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UEM - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CCE – CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS
DFI – DEPARTAMENTO DE FÍSICA
MFI – MESTRADO EM FÍSICA
“CARACTERIZAÇÃO ELETR0 – ÓPTICA DE CRISTAIS LÍQUIDOS
DISPERSOS EM MATRIZ POLIMÉRICA”
Manoel Messias Alvino de Jesus.
Orientador: Prof. Dr. Paulo Ricardo Garcia Fernandes
Co-Orientadora: Profa. Dra. Hatsumi Mukai
Banca examinadora:
Prof. Dr. Paulo Ricardo Garcia Fernandes
Profa. Dra. Hatsumi Mukai
Prof. Dr. jean Jacques Bonvent
Dissertação de Mestrado
apresentado ao Departamento de Física
da Universidade Estadual de Maringá
Maringá, maio de 2005
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Às razões de minha vida: minha mãe, Nivalda e minha esposa Dorotéia,
que me apoiaram nessa caminhada, dedico este trabalho.
II
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Agradecimentos
Agradeço, em primeiro lugar a Deus, por me permitir chegar até aqui me
fortalecendo a cada obstáculo dessa caminhada.
Ao Professor Paulo Ricardo, pelo empenho e profissionalismo no qual me orientou
nesse período de aprendizado e pelas inesquecíveis lições de vida.
À Professora Hatsumi, pelo apoio, suporte teórico e amizade.
Ao meu grande amigo Ivan, por toda ajuda em meu aprendizado experimental e,
sobretudo, pela amizade sincera.
À minha amada amiga Fran Sato, pela companhia em dias felizes e melancólicos.
Às amadas amigas Kelly e Gisele pelo apoio e o carinho de sua amizade.
À minha amiga Lessa, pela fé em meu potencial e pelo amor fraterno que nos une.
Ao Grupo de Fluidos Complexos do Departamento de Física, em especial ao amigo
Ricardo Jaguara, e os Professores Perseu Santoro e Antonio Palangana.
Meus irmãos: Maury, Marcio, Mario; e minha irmã Maria.
Aos amigos: Daniel Missão, Paulo Missão, João Missão, Angélica Sossai Missão,
Carlos Missão, Glória, Maria Aparecida, Fátima, Simone, Cido, Marcio, Welinton,
Viviane, Prof. Marcos César Danhoni Neves, César augusto,pelo apoio.
A minha “step mother” Maria P. Missão.
Aos sobrinhos : Ana Maria, Mariana, Victor Hugo, Juliana, André, Marcelo,
Andréia, Michel, Vanessa, Priscila,
Aos amigos do MFI, pelos momentos juntos.
À minha Mãe pelo exemplo de dedicação e vida.
À Dorô, pelo simples fato de existir no mesmo mundo que eu.
À CAPES pelo suporte financeiro.
Agradecimentos especiais.
À Professora Alaíde Pelegrine Mamanna, pela contribuição fundamental em
espectroscopia dielétrica e pelas lições técnico-cientifico e moral.
Ao amigo Marcos Mamoru, pelo suporte científico, apoio experimental e,
sobretudo pelas lições técnicas.
Ao CenPRA (Centro de Pesquisas Renato Archer) pelo suporte técnico-
experimental e aos amigos que lá conheci.
Ao Professor João Campos, pelo carinho da amizade e por fazer-me enxergar que
pobreza não é pré-requisito para felicidade.
Ao grande amigo Jorge Sato, pela amizade paterna, e sua esposa Shirley Sato,
pelo carinho materno.
A Akiko Nisida
Aos amigos Antonio Recco e Mirian Recco, por toda a ajuda que me deram ao
longo de minha vida
À meus camaradinhas Leonardo Guido e Lucas de Jesus.
À meus queridos sobrinhos, João Victor Missão, Gabriele Guido, Daniele Sossai
Missão, minha fé e esperança em seus crescimentos abençoado e guiado por Deus.
III
“Aquele que habita, no esconderijo do altíssimo
à sombra do onipotente descansará” Sal.91
IV
RESUMO
Ao longo de décadas, os cristais líquidos vêm sendo utilizados quase que
exclusivamente em dispositivos eletro-ópticos tais como mostradores de informações
(displays) e sensores. A caracterização de tais dispositivos torna-se possível, sobretudo
em função de suas propriedades físicas anisotrópicas. Embora pesquisas em cristais
líquidos liotrópicos (CLL) apresentem peculiaridades intrigantes do ponto de vista
científico, o interesse nessa classe de cristais líquidos é bastante focado para o estudo de
sistemas biológicos, tendo em vista o fato de que apresentam estruturas semelhantes a
muitos componentes orgânicos como o sangue, membranas celulares e mitocôndrias.
Porém, a aplicação de CLL em mostradores não constitui, necessariamente, uma
barreira intransponível e sim um gratificante desafio para os pesquisadores da área,
levando-se em consideração, sobretudo, o fato de que CLL possuem um custo muito
inferior a cristais líquidos termotrópicos (CLT) com caracterização e produção
relativamente simples.
Os CLL são formados pela dispersão de moléculas anfifílicas em água, dando
origem a agregados, com anisotropia de forma, denominados “micela”. Nas mesofases
líquido cristalina, exibem uma ordem orientacional de longo alcance, podendo ser
uniaxial ou biaxial, ao passo que CLT são formados por moléculas “rígidas” com
anisotropia de forma.
Na segunda metade da década de 80 foi desenvolvido um novo material à base de
CL (cristal líquido) e polímero, tal material foi denominado PDLC (Polimer Dispersed
Liquid Crystal – cristal líquido disperso em polímero). Nesses elementos, o cristal líquido
encontra-se confinado em uma matriz polimérica em pequenas cavidades esféricas (ou
próximas de esféricas), de tamanho variável de acordo com a concentração da mistura
CL – Polímero.
O objetivo deste trabalho é estudar as propriedades eletro – ópticas tais como
permissividade elétrica e transmitância de CLs e PDLCs.
A permissividade elétrica desses materiais (em função da freqüência) é
determinada através de uma técnica de espectroscopia dielétrica, em que o material a ser
analisado é colocado entre as placas de um capacitor. A resposta dinâmica do material
deve-se basicamente a mecanismos de relaxação dielétrica, ou seja, orientação de
dipolos permanentes ou indução de dipolos.
Nas medidas realizadas, utilizamos CLT (E7), CLL, PDLC (CLL + NOA65 e CLT
+ NOA65).
Produzimos os PDLCs basicamente com um único polímero fotossensível, o NOA
65 (Norland Optical Adhesive 65
). Foram caracterizadas células com diferentes
concentrações de CL e diferentes espessuras.
Observamos que as medidas de permissividade elétrica dos meios caracterizados
dependem fortemente da geometria e da área do capacitor e nossos resultados mostram
que a melhor geometria para caracterização dielétrica é a geometria circular, com área
relativamente grande.
As investigações das propriedades eletro-ópticas se deram basicamente através de
três técnicas: espectroscopia dielétrica, refratometria óptica, e transmitância óptica,
além de microscopia óptica de luz polarizada. Determinamos a permissividade elétrica
em função da freqüência e amplitude do campo elétrico aplicado. Através dessas
técnicas podemos observar o processo de relaxação de meios dielétricos tais como
PDLC, formados por CLT e CLL, e a partir de então verificar as alterações sofridas em
função do confinamento e da geometria do sistema.
V
Provamos ainda que os resultados de espectroscopia dielétrica obtidos com um
Lock-In, são equivalentes aos resultados obtidos com uma ponte de impedância
comercial (Solartron 1260)
VI
ABSTRACT
Throughout decades, liquid crystals come almost being used exclusively in
electro-optic devices such as displays of information and sensors. The characterization
of such devices becomes possible, over all in function of its anisotropic physical
properties. Although research in lyotropics liquid crystals (LLC) presents intriguing
peculiarities of the scientific point of view, the interest in this liquid crystal class has a
focus in the study of biological systems, in view of the fact of they present similar
structure to many organic components as the blood, cellular membranes and
mitochondria.
The application of LLC in devices does not constitute, necessarily, an
insurmountable barrier but a rewarding challenge for the researchers of the area, taking
in consideration, over all, the fact of that LLCs possess an very inferior cost and
characterization and production relatively simple if compare to TLC (thermotropic liquid
crystals).
The CLL are formed by amphiphilic molecules dispersed in water forming
aggregates called “micelles”, with an anisotropy of form. In liquid crystalline
mesophases, show a long-range orientational order, being uniaxial or biaxial, to the step
that TLC are formed by "rigid" molecules with anisotropy of form.
In the second half of the decade of eighty was developed a new material to the
based on LC (liquid crystal) and polymer; this material was called PDLC (Polymer-
Dispersed Liquid Crystal). In these systems, the liquid crystal is confined in a polymeric
matrix in small spherical (or curvilinear) drops. The size changes in accordance with the
concentration of mixture LC- Polymer.
The objective of this work is to study the electro – optic properties such as electric
permissivity and transmittance of LCs and PDLCs.
The electric permissivity of these materials (in function of the frequency) is
determined through the technique of dielectric spectroscopy, where the material is
placed enters the plates of a capacitor. The dynamic answer of the material must be
basically mechanisms of dielectric relaxation, or either, orientation of permanent dipoles
or induction of dipoles. In the measures carried out, we use CLT (E7), CLL, PDLC
(CLL + NOA65 and CLT + NOA65).
We basically produce PDLC with only one photo sensible polymer, the NOA65
(Norland Optical Adhesive 65). Different concentrations of LC have been used and cells
with different thickness had been characterized.
We observe that the measures of electric permissivity of the sample depend
strongly on geometry and area of the capacitor. Our results show that best geometry for
dielectric characterization is circular geometry, with relatively great area.
The investigation of the electro-optical properties is was made basically through
three techniques: dielectric spectroscopy, optic refractometry, and optic transmittance;
we use also optical microscopy with polarized light. We determined the electric
permissivity in function of the frequency and amplitude of the applied electric field.
Through these techniques we can observe the process of the dielectric relaxation of
PDLC, formed from TLC and LLC, and verify the changes suffered in function of the
confinement and the geometry of the system.
We prove also that the results of dielectric spectroscopy obtained with a Lock-In
are the same that the results obtained using a commercial impedance bridge (Solartron
1260)
VII
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS........................................................................................................II
RESUMO............................................................................................................................IV
ABSTRACT......................................................................................................................VII
Glossário de alguns símbolos utilizados.........................................................................XII
1 - INTRODUÇÃO...............................................................................................................1
1.1 – Cristais Líquidos..............................................................................................1
1.1.1 – História dos Cristais Líquidos.........................................................1
1.1.2 – Classificação dos Cristais Líquidos.................................................2
1.1.3 – Quanto à Estrutura...........................................................................3
1.1.4 - Quanto à Ordem................................................................................4
1.1.5 – Misturas e Compostos......................................................................6
1.2 – Cristais Líquidos Dispersos em Polímeros; Propriedades eletro-
Ópticas.......................................................................................................................8
1.3 – Objetivos e Motivação...................................................................................12
2 – O MODELO TEÓRICO..............................................................................................14
2.1 – Propriedades Dielétricas dos Materiais.......................................................14
2.1.1 – Introdução.......................................................................................14
2.1.2 – Introdução à Teoria Microscópica dos Dielétricos......................15
2.1.2.1 – Campo Molecular em um Dielétrico..............................15
2.1.2.2 – Polarizabilidade Elétrica.................................................19
2.1.2.3 – Moléculas Polares – Equação de Langevin-Debye........20
2.1.3 – Relaxação Dielétrica.......................................................................23
2.1.3.1 – Equações de Debye...........................................................23
VIII
2.1.3.2 – Diagrama de Cole-Cole....................................................30
2.1.3.3 – Descrição Empírica da Relaxação Dielétrica................32
2.1.3.4 – Modelos Empíricos de Cole-Cole, Cole-Davidson e
Havriliak Negami............................................................................34
2.1.3.4.1 – Modelos Empíricos de Cole-Cole.....................35
2.1.3.4.2 – Modelos Empíricos de Cole-Davidson.............35
2.1.3.4.3 – Modelos Empíricos de Havriliak-Negami.......37
2.1.3.4.4 - A Descrição de Fuoss-Kirkwood......................38
2.1.3.4.5 - A Descrição de Jonscher....................................39
2.1.3.5 – Função de Distribuição para Vários Tempos de
relaxação..............................................................................39
2.2 – Teoria Elástica Contínua para Cristais Líquidos Confinados..................42
3 – DESCRIÇÃO EXPERIMENTAL..............................................................................47
3.1 – Preparação e Caracterização das Amostras...............................................47
3.1.1 – Cristais líquidos Termotrópicos....................................................47
3.1.2 – Cristais Líquidos Liotrópicos........................................................48
3.1.3 – Cristais líquidos dispersos em polímero - PDLC.........................49
3.2 – Arranjo Experimental...................................................................................51
3.2.1 – Câmara de Polimerização UV.......................................................51
3.2.2 –Arranjo Experimental para as Medidas do Índice de Refração
(n) Versus Temperatura (T)......................................................................52
3.2.3 – Aparato experimental para medidas de transmitância óptica...53
3.2.4 – Porta Amostra para a Medidas de Permissividade Elétrica.......54
3.2.5 – Circuito Elétrico para Medidas de Espectroscopia Dielétrica...57
3.2.6 – Set-Up para Espectroscopia Dielétrica Utilizando Ponte de
Impedância Solartron SI1260....................................................................61
IX
4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES...............................................................................63
4.1-Morfologia.........................................................................................................63
4.1.1 - PDLC com CLT...............................................................................63
4.1.2 –CLL utilizados..................................................................................68
4.1.3 - PDLLC (Polimer-Dispersed Lyotropic Liquid Crysyal - Cristal
líquido Liotrópico Disperso em Polímero)...............................................70
4.2 Medidas do Índice de Refração.......................................................................72
4.3 – Medidas de Transmitância Óptica...............................................................76
4.4 – Tempo de Acionamento e Relaxação...........................................................80
4.5 – Espectroscopia Dielétrica..............................................................................85
4.5.1 – Dependência da Permissividade Elétrica Complexa do PDLC em
Função do Campo Aplicado.......................................................................85
4.5.2 - Medidas Realizadas no Capacitor A1 – Amostra de PDLC........88
4.4.3 - Medidas Realizadas no Capacitor A1 – Amostra de CLT E7.....91
4.6 - Medidas com a Ponte Solartron SI1260.......................................................94
4.6.1 - Medidas em PDLC..........................................................................94
4.6.2 - Medidas no polímero NOA 65......................................................101
4.6.3 - Medidas no CLT E7......................................................................107
4.7 - Comparação das medidas do PDLC, do NOA 65 e do CLT E7...............110
4.8 - Comparação Entre Medidas com o Lock-In e com a Ponte Solartron...118
4.8.1 - Medidas em PDLC........................................................................118
4.8.2 - Medidas no polímero NOA 65......................................................122
4.8.3 - Medidas no CLT E7......................................................................123
4.8.2 - PDLC, NOA 65 e CLT E7.............................................................125
X
5- CONCLUSÕES E PERSPECTIVA...........................................................................128
5.1 – Conclusões....................................................................................................128
5.2 – Perspectivas..................................................................................................131
Referências........................................................................................................................132
Apêndice I-Programa de Automatização do Lok-In.....................................................134
Apêndice II - Comportamento Dielétrico de um Capacitor Comercial Associado em
Série a um Resistor comercial.........................................................................................143
Apêndice III - Litografias................................................................................................145
XI
Glossário de alguns símbolos utilizados
CL Cristais Líquidos
CLN Cristais Líquidos Nemáticos
CLL Cristais Líquidos Liotrópicos
CLT Cristais Líquidos Termotrópicos
CLP Cristais Líquidos Poliméricos
c
i
Fração Molar da Mistura Eutética
&
D
Deslocamento Elétrico
&
E
&
Campo Elétrico Aplicado
x
E
&
Campo Elétrico Devido as Cargas nas Placas do Capacitor
d
E
Campo Despolarizante Resultante das Cargas Superficiais de
Polarização nas Superfícies do Dielétrico
s
E
&
Campo Devido às Cargas de Polarização na superfície da cavidade S
&
'
E
Campo Devido a Todos os Dipolos no Interior de S
&
m
E
Campo Elétrico Molecular
E
k
Energia Cinética
E Energia
e Carga Elétrica Elementar
F Função Densidade de Energia Livre
)(
W
G
Função de Distribuição dos Tempos de Relaxação
ITO Indium Tin Oxide
I
0
Intensidade de Luz Incidente
I
t
Intensidade de Luz Transmitida
K
11
Constante Elástica associada a Deformação do Tipo “Splay”
K
22
Constante Elástica associada a Deformação do Tipo “Twist”
K
33
Constante Elástica Associada a Deformação do Tipo “Bend”
K Constante Dielétrica
K(E*) Função de Distribuição da Energia de Ativação
LCI Crystal Liquid Institut
n
&
Diretor (vetor unitário que da a orientação média das moléculas ou da
micela)
s
n
&
&
Índice de Refração do Polímero
e
n
&
Índice de Refração Extra-Ordinário do CL
o
n
Índice de Refração Ordinário do CL
N
d
Fase Nemática Uniaxial Discótica
N
c
Fase Nemática Uniaxial Calamítica
N
BX
Fase Nemática Biaxial
NOA 65 Norland Optical Adhesive 65
PDLC Cristal Liquido Disperso em Polímero (polymer-dispersed liquid
crystal)
XII
PIPS Separação de Fases Induzida por Polimerização
&
P
&
Polarização
m
p
Momento de Dipolo Molecular
&
0
p
Momento de Dipolo Efetivo
&
s
P
Polarização de Saturação
0
R
Raio Atômico
SIPS Separação de Fases Induzida por Solventes
Ti Temperatura de Transição Nemático – Isotrópico
Tn Temperatura de Transição Sólido – Nemático
Tim Temperatura de Transição Nemático – Isotrópico de uma Mistura
Eutética
Tnm Temperatura de Transição Sólido – Nemático de uma Mistura Eutética
T Temperatura
TIPS Separação de Fases Induzida por Temperatura
U Energia Potencial
UV Ultra Violeta
Z Número Atômico
Z’’ Componente Imaginaria da Impedância complexa
Z’ Componente Real da Impedância Complexa
D
Polarizabilidade
)(t
Função de Decaimento
ȕ=1/kT
İ* Permissividade Elétrica Complexa
İ Componente Real da Permissividade Elétrica Complexa
İ’’ Componente Imaginária da Permissividade Elétrica Complexa
s
H
Permissividade Elétrica Estática.
f
H
Permissividade Elétrica em Altas Freqüências
r
H
Permissividade Elétrica Relativa
0
H
Permissividade Elétrica no Vácuo
2
'
K
Variância de K(E*)
V
Densidade Superficial de Carga
ȡ Densidade Volumétrica de Carga
Ȣ
m
Parâmetro Físico Qualquer da Mistura Eutética
Ȣ
i
Parâmetro Físico Qualquer de um Dado Elemento da Mistura Eutética
ș Representa a Defasagem Entre o Estimulo Elétrico e a Resposta do
Material
Ȥ Susceptibilidade Elétrica
XIII
1 – INTRODUÇÃO
1.1 – Cristais Líquidos
1.1.1 - História dos Cristais Líquidos
Historicamente
[1]
, a descoberta do primeiro cristal líquido ocorreu em 1888, pelo
botânico austríaco Friedrich Reinitzer, que ao realizar investigações no benzoato de
colesterilo, observou a existência de dois pontos de fusão no mesmo, quando estudava a
função do colesterol nas plantas.
Figura 1.1-Transição observada por Friedrich Reinitzer no benzoato de colesterilo
[1]
O físico alemão Otto Lehmann estudou algumas amostras posteriormente enviadas
por Reinitzer utilizando para isso um microscópio equipado com um sistema de
aquecimento e um sistema de polarização, e para tal, utilizou o aparato experimental
abaixo descrito (Figura 1.2).
Figura 1.2-Esquema do aparato experimental utilizado por Otto Lehmann
[1]
Lehmann observou, que o líquido na fase turva, mesmo homogêneo, apresentava
características semelhantes a um cristal sólido quando era observado com luz polarizada.
Daí veio o nome de cristal líquido. Além disso, Lehmann observou o efeito de orientação
provocado pelas superfícies fronteiras, o que conhecemos hoje, como efeitos de parede.
Em seguida, um químico de origem alemã, Daniel Vorlander, através de uma série
de estudos, conseguiu identificar um grande número de estruturas moleculares com a
capacidade de originar cristais líquidos. A conclusão mais importante do seu trabalho foi à
tendência de moléculas de forma linear alongada, em formar fases líquido cristalina.
As descrições, das diferentes fases de um cristal líquido, foram publicadas pela
primeira vez em 1922, por George Friedel. Foi nesse trabalho que surgiram as primeiras
classificações do CL como: nemáticos, esméticos ou colestéricos. Friedel explicou
também a razão da existência de linhas, em observações em microscopia óptica de luz
polarizada, e atribuiu a existência das mesmas, a variações bruscas da orientação das
1
moléculas nesses limites. Pôde concluir ainda, pela observação das linhas, que os cristais
líquidos poderiam se organizar em uma estrutura de camadas, denominando então de
esméticos. Foi observada pela primeira vez a orientação provocada pela presença de um
campo elétrico.
Entre as décadas de 20 e 50, encabeçadas por Carl Oseen e F. C. Frank, surgiu a
denominada “teoria contínua”, e trata-se de um estudo teórico a cerca das propriedades
elásticas nos cristais líquidos.
Em 1942, V. Tsevtkov introduziu o parâmetro de ordem
1cos3
2
1
2
T
S .
Em 1957, o químico americano
Glenn Brown, publica um trabalho de revisão
sobre as fases líquido cristalina, e é o responsável também, pela organização da primeira
conferência internacional de CL e pela fundação do LCI (Liquid Crystal Institut) na
Universidade de Kent, nos Estados Unidos.
Em 1961, os físicos alemães
Wilhelm Maier e Alfred Saupe, formularam pela
primeira vez, uma teoria microscópica que relaciona as características moleculares com as
fases líquido-cristalinas.
Em 1962,
George Gray publica um tratado completo sobre CL, e apresenta
grandes contribuições no estudo de CL macromoleculares, ou CLP (
cristais líquidos
poliméricos
).
1.1.2 - Classificação dos CL
De acordo com a estrutura
Nós podemos classificar os CL de acordo com a estrutura em três classes distintas:
Liotrópico, polimérico e termotrópico.
Esses materiais exibem propriedades líquido cristalina em função de diferentes
parâmetros
[2]
(pressão, temperatura, concentração).
Neste trabalho, utilizamos apenas duas classes: CLT e CLL.
De acordo com a ordem
Classificam-se basicamente em três tipos: nemáticos, esméticos e colestéricos.
Vejamos então cada uma dessas classificações, mais detalhadamente:
2
1.1.3 – Quanto a Estrutura
Cristais Líquidos Termotrópicos (CLT)
:
Como vimos, o cristal líquido é um material que apresenta uma fase intermediária
entre um líquido isotrópico e um sólido cristalino. Na
Figura 1.3 apresentamos uma
aproximação microscópica de um sólido cristalino, um CL e um líquido isotrópico.
Figura 1.3 - Aproximação microscópica das estruturas: (a) sólido cristalino, (b) cristal
líquido, (c) líquido isotrópico.
a) Sólido Cristalino b) Cristal Líquido c) Líquido Isotrópico
Os CLTs são compostos por moléculas orgânicas e apresentam fase líquido
cristalina em certos intervalos de temperatura. As moléculas são constituídas por anéis
aromáticos ligados a grupos funcionais podendo apresentar-se com a forma alongada,
(como um cilindro), ou discótica. As transições de fase ocorrem em função da variação da
temperatura ou da pressão
[3]
.
A estabilidade química dos CLTs lhes dá uma gama de aplicabilidade tecnológica
bastante extensas. Podemos citar como exemplo a utilização em diversos tipos de
mostradores (displays) e sensores de temperatura.
A figura 1.4 e 1.5 mostra uma textura e uma aplicação de CLT, respectivamente.
Figura 1.4- CLT, fase nemática – cortesia da E. Merck Company.
[4]
3
Fig.1.5- Laptop com um mostrador de CLT.
[5]
Cristais Líquidos Liotrópicos (CLL):
Os CLL são obtidos quando uma concentração apropriada de um material é
dissolvida em algum solvente. Os sistemas mais comuns são aqueles formados por água e
moléculas anfifílicas (moléculas que possuem uma parte hidrofílica – polar - que interage
fortemente com a água, e uma parte hidrofóbica, que é insolúvel em água) tais como, sabão
detergente e lipídios. Nestes CLs a concentração do solvente é muito importante na
determinação da fase.
Um grande número de fases pode ser observado de acordo com a concentração,
água - sistema anfifílicos, e a variação da temperatura; algumas se apresentam como
micelas esféricas, outras possuem estrutura ordenada com ordem uni-, bi-, ou tri-
dimensional (ordem posicional)
[2]
. Os CLL são de grande interesse em estudos de sistemas
biológicos.
A
Figura 1.6 mostra a representação da estrutura de um corte de uma micela e a
textura de um CLL observado em microscopia óptica de luz polarizada
Água
Figura 1.6
-Agregado de moléculas anfifílicas; a parte polar localiza-se na
superfície da micela, com as cadeias carbônicas voltadas para o interior (esquerda).
Textura observada em microscopia óptica de luz polarizada (direita).
4
1.1.4 – Quanto à Ordem
As mesofases poderão ser obtidas de duas formas diferentes:
- Sem ordem posicional;
- Com ordem posicional em uma ou duas direções.
O primeiro caso se refere aos nemáticos, que são constituídos de um fluido
ordenado em que a ordem se dá em torno de uma direção privilegiada representada pelo
vetor diretor
n
&
[6]
(Figura 1.7).
n
&
Figura 1.7-Representação e textura de um cristal líquido nemático (CLN)
observada em microscopia óptica de luz polarizada.
O segundo caso, é quando se tem uma ordem posicional unidimensional (ordem
líquida no plano), o que caracteriza uma fase esmética.
Figura 1.8-Representação e textura observada em microscópio de luz polarizada de um
CL esmético: (a) esmético A; (b) esmético C.
n
&
n
&
a
)
b
)
5
Figura 1.9-Bastonetes de um CL esmético A - foto de cortesia do Dr. Mary E. Neubert
[7]
.
Nos CLLs, as fases semelhantes as esméticas, são conhecidas como lamelares. A
fase lamelar é constituída por uma bicamada anfifílica separada por água, e é comum na
natureza estando presente na membrana celular e no interior da célula
[8]
.
Pode haver ainda fases colunares, onde há ordem posicional em duas dimensões e
fases colestéricas, que se apresenta em forma helicoidal (
Figura 1.10).
n
&
O símbolo
representa a direção do diretor em cada ponto do CL
Fig.1.10-Representação e textura observada em microscopia óptica de luz polarizada para
um CL colestérico.
1.1.5 - Misturas e Compostos
Em geral, a faixa de variação da temperatura das várias mesofases de um cristal
líquido puro (faixa de temperatura onde se obtém determinada fase líquido cristalina), é
bastante limitada. Essas e outras limitações físicas impõem algumas dificuldades no uso
prático desses materiais. É claro que muitas pesquisas básicas são feitas com CL puro,
porém, aplicações industriais empregam misturas, compostos ou CLs especialmente
dopados para possuírem propriedades físicas e ópticas previamente definidas. Existem
muitas maneiras de modificar as propriedades físicas e ópticas de um CL. A forma usual é
6
mudar a posição de um grupo químico ou substituir átomos em um grupo particular de CL.
Um bom exemplo são os homólogos do
cianobifenil da série nCB (n =1,2,3,...). Com o
aumento de n, aumenta também o tamanho molecular, a viscosidade, a anisotropia, entre
outros. Muitas dessas propriedades físicas também podem ser modificadas por
substituição. Por exemplo, o hidrogênio nas posições 2,3 ou 4 em um anel
fenil pode ser
substituído por algum grupo
flúor (F) ou cloro(Cl).
A grande maioria de CLT em uso são
misturas eutéticas (misturas com
temperatura de fusão constante) de duas ou mais substâncias mesogênicas. Um bom
exemplo é o CL
E7 (EM chemicals) que é uma mistura de quatro CLs (5CB, 7CB, 8OCB,
e o
5CT). As propriedades ópticas, anisotropia dielétrica e viscosidade do E7 são muito
diferentes daquelas de cada constituinte individual da mistura
[2]
.
O diagrama de fases abaixo mostra uma forma de se produzir corretamente uma
mistura eutética com dois CLT de diferentes pontos de transição (nemático - isotrópico).
Ambas as substâncias têm um pequeno intervalo nemático (
T
i
-T
n
e T
i
’-T
n
). Quando
misturados na concentração certa, o intervalo nemático (
T
i
m
-T
n
m
) da mistura pode sofrer
um aumento bem considerável.
T
i
Isotrópico
T
n
T
i
Nemático
T
i
m
-T
n
m
T
n
Sólido
0
Concentração (%)
100
Figura 1.11- Diagrama de fase de uma mistura de dois CL
[2]
.
Se os compostos da mistura não reagem quimicamente um com o outro, o conjunto
de propriedades físicas, tais como constante dielétrica, viscosidade e anisotropia, são a
soma das respostas individuais de cada composto; assim, um parâmetro qualquer,
Ȣ
m
, da
mistura das substâncias individuais,
Ȣ
i
, é dado por:
Ȣ
m
=Ȉ c
i
Ȣ
i
, (1.1)
onde
c
i
é a fração molar correspondente
[2]
.
Ao observarmos o diagrama de fase (
Figura 1.11), podemos concluir que pequenas
variações na concentração das substâncias podem resultar em propriedades físicas
totalmente diferentes. Assim, para um mesmo conjunto de CLs, é possível obter uma
mistura resultante com propriedades físicas e ópticas singulares, para cada proporção das
substâncias.
7
Na figura a seguir, comparamos o diagrama de fase de: (a) uma substância pura, (b)
uma mistura simples e (c) uma mistura eutética.
TT T
Ebulição
Ebulição
Ebulição
Fusão Fusão Fusão
Vb)a) V Vc)
Figura 1.12- Diagrama de fases (V x T) de: a) uma substância pura b) uma mistura
simples e c) uma mistura eutética.
No caso de uma mistura eutética de CL, podemos dizer que a transição nemático-
isotrópico ocorre à temperatura constante.
1.2 – Cristais Líquidos Dispersos em Polímeros (PDLC): Propriedades Eletro –
Ópticas
Os PDLCs (Cristais Líquidos Dispersos em Polímeros) são formados por micro
gotas de CL em uma matriz polimérica
[2]
.
Alguns dos efeitos que foram observados em função do confinamento do CL, são as
alterações da natureza da transição nemático-isotrópico e o ancoramento das moléculas na
superfície das cavidades. A configuração do diretor
n
&
é regida pelas condições de
contorno da cavidade em que o CL está confinado, sendo em alguns casos o efeito de
superfície mais importante que as interações moleculares (se as dimensões forem
suficientemente pequenas).
As alterações na configuração do diretor podem ocorrer por variação de
temperatura ou na presença de campos externos (elétrico ou magnético), o que acarreta
mudanças nas propriedades físicas macroscópicas, tais como birrefringência e
transparência. Nas figuras a seguir, podemos observar uma representação esquemática da
distribuição das gotas de CL em uma matriz polimérica.
Um dos motivos para o bom funcionamento desses dispositivos reside no fato de
que, no interior das micro gotas, o vetor diretor
n
&
, para certos polímeros e certos cristais
líquidos, apresentam configurações bem definidas, normalmente em uma estrutura bipolar
(
Figura 1.16.c).
O mostrador consiste numa película muito fina, com algumas dezenas de
micrometros de espessura de PDLC, entre duas camadas de um material transparente, cujas
faces contém um filme metálico transparente, podendo ser ITO (Indium-Tin-Oxide) ou
SnO
2
(dióxido de estanho), (Figuras 1.13(c) e 1.13(d)).
8
I
0
o
n
e
n
a) b)
0
n
e
n
I
T
0 E
&
c)
Fonte de tensão (onda
q
uadrada 0-150V
)
Vidro
Filme
condutor
PDLC
Vidro
Filme condutor
transparente
d
)
s
n
s
n
V
off
V
o
E
&
I
0
Figura 1.13- Representação esquemática da distribuição de gotas de um CL nemático em
um meio polimérico
Na
Figura 1.13. é o índice de refração do polímero; e são os índices de
refração ordinário e extraordinário, respectivamente, do CL
s
n
e
n
o
n
Existem dois modos de funcionamento do PDLC. No estado normal, estado “off”
(desligado) (
Figura 1.13.(a)), não é aplicada nenhuma tensão aos eletrodos, o mostrador
tem um aspecto translúcido, ou seja, deixa passar alguma luz, mas não permite ver através
dele. Isso porque a luz é dispersa pelas gotas de cristal líquido nemático. Nesse caso, cada
gota tem seu eixo óptico, numa direção aleatória, isso graças às diferentes condições de
ancoramento de cada gota e devido à forma como é produzido o PDLC.
No caso de aplicar uma tensão aos eletrodos, estado “on” (ligado) (
Figura
1.13.(b)
), as moléculas de cristal líquido são “forçadas” a alinhar-se na direção do campo
elétrico, de modo que a luz atravesse as gotas, na direção do eixo óptico do CLN, sofrendo
ação exclusiva do índice de refração ordinário ( ).
o
n
Esses mostradores são preparados de forma que índice de refração do
polímero (n
s
), isotrópico, seja igual, ou o mais próximo possível do índice de refração
ordinário do CL.
9
Figura 1.14 - Textura obtida com microscopia de luz polarizada (aumento=200x) - PDLC
produzido com NOA65 e CLT E7 no laboratório do grupo de fluidos complexos –
DFI/UEM.
Mostradores de PDLC podem ser aplicados em substituição aos atuais mostradores
de CL, em algumas situações, dispensando, por exemplo, o uso de polarizadores. Outro
exemplo de aplicação são as chamadas “cortinas eletrônicas” (
Figura 1.15), onde o vidro
passa de aparência leitosa para aparência transparente, quando se aplica um campo elétrico.
A
parato para
projeções
Cortinas
eletronicas
Figura 1.15 - Exemplos de aplicação de PDLC
[9]
.
10
Vejamos agora como se comportam algumas configurações de ancoramento,
mediante a aplicação de um campo elétrico.
Figura 1.17 - Possíveis mudança das configurações pela aplicação de um campo
[9]
.
No primeiro caso, temos uma configuração bipolar que orienta-se na direção do
campo
E
&
, perpendicular à superfície do mostrador, no caso em que İ
a
>0.
No segundo caso, temos a reorientação de uma estrutura axial, no caso em que
İ
a
<0. Este caso é conhecido como modo de funcionamento invertido, isto é as moléculas se
orientam perpendicularmente ao campo elétrico quando este é aplicado, assim, o mostrador
estará opaco no estado
on, e transparente no estado off. Para este caso funcionar bem, é
necessário uma orientação prévia das moléculas quando se prepara o PDLC, por exemplo,
por tratamento químico.
No último caso,temos uma transição descontinua de uma estrutura radial para uma
axial, com
İ
a
>0. İ
a
é um parâmetro físico relacionado a energia de ancoramento das
moléculas de CL em um regime de confinamento, melhor estudado no capítulo
2.
Preparação de PDLC
Existem essencialmente duas formas de preparação de PDLC, por encapsulamento
e por separação de fases, e dentro deste último existem ainda três técnicas diferentes.
Cada método induz propriedades e características diferentes, um do outro e através destes
métodos pode-se influenciar o tamanho e a morfologia das gotas.
Encapsulamento: Foi o método utilizado quando surgiram os primeiros
mostradores de PDLC. O método consiste em misturar cristal líquido com um polímero
dissolvido em água. Quando a água é evaporada, o cristal líquido é rodeado pelo polímero,
ficando assim, pequenas gotas distribuídas por todo o polímero.
As gotas produzidas por
este método tendem a ser não uniforme em tamanho e podem até interagir umas com as
outras devido à fraca ordenação e controle do processo.
Separação de fases: é um método que consiste basicamente em fazer uma mistura
homogênea de cristal líquido e polímero. Após a polimerização obtém-se aglomerados de
gotas de cristal líquido dispersos na matriz polimérica. Este método pode ser feito de três
maneiras diferentes:
-
Separação de fases induzida por polimerização (PIPS).
- Separação de fase induzida por temperatura (TIPS).
- Separação de fase induzida por solvente(SIPS).
11
Em nosso trabalho, utilizamos apenas o PIPS (Separação de fases induzida por
polimerização).
Separação de Fases Induzida por Polimerização (PIPS)
Este método consiste na mistura de uma solução polimérica que ainda não está
polimerizada, com um cristal líquido, formando uma solução homogênea. É comum se
misturar o cristal líquido com o primeiro componente de certas resinas “epóxi”, e logo a
seguir, com o segundo componente.
Após o início da polimerização, o cristal líquido torna-se insolúvel e por isso
começa a agrupar-se em pequenas gotas que surgem dispersas no polímero. Com a
solidificação, as gotas deixam de se mover no polímero, ficando “aprisionadas”, formando
assim o PDLC.
Neste caso, dois fatores são importantes para a formação do composto: A
temperatura, que afeta a velocidade de polimerização e por isso a taxa de dispersão e
solubilidade do cristal líquido no polímero; e as proporções do material utilizado
(quantidade de polímero e CL utilizado na mistura) que influenciam diretamente, da
mesma forma que a temperatura, no tamanho das gotas de cristal líquido disperso. Em
nosso caso, a polimerização se deu em função da exposição de um polímero foto-sensível à
radiação UV, sendo uma das formas de se obter separação de fases por polimerização.
1.3 – Objetivos e Motivação
O objetivo deste trabalho é estudar as propriedades eletro – ópticas tais como
permissividade elétrica e transmitância de CLs e PDLCs.
Objetivamos ainda obter e caracterizar materiais compostos por CLL e CLT,
dispersos em uma matriz polimérica isotrópica. Levando-se em consideração o fato de que
existem poucos trabalhos na literatura relacionados à caracterização de PDLC com CLL.
Mostraremos que técnicas de espectroscopia dielétrica utilizando um Lock-In é
equivalente a técnica utilizando uma ponte de impedância, dentro dos limites de operação
de um Lock-In.
No capítulo
1 apresentamos uma breve introdução descrevendo os cristais líquidos
quanto a sua estrutura e ordem. Além disso, fazemos uma descrição dos cristais líquidos
dispersos em polímeros
Abordaremos no capítulo
2 a seguir, teorias envolvendo dielétricos, dando uma
atenção especial ao modelo de relaxação dielétrica de
Debye e outros modelos empíricos
dele derivados (modelos de
Cole-Cole, Cole-Davidson e Havriliak-Negami), onde são
introduzidos parâmetros capazes de reproduzir o comportamento da permissividade
elétrica complexa de diferentes materiais.
O modelo de Debye procura descrever as propriedades macroscópicas (polarização)
a partir de modelos microscópicos.
Ainda no capítulo
2, apresentaremos um tópico sobre teoria elástica contínua para
CL confinados, onde se incluem os
PDLCs.
No capítulo
3, descrevemos os procedimentos experimentais na preparação e
observação das amostras, além dos aparatos experimentais utilizados nas medidas de
transmitância, permissividade elétrica, e índice de refração.
Seguimos, no capítulo
4, com a apresentação dos resultados obtidos para diferentes
tipos de amostras e posterior discussão desses resultados. Ressaltamos o fato de que não há
na literatura muitas referências envolvendo CLL na confecção de PDLC.
12
Em estudos da física de cristais líquidos também é necessário o conhecimento de
eletrodinâmica e eletrostática a fim de solucionar alguns problemas de geometria simples,
e levar em consideração que o meio material neste caso não é isotrópico e nem homogêneo
do ponto de vista eletro-óptico. Tal fato constitui um conjunto de problemas reais
encontrados em engenharia, pesquisa aplicada e pesquisa básica que poderiam ser melhor
compreendidos à partir da interpretação de dados experimentais
Devemos considerar as possíveis aplicabilidades de sistemas eletro-ópticos à base
de cristais líquidos liotrópicos, e sob o ponto de vista de pesquisa básica estudar o
comportamento de CLT e CLL em geometria confinada.
Produzimos PDLC basicamente com um único Polímero foto sensível, o NOA 65
(Norland Optical Adhesive 65
). Foram caracterizadas células com diferentes concentrações
de CL e diferentes espessuras.
As investigações das propriedades eletro-ópticas se deram basicamente através de
três técnicas: espectroscopia dielétrica, refratometria óptica, e transmitância óptica, além
de microscopia óptica de luz polarizada. Determinamos a permissividade elétrica em
função da freqüência e amplitude do campo elétrico aplicado. Através dessas técnicas
podemos observar o processo de relaxação de meios dielétricos tais como PDLC, formados
por CLT e CLL, e a partir de então verificar as alterações sofridas em função do
confinamento e da geometria do sistema.
No capítulo
5 apresentamos nossas conclusões e perspectivas para futuras
investigações.
13
2 – O MODELO TEÓRICO
2.1- Propriedades Dielétricas de Materiais
2.1.1- Introdução
A espectroscopia dielétrica é uma técnica relativamente nova e tem sido bastante
útil na caracterização das propriedades elétricas de materiais e nas interfaces, com
eletrodos condutores. Essa técnica permite investigar o comportamento dinâmico de cargas
ligadas ou cargas móveis, no volume e na interface de materiais sólidos ou líquidos, com
diferentes características iônicas, semicondutoras, condutoras ou isolantes.
A técnica é bastante simples, e consiste em analisar o comportamento do material
entre os eletrodos, aplicando-se um campo elétrico conhecido e observar como o material
responde a esse estímulo. Tal resposta depende ainda de outros fatores controláveis, tais
como temperatura, pressão ou campo estático aplicado, sendo que o primeiro parâmetro
citado tem sido o mais descrito na literatura
[10]
.
A interação do campo elétrico com a matéria provoca uma variedade de processos
microscópicos que podem determinar a resposta do material em nível macroscópico.
Podemos citar como exemplo dessa interação: transporte de cargas no material, polarização
das moléculas, orientação dos dipolos e ainda o transporte de cargas a partir de espécies
atômicas, carregadas ou não que se formam no material ou a sua volta, através de
processos químicos de oxi–redução. A taxa na qual ocorre o transporte de cargas depende
da resistência ôhmica dos eletrodos, da natureza do material e da taxa de reação na
interface.
Nesse trabalho, trataremos os eletrodos como se fossem perfeitamente lisos, apesar
das possíveis irregularidades topográficas que podem provocar distorções locais no campo
aplicado. Tal aproximação tem como base, sobretudo o fato dos eletrodos serem formados
por um filme condutor da ordem de 100
nm, espessura suficiente para que defeitos
topológicos sejam, em princípio, desprezados. Desprezaremos também as impurezas
introduzidas no eletrodo e na amostra a partir de sua produção.
Uma das formas de realizar a espectroscopia dielétrica é medir a impedância do
material e a defasagem da resposta em relação ao sinal em função da freqüência do campo
elétrico aplicado. Existem aparelhos no mercado que permitem esse tipo de medida em
uma gama de freqüência considerável (1
µHz a 32MHz). Se conhecermos a impedância de
um sistema, podemos então determinar suas componentes real e imaginária,
Z’ e Z’’,
respectivamente, como é mostrado na
figura 2.1. De posse dos valores da impedância
podemos determinar o valor da permissividade elétrica complexa, que é dada por:
İ* = İ’ + jİ’’ ,
que está relacionado às propriedades elétricas do material e à sua estrutura microscópica.
14
Im (Z)
Z’’
ș
Re (Z)
Z’
Figura 2.1- Impedância complexa Z = Z’+ jZ’’; ș representa a defasagem entre o
estimulo elétrico e a resposta do material.
Para explicar os processos que ocorrem quando um campo elétrico interage com um
determinado meio, precisamos recorrer a algumas aproximações. Uma das considerações a
ser feita, implica em uma resposta linear do material analisado, partindo do pressuposto
que o estimulo elétrico é suficientemente pequeno, embora nossos resultados nos levam a
acreditar que a amplitude do estimulo não deveria provocar alterações consideráveis no
comportamento elétrico do meio em questão. Tal aproximação não seria válida, por
exemplo, para meios eletroquímicos, que podem ter uma resposta não linear para campos
elétricos muito intensos, o que resultaria na geração de harmônicos. Consideraremos neste
trabalho somente contribuições de volume na resposta do material analisado, tendo em
vista o fato de que os efeitos de superfície exigiriam um estudo bem mais detalhado e
complexo, lembrando que a resposta da camada na interface difere da resposta do material
no volume, desprezando as contribuições de polarização interfacial dos eletrodos.
Consideramos também, o capacitor, como ideal e o campo em seu interior,
constante. Porém observamos que uma simples variação na geometria das placas provoca
diferenças consideráveis nas medidas de permissividade elétrica. Trataremos desse assunto
com mais detalhes nos capítulos conclusivos.
Discutiremos primeiro, o modelo mais simples para descrever a relaxação dielétrica
conhecido como “Modelo de Debye”. Posteriormente discutiremos algumas correções para
este modelo, através de modelos empíricos, que ajudam a explicar os comportamentos
observados para uma variedade de materiais.
2.1.2 – Introdução à Teoria Microscópica dos Dielétricos
2.1.2.1 – Campo Molecular em um Dielétrico
O campo elétrico responsável pela polarização de uma molécula do dielétrico é
denominado “campo molecular”,
m
E
&
. Este é o campo elétrico em uma posição molecular
do dielétrico e é produzido por todas as fontes externas e por todas as moléculas
polarizadas com a exceção de uma molécula no ponto considerado
[11]
.
Para determinarmos o campo molecular, devemos tomar um pequeno pedaço do
dielétrico, deixando uma pequena cavidade esférica circulando o ponto onde o campo
molecular deverá ser determinado. Todo o restante do meio dielétrico será então tratado
sob o ponto de vista macroscópico, ou seja, contínuo. Coloquemos, o dielétrico retirado de
volta à cavidade, molécula por molécula, exceto a molécula do centro da cavidade onde
desejamos determinar o campo elétrico. Agora, as moléculas colocadas, dentro da
15
cavidade, não serão mais tratadas como contínuas, e sim como dipolos individuais. Tal
procedimento só se justifica se o resultado dos cálculos for independente das dimensões da
cavidade, assim, devemos considerar a cavidade como um ponto material; em certas
condições é o que realmente acontece.
Ao ser colocada em um campo elétrico uniforme, a amostra delgada de dielétrico se
polariza como podemos observar na
Figura 2.2(a). Admitiremos que a polarização seja
uniforme em uma escala macroscópica (
0
&
&&
P
), e
P
&
é paralelo ao campo que o produz.
A parte do dielétrico fora da cavidade pode ser substituída por um conjunto de cargas de
polarização, mostrado na
Figura 2.2(b).
Em decorrência disso, o campo elétrico no interior da cavidade poderá ser escrito
como
'EEEEE
sdxm
&
&
&
&
&
, (2.1)
onde:
x
E
&
&
, é o campo resultante das placas do capacitor;
d
E
, é o campo despolarizante resultante das cargas superficiais de polarização nas
superfícies do dielétrico.
&
s
E
, é o campo devido às cargas de polarização na superfície da cavidade S.
&
'
E
, é o campo devido a todos os dipolos no interior de S;
-
-
+
-
-
+
-
+
-
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
++
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
+
-
+
+
-
+
-
+
-
+
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
+
-
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
+
-
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
a) b)
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
Figura 2.2 - Substituição de dielétrico fora da “cavidade” por um sistema de cargas de
polarização.
Se as dimensões das placas forem suficientemente grande se comparada com a
distância que as separam, então o campo
será dado por
x
E
V
H
0
1
x
E ,
onde
V
é a densidade superficial de carga. O campo despolarizante
d
E
&
é dado por
PE
d
&
&
0
1
H
, (2.2)
sendo ele produzido por dois planos paralelos com densidade de carga
PP
np
r
V
.
16
17
Vamos denotar o campo elétrico macroscópico dentro do dielétrico sem índice ou
seja, apenas
E
&
. Uma vez que a componente normal do deslocamento elétrico
D
&
é
contínua, através da interface vácuo dielétrico e
x
ED
&
&
0
H
no vácuo, fora do material
dielétrico temos
PED
&
&
&
0
H
,
dessa forma
PEDE
x
&
&
&
&
00
HH
. ( 2.3)
Se combinarmos (2.1), (2.2) e (2.3) temos:
'
EEEE
sm
&
&
&
&
. (2.4)
Que é uma equação que relaciona o campo molecular com o campo elétrico
macroscópico no meio dielétrico. Este resultado é geral e não está restrito à geometria da
Figura 2.2.
O campo
s
E
&
provém da densidade de carga de polarização,
np
P
V
, sobre a
superfície
S. Usando coordenadas esféricas e tomando a direção polar ao longo da direção
de
P
&
como na figura 2.3, obtemos :
dar
r
P
Ed
s
ˆ
4
)cos(
3
0
SH
T
&
(2.5)
r
ˆ
é o vetor que vai da superfície ao centro da esfera.
Figura 2.3 – Modelo assumido para determinação da contribuição superficial da cavidade
para o campo molecular.
Pela simetria é claro que apenas a componente de
s
Ed
&
ao longo da direção de
P
&
contribuirá para a integral da equação 2.5 sobre a superfície completa, com
ITT
ddrda sen
2
.
Assim,
³³
SS
TTTI
SH
2
00
2
0
sencos
4
1
ddPE
s
&&
(2.6)
S
ș
P
&
ı
p
+ -
+ -
+ -
+ -
+ -
+ -
por fim, temos
PE
s
&
&
0
3
1
H
, (2.7)
o último termo da Equação 2.4 é resultado dos dipolos elétricos no interior de S. Há muitos
casos importantes em que esse termo se anula. Se houver muitos dipolos na cavidade
orientados paralelamente mas distribuídos ao acaso, quanto a posição, e se não houver
correlação entre as posições dos dipolos,
0
'
&
&
E
. Essa situação pode prevalecer em um gás
ou em um líquido. De maneira semelhante, se os dipolos na cavidade estiverem localizados
nas posições atômicas regulares de um cristal cúbico (cristais de maior simetria),
novamente
&
&
.0
'
E
No caso geral e se o material tiver diversas espécies de moléculas poderá
diferir nas varias posições moleculares. É esse termo que dá lugar ao comportamento
anisotrópico da calcita, por exemplo. Como estamos observando o comportamento
dielétrico de uma forma geral (mesmo sabendo que CL são substâncias anisotrópicas)
assumiremos que
&
0
'
zE
&
0
'
&
E
o que ocorre em uma ampla classe de materiais. Dessa maneira a
equação 2.4 se reduz a
PEE
m
&
&
&
0
3
1
H
(2.8)
o momento de dipolo de uma molécula por unidade de campo polarizante é chamado sua
polarizabilidade Į. Dessa maneira
mm
Ep
&
&
D
. (2.9)
Se houver N moléculas por unidade de volume, a polarização será
m
pNP
&
&
. (2.10)
Combinando as equações (2.8), (2.9) e (2.10) , obtemos
¸
¸
¹
·
¨
¨
©
§
PENP
&&&
0
3
1
H
D
. (2.11)
Escrevendo 2.11 em termos da constante dielétrica K, com

