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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DISRBIOS DA
COMUNICAÇÃO HUMANA
EXERCITADOR LABIAL COMO MÉTODO
TERAPÊUTICO EM RESPIRADORES ORAIS
VICIOSOS
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Angela Ruviaro Busanello
Santa Maria, RS, Brasil
2008
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1
EXERCITADOR LABIAL COMO MÉTODO
TERAPÊUTICO EM RESPIRADORES ORAIS VICIOSOS
por
Angela Ruviaro Busanello
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do programa de
Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana, Área de
Concentração Audição e Linguagem, da Universidade Federal de Santa
Maria (UFSM,RS), como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Distúrbios da Comunicação Humana
Orientadora: Profª. Drª. Ana Maria Toniolo da Silva
Co-orientadora: Profª. Drª. Eliane Corrêa
Santa Maria, RS, Brasil
2008
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2
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências da Saúde
Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação
Humana
A Comissão Examinadora, abaixo assinada,
aprova a Dissertação de Mestrado
EXERCITADOR LABIAL COMO MÉTODO TERAPÊUTICO EM
RESPIRADORES ORAIS VICIOSOS
Elaborada por
Angela Ruviaro Busanello
como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Distúrbios da Comunicação Humana
COMISSÃO EXAMINADORA:
Ana Maria Toniolo da Silva, Profª. Drª. (UFSM)
(Presidente/Orientador)
Kelly Cristina Alves Silverio, Profª. Drª. (UTP)
(Membro)
Márcia Keske-Soares, Profª. Drª. (UFSM)
(Membro)
Santa Maria, 17 julho, de 2008.
3
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à professora
Ana Maria Toniolo da Silva,
minha querida orientadora,
minha mãe fonoaudióloga,
motivo pelo qual me apaixonei pela
Motricidade Orofacial.
... meu exemplo de profissão e de vida.
4
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Agradeço a Deus, fonte maior de amor e força.
À minha família, meus eternos anjos amigos.
À minha mãe, Tânia, sempre compreendendo, incentivando e amando-me
incondicionalmente.
Aos meus avós, Constantina e Romildo, responsáveis por grande parte do
que sou hoje.
À minha irmã, Fernanda, e ao meu cunhado, Vinícius, pelo apoio nas horas
de desânimo.
Ao meu pai, Artenir, e à Liâne, que sempre torceram por mim, mesmo que de
longe.
Ao Luis que, com sua paciência, amor e carinho, mostrou-me como a vida
pode ser mais bonita e leve quando se ama!
À professora Eliane Corrêa, minha querida co-orientadora, que tanto me
incentivou nos mistérios da Eletromiografia e que tanto contribuiu no meu
aprimoramento profissional. Muito obrigada!
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar às crianças que participaram deste estudo e a seus
pais, pela ajuda, dedicação e carinho. Sem elas, este trabalho não seria possível.
À Universidade Federal de Santa Maria, em especial ao Departamento de
Fonoaudiologia, por viabilizar a aquisição do eletromiógrafo e possibilitar esta
pesquisa.
Ao Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana, por
disponibilizar aprimoramento científico de qualidade e no interior do Estado.
À professora Márcia Keske-Soares, por tornar tudo isso possível,
representando o Programa de Pós-Graduação, e por aceitar participar da banca
examinadora deste trabalho. Minha admiração e meu muito obrigada!
À professora Kelly Cristina Alves Silvério, que, gentilmente, aceitou vir de longe
para participar da banca deste trabalho e que contribuiu enormemente para o
aprimoramento deste. Muito obrigada!
Aos queridos professores Cláudio Cechella, Helena Bolli Mota, Carla Aparecida
Cielo, Carolina Lisbôa Mezzomo, Ana Paula Ramos e Themis Kessler pelos
exemplos de dedicação e pelos momentos de carinho e incentivo.
Ao Dr. Pedro Coser e à Dra. Maria José Coser, pelas avaliações
otorrinolaringológicas das crianças.
À professora Luciane Jacobi, que contribuiu de forma brilhante com a análise
estatística deste trabalho.
6
Às colegas de Laboratório de Motricidade Orofacial, Débora, Fernanda, Juliana,
Luana, Luane, Thaís e, em especial, à Flávia e à Geovana, que tanto me ajudaram
na reta final deste trabalho.
Às colegas de mestrado, em especial à Clarissa, pelo apoio constante, sem a
qual muitas etapas deste processo de aprendizado seriam impossíveis.
Às minhas colegas de profissão e antes de tudo amigas, Leisa, Joana, Ana
Paula, Maria e Paula, por me mostrarem que a amizade pode se fortalecer com o
tempo e a distância. Meu pensamento está sempre com vocês.
Aos amigos Juliana e Fábio, pela amizade e estímulo.
Às amigas e aos amigos que torceram e torcem por mim na vida, por me
apoiarem e entenderem os momentos de ausência, em especial à Camila, que neste
ano percebeu como é árdua a vida de mestranda.
Aos funcionários do Curso de Fonoaudiologia, em especial à Edna e à Adriana,
que tanto me auxiliaram nas horas de aperto.
Ao Gleison Elias, instrutor da Lynx Tecnologia ltda., pela paciência e pelo
auxílio técnico.
Aos meus pacientes, que entenderam a rotina corrida e as trocas de horário.
7
“A mente que se abre a uma nova idéia
jamais voltará a seu
tamanho original.”
Albert Einstein
8
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1
-
Exercitador Labial Pró-Fono..........................................................
42
FIGURA 2
-
Modelo de contração labial recíproca considerada para a prova
de isometria................................................................................................................. 59
FIGURA 3
-
Exercitador Labial Pró-Fono..........................................................
61
FIGURA 4
-
Modelo de Histograma considerado para a escolha qualitativa do
sinal eletromiográfico...................................................................................................
63
9
LISTA DE TABELAS
TABELA 1
-
Distribuição dos valores absolutos e relativos das variáveis da
avaliação clínica das crianças do grupo estudo (n=8) nos diferentes momentos
de tratamento........................................................................................................
45
TABELA 2
-
Média e desvio padrão (DP) das medidas antropométricas
(lábio superior e filtro) das crianças do grupo estudo (n=8) nos diferentes
momentos de tratamento...................................................................................... 45
TABELA 3
-
Correlação das médias das medidas antropométricas (mm) e
desvio padrão (DP) das crianças do grupo estudo (n=8) com a média das
medidas antropométricas (mm) (DP) do grupo controle (n=8) nos diferentes
momentos de tratamento...................................................................................... 46
TABELA 4
-
Média e desvio padrão (DP) dos dados normalizados,
mensurados em %, durante as provas eletromiográficas (repouso, isometria,
sucção, deglutição e fala) dos músculos orbiculares superior e inferior das
crianças do grupo estudo (n=8) nos diferentes momentos de
tratamento.............................................................................................................
65
TABELA 5
-
Média dos dados normalizados, mensurados em %, durante
as provas eletromiográficas (isometria, sucção e deglutição) dos músculos
orbiculares superior e inferior das crianças do grupo estudo (n=8) entre os
momentos de tratamento comparados dois a dois............................................... 65
TABELA 6
-
Correlação das médias dos dados normalizados, mensurados
em %, durante as provas eletromiográficas (repouso, isometria, sucção,
deglutição e fala) dos músculos orbiculares superior e inferior das crianças do
grupo estudo (n=8) com a média dos sujeitos do grupo controle (n=8) nos
diferentes momentos de tratamento...........................................................
66
10
LISTA DE REDUÇÕES
A/D – Conversor analógico/digital
Ag/AgCl – Eletrodos Prata/Cloridato de Prata
CEP – Comitê em Ética e Pesquisa
CMRR – Commom Mode Rejection Ratio (Taxa de Rejeição de Modo Comum)
CVM – Contração Voluntária Máxima
EMG – Eletromiografia
IFB – Intervenção Fonoaudiológica Breve
GC – Grupo Controle
GE – Grupo Estudo
HUSM – Hospital Universitário de Santa Maria
OI – músculo orbicular oral inferior
OS – músculo orbicular oral superior
P1 – Prova 1: repouso
P2 – Prova 2: isometria
P3 – Prova 3: sucção
P4 – Prova 4: deglutição
P5 – Prova 5: fala
RCM – Conceito de Reabilitação Rodolfo Castillo Moralles
RMS – Root Mean Square – Raiz Quadrada Média
RO – Respiração Oral
RON – Respiração Oronasal
SAF – Serviço de Atendimento Fonoaudiológico
SE – Sistema Estomatognático
T0 – Tempo zero: avaliação inicial
T1 – Tempo um: avaliação parcial
T2 – Tempo dois: avaliação final
11
LISTA DE ANEXOS
ANEXO A -
Autorização Comitê de Ética em Pesquisa ................................... 90
12
LISTA DE APÊNDICES
APÊNDICE A -
Termo de Autorização Institucional ..................................... 92
APÊNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ..................... 94
APÊNDICE C - Protocolo de Anamnese ...................................................... 96
APÊNDICE D - Protocolo de Avaliação do Sistema Estomatognático ......... 99
APÊNDICE E - Protocolo de Avaliação Ortodôntica .................................... 102
APÊNDICE F - Protocolo de Avaliação Otorrinolaringológica ...................... 103
APÊNDICE G - Ficha de Instrução de uso do Exercitador Labial .................
104
APÊNDICE H - Eletromiogramas dos Grupos Controle e Estudo................. 106
13
SUMÁRIO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES..................................................................
08
LISTA DE TABELAS...........................................................................
09
LISTA DE REDUÇÕES........................................................................
10
LISTA DE ANEXOS.............................................................................
11
LISTA DE APÊNDICES.......................................................................
12
1
INTRODUÇÃO..........................................................................
15
2
REVISÃO DE LITERATURA....................................................
18
2.1
Respiração Oral.......................................................................
18
2.2
Métodos Objetivos de Avaliação........................................... 21
2.2.1
Antropometria............................................................................
22
2.2.2
Eletromiografia.......................................................................... 26
2.3
Intervenção Fonoaudiológica.................................................
31
3 EFEITO DA INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA COM
EXERCITADOR LABIAL EM CRIANÇAS RESPIRADORAS
ORAIS VICIOSAS: AVALIAÇÃO CLÍNICA E
ANTROPOMÉTRICA................................................................ 36
3.1
Resumo.................................................................................... 36
3.2
Summary..................................................................................
37
3.3
Introdução................................................................................
38
3.4
Material e Método
....................................................................
39
14
3.5
Resultados...............................................................................
44
3.6
Discussão.................................................................................
46
3.7
Conclusões..............................................................................
49
3.8
Referências Bibliográficas..................................................... 50
4 EXERCITADOR LABIAL: EFEITO SOBRE A ATIVIDADE
ELÉTRICA DOS MÚSCULOS ORBICULARES ORAIS DE
CRIANÇAS RESPIRADORAS ORAIS VICIOSAS...................
54
4.1 Resumo.................................................................................... 54
4.2
Abstract....................................................................................
54
4.3
Introdução................................................................................
55
4.4
Método......................................................................................
57
4.5
Resultados...............................................................................
64
4.6
Discussão.................................................................................
66
4.7
Conclusões..............................................................................
71
4.8
Referências Bibliográficas..................................................... 71
5
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................
75
6
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.............................................. 88
ANEXOS..............................................................................................
89
APÊNDICES........................................................................................ 91
15
1 INTRODUÇÃO
A área de Motricidade Orofacial estuda, entre outras alterações, a Respiração
Oral (RO). Essa condição patológica, como alguns autores a designam, acomete
crianças e adultos, porém se instala geralmente na infância. Caracteriza-se pelo
padrão respiratório totalmente ou parcialmente alterado (respiração oral e oronasal
respectivamente), redirecionado da cavidade nasal para a cavidade oral.
As causas da respiração oral podem ser orgânicas ou viciosas. A respiração
oral orgânica é aquela em que há problemas orgânicos obstruindo a passagem de ar
pelo nariz; e a respiração oral viciosa é aquela em que o obstrução das vias
aéreas superiores, fazendo com que o indivíduo respire pela boca, embora tenha
capacidade anatomofisiológica de respirar pelo nariz (JABUR et al., 1997).
Junqueira (1998) e Marchesan (1998) explicaram que, para a ocorrência da
respiração nasal, é necessária a oclusão labial, o que normalmente acontece na
região anterior, pelo vedamento dos lábios. Caso este vedamento o ocorra, tem-
se a instalação da respiração oral. Embora se conheça o local ideal deste
vedamento, o motivo pelo qual ele não ocorre é extremamente variado, seja por
lábios encurtados, freio labial curto, má oclusão classe II com sobressaliência
acentuada, ou até mesmo por alteração do tônus da musculatura perioral.
De modo geral, as alterações do respirador oral vão desde simples
inadequações, até alterações maiores, abrangendo estruturas e funções do sistema
estomatognático (mastigação, sucção, deglutição e fala), além da postura corporal
(KRAKAUER & GUILHERME, 1998; FELÍCIO, 1999; LIMA et al., 2004).
Freqüentemente observa-se respiração oral ou oronasal associada à hipofunção de
toda a musculatura orofacial, principalmente de língua e de lábios, que se tornam
incompetentes, dando ao indivíduo o perfil típico de respirador oral. O grau de
prejuízo destas alterações para o indivíduo, bem como os fatores determinantes da
sua evolução, dependerão principalmente da etiologia, do período de início e de
duração do quadro de respiração oral, da genética do paciente e dos fatores
ambientais envolvidos (BREUER, 1989; MOTONAGA, BERTI & ANSELMO-LIMA,
2000; JUNQUEIRA, 2004).
Por apresentar várias alterações miofuncionais, o respirador oral requer
tratamentos multidisciplinares que contemplem suas necessidades como um todo.
16
Por esse motivo, o tratamento fonoaudiológico é imprescindível, principalmente
quando realizado em conjunto com outros profissionais, como otorrinolaringologistas,
ortodontistas, fisioterapeutas, entre outros (FARRET, JURACH & TOMÉ, 1997;
HENRIQUES et al., 1998; KURAMAE et al., 2001; DEGAN & PUPPIN-RONTANI,
2004; DEGAN & PUPPIN-RONTANI, 2005; DEGAN & PUPPIN-RONTANI, 2007).
É importante salientar que as tendências atuais direcionam o fonoaudiológico
para a busca de maior eficiência e rapidez no processo terapêutico. Com o objetivo
de realizar reeducação muscular de forma eficaz e mais rápida, surgiu, em 1998, o
Exercitador Labial, proporcionando a redução no número de exercícios
miofuncionais tradicionalmente usados, simplificando, assim, a realização diária dos
mesmos. Este aparelho, que foi estudado por Jardini (1999) por meio de medidas
antropométricas, complementa o tratamento miofuncional e atua justamente nos
músculos orbiculares orais, que desempenham função primordial na respiração
nasal.
Embora muitos estudos científicos se dediquem à pesquisa de técnicas
eficazes e ao mesmo tempo objetivas, é fundamental que esta objetividade também
esteja presente no processo avaliativo e diagnóstico do paciente, o que tem ocorrido
à medida que a eletromiografia e as medidas antropométricas (CATTONI, 2006a)
surgem e consolidam-se como valiosos indicadores dos progressos terapêuticos.
Assim, considerando a importância da RO, a necessidade de técnicas
terapêuticas objetivas e, principalmente, de instrumentos fidedignos de comprovação
dos resultados terapêuticos, compreende-se a realização de pesquisas que
abranjam esses aspectos (WARD & JAMISON, 1991; JARDINI, 1999; SCHIEVANO,
1997; SCHIEVANO, RONTANI & BÉRZIN, 1999; SILVA, 2000; JARDINI, 2002;
DONNAMARIA-MORAIS & SCHWARTZMAN, 2002; JUNG, YAHNG & NAHM 2003;
DAENECKE, BIANCHINI & SILVA, 2006; CORRÊA, 2005; CATTONI, 2006b).
Em virtude disso, a presente pesquisa teve o intuito de oferecer maiores
subsídios para o embasamento da aplicação de técnicas específicas na prática
clínica miofuncional de forma objetiva, por meio da avaliação antropométrica e
eletromiográfica. Para tanto, este estudo tem como objetivo geral verificar o efeito do
uso do Exercitador Labial em pacientes respiradores orais.
Esta pesquisa foi estruturada em seis capítulos, sendo que o primeiro destina-
se à introdução geral; o segundo refere-se à revisão de literatura; o terceiro e o
17
quarto capítulos referem-se aos artigos de pesquisa; e o quinto e sexto o
dedicados às referências bibliográficas do trabalho.
O artigo de pesquisa a que se refere o terceiro capítulo tem como objetivo
verificar o efeito do Exercitador Labial no vedamento labial, no modo respiratório e
mas demais mudanças ocorridas após o seu uso em crianças respiradoras orais
viciosas. Para tanto, explora características clínicas e antropométricas de 8 crianças
respiradoras orais viciosas submetidas à intervenção fonoaudiológica com
Exercitador Labial em dois períodos distintos de freqüência de exercício, T1
(realização intensa, perfazendo 10 dias de tratamento com realização diária) e T2
(realização branda, perfazendo mais 30 dias de tratamento com realização dos
exercícios, 3 vezes por semana). Essas crianças foram analisadas a partir da
comparação com 8 crianças respiradoras nasais consideradas como padrão para as
análises. O artigo foi elaborado conforme os moldes do periódico International
Journal of Pediatric Otorhinolaryngology, para o qual será enviado.
Já o artigo científico a que se refere o quarto capítulo objetiva analisar o efeito
do Exercitador Labial sobre a atividade elétrica do músculo orbicular da boca de 8
respiradores orais viciosos em dois períodos terapêuticos, T1 (realização intensa,
perfazendo 10 dias de tratamento com realização diária) e T2 (realização branda,
perfazendo mais 30 dias de tratamento, com realização dos exercícios 3 vezes por
semana). Este trabalho será submetido ao Journal of Electromyography and
Kinesiology, sendo elaborado, desse modo, conforme as normas de tal periódico.
Os apêndices e anexos presentes no final do trabalho compõem mera
ilustração para esta dissertação, não fazendo parte das versões finais dos artigos de
pesquisa.
18
2 REVISÃO DE LITERATURA
A respiração oral (RO), enquanto bito oral adquirido, ocasiona diversos
prejuízos ao ser humano, desde alterações menos perceptíveis visualmente, como
as alterações funcionais do sistema estomatognático (SE), até prejuízos bastante
aparentes como as assimetrias faciais e alterações oclusais. De maneira geral, todos
esses problemas interferem na qualidade de vida do indivíduo e, por este motivo,
merecem toda atenção na realização de pesquisas acerca da respiração.
Este capítulo está estruturado em sessões distintas com a finalidade de
facilitar a compreensão e a abordagem dos assuntos. As três sessões que seguem
dizem respeito à respiração oral, à intervenção fonoaudiológica e aos métodos
objetivos de avaliação.
2.1 Respiração Oral
A respiração é um processo autônomo importante para a manutenção das
atividades vitais. Quando esse processo é alterado, o organismo procura meios de
adaptar-se para que o processo continue, mesmo que outras funções venham a ser
prejudicadas, pois a respiração é essencial para a sobrevivência desse organismo
(MARCHESAN, 1998; PAROLO & BIANCHINI, 2000; JUNQUEIRA, 2004).
Segundo Jabur et al. (1997), Ferreira (1999), Felício (1999) e Lessa et al.
(2005), a função respiratória normal se faz por via nasal e possui influência direta no
desenvolvimento dos maxilares (principalmente em relação ao arco dentário superior
– terço médio da face), na postura da mandíbula, na posição da língua e na situação
do espaço rinofaríngeo (espaço aéreo). Esta respiração, quando correta, promoverá
também, conforme relatam Hanson & Barret (1995), o funcionamento adequado das
demais funções estomatognáticas (mastigação, sucção, deglutição e fala).
Para Tessitore (2004), quando algum impedimento neste caminho,
estabelece-se a RO. O termo respiração oral refere-se aos indivíduos que respiram
predominantemente pela boca, visto que a maioria deles pode apresentar algum
grau de respiração nasal. A autora explica que, na respiração nasal, uso
predominantemente da cavidade nasal; na respiração oral, uso predominante da
19
cavidade oral por obstrução nasal; e, na respiração oronasal, uso ora da cavidade
nasal, ora da cavidade oral sem obstrução nasal.
Assim, o que determina se a respiração ocorrerá totalmente ou parcialmente
pela boca são os fatores causais, que podem ser orgânicos ou não orgânicos
(viciosos) (MARCHESAN, 1998; PAULO & CONCEIÇÃO, 2003).
