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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE FARMÁCIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
CONTROLE DE QUALIDADE DO CLORIDRATO DE SIBUTRAMINA
MATÉRIA-PRIMA E CÁPSULAS EM FARMÁCIAS MAGISTRAIS E
AVALIAÇÃO PRELIMINAR DA ESTABILIDADE
LETÍCIA FLORES DA SILVA MARTINS
PORTO ALEGRE, 2008.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE FARMÁCIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
CONTROLE DE QUALIDADE DO CLORIDRATO DE SIBUTRAMINA
MATÉRIA-PRIMA E CÁPSULAS EM FARMÁCIAS MAGISTRAIS E
AVALIAÇÃO PRELIMINAR DA ESTABILIDADE
Dissertação apresentada por
Letícia Flores da Silva Martins para
obtenção do GRAU DE MESTRE
em Ciências Farmacêuticas.
Orientadora: Profa. Dr. Ana Maria Bergold
PORTO ALEGRE, 2008.
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e aprovada em 28.03.2008, pela
Comissão Examinadora constituída por:
Profa. Dr. Célia Machado Gervásio Chaves
Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS
Prof. Dr. Jarbas Alves Montanha
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
Profa. Dr. Marlise Araújo dos Santos
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul PUCRS
M386c Martins, Letícia Flores da Silva
Controle de qualidade do cloridrato de sibutramina matéria-prima
e cápsulas em farmácias magistrais e avaliação preliminar da
estabilidade / Letícia Flores da Silva Martins Porto Alegre :
UFRGS, 2008. xxv p., 129 p. : il., tab., gráf.
Dissertação (mestrado). UFRGS. Faculdade de Farmácia.
Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas.
1. Sibutramina. 2. Controle de qualidade de medicamentos. 3.
Estabilidade. 4. Cromatografia líquida de alta eficiência. 5.
Volumetria. 6. Farmácia magistral. I. Bergold, Ana Maria. II. Título.
CDU: 615.2.07
Bibliotecária responsável:
Margarida Maria Cordeiro Fonseca Ferreira CRB10/480
"Leva tempo para alguém ser bem sucedido
porque o êxito não é mais do que a recompensa natural
pelo tempo gasto em fazer algo direito."
(Joseph Ross)
AGRADECIMENTOS
À Profa. Dr. Ana Maria Bergold, pela orientação desde o período de graduação até o
momento, amizade e exemplo de profissionalismo.
Ao Laboratório de Química Farmacêutica, onde foi realizada a maior parte deste
trabalho, pela disponibilidade de materiais e equipamentos.
Ao Prof. Dr. Pedro Fröehlich e Prof. Dr. Jarbas Montanha, pelos esclarecimentos
prestados.
Ao Prof. Dr. César Petzold, do Instituto de Química da UFRGS, pelo auxílio na
interpretação das análises térmicas.
Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas
(PPGCF), pelo ensino de qualidade.
À UFRGS e à Faculdade de Farmácia, por contribuírem para a minha formação
acadêmica.
À Lúcia, bolsista de iniciação científica, pelo auxílio na realização de algumas
técnicas deste trabalho.
À Miriam, da Farmácia Rosa Moschetta, pelo apoio profissional e auxílio na aquisição
das matérias-primas utilizadas neste trabalho.
A todos os colegas do Laboratório de Química Farmacêutica, pela amizade e troca
de conhecimentos: Sirlei, Carolina, Lisiane, Eliane, Rochele, Maria Cristina, Daniele, Laura,
Samuel, Andréa Adams, Marquinho, Luís, Tiago, Jéferson, Leonardo, Dênis, Andréia
Pereira, Graziela, Marcela e Natália.
À Profa. Dr. Naira Balzaretti, do Laboratório de Altas Pressões e Materiais
Avançados da UFRGS, pela realização dos espectros de infravermelho.
À Profa. Dr. Izabel Riegel, do Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas do Centro
Universitário Feevale, pela realização das análises termogravimétricas.
VI
À Simone, do Centro de Desenvolvimento Tecnológico (CDTF), pela realização das
análises de DSC.
Ao Alex, meu esposo, pelo carinho, companheirismo e incentivo.
Aos meus pais (Celso e Luiza), meus irmãos (Vinícius e Jaqueline), minha família e
amigos pelo carinho e constante apoio.
Ao CNPq, pelo financiamento da bolsa de estudos.
SUMÁRIO
Lista de Figuras ........................................................................................................ XIII
Lista de Tabelas ....................................................................................................... XVII
Lista de Quadros ...................................................................................................... XIX
Lista de Abreviaturas ................................................................................................
XXI
Resumo .................................................................................................................... XXIII
Abstract .................................................................................................................... XXV
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................
1
2 OBJETIVOS GERAIS ...........................................................................................
7
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................
11
3.1 OBESIDADE ......................................................................................................
13
3.2 TERAPÊUTICA PARA A OBESIDADE .............................................................
15
3.3 CLORIDRATO DE SIBUTRAMINA ....................................................................
18
3.3.1 Aspectos gerais ............................................................................................... 18
3.3.2 Aspectos físico-químicos .................................................................................
18
3.3.3 Aspectos terapêuticos ..................................................................................... 20
3.3.3.1 Formulações farmacêuticas ..........................................................................
20
3.3.3.2 Indicações e efeitos ......................................................................................
20
3.3.3.3 Posologia ......................................................................................................
21
3.3.3.4 Toxicologia e abuso ......................................................................................
22
3.3.3.5 Mecanismo de ação ......................................................................................
22
3.3.3.6 Farmacocinética ........................................................................................... 23
3.3.3.7 Precauções e contra-Indicações .................................................................. 24
3.3.3.8 Interações medicamentosas .........................................................................
25
3.3.3.9 Reações adversas ........................................................................................
26
3.3.4 Determinação em fluidos biológicos ................................................................
27
3.3.5 Controle de qualidade ......................................................................................
28
3.3.6 Estabilidade .....................................................................................................
30
4 MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................
33
4.1 SUBSTÂNCIA QUÍMICA DE REFERÊNCIA E AMOSTRAS ............................
35
4.2 ANÁLISE QUALITATIVA ......................................................................
36
4.2.1 Descrição .........................................................................................................
36
4.2.2 Solubilidade .....................................................................................................
36
4.2.3 Determinação do pH em solução .................................................................... 36
4.2.4 Determinação da faixa de fusão ......................................................................
37
4.2.4.1 Equipamento Mettler Toledo, modelo FP90 .................................................
37
4.2.4.2 Equipamento de bloco metálico aquecido, segundo Koffler .........................
37
4.2.5 Calorimetria exploratória diferencial (DSC) .....................................................
38
4.2.6 Termogravimetria (TGA) ..................................................................................
39
4.2.7 Reação para cloretos ......................................................................................
39
4.2.8 Reação para aminas terciárias ........................................................................
40
4.2.9 Rotação óptica específica ................................................................................
40
4.2.10 Cromatografia em camada delgada (CCD) ...................................................
41
4.2.11 Espectroscopia na região do infravermelho (IV) ............................................
42
4.2.12 Espectroscopia na região do ultravioleta (UV) .............................................. 43
4.2.13 Aquametria .................................................................................................... 43
4.2.13.1 Método volumétrico por Karl-Fischer ..........................................................
43
4.2.13.2 Método gravimétrico ...................................................................................
44
4.3 ANÁLISE QUANTITATIVA ................................................................................
44
4.3.1 Volumetria em meio não-aquoso (VMNA) .......................................................
44
4.3.2 Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) ..............................................
46
4.3.2.1 Especificidade ...............................................................................................
47
4.3.2.1.1 Temperatura ............................................................................................
47
4.3.2.1.2 Luz ultravioleta.........................................................................................
48
4.3.2.1.3 Hidrólise ácida..........................................................................................
48
4.3.2.1.4 Hidrólise alcalina......................................................................................
48
4.3.2.1.5 Oxidação..................................................................................................
49
4.3.2.1.6 Solução simulada de excipientes.............................................................
49
4.3.2.2 Linearidade ...................................................................................................
49
4.3.2.3 Limites de detecção (LD) e de quantificação (LQ) ....................................... 50
4.3.2.4 Precisão ........................................................................................................
51
4.3.2.5 Exatidão ........................................................................................................
52
4.3.2.2 Robustez .......................................................................................................
54
4.3.3. Comparação estatística entre os métodos de doseamento ........................... 55
4.4 ESTUDO PRELIMINAR DA ESTABILIDADE ....................................................
55
4.4.1 Exposição à temperatura elevada ...................................................................
55
4.4.2 Exposição à radiação ultravioleta ....................................................................
55
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................
57
5.1 SUBSTÂNCIA QUÍMICA DE REFERÊNCIA E AMOSTRAS.............................
59
5.2 ANÁLISE QUALITATIVA ......................................................................
60
5.2.1 Descrição .........................................................................................................
60
5.2.2 Solubilidade .....................................................................................................
61
5.2.3 Determinação do pH em solução .................................................................... 63
5.2.4 Determinação da faixa de fusão ......................................................................
64
5.2.5 Calorimetria exploratória diferencial (DSC) .....................................................
66
5.2.6 Termogravimetria (TGA) ..................................................................................
70
5.2.7 Reação para cloretos .......................................................................................
73
5.2.8 Reação para aminas terciárias ........................................................................
74
5.2.9 Rotação óptica específica ................................................................................
75
5.2.10 Cromatografia em camada delgada (CCD) ...................................................
75
5.2.11 Espectroscopia na região do infravermelho (IV) ............................................
78
5.2.12 Espectroscopia na região do ultravioleta (UV) .............................................. 79
5.2.13 Aquametria .................................................................................................... 81
5.2.13.1 Método volumétrico por Karl-Fischer ..........................................................
81
5.2.13.2 Método gravimétrico ...................................................................................
83
5.3 ANÁLISE QUANTITATIVA ................................................................................
85
5.3.1 Volumetria em meio não-aquoso (VMNA) .......................................................
85
5.3.2 Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) ..............................................
88
5.3.2.1 Especificidade ...............................................................................................
91
5.3.2.1.1 Temperatura .............................................................................................. 91
5.3.2.1.2 Luz ultravioleta ...........................................................................................
92
5.3.2.1.4 Hidrólise ácida ...........................................................................................
93
5.3.2.1.5 Hidrólise alcalina ....................................................................................... 94
5.3.2.1.6 Oxidação ................................................................................................... 95
5.3.2.1.7 Solução simulada de excipientes .............................................................. 96
5.3.2.2 Linearidade ...................................................................................................
97
5.3.2.3 Limites de detecção (LD) e de quantificação (LQ) ....................................... 98
5.3.2.4 Precisão ........................................................................................................
98
5.3.2.5 Exatidão ........................................................................................................
99
5.3.2.2 Robustez .......................................................................................................
100
5.3.3. Comparação estatística entre os métodos de doseamento ........................... 101
5.4 ESTUDO PRELIMINAR DA ESTABILIDADE ....................................................
102
5.4.1 Exposição à temperatura elevada ...................................................................
103
5.4.2 Exposição à radiação ultravioleta ....................................................................
105
6. CONCLUSÕES ....................................................................................................
107
7. REFERÊNCIAS ....................................................................................................
111
ANEXO .....................................................................................................................
125
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Estrutura química do cloridrato de sibutramina monoidratado ....................
19
Figura 2. Estruturas químicas de: metabólito 1 (I) e metabólito 2 (II) .........................
24
Figura 3. Termogramas obtidos para: SQR (preto) e SIB1 (vermelho), de acordo
com as condições analíticas descritas para a técnica de DSC no Quadro 7 (p. 38);
SIB1 (azul) com velocidade de aquecimento 40 ºC/min e demais condições
mantidas ......................................................................................................................
67
Figura 4. Termogramas obtidos para: SIB2 (preto) e SIB3 (vermelho), de acordo
com as condições analíticas descritas para a técnica de DSC no Quadro 7 (p. 38) ...
68
Figura 5. Curva termogravimétrica da SQR obtida nas condições descritas no item
4.2.6 (p. 39) TGA (preto) e DTG (vermelho) ................................................................
70
Figura 6. Curva termogravimétrica da SIB1 obtida nas condições descritas no item
4.2.6 (p. 39) TGA (preto) e DTG (vermelho) ................................................................
71
Figura 7. Curva termogravimétrica da SIB2 obtida nas condições descritas no item
4.2.6 (p. 39) TGA (preto) e DTG (vermelho) ................................................................
71
Figura 8. Curva termogravimétrica da SIB3 obtida nas condições descritas no item
4.2.6 (p. 39) TGA (preto) e DTG (vermelho) ................................................................
72
Figura 9. Estruturas químicas correspondentes a: etilamina (A), cloridrato de
fluoxetina (B) e trietilamina (C) ....................................................................................
74
Figura 10. Estrutura química do cloridrato de diltiazem ..............................................
76
Figura 11. Placa cromatográfica obtida por CCD para a substância de referência
cloridrato de diltiazem (DIL), SQR, amostra SIB1 e amostra SIB1 submetida à 105
ºC por 5 horas. Fase estacionária: cromatoplacas de gel de sílica GF 254 Merck.
Fase móvel: etanol P.A. Revelação: lâmpada UV 254 nm (A) e vapores de iodo (B)..
77
Figura 12. Espectros de infravermelho obtidos para SQR (preto), SIB1 (vermelho) ..
78
Figura 13. Espectros obtidos na região do ultravioleta para a SQR do cloridrato de
sibutramina em solução, diluído nos solventes: ácido clorídrico 0,1 M (preto),
metanol (azul) e etanol (vermelho) ..............................................................................
80
Figura 14. Espectros obtidos na região do ultravioleta para SQR e SIB1, em
solução etanólica .........................................................................................................
81
Figura 15. Cromatogramas obtidos para SQR (preto), SIB1 (vermelho), CAP (azul)
60 µg/mL e excipientes de CAP, diluídos na fase móvel, de acordo com o método
desenvolvido por CLAE. Condições de análise: coluna Macherey-Nagel Nucleosil
C
8
ec, 150 x 4,0 mm, partículas 5 µm, poros 100 ?; fase móvel: ACN e água (75:25
V/V), 0,3% trietilamina, pH 7,0 (H
3
PO
4
); λ = 225 nm; fluxo 1,2 mL/min ......................
