Download PDF
ads:
Alessandra Corallo Nicacio
AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO APÓS A
CRIOPRESERVAÇÃO DE EMBRIÕES BOVINOS
PRODUZIDOS IN VITRO
São Paulo
2008
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Alessandra Corallo Nicacio
AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO APÓS A
CRIOPRESERVAÇÃO DE EMBRIÕES BOVINOS
PRODUZIDOS IN VITRO
Tese apresentada ao Programa de Pós-
graduação em Reprodução Animal da
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
da Universidade de São Paulo para obtenção
de título de Doutor em Medicina Veterinária
Departamento:
Reprodução Animal
Área de concentração:
Reprodução Animal
Orientador:
Prof. Dr. José Antônio Visintin
São Paulo
2008
ads:
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome: NICACIO, Alessandra Corallo
Título: Avaliação do desenvolvimento após a criopreservação de embriões bovinos
produzidos in vitro
Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em
Reprodução Animal da Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo
para obtenção do título de Doutor em Medicina
Veterinária
Data: __/__/__
Banca Examinadora
Prof. Dr._________________________ Instituição:_________________________
Assinatura:_______________________ Julgamento:_______________________
Prof. Dr._________________________ Instituição:_________________________
Assinatura:_______________________ Julgamento:_______________________
Prof. Dr._________________________ Instituição:_________________________
Assinatura:_______________________ Julgamento:_______________________
Prof. Dr._________________________ Instituição:_________________________
Assinatura:_______________________ Julgamento:_______________________
Prof. Dr._________________________ Instituição:_________________________
Assinatura:_______________________ Julgamento:_______________________
À minha mãe (Nilsa -
Mamis
) e ao meu pai
(Norson -
Papito
), por serem mais que pais,
por serem meus eternos exemplos de vida,
meus portos seguros, meus alicerces, meu
tudo. Sem vocês eu
nunca
seria quem sou!!!
Obrigada.
Amo vocês!!!
Agradecimentos
Carnaval de 2002: eu, vários textos pra estudar, várias dúvidas, muitas perguntas. A
biologia molecular olhando pra mim e eu pra ela, mas qual técnica escolher? E o
maior problema de todos: escrever meu projeto de doutorado.
Carnaval de 2008: eu, vários textos lidos e estudados, alguns ainda por ler, várias
dúvidas e perguntas. E a maior questão: como explico isso?
Bom, não tem como negar, nestes últimos quatro anos muita coisa aconteceu. Passei
horas no laboratório (tá, isso não é novidade!), mas também descobri um mundo
maravilhoso fora dele (agora sim, uma novidade!). Descobri que nem tudo sai como a
gente espera e planeja, aprendi a me virar quando tudo está dando errado. Aprendi
a errar e a concertar o que fiz de errado. Mas acima de tudo, aprendi a manter a
cabeça erguida, sempre em frente, porque desistir dos meus objetivos eu nunca vou
aprender! Aprendi que tenho amigos maravilhosos que sempre estão disponíveis para
um conselho, uma piada, uma brincadeira, uma balada, um apoio, uma lágrima, um
desabafo, ou só para ficar quieto ao meu lado. Aprendi que tem gente ruim no
mundo, mas para cada pessoa ruim existem uns dez amigos para compensar. Aprendi
que família a gente não escolhe, tem que agüentar do jeito que é, afinal, ela também
te agüenta do jeito que você teima ser... Aprendi que ser gente grande não é fácil.
Que o tempo não volta atrás. Mas também aprendi que o tempo que passou me fez
ser assim, desse jeitinho mesmo. E desta história de aprendizado, sobraram muitas
lembranças e muitos agradecimentos a serem feitos.
Primeiro preciso agradecer ao meu orientador. Visintin (meu eterno chefinho), há
alguns anos atrás, ouvi dizer que “um tal de Prof. Visintin dá estágio no VRA”. Fui
quem era esse professor. Procurei nas placas das portas qual era sala dele e pedi
licença. Naquele dia, eu não fazia idéia do que eu estava fazendo, não sabia quanto
aquele momento seria crucial pra minha vida depois. Você mudou minha visão de
mundo, de trabalho, de profissão, de dedicação. Obrigada por me aceitar no seu
grupo de trabalho, por entender até o que eu não expliquei e, principalmente, por no
pior momento, ser meu orientador. Sinto que sou abençoada por essa convivência e
por esses anos todos.
Depois tenho que agradecer os verdadeiros responsáveis por eu chegar aqui: meus
pais. Papito e Mamis, sem o apoio e o exemplo de vocês eu nunca teria caminhado
nem um metro, quanto mais chegar até aqui. Sei que a vida anda complicada para
todos nós, mas também que meu porto seguro sempre será vocês. E quero sempre
poder retribuir isso e tudo mais que vocês sempre foram, são e serão para mim.
Mas não posso esquecer alguém tão importante quanto meus pais: minha tia Ruth.
Tia, um coração gigante como o seu é um presente para o mundo. Obrigada por ser
assim, tão minha tia querida, por agüentar cada momento bom e ruim sempre ao meu
lado. Sei que posso contar com você e queria que você soubesse que seu lugar no meu
coração é mais que especial, é só seu.
Bruno, apesar de você só ter participado de uma pequena parte de tudo isso, você
chegou num momento mega difícil e me ajudou a ver que nem tudo estava perdido.
Graças a você eu consegui rir, mesmo estando no meio da lama; consegui chorar
quando não tinha mais lágrima; consegui terminar quando não tinha mais esperança.
Obrigada pela paciência, pelo apoio e pelo carinho.
E tem também o meu irmão. Junior, apesar do pouco tempo que passamos juntos,
com nossas vidas corridas e opostas, não posso negar, são momentos muito
divertidos.
Isso sem esquecer dos meus 3 anjos da guarda caseiros: Maria Helena, Marinalva e
Regina. Sem a gigantesca ajuda de vocês esse trabalho não seria feito e eu estaria
doidinha de pedra.
Agora as coisas vão ficando mais complicadas, não posso esquecer ninguém. Vou
começar pelo laboratório.
Mayra, minha co-orientadora, mais do que isso, minha amiga. Porque cada vez que te
procurei pra conversar, fosse sobre trabalho, sobre mocinhos, sobre minha família,
ou sei lá, qualquer assunto aleatório, sempre tinha um abraço gostoso me esperando.
Obrigada! E porque, quando no fim do dia, tudo parecia negro e cansado tinha seus
meninos no corredor. O Xi e o João são a alegria do corredor no fim de tarde.
não sei se hoje vamos jogar bola, brincar de pega-pega ou de esconder.
Aos amigos e colegas de laboratório: Alê Brandão (sumida, está sempre em Pira, mas
quando aparece sua risada anima todo mundo), Bianca (pouco tempo de convivência,
mas já sei que você é um amor), Camilla (que de estagiária passou a salva-vidas,
obrigada), Fabíola (também pode tentar a carreira de salva-vida, tem futuro,
obrigada também), Febém (que a corda no pescoço não sufoque nunca mais a gente),
Fernanda (também pouca convivência, mas com umas conversas bem divertidas),
Flávia (você pediu, eu fiquei mais tempo, lembra?), Marãn (entre a anatomia e o VRA,
quando não tem canil pra limpar tem ovário pra aspirar), Mari Groke (de uma colega
a amiga e companheira em todos esses anos juntas), Mariana (agora que você parou
de entrar pela janela ficou mais fácil conversar), Paulo (o “caçula” do laboratório,
fica esperto senão não sai nunca daqui), Rê (minha muleta e companheira), Maza
(também está seguindo por novos caminhos, que a docência te ensine tanto quanto eu
venho aprendendo), Weber (mesmo longe lembrei de você), Zeca (já sei de onde vem
toda sua superação, obrigada).
Aos antigos amigos de laboratório que também muito me ensinaram: Cássia (outra
boa alma que tive e tenho a felicidade de ser amiga), Creysson (uma alma boa que
tive a felicidade de conviver, você vai brilhar cada dia mais, seja onde for), Helô
(posso falar pouco com você hoje em dia, mas você sabe que sempre acreditei em
você), Marcão (amigo e exemplo), Nani (passou na minha frente, mas eu também
consegui terminar), Vivi (sem palavras, basta pensar em você que o telefone toca).
E agora vou passar pelo departamento.
Aos amigos de departamento, de ontem e de hoje: Cabral, Camila Vannuchi,
Claudinha, Cristina, Everton, Gabriel, Gisele, Henderson, Jaqueline, Liege, Lindsay,
Ludy, Marcílio, Manuel, Mariana, Marie, Nélcio, Paola, Patrícia, Paulo, Priscila,
Torres, Zé Nélio e muitos mais. A convivência com todos vocês fez meus dias mais
felizes, minha rotina mais amena e os churrascos mais divertidos. Vou sentir falta
de vocês.
Aos amigos e funcionários: Alice, Belau, Harumi, Iraílton, Jocimar, Luis, Maria
Amélia, Miguel, Dona Silvia, Taís. Cada “bom dia” que recebi, cada copo de café, cada
brincadeira de corredor, ou mesmo conversa serviram como uma maneira de
continuar tocando a rotina pesada de uma maneira mais amena.
À amiga Lígia (FZEA – USP), que apareceu com a maior boa vontade e ajudou muito,
num momento muito negro do trabalho. Nunca vou esquecer a ajuda e o apoio.
Obrigada!!!
E agora aos amigos, de diferentes lugares, mas sempre amigos!
Cris, Liege e Lindsay, em especial, não só pelos almoços divertidos, nem só pelas
baladas, nem só pelo grupo de estudo, ou pelas risadas, mas pelas conversas sérias,
pelas discussões filosóficas das nossas vidas, enfim, pela amizade sincera. Que este
quarteto continue sempre assim, unido, mesmo que sem todos os almoços...
Rê, pelas mil MIV(s), FIV(s), CIV(s), Feeding(s), meios e tudo mais (que você me
proibiu de pagar em chocolate), pela amizade de hoje e sempre, pela companhia das
marmitas, pelas conversas no “fumódromo”, pelas idas ao Dedo (e outras baladinhas),
por tudo. Valeu!!!
Mari, depois de tantos anos fico feliz em dizer: aprendi a ser sua amiga. Porque
amigo está sempre junto, na alegria e na tristeza, na república ou em casa, no
trabalho ou no “happy hour”, o importante é saber ouvir e ajudar, é saber apoiar e
entender. E isso, nós aprendemos, né?!
Vivi, não sei nem como agradecer tanta amizade, tantas conversas, tantas broncas
necessárias, tantas risadas e mais risadas. Você é uma pessoa que ilumina tudo ao
seu redor. Queria que você tivesse a certeza que sua luz continua chegando aqui em
São Paulo, via email, via telefone, via telepatia...
Marcão, já disse uma vez e repito, se aprendi e fiz tudo o que está aqui foi graças a
você e sua ajuda. A gente até some de vez em quando, mas de repente alguém pára e
escreve para lembrar o outro que a amizade está acima de todo o monte de
trabalho.
À amiga Silvia, um presente que recebi na hora em que eu mais precisava, um
empurrão que me fez andar vários anos pra frente. Obrigada!
À ex-aluna que hoje é uma grande amiga Letícia, se alguém um dia acreditou em mim
foi você. E se alguém acredita em você sou eu, segue seu caminho, porque seu futuro
será brilhante, tenho certeza!
Aos amigos de faculdade: Bioka, But’s, Carol, Cururu, Garibas, Guiga, Gump, Kitty,
Kussô, Minnie, Mikuin, Nicole, Waleska, Xeila. Seja da turma que for, falando
sempre ou só de vez em quando, o importante é a amizade e o companheirismo.
Aos amigos da turma: Val, Grego, Giovanni, Nato, Taci, Pri, Alê, Caio, Vivi, Arthur,
Grillo, Cipola, Ozinho, Paulo, Ciça, Gé, Douglas, Simone, Alex, Michele, Alex,
Matheus, Lucas, Rodolpho, Pat, Gigio, Luciana, Érika, Lourenço, Flávia, Marcão,
Mirela e todos os lambers. Porque amigos como vocês fazem a gente ver que nada é
tão ruim que seja eterno, que sempre tem uma luz no fim do túnel, e que no final do
ano estamos todos reunidos.
Amiga Alê, mesmo sem a gente conversar muito nos últimos tempos nossa amizade
está acima de tudo, basta sobrar uns minutos que as fofocas ficam em dia.
Amiga Sandra, sempre companheira, para um cinema, para um chopp, para comer um
chocolate, ler e discutir sobre um bom livro, tanto faz, desde que a gente esteja
conversando está ótimo!
Meus primeiros alunos, em especial, Aline, Amanda, André, Bruno, Flávio, Guilherme,
Gonzo, Letícia, Luna, Márcia, Mariana, Natália, Roberta, Shellen, vocês me fizeram
ver que a amizade não tem preconceito.
Ao Departamento ao Programa de Pós-graduação Reprodução Animal por me acolher
por todos esses anos. Assim como à Faculdade de Medicina e Veterinária e
Zootecnia da Universidade de São Paulo, meu lar e meu orgulho. Passei mais horas da
minha vida aqui do que consigo contar. Sou muito feliz por isso!
À FAPESP pelo apoio financeiro, fornecendo a bolsa que permitiu a execução deste
trabalho.
E por fim, agradeço a Murphy e suas bem humoradas leis, afinal “Se alguma coisa
tem a mais remota chance de dar errado, certamente dará”.
“E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você? (...)
(Carlos Drummond de Andrade)
“A dor é inevitável
O sofrimento é opcional”
(Carlos Drummond de Andrade)
RESUMO
NICACIO, A. C. Avaliação do desenvolvimento após a criopreservação de
embriões bovinos produzidos in vitro. [Evaluation of development after
cryopreservation of in vitro bovine produced embryos]. 2008 109f. Tese (Doutorado em
Medicina Veterinária) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de
São Paulo, São Paulo, 2008.
A ineficiência dos protocolos de criopreservação limita o uso em larga escala da
produção in vitro de embriões bovinos. O objetivo deste trabalho foi identificar os danos
causados pela criopreservação e pelo cultivo embrionário de embriões bovinos
produzidos in vitro após a descongelação, avaliando a morfologia, a expressão gênica e
o desenvolvimento in vitro antes e após a criopreservação. Complexos cummulus-
oócitos foram maturados, fecundados e cultivados in vitro. Blastocistos expandidos
(n=600) obtidos entre os dias 7 e 9 de cultivo (fecundação D0) foram submetidos a
congelação controlada (grupo controlado: 10% de etileno glicol (EG) por 10 minutos,
1,2
o
C por minuto), congelação rápida (grupo rápido: 10% de EG por 10 minutos , 20%
de EG + 20% de Glicerol (Gli) por 30 segundos) ou vitrificação (grupo vitrificação: 10%
de EG por 10 minutos, 25% EG + 25% Gli por 30 segundos). Os embriões do grupo
controle não foram expostos a crioprotetores e nem a protocolos de criopreservação,
sendo avaliado o índice de eclosão 12 dias após a fecundação (46,09%). As palhetas
para os protocolos de congelação rápida e vitrificação foram mantidas em vapor de
nitrogênio líquido (0,8cm sobre o líquido) por 2 minutos e imersas no nitrogênio líquido.
Os embriões foram descongelados por 10 segundos em ar e 20 segundos em banho-
maria a 25
o
C. Os embriões foram reidratados em solução de PBS + 0,2% de BSA +
0,3M de sacarose e em solução de PBS + 0,2% de BSA ambos por 3 minutos. Para
avaliar o desenvolvimento, os embriões, após a descongelação, foram co-cultivados
com células da granulosa em meio TCM199 ou SOFaa por 4 dias. Os dados foram
analisados com o aplicativo PROC MIXED do programa SAS Sistems for Windows®. O
grupo controlado apresentou índices de eclosão de 44,65% ± 5,94 e 11,65 ± 3,37 para
o meio TCM199 e para o meio SOFaa, respectivamente. Embriões do grupo rápido não
apresentaram eclosão, independente do meio de cultivo. O grupo vitrificação
apresentou índices de eclosão de 9,43% ± 6,77 e 8,67% ± 4,47, respectivamente, em
meio TCM199 e SOFaa. Os valores foram significativos quando p<0,05. O grupo
controlado apresentou diferença em relação aos outros grupos em ambos os meios de
cultivo. No meio TCM199 os índices de re-expansão e eclosão foram mais altos. Para a
análise da expressão gênica, 2 pools de 10 blastocistos expandidos de embriões
frescos e criopreservados (congelação controlada) foram utilizados para a extração de
RNA. Foi feita reação de Transcrição Reversa (RT-PCR) e de PCR em Tempo Real. Os
resultados da reação de PCR em Tempo Real demonstraram que a quantidade de
material não foi suficiente para a amplificação de produtos em todas as reações.
Concluindo, o meio de cultivo TCM199 exerce influência sobre o desenvolvimento
embrionário após a criopreservação, sendo mais apropriado do que o meio SOFaa. E,
para proceder a análise da expressão gênica pela reação de PCR em Tempo Real é
necessário número maior de blastocistos expandidos.
Palavras-chave: Criopreservação. Embriões bovinos. Fecundação in vitro. Expressão
gênica. Cultivo embrionário.
ABSTRACT
NICACIO, A. C. Evaluation of development after cryopreservation of in vitro bovine
produced embryos. [Avaliação do desenvolvimento após a criopreservação de
embriões bovinos produzidos in vitro]. 2008 109f. Tese (Doutorado em Medicina
Veterinária) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2008.
The inefficiency of embryo cryopreservation protocols limits the broad use of in vitro
production (IVP) of bovine embryos. The aim of this work was to identify the damage
caused by cryopreservation and embryo culture of in vitro produced bovine embryos
after thawing by morphological analysis, gene expression and in vitro development
before and after cryopreservation. Cummulus-oocyte complexes were in vitro matured,
fertilized and cultured. Expanded blastocysts (n= 600) harvested on days 7-9 were
submitted controlled freezing [controlled group: 10% ethylene glycol (EG) for 10 minutes
and 1.2
o
C per minute cryopreservation], quick-freezing [quick group: 10% EG for 10
minutes, 20% EG + 20% Glycerol (Gly) for 30 seconds] or vitrification [vitrification group:
10% EG for 10 minutes, 25% EG + 25% Gly for 30 seconds] protocols. The embryos of
the control group were not exposed to cryoprotectant or crypreservation method and the
hatching rate was evaluated on day12 post-insemination. The straws (quick and
vitrification groups) were first placed on nitrogen vapor (0.8 cm over the liquid nitrogen)
for 2 minutes and than immersed in liquid nitrogen. Embryos were thawed in air for 10
seconds followed by 25
o
C water bath for 20 seconds. Embryos were rehydrated in PBS
+ 0.2% BSA + 0.3M sucrose for 3 minutes and PBS + 0.2% BSA for the same time. In
order to evaluate development of frozen-thawed embryos they were cocultured on
granulosa cells in TCM 199 or SOFaa for 4 days. Hatching rate of control group was
46.09%. Data was analyzed by PROC MIXED model of SAS Sistems for Windows®.
Controlled group hatching rate was 44.65% ± 5.94 and 11.65% ± 3.37 for TCM 199 and
in SOFaa, respectively. Embryos submitted to quick group did not hatch regardless of
culture condition. Vitrification group showed hatching rates of 9.43% ± 6.77 and 8.67%
± 4.47, respectively, in TCM 199 and SOFaa., and values were significant at p<0.05.
The controlled group showed difference between the other groups of cryopreservation in
both medium (TCM 199 and SOFaa). However, TCM 199 showed high rates of re-
expansion and hatching. To gene expression analysis, 2 pools of 10 expanded
blastocysts of fresh and cryopreserved embryos (controlled freezing) was used to RNA
extraction, Reverse Transcription PCR (RT-PCR) was done and submitted to a Real
Time PCR. The results of the Real Time PCR showed that the amount of material was
not enough to the amplification of products in all reactions. In conclusion, the culture
medium influences the embryo development after the cryopreservation being TCM199
more appropriate than SOFaa. And more number of expanded blastocysts is necessary
to analysis the gene expression in a Real Time PCR reaction.
