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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA - INPA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM
Aspectos fisiológicos e bioquímicos do tambaqui
(Colossoma macropomum, Cuvier 1818)
alimentado com dietas suplementadas por frutos
e sementes de áreas alagáveis
Alzira Miranda de Oliveira
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-graduação e Biologia Tropical de Recursos
Naturais do convênio INPA/UFAM, como parte
dos requisitos para obtenção do título de
Mestre em Ciências Biológicas, área de
concentração Biologia de Água Doce e Pesca
Interior.
Manaus – AM
2005
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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA - INPA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM
Aspectos fisiológicos e bioquímicos do tambaqui
(Colossoma macropomum, Cuvier 1818)
alimentado com dietas suplementadas por frutos
e sementes de áreas alagáveis
Alzira Miranda de Oliveira*
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-graduação e Biologia Tropical de Recursos
Naturais do convênio INPA/UFAM, como parte
dos requisitos para obtenção do título de
Mestre em Ciências Biológicas, área de
concentração Biologia de
Á
gua Doce e Pesca
Interior.
Orientador: Dr. Adalberto Luís Val
* Bolsista de mestrado da FAPEAM
Financiamento: CNPq
Manaus – AM
2005
ii
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A
os meus queridos e amados pais Aluisio Souza de
Oliveira (in memorian) e Maria Gracinéia Souza
Miranda pelo amor, força, carinho e confiança em
mim sempre depositados, o que contribuiu para
minha formação e engradecimento pessoal e
profissional.
DEDICO
iii
FICHA BIBLIOGRÁFICA
Oliveira, Alzira Miranda de
Aspectos fisiológicos e bioquímicos do tambaqui (Colossoma
macropomum, Cuvier 1818) alimentado com dietas suplementadas por frutos
e sementes de áreas alagadas/ Alzira Miranda de Oliveira – Manaus, 2005. ix
+ 73p.
Dissertação de Mestrado - INPA/UFAM, 2005
Programa de Pós-Graduação em Biologia de Água Doce e Pesca Interior.
Manaus-Am.
1. Frutos e sementes 2. Alimentação 3. Tambaqui
CDD 597.5048a
SINOPSE:
Este trabalho teve como objetivo avaliar as respostas fisiológicas e bioquímicas do
tambaqui alimentado com frutos e sementes de áreas alagadas. A suplementação, na
proporção de 1:1, de semente de munguba e dos frutos embaúba, catoré, jauari e
camu- camu resultou num crescimento positivo e parece ter protegido os animais do
estresse oxidativo. Os parâmetros hematológicos estiveram dentro dos limites
considerados normais e não foram detectados distúrbioS fisiológicos e danos
celulares devido à alimentação.
iv
Agradecimentos
A Deus por me fazer acreditar que a vida caminha para melhor e que todas as
coisas que me acontecem são para o bem, ainda que revestidas de tristeza e
dor.
A minha família que me apoiou ao longo dessa caminhada incentivando e
dando força nos momentos mais difíceis.
Ao meu orientador Dr. Adalberto Luís Val por acreditar no meu trabalho, pela
orientação e conhecimentos valiosos que me fizeram crescer profissional e
pessoalmente.
A Dra. Vera Val pelo apoio e incentivo para execução desse trabalho.
Ao Dr. Carlos Edwar de Carvalho Freitas pelos ensinamentos, incentivos,
carinho e amizade demonstrados nos momentos mais difíceis da minha vida.
Ao Dr. Levy Gomes pela amizade, conversas e pelos alevinos cedidos.
Ao Dr. Rodrigo Roubach pela atenção e apoio dado quando necessário e a D.
Inês Pereira pela ajuda nas análises.
A Dra. Ângela Varella pela amizade, ajuda e paciência ao longo do curso.
v
A Nazaré Paula e Angélica Laredo pela ajuda, convivência, carinho e amizade
que fortaleceram meu trabalho.
A todos os amigos do LEEM: Christiane Oliveira, Adriana Chippari-Gomes,
Nívia Lopes, Suely Oliveira, Roziete Araújo, Paulo Aride, Rubens Honda,
Leonardo Rodrigues, Thiago Luís pela ajuda, apoio e momentos de
descontração durante todo o período experimental e, em especial Ana Cristina,
Katherine Vasquez, Rafael Duarte e Luciana Melhorança que sempre
estiveram comigo, conversando, discutindo e ajudando, da melhor forma
possível, durante todo a realização deste trabalho.
Aos meus amigos da turma de 2003: Karen Prado, Vivien Antony, Aprígio
Moraes, Leocy Cutrim, Rafaela Vicentini, Renato Soares, Gilberto Shwetner,
Suelen Miranda, Ana Maria Dias que fizeram do mestrado a época mais hilária
e mais emocionante da minha vida, demonstrando e renovando a amizade a
cada dia e proporcionando dias cada vez melhores.
Aos amigos Fabíola Aquino, Flávia Kelly, Doney Vitor, André Bordinhon e
Tassyane pelo apoio, carinho e amizade.
A Carminha e Elany pelo carinho e apoio.
Enfim, agradeço a todas as pessoas que ajudaram de maneira direta ou
indireta na realização e concretização deste trabalho. .
.
vi
PHYSIOLOGICAL AND BIOCHEMICAL ASPECTS OF TAMBAQUI
(COLOSSOMA MACROPOMUM) FED WITH DIETS SUPPLEMENTED BY
FRUITS AND SEEDS OF FLOODPLAINS.
Abstract
The high productivity of the floodplain areas of the Amazon in conjunction
to the need of alternative food for confined fish, raise great interest in verifying
the possibility of the use of regional fruits to reduce the costs of tropical fish
farming. This study aimed to evaluate the potentiality of catoré (Crataeva
benthami), camu-camu (Myrciaria dubia), embaúba (Cecropia latiloba) and
jauari (Astrocaryum jauari) fruits and munguba (Pseudobombax munuba) seed
in the tambaqui (Colossoma macropomum) feeding, through the analysis of
physiological and biochemical aspects of this fish species. The results showed
that the fruits and the seed did not cause organic disequilibrium or growth
impairment of the animals. However, it was observed that the diet
supplemented with camu-camu and jauari presented larger similarity to the
control group, emerging as alternatives among the tested diets.
vii
ASPECTOS FISIOLÓGICOS E BIOQUÍMICOS DO TAMBAQUI
(COLOSSOMA MACROPOMUM) ALIMENTADO COM DIETAS
SUPLEMENTADAS POR FRUTOS E SEMENTES DE ÁREAS ALAGÁVEIS.
Resumo
A alta produtividade da floresta alagada em associação a necessidade de
alimentos alternativos para peixes confinados criou grande interesse em
verificar a possibilidade do uso dos frutos regionais para reduzir os custos da
piscicultura de peixes tropicais. Este estudo, objetivou avaliar a potencialidade
dos frutos catoré (Crataeva benthami), camu-camu (Myrciaria dubia), embaúba
(Cecropia latiloba) e jauari (Astrocaryum jauari) e da semente de munguba
(Pseudobombax munguba) na alimentação de tambaqui (Colossoma
macropomum), a partir da análise dos aspectos fisiológicos e bioquímicos
desta espécie de peixe. Os resultados mostraram que os frutos e a semente
não causam desequilíbrio orgânico ou prejuízos ao crescimento dos animais.
Contudo, foi observado que as dietas suplementadas com camu-camu e jauarí
apresentaram maior similaridade ao grupo controle, surgindo como alternativas
entre as dietas testadas.
viii
ASPECTOS FISIOLÓGICOS E BIOQUÍMICOS DO TAMBAQUI
(COLOSSOMA MACROPOMUM) ALIMENTADO COM DIETAS
SUPLEMENTADAS POR FRUTOS E SEMENTES DE ÁREAS ALAGÁVEIS
Índice
1. Introdução......................................................................................... 1
1.2. Objetivo Geral..................................................................... 11
1.2.1. Objetivos específicos....................................................... 11
2. Material e Métodos ......................................................................... 12
2.1. Obtenção dos animais........................................................ 12
2.2. Coleta dos frutos e semente............................................... 12
2.3. Elaboração das dietas experimentais................................. 13
2.4. Protocolo experimental....................................................... 14
2.5. Variáveis físicas e químicas da água.................................. 15
2.6. Análise de crescimento....................................................... 16
2.7. Procedimentos Analíticos ................................................... 17
2.7.1. Estresse natatório............................................................ 18
2.7.2. Parâmetros hematológicos .............................................. 18
2.8. Metabólitos ......................................................................... 20
2.9. Avaliação das enzimas antioxidantes................................. 21
2.10. Efeitos citotóxicos e genotóxicos...................................... 23
2.11. Análise Estatística ............................................................ 24
3. Resultados...................................................................................... 25
3.1. Qualidade da água ............................................................. 25
3.2. Crescimento ....................................................................... 25
3.3. Performance Natatória........................................................ 28
3.4. Parâmetros hematológicos ................................................. 29
3.5. Metabólitos sanguíneos...................................................... 32
3.6. Avaliação das enzimas antioxidantes................................. 33
3.7. Avaliação de danos celulares ............................................. 35
3.8. Desempenho das dietas ..................................................... 37
4. Discussão ....................................................................................... 39
4.1. Crescimento ....................................................................... 39
4.2. Parâmetros hematológicos ................................................. 42
4.3. Metabólitos ......................................................................... 45
4.4. Avaliação das enzimas antioxidantes................................. 48
4.5. Avaliação de danos celulares ............................................. 52
5. Conclusões..................................................................................... 55
6. Referências Bibliográficas ............................................................ 57
ix
1. Introdução
A piscicultura é uma atividade que visa racionalizar o cultivo de peixes,
exercendo particular controle sobre o crescimento, a reprodução e a
alimentação destes animais (Galli & Torloni, 1985), oferecendo uma boa
alternativa com maior rentabilidade e menor custo ambiental na produção de
proteína animal em comparação com a pecuária (Castagnoli, 1992).
Na Amazônia, a piscicultura, uma prática milenar em vários países,
encontra-se em estágio de desenvolvimento, embora esteja bem desenvolvida
em outras regiões brasileiras (Val et al., 2002). Na região, tem sido vista como
uma atividade com grande potencial, considerando a existência dos estoques
naturais de várias espécies com alto valor comercial (Val et al., 2002) e o
desenvolvimento sustentável da região (Val & Honczaryk, 1995).
Por possuir carne bastante apreciada pela população local e por
apresentar um declínio na captura em ambiente natural, a principal espécie
criada na região Norte é o tambaqui, sendo cultivado em seis dos sete estados
da região (Val et al., 2002). Por este motivo, atrai um número relativamente
grande de pesquisadores para estudar e propor meios para ampliar sua oferta
no mercado e maximizar a sua produção (Araújo-Lima & Goulding, 1998).
O tambaqui (Colossoma macropomum) é o maior Characiforme da Bacia
Amazônica (Goulding, 1980) e está amplamente distribuído na América do Sul
(Araújo-Lima & Goulding, 1998). Na natureza, alcança porte máximo em torno
de 100cm de comprimento e até 30kg de peso (Goulding & Carvalho, 1982;
Goulding, 1993; Araújo-Lima & Goulding, 1998).