EKP
&&
0
1
H
, temos


2
1
3
0
K
K
N
H
D
. (2.12)
Esta equação é conhecida como equação de Clausius – Massotti. Dessa forma a
Equação 2.12 define uma propriedade molecular em termos de quantidades que podem ser
determinadas em uma base macroscópica.
18
2.1.2.2 – Polarizabilidade Elétrica
A aplicação de um campo elétrico em um material apolar produz um deslocamento
relativo das cargas positivas e negativas nas moléculas. Os dipolos moleculares assim
criados são denominados dipolos induzidos. O tipo mais simples de molécula que pode ser
visualizado é formado por um só átomo neutro; lembrando que moléculas polares são
aquelas que possuem um momento de dipolo permanente, mesmo na ausência de um
campo polarizante.
Para um átomo neutro, podemos usar um modelo que considera uma probabilidade
finita de encontrar um elétron em qualquer parte do átomo, dessa maneira, podemos
considerar o átomo como uma carga pontual positiva Ze
-
, rodeado por uma nuvem
esfericamente simétrica de carga negativa em que a densidade é uniforme até o raio
atômico R
0
e nula em raios maiores. A densidade volumétrica de carga do átomo será
3
0
4
3
R
Ze
S
U
. (2.13)
Se adicionarmos um campo polarizante, o campo elétrico será dado pela Lei de Gauss
3
0
00
43
R
xZe
xE
a
SHH
U
, (2.14)
onde x é o deslocamento do núcleo do átomo em relação ao centro da nuvem de carga
quando colocado em um campo polarizante (nesse caso, o campo molecular)
&
. Nesse
ponto há equilíbrio entre as forças que atuam sobre o átomo devido a força produzida
originada pela nuvem eletrônica
m
E
a
E
&
e o campo molecular
m
E
&
.
Igualando os campos temos em módulo, E
m
=E
a
:
xZeRE
m
)(4
3
00
SH
. (2.15)
O momento de dipolo atômico criado nesse processo é
xZep
m
)( (2.16)
se comparada com a equação (2.15), temos
xZeE
m
)(
e Į será então chamado polarizabilidade elétrica do átomo
3
00
4 R
SHD
. (2.17)
A equação (2.17), pode ser combinada com a equação de Clausius-Massoti
(equação 2.12) para eliminar Į. A equação resultante prediz o raio atômico
R
0
em termos
de quantidades determinadas experimentalmente
[11]
. A polarizabilidade produzida pela
19
equação (2.17) é independente do campo polarizante, devendo portanto conduzir a um
valor de constante
K, e o dielétrico assim descrito, é linear.
2.1.2.3 – Moléculas Polares – Equação de Langevin-Debye
Uma molécula polar possui um momento de dipolo permanente, e é constituída de
pelo menos, duas espécies de átomos; durante a formação da molécula alguns elétrons
podem ser completamente ou parcialmente transferidos de uma espécie atômica à outra,
sendo o arranjo resultante tal que os centros das cargas positivas e negativas não coincidem
na molécula. Na ausência do campo elétrico, um material polar não se polariza, uma vez
que os dipolos individuais estão aleatoriamente orientados.
A polarização é definida como:
¦
'
m
p
V
P
&
&
1
,
onde o somatório se estende sobre todas as moléculas do elemento de volume . Se
os
&
estiverem orientados aleatoriamente, a soma se anula. Porém, se o material dielétrico
estiver sujeito à ação de um campo elétrico, haverá um torque individual em cada dipolo,
orientando assim, todos, na mesma direção do campo elétrico, de forma que se o campo for
suficientemente alto, os dipolos poderão ser completamente alinhados fazendo com que a
polarização atinja um valor de saturação
V'
m
p
ms
pNP
&
&
, (2.18)
onde
N é o número de moléculas por unidade de volume. Esse efeito de orientação ocorre
além dos efeitos dipolares induzidos, que geralmente estão também presentes.
Desprezaremos a contribuição dipolar induzida.
Para as intensidades de campo normalmente encontradas, a polarização de um
dielétrico polar está geralmente longe de seu valor de saturação e, se a temperatura da
amostra é aumentada, a polarização torna-se ainda menor. A ausência de um alinhamento
dipolar completo se deve a energia térmica das moléculas que tende a produzir orientações
dipolares aleatórias. O momento dipolar médio dos dipolos pode ser determinado por meio
de um princípio da mecânica estatística que estabelece que a probabilidade de se encontrar
uma energia molécula particular
E, a uma temperatura absoluta T, é proporcional a
kT
E
e
,
onde k é a constante de Boltzmann.
Sabemos que a energia de um dipolo sob a ação de um campo externo é dada por:
T
cospEU
EpU
m
&
&
. (2.19)
A probabilidade de se encontrar um dipolo com energia E é
E
AeEP
E
)( ,
com ȕ=1/
kT.
20
Temos então que: .
TE
cos
)(
pE
AeUP
O valor médio de uma grandeza é escrito como:


³
³
[[
[[[
dP
dPx
x
em coordenadas esféricas
³³
³³
SS
TE
SS
TE
ITT
ITTT
T
0
2
0
cos
0
2
0
cos
sen
sencos
cos
dde
ddep
p
pE
pE
,
Resolvendo a equação acima, encontraremos

.
1
cothcos
Epy
y
ypp
E
T
»
¼
º
«
¬
ª
.
Portanto:

.
,
1
cothcos
0
00
Epy
y
ypp
E
T
»
¼
º
«
¬
ª
(2.20)
A equação (2.20) é conhecida como Equação de Langevin
[11]
. Um gráfico dessa
função é apresentado na
Figura 2.4.
Epy ..
0
E
T
cos
1
0
0
p
1,0
p
0,5
1 2 3 4 5 0
Figura 2.4 - Gráfico da função de Langevin. O valor assintótico quando é 1.
foy
21
Podemos observar no gráfico que quando,
1
cos
,
0
0
ofo
p
p
y
T
ou seja, quando
a energia potencial for muito maior que a energia térmica, todos os dipolos se orientarão
paralelos ao campo elétrico molecular
m
E
&
.
O momento de dipolo da maioria dos materiais polares é tal que para um
intervalo completo de intensidades de campo, mesmo para as que se aproximam da rigidez
dielétrica do material, enquanto a temperatura estiver acima de
250 K. Assim, um material
dielétrico que contém moléculas polares é, em geral,
linear.
0
p 1y
Se o importante é a região linear da equação (2.20), devemos expandircoth( em
uma série de potências e conservar somente os termos principais. Resulta então que
)y
kT
Ep
y
p
p
m
33
cos
2
00
0
#
T
, (2.21)
o termo
T
cos
0
p é o momento de dipolo efetivo médio; a polarização será dada por
T
cos
0
pNP e tem o mesmo sentido de
m
E
&
. Assim, a equação (2.20) poderá ser escrita
como
m
E
kT
p
P
N
&&
3
1
2
0
(2.22)
comparando a equação (2.22) com a equação (2.9) e usando a equação (2.10), podemos
provar que a polarizabilidade Į (isto é, o momento de dipolo molecular por unidade de
campo polarizante) é
kT
p
3
2
0
D
, (2.23)
o resultado acima é obtido desprezando-se os momentos de dipolo induzido e poderia ser
denominado de
polarizabilidade orientacional. Os efeitos dipolares induzidos dão origem
a chamada polarizabilidade de deformação,
0
. Assim, em um caso geral, a
polarizabilidade molecular total é dada por
kT
p
3
2
0
0
DD
, (2.24)
expressão conhecida como equação de Langevin–Debye, meta deste tópico.
2.1.3 – Relaxação Dielétrica
2.1.3.1 – Equações de Debye
Apresentaremos agora um estudo relativo a dependência da constante dielétrica
complexa İ*(Ȧ) com a freqüência, que poderia ser utilizado em casos de soluções de
dipolos diluídos em líquidos ou sólidos, e alguns outros casos. Para uma escala de tempo
maior que 1
µs é possível distinguir dois processos de interação do campo elétrico com a
matéria. O primeiro resulta de uma reorientação dos dipolos e o segundo resulta de
movimento de translação das cargas livres. O primeiro processo resulta de uma corrente de
22
deslocamento que é proporcional a
t
D
w
w
&
, onde D
&
é o vetor deslocamento elétrico, que varia
em função do tempo. está definido pela densidade superficial de cargas livres no
eletrodo. O segundo processo resulta em uma corrente de condução, proporcional ao
campo elétrico aplicado,
D
&
iE
V
, onde
V
é a condutividade do material.
Sabemos que
[12]
PED
&&&
0
H
, (2.25)
onde
P
&
é a polarização do material e
0
H
é a permissividade elétrica no vácuo.
Quando um campo elétrico
E
&
é aplicado a um material dielétrico, a polarização resultante
P
&
se divide em duas partes, com tempos de respostas diferentes. A primeira está
relacionada à polarização induzida no átomo, devido ao deslocamento da nuvem
eletrônica. O tempo de resposta desse processo é da ordem de 10
-16
s e está na faixa UV do
espectro eletromagnético. As vibrações elétricas também têm uma constante de tempo que
corresponde à região do infravermelho do mesmo espectro. A polarização induzida
f
P
&
define a permissividade elétrica para altas freqüências, denominada
f
H
, que está
relacionado ao índice de refração. A segunda contribuição para a polarização que
chamaremos de )('
tP
&
deve-se à orientação dos dipolos ao longo da direção de
E
&
. O tempo
característico desse processo
[11]
é da ordem de 10
-6
a 10
-3
s. Para freqüência na faixa de
microondas, a orientação dos dipolos não pode acompanhar o campo aplicado.
Se o campo permanecer aplicado por um tempo muito longo, a polarização atinge
um valor de saturação
&
, que define o valor da permissividade elétrica estática,
s
P
s
H
.
Assim, a polarização de saturação será dada pela função
)(' fo
f
tPPP
s
&&&
. (2.26)
Vamos considerar, em primeira aproximação, que o processo de orientação dos
dipolos é um processo com um único tempo de resposta IJ, ou seja, )('
tP
&
é governado por
um processo cinético de primeira ordem. Isso significa que a medida que a polarização
P
&
se aproxima do valor de saturação,
s
P
&
, a taxa de variação de
P
&
depende da diferença
.
s
PP
&&
Assim, temos que:
W
PP
dt
tPd
s
&
&
&
)('
. (
2.27)
Esse comportamento está representado na
Figura 2.5.
23
f
P
&
P
&
P
&
s
tem
p
o
Figura 2.5 - Dependência do tempo da polarização quando um campo elétrico
constante é subitamente aplicado a ele
[11]
.
Assumiremos, que em um campo elétrico constante, o equilíbrio é obtido
exponencialmente com o tempo.
Assumiremos, para a função, decaimento )(
t
que:
W
D
t
et
v)(
,
onde IJ é independente do tempo mas pode depender da temperatura
[13]
.
Nesse caso, a relação entre o deslocamento elétrico
D
&
e o campo elétrico
E
&
é não
linear, e será dado por:
³
f
f
t
duutuEtEtD )()()()(
DH
&&&
.(2.28)
Essa equação integral pode ser transformada em uma equação diferencial, com as
seguintes observações:
x O termo )(tE
&
f
H
D
corresponde a uma resposta imediata do deslocamento
elétrico
&
ao campo elétrico
E
&
, o que ocorre nas regiões da alta
freqüência.
x O termo expressa uma resposta mais lenta do
deslocamento elétrico
³
f
t
duutuE )()(
D
&
D
&
ao campo elétrico
E
&
, persistindo por um tempo
duut ! .
Assim ao derivarmos a equação (2.28) em relação a
t, multiplicando por IJ, e
assumirmos que:
)(
1
t
dt
d
D
W
D
,
24
temos
³
f
f
t
duutuEtE
dt
tEd
dt
tDd
)()()()0(
)()(
DWDWHW
&&
&&
. (2.29)
Somando as equações (2.28) e (2.29), temos:

EEDED
dt
d
&&&&&
)0(
WDHHW
ff
. (2.30)
Para determinarmos a constante )0(
consideraremos o caso especial de equilíbrio
à campo constante. Isso nos leva a

0
f
ED
dt
d
&
&
H
e
ED
s
&&
H
,
onde
s
H
é a permissividade elétrica de saturação. Assim, da equação (2.30), obtemos que

f
H
H
W
D
s
)0( . (2.31)
Assumiremos agora que a função )(
t
é dada por

W
DD
t
et
0)(
.
Portanto, usando o resultado de )0(
encontrado na equação (2.31)

W
W
HH
D
t
s
et
f
)(
.
Vamos usar a equação (2.30) para a investigação de uma situação próxima do
equilíbrio, de um capacitor. Consideremos dois casos:
i) Para cargas constantes nas placas do capacitor:
0
dt
Dd
&
,
0
DD
&
&
.
A equação (2.30) torna-se:
s
D
E
dt
Ed
H
W
0
'
&
&
&
, ou seja,
25
'
0
W
H
t
s
eED
v
&&
, (2.32)
onde
W
H
H
W
s
f
' .
ii) Consideraremos agora uma tensão constante nas placas do capacitor;
0
dt
Ed
&
,
0
EE
&&
.
A equação (2.30) torna-se:
0
ED
dt
Dd
s
&&
&
HW
assim:
W
H
t
s
eED
v
&&
. (2.33).
Ambos os casos levam a uma situação na qual o equilíbrio se dá de forma
exponencial.
Se assumirmos agora um campo periódico da forma
tj
eEE
Y
0
&&
.
Introduzindo a constante dielétrica complexa

Y
H
Y
H
Y
H
'''* j
Ej
dt
Ed
&
&
Y
com:

ED
&
&
YH
* , temos também

Dj
dt
Dd
&
&
YYH
* , substituindo os resultados
anteriores na equação (2.30), temos



22
11
*
YW
H
H
YW
YW
H
H
HH
ff
f
ss
j . (2.34)
Obtemos dessa forma,


2
1
'
YW
H
H
HYH
f
f
s
e


2
1
''
YW
HHYW
H
fs
, (2.35)
onde

Y
H
' e

Y
H
'' são as permissividades elétricas real e imaginária, respectivamente.
26
Uma maneira alternativa de se obter as permissividades reais e complexas nessa
situação, é admitir a função
[13]

³
f
ff
0
1
dxe
x
xj
s
W
Y
W
HHHYH
.
O ângulo entre as permissividades elétricas real e complexa poderá ser assim
determinado


»
»
¼
º
«
«
¬
ª
f
f
2
1
1
tan
'
''
tan
YWHH
YWHH
I
H
H
I
s
s
. (2.36)
As equações (2.35) são as chamadas
equações de Debye, onde IJ é o tempo de
relaxação. As equações de Debye descrevem as propriedades de uma substância dielétrica
em campos alternados.
Deve-se ressaltar o fato de que a permissividade elétrica, segundo essas
preposições, dependem basicamente de dois parâmetros relevantes, a temperatura T e a
freqüência angular Ȧ. A dependência angular está explícita nas funções anteriores, ao
passo que a dependência com a temperatura, está implícita nos parâmetros
f
H
H
s
e IJ,
ambos, usualmente depende
[13]
de T. Podem depender, é claro, de outros parâmetros que
não consideraremos nesse trabalho.
Vamos assumir agora que
s
H
e
f
H
são funções conhecidas e dependentes da
temperatura T. Se IJ for também relacionada a uma nova variável z da seguinte maneira
W
YYW
logloglog z .
Substituindo z nas equações ( 2.35), ficamos com
zz
z
s
z
s
ee
e
e
f
f
f
f
HH
HH
HH
H
H
'
1
1
'
2
, (2.37)
e
zz
s
ee
f
1''
HH
H
. (2.38)
A
figura 2.6 mostra um gráfico dessas funções.
27
1 2 3 4 5
0,5
1,0
0
0,25
0,75
-5 -4 -3 -2 -1
z
Figura 2.6 - As funções de Debye.[İ’’/( İ
s
-İ
)](linha cheia -componente imaginária da
permissividade complexa), e [(İ’-İ)
)
/( İ
s
-İ
)]( linha tracejada -componente real da
permissividade complexa)
[13]
.
Atualmente, IJ não pode ser conhecido
[13]
mas pode ser determinado, medindo-se as
permissividades real e imaginária em várias freqüências e temperaturas.
Assumindo que as equações de Debye são contínuas, podemos facilmente encontrar
IJ, para isso basta encontrarmos o máximo da função que determina a permissividade
elétrica imaginária
,0
''
w
w
Y
H
se ,
.max
YY
e T=cte . (2.39)
Usando
H
cc
definido na equação (2.38)
)(
1
)(
.max
T
T
W
Y
. (2.40)
Dessa forma, podemos determinar IJ para uma dada temperatura T.
Podemos também determinar a diferença
f
H
H
s
, quando Ȧ for máximo. Pois,
substituindo a equação (2.40) nas equações (2.35) temos
 
f
HHYH
s
2
1
'e
f
HHH
s
2
1
''
(2.41)
para
.max
YY
.
Para determinar o ângulo em que
H
cc
é máximo assumimos
,0
tan
w
w
Y
I
se ,
I
YY
e T=cte . (2.42)
Da equação (2.36) temos:


»
»
¼
º
«
«
¬
ª
f
f
2
11
tan,
'
''
tan
YWHH
YWHH
I
H
H
I
s
s
.
28
Denotando
'
''
tan
H
H
I
(2.43)
ou


»
»
¼
º
«
«
¬
ª
f
f
2
tan
YWHH
YWHH
I
s
s
. (2.44)
Usando as equações (2.43) e (2.44) na equação (2.42)
'
''1
H
H
W
Y
I
. (2.45)
Substituindo a equação (2.45) nas equações (2.35)


f
f
HH
H
H
YH
s
s
2' e



f
f
f
HH
HH
HH
YH
s
s
s
''
(2.46)
enfim

»
»
¼
º
«
«
¬
ª
f
f
HH
HH
I
s
s
g
2
tan (2.47)
para
YY
I
.
É importante notar que nas situações de extremo acima citadas, İ’ e İ’’ são
independentes das freqüências máximas e do tempo de relaxação, e são denotadas apenas
pelas constantes dielétricas estática (ou de saturação) İ
s,
e constante dielétrica a alta
freqüência İ
.
De acordo com as equações de Debye, İ’ decresce de İ
s
até İ
na região de
freqüência em que İ’’ assume maiores valores. Assim, İ
assume o valor de İ’ para
freqüências suficientemente altas tal que İ’’, a partir de Ȧ
max
assume um valor mínimo.
Esse valor, precisa coincidir com a constante dielétrica óptica
[13]
.Se
f
H
H
s
for muito
pequeno, )('
Y
H
H
H
##
fs
.
São necessárias medidas muito precisas para que se obtenha
f
H
H
s
. Essa
quantidade, no entanto, pode ser obtida com a ajuda de uma relação fenomenológica
levando
[11]
a
I
H
I
H
Y
H
gg
s
tantan)(''
1
## .
Sistemas desordenados, tais como filmes finos amorfos e vidro, em geral
apresentam o pico de İ’’ mais largo. Na abordagem teórica de sistema, um material cuja
relaxação dielétrica pode ser descrita pelas equações de Debye pode ser representado por
um circuito equivalente (
Figura 2.7).
29
C1
C2
R
Figura 2.7- Circuito de Debye equivalente
[14]
.
2.1.3.2 – Diagrama de Cole-Cole
O diagrama de Cole–Cole, consiste em representar a parte imaginária em função da
parte real, da permissividade elétrica complexa. Se o comportamento da permissividade
elétrica segue as equações de Debye, na representação de Cole–Cole, obtém-se um
semicírculo como mostrado na
figura 2.8, cuja equação é dada por
[14]
. (2.48)

])(')][('[)(''
2
f
HYHYHHYH
s
(İ
s
+ İ
İ’’
ȦIJ=1
İ
s
İ
İ
)/2
Figura 2.8- Diagrama de Cole – Cole para İ no plano complexo para um único tempo de
relaxação
[14]
.
O diagrama de Cole–Cole permite uma análise relativamente rápida das propriedades
elétricas do material. Nos pontos onde o arco cruza o eixo de İ’, obtemos os valores de İ
e
İ
s
. O ponto de máximo corresponde ao ponto onde ȦIJ=1.
Alguns efeitos podem alterar o formato do diagrama de Cole–Cole, resultando em
arcos circulares com o centro localizado abaixo do eixo horizontal ou arcos distorcidos.
Algumas propriedades elétricas do material estão relacionadas com o diagrama de
Cole–Cole da seguinte maneira:
a) Se o arco não passa pela origem, isso pode ser porque existe uma superposição de
outros arcos ou porque İ
>0.
b) O deslocamento do centro do arco para baixo do eixo real está associado a uma
distribuição discreta ou contínua de diferentes tempos de relaxação em torno de um
valor médio IJ
0
=1/Ȧ
0
. Įʌ/2, é o ângulo entre a abscissa e o deslocamento do centro
30
médio em relação ao eixo real e Į está relacionado a largura de distribuição dos
tempos de relaxação
[14]
(Figura 2.9.(a)). Arcos distorcidos, com queda mais
abrupta em freqüências baixas, são também chamados de diagrama de Cole–
Davidson (
Figura 2.9.(b)). Essa forma é muito comum quando há mecanismos de
relaxação com constantes de tempo que podem diferir em até duas ordens de
magnitude. Geralmente a distribuição de tempos de relaxação é uma distribuição
não simétrica.
Quando existe corrente de condução (DC) através do material esse efeito aparece como
uma calda no arco, que será tanto mais acentuada quanto maior for a condutividade do
material (
Figura 2.9.(c)).
a)
İ’’
b)
İ’’
IJ
m
Ȧ
m
=1
ȕʌ/2
İ
İ
Įʌ/2
c)
İ’’
ı
2
ı
1
İ
Figura 2.9- Diagramas de Cole – Cole observados usualmente. a) Cole – Cole com uma
distribuição de tempos de relaxação em torno de um valor médio IJ
m
. b) Cole – Davidson,
associado a uma distribuição de tempos de relaxação que podem diferir por duas ordens
de grandeza. c) efeito de uma corrente contínua no diagrama de Cole - Cole para
diferentes condutividades (ı
1<
ı
2
).
31
2.1.3.3 – Descrição Empírica da Relaxação Dielétrica
As equações de Debye descrevem um processo de relaxação com uma única
constante de tempo e o comportamento de İ’’ corresponde a um pico simétrico em torno da
freqüência natural Ȧ
0
. Na prática observa-se que muitas vezes o pico é menos acentuado e
a função İ’’(Ȧ) tem uma largura maior do que previsto pelo modelo de Debye. Algumas
tentativas têm sido feitas para incluir nesse modelo uma distribuição de tempos de
relaxação (o ideal seria um modelo que previsse qualquer distribuição). Muitas dessas
tentativas são empíricas, e são capazes de descreverem satisfatoriamente algumas classes
de materiais. Discutiremos logo mais, alguns desses modelos empíricos.
Para uma distribuição continua de tempos de relaxação a equação de Debye pode ser
generalizada da seguinte forma
[15]
:
³
f
ff
0
*
1
)(ln
)()(
ZW
WW
HHHZH
i
dG
s
(2.49)
onde a função G(lnIJ) deve satisfazer a seguinte condição de normalização
. (
2.50)
³
f
0
1ln)(ln
WW
dG
Se a função de distribuição )ln(
W
G é uma função delta, a equação (2.49) se reduz à
equação de Debye. Se a função )('
Y
H
for uma função fechada, é possível obter uma
expressão fechada para a função distribuição à partir das singularidades
[16]
de

)]}(*Im[)](*{Im[lim
2
1
)(ln
0
W
YH
W
YH
HHS
W
Z
jj
G
s
o
f
. (2.51)
as expressões correspondentes para as funções de resposta são
³
f
0
ln)/exp()(ln)(
WWWD
dtGt
(2.52)
e
W
W
W
WI
ln
/exp(
)(ln)(
0
d
t
Gt
³
f
¸
¹
·
¨
©
§
(2.53)
onde )(t
I
representa a função pulso de resposta, da qual se obtém também a equação de
Debye: (quando
][)()(
or
ps
IHHHZ
L
ff
*
H
)ln(
W
G for uma função delta)
ZW
HH
H
W
HHHZH
W
i
e
s
t
s
f
f
ff
1
][
1
)()(
/*
L
,
][
/
W
t
e
L é a transformada de Laplace do pulso de resposta e .
W
/t
32
Uma prática bastante comum para se ajustar as equações de relaxação é escolher
um de forma tal que os valores experimentais se ajustem com as funções
*
H
'
H
e ''
H
. Em
seguida tenta-se obter a equação de distribuição partindo da equação (2.48).
Muito se tem feito objetivando-se encontrar a função de distribuição à partir de
modelos microscópicos.
O parâmetro IJ pode ser avaliado mais facilmente para certos materiais polares
sólidos em que os dipolos são constituídos de pares móveis de íons positivos e negativos
de carga e, separados por uma distância a. Os íons possuem certas posições de equilíbrio
fixas no sólido, porém pode realizar saltos para outras posições vizinhas permitidas. Por
meio desses saltos, o dipolo pode girar até se alinhar com o campo aplicado ou retornar a
uma posição aleatória quando o campo é removido. O tempo IJ é, portanto, o tempo médio
para um salto. Isto é dado por:
Tk
U
B
e
'
0
11
WW
(2.54)
O fator
0
1
W
é aproximadamente a freqüência vibracional do íon em torno de sua
posição de equilíbrio e
Tk
U
b
e
'
é o fator estatístico de Boltzmann
[11]
. Um salto é tentado a
cada vibração, porém, apenas uma fração tem sucesso, dependendo da energia 'U
necessária para empurrar o íon através da barreira até a posição de equilíbrio vizinha.
0
1
W
é
a freqüência vibracional iônica
0
Y
e é da ordem de 10 . A barreira de energia, 'U,
deve ser apreciável para que o modelo acima seja totalmente válido, pois a existência de
posições de equilíbrio, entre as quais os saltos ocorrem, depende das barreiras. Dessa
forma,
113
s
111
10
1
d s
W
, e
W
1
será muito menor que isso em temperaturas abaixo da
temperatura de fusão o que caracteriza uma distribuição de tempos de relaxação
relacionados a processos termicamente ativados.
A determinação de IJ, para meios liquido é ainda mais difícil e nesse caso, o tempo
de relaxação de Debye é dado por:
3
0
4
1
R
Tk
B
SK
W
(2.55)
onde K é a viscosidade e é o raio da molécula. Isso concorda razoavelmente com
valores experimentais de K e prevê uma freqüência nas regiões das micro-ondas para a
maioria dos líquidos polares à temperatura ambiente, uma vez que os dipolos num líquido
giram mais livremente do que num sólido. A viscosidade K depende da temperatura, porém
a equação (2.55) depende menos intensamente da temperatura do que a equação (2.54).
0
R
A equação (2.54), é reescrita da seguinte forma
Tk
E
B
e
*
0
11
WW
, (2.56)
onde E* é definido como a energia de ativação.
33
A distribuição da energia de ativação é definida por uma função K(E*) de forma
que
WW
dGdEEK )(**)( . (2.57)
Mesmo se K(E*) for independente da temperatura, pode haver uma dependência
térmica em )(
W
G , já que o valor da constante de tempo vibracional iônica (
0
W
) e a largura
da distribuição de K(E*) variam com a temperatura. Um dos modelos propostos de
interação dipolo-dipolo prevê uma distribuição gaussiana para a energia de ativação dada
por

»
»
¼
º
«
«
¬
ª
2
*
0
*
'2
2'
1
*)(
K
SK
EE
eEK
, (2.58)
onde é a variância de K(E*). Tal função tem como resultado uma distribuição
conhecida como “distribuição de Wagner”
2
'
K
[17]
com:
»
»
¼
º
«
«
¬
ª
¸
¸
¹
·
¨
¨
©
§
2
0
2
ln
)(
W
W
SW
W
b
e
b
G
(2.59)
em que
2'/
K
Tk
B
b , governa a densidade de distribuição dos tempos de relaxação
[13]
.
2.1.3.4 – Modelos Empíricos de Cole-Cole, Cole-Davidson e Havriliak-Negami
A descrição mais simples da dinâmica de relaxação em materiais ferroelétricos
deve ser obtida por meio de um único processo de Debye com um único tempo de
relaxação, ou pela superposição de diversos tempos de relaxação.
Processos de relaxação de comportamento exponencial em um domínio temporal,
ou da forma clássica de Debye, em um domínio de freqüências, ocorrem em muitos
sistemas físicos, tais como: dielétricos, líquidos supercoloidais, sólidos visco-elásticos,
polímeros derretidos e em solução e em meios porosos. Eles são descritos usualmente por
sofisticadas funções matemáticas, por exemplo, a equação de Cole–Cole, a equação de
Cole–Davidson, a função de Havriliak–Negami e outras poderosas funções
matemáticas
[18]
. A profunda compreensão desses processos dielétricos e a prova dos
primeiros princípios dessas funções de relaxação empíricas são tópicos importantes.
Os modelos empíricos citados são variações do modelo de Debye e a partir deles é
possível descrever diferentes diagramas de Cole–Cole.
Quando o centro do círculo está abaixo do eixo real (
Figura 2.9(a)) a equação de
Cole–Cole é adequada para descrever esse comportamento, ao passo que a equação de
Cole–Davidson é capaz de reproduzir arcos distorcidos (
Figura 2.9(b)), é muito comum
quando há mecanismos de relaxação com constantes de tempo que podem diferir em até
duas ordens de magnitude. A função de Havriliak–Negami generaliza as funções de Cole–
Cole e Cole–Davidson. Apresentaremos, a seguir, cada um desses modelos.
34
2.1.3.4.1 – Modelos Empíricos de Cole-Cole
A primeira expressão empírica para H*(Z) foi dada por K.S. Cole e R.H. Cole em
1941 e é descrita pela equação:
D
ZW
H
H
HZH
f
f
1
0
)(1
)(
)(
i
s
, (2.60)
onde Įʌ/2, é o ângulo entre a abscissa e o deslocamento do centro médio em relação ao
eixo real; Į está relacionado a largura de distribuição dos tempos de relaxação (
Figura
2.9.(a)
) e pode ser obtido do diagrama de Cole-Cole
[13]
. Quando Į=0, retornamos para o
caso de um tempo de relaxação simples, e H*(Z), será novamente representado pela
equação de Debye.
Quando H*(Z) é separado em partes real e imaginária, obtemos as seguintes funções
para H’(Z) e H’’(Z):
)1(2
0
1
0
1
0
)(
2
1
sin)(21
2
1
sin)(1
)()('
DD
D
ZWDSZW
DSZW
HHHZH
ff
s
(2.61)
e
)1(2
0
1
0
1
0
)(
2
1
sin)(21
2
1
cos)(
)()(''
DD
D
ZWDSZW
DSZW
HHZH
f
s
, (2.62)
que retorna as equações de Debye, para Į=0.
Se usarmos a equação (2.51), poderemos encontrar a função distribuição dos
tempos de relaxação


>@


SDWWSDWW
WWSD
S
W
DD
D
2
12
0
2
1
0
1
0
sen/cos/1
/sen
1
)(ln
G
. (2.63)
A função de distribuição )(ln
W
G corresponde a uma distribuição simétrica em torno
de
0
W
e a largura da distribuição é tanto maior quanto maior for o valor de D.
2.1.3.4.1 – Modelos Empíricos de Cole-Davidson
Em 1950, Davidson e Cole encontraram uma outra expressão para definir H*(Z),
também empírica, dada por
E
ZW
H
H
HZH
)1(
)(
)(
0
i
s
f
f
. (2.64)
35
A equação (2.64) se reduz à equação de Debye, quando ȕ=1, desde que
MWZZW
MM
cos/1i+
22
0
ii
ee 1 (2.65)
onde M=arctg(
0
ZW
).
Separando-se as partes real e imaginária da equação (2.64), obtemos:
, (
2.66)
EMMHHHZH
E
coscos)()('
ff
s
. (2.67)
EMMHHZH
E
sincos)()(''
f
s
O diagrama de Cole–Cole resultante será um arco distorcido como observado na
Figura 2.9(b) e na Figura 2.10, podendo ser obtido experimentalmente a partir da
inclinação da reta tangente ao arco nas regiões de altas freqüências. O ângulo de inclinação
obtido será igual a ȕʌ/2.
SE
4
1
SE
2
1
1
0
YW
4
2
İ’’
0 2 4 6 8 10
İ
Figura 2.10 - Diagramas de Cole–Cole para a equação de ColeDavidson.
Usando a equação (2.51), encontramos a função distribuição dos tempos de
relaxação, que será dada por:

SE
WW
W
S
W
E
sen
¸
¸
¹
·
¨
¨
©
§
0
1
lnG . (
2.68)
A distribuição representada pela equação (2.64) tem como resultado uma
distribuição de tempos de relaxação assintótica não simétrica. Podemos observar
claramente que se,
0
WW
o ,

fo
W
lnG . Porém, a área sob a curva da função permanece
finita.
Na
Figura 2.11 temos um exemplo de distribuição de tempos de relaxação para a
equação de Cole-Davidson.
36
)/ln(
0
WW
)(ln
W
G
0,8
0,6
0,4
0,2
0
-5 -4 -3 -2 -1
Figura 2.11 -Exemplo de distribuição de tempos de relaxação para a equação de
Cole-Davidson.
2.1.3.4.3 – Modelos empíricos de Havriliak–Negami
Havriliak e Negami propuseram o seguinte modelo para a permissividade elétrica
complexa
[19]

^`
E
D
ZW
H
H
HZH
f
f
1
0
1
)(
)(
i
s
. (2.69)
O modelo proposto pela equação (2.69) é claramente uma generalização dos
modelos de Cole–Cole e Cole–Davidson, quando ȕ=1 e D=0, respectivamente.
Os diagramas de Cole–Cole para a equação (2.69) resultam em diagramas cujos
arcos apresentam formas distorcidas, como no modelo de Cole–-Davidson (equação
(2.65)), além de estarem deslocados com relação ao eixo real, como no modelo de Cole–
Cole (equação (2.60)).
Se separarmos as partes real e complexa da equação (2.65), teremos:
2/
)1(2
0
1
0
)(
2
1
sin)(21
cos
)()('
E
DD
ZWDSZW
EM
HHHZH
¿
¾
½
¯
®
ff s
(2.70)
e
2/)1(2
0
1
0
})(
2
1
sin)(21{
sin
)()("
EDD
ZWDSZW
EM
HHZH
f
s
(2.71)
37
onde
SDZW
SDZW
M
D
D
2
1
sin)(1
2
1
cos)[(
1
0
1
0
arctg
. (2.72)

DSE
1
2
1

DSE
1
4
1
1
0
Y
W

DS
1
2
1
2
İ’’
2 4 6 8 10 12
İ
Figura 2.12- Diagramas de Cole–Cole para a equação de HavriliakNegami.
2.1.3.4.4 - A Descrição de Fuoss-Kirkwood
Fuoss e Kirkwood observaram que para o caso de um tempo de relaxação simples,
o fator de perda H"(Z) pode ser escrito como
)
1
)(
)(''
0
"
2
0
2
0
ZWH
WZ
ZW
H
H
ZH
sech(ln
m
s
f
, (2.73)
onde é o valor máximo de , que neste caso
"
m
H
)(
"
YH
)(
2
1
"
f
HHH
sm
. (2.74)
Assim, a equação (2.73) pode ser generalizada da seguinte forma:
, (
2.75))ln(sec
0
""
ZWDHH
h
m
D é um parâmetro cujos valores estão compreendidos no intervalo 0<Dd1. Neste caso,
agora é diferente de
"
m
H
)(
2
1
"
f
HHH
sm
, e dado por:
)(
2
1
"
f
HHDH
sm
. (2.76)
Devemos distinguir o parâmetro D introduzido na equação (2.75), do parâmetro D
na equação de Cole-Cole.
38
2.1.3.4.5 - A Descrição de Jonscher
A equação de Fuoss-Kirkwood também pode ser assim descrita:
DD
ZZZZ
H
ZH
)/()/(
)("
00
"
m
. (2.77)
Jonnscher sugeriu uma expressão para H”(Z) que é uma generalização da equação
(2.77)
nm
m
1
21
"
)/()/(
)("
ZZZZ
H
ZH
, (2.78)
com e
10 d m 10 d n . A freqüência de perda máxima será então
)1(/1
1
21
1
»
¼
º
«
¬
ª
nm
nm
m
n
m
ZZZ
. (2.79)
As quantidades
1
Y
, m,
2
Y
e n, respectivamente, determinam o comportamento em
baixa freqüência e alta freqüência e podem ser obtidos do gráfico de
ln
H
”(
Z
) versus ln
Z
.
2.1.3.5 – Função de Distribuição para Mais de um Tempo de Relaxação
O modelo de Debye e os modelos empíricos descritos nas seções 2.1.3.2, 2.1.3.3 e
2.1.3.4 consideram um único tempo de relaxação ou uma distribuição de tempos em torno
de um valor médio IJ. Dessa maneira, a função de distribuição é representada por uma
função com um único máximo, sendo ela simétrica ou assimétrica. Essa descrição é
adequada para um grande número de sistemas condensados. Isso, porém, não é verdadeiro
para uma outra infinidade de materiais, cujos tempos de relaxação podem ser descritos por
uma superposição de distribuições de tempo de relaxação, que ocorreria em sistemas que
se observam mais que um pico de relaxação. Se a função de polarização e orientação,
, de um sistema com um único tempo de relaxação é dada por , nesses
casos, temos:
)(
t
or
P
D
W
D
/
)(
tor
P
et
¦
k
kk
or
p
tgt )/exp()(
WD
. (2.80)
supondo então um número infinito de tempos de relaxação
k
W
, e que a distribuição
dos tempos de relaxação )(
W
G sejam uma função delta para cada um dos tempos
k
W
,
obtemos que:

¦
k
kk
g
WWGW
lnlnlnG . (2.81)
Assim, a permissividade elétrica complexa será representada por
39
¦
ff
k
k
k
s
i
g
ZW
HHHZH
1
)()(
*
, (2.82)
lembrando que se a função de distribuição )ln(
W
G é uma função delta. A equação(2.50) se
reduz à equação de Debye, dessa maneira, temos aqui uma soma de infinitas equações de
Debye.
As constantes devem seguir a seguinte relação
k
g
¦
k
k
g 1 . (2.83)
Supondo uma distribuição contínua temos
(
2.84)
³
f
0
)/exp()()(
WWWD
dtgt
or
p
e
³
f
ff
0
*
1
)(
)()(
ZW
WW
HHHZH
i
dg
s
(2.85)
com a condição
. (
2.86)
³
f
0
1)(
WW
dg
A opção por um ajuste com diferentes tempos de relaxação como nas equações
(2.82) e (2.85) deve vir acompanhada de alguma razão física, como por exemplo, a
observação de mais que um pico de relaxação nas curvas de permissividade elétrica.
Existem várias referências na literatura, que levariam a acreditar que para cristais
líquidos termotrópicos tais como 5CB, 7CB e 8CB, existem mais de um tempo de
relaxação associados às relaxações dipolares. Bose e co-autores
[10]
, por exemplo,
descrevem que para o CLT 7CB, que embora apresente um mecanismo de relaxação
dominante em freqüências da ordem de 39MHz, apresenta também mais dois mecanismos
em freqüências mais altas (da ordem de 225MHZ e 550MHz, respectivamente), além
disso, é relatado o fato de que em alinhamentos homeotrópicos (moléculas de CL alinhadas
perpendicularmente às paredes de confinamento) tanto a componente real como a
componente imaginária da permissividade complexa H*(Z) são maiores que em
alinhamentos homogêneo (moléculas de CL alinhadas paralelamente às paredes de
confinamento); fato este que concorda com dados obtidos em espectroscopia dielétrica do
CLT E7 (que tem entre seus quatro compostos a presença do 7CB – 25%)
[20]
. A existência
de mais de um processo de relaxação leva a aplicação do modelo empírico de Havriliak-
Negami na análise das medidas de permissividade elétrica, que também seria justificado
observando-se os diagramas de Cole–Cole para o CLT 7CB isotrópico e com alinhamento
homogêneo. O mesmo não ocorre para os alinhamentos homeotrópicos que poderiam ser
analisados de forma satisfatória com o modelo de Debye
[10]
satisfatoriamente.
Dados obtidos por Costa
[20]
indicam que para o CLT E7, o modelo de Cole–Cole
descreveria de forma razoável os dados obtidos para o alinhamento homogêneo. O mesmo
já não ocorreria para alinhamentos homeotrópicos em uma faixa de 10mHz a 10MHz,
Costa, também não relata, nessa faixa de freqüência, a observação de mais que um
40
mecanismo de relaxação, mesmo porque, não é feita uma varredura tão grande como no
relato de Bose e co-autores
[10]
(100KHz a 10GHz).
Dados obtidos por Bose e co-autores, provavelmente ignoram mecanismos de
relaxação que poderiam estar compreendidos entre 100mHz e 200KHz, observados no
CLT E7.
Os dados obtidos por Bose e co-autores estão de acordo com dados obtidos por
M.R. Bengoechea e co-autores
[21]
para o CLT 8CB, ao passo que Bengoechea estudou
ainda o comportamento do cristal líquido 8CB confinado em poros cilíndricos de
200nm
em duas configurações diferentes, orientação radial e orientação axial. As freqüências de
relaxação encontradas estavam na ordem de 1Hz e 100Hz para as orientações radiais e
axiais, não sendo relatado mais que uma dinâmica de relaxação em uma faixa de
3mHz a
10MHz. Em baixa freqüência (f<0.1Hz), relata ainda uma forte dependência da
permissividade complexa İ’’ com a freqüência nos dois tipos de orientação
experimentados.
Dados obtidos por Sinhá e Aliev
[22]
(que estudou o comportamento dielétrico dos
CLT 5CB e 8CB confinados em matrizes porosas conectadas aleatoriamente em duas
dimensões de poros,100Å e 1000 Å, em uma faixa de freqüência de 1
mHz a 1,5MHz)
mostram processos de relaxação nas faixas entre 1Hz e 10Hz, 100KHz e 1MHz, 1MHz e
10
MHz e 10MHZ e 1GHz, estando o processo mais claro entre 1MHz e 10MHz; tempos
característicos menores que os observados por
M.R. Bengoechea.
Mecanismos de relaxação no volume devem estar associados à rotação das
moléculas em torno de seu eixo de simetria e as flutuações de orientação em torno da
direção média de orientação molecular (ou em torno do diretor
n
&
).
O comportamento da permissividade elétrica do cristal líquido 8CB confinado em
poros cilíndricos de 200
nm é descrito satisfatoriamente pela equação de Havriliak-Negami
[21]
e o mesmo pode ser dito a respeito 8CB confinados em matrizes porosas conectadas
aleatoriamente em duas dimensões de poros (100Å e 1000 Å)
[22]
, embora não se tenha
demonstrado a existência de mais de um processo de relaxação nos estudos da
permissividade elétrica do cristal líquido 8CB confinado em poros cilíndricos de 200
nm
realizados por M.R. Bengoechea e co-autores. Em ambos os casos, os parâmetros de ajuste
,
E
e
0
W
equação (2.65)) são obtidos dos dados experimentais.
Sinhá e Aliev sugerem que o mecanismo de relaxação observado em baixa
freqüência (entre 1
Hz e 10Hz) deve-se a polarização na interface do CL com as paredes da
matriz porosa, já que nas interfaces o ordenamento molecular é diferente que o
ordenamento molecular no volume, podendo resultar em uma camada polar em função da
adsorção de íons na superfície ou a orientação de dipolos permanentes pela interação com a
superfície. Em geometrias confinadas, as interações superficiais associadas ao
ancoramento das moléculas de CL podem ser maiores que as interações no volume, o que
resultaria em uma ordem dominante, de origem superficial.
41
2.2 – Teoria Elástica Contínua para Cristais Líquidos Confinados
Na teoria elástica contínua, introduzida e refinada ao longo de muitas décadas, por
muitos pesquisadores, os nemáticos são vistos basicamente como na forma cristalina
[2]
.
Uma amostra alinhada pode ser considerada como um cristal simples, em que as moléculas
são, na média, alinhadas ao longo da direção definida pelo eixo diretor . O cristal é
uniaxial e caracterizado pelo tensor parâmetro de ordem
n
&

1
ˆ
ˆ
ˆ
ˆ
3
2
1
jninS
ij
. (2.87)
Como um resultado de um campo externo aplicado, ou por efeitos de superfície, o
eixo diretor será “distorcido” e da mesma forma o parâmetro de ordem também irá variar
espacialmente. O comprimento no qual variações significantes no parâmetro de ordem
ocorrerão, na maioria dos casos, é muito maior que o tamanho molecular. Tipicamente para
distorções do tipo “
Twist”, “Splay” ou “Bend”, o comprimento característico é da ordem
de 1
P
m, sendo a dimensão das moléculas da ordem de algumas dezenas de angstrons. Sob
essas circunstâncias, assim como em sistemas e meios similares (ex. ferromagnetos), a
teoria contínua é válida.
Portanto o primeiro princípio da teoria contínua é ignorar detalhes da estrutura
molecular. Consideraremos então, moléculas de cristal líquido, como hastes rígidas
(
Figura 1.3.(b)); o comportamento coletivo, como um todo, será tratado em termos do
eixo diretor (r), nesse caso, um campo vetorial.
n
&
A figura abaixo mostra as deformações “Twist”, “Splay” e “Bend” em um cristal
líquido nemático:
a) b) c)
Figura 2.13
- Deformação em cristal liquido nemático, tipos: (a) Twist; (b) Splay;
(c) Bend.
Em um sistema cartesiana, as três componentes diagonais do tensor parâmetro de
ordem será dado por:
°
°
°
¿
°
°
°
¾
½
°
°
°
¯
°
°
°
®
1sen3
2
1
1sensen3
2
1
1cossen3
2
1
2
22
22
T
IT
IT
kk
jj
ii
S
S
S
. (2.88)
42
Em um cristal líquido nemático espacialmente torcido, as propriedades físicas
locais, ainda são aquelas, pertencentes a um cristal uniaxial. Ou seja, apenas a orientação
de
varia espacialmente.
n
&
Em Cristais Líquidos, e -n
&
n
&
são indistinguíveis. Assim, sempre que uma
molécula individual possui dipolo permanente, todas as outras moléculas são,
coletivamente, arranjadas de tal forma que o momento de dipolo da rede mostra-se
pequeno.
Seguindo o formalismo teórico desenvolvido por Frank, as densidades de energia
livres (em unidades de energia por volume) associadas às deformações elásticas são dadas
por:
Splay:

2
1111
2
1
nKF
&
&
; (2.89)
Twist:

2
2222
2
1
nnKF
&
&
&
u
; (2.90)
Bend:

>@
2
3333
2
1
nnKF
&
&
&
uu
. (2.91)
Onde , e são constantes elásticas de Frank de
“Splay”, “Twist” e “Bend”
respectivamente.
11
K
22
K
33
K
Geralmente, as constantes elásticas possuem diferentes magnitudes. Na maior parte
dos CL’s, é maior que e justificado pela forma de bastão que as
moléculas possuem.
33
K
11
K
22
K
Em geral, existem mais que uma deformação induzida por um campo externo
aplicado e se as três formas de deformação estiverem presentes no CL, a distorção total da
densidade de energia livre será dado por:
332211
FFFF
d
  
>@
2
33
2
22
2
11
2
1
2
1
2
1
nnKnnKnKF
d
&
&
&&
&
&&
&
uuu
. (2.92)
considerando a aproximação ; a equação (2.92) torna-se:
332211
KKKK

>@
22
2
1
nnKF
d
&
&
&
&
u
. (2.93)
As equações (2.92) e (2.93) descreve a deformação do eixo diretor
n )(r
&
em um
volume de CLN (cristal líquido nemático), sendo que uma descrição completa deve incluir
as contribuições superficiais da densidade de energia livre, então, a densidade de energia
total deverá ser
erfíciedd
FFF
sup
'
, (2.94)
43
onde o termo da energia superficial, depende do tratamento da superfície.
Assim a configuração de equilíbrio de um CLN é obtida pela minimização da
energia livre total do sistema
[2]
:
dvFF
dtotal
³
'
. (2.95)
Na presença de um campo externo aplicado, termos correspondentes serão
adicionados à expressão da energia livre total.
Na condição de paredes rígidas (“hard-boundary”) em que as moléculas de CL
estão fortemente ancoradas na superfície e não respondem a perturbação de campos
aplicados, como na
Figura 2.14. A energia superficial deve então ser considerada como
uma constante, dessa maneira, as interações superficiais não entram nas equações
dinâmicas que descrevem o efeito de um campo induzido em um CLN.
0 E
&
on
E
&
(a) (b)
Figura 2.14-CLN homeotrópico com forte ancoramento superficial; (a) campo
externo desligado; (b) campo externo ligado – apenas o eixo diretor do volume é
deformado.
Se as moléculas não estão fortemente ancoradas na superfície (Figura 2.15), na
chamada condição de paredes flexíveis (“
soft-boundary”), um campo aplicado deverá
perturbar a orientação das moléculas nas superfícies da célula.
on
E
&
Figura 2.15- Condição “Soft-Boundary”. Sob a ação de um campo aplicado, tanto
o eixo diretor, das superfícies quanto o eixo diretor do volume são distorcidos.
n
&
44
Quando um CLN é confinado em uma pequena cavidade esférica, surge uma
variedade de efeitos como resultado da interação entre as interações de ordem nas
superfícies das paredes da cavidade, e as energias de deformação elástica do cristal líquido
dentro da cavidade
[23]
. As mudanças mais observáveis estão ligadas à natureza das
transições nemático–isotrópico, a configuração do diretor dentro da cavidade e à variação
do ângulo no qual as moléculas estão ancoradas nas paredes das cavidades.
A equação (2.88), que define a energia livre para CLN em geometrias confinadas
(casos nos quais os PDLCs são incluídos) pode ser assim reescrita
[23]