Key words: Cryopreservation. Bovine embryos. In vitro production. Gene expression.
Embryo culture.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................18
2 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................20
2.1 Panorama da produção in vitro de embriões...........................................21
2.2 Desenvolvimento embrionário.................................................................22
2.3 Efeitos do cultivo in vitro sobre a qualidade embrionária........................24
2.4 Diferenças entre embriões produzidos in vitro e in vivo..........................27
2.5 Criopreservação de embriões.................................................................28
2.6 Fatores que influenciam a criopreservação de embriões........................29
2.7 Danos que a criopreservação pode causar aos embriões......................30
2.8 Estratégias para evitar os danos embrionários durante a
criopreservação.......................................................................................33
2.9 Congelação controlada............................................................................34
2.10 Vitrificação...............................................................................................36
2.11 Análise da qualidade embrionária...........................................................39
2.12 Expressão gênica: análise e sua importância.........................................41
3 OBJETIVO..............................................................................................46
4 HIPÓTESE..............................................................................................48
5 MATERIAL E MÉTODO..........................................................................50
5.1 Produção de embriões............................................................................51
5.2 Preparo de placas de co-cultivo..............................................................52
5.2.1 Placas de co-cultivo para produção de embriões...................................52
5.2.2 Placas de co-culitivo para embriões criopreservados e descongelados.53
5.3 Exposição dos embriões aos crioprotetores...........................................53
5.4 Criopreservação......................................................................................54
5.4.1 Método controlado..................................................................................54
5.4.2 Congelação rápida..................................................................................54
5.4.3 Vitrificação...............................................................................................55
5.5 Descongelação dos embriões e remoção do crioprotetor.......................55
5.6 Cultivo embrionário..................................................................................55
5.7 Análise da expressão gênica...................................................................56
5.8 Análise estatística....................................................................................57
6 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL.......................................................58
6.1 Experimento 1: Avaliação da sobrevivência dos embriões à exposição
aos crioprotetores....................................................................................59
6.2 Experimento 2: Avaliação da sobrevivência dos embriões à
criopreservação.......................................................................................59
6.3 Experimento 3: Análise da expressão gênica em embriões
criopreservados e frescos.......................................................................60
7 RESULTADOS .......................................................................................61
7.1 Experimento 1: Avaliação da sobrevivência dos embriões à exposição
aos crioprotetores....................................................................................62
7.2 Experimento 2: Avaliação da sobrevivência dos embriões à
criopreservação.......................................................................................63
7.3 Experimento 3: Análise da expressão gênica em embriões
criopreservados e frescos.......................................................................65
8 DISCUSSÃO...........................................................................................70
9 CONCLUSÕES........................................................................................82
REFERÊNCIAS.......................................................................................84
ANEXOS.................................................................................................95
Introdução
Nicacio, A. C. Introdução
19
1 INTRODUÇÃO
A inseminação artificial, a transferência de embriões e a fecundação in vitro
são biotécnicas reprodutivas que vêm incrementando a produção animal. Estas
biotécnicas permitem a produção de grande número de embriões, sendo possível
produzir 1,5 bezerros por semana por vaca com a fecundação in vitro ou 30 bezerros
por vaca por ano com a transferência de embriões ou 1 bezerro por ano por vaca com a
inseminação artificial. Entretanto, existem limitações, pois este grande número de
embriões produzidos in vitro exige número compatível de receptoras para gestá-los.
Assim, a criopreservação de embriões produzidos in vitro é uma facilidade para o
manejo de embriões e receptoras.
Vários fatores influenciam a criopreservação de embriões como a
composição dos meios de manutenção, os crioprotetores e as suas concentrações, o
tempo de equilíbrio e de reidratação, a velocidade de resfriamento e aquecimento e as
condições de cultivo.
Embriões produzidos in vivo e in vitro diferem em alguns aspectos quanto à
morfologia, a velocidade de desenvolvimento, o metabolismo e a expressão gênica.
Devido a estas diferenças, os embriões produzidos in vitro são mais sensíveis à
congelação, portanto são necessárias adaptações das técnicas de congelação de
embriões produzidos in vivo para embriões produzidos in vitro.
A viabilidade in vitro dos embriões após a criopreservação, avaliada pelos
índices de eclosão, é uma das maneiras de estudar os efeitos da criopreservação de
embriões, sendo muito empregada nestas pesquisas. Porém, da mesma maneira que o
cultivo in vitro causa alterações morfológicas, metabólicas e moleculares antes da
criopreservação, também causa alterações após a criopreservação. Portanto, analisar
estes efeitos do cultivo após a criopreservação faz-se necessário para adaptar esta
técnica, permitindo resultados mais precisos.
20
Revisão de Literatura
Nicacio, A. C. Revisão de Literatura
21
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Panorama da produção in vitro de embriões
Nos últimos trinta anos, a transferência de embriões vem crescendo e
tornando-se uma indústria em que mais de 500.000 embriões são colhidos e
transferidos ou criopreservados por ano. Atualmente, acima de 50% dos embriões são
criopreservados (HASLER, 2001). Segundo dados publicados pela Sociedade
Internacional de Transferência de Embriões (IETS), em 2003 foram transferidos
106.220 embriões produzidos in vitro no mundo, o que representa um aumento muito
grande em relação aos anos anteriores, embora apenas uma pequena porcentagem de
vacas receba embriões produzidos in vitro ao redor do mundo (HANSEN, 2006).
A produção in vitro de embriões bovinos a partir de oócitos imaturos é um
procedimento de rotina em pesquisas de transgenia, clonagem e áreas relacionadas
com a biologia da reprodução. Este recurso vem sendo utilizado comercialmente em
programas de reprodução em gado (KRISHER; BAVISTER, 1998; KHURANA;
NIEMANN, 2000a; BARD, et al., 2006).
Essa metodologia, incluindo a maturação e a fecundação de oócitos
recuperados de pequenos (3 – 5mm) e médios (6 – 10mm) folículos, geralmente
apresenta taxa de blastocisto em torno de 30 a 40% (HYTTEL et al., 1997; MOHAN et
al., 2002), sendo que após o cultivo in vitro apenas 50% dos embriões resultam em
prenhezes após a transferência (MOHAN et al., 2002). Este sucesso limitado
provavelmente deve-se à população heterogênea dos oócitos (HYTTEL et al., 1997).
Existem muitas razões para que a produção in vitro de embriões ainda não
tenha realmente penetrado na indústria de produção de gado, sendo que parte destas
razões não está diretamente relacionada com a técnica em si. Podemos citar como
limitações ao emprego da técnica o alto custo de produção, condições subótimas de
Nicacio, A. C. Revisão de Literatura
22
sobrevivência embrionária e fetal e, ocasionalmente, a ocorrência de anomalias nos
animais produzidos (HANSEN, 2006).
2.2 Desenvolvimento embrionário
Muitos eventos importantes ocorrem durante o desenvolvimento embrionário
desde a fase de zigoto até a formação do blastocisto. Isto inclui a primeira clivagem,
que é uma fase crítica para determinar o desenvolvimento subseqüente do embrião; a
ativação do genoma embrionário, no estágio entre 8 e 16 células; a compactação da
mórula no dia 5, que envolve o estabelecimento do primeiro contato íntimo célula-célula
do embrião e a formação do blastocisto entre os dias 6 e 7, que estabelece a
diferenciação de dois tipos celulares, o trofectoderma e a massa celular interna (quando
se trata de embriões bovinos) (LONERGAN et al., 2003).
O desenvolvimento pré-implantacional em mamíferos é caracterizado por três
fases transitórias que ocorrem após a fecundação: a transição do controle genômico do
oócito para o embrião, a compactação e a diferenciação da mórula para blastocisto
(KANKA et al., 2003).
O desenvolvimento de oócitos fecundados requer a expressão orquestrada
de genes específicos. Na maioria dos mamíferos, incluindo os bovinos, após a
fecundação, o zigoto sofre várias clivagens, compactação e forma uma cavidade,
originando o blastocisto e eclode (MOHAN et al., 2002; PONSUKSILI et al., 2002).
Estes processos são regulados por diferenciadas expressões de importantes genes de
desenvolvimento (PONSUKSILI et al., 2002). Estes eventos são mantidos inicialmente
por transcritos e proteínas sintetizadas durante a oogênese (transcritos maternos),
antes do estágio em que o genoma embrionário é ativado (MOHAN et al., 2002). A
ativação do genoma embrionário é acompanhada por mudanças globais na expressão
gênica, que é imposta pela formação de estados de repressão transcripcional (KANKA,
et al., 2003). Na espécie bovina ocorre entre o estágio de 8 e 16 células (NATALE et al.,
2001; MOHAN et al., 2002; KANKA et al., 2003). Existem ainda genes que são
Nicacio, A. C. Revisão de Literatura
23
expressos no estágio de blastocisto e não no estágio de mórula e são funcionalmente
candidatos a regular os processos que ocorrem na fase de diferenciação celular e
implantação, um evento do desenvolvimento que tem grande porcentagem de
mortalidade embrionária (PONSUKSILI et al., 2002). O desenvolvimento depende do
sucesso em controlar os momentos temporal e espacial da expressão após a ativação
do genoma embrionário (MOHAN et al., 2002). Claramente, qualquer modificação nas
condições de cultivo pode afetar um ou todos estes processos, tendo efeito sobre a
qualidade embrionária (RIZOS et al. 2003).
O desenvolvimento inicial de embriões pré-implantacionais em mamíferos é
governado por genes transcritos e polipeptídios produzidos e estocados pelo oócito
durante o seu desenvolvimento (HYTTEL et al., 2000; MOHAN et al., 2002). Entretanto,
no decorrer das três primeiras clivagens, o controle do desenvolvimento é tomado pela
expressão de porções do genoma embrionário, assim como os transcritos e as
proteínas maternos são gradualmente degradados. Esta transição é um fenômeno
gradual (HYTTEL et al., 2000).
Para o desenvolvimento adequado, um embrião precisa estar apto a ajustar
sua fisiologia em resposta aos sinais regulatórios maternos ou outras mudanças no seu
ambiente. Enquanto o progresso programado da ativação do genoma de embriões
bovinos vem sendo estudado, pouco se sabe sobre, quando no desenvolvimento o
genoma embrionário pode responder transcripcionalmente a sinais regulatórios ou
perturbações no seu microambiente como calor, baixas de pH, anoxia, entre outros
fatores (CHANDOLIA et al., 1999).
Assim, foram encontrados estudos na literatura sobre o cultivo embrionário e
suas influências. Estes estudos demonstraram que para cada estágio de
desenvolvimento embrionário diferentes condições de cultivo como as proteínas dos
meios de cultivo, concentração de CO
2
e a presença/ausência de células do oviduto ou
granulosa são necessários (SILVA; METELO, 2005).
Nicacio, A. C. Revisão de Literatura
24
2.3 Efeitos do cultivo in vitro sobre a qualidade embrionária
Embora muitos progressos venham sendo feitos, os índices de produção de
embriões ainda são baixos, ficando em torno de 10 a 20% dos oócitos submetidos ao
processo de produção in vitro. Incrementar a eficiência e identificar variações nos
sistemas de produção são, realmente, pontos importantes pois, comercialmente, estão
sendo utilizados oócitos e espermatozóides oriundos de animais de grande mérito
genético (MARQUANT-LEGUIENNE; HUMBLOT, 1998).
Entre todos os estágios envolvidos na produção in vitro de embriões, o
cultivo embrionário é o que mais varia de toda a técnica e o que exerce maior efeito no
desenvolvimento, morfologia e metabolismo, uma vez que os embriões permanecem
neste meio por até oito dias (THOMPSON, 1997).
A produção in vitro expõe os embriões a uma grande variedade de estresses
que normalmente não ocorrem no desenvolvimento in vivo. Em ruminantes,
prolongados períodos de cultivo in vitro são associados com aumento da mortalidade
fetal e dos riscos de anormalidades nos fetos. Mesmo com os mais eficientes sistemas
de cultivo, grande proporção de zigotos apresenta falhas de desenvolvimento e
diferentes padrões de expressão de importantes genes (FONTANIER-RAZZAQ et al.,
2001).
Os sistemas de cultivo podem silenciar ou aumentar a expressão de um gene
particular durante um momento crítico da fase de desenvolvimento. Um possível
mecanismo é que as condições de cultivo alterem a taxa de degradação do RNAm,
afetando a metilação e a expressão. Outra opção é que as condições de cultivo podem
induzir a expressão de genes de morte celular, resultando em perdas embrionárias e
fetais (NIEMANN; WRENZYCKI, 2000).
Estudos indicam que o cultivo de embriões em estágio pré-implantacional
pode gerar modificações epigenéticas aberrantes nos genes. Após a transferência dos
embriões cultivados in vitro, estas alterações podem ser mantidas somaticamente,
Nicacio, A. C. Revisão de Literatura
25
podendo afetar a expressão gênica em estágios mais avançados de desenvolvimento
pós-implantacional (KHOSLA et al., 2001).
Os efeitos deletérios do cultivo em condições subótimas são refletidos em
modificações na expressão gênica dos embriões. Estes efeitos deletérios podem ser
percebidos pela dificuldade dos embriões em serem criopreservados ou estabelecerem
gestações ou, como vem sendo verificado em ruminantes, produzirem fetos de
tamanhos anormais (LONERGAN et al., 2003).
Para contornar estes problemas e dificuldades pode-se melhorar a qualidade
dos embriões com métodos apropriados de produção embrionária (VAJTA et al., 1999).
Uma grande variedade de sistemas de cultivo vem sendo utilizada para a
produção de embriões in vitro, tanto com o propósito comercial quanto experimental
(MARQUANT-LEGUIENNE; HUMBLOT, 1998).
Existem, essencialmente, dois sistemas de cultivo: co-cultivo e meios
definidos (ou semidefinidos). O co-cultivo pode ser feito em meio TCM199 ou Menezo
B2, comumente suplementado com soro, sendo o soro fetal bovino o mais usado. As
células somáticas mais utilizadas são células da granulosa bovina, células epiteliais de
oviduto bovino ou células BRL (buffalo rat liver). Sistemas de cultivo sem suporte de
células somáticas são geralmente referidos como sistemas semidefinidos ou definidos,
dependendo da presença de soro (ou proteínas) ou da suplementação com
macromoléculas sintéticas. A principal diferença entre os sistemas definidos e o co-
cultivo é a concentração de cada componente maioritário conhecido antes da adição
dos embriões (sem o uso do soro). Dentre os componentes adicionados aos meios para
melhorar o desenvolvimento, a proteína (geralmente albumina sérica) e o soro parecem
exercer a maior influência sobre o desenvolvimento embrionário, morfologia e
metabolismo (THOMPSON, 1997).
Os efeitos benéficos do soro são vários como o suprimento de nutrientes,
vitaminas, fatores de crescimento, hormônios e componentes antioxidantes. Porém, as
atividades biológicas do soro variam conforme o lote, havendo risco de contaminação
viral ou por micoplasma. Enquanto, o co-cultivo com células somáticas pareceu uma
possibilidade de contornar a fase de bloqueio de embriões bovinos, seu preparo parece
consumir mais tempo. Além disso, tanto o soro quanto o co-cultivo podem contribuir
Nicacio, A. C. Revisão de Literatura
26
para alterações embrionárias na expressão gênica e no desenvolvimento fetal (HOSHI,
2003).
Embriões de ruminantes têm o desenvolvimento até o estágio de oito células
semelhante, tanto in vivo quanto in vitro. Porém, a partir deste momento, que é quando
ocorre a ativação do genoma embrionário, o desenvolvimento in vitro passa a ser mais
lento. A adição de soro serve para contornar este problema, acelerando o
desenvolvimento embrionário pré-compactação. Entretanto, o soro influencia, ainda, os
níveis de apoptose, que pode ser determinante para o número de células e sua
localização na massa celular interna e trofectoderma (THOMPSON, 1997).
A presença do soro nos meios de cultivo pode induzir ao acúmulo anormal
de lipídeos. Como embriões bovinos com maior acúmulo de lipídeos são mais sensíveis
a criopreservação, esta criosensibilidade de embriões bovinos produzidos in vitro na
presença de soro pode ser alterada pela remoção do excesso de lipídeos (HOSHI,
2003).
Embriões bovinos pré-implantacionais podem se adaptar a uma enorme
variedade de condições adversas ou inadequadas de cultivo. A exposição prolongada
às condições in vitro provoca alterações substanciais nos padrões de expressão gênica,
sendo a magnitude destas alterações dependentes da composição dos meios e das
condições de cultivo. Estas alterações podem afetar o desenvolvimento embrionário e
fetal (OLIVEIRA et al., 2005). E, ainda, o cultivo pode exercer efeito significativo sobre o
metabolismo embrionário, alterando a qualidade embrionária (RIZOS et al., 2002).
Os meios de cultivo para produzir embriões não influenciam apenas o
desenvolvimento embrionário, mas também a sobrevivência embrionária após a
descongelação. Embora embriões produzidos in vitro tenham sido preservados pela
congelação controlada ou, ainda pela vitrificação, a viabilidade embrionária varia muito
conforme o protocolo de produção de embriões (NEDAMBALE et al., 2004).
Acredita-se que são as condições insuficientes de cultivo levam a tantas
alterações nos embriões produzidos in vitro. Dessa forma, melhorar as condições de
cultivo pode levar ao aumento dos índices de sobrevivência embrionária após a
criopreservação (VAJTA, 1996).
Nicacio, A. C. Revisão de Literatura
27
Porém, ainda há muito a ser descoberto sobre a relação entre os embriões
pré-implantacionais e o ambiente (trato reprodutivo feminino ou meio de cultivo) para
melhorar a qualidade de desenvolvimento dos embriões (KRISHER; BAVISTER, 1998).
2.4 Diferenças entre embriões produzidos in vitro e in vivo
Embriões produzidos in vitro diferem dos produzidos in vivo, apresentando
citoplasma mais escuro e menos denso; blastômeros mais intumescidos; taxa de
crescimento mais lento (FAIR et al., 2001); diferenças morfológicas, bioquímicas e
metabólicas (NIEMANN; WRENZYCKI, 2000; MOHAN et al., 2002; LONERGAN et al.,
2006) e maior sensibilidade a congelação, tendo menor habilidade para suportar a
criopreservação (FAIR et al., 2001; LEONI, et al., 2002). E, ainda, apresentam zona
pelúcida mais frágil e reduzida expressão de junções comunicantes intracelulares
(LONERGAN et al., 2006). Além de taxas de prenhez significativamente menores do
que os embriões produzidos in vivo (KHURANA; NIEMANN, 2000b; DOBRINSKY,
2002), além de alterações cromossômicas, baixos índices de prenhez após a
transferência e aumento do peso dos bezerros (TESFAYE et al., 2003).
Estas diferenças são resultantes de condições subótimas de cultivo
(TESFAYE et al., 2003) associado ao emprego de meios inadequados na produção in
vitro e podem estar presentes em todos os estágios do desenvolvimento, desde a
maturação oocitária até o nascimento do bezerro (VAJTA et al., 1997). Este fenômeno
pode resultar em mudanças qualitativas e quantitativas no padrão de expressão gênica
em comparação com embriões produzidos in vivo (TESFAYE et al., 2003). Embriões
bovinos apresentam sensibilidade durante o desenvolvimento após a fecundação que
se manifesta em termos de qualidade dos blastocistos (LONERGAN et al., 2003).
Embriões pré-implantacionais mamíferos são mais sensíveis durante as primeiras
clivagens, podendo as aberrações na expressão gênica no estágio de blastocisto ser
reflexo de traumas do desenvolvimento inicial (GARDNER; LANE, 2005).
Nicacio, A. C. Revisão de Literatura
28
Muitos estudos vêm indicando as alterações que o cultivo exerce sobre a
qualidade dos embriões. Estudos têm comparado embriões produzidos in vitro e in vivo
e vêm demonstrando inúmeras diferenças e alterações. As diferenças ultra-estruturais
podem justificar a variação de criotolerância. Além disso, as diferenças de expressão
gênica podem justificar a variação na qualidade (RIZOS et al., 2002).