90
Figura 16. Cromatograma da solução de SQR (preto) e CAP (vermelho) 60
µg/mL, diluídas em fase móvel, após serem submetidas à temperatura de 80 ºC,
durante 24 horas, conforme condições cromatográficas descritas no Quadro 10 (p.
47) ............................................................................................................................... 92
Figura 17. Cromatograma da SQR 60 µg/mL, diluída em fase móvel, sem
incidência de radiação (preto) e após ser submetido à luz ultravioleta 254 nm
durante 24 horas (vermelho), conforme condições cromatográficas descritas no
Quadro 10 (p. 47) ........................................................................................................
93
Figura 18. Cromatogramas obtidos após hidrólise ácida durante duas horas para:
cloridrato de sibutramina em soluções 60 µg/mL, diluídas em fase móvel, de SQR
(preto) e de CAP (vermelho); branco (azul). Análise conforme condições
cromatográficas descritas no Quadro 10 .....................................................................
94
Figura 19. Cromatogramas obtidos após hidrólise alcalina durante duas horas para:
cloridrato de sibutramina em soluções 60 µg/mL, diluídas em fase móvel, de SQR
(A) e de CAP (B); branco (C). Análise conforme condições cromatográficas
descritas no Quadro 10 ...............................................................................................
95
Figura 20. Cromatograma da solução de cloridrato de sibutramina monoidratado 60
µg/mL, diluída em fase móvel, após oxidação com peróxido de hidrogênio 10%
durante duas horas. Análise de SQR (preto), CAP (vermelho) e branco (azul),
conforme condições cromatográficas descritas no Quadro 10 ....................................
96
Figura 21. Representação gráfica da curva padrão obtida para o cloridrato de
sibutramina monoidratado por CLAE, conforme método descrito no Quadro 10 (p.
47) ................................................................................................................................
97
Figura 22. Cromatogramas da solução de cloridrato de sibutramina monoidratado
(SQR) 60 µg/mL, diluída em fase móvel, antes (preto) e após ser submetida à
temperatura de 60 ºC, durante um (vermelho), dois (azul), quatro (verde) e dez
(violeta) dias, conforme condições cromatográficas descritas no Quadro 10 .............
104
Figura 23. Espectro de UV do pico com tR de três minutos, obtido após exposição
da solução de SQR 60 µg/mL, diluída em fase móvel à radiação UV 254 nm por dez
dias ..............................................................................................................................
105
Figura 24. Cromatogramas da solução de cloridrato de sibutramina monoidratado
(SQR) 60 µg/mL, diluída em fase móvel após ser submetida à radiação UV 254 nm,
durante um (A), dois (B), três (C) e quatro (D) dias, conforme condições
cromatográficas descritas no Quadro 10 .....................................................................
106
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Esquema de diluições utilizado nas curvas padrão, a partir de uma solução
estoque contendo 250 µg/mL da SQR ...........................................................................
50
Tabela 2. Esquema para o preparo das soluções para avaliação da recuperação do
cloridrato de sibutramina na sua determinação em cápsulas .........................................
53
Tabela 3. Média da determinação do pH de soluções aquosas a 2% da SQR e
amostra SIB1 ..................................................................................................................
63
Tabela 4. Comparação dos valores das faixas de fusão obtidas para SQR e SIB1,
pelo fornecedor e pelos equipamentos segundo Koffler, Mettler Toledo e DSC ............
64
Tabela 5. Dados obtidos pela técnica de DSC para SQR e amostras SIB1, SIB2 e
SIB3.................................................................................................................................
69
Tabela 6. Dados obtidos pela técnica de TGA para SQR e amostras SIB1, SIB2 e
SIB3 ..............................................................................................................................................
72
Tabela 7. Média de três determinações do poder rotatório específico para soluções
etanólicas a 1% de SQR e amostra SIB1 .......................................................................
75
Tabela 8. Resultados obtidos para a determinação da aquametria pelo método de
Karl-Fischer, para SQR e SIB1, em três dias diferentes ................................................
82
Tabela 9. Resultados obtidos para a determinação da aquametria pelo método
gravimétrico, para SQR e SIB1, sob diferentes condições ....................
83
Tabela 10. Comparação dos teores de SIB1 obtidos através de diferentes métodos
de VMNA, calculados em relação à substância seca ..........................
88
Tabela 11. Avaliação dos parâmetros cromatográficos, para o método desenvolvido
por CLAE, para o doseamento do cloridrato de sibutramina monoidratado .....................
91
Tabela 12. Resultados obtidos para a repetibilidade e precisão intermediária,
referentes ao método desenvolvido por CLAE para o doseamento do cloridrato de
sibutramina na forma de matéria-prima (amostra SIB1) .................................................
99
Tabela 13. Resultados obtidos para a repetibilidade e precisão intermediária,
referentes ao método desenvolvido por CLAE para o doseamento do cloridrato de
sibutramina na forma de produto acabado (amostra CAP) ............................................
99
Tabela 14. Resultados da recuperação do cloridrato de sibutramina em cápsulas .......
100
Tabela 15. Parâmetros cromatográficos e teor da amostra SIB1 para variações do
método desenvolvido por CLAE para o cloridrato de sibutramina ..................................
101
Tabela 16. Comparação dos resultados dos teores obtidos por CLAE e pelos
métodos 4 e 5 por VMNA ...............................................................................................
102
Tabela 17. Teores de SQR após ser submetida à temperatura de 60 °C, em
diferentes tempos ...........................................................................................................
103
Tabela 18. Teores de SQR 60 µg/mL, diluída na fase móvel, após ser submetida à
radiação UV 254 nm, em diferentes tempos ..................................................................
106
Tabela 19. Análise de variância (ANOVA) comparando os resultados obtidos pelos
seis métodos por VMNA .................................................................................................
ANEXO
Tabela 20. Áreas absolutas dos picos cromatográficos obtidos para cada
concentração das três curvas padrão obtidas por CLAE ...............................................
ANEXO
Tabela 21. Análise de variância (ANOVA) para três curvas padrão realizadas para o
método por CLAE ...........................................................................................................
ANEXO
Tabela 22. Análise de variância (ANOVA) comparando os resultados obtidos por
CLAE e pelos métodos 4 e 5 por VMNA ........................................................................
ANEXO
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Classificação da obesidade descrita pela WHO (2006 b), relacionando o
valor do IMC em adultos de ambos os sexos com o risco de co-morbidade .................
14
Quadro 2. Classificação dos principais fármacos para perda de peso, de acordo com
o respectivo mecanismo de ação (FUCHS et al, 2004) ..................................................
16
Quadro 3. Dados referentes ao registro e molécula das formas de apresentação da
sibutramina .....................................................................................................................
19
Quadro 4. Comparação das condições gerais empregadas para determinação de
sibutramina e seus metabólitos em plasma humano, por CLAE ....................................
28
Quadro 5. Comparação das condições gerais empregadas para determinação de
sibutramina e seus enantiômeros em matéria-prima, através de CLAE ........................
30
Quadro 6. Características das amostras de matérias-primas de cloridrato de
sibutramina monoidratado utilizadas no presente trabalho ............................................
35
Quadro 7. Especificações dos parâmetros experimentais utilizados na calorimetria
exploratória diferencial às quais as amostras e SQR foram submetidas
.........................................................................................................................................
38
Quadro 8. Condições cromatográficas empregadas para análise por CCD de SQR,
SIB1 e CAP .....................................................................................................................
41
Quadro 9. Descrição quali e quantitativa das soluções e reagentes empregados em
cada método testado por VMNA para o doseamento do cloridrato de sibutramina
monoidratado ..................................................................................................................
45
Quadro 10. Condições cromatográficas utilizadas para a validação do método por
CLAE para a análise do cloridrato de sibutramina monoidratado ..................................
47
Quadro 11. Modificações das condições cromatográficas para a avaliação da
robustez do método por CLAE .......................................................................................
54
Quadro 12. Avaliação da solubilidade para SQR e SIB1, conforme a classificação
descrita na F. Bras. IV (1988) .........................................................................................
62
Quadro 13. Atribuições às principais bandas do espectro de infravermelho para o
cloridrato de sibutramina monoidratado .........................................................................
79
Quadro 14. Recomendação da quantidade de amostra a ser utilizada para análise no
equipamento para determinação de água (método de Karl-Fischer), de acordo com a
especificação de umidade descrita no manual do equipamento DL 37 Mettler Toledo.
ANEXO
LISTA DE ABREVIATURAS
ACN: acetonitrila
CAP: cápsulas
CAS: Chemical Abstracts Service
DAD: detector de arranjo de fotodiodos
CID: código internacional de doenças
DSC: calorimetria exploratória diferencial
ESI: ionização por eletrospray
IMC: índice de massa corporal
IV: infravermelho
P.A.: reagente grau analítico
Rf: fator de retenção
Rx: Rf amostra/Rf referência
SIB: cloridrato de sibutramina monoidratado
SQR: substância química de referência
TEA: trietilamina
TR: tempo de retenção
TGA: termogravimetria
UV: ultravioleta
VMNA: volumetria em meio não-aquoso
RESUMO
Controle de qualidade do cloridrato de sibutramina matéria-prima e cápsulas em farmácias
magistrais e avaliação preliminar da estabilidade
O cloridrato de sibutramina monoidratado está entre os anorexígenos mais prescritos e adquiridos em
farmácias magistrais. No entanto, esse fármaco não possui metodologia oficial para o seu controle de
qualidade, nem estudos de estabilidade. Considerando tais aspectos, o presente trabalho objetiva o
desenvolvimento e a validação de métodos para o controle de qualidade do cloridrato de sibutramina
em farmácias magistrais, na forma de matéria-prima e cápsulas, comparando-os com técnicas
instrumentais, bem como realizar o estudo preliminar de sua estabilidade. As amostras de cloridrato
de sibutramina foram caracterizadas e identificadas pelos métodos qualitativos: características
organolépticas, solubilidade, pH, faixa de fusão, calorimetria exploratória diferencial,
termogravimetria, reações de identificação, rotação óptica específica, cromatografia em camada
delgada, espectrofotometria na região do infravermelho, espectrofotometria na região do ultravioleta e
aquametria. Desenvolveram-se dois métodos para a quantificação do cloridrato de sibutramina:
volumetria em meio não-aquoso e cromatografia líquida de alta eficiência. Testaram-se seis métodos
por volumetria em meio não-aquoso para matéria-prima, sendo três deles com utilização de uma
mistura de ácido acético glacial e acetato mercúrico e os demais com uma mistura de ácido acético
glacial e anidrido acético. Os resultados obtidos pelos seis métodos de volumetria em meio não-
aquoso foram comparados estatisticamente através da análise de variância e não demonstraram
diferença significativa. Sugeriram-se dois métodos de volumetria em meio não-aquoso com uso da
mistura de ácido acético glacial e anidrido acético, mais seguros que com ácido acético glacial e
acetato mercúrico, para serem utilizados em farmácias magistrais. Não houve diferença significativa
entre os resultados obtidos por esses dois métodos quando comparados com o método por
cromatografia líquida de alta eficiência previamente validado. O último método também foi validado
para a determinação de cloridrato de sibutramina em cápsulas. O estudo preliminar de estabilidade,
avaliado por cromatografia líquida de alta eficiência, apresentou sinais de formação de produtos de
degradação quando o cloridrato de sibutramina foi exposto a condições de estresse à temperatura de
60 ºC e radiação UV 254 nm, durante 10 dias.
Palavras-chave: controle de qualidade; farmácia magistral; sibutramina; volumetria em meio não-
aquoso; cromatografia líquida de alta eficiência; estabilidade.
ABSTRACT
Quality control of sibutramine hydrochloride bulk and capsules in compounding pharmacies
and preliminary stability evaluation
Sibutramine hydrochloride (SIB) is one of the anorexigens with more prescriptions, mainly acquired in
compounding pharmacies. However, this drug do not have an official methodology to quality control,
neither stability studies. Then, the purpose of this work are the development and the validation of
methods to sibutramine hydrochloride quality control in compounding pharmacies, in bulk and in
capsules, by comparison with instrumental techniques. Addicionally, the preliminary stability study was
performed. The sibutramine hydrochloride samples were characterized and identified by qualitative
methods: organoleptic characters, solubility, pH, melting range, differential scanning calorimetry,
termogravimetry, identification reactions, specific rotation, thin layer chromatography, infrared
spectrofotometry, ultraviolet spectrofotometry and water determination. Two methods were developed
to sibutramine hydrochloride quantification: non-aqueous titrimetry and high-pressure liquid
chromatography. Six methods were tried by non-aqueous titrimetry for bulk assay determination, three
of them with the use of a glacial acetic acid and mercuric acetate mixture and the others with a glacial
acetic acid and acetic anhydrid mixture. The obteined results by the six non-aqueous titrimetry
methods were statistically compared by analisys of variance and did not show significative difference.
Two methods were suggested with the glacial acetic acid and acetic anhydrid mixture, which is safer
than glacial acetic acid and mercuric acetate mixture, to be used in compounding pharmacies. There
was no significative difference beetwen the obtained results when non-aqueous titrimetry methods
were compared with the previously validated HPLC method. HPLC was also validated for sibutramine
hydrochloride assay in capsules. The preliminary stability study, evaluated by HPLC, showed
degradation products signs when the drug was exposed to the stress conditions: 60 ºC temperature
and UVB radiation, for 10 days.
Key-words: quality control; compounding pharmacy; sibutramine; non-aqueous titrimetry; high-
pressure liquid chromatography; stability.
1. INTRODUÇÃO
___________________________________________________________________
__ 1. Introdução
3
O estilo contemporâneo de vida, associado ao sedentarismo e consumo de
alimentos calóricos, tem contribuído para o elevado índice mundial de obesidade e
sobrepeso. Dados obtidos em 2005 mostraram que a obesidade atinge cerca de 400
milhões de adultos no mundo e 1,6 bilhões apresentam sobrepeso (RANG et al,
2007; WHO, 2006 a).
Nos Estados Unidos, uma pesquisa concluiu que cerca de 33% da população
adulta é obesa. Em muitos países da Europa, esse índice corresponde de 15 a 25%
dos adultos (IOTF, 2008). De acordo com dados obtidos em 2002 e 2003,
extrapolou-se que a obesidade ocorre em 8,9% dos homens e 13,1% das mulheres
no Brasil (IBGE, 2003).
Muitos tratamentos farmacológicos são recomendados para a redução de
peso. Os principais são os anorexígenos, também conhecidos como supressores do
apetite. Essa classe de medicamentos apresenta efeitos colaterais importantes sob
o ponto de vista cardiovascular e em nível de sistema nervoso central (SNC)
(KOROLKOVAS et al, 2007; USP DI, 2005). Assim, sua prescrição deve ser
criteriosa, evitando o uso indevido e indiscriminado.
Contudo, no Brasil há um consumo exagerado de anorexígenos em relação
aos demais países. De acordo com o relatório anual da International Narcotics
Control Board, a população brasileira é a maior consumidora mundial per capita dos
anorexígenos anfetamínicos com a finalidade de emagrecimento, ou seja, 9,1 doses
diárias para cada 1.000 habitantes (INCB, 2007).
Além disso, são comuns as prescrições com doses maiores que as usuais,
em associações perigosas e para pacientes portadores de patologias que não
justificam o uso desses medicamentos. Preocupada com tal problema de saúde
pública em nosso país, a ANVISA instituiu uma regulamentação mais restritiva para
os anorexígenos. Essa inclui novas regras que devem ser observadas por
profissionais prescritores, farmacêuticos e farmácias (BRASIL, 2007 a).
Presume-se que a maior parte dos anorexígenos consumidos no Brasil, como
anfepramona, femproporex e mazindol, sejam provenientes de farmácias magistrais
__ 1. Introdução
4
(ABESO, 2006; CARNEIRO et al, 2005). Outro medicamento dessa classe, cuja
aquisição é usual em tais empresas, é a sibutramina. O último fato é justificado,
principalmente, porque sua especialidade farmacêutica é onerosa.
As farmácias magistrais representam um segmento bastante difundido na
área da saúde. O número desses estabelecimentos cresce rapidamente no Brasil.
Em 2004, foi estimado um total de 5.356 farmácias magistrais ativas no país
(ANFARMAG, 2008; SOUZA, 2005), sendo 947 delas no Rio Grande do Sul
1
.
Entretanto, o setor magistral tem sido alvo de polêmica, principalmente após
os problemas ocorridos com as substâncias de baixo índice terapêutico (CFF, 2003).
A divulgação de tais fatos na mídia provocou desconfiança aos consumidores. As
farmácias, responsáveis pelo acesso aos medicamentos de mais de 55 milhões de
brasileiros (TOKARSKI, 2002), precisam demonstrar a sua credibilidade.
Sendo o Brasil um país com várias carências na área da saúde, inúmeros
tratamentos são garantidos aos pacientes pelas farmácias magistrais. Essas
oferecem medicamentos personalizados em doses nem sempre disponíveis
comercialmente (LEAL et al, 2007). O setor magistral, apresentando esse papel
relevante na política sanitária, deve ser qualificado por educação continuada dos
colaboradores, respaldo científico das formulações aviadas e aprimoramento de
seus próprios laboratórios de controle de qualidade.
Geraram-se, assim, muitas discussões técnicas entre as instituições do
sistema de saúde brasileiro para a publicação de normas técnicas destinadas às
farmácias magistrais. Dessa maneira, a ANVISA promoveu uma Consulta Pública
(BRASIL, 2005) com alteração de normas legais pré-existentes (BRASIL, 2000;
BRASIL, 2003 a), as quais foram revogadas e levaram ao advento da Resolução
RDC nº 214 (BRASIL, 2006 b). Posteriormente, a última resolução foi substituída,
com alterações, para a atual RDC nº 67 (BRASIL, 2007 b).
_________________________________________________________________________________
1. Comunicação pessoal: CRF-RS. Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul. Porto
Alegre, 07 de junho de 2006.
__ 1. Introdução
5
Uma das principais exigências da Resolução atual está relacionada com o
controle de qualidade de fármacos, produtos intermediários e medicamentos
manipulados nas farmácias magistrais (BRASIL, 2007 b). Essa área de
conhecimento é de extrema importância para a garantia da qualidade dos
medicamentos dispensados aos usuários. Sendo assim, tais estabelecimentos
necessitam de metodologia validada e simples, para a realização de análises de
rotina no seu próprio laboratório de controle de qualidade.
Entretanto, as monografias de muitos fármacos utilizados em farmácias não
constam em farmacopéias. O anorexígeno cloridrado de sibutramina, por exemplo,
fármaco cuja patente foi recém extinta (ABBOTT, 2006 a), não possui a descrição de
uma metodologia analítica com prática viável em farmácias magistrais. Sua
estabilidade química também não foi determinada.
Frente às situações expostas, julgaram-se necessários o desenvolvimento e a
validação de metodologia para análise desse fármaco e de sua forma farmacêutica,
bem como um estudo preliminar de sua estabilidade. Esses aspectos foram
determinados e avaliados no presente trabalho.
2. OBJETIVOS
___________________________________________________________________
__ 2. Objetivos
9
2.1 OBJETIVOS GERAIS
Desenvolver e/ou validar métodos analíticos para o cloridrato de sibutramina
monoidratado matéria-prima e na forma farmacêutica cápsulas, os quais sejam
adequados para a realização do controle de qualidade em farmácias magistrais e/ou
por técnicas instrumentais. Adicionalmente, realizar os estudos preliminares de
estabilidade.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Desenvolver análises qualitativas, bem como avaliar a SQR e as amostras
de cloridrato de sibutramina monoidratado matéria-prima e cápsulas, quando
cabível, por meio de:
- descrição;
- testes de solubilidade;
- pH de solução aquosa;
- faixa de fusão, por diferentes métodos;
- calorimetria exploratória diferencial (DSC);
- análise termogravimétrica (TGA);
- reações de identificação de grupos químicos;
- rotação óptica específica;
- cromatografia em camada delgada (CCD);
- espectrofotometria na região do infravermelho (IV);
- espectrofotometria na região do ultravioleta (UV);
- teor de água.
b) Desenvolver e validar metodologia analítica para a quantificação do
fármaco puro e em cápsulas, através de cromatografia líquida de alta eficiência;
c) Desenvolver e validar metodologia analítica para quantificação do fármaco
puro, por volumetria em meio não-aquoso com uso de química limpa e realizável em
farmácias magistrais;
__ 2. Objetivos
10
d) Proceder à comparação estatística entre os métodos de doseamento
propostos para a matéria-prima;
e) Realizar estudos preliminares quanto à estabilidade do cloridrato de
sibutramina monoidratado.
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
___________________________________________________________________
____ 3. Revisão Bibliográfica
13
3.1 OBESIDADE
Nos últimos anos, a prevalência da obesidade tem aumentado
substancialmente em todo o mundo. A doença é uma das graves conseqüências
oriundas da modernização e industrialização crescentes. O problema também é
estendido a crianças e adolescentes, o que representa um sério problema de saúde
em nível mundial (WHO, 2006 a).
Dados epidemiológicos demonstram que é crescente o número de mortes
relacionadas à obesidade (WHO, 2006 a). Na obesidade pronunciada, por exemplo,
em que o indivíduo apresenta um índice de massa corporal (IMC) superior a 40
kg/m
2
, a mortalidade é aumentada em 12 vezes, considerando um grupo de faixa
etária de 25 a 35 anos (RANG et al, 2007).
Justificativas para esses fatos são: o consumo predominante de alimentos
processados, com elevada densidade energética, alto teor de lipídeos e
carboidratos, além da reduzida quantidade de atividade física (WHO, 2006 a). Dados
obtidos nos Estados Unidos demonstraram que nos últimos 100 anos o consumo de
gorduras foi aumentado em 67% e o de açúcar em 64%. Enquanto o consumo de
verduras e legumes reduziu 26% e o de fibras, 18% (COUTINHO, 2007).
A obesidade é uma condição de acúmulo anormal ou excessivo de gordura no
tecido adiposo, numa extensão em que a saúde do paciente pode ser prejudicada.
Essa definição foi oficialmente adotada pela Organização Mundial de Saúde (WHO,
2006 a). Um dos principais diagnósticos para a classificação do grau da enfermidade
relacionada ao aumento do peso é embasado no cálculo do IMC. Esse valor
correspondente à divisão da massa corporal (em quilogramas) do indivíduo pelo
quadrado de sua altura (em metros).
Uma classificação da obesidade relacionando o valor do IMC ao risco de co-
morbidade é apresentada no Quadro 1. No entanto, a avaliação da obesidade em
crianças de 5 a 14 anos não é padronizada (WHO, 2006 a).
____ 3. Revisão Bibliográfica
14
Quadro 1. Classificação da obesidade descrita pela WHO (2006 b), relacionando o valor do
IMC em adultos de ambos os sexos com o risco de co-morbidade.
Classificação IMC Risco de co-morbidade
Normal 18,50 - 24,99 Normal
Sobrepeso 25,00 - 29,99 Aumentado
Obeso Classe I 30,00 - 34,99 Moderado
Obeso Classe II 35,00 - 39,99 Grave
Obeso Classe III 40,00 Muito grave
A obesidade é decorrente de um desequilíbrio na regulação homeostática do
balanço energético, uma relação controlada pelo hipotálamo, entre o consumo de
energia e ingestão de calorias. Assim, pode ter origem endógena ou exógena. O
balanço energético corporal pode ser alterado através de hábitos alimentares,
exercícios físicos, constituição genética, além de aspectos sociais, culturais e
psicológicos do indivíduo (GOODMANN et al, 2006; RANG et al, 2007).
Vários estudos propuseram o mecanismo de regulação do balanço energético
e dos depósitos de gordura. Em 1994, foi clonado o gene ob, cuja mutação provoca
a obesidade. A leptina, conteúdo protéico desse gene, foi associada à redução de
peso. A insulina e peptídeos hipotalâmicos também exercem um papel importante na
regulação do peso corporal (RANG et al, 2007).
uma miscelânea de riscos inerentes à obesidade. Essa enfermidade
crônica pode trazer como conseqüências o aparecimento ou o agravamento de co-
morbidades, tais como: diabete melito não insulino-dependente, hipertensão,
hipertrigliciridemia, cardiopatia isquêmica, câncer de cólon, de mama, de próstata,
de vesícula biliar, de ovário e de útero. Também podem ocorrer distúrbios como
osteoartrite, doença vesicular, hiperuricemia, hipogonadismo masculino e síndrome
plurimetabólica (FUCHS et al, 2004; GOODMANN et al, 2006; RANG et al, 2007;
WHO, 2006 a).
____ 3. Revisão Bibliográfica
15
3.2 TERAPÊUTICA PARA A OBESIDADE
Embora alterações na dieta e no estilo de vida constituam as principais
terapias recomendadas para a obesidade, a perda de peso é, freqüentemente, baixa
e em longo prazo é desestimulante ao paciente. Essa terapia apresenta demora no
surgimento de efeitos, além de exigir um elevado grau de comprometimento do
indivíduo obeso (BLANCK et al, 2004; CHAPUT e TREMBLAY, 2006).
Considerando os riscos inerentes à obesidade, há a nítida necessidade em
tratar o paciente, não apenas com a finalidade estética, mas também, e
principalmente, devido aos danos causados à saúde. A terapia de escolha varia
conforme a classificação da patologia no paciente, sendo priorizada para as
situações de sobrepeso apenas exercícios físicos e esquemas dietéticos, ambos
orientados por profissional competente. Tratamentos para casos mais graves, de
indivíduos classificados como obesos, requerem uma interferência farmacológica
e/ou cirúrgica e, certamente, devem ser associados à dieta e atividade física (RANG
et al, 2007; USP DI, 2005).
Os principais fármacos disponíveis para o tratamento da obesidade são
divididos em dois grupos: estimulantes do SNC, os quais atuam no mecanismo
central das catecolaminas, e fármacos que interferem na via serotoninérgica.
Estimulantes, como as anfetaminas, são pouco recomendados para tratamentos em
longo prazo devido aos seus efeitos potenciais aditivos. Outros estimulantes que têm
sido amplamente utilizados incluem: cloridrato de anfepramona, cloridrato de
femproporex e mazindol (PARFITT, 1999).
Uma classificação dos medicamentos que atuam no SNC e por outros
mecanismos é apresentada no Quadro 2.
Entre essas classes, destacam-se os anorexígenos, também chamados de
“supressores de apetite” ou “inibidores de apetite”. Seu uso é indicado apenas como
adjuvante no tratamento da obesidade, devido aos efeitos colaterais característicos
(KOROLKOVAS et al, 2007).
____ 3. Revisão Bibliográfica
16
Quadro 2. Classificação dos principais fármacos para perda de peso, de acordo com o
respectivo mecanismo de ação (FUCHS et al, 2004).
Mecanismo de Ação Fármacos
Catecolaminérgico
cloridrato de anfepramona (dietilpropiona)
cloridrato de femproporex
mazindol
Catecolaminérgico e serotoninérgico cloridrato de sibutramina
Hormônios e peptídeos
leptina
colecistoquimina
agentes relacionados ao neuropeptídeo Y
agonistas β
3
-adrenérgicos
Inibidor da absorção de gordura
orlistate (tetraidrolistatina)
quitosana
Termogênico
aminofilina
cafeína
cloridrato de efedrina
teobromina
Sendo aminas simpatomiméticas, os efeitos da maioria dos anorexígenos são
semelhantes às anfetaminas, incluindo estimulação do SNC e elevação da pressão
arterial. Muitos desses fármacos possuem um efeito principal sobre o centro de
controle do apetite no hipotálamo. A redução da ingestão de alimentos ocorre por
alteração no controle químico da transmissão do impulso nervoso (KOROLKOVAS
et al, 2007).
Muitos dos medicamentos anorexígenos são comercializados em todo o
mundo. Alguns deles, porém, são proibidos em todos ou em alguns países. O
femproporex, por exemplo, não é aprovado para uso nos Estados Unidos e em parte
da Europa devido à ausência de estudos (FDA, 2006).
