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UNIVERSIDADE TIRADENTES
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E AMBIENTE
COMPORTAMENTOS ASSOCIADOS À OCORRÊNCIA
DE BAIXO PESO E SOBREPESO EM ESTUDANTES
ADOLESCENTES DO SUL DE SERGIPE
MARCOS ANTONIO RODRIGUES FRANÇA
ARACAJU
Março - 2008
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UNIVERSIDADE TIRADENTES
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E AMBIENTE
COMPORTAMENTOS ASSOCIADOS À OCORRÊNCIA
DE BAIXO PESO E SOBREPESO EM ESTUDANTES
ADOLESCENTES DO SUL DE SERGIPE
Dissertação submetida à banca
examinadora como parte dos
requisitos para a obtenção do título
de Mestre em Saúde e Ambiente.
MARCOS ANTONIO RODRIGUES FRANÇA
Orientadora: Prof.ª Claudia Moura de Melo, D.Sc.
ARACAJU
Março– 2008
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EPÍGRAFE
“Para chegar à realidade, uma idéia começa por se apoderar de espíritos
fervorosos e escraviza-os;
a partir desse momento, eles pertencem-lhe e não vêem diante de si se não o
objetivo a atingir. Por vezes, esse objetivo parece intangível: quanto mais nos
adiantamos, mais ele nos parece distante.
Mas que importa?
Os escravos de uma idéia são incapazes de desanimar.”
Marie Curie
MARCOS ANTONIO RODRIGUES FRANÇA
COMPORTAMENTOS ASSOCIADOS À OCORRÊNCIA DE BAIXO
PESO E SOBREPESO EM ESTUDANTES ADOLESCENTES DO
SUL DE SERGIPE
Dissertação submetida à banca
examinadora como parte dos requisitos
para a obtenção do título de Mestre em
Saúde e Ambiente.
Aprovada em _____/_____/2008
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________
Claudia Moura de Melo, D.Sc. (Orientadora)
Universidade Tiradentes (UNIT)
_______________________________________
Ricardo Luiz Cavalcanti de Albuquerque, D.Sc.
Universidade Tiradentes (UNIT)
_______________________________________
José Marcos Monteiro Freire, D.Sc.
Universidade Federal de Sergipe (UFS)
F814c França, Marcos Antonio Rodrigues.
Comportamentos associados à ocorrência de baixo peso e
sobrepeso em estudantes adolescentes do sul de Sergipe /
Marcos Antonio Rodrigues França; orientação [de] Claudia Moura
de Melo. – Aracaju: UNIT, 2008.
136 p. : il. ; 30 cm
Inclui bibliografia.
Dissertação (Mestrado em Saúde e Ambiente) – Universidade
Tiradentes
1. Nutrição. 2. Distúrbios alimentares – adolescentes -
Sergipe. 3. Antropometria. 4. Medicina desportiva. 5. Saúde I.
Melo, Claudia Moura de II. Título.
CDU: 613.2-053.6(813.7)
DEDICATÓRIA
Aos meus filhos e sobrinhos,
para que saibam que tão ou mais importante quanto este trabalho
foi poder perceber nos meus pares o reconhecimento por uma
história que foi contada tendo a responsabilidade, o altruísmo e a
dedicação como pano de fundo.
AGRADECIMENTOS
“(...) Toda pessoa sempre é a marca das lições diárias de
outras tantas pessoas. E é tão bonito quando a gente sente
que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá (...)”.
Gonzaguinha
À minha Mãe, por ser ela quem é;
À Daisy, minha esposa, por ter suportado minhas ausências mesmo quando estava
ao seu lado;
Aos meus irmãos pelo exercício diário, porém quase nunca verbalizado, de
admiração e respeito que nutrimos uns pelos outros;
Ao Professor Doutor José Marcos Monteiro Freire que na sua prática diária, ao me
desvendar que existe ciência na atividade física, tornou-se o responsável pela minha
escolha profissional;
Ao Professor Doutor Leonardo Rigoldi pela presteza com a qual me auxiliou na
elaboração do pré-projeto dessa pesquisa;
Ao Professor Doutor Paulo Marcellini, que com extrema objetividade delimitou as
margens e indicou possibilidades de caminhos a seguir nesse trabalho. Muito
obrigado;
À Professora Doutora Claudia Moura de Melo, a Claudinha, que apesar do sem
números de atividades nas quais sempre está envolvida, aceitou o desafio dessa
orientação e me faz sentir a presença do seu auxílio gentil e luxuoso em cada página
desse trabalho. Minha eterna gratidão;
Ao professor Doutor Ricardo Albuquerque, que com extraordinária competência,
ensinou-me aquele que talvez seja o maior preceito dessa jornada: a diferença entre
discutir idéias e discutir pessoas;
À Professora Doutora Vânia Fonseca, pelos animados bate papos que traziam nas
entrelinhas contribuições para a construção desta e de futuras produções;
Aos estudantes que se prontificaram a fazer parte do banco de dados dessa
pesquisa. Meus respeitos;
Aos amigos da “turma do notebook”, componentes da linha de frente da Educação
Física em Sergipe, professores Luiz Carlos (mestre Lucas), Roberto Jerônimo,
Aldemir Smith, Rosa Luciana e Jadson Lima, jovens mestres e mestrandos aos
quais sempre recorro para rir um pouco e discutir o corpo nas mais diversas
perspectivas, entre uma risada e outra;
Aos companheiros da “Indiana”, o local mais improvável para se produzir ciência,
mas que foi o ambiente onde escrevi a maior parte deste trabalho.
Aos colegas do programa de mestrado Thiago, Hesmonney, Simone, André, Ana
Guedes, Analú, Iandra, Érika, Anderson, Arley, Carinne, Filipe, Aglaé, Mariêta,
Juciele, Flavia, Alvaci e Mara Rúbia, pessoas dotadas de inteligência superior que o
acaso reuniu para juntos protagonizarmos os mais acirrados, destemidos e belos
embates teóricos durante nossas disciplinas. Que sorte tê-los conhecido!
Aos professores do Programa de Mestrado em Saúde e Ambiente pela postura
operária, deixando claro o ensinamento de que junto com o status que traz o título de
mestre existe a imensa responsabilidade de produzir, divulgar e democratizar o
conhecimento. Aos senhores, minha mais profunda admiração
I - RESUMO
Autor: Marcos Antonio Rodrigues França
Orientadora: Prof.
a
D.Sc. Claudia Moura de Melo
Os distúrbios da composição corporal têm mobilizado um número cada vez maior de
pesquisadores das mais diversas áreas da ciência, e exigido destes uma abordagem
interdisciplinar na tentativa de gerar conhecimentos com qualidade suficiente para que
possam efetivamente contribuir para a diminuição da ocorrência desse que atualmente
se posiciona como um dos principais fatores de risco para doenças crônicas não
transmissíveis. O propósito deste estudo, enfim, foi analisar comportamentos
associados ao baixo peso e ao sobrepeso em estudantes adolescentes do sul de
Sergipe, buscando identificar e analisar particularidades daquela população. Com este
intuito, realizou-se um levantamento descritivo-correlacional, junto a uma amostra de
648 estudantes de ambos os gêneros, entre 15 e 18 anos, que freqüentam as escolas
estaduais da região. O instrumento utilizado foi um conjunto de três questionários
validados de respostas objetivas, auto-administrado, composto por questões
destinadas à caracterização socioeconômica da amostra, mensuração do nível de
atividade física habitual, identificação dos comportamentos de ansiedade e depressão.
Além dessas informações, foram coletadas as medidas antropométricas da massa
corporal e estatura total. Os dados coletados foram tratados estatisticamente e o nível
de significância adotado foi “p < 0,05”. A análise dos dados resultou nas seguintes
conclusões: a) O estado nutricional dos escolares de 15 a 18 anos de idade do sul do
estado de Sergipe apresentou indicativos de uma situação de transição nutricional, a
qual se pode observar em algumas faixas etária risco de desnutrição por baixo peso e
significativas ocorrências de sobrepeso; b) a prevalência global de baixo peso foi de
3,39% e de sobrepesos 10,03%. Entre os gênero masculino as prevalências
observadas foram, para baixo peso, de 4,01% e de 8,95% para sobrepeso. Entre as
mulheres foram de 2,78% para baixo peso e de 11,11% para o sobrepeso; c) Em
relação ao nível de atividade física, a ocorrência de sedentarismo foi de 87,0% entre
os gênero masculino e de 90,1% entre as gênero feminino, classificando
conseqüentemente 13,0% de gênero masculino e 9,9% das gênero feminino como
“ativos”; d) A prevalência global de comportamento de ansiedade na população
estudada foi de 19,91%. Entre as gênero feminino a prevalência foi de 20,68%
enquanto que entre os gênero masculino foi de 19,14%; e) O comportamento de
ansiedade mostrou correlação significativa com o sobrepeso entre os gênero
masculino o mesmo não acontecendo com as gênero feminino; f) O estado de
depressão mostrou significativa correlação com o baixo peso e o sobrepeso entre os
gênero masculino. Nas gênero feminino essa correlação só foi significativa com
relação ao sobrepeso. A população pesquisada apresentou características e
particularidades que justificaram a construção da curva de referência IMC/idade
específica da região, apresentada neste trabalho. São propostas com base neste
estudo, a efetivação de estudos longitudinais com maior variação etária e de regiões;
estudos que incluam uma maior diversidade de comportamentos e fatores gerando a
possibilidade de intervenções que atuem de forma mais precisa nestas causas;
estudos elaboração, discussão e implementação de programas de promoção de
saúde no ambiente escolar.
Palavras Chaves: comportamento, baixo peso, sobrepeso, adolescente
II - ABSTRACT
Author: Marcos Antonio Rodrigues França
Advisor: Prof. D.Sc. Claudia Moura de Melo
The disturbances of the corporal composition have been mobilizing a number every
time larger of researchers of the most several areas of the science, and demanded of
these an approach interdisciplinary in the attempt of generating knowledge with enough
quality so that indeed they can contribute to the decrease of the occurrence of that that
now is not positioned as one of the principal risk factors for chronic diseases
transmissible. The purpose of this study, finally, went to analyze behaviors associated
to the bass weight and to the overweight in adolescent students of the south of
Sergipe, looking for to identify and to analyze particularities of that population. With this
intention, he/she took place a rising descriptive-correlacional, close to a sample of 648
students of both goods, among 15 and 18 years, that frequent the state schools of the
area. The used instrument was a group of three validated questionnaires of objective
answers, solemnity-administered, composed by subjects destined to the
characterization socioeconomic of the sample, mensuração of the level of habitual
physical activity, identification of the anxiety behaviors and depression. Besides those
information, the measures anthropometrics of the corporal mass and total stature were
collected. The collected data were statistic treated and the level of adopted
significance was " p <0,05 ". the analysis of the data resulted in the following
conclusions: the) the scholars' state nutritional from 15 to 18 years of age of the south
of the state of Sergipe presented indicative of a situation of transition nutritional, which
she can observe underneath in some age groups malnutrition risk weight and
significant overweight occurrences; b) the global prevalence of low weight was of
3,39% and of over weights 10,03%. Among the boys the observed prevalences were,
down weight, of 4,01% and of 8,95% for overweight. Among the women they were
down of 2,78% weight and of 11,11% for the overweight; c) in relation to the level of
physical activity, the sedentarism occurrence was of 87,0% among the boys and of
90,1% among the girls, classifying 13,0% of boys and 9,9% of the girls consequently as
" assets "; d) the global prevalence of anxiety behavior in the studied population was of
19,91%. Among the girls the prevalence was of 20,68% while he/she enters the boys it
was of 19,14%; and) THE anxiety behavior showed significant correlation with the
overweight among the boys the same not happening with the girls; f) THE depression
state showed significant correlation with the bass weight and the overweight among the
boys. In the girls that correlation was only significant with relationship to the
overweight. The researched population presented characteristics and particularities
that justified the construction of the reference curve specific IMC/idade of the area,
presented in this work. They are proposed with base in this study, the efetivação of
longitudinal studies with larger age variation and of areas; studies that include a larger
diversity of behaviors and factors generating the possibility of interventions that
you/they act in a more necessary way in these causes; studies elaboration and
discussion of programs of promotion of health in the school ambience.
Key words: Behavior, Low weight, overweight, adolescent
Mestrado em Saúde e Ambiente
UNIT - 2008
III - SUMÁRIO
I - RESUMO………………………………………………………………………………………
I
II - ABSTRACT……………………………………………………………………………………
II
III - SUMÁRIO......................................................................................................................
III
IV - LISTA DE FIGURAS......................................................................................................
V
V – LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS.........................................................................
X
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................. 11
1.1 Objetivos...................................................................................................................
12
2. CAPÍTULO 01 – REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................. 13
2.1 Fatores socioeconômicos e distúrbios nutricionais....................................................
14
2.2 O ambiente escolar e a promoção da saúde............................................................. 20
2.3 Atividade física e perfil nutricional.............................................................................
21
2.4 Influência da comportamento de ansiedade e da depressão no perfil nutricional do
adolescente..........................................................................................................................
23
2.5 Índice de Massa Corporal e Curvas de Referências.................................................
25
2.6 Metodologia...............................................................................................................
27
2.6.1 Delineamento da pesquisa...............................................................................
27
2.6.2 População........................................................................................................
27
2.6.3 Amostra............................................................................................................
28
2.6.4 Procedimentos éticos.......................................................................................
30
2.6.5 Coleta de dados...............................................................................................
30
2.6.6 Análise estatística............................................................................................
32
2.7 Referências Bibliográficas........................................................................................
33
3. CAPÍTULO 02 – ARTIGO 01: SAÚDE E AMBIENTE: A INTERDISCIPLINARIDADE
NO ESTUDO DOS COMPORTAMENTOS ASSOCIADOS À OCORRÊNCIA DE
DISTÚRBIOS NUTRICIONAIS...........................................................................................
39
4. CAPÍTULO 03 – ARTIGO 02: ANÁLISE DOS NÍVEIS DE ATIVIDADE FÍSICA
ASSOCIADOS AO BAIXO PESO E AO SOBREPESO EM ADOLESCENTES DO SUL
DO ESTADO DE SERGIPE.................................................................................................
51
5. CAPÍTULO 04 – ARTIGO 03: DETECÇÃO DE RISCO DE SOBREPESO E BAIXO
PESO ASSOCIADOS À COMPORTAMENTOS DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM
ADOLESCENTES DO SUL DO ESTADO DE SERGIPE.................................................
69
6. CAPÍTULO 05 – ARTIGO 04: BAIXO PESO E SOBREPESO EM ADOLESCENTES:
UMA PROPOSTA DE CURVA DE REFERÊNCIA PARA O SUL DO ESTADO DE
SERGIPE.............................................................................................................................
85
Mestrado em Saúde e Ambiente
UNIT - 2008
7. CONCLUSÃO GERAL....................................................................................................
99
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................
102
ANEXOS.............................................................................................................................. 111
Termo de consentimento livre e esclarecido.........................................................................
112
QUESTIONÁRIO SOCIOECONÔMICO – ENAD..................................................................
113
Questionário de Comportamento de ansiedade e Depressão – HADS................................
115
Questionário sobre Atividade Física regular - PAQ-C...........................................................
117
APÊNDICES
120
ANÁLISE DESCRITIVA: Situação Sócio econômica.............................................................
121
ANTROPOMETRIA: Distribuição das medidas antropométricas e respectivos desvio-
padrão de acordo com a idade e gênero...............................................................................
122
ANTROPOMETRIA: Comparação entre idade gêneros das variáveis antropométricas.......
123
ANTROPOMETRIA: Distribuição situação nutricional de ambos os gêneros, estratificado
por idade...............................................................................................................................
129
ATIVIDADE FÍSICA...............................................................................................................
130
COMPORTAMENTO DE ANSIEDADE................................................................................
133
DEPRESSÃO:.......................................................................................................................
134
TESTES ESTATÍSTICOS.....................................................................................................
135
Mestrado em Saúde e Ambiente
UNIT - 2008
IV - LISTA DE FIGURAS, TABELAS E QUADROS
CAPÍTULO 01 – REFERENCIAL TEÓRICO
FIGURA 01 -
Mapa de Sergipe, com identificação das Delegacias regionais de Ensino
(DRE’s)...........................................................................................................
27
FIGURA 02 -
Mapa da Delegacia Regional de Ensino – DRE 02 com delimitação dos
municípios da região sul de Sergipe..............................................................
28
QUADRO 01
-
Municípios do sul do estado de Sergipe contemplados para a pesquisa com
número respectivo de alunos matriculados no ensino médio.................
28
QUADRO 02
-
Distribuição da população de estudantes adolescentes por municípios e
respectiva distribuição amostral proporcional acrescidos 15% de margem de
segurança e uniformizados por idade e gênero..........................................
29
CAPÍTULO 03 – ARTIGO 02
FIGURA 01 -
Mapa de Sergipe, com destaque para a DRE 02, local da coleta de dados..
55
FIGURA 02 -
Distribuição percentual das prevalências de baixo peso, eutrofia e
sobrepeso nos estudantes adolescentes do sul de Sergipe...........................
58
FIGURA 03 -
Correlação linear entre massa corporal e IMC dos estudantes adolescentes
do sul de Sergipe............................................................................................
60
FIGURA 04 -
Correlação linear entre estatura e IMC dos estudantes adolescentes do sul
de Sergipe........................................................................................................
61
FIGURA 05 -
Correlação linear entre estatura e massa corporal dos estudantes
adolescentes do sul de Sergipe.....................................................................
62
FIGURA 06 -
Ocorrência de comportamento sedentário e de atividade física dos
estudantes adolescentes do sul de Sergipe estratificado por gênero.............
63
FIGURA 07 -
Distribuição percentual do nível de atividade física dos estudantes
adolescentes do sul de Sergipe, segundo gênero e idade..............................
64
TABELA 01 -
Avaliação antropométrica e do nível de atividade física, segundo o PAQ-C,
entre estudantes adolescentes do sul do estado de Sergipe. .......................
57
TABELA 02 -
Correlação Linear entre as variáveis IMC, massa corporal e estatura dos
estudantes adolescentes do sul de Sergipe – Gênero masculino...................
59
TABELA 03 -
Correlação Linear entre as variáveis IMC, massa corporal e estatura dos
estudantes adolescentes do sul de Sergipe – Gênero feminino.....................
59
Mestrado em Saúde e Ambiente
UNIT - 2008
CAPÍTULO 04 – ARTIGO 03
FIGURA 01 -
Distribuição percentual das prevalências de baixo peso, eutrofia e
sobrepeso nos estudantes adolescentes do sul de Sergipe...........................
75
FIGURA 02 -
Ocorrência de comportamento de ansiedade entre estudantes adolescentes
do gênero masculino no sul de Sergipe estratificado por idade.....................
77
FIGURA 03 -
Ocorrência de comportamento de ansiedade entre estudantes adolescentes
do gênero feminino no sul de Sergipe estratificado por idade.........................
77
FIGURA 04 -
Ocorrência de sintoma depressivo entre estudantes adolescentes do gênero
masculino no sul de Sergipe estratificado por idade...........................
78
TABELA 01 -
Ocorrência de sintoma depressivo entre estudantes adolescentes do gênero
feminino no sul de Sergipe estratificado por idade..............................
78
TABELA 02 -
Correlação entre comportamento de ansiedade, depressão e estado
nutricional dos adolescentes do gênero masculino no sul de Sergipe............
79
TABELA 03 -
Correlação entre comportamento de ansiedade, depressão e estado
nutricional dos adolescentes do gênero feminino no sul de Sergipe..............
80
TABELA 04 -
Razão de chance (odds ratio) de ocorrência de baixo peso entre
adolescentes do sul de Sergipe com sintomas de comportamento de
ansiedade e/ou depressão...............................................................................
80
TABELA 05 -
Razão de chance (odds ratio) de ocorrência de sobrepeso entre
adolescentes do sul de Sergipe com sintomas de comportamento de
ansiedade e/ou depressão..............................................................................
81
CAPÍTULO 05 – ARTIGO 04
FIGURA 01 -
Mapa de Sergipe, com destaque para a DRE 02, local da coleta de dados...
88
FIGURA 02 -
Curva de referência IMC/idade, proposta para a população de adolescentes
do gênero masculino no sul do estado de Sergipe, comparada com o
segmento de curva correspondente à idade (CDC/NCHS/WHO)...................
94
FIGURA 03 -
Curva de referência IMC/idade, proposta para a população de adolescentes
do gênero feminino no sul do estado de Sergipe, comparada com o
segmento de curva correspondente à idade (CDC/NCHS/WHO)...................
95
TABELA 01 -
Distribuição amostral dos estudantes pesquisados por idade e gênero..........
89
TABELA 02 -
Distribuição etária das prevalências de baixo peso, eutrofia e sobrepeso em
função da idade, segundo classificação do PNSN; MUST, DALLAL e DIETZ;
NCHS/WHO e COLE et. al., de estudantes adolescentes do gênero
masculino no sul de Sergipe............................................................................
90
Mestrado em Saúde e Ambiente
UNIT - 2008
TABELA 03-
Distribuição etária das prevalências de baixo peso, eutrofia e sobrepeso em
função da idade, segundo classificação do PNSN; MUST, DALLAL e DIETZ;
NCHS/ WHO e COLE at. al., de estudantes adolescentes do gênero
feminino no sul de Sergipe..............................................................................
91
TABELA 04 -
Distribuição dos indivíduos que contemplaram todos os pré-requisitos
necessários para a composição da população de referência de
adolescentes do Sul do estado de Sergipe...................................................
92
TABELA 05 -
Pontos de corte propostos da população de referência do sul de Sergipe.....
92
TABELA 06 -
Teste de Sensibilidade e Especificidade para P05 (Baixo peso) e P85
(Sobrepeso) dos estudantes adolescentes do gênero masculino no sul de
Sergipe..............................................................................................................
93
TABELA 07 -
Teste de Sensibilidade e Especificidade para P05 (Baixo peso) e P85
(Sobrepeso) dos estudantes adolescentes do gênero feminino no sul de
Sergipe..............................................................................................................
93
APÊNDICES
TABELA 01 -
Características sócio-econômica da amostra de estudantes adolescentes do
Sul de Sergipe descriminado por gênero.........................................................
121
TABELA 02 -
Distribuição das medidas antropométricas e respectivos desvio-padrão de
acordo com a idade e gênero dos estudantes adolescentes do Sul de
Sergipe..............................................................................................................
122
TABELA
03-
Teste “t de student” de comparação de médias entre variáveis
antropométricas estratificadas gênero e idade dos estudantes adolescentes
do sul de Sergipe – Gênero masculino e Gênero feminino.............................
135
TABELA
04-
Correlação Linear entre as variáveis IMC, massa corporal e estatura dos
estudantes adolescentes do sul de Sergipe - Gênero masculino...................
136
TABELA
05-
Correlação Linear entre as variáveis IMC, massa corporal e estatura dos
estudantes adolescentes do sul de Sergipe - Gênero feminino......................
136
FIGURA 01 -
Comparação da Freqüência da distribuição da estatura estratificada por
gênero dos estudantes adolescentes do sul de Sergipe.................................
123
FIGURA 02 -
Distribuição comparada da Estatura/gênero dos estudantes adolescentes do
sul de Sergipe – 15 anos..................................................................................
123
FIGURA 03 -
Distribuição comparada da Estatura/gênero dos estudantes adolescentes do
sul de Sergipe – 16 anos..................................................................................
124
Mestrado em Saúde e Ambiente
UNIT - 2008
FIGURA 04 -
Distribuição comparada da Estatura/gênero dos estudantes adolescentes do
sul de Sergipe – 17 anos..................................................................................
124
FIGURA 05 -
Distribuição comparada da Estatura/gênero dos estudantes adolescentes do
sul de Sergipe – 18anos.................................................................................
124
FIGURA 06 -
Freqüência comparada da massa corporal/gênero dos estudantes
adolescentes do sul de Sergipe – Geral..........................................................
125
FIGURA 07 -
Freqüência comparada da massa corporal/gênero dos estudantes
adolescentes do sul de Sergipe – 15 anos.....................................................
125
FIGURA 08 -
Freqüência comparada da massa corporal/gênero dos estudantes
adolescentes do sul de Sergipe – 16 anos.......................................................
125
FIGURA 09 -
Freqüência comparada da massa corporal/gênero dos estudantes
adolescentes do sul de Sergipe – 17 anos.......................................................
126
FIGURA 10 -
Freqüência comparada da massa corporal/gênero dos estudantes
adolescentes do sul de Sergipe – 18 anos......................................................
126
FIGURA 11 -
Freqüência comparada do IMC/gênero dos estudantes adolescentes do sul
de Sergipe – Geral............................................................................................
127
FIGURA 12-
Freqüência comparada do IMC/gênero dos estudantes adolescentes do sul
de Sergipe - 15 anos........................................................................................
127
FIGURA 13-
Freqüência comparada do IMC/gênero dos estudantes adolescentes do sul
de Sergipe - 16 anos.......................................................................................
127
FIGURA 14-
Freqüência comparada do IMC/gênero dos estudantes adolescentes do sul
de Sergipe - 17 anos.......................................................................................
128
FIGURA 15-
Freqüência comparada do IMC/gênero dos estudantes adolescentes do sul
de Sergipe - 18 anos.....................................................................................
128
FIGURA 16-
Distribuição absoluta da situação nutricional dos estudantes adolescentes
do sul de Sergipe do gênero masculino, estratificado por idade.....................
129
FIGURA 17-
Distribuição absoluta da situação nutricional dos estudantes adolescentes
do sul de Sergipe do gênero feminino, estratificado por idade.........................
129
FIGURA 18-
Distribuição percentual do estado de condição física de acordo com o
gênero e idade dos estudantes adolescentes do sul de Sergipe....................