Entre as muitas diferenças encontradas entre os embriões produzidos in vivo
e in vitro que podem influenciar a sobrevivência após a criopreservação pode-se citar a
demora na compactação dos blastômeros, alterações na expressão gênica e maior
quantidade de lipídios dos embriões produzidos in vitro. Estas, por sua vez, podem
contribuir para o aumento da sensibilidade térmica dos embriões produzidos in vitro em
relação aos produzidos in vivo (PUGH; TERVIT; NIEMANN, 2000).
As taxas de prenhez com embriões produzidos in vitro e transferidos a fresco
e de embriões produzidos in vivo e transferidos após a descongelação são semelhantes
e constantes, ficando em torno de 60 a 70%, enquanto que para embriões produzidos in
vitro e criopreservados, estes valores são inconstantes e mais baixos (SOMMERFELD;
NIEMANN, 1999).
2.5 Criopreservação de embriões
A criopreservação de embriões é de fundamental importância para facilitar a
difusão do material genético superior dos animais em larga escala. Além disso, favorece
o armazenamento dos embriões por longos períodos com reduzida perda da
capacidade de desenvolvimento (KAIDI et al., 1999), permite o transporte do material
genético pelo mundo, desenvolvimento de bancos de material genético de
acasalamentos diferentes (FAHNING; GARCIA, 1992).
Assim, para maior flexibilidade, é essencial que os embriões possam ser
estocados em nitrogênio líquido (KHURANA; NIEMANN, 2000a). O maior obstáculo
para a utilização extensiva da produção in vitro de embriões bovinos com propósitos
comerciais é a criopreservação (VAJTA et al., 1999). Vêm sendo relatados sucessos na
Nicacio, A. C. Revisão de Literatura
29
criopreservação de embriões totalmente produzidos in vitro, resultando em prenhez e
nascimento, assim como nos testes in vitro e in vivo de viabilidade após a
descongelação (MASSIP et al., 1993). Entretanto, os resultados ainda são
inconsistentes (LIEBERMANN et al., 2002).
Primeiramente, os embriões são expostos e equilibrados com o crioprotetor.
Embriões expostos a crioprotetores permeáveis encolhem, perdendo água até atingirem
um ponto de equilíbrio. Este encolhimento ocorre devido a uma hiperosmolaridade
inicial da solução extracelular e ao fato dos embriões serem muito mais permeáveis a
água do que aos crioprotetores. O encolhimento pára quando é atingido um equilíbrio
entre a saída de água e a entrada de crioprotetor no embrião. Conforme os aditivos
entram no embrião, este gradualmente re-expande porque ocorre entrada de água para
manter o equilíbrio osmótico (FAHNING; GARCIA, 1992).
Uma das maneiras de solucionar o problema da criopreservação de embriões
produzidos in vitro é encontrar um método ou protocolo mais adequado para estes
embriões (VAJTA, 1996).
2.6 Fatores que influenciam a criopreservação de embriões
Extensas pesquisas a campo têm demonstrado que a criopreservação de
embriões pode ser influenciada por muitos fatores, incluindo a espécie, o estágio
embrionário, os crioprotetores (DOBRINSKY, 1996), a composição do meio de
manutenção, o tempo de equilíbrio e rehidratação, as taxas de resfriamento e
aquecimento e as condições de cultivo após a criopreservação (VAJTA et al., 1999).
Assim como, a origem de produção destes embriões, pois embriões produzidos in vitro
têm se mostrado mais sensíveis a criopreservação do que embriões produzidos in vivo
(GEORGE; et al. 2006).
Tem sido relatado que a congelação e a descongelação diminuem a
viabilidade embrionária, o que vem sendo atribuído aos danos físicos e químicos
induzidos pelo processo. Estes danos podem ser conseqüência da ação tóxica dos
Nicacio, A. C. Revisão de Literatura
30
crioprotetores que penetram as células durante o processo de solidificação. Esta injúria
pode provocar a morte das células, afetando a viabilidade e o desenvolvimento
embrionário (MARQUEZ-ALVARADO, 2004).
Podemos citar como fatores que influenciam a sobrevivência embrionária a
concentração e composição dos crioprotetores, o procedimento de diluição do
crioprotetor após a descongelação e as condições de congelação e descongelação
(SILVA; METELO, 2005).
A melhor viabilidade de embriões ovinos e bovinos quando criopreservados
em estágio de blastocisto expandido em comparação com o estágio de mórula
provavelmente está relacionada ao aumento de sua tolerância ao processo após a
formação da blastocele (LEONI et al., 2002).
Sabe-se que a zona pelúcida, após a fecundação, tem dupla função, atua no
controle de patógenos e no transporte e difusão de nutrientes pelos seus poros.
Portanto, a zona pelúcida pode favorecer ou prejudicar o crescimento e o
desenvolvimento embrionário. Desta forma, quando as etapas da criopreservação
causam danos à zona pelúcida, estes podem ser irreversíveis, prejudicando o posterior
desenvolvimento embrionário (SILVA; METELO, 2005).
A origem dos embriões também exerce influência sobre os resultados. A
criopreservação de embriões produzidos in vivo tem permitido alcançar taxas de
prenhezes equivalentes às taxas de embriões frescos. Entretanto, os métodos
empregados para embriões produzidos in vivo não se mostraram tão satisfatórios para
embriões produzidos in vitro (LEIBO; LOSKUTOFF, 1993).
2.7 Danos que a criopreservação pode causar aos embriões
Grande parte das pesquisas em criobiologia está direcionada em entender os
mecanismos de danos celulares durante a congelação e descongelação. Dessa forma,
entende-se que existem dois mecanismos de danos celulares: químico, como
Nicacio, A. C. Revisão de Literatura
31
conseqüência da desidratação das células; e físico, causado pela formação de cristais
de gelo durante o processo (TAKAMATSU; RUBINSKY, 1999).
Muitos tipos de danos podem ainda ser citados como sendo causados pela
criopreservação, incluindo o estresse de resfriamento, lesões causadas pelos cristais de
gelo, estresse osmótico, efeito solução e estresse oxidativo (GEORGE et al., 2006).
A sensibilidade dos embriões produzidos in vitro está relacionada com vários
fatores, como a estrutura da zona pelúcida, menor compactação das mórulas,
sensibilidade ao resfriamento, aparência escura e aumento da densidade.
Provavelmente, estas diferenças são causadas pela alta proporção lipídeos : proteínas
que pode levar à formação de grande quantidade de gelo intracelular (VAJTA, 1996).
Pode-se verificar outros danos que a criopreservação causa aos embriões.
Mudanças ultra-estruturais, assim como, danos aos microvilos da membrana
plasmática, encolhimento das mitocôndrias, acúmulo de debris e diminuição dos
contatos juncionais entre as células do trofoblasto são alguns exemplos (SILVA;
METELO, 2005).
Pouco se sabe sobre as mudanças físicas que aparentemente acontecem
após a congelação de embriões bovinos. Os crioprotetores podem causar toxicidade
química e injúrias osmóticas às células embrionárias (SILVA; METELO, 2005).
Um fator essencial para a sobrevivência embrionária após a congelação é a
penetração de crioprotetor no embrião, que pode aumentar com o tempo. Entretanto, a
ação tóxica do crioprotetor pode ser exacerbada com este aumento de tempo de
exposição. Portanto, o tempo ideal de exposição de cada solução deve ser ajustado em
função da penetração e da toxicidade do crioprotetor (TACHIKAWA et al., 1993).
Existem estudos sobre o comportamento das soluções crioprotetoras.
Durante a congelação de uma solução, a parte não congelada muda significativamente
suas propriedades físico-químicas, tensão superficial e interfacial. Além disso, a
estrutura da água e as interações soluto-água podem ser drasticamente alteradas e as
macromoléculas podem ser forçadas a se unirem em interações mais prováveis. Os
grupos hidrofóbicos interagem fracamente com a água adjacente, preferindo um
ambiente não aquoso. A água adjacente aos grupos hidrofóbicos assume maior grau de
estruturação do que a água pura, resultado de mudança termodinâmica não favorável
Nicacio, A. C. Revisão de Literatura
32
com o decréscimo de entropia. Para minimizar esta ocorrência, os grupos hidrofóbicos
tendem a agregar-se, diminuindo seu contato com a água, num processo chamado
interação hidrofóbica. Muitos componentes celulares – em particular as proteínas,
ácidos nucléicos e lipídeos polares – são anfipáticos e tendem a formar estruturas nas
quais as partes hidrofóbicas não polares são escondidas da água (CANEIRO; CAL-
VIDAL, 2000).
Estudos na área de criobiologia indicam que o mecanismo de dano durante a
congelação com resfriamento lento é químico e relacionado com a hipertonicidade da
solução extracelular durante a congelação. Entretanto, existem evidências de que o
mecanismo de danos pode estar relacionado, pelo menos em parte, a danos mecânicos
causados pela interação entre o gelo e as células. Este dano pode estar relacionado
com a deformação das células pelos cristais de gelo formados (TAKAMATSU;
RUBINSKY, 1999).
Durante o processo de resfriamento das células, acontecem danos devido à
formação progressiva de cristais de gelo no meio externo, com conseqüente aumento
da concentração de solutos não permeáveis no meio extracelular. Este dano causado
pela solução extracelular hipertônica pode ser químico e relacionado com mudanças no
volume celular induzido osmoticamente (TAKAMATSU; RUBINSKY, 1999).
Quando uma suspensão de células é congelada, há formação de cristais de
gelo primeiro no meio extracelular, diminuindo gradualmente, a quantidade de água não
congelada. Simultaneamente, durante o resfriamento, as células desidratam em função
de forças osmóticas resultantes da concentração de solutos extracelulares devido a
congelação. Se o resfriamento for lento, a solução intracelular vai, eventualmente,
passar por uma transição de solidificação assumindo um estado não cristalino, podendo
as células sofrer danos pelo chamado Efeito Solução. Se o resfriamento for rápido, a
solução intracelular vai cristalizar com concomitante injúria celular. Para uma velocidade
de resfriamento próxima do ótimo, a solução intracelular deve solidificar de maneira
total ou parcialmente vítrea. Em último caso, o citoplasma compromete a matriz
solidificada com gelo ou micro-cristais. Entretanto, existem muitos mecanismos de
danos celulares durante o processo de descongelação também. As crioinjúrias durante
o processo de descongelação são resultantes, em parte, da devitrificação da solução
Nicacio, A. C. Revisão de Literatura
33
intracelular, ou seja, da formação de novos núcleos de cristais de gelo ou crescimento
dos cristais já existentes (KARLSSON, 2001).
Carneiro e Cal-Vidal (2000), estudando a estruturação de cristais de gelo
visando a criopreservação de frutos tropicais, classificaram dois mecanismos que
podem promover dano à estrutura celular. O primeiro está relacionado com a
possibilidade de perfuração da membrana celular pelo cristal de gelo intracelular. O
segundo se relaciona com a quebra da parede celular pelos cristais formados no meio
extracelular. Podemos extrapolar este princípio de formação de cristais intra e
extracelular para células animais e, conseqüentemente, para os embriões.
2.8 Estratégias para evitar os danos embrionários durante a criopreservação
A meta é evitar condições hiperosmóticas e formação intracelular de cristais
de gelo, procurando adequar os processos de congelação e de descongelação na
presença de crioprotetores (MASSIP et al., 1989).
As estratégias para contornar estas injúrias são bem diferentes, podendo ser
o aumento da concentração da solução crioprotetora para prevenir a formação de
cristais de gelo ou a diminuição da concentração da solução para reduzir o efeito tóxico
(KASAI; ITO; EDASHIGE, 2002).
Uma possibilidade para contornar os problemas da criopreservação de
embriões produzidos in vitro é ajustar os métodos de criopreservação para atender as
necessidades destes embriões (VAJTA et al., 1999). Atualmente, existem duas
vertentes de estudo para criopreservação de embriões. A primeira vertente consiste na
congelação controlada (ou congelação lenta) que foi inicialmente estabelecida para
embriões de camundongos e depois aplicada em embriões bovinos produzidos in vivo.
A segunda vertente é a vitrificação que envolve a adição de altas concentrações de
crioprotetores e taxas de congelação muito rápidas, evitando a formação de cristais de
gelo (SILVA; METELO, 2005). Depois de muitas modificações na congelação
Nicacio, A. C. Revisão de Literatura
34
controlada, a vitrificação tem se mostrado uma alternativa para este propósito (VAJTA
et al., 1999).
Para aperfeiçoar as condições de criopreservação é essencial identificar os
mecanismos das injúrias que cada protocolo provoca sobre os embriões. Na
congelação controlada a maior causa de injúrias é a formação de cristais de gelo,
enquanto na vitrificação o efeito tóxico das soluções crioprotetoras muito concentradas
é o maior obstáculo (KASAI; ITO; EDASHIGE, 2002).
2.9 Congelação controlada
A congelação controlada tem produzido índices de prenhez em torno de 50 a
55% a campo para embriões produzidos in vivo (WALKER; CAMPOS-CHILLON;
SEIDEL, 2006).
As técnicas de criopreservação envolvem: adição de crioprotetor; congelação
do embrião com indução prévia da cristalização e estocagem em nitrogênio líquido;
descongelação do embrião e remoção do crioprotetor. Estes métodos envolvem a
penetração do crioprotetor em temperatura ambiente e a desidratação dos embriões
durante o processo de resfriamento e congelação, antes da imersão em nitrogênio
líquido (FAHNING; GARCIA, 1992).
O objetivo é retirar o máximo de água possível do embrião e, assim, prevenir
a formação de gelo intracelular enquanto o citoplasma super-resfria antes de congelar.
A indução da cristalização (seeding) induz a mudança de estado da água para gelo, o
que leva a um aumento da concentração de sais na solução. Uma vez que o gelo se
forma, os embriões congelam lentamente, permitindo a eles mudança de concentrações
osmóticas (FAHNING; GARCIA, 1992).
A velocidade lenta de resfriamento empregada visa manter o delicado
balanço entre vários fatores que podem causar danos como a formação de cristais de
gelo, injúrias osmóticas, efeito tóxico dos crioprotetores, concentração intracelular de
Nicacio, A. C. Revisão de Literatura
35
eletrólitos, injúrias do resfriamento, fratura da zona pelúcida e de embriões e alterações
de organelas intracelulares, citoesqueleto e contatos célula-célula (VAJTA, 2000).
As taxas de resfriamento foram adequadas para a remoção da água
intracelular do embrião, prevenindo as injúrias causadas pelos cristais de gelo,
enquanto minimizava-se o estresse tóxico/osmótico da exposição dos embriões a altas
concentrações de sais (CAMPOS-CHILLON et al., 2006).
Os protocolos de criopreservação foram desenvolvidos para prevenir a
formação de cristais de gelo intracelulares. A primeira estratégia (congelação
controlada) foi baseada no princípio da desidratação (CAMPOS-CHILLON et al., 2006),
produzindo um encolhimento gradual do embrião devido a saída de água do meio
intracelular, reduzindo o volume embrionário (FAHNING; GARCIA, 1992).
O protocolo mais usado envolve a exposição dos embriões à solução de
1,5M de etileno glicol, com ou sem 0,1M de sacarose. Os embriões são envasados em
palhetas de 0,25ml e mantidos a -6
o
C até a indução da cristalização. É feito, então, o
resfriamento a uma velocidade em torno de 0,6
o
C por minuto até atingir a temperatura
final ao redor de -32
o
C. As palhetas são imersas em nitrogênio líquido, onde
permanecem armazenadas (WALKER; CAMPOS-CHILLON; SEIDEL, 2006). Embora os
índices obtidos sejam aceitáveis e difíceis de superar em embriões produzidos in vivo
(VAJTA, 2000) existem limitações do emprego desta técnica, como o custo do
equipamento e a demora do processo (WALKER; CAMPOS-CHILLON; SEIDEL, 2006).
Enquanto estudos indicam que a congelação rápida pode ser benéfica para a
sobrevivência de embriões bovinos produzidos in vitro (MAHMOUDZADEH et al., 1995).
Mahmoudzadeh et al. (1994) sugerem que a baixa taxa de sobrevivência embrionária
após a congelação controlada não é devido ao protocolo, mas sim a alta sensibilidade
dos embriões produzidos in vitro ao processo.
Nicacio, A. C. Revisão de Literatura
36
2.10 Vitrificação
Rall e Fahy (1985) introduziram a vitrificação como método para
criopreservar embriões de mamíferos na ausência de gelo. Esta técnica reduz a
necessidade de equipamentos e diminui o custo e o tempo por embrião transferido
(DOBRINSKY, 2002).
A vitrificação pode ser definida como um processo físico, pelo qual uma
solução muito concentrada de crioprotetor solidifica durante a congelação, sem formar
cristais de gelo. A solução fica muito viscosa e assume um estado amorfo, denominado
vítreo, que mantém a distribuição iônica e molecular do estado líquido (DARVELID et
al., 1994). A vitrificação é caracterizada pela ausência total de cristais de gelo, tanto no
meio intracelular quanto no meio extracelular (LIEBERMANN et al., 2002).
Os protocolos de congelação rápida e vitrificação são estratégias
particularmente atrativas para criopreservar embriões porque são baratas, rápidas e
simples, porém, as soluções crioprotetoras apresentam altas concentrações de
crioprotetores, podendo ser tóxicas aos embriões. Assim, muitos esforços têm sido
feitos para melhorar estes protocolos (KULESHOVA et al., 2001).
Esta estratégia, denominada vitrificação, requer soluções muito viscosas,
taxas de resfriamento muito rápidas, pequenos volumes e soluções com altas
concentrações de crioprotetores para alterar o estado físico da solução, tornando-o
semelhante ao vidro (CAMPOS-CHILLON et al., 2006). A vitrificação é uma promessa,
pois, não há formação de cristais de gelo e como o resfriamento é feito rapidamente, há
menor dano pelo resfriamento (VAJTA, 1996).
A vitrificação requer altas concentrações de crioprotetores para atingir a
conformação vítrea. O sucesso da vitrificação requer o estabelecimento das
concentrações de crioprotetores, tempo e temperatura de exposição. Sendo que estas
condições ainda não foram estabelecidas para embriões em estágio de mórula, pois
Nicacio, A. C. Revisão de Literatura
37
neste estágio de desenvolvimento os embriões produzidos in vitro são mais sensíveis
aos crioprotetores (CAMPOS-CHILLON et al., 2006).
As altas concentrações de crioprotetor podem causar injúrias tóxicas e
osmóticas, sendo que a extensão desses danos depende da permeabilidade das
soluções usadas e do estágio de desenvolvimento embrionário (VAJTA, 1996). O maior
obstáculo para a vitrificação é a toxicidade das soluções crioprotetoras e depende não
apenas da concentração dos componentes permeáveis, mas também do tempo e da
temperatura de exposição (KASAI et al., 2002).
Existe uma questão a ser observada quando se estuda a vitrificação de
embriões, que são as diferentes soluções crioprotetoras e os diferentes recipientes que
vêm sendo empregados, dificultando o estabelecimento de um protocolo único.
Entretanto, os relatos de prenhezes após a vitrificação de embriões encorajam os
estudos desta técnica. É importante salientar, ainda, que os resultados ainda são
inconsistentes (LIEBERMANN et al., 2002).
A criopreservação pela vitrificação parece ser mais adequada para embriões
produzidos in vitro (KAIDI et al., 1999). O etileno glicol, por exemplo, é altamente
permeável, quando usado em altas concentrações como exige a vitrificação ele é
altamente tóxico. Por isso, recomenda-se a associação deste com outro crioprotetor
(VAJTA, 1996). Assim sendo, vêm sendo utilizadas associações de crioprotetores como
o glicerol (Gli) e propanodiol; o etileno glicol (EG), ficoll e sacarose; o etileno glicol (EG)
e dimetilsulfóxido (DMSO); o etileno glicol (EG), trealose e polivinilpirrolidona; o glicerol
(Gli) e etileno glicol (EG). Entretanto, as soluções de vitrificação contêm altas
concentrações de crioprotetores que podem ser prejudiciais aos embriões (KAIDI et al.,
1999).
