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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Instituto de Psicologia
JANINA MANZIERI PRADO
Controle postural em adultos e idosos durante
tarefas duais
São Paulo
2008
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JANINA MANZIERI PRADO
Controle postural em adultos e idosos durante
tarefas duais
Dissertação apresentada ao Instituto de
Psicologia da Universidade de São Paulo para obtenção
do título de Mestre em Ciências – Neurociência e Comportamento
Área de Concentração: Neurociência e Comportamento
Orientador: Prof. Dr. Marcos Duarte
São Paulo
2008
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FOLHA DE APROVAÇÃO
JANINA MANZIERI PRADO
CONTROLE POSTURAL EM ADULTOS E IDOSOS DURANTE TAREFAS DUAIS
Dissertação apresentada ao Instituto de
Psicologia da Universidade de São Paulo para obtenção
do título de Mestre em Ciências – Neurociência e Comportamento
Área de Concentração: Neurociência e Comportamento
Aprovada em:
Banca examinadora
Prof. Dr: ___________________________________ Titulação: ________________
Instituição: ________________________________ Assinatura: ________________
Prof. Dr: ___________________________________ Titulação: ________________
Instituição: ________________________________ Assinatura: ________________
Prof. Dr: ___________________________________ Titulação: ________________
Instituição: ________________________________ Assinatura: ________________
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, Prof. Dr. MARCOS DUARTE, pelo auxílio durante todos os anos
de estágio no laboratório de biofísica e de mestrado. Obrigada pela ajuda, atenção,
paciência, conhecimento, por ter contribuído para meu aprimoramento científico e
pela disponibilidade ao longo desse período.
À minha família, ILIANA, FRANCISCO, FABIO e LOURDES, pelo amor, apoio,
incentivo e por acreditarem em mim.
À minha querida tia JÉSSIA, que mesmo distante sempre me incentivou a seguir em
frente.
Aos Prof. Dr. ANDRÉ FABIO KOHN, LUIZ R. G. BRITTO, JOSÉ CARLOS FREITAS
e aos demais professores do Programa de Neurociência e Comportamento que
contribuíram para minha formação.
Aos membros e ex-membros do LABORATÓRIO DE BIOFÍSICA, ROGÉRIO,
REGINALDO, PAULO, ANINHA, pela ajuda e amizade, em especial à BEL e
SANDRA pelo auxílio técnico e científico quando iniciei meu curso de pós-
graduação.
Às amigas SHEILA, ZODJA e SÔNIA pela amizade.
À minha querida amiga LIRIA OKAI por me incentivar a seguir a carreira acadêmica.
A todos que direta ou indiretamente auxiliaram no desenvolvimento deste trabalho.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pela
concessão da bolsa de mestrado.
i
SUMÁRIO
RESUMO....................................................................................................................III
ABSTRACT................................................................................................................ V
LISTA DE TABELA .................................................................................................. VI
LISTA DE FIGURAS................................................................................................ VII
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................1
2 OBJETIVO...........................................................................................................6
3 REVISÃO DA LITERATURA ...............................................................................7
3.1 CONTROLE POSTURAL NORMAL.........................................................................7
3.2 MUDANÇAS NO SISTEMA DE CONTROLE POSTURAL COM O AVANÇO DA IDADE ........9
3.2.1 Mudanças no sistema motor .....................................................................9
3.2.2 Mudanças nos sistemas sensoriais.........................................................10
3.2.2.1 Mudanças no sistema visual ............................................................11
3.2.2.2 Mudanças no sistema somatossensorial..........................................12
3.2.2.3 Mudanças no sistema vestibular ......................................................14
3.2.2.4 Mudanças na integração das informações sensoriais......................15
3.3 INFORMAÇÃO VISUAL NO CONTROLE POSTURAL ................................................16
3.4 TAREFAS DUAIS VERSUS PROCESSAMENTO COGNITIVO .....................................19
3.5 TAREFAS DUAIS VERSUS INFORMAÇÃO VISUAL..................................................24
4 MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................27
4.1 S
ELEÇÃO DA AMOSTRA...................................................................................27
4.2 INSTRUMENTOS .............................................................................................28
4.3 T
AREFA ........................................................................................................30
4.4 ANÁLISE DE DADOS ........................................................................................32
4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA ....................................................................................33
5 RESULTADOS ..................................................................................................35
5.1 TAREFA SUPRA-POSTURAL: EFEITO NA OSCILAÇÃO POSTURAL ...........................36
5.2 CONDIÇÕES OLHOS ABERTOS (OA) E OLHOS FECHADOS (OF): EFEITO NA
OSCILAÇÃO POSTURAL
..............................................................................................36
5.3 CONDIÇÕES EXPERIMENTAIS: EFEITO NA OSCILAÇÃO POSTURAL.........................44
6 DISCUSSÃO......................................................................................................57
6.1 TAREFA SUPRA-POSTURAL: DESEMPENHO VISUAL.............................................57
6.2 CONDIÇÃO OLHOS ABERTO (OA) E OLHOS FECHADOS (OF): EFEITO NA OSCILAÇÃO
POSTURAL
...............................................................................................................58
6.3 CONDIÇÕES EXPERIMENTAIS: EFEITO NA OSCILAÇÃO POSTURAL.........................59
7 CONCLUSÃO ....................................................................................................65
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................66
ii
9 ANEXOS............................................................................................................75
9.1 ANEXO A FICHA DE ANAMNESE ..................................................................75
9.2 ANEXO B QUESTIONÁRIO DE BAECKE (ADULTOS) ........................................78
9.3 ANEXO C- QUESTIONÁRIO DE BAECKE (MODIFICADO PARA IDOSOS).................81
9.4 ANEXO D TERMO DE CONSENTIMENTO .......................................................84
9. 5 ANEXO E PRODUÇÃO CIENTÍFICA DURANTE O CURSO DE MESTRADO
(FEVEREIRO/2005 - JUNHO/2008).............................................................................87
iii
RESUMO
INTRODUÇÃO: Tem sido demonstrado em adultos jovens saudáveis que certo tipo
de tarefas duais podem diminuir a oscilação postural durante a postura em pé
(STOFFREGEN et al., 2000; STOFFREGEN et al., 1999). A variabilidade na
oscilação postural depende da natureza da tarefa visual, por exemplo, a oscilação
pode reduzir quando o indivíduo olha para um alvo que requer uma busca visual
comparado a um alvo completamente branco. Contudo, não sabemos se tal efeito
também pode ser observado em idosos cujo controle postural pode estar
deteriorado. O objetivo do presente estudo foi investigar como as tarefas duais
afetam a oscilação postural durante a postura em pé em indivíduos idosos
comparado aos adultos e entender a relação entre informação visual e equilíbrio no
controle postural.
MÉTODOS: Doze sujeitos idosos fisicamente ativos (65 a 75 anos) e doze adultos
jovens saudáveis (22 a 39 anos) participaram do experimento. Os sujeitos realizaram
diferentes tarefas visuais enquanto permaneceram em pé sobre a plataforma de
força. A natureza da tarefa visual (olhar para um alvo branco versus com texto), e a
distância do alvo visual (perto versus longe) foram variadas. Na condição com texto
os participantes foram instruídos a contar a freqüência de determinadas letras
durante cada tentativa (ex. A, E, I, R, S). As seguintes variáveis foram analisadas:
raiz quadrática média (RMS), velocidade media e freqüência mediana do
deslocamento do centro de pressão (CP) nas direções antero-posterior (AP) e
médio-lateral (ML) obtidos através da plataforma de força e deslocamentos da
cabeça, ombro, quadril e joelho obtidos com um sistema de análise de vídeo.
RESULTADOS: Ambos os grupos tiveram a mesma porcentagem de acertos ao
contar as letras, mas os idosos foram significativamente mais lentos comparados
aos adultos. A amplitude da oscilação postural foi maior para os idosos do que para
os adultos em todas as condições. No entanto, ambos os grupos apresentaram uma
redução na oscilação durante a tarefa com texto quando comparado à tarefa com
alvo branco.
CONCLUSÃO: Os resultados sugerem que apesar do aumento da oscilação com o
avanço da idade, a integração da informação visual pelo sistema de controle
postural não é afetada pela idade. Os presentes resultados suportam a idéia que
iv
tarefas duais não necessariamente levam a um aumento na oscilação postural. Este
efeito, observado aqui em idosos, levantam questões sobre uma visão amplamente
adotada na quais mudanças na oscilação postural relacionadas com a idade estão
relacionadas com uma competição entre o controle postural e outras atividades no
processamento central de informações.
Palavras - chave: equilíbrio, envelhecimento, posturografia
v
ABSTRACT
INTRODUCTION: It has been shown for young healthy adults that certain dual tasks
can decrease postural sway during upright stance (STOFFREGEN et al., 2000;
STOFFREGEN et al., 1999). The variability on postural sway depends on the nature
of the visual task, for example, the sway can be reduced when the subject look at a
target that requires visual tracking compared to a completely white target. However, it
is unknown whether such effect is also observed in elderly people where postural
control may be deteriorated. The aim of the present study was to investigate how a
dual task affects postural sway during upright stance in elderly subjects compared to
young adults and to understand the relationship between visual information and
balance on postural control.
METHODS: Twelve healthy active elderly adults (aged 65 to 75 years) and twelve
healthy young adults (aged 22 to 39 years) participated in the experiment. The
subjects performed different visual tasks while standing on a force plate. We varied
the nature of the visual tasks (looking at a blank target versus a visual search task),
and the distance of visual targets (near versus far). The following variables were
analyzed: COP root-mean-square (RMS), mean speed displacements and median
frequency for the AP and ML directions obtained from the force plate and RMS of the
head, shoulder, hip and knee obtained from a video analysis system.
RESULTS: Both groups had the same percentage correct in counting letters but the
elderly adults were significantly slower compared with the young adult group. The
amplitude of postural sway was greater for elderly adults than for young adults in all
conditions. However, both the young and elderly adults exhibited significant
reductions in sway during performance of the search task, relative to sway during
viewing of a blank target.
CONCLUSION: The results suggest that, despite the overall increase in postural
sway with aging, integration of visual information by the postural control system is not
affected by aging. The present results support the idea that dual tasks do not
necessarily lead to an increase in postural sway. This effect, found here in elderly
adults, raises questions about widely held views in which age-related changes in
postural sway are related to competition between postural control and other activities
for central processing resources.
Key words: balance, aging, posturography
vi
LISTA DE TABELA
TABELA 1- Características da amostra.....................................................................35
vii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – Desenho representando a posição do participante, localização das
marcas ...............................................................................................................32
FIGURA 2 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12) e
IDOSOS (N=12) do deslocamento (cm) do centro de pressão (CP) nas direções
anterior-posterior (AP) e médio-lateral (ML) para as duas condições visuais,
olhos abertos (OA) e olhos fechados (OF).........................................................37
FIGURA 3 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12) e
IDOSOS (N=12) da velocidade (cm/s) do deslocamento do centro de pressão
(CP) nas direções anterior-posterior (AP) e médio-lateral (ML) para as duas
condições visuais, olhos abertos (OA) e olhos fechados (OF). Diferenças *entre
grupos e
+
entre condições visuais dentro dos grupos, (p< 0.01).......................38
FIGURA 4 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12) e
IDOSOS (N=12) da freqüência mediana (Hz) do deslocamento do centro de
pressão (CP) nas direções anterior-posterior (AP) e médio-lateral (ML) para as
duas condições visuais, olhos abertos (OA) e olhos fechados (OF). .................38
FIGURA 5 – Densidade espectral de potência para os grupos ADULTOS (N=12) e
IDOSOS (N=12) da freqüência (Hz) do deslocamento do centro de pressão (CP)
na direção artero-posterior (AP), durante a condição olhos abertos (OA). ........39
FIGURA 6 – Densidade espectral de potência para os grupos ADULTOS (N=12) e
IDOSOS (N=12) da freqüência (Hz) do deslocamento do centro de pressão (CP)
na direção artero-posterior (AP), durante a condição olhos fechados (OF). ......40
FIGURA 7 – Densidade espectral de potência para os grupos ADULTOS (N=12) e
IDOSOS (N=12) da freqüência (Hz) do centro de pressão (CP) na direção
médio-lateral (ML) durante a condição olhos abertos (OA)................................40
FIGURA 8 – Densidade espectral de potência para os grupos ADULTOS (N=12) e
IDOSOS (N=12) da freqüência (Hz) do deslocamento do centro de pressão (CP)
na direção médio-lateral (ML), durante a condição olhos fechados (OF)...........41
FIGURA 9 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12) e
IDOSOS (N=12) do deslocamento da cabeça (cm) na direção antero-posterior
(AP) durante as duas condições visuais olhos abertos (OA) e olhos fechados
(OF)....................................................................................................................42
viii
FIGURA 10 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12)
e IDOSOS (N=12) do deslocamento do ombro (cm) na direção antero-posterior
(AP) para as duas condições visuais olhos abertos (OA) e olhos fechados (OF).
...........................................................................................................................42
FIGURA 11 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12)
e IDOSOS (N=12) do deslocamento do quadril (cm) na direção antero-posterior
(AP) para as duas condições visuais olhos abertos (OA) e olhos fechados (OF).
...........................................................................................................................43
FIGURA 12 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12)
e IDOSOS (N=12) do deslocamento do joelho (cm) na direção antero-posterior
(AP) para as duas condições visuais olhos abertos (OA) e olhos fechados (OF).