Entre a classe de anorexígenos, a sibutramina e o orlistate são os
medicamentos com maior número de estudos (CHAPUT e TREMBLAY, 2006). No
____ 3. Revisão Bibliográfica
17
entanto, para tratamentos a longo prazo são necessárias mais pesquisas (LI et al,
2005; RANG et al, 2007).
Existem também muitos produtos para o tratamento da obesidade, não
reconhecidos como fármacos. Entre esses, encontram-se misturas de produtos
naturais ou suplementos alimentares, com propostas de efeitos diferenciados e
reações adversas menos graves. Com esses apelos, freqüentemente, aqueles
produtos são erroneamente divulgados pelos fabricantes de forma indutora à
automedicação (ALLISON et al, 2001; ANFARMAG, 2006).
Muitas vezes, as formulações prescritas para o emagrecimento são
excêntricas e incluem associações de fármacos e outros produtos dotados de
finalidades terapêuticas diversas. São comuns as formulações compostas de
diuréticos, laxantes, digitálicos, antidepressivos, calmantes, estimulantes do
hormônio da tireóide e redutores do apetite (KOROLKOVAS et al, 2007). Para a
maioria dos pacientes, não é justificado o uso dessas terapias alternativas
simultaneamente. A perda de peso proporcionada, nesses casos, é
consideravelmente rápida e não saudável. Essas associações, com finalidade
exclusiva de tratamento da obesidade, são vedadas pela ANVISA. Às farmácias,
cabe o papel de rejeitar as receitas cujo padrão legal não é respeitado, contribuindo
assim para o uso racional de medicamentos no tratamento da obesidade (BRASIL,
2007 a).
Alguns fármacos já aprovados pelo FDA para outras patologias estão sendo
avaliados para a redução de peso, tais como o rimonabanto e a zonizamida (FINER,
2005; LI et al, 2005). Entretanto, existem poucas pesquisas para a predição de sua
eficácia no tratamento da obesidade. Outras substâncias também estão sendo
desenvolvidas, como análogos do antidepressivo fluoxetina ou outros que tenham a
capacidade de reduzir a massa corporal sem restrição dietética, com especificidade
e com poucos efeitos colaterais (BHANDARI et al, 2006; CHAPUT e TREMBLAY,
2006).
____ 3. Revisão Bibliográfica
18
3.3 CLORIDRATO DE SIBUTRAMINA
3.3.1 Aspectos gerais
No início da década de 80, o cloridrato de sibutramina monoidratado foi
sintetizado pela indústria Abbott como inibidor da recaptação de serotonina e de
norepinefrina. Embora a molécula não tenha apresentado eficácia como
antidepressivo, proposta para a qual foi inicialmente desenvolvida, demonstrou
atividade para a redução do apetite (CHAPUT e TREMBLAY, 2006).
O primeiro depósito de patente para o cloridrato de sibutramina monoidratado
pela Abbott ocorreu na Europa, em 1985, sob registro GB 8531071. A patente foi
depositada no Brasil apenas em 1996, sob o número de registro PI 1100069-4
(ABBOTT, 1996). Nesse país, a Abbott também concedeu a comercialização do
medicamento à Medley (BVS, 2006). Conforme a lei de patentes (BRASIL, 1996) a
patente da Abbott estaria expirada em 2005. No entanto, através de uma ação
judicial a Abbott recebeu permissão para a exclusividade de comercialização de
composições farmacêuticas contendo sibutramina no Brasil até dezembro de 2006
(ABBOTT, 2006 a). Atualmente, com a expiração do período legal de patente, o
cloridrato de sibutramina está disponível para a fabricação de medicamentos
industrializados ou manipulados.
Após 1997, a utilização do fármaco foi aprovada pelo FDA para a redução de
peso (PR Vade Mécum, 2005; RANG et al, 2007). A sibutramina é uma substância
de controle especial (BRASIL, 1998; BRASIL, 2007 c), apresentada na forma de
cloridrato monoidratado (BUDAVARI, 2001).
3.3.2 Aspectos físico-químicos
A estrutura básica da sibutramina (Figura 1) é a ciclobutanometenamina (USP
DI, 2005). Seus nomes químicos são cloridrato de N-(1-[1-(4-clorofenil)ciclobutil]-3-
____ 3. Revisão Bibliográfica
19
metilbutil)-N,N-dimetilamina monoidratado ou 1-(4-clorofenil)-N,N-dimetil-α-(2-
metilpropil) ciclobutanometamina (BUDAVARI, 2001).
Cl
C N(CH
3
)
2
H
CH
2
CH(CH
3
)
2
.HCl
*
Figura 1. Estrutura química do cloridrato de sibutramina. *Carbono quiral.
No Quadro 3 são apresentados dados para cada forma de apresentação
química da sibutramina.
O coeficiente de partição octanol:água do cloridrato de sibutramina é de 30,9,
em pH 5 (BUDAVARI, 2001).
O cloridrato de sibutramina é um sal de amina terciária, possuindo, portanto,
características de bases (SOLOMONS e FRYHLE, 2005). O pKa estimado para o
cloridrato de sibutramina é de 9,6 (VCCLAB, 2007).
Quadro 3. Dados referentes ao registro e molécula das formas de apresentação da
sibutramina.
FORMA
DADOS
sibutramina
anidra
cloridrato de
sibutramina
cloridrato de
sibutramina
monoidratado
Registro no CAS
1,2
106650-56-0 84485-00-7 125494-59-9-9
Número DCB
1
07984 07985 09375
Fórmula molecular
2
C
17
H
26
ClN C
17
H
26
ClN.HCl C
17
H
26
ClN.HCl.H
2
O
Massa molecular
2
279,86 316,36 334,33
Fonte: 1-BRASIL, 2006 a; 2-BUDAVARI, 2001.
____ 3. Revisão Bibliográfica
20
A sibutramina possui um centro estereogênico, resultando na existência de
dois enantiômeros (FANG et al, 1999). É comercializada na forma de racemato,
porém a forma R é mais potente (ABBOTT, 2006 b; GLICK et al, 2000; MEDLEY,
2006). Os enantiômeros S da sibutramina e de seus metabólitos pareceram
contribuir mais para a ocorrência de efeitos colaterais em ratos (GLICK et al, 2000;
RADHAKRISHNA et al, 2000).
Já existem métodos descritos para a síntese assimétrica da forma de R-
sibutramina (HAN et al, 2006) e R-desmetilsibutramina (FANG et al, 1999; HAN et al,
2002).
3.3.3 Aspectos terapêuticos
3.3.3.1 Formulações farmacêuticas
A primeira forma farmacêutica para o cloridrato de sibutramina foi
desenvolvida pela Abbott. O medicamento denominado Meridia
®
é comercializado
até os dias atuais na Europa, nos Estados Unidos e em outros países (USP DI,
2005).
As especialidades farmacêuticas disponíveis no Brasil são Plenty
®
(Medley) e
Reductyl
®
(Abbott). Ambos os medicamentos são apresentados em caixas contendo
10 ou 30 cápsulas de 10 ou 15 mg (ABBOTT, 2006 b; MEDLEY, 2006).
3.3.3.2 Indicações e efeitos
A indicação de uso da sibutramina é no manejo da obesidade, geralmente em
pacientes com IMC superior a 30 kg/m
2
. Seu uso também é permitido para
tratamentos de sobrepeso em indivíduos com IMC entre 27 e 30, mas que
apresentem fatores de risco associados, tais como hipertensão, diabetes e
dislipidemia (USP DI, 2005).
____ 3. Revisão Bibliográfica
21
Vários estudos prospectivos, randomizados e controlados comprovaram a
eficácia do cloridrato de sibutramina para a perda de peso (THEARLE e ARONNE,
2003). Entre esses, uma análise foi realizada com pacientes tratados com
sibutramina durante um ano versus placebo. Demonstrou-se uma perda de peso
4,6% maior nos pacientes que receberam o tratamento em relação ao grupo placebo
(JAMES et al, 2000). A sibutramina também reduz a gordura visceral e melhora o
controle glicêmico e lipídico (FUJIOKA et al 2000; RANG et al 2007).
Estudo realizado com 605 pacientes demonstrou que após a administração de
10 mg diários de sibutramina durante seis meses, houve a redução dos níveis
plasmáticos de triglicerídeos e lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL),
enquanto houve aumento de lipoproteínas de alta densidade (HDL) (JAMES et al,
2000).
Numa avaliação realizada com culturas de células musculares de ratos
(BAILEY et al, 2001) e em humanos (KIM et al, 2004), os metabólitos da sibutramina
apresentaram aumento da recaptação da glicose insulino-dependente. Em ambos os
estudos, concluiu-se que a administração de sibutramina facilita o transporte de
glicose.
Outra vantagem desse anorexígeno é não reduzir a libido em mulheres, como
ocorre com outros inibidores da recaptação de serotonina (KIM et al, 2006).
3.3.3.3 Posologia
A sibutramina apresenta significante relação dose-efeito (JAMES et al, 2000;
WEINTRAUB et al, 1991). Geralmente, é utilizada nas doses de 10 mg ou 15 mg
uma vez ao dia preferentemente pela manhã. Pacientes que não toleram essas
doses podem administrar 5 mg (PARFITT, 1999; USP DI, 2005). A duração do
tratamento até uma redução significativa de peso é de aproximadamente quatro
semanas (PR Vade Mécum, 2005).
____ 3. Revisão Bibliográfica
22
3.3.3.4 Toxicologia e Abuso
Sobredoses de sibutramina de duas a cinco vezes acima da dose usual (25 a
75 mg), quando comparados com 20 mg do psicoestimulante D-anfetamina, não
apresentaram riscos pronunciados. Com uma administração da dose de 75 mg
foram observadas ansiedade e confusão (SCHUH et al, 2000). Caso ocorra
sobredose, deve ser feito o monitoramento das funções respiratórias e cardíacas e
do estado de outros sinais vitais (PR Vade Mécum, 2005). Há um relato de caso em
que uma mulher ingeriu uma dose de 400 mg de sibutramina. Observou-se um
aumento da freqüência cardíaca (USP DI, 2005).
Devido ao possível efeito da sibutramina no aumento do transporte de glicose
para os músculos, ocorreram casos de contaminação proposital de suplementos
para atletas com esse fármaco. Quando há diminuição do transporte de glicose no
músculo ocorre retardo do consumo de glicogênio e, conseqüentemente, há dor e
fadiga muscular no atleta. Assim, esses casos foram considerados dopping e os
atletas foram impedidos da participação em competições esportivas (ANVISA, 2007).
3.3.3.5 Mecanismo de ação
O mecanismo de ação da sibutramina está envolvido com a inibição da
recaptação de serotonina (5-HT), de norepinefrina (PR Vade Mécum, 2005; USP DI,
2005) e de dopamina em menor grau (BALCIOGLU e WURTMAN, 2000). Há indícios
de que a potencialização do efeito da serotonina (receptores HT
2A/2C
) e da
norepinefrina (β
1
) em nível central é responsável pela sensação de saciedade,
enquanto que o efeito sobre os receptores noradrenérgicos periféricos (β
3
) provoca
um aumento no gasto calórico por aumento da taxa metabólica (PR Vade Mécum,
2005).
Testes in vitro demonstraram que o cloridrato de sibutramina é menos potente
que os seus dois metabólitos principais. Assim, as suas ações farmacológicas são
devidas, predominantemente, aos metabólitos ativos formados por sua desmetilação
(USP DI, 2005).
____ 3. Revisão Bibliográfica
23
Alguns estudos sugerem que a sibutramina reduz o peso corporal por
diminuição da ingestão de calorias e aumento do consumo de energia (HANSEN et
al, 1998; LIU et al, 2002; ROLLS et al, 1998).
Esse fármaco não promove liberação de serotonina para os nervos terminais.
Assim, a sibutramina apresenta a vantagem de não causar disfunção da válvula
cardíaca e hipertensão pulmonar primária, como ocorre com os demais fármacos
anorexígenos (KOROLKOVAS et al, 2007; USP DI, 2005).
3.3.3.6 Farmacocinética
Dados obtidos de indivíduos normais e pacientes obesos demonstraram que,
após administração oral, a sibutramina é rapidamente absorvida (77%). Sua
distribuição nos tecidos corporais também é rápida e extensa (GOODMANN, 2006;
USP DI, 2005)
Esse fármaco sofre intensa biotransformação pré-sistêmica, principalmente
através da isoenzima CYP
3A4
. Há formação de dois metabólitos ativos (Figura 2): N-
monodesmetilsibutramina (amina secundária, metabólito 1) e N-di-
desmetilsibutramina (amina primária, metabólito 2). Esses são hidroxilados e depois
de conjugados se tornam metabólitos inativos, sendo eliminados através da via
renal. A ligação da sibutramina às proteínas plasmáticas é de 97% e a dos seus dois
metabólitos ativos é de 94% (GOODMANN et al, 2006; KOROLKOVAS et al, 2007;
PARFITT, 1999; USP DI, 2005).
A concentração plasmática máxima é obtida após 1,2 horas de administração
do fármaco, enquanto a sua meia-vida é de 1,1 horas. Para os metabólitos 1 e 2, a
concentração máxima é atingida em 3 horas, com a meia-vida de eliminação de 14 e
16 horas, respectivamente (ABBOTT, 2006; KOROLKOVAS et al, 2007; PARFITT,
1999; USP DI, 2005).
____ 3. Revisão Bibliográfica
24
Figura 2. Estruturas químicas de: metabólito 1 (I) e metabólito 2 (II).
Em 18 pacientes obesos, após uma dose unitária de 15 mg de fármaco, a
média dos picos das concentrações plasmáticas dos metabólitos 1 e 2 foram de 4 ±
0,8 ng/mL e 6,4 ± 0,8 ng/mL, respectivamente. Nesse mesmo estudo, provou-se que
problemas na função renal não alteram significativamente a concentração
plasmática máxima, tempo de meia-vida, e a área sob a curva (ASC) do fármaco ou
de seus metabólitos ativos (USP DI, 2005). Entretanto, há recomendações de
cautela quando for administrado em nefropatas (KOROLKOVAS et al, 2007).
