
13
0,41
Micropygomyia ferreirana
-
-
4
0,23
4
0,13
Migonemya migonei
114
7,73
256
14,95
370
11,61
Nyssomyia neivai
643
43,59
452
26,40
1095
34,36
Nyssomyia whitmani
135
9,15
146
8,53
281
8,82
Pintomyia fischeri
18
1,22
69
4,03
87
2,73
Pintomyia pessoai
400
27,12
638
37,27
1038
32,57
Psathyromyia shannoni
1
0,07
-
-
1
0,03
Psathyromyia aragaoi
4
0,27
-
-
4
0,13
Sciopemyia sordellii
-
-
2
0,12
2
0,06
Total 1475
100,00
1712
100,00
3187
100,00
49
Do total capturado, 1475 (46,28%) foram machos e 1712 (53,72%) fêmeas. A
espécie predominante foi Ny. neivai (34,36%), seguida por Pi. pessoai (32,57%), Mg.
migonei (11,61%), Ny. whitmani (8,82%) e Pi. fischeri (2,73%) (tabela 2).
A razão entre os sexos para cada espécie pode ser observada na tabela 3.
Entre as espécies predominantes, para Ny. neivai capturou-se mais machos do que
fêmeas, e para Mg. migonei, Pi. pessoai e Pi. fischeri mais fêmeas do que machos;
diferenças estas, estatisticamente significantes (p < 0,001) pelo teste do χ
2
, e para Ny.
whitmani embora tenham sido capturadas mais fêmeas do que machos a diferença
não foi significante (p > 0,05).
Para as demais, houve predomínio de fêmeas nas espécies Br. nitzulescui, Br.
sp, Ev. bacula, Ev. cortelezzii, Ex. firmatoi, Mi. ferreirana, Sc. sordellii, e de machos
nas espécies Br. brumpti, Br. cunhai, Pa. shannoni e Pa. aragaoi.
Tabela 3 - Distribuição geral das espécies de Phlebotominae, segundo razão entre
sexos, capturadas em Itambaracá-PR nas três localidades (São Joaquim do
Pontal,Porto Almeida ,Cidade e Vila Rural) de fevereiro de 2004 a junho de 2006.
Espécie Macho Fêmea
Razão
M/F
Brumptomyia brumpti
112
92
1,22
Brumptomyia cunhai
35
26
1,35
Brumptomyia nitzulescui
-
1
-
Brumptomyia sp
-
9
-
Evandromyia bacula
1
2
0,50
Evandromyia cortelezzii
6
8
0,75
Expapillata firmatoi
6
7
0.86
Micropygomyia ferreirana
-
4
-
Migonemya migonei
114
256
0,45
Nyssomyia neivai
643
452
1,42
Nyssomyia whitmani
135
146
0,92
Pintomyia fischeri
18
69
0,26
Pintomyia pessoai
400
638
0,63
Psathyromyia shannoni
1
-
-
Psathyromyia aragaoi
4
-
-
Sciopemyia sordellii
-
2
-
Total 1475
1712
0,86
50
Tabela 4 - Freqüência de flebotomíneos, capturados no município de Itambaracá, segundo espécies e localidades(zona urbana e
periurbana) e nas localidades rurais de São Joaquim do Pontal e Porto Almeida, fevereiro de 2004 a junho de 2006.
Localidade São Joaquim do Pontal Localidade Porto Almeida Localidade Vila Rural, cidade e Pesq-pag
FMA-
Barr
FMA-
C1
FMA-
C2
FMA-
Cxf
SJP-
C1
SJP-
C2
SJP-
C3
SJP-
C4
PA-
Bal
PA-
Fav
PA-
FPA
PA-
Str
FSJ-
Cap
FSJ-
Col
FSJ-
ME
FSJ-
MRio
FSJ-
Port
ITC-
Abas
ITC-
C.Joel
ITC-
MAT
ITC
P/Pag
VR-
C1
VR-
C2
VR-
C3
VR-
Mat
Total %
Br.brumpti
3 - 8 8 3 25 10 42 43 19 37 1 5 204
6.4
Br.cunhai
0 - 5 19 21 16 1 62 1.95
Br.nitzulescui
0 1 1 0.03
Br.sp
1 1 6 8 0.25
Ev.cortelezzi
1 1 2 3 3 1 3 1 15 0.47
Ev.bacula
2 1 3 0.09
Ex.firmatoi
2 1 10 13 0.41
Mi.ferreirana
1 3 4 0.13
Mg.migonei
1 3 22 18 91 173 30 2 1 2 27 370
11.6
Ny.whitmani
1 7 11 1 13 2 1 20 11 29 131 19 29 3 2 280
8.79
Ny.neivai
22 4 12 5 1 1 1 1 2 4 49 3 41 14 11 205 22 4 5 6 8 373 195 106 1095
34.4
Pi.pessoai
4 2 5 20 1 1 2 62 3 205 35 224 338 116 5 2 5 8 1038
32.6
Pi.fischeri
2 1 6 9 56 10 1 2 87 2.73
Pi.shannoni
1 1 0.03
Pa.aragaoi
4 4 0.13
Sc.sordellii
1 1 2 0.06
Total
32 14 30 34 2 1 2 1 16 6 132 10 332 89 429 984 233 4 5 14 50 404 2 209 152 3187
100
%
1 0.44 0.94 1.07 0.06 0.03 0.06 0.03 0.5 0.19 4.14 0.31 10.42 2.79 13.46 30.88 7.311 0.13 0.16 0.44 1.57 12.68 0.06 6.558 4.77 100
51
Ny. neivai
ocorreu em praticamente todos os pontos amostrados, incluindo as
localidades impactadas pela construção da hidrelétrica, Porto Almeida e São Joaquim
do Pontal, como nos pontos próximos à cidade de Itambaracá (tabela 4).
Ny. whitmani e Mg. migonei
ocorreram em maior número, em locais de mata
mais preservada, que é o caso da Fazenda São José. Pi. fischeri e Pi. pessoai também
foram mais numerosas em áreas mais preservadas, mas foram observadas em todas
as áreas coletadas (tabela 4).
A abundância das espécies foi avaliada pelo Índice de Abundância das
Espécies Padronizado (IAEP), no qual, quanto mais próximo o resultado do valor
um, mais abundante será a espécie. Os valores obtidos considerando todas as
localidades São Joaquim do Pontal, Porto Almeida, Cidade e Vila Rural, encontram-
se no gráfico 2. Ny.neivai foi a mais abundante, seguida por Pi. pessoai, Br. brumpti,
Ny. whitmani, Mg. migonei, Pi. fischeri, Br. sp, Ev. cortelezzii, Br. cunhai, Br.
nitzulescui, Ex. firmatoi, Ev. bacula, Sc. sordellii, Mi. ferreirana, Pa. aragaoi e Pa.
shannoni.
Gráfico 2 - Índice de abundância das espécies padronizado (IAEP) obtido nas coletas
com armadilhas tipo CDC nas três localidades de Itambaracá (região urbana e
perirubana), São Joaquim do Pontal e Porto Almeida, de fevereiro de 2004 a junho
de 2006.
0.87
0.79
0.50
0.41
0.35
0.20
0.14
0.14
0.10
0.07
0.05
0.03
0.02 0.01 0.01
0.00
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
Ny
.n
ei
va
i
Pi.
p
es
s
oa
i
N
y
.w
hi
tm
a
ni
B
r.
br
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mp
t
i
M
g.
m
ig
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Pi.
fi
sch
e
ri
Br.sp
Ev
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o
rte
le
zz
i
Br
.
cu
n
ha
i
B
r
.nit
z
ule
s
cu
i
E
x
.fir
m
at
o
i
E
v.b
a
cu
l
a
S
c.s
o
rd
el
li
M
i.f
e
rre
ir
an
a
P
a
.ar
a
ga
o
i
Pa.sha nnoni
IAEP
52
Os dois maiores e próximos valores para o índice de abundância das espécies
(IAEP) considerando-se todas as localidades foram para Ny. neivai (0,87), Pi.
pessoai (0,79), seguidos pelos de Ny. whitmani (0,50), Br.brumpti (0,41), Mg.
migonei (0,35), Pi. fischeri (0,20). Os menores valores foram para: Br.sp (0,14), Br.
cunhai (0,10), Br. nitzulescui (0,07), Ex. firmatoi (0.05), Ev. bacula (0,03), Si.
sordellii (0,02), Mi. ferreirana (0,01), Pa. aragaoi (0,01) e Pa. shannoni (0,01)
(gráfico 2).
Gráfico 3 - Índice de diversidade de Shannon (H) e Índice de equitabilidade de
Pielou (J) das espécies capturadas com armadilhas tipo CDC e Shannon, nas três
localidades de Itambaracá (região urbana e perirubana), São Joaquim do Pontal e
Porto Almeida, de fevereiro de 2004 a junho de 2006.
1.06
1.10
1.31
1.36
0.70 0.70
0.00 0.00
1.31
0.60
1.00
1.28
1.54
1.43
1.74
1.58
1.36
1.20
0.00 0.00
1.01
0.30
0.70
0.00
0.84
0.59
0.79
0.94
0.57
1.01 1.01
0.00 0.00
0.95
0.55
1.44
0.58
0.86
0.24
0.19
0.14
0.57
0.87
0.00 0.00
0.48
0.27
1.01
0.00
0.52
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.6
1.8
2
FMA-B
ar
rac
ã
o
FMA-C1
FM
A-
C
1
F
MA-Cxf
o
a
S
JP-
C
1
S
JP
-C3
S
JP-
C
2
S
JP-
C
4
PA -S trambec
h
e
PA
-
ba l
sa
P
A -
Favoni
PA
-
FPA
F
S
J
-
Colônia
FSJ-Ma taes
t
rad
a
FS
J
-Matar
i
o
F
SJ-P
or
t
e i
r
a
FSJ-
C
ape la
ITB
-
Mat
I
TB
-A
bas
t
ITB-
chá c.
Joel
VR
-
Ma
t
a
VR
-
C
1
VR-C2
V
R-
C
3
P
es
q-Pag
H J
São Joaquim do Pontal; Porto Almeida; cidade (periurbana e urbana).
Considerando-se as três localidades, na de São Joaquim do Pontal (SJP), a
maior diversidade de espécies foi encontrada no entorno do patrimônio, na Fazenda
Monte Alto (FMA), com a maior diversidade no ponto FMA-CxForça (1,36),
seguido por FMA-C2 (1,31), FMA-C1 (1,1), FMA-barracão (1,06). No patrimônio,
os pontos SJP-C1 e SJP-C3 apresentaram diversidades semelhantes (0,7), e não
houve diversidade nos pontos SJP-C2 e SJP-C4, pois em ambos foi coletada uma
única espécie (gráfico 3)
Em termos de equitabilidade (J), os pontos com distribuição mais similar em
quantidade de exemplares por espécies, foram os SJP-C1 e SJP-C3, onde foram
53
coletadas 2 espécies, com um exemplar de cada, em cada ponto, o que pode ser
considerado uma coleta homogênea. Os índices de equitabilidade para os outros
pontos foram menores, ou seja, menor equilíbrio entre o número de exemplares de
cada espécie coletada, a saber: ponto FMA-C2 (0,94), com predomínio de Ny. neivai,
FMA-C1 (0,79), predomínio de Ny. whitmani, FMA-barracão (0,59) com predomínio
de Ny.neivai, e FMA-C3 ( 0,56) predomínio da espécie (Pi. pessoai) (gráfico 3,
tabela 4).
Na localidade de Porto Almeida (PA) e proximidades foram verificados os
maiores índices de diversidade entre todas as localidades coletadas. Destacaram-se os
pontos de coleta da Fazenda São José (FSJ). O maior índice (H) encontrado foi no
ponto FSJ-mata rio (1.74), seguido por FSJ-porteira (1,58), FSJ-colônia (1,53), FSJ-
estrada (1,43), FSJ-Capela (1,35), PA-sítio Strambeche (1,31), PA-Faz. Porto
Almeida (1,27), PA-Sítio Favoni (1,0), PA-Balsa (0,6) (gráfico 3).
Em relação à equitabilidade, os locais com as quantidades mais similares
entre as espécies foram: PA-sitio Favoni (1,44), PA-Strambeche (0.95), FSJ-colônia
(0,86), entre os outros pontos, os índices foram menores, pois houve maior diferença
numérica entre as espécies coletadas, PA-Faz.Porto Almeida (0,58), FSJ-Capela
(0,56), PA-balsa (0,55), FSJ-mata estrada (0,24). Nos pontos de coleta da Faz. São
Jose, houve um predomínio da espécie Pi. pessoai, nas outras localidades, de
Ny.neivai (gráfico 3, tabela 4 ).
Na cidade de Itambaracá: urbana e periurbana (Vila Rural e Pesque e Pague)
a diversidade foi maior nos pontos da Vila Rural (VR), VR-mata (1,01) e
Itambaracá- matadouro (1,2); seguidos por Pesq-Pague (0,84), VR-C2 (0,7) e VR-C1
(0,3). Nos outros pontos o índice de diversidade foi nulo, pois somente uma espécie
foi coletada. Na Vila rural e no Matadouro predominou a espécie Ny. neivai. Em
relação à equitabilidade, foi mais equilibrado o número entre as espécies na VR-C2
(gráfico 3, tabela 4).
54
5.2. 2. Localidades Estudadas
5.2.2.1. Localidade 1- São Joaquim do Pontal (SJP
)
Em São Joaquim do Pontal predominou Ny. neivai (40,5%), seguida por Pi.
pessoai (27,6%), Ny. whitmani (17,2%), Br. brumpti (9,48%), Pi. fischeri e Ev.
cortelezzii (1,72%), Mg. migonei e Br. sp. (0,86) (tabela 5).
Tabela 5 - Distribuição das espécies de Phlebotominae, segundo sexo, capturadas em
Itambaracá-PR, na localidade São Joaquim do Pontal e razão entre os sexos (M/F),
de fevereiro de 2004 a junho de 2006.
FMA-
Barracão
FMA-
C1
FMA-C2-
FMA-
Cx força
SJP-
C1
SJP-
C2
SJP-
C3
SJP-
C4
Espécie/sexo
M
F
M
F
M
F
M
F
M
F
M
F
M
F
M
F
Total
%
M/F
Br.brumpti
2
1
-
-
-
-
4
4
-
-
-
-
-
-
-
-
11
9,48
1,20
Br.sp
0
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
0.00 -
Ev.cortelezzii
1
0
-
-
-
-
0
1
-
-
-
-
-
-
-
-
2
1,72
1,00
Mg. migonei
-
-
1
0
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
0,86
-
Ny. whitmani
0
1
1
6
10
1
-
-
0
1
-
-
-
-
-
-
20
17.2
1,22
Ny. neivai
3
19
0
4
8
4
2
3
0
1
0
1
1
0
0
1
47
40,5
0,42*
Pi. pessoai
1
3
1
1
5
0
11
9
-
-
-
-
0
1
-
-
32
27,6
1,29
Pi .fischeri
-
-
-
-
2
0
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
2
1,72
-
Total
7
25
3
11
25
5
17
17
0
2
0
1
1
1
0
1
116
0,84
%
6
22
3
9
22
4
15
15
0
2
0
1
1
1
0
1
100
100,0
% ambos os
sexos
27,59
12,07
25,87
29,31
1,72
0,86
1,72
0,86
100,00
* diferença estatisticamente significante pelo teste do χ
2
(p < 0,001).
Em relação aos pontos de coleta, Br. brumpti foi mais freqüente nos pontos
FMA-Cx força (72,7%) e FMA-Barracão (27,3%). Brumptomyia sp foi identificada
apenas na localidade FMA-barracão. Ev. cortelezzii foi coletada nos pontos FMA-
barracão (50%) e FMA-cx força (50%), Mg. migonei, apenas no ponto FMA-C1 no
peridomicílio e Ny. whitmani, em vários pontos, entre eles FMA-barracão (46,8%),
FMA-C2 (25,5%), FMA-cx força (10.6%), FMA-C2 (8,51%), todos estes pontos,
próximos à área de mata e também foi observada nos pontos SJP-C1, SJP-C2, SJP-
C3, SJP-C4 com 2,1 % cada. Somente para Ny. neivai houve predomínio de fêmeas
sobre os machos, com diferença estatisticamente significativa pelo teste do χ
2
(p <
0,001). Exceto para Br. sp e Ev. cortelezzii, a primeira com a coleta apenas de uma
55
fêmea e a segunda, com um macho e uma fêmea, nas demais espécies predominaram
os machos, contudo a diferença não foi estatisticamente significante (tabela 5).
No total das espécies, a maior freqüência de flebotomíneos por pontos de
coleta foi observada na FMA-caixa força (29,31%), FMA-barracão (27,59%), FMA-
C2 (25,87%), FMA-C1 (12,07%), nos outros pontos representados por casas os
valores foram bem mais reduzidos: SJP-C1 e C3 (1,72%), FMA-C2 e C4 (0,86%)
(tabela 5) .
Gráfico 4 - Índice de Abundância das Espécies Padronizado (IAEP) segundo as
espécies capturadas na localidade de São Joaquim do Pontal de fevereiro de 2004 a
junho de 2006.
0.92
0
0.38
0 0 0
0.16 0.16
0.09
0.03
0
0.5
0.3
0 0 0
0.1
0.35
0.18
0.08
0.05 0.05
0.67
0.52
0.67
0.85
0.48
0.88
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
Ny
.n
ei
v
ai
Pi
.pe
s
soai
B
r
.brumpti
Ny
.w
h
i
tm
an
i
Pi.fischeri
M
g
.m
i
go
ne
i
Ev
.c
ort
el
ezzi
i
2004 2005 2006 2004-2006
Em relação ao índice de abundância das espécies padronizado em São
Joaquim do Pontal, foi observado para todo o período de estudo a maior abundância
para Ny. neivai (0,88), seguida por Pi. pessoai (0.48), Br. brumpti (0,35), Ny.
whitmani (0,18), Pi. fischeri (0,08) Mg. migonei e Ev. cortelezzii (0,05). Este índice
obtido para cada um dos anos do estudo mostra para Pi. pessoai (0,92) e Ny.
whitmani (0,38) que no ano de 2004 o valor foi bem mais elevado em relação ao do
período de estudo (0,48 e 0,18, respectivamente) (gráfico 4).
A abundância de Ny.neivai, destacou-se nesta localidade, mas no ano de 2004
foi inferior à de Pi. pessoai. As outras espécies mantiveram-se em índices mais
baixos durante todo o período de estudo.
56
O índice de diversidade (H) aproximou-se ao de equitabilidade (J), nas
localidades da Fazenda Monte Alto (FMA-barracão, C1 e C2; SJP C1, e C4), no
ponto FMAcx força, houve uma maior diversidade (1,35) do que equitabilidade
(0,56). Em dois pontos a diversidade foi nula (SJP-C2 e SJPC4), tendo sido
capturado somente um exemplar em cada ponto (gráfico 5).
Gráfico 5 - Índices de Shannon (H) e Pielou (J) nos pontos de coleta da localidade de
S. Joaquim do Pontal, de março de 2004 a junho 2006.
1.064
1.1
1.306
1.355
0.7
0
0.7
0
0.59
0.793
0.942
0.5651
1.0100
0
1.01
00
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.6
F
M
A
-B
arr
a
c
ã
o
FMA-C
1
F
M
A
-C2
F
MA
-
C
xfo
r
ç
a
SJP-C1
SJ
P
-C2
SJP-C3
SJP-C4
H J
Em São Joaquim do Pontal, o maior índice de diversidade (H) observado foi
no ponto de coleta localizado na Fazenda Monte Alto -FMA- Caixa força (1,35),
seguido pelo da FMA-Casa 2 (1,31), FMA- Casa 1 (1,.1), FMA-barracão (1,06) e
SJP-C1 e SJP-C3 (0,7). Nos pontos de coleta SJP-C2 e SJP-C4, o índice foi nulo,
com apenas uma espécie coletada (gráfico 5).
Quanto à equitabilidade, observou-se que os pontos que apresentaram um
maior equilíbrio entre o número de exemplares coletados de cada espécie foram SJP-
C1 e SJP-C3 (1,01), seguidos por FMA-C2(0,94) e FMA-C1 (0,79), FMA-barracão
(0,59), FMA-cx de força (0,56) (gráfico 5).
57
Gráfico 6 - Índice de diversidade de Shannon (H) nos pontos de coleta da localidade
de S. Joaquim do Pontal, em 2004, 2005 e 2006 (até junho).
0
0.69
1.12
0
1.04 1.04
0.69 0.69
0.71
1.20
0.67
1.08
0.00
0.69 0.69 0.69
1.35
0
0.56
0.99
0.69 0.69
0 00
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.6
FMA-
Barracão
FMA-C1 FMA-C2-
Alice
FMA-
Cxforça
SJP-C1 SJP-C2 SJP-C3 SJP-C4
2004 2005 2006
Os índices de diversidade na maioria dos locais variaram de zero ao máximo
nos três anos de coleta. Apenas em duas localidades, FMA-C2-Alice e SJP-C2, os
valores foram mais constantes (gráfico 6). O mesmo sucedeu com o de equitabilidade
(gráfico 7).
Gráfico 7 - Índice de equitabilidade de Pielou (J) nos pontos de coleta em S. Joaquim
do Pontal, em 2004, 2005 e 2006.
0
1
0.81
0
0.95 0.95
1 1
0.51
0.86
0.97
0.99
0
1 1 1
1.35
0
0.56
0.99
0.69 0.69
0 00
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
FMA-
Barracão
FMA-C1 FMA-C2-
Alice
FMA-
Cxfoa
SJP-C1 SJP-C2 SJP-C3 SJP-C4
0.00
0.20
0.40
0.60
0.80
1.00
1.20
1.40
1.60
2004 2005 2006
58
5.2.2.2. Localidade 2- Porto Almeida (PA)
Tabela 6 - Distribuição das espécies de Phlebotominae, segundo sexo, pontos de
coleta da localidade de Porto Almeida e razão entre os sexos (M/F), de 2004 a 2006.