No ambiente natural, o tambaqui é classificado por, como frugívoro
exclusivo, quando adulto, e onívoro com tendência zooplanctofágo, na fase
1
jovem (Saint-Paul, 1984). Freeman (1995) considerou o tambaqui como o
principal frugívoro da várzea. Isto foi confirmado por Silva (2003), ao analisar o
trato digestório desta espécie, sugerindo que o zooplâncton só é consumido em
uma época específica do ano, quando os itens de origem vegetal não estão
disponíveis.
O consumo de frutos e sementes pelo tambaqui acontece, principalmente,
na época de cheia quando há frutificação na floresta inundada (Goulding,
1980). Mais de 112 espécies de frutos e sementes, pertencentes a 36 famílias
foram descritos como alimento do tambaqui (Silva, 1997). Dentre estas,
destacam-se a munguba, a seringa e o jauarí, como as mais consumidas.
Estima-se uma produção anual de cerca de uma tonelada ao ano para essas
três espécies na planície do rio Solimões/Amazonas e seus afluentes de água
barrenta a oeste da foz do rio Tapajós (Araújo-Lima & Goulding, 1998; Waldhoff
& Maia, 2000).
Estudos sobre a alimentação natural do tambaqui fornecem informações
valiosas para elaboração de dietas artificiais (Pereira-Filho, 1995). As
características observadas podem sugerir quais nutrientes devem ser
incorporados para se aproximar da composição média natural, para que os
animais apresentem bom desempenho (Carvalho, 1981; Roubach, 1991;
Goulding, 1993; Silva, 1997; Araújo-Lima & Goulding, 1998; Mori-Pinedo et al.,
1999).
Na tentativa de melhorar a alimentação artificial do tambaqui, foram
testadas várias rações suplementadas com diferentes nutrientes, como a
introdução de diferentes níveis de proteínas (Saint- Paul, 1990; Ximenes-
Carneiro, 1991) e vitaminas (Chagas, 2001; Mendes, 2001; Aride, 2003).
2
Entretanto, apesar de apresentarem boas respostas fisiológicas e de
crescimento, tornam os custos mais onerosos para produção.
O principal problema para maximizar a produção de tambaqui pelos
criadores locais é a elaboração de uma dieta barata que inclua todos os
nutrientes necessários (Pereira-Filho, 1995). Assim, foram realizadas tentativas
para melhorar a dieta, do tambaqui, utilizando ingredientes regionais (Roubach
& Saint-Paul, 1994; Silva, 1997; Mori-Pinedo et al., 1999). Roubach & Saint
Paul (1994) observaram que o tambaqui alimentado com munguba, seringa
barriguda, embaúba e arroz in natura, apresentou crescimento menor do que
aquele alimentado com ração elaborada. No entanto, os autores sugerem que
dentre as dietas experimentais, a munguba foi a que apresentou melhor
resultado.
Silva (1997) observou que a incorporação de frutos e sementes da
Amazônia em rações, em substituição ao fubá de milho, elevou
significativamente a digestibilidade de proteínas, lipídeos e carboidratos e
melhorou a quantidade de energia da ração, sugerindo que estes produtos têm
potencial como ingrediente para rações desta espécie. Mori-Pinedo et al.
(1999) observaram que a farinha de pupunha pode substituir o fubá de milho
nas rações para alevinos de tambaqui, sem prejudicar seu crescimento.
Segundo Alceste & Jory (2000), vários vegetais podem ser utilizados na
alimentação de peixes pois, além de diminuir os custos da produção, também
disponibilizaria aos animais uma fonte alimentar rica em vitaminas e outros
importantes compostos com capacidades antioxidantes.
Antioxidantes são substâncias que previnem, interceptam ou reparam
possíveis danos causados por radicais livres às células. Radicais livres são
3
átomos ou moléculas que possuem um elétron desemparelhado (número ímpar
de elétrons) com alta reatividade química, especialmente como agente
oxidante, pela tendência de adquirir o segundo elétron para estabilizar seu
orbital de valência (Halliwell & Gutteridge, 1999; Picada et al., 2003).
Atualmente, o termo radical livre foi substituído por espécies reativas de
oxigênio (ERO), por incluir todas as espécies reativas, radicalares ou não, que
contém oxigênio como os radicais hidroxil (HO), ânion superóxido O
2
-
,
peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
), oxigênio singlete (
1
O
2
) e ozônio (O
3
) (Ferreira &
Matsubara, 1997).
Normalmente, as ERO são produzidas nos seres vivos como
conseqüência de diversos processos metabólicos que envolvem transferência
de elétrons. Essa produção constante de ERO é acompanhada por uma
contínua produção de agentes antioxidantes, que conseguem manter os níveis
de ERO compatíveis com as funções celulares (Halliwell & Gutteridge, 1999).
Os antioxidantes são classificados de acordo com seu mecanismo de
ação e divididos em enzimáticos e não-enzimáticos. Os enzimáticos são
aqueles presentes naturalmente no organismo e os não enzimáticos são os
que podem ser adquiridos por meio de dietas balanceadas, principalmente, a
partir de vegetais (Fang et al., 2002; Picada et al., 2003).
As principais enzimas antioxidantes são a superóxido dismutase (SOD) e
a catalase (CAT) que catalisam a redução das espécies reativas do oxigênio no
meio intracelular. A SOD catalisa o oxigênio singlete em peróxido de hidrogênio
e oxigênio e a CAT, o peróxido de hidrogênio em água e oxigênio (Heffner &
Repine, 1989).
4
Dentre os antioxidantes não-enzimáticos destacam-se as vitaminas, como
o ácido ascórbico (vitamina C), o alfa-tocoferol (vitamina E) e o beta-caroteno
(precursor da vitamina A), os flavonóides e outros detoxificantes. O ciclo redox
da glutationa, por exemplo, ocorre naturalmente no organismo e age como um
dos mais importantes processos de detoxificação disponibilizando ainda, a
ação de várias enzimas que também agem como antioxidantes e
detoxificantes, como a Glutationa-S-transferase (GST) (Picada et al., 2003).
Vitaminas e flavonóides presentes nos vegetais, frutas e grãos mostram
efeitos antioxidantes, atuando contra as agressões causadas pelos radicais
livres (Bianchi & Antunes, 1999; Costa et al., 2000; Guo et al., 2003). Desta
forma, alguns frutos amazônicos podem apresentar potencialidade como
antioxidantes, pois são ricos em certas vitaminas. A pupunha (Bactris
gasipaes), por exemplo, apresenta altos teores de β-caroteno (Yuyama et al.,
2003) e o camu-camu pode apresentar até 3100mg/100g de polpa de vitamina
C (Andrade et al., 1995; Yuyama et al., 2002).
Por outro lado, os vegetais podem deixar de apresentar papel benéfico
por conter certas substâncias potencialmente tóxicas. De uma maneira geral,
para se livrar dos predadores, os vegetais contêm uma série de substâncias
químicas que podem causar distúrbios orgânicos. As toxinas, como são
conhecidas estas substâncias, podem estar presentes nas folhas, frutos e
sementes de todos os vegetais (Franke et al., 2003).
De acordo com os resultados de Shah et al. (1998), ratos alimentados
com dietas contendo extratos de canela (Cinnamomum zeylanicum) e pimenta
(Piper longum) apresentaram redução nos níveis de hemoglobina [Hb]. Em
peixes, os efeitos nocivos de vegetais incorporados na alimentação foram
5
observados em tilápias que receberam ração contendo níveis maiores que
33,3% de farelo de algodão. Neste caso foram notadas lesões microscópicas
no fígado, o que caracteriza degeneração, necrose e infiltração peridural (Oioli
et al., 1992).
O algodão apresenta em sua composição, um pigmento chamado gossipol
que pode atuar como um fator antinutricional ou tóxico, dependo do
processamento a que for submetido, afetando vários processos metabólicos
em animais monogástricos. Peixes, quando comparados a outros
monogástricos, parecem apresentar mais tolerância a essa substancia (Martin,
1990). Nenhum efeito nocivo, entretanto, foi observado por Salaro et al. (1999)
ao alimentar tilápia-do-nilo com dietas contendo 24% de farelo de algodão.
A soja é a principal fonte protéica de origem vegetal; porém, sua
utilização pode ser limitada por apresentar fatores antinutricionais, como o
inibidor da enzima digestiva tripsina e hemaglutininas, que provocam
aglutinação e eritrócitos (Carratore et al., 1996). A diminuição no ganho de
peso e na taxa de síntese protéica em alevinos de “catfish” alimentados com
farinha de soja crua levou Lovell (1981) a atribuir o resultado negativo ao fator
antitríptico da soja.
O farelo de cacau, um subproduto que contem um teor médio de proteína
bruta de 15,3%, apresenta na sua composição, alguns fatores antinutricionais
que podem influenciar o metabolismo do animal. Alcalóides, como
theobromina, theofilina e cafeína, bem como o inibidor da tripsina são os três
mais conhecidos (Sotelo & Alvarez, 1991). Pezzato et al. (1996) sugerem que o
emprego do farelo de cacau na dieta de tilápia-do-nilo deve ser feito com
6
cautela, pois pode resultar em efeitos nocivos sobre o fígado, além de alterar o
comportamento do animal, devido aos alcalóides presentes.
Alguns vegetais, consumidos pelo tambaqui em ambiente natural, também
apresentam alguns fatores antinutricionais e potencialmente tóxicos. O arroz
silvestre (Oryza sativa) apresenta em sua composição, inibidores de proteases,
fitohemaglutininas e ácido fítico (Liener, 1980). Em sementes frescas de
seringa comum (Hevea brasiliensis) foi encontrado até 0,09% de ácido prússico
(Gohl, 1981) e no fruto da pupunha foram observadas duas substancias que
inibem a digestão das proteínas e um ácido (provavelmente oxálico) que irrita a
mucosa bucal (Clement, 1989).
De acordo com Tsukamoto & Takahashi (1992), a toxicidade dos
alimentos de origem vegetal depende da concentração e das repostas
fisiológicas de cada indivíduo, constituindo uma relação espécie-específica. Isto
foi evidenciado em duas espécies de tilápias (Oreochromis sp. e Tilapia
guineensis), alimentadas com dietas contendo 50% de farinha da semente do
algodão e com torta de cacau que apresentou bom desempenho zootécnico
(Jackson et al., 1982; Fagbenrgo, 1988; Mbahinzireki et al., 2001)
O desempenho da dieta é, por via de regra, avaliado pelos índices
zootécnicos do animal, em função das medidas de peso e comprimento.
Porém, este tipo de análise além de necessitar de um longo período de
alimentação, não mostra efeitos adversos, sofridos pelo organismo devido à
dieta.
Um curto período de alimentação com dietas experimentais pode ser
insuficiente para o aparecimento de um bom resultado. Embora, Roubach
(1991) tenha observado que o tambaqui alimentado com vegetais apresenta
7
menor crescimento que o controle, por meio da aplicação das dietas
experimentais foi por um período de apenas 40 dias, sendo que o crescimento
foi avaliado pela medida de peso e comprimento.
Segundo Weber et al. (2003), um curto período de alimentação com dietas
experimentais pode ser insuficiente para o aparecimento de um bom resultado.