Quando ingerida junto com alimentos aumenta o tempo para atingir o pico de
concentração plasmática em três horas e reduz as concentrações plasmáticas dos
metabólitos em 30%, mas não afeta a ASC (GOODMANN et al, 2006; USP DI,
2005). As concentrações plasmáticas máximas e ASC são levemente maiores em
mulheres do que em homens, mas isso não é clinicamente significante. Assim, não é
necessário ajuste de dose (USP DI, 2005).
A grande maioria dos estudos para a sibutramina é na sua forma de cloridrato
monoidratado. Um estudo comparou o mesilato de sibutramina hemiidratado com
cloridrato de sibutramina monoidratado, através de cada ASC e afirma que ambos
são farmacocineticamente equivalentes (PARK et al, 2004).
3.3.3.7 Precauções e contra-indicações
Nenhuma evidência de carcinogenicidade e mutagenicidade foi verificada em
fêmeas de ratos ou camundongos. Também não houve evidências de
Cl
C NHCH
3
H
C
H
2
CH(CH
3
)
2
*
Cl
C NH
2
H
C
H
2
CH(CH
3
)
2
*
I II
____ 3. Revisão Bibliográfica
25
teratogenicidade em avaliações com ratas prenhas, quando administrada numa dose
correspondente a uma ASC 43 vezes superior à dose normal para uso humano
(USP DI, 2005).
Estudos realizados com ratos demonstraram não haver problemas de
fertilidade com a administração de sibutramina. No entanto, não há dados
epidemiológicos que averigúem a interferência da sibutramina na gestação. As
distribuições do fármaco ou seus metabólitos no leite materno são desconhecidas
(USP DI, 2005).
Considerando a escassez ou ausência de estudos para grupos especiais de
pacientes, a sibutramina está contra-indicada para: pacientes que apresentem
hipersensibilidade a ela, gestantes, lactantes, crianças e adolescentes até 18 anos,
idosos acima de 65 anos, hipertensão moderada a grave, consumo de álcool
(KOROLKOVAS et al, 2007; USP DI, 2005) e pacientes com antecedentes de
anorexia nervosa ou bulimia nervosa (PARFITT, 1999; PR Vade Mécum, 2005).
Aconselha-se que o paciente usuário do fármaco não conduza veículos ou
opere máquinas pesadas (PARFITT, 1999; PR Vade Mécum, 2005).
3.3.3.8 Interações medicamentosas
Embora a ligação às proteínas plasmáticas seja muito elevada, interações
com outros fármacos com essa mesma característica não são comuns. Esse fato é
justificado devido à baixa dose do cloridrato de sibutramina (USP DI, 2005). Além
disso, as características básicas da sibutramina e de seus metabólitos ativos
dificultam a ligação à albumina, principal proteína plasmática à qual se ligam
fármacos ácidos (varfarina, antiinflamatórios não-esteróides e sulfonamidas). Assim,
a sibutramina pode se ligar às proteínas com características ácidas, que estão em
menor quantidade no plasma, sem competir pela ligação com fármacos ácidos
(RANG, 2007).
Há interações do cloridrato de sibutramina com inibidores da recaptação da
monoaminoxidase (PARFITT, 1999; SCHUH et al, 2000), devendo ser respeitado um
____ 3. Revisão Bibliográfica
26
prazo de 14 dias entre as administrações deles (KOROLKOVAS et al, 2007; USP DI,
2005). O uso concomitante da sibutramina com outros fármacos dotados de ação no
SNC também provoca uma interação perigosa (KOROLKOVAS et al, 2007).
Inibidores da recaptação de serotonina, por exemplo, associados à sibutramina
aumentam o risco da síndrome serotoninérgica, incluindo sintomas como agitação,
diaforese, perda da coordenação, alterações em nível mental, entre outros
(PARFITT, 1999; USP DI, 2005). Se o uso combinado desses medicamentos não
puder ser evitado, o paciente deve ser monitorado cuidadosamente para avaliar o
aparecimento dos efeitos adversos (TATRO, 2006).
Fármacos que inibem o citocromo P450 podem interferir no efeito
farmacológico da sibutramina. O cetoconazol e a eritromicina inibem o metabolismo
hepático da sibutramina, pois provocam a inibição da isoenzima CYP
3A4
do
citocromo P450. Já a cimetidina não modifica a eliminação de sibutramina em grau
clinicamente significativo (PARFITT, 1999; PR Vade Mécum, 2005; USP DI, 2005).
O efeito da sibutramina pode ser reduzido se administrado simultaneamente
com antagonistas adrenérgicos como o metoprolol e prazosina ou com antagonistas
serotoninérgicos como a metergolina e ritanserina (KOROLKOVAS et al, 2007).
3.3.3.9 Reações adversas
As reações adversas comumente relatadas para a sibutramina são: boca
seca, cefaléia, insônia, sonolência, constipação, vertigens e rinite (PARFITT, 1999;
USP DI, 2005). Também há suspeitas de amnésia causadas pela sibutramina
(CLARK e WOOLRYCH, 2004). Menos freqüentemente são reportados
dismenorréia, edema, sintomas semelhantes a resfriados, depressão, rubor, calor,
taquicardia, dispnéia, sudorese e alterações do paladar. Em geral, estes efeitos
cedem com o tempo e não requerem suspensão do tratamento (PARFITT, 1999; PR
Vade Mécum, 2005). O uso do fármaco pode reduzir ou inibir o fluxo salivar,
contribuindo para o desenvolvimento de cáries dentárias, doença periodontal,
candidíase oral e desconforto (PARFITT, 1999; USP DI, 2005).
____ 3. Revisão Bibliográfica
27
Alguns anorexígenos causam sérios efeitos como disfunção da válvula
cardíaca e hipertensão pulmonar, devidos à liberação de serotonina para os nervos
terminais. Já que o cloridrato de sibutramina é rapidamente transformado em seus
metabólitos, esse efeito não poderia ser esperado (USP DI, 2005). Para comprovar
tal hipótese, estudos relacionados àquela possível reação adversa foram conduzidos
para avaliar o comportamento da sibutramina. Não foram observadas alterações
significativas na pressão sangüínea e na taxa de batimentos cardíacos de adultos
hipertensos ou normotensos. Ainda assim, a pequena variação dessas medidas leva
à recomendação de que seja realizado um monitoramento adequado do paciente
(GURSOY et al, 2005; MCMAHON et al, 2002; PARFITT, 1999). Quando o
tratamento do paciente consiste na associação da administração de sibutramina com
exercícios físicos e dieta alimentar, a eficácia para a redução de peso e segurança
quanto aos riscos cardioestimulantes são pronunciadas (BERUBÉ-PARENT et al,
2001).
A avaliação da segurança e eficácia para o uso de sibutramina em indivíduos
menores de 16 anos ou acima de 61 anos ainda não está completamente
estabelecida. Entretanto, não há problemas relatados até o momento em indivíduos
de 61 a 77 anos, com uma dose diária de 15 mg (USP DI, 2005). Um total de 498
adolescentes obesos foi randomicamente dividido para receber uma dose de
sibutramina 10 mg ou placebo. Como resultado, observou-se redução significativa
do peso corpóreo e os efeitos colaterais foram semelhantes aos já reportados para
adultos. O tratamento com sibutramina para essa população demonstrou mínimos
efeitos cardiovasculares (DANIELS et al, 2007).
3.3.4 Determinação em fluidos biológicos
A sibutramina e seus metabólitos N-desmetilados foram determinados
simultaneamente em plasma humano (Quadro 4), por CLAE e detecção por
espectrometria de massas (CHEN et al, 2003; DING et al, 2003; HIND et al, 1999).
____ 3. Revisão Bibliográfica
28
Quadro 4. Comparação das condições gerais empregadas para determinação de
sibutramina e seus metabólitos em plasma humano, por CLAE.
Condição CHEN et al, 2003 DING et al, 2003 HIND et al, 1999
Coluna
Waters Xterra MS C
18
500 x 2,1 mm; 3,5 µm
Hypersil ODS-2 C
18
4,6 x 250 mm; 5 µm
Hypersil
BDS C8
Fase Móvel
ACN (contendo 0,1%
de ácido
trifluoroacético)
ácido trifluoroacético
0,1%
55:45 (V/V)
Tampão acetato de
amônio
10 mM pH 3,5
metanol
25:75 (V/V)
Tampão acetato de
amônio 0,2 M ACN
50:50 (V/V)
Detecção
Espectrômetro de
massas, com sistema
ion trap
Espectrômetro de
massas - ESI
Espectrômetro de
massas
Volume de Injeção
5 µL 50 µL 10 µL
Substâncias
Quantificadas
sibutramina
metabólito 2
sibutramina
metabólito 1
metabólito 2
metabólito 1
metabólito 2
Padrão Interno
cloridrato de
propranolol
cloridrato de
fenilpropanolamina
-
3.3.5 Controle de qualidade
Nas farmácias, as matérias-primas sólidas devem ser analisadas, no seu
recebimento, efetuando-se, no mínimo, os testes qualitativos: caracteres
organolépticos, solubilidade, pH, peso e ponto (ou faixa) de fusão. Podem ser
aceitos os demais ensaios farmacopéicos realizados pelos fabricantes/fornecedores
desde que esses estejam qualificados pela farmácia (BRASIL, 2007 b).
Uma exigência legal para o monitoramento do processo magistral é a
determinação do teor e/ou uniformidade do conteúdo do produto acabado, em casos
específicos e com periodicidade estabelecida. É permitida a realização dessas
análises em laboratórios terceirizados. Entretanto, muitos métodos requerem
aparelhagem disponível no próprio laboratório da farmácia, além de possuírem um
custo reduzido. Assim, sua realização deve ser incentivada, a fim de agilizar o
processo de garantia da qualidade do serviço prestado (BRASIL, 2007 b).
____ 3. Revisão Bibliográfica
29
Nas indústrias farmacêuticas, antes que as matérias-primas sejam liberadas
para uso, o responsável pelo controle de qualidade deve garantir que as mesmas
sejam testadas quanto à conformidade em relação às especificações de
identificação, pureza, teor e outros parâmetros de qualidade. Além disso, é realizado
o controle em processo e do produto acabado (BRASIL, 2003 c).
Apesar do consumo elevado, tanto de cápsulas industrializadas quanto de
cápsulas manipuladas, a monografia do cloridrato de sibutramina monoidratado
ainda não consta em farmacopéias (BP 2007; F. Bras. IV, 2006; Ph. Eur., 2008; USP
31, 2008; WHO, 2004).
A USP 31 (2008) publicou uma lista de fármacos e produtos farmacêuticos,
cujas monografias são prioridades para inclusão nas próximas edições,
considerando o fato de suas patentes terem sido extintas recentemente. Para o
cloridrato de sibutramina, já foi submetida uma monografia para a matéria-prima,
mas não para a forma farmacêutica cápsulas.
A determinação de sibutramina foi validada por CLAE, através de dois
métodos isocráticos (RADHAKRISHNA et al, 2000). Em 2005, XIAO e colaboradores
desenvolveram método de separação quiral por CLAE, para os enantiômeros da
sibutramina. No Quadro 5 são apresentadas as condições cromatográficas utilizadas
nessas determinações.
Foi proposto um método espectrofotométrico na região do UV/Visível, através
da formação de um complexo corado específico da sibutramina com vermelho do
congo. O método pode ser aplicado para determinação do teor de sibutramina em
cápsulas (QIN et al, 2006).
A determinação de sibutramina em cápsulas, na presença de seus produtos
de degradação induzidos oxidativamente, foi validada por CLAE. Para tanto, foi
utilizada Coluna C
18
Varian Microsorb-MV 100Å, com dimensões 25 cm x 4,6 mm e
poros 5 µm. A fase móvel constou de metanol:água:trietilamina 80:20:0,3 (V/V/V) e o
pH foi ajustado para 4,5 com ácido fosfórico. Foi utilizado detector de ultravioleta em
225 nm (SEGALL et al, 2003).
____ 3. Revisão Bibliográfica
30
Quadro 5. Comparação das condições gerais empregadas para determinação de
sibutramina e seus enantiômeros em matéria-prima, através de CLAE.
RADHAKRISHNA et al, 2000 XIAO et al,
Condição
Método quiral Método A Método B 2005
Coluna
Coluna quiral OD
250 x 4,6 mm; 10
µm
Hypersil C
18
BDS
250 x 4,6 mm;
5µm
Partisphere C
18
250 x 4,6 mm;
5µm
Coluna não-quiral C
Fase Móvel
Hexano etanol
ácido trifluoracético
93:7:0,05 (V/V/V)
Tampão
hidrogeno-fosfato
de amônio 0,05 M
pH 6 ACN 35:65
(V/V)
Água (contendo
1% trietilamina pH
6,0) ACN 30:70
V/V
Metanol água
(10:90 V/V)
contendo
0,8 mmol/L de
β-
ciclodextrina
pH 3,6
Detecção
UV 225nm com
DAD
UV 225 nm UV 225 nm NC*
Substâncias
Analisadas
sibutramina nas
formas R e S
sibutramina sibutramina
sibutramina nas
formas R e S
Padrão
- 4-cloro-anilina lovastatina Não especificado
Forma
Matéria-prima e
seus enantiômeros
Matéria-prima Matéria-prima
Matéria-prima e
seus enantiômeros
NC*: não consta.
Para que um método seja considerado adequado para a análise de
determinada amostra é necessária a sua validação. São exigidos vários parâmetros
para a avaliação do método, os quais variam de acordo com o equipamento utilizado
(ICH, 2005).
3.3.6 Estabilidade
A estabilidade de um medicamento é a extensão na qual um produto mantém,
dentro de limites especificados, durante o período de armazenamento e uso, as
mesmas propriedades e características que possuíam no momento da sua
fabricação (USP 30, 2007).
