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convencional e tradicional das regras gramaticais. Também, muitas vezes, pedia a opinião dos
alunos sem uma discussão prévia do texto, sem eles terem interpretado o que o autor quis dizer.
De acordo com Kleiman (1992), essa atitude “queima a etapa da leitura” (Kleiman, 1992:21),
uma vez que, segundo a autora, o docente solicita, primeiramente, a opinião do aluno sem ter
feito um trabalho anterior: a discussão do ponto de vista do autor.
Após e durante a reflexão sobre minha prática de ensino, entendendo que a reflexão é um
processo contínuo, busquei embasamento teórico para auxiliar meu aluno na construção dos
significados do texto. Porém, desta vez, parti do pressuposto que o significado é construído na
interação pelos envolvidos na leitura, juntamente com seu conhecimento de mundo.
Sendo assim, procurei alinhar-me com a prática do pensar alto em grupo (Zanotto, 1998),
utilizada como instrumento pedagógico e, ao mesmo tempo, como instrumento metodológico de
coleta de dados. Essa prática evidencia o quão importante é a participação do aluno para
construirmos, em conjunto, o significado do texto. De acordo com Zanotto (1998), é durante essa
prática social de leitura que ocorre “um ‘pensar alto’ colaborativo em grupo na construção dos
significados do texto” (1998:20).
A técnica do pensar alto em grupo, tido como recurso pedagógico e instrumento de
pesquisa, vem sendo utilizada não somente nesta pesquisa, mas também nos estudos sobre
metáfora (GEIM), coordenado pela Profª Drª Mara Sophia Zanotto, o qual tem por objetivos:
investigar com leitores reais, em contexto natural, como se dá o processo de construção das
múltiplas leituras e verificar como se caracteriza a natureza indeterminada do produto dessa
construção. Além deste trabalho, podemos observar que outras dissertações de mestrado (Ferling,
2005; Pozzeti, 2007; Bárbara, 2007) e teses de doutorado (Nardi, 1999; Lemos, 2005), as quais se
referem à área de leitura, utilizam a técnica do pensar alto em grupo. No que se refere a esta
pesquisa, diferentemente das dissertações e teses apontadas, o pensar alto em grupo está sendo
mais direcionado por mim por usar perguntas que têm o objetivo de mediar a utilização das
estratégias para a construção das leituras. Acredito que isso ocorre pela dificuldade que os alunos
encontram com a leitura de textos em uma outra língua.
Também, relacionadas ao pensar alto, a mediação e a orquestração serão de grande valia.
De acordo com Kleiman (1992), é durante a interação ou “durante a conversa sobre aspectos
relevantes do texto” (Kleiman, 1992: 24) que o leitor o compreende. Para tanto, é preciso que o
professor se conscientize do seu importante papel no processo de ensino-aprendizagem do aluno:
ele é o mediador. Principalmente, quando o aluno está no estágio inicial de leitura, o professor o