Assim, estes autores sugerem que a análise de crescimento pode ser também
obtido por meio da avaliação do crescimento instantâneo determinado pela
proporção RNA: DNA. Esta análise consiste em verificar se está havendo
síntese protéica uma vez que a quantidade de DNA nas células é constante,
enquanto o RNA encontra-se aumentado quando há síntese protéica e
diminuído na privação alimentar (Péragon et al., 2001; Weber et al., 2003).
O crescimento é um processo complexo onde atuam diferentes reações
fisiológicas. Por isso, distúrbios fisiológicos causados por deficiências
alimentares, podem causar alterações no equilíbrio fisiológico, interferindo no
crescimento do animal (Almeida-Val & Val, 1995; Schmidt-Nielsen, 1996;
Tavares-Dias et al., 1999). O mesmo ocorre quando o animal é exposto a
agentes estressores ambientais ou mesmo orgânicos.
Sob cultivo, o animal está exposto a várias situações estressantes
(Tavares-Dias, 2001; Barton et al., 2003; Gomes et al., 2003). Assim, uma
outra maneira de avaliar estado nutricional é induzir o animal a situações
estressantes e verificar de que maneira responde ao desequilíbrio fisiológico
(Torres et al., 1986). Este tipo de distúrbio acontece quando há excesso na
produção de radicais livres, que acaba superando os mecanismos de defesa
naturais, provocando danos e disfunções nas células (Baynes & Dominiczak,
2000; Fang et al., 2002; Picada et al., 2003).
8
Val (2000; 2002) relata que os peixes realizam ajustes metabólicos em
condições desfavoráveis. Em condições estressantes é comum observar
mudança no comportamento, acompanhada de várias mudanças na fisiologia e
na bioquímica do animal. O desequilíbrio orgânico causado pelo estresse pode
causar alterações, por exemplo, nos valores de hematócrito (Ht), nas
concentrações de hemoglobina ([Hb]) e no número de células vermelhas em
circulação (RBC), indicando uma possível hemoconcentração ou hemodiluição
causada por ajustes osmorregulatórios (Montero et al., 1999).
A hemoconcentração pode ser causada pelo aumento no consumo de
oxigênio, que sugere um aumento na concentração de hemoglobina,
transportadora de O
2
do sangue para os tecidos, para tentar suprir o aumento
da demanda energética (Nikinmaa et al., 1983). Além dessas modificações
quantitativas, podem ocorrer ainda alterações qualitativas nos eritrócitos, como
redução no seu tamanho além de um aumento na fragilidade nas membranas
dessas células (Montero et al., 1999).
O estado nutricional dos peixes é o que determina seu crescimento e sua
resposta a diferentes modificações ambientais (Baldisseroto, 2002). Um peixe
bem alimentado pode responder de maneira diferenciada ao estresse
promovendo, conseqüentemente, um bom crescimento. Assim, para se obter
uma produção máxima na piscicultura, é necessário se considerar os diferentes
fatores envolvidos, inclusive a alimentação. Um erro na escolha ou no preparo
da ração, por exemplo, pode provocar um maior gasto na alimentação,
reduzindo conseqüente o lucro (Baldisseroto, 2002).
Para o tambaqui, a incorporação de frutos, além de reduzir o custo na
produção, pode viabilizar o uso de produtos regionais, consumidos em
9
ambiente natural. Por outro lado, a utilização dos frutos e sementes, pelo
tambaqui é realizada apenas em um período do ano, por isso a utilização
desses frutos deve ser analisada com cautela, uma vez que alterações em
nível fisiológico e bioquímico podem inviabilizar o uso destes.
10
1.2. Objetivo Geral
Avaliar o uso de frutos e sementes de plantas, de áreas alagáveis da
Amazônia, na alimentação de tambaqui (Colossoma macropomum), a partir da
análise de aspectos de sua fisiologia e sua bioquímica.
1.2.1. Objetivos específicos
1. Analisar, de forma comparativa, o crescimento instantâneo do tambaqui
alimentado com quatro frutos: camu-camu (Myrciaria dubia), catoré (Crataeva
benthami), embaúba (Cecropia latiloba) e jauari (Astrocaryum jauari), e uma
semente: munguba (Pseudobombax munguba) de áreas alagáveis da
Amazônia
2. Avaliar a homeostase fisiológica do tambaqui por meio da determinação
de parâmetros hematológicos, metabólicos e estresse natatório bem como
possíveis efeitos genotóxicos causados pela alimentação com os frutos e
semente citados acima.
11
2. Material e Métodos
2.1. Obtenção dos animais
Exemplares jovens de Colossoma macropomum foram adquiridos na
Estação de Piscicultura de Balbina (Presidente Figueredo/Am) e transportados
para o Laboratório de Ecofisiologia e Evolução Molecular - LEEM do Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA. Nas dependências do laboratório,
os peixes receberam um tratamento profilático e foram aclimatados por um
período de 15 dias em tanques de 500l com aeração constante e renovação de
água, sendo alimentados durante este período com ração comercial (26% de
proteína bruta) ad libitum.
2.2. Coleta dos frutos e semente
Foram testados quatro frutos e uma semente que compõem naturalmente
a dieta do tambaqui: os frutos catoré (Crataeva benthami), camu-camu
(Myrciaria dubia), embaúba (Cecropia latiloba) e jauari (Astrocaryum jauari) a
semente de munguba (Pseudobombax munguba).
Para a coleta dos frutos e obtenção das sementes foram realizadas duas
excursões ao Lago Catalão (lago de várzea), próximo de Manaus/AM. A
primeira foi realizada com objetivo de verificar o período de frutificação dos
frutos escolhidos (início de junho/2004) e a segunda, ocorrida no final do mês
de julho de 2004, para coleta efetiva dos frutos.
No local, os frutos foram retirados manualmente, ou com auxílio de um
podão, armazenados em sacos plásticos transparentes devidamente
identificados e, guardados em caixa de isopor contendo gelo para sua
conservação e redução da perda de suas propriedades nutricionais. Em
12
seguida, os frutos e a semente foram transportados para o laboratório (LEEM),
onde foram armazenados em freezer –20ºC até a data da preparação das
dietas.
2.3. Elaboração das dietas experimentais
Para a preparação das rações experimentais, os frutos de camu-camu (M.
dubia), catoré (C. benthami) e embaúba (C. latiloba) foram cortados e moídos
em moedor de carne elétrico. O fruto jauarí (A. jauari) passou por um processo
de separação de polpa e semente e, após esse processo, a polpa foi também
moída em moedor carne. Já o fruto de munguba (P. munguba) teve
primeiramente sua casca retirada, seguida pela separação de suas sementes
que então foram moídas.
Após esta fase, todos os frutos e a semente, in natura, foram misturados
manualmente, na proporção de 1:1, à ração comercial (26% de proteína bruta)
previamente moída. Em seguida foram repelletizados, secos em estufa à
temperatura de 55ºC, por 12 horas e armazenados a –20ºC em porções
devidamente etiquetadas. A composição centesimal dos frutos e da semente é
apresentada na tabela 1.
Para o controle, foi utilizada 100% da ração comercial base (30,6%
proteína bruta) que também foi moída, misturada manualmente e repelletizada
nas mesmas condições descritas para rações teste. Depois de preparadas,
tanto a ração controle como as rações teste (mistura da ração com os frutos e
sementes), tiveram sua composição bromatológica determinada (tabela 2).
13
Tabela 1. Composição centesimal dos frutos e semente utilizados neste
trabalho. Dados de Silva (2003).
Tratamento Umidade (%) PB (%) EE (%) ENN (%) FB (%) MM (%)
Munguba
5,9 29,9 34,7 15,8 8,6 5,1
Embaúba
6,5 10,7 10,5 39,6 28,5 4,2
Catoré
3,1 8,6 6,1 45,5 31,4 5,3
Jauarí
3,4 5,1 11,0 45,6 32,5 2,4
Camu-camu
11,1 3,9 7,2 55,5 20,4 1,9
PB: proteína bruta; EE: extrato etéreo; FB: fibra bruta; ENN: extrato não
nitrogenado; MM: material mineral.
Tabela 2. Composição centesimal das rações controle e experimentais
utilizados neste trabalho.
Tratamento Umidade (%) PB (%) EE (%) ENN + FB (%) MM (%)
Controle
7,9 30,6 3,5 44,6 13,4
Munguba
6,9 28,9 8,3 44,9 11,0
Embaúba
6,0 26,6 3,6 52,4 11,4
Catoré
10,6 25,7 3,2 49,7 10,8
Jauarí
7,0 25,1 3,5 53,3 11,1
Camu-camu
7,8 28,0 2,9 48,9 12,4
PB: proteína bruta; EE: extrato etéreo; FB: fibra bruta; ENN: extrato não
nitrogenado; MM: material mineral.
A alimentação dos animais submetidos aos tratamentos experimentais foi
efetuada duas vezes ao dia (9:00 e 16:00), durante 30 dias, ad libitum.
2.4. Protocolo experimental
O experimento foi realizado em seis etapas, sendo que cada etapa
consistiu na montagem de seis aquários de 60 litros, providos de aeração
14
constante e filtro biológico e mecânico, de acordo com os tratamentos (quatro
frutos, uma semente e um controle).
As etapas foram consideradas réplicas (N=6) e foram montadas em
intervalo de dois dias no mesmo horário e nas mesmas condições. Em cada
aquário foram alocados oito juvenis de tambaqui pesando 30,67+
3,01g e
medindo 10,02+0,33cm.
2.5. Variáveis físicas e químicas da água
O monitoramento de algumas variáveis físico-químicas da água foi
realizado diariamente, sendo avaliados o pH, medido por meio de um pHmetro
Micronal B374, a temperatura e o oxigênio dissolvido na água, medidos com
auxílio de um termo-oxímetro YSI modelo 55/12 FT. Além disso, foram
monitorados semanalmente os níveis de amônia e nitrito, por estarem
relacionados à composição da ração. A renovação da água dos aquários
durante o período experimental foi realizada à taxa de 20% ao dia.
2.5.1. Amônia
Os níveis de amônia foram determinados por ensaio colorimétrico
segundo por Verdouw et al. (1978). O método consistiu na reação da amônia
com salicilato de sódio e hipoclorito de sódio, utilizando como catalisador o
nitroprussiato de sódio. A absorbância foi lida no comprimento de onda de
650nm e as concentrações de amônia foram expressas em mg/L.
15
2.5.2. Nitrito
Para determinação do nitrito foi utilizada a técnica descrita por Boyd
(1984), que consistiu na reação primária do nitrito com uma solução ácida de
sulfanilamida em ácido clorídrico e, em seguida, uma reação do produto da
reação anterior com n(1-naftil). A leitura foi realizada em espectrofotômetro em
comprimento de onda de 543nm, sendo os resultados expressos em mg/L.
2.6. Análise de crescimento
2.6.1. Biometria e biomassa
No início de cada etapa experimental, oito animais foram medidos
(comprimento padrão) em um ictiômetro apropriado com precisão de um
milímetro e pesados em balança semi-analítica com precisão 0,01 grama. No
final do período experimental, apenas dois animais de cada aquário (n=12),
escolhidos aleatoriamente, foram medidos e pesados como descrito
anteriormente e analisados.
