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mas, em outros países latino-americanos como Peru, Equador, Colômbia, e
outros países africanos como o Togo, asiáticos, como o Nepal, do leste
europeu, como a Romênia, a institucionalização da adoção internacional,
sua "normalização", como um recurso a mais à disposição das autoridades,
um recurso banalizado tem levado a:
- uma desresponsabilização das autoridades dos "países de origem" (das
crianças adotáveis) na busca de soluções alternativas para a inclusão
familiar, políticas públicas de apoio à família de origem, apoio às famílias de
acolhimento e à adoção nacional...
- uma comercialização dos procedimentos
- a criação de circuitos informais
- ao fortalecimento de políticas agressivas de determinados países "de
acolhimento"
- à multiplicação do numero de agências de adoção. (No Brasil, um país
onde a adoção internacional diminui, são mais de 30 as agências
credenciadas em Brasília (Autoridade Central), e novas solicitações são
apresentadas, por mais que nos esforcemos para dizer que a tendência em
nosso país é de que a adoção internacional não seja mais necessária no
curto e no médio prazo;
- a um desestímulo, a um desencorajamento, do processo de mudança que
poderia levar a que determinados países (a exemplo do Brasil) a
transformar a sua cultura da adoção de forma a passar a incluir no espaço
da adotabilidade, não apenas os recém-nascidos brancos, mas também, as
crianças maiores, negras, grupos de irmãos, crianças com necessidades
especiais. Temos, aliás, no Brasil inúmeros exemplos dessas adoções.
- à manutenção da imagem de "superioridade" dos estrangeiros com relação
aos nacionais, - graças em parte à atitude colonizada que que ainda nos
marca, quando na verdade, o que ocorre é um intenso investimento na
preparação desses candidatos, apoios no pós-adoção, incentivos fiscais e,
é sempre preciso lembrar, na impossibilidade de que venham a adotar
recém-nascidos em seus países de origem. Um outro efeito perverso, pouco
observado, mas já assinalado, é o de que, voltando-se os adotantes