...........................................................................................................................43
FIGURA 13 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12)
e IDOSOS (N=12) da velocidade (cm/s) do deslocamento do centro de pressão
(CP) na direção anterior-posterior (AP) durante as quatro condições
experimentais (perto branco, longe branco, perto texto e longe texto). Diferenças
* entre grupos,
+
entre fator distância dentro dos grupos e
entre fator alvo
dentro dos grupos (p< 0.01)...............................................................................44
FIGURA 14 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12)
e IDOSOS (N=12) da velocidade (cm/s) do deslocamento do centro de pressão
(CP) na direção médio-lateral (ML) durante as quatro condições experimentais
(perto branco, longe branco, perto texto e longe texto). Diferenças
+
entre fator
distância dentro dos grupos (p< 0.01)................................................................45
FIGURA 15 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12)
e IDOSOS (N=12) do deslocamento (cm) do centro de pressão (CP) na direção
anterior-posterior (AP) durante as quatro condições experimentais (perto branco,
longe branco, perto texto e longe texto). Diferenças
+
entre fator distância dentro
dos grupos e • entre fator alvo dentro dos grupos (p< 0.01). .............................45
FIGURA 16 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12)
e IDOSOS (N=12) do deslocamento (cm) do centro de pressão (CP) na direção
médio-lateral (ML) durante as quatro condições experimentais (perto branco,
longe branco, perto texto e longe texto). Diferenças *entre grupos (p< 0.01). ...46
FIGURA 17 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12)
e IDOSOS (N=12) da freqüência mediana (Hz) do centro de pressão (CP) na
ix
direção antero-posterior (AP) durante as quatro condições experimentais (perto
branco, longe branco, perto texto e longe texto). Diferenças
+
entre fator
distância dentro dos grupos e • entre fator alvo dentro dos grupos (p< 0.01)....47
FIGURA 18 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12)
e IDOSOS (N=12) da freqüência mediana (Hz) do centro de pressão (CP) na
direção médio-lateral (ML) durante as quatro condições experimentais (perto
branco, longe branco, perto texto e longe texto)................................................47
FIGURA 19 – Densidade espectral de potência para os grupos ADULTOS (N=12) e
IDOSOS (N=12) da freqüência (Hz) do centro de pressão (CP) na direção
artero-posterior (AP) durante a condição experimental alvo perto branco (PB). 48
FIGURA 20 – Densidade espectral de potência para os grupos ADULTOS (N=12) e
IDOSOS (N=12) da freqüência (Hz) do centro de pressão (CP) na direção
artero-posterior (AP) durante a condição experimental alvo perto texto (PT). ...49
FIGURA 21 – Densidade espectral de potência para os grupos ADULTOS (N=12) e
IDOSOS (N=12) da freqüência (Hz) do centro de pressão (CP) na direção
artero-posterior (AP) durante a condição experimental alvo longe branco (LB).49
FIGURA 22 – Densidade espectral de potência para os grupos ADULTOS (N=12) e
IDOSOS (N=12) da freqüência (Hz) do centro de pressão (CP) na direção
artero-posterior (AP) durante a condição experimental alvo longe texto (LT). ...50
FIGURA 23 – Densidade espectral de potência para os grupos ADULTOS (N=12) e
IDOSOS (N=12) da freqüência (Hz) do centro de pressão (CP) na direção
médio-lateral (ML) durante a condição experimental alvo perto branco (PB).....51
FIGURA 24 – Densidade espectral de potência para os grupos ADULTOS (N=12) e
IDOSOS (N=12) da freqüência (Hz) do centro de pressão (CP) na direção
médio-lateral (ML) durante a condição experimental alvo perto texto (PT)........51
FIGURA 25 – Densidade espectral de potência para os grupos ADULTOS (N=12) e
IDOSOS (N=12) da freqüência (Hz) do centro de pressão (CP) na direção
médio-lateral (ML) durante a condição experimental alvo longe branco (LB). ...52
FIGURA 26 – Densidade espectral de potência para os grupos ADULTOS (N=12) e
IDOSOS (N=12) da freqüência (Hz) do centro de pressão (CP) na direção
médio-lateral (ML) durante a condição experimental alvo longe texto (LT)........52
FIGURA 27 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12)
e IDOSOS (N=12) do deslocamento da cabeça (cm) na direção anterior-
posterior (AP) durante as quatro condições experimentais (perto branco, longe
x
branco, perto texto e longe texto). Diferenças
+
entre fator distância dentro dos
grupos e • entre fator alvo dentro dos grupos (p< 0.01).....................................54
FIGURA 28 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12)
e IDOSOS (N=12) do deslocamento do ombro (cm) na direção anterior-posterior
(AP) durante as quatro condições experimentais (perto branco, longe branco,
perto texto e longe texto). Diferenças
+
entre fator distância dentro dos grupos e
• entre fator alvo dentro dos grupos (p< 0.01)....................................................54
FIGURA 29 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12)
e IDOSOS (N=12) do deslocamento do quadril (cm) na direção anterior-posterior
(AP) durante as quatro condições experimentais (perto branco, longe branco,
perto texto e longe texto). Diferenças
+
entre fator distância dentro dos grupos
(p< 0.01).............................................................................................................55
FIGURA 30 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12)
e IDOSOS (N=12) do deslocamento do joelho (cm) na direção anterior-posterior
(AP) durante as quatro condições experimentais (perto branco, longe branco,
perto texto e longe texto). Diferenças
+
entre fator distância dentro dos grupos
(p< 0.01).............................................................................................................55
1
1 Introdução
Para executar uma infinidade de tarefas do cotidiano o indivíduo deve ser
capaz de adotar e manter-se em várias posturas. Esta capacidade é conhecida
como controle postural (HORAK & MACPHERSON, 1996; SHUMWAY-COOK &
WOOLLACOTT, 1995). Tarefas fundamentais do sistema de controle postural são a
manutenção do equilíbrio sobre a base de apoio e orientação do corpo no espaço
(HORAK, SHUPERT & MIRKA, 1989; PAI & PATTON, 1997; SHUMWAY-COOK &
WOOLLACOTT, 1995).
Tal habilidade requer uma coordenação simultânea de informações
provenientes dos sistemas visual, vestibular e somatossensorial que são enviadas,
integradas e interpretadas pelo sistema nervoso central (SNC) do indivíduo para
ajustar articulações e segmentos do corpo com o objetivo de manter-se em pé, ou
realizar uma tarefa dinâmica sem quedas (HORAK & MACPHERSON, 1996)
Deve-se considerar que a deterioração ou o efeito da perda sensorial (visual,
vestibular e somatossensorial), comprometimento do sistema motor ou ainda
alterações no processamento central de informações sensoriais ou cognitivas,
resultam em uma ineficiência no sistema de controle postural. A redução ou
alteração das informações sensoriais afeta não apenas a detecção do deslocamento
postural, mas também a interpretação de sinais sensoriais gerados pelos
movimentos corporais, levando a instabilidade e conseqüentemente quedas durante
tarefas estáticas ou dinâmicas (BOREL et al., 2002; HORAK, SHUPERT & MIRKA,
1989; LATASH, 1998; WALKER, BROUWER & CULHAM, 2000).
Sabe-se que com o avanço da idade há um comprometimento no sistema de
controle postural e que este déficit é um fator predisponente para o aumento na
2
incidência de quedas, responsável por aproximadamente 70% de mortes acidentais
em indivíduos acima dos 75 anos. Durante o processo de envelhecimento, ocorre
uma série de modificações nos sistemas motor, sensorial e cognitivo, o que resulta
num aumento da oscilação corporal e desequilíbrios em idosos (HORAK &
MACPHERSON, 1996; KIM & ROBINSON, 2005; MELZER, BENJUYA &
KAPLANSKI, 2001; SHUMWAY-COOK & WOOLLACOTT, 1995; SPEERS, KUO &
HORAK, 2002).
Uma das formas de avaliar a contribuição dos sistemas sensoriais no controle
postural é através da manipulação destas informações durante a postura ereta,
(BARIN et al., 1997; BLACK et al., 1988; GILL et al., 2001; HORAK &
MACPHERSON, 1996; SHUMWAY-COOK & WOOLLACOTT, 2000; SPEERS,
SHEPARD & KUO, 1999; TEASDALE & SIMONEAU, 2001). Durante a privação de
informações visuais ou perturbação do sistema somatossensorial (uso de plataforma
móvel) a oscilação postural aumenta discretamente. Porém quando mais de uma
informação sensorial é alterada simultaneamente, a oscilação postural aumenta em
torno de 50% (HORAK & MACPHERSON, 1996). A integração das informações
sensoriais permite ao sistema nervoso interpretar as informações relevantes para
determinar se o corpo ou o ambiente estão parados ou em movimento, e selecionar
a melhor estratégia motora para a execução de uma determinada tarefa, como
permanecer em pé de forma equilibrada.
Além das alterações nos sistemas sensoriais inerentes do processo de
envelhecimento, uma redução na demanda de atenção em tarefas do cotidiano,
devido a lentidão no processamento cognitivo, podem contribuir para uma
deficiência no controle do equilíbrio aumentando a incidência de quedas com o
avanço da idade (MARSH & GEEL, 2000).
3
Uma das formas de investigar a relação da demanda cognitiva no controle
postural tem sido através do estudo do paradigma da tarefa dual, também chamada
supra-postural. Esse estudo é especialmente relevante, pois estamos sempre
executando uma determinada tarefa enquanto permanecemos em pé.
No experimento que envolve esse paradigma o sujeito deve executar uma
tarefa não-postural (leitura, cálculos mentais ou busca visual) durante a postura em
pé. Para alguns autores, as tarefas cognitivas exigem do indivíduo um desempenho
adicional além de controlar a postura, isto é, duas tarefas executadas
simultaneamente comprometem o desempenho em controlar o equilíbrio,
aumentando a oscilação postural em adultos e principalmente em idosos (BROWN
et al., 2002; HAUER et al., 2003; MELZER, BENJUYA & KAPLANSKI, 2001;
SHUMWAY-COOK & WOOLLACOTT, 1995; TEASDALE & SIMONEAU, 2001).
Muitos estudos mostram que a oscilação postural pode ser afetada por tarefas
cognitivas, ou pelo tipo de informação visual. Acredita-se que durante tarefas supra-
posturais o controle do equilíbrio compete com outras atividades, como por exemplo
leitura, por um processamento central de informações. Em tais situações, um
aumento da oscilação postural é esperado, principalmente em indivíduos com
problemas de equilíbrio.
Diversos estudos que investigam o efeito da manipulação cognitiva e do tipo
de informação visual no controle postural, tanto em adultos quanto em idosos,
observaram um aumento na oscilação postural em ambos os grupos durante as
tarefas cognitivas (contagem mental regressiva) e de demanda visual (DOUMAS,
SMOLDERS & KRAMPE, 2008; HUNTER & HOFFMAN, 2001; MAYLOR & WING,
1996; MELZER, BENJUYA & KAPLANSKI, 2001; MORRIS et al., 2000;
PELLECCHIA, 2003; REDFERN et al., 2001; SHUMWAY-COOK et al., 1997;
4
TEASDALE & SIMONEAU, 2001). Outros estudos revelaram que a oscilação
postural em indivíduos jovens e idosos não foi afetada durante uma tarefa supra-
postural (MAKI & MCILROY, 1996; MARSH & GEEL, 2000; SIU & WOOLLACOTT,
2007; YARDLEY et al., 1999b).
No entanto STOFFREGEN e colaboradores (2000; 1999) realizaram estudos
com adultos e observaram que a oscilação postural, durante uma determinada tarefa
supra-postural, apresentou resultados contrários ao esperado. A oscilação reduziu
quando os sujeitos olhavam para um alvo que se encontrava próximo, quando
comparado ao mesmo alvo em uma distância maior. Houve também redução da
oscilação postural durante tarefas de busca visual (tarefa de leitura) em relação a
tarefas com demanda visual mínimas (exemplo, observar um painel completamente
branco). A interpretação destes autores para a redução da oscilação durante as
tarefas supra-posturais é a existência de uma integração funcional simultânea entre
o controle postural e tarefas secundárias, isto é, a postura em pé pode ser modulada
de modo a facilitar o desempenho em algumas tarefas supra-posturais, como a
tarefa de busca visual.
A percepção visual do movimento do corpo em relação ao espaço é
determinada por informações tridimensionais do ambiente. A variabilidade da
oscilação postural e a demanda de atenção dependem da natureza da tarefa visual,
por exemplo, a oscilação pode reduzir quando o sujeito olha para um alvo que
solicite busca visual comparado a um alvo completamente branco.
Contudo, não sabemos se tais efeitos também podem ser observados em
pessoas idosas, cujo controle postural pode estar comprometido. São necessários
maiores entendimentos de como informações visuais podem auxiliar no controle
postural em populações idosas.
5
Portanto, este estudo pretende investigar o equilíbrio de indivíduos idosos
durante tarefas duais e contribuir para o entendimento dos problemas de equilíbrio
nesta população, além de entender como o sistema visual pode contribuir no
controle postural em idosos.
O presente texto está organizado na forma clássica de um trabalho científico:
objetivos, revisão de literatura, métodos, resultados, discussão e conclusão. Alguns
dos resultados aqui apresentados já foram publicados como artigo científico
(PRADO, STOFFREGEN & DUARTE, 2007).
6
2 Objetivo
O objetivo do presente estudo foi investigar como as tarefas duais afetam a
oscilação corporal durante a postura ereta quieta em idosos, comparado aos adultos
e entender a relação entre informação visual e equilíbrio no controle postural.
Especificamente pretende-se quantificar a oscilação postural em adultos e
idosos através de uma análise cinética e cinemática da postura ereta durante as
tarefas supra-posturais.
7
3 Revisão da literatura
3.1 Controle postural normal
A capacidade de controlar o equilíbrio na postura em pé é uma tarefa
extremamente complexa e fundamental para a execução de atividades em nosso
cotidiano. O controle postural envolve o controle da posição do corpo no espaço,
mantendo uma relação adequada entre os segmentos corporais e estes em relação
ao ambiente. O sistema de controle postural realiza diversos ajustes posturais para
desempenhar três funções básicas: (1) suportar o corpo contra a ação gravitacional
e outras forças externas, (2) manter o centro de massa (CM) dentro da base de
suporte, na qual o centro de massa (CM) pode ser movido de forma segura sem
quedas, (3) estabilizar determinadas partes do corpo enquanto outras estão em
movimento (ALEXANDER, 1994; GHEZ, 1991).
Para controlar o equilíbrio o sistema de controle postural depende de
informações sensoriais fornecidas pela visão, propriocepção e pelo sistema
vestibular que são integradas e processadas centralmente por diversas áreas do
cérebro incluindo o cerebelo, tronco encefálico, gânglios da base, córtex sensorial e
motor. Através de sinais medulares o controle postural é efetuado pela ativação de
músculos dos membros e tronco (MAYLOR, ALLISON & WING, 2001). Os
componentes musculoesqueléticos para o controle postura incluem: amplitude e
flexibilidade das articulações, ativações musculares coordenadas e um bom
alinhamento entre os segmentos corporais (SHUMWAY-COOK & WOOLLACOTT,
1995).
Um corpo é considerado mecanicamente estável quando a somatória de
todas as forças que agem sobre ele é igual à zero. Nosso corpo está
8
constantemente submetido a forças externas (ação da gravidade) e internas
(perturbações fisiológicas como a respiração, batimento cardíaco ou uma pequena e
constante ativação muscular), acelerando o corpo em torno do seu centro de massa
(CM). Portanto, quando estamos em pé, nosso corpo nunca está em perfeito
equilíbrio e uma pequena oscilação postural pode ser observada. Pode-se dizer
então que o corpo está em uma situação de equilíbrio instável. Tais oscilações
podem ser avaliadas utilizando a plataforma de força e quantificadas através do
deslocamento do centro de pressão (CP).
O CP é o ponto de aplicação da resultante das forças verticais que atuam na
superfície de suporte, e representa um resultado coletivo da atuação do sistema de
controle postural e da força de gravidade (ALEXANDER, 1994; WINTER, 1995).
Diversos estudos mostram que a oscilação postural, quantificada através do
deslocamento do CP, pode ser investigada durante tarefas estáticas (postura ereta
quieta) ou dinâmicas, em situações de perturbação das informações sensoriais ou
ainda durante a excussão de uma tarefa secundária na postura em pé. Estas
condições, freqüentemente realizadas em laboratório, podem contribuir para o
entendimento de como o sistema de controle postural resolve conflitos sensoriais ou
comporta-se durante uma tarefa concorrente em adultos, idosos normais ou
indivíduos com patologias. Tais estudos serão descritos de forma mais detalhada
adiante.
9
3.2 Mudanças no sistema de controle postural com o avanço da
idade
3.2.1 Mudanças no sistema motor
Diversas mudanças musculoesqueléticas ocorrem com o avanço da idade
como diminuição na amplitude de movimento, aumento da rigidez passiva das
articulações, diminuição de força e resistência muscular devido à redução do volume
muscular e do tipo de fibras musculares. Além disso, idosos são mais lentos durante
a execução de movimentos em geral. Estas modificações contribuem para uma falta
de sinergia muscular, comprometendo as respostas posturais em situações de
desequilíbrio durante tarefas do cotidiano (SHUMWAY-COOK & WOOLLACOTT,
1995).
Uma das formas de avaliar as sinergias musculares entre adultos e idosos
frente a uma perturbação tem sido através de uma plataforma móvel. Com este
equipamento é possível perturbar a superfície de apoio e avaliar, por exemplo, as
estratégias posturais adotadas pelos indivíduos para restaurar o equilíbrio.
Durante perturbações na superfície de apoio, os indivíduos adultos recuperam
o equilíbrio usando a estratégia de tornozelo inicialmente e em seguida músculos da
coxa e do quadril são ativados. Já os idosos acabam usando a estratégia de quadril
devido à estratégia de tornozelo ser menos eficiente nesta população.
Em um estudo feito por AMIRIDIS, HATZITAKI & ARABATZI (2003) com
manipulação da base de suporte (posição em Tandem, um pé a frente do outro),
observou-se através de variáveis cinemáticas e eletromiográficas que idosos
oscilaram mais que adultos e apresentam uma estratégia mista de quadril-tornozelo
para restaurar o equilíbrio, enquanto adultos apresentam apenas estratégia de
tornozelo.