Outra maneira de tentar minimizar os danos que as altas concentrações de
crioprotetores podem causar é fazer a exposição em duas etapas. O primeiro passo
desta exposição ao crioprotetor é feito com soluções menos concentradas para
conseguir o equilíbrio entre os fluídos extra e intracelulares. O segundo passo é feito
com soluções concentradas e tempos de exposição relativamente curtos,
acompanhados pelo encolhimento do embrião e aumento de concentração de
macromoléculas e de eletrólitos intracelulares (VAJTA, 1997).
Nicacio, A. C. Revisão de Literatura
38
Vajta et al. (1996) ao estudarem a vitrificação de embriões produzidos in vitro
em diferentes estágios de desenvolvimento relataram que os índices de re-expansão de
blastocistos iniciais (Bi), blastocistos (Bl) e blastocistos expandidos (Bx) não diferiram,
entretanto, houve aumento dos índices de eclosão em estágios mais adiantados. Isso
pode ser explicado por diferenças estruturais resultantes do decréscimo de
sensibilidade a vitrificação e descongelação em estágios mais avançados.
A pré-congelação no vapor de nitrogênio antes da imersão em nitrogênio
líquido reduz significativamente o rompimento das palhetas (RALL, 1987). Por outro
lado isto muda a velocidade de resfriamento durante a vitrificação, podendo ser
prejudicial às células embrionárias (DARVELID et al., 1994).
A vitrificação no vapor de nitrogênio é feita para prevenir fraturas que podem
danificar o embrião ou a zona pelúcida. Estas fraturas têm sido observadas quando
soluções muito concentradas são imersas abruptamente em nitrogênio líquido. Isto
pode ser evitado pela congelação da solução em vapor de nitrogênio por dois minutos
antes da imersão em nitrogênio líquido, o que permite a uniformidade de temperatura
na amostra durante a congelação. Estudo publicado por Vajta et al. (1997a) mostrou
que a fratura da zona pelúcida pode ocorrer por mudanças de pressão induzidas nas
soluções pelo rápido encolhimento e expansão de bolhas de ar durante as mudanças
de temperatura. Portanto, as condições ótimas de congelação e descongelação têm de
ser encontradas para cada solução de vitrificação (DONNAY et al., 1998).
Comparações entre a congelação controlada e a vitrificação têm mostrado
diferentes resultados, embora pareça que a vitrificação seja mais adequada para
embriões produzidos in vitro (MUCCI et al., 2005). Nedambale et al. (2004), ao
compararem a congelação controlada e a vitrificação, concluíram que a vitrificação
apresentou melhores índices de sobrevivência embrionária in vitro para embriões
produzidos em sistema de cultivo seqüencial de KSOM-SOF. Porém, os autores citam
dados de embriões produzidos em co-cultivo que teriam apresentado alta sobrevivência
após a congelação controlada (dados não publicados pelo grupo).
A maioria das publicações que compara a congelação controlada e a
vitrificação apresenta resultados semelhantes de sobrevivência embrionária in vivo e in
vitro ou ainda a vitrificação apresenta melhores resultados. Porém, quando se fala em
Nicacio, A. C. Revisão de Literatura
39
embriões produzidos in vivo, a vitrificação não vem sendo aplicada. Existem algumas
explicações para o fato, como os índices de congelação controlada para embriões
produzidos in vivo estarem cerca de 10% a baixo dos índices obtidos com embriões
frescos, sendo difícil superar. Além disso, existe uma diversidade de metodologias e
protocolos de vitrificação muito grande, sem que haja uma técnica definitivamente
eficiente a ser seguida. Isso sem dizer que a praticidade da técnica é relativa, pois, o
tempo gasto para vitrificar um embrião é de cerca de 3 minutos. Porém, os embriões
precisam ser tratados individualmente. Caso existam entre 15 e 25 embriões, o tempo
total gasto é semelhante, sendo exercida a tarefa com mais demora (VAJTA, 2000).
Outros autores salientam essa questão da praticidade relativa da vitrificação, sendo
este fato verdadeiro apenas para grupos reduzidos de embriões (VAN WAGTENDONK-
DE LEEUW; et al., 1995).
Outro ponto importante a ser considerado é que as condições experimentais
variam muito entre os trabalhos, havendo várias alternativas de métodos e protocolos
de criopreservação, dificultando a comparação entre índices de prenhez dos diferentes
trabalhos publicados (VAN WAGTENDONK-DE LEEUW; et al., 1995).
2.11 Análise da qualidade embrionária
A avaliação dos embriões antes da transferência é importante para o
sucesso dos programas de transferência de embriões (HOSHI, 2003). O tempo de
desenvolvimento é um bom indicativo da competência de sobrevivência embrionária
(THOMPSON, 1997). É importante ressaltar que apenas o desenvolvimento de
blastocistos tem sido usado, em vários laboratórios, como parâmetro para avaliar o
sistema de cultivo (RUSSELL et al., 2006).
Embora a avaliação morfológica dos embriões seja bastante útil para
predizer os índices de prenhez, esta não é tão eficiente para predizer a sobrevivência
de embriões individualmente (HOSHI, 2003) e, nem mesmo, é uma maneira eficiente de
predizer a habilidade destes embriões em originarem crias saudáveis (RUSSELL et al.,
Nicacio, A. C. Revisão de Literatura
40
2006). Há embriões classificados morfologicamente como de qualidade ruim que
conseguem resultar em prenhezes, enquanto que embriões classificados
morfologicamente como de qualidade excelente não resultam em prenhezes. Estes
relatos sugerem que, além da avaliação morfológica, é necessário encontrar uma
maneira mais precisa para avaliar a viabilidade embrionária (HOSHI, 2003; RUSSELL et
al., 2006).
Em estudos mais recentes, quando a relação entre a morfologia embrionária,
a ultra-estrutura, a expressão gênica e a criotolerância vem sendo feita, muito tem sido
atribuído à análise morfológica dos embriões, trazendo novamente a atenção dos
pesquisadores para os aspectos morfológicos. Dessa forma, a coloração dos
blastômeros, a extensão da compactação, a cinética do desenvolvimento e o tempo
para a formação da blastocele e o diâmetro do embrião no momento da eclosão vem
sendo relacionados com a qualidade embrionária (LONERGAN; et al., 2006). Na
realidade, o ideal é utilizar uma combinação de fatores para avaliar a qualidade
embrionária, como o número de células e sua localização no embrião, a ocorrência de
apoptose e a expressão de determinados genes (RUSSELL et al., 2006).
Enquanto a qualidade do oócito é o principal determinante do
desenvolvimento embrionário inicial, o sistema de cultivo após a fecundação é o
principal fator que influencia a qualidade destes embriões. Há vários estudos sobre
sistemas de cultivo que verificam o número de blastocistos e não a qualidade dos
embriões. Assim, métodos para avaliar a qualidade dos embriões como a contagem de
células, a criotolerância e o padrão de expressão gênica devem ser associados com as
mensurações de desenvolvimento embrionário para comparar os diferentes sistemas de
cultivo (PEREIRA; DODE; RUMPF, 2005).
Na produção in vitro de embriões, qualquer resposta do sistema de produção
que cause danos ao DNA e que possa ser detectada precocemente será de grande
valor para selecionar o sistema de cultivo que apresenta menor risco de induzir a
expressão gênica aberrante (FONTANIER-RAZZAQ et al., 2001).
Para adaptar os protocolos de criopreservação é necessário um
procedimento simples e acurado para avaliar a viabilidade embrionária após a
descongelação. O melhor critério é o nascimento de animais saudáveis (KAIDI et al.,
Nicacio, A. C. Revisão de Literatura
41
1998), avaliando-se os índices de prenhez e nascimentos, duração da gestação, peso e
proporção entre machos e fêmeas ao nascimento (MARTINEZ et al., 2002). Entretanto,
muitos fatores influenciam a manutenção da prenhez após a transferência de embriões
produzidos in vitro como o sistema de cultivo utilizado na produção, qualidade
embrionária, número de embriões transferidos por receptora, sincronia entre o embrião
e a receptora, profissional que executou a transferência, embriões frescos ou
criopreservados e, ainda, efeito de estresse térmico sobre os embriões e/ou as
receptoras (LIM et al., 2007). Assim, alternativas podem ser utilizadas como a avaliação
da re-expansão e eclosão in vitro, a avaliação do número total de células, trofectoderma
e massa celular interna ou os estudos metabólicos (KAIDI et al., 1998; MARTINEZ et
al., 2002).
A habilidade de criopreservação depende da qualidade dos embriões e das
condições de cultivo que pode, porém, ser melhorada pelo ajuste do procedimento de
criopreservação (KAIDI et al., 1998). Além disso, um bom indicativo do potencial de
sobrevivência in vivo dos embriões descongelados pode ser o desenvolvimento in vitro
com taxas equivalentes aos embriões não criopreservados (PUGH; TERVIT; NIEMANN,
2000). A viabilidade dos embriões pós-descongelação pode ser verificada por diferentes
métodos, o mais comum é o cultivo por 24 ou 48 horas. Além disso, os embriões após a
descongelação devem ser co-cultivados com células da granulosa (RIZOS et al., 2001).
Entretanto, a correlação entre a taxa de prenhez e a sobrevivência in vitro dos embriões
é considerada baixa (KAIDI et al., 1999). As condições de co-cultivo podem influenciar a
sobrevivência e a qualidade dos blastocistos após a criopreservação também (KAIDI et
al., 1998).
2.12 Expressão gênica: análise e sua importância
Aproximadamente 10.000 genes precisam ser expressos para que se tenha
uma orquestrada regulação do desenvolvimento embrionário pré e pós-implantacional
(NIEMANN; WRENZYCKI, 2000; MOHAN et al., 2002). Entretanto, até o momento,
Nicacio, A. C. Revisão de Literatura
42
apenas 15 funções fisiológicas e a expressão de 60 a 70 genes foram bem estudados
(NIEMANN; WRENZYCKI, 2000; TESFAYE et al., 2005).
Durante o período pré-implantacional, o embrião passa por uma série de
eventos de desenvolvimento morfo-genéticos incluindo a maturação do oócito, a
ativação do genoma embrionário quando ocorre a transição do controle de transcrição
de materno para fetal. O efeito de alterações no padrão de expressão gênica em
embriões bovinos produzidos in vitro, principalmente quando cultivados em condições
subótimas, aparece refletido em importantes fenômenos como a Síndrome do Feto
Gigante (LOS) (BADR et al., 2007).
A aplicação de ferramentas moleculares para avaliar embriões em estágios
pré-implantacionais nos animais de produção podem trazer novos conhecimentos sobre
o desenvolvimento embrionário de mamíferos, ajudando a incrementar os
procedimentos de biotecnologia (KANKA et al., 2003).
A expressão gênica embrionária pode ser alterada em resposta ao estresse
ambiental, o que provavelmente é uma maneira do embrião estabilizar sua função
celular. Isto será muito útil para determinar como o padrão de expressão gênica do
embrião pode ser alterado por outros sinais de origem materna ou embrionária que
podem coordenar o desenvolvimento embrionário com as progressivas mudanças no
trato reprodutivo feminino durante a gestação (CHANDOLIA et al., 1999).
Tipos de RNAm oriundos de diferentes sistemas de cultivo ou de embriões
produzidos in vitro ou in vivo não são necessariamente os mesmos. Alterações
encontradas na expressão de RNAm podem estar diretamente ligadas à qualidade
embrionária (KANKA et al., 2003).
Diferentes condições de cultivo afetam a expressão gênica em embriões
mamíferos, sendo a dinâmica do RNAm útil para aperfeiçoar as condições de cultivo in
vitro (STOJKOVIC et al., 2003; BADR et al., 2007).
A análise das diferenças nas expressões de RNAm pode explicar as
diferenças observadas na criotolerância entre embriões produzidos in vitro e in vivo e
pode propiciar a oportunidade de modificar a expressão gênica e o sistema de cultivo
para melhorar a viabilidade pós-descongelação (RIZOS et al., 2002; RIZOS et al.,
2003).
Nicacio, A. C. Revisão de Literatura
43
O melhor conhecimento do padrão de expressão gênica durante o período
de desenvolvimento pré-implantacional permitirá aumento do conhecimento de padrões
moleculares que controlam o desenvolvimento inicial e, ainda, um preâmbulo para
entender eventos que podem resultar em mortalidade embrionária precoce (MOHAN et
al., 2002).
A análise da expressão gênica de embriões pode ser o procedimento de
escolha para avaliar a qualidade embrionária no futuro. Entretanto, ainda existem
problemas, como a definição de genes a serem estudados e quanto do gene pode ser
expresso em uma célula normal (YUAN et al., 2003).
Estratégias de análise de expressão gênica vêm sendo introduzidas com
sucesso no estudo qualitativo e quantitativo da transcrição gênica que ocorre durante a
maturação oocitária e o desenvolvimento embrionário (LECHNIAK, 2002).
Graças ao progresso da tecnologia molecular, está se conhecendo maior
número de genes expressos durante o desenvolvimento embrionário (KANKA et al.,
2003). Os tipos de RNAm servem como importante ferramenta para verificar a
normalidade de embriões e aperfeiçoar as condições de cultivo in vitro (NIEMANN;
WRENZYCKI, 2000; KANKA et al., 2003).
Além dos métodos como Differential Display (DD) RNAm, bibliotecas de
cDNA substrativo, quantitativo e real-time RT-PCR, existem metodologias como os
microarrays para identificar diferentes RNAm (KANKA et al., 2003). A Differential
Display-RT-PCR (DD-RT-PCR) permite a identificação de novos genes sem que se
conheçam suas seqüências (NIEMANN; WRENZYCKI, 2000) e vem sendo aplicada
para comparar padrões de expressão de RNAm em embriões na fase pré-
implantacional (MOHAN et al., 2002), sendo um valioso método para comparar pools de
RNAm entre duas ou mais amostras e ainda permite avaliar a influência do sistema de
cultivo sobre a expressão gênica (NATALE et al., 2001).
O uso de técnicas como a DD-RT-PCR permite a comparação do padrão de
expressão de RNAm entre amostras, permitindo identificar novos e raros transcritos.
Devido à necessidade de pouco material para executar esta técnica, seu uso em
oócitos e embriões vem permitindo a identificação de genes específicos (TESFAYE et
al., 2003).
Nicacio, A. C. Revisão de Literatura
44
Novos genes críticos para o desenvolvimento podem potencialmente ser
identificados, usando DD RNAm ou bibliotecas de cDNA substrativo. O uso de
ferramentas moleculares avançadas abre novos horizontes para a pesquisa e
incrementam significativamente os conhecimentos básicos do desenvolvimento
embrionário, assim como contribuem para a melhoria de vários procedimentos
biotecnológicos envolvendo oócitos e embriões (NIEMANN; WRENZYCKI, 2000) e
esclarecem o processo de ativação do genoma embrionário em bovinos (KANKA et al.,
2003).
A análise da expressão gênica embrionária pela técnica de DD-RT-PCR vem
sendo muita aplicada, pois permite identificar respostas genéticas a estímulos
específicos, embora tenha seu uso restrito por permitir a amplificação de uma pequena
porção do genoma total. Além disso, esta técnica é muito sensível e leva a falsos
positivos, o que exige outras análises quantitativas que comprovem os resultados,
como a análise por PCR em Tempo Real (LIM et al., 2007).
Lonergan et al. (2003) selecionaram alguns genes relacionados a
importantes processos fisiológicos como o transporte e o metabolismo de frutose
(GLUT-5), o estresse (SOX), a atividade mitocondrial e detoxificação de espécies
reativas a oxigênio (MnSOD), a comunicação celular (Cx43), o reconhecimento materno
de prenhez (ITN-), a apoptose (Bax), o ligante do fator de crescimento (EGF-IR) e o
metabolismo e estresse oxidativo (G6PD).
O sistema de cultivo pode afetar o desenvolvimento e a qualidade dos
blastocistos e a criotolerância pode ser um bom indicador da qualidade dos embriões
(RIZOS et al., 2001; DOBRINSKY, 2002; CAMPOS-CHILLON et al., 2006). Os embriões
bovinos produzidos in vitro apresentam significativa diferença de sobrevivência após a
criopreservação (ENRIGHT et al., 2000; SILVA; METELO, 2005), pois são mais
sensíveis às injúrias decorrentes dos efeitos tóxicos e osmóticos dos crioprotetores,
assim como à formação de cristais de gelo (VAJTA; HYTTEL; CALLESEN, 1997). A
reduzida criotolerância dos blastocistos produzidos in vitro na presença de soro é
acompanhada por desvios na relativa abundância de transcritos de importantes genes
do desenvolvimento (RIZOS et al., 2003).
Nicacio, A. C. Revisão de Literatura
45
Dentre os muitos estudos que vêm sendo realizados, pode-se encontrar duas
vertentes, ou seja, trabalhos sobre o desenvolvimento de novos protocolos de
criopreservação e seus efeitos e trabalhos sobre o cultivo embrionário, visando
melhorar a qualidade dos embriões para suportarem os processos de criopreservação
(MARTINEZ et al., 2002; MUCCI et al., 2005).
46
Objetivo
Nicacio, A. C Objetivo
47
3 OBJETIVO
Este estudo teve como objetivo identificar os danos causados pela
criopreservação e pelo cultivo de embriões bovinos produzidos in vitro após a
descongelação, avaliando a morfologia, a expressão gênica e o desenvolvimento in
vitro antes e após a criopreservação.
48
Hipótese
Nicacio, A. C. Hipótese
49
4 HIPÓTESE
A criopreservação causa danos ao DNA embrionário, prejudicando a
expressão gênica, o que inviabiliza o desenvolvimento embrionário in vitro após a
descongelação e cultivo in vitro. E o cultivo embrionário in vitro após a criopreservação
causa alterações na expressão gênica o que dificulta relacionar os resultados obtidos in
vitro com os in vivo.
50
Material e Método
Nicacio, A. C. Material e Método
51
5 MATERIAL E MÉTODO
Foram utilizados ovários bovinos oriundos de abatedouros para obtenção de
oócitos, os quais foram maturados, fecundados e cultivados in vitro. Os embriões
produzidos nestes procedimentos foram criopreservados ou não conforme o grupo
experimental.
5.1 Produção de embriões bovinos
Foram colhidos ovários bovinos em matadouro e transportados em solução
salina, com temperatura controlada (30 a 33C) até o laboratório. Os ovários foram
lavados em solução salina e mantidos em banho-maria à 30
o
C. Os folículos foram
aspirados com seringa de 5ml e agulha 25x8 (21G) e o líquido folicular mantido em tubo
de 15ml em banho-maria a 30C por 10 minutos. O sedimento foi examinado sob
estereomicroscópio, em placa de petri, para localização e seleção dos oócitos.
Os oócitos com citoplasma de coloração homogênea e mais de duas
camadas completas de células do cummulus foram lavados em meio de lavagem
(Anexo B.1) e em meio de maturação (Anexo B.2) e colocados para maturar in vitro
(MIV) em microgotas de 90µl do meio de maturação (Anexo B.2) sob óleo mineral, por
24 horas, em estufa com 5% CO
2
em ar; 38,5C e alta umidade. Foram colocados entre
10 e 30 oócitos por gota, sendo este padrão mantido em todo o processo.
Para a fecundação in vitro dos oócitos, o sêmen foi descongelado em banho-
maria à 37
o
C por 30 segundos e centrifugado em gradiente de Percoll (Anexos B.6 e
B.7) por 30 minutos a 700g (Labofuge 300 Heraeus) para separação dos
espermatozóides vivos e mortos. O sedimento foi ressuspendido, sendo novamente
centrifugado por 5 minutos a 300g em meio de fecundação (Anexo B.4). A
Nicacio, A. C. Material e Método
52
concentração foi corrigida para 1x10
6
espermatozóides por ml do meio de fecundação.
