41
Hansen Bahia (Karl Heinsz Hansen, 1915-1978), que se estabeleceu em Salvador em
1955; o desenhista e pintor paranaense Lênio Braga (1931-1973), que passou a morar
em Salvador em 1956; o pintor e músico alemão Adam Firnekaes (1909-1966), o qual
transferiu sua residência do Rio de Janeiro para Salvador, em 1958, contratado para
lecionar fagote, saxofone e música de câmara nos Seminários Livres de Música da
Universidade da Bahia, atual Escola de Música da Universidade Federal da Bahia
(MIDLEJ, 2007); e breves passagens por Salvador do pintor gaúcho Iberê Camargo
(Iberê Bassani de Camargo, 1914-1994)
29
. (LUDWIG, 1982, f. 40).
O jornalista e crítico de arte José do Prado Valladares, na direção do Museu
do Estado, promoveu em 1948, na Biblioteca Pública, conferências e uma exposição
de pintura moderna com obras de estrangeiros e brasileiros
30
.
Sob o patrocínio da Secretaria de Educação e Saúde, o crítico Mário Barata
fizera diversas palestras sobre temas como: Elementos de arte moderna,
Do impressionismo ao fovismo, Do cubismo aos nossos dias, Cultura como
fenômeno nacional e arte, etc. Esses fatos tiveram o mérito de servir para
colocar a maior parte dos artistas baianos em contato com o modernismo
(FLEXOR, [2003], p. 50, grifos da autora)
31
.
Passada a Segunda Guerra Mundial, de primeiro a 30 de novembro de 1949,
a Secretaria de Educação e Saúde do governo Otávio Mangabeira, mediante os
esforços de José do Prado Valladares e Anísio Teixeira, promoveu um evento
29
Outros artistas viriam à Bahia, tais como o fotógrafo francês Pierre Verger (em 1946), o desenhista
e pintor Aldemir Martins, o gravador Marcelo Grassmann e a escultora paulista, residente em
Minas Gerais, Mary Vieira. Os três últimos freqüentaram o atelier de Mario Cravo Júnior no Porto
da Barra (PORTUGAL, 1999, p. 48). Também vieram, em épocas distintas: Djanira, Jenner Augusto,
Floriano Teixeira, Udo Knoff, Luci Calenda e Dick Menocal (SCALDAFERRI, 1998, p. 76).
30
A iniciativa teve o patrocínio da Secretaria de Educação e Saúde, comandada pelo educador Anísio
Teixeira, e a exposição ocorreu de 15 a 30 de março de 1948. Para a organização desta
exposição, foi convidado o escritor carioca Marques Rebelo, o qual proferiu conferências sobre arte
moderna, além de duas outras palestras ministradas pelo escritor Michel Simon, adido cultural da
França, sobre a Escola de Paris, e pelo arquiteto e pintor Alcides da Rocha Miranda, sobre teatro e
pintura (SCALDAFERRI, 1998, p. 143).
Marques Rebelo trouxe trabalhos dos seguintes artistas: Emílio Pettoruti e Domingos Pronsato
(Argentina), Axel de Leskoschek (Áustria), Pierre Bonnard, Mauricio Vlamink, Marie Laurencin,
Augusto Renoir, Mauricio Utrillo, Hannaux, Georges Roualt e Jean Lurçat (França), Arpad Szenes
(Hungria), Joaquim Tenreiro (Portugal), Enzen Nevan, Zmetak, Liesler, Jiri Krejci, Richard Lander,
Divica Landrova, Gabriel Karel, Karel Sigmund e Jan Zach (Tchecoslováquia) e os brasileiros:
Alberto Guignard, José Pancetti, Cândido Portinari, Di Cavalcanti, Oscar Meira, Ernani
Vasconcelos, João Fahrion, Edith Bhering, Djanira Gomes Pereira, Milton da Costa, Percy Deane,
Roberto Burle Marx, Percy Lau, Carlos Alberto Petrucci, Lasar Segall, Bruno Giorgi, Alfredo
Ceschiatti, José Morais, Rubem Cassa, Aldari Toledo, Iberê Camargo, Orlando Teruz, Santa Rosa,
Alcides Rocha Miranda e Clóvis Graciano (SCALDAFERRI, 1998, p. 146-148).
31
Estas palestras foram realizadas em janeiro de 1950, já na Secretaria de Educação e Saúde, no
Corredor da Vitória (SCALDAFERRI, 1998, p. 149; COELHO, 1973, f. 26, nota de rodapé 12).