____ 3. Revisão Bibliográfica
31
Fármacos degradados podem resultar em situações indesejáveis para o
usuário, tais como: perda ou diminuição da potência, aumento da atividade, geração
de efeitos tóxicos ou colaterais (TONNESEN, 1991; TONNESEN, 2001). Por estes
motivos, as farmacopéias
(BP 2007; F. Bras. IV, 1988; F. Bras. IV, 2006; Ph. Eur.,
2005; USP 30, 2007) e PARFITT (1999) descrevem quanto ao armazenamento de
cada fármaco, em sua respectiva monografia: “manter ao abrigo da luz” as
substâncias fotolábeis; “manter sob refrigeração” ou “manter em local fresco” as
substâncias termolábeis; “manter em local seco” as substâncias lábeis à umidade,
entre outras recomendações.
A presença de energia luminosa sobre moléculas de fármacos, por exemplo,
pode catalisar a ocorrência de reações de decomposição fotoquímica (NUDELMAN,
1975), por motivos como oxidação (fotoxidação), cisão (fotólise) de ligações
covalentes ou isomerização fotoinduzida, e também alterar o tempo de validade da
formulação (TONNESEN, 2001, USP 30, 2007). A velocidade dessa reação
fotoquímica depende da intensidade e do comprimento de onda da luz incidente,
além do tamanho, forma, composição e cor da embalagem do medicamento
(LACKMAN, 1986; TONNESEN, 2001).
Vários fatores ambientais influenciam na estabilidade, como temperatura,
umidade e luz. Outros que contribuem, relacionados ao próprio produto são:
propriedades físicas e químicas de substâncias ativas e excipientes farmacêuticos,
forma farmacêutica e sua composição, processo de fabricação, tipo e propriedades
dos materiais de embalagem (BRASIL, 2005 b).
Assim, é primordial o conhecimento do grau de estabilidade de fármacos e
medicamentos, que envolvem uma série de análises laboratoriais e estatísticas.
Existem guias oficiais para a avaliação da estabilidade de fármacos e produtos
novos. Essas preconizam a realização de estudos de degradação acelerada, com
condições de estresse padronizadas para a exposição à luz ultravioleta, temperatura
e umidade (ICH, 1996; ICH, 2003). Além desses, são preconizados estudos de
estabilidade de acompanhamento e de longa duração (BRASIL, 2005 b).
____ 3. Revisão Bibliográfica
32
Não existem relatos de estudos de estabilidade para o cloridrato de
sibutramina monoidratado. Existem apenas avaliações da especificidade, frente a
condições de estresse, na validação de técnicas por CLAE (RADHAKRISHNA et al,
2000; SEGALL et al, 2003).
Considerando-se o risco de indústrias e farmácias magistrais manusearem e
armazenarem esta substância em condições ambientais indevidas salienta-se a
importância do conhecimento da estabilidade de tal fármaco, conforme já foi
evidenciado para outros fármacos (BANSAL et al, 2007; MARTINS et al, 2004;
OMARI et al, 2007; TONNESEN, 2001).
4. MATERIAL E MÉTODOS
___________________________________________________________________
__ 4. Material e Métodos
35
A maior parte do presente trabalho foi realizada no Laboratório de Química
Farmacêutica (LAPPS), desta Faculdade. Algumas análises foram desenvolvidas em
outros laboratórios, os quais estão descritos no decorrer do trabalho.
Os métodos analíticos empregados neste trabalho foram aqueles já
consagrados e utilizados em farmacopéias, além de condizentes com a sua
aplicação em farmácias magistrais.
4.1 SUBSTÂNCIA QUÍMICA DE REFERÊNCIA E AMOSTRAS
Quatro lotes de cloridrato de sibutramina monoidratado (SQR com teor
99,92%, SIB1, SIB2 e SIB3) foram adquiridos de fornecedores de insumos
farmacêuticos, através de uma farmácia magistral. Essas matérias-primas também
foram provenientes de diferentes origens (Quadro 6). Todas vieram acompanhadas
de certificado de análise do fornecedor.
Quadro 6. Características das amostras de matérias-primas de cloridrato de sibutramina
monoidratado utilizadas no presente trabalho.
CÓDIGO ORIGEM FORNECEDOR LOTE
DATA
VAL.
SQR Índia SP Farma 080903.146 09/2008
SIB1 China Gerbrás 060310SIBU-HCl 03/2008
SIB2 China Opção Fênix L167794 05/2009
SIB3 China DEG IF061108 11/2009
Também foram utilizadas cápsulas industriais (CAP) do medicamento
referência Reductil
, da Abbott, com lote 440398F04 e validade 08/2008. Esse
produto contém 15 mg de cloridrato de sibutramina monoidratato e os excipientes
utilizados pelo fabricante são: celulose microcristalina, dióxido de silício, estearato
de magnésio e lactose.
__ 4. Material e Métodos
36
4.2 ANÁLISE QUALITATIVA
4.2.1 Descrição
A SQR e as amostras SIB1, SIB2 e SIB3 do cloridrato de sibutramina foram
avaliadas sensorialmente quanto ao aspecto, cor e odor.
4.2.2 Solubilidade
Avaliou-se a solubilidade para a SQR e para a amostra de matéria-prima
SIB1, frente a diferentes solventes. Os solventes testados foram: água; metanol;
etanol; N,N-dimetilformamida; acetato de etila; éter etílico; ácido clorídrico 0,1 M e
hidróxido de sódio 0,1 M .
O teste de solubilidade foi conduzido à temperatura ambiente (25 ± 1 °C).
Adicionaram-se volumes crescentes de cada solvente sobre o fármaco, mediante
agitação, até a sua completa solubilização. A classificação de solubilidade foi
determinada de acordo com a F. Bras.IV (1988).
4.2.3 Determinação do pH em solução
Para a determinação do pH da SQR e da amostra SIB1, foi utilizado um
potenciômetro da marca Denver, modelo Ultra Basic UB-10, com compensação
automática de temperatura. Acoplou-se a esse um eletrodo de vidro-calomelano
pH/ATC. O equipamento foi previamente aferido com as soluções tampão de pH 7,0
e pH 4,0, nessa ordem.
Mediram-se os pH das soluções aquosas do fármaco a 2%. Para tanto, foram
preparadas três soluções de SQR e de SIB1, respectivamente, e a determinação foi
realizada em triplicada para cada uma delas.
__ 4. Material e Métodos
37
4.2.4 Determinação da faixa de fusão
A faixa de fusão foi determinada em triplicata para a SQR e SIB1.
Paralelamente, uma calibração de cada equipamento foi conduzida mediante análise
de uma substância padrão, a dicianodiamina (WHO), com ponto de fusão
correspondente a 210 °C.
A taxa de aquecimento foi de 10 ºC por minuto até atingir a temperatura de 10
°C abaixo do início da faixa de fusão prevista para o fármaco. Após essa
temperatura, a taxa foi ajustada para 1 ºC por minuto, conforme estabelecido na F.
Bras. (1988).
Nas condições citadas, foram usados dois equipamentos de modelos
diferentes: o equipamento Mettler Toledo, modelo FP90, e o equipamento de bloco
metálico aquecido, segundo Koffler. Os procedimentos foram realizados em triplicata
para cada amostra.
Os resultados de faixa de fusão obtidos nos dois equipamentos foram
comparados entre si, com os da DSC e com os emitidos no certificado de análise
dos fornecedores.
4.2.4.1 Equipamento Mettler Toledo, modelo FP90
As substâncias para análise (SQR e SIB1) foram inseridas em tubos capilares
até uma altura de 0,5 cm. Assim, foram acopladas e analisadas no equipamento. A
leitura da faixa de fusão foi determinada automaticamente pelo aparelho.
4.2.4.2 Equipamento de bloco metálico aquecido, segundo Koffler
Algumas partículas das substâncias (SQR e SIB1) foram dispostas em uma
fina camada, entre lâmina e lamínula. Este conjunto foi adaptado ao bloco metálico
aquecido do aparelho da marca Reichert. O aquecimento foi realizado por um
__ 4. Material e Métodos
38
reostato e a temperatura foi controlada por um termômetro acoplado à placa
metálica. A fusão dos cristais foi observada com auxílio de microscópio.
4.2.5 Calorimetria exploratória diferencial (DSC)
A SQR e todas as amostras de matéria-prima (SIB1, SIB2 e SIB3) foram
submetidas à análise por DSC, com fluxo de calor.
Pesou-se exatamente de 1 a 2 mg de cada amostra em um porta-amostra de
alumínio, o qual foi posteriormente tampado e selado em selador adequado. Esse
conjunto foi adaptado em um calorímetro diferencial de varredura Shimadzu da série
DSC-60. O equipamento foi acoplado a um aplicativo Thermal Analyser TA-60WS e
a um controlador de fluxo FC-60A.
O equipamento foi previamente calibrado com índio e zinco. Como referência,
foi utilizado um porta-amostra vazio. Os parâmetros experimentais utilizados são
informados no Quadro 7.
Quadro 7. Especificações dos parâmetros experimentais utilizados na calorimetria
exploratória diferencial às quais as amostras e SQR foram submetidas.
Parâmetro Especificação
faixa de aquecimento entre 25 e 260 ºC
gás de arraste nitrogênio
vazão do gás de arraste 50 mL/min
velocidade de aquecimento 10 ºC/min
Também foram realizadas alterações do método:
Ø Teste 1: alterou-se a velocidade de aquecimento para 40 °C/min, com
aquecimento até 250 °C e manteve-se os demais parâmetros descritos no
Quadro 7.
__ 4. Material e Métodos
39
Ø Teste 2: após a análise com os parâmetros normais (Quadro 7), resfriou-
se a amostra e aqueceu-se novamente nas mesmas condições.
As análises foram realizadas no Centro de Desenvolvimento Tecnológico
(CDTF), da Faculdade de Farmácia da UFRGS.
4.2.6 Termogravimetria
A análise termogravimétrica para a SQR, SIB1, SIB2 e SIB3 foi realizada em
equipamento Shimadzu TGA-50H, de 25 a 800 ºC, com massas de amostras de 5 a
10 mg. Empregou-se uma taxa de aquecimento de 10 °C/min e fluxo de 50 mL/min
para o gás nitrogênio. As amostras foram inseridas em cápsulas de platina e estas
acopladas ao equipamento. Obtiveram-se curvas termogravimétricas (TGA), as
quais foram posteriormente derivadas (DTG).
Os ensaios foram realizados no Centro Universitário FEEVALE.
4.2.7 Reação para cloretos
Pesaram-se cerca de 20 mg da SQR e SIB1, respectivamente. Adicionou-se 1
mL de água. A esta solução, acrescentaram-se: 1 gota de HNO
3
1% e 0,5 mL de
AgNO
3
0,1 M. Formou-se um precipitado branco caseoso, o qual foi filtrado com
auxílio de papel filtro. O precipitado retido no filtro foi lavado com três porções de 1
mL de HNO
3
1%. Aguardou-se o escoamento do líquido remanescente no
precipitado. Dividiu-se o precipitado entre dois tubos de ensaio. Em um tubo de
ensaio, realizou-se o teste de solubilidade com HNO
3
1%, enquanto no outro com
NH
4
OH 10%.
__ 4. Material e Métodos
40
4.2.8 Reação para aminas terciárias
A reação foi realizada mediante adição de 1 mL de reagente de Feigl-Ohkuma
(ácido cítrico 2%, diluído em anidrido acético) à 10 mg de SQR e de SIB1,
respectivamente. A seguir, aqueceu-se em banho-maria por cerca de cinco minutos.
A positividade do teste é confirmada pelo aparecimento de coloração
vermelho escuro à marrom. O conteúdo das cápsulas de sibutramina (CAP) também
foi avaliado por esse teste. Para tanto, filtrou-se a solução após a adição do
reagente. A seletividade do ensaio foi avaliada mediante análise de outras moléculas
de aminas: etilamina, cloridrato de fluoxetina e trietilamina.
4.2.9 Rotação óptica específica
A rotação óptica específica foi determinada em polarímetro Perkin Elmer 341,
em temperatura ambiente (20 ± 0,5 °C). Utilizou-se uma cubeta de quarzo com 1 dm
de percurso óptico. A análise foi realizada com 589,3 nm de comprimento de onda
da raia D de sódio.
Prepararam-se três soluções etanólicas a 1% p/V para cada análise (SQR e
SIB1). A determinação foi realizada em triplicada para cada uma delas.
Os cálculos foram efetuados pela substituição dos valores na Equação 1.
Equação 1 [α]
20
D
= α/l.c
Onde:
α = ângulo de rotação;
l = comprimento, em dm, da cubeta do polarímetro;
c = concentração da substância, expressa em porcentagem p/V.
__ 4. Material e Métodos
41
4.2.9 Cromatografia em camada delgada (CCD)
Para o desenvolvimento do método, foram testadas diferentes quantidades de
amostra por ponto de aplicação na placa, várias fases móveis, reveladores e
substâncias de comparação. O método que apresentou os melhores resultados,
associado à simplicidade de realização está detalhado no Quadro 8.
Quadro 8. Condições cromatográficas empregadas para análise por CCD de SQR, SIB1. e
CAP.
CONDIÇÃO DESCRIÇÃO
Quantidade por ponto de aplicação 30 µg
Fase estacionária cromatoplacas de gel de sílica GF 254 Merck
Eluente etanol P.A.
Substância de comparação cloridrato de diltiazem
Reveladores vapores de iodo ou lâmpada UV 254 nm
Preparou-se uma cuba de vidro adicionando-se uma quantidade suficiente do
eluente para atingir uma altura de 1 cm. Saturou-se a cuba com o eluente.
Para a aplicação da SQR, amostra SIB1, conteúdo de CAP e substância de
comparação nas cromatoplacas, foram preparadas soluções etanólicas na
concentração de 15 mg/mL do fármaco. Utilizou-se um capilar com volume de 2 µL
para a aplicação dos pontos contendo as substâncias em análise.
Os pontos de aplicação apresentaram uma distância de 1 cm entre si e de
1,5 cm da borda lateral da cromatoplaca. Além disso, a aplicação foi realizada numa
distância de 1 cm da borda inferior da cromatoplaca. Aguardou-se a evaporação do
solvente da solução e inseriu-se a cromatoplaca verticalmente numa cuba de vidro
previamente preparada para a migração do eluente. Fechou-se a cuba e aguardou-
se que o eluente migrasse 7 cm.