130
FIGURA 19-
Níveis de atividade física, por idade, em estudantes adolescentes do sul de
Sergipe – Gênero masculino............................................................................
130
FIGURA 20-
Níveis de atividade física, por idade, em estudantes adolescentes do sul de
Mestrado em Saúde e Ambiente
UNIT - 2008
Sergipe - Gênero masculino.............................................................................
131
FIGURA 21-
Níveis de atividade física, por idade, em estudantes adolescentes do sul de
Sergipe – Gênero feminino .............................................................................
131
FIGURA 22-
Prevalência de comportamento de ansiedade entre os estudantes
adolescentes do sul de Sergipe – Geral...........................................................
132
FIGURA 23-
Prevalência de comportamento de ansiedade entre os estudantes
adolescentes do sul de Sergipe – Gênero masculino......................................
133
FIGURA 24-
Prevalência global de comportamento de ansiedade entre os estudantes
adolescentes do sul de Sergipe – Gênero feminino.........................................
133
FIGURA 25-
Prevalência global de depressão entre estudantes adolescentes do sul de
Sergipe – Geral.................................................................................................
133
FIGURA 26-
Prevalência global de depressão entre estudantes adolescentes do sul de
Sergipe – Gênero Feminino.............................................................................
134
FIGURA 27-
Prevalência global de depressão entre estudantes adolescentes do sul de
Sergipe - Gênero Masculino...........................................................................
134
Mestrado em Saúde e Ambiente
UNIT - 2008
V - LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
CDC - Chronic Disease Center Prevention and Health Promotion
CEFET-SE - Centro Federal de Educação Tecnológica de Sergipe
CONSEA -
Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
ENADE -
Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes
ENDEF - Estudo Nacional de Despesa Familia
r
HADS -
Hospital Anxiety and Depression Scale
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDH -
Í
ndice de Desenvolvimento Humano
IMC -
Í
ndice de Massa Corporal
IOTF - International Obesity Task Force
MDS -
Ministério do Desenvolvimento Social
ME -
Ministério da Educação
MS -
Ministério da Saúde
NCHS -
National Center for Health Statistics
OMS -
Organização Mundial da Saúde
OPAS -
Organização Panamericana de Saúde
OR - Odds Ratio
PAQ-C -
Physical Activity Questionnaire – C version
PNSN -
Pesquisa Nacional Sobre Saúde e Nutrição
PNUD -
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
SBME -
Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva
SEED -
Secretaria Estadual de Educação e Desporto
SESAN -
Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
SISVAN -
Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional
UNED -
Unidade de Ensino Descentralizada
WHO - World Health Organization
Mestrado em Saúde e Ambiente
UNIT - 2008
Marcos A. R. França
1
1
1
1
1
1
1. INTRODUÇÃO
Pesquisas sobre a ocorrência de sobrepeso e baixo peso e suas relações com
fatores sócio-econômicos, ambientais e fisiológicos, vem sendo realizados, ainda que em
quantidade insuficiente, em várias regiões com perfis socioeconômicos diferentes, de forma
a possibilitar a geração de conhecimento mais adequado a subsidiar orientações e políticas
públicas a nível local, regional, nacional ou, mesmo, mundial. Essas investigações,
fundamentais para qualquer tipo de planejamento público que vise à melhoria da qualidade
de vida da população, necessariamente devem ser realizadas por equipes interdisciplinares,
trabalhando de forma integrada.
Segundo a Pesquisa de Orçamento Familiar – POF (IBGE, 2004), no Brasil, na
população acima de 20 anos, a prevalência de déficit de peso é de 2,8% entre os homens e
de 5,2% entre as mulheres, enquanto que o excesso de peso possui uma prevalência de
41,1% entre os homens e de 40,0% entre as mulheres. No nordeste, o déficit de peso é de
3,5% entre os homens e de 6,2% entre as mulheres. O sobrepeso nessa região atinge
índices de 32,9% entre os homens e 38,8% entre as mulheres.
A relevância dessa temática reside no fato de haver poucos estudos sobre a
ocorrência desses comportamentos e como eles se alteram em função da idade, gênero e
características sócio-geo-econômicas, ao mesmo tempo em que pode subsidiar os
profissionais da área de saúde ao oferecer informações sobre os comportamentos e
características da população na qual atua, tornando mais eficiente as intervenções por
averiguar particularidades da saúde destes indivíduos.
O presente estudo é resultado da reflexão sobre os comportamentos que têm levado
os adolescentes à exposição de desequilíbrios nutricionais no contexto sócio-ambiental do
Centro Federal de Educação Tecnológica de Sergipe – CEFET-SE/UNED, observados
durante as aulas da disciplina “Educação Física”. Nesse ambiente, a própria rotina da
instituição impunha comportamentos que a médio prazo poderiam acarretar alterações
crônicas do estado nutricional, resultando em questionamentos de como fatores ambientais
influenciam nos comportamentos alimentares, estado psicológico e nível de atividade física.
A partir de uma abordagem interdisciplinar, esse estudo promove a apreciação do
grau de influência dos comportamentos gerados nos ambientes cotidianos dos escolares
adolescentes. Para tal, fazemos uso de análises antropométricas e coleta de informações
via questionários validados, instrumentos de reconhecida facilidade de aplicação e análise.
Essa abordagem se justifica, pois somente através dela seriamos mais fidedignos e
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coerentes com conceitos de saúde hoje vigentes, além de possibilitar que as intervenções
sejam discutidas com os gestores da saúde, com maior poder de persuasão.
A elaboração de ações de valorização da qualidade de vida pode utilizar-se de
justificativas econômicas como meio de convencimento na medida em que projetos
baseados na profilaxia são muito mais baratos e economicamente viáveis, além de
melhorarem as condições de trabalho e produção e diminuírem a pressão sobre os serviços
de saúde. Dessa maneira, este estudo buscou verificar e discutir qual a relação, levando em
consideração o gênero e idade, entre os níveis de atividade física, nível socioeconômico e
estado psicológico dos estudantes adolescentes do sul do estado de Sergipe e a ocorrência
de baixo peso e sobrepeso nessa população.
1.1 OBJETIVOS
Considerando a população adolescente (15 a 18 anos) matriculada nas escolas
públicas estaduais do sul do estado de Sergipe, nas séries do Ensino Médio, este estudo
pretendeu responder os seguintes objetivos:
a. Determinar a ocorrência de baixo peso, eutrofia e sobrepeso na amostra estudada;
b. Estabelecer o perfil nutricional dos escolares investigados por gênero e idade;
c. Identificar os níveis de atividade física dos escolares investigados por gênero e
idade;
d. Identificar possível relação entre o comportamento de ansiedade e de depressão e o
estado nutricional nos escolares investigados;
e. Identificar possível relação entre estado nutricional da população com o nível de
atividade física;
f. Observar na população estudada singularidades que justifiquem a proposição e
elaboração de nomogramas e/ou pontos de cortes específicos do estado nutricional
em função da idade.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
Tendo o século XIX como marco inicial do debate acerca de comportamentos
possivelmente relacionados ao estado nutricional, percebe-se que as principais causas de
morbidade e mortalidade como conseqüência dos distúrbios nutricionais eram as doenças
infecto-parasitárias. Por diminuírem a capacidade de absorção de nutrientes por parasitoses
que provocam hemorragias ocultas além causar anemias e diarréias freqüentes dificultando
o aproveitamento dos alimentos pelo organismo, esses agravos foram, nesse período, os
grandes responsáveis por elevadas taxas de mortalidade infantil e pela baixa expectativa de
vida das populações. Apesar disso, o tratamento ainda residia no campo do baixo
cientificismo no que diz respeito a uma abordagem multidisciplinar desses agravos
(SANTOS, WESTPHAL, 1999 apud WESTPHAL, 2000).
Com a diminuição das ocorrências de agravos infecto-parasitários em detrimento das
enfermidades crônicas não transmissíveis, fenômeno que ficou conhecido como transição
epidemiológica (JECKEL; KATZ e ELMORE, 2005), as ciências dos estudos em saúde,
notadamente saúde pública, começaram a buscar uma abordagem que transpusesse o
paradigma vigente centrado fundamentalmente no controle da enfermidade (FERREIRA e
BUSS, 2002). Contudo, apesar do desenvolvimento e aparecimento de novas ciências,
notadamente a epidemiologia e seus conceitos de multicausalidade em contraposição a
unicausalidade defendida pela biologia, a multidisciplinaridade na discussão dos conceitos
de saúde e doença continuavam intimamente ligados às ciências biológicas (SANTOS;
WESTPHAL, 1999 apud WESTPHAL, 2000)
Somente em 1974, através do informe Lalonde (BRASIL, 2002), relatório resultante
de discussões acerca da saúde pública, foi discutida oficialmente a abordagem
predominantemente médica no tratamento de doenças, questionando o impacto e os altos
custos do cuidado médico à saúde. Esse documento é um marco na consolidação dos
conceitos atuais em saúde quando avança na identificação dos grupos determinantes em
saúde, acrescentando, além dos fatores biológicos, fatores ambientais e estilo de vida.
Battaglion Neto (2003) desenhou um painel desse processo de mudança de
paradigma que reflete de forma bastante apropriada a necessidade da ruptura com as
relações estratificadas iniciando em busca do conhecimento compartilhado.
“(...) Originado no discurso centralizado nas doenças, o
modelo epidemiológico tradicional, envolvendo agente, hospedeiro e
ambiente, vem sendo substituído tanto do ponto de vista doutrinário,
quanto no âmbito da estrutura organizacional por novos paradigmas
[...] que apontam para a convergência de uma compreensão do
estado de interdependência, inter-relações e de complexidade dos
fatores. O que se apreende é que a visão fragmentada da realidade
tem trazido conseqüências negativas na qualidade de vida dos
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indivíduos. Tais soluções são impossíveis sem sua inserção no
conjunto da sociedade global; para pensar a questão de saúde e
encontrar as possíveis soluções é necessário compreendê-la na visão
de mundo que a fundamenta (...).”
(BATTAGLION NETO, 2003).
Corroborando com o discurso da multidisciplinaridade centrando a discussão no
sujeito multidimensional de Battaglion Neto (2003), temos na fala de SICOLI E
NASCIMENTO (2003) a confirmação da necessidade de compreender o homem, suas
contextualizações e seus signos para termos um melhor entendimento da saúde nos tempos
atuais.
"(...) Supõe uma concepção que não restrinja a saúde à
ausência de doença, mas que seja capaz de atuar sobre seus
determinantes. Incidindo sobre as Condições de vida da população,
extrapola a prestação de serviços clinico-assistenciais supondo ações
intersetoriais que envolvam a educação o saneamento básico, a
habitação, a renda, o trabalho, a alimentação, o meio ambiente, o
acesso a bens e serviços essenciais, o lazer, entre outros
determinantes da saúde.(...)"
(SICOLI e NASCIMENTO, 2003)
2.1 FATORES SOCIO-ECONÔMICOS E DISTÚRBIOS NUTRICIONAIS NO
ADOLESCENTE
Remetendo-nos à pré-história identificamos naquela sociedade comportamentos e
fatores de proteção quanto à ocorrência de distúrbios alimentares. O modo de vida
característico não permitia que agravos associados ao estado nutricional se manifestassem
com freqüência significativa. O comportamento nômade dos grupos nas sociedades
primitivas garantia, além da baixa degradação ambiental pelo comportamento meramente
coletor e predador desses povos (COHEN, 1977), um equilíbrio nutricional, ao se
alimentarem somente do que lhe agradava associado a um elevado gasto calórico devido às
constantes mudanças de moradia que se alteravam de acordo com a abundância de
alimentos.
Com os grupos tornando-se cada vez maiores, ficou cada vez mais difícil a
mobilidade e a prática do nomadismo, o que fez com que o homem adotasse o
sedentarismo como modo de vida e criasse meios de criação/produção que garantissem a
sua sobrevivência em um único local. Nesse sentido, a agricultura desenvolveu-se
rapidamente incorporando tecnologias disponibilizando grandes quantidades de calorias de
forma bastante manipulável e em pequenos espaços, o que não acontecia com a caça,
atividade que acarretava grande perda de tempo e risco elevado. Essa opção pelas calorias
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de origem vegetal em detrimento às calorias de origem animal acabou por comprometer o
equilíbrio nutricional daquelas populações.
Há cerca de 11.000 ou 12.000 anos atrás os caçadores e coletores,
que viviam com uma gama limitada de alimentos preferidos haviam
ocupado, através do crescimento demográfico natural e a
conseqüente expansão territorial, todas as partes do globo que
podiam sustentar seu estilo de vida de modo razoável. De fato, muitos
grupos já haviam considerado necessário, em muitas regiões, ampliar
a gama de recursos silvestres usados na alimentação, a fim de
sustentar suas populações crescentes. A partir dessa época, quando
a expansão territorial se foi tornando cada vez mais difícil e cada vez
menos atrativa como meio de adaptação ao crescimento demográfico,
as populações se viram obrigadas a diversificar sua alimentação, a
comer coisas cada vez menos agradáveis ao gosto e,
particularmente, a concentrar-se em alimentos de baixo nível
nutricional, mas de grande densidade. No período que vai de 9.000
até 2.000 A.C. as populações do mundo todo, que já utilizavam quase
toda a gama de alimentos comestíveis disponíveis, se viram
obrigadas a ajustar-se a novos aumentos populacionais, agora
mediante um incremento artificial, não daqueles recursos que
preferiam comer, mas daqueles que reagiam melhor à manipulação
humana e aqueles com os quais poderiam ser produzidos um número
maior de calorias por unidade de terra.
(COHEN, 1977)
Conseqüentemente, a criança e o adolescente tornaram-se mais vulneráveis e o que
deveria ser o padrão de desenvolvimento humano_ crescimento livre de doenças _ não se
confirma devido a falta de condições ambientais em suprir as necessidades nutricionais
nessa fase da vida (MARCONDES, 1982).
A partir da revolução industrial estabeleceu-se um acelerado desenvolvimento de
uma infinidade de povos, evidenciando a clara contribuição que a mecanização, a
automação e a informatização proporcionaram para a aquisição de melhores condições de
vida à população mundial, como por exemplo, a facilidade de executar as atividades diárias
(BARBOSA, 2001). Em contrapartida, o inchaço dos centros urbanos provocado pela
imigração de grandes contingentes de moradores das áreas rurais, sem qualificação e sem
garantia de empregos, criou uma legião de miseráveis, sem acesso ao mínimo necessário
para a sua sobrevivência, expostos a todo o tipo de agravos decorrentes da pobreza. Esse
contexto propiciou novas mudanças de estilo de vida nas pessoas, como os hábitos
alimentares desregrados pela falta de tempo ou pela impossibilidade de acesso à comida
denominada de insegurança alimentar, que, segundo SISVAN (2004) é a restrição ou receio
da falta de garantia ao acesso de alimentos em quantidade e qualidade suficientes para
garantir o desenvolvimento saudável do indivíduo.
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A adolescência caracteriza-se como uma fase de transição entre a infância e o
estado adulto exposta a significativas mudanças biopsicossociais (BRAGGION, MATSUDO
e MATSUDO 2000; MARCONDES, 1985). Neste período, acontecem mudanças aceleradas
e significativas na composição corporal do indivíduo, “influenciadas por fatores hereditários,
ambientais, nutricionais e psicológicos” (SERRA, 2001), onde cerca de 50% do seu peso e
20% da sua estatura final são adquiridos, ao mesmo tempo em que ocorre a finalização da
sua maturação sexual e seu acréscimo mineral ósseo (SAITO, 1993).
Não existe consenso em relação à faixa etária que define a adolescência, podendo ir
dos dez aos vinte anos (SISVAN, 2004), dos dez aos dezenove anos (OMS in COUTINHO e
BARROS, 2001), ou ainda, segundo o Estatuto da criança e do adolescente – ECA (1990),
dos doze aos dezoito anos, no entanto Coutinho e Barros (2001), entendem não haver
necessidade de rigidez nessa definição visto que essa limitação etária tem como objetivo
referenciar programas e políticas públicas para a população. No entanto, numa abordagem
biológica, em que se avalia o estado nutricional, crescimento, desenvolvimento e
composição corporal é mais apropriado utilizar-se do marco proposto pelo conceito de
puberdade proposto por ZEFERINO et. al., (2003) e TANNER (1962).
Em virtude da maturação sexual na puberdade, ocorrem as alterações
morfofuncionais neurológicas, fisiológicas e endócrinas. Dentre as mais evidentes, está o
acelerado aumento da estatura e da massa corporal refletindo de maneira definitiva nas
proporções corporais (DE BEM, 2003). Essas alterações ocorrem de maneira distinta entre
os gêneros. Enquanto na mulher a massa muscular diminui em relação ao peso corporal
total devido a um aumento acelerado do tecido adiposo, no homem devido a ação dos
hormônios masculinos ocorre um aumento da massa livre de gordura e conseqüente
aumento de força muscular (COUTINHO e BARROS, 2001).
O ser humano nada mais é do que um produto resultante das interações genéticas
com o macro ambiente social, econômico e cultural no qual se insere, sendo seu
desenvolvimento pleno precedido pela sua satisfação em relação às suas necessidades
alimentares, por isso, interferências ambientais que influenciam na satisfação dessas
necessidades são fatores que contribuem para a mudança de situação de um peso saudável
para problemas com sobrepeso ou baixo peso (COUTINHO, 1998).
Sobrepeso pode ser definido como um excesso de gordura corporal em relação à
massa magra caracterizada por um índice de massa corporal percentílico (IMC) maior que
85% (MUST, DALLAL e DIETZ, 1991b; WHO, 1995; COLE et. al., 2000) enquanto que baixo
peso, definido pelo IMC percentílico menor que 5% (WHO, 1995), é a deficiência ou falta de
nutrientes_ proteínas, carboidratos, vitaminas e aminoácidos_ essenciais para o bom
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desenvolvimento do indivíduo. Essas variações no estado nutricional, que ocorrem tanto
pela condição de acesso ao alimento quanto por imposições sociais que padronizam um
modelo corporal esguio, estão hoje elencados como um dos maiores problemas enfrentados
por sociedades em desenvolvimento, não só pela sua elevada ocorrência, mas também,
enquanto fator de risco para o acometimento de inúmeras doenças decorrentes desse
agravo (FARIAS, 2002). Em um amplo estudo realizado pelo IBGE (2006) sobre estado
nutricional da população brasileira acima de 20 anos, observa-se nos adultos jovens (20 a
24 anos) uma prevalência maior de déficit de peso (12,2%) em comparação a obesidade
(4,7%). Em Sergipe, nessa faixa etária a prevalência de déficit de peso é de (13,4%)
enquanto que de obesidade é de (3,2%). No entanto, é importante ressaltar que o modelo
de referência de crescimento e desenvolvimento atualmente utilizado no Brasil (WHO,
1995), não reflete a nossa realidade devido as dimensões geográficas e a variabilidade de
influências ambientais em distintas regiões e ecossistemas (SISVAN, 2004).
Segundo dados da OPAS (2003), mais de um bilhão de pessoas no mundo são
afetadas pelo sobrepeso, sendo que cerca de um terço dessa população sendo considerada
obesa. Bouchard (2003), relata que aproximadamente 50% dos adultos canadenses e
americanos são classificados com sobrepeso, com alguns grupos, dentro dessas
populações atingindo prevalência superior a 70%. No Brasil, segundo Recine e Radaelli
(2001), estima-se que 20% das crianças sejam obesas e que cerca de 30% da população
adulta apresente algum grau de excesso de peso. Albano e Souza (2001), em estudo
realizado em São Paulo com adolescentes, mostram uma prevalência de 32,6% entre os
gênero masculino e 29,4% das meninas possuem, ou apresentam risco de sobrepeso.
As pesquisas sobre a caracterização do perfil nutricional de crianças e adolescentes
utilizando como instrumento as curvas de referências e pontos de corte começou a ser
difundida mundialmente à partir dos estudo de Gomez que preconizou, baseado em estudos
anteriores o ponto de corte 50 como parâmetro de crescimento e desenvolvimento. Essa
proposta foi durante décadas, a mais utilizada como referencias de estudos populacionais
(ZEFERINO, 2003). No final dos anos 70 a OMS promoveu um encontro em que foram
consensadas as diretrizes básicas para a construção de curvas de referências. À partir
desse encontro o National Center for Health Statistics (NCHS) em parceria com o Chronic
Disease Center Prevention and Health Promotion (CDC), propôs curvas de referência de
crescimento e desenvolvimento para idades de 0 a 20 anos, que têm sido adotada pela
OMS desde então.
A partir de estudos, principalmente na Europa e Estados Unidos, sobre a
problemática dos distúrbios nutricionais, Must, Dallal e Dietz (1991ª,
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), propuseram pontos
de corte específicos para o baixo peso, sobrepeso e obesidade, para ambos os gêneros. O
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International Obesity Task Force (IOTF), baseado em metodologia similar, também
apresentou pontos de corte para a classificação de sobrepeso e obesidade em adolescentes
com base no IMC e hoje são propostos como referência internacional (COLE et. al., 2000).
No Brasil, a partir da Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN), Anjos,
Veiga e Castro (1998) apresentaram uma curva de valores de IMC para indivíduos de 0 a
24,9 anos de idade. Reiff e Vieira et. al., (2006), compararam os pontos de corte para o IMC
propostos por Anjos, Veiga e Castro (1989), com os estudos de Must, Dallal e Dietz
(1991ª,
b
), IOTF (COLE et. al., 2000) e NCHS/CDC (KUCZMARSKI et. al., 2000) em
estudantes adolescentes de Niterói, no Rio de Janeiro, encontrando alta correlação entre
eles. Baseados nesses critérios de predição do estado nutricional, estudos tem sido
realizados em todo o Brasil com a intenção de se estabelecer o perfil nutricional das
crianças e dos adolescentes das diversas regiões geográficas do país. Toral, Salater e Silva
(2007), em levantamento realizado com adolescentes maiores de 10 anos, encontrou
prevalências de sobrepeso de 21% e de baixo peso de 4,4%.
Os danos à saúde associados ao sobrepeso são os mais diversos, caracterizados
principalmente pelas doenças crônicas degenerativas ou não como a diabetes, doenças
cardiovasculares, doenças articulares, câncer, hipertensão, ósteo-artrites, dentre outras
(MONTEIRO e CONDE, 1999; OPAS, 2003). Todas essas morbidades possuem alto índice
de prevalência e incidência na população, pois estão diretamente ligadas ao estilo de vida
adotado pelo indivíduo. Segundo KALACHE (1997), projeções apontam para um índice de
77% de mortes causadas por esses agravos nos países em desenvolvimento. Bray in
Bouchard (2003), relata que dos indivíduos americanos falecidos com IMC maior que 30
kg/m², 50% podem ter morrido por influencia do sobrepeso.
As enfermidades crônicas ou de longa duração implicam, em muitos países, gastos
que comprometem as reservas de dinheiro público destinado à saúde. Seu tratamento é
caro e limitado em se tratando de contribuição na melhoria de qualidade de vida. Em
contrapartida a prevenção mais eficiente de doenças crônicas deve ser abordada de forma
multifacetada, promovendo anos de vida saudáveis e economia de recursos que seriam
gastos com tratamento e controle (PARRA-CABRERA et. al., 1999).
Enquanto agravo nutricional, a desnutrição era assumida como um problema
relevante apenas para os países em desenvolvimento, enquanto que a obesidade a seria
nos países desenvolvidos. Atualmente, independente da caracterização sócio-econômica
desses países, não mais se estabelece relação entre desenvolvimento e obesidade,
mantendo-se somente a relação entre a desnutrição e desenvolvimento sócio-econômico
(ADES e KERBAUY, 2002), prova disso foi a transição nutricional, fenômeno epidemiológico
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evidenciado pelos inquéritos nacionais realizados no Brasil em 1974/1975
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(MONTEIRO et. al., 1993) que mostraram a tendência de alteração no perfil nutricional e na
composição corporal de crianças, passando de desnutridos para obesos. Esses estudos
evidenciaram que a prevalência de desnutrição em crianças de 1 a 4 anos de idade reduziu
em mais de 60% e a prevalência de obesidade infantil permaneceu relativamente baixa no
período de quinze anos (ENGSTROM e ANJOS, 1999). Indicaram ainda a associação
inversa entre a ocorrência de desnutrição e o nível sócio-econômico das famílias. No
entanto, a diminuição nessas prevalências ocorreu em todos os grupos de renda familiar
enquanto que a ocorrência de obesidade, embora estável nos dois períodos, mostrou uma
relação direta com o nível sócio-econômico (MONTEIRO, 2000). O POF (IBGE, 2004), ao
comparar o déficit de peso por regiões geográficas, encontrou a região nordeste como a de
menor prevalência de baixo peso na população adulta jovem (20 a 24 anos) com 5,5%,
contra 10,2% na região norte, 8,9% no sudeste, 10,5% na região sul e 9,2% no centro-oeste.
Os distúrbios e carências nutricionais estão hoje elencados como um dos maiores
problemas enfrentados por sociedades em desenvolvimento, não só pela sua elevada
ocorrência, mas também, enquanto fator de risco para o acometimento de inúmeras
doenças decorrentes desse problema (MIRANDA, RESEGUE e FIGUEIRAS, 2003;
HALPERN, 2001; SALVE, 2006).
Dentre os episódios de morbi-mortalidade relacionados ao baixo peso e desnutrição
estão o aumento na taxa de mortalidade nos primeiros anos de vida, o acréscimo na
incidência e agravamento de doenças infecciosas e dificuldade no desenvolvimento psico-
motor. No gênero feminino a carência nutricional acarreta maior risco de gerar recém
nascidos com baixo peso, acrescentando à desnutrição um enfoque hereditário (MONTEIRO
e CONDE, 1999).