Localidade
PA
Balsa
PA
Favoni
PA-FPA
PA-
Stram
FSJ-
Capela
FSJ-
Colônia
FSJ-
Estrada
FSJ-
Matario
FSJ
Porteira
Espécie/sexo
M
F M F M F M F M F M F M F M F M F Total
% M/F
Br.brumpti
6
2
2
1
13
12
6
4
29
13
22
21
5
14
150
6,72
1,24
Br.cunhai
3
2
8
11
13
8
11
5
61
2,73
1,35
Br.nitzulescui
0
1
1
0,04
-
Br.sp
0
1
0
6
7
-
Ev.cortelezzii
1
1
1
2
5
0,22
0,67
Ev.bacula
1
1
2
0,09
1,00
Ex. firmatoi
0
2
0
1
6
4
13
0,58
0,86
Mi .ferreirana
0
1
0
3
4
0,18
-
Mg. Migonei
1
2
12
10
8
10
33
58
40
133
6
24
337
15,11
0,42*
Ny. whitmani
2
11
1
1
1
0
5
15
4
7
5
24
74
57
5
14
226
10,13
0,75**
Ny. neivai
0
2
2
2
23
26
2
1
21
20
2
12
3
8
83
122
9
13
351
15,73
0,57*
Pi. pessoai
1
0
1
1
15
47
2
1
71
134
8
27
80
144
151
187
44
72
986
44,20
0,61*
Pi. fischeri
0
1
1
5
1
8
9
47
4
6
82
3,68
0,22*
Pi. shannoni
1
0
1
0,04
-
Pa. aragaoi
4
0
4
0,18
-
Sc. Sordellii
0
1
1
0,04
-
Total
3
13
3
3
49
83
7
3
125
207
28
61
163
266
400
584
84
149
2231
0,61*
%
0
1
0
0
2
4
0
0
5,6
9,3
1
3
7
12
18
26
4
6,7
% ambos sexos 0,72 0,27 5,92 0,45 14,88 3,99 19,23 44,10 10,44 100,00
* diferença estatisticamente significante (p < 0,001); ** (p < 0.05).
Na localidade de Porto Almeida, nos três anos, foram coletados 2231
flebotomíneos, com predomínio de Pi. pessoai (44,2%), seguida por Ny. neivai
(15,7%), Mg. migonei (15,1 %), Ny. whitmani (10,05%), Br. brumpti (6,73%),
Pi.fischeri (3,68), Br.cunhai (2,73%), Br. nitzulescui (0,04%), Brumptomyia sp
(0,31%), Ev.cortelezzii (0,22%), Ev. bacula (0,09%), Ex. firmatoi (0,58%), Mi.
ferreirana (0,18%), Pa. shannoni (0,04%) e Sc. sordellii (0,04%) (tabela 6).
Para Brumptomyia sp, Mg. migonei, Ny. neivai, Pi. pessoai, Pi. fischeri,
houve predomínio de fêmeas com diferença estatística significativa (p<0,0001).
Também houve predomínio de fêmeas para Ny. whitmani (p<0,05), assim como nas
espécies Ev. cortelezzii, Pa. shannoni, Pa. aragaoi, estas sem diferença significativa
(tabela 6).
59
Houve um predomínio de machos nas espécies Br. cunhai, Br. brumpti e Ev.
bacula, porém sem diferença significativa. No total de espécimes capturados também
houve uma diferença estatística significativa (p < 0,001) com o predomínio de
fêmeas nesta localidade (tabela 6).
Gráfico 8 - Índice de Abundância das Espécies Padronizado (IAEP), segundo as
espécies capturadas na localidade de Porto Almeida, de fevereiro de 2004 a junho de
2006.
Considerando-se a somatória dos três anos de coleta, Pi. pessoai foi a espécie
mais abundante, seguida de Ny. neivai, Ny whitmani, Br.brumpti, Mg migonei,
Br.cunhai, Pi. fischeri, Ex. firmatoi, Br. sp, Pa. aragaoi, Sc. sordellii e Pa. shannoni.
Em relação a cada um dos anos, em 2004, o IAEP foi mais elevado, e em 2006,
inferior, para a maioria das espécies em relação ao do período dos três anos juntos.
Em 2005, apenas Ny. neivai se destaca em relação ao período dos três anos juntos
(gráfico 8).
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
P
i
. pesso
a
i
Ny. nei
v
ai
Ny. whitmani
Br. brumpt
i
M
g.
m
i
gonei
B
r.
c
unh
ai
P
i
.
f
isc
h
er
i
E
x.
f
i
rmato
i
Brum
p
tom
yia
sp
Ev
.
cort
ele
z
zi
Ps
.
a
r
ag
aoi
B
r.
ni
tzulesc
u
i
Sc
.
so
r
del
lii
Mi. ferreirana
Ev. bacula
Pa. shann
on
i
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
2004 2005 2006 2004-2006
60
Gráfico 9 - Índices de Shannon (H) e Pielou (J) nos pontos de coleta da localidade de
Porto Almeida, de março de 2004 a junho 2006.
1.31
0.60
1.00
1.28
1.54
1.43
1.74
1.58
1.36
0.95
0.55
1.44
0.58
0.86
0.24
0.19
0.00
0.57
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.6
1.8
2
P
A
-S
t
ra
mb
ec
h
e
PA
-balsa
PA-Favo
ni
P
A
-F
P
A
FSJ-C
ol
ônia
FSJ-Mataestrada
F
SJ
-
Ma
tari
o
FSJ
-
Port
e
ira
F
SJ
-
C
apela
H J
Em Porto Almeida, o ponto de coleta que apresentou maior diversidade de
espécies, foi FSJ-Mata Rio (1.74), seguido de FSJ-porteira (1.58), FSJ-colônia
(1.54), FSJ- Mata estrada (1.43), FSJ-Capela (1.36), PA-Strambeche (1.31), PA-FPA
(1.28), , PA-Favoni (1.0), PA-Balsa (0.60). Em relação à equitabilidade (J), o ponto
que apresentou quantidades mais próximas entre as espécies coletadas foi PA-Favoni
(1.44), seguido por PA-Strambeche (0.95), FSJ-Colônia (0.86). Os menores índices
de equitabilidade foram em PA-FPA (0.58), PA-balsa (0.55), FSJ-Capela (0.57),
FSJ-Mata estrada (0.24), FSJ-Mata rio (0.19) (gráfico 9).
Gráfico 10 - Índices de diversidade de Shannon (H) nos pontos de coleta da
localidade Porto Almeida, nos anos de 2004, 2005 e 2006.
1.10
0.64
1.20
1.08
1.65
1.40
1.20
1.65
1.52
0 0
0.18
0.64
0.94
1.099
1.439
1.725
1.47
0.39
0.00
0.41
0.00
0.56
1.01
1.23
1.38
0.69
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.6
1.8
2
PA
-
Ba
l
s
a
PA
-
Fa
v
oni
PA
-
FP
A
PA
-Strambec
h
e
FSJ-Cap
FSJ-Col
F
SJ
-
ME
F
SJ-MR
F
SJ-Po
0.00
0.20
0.40
0.60
0.80
1.00
1.20
1.40
1.60
2004 2005 2006
61
Observa-se um maior índice de diversidade durante o ano de 2004, nos pontos
PA-balsa, PA-Favoni, PA-FPA, PA-Strambeche, PA-Capela.
na Fazenda São José os pontos apresentam os mais altos índices de
diversidade nos três anos de coleta. Com exceção do ponto FSJ-ME, o ano de 2004
apresentou os índices mais elevados em relação aos outros dois anos (gráfico 10).
Gráfico 11 - Índices de equitabilidade de Pielou (J) nos pontos de coleta da
localidade de Porto Almeida, nos anos de 2004, 2005 e 2006.
1
0.93
0.58
0.99
0.85
0.78
0.67
0.69
0.73
0 0
0.26
0.93
0.45
1.008
0.74
0.75
0.76
0.57
0
0.41
0
0.56
1.01
1.23
1.38
0.69
0
0
0
1
1
1
1
PA
-B
alsa
PA
-F
a
v
o
n
i
PA
-
FPA
PA-Stramb
e
che
FSJ
-
Cap
F
SJ-
C
ol
FSJ-ME
FSJ-MR
F
SJ-Po
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.6
2004 2005 2006
Em termos de equitabilidade, também foram observados os melhores índices
na Fazenda São José (FSJ), e de uma forma geral, durante o ano de 2004 (gráfico
11).
5.2.2.3. Localidade 3- Cidade,Vila Rural, e Pesque-Pague (ITC)
Esta terceira localidade contempla a zona urbana e seus entornos, incluindo a
Vila Rural e um Pesque-pague, que possui uma área de remanescente de mata semi-
degradada.
Nesta localidade observou-se predominância de Ny. neivai (82,98%), e com
ocorrência muito menor para as outras espécies como Br.brumpti (5,12%),
Ny.whitmani (4,05%), Mg. migonei (3,81%), Pi. pessoai (2,38%), Ev.cortelezzii
62
(0,95%), Pi. fischeri (0,36%), Br.cunhai (0,12%), , Ev. bacula (0,12%) e Sc. sordellii
(0,12%) (tabela 7).
Tabela 7 - Distribuição das espécies de Phlebotominae, segundo os pontos de coleta
da localidade Cidade,Vila Rural e Pesque-Pague e razão entre os sexos (M/F), 2004-
2006.
Localidade
ITC-
Abastec
ITC_Joel
iTC-
MAT
Pesq-
Pag
VR-C1 VR-C2 VR-C3 VR-mata
Total
Espécies/sexo
M F M F M F M F M F M F M F M F N % RM/F
Br.brumpti - - - - - - 19
18
- - 1
-
- - 3
2
43
5,12
0,2*
Br.cunhai - - - - - - -
1
- - - - - - - 1
0,12
-
Ev.cortelezzii - - - - - - 1
2
- - 1
-
-
3
1
-
8
0,95
0.6
Ev. bacula - - - - - - - - - - - - - - -
1
1
0,12
-
Mg .migonei - - - - 1
1
1
-
- - - - 1
1
10
17
32
3,81
0.7
Ny. whitmani - - - - - - - - 23
6
- - 3
0
0
2
34
4,05
3,25*
Ny. neivai 2
2
3
2
4
2
3
5
269
104
- - 149
46
54
52
697
82,98
2,27*
PI .pessoai - - - - 1
4
- - 2
-
- - 5
-
1
7
20
2,38
0,8
Pi. fischeri - - - - 1
-
- - - - - - - - -
2
3
0,36
0,5
Sc. sordellii - - - - - - - - - - - - -
1
- - 1
0,12
-
Total 2
2
3
2
7
7
24
26
294
110
2
-
158
51
69
83
840
100,0
1,92*
% 0,2
0,2
0,4
0,2
0,8
0,8
2,9
3,1
35
13
0,2
-
19
6,1
8,2
9,9
% ambos
sexos
0,5 0,6 1,7 6,0 48,0 0,2 25,0 18,0 100,0
* Diferença estatisticamente significante (p < 0.001)
No conjunto dos pontos Cidade,Vila Rural e Pesque-Pague, observa-se o
predomínio de machos para as espécies Ny. whitmani e Ny neivai, com diferença
estatística significativa (p <0,001).
Houve predomínio de fêmeas, com diferença estatística significativa
(p<0,001) para Br. brumpti. Nas demais espécies, embora tenha ocorrido o
predomínio de fêmeas, não houve diferença estatística significativa (tabela 7).
No conjunto dos pontos da Vila Rural, Cidade e Pesque-Pague e nos três anos
de estudo, os maiores índices de abundância foram verificados para Ny. neivai (0,75),
e com índices bem menores para Pi. pessoai (0,35), Mg. migonei (0,28), Br. brumpti
(0,28), Ev. cortelezzii (0,27), Pi. fischeri (0,12), Br. cunhai (0,05), Ny. whitmani
(0,03) e Ev. bacula (0,01) (gráfico 12).
63
Gráfico 12 - Índice de abundância das espécies padronizado (IAEP) capturadas na
localidade de Vila Rural, Cidade e Pesque-Pague, fevereiro de 2004 a junho de 2006
.
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
N
y
.
n
ei
v
ai
P
i
.
p
e
sso
a
i
Mg.migon
e
i
Br.brumpti
Ev.cortelezzi
N
y
.
w
h
i
t
m
ani
P
i
.
fi
sc
he
ri
Br
.
c
u
nha
i
Mi.
f
erreir
a
na
VR-IT-PP-2004 2004 VR-IT-PP-2004 2005
VR-IT-PP-2004 2006 VR-IT-PP-2004 2004-2006
Gráfico 13 - Índices de diversidade de Shannon (H) e Pielou (J), nos pontos de coleta
das localidades Vila Rural e Cidade, de março de 2004 a junho 2006.
1.2
0 0
1.006
0.3
0.7
0
0.8413
0.866
0 0
0.4838
0.273
1.01
0
0.5227
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
I
T
B
-
Mat
I
T
B
-
A
b
a
s
t
IT
B
-
c
c.Joel
VR-Mata
V
R-
C1
VR
-
C2
VR-C3
Pe
s
q-Pag
H J
64
Verifica-se também que os maiores índices de diversidade, na localidade
Itambaracá-(área urbana e periurbana), foram observados nos pontos Matadouro,
Pesque-pague, e na Vila Rural-mata (gráfico 13).
Gráfico 14 - Índices de diversidade de Shannon (H) nos pontos de coleta da
localidade Vila Rural e Cidade, nos anos de 2004, 2005 e 2006.
0 0
1.2
0.71
0.28
0.17
0.12
00 0
0.64 0.64
0.00
0.66
1.35
0.000 0 0
0.64
0.24
0 0 0
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.6
ITC-
Abastec
ITC_Joel ITC-MAT Pesq-Pag VR-C1 VR-C3 VR-Mata VR-C2
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
2004 2005 2006
Observando-se os anos, durante o ano de 2004, a maior diversidade,
correspondeu ao ponto de coleta Matadouro, no ano de 2005, na Vila rural (mata), e
em 2006 no pesque-pague (gráfico 14).
Gráfico 15 - Índices de equitabilidade de Pielou (J), nos pontos de coleta da
localidade Vila Rural e Cidade, nos anos de 2004, 2005 e 2006.
0 0
0.87
0.51
0.41
0.00
0.25
0.17
0 0
0.33
0
0.33
0
0.34
0.69
0 0
0.33
0.59
0.22
0 0 0
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
I
T
C-
A
b
a
st
e
c
IT
C
_
J
oe
l
ITC
-
MAT
Pes
q
-Pag
VR-C1
V
R
-C2
V
R
-C
3
VR-
M
a
ta
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
2004 2005 2006
65
Os índices de maior equitabilidade,ocorreram nos pontos de coleta: ITC-
matadouro (0,87) ano de 2004, Vila-Rural-Mata (0,69) ano de 2004, e Pesque-pague
(0,59), ano de 2006 (gráfico 15).
5.2.3 Média geométrica mensal das principais espécies coletadas
5.2.3.1 Média mensal de Mg. migonei:
A distribuição mensal de Mg. migonei está plotada no gráfico 20. Na
localidade de Porto Almeida observou-se as médias mais elevadas, com picos em
agosto (2,09) setembro (2,99) e dezembro de 2007 (5,33) e agosto de 2005 (1,47).
Nos outros meses, manteve médias mensais que variaram de 0,12 a 0,78, tendo
ocorrido em praticamente todos os meses do ano.
Gráfico 16 - Médias geométricas mensais de Mg. migonei nas localidades de São
Joaquim do Pontal (SJP), Porto Almeida (PA) e cidade de Itambaracá (ITC), no
período de fevereiro de 2004 a junho de 2006.
0
1
2
3
4
5
6
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
PA-2004-2006 ITC-2004-2006 SJP-2004-2006
Na cidade de Itambaracá (ITC) foi verificada a maior média nos meses de
fevereiro de 2004 (1,06) e maio de 2004 (1,0) e setembro de 2005 (1,11). Em São
Joaquim do Pontal, com exceção dos meses de novembro de 2004, maio de 2005 e de
2006, com médias mensais de 1,0, nos demais meses as coletas foram nulas. Não
houve coincidência dos picos mais expressivos entre as localidades (gráfico 16).
5.2.3.2. Média geométrica mensal Ny. neivai
66
Gráfico 17 - Médias geométricas mensais de Ny neivai nas localidades de São
Joaquim do Pontal (SJP), Porto Almeida (PA) e cidade de Itambaracá (ITC), no
período de fevereiro de 2004 a junho de 2006.
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
SJP-2004 a 2006 PA-2004 a 2006 VR-ITC-PP2004 a 2006
Ny. neivai, de um modo geral, apresentou as maiores médias na cidade de
Itambaracá, com grande influência da Vila Rural (tabela 6), cujos valores mais
elevados se observaram em março e abril de 2004 (2,3 e 3,0 respectivamente).
Outros picos menores ocorreram julho/2004 e abril /2006. Em São Joaquim do
Pontal os valores mensais foram mais homogêneos e com picos menores do que na
cidade de Itambaracá. Os picos ocorreram em fevereiro de 2004 (1,21) e outubro de
2005 (1,09). Em Porto Almeida a maior média encontrada foi em agosto de 2004
(1,26) seguida pelas dias de abril de 2004 (0,79) e maio de 2006 (0,77). Não
houve coincidência dos principais picos entre as três localidades (gráfico 17) .
5.2.3.3. Médias mensais de Ny.whitmani
Para Ny. whitmani as médias mais elevadas foram em Porto Almeida (PA),
com picos no ano de 2004, em junho (0,61), agosto (0,92), setembro (1,24) e
dezembro (1,08); outros picos, se bem que menores que os anteriores, ocorreram em
2006 nos meses de março (0,51) e junho (0,84).
67
Gráfico 18 - Médias geométricas mensais de Ny whitmani nas localidades de São
Joaquim do Pontal (SJP), Porto Almeida (PA) e cidade de Itambaracá (ITC), no
período de fevereiro de 2004 a junho de 2006.
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AG
SET
OUT
NOV
DEZ
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AG
SET
OUT
NOV
DEZ
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
SJP-2004-2006 PA-2004-2006 VR-ITC-PP-2004-2006
Em São Joaquim do Pontal (SJP) observou-se apenas um pico mais
expressivo em junho de 2004 (0,96) juntamente com o do PA; outros dois picos
menores foram observados em fevereiro de 2004 (0,57) e novembro de 1995 (0,39).
Na cidade de Itambaracá (ITC) o maior pico ocorreu em março de 2004 (0,58); em
abril e agosto de 2004 apresentou a segunda maior média (0,30), o pico de agosto foi
coincidente com um valor elevado de PA (gráfico 18).
5.2.3.4. Médias geométricas mensais de Pi. fischeri
Gráfico 19 - Médias geométricas mensais de Pi. fischeri nas localidades de Porto
Almeida (PA) e Cidade de Itambaracá (ITC) no período de fevereiro de 2004 a junho
de 2006.
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.6
1.8
J
A
N
F
E
V
M
A
R
A
B
R
M
A
I
J
U
N
J
U
L
A
G
O
S
E
T
O
U
T
N
O
V
D
E
Z
J
A
N
F
E
V
M
A
R
A
B
R
M
A
I
J
U
N
J
U
L
A
G
O
S
E
T
O
U
T
N
O
V
D
E
Z
J
A
N
F
E
V
M
A
R
A
B
R
M
A
I
J
U
N
PA-2004-2006 VR-IT-PP-2004-2006
68
No gráfico 19 está representada a distribuição mensal de Pi. fischeri apenas
para as localidades de Porto Almeida (PA) e cidade de Itambaracá (ITC). Em São
Joaquim do Pontal as coletas foram nulas. Na localidade de Porto Almeida ocorreu
em praticamente todos os meses, com picos mais expressivos em setembro de 2004
(1,67) e de 2005 (1,26); outros picos ocorreram em dezembro de 2004 (0,82), abril
de 2005 (0,98) e março de 2006 (0,62) Na cidade de Itambaracá, com exceção dos
meses de agosto de 2004 e 2005 e abril de 2006, com valor das médias de 0,09, nos
demais meses as coletas foram nulas.
5.2.3.5. Média geométrica mensal de Pi. pessoai
Gráfico 20 - Médias geométricas mensais de Pi. pessoai em São Joaquim do Pontal
(SJP), Porto Almeida (PA) e Cidade de Itambaracá (ITC) no período de fevereiro de
2004 a junho de 2006.
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
PA-2004-2006 SJP-2004-2006 VR-2004-2006
As médias mensais mais elevadas de Pi. pessoai ocorreram na localidade de
Porto Almeida (PA), com picos em intervalos de 4 a 6 meses ( agosto e dezembro de
2004, abril e outubro/2005 e abril de 2006), sendo o maior deles em dezembro de
2004(3,64). Em São Joaquim do Pontal (SJP) as médias mais elevadas ocorreram a
intervalos de 10 e 12 meses, maio de 2004 (0,74) e maio de 2005 (1,17) e em
fevereiro de 2006 (0,59). Na cidade, os valores foram muito reduzidos, com o mais
elevado (0,19) em dezembro de 2004 Não houve sincronismo dos picos entre as três
localidades (gráfico 20)
69
5.2.4. Média geométrica horária das principais espécies coletadas
em armadilha de Shannon modificada nas cores branca e preta
5.2.4.1.Média geométrica horária de Mg. migonei
Gráfico 21 Médias geométricas horárias para Mg. migonei na localidade Porto
Almeida (PA)- FSJ- Fazenda São José, em armadilhas modificadas de Shannon Preta
(SHP) e Shannon Branca (SHB)
,
no período de fevereiro de 2004 a junho de 2006.