__ 4. Material e Métodos
42
Após a secagem do eluente em temperatura ambiente, procedeu-se a
revelação das manchas correspondentes à migração das amostras a partir dos seus
respectivos pontos de aplicação. Por fim, determinaram-se os tempos de retenção
(Rf), mediante a determinação das distâncias percorridas de cada mancha e do
eluente.
O Rf da amostra foi comparado com o Rf do cloridrato de diltiazem, em
análise simultânea na mesma placa. O Rx foi calculado de acordo com a Equação 2.
Equação 2 Rx = Rf
A
/ Rf
R
Onde:
Rf
A
= fator de retenção da amostra
Rf
R
= fator de retenção da substância de comparação
4.2.10 Espectrofotometria na região do infravermelho (IV)
Os espectros foram registrados em espectrofotômetro de absorção na região
do infravermelho (marca Bomen-Hartmann & Braun, série MB), na faixa de 400 a
4000 cm
-1
. Para tanto, foram produzidas pastilhas de 150 mg de brometo de
potássio contendo 1% da SQR e da amostra SIB1, respectivamente, do cloridrato de
sibutramina monoidratado. Realizou-se a análise da SQR dessecada e não
dessecada. As amostras SIB1, SIB2 e SIB3 foram analisadas na forma não
dessecada.
Previamente à avaliação das amostras foi realizado um ensaio em branco
com uma pastilha contendo 150 mg de brometo de potássio P.A.
As análises foram realizadas no Instituto de Física desta Universidade.
__ 4. Material e Métodos
43
4.2.11 Espectrofotometria na região do ultravioleta (UV)
Os espectros foram obtidos em espectrofotômetro de absorção na região do
ultravioleta (Shimadzu UV-1601PC). Foram traçados espectros com comprimento de
onda entre 200 e 400 nm, empregando cubetas de quartzo com 1 cm de percurso
óptico.
Como diluentes, foram testados: metanol, etanol e solução de ácido clorídrico
0,1 M. Todos os reagentes utilizados nessa análise foram de grau analítico.
A concentração da amostra em solução também foi alterada e avaliada.
Avaliaram-se os espectros obtidos a partir de soluções com concentrações de 10, 20
e 30 µg/ml.
4.2.12 Aquametria
Foram testados e comparados os resultados dos dois métodos descritos a
seguir.
4.2.12.1 Método volumétrico por Karl-Fischer
O equipamento utilizado foi DL 37 Mettler Toledo, com detecção coulométrica
do ponto final. Pesaram-se exatamente cerca de 30 mg da substância em cada
análise. Determinou-se o teor de água da SQR e da amostra SIB1, em triplicata, e
em três dias diferentes.
Paralelamente, procedeu-se um ensaio em branco, com a finalidade de
descontar o volume de titulante correspondente à água presente no ar do ambiente
de análise.
__ 4. Material e Métodos
44
4.2.12.2 Método gravimétrico
Conforme o procedimento geral descrito na F. Bras IV (1988) para a
determinação da perda por dessecação, cada ensaio foi efetuado por secagem em
estufa até peso constante. Determinou-se a aquametria da SQR e da amostra SIB1,
em triplicata, e em três dias diferentes.
Além da temperatura usual de 105 ºC, foram testadas temperaturas
superiores. Avaliaram-se as perdas de massa mediante dessecação nas
temperaturas de 110 e 120 °C. Escolheram-se as condições que forneceram
resultados mais reprodutíveis e coerentes com aqueles obtidos pelo método
volumétrico.
4.3 ANÁLISE QUANTITATIVA
4.3.1 Volumetria em meio não-aquoso (VMNA)
Testaram-se seis métodos diferentes para o doseamento do cloridrato de
sibutramina monoidratado por VMNA.
Para a realização de cada método, pesaram-se exatamente cerca de 160
mg da amostra SIB1 de cloridrato de sibutramina monoidratado. A amostra foi
solubilizada em ácido acético glacial. Em seguida, adicionaram-se o acetato
mercúrico 6% ou o anidridro acético, além de uma solução indicadora. Essa solução
foi titulada com ácido perclórico 0,05 M. Efetuou-se um ensaio em branco e este
volume foi descontado do volume do titulante gasto no doseamento do fármaco.
Os métodos foram codificados de 1 a 6. As diferenças entre os métodos, as
quais corresponderam ao aspecto quali e quantitativo de soluções e reagentes
empregados, estão descritas no quadro 9.
__ 4. Material e Métodos
45
Quadro 9. Descrição quali e quantitativa das soluções e reagentes empregados em cada
método testado por VMNA para o doseamento do cloridrato de sibutramina monoidratado.
MÉTODO
Ácido acético
glacial (mL)
Acetato mercúrico
6% (mL)
Anidrido
acético (mL)
Indicador de ponto
final
1 40 3 - Cristal violeta SI
2 40 3 - Naftolbenzeína SI
3 40 3 - Potenciômetro
4 15 - 30 Cristal violeta SI
5 15 - 30 Naftolbenzeína SI
6 15 - 30 Potenciômetro
Optou-se pelo uso de indicadores adequados para a técnica por VMNA e com
fácil diferenciação das cores. Desses, utilizaram-se o cristal violeta SI (quatro gotas)
e naftolbenzeína SI (dez gotas), os quais alteram a cor da solução para verde
esmeralda e verde, respectivamente. As soluções indicadoras utilizadas na titulação
foram preparadas de acordo com a recomendação da F. Bras. IV (1988).
Em cada método com o uso de solução indicadora de ponto final (métodos 1,
2, 4 e 5), procedeu-se, paralelamente, uma titulação potenciométrica (métodos 3 e
6). Para tanto, utilizou-se um potenciômetro da marca Digimed modelo DMPH-2,
acoplado a um eletrodo de vidro-calomelano.
O ácido perclórico 0,05 M utilizado foi diluído em ácido acético glacial e
padronizado frente a uma solução titulante de biftalato de potássio (F. Bras. IV,
1988). Cada solução de amostra ou substância de referência foi titulada, no mínimo
cinco vezes, obtendo-se um coeficiente de variação inferior a 1%.
Cada mL de titulante 0,05 M equivale a 16,71 mg de cloridrato de sibutramina
monoidratado.
__ 4. Material e Métodos
46
Os seis métodos foram comparados por análise de variância (ANOVA) e,
posteriormente, os resultados de dois deles foram comparados com os obtidos por
um método por CLAE previamente validado.
4.3.2 Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE)
Para o desenvolvimento e validação do método por CLAE, utilizou-se um
cromatógrafo a líquido Shimadzu LC-10ADvp. Este equipamento foi acoplado a
detector de arranjo de fotodiodos SPD-10AV
VP
(DAD), degaseificador DGU-14A,
central de controle SCL-10A
VP
e injetor manual Rheodyne. Os dados foram obtidos e
analisados com o auxílio do aplicativo Class-VP.
As fases móveis foram preparadas com solventes de grau analítico adequado
para o método de CLAE (J.T. Baker
). A água ultrapura utilizada foi obtida em um
sistema MilliQ
Millipore.
O método desenvolvido foi validado para matéria-prima e cápsulas
industrializadas do cloridrato de sibutramina monoidratado. Para a validação do
método para a matéria-prima, foram utilizados a SQR e a amostra SIB 1, enquanto
para cápsulas industrializadas foi empregada a amostra CAP.
Na fase de desenvolvimento do método, realizaram-se vários testes, com
diferentes composições e pH da fase móvel, colunas e fluxos. As condições
cromatográficas do método, que apresentaram os melhores resultados para a
validação, constam no quadro 10.
Cada solução de amostra ou substância de referência foi injetada, no mínimo
três vezes, esperando-se obter um coeficiente de variação inferior a 1% (FDA,
1994).
Os parâmetros utilizados para a validação foram: especificidade, linearidade,
precisão, exatidão e robustez (BRASIL, 2003 b; ICH, 2005; USP 30, 2007).
__ 4. Material e Métodos
47
Quadro 10. Condições cromatográficas utilizadas para a validação do método por CLAE
para a análise do cloridrato de sibutramina monoidratado.
Condição Descrição
Coluna
Macherey-Nagel Nucleosil
C
8
ec, 150 x 4,0 mm, partículas 5 µm,
poros 100 ?
Pré coluna Phenomenex
Fase móvel ACN e água (75:25 V/V), 0,3% trietilamina, pH 7,0 (H
3
PO
4
)
Volume de injeção 20 µL
Fluxo da fase móvel 1,2 mL/min
Detecção ultravioleta, com λ = 225 nm
4.3.2.1 Especificidade
A especificidade do método por CLAE foi determinada mediante a análise da
SQR do cloridrato de sibutramina monoidratado na presença de seus produtos de
degradação. Para tanto, forçou-se a degradação do fármaco frente a várias
condições de estresse, conforme descritas a seguir.
4.3.2.1.7 Temperatura
Pesaram-se exatamente cerca de 32 mg da SQR do cloridrato de sibutramina
monoidratado, o qual permaneceu em estufa a 80 °C, durante 24 horas. Realizou-
se a primeira diluição com metanol e a segunda com a fase móvel, a fim de obter
uma solução com 60 µg/mL do fármaco.
Para a avaliação do comportamento do fármaco na forma farmacêutica
cápsulas (CAP), nessa condição de estresse por 10 dias, pesou-se o seu conteúdo e
procedeu-se da mesma forma descrita para a matéria-prima, sendo necessária, no
entanto, uma etapa de filtração após a primeira diluição.
__ 4. Material e Métodos
48
4.3.2.1.8 Luz ultravioleta
Preparou-se uma solução metanólica contendo 600 µg/mL da SQR do
cloridrato de sibutramina. Uma alíquota de 1,0 mL dessa solução foi exposta à
radiação ultravioleta (254 nm) durante 24 horas, em cubeta de plástico transparente.
Após este período, realizou-se uma diluição com a fase móvel, a fim de obter uma
solução com 60 µg/mL do fármaco.
Procedeu-se simultaneamente um ensaio em branco com a SQR. Esse foi
realizado mediante a proteção da cubeta, de forma que a luz não incidisse na
solução com o fármaco.
4.3.2.1.9 Hidrólise ácida
Pesaram-se exatamente cerca de 32 mg da SQR do cloridrato de sibutramina
monoidratado em balão volumétrico de 25 mL. Adicionaram-se 10 mL de HCl 1 M e
a mistura foi agitada mecanicamente durante duas horas. Em seguida, neutralizou-
se a solução com NH
4
OH 1 M e diluiu-se com a fase móvel até a obtenção de uma
solução contendo 60 µg/mL do fármaco. O mesmo procedimento foi realizado para o
fármaco na forma farmacêutica cápsulas, realizando-se uma filtração após a primeira
diluição.
4.3.2.1.10 Hidrólise alcalina
Pesaram-se exatamente cerca de 32 mg da SQR do cloridrato de sibutramina
monoidratado em balão volumétrico de 25 mL. Adicionaram-se 10 mL de NaOH 1 M
e a mistura foi agitada mecanicamente durante duas horas. Em seguida, neutralizou-
se a solução com H
3
PO
4
10% e diluiu-se com a fase móvel até a obtenção de uma
solução contendo 60 µg/mL do fármaco. O mesmo procedimento foi realizado para o
fármaco na forma farmacêutica cápsulas, realizando-se uma filtração após a primeira
diluição.
__ 4. Material e Métodos
49
4.3.2.1.11 Oxidação
Pesaram-se exatamente cerca de 32 mg da SQR do cloridrato de sibutramina
monoidratado em balão volumétrico de 25 mL. Adicionaram-se 10 mL de peróxido
de hidrogênio 3% e a mistura foi agitada durante duas horas. Diluiu-se com a fase
móvel até a obtenção de uma solução com 60 µg/mL do fármaco. O mesmo
procedimento foi realizado para o fármaco na forma farmacêutica cápsulas,
realizando-se uma filtração após a primeira diluição.
4.3.2.1.6 Solução simulada de excipientes
Para avaliar a especificidade do método para o doseamento do fármaco na
presença de excipientes presentes na formulação, preparou-se uma solução
simulada contendo os últimos. Realizaram-se as diluições de acordo com o
procedimento para cápsulas, ou seja, a primeira diluição em metanol e a segunda
em fase móvel. A solução final desse placebo foi constituída de: dióxido de silício,
estearato de magnésio, lactose e celulose microcristalina, nas concentrações 10, 20,
490 e 520 µg/mL, respectivamente.
4.3.2.2 Linearidade
Para a constatação da linearidade do método proposto, por CLAE,
construíram-se três curvas padrão, sendo cada uma em um dia diferente. Cada
curva foi realizada com sete concentrações diferentes.
Para cada curva, preparou-se uma solução metanólica da SQR, numa
concentração de 250 µg/mL referente ao cloridrato de sibutramina anidro. Alíquotas
dessa solução-estoque foram transferidas para balões volumétricos, com o auxílio
de uma bureta. As soluções finais foram diluídas na fase móvel empregada no
método desenvolvido por CLAE. O esquema de diluições utilizado para o preparo de
cada solução, bem como as respectivas concentrações obtidas, estão demonstrados
na Tabela 1.
__ 4. Material e Métodos
50
Realizaram-se três injeções para cada solução da curva padrão. Calculou-se
a média das áreas obtidas para os pontos de cada curva. Os valores das áreas
médias absolutas foram plotados versus as respectivas concentrações (µg/mL) para
a obtenção do gráfico da curva padrão.
A regressão linear pelo método dos mínimos quadrados foi utilizada para as
determinações da equação da reta e do coeficiente de correlação (r). Por fim, a
linearidade do método foi estabelecida mediante a análise de variância (ANOVA)
dos resultados.
Tabela 1. Esquema de diluições utilizado nas curvas-padrão, a partir de uma solução
estoque contendo 250 µg/mL da SQR.
PONTO Nº
Alíquota da solução
estoque de SQR (mL)
Balão volumétrico (mL)
Concentração final
(µg/mL)
1 3,0 25,0 30,0
2 4,0 25,0 40,0
3 5,0 25,0 50,0
4 6,0 25,0 60,0
5 7,0 25,0 70,0
6 8,0 25,0 80,0
7 9,0 25,0 90,0
4.3.2.3 Limites de detecção (LD) e de quantificação (LQ)
O limite de detecção (LD) foi estimado através da Equação 3, enquanto o limite de
quantificação (LQ) foi calculado através da Equação 4. Essas equações consideram os
dados obtidos para as curvas-padrão (BRASIL, 2003 b; ICH, 2005; USP 30, 2007).