Os oócitos maturados foram lavados no meio de lavagem (Anexo B.3) e no meio de
fecundação acrescido de agentes capacitores (Anexo B.5) e incubados em microgotas
de 90µl de meio de fecundação (Anexo B.5) sob óleo mineral, onde foram
acrescentados os espermatozóides. As placas de petri foram mantidas em estufa com
5% de CO
2
em ar; 38,5C e alta umidade.
Após 18 horas da fecundação, os prováveis zigotos foram co-cultivados
(Anexo B.8), após remoção mecânica das células do cumulus. Após 48 horas de cultivo
foi acrescido 90l do meio de cultivo (Anexo B.8) às microgotas (feeding) e avaliada a
clivagem. Os embriões foram avaliados a partir do sétimo dia da fecundação. Como
controle, uma gota por placa foi mantida sem que os embriões recebessem qualquer
tratamento para avaliar a eclosão.
5.2 Preparo das placas de co-cultivo
As placas para o co-cultivo dos presumíveis zigotos e embriões foram
preparadas conforme a descrição a seguir.
5.2.1 Placas de co-cultivo para produção de embriões
Após a maturação, os oócitos foram retirados das placas para a fecundação.
Para a formação da monocamada de células da granulosa, o meio de maturação foi
retirado, as gotas lavadas com 50l de meio de cultivo, que foram descartados e
colocados 90l de meio de cultivo por gota. No dia seguinte, os prováveis zigotos
foram transferidos para estas placas.
Nicacio, A. C. Material e Método
53
5.2.2 Placas de co-culitivo para embriões criopreservados e descongelados
Grupos de 5 a 10 oócitos (com menos de duas camadas de células do
cummulus completas) foram lavados em meio de lavagem e em meio de maturação e
colocados em microgotas de 90l do meio de maturação sob óleo mineral e mantidos
por 24 horas, em estufa com 5% CO
2
em ar; 38,5C e alta umidade. Os oócitos foram
retirados das gotas e descartados. Para a formação da monocamada de células da
granulosa, o meio de maturação foi retirado, as gotas lavadas com 50l de meio de
cultivo, que foram descartados e colocados 90l de meio de cultivo por gota. Após 3
dias foi acrescido 90µl do meio de cultivo a cada gota. Após 6 dias, estas placas
receberam os embriões descongelados.
5.3 Exposição dos embriões aos crioprotetores
Os embriões foram expostos por 10 minutos à solução de 10% Etileno Glicol
(EG) (Anexo 4.1) ou às soluções de 10% de EG (Anexo C.3) e de 20% EG + 20% de
Glicerol (Anexo C.4) por 30 segundos. Em seguida foi feita a remoção do crioprotetor
dos embriões em duas etapas, sendo lavados em 0,5ml da solução de PBS; 0,3M de
Sacarose e 0,2% de BSA (Anexo C.2) e em 0,5ml da solução de PBS e 0,2% de BSA
(Anexo C.1), ambas por 3 minutos. Os embriões foram recolocados na placa de co-
cultivo para avaliação da eclosão.
Nicacio, A. C. Material e Método
54
5.4 Criopreservação dos embriões
Os embriões foram envasados em grupos de até 10 por palheta de 0,25ml,
preenchendo as colunas das extremidades (cerca de 4cm) com PBS; 0,3M de Sacarose
e 0,2% de BSA (Anexo C.2), duas colunas com ar (cerca de 1cm) para separar as
colunas das extremidades da coluna central (cerca de 1cm) preenchida com embriões e
solução crioprotetora de acordo com o grupo experimental: controlado, rápido ou
vitrificação.
5.4.1 Método controlado
Os embriões foram expostos por 10 minutos à solução de 10% de EG (Anexo
C.3), incluindo o tempo de envase. As palhetas foram lacradas e imersas em álcool a –
7
o
C na máquina de congelação (HAAKE) por 5 minutos para equilíbrio da
temperatura. Em seguida, foi induzida a cristalização (seeding) e, após 5 minutos,
iniciado o resfriamento na velocidade de 1,2
o
C por minuto. Ao alcançar a temperatura
de –31
o
C, aguardaram-se 10 minutos e as palhetas foram imersas e armazenadas em
nitrogênio líquido.
5.4.2 Congelação rápida
Os embriões foram inicialmente equilibrados à solução de 10% de EG
(Anexo C.3) por 10 minutos e depois à solução de 20% EG + 20% de Glicerol (Anexo
C.4) por 30 segundos, incluindo o tempo de envase. As palhetas foram lacradas e
Nicacio, A. C. Material e Método
55
colocadas em vapor de Nitrogênio (cerca de 0,8cm da coluna de Nitrogênio Líquido à
aproximadamente 170C) por 2 minutos, imersas e armazenadas em Nitrogênio
Líquido.
5.4.3 Vitrificação
Os embriões foram expostos à solução de 10% de EG (Anexo C.2) por 10
minutos e depois à solução de 25% de EG + 25% de Gli (Anexo C.5) por 30 segundos,
incluindo o envase. As palhetas foram lacradas e colocadas em vapor de Nitrogênio
(cerca de 0,8cm da coluna de Nitrogênio Líquido à aproximadamente 170C) por 2
minutos, imersas e armazenadas em Nitrogênio Líquido.
5.5 Descongelação dos embriões e remoção do crioprotetor
Os embriões foram descongelados por 10 segundos no ar e 20 segundos no
banho-maria a 25C. Para a remoção do crioprotetor, os embriões foram colocados em
0,5ml da solução de PBS; 0,3M de Sacarose e 0,2% de BSA (Anexo C.1) e em 0,5ml
da solução de PBS e 0,2% de BSA (Anexo C.2), ambas por 3 minutos.
5.6 Cultivo embrionário
Os embriões frescos, expostos aos crioprotetores e criopreservados foram
co-cultivados in vitro no meio SOFaa (Anexo B.8) ou no meio TCM199 (Anexo B.9),
ambos os meios com células da granulosa em estufa com 5% de CO
2
em ar; 38,5
º
C e
alta umidade. Os embriões descongelados foram avaliados às 24 horas para verificar a
Nicacio, A. C. Material e Método
56
taxa de re-expansão e às 48, 72 e 96 horas para as taxas de eclosão de todos os
grupos.
5.7 Análise da expressão gênica
A extração de RNA total foi feita, a partir de 20 blastocistos expandidos
frescos e 20 blastocistos expandidos criopreservados pelo método controlado, ambos
cultivados em TCM199 por 24 horas. Destes blastocistos foi extraído o RNA total com o
kit illustra RNAspin Mini RNA Isolation (GE Healthcare), seguindo orientações do
fabricante e diluído em 30µl de água livre de RNAses.
A síntese do DNA complementar (cDNA) foi feita com o RNA total extraído na
etapa anterior, utilizando 1µl de Superscript III (Invitrogen) (200U/µl), 1µl de primer
âncora 5’ - AAT ACG ACT CAC TAT AGT (T)
12
NN- 3’(NN= GC, GA ou GG) (5µM), 2µl
de dNTPs (2,5mM cada), 2µl de DTT (0,1 m), 1µl de RNaseOUT (40U/µl; Invitrogen)
e 4µl de tampão 5X. Inicialmente, foram mantidos apenas o RNA e o primer âncora em
termociclador (Mastercycler gradient - Eppendorf) a 70
o
C por 5 minutos e a seguir a
4
o
C por 5 minutos. Foi adicionado 10μl de mix (preparado previamente e mantido a -
20
o
C) com o restante dos componentes e as reações foram realizadas a 42
o
C por 15
minutos, 50
o
C por 50 minutos e 70
o
C por 15 minutos para inativação da enzima (em
termociclador Mastercycler gradient - Eppendorf).
As amplificações foram realizadas em 2 etapas, sendo a primeira com 10
ciclos contendo 1,33µl de produtos de RT-PCR (equivalente a 15pg de RNAm inicial),
1µl de tampão 10X, 2µl de dNTPs (2.5mM cada), 1.33µl de TAMRA T7 (5µM), 1.33µl de
primer arbitrário (5µM), 0.1µl de Taq DNA polimerase (5U/µl; Invitrogen) e 0.2μl de
MgCl
2
(50mM). As condições de PCR foram de 95
o
C por 2 minutos, seguido por 10
ciclos de 92
o
C por 15 segundos, 42
o
C por 30 segundos e 72
o
C por 2 minutos, extensão
final de 72
o
C por 10 minutos (em termociclador Mastercycler gradient - Eppendorf). A
seguir, 10µl de mix contendo 1.8µl de MgCl
2
(50mM) e igual quantidade dos outros
componentes foram adicionados para uma segunda etapa de amplificação de 25 ciclos
Nicacio, A. C. Material e Método
57
de 92
o
C por 15 segundos, 42
o
C por 30 segundos e 72
o
C por 2 minutos e extensão final
de 72
o
C por 10 minutos (em termociclador Mastercycler gradient - Eppendorf). Foram
utilizados 3 primers âncoras e 10 primers arbitrários (RIPAMONTE, 2005).
Para verificar a eficiência da reação e quantificar a quantidade de produtos
iniciais e finais, foi realizada reação de PCR em Tempo Real com primer para o gene
GAPDH suíno e cDNA de 30 embriões suínos frescos (controle positivo) e produtos das
reações de RT-PCR com 3 primers âncora e os grupos fresco e congelado. As reações
foram feitas com 11,25μl de Master Mix (com Sybr green), 1μl de primer Rer, 2μl de
primer For, 2μl de cDNA e 8,75μl de água.
5.8 Análise estatística
A análise dos dados foi realizada com auxílio do Software Statistical Analysis
Sistem for Windows SAS®. As variáveis dependentes foram expressas em média e erro
padrão da média (média ± EPM) e analisados por ANOVA, usando o aplicativo PROC
MIXED do SAS®. Foram consideradas variáveis dependentes as porcentagens de re-
expansão e de eclosão e como variáveis independentes os tratamentos (métodos de
criopreservação), as réplicas e as gotas.
58
Delineamento Experimental
Nicacio, A. C. Delineamento Experimental
59
6 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
6.1 Experimento 1: Avaliação da sobrevivência dos embriões à exposição aos
crioprotetores
6.2 Experimento 2: Avaliação da sobrevivência dos embriões à criopreservação
MIV
,
FIV
,
CIV
Blastocistos
expandidos (D7)
Congelação
p
ida
TCM (96h)
SOF (96h)
Congelação
controlada
TCM (96h) SOF (96h)
Vitrifica
ç
ão
TCM (96h) SOF (96h)
MIV
,
FIV
,
CIV
Blastocistos
expandidos (D7)
Controle
SOF
(
96h
)
EG10
SOF
(
96h
)
EG20/Gli20
SOF
(
96h
)
Nicacio, A. C. Delineamento Experimental
60
6.3 Experimento 3: Análise da expressão gênica em embriões criopreservados e
frescos
Blastocistos
expandidos (D7)
MIV
,
FIV
,
CIV
Congelação
controlada
Embriões
frescos
TCM
(24 horas)
PCR em Tempo
Real
61
Resultados
Nicacio, A. C. Resultados
62
7 RESULTADOS
Foram realizadas manipulações (Maturação, Fecundação e Cultivo in vitro) e
observados os índices de clivagem no dia 3 (D3 - 68,71%), blastocisto no dia 9 (D9 -
25,66%) e eclosão dos blastocistos no dia 12 de cultivo (D12 - 46,09%) de embriões
não tratados.
7.1 Experimento 1: Avaliação da sobrevivência dos embriões à exposição aos
crioprotetores
Foram selecionados 273 blastocistos expandidos de qualidade excelente
(grau 1), sendo distribuídos 101 para o grupo EG 10, 100 para o grupo EG20/Gli20 e 72
para o grupo controle, totalizando 11 réplicas. Os índices de eclosão foram de 62,38%,
69,00% e 59,72%, respectivamente (Tabela 1).
Nicacio, A. C. Resultados
63
Tabela 1 - Índices de eclosão dos embriões expostos às soluções crioprotetoras EG 10
e EG20+Gly20 e controle – São Paulo – 2007.
Réplicas Eclosão EG10 (%) Eclosão 20/20 (%) Eclosão Controle (%)
1 16/17 16/18 6/6
2 7/12 6/13 6/15
3 6/7 7/7 8/14
4 0/5 1/4 1/1
5 3/10 6/10 1/2
6 3/5 4/6 3/5
7 7/10 9/11 4/5
8 9/9 7/7 3/7
9 3/5 0/4 1/3
10 9/14 8/13 8/8
11 0/7 5/7 2/6
Total 63/101 (62,38) 69/100 (69,00) 43/72 (59,72)
Os resultados da análise estatística realizada pelo Teste PROC MIXED do
SAS não mostraram diferença entre os grupos de exposição e o grupo controle.
Portanto, a exposição às soluções crioprotetoras não influenciou a sobrevivência dos
blastocistos (Tabela 2).
Tabela 2 – Índices de eclosão dos embriões expostos às soluções crioprotetoras EG
10, EG20/Gly20 e controle – São Paulo – 2007
Tratamento Número de
Blastocistos
Média ± EPM Valor de p
EG10 101 58,94 ± 9,43 0,5685
EG20/Gli20 100 65,55 ± 9,43 0,8734
Controle 72 60,78 ± 9,43 0,6801
Letras minúsculas diferentes na mesma coluna indicam diferença estatística pelo Teste PROC MIXED
(p<0,05).
7.2 Experimento 2: Avaliação da sobrevivência dos embriões à criopreservação
Foram utilizados 600 blastocistos expandidos de qualidade excelente (grau
1), sendo 199 para a congelação controlada, 200 para a congelação rápida e 201 para
Nicacio, A. C. Resultados
64
a vitrificação. Após a descongelação, os embriões foram divididos entre os meios de
cultivo TCM199 ou SOFaa, sendo cultivados 99 no TCM199 100 e no meio SOFaa no
método controlado; 103 no TCM199 e 97 no meio SOFaa na congelação rápida e 101
no TCM199 e 100 no meio SOFaa na vitrificão. Foram feitas 5 replicatas para cada
meio de cultivo (TCM199 ou SOFaa).
O método controlado apresentou índices de re-expansão de 58,58%, quando
os embriões foram cultivados no meio TCM199, enquanto o método rápido apresentou
1,61% e a vitrificação 13,65%. Constatamos que houve diferença entre o método
controlado e os demais métodos, embora entre os demais métodos não tenha sido
constatada diferença. O método controlado apresentou índices de eclosão dos
blastocistos de 44,65% quando os embriões foram cultivados no meio TCM199. O
método rápido e a vitrificação apresentaram índices de eclosão de 0% e 9,43%,
respectivamente. Constatamos que houve diferença entre o método controlado e os
demais métodos, embora não tenha sido constatada diferença entre os demais
métodos (Tabela3).
Tabela 3 - Índices de re-expansão e de eclosão dos blastocistos após a
criopreservação pelos métodos controlado, rápido e vitrificação e
cultivados no meio TCM199 - São Paulo - 2007
Média ± EPM
Tratamento Número de
Blastocistos Re-expansão Eclosão
Controlado 99 58,58 ± 6,94
a
44,65 ± 5,94
a
Rápido 103 1,61 ± 7,41
b
0 ± 6,46
b
Vitrificação 101 13,65 ± 7,76
b
9,43 ± 6,77
b
Letras minúsculas diferentes na mesma coluna indicam diferença estatística pelo Teste PROC MIXED
(p<0,05).
O método controlado apresentou índices de re-expansão de 34,66%, quando
os embriões foram cultivados no meio SOFaa. Os métodos rápido e vitrificação
apresentaram índices de re-expansão de 4,32% e 19,62%, respectivamente.
Constamos que houve diferença entre o método controlado e os demais métodos,
embora não tenha havido diferença entre o método rápido e a vitrificação. Já para os
índices de eclosão, o método controlado apresentou 11,65%, enquanto o método rápido
apresentou 0,29% e a vitrificação 8,67%. Constamos que o método controlado foi
diferente do método rápido, mas não foi diferente da vitrificação (Tabela 4).
Nicacio, A. C. Resultados
65
Tabela 4 – Índices de re-expansão e de eclosão de blastocistos após a criopreservação
pelos métodos controlado, rápido e vitrificação e cultivados no meio SOFaa
- São Paulo - 2007
Média ± EPM
Tratamento Número de
Blastocistos Re-expansão Eclosão
Controlado 100 34,66 ± 5,39
a
11,65 ± 3,37ª
Rápido 97 4,32 ± 5,39
b
0,29 ± 3,37
b
Vitrificação 100 19,62 ± 6,95
b
8,67 ± 4,47
ab
Letras minúsculas diferentes na mesma coluna indicam diferença estatística pelo Teste PROC MIXED
(p<0,05).
7.3 Experimento 3: Análise da expressão gênica em embriões criopreservados e
frescos
A figura 1 mostra que a amplificação do primer âncora 3 com amostra de
cDNA de embriões bovinos frescos, teve início a partir do 36º ciclo de amplificação,
indicando que havia pouco cDNA disponível para a reação.
Figura 1: Quantificação da amplificação do primer âncora 3 com amostra de cDNA de
embriões bovinos frescos
Cyc le
403938373635343332313029282726252423222120191817161514131211109876543210
Fluorescence (norm)
1
10
100
1000
Nicacio, A. C. Resultados
66
A figura 2 mostra que não houve amplificação dos produtos do primer âncora
3 com amostra de cDNA de embriões bovinos criopreservados pelo método controlado
(1,2
o
C/minuto), indicando não haver cDNA inicial suficiente para acontecer a reação.
Figura 2: Quantificação da amplificação do primer âncora 3 com amostra de cDNA de
embriões bovinos criopreservados pelo método controloado (1,2
o
C/minuto)
A figura 3 mostra que a amplificação do primer GAPDH com amostra de
cDNA de embriões suínos (controle positivo) começou a acontecer a partir do 33º ciclo
de amplificação.
Cycle
403938373635343332313029282726252423222120191817161514131211109876543210
Fluorescence (norm)
1
10
100
1000
Nicacio, A. C. Resultados
67
Figura 3: Quantificação da amplificação do primer GAPDH com amostra de cDNA de
embriões suínos (controle positivo)
Ao comparar as curvas de amplificação dos embriões do grupo fresco com o
grupo congelado (Figuras 2 e 3, respectivamente) podemos observar que o mesmo
primer âncora teve amplificação no grupo fresco e não teve no grupo congelado,
indicando a diferença de cDNA inicial entre os grupos e indicando, também, que as
condições de reação são apropriadas para o primer.
Ao comparar os resultados do grupo de embriões suínos frescos com o
grupo de embriões bovinos frescos verificamos que a amplificação do grupo fresco foi
mais tardia (36º ciclo contra 33º ciclo), mostrando novamente haver pouca quantidade
de cDNA inicial para a reação.
A figura 4 mostra que o pico da curva de dissociação (melting curve)
aconteceu entre 86 e 87
o
C, portanto, sendo indicativo de que os produtos da reação
não são dímeros de primers.
Cycle
403938373635343332313029282726252423222120191817161514131211109876543210
Fluorescence (norm)
1
10
100
1000
Nicacio, A. C. Resultados
68
Figura 4: Curva de dissociação para primer âncora 3 com embriões bovinos frescos
A figura 5 mostra que não houve um pico de dissociação nesta reação,
caracterizando a ausência de produtos na reação.
Figura 5: Curva de dissociação para primer âncora 3 com embriões bovinos
criopreservados pelo método controlado (1,2
o
C/ minuto)
A figura 6 mostra o pico de dissociação do grupo de embriões suínos
(controle positivo) entre 87 e 88
o
C, caracterizando a presença de produtos de
amplificação que não são dímeros de primer.