Quando a alteração respiratória tem causa orgânica, problemas
mecânicos, obstruindo a passagem de ar pelo nariz, e a respiração é dita oral.
Dentre tais problemas, podem-se citar hipertrofia de adenóide e/ou amígdalas
palatinas, desvio de septo, corpos estranhos, tumores, lipos, fraturas, atresias,
conchas nasais hipertróficas, rinite alérgica crônica, entre outros (HANSON &
BARRET, 1995; MARCHESAN, 1998; MOTONAGA, BERTI & ANSELMO-LIMA,
2000; TESSITORE, 2004).
quando a alteração respiratória possuir causa não orgânica, não haverá
obstrução das vias aéreas superiores, e sim problemas alérgicos (edema transitório
da mucosa nasal), ou resultantes de fatores orgânicos reparados que deixaram o
hábito da respiração oral, ou ainda por flacidez e má posição dos lábios, língua e
mandíbula, o que leva a boca a se abrir. Nesses casos, a respiração é dita oronasal,
e o indivíduo respira pela boca, embora tenha capacidade anatomofisiológica de
respirar pelo nariz (HANSON & BARRET, 1995; MARCHESAN, 1998; MOTONAGA,
BERTI & ANSELMO-LIMA, 2000).
É importante salientar que diversos estudos têm comparado os respiradores
orais orgânicos e não-orgânicos, comprovando que os respiradores acometidos de
causas obstrutivas possuem maiores problemas. Por exemplo, o estudo de Bresolin
et al. (1983) e, mais recentemente, o de Di Francesco et al. (2004), verificaram uma
maior freqüência de agitação noturna, bruxismo e enurese no grupo com hiperplasia
adenoamigdaliana, bem como um aumento progressivo da freqüência de roncos. De
modo semelhante, o estudo de Frasson et al. (2006), que objetivou comparar
cefalometricamente respiradores nasais e predominantemente orais, não encontrou
diferença significante entre os dois grupos, mostrando que, de fato, os respiradores
predominantemente orais, ou oronasais, aproximam-se estruturalmente, mas não
funcionalmente, dos respiradores orais.
Quanto a esta comparação, Marchesan (1998) defendeu que as queixas dos
pacientes que são, ou que foram, respiradores orais nem sempre são as mesmas ou
20
estão diretamente ligadas aos problemas respiratórios iniciais, mas podem ser
conseqüências dessas alterações. Enquanto os respiradores orais, com fatores
etiológicos atuantes, referem principalmente problemas como cansaço, sono, dores
nas costas e pescoço e alterações na morfologia facial, os respiradores orais, sem
fator causal atuante, referem problemas maiores das funções do sistema
estomatognático.
Embora Ferreira de Oliveira et al. (2007) tenham feito referência de que a
postura incompetente de lábios não significa, necessariamente, a ocorrência de
respiração oral, Junqueira (1998), Marchesan (1998) e Felício (1999) defendem que
o selamento labial é condição importante para o estabelecimento da respiração
nasal. Este ponto de oclusão encontra-se, na maioria das vezes, na região anterior,
pelo vedamento dos lábios. Porém, também pode ocorrer na porção média, ficando
o dorso da língua em contato com o palato duro, ou, ainda, posteriormente, ficando a
base da ngua em contato com o palato mole. Caso o vedamento não ocorra, tem-
se a instalação da RO ou da respiração oronasal (RON). Segundo as autoras,
independentemente do fator etiológico da respiração oral, é fundamental entender o
motivo pelo qual os lábios não estão se tocando, seja por lábios encurtados, freio
labial curto, má oclusão classe II de Angle com projeção acentuada de maxila, ou até
mesmo por uma alteração do tônus desta musculatura, o que vai ao encontro do
pressuposto de Ferreira de Oliveira et al. (2007).
Freitas et al. (2000), Parolo & Bianchini (2000), Ribeiro, Marchiori & Silva
(2004), Lessa et al. (2005) e Menezes et al. (2006) concordaram com autores como
Schwartz & Schwartz (1994), Proffit (1995), Castro & Zeredo (1996), Jabur et al.
(1997) e Marchesan (1998), a propósito das conseqüências morfofuncionais nos
respiradores orais. De modo geral, podem ser encontradas alterações no âmbito do
crescimento craniofacial, além das estruturas e das funções do sistema
estomatognático. Como conseqüência da abertura da boca, o que precisa ocorrer
para que o indivíduo respire, observa-se uma mandíbula com postura comprometida
(posição mais baixa e posteriorizada), causando crescimento vertical da face e,
freqüentemente, mordida aberta anterior (principalmente quando associada aos
hábitos de sucção digital). Inevitavelmente, a língua também terá sua postura de
repouso e de funcionamento alterada, deixando de exercer a pressão interna da
21
maxila, causando desequilíbrio das forças musculares e gerando palato atrésico e a
possibilidade de mordida cruzada posterior.
Freitas et al. (2000) e Biazzetto, Zenaro & Assencio-Ferreira (2001)
corroboraram os achados de Castro & Zeredo (1996). Os autores relataram que o
desequilíbrio muscular do respirador oral associados aos marcadores genéticos
pode gerar padrão dolicofacial de crescimento. Essa discrepância facial, de acordo
com Parolo & Bianchini (2000), irá gerar compensações musculares mais intensas
como a interposição e hipertensão labial e mentual. Tais aspectos acentuam quando
outras alterações do respirador oral, como aumento do terço inferior da face, lábio
superior curto e evertido, má oclusão classe II de Angle e hipotonia facial coexistem,
conforme Freitas et al. (2000), Farias et al. (2002) e Andrade et al. (2005).
Além disso, todos estes comprometimentos e descompensações musculares
(de língua, de lábios e de bochechas), geralmente, culminam em padrões atípicos de
fala (ceceio e interdentalizações) (HARRINGTON & BREINHOLT, 1962;
MARCHESAN, 1998; CUNHA et al., 2003; TOMÉ et al., 2004), de deglutição
(deglutição atípica ou adaptada) (FARRET, JURACH & TOMÉ, 1997; MARCHESAN,
1998; FELÍCIO, 1999; MOTONAGA, BERTI & ANSELMO-LIMA, 2000; MARTINEZ &
ASSENCIO-FERREIRA, 2001; FERRAZ, 2001) e de mastigação (mastigação
assimétrica, fraca ou incoordenada) (MARCHESAN, 1998; MOTONAGA, BERTI &
ANSELMO-LIMA, 2000; PAROLO & BIANCHINI, 2000; FERLA, 2004).
Entretanto, as alterações do respirador oral podem ir além dos aspectos
morfofuncionais, ou das alterações posturais (KRAKAUER & GUILHERME, 1998;
LIMA et al., 2004). Segundo Ferreira de Oliveira et al. (2007), a criança que respira
pela boca corre o risco de ser estereotipada como pouco capaz. Luiz (2003) salienta,
porém, que a dificuldade escolar do respirador oral existe, estando relacionada ao
menor rendimento em sala, ao cansaço em geral e à pouca atenção neste ambiente,
todos decorrentes, provavelmente, da má qualidade do sono destes indivíduos e dos
medicamentos utilizados para o controle dos problemas respiratórios.
2.2 Métodos Objetivos de Avaliação
A preocupação constante por avaliações quantitativas e que forneçam mais
subsídios em relação às mensurações antes e após o tratamento leva os
22
fonoaudiólogos a buscar instrumentos cada vez mais objetivos, como a
antropometria e a eletromiografia (SILVA & CUNHA, 2003; JUNQUEIRA, 2004).
2.2.1 Antropometria
Segundo Vegter & Hage (2000), os primeiros relatos de medidas da face
humana são da Grécia antiga. Os objetivos das medidas antropométricas da época
mudaram muito ao longo dos anos, e, com o avanço da ciência, hoje a antropometria
moderna dedica-se aos objetivos científicos e médicos. Ward & Jamison (1991),
Allanson (1995), Ward, Jamison & Allanson (1999) referiram que se encontra uma
grande diversidade dentre as aplicações como a genética, a patogênese, a
reconstrução cirúrgica, o processo diagnóstico e prognóstico, o controle de
tratamentos, entre outros.
Foram as necessidades científicas de padronização e sistematização dos
procedimentos de avaliação e acompanhamento terapêutico que levaram os
fonoaudiólogos a buscar os conhecimentos da Antropometria, embora ainda não
exista consenso sobre tal padronização e/ou sistematização (SILVA & CUNHA,
2003; CATTONI, 2006a).
Allanson (1995), Ward, Jaminson & Farkas (1998), Cattoni & Fernandes
(2004) e Cattoni (2006a) apresentaram a antropometria como ciência que estuda as
dimensões de tamanho, peso, comprimento, profundidade e proporções do corpo
humano. Essas medidas, conforme referiram Farkas & Deutsch (1996), Volkmann et
al. (2003) e Cattoni (2006b), podem ser realizadas de forma direta (por meio de
medidas no sujeito) ou de forma indireta (por meio de fotografias). O entendimento
das duas estratégias e de suas limitações faz-se fundamental para análises
adequadas, visto que as medidas indiretas tendem a parecer maiores.
Ward & Jaminson (1991) e Cattoni (2006b) relataram que a aferição
antropométrica baseia-se em pontos antropométricos preestabelecidos e
demarcados, bem como nas relações lineares entre eles. É fundamental que sempre
seja realizada mais de uma coleta da mesma medida e que o mesmo profissional as
realize, a fim de diminuir os erros durante o exame. Os autores também salientaram
que a experiência do clínico, bem como a cooperação do paciente, o que pode ser
complicado em crianças menores de 6 anos, são essenciais.
23
No que se refere às vantagens da antropometria como método avaliativo do
complexo orofacial, têm-se o baixo custo, a facilidade e simplicidade na sua
aplicação, o fato de não ser invasiva, não fornecer risco ao sujeito, e possibilitar, a
partir de dados de referência de normalidade, a interpretação de achados clínicos
(ALLANSON, 1995; FARKAS & DEUTSCH, 1996).
Entretanto, as principais desvantagens do método referem-se aos erros de
leitura dos instrumentos. Estes equívocos, como salientaram Ward & Jaminson
(1991), Allanson (1995), Farkas & Deutsch (1996) e Cattoni (2006b), ocorrem, na
maioria das vezes, pelo treinamento inadequado dos terapeutas, que acabam por
utilizar e interpretar de maneira incorreta o instrumento e seus resultados. Além
disso, um fator inerente às medidas faciais está no tamanho das mesmas, ou seja,
quanto menores estas forem, maior será a probabilidade de equívoco na sua
aferição. Quanto mais fácil a identificação dos pontos antropométricos, maior a
confiabilidade das medidas.
Não como desvantagem do método, mas como aspecto importante
relacionado à antropometria, têm-se os achados do estudo de Palomino et al. (2006)
com populações chilenas, os quais mostraram que cada população, com suas
diferentes etnias e raças, necessita de estudos próprios de padronização.
Assim, pode-se compreender a grande aplicação que a antropometria possui,
atualmente, na Fonoaudiologia. Dentre essas aplicações, pode-se citar o estudo de
Marchesan (2004), no qual a autora utilizou o paquímetro digital como instrumento
de coleta quantitativa para a classificação do frênulo lingual em normal e alterado,
ou como no estudo de Quintal et al. (2004), em que foram utilizadas as medidas
antropométricas para quantificar as diferenças entre as hemifaces na paralisia facial
periférica unilateral.
De modo geral, são descritos 147 pontos antropométricos, sendo a maioria
visualizada facilmente, com a cabeça do paciente em posição de repouso, ou
posicionada na postura padronizada (FARKAS & DEUTSCH, 1996; CATTONI,
2003). Entretanto, Farkas & Deutsch (1996) relataram que a quantidade de tecido
subcutâneo que reveste os pontos ósseos utilizados nestas medidas pode
influenciar esta visualização.
Segundo Cattoni (2003 e 2006b), dentre estes pontos, são relevantes para as
medidas faciais: a glabela (g) ponto na linha mediana mais proeminente entre as
24
sobrancelhas e localizado no mesmo ponto do osso glabela; o trichion (tr) ponto
situado na linha mediana da testa, na implantação do cabelo; o gnatio (gn) ponto
mediano mais inferior da borda inferior da mandíbula, coincidindo com o osso gnatio;
o canto externo do olho (ex) ponto situado na comissura lateral das pálpebras,
medialmente ao canto externo do olho no tecido duro; o subnasal (sn) – ponto
mediano do ângulo da base da columela, onde a borda inferior do septo nasal e a
superfície do lábio superior se encontram; o lábio superior (ls) ponto mediano
situado na vermelhidão do lábio superior; o estômio (sto) ponto imaginário
localizado no cruzamento entre a linha vertical mediana da face, que liga o trichion, o
subnasal e o gnatio e a linha horizontal da rima da boca, quando os lábios estão
levemente fechados e os dentes ocluídos; e o cheilion (ch) ponto localizado na
comissura dos lábios.
Conforme referiram Suguino et al. (1996), Bacha & Ríspoli (1999), Cattoni
(2003) e Cattoni (2006b), a partir destes pontos há destaque, nas alterações e
disfunções miofaciais, para a mensuração de medidas lineares como a altura dos
lábios superior e inferior, a altura do filtro labial, as proporções dos terços da face,
bem como a distância entre o canto externo do olho e as comissuras dos lábios.
Na tentativa de verificar a existência de relação entre a respiração oral e o
tipo facial, Bianchini, Guedes & Vieira (2007) realizaram um estudo com 119
adolescentes, 50 respiradores orais e 69 respiradores nasais. Para tanto, utilizaram
medidas antropométricas realizadas com paquímetro digital dos terços da face e
largura facial. A utilização do paquímetro nas medidas antropométricas permitiu às
autoras concluírem que não houve relação entre a respiração oral e o tipo facial.
Porém, para os respiradores orais, população na qual é comum a ausência
de vedamento labial, medidas antropométricas como as do lábio superior e do filtro
têm sido essenciais para o aprimoramento científico e terapêutico. Segundo Suguino
et al. (1996); Cattoni (2003) e Cattoni (2006b), a altura do lábio superior (sn-sto)
equivale à distância entre o subnasal e o estômio, e a altura do filtro (sn-ls) equivale
à distância entre o ponto subnasal e o ponto labial superior.
No estudo de Daenecke et al. (2006), as autoras objetivaram descrever as
medidas de lábio superior e filtro (SUGUINO et al., 1996) em crianças com dentição
mista (7 e 12 anos), relacionando-as ao tipo facial médio e longo, aos padrões de
Classe I e II de Angle e à postura habitual de repouso com e sem vedamento labial.
25
As autoras concluíram que, para crianças caucasianas brasileiras, a média do lábio
superior foi de 21mm e a do filtro de 12 mm, sendo decisiva a variável postura labial
no comprimento destas medidas e havendo diferença significante somente para a
variável filtro, quando comparada entre gêneros.
Cattoni et al. (2003), em estudo similar, haviam encontrado valores
semelhantes, em parte, ao realizado no estudo de Daenecke et al. (2006). Para
crianças na mesma faixa etária, as autoras observaram bio superior em torno de
18 mm, mais baixa que o estudo anterior, e filtro em torno de 12 mm, indo ao
encontro da pesquisa anterior. No estudo, as autoras observaram também que, ao
longo do período de trocas da dentição mista, dos 6 aos 12 anos, não houve
diferença estatística para as variáveis. Isso porque, como relataram Farkas, Posnick
& Hreczko (1992), aos cinco anos de idade, lábio superior e filtro atingem tamanho
próximo ao adulto, sendo, respectivamente, 93% e 94,1% do tamanho ideal.
Complementando os estudos anteriores, no que se refere às variáveis idade
e sexo, Cattoni & Fernandes (2004) não encontraram diferença estatisticamente
significante das medidas do lábio superior e do filtro quanto ao sexo e quanto à
idade das crianças, embora as meninas tenham demonstrado medidas inferiores às
dos meninos.
Jardini (1999) também se utilizou da medida antropométrica do lábio superior
para a representação preliminar dos resultados e da eficácia de um dispositivo
reeducador, o Exercitador Labial. A aferição antropométrica, realizada em 10
pacientes, com idades entre 6 anos e 2 meses e 15 anos e 11 meses, em três
momentos (avaliação inicial, avaliação parcial e avaliação final), mostrou aumento
significativo do músculo orbicular superior em virtude do uso deste aparato.
Beneficiando a pesquisa científica na área, estudos que compararam
métodos objetivos têm sido realizados de forma positiva, como é o caso de Jardini
(2005), que comparou os métodos avaliativos antropometria e eletromiografia. A
autora, ao pesquisar o tônus dos músculos bucinadores, analisou medidas
antropométricas realizadas com paquímetro digital e a atividade elétrica dos mesmos
por meio de eletromiografia de superfície. Concluiu que a eletromiografia e as
medidas antropométricas o importantes e, desde que realizadas de maneira
correta, se completam.
26
2.2.2 Eletromiografia
Embora a eletromiografia (EMG) tenha sido estudada desde o início do século
XVIII, é em meados do século XX, com Tulley (1953) e Quirch (1965), que se têm
alguns dos primeiros estudos relacionados à Fonoaudiologia.
Nessa época, embora não tão avançada como hoje, a eletromiografia era
vista como instrumento importante para avaliação do comportamento neuromuscular
de um músculo ou de um grupo destes no sistema estomatognático (TULLEY, 1953;
QUIRCH, 1965).
Com os avanços tecnológicos, surgiram também os avanços em termos da
obtenção dos resultados eletromiográficos, tornando mais fácil sua aplicação.
Entretanto, a falta de padronização dessas coletas fez com que este progresso não
fosse acompanhado pela evolução da confiabilidade destes resultados. Felizmente,
como referem Bérzin & Sakai (2004), este paradigma vem se modificando graças às
propostas de padronização sugeridas pela SENIAM (HERMENS et al., 2000).
Autores como De Luca (1997) e Soderberg & Knutson (2000) conceituaram a
eletromiografia como uma ferramenta cinesiológica utilizada para o estudo da função
muscular que mensura os potenciais elétricos emanados pelos músculos no
momento da contração muscular.
Existem dois tipos de exame eletromiográfico, com eletrodos de inserção e
com eletrodos de superfície (PORTNEY, 1993; DE LUCA, 1997). Na Fonoaudiologia,
os estudos utilizam a eletromigrafia de superfície (EMGs), onde os eletrodos
localizam-se na superfície da pele, por representar número maior de fibras
musculares de um mesmo músculo, por ser não invasiva, indolor e de fácil aplicação
(CRAM, KASMAM & HOLTZ, 1998).
Segundo Nagae & Bérzin (2004), a eletromiografia representa ponto crucial
no interesse da motricidade orofacial sobre as condições musculares, visto que
ainda hoje muitas das avaliações dessas estruturas são realizadas subjetivamente.
Marchiori & Vitti (1996a), Povh et al. (2003) e Jardini (2005) concordam que uma
avaliação acurada em motricidade orofacial deve incluir os potenciais
neuromuculares por meio da eletromiografia, principalmente pelo fato de que os
métodos clínicos utilizados para avaliação da face são baseados em análises
27
qualitativas, como palpação, prova de função, observação da forma e sinais de
envelhecimento.
Realizar um paralelo entre as avaliações eletromiográfica (objetiva) e clínica
(subjetiva) torna-se inevitável, visto que se trata de métodos complementares, como
ficou claro no estudo de Biasotto, Biasotto-Gonzalez & Panhoca (2005). Os autores
almejaram avaliar a correlação entre a avaliação palpativa e eletromiográfica do
músculo masseter, observando baixa correlação dos achados entre estes métodos
(25%).
Por esses motivos, Cram, Kasmam & Holtz (1998) e Silva (2000) relataram
que avaliações complementares podem e devem ser utilizadas para completar o
raciocínio clínico-diagnóstico. Para Silva (2000), a avaliação eletromiográfica permite
estudar a musculatura facial, principalmente da região perioral, em funções como a
mastigação, a deglutição e a fala, além de poder ser utilizada não somente como
meio de avaliação, mas também para monitorar a evolução do tratamento
mioterápico.
De Luca (1997) e Rahal (2003) referiram que a utilização da eletromiografia
de superfície tem sido importante dentro das terapias miofuncionais orofaciais por
ser um método objetivo e quantificador. Porém, os autores, assim como Basmajian &
De Luca (1985), relataram também a presença de limitações na realização do exame
eletromiográfico, como a colocação dos eletrodos (este aspecto é importante a fim
de evitar a interferência da captação elétrica de músculos vizinhos crosstalk); as
características fisiológicas, anatômicas e bioquímicas de cada músculo estudado; o
tipo de fibra muscular ativada; entre outras, que devem ser entendidas e
consideradas para sua correta utilização.