__ 4. Material e Métodos
51
Equação 3 LD = (3,3 x s) / b
Equação 4 LQ = (10 x s) / b
Onde:
s = desvio padrão médio do intercepto de três curvas padrão;
b = coeficiente de correlação linear.
4.3.2.4 Precisão
A precisão do método por CLAE foi estabelecida através de análises de
soluções do cloridrato de sibutramina em três diferentes dias, comparando-se a
amostra SIB1 com a SQR. Para tanto, pesaram-se exatamente cerca de 32 mg da
de cloridrato de sibutramina monoidratado e esse foi dissolvido e diluído com
metanol em balão volumétrico de 25 mL. Transferiu-se uma alíquota de 1,0 mL desta
solução para um balão volumétrico de 20 mL. Completou-se o volume com a fase
móvel descrita no Quadro 10 (p. 47), obtendo-se uma solução para análise com 60,0
µg/mL.
Em cada dia foram preparadas e analisadas seis diferentes soluções
contendo 60,0 µg/mL de cloridrato de sibutramina anidro, as quais foram pesadas
individualmente. No total dos três dias foram analisadas 18 soluções. Realizaram-se
três injeções para cada solução.
A precisão do método para a determinação do fármaco em CAP foi
determinada da mesma maneira descrita para matéria-prima. No entanto, adaptou-
se a massa a ser pesada de acordo com o peso médio das cápsulas e seu
respectivo conteúdo de fármaco. Além disso, filtrou-se a solução metanólica antes
da transferência da alíquota de 1,0 mL para o balão volumétrico de 20 mL.
__ 4. Material e Métodos
52
A repetibilidade foi avaliada pelo cálculo dos DPR das médias das seis
determinações diárias. Enquanto a precisão intermediária foi verificada através do
desvio padrão relativo (DPR) das médias obtidas nos três dias (BRASIL, 2003 b;
ICH, 2005; USP 30, 2007). As concentrações das soluções de amostra foram
calculadas através da Equação 5 (F. Bras. IV, 1988), seguidas da Equação 6.
Equação 5 C
A
= A
A
. C
SR
/ A
SR
Equação 6 C
A
(%) = C
A
. 100 / C
T
Onde:
C
A
= concentração real do fármaco na solução de amostra (mg/mL);
A
A
= área absoluta da amostra (média de três injeções);
C
SR
= concentração do fármaco na solução da substância de referência (mg/mL);
A
SR
= área absoluta da substância de referência (média de três injeções);
C
A
(%) = concentração do fármaco na amostra;
C
T
= concentração teórica do fármaco na solução de amostra (mg/mL).
4.3.2.5 Exatidão
A exatidão do método para a determinação de matéria-prima foi inferida a
partir dos resultados obtidos nas avaliações da especificidade, linearidade e
precisão.
__ 4. Material e Métodos
53
Para o produto acabado, avaliou-se a exatidão do método através de testes
de recuperação do fármaco. Para tanto, adicionaram-se quantidades conhecidas da
SQR sobre a amostra de cápsulas.
Prepararam-se as seguintes soluções metanólicas:
Ø Solução da amostra (S
A
): realizou-se o peso médio do conteúdo da amostra
CAP. A seguir, pesou-se uma quantidade do seu conteúdo para preparar uma
solução contendo exatamente cerca de 250 µg/mL de cloridrato de
sibutramina anidro. Diluiu-se em metanol e filtrou-se com auxílio de papel
filtro.
Ø Solução da SQR (S
P
): preparou-se uma solução contendo exatamente cerca
de 250 µg/mL de cloridrato de sibutramina anidro. Diluiu-se em metanol e
filtrou-se com auxílio de papel filtro.
Alíquotas das soluções S
A
e S
P
foram utilizadas para preparar as soluções
para avaliação da recuperação da SQR na amostra de CAP. Obtiveram-se soluções
com concentrações finais de 50, 60 e 70 µg/mL. O esquema utilizado para o preparo
destas soluções, com mistura de alíquotas de S
A
e S
P
, está demonstrado na Tabela
2.
Tabela 2. Esquema para o preparo das soluções para avaliação da recuperação do
cloridrato de sibutramina na sua determinação em cápsulas.
Solução
Alíquota de S
A
(mL)
Alíquota de Sp
(mL)
Balão
volumétrico
(mL)
Concentração
final teórica
(%)
A 4 0 25 40
A
1
4 1 25 50
A
2
4 2 25 60
A
3
4 3 25 70
P 0 4 25 40
__ 4. Material e Métodos
54
4.3.2.6 Robustez
Algumas variações das condições cromatográficas estipuladas (Quadro 10, p.
47) foram realizadas para avaliar o parâmetro de robustez do método desenvolvido
por CLAE. As alterações são apresentadas no Quadro 11. As demais condições
foram mantidas.
Prepararam-se soluções estoque contendo 600 µg/mL de SQR e de SIB1,
respectivamente, as quais foram diluídas em metanol. As soluções finais, na
concentração de 60 µg/mL, foram diluídas na fase móvel referente à cada condição
de avaliação.
Além das alterações descritas, analisou-se a solução de SQR em outro
cromatógrafo a líquido de alta eficiência. Utilizou-se o equipamento Shimadzu LC-
10AD, acoplado a detector de ultravioleta SPD-10A, degaseificador DGU-14A,
central de controle SCL-10A
VP
e injetor manual Rheodyne. Os dados foram obtidos e
analisados com o auxílio do aplicativo Class-VP.
Quadro 11. Modificações das condições cromatográficas para a avaliação da robustez do
método por CLAE.
Fase móvel
Coluna*
ACN:água (% V/V) pH da água
Macherey-Nagel Nucleosil
ec 75:25 7,0
Macherey-Nagel Nucleosil
ec 75:25 6,8
Macherey-Nagel Nucleosil
ec 75:25 7,2
Macherey-Nagel Nucleosil
ec 73:27 7,0
Macherey-Nagel Nucleosil
ec 77:23 7,0
Shimadzu 75:25 7,0
* Coluna C
8
150 x 4,0 mm, partículas 5 µm, poros 100 ?.
__ 4. Material e Métodos
55
4.3.3 Comparação estatística entre os métodos de doseamento
Os resultados obtidos em dois métodos por VMNA foram comparados
estatisticamente através da análise de variância (ANOVA) com o método por CLAE
validado.
4.4 ESTUDO PRELIMINAR DA ESTABILIDADE
Realizaram-se estudos preliminares e acelerados de estabilidade do fármaco,
frente à temperatura, e à radiação UVB e UVC. Cada fator foi avaliado com a SQR
cloridrato de sibutramina monoidratado, antes e após vários tempos de degradação,
os quais foram estabelecidos experimentalmente. As avaliações dos teores e
produtos de degradação foram acompanhadas por CLAE.
4.4.1 Exposição à temperatura elevada
Pesou-se uma quantidade de SQR para obter uma solução final com 60
µg/mL. A SQR do fármaco foi submetida à temperatura de 60 ºC, em estufa, pelo
período de um, dois, três e dez dias. Após cada tempo de exposição, o fármaco foi
diluído em metanol e posteriormente em fase móvel. Realizaram-se três injeções
para cada tempo de exposição.
4.4.2 Exposição à radiação ultravioleta
Submeteu-se 1,0 mL de solução metanólica contendo 600 µg/mL da SQR à
radiação UV 254 nm (lâmpada Philips TUV lamp; 30 W; 96 V; 0,36 A) e UV 352 nm
(Blacklight blue lamp, marca Orion; 30 W; 130V), respectivamente, em câmara
espelhada internamente. Após o período de um, dois, três e quatro dias de
exposição à radição UVA ou UVB, diluiu-se a alíquota em fase móvel para obter uma
__ 4. Material e Métodos
56
solução com a concentração de 60 µg/mL. Realizaram-se três injeções para cada
tempo de exposição.
O estudo foi realizado em solução porque essa condição permite melhor
penetrabilidade da luz em comparação à substância no estado sólido (CONNORS,
1986). Paralelamente, submeteu-se uma amostra às mesmas condições, porém com
proteção à incidência de radiação (substância não degradada).
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
___________________________________________________________________
6. CONCLUSÕES
_________________________________________________________________
__ __________
6. Conclusões
109
Ø As amostras de matérias-primas do cloridrato de sibutramina monoidratado
(SIB1, SIB2 e SIB3) apresentaram conformidade com a SQR, pelas técnicas
qualitativas desenvolvidas: descrição, solubilidade, pH, faixa de fusão, DSC, TGA,
reação para cloretos, reação para aminas terciárias, CCD, IV, UV e aquametria;
Ø A identificação do cloridrato de sibutramina monoidratado na forma de
cápsulas (CAP) é possível pelos métodos: CCD e reação para aminas terciárias;
Ø A reação para cloretos, a reação para aminas terciárias, a CCD e a
aquametria pelo método gravimétrico são técnicas adequadas para a identificação
do fármaco em farmácias magistrais;
Ø A análise por DSC das amostras de cloridrato de sibutramina monoidratado
indicam a possível existência de diferentes formas polimórficas ou pseudo-
polimórficas para o fármaco, além dos eventos térmicos de perda de água de
hidratação, fusão e volatilização;A análise por Karl-Fischer constitui o método mais
exato para a determinação do teor de água no fármaco, demonstrando coerência
com o valor de especificação;
Ø Para estabelecimentos que não possuam equipamento de Karl-Fischer,
recomenda-se a realização da perda por dessecação em estufa a 105 ºC, por uma
hora;
Ø A análise por TGA indica o teor de água no cloridrato de sibutramina
monoidratado;
Ø Tanto a SQR e a amostra SIB1 são misturas racêmicas;Os métodos
propostos para o doseamento por VMNA utilizaram a mistura de ácido acético glacial
e anidrido acético e como indicadores cristal violeta e naftolbenzeína,
respectivamente, podendo ser realizados em farmácias magistrais;A quantificação
do cloridrato de sibutramina monoidratado por VMNA em produto acabado deve ser
validada em cada estabelecimento, considerando os excipientes empregados;
Ø O método de doseamento por CLAE se mostrou adequado para a
determinação quantitativa do cloridrato de sibutramina monoidratado nas formas de
matéria-prima e cápsulas;
__ __________
6. Conclusões
110
Ø O estudo preliminar de estabilidade, realizado mediante exposição do
cloridrato de sibutramina monoidratado à temperatura de 60 ºC, mostrou pequena
redução de teor do fármaco, além da formação de produtos de degradação, quando
avaliado por CLAE;
Ø O estudo preliminar de estabilidade, realizado mediante exposição do
fármaco à radiação UV 254 nm por até quatro dias, mostrou que este sofre redução
considerável do teor, além da formação de produtos de degradação, quando
avaliado por CLAE.
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v.33, n.12, p.1761-3, 2005. Resumo.
ANEXO
_________________________________________________________________
___ _____ ANEXO
127
Quadro 14. Recomendação da quantidade de amostra a ser utilizada para análise no
equipamento para determinação de água (método de Karl-Fischer), de acordo com a
especificação de umidade descrita no manual do equipamento DL 37 Mettler Toledo.
Especificação do teor de água (%) Massa de amostra
50 - 100 10 mg
10 - 50 10 - 20 mg
1 - 10 10 - 50 mg
0,1 - 1 10 - 100 mg
0,01 - 0,1 100 mg - 1,0 g
0,001 - 0,01 1,0 g - 10 g
0,0001 - 0,001 10 g - 20 g
Tabela 19. Análise de variância (ANOVA) comparando os resultados obtidos pelos seis
métodos por VMNA.
Fontes de variação gl SQ QM Fcal Ftab
Entre 5 4,7126 0,9425 2,0643* 2,51**
Dentro (Erro resíduo) 27 12,3271 0,4566
Total 32 17,0397
* Significativo para p<0,05.
** Determinado por interpolação harmônica entre F
.05(5,30)
e F
.05(5,40)
.
___ _____ ANEXO
128
Tabela 20. Áreas absolutas dos picos cromatográficos obtidos para cada concentração das
três curvas padrão obtidas por CLAE.
Concentração
(µg/mL)
Área absoluta* Área média ± e.p.m. DPR (%)
993936,72
30,0
990121,69
999538,98 ± 7590,09 1,31
1014558,55
1322225,12
40,0
1319939,79
1329009,95 ± 7954,89 1,04
1344864,93
1646114,87
50,0
1656056,81
1654399,98 ± 4384,10 0,49
1661028,27
1988051,06
60,0
1996089,76
1995852,99 ± 4437,68 0,38
2003418,17
70,0
2302827,96
2332059,86 ± 15693,99 1,17
2336775,03
2356576,60
2628705,76
80,0
2668430,07
2661558,61 ± 17328,01 1,13
2687539,00
2947738,02
90,0
3012291,69
2997001,73 ± 25215,45 1,46
3030975,48
* Cada valor é correspondente à área média de três injeções.
___ _____ ANEXO
129
Tabela 21. Análise de variância (ANOVA) para três curvas padrão realizadas para o método
por CLAE.
Fontes de variação gl SQ QM Fcal Ftab
Entre 6 9,3372 x 10
12
1,5562 x 10
12
2705,40* 4,46
a) Regressão linear 1 9,3370 x 10
12
9,3370 x 10
12
16231,94*
8,86
b) Desvio de linearidade 5 2,6876 x 10
8
5,3752 x 10
7
0,093 4,69
Dentro 14 8,0531 x 10
9
5,7522 x 10
8
Total 20 9,3453 x 10
12
* Significativo para p<0,05.
Tabela 22. Análise de variância (ANOVA) comparando os resultados obtidos por CLAE e
pelos métodos 4 e 5 por VMNA.
Fontes de variação gl SQ QM Fcal Ftab
Entre 2 2,8019 1,4009 2,9034 3,35
Dentro (Erro resíduo) 25 12,0629 0,4825
Total 27 14,8648
* Significativo para p<0,05.
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