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00
24:00:00
1:00
2:00
3:00
4:00
5:00
6:00
7:00
8:00
9:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
SHP SHB
Para Mg.migonei, verificam-se as maiores médias no horário entre 19:00 e
20:00 horas, na armadilha de Shannon branca, mas apresentou atividade das 19:00 -
20:00 h (SHP); das 21:00 - 23:00 h, 24:00 - 1:00, 4:00 - 5:00, 6:00 - 7:00,9:00 -10:00
(SHB), sendo ativo até a manhã seguinte (gráfico 21)
5.2.4.2.Média geométrica horária de Ny. neivai
Gráfico 22 - Médias geométricas horárias de Ny.neivai na localidade Porto Almeida
(PA)- FSJ- Fazenda São José, no período de fevereiro de 2004 a junho de 2006.
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00
24:00:00
1:00
2:00
3:00
4:00
5:00
6:00
7:00
8:00
9:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
SHP SHB
70
Para Ny. neivai, a maior média foi registrada das 19:00 - 20:00 h na armadilha
de Shannon Preta, com picos subseqüentes na branca, das 22:00 - 23:00 h, das 23:00
- 24:00 h, das 4;00 - 5:00 h, das 6;00 - 7:00 h e 9:00 - 10:00 h (gráfico 22).
5.2.4.3. Média geométrica horária de Ny.whitmani
Gráfico 23 Médias geométricas horárias de Ny.whitmani na localidade Porto
Almeida (PA)- FSJ- Fazenda São José, no período de fevereiro de 2004 a junho de
2006.
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00
24:00:00
1:00
2:00
3:00
4:00
5:00
6:00
7:00
8:00
9:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
SHP SHB
A espécie Ny. whitmani, apresentou atividade a partir das 19:00 h, com picos
das 4:00 -5:00 h e das 6:00 -7:00 h (SHB), ocorrendo em ambas até às 8:00h da
manhã seguinte (gráfico 23).
6.2.4.4.Média geométrica horária de Pi. fischeri
Gráfico 24 - Médias geométricas horárias de Pi.fischeri na localidade Porto Almeida
(PA)- FSJ- Fazenda São José, no período de fevereiro de 2004 a junho de 2006.
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00
24:00:00
1:00
2:00
3:00
4:00
5:00
6:00
7:00
8:00
9:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
SHP SHB
71
Pi. fischeri, apresentou picos das 18:00 - 19:00 h, 24:00 -1:00, 3:00 - 4:00,
5:00 - 6:00 até 7:00 h na coleta em armadilha de Shannon Branca (SHB), e também
das 22:00 - 23:00 h, de 24:00 -1:00,das 2;00 - 3:00 - 4:00, das 5:00 - 6:00 até 7:00 h
na Shannon Preta (SHP) (gráfico 24).
5.2.4.1.Média geométrica horária de Pi. pessoai
Gráfico 25 - Médias geométricas horárias de Pi. pessoai na localidade Porto Almeida
(PA)- FSJ- Fazenda São José, no período de fevereiro de 2004 a junho de 2006.
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
0.96
24:00:00
1:00
2:00
3:00
4:00
5:00
6:00
7:00
8:00
9:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
SHP SHB
Pi. pessoai apresentou bastante atividade durante as coletas, apresentando
picos das 18:00 às 19:00, das 21:00 às 22:00, de 24:00 à 1:00, de 3:00 às 4:00,de
4:00 às 5:00 e 9:00 às 10:00 h (SHB), de 20;00 às 21:00, de 1:00 às 2:00, de 3:00 às
4:00, e de 6:00 às 7:00 h (SHP) (gráfico 25).
72
5.3. INQUÉRITOS
5.3.1.Inquérito Sorológico Humano
Foram coletadas amostras de 162 homens (54,55%) e 135 mulheres (45,45%),
perfazendo a coleta total de 297 amostras, mas a diferença entre os sexos não foi
estatisticamente significante (χ
2
= 2,45; p > 0,05).
Tabela 8- Distribuição, segundo sexo e local de residência da população amostrada
em Itambaracá-PR, de março de 2006 a junho de 2007.
Local M % F % Total %
SJP 84 28.28 59 19.87 143 48,15
PA 47 15.82 39 13.13 86 28,96
ITC 31 10.44 37 12.46 68 22,90
Total 162 54.55 135 45.45 297 100
A maior parte das coletas foi realizada em SJP (48,46%), seguida por PA
(29,53%) e Cidade (22,19%). A coleta em pessoas do sexo masculino e feminino foi
aleatória, procurando atingir o máximo possível da população da localidade (tabela
8).
Tabela 9-Distribuição, segundo faixa etária (anos) e local de residência da população
amostrada em Itambaracá-PR, de março de 2006 a junho de 2007.
Em relação às faixas etárias, houve um predomínio de coletas na faixa etária de
31-40 anos (28,28%), seguida da faixa de 41-50 (21,55%), 21-30 (19,53) 18-20
(12,12%), 51-60 anos (10,44%), 61-70 anos (4,71%) e 70 anos ou mais (3,37%)
(tabela 9).
As idades foram declaradas pelas pessoas, assim como a etnia seguiu a
declaração dos entrevistados, considerando-se que a faixa etária mais freqüente foi
de 30 a 40 anos, pessoas ativas, em fase de trabalhos, especialmente rurais, a maioria
das pessoas mora nas localidades desde o nascimento.
Local 18-20 21-30 31-40 41-50 51-60 61-70 70 ou+ Total
SJP 23 17 41 38 16 2 6 143
PA 4 23 17 23 9 6 4 86
ITC 9 18 26 6 7 2 68
Total 36 58 84 67 32 10 10 297
% 12,12 19,53 28,28 22,56 10,77 3,37 3,37 100
73
Tabela 10 Número de soros humanos obtidos, segundo os pontos de coleta,
divididos em não reagentes e reagentes para Ac da classe IgG em RIFI. Município de
Itambaracá, março de 2006 a junho de 2007.
Local NR % R % Total %
SJP 131 44,11 12 4,04 143 48,15
PA 80 26,94 6 2,02 86 28,96
ITC 66 22,22 2 0,67 68 22,90
Total 277 93,27 20 6,73 297 100,00
NR=não reagentes R= reagentes “cutt-off” IgG 40
Foram coletadas amostras de sangue de 297 pessoas. Do total de soros
coletados, o resultado na RIFI foi não-reagente em 277/297 pessoas (93,27%), e
reagente para Imunoglobulina G (IgG) em 20/297 delas (6,73%) (Tabela 10). Para a
Imunoglobulina M (IgM) o resultado foi negativo para todos os soros coletados.
Tabela 11 Número de pessoas reagentes, segundo localidades, títulos de Ac da
classe IgG em RIFI, sexo, e prevalência segundo os tulos e sexo. Município de
Itambaracá, março de 2006 a junho de 2007.
MASC FEM
Título
40 80 160 40 80 160
Local N N n Total
% N N n
Total
%
Total
%
SJP 4 1 5 55,6 1 3 3 7 63,6 12 60
PA 3 3 33,3,
2 2 18,2 5 25
ITC 1 1 11,1 2 2 18,2 3 15
Total 5 3 1 9 100,0
1 7 3 11 100,0
20 100
% 25,0
15,0 5,0 45,0
5,0 35,0
15,0
55,0
- -
Prev 3,08
1,85 0.62
5,55
0.74
5,18
2,22
8,15
6,73
-
* Prev = prevalência Masc=masculino Fem= feminino “cutt-off “ IgG 40
Foram reagentes no sexo masculino, 9/20 (45%); para Ac da classe IgG
títulos 40, 80 e 160, o número de reagentes foi respectivamente de 5/20 (25%), 3/20
(15%), e 1/20(5%) ; e no sexo feminino, 11/20 (55%); para os títulos 40,80 e 160
foram respectivamente 1/20(5%), 7/20 (35%), 3/20 (15%) . As prevalências para os
títulos 40, 80 e 160 no sexo masculino foram de 3,08% (5/162); 1,85%(3/162) e
0,62% (1/162) e total de 5,55% (9/162); e para o sexo feminino de 0,74% (1/135);
5,18% (7/135) e 2,22% (3/135) e total de 8,15% (11/135). Portanto sendo para o
feminino mais elevado, porém sem significância estatística pelo teste do χ
2
. A
prevalência para ambos os sexos dos reagentes para RIFI foi de 6,73 %. A proporção
74
de reagentes de acordo com as localidades, foi para SJP (60%); PA (25%) e ITC
(15%) (tabela 11).
Tabela 12 Número de pessoas reagentes para Ac da classe IgG em RIFI, segundo
sexo, freqüência, etnia e prevalência. Município de Itambaracá, março de 2006 a
junho de 2007.
Sexo MASCULINO FEMININO
Etnia Branco Pardo Total % Branco Pardo Total %
Localidade n 134 28 162 116 19 135
SJP 3 2 5 55,56 5 2 7 63,64
PA 2 1 3 33,33 2 2 18,18
ITC 1 1 11,11 1 1 2 18,18
Total 5 4 9 100,00 8 3 11 100,00
% 25 20 45
40 15 55
Prev 3,73 14,28 5,55 6,89 15,78 8,15
*Prev =Prevalência. “cutt-off” IgG 40
Entre as pessoas da amostra, pertencem ao sexo masculino e etnia branca
25%, e à etnia parda 20%; ao sexo feminino e etnia branca (40%), e à etnia parda
(15%) (tabela 12). Na população amostrada, a prevalência na parda foi de 14,89% e
na branca 5,2%, sendo a primeira, 2,86 vezes maior que a segunda; diferença esta
estatisticamente significante ((χ2 = 4,67; p < 0,05). No sexo masculino a prevalência
nos pardos foi 3,83 vezes maior do que nos brancos; diferença estatisticamente
significante (χ2 = 6.19; p < 0,02), no sexo feminino a prevalência nas mulheres
pardas foi 2,29 vezes maior, porém não significante (χ2 = 3.49; p > 0,05).
Em termos das pessoas reagentes e localidade, com relação ao sexo; no caso
do masculino; foram de SJP (55,5%), PA (33.3%), e de ITC(11,1%), e no feminino
foram de SJP(63,64%), PA(18.18%) e ITC (18,18%) (tabela 12).
Tabela 13 Número e prevalência de pessoas reagentes de acordo com os resultados
da RIFI, segundo localidade e faixa etária (em anos). Município de Itambaracá,
março de 2006 a junho de 2007.
18-20
21-30
31-40
41-50
51-60
61-70
71 e+ Total
FaixaEtária
Local n
36
58
84 67 32 10 10 297
Prev.
%
SJP 1
-
- 2 2 2 5 12 8,39
PA -
1
- 2 2 - 5 5,81
ITC -
-
1 1 1 3 4,41
Total 1
1
1 5 3 4 5 20 -
Prev. (%) 2,78 1,72 1,19 7,46 9,38 40,0 50,00 - 6,73
* Prev=prevalência. “cutt-off” IgG 40
75
Verifica-se que 85% dos casos reagentes compreenderam as faixas a partir de
41 anos de idade (tabela 13). A maior prevalência foi observada na faixa etária de 71
ou mais anos observou-se a maior (50,0%), que com exceção da faixa etária de 61-70
anos (χ
2
= 3,33; p > 0,05) apresentou diferença estatisticamente significante em
relação às demais faixas etárias, sendo o χ
2
= 13,43; p < 0,0001, na comparação com
a terceira mais elevada prevalência, ou seja 9,38%, na faixa de 51-60 anos.
Esta prevalência e a da faixa anterior foram muito próximas e ambas bem
mais elevadas, com diferenças estatisticamente significante, em relação à da faixa de
21-30 anos e de 31-40 anos (p 0,05). A localidade de São Joaquim do Pontal
apresentou o maior número de casos e também a maior prevalência, segue-se Porto
Almeida e Itambaracá. Todavia a diferença na prevalência entre a primeira
localidade e as demais não foi estatisticamente significante (χ
2
= 0,47 e 1,24; p >
0,05).
5.3.2. Inquérito molecular humano
Todos os cremes leucocitários coletados correspondentes às amostras dos
soros reagentes para Ac da classe IgG em RIFI (24 soros), foram submetidos à
técnica de PCR. Todas as amostras apresentaram resultados negativos.
5.3.3. Inquérito sorológico da população canina
Foi realizada a coleta de sangue em 285 cães, que não apresentavam lesões
sugestivas de LTA, distribuídos entre as localidades, procurando-se atingir o máximo
da população nas localidades rurais.
Tabela 14 - Distribuição da população canina amostrada, segundo localidades e sexo
Itambaracá - PR, de janeiro a dezembro de 2006.
M % F % Total %
SJP 94 32,98 29 10,18 123 43,16
PA 72 25,26 32 11,23 104 36,49
ITC 44 15,44 14 4,91 58 20,35
Total 210 73,68 75 26,32 285 100,00
* M=machos F=fêmeas
76
Nas amostras de soros da população canina houve predomínio de machos
210/285 (73,68%) em relação às fêmeas 75/285 (26,32%). A maior parte das
amostras foi obtida em SJP 123/285 (43,16%). Segue-se PA 104/285 (36,49%), ITC
58/285 (20,35%) (Tabela 14)
Tabela 15 Distribuição da população canina, segundo localidades e idade (anos),
Itambaracá - PR, de janeiro a dezembro de 2006.
Local/Idade
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 12 Total
%
SJP 2 11 22 23 16 13 12 0 11 12 1 123 43,16
PA 2 21 12 8 22 5 15 15 3 1 104 36,49
ITC 2 6 19 11 4 5 7 2 1 1 58 20,35
Total 6 38 53 42 42 23 34 17 15 14 1 285 100,00
% 2,11
13,33
18,6
14,74
14,74
8,07
11,93
5,96
5,26
4,91
0,35
A maior parte dos animais coletados, apresentava em torno de três anos
53/285 (18,60%), seguido por quatro e cinco anos 42/285 (14,74%) e dois anos
38/285 (13,33%). As outras faixas etárias corresponderam a menos de 10%, com
menores quantidades para os animais acima de sete anos e abaixo de dois (tabela 15).
Tabela 16 Distribuição da população canina, segundo localidades e raça,
Itambaracá - PR, de janeiro a dezembro de 2006.
Local/Raça
SRD
Boxer
Amer
B.Colie
Dash
Pastor
Fila
Perd
Poodle
Pinsher
Rotw Total
%
SJP 113 1 1 1 1 1 1 3 1 123 43,16
PA 80 4 1 3 5 4 3 4 104 36,49
Pesq-Pag 1 2 1 4 1,40
VR 36 1 1 38 13,33
Matad-
Abastec 15 1 16 5,61
Total
245 6 1 2 3 4 5 1 6 7 5 285 100
%
86 2,1 0,4 0,7 1,1 1,4 1,8
0,4 2,1 2,5 1,8
0
100
SRD=sem raça definida, Boxer = boxer; B.Colie = Border Colie Amer = americano,
Dash = dashund, Perd = perdigueiro; Rotw = rotweiller.
A maior parte dos cães amostrados não possuía raça definida, pertencendo
portanto à categoria SRD 245/285 (86,0%), as outras raças variaram de 7/285
(2,5%) (pinsher) a 0,4 % (americano) (Tabela 16).
77
Tabela 17: Número de soros caninos obtidos, segundo os pontos de coletas e
resultados reagentes a Ac totais em RIFI. Município de Itambaracá, de janeiro a
dezembro de 2006.
Local NR % R/Tít40
% Total %
SJP 121 42,46 2 0,70 123 43,16
PA 101 35,44 2 0,70 103 36,14
ITC 58 20,35 1 0,35 59 20,70
Total 280 98,25 5 1,75 285 100,00
* NR= não reagentes R=reagentes “cutt-off” Ac totais 40
Do total de amostras de sangue coletadas em cães, 280/285 (98,25%) foram
não reagentes, e 5/285 (1,75%) reagentes, para Ac totais, título 40, na RIFI (tabela
17).
Tabela 18 - Número de soros caninos obtidos, segundo os pontos de coletas e de
acordo com os resultados do EIE/ELISA, em Itambaracá - PR, de janeiro a dezembro
de 2006.
NR Total
R Total
Local M % F % % M % F % % I % Total
SJP 53 24,2
25
11,42
78 27,4
25
53,2
8 17 33 11,6
12
4,21
123
PA 62 28,3
37
16,89
99 34,7
2 4,26
0 0 2 07 3 1,05
104
ITC 32 14,6
10
4,57 42 14,7
9 19,1
3 6.38
12 4,21
4 1,4 58
Total 147
67,1
72
32,88
219 76,8
36
76,6
11
23,4
47 16,5
19
6,67
285
* NR=não reagente; R = reagente ; I = inconclusivo; M = masculino; F = feminino.
“ cutt-off” IgG 40
Foram reagentes para Ac totais em EIE, 47/285 (16,5%) animais, 36/47
(76,6%) machos e 11/47 (23,4%). Nas localidades, SJP, PA e ITC, foram reagentes,
respectivamente, para o sexo masculino 25/47 (53,2%), 2/47 (4,26%), 9/47 (19,15%)
e para SJP e ITC, para o sexo feminino 8/47 (17,02%) e 3/47 (6,39%). A maioria dos
animais reagentes foi identificada em SJP 33/285, seguida por ITC 12/285 e Porto
Almeida 2/285 (tabela 18).
78
Tabela 19 – Comparação entre soros caninos reagentes (R) e não reagentes (NR) para
Ac totais, em RIFI e EIE/ELISA, por pontos de coleta. Itambaracá - PR, de janeiro a
dezembro de 2006.
R NR
Local
RIFI
EIE EIEI/RIFI
RIFI EIE
I-EIE
Total
SJP 2
33
93,9
121 78 12
123
PA 2
2
1,00
102 99 3
104
ITC 1
12
91,7
57 42 4
58
Total
5
47
89,4
280 219 19
285
* R-RIFI= reagente em RIFI NR-RIFI=não reagente R-EIE= reagente em EIE NR-EIE= não reagente.
cutt-off Ac 40 (RIFI)
A diferença para os soros identificados como reagentes, entre as duas técnicas
foi significativa (p<0,005), 89,4% maior para EIE/ELISA (tabela 19).
5.3.4. Inquérito molecular da população canina
Todos os cremes leucocitários coletados correspondentes às amostras dos
soros reagentes, inclusive com tulo 20 para Ac totais em RIFI (20 soros), foram
submetidos à técnica de PCR. Todas as amostras apresentaram resultados negativos.
5.3.5.Inquérito sorológico dos equídeos:
Tabela 20 Distribuição da população de equídeos do inquérito sorológico, segundo
localidades e sexo, Itambaracá- PR, de julho a dezembro de 2006.
Local M % F % Total %
SJP 7 14,0 1 2,0 8 16,0
PA 26 52,0 8 16,0 34 68,0
ITC 5 10,0 3 6,0 8 16,0
Total 38 76,0 12 24,0 50 100,0
Foi coletada amostra de sangue de 50 animais, sendo 12/50 fêmeas (24%) e
38/50 machos (76%). O local onde se realizou a maior coleta foi Porto Almeida
34/50 (68%), onde foram encontrados mais exemplares dos eqüinos, entre as
localidades da pesquisa. Em São J. Pontal, foram coletadas amostras de 8/50 animais
(16%) e na vila rural, 8/50 animais (16%) (tabela 20)
79
Tabela 21-Distribuição da população de equídeos do inquérito sorológico, segundo
localidades e faixa etária (anos), Itambaracá- PR, de julho a dezembro de 2006.
Local/idade
1-3 4-5 6-7 8-9 10-11
12-13 14-15
16-25
Total %
SJP - - 1 3 2 1 1 - 8 16
PA 1 1 9 8 6 6 2 2 35 70
ITC - - 1 3 2 - 1 - 7 14
Total 1 1 11 14 10 7 4 2 50 100
% 2 2 22 28 20 14 8 4 100 -
A maior parte das amostras sanguíneas dos equídeos foi coletada na
localidade de Porto Almeida (68%), seguida por Vila Rural (16%), e S.Joaquim do
Pontal (16%). As faixas etárias de maior ocorrência entre os animais coletados foi de
8-9 anos (28%), 6-7 e 10-11 anos (20%), e 12-13 anos (8%) (tabela 21).
Tabela 22 - Distribuição da população de equídeos do inquérito sorológico, segundo
localidades e raças, Itambaracá- PR, de julho a dezembro de 2006.
Local/Raça
Muar Q.Milha M.Larga SRD Total %
SJP 2 6 8 16
PA 3 13 1 17 34 68
ITC 1 - 7 8 16
Total 4 15 1 30 50 100
% 8 30 2 60 100
*Qmilha=quarto de milha Mlarga= manga larga SRD= sem raça definida
Entre os eqüinos amostrados, prevaleceram os animais cruzados, ou sem raça
definida, SRD 30/50 (60%), seguidos pelos mestiços Quarto de Milha 15/50 (30%).
Também foram coletadas amostras de muares 4/50 (8%) e mestiços manga larga
(2%). A maior parte dos animais amostrados foi de PA 34/50; nas outras localidades
foram amostrados 16/50 (16%) em cada (tabela 22).
Tabela 23 - Distribuição da população de equídeos do inquérito sorológico, segundo
reagentes para Ac totais em RIFI-, Itambaracá- PR, de julho a dezembro de 2006.
Local NR % R % Total %
SJP 6 12 2 4 8 16
PA 30 60 4 8 34 68
ITC 7 14 1 2 8 16
Total 43 86 7 14 50 100
*Não Reagente (NR), Reagente (R)
cutt-off “ Ac 40
Dos animais coletados, 7/50 (14%) apresentaram-se reagentes em RIFI, e
43/50 (86%) não reagentes. Em relação às localidades, SJP ,PA e ITC, os reagentes
80
para Ac totais em RIFI, corresponderam a 2/50 (4%), 4/50 (8%) e 1/50 (2%)
respectivamente (tabela 23).
Tabela 24 - Distribuição da população de equídeos, segundo reagentes para Ac totais
em RIFI, sexo e localidades, Itambaracá- PR, de julho a dezembro de 2006.