Além das limitações, o método de captação destes sinais mostra-se seguro
desde que utilizado com os devidos cuidados e com a instrumentação adequada,
exigindo a observação de certas medidas para garantir a boa qualidade do sinal e
uma adequada análise dos dados (DE LUCA, 1997; CORRÊA, 2005).
Por essas razões, a utilização da eletromiografia de superfície em estudos
científicos deve respeitar determinados aspectos que interferem diretamente na
captação do sinal EMG e na interpretação dos exames, como a seleção de eletrodos
sensíveis, cuidados com o local de captação para cada músculo, a preparação
28
prévia da pele, a fixação destes eletrodos, a posição do paciente, entre outros
(HERMENS et al. 2000).
Entre as diversas preocupações com este sinal, tem-se a necessidade da
normalização do mesmo, como referiram De Luca (1997), Cram, Kasmam & Holtz
(1998), Soderberg & Knutson (2000), Nagae & Bérzin (2004), Ferla (2004), Corrêa
(2005) e Marchetti & Duarte (2006). Um procedimento de normalização dos
resultados faz-se necessário para possibilitar a comparação dos sinais EMG em
diferentes indivíduos, músculos e situações, uma vez que as características de
amplitude e freqüência do sinal da EMGs têm se mostrado sensíveis a fatores
intrínsecos (tipo de fibra muscular, profundidade, diâmetro, localização dos eletrodos
e quantidade de tecido entre o músculo e o eletrodo) e extrínsecos (local, formato do
eletrodo, distância entre eles, entre outros).
O procedimento de transformação dos valores absolutos da amplitude (µV)
em valores relativos referentes a um valor de amplitude considerado 100%, pode ser
realizado de diversas formas, cada uma delas adotando como referência uma base
para os demais testes. Assim, cada método calcula todas as outras atividades
musculares como uma porcentagem, uma parte deste parâmetro. O método mais
comumente utilizado está centrado na contração voluntária máxima (CVM) de cada
músculo estudado (CRAM, KASMAM & HOLTZ, 1998; CORRÊA & BÉRZIN, 2007).
O estudo da respiração oral vem recebendo grande auxílio da avaliação
eletromiográfica na investigação das alterações miofaciais que esta patologia
provoca, principalmente na musculatura perioral e mastigatória. Entretanto, em 1953,
Tulley havia chamado a atenção para o comportamento da musculatura ao redor
dos arcos dentais em indivíduos com deglutição normal e atípica. Durante a
deglutição normal, o autor observou forte contração dos músculos masseteres e
milohioídeos, contrapondo-se a uma mínima atividade dos músculos bucinador e
orbiculares orais. Na deglutição atípica, alteração habitualmente encontrada nos
respiradores orais, este padrão inverteu-se, ou seja, na tentativa de compensar a
musculatura mastigatória fraca, a musculatura perioral desempenha forte papel.
Tomé & Marchiori (1998a, 1998b) estudaram os padrões da atividade elétrica
dos músculos orbiculares superior e inferior durante o repouso e a deglutição de
respiradores orais. As autoras observaram, de modo semelhante ao de Tulley
(1953), que a musculatura perioral mostra-se mais ativa nos respiradores orais do
29
que nos nasais. Porém, ao analisarem estes músculos separadamente, concluíram
que, durante a deglutição, o músculo orbicular superior dos respiradores orais fica
mais ativo, tentando compensar a atividade elétrica reduzida do músculo orbicular
inferior.
Tosello, Vitti & Bérzin (1999) estudaram a musculatura perioral (músculos
orbiculares e mentual) de 18 crianças de ambos os sexos, com idades entre 8 e 12
anos, relacionando-a, além da deglutição atípica, com a oclusão e a
incompetência labial. As crianças foram distribuídas em três grupos, sendo um
formado por indivíduos com oclusão classe II, divisão e com lábios
competentes, outro, por indivíduos com oclusão classe II, 1ª divisão e com lábios
incompetentes e um terceiro, por indivíduos com oclusão normal. No estudo, os
autores observaram, assim como Gustafsson & Ahlgren (1975), que, de modo geral,
os indivíduos com lábios incompetentes mostram atividade elétrica dos músculos
orbiculares e mentual elevada em comparação aos demais, sugerindo que o modo
respiratório influencia mais facilmente a musculatura facial do que o tipo de
oclusão.
Pesquisas como as de Leanderson, Person & Öhman (1971) e Leanderson &
Lindblom (1972) foram algumas das primeiras a relacionar o estudo da musculatura
perioral aos movimentos da fala, porém nesses estudos foram utilizados eletrodos
de inserção. A partir de então, uma grande variedade de estudos e metodologias
têm-se voltado para o estudo da musculatura perioral durante esta função, como o
de Farret, Vitti & Farret (1982). Os autores observaram que o músculo orbicular
inferior era mais ativo durante a fala de indivíduos normais, enquanto que, nos
indivíduos com alteração de fala, o músculo superior tornava-se mais ativo, na
tentativa de compensação da fraqueza do orbicular inferior.
Tomé & Marchiori (1999) também relacionaram as funções de fala e de
respiração. A pesquisa objetivou estudar os músculos orbiculares inferior e superior
em crianças respiradoras orais e nasais durante a emissão de sílabas com
diferentes pontos articulatórios. Utilizando a eletromiografia, as autoras observaram
que os respiradores orais apresentam, em geral, atividade muscular reduzida,
principalmente nos sons bilabiais, além de haver diferença significante entre os
músculos orbiculares, sendo o inferior mais ativo.
30
Segundo Regalo et al. (2005), muitos trabalhos envolvendo a função de fala
têm sido conduzidos em pacientes com deficiência auditiva, mas nenhum deles
avaliou a musculatura responsável por esta função. Desse modo, os autores
desenvolveram um estudo da musculatura perioral de deficientes auditivos nas
situações de sucção, sopro, projeção e compressão labial, além da emissão de
sílaba /pa/. Observaram, por meio das avaliações eletromiográficas, que os
pacientes surdos apresentaram, em todas as situações analisadas, aumento da
atividade muscular quando comparados a indivíduos ouvintes.
Marchiori (1993), Marchiori & Vitti (1996a), Marchiori & Vitti (1996b) e
Marchiori et al. (1999) também pesquisaram os músculos orbiculares superior e
inferior, além do músculo mentual, porém na associação com as más oclusões.
Nesses estudos, os autores observaram que, na oclusão Classe II divisão 1 de
Angle, a mais comumente encontrada em respiradores orais, o músculo orbicular
inferior demonstrou as maiores alterações de nível de atividade elétrica. Os autores
observaram, ainda, que, em repouso, este músculo mostrava-se menos ativo,
enquanto que, na fala, função pesquisada, o mesmo mostrava-se com maior
ativação.
No caso de pesquisas eletromiográficas envolvendo resultados terapêuticos,
principalmente sobre a musculatura perioral, algumas pesquisas foram realizadas
com o intuito de demonstrar dados fidedignos e objetivos, que facilitassem a
percepção da melhora e da eficácia do tratamento mioterápico. É o caso de
Schievano (1997) e Schievano, Rontani & Bérzin (1999), que analisaram a influência
da terapia miofuncional nos músculos orbiculares superior e inferior e no músculo
mentual de respiradores orais. Os autores evidenciaram, por meio da
eletromiografia, que a terapia miofuncional pode provocar mudanças morfológicas e
funcionais, nesse caso, evidenciadas pelo decréscimo da ação perioral e mentual
após a terapia.
Outro estudo, envolvendo o tratamento de respiradores orais com o mesmo
intuito dos pesquisadores acima, é o estudo de Silva (2000). Por meio da
eletromiografia de superfície, realizada antes e após o processo terapêutico nas
situações de repouso, deglutição, sopro, fala (pa, ba, ma) e isometria, a autora
evidenciou a eficiência e a importância da intervenção nos pacientes respiradores
orais. Além disso, observou que, durante os testes de repouso e de deglutição, os
31
respiradores orais apresentavam sinais eletromiográficos maiores que os
respiradores nasais, o que mudou consideravelmente com o tratamento. Já durante
o sopro (realizado com canudo), houve diferença, estatiscamente significante,
somente quanto ao orbicular superior entre respiradores nasais e orais no início do
tratamento, o que não se alterou com a terapia miofuncional. Durante a fala, a
atividade elétrica novamente mostrou valores maiores nos respiradores orais do que
nos nasais, porém sem divergência entre três sons bilabiais distintos. E por fim,
durante a isometria, a atividade muscular dos respiradores orais, que se encontrava
diminuída no início do tratamento, melhorou significativamente após a intervenção.
Também em ascendência está o estudo eletromiográfico da intervenção
mioterápica na Síndrome de Down, visto que a respiração oral o ocorre de forma
isolada, podendo estar inserida em quadros de neuropatias, de síndromes, entre
outros (TESSITORE, 2004). Donnamaria-Morais & Schwartzman (2002) avaliaram
eletromiograficamente os resultados do método Rodolfo Castillo-Morales (RCM) em
indivíduos com Síndrome de Down. A Terapia de Regulação Orofacial, como o
conceito RCM também é chamado, estimulou nesses indivíduos três importantes
zonas motoras (músculo orbicular da boca, músculo mentual e músculos supra-
hioídeos), evidenciando, na avaliação eletromiográfica, a relação causa e efeito
entre os estímulos e as reações dos músculos testados, em maior ou menor grau.
2.3 Intervenção Fonoaudiológica
Para Segovia (1977), a intervenção fonoaudiológica refere-se ao conjunto de
procedimentos e técnicas para reeducação de padrões musculares inadequados e
também a uma conduta terapêutica que foi desenvolvida para corrigir uma
musculatura desequilibrada e o hábito respiratório anormal de suplência.
Contudo, conforme referiu Ferraz (1980), métodos de reeducação mais
objetivos e com resultados mais positivos surgiram a partir dos estudos de Cauhépé
em 1960. Esse autor salientou uma série de funções de responsabilidade da
musculatura facial e mastigatória, como a respiração, a sucção, a mastigação, a
deglutição e a fala.
No respirador oral, devido à multiplicidade de fatores e características
atuantes, a intervenção fonoaudiológica faz-se importante, porém necessita ser
32
realizada em conjunto com outras medidas, como a remoção de hábitos orais
(DEGAN & PUPPIN-RONTANI, 2004; DEGAN & PUPPIN-RONTANI, 2005; DEGAN
& PUPPIN-RONTANI, 2007) e os tratamentos ortopédicos-ortodônticos e
respiratórios (FARRET, JURACH & TOMÉ, 1997; HENRIQUES et al., 1998;
KURAMAE et al., 2001).
Além de ser realizada em conjunto com outros profissionais, autores como
Schievano (1997), Silva (2000), Tessitore (2004) e Degan & Puppin-Rontani (2007)
referiram que a terapia miofuncional deve enfocar o paciente como um todo, desde
as alterações estruturais até as funcionais.
No estudo de Schievano (1997), foi realizada terapia miofuncional durante 9
meses em 13 crianças respiradoras orais viciosas, com idades entre 5 e 10 anos. O
protocolo de terapia foi elaborado pela autora, que focou desde exercícios
isométricos e isotônicos para a adequação da musculatura orbicular, mentual e
mastigatória, até exercícios para as funções de respiração, deglutição e fala e
estratégias de conscientização. A autora observou que a terapia miofuncional produz
resultados positivos sobre os músculos e funções de respiradores orais viciosos.
Porém a mesma salientou que, para o completo sucesso da reabilitação morfológica
e funcional, principalmente quando se trata de crianças, deve-se levar em
consideração, já no início do tratamento, as condições oclusais.
De modo semelhante, Silva (2000) realizou terapia miofuncional em 15
respiradores orais, com idade entre 8 e 12 anos, por 4 meses, baseada, entretanto,
no modelo proposto por Hanson & Barret (1995). Nessa proposta, prioriza-se o
fortalecimento da musculatura (enfoque sensório-motor) e a integração das
atividades musculares aos padrões funcionais. Por meio da avaliação
eletromiográfica, a autora observou mudanças satisfatórias na musculatura orbicular
das crianças, uma vez que, após a intervenção, os valores de atividade elétrica dos
respiradores orais aproximaram-se dos respiradores nasais.
Parolo & Bianchini (2000) salientaram também que, em pacientes portadores
de respiração viciosamente oral, condição bastante observada na clínica
fonoaudiológica, direciona-se a terapia principalmente para a conscientização e
propriocepção da mudança na permeabilidade nasal, podendo ser necessário o
apoio muscular.
33
Esse apoio muscular, principalmente no que se refere à contenção muscular
externa, realizada pelos lábios ocluídos e com tônus adequado, é condição
fundamental, como relataram Marchesan (1998), Junqueira (1998), Cantero,
González & Fernández (2003) e González et al. (2004), para o êxito de outros
tratamentos com os respiradores orais, como os tratamentos ortodônticos. O
profissional responsável por esta contenção é o fonoaudiólogo, já que, muitas vezes,
os respiradores orais, mesmo não possuindo impedimentos físicos (ausentes ou
tratados), permanecem com o bito instalado de lábios separados e continuam a
apresentar RO ou RON.
Camargo, Azevedo & Briso (2001) reforçaram a afirmação de Hanson &
Barret (1995) de que vários métodos terapêuticos foram propostos com o objetivo
de recuperar o vedamento labial e a readequação da função labial, a maioria deles
servindo como lembretes para os pacientes. Os autores, porém, defenderam que
estas estratégias possuem a desvantagem de serem adaptadas e de ter a sua
atuação não voltada efetiva e diretamente para o fechamento dos lábios. Por esse
motivo, criaram e estudaram um dispositivo, elaborado exclusivamente por
odontólogos, o Divel, que visou ao estímulo constante do vedamento labial por meio
de uma lingüeta metálica acoplada a um aparelho removível. Os autores observaram
resultados importantes remetendo à eficiência da função do aparato, principalmente
como auxiliar à terapia fonoaudiológica.
Objetivando atender a demanda e a necessidade terapêutica de atuar
diretamente na musculatura labial de forma mais direta e objetiva, em 1998, a Pró-
Fono Produtos Especializados para Fonoaudiologia (CNPJ: 58.330.457/0001-44)
iniciou a comercialização de um produto idealizado por Jardini: o exercitador labial.
Jardini (1999) iniciou o uso deste aparelho em suas pesquisas com a finalidade de
comprovar a eficácia do mesmo como um complemento à terapia fonoaudiológica,
apresentando caráter reeducador e sendo de simples aplicação.
Em seu estudo, relacionando o exercitador labial com o alongamento e
aumento do tônus dos músculos orbiculares da boca, a autora constatou, por meio
de medidas antropométricas, que o aparelho, além de ter manuseio prático, foi
eficaz. Entretanto, ela salientou que existem poucos estudos científicos que enfocam
exclusivamente a relação entre o uso de um determinado aparato reeducador e sua
relação com os músculos orbiculares orais. Por esse motivo, referiu a carência de
34
pesquisas científicas mais aprofundadas que levem em conta inúmeras outras
variáveis, como a eletromiografia, para a comparação dos resultados terapêuticos
encontrados.
O exercitador labial Pró-Fono tem seu uso recomendado, conforme consta na
bula do produto (PRÓ-FONO, 1998), como auxiliar ao tratamento fonoaudiológico
miofuncional, aumentando a tonicidade e alongando os músculos orbiculares orais,
superior e inferior, tanto marginais (vermelhão dos lábios) como periféricos. Tais
aspectos são trabalhados por meio de exercícios isotônicos e isométricos, sugeridos
também na bula do aparelho.
De modo geral, conforme referiram Tasca (2002) e Altmann (1997), a
contração isotônica, também chamada de contração dinâmica, refere-se aos
exercícios realizados com uma contração normal, sem qualquer alteração de tônus.
Haverá, no entanto, alteração na massa muscular que se encurta e engrossa frente
às movimentações. A contração isométrica, por sua vez, também pode ser chamada
de contração estática e tem como princípio a presença de resistência ao músculo,
ocorrendo o aumento da força e da tensão, mas sem haver mudança no
comprimento muscular. De modo geral, os exercícios isométricos agem de forma
mais eficaz sobre o tônus muscular do que os isotônicos.
Para Saxon & Schneider (1995), a contração isométrica possui como
vantagens os fatores execução e aparato, que é de fácil realização e não utiliza,
necessariamente, de aparato mecânico. Como desvantagem, proporcionaria
aumento de força somente na área onde esta é realizada. a contração isotônica
geralmente precisa de maior de coordenação na realização do exercício, porém
proporciona melhoras em toda a região trabalhada.
Bacha & Ríspoli (1999), Bianchini (2001) e Degan & Puppin-Rontani (2007)
relataram, do mesmo modo que Saxon & Schneider (1995), que nem todos os
exercícios aplicam-se a todos os indivíduos, sendo necessária sempre análise e o
acompanhamento detalhados do processo terapêutico, da observação dos
componentes de freqüência, de duração e de intensidade, bem como dos princípios
de sobrecarga e individualidade. O princípio da sobrecarga enfatiza que não
melhora muscular sem o aumento da carga de trabalho para que o músculo se
adapte. Ainda assim, de nada adiantará a sobrecarga se entre as realizações de
exercícios não forem realizados períodos de descanso muscular. Os resultados
35
esperados o enfatizados no princípio da individualidade, o qual refere que
respostas precisas de qualquer treinamento são imprevisíveis, visto que cada
indivíduo possui habilidades, capacidades e respostas musculares diferentes.
Os exercícios isométricos fazem parte do processo de intervenção
mioterápico desde 1982, com o estudo de Ingervall & Eliasson. Mais recentemente,
este tipo de estratégia foi utilizado nos estudos de Schievano, Rontani & Bérzin
(1999), Bacha & Ríspoli (1999), Silva (2000), Degan & Puppin-Rontani (2004);
Degan & Puppin-Rontani (2005) e Degan & Puppin-Rontani (2007), porém
complementado com massagens faciais e reeducações funcionais.
No que se refere ao tempo de intervenção, sabe-se da falta de consenso
quanto ao tempo ideal para a realização do tratamento miofuncional. Propostas de
intervenção, como nos estudos de Bacha & Ríspoli (1999), Degan & Puppin-Rontani
(2004) e Degan & Puppin-Rontani (2005), priorizando a utilização de terapias
miofuncionais breves, em média 8 sessões, também têm sido realizadas, visto a
procura na clínica fonoaudiológica por resultados cada vez mais rápidos.
Bacha & Ríspoli (1999), assim como Schievano (1997) e Silva (2000),
utilizaram modelos amplos de intervenção, encontrando, da mesma forma,
resultados positivos sobre as estruturas do sistema estomatognático, principalmente
na postura labial. As autoras comentaram que resultados como estes são possíveis
devido ao caráter dinâmico, período breve de intervenção (8 sessões realizadas
semanalmente), associado a três princípios norteadores dos programas de
Intervenção Fonoaudiológica Breve (IFB): conscientização, sistematização e
motivação.
Jardini (1999 e 2002) utilizou método semelhante em seus estudos com
exercitadores labial e facial, respectivamente. Pretendendo analisar a influência que
a freqüência de exercícios possui no processo terapêutico, a autora avaliou
pacientes em período de realização diária de exercícios e em período de realização
dos mesmos 3 vezes por semana. A avaliação eletromiográfica, após os dois
momentos citados, permitiu a observação das principais mudanças após período de
tratamento intenso.
Sobre esses aspectos, Saxon & Schneider (1995), em seus estudos acerca
da fisiologia do exercício, observaram que as mudanças em nível muscular
começam a ocorrer a partir de 6 a 8 semanas de treinamento muscular.
36
3 EFEITO DA INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA COM
EXERCITADOR LABIAL EM CRIANÇAS RESPIRADORAS ORAIS
VICIOSAS: AVALIAÇÃO CLÍNICA E ANTROPOMÉTRICA
3.1 Resumo
Objetivo: analisar o efeito do exercitador labial no vedamento labial, no modo
respiratório e nas demais mudanças estomatognáticas ocorridas após a intervenção
fonoaudiológica em crianças respiradoras orais viciosas por meio da avaliação
fonoaudiológica clínica e antropométrica.
Materiais e Métodos: 16 crianças foram selecionadas em escolas públicas e
distribuídas em dois grupos, controle e estudo, de acordo com o modo respiratório.
Os respiradores orais passaram por avaliação clínica e antropométrica em três
momentos, sendo estes no início do tratamento, após 10 dias de realização diária de
exercícios e no final de 40 dias. A terapia proposta foi o uso exclusivo do exercitador
labial Pró-Fono, por meio de exercícios isotônicos e isométricos estabelecidos
previamente. Os dados foram submetidos à análise estatística através dos testes
Friedman, Cochran Q e teste U de Mann-Whitney.