>@

³³
³
'
uuu
dAWdVnE
dVnnKnnKnKF
)(sen
2
1
'
2
1
2
1
0
2
0
2
0
2
33
2
22
2
11
TTHH
&
&
&
&
&&
&
&&
&
. (2.96)
Os primeiros termos são a contribuição usual, já vista anteriormente, das
deformações “
splay”, “twist” e “bend” à energia livre, e são as constantes elásticas
apropriadas, proporcionais a . O quarto termo está presente quando existe um campo
elétrico aplicado,
ii
K
2
S
E
&
'
E
&
é o campo local no interior da gota e
H
' é a anisotropia da
constante dielétrica. O termo final está relacionado à contribuição superficial no qual
W é
a intensidade de ancoramento superficial;
0
T
e
0
T
são os ângulos de ancoramento atuais e
preferenciais, respectivamente.
Outras contribuições para a energia livre, tais como os termos “
sandle-splay”(
e ) e o termo “
splay-bend” ( ), podem ser reduzidos a termos de superfície e
negligenciados
22
K
24
K
13
K
[23]
.
Para casos em que as moléculas “preferem” estarem ancoradas perpendicularmente
à superfície e na ausência de um campo aplicado, a minimização da equação (2.96) define
a energia livre total de uma gota da ordem de
[23]
RK
11
8
S
, onde R é o raio da cavidade. Se
as moléculas estiverem orientação normal em todos os pontos da superfície, as forças de
ancoramento não aparecerão na equação (2.96). Uma estrutura alternativa para o
ancoramento perpendicular é a configuração axial, mostrada na figura 1.15(a). A energia
livre para essa estrutura, contém termos elásticos e termos de superfície, sendo definida em
função da razão: , em que
e
dR /
0
/WKd
e
é o comprimento de extrapolação superficial e
a constante é a constante elástica média para a estrutura axial. Nesse
caso, a minimização da equação (2.96) é realizado numericamente, resultando em linhas de
defeito equatorial que torna a estrutura axial instável em ancoramentos fortes (o que não
ocorre em ancoramentos fracos), onde a diminuição da razão torna a estrutura mais e
mais alinhada. A transição de uma configuração para a outra pode ser induzida por um
campo elétrico ou por variações na temperatura.
11
K
2/
33
KK
e
dR /
A configuração axial torna-se mais estável quando
[23]
2,18/
e
dR , como mostrado
na
Figura 2.16. A Figura 2.17 mostra regiões de estabilidade para as configurações radial
e axial, determinadas a partir da minimização da energia livre na presença de campo
elétrico.
Se um campo elétrico for aplicado, as energias livres podem ser novamente
calculadas para as duas configurações nemáticas do diretor. O tipo de configuração é
governada pelo raio,
R
, da gota, o comprimento de extrapolação superficial d , os efeitos
do campo elétrico
e
E
&
e o comprimento de coerência elétrica
[
, onde

' . //
2
1
0
EK
[
HH
'
45
46
Figura 2.16-Transição das configurações de radial para axial, em função da
temperatura para gotas de CLT E7 dispersas em uma matriz de poliuretano
TU50A. O comprimento de extrapolação,
e
d , é calculado, assumindo que a
transição ocorra em
2,18/
e
dR . Em menor escala, a determinação das forças de
ancoramento,
0
W ,em função da temperatura
[23]
.
Figura 2.18 - Regiões de estabilidades determinadas a partir da minimização das
energias livres para as configurações radial e axial.
d
e
/ȟĮ E/W
0
3 – DESCRIÇÃO EXPERIMENTAL
3.1 – Preparação e Caracterização das Amostras
3.1.1 – Cristais Líquidos Termotrópicos (CLT)
Utilizamos em nossos experimentos, o CLT (cristal líquido termotrópico) E7
(Merck), que se apresenta na fase nemática calamítica em temperatura ambiente e é
constituído por uma mistura eutética (transição nemático-isotrópico ocorre a temperatura
constante) composta basicamente por quatro tipos de cristal líquido, cujas formulações
moleculares e concentrações encontram-se apresentadas na
Figura 3.1
[2]
.
511
CH
511
CH
CN
715
CH
CN
817
CH
CN
CN
5CB ψ51%
(4’-Pentil-bifenil-4-carbonitrila)ĺC5H11-Ph-Ph-CN
7CB ψ25%
(4’-heptil-bifenil-4-carbonitrila)ĺC7H15-Ph-Ph-CN
8OCB ψ16%
O
(4’-octiloxi-bifenil-4-carbonitrila)ψC8H17-O-Ph-Ph-CN
5CT ĺ8%
(4’’-Pentil-[1,1’,4’,1”]terfenil-4-carbonitrila)ψC5H11-Ph-Ph-Ph-CN
Figura 3.1-Moléculas que compõem o CLN E7 – pode-se observar suas
característica fortemente polar, conferidas pelo grupo CN.
Algumas propriedades físicas do CLT E7:
Ponto de transição nemático-isotrópico: 58ºC
Anisotropía óptica
ǻn (20ºC e 589,3nm):0,2255
n
e
(20ºC e 589,3nm):1,7472
n
o
(20ºC e 589,3nm):1,5217
47
3. 1.2 – Cristais Líquidos Liotrópicos (CLL)
Foram utilizados cristais líquidos liotrópicos à base de Laurato de Potássio (KL),
decanol (DeOH) e Água, em concentrações específicas a fim de obter-se cristal líquido
liotrópico em duas fases pré-determinadas: Nc (nemático calamítico) e ISO (isotrópico).
Para cada fase, foram usadas as seguintes concentrações em peso:
x ISO
Laurato de Potássio (KL): 27,39%
Decanol (DeOH): 6,27%
Água destilada e deionizada (H
2
O): 66,34%
x Nc
Laurato de Potássio (KL): 29,40%
Decanol (DeOH): 6,627%
Água destilada e deionizada (H
2
O): 64%
Foi utilizado também, um CLL à base de Laurato de Potássio (KL), Cloreto de
Decil Amônia (DaCl) e água com a seguinte concentração em peso:
x Nc
Laurato de Potássio (KL): 35,3%
Cloreto de decil-amônia (DaCl): 4%
Água destilada e deionizada (H
2
O): 60,7%
O diagrama de fases de CLL (KL+H
2
O+DeOH) utilizado é mostrado na Figura
3.2
[24]
.
24.4 24.8 25.2 25.6
0
20
40
Iso
1
Iso
2
N
BX
N
D
N
C
T(
o
C)
KL wt %
Figura 3.2- Diagrama de fases do CLL a base de KL/DeOH/H
2
O.
48
3.1.3 – Cristal Líquido Disperso em Polímero (PDLC)
Para obtermos PDLC, utilizamos apenas o polímero foto-sensível NOA65
(polímero de cura ultra violeta a base de Mercapto-Ester e monômeros de acrilato), tanto
para CLT quanto para CLL.
Para cristais líquidos termotrópicos, utilizamos concentrações diferentes na mistura
CLT-polímero, com a finalidade de se obter uma concentração ideal para minimizar o
potencial de acionamento e os níveis de transparência e translucidez e, além disso,
obtermos uma relação entre a forma das gotas e a concentração dos componentes do PDLC
baseando-se na hipótese de que quanto maior a proporção de CL, maior o tamanho das
gotas no interior da matriz polimérica, para uma temperatura constante
[25]
. A preparação
de PDLC se deu da seguinte maneira:
1. Medimos a massa do polímero e em uma balança de precisão;
2. Adicionamos cuidadosamente CL no recipiente (tubo de ensaio)
contendo o polímero até obter a massa de CL desejada.
3. Agitamos a mistura em um agitador automático por quarenta minutos
(em intervalos de cinco minutos para não gerar stress mecânico no
agitador), tempo necessário para se obter uma mistura bastante
homogênea.
Observamos que, embora a mistura estivesse homogênea, a agitação provocava a
formação de várias bolhas de ar, o que seria indesejável, para se realizar medidas de
transmitância e espectroscopia dielétrica. A solução encontrada foi manter a amostra em
repouso por um determinado tempo (aproximadamente oito horas) e, além disso,
abaixamos a temperatura (colocamos a amostra em uma geladeira) para que se houvesse
uma “pré” separação de fases, supondo que as gotas de CL seguiriam uma tendência de se
agruparem mesmo antes de submeter os monômeros à polimerização.
Colocar a amostra em um ambiente de temperatura baixa, além de funcional, nos
levou a concluir que uma mistura CLT-polímero poderia ser produzida e armazenada em
um local refrigerado e ser polimerizado em até 30 dias depois e mesmo assim o PDLC
seria formado.
Após deixarmos em repouso, introduzimos a mistura entre duas placas de vidro
recobertos com um filme de material condutor e transparente (SnO
2
dopado com Flúor
FTO - Fluorine Tin Oxide) para experimentos de transmitância e introduzimos entre
lamínulas de microscópio para microscopia óptica (as lâminas utilizadas para transmitância
óptica eram muito espessa, maiores que o limite de distancia focal das lentes do telescópio,
dificultando a visualização das gotas de CL aprisionadas na matriz polimérica).
Utilizamos então, para produzir filmes de PDLC, o método de “Separação de fases
induzida por foto – polimerização (PIPS)”.
Este método consiste na produção de uma solução que ainda não está polimerizada
e cuja polimerização é foto-ativada (por UV, por exemplo), com um cristal líquido,
formando uma solução homogênea.
Após o início da polimerização, o cristal líquido torna-se insolúvel e por isso
começa a agrupar-se em pequenas gotas que surgem dispersas no polímero. Com a
solidificação, as gotas deixam de se mover no polímero, ficando assim “aprisionadas”,
formando o PDLC.
Neste caso, dois fatores são importantes para a formação do composto, a
temperatura, que afeta a velocidade de polimerização e por isso a taxa de dispersão e
solubilidade do cristal líquido no polímero; e as proporções do material utilizado que
influenciam diretamente, da mesma forma que a temperatura, no tamanho das gotas de
49
cristal líquido disperso
[25]
. Colocamos as amostras, já entre duas lâminas de vidro planas e
paralelas, em uma câmara UV (esquematicamente descrita na próxima seção) mantendo-as
em média quinze minutos para que se houvesse polimerização. A câmara UV foi
construída utilizando-se quatro lâmpadas fluorescentes do tipo “luz negra” de 20W de
potência cada, colocadas em uma caixa de madeira e protegidas por uma placa de vidro de
5mm de espessura. Durante as polimerizações, foi necessário retirar a placa de vidro, pois
a mesma estava dificultando a polimerização, provavelmente, por absorver grande parte da
radiação UV emitida pela lâmpada.
A maior parte das amostras polimerizadas apresentou algumas bolhas de ar em seu
interior, o que constitui um problema de engenharia, já o método de preenchimento das
células não é muito bom (uma quantidade da mistura é colocada em uma lâmina e outra
lâmina é colocada em cima). Inicialmente, tentamos usar como espaçadores filmes
adesivos do tipo “contact” (utilizados para encapar livros, por exemplo) e a espessura do
filme eram obtidos medindo-se, com um micrometro, a espessura de cada lâmina e a
espessura das duas lâminas separadas pelo filme de PDLC, a diferença deveria ser então a
espessura do filme. Usamos também simplesmente o próprio filme de PDLC como
espaçador, sem medidas prévias de suas dimensões, o que constitui um problema dado o
fato de não podermos controlar a espessura do filme. Utilizamos ainda, como espaçadores,
micro esferas de vidro, com diâmetro médio de 200Pm, porem com muitas variações
dimensionais. Outro problema está relacionado ao controle da área do filme de PDLC.
A amostra na qual se realizou a maior parte das medidas de transmitância e
espectroscopia dielétrica foi construída no Centro de Pesquisas Renato Archer – CenPRA,
durante o trabalho de pós doutoramento do professor Paulo Ricardo
[26]
. Nessa amostra, a
área, a espessura e a preparação do PDLC foram sistematicamente controladas por
métodos industriais desenvolvidos pelo CenPRA. A amostra foi preparada em uma “sala
limpa” para que não houvesse contaminação da mesma. A espessura foi determinada
utilizando-se duas técnicas básicas, interferometria e microscopia óptica sendo controlada
por espaçadores utilizados na confecção de mostradores (displays) de cristal líquido
(LCD). A amostra foi colocada entre duas lâminas de vidro recobertas com SnO
2
, nas quais
foram gravadas por litografia, capacitores com placas de diferentes dimensões e geometria
(três dimensões diferentes e duas geometrias diferentes - circulares e quadradas). A
proporção CL – polímero nessa amostra foi de 50%-50%.
Na
Figura 3.3 é mostrado a fotografia de um mostrador de PDLC em três estados
diferentes: (a) on; (b) off e (c) estado intermediário (transição on-off)
a) b)
c)
Figura 3.3 - PDLC nos estados: (a) on; (b) off e (c) estado intermediário
50
3.2 – Arranjos Experimentais
3.2.1 – Câmara de Polimerização UV
Figura 3.4-Câmara de polimerização UV desenvolvida no laboratório de CL doDFI/UEM
para a produção de filmes de PDLC.
4 lâmpadas UV
fluorescentes.
Potência =20W
(cada)
Caixa de
madeira,
revestida
com isopor.
V=127V
Proteção de
vidro
Chave liga-
desli
g
a
Na
Figura 3.4 temos a representação esquemática da câmara de cura ultravioleta
desenvolvida para a polimerização dos filmes de PDLC. O maior problema apresentado foi
um aquecimento interno, provocado pelos reatores e pelas próprias lâmpadas, a solução
para diminuir o aquecimento que poderia provocar má formação das gotas de CL na matriz
polimérica, foi canalizar vapor de nitrogênio líquido de forma a resfriar a câmara.
51
Outro inconveniente encontrado foi o fato de que a proteção de vidro absorvia uma
grande quantidade de UV, resultando em um tempo de exposição maior. A solução foi a
retirada da proteção de vidro na hora de fazer a polimerização do filme de PDLC.
3.2.2 – Arranjo Experimental para as Medidas do Índice de Refração
(n) versus Temperatura (T)
As medidas do índice de refração (n) em função da temperatura foram feitas
utilizando-se um “refratômetro de Abbe” cujo esquema é mostrado na figura abaixo.
es
p
elho
Prisma
p
rinci
p
al
termistor
ocula
r
Banho térmico
amostra
Figura 3.5-Refratômetro de Abbe utilizado para medir o índice de refração “n”em
função da temperatura em um intervalo de 20 a 50ºC.
52
3.2.3 – Aparato Experimental para a Medida de Transmitância Óptica
Para as medidas de transmitância óptica utilizamos um aparato experimental
constituído por: laser de He-Ne (Ȝ=633nm), gerador de pulsos, amplificador de onda
quadrada (0V a 150V), osciloscópio digital, um polarizador (utilizado como redutor de
intensidade), um colimador e um foto-diodo de resposta rápida (nano segundos).
O esquema do aparato experimental é ilustrado na
Figura 3.6, e para melhor
ilustração apresentamos a
Figura 3.7.
Amostra
E
&
colimador
Amplificador
0V -150V
Osciloscópio
Polarizador
Gerador de
Função
Laser de He-Ne
Fotodetector
Figura 3.6-Aparato experimental utilizado para medidas de transmitância óptica.
53
Laser
(
He-Neônio-633nm
)
p
olarizado
r
colimado
r
amostra
osciloscó
p
io
Gerador de
p
ulsos
am
p
lificado
r
Foto-diodo
Figura 3.7 -Fotografias do aparato experimental utilizado para medidas de
transmitância óptica.
3.2.4 – Porta Amostra para Medidas de Permissividade Elétrica.
Foram construídos capacitores constituídos de dois substratos de vidro recobertos
com filme de SnO
2
com espessura de aproximadamente 200nm. O SnO
2
é depositado sobre
os substratos de vidro pela técnica de decomposição de vapores. Em um dos substratos
foram gravados, através do processo de fotolitografia, capacitores com áreas controladas
em duas geometrias diferentes: retangular e circular. As áreas para as duas geometrias
foram (
figuras 3.8, 3.9 e 3.10):
A1=A4=43,59mm
2
A2=A5=29,06mm
2
A3=A6=14,53mm
2
As Figuras 3.8 e 3.9 mostram uma representação esquemática do fotolito e da
máscara utilizada para gravação no vidro. A
Figura 3.8 mostra um desenho
esquemático
[26]
do capacitor utilizado nas medidas de impedância e permissividade
elétrica.
54
Figura 3.8-Representação esquemática dos fotolitos dos capacitores
[26]
; áreas no
sentido horário:
A1=A4=43,59mm
2
, A2=A5=29,06mm
2
, A3=A6=14,53mm
2
.
55
Figura 3.9 - Máscara dos capacitores
[26]
; áreas no sentido horário:
A1=A4=43,59mm
2
, A2=A5=29,06mm
2
, A3=A6=14,53mm
2
.
Figura 3.10 - Representação esquemática dos capacitores utilizados para medida
de impedância e permissividade elétrica
[26]
; áreas no sentido horário: A1=A4=43,59mm
2
,
A2=A5=29,06mm
2
, A3=A6=14,53mm
2
.
56
3.2.5 – Circuito Elétrico para Medidas de Espectroscopia Dielétrica
Os capacitores foram ligados em série com um resistor comercial de 1000 cuja
tolerância era de 2%, através de conectores de display. Ao circuito RC foram aplicadas
tensões entre 20mV e 5V, e a resposta no capacitor foi detectada utilizando-se um Lock-in.
A
Figura 3.11 mostra a representação do circuito elétrico utilizado para as medidas de
espectroscopia dielétrica utilizando o
Lock-in.
:
amostra
C
R
Lock-in
Vin=1Vca
1V
R
1
=1000
aquisição
LOCK-IN (leitura)
Lock-in amplifier
123.475 753.475 1275
Leituras no display X Leituras no display Y
Figura 3.11 -Circuito para medidas de espectroscopia dielétrica e sistema de
aquisição com o amplificador Lock-in
.
Para que fosse realizada a aquisição de dados, foi desenvolvido um programa
(Apêndice I) em linguagem “Pascal”(delphi) cuja tela de aquisição é mostrada na
Figura
3.12
.
57
Figura 3.12-Programa de aquisição de dados desenvolvido para o amplificador
Lock-in.
A tensão aplicada VtV
Y
sen
0
é a soma das tensões V , no capacitor, e V no
resistor, assim
12
210
sen VVtVV
Y
. (3.1)
Num circuito RC em série, a corrente no capacitor e no resistor deve ser a mesma,
logo
R
V
R
V
dt
dV
C
2
0
11
,com R=R
1
( 3.2)
onde
C é a capacitância e é a resistência elétrica associada ao dielétrico.
0
R
Combinando as equações (3.1) e (3.2), podemos obter a seguinte equação
diferencial em função de V
2
e R:


tsen
CR
V
tV
RCR
VRR
dt
dV
YYY
0
0
0
0
20
2
cos
. (3.3)
Com o auxílio de um programa (“
Mathematica”, por exemplo), essa equação
diferencial pode ser facilmente resolvida.
Resolvendo a equação diferencial acima encontramos que:





t
CRRRR
RRCRRV
t
CRRRR
RVRC
tV
Y
Y
Y
Y
Y
Y
sen
]2[
cos
2
0
2
0
0
2
00
2
0
2
0
2
00
2
. (3.4)
58
As leituras realizadas no
Lock-in, são referentes ao valor da tensão eficaz medida
no resistor (termo que aparece multiplicando por

t
Y
cos na equação (3.4)) enquanto o
termo que multiplica
tsen
Y
está associado a corrente de deslocamento.
Assim, poderemos encontrar os valores de )(
0
Y
R e

Y
C variando-se a
freqüência.
De acordo com o manual de operações do
Lock-in, as amplitudes do sinal serão
dadas por
[27]

tVY
sinal
Y
sen
(3.5)
e

tVX
sinal
Y
cos
, (3.6)
onde
Y
e
X
são as leituras dos mostradores do Lock-in.
Se compararmos equações (3.5) e (3.6) com a equação (3.4) (fazendo
) temos, por comparação que
YXV
inlock

22
2
00
000
]2)([
CRRRR
RRCRRRV
X
Y
Y
(3.7)
e

22
00
2
00
RCRRR
CRRV
Y
Y
Y
. (3.8)
Tal que, os valores de e poderão ser obtidas resolvendo-se um sistema dado
pelas equações (3.7) e (3.8). Temos então que
0
R C

22
0
2
0
0
2 YXXVVR
YV
Y
C
e
22
0
22
0
2
0
0
2
YXXV
YXXVVR
R
. (3.9)
Sendo assim, com esta técnica obtemos os valores da permissividade elétrica
complexa de forma indireta, aplicando as equações 3.11 e 3.13.
A capacitância será dada por
d
AK'
0
C
H
, (3.10)
onde '
0
K
H
será a permissividade elétrica real do dielétrico medido, sendo então descrita
por
'
H
. A constante '
K
, também é conhecida como permissividade elétrica real relativa,
'
r
H
. “d”é a distância que separa as placas e “A” é a área das placas.
Portanto,
A
dC
'
H
. (3.11)
59
A componente imaginária da permissividade elétrica relativa, também conhecida
como fator de perda dielétrica poderá ser determinado se
[11]
''
0
Kg
r
Y
H
(3.12)
onde é a condutividade real e efetiva do material e
r
g ''
K
é a constante dielétrica
imaginária do material. Como é a condutividade, a resistividade do material será dada
por:
r
g
YU
H
U
1
''
1
0
Keg
r
.
Considerando ''''
0
H
H
K , temos
YU
H
1
''
. Usando a Segunda Lei de Ohm, temos:
l
RA
e
A
l
R
UU
.
Como estamos tratando do material dielétrico no interior do capacitor, diremos
então que “
l” é a distância “d”entre as placas,
U
é a resistividade do meio (note que
estamos fazendo uma aproximação tal que o material obedeça a Segunda Lei de Ohm, o
que não é necessariamente verdadeiro, levando-se em consideração o comportamento não
linear e dependente do campo elétrico, assumido pelas gotas de CL aprisionadas na matriz
polimérica). “
A” será a área do capacitor e “R” a resistência do meio. Temos por fim
que:
0
R
Y
H
0
''
AR
d
. (3.13)
A faixa de freqüência em que obtivemos medidas com o Lock-in foi de 100
mHz até
100
KHz, porém, só obtivemos medidas confiáveis para freqüência acima 1Hz.
As primeiras medidas apresentaram ruídos muito intensos em 60
Hz (freqüência da
rede) e 120
Hz (freqüência do reator das lâmpadas fluorescentes do laboratório). Para que
se resolvesse o problema, os dados foram coletados com a luz apagada, e uma Gaiola de
Faraday foi construída utilizando-se papel alumínio. O problema em 120
Hz foi resolvido,
porém em 60
Hz persistiram os ruídos, com intensidade bastante reduzida, o que nos levou
a acreditar que os ruídos provenientes de interferência externa foram sanados. Deve-se
ressaltar que os equipamentos utilizados (Lock-in e computador de aquisição) trabalham
em uma freqüência de 60
Hz, sendo assim, tais ruídos foram associados ao equipamento
utilizado.
3.2.6 – Montagem Experimental para Espectroscopia Dielétrica Utilizando
Ponte de Impedância Solartron SI1260
Para determinarmos se a técnica de espectroscopia dielétrica com o uso do Lock-In
era mesmo funcional, decidimos realizá-la utilizando outro método, porém agora, com o
uso de um equipamento construído com essa finalidade (o que não é o caso do Lock-in).
Veremos no capítulo
4, que os dados obtidos com o uso do Lock-in são bastante coerentes
com os dados obtidos com a ponte “Solartron 1260”, o que realmente comprovou que as
60
medidas realizadas com o Lock-in são confiáveis, tendo como inconveniente o fato de que
a faixa de freqüências permitidas pelo Lock-in é restrita de 10
mHz a 100KHz, ao passo que
a ponte
Solartron realiza medidas em uma faixa de alguns micros hertz, até 32MHz, sendo
bastante funcional para determinar os tempos de relaxação de substâncias que apresentam
relaxação dipolar nesse intervalo de freqüência. É válido ressaltar que ambas as técnicas
são muito boas, cada qual em seu intervalo de freqüência. A
Figura 3.13 mostra o aparato
experimental utilizado para medidas de espectroscopia dielétrica utilizando a ponte
Solartron 1260.
Blindagem eletrostática-
aterrada
amostr
a
aquisição Ponte de Impedância
SOLARTRON
1234567890, abcdefg (medidas numéricas e informações escritas)
Figura 3.13 -Medidas de espectroscopia dielétrica e sistema de aquisição com
Ponte Solartron
.
As medidas com a ponte
Solartron foram realizadas no “Centro de Pesquisas
Renato Archer – CenPRA”, em Campinas, sob a supervisão da Professora Dra. Alaide
Pellegrini Mammana e do engenheiro especialista em micro eletrônica Msc. Marcos
Mamoru Hamanaka.
Com a finalidade de se obter um modelo elétrico, que pudesse ser aplicado a filmes
de PDLCs, realizamos várias medidas em circuitos RC com capacitores e resistores
61
comerciais ligados em série e em paralelo, antes de realizarmos as medidas nos PDLC, CL
e polímero.
Para que pudéssemos comparar as duas técnicas, o modelo elétrico escolhido para
as medidas de impedância foi o mesmo modelo adotado com o lock-in (
Figura 3.10),
nesse caso, a resistência em série, será representada pela resistência do filme de SnO
2
depositado no substrato de vidro. A Técnica é bastante funcional e poderia se determinar
inclusive o valor da resistência série do filme de SnO
2
. Poderia determinar também o valor
da resistência do eletrodo se o mesmo fosse constituído de outro.
O modelo elétrico adotado para medidas com a ponte de impedância foi o
representado na
Figura 3.14 (mesmo modelo adotado para medidas com o Lock-In).
C
R
0
Figura 3.14 - Circuito elétrico equivalente (modelo aplicado para medidas com o
Lock-in e a ponte de impedância)
.
A admitância complexa do circuito representado pela
Figura 3.14 será dada por:
)(
)(
1
0
YZ
Y
Ci
R
Y . (3.14)
A permissividade complexa poderá ser obtida assumindo que
[20]
 
0
''' CiY
YY
H
Y
H
. (3.15)
Logo, se associarmos as equações (3.14) e (3.15), teremos que:

)(
1
)('')('*
000
YY
Y
YHYHH
RC
i
C
C
i
. (3.16)
Temos então da equação (3.16)