Local M % F % Total
%
SJP 2 4 - - 2 4
PA 3 6 1 2 4 8
ITC 1 2 - - 1 2
Total 6 12 1 2 7 14
cutt-off “Ac 40 (RIFI)
Em relação aos reagentes do sexo masculino, nas localidades de SJP, PA e
ITC, corresponderam a 2/50 (4%), 3/50 (6%) e 1/50 (2%) respectivamente, e do sexo
feminino, na localidade de PA, correspondeu a 1/50 (2%) (tabela 24).
5.3.6. Inquérito molecular dos equídeos
Todos os cremes leucocitários correspondentes às amostras dos soros
reagentes para Ac totais na RIFI, foram submetidos à PCR. Todas as amostras
apresentaram resultados negativos.
5.4.Inquérito sócio econômico-cultural da população humana
Para avaliação dos fatores de risco em relação à transmissão da Leishmaniose
Tegumentar foram aplicados questionários a 316 pessoas, sendo 155 do sexo
feminino e 166 do sexo masculino, em todas as localidades.
Tabela 25 - Distribuição dos entrevistados, em número e porcentagem, segundo sexo
e local de residência no período de janeiro a dezembro de 2006.
Localidade/sexo
F % M % Total %
Porto Almeida 37 47,44 41 52,56 78 24,68
SãoJ.Pontal 52 47,27 58 52,73 110 34,81
Vila Rural 34 59,65 23 40,35 57 18,04
Itambaracá 32 45,07 39 54,93 71 22,47
Total 155 49,05 161 50,95 316 100,00
81
Observa-se predominância de homens que responderam, na cidade de
Itambaracá (54,93%), São Joaquim do Pontal (52,73%) e em Porto Almeida
(52,56%), havendo predominância feminina na Vila Rural (59,65%) (tabela 25).
Tabela 26-Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo sexo, etnia e
local de residência no período de janeiro a dezembro de 2006.
Etnia Branca Parda Negra
Local/Sexo M F Total M F Total M F Total
Porto Almeida 37,2 33.3 70,5 14,1 12,8 26,9 1,3 1,3 2,6
SJP 31,8 30,0 61,8 11,8 13,6 25,4 3,6 9,1 12,7
Itambaracá 49,3 38,0 87,3 4,2 5,6 9,8 1,4 1,4 2,8
Vila Rural 26,3 26,3 52.6 5,3 26,3 31,6 8,8 7,0 15,8
Nas localidades amostradas, houve predominância da etnia branca, variando
de 52,6% a 87,3%, principalmente na população entrevistada na cidade de
Itambaracá (87,3%), seguida por Porto Almeida (70,5%), S.J.Pontal (61,8%) e Vila
Rural (52,6%) (tabela 25). A etnia parda aparece em segundo lugar, com maior
ocorrência na Vila Rural (31,6%), seguida por Porto Almeida (26,9%), S.J.Pontal
(25,4%) e cidade de Itambaracá (9,8%). Menos numerosa foi a população negra entre
os entrevistados, com predomínio na Vila Rural (15,8%), seguida por São Joaquim
do Pontal (12,7%), Itambaracá (2,8%) e Porto Almeida (2,6%) (tabela 26).
Gráfico 26- Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo ocupação e
sexo, em S.J.Pontal, no período de janeiro a dezembro de 2006.
0.00
5.00
10.00
15.00
20.00
25.00
30.00
agr
i
cultor
/
a
t
r
ab.rural
aposen
t
ado
comerci
o
cost
ur
ei
r
a
do
l
ar
estuda
nt
e
professora
di
arist
a
mecân
i
co
pedrei
r
o
pe
sc
ad
or
F M
82
Entre os entrevistados em S.J. Pontal, houve um predomínio de mulheres que
se ocupam do lar (25,45%), seguida pela ocupação de estudante (7,27%), trabalho
rural (3,64%), professoras, costureiras e aposentadas (2,73%) e trabalho no comércio
(1,82%) e agricultura (0,91%). Entre os homens a principal ocupação identificada foi
trabalho rural (18,18%), seguida por agricultura (17,27%) e diaristas (8,18%).
Pescadores e aposentados compreenderam 3,64%, e mecânicos e pedreiros, 0,91%.
(gráfico 26).
Gráfico 27- Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo sexo e
ocupação, em Porto Almeida, no período de janeiro a dezembro de 2006.
0.00
5.00
10.00
15.00
20.00
25.00
30.00
A
g
r
i
c
u
l
t
o
r
/
a
A
p
o
s
e
n
t
a
d
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d
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a
d
o
l
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s
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n
t
e
A
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n
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a
d
o
r
B
a
l
s
e
i
r
o
m
o
t
o
r
i
s
t
a
F M
Segundo o observado no gráfico 27, em Porto Almeida, entre os
entrevistados, um predomínio da ocupação com a agricultura, somando-se os
sexos masculino e feminino, seguida pela soma da ocupação de estudante, existe
também um número considerável de mulheres que se ocupam do lar (16,67%).
Pontuaram também ocupações como diaristas, balseiros, motoristas, administradores
e aposentados.
Na população entrevistada na cidade de Itambaracá, na soma dos sexos
masculino e feminino, um predomínio da ocupação, com a agricultura (24,66%),
seguida por estudantes (19,18%), diaristas (13,7%),entre as mulheres entrevistadas,
10,0% ocupam-se do lar. Pontuaram também entre os homens, profissões como
caminhoneiro, vendedor e caseiro (1,27%), pedreiro, empreiteiro, funcionário
público e operador de máquina (2,74%) (gráfico 28).
83
Gráfico 28- Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo sexo e
ocupação, em Itambaracá, no período de janeiro a dezembro de 2006.
0.00
2.00
4.00
6.00
8.00
10.00
12.00
14.00
16.00
18.00
A
g
ri
cu
ltor/a
C
am
in
h
o
ne
i
r
o
P
e
dre
iro
Diar
ist
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Aposentado
A
u
t
ô
nom
o
caseir
o
Desemp
r
ega
do
Emprei
te
iro
Estudante
fun
ci
o
r
i
o
p
úblico
operador máqu
i
na
v
e
nde
dor
do
l
a
r
F M
Nas três localidades onde foi desenvolvida a pesquisa, predominam as
atividades ligadas à agricultura, e também à pecuária, inclusive em atividades como
trabalhadores volantes, e sempre a população está em contato com áreas de matas,
pois é uma região onde existem vários remanescentes, ainda que degradados.
Gráfico 29 - Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo sexo e
ocupação, na Vila Rural, no período de janeiro a dezembro de 2006.
10.53
19.30
8.77
10.53
21.05
1.75
17.54
0.00
1.75
3.51
0.00
5.00
10.00
15.00
20.00
25.00
T
r
a
b
a
l
h
a
d
o
r
R
u
r
a
l
A
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r
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E
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d
a
n
t
e
A
p
o
s
e
n
t
a
d
o
F
M
Na população entrevistada na Vila Rural, na soma entre os sexos, houve o
predomínio da ocupação de trabalhador rural (29,83%), seguido por diaristas (22,8%)
agricultura (19,3%), estudantes (17,54%) e aposentados (5,26%) (gráfico 29) .
84
Tabela 27 - Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo sexo e
categoria de moradia, em todas as localidades, no período de janeiro a dezembro de
2006.
Categoria da
moradia Própria Cedida Alugada
Localidade/sexo F M F M F M
SJP 27,27 30,91 15,45 19,09 4,55 2,73
PA 42,31 46,15 2,56 3,85 2,56 2,56
ITCA 21,13 36,62 9,86 14,08 14,08 4,23
VR 29,81 22,81 12,28 12,28 17,54 5,26
Verifica-se que a maior parte da população nas localidades mora em casas
próprias, em segunda posição encontramos a população que está alojada em casas de
familiares, edículas ou trabalha em propriedades rurais, e mora em casa do local. E
por último estão as pessoas que alugam casas para moradia (tabela 27).
Tabela 28 - Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo sexo e tipo de
construção, em todas as localidades, no período de janeiro a dezembro de 2006.
Alvenaria - com
reboco
Alvenaria - sem
reboco
Madeira
Tipo de
construção
Localidade/sexo
F M F M F M
SJP 8,18 11,82 23,64 30,00 15,45 10,91
PA 28,21 30,77 - - 19,23 21,79
ITCA 28,17 36,62 12,68 15,49 4,23 2,82
VR 38,60 26,32 15,79 10,53 5,26 3,51
A maior parte da população vive em casas de alvenaria com reboco, exceto
em S.J. Pontal, onde existem também as casas de alvenaria sem reboco, e casas de
madeira em menor quantidade (tabela 28).
Gráfico 30 - Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo tipo de
cobertura da casa, nas localidades, no período de janeiro a dezembro de 2006.
86.36
7.28
6.36
97.44
2.56
0
70.42
28.17
1.41
75.44
22.81
1.75
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
SJP PA ITCA VR
Telha-barro Eternit Madeira
85
A maior parte das residências é coberta com telhas de barro, em todas as
localidades, mas existem as moradias cobertas com telha de amianto (Eternit®), e
coberturas improvisadas de madeira pintada (gráfico 30)
Gráfico 31 - Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo localização do
banheiro (WC), por localidade, no período de janeiro a dezembro de 2006.
Itambaracá
5.46
94.54
3.85
96.15
2.82
97.18
3.5
96.5
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
SJP PA ITCA VR
Wcfora Wcdentro
Observa-se que a maioria das famílias, dispõe de banheiro interno nas casas
em média 95,75%, uma pequena parcela ainda possui banheiro externo, com média
entre as localidades de 3,9% (gráfico 31).
Tabela 29- Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo número de
cômodos, por localidade, no período de janeiro a dezembro de 2006.
N.cômodos
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
SJP 2,73 2,73 13,64
35,36
12,73
18,18
2,73 8,18 0,00 2,73
PA - - 20,52
37,18
14,10
17,95
- 8,97 1,28
ITC 2,82 15,49
39,44
32,39
5,63 - 4,23 - - -
VR - 12,28
40,35
38,60
8,77 - - - -
A maior parte dos entrevistados, das localidades, mora em casas com quatro a
cinco cômodos (tabela 29).
86
Tabela 30 - Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo número de
moradores, por residência, em cada localidade, no período de janeiro a dezembro de
2006.
Local/n.pessoas
1 2 3 4 5 6 7 8 9
SJP 10,91
10,00
19,09
18,18
23,64
8,6 0,91 9,09 -
PA 2,44 4,88 7,32 9,76 12,20
14,63
17,07
19,51
21,95
ITC 2,57 1,28 26,93
14,10
8,97 8,97 8,97 2,56 25,65
VR - 12,28
15,79
35,09
19,3 8,77 3,51 5,26 -
Nas localidades, em relação ao número de habitantes por casa, predominam
as casas com quatro a seis pessoas, mas podem ser vistas desde uma até nove pessoas
por casa (tabela 30).
Tabela 31 - Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo a presença de
anexos, por localidade, no período de janeiro a dezembro de 2006.
galinheiro
curral chiqueiro
mata Barracão
não tem
SJP 36,36 16,36 19,09 19,09 3,64 5,46
PA 42,31 10,26 16,67 21,79 5,13 3,84
ITCA 26,76 - 7,04 19,72 7,04 39,44
VR 2,07 7,02 36,84 19,3 8,77 -
A maioria das casas na área periurbana e rural possui um anexo à residência,
geralmente, para o abrigo de animais, como galinheiro, chiqueiro ou curral. Na
cidade existem poucos anexos, mas podem ser observados galinheiros (tabela 31).
Tabela 32 - Distribuição segundo número de animais no peridomicílio, por
localidade, no período de janeiro a dezembro de 2006.
Bovinos Eqüídeos suínos ovinos caprinos aves Caninos Felinos
SJP 2 35 383 2 0 0 92 18
PA 518 10 67 50 91 1831 61 31
ITCA 7 3 13 0 4 170 132 28
VR 10 7 18 5 4 270 132 28
Bovinos e outros animais de produção são mais freqüentes nas áreas
periurbanas e rurais, a maior quantidade de animais é do grupo das aves de postura
ou de engorda. Os animais de companhia como cães e gatos, também estão presentes
em todas as localidades (tabela 32).
87
Tabela 33 - Distribuição dos entrevistados, segundo atividades de lazer, em
porcentagens, nas localidades, no período de janeiro a dezembro de 2006.
Pescar Caçar Andar em Matas
F(%) M (%) F(%) M(%) F(%) M(%)
SJP 5,45 25,45 3,64 16,36 0,91 10,91
PA 16,67 19,23 - 1,28 2,53 3,85
ITCA 1,41 5,63 - 4,23 2,82 15,49
VR 7,02 3,51 - - 12,28 3,51
Percebe-se pela distribuição apresentada na tabela, que os homens realizam
mais atividades externas, como pescar, caçar, entre outras ligadas a reservas
florestais e de matas, do que as mulheres, exceto na Vila Rural (tabela 33).
Tabela 34 - Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo os hábitos de
fumar e beber, em porcentagens, por localidades, no período de janeiro a dezembro
de 2006.
Fumar Beber
F M F M
SJP 7,27 12,73 6,36 23,64
PA 11,54 11,54 35,9 34,62
ITCA 8,45 14,08 2,82 9,86
VR 12,28 3,51 7,02 3,51
O hábito de fumar e beber é mais freqüente entre os homens de São Joaquim
do Pontal e Itambaracá. Ambos os hábitos tem freqüências semelhantes nos dois
sexos em Porto Almeida e na Vila Rural, é mais freqüente entre as mulheres (tabela
34).
Tabela 35 - Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo grau de
alfabetização, em todas as localidades, no período de janeiro a dezembro de 2006.
Sabe ler Não sabe/ ler Sabe escrever Não escreve
F M F M F M F M
SJP 41,82 50,91 5,45 1,82 42,73 50,91 4,55 1,82
PA 44,87 47,44 2,56 5,13 43,59 46,15 3,85 6,41
ITCA 36,32 50,7 8,45 4,23 38,03 52,11 7,04 2,82
VR 56,14 33,33 3,51 7,02 52,63 35,09 7,02 5,26
88
Verifica-se que a maior parte dos entrevistados, em ambos os sexos, tem
condições de ler e escrever, em detrimento de uma pequena parte que o consegue
realizar estas atividades (tabela 35).
Tabela 36 - Distribuição da população entrevistada, em porcentagem, segundo as
respostas sobre o conhecimento de LTA, em porcentagens referentes a cada
localidade, no período de janeiro a dezembro de 2006.
Sabe sobre
LTA?
Sabe como se
pega?
Sabe tratar e
prevenir?
Já conheceu
alguém com
LTA?
Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim
SJP 88,18 11,82 94,55 5,45 96,36 3,64 95,45 4,55
PA 93,59 6,41 92,31 5,13 94,87 3,64 92,31 7,69
ITCA 92,96 7,04 90,14 9,86 97,18 2,82 94,37 5,63
VR 91,23 8,77 89,47 10,53 92,98 5,26 91,23 8,77
LTA = leishmaniose tegumentar americana
Observa-se que a maior parte das pessoas entrevistadas não conhece a
doença, incluindo sua transmissão, tratamento e prevenção. Poucas pessoas
conhecem alguém que já teve ou tem a doença (tabela 36).
Tabela 37 - Distribuição da população entrevistada, segundo presença de lesões e
cicatrizes, em porcentagens, referentes a cada localidade, no período de janeiro a
dezembro de 2006.
Lesões Cicatriz
F
% M % T % F % M
% T % R % T
SJP 1
0,91 1 0,91 2 33,33 2 1,82 3 2,73 5 55,56 12 4,04 143
PA 0
0 1 1,28 1 16,67 2 1,28 0 1,28 2 22,22 6 2,02 86
ITCA
2
2,82 1 1,41 3 50,00 2 2,82 0 0 2 22,22 2 0,67 68
Total
3
3 6 100,00
6 3 9 100,00
20 6,73 297
R=reagentes RIFI “cutt-off” 40
Uma pequena amostra dos entrevistados apresenta lesões ou cicatrizes
sugestivas de LTA (tabela 37). Todos os entrevistados que apresentaram sinais ou
sintomas são de origem da cidade de Itambaracá. Dos que apresentaram lesões, todos
apresentaram sorologia positiva.
89
Tabela 38 - Distribuição da população segundo renda familiar, porcentagem e
localidade, no período de janeiro a dezembro de 2006.
* Salário mínimo= R$ 380,00
Pela tabela 38, pode-se observar que a renda familiar dos entrevistados, na
maior parte, está em torno de um a dois salários mínimos, embora exista uma parcela
que apresente uma renda entre três e quatro salários nimos, também existe uma
parcela de pessoas sem renda e desempregados, em geral nas regiões periurbanas e
rurais.
Tabela 39 - Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo utilização de
serviços médicos, em todas as localidades, no período de janeiro a dezembro de 2006
Posto de saúde
Hospital público
Médico
particular
SJP 86,36 7,27 6,37
PA 75,64 15,38 8,98
ITCA 81,69 8,45 9,86
VR 85,96 8,77 5,27
A maior parte dos entrevistados utiliza os serviços públicos de saúde, como
postos de saúde e hospital público. Uma pequena parte, quando tem problemas de
saúde procura atendimento médico particular (tabela 39).
Tabela 40 - Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo disposição dos
resíduos sólidos, em todas as localidades, no período de janeiro a dezembro de 2006
Coleta Incineração Enterrado
SJP 71,82 28,18 -
PA 0 53,85 46,15
ITCA 84,51 15,49 -
VR 80,7 19,3 -
1 SM 2SM 3 SM 4 SM Sem renda
F M F M F M F M F M
SJP 11,82
10,00
23,64
20,91
5,45 14,55
0,91 1,82 5,45 5,45
PA 11,54
14,1 16,67
20,51
- - 3,85 7,69 15,38
10,26
ITCA 23,94
46,48
14,08
5,63 - - 4,23 2,82 2,82 -
VR 33,33
26,32
17,54
7,02 - - 5,26 3,51 3,51 3,51
90
A maior parte das localidades dispõe de coleta de lixo, feita pelo serviço
público, exceto em Porto Almeida, nesta localidade o lixo é incinerado (53,85%), ou
enterrado (46,15%). Grande parte da população incinera o lixo, mesmo nas áreas
onde há coleta regular (tabela 40).
Tabela 41 - Distribuição dos entrevistados, em porcentagem, segundo escolaridade,
em todas as localidades, no período de janeiro a dezembro de 2006.
Entre os entrevistados, houve um predomínio entre as localidades, de pessoas
com primeiro grau incompleto e completo, seguido por pessoas com segundo grau.
Poucos entrevistados possuíam formação superior, e também poucos não eram
capazes de ler ou escrever (tabela 41).
Analfabeto
1º grau
incompleto
1º grau
completo
2º grau
Superior
SJP 2,5 40 30
25 2,5
PA 3 56 24
15 2
ITCA 2 38 30
25 5
VR 2 52 35
10 1
91
6. DISCUSSÃO
6.1. INQUÉRITO DE FLEBOTOMÍNEOS
A LTA no Para persiste especialmente nas regiões norte, e noroeste do
Estado, onde ocorre na maioria dos municípios, inclusive em Itambaracá, localidade
do estudo, que possui um fator agravante, que são as ações antrópicas excessivas
realizadas pelo homem, devido à natureza privilegiada do relevo plano e dos solos
ricos do norte do Paraná. As terras são usadas intensamente para cultivos agrícolas e
os que não adequados ao cultivo, são utilizados para práticas pecuárias, restando
poucos residuais de matas e florestas. Resta pouca cobertura vegetal no Estado de
uma forma geral, que está sendo recuperada aos poucos, devido aos programas
implantados pela Secretaria do Meio Ambiente que incentiva o reflorestamento ciliar
e a criação de corredores de biodiversidade.
Ocorreram também impactos relacionados à construção do complexo
hidrelétrico Canoas I e II, estando a área de estudo mais próxima a Canoas I, no rio
Paranapanema. A construção da hidrelétrica foi implantada cerca de 10 anos,
provocando áreas de desmatamento, locais que foram substituídas por áreas alagadas,
causando sérios problemas de ordem social e econômica, assim como ligados à
transmissão de doenças, que identificados por outros autores (OLIVEIRA, 2006;
PINHEIRO, 2007).
Problemas em relação à transmissão de doenças e dispersão de vetores
foram identificados em outras áreas impactadas por construção de hidrelétricas
(LEMOS, 2004; OLIVEIRA, 2006; PINHEIRO, 2007).
Também que se considerar a presença da pecuária e agricultura nos locais
da pesquisa, que haviam impactado os locais próximos ao rio. As áreas onde se
realizaram as coletas, mais próximas à represa, são procuradas para atividades de
lazer, inclusive pesca, e construção de condomínios e chácaras devido à proximidade
com a represa e a beleza cênica do local.
Cabe salientar, que esta região é muito procurada para atividades de lazer,
incluindo-se pesca e natação, e existe próximo aos pontos amostrados em Porto
Almeida, um campo de futebol, com apoio de área de estar e bar, muito procurados
92
aos finais de semana, estendendo-se ao anoitecer, o que se constitui em fator de risco
para a transmissão da doença.
As matas ciliares foram derrubadas, para dar lugar vastas áreas de inundação.
Com estas modificações acontecendo no ambiente, o deslocamento dos vetores para
os peridomicílios próximos às matas remanescentes, deve ser considerado, tal fato
também já foi verificado em outros trabalhos como de WALSH et al. (1993) e
CAMPBELL-LENDRUM et al. (2001).
Nas margens do rio, o reflorestamento ciliar não foi realizado a contento, e
atualmente existe uma grande área sem vegetação, onde anteriormente existia uma
densa mata ciliar. Possivelmente esta área abrigava anteriormente os vetores, que
com a destruição do habitat natural, acabaram se dispersando para os remanescentes
de matas, ou mesmo pequenos capões de mata, e para os peridomicílios das
residências existentes nas localidades estudadas.
A coleta de flebotomíneos vetores nos peridomicílios foi um indicativo de
que estão em processo de adaptação às novas condições de vida ao meio urbano, com
chances de aumentar a transmissão da doença nesta localidade.