Resultados: após o tratamento, verificou-se, através dos dados da avaliação clínica,
que o uso do exercitador labial propiciou efeitos positivos, principalmente quanto à
postura dos lábios e às funções de sucção, deglutição, mastigação e respiração
(p<0,05). As médias das medidas antropométricas do grupo de estudo e controle
mostraram que houve mudanças na altura do filtro e do lábio superior, com diferença
estatística significante.
Conclusões: o exercitador labial, enquanto estratégia única de tratamento de
crianças respiradoras orais, mostrou-se efetivo no restabelecimento do vedamento
labial, do modo respiratório e demais alterações do sistema estomatognático, uma
vez que promoveu mudanças importantes quanto à postura, tonicidade e funções
deste sistema e às alturas do lábio superior e filtro. No que se refere aos diferentes
momentos de intervenção, os períodos breves mostraram-se adequados para a
melhora muscular, visto que as principais mudanças ocorreram nos primeiros 10
dias de exercícios.
37
Descritores: Respiração oral, Terapia miofuncional, Sistema Estomatognático, Lábio,
Antropometria.
3.2 Summary
Objective: to evaluate the effect of the labial exerciser in the lip seal training, the
breathing mode and the other stomatognathies changes occurred after the
miotherapic intervention in predominantly mouth breathers children by means of the
clinical and anthropometric evaluation.
Materials and Methods: sixteen children, of both genders, with ages between 6 years
and 8 months and 10 years and 10 months, were selected in public schools and
divided in two groups, control and study, according to the breathing mode. The
mouth breathers were submitted to clinical and anthropometric evaluation at three
moments, at the beginning of the treatment, after 10 days of daily accomplishment of
exercises, and at the end of 40 days of the same ones. The therapy proposal was the
exclusive use of the labial exerciser Pró-Fono, through isotonic and isometric
previously established exercises. The data were submitted to statistical analysis
through the Friedman tests, of Cochran Q and test U of Mann-Whitney.
Results: after the treatment, was verified, through the data of the clinical evaluation,
that the use of the labial exerciser propitiated positive effects, mainly regarding the
position of the lips, and to the functions of sucking, swallowing, mastication and
respiration (p<0,05). The average of the anthropometric measures of the study group
and the control group, showed there were that changes in the height of the filter and
the upper lip, with statistically significant difference.
Conclusions: the labial exerciser, as unique strategy of treatment of mouth breathers
children revealed effective in the reestablishment of lip seal of the breathing mode
and the others alterations of the stomatognathic system, since it promoted important
changes related to the posture, tonicity and functions of this system and the upper lip
and filter heights. Regarding to the different moments of intervention, the short
periods revealed adequate for the muscular improvement, since the main changes
occurred in first 10 days of exercises.
38
Keywords: Mouth Breathing, Myofunctional Therapy, Stomatognathic System, Lip,
Anthropometry.
3.3 Introdução
A terapia miofuncional, intervenção que trabalha os músculos por meio da
modificação das funções orofaciais, deve abranger, principalmente no paciente
respirador oral, respiração, sucção, mastigação, deglutição e fala [1]. Nesses
indivíduos, devido às diversas alterações miofuncionais, esta intervenção deve ser
realizada levando em conta o paciente como um todo, desde as alterações
estruturais até as funcionais [2,3], e em conjunto com outros profissionais [4].
Isso é necessário, embora estudos mostrem que respiradores obstrutivos
apresentem maior número de alterações estruturais e funcionais que os não
obstrutivos [5,6], pois ambos têm como característica mais evidente a ausência de
selamento labial [7,8]. Essa falta de selamento pode ocorrer por uma alteração do
tônus da musculatura perioral [9], por isso a intervenção precisa utilizar, entre outras
estratégias, como massagens faciais e reeducações funcionais, o apoio muscular [2-
3,10-11]. Tal apoio, principalmente no que se refere à contenção muscular externa,
realizada pelos lábios ocluídos e com tônus adequado, é condição fundamental [12]
para o êxito do tratamento com os respiradores orais.
Vários métodos terapêuticos já foram propostos com o objetivo de recuperar o
vedamento labial e a readequar a função labial [13], como é o caso do Exercitador
Labial Pró-Fono [14], um auxiliar à terapia fonoaudiológica miofuncional que
apresenta caráter reeducador e visa ao aumento da tonicidade e alongamento dos
músculos orbiculares orais, superior e inferior.
Porém, sabe-se quecontrovérsias no que diz respeito ao tempo que essas
intervenções devem durar. Autores como Bacha e Ríspoli [10] e Degan e Puppin-
Rontani [3] têm apresentado propostas que priorizem a utilização de terapias
miofuncionais breves, visto a procura na clínica fonoaudiológica por resultados cada
vez mais rápidos. A intervenção no respirador oral de fato necessita ser pida e,
sempre que possível, precoce, uma vez que esta patologia, geralmente, instala-se
na infância, provocando alterações no crescimento craniofacial, nas estruturas [15-
19] e funções do sistema estomatognático [20-21].
39
O direcionamento atual, tanto clínico quanto científico, para tratamentos cada
vez mais pidos, com períodos breves de intervenção, é acompanhado pela busca
de processos avaliativos objetivos e eficazes [22-23]. A visão antroposcópica da
avaliação clínica fonoaudiológica é hoje complementada e enriquecida com a
inserção dos conhecimentos antropométricos [24].
Por esse motivo, a antropometria, ciência que estuda as dimensões de
tamanho, peso, comprimento, profundidade e proporções do corpo humano [24],
pode ser utilizada desde o processo avaliativo até o monitoramento terapêutico, de
forma direta ou indireta [24], possuindo como principais vantagens a fácil aplicação,
o baixo custo, o fato de não ser invasiva e de não oferecer risco ao sujeito [25].
Desde que usadas adequadamente por clínicos treinados e experientes,
observando-se as limitações da técnica, as medidas antropométricas podem auxiliar
inclusive nos estudos com respiradores orais [26]. Tudo isso se deve à associação
freqüente da respiração oral ou oronasal à hipofunção de toda a musculatura
orofacial, principalmente da língua e de lábios, sendo estes incompetentes, dando
ao indivíduo o perfil típico de respirador oral [27-29].
Desse modo, o objetivo deste estudo é analisar o efeito do exercitador labial
no vedamento labial, no modo respiratório, e as demais mudanças estomatognáticas
ocorridas após a intervenção fonoaudiológica em crianças respiradoras orais
viciosas por meio da avaliação clínica fonoaudiológica e antropométrica.
3.4 Material e Método
Com a finalidade de compor a amostra deste estudo, que somente teve início
após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da instituição de origem (ANEXO
A), foram triadas 306 crianças de primeira a quinta série do ensino médio, nas
escolas públicas que autorizaram a realização da pesquisa nas suas instalações
(APÊNDICE A).
Para participarem do grupo estudo (GE) e grupo controle (GC), as crianças
deveriam preencher, além da obrigatoriedade de ter entre 6 e 11 anos de idade, os
seguintes critérios de inclusão: diagnóstico de respiração oral para compor o GE,
ausência de queixa respiratória e alterações, na avaliação fonoaudiológica,
sugestivas de respiração oronasal ou predominantemente oral para o GC. Optou-se
40
por esta faixa etária, uma vez que, segundo Hungria [30], até os 12 anos ocorre a
displasia fisiológica, acompanhada, também, do aumento das dimensões das vias
aéreas superiores e da maxila como um todo, inclusive com as trocas dentárias e o
crescimento craniofacial, o que torna os indivíduos desta idade mais suscetíveis às
mudanças propostas pelo programa de intervenção.
Como critérios de exclusão, adotaram-se: ter recebido tratamento
fonoaudiológico anterior ou atual, apresentar sinais evidentes de comprometimento
neurológico para ambos os grupos e apresentar alteração oclusal significativa que
não permitisse o vedamento labial espontâneo no GE.
Das 306 crianças, 151 não preencheram os critérios da pesquisa, 96
atenderam os critérios para participação no grupo controle (GC) e 59, os critérios
para participação no grupo de estudo (GE). Compareceram às reuniões de
esclarecimento e consentiram com a participação de seus filhos na pesquisa,
mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
(APÊNDICE B), apenas 36 pais. Após a assinatura do TCLE, as crianças
selecionadas realizaram as avaliações fonoaudiológica, ortodôntica e
otorrinolaringológica para a comprovação da adequação efetiva dos critérios de
inclusão e exclusão.
A avaliação fonoaudiológica compreendeu a Anamnese (APÊNDICE C) e a
Avaliação do Sistema Estomatognático (SE) (APÊNDICE D) e objetivou a coleta de
dados sobre problemas respiratórios, alterações oclusais, hábitos orais, tratamentos
anteriores e atuais, entre outros, bem como a avaliação dos órgãos e funções do SE.
A avaliação ortodôntica (APÊNDICE E) foi realizada por dentista colaboradora e
teve como objetivo avaliar a interferência oclusal no vedamento labial das crianças,
analisando, para tanto, aspectos como tipo de dentição, classificação da oclusão
segundo Angle, presença ou ausência de mordida cruzada e alterações
transversais.
A avaliação otorrinolaringológica, realizada por dico otorrinolaringologista,
utilizou avaliação nasofibrolaringoscópica e Raio X de cavum (APÊNDICE F) e
objetivou avaliar o modo respiratório e as condições de permeabilidade nasal que
tornassem a intervenção fonoaudiológica viável. Para que todos os indivíduos do
estudo tivessem condições plenas de se submeterem ao programa de tratamento,
sem haver impedimentos orgânicos que pudessem interferir negativamente nos
41
resultados encontrados, participaram do estudo somente as crianças com
permeabilidade nasal suficiente para adequada aeração nasal.
Assim, ao final desse processo, foram selecionadas equiparadamente e
alcançaram a etapa final desta pesquisa 16 crianças, sendo 8 respiradoras nasais (5
meninas e 3 meninos com idades entre 6 anos e 8 meses e 10 anos e 10 meses) e 8
respiradoras orais (5 meninas e 3 meninos com idades entre 6 anos e 8 meses e 10
anos e 7 meses).
Para atingir os objetivos deste estudo, foram realizadas avaliações
fonoaudiológica clínica e antropométrica.
A avaliação fonoaudiológica clínica examinou estruturas intra e extra-orais
quanto aos aspectos de tônus, sensibilidade e mobilidade de bios, bochechas,
língua, arcada dentária, palato duro e mole, além das funções de mastigação,
sucção, deglutição, respiração e fala.
Desta avaliação, foram analisadas as variáveis postura diurna dos músculos
orbiculares (unida, unida com contração mentual, entreaberta ou separada), postura
noturna dos músculos orbiculares (unida, entreaberta ou separada), tonicidade dos
músculos orbiculares inferior (OI) e superior (OS) (normal, hipotônico ou hipertônico),
posição dos músculos orbiculares durante a sucção (protrusão ou pressão), tensão
do músculo mentual durante a sucção (normal ou hipertenso), postura dos músculos
orbiculares durante a mastigação (aberta, fechada/aberta e fechada), ação labial e
mentual durante a deglutição (ausente ou presente), além do modo respiratório
(nasal, oral ou oronasal), visto que essas variáveis estariam relacionadas à atuação
do exercitador labial. Cabe salientar que a variável “postura noturna dos orbiculares”
foi coletada a partir do relato dos pais.
Para a avaliação antropométrica, utilizou-se Paquímetro Digital da marca
Digimess Pró-Fono, com precisão +/- 0,02mm e resolução de 0,01mm, além de
luvas de procedimento. Os pacientes ficaram sentados, com pés apoiados no chão,
cabeça orientada pelo Plano de Frankfurt em posição de repouso e com lábios
ocluídos e dentes em oclusão cêntrica. As medidas antropométricas orofaciais foram
obtidas sem pressionar as pontas do paquímetro contra a superfície da pele e em
mais de uma verificação, a fim de aumentar a confiabilidade das mesmas. As
verificações, de 2 a 3, tiveram então suas médias calculadas para posterior análise
[26]. Previamente à realização das medidas antropométricas, foi apresentado a cada
42
criança o instrumento de medição, o paquímetro, e seu funcionamento, a fim de se
obter a familiarização com o instrumento e evitar reações na musculatura facial que
pudessem interferir nas medições [28].
Os pontos cranianos foram previamente palpados para a facilitação da sua
localização e maior precisão das medidas. As medidas faciais obtidas foram a altura
do lábio superior, correspondente à distância entre os pontos subnasal e estômio
(sn-sto), e a altura do filtro, correspondente à distância entre os pontos subnasal e o
labial superior (sn-ls) [24].
Assim, foram coletados dados referentes à avaliação clínica e antropométrica
em três momentos distintos, conforme a proposta dos estudos de Jardini [14,31]:
avaliação inicial (T0) para ambos os grupos, avaliação parcial (T1) e avaliação final
(T2), sendo as duas últimas somente para o GE e realizadas nos mesmos padrões e
condições da avaliação inicial. Priorizando a objetividade do estudo, atribuíram-se os
seguintes tempos para cada etapa, baseando-se em uma adaptação do proposto
por Jardini [14,31]: avaliação inicial (antes do uso do exercitador labial); avaliação
parcial (após 10 dias de realização diária de exercícios); e avaliação final (após 30
dias, além dos 10 iniciais de intervenção, sendo, neste último período os exercícios
realizados 3 vezes por semana).
O tempo máximo de 40 dias foi escolhido baseado nas afirmativas de Saxon e
Schneider [32] de que as mudanças fisiológicas mais importantes são percebidas
a partir das primeiras 6 a 8 semanas de treinamento muscular.
Após as coletas de T0, os responsáveis e as crianças do GE foram orientados
quanto ao uso do instrumento de terapia, o Exercitador Labial Pró-Fono (Figura 1).
Fig 1. Exercitador Labial Pró-Fono
43
Conforme indicado para pacientes iniciantes, foram prescritos 2 exercícios,
um isotônico e outro isométrico, que deveriam ser realizados em seqüência, em uma
freqüência aproximada de 4 séries diárias [14]. O primeiro exercício prescrito foi do
tipo isotônico e possuiu o comando de abrir e fechar a boca lentamente (lábios e
mandíbula), forçando os lábios para o fechamento completo do Exercitador Labial
devendo ser realizado 15 vezes em cada série. O segundo, um exercício isométrico,
possuiu o comando de “abrir a boca e, quando fechá-la, manter os lábios firmemente
selados (com o auxílio da oclusão dentária), ocluindo o Exercitador Labial por cerca
de 30 segundos”, devendo também ser realizado 15 vezes em cada série. Foi dada
a orientação de controle deste tempo com utilização de cronômetro e de intervalo de
igual tempo ao do exercício entre uma realização e outra.
A quantidade de 15 vezes foi obtida através de uma média do que a autora
propõe [14], que é de 10 a 20 vezes. Além disso, o tempo diário total de exercícios
realizados neste estudo vai ao encontro dos 30 minutos diários que Saxon e
Schneider [32] referem como ideais, porém, em vez da distribuição em 3 séries de
10 minutos, houve a distribuição em 4 séries [14] de aproximadamente 7 minutos e
½ cada.
As crianças receberam, no encontro inicial, uma cartilha (APÊNDICE G) com
instruções referentes ao aparelho, ao seu uso, à realização diária, aos retornos
fonoaudiológicos e aos cuidados com a higienização. A partir de então, as crianças
usaram o aparelho diariamente nos primeiros 10 dias, inclusive com encontros
diários com a pesquisadora para a certificação da assiduidade dos exercícios e da
realização correta dos mesmos, e 3 vezes por semana nos 30 dias subseqüentes,
com encontros semanais de controle. Conforme a sugestão de Bacha e Ríspoli [10]
sobre a sistematização da terapia, os retornos foram realizados em grupos de 4
crianças, em média, sendo que os pais acompanhavam e auxiliavam o processo.
Cada criança tinha o apoio visual de espelho e era monitorada individualmente,
sempre que possível, a fim de contemplar a sugestão de Saxon e Schneider [32]
sobre os intervalos de treinamento, conforme a sensação do próprio indivíduo e de
Bacha e Ríspoli [10] sobre a motivação.
Para a análise estatística dos dados clínicos, foi realizado o teste de Shapiro-
Wilks, a fim de testar a normalidade da distribuição dos mesmos. Como tais dados
não seguiram a distribuição normal de probabilidade, optou-se em realizar análise
44
por meio de testes não-paramétricos. Assim, para análise da evolução clínica do GE
nos diferentes períodos de tratamento, foram realizados dois tipos de teste: a análise
de variância de dois fatores de Friedman, para as variáveis que se combinaram em
uma escala em nível ordinal, e o teste Cochran Q, para as demais variáveis que não
se combinaram ordinalmente.
Após a aplicação do teste Shapiro-Wilks para verificar a normalidade dos
dados antropométricos, optou-se por realizar análise por meio de testes não-
paramétricos, visto que os dados também não seguiram a distribuição normal de
probabilidade. Assim, para análise das medidas antropométricas nos diferentes
tempos de tratamento do GE, realizou-se o teste ANOVA de Friedman. A
comparação entre as medidas antropométricas do GE com o GC foi realizada por
meio do teste U de Mann-Whitney.
Foi considerada significância de 5% (p<0,05) para todos os testes realizados.
3.5 Resultados
Os aspectos clínicos avaliados nos diferentes momentos de tratamento (T0,
T1 e T2) são mostrados na Tabela 1.
Observa-se que houve evolução clínica com diferença estatística para todas
as variáveis que estariam relacionadas à atuação do exercitador, exceto pelas
variáveis tonicidade do OS e postura dos músculos orbiculares durante a sucção que
possuíam 87,5% das crianças em condições de normalidade no início do
tratamento. A análise dos dados em T1 mostra que, neste período, ocorreram
mudanças importantes nas estruturas e funções do sistema estomatognático.
Quanto aos dados antropométricos, a evolução das médias das medidas
antropométricas, filtro e lábio superior, do GE nos diferentes momentos do
tratamento é visualizada na Tabela 2. Observa-se que houve mudança significativa
ao longo do tratamento para ambas as medidas.
A comparação entre as médias do GE, em seus respectivos momentos, e as
médias do GC é mostrada na Tabela 3.
Verificam-se mudanças na altura do filtro e do lábio superior nas avaliações
parcial e final, com diferença estatisticamente significante para o filtro em T1 e T2 e
para o lábio superior em T2.
45
Tabela 1. Distribuição dos valores absolutos (N) e relativos (%) das variáveis da avaliação clínica das
crianças do grupo estudo (n=8) nos diferentes momentos de tratamento
TO T1 T2
Grupos,
N e %
Variáveis
N % N % N %
P
Separada 2 25 - 0 - 0
Entreaberta 3 37,5 2 25 - 0
Unida (+) 1 12,5 - 0 - 0
Postura
Diurna
Orbiculares
Unida 2 25 6 75 8 100
0,00607*
Separada 5 62,5 - 0 - 0
Entreaberta 3 37,5 3 37,5 - 0
Postura
Noturna
Orbiculares
Unida - 0 5 62,5 8 100
0,00147*
Hipotônico 1 12,5 - 0 - 0
Normal 7 87,5 8 100 8 100
Tonicidade
OS
Hipertônico - 0 - 0 - 0
0,36788
Hipotônico 4 50 - 0 - 0
Normal 4 50 8 100 8 100
Tonicidade
OI
Hipertônico - 0 - 0 - 0
0,01832*
Protrusão 7 87,5 8 100 8 100 Orbiculares
na Sucção
Pressão 1 12,5 - 0 - 0
0,36788
Normal 2 25 5 62,5 6 75 Mentual na
Sucção
Hipertenso 6 75 3 37,5 2 25
0,03877**
Aberta 3 37,5 - 0 - 0
Aberta/Fechada
1 12,5 - 0 - 0
Orbiculares
na
Mastigação
Fechada 4 50 8 100 8 100
0,01832*
Ausente 1 12,5 3 37,5 5 62,5 Ação labial
na Deglutição
Presente 7 87,5 5 62,5 3 37,5
0,0497**
Ausente 2 25 6 75 6 75 Ação mentual
na Deglutição
Presente 6 75 2 25 2 25
0,01831**
Oral 1 12,5 - 0 - 0
Oronasal 7 87,5 3 37,5 1 12,5
Modo
respiratório
Nasal - 0 5 62,5 7 87,5
0,00237*
Legenda: (+) contração mentual, OS – músculo orbicular superior, OI – músculo orbicular inferior
* significância pelo teste de análise de variância de dois fatores de Friedman
** significância pelo teste Cochran Q
Tabela 2. Média e desvio padrão (DP) das medidas antropométricas (lábio superior e filtro) das
crianças do grupo estudo (n=8) nos diferentes momentos de tratamento
T0 T1 T2
Grupos,
médias e
DP
Medidas
Antropométricas
Média (mm)
(DP)
Média (mm)
(DP)
Média (mm)
(DP)
P
Filtro 13,29 (1,46) 14,27 (1,95) 15,20 (1,86) 0,00034*
Lábio Superior 19,00 (1,38) 20,44 (1,77) 21,35 (1,35) 0,00034*
* significância pelo teste ANOVA de Friedman
46
Tabela 3. Correlação das médias das medidas antropométricas (mm) e desvio padrão (DP) das
crianças do grupo controle (n=8) com a média das medidas antropométricas (mm) (DP) do grupo
estudo (n=8) nos diferentes momentos de tratamento
Filtro Lábio Superior
Média GC
(DP)
Média GE
(DP)
p
Média GC
(DP)
Média GE
(DP)
P
GC x T0 13,29 (1,46)
0,22714 19,00 (1,38) 0,83363
GC x T1 14,27 (1,95)
0,02086*
20,44 (1,77) 0,05870
GC x T2
12,26
(1,72)
15,20 (1,86)
0,01571*
18,67
(1,86)
21,35 (1,35) 0,01571*
* significância pelo teste U Mann-Whitney
3.6 Discussão
O vedamento labial, e⁄ou a falta deste são condições determinantes no
restabelecimento da respiração nasal ou na manutenção da respiração oral segundo
vários autores [7, 8, 33]. Em função disso, é importante e necessário o trabalho da
musculatura perioral, principalmente em pacientes com respiração oral, priorizando-
se esta musculatura por meio de exercícios específicos como os realizados neste
estudo [13,34].