10
Isto poderia ser explicado pela capacidade diminuída dos músculos do
tornozelo em produzir torque para manter o idoso na postura em pé, pela redução de
informações somatossensoriais disponíveis, provenientes da região distal dos
membros inferiores ou ainda por uma maior perda de unidades motoras em
músculos distais das pernas comparados aos proximais, contribuindo para a redução
da força muscular (AMIRIDIS, HATZITAKI & ARABATZI, 2003; WOOLLACOTT,
2000; WOOLLACOTT, SHUMWAY-COOK & NASHNER, 1986)
Outra característica em idosos na postura ereta é a freqüente coativação
muscular, pouco observada em adultos. Os idosos ativam músculos agonistas e
antagonistas simultaneamente, adotando uma estratégia de rigidez articular para
diminuir a oscilação postural durante a postura em pé com o objetivo de aumentar a
estabilidade e manter-se equilibrado (HORAK, SHUPERT & MIRKA, 1989;
LAUGHTON et al., 2003; MELZER, BENJUYA & KAPLANSKI, 2001).
3.2.2 Mudanças nos sistemas sensoriais
Muitos estudos investigaram a contribuição dos sistemas sensoriais no
controle do equilíbrio e suas mudanças com o avanço da idade. Juntamente com
alterações musculares, informações sensoriais inacuradas ou indisponíveis, além de
uma lentidão no processamento neural destas informações, contribuem para
redução na capacidade do sistema de controle postural em manter o equilíbrio, o
que pode aumentar a instabilidade postural e conseqüentemente levar idoso a
quedas (MELZER, BENJUYA & KAPLANSKI, 2001; SPEERS, KUO & HORAK,
2002).
Mudanças nos sistemas sensoriais e suas relações com o controle do
equilíbrio serão apresentadas de forma mais detalhada a seguir.
11
3.2.2.1 Mudanças no sistema visual
As informações visuais são importantes para o controle do equilíbrio, porém
não são absolutamente necessárias já que a maioria das pessoas consegue manter
o equilíbrio mesmo com olhos fechados. Alem disso, apenas com o uso da
informação visual, torna-se difícil distinguir o movimento de um objeto, do auto-
movimento (SHUMWAY-COOK & WOOLLACOTT, 1995). Com o avanço da idade
menos luz é transmitida à retina, há uma redução na acuidade visual (principalmente
periférica), no tamanho do campo visual, na sensibilidade ao contraste e na
percepção de profundidade, o que causa um comprometimento das pistas visuais
que o ambiente fornece e estas alterações podem predispor os idosos a
desequilíbrios (SHUMWAY-COOK & WOOLLACOTT, 1995).
Para entender a contribuição visual no controle do equilíbrio FREITAS
JUNIOR & BARELA (2004), provocaram uma ilusão de oscilação postural através do
fluxo visual criado por uma sala móvel. Neste tipo de experimento a sala se move
enquanto o chão permanece parado. Tipicamente em adultos há uma pequena
oscilação postural em resposta ao fluxo de informação visual de movimento da sala.
Porém em estudos realizados por BORGER et al. (1999), PRIOLI et al.(2006) e
WADE et al (1995) comparando adultos e idosos, observou-se através de variáveis
do centro de pressão (CP) e de descolamentos dos segmentos corporais, que o
grupo idoso apresentou uma maior oscilação postural durante a manipulação visual,
revelando uma dificuldade do sistema de controle postural dos idosos em resolver
conflitos entre informações sensoriais inacuradas.
Na população idosa, o uso da informação visual tem uma maior contribuição
para o controle do equilíbrio, principalmente em idosos que possuem alterações
somatossensoriais ou histórico de quedas, já que as demais informações sensoriais,
12
como a visual e vestibular também encontram-se comprometidas (SUNDERMIER et
al., 1996; WADE et al., 1995). Alguns autores têm reportado que quando indivíduos
adultos fecham os olhos sua oscilação postural pode aumentar em até 40-50% em
relação a uma condição com olhos abertos (BENJUYA, MELZER & KAPLANSKI,
2004; JAMET et al., 2007; PAULUS, STRAUBE & BRANDT, 1984), enquanto outros
pesquisadores não observaram efeito da visão na oscilação postural em adultos
(MARSH & GEEL, 2000; SHUMWAY-COOK & WOOLLACOTT, 2000).
Já estudos com idosos têm revelado uma correlação positiva entre a
dependência visual e amplitude da oscilação postural através da privação visual de
informações (BLASZCZYK et al., 2000; JAMET et al., 2007; MATHESON,
DARLINGTON & SMITH, 1999). Para JAMET et al. (2007), a dependência da
informação visual em idosos talvez seja uma forma de compensar a deterioração de
outras pistas sensoriais envolvidas no controle postural.
3.2.2.2 Mudanças no sistema somatossensorial
Informações proprioceptivas envolvem receptores sensoriais
especializados chamados mecanorreceptores localizados nas articulações,
cápsulas, ligamentos, músculos, tendões e pele que informam ao sistema nervoso
central sobre a disposição do corpo no espaço e o arranjo relativo entre os
segmentos corporais. Acredita-se que as alterações da sensibilidade tátil, vibratória
e de pressão, relacionadas ao processo de envelhecimento, são decorrentes de uma
redução no número de mecanorreceptores, há também diminuição nas fibras
intrafusais presentes nos músculos e aumento na espessura da cápsula do fuso
neuromuscular (FNM). Receptores musculares, como FNM, são alguns dos
principais receptores envolvidos na propriocepção, além disso o envelhecimento leva
13
a uma deficiência no processamento de informações sensoriais (atrofia axonal,
diminuição na velocidade de condução nervosa) e redução no desempenho
neuromuscular, o que pode comprometer a coordenação de movimento e equilíbrio
(RIBEIRO & OLIVEIRA, 2007).
A percepção da disposição e movimento dos segmentos corporais é um fator
importante para a realização de movimentos coordenados, regulação do equilíbrio,
controle postural e aprendizado motor. Alterações na percepção corporal têm sido
observadas na população idosa o que torna o idoso mais dependente das
informações visual e vestibular para o controle do equilíbrio (SHUMWAY-COOK &
WOOLLACOTT, 1995).
De fato, devido a redução e lentidão na condução da informação
somatossensorial proveniente dos membros inferiores, característica do
envelhecimento, ao submeter idosos à perturbação proprioceptiva através do uso de
uma superfície macia (espuma) na postura em pé, pouco aumento na oscilação
postural pode ser observado, ao passo que perturbar as informações visuais ou
vestibulares acarreta em grandes oscilações posturais (GILL et al., 2001).
Diversos autores acreditam que dentre todos os sistemas sensoriais que
contribuem para o equilíbrio, o sistema somatossensorial parece ter menos
influência no controle postural em idosos (GILL et al., 2001; WOOLLACOTT,
SHUMWAY-COOK & NASHNER, 1986). Já alterações somatossensoriais induzidas
experimentalmente ou por patologias podem alterar negativamente as respostas
posturais. Alguns estudos investigaram o efeito da perda somatossensorial no
controle do equilíbrio em idosos com neuropatia periférica. Através do uso de uma
plataforma móvel, estes estudos observaram um atraso significativo na resposta
muscular durante a perturbação postural e uma dificuldade em modular a amplitude
14
da resposta postural em relação ao estímulo (INGLIS et al., 1994; JACKSON,
EPSTEIN & DE L'AUNE, 1995).
3.2.2.3 Mudanças no sistema vestibular
Outro fator extremamente importante para o controle do equilíbrio é a
capacidade do sistema vestibular em detectar acelerações lineares e angulares da
cabeça e sua orientação em relação à gravidade (HAIN, RAMASWAMY & HILLMAN,
2002). O sistema vestibular contribui como um sistema de referência no qual os
outros sistemas (visual e somatossensorial) podem ser comparados em situações de
conflitos sensoriais. Este sistema serve de referência para informar ao sistema
nervoso central a orientação do corpo no espaço juntamente com informações
proprioceptivas (SHUMWAY-COOK & WOOLLACOTT, 1995; WOOLLACOTT,
2000).
O comprometimento no sistema de referência (vestibular) com o avanço da
idade, como por exemplo, a degeneração progressiva e redução do número de
células ciliadas labirínticas, células ganglionares receptoras vestibulares e de fibras
nervosas, faz com que o sistema nervoso tenha dificuldade em lidar com
informações sensoriais conflitantes (SHUMWAY-COOK & WOOLLACOTT, 1995;
WOOLLACOTT, 2000).
Mesmo em um ambiente com perturbações visuais ou superfície instável um
indivíduo jovem saudável é capaz de usar informações provenientes do sistema
vestibular para controlar o equilíbrio. No entanto, idosos apresentam uma dificuldade
na percepção da orientação ou movimento corporal no espaço, isto é, são incapazes
de usar a informação vestibular de forma eficiente para controlar o equilíbrio. Desta
forma o risco de quedas principalmente em ambientes pouco iluminados ou em
15
superfícies instáveis é aumentado (HORAK, 2006). Alguns estudos observaram,
através de teste de manipulação das informações sensoriais, onde apenas a
informação vestibular encontrava-se disponível e as demais informações inacuradas
ou eliminada, que idosos apresentaram grandes oscilações posturais e adotaram
diferentes estratégias motoras (quadril) para restaurar o equilíbrio, quando
comparado aos adultos (GILL et al., 2001; MAURER et al., 2000; SPEERS, KUO &
HORAK, 2002; SPEERS, SHEPARD & KUO, 1999).
3.2.2.4 Mudanças na integração das informações sensoriais
Na integração das informações visuais, vestibulares e somatossensoriais o
comprometimento ou perturbação de um sistema sensorial obrigatoriamente
aumenta a dependência, por parte do sistema de controle postural, de informações
provenientes dos demais sistemas. Uma forma de investigar a contribuição das
informações sensoriais disponíveis em adultos e idosos tem sido através do teste de
integração sensorial, que consiste em manipular as informações visuais,
somatossensoriais e/ou vestibulares. Este teste provoca conflitos ou privação de tais
informações preservando apenas uma ou duas informações sensoriais de
perturbações. Através desse teste é possível entender a contribuição das diferentes
informações sensoriais no equilíbrio em diversas populações como, adultos
saudáveis, pacientes neurológicos, com neuropatia periférica, idosos com histórico
de quedas ou indivíduos com vestibulopatias (GILL et al., 2001; MAURER et al.,
2000; SPEERS, KUO & HORAK, 2002; SPEERS, SHEPARD & KUO, 1999).
Estudos realizados por GILL et al. (2001) e TEASDALE et al. (1991)
revelaram um aumento da oscilação postural com o avanço da idade e com o
16
número de informações sensoriais inacuradas durante a postura em pé. Assim, na
condição com olhos abertos e superfície sem perturbação a oscilação postural foi
menor quando comparada a condição olhos fechados e superfície de apoio
inacurada (colocação de espuma). Também foram verificadas maiores oscilações
posturais com o avanço da idade durante tarefas com privação visual, e menos na
condição de perturbação somatossensorial, indicando que idosos apresentam maior
dependência de informações visuais para controlar o equilíbrio durante a postura em
pé.
3.3 Informação visual no controle postural
Um dos elementos sensoriais mais relevantes para informar sobre as
características do ambiente ou objeto é a informação visual (SCHMIDT & LEE,
1999). A percepção visual inicia-se com a luz atravessando a córnea e sendo
projetada na retina, em seguida a luz é transformada em sinal elétrico e esta
informação é enviada ao córtex visual primário onde é processada e interpretada em
conjunto com outras áreas corticais (GHEZ, 1991).
Assim como as informações somatossensoriais e vestibulares, o efeito da
visão no controle do equilíbrio depende da natureza da tarefa. Diversos estudos
mostram que a privação de informações visuais pode contribuir para um aumento da
oscilação na postura em pé, principalmente em indivíduos idosos cujo controle
postural encontra-se comprometido (HORAK & MACPHERSON, 1996).
Considerando que idosos apresentam uma dependência maior das
informações visuais para o controle do equilíbrio (DU PASQUIER et al., 2003), uma
deficiência na função visual como, por exemplo, baixa acuidade pode contribuir para
um aumento da oscilação postural (LORD & MENZ, 2000).
17
Fatores como acuidade visual, nível de iluminação, paralaxe de movimento,
distância do olho ao objeto, tipo de estímulo e tamanho campo visual podem afetar a
forma como o sistema visual contribui para o controle do equilíbrio (BRONSTEIN &
BUCKWELL, 1997; BROOKE-WAVELL et al., 2002; JAHN et al., 2002; PAULUS,
STRAUBE & BRANDT, 1984; UCHIYAMA et al., 2006).
Segundo UCHIYAMA et al. (2006) em indivíduos com acuidade visual normal,
as informações do campo visual periférico (ângulo visual 2,5°) contribuem de forma
mais significativa para a redução da oscilação postural em comparação as
informações visuais centrais (ângulo visual 2,5°), pois permitem ao indivíduo extrair
informações de todo o campo visual.
Maiores oscilações posturais são observadas em idosos que apresentam
redução da sensibilidade ao contraste e da acuidade visual ou durante condições
experimentais onde a informação do campo visual periférico é excluída e apenas
informações do campo visual central estão disponíveis (LORD, CLARK &
WEBSTER, 1991; POULAIN & GIRAUDET, 2007).
Uma explicação clássica para o aumento ou redução da oscilação
postural provocados pelo tipo de informação visual baseia-se na detecção do
movimento do objeto projetado na retina, isto é, objetos em movimento produzem
um determinado deslocamento angular de sua imagem na retina, denominado de
modelo aferente de detecção visual da oscilação postural (PAULUS, STRAUBE &
BRANDT, 1984). Porém, BRONSTEIN & BUCKWELL (1997), GUERRAZ et al.
(2000) e KAPOULA & LE (2006) sugerem duas formas de detecção visual da
oscilação postural: aferente, através do movimento da imagem na retina e eferente,
através de sinais motores oculares. Segundo ROSENBAUM (1991) ao mover os
olhos, receptores dos músculos extraoculares são ativados. O mecanismo de
18
feedback” dos músculos oculares é usado para interpretar o deslocamento da
imagem na retina, informando ao sistema nervoso central que os olhos mudaram de
posição.
Durante tarefas visuais que exigiam movimento dos olhos GLASAUER et al.
(2005), HUNTER & HOFFMAN (2001) observaram um aumento da oscilação
postural em adultos. Eles também viram que na tarefa de supressão dos
movimentos oculares a oscilação postural foi menor, assim como estudos realizados
por JAHN et al. (2002) e STRUPP et al. (2003), em pacientes com hipofunção
vestibular, foi visto que ao suprimir o nistagmo (movimetos repetidos, rítmicos e
involuntários dos olhos) nesses pacientes, houve uma redução da oscilação
postural. Já ROUGIER & GARIN (2006) e UCHIDA et al. (1979) obtiveram resultados
contrários. Eles observaram que ao realizar movimentos sacádicos dos olhos, sem o
uso de pistas visuais em uma sala escura, houve redução da oscilação postural em
adultos, o que reforça a idéia de estabilização postural através do disparo eferente
dos músculos extraoculares. Tais resultados contrastantes podem ser atribuídos a
diferentes populações usadas nos estudos acima citados. No entanto, tais estudos
não explicam claramente qual mecanismo (aferente, eferente ou ambos) o sistema
de controle postural usa para auxiliar no controle do equilíbrio.
Já em um estudo recente, realizado por RUCCI et al. (2007) revelou que os
movimentos oculares em relação ao alvo fixo (informação eferente), permitem ao
indivíduo discriminar de forma mais efetiva as características dos estímulos visuais.