“ (...) Nos países em desenvolvimento, a maioria dos problemas de
saúde e nutrição durante a infância está relacionada com consumo
alimentar inadequado e infecções de repetição, sendo que essas
duas condições estão intimamente relacionadas com o padrão de
vida da população, que inclui o acesso a alimentação, moradia e
assistência à saúde. Dessa forma, então, a avaliação do crescimento
infantil é também uma medida indireta da qualidade de vida da
população (...)”.
(MONTEIRO e CONDE, 1999)
No Brasil programas e políticas voltadas à diminuição da insegurança alimentar tem
sido implementados sejam em forma de distribuição de cestas básicas, venda de alimentos
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Pesquisa Nacional Sobre Saúde e Nutrição - PNSN
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de primeira necessidade a preço de custo ou ainda, e mais recentemente a doação de
pequenas verbas à famílias em situação de risco nutricional.
O programa de erradicação da fome talvez seja o de maior ação efetiva em se tratando
de políticas públicas. Varias ferramentas de gerenciamento e controles foram criadas
mostrando que a temática influenciou o modo de gerência do estado, entre os quais
podemos citar:
Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA)
Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SESAN)
Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISVAN)
Dentre as ações públicas de diminuição dos riscos nutricionais, a principal delas é o
Programa Bolsa Família (MDS, 2006) que beneficia famílias pobres e extremamente pobres,
classificadas através da renda familiar. Além desse condicionante econômico, é pré-
requisito para fazer parte desse programa que as famílias mantenham as suas crianças e
adolescentes na escola, “estejam com o calendário de vacinação em dias e cumpra a
agenda da pré e pós-natal para as gestantes e mães em amamentação”. Esse programa
engloba e integra vários outros programas que visam a promoção da segurança alimentar e
erradicação da pobreza (MDS, 2006) entre eles o Auxilio Gás, Bolsa Escola, o Cartão
Alimentação, Bolsa Alimentação e o Programa “Fome Zero”.
2.2 O AMBIENTE ESCOLAR E A PROMOCAO DA SAUDE
Segundo a OMS, escolas que reconhecem a necessidade de discutir Saúde e que
reforçam o desenvolvimento de estilos de vida saudáveis, oferecendo opções viáveis à
prática de ações que a promovam, contribuem para a promoção da qualidade de vida da
população (BRASIL, 2006).
Em 1971 a Lei n
o
5692 introduziu a temática "Saúde" no currículo escolar, com o
objetivo de levar crianças e adolescentes ao desenvolvimento de hábitos saudáveis e, em
1977 o Conselho Federal de Educação reafirma que esse assunto deve ser encarado como
uma preocupação geral do processo formativo, intrínseca a própria finalidade da escola. A
Constituição de 1988, baseada na então recente Carta de Otawa, atribui ao Poder Público o
dever de promover pleno gozo ao direito à saúde, assumindo uma concepção de saúde que
aponta para uma mudança progressiva dos modelos assistenciais, centrados na doença,
para um modelo de atenção integral à saúde com incorporação progressiva de ações de
promoção e proteção (BRASIL, 2002). A partir de então, programas de educação para a
saúde no ambiente escolar passam a adquirir grande relevância, pois o entendimento de
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qualidade de vida demanda o conhecimento de um corpo holístico e multidimensional,
exigindo ser visto além da superfície exclusivamente biológica entendendo a saúde e o
próprio corpo como fenômeno social. Esse entendimento é assim conceituado por Guedes
(2005),
“(...) Nessa perspectiva, fica evidente que o estado de
ser saudável não é algo estático; pelo contrário, é necessário
adquiri-lo e reconstruí-lo de forma individualizada e
constantemente ao longo de toda a vida, oferecendo indícios
de que a saúde também é de domínio comportamental, e, por
sua vez, deve ser tratada não apenas com base em
referenciais de natureza biológica, mas, sobretudo, em um
contexto psico-sócio-cultural (...).”
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) reforça esse pensamento ao relatar
que concomitante à necessidade de romper com a abordagem meramente biológica a
escola precisa assumir a responsabilidade de gerar no educando a capacidade de se
responsabilizar pela própria saúde e da comunidade na qual se insere considerando o lastro
não formal que estes trazem ao ambiente escolar, com suas historias de vida singular e com
vivências sócio-ambientais distintas (BRASIL, 1999).
2.3 ATIVIDADE FÍSICA E PERFIL NUTRICIONAL DO ADOLESCENTE
A atividade física é por definição, entendida como movimentos corpóreos produzidos
pelos músculos esqueléticos que resultam em gasto energético. A atividade física é,
portanto, a multdimensionalidade das ações corporais voluntárias que envolvem
movimentos laborais, de lazer e desportivas (MENDONÇA e DOS ANJOS, 2004). Apesar
da evidente importância da atividade física para a manutenção da saúde, na medida em que
possui relação inversa com as doenças crônico-degenerativas (ROSENDO DA SILVA,
MALINA, 2000; WEINECK, 2003), esta tem se reduzido muito nas sociedades modernas,
principalmente nos grupos de menor nível socioeconômico (FARIAS, 2002).
Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva – (SBME, 1998), a atividade
física contribui sobremaneira para o equilíbrio dos níveis lipídicos e metabólicos de crianças
e adolescentes, reduzindo a prevalência de obesidade. Ainda, é mais provável, que uma
criança fisicamente ativa se torne um adulto também ativo (GOMES, SIQUEIRA e SICHIERI,
2001). Em conseqüência, do ponto de vista de saúde pública e medicina preventiva,
promover a atividade física na infância e na adolescência significa estabelecer uma base
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sólida para a redução da prevalência do sedentarismo na idade adulta, contribuindo desta
forma para uma melhor qualidade de vida (SBME, 1998), pois, obter e manter em grau
aceitável os níveis de atividade física estabelece-se como um dos principais elementos de
um estilo de vida saudável (FARIAS JUNIOR, 2002; SILVA, 2002; ARAÚJO, 2006).
Com o avanço tecnológico, o homem reduziu à quase nulidade o seu trabalho físico
e apesar do aumento da expectativa de vida nos países em desenvolvimento a diminuição
dos níveis de atividade física tem contribuído para um aumento significativo das doenças
crônicas não degenerativas como as doenças cardíacas, diabetes mellitus, alguns tipos de
câncer e hipertensão (OPAS, 2003; SILVA SOUSA, SCHARGODSKY, 1998).
“(...) O nosso mundo moderno colocou o homem em um ambiente
completamente modificado. A invenção de meios que auxiliam no
trabalho reduziu quase todo o seu trabalho corporal. O homem não
precisa mais andar, porque existem carros e elevadores. Ele não
precisa mais cortar madeira, porque o aquecedor central aquece o
seu quarto (...)”.
(WEINECK, 2003).
Como elemento agravante no processo de sedentarismo das populações, a
urbanização tem privilegiado o uso dos espaços ociosos para objetivos econômicos e
mesmo os espaços voltados para o lazer são empreendimentos particulares que por
conseqüências são excludentes da maior parte da população que não podem usufruí-los
da forma e momento que lhe convier, transformando-o de acordo com as características
do seu grupo e do seu cotidiano. Sobre essa afirmação SANTINI (1993) diz que:
“(...) O espaço urbano se transformou num espaço para
construção, tornando-se a paisagem urbana algo criado pelo ser
humano para habitar. Com o crescimento desordenado e
desequilibrado das cidades, o aspecto mais vulnerável, entre outros,
foi o dos espaços para o lazer. As áreas livres que haviam cederam
lugar a avenidas, prédios e indústrias, restando pouquíssimo espaço
para o lazer. A partir disso, adultos e principalmente crianças ficaram
prejudicadas: à criança restou seu quarto de brinquedos, a televisão,
passeios apenas no final da semana. Ocorre, nesse momento, o
interesse de passear no campo ou praia, onde existe espaço para
atividades que exigem esforço físico em ambientes mais espaçosos,
livres, abertos (...)”.
Em contraposição a essa situação, desde a década de 70, a partir do Informe
Lalonde
3
, que discutiu a Influência do ambiente na qualidade de vida e promoção da
saúde estabeleceu-se um novo paradigma a influenciar o comportamento humano.
3
In BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE POLÍTICAS DE SAÚDE. Projeto Promoção da Saúde.
As Cartas da Promoção da Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Projeto Promoção da
Saúde. –56 p.: il. (Série B. Textos Básicos em Saúde). Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
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“(...) o lazer surgiu como um setor fundamental para a economia
e qualidade de vida da sociedade. O turismo procura por espaços que
possam oferecer atrativos dos mais variados tipos para as pessoas,
movimenta enormes somas de recursos e um grande número de
indivíduos. Sendo assim, os recursos ambientais interagem com o
lazer, a cultura e a saúde da população, pois é a base física onde se
formam as dinâmicas econômicas e culturais. É importante possuir
um desenvolvimento que observe e realize a manutenção das
condições ambientais, para que a finalidade de vida das gerações
seja preservada e incrementada como um direito fundamental de
todos.(...)”.
(FRANCO,1997)
As questões levantadas pelos autores são fundamentais para o desenvolvimento de
uma cultura de ocupação dos espaços naturais levando em consideração a importância do
lazer para a melhoria da qualidade de vida e promoção da saúde.
2.4 INFLUÊNCIA DOS COMPORTAMENTOS DE ANSIEDADE E DE DEPRESSÃO
NO PERFIL NUTRICIONAL DO ADOLESCENTE
O entendimento como o próprio corpo é percebido pelo indivíduo, influenciado pelo
meio, é conhecido como percepção corporal ou imagem corporal (ALMEIDA, LOUREIRO, e
SANTOS, 2002; SAIKALI et. al., 2004). Na adolescência, os distúrbios nutricionais como
desnutrição/baixo peso e sobrepeso/obesidade possuem como um dos principais fatores
etiológicos as alterações do estado emocional, acompanhadas quase sempre de distorções
de como esse individuo percebe o próprio corpo tendo a ansiedade e a depressão como os
agravos mais evidentes (LUIS et. al., 2005).
Na adolescência, onde ocorrem intensas rápidas mudanças na composição corporal, esse
fenômeno é particularmente intenso.
“(...) Enquanto a maioria dos jovens passa pela adolescência sem
maiores problemas emocionais, alguns experimentam surtos leves ou
graves de depressão. As meninas estão mais propensas do que os
meninos a vários acontecimentos da vida “estressante”. Outro motivo
seria o convívio num ambiente familiar tumultuado por brigas,
separações e divórcios entre os pais. Problemas emocionais, como a
insatisfação em relação a sua aparência, em função da maior ênfase
cultural aos atributos físicos de beleza desejados e veiculados
culturalmente e pela mídia, também são fatos a serem considerados
(...)”.
(PAPALIA et. al., 2000 in DE BEM, 2003).
Por serem submetidos a elevadas quantidades de informações de modelos e
padrões corporais, o risco do adolescente vir a sofrer com a mudança de um peso corporal
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adequado reforça indícios de que esta variável pode ser desencadeadora de manifestações
psicológicas como a depressão e a comportamento de ansiedade (MARANHÃO NETO e
MARTINS DE MIRANDA, 2003). Segundo Andrade e Gorenstein (1998) a comportamento
de ansiedade é um estado emocional com variáveis não só psicológicas mais também
fisiológicas, caracterizada como parte do desenvolvimento humano, podendo ser
classificada como patológica quando acontece de forma exacerbada e sem uma situação
real ameaçadora que a desencadeie.
Atualmente, a forte tendência social e cultural de considerar a magreza como uma
situação ideal de aceitação e êxito está influenciando cada vez mais os adolescentes,
especialmente as mulheres (MARANHÃO NETO e MARTINS DE MIRANDA, 2003;
CAMPAGNA e SOUZA, 2006). Esses padrões impostos pelo meio sociais, que acabam por
perpetuar a insatisfação com o peso corporal e é reflexo de uma cultura de valorização à
magreza ao mesmo tempo em que discriminam e excluem os obesos, podem refletir de
forma negativa a qualidade e quantidade das ingestas; principalmente no sexo feminino que
dispensam mais atenção aos padrões de beleza, submetendo-se a dietas restritivas e de
baixo valor energético (ALMEIDA, LOUREIRO, e SANTOS, 2002). Esses distúrbios
alimentares podem evoluir para quadros graves de desnutrição e obesidade no adolescente
e o seu tratamento quase sempre exige acompanhamento de equipes multidisciplinares que
incluem desde nutricionistas até psicólogos e psiquiatras.
Comportamento de ansiedade e a depressão muitas vezes são sintomas associados
a patologias orgânicas ocorrendo, não raro, em adolescentes, acentuando conflitos sociais e
familiares (ROSE, 1998; MIYAZAKI,1995). Dentre as principais doenças psicossomáticas
associadas ao baixo peso, a anorexia nervosa caracteriza-se por intensa perturbação no
comportamento alimentar e é acompanhada de extrema preocupação em não engordar.
“(...) O pensamento constante do medo de engordar não é aliviado
pelo emagrecimento, mas, ao contrário, freqüentemente, na medida
em que o sujeito diminui o peso, aumenta o seu medo de engordar.
Esses indivíduos apresentam uma distorção da sua imagem corporal
de tal forma que, mesmo extremamente magros, podem avaliar-se
“gordos”, ou ainda, sentirem-se magros, mas permanecendo
preocupados com partes “gordas” de seu corpo (...)”.
(GIORDANI, 2006).
A anorexia nervosa é atualmente um dos principais transtornos alimentares que afeta
os adolescentes e apesar de atingir ambos os gêneros é mais comum entre as gênero
feminino, com uma incidência de 18,5 por 100.000 habitantes contra 2,5 por 100.000
habitantes entre os gênero masculino (HAY, 2002; GIORDANI, 2006).
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2.5 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E CURVAS DE REFERÊNCIAS
O uso de medidas antropométricas tem sido considerado uma estratégia válida para
gerar indicadores nutricionais e de condições de vida dos grupos populacionais
(GUIMARAES e PIRES NETO, 1997). O Ministério da Saúde defende o uso do método
antropométrico por entendê-lo como o mais adequado para se avaliar o estado nutricional
dos usuários dos serviços públicos de saúde no Brasil.
“(...) Para a vigilância do estado nutricional é preconizado o método
antropométrico. A antropometria é um método de investigação em
nutrição baseado na medição das variações físicas e na composição
corporal global. É aplicável em todas as fases do ciclo de vida e
permite a classificação de indivíduos e grupos segundo o seu estado
nutricional. Esse método tem como vantagens ser barato, simples, de
fácil aplicação e padronização, além de pouco invasivo. Ademais,
possibilita que os diagnósticos individuais sejam agrupados e
analisados de modo a fornecer o diagnóstico de coletivo, permitindo
conhecer o perfil nutricional de um determinado grupo. A
antropometria, além de ser universalmente aceita, é apontada como
sendo o melhor parâmetro para avaliar o estado nutricional de grupos
populacionais (...).”
SISVAN, 2004
Por possuir alta aplicabilidade, baixo custo e facilidade de uso, o índice de massa
corporal, tem sido utilizado como ferramenta de avaliação do estado nutricional nos mais
diversos estudos sobre composição corporal e estado nutricional das mais diversas
populações (ARAÚJO, 2006; SILVA, 2002; COLE et. al., 2000), no entanto esse instrumento
não é aceito sem ressalvas. A principal delas é a sua incapacidade de distinguir a massa
adiposa da massa livre de gordura, além disso, nos adolescentes, devido às diferentes
propostas metodológicas na elaboração das curvas aliado às particularidades
socioeconômicas e ambientais dos grupos submetidos à estudos, a padronização de pontos
de corte do estado nutricional torna-se impossível (REIFF E VIEIRA et. al., 2006)
(...) A comparação de dados relativos à obesidade em crianças e
adolescentes em todo o mundo é difícil devido à falta de
padronização na classificação da obesidade e na interpretação de
indicadores de sobrepeso e obesidade nestes grupos étnicos. (...)
Estes índices podem não diferir entre regiões e nações, mas são
todos passíveis de alterações com o tempo; além disso, diferentes
pontos de corte por percentil são empregados na definição de
sobrepeso e obesidade (por exemplo, percentil 85%, 90%, 95% e
97% são usados em diferentes países (...)
SEIDELL in BOUCHARD (2003).
O IMC é utilizado como referência de estado nutricional pela OMS desde o início da década
de 80 e é calculado pelo peso em quilos dividido pela altura em metros elevada ao
quadrado. Nos adolescentes, devido à alta variabilidade na velocidade de maturação desse
grupo (MARCONDES, 1985; COUTINHO e BARROS, 2001), este índice é associado à
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idade através das curvas de referências populacionais (nomogramas) em que cada
indivíduo é posicionado em relação à um grupo ou população de referência que representa,
teoricamente, um grupo de indivíduos dentro uma população que usufrui de condições
ambientais, sociais e econômicas adequadas para explorar todo o seu potencial genético de
desenvolvimento (DEVINCENZI, RIBEIRO e SIGULEM, 2005; SISVAN, 2004). Curvas de
referencias populacionais de crescimento e desenvolvimento foram propostas pelo National
Center for Health Statistics (NCHS) em 1977 e recomendadas pela OMS e MS (SISVAN,
2004). No que se refere ao crescimento estatural, estudos mostram ser esta a variável
antropométrica que melhor caracteriza o estado nutricional pregresso de uma população,
sobretudo quando analisada a relação estatura/idade (BRASIL/PNSN/INAN, 1992; MUST,
DALLAL e DIETZ,1991
a
, 1991
b
; COLE et. al., 2000).
Do ponto de vista metodológico, diversas propostas têm sido sugeridas para a
construção das curvas populacionais (COLE et. al., 2000; KUCZMARSKI et. al., 2000;
MUST, DALLAL e DIETZ, 1991
a
, 1991
b
; MARQUES et. al., 1975) fazendo com que, ao
mesmo tempo em que contempla as características de cada grupo alvo do estudo, dificulta a
padronização de um instrumento que caracterize as diversas populações do Brasil e do
mundo.
“(...) Existem duas formas principais para a construção de curvas de
referência: pelo método transversal e pelo método longitudinal. Existe
um terceiro método, híbrido, chamado longitudinal misto, mais
complexo, utilizando dados transversais e longitudinais. Cada método
tem vantagens e desvantagens. O método transversal é o mais
utilizado, por ser mais barato e rápido. As curvas são elaboradas a
partir de medidas tomadas uma única vez, de uma amostra de
determinada população de um país, região ou cidade, e, a partir daí,
elabora-se a distribuição dos valores médios e de dispersão. (...) No
método longitudinal, os dados são tomados do mesmo grupo de
pessoas, desde o nascimento até a adultícia. Esse método permite
elaborar curvas de velocidade de crescimento, e a avaliação da
velocidade de crescimento é o melhor parâmetro para se detectar se
uma criança está crescendo adequadamente. No entanto, esse
método demanda longo tempo de seguimento (...)”.
ZEFERINO et. al., (2003)
Do ponto de vista estatístico, é usado como procedimento de avaliação do estado
nutricional o afastamento percentual ou em unidades de desvio padrão em relação à
mediana e distribuição percentílica.
(DEVINCENZI, RIBEIRO e SIGULEM, 2005).
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2.6 MATERIAL E MÉTODOS
2.6.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA
Este estudo, de esboço seccional, caracteriza-se por ser epidemiológico descritivo,
correlacional.
2.6.2 POPULAÇÃO
O local onde se deu a coleta dos dados foi delimitado a partir da denominação
estabelecida pela Secretaria de Estado de Educação e Cultura de Sergipe que agrupa os
municípios por Delegacias Regionais de Educação (DRE’s) como pode ser observado na
Figura 01.
Figura 01: Mapa de Sergipe, com identificação das Delegacias regionais de Ensino (DRE’s)
Fonte: Secretaria de Estado da Educação (SEED) - 2006
A DRE escolhida, denominada de DRE 02 situa-se no sul do estado e abrange sete
municípios: Lagarto, Tobias Barreto, Simão Dias, Riachão do Dantas, Poço Verde, Salgado
e Boquim, cidades com alta densidade demográfica, característica refletida no número de
estudantes matriculados na faixa etária contemplada: 8.753 indivíduos (Figura 02 e 03).
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Figura 02: Mapa da Delegacia Regional de Ensino – DRE 02 com delimitação dos
municípios da região sul de Sergipe.
Fonte: Secretaria de Estado da Educação (SEED) - 2006
Quadro 01: Municípios do sul do estado de Sergipe contemplados para a pesquisa com
número respectivo de alunos matriculados no ensino médio
ORDEM CIDADE TOTAIS
01 Lagarto 3.230
02 Poço Verde 791
03 Riachão do D antas 593
04 Simão Dias 1.074
05 Tobias Barreto 1.346
06 Salgado 406
07 Boquim 1.313
TOTAL 8.753
Fonte: Secretaria de Estado da Educação de Sergipe (SEED) – 2006
A região possui um nível de alfabetização médio acima de 89%, o que dá uma
estimativa de elevado percentual de adolescentes entre 15 e 18 anos freqüentando as
escolas (IBGE, 2004; SEED, 2006). Utilizado como fator de homogeneização dos municípios
selecionados, o índice de desenvolvimento humano (IDH), indicador que baseado na
combinação de três dimensões – longevidade, educação e renda – apontou valores entre
0,500 e 0,800 nesses municípios, amplitude bastante reduzida que revela características de
homogeneização da população (PNUD, 2003).
2.6.3 AMOSTRA
Foram identificados como população, todos os alunos matriculados nas escolas
da rede estadual da região contemplada. Para o cálculo da amostra foi utilizado um erro
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amostral tolerável de 0,04 e ao total calculado foi acrescentado um percentual de 15%,
como estratégia de prevenção de possíveis perdas de sujeitos e/ou dados.
A amostra foi caracterizada como aleatória e proporcional por município, uniforme
e estratificada por gênero e idade, intencional por turma e turno de aulas.
Para a seleção da amostra, SILVA (2002), sugere o processo caracterizado por
fases, com levantamento do número de escolas, escolhendo 50% dessas nos municípios
onde houver mais de uma unidade considerando no ranqueamento e escolha a quantidade
de alunos devidamente matriculados.
Orientado por essas premissas, a amostra foi calculada a partir da fórmula
proposta por BARBETA (1998):
n=N x n
0
/ N + n
0
onde:
n = amostra;
N= população;
n
0
= primeira aproximação para o tamanho da amostra, calculado pela Fórmula:
n
0
= 1/E
0
2
(erro amostral tolerável).
Como resultado, foi estabelecida uma amostra mínima composta por 584 indivíduos
(não acrescidos os 15% de margem de segurança e nem uniformizados por idade e gênero),
de ambos os gêneros com faixa etária entre 15 e 18 anos.
Quadro 02: Distribuição da população de estudantes adolescentes por municípios e
respectiva distribuição amostral proporcional acrescidos 15% de margem de segurança e
uniformizados por idade e gênero.
Município População
Amostra Populacional
Proporcional
Lagarto 3.230 248
Poço Verde 791 64
Riachão do Dantas 593 48
Simão Dias 1.074 88
Tobias Barreto 1.346 104
Salgado 406 40
Boquim 1.313 104
TOTAL 8.753 696
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2.6.4 PROCEDIMENTOS ÉTICOS
Como a pesquisa envolve adolescente, os pais ou responsáveis dos indivíduos
menores de dezoito anos foram comunicados através dos avaliados sobre os objetivos e
procedimentos adotados no estudo e os que concordaram, assinaram um termo de
consentimento permitindo a participação dos escolares na pesquisa. Antes, porém, todos os
procedimentos a serem adotados na pesquisa foram submetidos à comissão de ética e
pesquisa da Universidade Tiradentes - CEP/UNIT (Reg. nº110307).
2.6.5 COLETA DE DADOS
Os dados da pesquisa foram coletados em dois encontros, por meio de duas
ferramentas: o questionário, que depois de explicado foi preenchido em casa e devolvido ao
avaliador na própria escola e a avaliação antropométrica, realizada naqueles indivíduos que
devolverem o questionário corretamente preenchido.
1
O
Momento – informações sobre Níveis Socioeconômico, Nutricionais e de Atividade Física
utilizando questionários validados.
a) Questionário dos indicadores socioeconômicos – ENADE (ME, 2004) contendo
perguntas que estabelecem possíveis relações entre fatores socioeconômicos e a
ocorrência do sobrepeso e baixo peso. A intenção do uso desse questionário é de identificar
indivíduos expostos a influências do ambiente socioeconômico que resultem em falta de
segurança alimentar
b) Questionários de atividade física para adolescentes PAQ-C, (CROCKER et. al.,
1997 in ROSENDO DA SILVA e MALINA, 2000), contendo informações, sobre a ocupação,
deslocamento para o trabalho e escola além de atividade física de lazer e apesar de ser
bastante sensível na identificação de sedentarismo, é de fácil interpretação e aplicação.
“(...) é composto de nove questões sobre a prática de esportes e jogos; as
atividades físicas na escola e no tempo de lazer, incluindo o final de
semana. Cada questão tem valor de 1 a 5 e o escore final é obtido pela
média das questões, representando o intervalo de muito sedentário (1) a
muito ativo (5). Os escores 2, 3 e 4 indicam as categorias sedentário,
moderadamente ativo e ativo, respectivamente. Sendo assim, a partir do
escore pode-se classificar os indivíduos como ativos ou sedentários. Ativos
são aqueles que têm escore 3 enquanto sedentários são os indivíduos
com escores < 3.(...)”.
(ROSENDO DA SILVA e MALINA, 2000)
c) Questionário de Comportamento de ansiedade e Depressão HADS (ZIGMOND E
SNAITH, 1983) validado em português por Botega et. al., (1995) que avalia o sujeito em
relação ao seu estado psicológico. Esta escala possui 14 itens, sendo sete para
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comportamento de ansiedade e sete para depressão e apresenta como ponto de corte 8
para comportamento de ansiedade e 9 para depressão.