0
))('
C
C
Y
YH
e
)(
1
)(''
00
YY
YH
RC
. (3.17)
Os valores de

Y
C e )(
0
Y
R são obtidos de forma direta pela ponte Solartron,
sendo assim, as permissividades real e imaginária são determinadas indiretamente, como
nas medidas utilizando o Lock-in.
62
4- RESULTADOS e DISCUSSÕES
4.1-Morfologia
Construímos amostras com diferentes concentrações CL/Polímero, a fim de
observarmos a dependência da forma das gotas em função da concentração.
4.1.1 - PDLC com CLT
A Tabela 4.1 mostra as concentrações (em peso) utilizada nas amostras analisadas.
Amostra (PIPS) NOA 65 (% wt) E7 (% wt)
Amostras 1, 2, 3 e 4
18,15 81,85
Amostra 6
21,15 79,85
Amostras 7, 8 e 9
27,15 72,85
Amostras 10, 11,12,13 e 15
21,06 78,94
Amostras 16,17 e 18
60 40
Amostra feita no CenPRA
50 50
Tabela 4.1 – Concentração de CL e polímero nas amostras analisadas.
Nas figuras 4.1 a) e 4.1 b) pode-se observar a textura de uma amostra de PDLC
produzida com a mesma concentração, porém com filmes de espessura diferentes, sendo a
espessura de b) maior que a de a).
Em
a) fica claro o aprisionamento de gotas de CL na matriz polimérica (pontos
claros).
Concentração(em peso):
CLT E7=81,85 % wt
N
OA 65=18,15% wt
Tempo de polimerização=80 minutos
Figura 4.1 – Textura de PDLCs com CLT (E7+NOA 65);
microscopia óptica de luz polarizada(T=25º; ampliação=100x).
a
)
amostra 1; b
)
amostra 2.
A figura 4.2 mostra um filme de PDLC, onde se pode observar gotas de CL
relativamente grandes, ficando claro em algumas regiões que a configuração das moléculas
de CL assumem uma configuração bipolar e em outras regiões, uma configuração de
transição (prevista por [23] mostradas na figura 2.17, no capítulo
2). Nota-se, porém, na
Figura 4.3 que as gotas de CL aprisionadas não apresentam formas esférica (para essa
concentração), evidenciado na amostra 4.
63
Concentração(em peso):
CLT E7=81,85 % wt
N
OA 65=18,15% wt
Tempo de polimerização=80 minutos
Figura 4.2 – Textura de PDLCs com CLT (E7+NOA 65); microscopia óptica de
luz polarizada (T=25º; ampliação=100x-fotografias acima e 200x-fotografias abaixo).
Amostra 3, em regiões diferentes.
Figura 4.3 – Textura de PDLCs com CLT (E7+NOA 65); microscopia óptica de
luz polarizada(T=25º; ampliação=500x). Amostra 4.
64
O aumento da concentração de polímero na mistura, faz com que as gotas formadas
tenham uma tendência maior a ser esféricas como mostrado na
Figura 4.4.
Concentração(em peso):
CLT E7=79,85 % wt
N
OA 65=21,15% wt
Tempo de polimerização=80
minutos
Figura 4.4 – Textura de PDLCs com CLT (E7+NOA 65); microscopia óptica de
luz polarizada (T=25º; ampliação=200x-esquerda e 100x-direita). Amostra 6.
Na figura 4.5,observamos que mesmo com regiões em que existe má formação de
PDLC (regiões em que se observa mais uma vez que com a diminuição do raio das gotas, a
configuração da mesma tende a ser axial), verifica-se que o tamanho das gotas diminui de
forma sensivelmente, no entanto as gotas tendem a assumir uma forma mais esférica. Tal
fato pode ser observado em fotografias ampliadas das amostras 8 e 9 (
Figura 4.6), que
foram caracterizadas com as mesmas concentrações da amostra 7.
CLT E7=72,85 % w
t
N
OA 65=27,15% wt
Tempo de
polimerização=80
minutos
Figura 4.5 – Textura de PDLCs com CLT (E7+NOA 65); microscopia óptica de
luz polarizada (T=25º; ampliação=50x). Amostra 7.
65
Figura 4.6 – Textura de PDLCs com CLT (E7+NOA 65); microscopia óptica de
luz polarizada(T=25º; ampliação=200x). Amostra 8 (esquerda) e amostra 9 (direita).
Um fato interessante, é que a amostra 9, embora tivesse as mesmas concentrações
que as amostras 7 e 8, foi polimerizada apenas 10 dias depois, sendo que nesse período foi
mantida em baixa temperatura (0ºC), o que nos faz crer que a amostra poderia ser guardada
em uma geladeira por vários dias sem precisar polimerizar, resultando na possibilidade de
produção em larga escala sem a necessidade de se utilizar toda a mistura no mesmo dia.
As amostras 10 e 11 (
Figura 4.7) foram caracterizadas com mesma concentração.
Nota-se que o tamanho médio das gotas de CL é maior que o das amostras 8 e 9 nos leva a
concluir que a dimensão das gotas dependem da concentração de polímero e CL na
amostra.
CLT E7=78,94 % w
t
N
OA 65=21,06% wt
Figura 4.7 – Textura de PDLCs com CLT (E7+NOA 65); microscopia óptica de
luz polarizada. Amostra 10 (esquerda) e amostra 11 (direita).
66
A
Figura 4.8, mostra a textura de duas amostras de PDLC com a mesma
concentração, polimerizadas em diferentes intervalos de tempo. (180 min. para a amostra
12 e 90 min. para a amostra 13). No caso da amostra 12, um tempo de polimerização longo
aqueceu a amostra o que resultou em uma má formação na estrutura do PDLC.
CLT E7=78,94 % w
t
N
OA 65=21,06% wt
CLT E7=78,94 % w
t
N
OA 65=21,06% wt
Figura 4.8 – Textura de PDLCs com CLT (E7+NOA 65); microscopia óptica de luz
polarizada (T=25º; ampliação=200x). Amostra 12 (esquerda) e amostra 13 (direita).
A mostra 15 (Figura 4.9 - direita) foi produzida com a mesma concentração das
amostras 10, 11 e 12, porem foi mantida em baixa temperatura por 30 dias, e não foi
misturada novamente, antes da polimerização. Na amostra 16 (
Figura 4.9 - esquerda) fica
bastante difícil identificar gotas de CL, utilizando microscopia óptica de luz polarizada.
CLT E7=60 % wt
N
OA 65=40% wt
CLT E7=78,94 % w
t
N
OA 65=21,06% wt
Figura 4.9 – Textura de PDLCs com CLT (E7+NOA 65); microscopia óptica de
luz polarizada (T=25º; ampliação=200x). Amostra 15 (esquerda) e amostra 16 (direita).
67
CLT E7=60 % wt
N
OA 65=40% wt
CLT E7=60 % wt
N
OA 65=40% wt
Figura 4.10 – Textura de PDLCs com CLT (E7+NOA 65); microscopia óptica de
luz polarizada. Amostra(T=25º; ampliação=500x) 17 (esquerda) e amostra 18 (direita).
O fato de mantermos as amostras em repouso e refrigerada surgiu da idéia que
deveria haver uma pré-separação de fases da mistura CL-polímero, antes da polimerização.
De fato a idéia foi funcional, pois a amostra 15 ficou mais homogênea (do ponto de vista
visual) que as amostras 10 11 e 12, inclusive, sem a formação de bolhas de ar no interior
do filme.
As amostras 16 e 17 e 18 (
Figura 4.9 e 4.10) foram produzidas com uma proporção
de polímero NOA 65 bem maior que nos casos anteriores (40% de CL e 60% de NOA 65),
porem resultou em amostras mais homogêneas, mas com uma necessidade de maior
potencial elétrico de resposta ao campo.
Sabendo que as propriedades eletro-ópticas de um PDLC são fortemente afetadas
por sua morfologia
[25]
, torna-se então necessário um estudo da formação de PDLC em
função de alguns parâmetros físicos. Nessa seção consideramos a forma das gotas de
PDLC basicamente em função da concentração, analisando em alguns casos a dependência
da morfologia em função do tempo de polimerização. Nossos resultados coincidem em
parte com resultados obtidos por Carter e co-autores
[25]
, no entanto, Carter faz uma análise
um pouco mais completa, incluindo a dependência da forma em função da potência da
radiação de cura UV, além de utilizar outro polímero foto sensível ((Merck PN 393) e
diferente CL ((Merck TL 213). Em nossos experimentos, mantemos a temperatura fixa e a
potência de cura constante (determinada pela taxa de emissão das lâmpadas utilizadas)
4.1.2 – CLL utilizados
Foram produzidos cristais líquidos liotrópicos cujas composições foram citadas no
capítulo
3.
A
Figura 4.11 mostra texturas do cristal líquido liotrópico, a base de água, Laurato
de Potássio e decanol (64%, 29,4% e 6,6%, respectivamente - em peso) utilizado na
tentativa de obtenção de PDLC utilizando CLL. A textura observada é típica da fase Nc. A
confirmação da faze (Nc) foi obtida alinhado-se a amostra em um campo magnético e
observando-se em microscopia óptica de luz polarizada.
68
Figura 4.11 – Textura de CLL (KL+DeOH+H
2
O ); microscopia óptica de luz
polarizada.
Na Figura 4.12 têm-se texturas do cristal líquido liotrópico, a base de água,
Laurato de Potássio e cloreto de decil amônia (60,7%, 35,3% e 4%, respectivamente - em
peso). Neste caso, não alinhamos o CLL em campo magnético e aparentemente textura
observada trata-se de uma mesofase intermediária (região de co-existência) entre Nc e Nd.
Figura 4.12 – Textura de CLL (KL+DaCl+H
2
O ); microscopia óptica de luz
polarizada.
69
4.1.3 - PDLLC (Polimer-Dispersed Lyotropic Liquid Crysyal - Cristal líquido
Liotrópico Disperso em Polímero)
A Figura 4.13 mostra o resultado da tentativa de se obter PDLC usando CLL
utilizando (KL+DeOH+H
2
O). Nota-se claramente que os domínios do polímero (parte
escura) não conseguem envolver o CLL (parte clara) de maneira tal que não é possível o
aprisionamento de cotas de CLL em um dado volume.
Provavelmente o fracasso dessa tentativa se deu em função de uma possível reação
química entre o acrilato (contido no polímero NOA 65) e o álcool (DeOH) utilizado na
composição do CLL. Outras tentativas utilizando esse mesmo cristal liquido ainda foram
feitas e, da mesma maneira não houve êxito.
Figura 4.13 – Textura de PDLLC (KL+DeOH+H
2
O + NOA65 ); microscopia
óptica de luz polarizada
Resolvemos então utilizar um CLL cuja produção independe da presença de álcool,
utilizamos então o CLL a base de cloreto de decil amônia, no lugar de DeOH
(KL+DaCl+H
2
O), fato relatado na literatura como sucesso
[28]
na obtenção de PDLC.
As figuras (4.14, 4.15 e 4.16) mostram que efetivamente é possível se obter o
aprisionamento de CLL em uma matriz polimérica, contudo, a distribuição das gotas não
ocorre uniformemente, e não há formação de gotas de CLL ao longo de toda a matriz
polimérica, resultando em regiões onde só existe CLL e outras onde só existe polímero;
existem regiões em que ocorre o mesmo problema encontrado com o CLL a base de
DeOH, descritos anteriormente.
70
Figura 4.14 – Textura de PDLLC (KL+DaCl+H
2
O + NOA65 ); microscopia óptica
de luz polarizada
Figura 4.15 – Textura de PDLLC (KL+DaCl+H
2
O + NOA65 ); microscopia óptica
de luz polarizada.
Figura 4.16 – Textura de PDLLC (KL+DaCl+H
2
O + NOA65 ); microscopia óptica
de luz polarizada.
A confirmação de que o material aprisionado na matriz polimérica era mesmo CLL
se deu em função da observação em vários ângulos do polarizador utilizado no
71
microscópio. Ficaram claras as diferenças de textura em função do ângulo do polarizador.
Se observarmos a
Figura 4.15 (fotografia a esquerda) podemos ainda ver a presença de
cotas na qual o CLL assume a configuração radial, já observada em CLT anteriormente.
Em função da não homogeneidade das gotas de CLL obtidas e má formação de
domínios de CLL dentro da matriz polimérica, concluímos que não é possível a obtenção
de PDLLC (cristal liquido liotrópico disperso em polímero), com CLL a base de decanol, e
concluímos também, que não é viável a produção de PDLLC com CLL a base de cloreto
de decil amônia sobretudo em função das poucas gotas de CLL aprisionada (utilizando o
polímero NOA 65).
4.2 Medidas do Índice de Refração
25 30 35 40 45 50 55
1,502
1,503
1,504
1,505
1,506
1,507
1,508
1,509
1,510
1,511
1,512
1,513
1,514
Índice de refração "n"
temperatura (ºC)
índice de refração do CLT E7
Parameter Value Error
------------------------------------------------------------
A 1,52077 3,06154E-5
B -3,4744E-4 8,02164E-7
------------------------------------------------------------
RSDNP
------------------------------------------------------------
-0,99992 3,56204E-5 32 <0.0001
------------------------------------------------------------
Figura 4.17 – Índice de refração - CLT E7.
24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52
1,503
1,504
1,505
1,506
1,507
1,508
1,509
1,510
1,511
1,512
1,513
1,514
Índice de refração "n"
Temperatura (ºC)
índice de refração do polímero NOA 65-polimerizado
[3/5/2005 14:18 "/Graph2" (2453493)]
Linear Regression for Data1_B:
Y = A + B * X
Parameter Value Error
------------------------------------------------------------
A 1,52126 2,91525E-5
B -3,50797E-4 7,62903E-7
------------------------------------------------------------
RSDNP
------------------------------------------------------------
-0,99993 3,27032E-5 31 <0.0001
------------------------------------------------------------
Figura 4.18 – Índice de refração - NOA 65.
72
Uma observação importante que deve ser feita para se produzir PDLCs é que o
índice de refração do polímero escolhido deve ser o mais próximo possivel do índice de
refração ordinário do CL. Em nosso trabalho, acrescentamos o fato de que o
comportamento do índice de refração (em função da temperatura) também deve ser o mais
próximo possivel.
A
Figura 4.17 mostra o índice de refração médio (<n>), ou seja, CL não alinhado,
do CLT E7. A
Figura 4.18 mostra o índice de refração do polímero NOA 65
(polimerizado), ambos em função da temperatura. Note que ambos decrescem linearmente
com a temperatura no intervalo medido. As inclinações das duas retas possuem
coeficientes angulares bastante semelhantes (-3,47 para o CLT E7 e –3,50 para o NOA 65
polimerizado). Além dessa semelhança no comportamento do índice de refração em função
da temperatura, observa-se também, que os índices de refração do NOA 65 e do CLT E7,
tem valores bastante próximos para a mesma temperatura (<n>
CLT E7
=1,51275 e n
NOA
65
=1,5132. ambos em 20ºC).
O índice de refração do compósito formado por CL e polímero (
Figura 4.19)
apresenta um comportamento semelhante a cada um de sus componentes (CL e polímero)
isoladamente. Nesse caso, o índice de refração decai linearmente com a temperatura com
um coeficiente angular igual a –3,45.
24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52
1,503
1,504
1,505
1,506
1,507
1,508
1,509
1,510
1,511
1,512
1,513
índice de refração
Temperatura (ºC)
indice de refração da amostra 15
[3/5/2005 14:29 "/Graph8" (2453493)]
Linear Regression for Data1_B:
Y= A + B * X
Parameter Value Error
------------------------------------------------------------
A 1,52099 5,91066E-5
B -3,45369E-4 1,54491E-6
------------------------------------------------------------
RSDNP
------------------------------------------------------------
-0,99972 6,42994E-5 30 <0.0001
------------------------------------------------------------
Figura 4.19 – Índice de refração - PDLC amostra 15.
A Figura 4.20 mostra o comportamento de amostras de PDLC com diferentes
concentrações em função da temperatura. As concentrações estão indicadas na Tabela 4.1.
São mostrados ainda na
Figura 4.20 os índices de refração do CLT E7 e do NOA 65
(líquido e polimerizado).
Note que a mistura de monômeros (NOA 65 líquido) embora apresente um
comportamento de queda linear, com o aumento da temperatura, possui índice de refração
drasticamente diferente de todos os outros elementos analisados, concluído então que a
polimerização leva a uma mudança drástica do índice de refração da mistura de
monômeros.
73
24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 54
1,490
1,492
1,494
1,496
1,498
1,500
1,502
1,504
1,506
1,508
1,510
1,512
1,514
Índice de refração do CLT E7, PDLC e NOA 65
Índice de Refração "n"
Temperature (ºC)
Sample 2
Sample 8
Sample 9
Sample 15
Sample made in CENPRA
NOA-65 (liquid)
NOA-65 (polimerizad)
mistura nemática E-7 (sem alinhar)
Figura 4.20 – Comparação entre os índices de refração do CLT E7, do polímero NOA 65
(mistura de monômeros e polimerizado) e de amostras de PDLC em diferentes
concentrações.
A Figura 4.21 mostra o comportamento dos índices de refração do CLT E7, do
polímero NOA 65 e de quatro amostras de PDLC com diferentes concentrações. O
comportamento do índice de refração do polímero e do PDLC, tem basicamente o mesmo
comportamento em função da temperatura. A análise da
Figura 4.21, leva a concluir que o
índice de refração do compósito resultante da mistura CL+polímero tende a ter o mesmo
índice de refração que o polímero utilizado (para o CLT E7 e NOA 65); para descobrir se
tal fato corresponde a lei fundamental, seria necessário a caracterização de PDLCs com
diferentes polímeros e CLT. Em principio, podemos concluir que a formação de um bom
filme de PDLC se deve, sobretudo em função da escolha dos elementos a serem utilizados.
25 30 35 40 45 50
1,504
1,506
1,508
1,510
1,512
Índice de refração do CLT E7, PDLC e NOA 65
Índice de refração "n"
Temperatura (ºC)
amostra 2
amostra 8
amostra 9
amostra 15
amostra caracterizada no CENPRA
NOA-65 (polimerizado)
mistura nemática E-7 (sem alinhar)
Figura 4.21 – Comparação entre os índices de refração de amostras de PDLC em
diferentes concentrações, o índice de refração do CLT E7 e o índice de refração do
polímero NOA 65 em função da temperatura num intervalo de 20ºC a 50ºC.
74
Na
Figura 4.22, fica claro que o comportamento dos índices de refração das
amostras de PDLCs, independente da concentração de CL, decrescem linearmente com a
temperatura no intervalo de 20
ºC a 50ºC, seguindo basicamente o mesmo comportamento
que o polímero utilizado. A concentração das amostras citadas é descrita na
Tabela 4.1,
lembrando que o índice de refração medido é equivalente ao índice de refração em altas
freqüências (freqüência da luz visível) tal coincidência será confirmada logo mais, com as
analises do comportamento da permissividade elétrica em função da freqüência
24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52
1,504
1,506
1,508
1,510
1,512
1,514
Índice de refração "n"
Temperatura (ºC)
amostra de PDLC 2
amostra de PDLC 8
amostra de PDLC 9
amostra de PDLC 15
amostra de PDLC caracterizada no CENPRA
Figura 4.22 – Índice de refração de amostras de PDLC em diferentes concentrações e
índice de refração do polímero NOA 65 em função da temperatura.(20ºC a 50ºC).
75
4.3 – Medidas de Transmitância Óptica
A Figura 4.23 mostra a intensidade de luz transmitida em função da tensão
aplicada aos terminais do capacitor preenchidocom PDLC (50% CLT E7 + 50% NOA 65).
A tensão de acionamento – também chamada “tensão de threshold” (V
Th
) - é
aproximadamente 3V, o que é razoável para um mostrador; mas, a tensão de saturação
(V
sat
.) que é a tensão a partir da qual se obtém transmitância máxima (tensão de operação)
é de aproximadamente 24,86V, que não é exatamente uma tensão de operação baixa, tendo
em vista o fato de que a área de PDLC acionada nessa amostra é de 43,59mm
2
(A1). As
medidas foram obtidas utilizando-se um osciloscópio digital, e a intensidade transmitida
relatada trata-se do pico máximo de intensidade de luz transmitida.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
Data: Data1_B
Model: Boltzmann
Equation:
y = A2 + (A1-A2)/(1 + exp((x-x0)/dx))
Weighting:
y No weighting
Chi^2/DoF = 0.23646
R^2 = 0.99977
A1 12.50814 ±0.21676
A2 87.13461 ±0.07007
x0 13.74719 ±0.04849
dx 4.28015 ±0.03938
T (%)
tensão no PDLC (V)
intensidade trânsmitida em função da tensão aplicada
f=500mHz
rampa de subida (0a 75V)
V
th
=2
,
85V
V
s
a
t
=24
,
86V
Figura 4.23 – Transmitância óptica do PDLC em função da em função da tensão aplicada
no PDLC (50% CLT E7 + 50% NOA 65).
A Figura 4.23 mostra que um possível ajuste da transmitância óptica em função da
freqüência pode ser dado pela chamada “
Função de Boltzmann”, e é assim descrita:
2
/)(
21
0
1
A
e
AA
y
dxxx
. (4.1)
Onde A
1
e A
2
são as transmitâncias, inicial (sem aplicação de tensão na amostra) e de
saturação, respectivamente. x
0
é a tensão média entre A
1
e A
2
e dx é o coeficiente angular
da reta tangente ao ponto médio x
0
.
A
Equação 4.1 descreve outros comportamentos da matéria, como por exemplo, o
tempo de relaxação de partículas ferromagnéticos em fluidos isotrópicos e anisotrópicos
submetidos a um campo magnético, sendo uma solução da equação diferencial de
Bernoulli
[29]
.
A
Figura 4.24 descreve cada elemento da função de Boltzmann.
76
Figura 4.24 – Modelo de curva descrita pela função de Boltzmann.
Podemos observar na Figura 4.25, a curva de histerese de uma amostra de PDLC; a
linha preta representa a curva de transmitância na rampa de subida (tensão aumentando) e a
linha vermelha representa a rampa de descida (tensão diminuindo). Quando, exatamente
após a rampa de descida, fizemos a rampa de subida, reproduzimos a curva da rampa de
descida, fato que implica em uma “memória” dielétrica. No entanto, não foram feitas
medidas algum tempo depois com a finalidade de se obter o tempo de memória.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
T (%)
tensão no PDLC (V)
tranmitância no PDLC- 500mhz- de 0 a 76V/22ºC
tranmitância no PDLC- 500mhz- de 76 a 0V/22ºC
Histeresi- f=500mHz
Figura 4.25 – Histerese observada na curva de transmitância óptica de um filme de PDLC
(50% CLT E7 + 50% NOA 65).
A Figura 4.26 mostra a curva de transmitância da amostra 15 (PDLC). Note que a
tensão de saturação é sensivelmente menor que a da amostra caracterizada no CenPRA.
Isso ocorre porque a quantidade de CLT na amostra 15 é maior que na amostra
caracterizada no CenPRA (veja
Tabela 4.1); nota-se também que a intensidade máxima
transmitida é menor isso se deve ao fato de que nessa amostra utilizamos vidros recobertos
com um filme de SnO
2
dopado com flúor, o que dá um tom mais escuro ao vidro. Embora
melhore a condutividade do filme.
77
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45
0
1
2
3
4
5
6
7
8
intensidade (x10%)
tensão aplicada(V)
rampa de subida
rampa de descida
Figura 4.26 – Histerese observada na curva de transmitância óptica de um filme de PDLC
(78.9% CLT E7 + 29,1% NOA 65).
As Figura 4.27 e 4.28 descrevem o comportamento das curvas de transmitância de
um filme de PDLC (50% CLT E7 + 50% NOA 65) em função da tensão e da freqüência
para as rampas de subida e descida respectivamente. O que se observa na
Figura 4.27 é
que o coeficiente angular dx da função de Boltzmann aumenta com o aumento da
freqüência. O mesmo também se observa na Figura 4.28 (rampa de descida). Em ambos os
casos, nota-se que a intensidade máxima transmitida é maior para freqüências de 1Hz, mas
nada se pode afirmar para as outras freqüências descritas.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
T (%)
tensão no PDLC (V)
transmitância do PDLC-100mhz-de 0 a 76V/22ºC
transmitância do PDLC-500mhz-de 0 a 76V/22ºC
transmitância do PDLC-700mhz-de 0 a 76V/22ºC
transmitância do PDLC-1hz-de 0 a 76V/22ºC
Transmitância do PDLC-rampa de subida
Figura 4.27 – Transmitância óptica do PDLC em função da tensão - rampa de
subida(50% CLT E7 + 50% NOA 65).
78
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
T (%)
tensão no PDLC (V)
transmitância do PDLC-100mhz-de 76 a 0V/22ºC
transmitância do PDLC-500mhz-de 76 a 0V/22ºC
transmitância do PDLC-700mhz-de 76 a 0V/22ºC
transmitância do PDLC-1hz-de 76 a 0V/22ºC
Tansmitância do PDLC-rampa de Descida
Figura 4.28 – Transmitância óptica do PDLC em função da tensão - rampa de descida da
temperatura (50% CLT E7 + 50% NOA 65).
A Figura 4.29 mostra o comportamento da intensidade máxima transmitida em
função da freqüência aplicada para uma amostra de PDLC (50% CLT E7 + 50% NOA 65).
Não foi possível observar um comportamento padrão da transmitância em função da
freqüência no intervalo de freqüência analizado.
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1
80
81
82
83
84
85
86
T
max
(%)
Freqüência (Hz)
intensidade máxima transmitida (u.a)
em função da freqüência aplicada
Figura 4.29 – Transmitância máxima do PDLC em função da freqüência.
79
4.4 – Tempo de acionamento e relaxação
Uma análise da resposta óptica do PDLC (amostra 15) em função da tensão
aplicada (
Figura 4.30), mostra claramente que a tensão de saturação da amostra 15 está
compreendida entre 14 e 20 V, sendo, portanto menor que a observada em amostras com
quantidades menores de CL (como por exemplo, para uma concentração de 50% de CL,
mostrado na
Figura 4.23).
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
TRANSMITÂNCIA DA AMOSTRA 9 - PDLC 24ºC f=1Hz
Intensidade (u.a)
Tempo (s)
1.67V
2.36V
3.98V
5.98V
9.96V
14.9V
20.8V
26.8V
32.7V
51.2V
Figura 4.30 – Transmitância óptica do PDLC em função da tensão aplicada.
A Figura 4.31 mostra a resposta óptica da amostra 15 junto à forma de onda
aplicada (em nossos experimentos utilizamos apenas onda quadrada).
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
0
1
2
3
4
5
6
7
8
TRANSMITÂNCIA DA AMOSTRA 15 - PDLC 24ºC f=1Hz
intensidade (u.a)
tempo (s)
intensidade transmitida-V(PDLC)=14,9 V
Figura 4.31 – Resposta óptica do PDLC submetido a uma forma de onda quadrada.
80
Note, que de acordo com as representações esquemáticas mostradas no
Capítulo1
(Figura 1.13), a transmitância óptica deveria ocorrer enquanto há um sinal aplicado aos
eletrodos nos quais o filme de PDLC está colocado.
Porque isso não ocorre? De fato isso ocorreria se a concentração de CL no
compósito fosse suficientemente grande para que as gotas de CL formadas adquirissem
dimensões suficientes tal que os efeitos de superfície não fosse dominantes na orientação
das moléculas de CL, o que não ocorreu em nossas amostras. Poderia ocorrer também se a
força de orientação devido ao campo elétrico fosse muito mais intensa que a força elástica
de ancoramento. Assim, se aplicássemos um campo suficientemente alto, poderíamos obter
uma resposta óptica bem semelhante ao sinal aplicado, mas correríamos o risco de
rompermos o dielétrico do capacitor (como efetivamente ocorreu em alguns casos)
perdendo-se assim o capacitor.
Uma prova de que as forcas elásticas são dominantes em nossas amostras esta
representada na
Figura 4.34 note que na borda de subida do sinal, existe um pico de
transmitância óptica que decai de forma similar a um oscilador harmônico amortecido,
como mostrado pelo ajuste.
O fato de surgir um novo pico de transmitância na borda de descida, sugere que a
gota de CL aprisionada assuma uma outra posição de equilíbrio regida pelos efeitos de
superfícies e reforçadas pela presença do campo elétrico. Cessando o campo, a gota deve
então assumir sua posição de equilíbrio original e tal fato resulta em um pico de
transmitância em função da velocidade pela qual a gota se reorienta, sendo que tal
velocidade deve estar relacionada à viscosidade do CL na interface CL-Polímero.
As curvas de transmitância ópticas nos levam a acreditar no seguinte esquema de
alinhamento das moléculas de CL no interior da gota:
Figura 4.32 – Resposta óptica do PDLC submetido a uma forma de onda quadrada.
Supomos então, de acordo com a Figura 4.33 que:
Quando se aplica freqüência relativamente alta (60 hz, por exemplo):
a) tensão aplicada nos eletrodos menor que a tensão de acionamento Vth –não
existe alinhamento dos dipolos do CL – força de ancoramento>>força elétrica; b)
Vth<V<Vsat – existe o alinhamento de alguns dipolos no interior da gota, não o suficiente
para que todas as gotas assumam uma direção preferencial de orientação; c)V>Vsat – a
81
grande maioria das moléculas no interior da gota se alinha na direção do campo elétrico
aplicado, o material apresenta-se transparente, nesse caso a forca elétrica é maior que a
força de ancoramento.
Quando se aplica freqüência relativamente baixa (1hz, por exemplo):
d) tensão aplicada nos eletrodos menor que a tensão de acionamento Vth –não
existe alinhamento dos dipolos do CL – força de ancoramento>>força elétrica; e)borda de
subida do pulso elétrico com V>Vsat – a grande maioria das moléculas no interior da gota
se alinha na direção do campo elétrico aplicado, esse alinhamento não persiste e as
moléculas de CL assumem uma outra posição de equilíbrio determinada pelas condições de
parede adicionadas a ação do campo elétrico aplicado, a mostra fica transparente por um
instante (quando se registra o pico de transmissão), voltando a ficar opaca (
Figura 4.32 f)
pois cada gota ficará sujeita a ação de diferentes condições de parede, o que implica em
uma não homogeneidade na orientação do diretor no interior das gotas causando um maior
espalhamento. E por fim, na situação representada na
Figura 4.32 g quando o campo
elétrico é retirado, a gota de CL tende a retornar para sua situação inicial de equilíbrio,
existe novamente um alinhamento momentâneo das moléculas, que agora retornam para
sua configuração inicial no interior da gota.
Podemos dizer então que o primeiro processo de relaxamento observado na
Figura
4.31
pode ser descrito por uma função do tipo oscilador harmônico amortecido (as
moléculas ficam sob ação do campo elétrico em uma direção preferencial e sob a ação das
forças de parede, cuja direção é determinada pelas condições e dimensões da gota onde o
CL é aprisionado). Ao passo que no processo de relaxação observado na borda de descida
do campo elétrico o processo parece obedecer a uma função exponencial do tipo ,
onde o parâmetro
\ deve estar relacionado a viscosidade do material no interior da gota
(velocidade na qual a gota retorna a sua situação de ancoramento original).
\
e
Tempo de acionamento (borda de subida)
O tempo de acionamento na borda de subida (Figura4.33) foi da ordem de 16ms.
0,004 0,006 0,008 0,010 0,012 0,014 0,016 0,018
3
6
tempo de subida - amostra15 15 - PDLC 24ºC f=1Hz
intensidade (u.a)
tempo (s)
intensidade transmitida em função do tempo
Figura 4.33 – Tempo de acionamento do mostrador de PDLC (amostra 15), observado na
borda de subida do campo elétrico, o tempo em que a amostra atinge valor máximo de
transmitância é aproximadamente igual a 16ms.
82
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
-2
0
2
4
6
8
Data: amIX15_B
Model: SineDamp
Equation: y = A*exp(-x/t0)*sin(PI*(x-xc)/w)
Weighting:
y No weighting
Chi^2/DoF = 0.01048
R^2 = 0.99681
xc 6.4673 ±0.04487
w 0.13516 ±0.00095
t0 0.05095 ±0.0003
A 13.0521 ±9.7119
intensidade (u.a)
Tempo (s)
intensidade transmitida-amostra 15
tempo de queda na borda de subida
Figura 4.34 – Processo de relaxação observado na borda de subida do campo (mesmo
com o campo elétrico acionado, a transmitância cai, sugerindo um comportamento de
oscilador harmônico amortecido).
A Figura 4.35 mostra que mesmo com o campo elétrico aplicado, a transmitância
óptica cai, sendo o tempo de relaxação da ordem de 120ms.
0,000 0,015 0,030 0,045 0,060 0,075 0,090 0,105 0,120 0,135 0,150
-2
0
2
4
6
8
Data: amIX15_B
Model: SineDamp
Equation: y = A*exp(-x/t0)*sin(PI*(x-xc)/w)
Weighting:
y No weighting
Chi^2/DoF = 0.01048
R^2 = 0.99681
xc 6.4673 ±0.04487
w 0.13516 ±0.00095
t0 0.05095 ±0.0003
A 13.0521 ±9.7119
intensidade (u.a)
Tempo (s)
intensidade transmitida-amostra 15
tempo de queda na borda de subida
Figura 4.35 – Tempo de relaxação do mostrador de PDLC (amostra 15), observado na
borda de subida do campo elétrico, o tempo em que a amostra atinge valor mínimo de
transmitância é aproximadamente igual a 120 ms.
83
Tempo de acionamento (borda de descida)
Na borda de descida do campo aplicado, observa-se novamente um pico de
transmitância no qual valor máximo é obtido em um tempo da ordem de 8ms (
Figura
4.36
), ou seja, menor que o tempo de acionamento observado na borda de subida.
0,502 0,503 0,504 0,505 0,506 0,507 0,508 0,509 0,510
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
tempo de subida - amostra15 - PDLC 24ºC f=1Hz
intensidade (u.a)
tempo (s)
B
5 point AA Smoothing of amIX15_B
Figura 4.36 – – Tempo de acionamento do mostrador de PDLC (amostra 15), observado
na borda de descida do campo elétrico, o tempo em que a amostra atinge valor Maximo de
transmitância é aproximadamente igual a 8 ms, sendo esse processo mais rápido que o
observado na borda de subida, e a intensidade transmitida também é menor.
Na Figura 4.37 vemos que o tempo de o tempo em que a amostra atinge valor
mínimo de transmitância é aproximadamente igual a 70 ms (menor que na borda de
subida), e sugere um comportamento de queda exponencial. Porem poderia ser descrito
também pela equação de um oscilador harmônico amortecido.
0,52 0,54 0,56 0,58 0,60
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
tempo de descida - amostra15 - PDLC 24ºC f=1Hz
intensidade (u.a)
tempo (s)
intensidade transmitida em função do tempo
Figura 4.37 – – Tempo de relaxação do mostrador de PDLC (amostra 15), observado na
borda de descida do campo elétrico.
84
4.5 – Espectroscopia Dielétrica
4.5.1 – Dependência da Permissividade Elétrica Complexa do PDLC em
Função do Campo Aplicado
Resultados Obtidos em A1 (capacitor quadrangular, com área de 43,59mm
2
)
A Figura 4.38 mostra o comportamento da componente real da permissividade
elétrica relativa ( ) em função da freqüência e do campo elétrico aplicado entre
as placas do capacitor (V/d).
or
HHH
/''
Ao que tudo indica, o comportamento da permissividade elétrica dos PDLCs a base
de CLT podem ser obtidos independente das tensões aplicadas nas placas do capacitor (isto
é, independente do campo elétrico) em nossos casos para tensões de até 1V.
Observando as curvas de , podemos notar que obedecem quase que
rigorosamente as mesmas propriedades. Com exceção da curva traçada ao se aplicar um
potencial de 5 V (observe que esse potencial é maior que o potencial de acionamento
“Vth”, citado anteriormente), nesse caso, parece haver um sensível deslocamento da curva
se comparado com as curvas onde se aplicou 1V, 500mV, 100mV e 20mV.
r
'
H
1 10 100 1000 10000 100000
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
H'
r
(H'/H
)
frequência (Hz)
H'-componente real da permissividade elétrica relativa - V=20mV
H'-componente real da permissividade elétrica relativa - V=100mV
H'-componente real da permissividade elétrica relativa - V=500mV
H'-componente real da permissividade elétrica relativa - V=1V
H'-componente real da permissividade elétrica relativa - V=5V
T= 22.5ºC
Componente real da permissividade elétrica em função da freqüência e Tensão-PDLC
Figura 4.38 – Componente real da permissividade elétrica relativa em função da
freqüência e do campo elétrico aplicado.
As medidas foram realizadas utilizando-se o aparato experimental representado
pela
Figura 3.12 em temperatura ambiente (22ºC), em um intervalo de 0.02Hz a 100KHz.
Os resultados mostrados nas:
Figuras 4.39. 4.40,e4.41, também concordam com
os resultados obtidos na
Figura 4.39, ou seja, as medidas podem ser raizadas sob qualquer
tensão aplicada nos eletrodos do capacitor, desde que essas tensões sejam menores, que a
tensão de acionamento Vth.
85
Isso é bastante razoável, tendo em vista o fato de que ao se aplicar uma tensão
maior que a tensão de acionamento, existe a orientação das moléculas de CL no interior da
gota, modificando assim as características dielétricas naquela direção do campo aplicado.
Medidas realizadas com a aplicação de 20mV não se mostraram satisfatórias por
apresentar altos índices de ruídos em quase toda o processo de aquisição. Decidimos então,
