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chegar a resultados positivos, graças a uma exploração científica, tanto teórica
como prática, do domínio considerado. (PAULA apud HOWARD, 2001:100)
Partindo do princípio da abrangência do ser de forma holística, podemos considerar as
ligações sociais e crenças religiosas que o compõem. Essas ligações são significativas
para o indivíduo, pois fazem parte da sua maneira de se relacionar, aprender e formar
sua visão de mundo.
Que a música desempenha um papel significativo, de importância por vezes
central nos grupos sociais, é algo bem conhecido e há muito preconizado por
pesquisadores através de ângulos e perspectivas diversas. [...] Como um meio
de comunicação não–verbal, [a música] é uma das ferramentas mais poderosas
da auto-expressão, da auto-afirmação e da auto-consciência humana em relaçã
o
à dimensão cósmica ou cosmovisão de um grupo social. A música funciona
também como um forte agente de coesão social, seja em termos de classe
social, ou de identidade ética ou cultural. (LUCAS apud BÉHAGUE, 1999:11)
A formação de músicos religiosos em Seminários não representa uma novidade em
nosso país. Os grupos religiosos Protestantes têm historicamente investido na música
das suas igrejas locais e constituído cursos de Música Sacra que têm como objetivo
formar Ministros de Música para atuar nas igrejas no ensino, organização, e produção
musical e na performance durante os cultos e outras celebrações. De acordo com
BRAGA (1961):
Assim, o primeiro período, que abrange os séc. XVI e
XVII, assinala
-
se por realizações sacro
-
musicais esporádicas ou
tempor
árias em língua estrangeira, com o alemão luterano Hans
Staden (em São Paulo), os franceses calvinistas (no Rio de
Janeiro) e os holandeses reformados (em Pernambuco). Longo
hiato _ cerca de cento e cinqüenta anos _ verifica
-
se entre o
primeiro e o segundo
períodos, de vez que o séc. XVIII, com o
predomínio de Portugal, e conseqüentemente no Brasil, do
chamado Santo Ofício da Inquisição, impediu quaisquer
atividades acatólicas. O segundo período, que se estende por
toda a primeira metade do séc. XIX, quando se instalaram em
terras de Santa Cruz as primeiras igrejas evangélicas _ Anglicana
e Luterana _ com as suas respectivas liturgias, já se caracteriza
por uma prática sacro
-
musical contínua, mas ainda nas línguas
de origem. Finalmente, o terceiro período, q
ue se alonga da
segunda metade do séc. XIX aos nossos dias, e se distingue pela
estabilidade e vernaculidade, oferece duas fases distintas: uma,
se poderia chamar de formação (1855 a 1932), com o
estabelecimento das diferentes igrejas evangélicas de cunho
nacional, que hoje florescem no país, e a organização dos seus
respectivos hinários; outra, de consolidação (a partir de 1932 e