No início do tratamento, mais da metade das crianças respiradoras orais
apresentavam postura diurna aberta ou entreaberta de lábios, sendo estas, no final
do tratamento, restabelecidas. Autores como Menezes et al. [19], Parolo e Bianchini
[11], entre outros, relataram de fato a postura separada de lábios como uma
alteração do respirador oral. Ferreira de Oliveira et al. [9] salientam, entretanto, que
a causa da falta de vedamento labial deve ser entendida para o adequado
tratamento desta, o que, nesta pesquisa, ocorreu pelo somatório de fatores, como a
diminuição de tonicidade e, principalmente, o hábito de permanecer com os lábios
abertos.
Verificou-se, contudo, que o trabalho com o exercitador labial favoreceu não
somente a postura diurna, mas também noturna dos lábios, mostrando inclusive
diferença estatisticamente significante (Tabela 1). Isso se torna relevante, uma vez
que estudos mostraram [35] que mudanças respiratórias e, consequentemente,
labiais, mesmo que apenas noturnas, provocam mudanças musculares fisiológicas.
47
No início do tratamento, um número maior de crianças dormia com a boca
aberta ou entreaberta em comparação à postura diurna. Ao final dos primeiros 10
dias de realização diária de exercícios, 62,5% das mesmas permaneciam com os
lábios fechados durante a noite. Alguns autores que realizaram pesquisas
semelhantes com terapia miofuncional em respiradores orais também verificaram
mudanças importantes quanto ao vedamento labial após a intervenção [2, 10, 12].
Sabendo-se da inter-relação entre tônus e postura dos órgãos
fonoarticulatórios [14], torna-se claro relacionar as mudanças na competência e
tônus dos lábios das crianças respiradoras orais [17,18], que apresentam em sua
grande maioria (acima de 90%) diminuição do tônus da musculatura labial,
principalmente do lábio inferior [17].
Quando se trata de respiradores orais habituais, como nesta pesquisa,
devem-se levar em consideração estudos os quais têm mostrado que, neste tipo de
respirador oral, os aspectos estruturais não diferem significativamente dos
respiradores nasais [5,6]. Pode-se observar que, mesmo em se tratando de
respiradores orais viciosos, 50% das crianças apresentavam diminuição de tônus do
músculo OI e 12,5% do músculo OS.
A diferença de tônus, aspectos e funcionalidade entre os dois músculos, como
foi encontrado neste estudo, é relatada por diversos autores como uma
característica do respirador oral [8-9, 11, 15-16, 19, 36]. Essa diferença, encontrada
mesmo após a adequação da tonicidade pelo exercitador labial, já que somente o OI
teve mudanças estatisticamente significativa, deve-se ao fato de que o lábio inferior,
por trabalhar em conjunto com o músculo mentual, supera a força do lábio superior
[11, 34].
Os respiradores orais viciosos possuem semelhanças estruturais com
respiradores nasais, entretanto apresentam diferenças no padrão funcional [1, 20].
Nesse estudo, nenhuma criança respirava pelo nariz no início do tratamento; após
10 dias de intervenção, verificou-se que 62,5% haviam restabelecido o modo nasal,
e, ao final dos 40 dias de tratamento, 87,5% respiravam plenamente pelo nariz.
Sendo o vedamento labial condição importante para o restabelecimento da
respiração nasal [11, 19], justificam-se esses resultados em função do trabalho
muscular realizado por meio do exercitador para o restabelecimento do vedamento
labial.
48
Progressos como estes também influenciaram positivamente outras funções
do SE, como se pode observar na Tabela 1. O equilíbrio muscular necessário para o
adequado funcionamento das funções destes sistema, relatado por Parolo e
Bianchini [11], foi alcançado, à medida que os músculos orbiculares foram
adquirindo força para desempenhar adequadamente as funções de mastigação,
sucção e deglutição e o músculo mentual deixou de ser recrutado durante as
mesmas. Conforme referiram Tuley [37], Jardini [14], Schievano, Rontani e Bérzin [3]
e Silva [12], compensações como apertamento e hiperfunção dos músculos
orbiculares e mentual, respectivamente, são comuns quando os indivíduos ainda
apresentam incompetência labial.
As evoluções funcionais destas crianças puderam ser observadas através
das medidas antropométricas (Tabela 2) e justificadas também pelo aumento das
alturas do filtro e do lábio superior, o que mudou significativamente ao longo do
tratamento.
Verificou-se, neste estudo, que, nas crianças respiradoras orais, no início do
tratamento, essas medidas eram próximas às medidas das crianças com respiração
nasal e não apresentaram diferença estatística, o que pode decorrer do fato de a
amostra ser composta por crianças com permeabilidade nasal suficiente [26-27].
Esta característica, como mencionado anteriormente, aproximaria os grupos quanto
aos aspectos estruturais, inclusive no que se refere aos padrões faciais de
crescimento que possuem influência nas medidas antropométricas faciais.
As medidas deste estudo aproximaram-se das encontradas no estudo de
Cattoni et al. [28] de 12 milímetros para o filtro e 18 milímetros para o lábio superior,
e concordaram parcialmente com os achados de Daenecke, Bianchini e Silva [29],
que encontraram 12 e 21 milímetros respectivamente.
Estes achados o ao encontro do proposto por Bianchini [33] de que parte
dos problemas clínicos relacionados à dificuldade de vedamento labial podem não
estar relacionados à estrutura do lábio superior, e sim ao aumento da altura da
maxila, não caracterizando o lábio superior como curto. Isso explicaria o por que as
crianças respiradoras orais deste estudo não apresentaram medidas inferiores à
normalidade, mas mostraram, em contrapartida, alterações funcionais.
Quando se realiza a correlação entre as médias das medidas antropométricas
do GE e do GC, verifica-se que tanto na avaliação parcial como na final houve
49
mudanças na altura do filtro e do bio superior, com diferença significante para o
filtro nas avaliações parcial e final e para o lábio superior ao final do tratamento.
As mudanças antropométricas, cerca de 2 mm, alcançadas neste estudo ao
final dos 40 dias de intervenção, mostram o efeito positivo da intervenção breve com
o exercitador labial. Esse resultado assemelha-se aos resultados de Jardini [14],
uma vez que a autora alcançou os mesmos efeitos após 90 dias de realização diária
dos exercícios. Outro aspecto importante é que a autora utilizou, em seu estudo, o
exercitador labial como complemento à terapia miofuncional, diferentemente deste
estudo, que objetivou verificar o efeito específico da técnica nos respiradores orais.
A observação das avaliações clínicas permitiu verificar que mudanças
importantes nas estruturas e funções do sistema estomatognático das crianças neste
estudo, ocorreram ao longo do tratamento. Esses resultados vão ao encontro dos
achados de outros estudos que propuseram, embora com metodologias diferentes,
propostas de intervenção breve como nas pesquisas de Bacha e Ríspoli [10] e
Degan e Puppin-Rontani [3]. Porém, é importante ressaltar que as principais
mudanças ocorreram no período de realização diária dos exercícios, sugerindo que
esta freqüência de treinamento poderia ser considerada como opção eficaz na
terapia miofuncional.
De modo geral, o exercitador labial, como instrumento reeducador específico
para a musculatura labial, mostrou-se eficiente e prático na tonificação e
alongamento perioral, principalmente no período com estimulação diária, de modo
semelhante ao que ocorreu no estudo de Jardini [14]. O fato de o aparelho ter
mostrado resultados positivos e importantes nos respiradores orais viciosos, mesmo
sendo aplicado como técnica exclusiva, reforça a importância da aplicação de
estratégias terapêuticas específicas para o vedamento labial e da reflexão sobre
como são controladas as freqüências de exercícios e de sessões terapêuticas na
prática fonoaudiológica. Além disso, achados acerca de respiradores orais viciosos
como os deste estudo sugerem questões até então pouco exploradas, como a
necessidade terapêutica diferente de respiradores orais orgânicos e não orgânicos.
3.7 Conclusões
A partir da análise crítica dos resultados deste estudo, concluiu-se que:
50
- houve mudanças importantes, com diferença estatística, nas estruturas e
funções do sistema estomatognático dos respiradores orais viciosos avaliados, tais
como postura e tonicidade dos músculos orbiculares e nas funções de sucção,
mastigação, deglutição e respiração.
- a correlação entre as médias das medidas antropométricas do grupo de
estudo e o grupo controle mostrou que houve mudanças na altura do filtro e do lábio
superior, com diferença estatisticamente significante para o filtro nas avaliações
parcial e final e para o lábio superior ao final do tratamento do grupo de estudo.
- o exercitador labial, como instrumento exclusivo de treinamento muscular,
mostrou-se efetivo no restabelecimento do vedamento labial, do modo respiratório
nasal e das demais alterações do sistema estomatognático, como na sucção,
mastigação e deglutição de respiradores orais viciosos.
- no que se refere aos diferentes momentos de intervenção fonoaudiológica
com o exercitador labial, concluiu-se que períodos curtos são adequados para a
promoção de mudanças musculares, aqui representadas pela musculatura orbicular,
principalmente quando a freqüência dos exercícios for diária.
3.8 Referências Bibliográficas
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54
4 EXERCITADOR LABIAL: EFEITO SOBRE A ATIVIDADE
ELÉTRICA DOS MÚSCULOS ORBICULARES ORAIS DE CRIANÇAS
RESPIRADORAS ORAIS VICIOSAS
4.1 Resumo
O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do exercitador labial sobre a atividade dos
músculos orbiculares orais, superior e inferior, de crianças respiradoras orais
viciosas. Participaram deste estudo oito crianças, com idades entre 6 e 11 anos,
avaliadas por meio de eletromiografia de superfície. Foram coletados os registros
dos músculos orbiculares superior e inferior, durante repouso, isometria, sucção,
deglutição e fala. A coleta foi realizada em três momentos: no início do tratamento,
após 10 dias de exercícios e no final de 40 dias de exercícios. O treino muscular foi
realizado com o exercitador labial Pró-Fono por meio de exercícios isotônicos e
isométricos. O sinal eletromiográfico foi coletado em RMS, normalizado e, então,
analisado estatisticamente com os testes T e U de Mann-Whitney. Os resultados,
quando foram comparadas as médias dos três momentos, mostraram que, após
tratamento, a atividade elétrica dos músculos orbiculares, durante a deglutição e
fala, reduziu significativamente, enquanto que, na isometria e sucção, aumentou
significativamente. No repouso houve aumento, porém sem significância estatística.
Esses achados permitiram concluir que a técnica com o exercitador labial foi efetiva
sobre a atividade dos músculos orbiculares de respiradores orais viciosos, em pouco
tempo, trazendo, assim, subsídios que facilitem a prática fonoaudiológica.
Descritores: Respiração Oral, Terapia miofuncional, Lábio, Eletromiografia, Criança.
4.2 Abstract
The objective of this study was to evaluate the effect of the Labial Exerciser on the
muscle activity of the orbicularis oris muscles of predominantly mouth breathers.
Eight children, of both genders, with ages between 6 and 11 years, carried out
electromyographic evaluation. For the electromyographic recordings surface
55
electrodes was placed in the muscles orbicularis upper/lower, during the rest, the
isometry, the sucking, the swallowing, the deglutition and the speech. This data
acquisition was carried out at three moments: at the beginning of the treatment, after
10 days of daily training, and at the end of 40 days of exercises. The training
muscular was accomplished with the Labial Exerciser Pró-Fono with isotonic and
isometric exercises. The recordings was collected in RMS and analyzed, after
normalization process, through the test ’t’ and test U of Mann-Whitney. After the
treatment significant reduction in the electrical activity on the muscles during the
swallowing and speech was verified, while significant increase was observed in the
isometry and sucking. In the rest, even so with no statistical significance, also there
was increase of the muscular activity. These findings allowed to conclude that the
instrument had a positive effect on the electrical activity of these muscles in the
predominantly mouth breathers children in short time, affering, thereby, bringing,
subsidies that facilitate the speech-language practical.
Keywords: Mouth Breathing, Myofunctional Therapy, Lip, Electhromyography, Child.
4.3 Introdução
A respiração oral, função adaptativa do sistema estomatognático, tem sido
alvo de estudos internacionais, em virtude da importância das alterações por ela
provocadas e do aumento no número de casos ocorrido nas últimas décadas. Entre
outros fatores causais (Parolo e Bianchini, 2000; Di Francesco et al., 2004), a
respiração oral pode ter origem não orgânica, quando não obstrução das vias
aéreas superiores, e sim problemas alérgicos (edema transitório da mucosa nasal),
ou pode resultar de fatores orgânicos reparados, ou ainda por flacidez e posição
dos lábios, língua e mandíbula, o que leva a boca a se abrir. Nesses casos, muitas
vezes, a respiração torna-se oronasal (às vezes nasal, às vezes oral), e o indivíduo
utiliza a boca para respirar, ainda que tenha condições anatomofisiológicas de
respirar exclusivamente pelo nariz (Frasson et al., 2006).
Embora estudos mostrem que os respiradores orais obstrutivos são
acometidos por uma quantidade maior de problemas que os não obstrutivos (Di
Francesco et al., 2004; Menezes et al., 2006), e que, por esse motivo, estes últimos
podem se assemelhar estruturalmente aos respiradores nasais (Menezes et al.,
56
2006), o vedamento labial é uma condição importante para o restabelecimento da
respiração nasal, tanto nos indivíduos obstrutivos quanto nos não obstrutivos (Parolo
e Bianchini, 2000).
Apesar de a postura incompetente de bios não significar, necessariamente,
a ocorrência de respiração oral (Ferreira De Oliveira et al., 2007), observa-se postura
de mandíbula comprometida, causando crescimento vertical da face e,
freqüentemente, mordida aberta anterior. Inevitavelmente, a língua também terá sua
postura de repouso e de funcionamento alteradas, deixando de exercer a pressão
interna da maxila, causando desequilíbrio das forças musculares, gerando atresia de
palato, possibilidade de mordida cruzada posterior e atipias nas demais funções do
sistema estomatognático (Parolo e Bianchini, 2000; Ribeiro, Marchiori e Silva, 2004).
Além disso, atuando de forma compensatória à musculatura orbicular, fraca e
hipofuncionante, encontra-se um músculo mentual forte e hiperfuncionante (Parolo e
Bianchini, 2000; Tosello, Vitti e Bérzin, 1999; Marchiori et al., 1999).
Para tratar de todas estas alterações, a intervenção fonoaudiológica faz-se
importante, necessitando, entretanto, ser realizada em conjunto com outros
profissionais e utilizando-se de estratégias confiáveis e eficientes (Ribeiro Marchiori
e Silva, 2004; Schievano, Rontani e Bérzin, 1999; Degan e Puppin-Rontani, 2007). O
restabelecimento da condição primária de contenção muscular externa, realizada
pelos bios ocluídos e com tônus adequado, torna-se viável a partir treino muscular
(Schievano, Rontani e Bérzin, 1999; Degan e Puppin-Rontani, 2007; Jardini, 1999;
Bacha e Ríspoli, 1999; Silva, 2000). Vários métodos terapêuticos foram propostos
almejando a recuperação do vedamento labial e a readequação da função labial, a
maioria deles serviu, porém, como lembrete para o paciente (Camargo, Azevedo e
Briso, 2001). Objetivando auxiliar no tratamento fonoaudiológico miofuncional,
alongando e tonificando os músculos orbiculares orais superior e inferior de forma
rápida e simples, o Exercitador Labial Pró-Fono foi desenvolvido e comercializado a
partir de 1998, já tendo sido estudado (Jardini, 1999) e seu efeito comprovado como
complemento à terapia miofuncional.
Estratégias como esta e a busca por terapias miofuncionais breves têm
recebido maior atenção à medida que a procura e a tendência por resultados cada
vez mais rápidos aumentam (Degan e Puppin-Rontani, 2007; Bacha e Ríspoli, 1999).
No entanto, existe uma grande carência de pesquisas científicas, com maior
57
aprofundamento que levem em conta inúmeras outras variáveis, como a
eletromiografia, na comparação e comprovação dos resultados terapêuticos.
Desse modo, a eletromiografia de superfície mostra-se como uma ferramenta
cinesiológica importante utilizada para o estudo da função muscular que mensura os
potenciais elétricos emanados pelos músculos no momento da contração muscular
(Basmajian e De Luca, 1985; De Luca, 1997; Soderberg e Knutson, 2000). A
praticidade na sua aplicação, bem como a sua objetividade, fazem com que este
instrumento venha ganhando espaço junto ao estudo das condições musculares
pela motricidade orofacial, visto que, ainda hoje, muitas das avaliações do sistema
estomatognático são realizadas subjetivamente (Marchiori e Vitti, 1996a; Nagae e
Bérzin, 2004; Jardini, 2005). Além disso, a eletromiografia de superfície tem sido
importante dentro das terapias miofuncionais orofaciais, permitindo o estudo da
musculatura facial, principalmente da região perioral, em funções como a deglutição,
sucção e fala, não somente como meio de avaliação, mas como método de
monitoramento da evolução do tratamento mioterápico (Silva, 2000; De Luca, 1997;
Cram, Kasmam e Holtz, 1998).
Desse modo, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do exercitador labial
sobre a atividade elétrica dos músculos orbiculares orais de crianças respiradoras
orais viciosas.
4.4 Métodos
Esta pesquisa, que somente teve início após a aprovação do Comitê de Ética
em Pesquisa da instituição (ANEXO A), triou 306 crianças de primeira a quinta série
do ensino médio para compor a amostra final (APÊNDICE A). Para participarem dos
grupos estudo (GE) e controle (GC), as crianças deveriam preencher, além da
obrigatoriedade da idade entre 6 e 11 anos, os seguintes critérios de inclusão:
diagnóstico de respiração oral para compor o GE; ausência de queixa respiratória e
alterações, na avaliação fonoaudiológica, sugestivas de respiração oronasal ou
predominantemente oral para o GC. Optou-se por esta faixa etária, uma vez que, até
os 12 anos, ocorre o aumento das dimensões das vias aéreas superiores e da
maxila como um todo, inclusive com as trocas dentárias e o crescimento craniofacial
58
(Hungria, 1995), o que torna as crianças desta idade mais suscetíveis às mudanças
propostas pelo programa de intervenção.
Como critérios de exclusão, adotaram-se: ter recebido tratamento
fonoaudiológico anterior ou atual, e apresentar comprometimento neurológico
evidente para ambos os grupos. Especificamente para o GE, apresentar alteração
oclusal significativa que não permitisse o vedamento labial espontâneo.
Das 306 crianças, apenas 96 crianças atenderam os critérios para
participação no GC e 59 os critérios para participação no GE. Compareceram às
reuniões de esclarecimento e consentiram a participação de seus filhos na pesquisa,
mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
(APÊNDICE B), 36 pais. Após a assinatura deste, as crianças selecionadas
realizaram as avaliações fonoaudiológica, ortodôntica e otorrinolaringológica para a
comprovação da adequação efetiva aos critérios do estudo.