realizar todas as medidas aplicando uma tensão de 1V entre as placas do capacitor, já que
todas as curvas obtidas em outras tensões coincidiram com as curvas obtidas em 1V.
Independente das tensões aplicadas, todas as medidas apresentaram, inicialmente,
um nível de ruídos bastante intensos nas vizinhanças de 60Hz e 120 Hz. Resolvemos então
blindar o experimento construindo uma gaiola de Faraday utilizando papel alumínio. O
resultado foi excelente, pois embora não tenha acabado com os ruídos na faixa de
freqüência próxima de 60Hz, reduziu em muito sua amplitude e sanou ruídos nas
vizinhanças de 120Hz (provavelmente oriundos de reatores de lâmpadas fluorescentes).
O fato de que o ruído em 60Hz, insistia em aparecer em nossas medidas nos levou a
concluir que a origem desse ruído era o próprio equipamento de medida, já que o mesmo
também opera com freqüências de 60Hz. A hipótese ficou comprovada, quando realizamos
medidas de espectroscopia dielétrica utilizando outro equipamento e em outra localidade
(utilizamos a Ponte de Impedância Solartron 1260, no Centro de Pesquisas Renato Archer),
e mesmo assim o ruído em 60Hz, se manteve, embora não tenha prejudicado no resultado
final dos dados obtidos.
1 10 100 1000 10000 100000
1
2
3
4
H''
r
(H''/H
)
frequência (Hz)
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa - V=20mV
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa - V=100mV
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa - V=500mV
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa - V=1V
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa - V=5V
T= 22.5ºC
Componente imaginária da permissividade elétrica em função da freqüência e Tensão-PDLC
Figura 4.39 – Componente imaginária da permissividade elétrica relativa em função da
freqüência e do campo elétrico aplicado.
Podemos concluir então que para tensões inferiores a Vth, a intensidade do campo
elétrico aplicado não influencia nos resultados de medida de permissividade elétrica do
PDLC. Isso pode ser explicado pelo fato de que para tensões acima desse valor mudariam a
distribuição das moléculas de CL no interior das gotas, modificando também suas
propriedades elétricas nessa nova configuração, graças a anisotropia dielétrica das
moléculas de CL.
86
1 10 100 1000 10000 100000
1
10
Componentes real e imaginária da permissividade elétrica em função da freqüência e Tensão-PDLC
H
r
Frequencia (Hz)
H'
r
-componente real da permissividade elétrica relativa-V=20mV
H''
r
-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-V=20mV
H'
r
-componente real da permissividade elétrica relativa-V=100mV
H''
r
-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-V=100mV
H'
r
-componente real da permissividade elétrica relativa-V=500mV
H''
r
-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-V=500mV
H'
r
-componente real da permissividade elétrica relativa-V=1V
H''
r
-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-V=1V
H'
r
-componente real da permissividade elétrica relativa-V=5V
H''
r
-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-V=5V
T= 22.5ºC
Figura 4.40– Componentes, real e imaginária da permissividade elétrica relativa em
função da freqüência e do campo elétrico aplicado.
61218
1
2
3
4
H
r
''
H
r
'
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole) - V=20mV
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole) - V=100mV
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole) - V=500mV
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole) - V=1V
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole) - V=5V
diagrama de Cole-Cole
Figura 4.41 – Diagrama de Cole-Cole em função do campo elétrico aplicado no capacitor
A1.
87
4.5.2 - Medidas realizadas no capacitor A1 – amostra de PDLC
A Figura 4.42 indica que existem pelo menos dois processos de perdas dielétricas
envolvidos na faixa de freqüência até então analisadas (100mHz a 100KHz).
Note que há uma queda substancial no valor da componente real da permissividade
elétrica relativa (pontos azuis) e a existência de um pico de perda dielétrica, também
presente na curva da componente imaginária da permissividade elétrica relativa (pontos
vermelhos), quando f=30Hz. A figura mostra ainda uma perda dielétrica drástica nas
vizinhanças de f=100Khz, contudo não podemos atribuir essa freqüência como freqüência
de relaxação dielétrica, tendo em vista o fato de que o pico de perda dielétrica não se
mostra completo.
A região dentro do circulo, descreve a região de incerteza experimental (limite de
detecção) imposta pelo Lock-in.
1 10 100 1000 10000 100000
1
10
H
r
(H/H
)
Frequência (Hz)
H'-componente real da permissividade elétrica relativa
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa
tensão no circuito RC=1V
T= 22.5ºC
componentes real e imagiária da permissividade elétrica relativa
Figura 4.42 – Componentes, real e imaginária da permissividade elétrica relativa em
função da freqüência aplicada. Capacitor A1 preenchido com PDLC (50% CLT E7 + 50%
NOA 65).
A existência de no mínimo dois processos de relaxação ainda pode ser confirmada
se olharmos o diagrama de Cole – Cole (
Figura 4.43), no qual está claro a existência de no
mínimo dois semicírculos, o que indicaria dois tempos de relaxação distintos. Note que
para campos estáticos (baixa freqüência) o valor assumido pela componente real da
permissividade elétrica relativa (
H
s1
) é da ordem de 19 (19 x H
0
). Esse valor cai com a
freqüência ao longo de todo o intervalo analisado. O termo
H
s2
esta relacionado a
permissividade elétrica estática que ocorre em um processo de relaxação dipolar.
88
2 4 6 8 10 12 14 16 18
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
H
r
''
H
r
'
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)
tensão no circuito RC=1V
T= 22.5ºC
diagrama de Cole-Cole - A1
Região de
p
erda dielétric
a
resultante d
a
polarização
superficial n
a
interface
eletrodo-PDLC
Perda dielétric
a
resultante d
a
polarização
superficial n
a
interface
Polímero-CL
H
s2
H
s1
Figura 4.43 – Diagrama de Cole-Cole - A1 preenchido com PDLC (50% CLT E7 + 50% NOA
65
).
Dependência com a geometria do capacitor – amostra de PDLC
Podem ser observados pelo menos três processos distintos de perda dielétrica no
capacitor A4, preenchido com PDLC: em 0,3Hz, em 49 Hz e nas vizinhanças de 100KHz
(
Figura 4.44). Observa-se também que a componente imaginária da permissividade
elétrica relativa ( ) da amostra do capacitor A4 é sensivelmente maior que a da amostra
A1. Ora, se ambas as amostras são constituídas pelo mesmo material, somos levados a crer
que existe uma dependência da constante dielétrica em função da geometria das placas do
capacitor paralelo e, a princípio, a geometria circular parece proporcionar uma medida
mais completa das propriedades dielétricas de um dado material.
"
r
H
Podemos observar ainda na Figura 4.44, que o segundo pico de perda dielétrica do
capacitor A4, está apenas levemente deslocado do primeiro pico de perda dielétrica do
capacitor A1, sugerindo que efetivamente exista naquela vizinhança um processo de
relaxação dielétrica, seja ela de ordem de interação superficial, seja de interação dipolar.
Os picos de perda dielétricas associadas a polarização interfacial ocorrem em
freqüências diferentes nos capacitores A1 e A4. Observe que enquanto A1 apresenta um
pico em freqüências próximas de 30Hz, A4 apresenta este pico em 49Hz. Porém, em
ambos os casos, o processo de relaxação dipolar ocorre na mesma freqüência.
89
0.1
1
10
H
r
(
H
/
H
)
Frequência (Hz)
H
'-componente real da permissividade elétrica relativa-capacitor A-1 (quadrado)
H
''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-capacitor A-1 (quadrado)
H
'-componente real da permissividade elétrica relativa-capacitor A-4 (circulo)
H
''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-capacitor A-4 (circulo)
tensão no circuito RC=1V
T= 22.5ºC
1 10 100 1000 10000 100000
Figura 4.44– Componentes real e imaginária da permissividade elétrica relativa em
função da geometria do capacitor e freqüência aplicada. Capacitores A1 e A4 preenchido
com PDLC (50% CLT E7 + 50% NOA 65).
Na Figura 4.45, comparamos o diagrama de Cole-Cole de ambos os capacitores. A
existência de pelo menos 3 semicírculos presentes no Capacitor A4, nos leva a concluir
que existe pelo menos três processos de relaxação distintos, estando presentes em f=0,3Hz
(polarização superficial das placas do capacitor); f=30Hz (polarização na interface CL-
polímero) e nas vizinhanças de f=100KHz (relaxação dipolar).
4 6 8 1012141618202224
-2
0
2
4
6
8
H
r
''
H
r
'
H
r
" x
H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-capacitor A-1 (quadrado)
H
r
" x
H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-capacitor A-4 (circular)
tensão no circuito RC=1V
T= 22.5ºC
Região de
p
erda dielétrica
resultante da
polarização
superficial na
interface
eletrodo-PDLC
Perda dielétric
a
resultante d
a
polarização
superficial n
a
interface Polímero-
CL
Figura 4.45 – Diagrama de Cole-Cole - A1e A4 preenchidos com PDLC (50% CLT E7 + 50%
NOA 65
).
90
4.4.3 - Medidas Realizadas no Capacitor A1 – Amostra de CLT E7
O comportamento das componentes real e imaginária da permissividade elétrica
relativa do CLT E7 em um intervalo de 0.1Hz a 100KHz é mostrado pela
Figura 4.46. O
processo de relaxação dipolar inicia-se em freqüências maiores que 10KHz. A principio,
não se pode extrair o tempo de relaxação dielétrica (
W). Observamos mais tarde, utilizando
a ponte Solartron que o pico de relaxação dipolar ocorre em freqüências acima de 100KHz.
1 10 100 1000 10000 100000
1
10
100
1000
componentes real e imagináriada permissividade elétrica relativa - capacitor A1-CLT E7
H
r
(H/H
)
frequência (Hz)
H'
r
-componente real da permissividade elétrica relativa
H''
r
-componente imaginária da permissividade elétrica relativa
tensão no circuito RC=0.1V
T= 22.5ºC
Figura 4.46 – Componentes real e imaginária da permissividade elétrica relativa em
função da freqüência aplicada. Capacitor A1 preenchido com CLT E7.
As Figuras 4.47 e 4.48 mostram o diagrama de Cole-Cole para o CLT E7em um
intervalo de freqüência de 0.1Hz ate 100KHz no capacitor A1. Uma análise errada poderia
levar a crer que todo o processo de relaxação está explícito na
Figura 4.47. O que ocorre
de fato é que só podemos tratar desse processo se analisarmos a
Figura 4.48, (região de
altas freqüências) onde são válidos os modelos empíricos tratados no
capítulo 2. Temos
então que para o CLT E7,
H
s
é da ordem de 3,85.
0 100 200 300
0
700
1400
H
r
''
H
r
'
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)
tensão no circuito RC=0.1V
T= 22.5ºC
diagrama de Cole-Cole - Capacitor A1
Figura 4.47 – Diagrama de Cole-Cole – A1 preenchido com CLT E7.
91
1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,5
1,6
1,7
1,8
1,9
2,0
H
r
''
H
r
'
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)
tensão no circuito RC=0.1V
T= 22.5ºC
diagrama de Cole-Cole (comportamento em alta freqüência)- Capacitor A1
Figura 4.48 – Diagrama de Cole-Cole – A1 preenchido com CLT E7- freqüências altas
Medidas realizadas no capacitor A4 – amostra de CLT E7
A Figura 4.49 mostra o comportamento das componentes real e imaginária da
permissividade elétrica relativa em função da freqüência, obtidos no capacitor A4
preenchido com PDLC.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000
1
10
100
1000
Componentes imaginária e real da permissividade elétrica relativa - capacitor A4 - CLT E7
H
r
(H/H
)
frequência (Hz)
H'
r
-componente real da permissividade elétrica relativa
H''
r
-componente imaginária da permissividade elétrica relativa
tensão no circuito RC=0.1V
T= 22.5ºC
Figura 4.49 – Componentes real e imaginária da permissividade elétrica relativa em
função da freqüência aplicada. Capacitor A4 preenchido com CLT E7.
92
As
Figuras 4.50 e 4.51 mostram o diagrama de Cole-Cole para o CLT E7em um
intervalo de freqüência de 0.1Hz ate 100KHz no capacitor A4. Como dito anteriormente
uma análise errada poderia levar a crer que o processo de relaxação dipolar está explícito
na
Figura 4.50, porém só podemos tratar desse processo se analisarmos a Figura 4.51,
onde são validos os modelos empíricos tratados no
capítulo 2. Temos então que para o
CLT E7,
H
s
é da ordem de 8,15, diferente do valor obtido em A1, tal diferença pode estar
associada a efeitos de pontas existentes em geometrias quadrangulares.
0 3000 6000
0
2000
4000
6000
H
r
''
H
r
'
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)
tensão no circuito RC=0.1V
T= 22.5ºC
Diagrama de Cole-Cole - CLT E7 - capacitor A4
Figura 4.50 – Diagrama de Cole-Cole – A4 preenchido com CLT E7.
6,57,07,58,0
1,5
2,0
2,5
3,0
H
r
''
H
r
'
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)
tensão no circuito RC=0.1V
T= 22.5ºC
Figura 4.51 – Diagrama de Cole-Cole – A4 preenchido com CLT E7-região de
freqüências altas.
93
4.6 - Medidas com a Ponte Solartron SI1260
4.6.1 - Medidas em PDLC
O comportamento das componentes real e imaginária da permissividade elétrica
relativa do capacitor A1, medido com a Ponte de Impedância modelo Solarton SI1260 é
representado na
Figura 4.52. As medidas em A1 mostraram que existe também três
processos de perda dielétrica distintas observadas a partir das figuras
4.52 e 4.53. A
presença de três semicírculos no diagrama de Cole - Cole, confirma a presença de três
tempos de relaxação, porém apenas o pico nas vizinhanças de f=180,196KHz pode ser
atribuído a relaxação dipolar com tempo de relaxação
s
f
PW
549,5
1
#
(caracterizando,
portanto um processo de relaxação de dipolos permanentes), os outros dois processos
observados deve estar relacionados a polarização interfacial, primeiro na interface
PDLC/eletrodo e depois nas interfaces polímero/CL, existentes em cada gota de CL.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
0,1
1
10
100
Componentes real e imaginária da permissividade elétrica relativa do PDLC-A1- (NOA65+E7)
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H
r
(H/H
)
Freqüência (Hz)
H
'-componente real da permissividade elétrica relativa
H
''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do PDLC (NOA65+E7)
OBS.: A1=A4=43,59mm
2
Figura 4.52 –
Componentes real e imaginária da permissividade elétrica relativa em
função da freqüência aplicada. Capacitor A1 preenchido com PDLC (50% CLT E7 + 50%
NOA 65).
94
0 5 10 15 20 25
0
2
4
6
8
10
Diagrama de Cole - Cole do PDLC-A1- ( NOA65+E7)
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H
r
'' (H''/H
)
H
r
' (H'/H
)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole) - A1 (capacitor quadrado)
V=1V
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do PDLC (NOA65+E7)
OBS.: A1=A4=43,59mm
2
Figura 4.53 – Diagrama de Cole-Cole – A1 preenchido com PDLC.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
1E-11
1E-10
1E-9
capacitância medida em um PDLC-ponte de impencia modelo SolartronSI1260-1V aplicado
capacitaância (F)
Frequência (Hz)
capacitância em função da frequência em A1-PDLC-1V aplicado
Figura 4.54 – Capacitância – A1 preenchido com PDLC.
De fato, se na Figura 4.52, são observados ao menos três processos de perde
dielétrica, é óbvio que a capacitância também deve ter seus valores reduzidos nessas
regiões onde ocorrem as perdas, já que a capacitância é diretamente proporcional a
constante dielétrica (permissividade elétrica relativa), como mostrado na
Figura 4.54.
O módulo da impedância do capacitor A1 preenchido com PDLC apresenta um
comportamento bastante semelhante ao comportamento de um circuito RC série (veja
apêndice II). Em altas freqüências, o módulo da impedância tende ao valor da resistência
série (neste caso o eletrodo dos capacitores). Para freqüências elevadas. Neste caso, as
resistências dos eletrodos apresentam-se na ordem de 3Kȍ (
Figura 4.55).
95
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
1000
10000
100000
1000000
1E7
1E8
impedância medida em um PDLC-ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado
|Z| (ohm)
Frequência (Hz)
impedância em função da frequência em A1-PDLC-1V aplicado
Figura 4.55 – Módulo da impedância. A1 preenchido com PDLC..
Na Figura 4.56, é mostrado o comportamento da resistência elétrica do filme de
PDLC em função da freqüência aplicada. Note que não existe um só intervalo no qual a
resistência permanece constante, ao contrário, decresce com a freqüência em todo intervalo
analisado, hora mais acentuado, hora menos acentuado. Concluindo-se então não tratar-se
de um comportamento ôhmico, no qual a resistência deve ser constante independente da
freqüência (para certos intervalos, em casos reais).
Dessa forma, apenas um circuito RC série, não é o suficiente para descrever o
comportamento elétrico do filme de PDLC.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
100
1000
10000
100000
1000000
1E7
1E8
resistência medida em um PDLC-ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado
resistência (ohm)
Frequência (Hz)
resistência em função da frequência em A1-PDLC-1V aplicado
Figura 4.56 – Resistência elétrica em função da freqüência – A1 preenchido com PDLC.
96
Note na
Figura 4.57, que as curvas de permissividade elétrica (componente real)
nos capacitores A1 e A4, são basicamente iguais, com diferença visível em freqüências
maiores que 1MHz ao passo que as componentes reais da permissividade elétrica relativa
dos capacitores A2 e A5, que possuem a mesma área, mas com geometrias diferentes,
embora apresente mesmas inclinações, não apresentam valores coincidentes. A
permissividade elétrica medida por A2 é ligeiramente maior que a medida em A5, contudo
a permissividade medida em A5 é basicamente a mesma medida em A1 e A4 em um
intervalo de 0 a 100kHz. O mesmo ocorre com A6.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
0,01
0,1
1
10
100
Componente real da permissividade elétrica relativa do PDLC-A1,A2, A3, A4, A5 e A6
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H'
r
(H'/H
)
Freqüência (Hz)
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-A1
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-A2
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-A4
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-A5
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-A6
V=1V
T= temp.amb.
espectroscopia dielétrica do PDLC
OBS.: A3=A6=14,53mm
2
,A1=A4=43,59mm
2
,A2=A5=29,06mm
2
Figura 4.57 – Componente real da permissividade elétrica relativa em função da
freqüência, da área e da geometria das placas do capacitor - preenchido com PDLC.
Ora, se estamos falando do mesmo material não seria justo que os valores das
componentes real da permissividade elétrica relativa fosse o mesmo em qualquer situação?
Isso é uma suposição bem plausível, mas não leva em consideração as distorções
sofridas pelo campo elétrico em regiões de ponta (presentes em capacitores quadrados).
Esses efeitos de distorção resultam em medidas, que embora apresentem o mesmo
comportamento ao longo de toda a faixa de freqüência analisada, não apresentam mesmos
valores medidos (mas não muito diferentes entre si). Assim, a melhor solução para essas
medidas seria a utilização de capacitores de placas circulares, e com área relativamente
grande.
A
Figura 4.58 mostra o comportamento das permissividades elétricas relativas
(componente imaginária) em função da freqüência. Agora as coincidências de A1 e A4, só
vão até freqüências nas vizinhanças de 10KHZ. Note que todos os picos de perda dielétrica
associadas a relaxação dipolar estão deslocados um com relação ao outro. Mesmo assim, o
pico de perda dielétrica em baixa freqüência (aproximadamente 40hz) não apresenta-se
97
deslocado. A esse pico, estamos atribuindo uma relaxação devido a polarização superficial
na interface polímero-CL.
Note mais uma vez, que a curva obtida em A2 não coincide em valores com as
curvas obtidas em outras áreas. Associado a essa distorção, estamos atribuindo efeitos de
ponta presentes na geometria quadrangular.
Observa-se também que as curvas de A4 e A5 (geometrias circulares) apresentam
um pico de perda dielétrica em baixa freqüência bem mais definido que nos outros
capacitores. Concluímos assim, mais uma vez, que a melhor geometria deveria ser a
circular.
É claro que todas as curvas deveriam coincidir. Fato que não ocorre provavelmente
em função de distorções do campo elétrico em geometrias quadradas e em pequenas áreas
circulares (lembre-se que não são exatamente duas placas circulares paralelas, e sim uma
placa circular apenas e a outra uma placa inteira. Assim, quanto menor a área, maior as
distorções no campo elétrico, isso é ainda mais agravado em casos de geometria
quadrangular em função dos efeitos de ponta).
Na
Figura 4.59 o diagrama de Cole-Cole obtido para a amostra de PDLC em
diferentes áreas e geometrias, também mostra que o capacitor A2 embora apresente mesmo
comportamento que os outros capacitores, possui valores diferentes. Ainda assim, todos as
curvas parecem convergir para o mesmo valor em regiões de alta freqüência.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
0,1
1
10
100
Componente imaginária da permissividade elétrica relativa do PDLC-A1, A2, A3, A4, A5, e A6
ponte de impencia modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H''
r
(H''/H
)
Freqüência (Hz)
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-A1
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-A2
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-A3
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-A4
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-A5
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-A6
V=1V
T= temp.amb.
espectroscopia dielétrica do PDLC
OBS.: A3=A6=14,53mm
2
,A1=A4=43,59mm
2
,A2=A5=29,06mm
2
Figura 4.58 – Componente imaginária da permissividade elétrica relativa em função da
freqüência, da área e da geometria das placas do capacitor - preenchido com PDLC.
98
020
0
2
4
6
8
10
Diagrama de Cole - Cole doPDLC-A1,A2, A3, A4, A5 e A6
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H
r
'' (H''/H
)
H
r
' (H'/H
)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole) - A1 (capacitor quadrado)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole) - A2 (capacitor quadrado)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole) - A3 (capacitor quadrado)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole) - A4 (capacitor circular)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole) - A5 (capacitor circular)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole) - A6 (capacitor circular)
V=1V
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do PDLC
OBS.: A3=A6=14,53mm
2
,A1=A4=43,59mm
2
,A2=A5=29,06mm
2
Figura 4.59 – Diagrama de Cole-Cole em função da freqüência, da área e da geometria
das placas do capacitor - preenchido com PDLC.
A Figura 4.60 mostra o comportamento da capacitância em função da freqüência e
das áreas do capacitor, em um intervalo de 0,1Hz a 1,5MHz. Observa-se que os capacitores
A1 e A4 apresentam o mesmo comportamento ao longo de todo o intervalo medido, o que
era de se esperar, levando em conta o fato de que ambos possuem a mesma área. A
diferença está nas medidas em baixa freqüência onde A1 apresenta uma capacitância da
ordem de 2nF e A4 da ordem de 4nF.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
1E-12
1E-11
1E-10
1E-9
1E-8
Capacitância-A1, A2, A4, A5 e A6-PDLC-ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado
capacitaância (F)
Freqüência (Hz)
capacitância em função da frequência em A1-PDLC-1V aplicado
capacitância em função da frequência em A2-PDLC-1V aplicado
capacitância em função da frequência em A4-PDLC-1V aplicado
capacitância em função da frequência em A5-PDLC-1V aplicado
capacitância em função da frequência em A6-PDLC-1V aplicado
Figura 4.60 – Capacitância em função freqüência, da área e da geometria das placas do
capacitor - preenchido com PDLC
99
As capacitâncias em A5 e A6 são menores que em A1, A2 e A4 em um intervalo de
0,1Hz a ~250KHz. Os comportamentos de A5 e A6 eram esperados, todavia, A2 deveria
apresentar mesma capacitância de A5 ao longo desse intervalo, tendo em vista o fato de
ambos possuem mesma área.
A dependência da impedância em função da área e da freqüência nos capacitores
preenchidos com PDLC é descrita pela
Figura 4.61. Como nas medidas de capacitância, a
impedância dos capacitores A5 e A6 é maior que em A1 e A4 ao longo de toda a faixa de
freqüência analisada, porém, A2 apresenta mesma impedância que A1 e A4 ao longo de
toda a faixa estudada, o que nos leva a acreditar, que o capacitor A2 pode não estar dentro
das medidas de espessura média citadas anteriormente. Em altas freqüências, tanto o
módulo da impedância, quanto o valor da resistência tende a valores de ordem de 2,8K
:,
devendo ser esse o valor da resistência série atribuída aos eletrodos.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
1000
10000
100000
1000000
1E7
1E8
1E9
| Z |-A6, A6, A6, A6, A6 e A6- PDLC-ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado
|Z| (:)
Freqüência (Hz)
|Z|- em função da frequência em A1-PDLC-1V aplicado
|Z|- em função da frequência em A2-PDLC-1V aplicado
|Z|- em função da frequência em A4-PDLC-1V aplicado
|Z|- em função da frequência em A5-PDLC-1V aplicado
|Z|- em função da frequência em A6-PDLC-1V aplicado
Figura 4.61 – Módulo da impedância em função da freqüência, área e da geometria das
placas do capacitor - preenchido com PDLC.
PDLCs apresenta uma resistência elétrica fortemente dependente da freqüência (Figura
4.62
), o que o impediria de ser utilizado como material resistivo ômico.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
1000
10000
100000
1000000
1E7
1E8
1E9
resistência-A1, A2, A4, A5 e A6- CLE7-ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado
resistência (:)
Freqüência (Hz)
resistência em função da frequência em A1-PDLC-1V aplicado
resistência em função da frequência em A2-PDLC-1V aplicado
resistência em função da frequência em A4-PDLC-1V aplicado
resistência em função da frequência em A5-PDLC-1V aplicado
resistência em função da frequência em A6-PDLC-1V aplicado
Figura 4.62 – Resistência elétrica em função da freqüência, área e da geometria das
placas do capacitor - preenchido com PDLC.
100
4.6.2 - Medidas no polímero NOA 65
O polímero NOA 65 apresentou um pico de perda dielétrica em f~216,184KHz
(
Figura 4.63), logo, o tempo de relaxação dipolar característico W deve ser da ordem de
4,625
Ps, tempo característico razoavelmente próximo do tempo característico do PDLC
(5,549
Ps), além disso, apresenta uma permissividade estática relativa (H
s
) da ordem de 5,18
e a observação do formato do semicírculo (
Figura 4.64), leva a crer que o tipo de
relaxação dipolar deve obedecer o modelo de Debye.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
0,1
1
10
100
componentes imaginária e real da permissividade elétrica relativa do polímero NOA-65
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H
r
(H/H
)
Frequência (Hz)
H'-componente real da permissividade elétrica relativa
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do polímero NOA65
OBS.: A1=43,59mm
2
Figura 4.63 – Componentes real e imaginária da permissividade elétrica relativa em
função da freqüência aplicada. Capacitor A1 preenchido com NOA 65.
0714
0
5
10
15
diagrama de Cole - Cole do polímero NOA65
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H
r
'' (H''/H
)
H
r
' (H'/H
)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole) - A1 (capacitor quadrado)
V=1V
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do NOA65
OBS.: A1=A4=43,59mm
2
H
s
Figura 4.64 – Diagrama de Cole-Cole – A1 preenchido com NOA 65.
101
As componentes, real e imaginária da permissividade elétrica relativa do polímero
NOA 65 apresentam basicamente o mesmo valor (90) quando f=0,1Hz. O processo de
relaxação deve ser regido pelas equações de Debye ou pelas equações de Cole-Cole,
discutidas no
capítulo 2. Note que não há deformação no semicírculo (Figura 6.65).
Observamos ainda, que a capacitância em campo estático para o capacitor A1 é da
ordem de 3nF, caindo para 8pF para freqüência próximas de 1,5MHz (Figura 6.66)..
A resistência elétrica apresentada pelo polímero cai em função da freqüência
aplicada, indo de 30M
: em f=0,1Hz ate 2,8K: em f=1,5MHz (Figura 6.67). Assim não
seria viável o uso do polímero NOA 65 como elemento resistivo.
012345
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
diagrama de Cole - Cole do polímero NOA65
ponte de impedância modelo SolartronSI1260
H
r
'' (H''/H
)
H
r
' (H'/H
)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole) - A1 (capacitor quadrado)
V=1V
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do NOA65
OBS.: A1=A4=43,59mm
2
Figura 4.65 – Diagrama de Cole-Cole – A1 preenchido com NOA 65.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
1E-11
1E-10
1E-9
capacitância do polímero NOA-65
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
capacitância (F)
Frequência (Hz)
capacitância
V=1V
T= temp.amb.
espectroscopia dielétrica do polímero NOA-65
OBS.: A1=43,59mm
Figura 4.66 – Capacitância – A1 preenchido com NOA 65.
102
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
1000
10000
100000
1000000
1E7
1E8
resistência do polímero NOA-65
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
resistência (ohm)
Frequência (Hz)
resistência
V=1V
T= temp.amb.
espectroscopia dielétrica do polímero NOA-65
OBS.: A1=43,59mm
Figura 4.67 – Resistência elétrica em função da freqüência – A1 preenchido com NOA 65.
Embora todos os capacitores medidos apresentassem um H
s
da ordem de 30H
0
, as
curvas da componente real da permissividade elétrica não são exatamente as mesmas,
sendo que só há coincidências em A2 e A5, mas na média, todos apresentam o mesmo
comportamento (
Figura 6.68).
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
0,1
1
10
100
Componente real da permissividade elétrica relativa do NOA65-A1,A2, A3, A4, A5 e A6
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H'
r
(H'/H
)
Freqüência (Hz)
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-A1
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-A2
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-A3
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-A4
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-A5
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-A6
V=1V
T= temp.amb.
espectroscopia dielétrica do NOA65
OBS.: A3=A6=14,53mm
2
,A1=A4=43,59mm
2
,A2=A5=29,06mm
2
Figura 4.68 – Componente real da permissividade elétrica relativa em função da
freqüência, da área e da geometria das placas do capacitor - preenchido com NOA 65.
As
Figura 4.69 e 4.70 mostram o comportamento da componente imaginária da
permissividade elétrica relativa (em função da área, geometria e da freqüência) e o
103
diagrama de Cole - Cole em função da área e da geometria, respectivamente para o NOA
65.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
0,1
1
10
100
Componente imaginária da permissividade elétrica relativa do NOA65-A1, A2, A3, A4, A5, e A6
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H''
r
(H''/H
)
Freqüência (Hz)
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-A1
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-A2
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-A3
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-A4
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-A5
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-A6
V=1V
T= temp.amb.
espectroscopia dielétrica do NOA65
OBS.: A3=A6=14,53mm
2
,A1=A4=43,59mm
2
,A2=A5=29,06mm
2
Figura 4.69 – Componente imaginária da permissividade elétrica relativa em função da
freqüência, da área e da geometria das placas do capacitor - preenchido com NOA 65.
0 5 10 15 20 25
0
2
4
6
8
10
Diagrama de Cole - Cole doNOA65-A1,A2, A3, A4, A5 e A6
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H
r
'' (H''/H
)
H
r
' (H'/H
)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole) - A1 (capacitor quadrado)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole) - A2 (capacitor quadrado)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole) - A3 (capacitor quadrado)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole) - A4 (capacitor circular)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole) - A5 (capacitor circular)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole) - A6 (capacitor circular)
V=1V
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do NOA65
OBS.: A3=A6=14,53mm
2
,A1=A4=43,59mm
2
,A2=A5=29,06mm
2
Figura 4.70 – Diagrama de Cole-Cole em função da freqüência, da área e da geometria
das placas do capacitor - preenchido com NOA 65.
104
As medidas de capacitância (
Figura 6.71) mostraram-se satisfatórias, pois com
exceção da capacitância em A4 que deveria coincidir com A1 ao longo da medida, as
outras curvas de capacitância coincidiram em média obedecendo o fato de que a menor
área deveria apresentar menor capacitância. As medidas de impedância também
apresentaram resultados esperados (
Figura 6.72).
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
1E-11
1E-10
1E-9
Capacitância-A1, A2, A3, A4, A5 e A6-NOA65-ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado
capacitaância (F)
Freqüência (Hz)
capacitância em função da frequência em A1-NOA65-1V aplicado
capacitância em função da frequência em A2-NOA65-1V aplicado
capacitância em função da frequência em A3-NOA65-1V aplicado
capacitância em função da frequência em A4-NOA65-1V aplicado
capacitância em função da frequência em A5-NOA65-1V aplicado
capacitância em função da frequência em A6-NOA65-1V aplicado
Figura 4.71 – Capacitância em função freqüência, da área e da geometria das placas do
capacitor - preenchido com NOA 65.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
1000
10000
100000
1000000
1E7
1E8
1E9
1E10
| Z |-A6, A6, A6, A6, A6 e A6- NOA65-ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado
|Z| (:)
Freqüência (Hz)
|Z|- em função da frequência em A1-NOA65-1V aplicado
|Z|- em função da frequência em A2-NOA65-1V aplicado
|Z|- em função da frequência em A3-NOA65-1V aplicado
|Z|- em função da frequência em A4-NOA65-1V aplicado
|Z|- em função da frequência em A5-NOA65-1V aplicado
|Z|- em função da frequência em A6-NOA65-1V aplicado
105
Figura 4.72 – Módulo da impedância em função da freqüência, área e da geometria das