Outros fatores de risco foram identificados, como presença de animais
silvestres, capivaras, gambás entre outros; e também domésticos, como cães, aves
bovinos, suínos e eqüinos, além de matéria orgânica acumulada, proveniente de
esterco de animais, especialmente suínos, que são fatores atrativos aos
flebotomíneos, tanto para repastos, no caso a presença de animais, como para
constituição de criadouros, no caso ambientes ricos em matéria orgânica e ambientes
sombreados.
A hipótese considerada foi verificar se havia adaptação dos flebotomíneos aos
peridomicílios que estão em área de influência das hidrelétricas Canoas I e Canoas II.
Estas áreas também receberam o impacto das ações antrópicas ligadas à
agropecuária. As hidrelétricas causaram impactos ambientais de forma a alterar com
mais intensidade o ecossistema, impactado pelas ações antrópicas descritas,
colaborando para o deslocamento e dispersão dos flebotomíneos, especialmente os
vetores, e sua adaptação aos peridomicílios, nos bairros próximos à área impactada.
Em outras localidades, durante a construção de hidrelétricas de grande porte como
Itaipu, já foi verificada a presença de flebotomíneos vetores (CONSOLIM, 1990).
93
Esta adaptação aos peridomicílios foi verificada com a presença de várias
espécies de flebotomíneos neste ambiente durante a pesquisa, com ocorrência nas
áreas de bairros rurais e patrimônios. Estas espécies, mesmo em pequenas
quantidades, têm sido identificadas como vetores de LTA.
Várias ações antrópicas, como desmatamento de extensas áreas para cultivo e
pecuária, influenciaram neste deslocamento vetorial. Todavia, nesta área,
especialmente, os impactos causados pela hidrelétrica foram determinantes para esta
adaptação. Isto porque aproximou os peridomicílios dos remanescentes de mata onde
se encontram os abrigos naturais dos flebotomíneos, facilitando o contato
homem/vetor.
A tendência desses dípteros é de não se afastarem muito de seus abrigos. Os
experimentos de marcação-soltura-recaptura identificaram que a dispersão é focal e
os deslocamentos, em sua maioria são inferiores a 100m, embora alguns espécimes
possam ser recapturados a distâncias bem maiores (ALEXANDER, 1987;
ALEXANDER e YOUNG, 1992; CASANOVA et al., 2005).
Portanto, em áreas de matas preservadas os flebotomíneos tendem a
permanecer no seu interior tendo-se a ocorrência da LTA associada às mesmas
(LAINSON e SHAW, 1987) e aos trabalhadores em áreas de desmatamento (WHO,
1990).
Na área periurbana da cidade de Itambaracá também foi verificada a presença
de flebotomíneos com capacidade vetorial, as ões antrópicas intensas já citadas,
são possivelmente responsáveis por este deslocamento.
Os fatores climáticos também influenciaram na dinâmica dos vetores, que
apresentaram maior abundância e diversidade durante o ano de 2004, quando
também se verificou a maior média anual de pluviosidade e umidade relativa do ar.
O ano de 2005, exceto pelo mês de janeiro (12,6mm), apresentou-se como um
ano atípico, com períodos de seca prolongados, que se estenderam por sete meses a
partir de janeiro; também nesta época pôde-se observar uma média de umidade do ar,
menor que a média anual e regional. No ano de 2006, também foi observado um
período de seca que se estendeu de março a agosto, com quedas também nos índices
de umidade relativa do ar.
94
Em relação aos flebotomíneos, pôde-se observar uma diminuição na
abundância e diversidade das espécies nos anos de 2005 e 2006, principalmente nas
localidades de SJP e PA, este efeito está possivelmente ligado às alterações
climáticas verificadas nestes dois anos.
Nas três localidades: São Joaquim do Pontal (SJP), Porto Almeida (PA) e
Itambaracá área urbana e periurbana (ITC), num total de 25 pontos amostrados, com
as duas técnicas empregadas, capturou-se 13 espécies, segundo AGUIAR e
MEDEIROS (2003), todas já assinaladas para o Estado do Paraná.
Do total de 3.187 espécimes coletados, 46,28% foram machos e 53,72%
fêmeas, houve predomínio de Ny. neivai (34,36%), Pi. pessoai (32,57%), Mg.
migonei (11,61%) e Ny. whitmani (8,82%), todas consideradas como vetores da
leishmaniose tegumentar americana (PESSÔA et al, 1941; RANGEL e LAINSON et
al., 2003; QUEIROZ et al., 1994; PITA-PEREIRA et al., 2005; ANDRADE-FILHO
et al.,2007).
O predomínio de Ny. neivai, calculado pelo Índice de Abundância das
espécies padronizado (IAEP), observado no presente estudo, nem sempre foi
observado em outras áreas do Paraná. Em alguns estudos, foi Ny. whitmani quem
predominou; na região do norte pioneiro do Paraná em 76,3% (GOMES e GALATI,
1977) e 58,9% (MASSAFERA et al., 2005); no norte em 70% (MUNIZ et al., 2006),
no noroeste com 67,82% (TEODORO et al., 1983). Na região noroeste do PR, em 10
municípios pesquisados, divide a predominância com Ny. neivai (TEODORO, 2006).
Ressalta-se que esta espécie até os estudos de MARCONDES (1996) vinha
sendo considerada como sinônima júnior de Ny. intermedia. Este autor constatou que
no Estado de São Paulo, esta espécie ocorre em áreas litorâneas e Ny. neivai nas
regiões de Planalto.
Neste estudo, para a espécie Ny. neivai capturou-se mais machos do que
fêmeas, e para Mg. migonei, Pi. pessoai e Pi. fischeri mais fêmeas do que machos;
diferenças estas, estatisticamente significantes (p < 0,001) pelo teste do χ
2
, e para Ny.
whitmani embora tenham sido capturadas mais fêmeas do que machos a diferença
não foi significante (p > 0,05). O predomínio de fêmeas, para todas as espécies
capturadas foi verificada em estudo realizado por TEODORO et al. (1993), em
Jussara-PR. A predominância de machos de Ny. neivai, pode indicar a proximidade
95
de criadouros, uma vez que estes tem menor capacidade de dispersão, como foi
identificado em outros trabalhos ( GOMES e GALATI, 1977; GOMES, 1980).
A espécie Ny. neivai, foi a mais abundante, o que pode ser explicado pela sua
adaptação em residuais de mata degradados e em peridomicílios, como também foi
observado em um estudo realizado por AGUIAR et al.(1989) que encontraram um
predomínio desta espécie próximo às residências (48,2%) e relativa abundância na
margem de mata (17,7%).
Foram encontradas diferenças nos índices de diversidade e abundância das
espécies, entre as localidades. Estes índices foram maiores em Porto Almeida, que
pode ser explicado pela existência de áreas de matas preservadas, em relação às
outras duas localidades.
Os dois maiores valores para o índice de abundância das espécies (IAEP)
considerando-se todas as localidades juntas foram para Ny. neivai (0,87) e Pi. pessoai
(0,79), os quais se distanciam das demais espécies Ny. whitmani (0,50), Br.brumpti
(0,41), Mg. migonei (0,35), Pi. fischeri (0,20). Os menores valores foram para: Br.sp
(0,14), Br. cunhai (0,10), Br. nitzulescui (0,07), Ex. firmatoi (0.05), Ev. bacula
(0,03), Si. sordellii (0,02), Mi. ferreirana (0,01), Pa.aragaoi (0,01) e Pa. shannoni
(0,01), estas espécies foram encontradas no Paraná por outros autores (GOMES e
GALATI, 1977; TEODORO et al., 1983; MASSAFERA et al., 2005; MUNIZ et al.,
2006).
Embora tenham sido observadas diferenças entre as localidades, para a
abundância das espécies, os valores mais elevados do IAEP para Ny. neivai e Pi.
pessoai refletem a maior dispersão de ambas, e certa constância de suas maiores
freqüências em relação demais às espécies. Os valores do IAEP corroboram que as
espécies mais abundantes são as implicadas na veiculação da LTA. Todavia faz
exceção, Br. brumpti, espécie que pertence a grupo de flebotomíneos associados à
tocas de tatus (FORATTINI, 1973), o que sugere que estes animais estejam bem
dispersos e freqüentes na área.
São Joaquim do Pontal
De acordo com o setor de Epidemiologia do município, já foram notificados 3
casos autóctones de LTA nesta localidade, nos últimos dois anos, e mais dois casos
96
na Faz. Monte Alto, mais de cinco anos, com recidiva de um deles. A localidade
de São Joaquim do Pontal é a que apresenta maior proximidade com a área de
represamento, sendo a mais próxima da barragem da Hidrelétrica de Canoas I.
Na localidade de SJP, foram identificadas oito espécies diferentes, inclusive
cinco com capacidade vetorial. A maior diversidade, na FMA, pode ser explicada
pela presença de uma faixa de mata; a equitabilidade foi menor, influenciada pelo
predomínio de Ny. neivai, especialmente na Fazenda Monte Alto.
Embora tenha se observado menor freqüência, abundância e diversidade nos
pontos de SJP, que nas outras localidades, foi verificado o predomínio das espécies
vetoras, Ny. neivai, seguida por Pi.pessoai, Ny. whitmani, Pi fischeri, Mg migonei e
ainda foram identificadas Br brumpti e Ev.cortelezzii. Houve predomínio de fêmeas
para Ny. neivai, com diferença estatística significativa, o que potencializa o risco de
transmissão da doença.
Pode-se notar que os índices de diversidade (H) e de equitabilidade (J)
variaram nos pontos de coleta em São Joaquim do Pontal. Na Fazenda Monte Alto, a
diversidade foi maior que no Patrimônio (com maior urbanização) onde somente uma
ou duas espécies foram capturadas.
A maior diversidade observada nos pontos da Fazenda Monte Alto, deu-se,
provavelmente, pela proximidade de uma área de um residual de mata nas
proximidades da colônia, proporcionando áreas de abrigo e também fonte de
alimento para os flebotomíneos, devido à maior presença de animais silvestres e
domésticos, estes fatores são atrativos sobre os flebotomíneos, como foi
identificado no trabalho de TEODORO et al. (1993).
No ano de 2004, em SJP, verificou-se o predomínio da espécie Pi. pessoai em
relação à Ny. neivai. É possível que esta diferença possa ser explicada por ter sido
este um ano mais favorável, com maiores índices de pluviosidade e umidade relativa,
favorecendo os ambientes naturais de matas próximas, e a proliferação de Pi.
pessoai. nos anos seguintes, 2005 e 2006, ocorreram grandes períodos de seca
(fevereiro a agosto), o que parece ter favorecido Ny. neivai, que está mais adaptada
às alterações ambientais.
Porto Almeida
97
Em Porto Almeida, ocorreu alternância de dominância entre as espécies
vetoras mudou de um ano para o outro.
Em 2004, predominou Pi. pessoai (45%), seguida por Mg. migonei (17%),
Ny. whitmani (12%) e Ny. neivai (11%)e Pi. fischeri (3,64%). Durante o ano de
2005, Ny. neivai predominou (0.88%), seguida por Mg. migonei (0,53%), Pi. pessoai
(0,52%), Ny. whitmani (0,19%), Pi. fischeri (0,19%). A maior precipitação em 2004
em relação à de 2005 observada na área poderia explicar essas diferenças na
dominância das espécies de um ano para o outro.
No ano de 2006, Ny. neivai se destaca (31%), seguida por Pi. pessoai (27%),
Ny. whitmani (19%), e Pi. fischeri (1%). Em suma, na localidade de Porto Almeida
ocorreu predomínio de espécies vetoras, com maior abundância para Pi. pessoai
(0.96), seguida por Ny .neivai (0.86), Ny. whitmani (0.64), Mg. migonei (0.55) e Pi.
fischeri (0.26). Houve uma inversão no ponto de coleta PA-balsa, onde houve o
predomínio de Ny. whitmani, e em PA-Favoni e PA-Strambeche, onde predominou
Ny. neivai, nestes dois últimos observou-se a presença de áreas mais degradadas
Este predomínio de Pi. pessoai, pode ser explicado, por existirem nesta
localidade, pontos de coleta em áreas mais preservadas, com presença de áreas
maiores de mata para refúgio dos flebotomíneos. Entre as espécies não vetoras, a
mais abundante foi Br. brumpti (0,55), seguida ou Br. cunhai (0,26), Ex. firmatoi
(0,13), Brumptomyia sp (0,09), Pa. aragaoi e Sc. sordellii (0,04) e Pa. shannoni
(0,02) .
Em uma das áreas do Porto Almeida, Fazenda São José (FSJ) também
predominaram as espécies vetoras, com destaque para Pi. pessoai (61,75%), seguida
por Ny. neivai (12,35%), Mg. migonei (6,63%), Ny. whitmani (6,02%), e Pi. fischeri
com maior proporção de fêmeas, com diferença estatística significativa para Ny
whitmani (p < 0,05) e para as outras (p < 0,0001) fator que aumenta o potencial de
risco da transmissão da doença.
Residências próximas a esta localidade, incluindo a própria sede da fazenda, a
capela, onde são realizadas missas, inclusive no período noturno, favorecem o
contato da população humana com os vetores, aumentado assim o risco de adquirir a
doença. Existe circulação de pessoas na propriedade, entre a área de mata e as
colônias, deslocam-se a pé, ou a cavalo nestes pontos, em horários propícios à
98
atividade vetorial, ou seja, ao entardecer, à noite e ao amanhecer, que se constitui
também em fator de risco.
São realizadas várias atividades de manejo nestes pastos, onde são
encontrados os bovinos de corte. Próximo a uma área de repouso desses animais,
acúmulo de matéria orgânica, fator de atração aos flebotomíneos .
Nesta região verificou-se a maior abundância e diversidade vetorial de todas
as áreas coletadas. Constitui-se, portanto, em uma das áreas de maior risco para a
transmissão da doença, considerando-se o residual de mata preservada, mais a
presença de animais silvestres variados, entre eles capivaras, gambás, roedores, tatus,
canídeos, macacos, entre outros.
Cidade (área urbana), Vila Rural, Pesque-Pague
Na localidade que inclui a cidade e o pesque-pague, foram identificadas 10
espécies, que apresentaram maior diversidade e abundância no matadouro e na vila
rural. Todavia, na Vila Rural a equitabilidade foi bem menor, devido à alta
predominância de Ny. neivai.
No ponto de coleta localizado na cidade de Itambaracá- Matadouro, embora
tenham sido coletados poucos exemplares de flebotomíneos, ocorreram dois casos
autóctones, o que comprova a capacidade da transmissão da doença, mesmo em
condições de baixa densidade vetorial.
Na cidade de Itambaracá foram notificados 5 casos humanos de LTA, nos
últimos 2 anos, dois deles em 2007, ocorrendo, portanto, uma discreta expansão na
transmissão da doença (informação da Secretaria Municipal de Saúde de
Itambaracá).
O que se pode inferir, é que mesmo em condições de baixa densidade do
vetor, a transmissão pode ocorrer. Portanto, se faz necessária e urgente a pesquisa da
fonte de infecção ativa. Não havia na região nenhum dos animais domésticos com
lesões aparentes, mas nas proximidades, existe uma área de mata onde vivem
animais silvestres, como, gambás, roedores e aves.
No ponto da cidade-Abastecedouro, ocorreram apenas dois exemplares de Ny.
neivai. Em localidade próxima a este ponto ocorreu a transmissão de um caso
autóctone de LTA (informação da Secretaria municipal de Saúde de Itambaracá).
99
No ponto de coleta localizado na cidade, denominado Chácara-Joel, existe um
grande número de animais domésticos, incluindo suínos, caprinos e aves domésticas.
Foi encontrada apenas a espécie Ny. neivai, com predominância de
exemplares machos. Esta espécie é mais freqüente em áreas mais degradadas, como é
o caso do ponto descrito.
No ponto de coleta próximo ao matadouro municipal, ocorreram somente
espécies vetoras, com predomínio de Ny. neivai (42,86%), seguida por Pi .pessoai
(35,71%), Mg. migonei (14,29%) e Pi .fischeri (7,14%). O predomínio de Ny. neivai,
em áreas degradadas, como bem caracterizado, ocorreu no local. Houve
praticamente equivalência entre machos e fêmeas, exceto em Pi. pessoai, com
predomínio de fêmeas.
Próximo a este ponto, ocorreram dois casos de LTA, nos últimos três meses.
O que significa a presença de uma fonte de infecção ativa, e com a presença dos
vetores, mesmo em baixa densidade, houve a transmissão da doença. Também
existem no local, fatores de risco que podem propiciar a presença e manutenção dos
vetores, como animais domésticos desde suínos e bovinos até cães e gatos, e grande
quantidade de matéria orgânica originária do Matadouro Municipal, que pode atrair
os vetores.
No pesque-pague da Mata, embora tenha sido observada uma maior
ocorrência de espécies não vetoras, Br. brumpti (74,0%), Brumptomyia sp (2,0%),
Ev. cortelezzii (6,0%), contra as vetoras Mg. migonei (2,0%) e Ny. neivai (16,0%);
em ambas com predomínio de exemplares fêmeas, o local é propício à ocorrência de
vetores, pois existe no local um residual de mata degradada, presença de matéria
orgânica, composta por esterco e resíduos de vísceras de peixes, e ainda uma grande
freqüência de pessoas para atividades de lazer, inclusive em período noturno. Essas
condições podem se constituir em fatores de risco para a doença nesta localidade.
Foram coletadas no ponto Vila Rural Casa 1,VR-C1 somente espécies
vetoras, com predomínio de Ny. neivai (92,33%), esperada devido à degradação
dos residuais de mata existentes nesta área. Também foram detectadas Ny. whitmani
(7,18%) e Pi. pessoai (0,50%). Ainda existe no local uma pequena área de mata que
associada á presença de outros fatores, tais como presença de animais de produção,
100
como suínos e bovinos, de companhia como presença de cães e gatos, e animais
silvestres favorecem o desenvolvimento de flebotomíneos vetores.
As Vilas Rurais no Estado do Paraná, têm sido uma opção para moradias de
trabalhadores rurais nas periferias de cidades com potencial agrícola como é o caso
de Itambaracá. São micro-propriedades, onde é possível cultivar uma pequena área
agrícola e realizar criação de animais em pequena escala. Na localidade amostrada
existe um pequeno residual de mata semi-degradada, porém nesta, como em outras
localidades similares, existe uma potencialização de risco devido a vários fatores
atrativos para os vetores, como fonte de alimentação, produção de matéria orgânica e
locais de abrigos remanescentes.
No ponto VR-C3 foi coletada uma espécie vetora Pi. pessoai, com
predominância de exemplares machos. As coletas foram realizadas próximas a um
chiqueiro da propriedade.
No ponto,VR-mata ocorreram espécies vetoras, entre as quais se destacou Ny.
neivai (69,74%), seguida por Mg. migonei (17,76%), Pi. pessoai (5,26%), Pi. fischeri
(1,32%) e Ny. whitmani (1,32). Nos exemplares encontrados houve predominância
de fêmeas, exceto para Ny. neivai que apareceu em proporção equivalente entre os
sexos.
Neste pequeno residual de mata já degradada, confirmado pela predominância
de Ny. neivai, existem alguns elementos atrativos aos vetores, como presença de
abrigo, áreas com presença de matéria orgânica, umidade, presença de animais
silvestres, como pequenos gambás e roedores, e presença de animais domésticos no
entorno, esta atratividade causada por animais domésticos foi verificada no trabalho
de TEODORO et al.(1993)
Torna-se uma área de refúgio adequada para os vetores. A situação pode
complicar-se, pois nas proximidades além da Vila Rural, está sendo construído um
conjunto habitacional. Assim, parece que esta área se constitui em fator de risco para
a transmissão da doença.
Médias Mensais e Médias Horárias
Mg. migonei
101
A distribuição mensal de Mg. migonei na localidade de Porto Almeida
apresentou picos em agosto, setembro e dezembro de 2007 e agosto de 2005. Nos
outros meses, manteve médias mensais que variaram de 0,12 a 0,78 inseto/armadilha,
tendo ocorrido em praticamente todos os meses do ano, na cidade de Itambaracá
(ITC) foi verificada a maior média nos meses de fevereiro, maio, e setembro de 2005
(1,11). Em São Joaquim do Pontal, com exceção dos meses de novembro e maio,
com médias mensais de 1,0, nos demais meses, as coletas foram nulas. Não houve
coincidência dos picos mais expressivos entre as localidades.
Estes achados são parcialmente concordantes com estudo realizado por
TEODORO et al. (1993), em Terra Boa, noroeste do Estado do PR, na fazenda
Palmital, que encontrou maiores densidades de Mg. migonei em fevereiro, março,
agosto e dezembro. Em outro trabalho de TEODORO et al. (1993), encontrou para
Mg. migonei, picos em abril, maio, agosto, com maior densidades em janeiro.
As médias mais elevadas para Mg. migonei foram observadas nos horário
entre 19:00 e 20:00 horas, na armadilha de Shannon branca, mas apresentou
atividade desde 18:00 até às 10:00 h da manhã do dia seguinte. Em trabalho
realizado por TEODORO et al. (1993), Mg. migonei também começou a aparecer a
partir das 19:00, com picos das 20-22 h, e de 0:00-3:00 h, quando apresentou o
máximo de atividade, decaindo após este horário.
Ny. neivai
Ny. neivai, de um modo geral, pode ser considerada como espécie
predominante, apresentou as maiores médias na cidade de Itambaracá, com grande
ocorrência da Vila Rural, cujos valores mais elevados se observaram em março e
abril de 2004. Outros picos menores ocorreram em julho de 2004 e abril de 2006.
Em São Joaquim do Pontal os valores mensais foram mais homogêneos e
com picos menores do que na cidade de Itambaracá. Os picos ocorreram em
fevereiro e outubro, embora sem apresentar picos de maior importância em outras
épocas do ano, existe uma regularidade na ocorrência desta espécie, o que indica uma
adaptação desta, independendo do clima e da época.