2.6.2. Análise de proporção RNA/DNA
A quantificação de DNA total foi realizada de acordo com o método
descrito por Labarca & Paigen (1980).
Para a extração do DNA total foram adicionados 9,5ml de água deionizada
a 0,5g de músculo branco, em seguida homogeneizado utilizando o “Tissue
Tearor” (Model 9985370). Transferiu-se 1ml do homogeneizado para um
Eppendorff e acrescentou-se 0,5ml de ácido perclórico (PCA) 0,6M, mantendo-
se os tubos a 4ºC de um dia para o outro. No dia seguinte, a solução foi
homogeneizada com vortex e levada a descansar por 10min a 4ºC. A seguir, as
16
amostras foram centrifugadas por 15 minutos, 6000rpm, a 4ºC. Após descartar
o sobrenadante, o pellete foi lavado duas vezes com 0,4ml de PCA 0,2N. A
cada lavagem, centrifugou-se o tubo nas mesmas condições descritas acima.
Posteriormente, foi adicionado 0,8ml de hidróxido de potássio 0,3N,
misturados imediatamente e incubados em um agitador a 37ºC, 30opm
(Oscilações por minuto), por três horas. Prosseguiu-se a extração com a
incubação das amostras por 5 minutos em gêlo e adição de 0,4ml de PCA 1,2N
gelado e, descanso por 10 minutos. Seguiu-se centrifugação a 6000rpm, por 15
minutos a 4ºC. O sobrenadante foi transferido para um novo tubo e utilizado,
posteriormente, para quantificação do RNA total. O pellete resultante foi
enxaguado duas vezes com 1ml de PCA 0,2N gelado, sendo que a cada
enxágüe, o sobrenadante foi adicionado ao anterior e, o pellete resultante foi
congelado a –20ºC.
Para quantificar o DNA, o pellete foi descongelado e dissolvido em 1ml de
hidróxido de potássio 0,1N e deixado em repouso de um dia para o outro. No
dia seguinte, 20µl da amostra de DNA foram adicionados a 1980µl de água
MiliQ. Essa solução foi quantificada no espectrofotômetro (Shimadzu UV240)
em 260nm. Os resultados estão apresentados como µg de DNA/mg de tecido.
O RNA extraído foi descongelado e adicionados e lidos em
espectrofotômetro (Shimadzu UV240), a 260nm. Os resultados estão
expressos em µg de RNA/mg de tecido.
2.7. Procedimentos Analíticos
Ao final de cada etapa experimental, dois animais foram coletados
aleatoriamente. Um dos animais foi submetido, primeiramente, a estresse
17
natatório (túnel de natação), enquanto o outro foi anestesiado com MS222
(5mg/l) e levado diretamente à coleta de sangue e tecidos. Após o teste
natatório, o outro animal também foi anestesiado e teve uma amostra de seu
sangue da veia caudal coletado por meio de seringas heparinizadas.
2.7.1. Estresse natatório
Este teste foi desenhado para determinar a velocidade crítica de natação
(Ucrit). Por ser um teste de esforço, reflete o estado de saúde do animal, bem
como sua capacidade anaeróbica, condições estas intimamente relacionadas
ao estado nutricional do animal.
Para avaliar o desempenho natatório, um peixe de cada aquário foi
exposto a uma velocidade mínima, a qual foi aumentada gradativamente até
que o indivíduo atingisse a fadiga. O tempo e a velocidade em que o peixe
chega à fadiga foram usados para calcular U
crit
, por meio da fórmula
apresentada a seguir, como descrito por Brett (1964).
Ucrit = ui + (ti / tiii x uii)
onde: ui = última velocidade da natação na qual o peixe suportou nadar; ti =
tempo em que o peixe fatigou; tiii = período de tempo estipulado para cada
velocidade; uii = velocidade em que o peixe fatigou.
2.7.2. Parâmetros hematológicos
As amostras de sangue foram obtidas por meio de punção da veia caudal
com auxílio de seringas previamente heparinizadas.
18
2.7.2.1. Hematócrito (Ht)
Para determinar o hematócrito (Ht), amostras de sangue foram
transferidas para tubos de microhematócrito e centrifugadas a 12.000rpm
durante 10min em centrífuga para microhematócrito FANEM Modelo 207N,
sendo a leitura do porcentual (%) de sedimentação feita com o auxílio de uma
escala padronizada.
2.7.2.2. Concentração de hemoglobina ([Hb])
A concentração de hemoglobina ([Hb]) foi determinada segundo o método
da cianometahemoglobina, descrito por Kampen & Zijlstra (1964). Para tanto,
15µl de sangue foram diluídos em 3ml de reagente Drabkin (KCN 0,5g; KH
2
PO
4
1,4g; K
3
[Fe(CN)
6
] 2,0g; água destilada q.s.p. 1l). Após agitação, a absorbância
das amostras foi determinada em 540nm em um espectrofotômetro Spectronic
Genesis-2. Os valores da concentração de hemoglobina foram expressos em
g/dl e obtidos a partir da fórmula:
[Hb] = A
540
x 0,146x201
onde: A540 = valor da leitura na absorbância de 540nm; 0,146 = fator de
correção; 201 = diluição das amostras
2.7.2.3. Contagem do número de eritrócitos (RBC)
O número de eritrócitos foi estimado por meio da diluição das amostras de
sangue em solução de formol citrato (3,8g de citrato de sódio; 2,0ml de formol
40% e água destilada q.s.p. 100ml) na proporção 1:200 (v/v). A contagem das
células vermelhas circulantes (RBC) foi realizada em câmara de Neubauer, em
microscópio óptico Motic Profissional em 40x, e o número total de eritrócitos foi
19
expresso em milhões de células por milímetro cúbico de sangue (x10
6
/mm
3
),
calculado por meio da seguinte equação:
RBC= nº de célulasxAxD
onde: A= correção para a área analisada da câmara de Neubauer= 50;
D= fator de diluição
2.7.2.4. Determinação das constantes corpusculares
As constantes corpusculares volume corpuscular médio (VCM),
hemoglobina corpuscular média (HCM) e concentração de hemoglobina
corpuscular média (CHCM) foram determinadas a partir dos valores
correspondentes ao número de eritrócitos circulantes, ao hematócrito e à
concentração de hemoglobina, de acordo com as seguintes fórmulas
estabelecidas por Brow (1976):
VCM (µm
3
)= Htx10/RBC
HCM (pg)= [Hb]x10/RBC
CHCM (%)=[Hb]/Htx100
2.8. Metabólitos
2.8.1. Glicose
A concentração de glicose sanguínea foi determinada com auxílio de
medidor eletrônico de glicose sangüínea (Accu-Chek Advantage II). Para isso,
10µl de sangue total são colocados nas fitas de leitura do aparelho que, por
20
meio de uma análise eletroquímica da amostra, apresenta a concentração de
glicose em g/dl.
2.8.2. Hemoglobina Glicosilada
A concentração de hemoglobina glicosilada no sangue (HbG) foi
determinada por meio de um “kit” comercial Doles. Tal procedimento consistiu
em misturar o sangue total a uma solução hemolisante. Em seguida foram
transferidos 100µl do hemolisado para um tubo, com resina catiônica, e
invertidos por 8 minutos em um homogeneizador hematológico. Após a
separação da resina e da solução de hemoglobina foi calculada a porcentagem
de Hb glicosilada por meio de leitura em espectrofotômetro Spectronic
Genesis-2 em 405nm, conforme descrito pelo fabricante do “kit” utilizado.
2.9. Avaliação das enzimas antioxidantes
2.9.1 Preparação dos homogenados
Para as dosagens das enzimas Catalase e Glutationa-S-Transferase as
amostras de fígado foram homogeneizadas, utilizando “Tissue Tearor” (Model
9985370), com tampão de homogeneização (Tris 20mM, EDTA 1mM, DTT
1mM, Sacarose 0,5M, KCl 0,15M e PMSF 0,1mM) numa proporção 1:4 (tecido
tampão).
2.9.2. Glutationa S-Transferase (GST)
A atividade da enzima GST foi determinada pelo método descrito por
Habig et al. (1974) e Habig & Jakoby (1981) utilizando tampão fosfato (pH 7,0),
1mM GSH (glutationa reduzida) e 1mM de CDNB (1-cloro-,4-dinitrobenzeno).
21
A atividade cinética da GST foi calculada a partir da leitura da absorbância em
comprimento de onda de 340nm, em um espectrofotômetro Spectronic Genesis
2 . A atividade absoluta foi estimada usando o coeficiente de extinção molar do
CDNB e as unidades serão expressas em µmol. min
-1
. mg proteína
-1
.
2.9.3. Catalase (CAT)
A catalase foi estimada por meio da avaliação contínua do decréscimo da
concentração do peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
) em 240nm (Aebi, 1984). Para
tanto, foi preparado um tampão para o meio de reação com peróxido de
hidrogênio 10mM e tampão TE (Tris HCl 1M e EDTA 5mM), sendo as amostras
diluídas 100x no tampão TE. Na leitura, 10µl de homogeneizado foram
adicionados a uma cubeta de quartzo contendo 990µl de tampão de reação,
misturadas por inversão e lidas em 240nm em um espectrofotômetro
Shimadzu. Os resultados foram expressos em µmol. min
-1
. mg proteína
-1
.
2.9.4. Análise de Proteínas totais do tecido
A concentração de proteínas totais, no músculo, foi determinada pelo
método do biureto modificado usando um “kit” comercial Doles. Tal
procedimento consistiu em misturar 2,5ml do reagente de biureto com 50µl de
homogeneizado da amostra, tendo como solução padrão a mistura de 2,5ml do
reagente de biureto com 50µl de padrão. As soluções foram homogeneizadas
e, em seguida, ficaram em repouso por 5min à temperatura ambiente. Após
este procedimento, as amostras foram lidas em um espectrofotômetro
Spectronic Genesis-2 em 550nm. A concentração de proteínas nas amostras
está expressa em g/dl.
22
2.10. Efeitos citotóxicos e genotóxicos
2.10.1. Concentrações endógenas de produtos celulares oxidados
(TBARS)
A determinação das substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS)
foi realizada por meio do método descrito por Ohkawa (1979), que prevê a
diluição de 100µl de plasma em 0,90ml de tampão Tris-HCl 60mM pH 7,4;
1,0ml de ácido tricloroacético (TCA) 30% e 1,0ml de ácido tiobarbitúrico (TBA)
0,73%. Em seguida as amostras foram agitadas e aquecidas em banho-maria à
100ºC por uma hora. A seguir foram resfriadas, centrifugadas e lidas, utilizando
um espctrofotômetro Spectronic Gênesis-2, em um comprimento de onda de
535nm. A concentração de produtos celulares oxidados está expressa em
nmoles. ml
-1
de plasma.
2.10.2. Anormalidades nucleares eritrociticas (ANE)
As anormalidades nucleares eritrocíticas foram determinadas de acordo
com a metodologia revista e modificada por Pacheco & Santos (1998).
Esfregaços de sangue foram fixados e, depois de secos, corados com solução
May-Grünwald por 2min e com solução May-Grünwald e água destilada na
proporção 1:1 por 10min. Por fim, os esfregaços foram corados com Giemsa e
água destilada (1:6) por 10min. Depois de corados, os esfregaços foram
lavados e secos em temperatura ambiente. As lesões observadas foram
identificadas como: micronúcleo (M), núcleo lobado (L), núcleo segmentado (S)
e núcleo em forma de rim (K). Foram contadas 1000 células adultas, de cada
indivíduo, com o auxílio do microscópio óptico da marca Motic com aumento de
23
100x. Os resultados estão expressos em porcentagem (%) de ANE,
considerando a soma de todas as lesões (M+L+S+K) como 100%.
2.11. Análise Estatística
Todos os dados são expressos como média e erro padrão (SEM). A
significância das diferenças foi analisada estatisticamente por meio de análise
de variância (ANOVA, one-way), seguido de teste à posteriori de Tukey. Foi
mantido o nível de significância de 5% para todas as análises (Zar, 1984).
24
3. Resultados
3.1. Qualidade da água
A média das variáveis físico-químicas da água (pH, oxigênio dissolvido e
temperatura) analisadas neste estudo, se manteve dentro dos limites aceitáveis
para manutenção dos peixes (Tabela 3). Os valores de pH, observados neste
estudo, para os diferentes tratamentos, variaram de 5,89 a 6,07. Os níveis de
oxigênio dissolvido variaram entre 3,81 e 4,9, sendo que o valor recomendado
para tambaqui é de 3,0mg/l. A temperatura oscilou entre 27,42 e 27,99ºC
(Tabela 3).
Tabela 3. Valores de pH, oxigênio dissolvido e temperatura observados
durante o período experimental.
Tratamentos pH Oxigênio (mg/L) Temperatura (ºC)
Controle
6,07±0,06 4,09±0,15 27,49±0,24
Munguba
5,98±0,05 3,85±0,16 27,90±0,22
Embaúba
6,02±0,05 4,07±0,15 27,99±0,26
Catoré
6,07±0,06 3,91±0,13 27,76±0,26
Jauari
6,34±0,05 3,81±0,21 27,54±0,27
Camu-camu
5,89±0,06 4,04±0,16 27,42±0,24
3.2. Crescimento
Os exemplares de tambaqui alimentados com frutos e sementes regionais,
neste trabalho, não apresentaram diferença significativa entre os tratamentos e
o controle para o peso e comprimento inicial e final, bem como para ganho de
peso e taxa específica de crescimento (Tabela 4).
25
Tabela 4. Desempenho do tambaqui (Colossoma macropomum) alimentado
com ração suplementada com frutos e sementes de áreas alagadas da
Amazônia. Os valores estão expressos como média
+SEM.
Índices Controle Munguba Embaúba Catoré Jauarí Camu-
camu
Peso
Inicial (g)
32,5+3,1 30,7+2,2 29,8+3,3 29,4+3,2 32,1+4,1 29,4+2,1
Peso
Final (g)
44,0+4,8 34,2+3,4 38,4+3,7 40,1+3,3 41,4+2,3 41,5+3,7
Comprimento
inicial (cm)
10,2+
0,3 10,1+0,3 9,90+0,4 9,9+0,3 9,9+0,4 9,95+0,3
Comprimento
final (cm)
11,0+
0,3 10,3+0,2 10,8+0,4 10,8+0,4 11,1+0,3 10,9+0,3
Ganho de
peso (%)
47,8+
31,9 11,4+8,6 42,5+17,3 42,8+17,3 41,0+20,8 45,7+19,3
G (SGR%)
1,00+0,60 0,31+ 0,26 0,87+0,62 1,08+0,37 0,96+0,50 1,1+0,43
O crescimento instantâneo, medido por meio da taxa RNA:DNA, não
apresentou diferença significativa entre os tratamentos testados e o controle
(Figura1A). A quantidade de DNA, como esperado, apresentou homogeneidade
entre os tratamentos variando entre 0,43+
0,10 e 0,54+0,07, enquanto que a
quantidade de RNA mostrou-se variada de acordo com a dieta empregada
(Figura 1B e 1C).
26
Alimentação
Controle Munguba Embaúba Catoré Jauari Camu-camu
RNA:DNA
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
Alimentação
Controle Munguba Embaúba Catoré Jauari Camu-camu
DNAµm mg-1
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
Alimentação
Controle Munguba Embaúba Catoré Jauari Camu-camu
RNA µm mg
-1
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
Figura 1. Relação do RNA:DNA (A) e valores de DNA (B) e RNA total (C) do tecido muscular de
exemplares de tambaqui (Colossoma macropomum) alimentados com ração suplementada
com munguba, embaúba, catoré, jauari e camu-camu.
27
3.3. Performance Natatória
A velocidade crítica de natação para o tambaqui não apresentou diferença
estatística entre as dietas experimentais e controle (Figura 2). A menor
velocidade foi obtida pelos animais alimentados com dietas suplementadas por
catoré (6,43+
0,20) e a maior a suplementada por embaúba (6,88+0,40).
Alimentação
Controle Munguba Embaúba Cato Jauari Camu-camu
Velocidade crítica de natação (BLs
-1
)
5.0
5.5
6.0
6.5
7.0
7.5
8.0
Figura 2. Valores de velocidade crítica de natação de exemplares de tambaqui (Colossoma
macropomum) alimentados com ração suplementada com munguba, embaúba, catoré,
jauari e camu-camu.
28
3.4. Parâmetros hematológicos
Os valores correspondentes ao hematócrito (Ht), concentração de
hemoglobina ([Hb]) e número de eritrócitos (RBC) observados nos exemplares
de tambaqui alimentados com ração comercial suplementada com munguba (
P.
munguba), embaúba (C. latiloba), catoré (C. benthami), jauari (A. jauari) e
camu-camu (
Myrciaria sp.) são apresentados na Figura 1. Os valores de Ht,
[Hb] e RBC não apresentaram diferença significativa, entre os tratamentos
experimentais, para os animais não submetidos ao estresse natatório. No
entanto, os exemplares de tambaqui submetidos ao exercício apresentaram um
pequeno aumento no hematócrito, em todos os tratamentos, com diferença
significativa (p<0,05) para os animais alimentados com dieta contendo
munguba, embaúba e catoré (Figura 1A).
Os índices hematimétricos volume corpuscular médio (VCM), hemoglobina
corpuscular média (HCM) e concentração de hemoglobina corpuscular média
(CHCM), calculados a partir dos índices hematológicos, não apresentaram
diferença estatística entre as diferentes alimentações e entre os animais
expostos ou não ao estresse natatório (Tabela 5).
29
Tabela 5.Valores de Volume Corpuscular Médio (VCM, µm
3
), Hemoglobina corpuscular média (HCM, pg), Concentração de
hemoglobina corpuscular média (CHCM, %) e Hemoglobina glicosilada (HbG) de exemplares de C. macropomum
alimentados com ração suplementada com munguba, embaúba, catoré, jauari e camu-camu
Parâmetros Controle Munguba Embaúba Catoré Jauarí Camu-camu
VCM
S.E. 161,7+21,8 174+19,5 185,6+24,1 195,3+27,5 191,4+21,1 159,2+19,6
C.E.
204,1+38,4 383,1+153,1 261,1+41,3 232,0+38,8 217+41,1 197,4+42,8
HCM
S.E. 46,9+9,6 43,5+8,5 41,7+5,3 50,1+4,8 44,0+5,9 44,8+8,0
C.E. 47,6+13,3 61,1+6,2 50,1+8,1 54,4+11,0 45,9+6,9 47,1+14,5
CHCM
S.E. 28,7+4,9 24,9+3,4 24,1+3,9 27,2+3,0 23,0+1,9 26,9+2,5
C.E. 22,7+2,0 20,6+4,2 23,0+3,8 24,7+3,7 22,4+1,4 24,8+4,0
HbG
S.E. 40,3+3,1 39,1+1,4 40,4+2,2 42,4+3,4 38,6+1,4 39,8+2,0
C.E. 53,7+8,9 47,2+4,0 54,3+6,5 49,1+5,8 51,7+6,3 49,9+6,6
30
Figura 3. (A) Hematócrito (Ht); (B) Concentração de hemoglobina ([Hb]); (C) Número de
eritrócitos (RBC) de exemplares de C. macropomum alimentados com ração suplementada
com munguba, embaúba, catoré, jauari e camu-camu. * Indica diferença estatística
significativa entre os animais alimentados com a mesma dieta, não submetidos ou
submetidos ao estresse natatório (p<0,05).
Alimentação
Controle Munguba Embaúba Cato Jauarí Camu-camu
Número de eritrócitos circulantes (x10
6
/mm
3
)
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
Concentração de hemoglobina (mg/l)
3
4
5
6
7
8
9
10
B
Sem exercício
Com exercício
Hematócrito (%)
20
25
30
35
40
*
*
*
A
Sem exercício
Com exercício
C
Sem exercício
Com exercício
3.5. Metabólitos sanguíneos
A concentração de glicose sanguínea nos exemplares de tambaqui
submetidos ao estresse natatório apresentou-se aumentada em todos os
tratamentos, com diferença significativa para cinco, dos seis tratamentos
utilizados, inclusive o controle, sendo que somente os animais que receberam
suplementação de camu-camu não apresentaram diferença na concentração
sanguínea de glicose (Figura 4).
Aumento similar aos encontrados para a concentração de glicose no
sangue foram observados para hemoglobina glicosilada (HbG), onde os
animais submetidos ao túnel de natação apresentaram um discreto aumento,
sem diferença significativa, em relação aos que não foram submetidos ao
exercício em todos os tratamentos (Figura 5).
Alimentão
Controle Munguba Embaúba Catoré Jauarí Camu-camu
Glicose mg/dl
0
20
40
60
80
100
120
140
160
*
*
*
*
*
Sem exercício
Com exercício
Figura 4. Níveis de glicose de exemplares de C. macropomum alimentados com
ração suplementada com munguba, embaúba, catoré, jauari e camu-camu. *
Indica diferença estatística significativa para os animais alimentados com a mesma
dieta, não submetidos ou submetidos a exercício (p<0,05).
3.6. Avaliação das enzimas antioxidantes
A atividade da CAT nos animais que foram alimentados com dietas
suplementadas com frutos e sementes, neste estudo, apresenta-se homogênea
entre os diferentes tratamentos e o controle. A maior atividade foi observada
nos animais alimentados com embaúba (0,90+
0,24) e a menor atividade
observada nos animais que receberam camu-camu (0,71+
0,53) (Figura 6A).
Para os animais submetidos ao estresse natatório, pode-se observar uma,
discreta e sem diferença significativa, diminuição da atividade desta enzima
para todos os animais, independente do tratamento, sendo os menores valores
observados para os animais alimentados por dieta suplementada com
munguba (0,36+
0,9) (Figura 6A).
Diferente da atividade da CAT, a GST mostrou-se bastante variada entre
os tratamentos e o controle. É possível observar (Figura 6) que a menor
atividade aconteceu nos animais alimentados com munguba (27,2+
7,2) e a
maior para os animais que receberam suplementação com camu-camu
(84,9+
21,3) (Figura 6B). A exposição dos animais ao estresse natatório
ocasionou tendência a um aumento na atividade desta enzima, apresentando
diferença estatística (p<0,05) para os animais alimentados com munguba e
embaúba (Figura 6B).
33
Alimentação
Controle Munguba Embúba Catoré Jauarí Camu-camu
Atividade da Catalasemolmin
-1
mg de proteína
-1
)
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
Sem exercício
Com exercício
A
Alimentação
Controle Munguba Embaúba Catoré Jauarí Camu-camu
Atividade GST (µmol min
-1
mg de proteína
-1
)
0
20
40
60
80
100
120
140
160
*
Sem exercício
Com exercício
B
*
Figura 5. Valores da atividade das enzimas (A) Catalase (CAT) e (B) Glutationa -S-
Transferase (GST) no fígado de exemplares de C. macropomum alimentados com
ração suplementada com munguba, embaúba, catoré, jauari e camu-camu. *
Indica diferença estatística significativa entre os animais alimentados com a
mesma dieta, não submetidos ou submetidos ao estresse natatório (p<0,05).
34
3.7. Avaliação de danos celulares
A concentração endógena de produtos celulares oxidados (TBARS),
avaliadas no plasma dos animais alimentados com as dietas experimentais,
não apresentou diferença estatística entre os tratamentos e o grupo controle.
Os maiores valores observados foram para o controle (100,7+
39,5) e camu-
camu (97,6+
35,0) e os menores para munguba (51,9+25,7) e embaúba
(54,9+
17,2). A exposição dos animais à natação forçada, parece não
influenciar os níveis de TBARS, uma vez que os animais apresentaram uma
heterogeneidade entre os tratamentos, com o menor valor apresentado para
embaúba (67,3+
18,6) e o maior para catoré (118,5+16,1) (Figura 7).
Alimentação
Controle Munguba Embaúba Catoré Jauarí Camu-camu
TBARS (nmoles/ ml de plasma)
20
40
60
80
100
120
140
160
Figura 6. Concentração endógena de produtos celulares oxidados de exemplares
de C. macropomum alimentados com ração suplementada com munguba,
embaúba, catoré, jauari e camu-camu.
35
A porcentagem das anormalidades nucleares eritrocíticas (ANE), também
não apresentou diferença significativa entre os tratamentos apesar de
apresentar menores valores para os animais submetidos ao túnel de natação
em três tratamentos (munguba, embaúba e camu-camu) e o controle (Fig. 8).
Alimentão
Controle Munguba Embauba Catoré Jauarí Camu-camu
Anormalidades nucleares eritrocíticas (%)
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
Figura 7. Anormalidades nucleares eritrocíticas (ANE) de exemplares de C.
macropomum alimentados com ração suplementada com munguba, embaúba,
catoré, jauari e camu-camu.
36
3.8. Desempenho das dietas
As respostas fisiológicas e bioquímicas do tambaqui alimentado com
dietas experimentais, suplementadas com os frutos de embaúba, catoré, jauarí
e camu-camu e, com a semente de camu-camu encontram-se na Figura 9.
De acordo com o gráfico, é possível observar que as dietas ficaram
divididas em quatro pequenos grupos, dependo da resposta fornecida pelas
análises realizadas neste trabalho. Resumidamente, partindo do principio de
que a melhor resposta seria obtida pelo grupo controle, apenas ração
comercial, por meio do gráfico é possível observar que respostas similares, ou
até melhores, foram obtidas pelo grupo alimentado com suplementação de
camu-camu, mesmo quadrante, com uma relação de 59,59% (dimensões um e
dois).
A suplementação da dieta por jauarí e por catoré também parece mostrar
boas respostas fisiológicas e bioquímicas, isto é sugerido por se apresentarem
no grupo controle, no grupo maior com 38,25% de relação (dimensão um). A
embaúba parece não influenciar nas respostas aqui analisadas, mantendo
níveis basais o que a mantém no centro do gráfico. Por outro lado, a
implementação de sementes de munguba parece ser menos eficiente para um
bom desempenho e saúde do tambaqui, aparecendo no gráfico de maneira
isolada.
Assim, podemos a caracterizar que as dietas experimentais mostraram
diferentes desempenhos, sendo o Camu-camu, Jauarí as dietas que obtiveram
melhores respostas, o Catoré e a Embaúba os que obtiveram respostas
intermediarias e a Munguba com respostas menos satisfatórias.
37
0.5
0.4
0.3
0.2
0.0
Alimentação
Análise
Controle
Munguba
Embaúba
Catoré
Jauari
Camu-camu
Hts
Hbs
RBCs
VCMs
HCMs
CHCMs
GLICs
HbGs
TBARSs
ANEs
CATs
GSTs
RNAs
RNA/DNA
Pf
Cf
G
GP
Htc
Hbc
RBCc
VCMc
HCMc
CHCMc
GLICc
HbGc
TBARSc
ANEc
CATc
GSTc
Ht
t
Hb
t
RBC
t
VCM
t
HCMt
CHCM
t
GLIC
t
HbG
t
TBARS
t
ANE
t
CAT
t
GST
t
-0.5 -0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7
Dimension 1; Eigenvalue: .08024 (38.25% of Inertia)
-0.5
-0.4
-0.3
-0.2
-0.1
0.1
Dimension 2; Eigenvalue: .04477 (21.34% of Inertia)
Figura 8. Desempenho das dietas suplementadas por munguba, embaúba, catoré, jauarí ,
camu-camu e controle sobre a fisiologia e bioquímica de exemplares de tambaqui (Colossoma
macropomum).
38
4. Discussão
4.1. Crescimento
O crescimento é um dos fatores indicativos da qualidade do alimento
(Brett, 1979). Hepher (1993) reporta que o crescimento ótimo para os peixes é
obtido quando há eficiência do alimento, suprindo a demanda energética do
animal. Segundo Smith (1989), para peixes, essa demanda energética por
unidade de peso, é menor do que as encontradas para outros animais como
porco, galinha e boi, sendo descrito como o animal mais eficiente na conversão
de alimento em tecido corpóreo (NRC, 1993).
Saint-Paul (1984) observou que juvenis de tambaqui alimentados com
dietas com dois diferentes níveis de proteína bruta (27,5% e 42,1%)
apresentaram ganho de peso de 0,85g/dia e 1,3g/dia, respectivamente, o que
sugere que esses animais precisam de menos PB que outros animais. No
entanto, a principal fonte de proteína na ração de peixes é a farinha de peixe
que, devido a seu alto custo, há necessidade de se testar outras fontes
protéicas. Neste sentido, o farelo de soja que apresenta ótimo perfil de
aminoácidos e boa palatabilidade para a maioria dos peixes, tem sido utilizado
(Viola
et al., 1982; Fernandes et al., 2001).
Viola
et al. (1982), substituindo a farinha de peixe em até 45% não
encontraram prejuízos no desempenho de carpas (
Cyprinus carpio) e
Fernandes
et al. (2001) verificaram que o pacu do Pantanal (Piaractus
mesopotamicus) alimentado com dieta contendo apenas farinha de peixe
apresentou ganho de peso numericamente inferior (38,97) ao que recebeu
suplementação de farinha de soja (43,75).
39
Além da soja, outras alternativas também foram testadas. Soares et al.
(2000) e Soares
et al. (2001) avaliaram o desempenho de piavaçu (Leporinus
macrocephalus) e tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) quando alimentados
com farelo de canola no lugar de farelo de soja na alimentação e observaram
que o subproduto pode substituir o farelo de soja na ração em até 48,1% com
um bom desempenho para os animais. Roubach & Saint-Paul (1994) após
alimentarem juvenis de tambaqui com munguba, embaúba, seringa e arroz
verificaram que os juvenis apresentaram melhores ganhos zootécnicos quando
alimentados com dietas com 21,3% de proteína bruta encontrada na munguba.
Neste estudo, o desempenho do tambaqui não foi modificado pelas dietas
testadas, em relação ao controle, entretanto; os valores de ganho de peso e
taxa de crescimento específico variou de acordo com a quantidade de proteína
da ração experimental. Apesar de não apresentar diferença estatística para os
índices zootécnicos testados, as dietas que apresentaram melhor desempenho
do tambaqui foram às dietas suplementadas com Camu-camu (28,0% PB),
Jauarí (25,1% PB) e Catoré (25,1% PB).
A munguba apesar de apresentar um alto teor de proteína bruta
(28,9%PB), proporcionou os menores índices zootécnicos, ainda que sem
diferença significativa, discordando dos resultados obtidos por Roubach &
Saint-Paul (1994). Esta diferença pode estar relacionada ao tipo de
processamento deste item para fornecimento ao animal; os autores citados
testaram a munguba
in natura e, neste estudo, a munguba foi administrada na
proporção de 1:1 com ração com 30,6% PB, o que deve ter favorecido um
melhor resultado para este item, bem como para os outros frutos testados.
40
A taxa RNA:DNA é uma análise que tem sido proposta como uma medida
sensível para verificar a taxa de crescimento de peixes juvenis em um curto
período de tempo, dias ou semanas, partindo do princípio que a quantidade de
DNA é a mesma em todas as fases da vida do indivíduo e que na fase de
crescimento, o RNA encontra-se aumentado pela síntese protéica (Buckley &
Lough, 1987; Chicharo
et al., 1998; Weber et al., 2003).
Weber
et al. (2003), ao comparar indivíduos juvenis e adultos de
Oncorhynchus mykiss alimentados nas mesmas condições, observaram que os
animais juvenis apresentaram maiores concentrações de RNA e taxa
RNA:DNA que os adultos, corroborando os resultados acima citados que
indicam que no crescimento há uma maior síntese protéica e, portanto, um
maior crescimento.
Em contrapartida, para confirmar essa teoria, os mesmos autores,
também analisaram
Oncorhynchus mykiss com e sem privação alimentar e
observaram que os animais alimentados apresentaram maior quantidade de
RNA e uma maior taxa de RNA:DNA em relação aos peixes que passaram 18 e
32 dias de privação alimentar.
Gwak
et al. (2003), analisando larvas de Paralichthys olivaceus,
verificaram que esta espécie em condições nutricionais inadequadas no
período pós-metamórfico apresentou uma tendência de diminuição da taxa
RNA:DNA possivelmente pela suspensão da alimentação. Entretanto, apesar
de apresentar excelentes resultados, em um curto período de tempo para
várias espécies, Bisbal & Bengston (1995) não observaram diminuição na taxa
RNA:DNA, em larvas de
Paralchthys dentatus, após 72 horas de eclosão, sem
alimentação.
41
O tamanho do indivíduo e a condição nutricional parecem ser, pelo menos
para a maioria das espécies, os principais fatores responsáveis pela
concentração de RNA e pela proporção RNA:DNA. Apesar desse teste não ter
sido utilizado para verificar a eficácia da dieta, neste estudo, os resultados
revelaram que o RNA e a proporção RNA:DNA parecem não serem alterados,
no tambaqui, pelas diferentes alimentações.
Contudo, para um melhor entendimento de como esse mecanismo
funciona para o tambaqui, e assumir que as dietas experimentais não afetam
ou colaboram com o desempenho do tambaqui, é necessário analisar a
concentração de RNA e taxa RNA: DNA em animais submetidos à privação
alimentar, o que proporcionaria uma melhor e/ou maior precisão das questões
aqui sugeridas. Dessa forma, o que podemos sugerir neste estudo é que as
alimentações não ocasionaram nenhum desequilíbrio orgânico ao tambaqui,
promovendo crescimento similar do animal.
4.2. Parâmetros hematológicos
A hematologia é uma ferramenta importante na avaliação do estado de
saúde dos animais. Segundo Messier
et al. (1987) e Tavares-Dias (1998), a
análise dos parâmetros sanguíneos permite estimar, ainda que indiretamente, a
condição nutricional do animal. Isto é proposto por que o sangue é o tecido que
sofre alterações quando a saúde do animal se modifica (Blaxhall, 1972),
inclusive pela decorrência de modificações na dieta do animal.
Na literatura, vários trabalhos utilizam os parâmetros hematológicos como
indicadores do estado nutricional (Andersen, 1998; Kikuchi, 1999; Adham
et al.,
2000; Chagas, 2001; Barros
et al., 2002; Aride, 2003). Adham et al. (2000) ao
42
analisar parâmetros hematológicos de “catfish” alimentados com dietas sem
suplementação de vitamina C e com pequenos níveis de vitamina C na dieta,
verificaram uma diminuição do hematócrito, característica da anemia.
Contudo, Andersen
et al. (1998), não observaram diferença significativa
para Ht, [Hb], RBC, VCM, HCM e CHCM em salmão do Atlântico (
Salmo salar)
alimentado com ração suplementada com vitamina C. Padrão semelhante foi
observado para espécies tropicais, sendo que exemplares de tambaqui
alimentados com três níveis de ácido ascórbico (100, 200 e 200mg/ kg de
ração) (Chagas, 2001) e com dois níveis de alfa-tocoferol (80 e 400UI /kg de
ração) (Aride, 2003) não apresentaram diferenças significativas para Ht, [Hb],
RBC.
A adição de pequenas quantidades de farinha da semente de algodão na
dieta também não causou mudanças no Ht e na [Hb] em Salmão do atlântico
(Barros
et al., 2002). No entanto, como sugerido por Colin-Negreti (1996), o
gossipol, um fator antinutricional da semente do algodão, em altas quantidades,
aumenta a fragilidade das células vermelhas do sangue. Esta fragilidade foi
constatada por Rinchard
et al (2003) ao observar que salmão alimentado com
quantidades crescentes de gossipol na dieta apresenta diminuição progressiva
da quantidade de hemoglobina e hematócrito.
Neste estudo não foram observadas diferenças significativas para os
valores de Ht, [Hb] e RBC, bem como para as constantes corpusculares VCM,
HCM e CHCM entre os grupos que receberam dietas experimentais e o
controle. Isto sugere que os frutos (embaúba, catoré, jauari e camu-camu) e a
semente (munguba), na quantidade testada, não causam alterações nas
variáveis sanguíneas do tambaqui.
43
É comum encontrar na literatura várias formas de avaliar o estado
nutricional. A mais comum é quando o animal é exposto a situações
estressantes que, dependendo das respostas, pode sugerir que uma e/ou outra
dieta está protegendo o animal do desequilíbrio fisiológico (Torres
et al.,1986).
Hipóxia (Chagas, 2001), temperatura (Oliveira, 2001), privação alimentar
(Carvalho, 1998; Adam
et al., 2000) e velocidade crítica de natação (Ogata et
al., 2002; MacFarlane et al., 2004) são alguns dos fatores estressantes,
freqüentemente estudados.
Neste estudo, a velocidade critica de natação (Ucrit) foi utilizada como
fator estressante para avaliar o estado nutricional do tambaqui. A concentração
de hemoglobina e o número de eritrócitos, para os animais submetidos ao
estresse natatório, apresentaram uma tendência de aumento para todos os
tratamentos e o controle, sem diferenças significativas, que pode ter sido
provocada pela tentativa de suprir a demanda metabólica de oxigênio.
O hematócrito apesar de apresentar tendência de aumento para todos o
tratamentos e controle, apresentou diferença estatística significativa apenas
para munguba, embaúba e catoré. E este aumento foi o responsável pela
diminuição, mesmo sem diferença significativa, dos valores de VCM e o CHCM,
quando os animais foram submetidos ao túnel de natação.
A natação é uma atividade física que exige uma alta demanda energética
dos peixes, podendo aumentar ainda mais essa exigência de acordo com a
especialidade locomotora da espécie (Webb, 1998). Tandon & Joshi (1976)
observaram que os teleósteos marinhos apresentam uma relação inversa entre
o tamanho dos eritrócitos e sua habilidade natatória, com reflexo na
concentração de hemoglobina.
44
Espécies mais ativas apresentam maior número de eritrócitos e maior
concentração de hemoglobina e menor volume celular, que é explicado pela
alta demanda de oxigênio requerida pelo esforço de natação, para suprir a
exigência metabólica (Moyes & West, 1995). Neste trabalho, a análise da [Hb]
e RBC não apresentaram diferenças significativas entre os tratamentos e grupo
controle. Apenas o Ht mostrou-se alterado quando o animal foi submetido à
natação forçada o que pode sugerir que houve uma tentativa de suprimento da
demanda metabólica.
Em contrapartida, o desempenho hematológico dos animais pode ter
apresentado boas respostas pela boa condição nutricional em que o animal se
encontrava, em decorrência das dietas, o que pode ter minimizado o efeito
causado pelo estresse.
4.3. Metabólitos
A ingestão de alimentos tem como finalidade fornecer energia para o
metabolismo orgânico (Love & Black, 1990). Nos peixes, os carboidratos são
estocados no fígado em forma de glicogênio que, dependo da demanda
energética requerida, é degradado tendo a glicose como produto (Soengas &
Moon, 1995).
A glicose é distribuída para os tecidos por meio do sangue, sendo os
níveis elevados de glicose sanguínea encontrados quando ocorre uma redução
na utilização desta, para produção de energia (Kaloyanni
et al., 1993), estímulo
da glicogenólise por indução hormonal (Vijayan & Monn, 1992) ou, ainda em
situações estressantes (Hochachka & Somero, 1984). A estação do ano, a
45
dieta e o tempo de ingestão da última alimentação também afetam seus níveis
sanguíneos (Wedemeyer
et al., 1990).
Dicentrarchus labrax, que recebeu alimentação contendo semente de
ervilha, apresentou uma elevação nos níveis de glicose de acordo com o
aumento dos níveis de sementes de ervilhas na dieta (Gouveia & Davies,
2004). Resultado similar foi observado por Omeregie (2001), depois de
alimentar juvenis de
Labeo senegalensis com sementes de manga na dieta.
Apesar do aumento na glicose, as faixas encontradas estão de acordo com a
faixa estabelecida como normal para os peixes e demonstraram que a
elevação observada não interferiu no crescimento do animal.
Neste estudo, os níveis de glicose mantiveram-se constantes para as
diferentes dietas experimentais e para o controle. No entanto, quando
submetido ao estresse natatório, o tambaqui apresentou um aumento
significativo em todos os tratamentos experimentais e controle, exceto na dieta
contendo camu-camu.
A natação forçada para truta marrom causou um significativo aumento
primário, medido pela elevação do cortisol e, secundário com o aumento de
lactato e glicose (Hyrrãrinen
et al., 2004). Padrão similar foi observado por
Ortuño
et al. (2002) em exemplares de Sparus aurata submetidos ao estresse
natatório após terem sido alimentados com 100mg de vitamina C/kg de ração e
100mg de vitamina E/kg de ração separadamente e em conjunto. O mesmo
autor relatou que os animais que receberam a suplementação vitamínica C e E,
separadamente, reduziram em 33% a concentração de glicose plasmática e
que o sinergismo das duas diminuiu em 50% os níveis plasmáticos desse
metabólito em relação ao grupo controle, não exposto ao estresse natatório.
46
A ausência de diferença significativa para a concentração sangüínea de
glicose nos exemplares de tambaqui alimentados com dieta contendo camu-
camu pode estar relacionada à quantidade de vitamina C, que varia entre 2400
a 3100mg/100g de polpa (Andrade
et al., 1995). Este resultado, comparado aos
resultados obtidos por Henrique
et al. (1998) para Sparus aurata alimentado
com diferentes níveis de vitamina C (25, 50, 100 e 200mg/kg) e Chagas (2001)
para tambaquis alimentados com 200 e 400mg de ácido ascórbico/kg de ração
e expostos a hipóxia, apresentam o mesmo padrão, sugerindo que a vitamina
C do camu-camu pode proteger o animal de situações estressantes, como o
exercício forçado.
A hemoglobina glicosilada (HbG) é produto de uma glicosilação
permanente da hemoglobina, que tem inicio nas hemáceas jovens e continua
até o final da vida útil destas, por volta de 120 dias. Sua intensidade está
relacionada ao nível de glicose sanguínea e, sua determinação indica,
indiretamente, os níveis de glicose no período da glicosilação, ligação
irreversível da glicose com a hemoglobina (Stryer, 1996). Em humanos, esta
análise é indicada para monitorar diabéticos, principalmente quando os níveis
de glicose apresentam-se inferiores a 160mg/dl.
Em peixes, a análise de hemoglobina glicosilada ainda não foi constatada.
Entretanto, por ser uma análise diretamente relacionada à glicose pode ser
uma ferramenta importante em trabalhos relacionados à alimentação e
estresse, uma vez que a hemoglobina glicosilada pode estar alterada em até
três meses após a glicosilação.
Os valores de HbG encontrados nos exemplares de tambaqui alimentados
com as rações experimentais apresentaram uma padronização nas dietas
47
experimentais testadas e grupo controle. Da mesma forma, o aumento
observado para os animais expostos ao túnel de natação, foi homogêneo entre
todos tratamentos e o controle. Estes resultados indicam que a dieta não afetou
o equilíbrio fisiológico, em nenhum momento do experimento. O aumento de
HbG, mesmo sem diferenças estatísticas, nos animais expostos ao estresse
natatório, alimentado com as diferentes dietas experimentais, corroboram os
valores encontrados para a glicose na mesma condição estressante,
mostrando que houve um aumento de glicosilação com o aumento da glicose,
como descrito acima.
4.4. Avaliação das enzimas antioxidantes
Os teleósteos utilizam vários sistemas de defesa fisiológica quando
desafiados pela dinâmica química do ambiente (Bonga, 1997). Em situações de
estresse, o sistema de detoxificação é ativado para agir contra as modificações
químicas e são essenciais para a sobrevivência dos organismos (Morow
et al.,
2004).
Neste sentido, o ciclo redox da glutationa, as enzimas que compõem seu
metabolismo e as enzimas do sistema antioxidante exercem papel fundamental
na defesa da célula (Rover-Júnior
et al., 2001). Segundo Schitzendubel et al.
(2001) a glutationa, o ascorbato, a CAT e a SOD são de fundamental
importância no controle das concentrações de H
2
O
2
e O
2
-
nos animais.
A CAT é a enzima que decompõe rapidamente, em segunda instância, o
peróxido de hidrogênio em água e oxigênio, sendo encontrada principalmente
no fígado, rins e eritrócitos. Sua atividade está intrinsecamente relacionada a
48
com quantidade deste composto no organismo, uma vez que por meio da
respiração é constantemente produzido (Halliwell & Gutteridge, 1989).
Nos peixes, a atividade da CAT é baixa quando comparada a mamíferos e
pássaros (Passi
et al., 2002). Segundo Wilhelm Filho et al. (1993), é comum
observar acatalasemia nos eritrócitos dos peixes, já que estes organismos
parecem utilizar as brânquias como um mecanismo alternativo para eliminação
de H
2
O
2.
No fígado, a atividade desta enzima, pelo menos em peixes tropicais,
parece ser maior (Wilhelm Filho & Marcon, 1996; Marcon & Wilhelm Filho,
1999).
De um modo geral, os valores observados para CAT e GST, no fígado do
tambaqui neste estudo, foram opostos nas situações testadas, com e sem
exercício. Os valores de CAT apresentaram-se menores para os animais
expostos ao túnel de natação, enquanto que os níveis de GST foram maiores,
para todos os tratamentos, nesta mesma situação.
Em estresse oxidativo, com o aumento das espécies reativas de oxigênio,
também é esperado um aumento na atividade das enzimas que catalisam as
ERO. Entretanto, Marcon (1995) observou que tambaqui submetido a estresse
hipóxico e hiperóxico apresenta uma diminuição da CAT com um aumento
paralelo da atividade da GPx, o que levou o autor a sugerir que houve uma
compensação, contrabalanceando, os níveis de peróxido de hidrogênio no
fígado.
O trabalho mútuo da Glutationa peroxidase (GPx) e Glutationa-S-
Transferase (GST) junto com a Glutationa reduzida (GSH) decompõem o H
2
O
2
e outros hidroperóxidos (Mak
et al.,1996). A GST exerce um papel importante
na catálise da conjugação de glutationa a diversos substratos eletrofílicos,
49
fazendo parte do complexo sistema de detoxificação de xenobióticos e
espécies reativas (Dixton
et al., 2002).
O efeito da composição da dieta sobre o sistema de detoxificação é
extremamente limitado. No entanto, diferentes dos mamíferos, os peixes
evoluíram em relação à dieta, a qual é sazonalmente variada. Dessa forma, o
sistema de defesa pode ser um tanto variado de acordo com a energia e
nutriente ingerido (Morow
et al., 2004).
Stott & Sinnhuber (1978) verificaram que trutas alimentadas com dietas
com diferentes níveis de proteínas (32 –62%) alteram as enzimas hepáticas
associadas ao metabolismo de xenobióticos. Apesar disso, nenhuma alteração
nos valores de CAT e GST foi verificada para esta mesma espécie quando
alimentada com dietas isoenergéticas, variando na quantidade de proteínas e
lipídeos, o que levou os autores concluírem que as rações testadas não
apresentaram efeito negativo na fisiologia de detoxificação para trutas (Morrow
et al, 2004).
As alimentações testadas, com os quatro frutos e a semente neste
trabalho, apresentaram valores de CAT e GST variados. Esta variação pode
ser indicada pelas diferentes composições das dietas, devido à composição
química de cada fruto. A atividade da CAT no fígado dos animais que não
foram expostos ao estresse natatório, alimentados anteriormente com dietas
suplementadas por catoré, jauari e camu-camu, apresentou menores valores
que o grupo controle. Por outro lado, depois de expostos ao estresse, os
menores valores encontrados de CAT foram observados nos grupos controle,
munguba e embaúba.
50
A atividade da GST com relação a diferentes dietas se mostrou variada,
como já citado, apresentando menores valores para munguba, embaúba,
catoré e jauarí. O estresse causado pela natação forçada elevou as
concentrações desta enzima, como mostrado na figura 7, para todos os
tratamentos, porém houve tendência a aumento para os animais alimentados
com dietas suplementadas com embaúba e catoré, quando comparados ao
grupo controle.
A capacidade antioxidante do organismo é naturalmente requerida pelas
funções metabólicas normais, devido à respiração (Halliwell & Gutteridge,
1989). Em contrapartida, podem ser ainda mais solicitadas quando há
exposição do animal, a agentes estressores. Assim, animais bem nutridos ou
ainda alimentados com dietas contendo antioxidantes endógenos podem
apresentar uma melhor resposta ao estresse (Bianchi & Antunes, 1999).
Neste estudo, os animais apresentaram níveis de CAT e GST bastante
variados; entretanto, apenas as dietas contendo munguba e embaúba
apresentaram diferenças significativas para os níveis de GST, entre os animais
expostos ou não a condição estressante. Estes resultados sugerem que, ainda
que os vegetais sejam fontes naturais de antioxidantes, as dietas com
munguba e embaúba não parecem proteger os animais, contra os radicais
livres favorecendo um aumento na enzima detoxificadora GST e que, as
demais dietas experimentais podem ter fornecido fontes endógenas de
antioxidantes minimizando a ação enzimática.
De um modo geral, os animais que menos apresentaram alterações nos
níveis enzimáticos de CAT e GST, pelo estresse, foram os alimentados com
camu-camu e jauari, o que pode indicar que estes frutos quando utilizados
51
como um complemento na alimentação do tambaqui, contribuem na redução do
desequilíbrio da relação ao balanço pró e antioxidante.
4.5. Avaliação de danos celulares
A peroxidação lipídica decorre da ação das ERO sobre os ácidos graxos
polinsaturados e fosfolipídios da membrana celular. Isto ocorre porque as
espécies tóxicas ativam as fosfolipases que desintegram os fosfolipídios,
causando vários efeitos deletérios, entre os quais a ruptura da membrana
celular (Haliwell & Gutteridge, 1989).
Passi
et al. (2004) sugerem que a peroxidação lipídica ocorre em todas
as espécies de peixes de águas temperadas ou tropicais, mesmo sem estresse
oxidativo, podendo estar vinculada a um decréscimo de antioxidantes devido à
idade. Em trutas, estes autores, observaram um aumento significativo de
TBARS em animais com dois e três anos, quando comparadas com as trutas
mais jovens de três meses e um ano.
Em estresse oxidativo, os níveis de TBARS dos animais tendem a
aumentar. Isto foi evidenciado em tambaqui exposto a hipóxia e hiperóxia
(Marcon
et al., 1997). Por outro lado, tambaquis expostos a hipóxia, depois de
terem sido alimentados por 60 dias com ácido ascórbico, mostraram tendência
a diminuir os níveis de TBARS de acordo com o aumento no nível de vitamina
C empregado (0, 100, 200 e 400mgAA/kg).
Neste estudo, os níveis de peroxidação lipídica apresentaram-se
bastante variados entre as diferentes dietas. Embora não tenha sido observada
diferença estatística, apenas os animais alimentados com a suplementação de
munguba e catoré apresentaram resultados numericamente maiores para os
52
animais levados ao túnel de natação. Contudo, a peroxidação lipidica é um
fenômeno que acontece naturalmente no organismo, onde as ERO agridem os
ácidos graxos das membranas celulares, desintegrando-a e permitindo que
essas espécies entrem na célula. Em situação estressantes, com o aumento na
produção das ERO um aumento acentuado da peroxidação lipidica é esperado.
Nesse sentido, é possível sugerir que houve uma certa proteção por parte das
alimentações administradas, aos animais deste estudo.
Os frutos apresentam níveis consideráveis de vitaminas (Guo
et al,
2003). Entre estas vitaminas, a vitamina C é uma das mais indicadas como
fonte endógena de antioxidante. Assim, a diminuição nos níveis de TBARS
encontrados, neste trabalho, para os tambaquis expostos ao exercício forçado,
depois de alimentados com camu-camu, sugere que o alto teor de ácido
ascórbico encontrado nesse fruto, pode ter protegido o organismo contra ao
estresse oxidativo causado pelo exercício.
Em contrapartida, para os outros tratamentos testados neste estudo, os
animais apresentaram níveis de peroxidação lipídica maiores, depois que os
animais foram submetidos à natação forçada. Este fato, no entanto, não pode
indicar que os outros tratamentos não protegem os animais, mas que talvez os
níveis altos de vitamina C do camu-camu, pode ter melhor influenciado na
resposta do animal.
A análise das anormalidades nucleares eritrocíticas tem sido geralmente
utilizada como indicador genotóxico, para avaliar o efeito da exposição do
animal a substâncias químicas (Pacheco & Santos, 1997). Por outro lado, os
animais podem produzir anormalidades nucleares naturalmente, por um erro no
processo de divisão celular (Heddle
et al, 1991).
53
Neste estudo, os animais apresentaram um padrão similar, em relação a
ANE, para as diferentes dietas. Entretanto, é importante mencionar uma
discreta diminuição, das dietas contendo munguba, embaúba e camu-camu e o
controle. Esse resultado pode estar intrinsecamente relacionado ao aumento
no número de eritrócitos circulantes para esses animais, o que levou a uma
diluição das anormalidades analisadas. Assim, se as anormalidades nucleares
fossem causadas apenas por agentes tóxicos presente nos frutos, seria
possível notar um aumento significativo ou uma tendência a aumento dessas
anomalias, principalmente na situação estressante.
Deste modo, as avaliações dos danos ocasionados à célula, pela quebra
celular, peroxidação lipidica, e pelas anomalias nucleares, neste estudo,
indicam que a utilização de frutos regionais parece não ter ocasionado
quaisquer danos aos exemplares de tambaqui.
54
5. Conclusões
1. O crescimento do tambaqui parece não ter sido influenciado pelas dietas
experimentais. Entretanto os grupos experimentais alimentados com dieta
contendo camu-camu e jauari apresentaram maior similaridade com o grupo
controle (Vide Figura 8).
2. A velocidade crítica de natação (Ucrit) apresentou-se homogênea entre os
tratamentos, mostrando não ser influenciada pela dieta.
3. As diferentes dietas não influenciaram na hematologia dos animais, quando
não submetidos ao estresse natatório. Por outro lado, os animais submetidos à
natação forçada apresentaram aumento significativo para o hematócrito, depois
de alimentados com munguba, embaúba e catoré e mantiveram seus níveis
normais quando alimentados com jauarí e camu-camu.
4. A dieta contendo camu-camu protegeu o tambaqui do estresse, analisado
pelos níveis de glicose, o que sugere que a o camu-camu possa estar agindo
como um importante agente protetor.
5. A enzimas antioxidantes apresentaram níveis heterogêneos para as
diferentes dietas, apresentando um melhor efeito contra os radicais livres
gerados pelo estresse nos animais alimentados com suplementação de jauarí e
camu-camu.
55
6. As dietas experimentais não ocasionaram efeitos citotóxicos e genotóxicos
nos tambaquis, mas uma melhor proteção, mesmo que aparente, foi observada
pelos animais alimentados com embaúba, jauari e camu-camu.
7. Todas as dietas testadas apresentam potencial para incorporação na ração
para alevinos de tambaqui, não apresentando efeitos nocivos aparentes à
saúde e crescimento do animal.
8. A incorporação de camu-camu e jauari merecem destaque por apresentarem
os melhores resultados (Figura 8).
56
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