2º Momento – estimativa do estado nutricional através da mensuração Antropométrica.
Essas medidas foram feitas na própria escola do avaliado com a presença do
pesquisador e pelo menos um auxiliar. Foi solicitado em cada estabelecimento de ensino um
espaço reservado e adequado às coletas que foram realizadas como se segue:
a) Massa corporal e Estatura: Os adolescentes foram medidos com o mínimo de
indumentária e descalços. A massa corporal foi obtida utilizando balança digital com
capacidade de 150 quilogramas com precisão de 100 gramas (VIUNISKI, 2005). A estatura
foi mensurada com o auxílio do estadiômetro com o avaliado na posição ortostática, pernas
unidas, braços ao longo do corpo e cabeça em plano de Frankfurt (ROCHA, 1999;
POMPEU, 2004; VIUNISKI, 2005), sendo a medida obtida com o avaliado em apnéia
inspiratória. Foi utilizado um esquadro colocado no vértex do avaliado para a marcação da
estatura (SILVA, 2002).
b) Índice de Massa Corpórea (IMC): ou índice de Quetelet (MARINS, 2003), foi
utilizado por ser o indicador mais comumente empregado para avaliar o estado nutricional
de diversos grupos etários (WHO, 1995). Foi adotado como referência de sobrepeso o
percentil 85 (PNSN, 1989 in: OLIVEIRA e TADDEI, 1998; MUST, DALLAL e DIETZ, 1991
a
,
1991
b
; WHO, 1995; COLE et. al., 2000; SISVAN, 2004 ), e para baixo peso o percentil 05
(PNSN, 1998; WHO,1995; SISVAN,2004).
Como população de referência para os índices altura/idade/gênero e
IMC/idade/gênero foi utilizada a recomendada pela Organização Mundial de Saúde, através
da escala do Chronic Disease Center – CDC e National Center for Health Statistics –NCHS
(SOARES, 2003).
Para efeito de padronização dos procedimentos de medição antropométrica,
adequação e tempo de preenchimento dos questionários foram realizados em duas escolas
da região, um estudo piloto com 188 sujeitos com características iguais aos indivíduos da
pesquisa.
2.6.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Como auxílio precedente à seleção dos testes, foram realizadas as provas de
normalidade de Kolmogorov-Smirnov. Os resultados mostraram distribuição normal ou
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aproximadamente normal em todas as análises. Á partir de então optou-se pelos teste
paramétricos para as apreciações estatísticas.
Os dados foram armazenados e tabulados por programas estatísticos e interpretados
a partir da apreciação descritiva para as análises univariadas; nas análises bivariadas
,testes “t” de student para a comparação de médias, correlação linear e odds rattio para as
análises de associação, além dos testes de sensibilidade e especificidade para a validação
das curvas populacionais.
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2.7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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3. CAPÍTULO 02 – ARTIGO 01
Saúde e Ambiente: a interdisciplinaridade no estudo dos
comportamentos associados à ocorrência de distúrbios
nutricionais
RESUMO
Partindo da concepção capitalista de estratificação nas relações sociais baseadas na
competição e individualismo, podemos traçar um paralelo com as diversas áreas do
conhecimento científico que se valeram desse modelo para definir a sua posição frente a
outras ciências, suas relações com os seus objetos de estudo e com o próprio saber gerado.
O desmembramento do homem em compartimentos impostos pelas disciplinas inviabiliza
qualquer tentativa de decifrá-lo enquanto unidade complexa da natureza. A abordagem
interdisciplinar não descaracteriza a especificidade das diversas áreas do conhecimento,
mas localiza fragilidades e lacunas e estabelece lócus e interconexões com outros saberes
complementares de forma igualitária e não estratificada. Desta forma, entendendo os
distúrbios de composição corporal, sejam eles caracterizados pelo sobrepeso ou baixo peso
como fatores de risco associados a uma série de doenças de características multifatoriais
responsáveis pelos maiores percentuais de morbi-mortalidade no mundo, é que se mostra
imprescindível a abordagem interdisciplinar do tema como uma das poucas formas
eficientes de elucidar os diversos aspectos envolvidos na ocorrência desses agravos. Na
pré-história identificamos na sociedade daquela época comportamentos e fatores de
proteção quanto à ocorrência de distúrbios alimentares. Atualmente, independente da
caracterização sócio-econômica desses países, não mais se estabelece relação entre
desenvolvimento e nível nutricional Os distúrbios na composição corporal estão hoje
posicionados como um dos maiores problemas enfrentados por sociedades em
desenvolvimento, não só pela sua elevada ocorrência, mas também, enquanto fator de risco
para o acometimento de inúmeras doenças decorrentes desse problema. Dentre os
episódios de morbi-mortalidade relacionados ao baixo peso e desnutrição estão o aumento
na taxa de mortalidade nos primeiros anos de vida, o aumento na incidência e agravamento
de doenças infecciosas e dificuldade no desenvolvimento psico-motor. Um estudo de
ocorrência de obesidade e desnutrição e suas relações com fatores sócio-econômicos,
ambientais e fisiológicos, realizados na região sul do estado de Sergipe, ganha em
importância pela falta de levantamento sobre o tema naquela população exposta de forma
direta a agravos relacionados à obesidade e desnutrição em virtude de determinantes das
mais diversas ordens. A abordagem interdisciplinar se justifica, pois somente através dela
pode-se chegar mais próximos dos conceitos de saúde hoje vigentes, além de nos dar a
possibilidade de discutir as intervenções com os gestores da saúde utilizando-se de
justificativas econômicas como meio de convencimento na medida em que projetos baseado
na prevenção são muito mais baratos e economicamente viáveis.
Palavras Chave
Interdisciplinaridade; Ambiente; Saúde; Distúrbios alimentares
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Health and Environment: the interdisciplinarity in the study of the
behaviors associated to the nutritionals disturbances occurrence
ABSTRACT
Leaving of the capitalist conception of bedding in the social relationships based on the
competition and individualism, we can trace a parallel one with the several areas of the
scientific knowledge that they were been worth of that model to define your position front to
other sciences, your relationships with your study objects and with the own generated
knowledge. The man's division in compartments imposed by the disciplines it makes
unfeasible any attempt of deciphering him/it while complex unit of the nature. The approach
interdisciplinary not uncharacterized the several areas specificity of the knowledge, but it
locates fragilities and gaps and it establishes countries and interconnections with other you
know complementally in an equalitarian way and not stratified. This way, understanding the
disturbances of corporal composition, be they characterized by the overweight or low weight
as risk factors associated her/it a series of diseases of characteristics responsible
multifactorials for the largest percentile of morbi-mortality in the world, it is that is shown
indispensable the approach interdisciplinary of the theme as one of the few efficient forms of
elucidating the several aspects involved in the occurrence of those offences. In the prehistory
we identified in the society of that time behaviors and protection factors with relationship to
the occurrence of alimentary disturbances.. Now, independent of the socioeconomic
characterization of those countries, not more he/she settles down relationship between
development and level nutritional The disturbances in the corporal composition they are
today positioned as one of the largest problems faced by societies in development, not only
for your high occurrence, but also, while risk factor for the attack of countless current
diseases of that problem. Between the morbi-mortality episodes related to the bass weight
and malnutrition they are the increase in the mortality rate in the first years of life, the
increase in the incidence and worsening of infectious diseases and difficulty in the
development psico-motor. A study of obesity occurrence and malnutrition and your
relationships with factors socioeconomic, environmental and physiologic, accomplished in
the south area of the state of Sergipe, it wins in importance for the rising lack on the theme in
that exposed population in a direct way to offences related to the obesity and malnutrition by
virtue of determinant of the most several orders. The approach interdisciplinary is justified,
therefore only through her it can be arrived closer of the concepts of health today effective,
besides giving us the possibility to discuss the interventions with the managers of the health
being used of economical justifications as middle of convincing in the measure in that
projects based on the prevention are much cheaper and economically viable.
Key words
Interdisciplinarity; Health; Environment; nutritionals disturbances
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Partindo da concepção capitalista de estratificação nas relações sociais baseadas na
competição e individualismo, podemos traçar um paralelo com as diversas áreas do
conhecimento científico que se valeram desse modelo para definir a sua posição frente a
outras ciências, suas relações com os seus objetos de estudo e com o próprio saber gerado.
As ciências dos estudos em saúde, notadamente saúde pública, mostraram sinais de
superação desse perfil desde a transição epidemiológica ainda no século XIX (JECKEL;
KATZ e ELMORE, 2005), quando buscou na interdisciplinaridade, uma abordagem que
transpusesse o comportamento vigente, centrado fundamentalmente no controle da
enfermidade (FERREIRA e BUSS, 2002).
Morin (2003) comenta que o desmembramento do homem em compartimentos
impostos pelas disciplinas, inviabiliza qualquer tentativa de decifrá-lo enquanto unidade
complexa da natureza e sugere uma abordagem global como caminho para entender de
maneira contextualizada os imbricamentos que compõem o todo para que à partir dele
sejam entendidas as partes. Bairon (2002), argumenta, ainda, que uma abordagem
interdisciplinar não descaracteriza a especificidade das diversas áreas do conhecimento,
mas localiza fragilidades e lacunas e estabelece lócus e interconexões com outros saberes
complementares de forma igualitária e não estratificada.
Battaglion Neto (2003) desenha um painel desse momento de mudança de
paradigma, que reflete de forma bastante apropriada à necessidade da ruptura com as
relações estratificadas na produção de conhecimento na área da saúde, mostrando ser
imperativa a busca do conhecimento interdisciplinar e compartilhado.
“(...) Originado no discurso centralizado nas doenças, o modelo
epidemiológico tradicional, envolvendo agente, hospedeiro e ambiente, vem
sendo substituído tanto do ponto de vista doutrinário, quanto no âmbito da
estrutura organizacional por novos paradigmas (...) que apontam para a
convergência de uma compreensão do estado de interdependência, inter-
relações e de complexidade dos fatores. O que se apreende é que a visão
fragmentada da realidade tem trazido conseqüências negativas na qualidade
de vida dos indivíduos. Tais soluções são impossíveis sem sua inserção no
conjunto da sociedade global; para pensar a questão de saúde e encontrar as
possíveis soluções é necessário compreendê-la na visão de mundo que a
fundamenta (...)”.
(BATTAGLION NETO, 2003)
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Esse discurso encontra respaldo não só no fenômeno da transição epidemiológica,
mas em uma série de ações que culminam com os conceitos multidimensionais de saúde
estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde, preconizando que a saúde é vista não
mais como a ausência da doença, mas como o bem estar em diferentes setores, tais como
físico, mental, emocional, psicológico, afetivo, social, espiritual, o que envolve não apenas
as condições presentes de vida, mas as expectativas de vida futura. Essa definição de
saúde serviu de eixo norteador para discussões e intervenções de proporções mundiais na
área de saúde pública.
“(...) Entre os inúmeros intentos registrados com tal orientação, merecem
destaque especial a abertura da China Nacionalista ao mundo exterior - com
a realização das duas primeiras missões de observação de especialistas
ocidentais promovidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), sob a
liderança de Halfdan Mahler (1973-1974), e o movimento canadense
desenvolvido a partir do Relatório Lalonde - Uma Nova Perspectiva na Saúde
dos Canadenses (1974), posteriormente reforçado com o Relatório Epp -
Alcançando Saúde Para Todos (1986). Estes dois acontecimentos
estabeleceram as bases para importantes movimentos de convergência na
conformação de um novo paradigma formalizado na Conferência de Alma-Ata
(1978) com a proposta de Saúde Para Todos no Ano 2000 e a estratégia de
Atenção Primária de Saúde, que alcançou destaque especial na Primeira
Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde (1986), com a
promulgação da Carta de Ottawa, e que vem se enriquecendo com a série de
declarações internacionais periodicamente formuladas nas conferências
realizadas sobre o tema (...)”.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002)
Desta forma, entendendo os distúrbios de composição corporal, sejam eles
caracterizados pelo sobrepeso ou baixo peso como fatores de risco associados a uma série
de doenças de características multifatoriais responsáveis pelos maiores percentuais de
morbi-mortalidade no mundo, é que se mostra imprescindível a abordagem interdisciplinar
do tema como uma das poucas formas eficientes de elucidar os diversos aspectos
envolvidos na ocorrência desses agravos.
Remetendo-nos à pré-história identificamos na sociedade daquela época
comportamentos e fatores de proteção quanto à ocorrência de distúrbios alimentares. O
modo de vida característico não permitia que agravos associados à composição corporal,
principalmente ao sobrepeso, se manifestassem com freqüência significativa.
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O comportamento nômade dos grupos nas sociedades primitivas garantia, além da
baixa degradação ambiental pelo comportamento meramente coletor e predador desses
povos (COHEN, 1977), um equilíbrio nutricional, ao se alimentarem somente do que lhe
agradava associado a um elevado gasto calórico devido às constantes mudanças de
moradia que se alteravam de acordo com a abundância de alimentos.
Com os grupos tornando-se cada vez maiores, tornou-se mais difícil a mobilidade e a
prática do nomadismo, o que fez com que o homem adotasse o sedentarismo como modo
de vida e criasse meios de criação/produção que garantissem a sua sobrevivência em um
único local. Nesse sentido, a agricultura passou a ser fundamental como fonte produtora de
alimento, por poder disponibilizar grandes quantidades de calorias de forma bastante
manipulável e em pequenos espaços, o que não acontecia com a caça que necessitava de
grande perda de tempo e risco elevado. Essa opção pelas calorias de origem vegetal em
detrimento às calorias de origem animal acabou por comprometer o equilíbrio nutricional
daquelas populações.
“(...) Há cerca de 11.000 ou 12.000 anos atrás os caçadores e coletores,
que viviam com uma gama limitada de alimentos preferidos haviam
ocupado, através do crescimento demográfico natural e a conseqüente
expansão territorial, todas as partes do globo que podiam sustentar seu
estilo de vida de modo razoável. De fato, muitos grupos já haviam
considerado necessário, em muitas regiões, ampliar a gama de recursos
silvestres usados na alimentação, a fim de sustentar suas populações
crescentes. A partir dessa época, quando a expansão territorial se foi
tornando cada vez mais difícil e cada vez menos atrativa como meio de
adaptação ao crescimento demográfico, as populações se viram obrigadas
a diversificar sua alimentação, a comer coisas cada vez menos agradáveis
ao gosto e, particularmente, a concentrar-se em alimentos de baixo nível
nutricional, mas de grande densidade(...)”.
(COHEN, 1977)
Devido a diminuição da capacidade de mobilidade dos grupos, ao mesmo tempo em
que aumentava a sua capacidade em manipular o ambiente, o homem optou pela sua
descaracterização, impondo a monoprodução como fator de evidência nos ecossistemas.
Por conta da escolha pela pouca diversidade, o homem tornou-se frágil organicamente, um
ser doente. Conseqüentemente, a criança tornou-se mais vulnerável e o que deveria ser o
padrão de desenvolvimento humano: crescimento livre de doenças, não se confirma pela
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simples falta da capacidade do ambiente em suprir as necessidades nutricionais nessa fase
da vida (MARCONDES, 1982).
A partir da revolução industrial estabeleceu-se um acelerado desenvolvimento de
uma infinidade de povos, evidenciando clara contribuição que a mecanização, a automação
e a informatização proporcionaram para a aquisição de melhores condições de vida à
população mundial, como por exemplo, a facilidade de executar as atividades diárias
(BARBOSA, 2001). Em contrapartida, o inchaço dos centros urbanos provocado pela
imigração de grandes contingentes de moradores das áreas rurais, sem qualificação e sem
garantia de empregos, criou uma legião de miseráveis, sem acesso ao mínimo necessário
para a sua sobrevivência, expostos a todo o tipo de agravos decorrentes da pobreza. Esse
contexto propiciou novas mudanças de estilo de vida nas pessoas, como os hábitos
alimentares desregrados pela falta de tempo ou pela impossibilidade de acesso à comida.
Enquanto agravo nutricional, a desnutrição era assumida como um problema
relevante apenas para os países em desenvolvimento, enquanto que a obesidade seria para
países desenvolvidos. Atualmente, independente da caracterização sócio-econômica desses
países, não mais se estabelece relação entre desenvolvimento e nível nutricional (ADES e
KERBAUY, 2002), prova disso foi a transição nutricional, fenômeno epidemiológico
evidenciado pelos inquéritos nacionais realizados em 1974/1975
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e 1989
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(MONTEIRO et.
al., 1993) e Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF - (IBGE, 2004), que verificou que a
população urbana brasileira vem apresentando importantes mudanças no padrão alimentar
tornando-se semelhante ao mundial, apontando a tendência de alteração no perfil nutricional
e na composição corporal da população em geral, passando de desnutridos para obesos.
Esses estudos evidenciaram, por exemplo, que a prevalência de desnutrição em crianças de
1 a 4 anos de idade reduziu em mais de 60% e a prevalência de obesidade infantil
permaneceu relativamente baixa no período de quinze anos (ENGSTROM e ANJOS, 1999).
Apontaram ainda a associação inversa entre a ocorrência de desnutrição e o nível sócio-
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Pesquisa Nacional Sobre Saúde e Nutrição - PNSN
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econômico das famílias. No entanto, a diminuição nessas prevalências ocorreu em todos os
grupos de renda familiar enquanto que a ocorrência de obesidade, embora estável nos dois
períodos, mostrou uma relação direta com o nível sócio-econômico (MONTEIRO, 2000).
Grande parte da população mundial aumentou de peso nos últimos 30 anos, em
todas as faixas etárias e estratos sociais. Em 2002, estimava-se que cerca de 1,7 bilhões de
pessoas no mundo apresentaram sobrepeso. Destes, cerca de 300 milhões são obesos
Esta estimativa tem sido atribuída, em parte, a mudanças nos padrões de alimentação –
evidente na redução do consumo de carboidratos e fibras e aumento de gorduras saturadas,
açúcares e alimentos refinados – e à diminuição dos níveis de atividade física, o que
provoca um desequilíbrio no balanço energético entre as ingestas calóricas e o consumo
destas através das atividades físicas cotidianas e sistematizadas (OPAS, 2003; WHO, 2000,
SALBE E RAVUSSIN in BOUCHARD, 2003).
A industrialização provocou um outro fenômeno como conseqüência das condições
pouco favoráveis de sobrevivência: a violência urbana. Motivada quase sempre pela
insatisfação com a posição de desvantagem que se ocupa no estrato social, principalmente
nas áreas periféricas onde se mostra mais contundente a cultura do poder informal. Esse
comportamento se manifesta de forma tão intensa que tem contribuído para a aquisição de
distúrbios alimentares, sejam eles em virtude do sedentarismo forçado, na medida em que
obrigam as pessoas a se manterem cada vez mais trancadas dentro de suas próprias casas,
numa espécie de confinamento onde as condições de sobrevivência lhes são oferecidas à
mão ou com o mínimo de esforço, ou causadas pelo estresse, comportamento de ansiedade
e/ou depressão que acometem os indivíduos expostos a esses fatores.
Conforme relata Franciulli Netto (2002), junto com a Declaração dos Direitos
Universais da Pessoa Humana em 1948, conquistamos o direito de uma adequada
alimentação para a garantia de uma qualidade de vida, no mínimo, satisfatória. Esta
afirmação significa que o Estado tem a obrigação de garantir esses direitos a todos os
cidadãos. Assistir adequadamente os mais vulneráveis e garantir que, em longo prazo,
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todos possam ser capazes de se alimentar por seus próprios meios (ROBINSON, 1999).
Porém, submetidos às conseqüências negativas da globalização e a incompetência do
Estado em gerir o seu patrimônio natural, fica mais difícil garantir o direito a viver com
dignidade.
As relações predatórias impostas pela globalização aos países periféricos
contribuem negativamente no nível de saúde da população, na medida em que a
flexibilização, comportamento típico desse fenômeno, determina regras baseadas no capital
e na produtividade, em detrimento dos interesses da coletividade.
Por deter o poder econômico e tecnológico, os países ricos infligem medidas de
desvalorização do ser humano e perpetuação da relação estratificada, em que os direitos
dos trabalhadores são suprimidos, refletindo diretamente na saúde destes (DRUCK et. al.,
2003). Além das relações trabalhistas, o uso indiscriminado dos recursos naturais
principalmente nos últimos 50 anos também tem contribuído sobremaneira para o
agravamento das condições de sobrevivência humana.
Com a população crescendo em ritmo constante e a falta de planejamento na
utilização de sustentável de recursos naturais, a previsão para um futuro não muito distante
é de que a natureza não irá dar conta da demanda de consumo, perpetuando as condições
de pobreza dos povos, notadamente de países em desenvolvimento, tornando cada vez
mais difícil o acesso à água e por conseqüência à proteína animal motivada pela diminuição
das populações de animais. Esse evento provocará dentre uma série de morbidades, o
aumento no índice de deficiência protéico energética, o que comprometerá sobremaneira o
crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes (FONSECA, 2005).
Os distúrbios na composição corporal estão hoje posicionados como um dos maiores
problemas enfrentados por sociedades em desenvolvimento, não só pela sua elevada
ocorrência, mas também, enquanto fator de risco para o acometimento de inúmeras
doenças decorrentes desse problema.
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“(...) Estima-se que 240 milhões o número de crianças menores de cinco
anos com comprometimento no seu crescimento físico em decorrência da
desnutrição energético protéica (DEP). Grande parte dessas crianças estão
nos países subdesenvolvidos da Ásia e África. A América Latina também
aparece de forma importante, porém com taxas menores do que os países
africanos, enquanto que no primeiro mundo praticamente não existe
desnutrição (...)”.
(OLIVEIRA e TADDEI, 1998)
Apesar da diminuição da prevalência de desnutrição e baixo peso, ela ainda é um
agravo importante (MONTEIRO, 2000). O baixo peso é resultado da interação de fatores
sociais, econômicos, ambientais e biológicos e possui estreita relação com o valor
nutricional da alimentação disponível e com a situação de saúde geral do indivíduo. Por
estar relacionada às condições de vida da população, a ocorrência de casos de risco
nutricional em uma população representa importante indicador de desigualdade social.
Dentre os episódios de morbi-mortalidade relacionados ao baixo peso e desnutrição
estão o aumento na taxa de mortalidade nos primeiros anos de vida, o aumento na
incidência e agravamento de doenças infecciosas e dificuldade no desenvolvimento psico-
motor. No sexo feminino a deficiência nutricional provoca maior risco de gerar recém
nascidos com baixo peso, acrescentando à desnutrição uma característica hereditária
(MONTEIRO e CONDE, 2000).
Os danos à saúde associados à obesidade são os mais diversos caracterizados
principalmente pelas doenças crônicas não degenerativas como a diabetes, doenças
cardiovasculares, doenças articulares, hipertensão, dentre outras (MONTEIRO e CONDE,
2000). Todas essas morbidades com alto índice de prevalência e incidência na nossa
população, pois estão diretamente ligadas ao estilo de vida adotado pelo indivíduo. Segundo
Kalache e Kickbusch (1997) Projeções apontam para um índice de 77% de mortes causadas
por esses agravos nos países em desenvolvimento.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
As enfermidades crônicas ou de longa duração implicam, em muitos países, gastos
que comprometem as reservas de dinheiro público destinado à saúde. Seu tratamento é
caro e limitado em se tratando de contribuição na melhoria de qualidade de vida. Em
contrapartida a prevenção mais eficiente de doenças crônicas deve ser abordada de forma
multidimensional, promovendo anos de vida saudáveis e economia de recursos que seriam
gastos com tratamento e controle (PARRA-CABRERA et. al., 1999). Compreender os
determinantes sociais, ambientais e biológicos que expõem a população estudada a esses
agravos poderá contribuir para a elaboração de ações com objetivos de prevenção através
da mudança de hábitos nocivos que exponham a população.
Um estudo de ocorrência de obesidade e desnutrição e suas relações com fatores
sócio-econômicos, ambientais e fisiológicos, realizados na região sul do estado de Sergipe,
ganha em importância pela falta de levantamento sobre o tema naquela população exposta
de forma direta a agravos relacionados à obesidade e desnutrição em virtude de
determinantes das mais diversas ordens.
A abordagem interdisciplinar se justifica, pois somente através dela pode-se chegar
mais próximos dos conceitos de saúde hoje vigentes, além de nos dar a possibilidade de
discutir as intervenções com os gestores da saúde utilizando-se de justificativas econômicas
como meio de convencimento na medida em que projetos baseado na prevenção são muito
mais baratos e economicamente viáveis.
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4. CAPÍTULO 03 – ARTIGO 02
Análise dos níveis de atividade física associados ao baixo peso e
ao sobrepeso em adolescentes do sul do estado de Sergipe
RESUMO
A influência dos fatores ambientais na ocorrência de distúrbios nutricionais em adolescentes
tem se mostrado importante elemento de estudos com grande potencial diagnóstico desses
agravos. Desta forma, o presente trabalho, seccional, epidemiológico e descritivo, objetivou
analisar os níveis de atividade física assumidos por estudantes adolescentes de escolas
públicas do sul de Sergipe, associando-os à ocorrência de baixo peso e de sobrepeso. A
prevalência global de baixo peso nos adolescentes foi de 4% (n=13) entre os gênero
masculino o que corresponde a 81,3% do total de adolescentes de ambos os gêneros com
baixo peso e de 0,9% (n=3) entre as gênero feminino, correspondendo a 18,7% total de
adolescentes de ambos os gêneros com esse perfil nutricional. Em relação ao sobrepeso, a
prevalência global entre os gênero masculino foi de 9,0% (n=29), entre as gênero feminino
foi de 11,1% (n=36) Em todas as faixas etárias estudadas, menos de um terço (13%; n= 42)
dos gênero masculino e 9,88% (n=32) das gênero feminino foram classificados como
suficientemente ativos fisicamente. Esses achados apontam o comportamento como
possível variável de risco para o baixo peso e para o sobrepeso em ambos os gêneros e a
presença deles pode ser atribuído à falta de tempo disponível para dedicar-se ao próprio
corpo em virtude das elevadas exigências do mundo do trabalho, aliadas principalmente aos
confortos propiciados pela tecnologia que se refletem em baixo gasto energético. Estudos
sobre a ocorrência de sobrepeso e baixo peso e suas relações com fatores psicossociais,
ambientais e fisiológicos, devem ser realizados em várias regiões, com perfis
socioeconômicos diferentes, de forma a possibilitar a geração de conhecimento mais
adequado a subsidiar orientações e políticas públicas a nível local, regional, nacional ou,
mesmo, mundial.