Em Porto Almeida, a maior média para Ny. neivai encontrada foi em agosto
seguida pelas médias de abril e maio.Como ocorrem picos em várias épocas do ano,
102
esta espécie parece também estar adaptada nesta localidade. Não houve coincidência
dos principais picos entre as três localidades. TEODORO et al (1993) observaram
que Ny. neivai apresentou picos em julho, maio, outubro e dezembro; já,
MASSAFERA et al. (2005), na cidade de Bandeirantes-PR, observaram de março a
maio, com pico em abril, coincidindo com o presente estudo.
Para Ny. neivai, a maior média foi registrada às 20:00 h na armadilha de
Shannon preta, com picos subseqüentes na armadilha de Shannon branca, das 22:00
às 23:00, 23;00 às 24:00,4:00 às 5:00, 6:00 às 7:00 e 9:00 às 10:00 h, coincidindo em
parte com os dados MASSAFERA et al. (2005), no município de Bandeirantes,
vizinho à Itambaracá, que observaram atividade de Ny neivai a partir das 18:00 h,
com picos às 19:00 e 21:00, reduzindo um pouco o número de espécies, mas
permanecendo até 23:00, e mesmo em menor densidade continua a ocorrer, com
picos da 3:00 às 5:00 h. TEODORO et al (1993), observaram atividade crescente até
1:00, com oscilações em todo período noturno.
Outra informação divergente, também é a ocorrência desta espécie em
horários matinais, das 5:00 às 10:00 h, diferindo de outros trabalhos como
MASSAFERA (2005) e TEODORO et al. (1993), alterando o conceito de que a
ocorrência deste vetor seria a partir das 18:00 h com atividade até as 23:00 h,
levando a um maior cuidado com a prevenção também nestes horários pela manhã.
Todavia, o predomínio de Ny. neivai observado em Itambaracá divergiu do
encontrado em Bandeirantes, por MASSAFERA et al. (2005) , uma vez que estes
autores encontraram Ny. whitmani como a espécie predominante. AGUIAR et al.
(1989), em Jussara-PR, verificaram a predominância de Ny. neivai, nos
peridomicílios, e na margem e interior da mata de Ny. whitmani.
Ny. whitmani
As médias mais elevadas para Ny. whitmani foram em Porto Almeida (PA),
com picos no ano de 2004, em junho, agosto, setembro e dezembro; outros picos,
menores que os anteriores, ocorreram em 2006 nos meses de março e junho . Esta
espécie também se apresenta bem adaptada ao ambiente, e apresenta picos de
ocorrência em várias épocas do ano, denotando uma adaptação mais antiga.
103
Observou-se em São Joaquim do Pontal apenas um pico mais expressivo em
junho de 2004, coincidindo com o do PA; outros dois picos menores foram
observados em fevereiro de 2004 e novembro de 2005. Na cidade de Itambaracá, o
maior pico ocorreu em março de 2004; em abril e agosto de 2004 apresentou a
segunda maior média, o pico de agosto foi coincidente com um valor elevado de PA .
Em trabalho realizado por TEODORO et al. (1993), em Terra Boa-PR, as
densidades para Ny. whitmani em maio e julho de 1988, outubro de 1989 com picos
em abril e maio e janeiro de 1990, verificaram que esta espécie prevalece no outono
e no verão com pico em março., coincidindo parcialmente com a época de pico, no
presente estudo. Para MASSAFERA et al. (2005), a maior ocorrência de Ny.
whitmani em Bandeirantes, foi de março a maio, com pico em abril, e um pequeno
pico em novembro, coincidindo também parcialmente com o presente estudo.
A espécie Ny.whitmani apresentou atividade a partir das 19:00 h, com picos
das 21:00 às 22:00h ,1:00 às 2:00, 6:00 às 7:00 (SHP),24:00 à 1:00 h ,3:00 às 4:00 ,
4:00 às 5:00 e 6:00 às 7:00 (SHB), ocorrendo em ambas até 8:00h da manhã seguinte
MASSAFERA et al. (2005), observaram que o período de maior atratividade foi de
20:00-22:00 h, com pico das 20:00-22:00 h.. No trabalho de TEODORO et al.
(1993), os maiores picos foram das 2:00 às 3:00,3;00 às 4:00 e 4:00 às 5:00 h.
Neste caso também, foi identificada atividade matinal dos vetores das 6:00
até às 7:00 h , diferindo dos trabalhos de (TEODORO et al., 1993 e MASSAFERA et
al., 2005)
Pi. fischeri
Em São Joaquim do Pontal, as coletas foram nulas. Na localidade de Porto
Almeida ocorreu em praticamente todos os meses, com picos mais expressivos em
setembro de 2004 e de 2005; outros picos ocorreram em dezembro de 2004, abril de
2005 e março de 2006. Na cidade de Itambaracá, ocorreu nos meses de agosto de
2004 e 2005 e abril de 2006, nos demais meses as coletas foram nulas. No estudo de
Teodoro et al (1993), em Jussara-PR, Pi. fischeri preponderou na mata, e ocorreu em
todos ambientes. Foram observados picos de ocorrência em setembro, janeiro e
outubro, apresentando densidades mais elevadas no verão. Esta espécie também
apresentou picos em várias épocas do ano, demonstrando uma boa adaptação, como
as anteriores.
104
Pi. fischeri, apresentou picos das 18:00 às 19:00 h, 24:00 à 1:00, 3:00 às 4:00,
4:00 às 5:00, 5:00 às 6:00 e 6:00 às 7:00 h na coleta em armadilha de Shannon
Branca (SHB), e também das 22:00 às 23:00 h, 24:00 à 1:00,2:00 às 3:00, 3:00 às
4:00,5:00 às 6:00 e 6:00 às 7:00 h em armadilha de Shannon Preta (SHP).
TEODORO et al (1993), verificaram, que Pi. fischeri, apresentou um crescimento
contínuo até 1:00, observando-se oscilações durante o período noturno.
Pi. pessoai
As médias mensais mais elevadas de Pi. pessoai ocorreram na localidade de
Porto Almeida (PA), com picos em intervalos de 4 a 6 meses ( agosto e dezembro de
2004, abril e outubro/2005 e abril de 2006), sendo o maior deles em dezembro de
2004. Em São Joaquim do Pontal (SJP), as médias mais elevadas ocorreram a
intervalos de 10 e 12 meses, maio de 2004 e maio de 2005 e em fevereiro de 2006.
Na cidade, os valores foram muito reduzidos, com o mais elevado em dezembro de
2004. Não houve sincronismo dos picos entre as três localidades. Assim como as
anteriores, esta espécie também apresentou adaptação ao ambiente.
Nos estudos de TEODORO et al. (1993) e MASSAFERA et al. (2005, Pi.
pessoai apresentou baixa freqüência, 0,3% e 2,2% do total, divergindo do atual
estudo, onde Pi. pessoai correspondeu a 32,37% do total de espécies coletadas.
Pi. pessoai apresentou intensa atividade durante as coletas, apresentando
picos das 18:00 às 19:00, 21:00 às 22:00,24:00 à 1:00, 3:00 às 4:00, 4:00 às 5:00 e
9:00 às 10:00 h (SHB),20:00 às 21:00 ,1:00 às 2:00, 3:00 às 4:00,e 6:00 às 7:00 h
(SHP).
Esta grande freqüência apresentada, assim como atividades em vários
períodos horários indicam um fator de risco em relação a esta espécie, que não tinha
sido identificada, nesta área, devido à sua baixa densidade da ocorrência encontrada
deste vetor anteriormente.
6.2 Inquérito humano
As coletas do sangue feitas durante a semana e aos finais de semana puderam
contemplar a população de uma forma mais homogênea, pois foi possível incluir
também as pessoas que trabalhavam durante todos os dias da semana.
105
Houve uma boa participação da comunidade no intuito de colaboração com a
pesquisa, uma vez que em São Joaquim do Pontal, exceto uma família e dois
homens, todas as pessoas convidadas concordaram em participar. Na Vila Rural e
área do pesque-pague e na periferia da cidade todos abordados aceitaram participar
da pesquisa.
Em relação às faixas etárias, observou-se um predomínio de coletas na faixa
etária de 31-40 anos (28,28%), seguida da faixa de 41-50 (21,55%), 21-30 (19,53)
18-20 (12,12%), 51-60 anos (10,44%), 61-70 anos (4,71%) e 70 anos ou mais
(3,37%). A faixa de 18 -20 anos (12,12%) contemplou um intervalo de três anos, ao
passo que nas demais o intervalo foi de pelo menos 10 anos. Todavia chama a
atenção a menor freqüência na faixa de 21-30 (19,53%), comparada com a de 31-40
anos (28,28%) e 41-50 anos (21,55%).
A prevalência nos reagentes em RIFI mais elevada e estatisticamente
significativa na etnia parda, sobretudo entre os homens em relação à branca talvez
possa ser explicada, por esta população também corresponder à maioria
especialmente em SJP, e o fato da maior prevalência do sexo masculino, seria por
praticarem a pesca com mais freqüência que as mulheres, especialmente em horários
vespertinos e noturnos.
A prevalência de reagentes anti-leishmânias encontrada na população
amostrada de 297 indivíduos (6,73%) foi pouco inferior à encontrada por SILVEIRA
et al. (1996) no noroeste do Paraná (8,67%); todavia considerando-se apenas os
reagentes sem história pregressa de leishmaniose, a observada no presente estudo foi
um pouco mais elevada (5,46%) do que a destes autores (4,01%).
No presente estudo, a prevalência de anticorpos anti-leishmânia mais elevada
em mulheres 8,15% em relação à dos homens 5,56%, embora sem significância
estatística, contrasta com os dados de SILVEIRA et al. (1996) que encontrou em uma
população de 136 moradores de fazendas em municípios de Jussara e Terra Boa, a
noroeste do Paraná, com histórico de leishmaniose, uma freqüência de 75,7% do
sexo masculino e 24,3% no sexo feminino.
Os resultados da presente investigação,ainda contrastam com estes autores,
em relação às faixas etárias mais atingidas, pois enquanto no noroeste do Paraná as
maiores freqüências foram encontradas nas faixas que vão de 10-19 até 50-59 anos
106
de idade, em torno de 18% cada uma delas, e de apenas 6,6% na faixa de 60-69 anos,
no presente estudo, a freqüência de casos na faixa de 61-70 anos e de 71 e mais anos
foi de 20,0% e 25%; e a prevalência 33,3% e 50,0%, respectivamente. Como os
resultados encontrados foram em IgG, e não IgM, que caracterizaria introdução
recente, pode-se inferir que estas pessoas da faixa etária mais avançada, tiveram uma
exposição mais antiga aos agentes.
A prevalência de reagentes em São Joaquim do Pontal foi mais elevada
(8,39%) do que nas duas outras localidades, Porto Almeida (5,81%) e Itambaracá
(4,41%).
Embora a diferença entre estas prevalências não seja estatisticamente
significante, em São Joaquim do Pontal, área com maior influência ambiental da
construção das hidrelétricas, ainda sobraram muitos remanescentes de matas, onde os
vetores podem se abrigar, principalmente próximos aos domicílios, entrando em
contato com os moradores à noite, pois a maior prevalência na população feminina
da infecção sugere transmissão em ambiente domiciliar.
Na população amostrada, o fato de uma prevalência de soro reagentes
encontrada ser relativamente elevada (6,73%) em contraste com os poucos casos
encontrados (4) decorre do fato da área ser endêmica, com a existência de leishmânia
circulante, associada à presença de vetores, tal como encontrados nas capturas e,
portanto, os moradores estariam submetidos a picadas dos flebotomíneos, que se
infectados podem lhes transmitir a infecção, tornando-os então reagentes, porém sem
doença aparente. Este efeito foi verificado em outras localidades como em Jussara
e Terra Boa (PR) e em Jacarepaguá (RJ) (SILVEIRA et al., 1990; MARZOCHI et
al., 1980).
Vale lembrar que RIFI pode apresentar respostas cruzadas entre leishmaniose
tegumentar e outras doenças, como a doença de Chagas, como foi verificado por
alguns autores (GUIMARÃES et al.,1974; FURTADO, 1980) e o Paraná foi área
endêmica para a doença de Chagas muitos anos atrás, estas reações cruzadas
poderiam estar acontecendo em pessoas de idade mais avançada, em SJP, onde
observou-se um maior número de reagente em RIFI, na faixa etária maior que 70
anos.
107
Segundo FURTADO (1980), os títulos de RIFI diminuem ou desaparecem
após o tratamento, ou seja, a resposta ao teste poderia ser usada como forma de
controle à cura clínica da doença. No entanto, divergindo do trabalho citado,
observamos no presente estudo, dois indivíduos na localidade de SJP que tiveram
LTA, mais de 10 anos e apresentam títulos de Anticorpos de classe IgG em RIFI
80 e 160, um deles, realizou novo tratamento recentemente, devido à uma suspeita de
recidiva da doença, embora sem manifestações de lesões. Outro indivíduo mostrou-
se reagente a RIFI, com título de Anticorpos de classe IgG de 160, mesmo pouco
tempo após o tratamento com glucantime.
É oportuno lembrar, contrapondo FURTADO (1980), que foram
observados pacientes reagentes em RIFI, mesmo quatro anos após o tratamento
(MARZOCHI, 1980), assim como parasitas foram encontrados em lesões tratadas
(SCHUBACH et al., 1987).
Uma pessoa no presente trabalho, apresentou comprometimento buco-
faríngeo correspondendo a 5% dos reagentes, apresentando, portanto, valores
aproximados aos encontrados por SILVEIRA et al. (1996).
Em estudo realizado nas cidades Jussara e Terra Boa no norte do Paraná,
10,3% apresentavam lesões e 2,9% comprometimento buco-faríngeo, no momento da
investigação, foi isolada Leishmania sp de quatro lesões, uma delas foi identificada
com L.(V.) braziliensis, pela técnica de anticorpos monoclonais (SILVEIRA et
al.,1996).
Em outro estudo realizado em Mariluz (PR), foram investigadas 38 pessoas,
71% do sexo masculino, quatro com lesões cicatrizadas, 10 em cicatrização e 24 com
lesões ativas, foi realizada a RIFI em 30 pacientes, sendo que 22 (73%) apresentaram
Anticorpos da classe IgG com título 40.A L.(V.) braziliensis foi isolada de lesões
cutâneas no trabalho de LONARDONI (2006).
Os casos reagentes na presente pesquisa ocorreram em pessoas de ambos os
sexos e várias faixas etárias, que podem indicar a transmissão intra ou peridomiciliar,
como já verificada em outras localidades.
Os fatores de risco identificados foram: a área que a população habitava
impactada por ações antrópicas principalmente ligadas à agropecuária, e também está
em área de influência de uma hidrelétrica; existência de residuais de matas próximos
108
aos domicílios, assim como vários animais domésticos de criação, como bovinos,
suínos e aves, de companhia como cães e gatos e silvestres como gambás, preás,
tatus e capivaras, entre outros. Os moradores têm hábito de pescar, andar em matas e,
portanto, ficam mais expostos aos vetores, coletados e identificados em grande
abundância e diversidade nas áreas próximas à residuais de matas, e coletados
também, embora em menor abundância, em áreas urbanizadas (SILVEIRA et al.,
1999; LIMA et al., 2002; CASTRO, 2002).
Para confirmação de diagnóstico e caracterização de espécies parasitas,
podem ser usados testes moleculares como a PCR, que também foi realizada no
presente trabalho, para a tentativa de caracterização da espécie de Leishmania
(PAIVA et al., 2006). Todavia no presente estudo, não se obteve sucesso, pois o
creme leucocitário correspondente às amostras de soro reagentes para Ac de classe
IgG, em RIFI submetidas ao PCR revelaram-se negativas. Poderiam ter sido colhidos
outros materiais de eleição como biópsia das lesões, para serem submetidas à PCR,
talvez com mais sucesso nos resultados, pois na LTA, os agentes estão presentes nas
áreas ativas das lesões.
6.3. Inquérito na população canina
A coleta de sangue foi realizada em 285 animais, destes 73,68% eram
machos. Embora tenha sido uma amostra a mesma, quase abrangeu a totalidade da
população canina, correspondendo a cerca de 80 -100 % dos animais de acordo com
a localidade. Os animais coletados eram domiciliados nos locais onde foi realizada a
coleta humana, nas localidades estudadas.
Os animais não apresentavam lesões compatíveis com LTA, e alguns deles
eram domiciliados em localidades onde ocorreram casos da doença, indicando que
nessas áreas o cão não tenha papel como reservatório de agentes de Leishmaniose
cutânea. Dos animais coletados, 18,6% apresentavam em torno de três anos, mas a
idade dos cães variou de 1 a 9 anos, sendo as menores freqüências para os animais
com menos de um ano ou com mais de sete anos.
Em estudo realizado em Mariluz (PR), também houve predominância de
machos, e a idades dos animais foi bastante variável. Dos 126 cães investigados, 75
109
eram machos, com idade variando de 6 meses a 14 anos (LONARDONI et al., 2005).
No entanto a predominância de fêmeas foi obtida em Lomba do Pinheiro (RS), com
três casos humanos de LTA, foram coletadas amostras de 200 animais (91 machos)
(JESUS et al 2006).
A maior parte dos cães amostrados no presente estudo (86%) não possuía raça
definida, ocorreram também outras raças, como pinsher, pastor, rotweiller, poodle e
fila.
Das 285 amostras de sangue coletadas em cães, foram reagentes pela RIFI,
5/285 amostras (1,75%), em diluição de 1:40. A diluição 1:40 é considerada como
ponto de corte para considerar o animal como reagente, como já observado em outros
trabalhos (SAVANI, 1998; ZANZARINI et al., 2005, JESUS et al., 2006,
LONARDONI, 2006).
No trabalho de Lomba do Pinheiro (RS),desenvolvido por JESUS et al.
(2006) como neste estudo, os animais não possuíam lesões sugestivas de LTA, e
somente um dos cães era domiciliado junto a caso positivo de LTA humana, obteve
como resultado positivo 7 animais em 200 amostrados (3,5%). No presente estudo
foram encontrados 5 animais positivos em 285 coletados (1,75%), sendo, portanto,
equivalente à metade da do estudo anterior.
No estudo de Mariluz (PR), dos 126 cães investigados, 24 (19%)
apresentaram títulos para Anticorpos da classe IgG 40 em RIFI, 20 cães tinham
lesões sugestivas de LTA, e todos estes foram reagentes em RIFI. Em sete
localidades rurais situadas em região autóctone de LTA a noroeste do Estado do PR,
foram estudados 67 cães, 14 deles apresentaram lesões, destes, três casos com
resultado positivo à pesquisa direta do parasita, e dos 11 remanescentes com lesão, 9
tiveram RIFI reagente. Dos 53 cães que não apresentaram lesões, 25 (47,2%), foram
reagentes na RIFI para LTA, com títulos 40 (ZANZARINI et al., 2005).
A ausência de lesões sugestivas de LTA no presente estudo parece explicar as
diferenças nas taxas de prevalência em relação aos dois estudos acima mencionados,
embora alguns cães do presente estudo estivessem domiciliados em casas onde
ocorreu caso humano de LTA. Assim, os resultados deste trabalho, são mais
semelhantes ao de Lomba do Pinheiro (RS), onde os cães investigados também não
possuíam lesões sugestivas de LTA (JESUS et al., 2005). Porém a presença de cães
110
sem lesão e com sorologia reagente para LTA, tem sido citada por vários autores, em
localidades como Paracambi e Itaipu (RJ), e nos trabalhos realizados em localidades
endêmicas em várias cidades a noroeste do PR (PIRMEZ et al.1988, MADEIRA et
al. 2000; SANTOS,et al. 2005; LONARDONI et al.,2006).
Em trabalho realizado no município de São Paulo, foram coletadas amostras
de 973 cães errantes que não possuíam lesões sugestivas de LTA, submetidos à RIFI,
e todos os resultados foram negativos, o que sugere a inexistência de infecção nestes
animais, e sua pouca importância na transmissão desta doença na cidade de São
Paulo, onde a Leishmania sp, parece estar circulando em áreas de matas e parques
entre mamíferos e vetores silvestres, às quais, os cães errantes não têm acesso
(SAVANI,1998).
Outros trabalhos têm identificado a participação de cães no ciclo de
transmissão destes parasitos, relacionando a presença de cães infectados com a
ocorrência da doença em humanos (FALQUETO et al., 1986; OLIVEIRA-NETO et
al.,1988; BARBOSA et al.,1999), mas a baixa prevalência encontrada segundo os
resultados de RIFI em outros trabalhos como de JESUS (2006) que encontrou 3,5%,
ou nenhuma prevalência como, em estudo na cidade de S.Paulo em grande número
de animais (SAVANI,1998), assim como neste estudo, de 1,75%, indicam que o cão
tem pouca importância na transmissão da LTA.
A maior parte dos animais reagentes no presente trabalho foi observada em
SJP, para os dois testes realizados. Pelo EIE/ ELISA, foram reagentes 47 animais
(16,5%), dos quais, 36 machos (76,6%) e 11 fêmeas(23,4) foram reagentes. O teste
Elisa demonstrou-se mais sensível na detecção dos cães reagentes à LTA que a RIFI,
também utilizada no presente trabalho. Alguns autores consideram como
infectados, cães reagentes em uma das duas técnicas (BARBOSA et al., 1999). Em
trabalho realizado comparando RIFI com EIE/ELISA, para detecção de LVA,
conclui que o EIE/ELISA forneceu mais resultados falso-positivos, quando se
estabeleceu novo ponto de corte a partir de eluatos negativos, e que a RIFI, não deve
ser substituída por EIE/ELISA (SILVA, 2005). O uso de pelo menos dois testes
sorológicos, podendo ser o RIFI e EIE/ELISA, seria prudente para a detecção da
infecção por Leishmania segundo KANETO (2001).