placas do capacitor - preenchido com NOA 65.
A Figura 4.73 mostra o comportamento da resistência elétrica (em função da área,
geometria e da freqüência) do polímero NOA 65.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
1000
10000
100000
1000000
1E7
1E8
1E9
1E10
1E11
resistência-A1, A2, A3, A4, A5 e A6- NOA65-ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado
resistência (:)
Freqüência (Hz)
resistência em função da frequência em A1-NOA65-1V aplicado
resistência em função da frequência em A2-NOA65-1V aplicado
resistência em função da frequência em A3-NOA65-1V aplicado
resistência em função da frequência em A4-NOA65-1V aplicado
resistência em função da frequência em A5-NOA65-1V aplicado
resistência em função da frequência em A6-NOA65-1V aplicado
Figura 4.73 – Resistência elétrica em função da freqüência, área e da geometria das
placas do capacitor - preenchido com NOA 65.
106
4.6.3 - Medidas no CLT E7
A freqüência que determina o tempo de relaxação dipolar do CLT E7 é da
ordem de 143,751 KHz (
Figura 6.74), com um tempo de relaxação W=6,956Ps,
sendo maior que no PDLC e que no polímero NOA 65.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
0,1
1
10
100
1000
10000
componentes real e imaginária da permissividade elétrica relativa do CLNT E7
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H
r
(H/H
)
frequência
H'-componente real da permissividade elétrica relativa
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do LC E7
OBS.: A1=A4=43,59mm
2
Figura 4.74 – Componentes real e imaginária da permissividade elétrica relativa em
função da freqüência aplicada. Capacitor A1 preenchido com CLT E7.
0 4000 8000 12000
0
4000
8000
diagrama de Cole - Cole do CLNT E7
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H
r
'' (H''/H
)
H
r
' (H'/H
)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole) - A1 (capacitor quadrado)
V=1V
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do LC E7
OBS.: A1=A4=43,59mm
2
Região de altas
fre
q
üências .
Figura 4.75 – Diagrama de Cole-Cole – A1 preenchido com CLT E7.
107
Observe ainda que todos os tempos de relaxação encontrados estão bem próximos
em valores e com mesma ordem de grandeza (e se enquadram dentro do modelo de
relaxação dipolar previstos por Debye, pois todos apresentam tempo de relaxação da
ordem de 1µs). A permissividade estática encontrada é de 3,86.
As figura
4.75 e 4.76 mostram o diagrama de Cole-Cole para o CLT E7.
0123
0
1
2
diagrama de Cole - Cole do CLNT E7-altas frequências
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H
r
''
H
r
'
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole) - A1 (capacitor quadrado)
V=1V
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do LC E7
OBS.: A1=A4=43,59mm
2
Figura 4.76 – Diagrama de Cole-Cole – região de freqüências altas – A1 preenchido com
CLT E7.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
1E-12
1E-11
1E-10
1E-9
1E-8
1E-7
capacitância do CLNT E7
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
capacitância (F)
frequência (Hz)
capacitância
V=1V
T= temp.amb.
espectroscopia dielétrica do LC E7
OBS.: A1=43,59mm
Figura 4.77 – Capacitância – A1 preenchido com CLT E7.
A capacitância em campo estático é da ordem de 600nF, para o capacitor A1
preenchido com CLT E7, e em um intervalo de 100Hz até aproximadamente 10KHz, a
capacitância permanece praticamente constante em 0,2nF, caindo a 5pF em f=1,5Mhz
(
Figura 6.77).
108
A
Figura 4.78 mostra o comportamento do módulo da impedância do capacitor A1,
preenchido co CLT E7, em função da freqüência.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
10000
100000
1000000
impedância do CLNT E7
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
impedância (ohm)
frequência (Hz)
impedância
V=1V
T= temp.amb.
espectroscopia dielétrica do LC E7
OBS.: A1=43,59mm
Figura 4.78– Módulo da impedância em função da freqüência – A1 preenchido com CLT
E7.
De 5Hz a 600Hz, a resistência do mantém-se praticamente constante, bem diferente
do comportamento do PDLC e do polímero NOA 65 (
Figura 6.79)..
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
10000
100000
1000000
resistência do CLNT E7
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
resistência (ohm)
frequência (Hz)
resistência
V=1V
T= temp.amb.
espectroscopia dielétrica do LC E7
OBS.: A1=43,59mm
Figura 4.79 – Resistência elétrica em função da freqüência – A1 preenchido com CLT E7.
109
4.7 – Comparação das medidas do PDLC, do NOA 65 e do CLT E7
Na Figura 4.80 fica evidenciado que o índice de refração (que está diretamente
associado à constante dielétrica) das amostras de PDLC e NOA 65 apresentam
comportamentos muito semelhantes em regiões de alta freqüência, ao passo que o índice de
refração associado ao CLT E7 aparece sensivelmente deslocado, nessa região, confirmando
assim as medidas obtidas com o refratômetro, apresentadas anteriormente.
O fato da componente imaginária da permissividade elétrica relativa do PDLC
apresentar um pico máximo de perda dielétrica em uma freqüência tão próxima ao pico
apresentado pelo NOA 65 (
Figura 4.81) confirma mais uma vez a “quase” igualdade dos
índices de refração do PDLC e do NOA 65, observados na
Figura 4.21. Ainda se observa
um pico de perda, em baixa freqüência no capacitor preenchido com PDLC, tal perda
dielétrica pode ser atribuída a polarização superficial existente na interface CL-Polímero.
O diagrama de Cole-Cole representado na
Figura 4.82 não deixa claro que em
regiões de baixa freqüência existam relações entre os diagramas de Cole-Cole para as
amostras de NOA 65 e PDLC. Poderíamos ser então levados a acreditar que de fato não
exista coincidências, todavia, se ampliarmos a escala e observarmos em regiões de altas
freqüências veremos que as amostras de PDLC, CLT E7 e NOA 65 apresentam
propriedades dielétricas distintas, fica evidenciado que a permissividade elétrica relativa
H
s
(permissividade elétrica relativa estática) apresenta, para as amostras de PDLC e NOA 65,
praticamente os mesmos valores. Destaca-se ainda a confirmação da existência de pelo
menos dois tempos de relaxação distintos no processo de relaxação do PDLC, sendo
comprovados pela existência de dois picos no diagrama de Cole-Cole. Devemos ressaltar o
fato de as componentes
H
f
(permissividade elétrica relativa em altas freqüências),
apresentam basicamente o mesmo valor para essa escala, pra o PDLC, polímero e CLT E7
(
Figura 4.83).
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
0,1
1
10
100
1000
10000
Componente real da permissividade elétrica relativa do: PDLC, NOA65 e CLE7-A1
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H'
r
(H'/H
)
Freqüência (Hz)
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-PDLC-A1
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-NOA65-A1
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-CLE7-A1
V=1V
T= temp.amb.
espectroscopia dielétrica do PDLC, CLE7 e NOA65
OBS.: A1=43,59mm
2
Figura 4.80 – Componente real da permissividade elétrica relativa em função da
freqüência – A1 preenchido com PDLC, NOA 65 e CLT E7.
110
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
0,1
1
10
100
1000
10000
Componente imaginária da permissividade elétrica relativa do: PDLC, NOA65 e CLE7-A1
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H''
r
(H''/H
)
Freqüência (Hz)
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-PDLC-A1
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-NOA65-A1
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-CLE7-A1
V=1V
T= temp.amb.
espectroscopia dielétrica do PDLC, NOA65 e CLE7
OBS.: A1=43,59mm
2
Figura 4.81 – Componente imaginária da permissividade elétrica relativa em função da
freqüência – A1 preenchido com PDLC, NOA 65 e CLT E7.
0 4000 8000 12000
0
4000
8000
Diagrama de Cole - Cole do:PDLC,NOA65 e CLE7 - A1
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H
r
'' (H''/H
)
H
r
' (H'/H
)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-PDLC - A1 (capacitor quadrado)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-NOA65 - A1 (capacitor quadrado)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-CLE7 - A1 (capacitor quadrado)
V=1V
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do PDLC, NOA65 e CLE7
OBS.: A1=43,59mm
2
Região de altas
freqüências .
Figura 4.82 – Diagrama de Cole-Cole – A1 preenchido com PDLC, NOA 65 e CLT E7.
111
020
0
3
6
Diagrama de Cole - Cole do:PDLC,NOA65 e CLE7 - A1
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H
r
'' (H''/H
)
H
r
' (H'/H
)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-PDLC - A1 (capacitor quadrado)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-NOA65 - A1 (capacitor quadrado)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-CLE7 - A1 (capacitor quadrado)
V=1V
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do PDLC, NOA65 e CLE7
OBS.: A1=43,59mm
2
Figura 4.83 – Diagrama de Cole-Cole – região de freqüências altas – A1 preenchido com
PDLC, NOA 65 e CLT E7.
Na Figura 4.84, podemos observar que os picos de perda dielétrica (que ocorrem
no tempo de relaxação característica
W) ocorrem basicamente nas mesmas vizinhanças
tanto para o PDLC quanto para o polímero e o CLT E7, fato que já discutimos
separadamente.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
0,1
1
10
100
1000
10000
Componente imaginária da permissividade elétrica relativa do: PDLC, NOA65 e CLE7-A1, A2, A3, A4, A5, e A6
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H''
r
(H''/H
)
Freqüência (Hz)
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-PDLC-A1
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-NOA65-A1
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-CLE7-A1
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-PDLC-A2
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-NOA65-A2
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-CLE7-A2
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-PDLC-A4
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-NOA65-A4
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-CLE7-A4
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-PDLC-A5
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-NOA65-A5
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-CLE7-A5
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-PDLC-A6
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-NOA65-A6
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-CLE7-A6
V=1V
T= temp.amb.
espectroscopia dielétrica do PDLC, NOA65 e CLE7
OBS.: A1=43,59mm
2
, A1=43,59mm
2
, A2=29,06mm
2
, A4=43,59mm
2
, A5=29,06mm
2
, A6=14,53mm
2
Figura 4.84 – Componente imaginária da permissividade elétrica relativa em função da
freqüência, da área e da geometria das placas do capacitor - preenchido com PDLC,
NAO65 e CLT E7.
112
A
Figura 4.85 mostra o comportamento da componente real da permissividade
elétrica relativa, em função da freqüência, da área e da geometria.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
0,01
0,1
1
10
100
1000
10000
Componente real da permissividade elétrica relativa do: PDLC, NOA65 e CLE7-A1,A2, A3, A4, A5 e A6
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H'
r
(H'/H
)
Freqüência (Hz)
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-PDLC-A1
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-NOA65-A1
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-CLE7-A1
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-PDLC-A2
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-NOA65-A2
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-CLE7-A2
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-PDLC-A4
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-NOA65-A4
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-CLE7-A4
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-PDLC-A5
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-NOA65-A5
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-CLE7-A5
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-PDLC-A6
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-NOA65-A6
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-CLE7-A6
V=1V
T= temp.amb.
espectroscopia dielétrica do PDLC, CLE7 e NOA65
OBS.: A1=43,59mm
2
, A1=43,59mm
2
, A2=29,06mm
2
, A4=43,59mm
2
, A5=29,06mm
2
, A6=14,53mm
2
Figura 4.85 – Componente real da permissividade elétrica relativa em função da
freqüência, da área e da geometria das placas do capacitor - preenchido com PDLC,
NAO65 e CLT E7.
Ao longo da faixa de freqüência analisada o modulo da impedância do PDLC
apresenta comportamento semelhante ao do NOA 65 (
Figura 4.86).
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
1000
10000
100000
1000000
1E7
1E8
|Z|-A1 -PDLC, NOA65 e CLE7-
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado
|Z| (:)
Freqüência (Hz)
|Z|- em função da frequência em A1-PDLC-1V aplicado
|Z|- em função da frequência em A1-NOA65-1V aplicado
|Z|- em função da frequência em A1-CLE7-1V aplicado
Figura 4.86 – Módulo da impedância em função da freqüência – A1 preenchido com
PDLC, NOA 65 CLT E7.
113
Em uma análise da
Figura 4.86 fica claro que o valor da resistência série (soma das
resistências dos eletrodos) associada aos capacitores tende a valores da ordem de 2800ȍ;
também é notória a semelhança das curvas de impedância do PDLC e do NOA65,
sobretudo em regiões de alta freqüência.
Comparando a dependência da resistência elétrica com a freqüência para as
amostras de PDLC, NOA 65 e CLT E7 (
Figura 4.87), podemos observar, que para
f>100KHz, a resistência elétrica do PDLC tem o mesmo comportamento que a resistência
elétrica do NOA 65. nota-se também, que a resistência apresentada pelo CLT E7, mantêm-
se praticamente constante em um intervalo de freqüência de 4Hz a 1KHz.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
1000
10000
100000
1000000
1E7
1E8
resistência-A1-PDLC, NOA65 e CLE7-
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado
resistência (:)
Freqüência (Hz)
resistência em função da frequência em A1-PDLC-1V aplicado
resistência em função da frequência em A1-NOA65-1V aplicado
resistência em função da frequência em A1-CLE7-1V aplicado
Figura 4.87 – Resistência elétrica em função da freqüência – A1 preenchido com PDLC,
NOA 65 e CLT E7.
As Figura 4.88, 4.89 e 4.90, mostram as comparações entre os comportamentos
dos diagramas de Cole-Cole (em função da área e da geometria) para amostras de PDLC,
NOA 65 e CLT E7 em diferentes escalas.
114
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000
-1000
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
11000
Diagrama de Cole - Cole do:PDLC,NOA65 e CLE7-A1,A2, A3, A4, A5 e A6
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H
r
'' (H''/H
)
H
r
' (H'/H
)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-PDLC - A1 (capacitor quadrado)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-NOA65 - A1 (capacitor quadrado)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-CLE7 - A1 (capacitor quadrado)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-PDLC - A2 (capacitor quadrado)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-NOA65 - A2 (capacitor quadrado)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-CLE7 - A2 (capacitor quadrado)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-PDLC - A4 (capacitor circular)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-NOA65 - A4 (capacitor circular)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-CLE7 - A4 (capacitor circular)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-PDLC - A5 (capacitor circular)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-NOA65 - A5 (capacitor circular)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-CLE7 - A5 (capacitor circular)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-PDLC - A6 (capacitor circular)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-NOA65 - A6 (capacitor circular)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-CLE7 - A6 (capacitor circular)
V=1V
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do PDLC, NOA65 e CLE7
OBS.: A1=43,59mm
2
, A1=43,59mm
2
, A2=29,06mm
2
, A4=43,59mm
2
, A5=29,06mm
2
, A6=14,53mm
2
Figura 4.88 – Diagrama de Cole-Cole em função da freqüência, da área e da geometria
das placas do capacitor - preenchido com PDLC, NOA 65 e CLT E7.
01020
0
8
Diagrama de Cole - Cole do:PDLC,NOA65 e CLE7-A1,A2, A3, A4, A5 e A6
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H
r
'' (H''/H
)
H
r
' (H'/H
)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-PDLC - A1 (capacitor quadrado)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-NOA65 - A1 (capacitor quadrado)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-CLE7 - A1 (capacitor quadrado)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-PDLC - A2 (capacitor quadrado)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-NOA65 - A2 (capacitor quadrado)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-CLE7 - A2 (capacitor quadrado)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-PDLC - A4 (capacitor circular)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-NOA65 - A4 (capacitor circular)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-CLE7 - A4 (capacitor circular)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-PDLC - A5 (capacitor circular)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-NOA65 - A5 (capacitor circular)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-CLE7 - A5 (capacitor circular)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-PDLC - A6 (capacitor circular)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-NOA65 - A6 (capacitor circular)
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-CLE7 - A6 (capacitor circular)
V=1V
espectroscopia dielétrica do PDLC, NOA65 e CLE7
OBS.: A1=43,59mm
2
, A1=43,59mm
2
, A2=29,06mm
2
, A4=43,59mm
2
, A5=29,06mm
2
, A6=14,53mm
2
Figura 4.89 – Diagrama de Cole-Cole em função da freqüência, da área e da geometria
das placas do capacitor - preenchido com PDLC, NOA 65 e CLT E7.
115
012345678910
0
1
2
3
4
Diagrama de Cole - Cole do:PDLC,NOA65 e CLE7-A1,A2, A3, A4, A5 e A6
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H
r
'' (H''/H
)
H
r
' (H'/H
)
Figura 4.90 – Diagrama de Cole-Cole em função da freqüência, da área e da geometria
das placas do capacitor - preenchido com PDLC, NOA 65 e CLT E7.
Na Figura 4.91, comparamos os valores da capacitância do PDLC, Noa 65 e do
CLT em diferentes áreas e geometrias.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
1E-12
1E-11
1E-10
1E-9
1E-8
1E-7
1E-6
Capacitância-A1, A2, A3, A4, A5 e A6- PDLC, NOA65 e CLE7-
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado
capacitância (F)
Freqüência (Hz)
capacitância em função da frequência em A1-PDLC-1V aplicado
capacitância em função da frequência em A1-NOA65-1V aplicado
capacitância em função da frequência em A1-CLE7-1V aplicado
capacitância em função da frequência em A2-PDLC-1V aplicado
capacitância em função da frequência em A2-NOA65-1V aplicado
capacitância em função da frequência em A2-CLE7-1V aplicado
capacitância em função da frequência em A4-PDLC-1V aplicado
capacitância em função da frequência em A4-NOA65-1V aplicado
capacitância em função da frequência em A4-CLE7-1V aplicado
capacitância em função da frequência em A5-PDLC-1V aplicado
capacitância em função da frequência em A5-NOA65-1V aplicado
capacitância em função da frequência em A5-CLE7-1V aplicado
capacitância em função da frequência em A6-PDLC-1V aplicado
capacitância em função da frequência em A6-NOA65-1V aplicado
capacitância em função da frequência em A6-CLE7-1V aplicado
Figura 4.91 – Capacitância em função freqüência, da área e da geometria das placas do
capacitor - preenchido com PDLC, NOA 65 e CLT E7.
116
Aqui, fica mais uma vez evidenciado (
Figura 4.92), que o índice de refração (que
está diretamente associado à constante dielétrica e conseqüentemente a capacitância) das
amostras de PDLC e NOA 65, apresentam comportamentos semelhantes em regiões de alta
freqüência, ao passo que o índice de refração associado ao CLT E7, aparece sensivelmente
deslocado, nessa região, confirmando assim as medidas obtidas com o refratômetro.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
1E-11
1E-10
1E-9
1E-8
1E-7
Capacitância-A1- PDLC, NOA65 e CLE7-
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado
capacitância (F)
Freqüência (Hz)
capacitância em função da frequência em A1-PDLC-1V aplicado
capacitância em função da frequência em A1-NOA65-1V aplicado
capacitância em função da frequência em A1-CLE7-1V aplicado
Figura 4.92 – Capacitância – A1 preenchido com PDLC, NOA 65 e CLT E7
As Figuras 4.93 e 4.94, mostram o comportamento da resistência e do módulo da
impedância, respectivamente, em diferentes áreas e geometrias para o PDLC, NOA 65 e
CLT E7.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
1000
10000
100000
1000000
1E7
1E8
1E9
1E10
1E11
resistência-A1, A2, A3, A4, A5 e A6-PDLC, NOA65 e CLE7-
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado
resistência (:)
Freqüência (Hz)
resistência em função da frequência em A1-PDLC-1V aplicado
resistência em função da frequência em A1-NOA65-1V aplicado
resistência em função da frequência em A1-CLE7-1V aplicado
resistência em função da frequência em A2-PDLC-1V aplicado
resistência em função da frequência em A2-NOA65-1V aplicado
resistência em função da frequência em A2-CLE7-1V aplicado
resistência em função da frequência em A4-PDLC-1V aplicado
resistência em função da frequência em A4-NOA65-1V aplicado
resistência em função da frequência em A4-CLE7-1V aplicado
resistência em função da frequência em A5-PDLC-1V aplicado
resistência em função da frequência em A5-NOA65-1V aplicado
resistência em função da frequência em A5-CLE7-1V aplicado
resistência em função da frequência em A6-PDLC-1V aplicado
resistência em função da frequência em A6-NOA65-1V aplicado
resistência em função da frequência em A6-CLE7-1V aplicado
Figura 4.93 –Resistência elétrica em função freqüência, da área e da geometria das
placas do capacitor - preenchido com PDLC, NOA 65 e CLT E7.
117
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
1000
10000
100000
1000000
1E7
1E8
1E9
|Z|-A1, A2, A3, A4, A5, A6-PDLC, NOA65 e CLE7-
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado
|Z| (:)
Freqüência (Hz)
|Z|- em fuão da frequência em A1-PDLC-1V aplicado
|Z|- em função da frequência em A1-NOA65-1V aplicado
|Z|- em função da frequência em A1-CLE7-1V aplicado
|Z|- em fuão da frequência em A2-PDLC-1V aplicado
|Z|- em função da frequência em A2-NOA65-1V aplicado
|Z|- em função da frequência em A2-CLE7-1V aplicado
|Z|- em fuão da frequência em A4-PDLC-1V aplicado
|Z|- em função da frequência em A4-NOA65-1V aplicado
|Z|- em função da frequência em A4-CLE7-1V aplicado
|Z|- em fuão da frequência em A5-PDLC-1V aplicado
|Z|- em função da frequência em A5-NOA65-1V aplicado
|Z|- em função da frequência em A5-CLE7-1V aplicado
|Z|- em fuão da frequência em A6-PDLC-1V aplicado
|Z|- em função da frequência em A6-NOA65-1V aplicado
|Z|- em função da frequência em A6-CLE7-1V aplicado
Figura 4.94 – Módulo da impedância em função freqüência, da área e da geometria das
placas do capacitor - preenchido com PDLC, NOA 65 e CLT E7.
4.8 - Comparação entre Medidas com o Lock-In e com a Ponte Solartron
As figuras 4.95 a 4.110, mostram que medidas feitas com a ponte de impedância
Solartron 1260 equivalem a medidas realizadas com o Lock-In, se considerarmos os
limites de freqüência do Lock-in (até 100KHz).
4.8.1 - Medidas em PDLC
A Figura 4.95 deixa claro o fato de que o Lock-in poderia ser utilizado para
medidas de espectroscopia dielétrica, em um intervalo de 0,1Hz a 100KHz.
Embora apresente discrepâncias em intervalos de freqüência de 0,1 ate 10Hz, as
curvas da componente imaginária da permissividade elétrica relativa, apresentam
basicamente, a mesma forma (
Figura 4.96). A Figura 4.97 mostra os diagramas de Cole-
Cole, obtidos para o PDLC utilizando as duas técnicas (ponte de impedância e Lock-In).
Foram feitas ainda comparações (
Figura 4.98) entre as componentes real e imaginária da
permissividade relativa e os diagramas de Cole-Cole (
Figura 4.99) para amostra de PDLC
em diferentes áreas e diferentes geometrias utilizando também as duas técnicas. Obtivemos
em todas as comparações, resultados equivalentes para medidas feitas com o Lock-In e
com a ponte Solartron 1260, dentro dos limites de leitura do Lock-In.
118
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
0,1
1
10
Componente real da permissividade elétrica relativa do PDLC-A1
Lock-in e ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H'
r
(H/H
)
Freqüencia (Hz)
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-PDLC-A1-Solartron
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-PDLC-A1-Lock-In
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do PDLC
OBS.:A1=43,59mm
2
Figura 4.95 – Componente real da permissividade elétrica relativa em função da
freqüência – A1 preenchido com PDLC.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
1
10
100
Componente imaginária da permissividade elétrica relativa do PDLC-A1
Lock-in e ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H''
r
(H''/H
)
Freqüencia (Hz)
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-PDLC-A1-Solartron
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-PDLC-A1-Lock-In
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do PDLC
OBS.: A1=43,59mm
2
Figura 4.96 – Componente real da permissividade elétrica relativa em função da
freqüência – A1 preenchido com PDLC.
119
0 5 10 15 20 25
0
2
4
6
8
10
Diagrama de Cole - Cole do PDLC-A1
Lock-in e ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H
r
''
H
r
'
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-PDLC - A1 (capacitor quadrado)-SolartronSI1260
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-PDLC - A1 (capacitor quadrado)-Lock-in
V=1V
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do PDLC
OBS.: A1=43,59mm
2
Figura 4.97 – Diagrama de Cole-Cole – A1 preenchido com CLT E7.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
0,1
1
10
100
Componentes real e imaginária da permissividade elétrica relativa do PDLC-A1 e A4
Lock-in e ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H
r
(H/H
)
Freqüencia (Hz)
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-PDLC-A1-Solartron
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-PDLC-A1-Solartron
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-PDLC-A1-Lock-In
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-PDLC-A1-Lock-In
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-PDLC-A4-Solartron
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-PDLC-A4-Solartron
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-PDLC-A4-Lock-In
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-PDLC-A4-Lock-In
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do PDLC
OBS.: A1=43,59mm
2
e A4=43,59mm
2
Figura 4.98 – Componentes real e imaginária da permissividade elétrica relativa em
função da freqüência, da área e da geometria das placas do capacitor - preenchido com
PDLC.
120
020
0
2
4
6
8
10
Diagrama de Cole - Cole do PDLC-A1 e A4
Lock-in e ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H
r
''
H
r
'
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-PDLC - A1 (capacitor quadrado)-SolartronSI1260
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-PDLC - A4 (capacitor circular)-SolartronSI1260
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-PDLC - A1 (capacitor Quadrado)-Lock-in
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-PDLC - A4 (capacitor circular)-Lock-in
V=1V
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do PDLC
OBS.: A1=43,59mm
2
e A4=43,59mm
2
Figura 4.99 – Diagrama de Cole-Cole em função da freqüência, da área e da geometria
das placas do capacitor - preenchido com PDLC.
121
4.8.2 - Medidas no polímero NOA 65
As Figuras 4.100, 4.101 e 4.102 (componente real da permissividade elétrica
relativa, componente imaginária da permissividade elétrica relativa e diagrama de Cole-
Cole, respectivamente) mostram que dados obtido para o NOA 65, com o Lock-in são
equivalentes aos obtidos co a ponte Solarton 1260 dentro dos limites de operação do Lock-
In.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
0,1
1
10
Componente real da permissividade elétrica relativa do NOA65-A1
Lock-in e ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H'
r
(H/H
)
Freqüencia (Hz)
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-NOA65-A1-Solartron
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-NOA65-A1-Lock-In
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do NOA65
OBS.:A1=43,59mm
2
Figura 4.100 – Componente real da permissividade elétrica relativa em função da
freqüência – A1 preenchido com NOA 65.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
0,1
1
10
Componente imaginária da permissividade elétrica relativa do NOA65-A4
Lock-in e ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H''
r
(H''/H
)
Freqüencia (Hz)
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-NOA65-A4-Solartron
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-NOA65-A4-Lock-In
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do NOA65
OBS.:A4=43,59mm
2
Figura 4.101 – Componente imaginária da permissividade elétrica relativa em função da
freqüência – A1 preenchido com NOA 65.
122
-2 0 2 4 6 8 101214161820
0
2
4
6
8
10
Diagrama de Cole - Cole do:NOA65-A1
Lock-in e ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H
r
''
H
r
'
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-NOA65 - A1 (capacitor quadrado)-SolartronSI1260
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-NOA65 - A1 (capacitor quadrado)-Lock-in
V=1V
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do NOA65
OBS.: A1=43,59mm
2
Figura 4.102 – Diagrama de Cole-Cole – A1 preenchido com NOA 65.
4.8.3 - Medidas no CLT E7
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
0,1
1
10
100
1000
10000
Componente real da permissividade elétrica relativa do CLE7-A1
Lock-in e ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H'
r
(H/H
)
Freqüencia (Hz)
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-CLE7-A1-Solartron
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-CLE7-A1-Lock-In
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do CLE7
OBS.:A1=43,59mm
2
Figura 4.103 – Componente real da permissividade elétrica relativa em função da
freqüência – A1 preenchido com CLT E7.
123
As
Figuras 4.103, 4.104, 4.105 e 4.106 (componente real da permissividade
elétrica relativa, componente imaginária da permissividade elétrica relativa e diagramas de
Cole-Cole em diferentes escalas, respectivamente) mostram que os resultados obtido para o
CLT E7, com o Lock-in são equivalentes aos obtidos co a ponte Solarton 1260 dentro dos
limites de operação do Lock-In.
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
0,1
1
10
100
1000
10000
Componente imaginária da permissividade elétrica relativa do CLE7-A1
Lock-in e ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H''
r
(H''/H
)
Freqüencia (Hz)
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-CLE7-A1-Solartron
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-CLE7-A1-Lock-In
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do CLE7
OBS.:A1=43,59mm
2
Figura 4.104 – Componentes real e imaginária da permissividade elétrica relativa em
função da freqüência – A1 preenchido com CLT E7.
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
Diagrama de Cole - Cole do CLE7 -A1
Lock-in e ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H
r
''
H
r
'
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-CLE7 - A1 (capacitor quadrado)-SolartronSI1260
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-CLE7 - A1 (capacitor quadrado)-Lock-in
V=1V
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do CLE7
OBS.:A1=43,59mm
2
Figura 4.105 – Diagrama de Cole-Cole – A1 preenchido com CLT E7.
124
0123456
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,4
Diagrama de Cole - Cole do CLE7 -A1
Lock-in e ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H
r
''
H
r
'
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-CLE7 - A1 (capacitor quadrado)-SolartronSI1260
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-CLE7 - A1 (capacitor quadrado)-Lock-in
V=1V
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do CLE7
OBS.:A1=43,59mm
2
Figura 4.106 – Diagrama de Cole-Cole – altas freqüências - A1 preenchido com CLT E7.
4.8.2 - PDLC, NOA 65 e CLT E7
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
0,1
1
10
100
1000
10000
Componente real da permissividade elétrica relativa do :PDLC, NOA65 e CLE7-A1
Lock-in e ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H'
r
(H/H
)
Freqüencia (Hz)
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-PDLC-A1-Solartron
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-PDLC-A1-Lock-In
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-NOA65-A1-Solartron
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-NOA65-A1-Lock-In
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-CLE7-A1-Solartron
H'-componente real da permissividade elétrica relativa-CLE7-A1-Lock-In
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do PDLC, NOA65 e CLE7
OBS.: A1=43,59mm
2
Figura 4.107 – Componente real da permissividade elétrica relativa em função da
freqüência – A1 preenchido com PDLC, NOA 65 e CLT E7.
As Figuras 4.107, 4.108, 4.109, e 4.110 (componente real da permissividade
elétrica relativa, componente imaginária da permissividade elétrica relativa e diagramas de
Cole-Cole em diferentes escalas, respectivamente) mostram que dados obtido para o
PDLC, NOA 65 e CLT E7, com o Lock-in são equivalentes aos obtidos co a ponte
Solarton 1260 dentro dos limites de operação do Lock-In.
125
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
0,1
1
10
100
1000
10000
Componente imaginária da permissividade elétrica relativa do :PDLC, NOA65 e CLE7-A1
Lock-in e ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H''
r
(H''/H
)
Freqüencia (Hz)
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-PDLC-A1-Solartron
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-PDLC-A1-Lock-In
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-NOA65-A1-Solartron
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-NOA65-A1-Lock-In
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-CLE7-A1-Solartron
H''-componente imaginária da permissividade elétrica relativa-CLE7-A1-Lock-In
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do PDLC, NOA65 e CLE7
OBS.: A1=43,59mm
2
Figura 4.108 – Componente real da permissividade elétrica relativa em função da
freqüência – A1 preenchido com PDLC, NOA 65 e CLT E7.
0 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
Diagrama de Cole - Cole do:PDLC,NOA65 e CLE7 - A1
Lock-in e ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H
r
''
H
r
'
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-PDLC - A1 (capacitor quadrado)-SolartronSI1260
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-PDLC - A1 (capacitor quadrado)-Lock-in
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-NOA65 - A1 (capacitor quadrado)-SolartronSI1260
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-NOA65 - A1 (capacitor quadrado)-Lock-in
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-CLE7 - A1 (capacitor quadrado)-SolartronSI1260
H
r
" x H
r
' (Diagrama de Cole-Cole)-CLE7 - A1 (capacitor quadrado)-Lock-in
V=1V
T= tem.amb.
espectroscopia dielétrica do PDLC, NOA65 e CLE7
OBS.: A1=43,59mm
2
Figura 4.109 – Diagrama de Cole-Cole – A1 preenchido com PDLC, NOA 65 e CLT E7.
126
0,0 2,5 5,0 7,5 10,0 12,5 15,0 17,5 20,0
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Diagrama de Cole - Cole do:PDLC,NOA65 e CLE7 - A1
Lock-in e ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
H
r
''
H
r
'
Figura 4.110 – Diagrama de Cole-Cole – altas freqüências - A1 preenchido com PDLC,
NOA 65 e CLT E7.
127
5- CONCLUSÕES E PERSPECTIVA
5.1 - Conclusões
Após o processo de separação de fases induzido por polimerização (foto
polimerização), os filmes de PDLC apresentam-se branco-leitoso, pelo efeito de multiplo
espalhamento de luz proporcionado pelas gotículas de CL.
Uma análise nos resultados do estudo de morfologia nos leva a conclusão que em
misturas onde a concentração de polímero é igual ou maior que a concentração de CL, as
amostras apresentam-se mais leitosas, em função da existência de mais centros
espalhadores, além disso, apresentam melhor definição depois de acionada, com o único
inconveniente de exigir uma maior tensão de operação. A necessidade de aplicação de um
campo elétrico relativamente alto, não constitui um problema, já que a corrente de
acionamento é bastante baixa.
O estudo das estruturas de PDLCs caracterizados nos levam a concluir que o
tamanho e a forma das gotas de CL aprisionadas na matriz polimérica dependem
fortemente da relação CL/Polímero e embora amostras que contenham grande
concentração de CL (>75% de CL) apresentem tensões de acionamento (Vth)
relativamente pequena, a transmitância óptica não apresenta a mesma qualidade que
PDLCs caracterizados com menor concentração.
A análise das estruturas em microscopia óptica de luz polarizada prova a existência
de configurações bipolares - axial, previstas por Heinz S. Ktzerow
[30]
. Nota-se claramente
que quanto menores as proporções de CL na mistura, mais esféricas são as gotas
aprisionadas e maior o espalhamento provocado pela amostra de PDLC, dando à amostra
um aspecto mais translúcido (leitoso). Assim, uma vantagem em se utilizar baixas
concentrações de CL seria a obtenção de uma amostra mais leitosa, podendo ser utilizado
na confecção de mostradores com uma boa definição, a desvantagem, é que é necessária
uma tensão de acionamento Vth um pouco maior e uma tensão de operação bastante alta.
Concluímos que manter a mistura CL-mistura de monômeros em repouso em
ambiente refrigerado, antes de polimerizar têm como resultado amostras de PDLC mais
homogênea, com gotas mais uniformes e melhor distribuídas.
Observamos também que o tempo de polimerização afeta o tamanho das gotas de
CL aprisionadas,assim, quanto maior o tempo mais esféricas são as gotas, contudo a
exposição a luz UV em câmaras com temperatura não controlada aumenta a temperatura de
polimerização o que resulta em má formação das gotas para tempos muito elevados.
As tensões de acionamento, Vth, são relativamente baixas e da ordem de 3V, sendo
um pouco abaixo (~2,3V) para proporções de CL maiores que 75%, nesses casos, a tensão
de saturação é da ordem de 18V. Para concentrações de CL entre 40% e 60 %, as tensões
de saturação Vsat estão entre 20 e 30 V concordando com resultados obtidos por Heinz S.
Ktzerow
[30]
.
A transmitância óptica de filmes de PDLC colocados entre substratos de vidro com
filme de SnO
2
dopados com Flúor é menor que em substratos contendo apenas SnO
2
, pois
as amostras dopadas com flúor, embora tenha melhor condutividade apresentam um
aspecto “fume”, prejudicando a transmitância óptica.
Não foi possível obter PDLCs utilizando CLL à base de água, decanol e laurato de
potássio, possivelmente em função da combinação do acrilato contido no polímero NOA
65 com o decanol.
É possível se obter o aprisionamento de CLL a base de H
2
O, DaCl e Kl em uma
matriz polimérica, mas a distribuição das gotas não ocorrem uniformemente, e não há
formação de gotas de CLL ao longo de toda a matriz polimérica, resultando em regiões
128
onde só existe CLL e outras onde só existe polímero, em outras regiões ocorre o mesmo
problema encontrado com o CLL a base de DeOH, descrito anteriormente.
A confirmação de que o material aprisionado na matriz polimérica era mesmo CLL
se deu em função da observação com luz polarizada em vários ângulos de incidencia.
Ficaram claras as diferenças de textura em função da polarização da luz incidente. Se
observarmos a
Figura 4.15 (fotografia a esquerda) podemos ainda ver a presença de gotas
na qual o CLL assume a configuração radial, já observada em CLT anteriormente.
Em função da não homogeneidade das gotas de CLL obtidas e má formação de
domínios de CLL dentro da matriz polimérica, concluímos que não é possível a obtenção
de PDLLC (cristais líquidos liotrópicos dispersos em polímero), com CLL a base de
decanol, e concluímos ainda, que não é viável a produção de PDLLC com CLL a base de
cloreto de decil amônia sobretudo em função das poucas gotas de CLL aprisionada
(utilizando o polímero NOA 65).
Foram estudados o índice de refração óptico de PDLCs e de cada um de seus
constituintes isoladamente com o uso de um Refratômetro de Abbe. As medidas do índice
de refração óptico foram realizadas em um intervalo se 20ºC a 50 ºC, com variações de
1ºC. os resultados obtidos mostram que o índice de refração das amostras de PDLC
independe da quantidade de polímero ou CL adicionado à mistura, para as concentrações
apresentadas na
Tabela 4.1.
Observamos também que o índice de refração das amostras de PDLC é basicamente
o mesmo que o índice de refração do polímero ao longo de todo o intervalo de temperatura
estudado, e é sensivelmente maior que o índice de refração do CL.
Todos os índices de refração estudados caem linearmente com a temperatura, sendo
que o índice de refração do CL medido é o índice de refração médio, a amostra não estava
alinhada. Os gráficos que definem os índices de refração (figuras 4.17 a 4.22) mostram que
os coeficientes angulares das retas que descrevem os índices de refração são muito
próximos (Į
CL
=-3,47; Į
NOA 65
=-3,49 e Į
PDLC
=-3,45). O fato de que os índices de refração
ordinário do CL e o índice de refração do polímero apresentarem valores muito próximos a
temperatura ambiente (e dentro de toda faixa de temperatura analisada), é o casamento
necessário para que se haja a formação de uma boa amostra de PDLC que responde bem ao
campo elétrico resultando em uma boa transmitância.
A coincidência dos índices de refração das amostras de PDLC e do polímero NOA
65, nos leva a acreditar que os mecanismos ópticos dominantes da mistura CL-polímero
estão ligados ao polímero, ou seja, as características ópticas do PDLC devem estar
associadas às características ópticas do polímero. Tal coincidência foi comprovada
posteriormente quando se realizaram medidas de espectroscopia dielétrica; nesses casos, as
curvas de permissividade elétrica (que estão diretamente associadas ao índice de refração)
em altas freqüências, do polímero NOA 65 e do PDLC, são basicamente as mesmas
curvas, lembrando que o Refratômetro de Abbe mede o índice de refração óptico, para
freqüências do espetro visível.
Outras provas da igualdade do índice de refração do polímero e do PDLC foram
obtida com curvas de capacitância e impedância, pois é claro que se existem coincidências
na permissividade elétrica deve haver também coincidências para a capacitância e
impedância se considerarmos medidas em capacitores de mesma área, geometria e
distância entre as placas.
Os tempos de acionamento para PDLCs, foram da ordem de 16ms e os tempos de
queda da ordem de 120ms, sendo assim, PDLCs podem ser utilizados como chave ópticas
e outros dispositivos eletro-ópticos com essas limitações do tempo de resposta.
129
O processo de relaxação da gota de CL no interior da matriz polimérica obedece a
uma equação de oscilador harmônico amortecido, onde o termo da parte exponencial deve
estar associado à viscosidade do CL.
No que diz respeito a espectroscopia dielétrica, observamos para as amostras de
PDLC dois processos de relaxação, um em baixa freqüência (~40Hz) e outro em
freqüências maiores (~180Khz), sendo que o primeiro processo observado está associado a
polarização interfacial na interface CL-polímero, podendo estar relacionada ainda a
movimentação de cargas iônicas na interface
[26]
CL-polímero. O segundo processo
observado está relacionado à relaxação dipolar (como vimos no capítulo
2, o tempo de
relaxação nesse processo é da ordem de 1µs, fato comprovado em nossos resultados
experimentais, seja para o PDLC, para o polímero ou para o CLT). Dizer que houve
relaxação dipolar implica em afirmar que para freqüências maiores que a freqüência de
relaxação não existe resposta dinâmica dos dipolos permanentes do polímero e do CL. A
análise dos resultados mostra, então, que o polímero NOA 65 também apresenta dipolos
permanentes.
O diagrama de Cole-cole mostra dois semicírculos, sendo um relacionado a
polarização interfacial e o outro a relaxação dipolar. O processo de relaxação dipolar
obedece as equações de Debye com tempo de relaxação característico (IJ) é da ordem de
5,55µs. Não observamos outros processos de relaxação envolvidos.
Para o polímero NOA 65, o tempo de relaxação característico (IJ) encontrado foi de
4,625 µs, (note que esse tempo característico é relativamente próximo do tempo de
relaxação dipolar observado no PDLC).
O CLT E7, apresentou um tempo de relaxação dipolar característico (IJ) da ordem
de 6,956
Ps, sendo maior que a do NOA 65 e menor que a do PDLC.
Ora, podemos concluir então que o tempo de relaxação dipolar característico de um
PDLC deve estar em uma região intermediária entre o tempo característico do polímero e o
tempo característico do CL utilizado.
Não foram identificados processos de relaxação associados à ordem de flutuação
nemática das moléculas de CL.
Para tensões abaixo da tensão de acionamento Vth, as componentes real e
imaginária independem da tensão aplicada no PDLC.
A geometria dos eletrodos (porta amostra) afeta a medida da permissividade
elétrica, sendo que a melhor geometria foi a circular, onde apesar dos efeitos de bordas,
não há efeitos de ponta. A área das placas dos eletrodos exerce influência na medida de
permissividade elétrica, sendo que quanto menor a área, maior é o efeito de borda nas
placas dos capacitores, ocasionando distorções nas leituras de İ, como aqueles que ocorrem
em geometria retangular.
Acreditamos que o bom funcionamento de mostradores de PDLC utilizando CLT
E7 e o polímero NOA 65 está justamente nas coincidências ópticas relacionadas a esses
dois elementos, tais como tempo de relaxação dipolar e índice de refração. Os diagramas
de Cole-Cole para o NOA 65 e o CLT E7 mostram semicírculos não distorcidos e não
deslocados, estando então relacionados ao modelo de relaxação dipolar de Debye.
A literatura descreve que o tempo de relaxação do CLT 7CB (um dos componentes
do E7) apresenta relaxações dipolares em freqüências da ordem de 10
6
Hz e descreve pelo
menos três processos de relaxação em uma faixa de freqüência de 1MHz a 1GHz, o mesmo
ocorre para o CL 5CB, que é o maior constituinte da mistura do CLT E7. Assim, para a
faixa de freqüência analisada em nossos experimentos (0,1Hz a 1,5MHz) nossos resultados
estão de acordo com a literatura
[22]
.
130
Por fim, concluímos que medidas de espectroscopia dielétrica realizadas com um
Lock-In são equivalentes às medidas utilizando uma ponte de impedância, dentro dos
limites de freqüência do Lock-In (0,01Hz a 100KHz).
Isso faz da espectroscopia dielétrica via Lock-In uma técnica alternativa no estudo
de comportamento elétrico de materiais no intervalo de freqüência desse equipamento.
Para laboratórios de pesquisas sem recursos suficientes para adquirir uma ponte de
impedância (Solartron 1260, por exemplo), capaz de analisar o comportamento dielétrico
de materiais entre 1µHz e 32 MHz, esse trabalho é de grande e valiosa contribuição.
5.2 – Perspectivas
Estudar propriedades elétricas e ópticas de CLT e CLL em geometrias de
confinamento e propriedades elétricas de elastômeros. Nesses estudos utilizaremos
elastômeros preenchidos com CLT e CLL além de preencher vidros porosos com
dimensões e topologia conhecidos. Utilizaremos então técnicas de espectroscopia dielétrica
para determinar a permissividade elétrica complexa desses materiais, identificando os
possíveis mecanismos de relaxação em baixa freqüência e alta freqüência e saber como
esses processos são afetados em função do confinamento.
Pretendemos estudar ainda o comportamento da permissividade elétrica complexa
em função da temperatura e realizar análises de transição de fase em CLT e CLL utilizando
espectroscopia dielétrica, determinando assim a permissividade elétrica complexa de CL
em diferentes configurações (nemática calamitica, nemática disco, nemática biaxial,
isotrópica, etc).
Do ponto de vista de aplicação, podemos utilizar a técnica de espectroscopia
dielétrica com a finalidade de identificar alterações em combustíveis, absorção de
substâncias químicas pela pele (remédios), e caracterização de outros fluidos orgânicos e
inorgânicos. Além disso, como perspectiva, pretendemos desenvolver métodos de
produção de PDLC mais funcionais, utilizando outros tipos de CLT e outros tipos de
polímeros.
131
Referências
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[2] I. C. Khoo, “
Liquid Crystals - Physical Properties and Non Linear Optical
Phenomena
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The Physics of Liquid Crystals”, (Clarendon press, Oxford,
1974);
[4] www.merck.com.de/
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[5] http://plc.cwru.edu/
;
[6] P. R. G. Fernandes, “
Notas de Aula - Tópicos Especiais: Física de Cristais
Líquidos
”, DFI/Universidade Estadual de Maringá, Maringá-PR, Brasil (2004);
[7] http://www.lci.kent.edu/batonnets.htm/
;
[8] G. H. Brown e J. J. Wolken, “
Liquid Crystals and Biological Structures”,
(Academic Press, New York, 1979);
[9] http://lince.cii.fc.ul.pt/~pedros/fcl/Galvao/pdlcn.html/ ;
[10] T. K. Bose, B. Campbel, S. Yagihara, and J. Thoen,
Phys. Rev. A, 36, 5767
(1994);
[11] J. R. Reitz e F. J. Milford, “
Fundamentos da Teoria Eletromagnética”, (Ed.
CAMPUS, Rio de Janeiro, 1982);
[12] R. P. Feynman, “
The Feynman Lectures on Physics - Volume II:
electromagnetismo y materia
”, (Addison-Wesley Iberoamericana S.A.,
Delaware USA, 1987);
[13] H. Frohlich, “
Theory of Dielectrics – Dielectric Constant and Dielectric Loss”,
(Oxford University press, Oxford, second edition, 1958);
[14] A.V. Hippel, “
Dielectrics and Waves”, (Artech House, Boston-London, 1954);
[15] http://www.cs.huji.ac.il/apd/feldman/Diel_Lecture7.ppt;
[16] C. F. J. Böttcher and P. Bordewijk, “
Theory of Electrical.Polarization”,
(Elsevier, Amsterdam, Volume 1, 1978);
[17] W. A. Yager,
J. Appl. Phys. Physics, 7, 434 (1936).
[18] A. Leyderman and Shi-Xian Qu,
Phys. Rev. E, 62, 3293 (2000);
[19] R. Ongaro and M. Garoum,
J. Phys III, (France), 4, 1035 (1994);
[20] M. R. Costa,
Tese de doutorado, Escola de Engenharia de São Carlos/ Instituto
de Física de São Carlos/ Instituto de Química de São Carlos - Universidade de
São Paulo-2000;
[21] M. R. Bengoechea, S. Basu, and F. M. Aliev,
Mol. Cryst. Liq. Cryst, 421, 187
(2004);
[22] G. P. Sinhá and F. M. Aliev,
Phys. Rev. E, 58, 2001 (1998);
[23] J. H. Erdmann, S. Zumer and J. W. Doane,
Phys. Rev. Lett., 64, 1907 (1990);
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J. Phys. Chem., 89, 3737
(1985);
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J. Appl. Phys, 81, 5992 (1997);
[26] P. R. G. Fernandes,
Relatório final de Pós-doutoramento,Campinas-SP, Brasil
(2002);
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Operation Manual”, Lock-In Amplifier model SR830, (Stanford
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[28] V. M. Alves,
Dissertação de Mestrado, IFUSP, São Paulo-SP,Brasil (1999);
[29] P. R. G. Fernandes, H. Mukai and I. M. Laczkowski,
J. of Magnetism and
Magnetic Materials,
289, 115 (2005);
[30] H. S. Ktzerow
, Liquid Crystal - Invited article, (1993).
132
Apêndice I-programa de automatização do Lok-In
Código fonte (delphi)
Temos abaixo as linhas de programação utilizadas pra o programa de
automatização do Lock-In:
unit Unit1;
interface
uses
Windows, Messages, SysUtils, Classes, Graphics, Controls, Forms, Dialogs,
StdCtrls, CPort, ExtCtrls, ComCtrls, Buttons;
type
TForm1 = class(TForm)
Edit1: TEdit;
Button2: TButton;
ComPort1: TComPort;
Button5: TButton;
Edit2: TEdit;
Label1: TLabel;
Button8: TButton;
Timer1: TTimer;
Edit3: TEdit;
Label2: TLabel;
Button11: TButton;
Panel1: TPanel;
Panel2: TPanel;
Label3: TLabel;
Button9: TButton;
Button10: TButton;
Panel3: TPanel;
GroupBox1: TGroupBox;
Edit12: TEdit;
Edit10: TEdit;
Edit11: TEdit;
Edit8: TEdit;
Edit9: TEdit;
Label8: TLabel;
Label9: TLabel;
Label11: TLabel;
Label12: TLabel;
Label10: TLabel;
Panel4: TPanel;
Label5: TLabel;
Panel5: TPanel;
Button1: TButton;
Button3: TButton;
Button4: TButton;
Button7: TButton;
Button13: TButton;
Button14: TButton;
Panel6: TPanel;
Label4: TLabel;
Edit5: TEdit;
GroupBox2: TGroupBox;
133
Edit7: TEdit;
UpDown2: TUpDown;
Label7: TLabel;
UpDown1: TUpDown;
Edit6: TEdit;
Label6: TLabel;
Edit14: TEdit;
Label14: TLabel;
UpDown3: TUpDown;
Panel7: TPanel;
Button6: TButton;
Button12: TButton;
Panel8: TPanel;
GroupBox3: TGroupBox;
Label15: TLabel;
Label16: TLabel;
Label17: TLabel;
Label18: TLabel;
Label19: TLabel;
Label20: TLabel;
Label21: TLabel;
Label22: TLabel;
Label13: TLabel;
Label23: TLabel;
Label24: TLabel;
Label25: TLabel;
BitBtn1: TBitBtn;
BitBtn2: TBitBtn;
procedure FormCreate(Sender: TObject);
procedure Button1Click(Sender: TObject);
procedure Button2Click(Sender: TObject);
procedure Button3Click(Sender: TObject);
procedure Button4Click(Sender: TObject);
procedure Button5Click(Sender: TObject);
procedure Button6Click(Sender: TObject);
procedure ComPort1RxChar(Sender: TObject; Count: Integer);
procedure Button7Click(Sender: TObject);
procedure Button8Click(Sender: TObject);
procedure Button9Click(Sender: TObject);
procedure Button10Click(Sender: TObject);
procedure Timer1Timer(Sender: TObject);
procedure Button14Click(Sender: TObject);
procedure Button13Click(Sender: TObject);
procedure Button11Click(Sender: TObject);
procedure UpDown1Click(Sender: TObject; Button: TUDBtnType);
procedure UpDown2Click(Sender: TObject; Button: TUDBtnType);
procedure Button12Click(Sender: TObject);
procedure Edit1Change(Sender: TObject);
procedure UpDown3Click(Sender: TObject; Button: TUDBtnType);
procedure BitBtn2Click(Sender: TObject);
procedure BitBtn1Click(Sender: TObject);
procedure Edit1KeyPress(Sender: TObject; var Key: Char);
procedure Edit3KeyPress(Sender: TObject; var Key: Char);
procedure Edit9KeyPress(Sender: TObject; var Key: Char);
procedure Edit10KeyPress(Sender: TObject; var Key: Char);
procedure Edit12KeyPress(Sender: TObject; var Key: Char);
procedure Edit11KeyPress(Sender: TObject; var Key: Char);
procedure Edit8KeyPress(Sender: TObject; var Key: Char);
procedure GroupBox1DblClick(Sender: TObject);
134
private
{ Private declarations }
Str: String;
ArqDados: TextFile;
public
{ Public declarations }
procedure Enrrola(espera: TDateTime);
end;
var
Form1: TForm1;
StartTime, StopTime: TDateTime;
Tinicial, Tfinal: TDateTime;
FreqAtual: Real = 0;
Incremento: Real = 0;
Manoel: Real = 0;
implementation
//********************************** Enrrola
procedure TForm1.Enrrola(espera: TDateTime);
var
TmpInicial, TmpFinal, TmpEspera: TDateTime;
FreqInicial, FreqFinal: Real;
begin
Timer1.Enabled := False;
TmpInicial := Now;
//inicia incrementar a frequecia
Manoel := Manoel + 1;
FreqInicial := StrToFloat(Edit8.Text);
FreqFinal := StrToFloat(Edit9.Text);
Incremento := StrToFloat(Edit10.Text);
FreqAtual := FreqInicial + Manoel*Incremento;
if FreqAtual > FreqFinal then
begin
Timer1.Enabled := False;
Button9.Enabled := True;
Button10.Enabled := False;
BitBtn2.Enabled := True;
CloseFile(ArqDados);
ShowMessage('TERMINEI O FOLGADO !!!');
Exit;
end
else
Comport1.WriteStr('Freq'+ FloatToStr(FreqAtual) + #13#10);
//finaliza incremento de frequecia
repeat
begin
TmpFinal := Now;
TmpEspera := TmpFinal - TmpInicial;
Application.ProcessMessages;
if Button10.Enabled = False then Exit;
Label23.Caption := TimeToStr(TmpEspera);
end
until TmpEspera >= espera;
StopTime := Now;
135
StartTime := Now;
Timer1.Enabled := True;
end;
{$R *.DFM}
//******************************************************************
procedure TForm1.FormCreate(Sender: TObject);
begin
Edit6.Text := '1 V';
Edit7.Text := '100 ms';
Edit14.Text := '12 dB';
end;
procedure TForm1.Button1Click(Sender: TObject);
begin
//Abrir a porta
if Comport1.Connected then Comport1.Close
Else Comport1.Open;
// Fim da abertura de porta
Button1.Enabled := False;
end;
procedure TForm1.Button2Click(Sender: TObject);
begin
//Escolhada frequencia
if Edit1.Text = '' then
begin
ShowMessage('Qual a Freqüência ?');
Edit1.SetFocus;
Exit;
end
Else Comport1.WriteStr('Freq'+Edit1.Text+#13#10);
//Fim da Escolha da frequencia
end;
procedure TForm1.Button3Click(Sender: TObject);
begin
Comport1.WriteStr('Outx 0'+#13#10);
end;
procedure TForm1.Button4Click(Sender: TObject);
begin
Comport1.WriteStr('*rst'+#13#10);
end;
procedure TForm1.Button5Click(Sender: TObject);
begin
Comport1.WriteStr('Snap? 9, 1, 2'+ #13#10);
end;
procedure TForm1.Button6Click(Sender: TObject);
begin
if Comport1.Connected then Comport1.Close;
Close;
end;
procedure TForm1.ComPort1RxChar(Sender: TObject; Count: Integer);
//var
// Str: String;
136
begin
ComPort1.ReadStr(Str, Count);
Edit2.Text := Edit2.Text + Str;
end;
procedure TForm1.Button7Click(Sender: TObject);
begin
ComPort1.ShowSetupDialog;
end;
procedure TForm1.Button8Click(Sender: TObject);
begin
Edit2.Text := '';
end;
procedure TForm1.Button9Click(Sender: TObject);
begin
AssignFile(ArqDados, Edit5.Text);
Rewrite(ArqDados);
Timer1.Enabled := True;
Button10.Enabled := True;
BitBtn1.Enabled := False;
StartTime := Now;
Tinicial := Now;
Button9.Enabled := False;
end;
procedure TForm1.Button10Click(Sender: TObject);
begin
Timer1.Enabled := False;
CloseFile(ArqDados);
Button9.Enabled := True;
FreqAtual := 0;
BitBtn1.Enabled := True;
BitBtn2.Enabled := True;
Button10.Enabled := False;
end;
procedure TForm1.Timer1Timer(Sender: TObject);
var
delta: TDateTime;
begin
if BitBtn2.Enabled = False then //inicio de modo automatico
begin
try
Comport1.WriteStr('Snap? 9, 1, 2'+ #13#10);
begin
Writeln(ArqDados, Edit2.Text);
end;
finally
Edit2.Text := '';
StopTime := Now;
delta := (StopTime - StartTime);
Label13.Caption := TimeToStr(delta);
Tfinal := Now;
Label25.Caption := TimeToStr(Tfinal - Tinicial);
if delta >= StrToTime(Edit12.Text) then
Enrrola(StrToTime(Edit11.Text));
end;
137
end
//*********************************************
else // inicio de modo manual
begin
try
Comport1.WriteStr('Snap? 9, 1, 2'+ #13#10);
begin
Writeln(ArqDados, Edit2.Text);
end;
finally
Edit2.Text := '';
StopTime := Now;
delta := (StopTime - StartTime);
Label13.Caption := TimeToStr(delta);
Tfinal := Now;
Label25.Caption := TimeToStr(Tfinal - Tinicial);
end;
end;
//******************************************* Fim do modo manual
end;
procedure TForm1.Button14Click(Sender: TObject);
begin
if Button14.Caption = 'Sync < 200 Hz ON' then
begin
Comport1.WriteStr('Sync 0'+#13#10);
Button14.Caption := 'Sync < 200 Hz OFF';
end
else
begin
Comport1.WriteStr('Sync 1'+#13#10);
Button14.Caption := 'Sync < 200 Hz ON';
end;
end;
procedure TForm1.Button13Click(Sender: TObject);
begin
Comport1.WriteStr('Agan'+#13#10);
end;
procedure TForm1.Button11Click(Sender: TObject);
begin
//Escolhada Amplitude
if Edit3.Text = '' then
begin
ShowMessage('Qual a Amplitude seu Besta');
Edit3.SetFocus;
Exit;
end
Else Comport1.WriteStr('Slvl'+Edit3.Text+#13#10);
//Fim da Escolha da Amplitude
end;
procedure TForm1.UpDown1Click(Sender: TObject; Button: TUDBtnType);
var
Escala: array [0..26] of String;
begin
Escala[0] := '2 nV';
Escala[1] := '5 nV';
138
Escala[2] := '10 nV';
Escala[3] := '20 nV';
Escala[4] := '50 nV';
Escala[5] := '100 nV';
Escala[6] := '200 nV';
Escala[7] := '500 nV';
Escala[8] := '1 uV';
Escala[9] := '2 uV';
Escala[10] := '5 uV';
Escala[11] := '10 uV';
Escala[12] := '20 uV';
Escala[13] := '50 uV';
Escala[14] := '100 uV';
Escala[15] := '200 uV';
Escala[16] := '500 uV';
Escala[17] := '1 mV';
Escala[18] := '2 mV';
Escala[19] := '5 mV';
Escala[20] := '10 mV';
Escala[21] := '20 mV';
Escala[22] := '50 mV';
Escala[23] := '100 mV';
Escala[24] := '200 mV';
Escala[25] := '500 mV';
Escala[26] := '1 V';
Edit6.Text := Escala[UpDown1.Position];
Comport1.WriteStr('Sens'+IntToStr(UpDown1.Position) + #13#10);
end;
procedure TForm1.UpDown2Click(Sender: TObject; Button: TUDBtnType);
var
Escala: array [0..19] of String;
begin
Escala[0] := '10 us';
Escala[1] := '30 us';
Escala[2] := '100 us';
Escala[3] := '300 us';
Escala[4] := '1 ms';
Escala[5] := '3 ms';
Escala[6] := '10 ms';
Escala[7] := '30 ms';
Escala[8] := '100 ms';
Escala[9] := '300 ms';
Escala[10] := '1 s';
Escala[11] := '3 s';
Escala[12] := '10 s';
Escala[13] := '30 s';
Escala[14] := '100 s';
Escala[15] := '300 s';
Escala[16] := '1 Ks';
Escala[17] := '3 Ks';
Escala[18] := '10 Ks';
Escala[19] := '30 Ks';
Edit7.Text := Escala[UpDown2.Position];
Comport1.WriteStr('Oflt'+IntToStr(UpDown2.Position) + #13#10);
end;
procedure TForm1.Button12Click(Sender: TObject);
begin
Panel8.Visible := not Panel8.Visible;
139
if Button12.Caption = 'Sobre' then
Button12.Caption := 'Fechar'
else Button12.Caption := 'Sobre';
end;
procedure TForm1.Edit1Change(Sender: TObject);
begin
Edit8.Text := Edit1.Text;
end;
procedure TForm1.UpDown3Click(Sender: TObject; Button: TUDBtnType);
var
Escala: array [0..3] of String;
begin
Escala[0] := '6 dB';
Escala[1] := '12 dB';
Escala[2] := '18 dB';
Escala[3] := '24 dB';
Edit14.Text := Escala[UpDown3.Position];
Comport1.WriteStr('Ofsl'+IntToStr(UpDown3.Position) + #13#10);
end;
procedure TForm1.BitBtn2Click(Sender: TObject);
begin
FreqAtual := 0;
Manoel := 0;
if BitBtn2.Caption = 'Modificar' then
begin
BitBtn2.Caption := 'Aplicar';
Edit9.ReadOnly := False;
Edit10.ReadOnly := False;
Edit12.ReadOnly := False;
Edit11.ReadOnly := False;
Edit5.ReadOnly := False;
end
else
begin
BitBtn2.Caption := 'Modificar';
Edit9.ReadOnly := True;
Edit10.ReadOnly := True;
Edit12.ReadOnly := True;
Edit11.ReadOnly := True;
Edit5.ReadOnly := True;
end;
BitBtn2.Enabled := False;
end;
procedure TForm1.BitBtn1Click(Sender: TObject);
begin
AssignFile(ArqDados, Edit5.Text);
Append(ArqDados);
Timer1.Enabled := True;
Button10.Enabled := True;
StartTime := Now;
Tinicial := Now;
Button9.Enabled := False;
BitBtn1.Enabled := False;
end;
140
procedure TForm1.Edit1KeyPress(Sender: TObject; var Key: Char);
begin
if not (Key in ['0'..'9', '.']) then Abort;
end;
procedure TForm1.Edit3KeyPress(Sender: TObject; var Key: Char);
begin
if not (Key in ['0'..'9', '.']) then Abort;
end;
procedure TForm1.Edit9KeyPress(Sender: TObject; var Key: Char);
begin
if not (Key in ['0'..'9', '.']) then Abort;
end;
procedure TForm1.Edit10KeyPress(Sender: TObject; var Key: Char);
begin
if not (Key in ['0'..'9', '.']) then Abort;
end;
procedure TForm1.Edit12KeyPress(Sender: TObject; var Key: Char);
begin
if not (Key in ['0'..'9', ':']) then Abort;
end;
procedure TForm1.Edit11KeyPress(Sender: TObject; var Key: Char);
begin
if not (Key in ['0'..'9', ':']) then Abort;
end;
procedure TForm1.Edit8KeyPress(Sender: TObject; var Key: Char);
begin
if not (Key in ['0'..'9', '.']) then Abort;
end;
procedure TForm1.GroupBox1DblClick(Sender: TObject);
begin
BitBtn2.Enabled := True;
end;
end
141
Apêndice II- Comportamento dielétrico de um capacitor comercial associado em série à um resistor
comercial
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
100
1000
10000
100000
1000000
1E7
1E8
módulo da impedância medida em um capacitor comercial de 10nF em série com um resistor de 1000ohm
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
comportamento da impedancia em um circuito RC série. R=1000ohms, C=10nF-Vaplicada=1V
|Z|
frequência (Hz)
módulo da impedância-circuito RCsérie/capacitor comercial 10nF-R=1000ohms
10000 100000 1000000
9E-9
9,2E-9
9,4E-9
9,6E-9
9,8E-9
1E-8
1,02E-8
1,04E-8
1,06E-8
1,08E-8
1,1E-8
capacitância medida em um capacitor comercial de 10nF em paralelo com um resistor de 1000ohm
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
comportamento da capacitancia em um circuito RC série. R=1000ohms, C=10nF-Vaplicada=1V
Capacitância (F)
Frequência (Hz)
capacitância em função da frequência-circuito RC série
142
0,1 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
100
1000
10000
100000
1000000
1E7
resistência medida em um capacitor comercial de 10nF em série com um resistor de 1000ohm
ponte de impedância modelo SolartronSI1260-1V aplicado ao circuito
comportamento da resistencia eletrica em um circuito RC série. R=1000ohms, C=10nF-Vaplicada=1V
Resistência (ohm)
frequência (Hz)
Resistência elétrica em funcao da frequência-circuito RCsérie
143
Apêndice III- litografias
Desenvolvemos capacitores em substratos contendo filmes de FTO (FSnO
2
), nesses
casos, a litografia foi feita no laboratório de fluidos complexos do Departamento de
Física/UEM.
A técnica consiste basicamente em desenhar as figuras em um programa que
permita controlar a área a ser impressa (figura feitas no Microsoft Word), imprimir as
figuras em um papel especial do tipo utilizado em “transfer” utilizando impressora laser. A
figura é fixada aquecendo-a durante aproximadamente cinco minutos em contato com o
substrato (utilizamos um condutor de calor construído de silicone comercial utilizado para
vedar e colar, e como aquecedor a prancha de um ferro elétrico doméstico de
2000 W de
potência).
Após fixar a figura no substrato, cobrimos com pó de zinco e adicionamos ácido
clorídrico para que a corrosão fosse realizada. Uma das dificuldades que ocorreram no
resultado deste processo foi a corrosão de partes das figuras ou das trilhas.
Acreditamos que a grande culpa da falha no processo de litografia foi decorrente da
falta de contato prévio com a técnica utilizada, e que tais falhas poderiam ser evitadas se a
concentração do acido clorídrico fosse um pouco menor (utilizamos uma concentração de
0,6
mol) e se a impressão preenchesse toda a figura sem falhas (que poderia ser obtido com
uma impressora mais moderna). Mesmo com esses inconvenientes, ainda conseguimos a
litografia de algumas áreas, porém a técnica deve ser melhor desenvolvida para que se
consiga realizar este processo de litografia de figuras em série e sem falhas.
A
Figura III.1 mostra a máscara dos capacitores litografados no laboratório de
fluidos complexos – DFI/UEM. Devemos ressaltar que a técnica é um pouco perigosa,
dado o fato de envolver produtos tóxicos. A corrosão deve ser feita utilizando máscara e
óculos de proteção em função da liberação de gás clorídrico.
A limpeza das lâminas foi efetuada com a imersão das mesmas em uma solução de
água deionizada, peróxido de hidrogênio (água oxigenada e amônia em uma proporção
3:1:1, como sugere o fabricante (Flexitec – eletrônica orgânica)).
A área do círculo inscrito dentro da figura
quadrada com as pontas arredondadas vale
2.2698 x10
-2
cm
2
, a área do quadrado menor
vale 2.89x10
-2
cm
2
, logo a área total da figura
deverá ser: {2.5x10
-1
cm
2 -
(2.89x10
-2
cm
2 -
2.2698x10
-2
cm
2
)}
A=2.437985x10
-1
cm
2
A
área de uma elipse é: A= ʌab
a=0.2cm
b=0.38cm
A
=0.24504 cm
2
A
área de um quadrado é: A=L
2
L
=0.5cm
A
=0.25 cm
2
A
área de um hexagono é: A=[3L
2
(3)
1/2
]/2
L
=0.25cm
A
=0.162379763 cm
2
Figura III.1 - Máscara dos capacitores confeccionados no GFC - DFI/UEM.
144
Na
Figura III.1 são representados os capacitores confeccionados no laboratório de
fluidos complexos da DFI/UEM. Confeccionamos em diferentes geometrias com a
finalidade de analisarmos que geometria seria mais funcional para realizarmos medidas,
porém, só utilizamos a geometria circular e a quadrangular em função da dificuldade em
litografar as outras geometrias descritas.
Displays de sete segmentos também foram litografados, mas não foram impressos.
A
Figura III.2 mostra a máscara dos mostradores (displays) de sete segmentos
desenvolvidos.
Mano el Mess ias Alvino de Jesu
LCG - Liquid CrysstalGroup
UEM - State University of Mari
n
Paraná – Brazil
December of 2004
Mano el Mes sias Alvino de Jes
u
LC G - L iq uid Crys st al Gr ou
p
UEM - State University of Mari
n
Paraná – Brazil
Dbf20
04
Mano el Mes sias Alvino de Jes
u
LC G - L iq uid Crys st al Gr ou
p
UEM - State University of Mari
n
Paraná – Brazil
Dbf20
04
a b c d e f g
p
a b c d e f
gp
a b c d e f g
p
a b c d e f g
p
a b c d e f g
p
Manoel Messias Alvino de
Jesus.
LCG - Liquid Crysstal Group
UEM - State University of
Manoel Messias Alvino de
Jesus.
LCG - Liquid Crysstal Group
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Manoel Messias Alvino de
Jesus.
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Manoel Messias Alvino de
Jesus.
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Figura III.2 -Máscara dos mostradores confeccionados no GFC/DFI/UEM.
145
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