Palavras Chave
Baixo peso, sobrepeso, Atividade física
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Analysis of physical activity levels associated to the low weight and
the overweight in adolescents of south state of Sergipe
ABSTRACT
The influence of the environmental factors in the occurrence of disturbances nutritionals in
adolescents has been showing if important element of studies with great potential diagnosis
of those offences. This way, the present work, sectional, epidemic and descriptive, aimed at
to analyze behaviors assumed by adolescent students of public schools of the south of
Sergipe, associating them to the occurrence of low weight and of overweight. The global
prevalence of low weight in the adolescents was of 4% (n=13) among the boys that it
corresponds to 81,3% of the adolescents' of both goods total with low weight and of 0,9%
(n=3) among the girls, corresponding to 18,7% total of adolescents of both goods with that
profile nutritional. In relation to the overweight, the global prevalence among the boys was of
9,0% (n=29), among the girls it was of 11,1% (n=36) In all the studied age groups, less than
a third (13%; n = 42) of the boys and 9,88% (n=32) of the girls they were classified as
sufficiently assets physically. Those discoveries point the behavior as possible risk variable
for the bass weight and for the overweight in both goods and their presence can be attributed
to the lack of available time to be devoted to the own body by virtue of the high demands of
the world of the work, formed an alliance mainly with the comforts propitiated by the
technology that they are reflected in energy worn-out bass. Studies about the overweight
occurrence and low weight and your relationships with psychological and socials factors,
environmental and physiologic, should be accomplished in several areas, with different
social and economical profiles, in way to make possible the generation of more appropriate
knowledge to subsidize orientations and public politics at level local, regional, national or,
same, world.
Key words
Low weight, overweight, Physical Activity
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A influência dos fatores ambientais na ocorrência de distúrbios nutricionais em
adolescentes tem se mostrado importante elemento de estudos com grande potencial
diagnóstico desses agravos. A maturação sexual na puberdade envolve alterações
morfofuncionais neurológicas, fisiológicas, psicossociais e endócrinas. Dentre as mais
evidentes, estão o acelerado aumento da estatura e da massa corporal refletindo de
maneira definitiva nas proporções corporais (DE BEM, 2003).
Não existe consenso em relação à faixa etária que define a adolescência, podendo ir
dos dez aos vinte anos (SISVAN, 2004), dos dez aos dezenove anos (COUTINHO e
BARROS, 2001), ou ainda, segundo o ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
(1990), dos doze aos dezoito anos, no entanto Coutinho e Barros (2001) entendem não
haver necessidade de rigidez nessa definição visto que essa limitação etária tem como
objetivo referenciar programas e políticas públicas para a população. Sobrepeso pode ser
definido como um excesso de gordura corporal em relação à massa magra caracterizada
por um índice de massa corporal percentílico (IMC) maior que 85% (MUST, DALLAL e
DIETZ, 1991
a
, 1992
b
; WHO, 1995; COLE et. al., 2000) enquanto que baixo peso, definido
pelo IMC percentílico menor que 5% (WHO, 1995), é a deficiência ou falta de nutrientes_
proteínas, carboidratos, vitaminas e aminoácidos_ essenciais para o bom desenvolvimento
do indivíduo.
As enfermidades crônicas ou de longa duração implicam, em muitos países, gastos
que comprometem as reservas de dinheiro público destinado à saúde, uma vez que seu
tratamento é caro e limitado em se tratando de contribuição na melhoria de qualidade de
vida. Em contrapartida a prevenção ou minimização dos fatores e comportamentos de risco
dessas doenças abordadas de forma multifacetada é mais eficiente, promovendo anos de
vida saudáveis e economia de recursos que seriam gastos com tratamento e controle
(PARRA-CABRERA et. al., 1999).
No tocante aos distúrbios de composição corporal, o sedentarismo ocupa posição de
destaque entre os comportamentos relacionados ao sobrepeso e baixo peso (SUÑÉ et al.,
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2007; REBELLO, COSTA, 2007). Como elemento agravante desse processo nas
populações humanas, a urbanização vem privilegiando o uso dos espaços ociosos para
objetivos econômicos e mesmo as áreas voltadas para o lazer são empreendimentos
particulares, que por conseqüência são excludentes da maior parte da população que não
pode usufruí-las da forma e momento que lhe convier.
Os indivíduos, expostos ao comportamento sedentário têm negada a possibilidade
da prática da atividade física, que é entendida como um conjunto de movimentos corpóreos
produzidos pelos músculos esqueléticos que resultam em gasto energético. Esta, portanto,
caracteriza-se pela multdimensionalidade das ações corporais voluntárias que envolvem
movimentos laborais, de lazer e desportivas (MENDONÇA e DOS ANJOS, 2004) e que
possui relação inversa com as doenças crônico-degenerativas (ROSENDO DA SILVA, 2000;
WEINECK, 2003), além de ser base sólida para a redução da prevalência do sedentarismo
na idade adulta, contribuindo desta forma para um estilo de vida saudável e uma melhor
qualidade de vida (SBME, 1998; FARIAS JUNIOR, 2002; SILVA, 2002; ARAÚJO, 2006).
Tais aspectos são de extrema importância em uma população que segundo
a WHO
(2005), por ter aumentada a sua expectativa de vida e diminuído a taxa de fertilidade, será
até 2050 o sexto país do mundo em número de idosos. Deste modo, o presente trabalho
objetivou analisar o grau de influência dos níveis de atividade física na ocorrência de baixo
peso e de sobrepeso em estudantes adolescentes de escolas públicas do sul de Sergipe.
MATERIAL E MÉTODOS
Este estudo, de esboço seccional, caracteriza-se por ser epidemiológico, descritivo,
correlacional. O local onde se deu a coleta dos dados foi delimitado a partir da denominação
estabelecida pela Secretaria de Estado de Educação e Cultura de Sergipe que agrupa os
municípios por Delegacias Regionais de Educação (DRE’s).
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Figura 01: Mapa de Sergipe, com destaque para a DRE 02, local da coleta de dados
Fonte: Secretaria de Estado da Educação (SEED) – 2006
A DRE escolhida, denominada de DRE 02 situa-se no sul do estado e abrange sete
municípios: Lagarto, Tobias Barreto, Simão Dias, Riachão do Dantas, Poço Verde, Salgado
e Boquim.
Utilizado como fator de homogeneização dos municípios selecionados, o índice de
desenvolvimento humano (IDH), indicador que baseado na combinação de três dimensões –
longevidade, educação e renda – apontou valores entre 0,500 e 0,800 nesses municípios,
amplitude bastante reduzida que revela características de homogeneização da população
(PNUD, 2003).
Foram identificados como população, todos os alunos matriculados nas escolas da
rede estadual da região contemplada (15 a 18 anos). A amostra composta por 694
indivíduos foi caracterizada como aleatória e proporcional por município, uniforme e
estratificada por gênero e idade, intencional por turma e turno de aulas.
Os dados da pesquisa foram coletados em dois encontros, por meio de duas
ferramentas: um questionário contendo informações acerca das atividades físicas cotidianas
– PAQ-C (CROCKER et. al., In ROSENDO DA SILVA, 2000) e a avaliação antropométrica,
com a mensuração da estatura e massa corporal, realizada naqueles indivíduos que
devolverem o questionário corretamente preenchido.
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As análises descritivas foram utilizadas na determinação das medidas absolutas e de
prevalências, medidas de tendência central e de dispersão dos níveis de atividade física e
das mensurações antropométricas. As análises bivariadas de correlação linear, utilizando p
0,05 para significância estatística, foram empregados para estudar possíveis relações entre
as variáveis do estudo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Segundo dados da OPAS (2003), mais de um bilhão de pessoas no mundo são
afetadas pelo sobrepeso com cerca de um terço dessa população considerada obesa. No
Brasil, segundo Recine e Radaelli (2001), estima-se em 20% das crianças sejam obesas e
que cerca de 30% da população adulta apresentem algum grau de excesso de peso.
A tabela 01 mostra medidas de tendência central e comparação de médias entre os
gêneros onde percebem-se valores de médias mais elevados nos gênero masculino nas
variáveis massa corporal, estatura e nível de atividade física com exceção do IMC –
resultado da razão entre o quadrado da altura e a massa corporal. Estes valores são
bastante similares aos observados por Rosendo da Silva e Malina (2000) em escolares
adolescentes do Rio de Janeiro e explicados, segundo Coutinho (2001) e De Bem (2003),
pelo fato de que nessa faixa etária, essas alterações ocorrem de maneira distinta entre os
gêneros. Enquanto na mulher a massa muscular diminui em relação ao peso corporal total
devido a um aumento acelerado do tecido adiposo, no homem devido a ação dos hormônios
masculinos ocorre um aumento da massa livre de gordura e conseqüente aumento de força
muscular (COUTINHO, 2001).
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Tabela 01: Avaliação antropométrica e do nível de atividade física, segundo o PAQ-C, entre
estudantes adolescentes do sul do estado de Sergipe.
VARIÁVEL
Gênero masculino
X S
Gênero feminino
X S
IMC* 20,77 3,30 21,48 2,34
Massa corporal (Quilos)* 56,34 8,72 53,10 6,04
Estatura (Metros)* 1,64 0,07 1,57 0,63
Nível de atividade física (PAQ-C Score 1 a 5) 2,64 0,61 2,51 0,50
*p0,05
Os distúrbios e carências nutricionais estão hoje elencados como um dos maiores
problemas enfrentados por sociedades em desenvolvimento, não só pela sua elevada
ocorrência, mas também, enquanto fator de risco para o acometimento de inúmeras
doenças decorrentes desse problema (MIRANDA et. al., 2003; HALPERN, 2001; SALVE,
2006).
Independente do gênero, a prevalência global para baixo peso foi de 3,39%,
resultado bem abaixo dos encontrados em um amplo estudo realizado pelo IBGE (2006)
sobre estado nutricional da população brasileira, que observou-se nos adultos jovens (20 a
24 anos) uma prevalência maior de déficit de peso (12,2%). No mesmo estudo, em Sergipe,
durante a adolescência e independente do gênero, a prevalência de déficit de peso
registrada foi de 13,40%. Esse fato pode ser explicado pela recente implantação e
popularização de políticas e programas de saúde pública voltados para o controle de
enfermidades que tem o baixo peso e a desnutrição como evidente fator de risco, a exemplo
do “Bolsa Família”, Programa de Saúde da Família (PSF) , além da melhoria da eficiência na
distribuição da merenda escolar.
Levando-se em consideração o gênero (Figura 02), a prevalência de baixo peso
entre os gênero masculino foi ligeiramente mais elevada com 4,01% (n=13) contra 2,78%
(n=9) entre as gênero feminino, e apesar da diferença não ter sido considerada significativa
(p0,05), mostra uma tendência similar aos trabalhos de Araujo, (2006); Malina e Bouchard
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(2002) que apontam uma menor prevalência de baixo peso no gênero feminino, podendo
este fato ser atribuído às alterações hormonais presentes nessa fase da vida em que ocorre
uma maior contribuição do tecido adiposo, em relação ao tecido muscular, no incremento da
massa corporal.
Quanto ao sobrepeso, a prevalência global foi de 10,03%. No gênero masculino o
percentual foi de 8,95% (n=29) e no gênero feminino de 11,11% (n=36). Valores similares
foram encontrados em estudo realizado por Silva, Balaban et. al. (2001), com uma
prevalência de 6,20% para o sobrepeso no gênero masculino. No estado de Sergipe, a
prevalência de sobrepeso entre as adolescentes do gênero feminino foi de 13,40% (MDS,
2006), parecendo não indicar diferenças expressivas entre os dois estudos.
Figura 02: Distribuição percentual das prevalências de baixo peso, eutrofia e sobrepeso nos
estudantes adolescentes do sul de Sergipe.
GÊNERO MASCULINO
GÊNERO
FEMININO
Comparando as prevalências entre os gêneros, não foi encontrada diferença
significativa (p0,05), resultado semelhante ao encontrado por Dutra et. al., (2006) em
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estudo na região sul do Brasil. No entanto, é importante ressaltar que o modelo de
referência de crescimento e desenvolvimento atualmente utilizado no Brasil (WHO, 1995),
não reflete a nossa realidade devido as dimensões geográficas e a variabilidade de
influências ambientais em distintas regiões e ecossistemas (SISVAN, 2004).
Com exceção da análise entre estatura e IMC nos gênero masculino com 16 anos
(p0,05) houve significativa correlação (p0,05) entre as variáveis antropométricas em
todas as idades e em ambos os gêneros (Tabelas 02 e 03).
Tabela 02: Correlação Linear entre as variáveis IMC, massa corporal e estatura dos
estudantes adolescentes do sul de Sergipe – Gênero masculino.
VARIÁVEL 15 Anos 16 Anos 17 Anos 18 Anos Total
IMC * Massa Corporal 0,820* 0,799* 0,702* 0,767*
0,771*
Massa Corporal * Estatura 0,296* 0,419* 0,259* 0,301*
0,346*
Estatura * IMC
-0,297* -0,207 -0,499* -0,037*
-0,324*
* Correlação significativa se “p 0,05”
Tabela 03: Correlação Linear entre as variáveis IMC, massa corporal e estatura dos
estudantes adolescentes do sul de Sergipe – Gênero feminino.
VARIÁVEL 15 Anos 16 Anos 17 Anos 18 Anos Total
IMC * Massa Corporal
0,707* 0,593* 0,682* 0,761* 0,692*
Massa Corporal * Estatura
0,392* 0,368* 0,277* 0,436* 0,382*
Estatura * IMC
-0,364 * -0,528 * -0,508)* -0,246* -0,396*
* Correlação significativa se “p 0,05”
No entanto, exceto na análise do IMC correlacionado à massa corporal, como mostra
a Figura 03, indicando “forte” correlação com elevados valores de “r” (>0,600), todas as
correlações foram classificadas como “regular” conforme classificação sugerida por
Callegari-Jacques (2003) ( Figuras 04 e 05).
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Figura 03: Correlação linear entre massa corporal e IMC dos estudantes adolescentes do sul
de Sergipe.
r
(Gênero masculino)
= 0,771 (p=0,00)
r
(Gênero feminino)
= 0,692 (p=0,00)
Atualmente, independente da caracterização sócio-econômica, não mais se
estabelece relação entre desenvolvimento e obesidade (ADES e KERBAUY, 2002), prova
disso foi o fenômeno epidemiológico da transição nutricional, evidenciado pelos inquéritos
nacionais realizados em 1974/1975
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e 1989
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(MONTEIRO et. al., 1993) que mostrou a
tendência de alteração no perfil nutricional e na composição corporal de crianças,
diminuindo a prevalência de desnutrição e aumentando a prevalência de sobrepeso e
obesidade. As correlações aqui apresentadas indicam que esse fenômeno encontra-se em
estágio de desenvolvimento nesta população. Na Figura 04, pode-se observar uma
correlação linear negativa e significativa (p0,05), porém, muito baixa entre a estatura e o
IMC daquela população (-0,396 gênero masculino e -0,324 gênero feminino), ao contrário da
Figura 03, que apresenta uma correlação positiva (0,771 gênero masculino e 0,692 gênero
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Estudo Nacional de Despesa Familiar - ENDEF
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Pesquisa Nacional Sobre Saúde e Nutrição - PNSN
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feminino), classificada como forte (Callegari-Jacques; 2003), o que evidencia a maior
importância da massa corporal na composição do IMC.
Mesmo levando em consideração as afirmações de Chiara et. al., (2003) e Araújo
(2006), de que a massa corporal realmente exerce influência maior do que a estatura na
composição do IMC fica evidente na população aqui estudada, um desequilíbrio na
correlação entre estatura e massa corporal (Figura 05), evidenciando que mesmo sob a
influência do estirão de crescimento que ocorre na adolescência, a estatura não consegue
suplantar o incremento do ganho de peso. Esse fato pode dever-se à comportamentos
sedentários recém adquiridos por esta população como maior acesso à compra de veículos
ciclomotores, abandono ou destruição de áreas destinadas ao lazer e disseminação da
internet como meio de entretenimento.
Figura 04: Correlação linear entre estatura e IMC dos estudantes adolescentes do sul de
Sergipe.
r
(Gênero masculino)
= -0,396 (p=0,00)
r
(Gênero feminino)
= -0,324 (p=0,00)
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Figura 05: Correlação linear entre estatura e massa corporal dos estudantes adolescentes
do sul de Sergipe.
r
(Gênero masculino)
= 0,382 (p=0,00)
r
(Gênero feminino)
= 0,346 (p=0,00)
A Organização Mundial da Saúde reconheceu que a obesidade é uma epidemia
global, que atinge tanto países desenvolvidos como em desenvolvimento, tendo como
causas fundamentais o estilo de vida sedentário e um perfil nutricional caracterizado por
elevadas ingestas de gorduras e alimentos de alta densidade energética.
A obesidade contribui para a diminuição da expectativa de vida. Quando a exposição
é por tempo prolongado, desde a infância ou adolescência, a obesidade coopera para um
aumento da mortalidade por todas as causas e por doenças cardiovasculares, em especial
no gênero masculino (MUST, 1996). Estudos têm mostrado que adolescentes obesos são
mais propensos a permanecerem obesos na vida adulta (TELEMA et al.,1997, SALLIS,
1997; BOUCHARD; 1991).
Com o avanço tecnológico, o homem reduziu à quase nulidade o seu trabalho físico
e apesar do aumento da expectativa de vida nos países em desenvolvimento, segundo
descrevem OPAS (2003), Brasil (2002) e Silva et. al.(1998), os casos de mortes no mundo
que são atribuídas à inatividade física, ultrapassa os dois milhões, na medida em que ela se
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posiciona como principal comportamento de risco para as doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT).
Em todas as faixas etárias estudadas, menos de um terço (13%; n= 42) dos gênero
masculino e 9,88% (n=32) das gênero feminino foram classificados como suficientemente
ativos fisicamente. Com relação ao gênero da população em estudo, a grande maioria
apresentou níveis insuficientes de atividade física. Esse comportamento sedentário
apresentou-se de forma mais contundente nas gênero feminino (90,1%; n= 292) do que nos
gênero masculino (87,04%; n= 282) como mostra a Figura 06, resultados que são
reforçados pelos estudos de Sallis et. al., (1993) e Gutin e Barbeau in Bouchard (2003) que
entre outras conclusões afirma que os níveis de atividade física tendem a diminuir com a
adolescência e que os meninos são mais ativos e melhores condicionados fisicamente que
as meninas
Figura 06: Ocorrência de comportamento sedentário e de atividade física dos estudantes
adolescentes do sul de Sergipe estratificado por gênero.
Gênero masculino
Gênero feminino
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Exceto na idade de 17 anos, na qual os gênero masculino 92,6% (n=75) mostraram-
se menos ativos que as gênero feminino 85,2% (n=69), nas demais idades os gênero
masculino mostraram um comportamento fisicamente mais ativo. A Figura 07 mostra como
esse comportamento corrobora com os achados de Nobre et. al., (2006), Rosendo da Silva
e Malina (2000), Sallis (1993), que relatam em seus estudos um maior nível de
sedentarismo entre as gênero feminino, sem, no entanto concordar com a afirmação feita
por Souza e Duarte (2005) que alega que, independente do gênero, os níveis de atividade
física diminuem com a idade.
Figura 07: Distribuição percentual do nível de atividade física dos estudantes adolescentes
do sul de Sergipe, segundo gênero e idade.
Na amostra estudada, esse comportamento pode dever-se à baixa qualificação de
grande parte dos professores de Educação Física da região. Esses profissionais adotam
como principais conteúdos de ementas as atividades competitivas, na maioria das vezes
excludentes e repetitivas, não privilegiando na sua prática diária a aquisição de um
comportamento crítico e proativo ante a atividade física enquanto comportamento preventivo
de promoção da saúde. Outra justificativa pode ser a melhoria nos meios de transporte pela
a substituição dos deslocamentos à pé e por bicicleta por deslocamentos via ciclomotores,
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bastante utilizados por pessoas de todas as idades e para os mais diversos afazeres, além
da internet que tem mostrado ser a principal opção de lazer dos adolescentes que
dispensam grande parte do seu tempo ocioso em frente a computadores em casa e
principalmente lan houses.
Na medida em que a adolescência caracteriza-se como uma fase de aquisição e
sedimentação de comportamentos (MARCONDES, 1987; COUTINHO, 2001), e uma vez
que os adolescentes estudados mostraram baixos níveis de atividade física, existe uma
maior perspectiva de, na idade adulta perpetuarem essas condutas, ficando mais expostos
aos agravos que tem no sedentarismo um fator de risco (SOUZA, SILVA, OLIVEIRA e
SHINOHARA, 2007).
Pesquisas sobre a ocorrência de sobrepeso e baixo peso e suas relações com
fatores ambientais e fisiológicos, devem ser realizados em diversas regiões geográficas,
apresentando perfis socioeconômicos diferentes, de forma a possibilitar a geração de
conhecimento mais adequado a subsidiar orientações e políticas públicas a nível local,
regional, nacional ou, mesmo, mundial. Esses estudos, fundamentais para qualquer tipo de
planejamento público que vise à melhoria da qualidade de vida da população,
necessariamente devem ser realizados por equipes interdisciplinares, sob o risco de não
poder ser possível compreender os aspectos multicontextuais que envolvem os fatores
determinantes dos distúrbios nutricionais. Em vista do exposto, salienta-se a relevância dos
resultados apresentados nesse trabalho no planejamento de estratégias para a veiculação
de informações para a população em geral no sentido da redução da ocorrência e
conseqüentemente da incidência de distúrbios nutricionais, incorporando um estilo de vida
sadio, além de desenvolver uma cultura de bem estar aliado a elevados níveis de qualidade
de vida.
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5. CAPÍTULO 04 – ARTIGO 03
Detecção de risco de sobrepeso e baixo peso associados à
comportamentos de ansiedade e depressão em adolescentes do sul
do estado de Sergipe
RESUMO
A influência dos fatores ambientais na ocorrência de distúrbios nutricionais em adolescentes
tem se mostrado importante elemento de estudos com grande potencial diagnóstico desses
agravos. Desta forma, o presente trabalho, seccional, epidemiológico e descritivo, objetivou
analisar comportamentos assumidos por estudantes adolescentes de escolas públicas do
sul de Sergipe, associando-os à ocorrência de baixo peso e de sobrepeso. A prevalência
global de baixo peso nos adolescentes foi de 4% (n=13) entre os gênero masculino o que
corresponde a 81,3% do total de adolescentes de ambos os gêneros com baixo peso e de
0,9% (n=3) entre as gênero feminino, correspondendo a 18,7% total de adolescentes de
ambos os gêneros com esse perfil nutricional. Em relação ao sobrepeso, a prevalência
global entre os gênero masculino foi de 9,0% (n=29), entre as gênero feminino foi de 11,1%
(n=36) Em todas as faixas etárias estudadas, menos de um terço (13%; n= 42) dos gênero
masculino e 9,88% (n=32) das gênero feminino foram classificados como suficientemente
ativos fisicamente. A prevalência global de sintomas de comportamento de ansiedade na
população estudada foi de 19,91%. Entre as gênero feminino a prevalência global foi de
20,68% e nos gênero masculino foi de 19,14%. A prevalência global de sintomas
depressivos na população foi de 13,9%, tendo as gênero feminino registrado resultados de
15,1% e nos gênero masculino 12,7%. O comportamento de ansiedade mostrou correlação
significativa com o sobrepeso entre os gênero masculino o mesmo não acontecendo com as
gênero feminino. No entanto o quadro se inverte na correlação entre comportamento de
ansiedade e baixo peso onde se observa correlação significativa somente entre as gênero
feminino. O estado de depressão mostrou significativa correlação com o baixo peso e o
sobrepeso entre os gênero masculino. Nas gênero feminino essa correlação foi significativa
com o sobrepeso. De maneira geral, esses achados apontam esses comportamentos como
variáveis de risco para o baixo peso e para o sobrepeso em ambos os gêneros e a presença
deles podem ser atribuídos às pressões impostas pela série de escolhas de planos futuros
que o adolescente precisa assumir nessa fase da vida. Estudos sobre a ocorrência de
sobrepeso e baixo peso e suas relações com fatores psicossociais, ambientais e
fisiológicos, devem ser realizados em várias regiões, com perfis socioeconômicos diferentes,
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de forma a possibilitar a geração de conhecimento mais adequado a subsidiar orientações e
políticas públicas a nível local, regional, nacional ou, mesmo, mundial.