111
Considerando-se a população de cães no presente trabalho, ou seja de 285
animais, foram reagentes para Ac totais pela RIFI (“cutt-off” 40), 5 animais
(1,75%), e através da EIE, foram detectados 47 animais reagentes (16,49%). Embora
como já foi discutido acima, pode haver um número maior de falsos positivos, reação
cruzada, e o ELISA/ EIE é uma reação mais sensível, enquanto que a RIFI é uma
reação mais específica.
Verificou-se uma sensível diferença entre os métodos, e talvez fosse
interessante realizar um inquérito em áreas paralelas e com transmissão ativa para
comparação dos resultados.
Inquérito sorológico nesta espécie pode ser útil para indicar possíveis cães
reagentes a partir de RIFI, e colher material para exames diretos, cultura e PCR para
possível identificação da Leishmania sp, circulante na área, uma vez que vetores
foram identificados em todas as localidades amostradas, assim como notificados
casos humanos autóctones.
Todos os cremes leucocitários coletados correspondentes às amostras dos
soros reagentes à anticorpos totais na RIFI foram submetidos à PCR, todavia, todas
as amostras apresentaram resultados negativos. Como citado para a população
humana, outros protocolos poderiam ser tentados, a partir de material mais indicado
como biópsia das lesões, para a detecção da Leishmania sp presente na região em
estudo.
6.4. Inquérito nos Equídeos
Foram coletadas amostras de sangue de 50 animais 24 fêmeas e 38 machos. O
local onde se coletou o maior número foi no Porto Almeida (68%). Em São J. Pontal
e vila rural foram igualmente coletadas amostras de 8 animais .
As faixas etárias de maior ocorrência entre os animais coletados foram de 8-9
anos (28%), 6-7 e 10-11 anos (20%), e 12-13 anos (8%), em geral são animais de
trabalho e são observados em idades de oito até onze anos quando são mais
produtivos.
Entre os eqüinos amostrados, prevaleceram os animais cruzados, ou sem raça
definida, SRD (60%), seguidos pelos mestiços quarto de Milha (30%). Também
112
foram coletadas amostras de muares (8%) e mestiços manga larga (2%). Também
foram coletadas amostras de muares (burros e mulas), bastante utilizados na região
Dos animais coletados, 7/50 (14%) deles apresentaram-se reagentes à RIFI,
com tulo de anticorpos totais 40 e 43/50 (86%) animais, não reagentes. Cinco
destes animais eram de localidades onde havia notificação de caso humano de LTA.
A soro-prevalência encontrada neste trabalho, difere bastante da encontrada
por NUNES (2001) em área de transmissão de LTA e LVA, em Assentamento do
Incra na Serra da Bodoquena, Estado de Mato Grosso do Sul, onde de 65 animais
amostrados em bom estado nutricional e sem lesões aparentes, nenhum se mostrou
soro reagente à Ac totais pela RIFI.
6.5. Inquérito Sócio-Econômico e Cultural:
Os questionários foram aplicados a 316 pessoas, em todas as localidades,
incluindo São Joaquim do Pontal (SJP), Porto Almeida (PA), Cidade (ITC) e Vila
Rural (VR), sendo 155 (49%) do sexo feminino e 166 (52,5%) do sexo masculino,
para avaliação dos possíveis fatores de risco em relação à transmissão da
leishmaniose tegumentar (LTA), nas localidades amostradas.
Houve predominância da etnia branca, principalmente na população em ITC,
com média de 73,2 % entre as localidades, exceto na VR, na qual a freqüência da
etnia branca foi de 52,6%, A etnia parda aparece em segundo lugar, com maior
ocorrência na Vila Rural (31,6%), apresentando-se em média com a freqüência de
26,15% em PA e SJP, sendo bem menor em ITC (9,8%). A etnia negra foi a menos
numerosa entre as três, apresentando uma freqüência média de 14,25% em SJP e VR,
e média de 2,7% em ITC e Porto Almeida.
Esta predominância da etnia branca, seguida da parda e negra, também foi
verificada em trabalho de inquérito humano realizado por NUNES (2001), com
freqüências de 63,9%, 27,7% e 8,4%, respectivamente.
Nas localidades estudadas, entre os entrevistados do sexo masculino
predomínio da ocupação com a agricultura na faixa de 25 a 50%, existem também
ocupações como diaristas, balseiros, motoristas, administradores, funcionários
públicos, comerciantes e aposentados, numa faixa de 3 a 10 %; para o sexo feminino,
destaca-se a ocupação com o lar 10 a 30 %, seguida pela ocupação de estudante (10 a
113
20 %), o trabalho rural, professoras, costureiras e aposentadas apresentaram média de
3,18% a 5,0 % ,e trabalho no comércio e agricultura em torno de 1,2%. Estas
ocupações de uma forma geral, também foram encontradas por SANTOS et al (2000)
em um trabalho, focalizando fatores sócio econômico-culturais, na localidade de
Corte de Pedra no sul da Bahia.
Nas três localidades onde foi desenvolvida a pesquisa, predominam as
atividades ligadas à agricultura, e também à pecuária, inclusive em atividades como
trabalhadores volantes, e sempre a população está em contato com áreas de matas ,
pois é uma região onde existem vários remanescentes, ainda que degradados.
A maior parte da população vive em casas de alvenaria com reboco, exceto
em S.J. Pontal, onde existem também as casas de alvenaria sem reboco, e casas de
madeira em menor quantidade. Predomina a cobertura com telhas de barro, em torno
de 80 a 90% em todas as localidades, mas existem as moradias cobertas com telha de
amianto (Eternit) 4 a 10%, e coberturas improvisadas de madeira pintada, e
também um fator a ser observado é que as casas não têm forro, o que facilitaria o
acesso de vetores.
Em estudo realizado por NUNES (2001), predominaram as telhas de amianto
(95,2%), em relação às de barro (4,8%), provavelmente devido à característica
provisória, ou de baixa renda do assentamento, este tipo de cobertura, sem forro
também facilita o acesso de vetores.
Observa-se no presente estudo, que a maioria das famílias dispõe de banheiro
interno nas casas, modificando a tradição das “privadas”, ou “casinhas”, que eram
sanitários construídos no exterior das casas, geralmente em madeira, sobre uma fossa
séptica. O fato dos sanitários serem no exterior da casa, em conjunto com a matéria
orgânica, seria um fator de atração aos vetores, pode-se dizer que, com a construção
dos banheiros internamente às casas, este risco diminuiu bastante.
no trabalho de NUNES (2001), verifica-se que em grande parte das
moradias (49,4%), os sanitários constituem-se em privadas, a maioria com parede e
piso de madeira, com fossa embaixo, e cobertura de telha de amianto, ou sem
cobertura, o que facilita o acesso dos vetores, principalmente durante o uso
crepuscular e noturno.
114
No presente estudo, a maior parte das casas fazendo-se uma média entre as
localidades, possui de quatro a cinco cômodos, e de três a cinco habitantes por casa.
Média semelhante foi encontrada no estudo de NUNES (2001) em MS, com maior
freqüência de quatro a cinco cômodos, e de dois a cinco habitantes por casa. No
estudo de Santos et al. (2000), na Bahia, encontraram uma freqüência maior para
mais de cinco habitantes por casa.
No presente estudo, bovinos e suínos foram mais encontrados nas áreas
periurbanas e rurais (de zero até dez animais na média), e mesmo nestas áreas, a
maior quantidade de animais é do grupo das aves de postura ou de engorda, em
média de 10 até 50 animais. Os eqüinos aparecem em menor quantidade, de um a
três, mesmo na zona urbana da cidade. Os animais de companhia como cães e gatos,
também estão presentes em todas as localidades, de zero até três animais em média.
No estudo de NUNES (2001), também foi verificada a presença de bovinos e
suínos, com maiores freqüências por lotes do assentamento de um até dez animais,
eqüinos também até três animais, aves até 30 animais, e caninos e felinos, em uma
média de zero a três animais. No estudo de SANTOS et al. (2000), só ocorreram cães
e gatos, encontrados em mais de 50 % das residências, e isto pode ser explicado por
se tratar de uma zona urbana e populosa.
A maior parte dos entrevistados, nas localidades, mora em casas com quatro a
cinco cômodos, com médias para as localidades de 28,5% e 35,8% respectivamente,
apresentando resultados semelhantes, no estudo de NUNES (2001), predominaram as
casas com quatro a seis cômodos, e no estudo de SANTOS et al. (2000), de dois a
seis cômodos.
Nas localidades, em relação ao número de habitantes por casa, predominam
as casas com quatro a seis pessoas, mas podem ser vistas desde uma até nove pessoas
por casa. No estudo de NUNES (2001), ocorreu desde uma até cinco pessoas por
casa com freqüências semelhantes.
A maioria das casas na área periurbana e rural possui um anexo à residência,
geralmente, para o abrigo de animais, como galinheiro, chiqueiro ou curral. Na
cidade existem poucos anexos, mas podem ser observados galinheiros.
Percebe-se que os homens realizam mais atividades externas como pescar,
caçar, entre outras ligadas a reservas florestais e de matas, do que as mulheres,
115
exceto na Vila Rural , onde as mulheres também realizam, com freqüências
semelhantes este tipo de atividades
O hábito de fumar e beber e mais freqüente entre os homens de São Joaquim
do Pontal e Itambaracá. Ambos os hábitos tem freqüências semelhantes nos dois
sexos, em Porto Almeida e na Vila Rural, é mais freqüente entre as mulheres. A
bebida e cigarro em excesso, principalmente em locais de pescaria, e outras
atividades de lazer, leva a um certo torpor, este estado de insensibilidade poderia
fazer com que as pessoas não sentissem as picadas dos vetores, aumentando a
exposição desta população.
Verifica-se que a maior parte dos entrevistados, em ambos os sexos, tem
condições de ler e escrever, em detrimento de uma pequena parte que o consegue
realizar estas atividades.
Observa-se que a maior parte das pessoas entrevistadas não conhece a doença
Leishmaniose Tegumentar. Incluindo sua transmissão, tratamento e prevenção, e
também poucas pessoas conhecem alguém que já teve ou tem a doença.
Uma pequena amostra dos entrevistados apresenta lesões, cicatrizes ou
sintomas sugestivos de LTA. Todos os entrevistados que apresentaram sinais ou
sintomas são de origem da cidade de Itambaracá.
Pode-se observar que a renda familiar dos entrevistados, na maior parte, está
em torno de um a dois salários mínimos, embora exista uma parcela que apresente
uma renda entre três e quatro salários mínimos, também existe uma parcela de
pessoas sem renda e desempregados, em geral nas regiões periurbanas e rurais.
Resultado diverso foi encontrado por NUNES (2001), onde a maior parte da
população entrevistada estava desempregada.
A maior parte dos entrevistados utiliza os serviços públicos de saúde, como
postos de saúde e Hospital público. Uma pequena parte, quando tem problemas de
saúde procura atendimento médico particular.
A maior parte das localidades dispõe de coleta de lixo, feita pelo serviço
público, exceto em Porto Almeida, nesta localidade o lixo é incinerado (53,85%), ou
enterrado (46,15%). Grande parte da população incinera o lixo, mesmo nas áreas
onde há coleta regular.
116
Entre os entrevistados, houve um predomínio na média entre as localidades,
de pessoas com primeiro grau incompleto e completo, seguido por pessoas com
segundo grau, poucos entrevistados possuíam formação superior, e também poucos
não eram capazes de ler ou escrever.
A população de uma forma geral desconhece os aspectos da transmissão da
LTA, e como existe um conjunto de fatores de risco, como a presença de espécies
vetoras,com atividades inclusive em horários matinais, em todas as localidades;
presença de remanescentes de matas, que servem como abrigo aos vetores; de
animais domésticos, de matéria orgânica, até pela presença de acúmulo de esterco e
esgotos a céu aberto; e ainda não há proteção nas casas,
Assim é necessária uma intervenção na comunidade para realização de um
trabalho de educação em saúde objetivando a prevenção da doença. Como sugestão
foi indicada a composição de material educativo, como cartazes, livretos e panfletos.
Também foi sugerida a realização de palestras de conscientização, com
equipes do serviço de saúde e parceria com as instituições de ensino superior,
utilizando-se de métodos áudios-visuais, demonstrando o quanto a doença pode ser
grave, através de fotos de pessoas acometidas em estágios avançados da doença,
enfatizando-se que se diagnosticada precocemente, a doença tem tratamento gratuito
e cura.
Outras medidas podem ser tomadas como:
- Remoção de remanescentes de mata muito próximos aos domicílios, com
menos de 300 m, colocações de telas nas portas e janelas, pulverização periódica nas
casas com inseticidas, principalmente em períodos quentes, com maior umidade,
- Afastamento de construções e instalações destinadas à animais domésticos
como galinheiros, chiqueiros e currais, assim dejetos e matéria orgânica a mais de
300 m da residência.
- Utilizar proteção individual, como repelentes de insetos, ou roupas com
proteção em atividades de trabalho, lazer, pescarias, em horários de maior atividade
dos vetores, no caso das 18:00 23:00 h, até o amanhecer, assim como em locais
com presença de animais silvestres, especialmente gambás, roedores, preguiças, entre
outros.
117
- Evitar locais como margens de matas, onde as espécies vetoras são mais
abundantes. Procurar o serviço de saúde em qualquer sintoma sugestivo de LTA,
como lesões na pele ou mucosas.
7. CONCLUSÕES
No município de Itambaracá, Paraná, na área de influência do complexo
Hidrelétrico Canoas I e II foram identificados casos autóctones de LTA em todas as
localidades estudadas e os possíveis determinantes na transmissão da doença podem
ser:
ocorreu adaptação dos flebotomíneos vetores aos ambientes peridomiciliares,
com o predomínio das espécies implicadas na veiculação dos agentes da LTA
nestes ambientes, após desmatamentos provocados por ações antrópicas
ligadas à agricultura e pecuária e alterações ambientais provocadas pela
construção das hidrelétricas na região;
existem fatores de atração aos flebotomíneos tais como: animais silvestres
(gambás, tatu, macacos e outros) e domésticos (cães, gatos, aves, suínos,
bovinos e eqüinos), em todas localidades;
existência de instalações para criação dos animais, com presença de muita
matéria orgânica próximas às residências, em geral a menos de 300 metros.
as ocupações da população nas localidades são ligadas à agricultura e
pecuária, como atividades próximas a remanescentes de mata;
são realizadas atividades de lazer, como caçar, pescar e nadar em áreas de
potencial risco de transmissão;
casas sem proteção contra a entrada de vetores e estão relativamente
próximas à remanescentes de matas, ou instalações para animais domésticos;
a população em geral desconhece os aspectos da transmissão e prevenção da
LTA e não desenvolve ações preventivas em relação ao contato com os
flebotomíneos;
permanência no peridomicílio, principalmente das mulheres, que residem há
longo tempo nas localidades.
118
Em relação às variáveis climáticas: Os fatores climáticos também
influenciaram na dinâmica dos vetores, que apresentaram maior abundância e
diversidade durante o ano de 2004, quando também se verificou a maior média anual
de pluviosidade e umidade relativa do ar.
Em relação à fauna flebotomínea identificou-se que:
compõe-se de 15 espécies, com predomínio das vetoras de agentes de LTA:
Ny. neivai, que foi a mais abundante, seguida de Pi. pessoai, Ny. whitmani,
Mg. migonei e Pi. fischeri;
a maior riqueza de espécies e abundância foi observada na localidade de
Porto Almeida, na Fazenda São José, devido à presença de mata bem
preservada;
as espécies vetoras apresentaram picos de ocorrência em várias épocas do
ano, demonstrando que estão bem adaptadas às áreas em estudo;
em geral, Ny. neivai apresentou as maiores médias. Abril destaca-se como um
dos meses de freqüências mais elevadas para as três localidades. Sua maior
média horária foi registrada das 19:00-20:00 h, mas mostrou-se ativa até às
10:00 h da manhã. Pi. pessoai foi a segunda mais abundante e Ny. whitmani,
a terceira, não apresentaram um padrão comum de sazonalidade entre as
localidades. Ambas apresentaram atividade a partir das 19:00 h, com o maior
pico das 06 – 07 h da manhã; e
um fator importante que difere de outros estudos, diz respeito à ocorrência
dos vetores em horários das 4:00 9:00 h da manhã. Portanto, deve ser
considerada a prevenção, como o uso de repelentes também nestes períodos.
Em relação aos Inquéritos de soro-prevalência das populações amostradas:
a prevalência de soro-reagentes humanos a anticorpos da classe IgG, em
RIFI, considerando-se os títulos 40, foi de 6,73%, sem diferença
estatisticamente significante entre os sexos. Todavia foi bem mais elevada na
etnia parda do que na branca, com diferença estatisticamente significante,
sobretudo para os homens. A maior parte dos indivíduos reagentes tem idade
acima de 41 anos, e a maior prevalência foi observada na faixa de 71 anos ou
mais;
119
a localidade de São Joaquim do Pontal apresentou a maior prevalência,
seguida Porto Almeida e Itambaracá. Todavia a diferença nas prevalências
não foi estatisticamente significante;
na população canina amostrada constatou-se a razão machos/fêmeas de
2,8:1,0, com predominância de cães sem raça definida e na faixa etária de 3-4
anos. Apenas cinco cães foram reagentes em RIFI, com título de Ac totais
40, resultando em uma soro-prevalência de 1,75%;
no Ensaio Imuno Enzimático (EIE), 47 cães foram reagentes, resultando soro-
prevalência de 16,49 %. A maioria dos animais reagentes foi identificada em
São Joaquim do Pontal (SJP), seguida pela Vila Rural e Porto Almeida;
EIE/ELISA no presente estudo mostrou-se 89,4% mais reagente que a RIFI;
nos 50 eqüídeos amostrados a razão machos/fêmeas foi de 3,17:1,0,
predominaram os animais sem raça definida e com idades de 8-9 anos. Sete
animais foram reagentes a Ac totais em RIFI, com título 40, resultando em
uma prevalência de 14 %; a elevada prevalência de reagentes em eqüídeos
sugere a possibilidade de seu emprego como animais sinalizadores na
detecção precoce da circulação da leishmânia na área.
Em relação ao inquérito molecular:
todos cremes leucocitários (CL) correspondentes às amostras dos soros
reagentes a anticorpos da classe IgG em humanos e Ac totais em caninos e
eqüinos, em RIFI, foram submetidos à PCR e resultaram negativos . Portanto
não foi possível determinar a Leishmania spp circulante pelo protocolo
utilizado;
Sobre o inquérito sócio econômico-cultural e das condições ambientais:
a maior parte da população entrevistada pertence à etnia branca, com renda
em torno de dois a quatro salários mínimos, idade variável, predominando a
faixa de 30-50 anos, com ocupações na sua maioria voltadas à atividades
agrícolas e pecuárias, com nível de escolaridade de ensino fundamental e
médio, em geral habitam casas de alvenaria, com telhas de barro e piso de
cimento e possuem anexos à casa, na maior parte, galinheiros e chiqueiros;
120
os entrevistados, habitam áreas com matéria orgânica nas proximidades ou
próximas a residuais de matas e de vegetação arbustiva;
muitos realizam atividades de lazer como passeios em matas, pesca e caça, e
também tem hábitos de sair à noite;
em relação à presença de animais, nas áreas urbanizadas predominam cães,
gatos e aves e nas rurais, cães, aves, suínos, bovinos e eqüinos;
a maior parte da população entrevistada, desconhece os aspectos ligados à
transmissão e prevenção da LTA. São necessárias, portanto, ações de
intervenção nas localidades;
sugere-se sensibilizar a população em áreas de risco, esclarecendo os aspectos
da transmissão, sintomas e prevenção à doença, através de palestras, folhetos
e ação local dos órgãos de saúde e parcerias com instituições de ensino;
deve-se enfatizar a prevenção individual, como o uso de repelentes uso de
roupas de mangas compridas e calças, em atividades de trabalho ou lazer,
especialmente nos horários de maior atividade dos flebotomíneos a partir das
18:00 h até o amanhecer e a qualquer período do ano;
como ações ambientais, recomenda-se a remoção de capões de mata muito
próximos aos domicílios, telas nas portas e janelas, pulverização periódica
nas casas com inseticidas, principalmente em períodos quentes, com maior
umidade. Manter afastados galinheiros, chiqueiros e currais, assim como
dejetos e matéria orgânica por aproximadamente 250 m da residência.
121
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1961.
136
ANEXOS
ANEXO 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
Título da Pesquisa: Estudo Epidemiológico da LEISHMANIOSE
TEGUMENTAR AMERICANA (LTA) e de fatores determinantes para a sua
transmissão no município de Itambaracá, Estado do Paraná, Brasil, em áreas
limítrofes de regiões alagadas e impactadas pelo complexo hidrelétrico Canoas I e
II (Divisa dos Estados PR e SP), no período de 2005 - 2006
Sou professora das Faculdades Luiz Meneghel de Bandeirantes, Paraná e
aluna do curso de Pós Graduação em Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública
da Universidade de São Paulo. Sob a orientação da professora Eunice A. Bianchi
Galati estamos realizando uma pesquisa na região de Itambaracá, que será tema de
minha tese de Doutorado, sobre uma doença chamada de leishmaniose, mais
conhecida como “ferida brava”, porque aparece como feridas na pele e às vezes na
boca e nariz. Também pode ocorrer em cães e cavalos.
As feridas são difíceis de sarar sem um tratamento correto, que é feito com
injeções de remédio próprio para a doença, aplicadas pelo posto de saúde.
Esta doença é causada por parasitas muito pequenos, só possíveis de serem
visto no microscópio, que penetra no sangue pela picada de um mosquito conhecido
como “birigui”, “mosquito palha” ou “asa dura”.
Quando a fêmea do mosquito pica um animal que tem os parasitas no sangue
e depois pica uma pessoa, ela pode transmitir a doença ou não para esta pessoa. E,
é possível saber se ela foi contaminada pelos parasitas se for feito um exame do seu
sangue. Isto é importante saber, porque estes parasitas, às vezes, não causam a ferida
na hora da picada, mas podem ficar no corpo e depois de alguns anos, aparecem as
feridas na pele, na boca ou no nariz , deixando cicatrizes profundas ou deformações
nas partes afetadas.