A avaliação fonoaudiológica, que compreendeu a Anamnese (APÊNDICE C)
e a Avaliação do Sistema Estomatognático (SE) (APÊNDICE D), objetivou a coleta
de dados sobre problemas respiratórios, alterações oclusais, hábitos orais,
tratamentos anteriores e atuais, entre outros, bem como a avaliação dos órgãos e
funções do SE.
A avaliação ortodôntica (APÊNDICE E) teve como objetivo avaliar a
interferência oclusal no vedamento labial das crianças, analisando, para tanto,
aspectos como tipo de dentição, classificação da colusão segundo Angle, presença
ou ausência de mordida cruzada e alterações transversais.
A avaliação otorrinolaringológica, realizada por meio de avaliação
nasofibrolaringoscópica e Raio X de cavum (APÊNDICE F), objetivou avaliar o modo
respiratório e as condições de permeabilidade nasal que tornassem a intervenção
fonoaudiológica viável. Para que todos os indivíduos do estudo tivessem condições
plenas de submeterem-se ao programa de tratamento, sem haver impedimentos
orgânicos que pudessem interferir negativamente nos resultados encontrados,
participaram do estudo somente as crianças com permeabilidade nasal suficiente.
Assim, ao final desse processo, foram selecionadas, objetivando o
pareamento quanto à idade e sexo, e alcançaram a etapa final desta pesquisa, 16
crianças, sendo 8 respiradoras nasais (5 meninas e 3 meninos com idades entre 6
59
anos e 8 meses e 10 anos e 10 meses) e 8 respiradoras orais (5 meninas e 3
meninos com idades entre 6 anos e 8 meses e 10 anos e 7 meses).
Para atingir os objetivos deste estudo, as crianças passaram por avaliação
eletromiográfica. Foram captadas as atividades elétricas dos músculos orbiculares
superior (OS) e inferior (OI) da boca durante a realização das provas de repouso
habitual (P1), isometria (contração voluntária máxima - CVM) (P2), sucção (P3),
deglutição (P4) e fala (P5). Os dados eletromiográficos da CVM foram utilizados para
os procedimentos de normalização e para a comparação da melhora da força labial
das crianças do GE pré e pós tratamento.
Durante as coletas, a criança permaneceu sentada, em posição confortável,
orientada pelo Plano Frankfurt e com olhos abertos, sendo realizadas pelo menos 3
coletas para cada uma das provas em busca do melhor sinal eletromiográfico (De
Luca, 1997). Semelhante ao realizado por Silva (2000), Ferla (2004) e Corrêa e
Bérzin (2007), as crianças foram treinadas previamente ao exame.
Foram adotadas como padrões de repouso adaptações (FERLA, 2004), em
que a criança permanecia sentada com lábios e mandíbula em posição relaxada.
Para possibilitar a comparação posterior dos resultados eletromiográficos, as
crianças respiradoras nasais foram avaliadas nos moldes da avaliação das crianças
respiradoras orais. Durante a prova de isometria, a criança foi orientada a manter o
máximo apertamento labial. Nessa prova foi considerada como produção adequada
a compressão recíproca dos orbiculares (Tosello, Vitti e Bérzin, 1999) (Figura 2).
Conforme as recomendações de De Luca (1997), as coletas tiveram intervalo de 2
minutos de repouso para o restabelecimento muscular e para evitar a fadiga da
musculatura.
Fig 2. Modelo de contração labial recíproca considerada para a prova de isometria
60
Durante a prova de sucção, foram utilizados água, copos plásticos
descartáveis de 100 ml e canudo sanfonado com 5 mm de diâmetro e 21,5 cm de
comprimento. A criança foi orientada a sugar continuamente, enquanto mantinha
postura protruída de lábios, o conteúdo do copo. Durante a prova de deglutição, foi
considerado como padrão também a criança sentada em posição habitual realizando
a deglutição de quido (água) em goles seriados. A mesma foi orientada a segurar
um gole na boca o mais próximo possível da posição habitual de lábios. Quando o
sinal eletromiográfico condizia com a ordem de relaxamento, solicitava-se a
deglutição, e o processo repetia-se até o tempo total de 15 segundos. E por fim,
para a realização da prova de fala, foram dados à criança estímulos sonoros a cada
3 segundos, os quais somente o avaliador ouvia, orientados pelo uso de metrônomo
digital da marca Cherub Tipo WSM 001A. Os estímulos sonoros foram sílabas
bilabiais /pa/ emitidas pelo avaliador, almejando sempre a intensidade constante.
Não foram testados outros sons bilabias em virtude dos achados da literatura (Silva,
2000; Tomé e Marchiori, 1999) remeterem à grande semelhança entre a atividade
elétrica dos sons bilabiais /p/, /b/ e /m/. A prova de repouso teve tempo de execução
igual a 10 segundos; as provas envolvendo funções tiveram tempo de execução de
15 segundos, e a prova de CVM teve tempo de 5 segundos, conforme De Luca
(1997).
Seguindo a padronização internacional (Merletti, 1999; Hermens et al., 2000)
para a captação do sinal eletromiográfico, foram utilizados pré-amplificadores ativos
com entrada diferencial (PA1020), da Lynx Tecnologia Eletrônica ltda., ligados a
eletrodos de Ag/AgCl do tipo DOUBLE (Hal Indústria e Comércio ltda.). Os eletrodos
possuíam formato de disco, distância fixa de 20 mm entre os mesmos, 10 mm de
diâmetro e 2 mm de superfície de contato, gel condutor em quantidade fixa e
colocada pelo fabricante, ganho de 20X, impedância de entrada de 10 GΩ e taxa de
rejeição de modo comum > 100 dB. Conforme as recomendações de Basmajian e
De Luca (1985) e De Luca (1997), os eletrodos foram colados nos ventres dos
músculos orbiculares superior e inferior, sendo necessário, em algumas crianças, o
recorte dos rebordos adesivos dos eletrodos para a adequada aderência. Ainda para
evitar interferências eletromiográficas, foi colocado um eletrodo de referência (ligado
ao fio terra) na testa do paciente (glabela). Para diminuir a interferência da
61
impedância oferecida pela pele (Cram, Kasmam e Holtz, 1998), a mesma foi
previamente preparada, realizando-se a limpeza nos locais de colocação dos
eletrodos com álcool etílico 70% e algodão. O local das coletas (De Luca, 1997),
tanto do equipamento quanto da cadeira de avaliação, teve o chão revestido por
emborrachado paviflex e tomou-se o cuidado de distanciar e desligar equipamentos
que pudessem interferir eletromagneticamente no exame.
Os sinais eletromiográficos foram condicionados e amplificados utilizando o
equipamento EMG 1200 (Lynx Tecnologia ltda.), com 8 canais de entrada, conversor
A/D de 16 bits e faixa de entrada de +/-2V. Foi utilizado filtro do tipo Butterworth com
freqüência de corte passa alto de 10Hz e passa baixo 1000Hz, freqüência de
amostragem de 2KHz, limite de tamanho dos arquivos em 2048 amostras/canal e
tempo de amostragem de 1024 segundos. Os sinais foram coletados pelo Software
BioInspector 1.8. (Lynx), quantificados em RMS (raiz quadrada média), expressos
em µV (microvolts) e salvos em computador portátil HP Compaq nx6115 com HD de
40 GB e memória RAM de 512 MB, sem conexão com a rede elétrica, a fim de evitar
a interferência desta no sinal eletromiográfico.
Assim, as crianças tiveram seus dados coletados a partir de três momentos
distintos de avaliação eletromiográfica, conforme a proposta dos estudos de Jardini
(1999, 2002): avaliação inicial (T0) para ambos os grupos, avaliação parcial (T1)
após 10 dias de realização diária de exercícios e avaliação final (T2) somente para o
GE após 40 dias de intervenção, sendo, neste último período, os exercícios
realizados 3 vezes por semana
Após as coletas de T0, os responsáveis e as crianças do GE foram orientados
quanto ao uso do instrumento de terapia, o Exercitador Labial Pró-Fono (Figura 3).
Fig 3. Exercitador Labial Pró-Fono
62
Conforme indicado para pacientes iniciantes, foram prescritos 2 exercícios,
um isotônico (abrir e fechar a boca lentamente (lábios e mandíbula), forçando os
lábios para o fechamento completo do Exercitador Labial) e outro isométrico (abrir a
boca e, quando fechá-la, manter os lábios firmemente selados (com o auxílio da
oclusão dentária), ocluindo o Exercitador Labial por cerca de 30 segundos), que
deveriam ser realizados em seqüência, em freqüência aproximada de 4 séries
diárias (Jardini, 1999), ambos devendo ser realizados 15 vezes em cada série. A
quantidade de 15 vezes foi obtida através de uma média em relação à proposta da
autora (Jardini, 1999) de 10 a 20 vezes. Foi dada a orientação de intervalo de igual
tempo ao do exercício entre uma realização e outra. Além disso, o tempo diário total
de exercícios realizados neste estudo vai ao encontro dos 30 minutos diários que
Saxon e Schneider (1995) referem como ideais, porém, em vez da distribuição em 3
séries de 10 minutos, houve a distribuição em 4 séries (Jardini, 1999) de
aproximadamente 7 minutos e ½ cada, controlados com auxílio de cronômetro.
As crianças receberam, no encontro inicial, uma cartilha (APÊNDICE G) com
instruções referentes ao aparelho e ao seu uso, à realização diária, aos retornos
fonoaudiológicos e aos cuidados com a higienização. A partir de então, elas usaram
o aparelho diariamente nos primeiros 10 dias, inclusive com encontros diários com a
pesquisadora para a certificação da assiduidade e da realização correta dos
mesmos, e 3 vezes por semana nos 30 dias subseqüentes, com encontros semanais
de controle. Conforme a sugestão de Bacha e Ríspoli (1999) sobre a sistematização
da terapia, os retornos foram realizados em grupos de 4 crianças, em média, em que
os pais acompanhavam e auxiliavam o processo. Cada criança tinha o apoio visual
de espelho e era acompanhada individualmente, sempre que possível, a fim de
contemplar a sugestão de Saxon e Schneider (1995) sobre os intervalos de
treinamento conforme a sensação do próprio indivíduo e de Bacha e Ríspoli (1999)
sobre a motivação.
Seguiram-se então as reavaliações eletromiográficas em T1 e T2, todas
realizadas nos mesmos padrões e condições da avaliação inicial (T0). Após
levantamento dos dados eletromiográficos, foi realizada a escolha qualitativa do
melhor sinal para posterior análise quantitativa, baseando-se no realizado por Ferla
(2004) e no sugerido por De Luca (1997), em que considerou o sinal com menor
interferência de ruído e que possuía histograma coerente com o registro
63
eletromiográfico (Figura 4). Para a análise quantitativa dos mesmos, o sinal foi
processado no domínio da amplitude em RMS, através do Software AqDAnalysis 7.0
(Lynx Tecnologia Eletrônica ltda.).
Fig 4. Modelo de histograma considerado para a escolha qualitativa do sinal eletromiográfico
Em virtude da sensibilidade do sinal eletromiográfico aos fatores intrínsecos e
extrínsecos, a normalização do sinal eletromiográfico foi necessária para possibilitar
a comparação adequada entre indivíduos, músculos e aquisições (Basmajian e De
Luca, 1985; De Luca, 1997; Soderberg e Knutson, 2000; Nagae e Bérzin, 2004;
Cram, Kasmam e Holtz, 1998; Ferla, 2004). A técnica de normalização remeteu à
transformação dos valores absolutos da amplitude (µV) em valores relativos
referentes a um valor de amplitude caracterizado como 100%. Baseando a
normalização na CVM, do mesmo modo que Corrêa e Bérzin (2007), este estudo
calculou os valores normalizados com base na média da CVM dos músculos
orbiculares superior e inferior das crianças respiradoras nasais (GC).
A maioria das variáveis seguiu o padrão de normalidade de distribuição,
conforme o teste de Shapiro-Wilks, e por isso, realizou-se o Teste ANOVA
paramétrica fator duplo sem repetição para a análise do GE ao longo do tratamento.
A partir desta análise nas variáveis em que houve diferença estatística significante,
realizou-se o teste de Tukey para as comparações múltiplas, ou seja, as
comparações dos momentos de intervenção dois a dois. Aquelas variáveis que o
seguiram padrão de distribuição normal dos dados no teste Shapiro-Wilks, como a
prova da fala, foram analisadas pelo teste ANOVA de Friedman, e a comparação
entre os momentos dois a dois não foi possível. Para a comparação dos diferentes
64
momentos de tratamento do GE com o GC, foi realizado Teste t para os dados
paramétricos e o Teste U de Mann-Whitney para os não paramétricas.
Para todos os testes foi considerada significância de 5% (p<0,05).
4.5 Resultados
As médias dos resultados normalizados das avaliações eletromiográficas dos
músculos OS e OI, durante as provas de repouso, isometria e funções de sucção,
deglutição e fala, ao longo do tratamento do GE, são mostradas na Tabela 4.
Podem-se observar, ao longo do tratamento, mudanças importantes nas
atividades elétricas os músculos OS e OI, inclusive com significância estatística, na
maioria das provas testadas, exceto na prova de repouso.
A comparação dos resultados normalizados das avaliações eletromiográficas
dos músculos OS e OI entre os tempos de tratamento é mostrada na Tabela 5, dois
a dois.
Ao comparar as variáveis quanto aos momentos de avaliação, nota-se que
entre o tempo T0 e T1 de intervenção houve diferença estatística para o músculo OI
durante a isometria e a deglutição, e para o OS na função de deglutição. entre os
tempos T1 e T2, houve diferença estatística somente para o músculo OI durante a
sucção.
Nas funções em que o músculo OS não obteve diferença significante
comparando TOxT1 e T1xT2, como a isometria e a sucção, esta diferença foi
observada somente no tempo total de tratamento, entre T0 e T2.
A comparação das médias normalizados do GE, nos seus respectivos
momentos de tratamento, e do GC durante as avaliações eletromiográficas dos
músculos OS e OI, é apresentada na Tabela 6.
Observa-se que, em T0, os respiradores orais não diferiram estatisticamente
dos respiradores nasais durante o repouso e a fala para ambos os músculos. Na
prova de isometria, embora com valores inferiores de atividade elétrica, os
respiradores orais apresentaram diferença significante dos respiradores nasais
somente para o músculo OS. nas provas de sucção e deglutição, os respiradores
orais mostraram diferença estatística dos respiradores nasais para ambos os
músculos.
65
Em T1 os respiradores orais diferiram estatisticamente dos nasais apenas
quanto ao músculo OI durante a deglutição. Esta diferença foi superada em T2, ou
seja, no final do tratamento, quando não houve mais diferença estatística entre a
atividade elétrica desta musculatura e entre os dois grupos (APÊNDICE H).
Tabela 4. Média e desvio padrão (DP) dos dados normalizados, mensurados em %, durante as
provas eletromiográficas (repouso, isometria, sucção, deglutição e fala) dos músculos orbiculares
superior e inferior das crianças do grupo estudo (n=8) nos diferentes momentos de tratamento
T0 T1 T2
Grupos,
médias e
DP
Provas e
Músculos
Média (%)
(DP)
Média (%)
(DP)
Média (%)
(DP)
p
OS 1,72 (0,63) 1,81 (0,79) 1,85 (0,63) 0,85322
P1
OI 1,45 (0,77) 1,61 (0,87) 1,35 (0,60) 0,66688
OS 69,52 (16,91) 85,65 (20,30) 94,26 (29,71) 0,00437*
P2
OI 81,20 (33,85) 94,82 (28,64) 104,45(21,80) 0,00026*
OS 27,59 (8,17) 31,51 (7,60) 37,76 (7,61) 0,04471*
P3
OI 25,55 (9,47) 28,74 (12,38) 38,98 (9,83) 0,00139*
OS 23,83 (12,12) 12,20 (4,29) 7,82 (5,92) 0,00235*
P4
OI 34,44 (17,08) 19,20 (7,81) 11,03 (7,40) 0,00087*
OS 16,25 (7,35) 13,75 (3,47) 10,87 (3,78) 0,0207**
P5
OI
19,39 (9,61) 18,54 (9,05) 13,01 (4,22)
0,0008**
Legenda: P1 prova de repouso, P2 prova de isometria, P3 prova de sucção, P4 prova de
deglutição, P5 – prova de fala, OS – músculo orbicular superior, OI – músculo orbicular inferior
* significância pelo teste ANOVA Paramétrica
** significância pelo teste ANOVA de Friedman
Tabela 5. Média dos dados normalizados, mensurados em %, durante as provas eletromiográficas
(isometria, sucção e deglutição) dos músculos orbiculares superior e inferior das crianças do grupo
estudo (n=8) entre os momentos de tratamento comparados dois a dois
T0 T1 T2
Grupos,
Médias e
p
Provas e
Músculos
Média (%) Média (%) Média (%)
p
(T0-T1)
p
(T1-T2)
p
(T0-T2)
OS 69,52 85,65 94,26 0,05155 0,37270 0,00369*
P2
OI 81,20 94,82 104,45 0,01456* 0,08685 0,00034*
OS 27,59 31,51 37,76 0,54749 0,23861 0,03751*
P3
OI 25,55 28,74 38,98 0,55336 0,01119* 0,00156*
OS 23,83 12,20 7,82 0,02084* 0,49476 0,00233*
P4
OI 34,44 19,20 11,03 0,01801* 0,24238 0,00083*
Legenda: P2 prova de isometria, P3 prova de sucção, P4 prova de deglutição, OS músculo
orbicular superior, OI – músculo orbicular inferior
* significância pelo teste de Tukey
66
Tabela 6. Correlação das médias dos dados normalizados, mensurados em %, durante as provas
eletromiográficas (repouso, isometria, sucção, deglutição e fala) dos músculos orbiculares superior e
inferior das crianças do grupo estudo (n=8) com a média das crianças do grupo controle (n=8) nos
diferentes momentos de tratamento
GC T0
(GCxT0)
T1
(GCxT1)
T2
(GCxT2)
Grupos e
médias
Provas e
Músculos
Média
Média
p Média p Média p
OS 1,56 1,72 0,59473 1,81 0,47090 1,85 0,32738
P1
OI 1,02 1,45 0,15639 1,61 0,08749 1,35 0,17572
OS 99,99 69,52
0,03628*
85,65
0,31442 94,26
0,72126
P2
OI 99,99 81,20
0,19387 94,82
0,67790 104,45
0,67155
OS 39,82 27,59
0,02836*
31,51
0,11146 37,76
0,68029
P3
OI 42,09 25,55
0,04273*
28,74
0,11468 38,98
0,68375
OS 8,24 23,83
0,00608*
12,20
0,16360 7,82 0,89190
P4
OI 8,64 34,44
0,00117*
19,20
0,00774*
11,03
0,47911
OS 12,57 16,25
0,59951 13,75
0,91635 10,87
0,34456
P5
OI 12,66 19,39
0,07420 18,54
0,09289 13,01
0,67442
Legenda: P1 prova de repouso, P2 prova de isometria, P3 prova de sucção, P4 prova de
deglutição, P5 – prova de fala, OS – músculo orbicular superior, OI – músculo orbicular inferior
* p<0,05 (5% de significância) pelo Teste t
4.6 Discussão
Em estudo relacionando o exercitador labial com o alongamento e adequação
do tônus dos músculos orbiculares orais, Jardini (1999) constatou, por meio de
medidas antropométricas, que o aparelho, além de ter manuseio prático, foi eficaz.
Entretanto, a autora reforçou que existem poucos estudos científicos que enfocam
exclusivamente a relação entre o uso de um determinado aparato reeducador e sua
relação com os músculos orbiculares orais. Por esse motivo, Jardini (1999) salientou
a carência de pesquisas científicas mais aprofundadas que levem em conta
inúmeras outras variáveis, como a eletromiografia, para a comparação dos
resultados terapêuticos encontrados. Em virtude disso, a presente pesquisa teve o
intuito de oferecer maiores subsídios para o embasamento da aplicação de técnicas
específicas, como o exercitador labial, na prática clínica miofuncional dos
respiradores orais de forma objetiva por meio da avaliação eletromiográfica.
67
A eletromiografia de superfície tem sido utilizada na investigação da atividade
da musculatura perioral, principalmente da musculatura orbicular, na postura e
funções do sistema estomatognático, possibilitando, assim, o acompanhamento dos
avanços terapêuticos. Entretanto, a falta de estudos com dados normalizados que
enfoquem esta musculatura dificulta e limita a comparação deste estudo com a
literatura, visto que De Luca (1997) sugere a comparação de dados de mesmas
unidades. Para Nagae e Bérzin (2004), a utilização do procedimento de
normalização do sinal eletromiográfico é uma finalidade inevitável no futuro das
pesquisas científicas, devendo, contudo, ser vista como um processo complementar
à analise qualitativa do sinal eletromiográfico bruto.