Outros fatores importantes que podem auxiliar na percepção visual do
movimento do corpo em relação ao espaço, referem-se a distância em que o objeto
se encontra e a paralaxe de movimento. A distância do alvo em relação ao sujeito é
um fator que afeta a oscilação postural (VUILLERME et al., 2006). Objetos ou alvos
19
localizados a uma distância maior do sujeito produzem um menor deslocamento
angular do objeto projetado na retina quando comparado a objetos mais próximos.
De acordo com estudos realizados por GUERRAZ et al. (2000), LE & KAPOULA
(2006), STOFFREGEN et al. (2000; 1999) e VUILLERME et al. (2006), a oscilação
postural aumenta de acordo com aumento da distância entre o olho e a região ou
alvo a ser explorado tanto em adultos quanto idosos (KAPOULA & LE, 2006).
Uma possível explicação para este efeito segundo GUERRAZ et al. (2000)
seria uma maior paralaxe de movimento em situações onde o alvo encontra-se mais
próximo do olho. A paralaxe de movimento é uma das pistas mais importantes para
obter informações de profundidade do ambiente. Quando o indivíduo fixa a visão em
um determinado ponto, as imagens dos objetos próximos ou distantes em relação
fixação movem-se na retina do observador (NAWROT, 2003). Esta situação (alvo
próximo) permite ao indivíduo uma maior discriminação entre frente e fundo e
profundidade do ambiente visual. Para KAPOULA & LE (2006), LE & KAPOULA
(2006) e VUILLERME et al. (2006) este aumento da oscilação postural em função da
distância do objeto se dá pelo reduzido deslocamento angular do objeto projetado na
retina.
3.4 Tarefas duais versus processamento cognitivo
Manter o equilíbrio na postura em pé é uma prática comum na vida diária.
Durante a postura em pé, o sistema de controle postural ativa mecanismos reflexos
e automáticos através de uma regulação postural tônica e processamentos
cognitivos para que o indivíduo possa realizar ajustes posturais respondendo
adequadamente aos desequilíbrios (JAMET et al., 2007).
20
Na maioria das situações do cotidiano acredita-se que, para adultos
saudáveis se manterem em pé, pouco ou nenhum controle de atenção consciente é
necessário. No entanto quando outra tarefa é executada simultaneamente, como por
exemplo, manter-se em pé enquanto conversa ou lê, acredita-se que um certo nível
de atenção é necessário para integrar ou discriminar as informações sensoriais
relevantes e dividir a atenção entre as diferentes tarefas (HUXHOLD et al., 2006;
REDFERN et al., 2001; TEASDALE & SIMONEAU, 2001).
A atenção envolvida em uma tarefa pode ser automática ou ser um processo
consciente e controlado de forma seletiva. Dessa maneira o processamento
cognitivo de informações permite ao indivíduo direcionar o foco de atenção e integrar
diversos parâmetros como ação das forças gravitacionais, posição dos segmentos
corporais e características do ambiente para equilibrar-se. A atenção é direcionada
para a realização de ajustes posturais necessários para manter o equilíbrio, através
de mecanismos por “feedback” e “feedforward” e assim a atividade motora é
controlada de forma consciente (JAMET et al., 2007; MORIOKA, HIYAMIZU & YAGI,
2005).
Inúmeros estudos têm investigado como o sistema de controle postural
comporta-se durante atividades simultâneas, como subtração matemática, busca
visual, memória visuo-espacial, tempo de reação, tarefas motoras, entre outras
tarefas duais. Tais estudos envolvem diversos tipos de população como, indivíduos
amputados (GEURTS & MULDER, 1994), pacientes neurológicos (MORRIS et al.,
2000), com hipofunção vestibular (YARDLEY et al., 2001), adulto (MAKI &
MCILROY, 1996; STOFFREGEN et al., 2000), idosos saudáveis (HUXHOLD et al.,
2006; MAYLOR & WING, 1996; TEASDALE et al., 1993) e com histórico de quedas
(SHUMWAY-COOK & WOOLLACOTT, 2000; SHUMWAY-COOK et al., 1997).
21
Alguns autores afirmam que o controle postural em indivíduos saudáveis é
automático enquanto outros estudos usando tarefas duais mostram que o controle
do equilíbrio demanda um certo nível de atenção (CONDRON & HILL, 2002;
GEURTS & MULDER, 1994; HUXHOLD et al., 2006; LAJOIE et al., 1993; MAKI &
MCILROY, 1996; MARSH & GEEL, 2000; MAYLOR & WING, 1996; MORRIS et al.,
2000; SHUMWAY-COOK & WOOLLACOTT, 2000; SHUMWAY-COOK et al., 1997;
STOFFREGEN et al., 2000; TEASDALE et al., 1993; TEASDALE & SIMONEAU,
2001; YARDLEY et al., 1999b).
O paradigma da tarefa dual pressupõe que as funções cognitivas e o controle
postural competem por uma capacidade de atenção limitada, o que compromete o
desempenho em uma das tarefas (STOFFREGEN et al., 2000; STOFFREGEN et al.,
1999). Isto é, neste tipo de situação acredita-se que a eficiência do sistema de
controle postural em manter o equilíbrio é deteriorada, decorrente da reduzida
demanda de atenção disponível e de um processamento cognitivo concorrente
devido a execução da tarefa secundária, como por exemplo, leitura ou contagem
mental, o que pode provocar um aumento na oscilação postural (BENSOUSSAN et
al., 2007; CONDRON & HILL, 2002; HUXHOLD et al., 2006; SHUMWAY-COOK &
WOOLLACOTT, 2000).
Vários estudos têm observado que durante as tarefas duais há uma queda na
capacidade em controlar o equilíbrio, pelo aumento da oscilação postural, tanto em
adultos quanto em idosos (MAYLOR & WING, 1996; MORRIS et al., 2000;
PELLECCHIA, 2003; REDFERN et al., 2001; SHUMWAY-COOK et al., 1997;
TEASDALE & SIMONEAU, 2001), ou ainda por uma redução no desempenho da
tarefa secundária (KERR, CONDON & MCDONALD, 1985; RILEY, BAKER &
SCHMIT, 2003; TEASDALE et al., 1993), isto é compatível com a idéia de
22
competição por um processamento central de informações (RILEY, BAKER &
SCHMIT, 2003). Tais comportamentos tornam-se mais evidentes quando uma
restrição espacial ou sensorial é imposta durante a postura em pé, pois uma
demanda maior de atenção é necessária na integração das informações sensoriais
para controlar o equilíbrio (REDFERN et al., 2001).
ANDERSSON, YARDLEY & LUXON (1998) e JAMET et al. (2004),
investigaram o efeito de tarefas duais em conjunto com privação visual e/ou
perturbações sensoriais (visuais e somatossensoriais) em adultos, idosos saudáveis
e indivíduos de meia idade (DOUMAS, SMOLDERS & KRAMPE, 2008). Estes
pesquisadores observaram que durante a tarefa dual não houve um aumento
significativo da oscilação postural em adultos, enquanto em idosos houve um
aumento em torno de 40% ao adicionar uma tarefa secundária, porém o
desempenho na tarefa cognitiva não foi comprometido. Ao adicionar uma
perturbação somatossensorial no que diz respeito aos idosos, nenhuma modificação
na oscilação postural foi observada, mas o desempenho na tarefa secundária
apresentou um declínio de 15%. Já durante privação da informação visual, tanto o
controle do equilíbrio quanto desempenho na tarefa mental foram comprometidos de
forma significativa. Tais resultados foram interpretados como uma limitação no
processamento de informações das duas tarefas em idosos (ANDERSSON,
YARDLEY & LUXON, 1998; DOUMAS, SMOLDERS & KRAMPE, 2008; JAMET et
al., 2004).
No entanto, outros estudos mostram resultados contrários no que diz respeito
ao controle do equilíbrio durante a execução de uma tarefa supra-postural. Alguns
pesquisadores observaram que em certas tarefas secundárias houve uma
diminuição da oscilação postural em adultos (HUNTER & HOFFMAN, 2001; SIU et
23
al., 2008; STOFFREGEN et al., 2000; STOFFREGEN et al., 1999) e na população
idosa (KAPOULA & LE, 2006; MELZER, BENJUYA & KAPLANSKI, 2001;
MORIOKA, HIYAMIZU & YAGI, 2005), enquanto MAKI & MCILROY (1996), MARSH
& GEEL, (2000) e YARDLEY et al., (1999a) não observaram diferenças no controle
postural em adultos e idosos durante tarefas duais.
O fato do controle postural não ser afetado negativamente por uma tarefa
secundária pode ser explicado, segundo alguns autores, pela quantidade de atenção
automaticamente direcionada para manter o equilíbrio (MORIOKA, HIYAMIZU &
YAGI, 2005; SIU et al., 2008), pela disponibilidade de pistas visuais presentes na
tarefa (KAPOULA & LE, 2006) ou pela redução intencional da oscilação postural com
o objetivo de realizar a tarefa secundária de forma eficiente (STOFFREGEN et al.,
2000).
Na população idosa espera-se que o efeito das tarefas duais comprometa de
forma mais pronunciada o controle do equilíbrio, principalmente em idosos com
histórico de quedas. De modo contrário, um estudo realizado por ANDERSSON,
YARDLEY & LUXON (1998) revelou que indivíduos de meia idade, com problemas
de equilíbrio, apresentaram uma redução da oscilação postural durante a execução
de uma tarefa secundária. Eles acreditam que a tarefa mental possa ter agido como
um distrator prevenindo o indivíduo de usar informações sensoriais inadequadas ou
realizar correções posturais excessivas para controlar o equilíbrio. Quando uma
habilidade motora torna-se automática, direcionar a atenção para a tarefa, mais
especificamente, para o controle do equilíbrio pode comprometer o desempenho
dessa habilidade (ANDERSSON, YARDLEY & LUXON, 1998; SWAN, OTANI &
LOUBERT, 2007).
24
A interferência de tarefas supra-posturais no controle do equilíbrio tem sido
demonstrada através de uma variedade de tarefas cognitivas diferentes, como por
exemplo, contagem mental, memorização espacial, percepção visual, tempo de
reação e busca visuo-motora (HUXHOLD et al., 2006; MAKI & MCILROY, 1996;
NORRIE et al., 2002; REDFERN et al., 2002). Portanto a variabilidade da oscilação
postural (aumento ou diminuição) e a demanda de atenção dependem da natureza
da tarefa (tipo de estímulo, nível de dificuldade da tarefa, restrições posturais) da
disponibilidade de informações sensoriais, da capacidade de atenção e da idade.
Para SWAN et al. (2007), manipular o nível de dificuldade da tarefa cognitiva pode
contribuir para uma redução da oscilação postural em adultos.
As mudanças posturais relacionadas à idade têm sido interpretadas como
uma degradação no sistema de controle postural, devido a deficiências no sistema
sensorial e motor (HORAK, SHUPERT & MIRKA, 1989; WOOLLACOTT &
SHUMWAY-COOK, 2002). Além disto, uma redução da atenção, devido a lentidão
na velocidade de processamento mental de informações e recursos cognitivos
insuficientes também contribuem para uma redução no desempenho do sistema de
controle postural em idosos resultando em um aumento no risco de quedas
principalmente em tarefas simultâneas (HAUER et al., 2003; JAMET et al., 2004).
3.5 Tarefas duais versus informação visual
Estudos que investigam o paradigma da tarefa dual procuram entender como
informações ou pistas visuais envolvidas nas tarefas cognitivas afetam o equilíbrio
em adultos e idosos (DAULT, FRANK & ALLARD, 2001; HUNTER & HOFFMAN,
2001; MAYLOR & WING, 1996; SHUMWAY-COOK et al., 1997; STOFFREGEN et
25
al., 2000; STOFFREGEN et al., 1999). Deste modo, testes visuo-espaciais, como por
exemplo, o Teste de Stroop e de Brook (ANDERSSON, YARDLEY & LUXON, 1998;
JAMET et al., 2004; MAYLOR & WING, 1996), têm sido amplamente utilizados.
Estes testes consistem de uma matriz 4X4 apresentada em forma de painel
contendo nomes de cores, mas pintadas com outra cor que não corresponde a
palavra e o participante deverá dizer a cor cuja a palavra foi escrita (JAMET et al.,
2004). Uma variação deste mesmo teste consiste em uma seqüência de números e
o participante deverá repetir os números na ordem apresentada (MAYLOR & WING,
1996). Ambos os testes visuo-espaciais envolvem a aquisição de informações
sensoriais externas ao contrário de um teste exclusivamente de contagem mental.
Grande parte das tarefas cognitivas empregadas em estudos científicos para
investigar a influência de uma tarefa secundária no controle postural, como por
exemplo, subtração matemática, completar sentenças (o que envolve leitura de
frases) ou tarefa de memória visuo-espacial, envolvem o uso da informação visuo-
espacial.
Diversos autores observaram os efeitos de informações visuais externas no
controle postural (JAMET et al., 2004; MAYLOR & WING, 1996; MELZER, BENJUYA
& KAPLANSKI, 2001; STOFFREGEN et al., 2000; STOFFREGEN et al., 1999;
SWAN et al., 2004). Para JAMET et al. (2004) os teste visuo-espaciais demandam
uma fixação visual acurada e aquisição de pistas visuais que permitem ao sujeito
extrair informações relevantes do ambiente. Isso contribui para a redução da
oscilação postural, como observado em adultos e idosos (DAULT, FRANK &
ALLARD, 2001; JAMET et al., 2007; SIU & WOOLLACOTT, 2007; STOFFREGEN et
al., 2000; STOFFREGEN et al., 1999; SWAN, OTANI & LOUBERT, 2007; SWAN et
al., 2004; VANDER VELDE & WOOLLACOTT, 2008). No entanto, MAYLOR & WING
26
(1996) e MELZER, BENJUYA & KAPLANSKI (2001) observaram um aumento da
oscilação postural em adultos e principalmente em idosos durante tarefas supra-
posturais envolvendo informações visuo-espaciais. Tal resultado poderia ser
explicado pela reduzida capacidade de usar a pista visual externa no controle do
equilíbrio devido à manipulação espacial de informações.
Devido à redução significativa das informações vestibulares e
somatossensoriais com o avanço da idade, o sistema visual contribui de forma a
compensar tal incapacidade. Porém em condições onde há redução de informações
visuais ou interferência visuo-espacial, o sistema visual não é capaz de compensar a
deficiência dos demais sistemas sensoriais, resultando em uma redução no
desempenho da tarefa secundária e/ou um aumento na oscilação postural em idosos
durante tais condições (JAMET et al., 2004; MAYLOR, ALLISON & WING, 2001;
MAYLOR & WING, 1996).
Durante uma tarefa supra-postural envolvendo contagem mental associada a
privação visual (olhos fechados) e/ou perturbação somatossensorial, controlar o
equilíbrio torna-se ainda mais crítico devido a perturbação em dois mecanismos
reguladores do controle postural. Assim, um aumento significativo da oscilação
postural em adultos, mas principalmente em idosos sadios, além de uma queda no
desempenho da tarefa secundária, pode ser observada (ANDERSSON, YARDLEY &
LUXON, 1998; JAMET et al., 2004).
27
4 Materiais e métodos
O presente experimento foi realizado no Laboratório de Biofísica da Escola de
Educação Física e Esporte (EEFE) da Universidade de São Paulo, que possui
condições e equipamentos suficientes para desenvolver o presente projeto. Os
experimentos realizados não foram invasivos, apresentaram mínimo risco à saúde
dos sujeitos. Antes da realização do experimento foi obtida a aprovação do comitê
de ética em pesquisa da EEFE da Universidade de São Paulo.
4.1 Seleção da amostra
Neste projeto foram investigados 24 indivíduos saudáveis recrutados
voluntariamente divididos em dois grupos, de acordo com as diferentes faixas
etárias. O grupo ADULTOS constou de 12 sujeitos, com faixa etária entre 22 e 39
anos. O grupo IDOSOS constou também de 12 participantes, com idade entre 65 e
75 anos e fisicamente ativos (freqüentadores do programa de atividade física para
idosos da Escola de Educação Física e Esporte – EEFEUSP).
Para selecionar os indivíduos que não apresentassem doenças ou alterações
que comprometessem o equilíbrio foi elaborada uma ficha de anamnese (ANEXO A)
com o objetivo de permitir um melhor conhecimento sobre a saúde dos participantes,
independência, histórico de quedas e características físicas. Foram excluídos
aqueles que apresentassem alterações neurológicas, disfunções
musculoesqueléticas em membros inferiores, tontura, histórico de quedas ou
medicamentos que pudessem afetar o equilíbrio. Para avaliar o nível de atividade
física dos sujeitos foi utilizado um questionário para adultos jovens (Baecke, ANEXO
28
B) (BAECKE, BUREMA & FRIJTERS, 1982) e para idosos (Baecke modificado,
ANEXO C) (VOORRIPS et al., 1991) em forma de entrevista de fácil aplicação. Em
seguida, para avaliar a acuidade visual dos participantes foi aplicado o teste de
acuidade visual de Freiburg (BACH, 1996) apresentado ao sujeito na tela de um
computador a uma distância de 3 metros em relação ao participante. Antes de
realizar qualquer procedimento os indivíduos receberam e assinaram um termo de
consentimento livre e esclarecido (ANEXO D), aprovado pelo comitê de ética em
pesquisa da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo.
4.2 Instrumentos
Durante as tarefas foram registradas as forças de reação do solo e os
movimentos dos segmentos corporais do sujeito. Para registrar as forças produzidas
no solo pelo sujeito, os participantes permaneceram sobre uma plataforma de força
(modelo OR6-2000, marca Advanced Mechanical Technology Inc., AMTI), medindo
50,8 X 46,4 cm (largura e altura, respectivamente), localizada na sala de coletas do
Laboratório de Biofísica da Escola de Educação Física e Esporte da USP. A principal
grandeza física obtida a partir desse equipamento foi o centro de pressão (CP). Para
tanto, as forças (F) e momentos (M) registrados pela plataforma nas três direções
(antero-posterior - X, médio-lateral - Y e vertical - Z) foram utilizados para calcular as
posições do centro de pressão (CP) nas direções antero-posterior (AP) e médio-
lateral (ML) obtidos a partir da equação 1e 2, respectivamente :
29
z
y
x
F
M
CP =
(eq. 1)
z
x
y
F
M
CP =
(eq. 2)
A aquisição e processamento dos dados do centro de pressão (CP) foram
realizados por um programa de aquisição de dados desenvolvido em ambiente de
programação LabView (LabView 6.1, National Instruments, Inc.) Os registros de
forças e momentos foram amplificados com um ganho de 40 mil vezes, filtrado por
um filtro analógico do tipo Butterworth, com freqüência de corte de 30 Hz e os dados
foram adquiridos com uma freqüência de amostragem de 100 Hz. Em seguida os
dados foram armazenados em disco e analisados por programas escritos em
ambiente de programação MatLab 6.5 (Mathworks, Inc.)
Os movimentos dos segmentos corporais do sujeito no plano sagital foram
registrados utilizando uma câmera de vídeo infravermelha (Qualisys Proreflex 240)
que faz reconhecimento passivo de marcas refletivas. Marcas passivas refletivas
foram fixadas com fita adesiva dupla face nas seguintes regiões do lado direito do
corpo: centro da articulação temporomandibular, acrômio da escápula, trocânter
maior do fêmur, linha articular do joelho, maléolo lateral, calcâneo e cabeça do
quinto metatarso (Figura 1). Outra marca refletiva foi fixada na plataforma de força
para auxiliar na calibração da câmera. Os dados cinemáticos também foram
adquiridos com uma freqüência de amostragem de 100 Hz.
Dois computadores foram utilizados para aquisição dos dados, sendo um para
os dados da plataforma e o outro para os dados cinemáticos e a aquisição dos
30
dados foi sincronizada por um disparador elétrico.
4.3 Tarefa
Os sujeitos foram solicitados a permanecer em pé sobre uma plataforma de
força durante diferentes tipos de tarefas, com os pés afastados a uma distância de
aproximadamente sua própria largura entre os ombros. O posicionamento dos pés
do sujeito sobre a plataforma de força foi marcado com um giz e foi solicitado ao
participante que retornasse para a mesma posição em caso de desequilíbrio,
movimento entre as tentativas ou após o período de descanso.
Todos os participantes foram submetidos a dois tipos de tarefas: as tarefas
chamadas controle e tarefas supra-posturais (condições experimentais) que
consistiram de quatro condições, com co-variação entre o tipo de tarefa visual (alvo
branco ou com texto) e a distância do alvo (perto ou longe). As tarefas controle
foram realizadas com o objetivo de entender como os sujeitos foram afetados pela
visão e consistiram de duas condições: uma com olhos abertos (OA) e outra com
olhos fechados (OF). Os participantes foram solicitados a permanecer o mais parado
possível por 70 segundos.
Durante a tarefa com alvo branco o sujeito foi solicitado a olhar para um
painel totalmente branco e foi instruído a manter o olhar e a atenção dentro desse
alvo. O alvo distante foi posicionado 3 metros à frente do participante e foi ajustado
para que ficasse posicionado na metade superior do campo visual do sujeito. O alvo
distante consistiu de um painel medindo 1.03m X 0.86m, que poderia ser branco ou
com texto impresso em português, de acordo com o tipo de alvo. A altura do painel
foi ajustada de acordo com a altura dos olhos do sujeito. O alvo próximo foi
31
posicionado a 0.4m do participante, medindo 17cm X 13.5cm, sua altura foi ajustada
para cada participante de acordo com a perspectiva do sujeito de modo que a
margem superior do alvo próximo ao sujeito ficasse alinhada com a margem inferior
do alvo distante. Para garantir o mesmo ângulo visual das letras individualmente em
ambas as distâncias e minimizar os ajustes visuais, o alvo próximo com texto foi
confeccionado usando uma fonte com tamanho 14, do tipo Avant Garde contendo 14
linhas de texto e o alvo distante com fonte tamanho 90. O sujeito realizou quatro
tarefas de acordo com a distância e o tipo de alvo (alvo perto e longe completamente
branco; alvo perto e longe contendo o texto) executadas randomicamente. Foram
realizadas três tentativas para cada condição. Com relação a tarefa controle, durante
a condição olhos abertos (OA) os sujeitos foram instruídos a apenas olhar para uma
parede localizada 3 metros a sua frente. Na condição OF foi solicitado ao sujeito que
fechasse os olhos. A duração de cada tentativa foi de 70 segundos. A cada quatro
tarefas os sujeitos tiveram um período de descanso de aproximadamente 2 minutos
para evitar fadiga.
Durante a tarefa contendo o texto os sujeitos foram solicitados a contar a
freqüência de uma determinada letra e para cada tentativa foram usadas letras
diferentes: A, E, O, N, S e R. Se o sujeito terminasse de contar as letras antes do
termino da tarefa, eles eram instruídos a retornar ao início do texto e continuar a
contagem da freqüência total de letras. Ao final de cada tentativa foi solicitado ao
sujeito dizer onde eles chegaram no texto e o número de letras que conseguiram
detectar. O número de letras presentes no texto variaram de 44 a 97.
32
FIGURA 1 – Desenho representando a posição do participante, localização das marcas
refletivas nos segmentos corporais e disposição dos alvos.
4.4
Análise de dados
A partir dos dados brutos da cinemática e da plataforma de força, toda as
análises foram conduzidas por rotinas próprias escritas em ambiente de
programação Matlab (Matlab 6.5, Mathworks). Os primeiros e últimos 5 segundos
dos dados cinemáticos e do sinal do CP foram descartados após o processo de
filtragem do sinal para todas as tarefas. Os dados foram filtrados com um filtro de
quarta ordem, do tipo passa-baixa Butterworth, com uma freqüência de corte de 10
Hz. O valor médio e a tendência do sinal do CP em cada direção foram removidos
dos dados.
3m
40 cm
A
lvos
Câmera
Plataforma de força
33
A análise global foi realizada nos dados do CP para determinar a raiz
quadrática média (RMS), velocidade média e freqüência mediana do deslocamento
do CP nas direções antero-posterior (AP) e médio-lateral (ML). A velocidade do CP
foi calculada dividindo o deslocamento total do CP pelo período. As freqüências do
sinal do centro de pressão foram estimadas calculando-se a densidade espectral de
potência pelo periodograma de Welch (função PSD no Matlab), com janelamento
Hamming de comprimento 30s (3000 dados), sobreposição de 15s (1500 dados) e
remoção de tendência linear em cada janela (função detrend do Matlab) o que
resultou numa resolução espectral de 0.033 Hz. Para melhor visualização das
curvas de densidade espectral de potência, as curvas de cada sujeito foram
normalizadas pela potência total do espectro (a área sob a curva de densidade
espectral de potência) e então foram calculadas as curvas médias para cada grupo.
Para os dados cinemáticos, os deslocamentos das marcas posicionadas na
cabeça, ombro, quadril e joelho foram calculados pela raiz quadrática média (RMS)
de tais marcas na direção antero-posterior (AP).
O desempenho visual foi avaliado em termos de acurácia de busca visual por
letras. A acurácia foi determinada pela diferença entre o número de letras contadas e
número de letras presentes no texto que deveriam ser identificadas. A porcentagem
de acerto foi calculada dividindo a freqüência total de letras contadas pela freqüência
de letras que deveriam ser observadas pelo sujeito.
4.6
Análise estatística
A análise estatística descritiva envolveu medidas de tendência central e
variabilidade. A Normalidade e homogeneidade das variâncias foram verificadas
34
utilizando os testes Kolmogorov-Smirnov e Lilliefors, respectivamente. Teste-T
independente bicaudal foi utilizado para determinar diferenças entre grupos para as
seguintes variáveis: massa corporal, estatura, idade, acuidade visual e desempenho
visual. A análise de variância (ANOVA) “one-way” foi empregada para comparar os
resultados do questionário de Baecke entre grupos. Para as condições controle a
análise de variância (ANOVA) foi utilizada, tendo como fator idade (ADULTOS
versus IDOSOS) e condição visual (olhos abertos versus olhos fechados), sendo o
último fator considerado medida repetida; as vaiáveis dependentes analisadas foram
RMS, velocidade média e freqüência mediana do deslocamento do CP;
deslocamento da cabeça, ombro, quadril e joelho. Para as tarefas experimentais, a
análise foi realizada utilizando a média das três tentativas de cada sujeito e a análise
de variância (ANOVA) foi utilizada, tendo como fator idade (ADULTOS versus
IDOSOS), tarefa de demanda visual (alvo com texto versus alvo branco) e distância
(alvo perto versus longe), (2x2x2). Os dois últimos fatores foram considerados
medidas repetidas e as mesmas variáveis dependentes foram analisadas. O teste
post Hoc Sidak foi empregado. Um nível de significância 0.01 foi utilizado para todos
os testes estatísticos, que foram realizados utilizando o programa SPSS (versão
13.0).
35
5 Resultados
A tabela 1 apresenta os valores de médias e desvios padrões para as
variáveis idade, estatura, massa e acuidade visual para os grupos ADULTOS e
IDOSOS. Houve diferença entre grupos apenas para idade (t(22)=-24.69, p<0.001).
Ambos os grupos apresentaram massa, estatura e acuidade visual similar.
TABELA 1- Características da amostra
AMOSTRA Idade (anos) Estatura (cm) Massa (Kg) Acuidade Visual
ADULTOS
IDOSOS
26,6 ± 4,8
67,4 ± 3
1,63 ± 0,06
1,64 ± 10
63 ± 8
74 ± 15
1,7 ± 0,4
1,6 ± 0,3
O questionário de Baecke foi analisado apenas quanto às atividades físicas e
de lazer. As atividades ocupacionais não foram avaliadas. A soma dos escores de
atividade física regular e de lazer foi comparada à soma dos escores máximos que
poderiam ser obtidos naquelas questões para cada tipo de questionário. O grupo
ADULTOS apresentou um valor médio de 38% (± 6%) do escore total do
questionário Baecke enquanto o grupo IDOSOS apresentou um valor médio de 31%
(± 7%) do escore total do questionário modificado para idosos. ANOVA não revelou
diferença entre grupos quanto à prática de atividade física regular e de lazer (F(1,22)
=3.68, p=0.06).
36
5.1 Tarefa supra-postural: efeito na oscilação postural
Desempenho visual: Todos os participantes foram capazes de realizar a
tarefa de contagem mental de letras. A porcentagem média de letras contadas
corretamente durante a tarefa de busca visual foi 91.1 ± 5.1 % para o grupo
ADULTOS e 87.5 ± 7.1 % para o grupo IDOSOS. O teste-t revelou que não houve
diferenças entre os grupos (t(22)=1.42, p=0.16). No entanto, ao analisar o número
de letra que os participantes conseguiram contar durante as tentativas, o grupo
IDOSOS foi mais lento ao contar letras (Adultos: 62±2 letras, Idosos: 50±4 letras;
t(22)= 7.67, p<0.001).
5.2 Condições olhos abertos (OA) e olhos fechados (OF): efeito na
oscilação postural
Em relação às condições olhos abertos (OA) e olhos fechados (OF), de modo
geral o grupo IDOSOS apresentou uma maior oscilação postural quando comparado
ao grupo ADULTOS e a oscilação foi maior durante a condição OF. As figuras 2 a 4
mostram médias e erros padrões do deslocamento, velocidade média e freqüência
mediana do CP respectivamente, nas direções antero-posterior (AP) e médio-lateral
(ML) para as condições olhos abertos (OA) e olhos fechados (OF). A análise de
variância (ANOVA) revelou efeito principal da idade para a velocidade do CP na
direção AP (F(1,22)=19.9, p<0.001) e houve também um efeito da visão para a
mesma variável (F(1,22)= 35.7, p<0.001). Houve uma interação significativa entre
idade e visão para a velocidade do CP na direção AP (F(1,22)=9.7, p=0.005). O
teste Post hoc revelou que os participantes idosos apresentaram uma velocidade no
37
deslocamento do CP significativamente maior que os adultos em ambas as
condições visuais (p < 0.001) e que apenas o grupo IDOSOS apresentou valores de
velocidade do CP significativamente altos na condição olhos fechados (OF) em
relação à condição olhos abertos (OA) (p < 0.001). A análise de variância (ANOVA)
revelou um efeito principal da visão para a velocidade do CP na direção ML (OA=
0.34±0.01 cm/s, OF=0.39±0.02 cm/s; F(1,22)=11.6,p=0.003).
OA OF
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
RMS CP (cm)
ADULTOS AP
IDOSOS AP
ADULTOS ML
IDOSOS ML
FIGURA 2 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) do deslocamento (cm) do centro de pressão (CP) nas direções anterior-
posterior (AP) e médio-lateral (ML) para as duas condições visuais, olhos abertos
(OA) e olhos fechados (OF).
38
OA OF
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
1.6
1.8
+
+
*
*
+
VELOCIDADE CP (cm/s)
ADULTOS AP
IDOSOS AP
ADULTOS ML
IDOSOS ML
FIGURA 3 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) da velocidade (cm/s) do deslocamento do centro de pressão (CP) nas
direções anterior-posterior (AP) e médio-lateral (ML) para as duas condições
visuais, olhos abertos (OA) e olhos fechados (OF). Diferenças
*entre grupos e
+
entre condições visuais dentro dos grupos, (p< 0.01).
OA OF
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
FREQUÊNCIA MEDIANA CP (Hz)
ADULTOS AP
IDOSOS AP
ADULTOS ML
IDOSOS ML
FIGURA 4 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) da freqüência mediana (Hz) do deslocamento do centro de pressão (CP)
nas direções anterior-posterior (AP) e médio-lateral (ML) para as duas condições
visuais, olhos abertos (OA) e olhos fechados (OF).
39
Nas figuras 5 a 8 são apresentadas as densidades espectrais de potência do
deslocamento do CP para as condições controle olhos abertos (OA) e olhos
fechados (OF), nas direções antero-posterior (AP) e médio-lateral (ML), para ambos
os grupos.
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
0
0.02
0.04
0.06
0.08
0.1
0.12
0.14
0.16
OLHOS ABERTOS
AP
FREQUÊNCIA
(
Hz
)
DENSIDADE ESPECTRAL DE POTÊNCIA (1/Hz)
IDOSOS
ADULTOS
FIGURA 5 – Densidade espectral de potência para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) da freqüência (Hz) do deslocamento do centro de pressão (CP) na direção
artero-posterior (AP), durante a condição olhos abertos (OA).
40
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
0
0.02
0.04
0.06
0.08
0.1
0.12
0.14
OLHOS FECHADOS
AP
FREQUÊNCIA (Hz)
DENSIDADE ESPECTRAL DE POTÊNCIA (1/Hz)
IDOSOS
ADULTOS
FIGURA 6 – Densidade espectral de potência para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) da freqüência (Hz) do deslocamento do centro de pressão (CP) na direção
artero-posterior (AP), durante a condição olhos fechados (OF).
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
0
0.02
0.04
0.06
0.08
0.1
0.12
0.14
0.16
ML
OLHOS ABERTOS
FREQUÊNCIA (Hz)
DENSIDADE ESPECTRAL DE POTÊNCIA (1/Hz)
IDOSOS
ADULTOS
FIGURA 7 – Densidade espectral de potência para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) da freqüência (Hz) do centro de pressão (CP) na direção médio-lateral (ML)
durante a condição olhos abertos (OA).
41
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
0
0.02
0.04
0.06
0.08
0.1
0.12
0.14
OLHOS FECHADOS
ML
FREQNCIA (Hz)
DENSIDADE ESPECTRAL DE POTÊNCIA (1/Hz)
IDOSOS
ADULTOS
FIGURA 8 – Densidade espectral de potência para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) da freqüência (Hz) do deslocamento do centro de pressão (CP) na direção
médio-lateral (ML), durante a condição olhos fechados (OF).
As figuras de 9 a 12 mostram médias e erros padrões dos deslocamentos da
cabeça, ombro, quadril e joelho na direção antero-posterior (AP), durante as
condições olhos abertos (OA) e fechados (OF) para ambos os grupos. A análise de
variância (ANOVA) não revelou efeito dos fatores condição visual e idade.
42
O
A
OF
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
CABEÇA
RMS (cm)
ADULTOS
IDOSOS
FIGURA 9 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) do deslocamento da cabeça (cm) na direção antero-posterior (AP) durante
as duas condições visuais olhos abertos (OA) e olhos fechados (OF).
OA OF
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
RMS (cm)
OMBRO
ADULTOS
IDOSOS
FIGURA 10 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) do deslocamento do ombro (cm) na direção antero-posterior (AP) para as
duas condições visuais olhos abertos (OA) e olhos fechados (OF).
43
OA OF
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
RMS (cm)
QUADRIL
ADULTOS
IDOSOS
FIGURA 11 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) do deslocamento do quadril (cm) na direção antero-posterior (AP) para as
duas condições visuais olhos abertos (OA) e olhos fechados (OF).
OA
OF
0.0
0.2
0.4
RMS (cm)
JOELHO
ADULTOS
IDOSOS
FIGURA 12 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) do deslocamento do joelho (cm) na direção antero-posterior (AP) para as
duas condições visuais olhos abertos (OA) e olhos fechados (OF).
44
5.3 Condições experimentais: efeito na oscilação postural
Efeito da idade: O grupo IDOSOS apresentou maior oscilação postural que o
grupo ADULTOS. As figuras 13 a 18 mostram médias e erros padrões das variáveis
RMS, velocidade média e freqüência mediana do deslocamento do centro de
pressão (CP) respectivamente, nas direções antero-posterior (AP) e médio-lateral
(ML) para as condições experimentais. A análise de variância (ANOVA) revelou
efeito principal da idade para a RMS do centro de pressão na direção ML
(Adultos=0.14±0.02 cm, Idosos =0.23±0.02 cm; F(1,22)= 7.6, p=0.01) e para a
velocidade do CP na direção AP (Adultos: 0.50±0.04 cm/s, Idosos: 0.69±0.04 cm/s;
F(1,22)= 9.0, p=0.007).
ADULTOS IDOSOS
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
*
*
*
*
+
+
+
+
Antero-Posterior
PERTO BRANC
O
LONGE BRANCO
PERTO TEXTO
LONGE TEXTO
VELOCIDADE CP (cm/s)
GRUPOS
FIGURA 13 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) da velocidade (cm/s) do deslocamento do centro de pressão (CP) na
direção anterior-posterior (AP) durante as quatro condições experimentais (perto
branco, longe branco, perto texto e longe texto). Diferenças
* entre grupos,
+
entre fator distância dentro dos grupos e
entre fator alvo dentro dos grupos (p<
0.01).
45
ADULTOS IDOSOS
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
+
+
+
+
Medio-Lateral
PERTO BRANCO
LONGE BRANCO
PERTO TEXTO
LONGE TEXTO
VELOCIDADE CP (cm/s)
GRUPOS
FIGURA 14 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) da velocidade (cm/s) do deslocamento do centro de pressão (CP) na
direção médio-lateral (ML) durante as quatro condições experimentais (perto
branco, longe branco, perto texto e longe texto). Diferenças
+
entre fator distância
dentro dos grupos (p< 0.01).
ADULTOS IDOSOS
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
Antero-Posterior
+
+
+
+
PERTO BRANCO
LONGE BRANCO
PERTO TEXTO
LONGE TEXTO
RMS CP (cm)
GRUPOS
FIGURA 15 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) do deslocamento (cm) do centro de pressão (CP) na direção anterior-
posterior (AP) durante as quatro condições experimentais (perto branco, longe
branco, perto texto e longe texto). Diferenças
+
entre fator distância dentro dos
grupos e entre fator alvo dentro dos grupos (p< 0.01).
46
AULTOS IDOSOS
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
Medio-Lateral
PERTO BRANCO
LONGE BRANC
O
PERTO TEXTO
LONGE TEXTO
*
*
*
*
RMS CP (cm)
GRUPOS
FIGURA 16 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) do deslocamento (cm) do centro de pressão (CP) na direção médio-lateral
(ML) durante as quatro condições experimentais (perto branco, longe branco,
perto texto e longe texto). Diferenças
*entre grupos (p< 0.01).
47
ADULTOS IDOSOS
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
+
+
+
+
Antero-Posterior
FREQUÊNCIA MEDIANA (Hz)
GRUPOS
PERTO BRANCO
LONGE BRANCO
PERTO TEXTO
LONGE TEXTO
FIGURA 17 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) da freqüência mediana (Hz) do centro de pressão (CP) na direção antero-posterior (AP)
durante as quatro condições experimentais (perto branco, longe branco, perto texto e longe
texto). Diferenças
+
entre fator distância dentro dos grupos e entre fator alvo dentro dos
grupos (p< 0.01).
ADULTOS IDOSOS
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
GRUPOS
FREQUÊNCIA MEDIANA (Hz)
Medio-Lateral
PERTO BRANCO
LONGE BRANCO
PERTO TEXTO
LONGE TEXTO
FIGURA 18 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) da freqüência mediana (Hz) do centro de pressão (CP) na direção médio-
lateral (ML) durante as quatro condições experimentais (perto branco, longe
branco, perto texto e longe texto).
48
A seguir são apresentadas as figuras 19 a 22 que representam as densidades
espectrais de potência do deslocamento do CP, na direção antero-posterior (AP)
para todas as condições experimentais, alvo perto branco (PB), alvo perto texto (PT),
alvo longe branco (LB) e alvo longe texto (LT), para ambos os grupos. Pode-se
observar que tanto durante a apresentação do alvo com maior demanda visual (com
texto), quanto do alvo mais próximo houve um aumento no espectro de potência na
faixa das altas freqüências (em torno de 0,3 – 0,4 Hz), o que explica o aumento da
freqüência mediana do deslocamento do centro de pressão durante estas condições
para ambos os grupos.
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
0
0.02
0.04
0.06
0.08
0.1
0.12
0.14
0.16
ALVO PERTO BRANCO
FREQUÊNCIA (Hz)
DENSIDADE ESPECTRAL DE POTÊNCIA (1/Hz)
AP
IDOSOS
ADULTOS
FIGURA 19 – Densidade espectral de potência para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) da freqüência (Hz) do centro de pressão (CP) na direção artero-posterior
(AP) durante a condição experimental alvo perto branco (PB).
49
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
0
0.02
0.04
0.06
0.08
0.1
0.12
AP
FREQUÊNCIA (Hz)
DENSIDADE ESPECTRAL DE POTÊNCIA (1/Hz)
ALVO PERTO TEXTO
IDOSOS
ADULTOS
FIGURA 20 – Densidade espectral de potência para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) da freqüência (Hz) do centro de pressão (CP) na direção artero-posterior
(AP) durante a condição experimental alvo perto texto (PT).
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
0
0.02
0.04
0.06
0.08
0.1
0.12
0.14
0.16
AP
FREQUÊNCIA (Hz)
DENSIDADE ESPECTRAL DE POTÊNCIA (1/Hz)
ALVO LONGE BRANCO
IDOSOS
ADULTOS
FIGURA 21 – Densidade espectral de potência para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) da freqüência (Hz) do centro de pressão (CP) na direção artero-posterior
(AP) durante a condição experimental alvo longe branco (LB).
50
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
0
0.02
0.04
0.06
0.08
0.1
0.12
0.14
DENSIDADE ESPECTRAL DE POTÊNCIA (1/Hz)
AP
FREQUÊNCIA (Hz)
ALVO LONGE TEXTO
IDOSOS
ADULTOS
FIGURA 22 – Densidade espectral de potência para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) da freqüência (Hz) do centro de pressão (CP) na direção artero-posterior
(AP) durante a condição experimental alvo longe texto (LT).
Nas figuras 23 a 26 são apresentadas as densidades espectrais de potência
do deslocamento do CP, na direção médio-lateral (ML) para todas as condições
experimentais, alvo perto branco (PB), alvo perto texto (PT), alvo longe branco (LB)
e alvo longe texto (LT), para ambos os grupos.
51
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
0
0.02
0.04
0.06
0.08
0.1
0.12
0.14
0.16
0.18
ML
FREQUÊNCIA (Hz)
DENSIDADE ESPECTRAL DE POTÊNCIA (1/Hz)
ALVO PERTO BRANCO
IDOSOS
ADULTOS
FIGURA 23 – Densidade espectral de potência para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) da freqüência (Hz) do centro de pressão (CP) na direção médio-lateral
(ML) durante a condição experimental alvo perto branco (PB).
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
0
0.02
0.04
0.06
0.08
0.1
0.12
0.14
0.16
0.18
FREQUÊNCIA (Hz)
DENSIDADE ESPECTRAL DE POTÊNCIA (1/Hz)
ML
ALVO PERTO TEXTO
IDOSOS
ADULTOS
FIGURA 24 – Densidade espectral de potência para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) da freqüência (Hz) do centro de pressão (CP) na direção médio-lateral
(ML) durante a condição experimental alvo perto texto (PT).
52
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
0
0.02
0.04
0.06
0.08
0.1
0.12
0.14
0.16
ALVO LONGE BRANCO
FREQUÊNCIA (Hz)
DENSIDADE ESPECTRAL DE POTÊNCIA (1/Hz)
ML
IDOSOS
ADULTOS
FIGURA 25 – Densidade espectral de potência para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) da freqüência (Hz) do centro de pressão (CP) na direção médio-lateral
(ML) durante a condição experimental alvo longe branco (LB).
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
0
0.02
0.04
0.06
0.08
0.1
0.12
0.14
0.16
ML
FREQUÊNCIA (Hz)
DENSIDADE ESPECTRAL DE POTÊNCIA (1/Hz)
ALVO LONGE TEXTO
IDOSOS
ADULTOS
FIGURA 26 – Densidade espectral de potência para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) da freqüência (Hz) do centro de pressão (CP) na direção médio-lateral
(ML) durante a condição experimental alvo longe texto (LT).
53
O efeito da distância do alvo: Para as variáveis do CP e cinemáticas, a
oscilação postural diminuiu durante a tarefa com alvo próximo quando comparado a
oscilação durante a visualização do alvo mais distante, para ambos os grupos. As
figuras 13 a 18 mostram valores de médias e erros padrões das variáveis RMS,
velocidade média e freqüência mediana do deslocamento do centro de pressão (CP)
respectivamente, para as direções antero-posterior (AP) e médio-lateral (ML) durante
as quatro condições experimentais. Houve efeito principal da distância do alvo para
o deslocamento (RMS) do CP na direção AP (alvo perto=0.28±0.01cm, alvo
longe=0.36±0.02; F(1,22)=36.8, p<0.001), para a velocidade do CP na direção AP
(alvo perto=0.55±0.02 cm/s, alvo longe=0.64±0.03cm/s; F(1,22)=44.2, p<0.001) e na
direção ML (alvo perto=0.29±0.01 cm/s, alvo longe=0.31±0.01cm/s; F(1,22)=26.0,
p<0.001) e para a freqüência mediana do deslocamento do CP na direção AP (alvo
perto=0.23±0.01 cm/s, alvo longe=0.19±0.01cm/s; F(1,22)=12.8, p=0.002). As figuras
27 a 30 mostram valores de médias e erros padrões dos deslocamentos da cabeça,
ombro, quadril e joelho respectivamente, na direção antero-posterior (AP) durante as
quatro condições experimentais. Houve também efeito principal da distância do alvo
nos deslocamentos da cabeça (alvo perto=0.37±0.01 cm, alvo longe=0.49±0.02 cm;
F(1,22)=54.2, p<0.001), ombro (alvo perto=0.33±0.02 cm, alvo longe=0.44±0.02 cm;
F(1,22)=62.0, p<0.001), quadril (alvo perto=0.20±0.02 cm, alvo longe=0.26±0.02 cm;
F(1,22)=50.5, p<0.001) e do joelho (alvo perto=0.10±0.01 cm, alvo longe=0.12±0.01
cm; F(1,22)=22.2, p<0.001).
54
ADULTOS IDOSOS
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
+
+
+
+
RMS (cm)
GRUPOS
PERTO BRANCO
LONGE BRANCO
PERTO TEXTO
LONGE TEXTO
CABEÇA
FIGURA 27 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) do deslocamento da cabeça (cm) na direção anterior-posterior (AP)
durante as quatro condições experimentais (perto branco, longe branco, perto
texto e longe texto). Diferenças
+
entre fator distância dentro dos grupos e entre
fator alvo dentro dos grupos (p< 0.01).
ADULTOS IDOSOS
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
+
+
+
+
PERTO BRANCO
LONGE BRANCO
PERTO TEXTO
LONGE TEXTO
OMBRO
RMS (cm)
GRUPOS
FIGURA 28 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) do deslocamento do ombro (cm) na direção anterior-posterior (AP)
durante as quatro condições experimentais (perto branco, longe branco, perto
texto e longe texto). Diferenças
+
entre fator distância dentro dos grupos e entre
fator alvo dentro dos grupos (p< 0.01).
55
ADULTOS IDOSOS
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
+
+
+
+
QUADRIL
PERTO BRANCO
LONGE BRANCO
PERTO TEXTO
LONGE TEXTO
RMS (cm)
GRUPOS
FIGURA 29 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) do deslocamento do quadril (cm) na direção anterior-posterior (AP)
durante as quatro condições experimentais (perto branco, longe branco, perto
texto e longe texto). Diferenças
+
entre fator distância dentro dos grupos (p<
0.01).
ADULTOS IDOSOS
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
+
+
+
+
JOELHO
PERTO BRANCO
LONGE BRANCO
PERTO TEXTO
LONGE TEXTO
RMS (cm)
GRUPOS
FIGURA 30 – Valores de médias e erros padrões para os grupos ADULTOS (N=12) e IDOSOS
(N=12) do deslocamento do joelho (cm) na direção anterior-posterior (AP) durante
as quatro condições experimentais (perto branco, longe branco, perto texto e
longe texto). Diferenças
+
entre fator distância dentro dos grupos (p< 0.01).
56
O efeito da tarefa com texto: Em geral, a oscilação postural reduziu durante a
tarefa de leitura quando comparada a tarefa de pouca busca visual (alvo branco),
para ambos os grupos. As figuras 13 a 18 mostram valores de médias e erros
padrões das variáveis RMS, velocidade média e freqüência mediana do
deslocamento do centro de pressão (CP) nas direções antero-posterior (AP) e
médio-lateral (ML) durante as quatro condições experimentais. Houve efeito principal
da tarefa supra-postural com maior demanda visual para o deslocamento (RMS) do
CP na direção AP (alvo branco=0.35±0.01 cm, alvo texto=0.29±0.02 cm;
F(1,22)=17.0, p<0.001), para a velocidade do CP na direção AP (alvo
branco=0.62±0.03 cm/s, alvo texto=0.56±0.03 cm/s; F(1,22)=22.0, p<0.001) e para a
freqüência mediana do deslocamento do CP na direção AP (alvo branco=0.18±0.01
cm/s, alvo texto=0.23±0.01cm/s; F(1,22)=13.7, p=0.001). As figuras 27 a 30 mostram
valores de médias e erros padrões dos deslocamentos da cabeça, ombro, quadril e
joelho respectivamente na direção antero-posterior (AP) durante as quatro condições
experimentais. A análise de variância (ANOVA) revelou efeito principal para os
deslocamentos da cabeça (alvo branco=0.48±0.02 cm, alvo texto=0.39±0.02 cm;
F(1,22)=19.3, p<0.001) e ombro (alvo branco=0.43±0.02 cm, alvo texto=0.34±0.02
cm; F(1,22)=15.2, p=0.001).
57
6 Discussão
Em adultos jovens reproduziu-se o efeito da distância do alvo e da tarefa
supra-postural reportada anteriormente (STOFFREGEN et al., 2000) isto é, houve
uma redução da oscilação postural ao olhar para o alvo próximo e na tarefa de maior
demanda visual.
6.1 Tarefa supra-postural: desempenho visual
Tanto adultos quanto idosos foram capazes de realizar a tarefa de contagem
mental de letras, ambos apresentaram desempenhos similares. No entanto,
observou-se que os idosos foram mais lentos durante a contagem de letras.
Em idosos, a diminuição na habilidade em realizar determinadas tarefas tem
sido comumente reportada na literatura. Uma forma de avaliar a capacidade do
idoso em executar tarefas simultâneas tem sido através, por exemplo, do
desempenho durante contagem mental, da memorização espacial (MAYLOR &
WING, 1996), do tempo de reação durante atividades motoras (STELMACH,
ZELAZNIK & LOWE, 1990), visuais (REDFERN et al., 2001) e auditivas, tanto na
postura ereta quieta quanto na postura perturbada ou durante o andar (LAJOIE et
al., 1996; TEASDALE et al., 1993).
O fato de idosos serem mais lentos e oscilarem mais que adultos em diversas
tarefas tem sido associado a deficiências inerentes do processo de envelhecimento,
como baixa capacidade física, redução na velocidade de condução nervosa,
degeneração neuronal, alterações funcionais e estruturais nos sistemas sensoriais e
motores, deficiência no processamento central de informações e incapacidade de
dividir atenção entre tarefas, isto é, baixa capacidade cognitiva (DE FRIAS et al.,
58
2007; MARSH & GEEL, 2000; TEASDALE et al., 1993). No presente estudo, apesar
dos idosos serem mais lentos durante a contagem mental, eles foram capazes de
manter um nível de atenção adequado a ponto de não afetar seu desempenho na
tarefa cognitiva nem na tarefa postural, indicando uma integração entre equilíbrio e
tarefa supra-postural.
6.2 Condição olhos aberto (OA) e olhos fechados (OF): efeito na
oscilação postural
Durante a privação visual (condição olhos fechados), observou-se um
aumento da velocidade do deslocamento do centro de pressão em ambos os
grupos. Em adultos jovens, o efeito da visão na oscilação durante a postura em pé é
de certa forma controverso. Alguns autores têm reportado que quando o indivíduo
fecha os olhos sua oscilação postural aumenta (BENJUYA, MELZER & KAPLANSKI,
2004; JAMET et al., 2007; PAULUS, STRAUBE & BRANDT, 1984), enquanto outros
não observaram efeito da visão na oscilação postural (MARSH & GEEL, 2000;
SHUMWAY-COOK & WOOLLACOTT, 2000) No presente estudo, durante a
condição olhos fechados os participantes idosos apresentaram de modo geral maior
oscilação postural em comparação com os indivíduos jovens, replicando um achado
comum (HORAK, SHUPERT & MIRKA, 1989; TEASDALE & SIMONEAU, 2001).
Apesar desta diferença na oscilação em geral, os idosos apresentaram o mesmo
padrão de oscilação durante as condições visuais, assim como observados em
adultos jovens, revelado pelas medidas do centro de pressão (CP) e dados
cinemáticos dos segmentos corporais. As análises dos dados do CP revelaram que
a variável velocidade média foi sensível à detecção de diferenças entre adultos
jovens e idosos com relação a oscilação postural, corroborando com outros estudos
59
(BARATTO et al., 2002; FREITAS JUNIOR & BARELA, 2005; FREITAS, PRADO &
DUARTE, 2005; LAFOND, DUARTE & PRINCE, 2004).
6.3 Condições experimentais: efeito na oscilação postural
Tanto em adultos jovens quanto em idosos pode-se observar um aumento da
freqüência mediana do sinal do CP durante a apresentação do alvo com texto e do
alvo próximo em relação ao alvo distante. Através da análise da densidade espectral
de potência observou-se que durante a tarefa com texto houve um aumento no
espectro de potência na faixa das altas freqüências (em torno de 0,3 - 0,4 Hz). Este
resultado é compatível com a idéia da existência de uma integração da informação
sensorial pelo sistema de controle postural, permitindo ao indivíduo usar pistas
visuais disponíveis para realizar as correções posturais necessárias
independentemente da idade.
Segundo DUARTE & ZATSIORSKY (2002), na ausência de informação visual,
freqüências na faixa de 0,4 Hz compõem a maior parte do espectro de potência do
sinal do CP enquanto que na presença de feedback visual do centro de pressão
maiores freqüências podem ser encontradas (em torno de 0,5 – 0,6 Hz). LOUGHLIN
& REDFERN (2001) investigaram as características espectrais do deslocamento do
centro de pressão durante estímulos visuais em movimento. Eles observaram que
logo após apresentar o estímulo visual houve um aumento na freqüência média do
deslocamento do CP tanto em adultos quanto em idosos (em torno de 0,3 Hz). No
entanto ao longo do tempo (60 segundos) houve uma diminuição gradativa na
freqüência média do sinal (abaixo de 0,1 Hz). Já outros estudos revelam que fechar
os olhos provoca um aumento na freqüência média do CP. Além disso, adicionar
uma perturbação somatossensorial a uma condição com olhos fechados pode
60
aumentar significativamente a amplitude das componentes de baixa freqüência do
sinal do centro de pressão (FREITAS, PRADO & DUARTE, 2005; MEZZARANE &
KOHN, 2007).
A variabilidade de resultados com relação às freqüências do sinal do centro
de pressão sob diversas condições visuais indica que o sistema de controle postural
pode sofrer adaptações a variados tipos de estímulos visuais; atribuir diferentes
importâncias aos sistemas sensoriais em função das características do ambiente, do
contexto da tarefa postural e de informações sensoriais relevantes.
Além disso, é difícil fazer uma comparação direta dos resultados obtidos no
presente trabalho em relação aos demais estudos, pois diferentes formas de
processamento do sinal do CP podem resultar em grandes variações no que diz
respeito aos resultados encontrados na literatura.
Os resultados cinemáticos encontrados no presente estudo são consistentes
com a noção que o ser humano comporta-se com um pêndulo invertido (mas não
necessariamente um pêndulo único) durante a postura em pé (DAY et al., 1993), que
grande parte do movimento na direção antero-posterior ocorre em torno da
articulação do tornozelo. No presente estudo a amplitude de deslocamento de cada
segmento corporal aumentou de acordo com sua distância em relação ao chão.
Em ambos os grupos observou-se que a amplitude da oscilação durante a
postura em pé diminuiu quando o participante olhava para o alvo próximo (em
relação a oscilação ao olhar para o alvo distante). A oscilação postural também
diminuiu durante tarefas com maior demanda visual (tarefa de busca visual, alvo
contendo texto) em relação a oscilação durante a apresentação de um alvo com
demanda visual mínima (observar um alvo completamente branco). Tais achados
contrastam com resultados de outros estudos que têm reportado um aumento na
61
oscilação postural em adultos jovens e idosos (MORRIS et al., 2000; PELLECCHIA,
2003; REDFERN et al., 2001; SHUMWAY-COOK & WOOLLACOTT, 2000) durante
tarefas duais envolvendo tarefas cognitivas e de tempo de reação (CONDRON &
HILL, 2002; MAYLOR & WING, 1996; SHUMWAY-COOK & WOOLLACOTT, 2000) e
ainda envolvendo alguns tipos de informações visuais (TEASDALE & SIMONEAU,
2001). Todos estes resultados sugerem que os efeitos observados no presente
estudo são específicos do tipo de tarefa. Nossos resultados indicam que algumas
tarefas visuais restringem mais a postura, ou simplesmente de forma diferente que
outras, o que pode talvez explicar porque diferentes efeitos de tarefas duais no
controle postural têm sido reportado (CONDRON & HILL, 2002; HUNTER &
HOFFMAN, 2001; MAKI & MCILROY, 1996; MAYLOR & WING, 1996; MELZER,
BENJUYA & KAPLANSKI, 2001; MORRIS et al., 2000; SHUMWAY-COOK &
WOOLLACOTT, 2000; STOFFREGEN et al., 2000; STOFFREGEN et al., 1999;
TEASDALE & SIMONEAU, 2001; YARDLEY et al., 1999b).
A percepção e controle da postura em pé são freqüentemente assumidos
como serem independentes de outro comportamento no qual as pessoas estão
simultaneamente envolvidas. Por exemplo, o uso do fluxo óptico de informação para
a percepção da oscilação postural e para a organização das ações do controle
postural é amplamente assumida como automática (BRONSTEIN & BUCKWELL,
1997). A idéia de que o controle postural é independente de outras atividades é
consistente com a visão amplamente adotada da existência de uma competição por
“recursos de processamento centrais de informação” entre o controle postural e a
atividade não-postural concorrente (BRONSTEIN & BUCKWELL, 1997). Esta visão
leva a suposição da existência de uma competição simultânea entre as atividades
62
posturais e não-posturais, podendo levar a uma deficiência no desempenho do
controle do equilíbrio, na tarefa não-postural ou ambos.
Contudo, STOFFREGEN e colaboradores (2006; 2000; 1999), que
observaram uma redução na oscilação postural durante tarefas duais em adultos
jovens, propuseram uma visão alternativa: a organização e execução do controle
postural podem não ser independentes de uma tarefa não-postural concorrente. Tais
pesquisadores acreditam que talvez haja uma integração funcional entre o controle
postural e uma tarefas supra-postural simultânea, pelo menos em alguns casos ao
invés das duas tarefas atuarem de forma competitiva. STOFFREGEN e
colaboradores (2000) não assumem que o controle postural e a atividade supra-
postural impõem demandas de competição por recursos centrais. Ao contrário, eles
argumentam que a postura em pé pode ser modulada de modo a facilitar o
desempenho em algumas tarefas supra-posturais, como a tarefa de busca visual
(STOFFREGEN et al., 2006; STOFFREGEN et al., 2000; STOFFREGEN et al.,
1999).
Uma explicação alternativa para a redução da oscilação postural durante a
tarefa dual estudada no presente projeto é que a tarefa visual (tarefa não-postural)
fornece melhores pistas para a percepção visual do movimento, e esta informação
foi usada pelo sistema de controle postural para reduzir a oscilação postural. Mais
especificamente, quando o participante teve que procurar pelo aparecimento de
determinadas letras no alvo em comparação com a tarefa de simplesmente olhar um
alvo branco, apesar da demanda cognitiva ter aumentado na tarefa de busca visual
(o que poderia ter aumentado a oscilação postural), o alvo com texto forneceu uma
cena com maior contraste visual, que pode ter sido usado pelo sistema de controle
postural para diminuir a oscilação postural. Através desse raciocínio é possível que a
63
redução na oscilação postural observada tenha resultado de um efeito maior do fator
contraste visual.
Além disso, sabe-se que um mecanismo pelo qual o sistema visual auxilia na
estabilização postural é através da detecção do movimento visual que depende da
distância do sujeito em relação ao objeto. Este fator pode ter contribuído para a
redução da oscilação postural em adultos e idosos durante a variação da distância
do alvo. Uma das pistas visuais envolvidas na estabilização da postura é o
deslocamento do alvo na retina em função da distância na qual o alvo se encontra.
Olhar para um alvo distante provoca um pequeno deslocamento angular da imagem
na retina e o sistema visual contribui de forma menos eficiente na redução da
oscilação postural, enquanto alvos próximos em relação ao sujeito parecem permitir
uma detecção do movimento do objeto ou do próprio sujeito mais acuradas
(KAPOULA & LE, 2006; LE & KAPOULA, 2006; PAULUS, STRAUBE & BRANDT,
1984; VUILLERME et al., 2006). Este fator pode ter contribuído para a redução da
oscilação postural observada no presente estudo. Tanto adultos quanto idosos
oscilaram menos durante a apresentação do alvo próximo em relação ao alvo mais
distante, isto é, a simples manipulação na distância do objeto influenciou
positivamente o controle do equilíbrio.
Segundo BRONSTEIN & BUCKWELL (1997), GUERRAZ et al. (2000),
KAPOULA & LE (2006) e ROSENBAUM, (1991) dois mecanismos visuais
contribuem para a redução da oscilação postural: informações eferentes dos
músculos oculares e aferentes (deslocamento angular da imagem do objeto na
retina), porém a contribuição destes mecanismos no controle postural ainda não é
bem compreendida. No presente estudo, não foi possível afirmar qual mecanismo de
informação visual possa ter contribuído para a redução da oscilação postural. É
64
possível que tanto o mecanismo aferente quanto eferente tenham contribuído para o
controle do equilíbrio.
Estas explicações do uso de pistas visuais não excluem a hipótese de uma
modulação funcional da oscilação postural em tarefas supra-posturais
(STOFFREGEN et al., 2000; STOFFREGEN et al., 1999) e é possível que ambos os
fatores tenham contribuído para a redução da oscilação postural observada no
presente estudo. Estudos adicionais devem ser conduzidos para elucidar estas
questões.
65
7 Conclusão
O presente estudo suporta a idéia de que tarefas duais não necessariamente
levam a um aumento da oscilação postural. Em tarefas duais com demandas
cognitivas, foi observado exatamente o resultado oposto para adultos jovens e
idosos. Nossos sujeitos idosos parecem integrar o controle do equilíbrio com o
desempenho durante a tarefa de demanda visual, apesar de um aumento geral na
oscilação característica do envelhecimento. Nós investigamos apenas indivíduos
idosos saudáveis; seria interessante investigar este efeito em pacientes com déficits
posturais, como idosos com histórico de quedas. O presente estudo replicou um
comportamento conhecido relacionado ao envelhecimento (aumento da oscilação
postural em geral) e revelou um comportamento que parece ser independente da
idade (modulação da oscilação postural em relação a tarefa supra-postural).
Este estudo ressalta a importância de investigar interações entre sistema
nervoso central, processamento cognitivo e integrações sensoriais no controle da
postura. Seria importante determinar se déficits posturais não aumentariam apenas a
oscilação postural, mas também comprometeriam essa modulação da oscilação
específica da tarefa.
66
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gait: a review of an emerging area of research. Gait Posture, v. 16, p. 1-14, 2002.
74
WOOLLACOTT, M. H. Systems contributing to balance disorders in older adults. J
Gerontol A Biol Sci Med Sci, v. 55, p. M424-428, 2000.
WOOLLACOTT, M. H.; SHUMWAY-COOK, A.; NASHNER, L. M. Aging and posture
control: changes in sensory organization and muscular coordination. Int J Aging
Hum Dev, v. 23, p. 97-114, 1986.
YARDLEY, L.; GARDNER, M.; BRONSTEIN, A.; DAVIES, R.; BUCKWELL, D.;
LUXON, L. Interference between postural control and mental task performance in
patients with vestibular disorder and healthy controls. J Neurol Neurosurg
Psychiatry, v. 71, p. 48-52, 2001.
YARDLEY, L.; GARDNER, M.; LAVIE, N.; GRESTY, M. Attentional demands of
perception of passive self-motion in darkness. Neuropsychologia, v. 37, p. 1293-
1301, 1999a.
YARDLEY, L.; GARDNER, M.; LEADBETTER, A.; LAVIE, N. Effect of articulatory
and mental tasks on postural control. Neuroreport, v. 10, p. 215-219, 1999b.
75
9 ANEXOS
9.1 ANEXO A – Ficha de anamnese
76
DADOS CADASTRAIS
Nome: ________________________________Data de nascimento:_____________
Endereço:_________________________________________________________________
Cidade:____________________________________________________CEP:__________
Telefone: (__)______________ Telefone para recado: (__)_______________ Moro com
______ pessoas
Nome do médico:__________________________________________________________ Telefone:
(__)_______________ DATA:____________ HORA:__________
ANAMNESE CLÍNICA
Problemas de Saúde Sim Não Observações
Pressão arterial alta
Pressão arterial baixa
Problema cardíaco
Marca-passo
Colesterol alto
Triglicérides alto
Tireóide
Diabetes
Osteoporose
Artrite
Artrose
Tendinite
Problema muscular
Desvio na cervical
Torácica
Lombar
Deficiência auditiva
Aparelho auditivo
Deficiência visual
Óculos ou lentes
Doença Neurológica
Crises convulsivas
Deficiência física
Ortese
Prótese
Labirintite
Outros
Sintomas Sim Não Freqüência Observações
Dores de cabeça
Tonturas
Vertigens
Nistagmo
Dor muscular
Fraqueza muscular
Fraqueza generalizada
Enrijecimento articular
Dor na coluna cervical
Torácica
Lombar
Outros
Medicamentos
Usa medicamentos regularmente: ( ) Sim ( )Não
77
Tipos Sim Não Posologia Observações
Anti-depressivo
Diurético
Hormônio
Calmante
Analgésico
Estimulante
Anti-inflamatório
Outros
Hábitos Comuns
Hábito Sim Não Tipo Quanto
Tabagismo
Bebida alcoólica
Calçado mais utilizado
Outros
HISTÓRIA DE QUEDAS
Característica Sim Não Freqüência Como
Dificuldade para realizar movimentos
rápidos
Dificuldade de equilibrar-se
Perde equilíbrio facilmente
Tropeça facilmente
Sente alguma coisa quando se levanta
rapidamente
Dificuldade para sentir a forma, textura,
temperatura de objetos (pés)
Sofre quedas
Sente tontura durante a queda
Quando ocorreu a queda mais recente
Sofreu fraturas
Outras lesões
Fez cirurgia
Outros
___________________ _________________________________
Data Assinatura
78
9.2 ANEXO B – Questionário de Baecke (adultos)
79
QUESTIONÁRIO BAECKE DE ATIVIDADE FÍSICA HABITUAL (PARA ADULTOS)
Qual é a sua principal ocupação? ______________________
No trabalho você senta
( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) freqüentemente ( ) sempre
3. No trabalho você fica em
( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) freqüentemente ( ) sempre
4. No trabalho você anda
( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) freqüentemente ( ) sempre
5. No trabalho você carrega cargas pesadas
( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) freqüentemente ( ) sempre
6. Após o trabalho você fica cansado(a)
( ) muito freqüentemente ( ) freqüentemente ( ) às vezes ( ) raramente ( ) nunca
7. No trabalho você transpira
( ) muito freqüentemente ( ) freqüentemente ( ) às vezes ( ) raramente ( ) nunca
8. Em comparação com outras pessoas da sua idade você acha que seu trabalho é fisicamente
( ) muito + pesado ( ) + pesado ( ) tão pesado quanto ( ) mais leve ( ) muito mais leve
9. Você pratica esporte? sim ( ) não ( )
Se sim:
que esporte você pratica mais freqüentemente? ____________________________
quantas horas por semana? _____________________________
quantos meses por ano? _____________________________
Se você pratica um segundo esporte:
que esporte você pratica mais freqüentemente? ____________________________
quantas horas por semana? _____________________________
quantos meses por ano? _____________________________
10. Em comparação com outras pessoas da sua idade você acha que, durante as horas de lazer, a sua
atividade física é
( ) muito maior ( ) maior ( ) a mesma ( ) menor ( ) muito menor
80
11. Durante as horas de lazer você transpira
( ) muito freqüentemente ( ) freqüentemente ( ) às vezes ( ) raramente ( ) nunca
12. Durante as horas de lazer você pratica esporte
( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) freqüentemente ( ) sempre
13. Durante as horas de lazer você assiste televisão
( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) freqüentemente ( ) sempre
14. Durante as horas de lazer você anda
( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) freqüentemente ( ) sempre
15. Durante as horas de lazer você pedala
( ) nunca ( ) raramente ( ) às vezes ( ) freqüentemente ( ) sempre
16. Quantos minutos você anda e/ou pedala por dia para ir trabalhar, para ir para a escola, e para fazer
compras? _________minutos
81
9.3 ANEXO C- Questionário de Baecke (modificado para idosos)
82
QUESTIONÁRIO DE ATIVIDADE FÍSICA BAECKE MODIFICADO
ATIVIDADES DE CASA
Você realiza algum trabalho leve em sua casa? (lavar louça, reparar roupas, tirar pó, etc.)
(0) nunca (menos de 1 vez por mês)
(1) às vezes (somente quando um parceiro ou ajudante não está disponível)
(2) quase sempre (às vezes com ajudante)
(3) sempre (sozinho ou com ajuda)
Você realiza algum trabalho pesado em sua casa? (lavar pisos e janelas, carregar lixos, etc.)
(0) nunca (menos de 1 vez por mês)
(1) às vezes (somente quando um parceiro ou ajudante não está disponível)
(2) quase sempre (às vezes com ajudante)
(3) sempre (sozinho ou com ajuda)
Para quantas pessoas você mantém a casa incluindo você mesmo? (preencher 0 se respondeu nunca
nas questões 1 e 2).
Quantos cômodos você tem que limpar, incluindo cozinha, quarto, garagem, banheiro, porão?
(preencher 0 se respondeu nunca nas questões 1 e 2).
(0) nunca faz trabalhos domésticos (1) 1-6 cômodos (2) 7-9 cômodo (3) 10 ou mais
cômodos
Se limpa algum cômodo, em quantos andares? (preencher 0 se respondeu nunca na questão 4)
Você prepara refeições quentes para si mesmo, ou você ajuda a preparar?
(0) nunca (1) às vezes (1 a 2 x na semana) (2) quase sempre (3 a 5 x na semana)
(3) sempre (mais 5 x na semana)
Quantos lances de escada você sobe por dia? (1 lance de escadas tem 10 degraus)
(0) eu nunca subo escadas (1) 1-5 (2) 6-10 (3) mais de 10
Se você vai para algum lugar em sua cidade, que tipo de transporte utiliza?
(0) eu nunca saio (1) carro (2) transporte público (3) bicicleta (4) caminhando
Com que freqüência você faz compras?
(0) nunca ou menos de 1 vez por semana (1) 1 vez por semana (2) 2-4 vezes por semana
(3) todos os dias
Se você vai para as compras, que tipo de transporte você utiliza?
(0) eu nunca vou as compras (1) carro (2) transporte público (3) bicicleta (4) caminhando
ATIVIDADES ESPORTIVAS
Você pratica algum esporte? (bocha, ginástica, natação, hidroginástica, caminhada, etc.)
Esporte 1: _____________________________
Horas por semana: _______________
Meses por ano: __________________
83
Esporte 2: ____________________________
Horas por semana: _______________
Meses por ano: __________________
ATIVIDADES DE LAZER
Você tem alguma atividade de lazer? (tricô, bordados, leitura, assistir TV, passear com o cão,
bingo, danças de salão, etc).
Atividade 1:____________________________
Horas por semana: _______________
Meses por ano: __________________
Atividade 2: ____________________________
Horas por semana: _______________
Meses por ano: __________________
84
9.4 ANEXO D – Termo de consentimento
85
ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE
DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
__________________________________________________________________
I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA
1. NOME DO INDIVÍDUO:
....................................................................................................................................
DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº: ...................................................... SEXO:
M F
DATA NASCIMENTO: ......../......../.........
ENDEREÇO: ................................................................................................... Nº
........... APTO ..............
BAIRRO: ................................................................... CIDADE:
................................................................
CEP: .............................................. TELEFONE: DDD
(..........)...................................................................
___________________________________________________________________
_________________________
II - DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA
TÍTULO DO PROJETO DE PESQUISA: “CONTROLE POSTURAL EM ADULTOS E IDOSOS
DURANTE TAREFAS SUPRA-POSTURAIS”
PESQUISADOR RESPONSÁVEL: Prof. Dr. Marcos Duarte
CARGO/FUNÇÃO: Professor da Escola de Educação Fïsica e Esportes -USP
AVALIAÇÃO DO RISCO DA PESQUISA:
RISCO MÍNIMO x RISCO MÉDIO
RISCO BAIXO RISCO MAIOR
(probabilidade de que o indivíduo sofra algum dano como consequência imediata ou tardia do estudo)
DURAÇÃO DA PESQUISA : A pesquisa consiste em um experimento com duração de 45 minutos.
___________________________________________________________________________
III - EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO INDIVÍDUO OU SEU REPRESENTANTE LEGAL
SOBRE A PESQUISA:
Este estudo pretende investigar o equilíbrio de indivíduos idosos durante tarefas supra-posturais e
contribuir para o entendimento dos problemas de equilíbrio na população idosa além de entender
como o sistema visual pode contribuir no controle postural em idosos.
Durante o experimento o participante permanecerá em pé sobre uma plataforma de força. Pequenas
marcas serão afixadas em sua pele, com fita adesiva, para registrar os deslocamentos dos
segmentos corporais no espaço. Estas marcas não serão conectadas a nenhum cabo elétrico.
Durante o experimento o participante será submetidos a algumas condições visuais como realizar a
leitura de um texto em diferentes distâncias e observar um painel totalmente branco enqunto estiver
parado.
O experimento não será invasivo e não envolve qualquer risco à saúde física e mental do participante,
além dos riscos encontrados nas atividades normais da vida diária.
Esperamos com esse experimento compreender melhor como as informações visuais podem
contribuir para o controle postural em idosos, podendo ajudar numa melhor prescrição de atividades
físicas. Porém o participante não terá nenhum benefício direto.
_____________________________________________________________
___________________
IV - ESCLARECIMENTOS DADOS PELO PESQUISADOR SOBRE GARANTIAS DO SUJEITO DA
PESQUISA:
O participante tem direito a fazer perguntas a qualquer momento sobre os objetivos do experimento, o
procedimento experimental, riscos envolvidos e beneficio relacionado à pesquisa, de modo que suas
dúvidas sobre o experimento sejam esclarecidas pelos pesquisadores.
A participação nesse estudo é voluntária e o sujeito da pesquisa tem o direito tenho direito
86
interromper a sua participação a qualquer momento sem prejuízo próprio.
A identidade do participante não será revelada em qualquer momento, bem como seus dados
pessoais e sua imagem, a qual será usada apenas para os fins desse estudo.
O participante tem direito a assistência médica no Hospital Universitário (HU) e no Hospital das
Clinicas, da Faculdade de Medicina da USP, caso ocorram eventuais danos à saúde, decorrentes da
participação na pesquisa.
V- INFORMAÇÕES DE NOMES, ENDEREÇOS E TELEFONES DOS RESPONSÁVEIS PELO
ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA, PARA CONTATO EM CASO DE INTERCORRÊNCIAS
CLÍNICAS E REAÇÕES ADVERSAS.
Para questões associadas com esse experimento, por favor, entrar em contato com Janina Manzieri
Prado, pesquisadora gerente e/ou Prof. Dr. Marcos Duarte, pesquisador responsável e coordenador
do Laboratório de Biofísica.
O Laboratório de Biofísica fica na Escola de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo,
na Rua Professor Melo Moraes, 65 – Cidade Universitária – CEP: 05508-030 – fone/fax: 3812-6123
VI. - OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES:
É direito do participante manter uma cópia desse consentimento.
VII - CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO
Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi
explicado, consinto em participar do presente Projeto de Pesquisa.
São Paulo, de de 20 .
_______________________________ _________________________________
assinatura do sujeito da pesquisa Prof. Dr. Marcos Duarte
87
9. 5 ANEXO E – Produção científica durante o curso de mestrado
(Fevereiro/2005 - Junho/2008)
88
Resumos apresentados em eventos e publicações em periódicos
1. PRADO, J. M, DUARTE, M.
Age-related changes in human postural control of standing tasks In: Progress in
Motor Control VI, 2007, Santos, Brasil
2. PRADO, J. M., DUARTE, M., STOFFREGEN, T.A.
Postural control during dual task in young and elderly adults XV Congresso Interno
do Núcleo de Pesquisa em Neurociência e Comportamento, Universidade de
São Pulo – USP, 2007, p. 6.
3. PRADO, J. M, DUARTE, M.
Age-related changes in human postural control of standing tasks In: 2nd
Neuroscience Symposium, 2007, Natal. Anais do Simpósio Internacional de
Neurociências, 2007. p.44 – 44 Home page: [http://www.natalneuro.org.br]
4. PRADO, J. M., DUARTE, M., STOFFREGEN, T.A.
Effect of a suprapostural task on postural control during upright stance in elderly
people In: Progress in Motor Control V, 2005, Pennsylvania. Progress in Motor
Control V, 2005.
5. STOFFREGEN, T., PRADO, J. M., DUARTE, M.
Enactive looking in the elderly In: 11ème CONGRES INTERNATIONAL DE
L’ACAPS, 2005, Paris. 11ème CONGRES INTERNATIONAL DE L’ACAPS. , 2005.
6. PRADO, J. M., STOFFREGEN, T., DUARTE, M.
Postural sway during dual task in young and elderly adults. Gerontology., v.53,
p.274 - 281, 2007.
7. FREITAS, S. M. S. F., PRADO, J. M., DUARTE, M.
The use of a safety harness does not affect body sway during quiet standing.
Clinical biomechanics. , v.20, p.336 - 339, 2005.
Livros Grátis
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