Para realização desta pesquisa, faremos coletas de insetos em alguns lugares,
para ver se ocorrem os mosquitos que transmitem esta doença.
137
Para sabermos se as pessoas estão ou foram infectadas pelos parasitas
teremos que colher uma amostra de 10ml de sangue de veia delas, que provocará um
certo desconforto, mas nenhum risco.
Também colheremos sangue dos cães e cavalos. Das pessoas que tiverem
feridas difíceis de curar, teremos que colher material destas feridas para saber se o
parasita da ferida brava está presente. Se houver feridas em animais, o material
também deverá ser colhido.
Também iremos fazer algumas perguntas sobre dados pessoais do(a)
Senhor(a) e como o Sr.(a) vive.
A coleta de sangue ou do material das feridas se for o caso, será feita por
pessoas treinadas, com material descartável, não oferecendo nenhum risco de passar
doenças.
Não haverá custo para o(a) Sr(a) para a realização dos exames, e o Sr.(a)
receberá o resultado.
Somente ao Senhor ou à Senhora será entregue o resultado dos exames. Para
a publicação da pesquisa, o resultado do seu exame somente será divulgado na forma
de número, ou seja, não aparecerá o seu nome, nem o seu endereço. Usaremos os
resultados para divulgar o trabalho, mas seu nome nunca será citado.
Caso encontremos a doença no Senhor (a) estaremos indicando um local
para que seja tratado. A sua participação é muito importante pois os resultados irão
permitir que façamos muitas coisas para prevenir a doença.
Assim, convido o(a) Senhor(a) para participar desta pesquisa. Caso concorde
em participar da pesquisa, pedimos a gentileza de responder a algumas questões e
assinar o termo, em anexo.
Se não desejar participar da pesquisa não haverá problema algum e mesmo
participando o(a) Sr(a) estará livre para desistir a qualquer momento.
Esclarecemos que os resultados serão úteis para orientar as pessoas sobre a
prevenção da doença, encaminhar os casos detectados para tratamento no posto de
saúde local e desenvolver ações de educação e prevenção contra essa grave doença,
evitando que se transmita em nosso meio.
Caso o Sr.(a.) queira obter mais informações sobre a pesquisa encontram-se
abaixo nossos endereços e telefones.
138
Desde já, agradecemos a sua participação.
Eu, abaixo descrito e assinado, declaro que fui esclarecido(a) sobre a pesquisa e
concordo em participar da mesma, respondendo a questões que forem formuladas e
autorizo a retirada de material biológico do meu corpo, sangue, e se necessário,
fragmento de lesão(ões) para o diagnóstico de leishmaniose.
Nome: ______________________________________________________________
Endereço:____________________________________________________________
Cidade: Estado:
Documento:__________________________________________________________
Data: _____/_______/________ Itambaracá - PR
_________________________
Assinatura
MARIZA FORDELONE ROSA CRUZ EUNICE A BIANCHI GALATI
Profa Msc Adjunta/Doutoranda FSP/USP Professora Doutora
Faculdade Estadual Luiz Meneghel- UNESPAR Faculdade de Saúde Pública-USP
Departamento de Med. Veterinária Departamento de Epidemiologia
Br 369 / Km 2 Tel: (43) 542-8040 Av. Dr. Arnaldo, 715, São Paulo
End. (Res).R. Alcides S. Guerra, 215 Tel. (11) 3066 7786.
Tel. (Res) (43) 542-2286- Bandeirantes Pr E-mail: [email protected]
E-mail: fordello @ usp.Br
139
ANEXO 2
QUESTIONÁRIO EPIDEMIOLÓGICO – LEISHMANIOSE N.___
CADASTRO DOS MORADORES LOCALIDADE: __________________
01. Lote n.__Casa ___02. Data __/__/__ 03. Entrevistador__________________
04. Nome: _________________________________________________________
05.Endereço:________________________________________________________
06. Sexo: M( ) F ( ) 07 . Cor:_____________ 08. Data
Nascimento:___/___/____
09. Filiação:
Pai__________________________________________________________
Mãe_________________________________________________________
10. Relação com o chefe da família:
Próprio ( ) Esposo (a) ( ) Filho (a) ( ) Enteado (a) ( ) Neto (a) ( ) Genro ( )
Nora ( ) Pai ( ) Mãe ( ) Empregado (a) ( ) Outro vínculo ( ) _________
11. Tempo de residência: ________12. Local de origem: _____________________
13. OcupaçãoPrincipal:_________________________________________________
14. Ocupação secundária/extra: __________________________________________
15. Horários de trabalho: _______________________________________________
16. Locais de trabalho: mata ( ) pasto( ) capoeiras ( ) plantações ( )
margem rio/ córregos ( ) currais( ) pocilgas ( ) aviários ( ) piscicultura ( )
outros( )_________
17. Local onde costuma fazer necessidades fisiológicas:
Banheiro: dentro casa ( ) Fora de casa ( ) Outro ( ) especificar: ________
Privada de fossa: no quintal ( ) sobre curso d’água ( )
A céu aberto em : quintal ( ) plantação ( ) mata ( ) cerrado ( ) mato ( )
18. Local onde costuma tomar banho:
Banheiro: dentro casa ( ) fora de casa ( )
Rio ( ) Riacho ( ) Rego d’’agua ( ) Lagoa ( ) Açude ( ) outro ( ) ________
19. Atividades de lazer:
Caça ( ) horário : ______________ Locais: _________________________
Pesca ( ) horário : ______________ Locais: _________________________
Caminhadas próx. matas ( ) horário : ______________ Locais: _____________
140
Passeios / matas/ cachoeiras ( ) horário : ______________ Locais: _________
Acampamentos/ rancho ( ) horário : ______________ Locais: __________
Atividades esportivas: futebol ( ) vôlei ( ) natação ( ) outros ( ) _______
horário : ______________ Locais: _________________________________
20. Localização da residência :
Próximo a : córregos ( ) matas ( ) curral ( ) chiqueiro( ) galinheiro ( ) água
céu aberto ( ) minas ( ) açude ( ) fossas ( ) capoeiras, mato ( ) outros ( ) ___
21. Hábitos alimentares:
Alimentos Regular
As vezes Esporadicamente
Nunca Quantidade
/diária
Carnes /peixe
Aves e ovos
Cereais/ Pães
Frutas/ doces
Verduras/legumes
Leite e derivados
Cigarro /fumo
Álcool
Aspectos clínicos:
22. Apresenta cicatriz compatível com leishmaniose tegumentar pregressa?
Não ( ) Sim ( ) Onde? _____________Número:___________________
23. Apresenta cicatriz compatível com leishmaniose tegumentar?
Não ( ) Sim ( ) Onde? ________________Número:___________________
24. Apresenta manifestação clínica compatível com leishmaniose visceral?
Não ( ) Sim ( ) Quais? ___________________________________________
25. Alguma pessoa da família ou amigos já tiveram sintomas de leishmaniose?
Não ( ) Sim ( ) Quem? ___________________________________________
26. Se houver sintomas compatíveis com leishmaniose, qual possível local de
infecção?Pescaria ( ) Caçada ( ) Passeios ( ) Prática esportes ( ) Outros ( )
horário : ___________ Locais: _____________________________________
141
27. Outras pessoas que freqüentaram as mesmas localidades apresentaram sintomas?
Não ( ) Sim ( ) Quem? __________________________________________
28. Tinhaconhecimento de como se transmite a leishmaniose?
Não ( ) Sim ( ) Como? ___________________________________________
29. Tinha conhecimento de como se previne e trata a leishmaniose?
Não ( ) Sim ( ) Como? ___________________________________________
30. Tem conhecimento de como proteger a casa ?
Não ( ) Sim ( ) Como? ___________________________________________
31. Tem informação sobre algum local onde alguém contraiu a doença?
Não ( ) Sim ( ) Onde? __________________________________________
ANEXO 3
QUESTIONÁRIO EPIDEMIOLÓGICO
CADASTRO DAS RESIDÊNCIAS E DA PROPRIEDADE N. __________
01. Localidade:____________ 02. Data: ___/___/____ 03.Entrevistador : ______
04.Proprietário: _____________________________________________________
05.Endereço: _______________________________________________________
06. Condição da casa:
Própria ( ) Alugada ( ) Cedida ( ) Compartilhada ( ) ______________
07. N. de Cômodos da casa: _______ 08. N. de pessoas: _______
09. Faixa etária anos ( colocar o n. entre parentes):
até 01 ( ) 01-05 ( ) 05-12 ( ) 12- 18 ( ) 18-35 ( ) 35-60 ( ) 60 ou + ( )
10. Nomes/idade:
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
11. N. de pessoas por dormitório: _________________
12. Material da casa:
Alvenaria com reboco ( ) Alvenaria sem reboco ( ) Lona Plástica ( )
Pau-a-pique ( ) Madeira ( ) Misto ( )__________________________
142
Telhado: telhas de barro ( ) Amianto ( ) Palha ( ) Lona plástica( )
Madeira ( )
Forramento: Laje ( ) Com forro madeira ( ) Sem forro ( )
Com frestas ( ) Sem frestas( ) Telas nas janelas/portas : Com ( ) Sem ( )
Piso alvenaria ( ) piso madeira ( ) piso terra ( ) outro : ( ) _____________
Banheiro: material ( ) banheiro madeira ( ) privada/fossa madeira ( )
13,Localização casa:
Próximo: matas ( ) plantação ( ) qual: _______________ capoeira ( ) mato ( )
Pomar/arvores frutíferas: ( ) tipos de árvores:__________________________
Próximo: chiqueiro( ) galinheiro( ) canil ( ) esterqueira ( ) estábulo( )
tulha( )
Próximo a: córrego ( ) riacho ( ) rego d’água ( ) represa( ) mina( ) poço( )
14. Tipo de iluminação:
Luz elétrica ( ) origem _______________ Lampião a gás ( ) Lamparina ( )
Lampião a querosene ( ) Vela ( ) Outro ( ) especificar: ________________
15. Aparelhos eletrônicos:
Geladeira ( )Rádio ( ) Freezer ( ) TV ( ) Liquidificador ( ) Fogão a gás ( )
Outro ( ) Especificar: _____________________
16. Meios de Comunicação:
Telefone em casa ( ) Telefone Comunitário ( ) Telefone Celular ( )
Rádio Amador ( ) Outro ( ) Especificar: _________________________
17. Meios de locomoção:
Bicicleta ( ) Caminhão ( ) Trator ( ) Carro ( ) Moto ( ) ônibus ( )
Carroça ( ) Outro ( ) Especificar :______________________________
143
18. Presença de anexos domiciliares:
Anexos/material Piso parede Cobertura
Galinheiro
Pocilga
Abrigo Carneiro
Abrigo eqüinos
Paiol
Barracão
Tulha
Privada fossa
Outro (especificar)
19. Área da Propriedade em hectares (______________)
20. Animais domésticos: Quantidade
Bovino ( )
Eqüinos ( )
Suíno ( )
Ovino ( )
Caprino ( )
Aves ( )
Caninos ( )
Felinos ( )
Outros ( )
Especificar:_________________
21. Principais culturas: Quantidade em sacas por ano
Milho ( )
Arroz ( )
Feijão : tipo___________( )
Soja ( )
Algodão ( )
144
Mandioca ( )
Outro: ( )
Especificar:__________________
22. Possui Pomar: sim ( ) não ( )
Citar as árvores frutíferas:
23. Possui Horta: sim ( ) não ( )
CONDIÇÕES DE SANEAMENTO DOMICILIAR E PERIDOMICILIAR
24. Abastecimento de água:
Rede ( ) Poço caseiro ( ) Poço artesiano ( ) Mina ( ) Açude ( )
Poço semi-artesiano ( ) cisterna ( ) Córrego ( ) rio ( ) represa ( )
Outro: Especificar _______________________ ( )
Maneira armazenamento de água: ____________________________________
25. Como a água chega até a casa:
Canalizada interna completa ( ) Coleta em casa vizinha ( ) Poço ( )
Torneira/entrada ou /terreno ( ) Coleta no rio, açude ou fonte ( ) chafariz ( )
Outro: Especificar: ____________________
26. Destino dos dejetos:
Banheiro interno ( ) Privada de fossa ( ) Exposto a céu aberto ( )
Outro: Especificar ____________________________ ( )
27. Destino do Lixo:
Incineração ( )Exposto a céu aberto ( ) Enterrado ( ) Coletado ( )
Outro: especificar :_______________________________
28. Tratamento de água:sim ( ) Especificar: ____________________ não ( )
29. Local de lavar utensílios :
_____________________________________________
30: Local de lavar roupas :
________________________________________________
SITUAÇÃO SÓCIO-ECONÔMICA ( CHEFE DA FAMÍLIA)
Nome: ____________________________________________________________
Sexo: M ( ) F ( ) 29. Idade ( ) 30. cor ____________________
145
31. Escolaridade
Chefe Cônjuge Filhos Outros
Analfabeto ( ) ( ) ( ) ( )
1° grau incompleto ( ) ( ) ( ) ( )
1° grau completo ( ) ( ) ( ) ( )
2° grau incompleto ( ) ( ) ( ) ( )
2° grau completo ( ) ( ) ( ) ( )
3° grau incompleto ( ) ( ) ( ) ( )
3° grau completo ( ) ( ) ( ) ( )
32. Pode ler por exemplo uma revista ou um jornal
sim ( ) não ( )
33. Atividade econômica:
Emprego: ( ) Especificar:________________________________
Vive de Renda ( ) Especificar:______________________________
Aposentado: ( ) Desempregado: ( )
34. Renda Familiar:
< 1 SM ( ) = 1 SM ( ) >1 SM ( ) = 2 SM ( ) = 8 SM ( ) = 10
SM ( )
= 20 SM ( ) > 20 SM ( ) outro: Especificar: _______________________
35. Pessoas que contribuem para a renda familiar:
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
36. Em caso de doenças procura:
Hospital ( ) Posto de Saúde ( ) Benzedeira ( ) Farmácia ( )
Outro: Especificar: __________________________________________
37. Participação de Grupos comunitários:
cooperativa ( ) Especificar: ______________________________
Grupo religioso ( ) Especificar: ____________________________
Associação ( ) Especificar: _______________________________
Outro: ( ) Especificar: ___________________________________
146
ANEXO 4
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DOS ANIMAIS PARA COLETA DE SANGUE
FICHA n. ___________________ Espécie: _______________________
Localidade:______________________ Data:________________________
Amostra N._______________ e N_______________
Raça: _____________ Sexo: M ( ) F ( ) Idade:____________
Cor da pelagem:_________________
Sinais particulares: ______________________________________________
Proprietário
:_______________________________________________________________
Endereço:
_________________________________________________________________
Nome do animal:___________________________________________________
Obs:_____________________________________________________________
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DOS ANIMAIS PARA COLETA DE SANGUE
FICHA n. ___________________ Espécie: _______________________
Localidade:______________________ Data:________________________
Amostra N._______________ e N_______________
Raça: _____________ Sexo: M ( ) F ( ) Idade:____________
Cor da pelagem:_________________
Sinais particulares: ______________________________________________
Proprietário
:_______________________________________________________________
Endereço: ___________________________________________________________
Nome do animal:_____________________________________________________
Obs:________________________________________________________
147
ANEXO 5
TERMO DE CONSENTIMENTO PARA COLETA DE MATERIAIS
BIOLÓGICOS DE ANIMAIS:
Estudo Epidemiológico da LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA
(LTA) e de fatores determinantes para a sua transmissão no município de
Itambaracá, Estado do Paraná, Brasil, em áreas limítrofes de regiões alagadas e
impactadas pelo complexo hidrelétrico Canoas I e II (Divisa dos Estados PR e
SP), no período de 2005 - 2006
Eu, abaixo descrito e assinado, autorizo a retirada de materiais biológicos
( sangue,lesões ou outros), dos animais de minha propriedade, necessários para o
desenvolvimento da pesquisa sobre Leishmaniose em nossa região, autorizando que
o material seja usado em métodos de diagnóstico da doença.
Nome: _____________________________________________________________
Idade: Sexo: Cor: Idade:
Endereço:_____________________________________________________
Cidade: Estado:
Documento:___________________________________________________
Data: _____/_______/________ Itambaracá - PR
_________________________
Assinatura
148
ANEXO 6
TERMO DE CONSENTIMENTO PARA COLETA ENTOMOLÓGICA:
Eu, abaixo descrito e assinado, autorizo a coleta entomológica (de flebotomíneos),
em propriedade sobre a minha responsabilidade, através da colocação de armadilhas
ou outras formas que se fizerem necessárias, para o desenvolvimento da pesquisa
sobre Leishmaniose em nossa região, autorizando que o material seja usado em
métodos de identificação dos vetores desta doença.
.
Nome: _____________________________________________________________
Idade: Sexo: Cor: Idade:
Endereço:_____________________________________________________
Cidade: Estado:
Documento:___________________________________________________
Data: _____/_______/________ Itambaracá - PR
_________________________
Assinatura
MARIZA FORDELONE ROSA CRUZ Eunice A Bianchi Galati
Aluna de Pós Graduação Professora Doutora
Faculdade de Saúde Pública, USP Departamento de Epidemiologia
Av. Dr. Arnaldo, 715, São Paulo, SP Faculdade de Saúde Pública-USP
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149
ANEXO 7
CÁLCULO DO INDICE DE ABUNDÂNCIA DAS ESPÉCIES (IAE) E INDICE
DE ABUNDÂNCIA DAS ESPÉCIES PADRONIZADO (IAEP)
O índice de abundância das espécies (IAE), é calculado após obtenção do
ranking de cada espécie, em cada ecótopo. O ranking é estabelecido em cada
ecótopo, ou seja, ponto de captura. Em cada ecótopo, numera-se as espécies em
ordem crescente, sendo que aquela a receber o número 1 é a espécie mais
abundante,2 a seguinte e assim sucessivamente, se houver empate entre duas ou mais
espécies, estas recebem o número médio entre elas. Após estabelecer o ranking em
cada ecótopo, realiza-se a somatória de cada espécie, considerando-se todos os
ecótopos.
Para o cálculo do IAE (Índice de abundância das espécies), é necessário
tabular todos os ecótopos em uma planilha no programa EXCELL, nas linhas
nominando-se as espécies, e nas colunas os ecótopos. Primeiro realiza-se o ranking,
tabulando a quantidade total de cada espécie, somando-se machos e
fêmeas,capturados em cada ecótopo, no final da tabela é necessário inserir uma
coluna para a somatória dos ranking de cada espécie. O segundo passo é contar o
número de ecótopos (caselas), que não houve ocorrência das espécies, e obter-se a
somatória em uma coluna no final da tabela. O terceiro passo é obter-se o valor de C,
que é o maior ranking (quantidade) obtido na tabela, considerando-se todas as
espécies. O valor de K, é igual ao número de ecótopos, que no trabalho, foi igual a
21. Com todos os valores calculados, é necessário então aplicar-se a fórmula:
IAE= índice de abundância das espécies : IAE = a + Rj/K
Após calculo do IAE, calcula-se o IAEP (Índice da abundância das espécies
padronizado. IAEP = C - IAE/C-1
Onde: Rj = somatória do ranking de cada espécie
K= Número de ecótopos
A= número de caselas vazias x C
C= maior ranking obtido, considerando todos os ecótopos.
150
ANEXO 8
CALCULO DO ÏNDICE DE DIVERSIDADE DE SHANNON (H), E INDICE DE
EQUITABILIDADE DE PIELOU (J)
O índice de Shannon (H),indica a diversidade das espécies, quanto maior o
índice, maior a diversidade, ou seja, maior o número de espécies encontrado, na área
coletada.
H= - Σ
ΣΣ
Σ freqx (logn freqx)
O índice de Pielou (J), indica a equitabilidade entre as espécies coletadas, ou
seja, mais semelhante é a quantidade coletada das espécies presentes . Quanto menor
o índice J, maior o equilíbrio entre as quantidades das espécies encontradas,melhor
seria a equitabilidade.
J= H/lognat (s) s= espécies
151
ANEXO 9 - FIGURAS
Figura 1: Vista Aérea da cidade de Itambaracá, área central , praça da Igreja
Matriz – Itambaracá – 2007
Figura 2: Localização do Estado no Paraná na Região sul do Brasil
152
Figura 3: Mapa do Estado do PR,
com a localização da 18º Regional de Saúde,
onde está o Município de Itambaracá.
Figura 4: Localização do Município de Itambaracá,
no conjunto dos municípios da 18 Regional de Saúde-
Norte do Paraná.
153
Figura 5: Localização do Município de Itambaracá, em relação ao complexo
Hidrelétrico Canoas I (7) e Canoas II (8) (setas)
Figura 6 : Mapa de Itambaracá visualizando as áreas de coleta , Região Central,
Periférica e Rural
Cidade e Vila Rural
Porto Almeida
São Joaquim do Pontal
154
Figura 7: Vista Parcial de Canoas I Figura 8: Vista Parcial- Rio Paranapanema
Figuras 9 e 10: Armadilha Automática Luminosa- tipo CDC
Figuras 11 e 12: Aspiração em barraca de Shannon modificada branca e preta
155
Figuras 13 e 14 : Coleta de sangue humana
Figuras 15 e 16: Coleta de sangue em caninos
Figuras 17 e 18 : Coleta de sangue em eqüinos
156
Figuras 19 e 20: Aplicação de questionários
Figuras 21 e 22: Lesões ativas da LTA.
Figuras 23 e 24: Lesões cicatrizadas de LTA pós-tratamento.
157
Figura 25:Mapa de localização dos pontos de captura em São Joaquim do
Pontal.(SJP)
158
Figura 26- Mapa de localização dos pontos de captura em Porto Almeida
159
Figura 27- Mapa de localização dos pontos de captura emItambaracá (urbana),
Vila Rural e Pesque-pague
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