Temperature [°C]
959493929190898887868584838281807978777675747372717069686766656463626160
- dI / dT (%)
100
80
60
40
20
0
-20
-40
-60
-80
-100
Threshold: 15%
Temperature [°C]
959493929190898887868584838281807978777675747372717069686766656463626160
- dI / dT (%)
100
80
60
40
20
0
-20
-40
-60
-80
-100
Threshold: 15%
Nicacio, A. C. Resultados
69
Figura 6: Curva de dissociação para primer GAPDH com amostra de cDNA de embriões
suínos (controle positivo)
A comparação entre os grupos frescos e suínos (figuras 4 e 6,
respectivamente) permite novamente verificar a existência de menor quantidade de
produtos da reação no grupo de embriões frescos.
Temperature [°C]
959493929190898887868584838281807978777675747372717069686766656463626160
- dI / dT (%)
100
80
60
40
20
0
-20
-40
-60
-80
-100
Threshold: 15%
70
Discussão
Nicacio, A. C. Discussão
71
8 DISCUSSÃO
A criopreservação de embriões é um obstáculo para a aplicação comercial
extensiva da produção in vitro de embriões bovinos. Muitos protocolos de produção in
vitro e de criopreservação vêm sendo utilizados. Seguindo esta linha, o presente
trabalho avaliou protocolos de criopreservação de embriões e de viabilidade
embrionária após a descongelação para incrementar a produção in vitro de embriões
bovinos para uso comercial.
Foram realizados experimentos para avaliar a toxicidade das soluções
crioprotetoras, as quais se mostraram satisfatórias. Os embriões apresentaram
desenvolvimento normal após a exposição, não havendo diferença entre os índices de
eclosão do grupo controle e dos grupos experimentais, indicando que as soluções
crioprotetoras não foram deletérias ao desenvolvimento embrionário.
Realizaram-se experimentos de congelação de embriões pelos métodos
controlado, rápido e vitrificação. Os índices de eclosão foram baixos após a
criopreservação pelos métodos rápido e vitrificação, os quais foram deletérios ao
desenvolvimento embrionário, no entanto, a congelação controlada mostrou índices
mais altos e adequados.
Em estudo recente, Mucci et al. (2005) observaram que imediatamente após
a descongelação, os embriões sofriam contração, mostrando um esboço de citoplasma
e aparência morfológica normal. Porém, após 30 minutos de cultivo, os embriões
apresentavam-se regredidos, com aparência escura e debris celulares visíveis no
espaço perivitelínico. No presente trabalho, também se verificou este aspecto
morfológico aparentemente normal nos embriões dos grupos rápido e vitrificação,
sendo os índices de re-expansão e de eclosão mais baixos. Já os embriões do grupo
controlado apresentavam-se com grande redução de citoplasma e aumento de espaço
perivitelínico, porém, após 24 horas de cultivo, apresentaram os melhores índices de
sobrevivência.
Nicacio, A. C. Discussão
72
Dentre os protocolos utilizados para a congelação controlada, os pontos
comuns são o equilíbrio dos embriões na solução crioprotetora (contendo entre 10 e
11% de crioprotetor permeável) por 5 a 10 minutos a temperatura ambiente (20 a 25
o
C),
a indução da cristalização (seeding) quando as palhetas atingem entre -5
o
C a -9
o
C, o
resfriamento a velocidade entre 0,3
o
C a 0,6
o
C por minuto até atingir temperatura entre -
33
o
C a -40
o
C, sendo as palhetas imersas em nitrogênio líquido (MOORE; BONILLA,
2006).
Entretanto, os protocolos de congelação controlada são extremamente
demorados, sendo necessário, conforme o protocolo usado, mais de uma hora para o
processo todo. No intuito de diminuir esse tempo necessário, o presente trabalho
utilizou velocidade de resfriamento mais rápida (1,2
o
C/minuto), seguindo trabalhos
anteriores realizados pelo nosso grupo de pesquisa. Assumpção (2001) comparou a
sobrevivência de embriões bovinos produzidos in vitro após a criopreservação pelo
método controlado utilizando as velocidades de resfriamento de 0,5
o
C por minuto e
1,2
o
C por minuto e não encontrou diferença.
A congelação controlada (resfriamento de 1,2
º
C/minuto) apresentou índices
de re-expansão e eclosão aquém do esperado, em comparação aos trabalhos de
Assumpção (2001) e Nicacio (2003). A diferença de metodologia entre os três trabalhos
foi o meio de cultivo após a descongelação, sendo no presente, inicialmente, o meio
SOFaa e nos outros dois trabalhos o meio TCM199 acrescido de SFB, piruvato e
gentamicina, ambos em co-cultivo com células da granulosa. Dessa forma, realizaram-
se experimentos para verificar a influência dos meios de cultivo após a descongelação
na viabilidade embrionária, quando foi observado que os índices de re-expansão e de
eclosão no meio TCM199 foram maiores do que no SOFaa.
Verificou-se, neste trabalho, que a congelação controlada obteve melhor
índice de sobrevivência in vitro do que a vitrificação para embriões bovinos produzidos
em sistema de co-cultivo com células da granulosa em meio SOFaa. O mesmo foi
observado por Campos-Chillon et al. (2006) que, ao compararem protocolos de
criopreservação com glicerol tanto para a congelação controlada quanto para a
vitrificação, verificaram índices de prenhez praticamente idênticos para ambos os
Nicacio, A. C. Discussão
73
métodos (controlado 45,1% e vitrificação 44,5%), sendo a vitrificação descartada da
rotina de criopreservação.
Donnay et al. (1998) vitrificaram blastocistos em solução de 25% de etileno
glicol e 25% de glicerol, obtendo 53% de eclosão após 72 horas de co-cultivo no meio
TCM199 com células BRL (Buffalo Rat Liver). No presente estudo, este protocolo de
criopreservação apresentou entre 6 e 7% de eclosão, conforme o meio de cultivo.
Embora a solução crioprotetora final tenha sido a mesma, o procedimento de equilíbrio
dos embriões na solução foi diferente, sendo, no presente trabalho, feito em duas
etapas de exposição em concentrações crescentes e, no estudo de Donnay et al.
(1998), feito em três etapas em concentrações crescentes. Acredita-se que a exposição
em três etapas tenha sido menos deletéria aos embriões, o que explica a melhor
sobrevivência embrionária. Além disso, o diferente sistema de produção de embriões
talvez tenha sido outro motivo para a diferença de respostas.
O mesmo resultado foi observado em estudo realizado por Kaidi et al. (1998),
quando embriões bovinos produzidos in vitro foram vitrificados em solução de 25% de
etileno glicol e 25% de glicerol, com a exposição em 3 etapas de concentrações
crescentes, obtendo índices de eclosão entre 32 e 81%, conforme as condições de
cultivo após a descongelação.
Em estudo visando comparar os efeitos da congelação controlada
(0,3
o
C/minuto) e da vitrificação (25% de etileno glicol e 25% de glicerol, em 3 etapas de
concentrações crescentes) sobre o metabolismo e morfologia de embriões bovinos
produzidos in vitro, Kaidi et al. (2001) não obtiveram diferença entre os índices de re-
expansão e eclosão entre os dois protocolos testados e concluíram que ambos os
processos de criopreservação causaram danos ao metabolismo e às células
embrionárias, mesmo que por mecanismos diferentes, indicando porque ocorrem as
perdas embrionárias após a transferência.
Os resultados do presente trabalho não corroboram com a literatura, pois
houve diferença entre os índices de re-expansão e de eclosão, conforme o protocolo,
sendo que a congelação controlada (congelação lenta) apresentou resultado mais
satisfatório em relação a congelação rápida e a vitrificação.
Nicacio, A. C. Discussão
74
Já foi mostrado, em vários estudos, que o uso de soro fetal nos meios de
cultivo induz à produção de embriões com maior quantidade de lipídeos no citoplasma.
Assim, como já foi demonstrado em vários estudos, embriões com maior quantidade de
lipídeos são mais sensíveis à criopreservação (RIZOS et al., 2002; LONERGAN et al.,
2003; RIZOS et al., 2003; SEIDEL et al., 2006). Tendo em vista que os embriões deste
trabalho foram produzidos em meio SOFaa acrescido de Soro fetal Bovino (SFB),
acreditamos que estes embriões apresentaram quantidade de lipídeos elevada,
comprometendo sua criotolerância, justificando os índices menores de sobrevivência
após a congelação rápida e a vitrificação em comparação com dados da literatura.
Para facilitar o procedimento de transferência dos embriões após a
criopreservação foi desenvolvido por Leibo e Loskutoff (1993) uma maneira de remover
o crioprotetor dos embriões ainda na palheta (método “one step”). Para tal, nas
extremidades da palheta deve ser colocada uma solução contendo entre 0,3 e 1,0M de
sacarose (VAN WAGTENDONK –DE LEEUW et al., 1995). A sacarose vem sendo
utilizada na remoção de crioprotetores permeáveis tanto em protocolos de congelação
lenta (controlada) quanto em protocolos de vitrificação (AGCA et al., 1998).
O uso da sacarose visa permitir que o crioprotetor deixe o interior das células
embrionárias passivamente e por ser um agente impermeável às células serve para
manter o equilíbrio osmótico durante a descongelação, evitando a entrada de grande
quantidade de água nas células e, conseqüentemente, o choque osmótico ao embrião
(FAHNING; GARCIA, 1992; KASAI, 2002; MOORE; BONILA, 2006).
Durante a remoção dos crioprotetores permeáveis por difusão, usando a
sacarose na solução, os embriões permanecem contraídos. Esta condição de contração
das células pode ser prejudicial aos embriões (KASAI, 2002). Quando os embriões se
contraem muito em resposta a hipertonicidade do meio externo, alterando seu volume,
a membrana plasmática das células pode ser afetada, perdendo sua integridade e o
citoesqueleto pode perder sua organização. Portanto, existe um limite de tolerância do
embrião ao estresse osmótico, que deve ser determinado. Enquanto esse limite não é
estabelecido e nem outras possíveis conseqüências são determinadas, os protocolos
devem ser observados com cautela (AGCA et al., 1998).
Nicacio, A. C. Discussão
75
No presente trabalho utilizamos a concentração de 0,3M de sacarose,
embora não seja possível determinar o verdadeiro efeito da sacarose, uma vez que
apenas o grupo controlado apresentou resultados satisfatórios. Consideramos a
possibilidade de que esta concentração de sacarose não foi suficiente para a remoção
dos crioprotetores e reidratação adequada dos embriões dos grupos de congelação
rápida e vitrificação, sendo possível a ocorrência de choque osmótico no momento da
descongelação.
Para evitar esse estresse aos embriões, os crioprotetores devem ser
removidos em etapas, ou seja, os embriões devem passar por soluções menos
hipertônicas e depois por soluções isotônicas (KASAI, 2002). Mais uma vez, o
procedimento foi executado, porém não é possível concluir sobre sua influência, já que
apenas o grupo controlado obteve resultados satisfatórios, sendo possível que os
embriões tenham sofrido esse estresse osmótico.
Uma modificação nos procedimentos de criopreservação é manter as
palhetas com os embriões em vapor de nitrogênio líquido (-170
o
C), visando tanto
diminuir as rupturas de zona pelúcida quanto das palhetas (VAN WAGTENDONK –DE
LEEUW et al., 1995).
A fratura das células embrionárias ou da zona pelúcida acontece devido às
mudanças não uniformes de volume das soluções durante sua solidificação. Para
minimizar estas ocorrências, a temperatura crítica (ao redor de -130
o
C) em que ocorre a
mudança de fase da solução deve ser passada rapidamente, tanto na congelação
quanto na descongelação. São, ainda, relatadas fraturas nas palhetas onde os
embriões são acondicionados. Para evitar essas fraturas de palhetas recomenda-se o
uso de estruturas mais flexíveis ou a congelação em vapor de nitrogênio (KASAI, 2002).
Um dos protocolos (grupo de congelação rápida) foi feito em vapor de
nitrogênio e não foi verificada pela análise morfológica dos embriões nenhuma fratura
de zona pelúcida. Entretanto, devemos salientar que em nenhum dos grupos
experimentais este dano foi verificado quando morfologicamente avaliados os embriões
após a criopreservação. Logicamente, uma análise ultra-estrutural com auxílio de
microscopia eletrônica, talvez permitisse a observação mais acurada dos danos
ocorridos na zona pelúcida dos embriões deste trabalho.
Nicacio, A. C. Discussão
76
Outra maneira de minimizar as fraturas de zona pelúcida é pela
descongelação em ar e não diretamente em banho-maria a 20 ou 36
o
C (FAHNING;
GARCIA, 1992). O mesmo procedimento de descongelação foi feito neste trabalho e
não verificamos a ocorrência de fraturas na zona pelúcida. Mais uma vez, salientamos
que a análise feita foi apenas morfológica e que uma análise ultra-estrutural seria mais
acurada e eficiente para estas conclusões.
Como as condições experimentais e os protocolos de criopreservação de
embriões variam muito entre os trabalhos, é difícil comparar os índices de prenhez (van
WAGTENDONK –DE LEEUW et al., 1995).
Muitos estudos avaliaram a influência das condições de cultivo na produção
de embriões, visando melhorar sua qualidade (KHURANA; NIEMANN, 2000b;
NIEMANN; WRENZYCKI, 2000; FAIR et al., 2001; DOBRINSKY, 2002; LEONI; et al.,
2002; MOHAN et al., 2002; TESFAYE et al., 2003; PEREIRA; DODE; RUMPF, 2005;
LONERGAN et al., 2006).
Entretanto, poucos estudos avaliaram a influência das condições de cultivo
após a descongelação. Massip et al. (1993) testaram a influência do co-cultivo no meio
para cultivar embriões após a criopreservação. Os embriões foram criopreservados pelo
método controlado (congelação lenta) e cultivados na presença ou ausência de células
epiteliais bovinas no co-cultivo, demonstrando que o co-cultivo influenciou
positivamente os índices de re-expansão e eclosão (MASSIP et al., 1993).
Com resultados demonstrando que o mesmo protocolo de vitrificação (25%
de etileno glicol e 25% de glicerol) apresentou diferentes índices de sobrevivência e
eclosão conforme o meio de cultivo, Kaidi et al. (1998) afirmaram que houve influência
do cultivo após a descongelação.
No presente trabalho, os índices de eclosão também variaram em função do
meio de cultivo para o protocolo de congelação controlada (congelação lenta). Acredita-
se que os protocolos de congelação rápida e vitrificação não tenham apresentado
influência semelhante devido aos danos que os processos de criopreservação tenham
causado aos embriões, sendo estes descongelados sem condições de sobrevivência,
independente do meio de cultivo.
Nicacio, A. C. Discussão
77
Muitos trabalhos avaliam a viabilidade in vitro dos embriões e salientam a
necessidade de estabelecer maneiras mais confiáveis para avaliar os embriões, uma
vez que o estabelecimento de prenhez e nascimento de animais saudáveis é o método
mais confiável, assim como mais demorado e honeroso (KAIDI et al., 1998; PUGH;
TERVIT; NIEMANN, 2000; RIZOS et al., 2001; MARTINEZ et al., 2002; HOSHI, 2003;
RUSSELL et al., 2006; LIM et al., 2007).
Sabe-se da dificuldade de transferir embriões produzidos in vitro a partir de
oócitos oriundos de ovários de matadouro para avaliar a viabilidade in vivo. Considera-
se a viabilidade in vitro um método importante para analisar os embriões. Em virtude
dos resultados do presente trabalho, a influência do meio de cultivo após a
descongelação deve ser considerada, pois um mesmo protocolo de criopreservação,
realizado sob as mesmas condições experimentais, apresentou índices de
sobrevivência diferentes conforme o meio utilizado na análise de sua viabilidade. Para
tornar esta análise mais precisa, acredita-se que mais trabalhos possam ser
executados. A criopreservação de embriões produzidos in vitro é o objetivo final, porém
ainda existem muitos fatores a serem estudados até que seja encontrado um protocolo
adequado.
Uma das maneiras de analisar a influência do meio de cultivo é avaliar a
expressão gênica dos embriões nos diferentes meios, não apenas antes, mas também
após a criopreservação. Uma das ferramentas moleculares de eleição para a realização
desta análise é a técnica de Differential Display (DD-RT-PCR).
A técnica denominada DD-RT-PCR foi explicada por Sirard et al. (2007)
como um mecanismo comum de análise de RNAm baseado na amplificação com um
sistema de amplificação linear que usa um primer T-7, sendo transcrito um antisenso do
RNAm inicial que é amplificado e, se necessário, uma segunda amplificação pode ser
feita ao ser repetido o procedimento. Uma das principais vantagens é a necessidade de
pequeno número de embriões para a realização da análise, pois os produtos podem ser
clonados e seqüenciados (ZIMMERMANN; SCHULTZ, 1994), sendo possível realizar
todo o processo com entre 5 e 10ng de RNA e as amostras podem ser analisadas em
gel (PONSUKSILI et al., 2002).
Nicacio, A. C. Discussão
78
Para determinar as bases moleculares do desenvolvimento de embriões pré-
implantacionais, a expressão diferencial de genes de interesse deve ser identificada e
analisada detalhadamente. Entretanto, a quantidade de RNAm em embriões é limitada.
Reações de Transcrição Reversa associada com reações de PCR (RT-PCR) permitem
detectar raras mensagens em amostras biológicas pequenas e tem sido o método de
escolha para estudar individualmente genes em análises individuais de embriões
(WRENZYCKI; HERRMANN; NIEMANN, 2007).
Tesfaye et al. (2005) compararam o padrão de embriões em diferentes
estágios de desenvolvimento e identificaram possíveis genes alvo. Dessa forma,
confirmaram a possibilidade de utilizar a técnica de DD-RT-PCR para identificar genes
diferencialmente expressos. E ainda, utilizaram o monitoramento da fluorescência,
executando a reação de PCR em Tempo Real para validar os resultados da DD-RT-
PCR e quantificar com acurácia os transcritos.
A técnica de DD-RT-PCR tem limitações como a alta quantidade de falsos
positivos e a necessidade de isolar os fragmentos do gel e repetir a sua amplificação e
clonagem (PONSUKSILI et al., 2002), sendo recomendado a realização de análise com
PCR em Tempo Real para validação dos resultados (TESFAYE et al., 2005). Além
disso, a análise por PCR em Tempo Real permite quantificar a quantidade inicial de
material e eliminar a necessidade de análise em gel dos produtos (LECHNIAK, 2002),
sendo um método preciso e eficiente para avaliar os níveis de transcritos de múltiplos
genes com pequenas amostras de embriões (ROBERT et al., 2002).
Em bovinos, a transcrição tem níveis muito baixos antes do estágio de oito
células, quando acontece a ativação do genoma embrionário. Porém, a queda na
quantidade de RNAm ao longo do desenvolvimento embrionário não é necessariamente
devido a transcrição que esteja ocorrendo, mas sim devido a degradação deste RNAm
de origem materno. Portanto, a interpretação dos níveis de RNAm deve ser considerada
de maneira diferente entre os embriões antes e após a ativação do genoma embrionário
(SIRARD et al., 2005).
Além disso, os níveis de RNAm provavelmente não refletem os níveis
protéicos apresentados pelo embrião, embora muitos dos sistemas regulatórios que
atuam em embriões possam ser analisados já que a transcrição é a primeira resposta
Nicacio, A. C. Discussão
79
celular à diferenciação ou aos estímulos de desenvolvimento. Dessa forma, a análise
da expressão permite examinar a resposta embrionária às mudanças ambientais ou ao
desenvolvimento (SIRARD et al., 2005).
Embora a literatura relate a necessidade de pouco material para a execução
de técnicas como a análise de expressão gênica pela DD-RT-PCR e para a técnica de
PCR em Tempo Real (TESFAYE et al., 2005), neste trabalho encontramos dificuldade
em executar a análise com a mesma quantidade de embriões referidos na literatura. O
uso da técnica de PCR em Tempo Real, monitorada por fluorescência, tem emergido
como uma importante ferramenta para validar os resultados da análise por DD-RT-PCR,
análise serial de expressão gênica (SAGE) a experimentos de cDNA, requerendo
menos RNAm (TESFAYE et al., 2005). Por isso a técnica de PCR em Tempo Real foi
escolhida para analisar os produtos da reação de Transcrição Reversa (RT-PCR) neste
trabalho.