Analisando os resultados obtidos na situação de repouso, verificou-se que
após os dois períodos de intervenção, ocorreram modificações. Houve um aumento
da atividade do OS ao final do tratamento, enquanto o OI mostrou decréscimo da
atividade elétrica, porém sem significância estatística. Isso mostra que os músculos
avaliados não seguiram um padrão de evolução da atividade durante o repouso ao
longo do tratamento, sendo difícil realizar a correlação com os dados da literatura.
Ao comparar as crianças respiradoras orais e nasais (Tabela 6) nesta prova,
observou-se que as médias dos respiradores orais apresentavam-se elevadas em
relação às dos respiradores nasais, porém sem significância estatística. Autores
como Gustafsson e Ahlgren (1975), Marchiori e Vitti (1996a), Marchiori e Vitti
(1996b) e Marchiori et al. (1999) também observaram, em seus estudos, um
aumento da atividade elétrica perioral de indivíduos com lábios incompetentes em
comparação aos lábios competentes no repouso, o que aconteceria, provavelmente,
em virtude da diminuição de tônus desta musculatura (Frasson et al., 2006).
De forma semelhante, Tomé e Marchiori (1998a), ao estudarem a musculatura
orbicular oral, especificamente durante o repouso de crianças respiradoras orais e
nasais, concluíram que a atividade elétrica desta musculatura foi maior nas crianças
respiradoras orais. O fato de os resultados deste estudo não mostrarem diferença
estatística na prova de repouso ao longo do tratamento pode ser explicado pela
característica da amostra, formada por respiradores orais viciosos e pela
metodologia de coleta adotada.
A isometria dos músculos orbiculares refletiu mudanças importantes na
musculatura orbicular, mostrando um aumento da atividade elétrica após 10 dias
68
de intervenção, inclusive com significância estatística para o músculo orbicular
inferior, e, ao final do tratamento, com significância para ambos os músculos (Tabela
5). Resultados semelhantes foram encontrados por Silva (2000), que observou,
embora com metodologia terapêutica diferente, aumento da atividade elétrica de
ambos os músculos durante a contração máxima após a terapia miofuncional.
Ao comparar as crianças respiradoras orais e nasais no início do tratamento,
observa-se que, ao contrário do referido na literatura (Tosello, Vitti e Bérzin, 1999;
Silva, 2000), somente o músculo orbicular superior diferiu entre os grupos avaliados.
Provavelmente esta discordância deva-se ao processo de normalização aplicado
nesta pesquisa, diferente das demais, o que faz com que se comparem os valores
em µV como valores relativos. Ao observar as crianças respiradoras orais em
comparação às nasais nos diferentes momentos de avaliação, verificou-se que,
nos primeiros 10 dias de intervenção, o aumento da atividade de ambos os músculos
orbiculares fez com que não houvesse mais diferença estatística entre os grupos
(Tabela 6).
Esse aumento da atividade elétrica dos músculos orbiculares ao longo do
tratamento, inclusive com a normalidade alcançada na contração máxima, quando
se compararam os respiradores orais e nasais deste estudo na avaliação final,
mostra que o exercitador labial foi efetivo no treino muscular, reforçando os
pressupostos de Saxon e Schneider (1985) de que os exercícios isotônicos e,
principalmente, os isométricos são efetivos na melhora da força muscular.
Na função de sucção, de modo semelhante à isometria, a atividade elétrica de
ambos os músculos orbiculares aumentou com a intervenção do exercitador labial
(Tabela 4), porém notou-se significância estatística somente a partir dos 10 dias de
intervenção.
Ao longo do processo terapêutico, o desempenho da musculatura oral durante
a sucção evoluiu de maneira importante. Conforme se observa na Tabela 6, no início
do tratamento, a musculatura orbicular das crianças respiradoras orais mostrava-se
significativamente menor que das nasais, e, ao contrário destas, com o orbicular
superior mais ativo que o inferior. À medida que os músculos orbiculares superior e
inferior aumentaram a atividade elétrica, harmonizando-se funcionalmente, nas
diferentes etapas do uso do exercitador labial, os músculos das crianças
respiradoras orais apresentaram padrão semelhante aos das crianças respiradoras
69
nasais. Entretanto, não foi possível realizar o confronto destes resultados com a
literatura especializada por não ter encontrado trabalhos que tenham utilizado esta
função nas suas sistemáticas de estudo.
Por se tratar de um sistema com funções que se inter-relacionam ao usarem
as mesmas estruturas, o complexo estomatognático, principalmente no caso dos
respiradores orais viciosos, geralmente apresenta alterações em mais de uma
função (Frasson et al., 2006; Ferreira De Oliveira, 2007). Os resultados deste estudo
mostram que, durante a deglutição, houve maior nível de atividade nos dois
músculos avaliados, nas crianças respiradoras orais, na primeira avaliação, do que
nas crianças respiradoras nasais, inclusive com diferença estatística, sendo o inferior
mais ativo. O aumento da atividade elétrica durante a deglutição observado nas
crianças respiradoras orais viciosas em comparação às nasais, justifica-se pelo fato
de que, nestas crianças, nas quais a incompetência labial e a deglutição atípica são
características comuns, a musculatura oral mostra-se mais ativa na tentativa de
compensar a musculatura mastigatória que se encontra fraca e pouco atuante, como
relataram Tuley (1953), Gustafsson e Ahlgren (1975), Nagae e Bérzin (2004) e
Frasson et al. (2006).
Também Tomé e Marchiori (1998b) estudaram os padrões da atividade
elétrica dos músculos orbiculares superior e inferior durante a deglutição de
respiradores orais. As autoras observaram resultados semelhantes, em parte, aos
encontrados neste estudo, concluindo que a musculatura perioral mostra-se mais
ativa nos respiradores orais do que nos nasais, porém com aumento da atividade do
músculo orbicular superior dos respiradores orais, tentando compensar a atividade
elétrica reduzida do músculo orbicular inferior.
Os músculos orbiculares na deglutição mostraram modificações importantes
verificadas durante os diferentes momentos intervenção, com diminuição gradativa
da atividade elétrica, apresentando, ao final do uso do exercitador labial, atividade
semelhante à atividade dos respiradores nasais, inclusive com significância
estatística (Tabela 4). Também houve dificuldade na comparação dos resultados
desta função com a literatura por não ter encontrado trabalhos que tenham utilizado
a eletromiografia na avaliação do exercitador labial como estratégia terapêutica.
Entretanto estes resultados aproximam-se dos resultados de Silva (2000) e
Schievano, Rontani e Bérzin (1999), para os quais o tratamento miofuncional com
70
respiradores orais foi eficiente no restabelecimento do equilíbrio da musculatura
orbicular durante a deglutição.
Além de atuarem nas funções de sucção e deglutição, os músculos
orbiculares orais são órgãos foneticamente importantes. Nas crianças respiradoras
orais, devido à postura labial alterada, esta musculatura encontra-se em
desequilíbrio, podendo interferir negativamente na produção de diferentes sons
(Silva, 2000).
Ao se observar a mudança da atividade elétrica na fala ao longo do
tratamento, nota-se que o exercitador labial promoveu modificações também durante
esta função, assim como nas demais funções avaliadas, havendo mudanças
significativas ao final da intervenção, como se observa na Tabela 4. Resultados
estes, semelhantes aos do estudo de Silva (2000).
Ao se comparar o GC e o GE durante esta função, verificou-se que houve
maior nível de atividade nos dois músculos avaliados nas crianças respiradoras
orais, em comparação às crianças respiradoras nasais, na primeira avaliação, porém
sem apresentar diferença estatisticamente significante. Estes resultados o ao
encontro dos encontrados por Silva (2000), no entanto, discordam dos resultados de
Tomé e Marchiori (1999), que pesquisaram os músculos orbiculares inferior e
superior em crianças respiradoras orais e nasais durante a emissão de sílabas com
diferentes pontos articulatórios. As autoras observaram que os respiradores orais
apresentaram, em geral, atividade muscular reduzida, principalmente nos sons
bilabiais quando comparados aos nasais.
A diferença observada, neste estudo, entre respiradores nasais e orais
durante a fala pode ser conseqüência, assim como sugeriu Silva (2000), do fato de
que as crianças que respiram pela boca precisariam realizar mais força para fechar
os lábios, postura esta necessária para a produção desses sons.
Embora fala e deglutição sejam funções que necessitem das estruturas labiais
para sua realização, neste estudo os músculos orbiculares orais das crianças
respiradoras orais viciosas mostraram características diferentes para estas duas
funções. O fato de somente a deglutição mostrar diferença estatística, comparando-
se os dois grupos estudados, pode ocorrer devido ao tipo de movimento labial que
esta função exige. Enquanto na deglutição os músculos orbiculares permanecem
unidos, nos sons labiais da fala há um movimento periódico e intermitente dos
71
lábios. Desse modo, os diferentes movimentos labiais que os respiradores orais
viciosos fariam ao realizar estas funções podem ter interferido no vel de atividade
elétrica.
De modo geral, o uso do exercitador labial promoveu mudanças significativas
ao longo do tratamento na atividade elétrica dos músculos orbiculares superior e
inferior, durante as funções testadas e a contração voluntária xima. Fatos como
estes fazem o clínico refletir sobre o modo terapêutico adotado na prática clínica,
principalmente no que se refere à freqüência terapêutica. Acredita-se, em vista dos
resultados positivos encontrados neste estudo, que períodos curtos com freqüência
elevada de treino sejam adequados para mudanças musculares, sendo fundamental,
entretanto, novos estudos que levem em consideração a estabilidade destas
modificações e os resultados quando outras técnicas terapêuticas são somadas.
4.7 Conclusões
A partir da análise dos resultados desta pesquisa, pode-se concluir que:
- Houve mudanças significativas na atividade elétrica dos músculos
orbiculares orais em todas as funções avaliadas, na sucção, na deglutição e na fala
nas avaliações parcial e final.
- Houve mudanças significativas na atividade elétrica dos músculos
orbiculares orais durante a isometria, porém não foi evidenciada significância
estatística durante o repouso.
Portanto, os resultados deste estudo mostraram efeito positivo do exercitador
labial sobre a atividade elétrica dos músculos orbiculares superior e inferior de
crianças respiradoras orais viciosas em pouco tempo, trazendo assim subsídios que
facilitem a prática fonoaudiológica.
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FONOAUDIOLOGIA. Documentos Oficiais 01/2001; 02/2002; 03/2003.
Estrutura e apresentação de monografias, dissertações e teses:
MDT/Universidade Federal de Santa Maria. Pró-Reitoria de Pós-Graduação e
Pesquisa. – 6. ed. rev. e ampl. – Santa Maria: Ed. da UFSM, 2006.
89
ANEXOS
90
ANEXO AAutorização Comitê Ética em Pesquisa
91
APÊNDICES
92
APÊNDICE A – Termo de Autorização Institucional
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – UFSM
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS
DEPARTAMENTO DE FONOAUDIOLOGIA
MESTRADO EM DISTÚRBIOS DA COMUNICAÇÃO HUMANA
TERMO DE AUTORIZAÇÃO INSTITUCIONAL
Ao Diretor _______________________________________________________ da Escola
____________________________________________________________________
situada na ______________________________________________ _________, em
Santa Maria - RS.
Eu, Angela Ruviaro Busanello, Fonoaudióloga discente do curso de mestrado em
Distúrbios da Comunicação Humana da Universidade Federal de Santa Maria UFSM,
venho por meio deste, esclarecer questões referentes ao projeto a seguir.
Título do Projeto: “Efeito da Intervenção Fonoaudiológica com Exercitador Labial na
musculatura orbicular de respiradores orais viciosos: avaliação eletromiográfica e
documentação fotográfica”.
Este projeto tem por objetivo verificar o efeito do uso exclusivo do Exercitador Labial
nos músculos orbiculares da boca como intervenção fonoaudiológica em respiradores orais
viciosos sem vedamento labial, comparando os resultados pré e pós-tratamento.
A justificativa consiste no fato de que a respiração oral frequentemente causa
alterações das estruturas (dentes, ossos, língua, lábios, bochechas) e funções (respiração,
fala, mastigação, deglutição) da face, porém os tratamentos propostos para estes casos
geralmente são longos, caros e muitas vezes desestimulantes. Torna-se importante
identificar, o mais cedo possível, estas alterações e buscar um tratamento rápido e eficiente
para o problema.
Esta pesquisa não implica qualquer prejuízo e/ou risco aos alunos participantes e/ou
para a instituição, pelo contrário, traz benefícios, uma vez que propõem sem custos
avaliações fonoaudiológica, otorrinolaringológica e ortodôntica completas às crianças
participantes, além de detectar as crianças respiradoras orais, encaminhando-as e
submetendo-as a uma proposta de Intervenção Fonoaudiológica. Esta assistência
fonoaudiológica é especialmente benéfica e vantajosa à instituição, visto que as crianças
respiradoras orais podem apresentar dificuldades de aprendizagem.
Os procedimentos necessários ao levantamento da amostra (triagem, avaliações
fonoaudiológica e entrevista com os pais) serão realizados nas instalações da própria
instituição, em horários de aula, não sendo preciso que os alunos saiam dos domínios da
escola/colégio. Após a entrevista, será realizada avaliação clínica otorrinolaringológica
(exame da garganta, ouvidos e nariz), ortodôntica (exame dos dentes), fonoaudiológica
(exame da face e da fala, respiração, mastigação e deglutição) e avaliação eletromiográfica
antes e após terapia fonoaudiológica rápida com o aparelho Exercitador Labial (aparelho,
93
dado pelo projeto, no qual possui duas hastes de plástico, que ficam por dentro dos lábios, e
um fio de aço em V que fica por fora da boca, mas acoplado as duas hastes internas). A
avaliação eletromiográfica é indolor e superficial (pele); sendo realizada através da captação
da força dos músculos por eletrodos aderidos à pele. A terapia posteriormente aplicada,
ocorrerá no no Laboratório de Motricidade Oral do Serviço de Atendimento Fonoaudiológico
(SAF), sendo realizada pela Fonoaudióloga Angela Ruviaro Busanello sob orientação da
Profª. Drª. Fga Ana Maria Toniolo da Silva. Serão realizados por meio de grupos, que
deverão comparecer diariamente nos primeiros 10 dias e uma vez por semana nos próximos
70 dias. Os exercícios propostos com o Exercitador Labial deverão ser realizados através de
4 séries diárias.
Desta forma, solicito a autorização administrativa para realização desta pesquisa,
comprometendo-me a guardar sigilo sobre a identificação dos alunos, ficando garantida a
utilização dos dados coletados somente para conclusão da pesquisa, para formação de um
banco de dados, assim como para publicações científica em congressos e periódicos.
Contato para possíveis esclarecimentos coma Fga. Angela Ruviaro Busanello (55)
99575399 ou (55) 81282850 ou (55) 32220904, ou com a Fga. Ana Maria Toniolo da Silva
(55) 32208541
.
Ciente das informações apresentadas e dos esclarecimentos fornecidos pela
pesquisadora Angela Ruviaro Busanello eu,
________________________________________, representando
________________________________________________________________, autorizo a
realização da coleta de dados da pesquisa referida acima nesta instituição, bem como a
utilização por parte da pesquisadora responsável das dependências da escola, conforme
minha orientação, para realização dos procedimentos acima descritos.
Ass. _________________________________________
Colégio _________________________________
Ass. _________________________________________
Fga. Angela Ruviaro Busanello
Observação: O Termo de Consentimento Informado, baseado no item IV das Diretrizes e
Normas Regulamentadoras Para a Pesquisa em Saúde, do Conselho Nacional de Saúde
(resolução 196/96), será assinado em duas vias, de igual teor, ficando uma via em poder do
participante da pesquisa ou do seu representante legal e outra com o(s) pesquisador(es)
responsável(eis).
Santa Maria, ___ de ____________ de 200__.
94
APÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – UFSM
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS
DEPARTAMENTO DE FONOAUDIOLOGIA
MESTRADO EM DISTÚRBIOS DA COMUNICAÇÃO HUMANA
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
As informações deste consentimento foram estabelecidas pela pesquisadora, por escrito,
com pleno conhecimento dos procedimentos aos quais será submetido, com livre arbítrio
e sem coação.
Este trabalho, que tem por titulo, “Efeito da Intervenção Fonoaudiológica com
Exercitador Labial na musculatura orbicular de respiradores orais viciosos: avaliação
eletromiográfica e documentação fotográfica”, será realizado no Laboratório de Motricidade
Oral do Serviço de Atendimento Fonoaudiológico (SAF) pela Fonoaudióloga responsável
Angela Ruviaro Busanello, sob orientação da professora Fonoaudióloga Ana Maria Toniolo
da Silva e co-orientação da professora Fisioterapeuta Eliane Castilhos Corrêa.
O trabalho tem como objetivo verificar o efeito do uso exclusivo do Exercitador
Labial nos músculos orbiculares da boca como intervenção fonoaudiológica em respiradores
orais viciosos sem vedamento labial, comparando os resultados pré e pós-tratamento. É
importante dizer que a necessidade de estudos que sirvam de modelos para terapias
fonoaudiológicas mais rápidas, objetivas e eficazes justifica a realização desta pesquisa.
Quanto aos procedimentos: no início, serão feitas avaliações das estruturas e
funções do rosto (lábios, língua, bochechas, céu da boca, úvula e as funções de respiração,
mastigação, deglutição, sucção e fala), avaliação com médico otorrinolaringologista (médico
que irá examinar boca, nariz e ouvido) e ortodontista (dentista que examinará os dentes) no
SAF, avaliação eletromiográfica e por fotos. O exame eletromiográfico, que também será
realizado no SAF, é um procedimento que não dói, não é invasivo, feito com eletrodos
colocados na superfície da pele, não causa nenhum prejuízo ou dano ao indivíduo e vêem
com que força os músculos trabalham. Somente depois das avaliações e consentimento
será iniciada a terapia propriamente dita usando o exercitador labial. O exercitador labial é
um aparelho, dado pelo projeto, no qual possui duas hastes de plástico, que ficam por
dentro dos lábios, e um fio de aço em V que fica por fora da boca, mas acoplado as duas
hastes internas. Não possui risco de ferimento ou qualquer outro prejuízo.
As participações deverão ser diárias nos primeiros 10 dias, e 1 vez por semana nos
outros 60 dias, sempre com realização dos exercícios em casa diariamente. Os encontros
terapêuticos ocorrerão em grupos de 5 sujeitos cada, aproximadamente, no SAF, na Rua
Floriano Peixoto, prédio de apoio da UFSM, andar. Após este período de tratamento os
participantes serão reavaliados da mesma forma do início do estudo.
Este estudo não provoca nenhum risco e/ou desconforto a saúde física do
paciente, bem como nenhum custo financeiro. Além disso, como benefícios para os
participantes podemos citar a avaliação completa de vários profissionais e tratamento rápido
que diminuirá as alterações respiratórias; estéticas e funcionais dos lábios do paciente; e as
funções relacionadas com estes.
Os dados levantados serão secretos, respeitando os dados de identificação do
sujeito e poderão ser utilizados cientificamente, desde que seja respeitada totalmente sua
privacidade e confidencialidade. A participação neste estudo é voluntária e livre, podendo
95
ser cancelada em qualquer fase do processo, sem que o tratamento e acompanhamento do
caso sofram qualquer prejuízo. Toda e qualquer dúvida poderá ser esclarecida a qualquer
momento com a pesquisadora Angela Ruviaro Busanello através dos telefones de contato
(55) 99575399 ou (55) 81282850 ou (55) 32220904, ou com a orientadora Ana Maria
Toniolo da Silva através do contato (55) 32208541.
Assim, eu ______________________________________________, portador (a) da carteira
de identidade número _________________________, responsável por
____________________________________________________ (nome da criança), afirmo
que, após a leitura deste documento e de esclarecimentos dados pela fonoaudióloga Angela
Ruviaro Busanello, sobre os itens acima, concordo com a realizacao desta pesquisa e
autorizo a participação de meu (minha) filho (a), como tamm autorizo a publicação em
meio acadêmico dos dados, informações, fotografias, filmagens e outros procedimentos
coletados nesta pesquisa.
Assinatura responsável:________________________________________________________
Assinatura pesquisadora (Fga. Angela Ruviaro Busanello):
_____________________________
Observação: O Termo de Consentimento Informado, baseado no item IV das Diretrizes e
Normas Regulamentadoras Para a Pesquisa em Saúde, do Conselho Nacional de Saúde
(resolução 196/96), será assinado em duas vias, de igual teor, ficando uma via em poder do
participante da pesquisa ou do seu representante legal e outra com o(s) pesquisador (es)
responsável(eis).
Santa Maria, _______ de _________________ de 200__.
96
APÊNDICE C – Protocolo de Anamnese
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – UFSM
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS
DEPARTAMENTO DE FONOAUDIOLOGIA
MESTRADO EM DISTÚRBIOS DA COMUNICAÇÃO HUMANA
PROJETOS EXERCITADORES LABIAL E FACIAL
Mestrandas Angela Busanello e Clarissa F. Oliveira
A
NAMNESE
N
OME
:.........................................................................................................................................................
S
EXO
:..........
I
DADE
:
................
DN:
....../....../......
D
ATA DA ENTREVISTA
:
....../....../.....E
NTREVISTADOR
:
............................
I
NFORMANTE
:..........................................................................
P
ROFISSIONAL
:.............................................
N
OME DO PAI
......................................................................
I
DADE
..................
P
ROFISSÃO
...........................
N
OME DA MÃE
.....................
..............................................
I
DADE
..................
P
ROFISSÃO
...........................
N
ÚMERO DE IRMÃOS
:
(
)
SEXO MASCULINO
(
)
SEXO FEMININO
O
UTRAS PESSOAS RESIDEM NA CASA
............................................................................................................
E
NDEREÇO
:............................................................................................T
ELEFONE
:....................................
Q
UEIXA
:......................................................................................................................................................
E
SCOLA
:
.............................................................................
T
URMA
:
.........................
G
RUPO
:
....................
Tratamentos anteriores:
(.....) fonoaudiológico Tempo:................. Motivo:.....................................................................
(.....) otorrinolaringológico Tempo:................. Motivo:.....................................................................
(.....) ortodôntico Tempo:................. Motivo:......................................................................
(.....) fisioterápico Tempo:................. Motivo:.....................................................................
(.....) outro.................... Tempo:................. Motivo:......................................................................
Profissional:............................................................................................................................................
G
RAVIDEZ
:
Idade da mãe na gravidez.......................................... Houve planejamento
familiar.........................................
Ameaça de aborto ................................... ( ) Leucorragia ( ) Hemorragia ( ) Repouso
A gravidez foi acompanhada de: ( ) enjôos ( ) vômitos ( ) Foi medicada
Houve tratamento pré-natal ........................... Fator RH................................
Radiografia até o 3º mês de gestação..................................................
Doenças na gravidez: ( ) Nervosismo ( ) Rubéola ( ) Hepatite ( ) Febre alta. Quando?
( ) Gripes ( ) Sífilis ( ) Cardiopatite ( ) Doença infecciosa
( ) Hipertensão ( ) Hipertireoidismo ( ) Tombo
Como e quando foi o tombo................................................................................
Medicamentos durante a gravidez.......... Quais?......................................................................
Fumou.......................... Tomou álcool.............................. Tóxicos.............................................
P
ARTO
:
( ) normal ( ) vácuo ( ) fórceps ( ) cesárea ( ) rápido ( )demorado
Tempo de gestação: ( ) 9 meses ( ) prematuro. Quantos meses........................
Parto ocorreu: ( ) hospital ( ) em casa ( ) houve rompimento anterior da bolsa
A mãe recebeu anestesia................. Qual..................................................................................
Obs.............................................................................................................................................
C
ONDIÇÕES DO
R
ECÉM
-N
ASCIDO
:
Cor: ( ) normal ( ) roxo ( ) pálido ( ) icterícia ( ) fez banho de luz
Chorou logo........................ Precisou oxigênio............................... Quanto
tempo..............................
Peso........................... Comprimento....................... Posição ao nascer.....................................
Tamanho da cabeça ao nascer: ( ) normal ( ) pequena ( ) grande
97
Apresentou alguma má formação................................... Posição do cordão umbilical.....................
Teve dificuldade de sucção e/ou deglutição......................... Dormia bem................................
DESENVOLVIMENTO
Firmou a cabeça.....................Sentou sozinho................. Engatinhou...................
Ficou em pé....................... Andou....................... Teve alguma dificuldade motora.................................
Preferência no uso da mão.............................. Foi obrigado a usar a mão direita.............................
F
ALOU AS PRIMEIRAS PALAVRAS
...................................................................................................................
A
LIMENTAÇÃO
:
Amamentação natural? Até quando?........................................................................................................
Como e porque ocorreu o desmame?.......................................................................................................
Houve alguma dificuldade de sucção ou de deglutição?...........................................................................
Utilizou mamadeira? Até quando?.............................................................................................................
Outros alimentos – quando iniciou? quais consistências?........................................................................
Atualmente come bem?.............................................................................................................................
Escolhe alimentos?.............. Quais?.........................................................................................................
Come muito rápido ou muito devagar?......................................................................................................
Mastiga bem? Qual é o lado de preferência?............................................................................................
Sujeito a: (....) vômitos (....) diarréia (....) constipação
D
ENTIÇÃO
:
Primeiros dentes..........:...................................... Dentes permanentes:...................................................
Condições atuais: .....................................................................................................................................
..................................................................................................................................................................
S
ONO
:
Sono atual: (....) tranqüilo (....) agitado .................................................................................................
(....) ronco (....) sialorréia noturna (....) bruxismo (....) apnéia
Respira pela boca?....................................................................................................................................
Obs:...........................................................................................................................................................
H
ÁBITOS
:
(....) apoio da cabeça (....) onicofagia (....) bruxismo (....) lambedura de lábios
(....) morde bochechas (....) morde língua (....) morde lábios
(....) coloca objetos na boca (....) sucção de dedo (....) chupeta (....) mamadeira
Obs (especificar a tríade: tempo x freqüência x duração).........................................................................
...................................................................................................................................................................
A
NTECEDENTES
P
ATOLÓGICOS
:
Audição (ouve bem? já fez avaliação?).....................................................................................................
Visão? (enxerga bem? já fez avaliação? óculos?)....................................................................................
Doenças (especificar a idade):..................................................................................................................
(....) sarampo (....) catapora (....) caxumba (....) gripes fortes
(....) pneumonia (....) febre alta (....) desmaio (....) convulsão........................
(....) rinite (....) sinusite (....) bronquite (….) asma
(…) alergias (….) amigdalites freqüentes (....) otites freqüentes
(....) hipertrofia tonsila faríngea (....) hipertrofia tonsilas palatinas (....) outras........
Vacinas:.............................. Hospitalizações:................................... Cirurgias: .......................................
(....) adenoidectomia................................. (....) amigdalectomia............................................
Qual médico acompanha o paciente?.......................................................................................................
Está sendo medicado?
.................................................................................................................................
Obs:...........................................................................................................................................................
E
SCOLARIDADE
:
Idade de início da escolaridade:................ Repetência? Qual série?.......................................................
Houve ou há dificuldades na aprendizagem? (tipo de dificuldades? em que série? necessidade de
atendimento especializado? superou ou está superando tais
98
dificuldades?).............................................................................................................................................
...................................................................................................................................................................
C
OMPORTAMENTO
:
(....) calmo (....) apático (....) agitado (....) inquieto (....) desatento
(....) agressivo (....) sonolência diurna (....) cansaço (....) baixa aptidão física
Socialização:..............................................................................................................................................
...................................................................................................................................................................
A
LTERAÇÕES DE
ATM:
Dor: (....) pescoço (....) ouvido (....) dente (....) ATM (..)D (..)E (....) cabeça
Fatores desencadeantes da dor: (....) mastigação (....) deglutição (....) fala (....)
mordida
(....) outro...................................................................................................................................................
Fatores que aliviam a dor: (....) compressa (....) apertar o local (....) massagem (....) medicamento
(....) outro...................................................................................................................................................
Quando a dor é pior: (....) manhã (....) tarde (....) noite (....) sem diferenças
Ruídos/estalos na ATM quando mastiga? (....) Não (....)Sim (..)D (..)E (..) bilateral
Mastigação unilateral? (....) Não (....)Sim (..)D (..)E
Sente dificuldade em mastigar algum alimento? (....) Não (....) Sim.......................................
Chiclete? Com que freqüência?................................................................................................................
Posição de dormir: (....) DV (....) DD (....) DLD (....) DLE (....) Não sabe
Você se considera tenso? (....) Não (....)Sim (....) Às vezes
Pratica algum esporte/lazer? (....) Não (....)Sim (....) Às vezes
Escala visual analógica para intensidade da dor - Indicar o nível da dor na escala, em que 0 (zero)
significa ‘sem dor’ e 10 (dez) significa ‘a maior dor possível’.
Sem dor Pior
dor
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
I________I_____I_____I_____I_____I_____I_____I_____I_____I________I
A
NTECEDENTES
P
ATOLÓGICOS
F
AMILIARES
:
(Em caso de resposta afirmativa, especifique o grau de parentesco com a criança)
Transtornos emocionais: nervosismo......................................... Doença mental......................................
Internações: por
alcoolismo.........................................................Tóxico...........................................................
Asma.........................................Surdez........................................Gagueira..............................................
Epilepsia........................................Paralisia................................................Sífilis......................................
Distúrbios escolares..................................................................................................................................
Consangüinidade.......................................................................................................................................
O
UTRAS
I
NFORMAÇÕES
:
...................................................................................................................................................................
...................................................................................................................................................................
...................................................................................................................................................................
...................................................................................................................................................................
99
APÊNDICE D – Protocolo de Avaliação do Sistema Estomatognático
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – UFSM
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS
DEPARTAMENTO DE FONOAUDIOLOGIA
MESTRADO EM DISTÚRBIOS DA COMUNICAÇÃO HUMANA
PROJETOS EXERCITADORES LABIAL E FACIAL
Mestrandas Angela Busanello e Clarissa F. Oliveira
Avaliação do Sistema Estomatognático
N
OME
:................................................................................................................................
S
EXO
:..........
I
DADE
:
................
DN:
....../....../......
D
ATA DA AVALIAÇÃO
:
....../....../......
E
XAMINADOR
:
...........................
E
SCOLA
:
.......................................................
T
URMA
:
..............................
G
RUPO
:
...........................
Avaliação Morfológica Extra-Oral
LÁBIOS
Aspecto: (....) normal (....) hipodesenvolvido (....) S (....) I
(....) hiperdesenvolvido (....) S (....) I
Postura : (....) simétricos (....) assimétricos..................................................
Postura diurna: (....) unidos (....) entreabertos (....)separados
Postura noturna: (....) unidos (....) entreabertos (....)separados
Tonicidade: Lábio Superior – (....) normal (....) hipotônico (....) hipertônico
Lábio Inferior (....) normal (....) hipotônico (....) hipertônico
Mobilidade: (....) protrusão (....) estiramento (....) contração (....) vibração (....) sopro (....) assobio
(....) lateralização direita (....) lateralização esquerda
Freio Labial Superior: (....) normal (....) alterado
Freio Labial Inferior: (....) normal (....) alterado
BOCHECHAS
Aspecto: (....) normal (....) anormal
Postura: (....) simétricas (....) assimétricas..................................................
Tonicidade: Direita – (....) normal (....) hipotônica (....) hipertônica
Esquerda – (....) normal (....) hipotônica (....) hipertônica
Mobilidade: (....) inflar as duas (....) inflar direita (....) inflar esquerda
MANDÍBULA
Aspecto: (....) normal (....) prognata (....) atrésica
Mobilidade: (....) abrir (....) fechar (....) lateralizar (...)D (...)E
CRÂNIO / FACE
Padrão Muscular Facial: (....) braquifacial (....) dolicofacial (....) mesiofacial
Perfil: (....) reto (....) convexo (....) côncavo
ATM
Mobilidade: (....) normal (....) abertura com ruído (....) dor
(....) abertura com desvio (....)D (...)E
(....) estalos (....) trismo
Avaliação Morfológica Intra-Oral
PALATO MOLE
Aspecto: (....) normal (....) curto (....) longo
100
Mobilidade: (....) adequada (....)inadequada............................................
Úvula: (....) normal (....) bífida (....) simétrica (....) assimétrica......................
Amígdalas: (....) normais (....) hipertróficas (....) amigdalectomia
PALATO DURO
Aspecto: (....) normal (....) ogival (....) profundo
LÍNGUA
Aspecto: (....) normal (....) microglossia (....) macroglossia
Postura de repouso: (....) papila palatina (....) entre os dentes (....) soalho da boca
Tonicidade: (....) normal (....) hipotônica (....) hipertônica
Mobilidade: (....) protrusão (....) retração (....) vibração (....) afinar (....) alargar
(....) estalar (....) elevar a ponta (....) abaixar a ponta
(....) lateralização interna (...)D (...)E
(....) lateralização externa (...)D (...)E
Freio Lingual: (....) normal (....) curto (....) alongado
Avaliação Funcional
SUCÇÃO
Eficiente: (....) sim (....) não
Postura: Lábios - (....) protrusão (....) pressão
Língua - (....) normal (....) protruída
Mentalis - (....) normotensão (....) hipertensão
Bochechas - (....) com sulco (....) sem sulco
MASTIGAÇÃO
Lado de preferência: (....) D (....) E (....) D / E (simetria)
Velocidade dos movimentos: (....) normais (....) lentos (....) rápidos
Movimento empregado: (....) vertical (....) rotatório
Contração do masseter: (....) forte (....) fraca
Contração do temporal: (....) forte (....) fraca
Lábios: (....) abertos (....) fechados
Mordida: (....) anterior (....) lateral
DEGLUTIÇÃO
Deglutição: (....) normal (....) atípica
Projeção de língua: (....) ausente (....) anterior (....) unilateral (...)D (...)E (....) bilateral
Ação perioral: (....) ausente (....) presente
Contração do mentalis: (....) ausente (....) presente
Coordenação deglutição x respiração: (....) adequada (....) inadequada
Compensações: (....) ruído (....) flexão cefálica (....) outras...................................................
RESPIRAÇÃO
Modo: (....) nasal (....) oral (....) misto
Tipo: (....) abdominal (....) torácico (....) misto
Teste da água (tempo): .......................................................................................................................
Espelho de Glatzel: .............................................................................................................................
FALA (Avaliação Articulatória):
VELARES:
C
G
Cama, cubo, macaco, Roque cravo, taxi, classe, clube
Galo, foguete, legume grosso, gripe, globo, iglu
BILABIAIS: B – P – M
101
Balão, abelha, sabão braço, bruxa, blusa
Pião, sapato, sopa prato, compra, planta, amplo
Moça, gemada, mamãe campo, bombom
LABIODENTAIS: F – V
Faca, mofado, fofo fruta, frio, flecha, floresta
Veado, cavalo, vovô livro, Vládia
LINGUODENTAIS: D – T – N
Dedo, bandeira, batida dragão, madrinha, pedra
Tênis, cortina, batata trem, contrato, letra, tlim
Neto, caneco, banana anda, cantando
PALATAIS: CH (X) – J – NH – LH
Chuva, cachorro, concha
Janela, tijolo, canja
Lhama, palhaço, molho
Nhoque, minhoca, ninho
ALVEOLARES: S – Z – R – RR – L
Sapo, amassado, doce, aulas
Zebra, cozinha, Brasil, isca, feliz, insucesso
Cara, careta, aroma, braço, primo, bombril
Rua, porco, perna, amor
UVULAR: RR
Rio, carro, carreta
VOGAIS ORAIS: A – E – É – I – Ó – O – U
Ave, escova, erva, igreja, olho, hora, uva
VOGAIS NASAIS: Ã - ~E - ~I – Õ - ~U
Anta, então, índio, ontem, unha
Considerações Posturais
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
Observações:
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
102
APÊNDICE E – Protocolo de Avaliação Ortodôntica
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – UFSM
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS
DEPARTAMENTO DE FONOAUDIOLOGIA
MESTRADO EM DISTÚRBIOS DA COMUNICAÇÃO HUMANA
PROJETOS EXERCITADORES LABIAL E FACIAL
Mestrandas Angela Busanello e Clarissa F. Oliveira
A
VALIAÇÃO
O
RTODÔNTICA
N
OME
:................................................................................................................................
S
EXO
:..........
I
DADE
:
................
DN:
....../....../......
D
ATA DA AVALIAÇÃO
:
....../....../......
E
XAMINADOR
:
..............................
E
SCOLA
:
.......................................................
T
URMA
:
..............................
G
RUPO
:
...........................
Aspecto:
( ) bom estado de conservação (BEC)
( ) mau estado de conservação (MEC)
Dentição: ( ) decídua ( ) mista ( ) permanente
Classificação da oclusão (relação molar):
( ) oclusão normal
( ) classe I
( ) classe II................ 1ª divisão ( ) subdivisão D ( ) E ( )
2ª divisão ( ) subdivisão D ( ) E ( )
( ) classe III............... subdivisão D ( ) E ( )
Classificação da oclusão (relação canina):
( ) oclusão normal
( ) classe I
( ) classe II
( ) classe III
Legenda: ( X ) dentes extraídos ( O ) dentes
erupcionados
V IV III II I I II III IV V
8 7 6 5 4 3 2 1 1 2 3 4 5 6 7 8
8 7 6 5 4 3 2 1 1 2 3 4 5 6 7 8
V IV III II I I II III IV V
Alterações transversais, verticais e horizontais da oclusão:
( )mordida cruzada: ( ) lateral D ( )lateral E ( ) anterior ( ) total
( ) mordida aberta: ( ) lateral D ( ) lateral E
( ) anterior
Sobremordida:............................
Sobressaliência:.........................
Linha média: ( )normal ( )desviada ( )D ( )E ( ) maxila ( ) mandíbula
Observações:.............................................................................................................................................
...................................................................................................................................................................
...................................................................................................................................................................
...................................................................................................................................................................
103
APÊNDICE F – Protocolo de Avaliação Otorrinolaringológica
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – UFSM
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS
DEPARTAMENTO DE FONOAUDIOLOGIA
MESTRADO EM DISTÚRBIOS DA COMUNICAÇÃO HUMANA
PROJETOS EXERCITADORES LABIAL E FACIAL
Mestrandas Angela Busanello e Clarissa F. Oliveira
A
VALIAÇÃO
O
TORRINOLARINGOLÓGICA
N
OME
:................................................................................................................................
S
EXO
:..........
I
DADE
:
................
DN:
....../....../......
D
ATA DA AVALIAÇÃO
:
....../....../......
E
XAMINADOR
:
..............................
E
SCOLA
:
.......................................................
T
URMA
:
..............................
G
RUPO
:
...........................
1) QUEIXA:
2) Orofaringoscopia:
3) Rinoscopia:
4) Ostoscopia:
5) Laringoscopia:
CONDUTA:
DIAGNÓSTICO:
104
APÊNDICE G – Ficha de Instrução de uso do Exercitador Labial
105
106
APÊNDICE H – Eletromiogramas dos Grupos Controle e Estudo
Eletromiogramas dos OS (traçado superior) e OI (traçado inferior) obtidos durante o
repouso. Imagem superior esquerda respiradores orais no início do tratamento,
imagem superior direita respiradores orais após 10 dias de tratamento, imagem
inferior esquerda respiradores orais ao final do tratamento e imagem inferior direita
respiradores nasais.
Eletromiogramas dos OS (traçado superior) e OI (traçado inferior) obtidos durante a
isometria. Imagem superior esquerda respiradores orais no início do tratamento,
imagem superior direita respiradores orais após 10 dias de tratamento, imagem
inferior esquerda respiradores orais ao final do tratamento e imagem inferior direita
respiradores nasais.
107
Eletromiogramas dos OS (traçado superior) e OI (traçado inferior) obtidos durante a
sucção. Imagem superior esquerda respiradores orais no início do tratamento,
imagem superior direita respiradores orais após 10 dias de tratamento, imagem
inferior esquerda respiradores orais ao final do tratamento e imagem inferior direita
respiradores nasais.
Eletromiogramas dos OS (traçado superior) e OI (traçado inferior) obtidos durante a
deglutição. Imagem superior esquerda respiradores orais no início do tratamento,
imagem superior direita respiradores orais após 10 dias de tratamento, imagem
inferior esquerda respiradores orais ao final do tratamento e imagem inferior direita
respiradores nasais.
108
Eletromiogramas dos OS (traçado superior) e OI (traçado inferior) obtidos durante a
fala. Imagem superior esquerda – respiradores orais no início do tratamento, imagem
superior direita respiradores orais após 10 dias de tratamento, imagem inferior
esquerda respiradores orais ao final do tratamento e imagem inferior direita
respiradores nasais.
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