Palavras Chave
Baixo peso, sobrepeso, Ansiedade, Depressão
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Detection of overweight and low weight risk associated to anxiety
and depression behaviors in adolescents of south state of Sergipe
ABSTRACT
The influence of the environmental factors in the occurrence of disturbances nutritionals in
adolescents has been showing if important element of studies with great potential diagnosis
of those offences. This way, the present work, sectional, epidemic and descriptive, aimed at
to analyze behaviors assumed by adolescent students of public schools of the south of
Sergipe, associating them to the occurrence of low weight and of overweight. The global
prevalence of low weight in the adolescents was of 4% (n=13) among the boys that it
corresponds to 81,3% of the adolescents' of both goods total with low weight and of 0,9%
(n=3) among the girls, corresponding to 18,7% total of adolescents of both goods with that
profile nutritional. In relation to the overweight, the global prevalence among the boys was of
9,0% (n=29), among the girls it was of 11,1% (n=36) In all the studied age groups, less than
a third (13%; n = 42) of the boys and 9,88% (n=32) of the girls they were classified as
sufficiently assets physically. The global prevalence of symptoms of anxiety behavior in the
studied population was of 19,91%. Among the girls the global prevalence was of 20,68% and
in the boys it was of 19,14%. the global prevalence of depressions symptoms in the
population was of 13,9%, tends the girls registered results of 15,1% and in the boys 12,7%.
The anxiety behavior showed significant correlation with the overweight among the boys the
same not happening with the girls. However the picture is inverted in the correlation among
anxiety behavior and low weight where significant correlation is only observed among the
girls. The depression state showed significant correlation with the bass weight and the
overweight among the boys. In the girls that correlation was significant with the overweight.
In a general way, those discoveries point those behaviors as risk variables for the bass
weight and for the overweight in both goods and their presence can be attributed to the
pressures imposed by the series of choices of future plans that the necessary adolescent to
assume in that phase of the life. Studies about the overweight occurrence and low weight
and your relationships with psychological and socials factors, environmental and physiologic,
should be accomplished in several areas, with different social and economical profiles, in
way to make possible the generation of more appropriate knowledge to subsidize
orientations and public politics at level local, regional, national or, same, world.
Key words
Low weight, overweight, Ansiety, Depression
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A influência dos comportamentos de ansiedade e depressão na ocorrência de
transtornos alimentares em adolescentes tem se mostrado importante elemento de estudos
que têm contribuído para um melhor diagnóstico desses agravos. A maturação sexual na
puberdade envolve alterações morfofuncionais neurológicas, fisiológicas, psicossociais e
endócrinas (DE BEM, 2003), além das alterações do estado emocional, sendo o
comportamento de ansiedade e a depressão os agravos mais evidentes (LUIS et. al., 2005).
Sobrepeso pode ser definido como um excesso de gordura corporal em relação à
massa magra caracterizada por um índice de massa corporal percentílico (IMC) maior que
85% (MUST, DALLAL e DIETZ, 1991
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, 1991
b
; WHO, 1995; COLE et. al., 2000) enquanto
que baixo peso, definido pelo IMC percentílico menor que 5% (WHO, 1995), é a deficiência
ou falta de nutrientes_ proteínas, carboidratos, vitaminas e aminoácidos_ essenciais para o
bom desenvolvimento do indivíduo.
No tocante aos distúrbios de composição corporal, a ansiedade e a depressão
ocupam posição de destaque entre os comportamentos relacionados ao sobrepeso e baixo
peso. A exposição a elevadas quantidades de informações sobre modelos e padrões
corporais, reforça indícios de que este comportamento pode ser desencadeador de
manifestações psicológicas, como depressão e comportamento de ansiedade (MARANHÃO
NETO, MARTINS DE MIRANDA, 2003). Esses arquétipos impostos pelo meio sociais, que
acabam por perpetuar a insatisfação com o peso corporal e é reflexo de uma cultura de
valorização à magreza ao mesmo tempo em que discriminam e excluem os obesos, podem
refletir de forma negativa a qualidade e quantidade das ingestas; principalmente no sexo
feminino que dispensam mais atenção aos padrões de beleza, submetendo-se a dietas
restritivas e de baixo valor energético (ALMEIDA, LOUREIRO e SANTOS, 2002).
Dentre os transtornos alimentares relacionados à ansiedade e a depressão que
afetam o estado nutricional nos adolescentes, os mais freqüentes são a anorexia,
identificada por uma rígida e insuficiente dieta alimentar (WEINBERG et al., 2005, BORGES,
2001) a bulimia caracterizada normalmente pelo excesso de ingestas seguido muitas vezes
de um sentimento de culpa que leva ao vômito, excesso de atividade física, além do uso de
diuréticos e purgativos. Esses agravos estão, na maioria dos casos, relacionados à
presença de baixo peso/desnutrição.
Relacionada ao sobrepeso/obesidade, a compulsão alimentar ou “Bing eating”
quando é seguida de purgação pode ser qualificada como um sintoma da bulimia, no
entanto quando, mesmo acompanhado de arrependimentos ou sentimento de culpa, não
existe a fase purgativa, classifica-se como um transtorno alimentar (PEDRO, RODRIGUES,
COURI, GUIMARÃES, 2007),
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Desta forma, o presente trabalho objetivou detectar comportamentos indicativos de
ansiedade e depressão assumidos por estudantes adolescentes de escolas públicas do sul
de Sergipe, associando-os à ocorrência de baixo peso e de sobrepeso.
MATERIAL E MÉTODOS
Este estudo, de esboço seccional, caracteriza-se por ser epidemiológico, descritivo,
correlacional.
O local onde se deu a coleta dos dados foi delimitado a partir da denominação
estabelecida pela Secretaria de Estado de Educação e Cultura de Sergipe que agrupa os
municípios por Delegacias Regionais de Educação (DRE’s).
A DRE escolhida, denominada de DRE 02, situa-se no sul do estado e abrange sete
municípios: Lagarto, Tobias Barreto, Simão Dias, Riachão do Dantas, Poço Verde, Salgado
e Boquim.
Utilizado como fator de homogeneização dos municípios selecionados, o índice de
desenvolvimento humano (IDH), indicador que baseado na combinação de três dimensões –
longevidade, educação e renda – apontou valores entre 0,500 e 0,800 nesses municípios,
amplitude bastante reduzida que revela características de homogeneização da população
(PNUD, 2003).
Foram identificados como população, todos os alunos matriculados nas escolas da
rede estadual da região contemplada (15 a 18 anos). A amostra composta por 648
indivíduos foi caracterizada como aleatória e proporcional por município, uniforme e
estratificada por gênero e idade, intencional por turma e turno de aulas.
Os dados da pesquisa foram coletados em dois encontros, por meio de duas
ferramentas: um questionário contendo informações acerca de comportamentos de
ansiedade e depressão – HADS (ZIGMOND E SNAITH, 1983) e a avaliação antropométrica,
com a mensuração da estatura e massa corporal, realizada naqueles indivíduos que
devolverem o questionário corretamente preenchido.
As análises descritivas foram utilizadas na determinação das medidas absolutas e de
prevalências, medidas de tendência central e de dispersão dos comportamentos e das
mensurações antropométricas. As análises bivariadas de correlação linear, associação qui-
quadrado e teste “t” de spearman, utilizando p 0,05 para significância estatística, foram
empregados para estudar possíveis relações entre as variáveis do estudo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Segundo dados da OPAS (2003), independente dos fatores associados, mais de um
bilhão de pessoas no mundo são afetadas pelo sobrepeso com cerca de um terço dessa
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população considerada obesa. No Brasil, segundo Recine e Radaelli (2001), estima-se em
20% das crianças sejam obesas e que cerca de 30% da população adulta apresentem
algum grau de excesso de peso.
A tabela 01 mostra medidas de tendência central e comparação de médias entre os
gêneros onde percebe-se valores de médias mais elevados nos gênero masculino nas
variáveis massa corporal e estatura, excetuando o IMC – resultado da razão entre o
quadrado da altura e a massa corporal. Estes valores são bastante similares aos
observados por Rosendo da Silva e Malina (2000) em escolares adolescentes do Rio de
Janeiro e explicados, segundo Coutinho (2001) e De Bem (2003), pelo fato de que nessa
faixa etária, essas alterações ocorrem de maneira distinta entre os gêneros. Enquanto na
mulher a massa muscular diminui em relação ao peso corporal total devido a um aumento
acelerado do tecido adiposo, no homem devido a ação dos hormônios masculinos ocorre um
aumento da massa livre de gordura e conseqüente aumento de força muscular (COUTINHO,
2001).
Tabela 01: Avaliação antropométrica entre estudantes adolescentes do sul do estado de
Sergipe.
VARIÁVEL
Gênero masculino
X S
Gênero feminino
X S
IMC* 20,77 3,30 21,48 2,34
Massa corporal (Quilos)* 56,34 8,72 53,10 6,04
Estatura (Metros)* 1,64 0,07 1,57 0,63
*p0,05
Os distúrbios e carências nutricionais estão hoje elencados como um dos maiores
problemas enfrentados por sociedades em desenvolvimento, não só pela sua elevada
ocorrência, mas também, enquanto fator de risco para o acometimento de inúmeras
doenças decorrentes desse problema (MIRANDA et. al., 2003; HALPERN, 2001; SALVE,
2006).
Independente do gênero, a prevalência global para baixo peso foi de 3,39%,
resultado bem abaixo dos encontrados em um amplo estudo realizado pelo IBGE (2006)
sobre estado nutricional da população brasileira, que observou-se nos adultos jovens (20 a
24 anos) uma prevalência maior de déficit de peso (12,2%). No mesmo estudo, em Sergipe,
durante a adolescência e independente do gênero, a prevalência de déficit de peso
registrada foi de 13,40%. Esse fato pode ser explicado pela recente implantação e
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popularização de políticas e programas de saúde pública voltados para o controle de
enfermidades que tem o baixo peso e a desnutrição como evidente fator de risco, a exemplo
do “Bolsa Família”, Programa de Saúde da Família (PSF) , além da melhoria da eficiência na
distribuição da merenda escolar.
Levando-se em consideração o gênero (Figura 02), a prevalência de baixo peso
entre os gênero masculino foi ligeiramente mais elevada com 4,01% (n=13) contra 2,78%
(n=9) entre as gênero feminino, e apesar da diferença não ter sido considerada significativa
(p0,05), mostra uma tendência similar aos trabalhos de Araujo, (2006); Malina e Bouchard
(2002) que apontam uma menor prevalência de baixo peso no gênero feminino, podendo
este fato ser atribuído às alterações hormonais presentes nessa fase da vida em que ocorre
uma maior contribuição do tecido adiposo, em relação ao tecido muscular, no incremento da
massa corporal.
Quanto ao sobrepeso, a prevalência global foi de 10,03%. No gênero masculino o
percentual foi de 8,95% (n=29) e no gênero feminino de 11,11% (n=36). Valores similares
foram encontrados em estudo realizado por Silva, Balaban et. al. (2001), com uma
prevalência de 6,20% para o sobrepeso no gênero masculino. No estado de Sergipe, a
prevalência de sobrepeso entre as adolescentes do gênero feminino foi de 13,40% (MDS,
2006), parecendo não indicar diferenças expressivas entre os dois estudos.
Figura 01: Distribuição percentual das prevalências de baixo peso, eutrofia e sobrepeso nos
estudantes adolescentes do sul de Sergipe.
GÊNERO MASCULINO
GÊNERO FEMININO
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Comparando as prevalências entre os gêneros, não foi encontrada diferença
significativa (p0,05), resultado semelhante ao encontrado por Dutra et. al., (2006) em
estudo na região sul do Brasil. No entanto, é importante ressaltar que o modelo de
referência de crescimento e desenvolvimento atualmente utilizado no Brasil (WHO, 1995),
não reflete a nossa realidade devido as dimensões geográficas e a variabilidade de
influências ambientais em distintas regiões e ecossistemas (SISVAN, 2004).
A ansiedade e a depressão têm sido cada vez mais relatadas em trabalhos que tem
como tema os distúrbios da composição corporal. Segundo Almeida, Loureiro e Santos
(2002); Saikali et. al., (2004), as manifestações de ansiedade e depressão quando
relacionadas aos distúrbios nutricionais, normalmente são frutos da influência do meio social
que estabelece padrões corporais, interferindo no modo como esse indivíduo percebe o
próprio corpo.
A prevalência global de sintomas de comportamento de ansiedade na população
estudada foi de 19,91%. Entre as gênero feminino a prevalência foi de 20,68% com a idade
de 15 anos apresentando os maiores valores percentuais (35,82%). Entre os gênero
masculino a prevalência foi de 19,14% e a idade de 18 anos a de maior prevalência com
32,26%). Em virtude da diversidade de instrumentos utilizados na avaliação dessas
variáveis os valores de prevalências variam bastante, dificultando comparações entre os
estudos. Peres e Serafim (2006) realizaram levantamento em uma escola do ensino médio
em São Paulo utilizando-se o questionário de sintomas de ansiedade e encontrou 43,8% de
prevalência global, alcançando níveis de 60% dos casos no gênero feminino. As Figuras 08
e 09 detalham o comportamento das variáveis em função da idade e gênero na amostra
estudada. Observa-se nesses gráficos que a maior ocorrência de sintomas de
comportamento de ansiedade acontece aos 18 anos entre os gênero masculino (Figura 08)
e 15 anos entre as gênero feminino (Figura 09), fenômeno coincidente com a desaceleração
do crescimento e desenvolvimento físico de cada gênero, relatado por Colli in Marcondes,
1987 e pode estar relacionado com o processo de aceitação da imagem corporal recém
adquirida (CONTI, 2002).
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Figura 02: Ocorrência de comportamento de ansiedade entre estudantes adolescentes do
gênero masculino no sul de Sergipe estratificado por idade.
Figura 03: Ocorrência de comportamento de ansiedade entre estudantes adolescentes do
gênero feminino no sul de Sergipe estratificado por idade.
O comportamento de ansiedade, pelo critério da HADS, mostrou correlação
significativa (p0,05) com o sobrepeso entre os gênero masculino, não acontecendo o
mesmo com as gênero feminino. No entanto o quadro se inverte na correlação entre
comportamento de ansiedade e baixo peso onde se observa correlação significativa
somente entre as gênero feminino (p0,05).
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A prevalência global de sintomas depressivos na população foi de 13,9%, apontando
registros de 15,1% no gênero feminino e de 12,7%, no gênero masculino, valores bem
menores que os encontrados por Salle (1999) que avaliou 503 adolescentes Porto-
alegrenses e encontrou uma prevalência de sintomas depressivos em 32% nos indivíduos
pesquisados.
Figura 04: Ocorrência de sintoma depressivo entre estudantes adolescentes do gênero
masculino no sul de Sergipe estratificado por idade.
Figura 05: Ocorrência de sintoma depressivo entre estudantes adolescentes do gênero
feminino no sul de Sergipe estratificado por idade.
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Apesar do expressar comportamentos distintos entre os gêneros, os valores de
prevalência de sintomas de depressão mostram-se mais elevados e similares na idade de
18 anos em ambos os gêneros (Figuras 10 e 11) sem, no entanto mostrar correlação
significativa (p0,05) entre essa idade e os distúrbios nutricionais de baixo peso e sobrepeso
(Tabelas 04 e 05), o que revela uma consonância com o estudo realizado por Kakeshita
(2004) em uma população adulta jovem em São Paulo que indica que paralela ao término do
processo de crescimento e desenvolvimento, agentes diversos dos distúrbios nutricionais
influenciam na aquisição dos comportamentos de ansiedade e depressão. As tabelas 04 e
05 mostram ainda que estado de depressão, classificado pela HADS, mostrou significativa
correlação com o baixo peso e o sobrepeso entre os gênero masculino. Nas gênero
feminino essa correlação foi significativa com o sobrepeso o que pode ser, aparentemente,
um indicador da preocupação exacerbada das adolescentes em relação ao controle de
massa corporal.
Tabela 02: Correlação entre comportamento de ansiedade, depressão e estado nutricional
dos adolescentes do gênero masculino no sul de Sergipe.
VARIÁVEL ESTATÍSTICA ANSIEDADE DEPRESSÃO
BAIXO
PESO
SOBREPESO
ANSIEDADE Correlação de Pearson 1 0.122(*) 0.100 0.177(*)
p 0.02 0.07 0.00
DEPRESSÃO Correlação de Pearson 0.122(*) 1 0.159(*) 0.271(*)
p 0.02 0.00 0.00
BAIXO PESO Correlação de Pearson 0.100 0.15(*) 1 -0.064
p 0.07 0.00 0.25
SOBREPESO Correlação de Pearson 0.177(*) 0.272(*) -0.064 1
p 0.00 0.00 0.25
(*) Correlação Significativa se p0,05
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Tabela 03: Correlação entre comportamento de ansiedade, depressão e estado nutricional
dos adolescentes do gênero feminino no sul de Sergipe.
VARIÁVEL ESTATÍSTICA ANSIEDADE DEPRESSÃO
BAIXO
PESO
SOBREPESO
ANSIEDADE Correlação de Pearson 1 0.125(*) 0.192(*) 0.086
p 0.02 0.00 0.12
DEPRESSÃO Correlação de Pearson 0.125(*) 1 0.086 0.152(*)
p 0.02 0.12 0.00
BAIXO PESO Correlação de Pearson 0.192(*) 0.086 1 -0.060
p 0.00 0.12 0.28
SOBREPESO Correlação de Pearson 0.086 0.152(*) -0.060 1
(*) Correlação Significativa se p0,05.
As Tabelas 06 e 07 mostram a razão de chance (OR) de ocorrência de baixo peso e sobre
peso na presença de comportamento de ansiedade e de depressão nos adolescentes
estudados apontando esses comportamentos como variáveis de risco para o baixo peso e
para o sobrepeso em ambos os gêneros, atribuindo a presença deles às pressões impostas
pela série de escolhas de planos futuros que o adolescente, com personalidade ainda em
formação, precisa assumir nessa fase da vida, como proximidade com o vestibular, escolhas
e expectativas profissionais, características bastante significativas no contexto pesquisado
que favorecem condições próprias para mudanças significativas no comportamento.
Tabela 04: Razão de chance (odds ratio) de ocorrência de baixo peso entre adolescentes do
sul de Sergipe com sintomas de comportamento de ansiedade e/ou depressão.
Gênero
Comportamento Odds Ratio (OR) IC*95%
GÊNERO
MASCULINO
Depressão
4,31 (1,48 -12,55)
Ansiedade
2,64 (0,89 - 7,79)
GÊNERO
FEMININO
Depressão
2,80 (0,72 -10,84)
Ansiedade
7,67 (1,97 - 29,87)
*Intervalo de confiança
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Tabela 05: Razão de chance (odds ratio) de ocorrência de sobrepeso entre adolescentes do
sul de Sergipe com sintomas de comportamento de ansiedade e/ou depressão.
Gênero
Comportamento Odds Ratio (OR) IC*95%
GÊNERO
MASCULINO
Depressão
4,87 (2,51 - 9,45)
Ansiedade
2,98 (1,50 - 5,91)
GÊNERO
FEMININO
Depressão
2,89 (1,31 - 6,35)
Ansiedade
1,68 (0,87 - 3,92)
*Intervalo de confiança
No presente trabalho, evidencia-se a relevância dos resultados apresentados por
indicarem a necessidade de maior aprofundamento nas pesquisas que tragam como
variáveis os comportamentos ansiosos e depressivos cada vez mais comuns na nossa
sociedade e responsáveis por grandes prejuízos econômicos, na medida em afasta
trabalhadores dos postos de trabalho e exigem altos investimentos no tratamento desses
agravos. É fundamental que programas que contemplem a prática de atividades físicas,
reeducação alimentar, construção e preservação de ambientes promotores de saúde sejam
efetivados visto que é fato que investir na prevenção apresenta-se como economicamente
mais viável do que no tratamento.
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6. CAPÍTULO 05 - Artigo 04
Baixo peso e sobrepeso em adolescentes: Uma proposta de curva
de referência para o sul do estado de Sergipe
RESUMO
Interferências ambientais são fatores que contribuem para a mudança de situação de um
peso saudável para problemas com sobrepeso ou baixo peso. O método antropométrico
portanto configura-se como a ferramenta para a criação de instrumentos, baseados em
formulações matemáticas com elevado poder diagnóstico de vários distúrbios de
crescimento e desenvolvimento. Este trabalho, seccional e descritivo, tem como objetivo
propor uma curva de referência IMC/Idade para adolescentes do sul do estado de Sergipe,
baseada em comportamentos que influenciam o estado nutricional daquela população. A
amostra, composta por 648 escolares adolescentes, foi caracterizada como aleatória e
proporcional por município, uniforme e estratificada por gênero e idade, intencional por
turma e turno de aulas com média de idade de 16,50±1,12 anos. Para a determinação do
estado de baixo peso e sobrepeso fez-se uso do IMC e adotou-se como referência de
sobrepeso o percentil 85 e para baixo peso o percentil 05. Dos sujeitos que possuem
alterações do estado nutricional observa-se uma maior ocorrência de sobrepeso (> 8,50%)
em ambos os gêneros e em todas as idades em relação ao baixo peso (< 3,09%). Para
determinar a validade dos pontos de cortes propostos, foram realizados testes de
sensibilidade e especificidade. Estudos sobre a ocorrência de sobrepeso e baixo peso e
suas relações com fatores sócio-econômicos, ambientais e fisiológicos, devem ser
realizados em várias regiões, gerando com isso, conhecimento mais adequado de modo a
conduzir a adoção mais efetiva de orientações e estratégia de combate aos distúrbios
nutricionais.
Palavras Chave
Baixo peso, sobrepeso, Curva de referência
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LOW WEIGHT AND OVERWEIGHT IN ADOLESCENTS: A
PROPOSAL OF REFERENCE CURVE FOR THE SOUTH STATE OF
SERGIPE
ABSTRACT
Interferences in the environment are contributor factors to the change of situation from a
healthy weight to problems with overweight or low weight. The anthropometric method works
as main tool for the creation of instruments, based on mathematical formulations with high
power diagnosis of several growth and development disturbances. This work, sectional and
descriptive, has as objective to propose a reference curve BMI/age for adolescents of the
south of the state of Sergipe, based on behaviors that influence the nutritional state of that
population. The sample, composed of 648 adolescent scholars, it was characterized as
aleatory and proportional by municipal district, uniform and stratified by gender and age,
intentional for group and shift of classes with average of age of 16,50±1,12 years. Para the
determination of the low weight and overweight state was made use of BMI and adopted as
overweight reference the cut point 85 and down weight the cut point 05. Of the subjects that
possess alterations of the nutritional state a larger overweight occurrence it is observed (>
8,50%) in both goods and in all the ages in relation to the bass weight (<3,09%). To
determine the validity of the points of proposed cuts, sensibility tests and specifics were
accomplished. Studies about the overweight occurrence and low weight and your
relationships with socioeconomic factors, environmental and physiologic, they should be
accomplished in several areas, generating with that, more appropriate knowledge in way to
lead the most effective adoption of orientations and combat strategy to the nutritional
disturbances.
Key words
Low weight, overweight, Reference Curve
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O ser humano nada mais é do que um produto resultante das interações genéticas
com o macro ambiente social, econômico e cultural no qual se insere, sendo seu
desenvolvimento pleno precedido pela sua satisfação em relação às suas necessidades
alimentares (COUTINHO, 1998). Por isso, interferências ambientais que influenciam na
satisfação dessas necessidades são fatores que contribuem para a mudança de situação de
um peso saudável para problemas com sobrepeso ou baixo peso.
A adolescência, por sua vez, caracteriza-se como uma fase de transição entre a
infância e o estado adulto exposta a significativas mudanças biopsicossociais
(MARCONDES, 1987; BRAGGION et. al., 2000). Nesta ocasião, acontecem mudanças
aceleradas e significativas na composição corporal do indivíduo, “influenciadas por fatores
hereditários, ambientais, nutricionais e psicológicos” (SERRA, 2001), na qual cerca de 50%
do seu peso e 20% da sua estatura final são adquiridos, ao mesmo tempo em que ocorre a
finalização da sua maturação sexual e seu acréscimo mineral ósseo (SAITO, 1993).
Sobrepeso pode ser definido como um excesso de gordura corporal em relação à
massa magra caracterizada por um índice de massa corporal percentílico (IMC) maior que
85% (MUST, DALLAL e DIETZ, 1991
a
, 1991
b
; WHO, 1995; COLE et. al., 2000) enquanto
que baixo peso, definido pelo IMC percentílico menor que 5% (WHO, 1995), é a deficiência
ou falta de nutrientes_ proteínas, carboidratos, vitaminas e aminoácidos_ essenciais para o
bom desenvolvimento do indivíduo. No entanto, é importante ressaltar que o modelo de
referência de crescimento e desenvolvimento atualmente utilizado no Brasil (WHO, 1995),
não reflete a nossa realidade devido as dimensões geográficas e a variabilidade de
influências ambientais em distintas regiões e ecossistemas (SISVAN, 2004).
O uso de medidas antropométricas tem sido considerado uma estratégia válida para
gerar indicadores nutricionais e de condições de vida dos grupos populacionais
(GUIMARAES e PIRES NETO, 1997). Segundo Sigulem et. al. (2000), o método
antropométrico tornou-se a principal ferramenta para a criação de instrumentos, baseados
em formulações matemáticas com elevado poder diagnóstico de vários distúrbios de
crescimento e desenvolvimento.
Por possuir alta aplicabilidade, baixo custo e facilidade de uso, o IMC, tem sido
utilizado como ferramenta de avaliação do estado nutricional nos mais diversos estudos
sobre composição corporal e estado nutricional das mais diversas populações (ARAÚJO,
2006; SILVA, 2002; COLE et. al., 2000; SOUZA e DUARTE, 2005), no entanto esse
instrumento não é aceito sem ressalvas: a principal delas é a sua incapacidade de distinguir
a massa adiposa da massa livre de gordura, além do fato de que nos adolescentes, devido
às diferentes propostas metodológicas na elaboração das curvas aliado às particularidades
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socioeconômicas e ambientais dos grupos submetidos à estudos, a padronização de pontos
de corte do estado nutricional torna-se impossível (REIFF E VIEIRA et. al., 2006).