Pikó e Clegg (1982), ao estudarem as mudanças quantitativas de RNA total
presente em embriões murinos, relataram que a quantidade de RNA presente entre os
estágios de 2 células, 8-16 células e blastocisto inicial, aumentou significativamente
(p<0,001). A partir do estágio de 2 células, o RNA presente nestes embriões aumentou
rapidamente, sendo que os embriões de 8-16 células apresentaram cerca de duas
vezes mais RNA e os blastocistos iniciais apresentaram seis vezes mais RNA. E, ainda,
neste trabalho, Pikó e Clegg relataram que blastocistos iniciais murinos (com 32
células) apresentam, em média, 1,47 ± 0,08ng de RNA.
Zimmermann e Schultz (1994), ao executarem a técnica de DD-RT-PCR em
embriões murinos, utilizaram 50 embriões em estágio de 2 células, 25 embriões em
estágio de 8 células e 10 embriões em estágio de blastocisto, sendo estes valores
equivalentes a 10pg de RNA.
Corcoran et al. (2007), ao analisarem a expressão temporal de transcritos
relacionados com a qualidade embrionária de embriões bovinos cultivados entre os
estágios de 2 células até blastocistos, utilizaram 5 pools de 10 embriões por estágio
para realizar a análise quantitativa por PCR em Tempo Real.
Goossens et al. (2005), ao realizarem um estudo envolvendo análise
quantitativa em PCR em Tempo Real em embriões bovinos pré-implantacionais,
Nicacio, A. C. Discussão
80
utilizaram pools de 20 embriões para a extração de RNA. Como a quantidade de RNA
era muito pequena, não foi possível quantificar as amostras em espectrofotômetro.
No presente trabalho, foram utilizados 2 pools de 10 blastocistos expandidos,
tanto para os embriões do grupo criopreservado quanto para os grupos de embriões
frescos. Porém, a análise feita com PCR em Tempo Real permitiu observar que as
amplificações começaram a acontecer tardiamente em comparação com o controle
positivo, indicando que a quantidade de RNAm e cDNA não foram suficientes para
visualização de transcritos em gel de agarose e nem mesmo em gel de poliacrilamida.
Acreditamos que, ao aumentar a quantidade de embriões, haverá aumento do RNAm
disponível, sendo possível a transcrição de cDNA e sua amplificação e, assim, seja
possível realizar a análise da expressão gênica destes grupos experimentais.
A análise com PCR em Tempo Real também permitiu verificar que houve
diferença de resposta conforme o primer âncora, ou seja, um primer âncora apenas
apresentou amplificação, indicando uma possível deficiência ou inatividade de alguns
primers ou da reação.
Da mesma maneira, como um primer âncora apresentou amplificação
apenas no grupo de embriões frescos e não apresentou amplificação no grupo de
embriões criopreservados, acreditamos ser devido a pequena quantidade de RNAm e
cDNA disponíveis para as reações. O que está de acordo com a literatura que relata a
degradação de RNAm durante o processo de criopreservação de embriões humanos de
2 células (GARDNER; LANE, 2005).
Condições subótimas de cultivo durante o período pré-implantacional podem
alterar a degradação do RNAm tanto de origem materna, quando acontece durante a
maturação oocitária, quanto de origem embrionária, quando acontece durante o período
de ativação do genoma embrionário (BADR et al., 2007).
Novas técnicas de mensurar níveis de RNA de embriões em estágio pré-
implantacional pela reação de transcrição reversa (RT-PCR) vem sendo desenvolvida e
utilizada por ser menos laboriosa do que técnicas como o Northern blot. Entretanto, em
virtude de sua eficiência e cinética, o produto final após a amplificação pode não ser
acurado e refletir a concentração inicial de RNA da amostra. A técnica de PCR em
Tempo Real em que os dados são geralmente normalizados é bem menos variável do
Nicacio, A. C. Discussão
81
que a técnica convencional de RT-PCR, não tendo os resultados influenciados por
escassez de algum componente da reação no nível de plateau, fornecendo a
quantificação mais precisa e sensível da quantidade de RNA presente na amostra. E
ainda é uma técnica bastante interessante quando há pouca disponibilidade de células
para análise (GOOSSENS et al., 2005).
82
Conclusões
Nicacio, A. C. Conclusões
83
9 CONCLUSÕES
O método de congelação controlada, com velocidade de resfriamento de
1,2
o
C por minuto, apresentou índice de viabilidade in vitro adequado. Enquanto os
métodos de congelação rápida e de vitrificação apresentaram menores índices de
viabilidade embrionária.
O cultivo após a descongelação exerce influência sobre a viabilidade
embrionária, sendo o meio TCM199 adequado para avaliar a criopreservação de
embriões bovinos produzidos in vitro.
A análise da expressão gênica não foi possível com esta quantidade de
embriões (20 blastocistos expandidos), tanto para os embriões criopreservados quanto
para os embriões frescos.
84
Referências
Nicacio, A. C. Referências
85
REFERÊNCIAS
AGCA, Y.; LIU, J.; PETER, A. T.; CRITSER, E. S.; CRITSER, J. K. Effect of
developmental stage on bovine oocyte plasma membrane water and cryoprotectant
permeability characteristics. Molecular Reproduction and Development, v. 49, n. , p.
408-415, 1998.
ASSUMPÇÃO, M. E. O. A. Avaliação da sobrevivência in vitro e in vivo de
embriões bovinos produzidos in vitro e congelados pelos métodos controlado,
rápido e vitrificação. 2001 53 f. Tese (Doutorado em Medicina Veterinária) –
Faculdade Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo,
2001.
BADR, H.; BONGIONI, G.; ABDOON, A. S. S.; KANDIL, O.; PUGLISI, R. Gene
expression in the in vitro-produced preimplantation bovine embryos. Zygote, v. 15, n. 4,
p. 355-367, 2007.
BETTS, D.; KING, W. A Genetic regulation of embryo death and senesce.
Theriogenology, v. 55, n. 1, p. 171-191, 2001.
CAMPOS-CHILLON, L. F.; WALKER, D. J.; DE LA TORRE-SANCHEZ, J. F.; SEIDEL
JR., G. E. In vitro assessment of a direct transfer vitrification procedure for bovine
embryos. Theriogenology, v. 65, n. 6, p. 1200-1214, 2006.
CARNEIRO, C. S.; CAL-VIDAL, J. Estruturas de cristais de gelo em soluções aquosas
contendo solutos diversos. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 35, n. 2, p. 423-432,
2000.
CHANDOLIA, R. K.; PELTIER, M. R.; TIAN, W., HANSEN, P. J. Biology of
Reproduction, v. 61, n. 6, p. 1644-1648, 1999.
DARVELID, U.; GUSTAFSSON, H.; SHAMSUDDIN, M.; LARSSON, B.; RODRIGUEZ
MARTINEZ, H. Survival rate and ultra structure of vitrified bovine in vitro and in vivo
development embryos. Acta Veterinaria Scandinavica, v. 35, n. 4, p. 417-426, 1994.
DOBRINSKY, J. R. Advancements in cryopreservation of domestic animal embryos.
Theriogenology, v. 57, n. 1, p. 285-302, 2002.
Nicacio, A. C. Referências
86
DOBRINSKY, J. R. Cellular approach to cryopreservation of embryos. Theriogenology,
v. 45, n. 1, p. 17-26, 1996.
DONNAY, I.; AUQUIER; P.; KAIDI, S.; CAROLAN, C.; LONERGAN, P.; MERMILLOD,
P.; MASSIP, A. Vitrification of in vitro produced blastocysts: methodological studies and
developmental capacity. Animal Reproduction Science, v. 52, n. 2, p. 93-104, 1998.
ENRIGHT, B. P.; LONERGAN, P.; DINNEYES, A.; FAIR, T.; WARD, F. A.; YAHG, X.;
BOLAND, M. P. Culture of in vitro produced bovine zygotes in vitro vs in vivo:
implications for early embryo development and quality. Theriogenology, v. 54, n. 5, p.
659-673, 2000.
FAHNING, M. L.; GARCIA, M. A. Status of cryopreservation of embryos from domestic
animals. Cryobiology, v. 29, n. , p. 1-18, 1992.
FAIR, T.; LONERGAN, P.; DINNYES, A.; COTTELL, D. C.; HYTTEL, P.; WARD, F. A.;
BOLAND, M. P. Ultra structure of bovine blastocysts following cryopreservation; effect of
method of blastocyst production. Molecular Reproduction and Development, v. 58, n.
2, p. 186-195, 2001.
FONTANIER-FAZZAQ, N.; McEVOY, T. G.; ROBINSON, J. J.; REES, W. D. DNA
damaging agents increase gadd153 (CHOP-10) messenger RNA levels in bovine
preimplantation embryos cultured in vitro. Biology of Reproduction, v. 64, n. 5, p.
1396-1391, 2001.
GARDNER, D. K.; LANE, M. Ex vivo early embryo development and effects on gene
expression and imprinting. Reproduction, Fertility and Development, v. 17, n. 3,
p.361-370, 2005.
GEORGE, F.; VRANCKEN, M.; VERHAEGHE, B.; VERHOEYE, F.; SCHNEIDER, Y. J.;
MASSIP, A.; DONNAY, I. Freezing of in vitro produced bovine embryos in animal
protein-free medium containing vegetal peptones. Theriogenology, v. 66, n. , p. 1381-
1390, 2006.
GOOSSENS, K.; VAN POUCKE, M.; VAN SOOM, A.; VAN DESOMPELE, J.; VAN
ZEVEREN, A.; PEELMAN, L. J. Selection of reference genes for quantitative real-time
PCR in bovine preimplantation embryos. BMC Developmental Biology, v. 5, n. 27, p.
xx, 2005.
Nicacio, A. C. Referências
87
HANSEN, P. J. Realizing the promise of IVF in cattle-an overview. Theriogenology, v.
65, n. , p. 119-125, 2006.
HASLER, J. F. Factors affecting frozen and fresh embryo transfer pregnancy rates in
cattle. Theriogenology, v. 56, n. 9, p. 1401-1415, 2001.
HOSHI, H. In vitro production of bovine embryos and their application for embryo
transfer. Theriogenology, v. 59, n. 2, p. 675-685, 2003.
HYTTEL, P.; FAIR, T.; CALLESEN, H.; GREVE, T. Oocyte growth, capacitation and final
maturation in cattle. Theriogenology, v. 47, n. 1, p. 23-32, 1997.
HWANG, K.; PARK, S.; PARK, S.; LIM, J. H.; CUI, X.; KIM, N. Specific maternal
transcripts in bovine oocytes and cleavaged embryos: identification with novel DDRT-
PCR methods. Molecular Reproduction and Development, v. 71, n. 3, p. 275-283,
2005.
KAIDI, S.; BERNARD, S.; LAMBERT, P.; MASSIP, A.; DESSY, F.; DONNAY, I. Effect of
conventional controlled-rate freezing and vitrification on morphology and metabolism of
bovine blastocysts produced in vitro. Biology Reproduction, v. 65, n. 4, p. 1127-1134,
2001.
KAIDI, S.; DONNAY, I.; VAN LANGENDOCKT, A.; DESSY, F.; MASSIP, A. Comparision
of two co-culture systems to assess the survival of in vitro produced bovine blastocysts
after vitrification. Animal Reproduction Science, v. 52, n. 1, p. 39-50, 1998.
KAIDI, S.; VAN LANGENDOCKT, A.; MASSIP, A.; DESSY, F.; DONNAY, I. Cellular
alteration after dilution of cryoprotective solutions used for the vitrification of in vitro-
produced bovine embryos. Theriogenology, v. 52, n. 3, p. 515-525, 1999.
KANKA, J.; BRYOVA, A.; DURANTHON, V.; OUDIN, J. F.; PEYNOT, N.; RENARD, J.
P. Identification of differentially expressed mRNA in bovine preimplantation embryos.
Zygote, v. 11, n. 1, p. 43-52, 2003.
KARLSSON, J. O. M. A theoretical model of intracellular devitrification. Cryobiology, v.
42, n. , p. 154-169, 2001.
Nicacio, A. C. Referências
88
KASAI, M.; ITO, K.; EDASHIGE, K. Morphological appearance of the cryopreserved
mouse blastocyst as a tool to identify the type of cryoinjury. Human Reproduction, v.
17, n. 7, p.1863-1874, 2002.
KHOSLA, S.; DEAN, W.; REIK, W; FIEL, R. Culture of preimplantation embryos and is
long-term effects on gene expression and phenotype. Human Reproduction Update, v.
7, n. 4, p. 419-427, 2001.
KHURANA, N. K.; NIEMANN, H. Effects of cryopreservation on glucose metabolism and
survival of bovine morulae and blastocysts derived in vitro or in vivo. Theriogenology,
v. 54, n. 2, p. 313-326, 2000.
KRISHER, R. L.; BAVISTER, B. D. Responses of oocytes and embryos to the culture
environment. Theriogenology, v. 49, n. , p. 103-114, 1998.
KULESHOVA, L. L.; LOPATA, A. Vitrification can be more favorable than slow cooling.
Fertility and Sterility, v. 78, n. 3, p. 449-454, 2002.
KULESHOVA, L. L.; SHAW, J. M.; TROUNSON, A. O. Studies on replacing most of the
penetrating cryoprotectant by polymers for embryo cryopreservation. Cryobiology, v.
43, n. 1, p. 21-31, 2001.
LECHNIAK, D. Quantitative aspects of gene expression analysis in mammalian oocytes
and embryos. Reproductive Biology, v. 2, n. 3, p. 299-241, 2002.
LEIBO, S. P.; LOSKUTOFF, N. M. Cryobiology of in vitro-derived bovine embryos.
Theriogenology, v. 39, n. 1, p. 81-94, 1993.
LEONI, G.; BOGLIOLO, L.; BERLINGUER, F.; ROSATI, I.; PINTUS, P. P.; LEDDA, S.;
NAITANA, S. Defined media for vitrification, warming, and rehydration: effects on post-
thaw protein synthesis and viability of in vitro derived ovine embryos. Cryobiology, v.
45, n. 3, p. 204-212, 2002.
LIEBERMANN, J.; NAWROTH, F.; ISACHENKO, V.; ISCHENKO, E.; RAHIMI, G.;
TUCKER, M. J. Potential importance of vitrification in reproductive medicine. Biology of
Reproduction, v. 67, n. 6, p. 1671-1680, 2002.
Nicacio, A. C. Referências
89
LIM, K. T.; JANG, G.; KO, K. H.; LEE, W. W.; PARK, H. J.; KIM, J. J.; LEE, S. H.;
HWANG, W. S.; LEE, B. C.; KANG, S. K. Improved in vitro bovine embryo development
and increased efficiency in producing viable calves using defined media.
Theriogenology, v. 67, n. , p. 293-302, 2007.
LONERGAN, P.; FAIR, T.; CORCORAN, D.; EVANS, A. C. O. Effect of culture
environment on gene expression and developmental characteristics in IVF-derived
embryos. Theriogenology, v. 65, n. , p. 137-152, 2006.
LONERGAN, P.; RIZOS, D.; GUTIÉRREZ-ADÁN, A.; MOREIRA, P. M.; PINTADO, B.;
DE LA FUETE, J. Temporal divergence in the pattern of messenger RNA expression in
bovine embryos cultured from the zygote to blastocyst stage in vitro or in vivo. Biology
of Reproduction, v. 69, n. 4, p. 1424-1431, 2003.
LONERGAN, P.; RIZOS, D.; KANKA, J.; NEMCOVA, L.; MBAYE, A., M.; KINGSTON,
M.; WADE, M.; DUTTY, P.; BOLAND, M. P. Temporal sensitivity of bovine embryos to
culture environment after fertilization and the implications for blastocyst quality
Reproduction, v. 126, n. 3, p. 337-346, 2003.
MAHMOUDZADEH, A. R.; VAN SOOM, A.; BOLS, P.; YSEBAERT, M. T.; KRUIF, A.
Optimization of a simple vitrification procedure for bovine embryos produced in vitro:
effect of developmental stage, two-step addition of cryoprotectant and sucrose dilution
on embryonic survival. Journal of Reproduction and Fertility, v. 103, n. 1, p. 33-39,
1995.
MAHMOUDZADEH, A. R.; VAN SOOM, A.; YSEBAERT, M. T.; KRUIF, A. Comparison
of two-step vitrification versus controlled freezing on survival of in vitro produced cattle
embryos. Theriogenology, v. 42, n. 8, p. 1389-1397, 1994.
MARQUANT-LEGUIENNE, HUMBLOT, P. Practical measures to improve in vitro
blastocyst production in the bovine. Theriogenology, v. 49, n. , p. 3-11, 1998.
MARQUEZ-ALVARADO, Y. C.; GALINA, C. S.; CASTILLA, B.; LÉON, H.; MORENO-
MENDONZA, N. Evidence of damage in cryopreserved and fresh bovine embryos using
the Tunnel technique. Reproduction in Domestic Animals, v. 39, n. 3, p. 141-145,
2004.
Nicacio, A. C. Referências
90
MARTINEZ, A. G.; VALCARCEL, A.; DE LÃS HERAS, M. A.; DE MATOS, D. G.;
FURNUS, C.; BROGLIATTI, G. Vitrification of in vitro produced bovine embryos: in vitro
and in vivo evaluations. Animal Reproduction Science, v. 73, n. , p. 11-21, 2002.
MASSIP, A.; MERMILLOD, P.; WILS, C.; DESSY, F. Effects of dilution procedure and
culture conditions after thawing on survival of frozen bovine blastocysts procedure in
vitro. Journal of Reproduction and Fertility, v. 97, n. 1, p. 65-69, 1993.
MASSIP, A.; VAN DER ZWALMEN, P.; SCHEFFEN, B.; ECTORS, F. Some significant
steps in the cryopreservation of mammalian embryos with a note on a vitrification
procedure. Animal Reproduction Science, v. 19, n. 1-2, p. 117-129, 1989.
MOHAN, M.; RYDER, S.; CLAYPOOL, P. L.; GEISERT, R. D.; MALAYER, J. R.
Analysis of gene expression in the bovine blastocyst produced in vitro using
suppression-subtractive hybridization. Biology of Reproduction, v. 67, n. 2, p. 447-
453, 2002.
MOORE, K.; BONILLA, A. Q. Cryopreservation of mammalian embryos: the state of the
art. ARBS Annual Review of Biomedical Sciences.
http://arbs.bibliotece.unesp.br2006,8:19-32
.
MUCCI, N.; ALLER, J.; KAISER, G. G.; HOZBOR, F.; CABODEVILA, J.; ALBERIO, R.
H. Effect of estrous cow serum during bovine embryo culture on blastocyst development
and cryotolerance alter show freezing or vitrification. Theriogenology, v. 65, n. 8, p.
1551-1562, 2005.
NATALE, D. R.; DE SOUSA, P. A.; WESTHUSIN, M. E.; WATSON, A. J. Sensitivity of
bovine blastocyst gene expression patterns to culture environments assessed by
differential display RT-PCR. Reproduction, v. 122, n. 5, p. 687-693, 2001.
NEDAMBALE, T. L.; DINNYÉS, A.; GROEN, W.; DOBRINSKY, J. R.; TIAN, X. C.;
YANG, X. Comparison on in vitro fertilized bovine embryos cultured in KSOM or SOF
and cryopreserved by slow freezing or vitrification. Theriogenology, v. 62, n. 3-4, p.
437-449, 2004.
NICACIO, A. C. Criopreservação e desenvolvimento in vitro de embriões bovinos.
2003 66 f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.
Nicacio, A. C. Referências
91
OLIVEIRA, A. T. D.; LOPES, R. F. F.; RODRIGUES, J. L. Gene expression and
development competence of bovine embryos produced in vitro under varying embryo
density conditions. Theriogenology, v. 64, n. 7, p. 1559-1572, 2005.
PEREIRA, D. C.; DODE, M. A. N.; RUMPF, R. Evaluation of different culture systems on
the in vitro production of bovine embryos. Theriogenology, v. 63, n. 4, p. 1131-1141,
2005.
