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O Presidente do SINDHRIO, Adriano Londres, abriu este evento afirmando que o
Brasil vive um dilema na saúde, com expectativas de 2005, recursos dos anos de 1980
(quando considerado o percentual do PIB alocado à área da saúde) e problemas da década de
1960. Neste mesmo evento, Cardoso (2005) afirmou que é preciso buscar eficiência, pois
nessa nova fase em que passa o Brasil, a questão principal passa a ser a qualidade. É preciso
então, melhorar a gestão aplicar melhor os recursos e com isso combater as fraudes e os
desperdícios.
O Ministro da Saúde, José Carlos Temporão
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em seu discurso de posse em março de
2007 frisou a importância do setor saúde no Brasil.
O setor representa cerca de 8% do PIB (Produto Interno Bruto) do país, o
que equivale a mais de R$150 bilhões, além de empregar 10% da população
brasileira”. Nesse mesmo discurso apresentou as 22 prioridades de sua gestão,
destacando que neste governo é preciso “melhorar a qualidade da atenção e inovar
na gestão, melhorando a qualidade do gasto dando continuidade ao processo de
redução das desigualdades sociais. (TEMPORÃO, 2007 apud CONFEDERAÇÃO
NACIONAL DE SAÚDE, 2007 p.4).
Em agosto de 2007 a revista Exame publicou uma matéria sobre saúde em que frisa a
crise na saúde em todos os paises do mundo; inclusive em paises do primeiro mundo. Os
Estados Unidos gastaram em 2005, 15,5% do PIB com saúde, algo como mil reais mensais
por pessoa. (EXAME, 2007).
Porter & Teisberg (2006), lançaram o livro Repensando a Saúde que aborda a
crescente crise da saúde e apresenta reflexões relevantes para o setor. Segundo eles, o sistema
não funciona, pois não está focado em gerar valor aos pacientes. “Trata-se de um modelo
competitivo baseado no repasse de custos, no aumento do poder de barganha para captar
novos clientes e, visando cortar custos na restrição dos serviços oferecidos”. (EXAME, 2007
apud PORTER & TEISBERG, 2006).
O argumento deste livro é que como o produto oferecido é a saúde, quanto maior a
qualidade, menor o custo com tratamentos. Assim, eles sugerem uma receita para uma área
que convalesce de doença sistêmica - redefinir o modelo competitivo com foco na saúde das
pessoas. (PORTER & TEISBERG, 2007).
Os altos custos do setor, a forte regulamentação, e principalmente a falta de uma
gestão profissional levaram o setor hospitalar a uma crise sem precedentes. Inúmeras
organizações privadas encerraram suas atividades e o setor público não atende
satisfatoriamente a população. A relação entre os hospitais e as operadoras de saúde vem
sendo objeto de inúmeras discussões. As operadoras afirmam que a agência reguladora
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Temporão – José Carlos Temporão é médico sanitarista e ex-diretor do Instituto Nacional do Câncer.