Do ponto de vista metodológico, diversas propostas têm sido sugeridas para a
construção das curvas populacionais (COLE et. al., 2000; KUCZMARSKI et. al., 2000;
MUST, DALLAL e DIETZ, 1991
a
, 1991
b
; MARQUES et. al., 1975) fazendo com que, ao
mesmo tempo em são que contempladas as características de cada grupo alvo do estudo,
acentua-se a dificuldade de padronização de um instrumento que caracterize as diversas
populações do Brasil e do mundo.
Face ao exposto e entendendo a população pesquisada dotada de particularidades
sócio-geo-econômicas que a distinguem de outras, este trabalho tem como objetivo propor
uma curva de referência IMC/Idade para adolescentes do sul do estado de Sergipe,
baseada em comportamentos que influenciam o estado nutricional daquela população.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo, de esboço seccional, foi desenvolvido baseando-se em comportamentos
que influenciam o estado nutricional de adolescentes escolares no sul de Sergipe.
Para proceder a coleta dos dados utilizou-se a classificação administrativa
estabelecida pela Secretaria de Estado de Educação e Cultura de Sergipe que agrupa os
municípios por Delegacias Regionais de Educação (DRE’s).
Figura 01: Mapa de Sergipe, com destaque para a DRE 02, local da coleta de dados
Fonte: Secretaria de Estado da Educação (SEED) – 2006
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A DRE escolhida, denominada de DRE 02 (Figura 01), situa-se no sul do estado e
abrange sete municípios: Lagarto, Tobias Barreto, Simão Dias, Riachão do Dantas, Poço
Verde, Salgado e Boquim.
Utilizado como fator de homogeneização dos municípios selecionados, o índice de
desenvolvimento humano (IDH), indicador que baseado na combinação de três dimensões –
longevidade, educação e renda – evidenciou nesses municípios classificados como de
médio desenvolvimento humano (0,500 a 0,800) (PNUD, 2003).
A amostra, composta por 648 escolares do ensino médio da rede pública estadual de
ensino, foi caracterizada como aleatória e proporcional por município, uniforme e
estratificada por gênero e idade, intencional por turma e turno de aulas com média de idade
de 16,50±1,12 para gênero masculino e gênero feminino (Tabela 01).
TABELA 01: Distribuição amostral dos estudantes pesquisados por idade e gênero
Idade (anos) Gênero masculino Gênero feminino Total/Gênero
15
12,50% (n=81) 12,50% (n=81) 25,00% (n=162)
16
12,50% (n=81) 12,50% (n=81) 25,00% (n=162)
17
12,50% (n=81) 12,50% (n=81) 25,00% (n=162)
18
12,50% (n=81) 12,50% (n=81) 25,00% (n=162)
TOTAL
50,00% (n=324) 50,00% (n=324) 100,00% (n=648)
Os dados da pesquisa foram coletados em dois encontros, por meio de duas
ferramentas: um questionário contendo informações acerca da situação sócio econômica
dos indivíduos, atividades físicas cotidianas e comportamento de ansiedade e depressão,
que depois de explicado foi preenchido em casa e devolvido ao avaliador na própria escola
e a avaliação antropométrica, com a mensuração da estatura e massa corporal, realizada
naqueles indivíduos que devolveram o questionário corretamente preenchido.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O IMC ou índice de Quetelet (MARINS, 2003), tem sido utilizado como referência de
estado nutricional pela OMS desde o início da década de 80 e é calculado pelo peso em
quilos dividido pela altura em metros elevada ao quadrado. Nos adolescentes, devido à alta
variabilidade individual na velocidade de maturação (MARCONDES, 1987; COUTINHO e
BARROS, 2001; SOUZA e DUARTE, 2005), o IMC é associado à idade através das curvas
de referências populacionais, nomogramas em que cada indivíduo é posicionado em relação
à um grupo ou população de referência que representa, teoricamente, um grupo de
indivíduos dentro uma população que usufrui de condições ambientais, sociais e
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econômicas adequadas para explorar todo o seu potencial genético de desenvolvimento
(DEVINCENZI, RIBEIRO e SIGULEM, 2005; SISVAN, 2004).
Na amostra pesquisada, para a determinação do estado de baixo peso e sobrepeso
fez-se uso do IMC e adotado como referência de sobrepeso o percentil 85 (PNSN, 1998;
MUST, DALLAL e DIETZ, 1991
a
, 1991
b
; WHO,1995; COLE et. al., 2000; SISVAN,2004; ), e
para baixo peso o percentil 05 (PNSN, 1998; WHO,1995; SISVAN,2004). As tabelas 02 e 03
mostram a distribuição por idade das taxas de prevalência do estado nutricional na amostra
estudada.
Tabela 02: Distribuição etária das prevalências de baixo peso, eutrofia e sobrepeso em
função da idade, segundo classificação do PNSN; MUST, DALLAL e DIETZ; NCHS/WHO e
COLE et. al., de estudantes adolescentes do gênero masculino no sul de Sergipe.
ESTADO NUTRICIONAL Total
BAIXO PESO EUTROFIA SOBREPESO
IDADE 15 Freqüência 4 70 7 81
% de IDADE 4,9% 86,4% 8,6% 100,0%
% de ESTNUT** 30,8% 24,8% 24,1% 25,0%
% do total 1,2% 21,6% 2,2% 25,0%
16 Freqüência 2 71 8 81
% de IDADE 2,5% 87,7% 9,9% 100,0%
% de ESTNUT 15,4% 25,2% 27,6% 25,0%
% do total 0,6% 21,9% 2,5% 25,0%
17 Freqüência 3 71 7 81
% de IDADE 3,7% 87,7% 8,6% 100,0%
% de ESTNUT 23,1% 25,2% 24,1% 25,0%
% do total 0,9% 21,9% 2,2% 25,0%
18 Freqüência 4 70 7 81
% de IDADE 4,9% 86,4% 8,6% 100,0%
% de ESTNUT 30,8% 24,8% 24,1% 25,0%
% do total 1,2% 21,6% 2,2% 25,0%
Total Freqüência 13 282 29 324
% do Total 4,01% 87,04% 8,95% 100%
* %= Prevalência **Estado Nutricional
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Tabela 03: Distribuição etária das prevalências de baixo peso, eutrofia e sobrepeso em
função da idade, segundo classificação do PNSN; MUST, DALLAL e DIETZ; NCHS/ WHO e
COLE at. al., de estudantes adolescentes do gênero feminino no sul de Sergipe.
ESTADO NUTRICIONAL Total
BAIXO PESO EUTROFIA SOBREPESO
IDADE 15 Freqüência 01 71 09 81
% de IDADE 1,2% 87,7% 11,1% 100,0%
% de ESTNUT**
33,3% 24,9% 25,0% 25,0%
% do total 0,3% 21,9% 2,8% 25,0%
16 Freqüência 00 71 10 81
% de IDADE 0,0% 87,7% 12,3% 100,0%
% de ESTNUT 0,0% 24,9% 27,8% 25,0%
% do total 0,0% 21,9% 3,1% 25,0%
17 Freqüência 07 64 10 81
% de IDADE 8,6% 79,1% 12,3% 100,0%
% de ESTNUT 19,4% 24,6% 27,8% 25,0%
% do total 2,2% 21,6% 3,1% 25,0%
18 Freqüência 01 73 07 81
% de IDADE 1,2% 90,1% 8,6% 100,0%
% de ESTNUT 33,3% 25,6% 19,4% 25,0%
% do total 0,3% 22,5% 2,2% 25,0%
Total Freqüência 09 279 36 324
%Total 2,78% 86,11% 11,11% 100%
* %= Prevalência **Estado Nutricional
A distribuição do estado nutricional por idade é bastante similar entre os gêneros
masculino e feminino devido a distribuição uniforme da amostragem. Pode-se observar nas
tabelas que a grande maioria dos sujeitos (>86%), em todas as idades e em ambos os
gêneros são classificados como eutróficos. Entre os adolesentes que possuem alterações
do estado nutricional observa-se uma maior ocorrência de sobrepeso (> 8,50%) em ambos
os gêneros e em todas as idades em relação ao baixo peso (< 3,09%)
Como população de referência para os índices altura/idade/gênero e
IMC/idade/gênero foi utilizada a recomendada pela Organização Mundial de Saúde, através
da escala do National Chronic Disease Center – CDC e National Center for Health Statistics
–NCHS (SOARES, 2003). Os pontos de corte de IMC, específico da população estudada
foram determinados a partir dos sujeitos selecionados para comporem a população de
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referência delineada pelos indivíduos que tivessem interações ambientais positivas
mensuradas através da classificação como “eutróficos” pela referência dos nomogramas da
WHO (1995); com estatura total adequada à idade pela referência do CDC (BARROS,
2003); considerado “fisicamente ativo” pela avaliação do PAQ-C (CROCKER et. al., 1997 in
ROSENDO E MALINA, 2000); solteiro(a); com até quatro moradores na mesma residência;
com casa própria; com renda familiar mínima de três salários mínimos; com escolaridade
mínima dos pais igual ou superior a 5ª série do ensino fundamental.
Os indivíduos, estratificados por idade e gênero, que contemplaram os pré-requisitos
necessários para compor a população de referência, ficaram distribuídos conforme a tabela
04.
Tabela 04: Distribuição dos indivíduos que contemplaram todos os pré-requisitos
necessários para a composição da população de referência de adolescentes do Sul do
estado de Sergipe
IDADE GÊNERO
Gênero masculino Gênero feminino
15 anos 31 (38,27%) 34 (41,98%)
16 anos 26 (32,10%) 26 (32,10%)
17 anos 29 (35,80) 41 (50,62%)
18 anos 28 (34,57%) 32 (39,51%)
Para a determinação dos pontos de corte foram usados os percentis oitenta e cinco
(P85) para sobrepeso (PNSN, 1998; MUST, DALLAL e DIETZ, 1991
a
, 1991
b
;; WHO,1995;
COLE et. al., 2000; SISVAN,2004; ) e cinco (P05) para baixo peso (PNSN, 1998;
WHO,1995; SISVAN,2004). Por conseguinte, foi calculada a freqüência acumulada
(percentílica) de cada IMC dos indivíduos da população de referência, determinando dessa
forma qual o IMC que correspondia aos percentis para sobrepeso e para baixo peso em
cada gênero e idade (tabela 05).
Tabela 05: Pontos de corte propostos da população de referência do sul de Sergipe
Idade Gênero masculino Gênero feminino
P05
(Baixo Peso)
P85
(Sobrepeso)
P05
(Baixo Peso)
P85
(Sobrepeso)
15 anos 16,57 22,56 17,72 21,95
16 anos 17,56 22,59 17,56 22,19
17 anos 17,13 22,69 17,73 23,31
18 anos 17,23 24,43 17,86 22,70
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Esses cortes encontram valores quase idênticos no P05 (baixo peso), entre os
gênero masculino com as referências da WHO (1995), o mesmo não acontecendo entre as
gênero feminino que mostram valores mais elevados em todas as idades quando
comparadas ao mesmo nomograma. Em relação ao P85 (sobrepeso), os cortes propostos
pela WHO (1995) são mais elevados em todas as idades e em ambos os sexos. Isso pode
dever-se ao fato de que a população utilizada na elaboração das curvas da OMS ser
composta de indivíduos de todo o mundo, grande parte de países desenvolvidos onde o
sobrepeso e obesidade possuem elevados índices de ocorrência, determinando assim
pouca variedade genética, indicando que o uso de pontos de corte de IMC da referência
proposta para uso internacional pode subestimar o ganho de gordura corporal em
populações nas quais o sobrepeso ainda não atingiu níveis elevados.
Para determinar a validade dos pontos de cortes propostos para a população
estudada, foram realizados testes de sensibilidade e especificidade.
Nesse estudo, os elevados valores de especificidade e sensibilidade devem-se ao
fato de que foram usados nomogramas como referência, instrumentos com concepção
metodológica similar a utilizada na construção da proposta dessa pesquisa (Figuras 06 e
07).
Tabela 06: Teste de Sensibilidade e Especificidade para P05 (Baixo peso) e P85
(Sobrepeso) dos estudantes adolescentes do gênero masculino no sul de Sergipe.
Idade
Baixo Peso Sobrepeso
Sensibilidade Especificidade Sensibilidade Especificidade
15 anos 100,00 86,54 83,24 100,00
16 anos 100,00 92,91 79,91 100,00
17 anos 91,73 93,14 76,51 100,00
18 anos 84,22 100,00 72,35 100,00
Tabela 07: Teste de Sensibilidade e Especificidade para P05 (Baixo peso) e P85
(Sobrepeso) dos estudantes adolescentes do gênero feminino no sul de Sergipe
Idade
Baixo Peso Sobrepeso
Sensibilidade Especificidade Sensibilidade Especificidade
15 anos 100 73,23 81,99 100
16 anos 100 84,86 77,52 100
17 anos 100 89,90 72,18 100
18 anos 100 95,67 63,31 100
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Os testes de sensibilidade e especificidade são utilizados para mensurar a
capacidade que um teste tem de medir aquilo a que ele se propõe (MEDRONHO, 2006;
JECKEL, KATZ e ELMORE, 2005), contudo, a escolha por pontos de cortes mais
específicos ou mais sensíveis, depende do objetivo para o qual foi determinado. Segundo
Reiff e Vieira et. al.,(2006), pontos de cortes mais baixos e conseqüentemente mais
sensíveis que o da NCHS/WHO, tem maior precisão para identificar adolescentes em risco
nutricional, abreviando portanto o tempo para a efetivação de medidas preventivas, no
entanto elevados valores de sensibilidade aumentam a chance de detecção de falsos
positivos, o que pode sobrecarregar e onerar os serviços de saúde publica.
As Figuras 02 e 03 mostram a representação gráfica dos pontos de cortes mais
adequados para a detecção de baixo peso e sobrepeso na população estudada.
Comparando com as linhas do NCHS/WHO, pode-se observar a subestimação destas em
relação aos valores de sobrepeso, evidenciando possíveis inadequações nas ações de
intervenção de prevenção e combate ao sobrepeso em adolescentes.
Figura 02: Curva de referência IMC/idade, proposta para a população de adolescentes do
gênero masculino no sul do estado de Sergipe, comparada com o segmento de curva
correspondente à idade (CDC/NCHS/WHO).
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Figura 03: Curva de referência IMC/idade, proposta para a população de adolescentes do
gênero feminino no sul do estado de Sergipe, comparada com o segmento de curva
correspondente à idade (CDC/NCHS/WHO).
As curvas da evolução do IMC em função da idade dos estudantes adolescentes do
Sul de Sergipe são similares às curvas populacionais propostas pelo NCHS/CDC (1977) e
adotadas pela WHO em 1995 (SISVAN, 2004), no entanto os IMC de cortes para sobrepeso
(P85), em ambos os gêneros, são significativamente inferiores em relação à primeira
(p<0,05) e mesmo com comportamentos ascendentes similares, a curva proposta nesse
estudo aponta para a necessidade de maior atenção na avaliação de sobrepeso, por parte
dos órgãos de saúde pública, sob o risco de ter que, a médio prazo, mobilizar grande
quantidade de mão de obra especializada e verbas para o combate à obesidade e seus
agravos nos futuros adultos. Quanto ao baixo peso nos gênero masculino, os valores não
apresentam diferenças significativas em relação às curvas do NCHS/CDC (1977), no
entanto, entre as gênero feminino foram registrados valores mais elevados, principalmente
nos indivíduos mais jovens da amostra (15 e 16 anos), evidenciando que uma parcela
daquela população tem sido classificada como eutrófica estando, na verdade, com baixo
peso e sem acompanhamento dos serviços de saúde pública.
O déficit do IMC em função da idade, na população adolescente do sul de Sergipe é
um importante indicativo da má nutrição crônica, sobretudo ligada a fatores de ordem
psicológica (comportamento de ansiedade e depressão) e cultural (prática de atividade
física) contrapondo-se a tendência secular de baixo peso e desnutrição no nordeste que
atribui essa característica nutricional aos fatores sócio econômicos.
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Estudos sobre a ocorrência de sobrepeso e baixo peso e suas relações com fatores
sócio-econômicos, ambientais e fisiológicos, devem ser realizados em várias regiões para
que desta forma possamos ter um mapeamento de um país como o Brasil, levando-se em
conta a biodiversidade humana acumulada pela miscigenação racial de forma a possibilitar a
criação de curvas baseadas numa mesma metodologia sem perder de vista as
particularidades de cada população regional, gerando com isso, conhecimento mais
adequado de modo a conduzir a adoção mais efetiva de orientações e estratégia de
combate aos distúrbios nutricionais.
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7. CONCLUSÃO GERAL
Em consonância com os objetivos propostos, os resultados apresentados mostraram que:
Foi encontrada entre as gênero feminino integrantes da população pesquisada uma
prevalência global de baixo peso de 0,92% e de sobrepesos 11,11% pelo critério
CDC 2000. Entre os gênero masculino as prevalências globais observadas foram,
para baixo peso, de 4,01% e de 8,95% para sobrepeso.
O estado nutricional dos escolares de 15 a 18 anos de idade do sul do estado de
Sergipe apresentou indicativos de uma situação de transição nutricional, onde se
pode observar em algumas faixas etária risco de desnutrição por baixo peso e
significativas ocorrências de sobrepeso.
Em relação ao IMC, foi encontrada diferença significativa entre os gêneros somente
na idade de 17 anos, no entanto, quando comparadas as diferenças da massa
corporal e estatura em relação à idade, as diferenças foram significativas em todas
as comparações;
Em relação ao estado físico, segundo o critério sugerido (PAQ-C), a ocorrência de
sedentarismo nos indivíduos pesquisados foi de 87,0% entre os gênero masculino e
de 90,1% entre as gênero feminino, o que corresponde conseqüentemente a 13,0%
de gênero masculino e 9,9% das gênero feminino classificados como “ativos”.
Considerando o nível de atividade física, dentre os gênero masculino “ativos”, 56,7%
foram estratificados como “moderadamente ativos”, 3,09% como “ativos”. Entre as
gênero feminino “ativas”, 39,81% foram consideradas “moderadamente ativas”,
4,32% como “ativas”. Em ambos os gêneros nenhum indivíduo foi classificado como
“muito ativo”.
Em ambos os gêneros e em todas as idades não houve relação significativa entre os
níveis de atividade física e a ocorrência de baixo peso e sobrepeso
A prevalência global de comportamento de comportamento de ansiedade na
população estudada foi de 19,91%. Entre as gênero feminino essa prevalência foi de
20,68% com a idade de 15 anos apresentando os maiores valores percentuais
(35,82%). Entre os gênero masculino a maior prevalência foi de 19,14% e a idade de
18 anos a de maior percentual com 32,26%.
O comportamento de ansiedade, pelo critério da HADS, mostrou correlação
significativa com o sobrepeso entre os gênero masculino o mesmo não acontecendo
com as gênero feminino. No entanto o quadro se inverte na correlação entre
comportamento de ansiedade e baixo peso onde se observa correlação significativa
somente entre as gênero feminino;
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O estado de depressão, classificado pela HADS, mostrou significativa correlação
com o baixo peso e o sobrepeso entre os gênero masculino. Nas gênero feminino
essa correlação só foi significativa com o sobrepeso
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebendo que, por conta das limitações e delimitações impostas ao estudo, os resultados
encontrados e as discussões aqui travadas revelaram imbricamentos que podem servir
como referência para futuros trabalhos, por isso recomenda-se a realização de novas
pesquisas orientadas pelas seguintes premissas:
Estudos longitudinais que permitam investigar uma possível relação causal entre os
distúrbios nutricionais e outros comportamentos relacionados à saúde;
Estudos que incluam escolares de outras regiões, contextos socioeconômicos e
culturais;
Estudos que contemplem indivíduos de outras faixas etárias;
Estudos que investiguem a participação dos adolescentes em outros tipos de grupos,
não limitando a análise a grupos de adolescentes organizados por unidades
escolares;
Estudos que, além de usarem o IMC percentílico levem em consideração a
distribuição de gordura corporal, visto que o IMC isoladamente, tendo em vista que
não tem poder discriminante em relação à massa gorda e massa livre de gordura,
pode estimar inadequadamente as situações de risco;
Estudos que considerem os costumes alimentares da população alvo e que avaliem
as suas particularidades quanto a diversidade, quantidade, freqüência, normalidade
e deficiências alimentares;
Estudos que incluam uma maior diversidade de comportamentos e fatores para que
se possam levantar informações sobre causas do sobrepeso e baixo-peso, gerando
a possibilidade de intervenções que atuem de forma mais precisa nestas causas;
Estudo que expandam as fronteiras geográficas desta pesquisa, contemplando todo
o estado de Sergipe com uma proposta de curva de referência para baixo peso e
sobre peso que identifique de forma mais precisa e breve os indivíduos expostos aos
riscos desses distúrbios;
Estudos que contemplem todo o espectro de distúrbios da composição corporal,
Identificando desde a subnutrição até os diversos estágios de obesidade;
Efetivação de programas e políticas públicas de saúde e qualidade de vida no
ambiente escolar, adotando como elementos centrais o conhecimento de um corpo
holístico e multidimensional, exigindo ser visto além da superfície exclusivamente
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física entendendo a saúde e o próprio corpo como fenômeno social, valorizando
hábitos alimentares mais saudáveis e a prática de atividade física que atendam aos
desejos e necessidades dos adolescentes, para que estes se tornem agentes
multiplicadores de comportamentos positivos de promoção da saúde.
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77(2), p.96-100, 2001.
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ANEXOS
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ANEXO I
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu, ______________________________________________________________, abaixo assinado,
responsável pelo menor ________________________________________________________, autorizo a
UNIVERSIDADE TIRADENTES - UNIT, por intermédio do aluno, MARCOS ANTONIO RODRIGUES FRANÇA,
devidamente assistido pela sua orientadora D.Sc. CLAUDIA MOURA DE MELO, a desenvolver a pesquisa
abaixo descrita:
1-Título do Experimento:
COMPORTAMENTOS ASSOCIADOS À OCORRENCIA DE BAIXO PESO E SOBREPESO EM ESCOLARES
ADOLESCENTES DO SUL DE SERGIPE.
2-Objetivo:
Estabelecer e discutir as relações entre a ocorrência de sobrepeso e baixo peso com as características
nutricionais, estado psicológico, nível de atividade física e nível sócio-econômico em estudantes residentes no
sul de Sergipe.
3-Descrição de procedimentos:
Preenchimento de questionários sócio econômico, de atividade física, de comportamento de ansiedade e
depressão, Recordatório alimentar, além do registro das medidas de peso e altura.
Fui devidamente informado que qualquer risco não descrito, não previsível, porém que possa ocorrer em
decorrência da pesquisa será de inteira responsabilidade dos pesquisadores.
5-Benefícios esperados:
Contribuir para subsidiar discussões acerca do tema baseadas em dados locais contextualizados na realidade do
grupo exposto aos comportamentos e agravos estudados.
6-Informações:
Os participantes têm a garantia que receberão respostas a qualquer pergunta e esclarecimento de qualquer
dúvida quanto aos assuntos relacionados à pesquisa. Também o pesquisador supracitados assume o
compromisso de proporcionar informações atualizadas obtidas durante a realização do estudo.
7-Retirada do consentimento:
O voluntário tem a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e
deixar de participar do estudo, não acarretando, para ele, nenhum prejuízo.
8-Aspecto Legal:
Elaborado de acordo com as diretrizes e normas regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos,
atende à Resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério de Saúde -
Brasília – DF.
9-Confiabilidade:
Os voluntários terão direito à privacidade. A identidade (nomes e sobrenomes) do participante não será
divulgada. Porém os voluntários assinarão o termo de consentimento para que os resultados obtidos possam ser
apresentados em congressos e publicações.
10-Quanto à indenização:
Não há danos previsíveis decorrentes da pesquisa, mesmo assim fica prevista indenização, caso se faça
necessário.
IMPORTANTE: A participação em qualquer tipo de pesquisa é voluntária. Em casos de dúvida quanto aos seus
direitos, escreva ou ligue para o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Tiradentes. Av. Murilo Dantas,
300 – Farolândia – CEP 49032-490, Aracaju-SE, telefone: 79-2182100, ramal 2593.
Aracaju, ______ de _____________ de 2007
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ANEXO II
QUESTIONÁRIO SOCIOECONÔMICO – ENAD
(Adaptado)
01. Qual o seu estado civil?
(1) Solteiro (a).
(2) Casado (a).
(3) Separado (a) /desquitado (a) /divorciado
(4) Viúvo (a).
(5) Outro.
02. Quantos irmãos você tem?
(1) Nenhum.
(2) Um.
(3) Dois.
(4) Três.
(5) Quatro ou mais.
03. Quantos filhos você tem?
(1) Nenhum.
(2) Um.
(3) Dois.
(4) Três.
(5) Quatro ou mais.
04. Como você se considera?
(1) Branco(a).
(2) Negro(a).
(3) Pardo(a) / mulato(a).
(4) Amarelo(a) (de origem oriental).
(5) Indígena ou de origem indígena.
05. Com quem você mora atualmente?
(1) Com os pais e/ou outros parentes.
(2) Com esposo (a) e/ou filho(s).
(3) Com amigos (compartilhando despesas/ de favor).
(4) Com colegas em alojamento.
(5) Sozinho (a).
06. Em relação à moradia:
(1) Mora em casa própria
(2) Não tem casa própria
07. Qual a faixa de renda mensal da sua casa?
(1) Até 3 salários-mínimos.
(2) De 3 a 10 salários-mínimos.
(3) De 10 a 20 salários-mínimos.
(4) De 20 a 30 salários-mínimos.
(5) Mais de 30 salários-mínimos.
08. Quantos membros de sua família moram com você?
(1) Nenhum.
(2) Um ou dois.
(3) Três ou quatro.
(4) Cinco ou seis.
(5) Mais do que seis.
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09. Quantas pessoas contribuem para a obtenção dessa renda familiar?
(1) Uma
(2) Duas
(3) Três
(4) Quatro
(5) Mais de quatro
10. Assinale a situação abaixo que melhor descreve seu caso.
(1) Não trabalho e meus gastos são financiados pela família.
(2) Trabalho e recebo ajuda da família.
(3) Trabalho e me sustento.
(4) Trabalho e contribuo com o sustento da família.
(5) Trabalho e sou o principal responsável pelo sustento da família.
11. Se você trabalha ou trabalhou, qual é ou foi a carga horária aproximada de sua atividade
remunerada? (não contar estágio)
(1) Não exerço (não exerci) atividade remunerada.
(2) Trabalho (trabalhei) eventualmente.
(3) Trabalho (trabalhei) até 20 horas semanais.
(4) Trabalho (trabalhei) mais de 20 horas semanais e menos de 40 horas semanais.
(5) Trabalho (trabalhei) em tempo integral – 40 horas semanais ou mais.
12. Qual o grau de escolaridade do seu pai?
(1) Nenhuma escolaridade.
(2) Ensino Fundamental: de 1ª a 4ª série.
(3) Ensino Fundamental: de 5ª a 8ª série.
(4) Ensino Médio.
(5) Superior.
13. Qual o grau de escolaridade de sua mãe?
(1) Nenhuma escolaridade.
(2) Ensino Fundamental: de 1ª a 4ª série.
(3) Ensino Fundamental: de 5ª a 8ª série.
(4) Ensino Médio.
(5) Superior.
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ANEXO III
Questionário de ansiedade e Depressão - HADS
Leia todas as frases. Marque “X” a resposta que melhor corresponder a como você tem se
sentido na última semana. Não é preciso ficar pensando muito em cada questão. Neste
questionário as resposta espontâneas têm mais valor do que aqueles em que se pensa muito.
Marque apenas uma resposta para cada pergunta em cima do número correspondente.
A
Eu me sinto tenso ou contraído:
A maior parte do tempo 3
Boa parte do tempo 2
De vez em quando 1
Nunca 0
D
Eu ainda sinto gosto pelas mesmas coisas de antes:
Sim, do mesmo jeito que antes. 0
Não tanto quanto antes 1
Só um pouco 2
Já não sinto mais prazer em nada 3
A
Eu sinto uma espécie de medo, como se alguma coisa ruim fosse
acontecer:
Sim, e de um jeito muito forte. 3
Não tanto quanto antes 2
Um pouco, mas isso não me preocupa. 1
Não sinto nada disso 0
D
Dou risada e me divirto quando vejo coisas engraçadas:
Do mesmo jeito que antes 0
Atualmente um pouco menos 1
Atualmente bem menos 2
Não consigo mais 3
A
Estou com a cabeça cheia de preocupações:
A maior parte do tempo 3
Boa parte do tempo 2
De vez em quando 1
Raramente 0
D
Eu me sinto alegre:
Nunca 3
Poucas vezes 2
Muitas vezes 1
A maior parte do tempo 0
A
Consigo ficar sentado à vontade e sentir relaxado:
Sim, quase sempre 0
Muitas vezes 1
Poucas vezes 2
Nunca 3
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D
Eu estou lento para pensar e fazer coisas:
Quase sempre 3
Muitas vezes 2
Poucas vezes 1
Nunca 0
A
Eu tenho uma sensação ruim de medo, como um frio na barriga ou um
aperto no estômago:
Nunca 0
De vez em quando 1
Muitas vezes 2
Quase sempre 3
D
Eu perdi o interesse em cuidar da minha aparência:
Completamente 3
Não estou mais me cuidando como eu deveria 2
Talvez não tanto quanto antes 1
Me cuido do mesmo jeito que antes 0
A
Eu me sinto inquieto, como se eu não pudesse ficar parado em lugar
nenhum:
Sim, demais 3
Bastante 2
Um pouco 1
Não me sinto assim 0
D
Fico esperando animado as coisas boas que estão por vir:
Do mesmo jeito que antes 0
Um pouco menos do que antes 1
Bem menos que antes 2
Quase nunca 3
A
De repente, tenho a sensação de entrar em pânico:
A quase todo momento 3
Várias vezes 2
De vez em quando 1
Não sinto isso 0
D
Consigo sentir prazer quando assisto a um bom programa de televisão,
de rádio, ou quando leio alguma coisa:
Quase sempre 0
Várias vezes 1
Poucas vezes 2
Quase nunca 3
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ANEXO IV
Questionário sobre Atividade Física regular - PAQ-C
Gostaria de saber que tipos de atividade física você praticou NOS ÚLTIMOS SETE
DIAS (nessa última semana). Essas atividades incluem esporte e dança que façam
você suar ou que façam você sentir suas pernas cansadas, ou ainda jogos (tais
como pique), saltos, corridas e outros, que façam você se sentir ofegante.
LEMBRE-SE:
A. Não existe certo ou errado – este questionário não é um teste.
B. Por favor, responda todas as questões de forma sincera e precisa – é muito
importante para o resultado.
1. Você fez alguma atividade Física NOS ÚLTIMOS SETE DIAS (na semana passada)? Se sim, quantas
vezes?
Marque apenas um x por tipo de atividade
Tipo de atividade
Nenhum
a vez
1-2
vezes
3-4
vezes
5-6
vezes
7 vezes ou
mais
01.Saltos
O O O O O
02.Atividade no parque ou playground
O O O O O
03.Pique
O O O O O
04.Caminhada
O O O O O
05.Andar de bicicleta
O O O O O
06.Correr ou trotar
O O O O O
07.Ginástica aeróbica
O O O O O
08.Natação
O O O O O
09.Dança
O O O O O
10.Andar de skate
O O O O O
11.Futebol
O O O O O
12.Voleibol
O O O O O
13.Basquete
O O O O O
14.“Queimado”
O O O O O
15.Outros (liste no espaço)
____________________
_
2. Nos últimos 7 dias, durante as aulas de Educação Física, o quanto você foi ativo (jogou intensamente,
correu, saltou e arremessou)?
Marque apenas uma das alternativas
Eu não faço as aulas ................................................................................................................. O
Raramente ................................................................................................................. O
Algumas vezes ................................................................................................................. O
Freqüentemente ................................................................................................................. O
Sempre ................................................................................................................. O
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3. Nos últimos 7 dias, o que você fez na maior parte do intervalo de aula?
Marque apenas uma das alternativas
Ficou sentado (conversando, lendo, ou fazendo trabalho de casa) ................................................. O
Ficou em pé, parado ou andou ......................................................................................................... O
Correu ou jogos um pouco ............................................................................................................... O
Correu ou jogou um bocado ............................................................................................................. O
Correu ou jogou intensamente a maior parte do tempo .................................................................... O
4. Nos últimos 7 dias, o que você fez normalmente durante o horário de almoço (além de almoçar)?
Marque apenas uma das alternativas
Ficou sentado (conversando, lendo, ou fazendo trabalho de casa) ................................................. O
Ficou em pé, parado ou andou ......................................................................................................... O
Correu ou jogos um pouco ............................................................................................................... O
Correu ou jogou um bocado ............................................................................................................. O
Correu ou jogou intensamente a maior parte do tempo .................................................................... O
5. Nos últimos 7 dias, quantos dias da semana você praticou algum esporte, dança ou jogos em que você
foi muito ativo, LOGO DEPOIS DA ESCOLA?
Marque apenas uma das alternativas
Nenhum dia .................................................................................................................................... . O
1 vez na semana passada................................................................................................................. O
2 ou 3 vezes na semana passada..................................................................................................... O
4 vezes na semana passada............................................................................................................. O
5 vezes na semana passada............................................................................................................. O
6. Nos últimos 7 dias, quantas vezes você praticou algum esporte, dança ou jogos em que você foi muito
ativo, A NOITE?
Marque apenas uma das alternativas
Nenhum dia....................................................................................................................................... O
1 vez na semana passada................................................................................................................ O
2 – 3 vezes na semana passada...................................................................................................... O
4 – 5 vezes na semana passada...................................................................................................... O
6 – 7 vezes na semana passada...................................................................................................... O
7. NO ÚLTIMO FINAL DE SEMANA, quantas vezes você praticou algum esporte, dança ou jogos em que
você foi muito ativo?
Nenhum dia........................................................................................................................................ O
1 vez ....................................................................................................................................................O
2 – 3 vezes ........................................................................................................................................ .O
4 – 5 vezes ........................................................................................................................................ .O
6 ou mais vezes ................................................................................................................................ .O
8. Em média quantas horas você assiste televisão por dia? _______ horas.
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9. Qual das opções abaixo melhor representa você nos últimos 7 dias?
LEIA TODAS AS 5 AFIRMATIVAS ANTES DE DECIDIR QUAL É A MELHOR OPÇÃO
Todo, ou quase todo, o meu tempo livre eu utilizei fazendo coisas que envolvem pouco esforço físico (assistir TV,
fazer trabalho de casa, jogar vídeo games) .......................................................................O
Eu pratiquei alguma atividade física (1-2 vezes na última semana) durante o meu tempo livre (Ex: Praticou
esporte, correu, nadou, andou de bicicleta, fez ginástica aeróbica) ........................................O
Eu pratiquei atividade física no meu tempo livre (3-4 vezes na semana passada.................................O
Eu geralmente pratico atividade física no meu tempo livre (5-6 vezes na semana passada ................O
Eu pratiquei atividade física regularmente no meu tempo livre na semana passada (7 ou mais vezes)O
10. Comparando você com outras pessoas da mesma idade e sexo, como você se considera?
Marque apenas uma das alternativas
Muito mais em forma......................................................................................................................... O
Mais em forma.................................................................................................................................. O
Igualmente em forma........................................................................................................................ O
Menos em forma............................................................................................................................... O
Completamente fora de forma.......................................................................................................... O
11. Você teve algum problema de saúde na semana passada que impediu que você fosse normalmente
ativo?
Sim..................................................................................................................................................... O
Não.................................................................................................................................................... O
Se sim, o que impediu você de ser normalmente ativo? __________________________________
12. Comparando você com outras pessoas da mesma idade e sexo, como você se classifica em função
da sua atividade física nos últimos 7 dias?
Marque apenas uma das alternativas
Eu fui muito menos ativo que ou outros............................................................................................ O
Eu fui um pouco menos ativo que os outros...................................................................................... O
Eu fui igualmente ativo....................................................................................................................... O
Eu fui um pouco mais ativo que os outros......................................................................................... O
Eu fui muito mais ativo que os outros................................................................................................ O
13. Marque a freqüência em que você praticou atividade física (esporte, jogos, dança ou outra atividade
física) na semana passada.
Marque apenas uma das alternativas em cada dia da semana
Nenhuma vez Algumas vezes Poucas vezes Diversas vezes Muitas vezes
SEGUND
A
O O O O O
TERÇ
O O O O O
QUART
A
O O O O O
QUINT
A
O O O O O
SEXT
A
O O O O O
SÁBADO
O O O O O
DOMINGO
O O O O O
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APÊNDICES
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APÊNDICE I
ANÁLISE DESCRITIVA
SITUAÇÃO SÓCIO-ECONÔMICA
Tabela 01: Características sócio-econômica da amostra de estudantes adolescentes do Sul
de Sergipe descriminado por gênero.
Variável Gênero
masculino
Gênero
feminino
Total/Gênero
Estado Civil
Solteiro
94,40% (n=306) 93,80% (n=304) 94,1% (n=610)
Casado
0,00% (n=0) 2,20% (n=7) 1,1% (n=7)
Amasiado
5,60% (n=18) 4,00% (n=13) 4,8% (n=31)
Nº. de Irmãos
Nenhum
0,60% (n=2) 3,1% (n=10) 1,9% (n=12)
Um
23,80% (n=77) 25% (n=81) 24,4% (n=158)
Dois
26,50% (n= 86) 25,6% (n=83) 26,1% (n=169)
Três
15,10% (n=49) 14,2% (n=46) 14,7% (n=95)
Quatro ou mais
34% (n=110) 32,1% (n=104) 33,0% (n=214)
Com quem mora
Com pais e/ou outros parentes
80,2% (n=260) 82,4% (n=267) 81,3% (n=527)
Com amigos compartilhando
despesas
11,7% (n=38) 9,6% (n=31) 10,6% (n=69)
Com colegas em alojamento
8% (n=26) 8,0% (n=26) 8,0% (n=52)
Moradia
Própria
92,3% (n=299) 90,1% (n=292) 91,2%(n=591)
Alugada
7,7% (n=25) 9,9% (n=32) 8,8%(n=57)
Renda familiar
Até 3 salários
80,2% (n=260) 74,7% (n=242)
77,5% (n=502)
De 3 a 10 salários
19,8% (n=64) 25,0% (n=81)
22,4% (n=145)
De 10 a 20 salários
0,0% (n=0) 0,3% (n=1)
2,0% (n=1)
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APÊNDICE II
ANTROPOMETRIA
Tabela 02: Distribuição das medidas antropométricas e respectivos desvio-padrão de acordo com a idade e gênero dos estudantes
adolescentes do Sul de Sergipe.
Variáveis Gênero masculino Gênero feminino
Idade
(anos)
15 16 17 18 15 16 17 18
Estatura
1,64±0,77 1,67±0,72 1,68±0,74 1,69±0,69 1,57±0,06 1,56±0,06 1,60±0,08 1,57±0,07
Massa
Corporal
56,34±8,726 59,8±8,38 59,58±6,79 60,26±7,49 53,1±6,04 53,76±4,81 56,70±6,83 54,37±7,33
IMC
20,77±3,30 21,3±2,79 20,94±2,71 21,06±2,67 21,4±2,34 21,98±2,24 22,18±3,13 21,83±2,79
Mestrado em Saúde e Ambiente
UNIT - 2008
Marcos A. R. França
1
1
2
2
3
3
APÊNDICE III
ANTROPOMETRIA
Comparação entre gêneros das variáveis “estatura”, “Massa corporal” e “IMC”, podendo-se
observar a freqüência absoluta destas variáveis além do seu comportamento modal. A
Figura 30 mostra esta distribuição por gênero estudado. Os gráficos 02 a 05 mostram esse
mesmo comportamento distintos para cada idade estudada.
ESTATURA
Figura 01: Comparação da Freqüência da distribuição da estatura estratificada por gênero
dos estudantes adolescentes do sul de Sergipe.
MoçasRapazes
SEXO
2,0
1,9
1,8
1,7
1,6
1,5
1,4
ESTAT
2,0
1,9
1,8
1,7
1,6
1,5
1,4
ESTAT
50 40 30 20 10 0
Frequência
50403020100
Frequência
Figura 02: Distribuição comparada da Estatura/gênero dos estudantes adolescentes do sul
de Sergipe – 15 anos.
MoçasRapazes
SEXO
2,0
1,9
1,8
1,7
1,6
1,5
1,4
ESTAT
2,0
1,9
1,8
1,7
1,6
1,5
1,4
ESTAT
20 15 10 5 0
Frequência
20151050
Frequência
Mestrado em Saúde e Ambiente
UNIT - 2008
Marcos A. R. França
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2
2
4
4
Figura 03: Distribuição comparada da Estatura/gênero dos estudantes adolescentes do sul
de Sergipe – 16 anos.
MoçasRapazes
SEXO
2,0
1,9
1,8
1,7
1,6
1,5
1,4
ESTAT
2,0
1,9
1,8
1,7
1,6
1,5
1,4
ESTAT
25 20 15 10 5 0
Frequência
2520151050
Frequência
Figura 33: Distribuição comparada da Estatura/gênero dos estudantes adolescentes do sul
de Sergipe – 17 anos.
MoçasRapazes
SEXO
2,0
1,9
1,8
1,7
1,6
1,5
1,4
ESTAT
2,0
1,9
1,8
1,7
1,6
1,5
1,4
ESTAT
20 15 10 5 0
Frequência
20151050
Frequência
Figura 04: Distribuição comparada da Estatura/gênero dos estudantes adolescentes do sul
de Sergipe – 18anos.
MoçasRapazes
SEXO
2,0
1,9
1,8
1,7
1,6
1,5
1,4
ESTAT
2,0
1,9
1,8
1,7
1,6
1,5
1,4
ESTAT
2
1,9
1,8
1,7
1,6
1,5
1,4
20 15 10 5 0
Frequência
20151050
Frequência
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5
5
MASSA CORPORAL
Figura 05: Freqüência comparada da massa corporal/gênero dos estudantes adolescentes
do sul de Sergipe - Geral
MoçasRapazes
SEXO
90
80
70
60
50
40
30
PESO
90
80
70
60
50
40
30
PESO
60 50 40 30 20 10 0
Frequência
6050403020100
Frequência
Figura 06: Freqüência comparada da massa corporal/gênero dos estudantes adolescentes
do sul de Sergipe – 15 anos
MoçasRapazes
SEXO
90
80
70
60
50
40
30
PESO
90
80
70
60
50
40
30
PESO
30 25 20 15 10 5 0
Frequência
302520151050
Frequência
Figura 07: Freqüência comparada da massa corporal/gênero dos estudantes adolescentes
do sul de Sergipe – 16 anos
MoçasRapazes
SEXO
90
80
70
60
50
40
PESO
90
80
70
60
50
40
PESO
30 25 20 15 10 5 0
Frequência
302520151050
Frequência
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6
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Figura 08: Freqüência comparada da massa corporal/gênero dos estudantes adolescentes
do sul de Sergipe – 17 anos
MoçasRapazes
SEXO
90
80
70
60
50
40
PESO
90
80
70
60
50
40
PESO
20 15 10 5 0
Frequência
20151050
Frequência
Figura 09: Freqüência comparada da massa corporal/gênero dos estudantes adolescentes
do sul de Sergipe – 18 anos
MoçasRapazes
SEXO
90
80
70
60
50
40
30
PESO
90
80
70
60
50
40
30
PESO
25 20 15 10 5 0
Frequência
2520151050
Frequência
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7
7
IMC
Figura 10: Freqüência comparada do IMC/gênero dos estudantes adolescentes do sul de
Sergipe - Geral
MoçasRapazes
SEXO
40
35
30
25
20
15
IMC
40
35
30
25
20
15
IMC
10080604020 0
Frequência
100806040200
Frequência
Figura 11: Freqüência comparada do IMC/gênero dos estudantes adolescentes do sul de
Sergipe - 15 anos
MoçasRapazes
SEXO
40
35
30
25
20
15
IMC
40
35
30
25
20
15
IMC
30 20 10 0
Frequência
3020100
Frequência
Figura 12: Freqüência comparada do IMC/gênero dos estudantes adolescentes do sul de
Sergipe - 16 anos
MoçasRapazes
SEXO
35
30
25
20
15
IMC
35
30
25
20
15
IMC
25 20 15 10 5 0
Frequência
2520151050
Frequência
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2
8
8
Figura 13: Freqüência comparada do IMC/gênero dos estudantes adolescentes do sul de
Sergipe - 17 anos
MoçasRapazes
SEXO
40
35
30
25
20
15
IMC
40
35
30
25
20
15
IMC
30 25 20 15 10 5 0
Frequência
302520151050
Frequência
Figura 14: Freqüência comparada do IMC/gênero dos estudantes adolescentes do sul de
Sergipe - 18 anos
MoçasRapazes
SEXO
40
35
30
25
20
15
IMC
40
35
30
25
20
15
IMC
30 25 20 15 10 5 0
Frequência
302520151050
Frequência
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2
9
9
APÊNDICE IV
ESTADO NUTRICIONAL
Figura 15: Distribuição absoluta da situação nutricional dos estudantes adolescentes do sul
de Sergipe do gênero masculino, estratificado por idade
4
70
2
71
3
71
4
70
7
8
7
7
0
10
20
30
40
50
60
70
80
BAIXO PESO EUTROFICO SOBREPESO
Estado Nutricional
Frequência
15 anos
16 anos
17 anos
18 anos
Figura 16: Distribuição absoluta da situação nutricional dos estudantes adolescentes do sul
de Sergipe do gênero feminino, estratificado por idade
1
71
9
0
71
10
11
73
70
17
7
0
10
20
30
40
50
60
70
80
BAIXO PESO EUTROFICO SOBREPESO
Estado Nutricional
Frequência
15 anos
16 anos
17 anos
18 anos
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3
0
0
APÊNDICE V
ATIVIDADE FÍSICA
Figura 17: Distribuição percentual do estado de condição física de acordo com o gênero e
idade dos estudantes adolescentes do sul de Sergipe
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
55%
60%
65%
70%
75%
80%
85%
90%
95%
100%
15 anos 16 anos 17 anos 18 anos
Idade (anos)
Frequência
Rapazes Sedentários
Moças Sedentárias
Rapazes Ativos
Moças Ativas
Á partir da escala categórica de cinco níveis (“muito ativo”; ”ativo”; “moderamente ativo”;
“sedentário” e “muito sedentário”) os gênero masculino mostram melhores níveis de
atividade física nas idades de 15 e 18 anos em toda a escala (gráficos 19 a 22), enquanto
que as gênero feminino mostram melhores índices na idade de 17 anos. A idade 16 anos
mostra um equilíbrio entre os gêneros (Tabela 05).
Figura 18: Níveis de atividade física em estudantes adolescentes do sul de Sergipe - Gênero
masculino
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1
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Figura 19: Níveis de atividade física em estudantes adolescentes do sul de Sergipe - Gênero
feminino
Figura 20: Níveis de atividade física, por idade, em estudantes adolescentes do sul de
Sergipe - Gênero masculino
3,70
1,20
3,70
3,70
65,40
60,50
44,40
56,80
30,90
33,30
51,90
33,30
4,90
2,80
0
10
20
30
40
50
60
70
15 anos 16 anos 17 anos 18 anos
Idade (anos)
Frequência (%)
Muito Ativo
Ativo
Moderadamente Ativo
Sedentário
Muito Sedentário
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2
2
Figura 21: Níveis de atividade física, por idade, em estudantes adolescentes do sul de
Sergipe – Gênero feminino
59,30
1,20
7,40
8,60
24,70
44,40
39,50
50,60
40,70
45,70
49,40
14,00
7,40
6,20
0
10
20
30
40
50
60
70
15 anos 16 anos 17 anos 18 anos
Idade (anos)
Frequência (%)
Muito Ativo
Ativo
Moderadamente Ativo
Sedentário
Muito Sedentário
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3
APÊNDICE VI
COMPORTAMENTO DE ANSIEDADE
Figura 22: Prevalência global de comportamento de ansiedade entre os estudantes
adolescentes do sul de Sergipe - Geral
Figura 23: Prevalência global de comportamento de ansiedade entre os estudantes
adolescentes do sul de Sergipe - Gênero masculino
Figura 24: Prevalência global de comportamento de ansiedade entre os estudantes
adolescentes do sul de Sergipe – Gênero feminino
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4
4
APÊNDICE VII
COMPORTAMENTO DE DEPRESSÃO
Figura 25: Prevalência global de depressão entre os estudantes adolescentes do sul de
Sergipe - Geral
Figura 26: Prevalência global de comportamento de depressão entre os estudantes
adolescentes do sul de Sergipe - Gênero masculino
Figura 27: Prevalência global de comportamento de depressão entre os estudantes
adolescentes do sul de Sergipe – Gênero feminino
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5
5
APÊNDICE VIII
TESTES ESTATÍSTICOS
Tabela 03: Teste “t de student” de comparação de médias entre variáveis antropométricas
estratificadas gênero e idade dos estudantes adolescentes do sul de Sergipe – Gênero
masculino e Gênero feminino
VARIÁVEL 15 Anos 16 Anos 17 Anos 18 Anos
IMC
t= -1,58
(p=0,11)
t= -1,47
(p=0,14)
t= -2,68
(p=0,00)*
t= -1,79
(p=0,07)
MASSA
CORPORAL
t= 2,74
(p=0,00)*
t= 5,62
(p=0,00)*
t= 2,68
(p=0,00)*
t=5,04
(p=0,00)*
ESTATURA
t= 6,76 (p=
0,00)*
t=9,69
(p=0,00)*
t= 6,90
(p=0,00)*
t= 10,42
(p=0,00)*
* Diferença significativa se “p 0,05”
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6
Tabela 04: Correlação Linear entre as variáveis IMC, massa corporal e estatura dos estudantes adolescentes do sul de Sergipe - Gênero
masculino
VARIÁVEL 15 Anos 16 Anos 17 Anos 18 Anos Geral
IMC * Massa Corporal 0,820 (p=0,00)* 0,799 (p=0,00)* 0,702 (p=0,00)* 0,767 (p=0,00)*
0,771 (p=0,00)*
Massa Corporal * Estatura 0,296 (p=0,07) 0,419 (p=0,00)* 0,259 (p=0,02)* 0,301 (p=0,00)*
0,346 (p=0,00)*
Estatura * IMC
-0,297 (p=0,07)
-0,207
(p=0,06) -0,499 (p=0,00)* -0,037 (p=0,00)*
-0,324 (p=0,00)*
* Correlação significativa se “p 0,05”
Tabela 05: Correlação Linear entre as variáveis IMC, massa corporal e estatura dos estudantes adolescentes do sul de Sergipe - Gênero
feminino
VARIÁVEL 15 Anos 16 Anos 17 Anos 18 Anos Geral
IMC * Massa Corporal
0,707 (p=0,00)* 0,593 (p=0,00)* 0,682 (p=0,00)* 0,761 (p=0,00)* 0,692 (p=0,00)*
Massa Corporal * Estatura
0,392 (p=0,00)* 0,368 (p=0,00)* 0,277 (p=0,01)* 0,436 (p=0,00)* 0,382 (p=0,00)*
Estatura * IMC
-0,364 (p=0,00)* -0,528 (p=0,00)* -0,508 (p=0,00)* -0,246 (p=0,02)* -0,396 (p=0,00)*
* Correlação significativa se “p 0,05”
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