PONSUKSILI, S.; TESFAYE, D.; EL-HALAWANY, N.; SCHELLANDER, K.; WIMMERS,
K. Stage-specific expressed sequence tags obtained during preimplantation bovine
development by differential display RT-PCR and suppression subtractive hybridization.
Prenatal Diagnosis, v. 22, n. 12, p. 1135-1142, 2002.
PUGH, P. A.; TERVIT, H. R.; NIEMANN, H. Effects of vitrification medium composition
on the survival of bovine in vitro produced embryos, following in straw-dilution, in vitro
and in vivo following transfer. Animal Reproduction Science, v. 58, n. 1, p. 9-22, 2000.
RALL, W. F. Factors affecting the survival of mouse embryos cryopreserved by
vitrification. Cryobiology, v. 24, n. 5, p. 387-402, 1987.
RALL, W. F.; FAHY, G. M. Vitrification: a news approach to embryo cryopreservation.
Theriogenology, v. 23, n. 23, p. 220, 1985.
RIEF, S.; SINOWATZ, F.; STOJKOVIC, M.; EINSPANIER, R.; WOLF, E.; PRELL, K.
Effects of novel co-culture system on development, metabolism and gene expression of
bovine embryos produced in vitro. Reproduction, v. 124, n. 4, p. 543-556, 2002.
RIPAMONTE, P. Genômica funcional da ativação do genoma e do bloqueio
embrionário em bovinos. 2005 101f. Tese (Doutorado em Zootecnia) - Faculdade de
Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Universidade de São Paulo, Pirassununga, 2005.
RIZOS, D.; GUTIÉRREZ-ADÁN, A.; PÉREZ-GARNELO, S.; DE LA FUENTE, J.;
BOLAND, M. P.; LONERGAN, P. Bovine embryo culture in the presence or absence of
serum: implications for blastocyst development, cryotolerance, and messenger RNA
expression. Biology of Reproduction, v. 68, n. 1, p. 236-243, 2003.
Nicacio, A. C. Referências
92
RIZOS, D.; LONERGAN, P.; BOLAND, M. P.; ARROYO-GRACÍA, R.; PINTADO, B.; DE
LA FUENTE, J. Analysis of differential messenger RNA expression between bovine
blastocysts produced in different culture systems: implications for blastocyst quality.
Biology of Reproduction, v. 66, n. 3, p. 589-595, 2002.
RIZOS, D.; WARD, F.; BOLAND, M. P.; LONERGAN, P. Effect of culture system on the
yield and quality of bovine blastocysts as assessed by survival after vitrification.
Theriogenology, v. 56, n. 1, p. 1-16, 2001.
RIZOS, D.; WARD, F.; DUFFY, P.; BOLAND, M. P.; LONERGAN, P. Consequences of
bovine oocyte maturation, fertilization or early embryo development in vitro versus in
vivo: implications for blastocyst yield and blastocyst quality. Molecular Reproduction
and Development, v. 61, n. 2, p. 234-248, 2002.
ROBERT, C.; MCGRAW, S.; MASSICOTTE, L.; PRAVETONI, M.; GANDOLFI, F.;
SIRARD, M. A. Quantification of housekeeping transcript levels during the development
of bovine preimplantation embryos. Biology of Reproduction, v. 67, n. , p. 1465-1472,
2002.
RUSSELL, D. F.; BAQIR, S.; BORDIGNON, J.; BETTS, D. H. The impact of oocyte
maturation media on early bovine embryonic development. Molecular Reproduction
and Development, v. 73, n. , p. 1255-1270, 2006.
SEIDEL JR., G. E. Modifying oocytes and embryos to improve their cryopreservation.
Theriogenology, v. 65, n. , p. 228-235, 2006.
SILVA, F. M.; METELO, R. Relation between physical properties of zona pellucida and
viability of bovine embryo after slow-freezing and vitrification. Reproduction in
Domestic Animals, v. 40, n. 3, p. 205-209, 2005.
SIRARD, M. A.; DUFORT, I.; VALLÉE, M.; MASSICOTTE, L.; GRAVEL, C.;
REGHENAS, H.; WATSON, A. J ; KING, W. A.; ROBERT, C. Potential and limitations of
bovine-specific arrays for the analysis using a bovine embryonic array. Reproduction,
Fertility and Development, v. 19, n. 1, p. 47-57, 2005.
SOMMERFELD, V.; NIEMANN, H. Cryopreservation of bovine in vitro produced
embryos using ethylene glycol in controlled freezing or vitrification. Cryobiology, v. 38,
n. 2, p. 95-105, 1999.
Nicacio, A. C. Referências
93
STOJKOVIC, M.; KREBS, O.; KOLLE, S.; PRELLE, K.; ASSMANN, V.;
ZAKHARTCHENKO, V.; SINOWATZ, F.; WOLF, E. Developmental regulation of
hyaluronan-binding protein (RHAMM/IHABP) expression in early bovine embryos.
Biology of Reproduction, v. 68, n. 1, p. 60-66, 2003.
TACHIKAWA, S.; OTOI, T.; KONDO, S.; MACHIDA, T.; KASAI, M. Successful
vitrification of bovine blastocysts, derived by in vitro maturation and fertilization.
Molecular Reproduction and development, v. 34, n. 3, p. 266-271, 1993.
TAKAHASHI, M.; KEICHO, K.; TAKAHASHI, H.; OGAWA, H.; SCHULTZ, R. M.;
OKANO, A. Effect of oxidative stress on development and DNA damage in in vitro
cultured bovine embryos by comet assay. Theriogenology, v. 54, n. 1, p. 137-145,
2000.
TAKAMATSU, H.; RUBINSKY, B. Viability of deformed cells. Cryobiology, v. 39, n. , p.
243-251, 1999.
TESFAYE, D.; PONSUKSILI, S.; WIMMERS, K.; GILLES, M.; SCHELLANDER, K.
Identification and quantification of differentially expressed transcripts in vitro-produced
bovine preimplantation stage embryos. Molecular Reproduction and Development, v.
66, n. 2, p. 105-114, 2003.
THOMPSON, J. G. Comparison between in vitro-derived and in vitro-produced pre-
elongation embryos from domestic ruminants. Reproduction, Fertility and
Development, v. 9, n. , p. 341-354, 1997.
VAJTA, G. Vitrification of bovine oocytes and embryos. Embryo Transfer Newsletter,
v. 15, n. ,p. 15-26, 1997.
VAJTA, G.; BOOTH, P. J.; HOLM, P.; GREVE, T.; CALLESEN, H. Successful
vitrification of early stage bovine in vitro produced embryos with the open pulled straw
(OPS) method. Cryo-letters, v. 18, n. ,p. 191-195, 1997.
VAJTA, G.; HOLM, P.; GREVE, T.; CALLESEN, H. Factors affecting survival rates of in
vitro produced bovine embryos after vitrification and direct in-straw rehydration. Animal
Reproduction Science, v. 45, n. , p. 191-200, 1996.
Nicacio, A. C. Referências
94
VAJTA, G.; HYTTEL, P.; CALLESEN, H. Morphological changes of in vitro produced
bovine blastocysts after vitrification, in straw direct rehydration, and culture. Molecular
Reproduction and Development, v. 48, n. 1, p. 9-17, 1997.
VAJTA, G.; RINDOM, N.; PEURA, T. T.; HOLM, P.; GREVE, T.; CALLESEN, H. The
effect of media, serum and temperature on in vitro survival of bovine blastocysts after
open pulled straw (OPS) vitrification. Theriogenology, v. 52, n. 5, p. 939-948, 1999.
VAN WAGTENDONK-DE LEEUW, A. M.; DEN DAAS, J. H. G.; KRUIP, T. H. G. A. M.;
RALL, W. F. Comparision of the efficacy of conventional slow freezing and rapid
cryopreservation methods for bovine embryos. Cryobiology, v. 32, n. , p. 157-167,
1995.
WALKER, D. J.; CAMPOS-CHILLON, L. F.; SEIDEL, G. E. Vitrification of in vitro-
produced bovine embryos by addition of ethylene glycol in one-step. Reproduction in
Domestic Animals, v. 41, n. , p. 467-471, 2006.
WRENZYCKI, C.; HERRMANN, D.; NIEMANN, H. Messenger RNA in oocytes and
embryos in relation to embryo viability. Theriogenology, v. 68, n. , p. 77-83, 2007.
Supplement.
WRENZYCKI, C.; HERRMANN, D.; NIEMANN, H. Timing of blastocyst expansion
affects spatial messenger RNA expression patterns of genes in bovine blastocysts
produced in vitro. Biology of Reproduction, v. 68, n. 6, p. 2073-2080, 2003.
ZIMMERMANN, J. W.; SCHULTZ, R. M. Analysis of gene expression in the
preimplantation mouse embryo: use of mRNA differential display. Proceedings of the
National Academy of Sciences of the United States of America, v. 91, n. 12, p.
5456-5460, 1994.
95
Anexos
Nicacio, A. C. Anexos
96
ANEXOS
Anexo A – Soluções Estoque para Produção de Embriões
A.1 – Solução de Gentamicina (10mg/ml)
Reagente Quantidade Código
Gentamicina 0,1000g Sigma® (G-1264)
Solução Fisiológica 10ml
Armazenamento: freezer (-20
o
C)
Validade: 6 meses
A.2 – Solução de Piruvato (0,2mM)
Reagente Quantidade Código
Piruvato 0,1320g Sigma® (P-4562)
Solução Fisiológica 12ml
Armazenamento: freezer (-20
o
C)
Validade: 6 meses
A.3 – Solução de Estradiol (1mg/ml)
Reagente Quantidade Código
Estradiol 0,02041g Sigma® (E-4389)
Água MiliQ 1ml
Armazenamento: freezer (-20
o
C)
Validade: 6 meses
Nicacio, A. C. Anexos
97
A.4 – Solução de FSH
A.4.1 – Solução “Mãe”
Reagente Quantidade Código
Folltropin® (400mg)
Solução Fisiológica 2ml
Armazenamento: freezer (-20
o
C)
Validade: 6 meses
A.4.2 – Solução FSH (0,5mg/ml)
Reagente Quantidade Código
Solução “Mãe”
50l
TCM199 Sodium
Bicarbonate
20ml Gibco® (11150-059)
Armazenamento: freezer (-20
o
C)
Validade: 6 meses
A.5 – Solução de LH (700UI/ml)
Reagente Quantidade Código
Chorulon® (5000UI) Intervet® (hCG)
TCM199 Sodium
Bicarbonate
7,14ml Gibco® (11150-059)
Armazenamento: freezer (-20
o
C)
Validade: 6 meses
Nicacio, A. C. Anexos
98
A.6 – Solução 10X
A.6.1 – Solução KCl (1M)
Reagente Quantidade Código
KCl 0,3725g Sigma® (P-4504)
H
2
O MiliQ 5ml
A.6.2 – Solução NaH
2
PO
4
.H
2
O (0,1M)
Reagente Quantidade Código
NaH
2
PO
4
.H
2
O 0,0690 g Sigma® (S-5011)
H
2
O MiliQ 5ml
A.6.3 – Solução 10X (final)
Reagente Quantidade Código
KCl (1M)
772,5l
NaH
2
PO
4
.H
2
O (0,1M)
730,0l
NaCl 1,1687g Sigma® (S-9625)
HEPES 0,5950g Sigma® (H-0891)
H
2
O MiliQ 25ml (q.s.p.)
Armazenamento: freezer (-20
o
C)
Validade: 6 meses
Nicacio, A. C. Anexos
99
A.7 – Solução de CaCl
2
(1M)
Reagente Quantidade Código
CaCl
2
0,7350g Sigma®
H
2
O MiliQ 5ml
Armazenamento: geladeira (4
o
C)
Validade: 4 meses
A.8 – Solução de Heparina (10mg/ml)
Reagente Quantidade Código
Heparina 0,0200g Sigma® (H-3149)
Meio FIV 2ml
Armazenamento: freezer (-20
o
C)
Validade: 6 meses
A.9 – Solução de MgCl
2
(0,1M)
Reagente Quantidade Código
MgCl
2
0,1015g Sigma®
H
2
O MiliQ 5ml
Armazenamento: geladeira (4
o
C)
Validade: 4 meses
Nicacio, A. C. Anexos
100
A.10 – Solução PHE
A.10.1 – Solução de Penicilamina (2μM)
Reagente Quantidade Código
DL - Penicillamine 0,0030g Sigma® (P-5125)
Solução Fisiológica 10ml
A.10.2 – Solução de Hipotaurina (1μM)
Reagente Quantidade Código
Hypotaurine 0,00109g Sigma® (H-1384)
Solução Fisiológica 10ml
A.10.3 – Solução de Epinefrina (0,25μM)
Reagente Quantidade Código
Epinephrine 0,00183g Sigma® (E-4250)
Solução pH 4.0 40ml
Nicacio, A. C. Anexos
101
A.10.4 – Solução pH 4.0
Reagente Quantidade Código
Na-lactato
125,9l
Na-metabisulfite 0,0500g
H
2
O MiliQ 50ml
*Corrigir o pH com solução 1N de HCl
A.10.5 – Solução 1N de HCl
Reagente Quantidade Código
HCl 8,28ml
Água MiIliQ 100ml
A.10.6 – Solução PHE (final)
Reagente Quantidade Concentração
Solução de Penicilamina 2,5ml
0,270g/100ml
Solução de Hipotaurina 2,5ml
0,100g/100ml
Solução de Epinefrina 2,0ml
0,033g/100ml
Solução Fisiológica 4,0ml
Armazenamento: freezer (-20
o
C)
Validade: 6 meses
Nicacio, A. C. Anexos
102
A.11 – Solução TL Sêmen
Reagente Quantidade Código
NaCl 0,0873g Sigma® (S-9625)
KCl 0,00345g Sigma® (P-4504)
MgCl
2
* 0,0012g
NaH
2
PO
4
0,00052g Sigma® (S-5011)
NaHCO
3
0,0315g Sigma® (S-5761)
CaCl
2
H
2
O* 0,0045g
Phenol Red 0,00015g Sigma® (P-4633)
DL-Lactic Acid
46,5l
Sigma® (L-7900)
Hepes 0,0357g Sigma® (H-0891)
Água MiliQ qsp 15ml
* Pesar separadamente
pH = 7,4; OSM = 295-300
Armazenamento: geladeira (4
o
C)
Validade: 2 semanas
A.12 – Solução TL Stock
Reagente Quantidade Código
NaCl 0,1665g Sigma® (S-9625)
KCl 0,0060g Sigma® (P-4504)
MgCl
2
* 0,0025g
NaH
2
PO
4
0,00102g Sigma® (S-5011)
NaHCO
3
0,0525g Sigma® (S-5761)
CaCl
2
H
2
O* 0,0075g
Phenol Red 0,00025g Sigma® (P-4633)
DL - Lactic Acid
35,75l
Sigma® (L-7900)
Água MiliQ qsp 25ml
* Pesar separadamente
pH = 7,4; OSM = 295-300
Armazenamento: geladeira (4
o
C)
Validade: 2 semanas
Nicacio, A. C. Anexos
103
A.13 – SOF (Estoque)
Reagente Quantidade Código
NaCl 0,6294 Sigma® (S-9625)
KCl 0,0534 Sigma® (P-4504)
KH
2
PO
4
0,0162 Sigma® (P-5655)
NaHCO
3
0,2106 Sigma® (S-5761)
Na lactato 0,0370
DL - Lactic Acid Sigma® (L-7900)
Phenol red 0,00013 Sigma® (P-4633)
L-glutamina 0,0146 Sigma® (G-1517)
MgCl
2
7H
2
O* 0,0098
CaCl
2
*
0,0252
* Pesar separadamente
Armazenamento: geladeira (4
o
C)
Validade: 2 meses
Nicacio, A. C. Anexos
104
Anexo B – Meios de uso para produção de embriões
Preparados no dia que serão utilizados. Todos os meios de uso são filtrados em filtro
Millipore 0,22m.
B.1 - Meio de Lavagem para MIV (Pré–MIV)
Reagente Quantidade Concentração
TCM 199 com HEPES
(Gibco®)
4,5 ml
Soro Fetal Bovino (SFB) 0,5 ml (10%)
Piruvato
10 l
Gentamicina
25 l
(0,05mg/ml)
B.2 - Meio de Maturação (MIV)
Reagente Quantidade Concentração
TCM199 Sodium Bicarbonate
(Gibco® - 11150-059)
4,5 ml
SFB 0,5 ml (10%)
Piruvato
10 l
Gentamicina
25 l
(0,05mg/ml)
FSH
5 l
(0,5μg/ml)
LH
50 l
(7UI/ml)
Estradiol*
5 l
(~1μg/ml)
*Acrescentar após filtrar
Nicacio, A. C. Anexos
105
B.3 - Meio de Lavagem para FIV (Pré-FIV)
Reagente Quantidade Concentração
TCM-199 com HEPES
(Gibco®)
10 ml
BSA – V (Sigma® A-
9647)
0,030 g
Piruvato
20 l
Gentamicina
50 l
(0,05mg/ml)
B.4 - Meio de Fecundação (FIV)
Reagente Quantidade Concentração
TL – Stock 5 ml
BSA – Livre de Ácidos
Graxos (Sigma® A-6003)
0,030 g
Piruvato
10 l
Gentamicina
25 l
(0,05mg/ml)
B.5 - Meio FIV Gota (Gota)
Reagente Quantidade Concentração
Meio FIV
3.640 l
Heparina
40 l
(100mg/ml)
PHE
160 l
Nicacio, A. C. Anexos
106
B.6 - Percoll 90%
Reagente Quantidade Concentração
Percoll (Sigma® P-1644) 3,6 ml
Solução 10 x 0,4 ml
CaCl
2
2H
2
0 1M
8 l
MgCl
2
6H
2
O 0,1M
15,6 l
Na Lactato
14,8 l
NaHCO
3
(Sigma® S-5761)
B.7 - Percoll 45%
Reagente Quantidade Concentração
Percoll 90% 1ml
TL Sêmen 1ml
B.8 – Meio de cultivo (SOFaa)
Reagente Quantidade Concentração
SOF estoque 4,6 ml
SFB 0,25 ml (5%)
Aminoácidos essenciais
100 l
Sigma® (M-5550)
Aminoácidos não
essenciais
50 l
Sigma® (M-7145)
Nicacio, A. C. Anexos
107
B.9 – Meio de cultivo (TCM199)
Reagente Quantidade Concentração
TCM199 Sodium
Bicarbonate (Gibco® -
11150-059)
4,5 ml
SFB 0,5 ml (10%)
Piruvato
10 l
Gentamicina
25 l
(0,05mg/ml)
Nicacio, A. C. Anexos
108
Anexo C – MEIOS DE CONGELAÇÃO
C.1 – Meio de Lavagem dos embriões (LAV)
Reagente Quantidade Concentração
PBS 3,0ml
BSA V (Sigma® A-9647) 0,02g
C.2 – Meio das extremidades das palhetas (SAC)
Reagente Quantidade Concentração
PBS 3,0ml
BSA V (Sigma® A-9647) 0,02g
Sacarose (Sigma® 0,5g
C.3 - Solução de 10% de Etileno Glicol (EG10)
Reagente Quantidade Concentração
PBS 4,5ml
BSA V (Sigma® A-9647) 0,02g
Etileno Glicol 0,5ml (10%)
Nicacio, A. C. Anexos
109
C.4 - Solução de 20% de Etileno Glicol e 20% de Glicerol (EG20/Gli20)
Reagente Quantidade Concentração
PBS 3,0ml
BSA V (Sigma® A-9647) 0,02g
Etileno Glicol 1,0ml (20%)
Glicerol (Sigma® G-5516) 1,0ml (20%)
C.5 - Solução de 25% de Etileno Glicol e 25% de Glicerol (EG25/Gli25)
Reagente Quantidade Concentração
PBS 2,5ml
BSA V (Sigma® A-9647) 0,02g
Etileno Glicol 1,25ml (25%)
Glicerol (Sigma® G-5516) 1,25ml (25%)
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo